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Futuro em perspectiva

Futuro em perspectiva - ultra.com.br · prestadoras de serviços de logística integrada no Brasil, com transporte, armazenagem e distribuição de granéis que requeiram manuseio

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Futuro em perspectiva

Relatório Anual Ultrapar 2006

4

Perfil institucional

Relatório Anual Ultrapar 2006 5

A Ultrapar Participações S.A. constitui

um dos mais sólidos grupos econômicos

brasileiros. Mantém operações no Brasil,

no México e na Argentina, com posição

diferenciada nos setores em que atuam

suas três unidades de negócio: distribuição

de gás liquefeito de petróleo (GLP) com a

Ultragaz, produção de químicos através da

Oxiteno e soluções logísticas integradas

para granéis especiais com a Ultracargo.

Contando com 7 mil profi ssionais, sua

atuação está apoiada na solidez fi nanceira

e no espírito inovador, com a segurança

e a experiência de uma companhia

presente há 70 anos no mercado.

Líder no mercado brasileiro de distribuição

de GLP, com 24% de participação, a

Ultragaz atende cerca de 10 milhões

de residências espalhadas por quase

todo Brasil, e tem forte atuação nos

segmentos comercial e industrial,

atendendo mais de 30 mil empresas.

É também uma das 10 maiores

distribuidoras independentes do mundo.

A Oxiteno é a maior produtora de óxido

de eteno e de seus principais derivados

na América do Sul, além de importante

fabricante de especialidades químicas.

Seus produtos são empregados nos

mercados de cosméticos, detergentes,

tintas, embalagens PET, têxtil e

agroquímico, entre outros. Através de suas

cinco unidades industriais no Brasil e duas

no México, destina sua produção para

mais de 40 países, nos cinco continentes.

A Ultracargo, por sua vez, com 40 anos

completados em 2006, é uma das maiores

prestadoras de serviços de logística

integrada no Brasil, com transporte,

armazenagem e distribuição de granéis

que requeiram manuseio especial.

A empresa possui terminais multimodais

(com acesso ferroviário, rodoviário

e de cabotagem) estrategicamente

posicionados nos principais portos e pólos

petroquímicos brasileiros, como os portos

de Santos (SP), Suape (PE) e Aratu (BA).

Os três negócios se pautam na melhoria

constante de resultados e excelência,

fazendo uso de ferramentas de gestão,

como o Balanced Scorecard (BSC�) e o

Economic Value Added (EVA�) – Valor

Econômico Adicionado. Certifi cações

nacionais e internacionais nas áreas

de meio ambiente, saúde e qualidade,

aliadas a intensos programas de

desenvolvimento e qualifi cação dos

seus 7 mil colaboradores, atestam

o comprometimento da companhia

com seus principais públicos de

interesse e com toda a sociedade.

Perfil Institucional

O foco na excelência refl ete-se na

presença de suas ações na carteira do

Índice de Sustentabilidade Empresarial

(ISE) da Bolsa de Valores de São Paulo

(Bovespa), composto de ações emitidas

por empresas que apresentam alto

grau de comprometimento com práticas

sustentáveis, responsabilidade social e

aprimoramento contínuo da governança

corporativa. Com ações também na New

York Stock Exchange (NYSE), a companhia

segue os preceitos da Lei Sarbanes-Oxley,

que regula mecanismos de controle e

transparência na gestão das empresas.

No início de 2007 a Ultrapar adquiriu os

negócios de distribuição de combustíveis

e lubrifi cantes do Grupo Ipiranga nas

regiões Sul e Sudeste do Brasil. Esta

aquisição permitiu à Ultrapar ampliar a sua

atuação no segmento de distribuição de

combustíveis derivados do petróleo. Além

de líder na distribuição de GLP, tornou-se

a vice-líder no mercado de distribuição

de combustíveis e lubrifi cantes, com 15%

de participação no mercado nacional.

Após a aquisição a Standard & Poor’s

reafi rmou os ratings da Ultrapar, mantendo

a classifi cação de risco em brAA+ na

escala nacional (equivalente ao risco

soberano) e BB+ em escala global - um

grau abaixo do investment grade.

6

Sumário

Relatório Anual Ultrapar 2006 7

Futuro em perspectiva

Mensagem da administração

Principais indicadores e destaques

Filosofia dos negócios

Fundamentos da gestão

Governança corporativa

Relacionamento com públicos estratégicos

Meio ambiente

Reconhecimentos, prêmios e certificações

Visão geral das operações

Ultragaz

Oxiteno

Ultracargo

Resultados e perspectivas

Desempenho econômico-financeiro

Mercado de capitais

Perspectivas e investimentos

Demonstrações financeiras auditadas

Informações adicionais

08

10

16

20

22

28

34

42

46

48

50

56

62

68

70

74

76

79

118

8

Futuro em perspectiva

Relatório Anual Ultrapar 2006 9

Projetar o olhar para além dos limites.

Vislumbrar possibilidades e cenários

a partir de diversos pontos de vista,

indo adiante daquilo que o momento

apresenta. Entregar inovação. Assim

a Ultrapar construiu sua trajetória

como um dos mais sólidos grupos

nacionais, capitaneando negócios

líderes, sustentáveis e lucrativos.

Em mais de 70 anos de existência, a

Ultrapar vem investindo em tecnologia,

em capacitação de pessoal e no

aprofundamento de seu conhecimento

do mercado. Pavimentou um caminho

de crescimento lastreado em iniciativas

alinhadas com as necessidades dos

diversos mercados e suportado por

relações de confi ança com todos

os seus públicos. Nos momentos de

expansão, fez valer a criatividade,

o arrojo e o poder de discernimento,

exercendo o papel de liderança

que conquistou e estabelecendo

novos parâmetros na concretização

de seus planos estratégicos.

O olhar singular da Ultrapar para

os diversos contextos e momentos

econômicos permite que a companhia

atue aliando sempre a solidez, a

segurança e a qualidade que permeiam

toda a sua história à energia, dinamismo

e proatividade que imprime a cada

uma de suas ações, abrindo um

futuro em perspectiva para si, para

o país e para toda a sociedade.

10

Mensagem da administração

Da esquerda para direita: Pedro Wongtschowski, Pedro Jorge Filho, André Covre, Eduardo de Toledo e João Benjamin Parolin

11Relatório Anual Ultrapar 2006

As medidas tomadas diante do cenário que se impôs a partir de

2005, os resultados já alcançados em 2006 e o início da operação

dos primeiros investimentos deste novo ciclo são os alicerces

da nossa confiança e otimismo para 2007. Este otimismo tornou-

se ainda maior com a aquisição da rede de distribuição de

combustíveis e lubrificantes do Grupo Ipiranga nas regiões Sul e

Sudeste do Brasil, em março de 2007. Esta aquisição nos fortalece

no setor de distribuição de combustíveis derivados do petróleo,

no qual atuamos há mais de 70 anos com a Ultragaz. Ingressamos

nesse novo segmento como a maior rede privada de distribuição

de combustíveis e lubrificantes do país.

Mensagem da administração

12

“Há 25 anos assumi a presidência da companhia

para executar o projeto de edificar uma empresa

sólida, competitiva, comprometida com clientes,

profissionalizada e com bons princípios de governança

corporativa institucionalizados.”

PAULO G. A. CUNHA

Presidente do Conselho de Administração

Neste período, a companhia, que à

época se caracterizava por um conjunto

de diferentes negócios familiares,

transformou-se em um dos mais sólidos

grupos nacionais, com três negócios

lucrativos, sustentáveis, líderes em suas

áreas de atuação e municiados de

profi ssionais altamente qualifi cados.

Abrimos o capital da companhia, listando

as ações da Ultrapar na Bovespa e na

Bolsa de Nova York, implementando

as melhores práticas de governança

corporativa. Em números, desde que

assumi o comando, o EBITDA evoluiu de

US$ 23 milhões para US$ 237 milhões,

o lucro líquido de US$ 9 milhões para

US$ 127 milhões, e os dividendos

distribuídos no período totalizaram

o equivalente a US$ 396 milhões.

Em 2006 a Ultrapar deu mais um

importante passo no processo de

institucionalização da sua governança

corporativa e na continuidade da

profi ssionalização da companhia, com o

anúncio, em outubro, da minha sucessão

como Diretor-Presidente, separando a

Presidência Executiva da Presidência

do Conselho de Administração. Deixei o

cargo em dezembro de 2006, passando a

me dedicar exclusivamente à Presidência

do Conselho de Administração, função

que acumulava desde 1998. À frente

do Conselho seguirei liderando os

passos estratégicos da companhia e

aperfeiçoando nossa governança.

Desde 1º de janeiro de 2007, a

Presidência Executiva passou para

Pedro Wongtschowski, que assumiu

a responsabilidade de continuar

conduzindo os negócios da Ultrapar no

caminho do crescimento sustentável.

Wongtschowski construiu carreira dentro

da Oxiteno, onde atuava como Diretor

Superintendente. Desde 1985 já fazia

parte da Diretoria Executiva da Ultrapar.

Em fevereiro de 2007, Fábio Schvartsman,

então Diretor Financeiro e de Relações

com Investidores, deixou a Ultrapar em

busca de novos desafi os, após uma

trajetória de sucesso e realizações

dentro da companhia. A partir de

março de 2007 André Covre, que

ingressou na companhia em 2003 como

Superintendente de Planejamento e

Relações com Investidores, assumiu

o cargo de Diretor Financeiro e de

Relações com Investidores da Ultrapar.

O processo de renovação da Diretoria

Executiva se iniciou em 2005 quando,

à época, realizamos a sucessão do

comando da Ultragaz e indicamos

um novo Diretor Superintendente

para a Ultracargo. A renovação da

Diretoria Executiva seguiu a política de

mesclar experiências dos executivos

desenvolvidos em casa com o novo

talento de executivos recrutados no

Relatório Anual Ultrapar 2006 13

Mensagem da administração

mercado. Temos incentivado esse modelo

de trazer perspectivas de carreira aos

valores internos e, ao mesmo tempo,

trazer para a companhia pessoas com

idéias oriundas de visões externas,

proporcionando inovação continuada,

mas com estabilidade e segurança, sem

ruptura de conceitos e diretrizes de um

grupo que atua há 70 anos no mercado.

Com relação aos resultados do ano,

durante 2006 a Ultrapar realizou

progresso signifi cativo no seu plano

de crescimento, com a implantação de

iniciativas estratégicas em seus negócios

visando se posicionar frente ao cenário

imposto a partir de 2005 – e mantido em

2006 – em que uma conjunção de fatores

macroeconômicos e setoriais moveu-se

de forma desfavorável à companhia.

Tivemos em 2006, assim como em 2005,

um desempenho modesto da economia

brasileira, apreciação do Real e elevação

do preço do petróleo. No mercado

interno, o Produto Interno Bruto – PIB

brasileiro cresceu 2,9% em 2006, pouco

acima do crescimento de 2,3% do PIB de

2005, apesar do processo de redução

gradual da taxa de juros. Por outro lado,

os programas de transferência de renda

e o aumento do salário mínimo resultaram

em aumento de renda de parcela da

população, o que, aliado à expansão

do crédito, permitiu o crescimento do

consumo na população de menor

renda. O ambiente externo continuou

benéfi co para as exportações, com a

economia mundial mantendo forte ritmo

de crescimento. Porém, a apreciação

de 11% do Real em relação ao dólar

americano, marcando o terceiro ano

consecutivo de valorização da moeda

brasileira, continuou a prejudicar a

competitividade da indústria nacional.

Adicionalmente, a elevação dos preços

internacionais do petróleo, passando de

um valor médio de US$ 54/barril em 2005

para US$ 65/barril em 2006, pressionou

os custos de toda economia mundial e

em especial da indústria petroquímica.

Em 2006 implementamos ações

e realizamos investimentos, tanto

de curto quanto de longo prazo,

reforçando o crescimento por escala,

por diferenciação tecnológica e pela

otimização de custos e despesas.

Os resultados positivos decorrentes das

iniciativas estratégicas adotadas para

enfrentar o difícil cenário econômico

sustentam uma perspectiva positiva

para 2007 com o início da operação

dos primeiros investimentos deste novo

ciclo. Tais fatores, em conjunto com a

evolução constante da nossa governança

corporativa, reforçam a certeza de que

continuamos a solidifi car nossas relações

de confi ança com acionistas, clientes e

colaboradores, delineando o caminho

sustentável que nos conduz ao futuro.

14

“Durante o ano de 2006 realizamos progresso

significativo no nosso plano de crescimento de

resultados, com a implantação de iniciativas estratégicas

tanto de curto quanto de longo prazo, reforçando o

crescimento por escala, por diferenciação tecnológica e

pela otimização de custos e despesas.”

PEDRO WONGTSCHOWSKI

Diretor Presidente

Na Ultragaz iniciamos um programa

de aprimoramento da estrutura de

distribuição, que em 2006 colaborou para

a melhora de 44% no seu EBITDA. Na

Oxiteno, reforçamos ações comerciais

buscando compensar o aumento dos

custos de matéria-prima – refl exo da

escalada do preço do petróleo – e a

apreciação do Real, resultando em

volumes maiores de vendas com maior

valor agregado, que propiciaram a

retomada do crescimento de EBITDA no

último trimestre do ano. Já no segundo

semestre, as iniciativas implementadas ao

longo de 2006, tanto na Ultragaz quanto

na Oxiteno, permitiram que a Ultrapar

apresentasse melhoras de EBITDA

em comparação ao mesmo período

do ano anterior, encerrando o quarto

trimestre com um crescimento de 33% em

relação ao quarto trimestre de 2005.

Dessa forma, a Ultrapar gerou em 2006 um

EBITDA de R$ 516 milhões e lucro líquido

de R$ 282 milhões, respectivamente

5% e 6% menores que em 2005, porém

representando um crescimento anual

médio de 15% e 26%, respectivamente,

desde 1998, ano base para a abertura

de capital. Encerramos o ano com

R$ 1,6 bilhão em caixa, sendo R$ 121

milhões em caixa líquido de dívida.

A boa geração de caixa do ano nos levou

à aprovação da distribuição de R$ 144

milhões em dividendos relativos ao ano

de 2006, representando um rendimento

de 5% sobre o preço médio da ação da

companhia. Encerramos 2006 com um

valor de mercado de R$ 4 bilhões, 51%

superior ao do fi nal do ano de 2005.

Durante o ano também avançamos

na implementação de iniciativas com

benefícios já a partir de 2007. Na

Oxiteno, investimos R$ 179 milhões,

direcionados principalmente ao

aumento da capacidade de produção

de especialidades químicas – produtos

de maior valor agregado – incluindo a

construção da primeira planta de álcool

graxo na América Latina. Em agosto

fi rmamos novo acordo de fornecimento

de eteno – principal matéria prima da

Oxiteno – o que nos permitiu anunciar

projetos de expansão da capacidade

de produção de óxido de eteno em

aproximadamente 40% até 2009.

A internacionalização da Oxiteno,

já iniciada com resultados positivos

no México, com as operações da

Canamex, tem como meta expandir

o negócio de óxido de eteno, com

foco em especialidades químicas,

para outras geografi as. Em 2006 nos

estabelecemos na Argentina e estamos

trabalhando na abertura de escritórios

na Europa, nos EUA e na Ásia.

Na Ultragaz, investimos R$ 105

milhões na renovação de nossos

ativos – visando à manutenção de

Relatório Anual Ultrapar 2006 15

nossos padrões diferenciados de

qualidade nas operações – e em

iniciativas relacionadas ao programa

de aprimoramento da estrutura de

distribuição, que deverá continuar

gerando benefícios adicionais em 2007.

Na Ultracargo direcionamos esforços na

consolidação das recém inauguradas

operações e na defi nição de um novo

posicionamento, preparando-a para

um ciclo de crescimento nos próximos

anos. O novo terminal no Porto de Santos

está em plena operação e, durante

o ano, trabalhamos na expansão da

capacidade do terminal de Suape.

Investimos em tecnologia como forma de

diferenciação. Na Oxiteno, progredimos

no desenvolvimento de tecnologias de

novos produtos e processos, o que resultou

em um avanço signifi cativo nas análises

de viabilidade de fontes renováveis

de matérias-primas, em particular a

utilização do etanol como alternativa

para obtenção de solventes oxigenados

e glicóis. Nesta área a Oxiteno lançou,

em caráter pioneiro, uma chamada de

projetos de pesquisa em química verde

em aliança com a FAPESP e o BNDES.

Aprimoramos o parque tecnológico da

Ultracargo visando agilizar processos

internos, melhorando a produtividade

em atividades administrativas através

do desenvolvimento de sistemas de

informação para as necessidades da

companhia. Na Ultragaz, iniciamos o

desenvolvimento de um novo sistema de

suporte a nossa estrutura de distribuição.

Investimos em nossos profi ssionais, pois

acreditamos que nossas pessoas são

grande diferencial para nosso sucesso.

Em 2006, a capacitação de profi ssionais

através da Academia Ultragaz, uma

universidade corporativa criada em

2004 para desenvolvimento do público

interno, merece destaque. Estendemos

nossa universidade corporativa aos

revendedores da companhia, com

a formatura da primeira turma em

setembro. A Academia Ultragaz visa

identifi car, desenvolver, disseminar e

atualizar conceitos de gestão modernos

e relevantes para a companhia. Essa

iniciativa rendeu o prêmio Marketing

Best 2006, concedido pela Escola de

Administração de Empresas de São

Paulo da Fundação Getúlio Vargas.

Nosso plano de investimentos para

2007 soma R$ 546 milhões, sendo

R$ 414 milhões de investimentos previstos

na Oxiteno, R$ 100 milhões na Ultragaz

e R$ 31 milhões na Ultracargo.

Os investimentos previstos na Oxiteno

contemplam (i) a fi nalização da planta

de álcoois graxos, cuja inauguração

está prevista para o segundo semestre

de 2007, (ii) a expansão da capacidade

de produção de óxido de eteno – parte

signifi cativa da ampliação de Mauá e o

início da ampliação de Camaçari – e (iii)

a expansão da capacidade de produção

de especialidades químicas. Na Ultragaz,

além da continuidade dos investimentos

de 2006, investiremos em tecnologia

da informação para suporte à nova

estrutura de distribuição. Já a Ultracargo

está diante de grandes oportunidades

logísticas relacionadas ao crescimento

do país e das exportações do país, e

pronta para aproveitá-las. Direcionaremos

investimentos para a ampliação

dos terminais de armazenamento,

especialmente o terminal de Aratu, na

Bahia, que irá operar o armazenamento

de óleo de palmiste, matéria-prima para a

nova planta de álcoois graxos da Oxiteno.

As medidas tomadas diante do cenário

que se impôs a partir de 2005, os

resultados já alcançados em 2006 e

o início da operação dos primeiros

investimentos deste novo ciclo são

os alicerces da nossa confi ança e

otimismo para 2007. Este otimismo

tornou-se ainda maior com a aquisição

da rede de distribuição de combustíveis

e lubrifi cantes do Grupo Ipiranga nas

regiões Sul e Sudeste do Brasil, em março

de 2007. Esta aquisição nos fortalece no

setor de distribuição de combustíveis

derivados do petróleo, no qual atuamos

há mais de 70 anos com a Ultragaz.

Ingressamos nesse novo segmento como

a maior rede privada de distribuição de

combustíveis e lubrifi cantes do país.

As aquisições são um dos caminhos

para a expansão, mas continuamos

atentos aos pilares que garantiram a

solidez da Ultrapar e que consideramos

essenciais, como domínio de

tecnologias, excelência operacional,

conhecimento de mercados e potencial

para geração signifi cativa de valor.

Assumo a presidência da Ultrapar

comprometido com o crescimento

sustentável dos negócios, com o mesmo

respeito ao meio ambiente, aos nossos

colaboradores e à comunidade que

temos demonstrado ao longo de

nossos 70 anos de história, e certo

de sermos capazes de continuar

gerando valor aos nossos acionistas.

Mensagem da administração

16

Posição de liderança nas

áreas de atuação

Maior distribuidor de GLP do país,

com forte reconhecimento da marca,

vinculada a atributos de qualidade,

confi abilidade, segurança e efi ciência.

Único produtor de óxido de

eteno no Brasil e maior produtor

na América do Sul.

Líder em soluções logísticas

integradas para granéis especiais.

Clareza de estratégia

em cada segmento

GLP: ser uma distribuidora de

padrões mundiais atendendo as

necessidades específi cas de cada

cliente e utilizando a tecnologia como

ferramenta de tomada de decisão.

Química: fl exibilidade operacional

na produção de especialidades e

commodities químicas, permitindo

otimização da composição de vendas de

acordo com as condições de mercado.

Logística: ativos estrategicamente

localizados, permitindo soluções

logísticas diferenciadas, com efi ciência

operacional e tecnológica.

Solidez fi nanceira

Caixa de R$ 1,6 bilhão, sem dívida líquida.

Média de 15% de crescimento anual

do EBITDA e 26% de crescimento anual

do lucro líquido nos últimos 8 anos.

A combinação dos fundamentos de

seus negócios imprimem à Ultrapar

classifi cação de risco em escala

local equivalente ao risco soberano

e em escala global apenas um grau

abaixo do investment grade.

Aprimoramento contínuo

da governança

Sucessão de seu Diretor-Presidente,

designando pessoas diferentes

para as funções de Presidente

Executivo e Presidente do

Conselho de Administração.

Renovação e rejuvenescimento da

diretoria – idade média de 48 anos e

20 anos de experiência nos mercados

de atuação – marcam a continuidade

da profi ssionalização da gestão.

Comprometimento com a

sustentabilidade e a responsabilidade

social: integração à carteira

do Índice de Sustentabilidade

Empresarial (ISE) da Bovespa.

Principais indicadores e destaques

Fundamentos atrativos

17Relatório Anual Ultrapar 2006

Principais indicadores e destaques

Relação transparente e interativa

com investidores e acionistas, sempre

buscando acuidade e precisão

nas informações prestadas.

Desde 2000 a companhia garante

o direito de tag along a todos os

acionistas em idênticas condições.

Inovação e investimentos

Cultura de inovação tecnológica

e política de otimização de custos

nos três negócios de atuação.

Busca de novos formatos de distribuição

de GLP nos segmentos comercial e

industrial e diversifi cação dos canais

de vendas e formas de pagamento

no segmento residencial.

Aumento de 40% da capacidade de

produção de Óxido de Eteno até 2009.

Construção da primeira planta de

álcoois graxos da América Latina,

com escala mundial e utilização de

matérias-primas de fontes renováveis.

Na área logística, desenvolvimento

de novos modais e mercados, com

os diferenciais de ampla cobertura,

posse de ativos estratégicos,

segurança, confi abilidade e inovação

superiores aos concorrentes.

Atuação social e ambiental

Relacionamento com colaboradores,

fornecedores, clientes e outros públicos

pautado por princípios éticos.

Comprometimento com a segurança

e a preservação do meio ambiente

em todas as operações.

Certifi cações internacionais de

excelência nas áreas de segurança,

saúde, meio ambiente e qualidade,

e compromisso de disseminação

dos princípios da Convenção da

Organização das Nações Unidas

(ONU) sobre os direitos da criança e

da Declaração Universal dos Direitos

Humanos, previstas na SA 8000.

Colaboração com o aprimoramento

e a disseminação da educação,

como forma de inclusão social

e incentivo ao voluntariado.

