1
Mundo 7 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Quarta-feira, 30 de outubro de 2013 Kirchner vence Clarín na Justiça MONOPÓLIO NA MÍDIA Lei dos Meios estabelece limite de 24 licenças de rádio e TV e o Grupo Clarín, que atua em TVs, rádio, internet e jornais, possui mais de 200 EUA lembra “Sandy” um ano depois em meio à reconstrução A Corte Suprema da Argentina declarou constitucional a Lei de Meios por 4 votos a 3 na ação em que disputavam o governo de Cristina Kirch- ner e o conglomerado de mídia Clarín. Desde que foi promulgada, em 2009, o Clarín briga na Justiça para que dois artigos antimono- pólio da lei sejam declarados inconstitucionais. Nesse pe- ríodo, o grupo de mídia con- seguiu liminares impedindo a aplicação da lei. Pela legislação, o conglo- merado teria que se desfazer de várias licenças de rádio e TV. A lei estabelece limite de 24 licenças, e o Clarín, que atua em TVs aberta e a cabo, rádio, internet e jor- nais, possui mais de 200. O Grupo Clarín divulgou um comunicado no qual afirma respeitar as decisões judi- ciais e diz analisar as futuras derivações judiciais do caso, incluindo a apelação a tribu- nais internacionais. O Clarín, que já apoiou o kirchnerismo mas mudou de lado após Cristina suceder seu marido na presidência, argumenta que a legislação tem como finalidade calar vozes contrárias ao governo. Após o início da contenda, Cristina, por sua vez, desti- nou o grosso da publicida- Espanha abre inquérito sobre casos de espionagem dos EUA Assembleia Geral da ONU pede fim do embargo a Cuba DIVULGAÇÃO de oficial para canais que apoiavam sua administra- ção, pressionou anunciantes privados a não gastar com o Clarín, reteve direitos de transmissão dos jogos de fu- tebol e adotou como lema “O Clarín mente’. LEI DE MEIOS O projeto de lei sobre os serviços de comunicação au- diovisual foi anunciado por Cristina em março de 2009 e foi promulgada em outu- bro do mesmo ano. A lei é uma tentativa do governo de acabar com os monopólios de mídia no país. No entan- to, o Grupo Clarín contestou na Justiça quatro artigos da lei. Para o Clarín, a lei é um artifício para cercear a mídia que se opõe ao governo. Esses artigos limitam o número de licenças de TV aberta, fechada e rádio e determinam que grupos midiáticos, como o Clarín, que excedam o número máximo de licenças, de- vem devolvê-las em até um ano depois de estabelecido como será feita a transição, ou seja, antes do seu prazo de vencimento original. Além disso, os artigos de- terminam que autorizações e licenças de serviços de radio- difusão não são transferíveis, mas estabelece exceções. O juiz de primeira instância, Horacio Alfonso determinou que os quatro artigos eram válidos, mas a Câmara Fede- ral Civil e Comercial julgou que dois deles eram inconsti- tucionais, deixando a decisão final para a Suprema Corte. MONOPÓLIO A nova lei determina que uma holding de meios de comunicação pode ter, no máximo, 24 licenças de ca- nal fechado e o Clarín acu- mula 237, segundo a Auto- ridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovi- sual (AFSCA). Em relação às emissoras de rádio, são permitidas apenas três por cidade e o Clarín supera este número em 37 centros ur- banos, segundo o titular da AFSCA, Martín Sabbatella, em entrevista à AFP. A AFSCA afirma que o Cla- rín possui “41% do mercado de rádio, 38% de TV aberta e 59% de TV fechada, quando o máximo, também determi- nado na lei de meios, em to- dos os casos é 35%”. Clarín, um dos principais grupos de mídia da América Latina, tem o jornal de maior circu- lação da Argentina, canais abertos e fechados, rádios e outras mídias, com um volu- me de negócios que chegou a 9,753 bilhões de pesos (1,890 bilhão de dólares) em 2011. Os Estados Unidos ain- da têm muito trabalho pela frente para reparar os danos no valor de 60 bilhões de dó- lares provocados há um ano pela passagem do furacão Sandy, enquanto buscam meios de se proteger melhor de novos desastres meteoro- lógicos. O Sandy, um dos fu- racões mais caros da história americana, arrasou a costa leste do país atingindo 24 estados, em particular Nova York, Nova Jersey e Connec- ticut (nordeste), deixando mais de 200 mortos. O furacão chegou a Nova York no dia 29 de outubro à noite provocando danos sem precedentes. O sul de Manhattan permaneceu sem energia elétrica durante uma semana e a cidade, uma das capitais financeiras do mun- do, ficou paralisada. O metrô ficou inundado, milhares de voos precisaram ser cancela- dos e ao menos 650 mil lares ficaram sem energia elétrica, em alguns casos durante se- manas. Hospitais e escolas também foram afetados, as- sim como o fornecimento de combustível