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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL E MEIO AMBIENTE ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE DA CIDADE DE PORTO VELHO POR MEIO DE UMA CESTA DE INDICADORES ISAAC COSTA ARAÚJO FILHO Porto Velho (RO) 2018

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NÚCLEO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL E

MEIO AMBIENTE

ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE DA CIDADE DE PORTO VELHO POR MEIO

DE UMA CESTA DE INDICADORES

ISAAC COSTA ARAÚJO FILHO

Porto Velho (RO)

2018

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NÚCLEO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL E

MEIO AMBIENTE

ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE DA CIDADE DE PORTO VELHO

ATRAVÉS DE UMA CESTA DE INDICADORES

ISAAC COSTA ARAÚJO FILHO

Orientador: Dr. Artur de Souza Moret

Porto Velho (RO)

2018

Dissertação de Mestrado apresentada junto ao

Programa de Pós-Graduação em

Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente,

Área de Concentração em Desenvolvimento

Sustentável e Diagnóstico Ambiental para

obtenção de título de Mestre em

Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.

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RESUMO

A sustentabilidade é um tema que está na agenda das cidades quando se discute o

desenvolvimento municipal. Esta pesquisa adota a metodologia desenvolvida por Vasconcelos

e Souza (2010) que constrói o Índice de Desenvolvimento Sustentável Municipal Participativo

(IDSMP) e nesta pesquisa se calcula o IDSMP para a cidade de Porto Velho, estado de

Rondônia. Trata-se de um instrumento já utilizado em vários locais, citando-se como

exemplos os municípios de Cabaceiras e Guarabira, no estado da Paraíba. Tal índice é

importante para que gestores públicos e privados possam tomar decisões sobre os rumos da

sustentabilidade local. Trata-se de um estudo qualitativo e explicativo. Na fase de coleta de

dados, foram extraídos os resultados de 38 indicadores de sustentabilidade, sendo 7 sobre a

dimensão cultural, 12 acerca da dimensão social, 05 sobre a dimensão demográfica, 04 tratam

da dimensão política institucional, 04 tratam da dimensão ambiental e 06 da dimensão

econômica. Como resultado, pode-se apresentar que o munícipio obteve o resultado de 1

sobre a dimensão cultural, 0,6860 para a dimensão social, 0,5159 para a dimensão

demográfica, 0,7392 para a dimensão político institucional, 0,4237 para a dimensão ambiental

e 0,7713 para a dimensão econômica, o que acabou gerando um IDSMP de 0,6893 para a

municipalidade e, segundo o método, a localidade está em um patamar aceitável de

sustentabilidade. Vale salientar que o parâmetro de interpretação do resultado deste índice

está compreendido entre os números 0 e 1, sendo que o menor nível de sustentabilidade

encontra-se no resultado 0 e o maior está em 1.

Palavras-chave: Desenvolvimento Sustentável. Indicadores de Sustentabilidade. IDSMP.

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ABSTRACT

Sustainability is a theme that is on the agenda of cities when discussing municipal

development. This research adopts the methodology developed by Vasconcelos and Souza

(2010) that builds the Participatory Municipal Sustainable Development Index (IDSMP) and

in this research the IDSMP is calculated for the city of Porto Velho, state of Rondônia. It is an

instrument already used in several places, citing as examples the municipalities of Cabaceiras

and Guarabira, in the state of Paraíba. This index is important so that public and private

managers can make decisions about the directions of local sustainability. This is a qualitative

and explanatory study. In the data collection phase, the results of 38 sustainability indicators

were extracted, 7 of which were cultural, 12 were social, 05 were demographic, 04 were

institutional policies, 04 were environmental, and 06 of the economic dimension. As a result it

can be shown that the municipality obtained the result of 1 on the cultural dimension, 0.6860

for the social dimension, 0.5159 for the demographic dimension, 0.7392 for the institutional

political dimension, 0.4237 for the dimension environmental and 0.7713 for the economic

dimension, which resulted in an IDSMP of 0.6893 for the municipality and according to the

method the locality is at an acceptable level of sustainability. It is worth noting that the

parameter of interpretation of the result of this index is comprised between the numbers 0 and

1, the lowest level of sustainability being in result 0 and the largest is in 1.

Key words: Sustainable Development. Sustainability Indicators. IDSMP.

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DEDICATÓRIA

Consagro este trabalho inteiramente a Deus, a Ele toda Honra e toda Glória!

Dedico à minha esposa Juliana, minhas filhas Valentina e Gabriela, por todo apoio

mesmo nos momentos difíceis, e também ao meu professor orientador Dr. Artur de Souza

Moret, por confiar em meu trabalho e por toda a dedicação, paciência, apoio e incentivo

despendidos durante esses 2 anos de curso.

Aos meus pais Isaac Costa Araújo e Maria Lina Braga Dias Araújo, que me

educaram e me fizeram entender de forma definitiva e irrefutável, a importância da formação

acadêmica para o desenvolvimento do meu futuro profissional e pessoal.

Finalmente, a todas as pessoas que participaram direta ou indiretamente da

construção da presente vitória.

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“Experiência não é o que acontece com o homem. E sim, o que

o homem faz com aquilo que lhe acontece.”

(Aldous Huxley)

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Dimensões e variáveis e a relação positiva ou negativa............................. 29

Quadro 2- Classificação em níveis de sustentabilidade ....................................................... 31

Quadro 3- Resultados dos Pesos atribuídos pelos especialistas ................................. 33

Quadro 4- Dimensões e variáveis com suas respectivas fontes .................................. 35

Quadro 5- Dados secundários coletados e utilizados no IDSMP .............................. 37

Quadro 6- Resultados e cálculo do IDC ..................................................................... 39

Quadro 7- Níveis de Sustentabilidade de cada Indicador ........................................... 40

Quadro 8- Resultados e cálculo do IDS ...................................................................... 41

Quadro 9- Resultados da Dimensão Social e os níveis de sustentabilidade................ 42

Quadro 10- Comparativo com resultados mínimos e máximos ................................... 43

Quadro 11- Resultados da Dimensão Demográfica ..................................................... 44

Quadro 12- Dimensão Demográfica e os níveis de sustentabilidade ........................... 44

Quadro 13- Resultados da Dimensão Político-Institucional ......................................... 45

Quadro 14- Dimensão Político-Institucional e os níveis de sustentabilidade .............. 46

Quadro 15- Comparativo com resultados mínimos e máximos ................................... 46

Quadro 16- Resultados da Dimensão Ambiental ......................................................... 47

Quadro 17- Dimensão ambiental e os níveis de sustentabilidade ................................ 48

Quadro 18- Comparativo com resultados mínimos e máximos ................................... 48

Quadro 19- Resultados da Dimensão Econômica ........................................................ 49

Quadro 20- Dimensão Econômica e os Níveis de sustentabilidade ............................. 49

Quadro 21- Comparativo com resultados mínimos e máximos ................................... 51

Quadro 22- Resultado simulado do Índice Gini ........................................................... 53

Quadro 23- Resultado simulado do Indicador de Analfabetismo Funcional ................ 53

Quadro 24- Resultado simulado do Indicador de Adequação de Moradias ................. 54

Quadro 25- Resultados e cálculo dos IDS Simulados .................................................. 54

Quadro 26- Nível de Sustentabilidade - Razão - população urbana/rural simulado ..... 56

Quadro 27- Nível de Sustentabilidade dos IDD Simulados ......................................... 56

Quadro 28- Nível de Sustentabilidade - Acesso a Serviço de Telefonia Fixa .............. 57

Quadro 29- Nível de Sustentabilidade do Indicador Participação nas eleições ............ 58

Quadro 30- Nível de Sustentabilidade do IDPI ............................................................ 58

Quadro 31- Nível de Sustentabilidade – Acesso a esgotamento sanitário ................... 59

Quadro 32- Nível de Sustentabilidade - Acesso a Abastecimento de Água …………. 60

Quadro 33- Nível de Sustentabilidade – Consumo médio per capita .......................... 60

Quadro 34- Resultados do IDA Simulados .................................................................. 61

Quadro 35- Simulação da Participação da Agropecuária no PIB ................................. 61

Quadro 36- Nível de Sustentabilidade do IDE simulado ............................................. 62

Quadro 37- Quadro Geral Comparativo de Resultados ................................................ 63

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 8

2.1 O Desenvolvimento Sustentável ........................................................................... 8

2.2 Sistema de Indicadores .......................................................................................... 13

2.3 As Dimensões da Sustentabilidade ....................................................................... 15

2.4 Desenvolvimento Regional Sustentável ………………………………………... 21

3 PROCEDIMENTOS DA PESQUISA ………………….………………………. 25

3.1 Tipo da pesquisa ……………………………………........…………………..….. 25

3.2 Referencial Metodológico ..................................................................................... 25

3.3 Fases da pesquisa ………………………………………………........………..…. 27

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ................................................. 32

4.1 Caracterização do Município ............................................................................... 32

4.2 Ponderação dos Indicadores ............................................................................... 33

4.3 Coleta de Dados Secundários ............................................................................. 35

4.4 Construção do IDSMP ........................................................................................ 38

4.4.1 O IDSMP da Dimensão Cultural ........................................................................... 38

4.4.2 O IDSMP da Dimensão Social .............................................................................. 40

4.4.3 O IDSMP da Dimensão Demográfica ................................................................... 44

4.4.4 O IDSMP da Dimensão Político Institucional ....................................................... 45

4.4.5 O IDSMP da Dimensão Ambiental ....................................................................... 47

4.4.6 O IDSMP da Dimensão Econômica ...................................................................... 49

5 SIMULAÇÕES PARA MELHORAR OS INDICADORES ........................... 53

5.1 Dimensão Social ................................................................................................... 53

5.1.1 Índice GINI da Distribuição do Rendimento ..................................................... 53

5.1.2 Indicador de Analfabetismo Funcional ................................................................. 54

5.1.3 Indicador Adequação de Moradias ........................................................................ 54

5.2 Dimensão Demográfica ....................................................................................... 56

5.2.1 Indicador Razão entre População Urbana/População Rural .................................. 56

5.3 Dimensão Político – Institucional ....................................................................... 57

5.3.1 Indicador Acesso a Serviços de Telefonia ............................................................. 58

5.3.2 Indicador de Participação nas Eleições ................................................................. 59

5.4 Dimensão Ambiental ........................................................................................... 60

5.4.1 Indicador Acesso a Esgotamento Sanitário ........................................................... 60

5.4.2 Indicador Acesso Sistema de Abastecimento de Água ......................................... 60

5.4.3 Indicador de Consumo médio per capita de água ................................................. 61

5.5 Dimensão Econômica .......................................................................................... 62

5.5.1 Indicador de Participação da Agropecuária no PIB .............................................. 62

5.6 O IDSMP Simulado ............................................................................................. 63

5.7 Quadro Geral Comparativo de Resultados ………………………………….. 64

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 66

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 69

APENDICE A – Formulário aplicado aos Especialistas .................................. 75

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1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento sustentável é um tópico bastante discutido pela Ciência e pela

sociedade em geral. Isso ocorre devido à importância que os indicadores de sustentabilidade

apresentam quando se deseja obter um retrato lógico e racional do impacto dos resultados

econômicos. Esses indicadores ajudam a apontar os caminhos a serem trilhados visando ao

desenvolvimento sustentável. Assim, considerando isso, a proposta desta pesquisa é, por meio

da agregação de 38 indicadores de sustentabilidade, construir um Índice de Desenvolvimento

Sustentável Participativo do Município (IDSMP) para a cidade de Porto Velho, estado de

Rondônia.

Para a definição dos indicadores de sustentabilidade a serem utilizados, tomou-se por

base a pesquisa de Martins e Cândico (2008), que utiliza 48 indicadores, porém, tendo em

vista a ausência de alguns dados, especialmente no que se refere aos municípios do interior do

Estado, houve a impossibilidade de se construir 10. Assim, os 38 indicadores eleitos são os

seguintes: Bibliotecas, Museus, Centro Cultural, Unidades de ensino superior, Ginásio de

esportes e Estádios, Cinema, Teatros ou salas de espetáculos, Índice de Gini da Distribuição

do Rendimento, Rendimento familiar per capita (% até 1/2 Salário Mínimo), Famílias

atendidas por benefícios sociais, Razão de renda entre população masculina e feminina,

Esperança de vida ao nascer, Taxa de mortalidade infantil, Taxa de escolarização, Taxa de

alfabetização, Analfabetismo funcional, Morte por acidente de transporte, Adequação de

moradias, Densidade demográfica, Razão entre a população masculina e feminina,

Distribuição de Rendimento por Faixa Etária, Taxa de Crescimento da População, Razão

entre População Urbana/Rural, Acesso a Serviços de Telefonia, Comparecimento nas

Eleições, Despesa por Função, Transferências Intergovernamentais da União, Acesso a

Esgotamento Sanitário, Acesso a Serviço de Coleta de Lixo Doméstico, Acesso a Sistema de

Abastecimento de Água, Consumo Médio per capita de Água, Produto Interno Bruto,

Participação da Agropecuária no Produto Interno Bruto, Participação da Administração

Pública no Produto Interno Bruto, Participação de Comércio/Serviços no Produto Interno

Bruto, Produto Interno Bruto per capita (R$1,0) e % Renda proveniente do trabalho.

A ferramenta a ser utilizada na cesta de indicadores é o Índice de Desenvolvimento

Sustentável Municipal Participativo - IDSMP, desenvolvida por Vasconcelos e Souza (2010),

que agrega os indicadores apresentados pelo município, demonstrando-se, ao final, por meio

de uma correlação, o índice de sustentabilidade atingido pela localidade em estudo. Trata-se

de um instrumento bastante utilizado, citando-se, como exemplos, os municípios de

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Cabaceiras e Guarabira, no estado da Paraíba.

A pesquisa realizada tem duas fases: na primeira, foi utilizado um questionário com

os professores dos programas de pós-graduação que possuem relação com o tema

sustentabilidade, e este levantamento foi universal nos cursos de pós-graduação na

Universidade Federal de Rondônia, especificamente nos cursos a seguir: Desenvolvimento

Regional e Meio Ambiente, Administração, Ciências Biológicas e Geografia da Unir.

Entretanto, os respondentes foram apenas 31%, 22 repondentes. Na segunda fase da

pesquisa, se trabalhou com dados secundários obtidos em documentos oficiais.

Quanto ao problema de pesquisa, salienta-se o desafio que é o desenvolvimento

sustentável para as cidades, principalmente, aquelas que estão na Amazônia. De fato, várias

cidades amazônicas possuem uma biodiversidade exuberante, mas estão ameaçadas pela

ocupação recente da região, que tem sido conduzida de modo predatório para o meio

ambiente. Por sua vez, acerca da pergunta de pesquisa temos: Qual o nível do

desenvolvimento sustentável da cidade de Porto Velho quando analisada à luz de múltiplos

indicadores (cesta de 38 indicadores)?

Como Hipótese de Pesquisa a ser confirmada ou negada tem-se: A sustentabilidade

do município de Porto Velho encontra-se em um patamar aceitável, devido ao fato de ter

alguns resultados de indicadores melhores do que o restante dos municípios do Estado,

mesmo porque houve na última década empreendimentos importantes e que a questão

econômica foi importante, entretanto, nas outras variáveis os resultados não sejam muito

bons.

Sobre a justificativa, inicia-se citando a ideia de Quiroga (2001), que defende que

“tecnicamente, um indicador pode ser definido como a função de uma ou mais variáveis, que

conjuntamente medem uma característica ou atributo de indivíduos em um estudo”. Por sua

vez, Bellen (2005) afirma que as principais funções dos indicadores passam por “avaliar as

condições e tendências de um fenômeno observado com relação às metas e objetivos

pretendidos podendo alertar previamente e antecipar futuras condições”.

Partindo desta premissa, entende-se que o indicador aplicado a qualquer

municipalidade pode demonstrar um fenômeno ou característica para aquele lugar, inclusive,

em casos de utilização em vários períodos, possibilitando a criação de informações históricas

para aquela área de atuação naquele município, porém, demonstrando apenas as informações

contidas naqueles dados.

Dentro desse contexto, a utilização de uma cesta de indicadores, em vez de analisá-

los de forma individual, traz como principal benefício a possibilidade de uma correlação entre

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os dados, o que gera informações mais precisas, aproximando o gestor da tomada de decisões

de uma forma mais realista e compatível com a problemática da localidade. Isso possibilita

resultados mais eficientes e eficazes para a população.

Portanto, a construção de um IDSMP para o Município de Porto Velho contribuiu,

sobremaneira, quando possibilitou a correlação entre os indicadores o que, segundo

Vasconcelos e Souza (2010), corrobora com a principal função do IDSMP, a de influenciar os

gestores, especialmente os públicos, a utilizarem os indicadores de sustentabilidade como

critérios para a tomada de decisões, uma vez que cada indicador reflete um aspecto da cidade

e, se implantado, poderá elevar o espaço urbano ao status de “espaço sustentável”.

Como objetivo geral do trabalho foi definido: Construir o IDMSP para a cidade de

Porto Velho, por meio de uma cesta composta por 38 indicadores, visando produzir

informações norteadoras do desenvolvimento sustentável da cidade, bem como analisar a

influência de cada indicador com relação à sustentabilidade do município.

Dentro deste contexto, foram definidos como objetivos específicos os que seguem:

Estudar e explorar conceitos e referencial teórico acerca de indicadores de sustentabilidade

incluídos no IDSMP e dos Sistemas de Indicadores; Construir o IDSMP para as Dimensões

Cultural, Social, Demográfica, Político-Institucional, Ambiental e Econômica; Construir o

IDMSP para o município de Porto Velho e analisar o comportamento de cada indicador em

contraposição ao comportamento da cesta de indicadores; Identificar e analisar como os

resultados podem interferir na gestão da cidade para melhorar a sustentabilidade.

Por sua vez, os resultados desta pesquisa trarão uma reflexão importante, sob o ponto

de vista acadêmico, acerca a sustentabilidade do município de Porto Velho, onde poderá

fornecer informações para futuras pesquisas, principalmente, no que se refere à metodologia

adotada, que pode ser perfeitamente utilizada em qualquer município do Estado.