18

Principais indicadores

R$ milhões (1)

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Ultrapar

Receita líquida 1.878 2.285 2.995 4.000 4.784 4.694 4.794

EBITDA 304 373 487 498 737 546 516

Lucro líquido 128 132 222 246 414 299 282

Investimentos (2) 179 208 413 404 284 219 320

Dividendos declarados 49 212 65 72 164 157 144

Lucro por ação (R$) 2,42 2,49 3,62 3,54 5,95 3,73 3,47

Dividendos por ação preferencial (R$) 0,98 4,28 1,09 1,11 2,36 1,94 1,78

Número de funcionários 5.602 5.748 5.876 6.465 6.724 6.992 6.885

Ultragaz

Volume de vendas (mil ton) 1.288 1.345 1.303 1.362 1.549 1.531 1.544

Receita líquida 1.126 1.381 1.943 2.623 2.968 2.902 3.067

EBITDA 141 163 220 208 269 195 281

Investimentos (2) 117 140 127 272 99 83 105

Produtividade (EBITDA R$/ton) 109 121 169 153 174 127 182

Oxiteno

Volume de vendas (mil ton) 428 446 434 474 518 525 544

Receita líquida 686 832 956 1.238 1.663 1.610 1.550

EBITDA 132 177 233 243 421 300 192

Investimentos (2) 51 43 249 90 86 94 179

Produtividade (EBITDA US$/ton) 169 169 184 167 278 235 162

Ultracargo

Ocupação efetiva (mil m3) 189 186 184 196 204 221 240

Receita líquida 94 105 131 177 197 234 226

EBITDA 26 28 29 40 41 44 38

Investimentos (2) 11 25 36 40 92 41 35

Produtividade (EBITDA R$/ m3 armazenado) 137 152 159 203 199 201 159

Mercado de capitais

Quantidade de ações (mil) (3) 53.000 53.000 69.691 69.691 69.691 81.325 81.325

Volume financeiro médio/dia (R$ mil) (4) 981 787 1.233 1.586 3.731 5.524 4.591

Cotação Bovespa (R$/ ações) (3) 18,50 18,70 24,90 37,29 51,00 32,50 48,99

Cotação NYSE (US$/ADRs) (3) (5) 8,38 7,70 6,70 12,73 19,81 13,93 23,00

(1) Exceto quando indicado (2) Investimento em imobilizado e diferido, líquido de desinvestimentos(3) Final de período. ajustado para o grupamento de ações(4) Considerada a soma das negociações ocorridas na Bolsa de São Paulo (Bovespa) e na Bolsa de Nova York (NYSE)(5) 1 ADR = 1 ação preferencial

19Relatório Anual Ultrapar 2006

Principais indicadores e destaques

20

Filosofia dos negócios

Relatório Anual Ultrapar 2006 21

22

23Relatório Anual Ultrapar 2006

Fundamentos da gestão

A Ultrapar constantemente realiza

análises dos ambientes interno e

externo à companhia, reavaliando seus

objetivos e sua estratégia, suportados

pelos respectivos indicadores de

desempenho. O principal objetivo é

gerar valor para seus acionistas, com

excelência operacional e tecnológica,

e de forma sustentável, mantendo

uma sólida posição fi nanceira.

Para alcançar esse objetivo, construiu

um modelo de negócio efi ciente e,

ao mesmo tempo fl exível, com a

possibilidade de se adequar aos

diferentes cenários operacionais e

realizar investimentos e aquisições

aproveitando as oportunidades de cada

negócio no seu momento. O investimento

em inovação constitui instrumento

fundamental para obter vantagens

competitivas sustentáveis. Cada um

dos três negócios detém a liderança

em seu segmento, apresentando

diferenciais competitivos específi cos.

Diferenciais competitivos

Ultragaz

Forte reconhecimento da marca,

vinculada a atributos de qualidade,

confi abilidade, segurança e efi ciência.

Conhecimento profundo do mercado

brasileiro, pelo envolvimento em todos

os níveis da distribuição de GLP aos

clientes. Única empresa brasileira

a integrar o conselho e o comitê

executivo da World LP Gas Association

(Associação Mundial de GLP), que

reúne 142 companhias de 44 países.

Excelência operacional expressa

por custos competitivos e canais

de distribuição qualifi cados e

adequados a cada mercado.

Pioneirismo e liderança de vendas

tanto na introdução do GLP no país,

Filosofia dos negócios

Fundamentos da gestão

O sistema de gestão ancora-se em ferramentas que

têm o objetivo de subsidiar a tomada de decisões

operacionais e estratégicas, com destaque para a

adoção do EVA�

24

25Relatório Anual Ultrapar 2006

Agilidade nas decisões

Cada empresa controlada conta

com sua própria diretoria e segue

organogramas adequados aos negócios.

Na Ultragaz, a estrutura privilegia a

gestão comercial descentralizada,

respeitando as especifi cidades

regionais de cada mercado, no

território nacional, permitindo melhor

aproximação com seus clientes.

A Oxiteno é organizada funcionalmente,

ao contrário dos modelos de hierarquia

tradicionais, privilegiando os processos

relacionados ao atendimento

dos clientes, desenvolvimento de

processos, fl exibilidade e agilidade

na tomada de decisões.

Seguindo seu desenho de crescimento

rumo ao fornecimento de serviços

inovadores e de maior valor agregado,

a Ultracargo está organizada em

unidades de negócio voltadas a

encontrar as melhores soluções logísticas

para cada segmento de mercado

atendido e dispõe de uma área de

projetos para o desenvolvimento

de novos produtos e serviços.

Ferramentas de gestão

O sistema de gestão ancora-se em

ferramentas que têm o objetivo de

subsidiar a tomada de decisões

operacionais e estratégicas, com

destaque para a adoção do EVA�.

Esse instrumento ajuda a organização

a identifi car a efetiva agregação

como na criação de novos produtos

e serviços, a exemplo do UltraSystem,

do Click gás e do Vale gás em

parceria com supermercados.

Oxiteno

Flexibilidade operacional na

produção de especialidades e

commodities químicas, permitindo

otimizar o mix de vendas de acordo

com as condições de mercado.

Capacidade de produção superior

à demanda brasileira.

Avançado centro de pesquisa e

desenvolvimento para a melhoria

dos processos de produção e das

aplicações de seus produtos.

Parcerias com a área acadêmica e

empresarial para o desenvolvimento

de alternativas de matérias-

primas renováveis.

Ultracargo

Liderança de mercado em logística

integrada para granéis especiais.

Ativos com localização estratégica

nos principais portos e pólos

petroquímicos do país.

Efi ciência operacional e tecnológica.

Comprometimento com a segurança

e a preservação do meio ambiente

em todas as operações.

de valor proporcionada em cada

investimento ou processo. Desde

2002, a remuneração variável dos

executivos está vinculada aos resultados

alcançados na métrica do EVA�. Outra

importante ferramenta é o Balanced Scorecard�, que traduz a estratégia

e o EVA� em objetivos operacionais,

distribuídos nas perspectivas fi nanceiras,

de mercado, de processos internos e de

aprendizado e crescimento, direcionando

comportamentos e desempenho para

ações de médio e longo prazos.

Com base nessas ferramentas

corporativas, cada negócio adiciona

processos e métodos de gestão

adequados às especifi cidades

do seu segmento de atuação.

A Ultragaz encontra-se em pleno

aprimoramento de sua estrutura de

distribuição e introduziu, em 2006, o

Programa UltraLevel – iniciativa que

visa aumentar a rentabilidade da

venda ao segmento residencial com a

utilização de ferramentas e metodologia

diferenciados no mercado brasileiro

de GLP. O projeto-piloto foi implantado

em Canoas (RS) e será replicado para

todo o Brasil até o fi nal de 2007.

A unidade de Mauá (SP), por sua

vez, participa do Prêmio Paulista da

Qualidade em Gestão (PPQG), que

prevê o aperfeiçoamento dos processos

de gestão da qualidade, com vistas à

conquista do título de empresa Classe

Mundial, concedido pela Fundação

Filosofia dos negócios

Fundamentos da gestão

26

Nacional da Qualidade. Além dessas

experiências, a Ultragaz dispõe de

programas para áreas específi cas,

como o PARE, de prevenção de

acidentes; o SOMAR, que mantém a

padronização das lojas e serviços; e

o Fator Azul, que visa à uniformidade

no trato com o meio ambiente,

saúde ocupacional e segurança,

em todas as bases da empresa.

Em 2006 a Oxiteno implantou um BPM

(Business Performance Management) – ferramenta que integra os processos

de planejamento de curto, médio e

longo prazo, além de disponibilizar

informações que aprimoram o processo

de tomada de decisão, permitindo uma

nova metodologia de planejamento

operacional, fi nanceiro e de mensuração

de resultados. Reunirá, na mesma

plataforma o Balanced Scorecard� e

outras iniciativas de gestão. A nova

metodologia democratiza e agiliza a

consulta a informações de gestão.

Também teve continuidade o programa

Seis Sigma, com projetos de melhorias

operacionais que envolveram as

fábricas, bem como as áreas de

logística, meio ambiente, compras

e comercial. Foram desenvolvidos

projetos de redução de custos,

aumento da produtividade, redução no

consumo de utilidades, entre outros.

Na Ultracargo foi implantado o sistema

Integra. Trata-se de uma plataforma

tecnológica que controla as operações

de armazenagem no terminal.

Até dezembro, o sistema já havia sido

implantado em todas as unidades,

exceto uma, cuja implantação está

prevista para o primeiro semestre de

2007. Criou-se, ainda, o departamento

Torre de Controle, cujo nome se

escolheu em concurso realizado entre os

funcionários. À semelhança das torres

dos aeroportos, o novo setor realiza o

monitoramento do transporte de carga

de toda a Ultracargo, com rastreamento

via satélite em operação just in time,

24 horas por dia, 365 dias por ano.

Dentre os programas mantidos pela

Ultracargo voltados aos seus funcionários

ou a terceiros, destacam-se o Segurança

27Relatório Anual Ultrapar 2006

Estrutura organizacional

em Ação (treinamentos constantes sobre

segurança no transporte de produtos

perigosos), o Olho Vivo na Estrada

(melhoria contínua na segurança de

transporte, com foco no fator humano)

e os sorteios de prêmios quando do

atendimento de metas como 10 milhões

de quilômetros rodados sem acidentes.

Gestão de riscos

As atividades da Ultrapar compreendem

a distribuição de GLP, a produção de

óxido de eteno e derivados, bem como

o transporte e armazenagem de granéis

especiais. A composição dos negócios

aumenta a capacidade fi nanceira

e a fl exibilidade operacional, seu

balanceamento torna a Ultrapar menos

vulnerável a variações econômicas

e permite buscar oportunidades de

crescimento em cada um dos segmentos

nos quais atua. A companhia conta

com uma política de gestão de riscos

baseada em controle e determinação

de limites de exposição, que consideram

riscos referentes ao mercado de

atuação, à interrupção de operações,

às variações cambiais e fi nanceiras

e à gestão ambiental. Há, também,

normas específi cas de análise de

crédito e aceitação de clientes para

diminuir o risco da carteira de recebíveis,

também reduzido pela diversifi cação

de vendas. No fi nal de 2006, o valor

provisionado para perdas com

devedores duvidosos correspondia a

0,45 % da receita líquida da Ultrapar.

Todo investimento realizado pela

companhia é submetido a uma

análise detalhada de retorno,

considerando aspectos fi nanceiros e

mercadológicos em diversos cenários,

utilizando-se da métrica do EVA�

para mensuração dos resultados.

Durante o ano de 2006 a agência de

classifi cação de risco Standard & Poor’s

manteve a classifi cação de risco para

a Ultrapar – AA+ em escala nacional

e BB+ em escala global – baseando-

se principalmente na combinação dos

fundamentos favoráveis dos negócios

da companhia, aliados à sólida posição

fi nanceira apresentada ao longo de

vários anos. A classifi cação de risco

em escala global está apenas um

grau abaixo do investment grade.

Filosofia dos negócios

Fundamentos da gestão

28

29Relatório Anual Ultrapar 2006

Governança corporativa

Em 2006, a Ultrapar deu mais um

importante passo no aprimoramento de

sua governança corporativa, designando

pessoas diferentes para as funções

de Presidente Executivo e Presidente

do Conselho de Administração.

Em outubro foi anunciada a sucessão

de Paulo G. A. Cunha, que passou a se

dedicar exclusivamente à Presidência

do Conselho de Administração, função

que acumulava desde 1998. Como

consolidação desse processo, a partir

de 1º de janeiro de 2007, o cargo de

Diretor Presidente da Ultrapar passou a

ser ocupado por Pedro Wongtschowski,

que assumiu a responsabilidade de

continuar conduzindo os negócios da

Ultrapar com crescimento sustentável.

Esse movimento também representou

um importante passo na renovação da

diretoria executiva da companhia, com a

nomeação de João Benjamin Parolin

como Diretor Superintendente da Oxiteno

e Diretor da Ultrapar. Parolin está na

companhia há 25 anos e exercia a

função de Diretor Comercial na Oxiteno.

O processo de renovação da Diretoria

da Ultrapar se iniciou em 2005 quando,

à época, foi realizada a sucessão do

comando da Ultragaz e indicado um

novo Diretor Superintendente para a

Ultracargo. A renovação completou-

se em fevereiro de 2007, com a

nomeação de André Covre para a

Diretoria Financeira e de Relações com

Investidores. Neste processo, seguiu-

se a política de mesclar experiências

dos executivos desenvolvidos em

casa com o talento de executivos

recrutados no mercado. O incentivo a

esse modelo visa trazer perspectivas

de carreira aos valores internos e, ao

mesmo tempo, trazer para a companhia

pessoas com idéias oriundas de visões

externas, proporcionando inovação

continuada, mas com estabilidade e

segurança, sem ruptura de conceitos

A Ultrapar foi escolhida para integrar o Índice de

Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa,

composto por ações de empresas com reconhecido

comprometimento com a responsabilidade

social e a sustentabilidade empresarial.

Filosofia dos negócios

Governança corporativa

30

a Cooperação e o Desenvolvimento

Econômico (Organisation for Economic Cooperation and Development – OECD),

com a cooperação do International Finance Corporation (IFC) e da Bovespa.

Como reconhecimento do mercado

pela qualidade de sua governança

corporativa, a Ultrapar foi eleita a Melhor

Empresa em Governança Corporativa no

Segmento de Petróleo, Gás e Utilidades,

pelo ranking promovido pela MZ Consult

– IR Global Rankings. Adicionalmente,

a Ultrapar foi qualifi cada para

integrar a carteira de ações do Índice

de Sustentabilidade Empresarial

– ISE da Bovespa, desenvolvido em

conjunto com várias instituições – FGV,

ABRAPP, ANBID, APIMEC, IBGC, IFC,

Instituto ETHOS e Ministério do Meio

Ambiente. O ISE tem por objetivo

refl etir o retorno de uma carteira

composta por ações de empresas

com reconhecido comprometimento

com a responsabilidade social e a

sustentabilidade empresarial. Para

integrar o ISE, as empresas são

avaliadas sob aspectos de governança

corporativa, econômico-fi nanceiros, de

responsabilidade sócio-ambiental e

outros aspectos gerais da empresa.

Tag along e outros benefícios

Desde a abertura de capital, em 1999, a

Ultrapar busca aprimorar continuamente

sua governança corporativa. Em 2000,

a companhia concedeu a todos os

acionistas o direito de Tag Along, avanço

que garante tratamento eqüitativo em

caso de alienação do controle acionário.

Para o mercado, esse mesmo direito

só se tornou obrigatório ao fi nal de

2001, com a aprovação da nova Lei

das Sociedades Anônimas – ainda

assim, com a limitação de 80% do valor

da oferta apenas aos detentores de

ações com direito a voto. Mais amplo,

o Tag Along na Ultrapar, garante

100% do valor da oferta a todas as

classes de ações, sem distinção.

Em 2002, o Grupo valorizou os acionistas

preferencialistas estendendo a eles

o direito de eleger um representante

para o Conselho de Administração.

Essa foi a forma encontrada para

destacar o papel desses acionistas

na agregação de valor à Companhia.

No mesmo ano, antecipando-se às

orientações da Comissão de Valores

Mobiliários (CVM), promoveu o rodízio

de auditores independentes.

Seguindo os princípios de alinhamento

e comprometimento com os interesses

dos acionistas, em 2001 implantou-se em

todas as unidades de negócio o sistema

de mensuração de rentabilidade pelo

EVA�, métrica à qual está vinculada a

remuneração variável dos executivos.

Código de ética

O Código de Ética da Ultrapar passou a

existir formalmente em 2004, refl etindo

práticas de comportamento já existentes

na companhia. A obrigação de aderir ao

Código era apenas para a Diretoria, que

se comprometia com a disseminação

e o cumprimento do Código. Apesar

de amplamente disseminado, em

2006, visando melhorar o trabalho

de disseminação do Código de Ética,

e diretrizes de uma empresa que

atua há 70 anos no mercado.

Os principais executivos de hoje

apresentam a média de 20 anos

de experiência nos ramos em que

atuam. O organograma da alta

administração é simples, garantindo

a agilidade nas decisões.

Reforçando suas práticas de

transparência na divulgação de

informações ao mercado, a Ultrapar

está presente no Nível 1 de Governança

Corporativa da Bolsa de Valores de

São Paulo (Bovespa) e no mercado

norte-americano por meio de ADR

(American Depositary Receipt) de

Nível 3, o que implica na adequação

das demonstrações fi nanceiras aos

princípios contábeis adotados nos

EUA (United States Generally Accepted Accounting Principles – US GAAP) e a

adoção das práticas de governança

corporativa exigidas pelos órgãos

reguladores do mercado de capitais

norte-americano. A Ultrapar avançou

signifi cativamente para a certifi cação da

efetividade de seus controles internos,

em atendimento às exigências da lei

Sarbanes-Oxley, com o desenvolvimento

de um trabalho conjunto intenso da

empresa e do Comitê de Auditoria.

A organização atua em prol do

desenvolvimento da governança

corporativa na América Latina

participando da Latin American Corporate Governance Roundtable’s Companies Circle. O grupo de estudos

é patrocinado pela Organização para

31Relatório Anual Ultrapar 2006

realizou-se um trabalho de adesão formal

ao código por todos os colaboradores da

companhia. Uma cartilha contendo uma

carta do presidente e o texto do Código

foi distribuída para todos os funcionários,

e cada gestor de área responsabilizou-

se por discutir o tema da Ética com sua

equipe ao apresentar o material.

A publicação cumpre diversos objetivos,

como o de limitar a subjetividade das

interpretações sobre princípios éticos

e o de formalizar e institucionalizar

uma referência para a conduta

profi ssional dos empregados,

incluindo a administração ética

de confl itos de interesse reais ou

aparentes e a obediência à lei de

defesa da concorrência, tornando-se

um padrão para os relacionamentos

interno e externo com os públicos

de interesse (acionistas, clientes,

empregados, sindicatos, parceiros,

fornecedores, prestadores de serviços,

concorrentes, sociedade, governo

e as comunidades onde atua).

Pretende, também, garantir que as

preocupações diárias com a efi ciência,

competitividade e lucratividade

incluam o comportamento ético.

Conselho de Administração

O Conselho de Administração é

responsável pela orientação geral

dos negócios, defi nindo os objetivos,

estratégias e diretrizes, bem como a

aprovação e a avaliação dos resultados

obtidos. Também delibera sobre a

eleição da Diretoria Executiva, aumentos

do capital social – até o limite do

capital autorizado –, distribuição de

dividendos e de juros sobre o capital

próprio, realização de investimentos e

nomeação de auditores independentes.

Compõe-se de sete membros, eleitos

por Assembléia Geral de Acionistas,

dos quais quatro são independentes,

e dois ex-diretores executivos. Um dos

conselheiros independentes desempenha

o papel de representante dos acionistas

preferencialistas. Os membros reúnem-se

a cada trimestre e, extraordinariamente,

sempre que convocados pelo

presidente ou por quaisquer dos

conselheiros. O quorum mínimo é de

três membros, um dos quais tem de

ser o presidente ou o vice-presidente

do Conselho. Durante o ano de 2006

foram realizadas 10 reuniões, das quais

Filosofia dos negócios

Governança corporativa

32

4 foram dedicadas exclusivamente a

assuntos estratégicos da companhia.

Diretoria Executiva

Composta por profi ssionais com

experiência signifi cativa nos ramos

de atuação da Ultrapar, a Diretoria

Executiva realiza a gestão integrada

dos negócios conforme as orientações

defi nidas pelo Conselho. São cinco

os membros: o diretor presidente,

o diretor fi nanceiro e de relações

com investidores e os diretores

superintendentes da Ultragaz, Oxiteno e

Ultracargo. Cada empresa controlada

possui uma estrutura de direção

própria e adequada ao seu setor.

A Ultrapar adota como fi losofi a

tornar os executivos acionistas da

Companhia. Para tanto, aplica um

programa de stock ownership, pelo

qual os contemplados têm usufruto

de ações preferenciais mantidas em

tesouraria e são benefi ciários de

todos os direitos a elas inerentes.

A propriedade fi ca retida pela

empresa por um período determinado

e, depois desse prazo, o executivo

recebe a titularidade das ações.

Conselho Fiscal

Em concordância com as regras

da legislação brasileira e da Lei

Sarbanes-Oxley, a Ultrapar possui

um Conselho Fiscal permanente,

subordinado aos acionistas, que

desempenha também o papel de

comitê de auditoria. Os membros são

altamente capacitados, com experiência

nas áreas fi nanceira, jurídica e de

auditoria, e têm responsabilidade

individual sobre o que atestam.

As reuniões ordinárias acontecem a

cada trimestre e, extraordinariamente,

sempre que necessário. Em 2006 o

Conselho Fiscal reuniu-se 13 vezes,

desenvolvendo um trabalho intenso

em conjunto com a Auditoria Interna

da Ultrapar, supervisionando o

trabalho de certifi cação de controles

da Lei Sarbanes-Oxley. Possui cinco

membros: um representante dos

acionistas minoritários, um representante

dos acionistas preferencialistas e

três representantes dos acionistas

controladores. Eles são eleitos em

Assembléia Geral dos Acionistas e

possuem mandatos anuais renováveis.

Capital votante / Capital total

Ações Ações ordinárias % preferenciais % Total %

Ultra S.A. 32.646.696 66% 0 0% 32.646.696 40%

Outros 15.014.462 30% 2.482.161 8% 17.496.623 22%

Mercado 1.768.739 4% 29.413.351 92% 31.182.090 38%

Total 49.429.897 100% 31.895.512 100% 81.325.409 100%

Composição Acionária

33Relatório Anual Ultrapar 2006

Adminstradores

Conselho de Administração

Diretor

Paulo Guilherme Aguiar Cunha

Vice-presidente

Lucio de Castro Andrade Filho

Conselheiros

Ana Maria Levy Villela Igel

Nildemar Secches

Olavo Egydio Monteiro de Carvalho

Paulo Vieira Belotti

Renato Ochman

Conselho Fiscal

Presidente

Flavio César Maia Luz

Conselheiros

John Michael Streithorst

Mário Probst

Raul Murgel Braga

Wolfgang Eberhard Rohrbach

Diretoria Executiva - Ultrapar

Diretor Presidente

Pedro Wongtschowski

Diretor Financeiro e de

Relações com Investidores

André Covre

Diretor Superintendente da Ultragaz

Pedro Jorge Filho

Diretor Superintendente da Oxiteno

João Benjamin Parolin

Diretor Superintendente da Ultracargo

Eduardo de Toledo

Diretoria Executiva – Ultragaz

Diretor Superintendente da Ultragaz

Pedro Jorge Filho

Diretora de Administração e Controle

Cynthia May Hobbs Pinho

Diretor de Operações

Wagner Dias do Patrocínio

Diretor de Relação Mercadológica

Oswaldo Francesconi Filho

Superintendente de Mercado

Paulo José Marques Soares

Superintendente de Mercado

Plínio Laerte Brás

Superintendente de Mercado

Leandro Del Corona

Diretoria Executiva – Oxiteno

Diretor Superintendente

João Benjamin Parolin

Diretor de Administração e Controle

Américo Genzini Filho

Diretor Industrial

Flávio do Couto Bezerra Cavalcanti

Diretoria Executiva – Ultracargo

Diretor Superintendente

Eduardo de Toledo

Diretor de Mercado

Ricardo Isaac Catran

Diretoria Financeira

Diretor Financeiro e de

Relações com Investidores

André Covre

Diretor de Tesouraria e Informática

Marcello De Simone

Diretor de Controladoria

Roberto Kutschat

Filosofia dos negócios

Governança corporativa

34

35Relatório Anual Ultrapar 2006

A Ultrapar reafi rma a cada ano o

compromisso com os princípios de

gestão sustentável e transparência

no relacionamento com seus

públicos, construindo uma cadeia

de valor. Certifi cações ambientais e

de qualidade, preocupação com a

saúde e o desenvolvimento pessoal

dos colaboradores e exigência do

cumprimento de práticas semelhantes

por parte de seus fornecedores

constituem alguns pilares dessa postura.

Relacionamento com

públicos estratégicos

A Companhia investe permanentemente

no desenvolvimento de produtos e

serviços confi áveis, que minimizem

os riscos aos usuários e do público

em geral, e toma todos os cuidados

para proteger o meio ambiente. Seu

Código de Ética é conhecido por todos

os funcionários – considerados o mais

precioso dos ativos intangíveis da

companhia – e norteia o relacionamento

da empresa com seus diversos

públicos de interesse: colaboradores,

acionistas, clientes, fornecedores,

revendedores, parceiros e sociedade.

Nas páginas a seguir, descrevemos

as principais ações e diretrizes que

orientam o relacionamento da Ultrapar

com os públicos de interesse.

Público interno

Os negócios da Ultrapar constituem

exemplos de boas práticas nos cuidados

com o ambiente de trabalho. A Oxiteno,

por exemplo, foi a primeira empresa

química brasileira a se enquadrar

na norma SA 8000, desenvolvida

pela SAI (Social Accountability International) e supervisionada por

um conselho internacional que reúne

empresários, organizações não-

governamentais e entidades sindicais.

Relacionamento com públicos estratégicos

Filosofia dos negócios

Relacionamento com públicos estratégicos

O relacionamento da Ultrapar com seus públicos

de interesse é pautado em princípios éticos,

com vista ao benefício mútuo e que resulta no

crescimento sustentável dos negócios.

