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    SÉRIE SEGURANÇA DO TRABALHO

    FUNDAMENTOSDE SAÚDE E

    SEGURANÇA DO

    TRABALHOVOLUME 2

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    FUNDAMENTOSDE SAÚDE E

    SEGURANÇA DO

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    CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA CNI

    Robson Braga de Andrade 

    Presidente

    DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

    Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor de Educação e Tecnologia

    SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI

    Conselho Nacional

    Robson Braga de Andrade 

    Presidente

    SENAI – Departamento Nacional

    Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor-Geral

    Gustavo Leal Sales Filho Diretor de Operações

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    SENAI

    Serviço Nacional deAprendizagem IndustrialDepartamento Nacional

    Sede

    Setor Bancrio Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício RobertoSimonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br

    © 2012. SENAI – Departamento Nacional

    © 2012. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

    A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, porescrito, do SENAI.

    Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI deSanta Catarina, com a coordenaço do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada portodos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

    SENAI Departamento NacionalUnidade de Educaço Prossional e Tecnológica – UNIEP

    SENAI Departamento Regional de Santa Catarina Núcleo de Educaço – NED

     

    FICHA CATALOGRÁFICA

     __________________________________________________________________

    S491f

    Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.

    Fundamentos de saúde e segurança do trabalho, volume 2 / ServiçoNacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacionalde Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília :

    SENAI/DN, 2012.

    222 p. : il. ; (Série Segurança do Trabalho).

    ISBN 978-85-7519-501-7

     1. Segurança do trabalho. 2. Segurança do trabalho - Legislação. 3. Higienedo trabalho. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento

    Regional de Santa Catarina II. Título III. Série.

    CDU: 614.8 

     _____________________________________________________________________________

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    Lista de ilustrações

    Figura 1 - Mineraço .........................................................................................................................................................44

    Figura 2 - Direitos dos trabalhadores  .........................................................................................................................46Figura 3 - Código de trânsito brasileiro .....................................................................................................................49

    Figura 4 - Requisitos de um condutor ........................................................................................................................52

    Figura 5 - Avaliação quantitativa e qualitativa ........................................................................................................71

    Figura 6 - Tipos de ferramentas ....................................................................................................................................76

    Figura 7 - Ferramentas manuais ...................................................................................................................................77

    Figura 8 - Ferramentas portáteis .................................................................................................................................78

    Figura 9 - Prensa.................................................................................................................................................................81

    Figura 10 - Caldeiras .........................................................................................................................................................84

    Figura 11 - Vaso de presso esférico ...........................................................................................................................87Figura 12 - Correntes de baixa e alta intensidade .................................................................................................96

    Figura 13 - Choque esttico ...........................................................................................................................................97

    Figura 14 - Efeito de choques elétricos .....................................................................................................................99

    Figura 16 - Quadro da linha de força do campo e das superfícies equipotenciais em torno de umaesfera carregada de eletricidade  ..............................................................................................................................106

    Figura 17 - Trabalho em altura ...................................................................................................................................109

    Figura 18 - Descargas atmosféricas .........................................................................................................................113

    Figura 19 - Descarga atmosférica direta e indireta ............................................................................................114

    Figura 20 - Detalhe de aterramento ........................................................................................................................115

    Figura 21 - Princípios de proteço contra choques elétricos .........................................................................118Figura 22 - Seccionamento  .........................................................................................................................................120

    Figura 23 - Seccionamento abertura .......................................................................................................................120

    Figura 24 - Seccionamento da rede elétrica .........................................................................................................121

    Figura 25 - Constataço da ausência de tenso ..................................................................................................121

    Figura 26 - Aterramento temporrio .......................................................................................................................122

    Figura 27 - Sinalizaço de impedimento de energizaço ...................... ........................ ........................ .......... 123

    Figura 28 - Exemplo de proteço parcial por ‘colocaço fora de alcance’ em uma subestaço ......... 124

    Figura 29 - Distâncias mínimas ..................................................................................................................................124

    Figura 30 - Peça placa-me .........................................................................................................................................130Figura 31 - Exemplo de bloqueio e etiquetagem ...............................................................................................145

    Figura 32 - Trabalho em alta-tenso ........................................................................................................................148

    Figura 33 - Exemplo de sinalizaço de segurança ..............................................................................................153

    Figura 34 - Diferenças: ventilaço comercial e industrial .................................................................................165

    Figura 35 - Finalidades da ventilaço ......................................................................................................................166

    Figura 36 - Legenda .......................................................................................................................................................181

    Figura 37 - Dimenso da caligraa ...........................................................................................................................182

    Figura 38 - Projeço de linhas coincidentes .........................................................................................................183

    Figura 39 - Prioridade de linhas.................................................................................................................................184

    Figura 40 - Tipos de Linhas ..........................................................................................................................................184

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    Figura 41 - Aplicaço das linhas ................................................................................................................................185

    Figura 42 - Posicionamento do observador, peça e plano de projeço ...................... ....................... ........ 186

    Figura 43 - Representaço das vistas superior (a) e da lateral (b) .................................................................186

    Figura 44 - Rebatimento ..............................................................................................................................................187

    Figura 45 - Projeço .......................................................................................................................................................187Figura 46 - Vistas ortogrcas (seis vistas) .............................................................................................................188

    Figura 47 - Vistas ortogrcas (três vistas padro) .............................................................................................188

    Figura 48 - Perspectiva .................................................................................................................................................189

    Figura 49 - Distância das vistas ..................................................................................................................................190

    Figura 50 - Distância das margens ...........................................................................................................................190

    Figura 51 - Disposiço das vistas na folha A4 .......................................................................................................191

    Figura 52 - Perspectiva na representação geométrica  .....................................................................................193

    Figura 53 - Escalas ..........................................................................................................................................................195

    Figura 54 - Escalas .........................................................................................................................................................195Figura 55 - Cortes e seções..........................................................................................................................................196

    Figura 56 - Tipos de hachuras ....................................................................................................................................197

    Figura 57 - Corte total longitudinal .........................................................................................................................199

    Figura 58 - Corte total transversal ............................................................................................................................199

    Figura 59 - Corte horizontal e representaço .......................................................................................................200

    Figura 60 - Meio corte ...................................................................................................................................................201

    Figura 61 - Corte em desvio ........................................................................................................................................201

    Figura 62 - Corte parcial 1 ...........................................................................................................................................202

    Figura 63 - Corte parcial 2 ...........................................................................................................................................202

    Figura 64 - Detalhamento por cotas ........................................................................................................................203

    Figura 65 - Detalhamento por anotações ..............................................................................................................203

    Figura 66 - Regras na cotagem ..................................................................................................................................204

    Figura 67 - Cota em contornos visíveis ...................................................................................................................205

    Figura 68 - Cotagem 1 ..................................................................................................................................................205

    Figura 69 - Cotagem 2 ..................................................................................................................................................206

    Figura 70 - Exemplo de planta baixa 1 ....................................................................................................................207

    Figura 71 - Exemplo de planta em 3D .....................................................................................................................208

    Figura 72 - Exemplo de planta baixa 2 ....................................................................................................................208

    Figura 73 - Intersecço de arcos ................................................................................................................................209Figura 74 - Bissetriz ........................................................................................................................................................210

    Figura 75 - Hexgono ....................................................................................................................................................210

    Figura 76 - Pentgono ..................................................................................................................................................211

    Figura 77 - Circunferência inscrita em um quadrado ........................................................................................211

    Quadro 1 - Simbologia das Cores ........................... ........................ ........................ ........................ ........................ ...72

    Quadro 2 - Classicaço dos Riscos Ambientais ....................................................................................................73

    Quadro 3 - resumo dos riscos elétricos e adicionais com suas principais medidas de controle ....... 128

    Quadro 4 - resumo dos riscos elétricos e adicionais com suas principais medidas de controle ....... 132

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    Tabela 1 - Inspeço em vasos de presso ................................................................................................................89

