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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA UNIR CAMPUS PROFESSOR FRANCISCO GONÇALVES QUILES DEPARTAMENTO ACADÊMICO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ELENICE OLIVEIRA CRUZ O ADMINISTRADOR RURAL COMO VANTAGEM COMPETITIVA NO SETOR DO AGRONEGÓCIO ARTIGO DE CONCLUSÃO DE CURSO (ACC) Cacoal /RO 2014

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR

CAMPUS PROFESSOR FRANCISCO GONÇALVES QUILES

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

ELENICE OLIVEIRA CRUZ

O ADMINISTRADOR RURAL COMO VANTAGEM COMPETITIVA

NO SETOR DO AGRONEGÓCIO

ARTIGO DE CONCLUSÃO DE CURSO

(ACC)

Cacoal /RO

2014

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ELENICE OLIVEIRA CRUZ

O ADMINISTRADOR RURAL COMO VANTAGEM COMPETITIVA

NO SETOR DO AGRONEGÓCIO

Artigo Científico apresentado à Fundação

Universidade Federal de Rondônia – UNIR -

Câmpus Professor Francisco Gonçalves

Quiles, como requisito parcial para obtenção

do título de Bacharel em Administração.

Orientadora: Prof.ª Ms. Simone Marçal

Quintino.

Cacoal /RO

2014

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Catalogação na publicação: Leonel Gandi dos Santos – CRB11/753

Cruz, Elenice Oliveira.

C972a O administrador rural como vantagem competitiva no setor

do agronegócio/ Elenice Oliveira Cruz – Cacoal/RO: UNIR,

2014.

51 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação).

Universidade Federal de Rondônia – Campus de Cacoal.

Orientadora: Prof.ª. Ms. Simone Marçal Quintino.

1. Administração. 2. Agronegócio. 3. Empresa rural. 4.

Ferramentas gerenciais. I. Quintino, Simone Marçal. II.

Universidade Federal de Rondônia – UNIR. III. Título.

CDU – 658:338.43

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Aos meus pais, Helenilda e Joaquim, que me

ensinaram a ser uma pessoa digna, e me

compreenderam nos momentos que mais

precisei.

À minha família, ao meu filho, e ao meu

companheiro que me auxiliaram nas

dificuldades, e não me deixaram desanimar.

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À Deus, pelo dom da vida, pois sem ele еu nãо

teria forças para alcançar a vitória tão

almejada.

Agradeço а minha Prof.ª Orientadora Simone

Marçal Quintino, e аоs meus colegas, quе mе

ajudaram nа conclusão do artigo.

Ao meu filho Gabriel Oliveira Sardinha, que

nos pequenos gestos me ensinou a

compartilhar o que há de melhor em mim, sem

esperar nada em troca.

Aos meus familiares, que sempre me

compreenderam pelos momentos ausentes em

virtude da dedicação ao artigo.

Ao meu companheiro, que me motivou nos

momentos difíceis e esteve presente em todas

as situações.

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“Agronegócio: uma palavra, milhões de

empregos”.

(Coró, 2002).

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O ADMINISTRADOR RURAL COMO VANTAGEM COMPETITIVA

NO SETOR DO AGRONEGÓCIO 1

Elenice Oliveira Cruz2

RESUMO: Buscou-se realizar uma análise comparativa entre a atuação do administrador e do gestor na

propriedade rural nos municípios de Cacoal/RO e Ministro Andreazza/RO. A pesquisa é descritiva de caráter

exploratório e abordagem qualitativa. A técnica de coleta de dados foi através da entrevista semiestruturada,

onde foram entrevistados quatro proprietários rurais. Os dados coletados mostram um cenário negativo em

relação ao gestor rural da pequena propriedade, sendo reveladas várias dificuldades, entre elas estão a falta de

anotações, pouca importância em relação a qualidade, não aproveitamento da área, não serem sócios em

cooperativas ou associações, dentre outros fatores. Em contrapartida, o gestor da média propriedade, faz os

controles gerenciais, mas não consegue mensurar seus custos, se preocupa em vender em frigoríficos que

exportam, pois sua produção é mais valorizada. Os resultados demonstram que os gestores enfrentam

dificuldades na gestão causadas pela ausência de informações dos custos que poderiam ser controlados por eles

mesmos. Quanto aos Administradores, da pequena e da média propriedade, utilizam as ferramentas

administrativas que auxiliam a minimização dos custos e maximização dos lucros. Com uma visão holística, os

administradores rurais reclamam da ausência de apoio governamental entre outros. A pesquisa não só revelou as

principais diferenças entre gestor e administrador, mas identificou as possibilidades de melhoria no

gerenciamento do agronegócio por meio das ferramentas gerenciais utilizadas pelos administradores através da

visão sistêmica. A tomada de decisões no âmbito empresarial rural é expressamente baseada em informações

adquiridas das atividades rotineiras e adaptadas em formulários específicos usando as competências básicas da

administração que é planejar, dirigir, controlar e agir, aproveitando as novidades tecnológicas. Sugere-se que o

administrador também faça o uso das ferramentas da gestão da qualidade e ferramentas gerenciais para

maximizar a lucratividade e proporcionar fomento ao agronegócio local.

PALAVRAS-CHAVE: Administrador rural. Empresa rural. Ferramentas gerenciais. Agronegócio.

INTRODUÇÃO

A empresa rural é vista como um mercado de alta lucratividade que tem mostrado

crescimento significativo, sendo que o agronegócio está se destacando no Brasil. Dessa forma,

a presente pesquisa é demarcada na área de Gestão do Agronegócio com foco na atuação do

administrador em uma empresa rural, onde será realizada em três propriedades rurais no

município de Cacoal/RO e uma propriedade localizada em Ministro Andreazza/RO, sendo

baseada na atuação do administrador em uma empresa rural como vantagem competitiva no

1 Artigo apresentado à Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR – Campus Professor Francisco

Gonçalves Quiles, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração sob orientação

da Prof.ª Ms. Simone Marçal Quintino. 2 Acadêmica do 8º período do curso de Administração da UNIR – Fundação Universidade Federal de Rondônia.

E-mail: [email protected].

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setor do agronegócio. Tendo como finalidade, analisar a importância do administrador no

gerenciamento de uma empresa rural, por meio da utilização das principais ferramentas de

gestão auxiliando na promoção do agronegócio regional. Para a pesquisa, elencam-se os

objetivos específicos: identificar as principais ferramentas de gestão utilizadas pelos

administradores rurais; estudar os principais fatores competitivos que se obtém com a

contratação de um administrador em uma empresa rural; verificar o perfil desejado do

administrador rural e verificar como o administrador rural poderá trazer vantagem competitiva

e o fomento ao agronegócio local, por meio do gerenciamento.

Além dos aspectos sociais que envolvem a pesquisa, tem-se em vista a grande

preocupação com o meio ambiente, pois o papel do administrador na empresa rural é

fundamental para minimizar os danos causados a ele sem prejudicar os lucros para o

empreendedor rural. Por esse motivo é de grande valia saber sobre como o administrador pode

proporcionar benefícios como a maximização dos lucros e aperfeiçoar os diversos meios de

produção, técnicas de armazenagem, e transporte e outros procedimentos que auxiliam o

empresário rural a manter sua propriedade sustentável financeiramente sem agredir o meio

ambiente.

Neste aspecto, cabe ressaltar que o agricultor era o principal responsável por cuidar

de sua propriedade rural sem o menor conhecimento científico, e sem auxílio de órgãos

responsáveis que fazem estudos na propriedade. Então, o gestor rural tinha como ferramentas

apenas os seus equipamentos rudimentares, proporcionando para a sua família um estado de

subsistência que era considerado fato normal perante a realidade daquela década. Porém, esse

quadro vem modificando rapidamente por meio da tecnologia, e a gestão de uma propriedade

rural tem ficado cada vez mais complexa, tornando-se palco de estudos relacionados ao

aprimoramento dessa atividade. Neste contexto: Como a gestão do administrador em uma

empresa rural poderá torná-la competitiva em seu segmento?

Este estudo justifica-se pelo fato de ser essencial para o âmbito acadêmico e

relevante também para o município e região, pois os órgãos públicos responsáveis podem

criar mecanismos que resultem em práticas voltadas para que a produção tenha incentivos

financeiros e assistência técnica adequada para que os agricultores tenham meios suficientes

para garantir uma produção de qualidade para que a mesma fique no local, aumentando os

lucros do produtor em decorrência da redução de custos com o escoamento dos produtos,

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resultando em economia para ser injetada no próprio município beneficiando a comunidade

em geral.

O presente artigo tem como embasamento o referencial teórico, e posteriormente os

resultados e análises, que serão adquiridos por meio da pesquisa de campo e a tabulação dos

dados, no intuito de responder como a gestão do administrador em uma empresa rural poderá

torná-la competitiva em seu segmento e proporcionar fomento ao agronegócio local.

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica incide em conhecer os conceitos que serão usados como

forma de entendimento para a nova gestão do agronegócio que servirá como vantagem

competitiva para o empresário rural.

1.1 ADMINISTRADOR RURAL E O MERCADO DE TRABALHO

Administrar é uma tarefa que consiste em três esferas, que reunidas se torna um

processo contínuo nas organizações. “Administrar é tomar decisões, administrar pessoas e

trabalhar com informações” (MAXIMIANO, 2004, p.29). Para que se obtenham resultados

satisfatórios, o administrador precisa ter uma visão panorâmica, que conforme o autor

supracitado consiste em cinco processos principais que visa em planejar o futuro, organizar os

recursos, liderar pessoas, executar as atividades planejadas e por fim, controlar as atividades

realizadas com as planejadas para realizar os objetivos.

O administrador rural desempenha as funções pertinentes ao seu cargo e delega

funções, ele precisa ser gestor e líder ao mesmo tempo. Segundo Marion, Santos e Segatti

(2002, p.18), “o principal papel do administrador rural é planejar, controlar, decidir e avaliar

os resultados visando à maximização dos lucros, a permanente motivação, ao bem-estar social

de seus empregados e à satisfação de seus clientes e da comunidade”, nota-se que essas

funções abrangem todas as áreas, e quanto maior for o seu conhecimento maior serão as

chances de sucesso na empresa rural, pois melhoram seus resultados econômicos. Segundo

Barbosa e Souza (2011), as empresas rurais são divididas em áreas: produção (uso dos

recursos físicos), recursos humanos (pessoas, recurso vivo e dinâmico), finanças (receitas,

balanços, etc.) e por fim comercialização e marketing (cliente da empresa rural).

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Para planejar, dirigir e controlar, o administrador rural precisa conhecer os fatores

externos e internos que são relacionados com o tipo de produção ou serviço que é exercido na

empresa rural, que influenciam diretamente no tipo de produção e controle. Para Marion,

Santos e Segatti (2002), fazem parte dos fatores externos os preços dos produtos, o clima,

mercado para os produtos entre outros, e quanto aos fatores internos estão inseridos o

tamanho da empresa, as atividades produtivas, mão de obra especializada, etc. Os autores

abordam esses fatores de maneira geral, e a partir daí o administrador deverá aproveitar essas

informações e adaptá-las de acordo com o tipo de produção em que atuam, e as exigências

legais para tal e os órgãos governamentais disponíveis na região.

Entre os fatores externos, Almeida e Navarro (2009) citam associações, cooperativas,

órgãos governamentais de apoio aos agricultores, exemplo disso é a Empresa de Assistência

Técnica e Extensão Rural (EMATER) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

(EMBRAPA) que criam um estímulo nos produtores para sua participação na organização

rural, seja através de associativismo, agroindustrialização e a comercialização do seu produto,

demonstrando ênfase no gerenciamento da propriedade de modo que sejam considerados os

recursos ambientais, econômicos e energéticos disponíveis na mesma. Os autores ainda

ressaltam que a organização rural acontece também por meio de posse e uso de equipamentos

agrícolas de forma cooperada, sendo possíveis para garantir benefícios político-sociais e lazer

no meio em que está inserido.

O administrador rural deve ficar atento às mudanças tecnológicas e fazer bom uso da

mesma, que segundo Barbosa e Souza (2011, p. 39) “o uso das tecnologias, buscando

produtividade para redução dos custos fixos e aumento da rentabilidade é primordial [...]” os

autores ressaltam a importância de administrar a fazenda como empresa rural, usando os

recursos nela disponíveis, controlando os custos de produção para tomar decisões no seu

planejamento; reservar capital para a introdução de insumos intelectuais dentro das

propriedades por meio de consultorias, treinamentos e outros, a fim de aumentar a produção

com redução dos custos fixos, proporcionando a rentabilidade da propriedade rural.