A presente pesquisa foi dividida em seis partes: a Introdução; na segunda parte serão

tratados alguns referenciais teóricos que estudam a sustentabilidade, bem como os

instrumentos de sua mensuração, e, por sua vez, a parte três apresentou toda a questão

metodológica da pesquisa. Enquanto isso, a quatro apresentou os resultados e suas respectivas

análises; a cinco apresentou algumas simulações de resultados para que possam ser majorados

os níveis de sustentabilidade do município e, por fim, apresentou-se a conclusão.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O Desenvolvimento Sustentável

A história relata que o alicerce para construção e solidificação do princípio do

desenvolvimento sustentável foi a necessidade de avanços econômicos para os países

subdesenvolvidos, inclusive com a apropriação de novas tecnologias dos países

desenvolvidos, sem ultrapassar, entretanto, os limites necessários para manter o equilíbrio

ecológico. Nessa via, Saeta (2012) nos informa que a expressão sustentabilidade é originada

do latim sustento: “a palavra sustentar origina-se do latim suportar, proteger, manter, cuidar,

conservar. Logo, a sustentabilidade é a característica ou condição de manter, conservar um

conjunto de elementos necessários à manutenção de vida.”

Deste modo, a expressão ou termo “desenvolvimento sustentável” começou a ser

gestado e debatido, no cenário internacional, com a Conferência das Nações Unidas sobre o

Meio Ambiente Humano, ocorrida em 1972 e mundialmente conhecida como Conferência de

Estocolmo, que foi organizada pelas Nações Unidas – ONU. O evento reuniu autoridades,

organizações governamentais e não governamentais, pesquisadores e estudiosos de várias

partes do mundo com o objetivo de discutir a reação do homem com o meio ambiente, mais

especificamente a questão da degradação ambiental e as possibilidades de se encontrar o

equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente (LAGO,

2007).

Os autores Rosa e Staffen (2012) mencionam que a principal inquietação presente na

Conferência de Estocolmo era a necessidade de aliar o desenvolvimento com a preservação

dos recursos naturais. Tanto é verdade, alegam os autores, que, no primeiro princípio dessa

convenção, se fez constar que o homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade, ao

gozo de condições de vida adequadas num meio ambiente de tal qualidade que lhe permita

levar uma vida digna e gozar do bem-estar, e, ainda, tem solene obrigação de proteger e

melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras.

O encontro, acima mencionado, deu origem ao documento intitulado Declaração da

Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (ONU, 1972) no qual se

reconheceu o direito humano a um meio ambiente de qualidade e capaz de permitir uma vida

digna; ainda que o termo “desenvolvimento sustentável” não conste expressamente no aludido

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documento político, a temática abriu caminho para uma sequência de debates no cenário

global.

No ano de 1987, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento

– CMMAD criou o Relatório de Brundtland (CMMAD, 1991) – também denominado como

Relatório Nosso Futuro Comum – e definiu o Desenvolvimento Sustentável “como um

processo que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações

futuras de suprir suas próprias necessidades” (CMMAD, 1991, p. 46), para além disso. O

relatório, em questão, estipulou metas que deveriam ser observadas por todos os países com o

propósito de estagnar a marcha das depredações ambientais e alcançar um ponto de equilíbrio

e conscientização na relação homem versus meio ambiente, perpassando a compreensão de

que desenvolvimento sustentável é também um processo de transformação pulsante em que se

verifica uma harmonização entre a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a

orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional. Tudo isso potencializa

e reforça o presente e o futuro, a fim de atender as necessidades e aspirações humanas

(CMMAD, 1991).

Santana et al (2014) elucidam que as batalhas constantes para diligência e atenção às

questões sociais e ambientais exigiram um novo comportamento de países, a fim de garantir a

sustentabilidade.

Ainda a respeito do Relatório de Brundtland, Freitas (2016, p. 48-49) realça sua

relevância histórico-social e assevera que a definição de sustentabilidade reclama uma visão

mais holística do conceito, como segue:

(...) sustentável é a política que insere, de modo homeostático, todos os seres

vivos, de algum modo, neste futuro comum (sob pena de se tornar abstração

pouco útil), sem que haja apego excessivo a determinado padrão material de

vida. Considerar a satisfação das necessidades das gerações atuais e futuras

foi e é importante, mas diz muito pouco sobre o caráter da sustentabilidade,

em termos axiológicos e valorativos. A sustentabilidade faz assumir,

ativamente, as demandas propriamente relacionadas ao bem-estar físico,

psíquico e espiritual, a longo prazo.

A discussão acerca do desenvolvimento sustentável foi intensificada no ano de 1992,

quando a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento –

CNUMAD promoveu, na cidade do Rio de Janeiro, um dos mais significativos eventos

históricos: a Rio-92, ou Eco-92, ou ainda, Cúpula da Terra. Desse contexto, surgiu a Agenda

21 (CNUMAD, 1992), documento que consubstancia relevante plano de ação e metas para o

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alcance do desenvolvimento sustentável, primando-se pela diminuição das desigualdades

sociais e erradicação da pobreza.

Jacobi (2003) pondera que foi com a Agenda 21 que o desenvolvimento sustentável

foi apreendido em múltiplas dimensões e ressalva que, não obstante as inúmeras críticas a que

tem sido sujeito, o conceito de desenvolvimento sustentável representa um importante avanço,

na medida em que a Agenda 21 global, como plano abrangente de ação para o

desenvolvimento sustentável no século XXI, considera complexa a relação entre o

desenvolvimento e o meio ambiente numa variedade de áreas, destacando a sua pluralidade,

diversidade, multiplicidade e heterogeneidade.

A história registra outros eventos que sucederam a Eco 92, como exemplo, a Rio+10,

na qual se amadureceu uma concepção mais abrangente de sustentabilidade. Bodnar e Freitas

(2016) confirmam que foi somente na Rio+10, realizada em Johanesburgo no ano de 2002,

que houve a consagração de um conceito de sustentabilidade em uma dimensão global, para

além das perspectivas ecológica, social e econômica, como qualificadoras de qualquer projeto

de desenvolvimento. Nessa perspectiva, os autores reforçam que, sem justiça social, não é

possível alcançar um meio ambiente sadio e equilibrado na sua perspectiva ampla, nessa

seara. É a partir de 2002 que passa a ser adequado utilizar a expressão ‘sustentabilidade’, ao

invés de desenvolvimento com o qualificativo ‘sustentável’.

E a Rio+20 (ONU, 2012), que legou o documento ‘O Futuro que Queremos’, é

apelidado de ‘Transformando Nosso Mundo’. Seu maior legado consiste no

comprometimento de 193 nações em alcançar, até o ano de 2030, os objetivos e metas

propostos para concretização do desenvolvimento sustentável.

Ante esse contexto histórico-evolutivo, é notório que o debate acerca do

desenvolvimento sustentável vem, cada vez mais, alargando sua relevância e expressão

jurídica no âmbito internacional, nacional e local. No que concerne ao desenvolvimento

sustentável de dada localidade, evidencia-se a necessidade de envolvimento de vários atores

sociais locais visto que “a eficácia da sustentabilidade está em envolver todos os atores

envolvidos num mesmo processo” (RANAURO, 2004).

Para Ferrer (2012), alcançar uma sociedade sustentável supõe, também, formalizar

um pacto com a terra, de modo a haver compromisso com a possibilidade de manter os

ecossistemas essenciais que fazem possível a subsistência humana como espécie em uma

condição ambiental aceitável. O autor defende que é imprescindível reduzir drasticamente as

demandas de consumo de capital natural para alcançar níveis razoáveis de reposição.

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Nessa perspectiva, o estudo ou pesquisa acerca do desenvolvimento sustentável de

uma região ou localidade específica requer um conjunto de ações que devem ser observadas

pelo Poder Público local em parceria com a sociedade civil organizada, posto que “não há

como pensar em sustentabilidade sem a contribuição equitativa das comunidades e seus

saberes” (RANAURO, 2004). Nesse contexto, surge a necessidade de se eleger indicadores

capazes de revelar o índice de desenvolvimento sustentável de dada municipalidade.

Neste cenário, a sustentabilidade se propaga em muitos níveis: global, regional e

local. O que é considerado sustentável em nível regional não é, necessariamente, em nível

nacional. Referida discrepância é devido aos mecanismos de transferência geográfica por

meio das consequências negativas de um país ou região para outros países ou regiões

(SLIMANE, 2012). As regiões não usam os mesmos indicadores para o mesmo tema, os

dados não são coletados uniformemente (VAN ZEIJL-ROZEMA et al., 2011). Nessa linha

compreensiva, toda e qualquer decisão, que não observar as características de cada região,

tende a ser ineficaz ou mesmo contraproducente;

Antes de se fixarem as dimensões e indicadores de sustentabilidade de qualquer

localidade, faz-se necessário ter como parâmetro a amplitude do desenvolvimento sustentável

que se persegue. Nessa linha, Cruz e Bodnar (2011) definem sustentabilidade como um

conceito integrador e unificante capaz de assentar a relação do homem com o meio ambiente

em um mesmo patamar, sem nenhuma hierarquia, eles reforçam que a sustentabilidade, para

além de implicar em transformação social é também conceito integrador e unificante que

sugere a celebração da unidade homem/natureza, na origem e no destino comum, o que

pressupõe um novo paradigma, portanto. Embora o conteúdo do princípio da sustentabilidade

esteja historicamente direcionado às bases da produção nos modelos capitalistas liberais, esta

noção deve ser ampliada para que os beneficiários do desenvolvimento sejam todos aqueles

componentes bióticos e abióticos que garantirão a vida em plenitude, inclusive para as futuras

gerações.

Juarez Freitas (2013) concebe o Desenvolvimento Sustentável como um princípio

constitucional que confere a todos, Estado e Sociedade, o dever de promover um meio

ambiente saudável, capaz de legar dignidade à vida humana. E pontua que o referido dever é

certamente um princípio constitucional que determina com eficácia direta e imediata, a

responsabilidade do Estado e da sociedade pela concretização solidária do desenvolvimento

material e imaterial, socialmente inclusivo, durável e equânime, ambientalmente limpo,

inovador, ético e eficiente, no intuito de assegurar, preferencialmente de modo preventivo e

precavido, no presente e no futuro, o direito ao bem-estar.

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Emery (2016) entende que o desenvolvimento viável às sociedades humanas é

somente aquele que não prescinde da noção de sustentabilidade, em suas múltiplas dimensões.

Para ele, sustentabilidade é um conceito profundo, complexo, multivetorial que atinge uma

miríade de interesses multidisciplinares que abarcam inúmeras áreas do conhecimento que lhe

lega uma conotação de equilíbrio, manutenção de uma situação, perpetuidade. Implica ações

com reflexo em vários campos da atividade humana que têm que ser coerentes entre si, e,

embora atividades diferentes impliquem dar uma ênfase maior a um ou outro aspecto, há um

substrato comum que permite a formulação de um conceito único para dar suporte à ideia de

desenvolvimento sustentável.

A percepção de desenvolvimento sustentável presente na literatura e em voga no

painel internacional cobra do Poder Público e da sociedade uma movimentação ativa em prol

de se conquistar o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e o necessário e

indispensável desenvolvimento sustentável. Referida compatibilização do desenvolvimento

econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente é quem promove o

desenvolvimento sustentável e a exploração equilibrada dos recursos naturais (SILVA, 2013).

Dessa visão, Gomes (2014) conclui que atrair a atenção da sociedade para as

questões ambientais é muito mais relevante que o esforço literário para se definir

conceitualmente o termo ou expressão desenvolvimento sustentável, assim, segundo o autor,

deve haver urgência em se tornar os processos de desenvolvimento e os instrumentos

econômicos promotores de “igualdade social e erradicação da pobreza, com respeito aos

direitos humanos e sociais e conservação e uso sustentável dos recursos naturais.”

Nesse universo, para que o debate não seja apenas retórico, é preciso que a

sustentabilidade seja aferível de forma concreta e objetiva, assim, “o desenvolvimento local

não está relacionado unicamente com crescimento econômico, mas também com a melhoria

da qualidade de vida das pessoas e com a conservação do meio ambiente” (PETITINGA,

2006).

Nesse diapasão, a avaliação que atesta o índice de sustentabilidade de um município,

por exemplo, deve levar em conta as particularidades que caracterizam determinada

localidade para assim oferecer aportes que possam, efetivamente, favorecer políticas públicas

hábeis a concretizar o desenvolvimento local porque este pressupõe uma transformação

consciente da realidade local (MILANI, 2005).

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2.2 Sistema de Indicadores

O Sistema de indicadores, em especial os indicadores ambientais, teve seu marco

histórico nas décadas de 70 e 80 e esses indicadores são resultantes dos Relatórios sobre o

Estado do Ambiente, originados dos esforços governamentais e de organismos internacionais

(FRANCA, 2001), ficando, com a Holanda, o registro de primeiro país a implementar

referidos indicadores ambientais no ano de 1989, par avaliação dos resultados da

implementação do Plano de Política Ambiental Nacional (HAMMOND et al, 1995).

Desde então, o surgimento de novos índices de sustentabilidade ambiental vem

crescendo sobremaneira, em especial por parte dos organismos governamentais, não-

governamentais, pesquisadores e cientistas de várias partes do mundo. (MARZALL;

ALMEIDA, 2000).

A Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente (Rio-92) também aprofundou essa

temática e registrou essa matéria na Agenda 21 com a proposta de definir padrões sustentáveis

de desenvolvimento que levassem em conta esses aspectos ambientais, econômicos, sociais,

éticos e culturais. A partir de então, foi dado um relevante impulso na definição de

indicadores capazes de mensurar, monitorar e avaliar a sustentabilidade.

Frisa-se, a título de ênfase, que a Agenda 21 Global (CNUMAD, 1992)

consubstanciou em seus capítulos 8 e 40 a necessidade de se criar métodos que possam aferir

o índice de sustentabilidade do desenvolvimento:

Os órgãos e as organizações pertinentes do sistema das Nações Unidas, em

cooperação com outras organizações internacionais governamentais,

intergovernamentais e não-governamentais, devem utilizar um conjunto

apropriado de indicadores do desenvolvimento sustentável e indicadores

relacionados com áreas que se encontram fora da jurisdição nacional, como o

alto mar, a atmosfera superior e o espaço exterior. Os órgãos e as

organizações do sistema das Nações Unidas, em coordenação com outras

organizações internacionais pertinentes, poderiam prover recomendações

para o desenvolvimento harmônico de indicadores nos planos nacional,

regional e global e para a incorporação de um conjunto apropriado desses

indicadores a relatórios e bancos de dados comuns de acesso amplo, para

utilização no plano internacional, sujeitas a considerações de soberania

nacional (CNUMAD, 1992).

Nesse sentido, várias são as propostas metodológicas com a missão de definir e

alcançar indicadores que revelem os níveis de sustentabilidade. Nesse universo, Louette

(2009) lista um rol, não exaustivo, de vinte e cinco indicadores utilizados pelas nações do

mundo, a saber: (1) Os Princípios de Bellagio; (2) Índice de Desenvolvimento Humano

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(IDH); Índice de Pobreza Humana (IPH); Índice de Desenvolvimento Ajustado ao Gênero

(IDG); Medida de Participação segundo o Gênero (MPG); (3) GNH - Gross National

Happiness; (4) BIP 40 –Baromêtre dês Inegalités et de La Pauvreté; (5) BCN – Balanço

Contábil das Nações; (6) BS –Barometerof Sustainability; (7) Calvert-Henderson Quality of

Life Indicators; (8) DNA Brasil; (9) DS – Dashboard of Sustainability; (10) EF – Ecologica

Footprint; (11) EPI – Environmental Performance Index; (12) ESI – Environmental

Sustainability Index; (13) EVI – Environmental Vulnerability Index (14) GPI – Genuine

Progress Indicator (IPR); (15) GSI – World Bank’s Genuine Saving Indicator; (16) HPI –

Happy Planet Index; (17) IDS – Indicadores de Desenvolvimento Sustentável IBGE; (18)

IEWB – Index of Economic Well-being; (19) IPRS – Índice Paulista de RS; (20) ISEW –

Index of Sustainable Economic Welfare; (21) ISH – Index Social Health; (22) LPI – Living

Planet Index; (23) RCI – Responsible Competitiveness Index; (24) SF – Social Footprint; e

(25) WN – The Well-being of Nations.

Nessa linha, tem-se que os indicadores de sustentabilidade surgiram como

instrumentos hábeis a aferir e mensurar os processos de desenvolvimento. Os sistemas de

indicadores de sustentabilidade, de forma científica e como metodologia própria, nesse

sentido. Foi exatamente a carência com relação a um conjunto de indicadores padrão, que

possibilite medir o nível de sustentabilidade de uma localidade, o ponto nevrálgico que

motivou Martins e Cândido (2008) a se lançarem, na criação de um sistema de indicadores

que suprissem dada carência, fazendo surgir, dessa forma, o IDSM - Índice de

Desenvolvimento Sustentável para Municípios.

Atualmente, existe significativo rol de indicadores à disposição dos pesquisadores,

fazendo emergir a necessidade de um maior número de sistemas que possam alocar outros

indicadores, inclusive de forma mais abrangente, o que justificaria a existência de um

indicador que fosse mundialmente conhecido e com diversas lentes de abordagens

(MARTINS; CÂNDIDO, 2008). Nessa perspectiva, o IDSM criado por Martins e Cândido e

que surgiu a partir da fusão de outras ferramentas como o IDS Brasil, criado pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE e o Índice de Desenvolvimento Sustentável para

Territórios Rurais desenvolvida por Sepúlveda (2005), no Instituto Interamericano de

Cooperação para a Agricultura (IICA), para a mensuração do nível de desenvolvimento

sustentável, em alguns países da América Latina.

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2.3 As Dimensões da Sustentabilidade

As dimensões plurais da sustentabilidade, contemporaneamente, são percebidas e

discutidas por inúmeros autores. Em Cruz e Glasenapp (2014), temos que “a sustentabilidade

tornou-se uma noção positiva e altamente prospectiva que supõe a introdução de mudanças

necessárias para que a sociedade planetária, que deverá ser constituída por toda humanidade,

seja capaz de perpetuar-se, indefinidamente, no tempo e no espaço”, forjando, dessa forma,

um paradigma novo, capaz de induzir pautas axiológicas voltadas para a transposição desse

debate do plano meramente local ou nacional para o plano transnacional, sem fronteiras.

