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FRAGMENTOS DE TEXTO DRAMATICO

PRETEXTO PARA IMPROVISAÇÃO TEATRAL

Glaucia Cavalli1

Robson Rosseto2

Resumo

Este artigo baseia-se no resultado da investigação do ensino do teatro na escola por meio da proposta de utilizar fragmentos de texto dramático como pretexto para a improvisação teatral, vinculado ao Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná - PDE/PR. Para tanto, o trabalho tratou sobre as distintas concepções do Teatro e suas implicações na sala de aula, possibilidades do jogo dramático e da improvisação teatral, e a articulação destes elementos junto com fragmentos de texto e, consecutivamente, sua execução cênica. As atividades foram desenvolvidas com a turma do 1º ano do Curso de Formação de Docentes do Colégio Estadual Maria da Luz Furquim, na cidade de Rio Branco do Sul. Ao longo do projeto foi possível constatar que as participantes desenvolveram sua imaginação, observação, percepção e aprimoraram suas relações sociais, encontrando na interpretação/improvisação seu estímulo para a atividade teatral na escola. Palavras chave: Improvisação teatral, Texto dramático, Jogos teatrais.

É tendência natural do ser humano a necessidade de compreender o

Universo e suas questões. Neste seu anseio de curiosidade, desde sempre

usa sua ação, imitação e a representação, como meio de expressar e assim ter

sua influencia na sociedade, no mundo. Esta necessidade de movimento-ação

1 Graduada em Educação Artística com Habilitação em Artes Cênicas, Especialista em A arte

como principio da educação Inclusiva pela Faculdade de Artes do Paraná e Especialista em

Gestão Escolar, Supervisão e Orientação Educacional pela Faculdade Padre João Bagozzi.

Professora da Secretaria Estadual de Educação.

2 Mestre em Teatro pela Universidade Estadual de Santa Catarina/UDESC e docente do Curso

de Licenciatura em Teatro da Universidade Estadual do Paraná-UNESPAR, campus Faculdade

de Artes do Paraná-FAP. Integrante do Grupo de Pesquisa Arte, Educação e Formação

Continuada-UNESPAR/FAP e membro do GT Pedagogia das Artes Cênicas da Associação

Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas/ABRACE. Atualmente, cursa

Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena, do Instituto de Artes da

Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP.

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se manifesta, por exemplo, por meio de uma atividade livre, alegre e divertida:

o jogo/improvisação.

Nesta proposta o jogo de improvisação é o passo maior da interação do

aluno com essa necessidade de expressão, nesse sentido, uma possibilidade

metodológica é a utilização de recortes de textos dramáticos. Assim, pela via

da literatura, na sua abordagem dramática, o estudante poderá encontrar uma

forma de manifestação desta sua necessidade de ação.

A improvisação teatral potencializada a partir de fragmentos de textos

dramáticos constituiu-se objeto de estudo deste artigo desenvolvido no

Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), no Colégio Estadual Maria

da Luz Furquim com alunas da 1ª Série do Curso de Formação de Docentes.

A escola é o espaço de onde os alunos ampliam seus referenciais de

conhecimento; no campo das artes desenvolvem e evoluem seu potencial

criativo e social. No entanto, ao planejar as aulas de teatro os docentes

deparam-se com algumas dificuldades: o tempo, o espaço e o texto.

Durante os processos teatrais, percebe-se que a leitura de textos

dramáticos na escola ainda não é uma prática comum, pois demanda tempo

para leitura, estudo e interpretação. O teatro por ser dinâmico é fonte

importante no espaço da educação, visto que possibilita ultrapassar as

limitações pessoais e promove a participação de novas existências,

especialmente nos processos de improvisação e jogos teatrais. Nesse sentido,

No jogo, o sujeito esquece o real, nega a actividade séria, liberta-se dos quadros constrangedores que suporta na execução das suas actividades diárias. Mas, ao mesmo tempo, elabora regras que se torna indispensável respeitar, sob pena de se fechar numa actividade rapidamente aborrecida ou estupidamente repetitiva. (RYNGAERT, 1981, p.37).

O projeto que será aqui analisado utilizou-se de recortes de textos

dramáticos como potenciais para a improvisação teatral. Deste modo, o

objetivo foi o desenvolvimento de propostas cênicas, no qual os alunos

espontaneamente desenvolvessem sua imaginação, observação, percepção e

aprimorassem suas relações sociais. Assim, no processo de interpretação/

improvisação, o aluno assimila conhecimentos específicos da atividade teatral.