Quanto ao mercado de trabalho para o administrador rural, tem-se uma vasta área

que pode ser explorada por esse profissional, tendo em vista o crescimento do agribusiness.

Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA, 2013) o

Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio alcançou 3,11% no primeiro semestre de 2013,

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com destaque tanto no setor agrícola como no pecuário. O desempenho desse segmento teve

alta de 6,22% contra 4,08% do segmento de insumos (CEPEA, 2013). Esses dados formam

uma extensa lista de oportunidades para o administrador na área de gestão do agronegócio,

porém, é preciso adaptar as técnicas de acordo com o tipo de produção.

1.2 ATIVIDADE RURAL NO CÓDIGO CIVIL

No ano de 2003, o atual Código Civil entrou em vigor, e segundo Marion (2012, p.7)

define “o termo empresário como aquele que exerce profissionalmente atividade econômica

organizada para produção ou circulação de bens e serviços”, sendo assim, o produtor rural que

produz e vende sua produção pode ser chamado de empresário rural, desde que esteja inscrito

na junta comercial, caso contrário será definido como produtor rural autônomo.

A atividade empresarial se identifica por exercício de atividade econômica,

organizada, exercício praticado de modo habitual e sistemático, pode-se dizer que a atividade

rural é empresária (com fins lucrativos e geração de renda), mas o seu registro como empresa

mercantil é, facultativo, depende do trabalhador rural (COLUSSO; ALVES, 2005). As autoras

ressaltam a diferença entre um empresário rural e um produtor autônomo, cujas diferenças são

visíveis quanto à burocracia e suas dificuldades na hora de conseguir empréstimos bancários

para fazer investimentos na propriedade ou até mesmo para fins pessoais.

Na atividade rural se encontram duas formas jurídicas possíveis de exploração, que

conforme Colusso e Alves (2005) são pessoas física e jurídica, que respectivamente é a pessoa

natural, e a união de indivíduos que, através de um trato reconhecido por lei, podem ter fins

lucrativos que são as empresas industriais, comerciais, entre outras, ou não, como as

associações culturais, religiosas, normalmente denominam-se empresas.

1.2.1 Empresa Rural

De acordo com Brasil (1964), Lei Federal nº 4.504 de 30 de novembro de 1964,

dispõe sobre o Estatuto da Terra (ET), que em seu artigo 4º inciso VI, “a Empresa Rural é o

empreendimento de pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que explora econômica e

racionalmente imóvel rural”, na qual o empresário atua no intuito de gerar lucros e “produzir

condição de rendimento econômico da região em que se situe e que explore área mínima

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agricultável do imóvel segundo padrões fixados, pública e previamente, pelo Poder

Executivo”. Ainda na mesma lei, equiparam-se às áreas cultivadas, as pastagens, as matas

naturais e artificiais e as áreas ocupadas com benfeitorias. Portanto, o Decreto nº 84.685 de 6

de maio de 1980 em seu artigo 22, alterou a redação do artigo 4º do ET , e define empresa

rural sendo:

III - Empresa Rural, o empreendimento de pessoa física ou jurídica, pública ou

privada, que explore econômica e racionalmente imóvel rural, dentro das condições

de cumprimento da função social da terra e atendidos simultaneamente os requisitos

seguintes:

a) tenha grau de utilização da terra igual ou superior a 80% (oitenta por cento),

calculado na forma da alínea "a" do art. 8º;

b) tenha grau de eficiência na exploração, calculado na forma do art. 10, igual ou

superior a 100% (cem por cento);

c) cumpra integralmente a legislação que rege as relações de trabalho e os contratos

de uso temporário da terra.

Para se caracterizar como empresa rural, a mesma precisa utilizar a terra numa

abrangência igual ou superior a 80%, e quanto ao grau de eficiência este percentual passa para

igual ou superior a 100%. Em relação à função social da terra, significa dizer que deve ser

vista sobre três óticas: econômica, social e ecológica (MARQUES, 2011).

A empresa rural, segundo Silva (2011) é sistema transformador que consiste

basicamente em entradas e saídas, sendo que a empresa rural fica no meio desse sistema para

transformar esses insumos, matéria prima e outros elementos. Assim sendo, observa-se no

Quadro 1.

Quadro 1: Sistema transformador da Empresa Rural.

Fonte: adaptado de Silva (2011, p.143).

Nota-se que as entradas são distintas e interdependentes, ou seja, fazem parte de um

processo em que o administrador toma as decisões referentes a cada item estabelecido como

entradas, e a partir de então tem-se os resultados esperados pela organização. Assim, a

empresa rural tem por características explorar o solo no intuito de fazer o cultivo da terra,

ENTRADAS SAÍDAS

Terra Produtos

Capital

Trabalho

Informações

Tecnologia

Insumos

Tempo

Administração

Produtos

Subprodutos

Serviços

Impostos

Lucros

Informações

Tecnologia

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criação de animais, e para a produção de bens e serviços na expectativa de gerar lucros, sendo

que a terra é a sua unidade de produção, ou seja, a empresa rural reúne terra, capital, trabalho

e direção na proposta de produzir bens e serviços trazendo retorno financeiro ao empresário

rural (SOUZA et al.,1995, apud BARBOSA; SOUZA, 2011).

A evolução socioeconômica e tecnológica tem mudado totalmente as características

das propriedades rurais, e as pessoas estão cada vez mais saindo do campo e dirigindo-se para

as cidades, fazendo com que a comunidade rural seja responsável pela produção de alimentos

para o sustento da área urbana (ARAÚJO, 2007, p. 15). O autor evidencia que as propriedades

rurais cada dia mais:

a) Perdem sua autossuficiência,

b) Passam a depender sempre mais de insumos e serviços que não são seus;

c) Especializam-se somente em determinadas atividades;

d) Geram excedentes de consumo e abastecem mercados, às vezes, muito

distantes;

e) Recebem informações externas;

f) Necessitam de estradas, armazéns, portos, aeroportos, softwares, bolsas de

mercadorias, pesquisas, fertilizantes, novas técnicas, tudo de fora da propriedade rural;

g) Conquistam o mercado;

h) Enfrentam a globalização e a internacionalização da economia.

A partir dessas características citadas pelo autor, nota-se que a empresa rural passou

a depender de muitos fatores para se tornar sustentável, sendo que o produtor deverá se

atualizar para não ficar fora do mercado, terá que fazer com que seu produto seja viável

financeiramente trazendo maneiras para que o custo-benefício seja positivo. Portanto, para

que a unidade produtiva tenha retornos esperados é necessário que se tenha uma gerência

adequada do produto, que para Tejon e Xavier (2009), essa gerência acontece antes, dentro e

depois da porteira, que para Araújo (2007) englobam os seguintes conceitos:

a) Empresas “antes da porteira”: tem os agropecuaristas como mercados para seus

bens e serviços, sendo um mercado previsível. Geralmente são empresas ligadas a engenharia

genética, desenvolvimento de máquinas agrícolas, etc.

b) Empresas “dentro da porteira”: são empresas relacionadas a cadeia produtiva,

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definindo o que, como, quanto e quando produzir, e dependendo do tamanho da organização

estabelece também para quem vender.

c) Empresas “depois da porteira”: é aquela que transforma o produto e cria marcas

e certificados de origem.

Essas empresas atuam de formas diferentes, e para o administrador rural permanecer

competitivo no mercado, devem-se englobar as decisões nesses setores, a fim de favorecer a

organização e tornarem-se parceiras das empresas que atuam antes e depois da porteira, no

intuito de adquirir insumos e matéria-prima mais acessíveis e vender seus produtos para

empresas que facilitem a expansão do produto tornando-o mais conhecido no mercado

consumidor aumentando a fonte de renda da atividade rural, que de acordo com Brasil (1990)

na Lei Federal no 8.023, de 12 de abril de 1990:

Art. 2º Considera-se atividade rural: I - a agricultura; II - a pecuária; III - a extração e a exploração vegetal e animal; IV - a exploração da apicultura, avicultura, cunicultura, suinocultura, sericicultura,

piscicultura e outras culturas animais; V - a transformação de produtos decorrentes da atividade rural, sem que sejam

alteradas a composição e as características do produto in natura, feita pelo próprio

agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas

atividades rurais, utilizando exclusivamente matéria-prima produzida na área rural

explorada, tais como a pasteurização e o acondicionamento do leite, assim como o

mel e o suco de laranja, acondicionados em embalagem de apresentação (LEI nº

9.250, de 1995).

A lei supracitada mostra que a empresa rural em suas atividades, tem o imposto de

renda e demais exigências, tornando-se imprescindível a presença de um administrador

qualificado e até mesmo de outros profissionais competentes dependendo da sua extensão e a

atividade em que está atuando.

Além dessa lei que fala sobre a atividade rural, existem as que regulamentam outras

partes, assim como a Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850, conhecida como Lei das Terras,

a qual obriga os proprietários de imóveis rurais a registrarem suas terras, a fim de reconhecer

oficialmente a sua posse. A Lei das Terras foi a primeira lei de origem nacional a tratar do

tema das terras no Brasil, sendo que anteriormente era o sistema de Portugal que era praticado

(MICHELINI, 2012).

As mudanças ocorreram gradativamente em relação a essas leis, que de acordo com

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Marques (2011) novas regras foram editadas, assim como o Estatuto da Terra que a partir do

artigo 46 também especifica sobre o cadastro dos imóveis rurais. Outro órgão que dispõe de

várias legislações sobre o respectivo assunto é o Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária (INCRA), que conforme o autor supracitado, os proprietários devem atualizar suas

declarações de cadastro junto ao INCRA, caso aconteça alteração nos imóveis rurais, quanto à

titularidade ou até mesmo sobre os casos de preservação, conservação e proteção de recursos

naturais.

1.2.2 Definições sobre o empregado rural

O trabalho rural tem sua história desde a formação territorial brasileira, que contava

com a mão de obra para explorar a terra, e geralmente era mão de obra escrava. Depois da

abolição da escravatura em 1888, várias foram as conquistas alcançadas pelos escravos, esse

processo foi lento e gradual, até que a escravatura se tornou extinta (MARQUES, 2011). O

autor destaca que apesar desses avanços, o empregado rural tem sofrido ainda grandes

injustiças em se tratando de preços de aluguéis cobrados (arrendamentos), ou na partilha dos

frutos (nas parcerias) em que predominavam os interesses dos proprietários. Mesmo com essa

defasagem, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) não inclui o trabalhador rural, pois a

lei abrange somente os centros urbanos, apesar de não estar protegido por essa lei, o

empregado rural tem alguns direitos garantidos, tais como salário mínimo, férias anuais

remuneradas, aviso prévio e outros direitos.

Segundo o autor supracitado, depois da Constituição de 1946, que em seu art.157,

XII, fala sobre a estabilidade no emprego e a indenização por rescisão de contrato para o

empregado rural. A partir de então, tem-se grandes resultados dessa procura por seus direitos,

onde foi criado o Estatuto do Trabalhador Rural em 1963, cujo projeto era desde 1954.

Esse estatuto foi criticado por alguns doutrinadores, que questionaram sobre alguns

vícios, pois para eles “o principal defeito foi considerar ‘empregado’ qualquer trabalhador

rural” (MARQUES, 2011, p.186). Com isso a Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973,

regulamentada pelo Decreto nº73.626 de 12 de fevereiro de.1974 veio substituir o Estatuto do

Trabalhador Rural, conceituando corretamente o papel do empregado e empregador e as

peculiaridades do trabalho rural.

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1.3 GESTÃO E PLANEJAMENTO NA EMPRESA RURAL

A empresa rural é dinâmica e exige do administrador uma capacidade de atuação

eficiente, para que possa transformar esse ambiente incerto em algo que seja propício ao

desenvolvimento da organização, ou seja, o administrador poderá reduzir as incertezas que

acontecem no mercado através do planejamento. E para que esse planejamento aconteça,

primeiramente estipulam-se metas e objetivos, que para Maximiano (2004) são as partes mais

importantes do plano, pois é a partir deles que as pessoas colocam seus conhecimentos e

habilidades necessárias para que seus objetivos sejam alcançados.

O planejamento consiste em tomar decisões relacionadas ao futuro, e para que isso

aconteça, faz-se necessário preparar o plano e descrever o processo de planejamento através

de um guia para a ação que será executada. Conforme Maximiano (2004), esse plano contém:

a) Objetivo: qual situação a empresa espera atingir;

b) Curso de ação: como conseguir esse objetivo;

c) Previsão dos recursos necessários: para realizar o objetivo;

d) Meios de controle: controle das atividades e do consumo de recursos, visando a

realização dos objetivos.

