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Compostos orgânicos
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ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO OSVALDO ARANHA
COMPOSTOS QUÍMICOS PARTE II
FUNÇÕES ORGÂNICAS
BRUNA CAROLINE HENDGES DA ROCHA
TURMA 302 NÚMERO 05
QUÍMICA
Novo Hamburgo
16 de Outubro
INTRODUÇÃO
Os compostos orgânicos se diferenciam dos inorgânicos por apresentarem
átomos de carbono distribuídos em cadeias e/ou átomos de carbono ligados
diretamente a hidrogênio. Assim, o metano (CH4) é um composto orgânico, mas o
ácido carbônico (H2CO3) não.
As moléculas orgânicas podem ser sintetizadas por organismos vivos (sendo
assim, naturais) ou em laboratório (artificiais). Entretanto, a definição inicial da
química orgânica baseava-se na condição de que apenas seres vivos podiam
produzi-las: sendo essa teoria derrubada pelo químico Friedrich Wöhler através da
síntese artificial de uréia (orgânica) a partir de cianato de amônio (inorgânico).
Os compostos orgânicos podem ser classificados conforme os átomos
constituintes, radicais ligantes ou natureza das ligações. Portanto essas
características agrupam os compostos por semelhança que formam, assim, as
funções orgânicas que abordaremos neste trabalho.
FUNÇÃO ÉTERE
Os éteres são compostos que apresentam um átomo de Oxigênio entre
dois radicais orgânicos. Quando esses radicais forem iguais, o éter é
chamado de simétrico, e assimétrico caso contrário.
Eles possuem caráter básico, são geralmente usados como anestésicos
ou solventes. São pouco solúveis em água (cadeia pequena), e totalmente
insolúveis quando a cadeia carbônica for longa. São altamente inflamáveis
e voláteis.
Nomenclatura oficial (IUPAC) e Usual
A nomenclatura oficial dos éteres é bastante simples:
- Número de carbonos do menor radical ligado ao oxigênio + OXI + nome
do maior radical, porém como se fosse um hidrocarboneto.
A nomenclatura usual é bastante limitada, sendo feita assim:
Éter + radicais em ordem alfabética + ico
ou
Éter + radical menor + radical maior + ico
Exemplos:
Metoximetano (iupac)
Éter dimetílico
Etoxietano (iupac)
Éter dietílico, éter sulfúrico, éter de farmácia, éter de laboratório, éter
comum = nomenclatura usual
Metoxietano (iupac)
Éter metiletílico (usual)
Metoxibenzeno (iupac)
Éter metilfenílico (usual)
FUNÇÃO ÉSTER
Os ésteres são compostos orgânicos cujas moléculas possuem o grupo
acilato (COO) ligado a dois radicais orgânicos (iguais ou não) ou a um radical
orgânico e um hidrogênio.
O grupo acilato dispõe-se na cadeia carbônica como um grupo carbonilo ligado ao
oxigênio (heteroátomo). Assim, a fórmula geral dos ésteres é RCOOR’:
De modo semelhante á classe dos enóis, muitos ésteres possuem odor agradável
característicos de frutos e podem ser obtidos através dos extratos de plantas que
têm na sua composição ésteres de ácidos carboxílicos e alcoóis de baixa massa
molecular.
Nomenclatura Oficial
Para o radical R sem ramificações, deve-se nomeá-la de acordo com o número de
átomos de carbono; determina-se a saturação das ligações, para em seguida,
completar com o radical R’.
Caso o radical R seja ramificado, deve-se nomear os radicais de acordo com a
posição na cadeia (numerando-se os átomos de carbono); nomear a cadeia R
quanto ao número de átomos de carbono; determinar a saturação das ligações e
complementar com o radical R’.
Para ambos os casos, deve-se completar a nomenclatura de todo o radical R com o
sufixo ATO. Exemplos:
Nomenclatura Usual
Os ésteres mais comuns recebem determinadas nomeações para o radical R que
fogem da nomenclatura oficial:
Obtenção
Os ésteres são obtidos pela ação de um ácido orgânico ou inorgânico sobre um
álcool, com liberação de água. Assim, para que a reação seja catalisada, pode-se
adicionar ácido clorídrico (HCl) que, a partir da sua dissociação, aumenta a
concentração de íons H+ no meio e desloca o equilíbrio da reação para o lado da
formação do éster:
Observe que a reação de esterificação acima não é 100% completa (assim como
nenhuma outra). Portanto, coexistem num equilíbrio dinâmico o ácido acético, o
álcool etílico, o etanoato de etila e a água líquida.
