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Fruticultura PRIMEIRA AULA CITRUS Professor: Adriano de Almeida Franzon

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Fruticultura PRIMEIRA AULA CITRUS

Professor: Adriano de Almeida Franzon

Histórico

As plantas cítricas são originárias das regiões

tropicais e subtropicais da Ásia e Arquipélago Malaio

(Índia, norte da China, Nova Guiné, Austrália), embora

com controvérsias quanto ao local de origem, a fruta

teria chegado à Europa ainda na Idade Média, sendo

saboreada, naquele período, apenas por imperadores,

nobres e eclesiásticos. No Brasil foi introduzida pelos

portugueses no início do século XVI pelas primeiras

expedições colonizadoras, provavelmente na Bahia.

Entretanto aqui, com melhores condições para

vegetar e produzir do que nas próprias regiões de

origem, as citrinas se expandiram para todo o país. A

citricultura é um dos principais agronegócios

internacionais, sendo o Brasil líder na produção de

frutas cítricas e na exportação de suco concentrado e

congelado de laranja. A citricultura brasileira, têm se

destacado também pela promoção do crescimento

sócio-econômico, contribuindo com a balança comercial

nacional e principalmente, como geradora direta e

indireta de empregos na área rural.

O estado de Minas Gerais ocupa o quarto lugar no

cenário nacional entre os maiores Estados produtores

de citros do país e, pelo seu tamanho e variedade

agroclimática, possibilita uma citricultura diversificada e,

de certo modo, regionalizada, com a produção de

ótimas frutas frescas.

CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Existem duas classificações do gênero citros, a Swingle, que compreende 16 espécies, e a Tanaka, que estabeleceu um sistema mais moderno, incluindo 162 espécies, pertencentes à divisão Magnoliophyta, subdivisão Magnoliophytina, classe Magnoliopsida, subclasse Rosidae, ordem Sapindales subordem Geranineae, família Rutaceae, subfamília Aurantioideae, tribo Citreae, subtribo Citrineae

Famílias: a) Meliáceas b) Simaruláceas c) Rutáceas Tribo: CITRAE Gênero: FORTUNLLA, PONCIRUS e CITRUS

Espécies: Citrus sinensis Osbek – laranja doce C. deliciosa Tenore – mexirica do Rio C. limonia Osbek – limão cravo C. reshui Nortex-tan – tangerina Cleópatra C. paradisi – pomelo C. sunki Nortex Jan – tangerina sunki C. reticulada Blanco – tangerina pokan, cravo C. medica – cidra C. reticulada sinensis – tangerina murcot C. fortunella spp. – tangerina murcot C. aurantifolia swingle – lima ácida galego C. máxima – toranja C. latifolia Tanaka – lima ácida tahiti C. aurantium – laranja azeda Poncirus trifoliata – limão azedo C. limon Burn – limão siciliano

Citrus Simensis:

a) Laranja de umbigo: A flor desse grupo caracteriza por possuir um segundo carpelo, além do principal que, no desenvolver, dá origem a um segundo fruto, incluso na região estilar do principal, à semelhança de um umbigo. Além dessa característica, os grãos de pólen se desintegram ocorrendo a degeneração do saco embrionário e, conseqüentemente, os frutos que se formam são partenocárpicos.

Principais variedades – Bahia, baianinha, baiana, Thompson, Navel. São variedades de excelentes qualidades, boa consistência, de maturação semi-precoce, sem sementes, resistentes ao frio, porém sensíveis à seca e adequadas ao mercado interno.

b) Laranja Sanqüínea: Caracterizam-se por produzir frutos de coloração vermelha, quer interna ou externamente. Essa cor se deve à presença de antocianina, pigmento vermelho.

Variedades: Sangüinella, Doppio, Sangüinoso, Dr. Amaral, Batom.

c) Sem Ácido: Nesse grupo encluem-se as laranjas de baixa ou nula acidez.