    Tabela 2 - Inspeção em vasos de pressão para empresas que possuam serviços próprios ...................89

    Tabela 3 - Efeitos dos choques elétricos dependentes da intensidade de corrente. ........................ ........98

    Tabela 4 - Espaçamento para instalações internas ........................ ........................ ........................ ..................... 125

    Tabela 5 - Espaçamento para instalações externas ....................... ........................ ........................ ..................... 126Tabela 6 - Distanciamento de segurança ...............................................................................................................127

    Tabela 7 - Formato da folha ........................................................................................................................................175

    Tabela 8 - Dimensão das margens  ...........................................................................................................................177

    Tabela 9 - Dimenso da Folha Padro A .................................................................................................................178

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    Sumário

    1 Introdução  ........................................................................................................................................................................12

    2 Princípios de Saúde, Meio Ambiente e Segurança do Trabalho ....................... ........................ ....................17

    2.1 Histórico e desenvolvimento industrial ..............................................................................................18

    2.2 Responsabilidade socioambiental ........................................................................................................21

    2.3 Qualidade de vida .......................................................................................................................................23

    3 Terminologia Técnica  ....................................................................................................................................................35

    3.1 Desvio ..............................................................................................................................................................36

    3.2 Incidente .........................................................................................................................................................37

    4 Acidentes de Trabalho..................................................................................................................................................434.1 Deniço ........................................................................................................................................................44

    4.2 Aspectos sociais e ambientais ................................................................................................................49

    4.3 Consequências .............................................................................................................................................50

    4.4 Anlise de acidentes...................................................................................................................................54

    4.5 Reabilitaço prossional ...........................................................................................................................58

    4.6 Estatísticas – estadual e nacional ..................... ........................ ........................ ........................ ............63

    4.7 Custos ..............................................................................................................................................................83

    4.8 Comunicaço de acidentes do trabalho .............................................................................................87

    4.9 Relatórios ........................................................................................................................................................97

    5 A Prevenção de Acidentes de Trabalho  ..............................................................................................................105

    5.1 Princípios Prevencionistas .....................................................................................................................106

    6 Teoria de Frank Bird, “Pirâmide”  .............................................................................................................................113

    6.1 Conhecendo a teoria de Frank Bird, “Pirâmide” ...................... ........................ ....................... ........ 114

    7 Estudos de J. Reason “Queijo Suíço” .....................................................................................................................121

    7.1 Erro humano no ambiente de trabalho ...........................................................................................122

    Referências........................................................................................................................................................................129

    Minicurrículo dos Autores ...........................................................................................................................................137

    Índice  ..................................................................................................................................................................................139

    8 Legislação e Normas  .................................................................................................................................................157

    8.1 OIT ..................................................................................................................................................................158

    8.1.1 História .......................................................................................................................................158

    8.1.2 Fundamentos ..........................................................................................................................160

    8.1.3 Estrutura ....................................................................................................................................161

    8.2 Constituiço Federal................................................................................................................................164    V    O    L    U    M    E    2

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    8.3 Hierarquia das Leis ...................................................................................................................................168

    8.3.1 Deniço ...................................................................................................................................169

    1 Normas Regulamentadoras  ....................................................................................................................................177

    9.1 Principais Normas Regulamentadoras .............................................................................................1789.2 Segurança do Trabalho............................... ........................ ........................ ........................ ................... 184

    9.2.1 Rural ............................................................................................................................................184

    9.2.2 Mineraço .................................................................................................................................188

    9.2.3 Trânsito ......................................................................................................................................192

    9.2.4 Construço Civil .....................................................................................................................197

    9.2.5 Laboratórios ............................................................................................................................205

    9.2.6 No lar .........................................................................................................................................207

    2 Avaliaço e Controle de Riscos Ambientais ......................................................................................................213

    10.1 Riscos ambientais ..................................................................................................................................21410.1.1 O Mapa de Risco .................................................................................................................215

    10.1.2 Fazendo o Mapa de Riscos ..............................................................................................216

    10.2 Ferramentas manuais e portteis ....................................................................................................219

    10.2.1 Classicaço de Ferramentas .........................................................................................219

    10.2.2 Medidas Preventivas .........................................................................................................220

    10.2.3 Ferramentas manuais ...................... ........................ ........................ ........................ ......... 221

    10.2.4 .Ferramentas Portteis .......................................................................................................222

    10.3 Proteço de mquinas e equipamentos .......................................................................................223

    10.3.1 Proteço de Equipamentos..............................................................................................223

    10.3.2 Dispositivos de Segurança ..............................................................................................22410.4 Equipamentos sob presso ................................................................................................................227

    10.4.1 Operadores ............................................................................................................................229

    10.4.2 Vasos de presso ..................................................................................................................230

    3 Segurança em Eletricidade .....................................................................................................................................235

    11.1 Riscos ..........................................................................................................................................................236

    11.1.1 Choque elétrico ....................................................................................................................237

    11.1.2 Proteço contra efeitos térmicos ...................................................................................244

    11.1.3 Proteço contra queimaduras ........................................................................................244

    11.1.4 Arco elétrico ..........................................................................................................................244

    11.1.5 Campos eletromagnéticos ...............................................................................................248

    11.1.6 Riscos adicionais – Classicaço ........................ ........................ ........................ ........... 250

    11.1.7 Acidentes de origem elétrica ..........................................................................................257

    11.2 Métodos de controle ............................................................................................................................259

    11.2.1 Proteço contra choques elétricos ................................................................................259

    11.2.2 Desenergizaço ....................................................................................................................261

    11.2.3 Instalaço da sinalizaço de impedimento de energizaço ..................... ........... 265

    11.2.4 Proteço por separaço elétrica .....................................................................................270

    11.3 Eletricidade esttica ..............................................................................................................................271

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    11.4 NR-10 Instalaço e serviços de eletricidade .................................................................................273

    11.4.1 Medidas de proteço coletiva e individual ................................................................279

    11.4.2 Principais equipamentos de proteço coletiva ....................... ........................ ......... 281

    11.4.3 Principais Equipamentos de Proteço Individual ....................... ........................ ..... 283

    11.4.4 Segurança nas instalações elétricas..............................................................................28411.4.5 Alta-tenso .............................................................................................................................289

    11.4.6 Sinalizaço obrigatória de segurança ..........................................................................294

    11.4.7 Procedimentos ....................................................................................................................295

    11.4.8 Situações de emergência .................................................................................................296

    4 Cores de Segurança e Ventilaço ..........................................................................................................................301

    12.1 Cores e sinalizaço.................................................................................................................................302

    12.2 Ventilaço ................................................................................................................................................306

    12.2.1 Industrial .................................................................................................................................307

    5 Desenho Técnico  .........................................................................................................................................................315

    13.3 Normas .....................................................................................................................................................316

    13.3.1 NBR 10068 – Folha de desenho layout e dimensões  ..............................................317

    13.3.2 NBR 10647– Desenho Técnico – Norma Geral...........................................................317

    13.3.3 NBR 13142– Desenho Técnico – Dobramento de cópias ..................... ................. 317

    13.3.4 NBR 8402 – Execuço de caracteres para escrita em desenhos técnicos ........ 318

    13.3.5 NBR 8993 – Representaço convencional de partes roscadas em desenhotécnico  ..................................................................................................................................................318

    13.4 Formatos do papel ...................... ........................ ........................ ....................... ......................... ......... 319

    13.4.1 NBR 10582 – Apresentaço da folha para desenho técnico ....................... ......... 31913.4.2 Margens ..................................................................................................................................319

    13.4.3 Espaço para texto ................................................................................................................320

    13.5 13.3 Legenda e tipos de linha............................................................................................................322

    13.5.1 Legenda .................................................................................................................................322

    13.5.2 Caligraa técnica ................................................................................................................322

    13.5.3 Tipos de linha ........................................................................................................................323

    13.6 Desenho Geométrico ...........................................................................................................................326

    13.6.1 Projeções Ortogonais .........................................................................................................326

