Upload
lamtu
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Relatório Anual Ultrapar 2006 5
A Ultrapar Participações S.A. constitui
um dos mais sólidos grupos econômicos
brasileiros. Mantém operações no Brasil,
no México e na Argentina, com posição
diferenciada nos setores em que atuam
suas três unidades de negócio: distribuição
de gás liquefeito de petróleo (GLP) com a
Ultragaz, produção de químicos através da
Oxiteno e soluções logísticas integradas
para granéis especiais com a Ultracargo.
Contando com 7 mil profi ssionais, sua
atuação está apoiada na solidez fi nanceira
e no espírito inovador, com a segurança
e a experiência de uma companhia
presente há 70 anos no mercado.
Líder no mercado brasileiro de distribuição
de GLP, com 24% de participação, a
Ultragaz atende cerca de 10 milhões
de residências espalhadas por quase
todo Brasil, e tem forte atuação nos
segmentos comercial e industrial,
atendendo mais de 30 mil empresas.
É também uma das 10 maiores
distribuidoras independentes do mundo.
A Oxiteno é a maior produtora de óxido
de eteno e de seus principais derivados
na América do Sul, além de importante
fabricante de especialidades químicas.
Seus produtos são empregados nos
mercados de cosméticos, detergentes,
tintas, embalagens PET, têxtil e
agroquímico, entre outros. Através de suas
cinco unidades industriais no Brasil e duas
no México, destina sua produção para
mais de 40 países, nos cinco continentes.
A Ultracargo, por sua vez, com 40 anos
completados em 2006, é uma das maiores
prestadoras de serviços de logística
integrada no Brasil, com transporte,
armazenagem e distribuição de granéis
que requeiram manuseio especial.
A empresa possui terminais multimodais
(com acesso ferroviário, rodoviário
e de cabotagem) estrategicamente
posicionados nos principais portos e pólos
petroquímicos brasileiros, como os portos
de Santos (SP), Suape (PE) e Aratu (BA).
Os três negócios se pautam na melhoria
constante de resultados e excelência,
fazendo uso de ferramentas de gestão,
como o Balanced Scorecard (BSC�) e o
Economic Value Added (EVA�) – Valor
Econômico Adicionado. Certifi cações
nacionais e internacionais nas áreas
de meio ambiente, saúde e qualidade,
aliadas a intensos programas de
desenvolvimento e qualifi cação dos
seus 7 mil colaboradores, atestam
o comprometimento da companhia
com seus principais públicos de
interesse e com toda a sociedade.
Perfil Institucional
O foco na excelência refl ete-se na
presença de suas ações na carteira do
Índice de Sustentabilidade Empresarial
(ISE) da Bolsa de Valores de São Paulo
(Bovespa), composto de ações emitidas
por empresas que apresentam alto
grau de comprometimento com práticas
sustentáveis, responsabilidade social e
aprimoramento contínuo da governança
corporativa. Com ações também na New
York Stock Exchange (NYSE), a companhia
segue os preceitos da Lei Sarbanes-Oxley,
que regula mecanismos de controle e
transparência na gestão das empresas.
No início de 2007 a Ultrapar adquiriu os
negócios de distribuição de combustíveis
e lubrifi cantes do Grupo Ipiranga nas
regiões Sul e Sudeste do Brasil. Esta
aquisição permitiu à Ultrapar ampliar a sua
atuação no segmento de distribuição de
combustíveis derivados do petróleo. Além
de líder na distribuição de GLP, tornou-se
a vice-líder no mercado de distribuição
de combustíveis e lubrifi cantes, com 15%
de participação no mercado nacional.
Após a aquisição a Standard & Poor’s
reafi rmou os ratings da Ultrapar, mantendo
a classifi cação de risco em brAA+ na
escala nacional (equivalente ao risco
soberano) e BB+ em escala global - um
grau abaixo do investment grade.
Relatório Anual Ultrapar 2006 7
Futuro em perspectiva
Mensagem da administração
Principais indicadores e destaques
Filosofia dos negócios
Fundamentos da gestão
Governança corporativa
Relacionamento com públicos estratégicos
Meio ambiente
Reconhecimentos, prêmios e certificações
Visão geral das operações
Ultragaz
Oxiteno
Ultracargo
Resultados e perspectivas
Desempenho econômico-financeiro
Mercado de capitais
Perspectivas e investimentos
Demonstrações financeiras auditadas
Informações adicionais
08
10
16
20
22
28
34
42
46
48
50
56
62
68
70
74
76
79
118
Relatório Anual Ultrapar 2006 9
Projetar o olhar para além dos limites.
Vislumbrar possibilidades e cenários
a partir de diversos pontos de vista,
indo adiante daquilo que o momento
apresenta. Entregar inovação. Assim
a Ultrapar construiu sua trajetória
como um dos mais sólidos grupos
nacionais, capitaneando negócios
líderes, sustentáveis e lucrativos.