devido aos da- nos nas refinarias. Ante a magnitude do desas- tre, o Congresso americano aprovou um pacote de aju- da de 60 bilhões de dólares, mas a burocracia, os atrasos e questões vinculadas aos se- guros dificultaram a chega- da deste dinheiro às muitas vítimas. Embora a resposta tenha sido em parte boa, em alguns segmentos é patéti- ca, segundo Steven Cohen, professor de administração pública da Universidade de Columbia, em Nova York. “A melhor parte foi a res- posta de emergência, a pro- teção das pessoas e o resta- belecimento do sistema de metrô da cidade de Nova York o mais rápido possível”, indi- cou. “A pior parte foi a buro- cracia e a política que cerca a reconstrução, o fato de que levou meses para que o pacote de ajuda fosse aprovado pelo Congresso”, acrescentou. Cohen pediu um aumento dos impostos, por exemplo, na gasolina, para criar um fundo que possa ser utilizado para este tipo de catástrofes naturais, cuja recorrência é cada vez maior. “Vamos ver tempestades mais fortes, um nível do mar mais alto e te- mos que encontrar maneiras de absorver a água”, disse. O grupo Clarín declarou que vai respeitar a decisão A Assembleia Geral da ONU voltou a manifestar-se na terça- -feira, 29, contra o embargo dos Estados Unidos a Cuba, ao votar uma resolução de con- denação à medida e a favor de seu fim por 188 votos a favor, dois contra e três abstenções. O apoio a esta resolução apresen- tada por Cuba constitui a 22ª ocasião consecutiva em que a Assembleia Geral se manifesta contra o bloqueio econômico americano à ilha. A resolução, intitulada “Ne- cessidade de pôr fim ao blo- queio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Es- tados Unidos da América con- tra Cuba”, recebeu os mesmos apoios que no ano passado, mas houve um voto contra a menos e uma abstenção a mais. Os Estados Unidos só tiveram o apoio de Israel nos votos nega- tivos, enquanto que Palau, que em 2012 tinha votado contra, se uniu hoje às abstenções das Ilhas Marshall e Micronésia (que tinham votado da mesma forma há um ano). A votação aconteceu após um debate no qual todos os intervenientes, salvo o repre- sentante dos Estados Unidos, mostraram-se contra as medi- das americanas e pediram sua suspensão. Entes plurinacio- nais latino-americanos como Mercosul, Celac e Caricom, e também a Organização da Con- ferência Islâmica e o Movimen- to de Países Não Alinhados, manifestaram-se de forma unâ- nime contra o embargo. CHANCELER CUBANO O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, interveio em nome de seu país para voltar a de- talhar as consequências que o embargo e a lei Helms-Burton têm na economia cubana, mas também em outros campos como a saúde. Rodríguez disse também que a política america- na “impede” o livre movimento e o fluxo de informação, e des- tacou que, depois de mais de 50 anos de embargo e mais de 20 de rejeição das Nações Unidas, a política dos Estados Unidos em relação a Cuba sofre “um absoluto isolamento e descrédi- to mundial”. Também no debate, o repre- sentante americano defendeu que o embargo se transformou em “um bode expiatório” que o governo cubano empregou para justificar os problemas econômicos de seu país. Os EUA também asseguraram que recebem com satisfação as mu- danças econômicas aprovadas pelo governo cubano, apesar de insistirem que “Cuba continua tendo um dos sistemas mais restritivos do mundo”. O Ministério Público da Es- panha deu início a um inqué- rito preliminar ontem para averiguar denúncia de que uma agência de inteligência dos Estados Unidos espio- nou milhões de cidadãos es- panhóis. O procurador-geral Eduardo Torres-Dulce auto- rizou um processo de coleta de informações após o jor- nal El Mundo publicar, na segunda-feira, reportagem afirmando que os EUA ras- trearam mais de 60 milhões de ligações telefônicas de es- panhóis, disse o gabinete do procurador em comunicado. A Espanha convocou o embaixador dos EUA na se- gunda-feira para discutir as denúncias, similares a repor- tagens sobre a espionagem dos EUA em Brasil, França e Alemanha, que causaram uma rara indisposição diplo- mática entre Washington e aliados. O chanceler espa- nhol, José Manuel García- -Margallo, disse que se as reportagens forem verdadei- ras, quebrariam um “clima de confiança” entre os dois países. O El Mundo publicou um gráfico com um documento que seria da Agência de Se- gurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) mostrando ter espionado 60,5 milhões de ligações tele- fônicas na Espanha entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro deste ano. A reporta- gem diz que o documento foi vazado pelo ex-prestador de serviço da NSA Edward Sno- wden.

