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Frederico C. Barbosa · 2020. 7. 6. · EDITORA CONHECIMENTO LIVRE Corpo Editorial Dr. João Luís Ribeiro Ulhôa Dr. Anderson Reis de Sousa MSc. Frederico Celestino Barbosa MSc

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Frederico C. Barbosa

(editor)

Fisioterapia: princípios fundamentais

1ª ed.

Piracanjuba

Editora Conhecimento Livre

2020

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Copyright© 2020 por Editora Conhecimento Livre

1ª ed.

https://doi.org/10.37423/2020.a24

O conteúdo dos artigos e sua correção ortográfica são de responsabilidade exclusiva

dos seus respectivos autores.

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EDITORA

CONHECIMENTO LIVRE

Corpo Editorial

Dr. João Luís Ribeiro Ulhôa

Dr. Anderson Reis de Sousa

MSc. Frederico Celestino Barbosa

MSc. Carlos Eduardo de Oliveira Gontijo

MSc. Plínio Ferreira Pires

Editora Conhecimento Livre Piracanjuba-GO

2020

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Fisioterapia: princípios fundamentais

1

Sumário CAPÍTULO 1 ...................................................................................................................................................................... 9

PREVALÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT EM FISIOTERAPEUTAS PROFESSORES DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PARÁ ............ 9

DOI: 10.37423/200400787.................................................................................................................................................9

CAPÍTULO 2 .................................................................................................................................................................... 21

PERFIL CLÍNICO - EPIDEMIOLÓGICO DOS IDOSOS CADASTRADOS NO PROGRAMA HIPERDIA DA ESTRATÉGIA DA SAÚDE

DA FAMÍLIA E PROGRAMA DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DO CONJUNTO JULIA SEFFER DO MUNICÍPIO DE

ANANINDEUA/PA.............................................................................................................................................................21

DOI: 10.37423/200400789...............................................................................................................................................21

CAPÍTULO 3 .................................................................................................................................................................... 33

AVALIAÇÃO POSTURAL E DO QUADRO ÁLGICO EM APANHADORES DE LARANJA DO MUNICÍPIO DE CAPITÃO POÇO-

PA.....................................................................................................................................................................................33

DOI: 10.37423/200400790...............................................................................................................................................33

CAPÍTULO 4 .................................................................................................................................................................... 51

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE CEFALÉIA NÃO ESPECÍFICA ASSOCIADA À TENSÃO MUSCULAR EM ACADÊMICOS DE

FISIOTERAPIA...................................................................................................................................................................51

DOI: 10.37423/200400791...............................................................................................................................................51

CAPÍTULO 5 .................................................................................................................................................................... 54

O USO DA CORRENTE GALVÂNICA NO TRATAMENTO DE HIPERIDROSE PRIMÁRIA EM JOVENS

ADULTOS..........................................................................................................................................................................54

DOI: 10.37423/200400797...............................................................................................................................................54

CAPÍTULO 6 .................................................................................................................................................................... 64

PERFIL POSTURAL DE INDIVÍDUOS ESCOLARES EM MACEIÓ-AL.......................................................................................64

DOI: 10.37423/200400805...............................................................................................................................................64

CAPÍTULO 7 .................................................................................................................................................................... 77

USO DO DRY NEEDLING NO QUADRO ÁLGICO DE INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE FIBROMIALGIA (SFM) - UMA REVISÃO

SISTEMÁTICA...................................................................................................................................................................77

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2

DOI: 10.37423/200500818..............................................................................................................................................77

CAPÍTULO 8 .................................................................................................................................................................... 86

EXPERIÊNCIA DE FISIOTERAPEUTAS E PACIENTES COM A TERAPIA COGNITIVO FUNCIONAL PARA MANEJO DA DOR

LOMBAR CRÔNICA: UMA REVISÃO..................................................................................................................................86

DOI: 10.37423/200500819...............................................................................................................................................86

CAPÍTULO 9 .................................................................................................................................................................... 94

REPERCUSSÕES DO MÉTODO ISOSTRETCHING NAS ALTERAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM IDOSOS......................94

DOI: 10.37423/200500824...............................................................................................................................................94

CAPÍTULO 10 .................................................................................................................................................................. 98

ANÁLISE DOS EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA DE 4 HZ NA DOR INDUZIDA PELA HIPOTERMIA

QUANDO APLICADA NOS ACUPONTOS C5 E P7...............................................................................................................98

DOI: 10.37423/200500826...............................................................................................................................................98

CAPÍTULO 11 ................................................................................................................................................................ 112

EFEITOS DA BOLA SUÍÇA NO PRÉ-NATAL FISIOTERAPÊUTICO PARA A MELHORA DO POSICIONAMENTO FETAL: UMA

REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA.........................................................................................................................112

DOI: 10.37423/200500827.............................................................................................................................................112

CAPÍTULO 12 ................................................................................................................................................................ 114

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA EM TERAPIA INTENSIVA HISTORICAL EVOLUTION OF PHYSIOTHERAPY IN

INTENSIVE THERAPY.......................................................................................................................................................114

DOI: 10.37423/200500837.............................................................................................................................................114

CAPÍTULO 13 ................................................................................................................................................................ 127

MÉTODO ROLFING NO TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA: REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 1127

DOI: 10.37423/200500838.............................................................................................................................................122

CAPÍTULO 14 ................................................................................................................................................................ 129

TÉCNICAS DE LIBERAÇÃO MIOFASCIAL NA REDUÇÃO DA ESPASTICIDADE EM PACIENTES QUE SOFRERAM UM ACIDENTE

VASCULAR CEREBRAL.....................................................................................................................................................129

DOI: 10.37423/200500848.............................................................................................................................................129

CAPÍTULO 15 ................................................................................................................................................................ 134

ESCLEROSE MULTIPLA: UM RELATO DE CASO NA FISIOTERAPIA....................................................................................134

DOI: 10.37423/200500851.............................................................................................................................................134

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CAPÍTULO 16 ................................................................................................................................................................ 139

EFEITOS DO EXERCÍCIO DE ALTA INTENSIDADE EM INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE PARKINSON: REVISÃO

SISTEMÁTICA.................................................................................................................................................................139

DOI: 10.37423/200500857............................................................................................................................................139

CAPÍTULO 17 ................................................................................................................................................................ 159

EXERCÍCIO FÍSICO REGULAR COMO FERRAMENTA PARA O CONTROLE DA DOR EM PACIENTES FIBROMIÁLGICOS:

REVISÃO SISTEMÁTICA...................................................................................................................................................159

DOI: 10.37423/200500859.............................................................................................................................................159

CAPÍTULO 18 ................................................................................................................................................................ 162

PERCEPÇÃO SENSORIAL CEREBRAL DURANTE EPISÓDIO DE DOR – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................162

DOI: 10.37423/200500861............................................................................................................................................162

CAPÍTULO 19 ................................................................................................................................................................ 170

REALIDADE VIRTUAL COMO INOVAÇÃO TERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DE PARALISIA CEREBRAL............................170

DOI: 10.37423/200500868.............................................................................................................................................170

CAPÍTULO 20 ................................................................................................................................................................ 173

AVALIAÇÃO DA DOR EM PACIENTES COM LOMBALGIA CRÔNICA SUBMETIDOS A UM PROGRAMA DE ESCOLA DA

COLUNA..........................................................................................................................................................................173

DOI: 10.37423/200500872.............................................................................................................................................173

CAPÍTULO 21 ................................................................................................................................................................ 184

EFICÁCIA DA CROCHETAGEM NO TRATAMENTO DA FASCITE PLANTAR: UMA REVISÃO DE LITERATURA......................184

DOI: 10.37423/200500880.............................................................................................................................................184

CAPÍTULO 22 ................................................................................................................................................................ 189

RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL COM UM GRUPO DE IDOSOS DO CRAS....................189

DOI: 10.37423/200500883.............................................................................................................................................189

CAPÍTULO 23 ................................................................................................................................................................ 198

BENEFÍCIOS DA REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL EM GESTANTES COM LOMBALGIA.................................................198

DOI: 10.37423/200500887.............................................................................................................................................198

CAPÍTULO 24 ................................................................................................................................................................ 204

RELAÇÃO ENTRE A DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E REPERCUSSÕES POSTURAIS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......204

DOI: 10.37423/200500888.............................................................................................................................................204

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4

CAPÍTULO 25 ................................................................................................................................................................ 207

APLICAÇÃO DE EXERCÍCIOS FUNCIONAIS PREVENTIVOS DE LESÃO EM JOGADORES DE FUTEBOL PROFISSIONAL: CROSS-

OVER..............................................................................................................................................................................207

DOI: 10.37423/200500891............................................................................................................................................207

CAPÍTULO 26 ................................................................................................................................................................ 220

METODOLOGIA ATIVA DO PET-SAÚDE/GRADUASUS NA REORIENTAÇÃO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL: RELATO DE

EXPERIÊNCIA..................................................................................................................................................................220

DOI: 10.37423/200500894.............................................................................................................................................220

CAPÍTULO 27 ................................................................................................................................................................ 226

FOTOTERAPIA DE BAIXA POTÊNCIA NO TRATAMENTO DE FERIDAS DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS............226

DOI: 10.37423/200500896.............................................................................................................................................226

CAPÍTULO 28 ................................................................................................................................................................ 229

USO DO CPAP NO TRATAMENTO DA SÍNDROME APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO........................................................229

DOI: 10.37423/200500897.............................................................................................................................................229

CAPÍTULO 29 ................................................................................................................................................................ 231

INTERVENÇÃO DA ACUPUNTURA COMO ESPECIALIDADE DA FISIOTERAPIA VOLTADA PARA O TRATAMENTO DO

QUADRO ÁLGICO DA FIBROMIALGIA: REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................231

DOI: 10.37423/200500899.............................................................................................................................................231

CAPÍTULO 30 ................................................................................................................................................................ 237

EFEITO DA POSTURA SOBRE A CAPACIDADE VITAL DE INDIVÍDUOS SADIOS1................................................................237

DOI: 10.37423/200500900.............................................................................................................................................237

CAPÍTULO 31 ................................................................................................................................................................ 246

INFLUÊNCIA DA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA SOBRE AS DISTORÇÕES TORÁCICAS EM PREMATUROS SOB O USO DA

CPAP NASAL1.................................................................................................................................................................246

DOI: 10.37423/200500901.............................................................................................................................................246

CAPÍTULO 32 ................................................................................................................................................................ 262

CINESIOTERAPIA E TERAPIA MANUAL COMO PROTOCOLO DE TRATAMENTO DE PACIENTE COM HÉRNIA DE DISCO E

CIATALGIA: ESTUDO DE CASO........................................................................................................................................262

DOI: 10.37423/200500902.............................................................................................................................................262

CAPÍTULO 33 ................................................................................................................................................................ 267

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5

INFLUÊNCIA DA FLEXIBILIZAÇÃO DA CINTURA ESCAPULAR SOBRE A MOBILIDADE TORÁCICA: REVISÃO

SISTEMÁTICA..................................................................................................................................................................267

DOI: 10.37423/200500904.............................................................................................................................................267

CAPÍTULO 34 ................................................................................................................................................................ 283

ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA SÍNDROME DE PRADER- WILLI.....................................................................................278

DOI: 10.37423/200500905.............................................................................................................................................278

CAPÍTULO 35 ................................................................................................................................................................ 286

INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS SEQUELAS DO ASTROCITOMA GRAU II PRIMÁRIO DE PINEAL: RELATO DE

CASO..............................................................................................................................................................................281

DOI: 10.37423/200500906.............................................................................................................................................281

CAPÍTULO 36 ................................................................................................................................................................ 284

ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA (TENS) NA DISMENORREÍA PRIMÁRIA: REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA...............................................................................................................................................................284

DOI: 10.37423/200500907.............................................................................................................................................284

CAPÍTULO 37 ................................................................................................................................................................ 299

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE HANSENÍASE EM FORTALEZA, DE 2007 A 2017........................................294

DOI: 10.37423/200500909.............................................................................................................................................294

CAPÍTULO 38 ................................................................................................................................................................ 304

USO DA MASSAGEM TERAPÊUTICA NA DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA...............304

DOI: 10.37423/200500911.............................................................................................................................................304

CAPÍTULO 39 ................................................................................................................................................................ 307

FATORES DE RISCO PARA CÃIBRAS MUSCULARES ASSOCIADAS AO EXERCÍCIO EM MARATONISTAS AMADORES: ESTUDO

PILOTO...........................................................................................................................................................................307

DOI: 10.37423/200500915............................................................................................................................................307

CAPÍTULO 40 ................................................................................................................................................................ 323

INCIDÊNCIA DE LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM ATLETAS DE FUTEBOL...............................................................323

DOI: 10.37423/200500916............................................................................................................................................323

CAPÍTULO 41 ................................................................................................................................................................ 326

AVALIAÇÃO POSTURAL DA COLUNA LOMBAR E CINTURA PÉLVICA NO SEGUNDO TRIMESTRE GESTACIONAL: UMA SÉRIE

DE CASOS........................................................................................................................................................................326

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Fisioterapia: princípios fundamentais

6

DOI: 10.37423/200500921.............................................................................................................................................326

CAPÍTULO 42 ................................................................................................................................................................ 345

INTERFERÊNCIA DOS VÍCIOS POSTURAIS NAS ALTERAÇÕES BIOMECÂNICAS DA COLUNA VERTEBRAL EM ESCOLARES DA

4ª. SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL............................................................................................................................345

DOI: 10.37423/200500923.............................................................................................................................................345

CAPÍTULO 43 ................................................................................................................................................................ 360

INFLUÊNCIA DO NÍVEL DE IMERSÃO NA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA DE PACIENTES COM SÍNDROME PÓS-POLIOMIELITE

COMPARADO A CONTROLES..........................................................................................................................................360

DOI: 10.37423/200500928.............................................................................................................................................360

CAPÍTULO 44 ................................................................................................................................................................ 375

HÁBITOS DE EXPOSIÇÃO AO SOL E FOTOPROTEÇÃO DOS ALUNOS DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE ENSINO EM TERESINA

– PI..................................................................................................................................................................................370

DOI: 10.37423/200500930.............................................................................................................................................370

CAPÍTULO 45 ................................................................................................................................................................ 376

A ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DO ALZHEMIER................................................................................376

DOI: 10.37423/200500931.............................................................................................................................................376

CAPÍTULO 46 ................................................................................................................................................................ 382

O EFEITO DA REALIDADE VIRTUAL NO EQUILÍBRIO DE INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE PARKINSON: REVISÃO

SISTEMÁTICA DA LITERATURA GUARULHOS..................................................................................................................382

DOI: 10.37423/200500935.............................................................................................................................................398

CAPÍTULO 47 .......................................................................................................................................................... 403398

O EFEITO DA MOBILIZAÇÃO NEURAL NA DOR EM INDIVÍDUOS COM LOMBALGIA E LOMBOCIATALGIA: UMA REVISÃO

INTEGRATIVA.................................................................................................................................................................398

DOI: 10.37423/200500939.............................................................................................................................................398

CAPÍTULO 48 ................................................................................................................................................................ 406

AVALIAÇÃO DA AGILIDADE, EQUILÍBRIO E QUALIDADE DE VIDA NO PORTADOR DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

ISQUÊMICO DURANTE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO VIRTUAL.............................................................................406

DOI: 10.37423/200500940.............................................................................................................................................406

CAPÍTULO 49 ................................................................................................................................................................ 417

INFLUÊNCIA DO ISOSTRETCHING NA FORÇA E FUNCIONALIDADE EM IDOSAS...............................................................417

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Fisioterapia: princípios fundamentais

7

DOI: 10.37423/200500943.............................................................................................................................................417

CAPÍTULO 50 ................................................................................................................................................................ 444

A HIPOTERAPIA EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA............................................444

DOI: 10.37423/200500953.............................................................................................................................................444

CAPÍTULO 51 ................................................................................................................................................................ 459

EFEITOS DAS TÉCNICAS MANUAIS EM PACIENTES COM SÍNDROME DE FIBROMIALGIA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......454

DOI: 10.37423/200500960.............................................................................................................................................454

CAPÍTULO 52 ................................................................................................................................................................ 457

TERAPIA MANUAL EM PACIENTES MASTECTOMIZADAS: REVISÃO SISTEMATIZADA DA LITERATURA...........................457

DOI: 10.37423/200500961.............................................................................................................................................457

CAPÍTULO 53 ................................................................................................................................................................ 460

ANÁLISE DO VALGO DINÂMICO, FORÇA MUSCULAR DE GLÚTEO MÉDIO, PERFORMANCE FUNCIONAL DE AGILIDADE E

EQUILÍBRIO EM ATLETAS DE FUTEBOL MASCULINO......................................................................................................460

DOI: 10.37423/200500967.............................................................................................................................................460

CAPÍTULO 54 ................................................................................................................................................................ 480

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA PARA REDUÇÃO DA DOR DURANTE O TRABALHO DE PARTO: UMA REVISÃO DE

LITERATURA...................................................................................................................................................................480

DOI: 10.37423/200500972............................................................................................................................................480

CAPÍTULO 55 ................................................................................................................................................................ 493

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR ATRAVÉS DAS TÉCNICAS DE AGULHAMENTO

SECO (ACUPUNTURA E DRY NEEDLING): UMA REVISÃO INTEGRATIVA..........................................................................488

DOI: 10.37423/200500977.............................................................................................................................................488

CAPÍTULO 56 ................................................................................................................................................................ 503

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS LESÕES DURANTE CAMPEONATO MUNDIALN POR IDADES EM ATLETAS DE GINÁSTICA DE

TRAMPOLIM ................................................................................................................................................................... 503

DOI: 10.37423/200500993.............................................................................................................................................503

CAPÍTULO 57 ................................................................................................................................................................ 516

INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO ORTODÔNTICO E O SURGIMENTO DOS SINTOMAS DE DISFUNÇÕES

TEMPOROMANDIBULARES............................................................................................................................................516

DOI: 10.37423/200500995.............................................................................................................................................516

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Fisioterapia: princípios fundamentais

8

CAPÍTULO 58 ................................................................................................................................................................ 519

APLICABILIDADE DO MÉTODO MAITLAND NO TRATAMENTO DE HÉRNIA DE DISCO....................................................519

DOI: 10.37423/200500997............................................................................................................................................519

CAPÍTULO 59 ................................................................................................................................................................ 524

EFEITO AGUDO DA TERAPIA MANUAL NA DOR E NA FLEXIBILIDADE DE INDIVÍDUOS PORTADORES DE LOMBALGIA

INESPECÍFICA..................................................................................................................................................................524

DOI: 10.37423/200601064.............................................................................................................................................524

CAPÍTULO 60 ................................................................................................................................................................ 539

EFEITO DA VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO ASSOCIADA AO TREINO DE MULTICOMPONTES NO EQUILIBRIO E

QUALIDADADE DE VIDA EM IDOSA COM OSTEOPOROSE: RELATO DE CASO..................................................................539

DOI: 10.37423/200601065............................................................................................................................................539

CAPÍTULO 61 ................................................................................................................................................................ 551

EFEITO IMEDIATO DA VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO SOBRE A SENSIBILIDADE E CIRCULAÇÃO PERIFÉRICA DE IDOSOS

COM DIABETES MELLITUS TIPO 2: ESTUDO PILOTO.......................................................................................................551

DOI: 10.37423/200601067.............................................................................................................................................551

CAPÍTULO 62 ................................................................................................................................................................ 564

INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA..............................................................564

DOI: 10.37423/200500965.............................................................................................................................................564

CAPÍTULO 63 ................................................................................................................................................................ 579

UM ESTUDO DAS VARIÁVEIS DE IDENTIFICAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO

DO AMARANTE RN – UMA VISÃO PRÁTICA DA FISIOTERAPIA GERIÁTRICA....................................................................579

DOI: 10.37423/200500966.............................................................................................................................................579

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Fisioterapia: princípios fundamentais

9

Capítulo 1

PREVALÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT EM FISIOTERAPEUTAS PROFESSORES DO CENTRO

UNIVERSITÁRIO DO PARÁ DOI: 10.37423/200400787

Tereza Cristina dos Reis Ferreira (Fisioterapeuta -Dra em Ciências da Reabilitação pela

Universidade Nove de Julho (UNINOVE).

Danilo Gonçalves Barros (Fisioterapeuta. Graduado pela Universidade do Estado do Pará

(UEPA).

Luis Coelho da Silva Neto (Fisioterapeuta. Graduado pelo Centro Universitário do Pará

(CESUPA).

Mário de Araujo Carvalho (Fisioterapeuta. Graduado pelo Centro Universitário do Pará

(CESUPA).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

10

Resumo: O objetivo desse estudo foi verificar a prevalência de Burnout em fisioterapeutas docentes

do Centro Universitário do Pará, por meio do questionário Maslach. A Síndrome de Burnout (SB) é

uma das manifestações que mais afeta aos profissionais da saúde, com diversas consequências para

eles e para quem os rodeiam. Para a coleta de dados foram avaliados 19 fisioterapeutas docentes do

centro universitário do Pará, onde as informações foram obtidas por meio do Questionário Maslach

(Maslach Burnout Inventory) - composto por 22 afirmações sobre sentimentos e atitudes que

englobam os três aspectos fundamentais da síndrome, divididos em três escalas de sete pontos, que

variam de 0 a 6. Desta forma, foram descritas, de forma independente, cada uma das dimensões que

caracterizam a etapa profissional. Para exaustão emocional, uma pontuação maior ou igual a 27 indica

alto nível, de 19 a 26 nível moderado e abaixo de 19 nível baixo. Para despersonalização, pontuações

iguais ou maiores a 10 indicam alto nível, de 06 a 09, nível moderado e menores de 06, nível baixo. A

pontuação relacionada à realização pessoal vai em direção oposta às outras, uma vez que pontuações

de zero a 33 indicam alto nível, de 34 a 39, nível moderado e maior ou igual a 40, nível baixo. Após os

dados obtidos na coleta de dados, os mesmos foram digitados em um banco de dados para a execução

da análise estatística. De acordo com a natureza das variáveis, foi aplicada análise estatística

descritiva, sendo informados os valores percentuais dos dados analisados, bem como a obtenção de

medidas de tendência central e de dispersão. O banco de dados, bem como as tabelas e os gráficos

foram construídos no Microsoft EXCEL 2007. Os resultados obtidos mostram que a prevalência desta

Síndrome neste estudo se enquadra no alto nível de exaustão emocional, despersonalização e

realização pessoal. Conclui-se quanto mais cedo desenvolverem pesquisa para sua prevenção, mais

qualidade de vida os docentes terão e consequentemente maior produtividade em seu trabalho.

Palavra-Chave: Estresse, Professores, Fisioterapeuta, Burnout.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

11

1. INTRODUÇÃO

No cenário educacional muitos são os professores que assumem papéis e funções em níveis diversos.

Todavia, mesmo não ocupando altos cargos e não participando do processo principal de decisões,

certamente é o professor uma das duas figuras mais importantes. A outra, sem dúvida, é o aluno.

Embora se possa dizer que no processo interativo entre professor e aluno, um exerce influência sobre

o outro, cabe ao professor influir mais no processo de formação e desenvolvimento dos alunos que

lhe são confiados, sejam eles crianças do maternal ou mesmo universitários[1].

As condições de trabalho, ou seja, as circunstâncias sob as quais os docentes mobilizam as suas

capacidades físicas, cognitivas e afetivas para atingir os objetivos da produção escolar podem gerar

sobre esforço ou hipersolicitação de suas funções psicofisiológicas. Se não há tempo para a

recuperação, são desencadeados ou precipitados os sintomas clínicos que explicariam os índices de

afastamento do trabalho por transtornos mentais[2].

Dentre as consequências negativas do estresse aparecem: fadiga, adinamia, agitação, inadaptação.

Quando o estresse é mantido dentro de um bom nível de controle as consequências podem ser

positivas. Desde que haja possibilidade de correção, as pessoas manifestam prazer e produtividade.

Em qualquer organização, inclusive nas escolas, é necessário gerenciar o estresse quando se pretende

ter produtividade e satisfação. O clima organizacional deve ser favorável para que o nível de tensão,

as exigências contínuas e outros estressores não ultrapassem o ponto ideal [1].

A Síndrome de Burnout (SB) é uma das manifestações que mais afeta aos profissionais da saúde, com

diversas consequências para eles e para quem os rodeiam. É também, uma das causas mais

reconhecidas de falta de assistência no trabalho, de baixa qualidade no atendimento e de demandas

trabalhistas[3].

O termo Burnout funciona como metáfora para explicar que se chegou ao limite de esforço e, devido

à falta de energia, não há mais condições físicas e mentais para trabalhar[4].

O primeiro livro sobre Burnout em idioma português comercializado no Brasil foi a tradução de uma

obra de Maslach e Leitter, realizada por dois investigadores renomados neste assunto[5,6].

A Síndrome de Burnout na concepção de Maslach é caracterizada por três aspectos básicos: a

despersonalização, a exaustão emocional e o sentimento de reduzida realização, satisfação pessoal e

profissional[7].

A exaustão emocional envolve o sentir-se drenado, sugado pelos outros e pelo trabalho. Devido a

essa intensa carga emocional o profissional, sente-se incapaz de repor as energias para um próximo

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Fisioterapia: princípios fundamentais

12

dia de trabalho, tornando-se assim intolerante, nervoso e amargo, tanto no ambiente de trabalho

como fora dele[7].

A despersonalização compreende o desenvolvimento de atitudes e sentimentos negativos, insensíveis

e de falta de preocupação com pessoas que são receptoras de seus serviços; torna o indivíduo

“desumano” [7].

Já o sentimento de reduzida realização e satisfação pessoal e profissional; traduz a diminuição nos

sentimentos de competência e realização no trabalho com pessoa. Um exemplo disso é a classe

médica que espera ter algum tipo de retribuição positiva das pessoas, uma vez que desenvolve um

papel na busca do bem-estar das pessoas, o que nem sempre acontece e em virtude desta exaustão

emocional das expectativas frustradas associadas a precárias condições de trabalho, não é raro

surgirem sentimentos de decepção, queda da auto-estima, desinteresse, podendo chegar até mesmo

a depressão [8].

As principais causas de Burnout em profissionais da saúde incluem o contato contínuo com o

sofrimento, a dor e a morte, a diminuição do valor social do profissional pela sua família, a sobrecarga

de trabalho, a carência de recursos para desempenhar o papel adequadamente, a diminuição nos

diversos tipos de recompensa e estímulos em sua atividade, a inquietação e ameaça de sofrer críticas

por mau desempenho de sua prática laboral e dificuldades para encarar problemas éticos resultantes

do avanço tecnológico [4].

No Brasil há poucos relatos a respeito da utilização do questionário para avaliação da síndrome de

Burnout em fisioterapeutas, sendo mais escasso em fisioterapeutas que atuem na área docente. Na

região Norte e em Belém até o momento não foi elucidado na literatura nenhum artigo a respeito de

dados com fisioterapeutas docentes e síndrome de Burnout, logo esse estudo torna-se necessário para

avaliar a sua prevalência nos fisioterapeutas docentes de um Centro Universitário em Belém do Pará.

MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo foi submetido e aprovado no CEP do Centro Universitário do Pará sob número CAAE

0140.0.323.000-11 e foi realizado no período de janeiro e fevereiro de 2012, o local da pesquisa foi a

Clinica de Fisioterapia do Centro Universitário do Pará- CESUPA, sendo avaliados 19 fisioterapeutas

docentes do centro universitário do Pará. Os critérios de inclusão foram: fisioterapeutas professores

de ambos os sexos, que realizem trabalhem no ramo da docência há no mínimo um ano. Foram

excluídas: professores que não são fisioterapeutas, fisioterapeutas não professores, e fisioterapeutas

professores com menos de um ano de docência, os docentes de licença ou os docentes com

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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afastamento acima de 15 dias. Inicialmente todos os professores foram esclarecidos sobre o

questionário e a pesquisa, sendo que todos concordaram em participar e assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido.

As informações foram obtidas por meio do Questionário Maslach (Maslach Burnout Inventory) -

composto por vinte e duas afirmações sobre sentimentos e atitudes que englobam os três aspectos

fundamentais da síndrome, divididos em três escalas de sete pontos, que variam de 0 a 6. Desta forma,

foram descritas, de forma independente, cada uma das dimensões que caracterizam a estafa

profissional.

A exaustão emocional foi avaliada por nove itens, a despersonalização por cinco e a realização pessoal

por oito itens. As notas de corte utilizadas foram as empregadas no estudo de Maslach.

Para exaustão emocional, uma pontuação maior ou igual a 27 indica alto nível, de 19 a 26 nível

moderado e abaixo de 19 nível baixo. Para despersonalização, pontuações iguais ou maiores a 10

indicam alto nível, de 06 a 09, nível moderado e menores de 06, nível baixo. A pontuação relacionada

à realização pessoal vai em direção oposta às outras, uma vez que pontuações de zero a 33 indicam

alto nível, de 34 a 39, nível moderado e maior ou igual a 40, nível baixo.

Após os dados obtidos na coleta de dados, os mesmos foram digitados em um banco de dados para a

execução da análise estatística. De acordo com a natureza das variáveis, foi aplicada análise estatística

descritiva, sendo informados os valores percentuais dos dados analisados, bem como a obtenção de

medidas de tendência central e de dispersão. O banco de dados, bem como as tabelas e os gráficos

foram construídos no Microsoft EXCEL 2007.

RESULTADOS

Participaram deste estudo 19 fisioterapeutas professores do Centro Universitário do Pará. Sendo que

quatro professores atuam na área do estágio supervisionado nos hospitais, quatro atuam na área de

estágio ambulatorial, e os demais nos eixos temáticos do primeiro ao sexto período.

A seguir apresentam-se os dados colhidos por meio do questionário de Burnout Maslach Inventory,

sendo que foram analisados os seguintes itens: exaustão emocional, despersonalização e realização

pessoal.

Em relação à exaustão emocional nos fisioterapeutas professores do Centro Universitário do Pará,

obteve-se os seguintes dados: 68,50% dos fisioterapeutas apresentaram nível alto de exaustão

emocional; 5,27% nível baixo e 26,31% nível moderado (TABELA 1).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Tabela 1 - Dados referentes ao item exaustão emocional em fisioterapeutas professores do Centro

Universitário do Pará (n= 19)

Fonte: Pesquisa de campo, 2012

A respeito da Despersonalização dos fisioterapeutas professores do centro universitário do Pará,

houve predominância de 73,68% em alto nível, 26,32% no nível moderado e 0% para nível baixo

(TABELA 2).

Tabela 2 - Dados referentes ao item despersonalização em fisioterapeutas professores do centro

universitário do Pará (n= 19)

NÍVEL FAIXA DE

NÍVEL

QUANTIDADE DE

FISIOTERAPEUTAS

MEDIA

TOTAL

(%)

Alto > 10 14 - 73,68

Moderado 6 – 9 5 - 26,32

Baixo < 6 0 - 0

Total 19 2,41 100

Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

Quanto ao nível de realização pessoal dos fisioterapeutas professores do centro universitário do Pará,

estes apresentaram alto nível de realização profissional em 94,73% dos professores, 5,27% em nível

moderado e 0% a nível baixo (TABELA 3).

NÍVEL FAIXA DE

NÍVEL

QUANTIDADE DE

FISIOTERAPEUTAS

MEDIA

TOTAL

(%)

Alto ≥ 27 13 - 68,50

Moderado 19 – 26 5 - 26,31

Baixo < 19 1 - 05,27

Total 19 3,44 100

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Tabela 3 - Dados referentes ao item realização pessoal em fisioterapeutas professores do centro

universitário do Pará (n= 19)

Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

DISCUSSÃO

A casuística final deste estudo foram de 19 Fisioterapeutas docentes do Centro Universitário do Pará.

Segundo Maslach Burnout é um tipo de estresse ocupacional que acomete profissionais envolvidos

com qualquer tipo de cuidado em uma relação de atenção direta, contínua e altamente emocional As

profissões mais vulneráveis são geralmente as que envolvem serviços, tratamento, como médicos,

psicólogos, ou educação[5].

Na educação, o professor hoje, não é apenas aquele que transmite o conhecimento, mas sobretudo,

aquele que subsidia o aluno no processo de construção do saber. Curriculares organizadas para o

desenvolvimento intelectual da humanidade, cabe ao professor a ensinar a ser cidadão, mostrar aos

alunos seus deveres e seus direitos. Portanto, houve uma evolução do papel do professor ao longo

dos tempos, que, no fundo, tem a ver com a evolução dos modelos de ensino, e que acabam por gerar

maior pressão ao profissional[9].

Esteve identificou as seguintes fontes geradoras de pressão sobre o exercício da docência: inibição

educativa de outros agentes de socialização, o desenvolvimento de fontes de informação alternativas

à escola, as mudanças nas atitudes e expectativas da sociedade em torno do professor, do sistema

educativo e da educação, a incerteza sobre os objetivos do sistema educativo e a longevidade ou

utilidade do conhecimento, as mudanças dos conteúdos curriculares, a escassez de recursos materiais

e as condições deficientes de trabalho, as mudanças nas relações entre professores e alunos e a

deterioração da imagem e do valor social do professor[10].

NÍVEL FAIXA DE

NÍVEL

QUANTIDADE DE

FISIOTERAPEUTAS

MEDIA

TOTAL

(%)

Alto 0 – 33 18 - 94,73

Moderado 34 – 39 1 - 5,27

Baixo > 40 0 - 0

Total 19 3,54 100

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Farber divide as manifestações do burnout em professores em sintomas individuais e profissionais,

destacando, entretanto, que estas questões são de difíceis generalizações e descrições universais. Em

geral, segundo o autor, os professores sentem-se emocional e fisicamente exaustos, estão

freqüentemente irritados, ansiosos, com raiva ou tristes. As frustrações emocionais peculiares a este

fenômeno podem levar a sintomas psicossomáticos como insônia, úlceras, dores de cabeça e

hipertensão, além de abuso no uso de álcool e medicamentos, incrementando problemas familiares e

conflitos sociais[11].

Nos aspectos profissionais, o professor pode apresentar prejuízos em seu planejamento de aula,

tornando-se este menos frequente e cuidadoso. Apresenta perda de entusiasmo e criatividade,

sentindo menos simpatia pelos alunos e menos otimismo quanto à avaliação de seu futuro. Pode

também sentir-se facilmente frustrado pelos problemas ocorridos em sala de aula ou pela falta de

progresso de seus alunos, desenvolvendo um grande distanciamento com relação a estes.

Sentimentos de hostilidade em relação a administradores e familiares de alunos também são

frequentes, bem como o desenvolvimento de visão depreciativa com relação à profissão. O professor

mostra-se autodepreciativo e arrependido de ingressar na profissão, fantasiando ou planejando

seriamente abandoná-la[12].

Atualmente, a definição mais aceita do burnout é a fundamentada na perspectiva social-psicológica

de Maslach e colaboradores, sendo esta constituída de três dimensões: exaustão emocional,

despersonalização e baixa realização pessoal no trabalho.

Maslach, Schaufeli e Leiter assim definem as três dimensões da síndrome: Exaustão emocional,

caracterizada por uma falta ou carência de energia, entusiasmo e um sentimento de esgotamento de

recursos; despersonalização, que se caracteriza por tratar os clientes, colegas e a organização como

objetos; e diminuição da realização pessoal no trabalho, tendência do trabalhador a se auto-avaliar de

forma negativa. As pessoas sentem-se infelizes consigo próprias e insatisfeitas com seu

desenvolvimento profissional[13].

O processo do burnout é individual. Sua evolução pode levar anos e até mesmo décadas. Seu

surgimento é paulatino, cumulativo, com incremento progressivo em severidade, não sendo

percebido pelo indivíduo, que geralmente se recusa a acreditar estar acontecendo algo de errado com

ele[14,15,16].

Maslach, Schaufeli e Leiter pontuam que, nas várias definições do burnout, embora com algumas

questões divergentes, todas encontram no mínimo cinco elementos comuns: existe a predominância

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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de sintomas relacionados a exaustão mental e emocional, fadiga e depressão; a ênfase nos sintomas

comportamentais e mentais e não nos sintomas físicos; os sintomas do burnout são relacionados ao

trabalho; os sintomas manifestam-se em pessoas “normais” que não sofriam de distúrbios

psicopatológicos antes do surgimento da síndrome; a diminuição da efetividade e desempenho no

trabalho ocorre por causa de atitudes e comportamentos negativos[14].

Neste estudo, os resultados obtidos por meio do Questionário Maslach indicaram uma porcentagem

de 68,50% para Exaustão Emocional no alto nível, 26,31% em nível moderado e 5,27 % para o nível

baixo.

Em relação à Despersonalização foi verificado que 73,68 % dos professores de fisioterapia encontram-

se em nível alto, 26,32 % no nível moderado e 0% no nível baixo.

Quanto ao nível de realização pessoal dos fisioterapeutas professores do centro universitário do Pará,

estes apresentaram alto nível de realização profissional em 94,73% dos professores, 5,27% em nível

moderado e 0% a nível baixo.

Altos escores em exaustão emocional e despersonalização e baixos escores em realização pessoal (esta

subescala é inversa) indicam alto nível de Burnout Um grau baixo de burnout é indicado através de

baixas pontuações nas subescalas de Esgotamento Emocional e de Despersonalização e uma alta

pontuação na subescala de Realização pessoal[17,18].

Garcia e Pereira estudaram 368 professores de uma instituição de ensino superior privado chegaram

a conclusão de que cerca de 1/3 revelavam elevação da dimensão de exaustão emocional , bem como

1/5 de despersonalização e reduzida realização pessoal no trabalho. A escala de exaustão emocional

tem sido considerada como central para o burnout e, portanto, merece especial atenção[21].

Pereira encontrou em 70% de estudantes do quarto ano do curso de fisioterapia da Pontifícia

Universidade Católica do Paraná sintomas de esgotamento emocional e ansiedade levando a crer que

estes alunos não são preparados ao longo do curso para a complexidade das demandas profissionais.

Sendo o burnout característico do meio ocupacional, o ideal seria centrar a prevenção e a intervenção

no contexto em que este se insere é necessário focar tanto no trabalhador como no seu ambiente de

trabalho. Desde uma perspectiva ampla, os programas de prevenção e intervenção devem incluir cada

um dos elementos envolvidos no processo de Burnout. Estes são fatores antecedentes de origem

laboral e organizacional, e as variáveis de personalidade[6,19].

A exaustão emocional pode ser entendida pela situação na qual os trabalhadores sentem que não

podem se entregar mais É uma situação de esgotamento da energia dos recursos emocionais próprios,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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uma experiência de estar emocionalmente desgastado devido ao contato diário com pessoas com as

quais necessitam se relacionar em função de seu trabalho[17].

A despersonalização pode ser definida como o desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas

e de distanciamento para as pessoas destinatárias do trabalho. A falta de realização profissional, faz

com que os trabalhadores se sintam descontentes consigo mesmos e insatisfeitos com os resultados

de seu trabalho[17].

Estudos mostram quem as instituições de saúde, especialmente os hospitais e os centros de saúde,

constituem ambientes de trabalho particularmente estressantes, contendo características

organizacionais geralmente associadas com o stress, como níveis múltiplos de autoridade,

heterogeneidade do pessoal, interdependência de responsabilidades e especialização profissional[20].

Apesar do grande número de fisioterapeutas que atuam na área da docência nas instituições de ensino

superior de Belém, não foi elucidado nestes últimos anos na literatura pesquisas a respeito da

Síndrome de Burnout em fisioterapeutas que atuam como professores nas universidades de Belém.

Desta forma os dados indicaram que os fisioterapeutas professores do Centro Universitário do Pará

na sua grande maioria estão com altos níveis de exaustão emocional, despersonalização e realização

pessoal.

CONCLUSÃO

Esta pesquisa teve como proposta contribuir para o conhecimento a respeito da síndrome de burnout

em fisioterapeutas professores do Centro Universitário do Pará. A prevalência desta Síndrome neste

estudo se enquadra no alto nível de exaustão emocional, despersonalização e realização pessoal. O

estresse está se tornando uma epidemia silenciosa contemporânea, e dependendo da forma como o

profissional lida com as situações estressantes do dia a dia, pode se transformar na Síndrome de

Burnout, causando um esgotamento físico e mental, e muitas vezes levando a sintomas graves. Quanto

mais cedo desenvolverem pesquisa para sua prevenção, mais qualidade de vida os docentes terão e

consequentemente maior produtividade em seu trabalho.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

21

PERFIL CLÍNICO - EPIDEMIOLÓGICO DOS IDOSOS CADASTRADOS NO

PROGRAMA HIPERDIA DA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA E PROGRAMA DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DO

CONJUNTO JULIA SEFFER DO MUNICÍPIO DE ANANINDEUA/PA

DOI: 10.37423/200400789

Tereza Cristina dos Reis Ferreira (Fisioterapeuta -Dra em Ciências da Reabilitação pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Docente da Universidade do Estado do Pará (UEPA).

Camila Araujo Dias (Fisioterapeuta. Graduado pelo Centro Universitário do Pará (CESUPA)

[email protected]

Luiz Augusto Costa Duarte (Fisioterapeuta. Graduado pelo Centro Universitário do Pará (CESUPA)

[email protected]

Capítulo 2

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Fisioterapia: princípios fundamentais

22

RESUMO: O objetivo deste estudo é analisar o perfil clínico - epidemiológico de idosos cadastrados no

programa Hiperdia da estratégia da saúde da família e programa de agentes comunitários de saúde

do conjunto Julia Seffer do Município de Ananindeua, PA. O estudo foi do tipo Observacional,

Retrospectivo. Advindas dos prontuários (DAME) da Unidade Básica de Saúde do Julia Seffer,

Ananindeua – PA, de todos os pacientes idosos cadastrados no Sistema HiperDia, com 352 prontuários.

Observou-se que o perfil dos idosos cadastrados no programa Hiperdia, da USB do Julia Seffer, em

Ananindeua, PA, até maio de 2011, demonstra que a maioria são idosos do sexo feminino com 57,67%

(203), com a média de idade de 70,01 anos, estado civil casado, com 58,81% (207), com patologia mais

freqüente de hipertensão, com 64,20% (226), seguido de hipertensão e diabetes, com 22,16% (78) e

diabetes, com 13,64% (48).Quanto a complicações relacionadas com a(s) doença(s), 10,23% (36) dos

idosos cadastrados apresentaram acidente vascular encefálico (AVE). Em relação aos fatores de risco,

62.50% (220) dos idosos são sedentários e 13,63% (48) são tabagistas.

Palavras-chaves: Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus, Saúde da Família,

Epidemiologia dos Serviços de Saúde.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

23

INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos grandes problemas de saúde pública no Brasil e no

mundo. Esta patologia é crônica, não transmissível, de natureza multifatorial que compromete

fundamentalmente o equilíbrio dos mecanismos vasodilatadores e vasoconstritores, levando a

elevação da pressão arterial para números acima dos valores considerados normais: 140/90 mmHg

(SOCIEDADE BASILEIRA DE HIPERTESÃO, 2009).

A HAS apresenta uma elevada prevalência na população adulta brasileira e é responsável por provocar

lesões em diferentes órgãos do corpo humano, tais como cérebro, coração, rins e olhos. Utilizando-se

o critério atual de diagnóstico de hipertensão arterial 140/90 mmHg, as taxas de prevalência na

população adulta brasileira em estudos selecionados variam de 22,3% a 43,9%, sendo que a maioria

das pessoas desconhece que são portadoras de hipertensão (SOUZA, 2006).

A maior parte dos indivíduos, com HAS, são assintomáticos, por isso é chamada de doença silenciosa

ou doença muda e surda. Apesar da ausência de sintomas, níveis elevados da pressão arterial estão

relacionados a uma maior incidência de eventos mórbidos manifestados por cardiopatia isquêmica,

acidente cérebro-vascular e doença vascular renal e periférica. No Sistema Único de Saúde (SUS), as

doenças cardiovasculares são responsáveis por 1.150.000 das internações/ano, com um custo

aproximado de 475 milhões de reais, sendo que nestes números não estão inclusos os gastos com

procedimentos de alta complexidade (LESSA, 2008).

O tratamento desta patologia envolvendo uma medicação adequada associada a mudanças de hábitos

de vida tem contribuído para uma diminuição de eventos cardiovasculares fatais e não fatais em

diversas pesquisas; além de evitar o elevado custo social de seu tratamento e de suas complicações.

Porém, apesar do tratamento produzir um resultado benéfico frente à população de hipertensos, a

manutenção da pressão arterial dentro de níveis desejáveis ainda é insatisfatória. Estudos

demonstram que a taxa de abandono é crescente conforme o tempo decorrido após o inicio da

terapêutica (MASCARENHAS, 2008).

Em relação ao diabetes mellitus, é uma doença crônica que afeta aproximadamente 7,6% da

população brasileira entre 30 e 69 anos. A hiperglicemia persistente, característica da doença, atinge

de forma significativa os indivíduos, exigindo alterações importantes em seus estilos de vida. Pacientes

com diabetes necessitam modificar hábitos alimentares e aderir a esquemas terapêuticos restritivos,

tais como aplicações regulares de insulina e monitorização glicêmica diária. Além disso, estes

pacientes devem lidar com o fato de ter que conviver durante toda a vida com uma doença que é

responsável por complicações clínicas que prejudicam a saúde do indivíduo. Todas essas variáveis

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poderiam repercutir no estado de humor dos pacientes diabéticos (MOREIRA, PAPELBAUM,2003).

O diabetes mellitus constitui, atualmente, um dos principais problemas de saúde, que se refere tanto

ao número de pessoas afetadas, gerando incapacidade e mortalidade, quanto ao elevado

investimento do governo para o controle e tratamento de suas complicações. Ele já é a quarta causa

de morte no Brasil (PACE, 2003).

Estima-se que, no País, existem mais de cinco milhões de pessoas diabéticas, das quais cerca de 50%

desconhecem o diagnóstico. Sua prevalência, entre as pessoas com 30 a 69 anos que moram na região

urbana, é de 7,6% (DUCKUR, 2009).

Dessa maneira, cabe aos profissionais de saúde estar atentos na identificação das pessoas com risco

para o diabetes mellitus e intensificar as ações para promover o seu controle, entre os já

diagnosticados. Acredita-se que a família tem papel fundamental em ambas as situações (OCHOA-

VIGO, 2010).

As doenças crônicas configuram-se como uma epidemia mundial. O Ministério da Saúde (MS)

apresenta instrumentos como Cadernos de Atenção Básica, Programas HiperDia para hipertensos e

diabéticos, com propósito de reduzir a morbi mortalidade associada a essas doenças. Também executa

ações em parcerias com estados e municípios, para reorganizar a rede de saúde (OLIVEIRA,LANGE;

2011).

Entre muitas ações desenvolvidas pelo MS está a disponibilização do Sistema informatizado para

estados e municípios como o DATASUS/SE/MS que permite o cadastramento de portadores de

hipertensão e diabetes e o seu acompanhamento. Ao mesmo tempo em que o programa Hiperdia a

médio prazo poderá definir o perfil epidemiológico desta população, e o conseqüente

desencadeamento de estratégias de saúde pública que levarão a modificação do quadro atual,

melhoria da qualidade de vida e redução do custo social (OLIVEIRA, LANGE: 2011).

O Programa Saúde da Família (PSF) desenvolve ações educativas e práticas de prevenção aos fatores

de risco garantindo uma melhor qualidade de vida para usuários, auxilia na mudança de estilo de vida

estimulando e acompanhando a estratégia de Saúde (OLIVEIRA, LANGE: 2011).

A relevância da identificação e controle de Hipertensão Arterial e Diabetes, reside na redução de

complicações decorrentes de tais patologias. Portanto, investimentos na Atenção Básica são

relevantes, mas a solução segundo o MS se efetivará na concentração de esforços em promoção e

proteção à saúde OLIVEIRA, LANGE: 2011).

Por conseguinte, informações sobre estes agravos são de fundamental importância para os

planejadores e gestores de saúde (OLIVEIRA,LANGE, 2011).

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O Sistema Hiperdia tem por finalidades permitir o monitoramento dos pacientes captados no Plano

Nacional de Reorganização da Atenção à Hipertensão e Diabetes Mellitus, e gerar informação para

aquisição, dispensão e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os

pacientes cadastrados (BRASIL, 2002).

O Sistema está integrado ao Cartão Nacional de Saúde, transferindo e recebendo dados do Sistema

CadSUS – Cadastro de Domicílios e Usuários do SUS, garantindo a identificação única do usuário do

Sistema Único de Saúde SUS, através do CNS – Cartão Nacional de Saúde (BRASIL, 2002).

O HiperDia pode ser implantado em diferentes locais de instalação – Unidades Básicas de Saúde,

Distritos Sanitários e Secretarias Municipais de Saúde com diferentes ambientes de configuração,

integrando os níveis de organização da rede de saúde municipal. O Subsistema municipal transfere e

recebe dados do Subsistema Federal do Sistema Hiperdia, gerando a Base Nacional do Cadastro de

Portadores de Hipertensão e Diabetes Mellitus (BRASIL, 2002).

Em 2006, o município de Ananindeua/PA possuía 498.097 habitantes, entre eles, 8.244 habitantes

estão cadastrados no Sistema Hiperdia, sendo 5.946 o número de portadores de hipertensão

cadastrados e 2.298 o número de portadores de diabetes mellitus cadastrados (BRASIL, 2006).

Para adquirir conhecimento sobre o perfil clínico - epidemiológico de idosos cadastrados no programa

Hiperdia da estratégia da saúde da família e programa de agentes comunitários de saúde do conjunto

Julia Seffer do município de Ananindeua, PA, pela importância do conhecimento que aborda as

caracterísiticas fisiopatológicas, seus sinais e sintomas, quadro clínico, tratamento, prevenção e

orientações, assim como, contribuir para a criação de programas e métodos para o combate das

doenças descritas.

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada respeitando as Normas de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (Res. CNS

196/96) do Conselho Nacional de Saúde, após aprovação do projeto ao Comitê de ética e pesquisa do

Centro Universitário do Pará - CESUPA, após o aceite da orientadora e da Diretora da Unidade Básica

de Saúde do Julia Seffer, Ananindeua - PA , bem como, pelo termo de compromisso de utilização de

dados assinado por todos os pesquisadores e pela Diretora da Unidade Básica de Saúde do Julia Seffer

e após submissão pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário do Pará sob o número

0050.0.323.000-11

O estudo foi do tipo Observacional, Retrospectivo, advindas dos prontuários da Unidade Básica de

Saúde do Julia Seffer, Ananindeua – PA de todos os pacientes idosos cadastrados no Sistema HiperDia,

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com 352 prontuários no período de janeiro de 2011 a maio de 2011.

A pesquisa foi realizada na Unidade Básica de Saúde do Julia Seffer, Conjunto Julia Seffer – CEP

67000000 - Ananindeua - Pará, no turno de 08 horas as 12 horas, de segunda a sexta-feira, realizado

no mês de maio de 2011.

Foram coletados dados referentes ao número de casos, sexo, idade, estado civil, hipertensão e\ou

diabetes, tabagismo, sedentarismo, doenças associadas.

No caso específico deste estudo, não foi possível a obtenção do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido das pacientes cadastrados no Sistema HiperDia, visto que se trata de um estudo com dados

retrospectivos, que serão coletados em prontuários já arquivados. Além disso, o local onde foi

realizada a pesquisa é uma Unidade Básica de Saúde do Julia Seffer, desta forma os pesquisadores não

conseguiram ter acesso a todos os pacientes que foram pesquisados.

Os dados coletados foram organizados em ficha elaborada pelo autor (APÊNDICE D), contendo as

variáveis observadas, as quais foram aplicadas em todos os prontuários estudados, de modo que não

se esqueça a observação de nenhum dado de determinado caso, que poderia interferir nos resultados

da pesquisa, sendo que a ficha de coleta não foi identificada por nomes, garantido o sigilo das

informações e minimizando o risco de identificação dos portadores, dos protocolos analisados no

momento da publicação dos dados.

A análise dos dados foi realizada por metodologia quantitativa, sendo que os mesmos foram digitados

em um banco para execução da análise estatística. De acordo com a natureza das variáveis, realizar-

se-á análise descritiva, sendo informados os valores percentuais dos resultados, além da obtenção de

medidas de tendência central e de dispersão. O banco de dados, bem como as tabelas e os gráficos

foram construídos no Microsoft EXCEL 2003.

RESULTADOS

Foram analisados 352 prontuários dos usuários cadastrados no Programa Hiperdia da Unidade Básica

de Saúde do Julia Seffer, Ananindeua-PA.

A seguir apresenta-se a distribuição quanto ao sexo dos idosos cadastrados no Programa HiperDia

Unidade Básica de Saúde do Julia Seffer, Ananindeua-PA . Em relação ao número de idosos do sexo

feminino obteve-se que a freqüência foi de 57,67% (203) e do sexo masculino foi de 43,33% (149 )

(TABELA 1).

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Tabela 1- Dados em relação ao sexo quanto à distribuição dos idosos cadastrados no Programa

Hiperdia da Unidade Básica de Saúde do Julia Seffer, Ananindeua-PA.

SEXO FREQUENCIA PERCENTUAIS

MASCULINO 149 43,33

FEMININO 203 57,67

TOTAL 352 100,00

Fonte: Fichas de Cadastros do HiperDia, UBS Julia Seffer – Ananindeua/2011.

Em relação à idade dos idosos cadastrados no HiperDia, obteve-se que a média de idade foi de 70,01

anos, sendo que a média de idade dos idosos do sexo feminino foi de 69,93 anos e do sexo masculino

foi de 70,06 anos (TABELA 2).

Tabela 2. Média da soma das idades dos idosos por sexo, cadastrados no programa Hiperdia da

Unidade Básica de Saúde do Julia Seffer, Ananindeua-PA.

SOMA DAS IDADES

MÉDIA DAS IDADES,

MASCULINO E FEMININO

MASCULINO 10.420 69,93

FEMININO 14.222 70,06

MASCULINO 149

FEMININO 203

TOTAL DE IDOSOS 352 70,01

Fonte: Fichas de Cadastros do HiperDia, UBS Julia Seffer – Ananindeua/2011.

Em relação ao Estado Civil dos idosos cadastrados no programa Hiperdia da Unidade Básica de Saúde

do Julia Seffer, obteve-se que 58,81% (207) eram casados, 25,57 % ( 90) viúvos e 15,63% (55) solteiros

(TABELA 3).

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Tabela 3. Frequência dos idosos por estado civil cadastrados no programa de Hiperdia da Unidade

Básica de Saúde do Julia Seffer, Ananindeua-PA

SEXO FREQUÊNCIA PERCENTUAIS

SOLTEIRO 55 15,63

CASADO 207 58,81

VIÚVO 90 25,57

TOTAL 352 100,00

Fonte: Fichas de Cadastros do HiperDia, UBS Julia Seffer – Ananindeua/2011.

Quanto à presença de Diabetes, Hipertensão e Diabetes/ Hipertensão obteve-se que 64,20% (226) dos

idosos eram hipertensos, 22,16% (78) eram diabéticos e hipertensos; e 13,64% (48) eram diabéticos

(TABELA 4).

Tabela 4. Frequência da patologia dos idosos cadastrados no programa de Hiperdia da Unidade

Básica de Saúde do Julia Seffer, Ananindeua-PA

PATOLOGIA

FREQUENCIA

PERCENTUAIS

HIPERTENSO 226 64,20

DIABÉTICO 48 13,64

HIPERTENSO E DIABÉTICO 78 22,16

TOTAL 352 100,00

Fonte: Fichas de Cadastros do HiperDia, UBS Julia Seffer – Ananindeua/2011.

Quanto à presença de complicações obteve-se que 89,77% (316) não apresentaram nenhuma

complicação e 10,23% (36) apresentaram como complicação o Acidente vascular encefálico (TABELA

5).

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Tabela 5. Frequência dos idosos por complicações, cadastrados no programa Hiperdia da Unidade

Básica de Saúde do Julia Seffer, Ananindeua-PA

COMPLICAÇÕES FREQUÊNCIA

PERCENTUAIS

AVE 36 10,23

S/ COMPLICAÇÕES 316 89,77

TOTAL DE IDOSOS 352 100,00

Fonte: Fichas de Cadastros do HiperDia, UBS Julia Seffer – Ananindeua/2011.

Em relação à realização de atividade física obteve-se que 62,50% (220) dos idosos são sedentários e

que 37,5% (132) dos idosos realizam alguma atividade física (TABELA 6).

Tabela 6. Frequência dos idosos por atividade física cadastrados no programa Hiperdia da Unidade

Básica de Saúde do Julia Seffer, Ananindeua-PA.

SEXO

FREQUÊNCIA

PERCENTUAIS

SEDENTARIOS 220 62,50

ATIVIDADE FÍSICA 132 37,50

TOTAL DE IDOSOS 352 100,00

Fonte: Fichas de Cadastros do HiperDia, UBS Julia Seffer – Ananindeua/2011.

Quanto ao hábito de fumar obteve-se que 86,37% (304) dos idosos não são tabagistas e 13,63% (48)

são tabagistas (TABELA)

Tabela 7. Média dos idosos por tabagismo, cadastrados no programa de Hiperdia da Unidade Básica

de Saúde do Julia Seffer, Ananindeua-PA.

HÁBITO DE FUMAR FREQÜÊNCIA PERCENTUAIS

TABAGISMO 48 13,63

NÃO TABAGISTAS 304 86,37

TOTAL DE IDOSOS 352 100

Fonte: Fichas de Cadastros do HiperDia, UBS Julia Seffer – Ananindeua/2011.

DISCUSSÃO

Foram analisados 352 prontuários dos idosos cadastrados no programa HiperDia da Unidade Básica

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de Saúde do Julia Seffer, Ananindeua, PA.

Neste estudo, dos 352 prontuários analisados na Unidade Básica do Julia Seffer , obteve-se que 57,67%

são idosos do sexo feminino e 43,33% do sexo masculino.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2009), a Hipertensão Arterial é a doença crônica

mais comum; é um importante problema de saúde pública; somente em 2004, com o diabetes,

resultou em um gasto com internações de R$ 42,7 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo Brito e Volp (2008), para uma melhor eficácia no tratamento é necessário que pacientes

hipertensos e/ou diabéticos tenham o acompanhamento das equipes de saúde regularmente.

Segundo Brasil (2003), visa um acompanhamento constante, e devido ao aumento dos agravos em

pacientes portadores de doenças cardiovasculares, foi criado em 2002, um Plano de Reorganização da

Atenção à Hipertensão Arterial e Diabetes mellitus, sendo este, denominado Hiperdia. Este programa

objetiva atacar a fundo estes agravos, estabelecendo metas e diretrizes para ampliar ações de

prevenção, diagnóstico, tratamento e controle dessas patologias, através da reorganização do

trabalho de atenção à saúde, das unidades da rede básica dos Serviços de Saúde.

De acordo com Mion Junior (2006), a elevação da pressão arterial representa um fator de risco para

doenças cardiovasculares e apresenta custos socioeconômicos elevados decorrentes, principalmente,

das suas complicações, como doença cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência

cardíaca, insuficiência renal crônica e doença vascular de extremidades.

Segundo Paiva (2006), as doenças cardiovasculares são as causas mais comuns de morbidade e

mortalidade em todo o mundo e, entre os fatores de risco para doença cardiovascular, encontram-se

o diabetes mellitus e a hipertensão arterial, fatores independentes e sinérgicos.

De acordo com Escuder (2006), para o controle de ambas as patologias, são necessárias medidas que

envolvem mudanças no estilo de vida do indivíduo. O manejo do diabetes mellitus e da hipertensão

arterial deve ser feito dentro de um sistema hierarquizado de saúde, sendo sua base o nível primário

de atendimento.

Segundo Paiva (2006), entre 52 pacientes com hipertensão, 25 (43,1%) foram classificados como

hipertensos moderados e graves. Em relação aos 42 pacientes com diabetes, 24 (57,1%) têm registros

no prontuário de níveis glicêmicos acima de 126mg/dl. Dos 64 pacientes atendidos pelo PSF, sendo

que 14 (21,9%) afirmaram já ter apresentado alguma complicação crônica da patologia, e 26 (40,6%)

referiram já ter passado por internação hospitalar em decorrência do diabetes mellitus e/ou da

hipertensão arterial.

Segundo o IBGE (2009), em relação à predominância do sexo feminino, esse dado é esperado e não

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surpreende, pois há maior parcela de mulheres na população, especialmente na terceira idade.

De acordo com Oliveira e Lange (2011), em seu estudo na Cidade de Porto Alegre, com 236 idosos,

obteve que os resultados apontam para percentuais do sexo feminino superior ao masculino, sendo

que 57,69% eram pacientes do sexo feminino e 42,37% do sexo masculino, no cadastro do programa

Hiperdia, em doenças crônicas como Hipertensão Arterial Sistêmica e a Diabetes e as duas

concomitantes; com uma proporção maior (78,7%) de cadastrados do sexo feminino.

Segundo Marchioli (2010), mais mulheres sabem do diagnóstico de hipertensão arterial, ou seja, são

mais conscientes que os homens em relação à sua doença. "A hipertensão é uma doença que pode

não apresentar sintomas, mas traz graves conseqüências à saúde. Por isso é importante a população

ficar atenta a esse mal.

De acordo com Irigoyen et al (2003), afirmam que estudos demonstraram que a pressão arterial é mais

elevada em homens que em mulheres até a faixa etária de 60 anos. Sugere-se que os hormônios

ovarianos são responsáveis pela pressão mais baixa nas mulheres (durante o climatério) e com a

chegada da menopausa a prevalência da pressão alta entre homens e mulheres tende a se aproximar.

Segundo Brasil (2001), estudos concluíram que 34,7% dos sujeitos da pesquisa fizeram ou fazem uso

de contraceptivo hormonal; afirma que a ingestão de anticoncepcionais orais deve ser considerada

como possível causa de hipertensão arterial.

Segundo Brasil (2001), embora não haja contra-indicação formal, o uso de anticoncepcionais orais

deve ser evitado em mulheres com mais de 35 anos de idade e em obesas, pelo maior risco de

hipertensão arterial. O estudo afirma que em mulheres com mais de 35 anos e fumantes irredutíveis,

o anticoncepcional oral está formalmente contra-indicado.

De acordo com Dallacosta (2010), estudo com 328 pacientes cadastrados no Hiperdia, 220 (67%) são

do sexo feminino e 108 (33%) do sexo masculino. Em relação à faixa etária, a maior prevalência foi de

pessoas, entre 51 e 60 anos (32,9%), seguida de 61 a 70 anos (25,9%) e elevada taxa de pessoas com

mais de 71 anos (25,3%). As pessoas entre 41 e 50 anos correspondem a 11%, e 4,8% têm menos de

40 anos.

Segundo Busato (2009), Observou-se que em um grupo correspondente do PSF da Vila Alemanha, São

Paulo, 96,9% são hipertensos e 14% são diabéticos. Considerando que a população cadastrada no PSF

em que foi feito o estudo totaliza 3.120 pessoas e que 318 pessoas são hipertensas, constata-se que a

prevalência de hipertensão arterial é de 10,1%. Esse dado está dentro do esperado, visto que no Brasil

10 a 15% da população é hipertensa.

Neste estudo evidenciou-se que a média de idade foi de 70,01 anos, sendo que a média de idade dos

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idosos do sexo feminino foi de 70,06 anos e a média de idade dos idosos do sexo masculino foi de

69,93.

De acordo com Oliveira (2011), a necessidade de melhorar a captação de pacientes, especialmente

entre os do sexo masculino. Destacamos a importância da verificação da pressão arterial em todos os

homens que procurarem a Unidade Básica de Saúde. Podemos inferir que os usuários que procuram

a unidade e estão cadastrados no programa HiperDia são os mais motivados com o cuidado de sua

saúde.

Segundo Bersusa (2006), a população de Francisco Morato é composta por 14 indivíduos com diabetes

mellitus, trinta com hipertensão arterial e 28 portadores das duas patologias. A maior concentração

está no sexo feminino (68,1%) (IC95%: 57,0-79,1) na faixa etária de 31 a 60 anos, com 65,3% (IC95%:

54,0-76,5). Em relação ao sexo, os dados deste estudo são compatíveis com os registros do SIAB, que

mostram que 65,2% dos diabéticos e 69% dos hipertensos cadastrados em Francisco Morato são

mulheres. Quanto à faixa etária, 70,2% dos pacientes cadastrados por hipertensão arterial sistólica ou

diabetes mellitus têm entre 31 e 60 anos.

Segundo Palha (2009), na faixa dos 60 a 64 anos possui o percentual mais elevado de hipertensos,

diabéticos e as duas concomitantes. Os resultados deste trabalho evidenciam que a população idosa,

presente na pesquisa, está predisposta desde o início da 3ª idade, a adquirir ou manifestar hipertensão

e/ou diabetes e, no decorrer do envelhecimento, também vai aumentando a proporção de pessoas

com doenças crônicas, como a hipertensão arterial sistêmica, a diabetes e as duas concomitantes.

Sendo o idoso do sexo feminino, mais predisposta a essas ocorrências.

Neste estudo evidenciou-se que em relação ao Estado Civil dos idosos cadastrados no programa

HiperDia da Unidade Básica de Saúde do Julia Seffer, obteve-se que 58,81% (207) eram casados, 25,57

% ( 90) viúvos e 15,63% (55) solteiros.

Segundo IBGE (2009), no que se refere ao estado civil, 70% dos cadastrados no programa Hiperdia,

moram com o parceiro, apesar da média de idade elevada.

De acordo com oliveira e Lange (2011), estudos relacionados à situação conjugal, 64,7% vivem com

companheiro. Para melhor entendimento da associação à situação conjugal, são necessários maiores

aprofundamentos sobre diferenças locais e culturais. Para os idosos, a composição familiar pode ser

um fator decisivo para falta de estímulo ao auto cuidado, onde o estudo mostrou que em relação à

situação conjugal 64,7% vivem com companheiro.

Segundo Nunes (2010), observou que a maior parcela dessa população convive com companheiro,

totalizando 70%. Entre as pessoas que não moram sozinhas, porém não têm companheiro, o índice foi

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de 9,4%; da situação Familiar e Conjugal 7,3% referiram que vivem sozinhas. A parcela que não

respondeu à questão totaliza 12,8%.

Neste estudo, corroborando com o estudo de Ferreira (2008) evidenciou-se que 64,20% dos idosos

são hipertensos, 22,16% são hipertensos e diabéticos e 13,64% diabéticos.

Segundo Ferreira (2008), em vários estudos referenciados ao programa Hiperdia, a hipertensão

arterial sistêmica é mais evidente do que a diabetes mellitus ou as duas concomitantes. Na maioria

das pesquisas, o percentual de idosos hipertensos cadastrados no programa Hiperdia supera os 60%

do total de cadastrados.

Este estudo mostra que em relação à realização de atividade física obteve-se que 62,50% (220) dos

idosos são sedentários e que 37,5% (132) dos idosos realizam alguma atividade física.

De acordo com Mion Junior (2007), os fatores de risco para a hipertensão arterial, diabetes ou as duas

concomitantes incluem, principalmente, o sedentarismo. Indivíduos sedentários apresentam risco

aproximadamente 30% maior de desenvolver hipertensão e/ou diabetes, do que os ativos.

Segundo Mion Junior (2006), mais da metade dos cadastrados no programa Hiperdia, (57,3%) se

denominou sedentária. A prática regular de exercícios físicos é recomendada para todos os pacientes,

independentemente do uso de medicamentos, porém é necessária a orientação e acompanhamento

médico.

Este estudo sintetiza quanto à presença de complicações que 89,77% (316) não apresentaram

nenhuma complicação e 10,23% (36) apresentaram como complicação o Acidente vascular encefálico

(AVE).

De acordo com Oliveira e Lange (2011), os idosos que responderam ter tido complicações, sendo que

os maiores índices eram entre os hipertensos e os diabéticos, não apresentavam complicações com

valores significativos o grupo dos hipertensos e diabéticos.

Segundo Oliveira e Lange, (2001), a Hipertensão Arterial Sistêmica é um importante problema de

saúde pública no Brasil e no mundo, sendo ainda um dos mais importantes fatores de risco para o

desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renal crônica.

Segundo Hotone (2010), entre as complicações decorrentes da hipertensão arterial e diabetes,

conforme referido no cadastro do Hiperdia observou-se que 95,4% nunca tiveram nenhum tipo de

complicação, enquanto 1,8% tiveram infarto do miocárdio e 1,8% já sofreu um Acidente Vascular

Cerebral. As demais complicações apresentaram índices irrisórios.

Neste estudo, os índices quanto ao hábito de fumar obteve-se que 86,37% (304) dos idosos não são

tabagistas e 13,63% (48) são tabagistas

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Segundo Brasil (2002), descreve um índice de tabagismo pouco expressivo de 28,3%. Estes dados são

relevantes, por serem fatores de risco e o mais importante é a prevenção dessas doenças. Este estudo

realizado em São Paulo demonstra o tabagismo como o fator de risco independente mais importante

para AVE e IAM. A importância do tabagismo vem sendo demonstrada ao longo dos anos para uma

série de evidências intra e inter populacionais (BRASIL, 2002).

De acordo com Corrêa (2003), embora o fumo não seja um fator de risco para o desenvolvimento da

HAS, sabe-se que fumar está associado com um aumento na variabilidade da pressão arterial e que

hipertensos que fumam têm maior risco de desenvolverem hipertensão maligna, nefro esclerose e de

morrer de hipertensão.

Segundo Dallacosta (2010), nos fatores de risco, observou-se que 60% da população estudada, 59,3%

são sedentárias e 6,7% são tabagistas

O estudo foca a importância da fidelidade no preenchimento das informações no cadastro de

pacientes, para que através do conhecimento destas, sejam elas utilizadas para planos de educação,

promoção e prevenção, e recuperação de saúde. Uma questão relevante a ser discutida em

investigação que se afunda em dados secundários é a qualidade de informações empregadas.

Por certo este trabalho possui diversas limitações, uma delas está relacionada à qualidade da

informação disponível na ficha de cadastro e o tamanho da amostra, para o qual se faz necessário

novos estudos, de forma a proporcionar uma mudança de atitude dos profissionais de saúde e da

sociedade em geral frente aos resultados obtidos reforçando a importância de algumas competências

entre os profissionais de saúde que atuam na ESF para que este estudo possa ser uma ferramenta para

gestores e planejadores.

CONCLUSÃO

O perfil dos idosos cadastrados no programa Hiperdia, da USB do Julia Seffer, em Ananindeua/PA até

maio de 2011 demonstra que a maioria são idosos do sexo feminino com 57,67% (203), com a média

de idade de 70,01 anos, estado civil casado, com 58,81% (207), com patologia mais freqüente de

hipertensão, com 64,20% (226), seguido de hipertensão e diabetes, com 22,16% (78) e diabetes, com

13,64% (48). Quanto a complicações relacionadas com a(s) doença(s), 10,23% (36) dos idosos

cadastrados apresentaram acidente vascular encefálico (AVE). Em relação aos fatores de risco, 62.50%

(220) dos idosos são sedentários e 13,63% (48) são tabagistas

Novos estudos se fazem necessários para estudar o porquê dos altos índices de doenças como

hipertensão e diabetes, bem como, os dados obtidos podem nortear campanhas educativas para a

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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comunidade assistida com intuito de minimizar os efeitos a longo prazo, haja vista com o aumento da

perspectiva de vida dos idosos é uma meta obrigatória para qualquer plano de trabalho na esfera

Municipal, Estadual e Federal, a qualidade de vidas dos Idosos.

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Capítulo 3

AVALIAÇÃO POSTURAL E DO QUADRO ÁLGICO EM APANHADORES DE LARANJA DO MUNICÍPIO DE

CAPITÃO POÇO-PA DOI: 10.37423/200400790

Tereza Cristina dos Reis Ferreira (Fisioterapeuta -Dra em Ciências da Reabilitação pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Docente da Universidade do Estado do Pará (UEPA).

Camila Araujo Dias (Fisioterapeuta. Graduado pelo Centro Universitário do Pará (CESUPA).

Laura Enoy Barreto Soares (Fisioterapeuta. Graduado pelo Centro Universitário do Pará (CESUPA).

Renata Cristina Moutinho Chermont (Fisioterapeuta. Graduado pelo Centro Universitário do Pará (CESUPA).

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Resumo: Objetivo: Identificar as alterações posturais e do quadro álgico dos apanhadores de laranja

residentes no município de Capitão Poço. Método: Foram avaliados 48 apanhadores de laranja do

município de Capitão Poço, onde foram avaliados com auxilio de um simetógrafo as seguintes

variáveis: ombros, cabeça, coluna cervical, dorsal, lombar, quadril, joelhos e pés, nos planos frontal,

sagital e horizontal.Na análise do quadro álgico foi utilizado a EVA (Escala Visual Analógica) onde foi

coletado o grau de dor e a sua localização. Resultados: Foram analisadas as prevalências das seguintes

alterações posturais; hiperlordose cervical e anteriorização de cabeça 54,16%, 72,92% ombro

esquerdo protraído, abdução de escápula direita 68,75%, hipercifose torácica 48,83%, hiperlordose

60,41%, desnivelamento da pelve á esquerda 52,8% e 45,83% anteroversão, joelhos em valgo 35,42%

e 39,58% hiperestendido do lado direito e pé direito normal 77,08%. Quanto às algias, constatou-se

que 87,5% dos avaliados relataram algum quadro álgico, no sexo feminino 16,6% relataram EVA de 0,

2, 6 e 7, já no sexo masculino 25% relataram EVA 5. Conclusão: A quantidade de horas por dia e o

tempo de prática de trabalho dos apanhadores de laranja levam os mesmos a possuir alterações

posturais e quadro álgico.

PALAVRAS-CHAVES: Análise postural, alterações posturais, análise do quadro álgico, apanhadores de

laranja.

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INTRODUÇÃO

O sistema agroindustrial da laranja é sem dúvida um caso de sucesso no agronegócio brasileiro. Afinal, é um

produto que atende cerca de 81% das transações internacionais, fato que coloca o Brasil na primeira posição

do ranking dos maiores exportadores de suco de laranja do mundo, correspondendo a 1,8% da pauta

brasileira de exportação e a um terço de toda a produção mundial, com seus quase 9 milhões de toneladas

por ano ( TEZZA, 2008).

A laranja pêra é cultivada em maior escala no Norte do país. A árvore de porte médio possui altura aos 12

anos de idade em torno de 4m, copa ereta, circunferência em torno de 15m e diâmetro do tronco (a 30 cm

do solo) de 17cm (PASSOS; COELHO; SOBRINHO, 1977).

Embora a colheita mecanizada tenha se destacado em muitos países, no Brasil, ainda se utiliza a colheita

manual, visando a redução das perdas e danos aos frutos (CORTEZ et al 2002)

Na agricultura, o trabalho pesado faz parte da rotina diária, pois os trabalhadores lidam com o manuseio de

cargas, especialmente com o levantamento das mesmas. Os autores também ressaltam que o principal

problema não é tanto as exigências dos músculos, mas sim o desgaste dos discos intervertebrais. As doenças

da coluna provocam dores e limitam a mobilidade e a vitalidade das pessoas, levam a uma ausência

prolongada do trabalho e são uma das principais causas de invalidez prematura (KROEMER, GRANDJEAN,

2008).

A citricultura é um trabalho extenuante, que exige alto gasto de energia física por envolver vários músculos

e posturas desconfortáveis (RODRIGUES et al, 2008).

A colheita de citrus é uma tarefa relativamente complexa, que envolve, inicialmente, uma procura e

identificação visual, seguido da decisão se está no ponto de ser colhida. Para a coleta é feito um movimento

do braço em direção à fruta, segue-se o agarramento, a quebra da haste e a colocação da mesma em

recipientes como caixas, cestos ou sacolas. No decorrer desta tarefa, o agricultor precisa olhar para cima,

inclinando a cabeça para trás e erguer os braços para cima. Para alcançar as frutas mais baixas, o trabalhador

precisa inclinar-se, flexionando a coluna, além de realizar o trabalho estático com um dos braços, segurando

o recipiente contento as frutas colhidas. O movimento dos braços para alcançar as frutas provoca também

uma sobrecarga nos ombros (IIDA, 2010).

Desta forma, justificam-se os esforços da ergonomia em reduzir os danos à saúde dos trabalhadores, a

fadiga, o estresse, buscando melhores condições de trabalho, adequação dos instrumentos ao homem e ao

trabalho, proporcionando segurança, conforto, o que aumentará a satisfação no trabalho, e

conseqüentemente, terá um significativo aumento da produtividade (RODRIGUES et al, 2008).

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Este trabalho se justifica pela carência de literatura sobre a importância da realização de novos estudos

sobre os trabalhadores temporários e sua inserção na moderna (e cada vez mais mecanizada) agricultura de

larga escala, desvendando suas especificidades e contribuindo para o seu entendimento.

METODOLOGIA

Todos os apanhadores de laranja da presente pesquisa foram estudados segundo os preceitos da

Declaração de Helsinque e do Código de Nuremberg, respeitadas as normas de Pesquisa Envolvendo

Seres Humanos (Res. CNS 196/96) do Conselho Nacional de Saúde, após o aceite da orientadora e do

proprietário do Rancho Alagoas , após aprovação do Comitê de ética e Pesquisa do Centro

Universitário do Pará sob o número 01819012.0.0000.5169, e pelos apanhadores estudados por meio

de termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).

O tipo de estudo realizado nesta pesquisa foi prospectivo observacional. A amostra foi constituída por

48 apanhadores de laranja do Rancho Alagoas, localizado no município de Capitão Poço, no mês de

Maio de 2012. Os critérios de inclusão foram: apanhadores de laranja de ambos os sexos, com idade

acima de 20 anos. E como critérios de exclusão: apanhadores menores de 20 anos.

A pesquisa foi realizada em espaço cedido pelo proprietário do Rancho Alagoas, sendo aqueles que

aceitaram participar da pesquisa por livre e espontânea vontade, e respeitando os critérios de inclusão

e exclusão, receberam explicação minuciosa sobre os objetivos, métodos, riscos e benefícios da

pesquisa, e cessada todas as dúvidas os participantes receberam o TCLE para a leitura, após a mesma

os participantes assinaram voluntariamente o TCLE concordando com os termos deste estudo.

Posteriormente, foram avaliados no local pelas avaliadoras. Os pacientes foram avaliados vestindo

shorts para os apanhadores e top e short para as apanhadoras; para facilitar a visualização dos

segmentos corporais no plano frontal, sagital e horizontal. Os dados coletados foram anotados em

ficha de avaliação postural adaptada da ficha de avaliação postural do livro cadeias musculares

(MARQUES, 2005). As variáveis deste estudo foram: cabeça, clavículas, ombros, escápulas, coluna

cervical, dorsal, lombar, pelve, joelhos e pés, que foram avaliados por meio do simetógrafo impresso

pelas autoras do projeto de tamanho aproximadamente de 1.50 m x 1.20 m, riscada na horizontal e

vertical formando quadrados de 5 cm de lado que foi fixado numa sala reservada para a avaliação na

casa principal do Rancho, foram identificados os desvios posturais mais evidentes para visualizar os

apanhadores nas posições anterior, posterior e lateral a direita e esquerda, sendo os dados anotados

na ficha própria.

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Os pacientes foram submetidos também à Escala Visual Analógicos da Dor (EVA) durante a avaliação,

a qual se apresenta contendo em um dos extremos a expressão “sem dor ou dor leve” (representada

pela cor azul) e na extremidade oposta a expressão “dor intensa” (representada pela cor vermelha) e

uma variação numérica de zero a 10, sendo considerada maior o valor indicado pelo indivíduo quanto

mais próximo de 10 e menor quanto mais próximo de zero (JENSEN, 1992).

A identificação do local da dor foi feita a partir da identificação manual do local de queixa do paciente.

Figura 3: Escala Visual Analógica de dor

Fonte: http://www.henriquecarneiro.com.br/dor-de-cabeca/escala-analogica-visual-de-dor

Os dados obtidos nas avaliações foram digitados em um banco para a execução da análise estatística

dos mesmos. De acordo com a natureza das variáveis, foi aplicada análise estatística descritiva, sendo

informados os valores percentuais dos dados analisados. O banco de dados, bem como as tabelas e os

gráficos foram construídos no Microsoft EXCEL 2007 e a utilização do software BioEstat 5.0.

RESULTADOS

Neste estudo foram avaliados 48 apanhadores de laranja do município de Capitão Poço, sendo que 36

eram do sexo masculino e 12 do sexo feminino. Com média de idade para o sexo masculino de 32,44%

anos e a média para o sexo feminino de 37,5% anos. A média de dias de trabalho nos apanhadores do

sexo masculino foram de 4 dias por semana e média de 6,7% horas por dia. A média de dias de

trabalho nos apanhadores do sexo feminino foi de 3,6 dias por semana e média de 6,09 horas por dia.

A distribuição quanto às algias, constatou-se que 87,5% da amostra relatou algum quadro álgico,

sendo 66,6% do sexo masculino e 20,83% do sexo feminino. Quanto à maior incidência de dor, pôde-

se observar que no sexo feminino, 16,6% relataram EVA de 0, 2, 6 e 7. Já no sexo masculino, 25%

relataram EVA 5 (TABELA 1).

Figura 1- Escala visual analógica (EVA)

Fonte: Jensen, MP; Karoly, P., 1992, p. 135-51

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Tabela 1 – Distribuição dos apanhadores (N=48) de acordo com a escala visual analógica

apresentado.

ESCALA VISUAL ANALÓGICA

FEMININO

MASCULINO

0 2 4

1 0 1

2 1 2

3 2 3

4 1 6

5 1 9

6 2 2

7 2 7

8 1 1

9 0 1

TOTAL 12 36

Fonte: Protocolo de pesquisa, 2012

Em relação à correlação localização da dor e o nível de dor para os apanhadores do sexo feminino

obtiveram-se os seguintes dados: Na região cervical o nível de dor foi de EVA 4 para uma apanhadora,

para a região cervical e torácica obteve-se EVA 2 para uma apanhadora, já nas regiões cervical,

torácica, lombar e membros inferiores (MMII), a EVA foi de 7 para uma apanhadora. Em joelhos e

lombar, a EVA de uma apanhadora foi de 3. Em joelhos, cervical e lombar, obteve-se EVA 5 para uma

apanhadora, e para a região da lombar, uma apanhadora apresentou EVA 3. Duas das apanhadoras

não relataram nenhuma dor. Nas regiões torácica e lombar, duas apanhadoras apresentaram EVA 6 e

uma EVA 8, já nas regiões torácica, lombar e cervical, uma apanhadora apresentou EVA 7 (TABELA 2).

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Tabela 2 - Distribuição dos apanhadores do sexo feminino (N=12) de acordo com a escala visual

analógica e a localização da dor apresentado.

SEXO FEMININO TOTAL

LOCALIZAÇÃO/EVA 0 2 3 4 5 6 7 8

Cervical 0 0 0 1 0 0 0 0 1

Cervical e torácica 0 1 0 0 0 0 0 0 1

Cervical, torácica,

lombar e MMII 0 0 0 0 0 0 1 0

1

Joelhos e lombar 0 0 1 0 0 0 0 0 1

Joelhos, cervical e

lombar 0 0 0 0 1 0 0 0

1

Lombar 0 0 1 0 0 0 0 0 1

Sem dor 2 0 0 0 0 0 0 0 2

Torácica e lombar 0 0 0 0 0 2 0 1 3

Torácica, lombar e

cervical 0 0 0 0 0 0 1 0

1

Total 2 1 2 1 1 2 2 1 12

Fonte: Protocolo de pesquisa, 2012.

Em relação à correlação localização da dor e o nível de dor para os apanhadores do sexo masculino

obtiveram-se os seguintes dados: Nas regiões cervical e torácica, o nível de dor foi de EVA 4 para um

apanhador e de EVA 7 para outro colaborador, para a região cervical, torácica e lombar obteve –se

EVA 4 para um apanhador e de EVA 7 para outro colaborador. Um apanhador relatou EVA 7 na lombar,

nas regiões de joelhos, lombar e ombros, um apanhador apresentou EVA 2. Na lombar, dois

apanhadores relataram EVA 3, dois relataram EVA 4, outros dois colaboradores EVA 5, um apanhador

apresentou EVA 6, um apanhador obteve EVA 7 e um colaborador apresentou EVA 8. Na lombar e no

ombro direito, um apanhador obteve EVA 5, em ombro direito, um colaborador apresentou EVA 9, em

ombro direito e cervical um apanhador obteve EVA 4, em ombros e lombar, um apanhador apresentou

EVA 7. Nas regiões de ombros, coluna lombar e torácica, um apanhador apresentou EVA 7. Quatro

apanhadores apresentaram-se sem dor. Na região torácica, um apanhador relatou EVA 2 e três

apanhadores relataram EVA 5. Nas regiões torácica e lombar, um apanhador apresentou EVA 3, dois

apresentaram EVA 5 e um relatou EVA 7. Nas regiões torácica, lombar e cotovelo direito, um

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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apanhador obteve EVA 1, em coluna torácica, lombar e ombro, um apanhador apresentou EVA 4 e nas

regiões de torácica, lombar e cervical, um apanhador obteve EVA 6 (TABELA 3).

Tabela 3 - Distribuição dos apanhadores do sexo masculino (N=36) de acordo com a escala visual

analógica e a localização da dor apresentado.

SEXO MASCULINO TOTAL

LOCALIZAÇÃO/EVA 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Cervical e torácica 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2

Cervical, torácica e

lombar 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2

Dor lombar 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1

Joelhos, lombar e

ombros 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1

Joelhos, ombros e

lombar 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1

Lombar 0 0 0 2 2 2 1 1 1 0 9

Lombar e ombro

Direito 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1

Ombro direito 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1

Ombro Direito e

cervical 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1

Ombros e lombar 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1

Ombros, coluna lombar

e torácica 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1

Sem dor 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4

Torácica 0 0 1 0 0 3 0 0 0 0 4

Torácica e lombar 0 0 0 1 0 2 0 1 0 0 4

Torácica lombar e

cotovelo Direito 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1

Torácica, lombar e

ombro 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1

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Torácica, lombar,

cervical. 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1

Total geral 4 1 2 3 6 9 2 7 1 1 36

Fonte: Protocolo de pesquisa, 2012.

A seguir apresentam-se as variáveis referentes a analise postural.

Em relação aos dedos do pé com analise bilateral evidenciou-se que em relação aos dedos, 58,33%

(28) apresentavam-se normais; 39,5% (19) com o hálux valgo e 2.08% (01) fletidos (TABELA 4).

Tabela 4 – Variações posturais dos dedos do pé (N= 48), de acordo com o segmento avaliado.

SEGMENTO N %

DEDOS DO PÉ

Fletidos 1 2,08

HáluxValgo 19 39,5

Normal 28 58,33

Fonte: Protocolo de pesquisa, 2012.

Quanto à postura do pé observou-se que 72,92% (35) dos indivíduos apresentam pé direito normal

77,08% (37) pé esquerdo normal; 8,33% (04) apresentam pé cavo direito e 8,33% (04) pé cavo a

esquerdo; No entanto, 18,75% (09) tiveram pé plano direito e 14,58% (07) pé plano esquerdo. Em

relação ao retropé, 31,25% (15) apresentaram retropé direito valgo, 25% (12) retropé esquerdo valgo,

8,33% (04) retropé varo em ambos os lados. Os trabalhadores que possuíram retropé normal foram

60,42% (29) para o lado direto e 66,67% (32) para o lado esquerdo (TABELA 5).

Quanto aos joelhos dos apanhadores, encontrou-se: 35,42% (17) valgo do lado direito e esquerdo e

31,25% (15) varo em ambos os lados. Em relação a Joelhos fletidos, 4,17% (02) apresentaram joelhos

fletidos do lado direito, sendo que, 2,08% (01) fletidos do lado esquerdo. Verificou-se que 39,58% (19)

dos apanhadores apresentaram joelho hiperestendido do lado direito e 31,25% (15) do lado esquerdo.

Quanto à rotação de joelhos, 10,42% (05) apresentaram rotacionados à direita e 25% (12)

rotacionados à esquerda (TABELA 5).

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Tabela 5 – Variações posturais do pé, retropé e joelhos (N= 48), de acordo com o segmento avaliado.

SEGMENTO N Direito N Esquerdo % Direito % Esquerdo

Normal 35 37 72,92 77,08

Cavo 4 4 8,33 8,33

Plano 9 7 18,75 14,58

RETROPÉ

Valgo 15 12 31,25 25

Varo 4 4 8,33 8,33

Normal 29 32 60,42 66,67

JOELHO

Valgo 17 17 35,42 35,42

Varo 15 15 31,25 31,25

Fletido 2 1 4,17 2,08

Hiperestendido 19 15 39,58 31,25

Rotação 5 12 10,42 25

Fonte: Protocolo de pesquisa, 2012.

Em relação à postura de pelve e coluna lombar evidenciou-se que para a pelve no plano frontal, 41,6%

(20) apresentaram desnivelamento para o lado direito, 52,8% (25) desnivelamento para o lado

esquerdo e 6,25% (03) sem desnivelamento. Já no plano sagital, 45,83% (22) apresentaram

anteroversão, 37,5 (18) retroversão e 16,66% (08) normais (TABELA 6).

Quanto às variáveis encontradas para a coluna lombar, encontrou-se: 22,91% (11) com lordose,

60,41% (29) com hiperlordose, 16,66% (08) com retificação. 45,83% (22) apresentaram cifose torácica.

Nas variáveis da clavícula, foram encontrados 25% (12) oblíquas, 4,16% (02) horizontalizadas e 70,83%

(34) normais (TABELA 6).

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Tabela 6 – Variações posturais da pelve e coluna lombar (N= 48), de acordo com o segmento

avaliado.

SEGMENTO N %

PELVE PLANO FRONTAL

Desnivelamento D 20 41,6

Desnivelamento E 25 52,8

Nenhum 3 6,25

PELVE PLANO SAGITAL

Anteroversão 22 45,83

Retroversão 18 37,5

Normal 8 16,66

LOMBAR

Lordose 11 22,91

Hiperlordose 29 60,41

Retificação 8 16,66

CIFOSE TORÁCICA 22 45,83

CLAVÍCULA

Oblíqua 12 25

Horizontalizada 2 4,16

Normal 34 70,83

Fonte: Protocolo de pesquisa, 2012.

Quanto à postura de tronco dos apanhadores de laranja, 22,92% (11) apresentaram escoliose cervical

à direita, 29,17% (14) à esquerda, 45,83% (22) apresentaram escoliose torácica à direita, 33.33% (16)

à esquerda, 39,58% (19) apresentaram escoliose lombar à direita e 43,75% (21) à esquerda. Na

escápula, 43,75% (21) apresentaram elevação de escápula direita, 47,92% (23) esquerda, 68,75% (33)

apresentaram abdução de escápula direita, 66,67% (32) esquerda, 2,08% (01) com adução de escápula

direita e esquerda, 8,33% com depressão e rotação em ambos os lados. (TABELA 7).

Nas informações coletadas sobre os ombros dos apanhadores, foi visto que 70,83% (34) tinham o

ombro direito protraído, 72,92% (35) ombro esquerdo protraído, 35,42% (17) apresentavam ombro

direito elevado, 56,25% (27) ombro esquerdo elevado, 20,83% (10) tiveram ombro direito com

desnivelamento e 14,58% (07) ombro esquerdo com desnivelamento (TABELA 7).

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Tabela 7 - Variações posturais do tronco, escápula e ombro (N= 48), de acordo com o segmento

avaliado.

SEGMENTO N Direito N Esquerdo % Direito % Esquerdo

TRONCO

Escoliose Cervical 11 14 22,92 29,17

Escoliose Torácica 22 16 45,83 33,33

Escoliose Lombar 19 21 39,58 43,75

ESCÁPULA

Elevação da escápula 21 23 43,75 47,92

Abdução da escápula 33 32 68,75 66,67

Adução da escápula 1 1 2,08 2,08

Depressão e Rotação 4 4 8,33 8,33

OMBRO

Protraídos 34 35 70,83 72,92

Elevados 17 27 35,42 56,25

Desnivelamento 10 7 20,83 14,58

Fonte: Protocolo de pesquisa, 2012.

Em relação às variáveis posturais da cervical, foram encontradas: 20,83% (10) alinhadas, 54,16% (26)

com hiperlordose e anteriorização, 25% (12) retificada. Em relação à cabeça dos apanhadores de

laranja, analisou-se que 35,41% (17) tinham a cabeça inclinada para a esquerda, 20,83% (10)

apresentavam a cabeça sem alterações e 43,75% (21) tinham a cabeça inclinada para a direita (TABELA

8).

Tabela 8 - Variações posturais da cervical e da cabeça (N= 48), de acordo com o segmento avaliado.

SEGMENTO N %

CERVICAL

Alinhada 10 20,83

hiperlordose e anteriorização 26 54,16

Retificada 12 25

CABEÇA

Normal 10 20,83

Inclinação para a E 17 35,41

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Inclinação para a D 21 43,75

Fonte: Protocolo de pesquisa, 2012.

DISCUSSÃO

Neste estudo foram avaliados 48 apanhadores de laranja do município de Capitão Poço. Não se podem

estabelecer quantos apanhadores de laranja existem de fato no município, visto que na cidade não

existe uma Associação de apanhadores de laranja, desta forma foi selecionado um local para a

execução deste estudo.

Na literatura poucos são os estudos relacionados aos apanhadores de laranja, e até o momento,

poucos são os estudos que correlacionam a atividade de apanhar laranja com alterações posturais e

com o quadro álgico.

A posição de pé durante a jornada de trabalho é necessária para os apanhadores de laranja. Onde os

apanhadores levam a escada até a laranjeira, sobem a mesma, com a sacola coletora sob o tronco e lá

permanecem durante um tempo prolongado até as sacolas coletoras ficarem cheias de laranjas. E

então os apanhadores descem as escadas e esvaziam as sacolas coletoras em caixas plásticas.

Segundo Veronesi (2008) o trabalho na postura de pé favorece uma sobrecarga para os MMII e a

coluna lombar.

De acordo com Dul e Weerdmeester (2004) passar muito tempo na posição de pé, provoca fadiga nas

costas e pernas. Um estresse adicional pode aparecer quando o tronco fica inclinado, provocando

dores no pescoço e nas costas. Além disso, trabalhar com os braços para cima, sem apoio, provoca

dores nos ombros.

Segundo Iida (2005), a posição parada em pé, é altamente fatigante porque exige muito trabalho

estático da musculatura envolvida para manter essa posição, pois na realidade o corpo não fica

totalmente estático, mas oscilando, exigindo freqüentes reposicionamentos, dificultando a realização

de movimentos precisos. Quando se permanece durante muito tempo na mesma postura, com a

cabeça inclinada para frente é provocada uma fadiga da musculatura das costas onde o tipo mais

simples ocorre com a dor na lombar.

A posição de pé sobre os degraus da escada oferece uma superfície instável e bem menor que o apoio

podal do trabalhador, exigindo maior trabalho da musculatura envolvida para poder manter o

equilíbrio.

Iida (2005) reforça sobre a postura com a cabeça inclinada para frente que é utilizada por apanhadores

de laranja para facilitar a visualização e identificação do fruto. Pois essa postura provoca fadiga rápida

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dos músculos do pescoço e do ombro, as dores no pescoço começam a aparecer quando a inclinação

da cabeça, em relação a vertical, for maior que 30°.

As forças que atuam sobre a coluna vertebral incluem peso corporal, tensão nos ligamentos vertebrais,

tensão nos músculos circundantes, pressão intra-abdominal e quaisquer cargas externas aplicadas.

Quando o corpo encontra-se em posição ereta, a principal forma de carga que atua sobre a coluna

vertebral é a axial. Nessa posição, o peso corporal, o peso de qualquer carga mantida nas mãos e a

tensão nos ligamentos e músculos circunjacentes contribuem para a compressão vertebral (KENDALL,

1995).

Um dos principais problemas que os trabalhadores que manuseiam e movimentam cargas pesadas

enfrentam é a dor lombar. Estudos citam que cerca de 80% da população mundial sofre ou sofrerá de

crise de dor lombar em algum momento da vida ativa (PELLENZ, 2005).

Segundo Fanhani (2010) todos os agricultores apresentam algum tipo de dor. A dor é o principal

sintoma na maioria dos agricultores e a principal causa de afastamento. Estudos semelhantes revelam

que o maior comprometimento está relacionado com a coluna lombar. A lombalgia é citada como a

causa mais freqüente de diminuição da capacidade no trabalho, de forma temporária e permanente,

estando em segundo lugar nos afastamentos do trabalho.

Uma coluna pode ter um alinhamento defeituoso acentuado, como uma hiperlordose sem retração

dos músculos lombares. O movimento pode não causar uma distensão, mas ficar em pé por certo

período de tempo pode dar origem à dor. A sobrecarga compressiva que resulta do mau alinhamento,

quando acentuada ou constante, pode provocar sintomas dolorosos. O defeito é geralmente associado

com fraqueza dos músculos abdominais. O surgimento dos sintomas é geralmente gradual em vez de

agudo, e os sintomas geralmente permanecem mais ou menos crônicos. A dor é menor se a pessoa

está ativa do que se a pessoa está em pé parada e é aliviada pela posição recumbente ou parada

(KENDALL, 1995).

Posturas torcidas do tronco causam tensões indesejáveis nas vértebras. Os discos elásticos que

existem entre as vértebras são pressionados, e as articulações e músculos que existem nos dois lados

da coluna vertebral são submetidos a cargas assimétricas, que são prejudiciais (DUL, WEERDMEESTER,

2004).

De acordo com todos os trabalhadores, o trabalho de colheita no início é pesado, mas depois se

acostuma, e que é um trabalho como todos os outros, mas que se sentem cansados durante sua

realização, principalmente, ao final do dia, por ficar o dia todo subindo e descendo a escada,

carregando peso (RODRIGUES et al, 2008).

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A tensão contínua de certos músculos do corpo, como resultado de uma postura prolongada ou de

movimentos repetitivos, provoca fadigas musculares localizadas, resultando em desconforto e queda

do desempenho. Quanto maior o esforço muscular, menor se torna o tempo suportável. A maioria das

pessoas não consegue manter o esforço muscular máximo além de alguns segundos (DUL,

WEERDMEESTER, 2004).

Nenhuma postura ou movimento repetitivo deve ser mantido por um longo período. As posturas

prolongadas e os movimentos repetitivos são muito fatigantes. A longo prazo, podem produzir lesões

nos músculos e articulações. Isso pode ser prevenido com uma alternância das posturas ou tarefas

(DUL, WEERDMEESTER, 2004).

CONCLUSÃO

Durante a pesquisa de campo deste trabalho evidenciou-se nas avaliações posturais de 48

apanhadores de laranja, sendo que 36 foram do sexo masculino na faixa etária média 32,44 anos no

qual já estão nesta atividade a cerca de 8,5 anos e trabalham em média 6,7 horas por dia, e 12 do sexo

feminino na faixa etária média de 37,5 anos no qual já estão nesta atividade a cerca de 10,08 anos e

trabalham em média 6,09 horas por dia, que apresentaram as seguintes alterações posturais: joelhos

35,42% valgo e 31,25% varo. Na pelve no plano frontal, 41,6% apresentaram desnivelamento para o

lado direito e 52,8% desnivelamento para o lado esquerdo, e no plano sagital, 45,83% apresentaram

anteroversão, 37,5 obtiveram retroversão. Na coluna lombar 60,41% apresentaram-se com

hiperlordose, 39,58% apresentaram escoliose lombar e 16,66% com retificação. Na coluna torácica

45,83% apresentaram cifose torácica e 45,83% apresentaram escoliose torácica à direita, 33.33% à

esquerda.

Na escápula, 43,75% apresentaram elevação de escápula direita, 47,92% esquerda, 68,75%

apresentaram abdução de escápula direita, 66,67% esquerda, nos ombros 70,83% tinham o ombro

direito protraído, 72,92% ombro esquerdo protraído, na coluna cervical 54% com hiperlordose e

anteriorização.

Na avaliação do quadro álgico evidenciou-se que 87,5% da amostra relatou algum quadro álgico, sendo

66,6% foram do sexo masculino e 20,83% do sexo feminino. Quanto à maior incidência de dor, pôde-

se observar que no sexo feminino, 16,6% relataram EVA de 0, 2, 6 e 7. Já no sexo masculino, 25%

relataram EVA 5.

O controle postural depende de uma série de estruturas corporais de forma alinhada como: pés,

pernas e joelhos, pelve, coluna vertebral, músculos abdominais, cintura escapular, tórax e cabeça.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Portanto, é fundamental se ter uma postura correta, pois dessa maneira teremos boas respostas aos

estímulos internos e externos, adequando o funcionamento dos sistemas neuropsicomotor,

cardiocirculatório e respiratório, melhorando a qualidade de vida e prevenindo o estresse.

Na localização do quadro álgico evidenciou-se que no sexo masculino 16,6% apresentaram queixas de

dor na cervical, 55,5% na torácica, 58,3% na lombar, 5,5% nos joelhos, 22,2% nos ombros, 2,7% no

cotovelo e 11,1 % não apresentaram queixas de dor. No sexo feminino evidenciou-se as principais

queixas de dor em 41,6 % em cervical, 50% em torácica, 75% em lombar, 16,6% em joelhos 8,3% em

MMII e 16,6% não relataram queixas de quadro álgico.

Desta forma, novos estudos são necessários para que se avalie a correlação das alterações posturais

e o quadro álgico apresentados por estes trabalhadores e a execução das tarefas são necessários, para

minimizar viés de padrões adotados no dia-a-dia que possam interferir nos achados, bem como dados

para fundamentar a proposta de campanhas educativas para que a tarefa seja feita de forma a

minimizar possíveis alterações e queixas de dor destes trabalhadores.

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Capítulo 4

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE CEFALÉIA NÃO ESPECÍFICA ASSOCIADA À TENSÃO MUSCULAR EM ACADÊMICOS DE

FISIOTERAPIA DOI: 10.37423/200400791

Welliton Werveson Pereira de Souza (Graduando em Fisioterapia. Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil).

Raissa de Souza Natividade Lopes (Graduando em Fisioterapia. Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil).

Isabelle Farias Gomes (Graduando em Fisioterapia. Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil).

Angélica Homobono Nobre (Doutora em Ciências Sociais. Fisioterapeuta docente da

Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Resumo: Objetivo: Traçar um perfil epidemiológico de acadêmicos de Fisioterapia da Universidade do

Estado do Pará (UEPA) com cefaleia não específica associada à tensão muscular. Metodologia: Através

do Formulário Online do Google, foram feitas três questões: “Você tem cefaléia não específica pelo

menos uma vez ao mês?”; “Você tem cefaléia não específica pelo menos uma vez na semana?” e “Você

sente tensão muscular no pescoço, ombros ou dorso?”. Foram incluídos na pesquisa alunos

regularmente matriculados no curso de Fisioterapia de ambos os sexos e de várias idades. Foram

excluídos os alunos matriculados no curso que já apresentam diagnóstico de cefaléia específica.

Resultado: 60 acadêmicos responderam ao formulário online. Destes, 85% responderam “sim” para

cefaleia ao menos uma vez por mês; na segunda pergunta, 48,3% apresentam cefaleia toda semana;

e na terceira pergunta, observou-se que 98,3% possui tensão muscular em pescoço, ombros ou dorso

do corpo. Além disso, a cefaléia associada à tensão muscular representa 69% das dores de cabeça¹,

neste estudo, 81% apresenta cefaléia no mínimo uma vez ao mês e 48% no mínimo uma vez por

semana associada à tensão muscular. Conclusão: É notória a grande incidência de cefaléia entre

universitários, o que se deve ao fato de as atividades acadêmicas demandarem tanto o esforço físico

quanto psicológico, agregando estresse, cansaço, tempos prolongados de estudo e baixa qualidade do

sono². Em suma, o presente estudo corrobora com a literatura afirmando a alta incidência da cefaléia,

configurando-a como um grave problema de saúde pública.

Palavras-chave: Cefaleia; Tensão Muscular; Estudantes;

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REFERÊNCIAS:

1 - CRUZ, M. C. et al. Cefaleia do Tipo Tensional: Revisão de Literatura. Arch Health Invest., v. 6, n. 2, p. 53-8, 2017.

2 - JENSEN, F. E.; NUTT, A. E. O Cérebro Adolescente: Guia de Sobrevivência para Criar Adolescentes e Jovens Adultos. Tradução Lúcia Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: Intrínseca, ed.1. p. 150-159, 2016.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BELÉM-PARÁ

CATEGORIA: C07- fisioterapia musculoesquelética OU C09- fisioterapia neuromuscular

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Capítulo 5

O USO DA CORRENTE GALVÂNICA NO TRATAMENTO DE HIPERIDROSE PRIMÁRIA EM JOVENS ADULTOS

DOI: 10.37423/200400797

Roberto Oliveira de Moura Junior (Fisioterapeuta, pós-graduado em Fisioterapia Dermato Funcional pelo Instituto Paiva. Email: [email protected].

Nely Dulce Varela (Fisioterapeuta; Mestre em Ciências da Saúde pela UFPE;

Especialista em Dermato Funcional; Docente do Instituto Paiva.

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Resumo: Introdução: De acordo com vários estudos, a hiperidrose se refere ao suor excessivo

acometidos em lugares como mãos, pés, abdômen, costas, coxas e região axilar. Este distúrbio pode

atingir os membros na mesma proporção de forma isolada ou associado a outros membros. Objetivo:

A partir disto, a presente pesquisa se propõe a analisar como o uso do aparelho corrente galvânica

pode auxiliar no tratamento de hiperidrose primária em jovens adultos. Método: Para tal, uma

amostra por conveniência foi realizada, na qual 5 pacientes com Hiperidrose Primária nas áreas axilar

e palmar bilateral foram selecionados. Os mesmos, com a faixa etária entre 19 e 31 anos, foram

submetidos ao tratamento não invasivo com o uso da corrente galvânica, totalizando 12 sessões. Eles

foram avaliados pelo questionário de qualidade de vida de Broilo antes e após o tratamento.

Resultados: Como resultado, salientado que não houve interrupção no tratamento, foi observado que

os pacientes obtiveram uma redução significativa no quadro de suor excessivo e não houve efeitos

adversos. Conclusões: O tratamento de Hiperidrose Primária com o uso da corrente galvânica é uma

opção de tratamento eficaz, segura, não invasiva e com expressivo grau de satisfação, uma vez que

melhora a qualidade de vida das pessoas que possuem essa patologia.

Palavras-Chave: Hiperidrose Primária. Terapia por Estimulação Elétrica. Qualidade de Vida.

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INTRODUÇÃO

Uma maneira de controlar a temperatura do corpo é pelo suor. Quando há um descontrole no sistema

corpóreo, o indivíduo transpira de forma desregulada. Essa transpiração exacerbada é decorrente da

hiperatividade nas glândulas sudoríparas, uma vez que as glândulas sudoríparas trabalham de forma

hiperativa, pois elas têm como função regular a temperatura do corpo. Tal produção exacerbada é

denominada hiperidrose, nesse caso em específico a hiperidrose primária. Em casos mais graves o

local acometido chega a gotejar intensamente, fazendo com que a pele fique macerada.

Tomando como base pesquisas anteriores, não há estudos que relatem a origem da hiperidrose

primária (doravante HP). Entretanto, é comprovado que o distúrbio está ligado a hiperatividade do

sistema nervoso simpático, o que acarreta hipertrofia glandular e hipersecreção. A HP, como sabido,

é considerada uma doença benigna. De forma geral, sua característica é a produção do suor em

excesso(3). Ademais, dependendo do indivíduo, ela pode causar danos nos aspectos emocional,

profissional e social(¹).

Ro et al.(4) concluíram que “HP primária palmar é uma desordem hereditária, com prevalência variável,

e sem prova de transmissão ligada ao sexo”. Além da região palmar, as regiões axilares, plantares e

facial são as mais comuns de serem acometidas, seja de forma bilateral e/ou simétrica. Todavia, a

doença pode afetar outras regiões do corpo. Estimativas comprovam que 3% da população mundial

tem o distúrbio, mas não há nada que comprove se a maior ocorrência é nos homens ou nas mulheres,

sendo elas as que mais buscam formas de tratamento(¹).

Os sintomas, geralmente, aparecem antes dos 25 anos. Os mesmos podem ser decorrentes de

alterações emocionais, ao consumir alimentos condimentados ou bebidas alcoólicas. Em alguns

indivíduos, além da HP, a bromidrose também é desenvolvida, é uma anomalia crônica apresentada,

sobretudo, por pessoas após a puberdade. Esta é uma consequência de acúmulo de fungos e bactérias

na região, o que causa um desconforto devido ao odor(³, ¹²).

No que tange ao tratamento, é possível destacar as cirurgias de lipoaspiração, aplicações de Botox,

tratamento medicamentosos sistêmicos através de drogas antidepressivas, ansiolíticas e

anticolinérgicas. Porém, a Fisioterapia Dermato-Funcional apresenta tratamentos alternativos para a

HP. Entre eles, o uso da corrente galvânica em conjunto ou não com a iontoforese e as correntes

diadinâmicas de Bernard mostra resultados positivos, como será discutido neste presente estudo(5).

A corrente galvânica também é conhecida como corrente contínua, sendo compreendida como

transmissora de cargas elétricas de intensidade baixa e fixa, nas quais as cargas positivas e negativas

se deslocam na mesma direção e mesmo sinal. A partir desta definição, é observado que a intensidade

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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elétrica é estável e benéfica, pois os eletrodos têm como principais funções hidratar e aumentar o

fluxo sanguíneo (negativo), analgesia e vasoconstrição (positivo)(6,¹¹).

Dessa forma, o objetivo desse estudo consiste em avaliar os efeitos da corrente galvânica em pacientes

com HP, observando se há melhora na qualidade de vida e satisfação dos portadores após o

tratamento, tomando como base os aspectos pessoais, sociais e emocionais.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo de caso do tipo experimental por amostragem de conveniência, e para tal foram

selecionados voluntários de ambos os sexos, todos eles diagnosticados com Hiperidrose Primária (HP).

A coleta de dados foi realizada na Clínica Escola de Fisioterapia em um Centro Universitário situado na

cidade do Recife, no período de Maio e Junho de 2018, como continuação da pesquisa aprovada pelo

Comitê de Ética da Universidade Maurício de Nassau sob o número de protocolo 294106.

Utilizamos como critérios de inclusão, jovens adultos de ambos os sexos, com faixa etária entre 18 a

35 anos de idade, apresentando HP nas regiões palmares e axilares. Por sua vez, excluímos do estudo

pessoas que já passaram por algum tratamento anterior na mesma região, ou foram submetidos à

simpatectomia, que possuem marcapasso, diabetes, sensibilidade alterada, gestantes, lactantes,

pessoas com câncer, pressão descontrolada e lesões dermatológicas no local.

Após a seleção dos voluntários, todos os pacientes foram submetidos a uma avaliação detalhada, na

qual coletamos dados sociodemográficos, e caracterizamos a etiologia e localização da HP.

Posteriormente, responderam um questionário de qualidade de vida para pessoas que possuem HP

adaptado de Broilo et al. (2006). Esse questionário é de caráter avaliativo relacionado às atividades

diárias, convívio social, profissional e pessoal, questões emocionais e situações especiais, bem como

questionamentos sobre a satisfação do antes e depois do tratamento. Nele, consta de 25 questões

autoexplicativas, com pontuação de 1 a 5, um significando excelente para antes do tratamento e muito

melhor para após o tratamento, enquanto cinco significa muito ruim para antes do tratamento e muito

pior para após o tratamento. Portanto é importante frisar que para esta análise numérica o escore

total para antes do tratamento foi de 20 como excelente a 100 como muito pobre/inferior. Após o

tratamento o escore de 20 significa muito melhor e 100 como muito pior. A cada sessão o paciente foi

questionado sobre alterações observadas, quanto à quantidade e episódios de suor percebidos no dia

a dia.

Para realizar o tratamento o aparelho utilizado foi o Striat® da marca Ibramed, no modo da corrente

galvânica, com um cabo com quatro saídas, sendo elas duas positivas e duas negativas, na intensidade

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entre 70 e 100 micro amperes, podendo variar de acordo com a sensibilidade do paciente. O protocolo

de tratamento constou de um recipiente com água, que nele foram inseridos os eletrodos ativos e as

mãos dos pacientes ficaram sobre os eletrodos que estavam cobertos com a esponja e imersos na

água. Os eletrodos passivos foram colocados com a placa e a esponja umedecida sobre região

escapular, e assim a corrente elétrica invertia as polaridades durante o tratamento.

Após sete minutos de aplicação os eletrodos eram invertidos, uma vez que nas mãos eram colocados

os eletrodos passivos e na região escapular os eletrodos ativos. O tempo total de aplicação foi de 14

minutos por sessão, e esse mesmo procedimento foi repetido durante 12 sessões.

Para mensuração do suor, os pacientes eram orientados a anotar as alterações de suor em forma de

diário e a cada sessão eram descritas se haviam ocorrências de sintomas adversos, maior e menor

fluxo de suor, percepção na melhora dos sintomas principais. Após finalizar as sessões, pacientes eram

avaliados quanto a satisfação com o tratamento e reavaliados no questionário de qualidade de vida.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nossa amostra constou de cinco pacientes e não houve desistência. Com isso, não tivemos perda

amostral. Assim, participaram da pesquisa duas pessoas do gênero feminino e três do gênero

masculino, de 19 a 31 anos, apresentando média de faixa etária 24,2 anos (5,4DP).

Na tabela 1, está exposto as regiões na qual a HP causa maior incômodo e a queixa principal dos

pacientes. Dois pacientes queixaram-se de suor excessivo nas mãos, dois, de suor excessivo nas axilas

e um, em mãos e axilas, bilateralmente e de forma simétrica. Não há estudos que comprovem que

este distúrbio seja uma patologia hereditária, o que concorda com a população do nosso estudo.

Tabela 1. Dados sociodemográficos.

