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Fundamentos da Psicologia Social. Roteiro de aula. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. UFBa.
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Fundamentos da Psicologia Social
Teoria e Pesquisa em Psicologia Social
Marcos Emanoel Pereira
Departamento de Psicologia / Programa de Pós-Graduação em PsicologiaUniversidade Federal da Bahia
Pressuposto básico
Pressuposto básico
Toda e qualquer disciplina depende de uma clara definição de três elementos
Pressuposto básico
Toda e qualquer disciplina depende de uma clara definição de três elementos
Objeto
Pressuposto básico
Toda e qualquer disciplina depende de uma clara definição de três elementos
Objeto
Métodos
Pressuposto básico
Toda e qualquer disciplina depende de uma clara definição de três elementos
Objeto
Métodos
Matrizes teóricas
Qual o lugar do ser humano?
Qual o lugar do ser humano?
Concepção de ser humano
Qual o lugar do ser humano?
A antropologia filosófica
Concepção de ser humano
Qual o lugar do ser humano?
A antropologia filosófica
Concepção de ser humano
Ausência de um modelo hegemônico
Fragmentação
Fragmentação
Objeto de
estudo
Fragmentação
Objeto de
estudo
Métodos de investigação
Fragmentação
Objeto de
estudo
Métodos de investigação
Matrizes teóricas
Alternativas
Alternativas
Ecletismo
Alternativas
Ecletismo
Reducionismo
Alternativas
Ecletismo
Reducionismo
Complementarismo
O reducionismo
O reducionismo
social
O reducionismo
social
psicológico
O reducionismo
social
psicológico
biológico
O reducionismo
social
psicológico
biológico
físico
Complementarismo
ComplementarismoMetodológico
ComplementarismoMetodológico
métodos
quantitativos
métodos
qualitativos
ComplementarismoMetodológico
métodos
quantitativos
métodos
qualitativos
ComplementarismoMetodológico
métodos
quantitativos
métodos
qualitativos
ComplementarismoMetodológico
métodos
quantitativos
métodos
qualitativos
explicação
ComplementarismoMetodológico
métodos
quantitativos
métodos
qualitativos
explicação compreensão
ComplementarismoO complementarismo conceitual
de Rychlak (1986)
ComplementarismoO complementarismo conceitual
de Rychlak (1986)
physikos
ComplementarismoO complementarismo conceitual
de Rychlak (1986)
physikos
bios
ComplementarismoO complementarismo conceitual
de Rychlak (1986)
physikos
cogito bios
ComplementarismoO complementarismo conceitual
de Rychlak (1986)
physikos
cogito bios
socius
ComplementarismoO complementarismo conceitual
de Rychlak (1986)
physikos
cogito bios
socius
ComplementarismoO complementarismo conceitual
de Rychlak (1986)
physikos
cogito bios
socius
ComplementarismoO complementarismo conceitual
de Rychlak (1986)
physikos
cogito bios
socius
ComplementarismoO complementarismo conceitual
de Rychlak (1986)
physikos
cogito bios
socius
ComplementarismoO perspectivismo de Doise (1986)
nível intra-individual de análise
ComplementarismoO perspectivismo de Doise (1986)
nível inter-individual de análise
ComplementarismoO perspectivismo de Doise (1986)
nível intragrupal de análise
ComplementarismoO perspectivismo de Doise (1986)
nível intergrupal de análise
ComplementarismoO perspectivismo de Doise (1986)
nível posicional de análise
ComplementarismoO realismo crítico de Bashkar (1978)
ComplementarismoO realismo crítico de Bashkar (1978)
Dimensão intransitiva
ComplementarismoO realismo crítico de Bashkar (1978)
Dimensão intransitiva
referente às proposições a respeito
do mundo e das coisas nele encontradas
ComplementarismoO realismo crítico de Bashkar (1978)
Dimensão intransitiva
Dimensão transitiva
referente às proposições a respeito
do mundo e das coisas nele encontradas
ComplementarismoO realismo crítico de Bashkar (1978)
Dimensão intransitiva
Dimensão transitiva
referente às proposições a respeito
do mundo e das coisas nele encontradas
esclarecer as estratégias adotadas pelos pesquisadores
para o estudo do mundo real
ComplementarismoDimensão intransitiva
é essencial estabelecer uma separação entre o mundo das aparências e uma série de mecanismos, cuja prova de existência é difícil de ser estabelecida,
mas cujos efeitos justificam e devem ser necessariamente incluídos em qualquer tentativa de explicação dos eventos que ocorrem no mundo físico
e social
ComplementarismoDimensão intransitiva
Uma visão estratificada do mundo real passa a ser uma conseqüência inevitável
da aceitação que a realidade pode ser apreendida em diferentes níveis.
