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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ Francisco Trindade Silva AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DURANTE A GESTAÇÃO Fortaleza – Ceará 2007

Francisco Trindade Silva

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Page 1: Francisco Trindade Silva

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ Francisco Trindade Silva

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DURANTE A GESTAÇÃO

Fortaleza – Ceará 2007

Page 2: Francisco Trindade Silva

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ Francisco Trindade Silva

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DURANTE A GESTAÇÃO

Dissertação de Mestrado apresentada ao curso de Mestrado Acadêmico em Saúde Pública da Universidade Estadual do Ceará como requisito para obtenção do grau de mestre em saúde pública Orientador: Prof. Dr.Fabrício da Silva Costa

Fortaleza – Ceará 2007

Page 3: Francisco Trindade Silva

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ Curso de Mestrado Acadêmico em Saúde Pública

FOLHA DE APROVAÇÃO

Título da dissertação: “AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DURANTE A GESTAÇÃO” Autor: Francisco Trindade Silva Defesa em: ____/____/2007 Conceito obtido:

______________________

BANCA EXAMINADORA

____________________________ Prof. Dr.Fabrício da Silva Costa Universidade Estadual do Ceará

Orientador

___________________________________ Prof. Dr. José Wellington Oliveira Lima

_______________________________ Prof. Dr. Francisco de Assis Francelino Alves

Universidade Estadual do Ceará

___________________________ Prof. Dr. Andréa Caprara

Universidade Estadual do Ceará suplente

Page 4: Francisco Trindade Silva

.

“Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.” Guimarães Rosa

Page 5: Francisco Trindade Silva

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, que nunca mediram esforços para que buscássemos através do estudo um meio de formar um patamar para a vida.

Ao meu querido irmão Léo (in

memoriam), um artista de grande sensibilidade e que agora tem o seu espirito livre.

Page 6: Francisco Trindade Silva

AGRADECIMENTOS

À minha família, em especial a minha esposa Maria Claudia e meus dois

queridos filhos Kim e Iago, por entenderem a necessidade de dedicar horas

seguidas ao estudo, tempo que pertencia a todos.

Aos colegas do mestrado, meus mais novos amigos; em especial a

Filomena, Carla Mônica e Celestina, pois compartilhamos juntos algumas

horas de estudo, dúvidas, e alegrias.

Ao meu orientador, professor Dr. Fabrício da Costa Silva, por sua

valiosa contribuição, dedicação e amizade.

Ao professores e amigos da FIC, pelo apoio e incentivo, de forma

particular ao Evandro, Landim, Andréa, Clineu e Patricia.

Ao amigo professor Dr. Francelino, pelo seu incentivo, na verdade uma

cobrança, no sentido da superação pessoal quanto ao conhecimento, tempo e

disposição para a pesquisa.

Ao professor Dr. José Wellington Oliveira Lima, pela sua paciência e

tempo, transformando indagações em números, e estes em esclarecimentos,

capazes de explicar os fenômenos sociais embutidos por trás destes números.

Aos Professores Doutores participantes de fase de validação deste

estudo,

Francisco Edson de Lucena Feitosa, Francisco de Assis Francelino Alves,

Francisco Maia Pinto, Helena Alves de Carvalho, Marcelo Gurgel Carlos da

Silva e Maria Salete Bessa Jorge.

Page 7: Francisco Trindade Silva

Ao amigo Pablo, pela sua dedicação e construção de software,

possibilitando ordenar e cruzar tantas variáveis; sem essa ferramenta ficaria

muito difícil iniciar um tratamento estatístico.

Ao amigo professor Mestre Cauby, pela paciência e ajuda nas aulas de

estatística.

À Ana Maria, pela revisão do texto e sugestões para a finalização deste

trabalho.

À Ana Paula e Jocélio, pela digitação e organização das informações.

À Soraya, pela organização das etapas, treinamento dos estagiários e

contato nas unidades de saúde do município de Fortaleza.

A todos os professores do Mestrado Acadêmico em Saúde Pública,

pelos ensinamentos e exemplo de profissionais dedicados, ressaltando o

trabalho incansável da coordenadora professora Dra. Salete Bessa Jorge.

À Universidade Estadual do Ceará e a todos os seus funcionários, em

especial ao pessoal de apoio da coordenação, Mairla, Maria e Lúcia.

Às unidades de saúde do município de Fortaleza, Regional IV, local

onde fizemos nossa valiosa coleta de dados e a seus funcionários, que

apoiaram a pesquisa entendendo que os estudos científicos são meios de

responder a indagações.

Aos meus alunos que participaram da coleta de dados, sendo assim

também participantes desta pesquisa, Tarciso, Ana Cléia, Caio, Damiana,

Deborah, Edilene, Elton, Emanuela, Isawi, Janaina, João, Maremídia,

Marksvan, Natalia, Suerda, Vinicius, Jocivaldo e Raquel.

Page 8: Francisco Trindade Silva

De forma especial, a todas as gestantes que contribuíram com

informações de sua vida diária e social, o que nos permitiu inferir sobre o seu

gasto de energia e sua condição atual de vida.

A todos os meus amigos, que viveram um pouco deste trabalho.

Page 9: Francisco Trindade Silva

SUMÁRIO

RESUMO........................................................................................... ABSTRACT....................................................................................... SIGLAS E ABREVIATURAS............................................................. LISTA DE FIGURAS ......................................................................... LISTA DE QUADROS....................................................................... LISTA DE TABELAS.........................................................................

10 11 12 13 14 15

1 2 3

INTRODUÇÃO 1.1 A atividade física, exercício e esporte.................................. 1.2 Atividade física e situação funcional durante a gestação..... 1.3 Estudos sobre epidemiologia da atividade física.................. 1.4 Atividade física recomendadas e benefício na gestação...... 1.5 Atividades físicas não recomendadas na gestação............. 1.6 Intensidade do exercício....................................................... 1.7 Duração e frequência............................................................ 1.8 Questionário como instrumento para medição do nível da atividade física...................................................................... 1.9 Compendium de Atividade Física......................................... 1.10 Gasto energético na atividade física..................................... 1.11 Justificativa......................................................................... OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral........................................................................ 2.2 Objetivo específicos.............................................................. PACIENTES E MÉTODOS 3.1 Natureza do estudo............................................................... 3.2 Campo do estudo.................................................................. 3.3 População e amostra............................................................ 3.4 Técnica de coleta de dados.................................................. 3.5 Metodologia de validação do questionário............................

17 22 23 25 30 36 37 39 40 42 44 49 50 50 50 51 51 51 52 52 53

Page 10: Francisco Trindade Silva

4 5 6

3.5.1 Adaptação transcultural .................................... 3.5.2 Adequação do questionário................................ 3.5.3 Piloto................................................................... 3.5.4 Criério de inclusão.............................................. 3.5.5 Critério de exclusão............................................ 3.6 Instrumentos de pesquisa.................................................... 3.7 Método de análise de dados................................................ 3.8 Questões éticas................................................................... RESULTADOS 4.1 Adaptação e validação.......................................................... 4.2 Nível de atividade física durante a gestação e outras Características...................................................................... DISCUSSÃO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS ANEXOS Anexo I - Pregnancy Physical Activity Questionnaire – PPAQ………... Anexo II - Aprovação do Comitê de ética.............................................. Anexo III -Termo de consentimento livre esclarecido........................... Anexo IV -Convite para participação do processo de validação de questionário............................................................................................. Apêdices -I Questionário de Atividade Física para Gestantes - QAFG Apêdices - II Questionário sociodemografico......................................

55 56 58 58 58 58 61 62 64 64 66 105 111 113 122 123 127 131 132 134 136

Page 11: Francisco Trindade Silva

RESUMO

A relação entre atividade física e saúde está evidenciada em muitos estudos; durante a história isto está demonstrado. Durante a gestação, uma fase natural da mulher, esta, desde que não apresente qualquer patologia, poderá adotar um estilo ativo de vida. O gasto energético na atividade física está diretamente relacionado com a freqüência, duração e intensidade do movimento humano desenvolvido em diversas tarefas. Com o objetivo de mensurar este gasto energético em gestantes foi proposto por Chasan-Taber (2004) um questionário, o Pregnancy Physical Activity Questionnaire – PPAQ. Este questionário, para adequar-se à realidade brasileira, foi validado durante fases do estudo e direcionado por metodologia da OMS. O questionário capta o gasto energético em METs; para tanto é classificado quanto à Intensidade em “sedentário” (<1,5 METs), “leve” (1,5 a <3,0 METs), “moderado” (3,0 a 6,0 METs) e “vigoroso” (>6,0 METs). Das 305 gestantes incluidas, a prevalência de gasto energético, classificado como “leve”, foi encontrado em mulheres no período gestacional, em 51,4% dos casos e quando agrupamos atividade “sedentário” e “leve”, então este valor cresce para 80,3%, mostrando que há uma prevalência de inatividade física durante o período gestacional. Com o desenvolvimento da gestação, percebe-se um discreto aumento na classificação da atividade “leve” para os três trimestres, 44,9%, 57,3% e 61,4% e uma acentuada redução na classificação “moderado”, 29,1%, 25,2% e 4,5%. Verificando associações entre gasto energético em METs e as variáveis idade, trimestre de gestação, escolaridade, renda, estado civil e raça, por meio dos testes Kruskal Wallis, utilizando a distribuição qui-quadrada de probabilidade de variáveis, quando foi fixado o nível de significância de 5%, observa-se que idade e renda não foram significativas. Já as variáveis trimestre de gestação, escolaridade, estado civil e raça apresentaram nível de significância. Concluimos, de maneira geral, que o (QAFG) mostrou-se importante instrumento na captação de gasto energético para gestantes e pode ser utilizado para obter informação sobre o nível de atividade física de gestantes em comunidades e para incrementar programas em politicas de saúde pública.

Palavras Chaves: Gestante, Atividade Física, Saúde Pública

Page 12: Francisco Trindade Silva

ABSTRACT

The relationship between physical activity and health is evidenced in many studies; during the history this is demonstrated. During the gestation, a natural phase of the woman, this, since it doesn't present any pathology, it can adopt an active style of life. The energy expense in the physical activity is directly related with the frequency, duration and intensity of the human movement developed in several tasks. With the mensurar objective this spends energy in pregnant women it was proposed by Chasan-Taber (2004) a questionnaire, Pregnancy Physical Activity Questionnaire - PPAQ. This questionnaire, to adapt to the Brazilian reality, it was validated during phases of the study and addressed by methodology of OMS. The questionnaire captures the energy expense in METs; for so much it is classified with relationship to the Intensity in " sedentary " (<1,5 METs), " light " (1,5 the <3,0 METs), " moderate " (3,0 to 6,0 METs) and " vigorous " (>6,0 METs). Of the 305 included pregnant women, the prevalência of energy expense, classified as " light ", it was found in women in the period gestacional, in 51,4% of the cases and when we contained sedentary " and " light " activity ", then this value grows for 80,3%, showing that there is a prevalência of physical inactivity during the period gestacional. With the development of the gestation, it is noticed a discreet increase in the classification of the light " activity " for the three quarters, 44,9%, 57,3% and 61,4% and one accentuated reduction in the classification " moderated ", 29,1%, 25,2% and 4,5%. Verifying associations among energy expense in METs and the variables age, quarter of gestation, education, income, civil status and race, through the tests Kruskal Wallis, using the qui-square distribution of probability of variables, when the level of significância of 5%, was fastened it is observed that age and income were not significant. Already the variables quarter of gestation, education, civil status and race presented significância level. We ended, in a general way, that the (QAFG) important instrument was shown in the reception of energy expense for pregnant women and it can be used to obtain information on the level of pregnant women physical activity in communities and to increase programs in you politicize of public health. Key words: Pregnancy, Physical Activity, Public Health

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SIGLAS E ABREVIATURAS

ACOG ACSM AHA ASOG AVC CELAFISCS CDC DCV CR FC máx HA ICC IMC IPAQ Kcal MET MS OMS OPAS PPAQ PSF QAFG YMCA TPE V VO2

The American College of Obstetrics and Gynecology American College Of Sports Medicine American Heart Association American Society for Obstetrics and Gynecology Acidentes vasculares Cerebrais Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul Centers for Disease Control and Prevention Doenças cardiovasculares Cardiopatia Reumática Frequência Cardíaca Máxima Hipertensão Arterial Insuficiência Cardíaca Congestiva Índice de Massa Corporal Internacional Physical Activity Questionnaire Kilocalorias Metabolic Estimate Tasks

Ministério da Saúde do Brasil Organização Mundial de Saúde Organização Panamericana de Assistência a saúde Pregnancy Physical Activity Questionnaire Programa de Saúde da Família Questionário de atividade Física para Gestantes Taxa de percepção de Esforço Valvulopatias Volume de Oxigênio

Page 14: Francisco Trindade Silva

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Relação Dose-resposta entre atividade física e benefícios em saúde.

46

FIGURA 2. Valores médios das questões em relação ao contexto, clareza das assertivas e relevância.

65

FIGURA 3. Valores médios das questões (QAFG).

67

Page 15: Francisco Trindade Silva

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Queixas, modificações fisiológicas e recomendações sobre atividade física.

34

Quadro 2. Queixas, modificações fisiológicas e recomendações sobre atividade física.

35

Quadro 3. Queixas, modificações fisiológicas e recomendações sobre atividade física.

36

Quadro 4. A escala de Percepção de Esforço de Borg é apresentada abaixo, para que haja melhor entendimento sobre o assunto em discussão.

40

Quadro 5. Os maiores tipos ou grupos principais de atividade.

45

Quadro 6. Classificação do IMC pré-gravídico. 49

Quadro 7. Coeficiente de correlação interclasse entre dois Pregnancy

Physical Activity Questionnaires (PPAQs) entre 54 gestantes – fase

de validação, Western Massachusetts, 2000 – 2002.

55

Quadro 8. Estágios de desenvolvimento do PPAQ para o

Questionário de Atividade Física para Gestantes - QAFG (Tradução e

adaptação).

58

QUADRO 9. Opções de respostas adaptadas para faixas de tempo

correspondentes ao QAFG.

61

QUADRO 10. Níveis de atividade física e questões relacionadas no

QAFG. 62

QUADRO 11. Adaptação das categorias e questões relacionadas no

QAFG. 62

Page 16: Francisco Trindade Silva

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Classificação do gasto energético (MET) relacionada com freqüência de gestantes, numa amostra na cidade de Fortaleza - 2007.

68

Tabela 2. Classificação do nível de atividade física (MET), relacionada com os semestres de gestação, numa amostra na cidade de Fortaleza - 2007.

69

Tabela 3. Classificação do nível de atividade física relacionada com categorias numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza -2007.

70

Tabela 4. Classificação do IMC pré-gravídico relacionada com gestantes, numa amostra na cidade de Fortaleza - 2007.

70

Tabela 5. Faixa de alturas e sua posição na amostra de gestante, na cidade de Fortaleza - 2007.

71

Tabela 6. Energia dispendida (MET) atividades, segundo variáveis independentes de numa amostra de gestantes, na cidade de

Fortaleza - 2007. 73

Tabela 7. Atividade física relacionada com “tarefas domésticas”, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.

74

Tabela 8. Atividade física relacionada com “cuidar de outras pessoas”, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.

75

Tabela 9. Atividade física relacionada com “ocupação”, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.

76

Tabela 10. Atividade física relacionada com “esportes e exercício”, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.

77

Page 17: Francisco Trindade Silva

Tabela 11. Atividade física relacionada com “locomoção”, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.

78

Tabela 12. Atividade física relacionada com “lazer”, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza – 2007.

78

Tabela 13. Atividade física relacionada com “tarefas domésticas”, segundo a Idade das gestantes, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.

79

Tabela 14. Atividade física relacionada com “cuidar de outras pessoas”, segundo a Idade das gestantes, numa amostra na cidade de Fortaleza - 2007.

80

Tabela 15. Atividade física relacionada com “ocupação”, segundo a Idade das gestantes, numa amostra na cidade de Fortaleza - 2007.

81

Tabela 16. Atividade física relacionada com “esporte e exercício”, segundo a Idade das gestantes, numa amostra na cidade de Fortaleza - 2007.

82

Tabela 17. Atividade física relacionada com “locomoção”, segundo a Idade das gestantes, numa amostra na cidade de Fortaleza - 2007.

84

Tabela 18. Atividade física relacionada com “lazer”, segundo a Idade das gestantes, numa amostra na cidade de Fortaleza - 2007.

85

Tabela 19. Atividade física relacionada com “tarefas domésticas”, segundo a escolaridade das gestantes, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.

86

Tabela 20. Atividade física relacionada com “cuidar de outras pessoas”, segundo a Escolaridade das gestantes, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.

87

Tabela 21. Atividade física relacionada com “ocupação”, segundo a escolaridade das gestantes, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.