36

Esta certifi cação atesta a busca pela

qualidade total no relacionamento

com funcionários e fornecedores,

em aspectos como a garantia de

inexistência de trabalho infantil,

trabalho forçado e discriminação,

e preza as melhores condições em

relação à saúde e segurança, à

liberdade de associação e direito a

acordos coletivos, práticas disciplinares,

horas de trabalho, compensação e

sistemas de gestão. A Companhia

também passou a agir como agente

multiplicador, por meio do incentivo

a seus parceiros para incorporarem

a norma ao seu sistema de gestão.

Os colaboradores das empresas

controladas contam com benefícios

que extrapolam a legislação.

A remuneração variável constitui

importante instrumento para a

conquista de níveis crescentes de

efi ciência e alinhamento de interesse,

associada ao cumprimento de

indicadores de performance defi nidos

nas metas anuais do Balanced ScoreCard (BSC�) e medidas pelo

Economic Value Added (EVA�).

Por sua vez, o Ultraprev, plano de

previdência privada mantido para

todos os funcionários, visa propiciar

uma complementação de renda

na aposentadoria. Em 2006, a

Companhia contribuiu com R$ 3,4

milhões na formação dos recursos,

e os participantes, com outros

R$ 6,6 milhões. No encerramento do

exercício, as reservas técnicas da

entidade, constituídas pelo patrimônio

líquido e reservas de contingência,

somavam cerca de R$ 98 milhões.

Acionistas

A Ultrapar pauta-se por uma relação

transparente e interativa com os

investidores e acionistas, sempre

buscando a acuidade e precisão das

informações divulgadas. Em 2006,

foram realizadas aproximadamente 170

reuniões com instituições do mercado de

capitais, tanto no Brasil como no exterior.

No início de 2007, o site de Relações

com Investidores da Ultrapar foi eleito

o Melhor Website de RI na categoria

Small/Mid Caps pelo IR Global Rankings

2007, promovido pela MZ Consult.

Clientes

A Ultrapar pauta-se pelo respeito

ao cliente, com o fornecimento de

produtos de qualidade e a garantia do

uso das normas sociais e ambientais

mais elevadas. A busca incessante da

melhoria das condições operacionais e

do atendimento das necessidades dos

clientes se expressa pelo relacionamento

de parceria entre a empresa e seus

clientes para busca de soluções

específi cas para cada cliente.

Um Centro de Tecnologia mantido

pela Oxiteno, localizado na unidade

de Mauá (SP), oferece suporte técnico

a clientes, com vários laboratórios

e plantas-piloto que dispõem de

avançada instrumentação analítica

para desenvolver produtos e aplicações

especiais. Os recentes desenvolvimentos

dos catalisadores LTS-OX e HTS-OX,

aprovados em testes na Refi naria

Duque de Caxias, da Petrobras, e

outras especialidades criadas para as

áreas de cosméticos, agroquímicos e

detergentes, entre outros, constituem

exemplos dessas parcerias.

37Relatório Anual Ultrapar 2006

A Ultracargo investe cada vez mais

nas operações in house, nas quais

entra na “casa do cliente” e se

responsabiliza pela logística interna

de partes de seus processos, como

o transporte e o recebimento de

matérias-primas e parte do processo de

alimentação dos sistemas de produção,

embalagem fi nal, movimentação

interna, controle de estoque, etc.

A Ultragaz atende cerca de 10 milhões de

famílias no segmento domiciliar. A venda

para o comércio e empresas é o serviço

chamado Ultrasystem – que prevê um

tanque estacionário com abastecimento

controlado remotamente pela Ultragaz

– também constituiu um exemplo do

desenvolvimento dos melhores serviços

para o cliente e de parceria que

envolve confi abilidade e segurança.

Fornecedores e parceiros

O relacionamento com os fornecedores

e revendedores (tratados como

parceiros de negócios) norteia-se pela

sintonia ética, pelo comprometimento

com a preservação do meio ambiente

– é obrigatório manterem um plano

de gerenciamento de impactos

ambientais – e pela exigência de

não contratar menores de 16 anos,

exceto na condição de aprendizes.

Para serem contratados, os fornecedores

submetem-se a uma avaliação que inclui,

dentre outros fatores, a capacidade

de produção, a qualidade de seus

processos, produtos e serviços e o

pleno cumprimento da legislação.

As três unidades de negócios procuram

fortalecer o sentido de parceria por meio

do incentivo e do investimento direto no

desenvolvimento dos prestadores de

Filosofia dos negócios

Relacionamento com públicos estratégicos

38

O relacionamento com a rede de

revendedores da Ultragaz, a partir de

2006, passou a contar com a extensão

dos treinamentos da Academia

Ultragaz, antes destinados apenas

ao público interno. A Academia

Ultragaz visa identifi car, desenvolver,

disseminar e atualizar conceitos de

gestão modernos e relevantes para

a companhia e seus revendedores.

Os cursos são desenvolvidos

internamente e em parceria com

universidades e consultorias renomadas.

Essa iniciativa rendeu o prêmio

Marketing Best 2006, concedido pela

Escola de Administração de Empresas

de São Paulo da Fundação Getúlio

Vargas. Além desse programa, as

revendas contam, desde 1998, com o

projeto SOMAR (Soluções de Marketing

Aplicadas à Revenda), dedicado à

melhoria da rentabilidade em toda

a cadeia, auxiliando na avaliação

dos procedimentos operacionais,

com vistas a ampliar a efi ciência.

serviços. Na Ultracargo, por exemplo, as

campanhas de segurança e treinamentos

de transporte e manuseio de produtos

perigosos estendem-se às terceirizadas

que lhe prestam serviço. A Oxiteno,

por sua vez, organiza um prêmio anual

para recompensar o bom desempenho

das transportadoras, com o objetivo

de assegurar a melhoria contínua dos

padrões de serviço a seus clientes fi nais.

39Relatório Anual Ultrapar 2006

contratados por empresas e parceiras

da Ultrapar e outros conquistaram

colocações em empresas da região,

logo após a formatura. Mais de 10

estão cursando faculdade. Cerca de 70

voluntários atuam no projeto a cada ano.

O Instituto Ultra desenvolve diversas

outras iniciativas relacionadas ao

Programa de Voluntariado. Em quatro

anos de existência, realizaram-se 26

campanhas de arrecadação e doação

de sangue, contabilizando quase

4.000 quilos de alimentos recolhidos

para doação, dentre outras ações.

Por meio de suas subsidiárias, a

Ultrapar procura promover iniciativas

principalmente nas regiões próximas

às suas unidades, onde pode identifi car

melhor as necessidades e os potenciais

do público local. A Oxiteno, por exemplo,

realiza o Programa Oxiteno de Incentivo

à Leitura e provê incentivos culturais com

o patrocínio de peças teatrais e de outras

atividades nas localidades onde atua.

Dentre as diversas ações da Ultragaz,

em 2006, destacam-se a continuidade

da parceria com a ONG Avisa Lá, que

desenvolve um projeto de formação

continuada de professores de Mauá

(SP) que benefi ciou 6.500 alunos de sete

escolas públicas; o Programa Cozinha

da Cidade, que qualifi cou 120 jovens

baianos para o mercado de trabalho;

o incentivo ao Coral Pequena Cidade

e o Programa Pequeno Cidadão, de

Ribeirão Preto (SP), que desde 1996

oferece educação complementar

para alunos da rede pública.

Sociedade

A atuação social da Ultrapar tem

como fi losofi a colaborar para o

aprimoramento e a disseminação da

educação, como forma de inclusão

social. Além de destinar recursos a

ações que impulsionam a melhoria da

qualidade de vida das comunidades,

a Companhia conta com a adesão

de seus funcionários em diversos

programas e campanhas que cumprem

a fi nalidade de melhorar a educação.

O principal projeto social é o Ultra

Formare, uma escola profi ssionalizante

e gratuita, instalada no edifício-sede,

em São Paulo, que prepara jovens

de baixa renda para atuarem como

auxiliares administrativos. Ela reproduz o

ambiente de trabalho para que os alunos

fundamentem, na prática, o aprendizado

teórico. Os jovens recebem um

certifi cado reconhecido pelo Ministério

da Educação e, durante o curso, têm

como benefícios: uma bolsa-estudo

mensal, de acordo com a freqüência

e as notas obtidas na escola regular;

vale-transporte, quando necessário;

alimentação no restaurante da

Companhia; seguro de vida; cesta básica

mensal; uniforme; material escolar; e

acesso a dentista e médico da Ultrapar.

Em 2006, a quinta turma de estudantes

selecionados em escolas públicas da

região da Bela Vista (capital paulista)

concluiu o curso, ministrado no período

da tarde por funcionários voluntários que,

assim como os alunos, passam por um

processo seletivo. Ao todo, 94 jovens se

formaram de 2002 a 2006 – oito foram

Filosofia dos negócios

Relacionamento com públicos estratégicos

40

41Relatório Anual Ultrapar 2006

Indicadores de desempenho social

2006

Valor (R$ mil)

1) Base de cálculo

Receita líquida (RL) 4.794.048

Resultado operacional (RO) 361.929

Folha de pagamento bruta (FPB) 264.320

Valor % sobre % sobre

(R$ mil) FPB RL

2) Indicadores sociais internos

Alimentação 33.916 12,8% 0,7%

Encargos sociais compulsórios 94.432 35,7% 2,0%

Previdência privada 3.337 1,3% 0,1%

Saúde 36.623 13,9% 0,8%

Segurança e medicina no trabalho 4.275 1,6% 0,1%

Educação 820 0,3% 0,0%

Capacitação e desenvolvimento profissional 4.507 1,7% 0,1%

Participação nos lucros ou resultados 37.507 14,2% 0,8%

Outros 11.536 4,4% 0,2%

Total - Indicadores sociais internos 226.953 85,9% 4,7%

Valor % sobre % sobre

(R$ mil) RO RL

3) Indicadores sociais externos

Educação 261 0,1% 0,0%

Cultura 435 0,1% 0,0%

Outros 6.824 1,9% 0,1%

Total das contribuições para a sociedade 7.520 2,1% 0,1%

Tributos (excluídos encargos sociais) 93.034 25,7% 1,9%

Total - Indicadores sociais externos 100.554 27,8% 2,0%

4) Indicadores ambientais

Relacionados com a operação da empresa 4.429 1,2% 0,1%

Total dos investimentos em meio ambiente 4.429 1,2% 0,1%

Filosofia dos negócios

Relacionamento com públicos estratégicos

42

43Relatório Anual Ultrapar 2006

A preocupação com o meio ambiente

faz parte do compromisso da Ultrapar

com o desenvolvimento sustentável

de seus negócios e da sociedade.

Filosofia dos negócios

Meio ambiente

A preocupação com o meio ambiente

faz parte do compromisso da Ultrapar

com o desenvolvimento sustentável de

seus negócios e da sociedade. Permeia

as operações das três controladas,

todas com gerenciamento de riscos

ambientais às comunidades próximas.

Esse cuidado traduz-se na manutenção

de instalações e operações em

conformidade com as determinações das

leis e regulamentos federais, estaduais e

municipais referentes à proteção do meio

ambiente, bem como com a adoção de

normas específi cas de controle ambiental

de padrão internacional. Cada empresa

conta com um conjunto de programas

para o controle e cumprimento dos

padrões de segurança e qualidade,

de acordo com seu segmento.

O Fator Azul Operacional Ultragaz

(FAO) estabelece as diretrizes de meio

ambiente, qualidade e segurança

operacional e abrange todas as

unidades espalhadas pelo país.

Em 2006, ocorreu a implantação de

novas estações de tratamento de

efl uentes (ETE) em 13 das 15 bases de

envase e, em 2007, as duas restantes

atingirão o mesmo padrão. Além de

aprimorar o controle de efl uentes

líquidos, as ETEs melhoram o sistema de

reuso de água nas cabines de pintura de

botijões, reduzindo a utilização de água

nesse processo. A empresa também

aplica o PARE – um programa interno

de prevenção de acidentes – e mantém

programas de reciclagem de lixo e de

conscientização dos riscos associados

ao uso do GLP nas comunidades.

Tanto a Oxiteno como a Ultracargo são

signatárias do Programa de Atuação

Responsável� da Associação Brasileira

da Indústria Química (Abiquim),

destinado às indústrias químicas e

Meio ambiente

44

suas parceiras. O programa apresenta

padrões quanto ao gerenciamento

de produtos, sua segurança e

interferências com o meio ambiente.

Os pólos petroquímicos nos quais

as duas empresas atuam contam

com planos de contingência, com a

participação de todas as empresas

instaladas. Brigadas especialmente

treinadas, sistemas de alarmes

interconectados e preparação de

líderes das comunidades próximas para

situações de emergência constituem

alguns dos dispositivos previstos.

Na Oxiteno, a Administração Central, as

unidades industriais de Camaçari, Mauá,

Tremembé e Triunfo possuem certifi cação

ISO 14001. O programa SIGO (Sistema

Integrado de Gestão da Oxiteno) prevê

que os novos produtos e projetos sejam

compatíveis com os padrões de saúde,

segurança, meio ambiente, qualidade e

responsabilidade social da empresa.

A adoção da metodologia Seis Sigma

gerou o desenvolvimento de programas

de redução de consumo de água e

produção de resíduos, entre outros.

As unidades Camaçari e Mauá dispõem

de programas de co-geração de

energia por meio do aproveitamento do

vapor gerado no processo produtivo.

A unidade de Camaçari vende o gás

carbônico (CO2) gerado durante o

processo de produção do óxido de

eteno, captando o CO2 diretamente

por uma tubulação interligada à torre

do óxido e o conduzindo por 40 km,

até o local onde é injetado dentro

de poços de petróleo, para facilitar

a extração. Esta operação reduziu

a emissão de gases que causam o

efeito estufa. Em média, são 36.500

toneladas/ano de gás carbônico

que deixam de ser lançadas no ar.

A Oxiteno estende sua política de gestão

de meio ambiente ao desenvolvimento

de produtos. Uma recente conquista foi

o ECOX, um fl uido usado na perfuração

de poços de petróleo, isento do sal

cloreto de sódio, o que reduz os

impactos ao meio ambiente, já que os

45Relatório Anual Ultrapar 2006

fl uídos que utilizam sal comprometem a

fertilidade do solo ao redor dos poços

de perfuração. A Petrobras realizou,

em 2006, testes de perfuração em

cinco poços do Nordeste utilizando o

novo fl uido e constatou que todas as

funções cruciais do fl uido de perfuração

foram mantidas ou superadas.

Por sua vez, a Ultracargo adota vários

programas para garantir a segurança

nas operações de produtos químicos

e perigosos sob sua responsabilidade.

Dispõe de uma equipe de técnicos

de segurança e meio ambiente

especialmente treinada para atender

a qualquer situação, dentro ou fora

dos terminais e fi liais, e de uma equipe

de emergência adequadamente

equipada e treinada para ocorrências

no transporte ou armazenagem

dos produtos. Conta, também, com

veículo de emergência especial para

acidentes ou problemas nas estradas.

A Empresa foi a primeira a conquistar a

certifi cação pelo Sistema de Avaliação

de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e

Qualidade (SASSMAQ) da Abiquim, em

2001. Recertifi cou-se, pela terceira vez, em

2006. A unidade de Paulínia possui a ISO

14001, e Aratu encontra-se em processo

de certifi cação. O Terminal de Santos foi

construído de forma a se enquadrar em

todos os requisitos máximos das normas

de segurança e meio ambiente, com

nível mínimo de emissões atmosféricas.

Nos terminais, a Ultracargo constitui

referência nacional, com apenas um

acidente com afastamento em 2005

e 2006. Nesses locais, adotam-se

procedimentos para detectar e dissuadir

atos terroristas, em consonância com as

normas do International Ship and Port Facility Security Code (ISPS Code, ou

Código Internacional para a Proteção

de Navios e Instalações Portuárias).

Trata-se de um protocolo de cooperação

internacional que envolve os setores

naval e portuário e os governos

nacionais, criado após os ataques

de 11 de setembro. Um software com

um banco de dados do RH controla

todos os acessos aos terminais.

Filosofia dos negócios

Meio ambiente

46

Reconhecimentos, prêmios e certificações

Os prêmios e certificados recebidos pela

Ultrapar consolidam a posição de destaque

de suas empresas, que prestam serviços de

qualidade com foco nos seus clientes.

47Relatório Anual Ultrapar 2006

Filosofia dos negócios

Reconhecimentos, prêmios e certificações

Ultrapar

Certifi cações e adesões

Prêmio MZ Consult IR Global Rankings

Melhor Empresa no Segmento de

Petróleo, Gás e Utilidades (2006)

Nível 1 de Governança

Corporativa da Bovespa

ITAG

Índice de Ações com Tag Along Diferenciado

IGC

Índice de Ações com Governança

Corporativa Diferenciada

ISE

Índice de Sustentabilidade

Empresarial da Bovespa

Ultragaz

Certifi cações

ISO 9001 (2000, em todas as bases)

Reconhecimentos e prêmios

Top of Mind para a Brasilgas,

na Bahia, pela 8º vez

Top of Mind em Santos,

SP, pela 2º vez (2006)

Marketing Best 2006, pela

FGV SP

PPQG

Prêmio Paulista da Qualidade da

Gestão - medalha de bronze (2006)

Prêmio Padrão de Qualidade

em Business-to-Business na

categoria Serviços Públicos

da revista B2B Magazine

Oxiteno

Certifi cações

SSMA

Abiquim - Programa de Atuação Responsável�

ISO 9001

ISO 14001

ISO/TS 16949

ISO/TS 16949

SA 8000

Selo IRAM-AITA

(Instituto Argentino de Normalizacion e

Associacion de Ingenieros y Técnicos Del

Automotor), referente aos fl uidos de freios.

Atestado de produto aeronáutico

aprovado pelo Centro Técnico

Aeroespacial (CTA)

Kosher Certifi cate

Reconhecimentos e prêmios

Prêmio Pólo de Saúde, Segurança

e Meio Ambiente Camaçari

5 estrelas pela segunda vez (2005 e 2006)

Paint & Pintura

Melhor fornecedor de Solventes

Oxigenados (2001, 2004 e 2006)

Prêmio Abiquim de Exportação,

na categoria Clube dos

Grandes Exportadores.

Prêmio Abiquim de Tecnologia

Menção honrosa para o ECOX -

Fluido de Perfuração Ecológico.

Ultracargo

Certifi cações

ISO 9001

SASSMAQ Abiquim

Sistema de Avaliação de Segurança,

Saúde, Meio Ambiente e Qualidade

ISO 14001

unidade de Paulínia

Reconhecimentos e prêmios

DowGol 2006

Excelência no transporte a granel e honra

ao mérito pelos serviços de armazenagem

Prêmio COFIC

Comitê de Fomento Industrial de Camaçari -

1º lugar no Prêmio anual de segurança (2006)

48

Visão geral das operações

Relatório Anual Ultrapar 2006 49

50

51Relatório Anual Ultrapar 2006

Em 2006, a Ultragaz apresentou um forte

crescimento, com perspectivas positivas

para o próximo ano. A implantação

de um importante programa de

aprimoramento da sua estrutura de

distribuição no segmento domiciliar foi

decisiva para esse crescimento, que foi

potencializado por um ambiente mais

favorável no mercado brasileiro de GLP,

principalmente em função da melhoria

de renda da população, com acesso

aos programas sociais do Governo.

No segmento granel, as incertezas

relacionadas ao abastecimento do

gás natural proveniente da Bolívia

resultaram em maior confi abilidade do

GLP nos setores comercial e industrial.

O EBITDA alcançou R$ 281 milhões

superando em 44% o de 2005. A receita

líquida totalizou R$ 3.067 milhões em

2006, registrando aumento de 6%

em relação 2005. A recuperação da

rentabilidade também se expressa

em EBITDA/tonelada, que atingiu

R$ 182 em 2006, evolução de 43%

quando comparada a 2005.

O volume total de vendas foi de

1,5 milhões de toneladas em 2006, um

crescimento de 1% em relação ao ano

anterior, em linha com o desempenho

do mercado brasileiro de GLP.

O aumento no volume concentrou-se

no segmento domiciliar, infl uenciado

pelo aumento do poder aquisitivo da

população de mais baixa renda. Prova

disso é o maior aumento no volume

de vendas nas regiões Nordeste

e Centro-Oeste, que contam com

grande número de famílias incluídas

Com cerca de 10 milhões de lares e

mais de 30 mil empresas atendidos,

a Ultragaz é líder em distribuição de

GLP no mercado nacional.

Visão geral das operações

Ultragaz

Ultragaz

52

em programas sociais. O segmento

granel permaneceu estável em 2006.

Programa da revisão da

estrutura de distribuição

A Ultragaz passou por um importante

processo de expansão após a

desregulamentação do mercado

de GLP na década de 90, iniciando

operações em novas regiões, até

atingir, após a aquisição da Shell Gás

em outubro de 2003, o patamar atual

de escala. Tendo consolidado esse

novo patamar de escala, intensifi cou-se

um processo interno de otimização de

ativos e redução de custos, pautado

na busca constante de excelência

operacional, característica essencial

da companhia. Esse processo culminou

em um programa de aprimoramento

da sua estrutura de distribuição, que

consiste em um conjunto de iniciativas

voltadas à otimização do sistema de

distribuição e melhor aproveitamento dos

ativos operacionais. O resultado será um

sistema diferenciado de gerenciamento

de canais de vendas, gerando ganhos

importantes no EBITDA da companhia.

As iniciativas voltadas ao gerenciamento

dos canais de venda baseiam-se na

implantação de um sistema para

avaliação e análise de oportunidades

de melhoria de canais de vendas

para todos os mercados. O sistema

otimiza não apenas as vendas diretas

ao consumidor, mas também aos

revendedores, de forma a identifi car

oportunidades de otimização a todos

os canais de vendas existentes e

maximizar os resultados tanto da

companhia como de seus revendedores.

Esse gerenciamento diferenciado dos

canais de vendas promoveu alterações

na infra-estrutura logística, otimizando

os custos totais ao longo da cadeia

de suprimentos. Procedeu-se a uma

otimização da estrutura de produção,

adequando as bases de engarrafamento

à nova realidade de mercado. Por fi m,

buscando ganhar escala, realizou-se

um estudo de benchmarking, para a

contratação de fretes, o que também

produziu resultados importantes de

economia para a companhia.

Inovação e pioneirismo

Ao longo de 2006 foram promovidos

diversos projetos que demonstram

a essência inovadora da Ultragaz e

seu pioneirismo na implementação

de soluções tecnológicas que

agregam valor à sua operação.

Uma das mais destacadas foi a

unifi cação dos call centers em uma

Central Nacional de Atendimento do

53Relatório Anual Ultrapar 2006

Caminhão bob-tail

Visão geral das operações

Ultragaz

54

0800, em Salvador, com funcionamento

24 horas, para realizar os cerca

de 13 mil atendimentos diários.

Paralelamente, a Ultragaz fez parte do

primeiro grupo de empresas brasileiras

a adotar a Nota Fiscal Eletrônica

(NF-e). A adoção da NF-e em diversos

Estados, proporcionará redução de

custos e de trabalhos operacionais.

Além dos ganhos operacionais e

fi nanceiros, a implantação da

NF-e na Ultragaz rendeu-lhe o Prêmio

Padrão de Qualidade em Business-to-Business na categoria Serviços

Públicos da revista B2B Magazine.

A versatilidade das formas de

pagamento passa por constante

inovação. Em 2006, houve a introdução

do cartão-convênio de vale gás – o

Vale Ultragaz – para funcionários de

empresas, com desconto em folha de

pagamento, aplicado inicialmente no

mercado de Duque de Caxias (RJ).

O Vale Ultragaz, comercializado por

grandes redes de varejo em diversos

pontos do país, expandiu-se para

cooperativas de trabalhadores.

A Cooperativa Regional Alfa, por

exemplo – formada por mais de 15

mil famílias de 75 municípios de Santa

Catarina –, aderiu à distribuição do

Vale. O pagamento em casa com

cartão de débito e crédito, com entrega

com hora marcada, foi lançado na

zona oeste do Rio de Janeiro.

No segmento granel, merece

menção a expansão do sistema de

medição individual Conta-Única,

serviço desenvolvido pela Ultragaz e

introduzido em 2005 para condomínios

residenciais, com contas individualizadas

para cada unidade. Com pouco

mais de um ano de implantação, o

Conta Única cobre atualmente mais

de 700 condomínios residenciais,

representando aproximadamente

44 mil unidades autônomas.

A confi guração atual dos ativos perfaz

15 bases de envase, 21 bases de

armazenamento, 84 lojas próprias,

4.000 revendas e mais de 1.500 veículos-

estrutura que processa a comercialização

de cerca de 7 milhões de botijões/mês.