Reforçando essa matéria, Cruz e Bodnar (2011) ensinam que a sustentabilidade, para

ser melhor entendida, precisa ser compreendida como um conceito de base integradora e

unificante que desencadeia relevante transformação social. Isso implica a celebração da

unidade homem/natureza, na origem e no destino comum, o que pressupõe um novo

paradigma, portanto. Embora o conteúdo do princípio da sustentabilidade esteja

historicamente direcionado às bases da produção nos modelos capitalistas liberais, esta noção

deve ser ampliada para que os beneficiários do desenvolvimento sejam todos aqueles

componentes bióticos e abióticos que garantirão a vida em plenitude, inclusive para as futuras

gerações.

Canotilho (2015) traz à tona que a sustentabilidade foi alicerçada, historicamente, a

partir do tripé dimensional econômico, ecológico e social, por ele intitulado de dimensão

tridimensional, com grande influência da Declaração do Milênio, realizada no ano de 2000,

responsável pela proclamação da ‘Declaração e Objetivos do Milênio para o

Desenvolvimento’. O aludido evento serviu de fonte inspiradora para significativo rol de

autores e pesquisadores dessa temática que, por meio dos seus estudos, findaram por

enrobustecer o leque de dimensões da sustentabilidade, até então conhecidos; mencionado

debate, segundo Capra, aprofundou-se no cenário mundial, ganhando destaque a urgência de

se refletir as questões que envolvem a problemática da sustentabilidade e do desenvolvimento

sustentável com a prioridade que eles reclamam, assim, para o autor, o maior desafio deste

século “será a construção de comunidades ecologicamente sustentáveis, organizadas de tal

modo que suas tecnologias e instituições sociais – suas estruturas materiais e sociais – não

prejudiquem a capacidade intrínseca da natureza de sustentar a vida.

Juarez Freitas (2016) também leciona que as dimensões da sustentabilidade

extrapolam o clássico tripé dimensional e acolhem, necessariamente, outras redefinições em

sua escala, prospectados a partir da interpretação dos comandos constitucionais que, por sua

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vez, perpassam um pluridimensionalidade de valores. São elas: as dimensões ética, jurídico-

política, ambiental, social e econômica. Todas elas, segundo Freitas, entrelaçam-se e

constituem-se, mutuamente, numa dialética da sustentabilidade, que não pode, sob pena de

irremediável prejuízo, ser rompida porque, como explica o autor, a sustentabilidade é um

valor supremo, que se desdobra no princípio constitucional que determina, com eficácia

direita e imediata, a responsabilidade do Estado e da sociedade pela concretização solidária do

desenvolvimento material e imaterial, socialmente incluso, durável e equânime,

ambientalmente limpo, inovador, ético e eficiente, no intuito de assegurar, preferencialmente,

de modo preventivo e precavido, no presente e no futuro, o direito ao bem-estar.

Sachs (2008), em literatura voltada para essa temática, identifica oito dimensões para

a sustentabilidade, quais sejam, social, cultural, ecológica, ambiental, territorial, econômica,

política-nacional e política-internacional, cada uma delas, em apertada síntese, anota que a

dimensão social almeja a homogeneidade social; a cultura vislumbra resignificar o conceito

de eco desenvolvimento; a ecológica busca o equilíbrio e preservação na exploração do meio

ambiente; a ambiental pretende o respeito aos ecossistemas naturais; a territorial deseja o

desenvolvimento ambientalmente seguro para áreas ecologicamente frágeis; a econômica

vislumbra desenvolvimento econômico intersetorial equilibrado; a Política (Nacional) anseia

um nível razoável de coesão social; a Política (Internacional) fundamenta-se em um sistema

efetivo de cooperação científica e tecnológica internacional para herança comum da

humanidade.

Nessa linha compreensiva, ressalva-se que as múltiplas dimensões da

sustentabilidade, como demonstrado acima e também observado por Martins e Cândido

(2008), possuem vasta conceituação na literatura sobre o tema, cada uma delas revela um

aspecto ou face da sustentabilidade que precisa ser ponderado quando da análise dos índices

de desenvolvimento sustentável. Em estudo da literatura pertinente à temática, tem-se que a

dimensão ambiental ou ecológica, segundo Foladori (2002), tem em mira proteger o meio

ambiente da mão humana.

Para Garcia (2016), a pluralidade dimensional é aquela em que se observa a

importância da proteção do meio ambiente e, como via reflexa, também se espraia pelo

Direito Ambiental. Este, por sua vez, passa a ter como escopo maior a finalidade de garantir a

sobrevivência do planeta mediante a preservação e a melhora dos elementos físicos e

químicos que a tornam concreta e tangível para, dessa forma, amealhar uma melhor qualidade

de vida.

Juarez Freitas (2016) concebe a sustentabilidade ambiental como uma dimensão

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primordial à vida planetária e assevera que “não pode haver qualidade de vida e longevidade

digna em ambiente degradado (...) não pode sequer haver vida humana sem o zeloso

resguardo da sustentabilidade ambiental (...) ou se protege a qualidade ambiental ou,

simplesmente, não haverá futuro para a nossa espécie. ”

No mesmo segmento, Demarchi, Costa e Monte (2016), em suas considerações sobre

a Sustentabilidade ambiental, entendem que no mundo contemporâneo ela não pode ser

estudada de forma isolada, pelo contrário, o ponto inicial deve ser exatamente o caráter plural

de suas dimensões, indo-se para muito além do atrelamento ao universo da natureza, voltado

apenas para a qualidade do ar que se respira, para abarcar os aspectos sociais, culturais e

econômicos, pois, falar em sustentabilidade é agregar, obrigatoriamente suas várias

dimensões.

A dimensão econômica da sustentabilidade reclama atenção às necessidades básicas

da existência humana, Juarez Freitas (2016) menciona que não pode haver desenvolvimento

econômico sem recursos materiais mínimos destinados à erradicação da pobreza e da miséria.

Para entender essa relação, Schroeder e Margarida (2015) sustentam que é inviável

qualquer proposta de sustentabilidade na qual não seja possível mensurar a forma em que se

deu sua operacionalização. Isso se dá porque a característica primeira desse instituto está

relacionada com a elaboração de mecanismos de mercado para que possa ser viabilizada a

produção de maneira mais equilibrada, constante e estável, deixando para traz o sistema

consumista atualmente implementado.

Sen (2010), nesse ponto, anota que referida dimensão torna-se impraticável se

arredada das dimensões ambiental e social e afirma que todo desenvolvimento implica a

expansão das liberdades substantivas, pois, a liberdade não é apenas uma base de avaliação de

êxito e fracasso, antes disso é um determinante principal da iniciativa individual e da eficácia

social. Nesse norte, depreende-se das lições do autor que uma dose maior de liberdade para os

indivíduos é capaz de lhes propiciar mais tempo para elas mesmas e, consequentemente, para

se preocuparem com as questões centrais do mundo para o processo de desenvolvimento.

Branco e Celant (2015), nesse sentido, também arrematam que as práticas

sustentáveis ensejam uma evolução no seio social e uma condição financeira favorável, e isto

somente é possível, sustentam os autores, quando já existe uma maior garantia e tutela de

direitos que são condição básica à existência humana, como condições de higiene, educação,

saúde, entre outras.

A dimensão social é aquela que não comporta exclusão ou qualquer forma de

aceitação de miserabilidade humana. Garcia e Garcia (2014) asseveram que a dimensão social

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consiste no aspecto social relacionado às qualidades dos seres humanos, por essa linha

compreensiva é também denominada de capital humano que está lastrado em um processo de

melhoria na qualidade de vida da sociedade por meio da redução das discrepâncias entre a

opulência e a miséria com o nivelamento do padrão de renda, o acesso à educação, à moradia,

à alimentação. Estando, então, intimamente ligada à garantia dos Direitos Sociais.

Nessa mesma linha, Emery (2016) alerta que a sustentabilidade deve ser inclusiva,

seu propósito precisar ser o de resgatar as pessoas em situação de pobreza extrema para que

disponham de um mínimo aceitável dentro dos padrões de dignidade atuais, em síntese, o

autor pondera que esse olhar é um imperativo para que a dignidade humana não se perca. Para

isso, a disponibilização de serviços essenciais é vital. O autor é veemente ao sustentar que não

devemos mais suportar a total indisponibilidade de água, educação, serviços médicos,

disponibilidade de energia ou mesmo a carência alimentar que leva à desnutrição aguda e

crônica porque essas questões vão de encontro à dignidade humana, mas, em alguns casos,

vão além, pondo em risco a própria capacidade de sobrevivência.

No olhar de Sachs (2007), a sustentabilidade social é, portanto, aquela que almeja

atingir um grau aceitável de homogeneidade social com distribuição de renda justa e a

promoção da igualdade no acesso aos recursos e serviços sociais. Referido traçado deve ser

perseguido, segundo Guimarães (1997), por meio de medidas de discriminação positiva e de

inserção no mundo do trabalho.

A dimensão político-institucional da sustentabilidade, conforme Silva, Cheaz e

Romero, é definida como um:

(...) conjunto de todas as regras formais e informais que moldam a natureza

de sua identidade, influenciam a intensidade e qualidade de sua dinâmica e

direcionam os compromissos associados ao seu propósito. Entre estas regras

do jogo se encontram as leis, políticas, premissas, enfoques, planos,

prioridades, estratégias, normas, mecanismos institucionais, etc. (2001, p. 6)

Oliveira e Martins (2009, p.2) sintetizam que a sustentabilidade político-institucional

“corresponde à existência, em um país, região, estado ou município, do arcabouço referente a

políticas públicas de meio ambiente, para fazer face a planejamento, estratégias e ações

específicas para a gestão que garanta a qualidade ambiental no território respectivo. ”

A dimensão demográfica da sustentabilidade é definida por Guimarães (1997) como

uma especificidade da dimensão ambiental na qual se considera a capacidade da natureza em

suportar os impactos causados pela dinâmica demográfica, assim, é preciso que o crescimento

populacional contenha parâmetros que comportem uma sustentabilidade alinhada à dimensão

ecológica da sustentabilidade.

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A dimensão Cultural, trazendo mais uma vez os ensinos de Sachs (2007), refere-se à

busca das raízes endógenas presentes nos padrões de modernização e sistemas rurais

integrados de produção (equilíbrio entre respeito à tradição e inovação), capacidade de

sublimar processos de mudança no seio da continuidade cultural resignificando o conceito de

eco desenvolvimento em uma plêiade de soluções particulares que respeitam o ecossistema e

as particularidades de casa cultura e local.

Jacobi (2003, p. 95) define a dimensão cultural da sustentabilidade como um

processo que leva em conta práticas educativas aliadas a valores éticos:

(...) a ideia de sustentabilidade implica a prevalência da premissa de que é

preciso definir limites às possibilidades de crescimento e delinear um

conjunto de iniciativas que levem em conta a existência de interlocutores e

participantes sociais relevantes e ativos por meio de práticas educativas e de

um processo de diálogo informado, o que reforça um sentimento de co-

responsabilidade e de constituição de valores éticos. Isto também implica

que uma política de desenvolvimento para uma sociedade sustentável não

pode ignorar nem as dimensões culturais, nem as relações de poder

existentes e muito menos o reconhecimento das limitações ecológicas, sob

pena de apenas manter um padrão predatório de desenvolvimento.

Zhouri, Laschefski e Siano (2005), igualmente, relevam que a heterogeneidade

cultural de nossa sociedade é matizada por parâmetros plurais de sustentabilidade que

apontam para múltiplas formas de vida que se traduzem em diversificação do espaço e

inspiram uma visão de sustentabilidade que, segundo os autores, deve necessariamente

pronunciar as dimensões da equidade, da igualdade, da distribuição, assim como da

universalidade do direito de viver na singularidade.

As dimensões, acima cotejadas, conduzem a um caminho que, ao menos em

perspectiva, são capazes de materializar um desenvolvimento que seja sustentável. Para

incorporar as concepções contemporâneas de desenvolvimento sustentável nas localidades.

Buarque (2008, p. 43), nessa questão, pontua que as análises sobre o tema devem tratar a

realidade de forma multidisciplinar, procurando observar e confrontar os componentes ou

dimensões econômica, sociocultural, ambiental e político-institucional, no sentido de

identificar os entraves que estão prejudicando o desenvolvimento, e assevera:

O desenvolvimento local sustentável é o processo de mudança social e

elevação das oportunidades da sociedade, compatibilizando, no tempo e no

espaço, o crescimento e a eficiência econômicos, a conservação ambiental, a

qualidade de vida e a equidade social, partindo de um claro compromisso

com o futuro e a solidariedade entre gerações. Este conceito contém três

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grandes conjuntos interligados e com características e papéis diferentes no

processo do desenvolvimento:

a) a elevação da qualidade de vida e a equidade social constituem objetivos

centrais do modelo de desenvolvimento, orientação e propósito final de todo

esforço de desenvolvimento no curto, médio e longo prazos.

b) a eficiência e o crescimento econômicos constituem pré-requisitos

fundamentais, sem os quais não é possível elevar a qualidade de vida com

equidade – de forma sustentável e continuada - representando uma condição

necessária, embora não suficiente, do desenvolvimento sustentável.

c) a conservação ambiental é um condicionante decisivo da sustentabilidade

do desenvolvimento e da manutenção no longo prazo, sem a qual não é

possível assegurar qualidade de vida para as gerações futuras e a equidade

social de forma sustentável e contínua no tempo e no espaço.

Para Sepúlveda (2005), a escolha dos índices de desenvolvimento sustentável deve

ser definida pela relação que cada uma delas exerce com o seu entorno geral, viabilizando,

assim, avaliar se ela favorece (positivamente ou negativamente) o processo e

desenvolvimento sustentável.

O IDMS, em específico, foi criado com o escopo primordial de medir e avaliar os

níveis de sustentabilidade local, com esse propósito, ele agrega inúmeros dados sobre o

patamar de sustentabilidade da localidade pesquisada e viabiliza, com o resultado dos seus

estudos, não só a avaliação das políticas públicas implantadas, mas também servem de aportes

aos gestores da Administração Pública, favorecendo a redefinição, manutenção ou criação de

políticas públicas tendentes a observar as dimensões da sustentabilidade. (MARTINS;

CÂNDIDO, 2011).

Quanto à forma de transformação de indicadores em índices, Martins e Cândido

(2008) prelecionam que, após a eleição das dimensões e todas as possíveis variáveis inerentes

a cada uma das seis dimensões da sustentabilidade, alhures transcritas, o passo seguinte deve

ser o cálculo dos indicadores que revelarão os índices de desenvolvimento sustentável,

podendo variar em uma escala de zero a um, construída por meio de fórmula criada

especialmente para esse fim. A aplicação do procedimento metodológico em questão é

ensinada pelos autores da seguinte forma:

A variável apresenta uma relação positiva quando verificado que, quanto maior o

indicador melhor será índice e quanto menor o indicador pior será o índice. A

variável apresenta uma relação negativa quando verificado que, quanto maior o

indicador pior será o índice; quanto menor o indicador, melhor será o índice. Após

identificar a relação positiva ou negativa da variável com o processo de

desenvolvimento sustentável, a operacionalização para o cálculo do índice é feita a

partir de fórmulas que reconhecem essas relações e permitem a análise da

sustentabilidade através da agregação de todos os índices. (MARTINS E

CÂNDIDO, 2011, p. 12)

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Assim, por meio da metodologia do IDMS torna-se possível construir o índice de

sustentabilidade – pelo viés das seis dimensões concebidas - no âmbito das municipalidades e,

dessa forma, identificar as fragilidades e pontos positivos de cada uma das localidades

pesquisadas, servindo, dessa forma, como alerta à sociedade e ao Poder Público, podendo

ainda culminar em novas políticas públicas orientadas por bases sustentáveis.

2.4 Desenvolvimento Regional Sustentável

O desenvolvimento regional no Brasil é fortemente marcado, em seu contexto

histórico-estrutural, por elevado índice de desigualdade social que se revela em inúmeras

regiões do território nacional, muito provavelmente em decorrência do caótico processo de

ocupação e povoamento das terras brasileiras, aliado a centralização das bases produtivas do

nosso país. Em mencionado cenário exsurge o paradigma de que o Estado deveria ser o agente

catalizador de políticas públicas voltadas para a integração nacional e sustentabilidade do

crescimento brasileiro visto que, referidas políticas, não são capazes de amenizar ou eliminar

as desigualdades sociais por meio do livre movimento do mercado. (COSTA; CUNHA,

2002).

Os autores acima, nessa perspectiva, asseveram que o Estado brasileiro, nos idos do

início do século XX, centralizou no governo central os planos e projetos de expansão da

produção interna com o propósito de alcançar, dessa forma, maior geração de renda e

emprego, diminuindo os impactos negativos da desigualdade social, para tanto, as regiões do

Norte, Nordeste e também Centro-Oeste, foram alvos de programas que visavam avivar o

crescimento dos seus produtos industrial.

Depreende-se, do panorama descrito, que o Estado tentava impor, de cima para

baixo, de forma macro, políticas públicas gestadas pelo governo nacional, com o desiderato

de alcançar as mais diversas realidades sócio-político-econômica brasileiras, que por sua

própria essência, é extremamente marcada por uma diversidade de questões inerente a cada

uma das cinco regiões que estruturam a nação brasileira, dessarte, qualquer política pública

que não desconsidere as peculiaridades que caracterizam mencionadas regiões, está fadada ao

fracasso, nessa esteira, Ferreira (2002) alerta que o desenvolvimento regional eleito pelo

Governo brasileiro no século XX, permeado de desejo de integração nacional, reduziu-se e

esgotou-se no relevante desafio do mundo globalizado.

Ferreira (2002) pontua ainda, que questões como a superexploração de recursos

naturais ou ainda a concentração do planejamento pelo governo nacional, passam agora a

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abrir espaço para novos paradigmas como o desenvolvimento mundial focado na

sustentabilidade em suas múltiplas dimensões, fato que enalteceu as políticas supranacionais e

enfraqueceu sobremaneira os Estados nacionais e o consequente empoderamento das regiões e

cidades brasileiras.

