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LONDRINA 2019 FRANCIELE BARBOSA GONÇALVES DA SILVA INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA PARALISIA CEREBRAL

FRANCIELE BARBOSA GONÇALVES DA SILVA · 2020. 8. 6. · 31 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Fisioterapia) – UNOPAR, Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2019. RESUMO

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LONDRINA 2019

FRANCIELE BARBOSA GONÇALVES DA SILVA

INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA PARALISIA CEREBRAL

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Londrina 2019

INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA PARALISIA

CEREBRAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Fisioterapia.

Orientador: Gabriela Gomes

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FRANCIELE BARBOSA GONÇALVES DA SILVA

INTERVENÇÃO FISIOTERAPEUTICA NA PARALISIA CEREBRAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Fisioterapia.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Cidade, dia de dezembro de 2019

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Dedico este trabalho...

Primeiramente a Deus e Nossa Senhora,

por todas as vezes terem me dado força e

coragem durante esta longa caminhada,

Mãe por seu cuidado e dedicação foi que

deram, em alguns momentos a esperança

para seguir.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus e Nossa Senhora Aparecida, por

todas as vezes terem me sustentado, me dado forças e coragem para vencer essa

etapa da minha vida, Mãe por toda paciência, apoio e amor, minha família com quem

amo partilhar a vida que com carinho e apoio, não mediram esforços para que eu

chegasse até aqui, aos meus amigos pelas alegrias, tristezas e dores compartilhadas

com vocês, as pausas entre um parágrafo e outro de produção, melhora tudo o que

tenho produzido na vida, meus professores que me acompanharam durante a

graduação, pela paciência incentivo e todos os ensinamentos.

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BARBOSA, Franciele . Intervenção Fisioterapêutica na paralisia cerebral. 2019. 31 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Fisioterapia) – UNOPAR, Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2019.

RESUMO

A paralisia cerebral é um conjunto de distúrbios neurológicos de caráter não

progressivo que é a consequência de uma lesão que afeta o sistema nervoso central,

é causada devido a alguma lesão ou anomalia que pode ocorrer durante o

desenvolvimento pré, peri ou pós natal que acomete nos primeiros meses de vida

intrauterina. A abordagem da fisioterapia tem a finalidade de preparar a criança para

função de promover e restaurar a funcionalidade na intervenção para a criança com

paralisia cerebral, aprimorar suas habilidades motoras, reabilitar, evitar contraturas e

deformidades, e facilitar na atividade de vida diária com métodos de técnicas

habilitacionais e reabilitacionais que obtenha melhoras ao paciente.

Palavras chaves: Fisioterapia; Paralisia Cerebral; Intervenção Fisioterapêutica;

Reabilitação na Paralisia Cerebral;

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BARBOSA, Franciele. Physiotherapeutic intervention in cerebral palsy. 2019. 31 pages. Course Completion Paper (Physiotherapy) - UNOPAR, Northern Paraná University, Londrina, 2019.

.

ABSTRACT

The cerebral paralysis is a series of non-progressive neurological disorders that is the

consequence of a lesion that affects the central nervous system. It's caused due to a

type of lesion or anomaly that can occur during the pre, peri or postnatal development

that affects the first months of the intrauterine life. The approach of the physiotherapy

aims to prepare the child for the function of promoting and restoring functionality, in the

intervention for the child, with cerebral paralysis, improve his motor skills, rehabilitate,

avoid contractures and deformities, and facilitate in the activities of daily life with

methods of habilitative and rehabilitative techniques which obtain improvements to the

patient

Key-words: Physioterapy; Cerebral palsy; Pshysical therapy intervention; rehabilitation

in cerebral palsy;

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14

1. FISIOPATOLOGIA DA PARALISIA CEREBRAL..................................................16

2. AS PRINCIPAIS LIMITAÇÕES NEUROPSICOMOTORAS DECORRENTES DA

PATOLOGIA.............................................................................................................9

3. PARALISIA CEREBRAL PEDIATRIA, TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO................................................................................................22

CONCLUSÃO...........................................................................................................28

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29

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1. INTRODUÇÃO

A paralisia cerebral é uma alteração do movimento e da postura, consequente

de encefalopatia não-progressiva que ocorre nos períodos pré, peri ou pós-natal, que

afeta o sistema nervoso central em fase de maturação estrutural e funcional, e

acomete o indivíduo de diferentes formas dependendo da área do sistema nervoso

afetada.

