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FRIEDMAN Capitalismo e Liberdade

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Capitalismo e Liberdade - Friedman (uma síntese)

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Existe uma grande inércia – uma tirania do status quo – nas disposições particulares e, especialmente, nas governamentais. Somente uma crise – atual ou previsível – provoca uma real mudança.

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O governo é necessário para preservar nossa liberdade [...]; entretanto, pelo fato de concentrar poder em mãos políticas, ele é também uma ameaça à liberdade. Como nos podemos beneficiar das vantagens de ter um governo e, ao mesmo tempo, evitar a ameaça à liberdade?

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A principal função do governo deve ser a de proteger nossa liberdade contra os inimigos externos e contra nossos próprios compatriotas; preservar a lei e a ordem; reforçar os contratos privados; promover mercados competitivos;

O governo pode, algumas vezes, nos levar a fazer em conjunto o que seria mais difícil ou dispendioso fazer separadamente;

O poder do governo deve ser distribuído. Se o governo deve exercer poder, é melhor que seja no condado do que no estado; e melhor no estado do que em Washington.

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O tema principal deste livro é o papel do capitalismo competitivo como um sistema de liberdade econômica e condição necessária à liberdade política. Seu tema secundário é o papel que o governo deve desempenhar numa sociedade dedicada à liberdade e contando principalmente com o mercado para organizar sua atividade econômica.

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A partir do fim do século XIX e, especialmente, depois de 1930, nos Estados Unidos, o termo liberalismo passou a ser associado a pontos de vista bem diferentes, especialmente em termos de política econômica. Passou a ser associado à predisposição de contar, principalmente, com o Estado para alcançar objetivos considerados desejáveis.

Devido à corrupção do termo liberalismo, os pontos de vista que eram por ele representados anteriormente são agora considerados frequentemente conservadorismo.

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A tese deste capítulo é que existe uma relação íntima entre economia e política; que somente determinadas combinações de organizações econômicas e políticas são possíveis; e que, em particular, uma sociedade socialista não pode também ser democrática, no sentido de garantir a liberdade individual.

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A liberdade econômica é parte da liberdade entendida em seu sentido mais amplo e, também, um instrumento indispensável para a obtenção da liberdade política.

O tipo de organização econômica que promove diretamente a liberdade econômica, isto é, o capitalismo competitivo, também promove diretamente a liberdade política porque separa o poder econômico do poder político e, desse modo, permite que um controle o outro.

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A liberdade política sempre acompanhou o mercado livre e o desenvolvimento de instituições capitalistas.

A História sugere que o capitalismo é uma condição necessária para a liberdade política, mas, evidentemente, não é uma condição suficiente.

É claramente possível haver uma organização econômica fundamentalmente capitalista e uma organização política que não seja livre.

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A relação entre liberdade política e econômica é complexa e de modo algum unilateral. No início do século XIX, Bentham e os filósofos radicais estavam inclinados a considerar a liberdade política como um instrumento para a obtenção da liberdade econômica.

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O triunfo do liberalismo de Bentham no século XIX na Inglaterra foi seguido por uma reação que levou a uma crescente intervenção do governo nos assuntos econômicos.

Hayek intitulou tal processo de O caminho da servidão. Sua ênfase foi colocada na liberdade econômica como instrumento de obtenção da liberdade política.

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Só há dois meios de coordenar as atividades econômicas de milhões. Um é a direção central utilizando a coerção – a técnica do Exército e do Estado totalitário moderno. O outro é a cooperação voluntária dos indivíduos – a técnica do mercado.

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O que o mercado faz é reduzir sensivelmente o número de questões que devem ser decididas por meios políticos – e, por isso, minimizar a extensão em que o governo tem que participar diretamente do jogo.

Removendo a organização da atividade econômica do controle da autoridade política, o mercado elimina essa fonte de poder coercitivo. Permite, assim, que a força econômica se constitua num controle do poder político, então num reforço.

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Uma das características de uma sociedade livre é a liberdade dos indivíduos de desejar e propor abertamente uma mudança radical na sociedade – desde que tal empresa se adstrinja à persuasão e não inclua a força ou outra forma de coerção.

Constitui uma indicação da liberdade política de uma sociedade capitalista que seus membros possam abertamente propor e trabalhar pelo socialismo. Como poderia a liberdade de propor o capitalismo ser preservada numa sociedade socialista, se nesta sociedade todos os empregos estão sob o controle das autoridades políticas?

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O papel do mercado é o de permitir unanimidade sem conformidade e ser um sistema de efetiva representação proporcional.

O aspecto característico da ação através de canais explicitamente políticos é o de tender a exigir ou reforçar uma conformidade substancial.

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Há determinadas questões com relação às quais a representação proporcional efetiva é impossível. Eu não posso ter o total de defesa nacional que desejo e você ter um total diferente. É precisamente a existência destes assuntos indivisíveis - proteção do indivíduo e da nação contra a coerção são claramente os mais básicos – que impede que se possa contar, exclusivamente, com a ação individual através do mercado.

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Os papéis básicos do governo numa sociedade livre são prover os meios para modificar as regras, regular as diferenças sobre seu significado, e garantir o cumprimento das regras por aqueles que, de outra forma, não se submeteriam a elas.

O problema mais importante para estabelecer as atividades apropriadas do governo é como resolver os conflitos entre as liberdades dos diversos indivíduos. A existência de uma definição bem especificada e amplamente aceita de propriedade é muito mais importante do que o conteúdo da definição como tal.

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O monopólio implica ausência de alternativas e inibe, portanto, a liberdade efetiva da troca. Na prática, o monopólio geralmente origina-se de apoio do governo ou acordos conspiratórios. Com respeito a isto, a solução é evitar o favorecimento de monopólios pelo governo ou estimular a efetiva aplicação de regras como as que fazem parte de nossas leis antitruste.

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O monopólio também pode surgir por ser tecnicamente eficiente [...]. A escolha entre os males do monopólio privado, do monopólio público e da regulação pública não pode, entretanto, ser feita independentemente das circunstâncias presentes.

O monopólio técnico pode, em certas ocasiões, justificar um monopólio público de facto. Não pode por si só justificar um monopólio público baseado na premissa de se tornar ilegal qualquer competição no ramo.

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A segunda classe de casos em que a troca estritamente voluntária é impossível tem origem quando ações de indivíduos têm efeitos sobre outros – e pelas quais não é possível recompensá-los ou puni-los. Um exemplo é a poluição de um rio.

Nossos princípios não fornecem uma linha clara de demarcação quanto ao uso apropriado da ação governamental [...]. Em cada caso particular em que se proponha a intervenção, devemos organizar uma folha de verificação, anotando separadamente as vantagens e desvantagens.

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A liberdade é um objetivo válido somente para indivíduos responsáveis. O paternalismo é inevitável para aqueles que definimos como irresponsáveis.

Algumas das atividades desempenhadas pelo Governo dos Estados Unidos e que não podem ser validamente justificadas em termos dos princípios liberais apresentados [pp. 39 -41].