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Durante décadas, o teatro na escola foi utilizado apenas como

entretenimento, servindo como alusão a alguma festividade, ou atividade

espontânea, descaracterizando suas bases, seu histórico e o seu fundamento

dentro do espaço escolar.

A prática teatral envolve elementos formais, composição e movimentos

que devem ser explorados nas aulas de teatro. O espaço, o tempo e textos

incompatíveis a estes, não podem ser empecilhos para que as propostas de

teatro, improvisação e expressão como um todo se desenvolvam. O projeto,

através de recortes de textos dramáticos desenvolveu capacidades e

habilidades para viabilizar a improvisação teatral na escola.

O teatro também é importante na educação pela necessidade de se

ultrapassar as limitações pessoais, uma vez que aquele que pratica participa

de novas experiências. Ao longo da vivência teatral pode-se compreender e

vivenciar culturas, séculos, profissões e gêneros de formas diferenciadas,

aumentando a capacidade de perceber os acontecimentos do meio social e

melhorar a expressão dos pensamentos e dos sentimentos. Neste sentido

deve-se considerar o conhecimento da atividade dramática, neste caso

fragmentos de textos dramáticos e o jogo teatral, como aporte da atividade

teatral na sala de aula.

Segundo Olga Reverbel “O estudo de textos dramáticos sempre se

constitui num momento de descobertas. Os temas são diversos: amor, morte,

religião, sexo, poder, miséria, luta de classes, racismo, opressão, entre outros.”

(1993, p.12), temas estes implícitos na vivencia de qualquer pessoa, cabendo

nesta proposta a oportunidade do aluno vivenciá-lo de forma lúdica e interativa.

Por consequência,

O Teatro/educação, dentro da educação artística, não visa especificamente à criação de produtos teatrais acabados ou predeterminados, mas propiciar o enriquecimento dos meios de expressão do individuo e do grupo, quer ele seja formados por crianças, jovens ou adultos, em situação escolar ou fora dela. (CHACRA, 1983, p.37).

Diante dessas possibilidades oriundas das vivencias particulares e nesta

proposta aberta ao grupo por meio do improviso, é necessário que o aluno

desenvolva um novo olhar para o teatro, e perceba que é no processo

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improvisacional desprovido de regras ou manuais que este encontra nas ações

possibilitar o conhecimento das manifestações artísticas teatrais e que o teatro

é espaço de expressão privilegiada, de imaginação e criação.

A ação Dramática permite que o aluno participe de forma colaborativa e

construtiva das atividades, no instante da representação ultrapassam suas

limitações pessoais e participam de novas formas de existência. Atrelado a

educação vemos por esta uma oportunidade de aumentar a capacidade de

percepção e expressão de sentimentos e pensamentos.

Mais do que a visão espetaculosa o teatro adentra na escola como

experiência e é marcado pelas reflexões e ações oriundas deste, para Ward

em Jogos Teatrais “Esta mudança de ênfase do aspecto exibicionista para o

aspecto educacional fez com que o teatro se transformasse em uma disciplina

do currículo escolar que tem uma contribuição valiosa para a educação.” (apud

KOUDELA, 2009, p.21). Diante disto, a improvisação focada a uma dinâmica

teatral, estimula o espírito investigativo/criativo pertinente ao adolescente, no

qual se expressa e passa a relacionar-se com o mundo de uma maneira

qualitativamente criativa.

Koudela afirma: “A imaginação dramática está no centro da criatividade

humana e, assim sendo, deve estar no centro de qualquer forma de educação.”

(2009, p.27). A experiência dramática por meio do jogo amplia as referencias e

a compreensão pessoal do aluno. Ao utilizar recorte de textos dramáticos para

viabilizar as aulas de teatro por meio da improvisação, o aluno é instigado a

compreender a linguagem dramática, seus códigos, subjetividade e interagir,

influenciar, submeter-se ao envolvimento de uma história ou personagem

utilizando para isso seus referenciais e sua emoção.