Em mais de 70 anos de existência, a
Ultrapar vem investindo em tecnologia,
em capacitação de pessoal e no
aprofundamento de seu conhecimento
do mercado. Pavimentou um caminho
de crescimento lastreado em iniciativas
alinhadas com as necessidades dos
diversos mercados e suportado por
relações de confi ança com todos
os seus públicos. Nos momentos de
expansão, fez valer a criatividade,
o arrojo e o poder de discernimento,
exercendo o papel de liderança
que conquistou e estabelecendo
novos parâmetros na concretização
de seus planos estratégicos.
O olhar singular da Ultrapar para
os diversos contextos e momentos
econômicos permite que a companhia
atue aliando sempre a solidez, a
segurança e a qualidade que permeiam
toda a sua história à energia, dinamismo
e proatividade que imprime a cada
uma de suas ações, abrindo um
futuro em perspectiva para si, para
o país e para toda a sociedade.
10
Mensagem da administração
Da esquerda para direita: Pedro Wongtschowski, Pedro Jorge Filho, André Covre, Eduardo de Toledo e João Benjamin Parolin
11Relatório Anual Ultrapar 2006
As medidas tomadas diante do cenário que se impôs a partir de
2005, os resultados já alcançados em 2006 e o início da operação
dos primeiros investimentos deste novo ciclo são os alicerces
da nossa confiança e otimismo para 2007. Este otimismo tornou-
se ainda maior com a aquisição da rede de distribuição de
combustíveis e lubrificantes do Grupo Ipiranga nas regiões Sul e
Sudeste do Brasil, em março de 2007. Esta aquisição nos fortalece
no setor de distribuição de combustíveis derivados do petróleo,
no qual atuamos há mais de 70 anos com a Ultragaz. Ingressamos
nesse novo segmento como a maior rede privada de distribuição
de combustíveis e lubrificantes do país.
Mensagem da administração
12
“Há 25 anos assumi a presidência da companhia
para executar o projeto de edificar uma empresa
sólida, competitiva, comprometida com clientes,
profissionalizada e com bons princípios de governança
corporativa institucionalizados.”
PAULO G. A. CUNHA
Presidente do Conselho de Administração
Neste período, a companhia, que à
época se caracterizava por um conjunto
de diferentes negócios familiares,
transformou-se em um dos mais sólidos
grupos nacionais, com três negócios
lucrativos, sustentáveis, líderes em suas
áreas de atuação e municiados de
profi ssionais altamente qualifi cados.
Abrimos o capital da companhia, listando
as ações da Ultrapar na Bovespa e na
Bolsa de Nova York, implementando
as melhores práticas de governança
corporativa. Em números, desde que
assumi o comando, o EBITDA evoluiu de
US$ 23 milhões para US$ 237 milhões,
o lucro líquido de US$ 9 milhões para
US$ 127 milhões, e os dividendos
distribuídos no período totalizaram
o equivalente a US$ 396 milhões.
Em 2006 a Ultrapar deu mais um
importante passo no processo de
institucionalização da sua governança
corporativa e na continuidade da
profi ssionalização da companhia, com o
anúncio, em outubro, da minha sucessão
como Diretor-Presidente, separando a
Presidência Executiva da Presidência
do Conselho de Administração. Deixei o
cargo em dezembro de 2006, passando a
me dedicar exclusivamente à Presidência
do Conselho de Administração, função
que acumulava desde 1998. À frente
do Conselho seguirei liderando os
passos estratégicos da companhia e
aperfeiçoando nossa governança.
Desde 1º de janeiro de 2007, a
Presidência Executiva passou para
Pedro Wongtschowski, que assumiu
a responsabilidade de continuar
conduzindo os negócios da Ultrapar no
caminho do crescimento sustentável.
Wongtschowski construiu carreira dentro
da Oxiteno, onde atuava como Diretor
Superintendente. Desde 1985 já fazia
parte da Diretoria Executiva da Ultrapar.
Em fevereiro de 2007, Fábio Schvartsman,
então Diretor Financeiro e de Relações
com Investidores, deixou a Ultrapar em
busca de novos desafi os, após uma
trajetória de sucesso e realizações
dentro da companhia. A partir de
março de 2007 André Covre, que
ingressou na companhia em 2003 como
Superintendente de Planejamento e
Relações com Investidores, assumiu
o cargo de Diretor Financeiro e de
Relações com Investidores da Ultrapar.
O processo de renovação da Diretoria
Executiva se iniciou em 2005 quando,
à época, realizamos a sucessão do
comando da Ultragaz e indicamos
um novo Diretor Superintendente
para a Ultracargo. A renovação da
Diretoria Executiva seguiu a política de
mesclar experiências dos executivos
desenvolvidos em casa com o novo
talento de executivos recrutados no
Relatório Anual Ultrapar 2006 13
Mensagem da administração
mercado. Temos incentivado esse modelo
de trazer perspectivas de carreira aos
valores internos e, ao mesmo tempo,
trazer para a companhia pessoas com
idéias oriundas de visões externas,
proporcionando inovação continuada,
mas com estabilidade e segurança, sem
ruptura de conceitos e diretrizes de um
grupo que atua há 70 anos no mercado.