88

Tabela 22. Atividade física relacionada com “esportes e exercício, segundo a escolaridade das gestantes, numa amostra de gestantes,

89

Page 18: Francisco Trindade Silva

na cidade de Fortaleza - 2007.

Tabela 23. Atividade física relacionada com “locomoção”, segundo a escolaridade das gestantes, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.

91

Tabela 24. Atividade física relacionada com “lazer”, segundo a escolaridade das gestantes, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.

92

Tabela 25. Atividade física relacionada com “tarefas domésticas”, segundo a renda familiar, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza – 2007.

93

Tabela 26. Atividade física relacionada com “cuidar de outras pessoas”, segundo a renda familiar, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza.

94

Tabela 27. Atividade física relacionada com “ocupação”, segundo a renda familiar, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza.

95

Tabela 28. Atividade física relacionada com “esportes e exercício, segundo a renda familiar, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza.

96

Tabela 29. Atividade física relacionada com “locomoção”, segundo a renda familiar, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza.

98

Tabela 30. Atividade física relacionada com “lazer”, segundo a renda familiar, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza.

99

Tabela 31. Atividade física relacionada com “tarefas domésticas”, de acordo com o trimestre de gestação, numa amostra na cidade de Fortaleza.

100

Tabela 32. Atividade física relacionada com “cuidar de outras pessoas”, de acordo com o trimestre de gestação numa amostra na cidade de Fortaleza.

101

Page 19: Francisco Trindade Silva

Tabela 33. Atividade física relacionada com “ocupação”, de acordo com o trimestre de gestação numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza.

102

Tabela 34. Atividade física relacionada com “esportes e exercício”, de acordo com o trimestre de gestação numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza.

103

Tabela 35. Atividade física relacionada com “locomoção”, de acordo com o trimestre de gestação, numa amostra na cidade de Fortaleza.

105

Page 20: Francisco Trindade Silva

1 Introdução

Atualmente parece haver uma preocupação mundial crescente para

qualidade e estilo de vida como também em termos de conseqüências e efeitos

nocivos à saúde que a inatividade física pode causar. Segundo a Organização

Mundial de Saúde – WHO (2004), a prática da Atividade Física regular está

associada à redução de mortes prematuras, doenças do coração, acidente

vascular cerebral, câncer de cólon e mama e diabetes tipo ll. Também interfere

de forma positiva na prevenção ou redução da hipertensão arterial e da

obesidade, auxilia na prevenção ou redução da osteoporose, promove o bem-

estar, reduzindo o estresse, a ansiedade e a depressão. A Atividade Física

interage de forma positiva com as estratégias para adoção de uma dieta

saudável, desestimula o uso do tabaco, do álcool, das drogas, reduz a

violência e promove a integração social.

Aproximadamente dois milhões de mortes no mundo são devidas à

inatividade física. Atualmente, estima-se que ela seja responsável por 10% a

16% dos casos de câncer de cólon, mama e da diabetes e 22% das doenças

isquêmicas do coração. A inatividade física não representa apenas um risco de

desenvolvimento de doenças crônicas, mas também um custo econômico para

o indivíduo e para a sociedade, sendo mais prevalente em mulheres, idosos,

indivíduos de baixo nível sócio-econômico e incapacitados. (MINISTÉRIO DA

SAÚDE DO BRASIL-MS, 2001).

Apesar do aumento em todo o mundo do número de praticantes de

atividades físicas, apontado por Tubino (1980) como o período denominado

Homus Sportivus, o rápido crescimento das doenças crônicas associadas à

inatividade física vem sendo registrado tanto nos países desenvolvidos como

nos em desenvolvimento. Afirma Matsudo et al. (2002) que a inatividade física

(sedentarismo) é o fator de risco mais prevalente na população para doenças

crônicas degenerativas não transmissíveis. A inatividade está presente na

Page 21: Francisco Trindade Silva

maioria dos adultos nos países desenvolvidos, segundo informe da

Organização Mundial de Saúde - WHO (2002). Por tudo isso, cada vez mais se

torna importante determinar o nível de atividade física da população, (THOMAS

Jr. e NELSON), (2001, NAHAS, 1995).

Estudos realizados indicam que o nível de inatividade física global na

população da cidade de Buenos Aires, estimada pelo internacional Physical

Activity Questionnaire - (IPAQ), é de 24,1 %, relembrando que adotamos como

corte o valor de 150 minutos de atividade semanal e que se pode comparar

com valores obtidos em outros países utilizando metodologia similar. Por

exemplo, em investigação na universidade de La Santa Casa de San Pablo,

foram obtidos valores de 14,3 % de insuficientemente ativos e de 0 % de

sedentários, em estudantes de fonoaudiologia, 8,4 % de insuficientemente

ativos e 14,1 % de sedentários em estudantes de enfermagem e 12,8 % de

insuficientemente ativos e 3,7 % de sedentários em estudantes de medicina

(COHEN et al. 2002).

Trabalho realizado por Matsudo et al. (2002), aponta que estudos

internacionais mostram as mulheres mais inativas que os homens, relatando

que o quadro é preocupante e exige ações e políticas de saúde pública para

minimizar o impacto deletério na saúde da população. Além do que muitos

destes estudos somente dizem respeito à atividade física no tempo de lazer.

Um outro relatório da Organização Pan-americana de Assistência à Saúde -

OPAS (2003) indica que uma faixa entre 31% e 51% das pessoas pratica

exercícios de maneira insuficiente. Em geral, estima-se que 60% da população

mundial não atinge a recomendação mínima de 30 minutos de atividade física

ao menos três vezes por semana com intensidade moderada.

O grupo de pesquisa do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão

Física de São Caetano do Sul – CELAFSCS é o que mais tem apresentado

dados em nível populacional e estudos com maior reconhecimento no Brasil

sobre padrões de atividade física ou prevalência de sedentarismo. Em estudo

realizado pelo MS-Brasil no período de (2002-2003), em 15 capitais brasileiras

Page 22: Francisco Trindade Silva

e Distrito Federal, com inquérito domiciliar sobre comportamento de risco e

morbidade referida de doenças não transmissíveis, a população do estudo

estava na faixa de idade entre 15 e 69 anos, apresentando resultados de

acordo com o nível de atividade física verificada no total da amostra. O

percentual de indivíduos classificados como insuficientemente ativos foi maior

em João Pessoa (54,5%) e menor em Belém (28,2%). Quanto ao gênero, as

mulheres em maior número nesta mesma categoria, em relação aos homens;

com exceção de Belém e na cidade de Fortaleza, as mulheres eram

insuficientemente ativas em 46,8% MATSUDO et al. (2002).

Um estudo foi conduzido por Hallal et al. (2003), em uma amostra

representativa da população do município de Pelotas, com 3.182 pessoas, em

que 41% dos indivíduos eram insuficientemente ativos; outro estudo foi

realizado por Matsudo et al. (2002) descrevem estudos realizados no Brasil,

que utilizaram questionários, como instrumentos de pesquisa: em uma amostra

representativa do Estado de São Paulo, com 2001 pessoas, em que 46,5% dos

indivíduos também foram classificados como insuficientemente ativos

MATSUDO et al. (2002).

A classificação do nível de atividade física da população tem sido alvo

mundial de muitos pesquisadores como forma de identificar o impacto do

sedentarismo no estilo de vida do ser humano. A atividade física tem

importante papel no dia a dia e na vida das pessoas.

Segundo Rash (1971) apud Fernandes (2003) Medir é a quantificação da

resposta do teste, onde o teste é uma pergunta específica utilizada para aferir

conhecimento ou habilidade de uma pessoa. Avaliação é o processo de

interpretação julgamento e classificação de medidas previamente obtidas

através de testes, a classificação do nível de atividade física é decorrente de

medidas e sua avaliação. Avaliação é um importante instrumento que

possibilita conhecermos a situação e o desenvolvimento de determinado

sistema e é a principal forma de feedback, ou seja, a avaliação é um meio e

não um fim em si mesma. Para Fernandes (2003), a avaliação é um recurso

Page 23: Francisco Trindade Silva

que se aplica ao avaliado e ao processo, podendo ser um indicador

quantitativo ou qualitativo, que emprega elementos de um modo objetivo ou

subjetivo para comparação de critérios. Dependendo do objetivo que se

pretende alcançar, é feita a escolha do tipo de avaliação, buscando o melhor

ajuste ao processo da situação que permitirão a todos os seres envolvidos,

uma melhor e mais precisa percepção do real e verdadeira situação do

fenômeno avaliado. Corroborado por Guedes (2006), medir é descrever

fenômenos do ponto de vista quantitativo e avaliar é interpretar dados

quantitativos e qualitativos para obter parecer ou julgamento de valores com

bases referenciais previamente definidos.

Na atualidade, como forma de compensar a sua condição sedentária, as

mulheres são encorajadas a fazer algum tipo de atividade física, adotando um

estilo de vida saudável, inclusive na gravidez (Baciuk et al. 2006).

Verderi (2006) comenta: “A gravidez é considerada, finalmente, uma

modificação no estado de saúde da mulher, mais do que um estado de doença, cada vez mais mulheres estão buscando programa de atividade física ao longo de sua gravidez”.

Nos últimos anos, as mulheres têm de alguma forma aderido, à prática

da atividade física, inclusive o espírito esportivo tem atingido mulheres de

todas as idades, incluindo grávidas que se encontram perto de realizar o parto.

No entanto, avaliar o nível de atividade física em gestantes parece ser um

ponto de partida para a compreensão e prescrição desta prática. Segundo Artal

et al. (1989), A observação na relação atividade física, gestação e parto

remontam há muito tempo, sendo citada já nos tempos bíblicos, quando as

escravas judias, mais ativas, tinham seu filhos com mais facilidade do que suas

amas egípcias, mais sedentárias: “...as mulheres hebraicas não são como as

egípcias, elas são mais vivazes, e dão à luz antes que a parteira chegue junto

a elas (Exodus 1:19).

Page 24: Francisco Trindade Silva

Para Cavalcante et al. (2005), a saúde da mulher durante a gravidez é

dependente da disponibilidade de condições e de hábitos ou recomendações

que ofereçam uma gestação saudável, tendo como sugestão para uma

gravidez tranqüila a prática de exercício. Segundo Katz, e Artal et al.(1996) ,

citados por Cavalcante (2005), não é recente a descoberta da relação entre

boa saúde e atividade física. Estudos apontam a preocupação com a prática

regular de atividade física moderada, pois se acredita em sua contribuição para

uma melhor qualidade de vida.

A equipe do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São

Caetano do Sul – CELAFISCS ressalta a importância dos diversos órgãos

internacionais, como a Organização Mundial de Saúde, o Centers for Disease

Control dos Estados Unidos, o Americam College of Sports Medicine, a

American Heart Association e no Brasil, o programa “Agita são Paulo”:

recomendam que “todo cidadão deve fazer pelo menos 30 minutos de

atividade física por dia, na maior parte dos dias da semana, de intensidade

moderada, de forma contínua ou acumulada”. E faz análise dessas

recomendações em relação à mulher grávida, observa: que as mulheres

grávidas deveriam acumular pelo menos 30 minutos diários, o que significa que

aquelas que quiserem, puderem ou estão acostumadas a fazer mais tempo,

recomenda-se atividades contínuas que durem mais de 60 minutos. Todas as

atividades físicas e não o esporte: Atividade do dia a dia, como ir andando ao

banco, escola, mercado, ao trabalho, subir escadas ou dançar. As

características das atividades mencionadas não exigem roupas ou sapatos

especiais, locais incrementados ou monitores ao seu redor. Na mensagem do

programa Agita são Paulo procura-se desenvolver mais um estilo de vida que

um acanhado programa de exercícios, considerando cinco o número de dias

na semana e se possível todos. A intensidade sugerida é a moderada (que

permite conversar enquanto realize; de 4 a 7 METs), mas com o progredir da

gestação ou nos casos de dúvida deve-se fazer atividades leves (abaixo de 4

METs) e finalmente, se a mulher tiver condições físicas e tempo para realizar

as atividades de forma continuada, ótimo. Mas se não for o caso e

Page 25: Francisco Trindade Silva

principalmente nas grávidas sedentárias ou nas fases mais tardias da

gestação, poderá ser lembrado o novo conceito: “acumular” saúde em sessões

de pelo menos 10 minutos de duração três vezes ao dia, equivale a grávida

caminhar 30 minutos de uma só vez.

As mulheres sedentárias apresentam um importante declínio do

condicionamento físico durante a gravidez. Além disso, a falta de atividade

física regular é um dos fatores associados a uma susceptibilidade maior a

doenças durante e após a gestação. Muitas vezes, a hipocinesia, geralmente

adotada no final da gestação em muitas sociedades ocidentais, parece indicar

um fenômeno cultural mais que fisiológico. Batista et al. (2003), ao considerar

o efeito da prática da atividade física sobre a saúde da gestante não-atleta e o

feto, afirma que a reprodução é parte normal da vida das mulheres saudáveis,

como o é a atividade física. Portanto, a participação de exercícios regulares no

período gestacional parece beneficiar tanto a mãe quanto o bebê, de muitas

formas. Perde-se a oportunidade de proteção com a inatividade física, podendo

causar algumas doenças, como descontrole nas taxas de glicemia, obesidade,

elevação na pressão arterial, aumento nas taxas de colesterol, diminuição da

força muscular e estresse mental.

Cremos ser importante a padronização da terminologia para pacientes e

profissionais de saúde, facilitando a sua comunicação, usando termos que

expressem os mesmos fenômenos, ou seja, que falem a mesma coisa; é

comum o uso dos termos atividade física, exercício e esporte com o mesmo

sentido. No entanto, são expressões de movimento corporal totalmente

diferentes.

1.1 A atividade física, exercício e esporte

Page 26: Francisco Trindade Silva

Segundo o American College Of Sports Medicine – ACSM (2003), a

atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pela

contração muscular esquelética que eleva substancialmente o dispêndio de

energia. Enquadram-se todos os movimentos, mesmo os realizados em casa,

no trabalho ou por lazer. Enquanto o exercício, como uma subclasse da

atividade física, é definido como o movimento corporal planejado, estruturado e

repetitivo Caspersen (1984), ACSM (2003). Exercício físico já foi considerado

tabu para mulheres grávidas, sendo estas desestimuladas a ficar em pé e

deviam adotar a prática sedentária em todo o período gestacional, acreditando-

se que alguma atividade física pudesse prejudicar o bebê. Os estudos

científicos mostraram que a verdade é totalmente contrária às crenças das

gerações do passado (Hanlon, 1999). Objetivando exercícios organizados com

duração, freqüência e intensidade, o American College Of Sports Medicine –

ACMS tradicionalmente recomendava que uma pessoa se envolvesse por 15

a 60 minutos em atividade física moderada à intensa, com 60% a 90% da

freqüência cardíaca máxima – FC máx ou 55% a 90% do consumo máximo de

oxigênio – VO2, realizada de 3 a 5 vezes por semana. No entanto é bom

destacar que esta indicação era fundamentada em estudos que investigavam a

melhoria da aptidão física após uma atividade estruturada e de intensidade

vigorosa (PATE et al. 1995). Conceituando o esporte como um tipo de

atividade física que envolve conceitos de desempenho e competição, Matsudo

(2000) nos exemplifica que quando uma mulher estiver caminhando em

direção à padaria, dançando ou limpando a casa, ela estará fazendo atividade

física, sendo considerada a melhor relação entre movimento humano e saúde.

Assim, quando a mulher caminhar até à padaria ou qualquer outro lugar com

um determinado número de passadas/min, para percorrer certa distância em

um intervalo de tempo determinado ela está fazendo exercício. Se, no entanto,

a mulher quiser percorrer a distância mais rápido que qualquer outra, ela

estará competindo, praticando esporte.

1.2 Atividade física e situação funcional durante a gestação

Page 27: Francisco Trindade Silva

Diversos são os benefícios da prática da atividade física na gestação,

compreendendo diversas áreas do organismo materno. O exercício está

indicado na redução e prevenção de lombalgias, em função da alteração da

coluna cervical que muda a postura correta da gestante frente à hiperlordose

que comumente surge durante a gestação, em função do aumento do útero na

cavidade abdominal e o conseqüente desvio do centro gravitacional. Nestes

casos, o exercício físico contribuirá para a adaptação de nova postura física,

refletindo-se em maior aptidão para a gestante durante a prática da atividade

física e do trabalho diário (COLDITZ, et al. 1994). Mulheres saudáveis com

uma gravidez normal podem continuar com os seus exercícios, cuja prática se

dava antes da gravidez, podendo também iniciar uma nova atividade física.