Nota-se que esse plano é basicamente os conceitos fundamentais da administração,

que são compostos por: planejar, dirigir, controlar e avaliar. Tejon e Xavier (2009, p. 99)

destacam que dentro desse ciclo está composto todo o processo de gestão dos negócios, e por

melhor que seja essa gestão ou por mais bem preparados que sejam os administradores rurais,

“são as ações de controlar e avaliar que fazem a roda girar e fornecem o feedback necessário

para a tomada de decisões”, que segundo eles são “correções de rumos, mudanças de

processos, revisão de estrutura e outras providências estratégicas para haver negócio bem

conduzido e gestão eficiente”. Nesse processo pode-se a qualquer momento mudar as formas

de chegar ao objetivo, tendo em vista o desenvolvimento do mercado atuante.

A gestão empresarial envolve planejamento, organização, direção e controle, que

compõe uma das ferramentas do processo administrativo auxiliando a expansão da empresa,

tornando para o setor do agronegócio fontes de vantagem competitiva (BARBOSA; SOUZA,

2011). Dentre esses processos administrativos, têm-se grandes aliados, como a contabilidade

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rural que abrange vários períodos agrícolas, fazendo sua contabilização através de ferramentas

tais como o fluxo contábil na atividade agrícola, valor dos ativos biológicos, depreciação,

cálculo dos custos e plano de contas aplicável à empresa agrícola.

Esses processos administrativos visam não somente coletar dados, mas sim estudar e

tomar decisões entre alternativas ou possibilidades de resolver problemas ou aproveitar

oportunidades, posteriormente essa tomada de decisão deverá ser acompanhada de uma ação

ou solução (MAXIMIANO, 2004). Portanto, o administrador deve buscar no ambiente

externo as informações necessárias para saber o momento oportuno de tomada de decisões

visando o aumento da rentabilidade no negócio.

Segundo Barbosa e Souza (2011), para aumentar a rentabilidade, algumas medidas

estruturais podem ser citadas:

a) Administração eficiente da fazenda como empresa rural;

b) Controle de custos de produção;

c) Insumos intelectuais na propriedade;

d) Aumento da produção da mesma área (verticalização).

Essas medidas se realizadas em conjunto, podem proporcionar um aumento

considerável na rentabilidade da empresa. Dentre elas, a que mais se destaca é o aumento dos

insumos intelectuais, pois o administrador deve proporcionar treinamentos, condições de

trabalho propícias aos seus colaboradores de acordo com as exigências do mercado.

Em relação as medidas que foram citadas anteriormente, a alínea “A” trata da

administração eficiente da fazenda como empresa rural que de certa forma abrange todas as

outras, pois o administrador é responsável pela contratação da mão de obra e por decidir quem

e o que deve ser feito. Além disso, é responsável por duas atividades que estão inseridas nessa

área, que é a de compra e venda, que segundo Costa (2007, p.84) “a compra de qualquer

máquina ou equipamento tem que ser precedida do estudo de viabilidade técnica e

econômica” levando em consideração a pesquisa de preço que segundo o autor deverá ser em

pelo menos três fornecedores diferentes, seja na aquisição de máquinas, adubos, insumos ou

na área de serviços.

A compra dos produtos ou matéria-prima para a produção que será utilizada na

empresa rural deverá ser planejada antecipadamente e baseada em o quê, quando, de que

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forma e onde comprar. Essa compra pode ser uma forma de investimento que o empresário

almeja fazer, porém para Tejon e Xavier (2009) se a decisão é investir para aplicar recursos

próprios deve-se analisar se o retorno do investimento será maior do que se esse recurso

tivesse sido aplicado na própria propriedade rural, é importante que haja pelo menos duas

alternativas de investimentos em razão das possibilidades existentes no mercado.

Essas decisões podem ser programadas ou não programadas. As decisões programadas

ou padronizadas são as que acontecem rotineiramente, sem que haja nenhum esforço físico

e/ou intelectual, por exemplo, se acontecer a queda de preço de um determinado produto

perecível que a empresa dispõe imediatamente para a venda, automaticamente deverá ser

comercializado mesmo que haja prejuízos financeiros, pois se não acontecer a venda o

produto entrará em processo de perda total. Em relação às decisões não programadas,

referem-se aquelas situações novas, enfrentadas pela primeira vez e que são preparadas uma a

uma (MAXIMIANO, 2004). Essas decisões exigem do gestor maior capacidade de assimilar

as situações atuais de acordo com as decisões tomadas, e compará-las com uma possível

solução no futuro.

1.3.1 Objetivos da Administração Rural

A administração Rural, segundo Silva (2011, p.25) “é um ramo da administração que

utiliza das funções administrativas (planejamento, organização, direção e controle) visando o

uso mais racional e eficiente dos recursos para obter resultados compensadores e contínuos”,

fazendo com que a empresa rural seja conduzida de forma lucrativa.

O administrador rural é responsável por identificar qual é o negócio da empresa, caso

tenha mais de um tipo de produção também deve analisar através dos dados qual está em

destaque em termos de lucratividade. Segundo Gorges et al (2010) o administrador rural deve

se preocupar com dois aspectos fundamentais: a organização e o manejo da empresa. A

organização está relacionada às atividades desenvolvidas na empresa e os fatores de produção

disponíveis visando o melhor método de exploração de forma que aumente o aproveitamento

de todas as culturas e criações.

Outro aspecto que a autora aborda é o manejo, que consiste no conjunto de medidas

que o administrador deve tomar para que todas as atividades sejam realizadas a tempo e de

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maneira eficiente, ou seja, as máquinas e implementos agrícolas devem estar em boas

condições para o trabalho sempre que forem utilizadas, assim também acontece com os

insumos, que devem estar disponíveis no tempo certo, além disso, têm-se os recursos

humanos que devem ser preparados para que possam executar os serviços de maneira

adequada e com certo monitoramento para impedir que práticas mal executadas causem

prejuízo para a empresa rural.

1.3.2 Ferramentas e/ou técnicas de gestão rural

Quando se administra bem, subentende-se que o administrador tem controle sobre a

organização, e para que esse controle seja feito adequadamente é necessário que se tenha

controle financeiro de tudo, Costa (2007) destaca que esse controle pode ser feito através do

orçamento e fluxo de caixa, e para os dispêndios do dia-a-dia é importante que se faça

anotações sobre pagamentos, recebimentos, compras e vendas.

Esse controle financeiro se torna mais complexo quando se trata de empresa rural,

que diferente da empresa urbana, requer um controle mais rígido. Na atividade agrícola, a

receita concentra-se durante ou após a colheita, onde a produção agrícola é sazonal, ou seja, é

realizada em alguns dias de um determinado mês do ano, sendo que a empresa urbana encerra

o exercício social no dia 31 de dezembro (MARION, 2012). Evidentemente, o controle da

empresa rural deve ser rígido, por essas razões é que se observa a importância do

administrador rural.

Outro fato importante é a diversidade de culturas em um mesmo espaço físico sendo

realizadas as colheitas em períodos diferentes do ano, como por exemplo, plantio de feijão

entre os pés de café, ou abacaxi entre os milhos. Nesse caso, segundo Marion (2012), o ano

agrícola seria baseado nas culturas com maior representatividade econômica, exigindo a

presença do administrador rural eficiente para a tomada de decisões baseadas no controle

financeiro. Devem-se criar planilhas exclusivas para anotações que serão feitas a partir do

plantio de cada espécie, sendo que seus custos devem ser analisados separadamente, fazendo

que o administrador tenha conhecimento da lucratividade ou prejuízo de cada item produzido

na empresa rural.

Além do controle financeiro outro papel do administrador rural é aumentar as

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vantagens competitivas no mercado consumidor, e uma forma de conseguir esse diferencial é

se atentar para as mudanças que ocorrem rapidamente, que segundo Zuin e Queiroz (2006)

estão relacionadas às legislações e normas que dizem respeito a produtos e formalização das

empresas. Pois, o processo de colocar o produto no mercado envolve questões ligadas à

qualidade e processamento, sendo que se estiverem de acordo com os padrões exigidos

poderão conseguir a certificação, que é um selo que garante a qualidade do produto se

tornando competitivo e atraente para o mercado consumidor.

Em função disso, convém ressaltar que o lucro da produção agrícola deve-se

diferenciar na administração dos custos diretos e indiretos da produção, pois para Silva (2011,

p.23) a cultura não possui diferenciação de marca e qualidade, pois produtores de diferentes

regiões podem gerar o mesmo produto e não consegue impor seu preço ao mercado, e “só

poderá fazê-lo se agregar algum valor ao seu produto”.

Segundo Zuin e Queiroz (2006) o produtor rural pode agregar valor aos seus

produtos através da utilização de normas de padronização que consiste em classificar

qualitativamente o produto seja quanto à forma, coloração, grau de maturação, danos

mecânicos, etc., e quantitativamente, que consiste no tamanho e peso dos produtos vegetais in

natura, separando-os em categorias distintas. Poderá também fazer o uso de embalagens

adequadas para cada categoria que foi separada anteriormente.

1.4 PERFIL DO ADMINISTRADOR RURAL

Nas organizações, o papel do administrador se refere principalmente a trabalhar com

pessoas, seja liderando ou até mesmo trabalhando juntos em um mesmo objetivo

(MAXIMIANO, 2004). E para complementar, Silva (2011) evidencia que a administração é

um fator de sucesso ou fracasso de qualquer empresa, até mesmo da empresa rural. Nesse

aspecto, as diferenças em administrar uma empresa urbana são diferentes da empresa rural.

O administrador rural, além de tomar decisões e administrar pessoas, ele deve

trabalhar com informações, sendo que depois de adquiri-las é necessário interpretá-la e fazer o

uso no momento adequado (MAXIMIANO, 2004). Essas informações se referem ao que

produzir, quanto, como e quando produzir e, além disso, para quem vender. O autor

supracitado ressalta que trabalhar com informação significa:

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a) Obter informação;

b) Processar informações;

c) Divulgar informações.

Para administrar bem é preciso não somente obter informações, e sim processá-las,

ou seja, analisá-las e selecioná-las a fim de encontrar a melhor informação de acordo com o

problema a ser resolvido. Após fazer a escolha da informação, é necessário que sejam

disponibilizadas para a equipe de trabalho com o intuito de engajá-las no objetivo

organizacional (MAXIMIANO, 2004).

Quando se contrata um administrador rural, remete-se o conceito de que este propicie

aumento de lucratividade devido o gerenciamento abranger toda a organização. Segundo Silva

(2011) o planejamento gerencial visa a captação e alocação de recursos intelectuais ou

financeiros. Maximiano (2004) destaca que o gerenciamento inclui uso das competências

gerenciais, que são:

a) Competências gerenciais: se referem aos conhecimentos e habilidades e as

atitudes necessárias para desempenhar as atividades

b) Competências intelectuais: envolve o raciocínio do administrador rural perante

as informações adquiridas.

c) Competências interpessoais: é usada para relacionar-se com outras pessoas.

d) Competência técnica: atividade específica do gestor.

e) Competência intrapessoal: diz respeito à própria pessoa, como autoanálise,

autocontrole, automotivação, etc.

Essas habilidades devem ser exercidas pelo administrador rural para que além de

aumentar a lucratividade da empresa, ele possa manter os recursos humanos em constante

harmonia, contribuindo para a formação de um clima organizacional equilibrado.

Albuquerque (2013) ressalta que o perfil ideal do administrador deve conter os seguintes

requisitos:

a) Administração contábil e financeira;

b) Administração de pessoal;

c) Comercialização e administração mercadológica;

d) Legislação tributária, comercial, agrária, previdenciária;

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e) Economia;

f) Planejamento empresarial;

g) Sociologia e psicologia organizacional;

Todas as habilidades vistas anteriormente englobam o perfil do administrador rural,

mas em contrapartida Tejon e Xavier (2009, p.109) salientam que têm excelência da gestão

não somente aquele que visa perseguir ganhos, mas é necessário trabalhar sempre com

excedentes produtos a custos baixos, os autores ressaltam a importância de se ter uma gestão

financeira competente. Outro ponto importante analisado pelos autores supracitados refere-se

à comodidade que certos administradores têm em relação ao lucro obtido no ano anterior, pois

para sobreviver é obrigatório ter estratégias de crescimento, almejando custos baixos, liquidez

e boas vendas com recebimentos, além de novos investimentos que tragam retorno financeiro

para a organização. Destacam que isso é o que realmente importa na gestão de recursos.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa científica é desenvolvida de acordo com os procedimentos metodológicos

definidos pela ciência, sendo que para se aplicar os conhecimentos dessa metodologia na

realização de pesquisas, é necessário seguir regras e normas a fim de elaborar um texto que

possa ser considerado científico (RUIZ, 2011).