    13.7 Perspectiva ...............................................................................................................................................333

    13.7.1 Perspectiva Isométrica .......................................................................................................33413.8 Escalas ........................................................................................................................................................335

    13.9 Seções projetadas sobre a vista e fora da vista ...........................................................................336

    13.9.1 Cortes e seções .....................................................................................................................337

    13.9.2 Hachuras (NBR 12.298) ......................................................................................................338

    13.9.3 Corte Total (DIN-6) ....................... ........................ ........................ ........................ ............... 339

    13.9.4 Meio corte ..............................................................................................................................340

    13.9.5 Cortes com desvio ...............................................................................................................341

    13.9.6 Corte parcial ..........................................................................................................................342

    13.10 Desenhos de detalhes .......................................................................................................................342

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    13.10.1 Norma - NBR-5984/80......................................................................................................343

    13.11 Plantas e leiautes .................................................................................................................................346

    13.11.1 Planta Baixa .........................................................................................................................346

    13.12 Geraço de elementos geométricos ............................................................................................348

    13.12.1 Arcos que se interseccionaro no centro desejado .............................................34913.12.2 Diviso de uma reta em duas partes iguais .............................................................349

    13.12.3 Hexgono ............................................................................................................................350

    13.12.4 Pentgono ...........................................................................................................................350

    13.12.5 Inscrever uma circunferência em um quadrado ...................... ........................ ...... 350

    Referências........................................................................................................................................................................353

    Minicurrículo dos Autores ...........................................................................................................................................361

    Índice  ..................................................................................................................................................................................363

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    Legislação e Normas

    Neste capítulo, você vai aprender a hierarquia das leis. Compreender que as leis inferiores

    dependem das superiores, e todas juntas formam o Direito. Ver ainda, que as leis trabalhistas

    normalmente favorecem o trabalhador, mas no excluem os direitos bsicos dos empregado-

    res.

    A Organizaço Internacional do Trabalho (OIT) foi criada com objetivo de amparar os povos

    promovendo a justiça federal. Nesse sentido, é importante que você conheça essa organizaço

    para compreender os direitos trabalhistas, e a partir daí, entender as bases de como foram fun-

    damentadas nossas leis trabalhistas.

    Você ainda ir conhecer a Carta Magna brasileira, pois é dela que emanam todas as leis e

    a Constituiço, que d aos trabalhadores direitos e deveres na funço exercida, que deve sercumprida na íntegra, tanto pelos trabalhadores, como pelos empregadores. Partindo destes

    conhecimentos, ao nal do capítulo você ter subsídios para:

    a) saber quais são as leis que favorecem os trabalhadores;

    b) entender quais são os direitos básicos dos empregadores;

    c) conhecer a Carta Magna brasileira que emana todas as leis;

    d) identificar os tipos de leis e a sua hierarquia;

    e) interpretar linguagem jurídica aplicada à saúde e segurança do trabalho;

    f) interpretar procedimentos, documentos, normas e legislação de saúde, segurança e meio

    ambiente.

    Portanto, inicie com dedicação e atenção, fazendo do seu estudo uma oportunidade de re-

    etir sobre suas prticas dirias.

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    FUNDAMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO - VOLUME 2158

    8.1 OIT

    Você sabe qual é a organizaço que promove os princípios fundamentais edireitos no trabalho?

    Essa organizaço é a Organizaço Internacional do Trabalho (OIT) que tem

    como objetivo: promover melhores oportunidades de emprego/renda para mu-

    lheres e homens em condições de livre escolha; evitar a discriminação e incentivar

    a dignidade; aumentar a abrangência e a eccia da proteço social e fortalecer o

    tripartismo e o dilogo social.

    SAIBAMAIS

    Para saber mais sobre a OIT, acesse: .

        O   r   g   a   n    i   z   a   ç    ã   o    I   n   t   e   r   n   a   c    i   o   n   a    l    d   o    T   r   a    b   a    l    h   o    (    2    0  -  -    ?    )

    8.1.1 HISTÓRIA

    Fundada no ano de 1919, a Organizaço Internacional do Trabalho foi criada

    para promover junto à populaço a justiça social, isso porque o mundo convivia

    com o término da primeira guerra mundial. Nesse sentido, a Conferência de Paz,

    com o intuito de proteger os direitos dos trabalhadores criou a OIT – Organizaço

    Internacional do Trabalho. A sua constituiço foi elaborada na Parte XIII do Trata-

    do de Versalhes, trazendo maior tranqüilidade à populaço.

    TRIPARTISMO:

    Cooperaço entreorganizações deempregadores, detrabalhadores e dosgovernos para a promoçãoda justiça social..

    EQUIDADE:

    Reconhecimento de queos direitos são iguais paratodos. (AULETE, 2008).

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    8 LEGISLAÇÃO E NORMAS 159

    Com a grande depresso, que chegou em 1944, efeito da segunda guerra

    mundial, a OIT esteve ativa e colocou um anexo dentro da sua constituiço, a

    chamada “Declaraço da Filadéla”.

     FIQUEALERTA

    Esta declaraço teve forte influência na Carta das NaçõesUnidas e na Declaraço dos Direitos Humanos.

    SAIBAMAIS

    Para você saber mais sobre a Declaraço da Filadélfia, reco-mendamos a seguinte obra:

    SÜSSEKIND, Arnaldo. Convenções da OIT. [S.l.], LTR, 1998.

    Em sua vigésima sexta sesso a Declaraço da Filadélfia ado-ta, aos 10 de maio de 1944, a declaraço de seus propósitosquanto aos itens e objetivos da Organização Internacionaldo Trabalho e aos princípios que devem inspirar a políticados seus membros.

     VOCÊSABIA?

    Você sabia que após completar 50 anos, a OrganizaçoInternacional do Trabalho recebeu o Prêmio Nobel daPaz? .

    Além disso, a Declaraço da OIT, em 1998, falando sobre os Direitos e Prin-

    cípios Fundamentais no Trabalho e, consequentemente, seu seguimento, foi

    considerada universalmente um acordo para respeitar e realizar os princípios das

    Convecções fundamentalistas da OIT. E mesmo que os Estados membros no as

    tivessem raticado, deveriam acatar estes princípios.

    Perceba que após essa data, o trabalho da OIT visa à consciência do processo

    de globalizaço, por meio de objetivos equilibrados e à eccia econômica, am -

    bos atrelados à equidade social.

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    FUNDAMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO - VOLUME 2160

        M    i   c   r   o   s   o    f   t    O       c   e    (    2    0  -  -    ?    )

    8.1.2 FUNDAMENTOS

    Os principais fundamentos da Organizaço Internacional do Trabalho so:

    a) paz universal e permanente, baseada na justiça social;b) a sociedade industrial é caracterizada por fortes conquistas sociais;

    c) a OIT tem como base uma estrutura internacional, que busca a melhoria

    contínua do trabalho no mundo.

    Os objetivos estratégicos esto norteados em:

    a) supervisionar, por meio de um sistema e de aplicação de algumas normas,

    os princípios fundamentais e norteadores do direito no trabalho;

    b) melhorar os níveis de empregos, para homens e mulheres, criando oportu-

    nidade de livre escolha, dignidade, sem discriminação;

    c) promover a eciência e eccia na proteço social;

    d) engrandecer a confiabilidade entre governo, empregadores e trabalhado-

    res e, consequentemente, o dilogo social.

    Conforme a Constituiço da OIT “se alguma naço no adotar condições hu-

    manas de trabalho, esta omissão constitui um obstáculo aos esforços de outras

    nações que desejem melhorar as condições dos trabalhadores em seus próprios

    países.” (SÜSSEKIND, 1998, p. 550).

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    8 LEGISLAÇÃO E NORMAS 161

        P    h   o   t   o    d    i   s   c    (    2    0  -  -    ?    )

    8.1.3 ESTRUTURA

     VOCÊSABIA?

    Você sabia que a estrutura da OIT continua a ser a únicatripartite da ONU?