Com relação aos resultados do ano,
durante 2006 a Ultrapar realizou
progresso signifi cativo no seu plano
de crescimento, com a implantação de
iniciativas estratégicas em seus negócios
visando se posicionar frente ao cenário
imposto a partir de 2005 – e mantido em
2006 – em que uma conjunção de fatores
macroeconômicos e setoriais moveu-se
de forma desfavorável à companhia.
Tivemos em 2006, assim como em 2005,
um desempenho modesto da economia
brasileira, apreciação do Real e elevação
do preço do petróleo. No mercado
interno, o Produto Interno Bruto – PIB
brasileiro cresceu 2,9% em 2006, pouco
acima do crescimento de 2,3% do PIB de
2005, apesar do processo de redução
gradual da taxa de juros. Por outro lado,
os programas de transferência de renda
e o aumento do salário mínimo resultaram
em aumento de renda de parcela da
população, o que, aliado à expansão
do crédito, permitiu o crescimento do
consumo na população de menor
renda. O ambiente externo continuou
benéfi co para as exportações, com a
economia mundial mantendo forte ritmo
de crescimento. Porém, a apreciação
de 11% do Real em relação ao dólar
americano, marcando o terceiro ano
consecutivo de valorização da moeda
brasileira, continuou a prejudicar a
competitividade da indústria nacional.
Adicionalmente, a elevação dos preços
internacionais do petróleo, passando de
um valor médio de US$ 54/barril em 2005
para US$ 65/barril em 2006, pressionou
os custos de toda economia mundial e
em especial da indústria petroquímica.
Em 2006 implementamos ações
e realizamos investimentos, tanto
de curto quanto de longo prazo,
reforçando o crescimento por escala,
por diferenciação tecnológica e pela
otimização de custos e despesas.
Os resultados positivos decorrentes das
iniciativas estratégicas adotadas para
enfrentar o difícil cenário econômico
sustentam uma perspectiva positiva
para 2007 com o início da operação
dos primeiros investimentos deste novo
ciclo. Tais fatores, em conjunto com a
evolução constante da nossa governança
corporativa, reforçam a certeza de que
continuamos a solidifi car nossas relações
de confi ança com acionistas, clientes e
colaboradores, delineando o caminho
sustentável que nos conduz ao futuro.
14
“Durante o ano de 2006 realizamos progresso
significativo no nosso plano de crescimento de
resultados, com a implantação de iniciativas estratégicas
tanto de curto quanto de longo prazo, reforçando o
crescimento por escala, por diferenciação tecnológica e
pela otimização de custos e despesas.”
PEDRO WONGTSCHOWSKI
Diretor Presidente
Na Ultragaz iniciamos um programa
de aprimoramento da estrutura de
distribuição, que em 2006 colaborou para
a melhora de 44% no seu EBITDA. Na
Oxiteno, reforçamos ações comerciais
buscando compensar o aumento dos
custos de matéria-prima – refl exo da
escalada do preço do petróleo – e a
apreciação do Real, resultando em
volumes maiores de vendas com maior
valor agregado, que propiciaram a
retomada do crescimento de EBITDA no
último trimestre do ano. Já no segundo
semestre, as iniciativas implementadas ao
longo de 2006, tanto na Ultragaz quanto
na Oxiteno, permitiram que a Ultrapar
apresentasse melhoras de EBITDA
em comparação ao mesmo período
do ano anterior, encerrando o quarto
trimestre com um crescimento de 33% em
relação ao quarto trimestre de 2005.
Dessa forma, a Ultrapar gerou em 2006 um
EBITDA de R$ 516 milhões e lucro líquido
de R$ 282 milhões, respectivamente
5% e 6% menores que em 2005, porém
representando um crescimento anual
médio de 15% e 26%, respectivamente,
desde 1998, ano base para a abertura
de capital. Encerramos o ano com
R$ 1,6 bilhão em caixa, sendo R$ 121
milhões em caixa líquido de dívida.
A boa geração de caixa do ano nos levou
à aprovação da distribuição de R$ 144
milhões em dividendos relativos ao ano
de 2006, representando um rendimento
de 5% sobre o preço médio da ação da
companhia. Encerramos 2006 com um
valor de mercado de R$ 4 bilhões, 51%
superior ao do fi nal do ano de 2005.
Durante o ano também avançamos
na implementação de iniciativas com
benefícios já a partir de 2007. Na
Oxiteno, investimos R$ 179 milhões,
direcionados principalmente ao
aumento da capacidade de produção
de especialidades químicas – produtos
de maior valor agregado – incluindo a
construção da primeira planta de álcool
graxo na América Latina. Em agosto
fi rmamos novo acordo de fornecimento
de eteno – principal matéria prima da
Oxiteno – o que nos permitiu anunciar
projetos de expansão da capacidade
de produção de óxido de eteno em
aproximadamente 40% até 2009.
A internacionalização da Oxiteno,
já iniciada com resultados positivos
no México, com as operações da
Canamex, tem como meta expandir
o negócio de óxido de eteno, com
foco em especialidades químicas,
para outras geografi as. Em 2006 nos
estabelecemos na Argentina e estamos
trabalhando na abertura de escritórios
na Europa, nos EUA e na Ásia.