O comprometimento neuromotor dessa doença pode envolver locais

específicos do corpo, resultando em classificações específicas como a tetraplegia,

hemiplegia e diplegia, sendo a forma espástica a mais encontrada em crianças com

paralisia cerebral. Outro tipo de classificação é baseada nas alterações clínicas do

tônus muscular, e no tipo de desordem do movimento espástico, atetóide, atáxico e

misto.

As desordens motoras da Paralisia cerebral causam limitações das atividades

de vida diária e são frequentemente acompanhadas por mudanças da sensação,

cognição, percepção, comunicação e comportamento, epilepsia, e por problemas

musculoesqueléticos secundários. Essas alterações comprometem a prática funcional

dessas crianças, não só de limites motores básicos, como: rolar, sentar, engatinhar,

andar, mas também de atividades da rotina diária como banho, alimentar-se, vestir-

se, movimentar-se em ambientes diferentes, entre outras.

A característica específica da Paralisia Cerebral improvavelmente pode ser

diferenciada antes de a criança realizar 18 meses de idade. Exames como

eletroneuromiografia, biópsia muscular, tomografia computadorizada e ressonância

magnética podem ser concluídos com a finalidade de informar o diagnóstico

diferencial com outras doenças.

A Paralisia Cerebral não tem cura, os seus distúrbios duram toda a vida, mas

bastante pode ser feito para que o indivíduo conquiste o máximo de autonomia

possível. Diante de sinais e sintomas observados em pacientes com Paralisia

Cerebral, estes devem ser abordados por uma equipe multidisciplinar que inclui

médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas ocupacionais. O

essencial enfoque terapêutico é, sem dúvida a fisioterapia, na qual os diversos

métodos utilizados devem ser aplicados de acordo com o diagnóstico funcional em

fisioterapia.

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O tratamento fisioterapêutico é bastante amplo nessa patologia, considerando

sempre as alterações funcionais secundárias ao comprometimento neurológico e

biomecânico. Nesta razão, deve-se considerar o alongamento muscular, a mobilidade

articular e a força associada ao controle central para a prática das atividades

funcionais que abrangem a capacidade e manutenção das diferentes posturas, deste

modo com, para a realização de seus movimentos. Entretanto, a fisioterapia oferece

diversos recursos que podem ajudar no tratamento fisioterapêutico de um paciente

portador de Paralisia Cerebral, tais recursos como: Cinesioterapia, hidroterapia,

equoterapia, utilizando, bolas, rolos, esteiras, FES (Estimulação elétrica funcional),

entre outros.

A importância desse estudo partiu da necessidade de realizar um levantamento

sobre quais intervenções e recursos o fisioterapeuta pode usar durante o tratamento

da paralisia cerebral pediátrica, desenvolvendo assim seus objetivos e condutas

diante a evolução do tratamento fisioterapêutico.

Assim, evidencia-se a necessidade de validação de recursos efetivos para a atuação

da fisioterapia dentro desta problemática. Pensando nisto, pelos inúmeros benefícios

fisioterapia registrados na literatura, o presente trabalho norteou-se em responder a

seguinte pergunta: Como a fisioterapia pode atuar na reabilitação da paralisia

cerebral?

O presente trabalho teve como objetivo principal evidenciar os benefícios da

fisioterapia no tratamento do paciente com paralisia cerebral. Para o aprofundamento

no tema e para propiciar uma conclusão satisfatória acerca do assunto, foram

delineados os seguintes objetivos específicos: Conceituar a fisiopatologia da Paralisia

Cerebral, Estudar as principais limitações neuropsicomotoras decorrentes da

patologia, Apontar os benefícios da fisioterapia no tratamento do paciente com

Paralisia Cerebral.

Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica realizada após um levantamento

da literatura compreendendo o período de 2000 à 2016. Foram considerados artigos

em idioma português e inglês, utilizando artigos de periódicos pelas bases de dados

Google acadêmico, Revistas, Portal Scielo. Para a busca foram utilizados os termos

Intervenção Fisioterapêutica, Paralisia Cerebral, Desenvolvimento motor, Paralisia

cerebral pediatria, Tratamento Fisioterapêutico.