Dessa sorte, o processo de desenvolvimento regional precisa delimitar e fixar uma

estratégia que seja capaz de capacitar os atores locais e regionais e dessa forma transmutar a

realidade adversa em um protótipo de desenvolvimento que absorva eficaz e efetivamente as

oportunidades que possam ser revertidas em prol do seu território. No caso de municípios

periféricos, torna-se ide império perquirir o caráter do poder local, as competências e

mecanismos organizados para decidir e processar os relacionamentos e desordens entre

classes e os diferentes atores sociais. Destarte, cunha-se uma nova institucionalidade local,

conectada em microrregiões que se revolvem apropriadas para inspirar e comandar o processo

de desenvolvimento endógeno (SANTOS, 2003).

Como aduzido, o novel modelo impôs ao Estado o papel de agente regulador,

fomentador do desenvolvimento endógeno das sociedades regionais e locais com o escopo de

se atingir maior equidade e qualidade de vida à sociedade, o crescimento da produção

nacional e o aumento da renda per capita perdeu o posto de objetivo único para se equiparar,

harmonicamente, com a imperiosa necessidade de proteger o meio ambiente e enrijecer a

democracia e cidadania do povo brasileiro (COSTA; CUNHA, 2002), com propostas que

ponderem e viabilizem a integração de atores locais, com inclusão das entidades econômicas

que possam colaborar para a internalização da renda e o fortalecimento de pré-requisitos para

a afirmação de padrões de competitividade sistêmica (FERREIRA, 2002).

Desse norte, tem-se que as bases que sustentam a nova proposta de desenvolvimento

regional estão fortemente marcadas pelas transformações trazidas pelo processo de

globalização que desencadearam, ao menos no que se refere às políticas voltadas para o

desenvolvimento regional, uma força exógena e impulsionadora oriunda das regiões centrais,

dotada de capacidade de entusiasmar os demais setores econômicas, estabelecendo conexões

ou pontes de comunicação preocupadas com a ampliação da subjetividade dos moradores

locais, exponenciando, assim, as capacidades humanas de cada regionalidade ou localidade

(OLIVEIRA; LIMA, 2003).

Bandeira (1999) pontua que, contemporaneamente, exige-se, cada vez mais, a

participação da sociedade civil na formulação, acompanhamento e implementação das

políticas públicas; referido contexto é produto do avanço da democratização brasileira e

justifica-se pela necessidade de consulta aos segmentos sociais diretamente afetados quando

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da concepção, elaboração, implementação e avaliação de programas e projetos de

desenvolvimento, como forma de garantir sua eficiência, sustentabilidade, bem como induzir

maior transparência nos atos da Administração Pública e, via reflexa, maior combate a

corrupção.

Buarque (2008, p. 15), discorrendo acerca do melhor planejamento para promoção do

desenvolvimento regional sustentável, elenca como base, as estratégias adiante descritas:

(....) organização da sociedade, contribuindo para a formação de capital

social local (entendido como capacidade de organização e cooperação da

sociedade local) combinado com a formação de espaços institucionais de

negociação e gestão, agregação de valor na cadeia produtiva, com a

articulação e aumento da competitividade das atividades econômicas com

vantagens locais, e reestruturação e modernização do setor público local,

como forma de descentralização das decisões e elevação de eficiência e

eficácia da gestão pública local.

Infere-se, portanto, que o desenvolvimento local sustentável é produto da conexão e

sinergia entre a qualidade de vida da população (redução da pobreza), geração de riqueza e

distribuição de ativos e uma gestão pública eficiente. Indigitados elementos, em Buarque

(2008), sustentam a coluna vertebral do processo de desenvolvimento local, formando uma

combinação de fatores que pode originar a reorganização da economia e da sociedade local,

sob o manto da tutela ambiental.

Nesse sentido, na confecção do planejamento estratégico deve-se primar pela

seletividade e priorização de ações que abranjam os elementos dorsais do desenvolvimento

sustentável, numa visão de médio e longo prazo que possa ser sentido pelas presentes e

futuras gerações. É visível, pela complexidade dos processos e mecanismos que erigem o

planejamento governamental, o ultimato de práticas de gestão eficiente, eficazes e efetiva por

parte daqueles que dão vida à Administração Pública, o que requer, via reflexa, a seleção de

instrumentos gerenciais estratégicos harmonizados com o sustentável desenvolvimento

regional.

Desse modo, depreende-se da literatura eleita para a presente pesquisa acadêmica que

a temática do desenvolvimento regional está calçada em base indubitavelmente voltada para a

pluralidade das dimensões que contornam a sustentabilidade e que reclamam a constante e

permanente tutela do Estado e de toda a sociedade, como aduzido no art. 225 da CRFB/1988.

Referida tutela, importa na implementação de novos modelos de gestão que valorizem

aspectos atinentes à parceria, articulação, participação de comunidades locais e inclusão

social.

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Giza-se, como consignado acima, que a participação da sociedade – como fiscal dos

interesses sociais e agente diretamente interessado - nos espaços públicos que objetivem o

debate da temática em voga, convola-se em genuína concretização do desejável exercício da

cidadania que lega relevante higidez aos regimes democráticos.

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3 PROCEDIMENTOS DA PESQUISA

3.1 Tipo da pesquisa

Segundo Lakatos e Marconi (2009), “o método é o conjunto das atividades

sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo”.

Para Silva e Menezes (2001), “a pesquisa explicativa [...] tem a preocupação de explicar a

razão e o porquê dos acontecimentos”. Assim, pode se afirmar ainda que, quanto à sua forma

de abordagem do problema e aos objetivos, a pesquisa classifica-se de forma quantitativa, de

natureza exploratória e descritiva (HAIR JR; BABIN; MONEY; SAMOUEL, 2003;

SAMPIERI; COLLADO; LUCIO; 2013).

3.2 Referencial Metodológico

Vasconcelos e Souza (2010), tomando por fundamento os trabalhos desencadeados

por Martins e Cândido (2008), e também com arrimo nas pesquisas de Silva (2008), inovaram

e criaram o Índice de Desenvolvimento Sustentável Municipal Participativo – IDMSP.

Referido índice viabiliza o encontro do IDS de dado município a partir da inclusão de atores

sociais na mensuração e hierarquização de indicadores de sustentabilidade, tudo com o escopo

de se especificar as demandas e principais necessidades da localidade pesquisada.

Para que a análise e a avaliação dos índices de desenvolvimento sustentável de um

município possam ser quantificadas, uma via possível é a eleição de uma cesta de indicadores

denominada Índice de Desenvolvimento Sustentável Municipal- IDSM, que foi desenvolvida

por Martins e Cândido (2008) para suprir a carência de ferramentas ou instrumentos capazes

de identificar o índice de desenvolvimento sustentável em âmbito local ou municipal.

Referida cesta de indicadores se destaca por apresentar seis dimensões de sustentabilidade e

vasto rol de indicadores que, ao menos em tese, podem levantar e produzir uma gama

significativa de informações de uma municipalidade.

Criado para suprir a lacuna, acima mencionada, o IDMS contempla seis dimensões

da sustentabilidade, são elas: a Ambiental, Econômica, Social, Político-Institucional,

Demográfica e Cultural, cada uma delas vinculada ou congregada a um rol de indicadores que

potencializam, sistemicamente, uma maior quantidade de variáveis referentes ao

desenvolvimento sustentável (MARTINS; CÂNDIDO, 2008).

É nesse panorama que se materializa a persecução da eficácia do desenvolvimento

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sustentável local e a verificação se estas devem realçar exatamente as propostas que permitam

a verdadeira inserção dos atores da comunidade, abrangidos em um mesmo processo com a

determinação e capacidade para realizá-las (MARTÍNEZ; HIRABAYASHI, 2003).

Quanto ao cálculo do índice de desenvolvimento sustentável para os municípios -

após a eleição dos indicadores da pesquisa e do seu conjunto de variáveis - não obstante as

diferentes unidades de medida - privilegiaram-se índices que permitem a junção em cada uma

das dimensões da sustentabilidade para, depois, se aferir o IDSM. Posteriormente a estas

etapas, este pesquisador parte para a classificação ou tipificação da forma como referidas

variáveis se apresentam (se negativas ou positivas), e, por fim, em um terceiro momento, após

análise dos dados e seus índices de negatividade ou positividade e sua relação com o processo

de desenvolvimento sustentável, operacionaliza-se o cálculo do índice, com suporte nas

fórmulas que viabilizam sobredita análise da sustentabilidade.

O valor mínimo e o valor máximo de cada variável, nessa pesquisa, serão definidos,

portando, levando-se em conta o cálculo, acima demonstrado, e a ponderação dos valores

mínimos e máximos coletados.

Esclarece-se, que o cálculo do índice de cada uma das dimensões da sustentabilidade

é fruto da média aritmética dos índices de cada temática que integra a dimensão pesquisada,

proveniente da adaptação feita por Cândido, Vasconcelos e Souza (2010) da proposição feita

na ocasião do IDLS de Silva (2008). Em mencionado IDLS, Silva (2008) revela que inseria a

ponderação dada a cada dimensão pelos atores excluídos do IDSMP posto que os pesos já

foram inseridos na etapa anterior, vinculando os pesos aos seus indicadores respectivos.

A fórmula utilizada para o cálculo do IDSMP é adaptada do IDLS. Silva (2008)

utilizou no IDLS a agregação ponderada aditiva dos seus índices temáticos e, para obtenção

do IDSMP, utiliza-se apenas a média dos índices ponderados das dimensões.

Pontua-se que o índice de desenvolvimento encontrado é operacionalizado com

vistas a promover a análise do padrão de desenvolvimento do município pesquisado, levando-

se em conta ou tendo-se como referência norteadora os indicadores escolhidos e legitimados

pelos atores que participaram da pesquisa.

Em relação ao cálculo para transformação dos indicadores em índices, esclarece-se

que é preciso que se encontre um número que varie entre 0 e 1, onde quanto mais próximo de

1, melhor se apresenta o município em relação às questões que envolvem a sustentabilidade.

Nessa senda, a escala de valores de mínimo e máximo corresponde a 1 (sustentabilidade) e 0

(insustentabilidade).

No que se refere à análise quantitativa e qualitativa dos dados, Cândido, Vasconcelos

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e Souza (2008) orientam que a sobredita etapa deve ter como aporte todas as etapas

anteriormente descritas, a qual permitirá se obter o índice de sustentabilidade do município, a

partir dos temas e dimensões, legitimadas e hierarquizadas de acordo com as especificidades e

necessidades identificadas pelos atores sociais.

É exatamente o índice encontrado e a sua representação, segundo os autores acima

citados, que promoverão a revelação da realidade factual de um dado município, com lastro

nos indicadores avaliados, permitindo a sua evolução por meio do estigma do

desenvolvimento sustentável. A partir da vivência e do conhecimento que será adquirido junto

ao município e aos atores sociais, será possível uma análise qualitativa mais aprofundada

deste índice.

Cândido, Vasconcelos e Souza (2008) registram, ainda, a importância da elaboração

de um relatório final, consignando uma espécie de diagnóstico do nível ou grau de

sustentabilidade do município pesquisado, bem como, das prioridades de melhoria apontadas

pelos atores sociais participantes da pesquisa. É nesse contexto que os autores em questão irão

afirmar se este relatório servirá de subsídio para o planejamento e a condução de políticas

públicas, por parte das instituições em parceria com a sociedade civil, que mais se alinham

com o desenvolvimento sustentável.

Frisa-se, nesse contexto, com o intuito de elucidar ainda mais acerca da eleição da

ferramenta configurada no IDMSP para este trabalho acadêmico, que apesar da existência de

diversos sistemas de indicadores, ainda existem lacunas na literatura, quando o foco é análise

de desenvolvimento sustentável de municípios. Não obstante, Cândido, Vasconcelos e Souza

(2010) nos informa que, no Brasil, o IDMSP pode ser percebido como um verdadeiro avanço

que se firmou em dois pilares basiladores para sua construção, o IDSM e o IDLS.

O Índice de Desenvolvimento Sustentável Municipal – IDSM, proposto por Martins

e Cândido, permite a obtenção de um índice de desenvolvimento sustentável municipal, a

partir de informações organizadas em dimensões nos âmbitos social, demográfico,

econômico, político-institucional, ambiental e cultural. Já o Índice de Desenvolvimento Local

Sustentável – IDLS, desenvolvido por Silva (2008), tem como foco o índice de

desenvolvimento sustentável municipal a partir de técnicas de análise multivariada para

ponderar as dimensões e indicadores.

3.3 Fases da pesquisa

Para a realização deste trabalho, dividiu-se a pesquisa em duas fases:

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Fase 1: Ponderação dos indicadores

Na cesta, será ponderada a importância de cada indicador, atribuída por meio de

pesos, determinados em pesquisas com especialistas, por meio de questionários, utilizando-

se a escala Likert. Os especialistas serão os professores dos programas de pós-graduação em

Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Administração, Ciências Biológicas e

Geografia, todos da Universidade Federal de Rondônia (Unir). Os entrevistados deverão

apresentar ligação/adesão à temática do desenvolvimento e sustentabilidade.

“Ponderar” é sinônimo de pesar e, neste tipo de cálculo, multiplicamos cada valor

por seu “peso”, ou seja, por sua importância relativa. Assim, a média aritmética

ponderada p de um conjunto de números x1, x2, x3, ..., xn onde o seu peso é respectivamente

p1, p2, p3, ..., pn, é calculada da seguinte maneira:

Fase 2: Coleta dos Dados Secundários

Foram levantados os dados para a criação de um banco com informações sobre os

38 indicadores utilizados nesta pesquisa nos 52 municípios do estado de Rondônia.

Por sua vez, para a efetiva construção do IDSMP, as variáveis foram transformadas

em índices, estes calculados em duas fases: primeiro, por meio da metodologia desenvolvida

pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que ajusta os valores

das variáveis numa escala de 0 (zero) a 1 (um), havendo ainda a necessidade de se identificar

o tipo de relação daquela variável nas dimensões de sustentabilidade do município de Porto

Velho, sendo que, segundo o referido método, uma variável apresenta uma relação positiva

quando o indicador melhorar com o aumento do indicador e uma relação negativa quando o

indicador piorar com o aumento do indicador, conforme o Quadro 1 a seguir, que demonstra

as dimensões, variáveis e sua respectiva relação positiva ou negativa:

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Quadro 1 – Dimensões e variáveis e a relação positiva ou negativa.

Dimensão Indicador Relação Positiva /

Negativa

Dimensão

Cultural

Bibliotecas Positiva

Museus Positiva

Centro cultural Positiva

Unidade de ensino superior Positiva

Ginásio de esportes e estádios Positiva

Cinema Positiva Teatros ou salas de espetáculos Positiva

Dimensão

Social

Índice de Gini da dist. do rendimento Negativa

Rendi. familiar per capita (% até 1/2 SM) Negativa

Famílias atendidas p/transf. de Benef. Soc. Negativa

Razão rend. Masculino/feminino Positiva

Esperança de vida ao nascer Positiva

Oferta de serviços básicos de saúde Positiva

Taxa de mortalidade infantil Negativa

Prevalência de desnutrição total Negativa

Imunização contra doenças infec. Infantis Positiva

Taxa de escolarização Positiva

Taxa de alfabetização Positiva

Analfabetismo funcional Negativa Mort. por acidente de transporte Negativa

Mort. por homicídios Negativa

Adequação de moradias Positiva

Dimensão

Demográfica

Densidade demográfica Negativa Razão entre a população masculina e Feminine Positiva

Distribuição de rendimento por faixa etária Positiva

Taxa de crescimento da população Negativa

Razão entre pop. Urbana/Rural Positiva

Dimensão

Político-

institucional

Acesso público à Internet Positiva

Acesso a serviços de telefonia Positiva

Acessos à justiça Positiva

Comparecimento nas eleições Positiva

Despesa por função Positiva

Transferências intergovernamentais da união Negativa

Número de Conselhos Municipais Positiva

Dimensão

Ambiental

Acesso a esgotamento sanitário Positiva

Acesso a serviço de coleta de lixo doméstico Positiva

Acesso a sistema de abastecimento de água Positiva

Consumo médio per capita de água Negativa

Volume da água tratada (%) Positiva

Qualidade das águas Positiva

Pastagens e lavouras Negativa

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Matas e florestas Positiva

Dimensão

Econômica

Participação da indústria no PIB Positiva

Participação da Agropecuária no PIB Positiva

Participação da Administração Pública no PIB Negativa

Participação de Comércio/Serviços no PIB Positiva

PIB per capita Positiva

% Renda proveniente do trabalho Positiva

Fonte: Adaptado de Vasconcelos e Souza (2010)

Depois de descoberta a relação (positiva ou negativa) dos indicadores e sua relação

com o processo de desenvolvimento sustentável, operacionaliza-se o cálculo do índice para

cada dimensão estudada, com suporte nas fórmulas que viabilizam sobredita análise da

sustentabilidade, como demonstrado adiante:

Quando a relação é positiva:

Eq. 02 mM

mxI

−=+

Quando a relação é negativa:

Eq. 03 mM

xMI

−=−

Onde:

I+ = índice calculado para cada Estado e municípios analisados para relação positiva;

I-= índice calculado para cada Estado e municípios analisados para relação negativa;

x = valor de cada variável em cada Estado ou Município;

m = valor mínimo identificado nessas localidades;

M = valor máximo identificado nessas localidades.

Por sua vez, os valores mínimos e máximos de cada variável, serão coletados,

portanto, levando-se em conta o cálculo, acima demonstrado, e a ponderação dos valores

mínimos e máximos coletados.

Por fim, depois de descobrir o IDSMP para cada dimensão, baseando-se em fórmula

elaborada por Silva (2008), passou-se calcular a média dos índices ponderados das dimensões

para se medir o IDSMP da municipalidade, conforme expressão adiante demonstrada:

Continuação do Quadro 1...