ComplementarismoDimensão intransitiva
“empirical”
o nível empírico dos eventos observados ordinariamente
ComplementarismoDimensão intransitiva
“actual”
nível dos fluxos tais como se apresentam
“empirical”
o nível empírico dos eventos observados ordinariamente
ComplementarismoDimensão intransitiva
“real”
o nível dos entes “realmente” reais
“actual”
nível dos fluxos tais como se apresentam
“empirical”
o nível empírico dos eventos observados ordinariamente
Complementarismoempírico
corresponde à experiência usual das pessoas no seu dia a dia
qualquer concepção de ciência que adote como objetivo último obter um conhecimento preciso deste
nível de realidade encontra-se condenada à esterilidade, pois jamais chegará a alcançar a
inteligibilidade plena no trato do seu objeto de estudo
Complementarismoactual
se refere a um fluxo de acontecimento, geralmente produzido em condições de
laboratório, com a finalidade explícita de isolar e avaliar os mecanismos que se manifestam
no nível do real
A experimentação como exemplo
Complementarismoreal
se refere aos mecanismos, geralmente ocultos, a serem identificados pelo cientista e
considerados na explicação do comportamento
Complementarismoreal
Mecanismos Componentes Relações Interações Mudanças
Social Entes e grupos sociais
Associações, afiliações
Comunicação Influência,
decisão grupal Cognitivo Representações
mentais Associações, implicações
Processos computacionais
Inferências
Neurais Neurônios, grupos de neurônios
Conexões sinápticas
Excitação, inibição
Atividade cerebral
Molecular Moléculas, tais como neuro-
transmissores e proteínas
Conexões físicas
Reações bioquímicas
Transformação de moléculas
Fonte: Thagard, 2006
ComplementarismoDimensão transitiva
procura enfrentar as discussões, introduzidas por algumas correntes
atuais da filosofia da ciência, a respeito do caráter histórico e social
do conhecimento científico
ComplementarismoDimensão transitiva
O conhecimento, embora tenha por referência objetos que pré-existem e independem do
estudioso, deve ser tratado como um produto social e uma vez que a ciência é uma prática social, o conhecimento resultante deve ser
entendido como algo intrinsecamente material, embora apreendido sob a lógica desta prática.
ComplementarismoO sistematismo de Bunge
A caracterização de qualquer domínio de conhecimento científico deve ser precedida pela
discussão dos problemas relacionados com a questão ontológica, referente à natureza dos objetos submetidos a investigação, e com a
questão epistemológica, relativa aos princípios e procedimentos adotados pelo investigador.
ComplementarismoO sistematismo de Bunge
A obra de Mario Bunge merece destaque no que concerne a esta discussão no âmbito das
ciências sociais, pois aponta para duas direções divergentes de tratamento da questão, mostra as
fragilidades destes modelos e apresenta uma síntese que representa bem a solução
alternativa encontrada por muitos estudiosos (Bunge, 1987)
ComplementarismoO sistematismo de Bunge
ComplementarismoO sistematismo de Bunge
Atomismo
ComplementarismoO sistematismo de Bunge
Atomismo
Holismo
ComplementarismoO sistematismo de Bunge
Atomismo
Holismo
Sistematismo
Pressupostos ontológicosCaracterística Individualismo Holismo Sistematismo
pressupostos ontológicos
a sociedade deve ser considerada uma coleção de indivíduos - qualquer
supraindividualidade é uma ficção
sociedade deveria ser considerada como uma
totalidade que transcende aos seus
membros
um sistema concreto de indivíduos
interconectados
propriedades emergentes ou
globais
não existem
existem, sendo irredutíveis aos
indivíduos
existem propriedades que decorrem dos agregados, assim
como propriedades emergentes
relações
entre
indivíduos e sociedade
as sociedades não podem agir diretamente sobre os
grupos
as relações entre duas sociedades envolvem duas totalidades e as mudanças sociais são
supra-individuais
sociedade não pode atuar diretamente
sobre o indivíduos, mas sim indiretamente, pois a ação individual é determinada também pela posição social do
indivíduo
Pressupostos metodológicosCaracterística Individualismo Holismo Sistematismo
pressupostos metodológicos
o estudo dos indivíduos
estudo das propriedades e
mudanças globais
o estudo dos fatores socialmente relevantes dos indivíduos, bem como as