Variedades: Piralima, Laranja lima, Serrana, Ilha Seleta. Possuem maturação precoce; adequada ao mercado interno e para suco, alcançando cotação mais alta que outros cultivares.

d) Laranjas normais: A denominação de “normal” é apenas para deferenciação das demais.

Principais Variedades:

Campista: usada apenas para consumo local em regiões pouco progressivas; maturação precoce;

Hamlin: maturação semi-precoce, adequada para exportação e para suco; muito produtiva;

Barão: maturação em meia-estação, adequada para consumo “in-natura” no mercado interno e para suco; produtiva;

Westin: maturação em meia-estação, adequada para consumo no mercado interno, para exportação e suco; produtiva;

Westin e Rubi Laranja Hamlin

Laranja pêra-rio Laranjas Valência, Natal

Caipira: maturação semi-tardia, adequada para mercado interno, produtiva;

Pêra: maturação semi-tardia, mas com a época de colheita mais extensa de todas as variedades. Adequada ao mercado interno, para exportação e para suco; muito produtiva. É a cultivar com maior área de terreno no Brasil; grande conservação no pé.

Natal: maturação tardia, adequada para consumo interno, exportação e para suco; muito produtiva. É a segunda cultivar em área no Brasil; grande conservação no pé.

Valência: maturação tardia; adequada para consumo interno, exportação e para suco; muito produtiva; grande conservação no pé.

Citrus Reticulata; Blanco Árvore de pequeno porte e de frutos mais ou menos

achatados. Sementes pequenas, pontiagudas em uma das extremidades; poliembrionada; embriões verdes.

O nome reticulata está associado à casca do fruto, que possui uma rede irregular de fibras brancas e delicadas. As plantas são resistentes ao frio, porém, os frutos são susceptíveis, dado à pequena resistência a conservação e transporte.

Estão agrupadas nesta espécie as tangerinas e mexericas. Tangerinas apresentam frutos de cor laranja intenso a avermelhado; mexericas de cor tom amarelado a ligeiramente avermelhado.

Variedade de Mexerica: Rio Ipanema Variedade de Tangerina: Cravo, Ponkan, Satsuma,

Flórida, Cleópatra, Dancy, Clementina, Murcote.

Citrus Aurantifolia; Swing

• Árvore de pequeno porte, crescimento rápido e sensível às baixas temperaturas; ramos curtos e geralmente espinhosos, espinhos curtos e agudos. Brotos novos, de cor verde pálido. Ramos e troncos décor pardo-acinzentado. Folhas pequenas, flores em cacho de 2 a 20, cor branca, frutos pequenos de cor verde-amarelada, casca fina, suco ácido ou doce, de cor esverdeada.

As variedades, segundo a presença de ácidos. Classificam-se em:

Ácidas: Lima-ácida galego Doces: Lima da Pérsia, Lima de Umbigo. Obs: A Lima-ácida Tahiti, é considerada como sendo um

híbrido, não tendo espinhos e nem sementes. (C. latifolia Tanaka)

Citrus Limon, Burn:

Planta pequena copa aberta, ramos providos de

espinhos e de cor acinzentada. Brotos novos de cor

avinhada, folhas verde-pálido. Frutos ovalados com um

mamilo típico na região apical. Planta sensível ao frio,

florescendo várias vezes durante o ano.

Frutos ácidos: Siciliano, Eureka, Vila Franca, Lisboa.

Frutos doces: Limão doce

Citrus Aurantium; L

Dessa espécie faz parte a laranja azeda ou da terra. É

excessivamente ácida e amarga para consumo “in-

natura”. É usada para fabrico de doce dos frutos.

Das folhas, brotos, flores, casca e frutos, retiram-se

óleos essenciais, aromáticos, usados em perfumaria e na

farmacopéia.

É resistente às baixas temperaturas, constituiu-se no

passado e por muito tempo, como o principal porta-

enxerto no Brasil.

Citrus Paradisi, MacF

Agrupa os Pomelos, que são usados no fabrico de doces e sucos.

Citrus Grandis, Osbeck

Agrupa as laranjas que servem para fabrico de

doces e sucos; no Brasil, serve para coleção,

pesquisas e melhoramento, não tendo valor

comercial.