The American College of Obstetrics and Gynecology – ACOG, e também a,

American Society for Obstetrics and Gynecology - ASOG, recomendam que

mulheres grávidas saudáveis continuem a praticar seus exercícios regulares,

pois a gravidez é um estado normal fisiológico caracterizado pelo

desenvolvimento tanto da mãe quanto do feto.

Segundo Hartmann (1999), a atividade física oferece vantagens durante

a gestação também nos aspectos emocionais, colaborando para que a

gestante torne-se mais autoconfiante e satisfeita com a aparência, eleve a

auto-estima e apresente maior satisfação na prática dos exercícios.

Gallup (1999) comenta os aspectos relacionados aos benefícios da

atividade física durante o trabalho de parto: são relativos às demais alterações

endócrinas ocorridas no período gestacional, que incidem nas articulações e

ligamentos pélvicos, permitindo maior flexibilidade. O estrogênio é aumentado

e contribui para o relaxamento muscular, facilitando o parto, suavizando as

cartilagens e elevando o fluído sinovial com conseqüências no alargamento

das juntas, facilitando a passagem do feto.

Durante a prática de atividade física com gestantes, deve-se atentar aos

sinais ou sintomas que indiquem a interrupção do exercício, que deve ser

Page 28: Francisco Trindade Silva

imediata, por constituir grande risco para a saúde tanto da mãe quanto do feto.

São eles: dor no peito, sangramento vaginal, enxaqueca, dispnéia, edema, dor

nas costas, náuseas, dor abdominal, contrações uterinas, fraquezas

musculares, tontura e redução dos movimentos do feto (DYE et al. 1996).

Muitas lesões ortopédicas ocorrem freqüentemente durante o período

gestacional e podem estar relacionados ao hiper-relaxamento dos ligamentos e

a outro fator em mudança, o equilíbrio da gestante. Desse modo, a

hiperlordose lombar possibilita especificamente o aumento do risco de hérnia

de disco (ROMEN, 1991). A hiperlordose lombar deve-se à distensão dos

músculos da parede abdominal e o desvio do corpo para a frente, além do

centro de gravidade, pelo acréscimo do volume uterino no abdome. Sendo um

mecanismo de compensação, a modificação da postura tende a minimizar os

efeitos oriundos do aumento da massa e distribuição corporal na gestante.

Para Hanlon (1999). Nos últimos meses de gravidez, as mulheres projetam os

ombros para frente, arqueando mais que o normal a curva das costas, para

encontrar um equilíbrio postural. Assim podem aparecer dores nas costas pelo

excessivo esforço das fáscias musculares, portanto ficar por longo tempo em

pé em posição fixa, ou carregar pesos, será um fator negativo no

desenvolvimento de gestantes (MARTINS, 2003).

É na gravidez que ocorrem modificações básicas no corpo: o aumento

uterino, até por volta da 10ª semana, o útero ainda está restrito à cavidade

pélvica, mas a partir daí seu aumento inicia sobre a parede do abdome. Na

gestação ocorre o aumento da capacidade inspiratória, em até cerca de 300

ml, provocada pela expansão torácica, pelo relaxamento dos ligamentos

intercostais e ascensão do diafragma pelo crescimento uterino. Estas são

modificações no nível de ventilação por minuto e estão relacionadas a um

aumento do volume corrente e da freqüência respiratória (ARNONI, 1996).

Page 29: Francisco Trindade Silva

Até o primeiro trimestre, a mãe pode sentir astenia (fadiga) e sonolência,

mas com o avançar da gestação estes sintomas desaparecem. Algumas dores

lombares podem aparecer em decorrência do deslocamento do abdome para a

frente, ocasionado pela sobrecarga que a coluna esta recebendo. O equilíbrio

do tronco em relação à pelve e Membros inferiores altera a marcha, podendo

também favorecer as dores ciáticas (VERDERI, 2006).

Conti et al. (2003), relatam um estudo realizado sobre os desconfortos

músculo-esqueléticos na gravidez, no total de 71 gestantes, aparecendo na

maioria dessas, em 84,2%. Segundo a autora, a literatura aponta este período

gestacional como propício para tais desconfortos.

Alterações fisiológicas e psicológicas que acontecem na mulher grávida

merecem ser discutidas. Inicia-se o aumento do volume plasmático mais ou

menos na 10ª semana gestacional, provocado pela retenção hidrossalina. O

aumento da volemia causa um aumento do fluxo cardíaco, aumentando o

volume de ejeção sistólica e, sobretudo a partir do sexto mês de gravidez,

ocorre um aumento da freqüência cardíaca, em torno de 10 a 15 batimentos

por minuto, ocasionado pela queda da resistência periférica. (ARTAL &

WISWELL, 1986).

1.3 Estudos sobre epidemiologia da atividade física

Há um estudo clássico, realizado há mais de 50 anos por Morris (1953)

apud Paffenbarger et al. (1986) com cobradores de ônibus londrinos de dois

andares e os carteiros que percorriam vários quilômetros por dia a pé ou de

bicicleta, estes apresentavam uma menor prevalência de doença arterial

coronariana (DAC) e morte súbita (MS) do que os funcionários dos correios

que estavam em função administrativa e os motoristas mais sedentários. Esse

Page 30: Francisco Trindade Silva

estudo transversal foi o primeiro que apresentou esse achado de modo

científico, embora sujeito a vieses, como por exemplo, que os indivíduos que

tivessem predisposição a DAC, poderiam preferir atividades de menor esforço.

Segundo Oliveira e Nóbrega, (2003) as décadas de 60 a 80 mostraram

resultados claros de estudos longitudinais prospectivos do tipo coorte, que

associava um gasto energético maior nas atividades do cotidiano com uma

menor mortalidade cardiovascular e geral e a uma menor incidência de

doenças cardiovasculares. Em estudo realizado por Paffenbarger et al. (1986).

foram acompanhados 16.936 ex-alunos da universidade de Harvard por 12 a

16 anos, e como conclusão final deste estudo ficou evidenciado que o gasto

energético semanal igual ou superior a 2.000 quilocalorias produzia uma

redução significativa na mortalidade geral e cardiovascular,

independentemente de outras características, como obesidade, tabagismo,

morte de um dos pais ou hipertensão arterial. Ainda segundo esse estudo, um

risco individual moderado produzido pelo sedentarismo, aproxima dos 70% na

maioria dos paises que apresentam alguma estatística a respeito. Resultando

em um risco comunitário expressivo, dado que corrobora com a importância de

se combater o sedentarismo como parte de uma política de saúde pública.

Citados pela Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte em, Tópicos

Especiais em Medicina do Esporte de Oliveira e Nóbrega, (2003) relatam ainda

que o grupo do professor Paffenbarger em 1993, detalhando o conceito “um

maior gasto energético levaria a uma redução da mortalidade”. Nesse estudo,

relaciona diversas atividades do cotidiano, como caminhar, subir escadas,

praticar atividades de intensidade moderada a alta, resultavam em expressivas

reduções da mortalidade geral. E em 1996 publica dados, até então inéditos,

que sugeriram que a inclusão de atividade de maior intensidade seria capaz

de proporcionar uma redução adicional de mortalidade da ordem de 10%. Em

2001, dois artigos enfatizaram no suplemento do periódico Medicine and

Science in Sports and Exercise, a relação dose-resposta entre atividade física

e saúde, fazendo uma revisão sistemática e abordando de modo bastante

eficiente esse tema. Comenta Oliveira e Nóbrega, (2003) que esses dados

epidemiológicos ocasionaram o surgimento do conceito lifestyle exercise, ou o

“exercício como estilo de vida” Assim, essa opinião se contrapunha à clássica

Page 31: Francisco Trindade Silva

recomendação em moda até os anos 80, de praticar exercícios durante 30

minutos de 3 a 5 vezes por semana, a uma intensidade correspondente a 60%

a 80% do consumo máximo de oxigênio. A partir desses dados

epidemiológicos, o importante passou a ser “acumular gasto energético”,

naturalmente através da atividade física, não necessariamente desportiva, mas

no cotidiano. A preocupação passou a não ser tanto com os efeitos adaptativos

morfofuncionais em conseqüência do treinamento físico regular, mas com o

aumento do gasto energético através de atividades comuns como ir à padaria a

pé, brincar com animais, movimentar-se ativamente quando estiver

trabalhando, ou qualquer outro hábito que favoreça o estilo ativo de viver.

A OMS – Organização Mundial de Saúde, conceitua saúde como sendo.

“O estado físico positivo, mental e de bem-estar social”, citado pelo relatório

do U.S. Departamento of health and Human Service - USDHHS (1996), e não

mera ausência de doenças.

Observando-se sob uma condição humana, nos aspectos físicos,

sociais, e psicológicos distribuídos em dois pólos; positivo e negativo,

associada com a capacidade de apreciar a vida e de resistir aos desafios do

cotidiano, estaria a saúde positiva, enquanto a saúde negativa estaria

associada com a morbidade e, a mortalidade no outro extremo (BOUCHARD,

1990).

Segundo Pitanga (2004), com a mudança do paradigma em que fatores

multicausais de risco, estavam escondidos, como o sedentarismo, que é

apontado como fator determinante de agravo à saúde. Este momento é

coincidente com a transição epidemiológica. Sabe-se hoje que o exercício

físico pode ser um fator protetor para uma série de agravos, entre os quais se

destacam: obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose,

depressão e maior morbi-mortalidade por qualquer causa (WHO, 2002). No

entanto há necessidade de se conhecer, ainda, a intensidade ideal da atividade

física necessária para provocar associações ou relação dose-resposta em

relação aos benefícios oriundos destas atividades (SHEPHARD, 2001).

Page 32: Francisco Trindade Silva

O esforço com o trabalho doméstico diminuiu pelo uso crescente de

equipamentos domésticos para a execução das tarefas mais árduas, o uso de

automóvel para o deslocamento, e ainda mais adota-se um estilo sedentário,

muitas horas na frente da TV como principal meio de lazer e o crescente

aumento do incentivo ao consumo difundido pelo marketing contribuíram,

sobremaneira, para a delimitação do estilo de vida ocidental.

Antes havia alguma atividade que demandava tempo e esforço, mas os

homens contemporâneos dispondo de todos os equipamentos disponíveis,

com simples toques de botões de controles remotos, e seus carros reduzindo o

tempo de muitas tarefas diárias. Como resultado, diversos indivíduos têm mais

tempo de sobra para as atividades físicas e o lazer. O fato é que mesmo

assim muitos levam uma vida sedentária (SIMÃO, 2004).

Paffenbarger (1993) nos informa de um estudo que apresenta risco de

morte reduzida a 41% em homens que mudaram o seu estilo de vida

sedentário para participação em atividades esportivas de intensidade

moderada para forte. Em diversos estudos epidemiológicos revisados sobre a

atividade física e aptidão física e longevidade, mortalidade e saúde são

observadas associações entre as variáveis (LEE, 1995). Muitos estudos

experimentais têm apontado nesta mesma direção, demonstrando que

programas de exercícios físicos melhoram não apenas a aptidão física, mas

também os níveis de lipídios sanguíneos, pressão arterial, densidade óssea,

composição corporal, sensibilidade à insulina e tolerância à glicose. Assim

sendo, parece razoável concluir que a melhoria dessas alterações clínicas

poderia levar à redução nas taxas de mortalidade e aumento no tempo de vida

saudável das pessoas (DISHMAN,1994).

Bungum et al. (2000) estudando mulheres nulíparas, observaram que

gestantes sedentárias apresentaram risco 4,5 vezes maior de nascimentos por

Page 33: Francisco Trindade Silva

cesárea do que as gestantes ativas fisicamente, quando controladas as

variáveis idade, tipo de anestesia, alterações no IMC anterior à gravidez,

trabalho de parto induzido e o tipo de hospital de nascimento. Os resultados

demonstraram que a participação em exercícios físicos, especialmente nos

dois primeiros trimestres, esteve associada efetivamente ao menor risco de

cesáreas. Acreditava-se que a prática da atividade física durante a gestação

pudesse estimular indiscriminadamente as contrações uterinas, promovendo a

antecipação do trabalho de parto (WHO, 1995).

Bishop et al. (1992) são de opinião contrária ao efeito de

prematuridade,

acreditando que a atividade física de forma regular fortalece a musculatura

pélvica, sendo mais um fator a indicar nascimentos a termo. Conforme os

autores, a idade, paridade e aderência ao programa assistencial são fatores

que desempenham papel decisivo no risco para partos prematuros.

Segundo Sternfeld (1997) parece haver consenso de que a prática de

atividade física monitorada durante a gestação não colabora para a

prematuridade. O mesmo autor ainda, consultando diversos estudos,

argumentou que em decorrência da estimulação da noradrenalina, que ocorre

com a atividade física, pode ser neutralizado tanto com o aumento de

catecolaminas nas gestantes, como através dos níveis de catecolaminas fetais

que permanecem estáveis à estimulação da noradrenalina da mãe,

resguardando o feto do excesso de atividade uterina. Outros estudos também,

não relacionam atividade física e parto prematuro. Kebano et al. (1990), em

estudo de coorte, avalia a relação entre atividade física durante a gravidez,

nascimento prematuro e idade gestacional em amostra de 7.101 mulheres.

Mostrou que períodos prolongados na posição de pé, 8 horas/dia, eram

associados com um risco modestamente aumentado para nascimento de

prematuros, trabalho pesado, 4 horas/dia, ou exercício não estavam

associados com nascimento de prematuros. A proporção de crianças que

Page 34: Francisco Trindade Silva

tiveram nascimento prematuro não diferiu entre mulheres que trabalham

predominantemente de pé, ou em ocupações ativas ou sedentárias.

A World Health Organization (1995) informa que para prevenir e

manejar a atual epidemia global de obesidade deve haver a integração da

atividade física regular, de forma diária, acompanhada de melhoria da

qualidade de vida e alimentação. Mulheres grávidas e sedentárias

normalmente necessitam em média de 3000 calorias/dia no segundo e terceiro

trimestre, para garantir um estoque correto de nutrientes, embora, uma

gestante fisicamente ativa possa precisar de um consumo maior de calorias a

fim de compensar o gasto energético proveniente dos exercícios (ACSM,

2000).

Conforme Ghorayeb & Barros Neto (2004), as mulheres ao

interromperem a sua atividade esportiva durante a gravidez apresentam um

maior aumento de peso comparado às mulheres não praticantes e, àquelas

que não interromperam a sua atividade ao longo de sua gravidez. Recentes

estudos epidemiológicos demonstraram que mulheres grávidas mais ativas têm

riscos gestacionais reduzidos, como diabetes, doenças hipertensivas e parto

prematuro.

1.4 Atividades físicas recomendadas e benefícios na gestação

Dentre as atividades físicas recomendadas estão as práticas

costumeiras da gestante antes da gravidez, observada a intensidade

recomendada na faixa moderada, e que não ofereçam risco à gestante ou ao

feto. Exercícios planejados com objetivos específicos para este período

gestacional e esportes devem ser mais ponderados: evitar os de contato,

saltos ou intensidade muito forte. Para Batista et.al (2003) no período

Page 35: Francisco Trindade Silva

gestacional é recomendado como atividade física os exercícios mais leves na

água, seguidos de caminhada e ciclismo.

Segundo o ACSM (2005) em artigo intitulado “the pregnant exercise: an

argument for exercise as a means to suport pregnancy” lista benefícios para a

gestante e para o bebê, e informa que mulheres que começam programa de

exercícios no secundo trimestre, não devem ser desencorajadas, mas não

obtém todos os benefícios listados:

Benefícios para as grávidas

-Redução dos riscos de desenvolver diabetes gestacional

(principalmente em mulheres com IMC >33);

- Redução dos riscos de desenvolver hipertensão induzida pela gestação;

- Poucas intervenções obstetrícias, (extração a vácuo e fórceps);

- Redução do trabalho de parto;

- Pesquisas tem sugerido, que a incidência de cesarianas, talvez

- O aumento do bem estar maternal;

- O aumento do senso de controle;

- O aumento de energia;

- Melhor sono;

- Melhora da auto-estima;

- Retorno mais rápido do peso antes da gravidez;

- Controle do excesso de peso ganho;

Page 36: Francisco Trindade Silva

- Diminui o tempo de retorno aos exercícios após o parto;

- Diminuição da durante a gravidez e pós-parto;

- Redução da perda de tecido ósseo durante a lactação;

- Redução das complicações da gravidez (hemorróidas, inchaço das

pernas e dores nas costas);

Benefícios para o bebê:

-Os bebês nascem menos gordos; com melhor perfil de risco

cardiovascular na maioridade;

- Os bebês têm redução na incidência de cólicas;

- Grande nível de desenvolvimento neurológico nas áreas da linguagem

oral e motoras(testado até a idade de 5 anos).