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Eq. 04 n

IDEIDAIDPIDDIDSIDCIDSMP

+++++=

Onde:

IDSMP–índice de desenvolvimento sustentável municipal Participativo

IDC–índice da dimensão cultural

IDS–índice da dimensão social

IDD–índice da dimensão demográfico

IDP–índice da dimensão político-institucional

IDA–índice da dimensão ambiental

IDE–índice da dimensão econômico

n–número de dimensões

Pontua-se que o índice de desenvolvimento encontrado é operacionalizado com

vistas a promover a análise do padrão de desenvolvimento do município pesquisado, levando-

se em conta ou tendo-se como referência norteadora os indicadores escolhidos e legitimados

pelos atores que participaram da pesquisa, por meio da ponderação de cada indicador com

relação à sustentabilidade, sendo ainda, que este resultado possui sua representação entre os

níveis crítico, alerta, aceitável e ideal, conforme o quadro 2, abaixo apresentado:

Quadro 2 – Classificação em níveis de sustentabilidade. ÍNDICE (0 – 1) NÍVEL DE SUSTENTABILIDADE

0,0000 – 0,2500 Crítico

0,2501 – 0,5000 Alerta

0,5001 – 0,7500 Aceitável

0,7501 – 1,0000 Ideal

Fonte: Martins e Cândido (2008).

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A partir desta parte da pesquisa, serão apresentados a caracterização do município e

os dados coletados na pesquisa, bem como os resultados de cada indicador construído e o

cálculo do IDSMP em suas respectivas dimensões e, por fim, o nível de sustentabilidade da

municipalidade.

4.1 Caracterização do Município

A localidade objeto de estudo da presente pesquisa foi o Município de Porto Velho,

estado de Rondônia, que foi criado em virtude do tratado de Petrópolis em 1903, porém teve

seu povoamento realizado por desbravadores por volta de 1907, no período em que foi

construída a Estrada de Ferro Madeira Mamoré, tendo em vista a necessidade de se superar o

trecho encachoeirado do Rio Madeira, objetivando possibilitar o transporte da produção de

borracha realizada na Bolívia e na região de Guajará Mirim.

Diante dessa necessidade, e em decorrência do Decreto-lei nº. 5.024, da lavra do

imperador Pedro II, que autorizou os navios mercantis de todas as nacionalidades a

navegarem pelo Rio Madeira, construiu-se um pequeno porto amazônico localizado a 7 km

de distância, porém, em local mais favorável, conhecido como “Porto Velho dos Militares”.

Após a conclusão da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, em 1912, ali residiam os

barbadianos, trabalhadores negros oriundos das Ilhas Britânicas do Caribe, a população

naquela época girava em torno de 1.000 habitantes, em sua maioria, moravam em áreas de

concessão da ferrovia, o que juntamente com outros moradores de diversas nacionalidades

que vieram em busca de trabalho, em 2 de outubro de 1914, acabaram por fundar a cidade de

Porto Velho, salientando-se que a região pertencia, à época, ao Estado do Amazonas.

Por volta de 1914, o povoado desmembrou-se do Município amazonense de

Humaitá, porém, continuando a fazer parte do Estado do Amazonas. Em 1919, foi elevado a

categoria de cidade, e, posteriormente, em 1943, passou a ser a Capital do Território Federal

do Guaporé, este, que por sua vez, mais tarde tornou-se Território Federal de Rondônia.

Pelo Decreto-Lei nº. 6.550, de 1943, que dispõe sobre a administração dos

Territórios Federais, o município de Porto Velho passou a ser capital do Território.

Posteriormente, em decorrência da sanção da Lei Complementar nº. 41, de 1981,

elevou-se o Território de Rondônia a categoria de Estado, mantendo-se o município de Porto

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Velho como capital.

Em virtude de divisão territorial do ano de 2001, o município de Porto Velho é

constituído de 12 distritos: Porto Velho, Abunã, Calama, Demarcação, Extrema, Fortaleza do

Abunã, Jaci-Paraná, Mutum Paraná, Nazaré, Nova Califórnia, São Carlos e Vista Alegre do

Abunã.

Sobre a questão geográfica, o município localiza-se na parte oeste da Região Norte

do Brasil, mais especificamente na área abrangida pela Amazônia Ocidental no Planalto Sul-

Amazônico, uma das parcelas do Planalto Central Brasileiro.

Por sua vez, em termos econômicos, o município possui o quarto maior PIB da

região norte, que em 2010 foi estimado em torno de R$ 7,5 bilhões.

A municipalidade possuiu ainda um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

- IDH, em 2010, de 0,736, segundo o SEBRAE (2010).

4.2 Ponderação dos Indicadores

Nesta primeira fase, foi aplicado um questionário junto aos especialistas/professores

dos programas de pós-graduação em Ciências Biológicas, Administração, Desenvolvimento

Regional e Geografia, onde se ponderou, segundo a opinião deles, o grau de importância de

cada indicador com relação à sustentabilidade do município, conforme quadro abaixo:

Quadro 3 – Resultados dos Pesos atribuídos pelos especialistas.

Indicadores Peso

Dimensão Cultural

Bibliotecas 3

Museus 3

Centro cultural 3

Unidade de ensino superior 3

Ginásio de esportes e estádios 2

Cinema 2

Teatros ou salas de espetáculos 3

Dimensão Social

Índice de Gini da dist. do rendimento 3

Rend. familiar per capita (% até 1/2 SM) 3

Famílias atendidas p/transf. de Benef. Soc. 2

Razão de renda entre população masculina e feminina 1

Esperança de vida ao nascer 3

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Oferta de serviços básicos de saúde 3

Taxa de mortalidade infantil 3

Prevalência de desnutrição total 3

Imunização contra doenças infec. Infantis 3

Taxa de escolarização 3

Taxa de alfabetização 3

Analfabetismo funcional 3

Morte por acidente de transporte 1

Morte por homicídios 2

Adequação de moradias 3

Dimensão Demográfica

Densidade demográfica 3

Razão entre a população masculina e feminina 2

Distribuição de rendimento por faixa etária 2

Taxa de crescimento da população 3

Razão entre pop. Urbana/Rural 2

Dimensão Política e

Institucional

Acesso público à Internet 2

Acesso a serviços de telefonia 2

Acessos à justiça 3

Comparecimento nas eleições 2

Despesa por função 3

Transferências intergovernamentais da união 2

Número de Conselhos Municipais 2

Dimensão Ambiental

Acesso a esgotamento sanitário 3

Acesso a serviço de coleta de lixo doméstico 3

Acesso a sistema de abastecimento de água 3

Consumo médio per capita de água 2

Volume da água tratada (%) 3

Qualidade das águas 3

Pastagens e lavouras 2

Matas e florestas 3

Dimensão Econômica

PIB (1000) 3

Participação da Agropecuária no PIB 2

Participação da Administração Pública no PIB 2

Continuação do Quadro 3...

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Participação de Comércio/Serviços no PIB 2

PIB per capita (R$1,0) 3

% Renda proveniente do trabalho 3

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de questionário aplicado à Especialistas (2018).

Diante do exposto, observou-se que, sobre a Dimensão Cultural, os indicadores de

Ginásios de Esporte e estádios, juntamente com o número de cinemas, obtiveram menos grau

de importância dos que os outros dentro da mesma dimensão.

Quanto à Dimensão Social, Razão de renda entre população masculina e feminina e

Morte por acidente de transporte foram o que obtiveram ponderações menores, o que de certa

forma surpreendeu, tendo em vista que se trata de um indicador de resultado ruim na

municipalidade.

4.3 Coleta de Dados Secundários

Em sua segunda fase, buscaram-se dados de fontes secundárias com objetivo de

construir os indicadores que servirão de base para o cálculo dos Índices de cada dimensão,

ambos do exercício de 2010, e, posteriormente, construir-se o Índice de Desenvolvimento

Sustentável Participativo do Município de Porto Velho, conforme fontes descritas no quadro

abaixo:

Quadro 4 – Dimensões e variáveis com suas respectivas fontes

Indicadores Fonte

Dimensão

Cultural

Bibliotecas IBGE-MUNIC

Museus IBGE-MUNIC

Centro cultural IBGE-MUNIC

Unidade de ensino superior INEP - MEC

Ginásio de esportes e estádios IBGE-MUNIC

Cinema IBGE-MUNIC

Teatros ou salas de espetáculos IBGE-MUNIC

Dimensão Social

Índice de Gini da distribuição do rendimento IBGE-CENSO

Rendimento familiar per capita (% até 1/2 SM) IBGE-CENSO

Famílias atendidas por benefícios sociais MDS

Razão de renda entre população masculina e

feminina IBGE-CENSO

Esperança de vida ao nascer IBGE-CENSO

Continuação do Quadro 3...

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36

Taxa de mortalidade infantil IBGE-CENSO

Taxa de escolarização IBGE-CENSO

Taxa de alfabetização IBGE-CENSO

Analfabetismo funcional IBGE-CENSO

Mortalidade por acidente de transporte IBGE

Mortalidade por homicídios MS - DATASUS

Adequação de moradias IBGE-CENSO

Dimensão

Demográfica

Densidade demográfica IBGE-CENSO

Razão entre a população masculina e feminina IBGE-CENSO

Distribuição da população por faixa etária IBGE-CENSO

Taxa de crescimento da população IBGE-CENSO

Razão entre pop. Urbana/Rural IBGE-CENSO

Dimensão Pol e

Inst

Acesso a serviços de telefonia IBGE-CENSO

Comparecimento nas eleições TER/RO

Despesa por função Secretaria do Tesouro

Nacional

Transferências intergovernamentais da união Secretaria do Tesouro

Nacional

Dimensão

Ambiental

Acesso a esgotamento sanitário IBGE-CENSO

Acesso a serviço de coleta de lixo doméstico IBGE-CENSO

Acesso a sistema de abastecimento de água Minstério da Saúde -

DATASUS

Consumo médio per capita de água Ministério das

Cidades - SNIS

Dim Econômica

PIB IBGE - Sistema de

Contas Nacionais

Participação da Agropecuária no PIB IBGE - Sistema de

Contas Nacionais

Participação da Administração Pública no PIB IBGE - Sistema de

Contas Nacionais

Participação de Comércio/Serviços no PIB IBGE - Sistema de

Contas Nacionais

PIB per capita (R$1,0) IBGE - Sistema de

Contas Nacionais

% Renda proveniente do trabalho IBGE - Sistema de

Contas Nacionais Fonte: Adaptado de Vasconcelos e Souza (2010).

Vale salientar, porém, que diante da extrema dificuldade de acesso a dados,

especialmente, acerca dos municípios do interior, pelo fato de não serem disponibilizados

pelo IBGE no período de estudo, e também pela ausência de informações arquivadas em cada

Continuação do Quadro 4...

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37

local, dos 48 indicadores utilizados no método adotado nesta pesquisa, foram localizadas

apenas 38 informações, razão pela qual no cálculo das dimensões criou-se a obrigação de

calcularem-se os resultados prováveis mínimos e máximos para se calcular a influência desta

ausência de indicadores sobre o resultado final do IDSMP.

Assim, após a devida ressalva, apresenta-se o quadro que descreve os dados

coletados em órgãos oficiais, utilizados para calcular os Índices de Desenvolvimento

Sustentável Participativo de cada Dimensão, e, posteriormente, o IDSMP geral do Município,

conforme segue:

Quadro 5 – Dados Secundários Coletados e utilizados no IDSMP

Indicadores Melhor Pior Porto Velho

Dimensão

Cultural

Bibliotecas 1 0 1

Museus 2 0 2

Centro cultural 1 0 1

Unidade de ensino superior 14 0 14

Ginásio de esportes e estádios 4 0 4

Cinema 3 0 3

Teatros ou salas de espetáculos 1 0 1

Dimensão

Social

Índice de Gini da dist. do rendimento 0,43 0,67 0,57

Rend. familiar per capita (% até 1/2 SM) 31,1 46,9 34

Famílias Atendidas por transf. Benef.

Socais 13,32% 48,90% 20,22%

Razão de renda entre população

masculina e feminina 0,997 0,844 0,975

Esperança de vida ao nascer 74,5 70 74,1

Taxa de mortalidade infantil 14,3 25,8 15,5

Taxa de escolarização 38,80% 26,14% 34,95%

Taxa de alfabetização 95,20% 86,50% 95,20%

Analfabetismo funcional 8,87% 17,93% 13,74%

Morte por acidente de transporte 0 85,13 27,07

Morte por homicídios 0 120,63 49,94

Adequação de moradias 62,31% 0% 13,74%

Dimensão

Demográfica

Densidade demográfica 0,38 34,62 12,46

Razão entre a população masculina e

feminina 0,9998 0,8536 0,9692

Distribuição da população por faixa 68% 61% 68%

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38

etária

Taxa de crescimento da população -23,40% 142,60

% 28%

Razão entre pop. Urbana/Rural 0,9182 0,0552 0,0967

Dimensão

Pol e Inst

Acesso a serviços de telefonia 1,89% 0% 0,94%

Comparecimento nas eleições 69,96% 39,40% 50,56%

Despesa por função 27,60% 0,17% 27,60%

Transferências intergovernamentais da

união 22,39% 93,99% 24,99%

Dimensão

Ambiental

Acesso a esgotamento sanitário 40,10% 0% 10,08%

Acesso a serviço de coleta de lixo

doméstico 99,75% 75,33% 95,58%

Acesso a sistema de abastecimento de

água 99,97% 96,91% 97,99%

Consumo médio per capita de água 10,5 146,6 122,1

Dimensão

Econômica

PIB (1000)

9.093.824

35.105 9.093.824

Participação da Agropecuária no PIB 52,60% 2,02% 2,02%

Participação da Administração Pública

no PIB 17,79% 47,48% 17,79%

Participação de Comércio/Serviços no

PIB 45,69% 9,19% 36,70%

PIB per capita (R$1,0)

21.319,08

7.852,78 21.319,08

% Renda proveniente do trabalho 51,40% 38,06% 47,23%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Com base no quadro 4, observou-se que a municipalidade possui nível de

sustentabilidade ideal, segundo o método adotado, portanto, com o resultado 1, o que

provavelmente pode ser explicado pelo fato de se tratar de uma capital e se ter,

consequentemente, maiores investimentos do Estado na localidade.

4.4 Construção do Índice de Desenvolvimento Sustentável Municipal Participativo

Para a efetiva Construção do Índice de Desenvolvimento Sustentável Municipal

Participativo para a cidade de Porto Velho, faz-se necessário calcularem-se os Índices em

cada dimensão, conforme abaixo segue:

4.4.1 O Índice de Desenvolvimento Cultural

A Dimensão Cultural envolve a capacidade e até mesmo o interesse dos entes

Continuação do Quadro 5...

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39

públicos em investir no desenvolvimento intelectual dos moradores da localidade,

demonstrando, também, o grau de identificação dos munícipes com relação a sua história, e

ainda ao interesse por parte dos moradores em buscar conhecimentos universitários.

Nesta Dimensão, utilizaram-se os indicadores de Bibliotecas, Museus, Centro

cultural, Unidade de ensino superior, Ginásio de esportes e estádios, Cinema e Teatros ou

salas de espetáculos.

Assim, conforme resultados expostos no quadro 6, abaixo descrito, apresentam-se os

respectivos resultados obtidos:

Quadro 6 - Resultados e cálculo o IDC

Indicadores Melhor Pior Porto Velho Resultados Peso

Bibliotecas 1 0 1 1,0000 3

Museus 2 0 2 1,0000 3

Centro cultural 1 0 1 1,0000 3

Unidade de

ensino superior 14 0 14 1,0000 3

Ginásio de

esportes e

estádios

4 0 4 1,0000 2

Cinema 3 0 3 1,0000 2

Teatros ou salas

de espetáculos 1 0 1 1,0000 3

IDC 1

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Sobre o indicador responsável por medir o número de bibliotecas existentes na

municipalidade, observou-se que Porto Velho possui 1 biblioteca pública, enquanto há

alguns municípios do estado que não dispõem desta ferramenta de desenvolvimento

intelectual.

No que se refere ao número de museus, o município estudado possui 2, portanto,

bem melhor do que outros locais no estado que não possuem acervo histórico.

Continuando, um resultado bastante expressivo sobre esta dimensão é o número de

Unidades de Ensino Superior, neste caso, 14, contra 0 de alguns municípios do estado, isto,

talvez, explicado pelo fato de se tratar de capital, onde possuem maior número de habitantes

e também maior investimento por parte do Estado.

Aplicando-se, portanto, a equação 01 anteriormente apresentada, constatou-se que

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40

com a relação à Dimensão Cultural a cidade de Porto Velho possui o IDC 1, ou seja, o nível

máximo, destacando-se, neste caso, o indicador “Unidades de Ensino Superior” que obteve

como resultado 14, portanto, alto, quando considerado que existem municípios que não

possuem Instituições de Ensino Superior.

Outra questão interessante é o menor grau de importância dado pelos especialistas,

consultados nesta pesquisa, em sede de questionário aplicado, acerca dos indicadores

denominados ginásios de esportes e estádios e também o de cinemas, que, segundo a opinião

deles, merece apenas peso “2”, dos “3” possíveis.

A seguir, apresento o resultado do IDC com os indicadores e seus respectivos níveis

de sustentabilidade, de acordo com o Quadro 07 desta pesquisa:

Quadro 7 - Níveis de Sustentabilidade de cada Indicador – Dimensão Cultural

Indicadores Porto Velho Resultados* Nível de Sustentabilidade**

Bibliotecas 1 1

Ideal

Museus 2 1 Ideal

Centro cultural 1 1 Ideal

Unidade de ensino superior 14 1 Ideal

Ginásio de esportes e

estádios 4 1 Ideal

Cinema 3 1 Ideal

Teatros ou salas de

espetáculos 1 1 Ideal

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda:

* Resultados de cada indicador, considerando os pesos atribuídos pelos especialistas;

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

Observou-se que acerca da dimensão cultural, a cidade de Porto Velho encontra-se

no nível Ideal, tendo e vista que todos os indicadores construídos obtiveram um resultado

“1”, portanto, o máximo possível, o que pode ser explicado se considerado que se trata de

uma capital, onde possui maior número de habitantes, e que, em decorrência disto, recebe

maiores investimentos por parte dos órgãos estatais.