A reação de saponificação, em meio básico, chega muito mais perto de 100% de
eficiência que a de esterificação. Consistindo na reação de um éster (de origem
vegetal ou animal) com uma base de Arrhenius:
CH3-COO-CH3 + NaOH → [CH3-COO][Na] + CH3-OH
Na saponificação há formação de um sal orgânico e um álcool. Sendo muito utilizada
na indústria de produtos de limpeza (sabões e detergentes), alimentícia e de
medicamentos.
FUNÇÃO AMINA
As aminas são compostos orgânicos derivados da amônia (NH3), onde os
hidrogênios são substituídos por radicais orgânicos.
Elas são classificadas em primárias quando há apenas um radical orgânico preso
ao nitrogênio; secundárias se forem 2 radicais; e terciárias se forem 3 radicais.
Amina primária: CH3-NH2 (metanoamina)
Amina secundária: CH3-NH-CH3 (dimetanoamina)
Amina terciária: (trimetanoamina)
O grupo funcional das aminas depende da quantidade de hidrogênios que foram
removidos do Nitrogênio.
Amino: -NH2
Imino:
Nitrogênio:
As aminas possuem caráter básico, sendo então chamadas de bases orgânicas.
Elas estão presentes em animais em decomposição, como a putrescina e
a cadaverina. São responsáveis pelo mau cheiro desses corpos. Também são
fundamentais para a vida, pois formam os aminoácidos.
Nomenclatura
A nomenclatura das aminas é feita utilizando o sufixo "amina" depois dos nomes dos
radicais ligados ao grupo funcional:
Etilamina (CH3-CH2-NH2)
Também pode ser utilizado o nome do hidrocarboneto, ao invés do radical:
Etanoamina (CH3-CH2-NH2)
Metanoetanoamina, Metiletilamina (CH3-NH-CH2-CH3)
FUNÇÃO AMIDA
A função orgânica das amidas é caracterizada por compostos formados através da
substituição de átomos de hidrogênio da molécula de amônia (NH3) por radicais
acila. Assim como, pela ligação direta do nitrogênio com um grupo carbonila (C=O).
O ligante nitrogenado da molécula de amida pode ser o NH2, NH ou N. O fator que
determina a participação de cada grupo é o número de radicais da molécula: assim,
para um radical acila tem-se o grupo NH2 (amida primária); para dois radicais, o
grupo NH (amida secundária); e para três radicais, N (amida terciária).
Nomenclatura das Amidas
De acordo com a IUPAC, em amidas não-substituídas (primárias), deve-se nomear
os radicais da cadeia principal (a exceção do grupo carbonila e do grupo
nitrogenado), em seguida nomear a cadeia principal de acordo com o número de
carbonos (met, et, prop, but...) e a saturação da ligações (an), e completar com o
sufixo amida. Exemplos:
Etanamida
3,3-Dimetil-Butanamida
Para amidas secundárias, indica-se com um N o número de substituições da
molécula de amônia antes da nomenclatura dos radicais:
N-Etil-Etanamida
Para amidas terciárias, indica-se com dois N (separados por vírgula) o número de
substituições da molécula de amônia antes da nomenclatura dos radicais.
Entretanto, se os radicais da amida forem diferentes entre si, deve-se particionar a
nomenclatura em N-radical 1- N-radical 2. Exemplos:
Observe que, pode-se agrupar os radicais da cadeia principal com os do nitrogênio
se os mesmos forem iguais.
A tabela abaixo mostra algumas amidas que possuem nomenclaturas usuais por
estarem presente no ambiente acadêmico e em vestibulares:
Propriedades Físico-químicas
As moléculas de amida, em geral, possuem caráter polar por apresentarem o grupo
carbonilo. Assim, são solúveis em água, embora possam apresentar certa
solubilidade em solventes orgânicos.