Paciente Idade Área

acometida Queixa Principal Histórico Familiar

1 19 Mãos e Axilas

Suor excessivo em mãos e

axilas Não há relatos

2 21 Mãos Suor excessivo nas mãos Há relatos

3 21 Axilas Suor excessivo nas axilas Não há relatos

4 29 Mãos Suor excessivo nas mãos Não há relatos

5 31 Axilas Suor excessivo nas axilas Não há relatos

Fonte: Moura Junior. 2018.

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Em cada sessão os pacientes foram questionados sobre efeitos adversos, tais como náuseas, mal-estar

e sensibilidade a corrente elétrica. Machado(5) (2010) citou em seu estudo que formigamento e

hiperemia local foram sensações relatadas pelos pacientes, causadas pelo aumento da circulação

sanguínea. Em seu artigo, Barbosa(6) destacou que não há a necessidade de tirar objetos metálicos

durante a sessão, tais como anéis e pulseiras, pois a corrente galvânica possui baixa intensidade e com

isso não corre o risco de os pacientes apresentarem efeitos adversos. Tendo tais efeitos em mente, os

sintomas não foram relatados no presente estudo e alterações não foram observadas.

Tomando como base os dados qualitativos, observou-se que não foram relatados efeitos colaterais e

muito menos complicações, uma vez que o tratamento não bloqueia a atividade das glândulas

sudoríparas, apenas auxilia na diminuição da atividade das mesmas. Macedo(7) citou em seu artigo que

a corrente galvânica apresenta polaridades positivas e negativas de forma igualitária e fixa. No polo

positivo apresenta efeito fisiológico a vasoconstrição e analgesia. No negativo, o aumento do aporte

circulatório e hidratação. Ambos, em conjunto, exercem as funções bactericida, anti-inflamatória e

analgésica.

A mensuração do suor foi feita através de relatos dos próprios pacientes através de um diário, no qual

os mesmos anotavam as alterações e fluxos do suor diariamente. Todas essas observações eram

repassadas no próximo encontro e o que se conclui é que na 3ª sessão já se pode notar uma diminuição

expressiva no suor. Observa-se também que os fatores emocionais estão diretamente ligados, pois os

mesmos relataram que quando se sentiam estressados ou sob pressão, o fluxo de suor aumentava.

Machado(5) relatou que a angústia emocional é um fator que colabora com a produção de suor

excessivo, concordando com o estudo de Broilo(8), o qual mostrou a relação entre a HP e fatores

emocionais.

Na figura 1, constam os escores relacionados ao questionário de qualidade de vida, avaliando os

pacientes antes e após as 12 sessões de tratamento. Os mesmos foram reavaliados para comparação

dos dados obtidos.

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100

1 2 3 4 5

Antes TTO

Depois TTO

Figura 1. Análise comparativa da qualidade de vida.

Fonte: Moura Junior, 2018.

A média do escore antes do tratamento foi de 86,4 (4,0DP) e após o tratamento de 36 (12,3DP). De

acordo com o estudo de Baroncello(9) e Silva(¹³) quando o sujeito realiza tratamento para HP após o

procedimento o mesmo é reavaliado e em todos os casos o grau de satisfação são sempre altos. Há

um ganho nas relações interpessoais, promovendo uma melhora na qualidade de vida.

Na busca por essa melhora, pessoas com HP se submetem a diversos tratamentos paliativos ou

definitivos, clínicos e cirúrgicos que já foram desenvolvidos. Como tratamentos paliativos há o uso de

antitranspirantes, medicamentos e uso de botox. Em contrapartida, os tratamentos que são

considerados definitivos são a simpatectomia e a lipoaspiração. Para essas técnicas podem vir a surgir

complicações como hiperidrose compensatória, em outros termos, quando o indivíduo deixa de suar

no local tratado e começa a compensar em outra região antes não acometida(9).

Machado(5) realizou um estudo do tipo experimental com objetivo de demonstrar os benefícios da

corrente galvânica no tratamento de HP. A amostra constituiu-se de três voluntários do sexo

masculino com idade média de 28,6. Observou-se que houve uma melhora no quadro de suor

excessivo após a finalização das dez sessões. Corrobora com o nosso estudo.

Uma pesquisa do tipo ensaio clínico, placebo controlado e randomizado, realizada por Aragão(10). Este

estudo tinha como objetivo a aplicabilidade da corrente contínua na intervenção da HP, por meio da

corrente galvânica e do estímulo tens. Para tal, participaram do experimento pacientes do sexo

feminino com a faixa etária entre 18 a 30 anos. O resultado mostrou que as pacientes submetidas ao

estímulo da corrente galvânica apresentaram diminuição da produção de suor excessivo, e as que

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4

6

8

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12

1 2 3 4 5

3 sessão

6 sessão

9 sessão

12 sessão

tiveram o estímulo elétrico do tens não obtiveram resultados. Os resultados positivos alcançados no

estudo de Aragão(10) foram semelhantes ao presente estudo experimental.

Nas sessões 3, 6, 9, 12 os pacientes foram avaliados quanto ao grau de satisfação do tratamento,

respondendo em uma escala de 0 a 10, 0 sendo muito insatisfeito e 10 muito satisfeito. Na figura 2, é

possível verificar essas informações.

Figura 2. Grau de satisfação.

Fonte: Moura Junior, 2018.

A partir da análise qualitativa da figura 2, conclui-se que a notas de satisfação dos pacientes dentre a

3ª e 12ª sessão aumentaram, significando que os mesmos estavam satisfeitos com o procedimento

realizado. Como foi possível perceber, o grau de satisfação ao término do tratamento foi de 100%.

O tratamento do distúrbio HP através da corrente galvânica se mostrou uma opção segura e não

invasiva, deixando os pacientes satisfeitos e impactando de forma positiva na qualidade de vida dos

mesmos. Dessa forma, o resultado deste estudo pode ser considerado satisfatório. Quanto à

motivação dos pacientes no pós-tratamento, ambos se declararam realizados com os resultados

CONCLUSÃO

Retomando alguns aspectos da pesquisa, este experimento se propôs a analisar o impacto da corrente

galvânica no tratamento da hiperidrose primária. Para a realização do mesmo, uma pesquisa de

conveniência foi realizada. De forma geral, foi observado que este método de tratamento não invasivo

contribui para a melhora do distúrbio.

Este experimento concorda com Mendes e Moura Junior(14), quando estes, por meio de uma revisão

bibliográfica, concluíram que a corrente galvânica/contínua é um meio terapêutico mais viável com

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resultados mais rápidos e positivos. Importante salientar este método de terapia não apresenta

transtorno ao organismo e nem efeitos indesejáveis.

Apesar de poucos estudos concernente ao tema tratado, a área da Fisioterapia Dermato-Funcional

pode ser uma maneira de tratar a hiperidrose. Por ser uma terapia alternativa, é possível descartar a

necessidade de o paciente passar por um procedimento cirúrgico, evitando, assim, o risco de uma

hiperidrose reflexa ou compensatória. Ademais, a área em questão possibilita tratamentos com a

corrente galvânica em pacientes com hiperidrose primaria. Importante salientar que a pesquisa

por ter limitações de dados amostrais não pode ser generalizada para outros casos clínicos

semelhantes. Entretanto, ela auxiliou a divulgar estudos na área, bem como mostrou que há a

necessidade de mais pesquisas envolvendo o tema, devido à escassez de materiais de pesquisa

bibliográfica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 - Dornelas MT, Machado DC, Gonçalves ALCP, Mauês GL, Correa MPD. Tratamento da hiperidrose axilar com lipoaspiração. Revista Brasileira Cirurgias Plásticas. 2008; Vol. 23 Nº 3:145-8.

2 - Cardoso PO, et al. Avaliação de pacientes submetidos a tratamento cirúrgico de hiperidrose palmar quanto à qualidade de vida e ao surgimento de hiperidrose compensatória. Rev. Col. Bras., Belo Horizonte, v. 1, n. 36, p.14-18, 2009.

3 - Reis GMD, Guerra ACS, Ferreira JPA. Estudo de pacientes com hiperidrose, tratados com toxina botulínica: análise retrospectiva de 10 anos. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica. 2011; 26(4): 582-90.

4 - RO KM, et al. Hyperidrosis: Evidence of Genetic Transmission. J. Vasc. Surg. California. 4p. 2002.

5 - Machado ADD, Varela ND. A utilização da corrente galvânica no tratamento de Hiperidrose Primária. Nova Fisio. Junho, 2010.

6 - Barbosa DF, Campos LG. Os efeitos da corrente galvânica através da técnica de eletrolifting no tratamento do envelhecimento facial. Revista Inspirar – Movimento & Saúde, Vol. 5, Nº 1, Edição 22, Janeiro/Fevereiro 2013.

7 - Macedo ACB, Cunico F, Sassi L, Albuquerque J, Borges F. Efeitos da aplicação da corrente polarizada e da iontoforese na gordura localizada em mulheres. Fisioterapia em movimento. Vol. 26 Nº. 3. Curitiba Julho/Setembro 2013.

8 - Broilo C, Hubner M, Kriese PR, Schneider A. Qualidade de vida em pacientes com hiperidrose primária e comparação entre duas técnicas. Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 50 (3): 205-210, Jul-set. 2006.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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9 - Baroncello JB, Baroncello LRZ, Schneider EGF, Martins GG. Avaliação da qualidade de vida antes e após simpatectomia por videotoracoscopia para tratamento de hiperidrose primária. Ver. Col. Bras. Cir. 2014; 41(5): 325-330.

10 - Aragão T, Guerino M. Aplicação da corrente contínua no tratamento da Hiperidrose Primária. Anais do Congresso Brasileiro de Fisioterapia. XXI Congresso Brasileiro de Fisioterapia; 2016, ago 31-set 03, Recife: Pernambuco, 2016. V. 1, n. 1, 2016.

11 - Galdino APG, Dias KM, Caixeta A. Análise comparativa do efeito da corrente microgalvânica: Estudo de caso no tratamento de estrias atróficas. Revista eletrônica Saúde CESUC – Centro de Ensino Superior de Catalão, Ano 1, N° 1, 2010.

12 - Sobrinho SLS, Fiorelli RKA, Morard MRS. Avaliação da qualidade de vida de pacientes portadores de hiperidrose primária submetidos à simpatectomia videotoracoscópica. Rev. Col. Bras. Cir. 2017; 44(4): 323-327.

13 - SILVA LA, et al. Simpaticectomia torácica toracoscópica em doentes com hiperidrose palmar: avaliação da qualidade de vida após a cirurgia. v. 13, n. 2, 2017

14 – MENDES IO, MOURA JUNIOR RO. Recursos eletroterapêuticos no tratamento de hiperidrose primária: Uma revisão de literatura. (TCC). Centro Universitário Estácio do Recife, 2018, 12 pgs.

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Capítulo 6

PERFIL POSTURAL DE INDIVÍDUOS ESCOLARES EM MACEIÓ-AL

DOI: 10.37423/200400805

Edlávio Oliveira Silva (Fisioterapeuta – Pós-graduado em Equoterapia na Universidade de Brasília e ANDE-BRASIL) - [email protected].

Ana Candice Coelho (Fisioterapeuta. Mestrado Pela Universidade Federal de São Paulo, Brasil (2011) - [email protected].

Charlles Petterson Andrade de Omena (Fisioterapeuta Mestrado em andamento em Ciências da Saúde Universidade Federal de Alagoas, UFAL, Brasil) [email protected]

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RESUMO: Dentre os distúrbios ortopédicos, as alterações posturais da coluna e membros inferiores

são as mais incidentes. Alguns hábitos posturais incorretos, adotados desde o ensino fundamental,

são motivo de preocupação, devido a imaturidade das estruturas músculo esqueléticas que

apresentam menor suporte à carga. OBJETIVO: Analisar a característica postural e identificar possíveis

alterações posturais em estudantes com faixa etária de 10 a 14 anos. MÉTODO: 80 estudantes do

centro educacional de pesquisa aplicada (CEPA), avaliados em quatro etapas: Anamnese; Teste de

Adams; Analise do perfil postural com o IAP e a Biofotogrametria computadorizada. Utilizou-se o SPSS

17, para análise estatística dos dados, com um nível de significância de p<0,05. Para biofotogrametria,

utilizou o método de angulação de Cobb, analisando o desvio lateral da coluna vertebral.

RESULTADOS: 33,7% apresentaram hiperlordose, 30% ombros elevados e 35% cabeça inclinada. Teste

de Adams: 71,2% apresentaram-se normal, 15% Gibosidade torácica à direita e 13,8% à esquerda.

Alteração de pelve antevertida com hiperlordose (p<0,05) e ambos os sexos, ângulo de carreamento

à direita com ombro elevado à esquerda (p<0,05) apenas no sexo feminino e ombros protusos com

hiperlordose (p<0,05) apenas no sexo masculino. Na angulação, observamos 1% dos avaliado com 20°

de desvio lateral com 10 a 12 anos e 3% com 16º em ambos os sexos. CONCLUSÃO: Na amostra

estudada, observou-se a presença de hiperlordose lombar e escoliose leve, porém, a idade dos

indivíduos torna-se um fator preocupante, por estarem na fase considerada como estirão do

crescimento.

Palavras chave: Fotogrametria, Postura, Adolescente, Coluna Vertebral.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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INTRODUÇÃO

Dentre os distúrbios ortopédicos, as alterações posturais da coluna e dos membros inferiores são os

mais incidentes. Este fato é preocupante, pois na infância e na adolescência o sistema

musculoesquelético ainda está se desenvolvendo, o que torna o corpo mais susceptível a

deformações1. Hábitos posturais incorretos, adotados desde o ensino fundamental, são motivos de

preocupação. Pelo fato de serem crianças e não adultos, as estruturas músculo-esqueléticas

apresentam menor suporte à carga2.

Hábitos posturais inadequados influenciam também no equilíbrio corporal estático e dinâmico,

causando falha na estrutura e função normal do corpo3. Em situações anormais as curvaturas

fisiológicas da coluna vertebral podem estar alteradas. Quando essas curvaturas aumentam são

denominadas hiperlordose cervical, hipercifose dorsal e hiperlordose lombar. Quando há diminuição

dessas curvaturas vertebrais são assim denominadas: retificação cervical, retificação dorsal e

retificação lombar. Tanto a hiperlordose cervical quanto à retificação cervical podem ser

acompanhadas de um posicionamento mais anterior da cabeça, chamado de protrusão de cabeça4.

No plano frontal podem ser observadas assimetrias anteriores e posteriores do ombro e da pelve que

podem indicar a presença de escoliose, ou assimetrias de membros inferiores5,6. Alguns autores

encontraram maior prevalência de escoliose no sexo feminino. Contudo, nos estudos de Ferriani at

al.7 e Ferst8 foi observado mais casos no sexo masculino. Carenzi et al.10 sugeriram que o transporte

de uma carga externa assimétrica, durante um tempo significativo por crianças e pré-adolescentes,

poderia ser um dos fatores que contribuem para o aparecimento de curvas escolióticas.

Segundo a Scoliosis Research Society, idades entre 10 a 14 anos, o estudantes encontrar-se mais

predisposto a alterações na coluna vertebral devido encontre-se na fase de estirão de crescimento,

nesta idade, cerca de 20% dos indivíduos podem manifestar alguma assimetria detectável por exame

visual, seguido de confirmação radiográfica. Ao apresentar desvio < 20º, se faz necessária uma melhor

investigação diagnóstica. As curvas entre 5° e 20° merecem investigação e seguimento radiográfico,

que deve ser trimestral e, em caso de progressão nesse intervalo, deve ser aplicada terapia física

através de exercícios posturais e de orientações de hábitos posturais9.

A má postura é uma relação defeituosa entre várias partes do corpo, que produz uma maior tensão

sobre as estruturas de suporte e onde ocorre um desequilíbrio do corpo sobre sua base de suporte3.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Assim, alterações posturais se desenvolvem, afetando não somente a aparência, mas principalmente

a qualidade de vida, uma vez que podem desencadear desconforto, dor ou incapacidade funcional e,

ainda, evoluir para desvios posturais, os quais possuem limitações estruturais permanentes e

irreversíveis, podendo ser agravados, se não controlados11. Quando ocorre um aumento anormal de

uma curvatura da coluna vertebral, as outras curvas acima e/ou abaixo também se alteram em direção

oposta para permitir um equilíbrio12.

Existem, basicamente, duas formas principais de avaliação postural, sendo a forma qualitativa a mais

tradicional e barata, estando baseada na prática e olho crítico do terapeuta. E a forma quantitativa,

representada pela que tem como recurso a fotogrametria, permite que a foto seja analisada por

programas de computador e as alterações quantificadas, permitindo melhor comparação entre

pacientes e até entre os estágios de evolução de um mesmo paciente. Método caracteriza-se pela

utiliza análises cartográficos, onde o avaliado será fotografado e essa imagem será transportada para

um computador, que por sua vez, com o uso de um software, será feito o análise das imagens e dado

o diagnostico funcional do avaliado.

A grande incidência de desvios posturais da coluna proporciona grandes consequências, levando a

alterações fisiológicas naturais do crescimento e desenvolvimento. Segundo Widhe et al,13 a curvatura

lordótica e cifótica da coluna tende a diminuir até a adolescência, assim como a sua flexibilidade. No

entanto, alguns desvios posturais podem ser provocados por utilizações inadequadas de utensílios

(peso excessivo), passar muito tempo sentado em posições incorretas, ou o uso de sapatos e

mobiliários inadequados12.

O presente estudo ressaltará a importância de uma avaliação postural, tanto, quantitativa como

qualitativa, identificando e mostrando o perfil postural de estudantes de Maceió-Al, contribuindo

assim, no diagnóstico cinético funcional destes estudantes, que passa por uma fase de crescimento

rápido, levando ao agravamento do alinhamento postural devido à má postura.

METODOLOGIA

Após aprovação pelo comitê de ética com o protocolo 171012/100, procedemos à inclusão e etapas

de avaliação dos sujeitos. Avaliamos 80 estudantes, sendo 35 do sexo masculino e 45 do sexo feminino

(1,56 ± 0,18 cm de altura), com idade entre 10 a 14 anos (13 ± 1) anos do centro educacional de

pesquisa aplicada (CEPA) localizado no município de Maceió-Al, por ser um dos maiores complexo

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educacional de America Latina, comporta cerca de dose escolas (ensino médio e fundamental).

Solicitamos a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelos responsáveis dos

menores, conforme resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. A pesquisa foi aprovada pelo

Programa de Iniciação à Pesquisa (PIP) da Estácio/FAL, com bolsa interna entre os anos de 2011 a

2012.

Critério de Inclusão e Exclusão:

Foram incluso na pesquisa: Estudantes devidamente matriculados; com faixa etária entre 10 a 14 anos;

disposto a avaliação e ao horário a ser avaliado; que não participa de tratamento fisioterápico

relacionado à sua biomecânica e não apresente anisomelia de membros inferiores maior que 1 cm.

Usamos como critério de exclusão: Não estivesse devidamente matriculado no ano letivo da avaliação;

que apresentem incompatibilidade com os horários para as avaliações; que não assinaram o termo de

compromisso; que estivesse participando de tratamento fisioterápico; que possuísse alterações

congênitas da coluna vertebral.

Os participantes das pesquisas foram recrutados obedecendo aos critérios de inclusão e exclusão.

Após a explanação clara do que será realizado durante a pesquisa e a aplicação do consentimento livre

e esclarecido, os indivíduos foram submetidos a uma anamnese minuciosa.

Avaliação postural (IAP) e Testes de Adams

Este teste tem por objetivo a busca por um sinal físico (gibosidade) de rotação vertebral fixa

(estruturada) da coluna vertebral. Uma visão tangencial do dorso facilita a visualização da gibosidade

costal ou da saliência da silhueta dos músculos lombares.

Uma diferença na altura entre o gradil costal direito e esquerdo é sugestivo de escoliose e merece

melhor investigação. Curvaturas torácicas são mais bem detectadas com o examinador posicionado

diretamente atrás da pessoa. Já na curva lombar, a forma mais fácil de visualização é defronte ao

paciente.

Biofotogrametria Computadorizada

Realização do método por imagens fotográfica nos planos posterior e perfil, com a biofotogrametria

computadorizada. Foram devidamente explanadas aos responsáveis e estudantes sobre as condutas

que serão adotadas no proceder de avaliação fisioterápica, onde faremos uma avaliação cinético-

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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postural da mesma. Serão submetidas à análise qualitativa das alterações biomecânicas juntamente

com as medidas angulares, segundo metodologia proposta nesse estudo. Analisamos as fotos com

protocolo de 3 pontos variáveis, seguindo o método de angulação de Cobb. Com isso, as imagens serão

divididas em 3 pontos para ser avaliada, seguindo protocolo de analise na vista posterior: Escoliose

torácica (T1, T7, T12); Escoliose tóracolombar (T7, T12 e L3); e Escoliose lombar (T12, L3 e L5).

As avaliações foram feitas em estudantes com menor quantidade de roupa possível (semi-despidos),

para uma melhor visualização dos pontos anatômicos. Mantiveram-se descalço, em uma distância de

aproximadamente 3 m da câmera, apontada na direção da cicatriz umbilical do estudante avaliado,

que por sua vez foi avaliado no plano posterior. Para facilitação das analises, suas proeminências

ósseas foram marcadas com o uso de adesivos fluorescente (pinacos) para que pudéssemos observar

as possíveis curvaturas da coluna.

Análises dos dados

As analises da estatística foi realizado com aplicação do SPSS (Softwerw Version 17.0 for Windows),

para analisar as correlações entre as alterações posturais visualizadas, na avaliação quantitativa

utilizando o teste Qui-quadrado e teste Exato de Fisher. Foi utilizado um nível de significância de

p<0,05 para rejeitar a hipótese de nulidade. Para as analises qualitativas da biofotogrametria,

utilizamos o métodos de angulação de Cobb, baseado em 3 pontos. Além disso, aplicamos técnicas de

estatística descritiva, incluindo tabelas e gráficos, através de media e desvio padrão, pelo programa

EXEL.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

As analises dos dados demonstram que houve alterações posturais.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Tabela 1: Perfil da amostra e Lateralidade (dominância).

Fonte: Dados da pesquisa.

Avaliando a dominância, observamos que 71 (88,7%) mostraram-se destro e 9 (11,3%) sinistro.

Segundo Porac e Coren14, observaram uma preferência em 80% da população adulta para o pé direito,

pelo que, há semelhança da preferência manual, o lado direito é o mais recrutado. Ainda segundo os

autores, parece existir uma elevada correlação entre a preferência manual direita e a preferência

pedal direita.

Tabela 2: Analise das alterações posturais através do Instrumento de Avaliação Postural (IAP).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fonte: Dados da pesquisa.

Nas avaliações com o questionário IAP foram observados desvios bem variados, sendo que os que

mais se destacaram foram: 23 (28,7%) avaliados apresentaram cabeça anteriorizada, 27 (33,7%)

apresentaram hiperlordose, 24 (30%) ombros elevados e 28 (35%) mostraram-se com cabeça

inclinada. Uma alta frequência de hiperlordose lombar (73,8%) também foi observada nas crianças

avaliadas pelo estudo de Oliveira et al15. Identificando que, a hiperlordose lombar foi, portanto, a

alteração mais encontrada nas crianças, seguida da hipercifose torácica. Estas variações na postura

são descritas por Kendall et al.3, que afirmam que elas ocorrem conforme a idade da criança. Afirma

também que por volta de 10 a 12 anos de idade, há uma tendência diminuição da hiperlordose lombar,

quando ocorre uma mudança gradual do contorno do abdômen pela diminuição da linha da cintura e

da protusão. No estudo de Benis, G.E. et al.16 foi avaliado 45 alunos, sendo 32 do gênero masculino e

13 do gênero feminino, com média de idade de 12,7 anos (±1,2). Sua pesquisa mostrou-se com maior

prevalência de inclinação (40%) e rotação (15,5%) de cabeça, elevação do ombro (68,8%), assimetria

do ângulo de carreamento (62,2%), projeção de cabeça para frente (46,6%), protrusão de ombros

(71,1%), hiperlordose cervical (66,6%), hiperlordose (31,1%) e retificação (15,5%) da coluna lombar,

escápula alada (64,4%) e pés planos (35,5%) e cavos (11,1%) e escápula alada (64,4%). Back, C. M. Z.17

concluíram em seu estudo que das 44 crianças avaliadas, aproximadamente 100% delas apresentaram

algum tipo de alteração postural, tendo como maior frequência a inclinação de tronco para a direita e

a hiperlordose lombar. Ferriani et. al.7, que obtiveram uma prevalência de 23,5% de posturas

escolioticas e Fornazari18 revelou valores de 26% de casos de escolioses, assim como Mangueira19,

que verificou 27,7% de casos.

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Tabela 3: Analise do desvio axial da coluna torácica - Teste de ADAMS.

Nota: NL = Normal, GD = Gibosidade à Direita e GE = Gibosidade à Esquerda.

Fonte: Dados da pesquisa.

Ao avaliar a gibosidade, pode ser observar que 71,2% apresentaram-se NL, porém, 15% apresentaram

GD e 13,8% apresentou GE. Dados que corrobora com o de Ferriani et al,7 que investigaram as

alterações posturais em 378 escolares na faixa etária dos 6 aos 14 anos, observando que 71,2% casos

normais e 28,8% que apresentaram gibosidade. Minghelli, B. et al.20, aplicou o teste de Adams e

verificou que 67,8% dos alunos apresentaram gibosidade. Em outro estudo, 20% dos 892 estudantes

avaliados, de faixa etária entre 10,8 à 15,9 anos, apresentaram-se positividades sem diferença

significativa (p>0,05) entre sexo ou idade17.

Tabela 4: Descrição das alterações posturadas nos ângulos em perfil, látero-lateral e antero posterior,

e relação com o gênero através da IAP.

p Mas. = Significância relacionada ao sexo masculino, p Fem. = Significância relacionado ao sexo feminino. Fonte: Dados da pesquisa.

Na avaliação quantitativa, utilizando Instrumento de Avaliação Postural (IAP), podemos observar que,

12 estudantes apresentaram pelve anteriorizada e hiperlordose, de um total de 27 que apresentaram

as duas alterações, mostrando que houve uma diferença significativa entre pelve antervertida com a

hiperlordose (p<0,001). Observamos também que houve diferença significativa no ângulo de

carreamento com a escoliose (p = 0,001), mostrando que das 14 crianças que apresentaram ângulo de

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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carreamento, 5 apresentaram escoliose. Também houve diferença significativa entre ângulo de

carreamento à direita e ombro elevado à esquerda (p<0,001), mostrando que das 14 crianças que

apresentaram ângulo de carreamento à direita, 10 apresentaram também ombro elevado à esquerda.

Quando comparamos os ombros protusos com a hipercifose, houve diferença significativa (p<0,05),

das 5 crianças com ombros protusos, 4 também apresentaram hipercifose. Pelve antevertida e

hiperlordose no sexo masculino com p<0,01 e p<0,004 no sexo feminino, já para a correlação do

ângulo de carreamento com ombros elevados, mostrou significância apenas no sexo feminino. Não foi

observada correlação significativa entre os sexos comparando o ângulo de carreamento e escoliose,

entretanto, ao avaliarmos os ombros protusos com a hipercifose, apenas no sexo masculino obtivemos

correlação significativa (p<0,007). Minghelli, B. et al.20 identificaram 45,9% indivíduos que

apresentaram anteversão pélvica possuíam hiperlordose e 4,9% dos alunos que apresentaram

retroversão pélvica também exibiram retificação da curvatura lombar, sendo estas associações

estatisticamente significativas. Verificou também que 39,8% dos alunos que apresentaram assimetria

do ângulo de carreamento tinham desvio lateral, constatando-se uma associação entre estas duas

variáveis.

Gráfico 1. Analise quantitativa da inclinação lateral da coluna vertebral relacionando com a idade,

usando a Biofotogrametria, no plano póstero-anterior (PA).

Fonte: Dados da pesquisa.

Nota: Relação dos graus de desvio e frequência (%) com a faixa etária de 10 a 12 anos e 12 a 14 anos.

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Avaliando com a biofotogrametria em três regiões da coluna vertebral, na vista póstero-anterior

(Torácica, toracolombar e lombar), observamos que, entre a faixa etária de 10 aos 12 anos, 43%

apresentaram 2º de desvio, 21% mostrou-se com 4º de desvio, 10% apresentaram 8º de desvio, 4%

apresentaram-se com 12º, 2% mostraram-se 16º de desvio. Já na faixa etária entre 12 a 14 anos,

observamos que, 44% apresentaram 2º de desvio, 23% com 4º de desvio, 8% com 8º de desvio, 2%

com 16º de desvio e 1% com 20º de desvio, considerado uma escoliose leve. Segundo autores 2, 21

escoliose leve foi definida como uma curvatura de até 20° Cobb; moderada, entre 21° e 50° Cobb; e

grave, superior a 50°, de acordo com os critérios adotados pela Scoliosis Research Society. Contudo,

estudos demonstraram variabilidade nas mensurações inter e intraobservadores, e várias fontes de

erro, sendo esta margem de erro estimada entre 2,8° e 10° 22, porém, nossas mensurações foram

conduzidas apenas pelo autor principal da pesquisa. Estudos recentes23, encontraram maior

prevalência de escoliose no sexo feminino, entretanto, nos estudos de Ferriani et al.7 e Ferst 8 foi

observado mais casos no sexo masculino.

Em nosso resultado, observamos que 4% dos avaliados apresentaram desvio entre 16º a 20º nos

estudante com faixa etária de 12 a 14 anos apresentando um risco para escoliose leve. Porém, os

estudantes com faixa etária entre 10 a 12 anos, apresentaram desvio ≤ 16º. Esse percentual corrobora

com os dados encontrados na literatura, estando entre a faixa de 1,2% a 4,8% descrita na literatura

consultada24, 25. Mas, diverge dos 11,5% descritos por Figueiredo e Figueiredo26 e dos 7,32% por

Carneiro Neto et al.27. Verificou-se que entre 10 e 14 anos de idade, cerca de 20% dos indivíduos

podem manifestar alguma assimetria detectável por exame visual, seguido de confirmação

radiográfica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na amostra estudada, observou-se a presença de hiperlordose lombar e escoliose leve, porém, a idade

dos indivíduos torna-se um fator preocupante, por estarem na fase considerada como estirão do

crescimento.

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Capítulo 7

USO DO DRY NEEDLING NO QUADRO ÁLGICO DE INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE FIBROMIALGIA (SFM) -

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DOI: 10.37423/200500818

Roberto Cesar de Souto Cavalcante¹ “In memoriam” (Fisioterapeuta. Faculdade Estácio Ponta Negra. Natal/RN. In memoriam).

Darllane Azevedo Lemos (Pós Graduando em Fisioterapia Cardiorrespiratória. UNOPAR. Natal/RN).

Maria Karolina Ferreira de Sousa (Mestranda em Educação Física. Faculdade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Natal/RN).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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RESUMO:

Introdução: A SFM é caracterizada por dor generalizada e crônica, de etiologia desconhecida e

complexa, que acomete quaisquer indivíduos de qualquer idade tendo uma prevalência maior em

mulheres. O uso do dry needling pode ajudar na redução da dor da SFM, é uma técnica de

minimamente invasiva com uso de agulhas a seco que faz a desativação dos pontos de gatilho dos

pacientes que apresentam a dor miofascial, causando relaxamento e redução das dores musculares.

Objetivo: revisar na literatura os efeitos da técnica de dry needling como forma de intervenção na

redução do quadro álgico em indivíduos com síndrome de fibromialgia. Metodologia: busca nas bases

de dados LILACS, PUBMED, MEDLINE e CAPS, descritores fibromyalgia AND dry needling. Critérios de

inclusão: ensaio clinico publicados nos últimos 5 anos (até maio de 2019), na língua inglesa, portuguesa

e espanhola, em ambos os sexos com idade acima de 18 anos, com fibromialgia, utilizando o

agulhamento seco como forma de intervenção na melhora da dor. Critérios de exclusão: uso de

fármacos, dieta associada e artigos duplicados. Essa busca foi realizada por 2 pesquisadores

independentes. Resultados: Após a busca nas bases foram identificados 69 artigos, com análises dos

títulos e resumos restaram 6 artigos, logo após foram aplicados os critérios de elegibilidade restando

3 artigos. Com um total de 248 indivíduos dividido por grupo de intervenção e controle, utilizando

medidas quantitativas através dos questionários EVA de dor, EVA de fadiga, DOR do medical outcomes

survery short form, ESCORE miálgico, limiar de dor a pressão e melhora subjetiva global. Conclusão: o

uso do dry needling proporciona uma melhora na redução da dor, em comparação a outras

intervenções como a terapia manual em indivíduos com SFM, os 3 estudos selecionados

demonstraram resultados positivos em curto prazo, obtendo uma melhora geral de marcadores de

saúde.

Palavras-chave: fibromialgia, agulhamento a seco, pontos de gatilhos, dor.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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INTRODUÇÃO

A Síndrome de Fibromialgia (SFM) é caracterizada por dor crônica e generalizada, sendo uma patologia

de origem complexa1. Ocorre em qualquer idade e é diagnosticada mais no sexo feminino,

evidenciando uma prevalência de 3,4% para as mulheres, e 0,5% para os homens2.

Ela é descrita por dor musculoesquelética difusa e crônica, com durabilidade maior que três meses,

provocando distúrbio emocional e físico afetando a capacidade funcional e ocasionando um declínio

na qualidade de vida dos indivíduos3. A fibromialgia pode apresentar várias manifestações clinicas e

alterações comportamentais, por isso não há um consenso sobre sua causa, tornando-se difícil seu

diagnóstico precoce e seu possível tratamento4.

De acordo com o Colégio Americano de Reumatologia (ACR), os critérios para o diagnóstico da

síndrome são baseados na história da dor e rigidez muscular com durabilidade superior há 3 meses

com sensibilidade dolorosa em pelo menos 11 dos 18 pontos simétricos a palpação; sono não

restaurador; fadiga ou pouca tolerância ao trabalho e ao frio ou umidade; excesso ou inatividade física

e ansiedade ou estresse5.

Existem algumas intervenções clinicas que podem ajudar na melhora do quadro álgico dos pacientes

como, o agulhamento a seco. É uma técnica minimamente invasiva, que envolve a inserção de agulhas

a seco, com o objetivo de desativar os pontos de gatilhos presente na população com fibromialgia,

causando relaxamento e redução das dores musculares6.

Acredita-se que o mecanismo do agulhamento a seco no tratamento da dor, é uma abordagem

terapêutica no manejo da SFM, devido ao aumento rápido dos níveis de concentrações plasmática de

met-encefalina, que é uma substância analgésica natural do nosso corpo, atenuando a sensação

dolorosa. Desse modo, as agulhas inseridas diretamente nos pontos de gatilhos, podem apresentar

uma redução imediata dos níveis de dor local e dor referida, além de promover melhora da qualidade

de vida7.

Diante disso, nosso objetivo é revisar na literatura o efeito do agulhamento a seco, como forma de

intervenção na redução do quadro álgico de indivíduos com síndrome de fibromialgia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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METODOLOGIA

Para essa revisão sistemática foi realizada uma busca nas bases de dados LILACS, PubMed, MEDLINE

e CAPES. Foram utilizados os descritores “FIBROMYALGIA, DRY NEEDLING’’, combinados entres si

utilizando o operador booleano AND. Para a inclusão dos estudos foram selecionados, ensaios clínicos

publicados nos últimos cinco anos (até maio de 2019), na língua inglesa, portuguesa e espanhola, com

indivíduos de ambos os sexos com idade superior a 18 anos diagnosticado com fibromialgia, utilizando

o agulhamento a seco como forma de intervenção na melhora da dor. Foram excluídos estudos com

uso de fármacos, dieta associada, e duplicidade de base de dados. As estratégias de busca foram

realizadas por dois pesquisadores independentes, todas as divergências encontradas no processo de

seleção e análise dos artigos foram discutidas com um terceiro pesquisador convidado realizando uma

análise final. Na etapa subsequente, seguiu-se uma leitura dos artigos na íntegra.

FONTE: https://www.efdeportes.com/efd141/fisioterapia-no-tratamento-da-fibromialgia.htm

RESULTADOS

Após a busca nas bases foram identificados 69 artigos, com análises dos títulos e resumos restaram 6

artigos, logo após foram aplicados os critérios de elegibilidade restando 3 artigos que foram descritos

e caracterizados em tabela (TABELA 1). O procedimento de seleção dos estudos está detalhado no

fluxograma (FIGURA1).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Os 3 artigos selecionados, obtiveram um total de 248 indivíduos dividido por grupo de intervenção e

controle, utilizando medidas quantitativas através dos questionários EVA de dor, EVA de fadiga,

Severidade da Dor, ESCORE miálgico, limiar de dor a pressão e melhora subjetiva global.

FIGURA 1. Fluxograma com descrição da seleção dos estudos da revisão.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

TABELA 1. Descrição dos estudos selecionados.

LEGENDA: SMF (Síndrome de Fibromialgia); g-AS (Grupo de Agulhamento Seco); g-LM (Grupo Liberação Miofascial); LF (Liberação das Fáscia); LGF (Liberação Global da Fáscia); QV (Qualidade de Vida); EVA (Escala Visual Analógica); MTrPs (Pontos de Gatilhos Miofasciais); g- ME (Grupo de Mobilização Espinhal); g-C (Grupo Controle); SF-36 (Short Survey Form-36).

AUTOR/ANO OBJETIVO DO ESTUDO METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO

Sanchez et al. (2018)6

Comparar a eficácia do agulhamento seco versus

liberação miofascial no ponto gatilho, na dor nos músculos cervicais, qualidade de vida, impacto dos sintomas dor,

qualidade do sono, ansiedade, depressão e fadiga em pacientes com

SMF

64 voluntários

Intervenções: 1x na semana, por 4 semanas g-AS: agulhamento em pontos ativos e/ou

latentes na mesma posição, em uma profundidade de 5 a 15mm. Técnica de fast-

in e fast-out, nos músculos selecionados. g-LM: LF profunda na região temporal,

suboccipital, compressão-descompressão da articulação temporomandibular, LGF cervicodorsal, da região peitoral, do diafragma e diafragma transverso

Melhoria significativa foi encontrada na maioria dos desfechos

estudados QV, EVA, Qualidade do sono, Fadiga, Depressão e

Ansiedade (P= 0,001) no g-AS em comparação com a g-LM.

O agulhamento seco proporcionou melhoras significativas para as

alterações encontradas na SMF.

Castro-Sánchez et al.

(2017)8

Comparar a eficácia de agulhamento seco versus fita

cruzada na mobilidade espinhal e MTrPs em músculos espinais em pacientes com SMF

64 voluntários

Intervenção: 1x na semana, por 4 semanas g-AS: agulhamento em MTrPs ativos e/ou

latentes na mesma posição, em uma profundidade de 5 a 15mm. Técnica de fast-

in e fast-out, nos músculos selecionados. g-ME: Fita cruzada aplicada em MTrPs ativos e latentes nos mesmos pares de

músculos da terapia de agulhamento seco.

O teste de medidas repetidas ANOVA mostrou diferenças

significativas entre os grupos para a amplitude da coluna torácica

segmentar da coluna lombar (P= 0, 001) e no músculo grande dorsal,

multífido, quadrado lombar.

A terapia com agulhamento seco reduz a algometria de MTrPs nos músculos torácicos e lombares.

Abordagens com agulhas secas e fita cruzada, relatada efeito similar

para medidas de mobilidade medular em pacientes com SFM.

Casanueva et al. (2013)7

Avaliar a eficácia em curto prazo da terapia de

agulhamento seco em pacientes gravemente

afetados pela fibromialgia.

120 voluntários Intervenção: 1x na semana, por 6 semanas g-AS: 18 pontos sensíveis, profundidade de

5-10mm. g-C: continuaram apenas com o tratamento

médico.

Diferenças significativas foram alcançadas, grupo g-AS melhorou

pontuação na EVA, SF-36 e escore fibromialgico (P=0,001).

Pacientes gravemente afetados pela fibromialgia pode obter

melhorias em curto prazo após Agulhamento seco por 6 semanas.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

DISCUSSÃO

Com a análise dos estudos, o uso do dry needling trona-se uma estratégia de intervenção positiva

para amenizar o quadro álgico de indivíduos com SF. O agulhamento seco promove aumento da

circulação sanguínea local e alongamento tecidual nas estruturas citoesqueléticas que causa

relaxamento dos sarcômeros, reduzindo a quantidade de sobreposição entre actina e miosina no

músculo com pontos de gatilhos ativos. Além disso, mostrou-se benéfico no número de sintomas

físicos, impacto da doença, saúde geral e melhoria subjetiva na qualidade de vida7-8.

Buscando comparar a eficácia do agulhamento seco versus liberação miofascial Sanchez et al. 20186

através da metodologia detalhada na TABELA 1, observaram que o agulhamento parece apresentar

efeitos superiores ao da terapia miofascial a curto prazo. Mostrando que o tratamento pelo dry em

quatro semanas reduziu significativamente a sensibilidade à pressão dos pontos de tensão medida

pela algometria na maioria dos pontos-gatilho avaliados e melhorou a qualidade de vida, qualidade do

sono, ansiedade, depressão, fadiga e intensidade de dor, em comparação com a terapia de liberação

miofascial; mas consideraram que a terapia manual mostrou melhorias significativas também na

intensidade da dor e impacto dos sintomas da fibromialgia.

O estudo realizado anteriormente por Castro-Sánchez et al. 20178 também promoveram um método

de comparação, mas ao invés de terapia manual simples, utilizaram fita cruzada na mobilidade

espinhal (TABELA 1). Eles observaram que o agulhamento parece apresentar efeitos superiores a de

outra terapia, como no estudo de Sanchez et al. 20186 . E importante ressaltar que ambas as pesquisas

não apresentam ou determinaram que apenas o agulhamento fosse unicamente usado, falam que as

terapias de intervenção quando conjuntas podem apresentar resultados superiores e mais efetivos do

que quando aplicadas de forma não conjunta6-8.

Casanueva et al. 20137 não utilizaram o método de comparação de técnicas, mas buscaram analisar

se em pacientes graves de SF o dry needling poderia promover efeitos benéficos (TABELA 1). E

concluíram que o agulhamento promoveu diminuição do impacto da SFM, do quadro álgico, da dor

por pressão além de melhorar a saúde geral e qualidade de vida.

Todos os estudos apresentados obtiveram resultados positivos com o uso do dry needling em

portadores de SFM. Acredita-se que a dor da fibromialgia está associada à disseminação primária

hiperalgesia cutânea secundária e dinamicamente mantida pelo impulso tônico dos tecidos profundos

e provavelmente pela facilitação do cérebro para a medula espinhal, e que o agulhamento seco produz

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Fisioterapia: princípios fundamentais

um efeito modulador na hiperalgesia, sendo eficaz no alívio dos sintomas de hiperexcitabilidade

central7.

O dry needling pode modular vários processos bioquímicos associados à dor, inflamação e hipóxia.

Melhorando as b-endorfinas em níveis musculares e séricos e redução da substância P, podem gerar

uma diminuição de citocinas pró-inflamatórias e mediadores de inflamação como TNF-a, IL-1, IL-6 e

VEGF no sangue periférico e articulações7-8.

Estudos futuros devem examinar a efetividade do processo multimodal, incluindo agulhamento seco

nos pontos de tensão em conjunto com outras intervenções aceitas. No entanto, essas descobertas

atuais podem fornecer informações relevantes, que podem orientar futuras intervenções e planos de

tratamentos para pacientes com SFM, além de melhorar a prática clínica.

CONCLUSÃO

Concluímos que, o uso do dry needling proporciona uma melhora na redução da dor, em comparação

a outras intervenções como a terapia manual em indivíduos com SFM. Os estudos selecionados

demonstraram resultados positivos dessa intervenção em curto prazo, obtendo melhora do quadro

álgico, número de sintomas físicos, impacto da doença, saúde geral e qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

1.Steffens R de AK, Liz CM de, Viana M da S, Brandt R, Oliveira LGA de, Andrade A. Praticar caminhada melhora a qualidade do sono e os estados de humor em mulheres com síndrome da fibromialgia. Rev Dor. 2011;12(4):327–31.

2.Junior MH, Goldenfum MA, Fávaro Siena CA. Fibromialgia: aspectos clínicos e ocupacionais. Rev Assoc Med Bras. 2012;58(3):358–65.

3.Lorena SB de, Lima M do CC de, Ranzolin A, Duarte ÂLBP. Efeitos dos exercícios de alongamento muscular no tratamento da fibromialgia: Uma revisão sistemática. Rev Bras Reumatol. 2015;55(2):167–73.

4.Carvalho MAP, Rego RR, Provenza JR. Reumatologia diagnóstico e tratamento. 3rd ed. S.A RGK, editor. Rio de Janeiro RJ; 2008. 7 p.

5.Della Pasqua L, Steffens R de AK, Viana M da S, Brandt R, Vilarino GT, Andrade A. Efeito da caminhada no sono de pacientes portadores de síndrome da fibromialgia. ConScientiae Saúde. 2012;11(4):580–6.

6.Sánchez AMC, López HG, Sánchez MF, Mármol JMP, Aquilar-Ferrándiz ME, Suárez AL, Peñarrocha GAM. Improvement in clinical outcomes after dry needling versus myofascial release on pain pressure

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Fisioterapia: princípios fundamentais

thresholds, quality of life, fatigue, pain intensity, quality of sleep, anxiety, and depression in patients with fibromyalgia syndrome. Disability And Rehabilitation. 2019; 41 (19): 2235-2246.

7.Casanueva B, Rivas P, Rodero B, Quintial C, Llorca J, González-Gay MA. Short-term improvement following dry needle stimulation of tender points in fibromyalgia. Rheumatology International. 2014; 34 (6): 861-866.

8.Castro-Sanchez AM, Garcia-Lopez H, Mataran-Penarricha GA, Fernandez-Sanchez M, Fernandez-Sola C, Granero-Molina J, Aguilar-Ferrandiz ME.. Effects of Dry Needling on Spinal Mobility and Trigger Points in Patients with Fibromyalgia Syndrome. Pain Physician. 2017; 20 (2): 37-52.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 8

EXPERIÊNCIA DE FISIOTERAPEUTAS E PACIENTES COM A TERAPIA COGNITIVO FUNCIONAL PARA MANEJO DA

DOR LOMBAR CRÔNICA: UMA REVISÃO DOI: 10.37423/200500819

Franscielly Rodrigues Silva (Graduanda em Fisioterapia; Centro Universitário FACOL- UNIFACOL, Vitória de Santo Antão-Pernambuco). [email protected]

José Candido de Araújo Filho (Professor do curso de Fisioterapia; Centro Universitário FACOL- UNIFACOL, Vitória de Santo Antão-Pernambuco). [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: Introdução: A lombalgia crônica não é apenas um transtorno anatômico, biomecânico ou

de ordem estrutural da coluna lombar. Ela está associada a uma complexa interação de aspectos

biopsicossociais sendo eles fatores psicológicos (cognitivos e emocionais). Devido a isso, os

fisioterapeutas juntamente com outros profissionais da área da saúde tentam traçar intervenções para

que o tratamento da dor lombar inespecífica seja eficaz. Há uma intervenção multidimensional, focada

no paciente que explora diretamente os fatores psicológicos e sociais considerados como barreiras

para o tratamento da dor lombar crônica chamada de Terapia Cognitivo Funcional (CFT). Objetivo: O

estudo tem como objetivo verificar, de acordo com a literatura, as experiências dos fisioterapeutas e

a visão dos pacientes sobre a CFT, e os possíveis benefícios sobre a dor e a funcionalidade desses

pacientes. Discussão e Conclusão: Dos artigos selecionados, foi possível observar os estudos reuniram

a opinião de pacientes e a experiência de fisioterapeutas sobre esse novo tipo de método para o alívio

da lombalgia. Todas as referências apresentaram a CFT como um tratamento eficaz para a dor lombar

crônica.

Palavras-chave: Dor lombar crônica; Terapia Cognitivo Funcional; Modalidades de fisioterapia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A dor lombar crônica não específica é um importante problema de saúde pública de ordem

socioeconômica, responsável por um alto índice de ausência no trabalho, redução do desempenho

funcional, alterações emocionais, além de um custo econômico alto para o tratamento (AIRAKSINEN

et al., 2006).

A lombalgia crônica não é considerada apenas como um transtorno anatômico, biomecânico ou de

ordem estrutural da coluna lombar. Existem evidências de que a dor lombar crônica está associada a

uma complexa interação de aspectos biopsicossociais sendo eles fatores psicológicos (cognitivos e

emocionais), incluindo depressão, ansiedade, medo, angústia, estresse, pensamentos negativos, além

de fatores sociais e do estilo de vida (FERSUM et al., 2012).

Devido a isso, os fisioterapeutas juntamente com outros profissionais da área da saúde tentam traçar

intervenções para que o tratamento da dor lombar inespecífica seja eficaz. Esses profissionais

enfrentam algumas dificuldades na reabilitação, pois, eles além de traçarem um tratamento com

recursos terapêuticos para as dores na coluna, também devem cuidar da parte psicológica dos

pacientes para que os resultados sejam satisfatórios (O'SULLIVAN et al., 2018).

A Terapia Cognitivo Funcional (CFT) é uma intervenção multidimensional, focada no paciente,

explorando diretamente os fatores psicológicos e sociais considerados como barreiras para o

tratamento da dor lombar crônica. Essa terapia mantém ênfase na reabilitação física semelhante a

outras abordagens tradicionais de reabilitação baseadas em exercícios para o manejo da lombalgia

não específica. Mas, além disso, a CFT também incorpora outras intervenções no manejo da dor

relacionada ao medo, depressão, ansiedade, dentre outros problemas psicológicos (FERSUM et al.,

2012).

Diante dos prejuízos causados pela dor lombar na população mundial; compreendendo que é uma

desordem multidimensional; entendendo o fisioterapeuta como profissional especializado no seu

manejo e considerando a CFT como possível ferramenta desse especialista no manejo da lombalgia, o

objetivo desta pesquisa foi verificar na literatura o seu uso e os possíveis efeitos para o paciente com

dor crônica.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

OBJETIVOS

O objetivo do trabalho foi verificar, de acordo com a literatura, quais as experiências dos

fisioterapeutas e a visão dos pacientes sobre a CFT, e os possíveis benefícios sobre a dor e a

funcionalidade desses pacientes.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão de literatura cuja busca foi realizada nas bases de dados PubMed e Google

Acadêmico sem restrição linguística ou temporal. Foram incluídos estudos observacionais

quantitativos ou qualitativos, e estudos de intervenção que utilizaram a ferramenta CFT como

intervenção isolada. Os termos (Terapia Cognitivo Funcional), (Dor Lombar Crônica) e (Perspectivas de

Fisioterapeutas e de Pacientes a respeito da CFT) foram utilizados na busca.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados apresentam-se na tabela 1 abaixo.

Autor do

estudo,

ano e país

População Objetivos Métodos Desfechos Conclusões

Synnott et

al., 2016,

Irlanda

Participaram

do estudo 13

Fisioterapeutas

(9 homens e 4

mulheres).

Todos esses

profissionais

receberam

treinamento da

CFT por meio

da participação

em pelo menos

2 workshops.

O principal

objetivo deste

estudo foi obter

as percepções

dos

fisioterapeutas

sobre o

tratamento de

pessoas com dor

lombar crônica

ligada à fatores

psicológicos,

utilizando a

CFT.

Neste estudo

foi utilizada

uma pesquisa

qualitativa em

formato de

entrevista cuja

duração foi

entre

45 minutos a 1

hora.

Desde que

completaram o

treinamento da

CFT, os

fisioterapeutas

relataram

mudanças

positivas no

comportamento

funcional dos

pacientes.

A CFT foi

considerada

como uma

ferramenta

eficaz no

tratamento de

pacientes com

dor lombar

crônica

relacionada a

barreiras sociais

e psicológicas,

como questões

cognitivas e

emocionais.

Cowell et

al., 2018,

Londres

Fizeram parte

do estudo 10

profissionais

da área da

fisioterapia (7

homens e 3

mulheres)

tendo em

O objetivo do

estudo foi

compreender o

impacto de um

programa de

treinamento

formal em CFT

para com 10

Métodos

qualitativos em

formato de

entrevista

foram

empregados na

pesquisa para

explorar as

Os benefícios

percebidos pelos

fisioterapeutas

ao empregarem

a terapia, foram

significativos.

Os pacientes

responderam ao

O estudo

procurou

compreender os

desafios clínicos

dos

fisioterapeutas

que integram a

CFT nas práticas

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Fisioterapia: princípios fundamentais

média de 4 a 14

anos de

qualificação

profissional.

fisioterapeutas,

incluindo

profissionais

sem muita

experiência com

esse tipo de

terapia.

perspectivas

dos

fisioterapeutas

sobre a CFT.

As entrevistas

tiveram

duração

máxima de 1

hora.

tratamento de

maneira mais

rápida e com

resultados mais

duradouros.

clínicas. Houve

um forte

consenso entre

esses

profissionais

sobre a eficácia

dessa terapia

para os pacientes

com lombalgia

inespecífica.

Bunzli et

al., 2016,

Austrália

Participaram

da pesquisa, 14

pacientes (6

homens e 8

mulheres) com

idades entre 22

e 61 anos..

O objetivo deste

estudo foi

comparar e

contrastar as

perspectivas dos

pacientes que

relataram

diferentes níveis

de melhora após

a CFT.

Neste estudo

foi utilizada

uma pesquisa

qualitativa

transversal por

meio de

entrevistas

realizadas de 3

a 6 meses após

a intervenção.

Alguns dos

participantes

conseguiram

controlar a dor

ligada a fatores

psicológicos. Já

outros, não

conseguiram

lidar com os

problemas

biopsicossociais,

permanecendo

assim, em um

estágio

inalterado.

Os resultados

dos pacientes

que participaram

da intervenção

CFT divergem

de acordo com o

grau de

aceitação dos

problemas

biopsicossociais.

Os resultados

positivos do

tratamento

foram

favorecidos pela

qualidade da

aliança entre o

paciente e o

terapeuta.

Woby et

al., 2007, Manchester

183 pacientes

com dor

lombar não

específica

participaram

da pesquisa..

Sendo 56% dos

pacientes do

sexo Feminino

e com idade

média de 44

anos.

O estudo teve

como objetivo

analisar como os

fatores

cognitivos

contribuem para

os níveis de dor e

incapacidade

nos pacientes

com dor lombar

crônica

inespecífica.

Para analisar a

intensidade da

dor e a

incapacidade

dos pacientes,

a escala EVA e

o Roland

Disability

Questionnaire,

foram

utilizados.

As intervenções

fisioterapêuticas

que visam os

fatores

cognitivos

produzem

melhores

resultados do

que não visam os

fatores

cognitivos.

Os achados

deste estudo

mostram

claramente que

existe uma forte

associação entre

os fatores

cognitivos e os

níveis de dor e

incapacidade

relatados pelos

pacientes com

lombalgia.

Terapia Cognitivo Funcional; EVA - Escala Visual Analógica.

Dos quatro artigos selecionados foi possível observar que todos apresentaram a Terapia Cognitivo

Funcional como um tratamento eficaz para a dor lombar crônica. Os estudos reuniram a opinião de

pacientes e a experiência de fisioterapeutas sobre esse novo tipo de método para o alívio da lombalgia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

O estudo realizado por Synnott et al. no ano de 2016, relatou a experiência de 13 Fisioterapeutas após

terem participado de um treinamento de Terapia Cognitivo Funcional. Esses profissionais, por meio de

entrevistas, descreveram mudanças positivas no comportamento funcional dos pacientes após o

tratamento da CFT. Eles consideraram essa terapia como uma ferramenta eficaz para a intervenção

em pacientes com dor lombar crônica relacionada a barreiras sociais e psicológicas, como questões

cognitivas e emocionais.

Assim como no estudo anterior, Cowell e colaboradores (2018) desenvolveram uma pesquisa com 10

fisioterapeutas, tendo como objetivo compreender o impacto de um programa de treinamento formal

em CFT, incluindo profissionais sem muita experiência com esse tipo de terapia. Por meio de

entrevistas, os fisioterapeutas relataram que os pacientes responderam ao tratamento de maneira

mais rápida e com resultados mais duradouros. Houve um forte consenso entre esses profissionais

sobre a eficácia dessa terapia para os pacientes com lombalgia inespecífica. Além disso, os

profissionais informaram a grande aprendizagem adquirida durante o treinamento da Terapia

Cognitivo Funcional.

Para analisar as perspectivas dos pacientes após o tratamento utilizando a CFT, Bunzli e outros

fisioterapeutas em 2016 desenvolveram um estudo com 14 pacientes com idades entre 22 e 61 anos.

Alguns participantes relataram conseguir controlar a dor ligada a fatores psicológicos. Já outros não

conseguiram lidar com os problemas biopsicossociais e permaneceram em um estágio inalterado da

lombalgia. A pesquisa demonstrou resultados positivos de acordo com o grau de aceitação dos

problemas biopsicossociais.

Outro estudo tendo como objetivo analisar o modo com que os fatores cognitivos contribuem para os

níveis de incapacidade e de dor lombar, foi realizado por Woby e colaboradores (2007). Participaram

dessa pesquisa 183 pacientes que completaram uma série de medidas de auto-relato antes de iniciar

a intervenção, incluindo a escala EVA e questionário Roland-Morris de Incapacidade. Os autores

concluíram que as intervenções fisioterapêuticas que visam os fatores cognitivos produzem melhores

resultados do que as não visam esses fatores.

Esses resultados corroboram o estudo de Caneiro e colaboradores publicado em 2019 que também

abordou a CFT como uma terapia eficiente no tratamento de lombalgia. Esse trabalho utilizou um

delineamento experimental de caso único para avaliar como a mudança dos mediadores potenciais

alteraria a incapacidade da dor lombar crônica, relacionada a fatores biopsicossociais, de quatro

pessoas após a intervenção da Terapia Cognitivo Funcional. Para todos os participantes, análises

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Fisioterapia: princípios fundamentais

visuais e estatísticas indicaram que mudanças na incapacidade e na diminuição da dor lombar estavam

claramente relacionadas ao início da terapia.

CONCLUSÃO

Diante dessas informações, conclui-se que estes estudos destacaram significativamente a associação

entre certos fatores cognitivos com os níveis de dor e incapacidade dos pacientes com lombalgia. As

pesquisas revelaram inclusive que, essa nova alternativa de terapia é eficaz em pacientes com dores

lombares crônicas.

Também, houve um forte consentimento entre os fisioterapeutas sobre a capacidade de identificar e

gerenciar os fatores psicológicos e sociais relacionados à lombalgia crônica após o treinamento da

Terapia Cognitivo Funcional. Além disso, ficou evidente que o programa formal de treinamento da

CFT, que incluiu aprendizado didático e troca de experiência sobre a prática clínica, teve a capacidade

de aumentar a confiança dos fisioterapeutas para com esse novo tratamento.

Com relação aos relatos dos pacientes, observou-se que a progressão bem-sucedida do tratamento

depende da qualidade da aliança entre o paciente e o fisioterapeuta, da experiência de controle sobre

a dor e da diminuição do medo.

REFERÊNCIAS

AIRAKSINEN, O.; BROX, J. I.; CEDRASCHI, C.; HILDEBRANDT, J.; KLABER-MOFFETT, J.; KOVACS, F. et al. European Guidelines for the Management of Chronic Nonspecific Low Back Pain. Eur Spine J., Verlag Berlin Heidelberg, 2006; p. 192-300

BUNZLI, S.; MCEVOY, S.; DANKAERTS, W.; O’SULLIVAN, P.; O’Sullivan, K. Patient Perspectives on Participation in Cognitive Functional Therapy for Chronic Low Back Pain. Physical Therapy, Austrália, 2016, v. 96, p. 1398- 1406.

CANEIRO, J. P.; SMITH, A.; LINTON, S. J.; MOSELEY, G. L.; O'SULLIVAN, P. ‘How does change unfold?’ an evaluation of the process of change in four people with chronic low back pain and high pain-related fear managed with Cognitive Functional Therapy: A replicated single-case experimental design study. Behaviour Research and Therapy, Austrália, 2019.

COWELL, I.; O'SULLIVAN, P.; O'SULLIVAN, K.; POYTON, R.; MC’GREGOR, A; MURTAGH, G. The perspectives of physiotherapists on managing nonspecific low back pain following a training programme in cognitive functional therapy: A qualitative study. Wiley, Londres, 2018, p. 1-10.

FERSUM, K. V.; O'SULLIVAN, P.; SKOUEN, J.S.; SMITH, A.; KVALE, A. Efficacy of Classification‐based Cognitive Functional Therapy in Patients With Non‐specific Chronic Low Back Pain: A Randomized Controlled Trial. Eur J. Pain, Noruega, 2012, p. 917.

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98

Fisioterapia: princípios fundamentais

O'SULLIVAN, P. B.; CANEIRO, J. P.; O'KEEFFE, M.; SMITH, A.; DANKAERTS, W.; FERSUM, K.; O'SULLIVAN, K. Cognitive functional therapy: An integrated behavioral approach for the targeted management of disabling low back pain. Physical Therapy, Austrália, 2018, v. 98, p. 408–409.

SYNNOTT, A.; O'KEEFFE, M.; BUNZLI, S.; DANKAERTS, W.; O'SULLIVAN, P.; ROBINSON, K.; O'SULLIVAN, K. Physiotherapists report improved understanding of and attitude toward the cognitive, psychological and social dimensions of chronic low back pain after Cognitive Functional Therapy training: a qualitative study. Physiotherapy Association, Irlanda, 2016. p. 215-220.

WOBY, S. R.; ROACH, N. K.; URMSTON, M.; WATSON, P. J. The relation between cognitive factors and levels of pain and disability in chronic low back pain patients presenting for physiotherapy. Eur J. Pain, Manchester, 2007, v. 11, ed. 8, p. 870-876.

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99

Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 9

REPERCUSSÕES DO MÉTODO ISOSTRETCHING NAS ALTERAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM IDOSOS

DOI: 10.37423/200500824

Jardeson Rocha Filgueiras (Acadêmico em Fisioterapia pela Universidade Federal do Piauí – UFPI).

Tatiane Araújo dos Santos (Acadêmico em Fisioterapia pela Universidade Federal do Piauí – UFPI).

Patrícia Regina Gomes de Sousa (2Especialista em Fisioterapia Intensiva – Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva).

Ludmilla Karen Brandão Lima de Matos (Docente do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Piauí – UFPI. Mestre em Engenharia

Biomédica – UNIVAP).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO:

O envelhecimento é caracterizado por alterações fisiológicas como redução da força, flexibilidade,

agilidade, postura e equilíbrio, dificultando as atividades da vida diária. Diante disso, a Fisioterapia

apresenta como proposta de intervenção o método Isostretching, que visa um bom funcionamento

corporal a partir do recrutamento muscular e articular, correção postural, trabalho de flexibilidade e

equilíbrio, por meio da execução de posturas simétricas e assimétricas.

OBJETIVO:

O objetivo geral deste estudo consistiu em analisar as repercussões do método Isostretching nas

alterações musculoesqueléticas em idosos. Os objetivos específicos consistiram em: mensurar a

flexibilidade, verificar a mobilidade da coluna vertebral, mensurar o equilíbrio dos idosos por meio das

oscilações corporais nos eixos Antero-Posterior (AP) e Latero-Lateral (LL), e analisar o posicionamento

da cabeça em relação ao tronco no plano sagital.

MÉTODOS:

Tratase de um estudo transversal e de abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 10 idosos,

avaliados antes e após a intervenção. Na coleta de dados foram utilizados o teste 3º dedo-solo, teste

Stibor, um baropodômetro S-Plate da marca Medicapteurs® e o programa posturograma 3.0. Foram

realizados 16 atendimentos, duas vezes por semana, com duração de 40 minutos. As análises

estatísticas foram feitas por meio do programa GraphPadPrism 5.0 e o nível de significância adotado

foi de p<0,05.

RESULTADOS:

Os resultados indicaram melhora da flexibilidade com nível de significância de p<0,0001. Verificou-se

melhora da mobilidade da coluna vertebral com p=0,0480. O estudo apresentou diferença significativa

do posicionamento da cabeça em relação ao tronco no plano sagital, com redução de 1,64±0,9997

para 1,13±1,0995, e p=0,0095. A oscilação corporal no eixo Ântero- Posterior com os participantes de

olhos fechados apresentou diminuição de 2,3±0,776 para 1,72±0,5266, com p=0,0016.

CONCLUSÃO:

O método Isostretching diminuiu alterações musculoesqueléticas presentes em idosos participantes

do estudo. Foi constatada a melhora significativa da flexibilidade, mobilidade da coluna vertebral,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

redução significativa da anteriorização da cabeça e das oscilações corporais no eixo Ântero-Posterior.

Tais resultados ajudam a entender a importância da realização do Isostretching nos idosos, pois pode

reduzir alterações musculoesqueléticas que poderão influenciar na capacidade funcional.

Palavras-chave: Equilíbrio Postural, Idoso, Postura, Exercício.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

REFERÊNCIAS:

OLIVEIRA, L. M. N. DE et al. Método Pilates na comunidade: efeito sobre a postura corporal de idosas. Fisioterapia e Pesquisa, v. 25, n. 3, p. 315– 322, 2018.

GUSMÃO, M. F. S.; REIS, L. A. dos. Efeitos Do Treinamento Sensório-Motor No Equilíbrio De Idosos: Revisão Sistemática. Revista de Saúde Coletiva da UEFS, v. 7, n. 1, p. 64, 2017.

REDONDO, B. Isostretching: A reeducação da coluna. 2006.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 10

ANÁLISE DOS EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA DE 4 HZ NA DOR INDUZIDA PELA

HIPOTERMIA QUANDO APLICADA NOS ACUPONTOS C5 E P7 DOI: 10.37423/200500826

Vitória Camila Lima de Mello Moraes (Graduanda do Curso de Fisioterapia – UFPE).

Geisa Guimarães de Alencar (Doutoranda em Neuropsiquiatria – UFPE).

Gisela Rocha de Siqueira (Docentes Doutores do Curso de Fisioterapia – UFPE).

Maria das Graças Paiva (Docentes Doutores do Curso de Fisioterapia – UFPE).

Juliana Netto Maia (Docentes Doutores do Curso de Fisioterapia – UFPE).

Eduardo José Nepomuceno Montenegro (Docentes Doutores do Curso de Fisioterapia – UFPE).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: Objetivo: Verificar a influência da Acu-TENS de baixa frequência no processo álgico agudo

induzido pela hipotermia, com eletrodos de 1 cm² nos acupontos C5 e P7 e com eletrodos de 15 cm²

nos dermátomos C6-T1, mais um grupo controle. Metodologia: Foram randomizados 45 voluntários

em três grupos de 15: grupo acupontos (GA), grupo dermátomos (GD) e grupo controle (GC). O estudo

consistiu em três fases de hipotermia com os voluntários imergindo sua mão não dominante em um

recipiente com água gelada (0-2C0), sendo avaliada a latência do limiar de dor (LLD) e a intensidade da

dor (ID). Este procedimento foi dividido em três etapas: pré-tratamento (sem Acu-TENS), tratamento

(com Acu-TENS nos acupontos ou dermátomos), e o pós-tratamento (pós Acu-TENS). Para as análises

dos resultados foram usados os testes de Kolmogorov-Smirnov, ANOVA um critério com post hoc

Newman-Keuls e teste de Friedman. O nível de significância foi de p<0,05. Resultados: A análise

intragrupo do GA na LLD apresentou significância entre o momento tratamento (35,73±10,55) e o pré-

tratamento (24,93±8,19), mas não em relação ao pós-tratamento (30,16±7,73). O GD demonstrou

significância no momento tratamento (41,50±8,0) em relação aos momentos pré (25,37±12,02) e pós-

tratamento (29,68±12,61). O grupo controle não apresentou diferença significativa. Comparando os

grupos só ocorreu significância no momento tratamento entre o GA e GD em relação ao GC. A ID nos

três grupos não apresentou significância. Conclusão: A TENS de baixa frequência aplicada nos

acupontos estudados e nos dermátomos supracitados foi eficaz em aumentar a LLD, mas não a ID.

Palavras-chave: pontos de acupuntura; dor; hipotermia; TENS; Fisioterapia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A estimulação elétrica transcutânea em acupontos (do inglês, TEAS) inclui todos os tipos de

estimulação elétrica transcutânea que sejam aplicadas nos acupontos, dentre elas a estimulação

elétrica nervosa transcutânea (do inglês, TENS), corrente direta, correntes de média frequência,

dentre outras. A TENS quando aplicada nos acupontos é denominada de Acu-TENS, independente de

sua frequência e intensidade. Esses tipos de procedimentos diferem da eletroacupuntura clássica, pois

nesta se utiliza a aplicação das agulhas percutâneas e nas TEAS a aplicação é efetuada através de

eletrodos transcutâneos. 1 Foi verificado que a estimulação elétrica aplicada perifericamente acelera

a liberação de peptídeos opióides endógenos, resultando numa analgesia significativa. Este efeito é

dependente da frequência. Com baixa frequência (2 Hz), a eletroacupuntura aumenta a liberação de

uma variedade de peptídeos opióides, incluindo encefalina, β-endorfina e endomorfina, já com a alta

frequência (100 Hz) aumenta a liberação de dinorfina. 2,3

Os mecanismos propostos que podem atuar na analgesia são atribuídos aos efeitos de diferentes

parâmetros de estimulação sobre os nervos periféricos. 4 Portanto, há uma busca de parâmetros

físicos, que possam interagir com o sistema biológico e, neste caso específico, influenciar na redução

dos processos álgicos. 5,6

Com a introdução de metodologias mais eficazes, para melhor controle e análise, constatou-se que a

acupuntura apresenta eficácia em quadros álgicos, promovendo com isso a busca para identificar

quais estímulos físicos podem atuar nos acupontos para interferir nestes quadros, como também

identificar quais acupontos podem responder a estes tipos de estímulos. 7 Foi detectado que não

apenas as agulhas inseridas de forma percutânea têm efeitos nos acupontos, mas diversos outros

meios físicos podem interferir, tais como estímulo elétrico, Laser, infravermelho, campos magnéticos,

dentre outros. 8,9

Na prática clínica a TENS é amplamente utilizada para reduzir a dor, sendo aplicada nas áreas dos

dermátomos10 ou sobre o local da dor. Apesar de ser o mais comum e importante meio de

eletroanalgesia clínica para aliviar quadros agudos e crônicos e do crescente conhecimento acerca do

método, seu mecanismo ainda não está devidamente esclarecido. 11 Já se sabe que este tipo de

estímulo elétrico ativa as vias aferentes espinhais segundo a teoria da comporta da dor de Melzack e

Wall, em que a substância cinzenta espinhal do corno dorsal modula o tráfego sensitivo aferente. A

corrente estimula as fibras subjacentes sem causar lesões à pele, produzindo parestesias não-

dolorosas. 12 Dois tipos de TENS são bastante conhecidos, o convencional que trabalha com

frequências mais elevadas (≥50 Hz) e o tipo acupuntura que trabalha com frequências mais baixas

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Fisioterapia: princípios fundamentais

(≤10Hz). O primeiro é programado para fornecer baixas intensidades e o segundo altas, por isto, este

último apresenta características próximas à inserção das agulhas, ou seja, estimula as fibras sensoriais

musculares tipo II e III. 13

A acupuntura também é largamente utilizada no meio clínico para o alívio de dores provocadas por

lombalgias, fibromialgias, herniações discais, cefaléias, entre outras. O acuponto C5 é estimulado

através de agulhas percutâneas para melhorar distúrbios da fala, afasia, rouquidão, dor no punho,

distúrbios mentais e da visão. Já o acuponto P7 é indicado nos casos de dor de cabeça (frontal), rigidez

da nuca, tosse, asma, paralisia facial, dor no antebraço e mão e dor no peito. Já foi constatado que a

eletroacupuntura aplicada em acupontos específicos promove a ativação do sistema serotoninérgico

e opioidérgicos causando redução na sensação da dor. 14-16 Essa é uma característica básica dos

acupontos, servirem para os mais diversos propósitos, que dentro do conhecimento ocidental,

inicialmente, parece discrepante.

OBJETIVO

Verificar a influência da estimulação elétrica transcutânea de 4 Hz no processo álgico produzido pela

hipotermia (0ºC-2 ºC), com eletrodos de 1 cm² quando estiverem localizados nos acupontos C5 (Tongli)

e P7 (Lieque) e com eletrodos de 15 cm² quando localizados nos dermátomos C6-T1 (controle

positivo), conjuntamente com um grupo controle basal. Foram medidas a latência do limiar de dor

(em segundos) e a intensidade da dor (EVA - escala visual analógica).

MÉTODOS

O estudo é tipo piloto, experimental, randomizado, unicego com controle. Todas as suas etapas foram

realizadas no Departamento de Fisioterapia da UFPE, no Laboratório de Eletrotermofototerapia.

AMOSTRA

Inicialmente foi construído um banco de dados com 60 voluntários interessados em participar do

experimento, após divulgação por parte dos pesquisadores envolvidos. Estes foram posteriormente

aleatorizados (com reposição) para compor os três grupos experimentais com 15 indivíduos em cada

grupo. Portanto, participaram deste estudo 45 sujeitos, sendo 13 homens e 32 mulheres, sem

nenhuma desistência, que passaram pelos critérios de inclusão: estado hígido (não ter apresentado

nenhum problema de saúde nos últimos 60 dias - auto-relato) e ter entre 18-30 anos de idade, e pelos

critérios de exclusão: não cumprir todas as fases experimentais; alterações de sensibilidade superficial

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Fisioterapia: princípios fundamentais

e profunda e/ou estado patológico na região submetida à hipotermia e/ou na área de colocação dos

eletrodos; hipersensibilidade ao frio; desconforto à aplicação da corrente elétrica; uso de

medicamentos alopáticos, homeopáticos e/ou outras drogas (que possam influenciar no processo

álgico, como antiinflamatórios e analgésicos); ter conhecimento sobre a ação da TENS (exceto o grupo

controle) e dos acupontos e dermátomos estimulados; no caso do gênero feminino, estar em período

de tensão pré-menstrual ou de fluxo catamenial. A busca dos voluntários para montar o banco de

dados foi efetuada nos diversos cursos de graduação da UFPE. Todos assinaram um Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido. Este trabalho foi aprovado pelo comitê de ética em Pesquisa em

Seres Humanos sob o protocolo número CAAE 0106.0.172.000-11.

PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

A composição dos grupos foi: o grupo acuponto (GA) com 5 homens e 10 mulheres foi estimulado com

dois eletrodos de 1 cm2. O primeiro eletrodo foi colocado no acuponto C5 (Tongli) localizado a 1 cun

(medida chinesa equivalente à largura do polegar do indivíduo) da prega transversal do punho no

sentido proximal, e o segundo no acuponto P7 (Lieque) localizado na face radial do antebraço, 1,5 cun

acima da prega do punho lateralmente à artéria radial. Os eletrodos foram acoplados no membro

ipsilateral ao estímulo hipotérmico.

O grupo dermátomo (GD) foi composto por 3 homens e 12 mulheres. Os mesmos foram estimulados

por quatro eletrodos de 15 cm2 localizados nos dermátomos C6 (face lateral do antebraço a 2 cm da

prega do punho), C7 (face posterior do antebraço, porção equivalente ao segundo e terceiro dedo, na

região média), C8 (face posterior do antebraço, porção equivalente ao quarto e quinto dedo, um pouco

acima de C7) e T1 (proximalmente na face anterior do antebraço, voltada um pouco para medial). Os

eletrodos também foram acoplados no membro ipsilateral ao estímulo hipotérmico.

O grupo controle (GC) foi composto por 5 homens e 10 mulheres, os quais foram submetidos à técnica

de hipotermia sem utilização de nenhum recurso.

Os voluntários dos GA e GD só tiveram conhecimento prévio dos objetivos, mas não dos grupos

experimentais dos quais fariam parte, só obtendo estas respostas no final de todos os ciclos

experimentais. Os estímulos foram efetuados nos membros não dominantes.

INDUÇÃO DA DOR PELA HIPOTERMIA (ADAPTADO DE JOHNSON E TABASAM, 2003)17

Após ser colocado em uma cadeira confortável em uma sala climatizada (220), o voluntário colocou

sua mão não dominante em um recipiente com água morna (37C) durante cinco minutos. Esse

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Fisioterapia: princípios fundamentais

procedimento teve como objetivo equalizar a temperatura da mão dos voluntários. Após esse tempo,

a mão foi retirada do recipiente e colocada em outro com água gelada a 00-20C (o controle da

temperatura foi através do multímetro digital Minipa ET-1400). A latência de tempo no qual o

indivíduo colocou a mão no recipiente com água gelada e o momento que referiu a sensação “dor” foi

a medida da latência do limiar de dor - em segundos – (cronômetro digital CRONOBIO SW2018).

Quando o voluntário referiu a sensação “dor”, foi solicitado ao mesmo que permanecesse com a mão

na água gelada por mais dez segundos. Passado esse tempo, foi autorizada a retirada do membro do

recipiente e solicitado ao voluntário que mensurasse a sensação dolorosa através de uma escala visual

analógica (EVA) que apresenta valores de 0 a 10, onde 0 não refere dor nenhuma e 10 refere a dor

máxima suportável. Após um intervalo de descanso (variável entre os indivíduos, suficiente apenas

para completar os dez minutos do ciclo), esse procedimento foi repetido completando com isso dois

ciclos de estimulação (pré-tratamento, com duração de vinte minutos).

ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA (ACU-TENS)

Foi aplicada a estimulação elétrica nervosa transcutânea com frequência de 4 Hz com forma de onda

bifásica assimétrica balanceada (gerada pelo equipamento FESVIL 995 four QUARK) com duração de

pulso de 250 µs (microsegundos) com área de eletrodos de 1 cm2 nos acupontos e de 15 cm2 nos

dermátomos, dependendo do grupo estudado.

Dando prosseguimento ao ciclo experimental, o voluntário colocou novamente a sua mão dentro do

recipiente com água morna durante cinco minutos, agora com o equipamento ligado nos respectivos

pontos. Passados os cinco minutos, o voluntário retirou sua mão da água morna e colocou no

recipiente com a água gelada a 0º-20C. Foi medida a latência do limiar de dor, como também a

intensidade da dor (ciclos de tratamento), como já referido acima (ciclos de pré-tratamento). Este

procedimento foi repetido também em dois ciclos, com cada ciclo perdurando por dez minutos, com

isso, no final dos dois ciclos com o equipamento ligado, cada voluntário recebeu vinte minutos de

eletroestimulação. A intensidade da corrente elétrica foi suficiente para apresentar abalos

musculares.

Ao término destes ciclos de tratamento o voluntário foi submetido novamente a mais dois ciclos

seguindo o mesmo método já citado, agora para avaliação do efeito da eletroestimulação pós-

tratamento (durante este ciclo pós-tratamento o equipamento estava desligado), com isso, todo o

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Fisioterapia: princípios fundamentais

processo experimental durou sessenta minutos. Cada grupo passou por esses ciclos de pré-

tratamento, tratamento e pós-tratamento.

O grupo controle foi submetido a todos os passos e análises descritos acima, com a ressalva de não

sofrer nenhuma forma de estimulação.

ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS

Foi utilizado o programa Biostat (1.0). Para verificação da normalidade dos dados quantitativos da

latência do limiar de dor foi utilizado o teste KS (Kolmogorov-Smirnov). Após análise foi verificada uma

distribuição paramétrica para latência do limiar da dor e não paramétrica para a intensidade da dor.

Com isso os dados estão apresentados de forma descritiva como média aritmética e desvio padrão

com referência a latência do limiar da dor e de mediana, máximo e mínimo para a intensidade da dor.

Para a análise dos dados da latência do limiar da dor foi aplicado o teste de ANOVA, um critério, com

post hoc de Newmam-Keuls. Para análise da intensidade da dor foi aplicado o teste de Friedman. Para

comparação entre os grupos dentro de seus respectivos momentos foi aplicado o teste de ANOVA, um

critério com post hoc de Newman- Keuls. O nível de significância adotado neste estudo foi de p<0,05.

RESULTADOS

No presente estudo foi encontrada significância estatística na avaliação interna dos GA e GD, mas não

no GC com referência a latência do limiar de dor (média aritmética± Desvio padrão) (Tabela 1).

Tabela 1. Latência do limiar de dor (em segundos) nas fases de pré-tratamento, tratamento e pós-

tratamento dos voluntários submetidos aos três grupos: GA, GD e GC.

ANOVA um critério post hoc Newmam- Keuls. *Significância entre tratamento e pré-tratamento. **Significância entre pós-tratamento e tratamento. GA p=0,0008*, GD p=0,0002*; GD p=0,004**.

Pré-tratamento Tratamento Pós-tratamento

GA

Média ± DP 24,93±8,19 36,73±10,55* 30,16±7,73

GD

Média ± DP 25,37±12,02 41,50±8,00* 29,68±12,61**

GC

Média ± DP 25,56±9,94 22,46±8,59 21,70±10,07

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Fisioterapia: princípios fundamentais

A intensidade da dor (mediana, máximo/mínimo) não sofreu alterações significativas em nenhum dos

grupos analisados (Tabela 2).

Tabela 2.

Tabela 2. Intensidade da dor referente às análises internas dos grupos GA, GD e GC. Não foi

constatado efeito significante neste parâmetro analisado.

Pré-tratamento Tratamento Pós-tratamento

GA

Mediana

(máximo-

mínimo)

5,5(9,5-4,0) 6,0(10-3,5) 6,0(10-2,0)

GD

Mediana

(máximo-

mínimo)

6,75(9,5-1,0) 7,25(10-3,0) 7,0(10-3,5)

GC

Mediana

(máximo-

mínimo)

7,0(9,5-2,5) 8,0(10-4,0) 7,5(10-4,0)

Teste de Friedman.

A tabela 3 apresenta a comparação dos momentos entre GA, GD e GC. Após análise foi verificado que

os momentos tratamento do GA e GD apresentaram significância em relação ao momento equivalente

ao tratamento no GC, mas não em relação aos momentos de tratamento entre si.

Tabela 3. Comparação dos dados obtidos da latência do limiar de dor (médias e desvio padrão) no

GA, GD e GC de acordo com cada fase aos quais foram submetidos: pré-tratamento, tratamento e

pós-tratamento.

GA GD GC P

Pré-tratamento

Média ± DP 24,93±8,19 25,37±12,02 25,56±9,94 >0,05

Tratamento

Média ± DP 36,73±10,55* 41,50±8,00** 22,46±8,59 <0,05

Pós-tratamento

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Média ± DP 30,16±7,73 29,68±12,61 21,70±10,07 >0,05

Anova um critério post hoc Newmam- Keuls. *Significância entre GA tratamento (p=0,0001) e GC tratamento. **Significância entre GD tratamento (p=0,00001) e GC tratamento.

DISCUSSÃO

A Associação Internacional para o Estudo da Dor (do inglês, IASP) a definiu como uma experiência

sensorial e emocional associada a lesões reais ou potenciais, ou descrita em termos de tais lesões. 18

A dor tem uma conotação individual e sofre a influência de experiências anteriores, por isso deve ser

levada em consideração à subjetividade do fenômeno doloroso. 19

O limiar de dor caracteriza-se pela menor quantidade de energia capaz de deflagrar a sensação álgica,

tendo como latência, o tempo no qual o estímulo doloroso persiste para que o organismo identifique

como sendo dor. Se o estímulo necessário para produzir a sensação de limiar de dor não muda em

intensidade, podemos avaliar seu efeito através do tempo (latência), quanto o organismo suporta a

presença deste estímulo. Caso ele suporte por mais tempo o estímulo que anteriormente foi dado,

temos um aumento na latência do limiar de dor, refletindo em uma maior tolerância ao estímulo

inicial. 20

A intensidade da dor esta ligado diretamente à quantidade de nociceptores que foram estimulados

em um dado intervalo de tempo. A avaliação subjetiva desta medida é de difícil reprodução, pois esta

notoriamente dependente de como o individuo interpreta a sensação de dor dentro de um padrão

inerente de conhecimento prévio. 21

Neste estudo a dor fisiológica com seu caráter agudo (fibras Aδ) e crônico (tipo C) foi induzida pelo

frio, em que a baixa temperatura leva a uma sensação dolorosa, tanto por meio de vasoconstrição

quanto pela ativação de nociceptores térmicos, que sinalizam potencial dano tecidual e enviam esta

informação através de vias periféricas e centrais para o córtex somatossensorial. 21

Através de alguns estudos efetuados em nosso laboratório, podemos verificar que a estimulação

elétrica pode interferir na latência do limiar de dor quando estes estímulos elétricos são aplicados nos

acupontos e/ou áreas adjacentes.

A TENS de 10 Hz quando aplicada nos dermátomos C6, C7 e C8, na região próxima ao estímulo doloroso

e no grupo placebo foi verificado que os eletrodos próximos ao local do estímulo térmico como

também nos dermátomos, promoveu um aumento significativo da latência do limiar de dor em relação

ao controle e a aplicação placebo. Na comparação entre os posicionamentos dos eletrodos nos

dermátomos e próximo ao local do estímulo doloroso não houve diferença estatística. 11 Corroborando

com este achado verificamos que o GA e GD apresentaram maior latência no limiar de dor em relação

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Fisioterapia: princípios fundamentais

ao grupo controle, mas não apresentaram significância entre si. O GD no período de pós-tratamento

teve a latência do limiar de dor reduzida significativamente em relação ao tratamento, demonstrando

que o efeito neste grupo foi apenas durante a aplicação do estímulo elétrico.

A TENS tipo acupuntura de 10 Hz com eletrodos de 15 cm² aplicada nos acupontos TA5 e CS6, aumenta

a latência do limiar de dor no ciclo de pós-tratamento em relação ao pré-tratamento, mas não em

relação ao tratamento. Nenhuma alteração foi identificada no grupo placebo. 18 A continuidade deste

trabalho, repetindo o experimento com outros voluntários estimulando os acupontos TA5 e CS6 com

eletrodos de 15 cm² conjuntamente com um novo grupo com eletrodo de 1cm2 nos mesmos

acupontos e um placebo, verificou-se que a latência do limiar de dor foi elevada significativamente no

momento de tratamento em relação ao pré-tratamento no grupo com eletrodo de 1cm2. O grupo com

eletrodo de 15cm2 obteve resposta apenas no momento de pós-tratamento em relação ao pré-

tratamento, mantendo o resultado anterior. O placebo não obteve resposta. 22

No trabalho atual ocorreu uma elevação na latência do limiar da dor no período de tratamento em

relação ao pré-tratamento. A frequência de estimulação, a área dos eletrodos e os acupontos dos

trabalhos citados são distintos, podendo esses fatores ser determinantes na resposta final diante da

latência do limiar de dor.

Analisando um espectro maior de frequência da TENS (4, 10 e 100 Hz), no acuponto P7 com eletrodos

com área de 1 cm², foi constatado que apenas a frequência de 4 Hz apresentou um aumento na

latência do limiar da dor no momento de tratamento e pós-tratamento em relação ao pré-tratamento.

Nenhuma das frequências obteve resultado na intensidade da dor. 23 A frequência de 10 Hz que antes

demonstrava efeito em outros acupontos, não obteve resultado no acuponto P7. Verifica-se que o

acuponto P7 estimulado com a frequência de 4 Hz promove um aumento da latência do limiar de dor;

sendo esse achado reproduzido por este trabalho concomitantemente ao estímulo do acuponto C5.

Apesar dos resultados acima citados, Francis et al 24 não identificaram nenhum efeito produzido pela

TENS de alta e baixa frequência durante o período de estimulação da dor induzida pelo frio, chegando

até a questionar a efetividade da TENS em processos clínicos.

Utilizando a técnica de ressonância magnética funcional para mapeamento cerebral durante o

estímulo de dor produzido pela hipotermia foi verificado que durante o teste de indução de dor

ocorriam alterações de áreas conglomeradas relacionadas à sensação de dor. Dentre elas estão, o giro

frontal superior, córtex cingulado anterior, tálamo, ínsula esquerda, giro frontal inferior direito, giro

temporal inferior esquerdo e a substância cinzenta periaquedutal bilateral. A substância cinzenta

periaquedutal esta correlacionada diretamente com o limiar de dor e inversamente com a percepção

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Fisioterapia: princípios fundamentais

da dor, demonstrando um papel chave desta estrutura na inibição de dor com função de padrões

aferentes. 25

Através da imagem por ressonância magnética funcional foi também demonstrado que a estimulação

elétrica em acupontos reduz a ativação da área somatosensorial primária contralateral, área de

Brodmann 7 e 24. Os autores sugerem que a estimulação elétrica nos acupontos pode induzir um

efeito analgésico via modulação tanto no aspecto emocional como sensorial no processamento da

dor. 26

No presente estudo os GA, GD e GC não apresentaram alteração na intensidade da dor. Apesar de que

em um trabalho anterior 22 foi verificado que a Acu-TENS com tamanhos de eletrodos diferentes

apresentaram resultados distintos, tendo o eletrodo de 1cm2 reduzida a intensidade da dor e com

eletrodos de 15cm2 aumentado a sensação de dor. Nos trabalhos acima citados não ocorreu influencia

na intensidade da dor, sendo este achado único em nossas investigações. A intensidade da dor é um

fenômeno totalmente subjetivo, variando de um individuo para o outro e entre o mesmo individuo

dependendo da situação que se encontre. Uma dificuldade inerente ao trabalho foi que os voluntários

não conseguiam definir de forma clara a sensação de dor através da escala visual analógica,

subestimando ou superestimando a sensação. Verificou-se que seria necessário um treinamento

prévio dos indivíduos quanto à sensação de dor através de diversos estímulos álgicos para que os

mesmos aprendessem o que é uma sensação dolorosa e não apenas uma sensação de desconforto.

Também seria necessário um grande número de voluntários. Apesar destes fatos, a EVA é amplamente

utilizada para se quantificar um fenômeno qualitativo e vem sendo utilizada para analisar o efeito da

estimulação elétrica com o objetivo de reduzir a dor. 27- 29

Quando efetuada análises individuais, se observa que, determinados indivíduos apresentam melhor

respostas em detrimento de outros, tanto no parâmetro da latência do limiar de dor quanto na

intensidade da dor. Isto determina que um dos pontos principais para a observação de resultados mais

confiáveis nesta área de pesquisa é o aumento do número de voluntários, como dito anteriormente,

que infelizmente é limitada pelo tempo pré-estabelecido para se efetuar as pesquisas, como também

a oneração que será imposta diante de um prazo maior de investigação.

Apesar disto constata-se que a estimulação de acupontos por correntes elétricas é um meio viável de

interferir com a latência do limiar de dor, sendo dependente da frequência de estimulação e do

acuponto estimulado.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

CONCLUSÃO

Este estudo sugere que a TENS de 4 Hz aplicada nos acupontos C5 e P7 com eletrodos com área de 1

cm² e nos dermátomos C6, C7, C8 e T1 com eletrodos com área de 15 cm² eleva a latência do limiar

de dor, mas não interfere na intensidade da dor promovida pela hipotermia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 11

EFEITOS DA BOLA SUÍÇA NO PRÉ-NATAL FISIOTERAPÊUTICO PARA A MELHORA DO POSICIONAMENTO FETAL: UMA

REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA DOI: 10.37423/200500827

Débora Marinho - [email protected]

Rita Silva [email protected]

Idayane Marinho - [email protected]

Alexandre Delgado - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

OBJETIVO

Avaliar na literatura os efeitos da Bola Suíça no pré-natal fisioterapêutico na melhora do

posicionamento fetal.

METODOLOGIA

Tratou-se de uma revisão integrativa da literatura. Foram utilizadas as bases de dados de saúde

MEDLINE/PubMed, LILACS e PEDro, sem restrição linguística e temporal. Utilizaram-se as palavras-

chave “birth ball” e os descritores “physical therapy modalities”, “exercise” e “pregnancy”. Os critérios

de inclusão foram: artigos de ensaio clínico randomizado ou quasi-randomizado, sem restrição de

idioma e de data. Foram excluídos livros, monografias, dissertações e teses.

RESULTADOS

A revisão foi constituída por dois artigos que abordaram sobre a temática proposta. Por meio da

análise, os artigos selecionados apontam a importância na utilização da bola suíça no pré-natal

fisioterapêutico. Foi observado nos estudos que o uso da Bola Suíça durante o pré-natal

fisioterapêutico melhora o posicionamento fetal e aumenta a incidência de partos normais, além de

propiciar alivio das dores e aumento da dilataçãoe prevalência de parto vaginal.

CONCLUSÃO

Há evidências de dois estudos que a utilização da Bola Suíça no pré-natal fisioterapêutico melhora o

posicionamento fetal e aumenta a incidência de partos normais. No entanto, ensaios clínicos de

melhor qualidade ainda são necessários para confirmar os reais riscos e benefícios do uso da Bola

Suíça durante o pré-natal fisioterapêutico para melhorar o posicionamento fetal e aumentar o número

de partos normais.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 12

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA EM TERAPIA INTENSIVA HISTORICAL EVOLUTION OF PHYSIOTHERAPY IN

INTENSIVE THERAPY DOI: 10.37423/200500837

Heloisa Helena Matias Tavares de Almeida (Fisioterapeuta e coordenadora da fisioterapia do Hospital Regional de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes - Mestre e Especialista em Terapia Intensiva pela SOBRATI).

Márcia Neyle Silva de Souza Costa Leite – Fisioterapeuta e especializanda em

Fisioterapia Intensiva pela SOBRATI).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: A inserção do fisioterapeuta nas unidades de terapia intensiva iniciou no final dos anos 70,

desde então, sua afirmação como membro integrante da equipe intensivista tem sido progressiva. Nas

últimas décadas se fez necessário mais aprimoramento e educação especializada para fazer frente às

tecnologias avançadas e o aumento dos pacientes críticos. O fisioterapeuta intensivista auxilia na

manutenção das funções vitais de diversos sistemas corporais, pois atua diretamente na prevenção e

no tratamento das doenças cardiopulmonares, circulatórias e musculares. O objetivo do trabalho é

descrever a evolução histórica da fisioterapia em terapia intensiva. Para a efetivação deste trabalho,

foi utilizada metodologia de pesquisa bibliográfica por meio de livros, artigos e revistas eletrônicas. A

fisioterapia em fisioterapia intensiva evoluiu bastante desde seu surgimento, e tem se consolidado

cada vez mais nas unidades de terapia intensiva de todo país. A RDC nº 7 tem se tornado importante

aliada para inserção do fisioterapeuta na UTI como membro indispensável na assistência do paciente

crítico. Ainda há muitos passos para o crescimento profissional da fisioterapia intensiva. No entanto,

espera-se que nos próximos anos todas as unidades de terapia intensiva brasileiras contarão com

esses profissionais especialistas em tempo integral.

Palavras chaves: Fisioterapia Intensiva; UTI; especialização; evolução.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A fisioterapia é uma ciência da Saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais

intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas

e por doenças adquiridas (COFFITO, 2014).

Inserção do fisioterapeuta nas unidades de terapia intensiva iniciou no final dos anos 70, desde então,

sua afirmação como membro integrante da equipe intensivista tem sido progressiva. Nas últimas

décadas se fez necessário mais aprimoramento e educação especializada para fazer frente às

tecnologias avançadas e o aumento dos pacientes críticos. (Ferrari, 2014).

O papel do fisioterapeuta nas unidades de terapia intensiva se estabeleceu mediante a sua eficiencia,

estando respaldado no Brasil, com a publicacao da portaria nº 3432, em 1998 (Brasil, 1998).

A Portaria número 3.432 do Ministério da Saúde, de 12 de agosto de 1998, estabeleceu uma série de

critérios para a classificação das UTIs, dentre elas, a presença obrigatória de um fisioterapeuta para

até dez leitos ou fração turnos da manhã e da tarde para assistência ao paciente crítico.

No ano de 2005, a portaria número 1.071, do Ministério da Saúde, instituiu a Política Nacional de

Atenção ao Paciente Crítico que, ao descrever a composição mínima da equipe assistencial de uma

UTI, incorporou a presença do fisioterapeuta ao período noturno, entretanto, não foram oferecidas

especificações sobre a carga horária total de cobertura ao longo do dia.

A Resolução de Diretoria Colegiada nº 07 (RDC nº07) no ano de 2010, reforçou a importância da

atuação do fisioterapeuta na UTI, pois instituiu a assistência fisioterapêutica por 18 horas, ao longo do

dia, como um dos pré-requisitos de padrão mínimo para o funcionamento da UTI.

A fisioterapia faz parte do atendimento multidisciplinar oferecido aos pacientes em Unidade de

Terapia Intensiva (UTI). Sua atuação é extensa e se faz presente em vários segmentos do tratamento

intensivo, tais como o atendimento a pacientes críticos necessitando ou não de suporte ventilatório;

assistência durante a recuperação pós-cirúrgica, com o objetivo de evitar complicações respiratórias

e motoras. Nesta fase, o fisioterapeuta tem importante participação, auxiliando na condução da

ventilação mecânica, desde o preparo e ajuste do ventilador artificial à intubação, evolução do

paciente durante a ventilação mecânica, interrupção, desmame do suporte ventilatório e extubação

(III CONSENSO BRASILEIRO DE VM, 2007).

Em 2001 0 COFFITO reconheceu os primeiros cursos de Fisioterapia Intensiva com atuação exclusiva

em Unidades de terapia intensiva e semi-intensiva. Sendo de caráter obrigatório que todos

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Fisioterapia: princípios fundamentais

profissionais sejam submetidos à aprovação do SAFI e recomenda-se o ACLS Advanced Cardiologic Life

Support para ser portador do título de especialista em Fisioterapia Intensiva.

Apesar de atualmente recomendar-se a presença de fisioterapeutas especializados em terapia

intensiva nas unidades de cuidados intensivos, com atuação atendendo as exigências da rdc7 ainda há

muitos serviços os quais não atendem a tal requisito.

Dessa maneira, surgiu a necessidade de revisar a evolução histórica da fisioterapia em terapia

intensiva com intuito de descrever os principais avanços profissionais dos últimos dez anos.

MÉTODOS

Este estudo consistiu em uma revisão sistemática da literatura, sem metanálise, sobre a Evolução

Histórica da Fisioterapia em Terapia Intensiva.

ESTRATÉGIA DE PESQUISA

a pesquisa foi realizada nas bases de dados eletrônicas, nacionais, lilacs, Medline, PubMed e scielo,

através da consulta pelos seguintes descritores: “evolução da fisioterapia”, “história da uti”,

“fisioterapia intensiva”, junto de suas combinações, durante os meses de janeiro à março de 2014. Os

artigos identificados pela estratégia de busca foram avaliados, de forma independente e cegada, por

dois pesquisadores (autores), obedecendo rigorosamente aos critérios de inclusão: texto na íntegra,

tempo de busca (sem delimitação), tipo de estudo (sem delimitação) e idioma (português). Tais

estratégias foram tomadas com o intuito de maximizar os resultados da pesquisa, uma vez que foi

constatada escassez de literatura. Foram excluídos os estudos que não obedeceram aos critérios de

inclusão supracitados.

RESULTADOS E DISCUSSÔES

O surgimento da fisioterapia como profissão aconteceu semelhante com o desenvolvimento da

reabilitação no mundo, com as duas guerras mundiais, a revolução industrial e a epidemia de

poliomielite, aumentou o número de portadores de deficiência física e mutilados. Nasce então a

Confederação Mundial de Fisioterapia (WCPT), na esperança de implantar o desenvolvimento de

serviços de reabilitação, junto com a Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Internacional

do Trabalho (OIT) e Fundação das Nações Unidas para Infância (Unicef). (Barros,2008).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

BARROS (2008) acrescenta que no Brasil por volta dos anos 50, a epidemia de poliomielite atingiu as

diversas camadas da população, ocorrendo assim, o surgimento da fisioterapia como profissão.

Em 1951, era ministrado por médicos o primeiro curso de fisioterapia de nível técnico, com duração

de um ano e de período integral. Só em 1952 é que a fisioterapia é retomada na Faculdade de Ciências

Médicas do Rio de Janeiro, sendo criada, em 1954, a Associação Beneficente de Reabilitação (ABBR)

(Novaes Jr., 2005).

Segundo BARROS (2009) baseado em FIGUEIRÔA (1996) em 1956 a ABBR cria e inicia um curso com

duração de dois anos com a finalidade de preparar e diplomar Fisioterapeutas e Terapeutas

Ocupacionais em técnicos em reabilitação.

Segundo o Parecer nº 388 de 1963 emitido pelo Conselho Federal de Educação (CFE), mesmo o

fisioterapeuta tendo formação superior, o mesmo era caracterizado como auxiliar médico, sendo

assim, proibido de aplicar qualquer conduta sem autorização médica. (Salmória & Camargo, 2008).

TACANI (2004) relata com base em BRASIL (1984) que a Lei n. 6.316, de 17 de setembro de 1975, cria

o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, constituindo em

conjunto uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Trabalho, com a missão de coordenar,

organizar, fiscalizar e orientar (dentre outras) o exercício das profissões de Fisioterapeuta e Terapeuta

Ocupacional.

Desde a década de 50, os cuidados intensivos vêm sofrendo mudanças. A introdução de novos

tratamentos, o desenvolvimento tecnológico, o aumento na expectativa de vida, o crescimento das

doenças crônicas e os acidentes, trouxeram a necessidade de novas especialidades. (Costa et al, 2009).

PRESTO (2006) acrescenta que a descentralização de funções na UTI possibilita um suporte mais

seguro ao paciente minimizando os erros e a sobrecarga de trabalho para os profissionais que fazem

parte da equipe.

A inserção do fisioterapeuta nas unidades de terapia intensiva iniciou no final dos anos 70, desde

então, sua afirmação como membro integrante da equipe intensivista tem sido progressiva. Nas

últimas décadas se fez necessário mais aprimoramento e educação especializada para fazer frente às

tecnologias avançadas e o aumento dos pacientes críticos. (Ferrari, 2014).

FERRARI (2014) acrescenta que o fisioterapeuta intensivista auxilia na manutenção das funções vitais

de diversos sistemas corporais, pois atua diretamente na prevenção e no tratamento das doenças

cardiopulmonares, circulatórias e musculares.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

GAMBAROTO (2006) confirma e acrescenta que os avanços tecnológicos, principalmente os

relacionados à ventilação mecânica, os cuidados aos pacientes em estado grave necessitou de uma

equipe multiprofissional. Essa necessidade criou uma especialização, o fisioterapeuta intensivista.

O fisioterapeuta foi inserido na Unidade de Terapia Intensiva da instituição Sociedade Beneficente de

Senhoras – Hospital Sírio Libanês por volta de 1983, exclusivamente no turno matutino (Sarmento,

2010). Neste mesmo ano, Carlos Alberto Caetano Azeredo, com o objetivo de reunir os profissionais

que atuavam na especialidade, organizou o primeiro Simpósio Internacional em Fisioterapia

Respiratória, na cidade do Rio de Janeiro, que contou com a presença de 2 mil participantes.

(ASSOBRAFIR, 2014)

SOUZA (2007) comenta que inicialmente os fisioterapeutas que exerciam atividade nas UTIs, eram

responsáveis pela prevenção e tratamento de complicações respiratórias. Para SARMENTO (2010) a

sua atuação é global, envolvendo a fisioterapia motora no sentido de prevenir complicações e

deformidades secundárias à restrição ao leito, estado de coma e sedação. Nos dias atuais o

fisioterapeuta intensivista participa desde a avaliação do paciente no momento da sua admissão na

UTI, prosseguindo com o seu acompanhamento, incluindo as fases de ventilação mecânica invasiva,

desmame, extubação, retirada do leito, até a alta da unidade.

A Portaria número 3.432 do Ministério da Saúde, de 12 de agosto de 1998, implementou uma série de

critérios para a classificação das UTIs, a presença obrigatória de um fisioterapeuta para até dez leitos

ou fração turnos da manhã e da tarde para assistência ao paciente crítico foi um desses critérios.

A portaria número 1.071, do Ministério da Saúde (2005), instituiu a Política Nacional de Atenção ao

Paciente Crítico que, descreve a equipe multidisciplinar de atendimento nas UTIs e ampliou a presença

do fisioterapeuta ao período noturno.

Em 2001 0 COFFITO reconheceu os primeiros cursos de Fisioterapia Intensiva com atuação exclusiva

em Unidades de terapia intensiva e semi-intensiva. Sendo de caráter obrigatório que todos

profissionais sejam submetidos à aprovação do SAFI e recomenda-se o ACLS Advanced Cardiologic Life

Support para ser portador do título de especialista em Fisioterapia Intensiva.

A especialidade foi iniciada no Brasil pelo médico intensivista Dr. Douglas Ferrari, presidente-fundador

da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (Projeto Aprovado em abril de 2002, através do primeiro

Projeto Nacional com a denominação e estrutura pedagógica da Fisioterapia Intensiva). A titulação

poderia ser feita de duas formas, a primeira de forma direta emitida através do Conselho de

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Fisioterapia, ou seja, a de especialização em CF-AFIB ou profissionais que comprovassem até 2003, 5

anos de atuação em UTI.

O COFFITO na Resolução Nº 402/2011 reconhece e disciplina a atividade do Fisioterapeuta no exercício

da Especialidade Profissional em Fisioterapia em Terapia Intensiva.

CONCLUSÃO

A fisioterapia em fisioterapia intensiva evoluiu bastante desde seu surgimento, e tem se consolidado

cada vez mais nas unidades de terapia intensiva de todo país. A RDC nº 7 tem se tornado importante

aliada para inserção do fisioterapeuta na Uti como membro indispensável na assistência do paciente

crítico. Ainda há muitos passos para o crescimento profissional da fisioterapia intensiva. No entanto,

espera-se que nos próximos anos todas as unidades de terapia intensiva brasileiras contêm com esses

profissionais especialistas em tempo integral.

REFERÊNCIAS

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 13

MÉTODO ROLFING NO TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA: REVISÃO DE LITERATURA

DOI: 10.37423/200500838

Laysla Farias Garcez ( Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Brasileiro – UNIBRA, Recife, PE, Brasil).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: Obetivos: Realizar uma revisão de literatura para compreender os efeitos do método Rolfing

nos sintomas de pacientes com Fibromialgia e sua influência na melhora da qualidade de vida.

Métodos: Foi realizada uma busca entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2019 através de artigos

indexados nas bases de dados Pubmed, Scielo e Lilacs. Foram selecionados 433 artigos, disponíveis em

Inglês e Português, publicados entre 2006 e 2014. Foram excluídos 426 artigos que não continham o

conteúdo específico para discussão do tema. Discussão: Foram utilizados sete artigos onde dois

mostraram que o método Rolfing promove melhora na comunicação do sistema nervoso central com

estruturas musculoesqueléticas, diminuindo a rigidez muscular e articular decorrentes da dor e

reduzindo o risco de depressão, ansiedade e estresse através das técnicas manipulativas, do

realinhamento postural e da nova percepção adquirida da dor. Conclusão: O Rolfing proporciona aos

pacientes com Fibromialgia um equilíbrio entre corpo e mente, através de técnicas manipulativas,

movimentos coordenados e do desenvolvimento psicológico, adquirindo uma nova percepção sobre

si e sobre a dor. Através da pesquisa foi possível identificar que há uma escassez de estudos sobre o

tema.

Palavras-chave: Fibromialgia. Rolfing. Terapia Manual.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A Fibromialgia é uma patologia na qual apresenta como principal característica a dor. De etiologia

desconhecida, ela está associada a uma alteração que ocorre no sistema nervoso central, causando

dor de característica disfuncional (ARNOLD et al, 2011).

A Fibromialgia causa limitações funcionais às pessoas que possuem a doença, além de depressão,

alterações de humor, sono não reparador, rigidez articular e muscular, fadiga e ansiedade, que

consequentemente influenciam na redução da qualidade de vida principalmente de mulheres, que são

o público que é mais acometido pela patologia (VERBUNT et al, 2008). O tratamento na Fibromialgia

é multidisciplinar, onde todos os sintomas são tratados de modo integrado por vários profissionais de

diferentes áreas da saúde. Além do tratamento farmacológico, as técnicas de terapia manual têm

mostrado grandes resultados positivos no tratamento da patologia (CASTRO et al, 2011).

A terapia manual na Fibromialgia tem como objetivo a liberação miosfascial para redução dos postos

dolorosos e promover o relaxamento muscular. O método Rolfing tem por objetivo melhorar a

integração das estruturas do sistema nervoso central com o sistema musculoesquelético e psicológico

do corpo, através da percepção, reeducação sensório-motora, alinhamento corporal e a liberação

miosfascial, proporcionando um equilíbrio físico e psicológico, que influenciam na melhora da

qualidade de vida (BENNET et al, 2007; VERBUNT et al, 2008).

O objetivo desta revisão de literatura é compreender os efeitos do método Rolfing nos sintomas dos

pacientes com fibromialgia, e sua influência na melhora da qualidade de vida.

METODOLOGIA

Foi realizada uma busca nas bases de dados Pubmed, Scielo e Lilacs, referentes ao tratamento

conservador como o método Rolfing em Pacientes com Fibromialgia, com artigos publicados em inglês

e português, que datam entre 2007 a 2014. A seleção dos estudos foi realizada mediante os descritores

Fibromialgia, Rolfing e Terapia Manual, em inglês e português de forma combinada e individual.

Foram encontrados 433 artigos, que foram avaliados de acordo com o seu conteúdo. O critério de

exclusão dos estudos foi feito a partir das datas de publicações e do conteúdo específico das

intervenções. Foram selecionados os artigos que abrangiam o Método Rolfing como principal

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Fisioterapia: princípios fundamentais

intervenção, de forma isolada ou combinada com outras terapias. Os estudos possuem desfecho que

incluem a diminuição dos sintomas relacionados à fibromialgia e melhora da qualidade de vida.

RESULTADOS

No que se refere à intervenção e sua eficácia relacionada ao Método Rolfing, Stall e Jacobson (2014),

avaliaram trinta pacientes do gênero feminino, diagnosticadas com Fibromialgia por médico

neurologista. As pacientes foram submetidas a dez sessões de Rolfing que eram realizadas durante

trinta minutos, uma vez por semana num período de três meses, de forma individual, onde

posteriormente a paciente seria sua própria avaliadora, considerando assim, o próprio grupo como

controle. As pacientes mantiveram o atendimento ambulatorial e foram incluídas as que apresentam

capacidade para responder os testes relacionados ao tratamento. Foram excluídas pacientes não

alfabetizadas, e que possuíam alteração psicológica considerada grave. As pacientes realizavam

acompanhamento ambulatorial com tratamento farmacológico a pelo menos um ano e não

apresentavam melhora esperada dos sintomas. A avaliação dos sintomas foi realizada através dos

instrumentos: Escala Analógica Numérica Verbal de Dor (EANV), Inventário de Depressão Beck (BDI),

Inventário de Ansiedade Beck (BAI). O tratamento obteve resultados significativamente positivos

referentes à dor, depressão e ansiedade, mantendo a melhora dos sintomas por pelo menos três

meses após a realização das sessões, com destaque para a ansiedade que obteve melhora contínua

após o tratamento.

Em um outro estudo, Stall et al. (2015), avaliaram a eficácia do método Rolfing com a acupuntura de

forma isolada e integrada. Foram randomizados três grupos, cada grupo com vinte indivíduos

diagnosticados com fibromialgia por médico neurologista. O primeiro grupo foi submetido a dez

sessões de acupuntura, o segundo à dez sessões de Rolfing e o Terceiro grupo de forma integrada, dez

sessões de Rolfing e dez de acupuntura. Todos os pacientes mantiveram com os atendimento

ambulatoriais. Foram excluídos os pacientes que possuíam doenças psíquicas ou não albabetizados,

que seriam incapazes de responder aos questionários de avaliação: Questionário de Impacto da

Fibromialgia; Escala Analógica Numérica Verbal de Dor; Inventário de Ansiedade e Depressão de Beck.

Os pacientes foram avaliados inicialmente ao tratamento, no fim das sessões e após três meses do

término. Cada grupo foi comparado a ele mesmo, sendo considerado controle. Os resultados se

apresentaram positivos para as três formas de tratamento, tendo leve destaque na melhora dos

sintomas de ansiedade e qualidade de vida da acupuntura associada ao método Rolfing.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

DISCUSSÃO

A Fibromialgia é uma patologia a qual afeta o indivíduo em todos os seus aspectos, se destacando a

dor e sua intensidade, onde influencia diretamente no bem estar do indivíduo e sua vivência no meio

social. A dor faz com que as pessoas portadoras da doença se reprimam e se sintam incapazes de

realizar certas atividades, ou até mesmo ser socialmente ativo, desencadeando sintomas como

ansiedade e depressão, além de alterações de humor, insônia, fadiga e rigidez articular e muscular,

que influenciam no desenvolvimento involuntário de uma postura inadequada (JACOBSON, 2011).

Os sintomas que o indivíduo apresenta geralmente influenciam na evolução da piora da dor e da

redução da qualidade de vida diretamente. Desta forma, o indivíduo se priva da vida social, se

tornando às vezes, dependente de familiares, além de adotar hábitos de vida que o reprimem e

influenciam na piora do quadro da doença. A postura inadequada ocorre devido à rigidez muscular e

articular da pessoa com Fibromialgia, como uma forma protetora do organismo, que altera a

integração do corpo e sua fisiologia (STALL P.; TEIXEIRA MJ, 2014).

A Fibromialgia precisa ser tratada de modo integrado. O tratamento tem destaque no uso de fármacos

para diminuição das dores, porém, deve-se fazer um acompanhamento das doses e do tempo de

utilização destes fármacos. O acompanhamento psicológico é de grande importância, pois fatores

emocionais podem estar diretamente associados ao quadro do indivíduo e na evolução dos seus

sintomas (JACOBSON, 2011).

De acordo com Stall e Teixeira (2014), a terapia manual vem mostrando grandes resultados no

tratamento da Fibromialgia, através de técnicas manipulativas que trabalham a musculatura enrijecida

e a liberação dos pontos de gatilho além de técnicas de relaxamento. Junto à terapia medicamentosa,

as técnicas manipulativas proporcionam ao paciente uma melhora física, que ajudam a reduzir a queda

da qualidade de vida.