    Isso porque consegue igualdade entre os três maiores interessados, que so:

    os governos, os trabalhadores e os representantes das empresas, nas atividades

    dos órgos da organizaço.

    O conselho administrativo da organização se reúne na cidade de Genebra na

    Suíça, em média três vezes ao ano. O conselho formula e controla as políticas eprogramas, elege o Diretor Geral da organização e também elabora a proposta do

    orçamento e programa bienal. Em junho, ocorre a Conferência Internacional do

    Trabalho, em Genebra, que tem como intuito:

    a) discutir qualquer tema relevante sobre o trabalho mundial;

    b) rever normas de trabalho internacional;

    c) discutir as políticas da organizaço, o orçamento, que normalmente é nan-

    ciado pelos Estados-membros.

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    FUNDAMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO - VOLUME 2162

        A   g    ê   n   c    i   a    d   e    N   o   t    í   c    i   a   s    M    P    T    (    2    0  -  -    ?    )

    Em Genebra também está situado o escritório central da organização, onde

    todas as decisões so tomadas, por meio das comissões e comitês formados. Sua

    estrutura é formada por cinco escritórios regionais, um deles no Brasil, além disso,

    doze equipes técnicas dão suporte nas decisões, ajudados por onze correspon-

    dentes nacionais.

     FIQUEALERTA

    A OIT, no Brasil, está inserida na promoção do tema Traba-lho Decente, dando suporte técnico aos programas comcausa prioritria. Entre alguns programas desenvolvidospela OIT brasileira esto: o Plano Nacional que quer erradi-car o trabalho escravo; o Fome Zero; entre outros. Inclusi-ve alguns deles no so governamentais, tais como: Traba-lho Infantil; Exploraço Sexual de Menores; DiscriminaçoRacial e vrios outros programas sociais.

        C   a   m   p   a   n    h   a   p   e    l   o    T   r   a    b   a    l    h   o    D   e   c   e   n   t   e    (    2    0  -  -    ?    )

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    8 LEGISLAÇÃO E NORMAS 163

    Saiba que alguns projetos desenvolvidos pela OIT brasileira contribuíram para

    melhorar a vida dos brasileiros, porque foram discutidos diretamente com os re-

    presentantes governamentais. Veja, a seguir, alguns desses projetos.

    a) Projeto Monitorando e Avaliando o Progresso no Trabalho Decente (MAP).

    b) HIV/AIDS e o Mundo do Trabalho.

    c) Projeto Nacional de Trabalho Escravo.

    d) IPEC - Programa Internacional para Eliminaço de Trabalho Infantil.

    e) Projeto Bahia Livre de Trabalho Infantil.

    f) Projeto Regional de Cooperaço Horizontal Brasil, Equador e Paraguai.

    g) Projeto Segurança Alimentar e Crianças Indígenas.

    h) Projeto de Cooperaço Sul-Sul.

    i) Projeto de Inspeço do Trabalho.

     j) Programa de Promoço da Igualdade de Gênero e Raça no Mundo do Traba-

    lho e Prevenço e enfrentamento ao Trco de Pessoas.

    k) Projeto de Seguridade Social.

    l) Projeto de Inspeço do Trabalho.

    CASOS E RELATOS

    Falta de cumprimento das leis

    João trabalhou em uma indústria de calçados, na seção de costura, por

    quase cinco anos. Sua atividade era sempre a mesma: fazer a costura do

    calçado com uso de máquina, entretanto, ele sentia muitas dores durante

    este trabalho. Sua empresa nunca esteve preocupada com a questo de

    segurança, nem com leis trabalhistas e, muito menos, em oferecer ginás-

    tica laboral para seus funcionrios.

    Porém, certo dia, com a produção em alta e muita cobrança, João es-

    quece seu dedo embaixo da mquina de costura e uma agulha muito

    grossa perfura o dedo indicador da mão esquerda dele, ocasionando um

    acidente muito grave.

    Diante do ocorrido, João teve que esperar até o bombeiro da cidade che-

    gar, pois a empresa não tinha pessoas capacitadas e treinadas para atu-arem em situações emergenciais e, por isso, teve agravamento da lesão,

    pois a agulha estava presa em seu dedo.

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    FUNDAMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO - VOLUME 2164

    Quando o bombeiro chegou, Joo foi encaminhado ao hospital, porém,

    no foi feito nem mesmo a CAT (Comunicaço de Acidente Trabalho) do

    ocorrido, nem o seguro acidente criado pela Lei 8212/91 foi acionado, enem outros recursos da empresa.

    Partindo deste relato é importante lembrar que as leis trabalhistas existem

    e devem ser cumpridas, tanto pelo empregador, como pelos empregados, e na

    grande maioria das situações, elas favorecem os trabalhadores, ainda mais em

    uma situaço como esta.

    Por isso, diante de acidentes ou situações mais graves é fundamental seguirtodos os procedimentos conforme a lei determina, bem como, os procedimentos

    internos de segurança voltados à prevenço, sempre buscando o bem-estar e a

    melhoria do ambiente de trabalho.

    Aqui, você naliza essa primeira etapa de estudos. Abuse da autonomia e en-

    tusiasmo para que a construço do conhecimento seja signicativa e prazerosa.

    Vamos l!

    8.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL

    Você sabe o que so os ‘Direitos Trabalhistas’ ou o ‘direito laboral’?

    É um conjunto de normas jurídicas que tem o objetivo de reger as relações

    existentes entre trabalhadores e empregadores, inclusive os direitos da condiço

     jurídica dos trabalhadores.

        S   e   u    P    i   m   e   n   t   a    (    2    0  -  -    ?    )

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    8 LEGISLAÇÃO E NORMAS 165

    Este conjunto de leis est agrupado na Consolidaço das Leis do Trabalho

    (CLT), amparada pela Constituiço Federal, e vrias outras leis espalhadas no Di-

    reito Trabalhista. Perceba que estas leis aparecem para autenticar a expresso doser humano, e so uma ferramenta na renovaço da sociedade trabalhista.

    Veja que a intervenço jurídica entre os empregados e empregadores, tem

    como objetivo melhorar os relacionamentos entre os trabalhadores e aqueles

    que tiram proveito desse trabalho. Formando assim, uma plataforma de direitos

    e deveres bsicos.

     FIQUEALERTA

    O Direito do Trabalho pode ser conceituado como um con- junto de leis e princípios que regulamenta as atividadesentre trabalhadores e empregadores.

    A constituiço de 1988 estabelece direitos aos trabalhadores para as condi-

    ções de trabalho em qualquer empresa no território nacional, e não pode ser

    modicada por Clusula Pétrea, isto é, no pode receber emenda. Acompanhe, a

    seguir, o que estabelece a Constituiço Federal de 1988, em seu art. 7.

    So direitos dos trabalhadores, entre outros:

    XXII – reduço dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de

    normas de saúde, higiene e segurança;

    XXIII – adicional de remuneraço para as atividades penosas,

    insalubres ou perigosas, na forma da lei;

    XXVIII – seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do em -

    pregador, sem excluir o direito de indenizaço a que est

    obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. (BRASIL, 1988).

    Perceba que, de acordo com essas especificações, os empregadores terão que

    oferecer condições seguras a seus trabalhadores.

    Um local de trabalho seguro seria um ambiente no qual a empresa tomou to-das as providências para deix-lo livre de qualquer risco, e as atividades podem

    ser desenvolvidas seguramente.

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    FUNDAMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO - VOLUME 2166

    No art. 7 ainda so preservadas quaisquer condições inseguras por excesso de

    horas trabalhadas, sendo assim, não podendo reduzir salário, salvo acordo coleti-

    vo, pois limita o horrio de trabalho dirio em 8 horas ou 6 horas ininterruptas ea jornada semanal de quarenta quatro horas para todo trabalhador em exercício

    legal de sua prosso. Ainda conforme o art. 7, so direitos dos trabalhadores:

    VI - irredutibilidade do salrio, salvo o disposto em convenço

    ou acordo coletivo.