Nesse sentido, segundo Koudela “[...] sentimento compreende

sensação, sensibilidade, emoção. O significado atribuído a “forma” não se

refere a padrão estilístico, mas simplesmente a aparecimento para a

percepção.” (2009, p.32) De acordo com as Diretrizes de Arte do Estado do

Paraná (2008) o teatro na escola tem o seu valor ampliado não só ao abrir

possibilidades para apresentações de espetáculos montados pelos

professores, mas como espaço que viabiliza o pensar simbólico por meio da

dramatização individual ou coletiva. Ressalta ainda a oportunidade de análise,

investigação e a composição de personagens, de enredos e de espaços de

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cena, permitindo a interação critica dos conhecimentos trabalhados com outras

realidades sociais.

O contato com a obra de arte nos possibilita, a partir da experiência

pessoal, construir diversas significações acerca do mundo e de nós mesmos,

ou seja, altera pontos de vista e ajuda a construir nossos próprios discursos

sobre a realidade. O teatro tem tomado espaço nas escolas, e pelo viés da

improvisação os alunos podem experienciar diferentes propostas com o intuito

principal de vivenciar a prática teatral, e aos poucos, compreendendo com mais

propriedade essa área do conhecimento. Assim sendo, Coelho afirma:

A investigação proporcionada pelos jogos improvisacionais possibilita, assim, que o participante aprenda, de maneira livre e prazerosa, os diferentes aspectos particulares que envolvem o exercício da linguagem teatral: a imaginação, possibilitando que a consciência reflita sobre si, e invente a si mesma, abrindo-se para diferentes formas de compreender e retratar o mundo; a ação, quando o individuo” arregaça as mangas” e

atua efetivamente, transformando o presente, executando aquilo que a imaginação formulou; e a reflexão, que lhe

permite analisar os fatos e circunstancias, e traçar parâmetros para a sua criação e atuação, tanto na esfera da arte quanto na vida. (apud DESGRANDES, 2011, p.89)

Para analisarmos esta dimensão devemos compreender a improvisação

como uma forma de investigação de oportunidades, e à medida que estiver

interligada ao conhecimento poderá assumir novas perspectivas

proporcionando novas formas de gestos, ações, posturas tanto na esfera

pessoal como social.

Cabe destacar, neste momento, conceitos sobre a improvisação teatral

por alguns pesquisadores. Para Pavis, “Improvisação – técnica do ator que

interpreta algo imprevisto, não preparado antecipadamente e “inventado” no

calor da ação.” (2003, p. 205) Da mesma forma Chacra afirma “[...] podemos

chamar de improvisação, como algo inesperado ou inacabado, que vai

surgindo no decorrer da criação artística, aquilo que se manifesta durante os

ensaios para se chegar a criação (1983, p.14). Já no contexto de Reverbel,

improvisação é a técnica do jogo dramático pelo qual o ator interpreta alguma

coisa imprevista, não preparada anteriormente, inventada no momento da

ação. (1993, p. 16) Rosseto afirma “o ato de improvisar solicita do aluno a

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capacidade de ser espontâneo e criativo, uma vez que estimula o

desenvolvimento intelectual e a sensibilidade física”. (2013, p.12). Assim

sendo, os autores apontam o potencial que o jogo dramático/improvisação tem

em proporcionar o aluno a um crescimento artístico e pessoal.

O livro didático público de Arte da Secretaria de Estado da Educação (2008)

aborda o jogo dramático como uma prática coletiva pela qual se improvisa

coletivamente de acordo com um tema preestabelecido. É importante enfatizar

que a essência do jogo reside na capacidade de espontaneidade e liberdade

permitindo ao aluno descobrir novas formas de atuação, e nessa concepção

podemos recorrer ao Desgranges:

Pode-se caracterizar o Jogo Dramático como uma atividade grupal, em que o individuo elabora por si e com os outros as criações cênicas, valendo-se das apresentações no interior das oficinas como um meio de investigação e apreensão da linguagem teatral... O Jogo Dramático, apresenta-se como um instrumento de analise de mundo: as situações cotidianas são vistas e revistas, moldadas e modificadas no jogo, e o individuo pode sempre parar , voltar atrás e tentar de novo. (DESGRANDES, 2011, p.95)

Da mesma maneira Sandra Chacra (1983), aponta que a improvisação

pode provocar a penetração da arte na vida. É ela um caminho, um elemento

mediador capaz de ligar o homem comum ao mundo da estética, não somente

como apreciador, mas também como um produto da arte.