Citrus Médica, L

Agrupa as cidras, que são plantas de porte pequeno,de

forma irregular. Ramos, quando jovens são de cor

púrpura; frutos grandes de pouco suco e de sabor ácido

e pouco doce. Semente em grande número; floresce

várias vezes ao ano. Planta de clima quente; é usada no

fabrico de doce e bebidas.

DESCRIÇÃO BOTÂNICA

Caule:

Tronco cilíndrico, com ramificação normal. Quando

novo apresenta coloração verde e a medida que a planta

envelhece esta coloração passa para o marrom. Os

galhos e os ramos menores suportam a copa. Ereto com

baixo teor de lignina, o que não dá ao mesmo grande

resistência mecânica, a madeira é compacta e de

coloração amarelo-claro. Possui grande quantidade de

galhos. Serve apenas como lenha.

Raízes:

São do tipo pivotante atingindo 160cm na vertical e até 2m na horizontal

Folhas:

São persistentes, variam de tamanho, forma e

cor (inclusive variegata), verde-claro quando novas e

passam para o verde mais escuro a medida que

envelhecem. Variam de simples, unifoliatas, com

limbos inteiros a compostas. Sua forma é elíptica,

oval ou lanciolada e, de aspecto coreácea. Presença

de folha alada

Flor:

São inflorescências solitárias ou agrupadas definidas ou

não, do tipo cacho ou sub-tipo corimbo. Apresentam

pedúnculo curto, liso e articulado. São pequenas,

hermafroditas e apresentam coloração branca, com

pétalas carnosas e sépalas persistentes. Alta taxa de

polinização cruzada. Com altas temperaturas pode

ocorrer abortamento dos grãos de pólen. Em torno de

74.000 flores, mas com baixo índice de pegamento.

Fruto:

São hesperidium, podendo ser globulosos ou

subglobulosos.

Dividem-se em pericarpo e sementes.

Casca: - albedo → é a parte branca da casca.

Usado pela industria de inseticida.

- flavedo → importante para a produção

de óleos essenciais.

Polpa: - Suco: Semente (atualmente é uma

característica indesejável no consumo)

UTILIZAÇÃO :

O fruto é consumido na forma “in natura”,

porém, 50 a 55% é industrializado para a

produção de suco. O caule das plantas podem

ser utilizados na forma de lenha. Algumas

espécies são utilizadas na produção de ácido

cítrico e também na produção de matéria-prima

para a indústria farmacêutica.

VALOR NUTRITIVO – composição

química

Composição Quantidade em %

Água 86 a 92%

Açúcar 5 a 8%

Pectina 1 a 2%

Lipídeos 0,2 a 0,5%

Minerais 0,5 a 0,9%

Nitrogenados 0,7 a 0,8%

Óleos 0,2 a 0,3%

Vitaminas, outros Fonte http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/

PRINCIPAIS PRODUTORES MUNDIAIS (em %)

Países %

Brasil 21,86

USS 17,21

China 8,51

Espanha 5,74

México 4,77

Itália 3,71

Egito 3,09

Turquia 2,21

Marrocos 1,57

Argentina 1,46

Produção mundial: 53 milhões de toneladas

Fonte http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/

PRINCIPAIS PRODUTORES DE

LARANJA (milhões/ton.)

Brasil 16,1

USA 10,9

China 4,7

México 2,2

Espanha 2,2

Fonte http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/

PRINCIPAIS PRODUTORES DE TANGERINA

(milhões/ton.)

Japão: 2,3 m t

Espanha: 1,2 m t

Brasil: 0,46 m t

Fonte http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/

PRINCIPAIS PRODUTORES DE LIMA ÁCIDA

(milhões/ton.)

Espanha: 0,73

Itália: 0,69

Brasil: 0,53

Fonte http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/

PRINCIPAIS PRODUTORES DE POMELO

(milhões/ton.)

