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FICHA DE PREVENÇÃO E SEGURANÇA TRABALHOS EM ALTURA EM ESTRUTURAS METÁLICAS ID: FPS 09 Edição: 02 Data: 2007-12-28 FPS 09 - Trabalhos em Altura em Estruturas Metálicas Ed02 1/6 1 CARACTERIZAÇÃO Os trabalhos em linhas apoiadas em torres metálicas contêm um grande número de opera- ções com perigo de queda em altura dos trabalhadores, nomeadamente na montagem dos postes e no desenrolamento e colocação de condutores e acessórios de rede. Os acidentes acontecem mais frequentemente nas fases de subida e de descida ou na movimentação na cabeça do poste. Para além do risco de queda em altura, existe ainda o risco de choque com obstáculos nas fases de subida, pelo que o trabalhador deve sempre olhar para cima antes de progredir. 2 RISCOS MAIS FREQUENTES Queda em altura Choque com objectos na subida/descida Queda de objectos (a partir de pontos superiores) Projecção de objectos (em particular se o cabo se soltar durante o seu desenrola- mento) Escorregamento Entaladela Electrização ou electrocussão (na vizinhança de outras instalações em tensão) 3 MEDIDAS DE PREVENÇÃO 3.1 Utilização de Equipamento de Protecção Individual com Acesso Directo pelo Exterior da Torre (Escada Inexistente) O trabalhador num posto de trabalho com risco de queda em altura, com um desnível superior a 3 metros, deverá utilizar um sistema anti-quedas, para além do arnês completo de trabalho. (Nota: o arnês completo de trabalho não é previsto para servir de anti-quedas). O sistema anti-quedas deve incluir: 1. Um dispositivo de preensão do corpo do trabalhador (arnês completo anti-queda), e 2a) um dispositivo de ligação a um ponto fixo de ancoragem, que pode ser: ou uma corda com amortecedor de energia anti-quedas (ver Nota), ou amortecedor anti-quedas em Y, ou um anti-quedas retráctil (possui um amortecedor de energia incorporado). 2b) ou um dispositivo de ligação móvel sobre um suporte de ancoragem deslizante ao longo de uma corda, de um cabo ou de uma calha vertical. Nota: sempre que o comprimento da ligação entre o ponto de ancoragem e o arnês do trabalhador for superior a 1,20 m é obrigatório que o sistema anti-quedas possua um amortecedor de energia .

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TRABALHOS EM ALTURA EM ESTRUTURAS METÁLICAS

ID: FPS 09

Edição: 02

Data: 2007-12-28

FPS 09 - Trabalhos em Altura em Estruturas Metálicas Ed02 1/6

1 CARACTERIZAÇÃO

Os trabalhos em linhas apoiadas em torres metálicas contêm um grande número de opera-ções com perigo de queda em altura dos trabalhadores, nomeadamente na montagem dos postes e no desenrolamento e colocação de condutores e acessórios de rede.

Os acidentes acontecem mais frequentemente nas fases de subida e de descida ou na movimentação na cabeça do poste.

Para além do risco de queda em altura, existe ainda o risco de choque com obstáculos nas fases de subida, pelo que o trabalhador deve sempre olhar para cima antes de progredir.

2 RISCOS MAIS FREQUENTES

− Queda em altura

− Choque com objectos na subida/descida

− Queda de objectos (a partir de pontos superiores)

− Projecção de objectos (em particular se o cabo se soltar durante o seu desenrola-mento)

− Escorregamento

− Entaladela

− Electrização ou electrocussão (na vizinhança de outras instalações em tensão)

3 MEDIDAS DE PREVENÇÃO

3.1 Utilização de Equipamento de Protecção Individual com Acesso Directo pelo Exterior da Torre (Escada Inexistente)

O trabalhador num posto de trabalho com risco de queda em altura, com um desnível superior a 3

metros, deverá utilizar um sistema anti-quedas, para além do arnês completo de trabalho.