Martins (2003) em um estudo que buscava saber se os profissionais de

saúde dos serviços de Ginecologia e Obstetrícia da cidade de Araçatuba – SP

quando questionados sobre a indicação de atividades físicas no período de

gestação, todos os entrevistados afirmaram que sim, diferindo somente no que

se refere ao período de início das atividades; 20% deles relataram que indicam

atividades físicas no primeiro e no terceiro trimestre da gestação e 60% deles

confirmaram indicar atividades físicas com o início no segundo trimestre de

gestação, o restante em todo o período.

Durante a gestação são relatada algumas queixas decorrentes das

modificações fisiológicas próprio deste período, no (Quadro 1) é apresentado

uma relação com tais mudanças e suas indicações para a prática da atividade

física.

Page 37: Francisco Trindade Silva

Quadro 1. Queixas, modificações fisiológicas e recomendações sobre atividade física.

Queixas Modificações fisiológicas Atividades físicas recomendadas

- Postura - Dores musculares

- Crescimento do útero e expansão do abdome, inclinação anterior da pelve, aparecendo uma hiperlordose.

Fortalecimento da musculatura (abdominal, dorsal e pernas).

- Falta de ar - Movimento restrito do diafragma, pressionado pelo aumento do útero. - Consumo de oxigênio aumentado em 15% a 20%. - Os níveis ampliados de progesterona elevam a taxa normal de respiração em até 45%.

- Melhoria da resistência aeróbica, permitindo melhor aproveitamento na utilização do oxigênio.

- Câimbras - Possível redução de sódio. - Circulação deficiente.

- Exercícios físicos

- Freqüência Cardíaca aumentada. - Cansa facilmente

- O coração fica mais espesso e sob pressão do diafragma move-se para cima aumentado à pressão interna. - O volume do sangue aumenta de 30% a 50%. - A freqüência cardíaca de repouso pode aumentar até 20%. - O débito cardíaco (a quantidade de sangue bombeado pela freqüência de batimentos do coração) aumenta de 40% a 50%.

- Treinamento cardío-respiratório (aeróbico)

- Dores nas costas - Deslocamento do centro de gravidade, que se move para a frente em relação à coluna vertebral e pelo peso do útero na região pélvica.

- Fortalecer os músculos do abdome, região dorsal e glúteos (ajuda a manter a postura saudável).

Fonte: Adaptado do texto do guia oficial para exercícios da YMCA para exercícios pré-natais Hanlon (1999) e Ginástica para gestantes Miranda e Abrantes (2003).

Page 38: Francisco Trindade Silva

A atividade física pode contribuir para manter os níveis glicêmicos

normais, em gestantes que apresentam diabetes gestacionais. Essa patologia

ocorre, de modo geral, na fase tardia da gestação (HELMRICH et al. 1994).

No (Quadro 2) segue recomendações em atividade física, podendo

influir de forma positiva em contraposição as queixas como: veias varicosas,

hemorróidas, varizes, azia, desconforto intestinal, vontade de urinar,

articulação do quadril, que fica dolorido e diabetes gestacionais.

Quadro 2. Queixas, modificações fisiológicas e recomendações sobre atividade física.

Queixas Modificações fisiológicas Influencia / Atividades físicas recomendadas

- Veias varicosas - Hemorróidas - Varizes (mais comum no segundo e terceiro trimestre)

- Os vasos sanguíneos ficam mais flexíveis e distendidos para acomodar o aumento do volume de sangue.

- Atividades aeróbicas melhoram o aproveitamento do oxigênio, provocam adaptações cardíacas, reduzindo os batimentos de repouso.

- Azia - Desconforto intestinal

- Mudanças hormonais causam uma desaceleração na atividade do estômago e do intestino.

- Exercícios moderados (nesta fase evitar exercícios em supinação).

- Vontade de Urinar freqüente

- O útero em expansão pressiona a bexiga

- Exercícios para o assoalho pélvico podem ajudar a controlar os músculos da bexiga e prevenir a incontinência urinária.

- Articulações do quadril ficam doloridas

- O hormônio relaxina faz com que os seus ligamentos fiquem relaxados, articulações ficam mais

- Fortalecimento muscular (pernas e braços)

Page 39: Francisco Trindade Silva

flexíveis e relaxadas.

- Diabetes gestacionais - Alteração nos níveis de glicemia

- Os exercícios podem ajudar a controlar os níveis de glicose (exercícios monitorados pelo médico).

Fonte: Adaptado do texto do guia oficial para exercícios da YMCA para exercícios pré-natais Hanlon (1999) e Ginástica para gestantes Miranda e Abrantes (2003).

Para Katz (1996), a natação é a prática de atividade física mais indicada

para a gestante, devido à propriedade inerente do corpo na água, isto é, a

flutuabilidade. Os joelhos são beneficiados quando fazem atividade física na

água, por ser geralmente mais relaxante que outros tipos de exercícios,

sobretudo os exercícios de força como a musculação. O freqüente

aparecimento de edema é um efeito comum na gestação, porém

desconfortável e pode ser diminuído com a natação. A implicação da água fria

sobre o corpo serve também como termorregulador, proporcionando ao feto a

possibilidade de maior estabilidade frente à elevação de temperatura e a

subseqüente diminuição do fornecimento de sangue. A água deve ficar entre.

28ºC e 30ºC tida como a temperatura ideal durante a prática de atividades

aquáticas para gestantes.

O (Quadro 3) mostra a relação entre queixas (ansiedade, estresse, parto

doloroso, trabalho de parto, melhor nutrição, medicamentos, estilo de vida,

retornar ao corpo anterior e estar mais preparada para cuidar do bebê) e

recomendações de atividade física, mostrando ainda as principais modificações

fisiológicas.

Page 40: Francisco Trindade Silva

Os exercícios para gestante deveriam incluir a combinação de

atividades aeróbicas envolvendo grandes grupamentos musculares e

atividades que desenvolvessem força de determinados músculos.

Normalmente, acredita-se que uma musculatura abdominal forte possa auxiliar

no processo de expulsão da criança. A força muscular dos membros

superiores é também muito importante para carregar o bebê, que aumenta

cada vez mais o seu peso (BARROS, 1999). Séries de exercícios para o

Quadro 3. Queixas, modificações fisiológicas e recomendações sobre atividade física.

Queixas Modificações fisiológicas Atividades físicas recomendadas

- Ansiedade - Estresse - Parto doloroso

- Estado psicológico alterado

- O Exercício moderado e regular aumenta os níveis de endorfina no corpo da praticante. As endorfinas ajudam como sedantes naturais, aumentando a sensação de bem-estar, controle e consciência corporal.

- Trabalho de parto - Contrações abdominais - Relaxamento muscular - Atitude psicológica favorável

- Fortalecimento e tonificação dos músculos (abdominais, músculos da pelve e dorsos-lombares). - Resistência Muscular Local

- Melhor nutrição - Redução da cafeína - Prática anti tabagista - Sem drogas e medicamentos - Estilo saudável de vida

- Alterações específicas

- Pode ter influência positiva por ocasião da aderência da gestante à prática da atividade física regular

- Retorno ao corpo anterior - Estar mais preparada para tarefas do cuidar do bebê.

- Nova etapa do ciclo gravídico-puerperal, afinal foi uma mudança brusca.

- Os exercícios podem ser reiniciados ainda no leito da maternidade

Fonte: Adaptado do texto do guia oficial para exercícios da YMCA para exercícios pré-natais Hanlon (1999) e Ginástica para gestantes Miranda e Abrantes (2003).

Page 41: Francisco Trindade Silva

assoalho pélvico, favorecerão a ação de tipóia para apoiar os órgãos

abdominais e os da pelve. Durante o parto, os músculos do assoalho pélvico

se esticam para permitir a passagem do bebê (HANLON, 1999).

1.5 Atividades físicas não recomendadas na gestação

A mulher grávida, quando saudável, pode ter os seus níveis de

resistência, força e flexibilidade assegurados através da contínua atividade

física ou estruturados em forma de exercício. No entanto limitações e controle

são observados. Alguns exercícios físicos merecem recomendações

específicas sobre o desenvolvimento de sua prática ou contra-indicação no

período gestacional. A intensidade do exercício se revela através da demanda

sobre o sistema cardiovascular e deve ser monitorada de acordo com os

sintomas que a gestante apresentar. (ACOG, 2002).

No período gestacional não são recomendadas atividades competitivas,

artes marciais, levantamento de peso, exercícios com movimentos repentinos

ou de saltos, que podem levar à lesão articular, flexão ou extensão acentuada

devem ser evitadas, pois os tecidos conjuntivos já apresentam frouxidão

(ARTAL & GARDIN, 1999).

Já o guia oficial da YMCA para exercícios pré-natais e Hanlon, (1999)

indicam como atividades consideradas perigosas, avaliando a possibilidade de

colocar a gestante ou o seu feto em risco, todos os tipos de salto de pára-

quedas, vôo de asa delta, futebol, rúgbi, outros esportes que envolvam contato

físico, salto em piscina, esqui de montanha, esqui aquático, surf, equitação,

hóquei e basquete, além dos esportes em equipe, como voleibol, basquetebol,

softbol, necessitam de flexibilidade, elasticidade e força, Freqüentemente

Page 42: Francisco Trindade Silva

implicam em risco de torções, distensões e quedas e, com freqüência, são

extenuantes (GHORAYEB e BARROS NETO, 2004).

A prática de exercícios acarreta riscos potenciais para o bebê quando a

intensidade do exercício for muito alta, criando um estado de hipóxia para o

bebê, em situações em que haja risco de trauma abdominal e em caso de

hipertermia da gestante. Esses fatores podem gerar estresse fetal, restrição de

crescimento intra-uterino e prematuridade (Bennell et al. 2001). Outra

preocupação para profissionais envolvidos na prática da atividade física

durante a gestação são os exercícios na posição supino após o terceiro

trimestre e, podem resultar em obstrução do retorno venoso (BUNGUM, 2000).

De acordo com Bennell et al. (2001) há algumas evidências de que a

participação em exercícios de intensidade moderada ao longo da gravidez

possa aumentar o peso do bebê ao nascer, enquanto que exercícios mais

intensos e com grande freqüência, mantidos por longos períodos da gravidez,

podem resultar em crianças com baixo peso. O exercício regular é contra-

indicado em mulheres com as seguintes complicações: contra-indicações

absolutas (doença miocárdica descompensada, insuficiência cardíaca

congestiva, tromboflebite, embolia pulmonar recente, doença infecciosa aguda,

risco de parto prematuro, sangramento uterino, isoimunização grave, doença

hipertensiva descompensada, suspeita de estresse fetal e paciente sem

acompanhamento pré-natal) e contra-indicações relativas (hipertensão

essencial, anemia, doenças tireoidianas, diabetes mellitus descompensado,

obesidade mórbida e histórico de sedentarismo extremo) (LIMA E OLIVEIRA,

2005).

1.6 Intensidade do exercício

O ACOG (2002) recomenda algumas formas mais cautelosas, onde

a intensidade do exercício não exceda uma freqüência cardíaca de 140 bpm,

Page 43: Francisco Trindade Silva

que refletiria aproximadamente 60 a 70% da capacidade aeróbica máxima da

maioria das mulheres grávidas. Apontado por outros, o método mais exato

para predizer VO2 na grávida é a extrapolação da curva VO2 - FC para uma

estimada FC máxima. O ACOG (1994) recomendou que a atividade física

praticada durante a gestação tenha por características exercícios de

intensidade leve e moderada, com o programa voltado para o período

gestacional em que se encontra a mulher, com as atividades centradas nas

condições de saúde da gestante, na experiência em praticar exercícios físicos

e na demonstração de seu interesse e necessidade.

Outra forma de determinar a intensidade do treinamento é a utilização

da Taxa de Percepção de Esforço – TPE, de Gunar Borg; a sua percepção

deverá ser algo entre “leve e pouco intenso”. Para Halon (1999), é outra

maneira de determinar a sua intensidade e indica que se o seu esforço estiver

indo além, o ritmo deverá ser reduzido.

Segundo o health & fitness journal do ACSM (2006), a intensidade do

exercício para mulheres grávidas, podem ser relacionadas conforme o objetivo;

se for para mulheres sedentária, o indicado será atividade pouco intenso a

intenso pesado, pelo TPE. Para mulheres que praticam exercícios com

regularidade, é recomendada a intensidade, Intenso pesado a Muito intenso,

controlada pelo TPE. Já para atletas de elite, a intensidade indicada é de 70%

a 80% da FCmáx, ou controlado pela classificação intenso pelaTPE.

O quadro 4 mostra a escala de Borg e vem sendo utilizada de forma

tradicional no controle da atividade aeróbica. Inicialmente esta escala era

usada para controle da intensidade em testes aeróbicos realizados em clínicas

cardiológicas, porém a literatura pesquisada não aponta nada que impeça de

também ser utilizada em atividade física praticada por gestantes.

Page 44: Francisco Trindade Silva

Quadro 4 - A escala de Percepção de Esforço de Borg é apresentada

abaixo, para que haja melhor entendimento sobre o assunto em discussão.

1.7 Duração e freqüência

Toda atividade física espontânea ou em forma de exercícios para ter

efeito de adaptação favorável, deverá ajustar-se quanto a duração e

freqüência, sendo a duração representada pelo tempo gasto em cada sessão

de treinamento ou atividades durante algum tempo (minutos, horas, dia).

Quanto a freqüência corresponderá ao número de sessões semanal,

atualmente acumular sessões menores e buscar uma freqüência diária de

atividade física, tem se mostrado mais eficiente pela quantidade acumulada de

gasto energético diário ou semanal, onde o equilíbrio energético será favorável

para manutenção da saúde.

6 Sem nenhum esforço

7 Extremamente leve

8

9 Muito leve

10

11 Leve

12

13 Um pouco intenso

14

15 Intenso pesado

16

17 Muito intenso

18

19 Extremamente intenso

20 Máximo esforço

Fonte: Gunar Borg (1998) Escala de percepção de esforço subjetivo

Page 45: Francisco Trindade Silva

Hanlon (1999) recomenda, dependendo do objetivo desejado, do nível

de condicionamento físico da mulher e da intensidade do exercício que

deverão ser estabelecidas além da duração e freqüência. Segundo diretrizes

recentes do ACSM (2003), na relação dose-resposta e aumentando a faixa de

participação da população, por pelo menos 10 minutos, os seus efeitos são

cumulativos, a freqüência deverá ser, senão todos os dias, pelo menos três

dias por semana para que haja estimulo de adaptação.

De acordo o health & fitness journal do ACSM (2006), para mulheres

sedentárias é recomendado uma freqüência de 3 vezes por semana, com uma

duração de 30 minutos e atividade de baixo impacto. Já para as que se

exercitam regularmente, é recomendado uma freqüência de 3 a 5 vezes por

semana, com uma duração de 30 a 60 minutos e atividade de baixo impacto,

prioritariamente atividades seguras. Para atletas de elite é recomendado uma

freqüência de 4 a 6 vezes por semana, com uma duração de 60 a 90 minutos,

atividades competitivas que possam ser toleradas durante a gestação.

1.8 Questionários como instrumento para medição e avaliação do nível

da atividade física

Em estudos epidemiológicos são utilizados instrumentos de medição

subjetiva, como os questionários. Não ser invasivos, são vantagens

apontadas, outras são, a sua praticidade e aceitabilidade, tornando-os

confiáveis e válidos. As medições objetivas de gasto energético com

câmara calórica e técnica de água duplamente marcada são mais precisas,

mas pouco prático na hora de realizar estudos em grandes populações; por

outro lado, estas medições são úteis para validar os questionários,

representando a comprovação do estudo (AINSWORTH et al. 1993).

Page 46: Francisco Trindade Silva

Percebendo a necessidade de um instrumento peculiar, Chasan-Taber

et al. (2004), do Departamento de Bioestatística e Epidemiologia da

Escola da Saúde Pública e Ciência da Saúde da Universidade de

Massachusetts, nos Estados Unidos, construíram e validaram no idioma

inglês um questionário específico para avaliação do nível de atividade

física em gestantes, denominado PPAQ e propõem ser auto-administrado,

curto e de fácil compreensão em todas as questões. A finalidade do

questionário seria de formar um instrumento mundial para determinar o

nível de atividade física nas populações de gestantes. O tipo de atividade

física, intensidade, duração e freqüência serão registrados em minutos ou

horas por dia, durante o último trimestre, onde cada mulher será

classificada em uma das quatro categorias já descritas anteriormente e em

33 atividades. Quanto à Intensidade e classifica-se em sedentário (<1,5

METs), leve (1,5 a <3,0 METs), moderada (3,0 a 6,0 METs) e vigorosa

(>6,0 METs). ACSM, (2004)

A correspondência em MET (Metabolic Equivalents Tasks), onde um

MET é equivalente ao consumo de oxigênio relativo, estando o indivíduo em

repouso. Portanto 1 MET= 3,5 mL . Kg . min. Para se calcular o MET divide-

se a taxa de oxigênio relativa consumida (mL . kg . min) por 3,5 e reflete

quantas vezes mais a atividade física está acima do estado de repouso

(Stephen & Gregory, 2007). Neste estudo, foi aferido através de compendium

da atividade física (Medicine and Science in Sports and Exercise) Ainsworth, et

al. (2000) para atividades caminhar de leve a moderada intensidade além das

tarefas domésticas. Agora também este compedium traduzido e adaptado para

o português (Farinatti, 2003) e utilizou também os parâmetros em METs,

refletindo a intensidade para as outra atividades durante a gravidez (Roberts,

et al. 2002) (Medicine and Science in Sports and Exercise) apresentado no

trabalho, Energy Cost of Physical Activities During Pregnancy, sendo

referência na estruturação do gasto energético em gestantes.