No que tange a classificação quanto aos tipos de pesquisa, este artigo caracterizou-se

com a pesquisa bibliográfica e descritiva, que de acordo com Andrade (2004) é o primeiro

passo a ser realizado em um trabalho científico. Para Cervo e Bervian (2002), a pesquisa

bibliográfica procura explicar um problema, fornecer uma solução a partir de bases teóricas

científicas, que foram publicadas em documentos. E a pesquisa descritiva, tem como

característica observar, registrar e analisar os fatos que são focos de estudos, não podendo ser

manipulados pelo pesquisador.

O método de abordagem utilizado na pesquisa em questão, diz respeito ao método

dedutivo que por sua vez refere-se ao pensamento lógico. Segundo Ruiz (2011), o método

dedutivo parte de enunciados que são abordados de formas gerais para uma conclusão

particular, ou como ressalta o autor, menos geral. Esse tipo de método tem a função básica de

explicar o que está implícito no texto através da interpretação geral do seu antecedente.

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Quanto à abordagem, caracteriza-se como qualitativa. A abordagem qualitativa, segundo

Marconi e Lakatos (2008), analisa e interpreta aspectos mais profundos, correspondentes ao

comportamento humano.

As técnicas de coletas de dados utilizadas no artigo foram a pesquisa bibliográfica,

observação não participante e entrevista semiestruturada. A pesquisa bibliográfica foi

realizada com o objetivo de conceituar os principais assuntos abordados, e tem como base nas

obras de autores. Para Ruiz (2011), a pesquisa bibliográfica é feita através do estudo do

conjunto dos materiais escritos sobre um assunto específico, tendo o intuito de analisar os

dados correspondentes e utiliza-los como base para outras pesquisas.

A observação não participante, segundo Marconi e Lakatos (2003), é o contato que o

pesquisador tem com a comunidade estudada, mas sem influenciar as situações, mas precisa

ser ordenada para um fim determinado. A observação não participante (APÊNDICE A) foi

realizada nas propriedades em estudo, localizadas nos municípios de Cacoal/RO e Ministro

Andreazza/RO, com o objetivo de observar as condições da estrutura física, os recursos

disponíveis na propriedade. A observação não participante realizada nas propriedades,

proporcionou conteúdos críticos para complementar as análises dos resultados e maximizar a

visão em relação ao agronegócio visto em uma grande ou pequena propriedade, seja com

administrador ou não.

A entrevista semiestruturada é conhecida como semidiretiva ou semiaberta, que

Duarte e Barros (2006) destacam que esse tipo de entrevista envolve duas pessoas para um

diálogo e a partir de uma questão feita, o entrevistador explora ao máximo até esgotar todas as

perguntas referentes àquela questão, possibilitando ao entrevistado maior amplitude do tema.

A entrevista semiestruturada (APÊNDICE B), composta de 30 (trinta) perguntas abertas e

fechadas, foi aplicada no mês de Junho/2014, e contém questões voltadas à identificação da

empresa e do administrador e ao empreendimento de forma geral, tais como: forma de gestão,

recursos disponíveis, parcerias e outros.

Cabe ressaltar que antes da aplicação da entrevista, foi realizado o pré-teste com um

Administrador numa propriedade rural de pequeno porte, e teve como recurso eletrônico o e-

mail. A entrevista teve como objetivo levantar as principais ferramentas de gestão utilizadas

pelo Administrador Rural, estudar os principais fatores competitivos obtidos na contratação

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do administrador na empresa rural em estudo; verificar o perfil do administrador rural e por

fim, verificar como o administrador rural poderá trazer vantagem competitiva e o fomento ao

agronegócio local, por meio do seu gerenciamento. O roteiro de entrevista foi estruturado

conforme Eyerkaufer (2007) e validado com o pré-teste.

A seleção dos sujeitos da pesquisa foi por meio de amostras não probabilísticas,

selecionados intencionalmente, que de acordo com Silva e Menezes (2005), escolhe-se o

sujeito para a amostra de acordo com as informações que representam para o pesquisador bom

julgamento, necessário para a pesquisa. Sendo assim, participaram da pesquisa quatro

indivíduos, divididos em dois grupos, sendo o primeiro composto por dois profissionais

formados em Administração (A1 e A2) e que atuam em empresas rurais, sendo uma de

pequeno porte localizada na Linha 10 (P1), e a outra, de médio porte é localizada na Linha 14

(P2), ambas no Município de Cacoal. No segundo grupo, encontram-se os gestores (G1 e G2)

no qual tem as propriedades localizadas uma na Linha 06 (P3), em Cacoal/RO e a outra na

Linha 04 (P4) na cidade de Ministro Andreazza/RO. No Quadro 2 verifica-se a forma como

os participantes foram codificados e suas respectivas propriedades.

Quadro 2: Codificação dos entrevistados e as respectivas propriedades.

ADMINISTRADOR GESTOR

Administrador 1=A1 => Sítio = P1(Linha 10) Gestor 1= G1=> Sítio= P3 (Linha 06)

Administrador 2=A2=> Fazenda = P2 (Linha 14) Gestor 2= G2=> Fazenda= P4 (Linha 04)

Fonte: própria autora (2014).

A entrevista semiestruturada (APÊNDICE B) ocorreu no período de 16 a 24 de

Junho/2014, sendo aplicadas 4 entrevistas e obtendo um aproveitamento total das mesmas. As

entrevistas foram aplicadas pessoalmente nas propriedades rurais, exceto uma, a qual foi

realizada nas dependências da Universidade Federal de Rondônia, porém, não causou prejuízo

algum a qualidade da pesquisa. A gravação feita na realização das entrevistas facilitou o

processo de coleta dos dados e a sua interpretação.

No momento da entrevista, procurou-se passar as questões de forma clara e objetiva,

porém, por se tratar de dois grupos semelhantes em relação a atividade exercida são distintos

em termos de grau de instrução, o que causou algum desconforto no pesquisador e

aparentemente no entrevistado quanto aos termos utilizados rotineiramente no curso de

Administração. Mas com muita perspicácia de ambas as partes conseguiu alcançar um nível

satisfatório de rendimentos para a pesquisa.

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Em relação aos critérios de escolha dos sujeitos da pesquisa, utilizou-se como

requisito graduação na área de Administração e que esteja atuando em uma propriedade rural,

o que proporcionou o alcance dos objetivos pretendidos no artigo. Os outros participantes

foram escolhidos por atuarem como gestores na propriedade rural, sendo que não possui

graduação na área de Administração, possibilitando assim, realizar um estudo comparativo

sobre a importância do administrador no gerenciamento de uma empresa rural como fator

competitivo no município de Cacoal-RO. Salienta-se que as propriedades possuem

características semelhantes e as empresas em estudo investem no setor agropecuário no

município de Cacoal e região.

A pesquisa ocorreu de maneira ética e transparente com o sujeito da pesquisa,

respeitando a integridade física e moral do participante, pois de acordo com a Resolução

196/96, as pesquisas envolvendo seres humanos devem atender as exigências éticas e

científicas fundamentais, neste propósito, o artigo em questão, teve a responsabilidade de

cumprir com o que foi estabelecido com a assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (ANEXO A), sendo que os participantes não foram identificados, e codificados

conforme mostra o Quadro 2.

Após a coleta dos dados, realizou-se a análise e interpretação, que segundo Gil

(1999), tem como objetivo organizar e resumir os dados com o intuito de fornecer respostas

ao problema que se pretende responder. Com o uso dos programas Word e Excel, e através

das ferramentas metodológicas adequadas como Análise do Discurso, utilização de gráficos,

tabelas e Extratos de Verbalização, foi possível fazer a interpretação das respostas que foram

adquiridas através da entrevista por meio da Análise de Conteúdo, sendo que o objetivo

principal é qualificar os dados e estudar de forma ampla os processos administrativos que

acontecem na empresa rural.

O artigo foi estruturado seguindo o Manual do Artigo Científico do Curso de

Administração da Universidade Federal de Rondônia, Campus Professor Francisco Gonçalves

Quiles (SILVA; TORRES NETO; QUINTINO, 2010).

3 RESULTADOS E ANÁLISES DOS DADOS

Neste capítulo, a finalidade é apresentar os resultados da pesquisa conforme os

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objetivos propostos inicialmente, sendo divididos em grupos e subgrupos de acordo com a

estrutura da entrevista. Os entrevistados foram codificados de acordo com o Quadro 2.

O estudo foi realizado junto aos gestores e administradores das propriedades rurais,

sendo três localizadas no município de Cacoal/RO e uma situada em Ministro Andreazza/RO.

Os resultados serão apresentados de maneira clara e objetiva, baseados no escopo da

entrevista realizada com os participantes, buscando sempre comparar a atuação dos gestores

em relação à dos administradores.

3.1 PERFIL DO GESTOR E DO ADMINISTRADOR RURAL

Os gestores rurais (G1 e G2) tem idade entre 45 e 55 anos, sendo que a gestora 1

(G1) atua na propriedade há 38 anos e o gestor 2 (G2) atua há 30 anos, o que mostra a

experiência dos mesmos em tomar decisões baseadas no seu conhecimento empírico em

relação a parte administrativa da propriedade rural, pois os gestores entrevistados possuem

experiência na propriedade devido ao tempo em que atuam. Os gestores possuem o ensino

médio completo e não tem nenhum curso técnico que auxiliem na sua gestão.

A entrevistada G1 é considerada produtora rural autônoma, pois a propriedade (P3)

não possui inscrição estadual e não é inscrita na junta comercial. Porém, isso não impede que

sua produção não seja comercializada, mas dificulta a venda para algumas empresas além de

não ter acesso a alguns empréstimos bancários para a propriedade ou até mesmo para fins

pessoais, que de acordo com Colusso e Alves, (2005), essas são algumas das diferenças entre

produtor autônomo e empresário rural. Já o G2 é considerado empresário rural, pois segundo

Marion (2012, p.7) “o termo empresário é aquele que exerce profissionalmente atividade

econômica organizada para produção ou circulação de bens e serviços”, pois vende seus

produtos para empresas que exigem essa documentação.

O administrador 1 (A1) tem idade de 34 anos, trabalha na propriedade há 4 anos e

além do curso superior em Administração possui também curso técnico em Agropecuária e

Segurança do Trabalho, e também é funcionário público. O trabalho na propriedade é

realizado juntamente com seus 2 irmãos e seus pais, o qual dividem os lucros no final de cada

ano. Porém, a renda obtida pela produção não é responsável totalmente pela manutenção dos

mesmos.

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O administrador 2 (A2) atua na propriedade há 3 anos auxiliando seus pais na gestão

da propriedade. Tem 22 anos de idade e não possui experiência em outra área. Contudo, fez o

curso de Administração pela necessidade em gerir melhor a empresa rural, ainda atua como

aprendiz em alguns setores específicos, porém demonstra grande potencial no exercício de seu

atual papel. Apesar do pouco tempo de atuação na empresa, o A2 afirma que sempre

trabalhou com essa atividade, mas só agora tem autonomia para a gerência.

Em relação ao tempo de experiência, nota-se que os gestores possuem maior tempo

de atuação na atividade em que estão exercendo, em torno de 34 anos, o que aumenta a

experiência dos mesmos e facilita a tomada de decisão. Porém, tem mais chances de erro na

gestão, pois suas atividades são baseadas em respostas que eles acreditam estarem certas. Em

contrapartida, os administradores possuem menor tempo de atuação, em média de 3 anos e

meio, sendo que utilizam as ferramentas gerenciais aprendidas na teoria e adaptam para

auxiliarem nas tomadas de decisões, e ainda usufruem da capacidade técnica no que diz

respeito a parte específica de Administração, mas precisam saber sobre as técnicas referentes

as atividades que são desenvolvidas no seu cotidiano.