FORTALEZA - CEARÁ - dnit.gov.br · transmissão dos jogos de fu- ... Mercosul, Celac e Caricom, e ... fônicas na Espanha entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de

  • Upload
    lekiet

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: FORTALEZA - CEARÁ - dnit.gov.br · transmissão dos jogos de fu- ... Mercosul, Celac e Caricom, e ... fônicas na Espanha entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de

Mundo 7FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL

Quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Kirchner vence Clarín na Justiça

MONOPÓLIO NA MÍDIA

Lei dos Meios estabelece limite de 24 licenças de rádio e TV e o Grupo Clarín, que atua em TVs, rádio, internet e jornais, possui mais de 200

EUA lembra “Sandy” um anodepois em meio à reconstrução

A Corte Suprema da Argentina declarou constitucional a Lei

de Meios por 4 votos a 3 na ação em que disputavam o governo de Cristina Kirch-ner e o conglomerado de mídia Clarín. Desde que foi promulgada, em 2009, o Clarín briga na Justiça para que dois artigos antimono-pólio da lei sejam declarados inconstitucionais. Nesse pe-ríodo, o grupo de mídia con-seguiu liminares impedindo a aplicação da lei.

Pela legislação, o conglo-merado teria que se desfazer de várias licenças de rádio e TV. A lei estabelece limite de 24 licenças, e o Clarín, que atua em TVs aberta e a cabo, rádio, internet e jor-nais, possui mais de 200. O Grupo Clarín divulgou um comunicado no qual afi rma respeitar as decisões judi-ciais e diz analisar as futuras derivações judiciais do caso, incluindo a apelação a tribu-nais internacionais.

O Clarín, que já apoiou o kirchnerismo mas mudou de lado após Cristina suceder seu marido na presidência, argumenta que a legislação tem como fi nalidade calar vozes contrárias ao governo. Após o início da contenda, Cristina, por sua vez, desti-nou o grosso da publicida-

Espanha abre inquérito sobrecasos de espionagem dos EUA

Assembleia Geral da ONUpede fi m do embargo a Cuba

DIVULGAÇÃO

de ofi cial para canais que apoiavam sua administra-ção, pressionou anunciantes privados a não gastar com o Clarín, reteve direitos de transmissão dos jogos de fu-tebol e adotou como lema “O Clarín mente’.