    XIII - duraço do trabalho normal no superior a oito horas

    diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compen-

    sação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou

    convenção co letiva de trabalho;

    XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos

    ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

    XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de

    trabalho. (BRASIL, 1988).

     VOCÊSABIA?

    Você sabia que 5% a 7% dos acidentes de trabalho socausados por condição insegura?

    No entanto, se o ambiente tiver higiene e forem cumpridas legalmente as ho-ras trabalhadas expressas na Constituiço Federal, j sero evitados o sofrimento

    humano e os gastos excessivos às empresas e ao país.

    Contudo, no Brasil, ainda temos empresas que burlam essas leis e expõe seus

    trabalhadores a acidentes que seriam evitados se as empresas tivessem seguido

    a constituição e incorporado ao ambiente de trabalho as ações de segurança e

    saúde. Assim, vrias famílias no estariam dependendo da Previdência Pública.

    Quando a Constituiço foi promulgada, em 1988, o trabalhador ganhou o di-

    reito da Carta Magna, de proteço à sua integridade física e moral, nas suas ativi-

    dades. O próprio Art. 7 contempla o trabalhador com seguro contra acidentes de

    trabalho, sem excluir o direito à indenizaço, quando a causa do acidente for por

    culpa direta ou indireta do trabalhador.

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    8 LEGISLAÇÃO E NORMAS 167

    Portanto, as empresas passam a ter responsabilidade civil e todos os seus em-

    pregados podem, perante a lei, exigir seus direitos por meio de indenizações pe-

    las lesões sofridas.

    O Seguro Contra Acidente de Trabalho (SAT), criado pela Lei 8.212/91, obriga

    as empresas a recolher, por meio da Guia da Previdência Social (GRPS), todos os

    direitos que o trabalhador tem: se exerce sua atividade em ambiente de muito

    risco e, se existe a determinaço do grau de risco exposto.

    A Constituiço Federal em seu art. 157, II arma que, “o empregador deve ins-

    truir seus trabalhadores no sentido de observar normas de segurança, utilização

    de equipamentos de segurança e precauções para evitar acidentes.” (BRASIL,

    1988).

     FIQUEALERTA

    É de responsabilidade da empresa educar seus trabalha-dores sobre a utilização de equipamentos de segurança eoferecer esses equipamentos gratuitamente e de boa qua-lidade, cobrando o seu uso nas atividades.

        M    i   c   r   o   s   o    f   t    O       c   e    (    2    0  -  -    ?    )

    O Estado precisa ser fundamentado para a sua manutenção, e os conflitos de

    interesse dos grupos sociais deverão ser pacificados, para formar uma sociedade

     justa. É necessrio que os indivíduos entrem em acordo e se entendam, pois so

    os responsveis pelo princípio da paz e do dilogo.

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    FUNDAMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO - VOLUME 2168

    A Constituiço Federal de 1988 faz menço ainda à negociaço coletiva em

    diversos dispositivos, como:

    Art. 8º. VI - É obrigatória a participaço dos sindicatos nas ne -

    gociações coletivas de trabalho.

    Art. 114 §1º Frustrada a negociaço coletiva, as partes podero

    eleger rbitros.

    §2º Recusando-se qualquer das partes a negociaço ou a arbi-

    tragem, é facultado aos respectivos sindicatos ajuizar dissídio

    coletivo, podendo a Justiça do Trabalho estabelecer normas e

    condições, respeitadas as disposições convencionais e legais

    mínimas de proteço ao trabalho. (BRASIL, 1988).

    Dessa forma, o Direito Constitucional deve ser reconhecido para evitar discus-

    sões entre as normas existentes e o próprio direito.

    A Constituiço ou Carta Magna no pode ser interpretada isoladamente, massim, com todos os preceitos juntos que compõe o sistema das leis e normas e

    princípios legais.

    Assim sendo, perceba que a Constituiço defende a igualdade digna, sem hie-

    rarquia no seu conteúdo. Por isso, no existe uma regra inconstitucional em face

    de outra, no existindo antinomias entre elas, e o texto constitucional deve ser

    levado com harmonia e ponderaço.

    Aqui você pôde conhecer um pouco sobre os direitos trabalhistas abordados

    na Constituiço. Ento, gostou desse assunto? A construço do conhecimento

    no para por aqui. A seguir, você ter a oportunidade de conhecer sobre a hierar-quia das Leis. Vamos l!

    8.3 HIERARQUIA DAS LEIS

    Você sabe o que é hierarquia? E hierarquia das Leis, você j ouviu falar?

    ANTINOMIA:

    Um conflito entre duasideias, proposições,atitudes, leis ou normas.

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    8 LEGISLAÇÃO E NORMAS 169

    8.3.1 DEFINIÇÃO

    Para Carvalho e Nascimento (1997, p. 229), “a palavra hierarquia signica or-dem, graduaço, organizaço segundo uma preferência. Hierarquizar quer dizer

    pôr em ordem, de acordo com um critério.”

        i    S   t   o   c    k   p    h   o   t   o

        (    2    0  -  -    ?    )

    Figura 1 - Hierarquias

    Se formos ordenar a parte jurídica de um Estado, deveremos ter um único sis-

    tema de normas que se harmonizam entre elas, formando um conjunto coerente.

    Ento, a teoria elaborada por Kelsen (2000) do escalonamento das normas, nos

    d a certeza de que o núcleo da unidade de uma ordem jurídica no est todo no

    nível do mesmo plano.

    J Bobbio (1999, p. 49), após conhecer os ensinamentos de Kelsen, conceitua

    que:

    H normas superiores e normas inferiores. As inferiores depen-

    dem das superiores. Subindo das normas inferiores àquelas

    que se encontram mais acima, chega-se a uma norma supre-

    ma, que não depende de nenhuma outra norma superior, e

    sobre a qual repousa a unidade do ordenamento. Essa norma

    suprema é a norma fundamental.

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    FUNDAMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO - VOLUME 2170

    O mesmo autor arma também que, a hierarquia das normas jurídicas, pode

    ser escalonada em forma de uma pirâmide, em que na parte de cima encontra-se

    a norma fundamental, onde todas as normas existentes dependem dela e a usampara sua eccia, seus ensinamentos e validade.

    Perceba, ento, que a norma fundamental é superior às outras normas, escalo-

    nando de cima para baixo até a norma inferior. Ou seja, da norma fundamental da

    legitimidade e comando (da qual suas ordens imperativas causam dependência)

    ao ordenamento jurídico.

        L   u    i   z    M   e   n   e   g    h   e    l    (    2    0    1    1    )

    Figura 2 - Ordenamento

    Observe que, a norma principal nem sempre é a Constituiço do Estado, mas

    sim, uma norma superior que lhe d respaldo e validade.

    Para Kelsen (2000, p. 221), a norma fundamental pressuposta é, na verdade,

    uma norma formada por hipótese, pois no tem um código especíco, no é uma

    norma posta, e sim pressuposta e só é aceita quando as autoridades ditam seus

    comandos, sendo reconhecida por todos como fato.

    Dessa forma, entende-se que a validade da norma pressuposta, se dá não so-

    mente por que as autoridades determinam que devam ser obedecidas em umdeterminado lugar, em um período de tempo, mas sim, por que devem ser obe-

    decidas sem questionamentos.

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    8 LEGISLAÇÃO E NORMAS 171

    Recorrendo-se ainda aos ensinamentos ditados por Bobbio (1999, p. 58), “dado

    o poder constituinte como poder último, devemos pressupor, portanto, uma nor-

    ma que atribua ao poder constituinte à faculdade de produzir normas jurídicas:essa norma é a norma fundamental.”

    J Ro (1999, p. 305) arma que:

    Leis se classificam, hierarquicamente, segundo a maior ou

    menor extenso de sua eccia e sua maior ou menor intensi-

    dade criadora do direito. Sob o primeiro aspecto, nos regimes

    políticos baseados na federaço, as leis se distinguem em fed-

    erais, estaduais e municipais. Sob o segundo aspecto, a classi-

    ficação hierárquica se baseia na conformidade das normas in-

    feriores às de categoria superior e esta conformidade se traduz

    em dois princípios: o da constitucionalidade e o da legalidade.