Após apresentar uma parte do perfil dos gestores e administradores por meio da parte

introdutória da entrevista, enfatiza-se a questão onde indaga sobre o desenvolvimento de

formulário específico para o tipo de produção, e o resultado mostra que dos 4 entrevistados

houve somente uma resposta positiva, o que leva a considerar que os proprietários deixam a

desejar nessa questão e não fazem a administração correta da propriedade como empresa

rural. Essa resposta positiva foi apresentada pelo A2, que afirma que fazem formulários

específicos para o tipo de produção, e isso se dá “a partir de cálculos, onde se mede o quanto

foi gasto de milho na produção do confinamento e soja também”. Nesse caso, segundo

Marion (2012), o administrador rural eficiente deve basear as decisões no resultado do

controle financeiro, e criar planilhas exclusivas para anotações sendo que seus custos devem

ser analisados separadamente, fazendo que o administrador tenha conhecimento da

lucratividade ou prejuízo da produção.

Os resultados da pesquisa mostram que os administradores rurais efetuam seus

cálculos tanto do custo de produção quanto dos lucros, fazendo parte do perfil apresentado por

Albuquerque (2013), que ressalta que o perfil ideal do administrador deve conter os seguintes

requisitos: Administração contábil e financeira; Administração de pessoal; Comercialização e

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administração mercadológica; Legislação tributária, comercial, agrária, previdenciária;

Economia; Planejamento empresarial; e Sociologia e psicologia organizacional. Como visto, a

administração rural deve ser abrangente para envolver todas essas áreas, contudo, os

administradores entrevistados ainda precisam incluir algumas áreas para completar esse perfil.

3.2 CARACTERÍSTICAS DA PROPRIEDADE/EMPRESA RURAL

A propriedade 1 (P1), localizada na Linha 10 no município de Cacoal/RO, possui

uma área de 20 alqueires, administrada pelo A1 que precisa arrendar pasto, pois a propriedade

é considerada de pequeno porte e possui cadastro de inscrição estadual, tem como atividade

principal a recria e gado de corte, onde compra-se o gado macho para engorda. Conforme

observado na propriedade, o ambiente de trabalho é organizado e possui boa estrutura física,

mostrando os investimentos realizados. Na propriedade encontra-se 127 cabeças de gado

macho, 2 equinos e 20 aves para consumo doméstico.

A propriedade 2 (P2), localizada na Linha 14 no município de Cacoal/RO, possui

uma área de 600 alqueires, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Física – CNPJ, e tem 2

funcionários diretos que são registrados pela empresa e 4 indiretos que são contratados em

períodos sazonais, é administrada pelo A2 juntamente com seus pais. A principal atividade

exercida na propriedade é semi confinamento e gado de corte, e a atividade secundária é o

arrendamento de pasto. Encontra-se na propriedade 460 cabeças de gado de corte, 800 no

semi confinamento e 9 equinos para auxiliar os funcionários na locomoção e manejo na

propriedade. A propriedade é própria e possui capital de terceiros na parte de alimentação

bovina, a qual envolve a compra de soja e milho.

A propriedade 3 (P3), localizada na Linha 06 no município de Cacoal/RO, possui

uma área de 15 alqueires sendo considerada de pequeno porte, e tem como atividade principal

a criação de gado de leite e como atividade secundária uma pequena plantação de mandioca, é

gerida pela proprietária G1 e seu esposo. Na propriedade existem 9 animais para a produção

de leite, 38 animais considerados gado solteiro, ou seja, novilhas e bezerros e 20 aves para o

consumo doméstico. Os responsáveis pelo manejo na propriedade são três pessoas da própria

família, sendo que não possuem contratos trabalhistas com funcionários.

A propriedade 4 (P4) é localizada na Linha 04 no município de Ministro

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Andreazza/RO, foi adquirida com recursos próprios, porém existe financiamento para a

aquisição de bens para a propriedade e o gestor não sabe informar em percentual a quantia

adquirida. É gerida pelo gestor 2 (G2) o qual é proprietário da empresa rural, sendo que

possui uma área de 430 hectares, o que equivale a 172 alqueires, tem como atividade principal

recria e engorda, e como atividade secundária arrendamento de pasto. Segundo o G2, existem

2 funcionários responsáveis por prestar auxílio ao empreendedor no manejo da propriedade. A

propriedade possui o Cadastro Específico do INSS - CEI.

3.3 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O GERENCIAMENTO DOS

ADMINISTRADORES E GESTORES

Esse tópico é destinado a fazer uma análise comparativa entre o gerenciamento de

um administrador e de um gestor na propriedade rural, e identificar as vantagens e

desvantagens com a atuação de um administrador à frente no gerenciamento da propriedade

ou empresa rural. Ressalta-se que a pesquisa não tem o interesse em menosprezar os gestores

ou ascender os administradores, mas sim, enfatizar as possibilidades de melhoria e

maximização dos lucros através dos conhecimentos específicos aplicados na prática.

3.3.1 Separação entre as contas bancárias particulares e contas da empresa rural e entre as

despesas particulares e dos negócios da empresa

Nessa parte, os entrevistados foram indagados em relação ao gerenciamento das contas

particulares e da propriedade. E ao questionar sobre esse assunto, ambas as categorias

apresentaram as respostas conforme expostas no Quadro 3.

Quadro 3: Separação entre contas particulares e da propriedade rural.

ADMINISTRADOR GESTOR

A1 A2 G1 G2

Há separação entre as contas bancárias particulares e

contas da empresa rural?

Sim Sim Não Não

Há separação entre as despesas particulares e dos negócios

da empresa?

Sim Sim Não Não

Fonte: dados coletados pela autora (2014).

No Quadro 3, nota-se que os gestores 1 e 2, apresentaram afirmativas negativas

idênticas, onde afirmaram que não tem separação entre as contas particulares com as da

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propriedade, dificultando a tomada de decisão baseada na rentabilidade da produção. E

também não conseguem mensurar a lucratividade. Em contrapartida, os administradores 1 e 2

foram unânimes nas respostas positivas, baseado nisso, o A1 afirma que:

“Tem uma conta bancária que é só da propriedade, então o que é remuneração da

propriedade vai para aquela conta, e então vai pagando as despesas que são da

propriedade, [...] e no final do ano, se não for fazer nenhum investimento na

propriedade e todos optarem por repartir, então o lucro será dividido entre os quatros

sócios, que são meus pais, meu irmão e eu” (A1, 2014).

Essa afirmativa foi feita por A1, mas ambos os administradores disseram que essa

separação é essencial para o controle orçamentário e tomada de decisão baseados no

resultado. De acordo com A2, mesmo havendo separação das contas, é um procedimento

difícil de executar, pois a propriedade é uma empresa familiar. Através dessas informações

obtidas pela entrevista, percebe-se que o controle ou não dessas contas bancárias independem

do tamanho da propriedade, seja ela de pequeno ou médio porte, mas são influenciadas pelo

grau de instrução e a maneira como administram a empresa.

3.3.2 Relatórios contábeis e controles financeiros

A G1, gestora do sítio P3, não realiza os relatórios contábeis e financeiros e faz

anotações somente para apresentar o controle de entrada e saída de animais para a Agencia de

Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do estado de Rondônia (IDARON), o qual fornece

posteriormente uma planilha impressa de fácil utilização, além disso, usam caderno para

algumas anotações simplificadas como “contas a receber e contas a pagar” que são feitas pela

proprietária.

O G2 realiza os relatórios contábeis na propriedade P4, e por causa do tamanho da

empresa é necessário o auxílio de um escritório contábil. As anotações são feitas em uma

agenda particular onde o gestor anota todas as informações que tem e considera importante.

O A1 realiza os relatórios e controles financeiros em um escritório contábil, mas faz

as anotações em livro caixa para ter o controle de entradas e saídas. O administrador mostra-

se bem informado sobre os custos de produção, e afirma que sem eles não tem como tomar

nenhuma decisão eficiente.

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De acordo com A2, os relatórios contábeis e controles financeiros são realizados na

própria empresa, onde são utilizados fluxo de caixa e balanço, sendo necessário o auxílio de

seus pais juntamente com o escritório contábil.

3.3.3 Importância dos controles gerenciais no processo decisório

Ao indagar se os controles gerenciais favorecem a tomada de decisão, a G1 afirma

que não, e justifica que é porque não os fazem corretamente. Ela explica que:

“Quando vendia mandiocas fiz o controle por um ano e tinha noção de quantas

caixas iria colher para cada 5.000 pés plantados, mas agora com a atividade

agropecuária só fiz algumas anotações de quanto entrou e quanto saiu, mas hoje não

é feito nada, a não ser para prestar contas para o IDARON” (G1, 2014).

Conforme o extrato de verbalização nota-se que a gestora não efetua tais controles,

mas baseia-se nos períodos em que realizavam as anotações no início das atividades, por isso

ela afirma possuir conhecimento do quanto produz em determinada época do ano, e justifica

que essa é a razão por não continuar a realizar os controles e nem se preocupar em contratar

um escritório contábil.

Quanto ao G2, o mesmo afirma que a maioria dos controles gerenciais são utilizados

como instrumento no processo decisório, sendo Imposto de Renda, anotações do livro caixa e

informações do escritório contábil. Na entrevista, o gestor apresenta muita confiança

conforme afirma no extrato de verbalização: “[...] faço as minhas anotações em uma agenda

particular que renovo todo ano, onde somente eu e minha esposa temos acesso, sendo que fica

trancada no cofre. É ali que faço todas as anotações referentes a contas a pagar, contas a

receber [...]” (G2, 2014). Nota-se que a contabilidade da propriedade é feita, mas o G2 não

consegue separar as contas familiares com as da empresa, dificultando o controle.

Ao entrevistar o A1 referente aos controles gerenciais no processo decisório, afirmou

que a maioria deles é utilizado, e mostrou muito interesse nessa questão argumentando sobre a

necessidade de tal ferramenta administrativa, no qual destaca que:

“Anteriormente a atividade exercida na propriedade era a criação de gado de leite,

que ficou por um ano, porém após o balanço das receitas e despesas e a apuração dos

lucros no final do exercício, percebemos que mal poderíamos cobrir os custos de

produção, onde resolvemos mudar de atividade” (A1, 2014).

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Essa afirmativa do entrevistado A1 vai ao encontro com o que Tejon e Xavier (2009,

p. 99) afirmam sobre a composição do processo de gestão dos negócios, que por melhor que

seja essa gestão ou por mais bem preparados que sejam os administradores rurais, “são as

ações de controlar e avaliar que fazem a roda girar e fornecem o feedback necessário para a

tomada de decisões”, que segundo eles são “correções de rumos, mudanças de processos,

revisão de estrutura e outras providências estratégicas para haver negócio bem conduzido e

gestão eficiente”. Nesse processo pode-se a qualquer momento mudar as formas de chegar ao

objetivo, tendo em vista o desenvolvimento do mercado atuante.

Quanto ao A2, afirma que os relatórios contábeis são realizados na propriedade e

também pelo escritório contábil, e ressalta que a maioria deles são utilizados, como o fluxo de

caixa, balanço, dentre outros. Segundo o entrevistado A2, essas anotações são realizadas em

computador, pastinhas, livro caixa e favorecem o processo decisório, pois “sem eles não teria

como tomar decisões”.

Observa-se que com esses resultados, para melhorar os rendimentos da propriedade,

faz-se necessário que a empresa rural seja administrada melhor que uma empresa urbana,

tendo em vista seu alto grau de sazonalidade, dificuldades em adequar ferramentas de controle

gerencial para a empresa, e principalmente por se tratar de empresas familiares.

3.3.4 Formação do preço de venda e custos de produção

No quesito “formação do preço de venda” a G1 afirma que vende o produto pelo

melhor preço nem que seja necessário trocar de compradora, sendo que a sua venda é feita

para mercados da região e alguns vizinhos, nessa ocasião, ela vende para quem pagar melhor.

A G1 relata que não faz anotações sobre custos da produção, então ela não tem ferramentas

para saber se está vendendo o produto e obtendo lucros ou prejuízos.

Quanto ao entrevistado G2, vende sua produção para dois frigoríficos de Cacoal que

exportam seus produtos, então vende para o que apresentar o melhor preço, como mostra o

extrato de verbalização:

"O preço é determinado pela compradora, mas eu discuto o meu preço, e é claro que

então vou brigar em cima do preço que eu quero. A empresa tem o preço, mas

baseado na concorrência vou tentar vender o meu gado para o frigorífico que eu

acho melhor e que tem a minha preferência" (G2).

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Nota-se que além do preço de venda, o gestor está preocupado em manter um bom

relacionamento com seu comprador.