Page 47: Francisco Trindade Silva

O Questionário Pregnancy Physical Activity Questionnaire – PPAQ

aplicado em todas as questões coloca as gestantes diante de situações que

comumente estão presentes no seu dia a dia, e capta o tempo gasto onde

será possível mensurar o nível da atividade física individual em

participação de 33 atividades, incluindo: tarefas domésticas/cuidar de

outras pessoas, (12 atividades) ocupacional (5 atividades),

esportes/exercício (9 atividades), transporte (3 atividades) e inatividade (4

atividades) e apresenta no questionário as opções em escala temporal em

relação às citadas situações diárias: nenhum; menos que 30 minutos por

dia; de 30 minutos a 1 hora por dia; de 1 hora a 2 horas por dia; de 2 horas

a 3 horas por dia; de 3 horas ou mais por dia. O (ANEXO I) apresenta a

relação de sua versão original em idioma inglês. A opção por este

questionário também se deve ao fato de permitir uma abordagem mais

ampla, sendo que países em desenvolvimento apresentam a ocupação e a

locomoção, como uma proporção substancial do total da atividade física do

indivíduo.

O primeiro objetivo de um questionário para aplicações

epidemiológicas é a classificação individual. Ressalta Chasan-Taber et al.

(2004) que a maioria dos questionários para avaliação do nível de atividade

física foram desenvolvidos e validados para homens com ênfase na

participação de intensidade moderada e vigorosa em esportes, faltando,

porém incluir tarefas caseiras ou carregar crianças e determinar padrões de

atividade física em gestantes,. Importante ressaltar também, que deverá ser

considerado o custo metabólico durante a gestação. No caso da inatividade

física, aspectos tão importantes quanto à percepção do impacto em

gestantes pelos diversos aspectos de redução em proteção da saúde,

poderiam ser minimizadas pela identificação no nível da atividade física. O

Page 48: Francisco Trindade Silva

uso desse questionário pode inclusive direcionar políticas em saúde

pública.

A pesquisadora Chasan-Taber utilizou para validar o (PPAQ) dados

coletados neste questionário e uma tecnologia da Manufacturing

Technology Inc, (Fort Walton Beach, FL), actigraph (antigamente

conhecido como accelerometer) uniaxial actigraph, detecta aceleração

vertical na faixa entre 0,25 a 2,00 g. com uma resposta em vibração na

freqüência entre 0,25 a 2,50 Hz. Os dados coletados foram lidos e

repassados para o PC através de interface da mesma empresa, ambos os

parâmetros identifica e armazena os movimentos humano. No estudo da

pesquisadora, foram usados ao longo de 7 dias nas gestantes selecionadas,

as informações captada no actigraph foram processadas, posteriormente

tratado estatisticamente, estabelecendo uma correlação existente entre os

movimentos captados pelo actigraph e o (PPAQ). Assim foi possível

identificar a melhor relação na obtenção das respostas para as atividades do

questionário em relação à Intensidade, duração e freqüência. A sua amostra

foi composta de 54 gestantes, sendo que 30% desta estavam no primeiro

semestre, 31% estavam no secundo semestre e 39% estavam no terceiro

semestre.

1.9 Compendium de Atividade Física

A propagação de medidas e conceitos da atividade física através de

diversos métodos, principalmente questionários e auto-relato, mostram um

interesse crescente no estudo das relações entre atividades físicas e seus

diversos efeitos sobre a saúde. Os estudos então apresentados não traziam

similaridade capaz de se obter um padrão de comparação. Procurando criar

Page 49: Francisco Trindade Silva

um sistema padronizado, com uma ampla e prática lista de atividades físicas

codificadas, que fosse flexível o bastante para satisfazer as múltiplas

necessidades, Bárbara Ainsworth e colaboradores desenvolveram, em 1989, o

compendium de Atividades Físicas, que foi publicado em 1993 e atualizado em

2000 (AMORIM e GOMES, 2003). O compendium foi criado para ser utilizado

por pesquisadores que coletam dados sobre atividade física pelo método diário

ou de prática identificada. Estes dados podem ser usados para descrever

padrões de atividade física em populações, estudar determinantes da atividade

física ou investigar as relações entre atividade física, saúde e doença. Cada

atividade foi codificada por função, tipo específico e intensidade; o mesmo

compendium pode ser empregado para muitos propósitos diferentes, inclusive

em estudo clínico e epidemiológico.

O compendium é montado em um esquema de códigos de cinco dígitos,

representando atividades específicas realizadas em várias situações, com seus

respectivos níveis de intensidade expressos em MET. Profissionais de saúde

utilizam normalmente o termo MET(s) como uma expressão relativa do gasto

energético. O compendium é organizado de forma a maximizar a flexibilidade

dos códigos de entrada dos dados e na interpretação do custo energético para

cada classe e tipo de atividade física. O esquema codificado emprega um

código de cinco dígitos para categorizar as atividades pelo propósito principal

ou por grupo principal (primeiros dois dígitos), atividade específica (últimos dois

dígitos) e intensidade (dois ou três dígitos na coluna separada). Por exemplo,

no código 17270 é definido como:

Baseada no modelo proposto por Patê et al. (1995), no nível de

classificação de intensidade da atividade física em MET, a atividade 17270 é

classificada como moderada intensidade. Na versão atualizada do

Grupo Principal Atividade específica Intensidade em MET

17 270 4,0

caminhada para trabalho ou escola

Page 50: Francisco Trindade Silva

compendium passou de 477 para 605 o número de atividades específicas. São

apresentados no quadro 2 os 21 maiores tipos ou grupos principais de

atividades.

Quadro 5. Os maiores tipos ou grupos principais de atividade.

1.10 Gasto energético na atividade física

Estudos epidemiológicos recentes têm demonstrado a forte

associação entre a prática regular de atividade física como fator de

prevenção para doenças, bem como seus fatores de risco Pate, et al.(1995);

Paffenbarg, et al.(1993). Dados têm demonstrado um alto índice de

Cód Atividade Cód Atividade Cód Atividade

01 Andar de bicicleta 08 Jardinagem 15 Esportes

02 Exercícios de

condicionamento 09 Misto 16 Transporte

03 Dançar 10 Tocar Música 17 Caminhar

04 Pescar e caçar 11 Ocupação 18 Atividades

aquáticas

05 Atividades

domesticas 12 Correr 19

Atividades de

inverno

06 Consertos em casa 13 Cuidados pessoais 20 Atividades

religiosas

07 14 Atividade sexual 21 Atividades

voluntárias

Fonte: Gasto energético na atividade física. Amorim e Gomes (2003)

Page 51: Francisco Trindade Silva

mortalidade na população mundial, doenças cardiovasculares (DCV),

acidentes vasculares cerebrais (AVCs), hipertensão arterial (HA),

insuficiência cardíaca congestiva (ICC), valvulopatias (V) e cardiopatia

reumática (CR) Nih-Consensus conference, 1996; OMS, 1998). Segundo o

CDC e ACSM, relatam que aproximadamente 250 mil vidas são perdidas

no EUA todos os anos, devido ao sedentarismo (PATE ET AL. 1995).

A (Figura 1) apresenta a curva da relação dose-resposta que melhor

estima o relacionamento entre atividade física (dose) e benefícios à saúde

(resposta). Fica evidenciado que melhores benefícios à saúde são obtidos

quando associados ao aumento dos níveis da atividade física, ou seja, quem

mais necessita dos benefícios, o indivíduo sedentário, que obtém melhores

resultados com mudanças em seu comportamento (AMORIM E GOMES,

2003).

Page 52: Francisco Trindade Silva

Figura 1 - Relação Dose-resposta entre atividade física e benefícios em

saúde.

Fonte: Pate et al. (1995)

A quantificação desta prática é de interesse de todos os profissionais

que estão envolvidos na redução da hipocinesia pelas populações ou estudo

da atividade física. O Centers for Disease Control and Prevention - CDC e

o American College of Sports Medicine - ACSM emitem recomendações

formuladas por uma comissão de especialistas. Após revisão de evidências

fisiológicas, epidemiológicas e clínicas, concluem que adultos devem

acumular 30 minutos ou mais de atividade física de moderada intensidade,

preferencialmente todos os dias da semana. Um critério atualmente

utilizado proposto por Pate et al. (1995) mostra esta classificação: Leve ≤

3 METs; Moderada > 3 a 6 METs e Vigorosa > 6 METs. A moderada

A=Sedentário B=Moderadamente ativo C=Ativo

Alto Baixo

A B

Linha de base do estado de Atividade

Curva Dose-resposta

B e

n e

f í

c i o

Page 53: Francisco Trindade Silva

intensidade deve ser relativa. O ACSM (2003) recomenda uma variação

alvo de 150 a 400 kcal de dispêndio energético por dia na atividade física

e/ou no exercício de maneira contínua ou intermitente ou em períodos

curtos de tempo durante o dia, portanto acumular em três períodos 10

minutos de atividade, corresponderá ao gasto energético de 30 minutos

diários, necessários a manutenção da saúde, aumentando muito a faixa de

pessoas que podem se beneficiar desta orientação. Deve-se também incluir

ou contabilizar para gasto total de energia, aquelas atividades inerentes ao

cotidiano, como subir em escadas ao invés de elevador, ir caminhando até

o trabalho, tarefas domésticas como jardinagem, consertas coisa, cuidar de

alguém, passear com animais e outra mudança comportamental que

influenciarão de forma positiva para um estilo de vida mais ativa de muitas

pessoas, incluindo as gestantes saudáveis. Toda atividade física, como

qualquer evento metabólico produz calor, sendo que o ritmo de produção

de calor é diretamente proporcional à energia despendida. Já que a

calorimetria direta (a mensuração da produção do calor) é difícil de avaliar

nos seres humanos que estão se exercitando, o ritmo de dispêndio de

energia durante a atividade física e o exercício são medidos tipicamente

por calorimetria indireta (medindo-se a Freqüência Cardíaca - FC, o ritmo

de captação do consumo de oxigênio -VO2, ou fração desta, o MET). O

MET corresponde ao VO2 de repouso, e é aceito como o volume de

oxigênio consumido durante o estado de repouso, 3,5 mL.kg.min, isto é,

um volume de oxigênio por unidade de tempo.

A interação de intensidade, duração e freqüência da atividade física

determinam o dispêndio calórico global da atividade física. É importante

reconhecer que os termos atividade física e gasto energético não são

sinônimos. A atividade física é um comportamento que resulta em gasto

Page 54: Francisco Trindade Silva

energético, e é tipicamente quantificada em termos de freqüência (número

de sessões) e duração (minutos por sessão). O gasto energético reflete o

custo de energia ou a intensidade associada a uma determinada atividade

física e é uma função direta de todos os processos metabólicos envolvidos

na ação de mudança do requerimento de energia, para suportar a contração

muscular associada a esta atividade (LAMONTE e AINSWORTH, 2001).

A exemplo do PPAQ, outro questionário tem dado valiosa contribuição

na mensuração dos níveis de atividade física da população em todo o mundo.

O Internacional Physical Activity Questionnaire – IPAQ foi validado para a

população brasileira por Pardini et al. (2001) e por Matsudo et al. (2001) para

indivíduos maiores de 12 anos. O referido estudo serviu de base para o

programa Agita São Paulo e o programa do Ministério da Saúde, Agita Brasil.

Recomendam os autores desse último trabalho a utilização do instrumento,

pois permitirá comparação com dados internacionais de prevalência de

atividade física. Tendo como critério para intensidade o MET, os valores

seguintes continuam sendo usados para a análise de dados de IPAQ: Andar

(intensidade leve) = 3.3 METs, moderada intensidade = 4.0 METs, intensidade

vigorosa = 8.0 METs, segundo compendium (Medicine and Science in Sports

and Exercise 2000) (AINSWORTH ET AL. , 2000).

Atualmente acompanhar o estado nutricional e seu equilíbrio com prática

regular de atividade física e estilo de vida ativa, tem forte relação com controle

ponderal, e pode ter forte associação com uma gestação saudável. Utilizar o

índice de massa corporal – IMC para acompanhar o acúmulo ou gasto de

energia em gestante antes da gravidez, chamado de IMC pré-gravídico, pela

sua facilidade de mensuração e sua grande disponibilidade de dados de massa

corporal, e estatura, parecem ser motivos suficientes para a utilização do IMC

em estudos epidemiológicos, em associação (ou não) a outras medidas

antropométricas, até que metodologias de campo que expressem a

Page 55: Francisco Trindade Silva

composição corporal em gestantes durante os períodos de gestação sejam

desenvolvidas para tais estudos.

O índice de massa corporal – IMC, é obtido através da relação peso

dividido pela altura ao quadrado, (peso em kg / altura² em metro). Para

classificação das gestantes foi utilizada a recomendação da National Academy

of Sciences of institute of Medicine, (2003). O IMC esta relacionado como

demonstrado na tabela 5 as faixas baixo peso, eutrofia, sobrepeso e

obesidade. O IMC pré-gravídico poderá refletir o estado de equilíbrio entre

nutrição e gasto de energia representado pela atividade física e como este

comportamento poderá influir durante a gestação.

O IMC pré-gestacional apresenta benefício sobre outros indicadores de

massa corporal para estatura, pelo fato dele ser uma razão que não necessita

de tabela de referência para se determinar o risco nutricional. Resta legitimar

os limites de corte, recomendados para tal fim, com outros indicadores

tradicionalmente utilizados nesta avaliação, como, por exemplo, o ganho de

peso da gestante e o peso da criança ao nascer. (WORLD HEALTH

ORGANIZATION,1991).

Quadro 6. Classificação do IMC pré-gravídico

Baixo peso <19,8

Eutrofia 19,8 a 26

Sobrepeso 26 a 29

Obesidade > 29

Fonte: National Academy of Sciences of institute of Medicine, (2003)

Page 56: Francisco Trindade Silva

1.11 Justificativa

Em recentes estudos, diversas contribuições da atividade física

também em gestantes têm sido apontadas, e como benefícios temos:

prevenção e redução de lombalgias, de dores das mãos e pés, estresse

cardiovascular, fortalecimento da musculatura pélvica, maior flexibilidade e

tolerância à dor, controle do ganho ponderal e elevação da auto-estima e

redução de partos prematuros. O estilo de vida ativa pela mudança de

comportamento contribui para a redução de diversos agravos à saúde. A mídia

tem reforçado a importância da atividade física para a saúde e qualidade de

vida. A atividade física é um tema que desperta grande interesse em todos, o

que facilitou de forma positiva a coleta de dados obtidos para a amostragem do

estudo.

Por termos formação em educação física e ser especialista em Ciência

do Treinamento Desportivo, inclusive ministrando aulas na disciplina de ciência

do treinamento desportivo na Faculdade Integrada do Ceará - FIC e ao presidir

a Fundação de Assistência Geral aos Esportes do Piauí - FAGEP, para o

governo no estado do Piauí, desenvolvemos e apoiamos diversos programas

de atividade física e esportes nas comunidades, o nosso interesse aumentou

no sentido de entender a dose-resposta adequada nas diversas atividades

físicas e sua relação com os benefícios em saúde. No momento temos grande

interesse no binômio atividade física e gestação.

Portanto, estudar os níveis de atividade física nos períodos gestacionais

e sua relação com posição sociodemográfica (idade, cor da pele declarada,

estado civil, renda familiar, grau de escolaridade) e clínicos (índice de massa

corporal – IMC) neste estudo assume grande relevância, considerando-se os

pontos positivos associados a gestantes que mantêm um estilo ativo de vida.

Page 57: Francisco Trindade Silva

2 Objetivos

2.1 Geral

• Avaliar o nível de atividade física em gestantes de baixo risco no primeiro,

segundo e terceiro trimestres de gestação.

2.2 Específicos

• Adaptação transcultural do questionário Preqnancy Physical Activity

Questionnaire – PPAQ, no Brasil.

• Comparar os níveis da atividade física com variáveis sócio-demográficas

(idade, cor da pele declarada, estado civil, renda familiar, grau de

escolaridade).