    Sendo assim, se temos um ordenamento jurídico, ento existe um sistema se-

    guindo uma hierarquia, logo, as normas inferiores estão em conformidade com

    as superiores.

    Para Ro (1999, p. 306) existem dois princípios de hierarquia:

    a) princípio da constitucionalidade e;

    b) princípio da legalidade.

    Perceba que, conforme os autores anteriormente citados, existe uma hierar-

    quia entre as normas por escalonamento. E esto divididas na seguinte ordem,

    acompanhe.

    a) Norma Fundamental.

    b) Constituiço Federal.

    c) Lei.

    d) Complementar.

    e) Ordinria.

    f) Delegada.

    g) Medida Provisória.

    h) Decreto Legislativo.

    i) Resoluço.

     j) Decretos Regulamentados pelo Poder Executivo.

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    FUNDAMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO - VOLUME 2172

    k) Alguns diplomas sem grande expresso de eccia, e de leve força norma-

    tiva.

    O DIREITO DO TRABALHO E SUA HIERARQUIA

    Embora os critérios de escalonamentos das leis e normas que formam o Di-

    reito sejam rígidos, a hierarquia das Leis no é seguida, por mais que exista essa

    pirâmide no Direito Trabalhista. Maranho (1984, p. 158) cita que:

    As fontes formais do Direito do Trabalho so: a Constituiço, a

    Lei, o Regulamento, a Sentença Normativa da Justiça do Tra-balho, a Convenço Coletiva de Trabalho e o Costume.

    Podemos ento acrescentar: os Contratos de Trabalho; as Convenções interna-

    cionais; os Tratados e os Acordos Coletivos.

    Perceba que, levando em consideração o direito do trabalho, e visando a pro-

    teço da economia relacionada ao emprego, temos uma hierarquia exível, nas

    normas desse direito.

    Alguns princípios norteiam o Direito do Trabalho e constituem o fundamentoda ordem jurídica. Acompanhe a seguir.

    a) Princípio da no-renúncia do Direito – Qualquer renúncia ao direito traba-

    lhista é legalmente invlida.

    b) Princípio da continuidade da relaço de emprego – O contrato de trabalho

    dever ser o mais duradouro possível, dando sustento à instabilidade do em-

    prego.

    c) Princípio da razo – Na relaço entre empregado e empregador, deve sem-

    pre prevalecer a razão, não devemos cobrar do empregado o que é humana-

    mente impossível realizar.

    d) Princípio da boa-fé – Os fatos devero ser, quando houver divergência so -

    bre eles, documentados, tanto nos autos, como nos acordos. O que foi acor-

    dado entre as partes dever ser cumprido na íntegra e no poder ser usado

    de m-fé ou de artifícios escusos prejudiciais à outra parte.

    e) Princípio Protetor – Divide-se em três regras bsicas:

    a) regra da interpretaço da norma – em caso de dúvida na interpretaço

    da norma, esta deverá beneficiar o trabalhador;

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    8 LEGISLAÇÃO E NORMAS 173

    b) regra do benefício da condiço – o trabalhador deve exercer suas fun-

    ções nas condições concretas acordadas pelo empregador, respeitando-

    -se o Status anterior;

    c) regra da continuidade da norma que mais favorece o trabalhador.

    Escolhe-se aquela norma, entre todas, que mais atende os princípios bsicos

    do trabalhador. Entende-se ento, que as normas brasileiras sempre sero mais

    favorveis aos empregados.

    Carvalho e Nascimento (1997, p. 238) armam que:

    Na pirâmide normativa da hierarquia das normas jurídicas tra-

    balhistas, o vértice aponta para a norma que assegurar a me-

    lhor condição para o trabalhador, segundo uma dinâmica que

    não coincide com a distribuição estática de leis em graus de

    hierarquia, do direito comum.

    De acordo com as vantagens das normas, o que você acha que deve ser feito?

    Devem-se colher as vantagens de todas, ou seguir a mais vantajosa?

    Existem duas teorias nesse sentido. Veja.

    a) Teoria da Acumulação – Tiramos de cada norma as disposições que maisvantagem o empregado pode vir a ter. Assim, no temos o conjunto das

    normas, mas sim, parte de cada uma delas.

    b) Teoria do Conglobamento – Nessa teoria, o conjunto de normas será consi-

    derado, no havendo diviso do texto legal.

    Os juristas afirmam que não haverá a separação da norma e os estatutos dife-

    rentes sero aplicados simultaneamente.

    Nesse sentido, vrias so as discussões jurídicas no Brasil, mas no entendimen-

    to da maioria, a norma favorável está levando vantagem nas decisões judiciais,

    colocando-se a teoria do conglobamento em segundo plano. As decisões basea-

    das na norma favorável, normalmente favorecem a categoria da função do traba-

    lhador, e no apenas ele.

    Delgado (2003, p.239) arma que:

    O parâmetro para se proceder à comparaço da norma mais

    favorvel no ser o indivíduo, tomado isoladamente, mas a

    coletividade interessada ou o trabalhador objetivamente con-

    siderado como membro de uma categoria ou segmento, inse-rido em um quadro de natureza global.

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    FUNDAMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO - VOLUME 2174

    Aqui você naliza esta etapa de estudo, onde você pôde conhecer sobre a Or-

    ganizaço Internacional do Trabalho; estudou a Constituiço Federal e os direitos

    trabalhistas e também as hierarquias das Leis. Ainda tem muita coisa interessanteaguardando por você. Portanto, organize bem suas atividades e garanta o suces-

    so!

    RECAPITULANDO

    No decorrer dos seus estudos você pôde perceber que, com a moder-

    nidade e a industrialização, a produção e o lucro passam a ter papel im-

    portante na vida do empreendedor. Nesse contexto, surge a pressa, o

    cansaço e consequentemente a falta de atenção dos trabalhadores, que

    se submetem às horas interminveis de trabalho, gerando o erro e mui -

    tos acidentes.

    Você viu também que a desregulamentaço no pode e nem deve ser

    confundida com exibilizaço. Por isso, foi necessrio garantir direitos

    mínimos à dignidade do trabalhador, direitos esses, inicialmente fun-

    damentados pela Carta Magna. Dessa forma, o processo humanista edemocrático, não pode ser complacente com as disparidades e contra a

    legislaço pertinente.

    Continue atento para aprender mais a cada etapa cumprida. Na sequên-

    cia, o convite ser para aprender sobre normas regulamentadoras. Va-

    mos em frente!

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    8 LEGISLAÇÃO E NORMAS 175

    Anotações:

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    FUNDAMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO - VOLUME 2178

    9.1 PRINCIPAIS NORMAS REGULAMENTADORAS

    As Normas Regulamentadoras disciplinam os artigos de 154 a 201 da CLT eservem de referência e de parâmetro técnico, tanto para empresas, quanto para

    as pessoas, de forma que elas atendam os ditames legais.

    Atualmente existem 34 NRs e todas elas esto inter-relacionadas visando à

    prevenço de acidentes.

    NR - 1. Disposições Gerais: Estabelece a aplicaço de todas as normas volta-

    das à medicina e segurança do trabalho.

    É dirigida à observância de todas as empresas privadas e públicas e, pelos ór-

    gãos dos Poderes Legislativo e Judiciário direta e indiretamente, que tem seus

    trabalhadores regidos pela Consolidaço das Leis do Trabalho (CLT). Tem seu em-

    basamento legal na Constituiço Federal, nos artigos 154 a 159.

     FIQUEALERTA

    Todas as NR devem ser lidas para proporcionar um conhe-cimento mais amplo sobre os direitos e deveres dos traba-lhadores.