propriedades e mudanças dos grupos sociais entendidos
como totalidades
explicação
levando em consideração
exclusivamente as ações e intenções
individuais
em termos de unidades supra-individuais, tais como o Estado, ou de
forças supra-individuais, tais como a consciência coletiva ou a organização social
interações entre os indivíduos e
as totalidades
teste das hipóteses e
avaliação das teorias
exclusivamente a observação
de comportamentos individuais
não podem ser testadas ou, no
máximo, contrastadas com dados globais
devem ser testadas
a partir de observações realizadas com indivíduos
ComplementarismoO sistematismo de Bunge
Atomismoo estado de um sistema social é uma função dos estados dos componentes
individuais
ComplementarismoO sistematismo de Bunge
Atomismoo estado de um sistema social é uma função dos estados dos componentes
individuais
Holismo o estado de um indivíduo é uma função do estado da sociedade em que ele
vive
ComplementarismoO sistematismo de Bunge
Atomismoo estado de um sistema social é uma função dos estados dos componentes
individuais
Holismo o estado de um indivíduo é uma função do estado da sociedade em que ele
vive
Sistematismo o estado de um sistema social é uma função das propriedades dos seus
componentes individuais, sendo o inverso igualmente verdadeiro
O sistematismoA análise de um sistema deve levar em
consideração três elementos fundamentais
o contexto
a organização estrutural
os componentes
O sistematismoA análise de um sistema deve levar em
consideração três elementos fundamentais
o contexto
a organização estrutural
os componentes
O modelo sistêmico incorpora estes três elementos; o modelo atomista retira a importância da estrutura; o
modelo holista desconsidera os componentes do sistema.
O sistematismo
(a)composição
diferente,mesmo
contexto,mesma
estrutura
(b)mesma
composição,mesmo
contexto, estruturas diferentes
(c)composição
diferente,mesmo
contexto,estruturas diferentes
(d)composição
diferente,contextos diferente,estruturas diferentes
O sistematismoOs conceitos oriundos das tradições
individualistas e holistas podem ser importantes para a compreensão dos fenômenos sociais, mas se o objetivo for extrapolar os limites da
compreensão e envolver a explicação, é imprescindível que se leve em consideração
conceitos oriundos de uma perspectiva relacional
Ritzer e Gindoff (1992)
O sistematismoTrês modalidades distintas de sistematismo
O sistematismoTrês modalidades distintas de sistematismo
micro -> macro
concede prioridade aos fenômenos microssociais e que pode ser identificado com a psicologia social psicológica
O sistematismoTrês modalidades distintas de sistematismo
micro -> macro
concede prioridade aos fenômenos microssociais e que pode ser identificado com a psicologia social psicológica
macro -> micro
ressalta os fenômenos macrossociais e que pode ser identificado com a psicologia social sociológica
O sistematismoTrês modalidades distintas de sistematismo
micro -> macro
concede prioridade aos fenômenos microssociais e que pode ser identificado com a psicologia social psicológica
macro -> micro
ressalta os fenômenos macrossociais e que pode ser identificado com a psicologia social sociológica
dialético
situado em um ponto médio, que não acentua qualquer uma das perspectivas; pode ser identificado nas abordagens emergentes da
psicologia social e da sociologia
Alvaro e Garrido (2003)
ReferênciasAlvaro, J. e Garrido, A. (2003). Psicologia social: perspectivas psicologicas y
sociologicas. Mc-Graw-Hill/Interamericana de España
Bhasker, R. (1978). A realist theory of science. Hassocks, Sussex: Harvester Press
Bunge, M.(1980). Epistemologia - Curso de atualização. SP: T. A. Queiroz
Bunge, M. & Ardila, R. (2002). Filosofía de la psicología. México: Siglo Veintiuno Editores
Doise, W. (1986). Levels of explanation in social psychology. Cambridge: Cambridge University Press.
Ritzer, G. e Gindoff, P. (1992) Methodological relationalism: lessons for and from social psychology. Social Psychology Quarterly, 55, 2, 128-140.
Rychlak, J. (1993). A suggested principle of complementarity for psychology. American Psychologist, 48, 9, 933-942.
Thagard, P. (2006). Hot Thought. Mechanisms and Applications of Emotional Cognition. Cambridge, Mass: MIT Press