Page 58: Francisco Trindade Silva

3 PACIENTES E MÉTODOS

3.1 Natureza do estudo

Neste estudo, a escolha do método de mensuração e avaliação da

atividade física está relacionada com o número de indivíduos que foram

analisados, o custo e a inclusão de diferentes idades. O estudo contou com a

participação de alunos do curso de educação física, participantes da coleta de

dados, informação sobre atividade física para as gestantes integrantes da

amostra nos postos de saúde, oriundos do convênio entre UECE e Regional IV

e discussão final, obtendo assim ganho de conhecimento e experiência sobre o

comportamento das gestantes e sua relação sóciodemográfica. Por se tratar

de gestantes toda a amostra foi do sexo feminino e, a escolha dos pacientes

apesar de fazerem parte de uma das doze unidades de saúde, a amostra foi

puramente casual.

Este estudo se caracteriza por ser uma investigação de natureza

quantitativa descritiva, de corte transversal, onde foi necessário analisar os

dados que ajudaram a melhor descrever a posição do nível de atividade física

relacionada à saúde das gestantes por períodos, situação sociodemográfica e

índice de massa corporal - IMC. A metodologia quantitativa empregada

baseou-se essencialmente na utilização de um questionário de perguntas

fechadas, que foi feita a adaptação transcultural para o Brasil a partir do PPAQ

para captar o nível de atividade física. O questionário sociodemográfico

(APÊNDICE II) também foi aplicado para obter informações que explicassem o

comportamento das gestantes em relação as atividades físicas e suas

categorias.

Page 59: Francisco Trindade Silva

3.2 Campo do estudo

A partir de convênio entre a Prefeitura Municipal de Fortaleza e

Universidade Estadual do Ceará, para apoio e desenvolvimento de estudos

junto à Regional IV, a pesquisa foi direcionada para estes postos de saúde

desta regional, uma vez que a população em foco coincidiu com os objetivos

da investigação. Portanto o estudo foi realizado em 12 unidades municipais de

saúde de Fortaleza, pertencentes à Secretária Executiva Regional IV, nos

bairros da Serrinha, Dendê, Itaoca, Parangaba, Demócrito Rocha, Benfica,

Fátima, Jardim América, Vila Pery, Vila União e Pan Americano, que realizam,

em sua programação normal, atendimento pré-natal de baixo risco, distribuído

nas unidades relacionadas: UBASF- Luis Albuquerque Mendes, UBASF –

Projeto Nascente, UBASF – José Valdevino de Carvalho, Centro de Saúde da

Parngaba, Centro de Saúde Abel Pinto, Centro de Saúde Dr. Luiz Costa,

Centro de Saúde Dr. Roberto da Silva Bruno, Centro de Saúde Filgueiras Lima,

Centro de Saúde Gutemberg Braun, Centro de Saúde Maria José Turbay

Barreira, Centro de Saúde Ocelo Pinheiro e Centro de Saúde Oliveira Pombo.

3.3 População e amostra

A população do estudo corresponde às gestantes atendidas nos postos

de saúde da Regional IV, na cidade de Fortaleza, capital do Ceará, nos meses

de novembro, dezembro de 2006 e dezembro de 2007 e foi composta por 40

gestantes para o estudo piloto e 305 para a coleta principal.

3.4 Técnica de coleta de dados

Page 60: Francisco Trindade Silva

Na abordagem inicial foram coletadas informações sociodemográficas e

clinicas e índice de massa corporal – IMC. Outros dados seguiram através do

questionário para captação de gasto energético, o Questionário de Atividade

Física para Gestantes – QAFG, (APÊNDICE I) oriundo do Preqnancy Physical

Activity Questionnaire – PPAQ, que foi traduzido e adaptado para a população

brasileira, buscando tornar sua utilização mais factível do ponto de vista

operacional. Tendo como referência os últimos três meses, considerando o

tempo gasto em cada atividade e contém perguntas em relação ao tipo,

duração e freqüência de atividades físicas exercida pelas gestantes. O Nível de

atividade física dos indivíduos selecionados no estudo compreende os períodos

de gestação (primeiro, secundo e terceiro trimestres). Na versão USA o

questionário é auto administrado, no Brasil poderá ser escolhida a opção da

entrevista, com indivíduos com baixa compreensão, como nesta população do

estudo em questão, funcionou melhor a aplicação da forma de entrevista

assistida. A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma

delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante

conversação de natureza profissional (MARCONI & LAKATOS, 1990, p.84)

O estudo foi constituído por três fases principais:

1- A adaptação transcultural do questionário PPAQ, com a finalidade de

adequação do instrumento e aplicação de um piloto de modo que possa ser

ajustado e corrigido se possíveis falhas ocorrerem na captação das respostas.

2- Coleta de dados para recolher informações sobre os níveis de atividade

física das gestantes selecionadas no último semestre.

3- Análise da relação entre os níveis de atividade física, períodos gestacionais,

situação sociodemográfica (idade, cor da pele declarada, estado civil, renda

familiar, grau de escolaridade) e os clínicos (índice de massa corporal – IMC).

3.5 Metodologia da adaptação transcultural do questionário PPAQ

Page 61: Francisco Trindade Silva

O questionário Preqnancy Physical Activity Questionnaire – PPAQ é

composto por 36 perguntas, tendo sido escrito originalmente em língua inglesa.

(Anexo I) O questionário PPAQ foi administrado em 54 gestantes, dados estes

utilizados para fase de validação nos anos de 2000 e 2002. Na (Tabela 7)

observa-se o coeficiente de correlação interclasse, utilizado para medir a

reprodutibilidade do (PPAQ), quanto ao total das atividades, classificação do

nível de atividade física e categorias.

Quadro 7. Coeficiente de correlação intercalasse em dois períodos Pregnancy

Physical Activity Questionnaires (PPAQs) entre 54 gestantes – fase de

validação, Western Massachusetts, 2000 – 2002.

Coeficiente de

correlação interclasse

Total das atividades 0,78

Por intensidade

Sedentário (<1,5 METs) 0,79

Leve (1,5 < 3 METs) 0,78

Moderada atividade (3,0 – 6,0 METs) 0,82

Vigorosa atividade (>6,0 METs) 0,81

Por Tipo

Tarefas doméstcas/Cuidar de outras pessoas 0,86

Ocupação 0,93

Esportes e exercício 0,83

Development and validation of a pregnancy physical activity questionnaire – Medicine & Science in Sport & Exercise –

ACSM, (2004).

Esses valores confirmaram a confiabilidade do instrumento, ou seja, o

questionário pode ser considerado consistente.

Page 62: Francisco Trindade Silva

A versão final, Questionário de Atividade Física para Gestantes – QAFG

contará com 33 perguntas, sendo a primeira assertiva referente à data atual,

passou a fazer parte do cabeçario no questionário (QAFG), portanto será

identificada por quem for coletar as informações, a segunda sobre o último dia

da menstruação e a terceira previsão do nascimento do bebê, a questão de

número 18 foi retirada por encontrar-se totalmente fora do contexto da

população brasileira, as outras 31 questões buscam identificar gasto

energético durante as atividades físicas, que foi utilizado no presente estudo.

Todas as questões colocam as gestantes diante de situações que

freqüentemente fazem parte do dia a dia destas. O questionário (PPAQ) capta

estas atividades físicas realizadas no momento de lazer, exercício, esporte,

trabalho, meio de locomoção, cuidar de outras pessoas e tarefas domésticas.

3.5.1 Tradução para o idioma português

Durante o processo de adaptação transcultural, precedente ao piloto dois

tradutores brasileiros, ciente dos objetivos da pesquisa científica, fluentes no

idioma inglês, prepararam duas versões do questionário PPAQ para o

português. Foi solicitado a dois ingleses que não conheciam o original uma

retro-tradução, do inglês para o português (back translation). Esta tradução foi

comparada com o primeiro texto em inglês e não apresentou divergência. Foi

enfatizada, principalmente, a tradução conceitual e não a estritamente literária.

As duas traduções foram comparadas pelos tradutores e pesquisadores do

estudo, e foram feitas modificações quando houve divergências até se obter

consenso quanto à tradução inicial. Foi adotada uma metodologia de tradução

e adequação do instrumento, norteada pela Organização Mundial de Saúde na

tradução de instrumentos (SARTORIUS e KUKEN, 1999).

Conforme Ciconelli (1999) cada sociedade apresenta suas próprias

atitudes, crenças, comportamentos, hábitos sociais e costumes. A cultura de

um país é refletida pelas características e comportamento das pessoas e as

Page 63: Francisco Trindade Silva

diferenças entre estas. Quando propomos a tradução de um questionário, este

deve apresentar-se em linguagem clara e simples e manter equivalência em

seus conceitos culturais.

3.5.2 Adequação do questionário

Considerando algumas perguntas do questionário que estão inseridas

no contexto dos Estados Unidos, optou-se por sua adequação, tornando-o

mais compreensível à nossa realidade. Com esta finalidade, o questionário

original já traduzido foi apresentado, individualmente, a seis profissionais de

saúde com reconhecido saber científico. Nesta ocasião, foi solicitado a cada

um destes profissionais que julgassem as assertivas apresentadas no

questionário, utilizando, segundo Braga (1998), as variáveis abaixo explicitadas

e/ou através de sugestões de adequação a serem efetuadas na formulação

das questões:

• Contexto (verificação quanto à adequação de assertiva à nossa realidade)

• Clareza da assertiva (facilidade e entendimento por parte do leitor)

• Relevância (importância da assertiva para a mensuração e da participação

da gestante em atividades física).

Em relação às variáveis acima, solicitou-se aos profissionais avaliar as

assertivas utilizando-se uma escala de escores do tipo Likert, com valores de 1

a 5 (1 - Totalmente irrelevante, 2 - Irrelevante, 3 - Neutro, 4 - Relevante,

5 - Extremamente relevante). Obteve-se desde modo, o entendimento dos

profissionais sobre as 36 questões apresentadas no questionário PPAQ já

traduzido. Aludidas respostas foram tabuladas com a planilha Excel para

obtenção das médias das escolhas feita pelos profissionais de saúde

participantes do processo de validação e em seguida analisadas pelo autor do

estudo, a distribuição das somas das médias por assertivas é apresentado nos

resultados.

Page 64: Francisco Trindade Silva

No Quadro 8. As diversas fases do processo de tradução e adaptação

transcultural do questionário (QAFG), são apresentadas em 7 estágios.

Quadro 7 Estágios de desenvolvimento do PPAQ para o Questionário de Atividade

Física para Gestantes - QAFG (Adaptação transcultural)

Estágios Métodos Produto Objetivos

1 - Conceitos Definição por

especialistas.

Definição de:

atividade física,

exercício e esporte.

Consenso internacional

entre profissionais de

saúde para Atividade

Física.

2 - Tradução Tradução

independente.

Questionário em

língua inglesa.

Encontrar equivalência

nas questões propostas.

3 - Retro-tradução (back translation) Questionário em

língua portuguesa.

Verificar se não há

discordância.

4 – Verificação por

profissionais de

saúde

Pontuação quanto ao

contexto, clareza da

assertiva e relevância.

Questionário aberto

para opinião dos

profissionais.

Retirar questões fora da

média, utilizar sugestões

para obter mais

coerência nas questões.

5 - Adaptação

Cortadas ou

ajustadas, questões

com baixa clareza

e/ou relevância, e/ou

fora do contexto.

Retirada ou ajuste de

questões de fácil

compreensão que

traduzam o

movimento humano

durante o dia.

Captar o nível do gasto

energético nas diversas

Atividades Física em

períodos gestacionais.

6 - Estudo Piloto

Administração do

QAFG para 40

gestantes.

Verificar o

comportamento das

questões no campo.

Refinamento da

estrutura do QAFG.

Redução do conjunto de

questões.

7 – Fase Final

Revisão, ajustes,

tempo de aplicação

do instrumento.

Padronização de um

questionário com 33

perguntas

estruturadas.

Avaliar o gasto

energético através do

tipo, intensidade,

duração e freqüência

nas tarefas.

Fonte: adaptado de estágios no desenvolvimento do WHOQOL-100 (WHO, 1995)

Page 65: Francisco Trindade Silva

3.5.3 Piloto

Foi realizado um estudo piloto com 40 gestantes, objetivando ajustar a

tradução do questionário e treinar os aplicadores do questionário (QAFG).

Verificou-se um tempo médio de dez minutos para administração do

questionário; todas as dificuldades encontradas foram relatadas pela equipe

incumbida da coleta de dados. Entre as dificuldades relatadas destacam-se: a

entrevistada não querer assinar o seu nome no termo de compromisso livre

esclarecido, algumas não quiseram esperar os horários programados nos

postos para atendimento a gestantes nem sempre coincide, e muitas vezes as

gestantes fazem referências a aspectos sócio-familiares. O pesquisador deve

buscar minimizar a influência por questões que enfatizam a assimetria e

dificultam o estabelecimento de uma melhor relação (CAPRARA ET AL. ,

2003).

3.5.4 Critério de inclusão

Gestantes atendidas nos postos de saúde da regional IV do município

de Fortaleza, que tenham idade entre 16 a 40 anos, critério adotado na

metodologia do PPAQ, com qualquer posição sociodemográfica e domiciliadas

em Fortaleza.

3.5.5 Critério de exclusão

Gestantes com gemelaridade ou doenças que interfiram na prática da

atividade física; diabetes insulínico dependente - DID, doenças hipertensiva -

DH ou doenças cardíacas - DC sob medicamentos e, ainda, doença crônica

Page 66: Francisco Trindade Silva

renal - DCR, história de doenças pregressa e prematuridade (CHASAN-

TABER ET AL. 2004)

3.6 Instrumentos de pesquisa

Os dados foram coletados e organizados, tendo como modelo o

Questionário de Atividade Física para Gestante – QAFG. Este instrumental foi

usado, obtendo-se respostas referentes ao último trimestre, e aponta tempos

médios gastos em cada atividade, em minutos ou horas. O instrumento

utilizado para calcular a prevalência de inatividade física leva em consideração

as atividades físicas realizadas no momento de lazer, tarefas domésticas,

cuidar de outras pessoas, esportes e exercício, locomoção, ocupacional. O

gasto energético despedido na atividade em METs (intensidade) foi

multiplicado pela duração desta por dia, para chegar-se a uma mensuração

média de energia gasta semanalmente (MET-h • wk¯ 1). A estimativa de

intensidade do (QAFG) para as atividades de leve intensidade até vigorosa

resultam da média de MET/hora por semana para o total da atividade. Cada

atividade será classificada pela sua intensidade: Sedentária (< 1,5 METs), Leve

(1,5 - < 3,0 METs), Moderada (3,0 - 6,0 METs) ou Vigorosa (> 6,0 METs. Foi

solicitado pelos pesquisadores as gestantes, que indicassem a categoria que

melhor se aproximasse do tempo gasto em 31 atividades classificadas em

tarefas domésticas, cuidar de outras pessoas, ocupação, esportes e exercício,

locomoção e lazer, durante o trimestre atual, sendo que o sono não foi

relacionado. Estas questões são procedentes de estudo de Chasan-Taber

(2004) e baseia-se no compendium de Roberts et al. (2002) para representar

as atividades físicas, andar, leves, moderadas intensidades e tarefas

domésticas em Ainsworth et. al. (2000) para encontrar a intensidade do resto

das atividades do questionário.

Page 67: Francisco Trindade Silva

Os valores específicos em MET indicado em todas as perguntas, (31

questões) segue o padrão (questão: MET: valor), [3:2,5] , [4:2,0] , [5:3,0] ,

[6:2,7] , [7:4,0] , [8:3,0] [9:4,0] , [10:1,8] , [11:1,0] , [12:3,2] , [13:2,5] , [14:2,3] ,

[15:3,0] , [16:4,5] , [17:2,5] , [18:4,0] , [19:1,5] , [20:3,5] , [21:5,0] , [22:6,0] ,

[23:7,0] , [24:3,5] , [25:6,0] , [26:4,5] , [27:Ver compendium] , [28: Ver

compendium] , [29:1,8] , [30:3,0] , [ 31:2,0] , [32:4,0] , [33:3,3].

O cálculo deve ser marcado para as questões observando o quadro abaixo,

como se segue: 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12, 13, 14, 17, 18, 19 a contagem de

duração seguirá correspondendo às categorias de duração 0 – 0,25 – 0,75

– 1,5 – 2,5 – 3,0 multiplicando o valor encontrado por 7 dias na semana. Para

as questões 11, 29, 30, 31, 32, 33 os tempos de duração correspondem à

0 – 0,25 – 1,25 – 3,0 – 5,0 – 6,0 multiplicando os valores por 7 dias na semana.