LEI DE MEIOSO projeto de lei sobre os

serviços de comunicação au-diovisual foi anunciado por Cristina em março de 2009 e foi promulgada em outu-bro do mesmo ano. A lei é uma tentativa do governo de acabar com os monopólios de mídia no país. No entan-to, o Grupo Clarín contestou na Justiça quatro artigos da

lei. Para o Clarín, a lei é um artifício para cercear a mídia que se opõe ao governo.

Esses artigos limitam o número de licenças de TV aberta, fechada e rádio e determinam que grupos midiáticos, como o Clarín, que excedam o número máximo de licenças, de-vem devolvê-las em até um ano depois de estabelecido como será feita a transição, ou seja, antes do seu prazo de vencimento original.

Além disso, os artigos de-terminam que autorizações e licenças de serviços de radio-difusão não são transferíveis, mas estabelece exceções. O juiz de primeira instância,

Horacio Alfonso determinou que os quatro artigos eram válidos, mas a Câmara Fede-ral Civil e Comercial julgou que dois deles eram inconsti-tucionais, deixando a decisão fi nal para a Suprema Corte.

MONOPÓLIOA nova lei determina que

uma holding de meios de comunicação pode ter, no máximo, 24 licenças de ca-nal fechado e o Clarín acu-mula 237, segundo a Auto-ridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovi-sual (AFSCA). Em relação às emissoras de rádio, são permitidas apenas três por cidade e o Clarín supera este número em 37 centros ur-banos, segundo o titular da AFSCA, Martín Sabbatella, em entrevista à AFP.

A AFSCA afi rma que o Cla-rín possui “41% do mercado de rádio, 38% de TV aberta e 59% de TV fechada, quando o máximo, também determi-nado na lei de meios, em to-dos os casos é 35%”. Clarín, um dos principais grupos de mídia da América Latina, tem o jornal de maior circu-lação da Argentina, canais abertos e fechados, rádios e outras mídias, com um volu-me de negócios que chegou a 9,753 bilhões de pesos (1,890 bilhão de dólares) em 2011.

Os Estados Unidos ain-da têm muito trabalho pela frente para reparar os danos no valor de 60 bilhões de dó-lares provocados há um ano pela passagem do furacão Sandy, enquanto buscam meios de se proteger melhor de novos desastres meteoro-lógicos. O Sandy, um dos fu-racões mais caros da história americana, arrasou a costa leste do país atingindo 24 estados, em particular Nova York, Nova Jersey e Connec-ticut (nordeste), deixando mais de 200 mortos.

O furacão chegou a Nova York no dia 29 de outubro à noite provocando danos sem precedentes. O sul de Manhattan permaneceu sem energia elétrica durante uma semana e a cidade, uma das capitais fi nanceiras do mun-do, fi cou paralisada. O metrô fi cou inundado, milhares de voos precisaram ser cancela-dos e ao menos 650 mil lares fi caram sem energia elétrica, em alguns casos durante se-manas. Hospitais e escolas também foram afetados, as-sim como o fornecimento de combustível devido aos da-nos nas refi narias.

Ante a magnitude do desas-

tre, o Congresso americano aprovou um pacote de aju-da de 60 bilhões de dólares, mas a burocracia, os atrasos e questões vinculadas aos se-guros difi cultaram a chega-da deste dinheiro às muitas vítimas. Embora a resposta tenha sido em parte boa, em alguns segmentos é patéti-ca, segundo Steven Cohen, professor de administração pública da Universidade de Columbia, em Nova York.

“A melhor parte foi a res-posta de emergência, a pro-teção das pessoas e o resta-belecimento do sistema de metrô da cidade de Nova York o mais rápido possível”, indi-cou. “A pior parte foi a buro-cracia e a política que cerca a reconstrução, o fato de que levou meses para que o pacote de ajuda fosse aprovado pelo Congresso”, acrescentou.