USA: 2,5

México: 0,38

Israel: 0,36

Brasil: 0,24

Fonte http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/

PRINCIPAIS IMPORTADORES

USA Japão

CEE Rússia

Fonte http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/

PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES DO BRASIL

(LARANJA)

Estado Área (há) Produção (t) Rend. (t/há)

SP 758.200 94.800,00 127,1

BA 58.544 3.798,13 75,4

MG 54.422 4.382,47 80,5

RJ 43.999 2.792,55 63,4

PR 11.496 793.571 69

GO 88.000 1.058.400 68

5.997 523.456 87,2

Obs.: Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba 48% da produção de MG, num total de 30.800 há.

Fonte http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/

Mudas: o alicerce da Citricultura

A escolha da muda para a formação de pomares cítricos

é fator determinante tanto para a vida útil do pomar

(estimada em 20 a 25 anos) quanto para a

produtividade da árvore. Daí a importância de termos

uma muda com um excelente material vegetativo e

rígido controle fitossanitário, assegurando que ela seja

sadia e com qualidade.

A garantia da citricultura nacional forte e saudável é ter

viveiros que seguem todas as normas técnicas para a

produção de mudas e que são submetidos a constantes

inspeções de órgãos oficiais.

A portaria de 15 de outubro de 2003, definem as

condições para que a muda seja certificada ou

fiscalizada.

Mudas Certificadas

Aquela produzida de acordo com as normas e

responsabilidade conjunta da Coordenadoria da Defesa

Agropecuária (CDA), por meio de Engenheiro Agrônomo

designado, e do próprio produtor,por meio do

Responsável Técnico.

Mudas Fiscalizadas

Aquelas produzidas de acordo com as normas, sob a

supervisão da Entidade Fiscalizadora e do próprio

produtor, por meio do Responsável Técnico.

Tecnologia para produção de mudas

O sucesso na produção da muda e seu

desenvolvimento no pomar está baseado no conjunto

de condições de como ela é trabalhada no viveiro e no

campo.

Atualmente, os órgãos controladores da

fitossanidade em citros preconizam a produção em

ambientes protegidos, porém, ainda ocorrem alguns

viveiros a céu aberto, sendo estes, já sujeitos ao

impedimento para comercialização das mudas

produzidas.

Obtenção de sementes

Sementes: A sanidade é fundamental na escolha da semente. Por isso ela deve ser produzida e/ou comprada de entidades reconhecidas e registradas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

As sementes são extraídas de frutos produzidos em árvores frutíferas consideradas como representativas da espécie (matrizes) produzidas em viveiros de telas antiafídicas.

Corte do fruto maduro

Retirada das sementes

Despolpamento

Secagem à sombra

Armazenamento quando necessário

Sementeiras:

1 kg de sementes = 16.000 sementes(limão cravo)

De um modo geral, utiliza-se, de três a quatro vezes,

mais sementes que o número de mudas que se quer

fazer.

A portaria estadual estabelece que a semente para

produção de porta enxerto seja submetida a

tratamento térmico de 52ºC durante 10 minutos.

Canteiros

adubação

espaçamento

semeadura

cobertura do canteiro

sombreamento

aclimatação e transplantio

Porta-enxerto:

Os porta-enxerto (cavalinhos) devem ser formados em

tubetes (citropotes), bandejas, embalagens definitivas

ou em sementeiras para produção de mudas de raízes

nuas.

Se comprar o produto de terceiros deve exigir nota

fiscal que comprove a caracterização do vendedor, a

origem e a variedade do cavalinho.

Porta enxertos: principais características:

Conservar as características

Cavalo e/ou porta enxertos de sementes

Afinidade e congeneidade.

Porta enxertos mais utilizados

Limão cravo

Tangerina cleópatra

Tangerina sunki

Limão volkamericano (incompatível com laranja

pêra)

Poncirus trifoliata

Gêneros afins com citros

Clymenia

Fortunella

Euromocitrus

Poncirus Trifoliata

Microcitrus

Outros híbridos afins

Orangelo – laranja + pomelo

Tangelo – tangerina + pomelo

Citrange – trifoliata + laranja

Limequats – lima ácida + kunkat

Citrumelo – trifoliata + pomelo

Citrangequat – citrange + kunkat

Borbulha:

Como as sementes e os porta-enxertos, as borbulhas

devem ser procedentes de instituições reconhecidas e

registradas.