    NR - 2. Inspeção Prévia: Qualquer estabelecimento novo ao iniciar suas ativi-

    dades, ter que ter suas instalações aprovadas pelo Ministério do Trabalho.

    NR - 3. Embargo e Interdição: A Delegacia Regional do Trabalho (DRT) ou

    Delegacia do Trabalho Marítimo (DTM), depois de laudo técnico do serviço que

    comprove grave risco iminente para os trabalhadores poderá, a qualquer mo-

    mento, interditar a empresa; embargar a obra; o setor de serviço; e as máquinas

    e equipamentos.

    NR - 4. Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do

    Trabalho: Toda empresa que possuir trabalhadores regidos pela CLT, tero emseus quadros os serviços voltados à Engenharia de Segurança e Medicina do Tra-

    balho, para proteger a saúde do trabalhador, e os riscos iminentes do local de

    trabalho.

     FIQUEALERTA

    Estes serviços estarão ligados ao risco iminente da produ-ção da atividade principal e o número de trabalhadores daempresa.

    DITAME

    Preceito ditado pela razão,lei ou consciência.

    IMINENTE

    Que ameaça cair sobre algo,está pendente ou está emvia de efetivação imediata,muito próxima

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    9 NORMAS REGULAMENTADORAS 179

    NR – 5. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: Todas as empresas,

    privadas, públicas e órgos governamentais que so regidos pela CLT, tero que

    manter ativa, e organizada por setor, a Comisso Interna de Prevenço de Aciden-tes (CIPA).

    NR - 6. Equipamentos de Proteção Individual: Os empregadores tero que

    oferecer gratuitamente a seus empregados o Equipamento de Proteção Individu-

    al (EPI), para proteger seus trabalhadores dos riscos inerentes à saúde e integri-

    dade física.

    Para ressaltar a importância da utilização dos equipamentos de proteção indi-

    vidual, acompanhe o Casos e Relatos a seguir.

    CASOS E RELATOS

    Importância dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

    Pedro trabalha em uma indústria, na parte de obras civis. Sua empresa

    nunca esteve preocupada com a questão de segurança, e nem forne-

    cia todos os EPIs adequados ou aprovados conforme Certicado de

    Aprovaço (CA).

    Um dia, enquanto estava trabalhando, percebeu os riscos a que estava

    exposto, ento foi em uma distribuidora de EPIs e fez a compra de um

    cinto de segurança. Porém, ninguém havia lhe informado que este deve-

    ria ter alguma aprovação e, infelizmente, o que lhe foi vendido não pos-

    suía Certicado de Aprovaço, ou seja, no havia passado por nenhum

    teste.

    No dia seguinte, em seu trabalho, foi preciso subir em um andaime à

    cerca de 4 metros de altura. Pedro colocou o cinto que havia compradoe foi realizar sua atividade, conforme solicitado. Fixou bem o andaime,

    colocou as sapatas, travas, tbuas e guarda–corpo e vericou também,

    o melhor ponto de ancoragem acima de sua cabeça. Quando iniciou o

    trabalho, uma tábua de madeira veio a quebrar, apesar de o ponto de

    ancoragem resistir à queda, o cinto de segurança rompeu, no resistindo

    ao impacto, e levando Pedro a cair e sofrer vrias fraturas.

    Em seguida, foi acionado o resgate da cidade e feita a devida investigação

    do acidente, no qual foram constatadas vrias irregularidades, como: EPIs

    sem aprovação, a espessura da tábua não era adequada e continha váriastrincas, além da falta de treinamento para o trabalhador.

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    FUNDAMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO - VOLUME 2180

    Diante de toda esta situação e da gravidade do acidente, a empresa con-

    tratou uma consultoria para fazer um levantamento em todos os seus

    pontos de riscos, bem como, relacionar os EPIs adequados para cadaatividade. Pedro se recuperava muito bem e logo voltaria a trabalho e,

    provavelmente, ficaria satisfeito ao observar todas as mudanças, voltadas

    à prevenço, que a empresa estava fazendo.

    NR - 7. Programas de Controle médico de Saúde Ocupacional: As empresas

    e instituições serão obrigadas a implementar, a todos os seus trabalhadores, o

    Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), para preservar asaúde dos mesmos.

    NR - 8. Edificações: Toda empresa que tem trabalhadores em edificações de-

    verá obedecer a critérios técnicos, que garantam o conforto e a segurança dos

    envolvidos nesse tipo de trabalho.

    NR - 9. Programas de Prevenção de Riscos Ambientais: Os empregadores

    que tenham empregados expostos a riscos ambientais tero que implementar

    o Programa de Riscos Ambientais, após avaliação, reconhecimento e prevenção

    dos riscos inerentes ao ambiente.

    NR - 10. Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade: As ativida-

    des nas quais o risco elétrico faz parte, incluindo os projetos, execuço, manu-

    tenço e a operaço, tero garantias mínimas aos trabalhadores ou terceiros, que

    armem a sua integridade física.

    NR - 11. Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Mate-

    riais: A movimentação para operação de guindaste, elevadores, equipamentos

    transportadores e máquinas transportadoras terá que obedecer a requisitos de

    segurança, para cada material.

    NR - 12. Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos: Os proce-dimentos obrigatórios serão estabelecidos por esta NR, para locais onde transi-

    tam os equipamentos e mquinas, e sua proteço, manutenço e operaço. Esto

    inclusos: as reas, os pisos de circulaço, e os dispositivos para parada e partida.

    NR - 13. Caldeiras e Vasos Sob Pressão: As caldeiras e os vasos de presso

    devero ter critérios seguros nos locais escolhidos para se situarem, inclusive:

    projetos, operação e manutenção, e deverão ter inspeção e supervisão, conforme

    regulamento vigente no Brasil.

    NR - 14. Fornos: Os procedimentos estabelecidos por esta NR visam à cons-

    trução de fornos sólidos e revestidos com material refratário, para que o calor seja

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    9 NORMAS REGULAMENTADORAS 181

    suportado no ambiente externo, deixando-o seguro e agradvel aos trabalhado-

    res.

    NR - 15. Atividades e Operações Insalubres: Estabelece critérios para os lo-

    cais onde existem agentes agressivos, tais como: ruído; calor; radiaço; pressões;

    frio; umidade; agentes químicos e outros. Por exemplo, se estiverem acima do

    nível tolerado estabelecido por Legislaço, devero ser atestados pelos laudos de

    inspeço do ambiente de trabalho.

     VOCÊ

    SABIA?

    Que as atividades ou operações Insalubres são aquelas

    em que o local de trabalho possui agentes agressivos?

    NR - 16. Atividades e Operações Perigosas: As atividades com produtos quí -

    micos como: manuseio e transporte de explosivos; gases; líquidos inamveis; só-

    lidos inamveis; oxidantes; tóxicos; infectantes; radioativos; corrosivos ou outras

    substâncias químicas que exponham o trabalhador a risco, devero ter seus pro-

    cedimentos vistoriados e supervisionados, obedecendo a regulamentos jurídicos,

    pagando ao trabalhador a insalubridade de 30% sobre o salrio vigente.

    NR - 17. Ergonomia: As características psicosiológicas dos trabalhadores no

    ambiente de trabalho deverão ser adaptadas para proporcionar conforto, desem-

    penho eciente e muita segurança. Esta norma possui dois anexos que apresen-

    tam detalhes para as seguintes atividades:

    a) anexo I - Operadores de Checkouts;

    b) anexo II – Trabalhadores em Teleatendimento e Telemarketing.

    NR - 18. Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Constru-

    ção: Os operrios que tem, no ambiente de trabalho, riscos inerentes à constru-

    ção, demolição e reparos, deverão ter medidas de controle e estudos preventivosdos riscos e da condiço do ambiente.

    NR - 19. Explosivos: Estabelece procedimentos rígidos para manusear, arma-

    zenar e transportar explosivos, onde a quantidade expõe os trabalhadores a ris-

    cos desnecessrios.