Cohen pediu um aumento dos impostos, por exemplo, na gasolina, para criar um fundo que possa ser utilizado para este tipo de catástrofes naturais, cuja recorrência é cada vez maior. “Vamos ver tempestades mais fortes, um nível do mar mais alto e te-mos que encontrar maneiras de absorver a água”, disse.

O grupo Clarín declarou que vai respeitar a decisão

A Assembleia Geral da ONU voltou a manifestar-se na terça--feira, 29, contra o embargo dos Estados Unidos a Cuba, ao votar uma resolução de con-denação à medida e a favor de seu fi m por 188 votos a favor, dois contra e três abstenções. O apoio a esta resolução apresen-tada por Cuba constitui a 22ª ocasião consecutiva em que a Assembleia Geral se manifesta contra o bloqueio econômico americano à ilha.

A resolução, intitulada “Ne-cessidade de pôr fi m ao blo-queio econômico, comercial e fi nanceiro imposto pelos Es-tados Unidos da América con-tra Cuba”, recebeu os mesmos apoios que no ano passado, mas houve um voto contra a menos e uma abstenção a mais. Os Estados Unidos só tiveram o apoio de Israel nos votos nega-tivos, enquanto que Palau, que em 2012 tinha votado contra, se uniu hoje às abstenções das Ilhas Marshall e Micronésia (que tinham votado da mesma forma há um ano).

A votação aconteceu após um debate no qual todos os intervenientes, salvo o repre-sentante dos Estados Unidos, mostraram-se contra as medi-das americanas e pediram sua suspensão. Entes plurinacio-nais latino-americanos como Mercosul, Celac e Caricom, e também a Organização da Con-ferência Islâmica e o Movimen-to de Países Não Alinhados, manifestaram-se de forma unâ-nime contra o embargo.

CHANCELER CUBANOO chanceler cubano, Bruno

Rodríguez, interveio em nome de seu país para voltar a de-talhar as consequências que o embargo e a lei Helms-Burton têm na economia cubana, mas também em outros campos como a saúde. Rodríguez disse

também que a política america-na “impede” o livre movimento e o fl uxo de informação, e des-tacou que, depois de mais de 50 anos de embargo e mais de 20 de rejeição das Nações Unidas, a política dos Estados Unidos em relação a Cuba sofre “um absoluto isolamento e descrédi-to mundial”.

Também no debate, o repre-sentante americano defendeu que o embargo se transformou em “um bode expiatório” que o governo cubano empregou para justifi car os problemas econômicos de seu país. Os EUA também asseguraram que recebem com satisfação as mu-danças econômicas aprovadas pelo governo cubano, apesar de insistirem que “Cuba continua tendo um dos sistemas mais restritivos do mundo”.

O Ministério Público da Es-panha deu início a um inqué-rito preliminar ontem para averiguar denúncia de que uma agência de inteligência dos Estados Unidos espio-nou milhões de cidadãos es-panhóis. O procurador-geral Eduardo Torres-Dulce auto-rizou um processo de coleta de informações após o jor-nal El Mundo publicar, na segunda-feira, reportagem afi rmando que os EUA ras-trearam mais de 60 milhões de ligações telefônicas de es-panhóis, disse o gabinete do procurador em comunicado.

A Espanha convocou o embaixador dos EUA na se-gunda-feira para discutir as denúncias, similares a repor-tagens sobre a espionagem dos EUA em Brasil, França

e Alemanha, que causaram uma rara indisposição diplo-mática entre Washington e aliados. O chanceler espa-nhol, José Manuel García--Margallo, disse que se as reportagens forem verdadei-ras, quebrariam um “clima de confi ança” entre os dois países.

O El Mundo publicou um gráfi co com um documento que seria da Agência de Se-gurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) mostrando ter espionado 60,5 milhões de ligações tele-fônicas na Espanha entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro deste ano. A reporta-gem diz que o documento foi vazado pelo ex-prestador de serviço da NSA Edward Sno-wden.