O exercício de executar (leitura-improvisação) um trabalho cênico

mobiliza a capacidade crítica, de reflexão, de síntese, e, principalmente, de

estabelecer relações; segundo Koudela “A leitura de texto, a cada nova versão

de jogo, buscando um novo entendimento, promove a construção de gestos

com novos meios verbais e gestuais. [...] O caráter universal do modelo de

ação permite que os jogadores façam associações com diferentes situações do

cotidiano.” (1999, p.59) E desta maneira aquisição dos conteúdos básicos da

atividade teatral aliados a exercícios direcionados possibilitam o acesso a

meios de produção e consumo da arte.

O texto dramático

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De modo geral, entende-se texto como unidade estruturada de modo que

as ideias formem um todo coeso e coerente, um relato que tenha sentido. A

escola de forma constante prioriza uma leitura única de textos narrativos como

o Romance, a Novela, o Conto, a Crônica, a Lenda, objetivam contar algum

fato, e que esse fato sirva como informação e aprendizado. Nesse sentido, o

texto dramático permanece à margem do universo do ato de ler, descobrir a

intenção, opinar ou redimensionar a narrativa da história ou do autor.

A palavra <<texto>>, antes de se referir a um texto escrito ou falado, impresso ou manuscrito, significa <<tecendo junto>>. Nesse sentido não há representação que não tenha <<texto>>. Aquilo que diz respeito ao texto (a tecedura) da representação pode ser definido como dramaturgia, isto é, drama - ergon, o

trabalho das ações na representação. A maneira pela qual as ações trabalham é a trama. (BARBARA & SAVARESE, apud BULHÕES, 2004, p.139).

Normalmente o texto teatral é tido como algo que apenas é inerente ao

teatro e que visa, unicamente, a montagem de um espetáculo. Ao contrário, a

interpretação de um texto dramático explora significados na história, nos temas,

nos conceitos, nas argumentações; em outras palavras, os fatos desenvolvem-

se de forma autônoma, no qual o desenrolar das ações é confiado aos

personagens que vivem a ação. De acordo com Pavis:

Estaríamos equivocados em considerar o texto dramático como uma entidade fixa, diretamente acessível, compreensível de uma só vez. Na realidade, o texto só existe ao tero de uma leitura, a qual sempre esta situada na historia. Esta leitura depende do contexto social do leitor e do seu conhecimento do contexto do texto ficcional. (2003, p.405)

Estudar um texto dramático é descobrir as intenções existentes na

verdade que passam a ser do personagem assim que o autor coloca seu ponto

final no texto. O texto dramático decorre de uma narrativa com a perspectiva de

um trabalho de encenação, que somente se realiza a partir da compreensão da

história, personagens, local e intenção da narrativa.

Com vistas a uma experiência educativa o texto dramático no âmbito

escolar fortalece a análise de diversas possibilidades de construção de uma

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cena, reforça ao grupo a noção do coletivo, de responsabilidade, criando a

partir dessas ações, as bases de um saber que se constrói coletivamente.

O texto dramático não se fecha a apenas um posicionamento ou opinião,

cada leitor/aluno dinamiza o conteúdo, a capacidade de interpretação de

acordo com seu universo cultural, a cada nova interpretação há uma nova

reestruturação recheada de novos significados.

[...] do ponto de vista da escritura literária, uma peça é um produto acabado nas mãos de seu dramaturgo. Todavia, ao ser lida, ela é recriada de diferentes maneiras na imaginação do leitor, que neste sentido torna-se um espectador, ou encenador passivo, na medida em que o texto é interpretado na subjetividade de cada um. (CHACRA, 1983, p.57).

Pode-se entender que um texto dramático pode ser dividido em duas

partes complementares, que dão sentido uma a outra: O texto principal que é o

texto dos diálogos, de tudo o que é dito em cena e o texto secundário: é o texto

não pronunciado, seu objetivo é esclarecer ao leitor/ator as indicações de

movimentações, cenários, personagens, indicações de interpretação e outras.

A leitura do recorte do texto significa um processo de atribuição de significados,

elemento este implícito nos textos dramáticos. Uma das diferenças

fundamentais entre o texto narrativo e o texto dramático é que o texto narrativo

“conta” uma história enquanto o texto dramático “mostra” uma história.

A improvisação

A improvisação no teatro é a criação da ação no momento da

encenação, de forma espontânea. De acordo com Pavis (2003), técnica do ator

que interpreta algo imprevisto, não preparado antecipadamente e “inventado”

no calor da ação.