Em 1960, Ida Pauline Rolfing desenvolveu o método Rolfing. O método tem por objetivo desenvolver

uma reintegração entre corpo e mente, permitindo uma melhora na comunicação entre sistema

nervoso central com as estruturas musculoesqueléticas (ROLF IP, 1999). O método Rolfing visa

trabalhar o indivíduo de modo integrativo, como um todo. Além das técnicas manuais, o Rolfing tem

como base o desenvolvimento psicológico do indivíduo com o corpo, lhe dando um equilíbrio corporal

que influenciará na melhora do seu bem-estar (STALL P.; TEIXEIRA MJ, 2014).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

O indivíduo quando sente dor, se conscientiza de que algo está errado em seu corpo. É quando suas

percepções, assim como seus movimentos, se voltam para a dor e seu corpo e mente, tentam

compensá-las através de posturas inadequadas. Uma das abordagens do Rolfing é a manipulação da

fáscia, uma vez que os movimentos reduzidos corpo estão associados às emoções e ao tecido fascial,

que por sua vez, faz conexão com as estruturas musculoesqueléticas e sistêmicas do corpo. A

musculatura sobrecarregada influencia no enrijecimento da fáscia. Desse modo, a manipulação

miofascial devolve sua elasticidade natural, e tem como significado corrigir a postura do paciente e

incentivar o mesmo a mudar seus hábitos de vida (ROLF, 1999.; BENNET et al, 2007).

O Rolfing é a liberação miofascial associada à coordenação dos movimentos. O toque, por sua vez,

proporciona ao paciente uma sensação agradável que induz ao relaxamento. Para Ida Rolf, o toque

transformava-se em alívio através da pressão positiva e das sensações que o indivíduo vinha a ter com

memória antes da dor, o que induzia a recuperação do tônus muscular (JACOBSON, 2011). Desse

modo, a técnica manipulativa da fáscia alcançava todo o organismo, estruturas distintas e influenciava

na coordenação dos movimentos, que juntos a percepção e ao sistema sensorial, podem vir a

proporcionar a melhora da estabilidade e da função biomecânica do corpo (STALL P.; TEIXEIRA MJ,

2014).

No tratamento, o indivíduo é totalmente ativo, e o profissional Rolfista ensina ao paciente uma nova

percepção postural e a cultivar as novas habilidades aprendidas de forma a integrá-las às suas

atividades de vida diária e laboral, diminuindo as tensões aos movimentos. O indivíduo aprimora seus

movimentos através do realinhamento postural, onde aprende novas formas de se movimentar e de

relacionar-se com sua dor, o que contribui para o equilíbrio corporal, influenciando na melhora dos

sintomas de ansiedade, dor e depressão, melhorando o seu bem-estar físico e psicológico (JACOBSON,

2011).

CONCLUSÃO

Através da presente revisão, foi possível concluir que o método Rolfing proporciona às pessoas com

Fibromialgia, melhoras nos seus aspectos físicos, como rigidez articular e musculares decorrentes da

dor, e psicológicos como depressão, ansiedade e estresse. O Rolfing proporciona ao indivíduo uma

nova percepção de si e da dor, além da conscientização dos mesmos e da força para encarar os

sintomas no seu dia a dia. As emoções e o estresse influenciam na biomecânica e na postura das

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Fisioterapia: princípios fundamentais

pessoas com Fibromialgia. Através da pesquisa, identificou-se que há uma escassez de estudos sobre

o tema.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 14

TÉCNICAS DE LIBERAÇÃO MIOFASCIAL NA REDUÇÃO DA ESPASTICIDADE EM PACIENTES QUE SOFRERAM UM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

DOI: 10.37423/200500848

Thatiany Cristina de Deus Silva - [email protected]

Lorenna Rafaella Figueirôa Loureiro - [email protected]

Amanda Mayara Concórdio de Souza - [email protected]

Lícia Vasconcelos Carvalho da Silva - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO:

Objetivo: Esta pesquisa objetivou identificar os efeitos das técnicas de liberação miofascial na redução

do tônus muscular de pacientes adultos que sofreram um Acidente Vascular Cerebral.

Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica utilizando artigos científicos originais publicados

nas bases de dados Scielo, Pubmed, Bireme e Lilacs, nos idiomas português e inglês, em qualquer ano.

Resultados: Apenas 02 artigos que investigaram os efeitos das técnicas de liberação miofascial em

adultos com sequela de Acidente Vascular Cerebral foram encontrados nessa pesquisa. Os autores

relataram uma redução significativa da espasticidade muscular e da dor, melhora da amplitude do

movimento passivo e do equilíbrio e, em longo prazo, da qualidade de vida dos pacientes, com o uso

de liberação miofascial manual ou de agulhamento seco aplicados 5 e 3 vezes por semana

respectivamente, durante 9 sessões.

Conclusão: A utilização de técnicas de liberação miofascial no tratamento das disfunções

musculoesqueléticas é crescente, sendo os efeitos relacionados à melhora da mobilidade e

flexibilidade tecidual bem relatados na literatura. Com relação às disfunções neurológicas, ainda há

poucas pesquisas apontando os benefícios das técnicas de liberação miofascial na melhora das

propriedades viscoelásticas e do tônus muscular dos pacientes, especialmente relacionadas ao

Acidente Vascular Cerebral.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

Acidente vascular encefálico (AVE) pode ser causado pelo entupimento de vasos sanguíneos, assim

sendo caracterizado por isquêmico, ou mesmo o rompimento de vasos sanguíneos, sendo este

considerado hemorrágico (BRAGA, 2009). O cuidado e a recuperação dos adultos com lesão cerebral

ocasionada por um AVE é uma tarefa importante e difícil, não só pelas complexas funções perdidas,

mas também por esse distúrbio ser visto como causador mais frequente de incapacidade física e

mental (SULLIVAN; SCH, 1993)

Hipotonia muscular (flacidez), associada a hiporreflexia, ou mesmo arreflexia, caracterizam as

primeiras sequelas do AVE. Esse quadro de hipotonia evolui para hipertonia, de maneira progressiva,

lenta, e com presença de sintomas não específicos. Não há um tempo exato para a passagem de um

estágio para o outro, visto que existem variações de pessoa para pessoa. A partir do momento em que

a espasticidade surge, torna-se possível caracterizar a lesão como piramidal. Serão característicos do

paciente que sofreu AVE, sinais como: Babinski, exacerbação de reflexos profundos, clônus, entre

outros (NEVES; MENEZES, 2010).

A espasticidade é um sinal neurológico frequente nas pessoas que sofreram um Acidente Vascular

Cerebral. Está associada a alterações nas propriedades musculoesqueléticas, com redução na

mobilidade e flexibilidade dos tecidos moles, da força e da resistência muscular, comprometendo a

execução de tarefas diárias e a participação social dos indivíduos (BARBOSA; PIRES, 2015).

Percebe-se que a importância da escolha adequada do tratamento fisioterapêutico aos pacientes é

imprescindível para o prognóstico, por isso foi considerado que é possível que técnicas de liberação

miofascial sejam úteis na melhora das propriedades musculoesqueléticas e do tônus muscular desses

pacientes e assim auxiliar na seleção da melhor terapia aos pacientes.

OBJETIVO

Esta pesquisa, por meio de uma revisão de bibliografias, objetivou identificar os efeitos das técnicas

de liberação miofascial na redução do tônus muscular de pacientes adultos que sofreram um Acidente

Vascular Cerebral.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

METODOLOGIA

Foi realizado uma revisão bibliográfica utilizando de artigos científicos originais publicados nas bases

Scielo, Pubmed, Bireme e Lilacs, nos idiomas português e inglês, utilizando os descritores: spasticity,

stroke, myofascial release, dry needling, bandage, therapy, em qualquer ano. Foram incluídos os

artigos que falavam sobre espasticidade e utilizavam da técnica de liberação miofascial e foram

excluídos os artigos que utilizavam medicamentos.

DISCUSSÕES E RESULTADOS

Foram reunidos 10 artigos no total, mas apenas 02 artigos foi que investigaram os efeitos das técnicas

de liberação miofascial em adultos com sequela de Acidente Vascular Cerebral nessa pesquisa. Os

autores relataram uma redução significativa da espasticidade muscular e da dor, melhora da

amplitude do movimento passivo e, em longo prazo, da qualidade de vida dos pacientes com o uso de

liberação miofascial manual ou de técnicas de agulhamento seco aplicados de 5 a 3 vezes por semana

respectivamente, durante 9 sessões associada ou não à fisioterapia convencional. Vale ressaltar que

os estudos mostraram melhora imediata no movimento passivo e a longo prazo uma melhora na

qualidade funcional da vida desses pacientes, além disso, foi abordado técnicas de liberação miofascial

de vários tipos e utilizando a fáscia muscular para ganho de movimentação e diminuição do quadro

doloroso.

Dentre tantas funções, a fáscia desempenha um importante papel de apoio ao sistema músculo

esquelético e esse suporte permite que realizemos atividades funcionais, como levantar quando

estamos sentados, andar, pular e correr. Além disso, o fato de o sangue, os nervos e os músculos

estarem envolvidos e penetrados pela fáscia, permite que órgãos deslizem suavemente um contra o

outro (BOTEGA, 2018). Partindo desse conceito, compreendemos que a fáscia, quando retraída

dificulta o movimento e consequentemente as atividades diárias. Portanto, é essencial o

desenvolvimento de técnicas para a mobilização, liberação e deslocamento da fáscia, ocasionando

melhora na funcionalidade dos pacientes.

CONCLUSÃO

Conclui-se que a utilização de técnicas de liberação miofascial nos presentes estudos apresentam

efeitos relacionados a melhora da mobilidade e da flexibilidade tecidual bem relatados na literatura,

portanto existe fundamentação cientifica para a utilização em tratamentos terapêuticos das técnicas

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Fisioterapia: princípios fundamentais

de liberação miofascial para melhorar o movimento de pacientes que possuam espasticidade muscular

e/ou dores ao movimentar os músculos afetados.

Com relação ás disfunções neurológicas, ainda há poucas pesquisas apontando os benefícios das

técnicas de liberação miofascial na melhora das propriedades viscoelásticas e de tônus muscular dos

pacientes, especialmente relacionadas ao Acidente Vascular Cerebral.

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139

Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 15

ESCLEROSE MULTIPLA: UM RELATO DE CASO NA FISIOTERAPIA

DOI: 10.37423/200500851

Katiane dos Santos (Discente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Dom

Bosco (UniDBSCO) Curitiba – PR) - [email protected]

Cristiane Gonçalves Ribas (Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário

Dom Bosco (UniDBSCO) Fisioterapeuta da Associação Mantenedora do Centro

Integrado de Prevenção – AMCIP) - Curitiba-PR, [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO:A Esclerose múltipla segundo (FILLIS,2018) é uma doença neurológica degenerativa e crônica

do Sistema Nervoso Central (SNC) se caracterizando patologicamentre como desmielinizante. Mostrar

por meio da literatura a importância da fisioterapia na esclerose múltipla, diante de um estudo de

caso utilizando escalas com objetivo de melhorar suas atividades diárias, como se colocar em posição

ortostática e incentivo ao treino de marcha. Foi realizada a realizada uma intervenção com a paciente

de 31 anos, tendo como instrumento a utilização de cinesioterapia com o objetivo de melhorar função

motora. Neste estudo, como mostra a estatística, se obteve uma melhora e ganho de movimento, na

marcha, equilíbrio, estabilidade corporal e força, auxiliando na sua biomecânica corporal. Contudo

durante os atendimentos fisioterapêuticos, desde sua avaliação inicial até final, percebe-se que se teve

uma evolução em suas atividades diárias. Um dos principais objetivos foi alcançado conseguindo-se

colocar a paciente em posição ortostática e realizando o treino de marcha inicialmente nas barras

paralelas e depois com auxilio do andador.

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141

Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A Esclerose múltipla segundo (FILLIS,2018) é uma doença neurológica degenerativa e crônica do

Sistema Nervoso Central (SNC) se caracterizando patologicamentre como desmielinizante. Sendo que

o sistema imunológico é responsável pela destruição da bainha de mielina, afetando a condução dos

impulsos nervosos, trazendo déficits cognitivos, físicos e emocionais. A fisioterapia tem como papel

importante comtemplar a melhora da qualidade de vida e atividades diárias. Tendo como atuação na

funções visuais, motoras, sensitivas, psiquiátricas e cognitivas, até mesmo sintomas urinários.

OBJETIVOS

Mostrar através da literatura a importância da fisioterapia na esclerose múltipla, diante de um estudo

de caso utilizando a escala de Berg, escala SF36, escala de kedall e Escala de Ashworth Modificada,

com objetivo de melhorar suas atividades diárias, se colocar em posição ortostática e incentivo ao

treino de marcha

METODOLOGIA

Foi realizada a realizada uma intervenção com a paciente L. L., 31 anos, tendo como instrumento a

utilização de cinesioterapia com o objetivo de melhorar função motora, sendo realizada também como

proposta o treino de marcha, auxiliando no equilíbrio e propriocepção, para que se tenha uma

melhora do quadro motor.

RESULTADOS/DISCUSSÃO

Neste estudo, como mostra a estatística, se obteve uma melhora e ganho de movimento, na marcha,

equilíbrio, estabilidade corporal e força, auxiliando na sua biomecânica corporal. Segundo a avaliação

pela escala de Berg inicialmente se conseguia se transferir sosinha e ficar em sedestação sem apoio,

mas não em posição ortostática, ao final do tratamento, paciente conseguiu ortostatismo com apoio

e marcha com andador. Já na escala de kendall para membros superiores, inicialmente a força estava

em 4 e permaneceu durante o tratamento. Na escala de Ashworth Modificada teve uma leve alteração

pois em MMII no inicio estava bem rígido e com bastante espasticidade, mas durante o tratamento foi

diminuindo de nível 3 foi para 2 tendo um considerável diminuição do tônus muscular, mas o

movimento passivo era difícil, e por fim na escala em comparação a inicial e final teve melhora em

atividades diárias como: tomar banho, subir escada e desempenho no trabalho, como também,

melhora de estabilidade cognitiva, consequentemente por fim melhora da dor em alguns dos seus

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Fisioterapia: princípios fundamentais

dias, não relatando crises. GUERREIRO, 2019, enfatiza a importância de se utilizar parâmetros e

escalas de funcionalidades para se ter resultados de função e evolução ou não do determinado

paciente.

ESCALAS DE FUNCIONALIDADE

ESCALAS INICIAL FINAL

ESCALA DE BERG

Se transfere sosinha e fica

em sedestação sem apoio,

mas não em posição

ortostática

Em ortostatismo com apoio e

marcha com andador

KENDALL Para membros superiores, inicialmente a força estava em 4 e

permaneceu durante o tratamento

SF36

Escada em sedestação,

tem relatos de dor em

região lombar, dificuldade

para fazer certas AVDS em

casa

tomar banho, subir escada e

desempenho no trabalho, como

também, melhora de estabilidade

cognitiva, consequentemente por

fim melhora da dor em alguns dos

seus dias, não relatando crises

Ashworth Modificada

Teve uma leve alteração

pois em MMII no inicio

estava bem rígido e com

bastante espasticidade

mas durante o tratamento foi

diminuindo de nível 3 foi para 2

tendo um considerável diminuição

do tônus muscular, mas o

movimento passivo era difícil

CONCLUSÃO

Contudo durante os atendimentos fisioterapêuticos, desde sua avaliação inicial até final, percebe-se

que se teve uma evolução em suas atividades diárias. Um dos principais objetivos foi alcançado

conseguindo-se colocar a paciente em posição ortostática e realizando o treino de marcha

inicialmente nas barras paralelas e depois com auxilio do andador, logo também, se teve evolução nas

atividades diárias, sendo relatada pela paciente subir escadas em ortostatismo, pois antes era em

sedestação. Por fim, percebe-se que a fisioterapia tem um papel fundamental para pacientes

neurológicos seja a patologia descrita ou em outras, devido seu tratamento eficaz.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

BIBLIOGRAFIA

FILLIS, M. M. A, et all, Prevalência de incontinência urinaria em participantes da associação londrinense de esclerose múltipla: estudo transversal, Revista Hórus, v. 13, n.1, p. 1-13, 2018.

GUERREIRO, C. T., et all, Esclerose Múltipla e os componentes de Estrutura e Função do Corpo, Atividade e Participação do Modelo da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), Revista Atenas Higeia, vol. 1, nº 1, Jan./Jun, Minas Gerais, 2019

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 16

EFEITOS DO EXERCÍCIO DE ALTA INTENSIDADE EM INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE PARKINSON:

REVISÃO SISTEMÁTICA DOI: 10.37423/200500857

Márcia Aparecida da Silva - [email protected]

Rafael Almeida de Luna - [email protected]

Santos P.L - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: Introdução: A doença de Parkinson (DP) é uma desordem neurológica comum e complexa.

É um distúrbio neurodegenerativo progressivo, que se manifesta por um amplo espectro de

características motoras e não motoras.Nenhum tratamento convencional foi demonstrado

significativo para retardar ou parar a progressão da DP. O exercício de alta intensidade, promove a

neurogênese e a neuroproteção em animais. Estudos realizados em humanos sugerem que o exercício

de resistência de alta intensidade melhora os sintomas motores em indivíduos com DP. Método: Foi

realizado uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados, uma busca abrangente nas bases

de dados eletrônicas, PEDro, MEDLINE (acessado via Pubmed), Cochrane e EMBASE. A busca nos

bancos de dados se deu no dia 08.06.2019, utilizando os descritores de acordo com o Medical Subject

Headings (MeSH): “Parkinson Disease”, “Exercise”, “High Intensity”, combinados pelo operador

booleano “AND”. Os critérios de elegibilidade foram ensaios clínicos randomizados, publicados nos

últimos 5 anos, no idioma inglês, nota 7 na escala Pedro, baixo risco de viés segundo a Cochrane.

Resultados: Foram incluídos 8 artigos no estudo para síntese qualitativa. Conclusão: Exercícios de

condicionamento cardiorrespiratório e treinamento resistido em alta intensidade, apresentam

eficácia na reabilitação, e é seguro e viável para essa população, no entanto, vale salientar, que são

necessários ensaios clínicos com melhor descrição e qualidade metodológica.

Palavras-Chave: Doença de Parkinson, Terapia por Exercício, Treinamento Intervalado de Alta

Intensidade, Fisioterapia

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Fisioterapia: princípios fundamentais

1.INTRODUÇÃO

A doença de Parkinson (DP) é uma desordem neurológica comum e complexa. A primeira descrição

detalhada da DP foi feita há quase dois séculos, mas a conceituação da doença continua a evoluir

(KALIA et al., 2015). Em sua essência, é um distúrbio neurodegenerativo progressivo, que se manifesta

por um amplo espectro de características motoras e não motoras, dentre elas; tremor em repouso,

rigidez, bradicinesia, instabilidade postural, congelamento freezing, anormalidades cognitivas e

neurocomportantais (JANKOVIC et al.,2008).

A característica patológica crucial da DP é a perda de neurônios dopaminérgicos da substância negra

(SN) dos Núcleos da base (NB) (DICKSON et al., 2012). Os NB auxiliam o córtex motor no controle de

movimentos através de duas vias: a indireta e a direta. Segundo este modelo, a característica

patofisiológica dos sinais hipocinéticos da DP é a prevalência da via indireta sobre a direta, resultando

em aumento da atividade de disparo neuronal nos núcleos de saída dos NB e levando à inibição

excessiva dos sistemas motores tálamo-corticais e de tronco encefálico, interferindo na velocidade

normal de início e execução do movimento, levando aos sinais da DP (MAGRINELLI et al., 2016).

A prevalência da DP aumenta com a idade, mas pode haver diferença geográfica na prevalência entre

a população de 70 a 79 anos entre países asiáticos e países da América do Norte – Europa, e os homens

parecem ter um risco ligeiramente maior de apresentar DP esporádica do que as mulheres

(PRINGSHEIM et al., 2014; ROGERS et al., 2004). Estima-se que até 2030, o número de indivíduos com

essa condição será de aproximadamente nove milhões em todo o mundo (DORSEY et al., 2007). No

Brasil, são escassos estudos epidemiológicos a cerca da DP, no entanto, um estudo populacional de

Parkinsonismo realizado no país, identificou uma prevalência maior, que a observada em outras

populações em todo o mundo (BARBOSA et al., 2006).

Nenhum tratamento convencional foi demonstrado significativo para retardar ou parar a progressão

da DP. A terapia dopaminérgica (visa substituir a dopamina por medicamentos dopaminérgicos e

modular o circuito disfuncional.) é o “padrão-ouro” para o manejo da incapacidade motora associada

à DP, mas fica aquém do gerenciamento de todos os aspectos da doença que contribuem para a

qualidade de vida (BEGA et al., 2014; KIM et al., 2015). Evidências atuais, sugerem pouca melhora na

instabilidade postural às opções gerais de tratamento em pessoas com DP, como medicação com L-

dopa e estimulação cerebral profunda (POEWE et al., 2009); alguns domínios da disfunção do

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Fisioterapia: princípios fundamentais

equilíbrio, pioram mesmo sob tratamento farmacológico e cirúrgico.(SCHONEBURG et al., 2013) Esses

achados fornecem uma necessidade urgente de outros tipos de tratamento.

Nesse sentido, Tomlinson e cols, demonstraram os efeitos benéficos de intervenções

fisioterapêuticas (incluindo terapia com exercícios ), em vários parâmetros de desfecho em

participantes com DP, incluindo marcha, mobilidade funcional, equilíbrio, incapacidade geral e

atividades da vida diária. Outras meta-análises publicadas, recentemente focaram em tipos específicos

de exercícios, mostrando melhorias nas medidas de estabilidade postural em indivíduos com DP após

a realização de tai chi, dança, ou exercícios aeróbicos (YANG et al., 2014; SHARP et al., 2014; SHU et

al., 2014)

Os exercícios de alta intensidade (EAI), promovem a neurogênese e a neuroproteção em animais

(SMITH et al., 2003). Baseado nisso, estudos realizados em humanos sugerem que o exercício de

resistência de alta intensidade melhora os sintomas motores (UC et al., 2014), além da capacidade

funcional, aumento de força e melhora na qualidade de vida (CRUICKSHANK et al., 2015), mas as

evidências atuais são insuficientes para determinar se a intensidade do exercício influencia a

modificação dos sintomas ou a progressão da doença. Portanto é cabível a justificativa de novos

estudos que investiguem os efeitos dos EAI em pacientes com DP.

2. OBJETIVO

2.1 Objetivo geral: Realizar uma revisão sistemática da literatura a respeito de exercícios de alta

intensidade na população com doença de Parkinson.

2.2 Objetivo específico: Realizar uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados a respeito

de exercícios de alta intensidade na população com doença de Parkinson.

3.METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

O presente artigo trata-se de uma revisão sistemática de literatura a partir de ensaios clínicos

randomizados, obedecendo a recomendação PRISMA.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

3.2 DEFINIÇÃO DA PERGUNTA DA PESQUISA

A estratégia de busca a cerca da problemática a ser estudada foi desenvolvida com base na estrutura

PICO (Population, Intervention, Comparison, Outcome), conforme explicito na tabela abaixo.

Tabela 1: Estrutura do acrômio PICO

Estrutura Acrômio Pico

P Pacientes com doença de Parkinson

I Exercícios de alta intensidade

C Pratica clinica convencional

O

Fonte: Arquivo Pessoal

3.3 ESTRATÉGIA DE BUSCA

Uma busca abrangente de bases de dados eletrônicas, incluindo a Physiotherapy Evidence Database

(PEDro), MEDLINE (acessado via Pubmed), Register of Controlled Trials (Cochrane CENTRAL), e

EMBASE. Em complemento também foram consultados os dados a partir das referências dos artigos

obtidos pelas bases de dados. A busca nos bancos de dados se deu no dia 08/06/2019 e utilizou os

descritores de acordo com o Medical Subject Headings (MeSH): “Parkinson Disease”, “Exercise”, “High

Intensity”, combinados pelo operador booleano “AND”.

3.4 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE

Foram estabelecidos os seguintes critérios de exclusão:

Artigos que não fossem ECR

Idioma que não o inglês

Antes do ano de 2014

Nota ≤ 5 segundo os critérios de elegibilidade da Pedro

Alto risco de viés segundo a Cocrhane.

Os critérios de inclusão foram;

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Fisioterapia: princípios fundamentais

ECR que abordassem a cerca de exercícios de alta intensidade em pacientes com doença de

Parkinson

Textos completos publicados em inglês

Artigos a partir do ano de 2014

Nota ≥ 6 segundo os critérios de elegibilidade da Pedro

Risco de viés moderado e baixo segundo a Cochrane

3.4.1 SELEÇÃO DOS ESTUDOS E EXTRAÇÃO DOS DADOS

Todos os artigos provenientes da busca foram analisados em duas fases. Na primeira fase, dois

revisores de forma independente avaliaram os títulos e resumos, se fossem potencialmente elegíveis

partiriam para segunda fase.

Estudos cujos resumos não continham informações precisas que permitissem a inclusão ou exclusão

foram selecionados para a segunda fase, na qual, se fez a avaliação de textos na íntegra. Na segunda

fase, os mesmos dois revisores, mantendo-se o sistema de avaliação independente, elegeram os

artigos seguindo os mesmos critérios de elegibilidade previamente definidos após leitura dos artigos

na íntegra.

As discordâncias entre os revisores, foram solucionadas por consenso e, caso o consenso não fosse

possível, um terceiro avaliador foi solicitado para determinar a inclusão ou exclusão do artigo. Para

melhor compreensão um fluxograma ilustrativo é apresentado na Figura 1.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 1: Fluxograma representativo do processo das fases de seleção dos estudos

Fonte: Acervo pessoal

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Fisioterapia: princípios fundamentais

3.5 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE METODOLÓGICA PEDRO

A avaliação da lista de verificação da qualidade da PEDro dos artigos incluídos estão resumidos na

figura 2.

Critério

Autor/ Ano

I II III IV V VI VII VIII IX X XI Nota

Kelly, 2014 S N N S N N S S S S S 6/10

Kelly, 2017 S N N S N N S S S S S 6/10

Schenkman M, 2018

S S S S N N S S S S S 8/10

Mandy Miller, 2019

S S S

S N N S S S S S 8/10

Serene S Paul, 2014

S S S S N N S S S S S 8/10

Tollar J, 2019

S S S S N N S N N S S 6/10

Landers MR, 2019

S S N S N N S S N S S 6/10

Harvey M, 2019

S S N S N N S N S S S 6/10

I= critérios de elegibilidade, II= Alocação aleatória, III= Alocação oculta, IV= Comparabilidade de linha de base, V= Assuntos cegos, VI=Terapeutas cegos, VII= Avaliadores cegos, VIII= Acompanhamento adequado, IX= Análise da intenção de tratar, X= Comparações entre grupos, XI= Estimativas pontuais e variabilidade. (Nota: O item dos critérios de elegibilidade não contribui para a pontuação total).

Figura 2: Apresentação dos itens de elegibilidade da PEDro dos estudos individuais

Fonte: Acervo pessoal

3.6 AVALIAÇÃO DO RISCO DE VIÉS SEGUNDO A COCHRANE

A qualidade do risco de viés dos estudos incluídos nesta revisão foi avaliada usando o critério descrito

no Cochrane Handbook. Foram julgados explicitamente todos os critérios usando: baixo risco de viés;

alto rico de viés; e risco de viés incerto (onde ‘’incerto’’ se relaciona com a falta de informação ou

incerteza sobre o potencial de parcialidade). Detalhes completos do risco de viés dos artigos incluídos

são fornecidos na figura 3.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 3: Apresentação da qualidade dos estudos individuais, ferramenta Cocrhane

Fonte: Acervo pessoal

4. RESULTADOS

4.1 RESULTADOS DE SELEÇÃO

Primeira Fase: foram encontrados 242 registros, em todas as bases de dados eletrônicas pesquisadas:

Cochrane (64), Embase (126), Pedro (14), Pubmed (38), após aplicação do filtro, por ano de publicação

(a partir de 2014) e tipo de estudo (ensaios clínicos randomizados), 55 estudos foram pré-

selecionados e após a leitura do título e resumo, restaram 14 artigos, potencialmente elegíveis.

Segunda fase: 14 artigos potencialmente elegíveis foram selecionados e lidos na íntegra, após

aplicação da escala de elegibilidade Pedro e análise de risco de viés da Cochrane, restaram então, 8

artigos, estes foram incluídos para realização de síntese qualitativa. Um fluxograma com a organização

da seleção dos estudos é apresentado na figura 4.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 4: Fluxograma representativo da estratégia de seleção e elegibilidade dos artigos.

Fonte: Acervo pessoal

4.2 EXERCÍCIOS AERÓBICOS DE ALTA INTENSIDADE

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Tabela 2: Programas de exercícios aeróbicos de alta intensidade

Fonte: Arquivo Pessoal

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Fisioterapia: princípios fundamentais

4.3 EXERCÍCIOS AERÓBICOS ASSOCIADOS A TREINAMENTO DE FORÇA EM ALTA INTENSIDADE

Tabela 3: Programas de exercícios aeróbicos combinados com exercícios resistidos em alta intensidade

Fonte: Arquivo Pessoal

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Fisioterapia: princípios fundamentais

4.4 OUTROS PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS EM ALTA INTENSIDADE

Tabela 4: Programa de treinamento de força e Realidade virtual respectivamente

Fonte: Arquivo Pessoal

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Fisioterapia: princípios fundamentais

5. DISCUSSÃO

Nos últimos anos, evidências de que o exercício pode ser eficaz na melhoria do desempenho funcional

em pessoas com DP tem sido crescente (VAN NIMWEGEN et al.; SHULMAN et al., 2013; ALLEN et al.,

2011). No entanto, há pouco consenso em relação na forma, intensidade ou duração do exercício.

Por conseguinte nosso trabalho teve como objetivo investigar os efeitos dos EAI nessa população.

Harvey et al., relataram baixo número de eventos adversos, algumas ocorrências de eventos adversos

foram relatadas em exercícios de média intensidade, no estudos de Schenkman et al., 2018 e Serene

et al., 2014 no entanto estes eventos não estavam relacionados ao exercícios.

Landers, 2019 e Tollar et al., 2019 não identificaram diferenças nos eventos adversos nos EAI quando

comparado a cuidados habituais. Os eventos adversos no sistema músculo esquelético já eram

esperados com o exercício de treinamento aeróbico baseados em estudos anteriores (UC et al., 2014),

demonstrando que pacientes com DP, podem exercitar-se com segurança sem supervisão direta

quando orientados por especialistas em exercícios (SCHENKMAN et al., 2012).

Esses achados corroboram com outros autores ( HARVEY M et al., 2019, LANDERS MR et al., 2019;

SCHENKMAN M et al., 2018) que demonstraram a viabilidade e a segurança dos EAI para pessoas com

DP. Vale destacar que a aderência dos participantes aos protocolos de alta intensidade foi alta em

todos os estudos avaliados.

Uma gama de recursos foram utilizados, dentre eles; esteira, bicicleta estacionária, cicloergômetro e

realidade virtual, no entanto todos os estudos eram análogos no que diz respeito à alta intensidade.

Nessa perspectiva os sujeitos eram estimulados a realizarem exercícios até atingirem entre 60% a 85%

da frequência cardíaca máxima (FCmáx). A grande maioria dos estudos estabeleceram a FCmáx como

um parâmetro para definir o EAI, conquanto, Tollar et al., 2019 não deixa claro em seu estudo qual

critério era utilizado para determinar EAI. Serene P et al., 2014 considerou o número de repetições

máxima (RM) para definir o exercício como alta intensidade, ou seja, utilizou treinamento de

fortalecimento muscular, onde eram realizados exercícios resistidos com cerca de 60% a 70% de 1RM,

o que diverge dos protocolos utilizados nos estudos anteriores.

O uso da frequência cardíaca alvo como uma ferramenta para prescrição de exercícios é comum.

Variações na FC durante o exercício correlacionam-se com mudanças na intensidade do exercício e

podem ser medidas diretamente por radiotelemetria e registro contínuo de ECG (KARVONEN et

al.,1988).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Ao registrar a FC durante uma sessão de treinamento ou um segmento de treinamento, e calcular a

média da FC e comparar essa média com a FCmáx do indivíduo e sua frequência cardíaca em repouso,

a frequência cardíaca relativa à intensidade da carga de trabalho (% da FCmáx) pode ser calculada.

Esses resultados são úteis no planejamento de intensidades de treinamento ideais (KARVONEN et al.

1988).

Uma das equações mais utilizadas para a predição da FCmáx é a 220 - idade, (KARVONEN et al., 1957)

apesar das constatações de que a equação 220 - idade seria inadequada para a aplicação na área das

ciências da saúde, o American College of Sports Medicine, indica a fórmula de Karvonen para a

prescrição do exercício aeróbio, pois ela apresenta uma correlação direta com o consumo máximo de

oxigênio.

As sessões de EAI citadas no artigo de Harvey, foram baseados em um protocolo de alta intensidade

amplamente utilizado (WISLØFF et al., 2007). O treinamento baseado em intervalo de alta intensidade

é um método de exercício que envolve períodos intercalados de altos níveis de intensidade de

exercício com períodos de descanso ou menos esforço. O treinamento intervalado de alta intensidade

demonstrou aumentar a capacidade oxidativa do músculo, capacidade potencial e de resistência

dentro de um período de treinamento de duas semanas (BURGOMASTER et al., 2005). O que vai de

encontro com o estudo de Serene P et al., 2014 que após realizar um protocolo de 12 semanas de

fortalecimento muscular em indivíduos com DP, verificou melhora na potência muscular nos MMII, e

esses achados estão diretamente relacionado a melhorias na capacidade funcional.

Nesse sentido Kelly NA et al., 2014 realizou um estudo com 15 participantes com DP, os mesmos

realizaram treinamento físico de alta intensidade projetado para desafiar simultaneamente a força,

potência, resistência, equilíbrio e função de mobilidade, após 16 semanas de treinamento houve

alterações favoráveis no músculo esquelético nos níveis celular e subcelular que estão associados a

melhorias na função motora, capacidade física e percepção de fadiga. Adaptações semelhantes no

músculo esquelético e no desempenho do exercício foi observado após 2,5 horas de um treinamento

intevalado de alta intensidade versus 10,5 horas de treinamento contínuo convencional (GIBALA et

al., 2006).

Estudos pioneiros realizados com animais revelaram os efeitos do exercício sobre a plasticidade neural

e neuroproteção do cérebro contra a degeneração neural sugerem que um programa de exercícios

intensos pode melhorar a função cerebral em pacientes com distúrbios neurológicos. Especificamente,

estudos em animais demonstraram neurogênese, um aumento na síntese e liberação de dopamina,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

e aumento da dopamina no estriado após crises agudas de exercício. (VAN PRAAG et al.,1999;

MEEUSEN et al.,1994; SMITH et al., 2003)

Posteriormente Kelly et al., 2017 realizou o primeiro estudo a relatar os efeitos agudos do exercício

na atividade cerebral do estado de repouso neuronal em indivíduos treinados em exercício com DP e

demonstrou que uma sessão aguda de EAI aumenta a atividade cerebral em estado de repouso dentro

da SN bilateral e no córtex pré-frontal nessa população. Vale salientar que trabalhos anteriores

mostraram que a diminuição da atividade neural dentro dessas áreas do cérebro pode estar associada

ao aumento da gravidade de alguns sintomas motores e não motores na DP (SKIDMORE et al., 2013;

DORUK et al., 2014; MANENTI et al., 2016)

A parte III da escala Movement Disorder Society Unified Parkinson’s Disease Rating Scale motor

subscales (MDS-UPDRS), foi utilizada por diversos autores para avaliar os sintomas motores ( TOLLA

et al., 2019; SCHENKMAN et al., 2017; LANDERS et al., 2019; KELLY et al., 2017; KELLY et al., 2014).

A MDS- UPDRS possui quatro partes, a saber: I: Experiências Não motoras da Vida Diária; II:

Experiências Motoras da Vida Diária; III: Exame Motor; IV: Complicações Motoras. Vinte perguntas são

preenchidas pelo paciente / cuidador (GOETZ et al., 2008)

Vale ressaltar que não foi objetivo desse estudo concentrar-se em aspectos não motores, dessa

maneira não direcionamos a discussão a esta ponto, podendo ser investigada em próximos estudos.

Os resultados aqui apresentados devem ser analisado com cautela, visto que o estudo apresentam

algumas limitações. O estágio da DP variava entre os estudos, entre os estágios I-III de Hoehn e Yahr,

além da grande variabilidade de fármacos utilizados entre os participantes, e em relação ao tempo de

utilização de medicação antiparkinsoniana. Houve uma grande dificuldade em encontrar artigos de

alta qualidade, consideramos que novos estudos com melhor descrição e qualidade metodológica são

necessários na literatura, além disso estudos com maior número amostral.

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160

Fisioterapia: princípios fundamentais

6. CONCLUSÃO

Constatamos que o exercícios de condicionamento cardiorrespiratório e treinamento resistido em alta

intensidade, apresentam eficácia na reabilitação, melhora da qualidade de vida, instabilidade postural,

e é seguro para ser prescrito para indivíduos com doença de Parkinson, tendo alta aderência dos

mesmos a este tipo de programa, vale salientar, que são necessários ensaios clínicos com melhor

descrição e qualidade metodológica na literatura.

REFERÊNCIAS

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

ANEXO A - Certificado de Participação de apresentação em congresso.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 17

EXERCÍCIO FÍSICO REGULAR COMO FERRAMENTA PARA O CONTROLE DA DOR EM PACIENTES FIBROMIÁLGICOS : REVISÃO

SISTEMÁTICA.

DOI: 10.37423/200500859

Lana Maria Fernandes DE SOUSA (Acadêmica de Fisioterapia, Centro Universitário Inta – UNINTA) - [email protected].

Kedmo Tadeu Nunes Lira (Docente do Curso de Fisioterapia, Centro Universitário Inta – UNINTA) - [email protected]

Ruth Chaves - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

Fibromialgia é uma doença crônica caracterizada por dor difusa, problemas no sono, exaustão física e

dificuldades cognitivas. Acomete 2-4% da população geral, com prevalência no sexo feminino e, em

2010, os critérios de classificação estabelecidos pelo ACR – que exigiam múltiplos pontos sensíveis

para o diagnóstico da doença foi excluído e passou-se a confiar nos sintomas relatados pelos pacientes.

O exercício físico regular tem se mostrado fundamental no controle da dor e na melhoria da qualidade

de vida de indivíduos fibromiálgicos.

OBJETIVOS

Apresentar uma revisão da literatura a fim de abordar a relevância do exercício físico no controle da

dor e na melhoria da qualidade de vida de pacientes fibromiálgicos.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão sistemática, realizada no período de abril a julho de 2019, a qual está

relacionada à prescrição de exercícios físicos como modulador de dor em indivíduos fibromiálgicos.

Para a seleção dos artigos foram utilizadas as bases de dados eletrônicas National Library of Medicine

(MEDLINE – Pubmed) e a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e a

Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), conforme os critérios pré-estabelecidos. RESULTADOS: Foram

encontrados 19 estudos, selecionados nas bases de dados PubMed (10), LILACS (5) e BVS (4), 11 artigos

se mostraram relevantes para a pesquisa, dos quais foram excluídos 8 conforme os critérios de

exclusão. Os resultados do estudo apontam que entre as abordagens terapêuticas utilizadas no

tratamento da fibromialgia, a não farmacológica tem se destacado pela sua eficácia, com enfoque no

exercício físico regular, pois o mesmo além de melhorar a resistência muscular e cardiorrespiratória,

quando aplicado dentro dos parâmetros adequados, melhora significativamente o quadro de dor

crônica e os sintomas relacionados à doença.

CONCLUSÃO

Pôde-se concluir com esta revisão sistemática que o exercício físico é capaz de aliviar a sintomatologia

dolorosa de pacientes com fibromialgia, o que se traduz em melhora da qualidade de vida destes.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

REFERÊNCIAS:

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Ernest H. S. et al. The role of sleep in pain and fibromyalgia. Nature Reviews Rheumatology. 2015. v.11, p.513–520.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 18

PERCEPÇÃO SENSORIAL CEREBRAL DURANTE EPISÓDIO DE DOR – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

DOI: 10.37423/200500861

Autora: Vitória Alexandra da Silva Gregório (Bacharelanda de Enfermagem –Centro Universitário São Miguel –Recife /PE).

Co-autora: Isabele Caroline Santos Clemente (Bacharelanda de Enfermagem –Centro Universitário São Miguel –Recife /PE).

Co-autor/ Orientador: Aline de Paula Caetano Pereira (Doutora pela Universidade Federal de Pernambuco).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Resumo: O sistema nervoso dentre suas funções, tem o papel de captar as mensagens e os impulsos

através da interação com os diversos órgãos com finalidade de interpretar e emitir respostas através

de estímulos. O cérebro em toda sua composição, é responsável por modular os sistemas de dor e

analgesia, controlados através dos neurotransmissores, ligados aos sentidos sensoriais, cognitivos e

emocionais do corpo, transmitidos por meio das vias sensitivas até o tálamo, seguindo até o córtex

frontal. O objetivo visou constatar na literatura as percepções sensoriais cerebral durante episódio de

dor. Trata-se de uma revisão bibliográfica produzida por meio dos materiais encontrados na Biblioteca

Virtual de Saúde. Para coleta utilizou as bases de dados: BDENF, LILACS e SCIELO, e os descritores: dor,

neurofisiologia, classificação da dor. Considerando critérios de inclusão: texto completo, disponível,

gratuito, língua portuguesa, artigo original, nos anos de 2014 á 2019 e obedecendo a temática da

pesquisa. Que resultou em ¬¬¬16 artigos, contudo apenas 10 foram escolhidos. Com base nos artigos

afirma-se que durante episódio de dor, o cérebro libera nas sinapses nervosas percepções diferentes

na intensidade e limiar da dor. O estímulo doloroso ativa as conduções unidirecionais das células pré

e pós-sináptica, relacionadas os sistemas corporais, através dos receptores e neurotransmissores do

cérebro, liberando adrenalina, serotonina, noradrenalina e outras prostaglandinas vinculadas nas

transmissões sensoriais. Ao final, constatou-se que, no episódio de dor os circuitos cerebrais são

ativados por estímulos nociceptivos passados aos nervos, proporcionando passagens de informações

por vias da coluna vertebral, ate o Sistema Nervoso Central e periférico, entrando em estado de alerta

até radicar a medula, liberando resposta local. Em desfecho, as interações hormonais dos sistemas

endócrino e límbico resultam na ativação de diversos mecanismos de defesa, como medo e fuga,

abstendo nova exposição a dor.

Palavras Chave: dor, neurofisiologia, classificação da dor.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A dor é definida como uma experiência de origem sensitiva e ligada as emoções de característica

desagradável, provocada por alguma lesão tissular ou atribuída alguma região. Não é possível avaliar

seus parâmetros através de exames laboratoriais ou testes específicos, a avaliação será feita na

maioria das vezes com base nas informações contidas no relato do paciente, colocada como uma

vivência abstrata que pode estar ou não associada a danos maiores. Visto suas características abstratas

e emocionais, cada indivíduo dá sua interpretação sobre episódios dolorosos. É um aspecto comum

nas doenças e sempre gera efeitos negativos na vida de quem experimenta, pois estão envolvidos

aspectos físicos e sensoriais, sendo um episódio que abrange múltiplos aspectos que atinge pessoas

em todo mundo e pode ser incapacitante (MARTELLI & ZAVARIZE, 2013).

O sistema nervoso dentre suas funções, tem o papel de captar as mensagens e os impulsos através da

interação com os diversos órgãos com finalidade de interpretar e emitir respostas através de

estímulos. O cérebro em toda sua composição é responsável por modular os sistemas de dor e

analgesia, controlados através dos neurotransmissores, ligados aos sentidos sensoriais, cognitivos e

emocionais do corpo, transmitidos por meio das vias sensitivas até o tálamo, seguindo até o córtex

frontal (GIACOMELLO, 2018).

Do ponto de vista fisiológico a dor é um sinal de alerta que dá seguimento a reações de defesa do

corpo, da mesma forma a investigação e abordagem clínica se torna complexa pelo seu caráter

subjetivo. A respeito da sensibilidade dolorosa é vista em dois estágios diferentes. Sendo o primeiro

intitulado nocicepção, que consiste no conjunto de concepções de dor que são possíveis de diferenciar

e atribui-se a transdução por meio de receptores especializados chamados noiceceptores que

recebem os estímulos reais ou possivelmente letais para os tecidos. No segundo estágio a percepção

da dor demanda um processo elaborado da informação nociceptiva, direcionando a consciência a

sensação repulsiva. A dor é apontada em vários estudos como um dos maiores motivos de internações

hospitalares. Associada sempre a doença de base, é incrementada como um sinal de que algo não esta

funcionando da maneira adequada, ignorando o fato que muitas doenças não possuem a dor dentro

de sua sintomatologia. De acordo com a Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde Pública

e a Sociedade Americana de Dor ela é vista como quinto sinal vital que deve ser notado e registrado

ao mesmo tempo em que são avaliados os outros sinais como temperatura, pulso, respiração e

pressão arterial (TOLEDO & VERÍSSIMO, 2015).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Diante do exposto, o objetivo do estudo foi constatar na literatura as percepções sensoriais cerebral

durante episódio de dor.

MATÉRIAS E MÉTODOS

Trata-se de uma revisão bibliográfica produzida por meio dos materiais encontrados na Biblioteca

Virtual de Saúde (BVS). Par coletar as publicações foram utilizadas as bases de dados: BDENF, LILACS

e SCIELO, com achados respectivamente 20%, 40% e 40%, foram através dos descritores: dor,

neurofisiologia, classificação da dor, obtidos no site dos Descritores em Saúde. Foram considerados os

critérios de inclusão: texto completo, disponível, gratuito, língua portuguesa, artigo original, contendo

cronicidade entre 2014 á 2019 e obedecendo a temática da pesquisa.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Apos toda avaliação das publicações resultaram em ¬¬¬16 artigos, contudo 10 foram escolhidos por

enquadrarem-se nos critérios de inclusão, posteriormente foi construído o quadro 01 com os achados,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

seguindo o padrão de apresentação dos artigos: ano de publicação, autores , titulo, objetivo principal,

base de dados que foi encontrado e revista de publicação.

Quadro 01. Apresentação dos artigos de acordo com: ano, autor, titulo, objetivo, base de dados e revista de publicação.

Ano Autor Titulo Objetivo Base de

dados

Revista de publicação.

2013

MARTELLI, A. ZAVARIZE. S.

F.

Vias nociceptivas da

Dor e seus impactos nas atividades da

vida diária

Descrever, utilizando a

literatura especializada, as

vias nociceptivas e fisiopatologia da dor no adulto e no idoso

e seus impactos nas atividades da

vida diária

SCIELO

UNICIÊNCIAS

2015

TOLEDO, K.

C., VERÍSSIMO,

T. C. A.

Neurofisiologia da dor e sua relação com

analgesia por acupuntura.

Apresentar os efeitos terapêuticos da acupuntura nos

mecanismos de percepção da dor em suas bases

neurofisiológicas

LILACS

Revista eletrônica saúde

e ciência

2015

QUEIRÓZ, D. T. et al.

Dor-5º sinal vital: conhecimento de

enfermeiros.

Compreender como os enfermeiros

identificam a dor dos pacientes

BDENF

Rev Enferm

UFPE

2015

Blasi, D. G. E. et al.

Avaliação e manejo da dor

na criança: percepção da

equipe de enfermagem

Analisar a percepção da

equipe de enfermagem quanto

à avaliação e manejo da dor

realizado em um setor de internação

pediátrica

BDENF

Semina: Ciências

Biológicas e da Saúde

2016

CARVALHO, F. A., OTA, C.

C. D. C.

Aspectos

Fisiológicos e Culturais da Dor

Visão antropológica e fisiológica da dor

SCIELO

Anais do EVINCI-UniBrasil

2016

POSSO, I. P.; PALMEIRA, C. C. A.; VIEIRA,

É. B. M.

Epidemiologia da dor neuropática.

Analisar aspectos da epidemiologia da dor neuropática na

população em geral, no Brasil e

SCIELO

Revista Dor

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Fisioterapia: princípios fundamentais

em diversas situações clínicas.

2018

GUZZO, E. C. et al.

Manejo da dor crônica

Explanação, classificação, abordagem e manejo da dor

crônica na prática médica.

LILACS

Acta méd

2018

SILVESTRE, RUI.

Mecanismos neurofisiológicos subjacentes aos

efeitos das técnicas de

tensão e deslize neural em sujeitos

saudáveis: estudo piloto

Investigar a existência de um

mecanismo neurofisiológico de inibição de dor ao

nível do corno posterior da medula

espinal (ME) subjacente à

técnica de deslize neural.

SCIELO

Tese de Doutorado.

Instituto Politécnico de

Setúbal

2018

CAMPOS, J. A. D. B.,

BONAFÉ, F. S. S., MAROCO,

J.

Dor referida: uma breve

discussão sobre a percepção da

dor

Influência do período de

referência nos escores de

intensidade e interferência da dor

na vida dos indivíduos.

LILACS

Psicologia, Saúde & Doenças

2018

GIACOMELL, C. M., et al.

DOR CRÔNICA: MANEJO

BASEADO NOS MECANISMOS

Revisar esta visão e analisar aspectos concernentes a essa questão.

LILACS

Acta méd.(Porto Alegre)

Guzzo (2015) esclarece que na neurofisiologia da dor aguda, a sensação da dor inicia-se pela periferia

por estímulos, em seguida o estimulo transmitido segue até o corno dorsal da medula espinhal, sendo

este o local de sinapse com os múltiplos tratos ascendentes (espinotalâmico, espinoreticular,

espinomesencefalico). Posteriormente, a sinapse acontecerá no tálamo e as projeções dos neurônios

seguem para o córtex somato-sensório primário e secundário e ao córtex cingulado anterior e sistema

límbico, o controle deste processo é loca através dos segmentos da medula espinhal e pelos sinais

facilitatorios ou inibitórios descendentes do córtex cerebral. Embora seja um processo longo, mas

realizado rapidamente, também sofre influencia dos sistemas noradrenérgico, opióide e

serotoninérgico. Vale salientar que o estimulo doloroso decussa entre 1 a 2 segmentos espinhas na

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Fisioterapia: princípios fundamentais

parte superior da qual adentra a medula, já a dor facial o estimulo segue sua transmissão

ipsilateralmente através do nervo trigêmeo.

Fonte: Blogsport. Extremos da Tolerância Humana.

A dor é uma constante entre a experiência sensorial e emocional, que correlacionada com o dano

tecidual real ou com o potencial abrange os mecanismos culturais, psíquicos e físicos, no estudo

pertinente a dor é mencionada como uma das principais causas do sofrimento do ser humano,

podendo ocasionar incapacidades, comprometimento da qualidade de vida, interferência nas

atividades de vida diária, e está ligada a ocorrência imensuráveis repercussões econômicas e

psicossociais. Tal maneira de experiência dolorosa, envolve em sua complexidade, a interligação ente

os fatores neurológicos, emocionais, cognitivas, sociais e culturais (Quéiroz et al. 2015)

Explana Campos, Bonafé e Moroco (2018), que a avaliação da percepção da dor pode ser identificada

individualmente, pois tal perspectiva de dor é construída através das vivências imediatas juntamente

com os resultados do conhecimento das emoções e sensações experimentadas. Outro aspecto

considerado para explicação da dor depende do período de tempo especifico na qual o individuo foi

exposto, tal referência pode auxiliar nos subsídios para decisões direcionadas e resolutivas.

CONCLUSÃO

Por fim constatou-se que, no episódio de dor os circuitos cerebrais são ativados por estímulos

nociceptivos passados aos nervos, proporcionando passagens de informações por vias da coluna

vertebral, ate o Sistema Nervoso Central e periférico, entrando em estado de alerta até radicar a

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Fisioterapia: princípios fundamentais

medula, liberando resposta local. Em desfecho, as interações hormonais dos sistemas endócrino e

límbico resultam na ativação de diversos mecanismos de defesa, como medo e fuga, abstendo nova

exposição a dor.

Pois durante episódio de dor, o cérebro libera nas sinapses nervosas percepções diferentes na

intensidade e limiar da dor. O estímulo doloroso ativa as conduções unidirecionais das células pré e

pós-sináptica, relacionadas os sistemas corporais, através dos receptores e neurotransmissores do

cérebro, liberando adrenalina, serotonina, noradrenalina e outras prostaglandinas vinculadas nas

transmissões sensoriais.

REFERÊNCIAS

BLASI, Débora Guedelha et al. Avaliação e manejo da dor na criança: percepção da equipe de enfermagem. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, v. 36, n. 1Supl, p. 301-310, 2015.

CAMPOS, Juliana Alvares Duarte Bonini; BONAFE, Fernanda Salloume Sampaio e MAROCO, João. Dor referida: uma breve discussão sobre a percepção da dor. Psic., Saúde & Doenças [online]. 2018, vol.19, n.1, pp.26-33. ISSN 1645-0086. http://dx.doi.org/10.15309/18psd190105.

Carvalho, F. A., Ota, C. C. D. Aspectos Fisiológicos e Culturais da Dor. ANAIS DO XI EVINCI — Centro Universitário Autônomo do Brasil — UniBrasil, v. 2 n. 2, p. 24-38, 2016.

GIACOMELLO, CAROLINA MARQUEZIN et al. Dor crônica: manejo baseado nos mecanismos. Acta méd.(Porto Alegre), p. 13-21, 2018.

GUZZO, E. C. et al. Manejo da dor crônica. Acta méd., Porto Alegre, 36 (11), 1-9,2015. Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/brasil/resource/pt/biblio-879720?view=mobile

MARTELLI, Anderson; ZAVARIZE, Sérgio Fernando. Vias nociceptivas da dor e seus impactos nas atividades da vida diária. Uniciências, v. 17, n. 1, 2013.

POSSO, I. P.; PALMEIRA, C. C. A.; VIEIRA, É. B. M. Epidemiologia da dor neuropática. Revista Dor, v. 17, p. 11-14, 2016.

QUEIRÓZ, D. T. et al. Dor-5º sinal vital: conhecimento de enfermeiros. Rev enferm UFPE, v. 9, n. 4, p. 7186-92, 2015.

SILVESTRE, Rui. Mecanismos neurofisiológicos subjacentes aos efeitos das técnicas de tensão e deslize neural em sujeitos saudáveis: estudo piloto. 2018. Tese de Doutorado. Instituto Politécnico de Setúbal. Escola Superior de Saúde.

TOLEDO, K. C., VERÍSSIMO, T. C. A. Neurofisiologia da dor e sua relação com analgesia por acupuntura. Revista eletrônica saúde e ciência. Vol. 5, n. 2, pág. 48-59, 2015.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 19

REALIDADE VIRTUAL COMO INOVAÇÃO TERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DE PARALISIA CEREBRAL

DOI: 10.37423/200500868

Ana Luisa Vasconcelos dos Santos (Acadêmica do Curso de Graduação em Fisioterapia do Centro Universitário INTA-UNINTA, Sobral-CE).

Aldenora Alves Oliveira (Acadêmica do Curso de Graduação em Fisioterapia do Centro Universitário INTA-UNINTA, Sobral-CE).

Anailda Fontenele Vasconcelos (Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário INTA-UNINTA, Sobral-CE).

Anna da Silva Teixeira (Acadêmica do Curso de Graduação em Fisioterapia do Centro Universitário INTA-UNINTA, Sobral-CE).

Géssica Nohara Moura Vasconcelos (Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário INTA-UNINTA, Sobral-CE).

Igor Charles Rocha Sousa (Graduado em Enfermagem pelo Centro Universitário INTA-UNINTA, Sobral-CE).

Maria Thavylla Cunha Araújo (Acadêmica do Curso de Graduação em Fisioterapia do Centro Universitário INTA-UNINTA, Sobral-CE).

Rômulo César Afonso Goulart Filho (Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário INTA (UNINTA) Sobral-CE e Mestre em Saúde da Família pela Universidade do Vale do Acaraú (UVA), Sobral-CE).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

PALAVRAS-CHAVE: Paralisia Cerebral; Realidade Virtual; Fisioterapia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO: Paralisia Cerebral (PC) pode ser definida como uma desordem de movimento e postura

devido a um defeito ou lesão do encéfalo em desenvolvimento¹. A Medicina, Enfermagem e em

especial a Fisioterapia, assume papel crucial na abordagem multidisciplinar no processo de

reabilitação. Assim, encontrar novas formas e programas de reabilitação é essencial para aumentar a

motivação e envolvimento do paciente. Nesta cena, a Realidade Virtual (RV) vem sendo amplamente

utilizada como uma ferramenta de auxílio na área da neuroreabilitação2. OBJETIVO: Analisar a

influência da realidade virtual no tratamento de pacientes com paralisia cerebral. METODOLOGIA:

Trata-se de uma revisão bibliográfica da literatura cientifica, realizada na Biblioteca Virtual em Saúde

(BVS) em fevereiro de 2019. Para a busca foram empregados os descritores Paralisia cerebral,

Realidade virtual e Fisioterapia, associando-os ao conectivo booleano AND, onde foram encontrados

artigos. Aplicando-se os critérios de inclusão: texto completo disponível, em português, inglês e

espanhol, ano de publicação 2015 a 2019, restaram 7 artigos para análise interpretativa. Ressalta-se

que os aspectos éticos propostos na Lei 9.610 foram respeitados bem como as medidas legais do

estudo. RESULTADOS: Foram analisados 7 artigos científicos, no qual discorrem da evolução de

pacientes com Paralisia Cerebral (PC) após realizar atividades de realidade virtual (RV). Os testes de

RV mostram mais eficácia, tanto na participação do paciente quanto no equilíbrio, força muscular,

coordenação motora, ajustes posturais, deslocamento de peso, e etc. Com os jogos de RV, que

envolvem o corpo por inteiro, demonstrando ser possível a potencialização do aprendizado motor com

a aproximação do aprendizado científico. Assim os pacientes apresentaram alterações positivas,

ambas os treinos, sobretudo depois do treino com realidade virtual. CONCLUSÃO: Diante dos aspectos

estudados e abordados, reitera-se a relevância das pesquisas na área da realidade virtual, porém se

faz necessário que mais pesquisas neste âmbito sejam desenvolvidas para que assim possamos ter

mais subsídios científicos, com isso, desenvolver novas abordagens contemplando o quesito inovação

para o bem da ciência da saúde.

REFERÊNCIAS

ROSENBAUM, Peter et al. A report: the definition and classification of cerebral palsy April 2006. Dev Med Child Neurol Suppl, v. 109, n. suppl 109, p. 8-14, 20071. VAGHETTI, César Augusto Otero; DA COSTA BOTELHO, Silvia Silva. Ambientes virtuais de aprendizagem na educação física: uma revisão sobre a utilização de Exergames. Ciências & Cognição, v. 15, n. 1, p. pp. 64-75, 20102.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 20

AVALIAÇÃO DA DOR EM PACIENTES COM LOMBALGIA CRÔNICA SUBMETIDOS A UM PROGRAMA DE ESCOLA

DA COLUNA DOI: 10.37423/200500872

Savana Ingrid Soares da Silva - [email protected]

(Acadêmica do 9º período do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL).

Pedro Henrique Bonifácio Costa Tenório - [email protected]

(Acadêmico do 9º período do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL).

Djanira Florentino Silva - [email protected]

(Fisioterapeuta pela Universidade Tiradentes de Sergipe – UNIT, Mestrado em Ensino na Saúde e em Tecnologia pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL, Docente da disciplina de Saúde do Adulto e do Trabalhador e Preceptora do estágio em osteomioarticular da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL).

Paulo José Medeiros de Souza Costa – [email protected]

(Médico pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Doutorado em Ciências pela Pós-Graduação em Pediatria e Ciências aplicadas à pediatria da Universidade Federal de São Paulo, Mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Sergipe – UFS, Docente e Orientador do Programa de Mestrado em Ensino na Saúde e em Tecnologia da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL, Docente do Núcleo de Saúde Materno-Infantil e do Adolescente da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: A dor lombar crônica representa um problema de saúde pública, pois, seu elevado custo e

prevalência afetam de forma negativa a qualidade de vida dos pacientes. Tendo em vista todas as

consequências que a lombalgia traz à sociedade, é de suma importância buscar conhecimento a

respeito dos métodos e intervenções capazes de oferecer tratamento e prevenção para a lombalgia,

dentre estes, a Escola da Coluna que se enquadra nessas características, associa prevenção primária à

educação em saúde. Desta forma, este estudo tem o objetivo de avaliar a evolução da dor em

pacientes com lombalgia crônica que foram submetidos a um programa de Escola da Coluna da

UNCISAL. O trabalho utilizou como instrumento de avaliação a Escala Visual e Analógica de dor – EVA,

em 17 pacientes, entre 18 a 60 anos de idade, com lombalgia crônica submetidos a um programa de

Escola da Coluna composto por dez aulas aplicadas em 5 semanas, com duração de 50min. A análise

estatística dos dados foi realizada utilizando o programa Bioestat®, versão 5.0. Observou-se redução

na percepção da intensidade da dor lombar, com nível de significância estatística (p<0,0001/2). Os

resultados obtidos demonstraram eficácia na utilização da Escola da Coluna como meio de tratamento

na redução da dor, classificando-a como uma alternativa possível para tratar indivíduos com lombalgia

crônica. Por ser de baixo custo, consegue alcançar uma abordagem educativa unindo teoria e prática,

informando os pacientes quanto à importância de manter uma boa postura durante a realização de

suas atividades de vida diária e profissionais, bem como prevenir possíveis disfunções futuras

Descritores: Dor lombar; Manejo da dor; Terapêutica.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

DOR

A sensação de dor apresenta-se atualmente como um dos grandes problemas de saúde pública.

Conforme a International Association for the Study of Pain (IASP) certifica, dor se trata de uma

percepção ou experiência desconfortável, que está relacionada com dano tecidual real ou potencial.

Além disso, podemos classifica-la como dor aguda, se esta tiver duração inferior a 30 dias ou dor

crônica, se a duração exceder 30 dias. (MERSKEY; BOGDUK, 1994; SCHESTATSKY, 2009).

LOMBALGIA

A lombalgia ou dor na coluna lombar, traduz-se como dor, rigidez ou tensão muscular entre a margem

costal e a prega glútea inferior (TULDER, 2002). A presença de dor nas costas e de alterações posturais

está entre os maiores problemas socioeconômicos e de saúde pública enfrentados por países em

desenvolvimento, uma vez que, resultam em prejuízos em função do tempo de afastamento do

trabalho, podendo ocorrer aposentadorias precoces. Embora acometa ambos os sexos, a lombalgia

prevalece em mulheres e afeta em média 70 a 85% dos adultos. (SILVA et al.; 2014; HAEFFNER et al.

2015).

Conforme os casos existentes, a dor inicia e desaparece dentro de seis semanas, classificando-se como

lombalgia aguda. Entretanto, cerca de 20% dos acometimentos não apresentam melhora alguma

dentro deste período, evoluindo para uma lombalgia crônica, tal qual será abordada neste estudo.

(RUBE; FEIER; WALKER, 2011).

LOMBALGIA CRÔNICA

Indivíduos com lombalgia crônica tanto são acometidos pelo desconforto físico e estresse postural,

como também podem apresentar limitação funcional, que por sua vez, irá provocar incapacidade e

prejuízo na qualidade de vida. É importante ressaltar alguns fatores associados a lombalgia, como as

lesões agudas, as quais causam desgaste nas estruturas ósseas da coluna. Além destas também fazem

parte, fatores psicológicos como a depressão, ansiedade e estresse mental; tanto no âmbito

profissional como no pessoal, entre outros. (FAZZI; TOLEDO, 1984; CHORATTO; STABILLE, 2003;

ANDRADE et al., 2005;).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

No âmbito profissional, atividades que necessitem de grandes grupos musculares e estruturas do

corpo, como: agachar, empurrar, puxar, carregar e levantar cargas desproporcionais ao peso do

indivíduo, irão causar dor na lombar, visto que, a quantidade da carga associada a gravidade, ao

esforço utilizado, ao ritmo e a frequência da atividade, produzirão sobrecarga na coluna, por meio de

movimentos compensatórios. (BRIGANÓ; MACEDO, 2005).

Outros fatores associados a lombalgia são: idade, sexo, alcoolismo, tabagismo, classe social,

escolaridade, tipo de atividade laboral, ausência de exercícios físicos e índice de massa corporal (IMC).

(ALMEIDA et al., 2003).

INTERVENÇÃO

Mediante o início de qualquer intervenção, faz-se necessário a realização de um diagnóstico preciso e

diferenciado, pois a dor poderá estar sendo gerada por outras

patologias, como hérnia discal, escoliose e osteoporose. A intervenção terá o objetivo de reduzir a

incapacidade funcional, proporcionar autonomia do indivíduo e consequentemente melhora na sua

qualidade de vida. Além do tratamento medicamentoso para alívio da dor, como o uso de analgésicos,

em alguns casos, pode-se necessitar da psicoterapia ou a terapia comportamental. Os métodos físicos,

como a fisioterapia, são muito utilizados de diversas formas para alivio da dor. (FERREIRA; NAKANO,

2000).

As altas despesas resultantes do diagnóstico e tratamento; os déficits gerados às instituições, tanto

públicas quanto privadas; e a escassez de resultados das práticas terapêuticas convencionais, deram

origem à "Back School" (Escola de Coluna). (ANDRADE; ARAUJO; VILAR, 2005). Este método, teve seu

desenvolvimento no hospital Danderyd em 1969 pela fisioterapeuta sueca Mariane Zachrisson-

Forssell, na cidade de Estocolmo, e tem mostrado resultados significativos no âmbito terapêutico,

onde se apresenta como uma alternativa de tratamento da coluna vertebral. (CUNHA et al., 2003).

Trata-se de um método de treinamento postural utilizado na prevenção e tratamento de indivíduos

com dor lombar, composto de informações teórico-educativas, contendo prática de exercícios

terapêuticos para a coluna. (ANDRADE et al., 2005).

Tendo em vista todas as consequências que a lombalgia traz à sociedade, é de suma importância

buscar o conhecimento a respeito dos métodos e intervenções capazes de oferecer um tratamento e

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Fisioterapia: princípios fundamentais

prevenção para a lombalgia. A Escola da Coluna se enquadra nessas características, pois associa

prevenção primária à educação em saúde.

É significativo para o meio acadêmico apresentar artigos e pesquisas que demonstrem os métodos e

os resultados que o Programa de Escola da Coluna traz aos pacientes, bem como sua eficácia. Dessa

forma, com o prévio conhecimento a respeito da lombalgia, da Escola da Coluna e de seus resultados,

os profissionais e a população poderão dar início a prevenção e ao tratamento visando uma melhora

dos prejuízos obtidos com a lombalgia, evitando perda da funcionalidade nas atividades de vida

diárias, incapacidade e afastamentos de trabalho, e consequências maiores, como uma hérnia discal.

Diante disso, o presente estudo objetivou avaliar a evolução da dor em pacientes com lombalgia

crônica que foram submetidos a um programa de Escola da Coluna da UNCISAL.

MATERIAIS E MÉTODOS

O presente estudo foi realizado no Ambulatório de Fisioterapia do Centro Especializado em

Reabilitação - CER III da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL. É um

estudo interventivo longitudinal, com abordagem quantitativa. Sendo aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa da UNCISAL, sob o nº 2.728.636.

Todos os exercícios e posições adotados nesse programa fazem parte da Escola da Coluna deste

ambulatório, visando prevenção, tratamento e conhecimento a respeito da lombalgia. A Escola da

Coluna é composta por um programa terapêutico e educativo desenvolvido por meio de 10 atividades

teórico-práticas com duração de 50 minutos em cada atividade, durante um total de 5 semanas.

Participaram deste estudo 17 pacientes que apresentaram dor crônica lombar (há no mínimo 3

meses), com faixa etária de 18 a 60 anos de idade. Foram excluídos da pesquisa sujeitos que

apresentaram outras doenças como: fibromialgia, fraturas da coluna vertebral, cirurgia na coluna

vertebral, processo tumoral, doenças inflamatórias ou infecciosas da coluna vertebral.

Inicialmente, avaliou-se as fichas de encaminhamentos e prontuários dos pacientes com lombalgia

crônica que constavam na lista de espera e triagem do

Ambulatório de Fisioterapia da Uncisal – CER III. Em seguida os pacientes que se encaixavam nos

critérios de inclusão foram contactados por ligação telefônica e informados a respeito da pesquisa e

de seus objetivos. Por fim, foram convidados a participar do estudo, e ao aceitarem, foram solicitados

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Fisioterapia: princípios fundamentais

a assinarem voluntariamente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), para em seguida

serem inseridos no Programa de Escola da Coluna.

O instrumento utilizado para a coleta de dados foi a aplicação de Escala Analógica Visual da Dor (EVA)

com o objetivo de mensurar a dor. Esta escala foi aplicada em dois momentos: Avaliação Inicial - AV0,

Avaliação após a 10ª Atividade - AV10.

Este Programa de Escola da Coluna foi composto por 10 aulas teórico-práticas, que objetivaram

orientar os participantes a respeito de: noções de anatomia e biomecânica da coluna vertebral,

disfunções da coluna, causas de dor na coluna e seus tratamentos, prática de atividades físicas,

cuidados a serem tomados em ocorrência de crise, ergonomia e posturas nas atividades de vida diária

(AVDs) e nas atividades de vida profissional (AVPs). As aulas teóricas tiveram duração de 20 minutos,

foram utilizados recursos como slides e imagens didáticas, esqueletos e moldes artificiais da coluna

lombar, para maior compreensão dos pacientes dos conteúdos abordados. As aulas práticas, por sua

vez, tiveram duração de 30 minutos e contavam com dez exercícios para coluna, como alongamento

das cadeias musculares da cintura escapular e pélvica, e membros inferiores, exercícios de

fortalecimento de glúteos, abdominais, quadríceps e membros inferiores, conscientização corporal,

treino postural, posicionamento nas atividades de vida diária e orientações. O programa foi realizado

com uma frequência de duas vezes por semana, com duração total de dez aulas em cinco semanas. As

dez aulas teórico-práticas foram conduzidas pelos acadêmicos do 4º ano do Curso de Fisioterapia da

Uncisal, os mesmos foram capacitados anteriormente e estiveram sob a supervisão da pesquisadora

principal durante todo o programa.

ESCALA VISUAL ANALÓGICA DE DOR – EVA

A Escala Visual Analógica de Dor (EVA) faz analogia a uma régua numerada de 0 a 10, trata-se de uma

escala unidimensional com a finalidade de auxiliar na aferição da intensidade da dor referida pelo

paciente, sendo um instrumento significativo para verificar a evolução do paciente durante a

intervenção de forma mais autêntica, de acordo com o grau de melhora ou piora da dor (TOBO et al,

2010). A EVA foi utilizada no início e no final de cada atendimento, registrando o resultado sempre na

evolução. Para utilizar a EVA o terapeuta deve questionar o paciente quanto ao seu grau de dor sendo

que o escore “0” significa “ausência total de dor” e “10” o nível de “dor máxima” suportável pelo

paciente.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

A análise dos dados obtidos com a aplicação do instrumento EVA, foi realizada utilizando-se estatística

descritiva na forma de média e desvio padrão, e apresentado na forma de tabela. Foi feita estatística

inferencial, para comparar a variável intensidade de dor nos momentos pré e pós-intervenção, tendo

sido utilizado o teste t pareado. Adotou-se o nível de significância de p ≤ 0,05. Os dados foram

analisados utilizando o programa Bioestat®, versão 5.0.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa contou com a participação de 17 sujeitos com dor lombar crônica, de ambos os sexos. O

sexo feminino foi predominante, 50% dos indivíduos tinham idade entre 50-59 anos.

NÍVEL DE INTENSIDADE DA DOR (EVA)

Tabela 1- Evolução do nível de intensidade da dor dos participantes da pesquisa antes e após a

aplicação do Programa da Escola de Coluna

FONTE: o autor

A tabela 1 evidencia a grande redução da intensidade da dor lombar, após a aplicação do programa

de intervenção Escola de Coluna, aplicando-se a escala EVA. Os valores médios de intensidade da dor

relatados pelos participantes do estudo em questão caíram de 6,29 (antes da intervenção) para 2,11

(após a intervenção), com considerável nível de significância estatística (p<0,0001).

Os dados obtidos que se referem a dor assemelham-se ao estudo de Souza et al (2010), no qual, 4

indivíduos com lombalgia crônica foram avaliados e, em seguida, submetidos a um programa de Escola

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Fisioterapia: princípios fundamentais

de Coluna, ao início da intervenção foi evidenciado escore de 6,75 (EVA), após a intervenção o escore

foi reduzido para 3,25 (EVA).

Analisando o instrumento utilizado para coleta de dados, a EVA, é notório que se trata de um

instrumento de fácil e rápida aplicação, proporciona ao paciente um melhor entendimento, tornando-

se uma forma viável para mensurar a intensidade da dor naquele momento. Entretanto, por ser um

instrumento unidimensional, desconsidera qualquer outro aspecto relacionado à dor, estimando

apenas a intensidade.

É notável que em vários campos de atendimento é preferível a aplicação de instrumentos

multidimensionais, por serem mais completos em relação ao que se avalia, consequentemente

possuem longa aplicação, contudo, quando apenas a intensidade for suficiente para uma avaliação

objetiva deve-se utilizar a EVA. Farrar et al. em 2010, apresenta que a intensidade da dor indica melhor

variação de melhora ou piora do tratamento de afecções dolorosas. Percebe-se então que, embora os

instrumentos multidimensionais forneçam uma maior quantidade de dados a respeito da dor, são

limitados em decorrência da longa aplicação. Nesse sentido é viável utilizar instrumentos rápidos,

objetivos e de fácil compreensão do paciente, como a EVA.

Em seu estudo realizado em 2005, Shirado et al., instituiu um programa de Escola de Coluna para

pacientes com lombalgia crônica, que consistia em uma aula teórico-prática para grupos de 5 a 10

pessoas e contava com a duração de 3h. Todos os pacientes foram avaliados por meio da EVA, e, ao

final do programa, o quadro álgico reduziu em 141 (80,8%) pacientes que passaram pela intervenção.

Em 2011, Sahin et al., avaliaram o efeito da Escola de Coluna associado à Fisioterapia na redução da

dor em pacientes com dor lombar crônica. No programa, os

pacientes foram randomizados entre Grupo Controle (GC) e Grupo Experimental (GE), o primeiro

grupo recebeu apenas os exercícios, já o segundo grupo contou com as aulas teórico-práticas por

completo. A avaliação da dor foi realizada através da EVA. Tanto no GC quanto no GE houve melhora

significativa nos valores da dor ao final e após três meses a intervenção, embora a junção da

fisioterapia junto a Escola de Coluna apresentou-se mais efetiva no tratamento.

Em um estudo desenvolvido por Andrade et al. (2005), a redução da incapacidade, o aumento da

mobilidade da coluna e a melhora da dor, foram resultados obtidos a curto e médio prazo. Outros

autores, como Cunha et al. (2003), constataram uma diminuição no quadro álgico de metade dos

indivíduos com lombalgia submetidos ao programa. Já Furlan et al. (1998), observaram resultados

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Fisioterapia: princípios fundamentais

positivos após a intervenção, na qual cerca de 52,4% dos pacientes submetidos tiveram o quadro

álgico reduzido em 75%. No estudo de Caraviello et al. (2005), 56,7% dos indivíduos demonstraram

melhora no quadro álgico, os mesmos foram avaliados pela EVA, comprovando a utilização deste

instrumento para avaliação da dor.

Um estudo realizado em 1995 por Casarotto e Murakami, avaliou a eficácia da Escola de Coluna em

15 indivíduos com lombalgia crônica, este programa continha cinco sessões teórico-práticas, com 50

minutos de duração, e oito meses após a intervenção, os sujeitos foram entrevistados novamente,

onde 93% dos indivíduos apresentaram ausência de dor, propondo que programas educacionais são

eficazes para o tratamento da lombalgia.

Em uma revisão sistemática composta por 12 estudos com pacientes que apresentavam lombalgia

crônica, realizada em 2001 e atualizada em 2004 por Heymans et al., destaca-se o estudo de Moffet

et al., por sua elevada qualidade metodológica. O estudo foi composto por 92 indivíduos com dor

lombar crônica, os quais foram divididos aleatoriamente em dois grupos, com o intuito de comparar

um programa de Escola de Coluna com aulas teóricopráticas, a um programa contendo somente os

exercícios; os exercícios propostos tinham enfoque no fortalecimento de músculos abdominais e

quadríceps, sendo semelhantes para os dois grupos. Ao final foi demonstrado em ambos os grupos,

melhora em relação à dor e incapacidade funcional, por meio da escala analógica visual e pelo

questionário Oswestry low back pain, respectivamente. Contudo, após 16 semanas, os pacientes que

ficaram no grupo que continha apenas os exercícios, tiveram retorno ao nível inicial de incapacidade

funcional, por outro lado, o grupo das aulas teórico-práticas continuaram a melhorar. Dessa forma, os

autores propõem que os indivíduos com lombalgia crônica foram beneficiados pelo conteúdo

educacional proposto pelo programa, demonstrando a importância não só dos exercícios como a

educação do paciente para dar continuidade a sua melhora.

Portanto, a presente pesquisa veio corroborar com os resultados dos trabalhos descritos acima,

apresentando elevada significância estatística em relação à redução da dor do paciente.

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos no presente estudo comprovaram a eficácia da utilização da Escola da Coluna

como meio de tratamento na redução da dor, classificando-a como uma alternativa possível para

tratar indivíduos com lombalgia crônica.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

O Programa de baixo custo, consegue alcançar uma abordagem educativa e terapêutica unindo teoria

e prática, informando os pacientes quanto à importância de manter uma boa postura durante a

realização de suas atividades de vida diárias e profissionais, bem como prevenir possíveis disfunções

futuras.

REFERÊNCIAS

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 21

EFICÁCIA DA CROCHETAGEM NO TRATAMENTO DA FASCITE PLANTAR: UMA REVISÃO DE LITERATURA

DOI: 10.37423/200500880

Lorenna Rafaella Figueirôa Loureiro - [email protected]

Thatiany Cristina de Deus Silva - [email protected]

Amanda Mayara Concórdio de Souza - [email protected]

Cinara Karina Bezerra e Silva - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Introdução: A fascite plantar é uma das principais causas de dor na região plantar do calcanhar, e se

dá devido a microtraumas repetitivos na região da fáscia, gerando um processo inflamatório que

resulta em fibrose e degeneração das fibras fasciais. A técnica de crochetagem é uma técnica

manipulativa que se baseia na utilização de ganchos que irão fazer a quebra de aderências,

principalmente o rompimento de pontos de fibroses. Objetivos: Analisar a eficácia do tratamento da

fascite plantar através da técnica de crochetagem. Métodos: O método utilizado foi a revisão de

literatura e de artigos científicos publicados por revistas e periódicos indexados nas bases Scielo, e

Google Acadêmico. Foi utilizado como critérios de seleção artigos que continham em seu título: fascite

plantar, crochetagem. Publicados no período de 2004 a 2017. Foram excluídos estudos que estavam

relacionados a outros métodos de tratamentos fisioterapêuticos como uso de ondas de choque.

Resultados e Discussão: Foram encontrados 12 artigos, após a leitura dos resumos foram selecionados

3 para a leitura integra e utilização dos mesmos para a revisão, em língua portuguesa. Através do

estudo pode-se observar que a técnica de crochetagem em todos os casos obteve uma melhoria no

quadro álgico. Conclusão: Através do estudo pode-se concluir que a técnica de crochetagem tem

eficácia no tratamento da fascite plantar, trazendo melhoria na condição de dor, mobilidade e

qualidade de vida do paciente.

Palavras-chave: Fascíte Plantar, Fisioterapia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A fascite plantar ou síndrome da dor no calcanhar é a causa mais comum de dor na região plantar do

calcanhar, apesar de ser uma patologia que não é letal, as dores causadas podem inviabilizar o

indivíduo de realizar suas atividades de vida diárias, comprometendo a sua funcionalidade.

(MARQUES, 2018) A causa exata não é definida, porém vários fatores estão envolvidos, como: fraturas

de estresse, microtraumas na região plantar, inflamação da fáscia, esporão de calcâneo, entre outros.

A anatomia da fáscia plantar oferece pouca elasticidade, então durante a fase de apoio da marcha,

ocorre uma compressão na planta do pé e uma força de tração é gerada no pé. Através da frequência

e intensidade da aplicação dessas forças de tração, pode ocorrer uma degeneração progressiva na

origem da fascia plantar, gerando microtraumas. (FERREIRA, 2014) Então, em decorrência desses

microtraumas, ocorre um processo inflamatório que resultará com um tempo em fibrosa e

degeneração das fibras fasciais, originando uma calcificação. (MARQUES, 2018)

Os sinais clínicos decorrentes da fascite plantar são: dor na região do calcâneo e/ou ao longo da fascia

plantar até a sua origem, a dor surge principalmente aos primeiros passos do dia, ou após caminhadas

longas ou muito tempo em pé. (PONTIN, 2014)

Quanto aos fatores que podem influenciar no surgimento da Fascite Plantar, a literatura mostra que

são: tempo de permanência em pé, uso de calcados inadequados, lesões pregressas, alto índice de

massa corporal, musculatura da panturrilha fraca, hiperpronação do pé, dorsiflexão do tornozelo

limitadas, e envelhecimento. (FRASER, 2017)

Dentre os tratamentos descritos na literatura, a fisioterapia é de total importância no tratamento da

Fascite Plantar, e várias condutas são descritas na literatura como alongamentos, terapia de ondas de

choque, uso de órteses, liberação miofascial. (SNIDER, 2000)

A crochetagem mioaponeurótica ou diafibrólise percutânea é uma técnica manipulativa, que baseia-

se na utilização de ganchos ou crochetes que irão ser utilizados na quebra de aderências do sistema

musculoesquelético, onde o principal objetivo é romper os pontos de fibrose que foram causados pelo

acúmulo de cristais de oxalato de cálcio nos planos aponeuróticos, causando irritação. (SANTANNA,

2005)

Portanto, o objetivo do presente trabalho é analisar a eficácia do tratamento da fascite plantar através

da técnica de crochetagem.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

MÉTODOS

Trata-se de uma revisão de literatura realizada durante o mês de março de 2019 nas bases Scielo

(Scientific Eletronic Library Online) e Google Acadêmico, em língua portuguesa publicados entre 2004

e 2017. Para serem inclusos nesta revisão, os artigos deveriam ser: artigos originais e estudos de casos

que falassem do tratamento da fascite plantar, utilizando a técnica de crochetagem. Os critérios de

exclusão foram artigos que tinham como outros métodos de tratamento como o uso de eletroterapia.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo de Sant’anna (2005) avaliou a técnica da crochetagem em um paciente de 35 anos de idade,

músico profissional, sedentário, portador de fascite plantar bilateral há aproximadamente quatro

anos, sem ter se submetido a tratamento clínico ou fisioterapêutico. O tratamento foi realizado

durante 5 semanas, com duas sessões semanais, totalizando 10 sessões, como critério de avaliação foi

utilizado o relato do paciente quanto as dores referidas na tuberosidade medial do calcâneo ao ficar

em posição ortostática e durante a palpação. Para quantificar a dor, foi utilizado uma escada para

graduar a dor, onde 0 (zero) era ausência de dor e 10 (dez) uma dor insuportável. As sessões tiveram

duração média de 30 minutos, e constaram somente da utilização da crochetagem. Durante o

tratamento, o paciente não foi orientado a utilizar nenhum outro tipo de recurso. Na avaliação inicial,

o paciente quantificou sua dor como grau 08 em posição ortostática e grau 09 à palpação no pé direito;

e grau 06 em posição ortostática e grau 06 à palpação no pé esquerdo. Após as dez sessão quantificou

em grau 04 em posição ortostática e grau 04 à palpação no pé direito; e ausência de dor grau zero (0)

em posição ortostática e grau 02 à palpação no pé esquerdo. Relatou também melhora considerável

em suas atividades da vida diária, uma vez que as mesmas eram significativamente limitadas pela dor.

No estudo de França (2016), foi realizado um estudo de caso com um paciente de 53 anos médico,

sedentário, portador de fascite plantar unilateral há aproximadamente há dois anos, sem ter se

submetido a tratamento fisioterapêutico. O tratamento foi realizado durante cinco semanas, com três

sessões semanais, totalizando quinze sessões, que duravam em média 30 minutos utilizando a técnica

de crochetagem. A avaliação inicial foi realizada através de uma escala visual de dor ao longo de uma

linha contínua de 10 cm, sendo zero ausência total de dor, e 10 dor mais grave. Na avaliação inicial, a

paciente quantificou sua dor como grau 8 em posição ortostática e grau 9 à palpação em pé esquerdo.

Após as quinze sessões, quantificou em grau 4 em posição ortostática e grau 4 à palpação em pé

esquerdo. Obtendo uma melhora significativa nas suas atividades de vida diárias.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

De acordo com BAUMGARTH (2007), a crochetagem é indicada em qualquer afecção

osteomioarticular que apresente uma fibrose ou formação de aderências, assim como nas neuralgias,

a técnica tem como objetivo principal o rompimento de pontos de fibrose, geralmente causados pelo

acúmulo de cristais de oxalato de cálcio encontrados em locais de estase circulatória e próximo às

articulações, nos planos aponeuróticos causando irritação.

CONCLUSÃO

Apesar da escassez e quase inexistência de estudos que tragam a crochetagem como tratamento da

fascite plantar, através do estudo os resultados dos autores concordam que a técnica de crochetagem

tem eficácia no tratamento da fascite plantar, trazendo melhoria na condição de dor, mobilidade e

qualidade de vida do paciente. Porém maiores estudos se fazem necessários, utilizando uma

amostragem maior, e parâmetros de controle mais específicos, assim como outras modalidades

terapêuticas, para que a influência da técnica seja realmente verificada.

REFERÊNCIAS

BAUMGARTH, H. Apostila do Curso de Crochetagem. 2007.

FERREIRA, R. Talalgia: plantar fasciitis. Rev. bras. ortop., São Paulo , v. 49, n. 3, p. 213-217, Junho 2014 .

FRANÇA, D. et al. Tratamento da fascite plantar unilateral pela técnica da crochetagem: um estudo de caso. Revista de trabalhos acadêmicos-campus niterói, América do Norte, jul. 2016.

FRASER, J. et al. Does manual therapy improve pain and function in patients with plantar fasciitis? A systematic review. Journal Of Manual & Manipulative Therapy, v. 26, n. 2, p. 55-65, 3 maio 2017.

MARQUES, J. et al. FASCITE PLANTAR : A TERAPIA MANUAL COMO MÉTODO DE TRATAMENTO. n. 2001, 2018.

PONTIN, J. COSTA, T. CHAMLIAN, T. Tratamento Fisioterapêutico da Fasciíte Plantar. Acta Fisiátrica, v. 21, n. 3, 2014

SANT’ANNA, R. B. Tratamento da Fascite Plantar Bilateral pela Técnica da Crochetagem: um Estudo de Caso. Artigo para título de Especialização Lato Senso. Rio de Janeiro: Universdade Estácio de Sá, 2005

SNIDES, R. Tratamento das Doenças do Sistema Musculoesquelético. 1 ed. São Paulo: Manole, 2000.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 22

RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL COM UM GRUPO DE IDOSOS DO

CRAS DOI: 10.37423/200500883

Maria Jane das Virgens Aquino (Residente Hospital Universitário/ Universidade Federal de Sergipe, Fisioterapeuta).

Larissa Costa Pereira (Residente Hospital Universitário/ Universidade Federal de Sergipe, Nutricionista).

Crislaine Teles de Menezes (Residente Hospital Universitário/ Universidade Federal de Sergipe, Farmacêutica).

Luna Maia Maia (Residente Hospital Universitário/ Universidade Federal de Sergipe, Psicóloga).

Beatriz Andrade Oliveira Reis ((Residente Hospital Universitário/ Universidade Federal de Sergipe, Psicóloga).

Ingrid Sammara Pinheiro Gonçalves (Residente Hospital Universitário/ Universidade Federal de Sergipe, Assistente social).

Anara da Luz Oliveira (Residente Hospital Universitário/ Universidade Federal de Sergipe, Enfermeira).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

Humanizar significa tornar (-se) humano, dar ou adquirir condição humana, humanar (-se), tornar

educado, afável, civilizado (PEREIRA, 2010). Nesse sentido surge a Política Nacional de Humanização

da Atenção e Gestão do SUS (PNH) com o interesse em valorizar os diferentes sujeitos que estão

implicados no processo de produção de saúde: usuários do serviço, profissionais e gestores

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). Produzir saúde é ultrapassar a percepção biomédica verticalizada e

perceber a importância da promoção de ações de forma articulada entre os sujeitos.

O curso de Residência Multiprofissional tem características de pós-graduação lato sensu, na

modalidade de treinamento em serviço em unidade hospitalar envolvendo também atividades

voltadas para a atenção básica em saúde. O curso tem duração de 02 anos (5.760 horas), em regime

de dedicação exclusiva e tempo integral (em conformidade com a Lei Federal n° 11.129 de 30 de junho

de 2005, atr. 13, parágrafo segundo).

O programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde, na área de concentração em Saúde

do Adulto e do Idoso do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe é destinado aos

profissionais graduados nas áreas de enfermagem, farmácia, fisioterapia, nutrição, odontologia,

psicologia e serviço social, com graduação em nível superior obtida em Instituições de Ensino Superior

(IES), em curso reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) (Edital n° 01/2013).

O Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) é uma unidade pública estatal localizada em áreas

com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinada ao atendimento socioassistencial de

famílias. É o lugar que se estrutura como porta de entrada dos usuários da política de assistência social

para a rede de Proteção Básica e referência para possíveis encaminhamentos à Proteção Especial

(Poder Judiciário do Estado de Sergipe).

A Política Nacional do Idoso (PNI), Lei n° 8.842, 4 de janeiro de 1994, o estatuto do Idoso, Lei n° 10.741,

de 1° de outubro de 2003, e a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2015) definem “Idoso” pessoas

com 60 anos ou mais. Os Centros de Convivência para Idosos são considerados serviços de proteção

básica de assistência social e visam potencializar a família como unidade de referência, à socialização

e o acolhimento.

Diante do exposto, este trabalho tem o objetivo de relatar a experiência vivida por uma equipe da

Residência Multiprofissional em Saúde do Adulto e do Idoso composta por fisioterapeuta,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

farmacêutica, enfermeira, nutricionista, assistente social e psicólogas, no grupo de idosos

frequentadores do Centro de Referência de Assistência Social Benjamin Alves, localizado no Bairro

Coroa do Meio, em Aracaju-Sergipe, Brasil.

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Trata-se de um relato de experiência de residentes multiprofissionais após desenvolverem trabalhos

com um grupo de idosos do CRAS.

Figura 1: Centro de Referência de Assistência Social Benjamin Alves de Carvalho, local onde foi desenvolvido este relato de experiência.

Foram realizados 11 encontros com o grupo de idosos. Inicialmente, em todos os encontros, eram

trabalhados alongamento muscular global e exercícios ativo-livres e resistidos de membros superiores

e inferiores, sob a orientação da fisioterapeuta residente. A manutenção da capacidade funcional dos

idosos é um dos fatores que contribuem para uma melhor qualidade de vida e independência, além

da diminuição do risco de quedas dessa população. Nesse sentido, a prática de atividades física é um

importante meio para se alcançar esse objetivo, devendo ser estimulada ao longo da vida.

Especificamente nessa faixa etária, deve-se priorizar o desenvolvimento da capacidade aeróbica,

flexibilidade, equilíbrio, resistência e força muscular de acordo com as peculiaridades dessa

população, de modo a proporcionar uma série de benefícios específicos à saúde biopsicossocial do

idoso (MACIEL, 2010).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 2: Atividade física orientada pela fisioterapeuta residente com os idosos do CRAS.

Posteriormente, eram realizadas outras atividades lúdicas e informativas, sendo facilitadas pelas

demais integrantes da equipe. As atividades envolviam várias temáticas, dentre elas: o resgate

histórico do bairro Coroa do Meio, atividade sobre Regionalidade, Discussão sobre Estatuto do Idoso,

Show de Talentos, atividade sobre Sexualidade, Visita ao Parque dos Cajueiros, Visita ao Baile da

Primavera da Prefeitura de Aracaju, Outubro Rosa: “Prevenção contra o Câncer de Mama”, Dia e Dicas

de Beleza, Qual é a música?.

No resgate histórico do bairro Coroa do Meio, ouvimos os relatos dos moradores mais antigos da

região que contaram sobre a importância da pesca e da criação da Associação de Pescadores local, o

desenvolvimento comercial do bairro, o trabalho da prefeitura para implementar o saneamento básico

na região, visto que a maioria das casas eram de palafitas, a construção do shopping center, entre

outras vivências pessoais e coletivas.

Na atividade sobre Regionalidade, abordamos músicas, comidas típicas, manifestações culturais dos

estados do Brasil. A discussão sobre o Estatuto do Idoso serviu para empoderar e orientar os idosos

com relação aos seus direitos e deveres previstos na Constituição Federal. Na dinâmica Show de

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Talentos, despertamos a demonstração da arte, seja através da música, do cordel, da dança, das

memórias dos idosos do CRAS.

Figura 3: Equipe multiprofissional e mapa do Brasil para desenvolvimento da atividade sobre

Regionalidade com os idosos do CRAS.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 4: Atividade de Show de Talentos com os idosos do CRAS.

Na atividade sobre Sexualidade, abordamos sobre o quão natural e saudável esse tema representa,

embora seja envolto por tabus e preconceitos. Tiramos dúvidas, ouvimos os relatos individuais, as

alegrias, as queixas, os medos e os incentivos de uns para os outros. Na atividade Outubro Rosa

abordamos sobre a prevenção e combate ao Câncer de Mama, com enfoque na realização da

mamografia, nas visitas periódicas ao médico e nos cuidados com o corpo.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 5: Roda de conversa sobre o Outubro Rosa com os idosos do CRAS.

As residentes acompanharam as idosas em um passeio para o Parque dos Cajueiros, um parque

mantido pelo Governo de Sergipe na Avenida Beira Mar, s/n, Aracaju. Esse parque constitui em uma

área urbanizada ao ar livre, arborizada, com brinquedos infantis e aparelhos de ginástica. Já no Baile

da Primavera, uma festa promovida pela Prefeitura de Aracaju, que reúne todos os CRAS do município.

Na atividade do Dia e Dicas de Beleza, convidamos uma consultora para valorizar e embelezar os

idosos, com maquiagens e penteados com o intuito de promover o bem-estar pessoal. Para encerrar

a nossa estadia no CRAS Benjamim Alves de Carvalho, planejamos uma gincana “Qual é a música?”,

com atividades que envolviam quem era o autor, nome e complete a música. Dessa maneira

descontraída agradecemos a acolhida e a participação dos idosos em todas as nossas atividades

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 6: Atividade "Qual é a música?" e encerramento das atividades das residentes com os idosos

do CRAS.

CONCLUSÃO

De acordo com a avaliação da equipe multiprofissional e segundo relatos dos idosos, o trabalho

desenvolvido foi de extrema relevância. A equipe dos profissionais de saúde tinha a função de

intermediar a discussão dos temas abordados, enquanto os idosos traziam relatos de experiência de

vida, além de suas dúvidas sobre o assunto.

A troca de experiências foi satisfatória para ambas as partes. Além do que, foram fortalecidos os

vínculos de amizades entre os idosos, estimulada a autonomia dos usuários do SUS acerca de seus

direitos e deveres, e divulgadas as atividades propostas pelo Ministério da Saúde e Prefeitura

Municipal de Aracaju.

REFERÊNCIAS

1) Pereira, ABH. Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 5ª ed. Paraná: editora Positivo, 2010.

2) BRASIL. Ministério da Saúde. Cartilha HumanizaSUS. Brasília‐DF, 2007.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

3) BRASIL. Lei n° 11.129, 30 de junho de 2005. Institui a Residência em Área Multiprofissional de Saúde e cria a Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde CNRMS, Brasília – DF, 2005.

4) ARACAJU (SE). Edital de seleção de candidatos às vagas do Programa de Pós‐Graduação na modalidade de Residência Multiprofissional em Saúde do Adulto e do Idoso para o período letivo de 2013/2014, n° 01/2013.

5) CRAS – Centro de Referência da Assistência Social. Poder Judiciário do estado de Sergipe. Disponível:em:https://www.tjse.jus.br/portaldamulher/rede‐de enfrentamento/equipamentos/cras.

6) BRASIL. Lei n° 8.842, 04 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a Política Nacional do Idoso e cria o Conselho Nacional do Idoso, Brasília – DF, 1994.

7) BRASIL. Lei n° 10.741, 01 de outubro de 2003. Dispões sobre o Estatuto do Idoso, Brasília – DF, 2003.

8) Organização Mundial de Saúde. Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde. Rio de Janeiro: OMS; 2015. Disponível em: https://sbgg.org.br/wp‐content/uploads/2015/10/OMS‐ENVELHECIMENTO‐2015‐port.pdf.

9) Maciel, MG. Atividade física e funcionalidade do idoso. Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 14, p. 1024‐1032, 2010.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 23

BENEFÍCIOS DA REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL EM GESTANTES COM LOMBALGIA

DOI: 10.37423/200500887

Amanda Mayara Concórdio de Souza - [email protected]

Lorenna Rafaella Figueirôa Loureiro - [email protected]

Thatiany Cristina de Deus Silva - [email protected]

Cinara Karina Bezerra e Silva - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Introdução: A lombalgia é uma dor persistente na região lombar da coluna vertebral, e essa dor é

frequente durante a gestação. A fisioterapia dispõe de vários métodos de tratamento, e a técnica de

Reeducação Postural Global (RPG) irá promover um alívio da dor e ajudar na reabilitação da gestante.

Objetivo: Analisar a eficácia da técnica de reeducação postural global (RPG), no alívio da lombalgia na

fase de gestação. Metodologia: Foi realizado uma revisão de literatura de artigos científicos

publicados nas bases Scielo e Google Acadêmico. Foi utilizado como critérios de seleção, artigos que

continham em seu título: RPG, lombalgia, gestação, fisioterapia. Publicados no período de 2007 a 2017

na língua portuguesa. Foram excluídos estudos que estavam relacionados a outra técnica

fisioterapêutica. Resultados e Discussões: A pesquisa resultou em 7 artigos onde 5 estavam

analisando a eficácia da RPG em pacientes gestantes com lombalgia. Os artigos selecionados

apresentaram um resultado significativo para a melhora da lombalgia utilizando a técnica de RPG,

mostrando estatisticamente números favoráveis, principalmente nas gestantes de 22 semanas

gestacionais. Conclusão: A técnica de RPG traz resultados satisfatórios para as gestantes, por aliviar as

tensões musculares, principalmente na cadeia muscular posterior, além de ajudar no controle de

respiração.

Palavras-chave: Gestação, Lombalgia, Fisioterapia, RPG.

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205

Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A gravidez é um período no qual ocorrem alterações físicas e emocionais, com o intuito de adaptar a

mulher à sua nova condição de gestante. Entre essas modificações estão alterações hormonais,

musculoesqueléticas, cardiovasculares, respiratórias, tegumentares, nervosas, gastrointestinais e

urogenitais (SANTOS, M. M 2010).

Do ponto de vista biomecânico, ocorre um deslocamento do centro de gravidade para frente, devido

ao aumento do abdômen e das mamas, o que leva a alterações de postura, como diminuição do arco

plantar, hiperextensão dos joelhos e anteversão pélvica. Esses ajustes geram uma acentuação da

lordose lombar e consequente tensão da musculatura paravertebral (SOUZA ELBL, 2007). A partir do

segundo trimestre gestacional, a sobrecarga nos músculos e ligamentos da coluna vertebral é ainda

mais intensa, devido à ação de hormônios como o estrogênio e a relaxina sobre os grandes ligamentos

das articulações pélvicas (SANTOS, M. M 2010).

A dor lombar ou lombalgia é um sintoma frequente em gestantes e acomete cerca de 50% das

mulheres. Sua etiologia está ligada a inúmeros fatores, tais como as alterações fisiológicas,

biomecânicas, vasculares e psicológicas (FERREIRA CHJ 2010). A lombalgia é um sintoma de dor que

acomete a região lombar e que pode manifestar-se com a presença ou não de irradiação para os

membros inferiores. Este sintoma geralmente aumenta com o decorrer da gravidez, ocasionando

diversas interferências nas atividades de vida diária da gestante, além de poder acarretar absenteísmo

e distúrbios de sono (TEODORIL, R 2011).

No início da década de 50, a terapeuta corporal francesa Françoise Mézières elaborou, por meio de

observação cuidadosa, uma proposta de atuação na seguinte observação: cada vez que se tentava

tornar menos acentuada a curva de um segmento da coluna vertebral, ela se deslocava para outro

segmento. Na década de 80 o fisioterapeuta Philippe-Emmanuel Souchard ensinou o Método

Mézières durante 10 anos no Centro Mézières, no sul da França. Fundamentou essa forma de trabalho

em seu profundo conhecimento de anatomia, biomecânica, cinesiologia e osteopatia, que lhe

permitiram embasar o método hoje conhecido como Reeducação Postural Global (RPG). O RPG se

baseia no alongamento global de músculos antigravitários e organizados em cadeias musculares

alongadas simultaneamente por aproximadamente 15 a 20 minutos (TEODORI, R.M 2011).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

O RPG traz resultados satisfatórios para as gestantes que sofrem de lombalgia, por não ser um método

agressivo, não causa nenhum efeito colateral e melhora na diminuição das tensões musculares na

cadeia posterior, sobretudo nos músculos paravertebrais. Vale ressaltar que o alongamento global

também poderá contribuir para um melhor alinhamento corporal, pois durante a gravidez o aumento

do peso corporal provoca mudança do centro de gravidade, interferindo na postura, equilíbrio e

locomoção (VELHO, M 2017).

O tratamento de escolha para lombalgia é o uso de anti-inflamatórios, analgésicos e fisioterapia. Além

dessas abordagens, é necessário esclarecer quanto às medidas preventivas, tais como hábitos

posturais, sono e prática regular de exercícios físicos. Em gestantes, a fisioterapia contribui para o

alívio da dor e melhora na qualidade de vida (SANTOS, M 2010).

Na Reeducação Postural Global (RPG), são utilizadas oito posturas de alongamentos corporais

estáticas, onde são realizados exercícios respiratórios e alongamento excêntrico das cadeias

musculares de forma global. Essas oito posturas podem ser feitas deitada, sentada e de pé, para

alongar melhor a cadeia anterior e posterior, por isso é uma forma de tratamento seguro e eficaz

durante a gravidez (VELHO, M. B 2017).

Portanto, o objetivo do presente estudo foi analisar a eficácia da técnica de reeducação postural global

(RPG), no alívio da lombalgia na fase de gestação.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão de literatura realizada no mês de abril de 2019 nas bases de dados Scielo

(Scientific Eletronic Library Online) e Google Acadêmico. Foi utilizado como critérios de seleção artigos

que continham em seu título: RPG, lombalgia, gestação, fisioterapia, publicados no período de 2007 a

2017 na língua portuguesa. Foram excluídos estudos que estavam relacionados a outra técnica

fisioterapêutica.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

No estudo de Gil, Osis e Faúndes (2011), comparou dois grupos de gestantes entre 20 e 25 semanas

gestacional, com faixa etária entre 18 e 40 anos, onde um grupo foi submetido a sessões de RPG e o

outro grupo manteve a rotina pré-natal referente a dor lombar. Foi realizado sessões semanais de 40

minutos durante dois meses. As gestantes do grupo controle permaneceram no sendo avaliadas, e

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Fisioterapia: princípios fundamentais

foram questionadas quanto a intensidade da dor e desconfortos. Ambos os grupos tinham a média de

score de dor semelhantes no início do tratamento, porém no final do estudo constatou a diferença

significativa em relação a intensidade da dor, onde, o grupo que realizou as sessões de RPG obteve

uma melhora satisfatória em relação aos incômodos da lombalgia, diferentemente do grupo controle

que se manteve igual. Em relação as limitações funcionais do grupo de RPG, houve uma diminuição

bastante significativa dessas limitações e aumento no grupo controle.

No estudo de Teodori (2011) apontou dados quantitativos sobre a expansibilidade torácica e pressões

respiratórias máximas, comprovando os efeitos das técnicas do RPG, aplicadas em sessões sobre a

força muscular respiratória.

No estudo de Santos (2010) foi realizado um estudo transversal para avaliar a prevalência e as

características da lombalgia em gestantes. Participaram do estudo 46 gestantes entre o primeiro e

terceiro trimestre de gestação, com idade entre 13 a 38 anos. Na pesquisa prévia, foram apontados

que 85% das gestantes com lombalgia já teve episódios prévios de dor lombar. Sendo 54% das

entrevistadas relataram aumento da intensidade da dor com o avanço da gestação, em 48% das

gestantes com lombalgia a dor permanecia na região da lombar, enquanto que, em 52% dos casos, a

dor irradiava para outras regiões do corpo, principalmente para as pernas. A dor lombar influenciou

as atividades de vida diárias da maior parte das gestantes com lombalgia, evidenciando ainda mais a

prevalência da lombalgia adquirida na gestação devido as alterações do corpo da mulher.

Os demais autores abordam a eficácia da técnica de reeducação postural global (RPG) de forma

satisfatória, com ganhos na melhoria da qualidade de vida, respiração, realização das atividades de

vida diária, diminuição do quadro álgico e alívios das tensões musculares. O fisioterapeuta tem que

ter o contato manual em seu paciente durante as sessões de RPG, com a estimulação tátil e

proprioceptiva, melhorando a sensibilidade dos movimentos posturais. Para um maior ganho, é

necessário que seja passado orientações para as gestantes manter os exercícios e em sua rotina diária,

além de ter bons hábitos de vida.

CONCLUSÃO

Com base nos estudos, a técnica de reeducação postural global (RPG) os autores trazem resultados

satisfatórios para as gestantes com lombalgia, por aliviar as tensões musculares, principalmente na

cadeia muscular posterior, além de ajudar no controle de respiração. Porém, é necessário mais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

estudos que busquem avaliar com maior precisão os ganhos alcançados com esse tipo de técnica, com

o propósito de contribuir para uma melhor qualidade de vida da mulher durante o período gestacional.

REFERÊNCIAS

VELHO, M. B.; SOUZA, F. G. L.; CASTRO, L. S. Reeducação postural global (RPG) no alívio da lombalgia durante a gestação. 2017.14f. Projeto de pesquisa de pós-graduação - Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, Manaus, 2017.

GIL, V. F. B.; OSIS, M. J. D.; FAÚNDIS, A. Lombalgia durante a gestação: eficácia do tratamento com Reeducação Postural Global (RPG). Fisioter. Pesqui. vol.18, n.2, São Paulo, abril/junho, 2011.

SANTOS, M. M.; GALLO, A. P. Lombalgia gestacional: prevalência e características de um programa pré-natal Arq Bras Ciên Saúde, Santo André, vol.35, n.3, p.9-174, Set/Dez, 2010.

PITANGUI, A. C. R.; FERREIRA, C. H. J. Avaliação fisioterapêutica e tratamento da lombalgia gestacional. Fisioter. Mov., São Paulo, vol.21, n.2, p. 135-142, Abr/Jun, 2008.

MOURA, S. R. V. et al. Dor lombar gestacional: impacto de um protocolo de fisioterapia. Arq Med ABC, São Paulo, vol.32, n.2, p.59-63, julho/novembro, 2007.

GIL, V. F. B.; OSIS, M. J. D.; FAÚNDES, A. Lombalgia durante a gestação: eficácia do tratamento com Reeducação Postural Global (RPG). Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.18, n. 2, p. 164-70, 2011.

BARACHO, E. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia. Ed. 4 Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2007.

TEODORI, R.M.; NEGRILL, J.R.; CRUZIII, M.C. MARQUES, A.P. Reeducação postural global: uma revisão de literatura. Rev Bras Fisioter,São Carlos, v. 15, n. 3, p. 185-189, maio/jun. 2011.

SANTANA, F.M.; SILVA, F.G.; CARVALHO, D.C.S.N.; DENOA, D.L.B.; LINS, H.L.C.C.; MARTINS, M.E.P. Análise da postura e dos desconfortos de gestantes atendidas pela estratégia saúde da família. Id Online: Revista Multidisciplinar e de Psicologia, Piedade,v. 8, n. 22, p. 33-48, fev. 2014

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 24

RELAÇÃO ENTRE A DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E REPERCUSSÕES

POSTURAIS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. DOI: 10.37423/200500888

Maria Sandra de Carvalho Sousa Lira (Acadêmica em Fisioterapia pela Universidade Federal do Piauí – UFPI).

Gabrielly Menin Dykstra (Acadêmica em Fisioterapia pela Universidade Federal do Piauí – UFPI).

Stephane Beatriz Vale Aguiar (Acadêmica em Fisioterapia pela Universidade Federal do Piauí – UFPI).

Ludmilla Karen Brandão Lima de Matos (Docente do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Piauí - UFPI - Mestre em Engenharia Biomédica – UNIVAP).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

OBJETIVO: A articulação temporomandibular (ATM) é empregada nos movimentos de mastigação,

deglutição, bocejo, fala e outros movimentos que envolvem a mandíbula. As disfunções

temporomandibulares (DTM) são um conjunto de disfunções articulares e musculares da região

crânio-orofacial caracterizadas principalmente por dor articular, muscular, ruído e função mandibular

limitada ou irregular. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão da literatura sobre a relação da

(DTM) e repercussões posturais. METODOLOGIA: Este estudo realizou uma revisão bibliográfica com

busca nas bases de dados: Scielo, PubMed, Lilacs, PlosOne, ResearchGate e Redaly. Os critérios de

inclusão foram: artigos com o tema disfunção temporomandibular e repercussões posturais; dos anos

de 2010 a 2018; Qualis A1 a B2; em espanhol, inglês e português. Inicialmente foram selecionados

trinta e três artigos, onde treze foram excluídos por não se enquadrarem no tema do estudo. Vinte

artigos foram lidos na íntegra e incluídos na revisão. RESULTADOS: Nesta revisão foram encontrados

40% de alterações na coluna cervical. Os principais desvios segundo Freitas et al. (2011) e Basso et al.

(2010) foram cabeça anteriorizada, como forma de compensar a protrusão mandibular, hiperlordose

lombar, rotação da pelve e hiperextensão de joelho. Também foram mencionadas outras alterações

musculoesqueléticas como dor na cervical e na articulação temporomandibular (ATM), alteração da

mandíbula, estalido unilateral, travamento da ATM e alteração nos ombros. CONCLUSÃO: Pode-se

observar que nos artigos inclusos as alterações cervicais mostraram-se predominante, sendo estas

possíveis causas de outras disfunções, porém o tema da relação entre a DTM e repercussões posturais

ainda há controvérsias, limitações de evidências científicas e escassez de artigos publicados. Portanto

é preciso mais estudos para confirmar cientificamente a associação.

Palavras-chave: articulação temporomandibular, coluna vertebral, postura, síndrome da disfunção

temporomandibular, transtornos articulação temporomandibular

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Fisioterapia: princípios fundamentais

REFERÊNCIAS

1. AHMAD, A. et al. Effect of three different jaw positions on postural stability during standing. Rev. Functional Neurology. 27 jul. 2015. p. 53-57. Disponível

em: <https://www.functionalneurology.com/materiale_cic/833_XXX_1/7047_effects/article.htm>. Acesso em: 19 dez. 2018.

2. BASSO, D.; CORREA, E.; SILVA, A. M. Efeito da reeducação postural global no alinhamento corporal e nas condições clínicas de indivíduos com disfunção temporomandibular associada a desvios posturais. Fisioter. Pesqui., São Paulo, v. 17, n. 1, p. 63-68, mar. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-29502010000100012&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 30 jan. 2019.

3. CANÇÃO, H. S. et al. Association between temporomandibular disorders, chronic diseases, and ophthalmologic and otolaryngologic disorders in Korean adults: a cross-sectional study. Plos One. Coreia, 31 jan. 2018. Disponível

em: <https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0191336>. Acesso em: 19 dez. 2018.

4. FREITAS, D. G. et al. Os efeitos da desativação dos pontos-gatilho miofasciais, da mobilização articular e do exercício de estabilização cervical em uma paciente com disfunção temporomandibular: um estudo de caso. Fisioter. mov. (Impr.), Curitiba, v. 24, n. 1, p. 33-38, mar. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-51502011000100004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 30 jan. 2019.

5. LIPPERT, L. R. Articulação Temporomandibular. Cinesiologia Clínica e Anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 2013, p. 174-184.

6. ZHOU, S. et al. A Correlational Study of Scoliosis and Trunk Balance in Adult Patients with Mandibular Deviation. Plos One, Estados Unidos da América, 29 mar. 2013. Disponível em: <https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0059929>. Acesso em: 19 dez. 2018.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 25

APLICAÇÃO DE EXERCÍCIOS FUNCIONAIS PREVENTIVOS DE LESÃO EM JOGADORES DE

FUTEBOL PROFISSIONAL: CROSS-OVER. DOI: 10.37423/200500891

Flávia Diana Santos Figueredo - [email protected]

Igor Borges Silva - [email protected]

Emmanoel Aragão Sampaio - [email protected]

Paula Santos Nunes - [email protected]

Ikaro Daniel de Carvalho Barreto - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Resumo: Introdução: Atualmente o esporte mais praticado do mundo é o futebol que cada vez mais

se vem estudando métodos de prevenção de lesões. O objetivo do estudo é analisar a incidência de

lesões em uma equipe de futebol profissional, quando treinados sem e com exercícios funcionais

preventivos. Metodologia: Trata-se de um ensaio clinico do tipo cross-over, com uma equipe de

futebol profissional. Em 2017, sem realizar exercícios funcionais preventivos. Em 2018 os jogadores

realizando exercícios de fortalecimento e propriocepção durante quatro meses. Resultados: De

acordo com análise estatística, as lesões musculares total diminuiu (p<0,001). Para as lesões totais de

joelho, não diferença estatística significativa. Já para articulação do tornozelo, houve diferença

significativa (p 0,019). Conclusão: Conclui-se que os exercícios funcionais incluídos na pesquisa, foram

importantes para minimizar o número de lesões musculares e da articulação do tornozelo.