A borbulha é um pedaço de casca da planta matriz e

que possui uma gema capaz de produzir uma planta

cítrica original. E conveniente conhecer o potencial

genético da planta matriz, para avaliar a sanidade,

produtividade e longevidade.

Água e substrato:

As mudas podem ser contaminadas pelo fungo

Phytophthora, causador da gomose e que pode vir pela

água ou pelo substrato. Por isso, é importante tratar a

água do viveiro.

Na compra de substrato, prefira os em “big bags” ou

em caminhões caçamba desinfestados com cobre e

amônia quaternária.

O substrato deve ser esterilizado, livre de plantas

daninhas e de boa porosidade.

O local de recebimento, armazenamento e manuseio

do substrato deve ser separado do resto do viveiro, ser

pavimentado e protegido. Os funcionários que

manuseiam o substrato devem usar botas de borracha

e instruídos a não circularem na propriedade.

Viveiro:

Com as normas emitidas pela Secretaria de Agricultura e

Abastecimento, a produção de mudas passa a ser uma

atividade com grandes exigências técnicas e

operacionais.

- Estar devidamente registrado na S.A.A.

- Projeto técnico elaborado por Eng.Agrônomo habilitado

no (CREA), e apresentado a Secretaria.

Localização:

O terreno onde será construído o viveiro deve

apresentar boa drenagem e terraplanagem perfeita

para impedir a entrada de águas invasoras no

ambiente.

O viveiro deve estar distante de qualquer planta cítrica

a pelo menos 20m.

É necessário haver quebra-vento e cerca- viva a 20m

do local. A área deve ser acessível a inspeções e estar

sempre livre de detritos vegetais.

Estrutura:

Seguir estes itens é de fundamental importância para

aprovação do projeto técnico.

- A construção deve ser comprida, estreita e

disposta, no seu comprimento no sentido leste-oeste;

- Pé direito mínimo de 4m;

- A cobertura plástica deve ter espessura de 150 μ

(micra);

- Ambiente protegido por tela antiafídica, com

malha de 0,85 x 0,30mm;

- As bancadas ficam a 30cm do solo

- As muretas laterais devem ter 40cm de altura,

contra águas invasoras;

- Os corredores centrais e entre as bancadas devem

ser pavimentados;

- Deve haver um ambiente separado do viveiro, para

manuseio de substrato;

- A água deve, preferencialmente, ser de poço semi-

artesiano. Caso seja forçoso usar outra fonte, a água

deve receber 10 gramas de cloro para cada mil litros;

Antecâmara:

O acesso ao viveiro é feito por uma antecâmara de no

mínimo 1 metro quadrado e com piso. Na entrada deve

haver um pedilúvio, para desinfestação de calçados,

contendo amônia quaternária e cobre, e recipiente para

lavagem das mãos contendo digluconato de

clorhexidina.

- É preciso um vestiário para os funcionários e

visitantes, roupas apropriadas e botas de borracha ou

plástico.

Enxertia:

O tipo de enxertia é a borbulha, em T normal ou invertido, por tratar-se de método fácil que possibilita alta percentagem de pegamento.

Altura de enxertia está regulamentada pela Portaria Ministerial, constando de 10 a 20cm de altura medidos a partir do colo da planta.

Para ocorrer soldadura torna-se necessário que as partes estejam bem ajustadas por intermédio de amarrilhos que não devem ficar frouxos nem apertados demasiadamente.

Cerca de vinte dias após a enxertia pode-se retirar a fita plástica.

A realização da enxertia necessita dos

seguintes materiais:

Porta enxerto, ferramentas (canivete de enxertia,

tesoura), fitas ou fitilhos (com 2,5cm de largura por

60cm de comprimento), uma banqueta para realização

do serviço e um recipiente para desinfecção das

ferramentas.