Historicamente a Improvisação sofreu uma profunda influência da

Commédia dell’arte, a qual se caracterizava por seguir apenas um roteiro de

história a ser elaborado com o improviso dos atores, por meio das falas,

malabarismos, truques, gestuais, etc. O improviso realizado pelos atores da

Commédia dell’arte era, muitas vezes ensaiado, resultado de repetidas

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situações cênico, pois, os atores da Commédia dell’arte desempenhavam o

mesmo personagem durante toda a sua vida.

Por ser esta uma atividade de estímulo e desenvolvimento da

espontaneidade e da imaginação dramática, a improvisação é uma pratica

comumente utilizadas nas escolas para o fazer teatral. De acordo com

Desgranges (2011) a pratica teatral, assim desenvolvida possibilita que os

participantes exprimam de diferentes maneiras, os seus pontos de vista,

fomentando a capacidade de manifestarem sensações e posicionamentos,

tanto no que se refere a microcosmo das suas relações pessoais, quanto no

que diz respeito às questões da sua comunidade, país e do mundo.

A vivência na qual normalmente a improvisação se apoia não se reduz à

afirmação do eu ou da afetividade do jogador. Ela se estende igualmente a

uma soma de experiências do mundo das quais o sujeito é depositário e das

quais se encontram vestígios nos roteiros. As improvisações transmitem

também as competências dos jogadores de origens diferentes, tendo, por

exemplo, experiências culturais ou profissionais diversas.

Spolin (1963) denomina os aspectos da linguagem teatral pelos termos

ONDE, QUEM e O QUE3, em vez de utilizar os termos tradicionais - espaço,

personagem e ação dramática - visa, assim, possibilitar que os participantes de

forma livre interajam e experimentem seu ambiente social e físico. Como afirma

SPOLIN, “Um jogo é um conjunto de regras que o jogador aceita compartilhar.

As regras não restringem o jogador, elas fazem com que o jogador permaneça

no jogo. Atuar é fazer”. (2010, p.29)

O processo na experiência dramática (texto/jogo) não se estabelece de

forma fiel a escritura do texto, pelo contrario, é na exploração do texto que o

aluno buscará significados novos, reformulando e vivenciando uma nova

historia e por consequência ampliará suas referencias de compreensão do

texto. Como afirma Koudela, “o texto está aberto a improvisação do jogador,

pois cada grupo atualiza o tema, as ações e os papéis de acordo com seu

3 ONDE objetos físicos existentes dentro do ambiente de cena ou atividade; o ambiente

imediato; o ambiente geral; o ambiente mais amplo além de; parte da estrutura. O QUÊ uma atividade mutua entre os atores, existindo dentro do Onde; uma razão para estar em determinado lugar; “O que você esta fazendo aí?”; parte da estrutura. QUEM As pessoas

dentro do Onde; “Quem é você?”; “Qual é seu relacionamento”; parte da estrutura. (SOLIN, 1963, p. 344-346)

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próprio contexto, uma vez que trechos de invenção própria e de tipo atual

podem ser introduzidos.” (apud BULHÕES, 2004, p.108)

O trabalho com texto teatral permite que o aluno perceba que um texto

dramático é uma historia contada de forma organizada, contendo indicações de

espaço e personagens, por exemplo, já que cada gênero tem suas

características especificas. Cabe ao professor esclarecer esta forma textual;

porém a redimensão do texto é por conta do aluno.

Para se trabalhar um texto dramático alguns itens devem ser

considerados: Quais serão os alunos que irão trabalhar com o texto (série,

idade, assunto)? Quais são as habilidades dos alunos? A peça está adequada

ao entendimento do aluno? Será uma experiência criativa para todos? O aluno

será capaz de reestruturá-la? Irá proporcionar reflexão no ator (aluno) e na

plateia? Irá proporcionar uma nova experiência, provocar a construção de

novos raciocínios? Para Ryngaert:

A fragmentação não é uma palavra de ordem de cunho modernista, mas na maioria das vezes é a expressão de um questionamento, até mesmo de uma angústia, sobre a verdade dos fatos e seus desdobramentos. (apud BULHÕES, 2004,

p.91)

Recorrer a esse estímulo de leitura propõe ao aluno novos desafios,

permitindo a sua criação. Desta maneira, a proposta é utilizar recortes de

textos dramáticos na realização de atividades que envolvem o improviso e por

sua vez a interpretação do texto.