(Nota: o arnês completo de trabalho não é previsto para servir de anti-quedas).

O sistema anti-quedas deve incluir:

1. Um dispositivo de preensão do corpo do trabalhador (arnês completo anti-queda), e

2a) um dispositivo de ligação a um ponto fixo de ancoragem, que pode ser:

− ou uma corda com amortecedor de energia anti-quedas (ver Nota),

− ou amortecedor anti-quedas em Y,

− ou um anti-quedas retráctil (possui um amortecedor de energia incorporado).

2b) ou um dispositivo de ligação móvel sobre um suporte de ancoragem deslizante ao longo de uma corda, de um cabo ou de uma calha vertical.

Nota: sempre que o comprimento da ligação entre o ponto de ancoragem e o arnês do trabalhador for superior a

1,20 m é obrigatório que o sistema anti-quedas possua um amortecedor de energia .

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3.1.1 Antes de iniciar a subida

Verificar se os equipamentos de protecção individual estão correctamente colocados e devidamente

fechados com o mosquetão de bloqueio automático.

3.1.2 Na subida

O trabalhador deve estar sempre protegido com um sistema anti-quedas. A solução preconizada é a

descrita em 3.1-2b), recorrendo a um anti-quedas deslizante sobre uma corda, sistema que se

designa por "linha de vida" temporária.

À medida que vai progredindo, verificar o estado das peças em que se vai apoiar para subir ou para

se posicionar (verificar se oferecem solidez adequada, se estão em bom estado, se já estão bem

fixas, etc.). Em caso de dúvida o trabalhador não as deve utilizar.

Durante a montagem do poste o trabalhador, se possível, deverá colocar os pés em pontos que evi-

tem o escorregamento, em particular em zonas de confluência de travessas.

3.1.3 Montagem da corda "linha de vida”

a) Com o auxílio de estropos

• O primeiro trabalhador que sobe transporta consigo a extremidade da corda linha de vida, presa à ancoragem frontal do arnês.

No solo, a corda linha de vida passa através de um dispo-sitivo de travagem, preso a um ponto fixo de rigidez adequada (por exemplo, no outro pé da torre), controla-do por outro trabalhador que permite o acesso gradual da corda à medida que o trabalhador na torre vai subin-do.

• Iniciada a subida por um dos ângulos da torre, à medida que vai progredindo em altura o trabalhador prende espaçadamente, aproximadamente de 2 em 2 metros, nos nós da torre um estropo com um mosquetão, fazendo passar dentro deste a corda linha de vida.

Nota: Para colocar o estropo o trabalhador deve prender-se previamente com a corda de amarração do seu arnês completo de trabalho.

b) Com a vara telescópica e gancho

• Com a corda “linha de vida” temporária presa ao gancho, na extremidade da vara telescópica, o trabalhador prende-o na torre tão alto quanto a vara o permitir.

• Em seguida o trabalhador prende-se à corda linha de vida temporária com o seu anti-quedas deslizante e inicia a subida até à altura do gancho.

• Se ainda não está na altura do posto de trabalho, o trabalhador amarra-se com a sua corda de posicionamento e com o auxílio da vara telescópica volta a prendê-lo mais acima.

• O trabalhador desamarra-se e continua a subir ligado à corda “linha de vida” temporária, repetindo o passo anterior tantas vezes quanto necessário até chegar ao posto de trabalho.

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c) Com o auxílio dum Amortecedor Anti-quedas em Y

• Com o amortecedor anti-quedas em Y o executante vai progre-dindo prendendo-se alternadamente com cada um dos braços do Y, até alcançar a altura pretendida.

• Para poder libertar o mosquetão de um dos braços do Y é necessário que se tenha previamente fixado com o outro. Assim, o executante nunca se desprende do amortecedor anti-quedas.