Etapas:

Adubação nitrogenada uns 10 dias antes da prática de

enxertia para facilitar o descolamento do floema,

(casca) Toillet, enxertia geralmente realizada em “T”

invertido, amarrio de enxerto, pegamento, desamarrio,

forçamento de brotação, desbrota, corte do porta-

enxerto, tutoramento para formação da muda,

aclimatação e comercialização.

Existem diferentes métodos de forçamento de

enxerto para formação de copa em citros

– Dobramento do porta-enxerto

-- Dobramento com corte

– Anelamento parcial do porta-enxerto

– Anelamento total do porta-enxerto

– Recepa do porta enxerto

PLANEJAMENTO DO POMAR Definir o que plantar, levando em conta dois aspectos

fundamentais: o econômico e o técnico. - Econômico: prevenção da evolução da procura no

mercado interno e externo e suas respectivas rentabilidades.

- O mercado é o fator prioritário em qualquer tipo de empreendimento comercial. O destino da produção- mercado local, regional ou externo e o modo de apresentação comercial do produto fruta fresca ou processada, são questões básicas.

- O conhecimento do mercado e suas formas de exploração não devem ser encarados como uma ação teórica, mas como uma operação que antecede a própria seleção do local e a implantação do pomar.

- Técnico:

-escolha das espécies e variedades a serem cultivadas

bem como o local, observando sempre as circunstâncias

adversas, como as condições climáticas.

- Devem ser igualmente levados em consideração, o tipo

de solo onde será implantado o pomar, a topografia da

área e a textura do solo, entre outros.

Escolha da região e da área para o plantio:

Escolher solo arejado com topografia que permita a

drenagem atmosférica, que sejam solos profundos e que

principalmente apresentem leve declividade. O perfil do

solo escolhido atende melhor a cultura se apresentar as

seguintes características físicas:

– Argila: com diâmetro menor que 0,02 mm

– Limo: com diâmetro entre 0,02 e 0,2 mm

– Areia fina: com diâmetro ente 0,02 e 0,2

– Areia grossa: com diâmetro entre 0,2 e 2 mm.

Divisão dos talhões

Os talhões devem ser divididos em gleba de 20 a 25 há, de acordo com a rede de irrigação e o trânsito. A densidade de plantio deve ser estabelecida considerando-se a espécie, a variedade, o porta-enxerto, a textura e a profundidade do solo, as características do clima e os tratos culturais que deverão ser empregados no pomar. A densidade de plantas na área pode ser obtida através da seguinte fórmula:

Nº = 2 . A / C (I + P ) Onde: nº = número de plantas A = área; C = distância entre duas plantas na mesma linha; I = distância entre as linhas; P = distância entre os talhões.

CLIMA

A exigência de água dos citros situa-se entre 1900-2400mm, com um mínimo ao redor de 1300mm; a falta de chuvas ou a distribuição inadequada podem limitar a produção: os rendimentos máximos são, em geral, obtidos em áreas irrigadas.

As exigências de temperatura são as seguintes:

Mínima: 10ºC

Ótima: 20-30ºC

Máxima: 35ºC

Efeito da temperatura na qualidade dos citros

SOLO:

Considerações abrangentes sobre solos para citros

foram feitas por RODRIGUEZ (1984). STOLF (1987) deu

atenção às propriedades físicas, particularmente à

possibilidade de compactação.

OLIVEIRA (1986) resumiu muito bem as exigências

edáficas das plantas cítricas:

- (1) o sistema radicular dos citros apresenta grande

proporção nos 40-60 cm superiores, podendo se

aprofundar até 5m;

- (2) são sensíveis à acidez e muito exigentes em

magnésio e principalmente cálcio;

- (3) crescem bem em solos com ampla variação

textural, porém são os de textura média (em torno de

20% de argila) os mais adequados;

- (4) nenhuma característica do solo é mais essencial

para os citros do que a boa drenagem; raramente são

encontrados bons pomares com plantas crescendo

satisfatoriamente em menos de 100 cm de solo bem

drenado;

- (5) são plantas de folhas persistentes ao longo do ano,

requerendo, portanto, água continuamente;

- (6) a fertilidade (natural) do solo, para citros, é menos

importante que as características físicas.”