Palavra-chave: Futebol; lesões; prevenção.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

1. INTRODUÇÃO

Atualmente no ranque dos esportes mais populares e praticados do mundo o futebol de campo é o

mais praticado, desde recreação à profissional (KONTOS et al. 2016) Estima-se que mais de 450

milhões de pessoas em mais de 200 Associações estão envolvidas com este esporte nas suas mais

variadas modalidades, com mais de 80% sendo do sexo masculino (GUIMARÃES, 2016)

É um esporte que combina vários movimentos, como giros, mudança rápida de direção, contato físico,

saltos, aceleração e desaceleração, os atletas devem estar preparados fisicamente para não sofrerem

lesões (PINTO, et al. 2017). Em média, um jogador de futebol de elite sofre de 1,5 a 7,6 lesões a cada

1.000 horas de treinamento e 12 a 35 ferimentos a cada 1.000 horas de jogo.2,3 (EJNISMAN, et al.

2016)

Dentre as mais frequentes lesões no futebol profissional estão os estiramentos (35%), sendo que,

destas 37% ocorrem nos isquiotibiais, contusão (26%), entorse (18%), ferimentos cortantes (6%),

concussão (4%), fratura (3%), luxação (2%), câimbras (2%) e outros (2%) (EKSTRAND, et al. 2011)

(FERREIRA, et al. 2015). A maior probabilidade delas ocorrerem, são nos últimos quinze minutos de

jogo, por conta da fadiga, trazendo uma maior importância para os aquecimentos. (SADIGURSKY, et

al. 2017)

Cada vez mais vem sendo investigado formas de prevenção das lesões de forma intrínsecas, aquelas

que ocorrem sem contato. Dentre os protocolos mais utilizados, está o FIFA 11+, desenvolvido pelo

centro de pesquisa da Federação Internacional de Futebol (FIFA) (SADIGURSKY, et al. 2017).

Entretanto, implementar novos exercícios funcionais, pode ser uma solução que contribuirá para

diminuir ainda mais os índices de lesões (GARCIA, et al. 2017).

2. OBJETIVO

Analisar a diferença na incidência de lesões em uma equipe de futebol profissional, quando treinados

sem e com aplicação de exercícios funcionais preventivos.

3. METODOLOGIA

Trata-se de um ensaio clinico do tipo cross-over, controlado, com uma equipe de futebol de campo

profissional, que disputa um campeonato regional. Anterior ao início da pesquisa, o estudo foi

aprovado pelo comitê de ética (CAAE: 78870717.5.0000.5546).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

A amostra foi composta por 38 atletas do sexo masculino, com a média de idade 26,6±2,7; peso

76,7±3,11 e altura 1,79±0,09. Cada temporada teve duração de quatro meses, totalizando 40 jogos,

totalizando 60 horas de exposição em jogos oficiais. No primeiro ano, eles não foram submetidos aos

exercícios funcionais, com o objetivo de minimizar o número de lesões, treinaram apenas como o

habitual, sem que os pesquisadores interferissem. Já na segunda temporada, respeitando os mesmos

atletas, a mesma quantidade de partidas oficiais, mesmo período competitivo e quantidade de horas

expostos à lesão, eles foram submetidos a exercícios específicos, com o objetivo de minimizar o risco

de lesão. Divididos em exercícios de fortalecimento muscular de quadríceps, isquiotibiais, glúteos,

core e propriocepção. O programa foi composto por onze exercícios em forma de circuito, sendo que

cada jogador passava por cada exercício duas vezes. A duração que o atleta ficava em cada atividade

era de 50 segundos e com o descanso de 10 segundos. Foram realizados duas vezes por semana, com

duração aproximada de vinte e cinco minutos.

Os exercícios feitos para o fortalecimento do core foram: Abdominal com a bola: em decúbito dorsal,

com membros superiores no prolongamento do corpo, segure uma bola com as mãos. Flexionar a

coluna elevando simultaneamente os membros superiores e inferiores ao flexionar o quadril e

estender os ombros. Posição da bola entre os maléolos estendendo a coluna e flexionando os ombros

até a posição inicial. O quadril deve estender até 45 graus, sustentando o peso da bola. Repetir a troca

após nova flexão da coluna e quadril segurando novamente a bola com as mãos.

Prancha isométrica com bola suíça: apoiar os cotovelos e o antebraço na bola e alinhados aos ombros,

com as pontas dos pés apoiadas no chão. A coluna deve ficar reta e então você deve contrair o

abdômen.

Prancha frontal: em decúbito ventral, apoia os cotovelos e o antebraço no chão e deixá-los alinhados

aos ombros na ponta dos pés apoiadas no chão, alinhe-os com os cotovelos. O corpo tem que ficar

ereto e então você deve contrair o abdômen.

Outra variação desse exercício é a prancha lateral: em decúbito lateral, com as pernas unidas e os

joelhos semi-flexionados, o cotovelo e o antebraço no chão e alinhe o cotovelo com o ombro, as mãos

livres apoiando na cintura, faz uma elevação do quadril. Apenas o cotovelo e o antebraço e a lateral

do pé devem ficar apoiados no chão com o corpo alinhado, contraia o abdômen.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Os exercícios voltados para o fortalecimento dos isquiotibiais foram: ponte com bola: Deitado em

decúbito dorsal com os pés em cima da bola, joelhos e quadril dobrados a fim de formar em torno de

115 graus. Levante as costas do chão esticando as pernas e baixe-se lentamente depois de uma

pequena pausa.

Ponte unipodal com bola: o funcionamento da mecânica é o mesmo da ponte com a bola, só que ao

invés do apoio com os dois pés, o exercício é feito com somente um dos pés. Que também é voltado

para propriocepção.

Já os exercícios com a finalidade do fortalecimento do quadríceps e glúteo máximo foram:

agachamento simples: em pé com um afastamento dos pés à largura dos ombros e apoiados

totalmente no chão. Os joelhos devem ser fletidos, jogando o quadril para baixo, até ultrapassar

ligeiramente a linha do joelho e empurrar o glúteo para trás, mantendo as costas sempre eretas,

depois para a subida deve-se esticar as pernas, que se encontram dobradas, para voltar à posição

inicial, ficando em pé. Voltado para o fortalecimento de quadríceps e glúteo máximo.

Agachamento unipodal: feito com o mesmo mecanismo que o agachamento simples só que com

somente um apoio e sendo observado se o atleta fez valgo dinâmico e desequilíbrio. Sendo que esse

exercício mesmo com o foco no fortalecimento também trabalha a propriocepção por conta do apoio

unipodal.

Foram feitos também exercícios de propriocepção e condicionamento sensório motor. Propriocepção

com o balancim: Com o apoio unipodal e vertical no balancim e a outra perna livre, outro jogador joga

a bola para o que está fazendo o exercício e ele deve chutar para o que jogou.

Propriocepção no trampolim com bola: fazendo trote no trampolim, outro jogador joga a bola para o

que está fazendo o exercício e ele deve chutar para o que jogou.

Propriocepção no trampolim com movimentação: com o apoio unipodal e vertical no trampolim e a

outra perna livre, o atleta fez o exercício de stiff, que é feito com o tronco reto, o abdômen contraído

e dobra os joelhos levemente, depois faz uma flexão do tronco e depois eleva o mesmo. Esse exercício

além de proprioceptivo com ênfase no fortalecimento dos isquiotibiais.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Os exercícios foram escolhidos com relação aos fatores de riscos pelas principais lesões que afetam

atletas de futebol profissional. Alguns dos fortalecimentos foram fundamentados pelo FIFA 11 + como

a prancha frontal e lateral, agachamento simples e unipodal.

4. RESULTADOS

Para a análise dos resultados de comparação se houve redução no número de lesões entre uma

temporada e outra, foi utilizado o teste exato de Poisson (SHAN, 2015), com nível de significância de

5%, no software utilizado foi o R Core Team 2018.Os resultados foram divididos em tipo de lesão

(muscular, articular de joelhos, tornozelos e lesões por contato). Logo, de acordo com análise

estatística, o número total de lesões musculares total diminuiu Aplicação de exercícios funcionais

preventivos de lesão em jogadores de futebol profissional: cross-over.quando foram incluídos os

exercícios funcionais preventivos (p<0,001).

Principalmente para os atacantes (p 0,090), os volantes (p 0,062) e para os zagueiros (p 0,019). Para

as lesões totais de joelho e por posição, não diferença estatística significativa, sugerindo que os

exercícios não tiveram grande efeito nessa articulação. Já para articulação do tornozelo, houve

diferença significativa no número total de lesões de uma temporada para outra (p 0,019). Entretanto

os exercícios funcionais não previnem as lesões por contato, pois nessa amostra, não houve diferença

significativa entre as temporadas (p 0,500).

Tabela 1

Tabela 1 - Índice de lesões musculares

Fonte: Autoria do artigo.

Tabela 2

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Tabela 2 - Índice de lesões articulares de joelho

Fonte: Autoria do artigo.

Tabela 3

Tabela 3 - Índice de lesões articulares de tornozelo

Fonte: Autoria do artigo.

Tabela 4

Tabela 4 - Índice de lesões por contato/outros

Fonte: Autoria do artigo.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Segundo a estatística descritiva, houve uma média de 16,25 13,42 número de lesões na primeira

temporada, sendo a maioria do tipo muscular (53,8%), seguidas das de joelho (24,6%), tornozelo

(15,3%) e por contato (6,1%). Já na segunda temporada, houve uma redução no número de lesões,

com média de 5,5 3,51 número de lesões. Contra partida, as lesões de joelho foram as que mais

acometeram (40%), seguidas das lesões musculares (36,3%), por contato (13,6%) e tornozelos. Sendo

que no número total de lesões aconteceu uma diminuição de 66,1% das lesões.

5 DISCURSÃO

O estudo contribui com resultados satisfatórios, quanto à interferência benéfica dos exercícios

funcionais, para jogadores de futebol profissional, pois foi constatado que houve redução das

principais lesões que acompanham esse esporte. Algumas pesquisas já relatam que a interação correta

entre força muscular, estabilidade, flexibilidade e controle motor é crucial para alcançar e manter o

desempenho ideal no esporte. Esse equilíbrio de valências é fundamental para que o atleta não se

lesione, adquira um melhor desempenho, performance e não passe o tempo sem no departamento

médico. (CAMPA, F., et al. 2019).

Além disso, vale salientar que essas intervenções implicam diretamente na redução dos custos

financeiros dos clubes. Exemplo disso, na Grã-Bretanha estima-se que cerca de £ 1 Bilhão são gastos

ao ano, associados aos tratamentos das lesões ligadas ao futebol (LORENZO et al., 2014). Os lucros dos

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Fisioterapia: princípios fundamentais

clubes diminuem, à medida que os atletas lesionados deixam de participar de suas atividades,

principalmente dos jogos oficias. Com a realização de exercícios funcionais, os atletas passam a ter

uma menor quantidade de lesões e conseguintemente um menor tempo ausente de jogos oficiais e

treinamentos e evita lesões recidivas (COSTA, M. H. C. 2018).

Esse estudo utilizou alguns exercícios que estão contidos no protocolo FIFA 11+, que é um protocolo

de aquecimento pré-jogo com a finalidade de reduzir o número de lesões. A eleição dos exercícios e

acessórios utilizados, foram baseados nas lesões que acometeram a amostra no ano recorrente do

time do clube do confiança. O FIFA 11+, por mais que seja relevante para jogadores de futebol, trata-

se de um protocolo abrangente, que necessita de adaptação, não apresentando uma especificidade

na literatura, com amostras heterogêneas (O’BRIEN et al., 2017).

Dentre as mais frequentes lesões no futebol profissional estão os estiramentos (35%), sendo que,

destas 37% ocorrem nos isquiotibiais, contusão (26%) e a entorse (18%). (FERREIRA, A. C, et al. 2015)

Em relação as lesões mais comuns no time do confiança foram em sua maioria muscular (53,8%),

seguidas das de joelho (24,6%), tornozelo (15,3%) e por contato (6,1%).Comparando as lesões do time

do confiança e a média geral dos times do Brasil, tem uma aproximação percentual.

A maior incidência de lesões no futebol profissional está relacionada com lesões musculares, seguidas

de entorse de joelho e tornozelo (EKSTRAND, et al. 2011). As lesões ocorrem principalmente nos

músculos isquiotibiais, com o bíceps femoral sendo o mais acometido. Assim, foi incluído no protocolo

o exercício de Stiff e ponte unipodal, pois quando a excentricidade ocorre por movimento pélvico,

existe maior ativação do bíceps femoral, que é o mais acometido do grupo posterior da coxa (OAKLEY

et al., 2018).

Com essa intervenção verificou-se a diminuição dos índices de lesões musculares de uma temporada

para outra, mostrando que a prescrição está de acordo com a efetividade do treino de prevenção. Já

os exercícios nórdicos foram mantidos, mesmo eles ativando principalmente os músculos

semitendinoso e semimembranoso, continua sendo um padrão-ouro nesse esporte, pois a longo prazo

reduz em 51% o risco de lesão muscular (AL ATTAR et al., 2017).

Em relação as lesões de joelho, envolvendo principalmente a ruptura do ligamento cruzado anterior

(LCA) é a lesão que afastam o jogador por um maior tempo, tendo em média seis meses, a prevenção

é muito discutida, foi visto que protocolo FIFA 11+ ocorreu uma diminuição da quantidade dessas

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Fisioterapia: princípios fundamentais

lesões. No entanto ainda não se tem boas estratégias para prevenir a ruptura do LCA. (DARIN A. P. et

al. 2015) Dentro do estudo feito com os jogadores do confiança as lesões de joelho não chegaram a

ter uma diferença significativa, mesmos com os exercícios de fortalecimento dos principais músculos

estabilizadores de quadril e joelho, sendo que na primeira temporada aconteceram 16 lesões e na

segunda 9 lesões reduzindo em 43,75%.

A entorse de tornozelo é a terceira lesão que mais acomete as atletas de futebol, tem como fatores

de risco mutáveis o não uso de estabilizadores externos, diminuição de amplitude de movimento

(ADM) para dorsoflexão de tornozelo, falta de aquecimento especifico e não realizar treino sensório

motor (TSM). Diminuindo esses fatores o risco, esperasse que também diminua os índices de lesão

(VUURBERG., et al. 2018). Com os exercícios utilizados no protocolo do presente artigo houve uma

redução significativa das lesões de tornozelo em 80%.

Em revisão sistemática mostrou que um fortalecimento adequado do core, principalmente o exercício

de prancha com variações está relacionado com uma diminuição de leões nos membros inferiores, no

número de lesões musculares e no tempo de inatividade ou gravidade de uma lesão em jogadores

adultos de futebol (BLASIMANN, et al. 2018). Por esse motivo a utilização do fortalecimento do core

dos atletas é indispensável, nos exercícios preventivos o principal fortalecimento do core foi baseado

no exercício de prancha com instabilidade.

Os exercícios funcionais com a bola suíça e o trampolim jump para gerar um treino sensório motor

também são muito utilizados nos treinos preventivos, pois a instabilidade de troco e do membro

inferior são fatores de risco para as principais lesões do futebol, dessa forma ao se treinar a

propriocepção nos atletas consequentemente apresentam uma melhora do desempenho funcional e

controle postural melhorando o rendimento e diminuindo a incidência de lesões. (HELENO, L. R., et al.

2016).

Por ser um esporte que apresenta muito contato, cada vez mais está se buscando melhora da

performance e desempenho, tornando o esporte mais agressivo do que no passado. As lesões no

futebol estão associadas à idade do jogador, carga de exercício, nível de jogo e padrão de treinamento.

No entanto as lesões por contato, não apresentam formas de prevenção, sendo assim dependem de

medidas enérgicas dos árbitros. (PFIRRMANN, D. et al. 2016). O estudo contribui com dados

importantes, sobre o resultado desses exercícios funcionais em atletas de futebol, comprovando que

existe uma melhora na diminuição das de lesões nos atletas, levando em consideração principalmente

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Fisioterapia: princípios fundamentais

a diminuição das lesões musculares. Esses exercícios podem ser utilizados em outros clubes, visando

diminuir o número de lesões.

Foi visto que as limitações do estudo se relacionada com o número da amostra pois ouve uma filtração

dos atletas que participaram das duas temporadas e a falta de sucesso na diminuição significativa das

lesões do joelho, além dos fatores que não podem ser controlados como o campo, clima e chuteira do

atleta.

6 CONCLUSÃO

Conclui-se que os exercícios funcionais incluídos na pesquisa, foram importantes para minimizar o

número de lesões musculares, principalmente nos atacantes, volantes, zagueiros e para as lesões na

articulação do tornozelo. Entretanto não foi eficaz para prevenir lesões nos joelhos e por contato.

Contudo, a implementação dos exercícios funcionais na rotina de uma equipe de futebol de campo

profissional é importante. Todavia, é necessário incorporar protocolos mais completos, que possam

prevenir de forma mais global a diversidade das lesões que acometem esse esporte.

7 REFERÊNCIAS

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 26

METODOLOGIA ATIVA DO PET-SAÚDE/GRADUASUS NA REORIENTAÇÃO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL:

RELATO DE EXPERIÊNCIA DOI: 10.37423/200500894

Nathalia Santos - [email protected]

Loic Aragão - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: O PET-Saúde/GraduaSUS permite, a partir de um modelo de metodologia ativa, que os

acadêmicos dos cursos da saúde possam vivenciar a realidade do Sistema Único de Saúde (SUS), na

atenção primária, como forma de reorientação da formação profissional. Neste contexto, os

acadêmicos foram inseridos em Unidades de Saúde da Família, em Aracaju, Sergipe, junto à

preceptores e tutores, e desenvolveram atividades de prevenção e promoção de saúde, planejamento

e programação local de saúde, entre Maio de 2016 e Abril de 2018. Esta experiência permitiu o

amadurecimento ético e de condutas profissionais, bem como reorientação da formação para o SUS,

dos acadêmicos no tocante às necessidades inadiáveis da população, franqueando a prevenção de

equívocos formacionais a fim de que não se tenha nos profissionais de saúde a chaga que acometerá

a saúde do sistema.

PALAVRAS-CHAVE: Saúde Pública. Atenção Básica. Unidade de Saúde

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), regulamentado pela Portaria

Interministerial nº 421, de 03 de Março de 2010, que integra ensino-serviço-comunidade, proporciona

ao acadêmico vivenciar o contato com a realidade dos serviços de saúde na atenção básica, como

forma de reorientação da formação profissional, e experiência no entendimento das necessidades de

saúde da população do país. Assim, o referido programa objetiva, dentre outras pretensões, in verbis:

“sensibilizar e preparar profissionais de saúde para o adequado enfrentamento das diferentes

realidades de vida e de saúde da população brasileira” – art. 4º, VI, Portaria Interministerial nº

412/2010 (BRASIL, 2010).

Por intermédio de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju – SMS e a

Universidade Federal de Sergipe (UFS), intercalados pelo Centro de Educação Permanente em Saúde

(CEPS), o PET-Saúde passou a ser desenvolvido com a temática GraduaSUS. Neste diapasão, busca-se

a ampliação e qualificação da integração ensino-serviço-comunidade por intermédio de mudanças

curriculares nos cursos de graduação da área de saúde em concordância com as Diretrizes Curriculares

Nacionais (DCNs) (BRASIL, 2016).

As DCNs concorrem para uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, fundamentada em

princípios éticos, filosóficos, epistemológicos e metodológicos, e que atenda às demandas do Sistema

Único de Saúde (SUS) em todos os seus níveis de atenção, garantindo um profissional competente

para realizar ações de prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, em nível individual e

coletivo, e capaz de intervir nos problemas sociais no que tange a participação popular e o controle

social (BRASIL, 2001b; BRASIL, 2002a; BRASIL, 2002b; BRASIL, 2001a; BRASIL, 2001c).

O modelo do PET-Saúde/GraduaSUS é estruturado em uma proposta de metodologia ativa, mediante

a qual, segundo Souza et. al., o modelo educacional basear-se-ia em problematização e “trabalha[ria]

a construção de conhecimentos a partir da vivência de experiências significativas”, diferenciando-se

do modelo tradicional – que estabelece uma construção sem aprendizagem por descoberta – por

permitir ao aluno construir a relação entre o que já foi aprendido previamente com a

vivência dessas experiências, tendo como produto final a assimilação do conteúdo (SOUZA et al.,

2014).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

OBJETIVO

Relatar a experiência dos acadêmicos dos cursos da saúde da Universidade Federal de Sergipe (UFS)

inseridos no programa PET-Saúde/GraduaSUS.

DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA

Embasado sob a ótica da metodologia ativa, o referido programa compreendeu o período entre Maio

de 2016 e Abril de 2018, na cidade de Aracaju, Sergipe, e permitiu a simbiose entre os acadêmico e a

realidade circundante afeta à saúde pública sob a perspectiva profissionalizante, com vistas à

sensibilização do educando às circunstâncias que conferem cores próprias às necessidades de saúde

de uma determinada população, contribuindo para a construção do conhecimento mediante reflexões

empíricas a partir da rotina junto às Unidades que prestam serviços de saúde pública associadas às

divagações teóricas que saltam da experiência nas salas de aula.

Neste formato, os acadêmicos realizavam atividades matutinas e/ou vespertinas, cumprindo jornada

de 8 horas semanais, em Unidade de Saúde da Família (USF) correspondente ao local de atuação de

preceptores/profissionais previamente selecionados e de diferente área de formação acadêmica,

constituindo, desta forma, uma equipe multiprofissional supervisionada por tutores de campo e de

área de atuação. Estes, por sua vez, deveriam ser professores adjuntos aos departamentos dos cursos

da saúde da Universidade Federal de Sergipe envolvidos (Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia,

Medicina e Nutrição).

As referidas atividades compreenderam a participação dos acadêmicos desde os matriciamentos em

saúde mental, às reuniões do Programa Saúde na Escola, bem como com as equipes multiprofissionais

do Programa de Residência em Saúde do Adulto e do Idoso Hospital Universitário/UFS, salas de espera,

visitas domiciliares, grupos terapêuticos e elaboração de um diagnóstico situacional (delineamento de

aspectos epidemiológicos e sociodemográficos) da USF e do mapa do território adstrito à USF.

RESULTADOS E IMPACTOS

O primeiro contato com o futuro ambiente de trabalho foi e é de fundamental importância para o

graduando da área da saúde. Uma vez que, por meio desse, é possível realizar a associação entre a

teoria e a prática, de modo mais efetivo. Além disso, essa vivência permitiu compreender que atuar

no SUS é garantir a escuta do outro e que é a interação e/ou identificação entre profissionais e usuários

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Fisioterapia: princípios fundamentais

que vão determinar, de fato, a qualidade da assistência e a ética do cuidado em saúde, assim também

como afirmam Ceccim e Ferla (2011).

A partir das experiências, sobretudo com a construção de diagnóstico situacional, a partir da

territorialização com a colaboração direta dos atores sociais do meio de intervenção, observou-se a

maturação dos acadêmicos quanto à rotina dos serviços de saúde pública, especificamente, na

atenção primária à saúde, e à elaboração do planejamento e programação local de saúde, além do

acompanhamento e avaliação dos modelos e das ações locais em saúde.

Ademais, pôde-se perceber repercussões positivas na postura profissional dos acadêmicos, no tocante

ao respeito e condutas éticas, dentro de uma equipe multiprofissional, envolvendo a participação de

profissionais da área da saúde, bem como das ciências sociais aplicadas, refletindo a harmonia que se

pretende, no contexto do Sistema Único de Saúde, entre as mais variadas faces de atenção à saúde.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta experiência antecipa reflexões acerca do perfil profissional demandado pelas necessidades

inadiáveis dos usuários, franqueando a prevenção de equívocos formacionais a fim de que não se

tenha nos profissionais de saúde a chaga que acometerá a saúde do sistema.

REFERÊNCIAS

1 BRASIL. Portaria Interministerial nº 421, de 3 de Março de 2010. Institui o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PETSaúde) e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 de março de 2010. Seção 1, p. 53.

2 BRASIL. Edital de fomento à integração ensino-serviço-comunidade. Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju – SMS, Sergipe. PET-SAÚDE/GRADUASUS. 2016.

3 BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES nº 3, aprovada em 07 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 de novembro de 2001b. Seção 1, p. 37.

4 ______. Resolução CNE/CES nº 2, aprovada em 19 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 4 de março de 2002a. Seção 1, p. 9.

5______. Resolução CNE/CES nº 3, aprovada em 19 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Odontologia. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 4 de março de 2002b. Seção 1, p. 10

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Fisioterapia: princípios fundamentais

6______. Resolução CNE/CES nº 4, aprovada em 07 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, de 9 de novembro de 2001a. Seção 1, p. 38.

7 ______. Resolução CNE/CES nº 5, aprovada em 07 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Nutrição. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 de novembro de 2001c. Seção 1, p. 39.

8 SOUZA, C. S., et al. Estratégias inovadoras para métodos de ensino tradicionais – Aspectos Gerais. Medicina (Ribeirão Preto) 2014;47(3):284-92.

9 CECCIM, R. B; FERLA, A. A. Abertura de um eixo reflexivo para a educação da saúde: o ensino e o trabalho. In: MARINS, João José; REGO, Sérgio et al. (Orgs.). Educação Médica: gestão, cuidado e avaliação. São Paulo: Hucitec, p.258-277, 2011.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 27

FOTOTERAPIA DE BAIXA POTÊNCIA NO TRATAMENTO DE FERIDAS DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS.

DOI: 10.37423/200500896

Iago de Sousa Nóbrega - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

Diabetes mellitus (DM) compreende uma síndrome metabólica, caracterizada pelo estado

hiperglicêmico crônico, responsável por diversas complicações, como a disfunção endotelial, que

conduz ao comprometimento da neovascularização e da cicatrização de feridas diabéticas. Nessa

perspectiva, a fototerapia, que é o uso da luz para fins terapêuticos, surge para estimular processos

celulares, acelerando o reparo tecidual e assim minimizando o estado dessa complicação.

OBJETIVOS

Relatar os efeitos do uso da fototerapia de baixa potência, com ênfase no LASER e LED, no tratamento

de feridas de pacientes com DM.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa, nas bases de dados da SciELO e PubMed. Utilizou-se os descritores

Wound, Diabetic, Laser therapy, Phototherapy. A amostra inicial compreendia 17 artigos. Inclui-se os

artigos em português e/ou inglês, publicados entre 2012-2018; e excluiu-se escritos em modelos

animais e aqueles que não especificavam as dosagens utilizadas. Com a leitura de títulos e resumos

foram selecionados os que atendiam ao objetivo da pesquisa, obtendo-se o total de 5 artigos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Indivíduos acometidos por DM têm, comprovadamente, um déficit na regeneração tecidual, assim,

quando vítimas de uma ferida, o processo de reparo é mais lento quando comparado a um indivíduo

sem essa doença. Nessa perspectiva, a fototerapia, sobretudo LASER e LED, quando aplicada na

dosagem adequada, surge como alternativa de tratamento, promovendo um aumento na síntese de

colágeno, proliferação de fibroblastos, formação de tecido de granulação, angiogênese e

reepitelização.

CONCLUSÃO

A utilização do tratamento fototerapêutico de baixa potência, principalmente com LASER e LED, em

feridas diabéticas, mostrou-se eficaz quando aplicado na dosagem correta, promovendo uma série de

efeitos fisiológicos favoráveis a aceleração do processo de reparo tecidual e consequentemente

melhorando a qualidade de vida dos indivíduos.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Palavras-Chave: Fototerapia; Reparo tecidual; Diabetes; Ferida; LED; LASER.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 28

USO DO CPAP NO TRATAMENTO DA SÍNDROME APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO

DOI: 10.37423/200500897

Gleicilene Vieira da Silva (Faculdade Maurício de Nassau, Natal/RN).

Thaise Lopes de Souza (Faculdade Maurício de Nassau, Natal/RN).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

O sono é um estado fisiológico na maioria dos animais, desde as espécies inferiores até o ser humano.

É um dos aspectos fundamentais na vida dos seres humanos, possui função restauradora, conservativa

de energia e proteção. A síndrome da apneia obstrutiva do sono(SAOS) é caracterizada por episódios

de obstrução parcial(hipopnéia )ou total (apneia) das vias aéreas superiores(VAS) durante o sono . O

CPAP é tratamento bastante utilizado no tratamento da SAOS, consiste na colocação de uma máscara

sobre o nariz, durante o sono, age abrindo as VAS através de pressão positiva.

OBJETIVOS

Analisar os efeitos do CPAP no tratamento da Síndrome da Apneia do sono. Métodos: Foi realizada

uma revisão de literatura, no qual foram utilizadas artigos indexados nas bases de dados SCIELO,

MEDLINE e PUBMED utilizando os descritores : Sono, Apneia e Fisioterapia. Os critérios de inclusão

foram artigos entre os anos de 2007 a 2016 que se enquadravam nos objetivos. Resultados: De acordo

com a literatura o CPAP é um tratamento eficaz no tratamento da SAOS, pois melhora a qualidade do

sono, diminuição de roncos e obstruções, com isso uma melhora também da função neurocognitiva .

CONCLUSÃO

A síndrome da apneia obstrutiva do sono é um problema de saúde pública que se não for

diagnosticada e tratada pode ocasionar sérios problemas como disfunções hormonais, cardíacas e

pulmonares. O CPAP é considerado um tratamento de primeira linha, bastante estudado e

reconhecido mundialmente.

Palavras chaves: SONO,CPAP,APNEIA

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 29

INTERVENÇÃO DA ACUPUNTURA COMO ESPECIALIDADE DA FISIOTERAPIA VOLTADA PARA

O TRATAMENTO DO QUADRO ÁLGICO DA FIBROMIALGIA: REVISÃO DE LITERATURA

DOI: 10.37423/200500899

Herley Maciel de Holanda (Discente do Curso de Bacharelado em Fisioterapia, pelo Centro Universitário Fametro (UNIFAMETRO), Fortaleza, CE).

Brenna Karoline Carneiro Souza (Discente do Curso de Bacharelado em Farmácia, pelo Centro Universitário Fametro (UNIFAMETRO), Fortaleza, CE).

Thayná da Silva Lima (Discente do Curso de Bacharelado em Fisioterapia, pelo Centro Universitário Fametro (UNIFAMETRO), Fortaleza, CE).

Amanda Portela do Prado (Discente do Curso de Bacharelado em Fisioterapia, pelo Centro Universitário Fametro (UNIFAMETRO), Fortaleza, CE).

Esdra Morjary Moreira Siqueira (Discente do Curso de Bacharelado em Fisioterapia, pelo Centro Universitário Fametro (UNIFAMETRO), Fortaleza, CE).

Mateus Kaled Teles Albuquerque (Discente do Curso de Bacharelado em Fisioterapia, pelo Centro Universitário Fametro (UNIFAMETRO), Fortaleza, CE

Paulo Fernando Machado Paredes (Doutorado e Pós-doutorado em Biotecnologia em Saúde, Docente do Centro Universitário Fametro (UNIFAMETRO), Fortaleza, CE).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: Objetivo: Analisar a eficácia da acupuntura no tratamento de pacientes com fibromialgia,

observando dados e estudos que comprovem a melhora imediata. Metodologia: Estudo bibliográfico

a partir dos seguintes descritores: fibromialgia, fisioterapia e acupuntura, com a coleta de dados

realizada no diretório de pesquisa Scientific Eletronic Library Online (SciELO), na Biblioteca Virtual em

Saúde (BVS), no portal PubMED e na plataforma EBSCO. Foram analisados treze artigos científicos,

permanecendo apenas quatro. Os métodos de inclusão selecionaram apenas estudos de caso, série

de casos e ensaios clínicos, publicados no período de 2014 a 2019. Foram excluídas revisões

bibliográficas, trabalhos de conclusão de curso e publicações que ultrapassam o recorte temporal

estabelecido. Resultados: O uso da acupuntura mostrou-se eficaz na diminuição do quadro álgico de

forma imediata em pacientes com fibromialgia, melhorando de forma significativa da qualidade de

vida do paciente. Quando associada à outras técnicas pode vir apresentar um resultado ainda melhor,

porém a acupuntura de modo isolado também apresenta bons resultados em sintomas associados à

síndrome, como a depressão e a ansiedade que interferem diretamente na vida do indivíduo.

Conclusão: De acordo com os resultados encontrados, pode-se de dizer que a acupuntura atua no

quadro álgico através da liberação de mediadores químicos e, consequentemente, ativa o sistema de

modulação da dor através da estimulação de terminações nervosas, cessando o quadro álgico e, desta

forma, promovendo a sensação de bem estar e melhora da qualidade de vida do paciente.

Palavras-chave: Fibromialgia. Fisioterapia. Acupuntura.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A fibromialgia apresenta-se, clinicamente, como dor muscular generalizada, que pode durar meses ou

anos, sem sinais inflamatórios nos pontos de dor. A Sociedade Brasileira de Reumatologia (2019)

afirma que a causa ainda não é totalmente esclarecida, destacando alterações da percepção da

sensação de dor como principal hipótese para esses pacientes, embora alguns desenvolvam crises

após um gatilho, como um trauma físico.

É uma condição bastante comum, afetando cerca de 2,5% da população mundial, sem discriminações

socioeconômicas. Há uma leve diferença entre os sexos, afetando mais mulheres que homens, na faixa

etária de 30 a 50 anos de idade, apesar de haverem casos cada vez mais frequentes em pessoas mais

jovens (SBR, 2019).

Segundo Chinn, Caldwell e Gritsenko (2016), em pacientes fibromiálgicos há uma constelação de

sintomas, tais como hipersensibilidade, fadiga, ansiedade, alterações no sono e no humor, além de

comprometimento cognitivo. Considerando a evolução das manifestações clínicas, o diagnóstico

também evoluiu nos últimos anos, passando a considerar o índice generalizado de dor, não apenas a

presença pré-determinada de tender points.

Atualmente, o tratamento envolve uma gama de possibilidades farmacológicas e não farmacológicas.

As diretrizes atuais de várias agências de saúde promovem o uso de diversos agentes para tratar

sintomas específicos, como antidepressivos tricíclicos, antiepiléticos e a própria pregabalina. Contudo,

medidas que não se apropriam de medicamentos, como modalidades de exercícios, terapia mental e

corporal e acupuntura vem sendo bem vistas pela comunidade científica, pois são capazes de amenizar

dor e rigidez muscular oriundas da síndrome (CHINN; CALDWELL; GRITSENKO, 2016).

Por se tratar de uma enfermidade crônica, os tratamentos existentes para amenizar o quadro álgico

da fibromialgia são efetivos e parciais. Dentre as opções de recursos terapêuticos para a fibromialgia,

a fisioterapia apresenta um grande destaque, devido suas inúmeras intervenções e terapias

complementares, como por exemplo, a acupuntura (STIVAL et al., 2014).

A acupuntura faz parte da tradicional medicina chinesa, que trabalha em pontos energéticos por meio

de estímulos em pontos de meridianos, uma vez em que esse ponto é ativado, ocorre a regulação das

funções do organismo, no caso de um quadro álgico, há diminuição dos sintomas (BECK; DE OLIVEIRA,

2018).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

O mecanismo de ação da acupuntura na diminuição do quadro álgico ocorre devido a sua comunicação

direta com o sistema nervoso central sobre os receptores de opioides endógenos que, ao serem

ativados, realizam a liberação de endorfinas e dinorfinas, que são hormônios responsáveis pela

analgesia produzida pelo próprio organismo. Com isso a acupuntura atua na diminuição dos sintomas

gerados pela fibromialgia devido ao seu poder de ação em liberar hormônios como endorfina, atuando

diretamente para o alívio álgico (MARTINS; SILVEIRA, 2018).

OBJETIVO

O objetivo deste estudo foi analisar, através da produção científica atualizada, a eficácia da acupuntura

no tratamento de pacientes com fibromialgia, observando dados e estudos que comprovem a melhora

imediata.

METODOLOGIA

Tratou-se de uma revisão bilbiográfica, com a coleta de dados realizada no diretório de pesquisa

Scientific Eletronic Library Online (SciELO), na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no portal PubMED e

na plataforma EBSCO, a partir dos seguintes descritores: fibromialgia, fisioterapia e acupuntura.

Os critérios de inclusão selecionaram apenas estudos de caso, série de casos e ensaios clínicos,

publicados no período de 2014 a 2019, em língua portuguesa e inglesa, que se relacionavam à

temática. Foram exclusas revisões de literatura e trabalhos de conclusão de curso. Foram encontrados

13 artigos, dos quais foram lidos os títulos e resumos e permaneceram apenas 5 para esta análise.

RESULTADOS

A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) conceituou o termo dor como uma

desagradável experiência sensório-emocional associada ao dano real ou potencial de acordo com cada

lesão e quando se fala em dor crônica, logo se associa a comprometimentos nas atividades laborais,

retardando tanto o fator físico quanto o psicológico, onde o acometido privasse de suas atividades,

somatizando a dor (SEVERINO et al. 2014).

Pessoal, física e mental é uma forma resumida de caracterizar a dor da fibromialgia,

consideravelmente diferenciada, pois, existe uma alteração sensorial significativa, onde suas

manifestações estão relacionadas diretamente com o estado biopsicossocial do indivíduo, afetando

diretamente na qualidade de vida (SEVERINO et al. 2014).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

As agulhas finas e flexíveis da técnica tradicional chinesa, acupuntura, são aplicadas em pontos

específicos do corpo, estimulando os neurotransmissores do sistema nervoso central objetivando uma

resposta positiva aos desequilíbrios observados (BARBOSA; SALOMÉ; FERREIRA, 2017).

Stival et al. (2014), apresentam que a aplicação da acupuntura diante da proposta de análise da

intervenção onde mostrou a melhora, por consequência, obteve-se uma resposta satisfatória em

ambas as evoluções da pesquisa, que revelou o tamanho do efeito entre médio e grande efeito. A

averiguação da amplitude de parâmetros, inicial e final, realizada expôs a uma margem de relevância,

com resultante final de melhora em 94,8% na escala analógica de dor em pacientes com fibromialgia

configurando uma resposta imediata.

Conforme Uğurlu et al. (2017), no estudo entre os efeitos da aplicação da acupuntura real e

acupuntura falsa, foi possível perceber melhora no quadro álgico em pacientes com fibromialgia dois

meses após a sessão, com destaque na acupuntura real. Essa mostrou-se relevante, com um impacto

em curto prazo com melhora imediata e, a longo prazo, na diminuição dos impactos da síndrome, que

proporcionou melhora da fadiga e depressão, proporcionando uma melhor qualidade de vida.

A discussão no contexto da aplicação da acupuntura associada à outra técnica terapêutica no

tratamento álgico demonstrou diminuição do quadro. Após o tratamento, a aplicação realizada em

pacientes com fibromialgia mostrou a melhora nos sintomas decorrentes da síndrome, dentre eles,

parâmetros afetivos como a ansiedade (Stall et al., 2015).

CONCLUSÃO

O estudo tem por finalidade apresentar, por meio de revisão de literatura, a relevância da acupuntura

como tratamento que proporciona melhora nos sintomas da síndrome de fibromialgia. Portanto, cabe

afirmar que pacientes submetidos à técnica isolada ou associada à outras formas de tratamento,

apresentam uma melhora na qualidade de vida, pela diminuição dos sintomas pertinentes à síndrome.

De acordo com os resultados encontrados, pode-se de dizer que a acupuntura atua no quadro álgico

através da liberação de mediadores químicos e, consequentemente, ativa o sistema de modulação da

dor através da estimulação de terminações nervosas, cessando o quadro álgico e, desta forma,

promovendo a sensação de bem estar e melhora da qualidade de vida do paciente. Entretanto, o

estudo abre a possibilidade de que novas pesquisas sejam realizadas para complementar a linha

observacional da pesquisa.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

REFERÊNCIAS

BARBOSA, M. L. G; SALOMÉ, G. M; FERREIRA, L. M. Evaluation of anxiety and depression in patients with venous ulcers treated with acupuncture. Journal of nursing UFPE on line, v. 11, suppl. 9, p. 3574-82, 2017.

BECK, D. G. S.; DE OLIVEIRA, G. C. ACUPUNTURA NO TRATAMENTO ÁLGICO DA FIBROMIALGIA: REVISÃO DA LITERATURA. REVISTA SAÚDE INTEGRADA, v. 11, n. 21, p. 2-10, 2018.

CHINN, S.; CALDWELL, W.; GRITSENKO, K. Fibromyalgia pathogenesis and treatment options update. Current pain and headache reports, v. 20, n. 4, p. 25, 2016.

Fibromialgia. Sociedade Brasileira de Reumatologia, São Paulo, 18 de set. de 2019. Doenças Reumáticas. Disponível em: <https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/fibromialgia-e-doencas-articulares-inflamatorias/>. Acesso em: 10 de maio de 2020.

MARTINS, R. C. C.; SILVEIRA, N. C. EFICÁCIA DA ACUPUNTURA PARA O TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA: uma revisão sistemática. Psicologia e Saúde em debate, v. 4, n. 1, p. 85-105, 2018.

ROCHA, M. O. et al. Hidroterapia, pompage e alongamento no tratamento da fibromialgia–relato de caso. Fisioterapia em Movimento, v. 19, n. 2, 2017.

SAFE, D. M. O. et al. Acupuntura no Ensino Médico da Universidade Federal Fluminense: Desafios e Perspectivas. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 43, n. 1, p. 3-12, 2019.

SEVERINO, F. G. et al. Self-perception of patients with fibromyalgia on the physiotherapy treatment. Brazilian Journal in Health Promotion, v. 27, n. 2, p. 183-189, 2014.

SILVA, R. V. et al. FUNCIONALIDADE DE PACIENTES COM FIBROMIALGIA NA PERSPECTIVA DA CIF. Revista CIF Brasil, v. 6, n. 6, p. 6-17, 2016.

STALL, P. et al. Efeitos do método Rolfing® de integração estrutural e da acupuntura na fibromialgia. Revista Dor, v. 16, n. 2, p. 96-101, 2015.

STIVAL, R. S. M. et al. Acupuntura na fibromialgia: um estudo randomizado‐controlado abordando a resposta imediata da dor. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 54, n. 6, p. 431-436, 2014.

UĞURLU, F. G. et al. The effects of acupuncture versus sham acupuncture in the treatment of fibromyalgia: a randomized controlled clinical trial. Acta Reumatologica Portuguesa, v. 42, n. 1, p. 32, 2017.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 30

EFEITO DA POSTURA SOBRE A CAPACIDADE VITAL DE INDIVÍDUOS SADIOS1.

DOI: 10.37423/200500900

Luann Mikaell Lopes Damasceno (Acadêmicos do curso de Fisioterapeuta

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL).

Lousane Leonoura Alves Santos (Fisioterapeuta Graduada em Fisioterapia pela

UNCISAL; Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória Hospitalar e Ambulatorial

pela Faculdade Integrada Tiradentes – FITS).

Dannyelle Shyrley dos Santos da Silva ( Fisioterapeuta, Graduada pela UNCISAL).

Marcilene Glay Viana Pessoa (Acadêmicos do curso de Fisioterapeuta Universidade

Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL).

Mônica de Gusmão Freire (Graduada pela Fundação para o Desenvolvimento

Científico e Tecnológico da Faculdade de Odontologia da USP/SP).

Briza Rocha Vinhas Ferreira (Fisioterapeuta, Graduada pela UNCISAL; Especialista

em Geriatria e gerontologia pela UNCISAL; Fisioterapeuta do Hospital Geral do Estado

Professor Osvaldo Brandão Vilela – HGE/ SESAU-AL; Preceptora do Estagio

Curricular do Curso de Fisioterapia da UNCISAL e do Centro Universitário Tiradentes

– UNIT-AL).

Weriton Ferreira da Silva (Fisioterapeuta, Graduado pela UFPE; Mestre em Nutrição

pela UFAL; Coordenador da Equipe de Fisioterapia; Fisioterapeuta do Centro

Especializado em Reabilitação – CERIII/UNCISAL).

Ana Lúcia de Gusmão Freire (Fisioterapeuta, Mestre pela Universidade Cidade de São

Paulo – UNICID, Prof. Assistente da UNCISAL).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Objetivo. Este estudo tem por objetivo verificar o efeito da postura sobre a capacidade vital (CV) em

indivíduos sadios, proporcionando desta forma, parâmetros para uma avaliação mais acurada dos

volumes e capacidades pulmonares em diferentes posições. Metodologia: Para a realização da

pesquisa foram selecionados 31 jovens sadios, de ambos os sexos, sem história de patologia pulmonar

prévia. A CV foi mensurada através do ventilômetro. Cada voluntário realizou três medidas

consecutivas da CV com um intervalo de cinco minutos entre cada medida. O mesmo voluntário

realizou as mensurações da CV em ortostatismo, decúbito dorsal e sentado e para cada postura houve

um intervalo mínimo de 24 horas. Resultado Verifica-se neste estudo, que existem diferenças

estatisticamente significativas entre a CV nas posturas em pé e deitado (p=0,0000) e sentado e deitado

(p= 0.004). As mulheres apresentam uma CV menor que a dos homens, e esta diferença é

estatisticamente significativa em todas as posturas avaliadas; Entre os voluntários avaliados, 13

encontram-se com a CV abaixo do esperado. Para o sexo masculino, há um maior número de sujeitos

com a CV abaixo do esperado na postura deitada e no sexo feminino, o número de sujeitos com a CV

abaixo da esperada é igual para as posturas em pé e deitada. Conclusão As posturas podem interferir

sobre a mensuração da CV, sendo estas diferenças mais expressivas no decúbito dorsal; no sexo

feminino a CV é sempre menor que no sexo masculino. Na postura sentada um menor número de

sujeitos apresenta CV abaixo do esperado.

Palavras Chaves: Capacidade Vital, Posturas, Mecânica Respiratória.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A mensuração dos volumes pulmonares oferece informações que podem ser essenciais para a

caracterização do estado fisiopatológico decorrente de anormalidades do processo pulmonar-

ventilatório [1,18,20].

A capacidade vital (CV) corresponde ao maior volume de ar mobilizado medido na boca entre as

posições de inspiração plena e expiração completa.A capacidade vital é uma indicação da reserva

ventilatória. Um paciente com uma baixa capacidade vital não tem muita reserva ventilatória para

manter a ventilação. A capacidade vital pode ser estimada pela multiplicação do peso em Kg por 65

ou 75ml [1,2].

Os volumes pulmonares variam em função dos fatores como gênero, idade, altura peso, postura,

atividade física e etnia [2,18, 19]

Entre os mecanismos da respiração natural, convém distinguir entre: - a respiração de tipo adinâmico;

- a respiração de tipo dinâmico; - a respiração forçada [3].

A respiração adinâmica é a respiração de repouso, do homem deitado ou sentado e com as costas

apoiadas num encosto, ou ainda do homem de quatro. Ela responde a uma baixa necessidade de

oxigênio pela própria falta de atividade. “Respira-se pelo ventre”. É uma respiração com mínima

intervenção muscular. Por essa razão a respiração torna-se de tipo passivo, normal e suficiente para

situação de repouso [3,4].

Não estando suficientemente encordoada, a coluna não pode dar um ponto fixo aos músculos capazes

de elevar as costelas, como os escalenos, mas, sobretudo, ao o diafragma, através do seu ponto fixo

sobre a fáscia endotorácica [3].

Na respiração forçada de tipo adinâmico, não possuindo suporte vertebral para adicionar os

supracostais, a pessoa eleva o alto do tórax com os músculos anteriores

(esternocleidoocciptomastoideo, pequenos peitorais e outros), o que pode gerar espasmos e até

mesmo sensações de angústia [3].

A respiração dinâmica trata-se da respiração do homem em estado de vigilância, isto é, de pé e ativo.

Em situação de equilíbrio estático, ocorrem várias fases de cima para baixo e de trás para a frente,

como uma onda vibratória que percorre a coluna vertebral e corresponde à ativação dos diferentes

músculos responsáveis pela ereção reflexa, assim como daqueles que vão participar da instalação do

“cenário” necessário para que o diafragma possa representar o seu papel de ator principal [3].

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Este estudo tem por objetivo verificar o efeito da postura sobre a capacidade vital (CV) em indivíduos

sadios, proporcionando desta forma, parâmetros para uma avaliação mais acurada dos volumes e

capacidades pulmonares em diferentes posições.

METODOLOGIA

Foram avaliados 31 voluntários, adultos jovens, sadios, estudantes dos cursos de medicina,

fonoaudiologia e terapia ocupacional da UNCISAL, de ambos os sexos, com faixa etária de 22,3 + 1.7

anos, peso 62 + 12 Kg, altura 1,65 + 0.07 m, IMC 22,4 + 3,5 Kg/m, sem história prévia de patologias

pulmonares, deformidades torácicas, tabagismo e hipertensão.

Todos os voluntários foram previamente esclarecidos sobre o objetivo e delineamento do estudo e

aqueles que aceitaram participar assinaram um termo de consentimento de acordo com a

regulamentação do comitê de ética em pesquisa da UNCISAL de acordo com a resolução 196/96 do

conselho nacional de saúde.

A mensuração da Capacidade Vital foi realizada através do ventilômetro da marca FERRARIS®. No

primeiro encontro, os indivíduos foram submetidos a uma avaliação inicial, onde foram colhidas

informações como idade, sexo, altura, peso, e logo após foi demonstrado para os mesmos como é

feita a medida da capacidade vital e utilização do ventilômetro, para diminuir o erro nas mensurações

e para efeito de aprendizagem. Em seguida cada voluntário realizou três medidas consecutivas da CV

com um intervalo de cinco minutos entre cada medida. O mesmo voluntário realizou as mensurações

em ortostatismo, decúbito dorsal e sentado, para cada postura houve um intervalo mínimo de 24

horas.

Os dados foram tratados estatisticamente pelo teste t de student, para amostras pareadas.

RESULTADOS

As principais variáveis estudadas foram as posturas e as variáveis secundárias foram a idade o sexo e

o índice de massa corpórea (IMC), de acordo com a caracterização da amostra (tabela 1).

TABELA 1. Caracterização da amostra de acordo com os dados demográficos: idade, sexo, peso,

altura e capacidade vital ideal (65 ml/kg) e os valores médios nas posturas avaliadas.

MULHERES n=18 HOMENS n=13

Idade (anos) 21,9 + 1,4 22,8 + 2,07

Peso (Kg) 56,1 + 8,9 70,3 + 11,03

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Altura (m) 1,61 + 0,06 1,71 + 0,04

IMC (Kg/m2) 21,4 + 3,1 23,8 + 3,5

CV esperada (ml) 3640 4550

CV esperada em pé (ml) 3131 4350

CV esperada sentado (ml) 3068 4238

CV esperada deitado (ml) 2881 4016

Quando avaliada a capacidade vital de toda a amostra, verifica-se que existem diferenças

estatisticamente significativas entre as posturas em pé (3642 ml), e deitado (3357ml) p=0,000 e

sentado (3578ml) e deitado (3357ml) p=0,004.

Figura 1. Comparação da capacidade vital média nas posições sentado, deitado e em pé.

Após a estratificação da amostra pelo gênero (masculino e feminino), verifica-se que as mulheres

possuem a capacidade vital menor (3131, 3068, 2881ml) que os homens (4350, 4238,4016),

respectivamente para as posturas em pé (p=0,0000), sentado (p=0,000) e deitado (p=0,0002).

Figura 2. Comparação da capacidade vital média nas posições sentado, deitado e em pé

correlacionados ao sexo (masculino e feminino).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Quando estratificada a amostra em relação a CV esperada (65ml/Kg), dos 31 voluntários avaliados, 13

encontram-se com a CV com mais de 20% abaixo do esperado. Destes, 4 são do sexo masculino e

encontram – se na postura deitada, e 9 são do sexo feminino, nas posturas em pé e deitada. Estas

diferenças não foi estatisticamente significativas.

Figura 3. Comparação entre os valores de CV abaixo do esperado em relação ao gênero.

DISCUSSÃO

A mecânica ventilatória pode ser modificada em grande medida com a posição do corpo [5,6]. Os

volumes pulmonares variam em função de fatores como gênero, idade, altura, peso, postura,

atividade física e etnia [2,20]..

Existem posições que otimizam o estado de tensão comprimento do diafragma e para o bem respirar,

nas condições de uma vida ativa, é preciso estar corretamente ereto e ritmado [4,10].

Comparando-se os valores de capacidade vital obtidos entre as posturas em pé e deitado, na postura

em pé, a caixa torácica encontra-se livre de pressões externas que possam impedir sua expansão e a

gravidade está incidindo no sentido caudal empurrando as vísceras e proporcionando uma maior

excursão diafragmática. Além disso, a coluna encontra-se ereta e os músculos antigravitacionais em

atividade vão permitir uma melhor estabilidade da coluna vertebral durante a expansão torácica,

talvez por esta razão os valores de CV encontrados em ortostatismo são maiores que os obtidos em

decúbito dorsal.

Em ortostatismo, a ereção vertebral reflexa que tem início com uma leve flexão da cabeça sob ação

dos músculos pré-vertebrais desencadeia a abertura do espaço suboccipital e estimula a ação dos

músculos suboccipitais que por sua vez, transmitem estímulo para os músculos antigravitacionais até

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Fisioterapia: princípios fundamentais

a 12ª vértebra torácica (T12). Neste nível, os músculos antagonistas (diafragma, íleo psoas e

transverso do abdomen) são ativados, promovendo o equilíbrio da coluna vertebral proporcionando

uma melhor expansão torácica, mobilizando maior volume de ar para os pulmões e

conseqüentemente aumentando a CV [3,7].

A respiração do tipo dinâmico trata – se da respiração do homem em estado de vigilância, isto é, de

pé e ativo. Esta respiração está intimamente associada à estática vertebral e às suas possibilidades de

ereção reflexa, que dependem da atividade dos músculos da cadeia póstero – anterior [3].

Na postura deitada (decúbito dorsal) a gravidade incide sobre o tórax anteriormente e o plano

horizontal sobre o qual indivíduo encontrava-se deitado limita a expansão torácica posteriormente.

Apesar de nessa posição os braços estarem apoiados, os músculos da cintura escapular terão maior

dificuldade para levantar as primeiras costelas (aumentando o diâmetro antero-posterior do tórax)

devido a ação da gravidade. Nesta postura a gravidade não empurra as vísceras no sentido caudal,

estas deslocam – se no sentido cranial, empurrando o diafragma, colocando – o em ponto máximo de

alongamento, impondo uma importante desvantagem mecânica sobre o mesmo, reduzindo dessa

forma a Capacidade residual funcional [7,12,13]. Esses fatores isoladamente ou em conjunto

repercutem sobre a inspiração profunda, reduzindo a CV em todos voluntários quando em decúbito

dorsal [15,16,17].

Para a postura deitada, temos uma respiração do tipo adinâmico, sem nenhuma tensão no transverso

do abdomen, nenhuma fixação das primeiras costelas e nenhuma fixação dorsal [4]. Não estando

suficientemente encordoada, a coluna não pode dar um ponto fixo aos músculos capazes de elevar as

costelas, como os escalenos; o jogo de pressões e depressões entre as cavidades torácica e abdominal

é insuficiente para gerar pressão e aumentar o volume pulmonar [3].

Para compreendermos a influência da postura sentada sobre a capacidade vital, é necessário avaliar a

posição da coluna em relação à superfície sobre a qual o indivíduo está posicionado. O indivíduo

sentado com as costas apoiadas apresenta uma respiração adinâmica (semelhante a postura deitada).

Quando o mesmo indivíduo encontra-se sentado na postura ereta sem apoio o tipo de respiração é

dinâmico, assemelhando-se ao indivíduo na postura em pé.

Em nosso estudo, para a postura sentada, todos os voluntários tiveram sua CV mensurada com as

costas apoiadas, porém é importante ressaltar que a cadeira utilizada tinha um encosto baixo, no nível

da região torácica inferior, permitindo ereção da coluna como na postura em pé. Além disso, o assento

da cadeira pode ter proporcionado estabilidade para as vísceras dificultando a descida destas como

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Fisioterapia: princípios fundamentais

ocorre na postura em pé. A CV na postura sentada, não sofreu grande influência, talvez pela presença

dos apoios oferecidos pela cadeira proporcionando maior contenção do conteúdo abdominal.

Para as posturas em pé e sentado a massa visceral está mantida pela “cinta abdominal”, constituída

pelos principais músculos abdominais. Sem eles, o conteúdo abdominal seria empurrado para baixo e

para frente e o centro frênico não poderia tomar um ponto fixo sólido que permitisse ao diafragma

levantar as costelas inferiores. Deste modo, a ação antagônico-sinérgica dos músculos abdominais é

indispensável para a eficácia do diafragma [4].

Os valores de CV para o sexo masculino são maiores que para o sexo feminino quando a altura e a

idade são iguais [8,11,14].

De maneira geral, para todas as posturas avaliados a CV foi menor em 13 voluntários, ou seja, estavam

abaixo dos 20% tolerados em provas de função pulmonar normal [8,14]. Os indivíduos saudáveis são

capazes de gerar uma CV de aproximadamente 65 a 75 ml/Kg [8,21]. A posição sentada é quem menos

influenciou nestes valores.

CONCLUSÃO

O presente estudo mostrou que houve uma diminuição dos valores da CV na postura deitada; as

mulheres apresentam uma CV menor que a dos homens e na postura sentada houve um menor

número de sujeitos com CV abaixo do esperado.

Este estudo pode contribuir para ampliar os conhecimentos sobre as mudanças ocorridas na mecânica

ventilatória em indivíduos sadios em decorrência da postura adotada, proporcionando desta forma,

parâmetros para uma avaliação mais acurada dos volumes e capacidades pulmonares em diferentes

posições, a partir dos resultados que foram observados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 BARRETO, S S M. Volumes pulmonares, J. Pneumol, outubro 2002

2 DOUCE, F. H. Provas de função pulmonar. In: SCANLAN, C. L., WILKINS, R. L., STOLLER, J. K. Fundamentos da Terapia Respiratória de Egan. 7.ed. São Paulo: Manole, 2000. 1285p. p.385-415

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4 KAPANDJI, A. I. Fisiologia Articular – Tronco e coluna vertebral; 5º ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2000.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

5 PAREIRA VF, FELTRIM MI. Consenso de Lyon 1995 /2000. Tradução livre, 2003

6 PRYOR J A, WEEBER B. Fisioterapia para problemas respiratórios e cardíacos. 2º ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2002.

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9 ROPPER, A. H. Neurological end Neurosurgical Intensive Care. ed. New York: Raven Press, 1993 p.371.

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11 BECKLAKE, M. R. Concepts of normality applied to the mensurement of lung function. The American Journal of medicine. V.80, p.1158-1163, 1996.

12 BRAUN, S. Respiratory sistem in amyotrophic lateral sclerosis. Neurol. Clin. v.5, n.1, p.9-13, 1987.

13 CHIAVEGATO, L. D., JARDIM, J. R., FARESIN, S. N., JULIANO, Y. Alterações funcionais respiratórias na colecistectomia por via laparoscópica. Jornal de pneumologia.v.26, n.2, p.69-76, 2000.

14 COSTA, F. S., CHUEIRI, C. E. B., SILVA JUNIOR, W. C., PEREIRA, C. A. C., NAKATANI, J. Valores de referência para espirometria em uma amostra da população brasileira adulta da raça negra. Jornal de Pneumologia. V.22, n.4, p.165-170,1996.

15 FERREIRA, J. M. R., CARDOSO, L., GUARDADO, A., PEDROSA, H., FARIA, D. Lung function tests quality control. General aspects. Revista Portuguesa de Pneumologia. v.4, p.393-404, 1999.

16 GAL, T. J. Respiratory phisiology in anesthetic pratice. 1.ed.U. S. A.: Williams & Wilkins, 1991.221p. p.22-41.

17 PEREIRA, C. A. C., LEMLE, A., ALGRANTI, E., JANSEN, J. M., VALENÇA, L. M., NERY, L. E., MALLOZI, M., GERBASE, M., DIAS, R. M., ZIN, W. A. I Consenso brasileiro sobre espirometria. Jornal de Pneumologia, São Paulo, v.22, n.3, p.105-164. mai-jun. 1996.

18 RATTO, O J R., JARDIM, J. R. B., Diagnóstico funcional. In: TARANTINO, A.B. Doenças Pulmonares. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara,1997. 1099p. p.147-160.

19 SILVA, L. C. C. , RUBIN, A. S., SILVA, L. C. M. Avaliação Funcional Pulmonar. 1.ed. Rio de Janeiro. 2000. 171p. p.11-85.

20 WEST, J. B. Fisiopatologia Pulmonar Moderna. 4.ed. São Paulo: Manole, 1996. 214p. p.03-17.

21 SILVA, W F; ALENCAR, L A U M; RAMOS, F F; GUSMÃO, A L; NOBRE, E P. Estudo comparativo da mensuração da capacidade vital através em diferentes equipamentos: ventilômetro x espiroteste. Trabalho de conclusão de Curso. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. 2000.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 31

INFLUÊNCIA DA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA SOBRE AS DISTORÇÕES TORÁCICAS EM

PREMATUROS SOB O USO DA CPAP NASAL1. DOI: 10.37423/200500901

Karina Maria Barros de Oliveira (Acadêmicos do curso de Fisioterapeuta Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL).

Ana Lúcia de Gusmão Freire (Fisioterapeuta, Mestre pela Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, Prof. Assistente da UNCISAL).

Dannyelle Shyrley dos Santos da Silva (Fisioterapeuta Graduada em Fisioterapia pela UNCISAL. Especialista em Fisioterapia Pneumofuncional pela Universidade Castelo Branco-RJ; Fisioterapeuta - Santa Casa de Misericórdia da Bahia e do Hospital Geral de Vitória da Conquista – BA).

Luann Mikaell Lopes Damasceno (Acadêmicos do curso de Fisioterapeuta Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL).

Thaisy Gusmão Ferreira (Fisioterapeuta Graduada em Fisioterapia pela UNCISAL. Especialista em Fisioterapia Pneumofuncional pela Universidade Castelo Branco-RJ; Fisioterapeuta - Santa Casa de Misericórdia da Bahia e do Hospital Geral de Vitória da Conquista - BA.).

Mônica de Gusmão Freire (Graduada pela Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Faculdade de Odontologia da USP/SP).

Briza Rocha Vinhas Ferreira (Fisioterapeuta, Graduada pela UNCISAL; Especialista em Geriatria e gerontologia pela UNCISAL; Fisioterapeuta do Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela – HGE/ SESAU-AL; Preceptora do Estagio Curricular do Curso de Fisioterapia da UNCISAL e do Centro Universitário Tiradentes – UNIT-AL).

Weriton Ferreira da Silva (Fisioterapeuta, Graduado pela UFPE; Mestre em Nutrição pela UFAL; Coordenador da Equipe de Fisioterapia; Fisioterapeuta do Centro Especializado em Reabilitação – CERIII/UNCISAL).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

OBJETIVO: Avaliar a influência da fisioterapia respiratória sobre as distorções torácicas dos

prematuros sob o uso da CPAP nasal. MÉTODOS: Estudaram-se qualitativamente 14 pré-termos de

ambos os sexos que apresentaram alguma distorção no tórax, e se encontravam sob o uso da CPAP

nasal como suporte ventilatório inicial ou após desmame do respirador. RESULTADOS: A presença do

desconforto respiratório agrava-se na presença de prematuridade extrema associada ao baixo peso.

As principais alterações do tórax encontradas foram: retrações intercostais, supra-esternais,

subesternais e da cintura escapular, hiperextensão do pescoço e diminuição da expansibilidade

torácica. Sendo que as mais presentes foram retrações intercostais e da cintura escapular. A análise

das repercussões clínicas da CPAP sobre as distorções torácicas foi realizada antes e após o manuseio

fisioterapêutico. Verificando-se que a frequência respiratória-FR reduz em todos momentos após a

conduta; a frequência cardíaca-FC eleva-se sempre após o manuseio, reduzindo após o 5º e 10º

minutos. E a saturação arterial de oxigênio-SatO 2 eleva-se em todos os momentos observados,

considerando que este aumento foi expressivo nos prematuros com peso <1000g. O posicionamento

foi modificado de dorsal ou de lateral para ventral, tendo a maioria das crianças melhora do padrão

respiratório, verificado através da diminuição da FR e do aumento da SatO2. CONCLUSÕES: Os

prematuros de baixo peso parecem se beneficiar com o manuseio fisioterapêutico na correção das

distorções torácicas, este em conjunto com o posicionamento prono favorece a mecânica ventilatória.

Descritores: fisioterapia respiratória, distorções torácicas, CPAP nasal, prematuros.

.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

Os recém-nascidos prematuros podem apresentar uma das mais agressivas formas de expressão do

esforço respiratório, as distorções torácicas, que tem o efeito de redução da ventilação e de aumento

do gasto energético. Isso, porque a estabilidade da caixa torácica e o sinergismo entre a caixa torácica

e o abdome apresentam-se diminuídos devido às diferenças anátomo-fisiológicas do sistema

respiratório da criança comparado ao do adulto (1,2).

Essas diferenças aumentam a vulnerabilidade do recém-nascido à angústia respiratória, à obstrução

das vias áereas e à insuficiência respiratória. Além disso, as diferenças estruturais e funcionais dos

prematuros aumentam a susceptibilidade para problemas cardiopulmonares e complicações clínicas

(3).

As costelas dos lactentes estão posicionadas horizontalmente, portanto, não existe o movimento de

“alça de balde” da respiração; ou seja, o movimento da 7ª até a 10ª costela que é responsável por

aumentar os diâmetros transversal e ântero-posterior do tórax, consequentemente melhorando a

ventilação. Além disso, o ângulo de inserção do diafragma é horizontal de modo que quando ele se

combina à caixa torácica que é horizontal e mais cartilaginosa, há menos eficiência da ventilação e

mais distorção no formato da parede torácica (3,4).

As diferenças anatômicas na configuração da caixa torácica não permitem ao lactente aumentar o

volume pulmonar na mesma extensão como o adulto. Portanto, quando em dificuldades respiratórias,

o recém-nascido aumenta a frequência respiratória, em vez de aprofundá-la para manter o volume-

minuto. Outro fator importante é que os neonatos dormem até 20 horas por dia e em 80% desse

tempo podem estar em sono ativo (movimento rápido dos olhos, REM) comparado com 20% nos

adultos. Durante o sono ativo, há uma diminuição no tônus muscular postural (e portanto na

musculatura intercostal), o que faz com que a caixa torácica superior se mova para dentro quando o

diafragma se contrai, e há uma diminuição na capacidade residual funcional, aumentando, desse

modo, o trabalho da respiração (3,4).

Os neonatos normalmente apresentam padrões respiratórios irregulares (quanto mais imaturo o

recém-nascido, mais irregular o padrão respiratório). Em decorrência desse padrão, podem ocorrer

episódios de apnéia, suficiente para produzir bradicardia, provalvemente secundária a hipoxemia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Assim, o aumento da ventilação e a melhora da oxigenação, com o uso da CPAP nasal, podem reduzir

as apnéias, porém a criança poderá continuar apresentando distorções no toráx (3,4,5).

O uso da CPAP nasal, a príncipio era restrito à Doença da Membrana Hialina. Isso devido à sua

faculdade de aumentar a capacidade residual funcional, de aumentar a relação ventilação/perfusão e

de estabilizar a caixa torácica. Com o decorrer do tempo, reconheceu-se que essas propriedades do

CPAP poderiam ser úteis em outras situações clínicas como na apnéia, na síndrome de aspiração de

mecônio, na pneumonia, nas cardiopatias, no desmame do respirador, em pacientes com desconforto

respiratório por paralisia do diafragma, bronquiolite e na apnéia obstrutiva do sono em pacientes mais

velhos (6).

O padrão normal de respiração depende da manutenção de uma função linear entre o volume de ar

inspirado e expirado e os movimentos sinérgicos da caixa torácica e abdome. Os estudos de Konno

Apud Pinheiro(2001)e Mead Apud Pinheiro(2001) demonstraram que durante a inspiração, enquanto

o volume pulmonar aumenta gradativamente, o toráx e o abdome devem mover-se para fora e, na

expiração, mover-se para baixo e para dentro acompanhando a perda de volume pulmonar (7).

O movimento dos compartimentos torácico e abdominal ocorre de forma sincrônica, em fase. Este

padrão corresponde à contração do diafragma que, ao mover-se para baixo e para fora produz

aumento da pressão abdominal e movimento da parede do abdome para fora, ao mesmo tempo que

os músculos escalenos e paraesternais deslocam discretamente a região médio-superior do tórax para

o alto (2,7).

A sinergia de movimento entre caixa torácica e abdome depende, entre outros fatores, da estabilidade

do tórax, que é resultante do amadurecimento dos ossos da caixa torácica, da força e tonicidade dos

músculos do tronco e do volume pulmonar, e reflete a normalidade e o equilíbrio de forças elásticas

e resistivas do aparelho respiratório (7).

Nos prematuros que apresentam baixo tônus muscular, caixa torácica ainda bastante cartilaginosa e

volume pulmonar baixo é necessário gerar maior pressão inspiratória e consequente maior trabalho

muscular. Isto faz com que a pressão pleural torne-se muito negativa durante a inspiração e exerça

um efeito de sucção sobre o tórax. Desta maneira, a caixa torácica instável é tracionada para dentro e

para baixo, invertendo o padrão de respiração, caracterizando um efeito distorsivo e diminuindo as

possibilidades ventilatórias. Este movimento negativo da caixa torácica que caracteriza a distorção,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

pode ocorrer na região inferior do esterno ou na região ântero-lateral inferior das costelas (Sinal de

Hoover) (1,2).

Outro fator importante a ser lembrado é que devido à imaturidade do sistema nervoso central dos

prematuros e visto serem colocados inesperadamente contra a gravidade, não conseguem

estabilidade postural, desenvolvendo então um perfil postural típico, que é uma hiperextensão do

pescoço, com retração de cintura escapular, tronco excessivamente distendido, pelve imóvel e

movimentos antigravitacionais pouco frequentes de membros inferiores.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência da fisioterapia respiratória sobre as distorções

torácicas em prematuros sob o uso da CPAP nasal.

METÓDOS

AMOSTRA

Foram estudados 14 prematuros de ambos os sexos com o peso menor ou igual a 2.500g, idade

gestacional entre 30 a 32 semanas, triados da Maternidade Escola Santa Mônica no período de

outubro a novembro de 2002.

Foram incluídos no estudo todos os recém-nascidos que apresentaram algum tipo de desconforto

respiratório com necessidade da pressão positiva contínua de vias aéreas – CPAP.

Foram excluídos os prematuros que apresentassem deformidades tóracicas, mal formações

congênitas ou comprometimento neurológico.

AVALIAÇÃO

Foram colhidos dados referente a data de nascimento, idade gestacional, peso, sexo e a idade no

momento da aplicação da CPAP. Além disso foram verificados a frequência respiratória -FR, saturação

de oxigênio - –FC, em quatro momentos: antes e imediatamente após a

realização da conduta fisioterapêutica; neste momento o mesmo foi posicionado no decúbito prono,

em seguida no 5º e 10º minutos após o manuseio fisioterapêutico todas as variáveis foram reavaliadas.

Cada prematuro foi manuseado e avaliado em uma única sessão de tratamento.

O Boletim de Silverman-Andersen (BSA) somente foi avaliado antes do manuseio apenas para

caracterizar as distorções tendo em vista que o BSA baseia-se na presença de gemido expiratório,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

batimento de asa do nariz, retrações intercostais e de apêndice xifóide, e sincronia tóraco-abdominal.

Para cada item observado confere-se uma nota que varia de zero a dois, a soma dos pontos podem

variar em um intervalo de zero a 10 pontos. Quanto mais baixa a pontuação menor será o grau de

desconforto respiratório do prematuros.(FIGURA 1)

FIGURA 1. Boletim de Silverman Andersen – BSA, que avalia o desconforto respiratório em

prematuros (23).

PADRONIZAÇÃO DA TÉCNICA

Inicialmente, após a avaliação da FR, FC, SatO2 e BSA, foi observado o posicionamento (prono, supino,

lateral direito ou esquerdo) dos recém – nascidos dentro da incubadora ou no berço aquecido, neste

momento foi observado também o uso de musculatura acessória, presença de hipotrofias,

encurtamentos musculares e a colocação da CPAP associado a posição da cabeça (FIGURA 2).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 2. Posicionamento da cabeça do prematuro fazendo uso da CPAP nasal.

Os recursos fisioterapêuticos utilizados foram baseadas no método do RTA (Reequilíbrio Tóraco-

Abdominal): alongamento passivo simultâneo dos músculos inspiratórios e estimulação do diafragma.

O manuseio utilizado para melhorar a dinâmica do diafragma que inclui manobras de apoio tóraco-

abdominal e abdominal inferior. Foi usado o reposicionamento costal para minimizar a posteriorização

das costelas e a cifose costal decorrentes da distorção torácica. Os prematuros foram posicionados

em supino com flexão dos membros, tentando reproduzir o padrão postural dos bebês nascidos a

termo.

Considerou-se sucesso com a terapêutica utilizada quando o recém-nascido apresentou melhora na

mecânica pulmonar, através da visualização da regularidade do padrão respiratório, da frequência

respiratória e da saturação arterial de oxigênio.

Os dados foram tratados através da média e desvio padrão, e os gráficos confeccionados através do

software Microsoft EXCEL versão 98.

RESULTADOS

As principais características das 14 crianças analisadas, assim como os motivos que levaram à

instalação da CPAP nasal, estão associadas aos desconfortos respiratórios presentes ao nascimento. A

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Fisioterapia: princípios fundamentais

presença destes desconfortos agravam-se na presença de prematuridade extrema associados ao baixo

peso. Os prematuros extremos (<1000 gramas) possuem um BSA mais elevado (5,5+0,5), já àqueles

com peso ponderal maior que 1000 gramas possuem uma tendência a uma BSA menor, apesar de

apresentarem um numero maior de patologias associadas (DMH, apnéia +pneumonia, TTRN e infecção

neonatal) (TABELA 1).

TABELA 1- Condições basais dos prematuros submetidos a análise das distorções torácicas que

utilizaram CPAP de acordo com o peso, sexo, idade gestacional e patologias associadas.

Os prematuros cujo peso foi <1000g (n=2) e entre 1000g a 1500g (n=2), fizeram uso da CPAP

imediatamente após o desmame do ventilador. Os demais prematuros cujos pesos ponderais

encontravam-se entre 1000 e 1500 gramas (n=6), necessitaram do CPAP desde o 1º dia de nascimento

e aqueles com peso acima de 1500 gramas (n=4), fizeram uso do CPAP na presença alguma

complicação patologia pulmonar: 1 devido ao padrão respiratório irregular , 2 devido ao aparecimento

de apnéias sucessivas e, a última por apresentar batimento de asa de nariz – BAN associado a cianose

de extremidades.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Em relação as distorções torácicas presentes ao uso da CPAP, as principais alterações do tórax

encontradas foram: as retrações intercostais, supra-esternais , subesternais e da cintura escapular,

hiperextensão do pescoço e diminuição da expansibilidade torácica. (TABELA 2)

TABELA 2- Distribuição das distorções torácicas mais frequentes nos prematuros submetidos ao

CPAP.

A análise das repercussões clínicas da CPAP sobre as distorções torácicas foi realizada nos momentos

antes e imediatamente após o manuseio fisioterapêutico, através da Frequência respiratória - FR,

Frequência cardíaca – FC e da saturação arterial de oxigênio – SatO2, após esta primeira avaliação os

prematuros foram novamente avaliados nos momentos 5 e 10 minutos após o manuseio

fisioterapêutico para as mesmas variáveis, FR, FC e SatO2.

A FR reduz em todos os momentos avaliados para os prematuros com peso < 1000 gramas e > que

1500 gramas , entretanto observa-se que os mais beneficiados pelo manuseio fisioterapêutico foram

os prematuros com peso <1000 gramas . Para os prematuros com peso entre 1000 e 1500 gramas a

FR aumentaimediatamente após o manuseio, reduzindo nos momentos 5 e 10 minutos (FIGURA 3).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

FIGURA 3. Comparação da Frequência respiratória dos prematuros que apresentaram distorções

torácicas durante a utilização da CPAP.

A FC eleva-se sempre após o manuseio fisioterapêutico, reduzindo os seus valores nos prematuros

com peso <1000 gramas e > 1500gramas. Àqueles cujo peso encontra-se entre 1000 e 1500 gramas

elevam a FC em todos os momentos avaliados (FIGURA 4).

FIGURA 4. Comparação da Frequência cardíaca dos prematuros que apresentaram distorções

torácicas durante a utilização da CPAP.

A SatO2 eleva-se em todos os momentos observados, sendo que este aumento foi expressivo nos

prematuros com peso <1000 gramas. Em todos os momentos houve uma tendência a elevação da

saturação que sobrepujou os valores basais (FIGURA 5).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

FIGURA 5. Comparação da saturação arterial de oxigênio dos prematuros que apresentaram

distorções torácicas durante a utilização da CPAP.

DISCUSSÃO

Vários são os fatores que podem interferir sobre o comportamento dos prematuros quando

submetidos ao manuseio Fisioterapêutico, entre eles podemos citar o toque, o manuseio

propriamente dito e as mudanças de decúbito, estes fatores podem atuar isoladamente ou em

conjunto, interferindo sobre o conforto ou desconforto do prematuro. Entretanto é fato, que o

manuseio Fisioterapêutico tem sido uma terapia complementar importante junto às equipes

interdisciplinares atuantes na UTIN.

Neste estudo verificou-se que a maior parte dos prematuros, 78,5%, foram encontradas na posição

supina (decúbito dorsal) e 21,5% em decúbito lateral, este dado contribui para com a perpetuação das

distorções torácicas atuando como fator agressivo às condições de fragilidade inerente aos

prematuros.

Dentre variáveis estudadas, se analisadas isoladamente, a FR, FC, e a SatO2, verifica-se que após o

manuseio fisioterapêutico a FR reduz após o tratamento em todos os grupos estratificados pelo peso

ponderal (<1000, 1000-1500 e >1500 gramas), divergindo apenas entre os prematuros com peso entre

1000 e 1500 gramas aonde observa-se aumento da FR imediatamente após o manuseio do prematuro.

A FR reflete de maneira objetiva o comportamento da mecânica ventilatória e seus mecanismos de

compensação, que neste estudo demonstra não ter havido a presença de desconforto respiratório

após o manuseio fisioterapêutico.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Já em relação a FC verifica-se que o seu aumento ocorre imediatamente após o tratamento

fisioterapêutico seguindo-se de uma redução ou manutenção da FC nos momentos 5 e 10 minutos

após o manuseio, este fato pode ocorrer devido às exigências metabólicas basais do prematuro que

quanto mais imaturo maior será o seu gasto metabólico. Entretanto o comportamento da FC não

parece corroborar com as variações da SatO2, que encontra-se elevando-se durante todos os

momentos durante e após o manuseio destes prematuros.

A DMH ( Doença da Membrana Hialina ) foi a patologia que mais acometeu os recém-nascidos

prematuros, dado este representado por 9 (64%) do total de crianças. Percebe-se uma tendência das

crianças acometidas por DMH apresentarem mais distorções torácicas devido ao seu quadro clínico

de taquipnéia, tiragens intercostais e subcostais, gemido expiratório e batimento de asas de nariz. E a

ocorrência da diminuição do diâmetro ântero-posterior do tórax nesta patologia, faz com que dificulte

ainda mais a ventilação dessas crianças, entretanto estas estão presentes em qualquer momento

considerando-se os prematuros extremos ou não.

As tiragens intercostais, a elevação das costelas superiores e o encurtamento do pescoço

demonstraram a atividade constante dos músculos inspiratórios acessórios. Isto ocorre devido ao

déficit ventilatório que tem necessidade de ser suprido acionando-se os mecanismos de compensação

da mecânica ventilatória que é necessariamente particular do prematuro; foi notado também, um

movimento negativo da caixa torácica (para dentro e para baixo) em 11 do total de crianças, ou seja

79% dos prematuros apresentaram esse tipo de distorção torácica.

tendência ao colapso durante a expiração resultando em baixo volume corrente; este fato ocorre

também em crianças que não possuem deficiência de surfactante. A utilização da CPAP nasal surge

como tentativa de corrigir essas anormalidades fisiológicas, o recém-nascido poderá apresentar

esforço respiratório e como consequência distorção no tórax. Nesse caso, a retração da caixa torácica,

juntamente com a depressão das costelas inferiores e do esterno expressam o baixo volume pulmonar,

com isso a criança tem uma grande dificuldade para elevar o tórax, gerando esforço, encurtamento e

uma substancial perda de massa dos músculos inspiratórios (1).

O posicionamento foi modificado de dorsal ou de lateral para ventral, durante a conduta

fisioterapêutica, tendo a maioria das crianças melhora gradativa do desconforto respiratório. Foi

verificado que a posição em prono significa oferecer melhor estabilidade à caixa torácica e

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Fisioterapia: princípios fundamentais

consequentemente, maior acoplamento torácico abdominal; pois nessa posição a musculatura recebe

maior estímulo tátil e propioceptivo.

Alguns estudos que utilizaram a posição prona e supina demonstraram que o decúbito prono

promoveu aumento na SatO2 em recém-nascidos a termo que apresentavam com complicações

(desconforto respiratório, infecção perinatal, síndrome da aspiração de mecônio) ao nascimento

(16,18,21).

As observações desse estudo, no momento em que os prematuros foram colocados na posição prono,

demonstraram maior conforto, fato este que pode ser observado no comportamento da FR e SatO2,

sendo neste caso, que os que mais se beneficiaram foram os prematuros extremos, estes dados

também são compatíveis com outros autores (19), que estudando prematuros, na posição prona e

supina, encontrou aumento significativo na PaO2, complacência pulmonar e volume corrente (VC)

dessas (16,19).

Um fator que pode contribuir para o aumento no VC observado no decúbito prono envolve a excursão

diafragmática, a porção posterior do diafragma tem um menor raio de curvatura(21).De acordo com

a lei de Laplace ( pressão = 2 x tensão/raio) haverá uma grande pressão exercida pela porção curva

comparada à porção plana do diafragma, quando uma tensão igual é exercida. Consequentemente, é

deslocado um maior volume de ar para a região do pulmão próxima a porção curva do diafragma

durante a inspiração.

Na posição supina a porção posterior do diafragma está dependente e o potencial para aumentar a

excursão diafragmática pode ser dificultado pela pressão hidrostática do conteúdo abdominal. No

decúbito prono esta área de maior excursão não têm a oposição da pressão hidrostática, assim,

diminui o trabalho diafragmático, permitindo uma ventilação mais eficiente (16,19).

Ainda analisando o comportamento do diafragma em relação às posições supino (A) e prono (B)

(FIGURA 6), verifica-se que a região de fixação costovertebral, correspondente à zona de aposição (A’

e B’), sofre a influência das forças da gravidade e da pressão das vísceras sobre o músculo diafragma,

impossibilitando uma boa excursão do mesmo quando na posição supina e favorecendo a posição

prona. A desvantagem mecânica sofrida pelo diafragma pode ser evidenciada pelas leis que regem as

propriedades intrínsecas dos músculos: força x velocidade e tensão x comprimento (16,20,21).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

FIGURA 6. Aspectos biomecânicos do músculo diafragma nas posições supino A e prono B, sua

correlação com as zonas de justaposição A’ e B’ e influência sobre a SatO2. Fonte: MULLER, N.L.;

BRYAN, A.C. 1979. p.508 (6).

É importante considerar que as vantagens biomecânicas do diafragma podem auxiliar nas condições

clínicas que envolvem o desconforto respiratório do RN quando na Unidade de Terapia Intensiva

Neonatal -UTIN e não somente ao manuseio Fisioterapêutico; as vantagens para o equilíbrio da SatO2

podem muitas vezes sobrepujar as desvantagens descritas para essa postura, quando nos referimos

ao fenômeno da morte súbita. A morte súbita deve sempre ser levada em consideração quando for

necessário optar pelo decúbito prono, contudo acredita-se que esse fenômeno tenha uma incidência

baixa em RN sob vigilância contínua na UTIN (18,21,22).

CONCLUSÃO

Os prematuros de baixo peso parecem se beneficiar com o manuseio fisioterapêutico na correção das

distorções torácicas, este ajuste em conjunto com o posicionamento prono favorecem a mecânica

ventilatória mantendo o recém-nascido estável por mais tempo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Lima MP. Alterações Mecânicas na Pneumopatia. Disponível na internet via WWW. URL: http: //www.rtaonline.com.br/01rta/rta_av_amp.htlm. Arquivo capturado em 26 de agosto de 2002.

2. Lima MP. Dinâmica Ventilatória: Sinergismo Muscular e Distorção Torácica. Disponível na internet via WWW. URL: http: //www.rtaonline.com.br/ 03trab/trab_1-2.htlm. Arquivo capturado em 22 de setembro de 2002.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

3. Cane LD. Fisioterapia para o neonato com doença respiratória. In Irwin S, Tecklin IS. Fisioterapia Cardiopulmonar. 2ª edição. São Paulo: Manole, 1995. p.381-407.

4. Parker A, Prasad A. Pediatria. In Pryor JA, Webber BA. Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos. 2ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 234-263.

5. Santoro M. Manual de Neonatologia. São Paulo: Revinter, 1998. p.37-41.

6. Rego MAC, Martinez FE. Repercussões clínicas e laboratoriais do CPAP nasal em recém-nascidos pré-termo. Jornal de Pediatria, 2000. 76 (5): 339-348.

7. Lima MP. Distorções Tóraco-abdominais Respiratórias e Ocupacionais. Disponível na internet via WWW. URL: http: //www.rtaonline.com.br/ 03trab/trab_1-2.htlm. Arquivo capturado em 01 de setembro de 2002.

8. Margotto PR. Assistência ao Recém-nascido de Risco ano 2002. Brasília: Pórfiro, 2002. p. 418-419.

9. Lima MP. Avaliação dos efeitos do reequilíbrio tóraco-abdominal, sobre a mecânica da caixa torácica de recém-nascidos prematuros. Disponível na internet via WWW. URL: http: //www.rtaonline.com.br/03trab/trab_i1.htlm. Arquivo capturado em 26 de agosto de 2002.

10. Lima MP. Assincronismos Respiratórios e Distorções Tóraco-abdominais. Disponível na internet via WWW. URL: http: //www.rtaonline.com.br/ 03trab_1-2. htlm. Arquivo capturado em 26 de agosto de 2002.

11. Rozov T. Afecções respiratórias não-especifícas em pediatria. São Paulo: Sarvier, 1996. p. 89-99.

12. Machado MGR. Treinamento Muscular Respiratório. In Azeredo CAC. Fisioterapia Respiratória Moderna. 4ª edição. São Paulo: Manole, 2002. p.209-223.

13. Azeredo CAC, Nemer SN, Azeredo LM. Fisioterapia Respiratória em UTI. Rio de Janeiro: Lidador, 1998. p.30-37.

14. Rigatto M. Fisiologia Respiratória. In Silva LCC, Porto NS, Palombini BC, Camargo JJP, Moreira JS, Hetzel JL, Severo LC. Compêndio de Pneumologia. 2ª edição. São Paulo: Fundo Editorial Byk, 1997. p. 68-89.

15. Francisco B, Piva JP, Garcia PCR. Efeito a curto prazo da posição prona na oxigenação de crianças em ventilação mecânica. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro, 77(5): 361-368, set-out.2001.

16. Oliveira LC, Rugolo LMSS. O efeito da postura na saturação de O2 em recém-nascidos de UTI neonatal. Fisioterapia mov. 6(2): 54-64, 1994.

17. Bricot B. Posturologia. 2ª edição. São Paulo: Ícone, 2001.

18. Staudinger PRS, Gusmão ALF, Moraes LBA. Efeitos da mudança de decúbito sobre a variação da saturação de oxigênio em recém-nascidos a termo. 2000. 16f. Monografia (Graduação em Fisioterapia)–Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2000.

19. Wagaman MJ. et al. Improved oxigenation and lung compliance with prone positioning of neonates. Journal of Pediatrics, ST. Louis, v.94, n.5, p 737-791.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

20.Oliveira APM, Rocha GAA. Fisioterapia respiratória aplicada a neonatologia e pediatria. Fisiobrasil, Rio de Janeiro, n.5, p. 4-5, ago. 2000.

21. Silva SCP, Gusmão AL, Cardoso e Silva PS, Moraes LBA. Variação da saturação de oxigênio em recém-nascidos prematuros nos decúbitos lateral direito, lateral esquerdo, prono e supino. 2001. 14f. monografia (Graduação em Fisioterapia)–Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2001.

22. Muller NL, Bryan AC. Chest Wall mechanics and respiratory muscles in infants. Pediatric Clinics of North America, Philadelphia, v. 26, n.3, p 503-516, 1979.

23. Miyoshi MH, Guinsburg R, Kopelman BI. do recém-nascido. Distúrbios Respiratórios no Período Neonatal. São Paulo: Atheneu, 1998. cap.06, p.63-73.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 32

CINESIOTERAPIA E TERAPIA MANUAL COMO PROTOCOLO DE TRATAMENTO DE PACIENTE COM HÉRNIA DE DISCO E CIATALGIA: ESTUDO DE CASO.

DOI: 10.37423/200500902

Maria Carolyne Braga Lopes (Graduanda em Fisioterapia pelo Centro Universitário Fametro – UNIFAMETRO, Fortaleza – Ceará).

http://lattes.cnpq.br/3400547510403701

Maria Jamile de Sousa das Chagas (Graduanda em Fisioterapia pelo Centro Universitário Fametro – UNIFAMETRO, Fortaleza – Ceará).

http://lattes.cnpq.br/2722241072134777

Raiane Ferreira Meireles (Graduanda em Fisioterapia pelo Centro Universitário Fametro UNIFAMETRO, Fortaleza – Ceará).

http://lattes.cnpq.br/0386900807480234

Josenilda Malveira Cavalcanti (Fisioterapeuta, Mestre em Ciências Fisiológicas –UECE, Doutoranda em Biotecnologia RENORBIO,Professora do curso de Graduação em Fisioterapia pelo Centro Universitário Fametro - UNIFAMETRO.Fortaleza – CE).

http://lattes.cnpq.br/2389519097977495

Rinna Rocha Lopes (Fisioterapeuta, Mestre em Saúde Coletiva, Professora do curso de Graduação em Fisioterapia pelo Centro Universitário Fametro - UNIFAMETRO.Fortaleza – CE).

http://lattes.cnpq.br/8071667552870570

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: A hérnia de disco é caracterizada pelo extravasamento do núcleo pulposo do disco

intervertebral para periferia, em direção ao canal medular e raízes nervosas, podendo comprimi‐las,

trazendo sintomas característicos. A nível lombar, mais comumente em L4‐L5 e L5‐S1, o nervo ciático

pode ser comprometido, apresentando dor aguda, em queimação ou pontadas irradiando para parte

lateral ou posterior da perna. OBJETIVO: Identificar os efeitos da cinesioterapia e terapia manual em

paciente com hérnia de disco. METODOLOGIA: Estudo do tipo relato de caso de paciente diagnosticado

com hérnia de disco, atendido no projeto de extensão Clínica da Dor, no Centro Universitário Fametro

‐ UNIFAMETRO. Os atendimentos eram realizados duas vezes por semana, as terças e quintas‐feiras,

com duração de 45 minutos, de agosto a dezembro de 2018, totalizando 26 atendimentos. O paciente

foi submetido à avaliação fisioterapêutica: anamnese e exame físico funcional. A avaliação da dor foi

feita pela Escala Visual Analógica (EVA). RESULTADOS: Para lombalgia e dor no membro inferior

esquerdo, avaliada em grau 6 pela EVA, o protocolo foi baseado em técnicas de liberação miofascial e

pompages associados a alongamentos e exercícios ativos, técnicas de inibição, mobilização neural do

ciático e ganho de amplitude de movimento (ADM), focando em flexão de quadril. Ao final, após uma

reavaliação, o paciente relatou melhora, descrevendo algia como leve, em grau 2, ausência de dor no

membro inferior e aumento de ADM de 105º para 120º. CONCLUSÃO: Conclui‐se que os efeitos do

protocolo utilizado foram benéficos para sintomatologia apresentada, onde o paciente evoluiu

positivamente, tendo redução do quadro de lombalgia, ausência de dor no membro inferior esquerdo

e aumento de ADM para flexão de quadril, recebendo alta ao final dos atendimentos tendo condições

e orientações para continuar com métodos de prevenção e cuidados diários.

PALAVRAS-CHAVE: Hérnia discal. Ciatalgia. Terapia Manual. Cinesioterapia. Tratamento.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

1. INTRODUÇÃO

A estrutura da coluna vertebral é responsável por proteger as funções neurais de lesões que podem

ser geradas através de traumas ou grandes esforços. As cargas decorrentes do peso corporal ou forças

externas geram impactos significativos (PEREIRA; SANTANA JUNIOR, 2018).

A Síndrome dolorosa lombar é bastante frequente e suas causas são diversas, tais como sobrecargas,

atividades de vida diárias (AVD’s), esforços repetitivos, má postura, traumas, inflamação ou alterações

degenerativas da coluna, sendo difícil determinar sua etiologia com clareza (LIMA et al., 2012).

Indivíduos que trabalham com materiais pesados, onde realizam com frequência rotação e flexão de

tronco, aumentam as chances de desenvolver lesões nos discos intervertebrais e, consequentemente,

hérnia de disco, (LIMA et al., 2012) que pode acometer qualquer parte da coluna, todavia, mais

comumente na região lombar, onde uma lesão nessa região pode gerar sérios problemas funcionais

(LOIOLA el al., 2017)

A hérnia de disco é caracterizada pelo extravasamento do núcleo pulposo do disco intervertebral para

periferia, em direção ao canal medular e raízes nervosas, podendo comprimi‐las, trazendo sintomas

característicos. A nível lombar, mais comumente em L4‐L5 e L5‐S1, o nervo ciático pode ser

comprometido, apresentando dor aguda, em queimação ou pontadas irradiando para parte lateral ou

posterior da perna. (PEREIRA; SANTANA JUNIOR, 2018)

Além do quadro álgico, o indivíduo pode sentir parestesia com déficit de força muscular do membro

afetado, levando ao quadro de lombociatalgia, fazendo trajeto do nervo ciático, principal nervo do

plexo sacral e o maior do corpo humano. (PEREIRA; SANTANA JUNIOR, 2018)

O comprometimento da amplitude de movimento (ADM), causado pela compressão neural, pode

trazer complicações diretas nas atividades do cotidiano realizadas com o segmento acometido. A

ausência dessa liberdade de movimento afeta na qualidade de vida, em razão de que, dificulta a

execução das AVD’s (BARBOSA; LEAL, 2015).

Segundo Loiola et al (2017), essa patologia pode ocorrer em ambos os sexos, variando de uma dor

súbita à intensa e prolongada, sendo de 30 a 60% dos seus casos relacionados ao trabalho.

2. OBJETIVO

Identificar os efeitos da cinesioterapia e terapia manual em paciente com hérnia de disco e ciatalgia.

3.METODOLOGIA

Trata‐se de um estudo do tipo relato de caso realizado no projeto de extensão Clínica da Dor, na clínica

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Fisioterapia: princípios fundamentais

integrada do Centro Universitário Fametro – UNIFAMETRO.

Os atendimentos foram realizados duas vezes por semana, às terças e quintas‐feiras, com duração de,

aproximadamente, 45 minutos, nos meses de agosto a dezembro de 2018, totalizando 26

atendimentos.

Paciente, sexo masculino, 56 anos, pintor, diagnosticado inicialmente com ciatalgia, deu entrada na

clínica com queixa principal de dor lombar e na perna esquerda. Foi submetido a avaliação cinética

funcional: anamnese e exame físico. Realizadas inspeção e palpação das regiões lombar, glútea e

membro inferior, teste de força muscular pela escala de Oxford, testes ortopédicos específicos, como

Lasegue, Bragard e Kening, goniometria para avaliação de amplitude de movimento (ADM) e quadro

álgico, avaliado pela Escala Visual Analógica (EVA).

Durante a primeira avaliação, realizada no dia 28/08/2018, paciente relatou lombalgia com irradiação

e queimação para o membro inferior esquerdo e referiu dor à palpação na região glútea. O teste de

força muscular foi avaliado em grau 5 para todos os movimentos de quadril e joelho. Testes ortopédicos

positivos para Lasegue e Bragard. Goniometria realizada para todos os movimentos de quadril e joelho,

onde foi observado diminuição de amplitude para o movimento de flexão de quadril, apresentando

105º. Avaliação da dor pela escala de EVA, referida, após esforço físico, em grau 6.

No dia 13/09/2018, paciente foi diagnosticado com hérnia de disco na região L5‐S1, com radiculopatia

associada, através de uma Ressonância Nuclear Magnética (RNM).

O protocolo fisioterapêutico utilizado foi baseado na avaliação funcional, visando melhora das queixas

álgicas e aumento de ADM, onde foram realizadas técnicas de terapia manual e cinesioterapia, como:

liberação miofascial, com deslizamentos superficiais e profundos, compressão e amassamento nas

regiões lombares, glúteas e posterior do membro inferior esquerdo, além de pompages lombares e

lombosacrais, alongamentos estáticos passivos e ativos dos membros inferiores e cadeia posterior,

mantidos de 30 a 60 segundos, exercícios ativos livre para flexão de quadril com 3 séries de 10

repetições, técnicas de inibição ativa e mobilização neural do nervo ciático, com movimentos

oscilatórios e mantidos por 30 segundos.

4. RESULTADOS

O protocolo fisioterapêutico foi baseado em técnicas de terapia manual, como liberação miofascial e

pompages e cinesioterapia, com alongamentos e exercícios ativos e resistidos, técnicas de inibição e

mobilização neural do ciático, tendo em vista, melhora do quadro álgico e aumento de ADM.

De acordo com o protocolo seguido, foi observada melhora favorável do quadro álgico do paciente,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

onde o mesmo evoluiu de uma lombalgia grau 6, para grau 2, considerado leve, pela EVA, no qual, a

dor surgia apenas após esforço físico. Para algia no membro inferior esquerdo no início das

intervenções, foi referida ausência da mesma ao final dos atendimentos.

Os resultados obtidos com a goniometria do movimento de flexão de quadril foram positivos, no qual

foram realizadas nos dias 01/11/2018, a segunda avaliação, apresentando 110º e, 27/11/2018, a

terceira e última avaliação, onde obtivemos 120º. Ou seja, constatou‐se uma evolução de 15º entre a

primeira e a ultima avaliação funcional.

Os testes de força muscular para os movimentos do quadril avaliados pela Escala de Oxford

mantiveram‐se inalterados, com grau 5, no início e no final dos atendimentos.

5.CONCLUSÃO

Os efeitos do protocolo utilizado baseado em técnicas de terapia manual e cinesioterapia foram

benéficos para sintomatologia apresentada, onde o paciente evoluiu positivamente, tendo redução do

quadro álgico na região lombar, ausência de dor no membro inferior esquerdo e aumento de ADM

para flexão de quadril, recebendo alta ao final dos atendimentos tendo condições e orientações para

continuar com métodos de prevenção e cuidados diários.

É notório que a realização de uma abordagem correta traz sucesso na evolução do paciente,

corroborando para uma melhor qualidade de vida e realização de atividades, evidenciando o papel

fundamental da fisioterapia no tratamento conservador, trazendo resultados positivos em pacientes

acometidos por hérnia de disco.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Ana Paula Barros; LEAL, Seania Santos. Análise da mobilização neural do nervo isquiático sobre ganho de ADM. ConScientiae Saúde, v. 14, n. 3, p. 463‐470, 2015.

LIMA, Marília Olivindo et al. A EFICIÊNCIA DA MOBILIZAÇÃO NEURAL NA REABILITAÇÃO DA LOMBALGIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA. Revista Brasileira de Ciências da Saúde ‐ Uscs, v. 10, n. 31, p. 45‐49, 13 ago. 2012.

LOIOLA, Gabriella Maria Lima Verde et al. Terapia manual em pacientes portadores de hérnia discal lombar: revisão sistemática. Ciência em Movimento, v. 19, n. 38, p. 89‐97, 10 jul. 2017.

PEREIRA, Dayana Sales; SANTANA JUNIOR, Virgílio. Efeito da Terapia Manual em Pacientes com Lombalgia: uma revisão integrativa. Id On Line Revista de Psicologia, v. 12, n. 41, p. 31‐38, 29 jul. 2018.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 33

INFLUÊNCIA DA FLEXIBILIZAÇÃO DA CINTURA ESCAPULAR SOBRE A MOBILIDADE TORÁCICA:

REVISÃO SISTEMÁTICA DOI: 10.37423/200500904

Dannyelle Shyrley dos Santos da Silva (Fisioterapeuta, Graduada pela UNCISAL).

Maria Jucileide da Silva (Fisioterapeuta, Graduada pela UNCISAL).

Carla Patrícia dos Santos (Fisioterapeuta, Graduada pelo Centro Universitário Cesmac)

Cristiane Marinho Texeira Borges (Fisioterapeuta, Graduada pelo Centro Universitário Cesmac).

Mônica de Gusmão Freire (Graduada pela Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Faculdade de Odontologia da USP/SP).

Briza Rocha Vinhas Ferreira (Fisioterapeuta, Graduada pela UNCISAL; Especialista em Geriatria e gerontologia pela UNCISAL; Fisioterapeuta do Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela – HGE/ SESAU-AL; Preceptora do Estagio Curricular do Curso de Fisioterapia da UNCISAL e do Centro Universitário Tiradentes – UNIT-AL).

Weriton Ferreira da Silva (Fisioterapeuta, Graduado pela UFPE; Mestre em Nutrição pela UFAL; Coordenador da Equipe de Fisioterapia; Fisioterapeuta do Centro Especializado em Reabilitação – CERIII/UNCISAL).

Márcia Andreya Zanon (Márcia Andreya Zanon, Doutorado em Medicina Interna e Terapêutica/Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP, Brasil).

Ana Lúcia de Gusmão Freire (Fisioterapeuta, Mestre pela Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, Prof. Assistente da UNCISAL).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: O sistema respiratório compreende todas as estruturas que se movem durante o ciclo

respiratório. A mecânica ventilatória depende da interação entre a integridade do parênquima

pulmonar, do sinergismo da musculatura toracoabdominal e do posicionamento adequado das

estruturas e articulações da caixa torácica. As alterações acometidas na cintura escapular estão

relacionadas aos desequilíbrios musculares, que podem gerar a redução da mobilidade da caixa

torácica por possuir relação direta com inserções musculares, e por fim, pode ocasionar a diminuição

da amplitude de movimento dos membros superiores. A partir disso, a hipótese deste estudo foi que

a diminuição da flexibilidade da cintura escapular atua diretamente sobre a mobilidade torácica

influenciando na função pulmonar. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática sobre

a influência da flexibilização da cintura escapular sobre a mobilidade torácica nos últimos 10 anos,

incluindo ensaios clínicos randomizados – ECR, com humanos, no idioma inglês, utilizando-se as bases

de busca através da BVS-SAUDE: MEDLINE (PUBMED); COCHRANE e LILACS. A avaliação da qualidade

dos artigos encontrados foi feito através da escala de Jadad. Como resultados encontramos apenas

três ECR, cujo protocolo foi publicado na COCHRANE REVEIWS com qualidade de estudo de 3 pontos

na escala JADAD, utilizando a Reeducação Postural Global – RPG na melhora da mobilidade da caixa

torácica.

PALAVRAS CHAVE: Mobilidade da caixa torácica. Músculos respiratórios. Cintura escapular.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

1 INTRODUÇÃO

A cintura escapular é uma estrutura anatômica comumente acometida por desvios posturais, devido

suas características anatômicas e a sobrecarga durante as posturas inadequadas decorrentes de

diversas patologias ou de hábitos inadequados. As alterações na cintura escapular estão relacionadas,

principalmente, a desequilíbrios musculares, que podem gerar diminuição na mobilidade da caixa

torácica por possuir relação direta com inserções musculares bem como na amplitude de movimento

dos membros superiores1.

O complexo escapular é composto pelos músculos: trapézio, rombóides, serrátil anterior, peitoral

menor e subclávio permitindo grande mobilidade e realizando diversos movimentos, tais como:

depressão e elevação, abdução e adução, protração e retração, rotação inferior e rotação superior1,2.

Quando um destes músculos da cintura escapular perde sua flexibilidade normal, ocorre uma

alteração na relação comprimento-tensão, incapacitando-o de produzir um pico de tensão adequado,

o que desenvolve fraqueza com retração muscular, ocasionando alterações na caixa torácica, pois,

esta fraqueza resultará em protrusão escapular e, consequentemente, rotação interna do ombro e

encurtamento dos músculos anteriores da caixa torácica2.

O encurtamento muscular pode ser decorrente de diversos fatores, tais como alinhamento postural

incorreto, imobilização do músculo, fraqueza muscular e envelhecimento1,2. Estes fatores irão

prejudicar o mecanismo de expansibilidade torácica devido à alteração do comprimento-tensão do

músculo reduzindo a mobilidade.

Os valores de referência para normalidade da expansibilidade torácica são entre 3.75cm e 7.5cm.

Indivíduos que possuem valores abaixo de 3.75 cm apresentam uma diminuição da mobilidade, e

aqueles com valores acima de 7.5cm possuem um aumento deste componente3.

No presente estudo foi realizado uma revisão de literatura sobre a anatomia e movimentos da cintura

escapular, postura e alterações posturais da cintura escapular e a influência da cintura escapular na

redução da mobilidade torácica. Sendo assim, consideramos como hipótese do estudo a redução da

flexibilidade da cintura escapular influencia a mobilidade torácica, contribuindo para limitação da

função pulmonar. Portanto, o estudo pretende esclarecer de que maneira as alterações na cintura

escapular pode contribuir para da mobilidade torácica.

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275

Fisioterapia: princípios fundamentais

2 METODOLOGIA

Foram Revisados 10 anos da literatura cientifica (2000-2010) em busca de artigos que fomentassem

respostas à “Interferência da biomecânica da cintura escapular sobre a função ventilatória ou

pulmonar da caixa torácica”.

A busca da literatura se estendeu durante todo o processo de montagem da revisão, que teve início

em fevereiro de 2011 e se estendeu até abril de 2011.

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Formam incluídos Ensaios Clínicos Randomizados - ECR, que utilizaram modelos humanos, no idioma

Inglês, utilizando-se as bases de buscas através da BVS-SAUDE: MEDLINE (PUBMED); COCHRANE e

LILACS. Nas buscas foram aceitos apenas os textos que estudaram os músculos da cintura escapular

ou a mobilidade torácica e que obtiveram como resposta a influência deste sobre a função pulmonar

e ou ventilatória, que tenham sido publicados nos últimos 10 anos de 2000 a 2010 (figura 1).

Figura 1. Desenho do estudo.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

ESTRATÉGIA DE BUSCA

Foram utilizadas as palavras no idioma inglês: Mobility, Muscle, scapular, thoracic cage.

CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Foram excluídos todos os textos com estudos de revisão bibliográfica e que não eram randomizados.

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS TEXTOS

Os textos encontrados nas buscas foram entregues a dois avaliadores que através da escala de Jadad4

avaliaram a qualidade metodológica de cada estudo. Esta escala avalia os seguintes aspectos:

1) O estudo foi descrito como aleatório?

2) O método de randomização foi apropriado?

3) O estudo foi descrito como duplo cego?

4) O método de mascaramento usado foi apropriado?

5) Houve descrição de exclusões e perdas?

A escala concede um a cinco pontos para os ensaios clínicos randômicos. Estes com um a dois pontos

são considerados de baixa qualidade e aqueles com três a cinco pontos são considerados de alta

qualidade4. Os resultados da escala de Jadad foram usados para análise de sensibilidade.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 2. Descrição do processo de seleção e análise da revisão sistemática.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

3 RESULTADOS

Ao investigar a problemática sobre de que maneira as alterações na cintura escapular pode contribuir

para a mobilidade torácica foi realizada a busca baseada nos critérios de inclusão nas bases de

pesquisa acadêmica como PUBMED, BIREME, EBSCO observamos que apenas 3 artigos onde 2 artigos

foram encontrados com ambos descritores conforme verificamos no diagrama abaixo.

Figura 3. Resultados das buscas de acordo com os descritores e critérios de inclusão. (software livre

BizAgi process modeler)

Os estudos clínicos randomizados (ECR) de Paulin12, Wilson e Troyer13, Mckenzie16 constatam relação

da alteração cintura escapular e mobilidade torácica.

4 REVISÃO DE LITERATURA

A região articular do ombro e da cintura escapular estão frequentemente envolvidas com alterações

posturais que implicam em complicações da mobilidade torácica e, consequentemente, implicações

respiratórias2.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

As costelas articulam-se com o esterno mediante as cartilagens, cujo comprimento vai aumentando

da 1ª à 10ª, e assim, a expansão da caixa torácica aumenta em função do comprimento das cartilagens

costais, e em consequência disto, a parte inferior do tórax é mais móvel que a superior5. A elevação e

o rebaixamento da caixa torácica ocorrem associando a inspiração e expiração dos pulmões,

respectivamente6.

A alteração na mobilidade da caixa torácica ocorre em decorrência de outro fator que é a anatomia

das costelas, quanto mais oblíquo, mais amplo o movimento. Como as costelas superiores são menos

obliquas que as inferiores, ocorrem menos movimento nessa região6.

Spence7 afirma que a estabilidade da cintura escapular é garantida pelo equilíbrio das ações dos

músculos escapulares, dos músculos glenoumerais, numerosos tendões, ligamentos e estruturas

articulares que compõem o complexo cinesiológico do ombro.

Os músculos responsáveis por conectar o tronco à cintura escapular são: serrátil anterior, que realiza

rotação para cima, elevando o braço acima da cabeça; trapézio superior, que realiza rotação para cima

e elevação da escápula; trapézio médio, que promove a rotação para cima e a adução da escápula;

trapézio inferior que roda a escápula para cima e a deprime para baixo; rombóides maior e menor,

que realizam rotação para baixo, adução e elevação da escápula; peitoral menor, que deprime e inclina

a escápula para frente; subclávio, que coapta a clavícula à articulação esterno clavicular; elevador da

escápula, que eleva a escápula8.

Ao relacionarmos estes músculos com a mobilidade torácica realizada durante a inspiração forçada

são utilizados músculos agonistas ligados a cintura escapular como os rombóides, trapézio inferior e

peitoral menor entrando em ação, realizando o movimento gere a redução da pressão dentro do tórax

e assim, o ar entra nos pulmões6.

As clavículas devem estar posicionadas horizontalmente, permitindo que a escápula esteja colocada

em uma altura compreendida entre a segunda e a sétima costela e que estejam colocadas num mesmo

plano, contra a parte posterior da parede torácica7,8.

A escápula é comumente acometida por transtornos e desvios, principalmente devido à diminuição

de força muscular e/ou encurtamentos dos músculos da cintura escapular, resultando nas alterações

posturais. A necessidade do conhecimento da atuação muscular na biomecânica, para este complexo

articular atua de maneira decisiva na estabilidade escapular9.

De acordo com Feltrim apud Sachi10 o conjunto toracoabdominal movimenta-se durante o ato

respiratório, sendo que os pulmões e a parede torácica operam em sincronia. A “contração muscular

produz forças que permitem o fluxo de gás ao longo da árvore respiratória e a expansão do sistema.”

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Portanto, a mobilidade da caixa torácica atua sobre o ato respiratório onde produzem forças

juntamente com a musculatura e estabilidade da cintura escapular para execução do fluxo

respiratório.

A mobilidade torácica e a escapular apresentam relações com as cadeias musculares existentes, onde

seu posicionamento no corpo apresentam cinco segmentos sendo eles: anteromediana (AM),

posteromediana (PM), póstero-anterior-anterior-posterior (PAAP), anterolateral (AL) e posterolateral

(PL). O excesso de tensão numa cadeia muscular pode conduzir a deformidade, e a forma incorreta é

sinal de desorganização muscular ocasionando em incoordenação e limitação quando esta tensão

muscular está exacerbada11.

Outros fatores que desencadeiam as alterações escapulares e, posteriormente, alteram a mobilidade

torácicas são: esporte, trabalho, sedentarismo, traumatismos, intervenções cirúrgicas, dentre outros.

A falta de elasticidade nos músculos que compõem uma cadeia muscular pode sofrer excesso de

atividade muscular devido a fatores externos (traumatismos) ou internos (psicomotor). Podendo

resultar em movimentos sem coordenação e/ou exacerbados em decorrência da cadeia muscular

dominante, fixando deformidades corporais. Pode-se observar que esta alteração de cadeias

musculares altera a ação dos músculos da cintura escapular e a mobilidade torácica12.

Em estudo de Paulin et. al, exercícios favorecem a mobilidade da caixa torácica promovendo uma

expansibilidade em decorrência da estimulação da excursão diafragmática. Ainda afirma que a

cinesioterapia respiratória deve envolver também os exercícios de tronco e membros superiores

favorecendo o incremento para a expansibilidade torácica. Concluindo que, a mobilidade da caixa

torácica resulta no aumento da Capacidade Vital Funcional (CVF) em decorrência do recolhimento

elástico dos pulmões, da elasticidade da caixa torácica e da força dos músculos respiratórios13.

O estudo Wilson e Troyer13 retrata que a geometria tridimensional da caixa torácica denominada

mecanismo Hamberger tem ação influente sobre a cintura escapular e a função pulmonar. Esse

mecanismo depende da inclinação de um músculo intercostal relativa às costelas e sobre a diferença

resultante entre os momentos aplicados nas costelas superiores e inferiores que limitam cada

interespaço. Por se tratar de um complexo envolvendo articulações e musculaturas da cadeia anterior

e posterior que o mecanismo fica restrito durante o alongamento e o encurtamento excessivo da

musculatura da cintura escapular.