Tão importante como o ato de representar/Improvisar é a situação de

espectador do trabalho do outro. Desgranges (2006) aponta que a atitude do

receptor em sua relação com a obra teatral se divide em três fases: no primeiro

momento, ele reconhece o signo; no segundo momento, decodifica o signo; e,

no terceiro momento, interpreta o signo, relacionando-o aos demais signos

visuais e sonoros presentes na encenação. Para “viver” a experiência de ser

espectador de teatro, é preciso deslocar-se no espaço físico e ficcional,

“penetrar” no espaço-tempo efêmero e único do espetáculo, ir até o teatro.

(FERREIRA, 2010, p.32)

Aliados aos signos da apresentação o aluno/receptor tem um referencial

emocional e social que o permite ampliar a compreensão na construção de sua

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identidade enquanto cidadão, espectadores e sujeito de uma sociedade em

constante movimento.

A análise critica do trabalho do outro, redimensiona o pensamento do

aluno a novas escolhas, amplia o seu referencial nas suas apreciações e

opções culturais e sociais. Para Spolin (1963) “[...] A avaliação é uma parte

importante do processo e é vital para a compreensão do problema tanto para o

jogador como para a plateia”.

Nas Diretrizes Curriculares para a Educação Básica – Arte (2008), a

avaliação distante de um caráter crítico, visa o processo de construção de

conhecimento do aluno. Ao ser processual, não estabelece parâmetros

comparativos entre alunos, discute as dificuldades e avanços a partir de cada

nova produção.

Ao avaliar, é preciso considerar a história do processo pessoal de cada

aluno e sua relação com as atividades desenvolvidas. A avaliação na atividade

teatral é realizada pelo nível de desempenho durante o desenvolvimento da

atividade, bem como a resolução das situações (ações). É um processo

contínuo que deve levar em conta as respostas pessoais, subjetivas, supera-se

o papel de mero instrumento de medição da apreensão de conteúdos e busca

propiciar aprendizagens socialmente significativas para o aluno. De modo que

leva em conta a sistematização dos conhecimentos para a compreensão mais

efetiva da realidade.

Aplicação da proposta

A implementação do projeto de intervenção pedagógica vinculou-se as

Diretrizes Curriculares de Arte para a Educação Básica do Estado do Paraná

especificamente ao Material Pedagógico desenvolvido no Programa de

Desenvolvimento Educacional - PDE. A aplicação da proposta ocorreu em vinte

encontros de duas aulas semanais com um grupo de 35 alunas com variação

de idade entre 15 a 56 anos do 1º Ano do Curso de Formação de Docentes no

período de 06/02 a 25/06/2013.

Como pré-suposto para implementação do projeto prevaleceu o objetivo

de desvelar as capacidades e habilidades de improvisação teatral utilizando-se

de recortes de textos dramáticos e suas especificidades, tais como:

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-Conceituar a improvisação teatral.

-Pesquisar a estrutura do texto dramático e as distintas possibilidades de

constituição.

-Elaborar propostas metodológicas com fragmentos de textos teatrais.

-Indicar possibilidades para a avaliação dos processos improvisacionais.

Inicialmente foi apresentado o Material Didático Pedagógico, por

consequência as alunas foram convidadas a participar da proposta.

Subsequente foi realizado um levantamento do envolvimento das alunas com a

atividade teatral, sendo constado que suas práticas teatrais estavam ligadas as

brincadeiras de escola primária, sem um entendimento ou direcionamento

prévio, estavam subtendidas a uma livre expressão espontânea dentro de um

contexto lúdico.

Com a finalidade de resignificar a experiência teatral foi apresentada por

meio de leitura de texto, a História do nascimento do teatro grego e sua

evolução histórica. A partir das informações contidas ao longo da leitura,

surgiram as questões do teatro como fonte de expressão cultural, social e sua

importância enquanto instrumento de formação e transformação social.

Para a elaboração prática da proposta alguns itens foram elencados e

estruturados para que as atividades fossem proveitosas em sua totalidade,

entre estes: orientações da participação da oficina, organização do espaço,

figurinos e adereços. Nesta condição alguns termos específicos do teatro são

apresentados: ator, cena, plateia, figurino, improviso, texto dramático,

fragmentos, dentre outros. E desta forma uma linguagem específica começa a

se estabelecer no grupo.