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1. FISIOLOGIA DA PARALISIA CEREBRAL

A Paralisia Cerebral é uma classe de distúrbios cerebrais crônicos não progressivos

da postura ou movimento com começo prévio prematuro. É causada devido a alguma

lesão ou às anomalias do desenvolvimento ocorridas durante a vida fetal ou no

decorrer dos primeiros meses de vida. Os locais anatômicos de envolvimento, os

graus de deficiência motora associada às disfunções e as causas são heterogêneas.

Essas disfunções cerebrais se correspondem pela falta de controle sobre os

movimentos, pelas alterações adaptativas do comprimento dos músculos e, em alguns

casos, por deformações ósseas. (TECKLIN 2002)

As disfunções motoras são especificamente diferenciadas e classificadas na clínica

de acordo com a parte comprometida do corpo, como: hemiplegia, que é o

envolvimento da extremidade superior e inferior de um lado, diplegia, que é a

quadriplegia com envolvimentos leves de extremidades superiores; e quadriplegia,

onde é o envolvimento igual de extremidade superior e inferior. (TECKLIN 2002)

Três localidades de lesões no sistema nervoso central (SNC) resultam em disfunções

no processo sensorial e na maior parte estão associados com a Paralisia Cerebral, ou

seja, é relacionado com as características clínicas do tônus muscular e com os

movimentos involuntários, podendo ser: Paralisia Cerebral Espástica, que manifesta

as características da lesão do primeiro neurônio motor (hiperreflexia, fraqueza

muscular, padrões motores anormais e diminuição da destreza; Paralisia Cerebral

Atáxica, manifesta sinais de comprometimento do cerebelo, manifestando-se por

ataxia, Paralisia Cerebral Atetóide, neste apresentam-se sinais de comprometimento

do sistema extrapiramidal, presença de movimentos involuntários (atetose), distonia,

ataxia e, em alguns casos, a rigidez muscular, e a Paralisia Cerebral Mista, na qual se

combinam as características das formas atáxica,atetóide e espástica. Em uma análise

apenas 48% dos casos a causa da lesão é conhecida de aspecto irrevogável. Outros

52%, o diagnóstico é baseado nos achados clínicos. (STHEPHERD 1995)

As causas da Paralisia Cerebral são conhecidas como: pré-natal, peri e pós-natal, no

qual os mesmo são ocasionados com diminuição da pressão parcial do oxigênio,

alterações da circulação materna, nó de cordão umbilical, prolapso ou pinçamento de

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cordão. Pode ser motivado pela idade da mãe, prematuridade e mau desenvolvimento

fetal, assim como devido à duração do trabalho de parto, parto instrumental e anóxia.

(ROTTA 2002)

A Paralisia cerebral define pela deficiência do controle motor, da qual a natureza

parece variar de acordo com o tempo e o local e extensão da lesão do Sistema

Nervoso Central. O grau de deficiência motora varia, desde a paralisia quase completa

que imobiliza o paciente, até à ausência discreta de destreza. Poucas crianças

apresentam comprometimento mínimo, apresentando a impressão de serem normais,

a sua insuficiência de se igualar física e mentalmente às crianças da mesma idade é

correspondente à disfunção cerebral e não à preguiça ou à incompetência intelectual.

(STHEPHEED 2002)

Os lactantes com Paralisia Cerebral exibem interrupção ou atraso do desenvolvimento

motor, visto que, em muitos deles, o desempenho motor imaturo e os reflexos

neonatais permanecem além do período considerado normal. Diversos desses

pacientes apresentam outras anomalias, tais como deficiência cognitiva e da

percepção, surdez, defeitos da visão, disfagia, convulsões, alterações da fala e

distúrbios da fala. Podem também mostrar distúrbios somatossensitivos.

O déficit de fala ou linguagem está presente em quase 50% das crianças com paralisia

cerebral, o problema motor podem causar déficits de fala, inclusive disartria

correspondente a descoordenação muscular da fala. Algumas crianças possuem

transtorno de comportamento diretamente relacionados com áreas não motoras de

disfunção cerebral, em demais, os problemas de comportamento correlaciona com

partes emocionais, assim como frustação pela falha de controle motor e dificuldades

de comunicação. Devido aos problemas motores, os distúrbios ortopédicos são

comum em crianças com paralisia cerebral, devido as contraturas articulares, luxação,

subluxação de quadril e deformações como escoliose, pé torto e torções tibiais são

comum (RATLIFFE; KATHERINE 1994)

Muitos pacientes apresentam outras anomalias como incapacidade dos distúrbios

sensoriais, perceptivos e cognitivos associados podem envolver a visão, audição, tato,

e a capacidade de interpretar as informações sensoriais ou cognitivas. Os lactantes

com PC apresentam parada ou atraso do desenvolvimento motor, sendo que, em

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muitos deles, o desempenho motor imaturo e os reflexos neonatais ou padrões

motores pré-funcionais persistem além do período considerado normal.