Chegado à altura do posto de trabalho, o trabalha-dor:

− prende-se com a corda de posicionamento do cinto de trabalho,

− desliga-se da corda “linha de vida” tempo-rária e prende-a a um ponto de ancoragem à altura do tronco ou acima, para possibili-tar a subida de outros trabalhadores,

− prende-se com a corda de ligação com o amortecedor anti-quedas (ou com o anti-quedas retráctil) a um ponto escolhido, tendo em conta a tarefa que vai executar (o ponto de ancoragem pode ser fixo ou móvel num plano horizontal).

• O segundo trabalhador a subir prende o seu anti-quedas deslizante à corda “linha de vida” tempo-rária e à medida que vai subindo, vai libertando a corda dos mosquetões (se tiver sido adoptado o método dos estropos). Uma vez chegado ao posto de trabalho prende-se através das duas ligações já referidas.

• Se subirem mais trabalhadores, a subida faz-se directamente com o anti-quedas des-lizante sobre a corda.

• Para a descida seguem os passos pela ordem inversa da anteriormente descrita.

3.1.4 No posto de trabalho

• Cada um dos trabalhadores deve ficar ligado à estrutura por duas amarrações distin-tas, com as funções de:

a) ancoragem (sujeição e posicionamento) no posto de trabalho, permitindo ao traba-lhador dispor das mãos livres para executar a tarefa, para a qual deve utilizar a corda de posicionamento (correspondente à actual corda de sujeição/amarração)

b) protecção contra quedas, assegurada por um sistema anti-quedas, que deverá ser fixado da seguinte forma:

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− No trabalhador: na ancoragem de fixação dorsal do arnês, ou na ancoragem de fixação frontal, mas nunca ao nível da cintura;

− Do lado da ancoragem: o ponto de ancoragem deve ficar a uma altura tal que o amortecedor anti-quedas não prejudique ou atrapalhe o trabalho e possa cumprir a sua missão. Em caso de queda, a altura desta deve ser o mais redu-zida possível e, claro, sempre inferior à distância a qualquer obstáculo que fique por baixo do posto de trabalho (o que condiciona o tipo de dispositivo anti-quedas a utilizar).

Atenção: Quando forem utilizadas em simultâneo as duas amarrações (sistema anti-

quedas e corda de amarração), o trabalhador deve ter em atenção que não fiquem fixadas a pontos de ancoragem localizados em estruturas distintas, que possam eventualmente separar-se por algum motivo durante a realização do trabalho (por exemplo, devido a sobreesforços de desenrolamento de condutores, ou de afasta-mento de condutores, montagem de novos equipamentos ou estruturas....)

3.2 Utilização de Equipamento de Protecção Individual com acesso directo pelo interior da Torre (escada existente)

O trabalhador num posto de trabalho com risco de queda em altura, com um desnível superior a 3 metros, deverá utilizar um sistema anti-quedas, para além do arnês com-pleto de trabalho. (Nota: o arnês completo de trabalho não é previsto para servir de anti-quedas). O sistema anti-quedas deve incluir:

1. o dispositivo de preensão do corpo do trabalhador (arnês completo anti-queda), e

2a) um dispositivo de ligação a um ponto fixo de ancoragem, que pode ser:

− ou uma corda “Y” de progressão (ver Nota),

− ou um anti-quedas retráctil (possui um amortecedor de energia incorporado).

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2b) ou um dispositivo de ligação móvel sobre um suporte de ancoragem deslizante ao longo de uma corda, de um cabo ou de uma calha vertical.

Nota: sempre que o comprimento da ligação entre o ponto de ancoragem e o arnês do trabalhador for superior a 1,20 m é obrigatório que o sistema anti-quedas possua um amortecedor de energia .

3.2.1 Antes de iniciar a subida

Verificar se os equipamentos de protecção individual estão correctamente colocados e devidamente fechados com o mosquetão de bloqueio automático.