Para os encontros foram previamente selecionados textos teatrais dos

diferentes gêneros, tragédia, comédia, farsa e drama, como finalidade entender

a especificidade dos textos dramáticos em cenas, a forma de apresentação das

narrativas, as falas dos personagens, as diferentes intencionalidades, a

compreensão de que em determinados lugares e contextos o teatro-texto

assume características e funções diferentes. Estes momentos oportunizaram

uma aproximação da linguagem dramática e aproximação das alunas a uma

forma diferente de leitura.

A atividade de interação com o texto dramático serviu de aporte para um

novo encontro no qual a função destinou-se a interpretação das didascálias, ou

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seja, o entendimento das falas, cenários, definição dos personagens e suas

intenções. Como se diz no teatro os integrantes já contagiados pelo “bichinho

do teatro” começaram a atentarem-se para a configuração de uma nova leitura,

o texto dramático, assim num dos encontros foi lido um texto trazido por uma

das alunas chamado “O Pequeno Engraxate” de Marcondys França. Este

serviu para nossa primeira leitura em grupo, por se tratar de um texto dramático

curto trabalhamos em dois tempos, leitura individual-branca, leitura em grupos

buscando a interpretação e a dramaticidade proposta pelo texto; este momento

oportunizou um aprofundamento da leitura e da interpretação das didascálias e

as possibilidades de execução do texto em cena. Como afirma Desgranges:

O mergulho na corrente viva da linguagem acende também a vontade de lançar um olhar interpretativo para a vida, exercitando a capacidade de compreendê-la de maneira própria. Podemos conceber, assim, que a tomada de consciência se efetiva como leitura de mundo. Apropriar-se da

linguagem é ganhar condições para esta leitura. (2006, p 23)

Com uma concepção mais elaborada do que é o teatro e de que forma

ele acontece partimos para algumas atividades práticas baseadas em jogos

teatrais de Japiassu (2001) e Spolin (2010). A pretensão para este momento

era de experienciar o corpo, tanto em atividades vocais, corporais e

principalmente de improvisação, como em toda atividade inicial foram várias os

comportamentos apresentados pelo grupo, medo, vergonha, ansiedade,

inquietação e expectativa. Os jogos são iniciados, as expressões faciais,

gestuais e a linguagem ainda apresentam-se tímidas. Por esta razão as

atividades práticas com jogos de improvisação foram realizadas utilizando três

dos nossos encontros.

Na atividade de leitura integral de um texto dramático para posterior

improvisação, foi sugerida a obra “O Pagador de Promessa” de Dias Gomes,

no entanto, algumas alunas sugeriram que o texto fosse substituído por

“Romeu e Julieta” de Willian Shakespeare, o qual foi prontamente acolhido.

Quando se propõe aos participantes que escolham as obras, é com o intuito de que sejam de seu interesse, que eles tenham com essas obras uma relação intelectual e ou/ sensível que lhes de vontade de partilhar seus gostos e de executar um trabalho de descobertas em torno delas. (RYNGAERT, 2009, p.182)

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Partindo desta proposição, e contando com o referencial de cada

integrante, o grupo foi dividido por cenas, e com a intenção de que o texto

apresentasse uma linearidade textual partiu-se destas para posterior

improvisação. Antecedendo a apresentação dos grupos foi abordada uma

questão imprescindível no processo teatral, o importantíssimo papel de plateia.

Portanto, os alunos como receptores do outro, apreendendo com as diferenças,

semelhanças e o respeito pelo trabalho dos grupos.

Concomitantemente aos que inventam e constroem os produtos e artefatos, também os receptores os produzem e criam quando os recebem e em tempos e espaços que excedam o momento mesmo da recepção. (FERREIRA, 2010, p.27)

Ou seja, as alunas irão executar mais um papel neste universo de

conhecimento e aprendizado que a prática teatral oferece. O teatro acontece

porque existe aquele que atua e aquele que a frente está para fruir o contexto

da cena, a plateia.

Na atividade de improvisação por fragmentos de textos dramáticos, os

grupos foram divididos de forma que cada um tivesse um direcionamento, por

exemplo, enquanto um grupo baseou-se no entendimento da ideia central do

fragmento de texto de “Gota d’água” de Chico Buarque, outro buscou a

improvisação por meio da indicação cenográfica do texto “A Mais Forte” de

August Strindberg. Outro grupo realizou a improvisação pela indicação dos

personagens do texto “A Mulher sem Pecado” de Nelson Rodrigues; também

foi realizada a improvisação cuja orientação era seguir fielmente ou adaptar de

acordo com seus referenciais o fragmento do texto “Lisbela e o Prisioneiro” de

Osman Lins.