Pela presença de ligações de hidrogênio provenientes da interação do nitrogênio
com átomos de hidrogênio, as amidas não-substituídas possuem os maiores pontos
de ebulição dentre as amidas, superando até os ácidos carboxílicos
correspondentes. Por isso, não é raro encontrar amidas em forma sólida na
temperatura ambiente (como a acetanilida).
FUNÇÃO HALETOS
Os haletos são compostos químicos que possuem qualquer um dos representantes
da família 7A (flúor, cloro, bromo, iodo e astato) com estado de oxidação -1. Sendo
que, a reação de síntese dessas espécies pode ser tanto com os halogênios puros
(em estado molecular: F2, Cl2) ou com ácidos HX (sendo X o respectivo íon: F -, Cl-).
Que, por serem muito eletronegativos, têm facilidade de se ligar até aos gases
nobres (como fluoretos de xenônio – XeF2, XeF4, XeF6 – mesmo que por um curto
espaço de tempo).
Haletos Inorgânicos
Neste grupo se encaixam os haletos de hidrogênio (que em meio aquoso se tornam
ácidos de Arrhenius, liberando íons H+ e X- - HF, HCl, HI, HBr. Apenas o astato não
forma compostos conhecidos, até por que a quantidade existente na crosta terrestre
não passa de 30 gramas; e os sais inorgânicos (formados pela atração eletrostática
entre os ânions mencionados e cátions metálicos. Podendo ser produzidos
por reação de neutralização, por exemplo).
HF(aq) + NaOH(aq) → NaF(aq) + H2O(l)
2HI(aq) + Ca(OH)2(aq) → CaI2(aq) + 2H2O(l)
2HCl(aq) + Mg(OH)2(aq) → MgCl2(aq) + 2H2O(l)
Os haletos inorgânicos também podem ser exemplificados por complexos metálicos,
a exemplo do iodeto de mercúrio II (HgI2) que sob excesso de iodeto (I-) forma o íon
tetraiodomercurato (HgI42-), utilizado na determinação qualitativa da amônia
(titrimetria de complexação).
Ou ainda, na titrimetria de precipitação, os íons cloreto, brometo e iodeto são
determinados através da reação com a prata (formando compostos insolúveis –
apenas o fluoreto forma composto solúvel):
NaCl(aq) + AgNO3(aq) → AgCl(s) + NaNO3(aq)
KBr(aq) + AgNO3(aq) → AgBr(s) + KNO3(aq)
KI(aq) + AgNO3(aq) → AgI(s) + KNO3(aq)
Haletos Orgânicos
Recebem essa classificação as moléculas orgânicas que possuem átomos de
halogênio na sua estrutura (também via fornecimento molecular ou sob forma de HX
– geralmente com a substituição de algum átomo de hidrogênio da cadeia, caso seja
constituída apenas por ligações simples – cadeia saturada).
A reação de halogenação pode ocorrer com a formação, ou não, de haletos de
hidrogênio (ácidos de Arrhenius, caso se encontrem em meio aquoso). Para a
previsão de tal característica, deve-se observar a insaturação das ligações da
molécula a ser halogenada e a forma na qual o halogênio está disponível: caso
esteja sob forma molecular e a cadeia possua pelo menos uma ligação insaturada,
não há formação de HX como produto da reação (halogenação por adição);
entretanto, se a cadeia for saturada ou for anel benzênico, há formação de HX
(halogenação por substituição – de um átomo de halogênio por um de hidrogênio).
Halogenação por adição:
Halogenação por substituição:
CONCLUSÃO
Com esse trabalho concluímos a importância das diferentes funções
orgânicas dos compostos orgânicos que encontramos na Terra. Cada grupo de
compostos apresentam suas diversas características distintas, e cada pequena
característica desempenha um grande trabalho em toda estrutura química dos
abrasivos que reconhecemos hoje em dia em nosso cotidiano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.infoescola.com/quimica/funcao-amina/
http://www.infoescola.com/quimica/funcao-eter/
http://www.infoescola.com/quimica/funcoes-organicas/
http://www.infoescola.com/quimica/funcao-ester/
http://www.infoescola.com/quimica/funcao-amida/