Os teores de argila ajudam a entender: drenagem e

armazenamento de água e possibilidade de compactação

e, junto com o teor de matéria orgânica (C %) os valores

para soma de bases (S). A saturação em alumínio (m),

tanto na superfície como em profundidade,

conseqüência do baixo teor de cálcio no complexo de

troca, representa uma “compactação química” ao

crescimento das raízes, portanto, menor possibilidade de

aproveitar água e nutrientes do solo ou do adubo

aplicado: compare-se a Terra Roxa Estruturada com o

Latossolo Vermelho Amarelo e as Areias Quartzosas.

CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS

Apresentam dois ciclos anuais de crescimento:

De primavera= crescimento vegetativo e floral;

De verão = principalmente vegetativo.

O crescimento dos brotos termina com 3-9 folhas expandindo-se quase simultaneamente. As folhas podem persistir durante 1-3 anos, havendo então num mesmo ramo folhas de ciclos diferentes. Uma planta adulta apresenta 50 mil a 100 mil folhas, produzindo na primavera 10 mil flores, das quais somente 1.000 aproximadamente podem chegar à maturação que se completa entre 8 a 15 meses depois do florescimento. Temperaturas maiores que 35ºC durante 1-3 dias podem causar abortamento das flores.

IRRIGAÇÃO

A irrigação favorece a manutenção da umidade do solo

em níveis adequados à cultura durante o ano todo,

assegurando seu desenvolvimento.

A irrigação permite evitar as incertezas climáticas.

Quanto ao sistema de irrigação mais indicado para

citricultura, podemos dizer que em solos de textura mais

arenosa, recomenda-se a microaspersão, por formar

maior área molhada. Em solos de textura média a

argilosa, pode ser usado o gotejamento desde que o

número de emissores seja suficiente para o

desenvolvimento adequado da raiz.

Convém saber que altas produtividades em pomares de laranja dependem da emissão de floradas intensas na área. E a indução fisiológica da florada na planta baseia-se na falta de água (déficit hídrico) no solo ou na ocorrência de baixas temperaturas ambientais.

A experiência do manejo da irrigação em pomares de laranja mostra ser impossível oferecer uma recomendação pronta e acabada sobre a conduta a seguir, à maneira de uma receita de bolo, porque as condições climáticas variam de ano para ano.

A solução técnica para o manejo racional da irrigação em pomares está no monitoramento rigoroso da umidade do solo.

FERTIRRIGAÇÃO, RECURSO PODEROSO.

- Economia nos custos de aplicação de fertilizantes (de

mão-de-obra e de máquinas).

- Controle preciso da quantidade, localização e

profundidade do fertilizante pelo controle da água.

- Maior parcelamento da adubação evitando perdas.

- Nutrientes prontamente disponíveis.

- Controle da concentração de nutrientes na solução do

solo.

- Diminuição da compactação do solo pelo menor uso

de máquinas.

- Domínio na condução da cultura permitindo o

planejamento da safra.

- Economia de fatores de produção, como água e

energia elétrica, por haver o umidecimento de apenas

parte do volume do solo (quando comparado aos

sistemas de irrigação não localizada)

- Por ser a água levada diretamente à zona das raízes,

perdas por percolação ou evaporação são mínimas.

- Desestímulo ao crescimento de plantas invasoras por

supressão da irrigação nas entrelinhas da cultura.

- Garantia de precisão no fornecimento de água e

distribuição uniforme, graças à evolução dos

equipamentos, como emissores auto compensáveis,

válvulas hidráulicas e filtros.

- Alta eficiência no fornecimento de água, alcançando

facilmente 90% no gotejamento e 85% na

microaspersão (contra 60 a 70% da aspersão

convencional).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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