Os grupos tiveram um tempo de aproximadamente 30 minutos para

leitura e montagem da improvisação. O fato de cada grupo trabalhar com um

texto específico estabeleceu uma espécie de mistério, tudo deveria ser visto

apenas no momento da apresentação. E assim, o fragmento de texto

dramático e a improvisação estavam instaurados no grupo como um todo, cada

qual buscando a sua melhor essência do texto e de sua própria interpretação.

Nesse sentido Ryngaert (2009) afirma, o confronto com obras artísticas abre

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novos campos, rompe com os riscos de trabalho em circuito fechado e introduz

novos desafios.

No último encontro todos os grupos foram orientados para a

improvisação do fragmento de texto de José Mauro de Vasconcelos “O Meu Pé

de Laranja Lima”, através das falas do pequeno Zezé e os aconselhamentos de

Portuga. Neste exercício o grupo ultrapassou as expectativas da atividade,

superou dificuldades, atingiu pela emoção, redimensionou, resignificou,

transformou, deixaram de serem alunas para ser o outro, uma pequena sala de

aula ganhou dimensão de grande palco e tiveram oportunidade de exercer o

pensamento crítico e reflexivo acerca das concepções do Teatro.

Ao final de cada encontro eram apontadas as dificuldades, os avanços,

discussões acerca das possibilidades exploradas ou não pelos grupos. O grupo

tomava corpo a cada nova etapa, alunas tímidas em sala no jogo do improviso

por fragmentos descobriam-se.

As diversas possibilidades de construção de uma cena, em oficina, possibilitam que o grupo vá experimentado e negociando, nas avaliações feitas acerca das criações dos participantes, as bases de um saber que se constrói coletivamente. (DESGRANGES, 2011, p.90)

Vale ressaltar que a participação não era imposta, mas na sua maioria

as alunas participaram de todas as atividades. Não posso deixar de mencionar

que no grupo tínhamos uma senhora de 54 anos, que a mais de trinta anos não

frequentava uma sala de aula, carente em todos os sentidos da palavra, não se

negou a participar e ao longo do processo cada ação e desafio conquistado era

sempre comemorado pelo restante do grupo.

A proposta aplicada ao curso de Formação de Docentes contribuiu para

que as alunas envolvidas refletissem sobre suas práticas, tornando possível o

teatro nas suas ações enquanto futuras educadoras e difusoras do ensino do

teatro na escola.

As atividades de improvisação aproximaram as alunas de forma

espontânea da prática teatral, o improviso deu margem a novas interpretações,

sendo um passo importante no caminho da encenação. Assim, a partir da

integração a esta pratica, sugeriram-se os estudos de texto visando uma

criação formalizada, ou seja, ensaiada, e que as próprias alunas ‘resolvessem’

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a interpretação, a cenografia e a sonoplastia da cena a ser apresentada. A

improvisação a partir de recortes de textos dramáticos mostra-se como uma

ferramenta para tornar compatíveis as propostas de teatro, improvisação e

expressão em sala de aula, dando possibilidade ao aluno de ampliar o

conhecimento de sua capacidade de expressão.

Ao refletir acerca dessas experiências junto com as participantes, as

alunas pontuaram algumas considerações no que se refere ao curto tempo

para realização das atividades em sala de aula no horário normal das aulas.

Elas afirmaram que para uma melhor exploração do Material Pedagógico, o

mesmo deve ser utilizado como referencial para uma oficina teatral dentro da

escola, desta maneira manifestaram a importância do trabalho realizado, bem

como o desejo de expansão dos saberes adquiridos.

A proposta centrada no fragmento de texto possibilitou ao grupo de

alunas do Curso de Formação de Docentes ressignificar a representação do

texto dramático por meio de sua improvisação. Ao representar personagens,

ações e histórias, aos poucos, incorporaram a sua própria historia com novas

dimensões, e deste modo ampliaram a sua capacidade de observar as formas

de pensamentos e sentimentos diante da proposta de Improvisação por

Fragmentos de Textos Dramáticos.

REFERÊNCIAS

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Perspectiva, 1983. (Coleção Debates)

DESGRANGES, Flavio. Pedagogia do Teatro: provocação e dialogismo.

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FERREIRA, Taís. A escola no teatro e o teatro na escola. Porto Alegre:

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RYNGAERT, Jean Pierre. O Jogo Dramático no meio escolar. Coimbra:

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