3.2.2 Na subida

O trabalhador deve estar sempre protegido, com um sistema anti-quedas. A solução preconizada é a descrita em 3.2-2b), recorrendo a uma corda “Y” de progressão. À medida que vai progredindo, verificar o estado das peças em que se vai apoiar para subir ou para se posicionar (verificar se oferecem solidez adequada, se estão em bom estado, se já estão bem fixas, etc.). Em caso de dúvida o trabalhador não as deve uti-lizar.

3.2.3 Montagem da corda "linha de vida”

a) Com o auxílio de estropos

• O primeiro trabalhador que sobe transporta consigo a extremidade da corda linha de vida, presa à ancoragem frontal do arnês. No solo, a corda linha de vida é fornecida e controlada por outro trabalhador que permite o acesso gradual da corda à medida que o trabalhador na torre vai subindo.

• Iniciada a subida pela escada da torre, à medida que vai progredindo em altura o trabalhador prende alternadamente, os mosquetões de abertura larga da corda “Y” de progressão, nos degraus da escada, transportando a corda linha de vida e os acessórios de amarração

Nota: Para colocar o estropo o trabalhador deve prender-se previamente com a corda de posicionamento do seu arnês completo de trabalho.

Chegado à altura do posto de trabalho, o trabalhador:

− Prende-se com a corda de posicionamento do cinto de trabalho,

− desliga-se da corda “Y” de progressão e prende a corda “linha de vida” tem-porária a um ponto de ancoragem da torre à altura do tronco ou acima, para possibilitar a subida de outros trabalhadores pela mesma,

− prende-se com o amortecedor anti-quedas (ou com o anti-quedas retráctil) a um ponto escolhido, tendo em conta a tarefa que vai executar (o ponto de ancoragem pode ser fixo ou móvel num plano horizontal).

• O segundo trabalhador a subir prende o seu anti-quedas deslizante à corda linha de vida e à medida que vai subindo, vai-se mantendo permanentemente ancorado à mesma.

• Se subirem mais trabalhadores, a subida faz-se directamente com o anti-quedas des-lizante sobre a corda.

• Para a descida seguem os passos pela ordem inversa da anteriormente descrita.

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3.2.4 No posto de trabalho

• Cada um dos trabalhadores deve ficar ligado à estrutura por duas amarrações distintas, com as funções de:

a) ancoragem (sujeição e posicionamento) no posto de trabalho, permitindo ao traba-lhador dispor das mãos livres para executar a tarefa, para o que deve utilizar a corda de posicionamento (correspondente à actual corda de sujeição/amarração)

b) protecção contra quedas, assegurada por um sistema anti-quedas, que deverá ser ancorado da seguinte forma:

− No trabalhador: na ancoragem de fixação dorsal do arnês, ou na ancoragem de fixação frontal, mas nunca ao nível da cintura;

− Do lado da ancoragem: o ponto de ancoragem deve ficar a uma altura tal que o amortecedor anti-quedas não prejudique ou atrapalhe o trabalho e possa cumprir a sua missão. Em caso de queda, a altura desta deve ser o mais redu-zida possível e, claro, sempre inferior à distância a qualquer obstáculo que fique por baixo do posto de trabalho (o que condiciona o tipo de dispositivo anti-quedas a utilizar).

Atenção: Quando forem utilizadas em simultâneo as duas amarrações (sistema anti-quedas e corda de amarração), o trabalhador deve ter em atenção que não fiquem fixadas a pontos de ancoragem localizados em estruturas distintas, que possam eventualmente separar-se por algum motivo durante a realização do trabalho (por exemplo, devido a sobre-esforços de desenrolamento de condutores, ou de afasta-mento de condutores, montagem de novos equipamentos ou estruturas)

4 EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL

− Capacete de protecção (Nota: para trabalhos em altura é obrigatória a utilização de capacete de protecção com franquelete)

− Sistema anti-quedas (alturas superiores a 3m)

− Sistema de amarração ao posto de trabalho

− Botas de protecção mecânica

− Luvas de protecção mecânica

− Arnês completo com ancoragens e cinta lombar

− Ponto de amarração, descensor com bloqueio automático