4.4.2 O Índice de Desenvolvimento Social

Os Indicadores da Dimensão Social foram calculados com base nas mesmas fórmulas

utilizadas no item anterior, salientando-se que as respectivas relações positivas ou negativas

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41

estão descritas no quadro 1, obtendo-se seus resultados conforme tabela abaixo:

Quadro 8. Resultados e cálculo do IDS

Indicadores Melhor Pior Porto

Velho Resultado Peso

Índice de Gini da

distribuição do rendimento 0,43 0,67 0,57 0,4167 3

Rendimento familiar per

capita (% até 1/2 SM) 31,1 46,9 34 0,8165 3

Famílias Atendidas por

transferência Benefícios

Socais

13,32% 48,90% 20,22% 0,8061 2

Razão de renda entre

população masculina e

feminina

0,997 0,844 0,975 0,8562 1

Esperança de vida ao nascer 74,5 70 74,1 0,9111 3

Taxa de mortalidade infantil 14,3 25,8 15,5 0,8957 3

Taxa de escolarização 38,80% 26,14% 34,95% 0,6959 3

Taxa de alfabetização 95,20% 86,50% 95,20% 1,0000 3

Analfabetismo funcional 8,87% 17,93% 13,74% 0,4625 3

Morte por acidente de

transporte 0 85,13 27,07 0,6820 1

Morte por homicídios 0 120,63 49,94 0,5860 2

Adequação de moradias 62,31% 0% 13,74% 0,2205 3

IDS 0,6860

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Primeiramente, deve-se analisar os pesos atribuídos pelos especialistas a cada

indicador construído que, neste caso, Razão de Renda entre população masculina e feminina e

Morte por acidente de transporte tiveram grau de importância “1”, contra o indicador de

Morte por Homicídios e Famílias atendidas por Benefícios Sociais que obtiveram o grau “2”,

e os restantes dos indicadores foram ponderados como grau “3”, ou seja, o máximo de

importância.

Com base ainda no quadro acima, observou-se que alguns indicadores tiveram seus

resultados muito ruins, como o Índice Gini, Analfabetismo Funcional e Adequação de

moradias, que obtiveram 0,4167, 0,4625 e 0,2205, respectivamente, salientando-se que o

resultado “1” é o máximo possível.

Verificou-se, portanto, que a municipalidade de Porto Velho, obteve o IDS de

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42

0,6860, destacando como pontos negativos a adequação de moradias e como resultados

positivos a melhor taxa de alfabetização do Estado, 95,20% e o Indicador de Esperança de

vida ao Nascer, com 0,9111 de resultado.

A seguir apresenta-se cada resultado de indicadores com seus respectivos níveis de

sustentabilidade:

Quadro 9 – Resultados da Dimensão Social e os níveis de sustentabilidade

Indicadores Porto

Velho Resultados* Níveis de Sustentabilidade**

Índice de Gini da distribuição do

rendimento 0,57 0,4167 Alerta

Rendimento familiar per capita

(% até 1/2 SM) 34 0,8165 Ideal

Famílias Atendidas por

transferências Benefícios Socais 20,22% 0,8061 Ideal

Razão de renda entre população

masculina e feminina 0,975 0,8562 Ideal

Esperança de vida ao nascer 74,1 0,9111 Ideal

Taxa de mortalidade infantil 15,5 0,8957 Ideal

Taxa de escolarização 34,95% 0,6959 Aceitável

Taxa de alfabetização 95,20% 1,0000 Ideal

Analfabetismo funcional 13,74% 0,4625 Alerta

Morte por acidente de transporte 27,07 0,6820 Aceitável

Morte por homicídios 49,94 0,5860 Aceitável

Adequação de moradias 13,74% 0,2205 Critico

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados de cada indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

Diante dos cálculos realizados, observou-se que a cidade de Porto Velho se encontra

com o seu IDS em 0,6860, alcançando, segundo a metodologia do IDSMP, adotado neste

trabalho, o nível de sustentabilidade social considerado como aceitável.

Destacando-se como preocupantes o nível de sustentabilidade dos indicadores Índice

Gini, Analfabetismo Funcional, ambos com níveis de alerta, e ainda, o indicador de

Adequação de moradias, que está em estado “Crítico de Sustentabilidade”.

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43

4.4.2.a Limitação da Pesquisa: a ausência de dados e o impacto no resultado da dimensão

Conforme mencionado, encontrou-se dificuldade em levantar os dados para a

construção de alguns indicadores, em virtude disto, como uma solução plausível para o

problema, foram feitos 2 cálculos distintos: no primeiro, consideraram-se todos os indicadores

ausentes com o resultado 0, tendo assim, um valor mínimo a ser alcançado pela dimensão; no

segundo momento, foram feitos cálculos considerando o valor de 1 para os dados ausentes,

simulando, portanto, um valor máximo a ser alcançado como resultado.

Adiante, apresento a tabela de resultados com os valores mínimos e máximos,

comparando-os com os resultados atingidos quando considerados somente os dados coletados,

conforme segue:

Quadro 10 – Comparativo com resultados mínimos e máximos

Indicadores Resultados

Mínimos *

Resultados

Máximos**

Resultados

Obtidos***

Índice de Gini da dist. do rendimento 0,4167 0,4167 0,4167

Rend. familiar per capita (% até 1/2 SM) 0,8165 0,8165 0,8165

Famílias Atendidas por transf. Benef.

Socais 0,8061 0,8061

Razão de renda entre população masculina

e feminina 0,8562 0,8562 0,8562

Esperança de vida ao nascer 0,9111 0,9111 0,9111

Oferta de Serviços de Saúde**** 0,0000 1,0000

Taxa de mortalidade infantil 0,8957 0,8957 0,8957

Prevalência de Desnutrição Total**** 0,0000 1,0000

Imunização contras doenças infec.

Infantis**** 0,0000 1,0000

Taxa de escolarização 0,6959 0,6959 0,6959

Taxa de alfabetização 1,0000 1,0000 1,0000

Analfabetismo funcional 0,4625 0,4625 0,4625

Morte por acidente de transporte 0,6820 0,6820 0,6820

Morte por homicídios 0,5860 0,5860 0,5860

Adequação de moradias 0,2205 0,2205 0,2205

IDS 0,5566 0,7566 0,6820 Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultado quando atribuído o número 0 aos indicadores ausentes.

** Resultado quando atribuído o número 1 aos indicadores ausentes.

*** Resultado quando calculado o IDS com os dados coletados.

****Indicadores com dados ausentes.

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44

Considerando, portanto, os indicadores ausentes, percebe-se que a diferença menor

está quando se adota o número 1, ou seja, os resultados do município estão mais próximos do

valor máximo do que do mínimo.

4.4.3 O Índice de Desenvolvimento Demográfico

O IDD possui, como principal função, a análise da sustentabilidade do município

estudado com relação ao controle populacional, razão entre moradores do sexo masculino e

feminino, distribuição da população por faixa etária, crescimento da população e a Razão

entre população Urbana e Rural, com seus respectivos resultados, abaixo descritos:

Quadro 11 – Resultados da Dimensão Demográfica

Indicadores Melhor Pior Porto

Velho Resultado Peso

Densidade demográfica hab/km2 0,38 34,62 12,46 0,6472 3

Razão entre a população masculina e

feminina 0,9998 0,8536 0,9692 0,7905 2

Distribuição da população por faixa

etária 68% 61% 68% 1,0000 2

Taxa de crescimento da população -23,40% 142,60

% 28% 0,6904 3

Razão entre população Urbana/Rural 0,9182 0,0552 0,0967 0,0482 3

IDD 0,5159

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Com base na tabela anterior, observa-se que o IDD da municipalidade se encontra no

patamar de 0,5159, destacando negativamente o indicador de “Razão entre População

Urbana/Rural” e positivamente a “Distribuição da população por faixa etária”, que, na

verdade, demonstra o percentual de pessoas que podem ser consideradas como

economicamente ativas.

A seguir, apresento cada resultado de indicadores com seus respectivos níveis de

sustentabilidade:

Quadro 12 – Dimensão Demográfica e os níveis de sustentabilidade

Indicadores Porto

Velho Resultados*

Níveis de

Sustentabilidade**

Densidade demográfica hab/km2 12,46 0,6472 Aceitável

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45

Razão entre a população masculina e

feminina 0,9692 0,7905 Ideal

Distribuição da população por faixa

etária 68% 1,0000 Ideal

Taxa de crescimento da população 28% 0,6904 Aceitável

Razão entre pop. Urbana/Rural 0,0967 0,0482 Crítico

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados de cada indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

Diante do exposto, acerca do nível de sustentabilidade nesta dimensão, conclui-se

que essa medida se encontra no patamar de 0,5159, portanto, em nível aceitável, o que

entende-se indicar algo que ainda pode ser melhorado, especialmente, no que se refere ao

indicador que mede a Razão entre população Urbana e Rural.

4.4.4 O Índice de Desenvolvimento Político-Institucional

A Dimensão Político-Institucional torna-se importante dentro do contexto desta

pesquisa, quando considerado que ela evidencia, de forma racional, numérica e, portanto,

mensurável, a preocupação do gestor público com relação ao investimento público visando

disponibilizar acesso da população a serviços de telefonia, ao comparecimento nas eleições,

bem como os gastos públicos direcionados à cultura, urbanismo, gestão ambiental, ciências e

tecnologia, e ainda com desporto e lazer, destacando-se que os 5 últimos gastos mencionados,

encontram-se inclusos na rubrica denominada Despesas por Função, que representa, em

última análise, o esforço financeiro do ente público para fins de desenvolvimento da

municipalidade nas áreas contempladas por este investimento, conforme quadro abaixo:

Quadro 13 - Resultados da Dimensão Político-Institucional

Indicadores Melhor Pior Porto

Velho Resultado Peso

Acesso a serviços de telefonia 1,89% 0% 0,94% 0,4974 2

Comparecimento nas eleições 69,96% 39,40% 50,56% 0,3654 2

Despesa por função 27,60% 0,17% 27,60% 1,0000 3

Transferências intergovernamentais

da união 22,39% 93,99% 24,99% 0,9637 2

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Observando-se o quadro acima e utilizando-se a fórmula que considera a importância

Continuação do Quadro 12...

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46

de cada indicador para o IDSPI e multiplicando cada resultado do indicador pelo seu

respectivo ponderador e dividindo-se este resultado pela soma dos pesos, chegou-se ao

resultado de IDSPI de 0,7392.

A seguir, apresento cada resultado de indicadores com seus respectivos níveis de

sustentabilidade:

Quadro 14 - Dimensão Político-Institucional e os níveis de sustentabilidade

Indicadores Porto

Velho

Resultados

*

Níveis de

Sustentabilidade**

Acesso a serviços de telefonia 0,94% 0,4974 Alerta

Comparecimento nas eleições 50,56% 0,3654 Alerta

Despesa por função 27,60% 1,0000 Ideal

Transferências intergovernamentais

da união 24,99% 0,9637 Ideal

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados de cada indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

4.4.4.a A ausência de dados e o impacto no resultado da dimensão

Assim como na Dimensão Social, encontrou-se dificuldade em levantar os dados

para a construção de alguns indicadores, precisando-se utilizar o mesmo método para se

avaliar o impacto da ausência desses dados para o resultado geral, atribuindo, assim, o

resultado 0 e posteriormente o número 1 aos dados ausentes. Adiante, apresento a tabela de

resultados com os valores mínimos e máximos, comparando-os com os resultados atingidos

quando considerados somente os dados coletados, conforme segue:

Quadro 15 - Comparativo com resultados mínimos e máximos

Indicadores Res. Mínimo * Resultado

Máximo**

Resultado

Real***

Acesso Público a Internet**** 0,0000 1,0000

Acesso a serviços de telefonia 0,4974 0,4974 0,4974

Acesso a Justiça**** 0,0000 1,0000

Comparecimento nas eleições 0,3654 0,3654 0,3654

Despesa por função 1,0000 1,0000 1,0000

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Transferências intergovernamentais

da união 0,9637 0,9637 0,9637

Número de Conselhos

Municipais**** 0,0000 1,0000

IDPI 0,4158 0,8533 0,7392

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultado quando atribuído o número 0 aos indicadores ausentes.

** Resultado quando atribuído o número 1 aos indicadores ausentes.

*** Resultado quando calculado o IDPI com os dados coletados.

****Indicadores com dados ausentes.

Considerando, portanto, os indicadores ausentes, percebe-se que a diferença menor

está quando se adota o número 1, ou seja, os resultados do município estão mais próximos do

valor máximo do que do mínimo.

4.4.5 O Índice de Desenvolvimento Ambiental

O meio ambiente vem sendo considerado como uma das grandes preocupações do

mundo, destacando-se na discussão entre grandes pesquisadores, cientistas e a população,

em geral, tornando-se importante a inclusão dos dados ambientais para fins de tomada de

decisão, por entender que não se pode desenvolver uma região de forma linear, sem

preocupar-se com os cuidados ao meio ambiente e com sua eventual degradação, além de

verificar a participação do Estado nos cuidados da população com relação coleta de lixos,

acesso a esgotamento sanitário, acesso a um sistema de abastecimento de água e o consumo

per capta de água.

O Quadro 16 apresenta os resultados da dimensão Ambiental:

Quadro 16 - Resultados da Dimensão Ambiental

Indicadores Melhor Pior Porto

Velho Resultado Peso

Acesso a esgotamento sanitário 40,10% 0% 10,08% 0,2514 3

Acesso a serviço de coleta de lixo

doméstico 99,75% 75,33% 95,58% 0,8292 3

Acesso a sistema de abastecimento de

água 99,97% 96,91% 97,99% 0,3529 3

Consumo médio per capita de água 10,5 146,6 122,1 0,1800 2

IDA 0,4237

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Continuação do Quadro 15...

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Assim, determinou-se o resultado do Índice de Sustentabilidade Ambiental do

Município - IDA em 0,4237.

Quadro 17 – Dimensão ambiental e os níveis de sustentabilidade

Indicadores Porto

Velho

Resultados

*

Níveis de

Sustentabilidade**

Acesso a esgotamento sanitário 10,08% 0,2514 Alerta

Acesso a serviço de coleta de lixo

doméstico 95,58% 0,8292 Ideal

Acesso a sistema de abastecimento de

água 97,99% 0,3529 Alerta

Consumo médio per capita de água 122,1 0,1800 Crítico

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados de cada indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

Observa-se, portanto, que a Dimensão Ambiental da municipalidade se encontra em

estado de alerta, com 0,4237, causado, principalmente, pelo alto consumo médio per capita de

água, que se encontra em estado crítico, e acabou por reduzir o nível de sustentabilidade de

toda a dimensão ambiental.

4.4.5.a A ausência de dados e o impacto no resultado da dimensão

Devido a ausência de dados, simulou-se os resultados máximos e mínimos para cada

indicador, objetivando-se criar um parâmetro para a análise das dimensões, conforme Quadro

18, onde são apresentados os comparativos da presente dimensão:

Quadro 18 – Comparativo com resultados mínimos e máximos

Indicadores Res. Mínimo

*

Resultado

Máximo** Resultado Real***

Acesso a esgotamento sanitário 0,2514 0,2514 0,2514

Acesso a serviço de coleta de lixo

doméstico 0,8292 0,8292 0,8292

Acesso a sistema de abastecimento de

água 0,3529 0,3529 0,3529

Consumo médio per capita de água 0,1800 0,1800 0,1800

Volume da Água Tratada (%)**** 0,0000 1,0000

Qualidade das Águas (rios e 0,0000 1,0000

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igarapés)****

Pastagens e Lavouras

(Percentual)**** 0,0000 1,0000

Matas e Florestas (Percentual)**** 0,0000 1,0000

IDA 0,2118 0,7118 0,4237

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultado quando atribuído o número 0 aos indicadores ausentes.** Resultado quando atribuído o

número 1 aos indicadores ausentes.*** Resultado quando calculado o IDA com os dados coletados.

****Indicadores com dados ausentes.

Os indicadores de Sustentabilidade Ambiental, com base no Quadro 18, formaram o

Índice de Desenvolvimento Ambiental, que resultou 0,2118 como resultado mínimo e 0,7118

como resultado possível máximo, enquanto o resultado real calculado foi 0,4237.

4.4.6 O Índice de Desenvolvimento Econômico

Por sua vez, esta dimensão apresenta os resultados econômicos da região,

especialmente, voltados para o produto Interno Bruto e a respectiva participação do setor

Agropecuário, da Administração Pública, do Comércio e Serviços na formação deste PIB,

bem como o PIB per capita de cada município e o percentual de renda proveniente do

Trabalho. O quadro abaixo apresenta os resultados:

Quadro 19 - Resultados da Dimensão Econômica

Indicadores Melhor Pior Porto

Velho Resultado Peso

PIB 9.093.824 35.105 9.093.824 1,0000 3

Participação da Agropecuária

no PIB 52,60% 2,02% 2,02% 0,0000 2

Participação da Administração

Pública no PIB 17,79% 47,48% 17,79% 1,0000 2

Participação de

Comércio/Serviços no PIB 45,69% 9,19% 36,70% 0,7537 2

PIB per capita (R$1,0) 21.319,08 7.852,78 21.319,08 1,0000 3

% Renda proveniente do

trabalho 51,40% 38,06% 47,23% 0,6874 3

IDE 0,7713 Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Diante do exposto, com base na fórmula que considera a importância de cada

indicador para o IDE e multiplicando cada resultado do indicador pelo seu respectivo

ponderador e dividindo-se este resultado pela soma dos pesos, chegou-se ao resultado de IDE

Continuação do Quadro 18...

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de 0,7713.

O Quadro 20 apresenta cada resultado de indicadores com seus respectivos níveis de

sustentabilidade:

Quadro 20 – Dimensão Econômica e os Níveis de sustentabilidade

Indicadores Porto

Velho Resultado Níveis de Sustentabilidade

PIB 9.093.824 1,0000 Ideal

Participação da Agropecuária

no PIB 2,02% 0,0000 Crítico

Participação da Administração

Pública no PIB 17,79% 1,0000 Ideal

Participação de

Comércio/Serviços no PIB 36,70% 0,7537 Ideal

PIB per capita (R$1,0) 21.319,08 1,0000 Ideal

% Renda proveniente do

trabalho 47,23% 0,6874 Aceitável

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados de cada indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

Observa-se, portanto, que, como resultado de 0,7713 em seu IDE, esta dimensão

encontra-se em um patamar ideal de sustentabilidade.