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2. AS PRINCIPAIS LIMITAÇÕES NEUROPSICOMOTORAS DECORRENTES

DA PATOLOGIA

O atraso do desenvolvimento está associado a várias condições da infância, desde a

concepção, gravidez e parto, decorrentes de fatores adversos como a subnutrição,

agravos neurológicos, como a encefalopatia crônica da infância (paralisia cerebral. O

atraso pode ser também uma condição transitória, não sendo possível definir qual será

o desfecho do desenvolvimento da criança, o que pressupõe o acompanhamento com

avaliações periódicas (STHEPHERD RB 1995)

Atraso do desenvolvimento é uma condição em que a criança não está se

desenvolvendo e/ou não alcança habilidades de acordo com a sequência de estágios

pré-determinados. Porém, esta definição não é consensual e a falta de padronização

do conceito tem gerado discordâncias entre os profissionais da área, levando a

situações muito variadas de uso e uma infinidade de termos (ex.: atraso do

desenvolvimento, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, retardo mental,

retardo do desenvolvimento neuropsicomotor, atraso do desenvolvimento global), que

parecem não apresentar o mesmo significado, embora muitas vezes sejam usados de

maneira semelhante. (STHEPHERD RB 1995)

A Paralisia cerebral define pela deficiência do controle motor, da qual a natureza

parece variar de acordo com o tempo, o local e extensão da lesão do Sistema Nervoso

Central. O grau de deficiência motora varia, desde a paralisia quase completa que

imobiliza o paciente, até à ausência discreta de destreza. Poucas crianças

apresentam comprometimento mínimo, apresentando a impressão de serem normais,

a sua insuficiência de se igualar física e mentalmente às crianças da mesma idade é

correspondente à disfunção cerebral e não à preguiça ou à incompetência intelectual.

Os lactantes com Paralisia Cerebral exibem interrupção ou atraso do desenvolvimento

motor, visto que, em muitos deles, o desempenho motor imaturo e os reflexos

neonatais permanecem além do período considerado normal. Diversos desses

pacientes apresentam outras anomalias, tais como deficiência cognitiva e da

percepção, surdez, defeitos da visão, disfagia, convulsões, alterações da fala e

distúrbios da fala. Podem também mostrar distúrbios somatossensitivos

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A Paralisia Cerebral pode ser classificada por dois fatores: pela forma de disfunção

motora presente, ou seja, o quadro clínico decorrente, que compõe-se os tipos

extrapiramidal ou discinético atetóide, distônico, atáxico, misto e espástico; e pela e

localização do corpo afetado, que inclui a monoplegia, diplegia, paraplegia,

tetraplegia, quadriplegia, e hemiplegia. Na Paralisia Cerebral a fisionomia espástica é

a mais encontrada e freqüente em 88% dos casos. (GONZÁLEZ 2002)

O diagnóstico de Paralisia Cerebral geralmente envolve retardo ou atraso no

desenvolvimento motor, persistência de reflexos primitivos, presença de reflexos

anormais, e o fracasso do desenvolvimento dos reflexos protetores, tal como a reação

de pára-quedas, definida pela extensão dos braços como se a criança fosse apoiar-

se e com isso apoio do corpo sobre os braços. (YOUNG, R 1994)

Hemiplegia é a manifestação mais frequente, com maior comprometimento do

membro superior; apresenta-se de sinais de liberação como espasticidade, hiper-

reflexia e sinal de Babinski. O paciente apresenta atitude em semiflexão do membro

superior, permanecendo o membro inferior hiperestendido e aduzido, e o pé em

postura eqüinovara. É comum hipotrofia dos segmentos acometidos.

Hemiplegia bilateral tetra ou quadriplegia ocorrem de 9 a 43% dos pacientes. Lesões

difusas bilateral no sistema piramidal causando além da grave tetraparesia espástica

com intensas retrações em semiflexão, síndrome pseudobulbar hipomimia, disfagia e

disartria, sendo capaz de ocorrer microcefalia, deficiência mental e epilepsia.