Na Ultragaz, investimos R$ 105
milhões na renovação de nossos
ativos – visando à manutenção de
Relatório Anual Ultrapar 2006 15
nossos padrões diferenciados de
qualidade nas operações – e em
iniciativas relacionadas ao programa
de aprimoramento da estrutura de
distribuição, que deverá continuar
gerando benefícios adicionais em 2007.
Na Ultracargo direcionamos esforços na
consolidação das recém inauguradas
operações e na defi nição de um novo
posicionamento, preparando-a para
um ciclo de crescimento nos próximos
anos. O novo terminal no Porto de Santos
está em plena operação e, durante
o ano, trabalhamos na expansão da
capacidade do terminal de Suape.
Investimos em tecnologia como forma de
diferenciação. Na Oxiteno, progredimos
no desenvolvimento de tecnologias de
novos produtos e processos, o que resultou
em um avanço signifi cativo nas análises
de viabilidade de fontes renováveis
de matérias-primas, em particular a
utilização do etanol como alternativa
para obtenção de solventes oxigenados
e glicóis. Nesta área a Oxiteno lançou,
em caráter pioneiro, uma chamada de
projetos de pesquisa em química verde
em aliança com a FAPESP e o BNDES.
Aprimoramos o parque tecnológico da
Ultracargo visando agilizar processos
internos, melhorando a produtividade
em atividades administrativas através
do desenvolvimento de sistemas de
informação para as necessidades da
companhia. Na Ultragaz, iniciamos o
desenvolvimento de um novo sistema de
suporte a nossa estrutura de distribuição.
Investimos em nossos profi ssionais, pois
acreditamos que nossas pessoas são
grande diferencial para nosso sucesso.
Em 2006, a capacitação de profi ssionais
através da Academia Ultragaz, uma
universidade corporativa criada em
2004 para desenvolvimento do público
interno, merece destaque. Estendemos
nossa universidade corporativa aos
revendedores da companhia, com
a formatura da primeira turma em
setembro. A Academia Ultragaz visa
identifi car, desenvolver, disseminar e
atualizar conceitos de gestão modernos
e relevantes para a companhia. Essa
iniciativa rendeu o prêmio Marketing
Best 2006, concedido pela Escola de
Administração de Empresas de São
Paulo da Fundação Getúlio Vargas.
Nosso plano de investimentos para
2007 soma R$ 546 milhões, sendo
R$ 414 milhões de investimentos previstos
na Oxiteno, R$ 100 milhões na Ultragaz
e R$ 31 milhões na Ultracargo.
Os investimentos previstos na Oxiteno
contemplam (i) a fi nalização da planta
de álcoois graxos, cuja inauguração
está prevista para o segundo semestre
de 2007, (ii) a expansão da capacidade
de produção de óxido de eteno – parte
signifi cativa da ampliação de Mauá e o
início da ampliação de Camaçari – e (iii)
a expansão da capacidade de produção
de especialidades químicas. Na Ultragaz,
além da continuidade dos investimentos
de 2006, investiremos em tecnologia
da informação para suporte à nova
estrutura de distribuição. Já a Ultracargo
está diante de grandes oportunidades
logísticas relacionadas ao crescimento
do país e das exportações do país, e
pronta para aproveitá-las. Direcionaremos
investimentos para a ampliação
dos terminais de armazenamento,
especialmente o terminal de Aratu, na
Bahia, que irá operar o armazenamento
de óleo de palmiste, matéria-prima para a
nova planta de álcoois graxos da Oxiteno.
As medidas tomadas diante do cenário
que se impôs a partir de 2005, os
resultados já alcançados em 2006 e
o início da operação dos primeiros
investimentos deste novo ciclo são
os alicerces da nossa confi ança e
otimismo para 2007. Este otimismo
tornou-se ainda maior com a aquisição
da rede de distribuição de combustíveis
e lubrifi cantes do Grupo Ipiranga nas
regiões Sul e Sudeste do Brasil, em março
de 2007. Esta aquisição nos fortalece no
setor de distribuição de combustíveis
derivados do petróleo, no qual atuamos
há mais de 70 anos com a Ultragaz.
Ingressamos nesse novo segmento como
a maior rede privada de distribuição de
combustíveis e lubrifi cantes do país.
As aquisições são um dos caminhos
para a expansão, mas continuamos
atentos aos pilares que garantiram a
solidez da Ultrapar e que consideramos
essenciais, como domínio de
tecnologias, excelência operacional,
conhecimento de mercados e potencial
para geração signifi cativa de valor.
Assumo a presidência da Ultrapar
comprometido com o crescimento
sustentável dos negócios, com o mesmo
respeito ao meio ambiente, aos nossos
colaboradores e à comunidade que
temos demonstrado ao longo de
nossos 70 anos de história, e certo
de sermos capazes de continuar
gerando valor aos nossos acionistas.