Após calcular o Índice de Desenvolvimento de cada dimensão, por meio da Equação

4, calcula-se o IDSMP do município.

Eq. 04 n

IDEIDAIDPIDDIDSIDCIDSMP

+++++=

Onde:

IDSMP–índice de desenvolvimento sustentável municipal participativo

IDC–índice da dimensão cultural

IDS–índice da dimensão social

IDD–índice da dimensão demográfico

IDP–índice da dimensão político-institucional

IDA–índice da dimensão ambiental

IDE–índice da dimensão econômico

n–número de dimensões

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Eq. 04 = IDSMP = 0,6893

Observa-se, então, que a municipalidade de Porto Velho se encontra no patamar de

0,6893 de sustentabilidade, portanto, em um nível aceitável de sustentabilidade, confirmando-

se a hipótese da pesquisa.

A seguir, utiliza-se a equação para calcular o valor mínimo do IDSMP:

Eq. 04 6

7713,02118,04158,05159,04800,01 +++++=IDSMP

IDSMP = 0,5658

Abaixo, utiliza-se a mesma equação para calcular o valor máximo do IDSMP:

Eq. 04 6

7713,07118,08533,05159,07108,01 +++++=IDSMP

IDSMP = 0,7606

Tendo em vista a necessidade de se compararem os resultados obtidos com seus

respectivos valores máximos e mínimos, e, principalmente, calcular-se o impacto da ausência

de resultados, diante dos indicadores não calculados, sobre os IDSMP da localidade, a seguir,

descreve-se o Quadro comparativo de resultados:

Quadro 21 – Comparativo com resultados mínimos e máximos

IDSMP MÁXIMO 0,7606

IDSMP MÍNIMO 0,5658

IDSMP COM OS INDICADORES EXISTENTES 0,6893

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Observa-se, portanto, que os valores máximos e mínimos do IDSMP, oscilaram de

0,7606 a 0,5658, respectivamente.

Diante disto, quando comparado ao resultado calculado com os indicadores

existentes que foi de 0,6893, o IDSMP Máximo, no patamar de 0,7606, encontra-se bem

próximo do resultado encontrado para a municipalidade, apresentando apenas 0,07 de

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diferença, demonstrando, portanto, que os resultados da sustentabilidade do município de

Porto Velho encontram-se bem próximo do máximo calculado.

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5 SIMULAÇÕES PARA MELHORAR OS INDICADORES

Este parte da pesquisa foi dedicada a fazer algumas simulações objetivando que os

indicadores que apresentarem níveis críticos ou em estado de alerta sejam melhorados para o

nível aceitável de sustentabilidade.

Para isso, buscou-se simular alguns dados até então tidos como negativos, separados

por suas respectivas dimensões, para que ao final da construção de cada indicador, possa se

atingir a melhoria geral da sustentabilidade do município.

Com base nessas simulações, os gestores poderão, por exemplo, traçar metas de curto

e de longo prazo para atingir os resultados traçados nesta pesquisa, colaborando,

sobremaneira, com a sustentabilidade do município.

Abaixo, inicia-se todo esse processo pela Dimensão Social, tendo em vista que a

Dimensão Cultural encontra-se no patamar de “Ideal” em seu nível de sustentabilidade 1,

portanto, o máximo.

5.1 Dimensão Social

Então, considerando que os dados reais dessa dimensão acabaram por construir um

resultado que apresentou os indicadores “Índice Gini da Distribuição do Rendimento”, “Taxa

de Escolarização” e “Analfabetismo Funcional”, em estado de alerta, enquanto o indicador de

“Adequação de Moradias” encontra-se no nível Crítico de Sustentabilidade, passa-se a

simular os resultados necessários para as transformações dos níveis de sustentabilidade para

“aceitável”.

5.1.1 O Índice Gini da Distribuição do Rendimento

Criado pelo matemático Conrado Gini, o Índice Gini é utilizado para calcular a

concentração de renda em determinada população, no caso do município objeto desta

pesquisa, o resultado foi de 0,57 que, quando calculado por meio do método adotado, obteve o

resultado de 0,4167, portanto, em nível de sustentabilidade em estado de Alerta.

Diante disso, observou-se que caso a municipalidade obtivesse o resultado de 0,55 de

Índice Gini, quando comparado aos resultados de 0,43 e 0,67, respectivamente, os melhores e

piores do Estado de Rondônia, o Município de Porto Velho atingia 0,5000 de sustentabilidade

passando, assim, para o nível aceitável pretendido, conforme quadro 22, a seguir:

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Quadro 22 - Resultado simulado do Índice Gini

Indicadores Melhor Pior Porto

Velho Resultado Sustentabilidade

Índice de Gini da dist. do

rendimento 0,43 0,67 0,55 0,5000 Aceitável

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados do indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

5.1.2 Indicador de Analfabetismo Funcional

Segundo o IBGE (2010), este indicador mede o percentual de população com idade

superior a 15 anos e que possui até 3 anos de escolaridade, deste modo, bom baixo grau de

investimento em educação, o que justifica seu estudo quando considerado que, para serem

inseridas no mercado de trabalho, as pessoas precisam ter domínio da língua falada e escrita,

e, neste caso, obteve resultado de 13,74%.

Este indicador utiliza os 02 (dois) dados como base para cálculo: população acima de

14 anos que possui até 3 anos de estudos e população acima de 14 anos.

Após os devidos cálculos, observou-se que a municipalidade deve trabalhar para

atingir o percentual de 13,40% como taxa de analfabetismo funcional. Assim, quando

comparado com os percentuais de 8,87% e 17,93%, respectivamente, o melhor e pior

resultados do Estado, o nível de sustentabilidade de Porto Velho migraria para o nível

“aceitável”, conforme quadro 23, a seguir:

Quadro 23 - Resultado simulado do Indicador de Analfabetismo Funcional

Indicadores Melhor Pior Porto Velho Resultado Sustentabilidade

Analfabetismo Funcional 8,87% 17,93% 13,40% 0,5000 Aceitável

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados do indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

5.1.3 Indicador Adequação de Moradias

O presente indicador é muito importante para medir a qualidade de vida dos

moradores da localidade, tendo em vista que mede as condições em que as residências foram

ocupadas, bem como os serviços de coleta de lixo, energia elétrica, abastecimento de água e

também de esgotamento sanitário.

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Com base no Quadro 09, observou-se que o nível de sustentabilidade deste indicador

encontra-se em estado crítico, com resultado de 0,2205, sendo 1 o máximo possível, dessa

maneira, percebe-se que esta é uma área em que a Prefeitura do Município, os Governos

Estadual e até o Federal, bem como a sociedade em geral, terão que investir de financeira,

estratégia e operacionalmente, visando melhorar a qualidade de vida dos munícipes.

Assim, objetivando simular o resultado que elevaria o seu nível de sustentabilidade

para “aceitável”, após alguns cálculos, descobriu-se que se a municipalidade precisaria

alcançar o percentual de 31,16% de residências consideradas adequadas ao bem estar dos

munícipes, conforme Quadro 24, a seguir:

Quadro 24 - Resultado simulado do Indicador de Adequação de Moradias

Indicadores Melhor Pior Porto Velho Resultado Sustentabilidade

Adequação de Moradias 62,31% 0% 31,16% 0,5000 Aceitável

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados do indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

Diante disso, imperioso torna-se salientar que ao melhorar os indicadores até então

com níveis de sustentabilidade em Crítico e Alerta, nesta dimensão, especificamente, foram

simulados os Indicadores de Índice Gini da Dist. do Rendimento, Analfabetismo Funcional e

Adequação de Moradias, acaba-se por majorar também o próprio Índice de Sustentabilidade

Social, que antes era de 0,6860, e posterior às simulações passou a ter o resultado de 0,7260,

continuando, assim, em nível aceitável de sustentabilidade, conforme Quadro 25, a seguir:

Quadro 25 - Resultados e cálculo dos IDS Simulados

Indicadores Melhor Pior Porto

Velho Resultado

Níveis de

Sustentabilidade

Índice de Gini da

distribuição do rendimento 0,43 0,67 0,55 0,5000 Aceitável

Rendimento familiar per

capita (% até 1/2 SM) 31,1 46,9 34 0,8165 Ideal

Famílias Atendidas por

transferência Benefícios

Socais

13,32% 48,90% 20,22% 0,8061 Ideal

Razão de renda entre

população masculina e

feminina

0,997 0,844 0,975 0,8562 Ideal

Esperança de vida ao nascer 74,5 70 74,1 0,9111 Ideal

Taxa de mortalidade infantil 14,3 25,8 15,5 0,8957 Ideal

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Taxa de escolarização 38,80% 26,14% 34,95% 0,6959 Aceitável

Taxa de alfabetização 95,20% 86,50% 95,20% 1,0000 Ideal

Analfabetismo funcional 8,87% 17,93% 13,40% 0,5000 Aceitável

Morte por acidente de

transporte 0 85,13 27,07 0,6820 Aceitável

Morte por homicídios 0 120,63 49,94 0,5860 Aceitável

Adequação de moradias 62,31% 0% 31,16% 0,5000 Aceitável

IDS 0,7260

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados dos indicadores, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

Diante do Quadro 25, entende-se, portanto, que ao simular a melhora dos

indicadores o resultado da Dimensão Social também melhoria, passando de 0,6860, para

0,7260.

5.2 Dimensão Demográfica

Nesta dimensão, o único indicador que obteve um resultado ruim foi o que mede a

proporção de habitantes que residem em área urbana com relação aos habitantes de áreas

rurais, que, neste caso, foi de 0,0482, estando, portanto, em estado “crítico” de

sustentabilidade, o que demonstra que a população da municipalidade encontra-se

extremamente concentrada na região urbana. Assim, busca-se a simulação do resultado que

faria esse nível de sustentabilidade aumentar para “Aceitável”.

5.2.1 O Indicador Razão entre População Urbana/População Rural

Este indicador mede o equilíbrio entra a população Urbana e a Rural dentro de uma

determinada localidade. Torna-se importante se considerado que uma grande migração dos

moradores do campo pode causar um crescimento descontrolado e desorganizado da

municipalidade, além de enfraquecer a produção rural, o que prejudica, sobremaneira, toda a

humanidade.

Este indicador, de acordo com dados coletados junto ao IBGE e com base nas

fórmulas adotadas pelo método, apresentou um nível de sustentabilidade crítico, apenas

0,0482, devido ao fato do Município de Porto Velho possuir uma proporção de 0,0967 de

Continuação do Quadro 25...

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moradores do campo, em relação aos moradores da cidade, um dos piores do Estado de

Rondônia, lembrando que o número ideal é de 1.

Em simulação de resultados acerca deste indicador, descobriu-se que a

municipalidade precisa atingir um número de 0,4667 para se chegar ao desejado nível de

sustentabilidade considerado como “Aceitável”, conforme quadro 25, a seguir:

Quadro 26 – Nível de Sustentabilidade - Razão entre população urbana/rural

Indicadores Porto

Velho Resultados*

Níveis de

Sustentabilidade**

Razão entre pop. Urbana/Rural 0,4867 0,5000 Aceitável

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados do indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

Observa-se, ainda, que ao melhorar o Indicador de Razão entre População

Urbana/Rural, o município melhoraria também o Índice de Sustentabilidade Demográfica, que

anteriormente era de 0,5159, passaria para 0,7256, quase que majorando, logo, o nível de

sustentabilidade da Dimensão Demográfica de “Aceitável” para Ideal, conforma Quadro 26, a

seguir:

Quadro 27 – Nível de Sustentabilidade dos IDD Simulados

Indicadores Melhor Pior Porto

Velho Resultado

Níveis de

Sustentabilidade

Densidade demográfica

hab/km2 0,38 34,62 12,46 0,6472 Aceitável

Razão entre a população

masculina e feminina 0,9998 0,8536 0,9692 0,7905 Ideal

Distribuição da população

por faixa etária 68% 61% 68% 1,0000 Ideal

Taxa de crescimento da

população -23,40% 142,60% 28% 0,6904 Aceitável

Razão entre população

Urbana/Rural 0,9182 0,0552 0,4867 0,5000 Aceitável

IDD 0,7256

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados do indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

5.3 Dimensão Político-Institucional

Esta dimensão demonstra o interesse dos gestores públicos, atores sociais e

população em geral no desenvolvimento sustentável da localidade, especialmente no que se

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refere a participação nos munícipes em eleições, o que demonstra senso crítico e interesse na

atuação estatal junto às políticas públicas, bem como a facilitação ou não, de acesso a

telefonia, os gastos efetivos com a estruturação do município, no âmbito desta pesquisa,

denominado como Despesas por função, e ainda, o grau de dependência, em percentuais, dos

recursos pertinentes ao orçamento geral do Município, proveniente do governo federal.

Abaixo, conforme proposta do presente capítulo, separa-se cada indicador que possui

nível de sustentabilidade considerado como “crítico” ou “alerta”, onde busca-se simular o

resultado necessário para torná-lo no mínimo “aceitável”, conforme tópicos seguintes:

5.3.1 Indicador Acesso a Serviços de Telefonia

O presente indicador visa mensurar o interesse dos gestores públicos em resolver

questões básicas, porém, que geram melhorias na qualidade de vida da população, bem como

economia, especialmente com transporte e comunicação, para empresas, governo e outras

entidades, e neste caso obteve um resultado ruim, atingindo o patamar de 0,4974.

Dentro deste contexto e com base em simulações feitas junto ao banco de dados,

determinou-se que se a municipalidade aumente apenas 0,01 ponto percentual neste quesito,

passando, portanto, seus resultado de 0,94% para 0,95%, atingiria o objetivo traçado de

aumentar seu nível de sustentabilidade para “aceitável”, conforme quadro abaixo:

Quadro 28 – Nível de Sustentabilidade - Acesso a Serviço de Telefonia Fixa

Indicadores Porto

Velho Resultados*

Níveis de

Sustentabilidade**

Acesso a serviço de telefonia fixa 0,95% 0,5026 Aceitável

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados do indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

Neste caso em especial, vale salientar que este indicador, em que pese, ter um

percentual baixo, acabou por possuir um nível de sustentabilidade, tendo em vista que o

método adotado, consiste em comparar os resultados bom e ruim de cada município com o

resultado do local estudado e, neste caso, a melhor localidade apresentou 1,89% da população

que possuía telefones fixos.

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5.3.2 Indicador de Participação nas eleições

Este indicador torna-se importante se considerado que trata, em tese, do interesse dos

munícipes da localidade, acerca da escolha de seus governantes. Neste caso, seu resultado real

foi de 0,3654, portanto, em nível de “alerta” de sustentabilidade, tendo em vista que possui

50,56% de participações em eleições.

Em análise do presente caso, foi descoberto que ao simular o resultado de 54,68%

para o presente indicador, ele seria majorado para 0,5001, portanto, em nível “aceitável” de

sustentabilidade, lembrando que o valor está compreendido entre 0 e 1, conforme Quadro 28,

a seguir:

Quadro 29 – Nível de Sustentabilidade do Indicador Participação em Eleições

Indicadores Porto

Velho Resultados*

Níveis de

Sustentabilidade**

Indicador Participação em Eleições 54,68% 0,5001 Aceitável

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados do indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

Vale salientar que ao simular a majoração do Indicador de Acesso a Telefonia Fixa e

Participação nas eleições, ocorreria também a majoração do resultado do Índice de

Sustentabilidade Político Institucional, de 0,7392 para 0,7416, estando, por isso, tanto em

valores originais, quanto no caso da simulação em nível de sustentabilidade considerado como

“Aceitável”, conforme o quadro a seguir:

Quadro 30 – Nível de Sustentabilidade do IDPI

Indicadores Melhor Pior Porto

Velho Resultado

Níveis de

Sustentabilidad

e

Acesso a serviços de telefonia 1,89% 0% 0,95% 0,5026 Aceitável

Comparecimento nas eleições 69,96% 39,40% 54,68% 0,5001 Aceitável

Despesa por função 27,60% 0,17% 27,60% 1,0000 Ideal

Transferências

intergovernamentais da união 22,39% 93,99% 24,99% 0,9637 Ideal

IDPI 0,7416

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados do indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

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5.4 Dimensão Ambiental

Por sua vez, chega-se na dimensão de sustentabilidade dentro do âmbito do

município, a qual representa o pior resultado dentre todas as áreas e, portanto, merece atenção

especial por parte dos gestores públicos, atores sociais, ambientalistas e sociedade em geral.

5.4.1 Indicador Acesso a Esgotamento Sanitário

Trata-se de Indicador de extrema importância para a sustentabilidade do município,

tanto que recebeu grau máximo por parte dos especialistas, em sede de pesquisa realizada na

segunda fase deste trabalho, e também pelo fato de mensurar o percentual de domicílios que

possuem esgotamento sanitário na localidade, que ajuda, sobremaneira, a proteção à saúde dos

munícipes, principalmente, de forma preventiva.

Porém, neste quesito, o município de Porto Velho possui apenas 10,08% da

população atendida por esse tão importante serviço oferecido pela gestão público, o que gerou

um resultado de 0,2514, estando, portanto, em estado de “alerta” quando se refere à

sustentabilidade, apenas 0,0014 acima do estado “crítico”.

Em sede de simulação, descobriu-se que para majorar o grau de sustentabilidade no

presente quesito, o município precisaria atingir 20,05% de domicílios atendidos pelo sistema

de esgotamento sanitário, o que aumentaria seu resultado para 0,5000, passando-o, assim, para

o nível “aceitável” de sustentabilidade, conforme Quadro 31, a seguir:

Quadro 31 – Nível de Sustentabilidade - Indicador Acesso a Esgotamento Sanitário

Indicadores Porto

Velho Resultados*

Níveis de

Sustentabilidade**

Acesso a Esgotamento Sanitário 20,05% 0,5000 Aceitável

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados do indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

5.4.2 Indicador Acesso Sistema de Abastecimento de Água

O presente indicador possui importância bastante considerada pelos especialistas,

principalmente quando considerado que se refere à prevenção da saúde da população, pois

fornece aos munícipes água tratada e, em tese, livre de bactérias ou germes altamente

prejudiciais à saúde.