As alterações do posicionamento e da biomecânica da cintura escapular trazem novas adaptações

posturais intensificam a queda da capacidade vital, ocasionando o aumento progressivo da

hipomobilidade da caixa torácica do ser humano14.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

A função inspiratória ocorre na expansão do tórax com atuação das musculaturas do complexo

escapular, composto pelos músculos trapézio, rombóides, serrátil anterior, peitoral menor e

subclávia13.

Barbiero et al.14 ao analisar a capacidade vital forçada em adultos com respiradores bucais funcionais

notou-se uma redução caracterizando um padrão restritivo em decorrência do encurtamento dos

músculos do complexo da cintura escapular e do não padrão diafragmático estimulado. Corroborando

com a concepção que a cintura escapular tem relação direta com a mobilidade da caixa torácica e

assim favorecendo a redução dos volumes respiratórios.

Apesar das disfunções musculares desenvolverem modificações da biomecânica, não apresentam

fatores determinantes para distúrbios ventilatórios, apenas determinaram um mudança do padrão

ventilatório. Já em pacientes portadores de doenças respiratórias, estas disfunções musculares

acarretam piora progressiva da função pulmonar bem como do sistema musculoesquelético15.

A cintura escapular tem o movimento harmônico desenvolvido entre a escápula e os arcos costais

posteriores. As patologias na cintura escapular apresentam dor e limitação de movimento, alterando

a função da caixa torácica sendo um fator limitante para a função respiratória16.

A função da cintura escapular tem ação fundamental sobre a mobilidade da caixa torácica e,

consequentemente, sobre a função respiratória. Resultando, em casos mais grave na insuficiência

respiratória, ocasiona estado de hipercapnia onde o tratamento consiste no suporte ventilatório e

treinamento muscular para adaptação ao trabalho respiratório excedente16.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Há evidências, através dos estudos selecionados, que a cintura escapular apresenta relação direta

sobre a mobilidade torácica já que se sobrepõe aos arcos costais posteriores. E as ações musculares

desenvolvida pelos músculos que os compõem atuam de forma direta na biomecânica limitando-a,

resultando posteriormente em restrição ou diminuição da função respiratória.

A partir dos estudos, podemos notar a escassez de trabalhos sobre essa temática e sugerimos outros

estudos de revisão de literatura e, principalmente, de intervenção com randomização dos dados e

apresentação do avaliador cego no estudo. Para, deste modo, obter um banco de dados com as

características minuciosas sobre a atuação da cintura escapular e sua relação com a mobilidade

torácica proporcionando um melhor acesso dos pesquisadores de áreas afins.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

REFERÊNCIAS

1Souza TR. et al. Testes para avaliação dos movimentos do ombro: confiabilidade e influência do número de repetições. Fisioterapia e pesquisa. v.14. n.1 p. 6-13, 2007.

2Konin JG. Cinesiologia para Fisioterapeutas. Editora Sonopress Rimo. 2005.

3Evans RC. Exame Físico Ortopédico Ilustrado, 2. ed.: Editora Manole, 2003.

4 Jadad AR, et. al. Assessing the quality of reports of randomized clinical trials: is blinding necessary? Control Clin Trials. 1996 Feb;17(1):1-12.

5Tribastone F. Tratado de Exercícios Corretivos Aplicados à Reeducação Motora Postural. São Paulo: Ed. Manole, 2001.

6Lipert LS. Cinesiologia Clínica para Fisioterapeutas Rio de Janeiro: Guanabara, 2003.

7Spence AP. Anatomia Humana Básica. São Paulo: Manole, 2000.

8Kapandji AI. Fisiologia articular: Esquemas comentados de mecânica humana. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

9Zílio A. Treinamento Físico: Terminologia. 2ª ed. Ulbra. Canoas: 2005.

10Sachi MV. Estudo correlacional entre a expansibilidade da caixa torácica e a capacidade vital pulmonar, nos indivíduos portadores e não portadores de espondilite anquilosante. Urberlândia: Unir, 2000.

11Vieira A. O método de cadeias musculares e articulares de G.D.S.: uma abordagem somática Adriane Vieira. Movimento. 1998; IV (8).

12Paulin E. Efeitos de programa de exercícios físicos direcionado ao aumento da mobilidade da caixa torácica em pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica. J. de Pneumol. 2003; 29:287-94.

13Wilson T, Troyer A. The two mechanisms of intercostal muscle action on the lung. J Appl Physiol 2004;96: 483–488.

14Pereira CAC, et al. Diretrizes para testes de função pulmonar. J Pneumol. 2002; 28 (Supl 3): S1-S82.

15Barbiero EF, et al. Influência do biofeedback respiratório associado ao padrão quiet breathing sobre a função pulmonar e hábitos de respiradores bucais funcionais. Rev Bras Fisioter. 2007; 11: 347-53.

16Mckenzie D. To breathe or not to breathe: the respiratory muscles and COPD. J Appl Physiol 101: 1279–1280, 2006

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 34

ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA SÍNDROME DE PRADER- WILLI

DOI: 10.37423/200500905

Daiany Caroliny Quirino Barbosa (Acadêmicos do Curso de Fisioterapia; Unesc Faculdades).

Josivilma Dezes De Souza Acadêmicos do Curso de Fisioterapia; Unesc Faculdades).

Aelma Késsia da Silva (Acadêmicos do Curso de Fisioterapia; Unesc Faculdades).

Aline Patrícia Dantas Da Silva (Acadêmicos do Curso de Fisioterapia; Unesc Faculdades).

Mell de Luiz Vânia (Docente Unesc Faculdades).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A síndrome de Prader-Willi (SPW) caracteriza-se como uma desordem genética rara, por uma baixa

expressão do gene no braço longo do cromossomo 15, relacionada à herança genética paterna, que

acomete ambos os gêneros com predominância no sexo masculino. As manifestações clínicas variam

com a idade, e podem se apresentar desde o período pré-natal com posição fetal anormal,

polidrâmnio e diminuição dos movimentos fetais. Outros fatores característicos importantes

aparecem já nos primeiros instantes de vida como diminuição do reflexo de sucção e hipotonia, e

outros vão se evidenciando com o crescimento da criança como retardo mental, anormalidades no

comportamento, características dismórficas, desenvolvimento sexual incompleto, além de distúrbios

visuais e hipopigmentação. Destacam-se ainda alterações respiratórias devido à hipotonia da

musculatura diafragmática como dificuldade de expectoração, as pressões inspiratórias e expiratórias

visivelmente diminuídas e apneia do sono. Apresentam também o atraso do desenvolvimento

neuropsicomotor e desvios posturais.

OBJETIVO

Relatar a atuação da fisioterapia nas disfunções e limitações causadas pela (SPW).

METODOLOGIA

trata-se de uma revisão da literatura, realizada no período referente a junho de 2019 nas bases de

dados Scielo, Bvs, PEDro e Lilacs, utilizando os seguintes descritores em saúde Decs: Síndrome de

Prader-Willi, Pediatria e Fisioterapia. Foram incluídos artigos publicados no período de 2006 a 2018,

em português e com relevância ao tema, de modo que foram excluídas outras revisões de literatura e

aqueles trabalhos que não estavam disponíveis na integra. Após aplicados tais critérios, 10 artigos

foram lidos e criticamente analisados.

RESULTADOS

A fisioterapia atua junto à equipe multidisciplinar logo após o nascimento, visando proporcionar

autonomia, independência, motilidade geral e qualidade de vida. Foi descrito na literatura que as

técnicas fisioterapêuticas mais utilizadas são exercícios respiratórios e de estimulação dos marcos

motores primitivos logo após o nascimento. Os maiores ganhos que as crianças obtiveram foram nas

posturas do gato, ajoelhada e em pé, que evoluíram de zero para o grau 9, máximo segundo os

estudos. Estratégias relacionadas às disfunções respiratórias são indicadas, como exercícios de

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Fisioterapia: princípios fundamentais

reexpansão pulmonar, fortalecimento da musculatura respiratória, correção das alterações posturais,

melhorando a capacidade vital e as amplitudes de inspiração e expiração da caixa torácica. Os

benefícios propiciados pelo exercício tanto na água como no solo são comportamentais, metabólicos

(redução do peso), cardiovasculares e em nível de tônus muscular.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Síndrome de Prader-Willi (SPW) envolve um grande desafio diagnóstico e terapêutico relacionados

a alterações significativas nos aspectos estruturais, funcionais, respiratórios e hormonais é de extrema

importância um diagnostico precoce. A fisioterapia atua de forma eficiente junto a equipe

multidisciplinar nos aspectos referentes á disfunção respiratória, equilíbrio, coordenação motora,

redução da hipotonia e déficit de força muscular, visando proporcionar uma rotina satisfatória nas

realizações das atividades de vida diária, e prevenção das comorbidades associadas. Palavras-chave:

Síndrome de Prader-Willi, Pediatria e Fisioterapia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 35

INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS SEQUELAS DO ASTROCITOMA GRAU II PRIMÁRIO DE PINEAL:

RELATO DE CASO. DOI: 10.37423/200500906

Gabrielly Menin Dykstra (Acadêmica em Fisioterapia pela Universidade Federal do

Piauí – UFPI).

Juhly Freitas Vieira (Acadêmica em Fisioterapia pela Universidade Federal do Piauí

– UFPI)

Maria Sandra de Carvalho Sousa Lira (Acadêmica em Fisioterapia pela Universidade

Federal do Piauí – UFPI).

Stephane Beatriz Vale Aguiar (Acadêmica em Fisioterapia pela Universidade Federal

do Piauí – UFPI).

Heloisa Marques (Docente do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do

Piauí – UFPI)

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

Mendes et al. (2014), afirma que o Astrocitoma é glioma que se forma a partir dos astrócitos, que são

células atuantes na sustentação do tecido nervoso. Variando entre grau I a IV, quando descoberto em

crianças pode ocorrer alteração da função psicomotora, apatia e declínio do desempenho escolar.

OBJETIVO

O objetivo desse trabalho é relatar a intervenção fisioterapêutica nos sinais e sintomas em paciente

portador de Astrocitoma grau II primário de pineal, com déficit visual bilateral e desequilíbrio.

METODOLOGIA

Análise do registro clínico do Serviço Escola de Fisioterapia da Universidade Federal do Piauí, sob o

Comitê de Ética 0047.0.045.000-17. Paciente jovem, sexo feminino, portadora de Astrocitoma grau II

primário, com déficit visual bilateral associado, desequilíbrio intenso em sedestação e bipedestação.

O objetivo da intervenção foi treinar deambulação, melhorar equilíbrio, promover independência

funcional, treino de atividade de vida diária, prevenir contraturas e deformidades.

RESULTADOS

Realizaram-se 10 intervenções fisioterapêuticas, sendo as principais: treino de sentar e levantar com

e sem instabilidade, treino de marcha em barras paralelas com e sem obstáculos, gato retirando um

dos membros, exercício de ponte com bola. De acordo com Lopes et al. (2004) a promoção de

instabilidade para treino de reequilíbrio rápido, treino de equilíbrio, propriocepção e coordenação

motora em adolescentes contribuíram para melhora postural e eficiência motora, melhorando a

qualidade de vida.

CONCLUSÃO

A reabilitação fisioterapêutica em pacientes com tumor cerebral primário resulta em ganhos

funcionais diários com melhoria da função cognitiva e motora em seus efeitos físicos, bem-estar e

maior sobrevida.

Palavras-chave: Astrocitoma, desequilíbrio, intervenção fisioterapêutica.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

REFERÊNCIAS

LOPES, M. C. B.; KITADAI, S. P.; OKAI, L. A. Avaliação e tratamento fisioterapêutico das alterações motoras presentes em crianças deficientes visuais. Rev. Bras. Oftalmol., São Paulo, v. 63, n. 3, p. 155-161, mar. 2004.

MENDES, G. A; ONGARATTI, B. R; PEREIRA-LIMA, J. F. S. Epidemiologia de uma série de tumores primários do sistema nervoso central. Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery, v. 33, n. 04, p. 279-283, 2014.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 36

ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA (TENS) NA DISMENORREÍA

PRIMÁRIA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DOI: 10.37423/200500907

Estanleil Pereira Da Silva (Fisioterapeuta, Pós-graduando em Medicina do Sono pelo

Hospital Israelita Albert Einstein).

Adriana da Conceição Santos (Fisioterapeuta, Fisioterapeuta pela Estácio Teresina).

Aniclécio Mendes Lima (Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia Traumato-

ortopédica pelo Instituto LatoSensu).

Francisco Carlos Soares da Silva Júnior(Fisioterapeuta, Especialista em Saúde

Pública pelo Instituto de Ensino Superior Múltiplo).

Emmanuel Alves Soares (Fisioterapeuta, Mestre em Epidemiologia em Saúde Pública

pela Escola Nacional de Saúde Pública).

Amanda Celis Brandão Vieira (Fisioterapeuta, Pós-graduanda em Fisioterapia Pélvica

pela Faculdade Inspirar).

Maria Samara da Silva (Fisioterapeuta, Pós-graduanda em Fisioterapia Pélvica e

Obstétrica pela Aprimore).

Soraia Maria Soares Silva (Graduanda em Fisioterapia pelo Instituto de Educação

Superior Raimundo Sá).

Janayne Silva Oliveira (Fisioterapeuta, Pós-graduanda em Fisioterapia Traumato-

Ortopédica pelo Instituto Lato Sensu).

Gabriel Mauriz de Moura Rocha (Fisioterapeuta, Mestre em Engenharia Biomédica

pela Universidade Brasil).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: A dismenorreia é caracterizada como fluxo menstrual difícil, onde muitas mulheres que

sofrem dessa complicação podem ser afastadas de seus afazeres habituais, podendo ser classificada

como primária quando não é relacionada a nenhuma doença e secundária quando está relacionada à

outra doença. A Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea é um recurso terapêutico utilizado na

prática clínica do Fisioterapeuta no emprego do tratamento do alívio da dor ao paciente, constituindo

de uma modalidade de terapia não invasiva de baixo custo quando aplicada adequadamente no

paciente com queixas álgicas. O objetivo desse estudo foi investigar, por meio de uma revisão

bibliográfica, os efeitos da TENS na dismenorreia primária. Trata-se de uma revisão bibliográfica, por

meio da busca nas bases de dados eletrônicas (Scielo, Lilacs, Medline), com artigos selecionados e

analisados no período de 2011 e 2020, estudos com o objetivo de analisar o efeito do tens em

mulheres com dismenorreia primária, inglês, português e espanhol, sendo excluídos artigos que não

estivessem nesse período e artigos de revisão. Dos 22 artigos encontrados inicialmente, foram

incluídos na pesquisa 7 artigos. Os estudos evidenciaram melhora no quadro álgico utilizando a TENS

e se assemelharam quanto à amplitude de estimulação de acordo com o limiar sensitivo da paciente;

porém foi possível observar que nos estudos analisados não foram colocados parâmetros padrões. A

partir desse estudo, foi possível concluir que o uso da TENS é bastante benéfico no quadro álgico de

mulheres com dismenorreia.

PALAVRAS-CHAVE: TENS; Dismenorreia Primária; Fisioterapia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A dismenorreia é caracterizada como fluxo menstrual difícil, onde muitas mulheres que sofrem dessa

complicação podem ser afastadas de seus afazeres habituais, podendo ser classificada como primária

quando não é relacionada a nenhuma doença e secundária quando está relacionada à outra doença.

Afeta aproximadamente 90% das mulheres e dentre estas, cerca de 10% são afastadas do trabalho por

até três dias ao mês podem vir associados os distúrbios psicológicos, como depressão, e interferência

na vida social e doméstica, onde a dismenorreia pode causar transtornos (REIS ET AL., 2016).

A Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea é um recurso terapêutico utilizado na prática clínica do

Fisioterapeuta no emprego do tratamento do alívio da dor ao paciente, constituindo de uma

modalidade de terapia não invasiva de baixo custo quando aplicada adequadamente no paciente com

queixas álgicas. Esta modalidade de tratamento se trata de uma aplicação de energia elétrica em várias

formas de ondas, amplitudes de frequência que são destinadas aos nervos periféricos através das

interfaces conhecidas como os eletrodos que são colocados sobre a pele íntegra e fornecem essa

passagem de corrente elétrica à região de interesse (OLIVEIRA; CIRQUEIRA,2019).

Dessa forma, o tratamento da dismenorreia primária torna-se imprescindível, podendo ser empregado

três abordagens: farmacológica, não-farmacológica e cirúrgica. Na farmacológica faz-se o uso de

analgésicos e anti-inflamatórios e no tratamento cirúrgico, os recursos utilizados são a neurectomia

pré-sacral e remoção do nervo uterosacral (OLIVEIRA et al., 2012).

Neste sentido, a estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) é um método não farmacológico

que vem sendo amplamente recomendado para o tratamento da dismenorreia primária que promove

a estimulação dos nervos periféricos através de eletrodos acoplados à pele, que atua nos sistemas

moduladores da dor, aumentando a tolerância à dor e causando analgesia (PAULINO et al., 2014).

O objetivo desse estudo é investigar, por meio de uma revisão bibliográfica, os efeitos da TENS na

dismenorreia primária.

MÉTODOS

Trata-se de uma revisão bibliográfica, por meio da busca nas bases de dados eletrônicas (Scielo, Lilacs,

Medline), com artigos selecionados e analisados no período de 2011 e 2020. Foram utilizados

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Fisioterapia: princípios fundamentais

descritores contidos no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) nos idiomas português, inglês e

espanhol, sendo eles: TENS, dismenorreia primária e fisioterapia.

Foram incluídos na pesquisa os artigos que atenderam aos seguintes critérios:1) mulheres com

diagnóstico de dismenorreia primária sem associação com qualquer doença pélvica; 2) idiomas

português, inglês e espanhol; 3) estudos com objetivo de analisar o efeito da TENS para tratamento

da dismenorreia primária; 4) estudos publicados entre 2011 e 2020.

Foram excluídos os estudos com resumos repetidos, os de revisão ou aqueles trabalhos que, apesar

de terem sido selecionados pelo título, não mantiveram relação com o objetivo deste estudo após

leitura do resumo.

Os artigos selecionados foram avaliados em relação ao autor/ano, revista, amostra mais grupos de

intervenções e metodologia do estudo, sendo que de cada artigo ainda foi extraído os parâmetros de

aplicabilidade da TENS como a frequência, amplitude, duração e tempo experimental, e os principais

resultados encontrados

RESULTADOS

Inicialmente, foram encontrados 22 artigos. Desses, 10 estavam duplicados nas referidas bases de

dados, restando 12 artigos para a leitura dos títulos, dos quais 3 foram excluídos por não serem

adequados aos critérios determinados. Dos 9 artigos selecionados para análise dos resumos, 2 foram

excluídos, restando apenas 7 para participar deste estudo. Após revisão das referências destes,

nenhum outro trabalho foi incorporado. Ao fim das buscas de dados, a revisão foi composta por 7

artigos, e o fluxograma da Figura 1 detalha todos os procedimentos de busca pelas pesquisas

selecionadas para a confecção desta revisão.

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293

Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 1: Fluxograma dos estudos identificados

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020

Os estudos tiveram suas informações resumidas nos tópicos: autor/ano, revista publicada, objetivo,

amostra + grupos de intervenção, e metodologia do estudo, os quais foram tabulados e apresentados

na Tabela 1.

De cada estudo foram retiradas as seguintes informações referentes aos parâmetros de aplicabilidade

da TENS: frequência, amplitude, duração e tempo experimental, e os principais resultados

encontrados, que são apresentados na Tabela 2.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Tabela 1: Características dos estudos incluídos.

Legenda: Tens: Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea; DP: Dismenorreia Primária; GT: Grupo Tratamento; GP: Grupo Placebo; GC: Grupo Placebo; TAF: Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea de Alta Frequência; TBF: Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea de Baixa Frequência; TP: Tratamento Placebo; EVA: Escala Visual Analógica; NRS: Escala de Classificação Numérica

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Tabela 2: Parâmetros e principais resultados encontrados nos estudos incluídos.

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296

Fisioterapia: princípios fundamentais

Tabela 2: Continuação

Legenda: GT: Grupo Tratamento; GP: Grupo Placebo; GC: Grupo Placebo; TAF: Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea de Alta Frequência; TBF: Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea de Baixa Frequência; TP: Tratamento Placebo; HZ: Hertz.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020

DISCUSSÃO

O presente estudo teve como objetivo revisar bibliograficamente sobre os efeitos da Tens no

tratamento de mulheres com dismenorreia primária. Neste estudo nota-se que os autores analisados

apresentaram divergências metodológicas como largura de pulso, frequência da corrente, tempo e o

número de sessões, mas podemos ressaltar que os trabalhos supracitados comprovaram os efeitos

positivos da TENS na melhora do quadro álgico, mostrando-se um método não medicamentoso eficaz

para mulheres que sofrem dessa síndrome.

Torrilhas et al., (2017) salientaram que a TENS é um método capaz de proporcionar alívio imediato da

dor, assim como também de melhorar a qualidade de vida das mulheres com dismenorreia, já que

essa forma de terapia age nas vias de controle da dor, tanto ascendentes quanto descendentes,

dependentes de combinações de parâmetros. Desse modo, não teria efeitos diretos sobre a elevação

nos níveis de prostaglandinas, que causam hipercontratilidade miometrial, resultando em isquemia e

hipóxia da musculatura uterina e, por fim, dor, nem alterações na pressão intrauterina (BALDAN et al.,

2013).

Nesse sentido, vale destacar que neste estudo, os autores usaram correntes de alta frequência,

também chamada de estimulação convencional com variação de 100 a 150 Hz, sendo que essas

correntes geram impulsos de curta duração e baixa amplitude. A intensidade das correntes de alta

frequência são agradável e não geram contrações musculares, sendo que a analgesia produzida por

esse tipo de corrente no TENS ativa receptores delta-opióides e receptores muscarínicos na coluna

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Fisioterapia: princípios fundamentais

dorsal da medula espinal, além da ativação de receptores delta-opióides supra-espinal (BAI ET AL.,

2017; SILVA et al., 2016; PAULINO et al., 2014).

Ademais, dois estudos realizados com tens de baixa frequência constatou que esse tipo de corrente

demonstrar também ser significante no alivio das dores, sendo que a analgesia ocasionada se deve

pelo fato da ativação dos receptores opióides, receptores serotoninérgicos e receptores muscarínicos

espinais (REIS et al., 2016; OLIVEIRA et al., 2012; PAULINO et al., 2014).Oliveira et al., (2012),

corroborando com a literatura demonstrou que a TENS é capaz de proporcionar analgesia através da

alteração do corpo na capacidade de percepção do estimulo doloroso, já que no decorrer do

tratamento com a TENS, ocorre a diminuição da dor pélvica as contrações uterinas permanecem

presentes.

Nesse estudo também se verificou que o grupo placebo relatou alivio das dores, porém a diminuição

foi menos significativa quando comparada ao grupo de tratamento (BAI et al., 2017; TORRILHAS et al.,

2017; SILVA et al., 2016; BALDAN et al., 2013). Essa diminuição da sintomatologia dolorosa no grupo

placebo deve-se a um mecanismo de analgesia central, mediado pela liberação de endorfinas e

possivelmente pela dinâmica psicológica. A literatura mostra que as expectativas e crenças positivas

em relação à eficácia e alívio dos sintomas, assim como o desejo de desejo melhorar contribuem para

que os pacientes tenham percepção da diminuição da sintomatologia dolorosa por um curto prazo de

tempo (OLIVEIRA et al., 2012; BELTRÁN et al., 2011).

Nesse contexto, verificou-se neste estudo que as pacientes não relataram efeitos adversos

ocasionados pela aplicação da TENS, sendo que todas as mulheres acharam a terapêutica confortável,

e a maioria relatou que a usariam novamente (BAI et al., 2017; TORRILHAS et al., 2017; SILVA et al.,

2016; BALDAN et al., 2013). Além disso, observaram que os eletrodos devem ser aplicados no local da

dor quando a dor for aguda, assim como ressaltaram que os eletrodos devem ser colocados no

caminho dos nervos da área lesionada ou sobre a saída dos nervos na medula espinhal, já que esses

nervos são responsáveis pelo dermátomos afetados (BELTRÁN et al., 2011).

Diante disso, os estudos que comprovam o efeito analgésico ocasionado pela TENS e seu uso seguro

e sem efeitos colaterais na dismenorreia primária ainda e limitado, evidenciando a necessidade de

mais ensaios clínicos padronizados em populações homogêneas, uma vez que a aplicação de vários

parâmetros e a grande variação do tempo e do número de sessões em todos os estudos dificultam a

comparação dos métodos.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

CONCLUSÃO

Conclui-se que o uso da estimulação neuromuscular elétrica transcutânea (TENS) possui efeitos

satisfatórios sob a redução do quadro álgico em pacientes com que manifestam -se clinicamente com

dismenorreia primária. É considerada uma terapia de fácil acesso e aplicação, confortável e que não

possui efeitos colaterais.

Todavia, o número de estudos acerca da temática em questão é relativamente mínimo, por isso torna-

se evidente a necessidade de mais pesquisas em torno da problemática abordada.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REIS, A. M. et al. A Importância Da Fisioterapia No Tratamento Da Dismenorreia Primária: Estudo Comparativo. Revista Cientifica Salesiano. n.15, p.502-514, 2016.

OLIVEIRA, M. M.; CIRQUEIRA, R. P. Eficácia da Eletroterapia na Dismenorreia: Revisão de Literatura. ID on line Revista Multidisciplinar e de Psicologia, v. 13, n. 43, p. 448-454, 2019.

OLIVEIRA, R. G. C. Q. et al. TENS de alta e baixa frequência para dismenorreia primária: estudo preliminar. Conscientiae Saúde, v. 11, n. 1, p. 149-158, 2012.

PAULINO, L. S. S. Estimulação elétrica nervosa transcutânea na dismenorreia primária: uma revisão sistemática. Revista Pesquisa em Fisioterapia, v. 4, n. 1, p. 47-54, 2014.

TORRILHAS, M. C.et al. Estimulação elétrica nervosa transcutânea na dismenorreia primária em mulheres jovens. Revista de Atenção à Saúde, v. 15, n. 54, p. 61-66, 2017.

BALDAN, C. S. Estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) alivia a dismenorreia primária: estudo clínico, controlado e randomizado. J Health Sci. Inst, v. 31, n. 2, p. 193-6, 2013.

BAI, H. Y. Efeito da terapia de estimulação elétrica nervosa transcutânea no tratamento da dismenorreia primária. Medicine, v. 96, n. 36, 2017.

SILVA, B. C. P. et al. Estimulação elétrica nervosa transcutânea no tratamento da dor pélvica causada pela dismenorreia primária. ConScientiae Saúde, v. 15, n. 4, p. 650-656, 2016.

BELTRÁN, Y. H. Estimulación eléctrica nerviosa transcutánea y dismenorrea primaria: un reporte de caso. Revista Ciencias de la Salud, v. 9, n. 2, p. 203-210, 2011.

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299

Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 37

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE HANSENÍASE EM FORTALEZA, DE 2007 A 2017.

DOI: 10.37423/200500909

Luana Maria Bezerra de Menezes (Graduanda em Fisioterapia pelo Centro

Universitário Fametro – UNIFAMETRO,Fortaleza – Ceará).

http://lattes.cnpq.br/2975900927125321

Giulianne Rayssa Ferreira Viana (Graduanda em Fisioterapia pelo Centro

Universitário Fametro – UNIFAMETRO,Fortaleza – Ceará).

http://lattes.cnpq.br/4941304344492689

Izabel Janaína Barbosa da Silva (Docente do Curso de Fisioterapia no Centro

Universitário Fametro – UNIFAMETRO, Fortaleza – Ceará).

http://lattes.cnpq.br/9004272261300208

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: A Hanseníase é uma doença crônica e infectocontagiosa causada pelo parasita

Mycobacterium leprae que atinge os nervos periféricos, especificamente as células de Schwann. Possui

um alto poder incapacitante, porém, com baixa patogenicidade. OBJETIVO: Apresentar e descrever a

prevalência da Hanseníase no Município de Fortaleza no período 2007 a 2017. MÉTODO: Trata-se de

um estudo quantitativo da prevalência da Hanseníase no município de Fortaleza. Os dados foram

obtidos através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do período de 2007 a

2017. Foram organizados de acordo com a taxa de detecção de novos casos da doença, sexo, menores

de 15 anos de idade, escolaridade, bairros e unidades de saúde com maior incidência. Para realizar os

cálculos e tabulação dos dados foi utilizado o programa Microsoft Office Excel. RESULTADOS: No

período de 2007 a 2017 foram notificados 7.456 novos casos no município de Fortaleza, havendo uma

linha de tendência decrescente ao longo dos anos. No número de notificações, o sexo masculino

predomina com média de 52,7% contra 47,2% dos registros em mulheres. A taxa de detecção em

menores de 15 anos de idade sofreu uma redução de 52,8%, o bairro com maior incidência foi o Bom

Jardim com 565 casos, assim como o Centro de Saúde Dona Libania com 4.747 de casos notificados.

CONCLUSÃO: Através dos dados coletados é importante ressaltar que, o número de notificações de

novos casos de Hanseníase obteve uma considerável queda dentro do período analisado de 29,6% no

município de Fortaleza, mas ainda é necessária uma atenção maior nos casos em menores de 15 anos.

Embora haja uma linha de tendência decrescente, a Hanseníase ainda continua com uma alta

endemicidade e segue com a meta de eliminação mundial até 2020.

Palavras chave: Hanseníase. Epidemiologia. Saúde Pública.

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301

Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A Hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, de evolução lenta e progressiva causada pelo

bacilo Mycobacterium leprae e atinge pessoas de qualquer sexo ou idade. Ela possui um alto potencial

de infectividade, porém, com baixa patogenicidade. A sua primordial forma de transmissão ocorre

através de uma pessoa infectada que não esteja em tratamento, por meio dela é eliminado o bacilo

para o meio exterior infectando assim pessoas suscetíveis, como familiares, devido a influência

genética da doença. As vias aéreas superiores (mucosa nasal e orofaringe) são as principais vias de

eliminação do bacilo através do contato próximo e prolongado com o indivíduo infectado (BRASIL,

2016).

O período de incubação da Hanseníase dura em média de 2 a 7 anos, porém existem registros de

períodos mais curtos como de 7 meses e períodos mais longos, de 10 anos. O diagnóstico da doença

geralmente é feito através da análise da história de condições de vida do paciente, além do exame

dermatoneurológico com a finalidade de identificar lesões na pele, comprometimento de nervos

periféricos, alterações sensitivas ou motoras e alterações de sensibilidade (BRASIL, 2016).

Os principais sintomas dessa doença incluem manchas brancas ou avermelhadas pelo corpo, alteração

de sensibilidade ao calor, frio e dor, principalmente não mãos e pés, sensação de areia nos olhos ou

visão embaçada, frequente congestão nasal com aparecimento de sangue e feridas e diminuição da

força muscular em alguns casos. O tratamento dessa doença é realizado em regime ambulatorial,

independente da classificação operacional da hanseníase com poliquimioterápicos (PQT) que estão

disponíveis nas unidades públicas de saúde (SILVA et al., 2019).

No Brasil, a hanseníase pode ser classificada em quatro formas clínicas, as duas primeiras são do tipo

Paucibacilar que é quando existe a presença de poucos bacilos e as outras duas são do tipo

Multibacilar, quando existe alta presença de bacilos e lesões. A hanseníase indeterminada é o estágio

inicial da doença, com um número de até cinco manchas de contornos mal definidos e sem

comprometimento neural, a hanseníase tuberculoide é caracterizada por manchas ou placas de até

cinco lesões, bem definidas, com um nervo comprometido podendo ocorrer neurite (inflamação do

nervo). A hanseníase boderline ou dimorfa é caracterizada por manchas e placas, acima de cinco

lesões, com bordos às vezes bem ou pouco definidos, com comprometimento de dois ou mais nervos,

e ocorrência de quadros reacionais com maior frequência, e a hanseníase virchowiana é a forma mais

disseminada da doença. Há dificuldade para separar a pele normal da danificada, podendo

comprometer nariz, rins e órgãos reprodutivos masculinos. Pode haver a ocorrência de neurite e

eritema nodoso (nódulos dolorosos) na pele (TAVARES et al., 2013).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

OBJETIVO

Analisar a prevalência da Hanseníase no município de Fortaleza no período 2007 a 2017.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo quantitativo da prevalência da Hanseníase no município de Fortaleza. Os dados

foram obtidos através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do período de

2007 a 2017. Foram organizados de acordo com a taxa de detecção de novos casos da doença, sexo,

menores de 15 anos de idade, escolaridade, bairros e unidades de saúde com maior incidência. Para

realizar os cálculos e tabulação dos dados foi utilizado o programa Microsoft Office Excel.

RESULTADOS

No período de 2007 a 2017 foram notificados 7.456 casos novos de hanseníase na cidade de Fortaleza.

A taxa de detecção é um importante indicador de doenças na população, ela mede a presença e a

força de transmissão recente da endemia (SCHNEIDER; FREITAS, 2018). No período de 2007 a 2017

houve uma redução de 66,1% na taxa de detecção de hanseníase na capital, passando de 31,4 para

18,9 por 100 mil habitantes. O ano de 2017 apresentou a menor taxa de detecção de hanseníase em

Fortaleza do período analisado com 18,9, enquanto o ano de 2008 apresentou a maior taxa de

detecção com 36,3 (Figuras 1 e 2).

Figura 1 – Distribuição da detecção de casos novos de hanseníase em Fortaleza, 2007 a 2017.

Fonte: SINAN. Dados coletados em 11/09/2018 e estão sujeitos a alterações.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 2 – Taxa de detecção de casos novos de hanseníase em Fortaleza, 2007 a 2017.

Fonte: SINAN. Dados coletados em 11/09/2018 e estão sujeitos a alterações.

No número de notificações o sexo masculino predomina nos casos novos de hanseníase entre 2007 e

2017, com média de 52,7% contra 47,2% dos registros em mulheres. O ano em que foi registrado a

maior proporção de casos novos entre o sexo masculino foi em 2016 (56,7%) e no sexo feminino foi

em 2009 (51,7%). Entre homens e mulheres, a tendência de crescimento é apresentada no sexo

masculino durante o período analisado. No sexo masculino em 2017 (52,2%), houve um aumento de

1% nas notificações em relação a 2007 (51,2%), e no sexo feminino houve uma redução nas

notificações de 1% em 2017 (47,8%) em comparação com o ano de 2007 (48,8%) (Figura 3).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 3 – Notificações de casos novos de hanseníase segundo o sexo em Fortaleza, 2007 a 2017.

Fonte: SINAN. Dados coletados em 11/09/2018 e estão sujeitos a alterações.

A análise da taxa de detecção da hanseníase em indivíduos com idade inferior a 15 anos é um indicador

de extrema importância de fontes ativas da doença na população, pois ela mede a presença e a força

de transmissão recente da endemia (SCHNEIDER; FREITAS, 2018).

Em 2008, a taxa de detecção da hanseníase em menores de 15 anos em Fortaleza foi de 9,2/100.000

habitantes, o maior número registrado dentro do período analisado e considerada muito alta de

acordo com os parâmetros do Ministério da Saúde. Já em 2017, a taxa de detecção foi de 4,2/100.000

habitantes, representando uma redução de 52,8%, passando assim o indicador de muito alta para alta

(Figura 4).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 4 – Taxa de detecção de novos casos de hanseníase em menores de 15 anos em Fortaleza,

2007 a 2017.

Fonte: SINAN. Dados coletados em 11/09/2018 e estão sujeitos a alterações.

Figura 5 – Taxa de detecção de novos casos de hanseníase de acordo com a escolaridade em

Fortaleza, 2007 a 2017.

Fonte: SINAN. Dados coletados em 11/09/2018 e estão sujeitos a alterações.

No período de 2007 a 2017, o bairro Bom Jardim registrou a maior incidência de notificações de casos

novos de hanseníase em Fortaleza, totalizando ao longo do período analisado 565 notificações, e 2008

foi o ano em que ocorreu o maior número de notificações no bairro com 75 casos registrados. Em

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Fisioterapia: princípios fundamentais

2017, houve uma redução de 50% de notificações no bairro. Ao longo do período analisado, houve

uma redução de 4,5% nas notificações em todo o município de Fotaleza (Figura 6).

Figura 6 – Notificações de novos casos de hanseníase nos bairros de Fortaleza, 2007 a 2017.

Como demonstra a figura 7, a unidade de saúde que mais recebeu notificações de novos casos em

Fortaleza foi o Centro de Saúde Dona Libania, com 4.747 casos no total, e em 2007 foi registrado o

maior número de casos, com 588 notificações. Na mesma unidade, a incidência de notificações teve

uma redução de 43,7% ao longo do período analisado.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 7 – Notificações de novos casos de hanseníase nas Unidades de Saúde de Fortaleza, 2007 a

2017.

Fonte: SINAN. Dados coletados em 11/09/2018 e estão sujeitos a alterações.

Contudo, a atuação do Fisioterapeuta no tratamento da hanseníase é fundamental desde a prevenção

até a reabilitação, pois é um profissional capacitado para utilizar recursos que auxiliam na recuperação

dos pacientes, avaliando seu grau de incapacidade e estimulando às novas condições físicas, além dos

cuidados gerais com a população, relatando e orientando sobre a doença e suas complicações. E vale

a pena ressaltar que uma boa medida de prevenção ajuda a minimizar os riscos funcionais, além de

melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzindo assim os custos ao sistema de saúde (TAVARES,

et al., 2013).

CONCLUSÃO

Através dos dados coletados é importante ressaltar que, o número de notificações de novos casos de

Hanseníase obteve uma considerável queda dentro do período analisado de 29,6% no município de

Fortaleza, mas ainda é necessária uma atenção maior nos casos em menores de 15 anos. Embora haja

uma linha de tendência decrescente, a Hanseníase ainda continua com uma alta endemicidade e segue

com a meta de eliminação mundial até o ano de 2020.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde/ volume único/ Hanseníase, 326-359/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Coordenação-Geral de

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. – 1. ed. atual. – Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2016.

SCHNEIDER, Priscila Barros; FREITAS, Bruna Hinnah Borges Martins de. Tendência da hanseníase em menores de 15 anos no Brasil, 2001-2016. Cadernos de Saúde Pública, v. 34, p. e00101817, 2018.

SILVA, Daniel Luiz Gonçalves da et al. NOVAS PERSPECTIVAS DO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA HANSENÍASE. Referências em Saúde da Faculdade Estácio de Sá de Goiás-RRS-FESGO, v. 2, n. 2, 2019.

SINAN, Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Hanseníase Notificações Registradas: banco de dados. Fortaleza, 2018. Dados recebidos em 11/09/2018.

TAVARES, Joelcy Pereira et al. Fisioterapia no atendimento de pacientes com hanseníase: um estudo de revisão. AMAZÔNIA: SCIENCE & HEALTH, v. 1, n. 2, p. 37-43, 2013.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 38

USO DA MASSAGEM TERAPÊUTICA NA DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL: UMA

REVISÃO INTEGRATIVA DOI: 10.37423/200500911

Andressa Oliveira da Silva - [email protected]

Dannyelle Shyrley dos Santos da Silva - [email protected]

Maria Jucileide da Silva - [email protected]

Jackelyne Soares de Oliveira - [email protected]

Juliane Cabral Silva - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A ansiedade e o estresse estão entre as principais causas de hipertensão e mortalidade por doenças

cardiovasculares. Segundo a Organização Mundial de Saúde a hipertensão deve ser classificada como

um problema de saúde socioeconômico. No Brasil, a hipertensão contribui em torno de 50% das

mortes por doenças cardiovasculares. Dentre os meios de tratamento para diminuição da Pressão

Arterial - PA, a massagem pode ser um recurso utilizado para o alívio dos sintomas em pacientes

hipertensos com ansiedade.

OBJETIVO

Analisar as evidências científicas sobre o uso da massagem terapêutica na diminuição da pressão

arterial.

METODOLOGIA

Foram realizadas buscas nas plataformas eletrônicas de dados: SCIELO, PUBMED, MEDLINE, LILACS,

nos idiomas português, espanhol e inglês, usando os descritores: massoterapia, hipertensão, pressão

arterial e relaxamento muscular. A seleção dos artigos se deu sistematicamente pela leitura dos títulos,

resumos e posteriormente os artigos restantes na íntegra. Foram selecionados os títulos que

associavam massagem e outras técnicas e tratamentos ou só a massagem.

RESULTADOS

Ao todo foram selecionados 11 artigos, nos quais mostravam que a massagem combinada com drogas

anti-hipertensivas pode tornar o tratamento mais eficaz. A acupuntura e a massagem também atuam

ajudando no tratamento de pacientes com hipertensão. Embora a aromoterapia e massagem nos pés

diminuísse a média da PA, os resultados não foram estatisticamente significativos. De acordo com os

estudos analisados, a massagem contribui de forma simbólica para uma redução na PA sistólica e

diastólica.

CONCLUSÃO

A massagem contribui para a diminuição do nível de estresse e consequentemente ajudando na

diminuição da pressão arterial. Ensaios clínicos randomizados são necessários para confirmar esses

resultados, embora os achados vistos nos estudos possam ser usados para orientar pesquisas futuras.

A segurança da massagem ainda não está clara, e devido à má qualidade metodológica, a evidência

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311

Fisioterapia: princípios fundamentais

permanece fraca. Portanto, novos estudos são necessários para comprovar o efeito da massagem na

diminuição da PA.

DESCRITORES: Massoterapia. Hipertensão. Pressão Arterial. Relaxamento Muscular.

REFERÊNCIAS

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 39

FATORES DE RISCO PARA CÃIBRAS MUSCULARES ASSOCIADAS AO EXERCÍCIO EM MARATONISTAS

AMADORES: ESTUDO PILOTO DOI: 10.37423/200500915

Horianna Cristina Silva de Mendonça (Universidade Federal de Pernambuco,

Departamento de Fisioterapia).

Maria das Graças Rodrigues de Araújo (Universidade Federal de Pernambuco,

Departamento de Fisioterapia).

Jader Barbosa Fonseca (Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de

Fisioterapia).

Karine Davino da Silva (Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de

Fisioterapia).

Rebeka Crislaynne Timoteo de Carvalho Silva (Universidade Federal de Pernambuco,

Departamento de Fisioterapia).

Anna Myrna Jaguaribe de Lima (Universidade Federal Rural de Pernambuco,

Departamento de Educação Física).

Ana Paula de Lima Ferreira (Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de

Fisioterapia).

Ana Izabela Sobral de Oliveira Souza (Universidade Federal de Pernambuco,

Departamento de Fisioterapia).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: Cãibras musculares relacionadas às atividades físicas são contrações musculoesqueléticas

dolorosas, espasmódicas, involuntárias e duradouras que ocorrem durante ou após o exercício, em

resposta ao encurtamento de um músculo geralmente de início rápido ou abrupto deste. O objetivo

do estudo foi identificar fatores de risco para ocorrência de cãibras em maratonistas amadores. Estudo

piloto, composto de 15 maratonistas amadores com idade entre 18 e 65 anos divididos em dois grupos

o Grupo Cãibra (n=8), idade (34,2±17,5), IMC (23,1±2,1) e grupo controle (n=7) idade (42,8±12,0), IMC

(22,7±2,7). Foi aplicado questionário estruturado no início da prova, onde foi possível fazer um

levantamento epidemiológico sobre os hábitos esportivos. Ao término da maratona, os atletas foram

indagados sobre o consumo de alimentos, suplementos e bebidas durante a prova e ocorrência de

cãibras durante e pós-prova. Os biomarcadores (lactato, creatina quinase, aspartato amino

transferase, alanina amino transferase, creatina e ureia) foram analisados no BTS-350

semiautomático, flexibilidade através do uso de goniômetro e sensor inercial e a força através de um

dinamômetro isométrico. De acordo com os resultados da amostra na comparação intra grupo, todas

as variáveis aumentaram significativamente após a maratona com exceção da creatina quinase, e na

comparação intergrupos não houve diferença com relação aos biomarcadores sanguíneos. Atletas

amadores com histórico de cãibras apresentaram maior frequência de treino semanal (Grupo Cãibra

4,3±0,4; Grupo Controle 1,7Ḹ±0,1; p=0,021) e melhor desempenho de força dos músculos extensores

dos quadris (Grupo Cãibra 25,3±6,4; Grupo Controle 17,7±3,1; p=0,021) e extensores dos joelhos

(Grupo Cãibra 37,5±5,4; Grupo Controle 28,6±7,1; p=0,021). De acordo com os fatores de riscos para

as cãibras musculares não foram verificadas diferenças em relação aos níveis dos biomarcadores e

flexibilidade entre atletas amadores com e sem histórico de cãibras.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

Define-se CM como uma contração dolorosa, espasmódica, involuntária e duradoura do músculo

esquelético1,2. As Cãibras podem ocorrer em indivíduos com distúrbios neuronais motores mais baixos,

neuropatias, distúrbios metabólicos e depleção aguda do volume extracelular. No entanto, elas

também ocorrem com frequência em indivíduos saudáveis, sem história de distúrbios nervosos ou

metabólicos, como durante o sono, a gravidez e o exercício físico extenuante 3,4.

As cãibras musculares associada ao exercício (CMAE) ocorrem durante ou após o exercício, em

resposta ao encurtamento de um músculo ou de início rápido ou abrupto deste, muitas vezes

ocorrendo durante a contração isométrica de um músculo que já está quase ou totalmente

encurtado5,6. A gravidade da CMAE pode variar de leve desconforto, com efeitos limitados no

desempenho físico, até dor e debilitação extremas7.

A suscetibilidade à cãibra é aumentada até 60 minutos após um exercício de pico e estar entre as

condições mais comuns que requerem intervenção médica, seja durante ou imediatamente após a

conclusão de eventos esportivos, representando até dois terços das queixas relatadas no período das

competições relacionadas à resistência7. A prevalência de cãibras em atletas (maratonistas) é de 30%

a 50%3, cãibras musculares associadas ao exercício demonstraram ser uma causa de 1a 3% dos atletas

procurarem atendimento médico durante as corridas e causam uma desistência de 11% a 16% na

conclusão de uma competição8. Embora a etiologia exata da CMAE ainda não esteja clara4, vários

estudos relataram possíveis fatores de risco que podem estar associados ao desenvolvimento da

CMAE, como fadiga muscular, aumento da intensidade e/ou frequência e duração de treino,

obesidade, distúrbios eletrólito sérico, história prévia de cãibras. Sabe-se que o início da CMAE é

geralmente precedido pelo desenvolvimento de fadiga muscular esquelética, frequentemente em

atletas que não estão bem condicionados para o evento9.

Um dos principais marcadores para a fadiga muscular é o lactato que é um contribuinte para a

produção de energia muscular durante um exercício intenso, o seu acúmulo na musculatura faz com

que diversos sistemas de transporte facilitem o seu fluxo dos compartimentos mio celulares para o

interstício10.

Outro indicador muito importante relaciona-se ao período de recuperação entre as sessões de

treinamento, pois, quando ocorrerem danos nos tecidos musculares, a enzima creatinafosfoquinase,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

com vasta distribuição no tecido contrátil, flui para a linfa, via interstício e entra na corrente sanguínea

geral, essa enzima apresenta-se como um exame laboratorial mais específico e sensível para avaliação

do dano muscular.

Tem sido relatado na literatura que a ocorrência de cãibra pode estar relacionada com a velocidade

elevada durante a execução do esporte e maior prevalência de história

familiar de cãibras11. Outros dados que estão relacionados ao esforço extremo são os marcadores de

danos no desempenho, e na recuperação vão indicar dano na musculatura esquelética hepática e

cardíaca, que são o aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), lactato

desidrogenase (LDH), e CK (creatina quinase) 12.

Já a teoria do eletrólito sérico sugere que a diminuição na concentração de sódio, potássio, magnésio,

cloreto e / ou cálcio como resultado da sudorese (ou excesso do consumo de água) durante o exercício

pode ser um fator causal no desenvolvimento de CMAE, uma outra teoria mais recente sugere que os

CMAE estão relacionados à atividade neural sustentada que resulta da fadiga13. Essa ideia é apoiada

por estudos de corredores de longa distância, que têm mais probabilidade de sofrer cãibras no final

de uma corrida devido ao tempo de execução da prova e sobretudo, devido a aproximação da

sensação de esforço físico próximo ao extenuante. Uma a duas horas de atividade geralmente

precipitam CMAE13.

Devido a escassez e controvérsia a respeito das características de treino, perfil do corredor, níveis dos

biomarcadores e desempenho musculoesquelético sobre a ocorrência de cãibra em atletas

maratonistas amadores com e sem histórico de cãibras, o presente estudo teve como objetivo

identificar os fatores de risco para o desenvolvimento de cãibras musculares em atletas, analisar e

comparar as características de treinamento (frequência, distância e duração do treino semanal), níveis

dos biomarcadores (lactato e creatina quinase, alanina amino transferase , aspartato amino

transferase) e o desempenho musculoesquelético (flexibilidade e força de músculos dos membros

inferiores) de atletas amadores antes e após realização de uma maratona.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo piloto, do tipo observacional e descritivo. O estudo foi aprovado pelo comitê

de ética da Universidade Federal de Pernambuco com o parecer 2.237.064, e CAAE

67176617.8.0000.5208. A amostra foi constituída por atletas amadores que já haviam participado de

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Fisioterapia: princípios fundamentais

pelo menos uma maratona nos últimos 12 meses, e que estavam inscritos e treinados para participar

de uma maratona nos próximos oito meses.

Inicialmente foram recrutados por critério de conveniência, 20 atletas amadores que foram

distribuídos em 2 grupos: Grupo Cãibra composto por atletas com relato de cãibra durante os últimos

12 meses. Grupo controle composto por atletas sem relato de cãibra durante os últimos 12 meses

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Maratonistas amadores na faixa etária de 18 a 65 anos, de ambos os sexos, que apresentavam ou não

o relato de cãibra muscular durante ou ao final de realizar uma prova de maratona, que já tinham

participado de pelo menos uma maratona nos últimos

12 meses e que estavam inscritos e treinados para participar de uma maratona nos próximos oito

meses.

CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Atletas maratonistas com cãibras musculares não associadas ao exercício.

PROCEDIMENTOS

Os voluntários foram avaliados de acordo com os critérios descritos abaixo: Questionário

Semiestruturado

Inicialmente foi aplicado um questionário semiestruturado pré-prova onde foi possível fazer um

levantamento epidemiológico sobre os hábitos esportivos dos corredores e coletar informações

pessoais, características do treinamento e histórico de lesões relacionadas a corrida.

As variáveis pessoais analisadas foram o sexo, idade, peso, altura, índice de massa corporal (IMC), nível

de escolaridade e profissão. O IMC foi dicotomizado em duas categorias: normoponderais (IMC ≤

24,9kg/m2) e sobrepeso/obesidade (IMC ≥ 25kg/m2). Quanto à presença de cãibra foi interrogado: a

frequência, localização, número de ocorrências por mês e outras características com que se

apresentavam. As variáveis de treinamento investigadas foram: esportes praticados por frequência

semanal. Em relação à corrida: o tempo de prática de corrida (em meses), frequência semanal,

distância média semanal, duração do treino diário (em minutos) e velocidade média (Km/Min).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Também foram investigados os hábitos alimentares cotidianos, os pré e pós-competição, bem como a

utilização de suplementos alimentares.

Depois de concluída a prova, foi aplicado um questionário estruturado para que fossem identificados

a ocorrência de cãibras durante e pós prova, bem como o consumo dos suplementos, alimentos in

natura e tipo de reposição hídrica realizada durante a prova.

Quanto às lesões, foi investigado a ocorrência, o local e o diagnóstico. Neste estudo, foi considerada

lesão qualquer dor ou agravo, que tenha limitado ou afastado, a participação do atleta em pelo menos

um treino e/ou competição.

COLETA DOS BIOMARCADORES

A coleta de repouso (Baseline) foi realizada 24 horas antes da maratona pela equipe responsável do

setor de coleta do laboratório escola de Biomedicina. Antes da realização da Maratona, os

participantes foram orientados a estar em jejum de pelo menos 4h e abster-se de práticas de exercício

físico pelo menos 24h antes da coleta, para não ocorrer interferências nos valores prévios. A coleta foi

realizada no horário entre 7h e 10h da manhã, através de punção venosa periférica em fossa cubital,

realizada com 2 tubos a vácuo, um contendo anticoagulante EDTA (Ácido etileno diaminotetracético)

e outro contendo fluoreto, sendo coletados 8 ml de sangue. A coleta pós-prova foi realizada

imediatamente depois de concluída a maratona. As amostras obtidas foram centrifugadas e

refrigeradas a 4°C (+/- 2°C) em recipientes adequados para conservação e transporte da amostra até

o laboratório, para posterior análise, não excedendo o tempo de 4 horas para transporte. As dosagens

foram realizadas no analisador semiautomático BTS-350.

ANÁLISE DO LACTATO

A dosagem do Lactato foi realizada através de um teste enzimático UV, utilizando a lactato

desidrogenase, que catalisa a oxidação do L-Lactato a Piruvato, promovendo redução do NAD+ a

NADH. A concentração de L-Lactato é medida pelo aumento da absorbância a 340 nm, a partir da

formação de NADH. Para a estabilidade do plasma: 14 dias a 2-8ºC. A leitura foi realizada em

espectrofotômetro com cubeta termostatizada a 37°C. O lactato é o produto final da glicólise

anaeróbia e é utilizado como indicador para o estado de oxigenação em tecidos celulares. A

determinação do Lactato muscular é usada para avaliação da variação do metabolismo em

treinamento de atletas. O valor de referência é de 0,5 – 2,2 mmol/L.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

ANÁLISE DA CREATINA QUINASE

A dosagem da creatina quinase (CK) foi realizada através de um teste cinético UV, onde a atividade do

CK é proporcional à velocidade de redução de NADP+ em NADPH. A leitura foi realizada em

espectrofotômetro, no comprimento de onda de 340 nm, em cubeta termostatizada a 37°C. A Creatina

quinase foi analisada por se tratar de um biomarcador de lesão muscular pós-exercício, os valores de

CK são elevados em presença de lesões musculares, a concentração sérica desta enzima eleva-se

rapidamente (3 a 6 horas), alcança um pico máximo após 12 a 24 horas e permanece elevada por um

período curto de 2 a 3 dias. Valor de referência em adultos do sexo masculino 24 – 195 U/L e no sexo

feminino 24-170 U/L.

Análise do Aspartato Amino Transferase A dosagem da Aspartato Amino transferase (AST) foi realizada

através da metodologia cinético UV, onde a AST catalisa a transferência de grupos Amina do Aspartato

para o α- Cetoglutarato, obtendo à formação de Glutamato e Oxalacetato. O Oxalacetato em presença

do MDH reage com o NADH, reduzindo-se a Malato e o NADH oxida-se a NAD+. A velocidade de

oxidação é proporcional à atividade da AST na amostra analisada. A enzima sérica é estável durante

03 dias entre 2 e 8ºC. A leitura foi realizada em espectrofotômetro, no comprimento de onda de 340

nm, em cubeta termostatizada a 37°C. O aumento da atividade das enzimas Aspartato Amino

Transferase - AST (de localização citomitocondrial) reflete alterações de vários tecidos. Esta enzima é

encontrada em alta concentração no músculo esquelético, coração, fígado, rins e pâncreas. Sua

atividade no plasma do indivíduo aumenta após 6 a 8 horas do seu acometimento, alcançando um

pico entre 24 a 48 horas. O seu valor de referência em adultos é até 40 U/L.

Análise da Alanina Amino Transferase A dosagem da Alanina amino transferase (ALT) foi realizada

através da metodologia cinético UV, A ALT catalisa a transferência do grupamento Amina da Alanina

para α - Cetoglutarato, levando à formação de Piruvato e Glutamato. O Piruvato em presença do LDH

reage com o NADH, reduzindo-se a Lactato e o NADH oxida-se a NAD+. A velocidade de oxidação é

proporcional à atividade da ALT na amostra. A leitura foi realizada em espectrofotômetro, no

comprimento de onda de 340 nm, em cubeta termostatizada a 37°C. A enzima sérica é estável durante

03 dias entre 2 e 8ºC. O aumento da atividade das enzimas Alanina Amino Transferase - ALT (de origem

citoplasmática) reflete alterações de vários tecidos. A maior atividade da ALT, está localizada no tecido

hepático. Menores atividades ocorrem no músculo esquelético, coração, rins e pâncreas. O seu valor

de referência em adultos é até 41 U/L. Análise da ureia A dosagem foi realizada através da metodologia

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Fisioterapia: princípios fundamentais

cinética de tempo fixo, a ureia é hidrolisada em NH3 e CO2 pela Urease. A Glutamato Desidrogenase

(GLDH) na presença de NH3 e a-Cetoglutarato, oxida o NADH para NAD+. A oxidação de NADH a NAD+,

medida pela diminuição de absorbância é proporcional à concentração de Uréia na amostra. Para o

transporte de a amostra manter ao abrigo da luz e evitar umidade, não congelar a leitura foi realizada

em espectrofotômetro, no comprimento de onda de 340 nm, em cubeta termostatizada a 37°. A ureia

principal produto do catabolismo das proteínas e aminoácidos, tem sua concentração sérica afetada

pela dieta e pelo estado de hidratação, constituindo uma indicação do estado da função renal. Valor

de referência em adultos 15 a 39 mg/dL. Análise da creatinina A dosagem foi realizada através da

metodologia cinética colorimétrica de tempo fixo, a Creatinina reage com o Picrato Alcalino em meio

tamponado, obtendo-se um cromógeno cuja absorbância é proporcional à concentração de Creatinina

na amostra. Os cromógenos inespecíficos são eliminados por uma pré-leitura, pois estes têm formação

imediata. A Creatinina, sintetizada principalmente no fígado e nos rins, é produzida e excretada em

um ritmo constante independente da dieta, grau de hidratação e metabolismo proteico, onde se

encontra elevada na insuficiência renal aguda e crônica, na obstrução do trato urinário, na

insuficiência cardíaca congestiva, na desidratação, no choque e no diabetes melittus. Níveis

diminuídos podem ser observados nas distrofias musculares, desnutrição, diminuição da massa

muscular e doença renal severa. Valor de referência em adultos 0,4 a 1,4 mg/dL. Testes de Flexibilidade

A avaliação da flexibilidade foi realizada com uso do sensor inercial do tipo Wiva® Science sensor,

equipamento sem fio tri-axial, com 40x45x20 mm de dimensão, KINETEC® 24 horas antes da maratona.

A metodologia de realização dos exames foi realizada conforme orientação do fabricante. Também foi

realizada avaliação goniométrica, visto que é o método mais utilizado na prática fisioterapêutica pelo

seu baixo custo e facilidade para mensuração (SACCO et al., 2007). As amplitudes de movimento

aferidas foram: flexo-extensão dos quadris e joelhos, adução e abdução dos quadris, dorsiflexão e

flexão plantar dos tornozelos. Foram realizadas 3 amplitudes de movimento e para análise foi

considerada a média aritmética obtida.

TESTES DE FORÇA

Os testes de força foram realizados através de um dinamômetro isométrico MICRO FET® 24 horas

antes da maratona. Foram realizados testes isométricos para avaliação da força dos músculos

responsáveis pelos movimentos de adução, abdução, flexão e extensão do quadril, flexão e extensão

do joelho e flexão plantar e dorsiflexão do tornozelo conforme preconizado por Benjamin e col, 2015.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Análise de Dados As variáveis foram testadas quanto à normalidade dos resultados por meio do teste

de Kolmogorov-Smirnov. Foi utilizado o pacote estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences)

versão 22 Windows (SPSS Inc, Chicago IL, USA) e os resultados das análises estão apresentados em

média (x) e desvio-padrão (DP). A comparação intergrupo (grupo cãibra e grupo controle) foi realizada

através do teste t não pareado e o intragrupo foi realizado o teste t pareado. Em todas as análises foi

considerado um nível de significância p≤ 0,05.

RESULTADOS

A tabela 1 demonstra a caracterização da amostra revelando homogeneidade entre os grupos quanto

as variáveis investigadas, exceto para a frequência de treino que foi maior para os indivíduos do grupo

de cãibra.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Tabela 1. Caracterização da Amostra

IMC= Índice de massa corpórea

Os resultados das análises dos biomarcadores estão expostos na Tabela 2 podendo-se observar que

na comparação intragrupo, todas as variáveis aumentaram significativamente após a maratona com

exceção da creatina quinase do grupo controle que não mostrou alteração. Na comparação pós-

corrida intergrupos não houve diferença com relação aos biomarcadores.

Tabela 2. Biomarcadores Sanguíneos em Corredores Amadores com e sem Queixas de Cãibra, antes e

após a Maratona.

CK-NAC= Creatina quinase, LDH = Lactato desidrogenase, ALT = Alanina amino trasferase, AST =

Aspartato amino transferase

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Na tabela 3 foi comparada a força muscular entre os corredores com cãibras e os sem queixas de

cãibras e foi demonstrado que a força muscular no grupo sem queixas de cãibra apresentou menores

valores na extensão do quadril (p<0,021) e do joelho (p<0,021) para os demais movimentos, não houve

diferença na força muscular entre os grupos.

Tabela 3. Força dos músculos dos Membros inferiores de corredores amadores com e sem queixas

de cãibra.

Na tabela 4 demonstra que não houve diferença com relação a flexibilidade durante as amplitudes de

movimentos dos membros inferiores utilizando-se ambos os instrumentos (goniômetro e sensor

inercial) quando comparados os grupos de corredores com e sem queixas de cãibra.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Tabela 4. Medidas de Flexibilidade (graus) durante as amplitudes de movimentos dos membros

inferiores de corredores amadores com e sem queixas de cãibras.

DISCUSSÃO

Os principais achados deste estudo foram que atletas amadores com histórico de cãibras apresentam

maior frequência de treino semanal e melhor desempenho de força dos músculos extensores dos

quadris e joelhos. Além disso, não foram verificadas diferenças estatisticamente significativas em

relação aos níveis dos biomarcadores e flexibilidade entre atletas amadores com e sem histórico de

cãibras. A relação entre frequência de treino semanal e ocorrência de caibra tem sido pouco explorada

na literatura. Um estudo de coorte de Schwellnus et. al14 investigou a frequência e duração de treino

semanal concluindo que a duração de treino estava associada a maior incidência de caibra, o mesmo

fato não ocorreu para a frequência de treino semanal. Foi verificado que o aumento da duração de

treino nas semanas que antecederam a competição, provavelmente elevou o risco de fadiga muscular

precoce aumentando a suscetibilidade dos mesmos para a CMAE. Contrariando esses fatos, no

presente estudo foram encontrados resultados opostos, contudo, a relação entre caibra e maior

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Fisioterapia: princípios fundamentais

frequência de treino semanal também pode ser apontada como resultado de desenvolvimento de

fadiga visto que essas duas variáveis (frequência e duração de treino) podem contribuir para a perda

de eficiência neuromusculoesquelética durante a realização da maratona predispondo às caibras.

Os níveis de biomarcadores são investigados com frequência em corredores com histórico de cãibras,

mas ainda persistem alguns questionamentos. Sabe-se que o aumento dos níveis dos biomarcadores

pós maratona como observado nesse estudo, é fisiológico e esperado e indica dano muscular devido

as caraterísticas da atividade física exercida. Contudo existem controvérsias sobre a relação entre

alterações os níveis dos biomarcadores e maior ocorrência de cãibra15 Os níveis dos biomarcadores

não domonstraram diferenças entre maratonistas com e sem CMAE no presente estudo, é importante

ressaltar que a ocorrência de CMAE pode ser determinada por causas diversas ou mais provavelmente

pela associação de alguns fatores como cãibras prévias, hábitos do cotidiano e fatores genéticos, entre

outros. Para Kyung-A Shin et al15, o aumento dos níveis de biomarcadores estão relacionados ao

aumento de lesões musculoesqueléticas e dano muscular, mas necessariamente não está relacionado

com a maior incidência de cãibra.

Apesar de sua natureza "benigna", as cãibras são muito desconfortáveis. Além disso, cãibras

musculares associadas ao exercício pode prejudicar significativamente o desempenho atlético.

Schwellnus et al16, foi o primeiro a propor a hipótese de controle neuromuscular "para a etiologia do

exercício associado cãibras musculares. Essa hipótese de controle neuromuscular alterada sugere que

o CMAE associados a vários fatores como, fadiga, condicionamento inadequado e dano muscular faz

com que ocorra um aumento da excitabilidade do neurônio motor alfa. Com base nisso Schwellnus et

al16, 17 sugeriu que um controle neuromuscular alterado, pode ser a causa da origem de cãibras

musculares associadas ao exercício.

Em relação a força muscular o nosso estudo verificou um aumento na força muscular dos extensores

de quadril e de joelhos, já no estudo de Torp et al18, não encontraram diferença entre forças

musculares do quadril e do joelhos. Os músculos extensores do quadril e joelho são músculos robustos

que desempenham grandes torques, são biarticulares e vulneráveis a estiramentos durante as

atividades desportivas, principalmente durante os treinos de tiro comuns em atletas maratonistas18,19.

No presente estudo, os treinos realizados pelos atletas podem ter contribuído para o aumento de

força muscular, contudo não parecem ter melhorar a resistência à fadiga, não configurando assim um

fator protetivo de cãibras, em oposição o aumento de força se mostrou associado à ocorrência de

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Fisioterapia: princípios fundamentais

cãibra, fato que merece ser explorado mais profundamente em estudos futuros com maior número

amostral e onde seja possível controlar as variáveis de confundimento.

Segundo o estudo de Nelson et. al7, músculos encurtados que se estendem por 2 articulações são mais

propensos a cãibras musculares pois são mais fáceis de fadigar e isso se explica devido a teoria da

excitabilidade do moto neurônio alfa, fazendo com que aumente os impulsos elétricos e assim ocorra

uma contratura muscular20,21. Contudo, nesse estudo não foram encontradas diferenças significantes

em relação a flexibilidade de indivíduos com e sem CMAE. Cabe ressaltar que, na amostra em estudo

não foi observado entre os atletas encurtamentos de grandes proporções, compatíveis com uma

maior vulnerabilidade de alterações neuromotoras para ocorrência de cãibra.

Foram consideradas como limitações desse estudo: A resistência dos atletas em realizar punção

venosa periférica para coleta de sangue e ter que abster-se da prática de atividade física nas 24 horas

pré-coleta de sangue venoso. As principais contribuições desse estudo foram as informações

disponibilizadas sobre os resultados individuais obtidos com esclarecimentos sobre as possíveis causas

de suas caibras gerando conhecimentos úteis para prevenção e tratamento das mesmas.

CONCLUSÃO

Nesse estudo piloto foi verificado que, entre as características de treinamento analisadas, apenas a

maior frequência de treino semanal esteve relacionada ao histórico de cãibra. Além disso, maior força

dos músculos extensores dos quadris e joelhos esteve presentes em maratonistas com histórico de

cãibras. Os níveis de biomarcadores e flexibilidade muscular não foram diferentes entre maratonistas

com e sem cãibras.

REFERÊNCIAS

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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328

Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 40

INCIDÊNCIA DE LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM ATLETAS DE FUTEBOL

DOI: 10.37423/200500916

José Lima - [email protected]

Francisco Silva - [email protected]

Carlos Costa - [email protected]

Clauberson Araújo - [email protected]

Iane Menezes - [email protected]

Mykaele Ferreira - [email protected]

Mikaell Rodrigues - [email protected]

Rayan Correia - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

O futebol é um dos esportes mais populares do mundo, praticado por mais de 240 milhões de pessoas

em mais de 186 países, com praticantes de todas as faixas etárias e em diferentes níveis, sendo

caracterizado por ações motoras de curta duração e alta intensidade, alternada com períodos e ações

motoras de maior duração e baixa intensidade, intenso contato físico e mudanças abruptas de direção,

isso ocasiona um alto número de lesões e instabilidades mecânicas.

OBJETIVO

Investigar incidências de lesões musculoesqueléticas em jogadores de futebol.

METODOLOGIA

Foram analisados estudos publicados nas bases de dados PubMed, PEDro, SciELO e LILACS. Utilizando

os seguintes descritores: epidemiologia, futebol e lesões musculoesqueléticas. Foram encontrados

2024 artigos científicos entre os anos de 2009 e 2019, destes, 50 foram escolhidos para leitura

minuciosa e somente 30 atenderam as exigências do estudo. Como critérios de inclusão foram

selecionados artigos que abordassem lesões musculoesqueléticas no futebol, atuação da fisioterapia

esportiva no futebol e epidemiologia de lesões no futebol. Os critérios de exclusão foram artigos que

abordassem outras modalidades esportivas e artigos que não abordassem a atuação da fisioterapia

esportiva.

RESULTADOS

O fator lesivo pode estar associado ao excesso de treinamento, força muscular insuficiente, falta de

repouso, movimentos inerentes à modalidade, movimentos repetitivos e nutrição inadequada. A

localização mais freqüente das lesões é nos membros inferiores, especialmente a coxa (54,30%),

seguido pelo joelho (21,71%) e pelo tornozelo (12,20%). O tempo de afastamento do atleta em relação

ás lesões seriam as contusões 7 a 15 dias, os estiramentos musculares entre 15 a 45 dias, as lesões

que levaria um período superior a 45 dias, seriam as entorses, fraturas, e a ruptura do LCA, que tem

uma perda de tempo após lesão maior que 6 meses em média, os tempos de retorno ao esporte destes

atletas irá variar conforme o grau da lesão. Conclusão: A lesão com maior incidência foi à contusão,

pois o constante contato físico proporciona um aumento do fator lesivo (trauma direto sobre o corpo

do jogador) ao jogador de futebol, porém o tempo de afastamento do atleta é bastante inferior se

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Fisioterapia: princípios fundamentais

compararmos ao tempo de afastamento por uma ruptura de LCA, que é um tipo de lesão grave, no

entanto, menos constante.

Palavras-chave: Epidemiologia, Futebol, Lesões Musculoesqueléticas.

REFERÊNCIA

ARLIANI, G. G.; LARA, P. H. S.; ASTUR, D. C.; PEDRINELLI, A.; PAGURA, J. R.; COHEN, M. Lesões ortopédicas em jogadores profissionais de futebol masculino no Brasil; uma comparação prospective entre duas divisões. Revista Muscles Ligaments Tendons Journal, jul/sep. 2017; 7(3): pp. 524-531. Publicado online em 10 de janeiro de 2018.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 41

AVALIAÇÃO POSTURAL DA COLUNA LOMBAR E CINTURA PÉLVICA NO SEGUNDO TRIMESTRE

GESTACIONAL: UMA SÉRIE DE CASOS DOI: 10.37423/200500921

Sabrina Thaylâine Cândido de Almeida (Graduandas do curso de fisioterapia da UNIFACOL,

Vitória de Santo Antão, PE).

Andressa Marcela Farias Felix da Silva (Graduandas do curso de fisioterapia da UNIFACOL,

Vitória de Santo Antão, PE).

Débora Patrícia da Silva Lira (Graduandas do curso de fisioterapia da UNIFACOL, Vitória de

Santo Antão, PE).

Hélen morgana batista da costa Lima e Silva (Fisioterapeuta, graduada na UNIFACOL,

Vitória de Santo Antão, PE).

Alexandre Magno Delgado (Fisioterapeuta, doutorando em saúde integral pelo IMIP,

docente da UNIFACOL, Vitória de Santo Antão, PE).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: INTRODUÇÃO: A coluna lombar e a cintura pélvica tendem a se modificar durante a

gestação decorrente da alteração do centro de gravidade e crescimento uterino. OBJETIVO: avaliar a

postura da coluna lombar e cintura pélvica no segundo trimestre gestacional. MÉTODOS: Estudo tipo

série de casos, realizado no Centro Universitário FACOL - UNIFACOL, com 20 mulheres, sendo 10

gestantes e 10 voluntárias não grávidas, com faixa etária de 18 a 35 anos. Foi utilizado o software de

avaliação postural – SAPO, para analisar as posturas. As imagens foram capturadas por um celular da

marca Apple, modelo iPhone 8, com câmera de 12MP. Para elaboração da tabela foram utilizados

dados sóciodemográficos coletados por meio de um questionário. RESULTADOS: A análise da postura

da coluna lombar nas gestantes, quando comparado as não gestantes apresentaram relevância

significativa com o resultado do p valor de 0,04, quando analisada a rotação pélvica das gestantes

comparadas ao grupo de mulheres não gestantes não houve diferença significativa uma vez que o p

valor foi de 0,54. CONCLUSÃO: Houve uma alteração significante na postura da coluna lombar nas

gestantes, quanto a rotação pélvica os resultados não foram relevantes.

Palavras-chave: Postura; Gestação; Gestantes; Biomecânica.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

1 INTRODUÇÃO

Durante todo o período gestacional alterações biomecânicas acontecem e são modificadas de acordo

com as semanas de gestação, nesse mesmo período acontecem inúmeras mudanças no organismo da

gestante que podem influenciar nessas alterações, tais como: aumento do hormônio relaxina

(causando um relaxamento dos ligamentos), crescimento fetal, aumento do tamanho do útero,

placenta e a presença do líquido amniótico (TOMAZINI, 2012).

Vários sistemas têm seu funcionamento alterado desde os primeiros meses da gestação, alguns deles

são: Sistema Circulatório, Digestivo, Urinário, Respiratório, Músculo esquelético, entre vários outros.

Em decorrência de todas essas adaptações do organismo, algumas mulheres desenvolvem algumas

limitações nas suas atividades diárias (TOMAZINI, 2012). Nos últimos anos, houve uma renovação de

interesse no estudo da pelvimetria obstétrica interna e externa (SICCARDI M, et al., 2019).

A Gestação provoca no corpo da mulher mudanças no sistema músculo esquelético, resultando em

ajustes posturais, tanto na posição estática como na dinâmica, no geral existe um aumento da cifose

torácica e da lordose lombar, simultaneamente alterações na marcha podem acontecer,

principalmente nas últimas semanas de gestação (PITANGUI, 2011). Curiosamente, há uma escassez

de dados sobre cinemática postural e do tronco durante a marcha na gravidez. (KRKELJAS, 2018).

Um fator que pode ser determinante para alterações posturais é o ganho de peso, isso por que o útero

ganha aproximadamente 6 (seis) quilos em todo período da gestação, causando uma protrusão

abdominal, que, por sua vez, desloca o diafragma e causa uma mudança na coluna vertebral e rotação

pélvica, de forma a se ajustar diante tantas modificações (OLIVEIRA, 1998). O aumento do volume na

circunferência abdominal, em consequência do

aumento uterino e das mamas, desloca o centro de gravidade de forma anterior, resultando em uma

instabilidade da musculatura abdominal e Lombar (PITANGUI, 2011). Deve-se considerar que o

equilíbrio da pelve depende significativamente da condição postural, coordenação, suporte e força

dos músculos que constituem o invólucro abdomino-lombo-pélvico (LIRA S.O.R et al., 2019). Devido a

todas essas alterações na postura (já citadas), um número bem significativo de mulheres gestantes

sofre com dor na coluna vertebral, com predomínio maior na região lombar e sacroilíaca. Estudos

relatam que 20% das gestantes sentem dor na região pélvica posterior (AMARAL, 2014).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Por meio de uma avaliação criteriosa pode-se identificar alterações posturais frequentes e a partir

dessa avaliação estabelecer medidas preventivas e mais eficazes, que permite ao profissional

fisioterapeuta traçar o tratamento mais apropriado (TOMAZINI, 2012).

Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar a postura da Coluna Lombar e Cintura

Pélvica de gestantes no segundo trimestre gestacional. Ademais, de modo que sirva como instrumento

de consulta para o aprofundamento de pesquisas sobre a fisioterapia no tratamento e prevenção das

implicações geradas pelas alterações posturais em mulheres grávidas.

2 MÉTODOS

O presente estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Fundação de

Hematologia e Hemoterapia do Estado de Pernambuco – HEMOPE, sob o no de CAAE

86064118.2.0000.5195 e o no do parecer: 2.650.349. Foi desenvolvido um estudo do tipo série de

casos. Para identificação dos artigos acerca do assunto, foi realizada busca nas bases Medline, LILACS

e PEdro, com as combinações das seguintes palavras-chave: Postura, Gestação, Gestantes e

Biomecânica. Foram utilizados artigos e termos em português e inglês.

A coleta de dados foi realizada no Laboratório de Fisioterapia (Cinesioterapia) do Centro Universitário

FACOL – UNIFACOL. Participaram do estudo 20 mulheres, sendo 10 gestantes e 10 voluntárias não

grávidas. Foram incluídas na pesquisa gestantes no segundo trimestre gestacional, gestantes e

voluntárias não grávidas com idade entre 18 e 35 anos, e gestantes com gestação de feto único.

Gestantes com inviabilidade clínica, de feto morto e voluntárias não grávidas com comprometimento

cognitivo foram excluídas da pesquisa.

Antes do início da pesquisa as voluntárias foram esclarecidas quanto aos objetivos, riscos,

desconfortos e benefícios da pesquisa e as que desejaram participar, assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), por meio do qual autorizaram a participação da

mesma no estudo. Para coleta de dados, foi aplicado um questionário composto por dados

sociodemográficos (idade, renda, estado civil) e dados clínicos (número de partos e semanas de

gestação).

Para analisar a postura foi utilizado o Software de Avaliação Postural (SAPO). O referido software

analisa imagens fotográficas digitalizadas, realizando a mensuração das angulações, comprimentos e

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Fisioterapia: princípios fundamentais

alinhamento dos segmentos corporais. As fotos foram capturadas por um celular da marca Apple,

modelo Iphone 8, com câmera de 12 MP. Foi usado um tripé com altura de 1 metro para posicionar o

aparelho, e uma distância de 2 metros entre o tripé e a voluntária. Foi realizado a captura fotográfica

das voluntárias em posição anterior, posterior, lateral direita, isso, após a localização e demarcação

de todos os pontos anatômicos (Figura 1).

Os pontos anatômicos foram marcados em locais predeterminados na região da cabeça, tronco e

membros (MMSS E MMII). Para realizar as marcações foram usadas bolas de isopor de 35mm e foram

coladas com esparadrapo. Para que as voluntárias pudessem manter a postura durante os registros

fotográficos utilizamos uma folha de cartolina, com o formato dos pés para que a voluntária pudesse

se posicionar corretamente. O comando de voz para o posicionamento foi “Fica em pé nessa cartolina,

em posição confortável, com os pés em cima dos pés desenhados.”. De acordo com a posição da foto

a cartolina era reposicionada e novos registros eram realizados (Figura 2).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Na análise descritiva, os dados foram expostos em tabelas de distribuição de frequência para as

variáveis categóricas e medidas de tendência central e de dispersão para as variáveis numéricas. A

comparação dos dados da postura lombar e cintura pélvica foram considerados para análise

estatística, utilizando-se o teste t pareado. Os dados foram armazenados no programa SPSS versão

20.0 e em todas as etapas da análise foi considerado o nível de significância de 5%.

3 RESULTADOS

Das 13 voluntárias gestantes, 3 (três) não se enquadraram nos critérios de inclusão da pesquisa,

restando 10 voluntárias gestantes para o estudo. A média de idade das gestantes avaliadas foi de 25

com DP de (6.21) e idade gestacional de 24 com DP de (1.14). A maioria das gestantes incluídas tinham

ocupações diversas (80% contra 20% do Lar); casada e com união estável (80% contra 20% solteiras);

e tinha até 11 anos de estudo (80% contra 20% com 12 ou mais anos de estudo). Do total, 80% eram

nulíparas e 20% multíparas. Quanto a renda per capta, 20% possuem menos de 1 salário-mínimo,

comparado a 80% com renda entre 1-6 salários. 90% das gestantes residiam no interior de

Pernambuco e 10% em outras regiões. Das voluntárias não grávidas, a média de idade foi de 22 com

DP de (6.21), 100% das voluntárias tinham ocupações diversas, casadas (20% contra 80% solteiras);

tinham até 7 anos de estudo (10% contra 90% com 8 ou mais anos de estudo). Quanto a renda per

capta 30% possuem menos que um salário mínimo, comparado a 70% com renda entre 1-6 salários.

90% das voluntárias não grávidas residiam no interior de Pernambuco e 10% na região metropolitana

(Tabela 1).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Tabela 1: Características das participantes:

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Fisioterapia: princípios fundamentais

DP: Desvio Padrão; n: Amostra

Os dados gerados pelo software SAPO foram aplicados em uma planilha e em seguida as médias

aritméticas e desvio padrão da postura da coluna lombar e cintura pélvica foram obtidas.

A tabela 2 demostra os valores da análise da postura da coluna lombar e da cintura pélvica das

gestantes e das mulheres não gestantes. Quando comparados, houve uma diferença significativa na

curvatura da coluna lombar entre as gestantes e as não gestantes, apresentando um p valor de 0,04.

Quando analisada a inclinação pélvica das gestantes, comparadas ao grupo de mulheres não

gestantes, não houve diferença significativa, uma vez que o p valor foi de 0,54.

Tabela 2: Média e desvio padrão dos dados obtidos por meio do software SAPO dos grupos de

gestantes e não gestantes.

As imagens das vinte voluntárias da pesquisa estão representadas abaixo, sendo da primeira a décima

voluntária representada pelas gestantes e da décima primeira a vigésima voluntária representada

pelas não gestantes:

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Fisioterapia: princípios fundamentais

4 DISCUSSÃO

Os resultados apresentados neste estudo apontam que, pela análise da postura da coluna lombar e

cintura pélvica das 10 gestantes e das 10 voluntárias não grávidas, foi possível observar que há uma

alteração postural significante na curvatura da coluna lombar, no segundo trimestre gestacional. Com

relação a inclinação pélvica, alterações significantes não foram observadas nesse trimestre da

gestação quando comparado com o grupo controle de mulheres não gestantes.

Neste estudo a alteração postural da coluna lombar ficou bem esclarecida, alguns estudos evidenciam

que o aumento de peso e a frouxidão dos ligamentos provocam uma rotação anterior da pelve, e para

manter o equilíbrio há uma inclinação posterior da região torácica, aumentando a lordose lombar

(DRIUSSO, 2012; SERRA, 2013).

Corroborando como os resultados apresentados nesse trabalho, o segundo trimestre gestacional é o

período no qual as gestantes referem o aparecimento, com mais frequência, de dor na região lombar

principalmente pelo crescimento uterino, e também devido a alterações hormonais e biomecânicas

mais intensas que estão acontecendo nessa fase, tais como a ação do estrógeno e da relaxina nos

ligamentos e articulações pélvicas, o que provocam alterações na coluna lombar e da cintura pélvica.

No segundo trimestre gestacional, o útero que é um órgão pélvico passa a ser um órgão torácico e é

nessa face que ocorre o maior pico de alterações posturais, achados do nosso estudo corrobora

resultados já relatas na literatura, as gestantes aumentaram a angulação na lordose lombar, porém

não houve alteração na cintura pélvica quando comparadas as mulheres não gestantes (SERRA, 2013).

O SAPO foi o software utilizado nesse estudo por ser de fácil utilização, possibilitar inúmeras funções,

ser livre e gratuito, além de possibilitar, de forma livre, a marcação de pontos anatômicos, ou, ainda,

a utilização do protocolo do próprio software. A qualidade das informações que são fornecidas ao

software irá influenciar na confiabilidade da análise, por esse motivo existe um tutorial que auxilia o

usuário na colocação correta dos pontos anatômicos de modo a diminuir o índice de erros na análise

(FERREIRA, 2005).

De acordo com os resultados verificados no presente trabalho, os dados apresentados servem como

subsídios científicos importantes para o desenvolvimento de pesquisas que visem a verificação dos

melhores tratamentos fisioterapêuticos que controlem as implicações decorrentes das alterações

posturais na gestação.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados colhidos no presente trabalho, é possível concluir que há alteração postural na

coluna lombar (hiperlordose) no segundo trimestre gestacional. Já no que se refere a rotação pélvica,

não restou evidenciado nenhum resultado significante no respectivo período da gestação.

Sendo a Fisioterapia uma ciência que tem como principal objetivo o estudo, o diagnóstico e a

prevenção de distúrbios cinéticos funcionais, todas baseadas em estudos e evidências, o presente

trabalho servirá à comunidade acadêmica como instrumento de consulta e de aprofundamento para

a investigação da atuação da fisioterapia como uma grande aliada na prevenção e no tratamento das

implicações causadas pelas alterações posturais na gestação.

De acordo com os resultados verificados no presente trabalho, os dados apresentados servem como

subsídios científicos importantes para o desenvolvimento de pesquisas que visem a verificação dos

melhores tratamentos fisioterapêuticos para as implicações decorrentes das alterações posturais na

gestação.

REFERÊNCIAS

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 42

INTERFERÊNCIA DOS VÍCIOS POSTURAIS NAS ALTERAÇÕES BIOMECÂNICAS DA COLUNA VERTEBRAL

EM ESCOLARES DA 4ª. SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL

DOI: 10.37423/200500923

Felipe Lima Rebêlo - [email protected]

Aldir de Miranda Motta Neto - [email protected]

Rodrigo da Silva Santos - [email protected]

Jean Charles da Silva Santos - [email protected]

George Ferreira Malta - [email protected]

Luan Patrick Santos Silva - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: Introdução: A postura é um hábito que contribui para o bem-estar do indivíduo quando se

considera a biomecânica e a adaptação existente. Qualquer fator que promova um desajuste neste

equilíbrio pode levar a um desvio postural, sendo estes mais frequentemente observados na infância

e adolescência. Assim, vícios posturais, como os posicionamentos inapropriados, condicionam o

indivíduo a desenvolver alterações estáticas que podem refletir negativamente na vida adulta.

Objetivo: Este estudo teve como objetivo correlacionar as alterações biomecânicas da coluna com os

vícios posturais adotados em sala de aula em escolares da 4ª série do ensino fundamental.

Metodologia: Trata-se de um estudo transversal e não intervencionista. A amostra compreendeu 20

escolares, de ambos os sexos, com média de 9,95 ± 0,39 anos. O estudo foi dividido em dois

momentos; no primeiro foram observados os vícios posturais em sala. No segundo momento as

crianças passaram por uma avaliação postural estática. Posteriormente foi feita uma correlação entre

os vícios posturais encontrados e as alterações biomecânicas identificadas, seguindo os princípios

cinesiológicos. Resultados: Os resultados mais frequentemente obtidos para os vícios posturais foram

hiperlordose cervical 95%, protusão de ombros 95%, e para alterações posturais, anteriorização de

cabeça 85%, protusão de ombros 80%, em que se detectou que todos os avaliados possuíam pelo

menos um sinal de alteração postural. Discussão: Das 14 correlações realizadas 8 foram relevantes,

mostrando um elevado número de dados significantes. Conclusão: Diante disto pode-se concluir que

posicionamentos inapropriados em sala de aula e o desajuste ergonômico podem interferir de forma

direta nas alterações posturais estáticas dos escolares.

PALAVRAS-CHAVE: Adolescência - postura –coluna vertebral

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A postura é um hábito que contribui para o bem-estar do indivíduo quando se considera a biomecânica

e a adaptação existente. A estrutura e a função do corpo proporcionam todas as potencialidades para

obtenção e manutenção de um bom equilíbrio postural. A coluna vertebral apresenta curvaturas

fisiológicas que servem para diminuir os efeitos deletérios que a gravidade impõe, além dos ossos dos

membros inferiores que ficam em alinhamento ideal, o que proporciona uma adequada sustentação

de peso. A cabeça fica ereta, em uma posição equilibrada que reduz a sobrecarga na musculatura

cervical e promove a orientação horizontal do olhar. A coluna superior e o tórax ficam em uma posição

que favorece a função ideal dos órgãos respiratórios, e a posição “neutra” da pelve conduz ao bom

equilíbrio entre o tronco e os membros inferiores (STOLINSKI et al., 2017).

A coluna vertebral e suas curvaturas fisiológicas possuem estruturas anatomicamente direcionadas

para servir como base de sustentação e estabilização de cabeça, membros superiores e membros

inferiores. Na presença de desarmonias posturais relacionadas a qualquer estrutura, o corpo irá se

reorganizar em compensação, procurando uma resposta adaptativa a esta desarmonia, direcionando

à coluna vertebral uma carga de compensações excessivas que pode gerar desequilíbrio em seu

sistema musculoesquelético (STOLINSKI et al., 2017).

Um estudo realizado nos EUA, revelou que numa população de 20 milhões de incapacitados, 8,4

milhões de casos eram por doenças da coluna. Problemas posturais são, atualmente, uma

preocupação universal, em virtude do grande número de incapacitados para o trabalho, de casos de

aposentadoria precoce no referido país, bem como dias de trabalho perdido na Suécia. Assim, é de

suma importância a detecção de desvios posturais precocemente ainda na infância, já que estes quase

sempre têm sua origem na fase do pico de crescimento, principalmente àqueles relacionados com a

coluna vertebral, que podem ser desencadeados por traumatismos, fatores emocionais, socioculturais

e hereditários (AMEER, KAMEL, ELHAFEZ, 2019).

A faixa etária dos 7 aos 12 anos de idade é a fase em que surgem adaptações funcionais, consequentes

do desenvolvimento corporal, emocional e de atividades, que podem levar aos desvios da coluna

vertebral, uma vez que a mobilidade é extrema e a postura se adapta às atividades desenvolvidas.

Desta forma, as crianças são mais suscetíveis às alterações posturais, pois encontram-se no período

de crescimento e de acomodação das estruturas anatômicas. Vários são os desvios posturais

apresentados pela criança durante a fase de crescimento, e a maioria destes se classificam na

categoria de desvios do desenvolvimento. Assim, quando esses padrões de falhas da postura se

tornam habituais, podem resultar em defeitos biomecânicos (MENOTTI et al., 2018).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

O ambiente escolar apresenta demandas que podem interferir no equilíbrio postural das crianças,

como o exemplo do peso excessivo das mochilas e do tempo em sedestação para assistir às aulas.

Diante disso, percebe-se que os vícios de postura, a forma incorreta de manusear materiais, assim

como os posicionamentos durante as aulas podem condicionar a criança a desenvolver alterações

posturais que podem trazer danos permanentes, refletindo na vida adulta e podendo acarretar - a

longo prazo - em limitações e incapacidades funcionais (SEDREZ et al., 2015).

Desta forma, ao relacionar o ambiente escolar com postura percebe-se que os problemas são diversos,

como por exemplo, os de causas ergonômicas, encontrado no transporte do material escolar,

arquitetura desfavorável do imóvel, disposição e proporções inadequadas do mobiliário, os quais,

provavelmente, serão responsáveis pela manutenção, aquisição ou agravamento de hábitos posturais

inapropriados. Assim, considerando que as crianças permanecem por um longo período de tempo nas

instituições escolares, torna-se conveniente realizar estudos sobre a interferência dos vícios posturais

nas alterações biomecânicas, sobretudo as da coluna vertebral, por entender que estas possam gerar

agravos futuros e também levar ao acentuado número de adultos incapacitados para uma vida social

ativa por problemas nesse segmento (SANTOS et al., 2017).

A boa postura não é um fim em si mesmo, mas uma parte do bem-estar geral. Este trabalho tem por

interesse identificar os vícios posturais em sala de aula e relacioná-los com a postura estática adotada

pela criança. No momento em que os pais e professores ficam cientes dos bons hábitos posturais e

são capazes de identificar influências e hábitos que tendem ao desenvolvimento da boa e da má

postura, serão capazes de contribuir para o bem-estar da vida diária da criança (BRZEK et al., 2017).

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal, não intervencionista, que avaliou e correlacionou vícios posturais

e alterações biomecânicas em 20 crianças da 4ª série do ensino fundamental de uma escola particular

da cidade de Maceió (AL), dos quais 7 eram do sexo masculino e 13 do sexo feminino, com idade entre

9 e 11 anos.

A pesquisa iniciada após autorização dos pais ou responsáveis pelas crianças mediante a assinatura do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que explica a relevância do trabalho; e solicita-se

também a autorização para a publicação dos resultados de acordo com a CONEP/ Resolução 196/96,

após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da FCBS/CESMAC.

Utilizaram-se como critérios de inclusão todas as crianças que cursavam a 4° série do ensino

fundamental, do colégio estabelecido para o estudo, do turno vespertino, dentro da faixa etária

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Fisioterapia: princípios fundamentais

estabelecida, independente de sexo ou raça. Foram excluídos do estudo os indivíduos que

apresentassem algum tipo de patologia congênita, crianças com deficiências ou com idade fora da

faixa etária em estudo (9 – 11 anos)

O critério de escolha da série baseou-se no maior número de escolares dentro da faixa etária (9-11

anos de idade) determinada para a realização da pesquisa. Dos vinte e cinco alunos matriculados na

série escolhida, todos se enquadraram nos critérios de inclusão e nenhum se encaixou nos critérios de

exclusão, no entanto, quatro não tiveram autorização dos pais para participação no estudo e um foi

excluído por motivo de faltas constantes, o que impossibilitou a realização de suas avaliações,

trabalhando-se assim com um n = 20.

A pesquisa foi dividida em duas etapas. Na primeira etapa, os vinte escolares foram observados em

sala de aula, diariamente, durante duas semanas consecutivas, por 3 horas e meia, período de tempo

correspondente ao turno de permanência das crianças em sala de aula. Neste primeiro momento da

pesquisa foi realizada uma avaliação observacional dos vícios posturais mais freqüentes em cada

participante do estudo. As crianças foram observadas em todos os momentos, seja enquanto

escreviam, liam ou assistiam aula. Para evitar uma atitude postural diferente daquela de costume, os

alunos não tinham conhecimento de que estavam sendo avaliados, não recebendo informações sobre

essa primeira etapa.

Em uma segunda etapa, realizada em apenas um dia, utilizou-se avaliação postural segundo o Método

de Reeducação Postural Global de Souchard, sob supervisão do orientador Rpgista. As crianças foram

ainda fotografadas com câmera digital Cyber Shot – Sony 4.1 Megapixells, em posição anterior,

posterior e perfis direito e esquerdo, onde observou-se a presença ou não de alterações posturais,

conforme a tabela 2. As fotografias serviram como um instrumento adicional, permitindo a avaliação

mais criteriosa de pontos que poderiam passar despercebidos. Esta modalidade de análise, o registro

de imagens fotográficas, trata-se de uma medida não invasiva, de baixo custo, com precisão e boa

reprodutibilidade dos resultados, apresentando-se como um método preciso, reprodutível,

padronizado à metodologia, adaptável à análise de causa e evolução do problema em questão, além

de possibilitar a realização de várias mensurações a partir de uma imagem fotográfica. (PRZYSIEZNY,

2003 Apud LIMA, 2006).

Todos os participantes do estudo foram posicionados atrás de um simetógrafo, com um

distanciamento de 20 cm deste, e de 15 cm entre os pés. As fotos foram tiradas numa distância de

2,20 cm da criança e a máquina foi posicionada numa altura de 1,30 cm.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Concluídas as duas etapas, realizou-se a coleta de dados, na qual foram identificados e mensurados

os vícios posturais mais encontrados no grupo estudado, assim como as alterações biomecânicas da

coluna vertebral encontradas na avaliação postural.

Realizada a análise dos dados obtidos, fez-se uma correlação entre os vícios posturais encontrados e

as alterações biomecânicas identificadas, seguindo-se os princípios cinesiológicos e biomecânicos.

A análise dos dados foi realizada por meio de um levantamento qualitativo e quantitativo mediante

números absolutos (N), porcentagem (%) e tabelas, com a utilização do programa Excel da Microsoft

Office 2003. A análise estatística foi realizada por meio do Teste Fischer com o nível de significância

de p < 0,05.

RESULTADOS/DISCUSSÃO

O presente estudo baseou-se na análise dos dados de 20 escolares com média de idade de 9,95 ± 0,39.

A escolha da faixa etária partiu do pressuposto de que é nesta fase da vida em que aparecem as

alterações posturais, que podem ser decorrentes do pico de crescimento.

As alterações posturais relacionadas a posicionamentos inadequados geralmente se manifestam na

fase de adolescência e pré-adolescência, pois é o período em que ocorre mudanças significativas

relacionadas ao crescimento. Esta fase da vida, que compreende a faixa etária dos 8 aos 13 anos, é a

época de intensas mudanças físicas, em que a postura da criança se submete a uma grande

transformação para alcançar um contrapeso compatível com as novas proporções corporais (AMEER,

KAMEL, ELHAFEZ, 2019).

Uma postura inadequada geralmente se desenvolve nos primeiros anos de crescimento, entre os 6 e

10 anos. Esses efeitos posturais geralmente são agravados durante os anos escolares, quando a criança

permanece na posição sentada por longos períodos. A permanência na postura sentada por mais de

45 a 50 minutos sem interrupções não é aconselhável, uma vez que pode gerar várias alterações

musculoesqueléticas na coluna, além de promover desconfortos na região cervical e nos membros

superiores, trazendo como consequência incômodos físicos (WALICKA-CUPRYŚ et al., 2015).

Daí, ocorre o início de um esquema adaptativo, em que a organização do corpo vai buscar conservar

o equilíbrio, mas a prioridade será a ausência de dor. Assim, pode ocorrer deformações no corpo e

diminuição da mobilidade na medida de suas adaptações defensivas, porém menos econômicas, para

reencontrar o conforto (SEDREZ et al., 2015).

Assim, a procura por novas posições (posturas antálgicas) pode ocasionar hábitos inadequados,

levando ao desenvolvimento de debilidades estruturais. A posição incorreta assumida pelo indivíduo

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Fisioterapia: princípios fundamentais

pode causar a expressão de esquemas motores errôneos e estes, por sua vez, a anunciação de

movimentos incorretos (STOLINSK et al., 2017).

A análise dos dados dos escolares participantes da pesquisa revelou que os vícios posturais mais

adotados em sala de aula são: hiperlordose cervical 95% (19/20), protusão de ombros 95% (19/20),

hipercifose torácica 85% (17/20) e retificação lombar 85% (17/20) respectivamente, conforme mostra

a tabela 1.

Tabela 1 - Distribuição dos vícios posturais em sala de aula dos escolares da 4ª série do ensino

fundamental de uma escola privada de Maceió/AL. Outubro/2006.

Vício Postural em sala de aula % Numerador/denominador

Anteriorização de Cabeça 75% (15/20)

Hiperlordose Cervical 95% (19/20)

Protusão de Ombro 95% (19/20)

Apoio Unilateral dos MMSS 75% (15/20)

Hipercifose Torácica 85% (17/20)

Inclinação Lateral de Tronco 15% (3/20)

Não sentar sobre os Ísquios 35% (7/20)

Hiperlordose Lombar 15% (3/20)

Retificação Lombar 85% (17/20)

Fonte-Autor, Maceió/AL 2006. Legenda- MMSS (Membros Superiores)

Os vícios posturais encontrados neste estudo decorrem da deficiência da posição sentada e por

inadequadas construções do mobiliário.

Este estudo não teve como objetivo direto identificar e/ou quantificar tais causas, porém é fato que

as carteiras e cadeiras têm tamanho universal e não são ajustáveis ao tamanho de cada escolar. A

população estudada tem uma variação de altura de 1,32m a 1,53m. Assim entende-se que cada aluno

tem que adequar sua postura à carteira, e são estas adaptações que levam aos maus posicionamentos.

O efeito cumulativo desses hábitos, acrescido a outros fatores como o excesso de peso nas mochilas,

tendem a desenvolver uma desorganização muscular, que pode levar a fraqueza, fadiga e diminuição

da flexibilidade de determinados grupos musculares. Desta forma, torna-se incômoda a manutenção

de uma postura ereta, e a criança assume uma posição hipercifótica com consequente protusão de

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Fisioterapia: princípios fundamentais

ombros, o que foi comprovado neste estudo, no qual 85% (17/20) mantinham-se em hipercifose e

95% (19/20) com protusão de ombros.

Consequentemente a isso, para manter-se sentado com hipercifose torácica é necessário manter a

coluna lombar em retificação, fato que também foi comprovado neste trabalho, no qual 95% das

crianças mantinham-se em retificação lombar.

Por fim, um posicionamento com hipercifose torácica, protusão de ombros e retificação lombar força

a criança a realizar uma hiperlordose cervical no momento de assistir à aula e realizar leitura no

quadro, visto que é uma necessidade hegemônica do homem o olhar horizontal (SOUCHARD; OLLIER,

2003). Neste estudo, 95% dos escolares mantinham esses vícios.

As referências bibliográficas mostram-se escassas com relação aos vícios posturais desenvolvidos em

sala de aula, o que dificultou o embasamento teórico, sendo necessária a análise destes a partir da

avaliação cinesiológica clínica.

Todos os participantes da pesquisa apresentaram pelo menos um sinal de alteração postural, o que

mostra o quão comum são as alterações biomecânicas da coluna vertebral,o que pode ser confirmado

através da pesquisa de LIMA (2005) que, em um estudo com 256 crianças sobre a prevalência de

alterações posturais de escolares do ensino fundamental de Florianópolis, detectou que 100% de sua

amostra apresentou algum tipo de alteração postural. A autora relata ainda que este percentual pode

ser considerado como uma consequência natural do desenvolvimento, podendo ainda estar associado

à postura corporal adotada pelas crianças em seu cotidiano, em função de seus hábitos de vida, dos

mobiliários que utilizam no dia-a-dia, além do possível uso inadequado da mecânica corporal e do

estilo de vida cada vez mais voltado para a inatividade.

As alterações posturais estáticas mais encontradas neste estudo foram anteriorização de cabeça 85%

(17/20), protusão de ombros 80% (16/20), hiperlordose lombar 60% (12/20) e escoliose 50% (10/20),

conforme mostra a tabela 2.

Tabela 2 - Distribuição das alterações posturais em ortostatismo dos escolares da 4ª série do ensino

fundamental de uma escola privada de Maceió/AL. Outubro/2006.

Alterações Posturais % (numerador/denominador)

Anteriorização de Cabeça 85% (17/20)

Retificação Cervical 30% (6/20)

Hiperlordose Cervical 35% (7/20)

Protusão de Ombro 80% (16/20)

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Hipercifose Torácica 30% (6/20)

Escoliose 50% (10/20)

Retroversão Pélvica 15% (03/20)

Hiperlordose Lombar 60% (12/20)

Retificação Lombar 15% (03/20)

Fonte-Autor, Maceió/AL 2006.

Oliveira et al. (1998), em um estudo sobre avaliação e orientação postural em escolares de 7 a 12 anos,

obteve como principais problemas posturais detectados 73,8% de hiperlordose lombar, 54,8% de

ombros protusos, 52,3% de alterações de joelho e 23,8% de escoliose, resultados que se assemelham

aos encontrados neste estudo, no que diz respeito às maiores freqüências de alterações encontradas,

já que três das quatro alterações mais freqüentes encontrados no estudo de Oliveira também foram

encontradas neste trabalho.

Pereira et al. (2005) em um estudo com 143 alunos, no qual verificou a prevalência de casos suspeitos

de escoliose e sua associação com o peso do material escolar no município de Jequié – BA, obteve a

prevalência de 49,7% de casos suspeitos de escoliose, o que corrobora o resultado deste estudo, que

obteve porcentagem semelhante, com 50% dos casos.

O alto índice de anteriorização de cabeça encontrada neste trabalho pode ser ocasionado pela quase

constante manutenção deste vício em sala de aula, o que leva a um desequilíbrio muscular cervical

estático. Bienfait (1995) explica que a hiperlordose cervical é acompanhada por uma flexão occiptal

por tensão dos semi-espinhais da cabeça. As duas deformidades conjugadas colocam a cabeça para

trás e levam a linha do olhar para cima. A horizontalidade do olhar é um imperativo, e então o

indivíduo é obrigado a “deitar” a lordose, com um avanço da cabeça, que desce para frente.

A grande incidência de protusão de ombros, em parte pode ser considerada normal nesta faixa etária,

já que tal alteração é natural no processo de desenvolvimento da criança, a qual ameniza a partir dos

10 anos, podendo ser explicada no gênero feminino pelo início do desenvolvimento das mamas. (LIMA,

2005).

Quando se analisa a hiperlordose lombar na infância atribui-se sua causa ao excessivo peso de material

escolar transportado diariamente na mochila escolar e à hábitos incorretos de sentar. Além disso, em

crianças entre 6 e 10 anos de idade a pelve tende a inclinar-se anteriormente, projetando o abdômen

para frente, associado a inclinação e hiperextensão dos joelhos para a distribuição do peso no sentido

anteroposterior. (LIMA, 2005)

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Alguns autores comentam que até os 9 anos de idade a presença da hiperlordose lombar é considerada

como uma alteração do desenvolvimento, uma vez que não há estabilidade postural, gerando a

necessidade de busca pelo equilíbrio corporal através da protusão abdominal e aumento da inclinação

pélvica anterior. A partir dos 9 anos de idade, este processo não é mais necessário e a hiperlordose

lombar passa a ser mesmo uma alteração postural patológica, que deve receber intervenção

terapêutica, a fim de evitar a agravação do problema (LIMA, 2005)

Por fim, a presença também significativa de escoliose pode ser explicada pela inclinação lateral do

tronco mantida pelos escolares em alguns momentos, associando-se a isso os desajustes ergonômicos

e o transporte de mochilas com excesso de peso em um único braço. Esse hábito acaba forçando a

coluna, principalmente a torácica, entre as escápulas, para um dos lados. (PEREZ, 2002)

É antifisiológico para o modelo biomecânico da coluna vertebral permanecer por longos períodos na

posição sentada, mantendo posturas estáticas e realizando movimentos repetitivos. Conforme já foi

exposto, o encurtamento muscular e o desajuste ergonômico levam o indivíduo a adotar vícios

posturais que podem, por sua vez, desencadear o surgimento de alterações posturais estáticas.

Ao correlacionar os vícios posturais com as alterações estáticas encontradas na avaliação postural em

ortostatismo, das 14 correlações realizadas, obteve-se 8 resultados estatisticamente significativos e 6

não significativos, conforme mostra a tabela 3.

Nas correlações realizadas com anteriorização de cabeça obtiveram-se resultados significativos para

retificação cervical p = 0,01 e hiperlordose cervical p = 0,02. Isso se explica pelo fato de a anteriorização

da cabeça causar um encurtamento dos músculos anteriores do pescoço, o que pode desencadear

uma retificação cervical. Palmer (2000) coloca como uma das causas da retificação cervical a retração

dos músculos flexores cervicais. Da mesma forma, o encurtamento desses músculos e o

posicionamento anterior da cabeça fazem com que ocorra um desvio do olhar para baixo. Como

explicou Bienfait (1995), a horizontalidade do olhar é um imperativo, logo, a criança é obrigada a elevar

a cabeça para recuperar o olhar horizontal, levando a um aumento da curvatura lordótica do pescoço,

podendo desencadear uma hiperlordose cervical; vale salientar ainda que tais alterações

freqüentemente aparecem associadas. Segundo Palmer (2000), a postura com a cabeça para frente

está associada freqüentemente com lordose cervical excessiva e, consequentemente, com músculos

extensores cervicais retraídos.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Tabela 3 - Correlação entre o vício postural em sala de aula em relação às alterações posturais em

ortostatismo dos escolares da 4ª série do ensino fundamental de uma escola privada de Maceió/AL.

Outubro/2006.

Correlação

Valor de P * Vicio Postural Alteração Postural

Anteriorização de Cabeça

Anteriorização de Cabeça p = 0,69

Retificação de Cervical p = 0,01

Hiperlordose Cervical p = 0.02

Hiperlordose Cervical Hiperlordose Cervical p = 0.0001

Protusão de Ombros Protusão de Ombros

Hipercifose Torácica

p = 0,34

Hipercifose torácica p = 0,001

Protusão de Ombros p = 1,0

Hiperlordose Lombar Hiperlordose Lombar p = 0.007

Anterversão Pélvica p = 0.007

Retificação Lombar Retificação Lombar p = 0.0001

Não sentar sobre os ísquios Retroversão pélvica

Retificação Lombar

p =0,27

p=0,27

Apoio Unilateral dos MMSS Escoliose p = 0,19

Inclinação lateral do Tronco Escoliose p =0,04

Fonte-Autor, Maceió/AL 2006. * Nível de significância de p < 0,05. Legenda- MMSS (Membros Superiores)

Ao correlacionar o vício postural hiperlordose cervical com a alteração estática também em

hiperlordose, encontrou-se p = 0.0001, o que caracteriza um resultado relevante. Biomecanicamente,

a manutenção do vício postural em questão leva a um encurtamento dos músculos posteriores do

pescoço, o que pode causar tal alteração, já que esta musculatura tem por função realizar a extensão

cervical. Segundo Lippert (1996), de uma maneira geral a musculatura extensora cervical fixa-se de

processo espinhoso em processo espinhoso, formando assim uma linha vertical de ação. Desta forma,

quando em retração, tem-se o aumento da lordose cervical por sua ação muscular extensora.

Na correlação entre hipercifose torácica e a alteração postural também em hipercifose obteve-se

significância com p = 0,001. A manutenção da postura sentada com hipercifose favorece o

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361

Fisioterapia: princípios fundamentais

encurtamento muscular da cadeia anterior do tronco, o que pode desencadear um aumento da

curvatura torácica, causando a hipercifose, já que o grupo muscular em questão possui ações

musculares que favorecem o fechamento anterior do tronco. Palmer (2000) traz como causas da

hipercifose a retração do ligamento longitudinal anterior e dos músculos abdominais superiores e

torácicos anteriores.

Nas correlações realizadas com hiperlordose lombar obteve-se relevância estatística para as duas

alterações analisadas, que foram anterversão pélvica e hiperlordose lombar, ambas com p = 0.007.

Bienfait (1995) explica que a posição da cintura pélvica condiciona a da coluna lombar. Tratam-se de

dois segmentos inseparáveis, em que uma única musculatura os controla. No exame estático podemos

constatar a associação, na maioria das vezes, da anterversão pélvica e uma postura em lordose lombar.

Um dos dois desequilíbrios provoca compensação no outro.

A permanência por longos períodos na postura sentada com hiperlordose lombar e quadris

flexionados contribui para retração da musculatura flexora desta articulação. Como a porção tônica

do músculo psoas recebe, a cada nível lombar, um feixe muscular da apófise transversa

correspondente, sua retração puxa as transversas para baixo, podendo causar uma hiperlordose

lombar.

Para correlação entre o vício em retificação lombar e a alteração estática também em retificação

lombar encontrou-se relevância estatística com p = 0.0001. Quando o escolar adota o hábito de não

sentar sobre os ísquios, permanecendo, em alguns momentos, “deitado na cadeira”, ele assume uma

postura em retroversão pélvica. Associando-se a isso, a própria postura sentada favorece a

encurtamento da cadeia posterior de membros inferiores. Tais fatores podem desencadear uma

postura estática em retificação lombar. Palmer (2000) explica que uma lordose lombar diminuída é

acompanhada por uma inclinação pélvica posterior e possível retração dos músculos isquiostibiais.

Ao correlacionar o vício de inclinação lateral de tronco com escoliose obteve-se um p = 0,04, o que

mostra ser um resultado significante. De fato, a maioria das atitudes escolióticas pode ser devido à

inclinação lateral do tronco (PIRIS et al, 1990 apud BANKOFF, 2004). Manter-se sentado com inclinação

de tronco favorece o desvio lateral para o lado em que se inclina, e consequente encurtamento da

musculatura intrínseca do tronco. No posicionamento em questão, a musculatura eretora da coluna

age de forma unilateral, ou seja, está se realizando inclinação lateral para o lado em que se mantém o

desvio. Desta maneira, tal atitude pode favorecer a uma escoliose funcional ou até estrutural. Palmer

(2000) cita como causas da escoliose o encurtamento dos músculos intrínsecos do tronco em um dos

lados e alongamento desta mesma musculatura contralateralmente.

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362

Fisioterapia: princípios fundamentais

Os resultados não-significantes para as correlações de anteriorização de cabeça e protusão de ombros

com as alterações estáticas de anteriorização de cabeça e protusão de ombros podem ser explicados

pela não-obrigatoriedade de tais vícios levarem as alterações em questão. É certo que o fato da criança

permanecer viciosamente em anteriorização de cabeça e protusão de ombros pode levar à instalação

estrutural dessas alterações, porém o fato de serem alterações comuns, entende-se que outros fatores

podem estar associados ao surgimento das determinadas alterações.

Apesar de não-significativa quantitativamente, a correlação entre hipercifose torácica e protusão de

ombros é qualitativamente significante, já que se sabe que tais alterações são ocasionadas pelo

encurtamento da mesma cadeia muscular, e uma pode desencadear a outra. Lima (2005) aponta que

a protusão de ombro pode ser o ponto de partida para uma hipercifose torácica, pois um desvio

favorece a instalação de outro e é muito comum que ambos apareçam juntos como uma alteração

única.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados obtidos nesta pesquisa, observou-se que há considerável interferência das

atitudes posturais adotadas em sala de aula no desenvolvimento de alterações posturais estáticas da

coluna vertebral. Toda população estudada apresentou pelo menos um sinal de desvio postural, o que

mostra o quão frequente e habitual é a presença de alterações biomecânicas em escolares.

Os vícios posturais detectados por este estudo revelam o quanto são deficientes as noções de boa

postura entre os escolares. A manutenção desses posicionamentos pode traduzir um problema

“silencioso” no âmbito da saúde escolar, tornando-se fator de risco direto para o desenvolvimento de

alterações posturais.

Frente a esses questionamentos, pode-se concluir que a mecânica corporal na posição sentada

adotada em sala de aula está intimamente ligada ao desenvolvimento de alterações biomecânicas da

coluna vertebral. A falta de conhecimento frente às consequências da má postura, a ausência de meios

que intervenham de forma preventiva na escola e o desajuste ergonômico são fatores que contribuem

para o desencadeamento de tais atitudes.

Contudo, é importante a detecção e prevenção dos problemas que levam ao desenvolvimento de

alterações posturais, trabalhando-se de forma preventiva para evitar afecções futuras que poderiam

cursar com limitações e incapacidades funcionais, visto que, do mesmo modo que é nesta fase que

aparecem as alterações posturais, também é nesta fase em que se podem obter os melhores

resultados diante às orientações e correções posturais.