Mensagem da administração
16
Posição de liderança nas
áreas de atuação
Maior distribuidor de GLP do país,
com forte reconhecimento da marca,
vinculada a atributos de qualidade,
confi abilidade, segurança e efi ciência.
Único produtor de óxido de
eteno no Brasil e maior produtor
na América do Sul.
Líder em soluções logísticas
integradas para granéis especiais.
Clareza de estratégia
em cada segmento
GLP: ser uma distribuidora de
padrões mundiais atendendo as
necessidades específi cas de cada
cliente e utilizando a tecnologia como
ferramenta de tomada de decisão.
Química: fl exibilidade operacional
na produção de especialidades e
commodities químicas, permitindo
otimização da composição de vendas de
acordo com as condições de mercado.
Logística: ativos estrategicamente
localizados, permitindo soluções
logísticas diferenciadas, com efi ciência
operacional e tecnológica.
Solidez fi nanceira
Caixa de R$ 1,6 bilhão, sem dívida líquida.
Média de 15% de crescimento anual
do EBITDA e 26% de crescimento anual
do lucro líquido nos últimos 8 anos.
A combinação dos fundamentos de
seus negócios imprimem à Ultrapar
classifi cação de risco em escala
local equivalente ao risco soberano
e em escala global apenas um grau
abaixo do investment grade.
Aprimoramento contínuo
da governança
Sucessão de seu Diretor-Presidente,
designando pessoas diferentes
para as funções de Presidente
Executivo e Presidente do
Conselho de Administração.
Renovação e rejuvenescimento da
diretoria – idade média de 48 anos e
20 anos de experiência nos mercados
de atuação – marcam a continuidade
da profi ssionalização da gestão.
Comprometimento com a
sustentabilidade e a responsabilidade
social: integração à carteira
do Índice de Sustentabilidade
Empresarial (ISE) da Bovespa.
Principais indicadores e destaques
Fundamentos atrativos
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
17Relatório Anual Ultrapar 2006
Principais indicadores e destaques
Relação transparente e interativa
com investidores e acionistas, sempre
buscando acuidade e precisão
nas informações prestadas.
Desde 2000 a companhia garante
o direito de tag along a todos os
acionistas em idênticas condições.
Inovação e investimentos
Cultura de inovação tecnológica
e política de otimização de custos
nos três negócios de atuação.
Busca de novos formatos de distribuição
de GLP nos segmentos comercial e
industrial e diversifi cação dos canais
de vendas e formas de pagamento
no segmento residencial.
Aumento de 40% da capacidade de
produção de Óxido de Eteno até 2009.
Construção da primeira planta de
álcoois graxos da América Latina,
com escala mundial e utilização de
matérias-primas de fontes renováveis.
Na área logística, desenvolvimento
de novos modais e mercados, com
os diferenciais de ampla cobertura,
posse de ativos estratégicos,
segurança, confi abilidade e inovação
superiores aos concorrentes.
Atuação social e ambiental
Relacionamento com colaboradores,
fornecedores, clientes e outros públicos
pautado por princípios éticos.
Comprometimento com a segurança
e a preservação do meio ambiente
em todas as operações.
Certifi cações internacionais de
excelência nas áreas de segurança,
saúde, meio ambiente e qualidade,
e compromisso de disseminação
dos princípios da Convenção da
Organização das Nações Unidas
(ONU) sobre os direitos da criança e
da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, previstas na SA 8000.
Colaboração com o aprimoramento
e a disseminação da educação,
como forma de inclusão social
e incentivo ao voluntariado.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
18
Principais indicadores
R$ milhões (1)
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Ultrapar
Receita líquida 1.878 2.285 2.995 4.000 4.784 4.694 4.794
EBITDA 304 373 487 498 737 546 516
Lucro líquido 128 132 222 246 414 299 282
Investimentos (2) 179 208 413 404 284 219 320
Dividendos declarados 49 212 65 72 164 157 144
Lucro por ação (R$) 2,42 2,49 3,62 3,54 5,95 3,73 3,47
Dividendos por ação preferencial (R$) 0,98 4,28 1,09 1,11 2,36 1,94 1,78
Número de funcionários 5.602 5.748 5.876 6.465 6.724 6.992 6.885
Ultragaz
Volume de vendas (mil ton) 1.288 1.345 1.303 1.362 1.549 1.531 1.544
Receita líquida 1.126 1.381 1.943 2.623 2.968 2.902 3.067
EBITDA 141 163 220 208 269 195 281
Investimentos (2) 117 140 127 272 99 83 105
Produtividade (EBITDA R$/ton) 109 121 169 153 174 127 182
Oxiteno
Volume de vendas (mil ton) 428 446 434 474 518 525 544
Receita líquida 686 832 956 1.238 1.663 1.610 1.550
EBITDA 132 177 233 243 421 300 192
Investimentos (2) 51 43 249 90 86 94 179
Produtividade (EBITDA US$/ton) 169 169 184 167 278 235 162
Ultracargo
Ocupação efetiva (mil m3) 189 186 184 196 204 221 240
Receita líquida 94 105 131 177 197 234 226
EBITDA 26 28 29 40 41 44 38
Investimentos (2) 11 25 36 40 92 41 35
Produtividade (EBITDA R$/ m3 armazenado) 137 152 159 203 199 201 159
Mercado de capitais
Quantidade de ações (mil) (3) 53.000 53.000 69.691 69.691 69.691 81.325 81.325
Volume financeiro médio/dia (R$ mil) (4) 981 787 1.233 1.586 3.731 5.524 4.591
Cotação Bovespa (R$/ ações) (3) 18,50 18,70 24,90 37,29 51,00 32,50 48,99
Cotação NYSE (US$/ADRs) (3) (5) 8,38 7,70 6,70 12,73 19,81 13,93 23,00
(1) Exceto quando indicado (2) Investimento em imobilizado e diferido, líquido de desinvestimentos(3) Final de período. ajustado para o grupamento de ações(4) Considerada a soma das negociações ocorridas na Bolsa de São Paulo (Bovespa) e na Bolsa de Nova York (NYSE)(5) 1 ADR = 1 ação preferencial
23Relatório Anual Ultrapar 2006
Fundamentos da gestão
A Ultrapar constantemente realiza
análises dos ambientes interno e
externo à companhia, reavaliando seus
objetivos e sua estratégia, suportados
pelos respectivos indicadores de
desempenho. O principal objetivo é
gerar valor para seus acionistas, com
excelência operacional e tecnológica,
e de forma sustentável, mantendo
uma sólida posição fi nanceira.