Qualidade

O ano de 2006 marcou a trajetória

da Ultragaz na busca da excelência,

visando se tornar uma empresa de

Classe Mundial e padrão internacional

em GLP. Em janeiro, a Empresa fi rmou

acordo para a criação da Aliança

Mundial de Tecnologia e Inovação em

GLP, em parceria com as empresas

55Relatório Anual Ultrapar 2006

líderes de mercado da Turquia e

da Austrália. Criou-se um Comitê de

Tecnologia para tratar dos projetos

relacionados à Aliança. A Ultragaz já

integra a World LP Gas Association e a

Associação Ibero-Americana de GLP.

Participando pela primeira vez do Prêmio

Paulista da Qualidade em Gestão

(PPQG), a unidade de Mauá (SP) foi

medalha de bronze na competição.

O prêmio é uma espécie de preparatória

para o Prêmio Nacional da Qualidade

(PNQ), concedido pela Fundação

Nacional da Qualidade a empresas

de Classe Mundial. A unidade de

Mauá aperfeiçoa processos nas

áreas de segurança, tecnologia e

gestão da qualidade, entre outros,

para criar um modelo a ser replicado

pelas demais bases da companhia.

Outras premiações importantes do ano

foram os prêmios Top of Mind para

a Ultragaz e Brasilgás (subsidiária

da Ultragaz na Bahia) em diversas

localidades, incluindo a Bahia, pela

oitava vez seguida e Santos (SP), pelo

segundo ano consecutivo. O Prêmio

Marketing Best 2006 foi concedido

pela Fundação Getúlio Vargas de São

Paulo à Ultragaz pela implantação

do Academia Ultragaz Revenda.

Mapa de localização das unidades da Ultragaz

Visão geral das operações

Ultragaz

56

57Relatório Anual Ultrapar 2006

Oxiteno

Historicamente responsável por 50%

do EBITDA da Ultrapar, a Oxiteno

teve seus resultados de 2006

fortemente pressionados por variáveis

macroeconômicas desfavoráveis, dada

a permanência do cenário imposto

a partir de 2005, caracterizado pelo

elevado preço do petróleo, pela

valorização do Real e pelo crescimento

modesto da economia brasileira.

Para contrapor-se a tal cenário, a

Oxiteno desenvolveu um conjunto de

iniciativas estratégicas para a retomada

do crescimento sustentável, que mostrou

efeitos no resultado da companhia já

a partir do segundo semestre. Para

endereçar a recuperação de resultados

no curto prazo, foram implementadas

iniciativas comerciais que visavam

intensifi car a venda de produtos de

maior valor agregado, com a aceleração

da introdução de novos produtos

principalmente em segmentos de forte

crescimento no mercado interno.

Como resultado dessas iniciativas,

a Oxiteno apresentou vendas com

melhor composição geográfi ca e de

produtos, com maior proporção de

especialidades químicas e vendas no

mercado doméstico. O volume vendido

totalizou 525 mil toneladas, com um

crescimento de 6% no mercado interno,

mais de duas vezes superior à expansão

da economia brasileira. O volume de

vendas da Canamex apresentou um

aumento de 49%, o que, em adição às

iniciativas comerciais da companhia,

colaborou para o aumento de 13% do

volume de especialidades químicas.

O EBITDA da Oxiteno atingiu R$ 192

milhões em 2006, que apesar de ser 36%

inferior ao ano anterior, caminhou em

trajetória positiva ao longo do ano, com

retomada do crescimento em relação ao

ano anterior a partir do último trimestre.

Visão geral das operações

Oxiteno

A busca do crescimento por escala e

diferenciação tecnológica levou a companhia

a um plano de investimentos de US$ 320

milhões na ampliação da capacidade de

óxido de eteno e especialidades químicas.

58

Foi estabelecido a partir de agosto de

2006 um novo contrato de fornecimento

de eteno com a Braskem, garantindo

o fornecimento para os próximos 15

anos, e ampliando a disponibilidade

de eteno em 68 mil toneladas por ano

para a planta da Oxiteno em Camaçari

(BA) a partir de 2009, das quais 13 mil

toneladas já serão adicionadas em

2007. O novo contrato, juntamente com

um aumento no fornecimento de eteno

para a planta localizada em Mauá

(SP), permitirá a expansão de 40% na

capacidade produtiva de óxido de eteno.

Crescimento

Para endereçar o crescimento sustentável

nos próximos anos, além de reforçar

suas vantagens competitivas no mercado

de óxido de eteno, a Oxiteno possui

um plano de investimentos de US$ 320

milhões em implantação que contempla:

a construção da primeira planta de

álcoois graxos na América Latina

expansão da capacidade de

produção de óxido de eteno

expansão da capacidade de produção

de especialidades químicas

Prevê-se o acréscimo de 90 mil toneladas

de óxido de eteno em Camaçari, com

partida em 2009, e de 38 mil toneladas

em Mauá, com partida em 2008, que

suportará o crescimento de demanda

do mercado interno nos próximos anos.

Outro investimento de porte ocorre

na área de produtos correlatos: a

construção, em Camaçari, de sua

primeira planta de álcoois graxos,

com investimento de US$ 120 milhões,

para a produção de 100 mil toneladas/

ano. A planta tem escala mundial e

contará com o uso de matérias-primas

de fontes renováveis – óleo vegetal

de palmiste e coco. Hoje, a Oxiteno

é a maior consumidora de álcoois

graxos do país, que reage o produto

com o óxido de eteno para produzir

especialidades químicas principalmente

para os mercados de cosméticos,

detergentes, têxtil e agroquímicos.

Com a nova fábrica, a Oxiteno equipara-

se às cinco maiores empresas mundiais

que produzem álcoois graxos – Sasol,

Shell, Cognis, KAO e P&G –, nenhuma

com plantas na América Latina,

atualmente suprida por importações.

O início das operações da planta

de álcoois graxos, no segundo

semestre de 2007, e as ampliações

de capacidade de especialidades

químicas produzirão aumento de

volume de vendas a partir de 2008.

Atuação internacional

Em sintonia com as últimas tendências

mundiais, a Oxiteno acompanha o

movimento das indústrias químicas.

Mapa de localização das unidades da Oxiteno

59Relatório Anual Ultrapar 2006

Visão geral das operações

Oxiteno

60

As empresas vêm se concentrando

em menor número de negócios

afi ns, aumentando a especialização.

Esse também é o processo de

crescimento escolhido pela Oxiteno:

avançar para geografi as novas, em

produtos e mercados similares ou

complementares aos já dominados

pela empresa, levando sua tecnologia

e relacionamento com clientes para

gerar valor à nova operação.

Para viabilizar a expansão internacional,

há um trabalho regular de identifi cação

de oportunidades estratégicas para

alavancar o crescimento da companhia e

posicioná-la como uma produtora global

de especialidades químicas. Nessa linha,

o processo de internacionalização teve

início no fi nal de 2003 com a aquisição

da Canamex, no México, onde foi

possível demonstrar a portabilidade do

modelo de gestão e do conhecimento

de mercado diferenciados da Oxiteno.

O EBITDA da Canamex em 2006 foi

mais que o dobro do EBITDA de 2004.

Ao longo da gestão da Oxiteno, foram

introduzidos novos produtos no mercado

mexicano, possibilitando a entrada em

dois novos segmentos – agroquímico

e de petróleo – e o aumento de

vendas para os mercados já servidos

anteriormente pela Canamex. Clientes

globais da Oxiteno no Brasil passaram a

ser atendidos pela Canamex no México,

baseados na tecnologia de produtos

e prestação de serviços diferenciadas

da Oxiteno. Hoje, o sistema de

desenvolvimento de novos produtos

e o banco de dados tecnológico da

Oxiteno no Brasil e de sua subsidiária

mexicana é completamente integrado,

permitindo a coordenação entre os

centros de P&D nas duas localidades.

Uma segunda linha de atuação teve

início em 2006, com o projeto de abertura

de escritórios comerciais no exterior.

O primeiro escritório comercial da

Oxiteno fora do Brasil foi inaugurado na

Argentina. O crescimento do mercado

argentino e o aumento da demanda de

seus clientes constituem os principais

motivos da instalação neste país.

Em 2007 e 2008, escritórios comerciais

deverão ser abertos na Europa, nos

Estados Unidos e na Ásia. Além de

ampliar a presença da Oxiteno nesses

mercados – o que facilita os movimentos

de exportação existentes, principalmente

de produtos de maior valor agregado

–, as representações permitem a

prospecção de oportunidades mais

amplas de negócios e aquisições.

Inovação para a sustentabilidade

Para o longo prazo, a Oxiteno desenha

seu futuro procurando garantir o acesso

à matéria-prima a custos competitivos.

Uma iniciativa nesse sentido é o

desenvolvimento, com a Petrobras,

do projeto Comperj – futuro pólo

petroquímico brasileiro em Itaboraí (RJ).

O projeto foi idealizado pela Oxiteno, em

2002, apresentado à Petrobras, e traz a

concepção inovadora do uso de petróleo

pesado como matéria-prima para

insumos petroquímicos básicos. Em outra

frente, a empresa investe fortemente

em pesquisa e desenvolvimento de

fontes renováveis de matérias-primas

– a chamada química verde. A primeira

iniciativa já está sendo materializada,

através da planta de álcoois

graxos. Em 2006, a Oxiteno avançou

signifi cativamente nas análises de

61Relatório Anual Ultrapar 2006

viabilidade da utilização de etanol para

a obtenção de solventes oxigenados e

glicóis. Adicionalmente, a Oxiteno lançou,

em caráter pioneiro, uma chamada de

projetos de pesquisa em química verde

em aliança com a FAPESP e o BNDES.

Um programa de nanotecnologia, que

abrange áreas como catalisadores,

agroquímicos e nanocompósitos de

termoplásticos, também se encontra em

andamento na unidade de P&D de Mauá

(SP). Renomadas universidades como

Unicamp, UFSCar, UFCG e UFRJ fazem

parceria com a empresa nesse projeto.

Cerca de 10% dos funcionários

trabalham na área de pesquisa,

desenvolvimento e engenharia

– porcentagem signifi cativa em termos

internacionais e inexistente em outra

empresa química brasileira. Sempre

à frente em seus desenvolvimentos,

a empresa possui um Conselho de

Científi co e Tecnológico que congrega

os maiores especialistas internacionais

na área de tensoativos. Eles se reúnem

anualmente, para avaliar as tendências

do mercado, e desenvolvem projetos

e pesquisas de forma eletrônica.

Na última reunião, ocorrida em outubro

de 2006, os especialistas apontaram

oportunidades de crescimento em

tensoativos e oleoquímicos – que

engloba os álcoois graxos.

Visão geral das operações

Oxiteno

62

63Relatório Anual Ultrapar 2006

Ultracargo

Fundada em 1966, a Ultracargo

completou, em 2006, 40 anos de

atividades, defi nindo um novo

posicionamento estratégico que irá

orientar o crescimento da companhia ao

longo dos próximos anos. O resultado

desta reestruturação foi a defi nição de

ampliar seu escopo de serviços para

outros segmentos que não apenas

químicos e combustíveis, ampliando

também as opções de modais de

transporte, disponibilizando serviços

diferenciados. Optou-se, inclusive,

pela descontinuidade de operações,

em alguns casos, o que acarretou

momentânea redução de receitas,

além de impactos com despesas

extraordinárias. Paralelamente,

trabalhou-se na consolidação das

novas operações, em particular o

Terminal Intermodal de Santos – TIS.

Em termos operacionais, a armazenagem

média da Ultracargo no segmento de

líquidos e gasosos foi de 240 mil metros

cúbicos, 8% maior que em 2005.

O resultado decorre da consolidação

das novas operações, principalmente no

TIS e no Terminal Intermodal de Montes

Claros (TIM). O Terminal de Montes

Claros, por exemplo, bateu recorde com

a movimentação de 21 milhões de litros

de combustíveis, em outubro de 2006

– foram 309 vagões descarregados

e 1.213 caminhões carregados.

O crescimento constante dessa operação

consolida a Ultracargo na logística

integrada de combustíveis. As operações

do TIS apresentaram um crescimento

gradual e signifi cativo, capitaneado

principalmente pelo crescimento das

operações de exportação de álcool,

principal produto movimentado

nesse terminal. As operações de

produtos químicos atingiram a

Visão geral das operações

Ultracargo

Com a maturação dos investimentos e o novo

posicionamento estratégico, novas oportunidades de

negócio proporcionarão crescimento de resultados.

64

plena ocupação da capacidade

no segundo semestre de 2006.

A quilometragem rodada durante o

ano apresentou decréscimo de 19%,

com 43 milhões de quilômetros. Tal

redução foi fruto da decisão de reduzir a

operação em determinados segmentos.

O EBITDA e a receita líquida da

Ultracargo totalizaram R$ 38 milhões e

R$ 226 milhões, respectivamente, valores

inferiores aos reportados em 2005.

Apesar do crescimento gradual das

operações no TIS, a Ultracargo incorreu

em custos e despesas extraordinárias

em função da descontinuidade de

algumas operações de transporte.

Novo posicionamento estratégico

A defi nição do novo posicionamento

estratégico da Ultracargo foi um caminho

natural na trajetória da empresa: o

início como empresa de transportes de

produtos químicos; a transição para

a introdução da armazenagem em

sua linha de serviços, que inclui ativos

estratégicos espalhados pelo país; e a

visão e o espírito inovador para gerar

valor para seus clientes, que levaram

a empresa a criar novas modalidades

de operações, aproveitando

seu arsenal de conhecimento

acumulado nas quatro décadas.

Pode-se dizer que a Ultracargo foi

desenvolvendo capacidade de gerir

sistemas cada vez mais complexos

– transporte, armazenagem, serviços

diferenciados de logística, até chegar à

gestão logística integrada. Esse tipo de

operação inclui, necessariamente, um

nível elevado de excelência na prestação

de serviços e boa dose de inovação

constante, para oferecer ao seu cliente

um serviço diferenciado e de valor.

A Ultracargo investiu de forma

determinada em três frentes, descritas

a seguir, para preparar-se para

um novo ciclo de crescimento:

Estrutura fi xa – desde 2004, realizou

investimentos na construção de novos

terminais intermodais: Tatuí (TIT) e

Santos (TIS), ambos em São Paulo e

Montes Claros (TIM), em Minas Gerais.

Reorganização interna – realizou ajustes

na estrutura e nos processos. Uma das

primeiras medidas foi a introdução

de um programa de trainees, em

2003. Em seguida, empreendeu-se a

reestruturação das áreas de apoio, com

a criação de uma área de projetos, em

2004 e 2005. Em paralelo, ocorreu a

renovação na direção da empresa.

Excelência operacional – ainda

como preparação e sustentação

do crescimento, adotou, em 2006,

Mapa de localização das unidades de Ultracargo

65Relatório Anual Ultrapar 2006

o Balanced Scorecard (BSC�) para

acompanhar as diretrizes estratégicas.

Desde 2006, com fi nalização em 2007,

encontra-se em implantação o Integra,

um sistema integrado de gestão.

Aumento de escopo

A ampliação do escopo de atuação,

originalmente apenas produtos

químicos e combustíveis, constitui outro

movimento da Ultracargo dentro de

seu novo posicionamento, passando

a incluir todo tipo de produto a granel

que requeira cuidado especial e

qualidade diferenciada no manuseio,

transporte e armazenagem.

Em 2006, surgiram diversos novos

negócios. Em março, fi rmou-se contrato

com a empresa britânica Air BP para o

transporte e o controle de estoque de

combustíveis e lubrifi cantes de aviação

nos aeroportos de Brasília, Goiânia

e, para 2007, Guarulhos e Galeão.

Tiveram início uma operação de logística

integrada para o cliente Mossi & Guisolfi ,

em Suape, para atender à maior unidade

de fabricação de resina PET do mundo,

e a primeira atuação em granel sólido

fora do país, com a operação na FCC

S/A, na Argentina. A Ultracargo já cuida

da logística externa e interna desse

cliente no Brasil e estende a mesma

prestação de serviço para a empresa

na Argentina. Até então, a operação

internacional da Ultracargo restringia-se

a serviços de transporte para o Chile.

Para colaborar na ampliação do

escopo de atuação, o terminal de Suape

tornou-se um entreposto aduaneiro.

A modalidade, pouco explorada no

Brasil, permite armazenagem de produto

importado em local alfandegado, com

suspensão do recolhimento de impostos

por período maior, ou desembolso em

lotes, conforme o produto é retirado do

armazém. A concessão constitui mais um

diferencial competitivo a ser utilizado em

operações com empresas multinacionais.

Recentemente, a Ultracargo

avança para a área alimentícia e

estuda a internacionalização do

serviço. Consolidou, por exemplo,

o transporte de farinha a granel,

iniciado em dezembro de 2005, para

uma empresa de Sumaré (SP).

A versatilidade dos tipos de embalagem

de transporte é um diferencial proposto

pela Ultracargo. O transporte da

farinha a granel, por exemplo, se

realizava em big bags e passou a usar

liners e containers, reduzindo etapas

do processo. Na área de açúcar, a

empresa é a pioneira no carregamento

a granel em containers para exportação,

visando o mercado europeu, que exige

esse formato de embalagem para o

açúcar. Em janeiro, foi feito um teste

com esse tipo de carregamento, em

Paulínia (SP), com remessa para Israel.

Visão geral das operações

Ultracargo

66

67Relatório Anual Ultrapar 2006

Ativos estratégicos

Os ativos da Ultracargo constituem

grande diferencial por suas

localizações estratégicas e escala

da operação. Atualmente, a

Ultracargo mantém unidades em:

Camaçari e Aratu (BA);

Paulínia, Santos, Mauá e Tatuí (SP);

Montes Claros (MG);

Suape (PE).

Em 2007, a Ultracargo iniciará ou

consolidará novas operações,

em Camaçari, Suape e Aratu.

Em Camaçari, o armazém de 5 mil m2

duplica a capacidade atual, ampliando

atendimento a novos clientes, e abre

a possibilidade de usar novos modais,

pois se localiza junto à Ferrovia Centro-

Atlântica. Também na Bahia, ocorre a

expansão do terminal de Aratu para

armazenagem de óleo de palmiste,

matéria prima para a planta de álcoois

graxos da Oxiteno. Em Suape, realizou-

se a ampliação da capacidade de

armazenagem, que entrou em operação

em dezembro de 2006 e atende a

nova planta da Mossi & Guisolfi .

Visão geral das operações

Ultracargo

68

Resultados e perspectivas

Relatório Anual Ultrapar 2006 69

70

Relatório Anual Ultrapar 2006 71

Desempenho econômico-financeiro

A geração operacional de caixa

consolidada (EBITDA) da Ulltrapar, na

média dos últimos 5 anos, advém 50%

da Oxiteno, 43% da Ultragaz e 7% da

Ultracargo. A Ultrapar tem um valor

atual de mercado de R$ 4 bilhões.

Detém uma posição fi nanceira sólida,

com um caixa de R$ 1,6 bilhão em 31 de

dezembro de 2006, sem dívida líquida.

Entre outros diferenciais, apresenta

uma excelente avaliação de risco,

equivalente ao risco soberano pela

Standard & Poors, uma governança

corporativa reconhecida pelo mercado e

grandes oportunidades de crescimento

ao longo dos próximos anos.

De forma geral, o ambiente econômico-

operacional de 2006 caracterizou-se pela

continuidade dos desafi os instalados

em 2005 - desempenho modesto da

economia brasileira, apreciação do

Real e elevação do preço do petróleo.

No mercado interno, o Produto Interno

Bruto - PIB brasileiro cresceu 2,9% em

2006, pouco acima do crescimento

de 2,3% do PIB de 2005, apesar do

processo de redução gradual da taxa

básica de juros. Por outro lado, os

programas de transferência de renda e

o aumento do salário mínimo resultaram

em aumento de renda da população,

o que, em adição à redução da taxa

básica de juros e à expansão do crédito,

permitiu o crescimento do consumo

na população de menor renda.

O ambiente externo continuou benéfi co

para as exportações, com a economia

mundial mantendo forte ritmo de

crescimento. Porém, a apreciação de 11%

do Real em relação ao dólar americano,

marcando o terceiro ano consecutivo

de valorização da moeda brasileira,

continuou a prejudicar a competitividade

da indústria nacional. Adicionalmente,

a elevação dos preços internacionais

do petróleo, passando de um valor

médio de US$ 54/barril em 2005 para

Resultados e perspectivas

Desempenho econômico-financeiro

A Ultrapar retoma o crescimento e continua a investir, a

despeito do fraco desempenho da economia brasileira

e da continuidade do cenário internacional desfavorável

com alta do petróleo e seus derivados.

72

US$ 65/barril em 2006, pressionou os

custos de toda economia mundial e em

especial da indústria petroquímica.

Durante o ano de 2006 a Ultrapar

realizou progresso signifi cativo no seu

plano de crescimento de resultados, com

a implantação de iniciativas estratégicas

em seus negócios visando se posicionar

frente ao cenário imposto a partir de

2005, em que uma conjunção de fatores

macroeconômicos e setoriais moveu-se

de forma desfavorável à companhia.

Foram implementadas ações tanto

de curto quanto de longo prazo,

reforçando o crescimento por escala,

por diferenciação tecnológica e

pelo foco na otimização de custos e

despesas. Na Ultragaz foi iniciado

um programa de aprimoramento da

estrutura de distribuição, que em 2006

colaborou para a melhora de 44% no

EBITDA desse negócio. Na Oxiteno,

ações comerciais foram reforçadas

buscando compensar o aumento do

custo – refl exo da escalada do preço

do petróleo – e a apreciação do Real,

resultando em volumes maiores de

vendas e com maior valor agregado, que

propiciaram a retomada do crescimento

de EBITDA no último trimestre do ano.

Já no segundo semestre, as iniciativas

implementadas ao longo de 2006,

tanto na Ultragaz quanto na Oxiteno,

permitiram que a Ultrapar apresentasse

melhoras de EBITDA em comparação

ao mesmo período do ano anterior,

encerrando o quarto trimestre com

um crescimento de 33% em relação

ao quarto trimestre de 2005. Nesse

contexto, a Ultrapar apresentou

EBITDA consolidado, em 2006, no

valor de R$ 516 milhões. O lucro

líquido no período fi cou em R$ 282

milhões, 6% inferior aos de 2005.

Receita líquida

A Ultrapar apresentou em 2006 uma

receita líquida de R$ 4.794 milhões,

um aumento de 2% em relação a 2005.

A receita líquida da Ultragaz foi de

R$ 3.067 milhões, 6% superior a 2005,

principalmente em função dos ganhos

advindos do programa de revisão da

estrutura de distribuição e do mercado

mais favorável. A Oxiteno apresentou

uma receita líquida de R$ 1.550 milhões,

uma queda de 4% em relação ao ano

anterior. As ações comerciais da Oxiteno,

que resultaram em aumento de volume

vendido e da qualidade das vendas,

com maiores vendas no mercado

interno e de produtos de maior valor

agregado, minimizaram o impacto da

valorização de 11% da cotação média

do Real frente ao dólar. A receita líquida

da Ultracargo totalizou R$ 226 milhões,

3% inferior a 2005, refl exo da decisão

de descontinuar certas operações de

menor valor agregado, parcialmente

73Relatório Anual Ultrapar 2006

compensada pelo aumento das

operações de armazenagem com a

consolidação das atividades do TIS.

Custos dos produtos e serviços

O custo dos produtos e serviços da

Ultrapar foi de R$ 3.860 milhões em 2006,

um aumento de 2% em relação ao ano

anterior. O custo dos produtos vendidos

da Ultragaz totalizou R$ 2.573 milhões,

2% de aumento comparado a 2005,

principalmente em função da variação

do volume vendido. O custo dos produtos

vendidos da Oxiteno totalizou R$ 1.192

milhões, um acréscimo de 4% em relação

a 2005, decorrente principalmente do

aumento de 18% do custo em dólar da

sua principal matéria-prima, o eteno,

referência NWE, e do aumento de 4%

no volume de vendas, parcialmente

compensados pela valorização de 11% da

cotação média do Real frente ao dólar.

O custo dos serviços prestados pela

Ultracargo totalizou R$ 144 milhões, uma

queda de 7% em relação a 2005, fruto da

redução das atividades de transporte.

Despesas gerais, administrativas

e de vendas

As despesas gerais, administrativas e

de vendas da Ultrapar totalizaram

R$ 605 milhões em 2006, um acréscimo

de 10% em relação a 2005. As despesas

gerais, administrativas e de vendas

da Ultragaz somaram R$ 327 milhões,

12% acima do montante em 2005,

principalmente em função de (i) reajuste

salarial anual decorrente de acordo

coletivo e (ii) aumento da remuneração

variável e participação nos lucros e

resultados, em linha com a progressão

dos resultados. O total de despesas

gerais, administrativas e de vendas na

Oxiteno foi de R$ 212 milhões em 2006,

um aumento de 4% em relação ao ano

anterior, devido principalmente (i) ao

aumento do volume vendido, (ii) ao

reajuste salarial anual decorrente de

acordo coletivo, e (iii) e ao aumento das

despesas da Canamex, decorrência do

expressivo aumento de suas operações.