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363

Fisioterapia: princípios fundamentais

Sugere-se, por fim, a implantação de projetos voltados para conscientização e esclarecimentos aos

pais, professores e alunos sobre os benefícios ergonômicos, assim como a implementação de métodos

e programas de enfoque cinesioterapêutico, entendendo que estas são medidas preventivas

necessárias à saúde escolar.

REFERÊNCIAS

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364

Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 43

INFLUÊNCIA DO NÍVEL DE IMERSÃO NA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA DE PACIENTES COM SÍNDROME PÓS-

POLIOMIELITE COMPARADO A CONTROLES. DOI: 10.37423/200500928

Celiana Figueiredo Viana (fisioterapeuta doutoranda pela UNIFESP/EPM)

Tatiana Mesquita e Silva (fisioterapeuta doutora pela UNIFESP/EPM).

Erika Christina Gouveia e Silva (fisioterapeuta doutora pela USP).

Ana Delia Oliveira Borba (fisioterapeuta especialista pela UNIFESP/EPM).

Sara Pereira da Silva (fisioterapeuta especialista pela UNIFESP/EPM).

Marcella Mancini Puglia (fisioterapeuta especialista pela UNICID).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Resumo: O objetivo desta pesquisa foi avaliar a influência do nível de imersão na função respiratória

de pacientes com SPP comparados a controles. Método: Foram avaliados 10 indivíduos saudáveis (7

sexo feminino; média de idade de 24,2±4,8 anos) e 5 pacientes com SPP (3 sexo feminino; média de

idade de 55±7,2 anos) que realizam tratamento em fisioterapia aquática em média há 3 anos. Em

todos os participantes foram avaliados a capacidade vital forcada (CVF), frequência cardíaca, pressão

arterial, e saturação da oxi-hemoglobina (SpO2) em três momentos: sentado em repouso (M0), em

imersão com água na altura das cristas ilíacas (M1), em imersão com água na altura do processo xifoide

(M2) e em imersão com água na altura de fúrcula (M3). Os dados foram analisados estatisticamente

comparando-se os dois grupos e os quatro momentos de imersão. Resultado: No grupo controle, de

indivíduos saudáveis, foi encontrado diminuição da CVF quando comparado o M0 com o M3 (p=0,007)

e diminuição da pressão arterial diastólica (PAD) (p=0,005). O mesmo não foi observado para o grupo

de pacientes com SPP, onde todos os parâmetros permaneceram inalterados durante os quatro

momentos. A prática da fisioterapia aquática é segura para pacientes com SPP sem queixas

respiratórias, já que não há prejuízo da CVF decorrente da pressão hidrostática.

Unitermos: Síndrome Pós-Poliomielite, imersão, respiratória, fisioterapia aquática.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO.

A poliomielite anterior aguda é uma doença infectocontagiosa viral, resultando na destruição dos

neurônios motores localizados no corno anterior da medula1.

Foi reconhecida como problema de saúde pública somente no final do século XIX, quando epidemias

começaram a ser registradas em vários países do mundo1,2. Com as campanhas de vacinação em massa

realizadas na década de 50, a erradicação do poliovírus foi alcançada na maior parte do mundo, sendo

que no Brasil, o último caso de pólio foi registrado em 19891.

Nos pacientes com pós-poliomielite, a dor pode resultar de várias complicações, como aumento da

fadiga e diminuição da qualidade do sono. Entretanto, seu tratamento, depende da etiologia da dor e

se baseia em vários princípios, podendo ser de origem muscular, articular ou neuropática, e seus

tratamentos podem ter recomendações específicas. ¹

A síndrome pós-poliomielite (SPP) é uma desordem do sistema nervoso manifestada em indivíduos

que tiveram poliomielite. O novo quadro sintomático aparece geralmente, após mais de 15 anos do

contágio pelo vírus da pólio, com a instalação de nova fraqueza muscular, com piora progressiva,

frequentemente associada a fadiga, dores musculares e articulares, dificuldade de respiração e

deglutição, diminuição da capacidade de tolerância a temperaturas baixas, resultando em uma

diminuição da capacidade funcional e/ou no surgimento de novas incapacidades3, 4,5.

O impacto da deficiência é principalmente sobre a mobilidade e as atividades de vida diária e práticas,

resultando em piora da qualidade de vida6.

Os sintomas da SPP variam amplamente e incluem paralisia flácida, fraqueza muscular, escoliose,

osteoartrite, distúrbios da marcha, dores musculares e articulares, intolerância ao frio, síndrome da

apneia obstrutiva do sono (SAOS), disfagia, disfonia e restrição pulmonar crônica. É caracterizada por

um complexo de sintomas neuromusculares, levando a um declínio no funcionamento físico. A

etiopatogenia da SPP é incerta e muitos fatores, como disfunção das unidades motoras sobreviventes,

envelhecimento, defeitos de transmissão neuromuscular, persistência de infecção viral e mecanismos

imunológicos, são considerados. Uma das opções de tratamento mais eficazes é a terapia aquática. A

maioria dos pacientes com síndrome pós-poliomielite pode ter função pulmonar preservada, de

acordo com o esperado para população brasileira. O acometimento da musculatura ventilatória

(inspiratória e expiratória) é um achado clínico frequente, não apenas nas doenças neuromusculares,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

mas também naqueles com doenças respiratórias que afetam primariamente o parênquima pulmonar

ou as vias aéreas.7

Faz-se necessário esclarecer que o doente neuromuscular, tanto SPP quanto outras doenças, em geral,

apresentam pulmão hígido. Entretanto, a fraqueza da musculatura respiratória altera toda mecânica

ventilatória. Há envolvimento dos músculos inspiratórios, expiratórios e bulbares. Os músculos

inspiratórios promovem a ventilação pulmonar, os expiratórios são responsáveis pela tosse (principal

mecanismo de defesa pulmonar) e os bulbares viabilizam a fala, deglutição e proteção de vias aéreas.8

Entretanto, apenas cerca de 30% dos indivíduos com SPP apresentam séria disfunção respiratória. A

grande maioria dos pacientes estudados, apresentam função pulmonar dentro da normalidade. Exceto

aqueles com escoliose acentuada, que acentua-se com o passar dos anos ou que tenham com

comprometimento da musculatura ventilatória desde o surto inicial da poliomielite.8

A água é o único meio que oferece menor ação da força da gravidade aos exercícios, diminuindo o

impacto nas articulações enquanto produz a resistência ao movimento. Decorrente das propriedades

físicas da água, a fisioterapia aquática parece auxiliar o paciente com SPP na maioria dos seus

sintomas, podendo amenizá-los através de exercícios aeróbicos, o que beneficia a musculatura

esquelética e cardíaca 9.

Entretanto, a pessoa imersa em água está sujeita a pressão hidrostática, pressão esta que a água

exerce sobre toda superfície corporal, aumentando 1ATM de pressão a cada 1 metro de profundidade.

Desta forma, quanto maior a profundidade da água, e quanto mais imersa está a pessoa em água,

maior a pressão exercida da água contra a superfície corporal. Para realização da terapia aquática ou

hidroterapia, é interessante que se realize avaliação respiratória prévia, incluindo, espirometria e

variáveis cardiorrespiratórias. Estes parâmetros podem apresentar sérias alterações o que impediria

a execução da terapia aquática.

OBJETIVO.

Avaliar a influência do nível de imersão na função respiratória de pacientes com SPP comparado a

controles.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

MATERIAL E MÉTODO.

A seleção dos pacientes ocorreu no Ambulatório de Síndrome Pós-Poliomielite do Setor de

Investigação em Doenças Neuromusculares do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da

Universidade Federal de São Paulo, e as avaliações e tratamento ocorreram na clínica Reabilitação

Neurológica Aquática (RNA) em São Paulo.

Todos os pacientes apresentam diagnóstico confirmado de sequela de poliomielite e SPP.

Foram avaliados 10 indivíduos saudáveis (7 do sexo feminino; média de idade de 24,2±4,8 anos) (grupo

P) e 5 pacientes com SPP (3 do sexo feminino; média de idade de 55±7,2 anos) (grupo T) que realizam

tratamento em fisioterapia aquática em média há 3 anos. Em todos os participantes foram avaliados

a capacidade vital forcada (CVF), frequência cardíaca, pressão arterial, e saturação da oxi-hemoglobina

(SpO2) em três momentos: sentado em repouso (M0) fora da água, em imersão com água na altura

do processo xifóide (M1), em imersão com água na altura doa mamilos (M2) e em imersão com água

na altura de fúrcula (M3).

A análise descritiva foi feita por meio de estatísticas sumárias e gráficos de tendência das médias para

variáveis de avaliações contínuas nos tempos 0 em repouso fora da água (M0), processo xifóide (M1),

mamilos (M2) e fúrcula (M3) alturas de imersão e também por gráficos para variáveis categorizadas

nos tempos M0 a M3.

Os dados foram analisados estatisticamente através do Software STATISTICA 6.0®. Foi aplicado teste t

para variáveis paramétricas e não paramétricas. A base da análise ocorreu comparando-se os dois

grupos (grupo P e T) e os quatro momentos de imersão (M0 a M3). As variáveis categorizadas foram

analisadas pelo teste do X 2 de Pearson.

RESULTADOS.

No grupo controle, de indivíduos saudáveis, foi encontrado diminuição da CVF quando comparado o

M0 com o M3 (p=0,007) e diminuição da pressão arterial diastólica (PAD) (p=0,005). O mesmo, não foi

observado para o grupo de pacientes com SPP, onde todos os parâmetros permaneceram inalterados

durante os quatro momentos.

Espera-se que a imersão na água diminua ligeiramente a SpO2, resultante da alteração da perfusão

tecidual e da CVF, devido à possível fraqueza do diafragma e de outros músculos respiratórios.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Entretanto, na população estudada, nenhum desses parâmetros se apresenta alterado,

provavelmente devido à adaptação desses pacientes aos exercícios em água por quase um ano em

comparação ao grupo controle.

Grafico 1. Ccomparação da CVF em indivíduos saudáveis nos momentos M0 a M3 (p=0,007)

Gráfico 2. Comparação da oscilação da Saturação da oxi-hemohglobina em pacientes com SPP, nos

momentos M0 a M3 (p=0,005)

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Fisioterapia: princípios fundamentais

DISCUSSÃO.

Independentemente da doença neuromuscular estudada, deve-se realizar avaliações respiratórias

periódicas, incluindo espirometria, sendo que as principais análises são com relação à capacidade vital

forçada (CVF), volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), relação VEF1/CVF e pico de

fluxo de expiratório (PFE). Estes testes em geral são realizados na posição sentada, em sua maioria,

mas também em supino. Contudo, na água são raras as avaliações. Os valores espirométricos, de

saturação de O2 e pressão arterial, obtidos na população de pós-poliomielite estudada, estava dentro

da normalidade. Os pacientes estudados, já realizavam exercícios de terapia aquática há

aproximadamente três anos. Contudo, não estava claro se nas três posições a CVF e os demais

parâmetros se manteriam em níveis seguros. 10

Uma pessoa imersa com água até a altura dos pulmões, recebe a pressão hidrostática nesta região,

onde, então, é desenvolvida força concêntrica da água sobre a superfície corporal na altura dos

pulmões, acarretando maior pressão e dificuldades para respirar.

Se o nível da água estiver até a região da base pulmonar (processo xifóide), há pouca pressão exercida

sobre a função respiratória, somente afetando a musculatura abdominal (responsável pela expiração)

e diafragma (principal músculo respiratório). Quando o corpo encontra-se um pouco mais imerso, na

altura dos mamilos, há aumento da pressão, agora além de diafragma e músculos abdominais,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

também músculos intercostais internos e externos (músculos acessórios da expiração e inspiração,

respectivamente). O terceiro nível, avaliados sob imersão na região do pescoço (fúrcula), onde há

maior comprometimento respiratório, já que toda estrutura pulmonar está imersa, e todos os

músculos responsáveis pela respiração estão sob a influência da pressão hidrostática. É neste nível

que, normalmente, há maior dificuldade respiratória, muitas vezes com presença de dispneia,

taquicardia e alteração da pressão arterial sobretudo, nos pacientes com comprometimento

pulmonar, seja obstrutivo ou restritivo.11

Com base nos resultados graficamente representados acima, Hong e Reid (apud PEREIRA; CUBERO,

2000, p. 84) justificam que em imersão com água ao nível do processo xifóide, o abdome é empurrado

para dentro e caixa torácica para fora ao final da expiração, proporcionando dessa forma, um aumento

do comprimento do diafragma, dando a ele uma vantagem mecânica. Os intercostais externos, por

sua vez, sofrem um encurtamento por estarem em contração mesmo no final de uma expiração, são

músculos que também atuam na expiração, o que os deixa em desvantagem mecânica. Em imersão

ao nível dos ombros, ocorre uma compressão tanto do abdome quanto do tórax deixando ambos os

músculos inspiratórios em vantagem mecânica. Nesta situação apresentará mais força contrátil.12, 13

A realização deste estudo demonstrou as grandes alterações causadas na fisiologia do aparelho

respiratório mediante a imersão com nível da água variando entre o processo xifóide e ombros. Sabe-

se, por exemplo, que há grandes diferenças na mecânica, fluxo, volumes e capacidades pulmonares,

quando se fala dos doentes obstrutivos e restritivos. Há inclusive, pacientes com restrição pulmonar

de leve à moderada que ao serem submetidos a imersão total podem desenvolver súbito desconforto

respiratório e inclusive, parada cardiorrespiratória. Não havendo portanto, indicação de se realizar

terapia aquática. Diferentemente da população aqui descrita, pacientes com SPP, mas devidamente

treinados por profissionais habilitados, não apresentaram desconforto algum e nem tão pouco

alterações significativas em suas funções vetilatórias. A terapia aquática é de longe o exercício mais

indicado nas doenças neuromusculares, pelos inúmeros benefícios da água tais como, o fato de ser

uma atividade lúdica, acolhedora, que permite devido ao empuxo a realização de exercícios que fora

da água não são possíveis devido a gravidade, tornando-se assim, um exercício estimulante e

gratificante para os profissionais e pacientes envolvidos. Contudo, os riscos também existem e

precisam ser apontados. A avaliação respiratória torna-se de suam importância para alguns quadros

mais graves como esclerose lateral amiotrófica e distrofias musculares.

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373

Fisioterapia: princípios fundamentais

Este estudo demonstrou que a imersão nas diferentes posições não alterou negativamente a função

ventilatória dos pacientes com Síndrome pós-poliomielite em comparação com controles. O estudo

na verdade, valida a importância do treinamento aquático para a função respiratória. Uma falha no

estudo, foi não termos avaliado esse grupo de SPP antes do início das terapias na água. Certamente,

a terapia aquática potencializou a função respiratória desses pacientes.

Espera-se que este estudo estimule novas pesquisas que possam discutir o atendimento fisioterápico

em piscina terapêutica e suas implicações cardiorrespiratórias, elucidando as vantagens do mesmo

para pacientes neuromusculares e pneumopatas em geral.

CONCLUSÃO

A prática da fisioterapia aquática é segura para pacientes com SPP sem queixas respiratórias, já que

não há prejuízo da CVF decorrente da pressão hidrostática.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 44

HÁBITOS DE EXPOSIÇÃO AO SOL E FOTOPROTEÇÃO DOS ALUNOS DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE ENSINO EM

TERESINA – PI. DOI: 10.37423/200500930

Autora: Shyrlayde Sousa da Silva (Professora da Rede Estadual de Educação do Estado do Piauí e da Rede Municipal de Elesbão Veloso, Piauí, Bióloga, Fisioterapeuta – CREFITO n.º 1399498 e Educadora Física CREF n.º 002462-G/P, Especialista em Saúde Pública e em Saúde da Família).

Orientadora: Profª Especialista Ana Flávia Machado de Carvalho. (CEUT).

Co-orientadores: Profº Especialista Gabriel Mauriz de Moura Rocha. (CEUT).

Profª Mestre Flávia Barreto Campello Walter Didier. (CEUT).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: O presente artigo visa narrar a experiência desenvolvida em escolas da rede pública

estadual de educação e tem por objetivo potencializar o debate sobre o tema estudado: HÁBITOS DE

EXPOSIÇÃO AO SOL E FOTOPROTEÇÃO DOS ALUNOS DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE ENSINO EM

TERESINA – PI., e assim, cientificamente, podermos traçar um perfil epidemiológico, ou melhor,

estudarmos quantitativamente a distribuição dos fenômenos de saúde/doença e seus fatores

condicionantes e determinantes dos alunos do ensino fundamental e médio de Teresina, Piauí,

descrevendo o comportamento típico destes na escolha, forma e periodicidade na aplicação dos foto

protetores.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Fotoproteção. 2. Neoplasias. 3. Exposição Solar

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

Teresina é uma das regiões do Brasil que apresenta um dos maiores índices de raios solares durante

quase o ano todo e se constata que existe uma prevalência de jovens na faixa de 10 a 20 anos de idade

que se expõem à radiação solar, pelo menos, trinta minutos de atividades realizadas em áreas abertas:

lazer, trabalho, prática de esportes, sem a utilização de meios adequados de proteção, contribuindo,

dessa forma diferenciada, com os níveis cumulativos de exposição ao sol e sua relação sucessiva com

determinados tipos de câncer (SZKLO et al., 2007).

A pesquisa que desenvolvemos com 397 alunos de seis escolas da rede pública de educação de

Teresina, sendo 214 do sexo feminino e 183 do sexo masculino, totalizando um universo de 397

(trezentos e noventa e sete) alunos do ensino médio e fundamental, sendo excluídos da pesquisa todo

e qualquer aluno portador de alguma alteração cognitiva e/ou motora que comprometa o

preenchimento dos dados da pesquisa, ou não alfabetizados, tendo o objetivo de poder,

cientificamente, traçar o perfil epidemiológico, ou seja, se propunha estudar quantitativamente a

distribuição dos fenômenos de saúde/doença, e seus fatores condicionantes e determinantes, na

população em estudo relacionado à exposição solar, nas atividades escolares e outras da vida

cotidiana, bem como, quanto à freqüência e duração, descrever o comportamento destes quanto à

escolha, forma e periodicidade de aplicação dos foto protetores químicos e físicos (chapeu, camiseta,

guarda sol, chapéu e guarda sol, camiseta e gurda sol, chapéu e camiseta, camiseta /chapeu e guarda

sol).

METODOLOGIA

Para realizarmos o trabalho utilizamos como metodologia que combinava revisão bibliográfica e

pesquisa de campo, na primeira parte, etapa inicial de todo o trabalho científico ou acadêmico,

tínhamos como objetivo de reunir as informações e dados que serviriam de base para a construção da

investigação proposta a partir do tema determinado e a segunda fase, a pesquisa de campo, realizada

somente após coleta de dados iniciada apenas após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa – CEP

e tivemos a precaução de esclarecer os alunos participantes e seus responsáveis, sobre a pesquisa e,

para comprovar, estes últimos assinaram o TCLE - Termo de consentimento livre e esclarecido

(APÊNDICE - F) e através de Carta de Autorização das escolas estaduais da rede pública de ensino em

Teresina-PI (APÊNDICE - H, I, J, L, M, N).

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378

Fisioterapia: princípios fundamentais

Assim, o trabalho desenvolvido e aqui narrado, em síntese, cuida de pesquisa de campo exploratória,

descritiva e analítica com enfoque quantitativo, delineamento do tipo levantamento de dados por

meio de questionário e com caráter observacional.

Os procedimentos de coletas de dados foram executados seguindo as normas éticas previstas na

Resolução número 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde e os pesquisadores

assumiram e realizaram o compromisso em divulgar eticamente os resultados da pesquisa as

autoridades competentes Nesta fase, visamos confrontar a teoria com a prática, ou seja, fomos em

busca de evidências que pudesse corroborar ou refutar a nossa hipótese que se fundava na tese:

câncer de pele é a forma de câncer que mais acomete a população brasileira. No entanto, poucos são

os adolescentes que utilizam proteção solar de forma habitual.

A tese que embasa o trabalho se apóia na definição de câncer:

O câncer é uma patologia que resulta das alterações genéticas, fatores ambientais e do estilo de vida, o que evidencia sua etiologia multifatorial. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2006), a palavra câncer corresponde a um conjunto de cem doenças, relacionadas ao crescimento desordenado de células que é capaz de produzir metástase.

e nos estudos realizados sobre o câncer de pele que informam:

No Brasil o tipo de câncer mais frequente é o de pele conhecido como não melanoma; segundo os dados consolidados do INCA, 2006 houve 82.155 novos casos em 2003 e 113.020 novos casos em 2006, constatando um aumento de 27,31% no número de registros (POPIM et al., 2008).

A maior incidência de câncer de pele acontece nas últimas décadas de vida e em regiões foto expostas como face, tronco e membros superiores, 90% dos cânceres cutâneo tem localização em área de maior exposição ao sol. Em um país como o Brasil, onde a grande maioria da população expõe-se aos raios UV devido aos hábitos, à cultura e à profissão ao ar livre durante boa parte de suas vidas, cuidados precoces se fazem necessários (CASAGRANDE; AZULAY e AZULAY, 2006).

O câncer de pele melanoma segundo o INCA em 2006 foi de aproximadamente 2.700 novos casos em homens e 3.000 em mulheres o que representa 4% dos tipos de câncer de pele com os maiores índices na região sul, possivelmente pelo perfil populacional de pele clara dessa região do país, embora saiba que perto da linha do equador os raios solares são mais perpendiculares e penetrantes. Os fatores ambientais determinantes como a exposição excessiva à radiação ultravioleta (RUV)

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Fisioterapia: princípios fundamentais

é o principal fator carcinogênico para o câncer da pele (FERREIRA e NASCIMENTO, 2008).

Constatou-se, através da análise dos dados, que 99,2% dos alunos entrevistados conhece os riscos e

danos relacionados à exposição solar e os meios de proteção, porém, mesmo assim, se expõem

excessivamente ao sol em horários impróprios, portanto, havemos que inferir, com base nos

resultados que os alunos são conscientes que a radiação ultravioleta do sol é um dos principais fatores

que provocam o câncer de pele, pois, dos 394 entrevistados 334 confirmaram o afirmado.

CONCLUSÃO

Com base nos dados desta pesquisa é possível afirmar que dos alunos entrevistados 216 do total de

397, em ambos os gêneros se expõem ao sol de

segunda a sexta-feira e 191 nos finais de semana com permanência de no máximo até 2 horas, no

entanto se expõem as radiações ultravioletas em horário crítico, ou seja, entre as 10:00 horas e as

15:00 horas, no momento em que a radiação emitida pelo sol está mais intensa.

Também restou constatado que 285 estudantes (71,78 %) não fazem uso de filtro solar e que 72,04%

utilizam ou adere a outros meios físicos para se proteger do sol, tais com chapéu, camisetas e guarda

sol.

No que tange aos danos causados, afecções de pele que podem ocorrer devido à exposição solar

excessiva e desprotegida revelou a pesquisa que apenas 0,79% dos alunos entrevistados, que

corresponde a 3 alunos, afirmaram desconhecer os problemas causados.

Com base nos dados e informações acima relatadas, os problemas trazidos pela radiação solar e entre

eles o câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil e que corresponde a cerca de 30%

de todos os tumores malignos registrados no país. Apresenta altos percentuais de cura, se for

detectado e tratado precocemente. Entre os tumores de pele, é o mais frequente e de menor

mortalidade, porém, se não tratado adequadamente pode deixar mutilações bastante expressiva,

assim é que sugerimos a realização de campanhas, palestras informativas nas instituições de ensino

fundamental e médio que tenham por objetivo orientar os educandos sobre os riscos de exposição ao

sol em horários impróprios e sobre a importância do uso diário do protetor solar que sem dúvida,

ainda é o melhor meio de prevenção.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 45

A ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DO ALZHEMIER

DOI: 10.37423/200500931

Ramires Lima as Silva (Fisioterapeuta (FMN), Pós-graduada em Traumato-

ortopédica, Pós- graduanda em neurologia Adulto).

João Batista de Gois Filho (Licenciatura em Educação Física ( UNOPAR).

Bachalerando em Educação Física ( UNOPAR).

Juciele Mayara da Silva (Fisioterapeuta (FMN), Pós-graduada em Traumato-

ortopédica).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: O Alzheimer é uma doença cerebral progressiva, degenerativa, com perda de memória e de

outras funções cognitivas, que prejudicam o paciente no convívio social e ocupacional e nas

realizações de suas atividades de vida diária. A doença de Alzheimer é das formas mais comuns de

demência correspondendo entre 50 a 70% dos casos.O objetivo desse estudo foi compreender a

atuação fisioterapêtica no tratamento da Doença de Alzheimier, relatando a importancia da

fisioterapia no tratamento desta patologia.Trata-se de uma revisão da literatura, com bases em artigos

disponíveis nas bases de dados da Scielo, PEDro, Lilacs, Pubmed, publicados entre o período de 2000

a 2018.Os descritores utilizados foram “fisioterapia”, m“tratamento”, e“ Alzhemier”. Os artigos que

não possuíam resumo, artigos repetidos, não acessíveis na íntegra e aqueles que não apresentavam

relação direta com a temática foram excluídos. Selecionou-se 9 artigos os quais foram organizados em

ordem cronológica, descrevendo os autores, ano de publicação, amostra, método e resultados. Pôde-

se observarque a atuação da fisioterapia ajuda retardar e amenizar os sintomas, e manter as atividades

de vida diária do doente com Alzheimer.

Palavras - Chave: Fisioterapia, Tratamento, Alzhemier.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

1 INTRODUÇÃO

De acordo com Bennett et al (2003), a doença de Alzheimer (DA) é uma doença neuropsiquiátrica

progressiva do envelhecimento. Caracteriza-se pela perda da função cognitiva, bem como distúrbios

de comportamentos e afetivos. Pode ser encontrada em adultos de meia-idade e, particularmente,

em mais velhos.

Para Fridman et al (2002), a doença de Alzheimer pode ser definida como sendo inicialmente insidiosa

onde ocorre a deterioração progressiva da memória. Começando com perda de memória esporádica,

dificuldades para novas habilidades, evoluindo para outras perdas como por exemplo: cálculo,

julgamento e habilidades visuais e espaciais.

Segundo Portugal (2000), a doença de Alzheimer ocorre de um processo inflamatório que pouco a

pouco resulta em uma morte progressiva dos neurônios. Essa destruição se inicia de forma mais

intensa em uma porção do lobo frontal, o hipocampo, que desempenha um papel importante nos

processos de memória, por este motivo esquecimento é a característica principal da doença.

Machadoet al (2002), relata que as bases moleculares da doença permanecem em grande parte

desconhecidas. Os principais achados neuropatológicos são a perda neuronal e a degeneração

sináptica intensas, além da deposição no córtex de placas senis e de emaranhados neurofibrilares. E

embora essas alterações possam ser encontradas no envelhecimento normal sem demência e sua

presença não seja suficiente para o diagnóstico, a densidade de placas e emaranhados é muito mais

alta em pacientes com a doença de Alzheimer do que seria de se esperar em pessoas da mesma idade

com função cognitiva preservada.

A Doença Alzheimer leva também a alterações da mobilidade, em função das limitações impostas pelo déficit cognitivo, tais como diminuição da capacidade de apreensão do ambiente, apraxia da marcha, dificuldade de adaptação a novos ambientes e alterações motoras extrapiramidais. A mobilidade é um componente de suma importância para a função física, além de pré-requisito para a execução de Atividade de Vida Diária - AVD e, consequentemente, manutenção da independência. (Camicioli ,2005).

Para Kauffman (2001), a intervenção da fisioterapia contribui em qualquer fase do declínio cognitivo

e motor da Doença de Alzheimer, agindo e trabalhando com a participação do paciente em suas

atividades de vida diária e na comunicação. Buscando novas possibilidades de técnicas de segurança

e prazer, que incluam a modificação das tarefas diárias para o paciente, sempre interferindo nas suas

capacidades íntegras.

A atuação do fisioterapeuta não se limita apenas ao uso de métodos e técnicas, propõe uma abordagem que exija não só competência no

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Fisioterapia: princípios fundamentais

manuseio, como também o reconhecimento e o uso de suas qualidades e habilidades humanas, sendo o manuseio das técnicas indispensável no cuidado do paciente, da família e dos cuidadores (MASSAIA, 2007).

Diante das contribuições da atuação fisioterapêutica no controle e prevenção da doença de Alzheimer,

o presente estudo destaca o papel da fisioterapia na reabilitação e na melhoria da qualidade de vida

do paciente com Alzheimer. O presente estudo se justifica pelo fato da doença de Alzheimer ser muito

discutida nos dias atuais, portanto a intenção do mesmo é a de mostrar a importância da fisioterapia

e de sua atuação na reabilitação do portador da doença de Alzheimer.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 MÉTODOS

Trata-se de uma revisão da literatura, com características qualitativa e descritiva, realizada por meio

do acesso aos artigos científicos. O levantamento dos dados se deu a partir do sítio Biblioteca Virtual

em Saúde (BVS) mediante os descritores: “Alzheimer”,“Fisioterapia”, “tratamento”.O universo do

estudo foi constituído por publicaçõesdisseminadas nas bases de dados: Literatura LILACS,

SciELO,PEDro e Pubmed.

Os critérios de inclusão foram: artigos voltados para o tema, atuação da fisioterapia no tratamento

da doença deAlzheimer epublicaçõesentre o período de 2000 a 2018; e os critérios de exclusão foram:

artigos que não possuíam resumo, artigos repetidos, não acessíveis na íntegra e aqueles que não

apresentavam relações direta com a temática.

Aplicados dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 9 artigos para a revisão. A partir da

seleção dos artigos, foram realizadas as seguintesetapas metodológicas:categorização dos estudos

selecionados; definição das informações extraídas das publicações revisadas; avaliação dos estudos

selecionados; interpretação dos resultados; e apresentação dos resultados da pesquisa.

2.2 RESULTADOS E DISCURSSÃO

Melo e Driusso (2006) realizaram um estudo com objetivo criar uma proposta de cuidados para os

portadores de Doenças de Alzheimer com base nos manuais e artigos que tratam do assunto

encontrados na literatura. O método utilizado foi levantamento bibliográfico no período de 1990 a

2003. De acordo com esse estudo de oito manuais encontrados, apenas um estudo apresentou

proposta fisioterapêutica. Cinco manuais apresentaram sugestões de cuidados para com o portador

da doença de Alzheimer, mas nenhuma delas é especifico, já que tratam de comportamento, nutrição,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

medicamentos, segurança, AVDs e AVPs e programa terapêutico o que os torna muito extensos ou

trataram de cada assunto de maneira muito superficial, a assistência fisioterapêutica carece ser

baseada na avaliação do paciente, ou seja, o tratamento será de acordo com os sinais, os sintomas e

as limitações do paciente. Ainda conforme estes autores a partir da segunda fase da DA, o portador

começa a apresentar importantes deficiências motoras e já apresenta dificuldade na realização de

atividades e alteração da marcha.

Thomas et al 2003 avaliaram os efeitos causados por exercícios de resistência com o intuito de

aumentar a força e a funcionalidade dos membros inferiores de pessoas com demência. A intervenção

fisioterapêutica consistiu no treinamento progressivo de resistência com intensidade moderada dos

músculos extensores da coxa, abdutores, extensores e flexores do joelho e dorso-flexores, utilizando

para isso faixas de resistência com uma frequência de 3 vezes por semana durante 6 semanas. Os

pacientes apresentaram melhoras em alguns grupos musculares como quadríceps e extensores da

coxa, assim como bons resultados em testes de marcha e “sentar-levantar”; no entanto, houve um

declínio da força em outros músculos como dorsiflexores e iliopsoas. Os resultados apontam que a

intervenção fisioterapêutica em potencial de longa duração e de maior intensidade produz efeitos

benéficos sobre a função neuromuscular de pessoas com demência.

Segundo o estudo de Toulotte et al (2003), realizado em 20 idosos dementes com uma história de

queda com uma idade média de 81,4 +/- 4,7 anos e uma pontuação média de estado mental mini de

16,3 +/- 6,5. Todos passaram por testes de 'levante-se e vão', 'sentar e alcançar a cadeira', velocidade

de andar e equilíbrio estático. Eles foram designados para um grupo de controle ou um grupo de

treinamento; os últimos foram treinados com duas sessões por semana durante 16 semanas.A

conduta de fortalecimento muscular dos membros com faixas elásticas, treino proprioceptivo com

superfície de diferentes texturas, treino de equilíbrio com obstáculos e aumento de flexibilidade, foi

capaz de aumentar significantemente a marcha, mobilidade e flexibilidade, diminuindo

consequentemente o número de quedas, auxiliando a manutenção da independência. A ausência de

estímulos no grupo controle conduziu ao aumento do número de quedas, assim como na perda de

autonomia destes pacientes. Com esse estudo concluíram que o equilíbrio de pacientes frágeis,

dementes e idosos com histórico de queda pode ser melhorado com o treinamento.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo do presente estudo foi analisar a importância da atuação da fisioterapia no tratamento da

doença de Alzheimer, portanto o mesmo foi concluído, pois, a maioria dos autores pesquisados

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Fisioterapia: princípios fundamentais

demonstraram em seus estudos que esta reabilitação melhora a mobilidade funcional, e qualidade de

vida do paciente que tem esta doença e que a atuação da fisioterapia é ampla por ajudar retardar e

amenizar os sintomas, e manter as atividades de vida diária do portador. Pôde-se concluir que a

doença de Alzheimer é um desafio para os profissionais da área da saúde por ser uma doença que não

tem cura e que causa alterações na funcionalidade e qualidade de vida do portador. No entanto, faz-

se necessário desenvolver mais estudos relacionados ao tratamento de tal disfunção buscando

proporcionar uma vida mais ativa aos portadores de Alzheimer.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 46

O EFEITO DA REALIDADE VIRTUAL NO EQUILÍBRIO DE INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE PARKINSON: REVISÃO

SISTEMÁTICA DA LITERATURA GUARULHOS DOI: 10.37423/200500935

PALOMA VICENTE DOS SANTOS - [email protected]

PATRICIA LIMA DO AMARAL SANTOS - [email protected]

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388

Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: Introdução: A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurológica com caráter progressivo

crônico-degenerativo. É uma patologia lenta e crônica do sistema nervoso, quando ocorre

degeneração nas células dos gânglios da base, causando perda ou interferência na ação da dopamina,

que é o principal neurotransmissor dos gânglios da base, contribuindo para a precisão e uniformidade

dos movimentos e coordenadas como mudanças de posição. Realidade virtual (VR), que fornece a

interação entre o indivíduo e o ambiente virtual por meio de uma interface digital. O uso da RV é um

recurso importante para a reavaliação do quadro clínico, como repetição, feedback (visual e

proprioceptivo), avançado e simultâneo, além de ser uma técnica que aumenta a motivação do

paciente e a adesão ao tratamento. Objetivo: verificar os efeitos da realidade virtual no equilíbrio de

indivíduos com doença de Parkinson. Métodos: A estratégia utilizada foi a pesquisa eletrônica em

bases de dados: PEDro, Lilacs e Embase. As palavras-chave foram os descritores de acordo com os

Medical Subject Headings (MeSH) combinados pelo operador booleano "AND": "Parkinson",

"realidade virtual", "Balance". Os critérios de elegibilidade selecionados para o presente estudo foram:

estudos publicados em inglês, ensaios clínicos randomizados, estudos publicados nos últimos 5 anos,

estudos com pontuação superior a 7 de acordo com a escala PEDro. Resultados: foram selecionados

cinco estudos para análise. Conclusão: A realidade virtual demonstrou-se eficaz no equilíbrio de

indivíduos com doença de Parkinson.

Palavras-chaves: Parkinson, realidade virtual, equilíbrio.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

1. INTRODUÇÃO

A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurológica de caráter crônico-degenerativa progressiva

(SANTANA,2015). E uma patologia lenta e crônica do sistema nervoso, onde ocorre uma degeneração

nas células dos gânglios basais ocasionando uma perda ou interferência na ação da dopamina, que é

o principal neurotransmissor dos gânglios basais, e eles contribuem para a precisão e a uniformidade

dos movimentos e coordenam as mudanças de posição. (HAASE,2017).

A doença de Parkinson (DP) é uma doença do sistema nervoso central caracterizada por diminuição

de dopamina, um neurotransmissor com função de auxiliar o corpo nos movimentos voluntários. Os

principais sintomas são bradicinesia, tremor na ausência de movimento, rigidez muscular plástica,

instabilidade postural, além de sintomas cognitivos (COSTA, 2018). A DP é caracterizada pela perda de

neurônios dopaminérgicos da substância negra, bem como pela formação de corpos de Lewy

intracelulares, consistido principalmente de α-sinucleína.

A faixa etária geralmente afetada é entre 50 e 70 anos, com pico na década de 60. A incidência no sexo

masculino é ligeiramente superior à das mulheres. Pacientes com menos de 40 anos de idade, e até

21 anos de idade, podem sofrer desta doença. O último caso refere-se à DP juvenil e a primeira à PD4

de início precoce (SEVERIANO, 2018). A estimativa mundial é que em 2020 mais de 40 milhões de

pessoas apresentem desordens motoras secundárias à DP, devido ao aumento da população de

pessoas idosas (SANTANA, 2015).

A progressão da doença está relacionada a déficits crescentes e consequente deterioração dos

parâmetros físicos, que podem contribuir para um estilo de vida sedentário e redução da capacidade

física, resultando em dependência funcional dos pacientes (MONTEIRO, 2018). Esses efeitos negativos

e crônicos na função motora são acompanhados por defeitos de memória e uma diminuição da

capacidade de compreensão (LEE, 2015). A depleção resultante de dopamina (DA) manifesta sintomas

amplamente relacionados ao movimento e coordenação: tremores de repouso, bradicinesia, rigidez e

instabilidade postural (VALENTINE, 2019).

O sintoma mais comum desta doença é tremor unilateral, tipicamente em repouso, em partes do

corpo; esses tremores são os mais comuns nas extremidades superiores e, infelizmente, podem se

espalhar para outras partes do corpo, como lábios, queixo, mandíbula e língua. A DP está relacionada

a vários fatores de risco, como envelhecimento, exposição a pesticidas, herança genética e produtos

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Fisioterapia: princípios fundamentais

químicos ambientais (por exemplo, uso sintético de heroína, (ZHOU,2018). Sua etiologia é tida como

idiopática, porém alguns autores relacionam seu surgimento a um conjunto de possíveis causas, tais

como: fatores genéticos, toxinas ambientais, estresse oxidativo, anormalidades mitocondriais e/ou

alterações do envelhecimento, (SANTANA,2015).

A maioria dos portadores da doença de Parkinson não sofre de deficiências sensitivas primárias,

muitos vivenciam desconforto ou dor semelhantes a cãibras, que são mal localizadas, e com isso se

evidencia os efeitos da falta de condicionamento musculoesquelético generalizado. Embora a terapia

farmacológica seja base do tratamento, a fisioterapia também tem sua importância, promovendo

exercícios que mantêm ativos os músculos e preservam a mobilidade, pois um programa de exercícios

para o paciente com doença de Parkinson deve basear-se nos padrões de movimentos funcionais que

envolvam prontamente diversos segmentos corporais, (HAASE,2017).

A neuro degeneração crônica progressiva do cérebro associada à DP prejudica o equilíbrio e a

capacidade motora. Esses efeitos negativos e crônicos na função motora são acompanhados por

defeitos de memória e uma diminuição da capacidade de compreensão, (LEE,2015). Pacientes com DP

apresentam anormalidades de postura e equilíbrio, assim a habilidade para manter uma postura

estável pode não estar comprometida em condições de equilíbrio sem perturbação e com atenção

plena, e à medida que a base de apoio se estreita ou as demandas de atenção variam, a instabilidade

postural aumenta, o que culmina em um alto risco de quedas, (SOUZA,2011).

Uma nova ferramenta que vem se mostrando útil para a reabilitação voltada para o equilíbrio é a

Realidade Virtual (RV) que proporciona a interação entre o indivíduo e um ambiente virtual por meio

de uma interface digital. O uso de RV proporciona os requisitos necessários para a reaprendizagem

motora de pacientes neurológicos, tais como repetição, feedback (visual, auditivo e proprioceptivo)

aumentado e simultâneo, além de ser uma técnica que aumenta a motivação e aderência do paciente

ao tratamento, (COSTA,2018).

Efeitos do tratamento com realidade virtual não imersiva na qualidade de vida de indivíduos com

doença de Parkinson, antes e após o tratamento com aplicação do questionário da doença de

Parkinson, foi avaliado no estudo de, (SANTANA 2015), o tratamento com realidade virtual não

imersiva (RVNI) melhorou a qualidade de vida dos idosos com doença de Parkinson, com ênfase para

a percepção de qualidade de vida relacionada ao bem-estar emocional e estigma, seguidos de

mobilidade e cognição.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Os objetivos deste estudo foram examinar os efeitos do treinamento e equilíbrio aumentado com VR

na integração sensorial do controle postural sob variadas demandas de atenção e comparar os

resultados com aqueles de um grupo convencional de treinamento de equilíbrio (TE) Tanto o

treinamento de RV quanto o de TE melhoraram a integração sensorial para o controle postural em

pessoas com DP, especialmente quando eles foram privados de redundância sensorial. No entanto, a

demanda convencional por controle postural não foi alterada após o treinamento de VR ou TE,

(YEN,2011).

Com tudo, o objetivo desse estudo é realizar uma revisão sistemática da literatura, a fim de averiguar

os efeitos da realidade virtual no equilíbrio de indivíduos com doença de Parkinson.

2. OBJETIVO

2.1 OBJETIVO DO GERAL

Realizar uma revisão sistemática da literatura sobre o efeito da realidade virtual no equilíbrio de

indivíduos com doença de Parkinson.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Analisar os efeitos da realidade virtual associado no equilíbrio de indivíduos com doença de Parkinson,

por meio de uma revisão sistemática da literatura de ensaios clínicos randomizados.

3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

O presente artigo trata-se de uma revisão sistemática de literatura, baseado no critério prisma, a partir

de ensaios clínicos randomizados, com o objetivo de reunir, avaliar e conduzir uma síntese dos

resultados.

3.2 DEFINIÇÃO DA PERGUNTA DA PESQUISA

Termos utilizados para cada item da questão de pesquisa no formato do acrômico PICO (Population,

Intervention, Comparison, Outcome).

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ESTRATÉGIA DA BUSCA

Foi realizada uma pesquisa eletrônica na qual foram utilizadas as bases de dados: Pubmed, PEDro,

Lilacs, Embase. As palavras chaves foram os seguintes descritores de acordo com o Medical Subject

Headings (MeSH) combinados pelo operador booleano “AND”: “Parkinson”,” virtual reality”,

“Balance”.

3.3 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE

Características dos estudos selecionados para esta revisão sistemática.

3.3.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Os critérios de inclusão selecionados para o presente estudo foram:

• Estudos publicados em inglês.

• Ensaios clínicos randomizados.

• Estudos publicados nos últimos 5 anos.

• Nota 7 mínima na PEDro.

3.3.2 CRITÉRIO DE EXCLUSÃO

Foram estabelecidos os seguintes critérios de exclusão: artigos do tipo revisão sistemática da

literatura, relato de caso, outra língua que não o inglês, artigos antes do ano de 2014, estudos

excluídos após a leitura de título e resumo, nota menor que 7 segundo os critérios de elegibilidade da

PEDro.

3.4 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE METODOLÓGICA PEDRO

A avaliação da lista de verificação da qualidade da PEDro é relacionada aos artigos incluídos, e está

resumida na figura 1.

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Critério

Figura 1: Itens de elegibilidade da PEDro dos estudos individuais.

Fonte: Acervo pessoal

3.5 SELEÇÃO DOS ESTUDOS E EXTRAÇÕES DOS DADOS

Na primeira fase, dois revisores de forma independente avaliaram os títulos e resumos elegíveis.

Estudos dos quais os resumos não continham informações precisas que permitisse a inclusão ou

exclusão foram selecionados para a segunda fase, na qual se fez a avaliação de textos completos. Na

segunda fase, os mesmos dois revisores, mantendo-se o sistema de avaliação independente, elegeram

os artigos na íntegra, também analisado pelos dois avaliadores, baseado nos critérios referenciado.

4. RESULTADOS

A figura 2 Ilustra os processos de seleção dos artigos dispostos nesta revisão, de acordo com os

critérios de inclusão previamente descritos.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 2: Fluxograma da seleção dos artigos

Fonte: Acervo pessoal

4.1 REALIDADE VIRTUAL EM COMPARAÇÃO COM GRUPO CONTROLE

O quadro abaixo ilustra os artigos que foram selecionados, entretanto, utilizaram apenas comparação

da intervenção da realidade virtual com grupo controle

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Tabela 1: Resultados dos Artigos.

Fonte: Acervo pessoal.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

4.2 ESTUDOS QUE UTILIZARAM REALIDADE VIRTUAL SEM GRUPO/ INTERVENÇÃO DE COMPARAÇÃO.

O quadro abaixo ilustra os artigos que foram selecionados, entretanto eles apresentam outros desfechos, além dos aspectos de equilibrio corpor

Tabela 2: Resultados Dos Artigos

Fonte: Acervo Pesso

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Fisioterapia: princípios fundamentais

5. DISCUSSÃO

Yang e colaboradores (2016), e Gandolf e colaboradores (2017), em suas revisões sistemáticas

randomizados relacionados à aplicação da realidade virtual em pacientes com Doença de Parkinson,

indicaram que a intervenção proporcionou melhora no equilíbrio corporal de pacientes com sequelas

relacionadas ao Parkinson. Porém, há poucos estudos recentes referentes ao efeito da realidade

virtual no equilíbrio. O que apoia o trabalho em questão, que objetiva investigar o efeito da realidade

virtual no equilíbrio desses indivíduos.

Yan e colaboradores (2016), e Kim e colaboradores (2017), corrobora que, utilizaram como aplicação

uma escala chamada de estágios de Incapacidade de Hoehn, Yahr e UPDRS, sendo uma escala de

avaliação da incapacidade dos indivíduos com DP capaz de indicar seu estado geral de forma rápida e

prática, tornando-se aplicável em todas as pesquisas abordadas para pontuações o que colabora com

a trabalho para colhimento de dados e melhora da qualificação do estudo. Logo Liao e colaboradores

(2015), e Gandolf e colaboradores (2017), em seus estudos relataram níveis sendo leve ou moderado,

e concluindo-se que nas avaliações os indivíduos tinham que possuir condições de funções cognitivas

intacta, e ter capacidade de manter-se em equilíbrio e controle postural para dispor da aplicação, logo

sendo positivo aos estudos referente ao trabalho em questão.

Segundo Yan e colaboradores (2016), Gandolf e colaboradores (2017), e Kim e colaboradores (2017),

relataram que mediante aos estudos cooperaram com a realização de escalas de equilíbrios todos com

suas abordagem sendo eles; (BBS Berg) 14 itens com (pontuação de 0-56) no escore, (mini-BESTest)

14 itens, com (pontuação de-4) no escore, (TUG) é um teste com dados necessários para concluir a

tarefa, sendo medidos com um cronômetro demonstrando uma alta confiabilidade para equilíbrio e

marcha, e avaliação de risco de queda dos indivíduos sendo prontamente positivos resultando em

eficácias referentes aos estudos.

Entretanto, foram realizados recursos de escalas e questionários diversos. Logo, Kim e colaboradores

(2017), realizaram uma escala (ABC) que avalia o nível do paciente para se equilibrar e sua confiança

de realizar atividade diária (pontuação 0-100). Teste de caminhada de 10 metros: mede a velocidade

da marcha, assim como Yan e colaboradores (2016), e Gandolf e colaboradores (2016), corrobora que

o (DGI), avalia a habilidade de um indivíduo em modificar a marcha e comandos do terapeuta para

demanda tarefa (pontuação 0-24). Prosseguindo com o questionário de qualidade de vida, escala de

Likert: questionário de satisfação (0-5 pontos), e a escala de eficácia das quedas -Internacional (FES-I)

é amplamente utilizado em idosos para indicar preocupações com a queda (pontuação 0-4 com 16

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Fisioterapia: princípios fundamentais

itens), O 39- questionário de qualidade de vida (pontuação 39 itens), (SOT) e um teste capacidade de

integração sensorial em 6 superfícies visuais e de suporte e condições adequados, (LOS) limites da

estabilidade, portanto podemos concluir que com todos os testes e escalas aplicados nos estudos

abordados são importantes para aprimorar os dados e melhorar a eficácia dos resultados e

pontuações, sendo positivos ou negativos para os indivíduos com DP ao equilíbrio.

Yan e colaboradores (2016), realizou treinamento de equilíbrio com a RV baseado em casa, sendo que

o grupo controle apresentou um treinamento convencional eferente ao equilíbrio em casa, e observou

uma melhora especificamente no desempenho com RV em ambos os grupos, foi associado os

resultados dos testes sendo eles: escala de equilíbrio Berg (DGI), teste (TUG) com tempo fixo, e

completando com o questionário de vida para DP, onde os estudos ambos foram utilizados para

aplicação de (pre)-tratamento e o (pós)-tratamento sendo meses de acompanhamento ,como

resultado obteve melhoras ao equilíbrio com a RV muito positivo tendo ganhos de controle postural,

sem interferir no grupo controle que melhorou a marcha dinâmica com exercícios. O que concorda

com os estudos de Gandolf e colaboradores (2017), que realizou treinamento de equilíbrio com a RV,

é o grupo controle que teve um treinamento de equilíbrio e integração sensorial na clínica (SIBT),

entretanto não foram encontradas diferenças significativas e estatisticamente entre os estudos mas

as pesquisas colabora que a RV realmente e eficaz na melhora do tratamento e a performance tanto

no equilíbrio quanto no controle postural e manutenção corporal que comprovaram as possibilidades

da realidade virtual ser acessível na melhora do equilíbrio, é evidenciou que todas as intervenções e

aplicações de protocolos e exercícios junto com a RV, obteve pontos muitos positivos na atuação de

atividades em indivíduos com DP, sendo mediante aos estudos.

Nos últimos achados Palacios e colaboradores (2015), realizaram um estudo que criaram um jogo de

reabilitação motora usando o dispositivo de Kinect conectado ao computador onde realizavam vários

exercícios a utilização dos protocolos com realidade virtual, utilizaram níveis considerados baixos,

médio e difícil sendo relevante com desempenho e melhora de cada indivíduos e pontuação

adequadas para cada jogos, e utilizaram protocolos terapia convencional aplicaram em diferentes

exercícios alongamentos, fortalecimento e equilíbrio é obtendo pontuação decorrente a aplicação do

tratamento. Foram 7 pacientes com DP, utilizaram o teste de caminhada de 10 metros e com

resultados demonstraram melhorias significativas na pontuação do tempo de conclusão e na

pontuação do teste mesmo constituindo a um estudo piloto evidenciando que pode ser feito em casa

ou na clínica o tratamento. No entanto, com estudo de Yan e colaboradores (2016), relatou que houve

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Fisioterapia: princípios fundamentais

melhoras favoráveis no desempenho dos pacientes como motivações, e confiança por realizar a

intervenção em casa resultando o desenvolvimento da RV no equilíbrio, e concluindo-se em melhoras

para controle de equilíbrio que colabora com favorecimento do estudo abordado e criando

possibilidades comprovadas que a realidade virtual e acessível na melhora do equilíbrio, é

evidenciando que todas as intervenções e aplicações são relativamente eficaz.

Ainda a respeito das aplicações de tratamento com RV deve outras modalidades de aplicação, vimos

que abordagem de Liao e colaboradores (2015), em seus estudos realizaram uma prática de

caminhada na esteira com a realidade virtual imersiva e não-imersiva onde queriam ver o efeito de

algumas diferenças que foram evidenciados sendo no controle de equilíbrio associado com RV, e

também a segurança e transposição de obstáculos com alguns exercícios estipulados. Foi avaliado por

testes de (SOT), teste de (TUG), teste de (PDQ39), mini-BESTest, teste (CoP) e questionários abordando

sintomas de doença do simulador (SSQ) e medidas de estresse e excitação. Em seus estudo a

caminhada na esteira seguido por 15 minutos de treinamento a cada sessão, foram 12 sessões,

durante 6 semana, logo após a intervenções para aumentar os efeitos do treino de exercícios de

equilíbrio. Sendo que a velocidade da esteira foi fixada em 80% sobre a velocidade de caminhada

confortável no solo, deste modo os recursos adversos relacionados com estudos foram abordados:

esteiras, bolas, prancha de equilíbrio, obstáculos com objeto, exercícios de alongamentos,

fortalecimento, equilíbrio, e exercício WiiFit baseado em realidade virtual TeleWii jogos, todos

correlacionando com a realidade virtual em equilíbrio. Logo Kim e colaboradores (2017), realizou outra

intervenção que caminharam por 20 minutos enquanto assistiam a uma cena virtual em uma cidade

através de um HMD Oculos imersiva. Os resultados foi que os autores concordaram que a prática da

RV imersiva e não-imersiva, destaca-se que ambos concluíram que a caminhada na esteira relacionado

a realidade virtual tem efeitos positivos no equilíbrio, na marcha e no controle postural e não

observaram diferenças entre uso de uma versas a outra ambas são benéficas, foi observado como

melhorou o equilíbrio, em dimensões diferentes sendo eficaz para indivíduos com DP significando

capazes de ter uma reabilitação positiva com a RV em efeitos adversos.

6. CONCLUSÃO

Os estudos concluíram que diferentes protocolos e terapias podem ser aplicados na utilização da

realidade virtual, para manutenção e melhora do equilíbrio sendo realmente eficaz no controle do

equilíbrio, instabilidade, equilíbrio corporal e resultante no tratamento e trazendo melhoria na

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Fisioterapia: princípios fundamentais

qualidade de vida e benefícios aos indivíduos, sendo assim capaz de serem realizados em casa,

tornando simples a utilização dos pacientes para realização do tratamento.

REFERÊNCIAS

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3. GANDOLFI, Marialuisa et al. Virtual Reality Telerehabilitation for Postural Instability in Parkinson?s Disease: A Multicenter, Single-Blind, Randomized, Controlled Trial. BioMed research international, , [s. l.], v. 2017, 2017.

4. HAASE, Deisy Cristina Bem Venutti et al. Atuação da fisioterapia no paciente com doença de Parkinson. Fisioterapia em Movimento, [s. l.], v. 21, ed. 1, 2017.

5. KIM, Aram et al. Walking in fully immersive virtual environments: an evaluation of potential adverse effects in older adults and individuals with Parkinson?s disease. Journal of neuroengineering and rehabilitation, [s. l.], v. 14, ed. 1, p. 16, 2017

6. LEE, , Nam-Yong et al. Effect of virtual reality dance exercise on the balance, activities of daily living, and depressive disorder status of Parkinson?s disease patients. Journal of physical therapy science, [s. l.], v. 27, ed. 1, p. 145-147, 2015.

7. LIAO, Ying-Yi et al et al. Virtual reality?based training to improve obstacle-crossing performance and dynamic balance in patients with Parkinson?sdisease. Neurorehabilitation and neural repair, [s. l.], v. 29, ed. 7, p. 658-667, 2015.

8. PALACIOS-NAVARRO, , Guillermo et al. A Kinect-based system for lower limb rehabilitation in Parkinson?s disease patients: a pilot study. Journal of medical systems,, [s. l.], v. 39, ed. 9, p. 103, 2015.

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10. SEVERIANO, Maria Izabel Rodrigues et al. Effect of virtual reality in Parkinson?s disease: a prospective observational study. Arquivos de neuro-psiquiatria, [s. l.], v. 76, ed. 2, p. 78-84, 2018.

11. VALENTINE,, Matthew NZ et al. Multi-year whole-blood transcriptome data for the study of onset and progression of Parkinson's Disease. Scientific data,, [s. l.], v. 6, ed. 1, p. 20, 2019.

12. ZHOU, Lei et al. MicroRNA-128 Protects Dopamine Neurons from Apoptosis and Upregulates the Expression of Excitatory Amino Acid Transporter 4 in Parkinson?s Disease by Binding. Cellular Physiology and Biochemistry, [s. l.], v. 51, ed. 5, p. 2275-2289, 2018.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

13. YANG, Wen-Chieh et al. Home-based virtual reality balance training and conventional balance training in Parkinson?s disease: A randomized controlled trial. Journal of the Formosan Medical Association, [s. l.], v. 115, ed. 9, p. 734-743, 2016.

14. YEN, Chang-Yi et al. Effects of virtual reality? augmented balance training on sensory organization and attentional demand for postural control in people with parkinson disease: a? Physical therapy, [s. l.], v. 91, ed. 6, p. 862-874, 2011.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

7. ANEXOS

7.1 ANEXO I: CERTIFICADO DO NEURODC 2019

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Capítulo 47

O EFEITO DA MOBILIZAÇÃO NEURAL NA DOR EM INDIVÍDUOS COM LOMBALGIA E LOMBOCIATALGIA:

UMA REVISÃO INTEGRATIVA. DOI: 10.37423/200500939

Maria Araújo - [email protected]

Marília Alcoforado - [email protected]

Lamonita Santos - [email protected]

Renata Costa - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A dor lombar tornou-se uma causa comum de morbidade e incapacidade, além de ser a fonte mais

dispendiosa de lesão relacionada ao trabalho, absenteísmo e impacto econômico, em países

industrializados (DUTTON, 2006).

Segundo Cecin (2000) há diversas etiologias que geram dores lombares, as mais frequentes são as de

natureza mecânica-degenerativa produzidas por desordens estruturais. A lombalgia e a

lombociatalgia, destacam-se como as principais causas de dores imobilizantes e ambas são lesões que

afetam mais a região lombar de L4-L5, no disco intervertebral (LEAL, 2007).

A hérnia de disco é uma doença que pode atingir pessoas de qualquer idade, mas tem maior

prevalência em indivíduos entre 30 e 50 anos. A ocorrência em jovens frequentemente se relaciona

ao excesso de exercícios físicos associados com sobrecargas e realizados de forma repetitiva, causando

compressão do disco na região lombar (MACHADO, 2010).

A lombalgia comum é o tipo mais prevalente, e limita-se ao aparecimento de dores na região lombar

e nádegas, na maioria das vezes, e raramente se irradia para as coxas (BRASIL et al, 2004). A

lombociatalgia apresenta-se com o quadro doloroso que se instala na região da coluna lombar com

existência de irradiação da dor para os membros inferiores, admitindo-se o envolvimento do nervo

ciático (KNOPLICH, 2003).

O nervo isquiático ou ciático é o principal nervo do plexo sacral, e também o maior nervo do corpo,

formado pelos ramos anteriores de L4, L5, S1, S2, S3. A mobilização neural é uma técnica da terapia

manual caracterizada pelo estiramento mecânico sobre o tecido nervoso periférico, que altera a

fisiologia do tecido neural e, consequentemente, do tecido muscular. A técnica é usada para recuperar

o movimento e elasticidade do sistema nervoso com o objetivo de melhorar a neurodinâmica e

restabelecer o fluxo axoplasmático que tem como finalidade restaurar a homeostase do tecido

nervoso que é o responsável em promover a recuperação, retornando as funções normais.

Tiago Neto et al (2017) estudaram os efeitos da Mobilização Neural (MN) e, através de uma revisão

sistemática com metanálise, sugerem que as técnicas de NM têm um efeito positivo na flexibilidade

de indivíduos saudáveis e também mostram benefícios no alívio da dor e melhorias funcionais nas

populações com lombalgia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

A contra-indicação relativa da aplicação dos testes neurodinâmicos se dá em casos de afecções

irritativas, inflamação, sinais medulares, malignidade, compressão de raízes nervosas, neuropatia

periférica e síndrome da dor regional periférica (ZAMBERLAN e KERPPERS, 2007).

O Objetivo desse estudo é descrever os resultados da intervenção com MN em pacientes portadores

de lombalgias, analisando o desfecho dor e os efeitos terapêuticos da técnica.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo de revisão integrativa sobre Os Efeitos da Mobilização Neural em Pacientes

com Lombalgia e Lombociatalgia. Realizado no período de janeiro de 2019 a março de 2020. Os artigos

foram resgatados nas seguintes bases de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE via National Library of Medicine - PUBMED), Scientific Electronic Library Online

(SCIELO), Physioltherapy Evidence Database (PEDro), e Science Direct.

Foram incluídos artigos que abordassem o efeito da mobilização neural na dor em indivíduos com

lombalgia e lombociatalgia, publicados entre 2009 e 2020, nos idiomas português e inglês. Foram

utilizadas as palavras Chave em português: Dor lombar, Lombalgia e Mobilização Neural e em Inglês:

“neural mobilization”, “low back pain”, com o operador booleano AND, dentre essas palavras apenas

lombalgia consta na pesquisa de descritores.

Os critérios de exclusão foram artigos de revisão, repetidos, indisponíveis na íntegra, estudos com

fármacos, sem relação com o tratamento fisioterapêutico para dores na lombar e na lombociatalgias

e que não fossem estudos de intervenção usando a mobilização neural como recurso. Para análise dos

artigos foi utilizado um instrumento de coleta de dados, contendo informações sobre o ano de

publicação do artigo, país onde foi realizada a pesquisa, abordagem metodológica e resultados com

enfoque na relação entre a Mobilização Neural, lombalgia, lombociatalgia, dor e efeitos da mobilização

Neural.

A coleta de dados foi realizada a partir dessas etapas: Busca nas bases de dados selecionadas; Leitura

dos títulos; Leitura dos resumos do material previamente coletado; Leitura exploratória e aplicação

dos critérios de inclusão e exclusão; Leitura seletiva; Registro das informações extraídas das fontes.

Em seguida, foi realizada uma leitura crítica com a finalidade de ordenar e resumir as informações

contidas nas fontes, de forma que estas possibilitassem a obtenção de respostas ao problema de

pesquisa.

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406

Fisioterapia: princípios fundamentais

RESULTADOS

Foram identificados 42 artigos pela busca eletrônica nas bases de dados. Após a triagem e aplicação

dos critérios de elegibilidade, 9 artigos foram selecionados para serem analisados nesta revisão. O

principal critério de exclusão foi a repetição. Alguns artigos estavam indexados em todas as bases de

dados. O segundo critério foi a indisponibilidade do artigo na íntegra.

Dos 9 artigos selecionados 8 eram estudos randomizados e controlados e um era um estudo de caso.

As amostras foram todas em portadores de dor lombar ou lombociatalgia com radiculopatia.

Figura 1. Fluxograma das etapas de seleção dos artigos identificados com abordagem da dor lombar

inespecífica e cinesiofobia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

DISCUSSÃO

Embora a técnica de mobilização neural não seja amplamente conhecida, a idéia de utilizar um

tratamento mecânico para o tecido neural não é recente. Os princípios e métodos do alongamento

neural já existem desde 1800, tendo sido progressivamente aperfeiçoados tanto na teoria, quanto em

sua aplicação clínica (MONNERAT e PEREIRA, 2010). A interligação da função mecânica e fisiológica do

sistema nervoso foi denominada neurodinâmica. A principal função do sistema nervoso é a condução

de impulsos; porém, esta é extremamente dependente da parte mecânica desse sistema e vice-versa

(VASCONCELOS, 2011).

A técnica tem como princípio os comprometimentos do funcionamento e da mecânica do sistema

nervoso (elasticidade, movimento, condução, fluxo axoplasmático) podem gerar disfunções próprias

do sistema nervoso ou nas estruturas musculoesqueléticas por ele inervadas, e que a recuperação da

biomecânica e fisiologia adequada, permite restaurar a extensibilidade e a função normal desse

sistema, bem como melhora a condutibilidade do impulso nervoso (SATPUTE et al, 2019).

A dor lombar repercute diretamente na qualidade de vida dos sujeitos, gerando diversos graus de

incapacidade. Pinto, Zeinedin e Vieira (2010), aplicaram a técnica de mobilização neural em 11

pacientes com o objetivo de tratar a dor em pacientes com lombalgia e lombociatalgia. O diagnóstico

clínico era realizado através do Slump Test. De acordo com os resultados encontrados neste estudo,

constatou-se que o emprego da mobilização neural, fazendo uso de técnicas deslizantes e

tensionantes, foi eficaz para a redução da dor, melhora da capacidade funcional, obtenção de ganho

na amplitude de movimento do quadril e aumento da mobilidade da coluna lombar.

Em um estudo de caso, Monnerat e Pereira (2010), analisaram a influência da técnica de mobilização

neural na dor e incapacidade funcional da hérnia de disco lombar, demonstraram que a técnica pode

ser eficaz no tratamento da hérnia de disco lombar por apresentar boa resposta terapêutica na

regressão dos sintomas dolorosos e incapacidade funcional.

No tratamento de pacientes com radiculopatia lombar subaguda, a adição de uma técnica deslizante

e outra tensionante de MN ao exercício e eletro estimulação transcutânea (TENS) proporcionaram

benefícios significativamente aprimorados em dores nas pernas e nas costas, na incapacidade e

melhora da amplitude de movimento para flexão do quadril com a perna em extensão, bem como a

satisfação do paciente a curto e longo prazo (SATPUTE et al, 2019). Os autores, através de um estudo

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408

Fisioterapia: princípios fundamentais

randomizado, aplicaram exercícios e eletroterapia sozinhos e adicionado à MN em uma amostra de 60

indivíduos divididos em 2 grupos de 30.

Tambekar et al (2015) compararam as técnicas de MN e Mulligan e evidenciaram que ambas

melhoraram a dor a curto prazo, imediatamente após a aplicação (através da escala visual analógica),

mas que esses efeitos não foram mantidos no folow up de 24h. Foi utilizada uma amostra de 31

participantes divididos em 2 grupos de 16 e 15 participantes.

Ferreira et al (2016) analisaram se a MN é mais efetiva para dor que o aconselhamento para 60

indivíduos com dor lombar crônica. E concluíram que apesar apresentar limitações a MN se mostrou

uma opção viável para melhorar os desfechos: Intensidade da dor nas pernas, incapacidade,

intensidade da dor lombar, distribuição dos sintomas e a impressão global de recuperação, avaliadas

em duas e quatro semanas após a randomização e a intervenção.

Em um estudo com 41 participantes subdivididos entre MN e eletroterapia, Kurt, Aras e Buker (2020)

evidenciaram que os exercícios de mobilização neural realizados durante o programa de tratamento

de três semanas em pacientes com dor lombar reduziu efetivamente a dor e melhorou a

funcionalidade, mas não induziu alteração na marcha e estática assim como não modificou os

parâmetros de equilíbrio. Os autores reforçam que os exercícios são fáceis de aplicar e podem ser

usados para complementar o tratamento usual.

Ali et al (2015) compararam o tratamento usual (exercícios em associação à diatermia por ondas

curtas) com a adição de uma técnica de MN. Concluíram que o grupo intervenção (n=15) teve mais

benefícios nos desfechos dor e incapacidade funcional, que o grupo que apenas realizou o tratamento

padrão.

Nagrale et al (2012) defendem que pacientes que têm o Slump test positivo (teste de mobilidade

neural do ciático) e lombalgia, se beneficiam mais quando a automobilização neural é incluída em seu

programa de exercícios domiciliares (n=60 subdivididos em dois grupos de 30 pacientes). Portanto eles

recomendam a MN na modalidade automobilização, quando o paciente está em programa domiciliar.

Kumar (2013) concluiu que automobilização neural do ciático (realizada através do movimento ativo

de tornozelo), durante atração intermitente pélvica é eficaz na redução da dor lombar com

radiculopatia. No entanto, destaca que devido ao número pequeno de sujeitos (n=30, subdivididos em

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Fisioterapia: princípios fundamentais

dois grupos de 15), e outras limitações do estudo, isso requer confirmação por uma investigação mais

aprofundada.

CONCLUSÃO

Neste estudo as intervenções para lombalgia e lombociatalgia, com o auxílio das técnicas de

mobilização neural, foram eficazes em todos os artigos selecionados. Os principais efeitos observados

foram a regressão da dor e melhora funcional, destacando também outros pontos positivos como o

ganho da amplitude de movimento, o aumento da flexibilidade muscular e o aumento da mobilidade

da coluna lombar. Diante disso, acredita-se que o emprego da técnica da mobilização neural em

conjunto com outras técnicas da terapia manual, atendendo as necessidades individuais de cada

paciente, proporcionam bons resultados no tratamento de pacientes com essa disfunção, porém

indicamos mais estudos para maior conhecimento científico.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 48

AVALIAÇÃO DA AGILIDADE, EQUILÍBRIO E QUALIDADE DE VIDA NO PORTADOR DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO DURANTE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO

VIRTUAL DOI: 10.37423/200500940

Mariane Liutti Garbelotti Pulz (Dicente em Fisioterapia pelo Centro Universitário

Sudoeste Paulista – UniFSP- Avaré).

Gustavo Henrique Rodrigues (Dicente em Fisioterapia pelo Centro Universitário

Sudoeste Paulista – UniFSP – Avaré).

Nelson Francisco Serrão Junior (Docente em Fisioterapia pelo Centro Universitário

Sudoeste Paulista – Avaré).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: O Acidente vascular Cerebral (AVC) é uma síndrome repentina de origem vascular que leva

a interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro sendo isquêmico. Pode ser caracterizado do tipo

hemorrágico causado por uma hipertensão arterial ou intracraniana e também por aneurisma em

muitos dos casos. Uma das abordagens mais recentes em AVC é reabilitação virtual que tem como

objetivo promover o uso de funções motoras grosseiras e finas por um feedback visual e auditivo de

forma lúdica e divertida conhecida como realidade virtual. A realidade virtual pode ser baseada em

três princípios: interação, envolvimento e imersão. O objetivo deste trabalho é avaliar equilibro,

agilidade e qualidade de vida de um paciente com AVC durante um Programa de Reabilitação Virtual.

A coleta de dados será realizada no Ginásio Terapêutico de Fisioterapia do Centro Universitário

Sudoeste Paulista, no município de Avaré-SP, com um(a) paciente portador(a) de AVC isquêmico. Para

a avaliação do equilíbrio e agilidade será utilizada a Escala de Berg e Tinneti e para avaliação da

qualidade de vida será utilizado o questionário SF-36. O método de tratamento será feito com a

plataforma de realidade virtual xbox360 junto ao acessório kinect e o jogo kinect adventure.

Palavras-chaves: AVC, equilíbrio, agilidade, tecnologia, qualidade de vida, fisioterapia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é um acometimento que pode levar a incapacidade do indivíduo

ou até mesmo a morte do mesmo. Seus sinais clínicos geralmente envolvem fraqueza muscular,

padrões motores atípicos e espasticidade (PIASSAROLI et al, 2012).

O AVC é uma síndrome repentina de origem vascular que leva a interrupção do fluxo sanguíneo para

o cérebro, resultando em danos e até a morte tecidual, desencadeando distúrbios motores, cognitivos

e sensoriais. A suspensão do fluxo sanguíneo pode ser decorrente de vários fatores tais como

arteriosclerose, êmbolo ou trombo, caracterizando o tipo isquêmico (AVCI) dessa patologia. E ainda

pode ser caracterizado do tipo hemorrágico (AVCH) causado por uma hipertensão arterial sistêmica

ou intracraniana e também por aneurisma em muitos dos casos. Independentemente do mecanismo

da lesão, as incapacidades neurológicas originadas de um AVC dependem do tamanho e da localização

da lesão, e ainda da quantidade de fluxo sanguíneo colateral. As síndromes clínicas originárias da

oclusão ou hemorragia na circulação cerebral variam de parcial para total, ou seja, podem variar desde

uma simples parestesia à uma plegia severa de membro corporal. (RYERSON, 2004).

Após um AVC quanto mais cedo for iniciada a reabilitação melhor será o prognostico. De maneira

básica, a melhora funcional é mais rápida durante os primeiros meses após o diagnóstico (PIASSAROLI

et al, 2012).

O estímulo por feedback visual junto com o equilíbrio tem sido demonstrado como um método eficaz

para corrigir a postura simétrica após o AVC. Estudos mostram que pacientes submetidos ao treino

visual aprimoraram sua distribuição de peso nos membros e também conseguiram simetria no

ortostatismo após fisioterapia convencional, com exercícios de equilíbrio em pé e de transferência de

peso (BARCALA et al, 2011).

Acredita-se que a utilização da Realidade Virtual (RV) possa ser bastante eficaz na reabilitação de

pacientes neurológicos, pois oferece oportunidade de vivência em diversas situações e de maneira

individualizada. Outro aspecto é a possibilidade de um feedback imediato por parte do paciente,

estimulando o cérebro para que faça as correções necessárias para um bom desempenho

(SCHIAVINATO et al, 2011).

O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia de um Programa de Reabilitação Virtual para melhora

do equilíbrio e qualidade de vida em um paciente com sequelas do AVC isquêmico.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

MATERIAIS E MÉTODOS

A coleta de dados foi realizada no Ginásio Terapêutico de Fisioterapia da Faculdade Sudoeste Paulista

(FSP), no município de Avaré-SP. Como amostra, foi utilizada uma paciente de 36 anos de idade

acometida a dois anos por um AVC isquêmico, com descompressão craniana, hemiparética espástica

grave com predomínio braquial e marcha ceifante voluntariada para os meios de pesquisa.

O voluntário foi esclarecido sobre a pesquisa e aceitou a participar assinando o Termo de

Consentimento Livre Esclarecimento (TCLE) que descreve e esclarece sobre a pesquisa que foi

realizada onde o paciente autoriza a participação na pesquisa.

Para a avaliação do equilíbrio foram utilizadas a Escala de Equilíbrio de Berg (ANEXO A) e o Índice de

Tinetti (ANEXO B) para avaliação da qualidade de vida foi utilizada por meio de entrevista o

Questionário de Qualidade de Vida SF-36 (ANEXO C), ambos aplicados antes da primeira sessão e após

a décima sessão de reabilitação virtual proposta ao voluntário.

Para o tratamento foi utilizado o Console Microsoft XBox 360® (Figura 1), o acessório sensor de

movimentos da Microsoft Kinect® (Figura 2) e o jogo Kinect Adventure® (Figura 3), em 10 sessões de

reabilitação virtual com duração de aproximadamente 50 minutos cada sessão.

Todas as 10 sessões tiveram o mesmo procedimento, começaram com alongamento passivo em

MMSS, MMII e cadeia posterior e anterior de tronco, um aquecimento no modo de jogo Corredeiras

com a fase Riacho Sinuoso do Kinect Adventures® onde a paciente executava movimentos de

inclinação lateral e saltos auxiliados pelo terapeuta e em seguida 3 partidas no modo Bolhas espaciais

com a fase Ignição também do jogo Kinect Adventures® que utiliza movimentos de deslocamento

multidirecional e grandes amplitudes de movimentos, respeitando sempre um descanso de 5 minutos

entre as partidas.

RESULTADOS

O presente estudo buscou indentificar melhora no equilíbrio e qualidade de vida em um indivíduo

portador de sequelas após um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico.

Durante a avaliação da Escala de Equilíbrio de Berg foi observado uma melhora gratificante nos

resultados, sendo que na primeira avaliação (pré) de reabilitação virtual apresentou um escore de 26

e na última avaliação (pós), 42. Ressaltando que o escore de normalidade para esta avaliação é de 56

no total (Figura 4).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 4: Escala de Equilíbrio de Berg durante a primeira e décima sessão de reabilitação virtual.

No Índice de Tinetti, em relação ao equilíbrio estático e o dinâmico também obtivemos uma melhora

crescente comparado aos dados iniciais, observando que na primeira avaliação (pré) de reabilitação

virtual a voluntaria obteve um escore de 15 e na última avaliação (pós), 25, também ressaltando que

o escore de normalidade para esta avaliação é de 28 no total (Figura 5).

Figura 5: Escala de Índice de Tinetti durante a primeira e décima sessão de reabilitação virtual.

No questionario de Qualidade de Vida SF-36 também obtivemos resultados positivos em relação a

maioria dos domínios entre primeira avalição (pré) e a ultima avaliação (pós). Lembrando que essa

avaliação tem como valores padrão a pontuação 0 pontos como a pior persepção e 100 pontos a

melhor persepção em relação a qualidade de vida em cada um dos domínios. (Figura 6).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 6: Questionario de Qualidade de Vida SF-36 durante a primeira e décima sessão de

reabilitação virtual.

O desempenho da voluntaria em relação as dificuldades impostas pelo jogo Kinect Adventures®

também evoluiram de forma gratificante trazendo uma certa confiança para a mesma, relatando até

conseguir executar alguns movimentos como saltar e se deslocar mais facilmente de um lugar para

outro sem grandes dificuldades, por ser um jogo de escore ela sempre tinha um incentivo de

superação como pode ser visto nos graficos a seguir, aquecimento (Figura 7), escore 1 (Figura 8),escore

2 (Figura 9), escore 3 (Figura 10) e media (Figura 11).

Figura 7: Pontuação do jogo Kinect Adventures no modo de jogo Corredeiras com a fase Riacho

Sinuoso usado como aquecimento da primeira até a decima sessão de reabilatção virtual.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 8: Score 1 do jogo Kinect Adventures no modo de jogo Bolhas Espaciais com a fase Ignição

usado como base da pesquisa da primeira até a decima sessão de reabilatação virtual.

Figura 9: Score 2 do jogo Kinect Adventures no modo de jogo Bolhas Espaciais com a fase Ignição

usado como base da pesquisa da primeira até a decima sessão de reabilatção virtual.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 10: Score 3 do jogo Kinect Adventures no modo de jogo Bolhas Espaciais com a fase Ignição

usado como base da pesquisa da primeira até a decima sessão de reabilatção virtual.

Figura 11: Média do jogo Kinect Adventures no modo de jogo Bolhas Espaciais com a fase Ignição

usado como base da pesquisa da primeira até a decima sessão de reabilatção virtual.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

DISCUSSÃO

Scalzo e colaboradores (2011) apresentam em seu estudo que um protocolo de treinamento especifico

e bem elaborado de equilíbrio pode-se obter melhora do equilíbrio estático e dinâmico em

hemiplégicos crônicos, e nesse estudo obteve-se melhora nesse aspecto.

Souza e colaboradores (2012) concluem que o uso da plataforma Nintendo Wii® se mostrou eficaz

para o tratamento de pacientes com sequela de AVC, proporcionando ganhos na funcionalidade como

velocidade de movimentação, agilidade e melhora da força muscular dos membros superiores. Nesse

estudo a plataforma Microsoft Xbox 360® obteve-se um ganho não só em membros superiores, mas

sim em todo segmento corpóreo do indivíduo.

Segundo estudos realizados por Scalzo e colaboradores (2010) aponta-se que todos os indivíduos

acometidos por AVC avaliados pelo questionário SF-36 mostraram um déficit de qualidade de vida

relacionado ao grau do acometimento ou o tempo que a patologia está instalada no mesmo,

ressaltando também que o tratamento proposto ao indivíduo pode colaborar com a melhora dessa

qualidade de vida, assim como vimos no presente estudo em que o indivíduo apresentou melhora

significativa em quase todos os aspectos, principalmente em aspectos emocionais e sociais.

Junqueira e colaboradores (2004) apresentam em seus estudos que um programa de fortalecimento

muscular bem elaborado que pode auxiliar e complementar um tratamento de reabilitação em um

indivíduo hemiparético, com ganho de força sem aumento da espasticidade, assim como

fortalecimento muscular o ganho de equilíbrio dinâmico e estático também é de grande importância

nesses indivíduos hemiparéticos sendo que o presente estudo mostrou também ser de grande ajuda

no tratamento e na qualidade de vida dos mesmos, lembrando que a RV complementa o programa de

reabilitação não substituindo a reabilitação convencional.

Junior e Silva (2012) alegam em seu estudo que o uso da realidade virtual por feedback visual na

reabilitação do equilíbrio corporal e habilidades motoras de indivíduos com déficit neuromotor se

mostrou-se bastante eficaz para a recuperação de pessoas com prejuízo neurológico. Assim como no

estudo realizado, o feedback visual com junto imersão do paciente na RV tem grande importância para

o ganho do equilíbrio estático e dinâmico ao mesmo tempo que se trabalha as habilidades motoras,

trazendo assim um benefício maior ao usuário.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

CONCLUSÃO

A realidade virtual mostrou-se bastante importante para o prognostico de equilíbrio e qualidade de

vida em pacientes com sequelas de AVC isquêmico, entretanto não deve ser considerado um

tratamento absoluto, mas sim uma forma coadjuvante de grande importância para o tratamento

convencional, onde permite o paciente interagir com a interface projetada, executar movimentos ou

até tarefas das quais são limitados nas suas atividades de vida diária.

REFERÊNCIAS

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 49

INFLUÊNCIA DO ISOSTRETCHING NA FORÇA E FUNCIONALIDADE EM IDOSAS

DOI: 10.37423/200500943

Christina P. Cruz Cepeda (Dra. Fisioterapeuta, Profa. do curso de Fisioterapia da Universidade Positivo).

Simone Arando Charkovski (Acadêmicos do curso de Fisioterapia da Universidade Positivo).

Marcello Augusto da Silva (Acadêmicos do curso de Fisioterapia da Universidade Positivo).

Roberto Mattar Cepeda (Msc. Fisioterapeuta, Prof. Do Curso de Fisioterapia da Universidade Positivo).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo caracterizado pelo declínio

gradativo da função de diversos sistemas orgânicos. O Isostretching é um método de exercícios que

tem por objetivo promover o fortalecimento e alongamento muscular associado à melhora da postura

corporal. O objetivo deste estudo foi analisar a influência do método Isostretching na força e

funcionalidade de idosas. Participaram do estudo 22 idosas, com idade mínima de 60 anos, que não

utilizassem de nenhum dispositivo auxiliar de deambulação e com hipertensão controlada. Foram

divididas aleatoriamente em um grupo controle (GC; n=10; 68,3 ± 4,97 anos; 1,54 ± 0,04m; 72,10

±12,29 kg) que prosseguiu suas atividades físicas habituais e um grupo experimental (GE; n=12; 65,58±

3,37 anos; 1,60 ± 0,07 m; 70,83 ±13,24 kg) que realizou um programa de 8 semanas com exercícios

baseados no método Isostretching. Os procedimentos avaliativos pré e pós-intervenção,

compreenderam: Teste de Tinetti, Balance Scale, Alcance Funcional, Teste de flexibilidade de

membros inferiores, Teste de força de 1RM de extensores do joelho, força de abdominais e teste de

caminhada de 6 minutos (TC6). Os resultados mostraram que o GE apresentou melhora (p˂0,05) no

Teste de Tinetti, Balance Scale, Alcance funcional, teste de flexibilidade, teste de força de 1 RM de

extensores de joelho, força de abdominais e no teste de caminhada de 6 minutos. O grupo controle

não apresentou alterações em nenhum dos testes realizados ao longo do estudo. Com base nos

resultados o Método Isostretching pode ser um recurso que traz grandes benefícios funcionais para a

população idosa.

Palavras-chave: Envelhecimento, Equilíbrio postural, Isostretching, Funcionalidade.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, no qual há uma série de modificações

morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, inevitáveis que determinam a perda da

capacidade de adequação do indivíduo ao meio ambiente (FREITAS et. al, 2006; RIBEIRO et al., 2010).

Esse processo influencia a estabilidade corporal que é dependente da interação dos mecanismos

fisiológicos dos sistemas visual, vestibular e somatossensorial, os quais são processados pelo sistema

nervoso central (MÜJDECI, 2012) e de fatores musculoesqueléticos como a força muscular, a

amplitude de movimento articular, a flexibilidade e das relações biomecânicas entre os segmentos

corporais. A perda gradativa que ocorre entre esses sistemas no envelhecimento resulta em perdas

funcionais (NAKAGAWA et al., 2017; DUNSKY, 2019).

Com o declínio do controle postural, as quedas são um dos principais problemas enfrentados pelos

idosos. As quedas geralmente ocorrem em situações cotidianas como mudanças de posição,

locomoção ou em tropeços, onde os idosos apresentam dificuldade em adotar estratégias de ajustes

posturais (MAKI; MCILROY, 2006; RUBENSTEIN; JOSEPHSON, 2002). Além disso, podem gerar

agravantes como fraturas, e levar a internações, além de gerar insegurança sobre o controle de seu

corpo, e induzir os idosos a dependência total ou parcial para a realização das atividades de vida diárias

e prejudicar a qualidade de vida do indivíduo (JACQUEMIN, 2012).

Outro fator importante neste período da vida é a diminuição da massa muscular com consequentes

mudanças morfológicas musculares, que são evidenciadas pelas alterações da arquitetura muscular,

com alterações na espessura, no comprimento do fascículo e no ângulo de penação (NARICI; MAFULLI,

2011; CEPEDA 2013). A massa muscular diminui aproximadamente 40% entre 20-80 anos (NARICI;

MANGANARIS, 2006; FAULKNER et al., 2007) e decorre de vários mecanismos que incluem redução no

tamanho da fibra muscular (atrofia) e diminuição do número de fibras (hipoplasia). Em geral, as perdas

de força são mais acentuadas nos músculos do membros inferiores (15%) do que nos músculos dos

membros superiores (10%) (FERREIRA; GOBBI; GOBBI, 2009; NARICI; MAFULLI, 2011), o que reduz a

mobilidade e aumenta os riscos de quedas.

Além da redução da massa muscular, a diminuição da capacidade em gerar força voluntária máxima e

de produzir força rapidamente declinam a partir dos 50 anos na proporção de 12% a 15% por década

(MACALUSO; DE VITO, 2004). Após 75 anos, as perdas anuais de força ocorrem numa taxa de 3-4% nos

homens e 2,5-3,0% em mulheres (HUGHES et al, 2001; MITCHELL et al., 2012). No entanto, a redução

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Fisioterapia: princípios fundamentais

da massa e a perda de força muscular não ocorrem de forma proporcional, visto que a perda de força

é de 2 a 5 vezes mais rápida do que a perda da massa muscular (MITCHELL et al., 2012; MANINI; CLARK,

2012). Esses achados indicam forte influência de componentes neurais associados à diminuição da

capacidade de produzir força.

Adicionalmente, podem ocorrer reduções da flexibilidade (FATOUROS et al., 2006) que, associados a

alterações sensoriais e cognitivas, podem alterar o controle postural, a mobilidade e comprometer a

capacidade funcional do idoso (GAUCHARD et al., 2003).

Reduções da mobilidade podem levar o idoso a restrições das atividades de vida diária (AVD),

relacionadas com o autocuidado, como alimentar-se, banhar-se e locomover-se (AGÜERO-TORRES et

al., 1998; MARRA et al., 2007). Com isso, a independência passa a ser comprometida e pode evoluir

para deficiência e incapacidade (BASTONE, FILHO, 2004). Além disso, idosos apresentam alterações na

marcha (CLARK et al., 2013), caracterizadas pela diminuição da velocidade (STUDENSKI, 2009;

FIELDING et al., 2011), comprimento do passo e passada, associados à redução da base de apoio e

menores amplitudes de movimento das articulações do membro inferior durante o passo (MCFADYEN;

PRINCE, 2002).

Neste sentido, muitos estudos buscam entender as deficiências dos sistemas responsáveis pela

exposição dos idosos às quedas, e a adoção de medidas preventivas para evitá-las. Todavia, alguns

estudos têm reportado a capacidade plástica neuromuscular (NARICI et al., 2007), sensorial

(KATTENSTROTH et al., 2010) e cognitiva (TOULOTTE et al., 2003; CHANG et al., 2010) em idosos em

decorrência da prática de atividades físicas.

A prática de atividade física regular tem se mostrado como efetiva para minimizar os efeitos deletérios

do processo de envelhecimento sobre o sistema neuromuscular. Estudos têm reportado melhorias na

força e potência muscular (HORTABAGYI et al., 2001; FAULKNER et al., 2007; HAZELL et al., 2007;

CEPEDA, 2013), no aumento da massa muscular (SUETTA et al., 2008; REEVES et al., 2009), na ativação

muscular voluntária máxima (KNIGHT, KAMEN, 2001; REEVES et al., 2009), na redução da coativação

dos antagonistas (HÄKKINEN et al., 2001) com consequente aprimoramento da capacidade funcional

(HENWOOD; RIEK; TAAFFE, 2008; RICE; KEOGH, 2009).

O Isostretching é um método composto por exercícios que envolvem contrações isométricas de

intensidade leve e moderada, em que exercícios generalizados são realizados em posições estáticas

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Fisioterapia: princípios fundamentais

que visam preservar as curvas fisiológicas da coluna vertebral (CEPEDA et al., 2013). Tem por objetivo

promover o fortalecimento muscular, aumentar a flexibilidade, corrigir e/ou melhorar a postura,

aprimorar o controle neuromuscular, melhorar a consciência corporal e a capacidade respiratória

(REDONDO, 2001). Alguns estudos têm demonstrado os benefícios do método nos desequilíbrios e

alterações posturais, nos processos degenerativos da coluna vertebral, na melhora da capacidade

respiratória e mais recentemente seus efeitos na capacidade funcional em idosos (SANGLARD et al.,

2007; CARVALHO; ASSINI, 2008; CEPEDA et al., 2013).

Sanglard et al. (2007), observaram que idosos submetidos a 24 sessões de um programa de exercícios

de isostretching apresentaram melhor controle postural, desempenho de atividades de vida diária e

diminuição da probabilidade de quedas quando avaliados por meio do Teste de Alcance Funcional,

Escala de Equilíbrio de Berg, Avaliação de Tinetti e o Teste de Romberg e Romberg-Barré. Carvalho e

Assini (2008), também reportaram melhorias sobre a capacidade funcional de idosas por meio do

Teste de Caminhada de 6 minutos após 10 sessões de treinamento. Cepeda et al. (2013), observaram

aumento na espessura, no ângulo de penação e comprimento do fascículo do músculo vasto lateral

por meio de ultrassonografia, incrementos sobre a capacidade funcional avaliados pelo Time Up and

Go e Avaliação de Tinetti após 12 semanas de treinamento.

Sendo assim, existem indícios de que o Método Isostretching pode causar melhorias sobre a força

muscular, a flexibilidade e a capacidade funcional de idosos. Este método pode constituir uma forma

atrativa de treinamento, visto que exercícios leves e moderados tendem a ser menos lesivos em

idosos, onde as degenerações decorrentes da idade podem ser agravadas pelas elevadas cargas

aplicadas no treinamento de alta intensidade. Portanto, este estudo analisou os efeitos de um

programa de treinamento envolvendo 8 semanas (24 sessões) do Método Isostretching sobre a força,

o equilíbrio/agilidade e flexibilidade em idosas saudáveis.

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este estudo caracterizou-se como original, experimental, longitudinal e prospectivo. Foi realizado na

Clínica de Fisioterapia da Universidade Positivo, localizada na Rua: Professor Pedro Viriato Parigot de

Souza, 5300, Campo Comprido, Curitiba, Paraná.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Positivo sob nº 501.328,

CAAE: 20497913.1.0000.0093.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

A seleção da amostra foi feita por meio de cartazes no bairro e nas Unidades de Saúde próximos à

Universidade Positivo. As voluntárias que demonstraram interesse em participar receberam todas as

informações sobre o estudo, as que mantiveram o interesse e preencheram os critérios de inclusão,

assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

A amostra foi composta por 27 mulheres com idade mínima de 60 anos, que não utilizassem

dispositivos auxiliares de locomoção para o desempenho das atividades de vida diária, hipertensão

controlada, sem histórico recente de fraturas, cirurgias articulares, lombalgias ou qualquer outro tipo

de problema clínico que pudesse interferir na execução de suas atividades diárias e não estar

participando de qualquer tipo de programa sistematizado de atividade física durante os seis meses

anteriores à aquisição dos dados. Não foram incluídos no estudo, indivíduos do sexo masculino em

função de diferenças morfo-esqueléticas entre os sexos (KUBO et al., 2003) que poderiam influenciar

os resultados. Foram excluídas do estudo as voluntárias que apresentaram contraindicações absolutas

ou relativas, para as quais atividades físicas não são recomendáveis, como hipertensão arterial não

controlada, neuropatias e que não apresentassem liberação médica para a prática da atividade.

Adicionalmente, foram excluídas as participantes que não apresentaram pelo menos que 75% de

presença nas sessões. Foram divididas de forma aleatória em grupo experimental (GE=14) e grupo

controle (GC=13). Durante o período de intervenção, 2 participantes do grupo experimental

desistiram do programa por motivos de saúde e do grupo controle 1 não pode realizar a reavaliação

por problemas de saúde e 2 não compareceram à reavaliação por problemas pessoais. Desta forma,

para a análise dos resultados restaram 12 participantes do GE e 10 do GC.

2.1 PROCEDIMENTOS AVALIATIVOS

As avaliações foram realizadas antes a após a aplicação de exercícios baseados no método

Isostretching e realizados sempre pelo mesmo avaliador.

2.1.1 TESTE DE ALCANCE FUNCIONAL MODIFICADO

O teste de alcance funcional modificado foi proposto por Duncan (1990) e apresenta grande correlação

com as medidas de deslocamento do centro de pressão na plataforma de força, mostrando-se como

um instrumento de medida confiável, é capaz de predizer quedas, correlaciona-se com as Atividades

de Vida Diária e é sensível ao diagnóstico de alterações após treinamento do equilíbrio (RAMOS,

DUARTE, 2003; WHITNEY et al., 1998).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

O indivíduo foi posicionado em posição ortostática, com os pés separados a uma distância igual à

largura dos ombros, com o membro superior que está mais próximo da parede elevado, formando um

ângulo de 90º de flexão de ombro. Com os pés fixos, as participantes foram orientadas a inclinar o

corpo para frente, sem fazer a rotação do tronco, procurando manter o equilíbrio e, por meio de uma

fita métrica fixa à parede, foi realizada a medida do alcance máximo pelo dedo médio em centímetros,

sendo realizado três repetições. Não foram admitidas as seguintes condições: encostar ou apoiar na

parede durante ou no final da movimentação, elevar os calcanhares, dar um passo.

2.1.2 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE TINETTI

Avaliação de fácil aplicação, baixo custo e de grande confiabilidade, pois relaciona o risco de quedas

com a incapacidade do idoso na execução de funções, como por exemplo, caminhar, sentar-se e

levantar-se de uma cadeira e ser capaz de resistir a uma perturbação do equilíbrio. É composto de

duas partes, uma que avalia nove aspectos do equilíbrio (sentado e em pé), e a outra, que avalia os

sete aspectos da marcha utilizando-se de uma caminhada inicialmente com passos normais e depois

com passos mais rápidos, utilizando seu habitual suporte. Recebe uma pontuação que pode variar de

0 a 16 para o exame do equilíbrio e de 0 a 12 para o exame da marcha, totalizando 28 pontos.

Geralmente considera-se a pontuação menor do que 19 como alto risco para quedas e entre 19 e 24

pontos como de risco moderado (TINETTI, 2003).

2.1.3 ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG (EEB)

Para a sua realização é solicitado ao indivíduo que execute tarefas cotidianas. Esse teste utiliza 14 itens

que podem ser pontuados de 0 a 4, perfazendo um total de 56 pontos (pontuação inferior a 36 pontos

indica risco de aproximadamente 100% de sofrer quedas), apresenta boa objetividade de teste-reteste

(ICC = 0,98), e consegue discriminar os idosos mais propensos as quedas. Apresenta boa confiabilidade

(0,96) e esta correlacionada aos outros testes do equilíbrio e mobilidade, incluindo o índice de

mobilidade de Tinetti (0,91), e o Teste de Levantar-se e Andar (0,76). Shumway-Cook et al (1997),

relataram que a Escala de Equilíbrio de Berg foi a que melhor previu a probabilidade de quedas nos

idosos residentes na comunidade (BERG,1996).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

2.1.4 TESTE DE FLEXIBILIDADE

A flexibilidade estática pré e pós-período experimental foi avaliada usando o método da fotometria

para quantificar o comprimento (em graus) músculo-tendíneo dos extensores da articulação do

quadril e flexores do joelho.

Foram colocados cinco marcadores (13 mm de diâmetro) em cada membro inferior nos seguintes

pontos anatômicos das participantes: ápice da crista ilíaca (1), trocânter maior (2), centro (centro

articular do joelho) epicôndilo lateral do fêmur (3), maléolo fibular (4) cabeça do 5º metatarso (5). A

união desses pontos faz com que surjam os seguintes segmentos corporais: articulação coxofemoral

(1-2) coxa (2-3), perna (3-4), pé (4-5). O comprimento musculotendíneo foi determinado pela variação

angular da posição inicial e final dos segmentos (SARRAF, 2005).

Para a avaliação dos extensores de quadril, as participantes foram posicionadas em decúbito dorsal

sobre uma maca, com ambos os joelhos em extensão (posição inicial). O avaliador flexionou o quadril

do segmento avaliado (com os joelhos em extensão) até ocorrer uma restrição de movimento ou

compensação do segmento oposto (posição final). Para avaliar os flexores do joelho foi utilizado o

teste do ângulo poplíteo, com o indivíduo em decúbito dorsal, flexão de quadril e tornozelo a 90° (foi

fixado um goniômetro na articulação para a determinação da angulação), posição inicial com joelhos

fletidos realizou a extensão do joelho até a máxima amplitude permitida. Foi aplicada uma força

suficiente para promover um movimento lento e gradativo do segmento avaliado (DEZAN, et al., 2004;

KENDALL, et al.,1995), a representação dos testes encontra-se na FIGURA 1.

A B

FIGURA 1 – Representação da análise da flexibilidade A- dos músculos extensores do quadril e B- dos flexores do joelho por meio da fotogrametria.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

2.1.5 QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA (IPAQ)

É um questionário que permite estimar o tempo semanal gasto em atividades físicas de intensidade

moderada e vigorosa, em diferentes contextos do cotidiano, como: trabalho, transporte, tarefas

domésticas e lazer, e ainda o tempo despendido em atividades passivas, realizadas na posição sentada.

O questionário foi publicado na versão curta e na versão longa. A versão longa do IPAQ apresenta 27

questões relacionadas com as atividades físicas, realizadas numa semana normal, com intensidade

vigorosa, moderada e leve, com a duração mínima de 10 minutos contínuos, distribuídas em quatro

dimensões de atividade física (trabalho, transporte, atividades domésticas e lazer) e do tempo

despendido por semana na posição sentada (BENEDETTI et al., 2004). O objetivo foi analisar o nível de

atividade física inicial das participantes.

2.1.6 TESTE ABDOMINAL MODIFICADO (CURL-UP-TEST)

Para a realização do teste foi utilizado um cronômetro, fita adesiva e colchonete. No colchonete foi

colocado duas tiras de fita adesiva com uma distância entre as fitas de 12cm (NAHAS, 2001). A

participante foi posicionada em decúbito dorsal com os joelhos flexionados aproximadamente 120° e

os braços estendidos ao lado do corpo com as palmas das mãos para baixo. As pontas dos dedos das

mãos tocaram a fita mais proximal (CICONELLI, 1999). Com os braços estendidos, a executante elevou

a cabeça e ombros do chão, deslizando as mãos da marca proximal até a mais distal e a cabeça não

precisou tocar no solo. Repetiu o movimento o maior número de vezes possível em um minuto.

Respirou a cada flexão e não bloqueou a respiração e os pés foram segurados pelo avaliador. Evitou-

se que o corpo escorregasse para trás, retirando as mãos da marca inicial (NAHAS, 2001). O objetivo

deste teste foi medir a força e resistência de força dos músculos abdominais.

A classificação foi feita de acordo com o número de repetições em um minuto, e segue a tabela abaixo:

TABELA 1 – Classificação de força e resistência de força muscular, observando os valores de

referência, por sexo e idade.

Idade Homens Mulheres

I

II

III I

II

III

< 30 < 30 30 a 50 > 50 < 25 25 a 45 > 45

30 a 39 < 22 22 a 45 > 45 < 20 20 a 40 > 40

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Fisioterapia: princípios fundamentais

40 a 49 < 21 21 a 40 > 40 < 18 18 a 35 > 35

50 a 59 < 18 18 a 35 > 35 < 12 12 a 30 > 30

60 ou + < 15 15 a 30 > 30 < 11 11 a 25 > 25

Segundo Nahas (2001), a faixa II pode ser considerada como boa ou recomendável, e o nível III passa

a ser um objetivo mais relacionado à performance do que a saúde.

2.1.7 TESTE DA CAMINHADA DE 6 MINUTOS

O teste mede a distância percorrida enquanto o indivíduo é instruído a caminhar o mais rápido que

consiga em seis minutos (HAMILTON e HAENNEl, 2000; BARATA et al., 2005). Grande parte das atividades

da vida diária é realizada em níveis submáximos, sendo assim, o TC6 reflete bem a capacidade

funcional para as atividades de vida diária. Recentemente, tem-se reconhecido que o TC6 pode ser um

indicador da capacidade física global e da mobilidade em idosos e não apenas uma medida específica

da capacidade cardiovascular (LORD, MENZ, 2001). Harada et al. (1999) relataram correlações

moderadas entre o TC6 e as medidas de mobilidade, incluindo equilíbrio em pé, velocidade da marcha

e força muscular de membros inferiores em pessoas de 65 anos ou mais, podendo ser usado como

indicador da capacidade de deambulação na comunidade. Foram utilizados os seguintes

equipamentos para a realização do teste: cronômetro (cronômetro Sport Timer®), trena, oxímetro de

pulso (oxímetro de pulso TuffsatTM, esfigmomanômetro (Diasyst®), estetoscópio (Diasyst®) e balança

(Bismark®). Os testes foram realizados em uma pista de 20 metros, na clínica de fisioterapia da

Universidade Positivo, aplicados sempre pelos mesmos examinadores que foram treinados no período

de 30 dias que antecederam a avaliação. Os dados vitais como pressão arterial sistêmica, freqüência

cardíaca, freqüência respiratória, nível de dispneia (Escala de Borg) e saturação de oxigênio foram

aferidos antes, durante e depois do teste, a fim de controle. A participante caminhou de um extremo

ao outro da pista, com a maior velocidade possível, durante os seis minutos. A participante foi

orientada a interromper o teste caso apresentasse sintomas como dores em membros inferiores,

taquicardia ou qualquer outro sintoma de desconforto. O oxímetro de pulso permaneceu na voluntária

para monitorar a saturação periférica do oxigênio. Caso ocorresse dessaturação para níveis abaixo de

88% ou 90% da frequência cardíaca máxima, o teste foi interrompido. Para fins de análise, foi utilizada

a distância percorrida.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

2.1.8 TESTE DE 1 REPETIÇÃO MÁXIMA (1 RM)

O teste mais utilizado para avaliação da força dinâmica é o teste de 1 RM- repetição máxima

(DIAS,2005), ele consiste na quantidade máxima de peso que pode ser levantado com uma única

contração (ACSM,2011). O teste de 1-RM foi realizado com o grupo muscular extensor de joelho na

cadeira extensora da sala de musculação do Centro Esportivo da Universidade Positivo, e seguiu os

seguintes procedimentos:

As voluntárias realizaram um aquecimento completando várias repetições submáximas.

Foi determinado o valor de 1‐RM dentro de quatro ensaios com períodos de repouso de 3

a 5 minutos entre os ensaios.

Foi escolhido um peso inicial que estava dentro da capacidade percebida da participante

(~50%‐70% da capacidade).

Progressivamente a resistência foi aumentada em 2,5‐20 kg até que a participante não

conseguisse completar as repetições selecionadas; todas as repetições foram realizadas

com a mesma velocidade e amplitude de movimento.

Foi registrado o peso final levantado com sucesso como sendo o valor absoluto de 1‐RM.

2.1.9 PROTOCOLO DE INTERVENÇÃO

As participantes foram submetidas à prática de exercícios baseados no Método Isostretching com

periodicidade de três vezes por semana totalizando oito semanas de intervenção. A duração de cada

sessão foi de 50 cinquenta minutos, subdivididos em 10 (dez) minutos de aquecimento com exercícios

aeróbicos de intensidade leve a moderada, 30 (trinta) minutos de exercícios baseados no Método

Isostretching com posturas em decúbito dorsal, posição sentada e em ortostática, compreendendo

posturas simétricas e assimétricas, e 10 (dez) minutos de relaxamento. Foram realizados sete tipos de

posturas em cada aula com o Método Isostretching, sendo que cada postura foi repetida três vezes na

sessão. O período de manutenção da postura escolhida se deu durante o período expiratório realizado

com freno labial e seguiu o preconizado por Redondo (2001).

2.1.10 TRATAMENTO ESTATÍSTICO

Foi realizada uma análise descritiva padrão dos dados. O teste de Shapiro-Wilk foi aplicado para

confirmar a normalidade dos dados. Uma análise de variância com um fator (ANOVA one-way) foi

utilizada para comparar os grupos em relação aos dados iniciais (pré-treinamento). Nas variáveis que

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Fisioterapia: princípios fundamentais

não apresentaram diferenças no pré-treinamento, um número de análises de variância (ANOVA two-

way) foi aplicado para testar as diferenças entre os grupos experimentais e o grupo controle e a

evolução dos parâmetros ao longo das medidas (PRÉ e PÓS). Quando diferenças foram encontradas

o teste de Scheffé foi aplicado para determinar onde estas ocorreram. Os testes estatísticos tiveram

nível de significância de p<0.05 e foram aplicados através do software Statística versão 7.0 (StatSoft,

USA).

3. RESULTADOS

3.1 CARACTERÍSTICAS INICIAIS DOS PARTICIPANTES

A idade foi semelhante entre os grupos GE e GC (p>0,05). A estatura e massa corporal foram

semelhantes entre os grupos (p>0,05). A classificação do nível de atividade física inicial dos grupos GE

e GC demonstrou que são idosas consideradas ativas, e encontram-se na Tabela 2.

TABELA 2. Características médias (± desvio padrão) iniciais das participantes dos grupos GE (experimental), GC (controle).

GRUPO IDADE (anos) ESTATURA (cm) MASSA (Kg) Nível AF (%)

GE n= 12 65,58± 3,37 160 ± 0,07 70,83 ±13,24 MA 14 A 78 IA 8

GC n= 10 68,3 ± 4,97 154 ± 0,04 72,10 ±12,29 MA 16 A 69 IA 15

MA - muito ativas; A - ativas e IA - insuficientemente ativas.

3.2 TINETTI, BALANCE SCALE E ALCANCE FUNCIONAL

Os valores inciais do Tinetti, Balance Scale e Alcance Funcional foram similares entres os grupos

(p˃0,05). Foram encontrados aumentos na pontuação do Tinetti (18%, p˂0,05), Balance Scale (12%,

p˂0,05) e na distância do Alcance Funcional (45%, p˂0,05) no GE, enquanto no GC não houve

alterações. Os valores do teste de Tinetti, Balance Scale e Alcance Funcional antes e após a intervenção

(PRÉ e PÓS) encontram-se na tabela 3.

TABELA 3. Referente a média (±desvio padrão) da avaliação de Tinetti, balance e Alcance funcional, antes (PRÉ) e após (PÓS) o período de intervenção para grupo experimental (GE) e controle (GC).

GC

PRÉ

GC

PÓS

GC

Δ%

GE

PRÉ

GE

PÓS

GE

Δ%

TINETTI

21,40±3,47 21,60±3,10 1 22±2,77 26±1,98* 18

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Fisioterapia: princípios fundamentais

BALANCE

46,50±4,38 46,80±3,16 1 47,08±4,15 52,92±2,93* 12

ALCANCE

FUNCIONAL

21,80±6,94 20,50±2,99 -6 19,08±6,96 27,67±7,71* 45

(*p˂0,05; Δ% Variação percentual)

3.3 TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS

Os valores iniciais do Teste de caminhada de 6 minutos foram similares entre os grupos (p˃0,05).

Foram encontrados aumentos na distância percorrida (7%, p˂0,05) no GE, enquanto no GC não houve

alterações (-3%, p˃0,05). Os valores da distância percorrida antes e após a intervenção (PRÉ e PÓS)

encontram-se na Figura 2.

FIGURA 2. Comparação entre as distâncias percorridas, expressas em metros, do teste de caminhada de seis minutos (TC6 REF), nos momentos antes (PRÉ) e após (PÓS) o período de intervenção para grupo experimental (GE) e controle (GC). * indica onde as diferenças ocorreram.

3.4 TESTE DE 1RM E TESTE ABDOMINAL MODIFICADO (CURL-UP-TEST)

Os valores iniciais do teste de 1RM e do Abdominal Modificado foram similares entre os grupos

(p˃0,05). Após o período de intervenção (PÓS), o GE apresentou um ganho médio de 19% (p˂0,05) no

desempenho do teste de 1RM, e o GC 10% (p˃0,05) não apresentou alteração. No teste do abdominal

modificado o GE apresentou aumento do número de repetições (33%, p˂0,05) enquanto que o GC não

apresentou alteração (p˃0,05). O resultado está representado na Figura 3.

350

400

450

500

TC6 GC TC6 GE

TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS (TC6)

*

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Fisioterapia: princípios fundamentais

FIGURA 3. Representação dos valores iniciais (PRÉ) e após (PÓS) período de intervenção no teste de 1RM e do teste abdominal modificado no GE e no GC. * indica onde as diferenças ocorreram.

3.5 TESTE DE FLEXIBILIDADE

No teste de flexibilidade dos extensores de quadril o ângulo médio de 56,33º (± 10,26) passou para

70,75º (± 6,43) significando 26% de aumento (p˂0,05) no GE, e o GC não apresentou alterações

(p˃0,05). Nos flexores de joelho avaliados por meio do ângulo poplíteo o GE obteve aumento em seu

ângulo médio de 141,17º (± 7,76) para 161,08° (± 8,99) significando 14% de aumento (p˂0,05),

enquanto o GC não apresentou modificações (p˃0,05). Os valores estão representados na Figura 4.

FIGURA 3.3. Representação dos valores iniciais (PRÉ) e após (PÓS) período de intervenção no teste de flexibilidade dos músculos extensores do quadril e flexores do joelho no GE e no GC. *indica onde as diferenças ocorreram.

0

20

40

60

80

100

1 RM GC 1 RM GE ABDOMINAL CUPGC

ABDOMINAL CUPGE

AVALIAÇÃO DE FORÇA

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

POPÍTEO GC POPLITEO GE EXTENSORES DOQUADRIL GC

EXTENSORES DOQUADRIL GE

AM

PLI

TUD

E A

RTI

CU

LAR

(G

RA

US)

FLEXIBILIDADE

*

*

*

*

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Fisioterapia: princípios fundamentais

4. DISCUSSÃO

O presente estudo teve como objetivo analisar os efeitos da intervenção de um programa de exercícios

baseados no método Isostretching na força, na flexibilidade e na capacidade funcional em idosas. Os

resultados mostraram que um programa de intervenção de oito semanas com exercícios baseados no

método Isostretching, promoveu incremento na força muscular, aumento da flexibilidade e melhora

no desempenho de testes funcionais no grupo experimental, por outro lado, o grupo controle não

apresentou alterações em nenhuma das variáveis analisadas.

A força muscular é um importante componente da aptidão física, e está intimamente relacionado à

capacidade funcional, seu déficit pode significar dificuldade em completar determinados movimentos

funcionais que interferem nas atividades de vida diária e podem aumentar o risco de quedas no idoso

(CAFLIN et al., 2011; ORR et al., 2006; FRONTERA et al., 2008). Neste sentido, alguns estudos têm

sugerido que exercícios resistidos, principalmente com altas intensidades (PERSCH et al., 2009,

SUETTA et al., 2008, REEVES et al., 2009; AAGAARD et al., 2001) são próprios para reduzir e/ou

minimizar os declínios da massa e da força muscular. Estudos que envolveram intensidades baixas e

moderadas também têm reportado significativos incrementos sobre a força (ORR et al., 2006;

HORTOBAGY et al., 2001; CAFLIN et al., 2011).

O aumento encontrado na força dos extensores de joelho de 19% no GE, talvez possa ser justificado

pelas exigências musculares (concêntricas, excêntricas e isométricas) durante a manutenção das

diferentes posturas que foram realizadas em diferentes angulações articulares. Além disso, as

mudanças de posição e o envolvimento de várias articulações requeridos no Isostretching podem ter

causado maior recrutamento de músculos estabilizadores, os quais não são recrutados intensamente

durante as ações isoladas dos movimentos estereotipados que são realizados no treinamento

convencional com resistência (EVETOVITCH et al., 2001; RUTHERFORD; JONES, 1986). Logo, o

recrutamento desses músculos pode ter causado um aumento na capacidade de produzir força

(EVETOVITCH et al., 2001; HIGBIE et al., 1996). Além disso, Cepeda et al. (2013) reportaram um

aumento de 23% no ângulo de penação do músculo vasto lateral após 12 semanas de intervenção com

o Isostretching em idosas. O aumento do ângulo de penação relaciona-se a incrementos na quantidade

de material contrátil que reflete maior número de sarcômeros em paralelo, os quais conduzem a uma

maior capacidade de produzir força (DEGENS et al., 2009, REEVES et al., 2009; ERSKINE et al., 2010).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Talvez a associação destes fatores justifiquem o aumento encontrado na força dos extensores do

joelho.

Da mesma forma, houve aumento da força de abdominais (33%) no GE. Para a correta realização das

posturas é imprescindível o autocrescimento da coluna vertebral (retificação das curvaturas

fisiológicas) durante a realização da postura, para isto, o bom posicionamento da pelve é fundamental

e se dá pela contração simultânea dos músculos abdominais, glúteos e paravertebrais (REDONDO,

2001). Provavelmente, a exigência da manutenção da contração dos músculos abdominais durante

todas as posturas realizadas justifique o aumento na força e resistência desse grupo muscular

associado ao melhor controle neuromuscular abdominal (CARVALHO; ASSINI, 2008).

Adicionalmente um aumento no comprimento dos músculos extensores do quadril (26%), dos flexores

do joelho (14%) foi observado. Estes resultados podem ser justificados inicialmente pelas mudanças

viscoelásticas da unidade musculotendínea (DEYNE, 2001; GAMA, et al. 2009; TAYLOR, et al. 1990).