Quanto ao outro entrevistado, em resposta a essa questão, o A1 afirma que vende o seu

produto a preço de mercado, mas procura o melhor preço, pois antes da venda ele faz uma

cotação em três empresas frigoríficas para saber o valor que poderá vender sua produção. E

ressalta que da mesma maneira que faz essa cotação para a venda, também faz para as

compras de insumos, como medicamentos veterinários, defensivos agrícolas dentre outros,

pois é realizada uma compra de grande quantidade a cada semestre. Essa afirmativa vai à luz

da teoria, onde Costa (2007, p.84) afirma que “a compra de qualquer máquina ou

equipamento tem que ser precedida do estudo de viabilidade técnica e econômica” levando

em consideração a pesquisa de preço que segundo o autor deverá ser em pelo menos três

fornecedores diferentes, seja na aquisição de máquinas, adubos, insumos ou na área de

serviços, e principalmente em relação a venda da produção.

Por fim, o A2 vende seus produtos baseados no preço da concorrência, preferindo o

que pagar mais pela sua produção. E para complementar, o A2 relata que na propriedade é

produzida ração para o sustento dos bovinos, e o excedente é vendido para vizinhos e amigos,

porém a partir de cálculos dos custos de produção, o A2 percebe que não obtém lucros com

essas vendas, pois o preço é só para cobrir os custos.

Nota-se que nenhum dos entrevistados calcula o preço de venda através dos custos de

produção, pois ainda quem domina o mercado agropecuarista são as empresas compradoras,

como os grandes frigoríficos que exportam e as redes supermercadistas. A formação do preço

de venda é uma questão que oscila muito em virtude das variáveis internas e externas que

acontecem no mercado consumidor, em virtude disso, independente do tamanho da

propriedade ou do grau de instrução do gestor e do administrador todas as respostas

apresentaram diferenças. Essa questão de formação do preço é muita relativa, dependendo do

porte da empresa compradora, é ela que define o preço de mercado.

Em relação aos custos de produção, o Quadro 4 mostra se os administradores e

gestores possuem informações relacionadas a essa área.

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Quadro 4: Informações dos custos de produção. A1 A2 G1 G2

Mão de obra e provisões ----

Alimentação //// Sanidade //// Reprodução ---- ---- ----

Ordenha ---- ---- ---- ----

Impostos variáveis //// Despesas diversas //// ////

Remuneração do empresário //// ////

Depreciação ---- ////

Remuneração da terra //// Remuneração do capital investido //// Remuneração do capital de giro ////

Legenda da tabela: ---- não é utilizado. //// não sabe informar.

Possui informações sobre os custos.

Fonte: dados coletados pela autora (2014).

Conforme se observa no Quadro 4, logo percebe-se que os gestores possuem menos

informações dos custos de produção em relação aos administradores. Se desconsiderar os

itens “reprodução e ordenha” que não são utilizados pelos administradores A1 e A2, tem-se

um total de 100% das informações. Já os gestores que fazem poucas anotações têm

dificuldades em saber o quanto tem de custos e de lucros, é o caso da G1, que tem apenas

10% das informações, ressaltando que a mesma não possui nenhum sistema de informação,

tecnológico, e faz poucas anotações manualmente, já o G2, apesar de não ter formação

superior faz os controles dos custos, mesmo que seja de forma rudimentar. Com isso obtém

cerca de 82% de informações sobre sua produção, sendo resultado das anotações feitas no

livro caixa e na sua agenda pessoal.

3.3.5 Periodicidade e importância dos Controles Gerenciais

Quando se administra bem, subentende-se que o administrador tem controle sobre a

organização, e para que seja feito adequadamente é necessário que se tenha controle

financeiro de tudo e Costa (2007) destaca que esse controle pode ser feito através do

orçamento e fluxo de caixa, e para os dispêndios do dia-a-dia é importante que se façam

anotações sobre pagamentos, recebimentos, compras e vendas. Os entrevistados responderam

sobre o período e a importância dos controles gerenciais conforme mostra o Quadro 5.

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Quadro 5: Periodicidade e grau de importância dos Controles Gerenciais.

Fonte: dados coletados pela autora (2014).

O Quadro 5 apresenta nas células em destaque, o controle gerencial feito pelos

gestores e administradores e o respectivo grau de importância, e as células em branco

mostram as ferramentas gerenciais que não são utilizadas pelos entrevistados, mas o grau de

importância é variável entre eles.

Foram apresentados 16 ferramentas de controle gerencial à disposição dos gestores e

administradores, onde o G1 realiza cinco tipos de ferramentas, e classifica três como

“importante” sendo Controle de vendas, Contas a pagar e Contas a receber, e duas ferramentas

tidas como “muito importante”, mas as realiza anualmente, é o caso do orçamento que deveria

CONTROLE

GERENCIAL

G1 G2 A1 A2

Boletim de caixa Não é utilizado

Não é importante

Semanal

Muito importante

Não é utilizado

Não é importante

Diário

Muito importante

Controle de

vendas

Mensal

Importante

Anual

Muito importante

Trimestral

Importante

Mensal

Muito importante

Fluxo de caixa Não é utilizado

Importante

Diário

Muito importante

Semanal

Muito importante

Diário

Importante

Balanço

patrimonial

Anual

Muito importante

Anual

Muito importante

Anual

Muito importante

Diário

Importante

Contas a pagar Diário

Importante

Diário

Muito importante

Mensal

Muito importante

Diário

Muito importante

Análise

econômica e

financeira

Não é utilizado

Importante

Anual

Muito importante

Anual

Importante

Diário

Importante

Ponto de

equilíbrio

Não é utilizado

Não é importante

Não é utilizado

Importante

Anual

Importante

Não é utilizado

Importante

Contas a receber Mensal

Importante

Mensal

É muito importante

Trimestral

Muito importante

Diário

Muito importante

Demonstração de

resultado

Não é utilizado

Não é importante

Anual

Muito importante

Semestral

Muito importante

Anual

Pouco importante

Controle

bancário

Não é utilizado

Importante

Diário

Muito importante

Semanal

Muito importante

Diário

Muito importante

Controle de

custos

Não é utilizado

Importante

Mensal

Importante

Mensal

Muito importante

Diário

Muito importante

Sistema de

planejamento

Não é utilizado

Importante

Anual

Muito importante

Semestral

Importante

Mensal

Importante

Orçamento Anual

Muito importante

Semestral

Muito importante

Semestral

Muito importante

Diário

Importante

Controle de

estoques

Não é utilizado

Importante

Mensal

Muito importante

Semestral

Muito importante

Anual

Importante

Controle

orçamentário

Não é utilizado

Não é importante

Anual

Muito importante

Semestral

Muito importante

Diário

Importante

Inflação na

apuração dos

custos

Não é utilizado

Não é importante

Não é utilizado

Importante

Não é utilizado

Importante

Não é utilizado

Pouco importante

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ser feito ao menos semestralmente, já as outras seis ferramentas que não são utilizados, são

vistas como “importante”, mas não são feitas por não conhecer sua importância.

Os entrevistados G2, A1 e A2, informaram que apenas dois tipos de ferramentas

gerenciais não são realizados, sendo que o “ponto de equilíbrio” não é utilizado pelo G2 e A2.

Essa ferramenta é utilizada apenas pelo A1, pois como visto no seu perfil, possui experiência

na área contábil, o que facilita o uso dessa ferramenta. Porém, o G2 não sabe como utilizá-la,

mas reconhece que é importante, e o A2 ainda não a utiliza, mas espera implantá-la em sua

propriedade.

Nota-se que além desses resultados, existe uma ferramenta que não foi marcada nas

respostas por nenhum dos quatros entrevistados, sendo a “Inflação na apuração dos custos”,

esse é um instrumento que deveria estar presente na formação do preço de venda.

3.3.5 Controle de Qualidade

Quanto a qualidade dos produtos, os entrevistados A1, A2 e G2, afirmam ter o

controle de qualidade, pois para vender para frigoríficos é essencial que tenha procedimentos

que favoreçam o aumento da qualidade. Em contrapartida, a G1 expressa pouco interesse

nessa área, pois a sua produção não é destinada para frigoríficos.

O A1 menciona que o seu produto está dentro dos padrões exigidos pela compradora,

e para aumentar essa qualidade, a empresa rural tem uma equipe multidisciplinar para que

todas as áreas sejam abrangidas com eficiência, obtendo uma consultoria de outro especialista

como médico veterinário e zootecnista, no intuito de maximizar a lucratividade da

propriedade. Essa atenção especial ao rebanho se dá em função do aumento de qualidade da

produção e em virtude da sua capacitação em técnico em agropecuária.

O entrevistado A2, mostra-se muito preocupado em relação ao controle de qualidade

da produção, e por isso tem nas pastagens árvores para destinar sombra para o descanso dos

animais e cuida demasiadamente dos pesos através da alimentação oferecida a eles. Pois para

cada fase de vida do animal, exige-se uma alimentação diferente, sendo que o A2 inclui sal

mineral, farelo da soja e cuida da qualidade das pastagens.

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Quanto a G1, a mesma afirma que não sabe informar sobre o controle de qualidade

dos animais, e argumenta que a sua produção é pequena, destinada apenas a compradores

avulsos, como mercados do município, vizinhos e familiares. Por exercer uma pequena

quantidade de venda, tanto de leite quanto de gado, a gestora não se preocupa com essa

questão de qualidade, mas afirma que faz os controles obrigatórios, como exemplo disso, as

vacinas periódicas.

E quando se trata de frigoríficos que exportam seus produtos, a exigência aumenta

consideravelmente, como afirma G2:

"Para vender o gado para frigoríficos é preciso ter um padrão de qualidade dentro do

controle, pois o produtor precisa ter o Cadastro Ambiental Rural-CAR, não pode ter

gado em áreas embargadas, e nem públicas, as exigências são muitas, mas vale a

pena, pois a compra é garantida pelo frigorífico, pois a firma é muito boa e também

acho bom o controle que os frigoríficos têm" (G2).

O gestor supracitado, ainda ressalta que os frigoríficos que exportam, são mais

exigentes, e em contrapartida pagam melhor ao comprar dos agropecuaristas. Essa afirmativa

vai ao encontro do que Zuin e Queiroz (2006) enfatizam que o processo de colocar o produto

no mercado envolve questões ligadas à qualidade e processamento, sendo que se estiverem de

acordo com os padrões exigidos pela compradora poderão conseguir a certificação, que é um

selo que garante a qualidade do produto se tornando competitivo e atraente para o mercado

consumidor.

Observa-se que os administradores A1 e A2, e o gestor G2, tratam a questão da

qualidade como um quesito de muita importância para aumentar sua competitividade na hora

da venda da produção, pois as exigências dos frigoríficos são muitas e precisam ser seguidas,

senão o agropecuarista perde suas vendas. Essa afirmação vai ao encontro da teoria de Zuin e

Queiroz (2006), que o produtor rural pode agregar valor aos seus produtos através da

utilização de normas de padronização que consiste em classificar qualitativamente e

quantitativamente o produto, que consiste no tamanho e peso dos mesmos.

3.3.6 Principais ferramentas utilizadas na gestão da empresa

Os administradores A1 e A2 utilizam as ferramentas de gestão na empresa rural, sendo

que o A1 faz o uso de Balanço, Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, controle de

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produção e controle do tempo de vida do animal (dia em que entrou na propriedade e quanto

pesa). Essas informações proporcionam ao administrador o conhecimento dos custos, sabendo

o quanto cada animal gasta na parte de alimentação, sanidade e outros setores no decorrer da

sua vida na propriedade.

As principais ferramentas de gestão utilizadas pelo A2 são o livro caixa e anotações

simplificadas, já o controle financeiro é feito juntamente com a contabilidade. Por se tratar de

uma empresa que faz vendas diariamente, o grau de dificuldades na administração é

proporcional em relação ao crescimento do agronegócio, então é preciso adaptar as

ferramentas de acordo com o entendimento do administrador em relação as diversas áreas da

empresa rural.

Em resposta a essa questão, a gestora G1 afirma que não conhece as ferramentas

administrativas, mas gerencia a propriedade somente com o conhecimento empírico adquirido

pelo tempo de experiência e os ensinamentos que foram repassados por seus pais que também

exerciam essa atividade. Somente faz o uso de algumas anotações simplificadas feitas para o

IDARON, além de anotações simplificadas como contas a pagar e a receber, que ainda são em

conjunto com as contas particulares.

Ao falar em ferramentas de gestão utilizadas na propriedade, o entrevistado G2

mostrou-se desinformado sobre os termos utilizados e inicialmente não soube interpretar a

questão, após a explicação dada, o mesmo conseguiu entender o significado e respondeu que:

“utilizo somente a agenda pessoal onde anoto as contas a pagar e a receber, e o resto é feito

pelo escritório contábil”. Nesse contexto, Costa (2007) destaca que esse controle pode ser

feito através do orçamento e fluxo de caixa, e para os dispêndios do dia-a-dia é importante

que se faça anotações sobre pagamentos, recebimentos, compras e vendas.