As despesas gerais, administrativas e de

vendas da Ultracargo totalizaram R$ 71

milhões em 2006, um acréscimo de 15%

em relação a 2005, também infl uenciado

por reajuste salarial anual decorrente de

acordo coletivo, em adição a despesas

extraordinárias relativas a ajuste de

quadro físico em função da redução das

operações no segmento de transporte.

Endividamento

A Ultrapar encerrou o exercício de

2006 com um endividamento bruto de

R$ 1.497 milhões, 5% superior ao valor

em 31/12/2005. A posição bruta de caixa

da companhia ao fi nal de 2006 era de

R$ 1.618 milhões, perfazendo uma posição

líquida de caixa de R$ 121 milhões.

Resultados e perspectivas

Desempenho econômico-financeiro

74

A Ultrapar abriu seu capital em 1999, simultaneamente na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), adotando normas nacionais e internacionais de registros contábeis (BRGAAP e USGAAP). Integra a carteira teórica de importantes índices da Bolsa de Valores de São Paulo: Índice Brasil (IbrX), Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC), Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG), além do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), lançado em dezembro de 2005.

A Ultrapar avalia o mercado de capitais como um veículo fundamental para a captação de recursos, portanto, pauta-se por uma relação de transparência e interatividade com os investidores e acionistas, buscando sempre divulgar informações precisas. Em 2006, a companhia realizou cerca de 170 reuniões com instituições de mercados de capitais, incluindo 13 eventos com investidores e analistas no Brasil e no exterior.A trajetória positiva das ações da Ultrapar durante 2006 resultaram em uma valorização de 51% na Bovespa e 65% na Bolsa de Nova York (NYSE). A empresa encerrou o ano com um valor de mercado

Mercado de capitais

de R$ 4 bilhões. Essa valorização foi superior às dos principais índices de ações desses mercados, que foram de 33% e 16% respectivamente. A negociação fi nanceira das ações da Ultrapar atingiu uma média de R$ 4,6 milhões/dia, somando-se as negociações ocorridas nas duas bolsas nas quais é listada.

A classifi cação de risco da Ultrapar pela agência Standard & Poor’s se manteve AA+ em escala nacional e BB+ em escala global (apenas um grau abaixo do investment grade). A boa classifi cação se deve, principalmente, à combinação dos fundamentos favoráveis dos negócios da companhia, aliada à sólida posição fi nanceira, que se apresenta já ao longo de vários anos.

Foram declarados dividendos de R$ 144 milhões (51% do lucro líquido) referentes ao exercício de 2006, – R$ 72 milhões distribuídos em agosto de 2006 como antecipação de dividendos e R$ 72 milhões pagos em março de 2007 – representando um rendimento de 5% sobre o preço médio da ação da companhia. A Ultrapar constantemente avalia suas necessidades imediatas de capital para investimentos em ativos e

aquisições e, assegurada a manutenção de uma sólida posição fi nanceira, distribui aos seus acionistas o excedente de caixa sob a forma de dividendos.

No início de 2007, o site de Relações com Investidores da Ultrapar foi eleito o Melhor Website de RI na categoria Small/Mid Caps pelo IR Global Rankings 2007, promovido pela MZ Consult.

Índice de Sustentabilidade Empresarial

Em 2006 a Ultrapar foi qualifi cada para integrar a carteira de ações do Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE da Bovespa, desenvolvido em conjunto com várias instituições – FGV, ABRAPP, ANBID, APIMEC, IBGC, IFC, Instituto ETHOS e Ministério do Meio Ambiente. O ISE tem por objetivo refl etir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial. Para integrar o ISE, as empresas são avaliadas sob aspectos de governança corporativa, econômico-fi nanceiros, de responsabilidade sócio-ambiental e sob outros aspectos gerais da empresa.

A Ultrapar encerrou o ano com um valor de mercado de

R$ 4 bilhões, 51% superior ao registrado no final de 2005.

75Relatório Anual Ultrapar 2006

Resultados e perspectivas

Mercado de capitais

76

Perspectivas e investimentos

O momento vivido pela Ultrapar em

2006 foi de recuperação gradativa de

resultados, com a implementação de

iniciativas estratégicas em seus negócios,

se posicionando frente ao cenário

imposto a partir de 2005 e mantido em

2006, em que uma conjunção de fatores

macroeconômicos e setoriais moveu-se

de forma desfavorável à companhia.

Algumas dessas iniciativas resultaram

em melhorias de desempenho já

em 2006, porém grande parte dos

investimentos realizados começará

a impactar os resultados da

companhia a partir de 2007/2008.

Na Oxiteno, a nova planta de álcoois

graxos e as ampliações de capacidade

de especialidades químicas entrarão em

operação, colaborando no incremento

do desempenho operacional da

companhia. Durante o ano de 2007 a

Oxiteno irá se dedicar à abertura e

consolidação de escritórios comerciais

na Europa, Argentina, Estados

Unidos e Ásia, centrando esforços na

internacionalização de suas operações.

Na Ultragaz, será dada continuidade

ao programa de revisão da estrutura de

distribuição da companhia, o que deverá

trazer ganhos adicionais ao EBITDA.

Em um país com carência de transporte

e logística como o Brasil, as perspectivas

de expansão da Ultracargo, que detém

ativos estratégicos nos principais portos

e pólos petroquímicos nacionais, são

concretas. A maturação das operações

no recente Terminal Intermodal de

Santos e as ampliações contratadas

em Camaçari e Suape devem começar

a gerar bons resultados a partir de

2007. A crescente especialização, a

renovação tecnológica constante e o

reposicionamento estratégico defi nido

em 2006 deverá proporcionar a captura

de benefícios e o crescimento de

operações ao longo dos próximos anos.

Investimentos

A Ultrapar mantém uma visão estratégica

de longo prazo, tendo como foco a

criação de valor para seus acionistas.

Todo investimento realizado pela

Ultrapar é submetido a uma análise

criteriosa, que considera aspectos

econômicos, fi nanceiros, estratégicos e

mercadológicos sob diversos cenários,

utilizando como ferramenta principal

a metodologia EVA� (Economic Value Added – Valor Econômico Adicionado).

Seguindo seu plano de expansão, a

Ultrapar investiu, ao longo de 2006,

R$ 320 milhões, com o objetivo de

reforçar o crescimento por escala,

por diferenciação tecnológica e pela

otimização de custos e despesas.

O plano de investimentos para 2007

soma R$ 546 milhões, sendo R$ 414

milhões de investimentos previstos na

Oxiteno, R$ 100 milhões na Ultragaz

e R$ 31 milhões na Ultracargo.

A Ultrapar dará continuidade ao seu plano de expansão, com o

objetivo de reforçar o crescimento por escala, por diferenciação

tecnológica e pela otimização de custos e despesas.

77Relatório Anual Ultrapar 2006

Resultados e perspectivas

Perspectivas e investimentos

Os investimentos previstos na Oxiteno

contemplam (i) a fi nalização da planta

de álcoois graxos, cuja inauguração

está prevista para o segundo semestre

de 2007, (ii) a expansão da capacidade

de produção de óxido de eteno – parte

signifi cativa da ampliação de Mauá

e o início da ampliação de Camaçari

– e (iii) a expansão da capacidade

de especialidades químicas.

Na Ultragaz, além da continuidade

dos investimentos de 2006, haverá

investimentos em tecnologia da

informação para suporte ao programa

de revisão da estrutura de distribuição.

A Ultracargo direcionará os investimentos

para a ampliação de seus ativos,

especialmente no terminal de Aratu, na

Bahia, que irá operar o armazenamento

de óleo de palmiste, matéria-prima

para a nova planta de álcoois graxos

da Oxiteno. Está prevista também

a continuidade dos investimentos

em tecnologia da informação.

Aquisições

Em março de 2007 a Ultrapar, em

conjunto com a Petrobras e a Braskem,

adquiriu os negócios do Grupo

Ipiranga. A Ultrapar comprou a rede

de distribuição de combustíveis e

lubrifi cantes na região Sul e Sudeste,

tornando-se vice-líder no mercado

brasileiro com 15% de participação e

assumindo uma das 10 dez marcas mais

valiosas do Brasil. O resultado estimado

da Ipiranga em 2006 proveniente dos

negócios adquiridos pela Ultrapar

é de R$ 19 bilhões de receita líquida

e R$ 340 milhões de EBITDA.

Em abril de 2007 a Ultrapar anunciou

a aquisição dos ativos operacionais

de sulfatados/sulfonados da Unión

Química S.A. de C.V. no México, que

compreendem uma planta com

capacidade de produção de 8.600

toneladas/ano de sulfatados/sulfonados,

direcionados principalmente aos

segmentos de cosméticos e detergentes,

com o potencial de geração de receita

anual de cerca US$ 10 milhões. O valor

da aquisição foi de US$ 4 milhões, sem

assunção de dívida, e foi fi nanciado

integralmente no mercado mexicano.

Em maio de 2007 a Ultracargo avançou

em sua estratégia de ser reconhecida

como o maior e mais completo provedor

logístico para granéis especiais ao

adquirir, por R$ 10 milhões, a Petrolog

- empresa de operações de logística in-house. A Petrolog atua nos serviços

de gestão de produtos acabados,

na embalagem, no controle de

estoques, na armazenagem e na

expedição para o mercado interno e

externo, nas instalações de clientes.

As operações adquiridas geram uma

receita anual de R$ 11 milhões, com

expressivo potencial de crescimento.

Ultrapar Participações S.A. e Controladas

Demonstrações financeiras

Referentes aos exercícios findos em

31 de dezembro de 2006 e de 2005 e

Parecer dos Auditores Independentes

Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 81

1. Examinamos os balanços patrimoniais, controladora e

consolidado, da Ultrapar Participações S.A. e controladas,

levantados em 31 de dezembro de 2006 e de 2005, e as

respectivas demonstrações do resultado, das mutações

do patrimônio líquido (controladora) e das origens e

aplicações de recursos correspondentes aos exercícios fi ndos

naquelas datas, elaboradas sob a responsabilidade de sua

Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar

uma opinião sobre essas demonstrações fi nanceiras.

2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as

normas brasileiras de auditoria e compreenderam: (a) o

planejamento dos trabalhos, considerando a relevância

dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil

e de controles internos das Sociedades; (b) a constatação,

com base em testes, das evidências e dos registros que

suportam os valores e as informações contábeis divulgados;

e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis

mais representativas adotadas pela Administração

das Sociedades, bem como da apresentação das

demonstrações fi nanceiras tomadas em conjunto.

3. Em nossa opinião, as demonstrações fi nanceiras referidas

no parágrafo 1 representam adequadamente, em todos

os aspectos relevantes, a posição patrimonial e fi nanceira,

controladora e consolidado, da Ultrapar Participações S.A.

e controladas em 31 de dezembro de 2006 e de 2005, o

resultado de suas operações, as mutações do patrimônio

líquido (controladora) e as origens e aplicações de seus

recursos correspondentes aos exercícios fi ndos naquelas datas,

de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

4. Nossos exames foram conduzidos com o objetivo de emitir

parecer sobre as demonstrações fi nanceiras básicas referidas

no parágrafo 1, tomadas em conjunto. As demonstrações

dos fl uxos de caixa e do valor adicionado, que estão sendo

apresentadas para propiciar informações suplementares sobre

as Sociedades, não são requeridas como parte integrante

das demonstrações fi nanceiras básicas, de acordo com as

práticas contábeis adotadas no Brasil. As demonstrações

dos fl uxos de caixa e do valor adicionado foram submetidas

aos mesmos procedimentos de auditoria descritos no

parágrafo 2 e, em nossa opinião, essas demonstrações

suplementares estão adequadamente apresentadas, em todos

os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações

fi nanceiras básicas referentes aos exercícios fi ndos em 31

de dezembro de 2006 e de 2005, tomadas em conjunto.

Parecer dos auditores independentes

Aos Acionistas e Administradores da Ultrapar Participações S.A.

São Paulo - SP

São Paulo, 31 de janeiro de 2007

Altair Tadeu Rossato

Contador

CRC nº 1 SP 182515/O-5

DELOITTE TOUCHE TOHMATSU

Auditores Independentes

CRC nº 2 SP 011609/O-8

82

Ultrapar Participações S.A. e Controladas

Balanços patrimoniais levantados em 31 de dezembro de 2006 e de 2005

(Em milhares de reais)

Controladora Consolidado

2006 2005 2006 2005Nota

explicativaAtivo

Circulante

Caixa e bancos 122 90 31.992 32.714

Aplicações financeiras 4 279.264 359.626 1.038.084 1.218.210

Contas a receber de clientes 5 - - 360.012 343.328

Estoques 6 - - 217.165 191.749

Impostos a recuperar 7 7.959 8.984 117.802 62.931

Imposto de renda e contribuição social diferidos 9.a 82 87 27.298 21.969

Dividendos propostos a receber 53.845 73.302 - -

Demais contas a receber 341 422 6.098 8.608

Despesas do exercício seguinte 560 536 8.620 8.793

Total do ativo circulante 342.173 443.047 1.807.071 1.888.302

Não circulante

Realizável a longo prazo:

Aplicações financeiras 4 - - 547.978 372.692

Contas a receber de clientes 5 - - 19.248 19.244

Sociedades relacionadas 8 3.540 14.409 7.360 3.706

Imposto de renda e contribuição social diferidos 9.a 3.087 2.849 58.201 60.991

Impostos a recuperar 7 18.739 11.734 65.300 46.777

Depósitos judiciais 193 - 14.332 16.384

Demais contas a receber - - 1.265 571

Despesas do exercício seguinte 187 757 13.259 13.144

25.746 29.749 726.943 533.509

Permanente

Investimentos:

Controladas 10.a 2.025.485 2.153.873 - -

Coligadas 10.b - - 5.289 4.182

Outros 60 186 25.497 28.117

Imobilizado 11 - - 1.111.775 1.013.595

Intangível 12 - - 61.013 59.134

Diferido 13 - - 112.256 98.286

2.025.545 2.154.059 1.315.830 1.203.314

Total do ativo não circulante 2.051.291 2.183.808 2.042.773 1.736.823

Total do ativo 2.393.464 2.626.855 3.849.844 3.625.125

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 83

Ultrapar Participações S.A. e Controladas

Balanços patrimoniais levantados em 31 de dezembro de 2006 e de 2005

(Em milhares de reais)

Controladora Consolidado

2006 2005 2006 2005Nota

explicativaPassivo

Circulante

Financiamentos 14 - - 102.759 135.855

Debêntures 14 12.794 17.853 12.794 17.853

Fornecedores 364 280 112.526 90.938

Salários e encargos sociais 59 41 81.205 66.066

Obrigações tributárias 34 7 16.850 11.332

Dividendos propostos a pagar 96.657 100.108 101.376 103.854

Imposto de renda e contribuição social a pagar - - 986 638

Imposto de renda e contribuição social diferidos 9.a - - 173 249

Demais contas a pagar 1 4 2.722 13.395

Total do passivo circulante 109.909 118.293 431.391 440.180

Não circulante

Exigível a longo prazo:

Financiamentos 14 - - 1.081.847 978.608

Debêntures 14 300.000 300.000 300.000 300.000

Sociedades relacionadas 8 33.456 404.230 4.738 5.049

Imposto de renda e contribuição social diferidos 9.a - - 26.029 24.120

Outros impostos e contribuições 20.a 9.389 8.689 36.473 54.622

Demais contas a pagar - - 2.724 2.747

Total do passivo não circulante 342.845 712.919 1.451.811 1.365.146

Participação minoritária - - 33.131 29.634

Patrimônio líquido

Capital social 15.a 946.034 946.034 946.034 946.034

Reserva de capital 15.c 3.026 2.046 550 329

Reserva de reavaliação 15.d 13.009 14.955 13.009 14.955

Reservas de lucros 15.e, 15.f 983.230 837.502 983.230 837.502

Ações em tesouraria 15.b (4.589) (4.894) (9.312) (8.655)

15.h 1.940.710 1.795.643 1.933.511 1.790.165

Total do patrimônio líquido da controladora e

participação minoritária - - 1.966.642 1.819.799

Total do passivo e do patrimônio líquido 2.393.464 2.626.855 3.849.844 3.625.125

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

84

Ultrapar Participações S.A. e Controladas

Demonstrações de resultados para os exercícios fi ndos em 31 de dezembro de 2006 e de 2005

(Em milhares de reais, exceto o lucro líquido por ação)

Controladora Consolidado

2006 2005 2006 2005Nota

explicativa

Receita bruta de vendas e serviços 2.a - - 5.229.910 5.158.031

Impostos sobre vendas e serviços - - (412.150) (416.136)

Abatimentos, descontos e devoluções - - (23.712) (48.047)

Receita líquida de vendas e serviços - - 4.794.048 4.693.848

Custos dos produtos vendidos e dos serviços prestados 2.a - - (3.859.860) (3.783.420)

Lucro bruto - - 934.188 910.428

Resultado de participações societárias

Equivalência patrimonial 10.a, 10.b 291.803 298.510 965 1.557

Receitas (despesas) operacionais

Com vendas e comerciais - - (203.320) (187.609)

Gerais e administrativas (236) (18) (273.541) (232.051)

Honorários da Administração (1.246) (1.128) (5.557) (5.763)

Depreciações e amortizações - - (122.696) (126.344)

Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas 1.277 1.158 1.317 (331)

Lucro operacional antes do resultado financeiro 291.598 298.522 331.356 359.887

Resultado financeiro líquido 18 3.091 3.570 1.620 (1.736)

CPMF/IOF/outros encargos sobre o resultado financeiro 18 (486) (1.233) 28.952 (25.608)

Lucro operacional 294.203 300.859 361.928 332.543

Resultado não operacional 16 (126) - (18.488) (1.766)

Lucro antes da contribuição social

e do imposto de renda 294.077 300.859 343.440 330.777

Contribuição social e imposto de renda

Corrente 9.b (5.937) (1.930) (111.779) (113.083)

Diferido 9.b 233 249 5.355 20.547

Incentivos fiscais 9.b, 9.c - - 50.332 63.787

(5.704) (1.681) (56.092) (28.749)

Lucro antes da participação minoritária 288.373 299.178 287.348 302.028

Participação minoritária - - (5.284) (2.850)

Lucro líquido do exercício 288.373 299.178 282.064 299.178

Lucro líquido por ação do capital social

(média ponderada anual) - R$ 3,55 3,73

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 85

Ultrapar Participações S.A.

Demonstrações das mutações do patrimônio líquido da controladora para os exercícios fi ndos em 31 de dezembro de 2006 e de 2005

(Em milhares de reais, exceto o valor dos dividendos)

Saldos em 31 dedezembro de 2004 663.952 1.855 16.371 61.589 749.136 118.343 - (5.635) 1.605.611

Aumento de capital:

Com emissão secundária de ações 47.218 - - - - - - - 47.218

Com reservas 234.864 - - - (234.864) - - - -

Venda de ações em tesouraria - 191 - - - - - 741 932

Realização da reserva de reavaliação - - (1.416) - - - 1.416 - -

Imposto de renda e contribuição

social sobre a realização da reserva

de reavaliação de controladas - - - - - - (211) - (211)

Realização da reserva de lucros - - - - - (89.199) 89.199 - -

Lucro líquido do exercício - - - - - - 299.178 - 299.178

Destinação do lucro líquido:

Reserva legal - - - 14.959 - - (14.959) - -

Dividendos intermediários (R$0,703817

por ação ordinária e preferencial -

pós-grupamento de ações) - - - - - - (57.085) - (57.085)

Dividendos propostos a pagar

(R$1,232498 por ação ordinária

e preferencial) - - - - - - (100.000) - (100.000)

Lucros a realizar - - - - - 74.224 (74.224) - -

Retenção de lucros - - - - 143.314 - (143.314) - -

Saldos em 31 dedezembro de 2005 946.034 2.046 14.955 76.548 657.586 103.368 - (4.894) 1.795.643

Aquisição de ações para

manutenção em tesouraria - - - - - - - (1.124) (1.124)

Venda de ações em tesouraria - 980 - - - - - 1.429 2.409

Realização da reserva de reavaliação 15.d - - (1.946) - - - 1.946 - -

Imposto de renda e contribuição

social sobre a realização da reserva

de reavaliação de controladas 15.d - - - - - - (391) - (391)

Retenção da realização de reserva de

reavaliação, líquida de imposto de

renda e contribuição social - - - - 1.555 - (1.555) - -

Lucro líquido do exercício - - - - - - 288.373 - 288.373

Destinação do lucro líquido:

Reserva legal - - - 14.419 - - (14.419) - -

Dividendos intermediários (R$0,887398

por lote de mil ações ordinárias

e preferenciais) 15.g - - - - - - (72.000) - (72.000)

Dividendos propostos a pagar

(R$0,889633 por lote de mil ações

ordinárias e preferenciais) 15.g - - - - - (68.236) (3.964) - (72.200)

Lucros a realizar 15.f - - - - - 61.013 (61.013) - -

Retenção de lucros 15.e - - - - 136.977 - (136.977) - -

Saldos em 31 dedezembro de 2006 946.034 3.026 13.009 90.967 796.118 96.145 - (4.589) 1.940.710

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Reservas de lucros

Nota explicativa

Capital social

Reserva de capital

Reserva de reavaliação

de controladas Legal

Retenção de lucros

Lucros a realizar

Lucros acumulados

Ações em tesouraria Total

86

Ultrapar Participações S.A. e Controladas

Demonstrações das origens e aplicações de recursos para os exercícios fi ndos em 31 de dezembro de 2006 e de 2005

(Em milhares de reais)

Controladora Consolidado

2006 2005 2006 2005Nota

explicativa

Origens de recursos

Das operações sociais:

Lucro líquido do exercício 288.373 299.178 282.064 299.178

Mais (menos) itens que não afetam o capital circulante líquido:

Equivalência patrimonial de participação em sociedades controladas e coligadas (291.803) (298.510) (965) (1.557)

Depreciações e amortizações - - 185.829 187.691

Créditos de PIS e COFINS sobre depreciação - - 2.117 1.437

Juros e variações monetárias e cambiais de longo prazo 703 846 (95.250) (44.037)

Imposto de renda e contribuição social diferidos de longo prazo (238) (288) 3.291 (32.328)

Participação minoritária no resultado - - 5.284 2.850

Valor residual do ativo permanente baixado 126 - 34.196 16.595

Outros impostos e contribuições de longo prazo - - 291 5.254

Provisão (reversão de provisão) para perdas prováveis no ativo permanente - - 3.198 (20)

Reversão de provisão para parada de fábrica, líquida dos efeitos tributários - - 6.309 -

Outros - - 807 741

(2.839) 1.226 427.171 435.804

Dos acionistas:

Aumento de capital com emissão de ações - 47.218 - 47.218

Alienação das ações em tesouraria 2.409 932 - -

2.409 48.150 - 47.218

De terceiros:

Redução de capital de controlada 10.a 390.947 - - -

Redução do realizável a longo prazo 4.241 40.688 - -

Dividendos e juros sobre o capital próprio (bruto) 68.205 89.168 - -

Financiamentos e debêntures de longo prazo - 300.000 143.725 1.164.876

463.393 429.856 143.725 1.164.876

Total das origens 462.963 479.232 570.896 1.647.898

continua...