(SHEPHERD 1995)

Diplegia, sendo o modo mais encontrada em prematuros. Refere-se de um

comprometimento dos membros inferiores, geralmente evidenciando uma acentuada

hipertonia dos adutores, que representa em alguns doentes o aspecto semiológico

nomeado síndrome de Little postura com cruzamento dos membros inferiores e

marcha “em tesoura”.

Diferentes níveis quanto à intensidade do distúrbio, podendo ser pouco afetado,

havendo recuperação e bom prognóstico, adaptam-se à vida diária enquanto outros

progridem com graves limitações funcionais. As informações semiológicos são muito

variáveis. No primeiro ano de vida, acriança apresenta-se hipotônica, desenvolvendo

gradativamente para uma outra fase em que se observa um quadro de distonia

intermitente, Nos casos mais complexos a criança pode permanecer num destes

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estágios por toda a sua vida, porém geralmente passa a exibir hipertonia espástica,

inicialmente extensora e, finalmente, com graves retrações semiflexoras.

Discinesia: Atualmente é a mais rara, pois manifesta-se através de movimentos

involuntários, acima de tudo distonias axiais e/ou movimentos córeo-atetóides das

extremidades. No primeiro ano de vida estepadrão costuma não estar definido,

podendo existir hipotonia muscular. Em geral, quando estes pacientes estão relaxados

a movimentação passiva é facilitada. (ROTTA 2002)

Ataxia: Igualmente rara inicialmente pode verte-se por hipotonia e, aos poucos,

verificam-se alterações do equilíbrio ataxia axial e, menos frequentemente, da

coordenação ataxia apendicular. Sua marcha se realiza com aumento da base de

sustentação sendo capaz de apresentar tremor intencional.

Formas mistas: É a combinação das manifestações anteriores, correspondendo,

comumente, ao encontro de movimentos distônicos e córeo-atetóides ou à

combinação de ataxia com plegia sobretudo diplegia. No todo, cerca de 75% dos

pacientes doentes com paralisia cerebral exibem padrão espástico.

Além do distúrbio motor, determinado para a caracterização da paralisia cerebral, o

quadro clínico pode conter igualmente outras manifestações acessórias com

frequência variável:

Deficiência mental: Acontece de 30 a 70% dos pacientes. Está mais relacionada às

formas tetraplégicas, diplégicas ou mistas, Epilepsia varia de 25 a 35% dos casos,

acontecendo mais associado com a forma hemiplégica ou tetraplégica, distúrbios da

linguagem, distúrbios visuais pode acontecer perda da acuidade visual ou dos

movimentos oculares causando estrabismo.

Distúrbios do comportamento, são mais comuns nas crianças com inteligência normal

ou limítrofe,que se sentem desapontados pela suas limitações motoras, quadro

acentuado em alguns casos pela super proteção ou rejeição familiar, Distúrbios

ortopédicos mesmo nos pacientes sujeitos à reabilitação bem orientada, são comuns

retrações fibrotendíneas (50%) cifoescoliose (15%), coxa valga (5%) e deformidades

nos pés.Totalmente esses distúrbios correspondem devido a modificações nas áreas

motoras cerebrais específicas no decorrer da infância. (TEIVE 1998)

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3 Paralisia cerebral pediatria, Tratamento Fisioterapêutico

3.1 A Reabilitação admite múltiplas possibilidades dependendo da análise cuidadosa

de cada paciente individualmente. O principal papel do neuropediatra é estabelecer

quais as prioridades de tratamento para cada criança em cada época do

desenvolvimento. Deve-se também reconhecer aqueles casos graves nos quais é

inútil insistir com terapias dispendiosas que geram ansiedade e expectativa na família,

sem alterar o prognóstico da criança, a qual seria melhor mantida apenas com

fisioterapia ou em instituição. A fisioterapia tem como objetivo a inibição da atividade

reflexa anormal para normalizar o tônus muscular e facilitar o movimento normal, com

isso haverá uma melhora da força, da flexibilidade, da amplitude de movimento (ADM),

dos padrões de movimento e, em geral, das capacidades motoras básicas para a

mobilidade funcional. As metas de um programa de reabilitação são reduzir a

incapacidade e otimizar a função. Atualmente não há evidências suficientes que

indiquem que as técnicas de facilitação e inibição, ou as técnicas de facilitação

neuromuscular proprioceptivas são superiores umas às outras, e os exercícios

tradicionais menos custosos. (MANCINI 2004)