Isto é, quando o tecido muscular é exposto a uma força passiva de alongamento, ele se deforma devido

às suas propriedades mecânicas (MALLMANN, 2011). Os efeitos neurais proporcionam um aumento

da ADM, antes do acionamento do sistema reflexo, com a posterior participação dos fusos e das ações

inibitórias autogênicas e recípocras. Thacker et al. (2007) sugerem que o alongamento estático é o

mais efetivo para o aumento de flexibilidade dos músculos isquiotibiais, justificando a teoria de que o

alongamento estático facilita o disparo do Órgão Tendinoso de Golgi (OTG), que produz a inibição do

músculo alongado. O mecanismo para aumentar a amplitude de movimento é a mudança nas

propriedades viscoelásticas do músculo, se o alongamento ultrapassa o limite elástico, ponto além do

qual o tecido não retorna ao seu formato e tamanho originais, ocorrerá deformação permanente ou

plástica. Talvez a exigência das posturas com manutenção do posicionamento da pelve em todas as

posturas tenha imposto grau de estiramento e estresse mecânicos dos músculos isquiotibiais e tríceps

sural suficiente para a deformação plástica.

Nos testes funcionais foram observadas melhorias significativas no GE com 45% de aumento na

Capacidade de Alcance Funcional, 18% no Tinetti e 12% no Escala de Equilíbrio de Berg, o GC não

apresentou alterações. Os resultados foram similares aos 43% no Alcance Funcional e 14% na Escala

de Equilíbrio de Berg reportados por Sanglard et al. (2007) após 24 sessões de Isostretching em idosas.

A contribuição do Isostretching no equilíbrio e capacidade funcional pode não estar relacionada

apenas no incremento da força muscular dos membros inferiores, mas, na melhora do controle

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Fisioterapia: princípios fundamentais

postural pela maior ativação e controle dos músculos do quadril, da coluna vertebral e da parede

abdominal, com melhor estabilidade do tronco e desempenho na marcha. Para a correta realização

das posturas do método com correção das curvaturas da coluna vertebral, é fundamental o bom

posicionamento da pelve que se dá pela contração simultânea de glúteos, músculos abdominais e

paravertebrais, além da manutenção da mesma durante todo o período expiratório resistido

(REDONDO, 2001; SANGLARD, 2007; CARVALHO E ASSINI, 2008; IUNES et al., 2009; MACEDO et al.,

2010). Além disso, as posturas exigiram contrações isométricas e excêntricas em diversos

posicionamentos angulares das articulações dos membros superiores e inferiores, ativando

simultaneamente agonistas e antagonistas, o que pode ter promovido maior estabilidade e

propriocepção articular (PETROFSKY et al., 2006).

Em adição, houve um aumento de 12% no Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6) no GE. O teste de

caminhada de 6 minutos é classicamente conhecido por sua utilidade na avaliação da capacidade

cardiorrespiratória, porém, recentemente tem sido usado para avaliar a capacidade funcional em

idosos, demonstrando significativa relevância em seu uso, pois fatores associados à mobilidade, como

força, equilíbrio, velocidade, dentre outros, podem influenciar no desempenho deste teste

(CARVALHO; ASSINI, 2008). Cepeda et al. (2013) atribuíram a melhora no desempenho dos testes

funcionais ao aumento da velocidade da marcha, e associaram este ganho ao aumento da forca

muscular, percebidas pelas adaptações na arquitetura muscular como o aumento da espessura,

ângulo de penação e comprimento do fascículo que determinam a melhora na geração de força e na

velocidade de contração. Além disso, a interação entre o treinamento respiratório, a estabilização

segmentar e o alinhamento pélvico-tóraco-cervical proporcionada pelo método Isostretching também

podem ter contribuído para o melhor desempenho encontrado.

Os resultados do presente estudo mostraram importantes incrementos na força, na flexibilidade, no

equilíbrio e na capacidade funcional em idosas. Outros estudos já haviam identificado melhorias nas

capacidades funcionais (SANGLARD et al., 2007, CARVALHO; ASSINI, 2008, CEPEDA et al., 2013) e nas

modificações morfológicas musculares (CEPEDA et al., 2013) e sugeriam aumentos da força muscular

após a aplicação do método em idosos, no entanto, nesse estudo observamos, que o método

promoveu aumento da flexibilidade e da força muscular de membros inferiores associado a melhora

da força e resistência dos músculos abdominais. Portanto, o Isostretching pode ser um importante

recurso terapêutico a ser utilizado para a população idosa no combate aos processos degenerativos

próprios do envelhecimento.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

5. CONCLUSÃO

O treinamento isométrico por meio de posturas sustentadas do Método Isostretching de intensidade

leve a moderada promoveu aumento da flexibilidade e da força muscular de membros inferiores

associados à melhora da força e resistência dos músculos abdominais. Tais incrementos podem ter

sido determinantes no aprimoramento das capacidades funcionais. Desta forma, o Método

Isostretching é um recurso terapêutico viável para o melhor desempenho funcional e prevenção de

quedas em idosos.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 50

A HIPOTERAPIA EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

DOI: 10.37423/200500953

Jéssica Gomes Diniz (Discente da Universidade Estadual de Paraíba).

José Wesley Lima Santos (Discente da Universidade Estadual de Paraíba).

Marcela Monteiro Pimentel (Docente da Universidade Estadual da Paraíba).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Resumo: Introdução: A Paralisia Cerebral (PC) é definida atualmente como uma agressão ao sistema

nervoso, que pode ocorrer no período pré, peri ou pós-natal, não progressiva e que implica

persistentemente no tônus, na postura e no movimento, bem como na maturação neurológica. A

hipoterapia tem sido foco de diversas pesquisas a fim de averiguar essa terapia assistida por cavalos

como recurso cinesioterapêutico eficaz para aprimorar equilíbrio e controle postural em pacientes

com diversos diagnósticos, inclusive a PC. Objetivo: Reunir o conhecimento obtido de estudos acerca

dos efeitos da hipoterapia em crianças diagnosticadas com paralisia cerebral. Metodologia: Trata-se

de uma revisão sistemática, baseada na metodologia PRISMA, que reúne artigos publicados nas bases

de dados MedLine, Google Acadêmico e PubMed, entre os anos de 2010 e 2018, nos idiomas

português e inglês, com os unitermos "terapia assistida por cavalos", "hipoterapia", "paralisia

cerebral", "hippotherapy", "equine-assisted therapy" e "cerebral palsy". Resultados: Foram

considerados relevantes seis estudos, entre os 136 encontrados. Dos seis, quatro eram ensaios clínicos

randomizados e dois estudos experimentais. Em todos eles, a hipoterapia rendeu resultados positivos

nos pontos analisados: postura, equilíbrio, tônus, espasticidade e controle cervical, apresentando a

hipoterapia como alternativa eficaz quando comparada à terapia convencional isolada, baseado em

medidas pré e pós-intervenção. Conclusão: A hipoterapia se apresenta como importante recurso no

tratamento de crianças com PC, estando relacionada a melhora clínica e funcional. Foram registradas

melhoras consideráveis quanto ao equilíbrio, controle cervical e manutenção de equilíbrio na postura

sentada. Além de ser considerada uma alternativa que facilita a socialização, adesão ao tratamento, e

capaz de aumentar a autoestima.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

Com base em um estudo feito com vários países, a Paralisia Cerebral (PC) apresenta uma prevalência

de 1,5 a 2,7 a cada mil crianças (EUNSON, 2012). No Brasil, presume-se que a cada 1000 nascidos vivos,

sete portam PC (SILVA, el al. 2015) . De acordo com Bax et al. (2005), este acometimento define-se

como uma lesão no sistema nervoso, ainda em desenvolvimento, não progressiva e estável, porém,

que gera repercussões clínicas mutáveis, mais especificamente voltadas para desordens de tônus,

postura e movimento. Isso acontece porque a lesão pode acontecer nos períodos pré, peri ou pós-

natal, o que acaba por gerar agressões continuas em um sistema que ainda está em maturação.

Assim, crianças pertencentes a este grupo, apresentam desordens de movimento e postura, que

geram limitações de atividades. Além disso, estas desordens podem vir acompanhadas de distúrbios

de sensação, percepção, cognição, comunicação e comportamento, devido à epilepsia e problemas

musculoesqueléticos secundários (ROSENBAUM, 2006). Por isso, segundo Matusiak-Wieczorek, et al.

(2016), crianças com PC necessitam de um tratamento especial e plurifacetado, cujo principal objetivo

é contribuir para a melhora das habilidades funcionais do paciente e, dentre vários tratamentos, tem-

se destacado a hipoterapia, seja ela isolada ou associada à terapia convencional.

A hipoterapia trata-se de um método terapêutico que faz uso do cavalo para obter desenvolvimento

biopsicossocial. Acredita-se que a combinação de estímulos sensoriais consequentes do movimento a

cada passo do animal resulta em uma integração motora e sensorial expandida (COPETTI et al., 2007).

A prática da hipoterapia não é algo novo no Brasil, porém, o interesse por essa terapia ainda é recente.

Ademais, apesar dos resultados positivos observados por terapeutas, familiares e profissionais da

saúde, os dados estatísticos obtidos nem sempre deferem os relatos, o que confirma a carência de

pesquisas da prática aplicada a diferentes patologias (COPETTI et al., 2007).

Com base nisso, esse artigo visa reunir o conhecimento de estudos acerca dos resultados da

hipoterapia aplicada em crianças com Paralisia Cerebral.

MÉTODO

Trata-se de uma revisão de estudos concluída com base nos métodos de preferência para revisão

sistemática da metodologia PRISMA. A pesquisa foi realizada nas bases de dados científicos PubMed,

Google Acadêmico e MedLine, considerando artigos que estivessem nos idiomas português ou inglês,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

publicados entre os anos de 2010 e 2018. Para a exploração dos artigos, foram utilizados os unitermos

"terapia assistida por cavalos", "hipoterapia", "paralisia cerebral", "hippotherapy", "equine-assisted

therapy" e "cerebral palsy", combinados e isolados.

Critérios de Inclusão e Exclusão: Os critérios de elegibilidade para essa revisão foram: (1) estudos

publicados entre os anos de 2010 e 2018, (2) nos idiomas português ou inglês, (3) ensaios clínicos; (4)

estudos de intervenção; (5) e pesquisas experimentais. Estudos em outras línguas, cartas e editoriais,

estudos de avaliação de condições diferentes da PC ou outras intervenções que não a hipoterapia

foram excluídos.

Procedimentos de análise: Para realização da triagem, dois revisores avaliaram os títulos e resumos

de cada artigo e excluíram os estudos irrelevantes. Para cada estudo potencial, dois revisores

examinaram o artigo completo e avaliaram se os estudos encaixavam dentro dos critérios de inclusão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Seguindo a estratégia de busca, foram encontrados 136 estudos, dentre os quais, selecionaram-se os

que visassem averiguar os resultados da hipoterapia em crianças com paralisia cerebral nos quesitos

de função motora grossa, espasticidade muscular, equilíbrio e controle postural. Ao fim, selecionaram-

se seis artigos para fazer parte dessa revisão sistemática, sendo dois estudos experimentais e quatro

ensaios clínicos. Em todos os seis estudos, a maioria dos objetivos propostos foi alcançada após o

tempo proposto de hipoterapia. Apenas um deles não obteve melhora tão significativa em um dos

resultados que fora proposto a se observar, como pode ser visualizado na tabela 1.

Tabela 1. Principais achados dos estudos incluídos na revisão.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Fonte: Desenvolvido pelos autores (2020).

De acordo com Moraes et al. (2015), pesquisas na área de reabilitação nem sempre conseguem

realizar um ensaio clínico randomizado. Nos casos de paralisia cerebral, essa dificuldade engrandece

mais ainda devido à heterogeneidade dos quadros clínicos apresentados. Como podemos analisar,

nenhum dos seis artigos selecionados possui a mesma especificidade nas amostras estudadas, o que

acaba por diferenciar também os objetivos e estratégias da terapia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Dentre os artigos selecionados, obteve-se dois estudos experimentais (SILVA et al., 2015;

NASCIMENTO et al., 2010). Nos dois, foram utilizadas as mesmas escalas como método de avaliação,

sendo a GMFCS mais utilizada para uniformizar a população de estudo, por ser mais superficial,

quando comparada à GMFM, que foi utilizada para comparação de antes e depois da intervenção.

Em Nascimento et al. (2010), os resultados apresentados no estudo mostraram melhoras na variável

sentar, corroborando com as hipóteses levantadas. De acordo com os autores, o fenômeno foi possível

porque a hipoterapia promoveu mudanças neurofisiológicas em regiões articulares, periarticulares e

tendinosas, visto que a intervenção promoveu muitos estímulos de múltiplas formas (visual,

somatosensorial e vestibular). Ainda, admitiu-se que a equoterapia promove a melhora no controle

postural através do movimento tridimensional, pois gera um input sensorial, que promove integração

sensorial e ativa receptores específicos (STERBA, 2007 apud NASCIMENTO et al., 2010). Assim, após a

intervenção, as crianças obtiveram avanço significativo no item sentar, traduzindo a aquisição do

controle de cabeça.

Já em Silva et al. (2015), com base nos resultados apresentados na escala GMFM, observou-se melhora

das funções motoras grossas, em especial nas variáveis deitar/rolar e sentar. Assim, a melhora

também foi atribuída aos estímulos empíricos provocados pela hipoterapia, captados por órgãos

sensoriais de maneira gradativa e decodificados como um sinal rítmico (NASCIMENTO et al., 2010). De

acordo com os autores, os passos do cavalo promovem contração e relaxamento simultâneo de

músculos agonistas e antagonistas, gerando assim mobilizações osteoarticulares.

Além dos estudos experimentais, essa revisão foi composta por quatro ensaios clínicos (MATUSIAK-

WICZOREK et al. 2016, BORGES et al. 2011, LUCENA-ANTÓN et al. 2018 e KNOWN et al. 2011)

Em Matusiak-Wiczorek et al. (2016), o estudo foi focado na influência da hipoterapia na manutenção

de equilíbrio na posição sentada em crianças com PC e, para avaliar isso, foi utilizada uma escala não

muito comum: Sitting Assessment Scale (SAS). Apesar de este ensaio apresentar bons resultados

quanto ao ganho de habilidades de manutenção do equilíbrio na posição sentada, ganho de controle

funcional de braço e mão significativos e efeitos um pouco menores quanto ao controle de pé, ele

apresentou algumas limitações. Como já foi relatado anteriormente, as crianças dos dois grupos

mantiveram diferentes formas de reabilitação associadas, assim, não havia conhecimento do impacto

dos resultados das demais reabilitações aleatórias feitas pelos pacientes durante o tempo de

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Fisioterapia: princípios fundamentais

intervenção. Além disso, o principal investigador já estava familiarizado com as suposições e o curto

da experiência, o que indica um possível risco de viés.

Diferentemente dos demais, que realizaram a intervenção hipoterápica com o uso do cavalo, Borges

et al. (2011) utilizou um simulador de equitação para estudar os efeitos da hipoterapia no controle

postural em crianças com diplegia espástica. De acordo com os autores, o controle na postura sentada

é muito importante para a qualidade de vida da criança com PC. Nos anos 90, o Mechanical Artificial

Saddles (BABS), uma sela mecânica, começou a ser utilizado no tratamento de crianças com PC e isso

resultou em diminuição da espasticidade, ganho de estabilidade na posição sentada e ganho de

habilidades de ajustes posturais em situações instáveis e recrutamento muscular rápido.

Os autores chamam a atenção para a necessidade de incorporar as inovações tecnológicas para

promover mais dinâmica e ainda alcançar mais ganhos funcionais, enquanto ganham a aceitação das

crianças ao tratamento. Dessa forma, o uso do simulador de equitação, que nesse estudo foi vestido

de pônei para chamar a atenção das crianças acabaria trazendo uma abordagem mais atrativa, além

de obter os mesmos efeitos psicológicos da equitação, sem as complicações que viriam acompanhadas

caso a terapia fosse feita em um centro de hipoterapia, como condições climáticas adversas,

dificuldade de acesso, entre outros. Em conclusão, observou-se que o uso do simulador de equitação

foi estatisticamente superior quando comparado ao tratamento convencional, os dois voltados para

o controle postural na posição sentada.

Em Lucena-Antón et al. (2018), aponta-se que o movimento rítmico e simétrico do cavalo produz um

alongamento suave e sustentado dos músculos adutores do quadril. Ainda, e a estimulação de

sistemas múltiplos simultânea que ocorre na hipoterapia pode melhorar o sentido de sustentação de

peso e linha média. O objetivo de tal estudo foi justamente observar os resultados da hipoterapia na

espasticidade muscular dos adutores de quadril, a qual foi significativamente diminuída a analisar

pelos resultados apresentados com base na escala MAS. Não foram reportados efeitos adversos à

terapia.

Known et al. (2011), que analisou os efeitos da hipoterapia nos parâmetros de marcha, observou-se,

no grupo experimental, aumento da velocidade de caminhada e do comprimento da passada, com

nenhuma mudança na cadência. Enquanto no grupo controle, as crianças não só apresentaram

aumento na velocidade da caminhada como também na cadência. Isso acontece porque o aumento

da cadência é uma compensação pela manutenção da velocidade, visto que não houve aumento do

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Fisioterapia: princípios fundamentais

comprimento da passada. Além disso, observou-se uma melhora na inclinação anterior pélvica, que

ocorre devido à fraqueza dos extensores do quadril e abdominais, contratura e espasticidade dos

flexores de quadril.

De acordo com Known et al.,(2011), foi difícil determinar de fato o que contribuiu para essa mudança,

já que não foram encontrados relatos que correlacionassem os movimentos pélvicos com a análise

cinemática da marcha. Ademais, durante a hipoterapia, as crianças puderam aprender a realizar

ajustes posturais durante os movimentos do cavalo a fim de manter a posição. Isso foi possível porque

durante a intervenção de 30 minutos, as crianças puderam experimentar entre aproximadamente

2700 e 3300 repetições de desafios forçados ao ajuste postural. Apesar dos bons resultados, este

artigo apresentou limitações referentes ao pequeno tamanho da amostra e a não randomização, além

de não apresentar a hipoterapia como uma terapia isolada, mas como algo complementar à

fisioterapia convencional.

Destarte, apesar dos diferentes quadros clínicos das amostras dos estudos selecionados, abarcando

diferentes níveis de comprometimento, GMFCS, idade e habilidades com equilíbrio e controle

postural, em todos eles a hipoterapia mostrou resultados bastante satisfatórios, incluindo ganho de

função, controle postural, equilíbrio, melhora de marcha, diminuição da espasticidade e melhoras em

variáveis como sentar, deitar e rolar.

Apesar dos poucos resultados encontrados nesta revisão, observamos que são de grande importância

para continuidade de mais estudos. Ressalta-se que é tamanha a necessidade de que sejam realizados

mais estudos controlados e randomizados amostras maiores e mais homogeneizadas, utilizando

protocolos mais específicos e melhores descritos, incluindo avaliação de follow-up, para que sejam

observados os benefícios à longo prazo.

CONCLUSÃO

Os resultados sugerem que a hipoterapia é uma estratégia terapêutica promissora para indivíduos

com PC. Constatou-se que houveram ganhos significativos quanto ao equilíbrio, controle cervical,

diminuição da espasticidade e função motora grossa. Além disso, a hipoterapia foi considerada uma

alternativa eficiente que facilitou o assentimento ao tratamento, a socialização e, consequentemente,

a autoestima da criança. Assim, o método apresentou ser um ótimo recurso a ser acrescentado no

tratamento multifacetado de crianças com PC.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

REFERÊNCIAS

BAX, Martin, et al. Proposed definition and classification of cerebral palsy. Developmental Medicine and Child Neurology. ProQuest Medical Library. p. 571. 2005.

BORGES, Maria Beatriz Silva, et al. Therapeutic effects of a horse riding simulator in children with cerebral palsy. Arq Neuropsiquiatra. p 799-804. 2011.

COPETTI, et al. Comportamento angular do andar de crianças com síndrome de Down após intervenção com equoterapia. Revista Brasileira de Fisioterapia. p. 503-507. 2007.

MATUSIAK-WIECZOREK, Ewelina. MAŁACHOWSKA-SOBIESKA, Monika. SYNDER, Marek. Influence of hippotherapy on body balance in the sitting position among children with cerebral palsy. Ortopedia Traumatologia Rehabilitacja. MEDSPORTPRESS. v. 18. p. 165-175. 2016.

KWON J-Y, CHANG HJ, LEE JY, HA Y, LEE PK, KIM Y-H. Effects of hippotherapy on gait parameters in children with bilateral spastic cerebral palsy. Arch Phys Med Rehabil. p. 774-779. 2011.

LUCENA-ANTON, David. ROSETY-RODRÍGUEZ, Ignacio. A. MORAL-MUNOZ, Jose. Effects of a hippotherapy intervetion on muscle spacity in children with cerebral palsy: A randomized controlled trial. Complementary Therapies in Clinical Practice, v.31, 2018.

NASCIMENTO, et al. O valor da equoterapia voltada para o tratamento de crianças com paralisia cerebral quadriplégica. Brazilian Journal of Biomotricity. Universidade Iguaçu Itaperuna, Brasil. v. 4. n. 1. p. 48-56. mar/2010

SILVA, et al. Efeitos da Equoterapia na função motora grossa de pacientes com encefalopatia crônica não progressiva. Ver NeuroCienc. Universidade Estadual do Piauí – UESPI. Teresina-Piauí. p. 16-22. 2015.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 51

EFEITOS DAS TÉCNICAS MANUAIS EM PACIENTES COM SÍNDROME DE FIBROMIALGIA: REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA. DOI: 10.37423/200500960

Leandra Mirelly Aires da Silva

Amanda Francielly Alcântara de Melo

Débora Fernanda de Sousa Silva

Jéssyka Marques da Silva

Maria Letícia Patriota de Novaes Lins

Maria Natasha de Siqueira Paes

Stefanny Iolanda Lima Malaquias

Eurico Solian Torres Liberalino

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Introdução: A fibromialgia é uma doença reumatológica crônica mais comum em mulheres e é

caracterizada, principalmente, pela dor constante em vários pontos do corpo. Apesar da etiologia

ainda não definida, estudos apontam para um distúrbio de modulação central da dor ou para uma

alteração da resposta nervosa à um estímulo (BRAZ, 2011). Como fator de risco inclui-se a

predisposição genética, que aumenta em oito vezes a probabilidade de um indivíduo apresentar

fibromialgia (Dadabhoy and Clauw, 2006). Segundo Arias (2008), aspectos emocionais e sociais do

indivíduo com fibromialgia também são afetados e se torna imprescindível o manejo individual de

cada paciente. O tratamento da fibromialgia deve ser multidisciplinar, sendo importante a

participação do fisioterapeuta que pode utilizar terapias manuais como massagem, liberação

miofascial e desativação de pontos gatilhos para auxiliar na frequente queixa principal do paciente de

fibromialgia: a dor. Tais técnicas vêm tendo bons resultados no tratamento. Dentre seus efeitos está:

a liberação de endorfinas, gerando sensação de alivio da dor e do cortisol que reduz os níveis de

estresse; a reorganização do tecido da fáscia mal posicionado devido a contraturas musculares e a

desativação de nódulos musculares dolorosos. Objetivos: Esse estudo teve por objetivo analisar a

eficácia das técnicas de terapia manual que podem ser realizadas pelo fisioterapeuta, sobretudo da

massagem, liberação miofascial e desativação de pontos gatilhos, em pacientes com síndrome de

fibromialgia. Metodologia: Foi realizada uma revisão literária criteriosa utilizando bases de dados

como Scielo, Pubmed, EBSCOhost e revistas eletrônicas. Foram utilizados artigos de 2006 a 2017 nos

idiomas português e inglês. Resultados: As técnicas de terapia manual foram efetivas de acordos com

os autores pesquisados. Segundo Ziani et al (2017) a massagem e a liberação miofascial são eficazes e

possuem efeitos que se estendem por alguns meses. Pesquisas realizadas sob os critérios do Colégio

Americano de Reumatologia mostraram que a massagem terapêutica após cinco semanas se mostrou

efetiva na redução da dor, ansiedade e depressão. (MARCOLINO et al. 2014). Conclusão: De acordo

com as pesquisas realizadas é possível constatar que os efeitos das terapias manuais como massagem,

liberação miofascial e desativação de pontos gatilhos em pacientes portadores da síndrome de

fibromialgia, são benéficos e efetivos, auxiliando na redução da dor e consequentemente melhorando

a qualidade do sono, a ansiedade e o bem-estar. Logo, no tratamento multidisciplinar da fibromialgia

o fisioterapeuta tem papel de grande importância na evolução do paciente com fibromialgia.

Palavras-chave: Ponto Gatilho, Terapia Manual, Dor, Fisioterapia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

REFERÊNCIAS

BRAZ, A. de S. et al. Uso da terapia não farmacológica, medicina alternativa e complementar na fibromialgia. Revista Brasileira de Reumatologia, pp. 276-280, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbr/v51n3/v51n3a08.pdf Acesso em: 16 fev. 2019.

DADABHOY, Dina; J. CLAUW, Daniel. Fibromyalgia: Progress in Diagnosis and Treatment. Current Pain and Headache Reports, Michigan - USA, 2005. Disponível

em: https://link.springer.com/article/10.1007/s11916-005-0019-2. Acesso em: 16 fev. 2019.

GONDIM, Sarah S.; ALMEIDA, Maria Antonieta P. T. Os efeitos da massagem terapêutica manual em pacientes com a síndrome da fibromialgia. Id on Line Revista ultidisciplinar e de Psicologia, 2017, vol.12, n.39, p.336-354. ISSN: 1981-1179. Disponível

em: https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/994/1422 Acesso em: 16 fev. 2019.

MARCOLINO, et al. Medicina Tradicional Chinesa Na Melhoria Dos Sintomas E Da Qualidade De Vida Em Pacientes Com Fibromialgia: Revisão Bibliográfica. Disponível

em: http://www.firval.com.br/ftmateria/1411748987.pdf Acesso em: 16 fev. 2019.

ZIANI, M.M. et al. Efeitos da terapia manual sobre a dor em mulheres com fibromialgia: uma revisão de literatura. Revista eletrônica Ciência & Saúde, pp. 49-54, 2017. Disponível

em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faenfi/article/view/23875/15410 Acesso em: 15 fev. 2019.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 52

TERAPIA MANUAL EM PACIENTES MASTECTOMIZADAS: REVISÃO SISTEMATIZADA DA

LITERATURA DOI: 10.37423/200500961

Maria Letícia Patriota de Novaes Lins (Acadêmicas do Bacharelado em Fisioterapia).

Leandra Mirelly Aires da Silva (Acadêmicas do Bacharelado em Fisioterapia).

Jéssyka Marques da Silva (Acadêmicas do Bacharelado em Fisioterapia).

Débora Fernanda de Sousa Silva (Acadêmicas do Bacharelado em Fisioterapia).

Geanna Gabriela de Almeida Nascimento (Acadêmicas do Bacharelado em Fisioterapia).

Stefanny Iolanda Lima Malaquias (Acadêmicas do Bacharelado em Fisioterapia).

Amanda Francielly Alcântara de Mélo (Acadêmicas do Bacharelado em Fisioterapia).

Eurico Solian Torres Liberalino (Profissional Bacharel em Fisioterapia, Mestre).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Introdução: O câncer de mama é uma degeneração do material genético induzindo o crescimento,

produção e dispersão anormal de células metastáticas. O INCA estimou a incidência de 59.700 casos

em mulheres no Brasil. O tratamento envolve cirurgia, radio, quimio e hormonioterapia, dependendo

da idade, presença de comorbidades e estadiamento do tumor. Na fisioterapia, pré e pós-operatória,

pode ser aplicada técnica manual para ganho de ADM e força, minimizando complicações e retomando

a funcionalidade do membro Objetivos: O presente trabalho tem como finalidade citar técnicas e

métodos fisioterapêuticos que têm resultados positivos em pacientes mastectomizadas com limitação

na ADM, redução da força muscular, posturas adquiridas, linfedemas e redução da propriocepção

Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica utilizando artigos contidos nas bases de dados

Scielo, Google Acadêmico, EBSCOhost, LILACS e Bireme, no idioma português e espanhol, publicados

entre os anos de 2000 e 2017, relacionados à terapia manual em pacientes mastectomizadas. Foram

encontrados ao todo 14 artigos, que após análise dos critérios de elegibilidade, restaram dez para a

produção do presente trabalho Resultados: Os estudos apontam para intervenção fisioterapêutica

imediata, desde o ambiente hospitalar, através de cinesioterapia e drenagem linfática manual.

Observam-se resultados positivos no ganho da ADM, força muscular, redução do edema e melhora

das AVD, em pacientes de pós-operatório. O uso de técnicas como Maitland, Mulligan, crochetagem,

Cyriax, FNP e Kalterbon, também vem sendo relatado, mostrando ganhos significativos em

principalmente em pacientes mastectomizadas Conclusão: A prevenção e reabilitação por meio da

fisioterapia, acompanhada do uso de mais técnicas, pode proporcionar melhor qualidade de vida,

recuperação mais rápida da amplitude de movimento e da força. Proporcionando a paciente benefício

imensuráveis, possibilitando sua volta às atividades diárias de forma rápida e eficaz

Palavras-chave: Manipulações Musculoesqueléticas; Neoplasias da Mama; Modalidades de

Fisioterapia

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Fisioterapia: princípios fundamentais

REFERÊNCIAS

1- AMARAL, Maria T. P. A terapia manual como recurso fisioterapêutico no pós-operatório por câncer de mama. Campinas, SP: [s.n.], 2010.

2- ARAÚJO, F. G. Técnicas de terapia manual: definições, conceitos e princípios básicos. Uma revisão bibliográfica, 2012.

3- BAUMGARTH, H.et al. Os benefícios da crochetagem no tratamento dos sintomas do neuroma de norton - estudo de caso. Portal da fisioterapia. 2008.

4- FERRO, A.D.M.et al. Os efeitos do tratamento fisioterapeutico na biomecânica morfofuncional no pósoperatório do câncer de mama. Revista digital vida e saúde. art 2.n2.2006

5- Instituto Nacional de Câncer. Incidência de câncer no Brasil. Estimativas 2018. Disponível em: http://www1.inca.gov.br/estimativa/2018/casos-taxas-brasil.asp. Acesso em: 22 de fev. 2019.

6- KALTENBORN F.M. 5° Edição. São Paulo: Editora Manole. p148-175; 2001.

7- NETTO, Cristiane Morais; ZANON, D. M. F.; COLODETE, R. O. Terapia Manual em mastectomizadas: Uma revisão bibliográfica. Revista Perspectivasonline. Volume 4. Número 15, 2010.

8- NOGUEIRA P.G.G. et AL. Efeitos da Facilitação neuromuscular Proprioceptiva na Performance Funcional de Mulheres Mastectomizadas. Revista Fisioterapia Brasil. São Paulo, v.6, n.1,p.28-35, jan/fev 2005.

9- PEREIRA, C. M. A.; VIEIRA, E. O. R. Y.; ALCÂNTARA, P. S. M. Avaliação do protocolo de fisioterapia aplicada a pacientes mastectomizadas a Madden. Revista brasileira de cancerologia. v. 51(2): 143-148. 2005.

10- PEREIRA, L. K. N. V.; et al. AS PRINCIPAIS ABORDAGENS FI SIOTERAPÊUTICAS EM PACIENTES MASTECTOMIZADAS. Alumni- Revista Discente da UNIABEU v. 3. nº. 6 agosto-dezembro de 2015.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 53

ANÁLISE DO VALGO DINÂMICO, FORÇA MUSCULAR DE GLÚTEO MÉDIO, PERFORMANCE FUNCIONAL DE

AGILIDADE E EQUILÍBRIO EM ATLETAS DE FUTEBOL MASCULINO.

DOI: 10.37423/200500967

Jonas de Oliveira Pires (Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Fisioterapia Esportiva (LAFESP – UEL) - [email protected]

Diogo Macedo Rizzi (Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Fisioterapia Esportiva (LAFESP – UEL) - [email protected]

Weslley de Araújo Silva (Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Fisioterapia Esportiva (LAFESP – UEL) . [email protected]

Pedro Henrique De Marchi Lunardelli (Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Fisioterapia Esportiva (LAFESP – UEL) - [email protected]

Bruno Corrente Tanaca (Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Fisioterapia Esportiva (LAFESP – UEL) - [email protected]

Victor Alexandre Kurunczi (Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Fisioterapia Esportiva (LAFESP – UEL) ; Programa de Residência em Fisioterapia Traumato Ortopédica Funcional, Universidade Estadual de Londrina (UEL).

[email protected]

Fábio Issamu Ikezaki (Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Fisioterapia Esportiva (LAFESP – UEL) ; Programa de Residência em Fisioterapia Traumato Ortopédica Funcional, Universidade Estadual de Londrina (UEL).

[email protected]

Camile Ludovico Zamboti (Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Fisioterapia Esportiva (LAFESP – UEL) ; Programa de Residência em Fisioterapia Traumato Ortopédica Funcional, Universidade Estadual de Londrina (UEL).

[email protected]

Ariobaldo Frisseli (Centro de Educação Fisica e Esporte, UEL) - [email protected]

Chistiane de Souza Guerino Macedo (Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Fisioterapia Esportiva (LAFESP – UEL) ; Programa de Residência em Fisioterapia Traumato Ortopédica Funcional, Universidade Estadual de Londrina (UEL); Programa de Pós graduação em Ciências da Reabilitação UEL-UNOPA).

[email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO

Introdução: O futebol é o esporte mais praticado no mundo e está associado com uma alta prevalência

de lesões nos membros inferiores. Várias alterações cinéticas e cinemáticas dos membros inferiores

podem predispor o atleta a apresentar aumento do valgo dinâmico (VD) no joelho, que pode ser

atribuído ao fraco desempenho do músculo glúteo médio (GM), além de déficits funcionais de

agilidade e equilíbrio. No movimento de flexão de joelho unilateral em cadeia fechada, a fraqueza do

GM acarreta o aumento da rotação interna e adução do fêmur homolateral, caracterizando o VD. Os

testes funcionais são utilizados para mensurar o controle neuromuscular, agilidade, coordenação e

equilíbrio, habilidades necessárias para uma melhor performance do esporte e que estão relacionadas

às lesões de membros inferiores. Objetivo: Verificar a relação do VD do joelho, com a força do músculo

GM e o desempenho de testes funcionais, em atletas de futebol masculino. Metodologia: Foram

avaliados 17 atletas, com idade média de 16 (DP=1,04) anos, divididos em grupo normal (n=9) e grupo

valgo (n=8). Todos foram submetidos aos testes Side Hop Test (SHT), Figure of Eight Hop Test (F8) e

Star Excursion Balance Test (SEBT), análise do VD no teste de descida de degrau e força muscular do

GM (FMGM) por célula de carga; todos realizados por avaliadores cegos. O VD foi estabelecido por

filmagem em vista anterior do atleta, em agachamento unipodal. Os vídeos foram transformados em

quadros pelo software Virtual Dub e, na sequência, a análise angular foi estabelecida pelo software

ImageJ. Para a análise estatística, foi utilizado os testes Shapiro-Wilk, t de Student não pareado e

Correlação de Pearson. Estabeleceu-se significância de 5%, e os dados foram analisados no SPSS 20. O

projeto foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade Estadual de Londrina. Resultados: O

resultado da análise geral (n=17) estabeleceu correlação moderada (0,3< r <0,7) entre F8 x SHT x SEBT

x FMGM, e fraca (r <0,3) com o VD do joelho. Quando distribuídos em grupo normal (n=9) e grupo

valgo (n=8) observou-se diferença significativa dos valores angulares para o VD (p=0,001), entretanto

a comparação entre os testes SHT, F8, SEBT e FMGM não foram significativas. A correlação do VD com

SHT x F8 x SEBT x FMGM no grupo valgo foi estabelecida como fraca (r <0,3). Conclusão: O presente

estudo estabeleceu fraca correlação entre o VD do joelho e os testes funcionais aplicados, assim como

com a FMGM. Sendo necessário novas pesquisas de análises de valgo dinâmico, devendo levar em

consideração a metodologia a se utilizar.

Palavras-chave: Futebol, Geno Valgo, Força Muscular, Atletas, Fisioterapia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

O futebol é o esporte com maior número de participantes no mundo, com mais de 400 milhões de

pessoas (Veiga et al, 2011) e está associado com a alta prevalência de lesões nas extremidades

inferiores (Chan et al, 2008). O joelho é a articulação intermédia do membro inferior, localizada entre

o quadril e tornozelo, e mesmo não apresentando o maior índice de lesões, é a articulação mais

relacionada entre as lesões consideradas graves que acometem os jogadores de futebol (Hägglundet

al, 2005).

Hall et al, 2005 descreveu que a estabilização dinâmica do joelho é garantida pela musculatura que

circunda a articulação, no entanto outras articulações e, principalmente, o quadril possui influência de

forma indireta na cinemática do joelho. Aponta-se que várias alterações cinéticas e cinemáticas nas

articulações proximais e distais dos membros inferiores podem predispor o atleta a apresentar um

aumento do valgo dinâmico no joelho durante a realização de suas atividades esportivas (Fredericson

et al, 2000).

O valgo dinâmico do joelho pode ser resultado do aumento da rotação interna e adução do fêmur e

da pronação do pé (Niemuth et al, 2005). Pois, a fraqueza dos músculos abdutores e rotadores

externos do quadril, principalmente glúteo médio (GM) e glúteo máximo pode influenciar na rotação

interna do fêmur quando realizado o movimento de adução do quadril (Zeller et al, 2003). Em 1935,

Pauwels estudava a biomecânica do quadril e desenvolveu uma teoria (Balança de Pauwels) que

despertou a importância do GM para a estabilização do quadril, porém ela analisava somente em um

plano de movimento, e não em três como sugere os trabalhos de Frain et al (1981). Mascal et al (2003)

e Russell et al (2006), também mostram a importância do GM para a estabilização da pelve e

consequente manutenção da cinemática do joelho. A fraqueza deste músculo acarreta a queda da

pelve contralateral, aumento da rotação interna e adução do fêmur ipsilateral caracterizando o valgo

dinâmico (Shmitz et al, 2008) em movimentos funcionais como descer degraus.

Esta alteração na biomecânica da articulação provavelmente é relacionada com a força, coordenação,

habilidade, alinhamento anatômico e função artrocinemática subjacente (Shmitz et al, 2009). A

literatura destaca a correlação das lesões de LCA com o aumento do valgo pelo aumento das tensões

no ligamento (Smith et, al, 2009).

Os testes de desempenho funcional têm grande importância para identificação de desequilíbrios do

controle neuromuscular e têm sido utilizados para avaliar a funcionalidade, bem como a agilidade,

equilíbrio dinâmico e coordenação. Esses testes consistem de instrumentos de medida útil, pois

mensuram a função e avaliam quantitativamente os progressos na reabilitação (Bjõrklund et al., 2009).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Além disso, servem também como medida rápida e objetiva da performance por meio da reprodução

de atividades envolvidas no esporte ou nas atividades de vida diária (Lephart et al., 1993).

A alta ocorrência de lesões nessa articulação parece estar relacionada com as demandas sobre o

sistema musculoesquelético, produzidas pelo esporte. Deste modo, é necessário um melhor

entendimento dos mecanismos envolvidos nas lesões para que o tratamento e as intervenções

preventivas sejam desenvolvidos de maneira eficiente. A identificação de desequilíbrios

neuromusculares parece fundamental para implementar condutas que atendam às populações em

situação de maior risco às lesões do LCA, como por exemplo aqueles que possuem o valgo dinâmico

nos joelhos. Assim, o objetivo do presente estudo foi analisar a performance dos atletas nos testes de

valgo dinâmico, na força do músculo GM e nos testes funcionais, correlacionando o valgo dinâmico

com a força de GM e o desempenho nos testes funcionais.

MATERIAIS E MÉTODOS

Aspectos Éticos

A pesquisa foi conduzida de acordo com a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde –

Brasília/DF e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina

(Parecer 1.025.877/2015), (APÊNDICE I).

Tipo de estudo

Este estudo se caracteriza como transversal, na área de fisioterapia, exercício físico, controle postural

e biomecânica.

Amostra

O estudo foi composto por 17 voluntários do gênero masculino, atletas de futebol do Junior Team

Futebol (ANEXO I), com idade mínima de 16 anos, mínimo de cinco anos de treinamento na

modalidade, participantes de competições estaduais e nacionais, com frequência de treinamentos de

no mínimo cinco vezes por semana.

Como critério de exclusão, foi adotado história de lesão ou cirurgia no sistema músculo-esquelético

do quadril, joelho e tornozelo nos últimos dois meses, que estejam em tratamento fisioterápico ou

que necessitem do uso de estabilizadores para realizar os testes de força, funcionais e fotogrametria.

Todos os participantes foram devidamente informados sobre os objetivos e metodologia da pesquisa,

concordaram em participar do estudo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido

(ANEXO II).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Instrumentos de Coleta de Dados

Dados de Identificação

Foram coletados os dados demográficos da amostra (idade, peso, altura), frequência de treinamento

e jogos, participação em competições estaduais e/ou nacionais, cirurgias e lesões musculares, tempo

de lesão (ANEXO III).

AVALIAÇÃO DO VALGO DINÂMICO

Foi utilizado o teste de descida de degrau: Foram posicionados marcadores reflexivos na

correspondência anatômica dos maléolos laterais, interlinha lateral dos joelhos, meia distância entre

o trocânter maior do fêmur e a interlinha lateral dos joelhos e, espinha ilíaca ântero superior (EIAS)

(Maia et al, 2012). Os participantes foram posicionados sobre um estepe de 15 centímetros, realizaram

testes prévios ao exame para aprendizado do exercício de descida. Após a fase de preparação, foram

instruídos a realizarem 10 repetições consecutivas do movimento de descer o degrau em

agachamento unipodal, sem retirar o calcâneo apoiado no caixote durante as repetições e, com as

mãos apoiadas na cintura. Os testes foram filmados por uma câmera fotográfica digital, 10 MegaPixels,

da marca Sony® localizada à frente e à 2 metros de distância do atleta e estabilizada por um tripé, no

plano horizontal, com uma margem de um metro de cada lado até os marcadores. Os vídeos foram

transformados em quadros pelo software Virtual Dub e, na sequência a análise angular foi

estabelecida pelo software ImageJ (Figura 1).

Figura 1: Análise do valgo dinâmico no teste de descida de degrau

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Fisioterapia: princípios fundamentais

AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR DE GM

Foi utilizada uma célula de carga, com saída entre 0 e 20 mV e alcance até 1Kn (EMG System do Brasil®

Ltda). Foi fixado uma tornozeleira interligada com a célula de carga. Os atletas foram posicionados em

decúbito lateral sobre uma maca com o quadril abduzido em 10 graus e joelho estendido e foi

solicitado que realizasse sua maior força para abduzir o quadril (Figura 2).

Figura 2: Análise de força do músculo glúteo médio.

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO FUNCIONAL DE AGILIDADE

Os atletas foram avaliados, também por avaliador cego, por meio dos testes funcionais Side Hop Test

(SHT) e Figure Eight Hop Test (F8).

Para o (SHT) o atleta foi posicionado em apoio unipodal, e realizou 10 saltos médio-laterais distantes

em trinta centímetros, o mais rápido possível. O SHT foi realizado três vezes com cada membro

inferior, olhos abertos e com trinta segundos de intervalo entre cada tentativa. Caso houvesse

desequilíbrio, era solicitado descanso de trinta segundos e o teste era reiniciado. Eles foram

orientados a não pisar sobre as duas fitas que delimitaram a distância estipulada (figura 3).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Figura 3: Esquema para realização do Side Hop Test.

O teste F.8 foi desenvolvido com o atleta em apoio unipodal, olhos abertos. O atleta teve de percorrer

uma distância de 5 metros delimitada por dois cones, contornando-os de forma a desenhar um “8”

por duas vezes consecutivas o mais rápido possível (figura 4). O F.8 foi realizado três vezes com cada

membro inferior e com trinta segundos de intervalo entre cada tentativa. Em caso de desequilíbrio,

foi solicitado descanso de trinta segundo e realização do teste novamente.

Figura 4: Esquema para realização do Figure 8 Hop Test.

AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO

Foi utilizado o Star Excursion Balance Test (SEBT). Na aplicação do teste, três fitas métricas foram

colocadas no chão nas direções anterior, póstero-medial, póstero-lateral, cada uma delas com 120 cm

partindo do centro, com uma distância de 45º graus entre elas (Figura 2). O teste foi realizado com o

atleta descalço e, para o desenvolvimento do teste ele posicionou o pé sorteado, na intersecção entre

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Fisioterapia: princípios fundamentais

todas as diagonais, de maneira que a linha maleolar ficasse no centro delas, e com o outro pé, o atleta

empurrou uma caixa pequena e leve o mais distante que conseguiu, sem retirar o pé de apoio da

intersecção. O SEBT foi iniciado na direção anterior, seguindo sempre o sentido horário em relação ao

pé de apoio com o objetivo de avaliar a habilidade do indivíduo em manter o equilíbrio corporal com

um membro inferior fixo no centro enquanto realiza tentativas de alcançar a maior distância possível

com o membro contralateral em direções específicas. O SEBT foi realizado três vezes com cada

membro inferior, de os olhos abertos e com trinta segundos de intervalo entre cada tentativa. Caso

ocorresse o desequilíbrio, era solicitado um descanso de trinta segundos e o teste era realizado

novamente.

Figura 2: Esquema para realização do Star Excursion Balance Test.

Após a coleta dos dados os atletas foram distribuídos em dois grupos:

Grupo Normal (N=9): para compor este grupo, os atletas deveriam apresentar alinhamento ou varo

de joelho, na análise por fotogrametria do valgo dinâmico pelo teste de descida de degrau;

Grupo Valgo (N=8): para compor este grupo, os atletas deveriam apresentar movimento valgo de

joelho na análise por fotogrametria do teste de descida de degrau.

Análise dos dados

Para a análise estatística foram considerados os resultados dos questionários, valores angulares do

VD, teste de força muscular do glúteo médio e os testes funcionais (SH, SEBT e F8).

Os dados foram elaborados em forma de tabelas e os resultados analisados e comparados. Foi

utilizado o teste de Shapiro Wilk para estabelecer a normalidade da amostra, teste t de Student não

pareado para comparação entre as médias dos grupos e também o coeficiente de correlação de

Pearson, para verificar o grau de correlação entre as variáveis. Os resultados foram expressos em

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Fisioterapia: princípios fundamentais

média e desvio padrão. Estabeleceu-se significância em p<0,05 e os dados foram analisados pelo SPSS

20.

RESULTADOS

Os grupos apresentaram caráter homogêneo, não sendo observadas diferenças estatisticamente

significantes para idade, peso, altura, tempo de prática e treinos por semana. Observou-se diferença

significativa apenas nos valores angulares para o valgo dinâmico (p=0,001) o que permitiu a

diferenciação entre os grupos (Tabela 1).

Tabela1: Apresentação dos dados antropométricos dos atletas de futebol avaliados. N=17

Grupo Normal Grupo Valgo Valor de p

Idade (anos) 17(1,31) 16,44(0,73) 0,14

Peso (kg) 67,88(6,40) 69,44(13,71) 0,39

Altura (m) 1,81(0,06) 1,79(0,09) 0,34

IMC (kg/m²) 20,78(1,67) 21,63(3,98) 0,29

FMGM (N) 10,35(3,19) 7,79(2,91) 0,69

Valgo Dinâmico -3,12(3,37) 4,54(3,81) 0,01*

*Diferença significante (p<0,05).

O resultado da análise geral (n=17) estabeleceu correlação moderada (0,3<r<0,7) entre F8 x SHT x SEBT

x FMGM, e fraca (r<0,3) com o valgo dinâmico do joelho. A correlação do valgo dinâmico com SHT x

F8 x SEBT x FMGM no grupo valgo foi estabelecida como fraca (r<0,3) (Tabela 2).

Tabela 2: Correlação entre os testes funcionais e valgo dinâmico (Grupo Valgo).

F8

r (p)

SH

r (p)

SEBT

r (p)

GMD

r (p)

VD

r (p)

F8 1 (1) 0,72 (0,02) 0,43 (0,24) 0,65 (0,05) 0,10 (0,78)

SHT 0,72 (0,02) 1 (1) 0,40 (0,27) 0,46 (0,20) 0,20 (0,59)

SEBT 0,43 (0,24) 0,40 (0,27) 1 (1) 0,71 (0,03) 0,00 (0,99)

GM 0,65 (0,05) 0,46 (0,20) 0,71 (0,03) 1 (1) 0,06 (0,87)

VD 0,10 (0,78) 0,20 (0,59) 0,00 (0,99) 0,06 (0,87) 1 (1)

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Fisioterapia: princípios fundamentais

F8 = Figure of Eight Hop Test; SHT = Side Hop Test; SEBT = Star Excursion Balance Test; FMGM = Força

muscular do Glúteo Médio; VD = Valgo dinâmico do joelho.

DISCUSSÃO

A importância de estudos com atletas de futebol é apresentada e bem discutida (Weber et al, 2010).

Entretanto, a maioria aborda a incidência ou o tratamento de lesões já desenvolvidas, e poucos

apontam estratégias de avaliação para caracterização de assimetrias e déficits que possibilitem a

prevenção destas disfunções (Heleno et al, 2014).

O propósito desse estudo foi de aplicar testes avaliativos, já descritos e validados na literatura, numa

população de atletas jovens, para verificar os déficits de força do músculo glúteo médio, um dos

principais estabilizadores da pelve (Willson et al., 2005), também os déficits de desempenho em testes

funcionais, relacionados à lesões (Rabello et al., 2014) e, correlacioná-los com o valgo dinâmico do

joelho, um fator biomecânico importante nas lesões dos membros inferiores em atletas (Shmitz et al.,

2008). Sendo que todos esses testes estão relacionados à prevenção de lesões.

Os resultados do nosso estudo estabeleceram uma correlação fraca entre o valgo dinâmico do joelho

e a força muscular do GM, não corroborando com os achados na literatura. Vários estudos como os

de (Mascal et al., 2003), (Willson et al., 2005) e (Schmitz et al., 2008) relacionados diretamente ao GM,

mostram a importância deste músculo na estabilização do quadril e, que sua fraqueza afeta a

biomecânica do complexo lombopélvico e das articulações femoropatelar e tibiofemoral. No plano

frontal os principais estabilizadores são o GM, glúteo mínimo e quadrado lombar (Willson et al., 2005).

Em cadeia aberta o GM junto ao glúteo mínimo (estabilizadores primários), atuam na abdução do

quadril, porém numa cadeia fechada eles mantêm o nível da pelve (Willson et al., 2005), e

consequentemente o alinhamento dos MMII. Desse modo ao realizar movimentos funcionais como

descer degraus, o GM fraco poder culminar no valgo dinâmico do joelho, pela falta de estabilização de

pelve fazendo com que ocorra a queda da pelve contralateral, aumento da rotação interna e adução

do fêmur homolateral (Shmitz et al, 2008). Porém, no nosso estudo a média dos atletas que

apresentaram um valgo dinâmico do joelho, no teste de descida de degrau (Maia et al, 2012), não teve

forte correlação com a média de força do glúteo médio, avaliado por célula de carga.

Em relação à concordância entre os testes funcionais e o valgo dinâmico, pode-se observar no nosso

estudo uma correlação fraca. Shigaki et al. (2013) traz que complexo lombo-pelve-quadril atua para

manter o alinhamento e o equilíbrio postural dinâmico durante as atividades funcionais, e são

fundamentais para o treinamento, possibilitando a eficiência neuromuscular máxima. Em 2012,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Dallinga et al., realizaram uma revisão sistemática com intuito de encontrar ferramentas que poderiam

prever o risco de lesões em membros inferiores nos esportes de equipe. Esses autores constaram que

o teste funcional SEBT apresenta uma sensibilidade apurada para discriminar adolescentes do sexo

feminino a desenvolverem futuras lesões (Rabello et al., 2014). Pensando no equilíbrio dinâmico e

testes funcionais que envolva agilidade e coordenação habilidades necessárias para um melhor

desempenho do atleta, avaliamos os atletas por meio do SEBT, para equilíbrio dinâmico, SHT e F8 para

agilidade e coordenação. Verificamos uma correlação moderada entre os três testes funcionais e,

entre o SHT e FMGM, isso pode ser explicado pela força e controle neuromuscular dos abdutores,

necessária para realização dos saltos médio-laterais.

A técnica de imagem 3D é o método mais utilizado para analisar e quantificar o alinhamento do

membro inferior em atividades com descarga de peso (Souza et al., 2009). Willson e Davis (2008)

compararam uma avaliação 2D com uma 3D do valgo do joelho concluindo ser mais fidedigno a análise

tridimensional. Entretanto, este método é pouco viável para uso clinico diário devido seu custo e

tempo necessário para avaliação e análise. Dessa forma, imagens 2D necessitam de equipamentos

mais simples, portáteis e com custos menores, o que facilita sua utilização no meio clínico (Almeida et

al, 2012). A validade da avaliação 2D do valgo dinâmico de joelho foi previamente estabelecida com a

análise 3D (Wilson et al, 2008; McLean et al, 2005) e tem sido utilizada em estudos com SDFP e atletas

(Wilson et al, 2008; Letturn et al, 2004). A utilização do método em 2D a fim de triar o aumento do

ângulo de projeção frontal, possui capacidade e confiabilidade para identificação do valgo dinâmico

do joelho (Bittencourt, 2010).

Em comparação ao nosso estudo, uma recente revisão sistemática afirma que o nível de evidência da

relação entre os estabilizadores de quadril e o APPF é fraco, não sendo possível alcançar conclusões

definitivas (Cashman, 2012; Almeida, 2013). Assim como (Wilson et al., 2009; Sigward et al., 2008;

Hollman et al., 2009; Thijs et al., 2007), afirmaram que a maior força da musculatura dos rotadores

laterais e abdutores do quadril, está associado ao valgo dinâmico. Ou ainda, que não houve qualquer

associação, como o encontrado em nosso estudo.

Como limitações do estudo foi observado a não padronização do ângulo de flexão do joelho no teste

de descida de degrau, para melhor precisão dos dados, e o tamanho da amostra (erro tipo II). Já como

contribuição clínica do nosso estudo, aponta a importância da avaliação de testes funcionais e de força

nos atletas de futebol, para que seja estabelecido condutas preventivas de acordo com os déficits

apresentados na população a se analisar. Assim como, testes biomecânicos de análise do VD, devendo-

se levar em conta, o cuidado metodológico, pois existem testes validados com baixo custo que podem

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Fisioterapia: princípios fundamentais

ser implementados nos clubes com facilidade, porém uma boa coleta de dados é a chave para que os

resultados sejam mais fidedignos e, consequentemente o programa preventivo possa ter melhores

resultados. Sendo assim, quanto mais tempo o atleta ficar sem sofrer lesões, maior chance terá a

equipe de realizar uma boa temporada e menos gastos serão necessários aos dirigentes.

CONCLUSÃO

O presente estudo estabeleceu uma correlação fraca entre o valgo dinâmico do joelho com a força

muscular do glúteo médio, assim como os testes funcionais de equilíbrio e agilidade, aplicados em

atletas jovens de futebol masculino.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 54

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA PARA REDUÇÃO DA DOR DURANTE O TRABALHO DE PARTO: UMA

REVISÃO DE LITERATURA DOI: 10.37423/200500972

Wilka da Conceição Sousa de Queiroz (Fisioterapeuta pelo Centro Universitário UNINOVAFAPI.Teresina- PI.)

Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/2286064818002726

Iláila Kalina Queiroz de Moraes (Acadêmica de Fisioterapia pelo Centro Universitário UNIFACEMA- Codó- MA.).

Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/2420258038140579

Wonston Luís Alves de Moraes Júnior (Fisioterapeuta pelo Centro Universitário UNINOVAFAPI.Barra do Corda- MA).

Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/0399787353358170

Marcellen Karen De Sousa Rocha (Fisioterapeuta pelo Centro Universitário UNINOVAFAPI- Buriti-MA).

Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/8360667678638383

Glaucya Kelly Krause de Sousa (Fisioterapeuta Centro Universitário UNINOVAFAPI-

Teresina- PI).

Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/6989488406236610

Joyce Kelly Chaves Costa (Fisioterapeuta pelo Centro Universitário UNIFACEMA-

Codó- MA).

Link Lattes: http://Lattes.cnpq.br/7142664395943829

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO

INTRODUÇÃO: A dor no trabalho de parto é um importante obstáculo que pode ser encarado de forma

positiva pela mulher e seus familiares. Durante o trabalho de parto o fisioterapeuta tem como função

aliviar e monitorar alterações da parturiente, com foco no bem-estar da mãe e do bebê. No tocante,

a fisioterapia dispõe de diversos meios de suporte capazes de minimizar a dor durante o trabalho de

parto. OBJETIVO: Identificar os métodos utilizados na abordagem fisioterapêutica para redução da dor

durante o trabalho de parto. METODOLOGIA: Realizou-se buscas nas bases eletrônicas de literatura

SciELO e CAPES, por meio dos descritores Trabalho de parto and Fisioterapia and Dor. Como critérios

de inclusão foram selecionados artigos originais, publicados a partir do ano de 2013, disponíveis nos

idiomas Português ou Inglês que continham informações abrangentes ao objetivo do presente estudo.

Os critérios de exclusãoforam artigos repetidos e/ou com acesso restrito. RESULTADOS: Inicialmente

foram identificados setenta e seis artigos, mas apenas onzeobedeciam aos critérios de inclusão e

exclusão. Os métodos fisioterapêuticos encontrados que são utilizados durante o trabalho de

partoforam exercícios de respiração, exercícios em bola Suíça, manipulação de tecidos da região

lombossacra, eletroestimulação nervosa transcutânea, banho e adequação a posturas. CONCLUSÃO:

A abordagem fisioterapêutica no utiliza-se de diversas técnicas e ferramentas que interferem

positivamente para a redução da dor durante o trabalho de parto.

Palavras-Chave: Dor; Fisioterapia; Trabalho de Parto.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

1.INTRODUÇÃO

A dor durante o parto é um dos tipos mais intensos de dor que uma mulher pode experimentar

durante sua vida, podendo ser influenciada por fatores anatômicos e fisiológicos e pelas próprias

experiências das mulheres, bem como por fatores culturais, sociais e ambientais. (SUÁREZ et al., 2018).

A dor no trabalho de parto é um importante obstáculo que pode ser encarado de forma positiva pela

mulher e seus familiares. Durante o trabalho de parto o fisioterapeuta tem como função aliviar e

monitorar alterações da parturiente, com foco no bem-estar da mãe e do bebê. No tocante, a

fisioterapia dispõe de diversos meios de suporte capazes de minimizar a dor durante o trabalho de

parto.

O parto é um evento que traz consigo muitas expectativas desde o início da gravidez, sendo que a

experiência deste momento marca profundamente a vida delas, seja por sentimentos positivos ou

negativos. A maioria das gestantes tem uma expectativa negativa com o parto, sendo o medo de sentir

dor de maior relevância, e após a vivência do parto a referência à dor traz sentimentos e lembranças

negativas em relação a este momento da maternidade (RONCONI, 2010).

A Fisioterapia tem como objetivo incentivar a mulher à se prepare e que conscientize-se sobre a

necessidade de se manter calma e relaxada durante todo o trabalho de parto. A fim de viabilizar essa

possibilidade, o fisioterapeuta poderá lançar mão de métodos e técnicas que permitam vencer de

maneira natural a dor do parto e ao mesmo tempo potencialize a musculatura, a consciência para o

controle e a coordenação motora, com intuito de proporcionar a diminuição da necessidade do uso

de medicamentos analgésicos e anestésicos que podem causar efeitos deletérios à mãe e ao feto

durante o processo de parturição. (BRANDOLFI et al., 2017).

Esta pesquisa tem como objetivo identificar os métodos utilizados na abordagem fisioterapêutica para

redução da dor durante o trabalho de parto. Justificando-se pela necessidade de se buscar respostas

às práticas não-farmacológicas de alívio da dor no parto como sendo um fator envolvido no parto

natural, contribuindo assim para que esse processo fisiológico seja baseado em métodos eficazes e

não prejudiciais à parturiente e ao feto.

2.METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma revisão integrativa de literatura com abordagem qualitativa, tendo como

objetivo a identificação de produções científicas sobre a abordagem fisioterapêutica para redução da

dor durante o trabalho de parto. Optou-se por revisão integrativa da literatura, uma vez que ela

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Fisioterapia: princípios fundamentais

contribui para o processo de sistematização e análise dos resultados mediante evidências científicas,

visando a compreensão de determinado tema, a partir de outros estudos independentes (SOUZA;

SILVA; CARVALHO, 2010).

A busca ocorreu nas bases eletrônicas de literatura Scientific Electronic Library Online (SciELO) e o

Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), por

meio dos descritores Trabalho de parto and Fisioterapia and Dor. Como critérios de inclusão foram

selecionados artigos originais publicados no Brasil, entre os anos de 2013 e 2019, disponíveis nos

idiomas Português ou Inglês que continham informações abrangentes ao objetivo do presente estudo.

Os critérios de exclusão foram artigos repetidos e/ou com acesso restrito, publicado em outros países

ou em outros idiomas.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente foram identificados 15.673 mil artigos sem a filtragem. Após a filtragem esse número

reduziu para apenas 76 artigos, mas após a leitura dos artigos coletados apenas 8 obedeciam aos

critérios de inclusão e exclusão, como podemos observar a representação a seguir.

Tabela 1. Apresentação dos estudos de acordo com ano de publicação e base de dados.

ANO DE PUBLICAÇÃO Nª %

2010 2 25

2012 1 12,5

2013 1 12,5

2016 1 12,5

2017 1 12,5

2018 2 25

BASE DE DADOS

SCIELO 4 50

CAPS 4 50

Fonte: Elaborado pelo autor

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Tabela 2. Representação dos artigos mediante autor, ano de publicação, e resultados apresentados.

Rett.M.T et al (2016) 150 Puérperas

Objetivo: Comparar a satisfação e a percepção de dor no

parto vaginal e na cesariana.

Métodos: Foram aplicados: “Questionário de Experiência

e Satisfação com o Parto” (QESP) modificado, versão

curta do “questionário de dor McGill” e “esquema de

representação corporal feminino”.

Resultados: demonstraram maior satisfação quanto à

forma que decorreu o trabalho de parto

e menos satisfação em relação à dor no pós-parto.

Brandolfi. J.A. et al

(2017)

16 Gestantes

Objetivo: Reduzir quadro álgico através da intervenção

fisioterapêutica em gestantes em trabalho de parto ativo.

Métodos: Foi dividida em dois grupos sendo o Grupo 1,

que recebeu protocolo fisioterapêutico, baseado nas

condutas de terapia manual e adoção de posturas verticais

e o Grupo 2 , o grupo placebo. Para a graduação da dor

foi utilizada a Escala Visual Analógica (EVA).

Resultados: Percebeu-se que em média, a dor das

gestantes do G1 foi menor que a das gestantes do G2 a

partir de 60 minutos.

Suárez.A.B. et al. (2018) 63 pacientes

Objetivo: Avaliação de diferentes doses de estimulação

nervosa transcutânea para alívio da dor durante o trabalho

de parto: estudo controlado randomizado.

Metodologia: foram distribuídos aleatoriamente em três

grupos (21 por grupo: dois ativos TENS e um placebo).).

medida em uma escala visual analógica (EVA) em vários

estágios (no início e aos 10 e 30 minutos depois).

Resultados: O grupo ativo TENS 2 obteve uma melhora

com resultados de EVA ,os resultados também revelaram

melhores resultados na TENS ativa do que no grupo

placebo.

Benfield.R Heitkemper.

M.M Newton E.R

(2018)

41 pacientes

Objetivo: Explorar as experiências das mulheres

grávidas de tomar banho, tomar banho em trabalho de

parto e crenças culturais sobre o banho.

Metodologia:as mulheres responderam a um breve

questionário aberto sobre o uso de banho. Os dados

foram capturados usando um método etnográfico

modificado envolvendo observações e anotações com

análise temática e quantificação das taxas percentuais de

resposta.

Resultados: As mulheres descreveram o banho como

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Fisioterapia: princípios fundamentais

relaxante, relaxante, calmante e eficaz para aliviar cólicas

menstruais e contrações de trabalho de parto. Dez por

cento das mulheres relataram crenças culturais sobre o

banho.

Silva . D.L.V Costa. J.J.B

Souza.M.J.S (2013)

(Artigo de Revisão)

Objetivo: Demonstrar através de uma revisão de

literatura, os benefícios do parto natural humanizado,

enfatizando os métodos não farmacológicos no alivio da

dor. Metodologa: Foram selecionados 12 artigos entre

2007 a 2012, portanto utilizaram-se três etapas para

análise dos levantamentos de dados.

Resultados:Que a bola suíça, deambulação, estimulação

elétrica transcutânea, mas masssagem, técnicas de

respiração, entre outros (colocar apenas os que estão no

estudo), são identificados como os principais métodos não

farmacológicos para ajudar no alivio da dor no trabalho de parto.

Ronconi.A.P.L et al.

(2010)

60 puérperas

Objetivo: correlacionar a dor sentida pela parturiente e

sua satisfação quanto ao trabalho de parto.

Metodologia: Escava visual analógica (EVA).

Resultado: 70% apresentaram dor máxima.

Almeida. N.A.M

Medeiros.M Souza.M.R

(2012)

10 Primigestas

Objetivo: Analisar a dor do parto normal de primigestas.

Metodologia: Os dados foram analisados pelo Método de

Interpretação de Sentidos. Resultado: Elas sustentaram

suas expectativas no sentido da dor como fenômeno

natural inerente ao parto, com a perspectiva de ter uma

vivência parturitiva saudável e satisfatória.

Santana. L.S et al. (2010) 91 parturientes

Objetivo: foi avaliar a intensidade da dor de parturientes

na fase ativa da dilatação no trabalho de parto.

Metodologia: A intensidade da dor foi avaliada por meio

da escala categórica numérica.

Resultado: A maioria das gestantes apresentou

intensidade de dor maior que 7,

Fonte: Elaborado pelo autor.

Alguns dos estudos indicaram que a dor variar conforme o suporte e as orientações recebidas pelas

gestantes no momento do trabalho de parto ativo, isto se dá pelo uso de recursos não farmacológicos

para alívio desta dor, como por exemplo a presença de um acompanhante, ambiente calmo, banhos

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Fisioterapia: princípios fundamentais

de chuveiro e técnicas de terapia manual, reforçando assim a importância da presença do

fisioterapeuta durante o trabalho de parto, com o intuito de diminuir a tríade: medo, tensão e dor.

No estudo de Rett et al., (2017), a dor foi caracterizada durante o trabalho de parto como dor aguda

especialmente no parto vaginal e, dolorida e em cólica. Quanto à localização desta dor, a queixa mais

comum foi no baixo ventre e lombossacral relatado pelas puérperas de parto vaginal e no baixo ventre,

lombossacral e abdômen naquelas que realizaram cesariana.

As primigestas, no entanto, buscaram sustentação de suas expectativas no sentido da dor como

fenômeno natural inerente ao parto, com a perspectiva de ter uma vivência parturitiva saudável e

satisfatória (Rett et al., 2017).

Os artigos selecionados para essa pesquisa abordaram a hidroterapia, massagem, exercícios de

respiração, exercícios em bola Suíça, manipulação de tecidos da região lombossacra,

eletroestimulação nervosa transcutânea, banho e adequação a posturas, como métodos não-

farmacológicos de alívio da dor no parto natural. Embora seja um assunto bastante estudado e

discutido, a dor ainda se apresenta como um fator de influência negativa na satisfação e escolha da

via de parto e, portanto, os profissionais da saúde devem perceber a necessidade de se investir em

técnicas de manejo da dor, para melhor satisfação das mulheres com relação à experiência do parto,

assim como orientá-las em todas as etapas.

4. CONCLUSÃO

A abordagem fisioterapêutica utiliza-se de diversas técnicas e ferramentas que interferem

positivamente para a redução da dor durante o trabalho de parto. Conclui-se, com este trabalho, que

a inserção crescente do profissional se justifica pela importância em atuar na orientação sobre a

mobilidade adequada à gestante, aderindo o uso de posturas verticais bem como o uso de técnicas de

terapia manual, influenciando de maneira positiva no trabalho de parto, diminuindo a dor e o tempo.

Espera-se que este estudo contribua para futuras pesquisas e práticas clínicas relacionadas à

assistência, manejo da dor e satisfação durante o parto, para que a mulher possa atuar como

participante ativa deste processo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ALMEIDA, N. A. M; MEDEIROS. M; SOUZA. M. R. Perspectivas de dor do parto normal de primigestas no período pré-natal. Artigo Original - 819 Texto Contexto Enferm, Florianópolis, Out-Dez; 21(4): 819-27, 2012.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

BÁEZ-SUÁREZ, A. et al., Evaluation of different doses of transcutaneous nerve stimulation for pain relief during labour: a randomized controlled trial. Trials 19, 652, 2018.

BENFIELD, R. et al. Culture, bathingandhydrotherapy in labor: Na exploratory descriptive pilot study. Midwifery, 15 de jun, 2018.

BRANDOLFI, J. A. et al. Atuação fisioterapêutica para redução do quadro álgico no trabalho de parto ativo. Revista Inova Saúde, Criciúma, vol 6, n. 2, dez. 2017.

RETT, M. T. et al., Satisfação e percepção de dor em puérperas: um estudo comparativo após parto vaginal e cesariana em maternidades públicas de Aracaju. ABCS Health Sci.; 42(2):66-72, 2017.

RONCONI. A. P. L. et al. Dor e satisfação durante o trabalho de parto em primigestas: visão da parturiente e do obstetra. Rev Dor. São Paulo, out-dez;11(4):277-281, 2010.

SILVA, D. L.V; COSTA, J. J. B; SOUZA, M. J. S. Benefícios do parto natural humanizado: métodos não farmacológicos de alívio da dor. – Revisão de literatura, Faculdade integrada de Pernambuco, 2013.

SANTANA. L.S et al. Avaliação da intensidade da dor na fase ativa do trabalho de parto em primigestas. Rev Dor. São Paulo, jul-set;11(3):214-217, 2010.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 55

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR ATRAVÉS DAS TÉCNICAS DE AGULHAMENTO SECO (ACUPUNTURA E DRY

NEEDLING): UMA REVISÃO INTEGRATIVA DOI: 10.37423/200500977

Ana Caroline Mamede - [email protected]

Rafaella Pontes - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO: A DTM é multifatorial, originada pela associação entre fatores psicológicos, estruturais e

posturais que desequilibram a oclusão, a musculatura mastigatória e a articulação

temporomandibular.

Objetivo: Revisar integrativamente com o intuito de compreender melhor os aspectos para o

tratamento da DTM através das técnicas de agulhamento. Assim como seus efeitos nos grupos de

pessoas que foram estudadas.

Métodos: Esta revisão integrativa tem a aplicação das técnicas de agulhamento seco como forma de

tratamento para DTM. As buscas foram realizadas no período de 18 de maio à 26 de junho de 2019.

Foram selecionados artigos publicados e indexados nas bases de dados PUBMED e PEDro no período

compreendido entre 2013 e 2019 e que abordassem a utilização do método acupuntura e/ou dry

needling como linha de tratamento. Resultados Seis artigos foram considerados elegíveis. Foi possível

identificar artigos voltados para o tratamento das disfunções temporo mandibulares através da

intervenção fisioterapêutica com o uso das técnicas de acupuntura e dry needling.

Conclusão: Confirmamos que o uso de Dry Needling e acupuntura teve resultado superior diante de

outros tratamentos existentes e usualmente realizados para a DTM. Apresentando eficácia,

principalmente no controle da dor, queixa principal dos pacientes.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

Disfunção temporomandibular (DTM) compreende problemas clínicos nos músculos da mastigação,

articulações temporomandibulares (ATM) e estruturas musculoesqueléticas associadas à cabeça e

pescoço, é a forma mais comum de dor crônica orofacial. Sinais clínicos classicamente descritos que

caracterizam a DTM são a dor no músculo e / ou na ATM, ruídos na ATM, restrição dos movimentos

mandibulares e desvio ou limitação da abertura da boca, hipertonia muscular, cefaléia, zumbido e

vertigem. (CROSS, 2017; HOLEY, 2011; TOSATO, 2006)

Trata-se de um problema de saúde pública que apresenta uma incidência de 75% na população geral,

sendo que aproximadamente 33% dessas pessoas possui ao menos um sintoma de DTM, sendo os

mais comuns, cefaleia ou dor na face. A etiologia da DTM é multifatorial, originada pela associação

entre fatores psicológicos, estruturais e posturais que desequilibram a oclusão, a musculatura

mastigatória e a articulação temporomandibular. Hábitos parafuncionais, tensão emocional e estresse

também atuam como fatores etiológicos uma vez que afetam o sistema mastigatório e a percepção

da dor, independentemente ou interagindo com outras causas, eles podem interromper a atividade

normal desse sistema e originar a disfunção, refletindo a etiologia multifatorial das DTMs. (HOLEY,

2011; TOSATO, 2006)

Para situações como essas, terapias reversíveis são indicadas como uma abordagem ao tratamento,

no âmbito da fisioterapia as técnicas mais utilizadas são as manipulações e mobilizações articulares

(cabeça e pescoço), dry needling, acupuntura e técnicas de osteopatia. (NAIK, 2014; PESSOA 2018)

Segundo PN Naik ,et al, 2014, a acupuntura pode não ser útil na eliminação da causa da DTM resultante

de anormalidades estruturais (má oclusão), como alterações degenerativas e deslocamento de disco,

no entanto, ela pode ajudar principalmente a aliviar a dor e o desconforto associados a essas

condições. Estudos indicaram que a acupuntura tem efeitos analgésicos a curto prazo e, portanto, tem

um efeito comparável ao da placa para tratamento de DTM de origem muscular .

A acupuntura é um método terapêutico da medicina tradicional chinesa (MTC). Apesar de sua história

remontar a mais de 3000 anos, hoje é bem conhecida, principalmente no manejo da dor (KW Kang

,2012). Esta é a razão para o crescente número de estudos científicos ao longo da última década para

compreender os mecanismos de ação da acupuntura e sua eficácia em vários sistemas biológicos.

Agulhamento seco (DN) tem sido utilizado por vários profissionais de saúde na prática clínica para o

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Fisioterapia: princípios fundamentais

tratamento de DTM (Cross KM, McMurray M.,2017). É definido como um método no qual agulhas

filiformes de pequeno calibre são usadas para estimular os pontos-gatilho miofasciais (PG), tecidos

conjuntivos e musculares para tratar a dor neuromusculoesquelética e os distúrbios do movimento. O

objetivo deste estudo foi revisar de forma integrativa os efeitos das técnicas de agulhamento seco

(acupuntura e dry needling) como abordagens fisioterapêuticas no tratamento dos sintomas da DTM.

METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, no período de 18 de maio à 26 de junho de 2019.

Constituiu um método da Prática Baseada em Evidências (PBE) que permite a busca, sistematização e

análise crítica do conhecimento, assim como a identificação da aplicabilidade das evidências na prática

clínica, ou seja, proporciona ao profissional associar os resultados obtidos nas pesquisas com a sua

prática para suporte na tomada de decisões (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008; SOUZA; SILVA;

CARVALHO, 2010).

Para a elaboração da presente revisão as seguintes etapas metodológicas foram percorridas:

1) estabelecimento da questão norteadora e objetivo da revisão integrativa;

2) estabelecimento de critérios de elegibilidade dos estudos e uso de bases de dados;

3) seleção e categorização dos estudos;

4) avaliação dos estudos incluídos;

5) interpretação e discussão dos resultados e

6) apresentação da revisão integrativa (MENDES et al., 2008).

Para condução da revisão integrativa, foram pesquisados e separados artigos que utilizassem

acupuntura e/ou dry needling como um dos tratamentos para as DTM’s publicados nas plataformas

Pub Med e PEDro.

Os critérios de inclusão definidos para seleção dos estudos foram: artigos com o texto completo

disponível, artigos publicados e indexados nas bases de dados selecionadas no período compreendido

entre 2013 e 2019 e que abordassem a utilização do método acupuntura e/ou dry needling como linha

de tratamento. E os critérios de exclusão foram: artigos com apenas o resumo disponível, artigos fora

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Fisioterapia: princípios fundamentais

da área de abrangência do tema abordado e artigos não gratuitos. Por conseguinte, foi criado um

banco de dados para armazenamento em ordem crescente, conforme seu ano de publicação.

(MENDES, 2008; SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010)

Para a coleta de dados, a etapa de extração das informações e categorização dos artigos incluídos teve

como base a observação dos seguintes itens: identificação do artigo original, características

metodológicas do estudo, avaliação do rigor metodológico, das intervenções mensuradas e dos

resultados encontrados. (MENDES, 2008; SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010)

Para a avaliação e análise dos artigos incluídos foi elaborada uma Matriz de síntese, que contemplou

os seguintes aspectos considerados pertinentes: autores e ano, amostra, objetivo, desenho do estudo

e conclusões. A interpretação e discussão dos resultados foram feitas de forma descritiva e analítica,

possibilitando ao leitor a avaliação da aplicabilidade das evidências científicas coligidas na revisão

integrativa. (MENDES et al., 2008)

RESULTADOS

Com base nos descritores combinados, inicialmente foram encontrados 23 artigos, conforme

fluxograma abaixo. Deste total, 07 pertenciam a base de dados PubMed, 16 a base de dados PEDro.

Após a leitura, 08 se adequaram aos critérios de elegibilidade, porém 02 foram excluídos por se

repetirem nas duas bases de dados utilizadas. Dos 06 artigos incluídos, houve predomínio de

publicações em 2018 e 2019.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Fluxograma 1 - Identificação e seleção dos estudos da revisão integrativa. Campina Grande, 2019.

As principais informações dos artigos incluídos foram sumarizadas no quadro 1 para melhor avaliação

e análise crítica.

Quadro 1 - Categorização dos artigos selecionados segundo o ano e as características metodológicas.

Campina Grande, 2019.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

DISCUSSÃO

Sabe-se atualmente que as técnicas de agulhamento são utilizadas para o alívio da dor, que na DTM é

a principal característica, seja ela peri-auricular, infra-mandibular, ou mesmo na própria região da

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Fisioterapia: princípios fundamentais

ATM, portanto é de suma importância que qualquer tratamento atue no controle e diminuição da dor,

queixa principal dos pacientes. GRILLO, M. C., et al (2015), relatam que no grupo tratado com

acupuntura, houve um aumento significativo na média do limiar de pressão de dor para o masseter

esquerdo, embora a aplicação da acupuntura tenha sido realizada no lado direito. Apenas o músculo

temporal direito mostrou uma redução significativa na raíz quadrada média na posição repouso no

grupo tratado com placa oclusal. A acupuntura reduziu a intensidade da dor na DTM e promoveu os

benefícios do movimento mandibular. Quando os tratamentos foram comparados, ambos reduziram

a intensidade da dor e aumentaram a abertura da boca igualmente, e podem ser considerados

estratégias para o controle da dor crônica relacionada à DTM. FERREIRA, L. A., et al. (2013) em seu

modelo duplo-cego obtiveram resultados da eficácia da terapia experimental, considerando os efeitos

psicológicos inerentes ao paciente e o controle das medidas do avaliador. No grupo controle (GC),

percebe-se até que ponto uma ação placebo/psicológica poderia ser acrescentada à atividade

terapêutica da acupuntura a laser, enquanto no grupo experimental (GE) é a extensão com que seu

mecanismo analgésico real potencializa os efeitos da terapia oclusal reversível. No estudo, observou-

se que os resultados promovidos pela acupuntura a laser no tratamento da DTM crônica foram

superiores aos do placebo. De forma que defende em seu estudo a ideia de que a analgesia pela

acupuntura realmente funciona com um efeito fisiológico e não exclusivamente por efeito

placebo/psicológico. Verificou-se que no GE deste estudo, a remissão completa dos sintomas em

algumas estruturas ocorreu logo após o segundo mês e permaneceu estável até a última avaliação.

Nesse período, os sujeitos que receberam acupuntura a laser ativa não mais se queixaram de dor

orofacial espontânea à palpação das regiões temporal, masseter e submandibular, fixação posterior

da ATM e pólo lateral da ATM.

ZOTELLI. V. L. R, et al (2017) por sua vez, demonstraram que a dor diminuiu em ambos os grupos após

quatro sessões de tratamento, sem diferença significativa entre os grupos, diferentemente dos

estudos de FERREIRA, L. A., et al. (2013) e GRILLO, M. C., et al (2015), em que o GE apresentou melhora

significativa dos resultados, se comparado ao GC. VIER, C. et al (2019) mostra que os estudos incluídos

nesta revisão sistemática sugerem que a ND é melhor do que a terapia simulada para PPT e melhor do

que outras intervenções para a intensidade da dor a curto prazo. No entanto, devido à qualidade muito

baixa das evidências, o DN não pode ser fortemente recomendado em relação à terapia simulada ou

outras intervenções, por não mostrarem na grande maioria os protocolos utilizados com o ND e os

que trouxeram o protocolo o mesmo não responderam a critérios necessários para garantir o baixo

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Fisioterapia: princípios fundamentais

risco de viés. Sendo assim o estudo coloca a insuficiência de dados como problema que impossibilita

conclusões sólidas sobre ND no tratamento da dor associada a DTM. GONZALEZ-PEREZ, L. M. et al

(2015) nesse estudo foi feita uma comparação da intensidade da dor em repouso e após a mastigação,

bem como as medições de intervalos de abertura máxima boca, lateralidade, e movimentos salientes.

Os resultados mostraram diferenças estatisticamente significativas a favor de DDN em comparação a

terapia oral com a combinação metocarbamol / paracetamol. Foi considerado o tratamento DDN

superios tanto em relação a dor como em relação a limitação de abertura da mandíbula. Nos doentes

tratados com DDN, parâmetros foram significativamente melhoradas em duas visitas de

acompanhamento (dias 28 e 70) comparado ao dia 0. Este não foi o caso para o grupo de controlo,

onde apenas a dor no dia 28 foi significativamente melhorada. Quando foi avaliada a funcionalidade

da ATM, com o teste de 100 pontos, a abordagem de tratamento DDN foi claramente superior, bem

como a avaliação da tolerância dos pacientes ao tratamento, foi melhor com as três aplicações de DDN

do que com o tratamento combinado methocarbamol / paracetamol. PESSOA, D.R. et al (2018), a

paciente foi submetida a quatro sessões de terapia de associação massagem facial (FM), agulhamento

seco (DN) e laserterapia de baixa potência (LLLT), com um intervalo de sete dias entre cada sessão.

Durante o tratamento, o paciente foi instruído a não usar analgésicos e / ou anti-inflamatórios, nem

qualquer outro tratamento alternativo para a DTM. Após o protocolo de tratamento proposto,

observou-se redução da atividade muscular durante o repouso e aumento da atividade muscular

durante o movimento isométrico, o que sugere diminuição da hiperativação e fadiga muscular. Os

resultados observados foram considerados promissores neste relato de caso. No entanto, a remissão

completa dos sinais e sintomas da DTM não foi observada. Isto sugere que os tratamentos empregados

não tiveram efeito sobre a etiologia ou causa do distúrbio; portanto, esse protocolo pode ser

considerado como um suporte para o controle de sinais e sintomas. Os resultados observados incluem

redução nos locais de dor, ganho na amplitude de movimento mandibular e biomodulação da

atividade eletromiográfica. Esses resultados representam claramente grande relevância clínica. Os

estudos supracitados tiveram o intuito de compreender melhor os aspectos para o tratamento da DTM

através das técnicas de agulhamento. Assim como seus efeitos nos grupos de pessoas que foram

estudadas.

CONCLUSÃO

Com esta revisão, a partir das recomendações baseadas em evidências científicas, foi possível

comprovar que a fisioterapia pode contribuir para o tratamento de desordens temporo mandibilares

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Fisioterapia: princípios fundamentais

através das técnicas de agulhamento, assumindo papel fundamental na assistência ao paciente e na

melhora do quadro álgico causado pela DTM. No Brasil, ainda está em crescimento a inserção do

fisioterapeuta nesse âmbito das DTM’s, tais estudos confirmam ser de grande valia a inclusão desse

profissional não só no tratamento, mas na prevenção, visando fortalecimento da musculatura do

sistema estomatognático e dos músculos envolvidos com a ATM, assim como diminuição de

parafunções que prejudicam e aumentam ainda mais a dor ocasionada pela DTM, além de exercícios

e recomendações que podem contribuir para a melhora do caso. Neste cenário, a garantia da

assistência fisioterapêutica, com respaldo em suas competências profissionais, permitirá uma melhor

compreensão do processo que resulta em uma DTM e inovações nas práticas clínicas visando atenuar

os índices epidemiológicos atuais e conscientizar para essa disfunção tão comum. Ademais, diante da

necessidade de assegurar uma prática assistencial embasada em evidências científicas, apontada

como uma ferramenta promissora no campo da saúde enfatizamos a importância de traçar planos e

programas terapêuticos a partir dos conhecimentos científicos recomendados para direcionamento

nas tomadas de decisões clínicas e fortalecimento do reconhecimento e da garantia do espaço do

fisioterapeuta neste campo de atuação discutido. Finalmente, com o objetivo de aprimorar tais

abordagens e fortalecer os achados, consideramos oportunos novos estudos neste domínio, com

delineamento em maiores níveis de evidências científicas para elevarmos o grau de recomendação de

nossas pesquisas no campo da fisioterapia nas disfunções temporo mandibulares.

REFERÊNCIA

Cross KM, McMurray M. O agulhamento seco aumenta a espessura muscular em um indivíduo com disfunção muscular persistente: relato de caso. Int J Sports Phys Ther. 2017; 12 (3): 468-75. PMid: 28593101.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

http://dx.doi.org/10.1016/j.jmpt.2011.05.012 . PMid: 21875520 JP Tosato , PHF Caria, Prevalência de DTM em diferentes faixas etárias , 54 anos , RGO , Porto Alegre ( 2006 ) , pp. 211 - 224

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 56

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS LESÕES DURANTE CAMPEONATO MUNDIALN POR IDADES EM ATLETAS DE GINÁSTICA DE TRAMPOLIM

DOI: 10.37423/200500993

Clarice Steffens - [email protected]

Fabrício Farias da Fontoura - [email protected]

Paulo Carrara - [email protected]

Marina Araújo - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Resumo

Objetivo: verificar a prevalência de lesões nos atletas de Ginástica de Trampolim (GTR) durante a

participação do Campeonato Mundial por Idades. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo,

de caráter transversal quantitativo, realizado a partir dos registros tabulados, total de participantes 34

atletas de GTR. Os dados foram coletados a partir do prontuário fisioterapêutico. A análise descritiva

foi realizada por meio de médias, desviospadrão e frequências absolutas e relativas. P. <0,05 foi

considerado estatisticamente significativo para todas as análises. Resultados: Foram incluídos 34

atletas com a média de idade de 14±4 anos, predominantemente do sexo feminino (67,6%). Quanto à

frequência de treinamentos, a frequência semanal média foi de 5,3±0,5 vezes por semana e um tempo

médio de prática diária de 194,1±44,4 minutos. A média do tempo total de prática da modalidade foi

de 6,6±2,9 anos. As lesões prévias mais prevalentes entre os atletas foram à entorse de tornozelo

(n=14; 41,1%) e fratura de pé (n=3; 12,5%), seguido por periostite tibial (n=2; 5,9%) e fratura de fíbula

(n=1; 2,9%). Cerca de 71% dos atletas já tiveram pelo menos uma lesão prévia, em que 18 (52,9%)

relataram uma única lesão, cinco (14,9%) relataram duas lesões prévias e apenas um, três lesões

(2,9%). Vinte e quatro atletas (70,6%) tiveram lesão na competição, onde 17 (50%) relataram uma

lesão e 7 (20,6%), duas lesões. Durante a competição, ocorreram 31 lesões. Destas, 21 (67,7%) lesões

foram bilaterais e a estrutura mais acometida foi o músculo (n=19; 61,3%), seguido por ligamento

(n=10; 32,3%) e ossos (n=2; 6,5%). Conclusão: A lesão de maior prevalência durante a competição foi

muscular, seguida de ligamentar e óssea.

Palavras chave: atletas, ginastica de trampolim, lesão, competição.

Descritores: Lesões; Atletas de ginastica de trampolim;

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Fisioterapia: princípios fundamentais

1. INTRODUÇÃO

O uso do trampolim no condicionamento físico surgiu a partir dos circos, que utilizavam as redes para

ejetar os acrobatas e realizar as manobras. George Nissen, professor de Educação Física em torno de

1930 (A Jay Binder, M.D. et al., [s.d.])1 decidiu adaptar as redes de proteção usadas em espetáculos

mambembes, criando, assim, o primeiro trampolim com o objetivo de impulsionar saltos dessa

natureza introduzindo-os como modalidade esportiva, ginástica de trampolim. Nas ultimas décadas

houve crescimento significativo das lesões associadas ao uso do trampolim relacionadas ao esporte e

o lazer. Muitos profissionais desconhecem as lesões relacionadas a essa prática onde medidas de

treinamento, condicionamento físico e segurança são necessários e fundamentais para essa prática e

modalidades de esporte. O presente estudo se justifica pela escassez de relatos, pesquisas e registros

literários, com o florescimento do uso e lesões decorrentes desta pratica.

Conforme estudos de Seredyński at al Polak, (Seredyński e Polak 2015)16, esta modalidade de esporte

requer habilidades físicas especificas e intensas nos quais o atleta possa através do corpo demonstrar

uma execução com precisão, estética, confiança, movimentos precisos e extensos durante os

exercícios. A estrutura e equipamentos específicos, para execução dos exercícios tanto na pratica de

laser como no esporte de alto nível de competição exigem condições de segurança e material

adequados a cada modalidade, para a realização e execução, condições essas que interferem no

desempenho e execução inicial e final dos saltos e acrobacias de cada modalidade praticada.

Trampolim: Historicamente a origem do trampolim não é precisa, mas sabe-se que alguns precursores

surgiram durante a Média de Idade3,4. O esporte propriamente dito, uma estrutura de aço contendo

uma tela suportada por molas, foi criado por George Nissen18, (Sharwood et al. 2018); (Hoshi et al.

2008)10; um ginasta e saltador americano que juntamente com seu técnico, Larry Griswold,

manufaturaram o primeiro protótipo do trampolim9. A ideia surgiu com os trapezistas de circo, os

quais realizavam saltos a partir do impulso da rede de segurança6, (Chalmers, Honst, e Phdt 1995). Em

1936, o trampolim foi patenteado por Georg Nissen Company em Iowa, Estados Unidos19. A palavra

“trampoline”, uma anglicização da palavra espanhola "el trampolin", foi utilizada para a trademark de

Nissen Company20 (Zook et al. 2017). Após a patente de George Nissen, o trampolim se difundiu com

diferentes formas de utilização. Durante a Segunda Guerra Mundial foi amplamente utilizado para

aprimorar o equilíbrio, a orientação espacial e as habilidades motoras dos militares e pilotos

americanos20, (Zook et al. 2017). O Trampolim tornou-se uma atividade reconhecida e utilizada por

outros esportes como condicionamento e treinamento neuromuscular19.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

A primeira competição de Trampolim foi realizada em 1941 em Dallas, Texas2. Os campeonatos

mundiais tiveram início em 1964 em Londres, com o Trampolim Individual e Sincronizado (Esposito et

al., 2009), (Bevan 1970), (Hoshi et al. 2008), (Black e Amadeo 2003)7,4,10,5. No mesmo ano fundou-

se a Federação Internacional de Trampolim (FIT)13,14. Até 1998, a FIT era a entidade máxima e o órgão

responsável pela modalidade. A partir de 1999, o esporte foi anexado à Federação Internacional de

Ginástica (FIG). Com sua sede na Suíça, a FIG engloba 7 esportes: Ginástica de Trampolim, Ginástica

Rítmica, Ginástica Aeróbica, Ginástica para Todos, Ginástica Acrobática e Ginástica Artística Masculina

e Feminina,15.

Em 1997, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou a inclusão do Trampolim Individual como

modalidade olímpica. O esporte debutou nos Jogos Olímpicos de Sidney, em 20006,15.

Duplo Mini-Trampolim (DMT): O DMT teve como precursor o Mini- Trampolim, aparelho usado pelos

ginastas como parte do treinamento. Após a criação do trampolim, George Nissen idealizou a criação

de um único aparelho no qual fosse possível a realização de um salto de entrada e outro de saída, com

uma subsequente aterrissagem para solo6 (Chalmers, Honst, e Phdt 1995). O DMT começou a fazer

parte dos campeonatos mundiais em 1976.

Tumbling: As competições de Tumbling existem desde 1930, período no qual era pertencente à

Ginástica Acrobática. Posteriormente, o esporte se integrou à GTR18, (Sharwood et al. 2018) iniciando

sua participação em campeonatos internacionais em 1976.

As lesões associadas ao uso de trampolim como laser e esporte, veem acompanhando a floração da

modalidade no esporte competitivo, estas vem sendo descritas por Bahr, (Bahr 2001)3. Estas

modalidades esportivas exigem tempo e carga de treinamento específicos, proporcionando ao atleta

condicionamento físico, minimizando as e evitando lesões de contratura, fraturas, luxações,

lacerações. Seredynski et al Polak, 201516, trazem as discussões sobre as lesões associadas ao uso de

trampolim que vêm aumentando e tem sido uma preocupação, sendo uma modalidade do esporte

jovem, com crescimento exponencial. O preparo e condicionamento físico são fatores chaves para um

bom desempenho e execução de manobras acrobáticas especifica a serem realizadas, relacionadas e

próprias à modalidade de ginastica de trampolim. Atletas com alta performance da Ginástica e

Trampolim (GTR) tornam-se vulneráveis a lesões pela intensidade exigida no esforço de treinamento

como também durante as competições. Necessitando de estudo e pesquisa atualizadas, justifica-se o

objetivo primário, deste estudo verificar a prevalência de lesões nos atletas de Ginástica de Trampolim

(GTR) participantes do Campeonato Mundial por Idades.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

2 METODOLOGIA

A tipologia do estudo é retrospectivo, de caráter transversal quantitativo, realizado a partir dos

registros tabulados. Foi realizada uma análise descritiva dos questionários de 34 atletas participantes

da competição mundial. Para a caracterização da amostra foram utilizados os indicadores do

questionário: Dados pessoais e sociodemográficos: - Idade (anos), - Gênero (masculino/Feminino);

Dados do atleta: Categoria (Infantil: 11 e 12 anos; Infanto-Juvenil: 13 e 14 anos; Juvenil: 15 e 16 anos;

Adulto: 17 a 18 anos); - Modalidade/aparelho (trampolim individual, trampolim sincronizado, duplo

mini-trampolim e tumbling); - Frequência de treino (horas de prática diária e tempo de prática em

anos). Dados clínicos: - Intercorrências/lesões (aparelho, local da lesão, tipo de lesão e hipótese

diagnóstica); - Mecanismo e causa da lesão; - Dados da intercorrência (período de ocorrência,

severidade da lesão, participação ou não no campeonato); - Dor (local, tipo e intensidade de 0 a 10); -

Histórico de lesões; - Avaliação nutricional (Índice de Massa Corpórea); - Uso de medicamentos (sim

ou não).

Utilizando critérios de inclusão os dados dos atletas participantes da competição de Ginástica de

Trampolim (GTR) participantes do Campeonato Mundial por Idades em 2009, devidamente

preenchidos, inclusive aqueles que não sofreram intercorrências (lesões) durante a competição. Os

critérios de exclusão foram os questionários dos atletas, que não estavam devidamente preenchidos.

O cálculo amostral seguiu conforme o estudo prévio de Philippe P. Perrin et al.

20133, que encontrou uma prevalência de 63% de lesões no aparelho de trampolim, sendo necessário

a inclusão de 20 atletas adotando-se um erro padrão de 5% e uma confiança de 95% dos dados. Para

efetuar o cálculo amostral foi utilizado o programa software SPSS 10.0for Windows (Statistical

Package for Social Sciences, versão 17.0).

A análise descritiva foi realizada por meio de médias, desvios-padrão e frequências absolutas e

relativas. P. <0,05 foi considerado estatisticamente significativo para todas as análises. Utilizou-se para

expressar a prevalência, o percentual e para descrição dos dados, foi utilizado à média, desvio padrão,

mediana e intervalo de confiança. Os dados de correlação entre as variáveis foram realizados após a

distribuição das mesmas, adotando um valor de p.< 0,05 como diferença significativa. Sendo a análise

estatística realizada no programa Statistical Package for the Social Sciences, versão 25.0 (SPSS Inc.,

Chicago, IL, EUA). A análise de dados ocorreu no período de maio a junho de 2019.

Os aspectos éticos do projeto seguiram as orientações, sendo submetido e aprovado pelo Comitê de

Ética e Pesquisa da Universidade La Salle Canoas RS, de acordo com a Resolução 466/12, parecer Nº

3.399.465.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

3 RESULTADOS

O presente estudo é composto por 34 atletas de ginástica de trampolim, que participaram do

Campeonato Mundial por Idades, com média de idade de 14±4 anos, predominantemente do sexo

feminino (67,6%). Com relação à categoria as quais pertencem nove (26,5%) atletas competem à

categoria infantil, sete (20,6%) ao infanto-juvenil, dez (29,4%) a juvenil e oito (23,5%) a adulta. Cerca

de 50% dos atletas praticam dois aparelhos.

Vinte e três (67,6%) atletas praticam trampolim, dezoito (52,9%), duplo mini-trampolim e nove

(26,5%), tumbling. Quanto à frequência de treinamentos, a frequência semanal média foi de 5,3±0,5

vezes por semana e um tempo médio de prática diária de 194,1±44,4 minutos. A média do tempo total

de prática da modalidade foi de 6,6±2,9 anos. As outras informações antropométricas e

sóciodemográficas da amostra podem ser observadas na Tabela 1.

As lesões prévias mais prevalentes entre os atletas foram à entorse de tornozelo (n=14; 41,1%) e

fratura de pé (n=3; 12,5%), seguido por periostite tibial (n=2; 5,9%) e fratura de fíbula (n=1; 2,9%).

Cerca de 71% dos atletas já tiveram pelo menos uma lesão prévia, em que 18 (52,9%) relataram uma

única lesão, cinco (14,9%) relataram duas lesões prévias e apenas um, três lesões (2,9%). Vinte e

quatro atletas (70,6%) tiveram lesão na competição, onde 17 (50%) relataram uma lesão e 7 (20,6%),

duas lesões. Dos 34 atletas de ginástica de trampolim, apenas dois referiram o uso de analgésicos

(5,9%) e seis relataram o uso de antiinflamatórios não-esteroides (AINEs), como podem ser

visualizadas na Tabela 2.

De acordo com a gravidade da lesão, entre os atletas que praticam TR, dez (71,4%) apresentam lesão

aguda leve, dois (14,3%) lesão moderadamente aguda e dois (14,3%), lesão classificada como crônica.

Naqueles que praticam o DTM, nove (75%) apresentam lesão aguda leve, dois (16,7%) com lesão

moderada aguda e apenas um caso (8,3%) classificado como lesão crônica. No grupo que pratica TU,

a lesão aguda foi encontrada em cinco atletas (62,5%) e crônica em três atletas (37,5%).

Durante a competição, ocorreram 31 lesões. Destas, 21 (67,7%) lesões foram bilaterais e a estrutura

mais acometida foi o músculo (n=19; 61,3%), seguido por ligamento (n=10; 32,3%) e ossos (n=2; 6,5%).

As prevalências de lesões e de segmentos mais acometidos nos atletas, de acordo com o aparelho que

praticam estão listadas na Tabela 3.

4 DISCUSSÃO

O esporte em sua modalidade de ginastica trás em seu bojo a caracterização artística, e toda expressão

artística utiliza formas, equipamentos e movimentos próprios e específicos para manifestação e

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Fisioterapia: princípios fundamentais

comunicação de sua arte com seus interlocutores. A GTR utiliza e na qual expressa sua natureza

através do corpo, corpos infantis, juvenis e adultos, diga-se de passagem, imaturos em todas as suas

fases de crescimento, como diz Roveri (Marco Bortoleto1, [s.d.])12, em sua precisão, destreza, leveza,

audácia, elegância, criatividade é a expressão da arte de dominar o corpo e expressar sensações e

sentimentos, tornando-os perceptíveis e compreensíveis ao publico.

O objetivo primário deste estudo foi verificar a prevalência de lesões nos atletas de Ginástica de

Trampolim (GTR), participantes do Campeonato Mundial por Idades de 2009.

As lesões mais frequentes no segmento do membro inferior estão relacionadas à realização ou ligação

de elementos técnicos, os ginastas com mais de 15 anos, pode-se observar na Tabela 3, sendo a média

de idade do estudo de 14,4±2,2 anos como mostra a Tabela 1, apresentam maior tempo de prática,

associadas à maior tempo de prática e cargas de treino mais elevada apresentaram maior risco de

lesão (p≤0,05).

O conhecimento e as causas das lesões na prática do esporte de ginástica de trampolim é um dos

fatores que permite desenvolver estratégias adequadas de prevenção e gestão de riscos para

minimizar possíveis causas de lesões17,1,14,. (Rodolfo Augusto Travagin Mirandaa, et al. 2018) (A Jay

Binder, M.D. et al., [s.d.]) (Rego, Reis, e Oliveira 2006).

Hans et al., 2013, trazem em seu estudo9, (Hans-Wilhelm Mueller-Wohlfahrt, Lutz Haensel, Kai

Mithoefer, Jan Ekstrand et al.,) que padrões de atividade, exigências fisiológicas geram respostas

fisiológicas e desempenho muscular de fadiga, em ginástica de trampolim competitivos. A prática de

GTR é um esporte com atletas de alto nível de desempenho, que requer uma carga e frequência de

treino, muitas horas de prática diária e tempo de prática em anos, podendo gerar um overuse.

Binder1, em seus estudos que as lesões ocorrem mais em competições, dos quais os fatores envolvidos

são problemas anatômicos ou mecânicos; flexibilidade e desequilíbrio; força e resistência. Lesões

agudas simplesmente aconteceram e resultam de uma queda, torção, deslizamento ou aterrissagem

ruim e envolvem o entorse de tornozelo, fraturas, luxações, lesões ligamentares (LCA), puxões ou

tensões musculares, cortes ou lacerações, ou contusões. Estas lesões podem ser reduzidas através de

condicionamento físico, técnica, segurança.

As lesões crônicas ocorrem com o tempo e resultam do uso excessivo, excesso de treinamento, falta

de tempo para recuperação devida e com o treinador ou atleta ignorando os sinais de alerta. Estas

lesões são mais relacionadas ao segmento da canela, patela, tendão de aquiles ou do manguito

rotador, cotovelo, bursite, atrofia e fraturas por estresse, conforme o esporte praticado. Os fatores

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Fisioterapia: princípios fundamentais

dessas lesões podem ser reduzidos através de treinamento, tempo de recuperação planejado e

reconhecendo os sinais de uso excessivo no início do processo1.

Rodolfo et al.,14,11 (Lisa N. Sharwood, Susan Adams, Tracy Blaszkow 2018) relatam que os atletas

praticantes dessas modalidades/aparelho (trampolim individual, trampolim sincronizado, duplo mini-

trampolim e tumbling), são suscetíveis a lesões sendo a sobrecarga mais comum e fatores relacionados

com o crescimento e maturidade biológica do sistema osteo-articular. Estes estudos corroboram com

nossos achados, sendo o tipo de lesão o tecido muscular o mais afetado pela presença e geração de

contratura. E o segmento dos membros inferiores com nº16 (51,6%) o mais lesado.

Com relação ao período de ocorrência, severidade da lesão, participação ou não no campeonato foram

encontradas as mesmas porcentagens de lesões prévias e ocorridas durante a participação da

competição com média de 24% (70,6) de lesões. Quanto ao segmento com lesões de tornozelo e

fratura de pé, seguido por periostite tibial e fratura de fíbula. Para Gauchard8 (Gauchard et al. 2013),

essa média, tipo e local de lesão podem ocorrer em função saltos, quedas e pouso incompletos e/ou

errôneos, bem como em decorrência do tipo de solo e/ou devido à qualidade do equipamento

utilizado em cada modalidade. Ashby, (Ashby et al. 1915)2 fazia referencia às principais lesões nos

esportes acrobáticos (ou seja, membros inferiores) são semelhantes aos observados em ginástica

artística. Lesões específicas podem resultar de quedas, pouso incompleto e/ou errónea e/ou

configurar do tipo de superfície de aterragem. Competições de alto nível trazem lesões como parte

integrante e consequente dessa pratica. A questão é aprender como administrá-las em benefício da

saúde, segurança e oportunidade competitiva.

Gauchard8, trás em seus estudos, quanto à lesões especificas, revelou elevada prevalência de lesão

nos ginastas de competição, sendo o membro inferior a região anatômica mais afetada tornozelo,

joelho, pulso, do cotovelo parte inferior das costas e ombro superfície diferente, desenvolve

especificas habilidades se necessários para preparar, executar e finalizar a sequencia a ser executada

na modalidade e equipamento a ser utilizado. Ashby et al., 2015, Black2,5 et al., 2003, Mulligan13

(Mulligan et al., 2016), Gauchard et al., 20138, (Sandler et al. 2011)15 , (Lauersen et al., 2014),

encontraram em seus estudos maior frequência de lesões em membros inferiores, com atletas

praticantes de esporte em trampolim. Encontramos resultados semelhante em nosso estudo de

acordo com a gravidade da lesão, entre os atletas que praticam GTR, dez (71,4%) apresentam lesão

aguda leve, dois (14,3%) lesão moderadamente aguda e dois (14,3%), lesão classificada como crônica.

Naqueles que praticam o DMT, nove (75%) apresentam lesão aguda leve, dois (16,7%) com lesão

moderada aguda e apenas um caso (8,3%) classificado como lesão crônica.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

No grupo que pratica TU, a lesão aguda foi encontrada em cinco atletas (62,5%) e crônica em três

atletas (37,5%). Corroborando com amostra semelhante ao nosso estudo onde os resultados

encontrados referentes ao segmento anatômico mais afetado indiferente à modalidade praticada

pelos atletas de GTR, sofreram lesões previas de entorse de tornozelo como vemos na Tabela 2.

Na ginástica trampolim os atletas realizam exercícios individuais de uma dinâmica natureza: saltos,

cambalhotas e torções/giros. No entanto, o denominador comum é a execução perfeita dos exercícios

com alto grau de dificuldade. Para atender a esse requisito, ginastas devem ter um físico ideal e alto

nível de aptidão física. Binder1 em seu estudo refere que na ginástica, uma lesão é frequentemente

definida como aquele que causa “tempo perdido no ginásio”. Uma entorse de tornozelo em um ginasta

pode prevenir a prática por uma semana ou mais, mas em outro esporte o atleta pode estar mais grave

e voltar imediatamente. Isto leva a uma incidência relativamente alta de lesões na ginástica e dá a

impressão falsa de que nosso esporte é “inseguro”. Os fatos mostram que a esmagadora maioria das

lesões ginásticas é menor e tem uma recuperação rápida.

Como prevenir lesões e retornar o atleta pós–lesão Cabe aos profissionais técnicos dos atletas estar

atentos aos sinais presentes, tanto na prevenção como pós-lesão. - Ter o cuidado que a intervenção

não piore a situação do atleta. -

Em atletas os músculos, ligamentos, tendões, suprimento vascular são muito mais fortes antes da

lesão, por isso deve curar mais rápido do que as pessoas “normais". - Que os requisitos de

desempenho do atleta são maiores do que pessoas "normais", então o ponto final da terapia pode

estar em um nível muito mais alto. - A maioria dos atletas não pode perder muito tempo do treino e

da competição ou da temporada ou ano competitivo. - Isto é especialmente importante como

cuidados de imobilização prolongada ou a sustentação do peso após uma lesão pode levar à atrofia

muscular e triplicar seu tempo de recuperação. - Os atletas necessitam de diagnóstico rápido,

tratamento precoce, movimento anterior e suporte de peso, nutrição otimizada, fisioterapia precoce,

quiropraxia, ressonância magnética, cirurgia e reabilitação.

5 CONCLUSÃO

Concluímos que as lesões de maior prevalência durante a competição foram as lesões musculares,

seguida de ligamentares e óssea. Salientamos a necessidade de se continuar este tipo de pesquisas,

recomendando estudos prospectivos no sentido de explorar melhor as relações de causalidade entre

fatores de risco associados e o padrão de ocorrência das lesões, para se poder otimizar a prática da

ginástica de competição.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

6 TABELAS

Tabela 1 – Características de atletas de ginástica de trampolim da amostra (n=34)

Resultados apresentados como média±DP, frequências absolutas e relativas.

Abreviações: IMC= Índice de massa corporal; TR=Trampolim; DMT= Duplo

Minitrampolim; TU= Tumbling.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Tabela 2 – Frequências de lesões na amostra (n=34)

Resultados apresentados como frequências absolutas e relativas. Abreviações: AINEs=

Anti-inflamatórios não-esteroides.

Tabela 3 – Prevalência de lesões e dos segmentos acometidos entre os atletas de ginástica de trampolim, de acordo com o aparelho que pratica (n=34).

Resultados apresentados como frequências absolutas e relativas. TR=Trampolim; DMT= Duplo

Minitrampolim; TU= Tumbling.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

REFERÊNCIAS

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2.Ashby, Karen, David Eager, Angelo D Elia, Lesley Day, e Angelo D Elia. 1915. “Influence of voluntary standards and design modifications on trampoline injury in Victoria , Australia”.

3.Bahr, Roald. 2001. “Clinical review Recent advances” 323 (August).

4.Bevan, R. 1970. “(1) 16”, 8–15.

5.Black, G Brian, e Ryan Amadeo. 2003. “Orthopedic injuries associated with backyard trampoline use in children” 46 (3): 199–201.

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7.Esposito, Paul W, e Lisa M Esposito. 2009. “The Reemergence of the Trampoline as a

Recreational Activity and Competitive Sport”, 273–77.

8.Gauchard, C, Xavier Grapton, Alexis Lion, Denys Barrault, e Philippe P Perrin. 2013. “Specific injuries induced by the practice of trampoline , tumbling and acrobatic gymnastics”, 494–99. https://doi.org/10.1007/s00167-012-1982-x.

9.Hans-Wilhelm Mueller-Wohlfahrt, 1 Lutz Haensel, 1 Kai Mithoefer, 2 Jan Ekstrand, 3, 8 Bryan English, 4 Steven McNally, 5 John Orchard, 6, 7 C Niek van Dijk, 12 Gino M Kerkhoffs, 9 Patrick Schamasch, 10 Dieter Blottner, 11 Leif Swaerd, e 13 Peter Ueblacker1 Edwin Goedhart. 2013. “No TitleTerminology and classification of muscle injuries in sport: The Munich consensus statement”. Mueller- Wohlfahrt H-W, Haensel L, Mithoefer K, et al. Br J Sports Med 47: 10.

10.Hoshi, Rosangela Akemi, Carlos Marcelo Pastre, Luiz Carlos, Marques Vanderlei, Estadual Paulista, e Rua Roberto Simonsen. 2008. “Lesões Desportivas na Ginástica Artística : Estudo a Partir de Morbidade Referida Sports Injuries in Artistic Gymnastics : a Study From Referred Morbidity” 14: 440 45.

11.Lisa N. Sharwood, 1, 2, 3 Susan Adams, 4 Tracy Blaszkow, 5 David Eager6. 2018. “No Title”. Australian and New Zealand Journal of Public Health 42: 4.

12.Marco Bortoleto1, Paulo Carrara2 and Murilo Guarniei Roveri1. [s.d.]. “No Title”. M.: TRAMPOLINE GYMNASTICS: THE BRAZILIAN 10 (3).

13.Mulligan, Christopher S. 2016. “No Title Paediatric injury from indoor trampoline centres”. BMJ (Online) 0,: 4.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

14.Rego, Frederica, Marc Reis, e Raúl Oliveira. 2006. “ARTIGO ORIGINAL Lesões em Ginastas Portugueses de Competição das Modalidades de Trampolins , Ginástica Acrobática , Ginástica Artística e Ginástica Rítmica na Época 2005 / 2006”, 21–27.

15.Rodolfo Augusto Travagin Mirandaa,∗, Ítalo Ribeiro Lemesa, Franciele Marques Vanderleia Carlos Iván Mesa Castrillóna, Diego Giuliano Destro Christofarob Stephanie Nogueira Linaresa, e Carlos Marcelo Pastrea e Jayme Netto Júniora. 2018. “Lesões musculares em atletas do sexo masculino atendidos no Centro de Estudos e Atendimento em Fisioterapia de Presidente Prudente --- SP”. Revista Brasileira do Esporte 40: 7.

16.Sandler, Gideon, M S Paed, Linh Nguyen, Lawrence Lam, Maria P Manglick, Fracs Paed, Andrew J A Holland, e Fracs Paed. 2011. “Trampoline Trauma in Children Is It Preventable ?” 27 (11): 1052–56.

17.Seredyński, Antoni, e E W A Polak. 2015. “PHYSICAL FITNESS OF GIRLS PRACTISING ACROBATIC AND TRAMPOLINE GYMNASTICS COMPARED TO THAT OF GIRLS PRACTISING OTHER SPORTS IN THE SUBCARPATHIAN PROVINCE TEAM”, 158–64. https://doi.org/10.1515/pjst-2015-0023.

18.Sharwood, Lisa N, Susan Adams, Tracy Blaszkow, e David Eager. 2018a. “within Australia : a call for mandatory standards”, 1–4. https://doi.org/10.1111/1753-6405.12783.

19.———. 2018b. “within Australia : a call for mandatory standards”, 153–56. https://doi.org/10.1111/1753-6405.12783.

20.Zook, Heather G, Anupam B Kharbanda, Susan E Puumala, Katherine A Burgess, Wyatt Pickner, e Nathaniel R Payne. 2017. “Emergency Department Utilization by Native American Children” 00 (00): 1–8.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 57

INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO ORTODÔNTICO E O SURGIMENTO DOS SINTOMAS DE DISFUNÇÕES

TEMPOROMANDIBULARES DOI: 10.37423/200500995

Jéssyka Marques da Silva (Acadêmicas do Bacharelado em Fisioterapia).