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Neste caso, o resultado também foi ruim, pois, acabou por apresentar que 97,99% da

população possui água tratada, demonstrando, portanto, que existem munícipes consumindo

água sem o devido tratamento.

Quadro 32 – Nível de Sustentabilidade - Acesso a Abastecimento de Água

Indicadores Porto

Velho Resultados*

Níveis de

Sustentabilidade**

Acesso a Abastecimento de Água 98,44% 0,5000 Aceitável

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados do indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

Em cálculo simulado, descobriu-se que, migrar o nível “aceitável” de

sustentabilidade, o município precisaria majorar esse percentual para 98,44%, atingindo o

resultado de 0,5000, conforme o Quadro 32, acima descrito.

5.4.3 Indicador de Consumo médio per capita de água

Este indicador mede o Consumo Médio per capita de água por parte dos munícipes e

acabou por representar um dos piores resultados dos indicadores estudados nesta pesquisa,

122,10 cúbicos de água consumidos por habitante, o que apresentou um resultado de 0,1800,

estando, dessa forma, em estado crítico de sustentabilidade.

Em simulação, determinou-se que se este resultado diminuísse para 78,50 metros

cúbicos por habitante, o município majoraria o grau de sustentabilidade para 0,5005,

conforme quadro 33, a seguir:

Quadro 33 – Nível de Sustentabilidade – Consumo médio per capita

Indicadores Porto

Velho Resultados*

Níveis de

Sustentabilidade**

Consumo médio per capita de água 78,50% 0,5005 Aceitável

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados do indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

Vale salientar, que, logicamente, a alteração dos presentes indicadores majoraria os

resultados do Índice de Desenvolvimento Ambiental, neste caso, seria alterado para 0,5824, o

que alteraria, inclusive, o nível de sustentabilidade da dimensão, para “aceitável”, conforme

Quadro 34.

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Quadro 34 - Resultados do IDA Simulados

Indicadores Melhor Pior Porto

Velho Resultado

Níveis de

Sustentabilidade**

Acesso a esgotamento

sanitário 40,10% 0% 20,05% 0,5000 Aceitável

Acesso a serviço de coleta

de lixo doméstico 99,75% 75,33% 95,58% 0,8292 Ideal

Acesso a sistema de

abastecimento de água 99,97% 96,91% 98,44% 0,5000 Aceitável

Consumo médio per

capita de água 10,5 146,6 78,50 0,5005 Aceitável

IDA 0,5824

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados do indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

5.5 Dimensão Econômica

A dimensão econômica demonstra os resultados econômicos da região. Neste caso, o

único Indicador que apresentou o resultado ruim foi a participação da Agropecuária no PIB,

que foi de 2,02%, contra 52,60% do município com o melhor resultado do Estado.

5.5.1 Indicador de Participação da Agropecuária no PIB

Este indicador é muito importante, tendo em vista que mensura o grau de

dependência da municipalidade com relação ao incremento no PIB, gerados pela aplicação

dos recursos provenientes do governo.

Neste caso, para que atingisse o nível “aceitável”, o município precisaria aumentar

esse indicador para pelo menos 27,31% do PIB, conforme quadro 33 abaixo:

Quadro 35 – Simulação da Participação da Agropecuária no PIB

Indicadores Porto

Velho Resultados*

Níveis de

Sustentabilidade**

Participação da Agropecuária no PIB 27,31% 0,5000 Aceitável

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados do indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

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Por fim, a Dimensão Econômica também sofreria alteração, pois passaria de 0,7713

que é o resultado real, para 0,8235, bem próximo, então, do nível “Ideal” de sustentabilidade.

Quadro 36 – Nível de Sustentabilidade do IDE simulado

Indicadores Melhor Pior Porto

Velho Resultado

Níveis de

Sustentabilidade**

PIB 9.093.824 35.105 9.093.824 1,0000 Ideal

Participação da

Agropecuária no PIB 52,60% 2,02% 27,31% 0,5000 Aceitável

Participação da

Administração

Pública no PIB

17,79% 47,48% 17,79% 1,0000 Ideal

Participação de

Comércio/Serviços no

PIB

45,69% 9,19% 36,70% 0,7537 Ideal

PIB per capita

(R$1,0) 21.319,08 7.852,78 21.319,08 1,0000 Ideal

% Renda proveniente

do trabalho 51,40% 38,06% 47,23% 0,6874 Aceitável

IDE 0,8235 Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados do indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

5.6 O IDSMP Simulado

Com base em todas as simulações apresentadas anteriormente, apresenta-se, abaixo,

o resultado do IDSMP simulado, conforme Equação 4, abaixo descrita:

Eq. 04 n

IDEIDAIDPIDDIDSIDCIDSMP

+++++=

Onde:

IDSMP–índice de desenvolvimento sustentável municipal participativo

IDC–índice da dimensão cultural

IDS–índice da dimensão social

IDD–índice da dimensão demográfico

IDP–índice da dimensão político-institucional

IDA–índice da dimensão ambiental

IDE–índice da dimensão econômico

n–número de dimensões

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Eq. 04 6

8235,05824,07416,07256,00,72601 +++++=IDSMP

IDSMP = 0,7665

Então, observa-se que, após as devidas simulações, o IDSMP do município

aumentaria de 0,6893 para 0,7665, isto é, do estado “aceitável” de sustentabilidade, para o

grau “Ideal”.

5.7 Quadro Geral Comparativo de Resultados

Abaixo, apresenta-se um quadro comparativo objetivando-se, demonstrar, de forma

organizada e visual, os principais resultados da presente pesquisa:

Quadro 37 – Quadro Geral Comparativo de Resultados

Dimensão Resultado

Determinado

Máximo

Possível

Mínimo

Possível

Resultado

Simulado

Dimensão Cultural 1 1 1 1

Dimensão Social 0,6860 0,7566 0,5566 0,7260

Dimensão Demográfica 0,5159 0,5159 0,5159 0,7256

Dimensão Político-Institucional 0,7392 0,8533 0,4158 0,7416

Dimensão Ambiental 0,4237 0,7118 0,2118 0,5824

Dimensão Econômica 0,7713 0,7713 0,7713 0,8235

IDSMP 0,6893 0,7606 0,5658 0,7665

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados na pesquisa (2018)

Legenda: * Resultados simulados do indicador, calculados com base nos dados secundários.

**Esquema de cores: Crítico Alerta Aceitável Ideal

Diante do Quadro 37, observa-se que o resultado mais preocupante do município que

é a sobre a dimensão ambiental, que apresentou 0,4237.

Porto outro lado, o melhor resultado apresentado foi o Índice de Desenvolvimento

cultura, que teve nota máxima em todos os indicadores, acabando, consequentemente, tendo

seu resultado final de 1,ou seja, o maior possível, segundo a metodologia apresentada na

pesquisa.

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Observa-se, também, que o Índice de Sustentabilidade Econômico se encontra em

um patamar “ideal” de sustentabilidade, tendo como base os critérios adotados pela

metodologia da presente pesquisa.

A ausência de dados para construção de alguns indicadores foi realmente um fator

limitador da pesquisa, porém, acabou por contribuir, sobremaneira, com futuras pesquisas,

tendo em vista que se adotou o critério de simular os valores máximos e mínimos possíveis

para os resultados, criando, portanto, um parâmetro de avaliação de possibilidades, o que irá

oportunizar outros autores a resolver eventuais problemas de ausência de dados em suas

pesquisas.

Finalmente, torna-se imperioso destacar que as simulações feitas na presente

pesquisa objetivam sugerir aos gestores públicos ou sociedade geral, quais os indicadores em

suas respectivas dimensões que necessitam de maiores cuidados.

Diante disso, tendo em vista a função constitucional dos Poderes Executivo e

Legislativo do Município de Porto Velho, salienta-se que se trata de simulações mas que para

que sejam realmente realizadas, necessitam de programas de governo voltados para cada área

medida pelos indicadores, para que, posteriormente, essas melhoras reflitam nas dimensões e

consequentemente no IDSMP da municipalidade.

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6 CONCLUSÃO

A sustentabilidade do município de Porto Velho, apresentou-se em um patamar

Aceitável, tendo em vista que o Índice de Desenvolvimento Sustentável Municipal

Participativo - IDSMP alcançou o resultado de 0,6893, lembrando-se, mais uma vez, que o

valor de referência varia entre o número 0, como menor e 1, como maior nível.

O método adotado mostrou-se eficaz para a busca dos resultados da pesquisa,

possibilitando a análise numérica, dessa maneira, racional do nível de sustentabilidade do

munícipio, que, por meio de equação matemática, agregou vários indicadores em sua

respectiva dimensão, correspondendo, em última análise, à média aritmética das seis áreas

estudadas, o que se passa a descrever abaixo:

Sobre a Dimensão Cultural, todos os seus indicadores tiveram nível máximo de

sustentabilidade, talvez, pelo fato de se tratar de uma capital e ter, em decorrência disso,

maiores investimentos por parte do Estado, o que acabou por aumentar, consideravelmente, o

resultado final do IDSMP da municipalidade.

Acerca da Dimensão Social, apresentaram-se seis indicadores em estado Ideal, entre

eles, a taxa de alfabetização com resultado máximo (1), enquanto construíram-se três em

estado Aceitável, destacando-se, ainda, o Índice Gini (0,4167), Analfabetismo Funcional

(0,4625) e Adequação de Moradias (0,2205), sendo que os dois primeiros em estado de alerta

e o último em estado Crítico, respectivamente, o que ocasionou um resultado para o Índice de

Desenvolvimento Social de 0,6860.

A Dimensão demográfica, por sua vez, apresentou dois indicadores em estado Ideal.

Destaque para a Distribuição da população por faixa etária, com resultado (1), e tiveram ainda

dois em nível Aceitável e a Razão entre população urbana/rural, que ficou com 0,0482, logo,

em um patamar crítico, o que representa uma grande preocupação no resultado da presente

pesquisa, a grande concentração de moradores em área urbana do município, e que acabou por

contribuir para que o Índice de Desenvolvimento Demográfico alcançasse o nível de 0,5159,

portanto, em Estado Aceitável.

A Dimensão Político-Institucional apresentou dois indicadores em estado de Alerta e

dois em estado Ideal, o que ocasionou o resultado do Índice de Desenvolvimento Político-

Institucional de 0,7392, assim, em estado Aceitável de Sustentabilidade.

Acerca da Dimensão Ambiental, destacaram-se, negativamente, três indicadores:

Acesso a esgotamento sanitário, Acesso a sistema de abastecimento de água e Consumo

médio per capita de água, com 0,2514, 0,3529 e 0,1800, respectivamente, enquanto o Acesso

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a coleta de lixo doméstico apresentou resultado de 0,8292, resultando em um Índice de

Desenvolvimento Ambiental de 0,4237, portanto, em grau de alerta de sustentabilidade.

E, por último, determinou-se o resultado do Índice de Desenvolvimento Econômico

no patamar de 0,7713, dessa forma, em grau Ideal de Sustentabilidade, isso ocasionado por

três resultados excelentes, segundo a metodologia adotada: PIB, Participação da

Administração Pública no PIB e PIB per capita, com resultado de 1, portanto, em estado

máximo.

Acerca dos objetivos geral e específicos, bem como o problema da pesquisa

consideram-se todos atendidos e respondidos, tendo em vista que foi determinado o Índice de

Desenvolvimento Municipal Sustentável Participativo para o município de Porto Velho, com

resultado de 0,6893, estando, desta forma, em Estado Aceitável de Sustentabilidade.

Com base nessas informações, possibilita-se de forma, clara, matemática e, portanto,

racional, não só o Índice de Sustentabilidade do município, mas, a possibilidade de se

verificar em quais indicadores o poder público e sociedade em geral deverão se dedicar para

buscar melhorias necessárias ao bem estar dos munícipes.

Dentro deste contexto, o capítulo 5 dedicou-se a simular os resultados necessários

para tornar todos os indicadores que estivessem em estado crítico e alerta em nível aceitável

de sustentabilidade.

Desta maneira, pretende fomentar a reflexão da necessidade, na prática, por meio de

ações integradas público-privados para a melhoria dos resultados, de se atender a alguns

anseios da municipalidade, promovendo assim, o desenvolvimento sustentável do município,

entendido como a melhoria nas seis dimensões analisadas pelo método adotado, atendendo a

último objetivo específico adotado na presente pesquisa.

Confirmada a hipótese adotada na pesquisa que indicou a sustentabilidade do

município de Porto Velho como em um patamar Aceitável, segundo o método adotado,

devido ao fato de ter alguns resultados de indicadores melhores do que o restante dos

municípios do Estado, mesmo porque houve na última década empreendimentos importantes,

entretanto, encontrando-se as outras variáveis com seus resultados não tão bons.

Pode-se apresentar, como limitação da pesquisa, o fato de inexistir dados importantes

para a construção de 10 indicadores, o que gerou a necessidade de se excluir essas variáveis

do cálculo geral do Índice. Logo, das 48 variáveis adotadas no método, utilizou-se uma cesta

com 38, limitação esta que foi sanada por meio da criação de parâmetros máximos e mínimos

para cada indicador.

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Esta limitação, por sua vez, acabou por contribuir, sobremaneira, com futuras

pesquisas, tendo em vista que se adotou o critério de simular os valores máximos e mínimos

possíveis para os resultados, criando, portanto, um parâmetro de avaliação de possibilidades,

o que irá oportunizar outros autores a resolver eventuais problemas de ausência de dados em

suas pesquisas.

As variáveis inexistentes foram, assim, simuladas com valor máximo (1) e valor

mínimo (0), para se obter o resultado melhor ou pior que cada indicador, cada dimensão e,

consequentemente, o Índice do município poderia atingir se os dados existissem.

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APÊNDICES

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APÊNDICE 1 – FORMULÁRIO APLICADO COM ESPECIALISTAS

Pesquisa: ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE DA CIDADE DE PORTO

VELHO ATRAVÉS DE UMA CESTA DE INDICADORES.

Autor da pesquisa: Isaac Costa Araújo Filho – Mestrando em Desenvolvimento Regional e

Meio Ambiente – UNIR/RO

Data:_____/_____/_________

Informações sobre o especialista:

Nome (Opcional):

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Formação Acadêmica:

______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

_____________________________________________

Experiência Profissional:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

________________________________________

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INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE

Olá! Obrigado por participar de nossa pesquisa! Serão necessários até 10 minutos para o

preenchimento das respostas e qualquer dúvida, pergunte ao responsável pela pesquisa pelo

Telefone (69) 98423-2061 ou via e-mail [email protected].

Instruções para preenchimento:

Atribua grau de importância aos indicadores abaixo relacionados:

DIMENSÃO CULTURAL

Indicadores Grau de importância

Bibliotecas ( ) 1 2 3

Museus ( ) 1 2 3

Centro Cultural ( ) 1 2 3

Unidade de Ensino Superior ( ) 1 2 3

Ginásio de Esportes e Estádios ( ) 1 2 3

Cinemas ( ) 1 2 3

Teatros ou Salas de Espetáculos ( ) 1 2 3

Fonte: Martins e Cândico (2008)

DIMENSÃO SOCIAL

Indicadores Grau de importância

Índice de Gini da Distribuição do Rendimento ( ) 1 2 3

Rendimento Familiar Per Capita (% até 1/2 SM) ( ) 1 2 3

Famílias Atendidas por Transferências de Benefícios

Sociais

( ) 1 2 3

Esperança de Vida ao Nascer ( ) 1 2 3

1 - Pouco importante 2 - Importante 3 - Muito importante

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Razão de Renda entre População Masculina e

Feminina

( ) 1 2 3

Oferta de Serviços Básicos de Saúde ( ) 1 2 3

Taxa de Mortalidade Infantil ( ) 1 2 3

Prevalência de Desnutrição Total ( ) 1 2 3

Imunização Contra Doenças Infecciosas Infantis ( ) 1 2 3

Taxa de Escolarização ( ) 1 2 3

Taxa de Alfabetização ( ) 1 2 3

Analfabetismo Funcional ( ) 1 2 3

Mortalidade por Acidente de Transporte ( ) 1 2 3

Mortalidade por Homicídios ( ) 1 2 3

Adequação de Moradias ( ) 1 2 3

Fonte: Martins e Cândico (2008)

DIMENSÃO DEMOGRÁFICA

Indicadores Grau de importância

Densidade Demográfica ( ) 1 2 3

Razão entre a População Masculina e Feminina ( ) 1 2 3

Distribuição da População por Faixa Etária ( ) 1 2 3

Taxa de Crescimento da População ( ) 1 2 3

Razão entre População Urbana/Rural ( ) 1 2 3

Fonte: Martins e Cândico (2008)

DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL

Indicadores Grau de importância

Acesso Público à Internet ( ) 1 2 3

Acesso a Serviços de Telefonia ( ) 1 2 3

Acessos à Justiça ( ) 1 2 3

Comparecimento nas Eleições ( ) 1 2 3

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Despesa por Função - Investimento em

Desenvolvimento ( ) 1 2 3

Transferências Intergovernamentais da União ( ) 1 2 3

Número de Conselhos Municipais ( ) 1 2 3

Fonte: Martins e Cândico (2008)

DIMENSÃO AMBIENTAL

Indicadores Grau de importância

Acesso a Esgotamento Sanitário ( ) 1 2 3

Acesso a Serviço de Coleta de Lixo Doméstico ( ) 1 2 3

Acesso a Sistema de Abastecimento de Água ( ) 1 2 3

Consumo Médio per Cápita de Água ( ) 1 2 3

Volume da Água Tratada (%) ( ) 1 2 3

Qualidade das Águas (rios e igarapés) ( ) 1 2 3

Pastagens e Lavouras (Percentual) ( ) 1 2 3

Matas e Florestas (Percentual) ( ) 1 2 3

Fonte: Martins e Cândico (2008)

DIMENSÃO ECONÔMICA

Indicadores Grau de importância

PIB ( ) 1 2 3

Participação da Agropecuária no PIB ( ) 1 2 3

Participação da Administração Pública no PIB ( ) 1 2 3

Participação de Comércio/Serviços no PIB ( ) 1 2 3

PIB per capita ( ) 1 2 3

% Renda proveniente do trabalho ( ) 1 2 3

Fonte: Martins e Cândico (2008)