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 87

Controladora Consolidado

2006 2005 2006 2005Nota

explicativa

Aplicações de recursos

No ativo permanente:

Investimentos 10.a, 10.b 39.352 - 142 -

Imobilizado - - 253.040 169.212

Intangível - - 11.661 10.237

Diferido - - 74.907 51.270

39.352 - 339.750 230.719

Dividendos e juros sobre o capital próprio 144.200 157.085 146.087 158.677

Empréstimos e outros passivos não circulantes transferidos para o passivo circulante - - 103.602 134.199

Redução do passivo não circulante 8 370.777 16.480 24.594 3.817

Aumento do realizável a longo prazo - - 27.728 331.425

Aquisição de ações para manutenção em tesouraria 1.124 - 1.124 -

Aquisição de ações de minoritários - - 62 20

Encargos tributários sobre a realização da reserva de reavaliação - - 391 211

371.901 16.480 157.501 469.672

Total das aplicações 555.453 173.565 643.338 859.068

Aumento (redução) do capital circulante líquido (92.490) 305.667 (72.442) 788.830

Variações no capital circulante

Ativo circulante:

No fim do exercício 342.173 443.047 1.807.071 1.888.302

No início do exercício 443.047 91.563 1.888.302 1.256.291

(100.874) 351.484 (81.231) 632.011

Passivo circulante:

No fim do exercício 109.909 118.293 431.391 440.180

No início do exercício 118.293 72.476 440.180 596.999

(8.384) 45.817 (8.789) (156.819)

Aumento (redução) do capital circulante líquido (92.490) 305.667 (72.442) 788.830

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

88

Ultrapar Participações S.A. e Controladas

Demonstrações suplementares dos fl uxos de caixa - método indireto para os exercícios fi ndos em 31 de dezembro de 2006 e de 2005

(Em milhares de reais)

Controladora Consolidado

2006 2005 2006 2005

Fluxo de caixa das atividades operacionais

Lucro líquido do exercício 288.373 299.178 282.064 299.178

Ajustes para reconciliar o lucro líquido ao caixa gerado pelas atividades operacionais:

Equivalência patrimonial em sociedades controladas e coligadas (291.803) (298.510) (965) (1.557)

Depreciações e amortizações - - 185.829 187.691

Créditos de PIS e COFINS sobre depreciação - - 2.117 1.437

Juros, variações monetárias e cambiais 44.826 47.208 27.105 15.538

Imposto de renda e contribuição social diferidos (233) (249) (5.355) (27.442)

Participação minoritária no resultado - - 5.284 2.850

Resultado da venda de ativo permanente 126 - 13.520 4.591

Provisão (reversão de provisão) para perdas prováveis no ativo permanente - - 3.198 (20)

Outros - - 425 530

Reversão de provisão para parada de fábrica - - 9.559 -

Dividendos recebidos de controladas 87.662 104.108 - -

(Aumento) redução no ativo circulante:

Contas a receber de clientes - - (16.684) 25.974

Estoques - - (25.416) 18.601

Impostos a recuperar 1.025 (8.063) (54.871) 10.068

Demais contas a receber 81 (401) 2.510 4.180

Despesas do exercício seguinte (24) (536) 173 (3.255)

Aumento (redução) no passivo circulante:

Fornecedores 84 117 21.588 (11.114)

Salários e encargos sociais 18 (415) 15.139 (28.071)

Obrigações tributárias 27 1 5.518 (501)

Imposto de renda e contribuição social - - 348 (2.340)

Demais contas a pagar (3) 4 (10.673) (4.536)

(Aumento) redução no realizável a longo prazo:

Contas a receber - - (4) (7.299)

Impostos a recuperar (7.005) (1.240) (18.523) (10.225)

Depósitos judiciais (193) - 2.052 (8.429)

Demais contas a receber 570 (757) (694) 263

Despesas do exercício seguinte - - (115) (11.408)

Aumento (redução) no exigível a longo prazo:

Outros impostos e contribuições 700 846 (18.149) 8.701

Demais contas a pagar - - (23) 450

Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais 124.231 141.291 424.957 463.855

continua...

Nota

explicativa

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 89

Nota

explicativa

Controladora Consolidado

2006 2005 2006 2005

Fluxo de caixa das atividades de investimentos

Aplicações financeiras de longo prazo, líquidas de resgates - - (7.193) (294.597)

Aquisição de investimentos - - (142) -

Aquisição de imobilizado - - (253.040) (169.212)

Aumento no intangível - - (11.661) (10.237)

Aumento no diferido - - (74.907) (51.270)

Receita com a venda de ativo permanente - - 20.677 12.004

Aquisição de participação minoritária - - (62) (20)

Aquisição de ações para manutenção em tesouraria (1.124) - (1.124) -

Venda de ações em tesouraria para controladas 2.409 932 - -

Caixa líquido gerado (utilizado) pelas atividades de investimentos 1.285 932 (327.452) (513.332)

Fluxo de caixa das atividade de financiamentos

Financiamentos e debêntures:

Captação - 300.000 459.788 1.484.531

Amortização (49.885) (29.355) (585.350) (655.500)

Dividendos pagos (147.651) (128.828) (148.565) (129.523)

Sociedades relacionadas (8.310) 26.205 (4.226) (4.704)

Aumento de capital com emissão de ações - 47.218 - 47.218

Caixa líquido gerado (utilizado) pelas atividades de financiamentos (205.846) 215.240 (278.353) 742.022

Aumento (redução) em caixa, bancos e aplicações financeiras (80.330) 357.463 (180.848) 692.545

Caixa, bancos e aplicações financeiras no início do exercício 359.716 2.253 1.250.924 558.379

Caixa, bancos e aplicações financeiras no fim do exercício 279.386 359.716 1.070.076 1.250.924

Informações adicionais

Juros pagos de financiamentos 49.885 29.355 92.501 57.261

Imposto de renda e contribuição social pagos no exercício - - 30.923 26.429

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

90

Ultrapar Participações S.A. e Controladas

Demonstrações suplementares do valor adicionado para os exercícios fi ndos em 31 de dezembro de 2006 e de 2005

(Em milhares de reais, exceto as porcentagens)

Controladora Consolidado

2006 % 2005 % 2006 % 2005 %

Receitas

Receita bruta de vendas e serviços - - 5.229.910 5.158.031

Abatimentos, descontos e devoluções - - (23.712) (48.047)

Provisão para créditos de liquidação duvidosa - reversão (constituição) - - 5.148 2.066

Não operacionais (126) - (18.488) (1.766)

(126) - 5.192.858 5.110.284

Insumos adquiridos de terceiros

Matérias-primas consumidas - - (1.344.890) (1.284.697)

Custos das mercadorias, produtos e serviços vendidos - - (2.160.340) (2.139.465)

Materiais, energia, serviços de terceiros e outros (2.305) (2.159) (608.230) (597.285)

Recuperação (perda) de valores de ativos 3.960 3.274 7.917 (6.385)

1.655 1.115 (4.105.543) (4.027.832)

Valor adicionado bruto 1.529 1.115 1.087.315 1.082.452

Retenções

Depreciações e amortizações - - (187.946) (189.128)

- - (187.946) (189.128)

Valor adicionado líquido produzido pela sociedade 1.529 1.115 899.369 893.324

Valor adicionado recebido em transferência

Resultado de equivalência patrimonial 291.803 298.510 965 1.557

Dividendos e juros sobre o capital próprio de investimentos a custo 31 31 1.049 1.887

Receitas financeiras 50.163 46.365 155.931 118.650

341.997 344.906 157.945 122.094

Valor adicionado total a distribuir 343.526 100 346.021 100 1.057.314 100 1.015.418 100

Distribuição do valor adicionado

Pessoal e encargos 1.555 1 873 1 444.789 42 386.558 38

Impostos, taxas e contribuições 6.526 2 3.176 1 142.808 14 181.820 18

Despesas financeiras e aluguéis 47.072 13 42.794 12 182.369 17 145.013 14

Dividendos e juros sobre o capital próprio 144.200 42 157.085 45 146.087 14 158.677 16

Lucros retidos 144.173 42 142.093 41 141.261 13 143.350 14

Valor adicionado distribuído 343.526 100 346.021 100 1.057.314 100 1.015.418 100

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Nota

explicativa

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 91

1. Contexto operacional

A Ultrapar Participações S.A. (“Sociedade”), com sede

na Capital de São Paulo, tem por atividade a aplicação

de capitais próprios no comércio e na indústria, inclusive

pela subscrição ou aquisição de ações e cotas de

outras sociedades, e de atividades congêneres.

Por meio de suas controladas, atua no segmento de

distribuição de gás liquefeito de petróleo - GLP (Ultragaz),

na produção e na comercialização de produtos químicos

(Oxiteno) e na prestação de serviços de logística de

produtos químicos e combustíveis (Ultracargo).

2. Apresentação das demonstrações fi nanceiras

e principais critérios contábeis

As práticas contábeis adotadas para o registro das

operações e para a elaboração das demonstrações

fi nanceiras estão previstas na Lei das Sociedades por Ações

e instruções da Comissão de Valores Mobiliários - CVM,

e atendem às práticas contábeis adotadas no Brasil.

a) Apuração do resultado

O resultado é apurado pelo princípio da competência

de exercícios. As receitas de vendas e os respectivos

custos são reconhecidos quando os produtos são

entregues aos clientes ou os serviços são executados,

ocorrendo a transferência dos riscos, dos direitos e das

obrigações associados à propriedade dos produtos.

b) Ativos circulante e realizável a longo prazo

As aplicações fi nanceiras estão demonstradas ao

custo acrescido dos rendimentos auferidos (em base

“pro rata temporis”), que equivalem aproximadamente

ao seu valor de mercado. Nas aplicações fi nanceiras

Ultrapar Participações Financeiras S.A. e Controladas

Notas explicativas às demonstrações fi nanceiras para os exercícios fi ndos em 31 de dezembro de 2006 e de 2005.

(Em milhares de reais, exceto quando de outra forma mencionado)

estão incluídos os resultados de operações de “hedge”,

conforme detalhado nas notas explicativas nº 4 e nº 19,

que a Administração pretende manter até o vencimento.

A provisão para créditos de liquidação duvidosa é constituída

com base nas perdas estimadas, sendo seu montante

considerado sufi ciente pela Administração para cobrir as

eventuais perdas na realização das contas a receber.

Os estoques são demonstrados ao custo médio de

aquisição ou produção, preço de mercado ou líquido

de realização, entre estes, o que for menor.

Os demais ativos são demonstrados aos valores de custo

ou de realização, dos dois o menor, incluindo, quando

aplicável, os rendimentos e as variações monetárias

auferidos ou deduzidos de provisão para perda.

c) Investimentos

As participações relevantes em controladas e coligadas

são avaliadas pelo método da equivalência patrimonial,

conforme demonstrado na nota explicativa nº 10.

Os outros investimentos estão demonstrados ao custo

de aquisição, deduzido de provisão para perdas,

caso estas não sejam consideradas temporárias.

d) Imobilizado

Registrado ao custo de aquisição, formação ou construção,

inclusive encargos fi nanceiros incorridos sobre imobilizações

em andamento e valores de reavaliações baseadas em

laudos de peritos especializados independentes, nos

termos do item 68, letra b), da Deliberação CVM nº 183/95,

92

bem como custos com manutenções relevantes de bens

decorrentes de paradas de fábrica programadas.

As depreciações são calculadas pelo método linear, às

taxas anuais mencionadas na nota explicativa nº 11, que

levam em consideração a vida útil-econômica dos bens.

e) Intangível

Demonstrado ao custo de aquisição, deduzido de provisão

para perdas, caso estas não sejam consideradas temporárias,

conforme demonstrado na nota explicativa nº 12.

f) Diferido

No diferido estão registrados gastos incorridos na instalação

de equipamentos de propriedade da Sociedade em

estabelecimentos de clientes, amortizáveis pelos prazos

médios contratuais de fornecimento de GLP para esses

clientes, gastos com projetos, e ágio na aquisição de

controladas, conforme demonstrado na nota explicativa nº 13.

g) Passivos circulante e não circulante

São demonstrados por valores conhecidos ou

calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos

correspondentes encargos, variações monetárias e

cambiais incorridas até a data dos balanços.

h) Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro

O imposto de renda (IRPJ) e a contribuição social

(CSLL), correntes e diferidos (Deliberação CVM nº

273/98), são calculados com base nas alíquotas

efetivas do imposto de renda e da contribuição social

sobre o lucro, incluindo a parcela de incentivos fi scais,

conforme demonstrado na nota explicativa nº 9.b).

i) Base para conversão das demonstrações

fi nanceiras de controladas sediadas no exterior

As demonstrações fi nanceiras de controladas sediadas no

exterior são convertidas para reais utilizando-se a taxa de

câmbio vigente na data de fechamento dos balanços. Os

critérios de apuração das demonstrações fi nanceiras foram

adequados às práticas contábeis adotadas no Brasil.

j) Demonstrações dos fl uxos de caixa

A Sociedade está apresentando como informação suplementar

a demonstração dos fl uxos de caixa preparada de acordo com

a NPC 20 - demonstrações dos fl uxos de caixa, emitida pelo

IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.

k) Demonstração do valor adicionado

A Sociedade está apresentando como informação

suplementar a demonstração do valor adicionado

preparada de acordo com a NBC T 3.7 - demonstração

do valor adicionado, emitida pelo Conselho Federal de

Contabilidade, que apresenta o resultado do exercício

sob a ótica de geração e distribuição de riquezas.

l) Reclassifi cação

Em decorrência da adoção da Deliberações CVM nº 489/05,

os saldos de depósitos judiciais do ano de 2005, para os

quais a Sociedade e suas controladas possuem provisões

constituídas, foram compensados contra as mesmas na rubrica

“Outros impostos e contribuições” no passivo não circulante.

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 93

3. Princípios de consolidação e participações societárias

As demonstrações financeiras consolidadas foram elaboradas

segundo os princípios básicos de consolidação previstos

na Lei das Sociedades por Ações e nas normas da CVM,

incluindo as controladas diretas e indiretas, compreendendo:

Foram eliminadas as participações de uma sociedade

em outra, os saldos das contas ativas e passivas e as

receitas e despesas, bem como os efeitos decorrentes das

operações significativas realizadas entre as sociedades.

A participação dos acionistas minoritários nas controladas

está destacada nas demonstrações financeiras.

Em 3 de agosto de 2006, as controladas Oxiteno S.A.

- Indústria e Comércio e Oxiteno Nordeste S.A. - Indústria

e Comércio constituíram a Oxiteno Argentina Sociedad

de Responsabilidad Ltda., que funciona como escritório

de representação comercial das controladas e em 31

de dezembro de 2006 possuía quatro funcionários.

Ultragaz Participações Ltda. 100 - 100 -

SPGás Distribuidora de Gás Ltda. - 99 - 99

Companhia Ultragaz S.A. - 99 - 99

Bahiana Distribuidora de Gás Ltda. - 100 - 100

Utingás Armazenadora S.A. - 56 - 56

LPG International Inc. - 100 - 100

Ultracargo - Operações Logísticas e Participações Ltda. 100 - 100 -

Melamina Ultra S.A. Indústria Química - 99 - 99

Transultra - Armazenamento e Transporte Especializado Ltda. - 100 - 100

Terminal Químico de Aratu S.A. - Tequimar - 99 - 99

Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio 100 - 100 -

Oxiteno Nordeste S.A. - Indústria e Comércio - 99 - 99

Oxiteno Argentina Sociedad de Responsabilidad Ltda. - 99 - -

Oleoquímica Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda. - 100 - 100

Barrington S.L. - 100 - 100

Canamex Químicos S.A. de C.V. - 100 - 100

Canamex Servicios Corporativos S.A. de C.V. - 100 - 100

Canamex Servicios Industriales S.A. de C.V. - 100 - 100

Oxiteno International Corp. - 100 - 100

Oxiteno Overseas Corp. - 100 - 100

Imaven Imóveis e Agropecuária Ltda. 100 - 100 -

% de participação no capital social

2006 2005

Controle Controle

Direto Indireto Direto Indireto

94

4. Aplicações fi nanceiras

As aplicações financeiras, contratadas com bancos de

primeira linha, estão representadas, substancialmente, por

recursos aplicados: (i) em títulos públicos e títulos privados de

instituições de primeira linha e em fundos de renda fixa, todos

vinculados ao Certificado de Depósito Interbancário - CDI; (ii)

no exterior, em aplicações financeiras, em notas emitidas pelo

governo austríaco em reais e indexadas ao CDI, em “Dual

Currency Deposits”; e (iii) em operações de “hedge” cambial.

Tais aplicações estão demonstradas ao custo acrescido

dos rendimentos auferidos em base “pro rata temporis”.

(a) “Dual Currency Deposits” são aplicações financeiras da controlada Oxiteno Overseas Corp., cujo rendimento poderá dar-se em dólares norte-americanos ou reais, dependendo da cotação do dólar norte-americano no vencimento. Se a cotação do dólar norte-americano estiver abaixo da cotação de exercício no vencimento, o rendimento da operação será em dólares norte-americanos acrescido de 7,5% a.a. de juros; caso contrário, será em reais mais juros médios de 26% a.a. A controlada contabiliza a aplicação pelo menor dos dois rendimentos alternativos, que em 2006 foi representado pelo dólar norte-americano. Em 2006 a taxa de câmbio manteve-se sempre abaixo da cotação de exercício.

(b) Aplicações das controladas Oxiteno Overseas Corp., Oxiteno International Corp., LPG International Inc. e Canamex Químicos S.A. de C.V. em fundos de renda fixa, certificados de depósitos e títulos corporativos “investment grade” de baixo risco.

(c) Ganhos ou perdas acumulados (vide nota explicativa nº 19).

(d) Em abril de 2006, a controlada Oxiteno Overseas Corp., proprietária de notas no montante de US$60 milhões emitidas pela controlada Companhia Ultragaz S.A. no mercado externo em 1997 (Notas Originais), realizou operação de venda dessas Notas Originais a instituição financeira no exterior. Simultaneamente, a controlada Oxiteno Overseas Corp. adquiriu dessa mesma instituição financeira uma Nota Estruturada de Crédito (“Credit Linked Note”) lastreada nas Notas Originais emitidas pela Companhia Ultragaz S.A. Tal operação propicia um ganho financeiro à Sociedade correspondente à diferença entre a taxa de juros paga pela Nota Estruturada de Crédito e as Notas Originais, conforme comentado na nota explicativa nº 14.b).

Clientes nacionais 375.464 367.499

Clientes estrangeiros 76.465 60.943

(-) Adiantamentos de cambiais entregues (50.918) (38.971)

(-) Provisão para créditos de liquidação duvidosa (21.751) (26.899)

379.260 362.572

Parcela no circulante 360.012 343.328

Parcela no não circulante 19.248 19.244

2006 2005

5. Contas a receber de clientes (Consolidado)

Notas austríacas - - 419.818 344.603

“Dual Currency Deposits” (a) - - 553.100 -

Aplicações financeiras no exterior (b) (d) - - 223.354 722.565

Títulos e fundos de renda fixa no Brasil 279.264 359.626 442.060 571.817

Resultado líquido de “hedge” (c) - - (52.270) (48.083)

Total de aplicações financeiras 279.264 359.626 1.586.062 1.590.902

Parcela no circulante 279.264 359.626 1.038.084 1.218.210

Parcela no não circulante - - 547.978 372.692

Controladora Consolidado

2006 2005 2006 2005

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 95

Saldo em 2005 26.899

Adições registradas em despesas com vendas 10.769

Baixas por utilização (15.917)

Saldo em 2006 21.751

A movimentação da provisão para créditos de

liquidação duvidosa é assim demonstrada:

6. Estoque (Consolidado)

Saldo em 2005 2.763

Adição 326

Baixas por reversão (955)

Saldo em 2006 2.134

A movimentação da provisão para perdas

em estoques é assim demonstrada:

Produtos acabados 98.761 (1.528) 97.233 103.316 (1.750) 101.566

Produtos em elaboração 594 - 594 1.109 - 1.109

Matéria-prima 65.502 (114) 65.388 43.294 (89) 43.205

Gás liquefeito de petróleo - GLP 23.410 - 23.410 23.113 - 23.113

Materiais de consumo e vasilhames para revenda 20.913 (492) 20.421 18.213 (924) 17.289

Adiantamentos a fornecedores - principalmente GLP 10.119 - 10.119 5.467 - 5.467

219.299 (2.134) 217.165 194.512 (2.763) 191.749

2006 2005

Provisão Saldo Provisão Saldo Custo para perdas líquido Custo para perdas líquido

96

7. Impostos a recuperar

Estão representados, substancialmente, por saldos

credores do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e

Serviços - ICMS, da Contribuição para o Financiamento da

Seguridade Social - COFINS, do Programa de Integração

Social - PIS e do imposto de renda e da contribuição social.

(*) A provisão refere-se aos saldos credores que as controladas estimam não poder compensar futuramente.

Saldo em 2005 35.959

Adições 4.527

Baixas por reversão (9.048)

Saldo em 2006 31.438

A movimentação da provisão para perdas de ICMS é assim

demonstrada:

A elevação do saldo de impostos a recuperar deve-se,

principalmente, ao crescimento de créditos de ICMS da

unidade de Camaçari - BA da controlada Oxiteno Nordeste

S.A. - Indústria e Comércio, e à constituição de crédito de

PIS e COFINS dessa mesma controlada. O aumento de

saldo de ICMS da unidade ocorreu principalmente a partir

do segundo semestre de 2006, em virtude de medidas do

Estado da Bahia que dificultaram a utilização dos créditos em

importações e sua transferência para terceiros. O saldo total

de créditos da unidade de Camaçari corresponde a R$50.241

em 31 de dezembro de 2006 (R$22.005 em 2005), dos quais

R$22.766 já foram homologados pelas autoridades fiscais e

aguardam liberação da Secretaria da Fazenda Estadual para

comercialização. Além desses créditos já homologados, a

Administração da controlada está trabalhando em uma série

de medidas adicionais para consumo do saldo de ICMS da

unidade. A provisão para perda dos créditos da unidade

foi constituída com base no deságio máximo esperado na

comercialização destes. Os créditos de PIS e COFINS foram

originados a partir de ganho de ação judicial e devem ser

utilizados para a compensação de outros tributos federais,

conforme comentado na nota explicativa nº 20.a).

IRPJ e CSLL 26.636 20.655 75.299 68.022

ICMS - - 101.034 70.908

Provisão para perdas de ICMS (*) - - (31.438) (35.959)

PIS e COFINS 21 22 28.396 3.018

Imposto sobre Valor Adicionado - IVA da controlada Canamex Químicos S.A. de C.V. - - 8.474 3.505

Outros 41 41 1.337 214

Total 26.698 20.718 183.102 109.708

Parcela no circulante 7.959 8.984 117.802 62.931

Parcela no não circulante 18.739 11.734 65.300 46.777

Controladora Consolidado

2006 2005 2006 2005

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 97

Mútuo Mútuo Operações comerciais Transações Resultado

Ativo Passivo Ativo Passivo A receber A pagar Vendas Compras

8. Sociedades relacionadas

O saldo de mútuo com a Química da Bahia Indústria e

Comércio S.A. é atualizado com base na variação da

Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP. Os demais mútuos

não estão sujeitos à incidência de encargos financeiros.

As transações comerciais de compra e venda referem-se,

substancialmente, à aquisição de matéria-prima, insumos

e serviços de transporte e armazenagem, efetuadas com

base em preços e condições usuais de mercado.

A redução no saldo de mútuos passivos da Sociedade

(controladora) deve-se à quitação de mútuo com a

controlada Ultracargo - Operações Logísticas e Participações

Ltda., realizada através de redução de capital.