3.3.7 Como o administrador rural poderá trazer vantagens competitivas em relação a outras

empresas do setor

A gestão da empresa rural merece atenção especial, seja de pequeno, médio ou

grande porte, pois a sua lucratividade surge da atividade exercida e da maneira em que é

administrada. Pois controlar os seus custos de produção, fazer relatórios contábeis dentre

outros, e adaptar os formulários de acordo com a atividade da empresa rural é função

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específica do administrador rural.

Na opinião dos gestores, para conseguir essa vantagem competitiva em relação a

outras empresas do setor, o administrador precisa ter qualidade no exercício da sua profissão.

O G1 entende que a maior dificuldade é a falta de controle, como expressa em sua fala "como

não anoto, fica meio difícil para saber quanto gasto exatamente, então a maior dificuldade é

manter o controle". Mas essa vantagem não pode ser resumida somente em controle, pois esse

deve ser o papel de qualquer pessoa que esteja a frente da gerência. O G2 concorda com a

questão da qualidade e afirma que “essa vantagem é conseguida através do padrão de

qualidade. Se ele tiver padrão de qualidade ele se destaca em relação a outro produtor”. O

mesmo se refere a “padrão de qualidade” no sentido de possuir conhecimentos técnicos e

transformá-los em lucros na propriedade.

Quanto aos administradores, responderam que existe vantagem competitiva em

relação a outras empresas do setor, pois como afirma A1 em seu depoimento:

"Como a gente tem o melhor controle do que está sendo feito, conseguimos apurar

se está tendo resultado ou não, e quando esse controle não é feito a gente pensa: Eu

acho que ganhei! Mas se ganhou também não sabe o quanto e qual atividade deu

retorno”.

Com isso, nota-se o quanto é importante fazer as anotações separadamente de cada

animal, favorecendo o conhecimento dos custos e lucros, podendo fazer um planejamento a

longo prazo envolvendo essas informações.

3.3.8 Principais dificuldades da gestão na propriedade rural

Perguntado sobre esse assunto, os entrevistados apresentaram respostas que variam

de acordo com o seu grau de instrução e o tamanho da propriedade rural. Para G1, em relação

a gerência, a maior dificuldade é o controle, como expressa em sua fala que "como não anota,

fica meio difícil para saber quanto gasta exatamente, então a maior dificuldade é manter o

controle". Isso remete a pensar sobre alguns procedimentos simples que favorecem as

tomadas de decisões e simplificam a gestão da propriedade, como é o caso das anotações,

livro caixa e fluxo de caixa, que podem ser feitos nas pequenas propriedades e também por

pessoas que não tenham grau de instrução elevado.

Quando se fala em dificuldades na gestão, os entrevistados englobam esse fator em

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todas as categorias que envolvem a gerência, e um que se destacou foi a falta de mão de obra

qualificada, como mostra na resposta do G2: "a maior dificuldade é a mão de obra

qualificada, que está muito escassa!". Pois, para exercer essas funções, os colaboradores

necessitam gostar da sua profissão e ter eficiência e capacidade técnica.

Como relata o entrevistado A1, referente às principais dificuldades enfrentadas,

afirma que “o custo de produção ficou mais caro, dificuldades em encontrar mão de obra

qualificada, aquisição de madeira para cerca. Por outro lado, ficou mais fácil para

comercializar, pois a venda de bovino é garantida”. É evidente que a presença da visão

sistêmica é essencial para uma boa administração, sendo mostrada através das várias áreas

que o A1 demonstra ter conhecimento.

Essa percepção é notada também na verbalização do A2, onde destaca que "as

dificuldades são inúmeras, mais as principais são a falta de mão de obra especializada, falta de

apoio dos órgãos do governo, sazonalidade que existe na produção e as oscilações do mercado

em relação ao preço". Nota-se que ele reafirma as mesmas opiniões no que se refere a falta de

mão de obra qualificada, e qual seria a saída? Além disso, tem-se notado a reclamação da falta

de apoio por parte do governo, que poderia auxiliá-los com incentivos fiscais, políticas

públicas voltadas para o produtor, ou outros meios, a fim de facilitar o desenvolvimento do

agronegócio.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gestão do agronegócio é uma área ampla e complexa que requer uma

administração eficiente a fim de maximizar a lucratividade sem levar em consideração o

tamanho da propriedade. Pois como mostra os resultados da pesquisa não é necessário ter o

controle somente em empresas rurais de grande porte, sendo que a pequena propriedade deve

ser contemplada com uma gestão que possa maximizar os lucros de maneira que seja

aproveitado todo os espaços físicos e os recursos naturais disponíveis na natureza.

O presente estudo buscou fazer uma análise comparativa entre o gerenciamento de

uma propriedade rural exercida por gestores em comparação com os administradores. As

propriedades são localizadas nos municípios de Cacoal/RO e Ministro Andreazza/RO e as

entrevistas foram realizadas nas respectivas propriedades.

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Nesse aspecto, os objetivos da pesquisa foram alcançados, e com os resultados

conseguiu-se identificar as principais ferramentas de gestão utilizadas pelos administradores

rurais; e foi possível apresentar os principais fatores competitivos com a atuação de um

administrador rural. As principais ferramentas de gestão que foram citadas pelos

administradores são as anotações no livro caixa, Balanço, Demonstração do Resultado do

Exercício dentre outras, e também o controle do tempo de vida do animal onde envolvem a

data de entrada e saída na propriedade, favorecendo o administrador na mensuração dos

custos de produção e formação do preço de venda.

Os administradores rurais ainda não tem a devida importância reconhecida, mas o

mercado de trabalho está em ascensão. Contudo, com a crescente expansão do agronegócio

brasileiro, faz-se necessário ressaltar a importância dessa figura, que conforme resultados da

pesquisa apresenta grande diferencial em um mercado dinâmico e complexo. Portanto,

quando se tem na sua administração um profissional qualificado, ou seja, bem capacitado que

saiba tomar decisões na hora certa e da maneira mais conveniente e que faz o uso das

ferramentas de gestão que envolvem o processo decisório, o resultado é satisfatório.

Os dados coletados possibilitaram identificar como o administrador rural pode

contribuir com o fomento do agronegócio e trazer vantagem competitiva para a empresa rural.

Os resultados foram satisfatórios e puderam responder a pergunta problema da pesquisa, e

com isso pode-se verificar que a gestão do administrador em uma empresa rural poderá torná-

la competitiva em seu segmento através do uso das ferramentas de controle que são

essenciais, como Balanço, DRE, Fluxo de caixa, etc. Sugere-se que o administrador também

faça o uso das sete ferramentas da gestão da qualidade, e as ferramentas gerenciais para

maximizar a lucratividade e proporcionar fomento ao agronegócio local.

Destaca-se como principal ponto forte da pesquisa, o conhecimento prático das

teorias sendo postas em experiência pelos administradores, que são pessoas capacitadas para

adaptar esses conceitos e transformá-los em ferramentas de cunho gerencial para a sua

utilização na propriedade rural. E como visto nos resultados, nota-se também como ponto

forte, a dinâmica usada pelo G2 que utiliza as ferramentas através da experiência obtida pelo

tempo de atuação na propriedade. Tem-se como ponto fraco da pesquisa, a falta de controle

por parte da G1, visto que a mesma não possui informações no que diz respeito a gestão da

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propriedade, impedindo basear as decisões em algo concreto e optar para o lado obscuro dos

fatos.

O estudo revelou que os conhecimentos técnicos adquiridos no curso de

Administração podem ser empregados em qualquer empresa, independente do porte, do ramo

ou do tempo de atividade no mercado, e que os administradores tem grande potencial no ramo

agropecuarista. Em contrapartida, os gestores precisam se adaptar com as mudanças trazidas

com a globalização e se capacitarem para inserirem no mercado, senão serão pressionados

pela cadeia produtiva e perderão ainda mais o poder de barganha. Por outro lado, as

facilidades de comercialização dos produtos aumentaram proporcionalmente com as

exigências do consumidor.

As principais limitações do estudo foram em relação ao tamanho da amostra, pois

houve dificuldade em encontrar participantes que seja Administrador atuante na propriedade

rural, impossibilitando aumentar o quantitativo dos entrevistados, pois não existe nenhum

órgão que informe sobre as propriedades rurais que são geridas por administradores. Outro

ponto que se destaca é a dificuldade encontrada na entrevista par repassar os termos técnicos

de maneira clara e concisa aos gestores, adaptando-os para palavras usadas no seu cotidiano.

Como contribuições para trabalhos futuros, sugere-se que seja estudado: o uso das

ferramentas da qualidade na maximização da lucratividade da empresa rural, onde poderá ser

verificada a adequação dessas ferramentas pelo administrador na propriedade, podendo

estudar a questão da qualidade na produtividade X quantidade de produção.

REFERÊNCIAS

1 ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócio. 2 ed. São Paulo: Atlas,2007.

2 ALBUQUERQUE, Marcos Cintra C. O perfil do administrador rural numa proposta

curricular. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-

75901985000400004&script=sci_arttext>. Acesso em: 16 set. 2013.

3 ALMEIDA, Jalcione. NAVARRO, Zander. (Orgs.) Reconstruindo a agricultura: ideias e

ideais na perspectiva do desenvolvimento rural sustentável. 3 ed. Porto Alegre: Editora da

UFRGS, 2009.

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4 ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para cursos de pós-

graduação: noções práticas. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2004.

5 BARBOSA, Fabiano Alvim. SOUZA. Rafahel Carvalho. Administração de fazendas de

bovinos: leite e corte. 2 ed. Viçosa, MG: Aprenda Fácil, 2011.

6 BRASIL. Lei nº 8.023, de 12 de abril de 1990 Altera a legislação do Imposto de Renda

sobre o resultado da atividade rural, e dá outras providências. Presidência da República - Casa

Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília, 12 de abril de 1990. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8023.htm>. Acesso em: 25 jul. 2013.

7 BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964. Estatuto da

Terra - Dispõe sobre o Estatuto da Terra, e dá outras providências. Disponível em:

<http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/104451/estatuto-da-terra-lei-4504-64>.

Acesso em: 27 ago. 2013.

8 BRASIL. Congresso. Senado. Resolução nº196 de 1996. Diretrizes e normas

regulamentadoras de pesquisas envolvendo Seres Humanos - Conselho Nacional de

Saúde. Disponível em: <http://www.bioetica.ufrgs.br/res19696.htm>. Acesso em: 28 jan.

2014.

9 Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. PIB Agro CEPEA – USP/CNA.

2013. Disponível em: <http://cepea.esalq.usp.br/pib/>. Acesso em: 16 set. 2013.

10 CERVO, Amado L. BERVIAN, Pedro A. Metodologia científica. 5 ed. São Paulo:

Pearson Prentice Hall, 2002.

11 COSTA, Antônio José de Oliveira. O poder da agricultura empresarial. São Paulo:

Saraiva, 2007.

12 COLUSSO, Ana Cláudia. ALVES, Patrícia Medianeira da Costa. Empresa rural e o novo

Código Civil 1º Simpósio De iniciação científica dos cursos de Ciências Contábeis de Santa

Maria. Julho de 2005. Disponível em:

<https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=0CDUQ

FjAB&url=http%3A%2F%2Fcascavel.ufsm.br%2Frevistas%2Fojs-

2.2.2%2Findex.php%2Fcontabilidade%2Farticle%2Fdownload%2F6148%2F3655&ei=zAh

WUu2ALs7l4APom4DgCA&usg=AFQjCNFTd2K_BIBEDOLLoZ639TCaC89jkA>. Acesso

em: 05 ago. 2013.

13 DUARTE, Jorge. BARROS, Antônio (orgs.). Métodos e técnicas de pesquisa em

comunicação. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2006.

14 EYERKAUFER, Marino Luiz. Contabilidade Gerencial na Gestão de Propriedades

Rurais: um estudo das propriedades leiteiras no extremo Oeste do Estado de Santa Catarina.

Dissertação de Mestrado. FURB. Blumenau: 2007. Disponível em:

<http://proxy.furb.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=445>. Acesso em: 02 fev.

2014.

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43

15 ________. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999.