Para alcançar esse objetivo, construiu
um modelo de negócio efi ciente e,
ao mesmo tempo fl exível, com a
possibilidade de se adequar aos
diferentes cenários operacionais e
realizar investimentos e aquisições
aproveitando as oportunidades de cada
negócio no seu momento. O investimento
em inovação constitui instrumento
fundamental para obter vantagens
competitivas sustentáveis. Cada um
dos três negócios detém a liderança
em seu segmento, apresentando
diferenciais competitivos específi cos.
Diferenciais competitivos
Ultragaz
Forte reconhecimento da marca,
vinculada a atributos de qualidade,
confi abilidade, segurança e efi ciência.
Conhecimento profundo do mercado
brasileiro, pelo envolvimento em todos
os níveis da distribuição de GLP aos
clientes. Única empresa brasileira
a integrar o conselho e o comitê
executivo da World LP Gas Association
(Associação Mundial de GLP), que
reúne 142 companhias de 44 países.
Excelência operacional expressa
por custos competitivos e canais
de distribuição qualifi cados e
adequados a cada mercado.
Pioneirismo e liderança de vendas
tanto na introdução do GLP no país,
Filosofia dos negócios
Fundamentos da gestão
O sistema de gestão ancora-se em ferramentas que
têm o objetivo de subsidiar a tomada de decisões
operacionais e estratégicas, com destaque para a
adoção do EVA�
•
•
•
•
25Relatório Anual Ultrapar 2006
Agilidade nas decisões
Cada empresa controlada conta
com sua própria diretoria e segue
organogramas adequados aos negócios.
Na Ultragaz, a estrutura privilegia a
gestão comercial descentralizada,
respeitando as especifi cidades
regionais de cada mercado, no
território nacional, permitindo melhor
aproximação com seus clientes.
A Oxiteno é organizada funcionalmente,
ao contrário dos modelos de hierarquia
tradicionais, privilegiando os processos
relacionados ao atendimento
dos clientes, desenvolvimento de
processos, fl exibilidade e agilidade
na tomada de decisões.
Seguindo seu desenho de crescimento
rumo ao fornecimento de serviços
inovadores e de maior valor agregado,
a Ultracargo está organizada em
unidades de negócio voltadas a
encontrar as melhores soluções logísticas
para cada segmento de mercado
atendido e dispõe de uma área de
projetos para o desenvolvimento
de novos produtos e serviços.
Ferramentas de gestão
O sistema de gestão ancora-se em
ferramentas que têm o objetivo de
subsidiar a tomada de decisões
operacionais e estratégicas, com
destaque para a adoção do EVA�.
Esse instrumento ajuda a organização
a identifi car a efetiva agregação
como na criação de novos produtos
e serviços, a exemplo do UltraSystem,
do Click gás e do Vale gás em
parceria com supermercados.
Oxiteno
Flexibilidade operacional na
produção de especialidades e
commodities químicas, permitindo
otimizar o mix de vendas de acordo
com as condições de mercado.
Capacidade de produção superior
à demanda brasileira.
Avançado centro de pesquisa e
desenvolvimento para a melhoria
dos processos de produção e das
aplicações de seus produtos.
Parcerias com a área acadêmica e
empresarial para o desenvolvimento
de alternativas de matérias-
primas renováveis.
Ultracargo
Liderança de mercado em logística
integrada para granéis especiais.
Ativos com localização estratégica
nos principais portos e pólos
petroquímicos do país.
Efi ciência operacional e tecnológica.
Comprometimento com a segurança
e a preservação do meio ambiente
em todas as operações.