Melamina Ultra S.A. -

Indústria Química - 456

Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio 3.540 -

Oxiteno Nordeste S.A. -

Indústria e Comércio - 33.000

Química da Bahia Indústria

e Comércio S.A. - 3.630 - - - - (295)

Serma Associação dos Usuários de

Equipamentos de Processamentos

de Dados e Serviços Correlatos 7.260 - - -

Petroquímica União S.A. - - - 1.810 - 141.288 -

Oxicap Indústria de Gases Ltda. - - - 1.035 - 9.752 -

Liquigás Distribuidora S.A. - - 213 - 3.430 - -

Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras - - - 1.192 30 2.023.956 -

Copagaz Distribuidora de Gás S.A. - - 36 - 1.173 - -

Braskem S.A. - - - 9.731 50.392 621.533 -

SHV Gás Brasil Ltda. - - 112 - 1.221 - -

Outras sociedades relacionadas 100 1.108 38 - 887 - -

Total em 31 de dezembro de 2006 3.540 33.456 7.360 4.738 399 13.768 57.133 2.796.529 (295)

Total em 31 de dezembro de 2005 14.409 404.230 3.706 5.049 2.335 26.764 82.691 2.777.620 (597)

financeiro

Controladora Consolidado Consolidado

98

9. Imposto de renda e contribuição social

a) Imposto de renda e contribuição social diferidos

A Sociedade e suas controladas reconhecem créditos e

débitos tributários, os quais não estão sujeitos a prazos

prescricionais, decorrentes de prejuízos fiscais, adições

temporárias, bases negativas e reavaliação de ativo

Ativo:

Imposto de renda e contribuição social diferidos sobre:

Provisões para perda de ativos - - 20.401 22.783

Provisões para contingências 3.087 2.849 13.334 17.131

Demais provisões 82 87 25.825 18.765

Prejuízos fiscais e base de cálculo negativa da contribuição social a compensar - - 25.939 24.281

Total 3.169 2.936 85.499 82.960

Parcela no circulante 82 87 27.298 21.969

Parcela no não circulante 3.087 2.849 58.201 60.991

Passivo: Imposto de renda e contribuição social diferidos sobre:

Reavaliação de imobilizado - - 865 1.245

Lucros auferidos no exterior - - 25.337 23.124

Total - - 26.202 24.369

Parcela no circulante - - 173 249

Parcela no não circulante - - 26.029 24.120

Controladora Consolidado

2006 2005 2006 2005

imobilizado, entre outros. Os créditos estão consubstanciados

na continuidade da rentabilidade de suas operações. O

imposto de renda e a contribuição social diferidos estão

apresentados pelas seguintes principais categorias:

A estimativa de recuperação do ativo fi scal diferido de imposto de

renda e contribuição social é assim demonstrada:

Até 2007 82 27.298

2008 - 27.367

2009 3.087 16.867

2010 - 13.967

3.169 85.499

Controladora Consolidado

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 99

b) Conciliação de imposto de renda e

contribuição social no resultado

Os encargos de imposto de renda e contribuição social

são reconciliados com as alíquotas oficiais como segue:

Lucro antes da tributação, equivalência patrimonial e participação minoritária 2.274 2.349 342.475 329.220

Alíquotas oficiais de imposto - % 34 34 34 34

Encargos de imposto de renda e contribuição social às alíquotas oficiais (773) (799) (116.442) (111.935)

Ajustes dos encargos à taxa efetiva:

Provisões operacionais e despesas indedutíveis/receitas não tributáveis (38) 25 7.676 17.878

Ajuste do lucro presumido - - 1.792 1.115

Juros sobre o capital próprio recebidos (4.893) (918) - -

Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT - - 410 466

Demais ajustes - 11 140 (60)

Imposto de renda e contribuição social antes dos incentivos fiscais (5.704) (1.681) (106.424) (92.536)

Incentivos fiscais - ADENE - - 50.332 63.787

Imposto de renda e contribuição social na demonstração do resultado (5.704) (1.681) (56.092) (28.749)

Corrente (5.937) (1.930) (111.779) (113.083)

Diferido 233 249 5.355 20.547

Incentivos fiscais - ADENE - - 50.332 63.787

Controladora Consolidado

2006 2005 2006 2005

c) Isenção de impostos

As seguintes sociedades controladas gozam de isenção

parcial ou integral de IRPJ em virtude do programa do

governo para o desenvolvimento do nordeste brasileiro:

Oxiteno Nordeste S.A. - Indústria e Comércio (*) Unidade de Camaçari 100 2006

Bahiana Distribuidora de Gás Ltda. Base de Mataripe 75 2013

Base de Suape 100 2007

Base de Ilhéus 25 2008

Base de Aracaju 25 2008

Base de Caucaia 75 2012

Terminal Químico de Aratu S.A. - Tequimar Terminal de Aratu 75 2012

Terminal de Suape 75 2015

Controlada Unidades Incentivo (%) Término

(*) Em dezembro de 2006 expirou a isenção da unidade e foi protocolado pedido na Agência de Desenvolvimento do Nordeste - ADENE, responsável pela gestão desse programa de incentivo, solicitando 75% de redução do imposto de renda até 2016. A controlada espera ter resposta do pedido até abril de 2007. Caso essa redução de 75% não venha a ser homologada, a controlada protocolará novo pedido à ADENE, pleiteando a redução de 25% até 2008 e 12,5% de 2009 a 2013, a que tem direito por estar situada em área de incentivo e por ser considerada atividade econômica prioritária para o desenvolvimento da região.

100

10. Investimentos

a) Sociedades controladas (controladora)

Quantidade de ações ou cotas possuídas 4.336.062 2.461.346 27.733.974 35.102.127

Patrimônio líquido ajustado pelos lucros não realizados entre controladas - R$ 374.032 206.292 46.072 1.399.089

Lucro líquido do exercício após ajuste de lucros não realizados - R$ 98.130 6.138 4.465 182.274

2006

Oxiteno S.A. -

Indústria e

Comércio (i)

Ultragaz

Participações

Ltda. (i)

Ultracargo -

Operações

Logísticas e

Participações

Ltda. (i)

Imaven

Imóveis e

Agropecuária

Ltda. (i)

Subtotal Outros Total Total

2006 2005

Oxiteno S.A. -

Indústria e

Comércio (i)

Ultragaz

Participações

Ltda. (i)

Ultracargo -

Operações

Logísticas e

Participações

Ltda. (i)

Imaven

Imóveis e

Agropecuária

Ltda. (i)

Movimentação dos investimentos:

No início do exercício 280.733 597.239 46.072 1.229.829 2.153.873 186 2.154.059 1.944.928

Baixa - - - - - (126) (126) -

Encargos tributários sobre

reserva de reavaliação reflexa (391) - - - (391) - (391) (211)

Dividendos e juros sobre o

capital próprio (14.391) (6.138) (4.465) (43.211) (68.205) - (68.205) (89.168)

Equivalência patrimonial 98.130 6.138 4.465 183.070 291.803 - 291.803 298.510

Aumento (redução) de capital 9.951 (390.947) - 29.401 (351.595) - (351.595) -

No fim do exercício 374.032 206.292 46.072 1.399.089 2.025.485 60 2.025.545 2.154.059

(i) Demonstrações financeiras examinadas ou revisadas pelos nossos auditores independentes.

A redução de capital da controlada Ultracargo - Operações

Logísticas e Participações Ltda. foi realizada para quitação

de mútuo, conforme comentado na nota explicativa nº 8.

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 101

Quantidade de ações ou cotas possuídas 1.493.120 156

Patrimônio líquido - R$ 6.950 7.256

Lucro líquido do exercício - R$ 1.422 1.015

Participação no capital social - % 50 25

2006

Química da Bahia Indústria

e Comércio S.A. (ii)

Oxicap Indústria de

Gases Ltda. (ii)

b) Sociedades coligadas (consolidado)

11. Imobilizado (Consolidado)

Taxa anual de

depreciação - % Custo reavaliado Líquido

2006 2005

Depreciação

acumulada

Provisão de

perdas Líquido

Terrenos - 46.676 - - 46.676 48.147

Edificações 4 a 5 345.812 (141.575) - 204.237 218.177

Benfeitorias em imóveis de terceiros 4 91.445 (22.385) (604) 68.456 61.514

Máquinas e equipamentos 5 a 10 926.242 (467.322) (655) 458.265 450.413

Tanques e vasilhames 10 275.476 (161.029) - 114.447 127.295

Veículos 20 a 25 156.822 (121.200) - 35.622 48.127

Móveis e utensílios 10 25.346 (10.434) - 14.912 13.661

Obras em andamento - 107.034 - - 107.034 28.811

Adiantamentos a fornecedores - 49.231 - - 49.231 1.724

Importações em andamento - 523 - - 523 763

Equipamentos de informática 20 a 30 46.760 (34.388) - 12.372 14.963

- 2.071.367 (958.333) (1.259) 1.111.775 1.013.595

Movimentação dos investimentos:

No início do exercício 2.764 1.418 4.182 5.944

Equivalência patrimonial 711 254 965 1.557

Adiantamento para futuro aumento de capital - 142 142 -

Resgate de ações recebido - - - (3.319)

No fim do exercício 3.475 1.814 5.289 4.182

2006 2005

Química da

Bahia

Indústria e

Comércio

S.A. (ii)

Oxicap

Indústria de

Gases

Ltda. (ii) Total Total

(ii) Demonstrações financeiras examinadas sob a responsabilidade de outros auditores independentes.

Nas demonstrações fi nanceiras consolidadas, o investimento

da controlada Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio na

coligada Oxicap Indústria de Gases Ltda. e o investimento

da controlada Oxiteno Nordeste S.A. - Indústria e Comércio

na coligada Química da Bahia Indústria e Comércio S.A.

estão avaliados pela equivalência patrimonial com base

nas suas demonstrações fi nanceiras de 30 de novembro

de 2006 e 31 de dezembro de 2006, respectivamente.

102

A movimentação da provisão para perdas

de imobilizado é assim demonstrada:

Saldo em 2005 412

Adição 851

Baixas por reversão (4)

Saldo em 2006 1.259

As controladas da Sociedade contabilizaram, em anos

anteriores, reavaliações dos bens integrantes do imobilizado.

Os saldos dessas reavaliações são assim resumidos:

No resultado do exercício foi contabilizado o montante de

R$1.874 (R$1.961 em 2005) a título de depreciação dessas

reavaliações. O montante de impostos diferidos sobre as

reavaliações totaliza R$7.491 (R$8.533 em 2005), sendo R$865

(R$1.245 em 2005) contabilizados no passivo não circulante,

conforme demonstrado na nota explicativa nº 9.a), e R$6.626

(R$7.288 em 2005) reconhecidos à medida que determinadas

controladas realizam a reserva de reavaliação, por serem

anteriores à publicação da Deliberação CVM nº 183/95.

As obras em andamento referem-se, substancialmente,

à construção da planta de álcoois graxos da controlada

Oleoquímica Indústria e Comércio de Produtos Químicos

Ltda. no valor de R$40.777 e à nova unidade de alcoxilação

da controlada Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio no

valor de R$27.526, bem como a ampliações e reformas

dos parques industriais das demais controladas.

Os adiantamentos a fornecedores referem-se,

basicamente, a compra de equipamentos para a

planta de álcoois graxos da controlada Oleoquímica

Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda.

Terrenos 15.503 - 15.503 15.571

Edificações 44.570 (34.799) 9.771 11.933

Máquinas e equipamentos 31.738 (30.652) 1.086 1.362

Tanques e vasilhames 48.910 (48.910) - -

Veículos 826 (826) - -

141.547 (115.187) 26.360 28.866

2006 2005

Depreciação

Reavaliação acumulada Líquido Líquido

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 103

12. Intangível (Consolidado)

A movimentação da provisão para perdas

do intangível é assim demonstrada:

Saldo em 2005 631

Adição 205

Saldo em 2006 836

Direitos de propriedade comercial incluem,

principalmente, os descritos a seguir:

Em 11 de julho de 2002, a controlada Terminal Químico de Aratu

S.A. - Tequimar assinou contrato com a CODEBA - Companhia

das docas do Estado da Bahia, que permite a exploração

da área na qual está situado o Terminal de Aratu por mais

20 anos, renovável por igual período. O preço pago pelo

Tequimar foi de R$12.000, o qual está sendo amortizado no

período compreendido entre agosto de 2002 e julho de 2042.

Adicionalmente, a controlada Terminal Químico de Aratu

S.A. - Tequimar possui contrato de arrendamento de

área adjacente ao Porto de Santos por 20 anos a partir

de dezembro de 2002, renovável por igual período, que

permite construir, operar e explorar terminal destinado

a recepção, tancagem, movimentação e distribuição

de granéis líquidos. O preço pago pelo Tequimar foi

de R$4.334, o qual está sendo amortizado no período

compreendido entre agosto de 2005 e dezembro de 2022.

13. Diferido (Consolidado)

Taxa anual de

amortização - % Custo bruto Líquido

Amortização

acumulada Líquido

Gastos com estudos e projetos 10 a 20 50.947 (11.203) 39.744 21.024

Gastos pré-operacionais 10 a 33 7.155 (2.559) 4.596 4.801

Instalações de equipamentos Ultrasystem em

propriedades de clientes 33 154.138 (93.133) 61.005 60.300

Ágio nas aquisições de participações societárias 10 a 50 7.670 (1.720) 5.950 10.850

Outros 20 2.152 (1.191) 961 1.311

222.062 (109.806) 112.256 98.286

2006 2005

Taxa anual de

amortização - % Custo bruto Líquido

2006 2005

Amortização

acumulada

Provisão para

perdas Líquido

Software 20 64.134 (39.559) - 24.575 25.914

Direitos de propriedade comercial 2 a 6 16.334 (1.671) - 14.663 14.698

Fundo de comércio 20 15.440 (9.302) - 6.138 7.108

Tecnologia 20 20.404 (5.207) - 15.197 10.679

Outros 10 1.372 (96) (836) 440 735

117.684 (55.835) (836) 61.013 59.134

104

Gastos com estudos e projetos incluem, principalmente,

o projeto de reestruturação das atividades de

distribuição de GLP e gastos com o projeto do

Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro - COMPERJ.

Estes projetos foram os principais responsáveis pela

elevação do saldo do diferido de 2005 para 2006.

14. Financiamento e debêntures (Consolidado)

a) Composição

Moeda estrangeira:

Empréstimo sindicalizado 128.460 140.639 US$ 5,05 2008

Notas no mercado externo (b) 535.576 586.471 US$ 7,25 2015

Notas no mercado externo (b) 128.665 - US$ 9,0 2020

Empréstimo de capital de giro 1.375 443 MX$ + TIIE (i) 1,0 2007

Financiamento externo 26.155 28.542 US$ + LIBOR 2,0 2009

Financiamentos para estoques e imobilizado 14.445 10.957 MX$ + TIIE (i) 1,0 a 2,0 2007 a 2011

Adiantamento de contrato de câmbio 1.295 9.771 US$ 5,20 a 5,65 Máximo de

56 dias

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

e Social - BNDES 12.890 22.330 UMBNDES (ii) 8,3 a 10,05 2007 a 2011

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

e Social - BNDES 10.120 261 US$ 7,35 a 10,5 2009 a 2013

Pré-pagamento de exportação, líquido de operações vinculadas 11.100 44.852 US$ 6,2 a 6,41 2008

Subtotal 870.081 844.266

Moeda nacional:

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

e Social - BNDES 199.890 173.055 TJLP (iii) 1,50 a 4,85 2007 a 2012

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

e Social - BNDES 7.005 11.244 IGP-M (iv) 6,5 2008

FINAME 40.742 47.676 TJLP (iii) 2,5 a 4,85 2007 a 2011

FINEP 46.881 38.059 TJLP (iii) (2,0) a 5,0 2009 a 2013

Debêntures (c) 312.794 317.853 CDI 102,5 2008

Banco do Nordeste do Brasil 19.790 - 11,9 a 14,0 2018

Outros 217 163

Subtotal 627.319 588.050

Total de financiamentos e debêntures 1.497.400 1.432.316

Passivo circulante (115.553) (153.708)

Passivo não circulante 1.381.847 1.278.608

Descrição 2006 2005 Índice/Moeda Vencimento

Encargos

financeiros

anuais 2006 - %

(i) MX$ = peso mexicano; TIIE = taxa mexicana de juros interbancária de equilíbrio.(ii) UMBNDES = unidade monetária do BNDES. É uma “cesta de moedas” representando a composição das obrigações de dívida em moeda estrangeira do BNDES que reflete, em 93%, o dólar norte-americano.(iii) TJLP = fixada pelo Conselho Monetário Nacional, a TJLP é o custo básico de financiamento do BNDES.(iv) IGP-M = Índice Geral de Preços de Mercado, calculado pela Fundação Getúlio Vargas.

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 105

Os montantes a longo prazo têm a seguinte composição por ano de

vencimento:

2007 - 93.958

2008 529.331 515.458

2009 101.468 74.954

2010 37.404 9.064

2011 21.686 -

2012 em diante 691.958 585.174

1.381.847 1.278.608

2006 2005

b) Notas no mercado externo

Em junho de 1997, a controlada Companhia Ultragaz S.A. emitiu

US$60 milhões em notas no mercado externo (Notas Originais),

com vencimento em 2005, tendo obtido, em junho de 2005,

a extensão do vencimento dessas notas para junho de 2020,

com opção de venda/compra (“put/call”) em junho de 2008.

Em junho de 2005, a controlada Oxiteno Overseas Corp.

adquiriu a totalidade das Notas Originais emitidas pela

Companhia Ultragaz S.A. com recursos oriundos de empréstimo

sindicalizado no montante de US$60 milhões com vencimento

em junho de 2008 e encargo fi nanceiro de 5,05% a.a.

O empréstimo sindicalizado foi garantido pela Sociedade

e pela Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio. Em abril de 2006,

a controlada Oxiteno Overseas Corp. realizou operação de

venda das Notas Originais emitidas pela Companhia Ultragaz

S.A. a uma instituição fi nanceira. Simultaneamente, a controlada

adquiriu da mesma instituição fi nanceira uma Nota Estruturada

de Crédito (“Credit Linked Note”) lastreada nas Notas Originais,

conforme comentado na nota explicativa nº 4, obtendo, dessa

forma, um retorno adicional nesse investimento. A operação

tem vencimento em 2020, podendo tanto a controlada como

a instituição fi nanceira resgatá-la de forma antecipada,

apesar de a controlada somente ter opção anual de resgate

(compra) a partir de junho de 2008, inclusive. Na situação de

eventual insolvência da instituição fi nanceira, a Companhia

Ultragaz S.A. teria de liquidar as Notas Originais, mas a Oxiteno

Overseas Corp. continuaria a ser credora da Nota Estruturada

de Crédito. Sendo assim, a Sociedade deixou de eliminar

as Notas Originais em suas demonstrações fi nanceiras.

Em dezembro de 2005, a controlada LPG International Inc.

emitiu US$250 milhões de notas no mercado externo, com

vencimento em dezembro de 2015 e encargo fi nanceiro

de 7,25% a.a., pagos semestralmente, sendo o primeiro

pagamento em junho de 2006. O preço da emissão foi

de 98,75% do valor de face da nota, o que representou

um rendimento total para o investidor de 7,429% a.a. no

momento da emissão. As notas foram garantidas pela

Sociedade e pela Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio.

Em decorrência da emissão de notas no mercado

externo e do empréstimo sindicalizado, a Sociedade

e suas controladas, anteriormente mencionadas,

estão sujeitas a certos compromissos, entre eles:

Limitação de transações com acionistas que

possuam mais de 5% de qualquer classe do capital

da Sociedade, as quais não sejam tão favoráveis

à Sociedade quanto se obteria em mercado.

Obrigação de deliberação do Conselho de Administração

para transações com partes relacionadas em montante

superior a US$15 milhões (excetuando-se transações da

Sociedade com subsidiárias e entre subsidiárias).

Restrição de alienação da totalidade ou da quase

totalidade dos ativos da Sociedade e subsidiárias.

Restrição de gravames em ativos superior a US$150 milhões

ou 15% do valor dos ativos tangíveis consolidados.

106

Manutenção de índice fi nanceiro, determinado pela razão entre

dívida líquida e Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação

e Amortização - LAJIDA consolidados, menor ou igual a 3,5.

Manutenção de índice fi nanceiro, determinado pela

razão entre LAJIDA consolidado e despesas fi nanceiras

líquidas consolidadas, maior ou igual a 1,5.

As restrições impostas à Sociedade e suas

controladas são usuais em operações dessa

natureza e não limitaram a capacidade destas de

conduzirem seus negócios até o momento.

c) Debêntures

Em 1º de março de 2005, a Sociedade emitiu série

única de 30.000 debêntures simples, não conversíveis

em ações, escriturais e nominativas da espécie

quirográfi ca, cujas principais características são:

Valor nominal unitário: R$10.000,00

Vencimento final: 1º de março de 2008

Pagamento do valor nominal: Parcela única no vencimento final

Remuneração: 102,5% do CDI

Pagamento da remuneração: Semestralmente, a partir

de 1º de março de 2005

Repactuação: Não haverá repactuação

As debêntures estão sujeitas a compromissos que restringem,

entre outras, certas operações de incorporação, fusão ou

cisão e a alienação de ativos operacionais, que resultem

em redução da receita operacional líquida consolidada

superior a 25%, e prevêem a manutenção do índice

fi nanceiro determinado pela razão entre dívida líquida e

LAJIDA consolidados, menor ou igual a 3,5. Nenhum desses

compromissos restringiram a capacidade da Sociedade e de

suas controladas de conduzirem seus negócios até o momento.

d) Garantias

Uma parte dos fi nanciamentos está garantida por alienação

fi duciária dos bens do imobilizado e ações de participações

societárias, além de notas promissórias e avais prestados pela

Sociedade e suas controladas, conforme tabela a seguir:

Parcela dos financiamentos garantida por:

Imobilizado 42.667 53.734

Ações de coligadas e avais de

acionistas minoritários 7.005 11.244

49.672 64.978

2006 2005

Os demais empréstimos estão garantidos por avais emitidos

pela Sociedade e pelo fl uxo futuro de exportação.

A Sociedade é responsável por avais e fi anças prestados a

controladas no montante de R$1.073.134 (R$1.017.858 em 2005).

Algumas controladas emitiram garantias para instituições

fi nanceiras relacionadas às quantias devidas a essas

instituições por alguns de seus clientes (fi nanciamento de

“vendor”). Caso alguma controlada venha a ser instada

a realizar pagamento relativo a essas garantias, a

controlada poderá recuperar o montante pago diretamente

de seus clientes através de cobrança comercial. O

montante máximo de pagamentos futuros relacionados a

essas garantias é de R$34.879 (R$33.208 em 2005), com

vencimentos de até 210 dias. Até 31 de dezembro de 2006

a Sociedade e suas controladas não sofreram perdas nem

registraram passivos relacionados a essas garantias.

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 107

15. Patrimônio líquido

a) Capital social

A Sociedade é uma sociedade anônima de capital aberto,

com ações negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo

e de Nova Iorque, cujo capital social subscrito e integralizado

está representado por 81.325.409 ações sem valor nominal,

sendo 49.429.897 ordinárias e 31.895.512 preferenciais.

Em 31 de dezembro de 2006 estavam em circulação

no exterior 12.534.161 ações preferenciais na forma

de “American Depositary Receipts - ADRs”.

As ações preferenciais, não conversíveis em ordinárias, não

possuem direito a voto e detêm a prioridade no reembolso

do capital, sem prêmio, na liquidação da Sociedade.

No início de 2000 a Sociedade concedeu, através de

acordo de acionistas, o direito de “Tag Along”, que

assegura aos acionistas minoritários condições idênticas

às negociadas pelos acionistas controladores em caso

de alienação do controle acionário da Sociedade.

A Sociedade está autorizada a aumentar o capital social,

independentemente de reforma estatutária, por deliberação

do Conselho de Administração, até que este atinja R$1.500.000,

mediante a emissão de ações ordinárias ou preferenciais,

sem guardar a proporção existente, observado o limite de

2/3 de ações preferenciais do total das ações emitidas.

b) Ações em tesouraria

A Sociedade adquiriu ações de sua emissão a preços de

mercado, sem redução do capital social, para manutenção

em tesouraria e posterior alienação ou cancelamento, nos

termos das condições previstas nas Instruções CVM nº 10, de

14 de fevereiro de 1980, e nº 268, de 13 de novembro de 1997.

Em 31 de dezembro de 2006, as demonstrações fi nanceiras

da controladora totalizam em tesouraria 161.697 ações

preferenciais e 6.617 ações ordinárias, adquiridas ao custo

médio de R$27,59 e R$19,30 por ação, respectivamente.

No consolidado constam em tesouraria 408.647 ações

preferenciais e 6.617 ações ordinárias, adquiridas ao custo

médio de R$25,27 e R$19,30 por ação, respectivamente.

O preço das ações preferenciais de emissão da

Sociedade em 31 de dezembro de 2006 na Bolsa de

Valores de São Paulo - BOVESPA era de R$48,99.

c) Reserva de capital

A reserva de capital, no valor de R$3.026, refl ete o ágio

com a alienação de ações a preço de mercado para

manutenção em tesouraria nas controladas da Sociedade,

ao preço médio de R$36,00 por ação. Tais ações foram

utilizadas para concessão de usufruto a executivos dessas

controladas, conforme mencionado na nota explicativa nº 21.

d) Reserva de reavaliação

A reserva de reavaliação refl ete a reavaliação de ativos

de controladas e é realizada com base nas depreciações,

baixas ou alienações dos respectivos bens reavaliados das

controladas, considerando-se, ainda, os efeitos tributários

das provisões constituídas por essas controladas.

Em alguns casos, os encargos tributários sobre a reserva

de reavaliação refl exa de determinadas controladas são

reconhecidos à medida que a reserva é realizada, por

serem anteriores à publicação da Deliberação CVM nº

183/95, conforme comentado na nota explicativa nº 11.

e) Reserva de retenção de lucros

É destinada à aplicação em investimentos previstos em

orçamento de capital, principalmente em expansão,

produtividade e qualidade, aquisições e novos investimentos.

Constituída em observância ao artigo 196 da Lei das

Sociedades por Ações, inclui tanto a parcela do lucro líquido

do exercício como a realização da reserva de reavaliação.

f) Reserva de lucros a realizar

Constituída de acordo com o estabelecido no artigo 197

da Lei das Sociedades por Ações, com base no resultado

de equivalência patrimonial auferido pela Sociedade. Sua

realização normalmente ocorre por ocasião do recebimento

de dividendos, alienação e baixa dos investimentos.

108

g) Dividendos e destinação do lucro líquido

do exercício da controladora

Aos acionistas é assegurado, estatutariamente, um

dividendo mínimo anual de 50% do lucro líquido ajustado,

calculado nos termos da Lei das Sociedades por Ações.