Para as questões 15, 21, 16, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28 estas questões

correspondem a duração nas faixas de tempo 0 – 0,25 – 0,75 – 1,5 – 2,5 –

3.0 e estes valores já estão em forma semanal. O quadro abaixo mostra esta

relação entre questões e faixas de tempo por opções de respostas do

questionário.

Page 68: Francisco Trindade Silva

Quadro 9. Opções de respostas adaptadas para faixas de tempo correspondentes ao QAFG. Questões Menos que 30 De 30 minutos a De 1 hora a De 2 horas a De 3 horas ou

do QAFG Nenhuma minutos por dia 1 hora por dia 2 horas por dia 3 horas por dia mais por dia

3 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 4 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 5 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 6 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 7 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 8 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 9 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0

10 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 12 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 13 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 14 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 17 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 18 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 19 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 11 0 0,25 1,25 3,0 5,0 6,0 29 0 0,25 1,25 3,0 5,0 6,0 30 0 0,25 1,25 3,0 5,0 6,0 31 0 0,25 1,25 3,0 5,0 6,0 32 0 0,25 1,25 3,0 5,0 6,0 33 0 0,25 1,25 3,0 5,0 6,0 15 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 16 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 20 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 21 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 22 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 23 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 24 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 25 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 26 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 27 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0 28 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0

Fonte: PPAQ instructions Prof. Dr. Lisa Chasan-Taber, Sc.D.- orientação por e-mail para o autor

O questionário (QAFG) composto de 31 assertivas capta o gasto

energético durante a atividade física. As questões são pautadas nos níveis de

atividade: Sedentária, Leve, Moderada e vigorosa demonstrado no quadro

abaixo.

Page 69: Francisco Trindade Silva

Quadro 10. Níveis de atividade física e questões relacionadas no QAFG.

Níveis de Atividade Física Questões

Sedentária 10, 11, 19, 29

Leve 3, 4, 6, 13, 14, 15, 17, 31 e questões 27 e

28 são atividades em aberto [< 2,9 METs]

Moderada 5, 7, 8, 9, 12, 16, 18, 20, 21, 24, 25, 26, 30,

32, 33 e questões 27 e 28 são atividades

em aberto [ ≥ 3 e < 6 METs]

Vigorosa 22, 23 e questões 27 e 28 são atividades

em aberto [ ≥ 6 METs]

Fonte: PPAQ instructions Prof. Dr. Lisa Chasan-Taber, Sc.D.- orientação por e-

mail para o autor

O questionário (QAFG) dividido em 31 atividades incluindo: Tarefas

domesticas (05 atividades), Cuidar de outras pessoas (06), Ocupação (5

atividades), Esportes e exercício (9 atividades), Locomoção (3 atividades) e

Lazer (3 atividades) traduz as atividades físicas, quanto a sua intensidade,

para as questões no quadro abaixo.

Quadro 11. Adaptação das categorias e questões relacionadas no QAFG.

Tarefas domésticas 3, 13, 14,15,16

Cuidar de outras pessoas 4, 5, 6, 7, 8, 9,

Ocupação 29, 30, 31, 32, 33

Esportes/Exercício 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28

Locomoção 17, 18, 19

Lazer 10, 11, 12

Fonte: PPAQ instructions Prof. Dr. Lisa Chasan-Taber, Sc.D.- orientação por e-

mail para o autor

Page 70: Francisco Trindade Silva

3.7 Método de análise de dados

Para facilitar a entrada dos dados, foi utilizado o software Epi Info onde

foi construída máscara de entrada de dados semelhante a do questionário

utilizado quando na coleta de dados em campo. Os dados foram migrados

para o excel, depois, para processamento no programa SPSS. Uma

apreciação descritiva das principais variáveis foi acompanhada por uma

análise comparativa buscando associações entre variáveis independentes e

dependentes através de testes estatísticos, além da freqüência das

participantes da amostra por períodos gestacional, percentual, média e

mediana ajudam à análise dos dados apresentados. Utilizou-se o teste de

Kruskal Wallis por se tratar de um procedimento extremamente útil para decidir

se N amostra (N>2) independentes provem de população com médias iguais.

Esse teste pode ser aplicado para variáveis intervalares ou ordinais, realizou-

se o teste: H0: as médias são iguais, Ha: existe pelo menos um par diferente,

onde Ha corresponde a hipótese alternativa. O nível de significância (p) foi

fixado em 5% de probabilidade e escolheu-se uma variável qui-quadrado com

φ=N-1 graus de liberdade.

3.8 Questões éticas

Por tratar-se de uma pesquisa envolvendo seres humanos, este trabalho foi

submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da UECE, obedecendo ao termo

de compromisso livre e esclarecido, elaborado segundo a resolução nº 196 de

10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde (CNS, 1996). Foram

respeitadas neste trabalho as recomendações da OMS e da Declaração de

Helsinki (1963), revisada em Veneza (1983). Foi lido e explicado a todas as

mulheres atendidas e também foi ressaltada a relação positiva entre atividade

física e gestação saudável, sendo que as que concordarem em participar do

Page 71: Francisco Trindade Silva

estudo, assinaram em duas vias, de igual teor, uma foi entregue à paciente e a

outra permanecerá com o pesquisador responsável (APÊNDICE III).

Os sujeitos da pesquisa foram beneficiados com a realização de palestras e

informações educativas sobre a importância da realização de atividades físicas

na gestação. Tais informes foram realizados pelos estagiários envolvidos na

coleta de dados, nas unidades de saúde participantes do estudo. A coleta dos

dados foi iniciada posteriormente à aprovação do trabalho pelo Comitê de Ética

em Pesquisa (CEP) da UECE (ANEXO II).

Page 72: Francisco Trindade Silva

4. RESULTADOS

4.1 Adaptação transcultural

Para compreender como as questões se portavam em relação ao

contexto, clareza e relevância, foi montado um gráfico com pontuação de todas

as questões do questionário (PPAQ), pontuadas em uma escala de 0 a 5 por

profissionais de reconhecido saber científico, todos doutores na área da saúde.

O gráfico demonstrado na (Figura 2) mostra o valor médio de todas as questões

da versão original do questionário - PPAQ.

Figura 2 Valores médios das questões em relação ao contexto, clareza das assertivas e relevância.

-

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36

Assertivas

Extremamente

relevante .

Relevante

Neutro

Irrelevante

Q u e s t õ e s

------- Contexto,

Clareza da assertiva,

Relevância

Page 73: Francisco Trindade Silva

Adotamos como ponto de corte a média das pontuações acima de 2,5

(Neutro, Relevante e Extremamente Relevante). Das respostas tabuladas pelos

seis profissionais escolhidos e analisadas pelo autor, valores extremos foram

eliminados. A questão de número 18 foi retirada, por apresentar baixa clareza

e mostrar-se fora do contexto do Brasil; a questão numero 11, com pouca

clareza, foi condensada com a número 13, permitindo assim uma maior

compreensão da assertiva. Nas questões 6, 10 ,19, 20, 21, 33 e 35 optou-se

em adequar a pergunta em função da indicação dos professores. Utilizamos

para estas questões, como roteiro, o estudo de Farinatti (2003), traduzido e

ajustado a realidade brasileira do compendium de Atividade Física (CAF)

proposto por Ainsworth et al. (1993) e atualizado em (2000). Onde observa

este que o nível de difusão do compendium em língua portuguesa não é

observado, principalmente no Brasil. O questionário original com 36 questões

foi finalizado com 33 questões na forma de entrevista.

A (FIGURA 3) demonstra o valor médio de todas as questões da versão

traduzida e adaptada Questionário de Atividade Física para Gestantes - (QAFG),

após apreciação dos professores doutores especialistas em saúde, para sua

pontuação de escala de escores: 1 - Totalmente irrelevante, 2 - Irrelevante, 3 -

Neutro, 4 - Relevante, 5 - Extremamente relevante, quanto ao Contexto, Clareza

da assertiva e Relevância. É importante mencionar que a numeração agora não

mais coincide com a do questionário versão original, pois com as modificações

os números das perguntas adotam uma outra relação.

O gráfico abaixo mostra que com a eliminação da questão 18 da versão

original do PPAQ, já comentada anteriormente, elimina-se a questão fora do

contexto da população brasileira e com baixa clareza da assertiva. A questão 19

do PPAQ, atual questão 16 (QAFG), apresenta-se na linha de corte deste estudo

para contexto e relevância. Na junção das questões 11 e 13 para somente a

questão 11, nesta versão 10, a assertiva parece ter melhorado a clareza, foram

fundidas, pois ambas tinham o mesmo gasto energético e as tarefas não podiam

concorrer entre si, também por apresentar características parecidas. As

Page 74: Francisco Trindade Silva

questões que mostravam baixa clareza foram refeitas apoiando-se em estudo de

Farinatti já citado na metodologia.

Figura 3 Valores médios das questões (QAFG).

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

5,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33

Extremamente

relevante .

Relevante

Neutro

Irrelevante

Totalmente

------- Contexto,

Clareza da assertiva,

Relevância

Q u e s t õ e s

Page 75: Francisco Trindade Silva

5. DISCUSSÃO

A atividade física apresenta uma estreita relação entre gasto energético

e fator de proteção em saúde, portanto, avaliar os diversos níveis desta

atividade em populações permite orientar e propor políticas em saúde pública.

O questionário (QAFG) para captação de gasto energético em METs permite

colher informação quanto a diferentes atividades físicas no cotidiano da mulher

grávida, Atualmente concorda-se que tais classificações devam não somente

ser traduzidas cuidadosamente, mas também testadas num contexto cultural

específico. O questionário, após piloto de quarenta gestantes, foi adaptado

(fases já mencionadas) e aplicado em amostra de 305 gestantes. Com esses

achados, é possível completar que o instrumento é reprodutível, ou seja, ele foi

capaz de, em repetidas aplicações, demonstrar o mesmo resultado em

pacientes onde não se verificou nenhuma diferença importante.

Nesse estudo (Tabela 1), a prevalência de gasto energético classificado

como “leve” (insuficientemente ativo), encontrado em mulheres no período

gestacional, foi de 51,4% e coincide com os estudos de Matsudo et al. (2002).

Descreve ainda estudos realizados no Brasil, que utilizaram questionários

como instrumentos de pesquisa na cidade de Fortaleza, apontando mulheres

classificadas como insuficientemente ativas em 46,8% e estudo realizado por

Hallal et al. (2002), em amostra no município de Pelotas, com 3.182 pessoas,

em que 41% dos indivíduos eram insuficientemente ativos; e também outro

estudo realizado por Matsudo et al. (2002), em uma amostra representativa do

estado de São Paulo, com 2.001 pessoas, em que 46,5% dos indivíduos

também foram classificados como insuficientemente ativos. Ainda em estudo

de validação realizado em Massachusetts, mostra que a primeira escolha

entre gestantes para gasto energético em atividade foi ver TV e vídeo, seguido

de andar lentamente, apresentando assim nível entre “leve”/”moderado”,

CHASAN-TABER (2004).

Page 76: Francisco Trindade Silva

Quando observamos toda a amostra, mais da metade, 51,4%, está

classificada como atividade “leve” (Tabela 1) e quando agrupamos atividade

“sedentária” e “leve”, então este valor cresce para 80,3%, mostrando que há

uma prevalência de inatividade física durante o período gestacional. Quando

comparado o gasto energético com os trimestres de gestação, denota uma

redução gradativa desse gasto. Para a classificação “sedentário”, aparece para

primeiro, segundo e terceiro trimestres, 24,7%, 16,5% e 34,1%,

respectivamente, indicando um aumento na condição mais inativa. Já na

classificação “leve” para os três trimestres, com 44,9%, 57,3% e 61,4%,

apesar de indicar um discreto aumento, não representa acréscimo total de

gasto energético para a amostra, pois quando observadas as classificações

“moderado” e “vigoroso” verifica-se uma redução acentuada (Tabela 2). De

alguma forma, se a gestante é saudável, a redução parece estar associada a

um componente cultural.

“... A gestante deve abreviar suas atividades

físicas usuais devido ao peso extra que mantém... ela

não pode se exercitar mais do que está acostumada; ela

deve se exercitar menos. Ela não pode ser persuadida a

caminhar muito, pois caminhando, supõe-se que fará o

parto mais facilmente – esta superstição tem centenas de

anos e ainda prevalece” (HEATON, 1935) apud (ARTAL,

1987).

Quanto à categoria “tarefas domésticas”, aparece como mais

representativo o nível de atividade física classificado como “moderado”, com

54,4% do gasto energético das gestantes (Tabela 3); indica que as gestantes

desse estudo gastaram maior tempo em atividades relacionadas com tarefas

domésticas (Tabela 7), corroborando com os achados de Brilhante (2005), que

mostra em estudo, que relaciona baixo peso e fatores de riscos, uma maior

concentração em afazeres domésticos, 66%. Quanto à categoria “lazer”, esta

aparece como segunda opção das gestantes, 50,7%, e reflete tarefas com

Page 77: Francisco Trindade Silva

predominância classificada como “leve” (Tabela 3). As outras categorias

apontam predominância na classificação sedentário”.

Atualmente o IMC pré-gravídico é importante variável a ser considerada

durante o período gestacional; poderá representar o estado nutricional e gasto

de energia das gestantes (Tabela 4). Do total das entrevistas houve perda de

27,5% e ficou assim distribuída: na amostra predominou a eutrofia, com 55,7%,

existindo, entretanto, entre as gestantes, 26,7% classificadas como baixo peso.

Para sobrepeso e obesidade aparecem 10,9% e 6,9%, respectivamente. Em

estudo realizado com gestantes, no Hospital e Maternidade Dr. César Cals

(HGCC), situado na cidade de Fortaleza, estado do Ceará, para 54,2% que

eram eutróficas e 25,6% com baixo peso, 8% estavam com sobrepeso e 12%

eram obesas, Brilhante (2005), corroborando com achados desta dissertação.

Para essa amostra não foram considerados os diversos aspectos de uma

abordagem nutricional.

Quanto à altura das gestantes, a média observada foi de 1,56, tendo

sido encontrado apenas 8,3% com estatura inferior a 1,50 m, como observado

(Tabela 5), concordante com estudo de Brilhante (2005), que aponta gestantes

com características socioeconômicas semelhantes, onde 74,7% estavam com

a estatura superior a 1,50 m.

Em relação ao gasto energético e faixa de idade (Tabela 6),

correspondente aos quartís de 16 a 20 anos, 21 a 24 anos, 25 a 30 anos e 31

a 40 anos e com uma freqüência de 81, 69, 80 e 61 gestantes,

respectivamente, ao contrário do que se esperava, onde mulheres mais jovens

deveriam apresentar um maior gasto de energia durante as suas atividades

diárias, isso não aconteceu, não houve uma relação significativa. Não parece

ter relação entre escolha de atividade física expresso pelo gasto de energia em

MET e a faixa de idade.

Considerando trimestre de gestação e o parâmetro de distribuição do

MET (Tabela 6), mostrou ter significância estatística (p<0,007). Isso poderá ter

Page 78: Francisco Trindade Silva

acontecido pela redução da atividade física com o decorrer dos meses de

gestação; a mulher tem adotado atitude mais sedentária com o

desenvolvimento dos períodos gestacionais, coincidindo com a literatura

existente. Quando relacionados os trimestres e a categoria “esportes e

exercício”, a atividade aula de exercício pré-natal aparece como significante ao

nível de (p<0,048). Isso poderá indicar que as escolhas para essa questão

foram concordantes, no entanto, ainda assim parece refletir uma atitude

sedentária; quando indagada sobre qual o tempo gasto para a atividade, as

escolhas mais representativas recaíram sobre a opção: Nenhum (Não realizou)

observado na (Tabela 7).

Quanto a anos de escolaridade e o gasto energético em METs, a

maioria apresentou baixa escolaridade, com 117 gestantes, 38,4% dos casos,

e estavam na faixa de “0 a 3 anos”. A variável anos de escolaridade evidenciou

relação com dispêndio em energia MET (Tabela 6) e demonstrou ser

significativa com (p<0,025). A escolaridade, quando relacionada à categoria

“ocupação” (Tabela 9), na atividade de pé ou caminhando lentamente no

trabalho não carregando nada, apresenta ser significante ao nível de

(p<0,011), classificada como atividade “sedentária”, onde as escolhas mais

representativas recaíram sobre a opção: Nenhum (Não realizou).

A relação entre gasto energético e renda familiar não se mostra

significativa (p>0,227). A faixa salarial mais freqüente apontada corresponde

ao salário mínimo e mostra 111 gestantes, com 36,4% dos casos, podendo ser

considerada clientela de baixa renda; evidencia-se que a clientela destes

centros de saúde municipal é de classe socioeconômica menos favorecida.