•
•
•
•
•
•
•
•
de valor proporcionada em cada
investimento ou processo. Desde
2002, a remuneração variável dos
executivos está vinculada aos resultados
alcançados na métrica do EVA�. Outra
importante ferramenta é o Balanced Scorecard�, que traduz a estratégia
e o EVA� em objetivos operacionais,
distribuídos nas perspectivas fi nanceiras,
de mercado, de processos internos e de
aprendizado e crescimento, direcionando
comportamentos e desempenho para
ações de médio e longo prazos.
Com base nessas ferramentas
corporativas, cada negócio adiciona
processos e métodos de gestão
adequados às especifi cidades
do seu segmento de atuação.
A Ultragaz encontra-se em pleno
aprimoramento de sua estrutura de
distribuição e introduziu, em 2006, o
Programa UltraLevel – iniciativa que
visa aumentar a rentabilidade da
venda ao segmento residencial com a
utilização de ferramentas e metodologia
diferenciados no mercado brasileiro
de GLP. O projeto-piloto foi implantado
em Canoas (RS) e será replicado para
todo o Brasil até o fi nal de 2007.
A unidade de Mauá (SP), por sua
vez, participa do Prêmio Paulista da
Qualidade em Gestão (PPQG), que
prevê o aperfeiçoamento dos processos
de gestão da qualidade, com vistas à
conquista do título de empresa Classe
Mundial, concedido pela Fundação
Filosofia dos negócios
Fundamentos da gestão
26
Nacional da Qualidade. Além dessas
experiências, a Ultragaz dispõe de
programas para áreas específi cas,
como o PARE, de prevenção de
acidentes; o SOMAR, que mantém a
padronização das lojas e serviços; e
o Fator Azul, que visa à uniformidade
no trato com o meio ambiente,
saúde ocupacional e segurança,
em todas as bases da empresa.
Em 2006 a Oxiteno implantou um BPM
(Business Performance Management) – ferramenta que integra os processos
de planejamento de curto, médio e
longo prazo, além de disponibilizar
informações que aprimoram o processo
de tomada de decisão, permitindo uma
nova metodologia de planejamento
operacional, fi nanceiro e de mensuração
de resultados. Reunirá, na mesma
plataforma o Balanced Scorecard� e
outras iniciativas de gestão. A nova
metodologia democratiza e agiliza a
consulta a informações de gestão.
Também teve continuidade o programa
Seis Sigma, com projetos de melhorias
operacionais que envolveram as
fábricas, bem como as áreas de
logística, meio ambiente, compras
e comercial. Foram desenvolvidos
projetos de redução de custos,
aumento da produtividade, redução no
consumo de utilidades, entre outros.
Na Ultracargo foi implantado o sistema
Integra. Trata-se de uma plataforma
tecnológica que controla as operações
de armazenagem no terminal.
Até dezembro, o sistema já havia sido
implantado em todas as unidades,
exceto uma, cuja implantação está
prevista para o primeiro semestre de
2007. Criou-se, ainda, o departamento
Torre de Controle, cujo nome se
escolheu em concurso realizado entre os
funcionários. À semelhança das torres
dos aeroportos, o novo setor realiza o
monitoramento do transporte de carga
de toda a Ultracargo, com rastreamento
via satélite em operação just in time,
24 horas por dia, 365 dias por ano.
Dentre os programas mantidos pela
Ultracargo voltados aos seus funcionários
ou a terceiros, destacam-se o Segurança
27Relatório Anual Ultrapar 2006
Estrutura organizacional
em Ação (treinamentos constantes sobre
segurança no transporte de produtos
perigosos), o Olho Vivo na Estrada
(melhoria contínua na segurança de
transporte, com foco no fator humano)
e os sorteios de prêmios quando do
atendimento de metas como 10 milhões
de quilômetros rodados sem acidentes.
Gestão de riscos
As atividades da Ultrapar compreendem
a distribuição de GLP, a produção de
óxido de eteno e derivados, bem como
o transporte e armazenagem de granéis
especiais. A composição dos negócios
aumenta a capacidade fi nanceira
e a fl exibilidade operacional, seu
balanceamento torna a Ultrapar menos
vulnerável a variações econômicas
e permite buscar oportunidades de
crescimento em cada um dos segmentos
nos quais atua. A companhia conta
com uma política de gestão de riscos
baseada em controle e determinação
de limites de exposição, que consideram
riscos referentes ao mercado de
atuação, à interrupção de operações,
às variações cambiais e fi nanceiras
e à gestão ambiental. Há, também,
normas específi cas de análise de
crédito e aceitação de clientes para
diminuir o risco da carteira de recebíveis,
também reduzido pela diversifi cação
de vendas. No fi nal de 2006, o valor
provisionado para perdas com
devedores duvidosos correspondia a
0,45 % da receita líquida da Ultrapar.
Todo investimento realizado pela
companhia é submetido a uma
análise detalhada de retorno,
considerando aspectos fi nanceiros e
mercadológicos em diversos cenários,
utilizando-se da métrica do EVA�
para mensuração dos resultados.