[email protected]

Breno Frederico Ludovico de Queiroz (Acadêmicas do Bacharelado em Fisioterapia).

[email protected]

Débora Fernanda De Sousa Silva (Acadêmicas do Bacharelado em Fisioterapia).

[email protected]

Geanna Gabriela de Almeida Nascimento ((Acadêmicas do Bacharelado em

Fisioterapia).

[email protected]

Laura Lemos de Oliveira Neri (Acadêmicas do Bacharelado em Fisioterapia).

[email protected]

Leandra Mirelly Aires da Silva (Acadêmicas do Bacharelado em Fisioterapia).

[email protected]

Maria Letícia Patriota de Novaes Lins (Acadêmicas do Bacharelado em Fisioterapia).

[email protected]

Eurico Solian Torres Liberalino (Profissional Bacharel em Fisioterapia, Mestre).

[email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Introdução: Os distúrbios temporomandibulares (DTM) são alterações biomecânicas da ATM que

resultam em redução da funcionalidade, presença de dores, distúrbios emocionais e alterações

estruturais do sistema estomatognático. O tratamento ortodôntico tem se popularizado entre os

jovens, com objetivos de melhora da distribuição das forças da mastigação, busca de proteger as raízes

dos dentes o osso de suporte, o tecido gengival e a ATM, através da afixação de aparelhos que

modificam a oclusão Objetivo: O objetivo deste estudo é fazer um levantamento sobre a influência do

aparelho ortodôntico na incidência e prevalência das disfunções temporomandibulares Metodologia:

Trata-se de uma revisão sistematizada da literatura nas bases de dados Scielo, Bireme e MEDLINE,

utilizando os descritores: Articulação Temporomandibular; Transtornos da Articulação

Temporomandibular; Síndrome da Disfunção da Articulação Temporomandibular; Ortodontia (e suas

variáveis); assim como seus correspondentes em inglês. Foram incluídos artigos publicados na língua

inglesa e portuguesa nos últimos 15 anos Resultados: Após análise criteriosa dos dados, observou-se

que o uso do aparelho ortodôntico não deve ser citado como o único fator propulsor dos distúrbios

temporomandibulares, pois esses são de origem multifatorial e não podem ser classificados como uma

desordem advinda do tratamento em questão. Segundo os estudos, o tratamento ortodôntico é uma

medida tomada para reestabelecimento do sistema estomatognático, gerando condições primordiais

de saúde para o paciente, incluindo a redução dos sintomas da DTM Conclusão: O tema abordado é

bastante controverso, alguns estudos apontam que o tratamento não influencia o surgimento dos

DTM e que o mesmo pode ser inclusive indicado para tratamento desta condição. Porém, poucos

estudos têm caráter multiprofissional. Para avaliação mais criteriosa, definição do diagnóstico e

investigação da interferência do uso do aparelho ortodôntico e a incidência de DTM, é necessário o

envolvimento de profissionais com experiência estrutural, funcional e psicológica

Palavras-chave: Articulação Temporomandibular; Transtornos da Articulação Temporomandibular;

Síndrome da Disfunção da Articulação Temporomandibular; Ortodontia

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Fisioterapia: princípios fundamentais

REFERÊNCIAS

SARTORETTO, S. et al. Evidências científicas para o diagnóstico e tratamento da DTM e a relação com a oclusão e a ortodontia. RFO, Passo Fundo, v. 17, n. 3, p. 352-359, set./dez.2012.

TEIXEIRA, Sabrina Alves; ALMEIDA, Flávio Marcos de. A influência do tratamento ortodôntico nas disfunções temporomandibulares. Arquivo Brasileiro de Odontologia.

DONNARUMMA, M. et al. Disfunções temporomandibulares: sinais, sintomas e abordagem multidisciplinar. Rev. CEFAC, São Paulo.

MACHADO, Eduardo. et al. Ortodontia como fator de risco para disfunções temporomandibulares: uma revisão sistemática. Maringá, Dental Press J. Orthod. v.15, n.6. nov/dez 2010.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 58

APLICABILIDADE DO MÉTODO MAITLAND NO TRATAMENTO DE

HÉRNIA DE DISCO

DOI: 10.37423/200500997

Débora Fernanda De Sousa Silva (Acadêmica de fisioterapia no Centro Universitário Tabosa de Almeida Asces-Unita,Caruaru, PE, Brasil).

Geanna Gabriela De Almeida Nascimento (Acadêmica de fisioterapia no Centro Universitário Tabosa de Almeida Asces-Unita,Caruaru, PE, Brasil).

Jéssyka Marques da Silva (Acadêmica de fisioterapia no Centro Universitário Tabosa de Almeida Asces-Unita,Caruaru, PE, Brasil).

Laura Lemos de Oliveira Neri (Acadêmica de fisioterapia no Centro Universitário Tabosa de Almeida Asces-Unita,Caruaru, PE, Brasil).

Laura Queiroz Silva (Acadêmica de medicina na Faculdade de medicina nova esperança - FAMENE,João Pessoa, PB, Brasil).

Maria Letícia Patriota de Novaes Lins (Acadêmica de fisioterapia no Centro Universitário Tabosa de Almeida Asces-Unita,Caruaru, PE, Brasil).

Vanessa Justino Santos Duarte (Acadêmica de fisioterapia no Centro Universitário Tabosa de Almeida Asces-Unita,Caruaru, PE, Brasil).

Thayná Lira Silva (Acadêmica de enfermagem na Unifavip Wyden, Caruaru, PE, Brasil).

Eurico Solian Torres Liberalino (Docente de fisioterapia no Centro Universitário Tabosa de Almeida Asces-Unita,Caruaru, PE, Brasil).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO: A hérnia de disco lombar é uma patologia frequente entre as alterações

degenerativas da coluna lombar. Acontece pela herniação do disco intervertebral, sendo

classificada como protrusão, prolapso, extrusão e sequestro discal. Pacientes com hérnia

de disco lombar apresentam sintomas como lombalgia que se não tratada progride para

uma lombociatalgia, geralmente possuem dor lombar aguda ou crônica e espasmos

musculares tendo como consequência a limitação dos movimentos da coluna. No

tratamento conservador dessa patologia está o método Maitland, caracterizada pela

aplicação de uma técnica de cargas oscilatórias e de forma passiva resultando em

alterações intra‐articulares. Existem cargas de grau 1, 2, 3, 4 e 5 no sentido póstero‐anterior.

Os objetivos dela é reduzir o quadro álgico e a rigidez que causa limitação dos movimentos.

OBJETIVO: Identificar a eficácia da técnica de Maitland no tratamento de pacientes com

hérnia de disco lombar com sintomatologia de lombalgia crônica. METODOLOGIA: Trata‐se

de uma revisão sistematizada da literatura, na qual foram analisados artigos científicos

relacionados ao tema na língua portuguesa, inglesa e espanhola, nos últimos 10 anos.

Foram pesquisados artigos nas bases de dados LILACS, GOOGLE ACADÊMICO e MEDLINE.

Os descritores utilizados foram deslocamento do disco intervertebral , dor Lombar,

manipulações musculoesqueléticas , amplitude de movimento articular , modalidades de

fisioterapia, manipulação da coluna, vértebras lombares; assim como seus

correspondentes em língua inglesa. Os descritores foram combinados entre si através dos

operadores boleanos AND e OR.

RESULTADOS: Aproximadamente 174 artigos foram encontrados, sobretudo, após análise

dos critérios de elegibilidade, apenas 9 restaram para a análise. Os artigos trazem que o

Método Maitland, através dos princípios de mobilização e manipulação articulares, diminui

o quadro álgico, restaura os movimentos e a amplitude de

movimento normal, promovendo a funcionalidade articular e segmentar.

Consequentemente, a sua utilização no tratamento de hérnia de disco é um dos pilares da

fisioterapia, visto que, os sintomas apresentados pelos pacientes são dor local aguda ou

crônica, espasmos musculares, limitação de movimentos, redução da curvatura e alteração

da marcha, se houver compressão nervosa.

CONCLUSÃO: De acordo com os estudos encontrados pode‐se supor que os objetivos da

terapia manual através do método Maitland são relevantes no tratamento fisioterapêutico

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Fisioterapia: princípios fundamentais

da hérnia de disco e, juntamente com outros métodos tradicionais da fisioterapia, pode

trazer resultados significativos na melhora da funcionalidade e diminuição do quadro

álgico, facilitando as atividades de vida diária, favorecendo melhora da qualidade de vida

aos pacientes.

Descritores: Deslocamento do disco intervertebral, Fisioterapia, Manipulações

Musculoesqueléticas

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Fisioterapia: princípios fundamentais

REFERÊNCIAS

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FORTES, C. G. M. N. B. et al. Manifestações clínicas da hérnia discal lombar / clinical manifestations of lombar discernal hernia. Acta méd. , Porto alegre, Disponível em:

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VIALLE, L. R. et al. Hérnia discal lombar / lumbar disc herniation. Rev. bras. ortop.,

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NOTEN, S. et al. Efficacy of different types of mobilization techniques in patients with primary adhesive capsulitis of the shoulder: a systematic review. Arch phys med

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15 fev. 2019.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

REID, S. et al. Comparison of mulligan sustained natural apophyseal glides and maitland mobilizations for treatment of cervicogenic dizziness: a randomized controlled trial.. Phys ther., [S.L.], v. 94, n. 4, p. 466‐76, abr. 2014. Disponível em:

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 59

EFEITO AGUDO DA TERAPIA MANUAL NA DOR E NA FLEXIBILIDADE DE INDIVÍDUOS PORTADORES DE

LOMBALGIA INESPECÍFICA

DOI: 10.37423/200601064

Renata Soraya Coutinho da Costa (Docente – Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE). [email protected]

François Talles Medeiros Rodrigues (Mestre do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia – Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE). [email protected]

Kennedy Freitas Pereira Alve– Mestre do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia – Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE). [email protected]

Gabriel Barreto Antonino (Mestre do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia – Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE). [email protected]

Débora Wanderley Villela (Docente do Curso de Graduação em Fisioterapia – Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE). [email protected]

Marcelo Renato Guerino (Docente do Curso de Graduação em Fisioterapia – Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE). [email protected]

Maria das Graças Paiva (Docente do Curso de Graduação em Fisioterapia – Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE). [email protected]

Maria das Graças Rodrigues de Araújo (Docente do Curso de Graduação em Fisioterapia– Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE). [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO

Objetivo: Avaliar o efeito agudo da terapia manual na dor e flexibilidade de indivíduos portadores de

lombalgia inespecífica. Metodologia: Estudo intervencionista, não controlado, quantitativo,

desenvolvido no Laboratório de Cinesioterapia e Recursos Terapêuticos Manuais, do Departamento

de Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco. A amostra por conveniência (n; 13), ambos

os sexos e faixa etária entre 22 e 59 anos. Voluntários foram incluídos no estudo após preenchimento

de uma Ficha de Acompanhamento Diário (FAD) e submetidos a uma avaliação baseada nos critérios

objetivos e subjetivos descritos por Maitland. A avaliação inicial (T0), pré-teste, onde os dados

subjetivos (sintomatologia e queixas do paciente), demarcação do índice dedo-chão e qualidade dos

movimentos eram registradas na FAD. Resultado: Houve diminuição da distância entre o terceiro

quirodáctilo e o solo no movimento de flexão anterior do tronco. Na 8a sessão houve alteração entre

os sintomas DPV/ TPQL e TPP/ TPQL e na 10a sessão entre DPV e TPQL; já na 10a sessão a DPV havia

sido solucionada, TPP e TPQL tiveram resultados satisfatórios. Os trigger points estavam distribuídos

em ambos os gêneros nos quadrado lombar e piriforme. Conclusão: Neste estudo pode-se inferir que

a Terapia Manual foi eficiente em diminuir a dor dos pacientes com lombalgia inespecífica e aumentar

a flexibilidade no movimento de flexão anterior do tronco.

Descritores: Dor lombar; Terapia manual, Trigger point, Flexibilidade, Método Maitland.

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INTRODUÇÃO

A dor lombar é um dos principais sintomas relatados pelos pacientes portadores de alguma disfunção

da coluna, reconhecida como a mais frequente afecção da coluna vertebral (Maia et al., 2013).

É um importante problema de saúde, pois afeta em torno de 84% dos indivíduos em alguma época de

suas vidas (Balangué et al., 2012), provocando desde limitação do movimento até invalidez

temporária, sendo considerada um distúrbio multifatorial (Aguiara et al., 2017). As etiologias são

distintas em seu desenvolvimento, desde as causas biomecânicas, às características individuais e os

fatores ocupacionais (Freitas, 2011; Stefane, 2013).

Alguns estudiosos afirmam que a lombalgia representa uma epidemia, atingindo principalmente os

países industrializados, com repercussões socioeconômicas importantes, tanto relacionadas ao

absenteísmo, do trabalho, quanto relacionada aos custos hospitalares (Garcia et al., 2014; Dagenais et

al., 2010), onerando cerca de 50 bilhões de dólares por ano em alguns países (Besen et al., 2015).

A média da prevalência ao longo da vida de lombalgia é 39% em adultos (Comachio et al., 2020) e é

um dos maiores contribuintes para a deficiência no indivíduo visto que o sedentarismo parece ter um

maior impacto na ocorrência da dor lombar quando comparado ao trabalho físico intenso (Nascimento

et al., 2015). No Brasil, a dor lombar apresenta uma alta taxa de prevalência anual (> 50%) em

indivíduos adultos, entre 13,1% e 19,5% nos adolescentes, e valores de prevalência para dor lombar

crônica entre 4,2% e 14,7% da população (Nascimento et al., 2015).

As lombalgias podem ser classificadas, pela duração da dor, como agudas, que apresentam início

súbito e duração inferior a seis semanas; subagudas, com duração de seis a 12 semanas; e crônicas,

que duram mais de 12 semanas. Lombalgia recorrente é aquela que reaparece após período sem

queixas. Nos casos agudos, apesar da rápida recuperação, 50% dos pacientes podem apresentar novo

episódio durante o período de um ano (Macedo, Sassaki & Ceranto, 2005; Torres & Garcia, 2009).

Pode ainda ser classificada em três grupos: lombalgia específica (1-2% dos casos), dor lombar

neuropática (cerca de 5%) e lombalgia inespecífica (mais de 90%), que na maioria dos casos é de

origem mecânica (Almeida & Kraychete, 2017; Lizier et al., 2012).

A lombalgia inespecífica comumente denominada de lombalgia mecânico-postural está associada a

pouca flexibilidade do tronco e quadril devido a retração de isquiotibiais, banda iliotibial; fraqueza da

musculatura abdominal e eretores espinhais (Silva et al., 2017), promovendo desequilíbrio entre a

carga funcional, que é o esforço necessário para atividades da vida diária (AVD´S) e profissional

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(AVP´S), e a capacidade funcional, que seria o potencial de execução para essas atividades (Maia et al.,

2013).

Vários são os tratamentos recomendados na redução do impacto associado à lombalgia, perpassando

pelos fármacos, educação em saúde, repouso, ioga, fisioterapia e abordagem multidisciplinar

(Comachio et al., 2020) . De acordo com Darlow et at. (2012) deve-se orientar o paciente e intervir o

mais rápido possível para reintegrá-lo às suas atividades para que não haja evolução à incapacidade

funcional devido ao medo de movimento.

A lombalgia geralmente vem associada com o quadro de dor miofascial, caracterizada pela presença

de uma banda tensa e que à palpação produz dor local e referida, em cujo centro se encontra o ponto

gatilho (Cortéz-Monroy & Soza, 2019; Velasco, 2019), o que agrava o quadro clínico do paciente

aumentando as suas queixas.

No que concerne à fisioterapia várias são as modalidades de intervenção desde a fisioterapia

convencional, terapias alternativas e a terapia manual. O fisioterapeuta conduz a terapêutica

mediante a sua tomada de decisão clínica para qual recurso administrará em consoante as

necessidades do paciente, para identificar um segmento vertebral disfuncional para restaurar

mobilidade e ou aliviar a dor (Bialosky et al., 2012).

A Terapia manual(TM) é uma práxis milenar definida como uma abordagem clínica, incluindo

diagnóstico e tratamento, direcionado para estruturas articulares e tecidos moles, abrangendo

manipulação articular, mobilização articular, tecidual e massagem. A TM evoluiu e tem seu

reconhecimento na comunidade científica devido a prática baseada em evidências (Wolny et al., 2017;

Mintken et al., 2008), sendo recomendada por obter benefícios a longo prazo para a dor e

incapacidade (Schmiemann et al., 2015; Foster et al., 2018; Oliveira et al., 2019).

Vários estudos revelaram a eficácia da massagem terapêutica em pacientes com dor lombar crônica

inespecífica e identificaram que, após sua aplicação, o indivíduo apresentava um nível reduzido de

dor, menor incapacidade e maior flexibilidade da coluna lombar (Field, 2016; Joseph et al., 2018;

Buttagat et al., 2020).

A intervenção por meio da manipulação/mobilização vertebral tem seu efeito analisado em estudos

recentes, considerado benéfico para o tratamento da lombalgia (Correia et al., 2013; Luca et al., 2017),

é associada a alterações da atividade muscular (Bicalho et al., 2010) sendo comumente usada no

tratamento de indivíduos com dor musculoesquelética devido ao seu efeito hipoalgésico (Coronado

et al., 2012; Coulter et al., 2018).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

O contínuo aumento dos casos de pacientes com lombalgia é o fator motivador desse estudo, já que

o problema atinge todas as classes sociais, sexos e diversas faixas etárias. O objetivo foi avaliar o efeito

agudo da terapia manual na dor e flexibilidade de indivíduos portadores de lombalgia inespecífica.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo intervencionista, não controlado, quantitativo, desenvolvido no Laboratório de

Cinesioterapia e Recursos Terapêuticos Manuais (LACIRTEM), do Departamento de Fisioterapia da

Universidade Federal de Pernambuco, no campus Recife, no período de agosto a dezembro de 2016,

aprovado pelo Comitê de Ética do CCS/UFPE, parecer: 1.266.383.

O estudo foi divulgado através de apresentações em salas de aulas, panfletos e redes sociais, os

indivíduos receberam informações específicas sobre o propósito e os métodos da pesquisa. Após a

explicação sobre o estudo, os voluntários que desejaram participar foram avaliados quanto aos

critérios de elegibilidade da pesquisa.

Foram incluídos os indivíduos: (i) com idades entre 22 e 59 anos; (ii) com queixa de dor na região

lombar de 1 a 5 anos, (iii) que não estivessem sendo submetidos a qualquer outro tipo de tratamento

fisioterapêutico ou medicamentoso durante sua participação no estudo. Foram excluídos do estudo,

indivíduos com: (i) cirurgia prévia na coluna vertebral, hérnia de disco ou qualquer diagnóstico de uma

doença na coluna vertebral; (ii) diagnóstico de carcinoma secundário; (iii) com fratura por estresse ou

recente no local, doença na medula espinhal, osteoporose (acima de 30%), escoliose (acima de 30°),

presença de sinais neurológicos; (iv) mulheres gestantes; iv) impossibilidade de permanecer em prono.

Após a triagem, os indivíduos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Todos

os procedimentos foram realizados por pesquisadores do (LACIRTEM). A amostra por conveniência foi

composta por 13 indivíduos de ambos os sexos.

Os voluntários foram incluídos no grupo de tratamento após preenchimento da Ficha de

Acompanhamento Diário (FAD) (Figura 1) e submetidos a uma avaliação baseada nos critérios

objetivos e subjetivos descritos por Maitland (1989). Dava-se ênfase às características e ao

comportamento da dor (avaliação estática, dinâmica e palpação) e à análise postural.

A avaliação inicial (t0) caracterizada por pré- teste, onde os dados subjetivos (sintomatologia e queixas

do paciente), a demarcação do índice dedo-chão (IDD) (distância entre o 3o quirodáctilo e o solo na

realização da flexão anterior do tronco) para avaliar a amplitude de movimento anterior do tronco

(ADM) e a qualidade dos movimentos eram registrados na FAD. A t0 foi procedida em formulário

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Fisioterapia: princípios fundamentais

padrão, aplicada por um pesquisador treinado. Foram registrados dados referentes às características

sociais, idade, sexo, diagnóstico, queixa principal (QP), história da doença atual (HDA), história da

doença pregressa (HP), localização e comportamento dos sintomas, avaliação postural, movimentos,

palpação, outros testes, conforme a Figura 1.

Figura 1. Protocolo de avaliação e ficha de acompanhamento diário dos pacientes.

Fisioterapeuta

Fonte: os autores

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Fisioterapia: princípios fundamentais

O tratamento consistiu em 10 sessões de 10 minutos, 2 vezes na semana, por um período de 5

semanas. As mobilizações, segundo os princípios do Método Maitland, foram aplicadas em 3 séries,

durante 40 segundos cada, e os voluntários foram reavaliados após cada série, antes de prosseguir o

tratamento. Na reavaliação, os mesmo parâmetros de dor e ADM da coluna vertebral foram revistos.

A ADM, flexibilidade da coluna vertebral, era avaliada pelo IDD de acordo com Perret et al. (2002). O

paciente foi posicionado em ortostatismo com joelhos estendidos, os pés juntos e paralelos e realizou

flexão máxima do tronco até o seu limiar de dor, mantendo os braços e a cabeça relaxados. No

movimento de flexão do tronco foi imposta pelo avaliador resistência nas espinhas ilíacas ântero-

superiores para impedir compensações. Outro avaliador mediu com a fita métrica a distância

perpendicular do dedo médio da mão direita do voluntário ao piso.(Figura 2)

Figura 2. Teste de Dedos ao Chão (Q°: ângulo do quadril, J°: ângulo do joelho, TL°: ângulo tóraco-

lombar, TT°: tíbio-társico) (Carregaro et al., 2007).

As técnicas de Terapia Manual(TM) eram escolhidas mediante os dados obtidos durante a avaliação

precedidas por manobras de relaxamento do tipo alongamento através da massagem, mobilização da

pele, fáscias e músculos quando os pacientes apresentavam trigger point, também eram realizadas

fricções e compressões localizadas.

Os tipos de mobilizações eram aplicadas e/ou modificadas conforme a evolução de cada paciente, e

foram PA central, PA unilateral, Palpação transversa e técnicas para rotação do sacro conforme

preconizado pelo Método Maitland (Maitland,1989).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Após aplicação da(s) técnica(s) os parâmetros observados o pré-teste eram comparados. O tratamento

era realizado diariamente e as mobilizações eram suspensas quando não se observavam sinais de

rigidez e/ou dor por 3 dias consecutivos.

RESULTADOS

Foram utilizados os dados obtidos através da avaliação dos pacientes (antes, durante e após aplicação

das técnicas), o IDD e o tempo de tratamento (em sessões). Na tabela 1 encontram-se a relação entre

os pacientes e o IDD e houve melhora devido a diminuição da distância entre o quirodáctilo e o solo

no movimento de flexão anterior do tronco.

Tabela 1. Relação entre os pacientes e o índice dedo-chão.

PACIENTE MÉDIA DIÁRIA* ÍNDICE

INICIAL* ÍNDICE FINAL*

1 1 41 27

2 4,1 59 32

3 4,7 58 34

4 4,10 45 24

5 4,4 52 31

6 4,5 30 13

7 4,9 54 39

8 3,8 52 40

9 4,9 48 29

10 1,5 45 28

11 5,1 38 15

12 4,9 48 19

13 4,9 60 31

*Em centímetros

Na tabela 2 foram comparados os comportamentos dos 3 principais sintomas (dor à palpação vertebra

– DPV; trigger point do músculo piriforme, dor à palpação profunda – TPP; trigger point do músculo

quadrado lombar, dor à palpação – TPQL) e seu tempo de evolução (em sessões). Os resultados foram

positivos na 8a sessão nos sintomas DPV/ TPQL e TPP/ TPQL e na 10a sessão entre DPV e TPQL. Através

destes dados pode-se observar que antes da 5a sessão não houve grande evolução dos sintomas. No

entanto, ao final da 10a sessão a DPV havia sido solucionada e o TPP e TPQL alcançaram resultados

satisfatórios.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Tabela 2. Relação entre os sintomas e o seu tempo de resolução considerando a 5ª, 8ª e 10ª sessão

de tratamento.

* Dor à palpação vertebral. # houve melhora dos sintomas

## não houve melhora dos sintomas

A DPV/TPQL

B TPP/TPQL

C DPV/TPQL

** Trigger Point do músculo piriforme (Dor à

palpação profunda).

*** Trigger Point do músculo quadrado lombar.

(Dor à palpação)

A localização de trigger point conforme o sexo e músculo está distribuído no sexo masculino

(quadrado lombar=1; piriforme = 3) e no sexo feminino (quadrado lombar= 7; piriforme = 9),

conforme observado na tabela 3.

Tabela 3. Localização de Trigger Points conforme sexo

Na tabela 4, a aplicação das técnicas do Método Maitland estão referidas por número de pacientes e

gênero. Observa-se que o PA central foi a técnica mais eleita tanto no sexo masculino (4), quanto no

feminino (9); no entanto a rotação de sacro foi mais executada no sexo feminino (7).

Tabela 4. Aplicação das técnicas por números de pacientes e sexo

No presente estudo, observou-se a diminuição da sintomatologia, nas sessões, por paciente na tabela

5.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Tabela 5. Relação entre pacientes e a diminuição da sintomatologia em sessões

A Dor à palpação vertebral B Trigger Point no músculo piriforme

C trigger Point músculo quadrado lombar

DISCUSSÃO

Os resultados desse estudo evidenciam a importância e contribuição da terapia manual no tratamento

da dor lombar inespecífica numa faixa etária ampla e sem restrição de gênero. Numa revisão

sistemática realizada por Hawk et al.( 2017), 199 estudos foram avaliados incluindo diversas técnicas,

métodos, número de sessões variados, ambos os gêneros e reforçam a o cuidado que se deve ter sobre

a segurança na aplicação da manipulação/mobilização para a obtenção de resultados positivos gerais,

além da redução da dor e que não só os pacientes idosos possam ser favorecidos.

No estudo de Rosário et al. (2008) um grupo mulheres sem lesão musculoesquelética foi submetido a

oito sessões da técnica, realizadas duas vezes por semana, apresentou uma flexibilidade aumentada

da coluna vertebral, verificada pela diminuição da distância do 3º dedo da mão direita para o chão

durante a inclinação anterior do tronco, em relação a um grupo que realizou alongamento estático

segmentado. Não obstante o estudo de Cabral et al. (2007) em indivíduos portadores de síndrome

patelo-femoral apresentou incremento superior de flexibilidade nos pacientes tratados com o

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Fisioterapia: princípios fundamentais

alongamento global da RPG do que nos indivíduos tratados com o alongamento convencional. O nosso

estudo corrobora os supra-citados pois houve uma diminuição importante no índice dedo-chão,

indicando ganho de flexibilidade.

Os pacientes que apresentaram trigger point tanto no músculo quadrado lombar quanto no piriforme

foram tratados com relaxamento se utilizando de alongamentos, massagem, mobilização da pele,

fáscias e músculos, fricções, compressões localizadas proporcionando diminuição da queixa álgica.

Cortéz-Monroy & Soza (2019) inferem que a massagem, técnicas de relaxamento incluindo

alongamento muscular e de liberação miofascial são a base do tratamento da dor miofascial em todas

as etapas evolutivas. O estudo de Moral & Barrero (2005) além desses elementos anteriormente

citados, recomenda técnicas de compressão isquêmica, porém a depender do tempo e da quantidade

de pressão, podendo ser manual ou instrumental. Já Simons (2002) desaconselha o uso da técnica de

compressão isquêmica por considerar que não se deve aplicar isquemia nos tecidos que já estão

hipóxicos. Sugere o uso de uma técnica mais suave, conhecida como liberação por pressão.

Nas últimas duas décadas, crescentes evidências científicas apoiam a eficácia clínica dos tratamentos

manuais de terapia para lombalgia e há muito se postula que a manipulação da coluna vertebral exerce

sua função biológica com efeitos nos componentes segmentares do sistema nervoso central (Pickar,

2002; Clark et al., 2009; Clark et al., 2018). Estudos recentes controlados e randomizados

demonstraram efeitos positivos da terapia manual na dor e na função física (Heymann et al., 2013;

Goertz et al., 2013).

A aplicação das técnicas do Método Maitland diminuiu a dor dos pacientes e melhorou a amplitude

de movimento de acordo com os dados das tabelas 1 e 5. Resultados semelhantes foram obtidos por

Aguiar et al.(2014) que usou técnicas de Maitland em 11 pacientes portadores de lombalgia

inespecífica diminuindo a dor e melhorou a mobilidade articular; similarmente, o estudo de Ferreira

et al. (2017) diminuiu a dor, melhorou a qualidade de vida e percepção de melhora de tratamento.

Algumas limitações foram encontradas neste estudo, entre elas, o pequeno número da amostra e o

não uso da escala analógica da dor, não obstante ter seguido a ficha de avaliação.

CONCLUSÃO

Neste estudo pode-se inferir que a Terapia Manual foi eficiente em diminuir a dor dos pacientes com

lombalgia inespecífica e aumentar a flexibilidade no movimento de flexão anterior do tronco.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 60

EFEITO DA VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO ASSOCIADA AO TREINO DE MULTICOMPONTES NO EQUILIBRIO E

QUALIDADADE DE VIDA EM IDOSA COM OSTEOPOROSE: RELATO DE CASO

DOI: 10.37423/200601065

Rúbia Rayanne Souto Braz (Mestranda do Programa de Pós Graduação em Fisioterapia – Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE). [email protected]

Edy Kattarine Dias dos Santos ( Mestranda do Programa de Pós Graduação em Fisioterapia – Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE). [email protected]

Luís Augusto Mendes Fontes (Mestrando do Programa de Pós Graduação em Fisioterapia – Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE). [email protected]

João Victor Torres Duarte (Discente do Curso de Graduação em Fisioterapia – Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE).

[email protected]

Diana de Andrade Silva (Discente do Curso de Graduação em Fisioterapia – Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE).

[email protected]

Marcelo Renato Guerino (Docente do Curso de Graduação em Fisioterapia – Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE).

[email protected]

Ana Paula Lima Ferreira (Docente do Curso de Graduação em Fisioterapia – Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE)-

[email protected]

Maria das Graças Rodrigues de Araújo (Docente do Curso de Graduação em Fisioterapia– Universidade Federal de Pernambuco – Recife – PE).

[email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO

Introdução: Osteoporose (OST), doença silenciosa, promove deterioração da microarquitetura óssea,

aumento do risco de fraturas. É responsável por diferentes alterações nos idosos (diminuição da

aptidão física, capacidade funcional e equilíbrio). No intuito de diminuir risco de quedas, promover

melhora no controle postural e na qualidade de vida do idoso foi utilizada vibração de corpo inteiro

(VCI) e treino de multicomponentes (TMC) neste relato de caso. Metodologia: Trata-se de relato de

caso de uma paciente, F.N.B, 69 anos, diagnóstico de OST há 10 anos. As ferramentas de avaliação

utilizadas, inicialmente e no final do protocolo foram: Falls efficacy scale (FES-I BRASIL), Teste de

alcance funcional (TAF), Fall risk test da Biodex Balance System (BBS_FR (IGE) e o Whoqol-old.

Realizado protocolo experimental de 8 semanas consecutivas de intervenção, 3 vezes por semana,

estabelecendo-se 24 sessões de tratamento. Os dados foram analisados de modo inicial e final o

protocolo. Resultado e Discussão: Na escala FES-I BRASIL houve diminuição nos escores em

comparação à progressão das semanas de intervenção 44 pontos inicialmente, por 31 pontos (na 4ª

semana), 24 ponto (na 16 ª semana) e finalizando com 24 pontos (na última semana) após as

intervenções. O TAF, apresentou variação de distâncias (cm) inicial de 21,3cm, seguido de 22,3 cm (na

4ª semana), 23,6cm (na 16 ª semana) e 27,6 cm (após 24 ª semanas). No BBS_FR (IGE) observou-se

alterações não progressivas do valor de oscilações corporais mas dentro do escore normal de 1,5 graus

(± 0,62) após protocolo. O WHOQOL-OLD demonstrou melhora em pontos percentuais sobre a

qualidade de vida total de 61,46% para 85,42 %. Conclusão: O protocolo da vibração do copo inteiro

associado ao treino de multicomponentes foi capaz de diminuir o risco de quedas, manter o equilíbrio

dentro do escores de normalidade e melhorar a qualidade de vida.

Palavras Chaves : Osteoporose; risco de quedas; equilíbrio ; qualidade de vida; vibração de corpo

inteiro.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) infere que o envelhecimento é um processo que

biologicamente, está associado ao acúmulo de danos moleculares e celulares, que causarão perdas

nas reservas fisiológicas, aumentando o risco de contrair doenças, gerando um declínio geral na

capacidade intrínseca e funcional do indivíduo, criando novos riscos à saúde que devem ser

considerados para o idoso ter um envelhecimento saudável, o que é caracterizado pela manutenção

da capacidade funcional, que lhe permite ter bem-estar e qualidade de vida (QV) (OMS, 2015).

Dentre inúmeras patologias que acometem o idoso, a Osteoporose (OP) é uma delas. A OP é uma

doença sistêmica com ligação direta com o metabolismo do indivíduo acometido, com características

de diminuição da massa óssea, detereorização da microarquitetura deste tecido, o que aumenta risco

de fraturas em diferentes formatos, levando em consideração que precisamos de intensa atividade

metabólica no processo de consolidação delas. É uma doença silenciosa que muitas vezes é descoberta

em um episódio de fratura por traumas leves ou pelo próprio peso do corpo, em indivíduos mais

velhos, sendo o antebraço, quadril e vértebras os locais mais suscetíveis a fratura (MOREIRA et al.,

2014; CLYNES et al., 2020). Cerca de 200 milhões de pessoas no mundo são acometidas, o que resulta

em uma fratura a cada 3 segundos, levando grande impacto no sistema de saúde podendo chegar a

US $ 25,3 bilhões por ano até 2025 (QASEEM et al., 2017).

Considerando o declínio geral, pontua-se que o equilíbrio dos idosos é comprometido, devido a

diminuição da aptidão física (capacidade aeróbia, resistência, força muscular, flexibilidade, equilíbrio,

composição corporal) e da capacidade de marcha (FRANCHI & MONTENEGRO, 2005). Assim, esses

aspectos acrescidos da incoordenação de membros inferiores, diminuição das funções cognitivas

implicarão negativamente no equilíbrio, favorecerão quedas e diminuirão a qualidade de vida

(THOMAS et al., 2019). As diretrizes da prática de exercícios físicos destacam prioridade na

preservação da capacidade funcional do idoso para que se mantenha independente (PINHO et al.,

2012; FORMAN et al., 2017).

O controle do equilíbrio necessita de adaptações na base de suporte do homem, essa estratégia muda

com a idade em relação ao adulto; portanto, alternativas nessas etapas serão direcionadas para que

o indivíduo reaja às perturbações externas que não estavam previstas durante a marcha (OKUBO;

SCHOENE; LORD, 2017). A prática de atividades físicas melhora equilíbrio e diminuem risco de quedas.

Vários recursos são utilizados na práxis da Fisioterapia para promoverem maior estabilidade,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

capacidade funcional, segurança e QV dos idosos, como mudanças de velocidade e direção,

amplitudes variadas, ambientes diferenciados (ALVES & SCHEICHER, 2011).

A Vibração de corpo inteiro (VCI) surge como intervenção alternativa ao exercício. O treinamento

consiste em estar sobre uma placa oscilante que transmite estímulos mecânicos de alta frequência

aos receptores sensoriais do corpo (MARÍN-CASCALES et al., 2018). Os pacientes com OP serão

beneficiados na redução de quedas e consequentemente no número de fraturas (DIONELLO et al.,

2016; RAMOS et al., 2019). Seus efeitos são relacionados à prevenção da perda óssea, com aumento

da densidade óssea por carga mecânica, melhora da força e equilíbrio desta população, podendo ser

utilizada em domicílio e nas unidades de atendimento com diferentes formas de monitoramento e

supervisão (JEPSEN et al., 2017).

O treino de multicomponentes (TMC) é um método eficiente de minimizar as perdas musculares e

ósseas e é de consenso que cargas de alta intensidade e atividades aeróbicas de impacto sejam a

estratégia ideal para melhorar estes desfechos (MARÍN-CASCALES et al., 2018). A relevância deste tipo

de abordagem está relacionada ao índice de quedas que o idoso apresenta à partir dos 60 anos, que

em média é de no minimo uma queda por ano, essa proposta objetiva aumentar as propriedades

contráteis do músculo se amparando na base teórica que o exercício reduz ou retarda os efeitos

mórbidos do envelhecimento na capacidade funcional, interferindo positivamente na qualidade de

vida (BOHRER et al., 2019).

Qualidade de vida (QV) em seu conceito pressuposto pela OMS “é um conceito muito amplo que

incorpora de forma complexa a saúde física de uma pessoa, seu estado psicológico, seu nível de

dependência, suas relações sociais, suas crenças e sua relação com características proeminentes no

ambiente” desta forma à medida que um indivíduo envelhece, sua QV é fortemente determinada por

sua habilidade de manter autonomia e independência (OMS, 2005). É importante para a sociedade

avaliar estes aspectos com o intuito de saber de que forma os programas de saúde podem contribuir

para uma vida mais saúdavel neste momento da vida, tendo assim um envelhecimento ativo em suas

tarefas e decisões diárias.

Diante da escassez de protocolos que associem e prescrevam o treino de TMC com atividades na

plataforma vibratória para saber sua relação sobre risco de quedas, equilíbrio e qualidade de vida em

idosos com osteoporose, justifica-se o presente relato de caso que tem por objetivo proceder esta

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Fisioterapia: princípios fundamentais

avaliação, não obstante os impactos de quedas nos aspectos físico-social, onerando o sistema de

saúde mediante tempo de internação e mortalidade decorrente dos riscos associados.

METODOLOGIA

Trata-se de um relato de caso, realizado no Laboratório de Cinesioterapia e Recursos Terapêuticos

Manuais (LACIRTEM) e na Clínica Escola do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de

Pernambuco (DEFISIO-UFPE), no período de novembro de 2019 a janeiro de 2020. Este trabalho foi

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos do Centro de Ciências da

Saúde da UFPE. Número do parecer: 3.608.668, RBR-3xdf4k.

Avaliação e intervenção de uma paciente, F.N.B, 69 anos, sexo feminino, casada, diagnóstico de OST

há 10 anos sem fazer uso de medicações de auxílio osteogênico. No inquérito sobre o medo da queda

informou 2 quedas ou mais no último ano, fazendo uso de 1 a 3 medicações diariamente, realizando

suplementação de Vitamina D, por aproximadamente 1 ano e com queixas de desequilíbrio e histórico

de quedas.

AVALIAÇÃO

Inicialmente para a anamnese foi realizado um inquérito multidimensional, sendo este a avaliação

inicial da paciente, constando da entrevista semiestruturada e do desempenho funcional da paciente.

A conduta utilizada na elaboração do estudo baseou-se em uma avaliação inicial (AV1) e comparação

de dados de acordo com a progressão dos atendimentos por semanas, sendo realizadas as seguintes

reavaliações: na 4ª semana após a avaliação inicial (AV2), 16 ª semana (AV3) e 24 ª semana (AV4).

Foram avaliados o risco de quedas, o equilíbrio e a qualidade de vida da idosa com as ferramentas

abaixo:

i. Risco de quedas - Falls Efficacy Scale International (FES-I BRASIL) é uma escala validada na

língua portuguesa, que verifica a preocupação em cair dos idosos brasileiros, em diversas

atividades diárias. A escala possui 16 itens com quatro alternativas cada item, com

pontuação de 1 a 4 pontos (1 - nem um pouco preocupado, 2 - um pouco preocupado, 3 -

muito preocupado e 4 - extremamente preocupado). O escore da escala pode variar de 16

a 64 pontos, quanto maior a pontuação, maior será a preocupação em cair. O escore total

tem como referência: sem associação à queda (16 a 22 pontos), associado à queda

esporádica (23 a 30 pontos) e associado às quedas recorrentes (≥ 31 pontos). A pontuação

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Fisioterapia: princípios fundamentais

do escore total engloba fatores biopsicossociais, podendo indicar risco de quedas dentro

do seu contexto de vida (SILVA, 2009; CAMARGOS et al., 2010);

ii. Risco de quedas - Teste de Alcance Funcional (TAF) utilizado para determinar o quanto o

idoso é capaz de se deslocar dentro do limite de estabilidade anterior, inferindo assim

sobre o risco de queda. Consiste em solicitar ao indivíduo para ficar de pé com o ombro

direito próximo a uma parede, realizando flexão anterior do braço a 90º, com os dedos das

mãos em flexão; logo, em seguida, o comprimento do membro superior direito será

registrado na régua. Após esse procedimento, pede-se ao indivíduo que tente alcançar

algum objeto à frente sem dar passos ou efetuar qualquer estratégia compensatória, na

literatura os pontos de corte para discriminar idosos caidores de não-caidores, são

representados por alcance funcional maior que 15 cm e 17 cm (DUNCAN et al., 1990; GAI

et al., 2010);

iii. Equilíbrio - Plataforma Biodex Balance System (BBS) instrumento para medir e treinar

estabilidade postural em superfície estática ou instável (FINN et al., 1999). Aparelho

constituído por plataforma circular que se move livremente nos eixos anteroposterior (AP)

e medial-lateral (ML) ao mesmo tempo. Avalia equilíbrio através de 12 diferentes níveis de

estabilidade, programados de acordo com grau de dificuldade necessária (PARRACA et al.,

2011) foi utilizado para avaliar equilíbrio e sua associação com o risco de quedas através

do protocolo Fall Risk Test (BBS-FR), com a Plataforma no nível 12 , com três repetições de

20 segundos de avaliação e terá 10 segundos de intervalo entre uma repetição e outra,

então foi analisado o Índice Geral de Estabilidade (IGE) da paciente

iv. Qualidade de vida – WHOQOL- OLD é um questionário constituído de 24 perguntas e

seguem uma escala de resposta do tipo Likert (de 1 a 5) atribuídos a seis facetas, que são:

“Funcionamento do Sensório” (FS), “Autonomia” (AUT), “Atividades Passadas, Presentes e

Futuras” (PPF), “Participação Social” (PSO), “Morte e Morrer” (MEM) e “Intimidade”(INT).

Cada uma das facetas possui 4 perguntas; podendo as respostas oscilarem de 4 a 20. Os

escores destas seis facetas ou os valores dos 24 itens do módulo WHOQOL- OLD podem ser

combinados para produzirem um escore geral (“global”) para a qualidade de vida em

adultos idosos, denotado como o “escore total” do módulo WHOQOL-OLD, basicamente,

escores altos representam uma alta qualidade de vida, escores baixos representam uma

baixa qualidade de vida (FLECK et al., 2006; CHACHAMOVICH et al., 2008).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

INTERVENÇÃO

Foi utilizado protocolo experimental, com duração de 8 semanas consecutivas de intervenção, três

vezes por semana, estabelecendo-se 24 sessões de tratamento. Este protocolo contou com a

intervenção da vibração de corpo inteiro, através da plataforma vibratória, associada ao treino de

multicomponentes.

No inicio da sessão a paciente realizava o treino de multicomponentes (TMC), 45 minutos (5 minutos

de aquecimento, 35 minutos de circuito e 5 minutos de desaquecimento), composto por 3 estações:

primeira, de resistência cardiorrespiratória e aeróbio, no qual realizava a caminhada livre e com a

progressão das sessões em esteira ergométrica; segunda, de força, resistência e flexibilidade, que

consistiam de exercícios de fortalecimento de membros superiores e inferiores com progressão de

carga, com as semanas, treino de tronco e abdominais ; terceira, de equilíbrio e estabilidade corporal,

no qual foram realizados os exercícios de progressão do equilíbrio, evoluindo diferentes apoios em

ortostase (bilateral ou unilateral), com alteração de base e superfície de sustentação (com e sem

abertura ocular; em solo e espuma ) e treino de equilíbrio com circuito.

O TMC seguiu os princípios de prescrição de acordo com as Diretrizes do American College of Sports

Medicine (ACSM, 2019) com intensidade, frequência, modalidade e duração de cada, também contou

com a inferência da taxa de esforço percebida (TEP) durante o exercício através da escala de Borg que

avalia o nível de esforço percebido pelo indivíduo que está se exercitando e pela progressão das

semanas;

Após o TMC a paciente realizava a vibração de corpo inteiro (VCI), na plataforma vibratória KIKOS P204

– 110V (São Paulo, Brasil), vibração do tipo látero-lateral e oscilatória. A prancha de vibração apresenta

em sua superfície material antiderrapante para melhor fixação dos pés no momento do treinamento.

A paciente realizou a vibração com uma almofada de silicone para os calcâneos, de modo que somente

o antepé e o mediopé estivessem em contato direto com a plataforma, com a finalidade de diminuir

a transmissão das vibrações à cabeça, assumiu uma posição de agachamento de 100° (considerando

180° como extensão total do joelho), com aumento incremental de frequência progressiva, por

semana, até 30 Hz e amplitude de oscilação de 2 mm de pico a pico (modo “low” do equipamento),

com duração de 60 segundos com tempo de descanso de 10 a 30 segundos.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESULTADO E DISCUSSÃO

Tabela 1 – Resultados obtidos com a realização dos Testes de FES, TAFA, BBS FR.

TESTES AV1 AV2 AV3 AV4

FES I 44 31 24 24

TAFA 21,3 22,3 23,6 27,6

BBS_FR (IGE) 1.2 (0.63) 0.4 (0.26) 1.1 (0.46) 1.5 (0.62)

Abreviações : FES I : falls efficacy scale ; TAFA : teste de alcance funcional anterior ; BBS FR: biodex

balance system protocolo falls risk ; IGE : índice de estabilidade ( score e desvio padrão) ; AV1 :

avaliação inicial; AV2 : avaliação após 4ª semana ; AV 3 : avaliação após 16ª semana e AV 4: avaliação

após 24ª semana.

Na escala FES-I BRASIL observou-se diminuição nos escores em comparação à progressão das semanas

de intervenção, indicando que inicialmente a paciente apresentou 44 pontos, sendo inicialmente

classificada com associação ás quedas recorrentes perpassando por 31 pontos (na 4ª semana), 24

ponto (na 16 ª semana) e finalizando com 24 pontos (na última semana) após as intervenções, sendo

classificada no final das intervenções, com risco de quedas esporádicas. Os índices mais baixos indicam

mais confiança, maiores pontuações indicam falta de confiança e maior medo de cair. Uma pontuação

maior ou igual a 23 nesta escala foi associada a quedas esporádicas, e uma pontuação maior que 31

pontos às quedas recorrentes (SILVA, 2009; CAMARGOS et al., 2010). No estudo de Lopes et al. (2009),

90,48% dos idosos relataram medo de cair em pelo menos uma atividade, e 54,42% apresentaram

histórico de quedas, similarmente aos resultados encontrados por Almeida & Neves (2012). Os

achados de Martins et al. (2016) corroboram os nossos, visto que após um protocolo de intervenção

houve uma diminuição do medo de cair.

O TAF, apresentou variação de distâncias, inicial de 21,3cm, seguido de 22,3 cm (4ª semana), 23,6cm

(16 ª semana) e 27,6 cm (após 24 ª semanas). Estes valores estiveram acima das notas de corte

descritas na literatura para discriminar idosos caidores de não-caidores, representados por alcance

funcional maior que 15 cm e 17 cm (DUNCAN et al., 1990; GAI et al., 2010). O estudo de Rosa et al.

(2019) aponta que idosos após intervenção aumentam a distância no deslocamento.

Segundo Zhao e Chung (2016), adultos mais velhos no estágio inicial de risco de queda tendem a ter

menor aptidão funcional, especialmente em capacidades relacionadas com agilidade, resistência

aeróbica e equilíbrio dinâmico. Neste estudo observou-se, através do índice geral de estabilidade

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Fisioterapia: princípios fundamentais

(IGE) que as alterações do equilíbrio, apresentaram valor de oscilações corporais (em graus e /desvio

padrão) de 1,2 graus ± dp 0,63 na avaliação inicial, seguido de 0,4 graus± dp 0,26 (4ª semana) , 1,1

graus ± dp 0,46 (16 ª semana) e 1,5 graus ± 0,62 (após 24 ª semanas), demonstrando que tal variação

não teve redução progressiva com o protocolo mas, foi considerada dentro da oscilação normal para

pessoas saudáveis com idade entre 60 e 71 anos, corroborando achados da literatura ao inferir sobre

valores de referência normais a oscilação entre 0,9 e 3,7 graus para esta faixa etária ( SANTOS et al.,

2013; GUSI et al, 2012). De acordo com o estudo de Park (2018) idosos que foram submetidos a uma

série de exercícios, 10 sessões, tiveram uma melhora no seu equilíbrio estático quando comparados

com o outro grupo que não foi submetido à atividades.

Tabela 2 – Resultados obtidos com a realização do Questionário WHOQOL-OLD por cada faceta FS,

AUT, PPF, PSO, MEM, INT e TOTAL

FACETAS WHOQOL INICIAL FINAL

Funcionamento do sensório 68,75 93,75

Autonomia 68,75 75

Atividades passadas, presentes e

futuras 68,75 81,25

Participação social 68,75 93,75

Morte e morrer 25 93,75

Initimidade 68,75 75

WHOQOL_OLD TOTAL 61,46% 85,42%

A qualidade de vida avaliada através do Questionário WHOQOL-OLD demonstrou melhora em pontos

percentuais sobre a qualidade de vida total, em níveis percentuais de 61,46% para 85,42 %, não

deixando também de inferir sobre melhora quanto as facetas do questionário. Um resultado

semelhante, porém, com valor diferente, 20, foi encontrado por Alencar et al. (2010), o que

corresponde a uma qualidade de vida alta. A avaliação da qualidade de vida em idosos é um indicador

importante para a análise da percepção do idoso quanto à sua saúde, de acordo com o estudo de

Júnior et al. (2019), que constatou que o domínio e a faceta com maiores escores foram “Relações

sociais” (67,22) e “Funcionamento do sensório” (70,87), respectivamente.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

CONCLUSÃO

Os achados apontam que o protocolo da vibração do copo inteiro associado ao treino de

multicomponentes foi capaz de diminuir o risco de quedas, manter o equilíbrio dentro do escores de

normalidade da paciente e melhorar a sua qualidade de vida.

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556

Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 61

EFEITO IMEDIATO DA VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO SOBRE A SENSIBILIDADE E CIRCULAÇÃO PERIFÉRICA DE IDOSOS COM

DIABETES MELLITUS TIPO 2: ESTUDO PILOTO DOI: 10.37423/200601067

Kennedy Freitas Pereira Alves - [email protected]

Thais Vitorino Marques - [email protected]

Luana Caroline de Oliveira Parente - [email protected]

Karla Cybele Vieira de Oliveira - [email protected]

François Talles Medeiros Rodrigues - [email protected]

Antônio Geraldo Cidrão de Carvalho - [email protected]

Maria de Fátima Alcântara Barros - [email protected]

Maria das Graças Rodrigues de Araújo [email protected]

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557

Fisioterapia: princípios fundamentais

Resumo:

Objetivos: Avaliar o efeito de apenas uma sessão de vibração de corpo inteiro sobre o fluxo sanguíneo

e sensibilidade cutânea periférica de idosos com diabetes mellitus tipo 2 (DM-2). Método: Estudo

piloto de um ensaio clínico controlado, randomizado e duplo cego onde o grupo treinamento de

vibração de corpo inteiro (G1) realizou uma sessão única de treinamento de vibração de corpo inteiro

(24Hz) com 8 séries de vibração por 45s de intervenção e 30s de repouso entre as séries de vibração;

e o grupo “sham” ficou na mesma postura na Plataforma Vibratória desligada emitindo som simulando

a plataforma ligada. Para avaliar o fluxo sanguíneo foi utilizado o Ultrasonic Vascular Doppler e a

sensibilidade cutânea foi checada através dos monofilamentos. Resultado: Imediatamente após uma

sessão de vibração de corpo inteiro, houve alteração estatisticamente significativa na sensibilidade

dolorosa no dorso do pé esquerdo (p = 0,03) na análise intergrupo. Não havendo resultados

significantes às sensibilidades cutâneas periféricas, vibratórias e térmicas. No que diz respeito a

circulação periférica avaliada por meio do fluxo sanguíneo não foi encontrada variação

estatisticamente significativa. No entanto, foi observado aumento do fluxo sanguíneo de ambos os

grupos após intervenção. Conclusão: Uma sessão de vibração de corpo inteiro não produz resultados

imediatos significativos na melhora da sensibilidade e fluxo sanguíneo quando comparado com o

grupo controle.

Descritores: Diabetes Mellitus; Velocidade do Fluxo Sanguíneo; Vibração de Corpo Inteiro,

Sensibilidade Cutânea, Pé Diabético.

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558

Fisioterapia: princípios fundamentais

1. INTRODUÇÃO

O diabetes mellitus (DM) configura-se como um problema de saúde pública em ascensão,

apresentando elevada morbimortalidade e alto índice de complicações que geram consequências de

cunho econômico, social e psicológico, além da diminuição da qualidade de vida dos doentes e seus

familiares (Sociedade Brasileira de Diabetes, 2003).

O DM, à longo prazo, surgem complicações microvasculares, neuropáticas e macrovasculares, em que

se destacam as doenças coronarianas, os acidentes vasculares cerebrais e as doenças vasculares

periféricas. Além disso, o diabetes mal controlado favorece o desenvolvimento de complicações

altamente incapacitantes, principalmente o pé diabético, a cegueira e a insuficiência renal crônica,

impedindo as pessoas de continuarem realizando suas atividades diárias e laborais, com consequente

alta ocupação de leitos e absenteísmo ao trabalho, pelas internações prolongadas e recorrentes

(Ochoa-Vigo et al., 2006).

A utilização da vibração de corpo inteiro (VCI) tem se mostrado uma nova opção efetiva de intervenção

segura, viável e prática para melhorar o controle glicêmico e os marcadores de riscos cardiovasculares

de diabéticos do tipo 2 (Robinson et al., 2016).

O DM-2 apresenta dois efeitos prejudiciais à saúde dos pés: redução do fluxo sanguíneo nos membros

inferiores e a neuropatia periférica que pode reduzir a sensibilidade das pernas e dos pés dos

pacientes. A perda dessa sensibilidade pode provocar complicações causadas pelo diabetes. Uma

avaliação dos pés diariamente é fundamental e desponta como uma relevante medida preventiva de

complicações do DM-2 já que os machucados, as lesões normalmente não são sentidos. O cuidado

com os pés ajuda a não só evitar infecções graves como também a reduzir o surgimento de úlceras

que podem elevar o risco de amputações causadas pelo diabetes.

Este capitulo, portanto, tem como objetivo gerar conhecimento acerca da vibração de corpo inteiro e

suas repercussões para portadores de diabetes mellitus tipo 2, no meio científico após avaliar o efeito

de apenas uma sessão de vibração de corpo inteiro sobre o fluxo sanguíneo e sensibilidade cutânea

periférica de idosos com diabetes mellitus tipo 2.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

- Tipo de Estudo:

Foi realizado um estudo piloto de um ensaio clínico controlado, randomizado e duplo cego, que seguiu

as diretrizes estabelecidas no Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT), tendo como alvo

pacientes diagnosticados com DM-2.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

- Local do estudo:

O estudo foi realizado no Laboratório de Cinesioterapia e Recursos Terapêuticos Manuais (LACIRTEM)

do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no período de julho

de 2019 à janeiro de 2020.

- Recrutamento de voluntários:

O recrutamento dos voluntários foi obtido devido a ampla divulgação nas redes sociais, palestras,

eventos científicos, folhetos, etc, e os mesmos foram instruídos a entrarem em contato com a equipe

de pesquisa para receber informações e orientações do estudo. Após os voluntários atenderem aos

critérios da pesquisa foram agendados e compareceram no dia e horário para realizarem a coleta e

levarem roupas adequadas de modo a facilitarem a execução do estudo.

Foram incluídos no estudo diabéticos classificados clinicamente como tipo 2, de ambos os sexos com

faixa etária entre de 45 e 80 anos, funcionalmente independentes, sem deformidades severas do pé

que necessitassem o uso de calçados terapêuticos, ausência de deficiências ortopédicas, sem

indicações de trombose venosa profunda e sem uso de auxiliares para locomoção, com capacidade

cognitiva respondendo e executando os exercícios avaliados pelo Mini-Exame do Estado Mental

(MEEM), utilizando como ponto de corte para indivíduos analfabetos = 19 (Lourenço e Veras, 2006).

Foram excluídos do estudo os voluntários que estivessem realizando outra atividade física, e

descontinuados aqueles que apresentaram picos hipertensivos durante a intervenção ou que

referiram algum desconforto durante a sessão que impossibilitou terminar o protocolo.

A randomização foi realizada por um pesquisador não envolvido em nenhuma etapa da pesquisa,

utilizando-se da ferramenta oferecida pelo site www.randomization.com e a ordem dos participantes

foi depositada em envelopes numerados, lacrados e opacos, os quais só foram abertos no momento

da intervenção. Desse modo, os participantes foram distribuídos aleatoriamente em 2 grupos: o

treinamento de vibração de corpo inteiro (G1), treinamento de vibração “sham” (G2), e estabelecida

uma única sessão de tratamento para o G1 e o G2. Todos os participantes foram submetidos à uma

avaliação inicial e final.

Os voluntários recrutados atendiam aos critérios de elegibilidade e os que concordaram em participar

da pesquisa assinaram ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o que ocorria após uma

explicação sobre as intenções da pesquisa, os possíveis benefícios, riscos e esclarecimentos de

dúvidas.

- Coleta de dados:

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com seres humanos da UFPE N° de

aprovação, 3.219.332, conforme Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, registrado no

www.clinicaltrials.gov (NCT04207853).

Após a investigação dos critérios de elegibilidade e assinatura do TCLE, foi iniciada a coleta de dados,

conforme a respectiva ordem: Avaliação, intervenção e reavaliação.

- Protocolo

Avaliação:

Os voluntários foram submetidos à aplicação do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) (Lourenço e

Veras, 2006)); em seguida, respondiam a ficha de anamnese, a qual questionava sobre o nome, idade,

data de nascimento, sexo, tempo de diagnóstico, histórico familiar, estado civil, escolaridade, renda

familiar per capita, lateralidade, etilismo, tabagismo, medicação em uso, histórico de quedas, outras

enfermidades.

Os dados antropométricos peso e altura foram coletados na balança modelo MIC 200PPA (Micheletti

Industria e Comercio de Equipamentos EIRELI, São Paulo-SP, Brazil) com o voluntário em pé e o índice

de massa corporal (IMC) foi calculado a partir do peso dividido pela altura ao quadrado (kg/m2).

O voluntário era posicionado em decúbito dorsal e coletadas sua frequência cardíaca, medida em

batimentos por minuto (bpm), sua saturação de oxigênio, em porcentagem (%), e em ambas utilizou-

se o oxímetro de pulso digital Contec modelo CMS50M (Contec Medical System Co., Ltd.,

Qinhuangdao, Hebei Province, China), o qual foi colocado no segundo dedo do pé esquerdo do

voluntário.

Permanecendo no mesmo posicionamento, decúbito dorsal, a sensibilidade cutânea periférica foi

testada com o Kit Estesiômetro (Monofilamentos Semmes-Weinstein. Sorri-Bauru, Bauru, São Paulo-

SP, Brasil), em que foi utilizado o monofilamento de 10 g (Veras et al., 2015). O estímulo foi feito na

superfície plantar da 1ª, 3ª e 5ª falange distal, 1ª, 3ª e 5ª articulação metatarsofalangeana, lateral e

medial do médiopé, no calcanhar e a no espaço entre a 1ª e 2ª articulação metatarsofalangeana no

dorso dos pés do indivíduo e realizado em ambos os pés. Seguido o teste do monofilamento, foi

testada a sensibilidade dolorosa com a agulha do martelo neurológico Buck MD (Md Material

Hospitalar Ltda – Me, Salvador-BA, Brasil), bem como examinou-se a sensibilidade vibratória com o

diapasão médico em alumínio com fixador 128 CPS prata – MD (Md Material Hospitalar Ltda – Me,

Salvador-BA, Brasil) e avaliou-se a sensibilidade térmica com um tubo de ensaio acrílico transparente

18x150 mm com tampa rosqueável 25 ml CRALPLAST (CRAL ARTIGOS PARA LABORATORIO LTDA, Cotia-

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561

Fisioterapia: princípios fundamentais

SP, Brasil) preenchido com água e congelado a 0 °C, todos esses últimos três testes foram feitos nos

mesmos pontos em que foi feita a sensibilidade cutânea periférica.

Após coletar a sensibilidade cutânea periférica, foi pedido ao voluntário para ficar sentado e, assim,

aferiu-se a sua pressão arterial com um esfigmomanômetro aneroide PREMIUM e estetoscópio adulto

Rappaport Premium (Accumed-Produtos Medico-Hospitalares Ltda, Rio de Janeiro-RJ, Brazil), bem

como foi coletada sua glicemia capilar com o monitor de glicose Accu-Chek Active GU (Roche Diabetes

Care Ltda, São Paulo-SP, Brazil) e, por último, foi feita a medida do fluxo sanguíneo com o Ultrassom

Vascular Doppler BV-620VP (Shenzhen Bestman Instarument Co., Ltd., Shenzhen, Guangdong, China).

Intervenção:

O protocolo de intervenção se deu após a avaliação em que os voluntários foram orientados a se

posicionarem na plataforma vibratória Kikos P204–110v descalços em uma posição de agachamento

de 100° (considerando 180° como extensão total do joelho), com os calcâneos apoiados sobre uma

almofada de silicone, de modo que somente o antepé e o mediopé estarão em contato direto com a

plataforma (DEL POZO-CRUZ et al., 2013). A plataforma, então foi ligada para o grupo vibração de

corpo inteiro (G1) com uma frequência de 24 Hz durante 45 segundos e 30 segundos de repouso,

durante 8 vezes tanto a vibração quanto o repouso. Para o grupo sham (G2), a mesma postura foi

adotada sobre a plataforma, no entanto, um dispositivo sonoro foi ligado produzindo um ruído similar

ao da plataforma ligada durante um tempo equivalente ao do protocolo de tratamento.

Reavaliação:

Com o fim do protocolo de intervenção, a reavaliação sucedeu-se com a coleta da frequência cardíaca,

da saturação de oxigênio, da sensibilidade cutânea periférica, da pressão arterial, da glicemia capilar

e do fluxo sanguíneo.

- Análise dos resultados

Os dados coletados foram tabulados no programa Microsoft Excel 2013, apresentados de forma

descritiva e através de tabelas.

A análise estatística foi realizada no software estatístico SPSS versão 23.0 (IMB Software Group,

Chicago, IL, EUA). Para testar a hipótese de normalidade de cada variável quantitativa, foi utilizado o

teste de aderência Shapiro - Wilk, e o comportamento das variáveis quantitativas foi avaliado pelo

teste de comparação de Mann - Whitney e Wilcoxon para a análise inter e intragrupo,

respectivamente.

O tamanho do efeito foi calculado pelo G de Hedges. Um tamanho de efeito de 0,2 foi

considerado um efeito pequeno, um tamanho de efeito de 0,5 foi considerado um efeito moderado e

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Fisioterapia: princípios fundamentais

um tamanho de efeito de 0,8 foi considerado um efeito grande. A análise estatística descritiva foi

realizada utilizando a média, desvio padrão (DP) e porcentagem para variáveis qualitativas. Todos os

testes receberam um nível de significância de 95% (p <0,05).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram recrutados 13 idosos voluntários com diabetes mellitus tipo 2, em que todos atenderam aos

critérios de elegibilidade e foram randomizados em dois grupos (G1: n = 7; G2: n = 6), conforme Figura

1.

Figura 1: Fluxograma de captação e alocação dos voluntários do estudo. Fonte: Dados da pesquisa,

2020.

A avaliação incluiu a anamnese, coleta dos sinais vitais e do questionário de atividade física habitual

sendo, portanto, os grupos homogêneos entre si em relação a estas variáveis, conforme Tabela 1.

Tabela 1: Caracterização da amostra dos pacientes submetidos a VCI e ao SHAM.

Variáveis VCI SHAM p-valor

G1 (n = 7) G2 (n = 6)

Idade (anos) 66,86 (±6,44) 67,17 (±4,17) 0,92

Tempo de Diagnóstico (anos) 11,71 (±8,01) 11,33 (±9,63) 0,94

Avaliado para elegibilidade (n = 13)

Randomização (n = 13)

Excluídos (n = 0)

Grupo 1 (n = 7) Grupo 2 (n = 6)

Alocação

Analisados (n =

Análise

Analisados (n =

Recrutamento

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Sexo

Masculino

Feminino

28,6%

71,4%

-

100%

0,15

Tabagista

Sim

Não

Ex-tabagista

Fumante passivo

-

85,7%

14,3%

-

-

83,3%

16,7%

-

0,91

Dados antropométricos

IMC

29,45 (±3,19)

26,02 (±4,96)

0,16

Escolaridade

Analfabeto

Fundamental

Incompleto

Fundamental completo

Médio incompleto

Médio completo

Superior incompleto

Superior completo

Pós-Graduado

-

14,3%

14,3%

-

42,9%

14,3%

-

14,3%

-

-

33,3%

33,3%

33,3%

-

-

-

0,36

Estado Civil

Solteiro (a)

Casado (a)

Divorciado (a)

Viúvo (a)

42,9%

42,9%

-

14,3%

16,7%

66,7%

-

16,7%

0,58

Renda Familiar per capta

< 1 SM

1 a 3 SM

4 a 6 SM

> 7 SM

-

57,1%

42,9%

-

-

100%

-

-

0,07

Pressão Arterial

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Fisioterapia: princípios fundamentais

PAS

PAD

120 (±14,14)

82,86 (±7,56)

120 (±12,65)

83,33 (±5,16)

1,00

0,90

Glicemia Capilar 179,14 (±60,12) 155,67 (±36,03) 0,42

SPO2 97,29 (±1,38) 97,50 (±1,38) 0,78

Frequência Cardíaca 73 (±10,08) 76 (±11,15) 0,62

QAFH 8,27 (±1,21) 8,17 (±1,18) 0,88

Os dados são expressos como média (±desvio padrão) ou frequência absoluta (frequência relativa).

Abreviaturas – IMC: Índice de massa corpórea; SM: salário mínimo; SPO2: saturação periférica de

oxigênio; QAFH: questionário de atividade física habitual; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão

arterial diastólica. Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Imediatamente após uma sessão de vibração de corpo inteiro, houve alteração estatisticamente

significativa na sensibilidade dolorosa no dorso do pé esquerdo (p = 0,03) na análise intergrupo,

conforme a Tabela 2. Com relação às sensibilidades cutânea periférica, vibratória e térmica não houve

variações estatisticamente significativas. O estudo de Schelee et al. (2012) analisou a sensibilidade

vibratória dos pés após uma sessão de vibração de corpo inteiro em 30 jovens saudáveis, em que a

VCI não foi capaz de melhorar a sensibilidade vibratória plantar, achado este que está de acordo com

o do presente estudo embora apresente população diferente. Isso porque estímulos de grande limiar,

ou seja, o uso de frequências altas reduz a sensibilidade plantar.

No estudo de Sonza et al. (2013), foram avaliadas as sensibilidades cutânea periférica e vibratória em

20 indivíduos saudáveis após uma sessão de vibração de corpo inteiro de 10 minutos e como resultado

não obteve melhora estatisticamente significativa nessas variáveis, o que também se verifica no

presente estudo. Ainda segundo Sonza et al. (2013) essa questão pode ser explicada também pelo

tempo de recuperação que os receptores sensoriais levam para voltar aos níveis basais após uma

sessão de vibração de corpo inteiro é de aproximadamente 2,5 horas

Tabela 2: Análise percentual da sensibilidade dolorosa alterada antes e após intervenção (intra e

intergrupos).

Variáveis

VCI SHAM

p -

valor

pré

p -

valor

pós

Pré Pós Pré Pós

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565

Fisioterapia: princípios fundamentais

Hálux direito

Hálux esquerdo

Terceiro dedo direito

Terceiro dedo

esquerdo

Quinto dedo direito

Quinto dedo

esquerdo

Primeiro Metatarso

direito

Primeiro Metatarso

esquerdo

Terceiro metatarso

direito

Terceiro metatarso

esquerdo

Quinto metatarso

direito

Quinto metatarso

esquerdo

42,9%

14,3%

57,1%

28,6%

57,1%

28,6%

57,1%

42,9%

71,4%

42,9%

57,1%

42,9%

42,9%

28,6%

-

-

28,6%

14,3%

42,9%

28,6%

28,6%

42,9%

14,3%

28,6%

-

28,6%

14,3%

14,3%

33,3%

16,7%

33,3%

33,3%

33,3%

16,7%

33,3%

33,3%

50%

50%

23,3%

16,7%

16,7%

16,7%

16,7

%

16,7

%

33,3

%

16,7

%

33,3

%

50%

16,7

%

33,3

%

16,7

%

16,7

%

0,12

0,01

0,74

0,03

0,74

0,26

0,74

0,12

0,63

0,07

0,74

1,04

1,04

0,26

0,73

0,91

0,39

0,85

0,39

0,61

0,39

0,73

0,43

0,80

0,39

0,31

0,31

0,61

1,26

1,26

0,03

0,01

0,12

0,63

0,26

0,12

0,01

0,26

1,26

0,03

0,01

0,66

0,26

0,26

0,85

0,91

0,73

0,43

0,61

0,73

0,91

0,61

0,26

0,85

0,91

0,42

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566

Fisioterapia: princípios fundamentais

Mediopé medial

direito

Mediopé medial

esquerdo

Mediopé lateral

direito

Mediopé lateral

esquerdo

Calcanhar direito

Calcanhar esquerdo

Dorso do pé direito

Dorso do pé esquerdo

-

28,6%

71,4%

57,1%

14,3%

14,3%

-

14,3%

14,3%

28,6%

-

-

33,3%

16,7%

33,3%

33,3%

16,7%

16,7%

16,7

%

33,3

%

16,7

%

33,3

%

16,7

%

16,7

%

33,3

%

50%

33,3

%

50%

2,76

0,26

1,89

0,74

0,01

0,01

0,10

0,61

0,17

0,39

0,91

0,91

1,26

0,01

0,66

0,63

2,76

4,35

0,26

0,91

0,42

0,43

0,10

0,03*

Os dados são expressos em percentual - %. Abreviaturas – VCI: vibração de corpo inteiro; SHAM:

vibração fictícia; p (p valor); * resultado estatisticamente significante. Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

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567

Fisioterapia: princípios fundamentais

A circulação periférica avaliada por meio do fluxo sanguíneo não demostrou variação estatisticamente

significativa, bem como houve baixo tamanho do efeito para a artéria dorsal direita, conforme Tabela

3. No entanto, o fluxo sanguíneo de ambos os grupos aumentou após intervenção, o que é verificado

também no estudo de Alves et al. (2020) em que avaliaram 20 idosos com diabetes tipo 2, os quais

foram expostos a uma sessão única de vibração de corpo inteiro e em todas as artérias houve aumento

do fluxo sanguíneo. No entanto, nas artérias dorsal e tibial esquerdas do estudo de Alves et al. (2020),

houve uma redução estatisticamente significativa, achado este que não corrobora os apresentados

neste estudo.

Manimmanakorn et al. (2017) verificaram em seus estudos com 36 participantes que foram

submetidos a plataforma vibratória, dos quais 17 foram treinados na plataforma durante 12 semanas

e 19 participantes apenas mantiveram suas atividades cotidianas. Apesar de encontrarem um redução

no pico de velocidade sistólica e na pressão diastólica no grupo VCI, não houve diferença significativa

comparado com o grupo Controle.

Tabela 3: Análise da média da velocidade do fluxo sanguíneo em m/s (e desvio padrão) antes e

após a intervenção (intra e intergrupo) e tamanho do efeito.

Variáveis VCI SHAM Tamanho

do efeito

INTER

Pré Pós p Pré Pós p p

Fluxo sanguíneo

(m/s)

Artéria dorsal

direita

Artéria dorsal

esquerda

Artéria tibial

direita

Artéria tibial

esquerda

104,94

(±28,00)

106,78

(±30,20)

102,91

(±26,03)

98,54

(±29,93)

116,76

(±25,56)

120,59

(±30,71)

106,92

(±32,24)

116,18

(±32,64)

0,73

0,50

1,00

0,31

110,47

(±39,49)

106,08

(±35,31)

92,24

(±26,11)

110,52

(±47,41)

117,09

(±29,85)

108,03

(±17,09)

103,31

(±25,34)

113,70

(±34,49)

0,75

0,75

0,34

0,91

0,01

-0,46

-0,11

-0,07

0,94

0,44

1,00

0,84

Os dados são expressos como média (±desvio-padrão). Abreviaturas – VCI: vibração de corpo inteiro;

SHAM: vibração fictícia; m/s: metro por segundo; p (p valor); Tamanho do Efeito: G de Hedges. Fonte:

Dados da pesquisa, 2020.

4. CONCLUSÃO

Uma sessão de vibração de corpo inteiro não produz resultados imediatos significativos na melhora

da sensibilidade e fluxo sanguíneo quando comparado com o grupo controle.

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568

Fisioterapia: princípios fundamentais

5. REFERÊNCIAS

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DEL POZO-CRUZ, J. et al. A primary care–based randomized controlled trial of 12-week whole-body vibration for balance improvement in type 2 diabetes mellitus. Archives of physical medicine and rehabilitation. 2013; 94 (11): 2112-2118.

LOURENÇO, RA., VERAS, RP.. Mini-Exame do Estado Mental: características psicométricas em idosos ambulatoriais. Revista de Saúde Pública. 2006;40:712-9.

MANIMMANAKORN, N., MANIMMANAKORN, A., PHUTTHARAK, W., HAMLIN, MJ. Effects of whole body vibration on glycemic indices and peripheral blood flow in type II diabetic patients. Malays J Med Sci. 2017;24(4): 55–63.

OCHOA-VIGO, K, TORQUATO, MT., SILVÉRIO, IA., QUEIROZ, FA., DE- -LA-TORRE-UGARTE-GUANILO, MC., PACE, AE. Caracterização de pessoas com diabetes em unidades de atenção primária e secundária em relação a fatores desencadeantes do pé diabético. Acta Paul Enferm. 2006;19(3):296- 03. doi:10.1590/S0103-21002006000300007.

ROBINSON, CC., BARRETO, RPG., SBRUZZI, G., PLENTZ, RDM. The effects of whole body vibration in patients with type 2 diabetes: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Brazilian J Phys Ther [Internet]. 2016;20(1):4–14. Available

from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26578253

SCHLEE, G; RECKMANN, D; MILANI, TL. Whole body vibration training reduces plantar foot sensitivity but improves balance control of healthy subjects. Neuroscience Letters. 2012; 506 (1): 70–73.

Sociedade Brasileira de Diabetes. Consenso brasileiro sobre diabetes 2002: diagnóstico e classificação do diabetes melito e tratamento do diabetes melito do tipo 2. Rio de Janeiro: Diagraphic; 2003.

SONZA, A. et al. Human cutaneous sensors on the sole of the foot: Altered sensitivity and recovery time after whole body vibration. Neuroscience Letters. 2013; 533: 81–85.

VERAS, T C ; ROCHA, LRM ; AMARAL, CP ; MENDONCA, HCS; NASCIMENTO, LSG; CAMPOS, SL; ARAUJO, MGR. Associação entre Força Muscular e Sensibilidade Plantar em Pacientes Diabéticos: Um Estudo Transversal. Saúde e Pesquisa (Online). 2015; 8:525.

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569

Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 62

INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA

DOI: 10.37423/200500965

Lidiany de Moura Fonsêca - [email protected]

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RESUMO

A incontinência urinária, definida pela Sociedade Internacional de Continência (ICS) como a perda

involuntária de urina pela uretra, é uma condição mais comum nas mulheres que nos homens,

afetando mulheres de todas as idades e classe social, causado por vários fatores, dentre eles podemos

mencionar a carência de estrogênios e o envelhecimento. São vários os tipos de IU, considerando a

mais comum é a de esforço, onde há relato de perda urinária involuntária, que ocorre após exercício

físico, tosse ou espirro. Objetivos: demostrar os benefícios das intervenções fisioterapêuticas na

incontinência urinária, mostrar as técnicas fisioterapêuticas mais utilizadas no tratamento,

demonstrar a relevância da fisioterapia na eficácia do tratamento como também expor a importância

precoce da atuação do Fisioterapeuta. Métodos: esse trabalho formulou-se utilizando o banco de

dados que direcionou os endereços eletronicos como, LILACS, SCIELO, PUBMED e BERIME. Conclusão:

a fisioterapia tem apresentado excelentes resultados no tratamento desta patologia. Além disso, o

tratamento fisioterapêutico ultrapassa barreiras fisiológicas provando quanto eficiente é a aplicação

de técnicas simples, sem grandes custos e despesas para a paciente mas, com um grau de satisfação

elevado pois é notório os benefícios no campo sócio psicológico, aumentando a estima, a

autoconfiança e o bem-estar e melhorando a qualidade de vida das pacientes que se submetem aos

recursos disponibilizados pela fisioterapia, como a cinesioterapia específica para o assoalho pélvico, a

eletroestimulação. Mesmo comprovada a eficiência dessas técnicas, se faz necessário estudos mais

aprofundados onde possamos encontrar formas de desenvolver técnicas cada vez mais eficaz no

tratamento da IU. A realização de pesquisa se reportando a metodologia especifica, adequada e que

traga benefícios e comprovados resultados é imprescindível para enriquecerem os já existentes de

forma que apresentem resultados cientificamente comprovados. Entretanto, é importante salientar

que muitos estudos ainda são necessários, afim de melhor compreender está patologia e de encontrar

formas cada vez mais eficazes de tratá-la.

Palavrsas-Chaves:Intervenção, Fisioterapia, Incontinência, eletroestimulação, Cinesioterapia.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

1 INTRODUÇÃO

No mundo moderno em que se vive é notório o modo de vida turbulento e estressante a qual se está

submetido, conduzindo a significativos efeitos como: hábitos inadequados de alimentação, alterações

de sono e repouso, privações de momentos de lazer e até mesmo do convívio familiar repercutindo

na saúde e consequentemente na qualidade de vida. Chegando até mesmo a refletir na vida/saúde

dos profissionais da área de saúde que no atributo dos seus ofícios zelam pelo bem-estar das pessoas,

descuidando do próprio. Contribuindo para inúmeros problemas dentre eles a incontinência urinária

exercendo grande impacto sobre a saúde e qualidade de vida, como também gerando transtornos no

ambiente de trabalho.

Incontinência urinária é uma condição mais comum nas mulheres que nos homens, afetando mulheres

de todas as idades. Diferente profissional da saúde tem mostrado interesse por se tratar de um

problema importante, com elevados índices de incidência, gerando forte impacto social e psicológico,

ocasionando uma condição desconfortável com limitações significativas no convívio familiar e social,

proporcionando uma queda da auto-estima (MORENO,2009) e (FOZZATTI,2006).

A perda involuntária de urina pela uretra é definida pela Sociedade Internacional de Continência (ICS)

como incontinência urinária que consequentemente acarreta um problema social e higiênico. É uma

questão de saúde pública encontrado em qualquer período da vida e em todas as faixas etárias, cujo

risco aumenta com a idade, podendo determinar efeitos físicos, econômicos, psicológicos e sociais que

podem repercutir de forma negativa na qualidade de vida das pessoas levando-as a uma mudança de

comportamento (BERQUIÓ; RIBEIRO; AMARAL,2009).

Vários fatores podem conduzir a incontinência urinária, dentre eles podemos mencionar a carência de

estrogênios e o envelhecimento, os quais constituem em importantes fatores causais, arrolado a

debilidade das estruturas do assoalho pélvico, reunido a situação de atrofia genital pós-menopausa

(INÁCIO; RESSINETI; PEDROTI, 2006).

Além do envelhecimento, a dor pélvica também pode levar á incontinência, incluindo o relaxamento

das estruturas pélvicas (uretocele, cistocele, enterocele, retocele,prolapso e abertura vaginal), fístulas

(uretovaginal,vesicovaginal,uterovaginal, retovaginal) e disfunção neurológica (SOUZA, 2002).

Os tipos mais comuns de incontinência urinária são: de esforço, onde há relato de perda urinária

involuntária, que ocorre após exercício físico, tosse ou espirro; de urgência que é a perda urinária

acompanhada por forte desejo de urinar; mista quando há incontinência de esforço e por urgência,

simultaneamente é inconsciente na ocorrência de perda urinária sem urgência ou reconhecimento

consciente do extravasamento (ABRAMS et al,2003).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Quando houver mais de um tipo de incontinência urinária que afeta um indivíduo podemos decrever

como incontinência mista, geralmente são causas múltiplas que conduzem a este tipo de

incontinência. É comum para pacientes com este tipo exigir diversas intervenções na tentativa de

recuperar o controle da micção voluntária. Igualmente conhecida como a incontinência

complexa.(ABRAMS et, 2003).

A eficiência da fisioterapia tem sido citada pela maioria dos autores no seu tratamento. A fisioterapia

dispõe de diversas técnicas para o tratamento da incontinência urinária feminina, variando de

paciente para paciente e da intensidade dos sintomas. Uso adequado da musculatura do assoalho

pélvico, bem como o aprendizado de técnicas e exercícios para aquisição do fortalecimento muscular.

Dentre os tratamentos pode ser usado a cinesioterapia e a eletroestimulação. Assim, segundo Honório

Alterações que comprometem o convívio social como constrangimentos, perda da autoestima, depressão e isolamento, frequentemente fazem parte do quadro clínico, implicando problemas psicológicos e sociais para os pacientes e familiares.

A fisioterapia, como forma abrangente de tratamento, visa a prevenção e tratamento curativo da IU

por meio da educação da função miccional, informação a respeito do uso adequado da musculatura

do assoalho pélvico, bem como o aprendizado de técnicas e exercícios para aquisição do

fortalecimento musculo detrusor feitos revelam que algumas mulheres falam sobre o desconforto

causado por um pequeno escapamento de urina de forma involuntária ao fazer algum esforço ou pelo

simples fato de não chegar a tempo ao banheiro. Então foi observado que pode se tratar da

problemática da IU feminina. (SELEME, 2009).

Durante a minha graduação, na disciplina de Urologia e Ginecologia, despertou em mim o interesse

de estudar e aprofundar na tentativa de mostrar ao público feminino e aos graduandos do curso de

fisioterapia, as técnicas fisioterapêuticas utilizadas no tratamento de tal patologia na mulher de forma

que possam fortalecer a musculatura do assoalho pélvico, melhorar a qualidade de vida dessas

mulheres e poder alcançar até a cura definitiva através das várias técnicas fisioterapêuticas existentes.

Assim, na nossa concepção, o proposto poderá auxiliar aos profissionais, pesquisadores, professores

e aos discentes da área, bem como a qualquer pessoa que se interesse pelo tema abordado, podendo

servir como fonte de consulta.

A presente pesquisa baseou-se no questonamento de quais efeitos que a cinésioterapia e a

eletroestimulação tem quanto ao tratamento da incontinêcia urinária feminina. Neste sentido, este

trabalho tem como objetivo, demonstrar os benefícios da intervenção fisioterapêutica na

incontinência urinária(IU). Para isto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica atualizada.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O assoalho pélvico é constituído pelos ossos e músculos do quadril que se caracterizam por (Ilio, isquio,

sacro, cóccix e púbis) respectivamente. A musculatura do assoalho pélvico é um conjunto de partes

moles que fecham a pelve, sendo formado por músculos, ligamentos e fáscias. Tem como principais

funções a de sustentação e suspender dos órgãos pélvicos e abdominais. Os MAP também possuem

papel importante no desempenho da função sexual e prolonga-se em sua porção máxima na passagem

do produto conceptual. (OLIVEIRA & LOPES, 2006).

A pelve é constituída em pelve maior e menor. A pelve maior, superior à abertura inferior da pelve,

protege as vísceras abdominais inferior constituídas pelo, íleo e colo sigmoide. A pelve menor

proporciona a estrutura óssea para os compartimentos da cavidade pélvica e do períneo, separados

pelo diafragma da pelve. O períneo refere-se à região que envolve o ânus e os órgãos genitais externos,

se estendendo do cóccix até o púbis e abaixo do diafragma pélvico. O quadril une a coluna vertebral

aos dois fêmures. Assim consistem em suas funções primárias. (GLISO; GIRELLI, 2011).

Funções secundárias caracteriza-se por proteger as vísceras pélvicas e as vísceras abdominais

inferiores; proporcionam sustentação para as vísceras abdominais pélvicas e para o útero gravídico;

dando fixação para uma série de anexos como corpos eréteis (corpos cavernosos e o corpo esponjoso),

músculos e membranas entre outros.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

O assoalho pélvico feminino é dividido em três partes sendo elas: anterior (bexiga e uretra), média

(vagina) e posterior (reto). É composto por estruturas de sustentação: fáscias pélvicas (ligamento

pubo-vesical, redondo do útero, uterossacro e ligamento cervical transverso), diafragma pélvico

(músculo elevador do ânus) e diafragma urogenital (músculo bulbocavernoso, transverso superficial e

isquiocavernoso). O assoalho pélvico é composição por fibras do tipo I (lenta) e do tipo II (rápida).

Todas essas estruturas têm sua importância no suporte e na manutenção dos órgãos pélvicos em suas

posições fisiológicas, e como estão muito próximos e interligados é comum encontrar dificuldade na

identificação de alterações/fraqueza na região do assoalho pélvico o que pode acometer complicações

futuras (GLISOI; GIRELLI,2011).

A bexiga urinária funciona como um deposito para armazenar a urina temporariamente. Quando se

encontra vazia, a mesma está localizada inferiormente ao peritônio e posteriormente à sínfise púbica:

quando cheia, ela se eleva para a cavidade abdominal. É um órgão muscular oco, elástico, que nos

homens situa-se diretamente anterior ao reto e, nas mulheres está à frente da vagina e abaixo do

útero. É um órgão formado por fibras musculares e elásticas recoberto por epitélio submucosa e ou

transicional, que é um epitélio estratificado cuja camada mais superficial é formada por células

globosas (SMELTZER; BARE, 2005).

A forma dessas células muda de acordo com o grau de distensão da bexiga, assim, as células podem

ficar achatadas quando a bexiga estiver cheia. Quando a bexiga está vazia as células da camada

superficial são grandes, arredondadas, em forma de cúpula e podem apresentar um ou dois núcleos

esféricos com nucléolo proeminente. Estas são responsáveis pela barreira osmótica entre a urina e os

fluídos teciduais.

Já quando a bexiga está distendida, a espessura do epitélio diminui e as células em raquete se tornam

achatadas, de formato quase pavimentoso. Pode ser dividida em corpo e base, separados pelos

orifícios ureterais. O corpo vesical é bastante distensível, enquanto a base da bexiga possui uma

musculatura mais espessa, sendo menos distensível durante o enchimento vesical. Na base vesical

está localizado o trígono vesical, cujos limites superiores são os orifícios ureterais e, o inferior, a uretra

proximal. Como a bexiga funciona como reservatório para armazenamento e eliminação periódica da

urina. Para que essas funções ocorram adequadamente, é necessário que a musculatura lisa vesical

(detrusor) relaxe e haja aumento coordenado dos tônus esfincterianos uretrais durante a fase de

enchimento da bexiga – e o oposto durante a micção (ALMEIDA; MARSAL, 2015).

Músculo detrusor: embora histologicamente consigam-se distinguir várias camadas musculares no

corpo da bexiga, funcionalmente denomina-se músculo detrusor todo o emaranhado de fibras

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575

Fisioterapia: princípios fundamentais

musculares, dispostas em várias direções, com um único músculo, denominado detrusor. A camada

muscular própria da bexiga (músculo detrusor) é constituída por fibras musculares lisas que formam

feixes sem orientação definida, ramificam-se e reúnem-se livremente, mudando de orientação e de

profundidade na parede da bexiga e entrelaçando-se com outros feixes. Esse arranjo sob a forma de

malha complexa, sem formar camadas distintas, permite que o detrusor possa contrair-se

harmonicamente, comprimindo a urina em direção à uretra proximal durante a micção. O detrusor

pode ser dividido em duas porções com base nas diferenças regionais de sua inervação simpática: 1)

a porção localizada acima dos orifícios ureterais, denominada corpo vesical, que compreende sua

maior parte e 2) a base, que incorpora o trígono e o colo vesical. Feixes musculares do detrusor são

formados por células musculares lisas que se organizam em fascículos separados uns dos outros, de

forma incompleta, por septos de interstício compostos por fibras elásticas e colágenas e raros

fibroblasto (GOMES; HISANO, 2010).

Por sua vez, feixes detrusores são revestidos por fibras elásticas e colágenas, vasos sanguíneos e

terminações nervosas. Acredita-se que a presença de fibras elásticas e colágenas revestindo os feixes

musculares talvez seja responsável pela manutenção da arquitetura da parede vesical e por suas

propriedades viscoelásticas, permitindo seu enchimento sem elevação da pressão vesical. Em nível

celular, cada célula muscular lisa é separada das outras por fibras colágenas. Funcionalmente, o

músculo detrusor, quando se contrai, diminui todos os diâmetros da bexiga e é capaz de esvaziá-la

totalmente. Músculo do trígono: o trígono vesical tem origem embriológica diferente da do detrusor.

Ele é formado por musculatura lisa especializada, que se localiza na base da bexiga e no colo vesical,

estendendo-se para a uretra (GOMES; HISANO, 2010).

É um tubo que leva urina da bexiga para o meio externo, sendo revestida por mucosa que contém

grande quantidade de glândulas secretoras de muco. A uretra se abre para o exterior através do óstio

externo da uretra.

Na mulher, a uretra é curta (3,8 cm) e faz parte unicamente do sistema urinário. Seu óstio externo

localizado anteriormente na vagina e entre os lábios menores.

A uretra feminina é um canal membranoso estreito estendendo-se da bexiga ao orifício externa no

vestíbulo. Está colocada dorsalmente à sínfise púbica, incluída na parede anterior da vagina, e de

direção oblíqua para baixo e para frente; é levemente curva, com a concavidade dirigida para frente.

Seu diâmetro, quando não dilatada, é de cerca de 6 mm. Seu orifício externo fica na frente da abertura

vaginal e cerca de 2,5 cm dorsalmente à glande do clitóris. Pequenas glândulas uretrais abrem-se na

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576

Fisioterapia: princípios fundamentais

uretra. As maiores destas são as glândulas parauretrais, cujos ductos desembocam exatamente dentro

do óstio uretral (JHANNES, 2006).

Os órgãos genitais femininos representam um grupo de órgãos intrínsecos e extrínseco. Os órgãos

internos estão no interior da pelve e consistem dos ovários, tubas uterinas, útero e vagina.

A vagina é um tubo cilíndrico músculo-membranáceo interporto, que superiormente insere-se no

contorno da parte média da cérvix do útero e, inferiormente, atravessa o diafragma urogenital para

se abrir no pudendo feminino, cujo orifício chama-se óstio da vagina. É o órgão copulador da mulher.

A vagina possui duas paredes, uma anterior e posterior, as quais permanecem coladas na maior parte

de sua extensão, apresentando uma cavidade virtual

(DUARTE, 2011).

Na parte superior da vagina a mesma se mostra de forma cilíndrica para envolver a porção vaginal da

cérvix uterina e, inferiormente, ela se achata de maneira transversal para coincidir com o pudendo

feminino. A cúpula da vagina é representada por um recesso que circunda a parte mais alta da porção

vaginal da cérvix, recebendo a denominação de fórnix da vagina. Em virtude de o útero estar

normalmente em anteroversão, a parte anterior da vagina é curta e a posterior mais longa, do que

resulta que a região posterior do fórnix vai mais alto ou mais profunda. Na mulher virgem, o óstio da

vagina é obturado parcialmente por um diafragma mucoso, denominado hímen (NETTER, 2008).

Estruturalmente, a vagina é constituída por uma túnica fibrosa, que envolve uma túnica muscular

(fibras musculares lisas) e, interiormente, é revestida por uma túnica mucosa. Toda superfície mucosa

é pregueada transversalmente, pregas essas conhecidas por rugas vaginais. (OLIVEIRA; RODRIGUES;

PAULA, 2007).

Compreende-se por continência urinaria a harmonia de alguns fatores como: o grau de integridade do

esfíncter interno do colo vesical passivo, bem como a normalidade das contrações das fibras

musculares estriadas de contrações rápidas de cunho voluntário que por sua vez fadigam facilmente.

Assim também, o esfíncter externo que em sua constituição tem significativa importância na

contenção miccional durante os aumentos abruptos da pressão intra-abdominal (KAKIHARA; SENS;

FERREIRA, 2007).

Norton & Brubaker (2008) consideram a IUE uma doença silenciosa e de consequência natural da

idade. O fato de as mulheres não procurarem por um tratamento eficaz eleva o índice da patologia.

As literaturas citam vários tipos de IU, mas para simplificar a compreensão destacaremos as cinco mais

frequentes, são elas:

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Fisioterapia: princípios fundamentais

2.1 INCONTINÊNCIA DE ESFORÇO

Trata-se do escapamento da urina devido à pressão repentina e inesperada ao abdômen mais baixo,

área anatômica do corpo onde aloja-se a bexiga. Onde, certas atividades tais como rir e tosse vigoroso

causa alguma escapamento involuntário da urina, como também, fazer esforço para levantar objetos

pesados ou durante execução de exercício físicos de intensidade pode ter um efeito similar. Esse tipo

de incontinência é mais comum nas mulheres, que podem ser associadas com o fato relacionados às

circunstâncias que conduzem o enfraquecimento dos músculos pélvicos, tais como o parto, nos casos

de Cirurgia na região pélvica, tambem pode ocorrer o enfraquecimento destes músculos e causar

incontinência ( MORAS,LOPES, 2006).

2.2 INCONTINÊNCIA DO IMPUSO

Caracteriza-se pela necessidade repentina de urinar que frequentemente não permita ao indivíduo

bastante tempo para alcançar um toalete. O período entre o início da vontade ao tempo de encontrar

um banheiro utrapasse a alguns segundos, o individuo serão incapaz de controlar a leberação da urina.

Causas muito comum é devido a infecções dos órgãos do sistema urinário e ( HEALV JC,2007; HADDAD

JM, 2010).

2.3 INCONTINÊNCIA POR URGÊNCIA

Quando a pessoa sente vontade repentina de urinar devido a contração involuntária da bexiga num

momento indevido, causando uma pequena perda de urina pelos músculos do esfíncter. Esse

problema também é conhecido como espasmo da bexiga, bexiga espasmódica, bexiga irritável ou

instabilidade do detrusor. Geralmente se dá na porta do banheiro ou em situações de urgência

podendo afetar qualquer pessoa, mulheres e idosos correm maiores riscos de desenvolver esse tipo

de IU.

2.4 INCONTINÊNCIA FUNCIONAL

Pode ser um problema que não tenha relação direta com os do sistema urinário, ela ocorre geralmente

devido a uma outra causa que iniba a micção normal. A exemplo deste é a artrite, incapacidade de

locomoção por qualquer fator, que afeta a mobilidade do indivíduo e pode conduzir à incapacidade

de um paciente alcançar a tempo um toalete quando precisa de urinar. Não apresentando nenhuma

ligação com infermidades com a bexiga ou com o processo fisiológico urinário, e sim, por outros

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Fisioterapia: princípios fundamentais

ploblemas que dificutem a locomoção do indivíduo no seu ambiente cotidiano (MATHEUS, L. M. et

al,2006).

2.5 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

Segundo Oliveira et al (2007) um dos principais objetivos do tratamento fisioterapêutico é o

fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, pois a melhora da força e da função desta

musculatura favorece uma contração consciente e efetiva nos momentos de aumento da pressão

intrabdominal, evitando assim as perdas urinárias. Com o progresso das pesquisas em fisiologia do

trato urinário inferior e com o aprimoramento das técnicas de diagnóstico, o tratamento conservador

vem assumindo um papel importante na reabilitação dessas pacientes através das variadas técnicas

fisioterapêuticas.

Segundo Rodrigues (2008) a cinesioterapia tem sido considerada uma ferramenta- chave utilizada no

tratamento fisioterápico para o fortalecimento do assoalho pélvico. Basicamente, ela trabalha os

músculos pelo movimento e trata da enfermidade, podendo ser utilizada de duas formas: ativa e

passiva. Na forma ativa, o paciente executa por si mesmo os movimentos de forma voluntária. Já na

forma passiva, os movimentos são executados pelo fisioterapeuta através de aparelhagens especiais.

2.5.1 CINESIOTERAPIA

Tem como objetivo reforçar a resistência uretral e a melhora dos meios de manutenção dos órgãos

pélvicos, hipertrofiar principalmente as fibras musculares estriado tipo II do diafragma urogenital e

pélvico. Porém a dificuldade desse tipo de tratamento ocorre, muitas vezes, devido à incapacidade

dos pacientes em diferenciar corretamente os músculos do assoalho pélvico, ou seja, que promovem

contraturas de outras musculaturas que não estão relacionados, ao reto abdominal, glúteo máximo e

adutor da coxa.

2.5.2 ELETROESTIMULAÇÃO

É o monitoramento, por aparelhos, de eventos fisiológicos que a paciente é incapaz de distinguir por

si só. Em pacientes com IU, o procedimento é empregado para reconhecer a musculatura esquelética

que está relacionada no relaxamento e na contração uretral e da musculatura indiretamente envolvida

no ato da micção (abdome, nádegas e coxas). A contratura muscular é monitorizada através de

eletromiografia, sendo a paciente capaz de distingue a ação da musculatura elevadora do ânus e

antagonista do reto abdominal (ALMENDA, FERNANDO, 2001).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

3 MATERIAS E MÉTODOS

Trata-se de uma revisão de literatura bibliografica , com abortagem qualitativa ,formulando problema

e resolvendo com hipotese. A pesquisa presente formulou-se utilizando o banco de dados que

direcionou a mesma para endereços eletronicos como, LILACS, SCIELO, PUBMED e BERIME. Tendo

como criterios de inclusão artiagos publicados em lingua portuguesa, disponível em texto completo

no período de fervereiro 2006 a 2017, como criterio de exclusão serão conciderados artigos que nao

tratam do tema em questão. As palavras chaves:Intervenção, Fisioterapia, Incontinência, urinária,

eletroestimulação, cinesioterapia. Primeiramente o material vai ser selecionado pelo título e resumo.

Caso as informacoes contidas serem insuficientes, serao lidos a intrudução. Todos os artigos sao lindos

por completos.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Autor/ano Tipo de

pesquisa

Resultados

KAKIHARA;

SENS;

FERREIRA,

2007

Pesquisa de

campo

A atuação da fisioterapia do assoalho pélvico, na

terapêutica da incontinência urinaria feminina

necessita de estudos que ressaltem sua eficácia.

OLIVEIRA;

LOPES, 2006

Pesquisa de

campo

A grande variedade de recursos fisioterapêuticos usados

para a reabilitação funcional da musculatura do assoalho

pélvico favorece a melhoria do quadro de mulheres

acometidas de incontinência urinaria.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

RODRIGUES;

PAULA, 2007

Pesquisa

bibliográfica

A Incontinência Urinária é um transtorno comum que pode

afetar mulheres em qualquer fase da vida.

GLISOI;

GIRELLI,2011

Pesquisa de

campo

Foi notório a eficácia do tratamento fisioterapêutico, e

notou-se melhoras de 80% a 90% em consciência e

controle da contração da musculatura do assoalho pélvico.

ALMEIDA;

MARSAL, 2015

Pesquisa de

campo

Foi evidente que o exercício fisioterapêutico, proporciona

abordagens menos invasivas e acessíveis.

LUZ et al.,

2012

Pesquisa de

campo

As mulheres submetidas a terapêutica utilizada no projeto

obtive significativa diminuição ou abolição completa dos

quadros de perda urinária.

HIGA; LOPES,

2007

Pesquisa de

campo

As atividades que proporcionam maior esforço,

apresentam maior prevalência em perdas miccionais.

OLIVEIR;

VALÉRIO, 2008

Pesquisa de

campo

É considerável que a perda involuntária da urina, sua

incidência ocorre na maioria das vezes com o avanço da

idade, assim acometendo mais de 50% das mulheres na

pós-menopausa.

Segundo Rodrigues; Paula, 2007 por meio de sua pesquisa bibliográfica, mostrou que a incontinência

urinária é um transtorno comum que pode afetar mulheres em qualquer fase da vida. Sua Constituição

patológica apresenta intercorrências que por sua vez geram desconfortos sociais e perda da

autoconfiança, bem como interferi de maneira negativa na qualidade de vida dessas muitas mulheres.

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581

Fisioterapia: princípios fundamentais

Para Higa; Lopes, 2007 por meio de uma pesquisa de campo, acrescenta ainda que, as atividades que

proporcionam maior esforço, apresentam maior prevalência em perdas miccionais, o que por sua vez

resulta em estresse, constrangimento e falta de concentração durante suas atividades.

Segundo Oliver; Valério, 2008, em uma pesquisa de campo é considerável que a perda involuntária da

urina, sua incidência ocorre na maioria das vezes com o avanço da idade, assim acometendo mais de

50% das mulheres na pós-menopausa. Esta patologia se manifesta gradativamente e se agrava de

forma progressiva independente do sexo.

Kakihara; Sens; Ferreira, 2007 mediante a uma pesquisa de campo mostrou que a literatura sobre a

fisioterapia do assoalho pélvico na terapêutica da incontinência urinaria feminina necessita de estudos

que ressaltem sua eficácia.

Glisoi; Girelli, 2011 por meio de uma pesquisa de campo discorda do autor citado acima afirmando,

que, foi notório a eficácia do tratamento fisioterapêutico, e acrescenta que se notou melhoras de 80%

a 90% em consciência e controle da contração da musculatura do assoalho pélvico bem como

informações e indicação e orientação do tratamento dessas das pacientes.

Oliveira; Lopes, 2006 por meio de uma pesquisa de campo fala de forma semelhante que a grande

variedade de recursos fisioterapêuticos usados para a reabilitação funcional da musculatura do

assoalho pélvico favorece a melhoria do quadro de mulheres acometidas de incontinência urinaria

bem como, na continuidade da conduta conservadora, tanto pela ausência de efeitos colaterais

quanto pela melhora da qualidade de vida dessas pacientes.

Acrescentando Almeida; Marsal, 2015 por intermédio de uma pesquisa de campo mostrou que o

exercício fisioterapêutico, proporciona aos pacientes incontineicos abordagens menos invasivas e

acessíveis.

Luz et al., 2012 complementa em sua pesquisa de campo que, as mulheres submetidas a terapêutica

utilizada no projeto obtive significativa diminuição ou abolição completa dos quadros de perda

urinária quando comparado ao início do tratamento.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os estudos demostram que a incontinência urinária é uma circunstância muito comum na população,

assim atingindo milhões de pessoas, principalmente o sexo feminino, que através de diversas causas

com estresse muscular, qualidade de vida, inadequados de alimentação, alterações de sono e repouso,

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Fisioterapia: princípios fundamentais

privações de momentos de lazer e até mesmo do convívio familiar. O enfraquecimento da região

perineal e leva a patologia.

Embora a incontinência de esforço não coloque diretamente a vida das pessoas em risco, ela propicia

alterações que promovem frustrações, restrições nas atividades sexuais, sociais, domésticas e

ocupacionais e que propiciam sérias implicações médicas, de caráter social, psicológico e econômico.

A resolução desta problemática é difícil na maioria das vezes, pois alguns pacientes subestimam o

problema, aceitando-o como condição do envelhecimento, por medo ou ignorância. O envolvimento

da mulher e a avaliação de como e quanto à incontinência atinge a qualidade de vida são essenciais

no tratamento adequado.

A cinesioterapia é positiva para obter melhoras reais e significativas sobre a perda de urina diária e

alívio dos sinais e sintomas com programas de exercícios facilmente difundidos e executados em locais

menos convencionais, com aplicações terapêuticas. Por fim, é primordial outros estudos de

seguimento em longo prazo com resultados comprovados, para que os protocolos e técnicas sejam

cientificamente apresentados e assim determinar por quanto tempo o sucesso terapêutico das

técnicas fisioterápicas permanecem adequadas no tratamento de mulheres com incontinência

urinária.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ALMEIDA, Amanda Laila Rodrigues. A INFLUÊNCIA DA FISIOTERAPIA APLICADA NO TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO EM MULHERES: ESTUDO DA EFICÁCIA DA CINESIOTERAPIA. Revista Visão Universitária, v. 3, n. 1, 2015.

DA SILVA HONÓRIO, Gesilani Júlia et al. Análise da qualidade de vida em mulheres com incontinência urinária antes e após tratamento fisioterapêutico. Arquivos Catarinenses de medicina, v. 38, n. 4, 2009.

DA SILVA, Luzia Wilma Santana et al. Fisioterapia na incontinência urinária: olhares sobre a qualidade de vida de mulheres idosas. Revista Kairós: Gerontologia, v. 20, n. 1, p. 221-238, 2017.

DE LIMA MOURA, Jéssica Francielle Aparecida. CINESIOTERAPIA PARA O FORTALECIMENTO DO ASSOALHO PÉLVICO NO PERÍODO GESTACIONAL. Revista Visão Universitária, v. 3, n. 1, 2015.

DE MORAES LOPES, Maria Helena Baena; HIGA, Rosângela. Restrições causadas pela incontinência urinária à vida da mulher. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 40, n. 1, p. 34-41, 2006.

DE OLIVEIRA, Talita Monteiro; VALÉRIO, Silva; DE CARVALHO, Jair Antonio. CINESIOTERAPIA NA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO NA MULHER.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

GLISOI, S. F. N.; GIRELLI, P. Importância da fisioterapia na conscientização e aprendizagem da contração da musculatura do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária. Revista da Sociedade Brasileira de, v. 9, n. 6, p. 408-13, 2011.

GOMES, Cristiano Mendes; HISANO, Marcelo. Anatomia e fisiologia da micção. ZERATI FILHO, M.; NARDOZZA JÚNIOR, A.; REIS, RB Urologia Fundamental. São Paulo: Planmark, p. 239-249, 2010.

MATHEUS, L. M. et al. Influência dos exercícios perineais e dos cones vaginais, associados à correção postural, no tratamento da incontinência urinária feminina. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 10, n. 4, 2006.

MORENO, ADRIANA L. Fisioterapia em Uroginecologia: 2ed. Barueri: São Paulo; Manole, 2009.

NETTER, Frank H. Netter-Atlas de Anatomia Humana. Elsevier Brasil, 2008.

OLIVEIRA, Kátia Adriana Cardoso; RODRIGUES, Ana Beatriz Cezar; PAULA, AB de. Técnicas fisioterapêuticas no tratamento e prevenção da incontinência urinária de esforço na mulher. Revista eletrônica F@ pciência, v. 1, n. 1, p. 31-40, 2007.

SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Histórico das funções renal e urinária. Brunner & Suddarth, Tratado de Enfermagem Medico-Cirúrgica. 2 vol., 10 ed. Rio de Janeiro/RJ: Guanabara Koogan, 2005.

SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 22ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. THIBODEAU, G. A.; PATTON, K. T. Estrutura e Funções do Corpo Humano. 11ed. São Paulo.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Capítulo 63

UM ESTUDO DAS VARIÁVEIS DE IDENTIFICAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE

RN – UMA VISÃO PRÁTICA DA FISIOTERAPIA GERIÁTRICA.

DOI: 10.37423/200500966

Autores:

Janaína Dias de Oliveira (Curso de Fisioterapia da UNINASSAU – Natal /RN).

Anny Terezita Costa (Curso de Fisioterapia da UNINASSAU – Natal /RN).

Orientador: Msc. Jerônimo Freire (Prof. de Metodologia da Ciência – UNINASSAU - Natal/RN).

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Fisioterapia: princípios fundamentais

O Brasil é considerado um país de população jovem, no entanto nas próximas décadas o fenômeno do

envelhecimento populacional será uma realidade na qual teremos que enfrentar. Este fenômeno tem

levado a uma reorganização do sistema de Saúde pública, pois essa população idosa exige cuidados

que são um desafio devido às doenças crônicas que apresentam e principalmente se levarmos em

consideração as péssimas condições de atendimento dos hospitais (na maioria pública) para

atendimento pelo Sistema Único de Saúde – SUS (em 1988 o SUS é criado e aprovado pela Constituição

Federal, que reconhece o direito de acesso universal à saúde para toda a população).

Segundo a literatura, o envelhecimento é um processo normal, individual e gradativo, que caracteriza

uma etapa da vida onde ocorrem modificações fisiológicas, bioquímicas e psicológicas em

consequência da ação do tempo. É uma fase onde ocorrem manifestações somáticas no ciclo natural

da vida, pois se caracteriza pela perda progressiva da capacidade de adaptação e de reserva do

organismo diante das mudanças que irão influenciar de maneira decisiva na vida do idoso. Este

trabalho tem como objetivo exercitar a prática da fisioterapia geriátrica, avaliando todo o processo de

construção do futuro pesquisador nesta área tão importante para o exercício do profissional das

atividades terapêuticas junto aos idosos. Metodologia - Os alunos foram levados a fazer um

levantamento bibliográfico do referencial teórico relacionado ao assunto, foram obtidas informações

referentes à população idosa brasileira e a qualidade de vida, dando destaque às ações dos

profissionais de saúde (fisioterapia) quanto à reabilitação e a orientação para prevenção das futuras

doenças não transmissíveis (DNT). Caracterização da pesquisa (trabalho de campo), o tipo de pesquisa,

a população/amostra utilizada, e o procedimento de coleta de dados (questionário/entrevista) que

visa monitorar as condições de saúde da população idosa no município de São Gonçalo do Amarante

RN.

Diante dos resultados foram desenvolvidos projetos acadêmicos de pesquisa, na graduação, sobre o

processo de envelhecimento; atividades de ações educativas para os idosos; ações voltadas para

prevenção de doenças, buscando a melhoria da qualidade de vida; cursos informativos e de

treinamento para profissionais de apoio; e a participação dos estudantes em programa voluntários

(Projeto Rondon). Resultados E Discussões - Esta pesquisa foi estruturada em blocos de perguntas

(ver resumo dos quadros), com ênfase na discussão de algumas temáticas escolhidas para o

aprofundamento do objeto de estudo. Quadro (I) - Avalia pontos importantes relacionados a qualidade

de vida do idoso; Quadro (II) - Avaliando as atividades de vida do dia-a-dia do idoso; e serviços

oferecidos ao Idoso (Gráficos).

Quadro I Quadro II

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Fisioterapia: princípios fundamentais

Você se considera uma pessoa doente?

Gráfico 17: qualidade de vida dos idosos

A amostra pesquisada a idade média de 77 anos, escolaridade acima da média brasileira (64% sabem

ler e escrever ); 53% são mulheres, aproximadamente 60%dos idosos pesquisados dependem de ajuda

do poder público e 53% têm renda mensal média entre um e dois salários mínimos. No quadro 1 e

gráfico 17 (qualidade de vida dos idosos), constatou-se que apenas 11% consideram que não são

doentes ; entretanto, se levarmos em consideração que aproximadamente 70% tem alimentação

inadequada e mais de 60% não participa de atividades recreativas, os quase 90% restantes devem ter

algum tipo de problema de saúde relacionado ao mau hábito alimentar e a falta de exercícios. No

quadro 2 observa-se que os indicadores de capacidade funcional apresentam valores acima de 60%,

com pouca ou nenhuma dificuldade nas atividades diárias, indicativo este que mostra que a maioria

dos idosos não necessita de cuidados diários (familiares e profissionais da área de saúde).

Constatou-se, também, que mais de 75% dos idosos não têm acesso aos serviços de saúde (exames

rotineiros e fisioterapia) e nem acesso à informação, situação esta que só tende a agravar com o passar

do tempo. sendo necessárias, neste sentido, políticas públicas de caráter preventivo.

Como conclusão do trabalho, As etapas que norteiam um projeto de pesquisa foram executadas neste

trabalho, em que se conclui um amadurecimento do estudantes do 1° Ano do Curso de Fisioterapia da

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587

Fisioterapia: princípios fundamentais

FMN - Natal. Com base nos resultados apresentados do questionário aplicado, constatou-se que os

idosos do Município de São Gonçalo do Amarante necessitam de uma maior atenção do poder público,

o que possibilitará uma melhor qualidade de vida. Os resultados desta pesquisa serão utilizados em

um projeto de Saúde ao idoso, inserido no projeto institucional da FMN - PROJETO RONDON, voltado

para desenvolver atividades como: orientação psicológica, exercícios fisioterapêuticos, avaliação dos

sinais vitais, recreação, jogos e orientação jurídica, tendo como objetivo proporcionar uma melhor

qualidade de vida ao idoso, melhorando sua autoestima, viabilizando uma mudança de hábitos e

orientando sobre as políticas públicas para o idoso no Brasil. observou-se também o avanço no

conhecimento do estudante de Fisioterapia da FMN pela aplicação dos conceitos discutidos e

trabalhados na disciplina Metodologia da Ciência. O futuro sucesso dos fisioterapeutas geriátricos

reside na sua habilidade de fundamentar a prática da fisioterapia geriátrica nas ciências, nos conceitos

básicos e nos princípios da prática do fisioterapeuta .

Palavras-chaves: Metodologia da Pesquisa, Envelhecimento, fisioterapia geriátrica.

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Fisioterapia: princípios fundamentais

REFERÊNCIAS

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Atlas. 2000.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Perfil dos idosos responsáveis pelos domicílios no Brasil: 2000. Rio de Janeiro: IBGE: 2000. Disponivel

em:<h ttp://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populaçao/perfilidoso/perfilidoso2000.pdf> . Acesso em: 05 maio 2012.

LIMA-COSTA, M. F.; VERAS, R. Saúde pública e envelhecimento. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3. , j un. 2003. Disponivel

em:< http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2003000300001 >. Acesso em: 15 maio 2012.