A variável renda familiar, quando relacionada à categoria “locomoção” na

atividade caminhando lentamente para pegar o ônibus, ir para o trabalho ou

fazer visitas, apresenta ser significante ao nível de (p<0,019) e mostra (

Tabela 11) que existem escolhas nos tempos da atividade (<30 minutos) 102

indivíduos com 33,4%, (de 30 a 60 minutos) 111 indivíduos com 36,4%.

Ainda, a variável renda familiar quando relacionada à categoria “lazer” (Tabela

25) na atividade sentada usando o computador, lendo, escrevendo ou falando

Page 79: Francisco Trindade Silva

ao telefone, não estando trabalhando, e na atividade, assistindo TV ou

vídeo, apresentaram ser significantes ao nível de (p<0,002) e (p<0,003)

respectivamente. Reflete, no entanto, um comportamento sedentário (Tabela

12) e mostra que para a atividade sentada usando o computador ..., as

escolhas mais representativas com 134 indivíduos e 43,9% dos casos,

recaíram sobre a opção: Nenhum (Não realizou), seguido de 72 indivíduos com

23,6% dos casos, para o tempo de (< 30 minutos); e de forma semelhante

aparecem 71 indivíduos, com 23,3% dos casos, para a faixa de tempo (de 30 a

60 minutos). Para a atividade assistindo TV ou vídeo, mostra como mais

representativo o tempo (> 3 horas), sendo a escolha de 140 gestantes,

correspondente a 45,9 % dos casos. Apesar de ser um tempo elevado, a

atividade promove um baixo gasto energético para esta atividade.

Quanto comparado o gasto energético em METs e estado civil, (Tabela

6) apresentou ser significativa ao nível de (p<0,000). A amostra representa a

maioria, correspondente a 245 gestantes, e 80,3% dos casos representou

companheiro em união oficializada ou não e 60 solteiras ou separadas

representou 19,7% dos casos.

Na relação entre gasto energético em METs e raça (Tabela 6), detecta-

se uma incidência de mais da metade da amostra de raça “parda”, com 156

indivíduos, 51,14% de casos, as outras foram “negra”, 69 indivíduos, 22,6% de

casos, “branca”, 65 indivíduos, 21,3% de casos e “outra”, 15 indivíduos 4,9%

de casos. Como era de se esperar, pois a região tem notadamente uma

estratificação de prevalência pela raça “parda”, apresentando uma significância

ao nível de (p<0,000).

A baixa informação e pouca oportunidade em manter um estilo ativo de vida

poderá reduzir os benefícios relacionados à adaptação morfológica, funcional e

psicológica que a atividade física oferece, durante todo o período gestacional.

Os resultados revelam falta de comprometimento de saúde nos aspectos

relacionados à prevenção, quando se atribui valores agregados por conta de

Page 80: Francisco Trindade Silva

atividade física espontânea ou em forma de exercício, para uma população

vulnerável e de importância para futuras gerações.

Page 81: Francisco Trindade Silva

6. CONCLUSÃO

o No total da amostra, a maioria das gestantes teve um nível de atividade

física classificada como “sedentário” e “leve”, demonstrando que há uma

prevalência de inatividade física durante o período gestacional.

o Durante os três trimestres houve redução da atividade física.

o O nível de atividade física classificado como atividade “moderado”,

aparece como mais representativo na categoria “tarefas domésticas”.

o Em relação ao IMC pré-gravídico, na amostra predominou a eutrofia, a

amostra indicou baixa escolaridade das gestantes, já quanto à renda

familiar, a prevalente foi de um salário mínimo, podendo ser considerada

clientela de baixa renda, para o estado civil, a prevalência foi para

companheiro em união oficializada ou não, quanto à raça, há uma

incidência de mais da metade da amostra na raça “parda”.

Page 82: Francisco Trindade Silva

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Page 92: Francisco Trindade Silva

ANEXOS

Page 93: Francisco Trindade Silva

ANEXO I

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APÊNDICE I

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE PÚBLICA Data atual ____/____/______

Questionário de Atividade Física para Gestantes - QAFG É muito importante que você responda honestamente. Não há nenhuma resposta certa ou errada. Nós estamos querendo saber o que você fez durante este trimestre.

1. Qual foi o dia de sua última menstruação? ____/____/______ Eu não sei. Aproximadamente. 2. Quando o seu bebê vai nascer? ____/____/______ Eu não sei. Durante este trimestre, quando você NÃO está no trabalho, quanto tempo você geralmente passa: 3 Preparando as refeições (cozinhando, 4 Cuidando de criança - Vestindo, banhando, alimentando colocando a mesa, lavando os pratos). enquanto você fica sentada.

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Nenhum

Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

5 Cuidando de criança - Vestindo, banhando, 6 Brincando com as crianças enquanto você está alimentando enquanto você está em pé. sentada ou em pé.

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Nenhum

Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

7 Brincando com as crianças enquanto você 8 Carregando as crianças nos braços. está caminhando ou correndo.

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Nenhum

Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Unidade de saúde N

Page 99: Francisco Trindade Silva

9 Cuidando de idoso adulto, incapacitado 10 Sentada: usando o computador, lendo, escrevendo, ou falando ao telefone. não estando trabalhando.

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Nenhum

Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Durante este trimestre, quanto tempo você geralmente passa: 11 Assistindo TV ou vídeo 12 Brincando com animais de estimação. .

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

13 Fazendo limpeza leve (arrumar as camas, lavar 14 Fazendo compras (roupas, comidas ou outros objetos). roupas, passar roupas, levar o lixo para fora).

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Nenhum

Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

15 Fazendo limpeza mais pesada (aspirar, varrer, 16 Empurrando cortador de grama, ciscando, esfregar o chão e lavar janelas). ou trabalhando no jardim

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Nenhum

Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Indo a lugares...

Durante este trimestre, quanto tempo você geralmente passa:

Page 100: Francisco Trindade Silva

17 Caminhando lentamente para: pegar o ônibus, 18 Caminhando rapidamente para: pegar o ônibus, ir para trabalho ou fazer visitas. ir para trabalho ou escola.

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Nenhum

Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

19 Dirigindo, ou andando de carro ou de ônibus.

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Para se divertir ou exercício....

Durante este trimestre, quanto tempo você geralmente passa: 20 Caminhando lentamente por divertimento ou 21 Caminhando mais rápido, por divertimento ou exercício. exercício.

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Nenhum

Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

22 Caminhando mais rápido ladeira a cima, por 23 Fazendo “cooper”, (trote ou corrida moderada) divertimento ou exercício.

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Nenhum

Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

24 Na aula de exercício prénatal. 25 Nadando.

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Nenhum

Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

26 Dançando.

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Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Fazendo outras coisa por divertimento ou exercício? Por favor, relacionar as atividades. 27 _______________________________ 28 ________________________________ nome da atividade nome da atividade

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Nenhum

Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Por favor, preencha a próxima etapa, se você trabalha por salário, como voluntário, ou se você for estudante. Se você for dona de casa, desempregada, ou incapacitada de trabalhar, você não precisa preencher essa etapa.

No Trabalho....

Durante este trimestre, quanto tempo você geralmente passa: 29 Sentada ou trabalhando em sala de aula. 30 Em pé ou caminhando lentamente no trabalho, carregando coisas (mais pesado que uma garrafa de refrigerante de 2 litros).

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Nenhum

Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

31 De pé ou caminhando lentamente no trabalho não 32 Caminhando rapidamente no trabalho enquanto carrega carregando nada. objetos (mais pesado do que uma garrafa de refrigerante de 2 litros).

Page 102: Francisco Trindade Silva

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Nenhum

Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

33 Caminhando rapidamente no trabalho, não carregando nada.

Nenhum Menos que 30 minutos por dia De 30 minutos a 1 hora por dia De 1 hora a 2 horas por dia De 2 hora a 3 horas por dia De 3 horas ou mais por dia

Muito Obrigado.

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APÊNDICE II

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE PÚBLICA

Questionário sociodemográfico Data atual ______/______/_______

Realizou exame de ultra-sonografia nesta gestação? ( ) sim ( ) não Se sim: data do exame: ___/___/___ Idade gestacional: ______sem. Trimestre da entrevista: [ ] 1º. Trim. [ ] 2º. Trim. [ ] 3º. Trim.

1 IDADE [ ] anos

2 ESTADO CIVIL

Casada......................................................( ) Solteira......................................................( ) Viúva ........................................................( ) Separada...................................................( ) Mora junto.................................................( )

3 GRAU DE ESCOLARIDADE

Quantos anos tem de estudo............................( ) Só assina .........................................................( ) Analfabeta.........................................................( ) Pré-escolar........................................................( ) Ensino Fundamental incompleto.......................( ) Ensino Fundamental completo..........................( ) Ensino Médio incompleto..................................( ) Ensino Médio completo.....................................( ) Superior incompleto...........................................( )

4 RAÇA

QUAL A SUA RAÇA? Negra ........................................................( ) Parda.........................................................( ) Branca.......................................................( ) Outra..........................................................( )

5 OCUPAÇÃO ATUAL

VOCÊ TRABALHA FORA DE CASA?

Não ...................................................................( ) Meio período (4 horas)......................................( ) Período integral (8 horas) .................................( ) Eventualmente...................................................( )

6 RENDA FAMILIAR MENSAL PER CAPITA.

R$_________________________

7 NÚMERO DE PESSOAS QUE MORAM NA MESMA CASA QUE VOCÊ? ________________________

Unidade de saúde N

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8 SUA CASA TEM ÁGUA ENCANADA E REDE DE ESGOTO? Sim .............................................................( ) Não..............................................................( ) VOCÊ MORA? Em casa própria..........................................( ) Mora em instituição ....................................( ) Mora na rua.................................................( )

9 HÁBITOS DE VIDA

VOCÊ FUMA CIGARROS DURANTE A GRAVIDEZ?

Sim ....................................................................( ) Não ....................................................................( )

Se a resposta for sim, quantos cigarros você fuma mais ou menos por dia? Resposta:

10 VOCÊ COSTUMA BEBER BEBIDA ALCÓLICA NA GRAVIDEZ? Sim........................................................( ) Não .......................................................( ) Se a resposta for sim, qual é a bebida? Resposta:________________________

13 QUAL ERA O SEU PESO ANTES DE

ENGRAVIDAR?

Resposta: __________________Kg

15 QUAL É O SEU PESO ATUAL?

Resposta:___________________Kg

ALTURA:_______metros

11 BEBE TODOS OS DIAS?

Sim....................................................................( ) Não ...................................................................( )

12 BEBE SÓ NO FINAL DE SEMANA?

Sim .......................................................( ) Não .......................................................( )

14 VOCÊ FOI INTERNADA NO HOSPITAL, NESTA

GRAVIDEZ?

Sim ...................................................................( ) Não....................................................................( )

Se a resposta for sim, qual o motivo pelo qual você foi internada? Resposta: ____________________________

16 VOCÊ TINHA ALGUMA DOENÇA ANTES DA GRAVIDEZ? Sim ........................................( ) Não.........................................( ) Se a resposta for sim, qual (is)? Resposta:___________________

17 VOCÊ ADOECEU NESTA GRAVIDEZ?

Sim ..................................................................( ) Não ................................................................. ( ) Se a resposta for sim, de qual doença foi acometida? Infecção urinária ..........................................................( ) Hipertensão arterial ...........................................................( ) Doença Sexualmente Transmissível ...........................................................( ) Trabalho de parto prematuro...........................................( ) Diabetes ............................................( ) Anemia ..............................................( ) Outra .................................................( ) Qual? ___________________________________

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18 VOCÊ TOMOU ALGUM MEDICAMENTO NA GRAVIDEZ? Sim ........................................( ) Não.........................................( ) Se a resposta for sim, em que mês a gravidez? Primeiro Trimestre.................( ) SegundoTrimestre.................( ) Terceiro Trimestre.................( ) Qual (is) medicamento (s)? ___________________________

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ANEXO II

Aprovação do comitê de ética

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APÊNDICE III

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

Prezada Gestante, __________________________________________

Somos pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará, estamos desenvolvendo uma pesquisa intitulada: Avaliação do nível de atividade física durante a gestação. Este estudo tem como objetivo: Comparar os níveis de atividade física em mulheres nos períodos gestacionais atendidas nos postos de saúde de Fortaleza, uma vez que a relação positiva entre atividade física e gestação saudável tem uma forte associação, para tanto serão oferecidas palestras educativas sobre a importância da realização de atividades físicas na gestação, tais palestras serão realizadas pelos pesquisadores, nas unidades de saúde participantes do estudo.

Assim, gostaria de contar com a sua participação nas respostas ao questionário. Por se tratar apenas de entrevista, não há risco à sua saúde ou do feto, e seu nome não será divulgados, apenas utilizaremos as respostas no conjunto dos demais participantes.

Ainda a qualquer momento da pesquisa, caso não seja do seu interesse a continuidade na participação, você poderá desistir, e isto não trará qualquer prejuízo, principalmente no serviço prestado.

Agradecendo a sua colaboração me coloco à disposição para qualquer informação que você julgar necessária.

Sua colaboração será muito importante para a realização deste estudo. ____________________________________ Assinatura da paciente Fortaleza, março/ 2006 Atenciosamente Francisco Trindade Silva Prof. Dr. Fabrício da Silva Costa Mestrando em Saúde Pública Orientador

da Universidade Estadual do Ceará Rua Vicente Leite, 793 – Meireles

(85)3264.2066 / 888.3388

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APÊNDICE IV

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE PÚBLICA

Convite para participação do processo de Adaptação Transcultural do questionário. Prezado(a) Professor Dr.(a)____________________________________

Como aluno do curso de Mestrado em Saúde Pública da Universidade Estadual do Ceará, estamos desenvolvendo uma pesquisa intitulada: Avaliação do nível de atividade física durante a gestação. Este estudo tem como objetivo: comparar os níveis de atividade física em mulheres nos períodos gestacionais atendidas nos postos de saúde de Fortaleza, uma vez que a relação positiva entre atividade física e gestação saudável têm uma forte associação. Para tanto utilizaremos o questionário desenvolvido por Chsan-Taber et.al.,(2004) do Departamento de Bioestatística e Epidemiologia da Escola da Saúde Pública e Ciência da Saúde da Universidade de Massachusetts, construíram e validaram no idioma inglês um questionário específico para avaliação do nível de atividade física em gestantes, denominado Pregnancy Physical Activity Questionnaire – PPAQ. Ainda neste estudo estaremos efetuando a adaptação transcultural do referido questionário, para ser utilizado em gestantes do Brasil.

Ciente dos objetivos da pesquisa científica dois tradutores

brasileiros, fluentes no idioma inglês, prepararam duas versões do questionário PPAQ para o português, Foi solicitado a dois ingleses que não conheciam o original para fazer uma retro-tradução, do inglês para o português (back translation), esta tradução foi comparada com o primeiro texto em inglês, apresentando semelhança de tradução.

Assim, gostaria de contar com a sua participação no passo

seguinte deste processo de adaptação transcultural do questionário PPAQ, nesta etapa será feito a adequação do questionário. Considerando algumas perguntas do questionário que estão inseridas no contexto do Estados Unidos, optou-se por sua adequação, tornando-o mais compreensível à nossa realidade. Com esta finalidade, o questionário original já traduzido em (ANEXO) apresentado aqui de forma individual, a Vossa Senhoria, também será apresentado a outros cinco profissionais de saúde, com reconhecido saber científico.

Solicitamos julgar as assertivas apresentadas no questionário,

utilizando segundo Braga (1998), as variáveis abaixo explicitadas e/ou

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através de sugestões de adequação a serem efetuadas na formulação das questões:

• Contexto (verificação quanto à adequação de assertiva à nossa realidade)

• Clareza da assertiva (facilidade e entendimento por parte do leitor) • Relevância (importância da assertiva para a mensuração e da

participação da gestante em atividades física).

Em relação as variáveis acima, será solicitado aos profissionais avaliar as assertivas utilizando-se uma escala de escores tipo Likert, de 1 a 5: 1- Totalmente irrelevante, 2- Irrelevante, 3- Neutro, 4- Relevante, 5- Extremamente relevante). Obtém-se desde modo, o entendimento dos profissionais sobre as 36 questões apresentadas no questionário.

Das respostas tabuladas pelos seis profissionais escolhidos, serão

analisados pelo autor e, valores extremos posteriormente serão eliminados, do restante será feita a distribuição das somas das médias por assertivas onde será apresentado em quadro demonstrativo. O questionário resultado deste procedimento de adequação será aplicado em amostra de 40 indivíduos, constituindo assim o piloto, posteriormente será aplicado na amostra principal do estudo.

Fortaleza, Junho/ 2006 Atenciosamente Aluno Orientador

Francisco Trindade Silva Prof. Dr. Fabrício da Silva Costa

Rua Vicente Leite, 793 – Meireles [email protected] (85)3264.2966 / 9112.3388 [email protected]