Assim sendo, a paralisia cerebral pode interferir de forma importante na interação da

criança em circunstâncias relevantes, intervindo, assim, a aprendizagem e o

desempenho não só marco marcos motores básicos como: engatinhar, sentar, rolar,

andar, mas da mesma forma como, atividades da rotina diária como, alimentar-se,

locomover-se em ambientes variados, tomar banho. (MANCINI 2004)

O tratamento fisioterapêutico deve compor -se no treinamento específicos de ações

como: pegar e manusear objetos, sentar-se, dar passos ou caminhar, sentar-se, além

de exercícios com o propósito de inibição da atividade reflexa anormal para normalizar

o tônus muscular e facilitar o movimento normal, dessa forma haverá uma melhora da

flexibilidade, da força, da amplitude de movimento, dos padrões de movimento e,

maior parte, das capacidades motoras básicas para a mobilidade funcional. Os

objetivos de um programa de reabilitação são reduzir a incapacidade e aprimorar a

função. (HOWLE 1999)

Uma equipe multidisciplinar (neuropediatra, terapeutas ocupacionais, fonodiológos e

psicólogos) deve acompanhar os pacientes com paralisia cerebral, sendo que o

principal enfoque é o tratamento fisioterapêutico, por meio da funcionalidade desses

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pacientes. A fisioterapia é a área da saúde que proporciona melhor qualidade de vida

a esses pacientes, pois visa a inibição do movimento reflexa anormal para normalizar

o tônus muscular e favorecer o movimento normal. (FERREIRA 2004)

Diversos métodos utilizado em fisioterapia, podem ser utilizados para o tratamento

entre eles incluem-se: Cinesioterapia, eletroterapia, mobilização passiva,

coordenação, equilíbrio, alongamento, fortalecimento, uso de órteses, treino de

marcha, dessensibilizarão, hidroterapia, exercícios lúdicos, exercícios respiratórios e

musicoterapia. Assim sendo, devem estar de acordo com o quadro clínico do paciente.

(TEKLIN 2002)

3,2 BOBATH

Na década de 40, Bobath desenvolveu o tratamento do Neurodesenvolvimento. Este

Conceito visa à facilitação do movimento normal, por meio de utilização “pontos-chave

de controle”. A indução da interversão dos segmentos afetados favorecem o

aprendizado do movimento apropriado e funcional, e a inibição de padrões anormais

de sinergismo espástico, com o mínimo esforço possível. (LUIS 2008)

O Conceito Neuroevolutivo Bobath é um dos procedimentos utilizados para tratamento

das crianças com Paralisia Cerebral.O propósito desta técnica é incentivar e aumentar

a capacidade da criança de mover-se funcionalmente da maneira coordenada.

(BOBATH 1989)

Durante o processo de reabilitação fisioterapêutica, a capacidade da criança em usar

as habilidades que estão ficando facilitadas, vai resultar da condição do SNC em

corresponder a essas mudanças, envolvendo a capacidade perceptiva e cognitiva do

paciente em usar as habilidades em um contexto. (IBITA 2008)

Do modo que uma propriedade intrínseca do SNC presente em toda a vida, deste

modo é considerada como um método de aprendizagem, crescimento e

desenvolvimento de mudanças na entrada de qualquer sistema neural, ou nos

objetivos ou exigências das suas conexões eferentes, levando o sistema a

reorganização que poderia ser apresentado aonível do comportamento, anatomia e

fisiologia e também ao nível celular e molecular.O Conceito Bobath é um tratamento

que pode ser utilizado para a solução de problemas, para avaliação e para o

tratamento de indivíduos com distúrbios da função, do movimento e do controle

postural devido a lesões do SNC.Os métodos realizados pelo Conceito Bobath

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fornecem ao fisioterapeuta um fundamento teórico e o protocolo de intervenção clínica

necessária à intervenção em fisioterapia neuropediátrica. (IBITA 2008)

Uma das importantes contribuições do Conceito Bobath foi à comprovação que o SNC

é capacitado de aprender e responder a estímulos inibitórios dos padrões de

movimento que atuam com a movimentação norma. (GUSMAN 2010)

Este conceito tem como proposito preparar o paciente para realizar atividades

funcionais para torná-lo o mais independente possível, de acordo com suas

potencialidades. Nele o paciente recebe experiência sensório-motora de movimentos

básicos (rolar, sentar, engatinhar e andar, mas também de atividades da rotina diária,

como tomar banho, alimentar-se, vestir-se, locomover-se em ambientes variados,

entre outros), que pela repetição integração em suas atividades de vida diária geram

o aprendizado motor. (FERREIRA 2004)

são três as técnicas de tratamento: técnicas de facilitação, inibição e estimulação.