Lucro líquido do exercício 288.373

Reserva legal (14.419)

Retenção de lucros (136.977)

Constituição de reserva de lucros a realizar (61.013)

Saldo de dividendos 75.964

Realização de reserva de lucros a realizar 68.236

Dividendos intermediários (R$0,887398 por ação ordinária e preferencial) (72.000)

Dividendos propostos a pagar (R$0,889633 por ação ordinária e preferencial) (72.200)

2006

h) Conciliação entre o patrimônio líquido da controladora e do

consolidado

Patrimônio líquido da controladora 1.940.710 1.795.643

Ações em tesouraria em poder de controladas - líquidas de realização (4.723) (3.761)

Reserva de capital oriunda da venda de ações em tesouraria para controladas - líquida de realização (2.476) (1.717)

Patrimônio líquido do consolidado 1.933.511 1.790.165

2006 2005

i) Conciliação entre o lucro líquido da

controladora e do consolidado

A conciliação entre o lucro líquido da controladora e do

consolidado demonstra os efeitos decorrentes da reversão

da provisão para parada de fábrica programada de

Lucro líquido da controladora 288.373 299.178

Reversão da provisão de parada de fábrica da controlada Oxiteno S.A. Indústria e Comércio (796) -

Reversão da provisão de parada de fábrica da controlada Oxiteno Nordeste S.A. Indústria e Comércio (5.513) -

Lucro líquido do consolidado 282.064 299.178

2006 2005

algumas controladas da Sociedade, líquida dos efeitos

tributários, contabilizada na conta “Lucros acumulados”

conforme a Deliberação CVM nº 489/05 e a Interpretação

Técnica nº 01/06 do IBRACON, como segue:

A proposta de dividendos consignada nas demonstrações

fi nanceiras da Sociedade, sujeita à aprovação dos

acionistas na Assembléia Geral, é assim demonstrada:

16. Resultado não operacional (Consolidado)

Compõe-se, principalmente, de R$13.670 (R$391 em

2005) de baixa de ativo diferido relacionado a estudos

e projetos e R$4.818 (R$1.375 em 2005) de resultado da

venda do ativo imobilizado, notadamente vasilhames

e veículos, e provisão para perda de investimento.

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 109

17. Informações sobre segmento

A Sociedade possui três segmentos de negócios: gás, químico

e logística. O segmento de gás distribui GLP a consumidores

residenciais, comerciais e industriais, principalmente nas

Regiões Sul, Sudeste e Nordeste do País. O segmento químico

produz óxido de eteno e seus derivados, que são matérias-

primas para os segmentos têxtil, alimentício, de cosméticos e

detergentes, agroquímicos, de tintas e vernizes, entre outros.

O segmento de logística opera transporte e armazenagem,

principalmente nas Regiões Sudeste e Nordeste do País.

(*) Em 2006, inclui R$23.524 referentes à reversão da provisão para contingências de PIS e COFINS e R$26.225 referentes à recuperação de PIS e COFINS conforme comentado na nota explicativa nº 20.a).

Os segmentos apresentados nas demonstrações

fi nanceiras são unidades de negócio estratégicas

que oferecem produtos e serviços distintos.

As vendas entre segmentos são feitas a preços semelhantes

àqueles que poderiam ser praticados com terceiros.

As principais informações fi nanceiras sobre cada um dos

segmentos da Sociedade podem ser assim demonstradas:

Receita líquida, eliminadas as transações com

partes relacionadas 3.065.849 1.549.470 178.640 89 4.794.048 4.693.848

Lucro operacional antes das receitas (despesas)

financeiras e equivalência patrimonial 167.345 146.296 11.441 5.309 330.391 358.330

Ativo total líquido de partes relacionadas 918.598 2.298.395 310.082 322.769 3.849.844 3.625.125

2006 2005

Ultragaz Oxiteno Ultracargo Outros Consolidado Consolidado

18. Resultado fi nanceiro (Consolidado)

Receitas financeiras

Juros sobre aplicações financeiras 163.223 128.845

Juros de clientes 5.295 5.125

Variações monetárias e cambiais ativas (14.408) (17.809)

Outras receitas 1.821 2.489

155.931 118.650

Despesas financeiras

Juros sobre financiamentos (85.477) (42.869)

Juros sobre debêntures (44.827) (41.436)

Encargos bancários (14.677) (17.125)

Variações monetárias e cambiais passivas 17.660 32.343

Resultado de “hedge” cambial (18.977) (48.801)

CPMF/IOF/outros encargos (*) 28.952 (25.608)

Outras despesas (8.013) (2.498)

(125.359) (145.994)

Resultado financeiro 30.572 (27.344)

2006 2005

110

19. Riscos e instrumentos fi nanceiros (Consolidado)

Os principais fatores de risco a que a Sociedade e suas

controladas estão expostas refl etem aspectos estratégico-

operacionais e econômico-fi nanceiros. Os riscos estratégico-

-operacionais (tais como, entre outros, comportamento de

demanda, concorrência, inovação tecnológica e mudanças

relevantes na estrutura da indústria) são endereçados pelo

modelo de gestão da Sociedade. Os riscos econômico-

fi nanceiros refl etem, principalmente, a inadimplência de

clientes, o comportamento de variáveis macroeconômicas,

como taxas de câmbio e de juros, bem como as características

dos instrumentos fi nanceiros que a Sociedade utiliza. Esses

riscos são administrados por meio de políticas de controle,

estratégias específi cas e determinação de limites, como segue:

Inadimplência de clientes - Tais riscos são administrados

por normas específi cas de aceitação de clientes e análise

de crédito, além de serem mitigados pela diversifi cação de

vendas. A Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio e suas controladas

mantiveram, em 31 de dezembro de 2006, R$1.558 (R$848

em 2005) e as controladas da Ultragaz Participações Ltda.

mantiveram R$20.020 (R$25.191 em 2005) de provisão para

perda potencial em suas contas e seus ativos a receber.

Taxa de juros - A Sociedade e suas controladas adotam

políticas conservadoras de captação e aplicação de

recursos fi nanceiros e de minimização do custo de capital.

As aplicações fi nanceiras da Sociedade e de suas

controladas são basicamente mantidas em operações

vinculadas ao juro do CDI, conforme apontado na nota

explicativa nº 4. Uma parcela dos ativos fi nanceiros é

destinada a “hedge” cambial, conforme demonstrado

a seguir. As captações são principalmente oriundas de

fi nanciamentos do BNDES, debêntures e captações em moeda

estrangeira, conforme divulgado na nota explicativa nº 14.

Taxa de câmbio - As controladas da Sociedade utilizam

instrumentos de “hedge” (principalmente CDI e dólares

norte-americanos) disponíveis no mercado fi nanceiro para

cobrir seus ativos e passivos em moeda estrangeira, com

o objetivo de reduzir os efeitos da variação cambial em

seus resultados. Tais instrumentos de “hedge” possuem

montantes, prazos e índices substancialmente equivalentes

aos dos ativos e passivos em moeda estrangeira aos quais

se encontram vinculados. Estão demonstrados a seguir

os ativos e passivos em moeda estrangeira, convertidos

para reais em 31 de dezembro de 2006 e de 2005:

Ativos:

Investimentos em moeda estrangeira e “hedge” 94.417 126.236

Disponibilidades no exterior 861 3.129

Aplicações financeiras em moeda estrangeira 776.454 722.565

Contas a receber de clientes no exterior líquidas de adiantamentos de contrato de

exportação e provisão para perda 25.352 21.949

897.084 873.879

Passivos:

Financiamentos em moeda estrangeira 870.081 844.266

Contas a pagar decorrentes de importações 30.872 16.054

900.953 860.320

Posição líquida ativa (passiva) (3.869) 13.559

2006 2005

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 111

A variação cambial referente a disponibilidades, investimentos

e aplicações fi nanceiras das controladas no exterior foi

registrada como despesa fi nanceira na demonstração do

resultado do exercício de 2006, no montante de R$15.297

(despesa fi nanceira no montante de R$9.434 em 2005).

Valor contábil

Valor de

mercado Valor contábil Valor de mercado

Ativos financeiros:

Disponibilidades 31.992 31.992 32.714 32.714

Aplicações financeiras de curto prazo 1.038.084 1.034.144 1.218.210 1.215.638

Aplicações financeiras de longo prazo 547.978 564.379 372.692 372.692

1.618.054 1.630.515 1.623.616 1.621.044

Passivos financeiros:

Financiamentos de curto e longo prazos 1.184.606 1.211.849 1.114.463 1.113.665

Debêntures de curto e longo prazos 312.794 312.748 317.853 318.495

1.497.400 1.524.597 1.432.316 1.432.160

Investimento:

Investimento permanente em outra sociedade 25.497 28.978 28.117 33.126

2006 2005

O valor de mercado dos instrumentos fi nanceiros foi obtido

pelo método comumente utilizado para marcação a mercado,

que consiste em levar os saldos dos instrumentos a vencimento

pelas respectivas taxas contratadas, trazendo-os a valor

presente pelas taxas de mercado em 31 de dezembro de 2006

e de 2005. O valor de mercado do investimento permanente em

outra sociedade refere-se aos preços das ações na BOVESPA.

20. Contingências e compromissos (Consolidado)

a) Processos cíveis, fi scais e trabalhistas

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Petroquímicas,

ao qual são fi liados os empregados da controlada Oxiteno

Nordeste S.A. - Indústria e Comércio, ajuizou, em 1990, ação

contra a controlada, pleiteando o cumprimento de reajustes

Valor de mercado dos instrumentos fi nanceiros

O valor de mercado dos instrumentos fi nanceiros em 31 de

dezembro de 2006 e de 2005 está demonstrado a seguir:

estabelecidos em convenção coletiva de trabalho, em

detrimento às políticas salariais efetivamente praticadas. Na

mesma época, o Sindicato Patronal suscitou dissídio coletivo

para interpretação e esclarecimento da cláusula quarta da

convenção. Com base na opinião de seus assessores jurídicos,

que analisaram a última decisão do Supremo Tribunal Federal

- STF no dissídio coletivo e a posição da ação individual

da controlada, a Administração da controlada não julgou

necessário constituir provisão em 31 de dezembro de 2006.

As controladas Companhia Ultragaz S.A. e SPGás Distribuidora

de Gás Ltda. respondem a processo administrativo em

curso na Secretaria de Direito Econômico - SDE, vinculada ao

Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE, sob

112

alegação de prática anticoncorrencial em municípios da região

do Triângulo Mineiro em 2001. Em setembro de 2005 a SDE

emitiu nota técnica recomendando ao CADE a condenação

das empresas envolvidas nesse processo. Em sua defesa, as

controladas ressaltam, entre outros argumentos, que: (i) nos

termos de determinação expedida pelo diretor-presidente

da Sociedade em 4 de julho de 2000, os empregados das

controladas estavam proibidos de discutir com terceiros

questões relativas a preços; e (ii) nenhuma prova consistente

foi juntada aos autos. Diante dos argumentos apresentados,

do fato de a nota técnica não impor efeito vinculante à

decisão do CADE e da opinião de seus assessores jurídicos,

as controladas não constituíram provisão para essa questão.

Caso a decisão no CADE lhes seja desfavorável, as controladas

ainda podem discutir a questão em esfera judicial.

A controlada Companhia Ultragaz S.A. é ré em processos

judiciais relativos a perdas e danos causados por explosão,

em 1996, em um shopping center localizado na cidade

de Osasco - SP. Tais processos envolvem: (i) processos

individuais movidos por vítimas da explosão pleiteando

ressarcimento por perda de benefício econômico e danos

morais; (ii) solicitação de ressarcimento de despesas da

administradora do shopping center e sua seguradora; e (iii)

ação coletiva pleiteando indenização de danos materiais

e morais de todas as vítimas lesionadas e falecidas.

A controlada acredita ter produzido provas de que os dutos

de gás defeituosos do shopping center causaram o acidente

e que as instalações de armazenamento de GLP da Ultragaz

no local não contribuíram para a explosão. Das 58 ações

julgadas até o momento, 57 lhe foram favoráveis, e destas 16

já estão arquivadas; apenas 1 foi desfavorável em 2ª instância,

da qual ainda cabe recurso, cujo valor, caso seja mantida a

decisão, é de R$17, restando ainda 2 ações não julgadas. A

controlada possui cobertura de seguro para esses processos

judiciais, sendo o valor não segurado correspondente a

R$23.595. A Sociedade não registrou provisão para esse

valor, pois considera a probabilidade de realização dessa

contingência como sendo, essencialmente, remota.

A Sociedade e suas controladas obtiveram medidas

liminares para recolherem as contribuições ao PIS e à

COFINS sem as alterações introduzidas pela Lei nº 9.718/98

em sua versão original. O questionamento em curso refere-

se à incidência dessas contribuições sobre outras receitas,

além do faturamento. Os montantes que deixaram de

ser recolhidos estavam registrados nas demonstrações

fi nanceiras da Sociedade e de suas controladas, totalizando

R$14.469 (R$36.966 em 2005). Recentemente, o STF julgou

a questão favoravelmente ao contribuinte. Muito embora

seja um precedente, o efeito dessa decisão não se aplica

automaticamente a todas as empresas, já que estas devem

aguardar o julgamento de suas próprias ações judiciais.

Em 2006 transitaram em julgado as ações das controladas

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 113

Companhia Ultragaz S.A., Transultra - Armazenamento e

Transporte Especializado Ltda., Oxiteno S.A. - Indústria e

Comércio e Ultraquímica Florestal Ltda. (sociedade incorporada

na Ultracargo Operações Logísticas e Participações Ltda.), e

as controladas reverteram as provisões existentes no valor de

R$15.886, R$1.331, R$5.736 e R$571, respectivamente, líquidas

de honorários advocatícios, como receita fi nanceira na

demonstração do resultado do exercício. Da mesma forma,

também transitou em julgado a ação relativa à controlada

Oxiteno Nordeste S.A. Indústria e Comércio; como essa

controlada não havia obtido liminar, ela havia efetivamente

pago, em exercícios anteriores, PIS e COFINS indevidos.

O montante de R$26.225, correspondente ao ganho dessa

causa, líquido de honorários advocatícios, foi contabilizado

como ganho fi nanceiro e está sendo utilizado para a

compensação de tributos federais. A Sociedade possui

outras controladas cujas ações ainda não foram julgadas.

Caso todas as ações judiciais venham a transitar em julgado

favoravelmente às controladas, a Sociedade estima que o

efeito total positivo adicional ao já registrado no resultado,

antes do imposto de renda e da contribuição social, deva

atingir R$14.107, já deduzidos os honorários advocatícios.

A controlada Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio e sua

subsidiária Oxiteno Nordeste S.A. - Indústria e Comércio

possuem R$15.590 (R$14.532 em 2005) provisionados referentes

a autos de infração de ICMS mantidos em julgamentos de 1ª e

2ª instâncias administrativas. As empresas aguardam decisão

dos recursos interpostos, ainda em fase administrativa.

A controlada Utingás Armazenadora S.A. vem discutindo

judicialmente autos de infração referentes à incidência

do Imposto Sobre Serviços - ISS lavrados pela Prefeitura

Municipal de Santo André. A avaliação dos assessores

jurídicos da controlada é a de que o risco é baixo, uma

vez que parte signifi cativa das decisões em 1ª instância foi

favorável à controlada. A tese defendida pela controlada

está amparada por parecer de renomado tributarista. O

montante não provisionado da contingência, atualizado para

31 de dezembro de 2006, é de R$33.351 (R$29.995 em 2005).

Em 7 de outubro de 2005, as controladas da Ultragaz

Participações Ltda. ingressaram com mandado de segurança

e obtiveram liminar para suportar a compensação de

créditos de PIS e COFINS com outros tributos administrados

pela Secretaria da Receita Federal, notadamente IRPJ

e CSLL. Nos termos da liminar obtida, as controladas

vêm realizando o depósito judicial desses débitos e

constituindo passivo correspondente para esse fi m.

As controladas Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio, Oxiteno

Nordeste S.A. - Indústria e Comércio, Companhia Ultragaz

S.A. e Transultra Armazenamento e Transporte Especializado

Ltda. ingressaram, em 29 de dezembro de 2006, com

mandado de segurança objetivando a exclusão do ICMS

na base de cálculo das contribuições do PIS e da COFINS.

114

b) Contratos

A controlada Terminal Químico de Aratu S.A. - Tequimar

possui contratos com a CODEBA e com o Complexo Industrial

Portuário Governador Eraldo Gueiros, relacionados com suas

instalações portuárias em Aratu e Suape, respectivamente.

Esses contratos estabelecem uma movimentação mínima

de carga de 1.000.000 de toneladas por ano em Aratu,

até 2022, e de 250.000 toneladas por ano em Suape, até

2027. Se a movimentação anual for menor que o mínimo

exigido, a controlada deverá pagar a diferença entre a

Saldo em

2005 Adições Baixas Atualizações

IRPJ e CSLL 9.272 25.088 (314) 1.984 36.030

PIS e COFINS sobre outras receitas 36.966 10 (24.453) 1.946 14.469

ICMS 14.532 266 - 1.066 15.864

INSS - 2.172 - - 2.172

PIS sobre prestação de serviços - 267 - 17 284

(-) Depósitos judiciais (6.148) (24.436) - (1.762) (32.346)

Total de outros impostos e contribuições 54.622 3.367 (24.767) 3.251 36.473

Provisões

Saldo em

2006

A Sociedade e suas controladas ajuizaram medidas judiciais

com pedido de liminar visando não se submeterem à legislação

que restringiu a compensação dos prejuízos fi scais (IRPJ) e

das bases negativas (CSLL) apurados até 31 de dezembro

de 1994 a 30% do lucro do exercício, bem como pleiteando o

aproveitamento integral e imediato da correção complementar

Índice de Preços ao Consumidor - IPC/Bônus do Tesouro

Nacional - BTN verifi cada em 1990 (Lei nº 8.200/91). Há bons

precedentes para essas discussões quando se comprova que

houve apenas a postergação do pagamento do IRPJ e da

CSLL para anos seguintes, como é o caso das controladas

da Sociedade, e nossos assessores jurídicos entendem

possíveis as chances de sucesso da argumentação na esfera

judicial. O valor estimado da contingência é de R$21.449.

A Sociedade e suas controladas possuem outros processos

administrativos e judiciais em andamento, cujas avaliações,

efetuadas por seus assessores jurídicos, são consideradas

como de risco possível e/ou remoto, e cujas eventuais

perdas potenciais não foram provisionadas pela Sociedade

e por suas controladas, com base nesses pareceres.

As movimentações das provisões líquidas dos

depósitos judiciais são assim apresentadas:

movimentação real e a mínima estabelecida nos contratos,

com base nas tarifas portuárias em vigor na data defi nida

para pagamento. Em 31 de dezembro de 2006, essas tarifas

eram de R$3,67 e R$3,44 por tonelada para Aratu e Suape,

respectivamente. A controlada tem cumprido os limites mínimos

de movimentação de carga desde o início dos contratos.

A controlada Oxiteno Nordeste S.A. - Indústria e Comércio

possui contrato de fornecimento com a Braskem S.A., que

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 115

Em toneladas de eteno 137.900 181.496 192.190

Compromisso anual

de compra mínima

Demanda acumulada

anual (real)

2006 2005

Em 16 de agosto de 2006 a controlada Oxiteno Nordeste S.A.

- Indústria e Comércio assinou o Memorando de Entendimento,

alterando o contrato de fornecimento de eteno com a Braskem

S.A. descrito anteriormente. O Memorando de Entendimento

regula novas condições de fornecimento de eteno até 2021,

e em 2007 e 2008 a controlada terá acesso a um volume

adicional de eteno sendo que a quantidade mínima, em

toneladas, passa para 180 mil e 190 mil, respectivamente.

c) Cobertura de seguros em controladas

A Sociedade contrata apólices de seguro adequadas,

visando cobrir diversos riscos aos quais está exposta,

incluindo seguros patrimoniais com cobertura para danos

e/ou prejuízos causados por incêndio, queda de raio,

explosão de qualquer natureza, vendaval, queda de

aeronave e danos elétricos, entre outros, garantindo as

bases e demais fi liais, de todas as controladas, com um

montante dos limites de cobertura de US$396 milhões.

Com relação às unidades das controladas Oxiteno S.A.

- Indústria e Comércio, Oxiteno Nordeste S.A. - Indústria e

Comércio e Canamex Químicos S.A. de C.V., é contratada

também cobertura de lucros cessantes decorrentes de

eventuais acidentes relacionados aos seus ativos, com um

montante dos limites de cobertura de US$233 milhões.

O programa de Seguro de Responsabilidade Civil Geral atende

a Sociedade e suas controladas, com valor de cobertura global

limitado a US$200 milhões, cobrindo danos e/ou prejuízos que

eventualmente possam ser causados a terceiros decorrentes de

acidentes relacionados às operações comerciais e industriais

e/ou à distribuição e comercialização de produtos e serviços.

São contratados, também, seguros nas modalidades

de Vida em Grupo e Acidentes Pessoais, Saúde

e Transportes Nacionais e Internacionais.

21. Plano de ações (Consolidado)

Em Assembléia Geral Extraordinária, realizada em 26 de

novembro de 2003, foi aprovado plano de benefícios dos

administradores da Sociedade e de suas controladas, que

prevê: (i) a outorga inicial de usufruto sobre ações de emissão

da Sociedade mantidas em tesouraria pelas controladas nas

quais os administradores benefi ciados estão registrados;

e (ii) a transferência da propriedade das ações após

decorridos dez anos da concessão inicial condicionada à

não-interrupção do vínculo entre o administrador benefi ciado

e a Sociedade e suas controladas. O valor total concedido a

executivos até 31 de dezembro de 2006, incluindo encargos

tributários, foi de R$12.263 (R$8.940 em 2005). Tal valor

está sendo amortizado pelo prazo de dez anos a partir da

concessão, e a amortização relativa ao período fi ndo em 31

de dezembro de 2006 no montante de R$949 (R$776 em 2005)

foi registrada como despesa operacional do exercício.

estabelece limite mínimo de consumo anual de eteno.

O compromisso mínimo de compra e a demanda real dos

exercícios fi ndos em 31 de dezembro de 2006 e de 2005,

expressos em toneladas de eteno, estão a seguir indicados.

No caso de descumprimento do compromisso mínimo de

compra, a controlada obriga-se a pagar multa de 40%

do preço corrente do eteno, na extensão da quantidade

não cumprida.

116

22. Benefícios a empregados e plano de

previdência privada (Consolidado)

A Sociedade e suas controladas oferecem a seus empregados

benefícios como seguro de vida, assistência médica e plano de

aposentadoria. Adicionalmente, são oferecidos fi nanciamentos

para aquisição de veículos e computadores pessoais a

empregados de determinadas controladas. A contabilização

desses benefícios obedece ao regime de competência e a

concessão destes cessa ao término do vínculo empregatício.

Em agosto de 2001, a Sociedade e suas controladas passaram

a oferecer um plano de previdência privada na modalidade

de contribuição defi nida a seus empregados, administrado

pela Ultraprev - Associação de Previdência Complementar. Nos

termos do plano, a contribuição básica de cada empregado

participante é calculada por meio da multiplicação de um

percentual, que varia entre 0% e 11%, o qual é anualmente

defi nido pelo participante, com base no salário dele. As

sociedades patrocinadoras contribuem, em nome do

participante, com um valor idêntico ao da contribuição básica

deste. À medida que os participantes se aposentam, eles

optam entre receber mensalmente: (i) um percentual, que varia

entre 0,5% e 1,0%, sobre o fundo acumulado em seu nome na

Ultraprev; ou (ii) um valor fi xo mensal que esgotará o fundo

acumulado em nome do participante em um prazo que varia

entre 5 e 25 anos. Assim sendo, a Sociedade e suas controladas

não assumem responsabilidade por garantir valores e prazos

de recebimento de aposentadoria. Em 2006, a Sociedade e

suas controladas contribuíram com R$3.337 (R$2.982 em 2005)

à Ultraprev, valor contabilizado como despesa no resultado do

exercício. O total de empregados vinculados ao plano em 31

de dezembro de 2006 atingiu 5.632 participantes ativos, não

havendo ainda participantes aposentados. Adicionalmente,

a Ultraprev possuía 1 participante ativo e 31 ex-funcionários

recebendo benefícios conforme as regras de plano anterior.

Demonstrações Financeiras

Ultrapar Relatório Anual 2006 117

O Conselho Fiscal da Ultrapar Participações S.A., em

cumprimento às disposições legais e estatutárias, examinou o

Relatório da Administração e as Demonstrações Financeiras

(controladora e consolidado) referentes ao exercício social

encerrado em 31 de dezembro de 2006. Com base nos exames

efetuados e considerando o parecer, sem ressalvas, dos

auditores independentes, Deloitte Touche Tohmatsu Auditores

Independentes, datado de 31 de janeiro de 2007, opina que os

Parecer do Conselho Fiscal da Ultrapar Participações S.A.

São Paulo, 08 de fevereiro de 2007

referidos documentos, bem como o orçamento de capital para

2007 e a proposta da destinação do lucro líquido do período,

incluindo a distribuição de dividendos, estão em condições de

serem aprovadas pela Assembléia Geral Ordinária.

Flavio César Maia Luz

Conselheiro

Wolfgang Eberhard Rohrbach

Conselheiro

John Michael Streithorst

Conselheiro

Mario Probst

Conselheiro

Raul Murgel Braga

Conselheiro

118

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