16 GORGES, Anandra et al. Avaliação das atividades desenvolvidas numa propriedade

familiar rural sob a ótica da administração de agronegócio. VII SEGeT – Simpósio de

Excelência em Gestão e Tecnologia – 2010. Disponível em:

<http://www.aedb.br/seget/artigos10/309_Agropecuarias.pdf> Acesso em: 23 jul. 2013.

17 MARION, José Carlos. SANTOS, Gilberto José dos Santos. SEGATTI, Sonia.

Administração de custos na agropecuária. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

18 MARION, José Carlos. Contabilidade rural: contabilidade agrícola e contabilidade da

pecuária. 13 ed. São Paulo: Atlas, 2012.

19 MARQUES, Benedito Ferreira. Direito Agrário Brasileiro. 9 ed. rev. e ampl. São Paulo:

Atlas, 2011.

20 MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Fundamentos de Administração – manual

compacto para cursos de formação tecnológica e sequenciais. São Paulo: Atlas, 2004.

21 MARCONI, Marina de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 5 ed. 2

reimpr. São Paulo: Atlas, 2008.

22 ________. Fundamentos de metodologia científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003.

23 MICHELINI, Carlos Roberto. Legitimidade da propriedade rural: a engenharia na

legalização e legitimação da propriedade rural e na garantia de investimentos rurais. 2 ed.

Mato Grosso: KCM, 2012.

24 RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 6 ed. 5

reimpr. São Paulo: Atlas, 2011.

25 SILVA, Roni Antônio Garcia da. Administração Rural: teoria e prática. 2 ed. 2 reimpr.

Curitiba: Juruá Editora, 2011.

26 SILVA, Adriano Camiloto da. TORRES NETO, Diogo Gonzaga. QUINTINO, Simone

Marçal. Manual do artigo científico do curso de Administração. Fundação Universidade

Federal de Rondônia. Cacoal-RO: 2010.

27 SILVA, Edna Lúcia da. MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e

elaboração de dissertação. 4 ed. rev. e atual. Florianópolis: 2005. Disponível em:

<http://www.convibra.com.br/upload/paper/adm/adm_3439.pdf>. Acesso em: 01 fev. 2014.

28 TEJON, José Luiz. XAVIER, Coriolano. Marketing e agronegócio: a nova gestão –

diálogo com a sociedade. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

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44

29 Universidade Federal do Amazonas. Termo de consentimento livre e esclarecido.

Disponível em:

<http://www.cep.ufam.edu.br/attachments/005_Exemplo%20de%20TCLE.pdf>. Acesso em:

28 jan. 2014.

30 ZUIN, Luís Fernando Soares. QUEIROZ, Timóteo Ramos. Agronegócio: Gestão e

inovação. São Paulo: Saraiva, 2006.

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ANEXOS

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ANEXO A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário (a), da pesquisa sobre Atuação do

administrador em uma empresa rural como vantagem competitiva no setor do agronegócio no município

de Cacoal, no caso de você concordar em participar, favor assinar ao final do documento. Sua participação não é

obrigatória, e, a qualquer momento, você poderá desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa

não trará nenhum prejuízo em sua relação com a pesquisadora ou com a instituição.

Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e endereço da pesquisadora, podendo tirar dúvidas

do projeto e de sua participação.

PROGRAMA: Pesquisa Científica – Universidade Federal de Rondônia - UNIR

PESQUISADOR (A) RESPONSÁVEL: Elenice Oliveira Cruz.

ENDEREÇO: Rua Machado de Assis nº 2493, Bairro: Novo Horizonte, Cacoal.

TELEFONE: (69) 9279-8033 ou (69) 9913-2962.

OBJETIVOS:

Identificar as principais ferramentas de gestão utilizadas pelos administradores rurais;

Estudar os principais fatores competitivos que se obtém com a contratação de um administrador em

uma empresa rural.

Verificar como o administrador rural poderá trazer vantagem competitiva e o fomento ao agronegócio

local, por meio do gerenciamento.

Verificar o perfil desejado do administrador rural;

PROCEDIMENTOS DO ESTUDO: se concordar em participar da pesquisa, você terá que responder a uma

entrevista sobre a atuação do administrador em uma empresa rural como vantagem competitiva no setor do

agronegócio, contendo 30 questões abertas referentes a gestão da propriedade rural. Os dados coletados serão

tabulados e analisados para a conclusão do artigo de graduação do curso de Administração da Universidade

Federal de Rondônia – UNIR.

RISCOS E DESCONFORTOS: a pesquisa não oferece nenhum risco ou prejuízo ao participante.

BENEFÍCIOS: Trará um conhecimento a cerca do perfil do administrador de uma empresa rural com a

possibilidade de futuras melhorias no setor do agronegócio.

CUSTO/REEMBOLSO PARA O PARTICIPANTE: Não haverá nenhum gasto ou pagamento com sua

participação.

CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: Garantia de sigilo que assegure a sua privacidade quanto aos

dados confidenciais envolvidos na pesquisa. Os dados e o seu nome não serão divulgados.

_______________________________

Assinatura do Participante:

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APÊNDICE

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APÊNDICE A: ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO NÃO PARTICIPANTE NA EMPRESA RURAL:

LOCAL

O ambiente de trabalho é organizado?

( ) Sim

( ) Não

OBS.:_____________________________________________________________________________________

A estrutura física está em boa qualidade?

( ) Sim

( ) Não

OBS.:_____________________________________________________________________________________

Existe aproveitamento da área?

( ) Sim

( ) Não

OBS.:_____________________________________________________________________________________

Existe aproveitamento dos materiais disponíveis na natureza?

( ) Sim

( ) Não

OBS.:_____________________________________________________________________________________

Existem na propriedade os seguintes recursos?

( ) Água tratada

( ) Energia elétrica

( ) Internet

( ) Sistema de informação (tecnológico ou manual).

( ) Transporte da produção

Existem tecnologias na propriedade?

( ) Sim

( ) Não

Quais?_____________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

OBS.:_____________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

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APÊNDICE B: ROTEIRO DE ENTREVISTA

Dados do gestor

1) Qual a sua idade? _________

2) Qual o seu grau de instrução?

( ) Analfabeto

( ) Ensino fundamental ( ) completo ( ) incompleto

( ) Ensino Médio ( ) completo ( ) incompleto

( ) Curso técnico ( ) completo ( ) incompleto

( ) Ensino superior ( ) completo ( ) incompleto

( ) Pós-graduação ( ) completo ( ) incompleto

3) Qual o tempo de atuação como gestor na propriedade rural? _____________

4) Você já desenvolveu algum formulário específico para o tipo de produção da propriedade/empresa rural?

( ) Não

( ) Sim. Qual?___________________________________________________________________________.

Dados da Empresa:

5) Qual é o negócio principal da propriedade/empresa rural? Existem outros? Qual?

_________________________________________________

6) Quais as principais dificuldades na gestão da propriedade/empresa rural?

________________________________________________________________

7) Qual o tamanho da propriedade?______________________

8) Quantidade de funcionários:______________ 9) Renda anual:______________

10) Quantidade de animais na propriedade:

Matrizes ______________

Gado de corte _________

Gado de leite __________

Suíno_______________

Equino______________

Aves_______________

11) Financiamento de recursos

( ) Recursos próprios. Percentual _____________.

( ) recursos de terceiros. Percentual ___________.

Gestão da empresa

12) Há separação das contas bancárias particulares dos da empresa rural?

( ) Sim ( ) Não

13) Separação das despesas particulares dos negócios da empresa?

( ) Sim ( ) Não

14) A contabilidade e os controles financeiros são realizados na propriedade/empresa rural?

( ) Sim ( ) Não

15) Os relatórios contábeis e financeiros (Balanço, DRE, fluxo de caixa e outros) são utilizados como

instrumento no processo decisório?

( ) todos são utilizados

( ) a maioria é utilizado

( ) poucos são utilizados

( ) não são utilizados

16) Anotações para tomada de decisão

( ) não tem

( ) para Imposto de Renda

( ) livro caixa

( ) livro caixa, IR e outros

( ) pela contabilidade

( ) anotações simplificadas

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17) Caso tenha alguma das anotações citadas da questão anterior, qual a forma de registro e organização

( ) computador

( ) caderno simples

( ) planilhas pré-impressas

( ) documentos em pastinhas

18) Tais anotações quando feitas são efetuadas

( ) Pelo proprietário

( ) familiares do proprietário

( ) terceiros contratados

( ) administrador/gerente

19) Assinale sobre a periodicidade e a importância do controle gerencial

Periodicidade com que os instrumentos de controle gerencial são

utilizados

Importância dos instrumentos

utilizados

Diá

rio

Sem

anal

Men

sal

An

ual

Não

é

uti

liza

do

Dis

cord

o

tota

lmen

te

Dis

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cial

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Nem

dis

cord

o

nem

con

cord

o

Co

nco

rdo

par

cial

men

te

Co

nco

rdo

tota

lmen

te

Boletim de caixa ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Controle de vendas ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Fluxo de caixa ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Demonstração de resultado ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Balanço patrimonial ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Contas a pagar ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Análise econômica e financeira ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Ponto de equilíbrio ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Contas a receber ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Demonstração de resultado ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Controle bancário ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Controle de custos ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Sistema de planejamento ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Orçamento ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Controle de estoques ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Controle orçamentário ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Inflação na apuração dos custos ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

20) Caso não tenha ainda formalizado um sistema de controle gerencial, quais os motivos?

( ) não conhece

( ) acha o custo elevado

( ) custo X benefício devido ao porte

( ) falta de conhecimento para utilização

( ) não acredita em sistemas formais

) Outros.Cite_____________________________________________________________________________

21) Os instrumentos gerenciais de controle de informações favorecem a tomada de decisão ?

( ) Sim ( ) Não Porquê? _______________________________________________________

22) A empresa possui informação dos custos de produção

Mão de obra e provisões ( ) sim ( ) não

Alimentação ( ) sim ( ) não

Sanidade ( ) sim ( ) não

Reprodução ( ) sim ( ) não

Ordenha ( ) sim ( ) não

Impostos ( ) sim ( ) não

Impostos variáveis ( ) sim ( ) não

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Despesas diversas ( ) sim ( ) não

Depreciação ( ) sim ( ) não

Remuneração da terra ( ) sim ( ) não

Remuneração do capital investido ( ) sim ( ) não

Remuneração do capital de giro ( ) sim ( ) não

Remuneração do empresário ( ) sim ( ) não

23) Formação do preço de venda

( ) O preço é determinado pela integradora/compradora dos produtos e nunca discute a questão.

( ) negocia o preço dos produtos de acordo com o seu custo de produção.

( ) vende o produto pelo melhor preço nem que seja necessário trocar de integradora/compradora.

24) Há departamentalização na empresa a fins de apuração de custos?

( ) Sim ( ) Não

Caso positivo, quais os departamentos:

( ) pastagens

( ) ordenha

( ) resfriamento

( ) criação novilhas

( ) outras atividades

( ) administrativo

( ) financeiro ( ) Outros. Cite _____________________________________________

25) Controle de qualidade dos produtos:

( ) dentro dos padrões recomendados ( ) acima dos padrões recomendados

( ) abaixo dos padrões recomendados ( ) não sabe

26) Quais as principais ferramentas que o administrador utiliza na gestão da empresa?

R:________________________________________________________________________________________

27) Como o administrador rural poderá trazer vantagem competitiva em relação as outras empresas do setor?

R:________________________________________________________________________________________

28) Existem parcerias com associações, cooperativas ou algum tipo de organização governamental?

R:________________________________________________________________________________________

29) Já obteve alguma consultoria de outro especialista na propriedade como engenheiro agrônomo, biólogo,

zootecnia , ou áreas afins no intuito de maximizar a lucratividade da propriedade?

R:________________________________________________________________________________________

30) Como gestor da propriedade, consegue mensurar separadamente a lucratividade de cada espécie de animal

ou plantio de cada item produzido?

R:________________________________________________________________________________________

Termo de Consentimento: Eu ____________________________________________________ declaro que de

livre e espontânea vontade participei da pesquisa.

Assinatura do participante: __________________________.Local e data: ______________________________.

Caso não queira identificar-se, marque o campo seguinte: ( ).

A pesquisadora responsável por este Artigo é ELENICE OLIVEIRA CRUZ do curso de Bacharel em

Administração, com o trabalho de conclusão de curso com o tema: O ADMINISTRADOR RURAL COMO

VANTAGEM COMPETITIVA NO SETOR DO AGRONEGÓCIO, sob orientação da Prof.ª Ms. SIMONE

MARÇAL QUINTINO. Esta pesquisa é de caráter sigiloso. Não serão divulgados nomes de participantes.