Antes de começar qualquer facilitação é necessário organizar o tônus do paciente,

seja por meio de inibição ou de uma estimulação, de acordo com seu tônus. A etapa

de estimulação inicia-se a partir do momento em que o tônus foi inibido ou estimulado

seguindo para o normal. Os métodos de inibição e facilitação são guiadas pelo

fisioterapeuta por meio de „‟pontos-chave de controle‟‟, pelos quais o manuseio

influencia seguimentos à distância. Consideram-se como pontos-chave mais

proximais a cabeça, o esterno, o ombro e o quadril. Os pontos mais distais são o

cotovelo, o punho, o joelho e o tornozelo. As técnicas de estimulação desenvolvem o

tônus postural e estabelecem a ação conjunta dos músculos agonistas, antagonistas

e sinergistas. Consideram-se como métodos de estimulação, a transferência de peso,

o tapping oplacing, e o holding. (FERREIRA 2004)

A transferência de peso causa pressão e recrutamento de unidades motoras, além de

seu papel fundamental em liberar os outros seguimentos que não estão sustentando

peso para que executem movimentos, sendo que esta transferência pode ser facilitada

pelos pontos-chave de controle. Devem-se executar transferências de peso para os

lados, para frente, para trás, diagonalmente, entre outros. (FERREIRA 2004)

O Placing e holding são técnicas que envolvem a habilidade de controlar e manter os

movimentos e as posições de forma automática e voluntária, em toda amplitude de

movimento. (FERREIRA 2004)

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O tapping é um forma de aumentar o tônus postural pelo estímulo tátil e proprioceptivo,

estimular grupos musculares fracos, obter graduação adequada da inervação

recíproca, estimular as reações de equilíbrio, proteção e retificação, e promover

padrões sinergéticos de movimento. As técnicas consiste em pequenas batidas sobre

o segmento do corpo. Estas batidas podem estimular uma estimulação tátil e

proprioceptiva, ou uma co-contração, que é a contração simultânea de agonistas,

antagonistas e sinergistas que proporcionam movimentos de estabilidade. Há quatro

maneiras de tapping: de inibição, de pressão, por deslizamento e alternado. O objetivo

dessa técnica é possibilitar a manutenção automática de uma posição desejada.

Durante a aplicação de um manuseio de estimulação o intuito é possibilitar ou facilitar

a movimentação da criança, por meio dos pontos-chave de controle. A inibição,

também é realizada com manuseios nos pontos-chave de controle, é a habilidade de

controlar uma noção em favor a outra. (FERREIRA 2004)

3.3KABAT

Durante o desenvolvimento de técnicas da FNP, a maior ênfase estava na aplicação

de resistência máxima na área dos movimentos, utilizando diversas combinações de

movimentos relacionados aos padrões primitivos de movimento e ao trabalho de

reflexos de postura e endireita mento Os propósitos da FNP são promover o

desenvolvimento funcional por meio da facilitação, da inibição, do fortalecimento e do

relaxamento de grupos musculares. As técnicas manuseiam contrações musculares

concêntricas, excêntricas e estáticas determinadas com a aplicação graduais de uma

resistência e com métodos facilitários adequados. (LUIS 2008)

Através das técnicas da FNP, a função motora do paciente deve ser corrigida pela via

neuromuscular e por meio da estimulação dos receptores localizados nas

articulações, nos tendões e nos músculos. São movimentos realizados em linha reta,

com direção diagonal e com um componente rotacional, agindo com um grupo fixador

ou estabilizador. Sendo assim, cada padrão tem três dimensões. Os padrões da FNP

são descritos em diagonais preestabelecidas, consistem, no entrelaçamento muscular

das diagonais em espiral do aparelho locomotor. (REICHEL 1998)

EQUOTERAPIA

A equoterapia é um recurso terapêutico, educacional, que atua nos níveis

psicológicos, físicos e posturais, e utiliza o cavalo como mecanismo de trabalho,

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dispondo uma abordagem interdisciplinar nas áreas da saúde, educação e equitação.