    NR - 20. Líquidos Combustíveis e Inflamáveis: Dene como armazenar,

    transportar e manusear os líquidos inamveis, os combustíveis e o Gs Liquefei-

    to de Petróleo, (GLP), sem riscos a sua saúde.

    NR - 21. Trabalho a Céu Aberto: Os critérios estabelecidos por essa NR, di-zem respeito a trabalhadores que exercem suas funções a céu aberto, no qual, a

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    FUNDAMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO - VOLUME 2182

    legislaço exige abrigos (mesmo rústicos), para a proteço dos empregados das

    intempéries.

    NR - 22. Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração : Esta NR prescreve

    a Segurança e Medicina nos locais subterrâneos, como minas, para proporcionar

    aos trabalhadores o conforto satisfatório, a segurança da saúde e a diminuição

    dos riscos físicos.

    NR - 23. Proteção Contra Incêndios: As empresas devem possuir proteço

    contra incêndios, saída de emergência e treinamento para o uso correto de equi-

    pamentos, em número suficiente para o combate do fogo, preservando a vida

    dos trabalhadores.

    NR - 24. Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: Esta-belece as normas para os aparelhos e gabinetes sanitários, banheiros separados

    por sexo, alojamentos, refeitórios, cozinhas e vestirios.

    NR - 25. Resíduos Industriais: Mostra os critérios usados para eliminar os resí -

    duos industriais do ambiente de trabalho, por equipamentos e métodos adequa-

    dos, para evitar os riscos à segurança e saúde dos empregados.

    NR - 26. Sinalização de Segurança: O objetivo desta NR é xar cores para a

    prevenção dos trabalhadores em locais de risco, advertindo e delimitando espa-

    ço de possíveis riscos iminentes.

    NR - 27. Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no

    MTB: Os critérios do exercício da prosso de Técnico de Segurança do Trabalho

    so estabelecidos por esta NR, e dependem do registro no Ministério do Traba -

    lho, com aval do Serviço de Saúde e Segurança do Trabalho (SSST) ou de uma

    Delegacia Regional do Trabalho (DRT).

    NR - 28. Fiscalização e Penalidades: A scalizaço, embargo ou penalidades

    provenientes de denúncias sobre a segurança e saúde dos empregados, só serão

    efetuadas, se obedecerem aos Decretos Leis.

    NR - 29. Segurança e Saúde no Trabalho Portuário : Regulariza o ambien-te portuário, impondo a proteção adequada aos trabalhadores em segurança e

    saúde, enquanto exerçam suas atividades nas instalações, dentro do porto orga-

    nizado.

    NR - 30. Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário: A regulamentaço

    desta norma aplica o que est disposto na Convenço da OIT número 147 – Nor-

    mas Mínimas para Marinha Mercante, para proteço de seus trabalhadores em

    embarcações de bandeira nacional ou estrangeira, que fazem transporte de car-

    gas ou passageiros ou prestam serviços, seja na navegação de cabotagem ou de

    longo curso, plataformas marítimas e uviais ou nos deslocamentos terra-mar ouvice-versa.

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    9 NORMAS REGULAMENTADORAS 183

    NR - 31. Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicul-

    tura, Exploração Florestal e Aquicultura: Norma regulamentadora para esta-

    belecer todos os preceitos para a organização, planejamento nas atividades deagricultura, pecuria, silvicultura, exploraço orestal e aquicultura, visando à se-

    gurança e à saúde dos trabalhadores.

    NR - 32. Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde :

    Os trabalhadores e envolvidos na área de saúde devem ter seu ambiente de tra-

    balho protegidos por planejamentos e medidas de segurança para a sua saúde.

    NR - 33. Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados : Os em-

    pregadores deverão identificar os espaços confinados no ambiente de trabalho,

    através de reconhecimento e avaliaço. Desta forma, devem monitorando e con-

    trolando os riscos para proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores que,

    direta ou indiretamente, esto expostos a tais riscos.

    NR - 34. Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Cons-

    trução e Reparação Naval: A proposta de um texto para dar segurança ao meio

    ambiente de trabalho na indústria naval, estaleiros e similares e criar uma norma

    regulamentadora, est tramitando. Para consulta pública pela Portaria SIT núme-

    ro 182 de 30 de abril de 2010, em conformidade com a Portaria GM número 1.127,

    de 02 de outubro de 2003.

     SAIBAMAIS

    Para conhecer os textos na íntegra de cada NR, faça umabusca no Portal do Ministério do Trabalho e Emprego. Dispo -nível em:. Acesse o menu ‘Legis-laço’ e, após, ‘Normas Regulamentadoras’.

    Como você pôde perceber, é fundamental conhecer as NRs para nortear as

    ações de prevenção, de forma a melhorar as condições de trabalho, baseando-se

    nos princípios legislativos.

    Aqui nalizamos mais uma etapa, na qual você pôde conhecer algumas das

    principais Normas Regulamentadoras. Agora você est convidado a conhecer

    alguns princípios da segurança no trabalho nos ambientes: rural; de mineraço;

    trânsito; construço civil e no lar. Vamos l!

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    FUNDAMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO - VOLUME 2184

    9.2 SEGURANÇA DO TRABALHO

    9.2.1 RURAL

    Tanto na agricultura como na pecuria, os trabalhadores rurais so expostos

    a muitos riscos, por isso, você ir aprender a identicar e prevenir os acidentes

    decorrentes dessas funções.

    MEDIDAS PREVENTIVAS

    O trabalhador rural, como todos os trabalhadores, deverá receber orientações

    de um prossional habilitado sobre as boas prticas agrícolas e, dentro de uma

    agricultura sustentvel. Deve valer-se de técnicas como o Manejo Integrado de

    Pragas (MIP), ou seja, produzir alimentos agrícolas de boa qualidade sem com-

    prometer o futuro das outras gerações.

    FIQUEALERTA

    Os produtos químicos a serem usados, devero ser contro-lados e, um profissional habilitado prescreverá a quantida-de e utilidade do produto.

    Também deverá colocar na receita agronômica os EPIs que os trabalhadores

    devero usar. A necessidade ou no do produto, normalmente, é feita por meio

    de anlise do solo, ambiente e o que vai ser plantado.

    A falta de cuidado com as embalagens desses produtos também é um agra-

    vante para a saúde dos manipuladores além de causar a poluiço química do

    solo. Os trabalhadores devero receber treinamento sobre primeiros socorrospara que saibam como socorrer aqueles que se acidentarem e, o que fazer com

    as sobras, para no comprometer o meio ambiente.

    A NR – 31 sob a competência da Secretaria de Inspeço do Trabalho (SIT), por

    meio do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST) têm a funço

    de coordenar, denir e implementar a política nacional de segurança no trabalho

    rural, principalmente, a identificação de problemas, a melhoria das condições de

    trabalho do setor rural, a prevenção de acidentes e suas medidas, levando em

    consideraço os avanços tecnológicos. (BRASIL, 2011).

    Também tem a função de avaliar, periodicamente, os riscos e atos inseguros,

    aplicar e implementar as recomendações técnicas do setor, definir máquinas e

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    9 NORMAS REGULAMENTADORAS 185

    equipamentos nos quais o uso traz riscos ao trabalhador e, treinar por meio de

    instituição credenciada a órgão competente, o transporte de produtos perigosos

    regido por legislaço pertinente, como o Decreto 96.044/88 e resoluço do De-natran 420/04.

    O veículo dever ter kit  de emergência; EPI adequado ao tipo de carga; dever

    portar painéis de segurança; e rótulos de risco, axados nas laterais, frente e atrs.

    ARMAZENAMENTO

    Conforme a NR- 31, a construço deve obedecer algumas regras impostas por

    legislaço.

    31.21.8 As edicações rurais devem:

    Proporcionar proteção contra a umidade; ser projetadas

    e construídas de modo a evitar insolaço excessiva ou

    falta de iluminação e; possuir ventilação e iluminação

    adequadas às atividades laborais a que se destinam.

    Também devem ser submetidas a processo constante

    de l