Essa terapia consiste no movimento rítmico, preciso e tridimensional com cavalos

equiparando-os a ação da pelve humana no ato de andar. Nesta ótica, busca superar

danos sensoriais, motores, cognitivos e comportamentais pelo meio de uma atividade

lúdica-desportiva, onde são facilitados pelo contato direto do movimento do cavalo

com o corpo. (SIILVEIRA 2012)

A terapia começa a acontecer no instante em que o paciente entra em contato com o

animal. No início, o cavalo demonstra um problema novo com o qual o praticante terá

que lidar, aprendendo a forma correta de montar ou descobrindo meios para realizar

com que o animal aceite seus comandos. Essa associação, por si só, já ajuda para o

desenvolvimento da sua autoconfiança e afetividade, além de trabalhar limites.

(SILVA12)

Na Paralisia Cerebral os efeitos da equoterapia são vários, entre eles temos os

principais como: o melhoramento da relação, autocontrole, autoconfiança, Mais

adiante disso, existe o melhoramento da psicomotricidade princípios aspectos do

tônus, mobilidade das articulações, obtenção da lateralidade, percepção do esquema

corporal, equilíbrio, coordenação, dissociação de movimentos e precisão de gestos.

O motivo muito importante é o desenvolvimento da socialização, facilitando a

integração de indivíduos com danos cognitivos ou corporais com os demais da técnica.

(FERLINI 2012)

3.7. ATIVIDADES LÚDICAS NA PARALISIA CEREBRAL

É considerável salientar que para o tratamento da Paralisia Cerebral, não se restringe

apenas a recursos próprios da fisioterapia, um simples brinquedo ou uma música

podem ter um propósito terapêutico. Os brinquedos dispõem uma importância frente

ao desenvolvimento físico, intelectual e social da criança. Brincar é uma atuação

natural na infância, que constitui muitas possibilidades para a criança aprender e se

desenvolver física, mental e socialmente, dando conhecimento a respeito de seu

mundo e sobre como lidar com ambiente, objetos, tempo, espaço, estrutura e pessoas.

O planejamento terapêutico baseado no brincar terapêutico deve ser formado de

acordo com a necessidade de cada criança, primeiro avaliando e distinguindo as

limitações, dificuldades, alterações e capacidades da mesma. (WASMAN 2005)

A musicoterapia é uma método que pode ser usada pelo terapeuta de forma eficaz

no tratamento de Paralisa Cerebral. Na musicoterapia utiliza-se: o som, o silêncio, o

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ritmo, o movimento, o timbre, a melodia, e outros elementos constituintes do fazer

musical. Os instrumentos mais usados são: o piano ou o teclado eletrônico, pois

permitem impacto significativo nos pacientes. A ação do musico terapia é na maioria

das vezes um facilitador da adaptação às órtese. (CHAGAS 2006)

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CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do presente estudo, pode-se concluir que a Intervenção Fisioterapêutica na

Paralisia Cerebral proporciona uma melhor eficiência no tratamento fisioterapêutico

de um paciente portador da Paralisia Cerebral, impendido a formação de

deformidades devida a falta de mobilização articular, posturas prolongadas, e

encurtamento muscular. É significativo enfatizar que o tratamento irá evitar e corrigir

uma sequência de alterações no corpo do paciente portador dessa patologia. Vários

pacientes podem ser portadores de Paralisia Cerebral, mas cada um irá demonstrar

uma reação e alteração de forma diferente. A intervenção de tratamentos

disponibilizados pela fisioterapia vão atuar diretamente na patologia, pretendendo

trabalhar na parte física, educacional, postural, procurar superar danos sensoriais,

motores, cognitivos e comportamentais, aturar na reconstituição da autoconfiança e

autoestima, no controle cervical, posições que melhore os movimentos e iniba as

respostas indesejadas. Diante de se tratando de criança, é essencial associar a

terapia com atividades lúdicas, trabalhando com brinquedos e músicas, nas quais irão

ajudar no estímulo do desenvolvimento neuropsicomotor, proporcionando a interação

e a observação das questões pré-verbais da comunicação, aprendizagem da criança.

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