Durante o ano de 2006 a agência de
classifi cação de risco Standard & Poor’s
manteve a classifi cação de risco para
a Ultrapar – AA+ em escala nacional
e BB+ em escala global – baseando-
se principalmente na combinação dos
fundamentos favoráveis dos negócios
da companhia, aliados à sólida posição
fi nanceira apresentada ao longo de
vários anos. A classifi cação de risco
em escala global está apenas um
grau abaixo do investment grade.
Filosofia dos negócios
Fundamentos da gestão
29Relatório Anual Ultrapar 2006
Governança corporativa
Em 2006, a Ultrapar deu mais um
importante passo no aprimoramento de
sua governança corporativa, designando
pessoas diferentes para as funções
de Presidente Executivo e Presidente
do Conselho de Administração.
Em outubro foi anunciada a sucessão
de Paulo G. A. Cunha, que passou a se
dedicar exclusivamente à Presidência
do Conselho de Administração, função
que acumulava desde 1998. Como
consolidação desse processo, a partir
de 1º de janeiro de 2007, o cargo de
Diretor Presidente da Ultrapar passou a
ser ocupado por Pedro Wongtschowski,
que assumiu a responsabilidade de
continuar conduzindo os negócios da
Ultrapar com crescimento sustentável.
Esse movimento também representou
um importante passo na renovação da
diretoria executiva da companhia, com a
nomeação de João Benjamin Parolin
como Diretor Superintendente da Oxiteno
e Diretor da Ultrapar. Parolin está na
companhia há 25 anos e exercia a
função de Diretor Comercial na Oxiteno.
O processo de renovação da Diretoria
da Ultrapar se iniciou em 2005 quando,
à época, foi realizada a sucessão do
comando da Ultragaz e indicado um
novo Diretor Superintendente para a
Ultracargo. A renovação completou-
se em fevereiro de 2007, com a
nomeação de André Covre para a
Diretoria Financeira e de Relações com
Investidores. Neste processo, seguiu-
se a política de mesclar experiências
dos executivos desenvolvidos em
casa com o talento de executivos
recrutados no mercado. O incentivo a
esse modelo visa trazer perspectivas
de carreira aos valores internos e, ao
mesmo tempo, trazer para a companhia
pessoas com idéias oriundas de visões
externas, proporcionando inovação
continuada, mas com estabilidade e
segurança, sem ruptura de conceitos
A Ultrapar foi escolhida para integrar o Índice de
Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa,
composto por ações de empresas com reconhecido
comprometimento com a responsabilidade
social e a sustentabilidade empresarial.
Filosofia dos negócios
Governança corporativa
30
a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico (Organisation for Economic Cooperation and Development – OECD),
com a cooperação do International Finance Corporation (IFC) e da Bovespa.
Como reconhecimento do mercado
pela qualidade de sua governança
corporativa, a Ultrapar foi eleita a Melhor
Empresa em Governança Corporativa no
Segmento de Petróleo, Gás e Utilidades,
pelo ranking promovido pela MZ Consult
– IR Global Rankings. Adicionalmente,
a Ultrapar foi qualifi cada para
integrar a carteira de ações do Índice
de Sustentabilidade Empresarial
– ISE da Bovespa, desenvolvido em
conjunto com várias instituições – FGV,
ABRAPP, ANBID, APIMEC, IBGC, IFC,
Instituto ETHOS e Ministério do Meio
Ambiente. O ISE tem por objetivo
refl etir o retorno de uma carteira
composta por ações de empresas
com reconhecido comprometimento
com a responsabilidade social e a
sustentabilidade empresarial. Para
integrar o ISE, as empresas são
avaliadas sob aspectos de governança
corporativa, econômico-fi nanceiros, de
responsabilidade sócio-ambiental e
outros aspectos gerais da empresa.
Tag along e outros benefícios
Desde a abertura de capital, em 1999, a
Ultrapar busca aprimorar continuamente
sua governança corporativa. Em 2000,
a companhia concedeu a todos os
acionistas o direito de Tag Along, avanço
que garante tratamento eqüitativo em
caso de alienação do controle acionário.
Para o mercado, esse mesmo direito
só se tornou obrigatório ao fi nal de
2001, com a aprovação da nova Lei
das Sociedades Anônimas – ainda
assim, com a limitação de 80% do valor
da oferta apenas aos detentores de
ações com direito a voto. Mais amplo,
o Tag Along na Ultrapar, garante
100% do valor da oferta a todas as
classes de ações, sem distinção.
Em 2002, o Grupo valorizou os acionistas
preferencialistas estendendo a eles
o direito de eleger um representante
para o Conselho de Administração.
Essa foi a forma encontrada para
destacar o papel desses acionistas
na agregação de valor à Companhia.
No mesmo ano, antecipando-se às
orientações da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), promoveu o rodízio
de auditores independentes.
Seguindo os princípios de alinhamento
e comprometimento com os interesses
dos acionistas, em 2001 implantou-se em
todas as unidades de negócio o sistema
de mensuração de rentabilidade pelo
EVA�, métrica à qual está vinculada a
remuneração variável dos executivos.
Código de ética
O Código de Ética da Ultrapar passou a
existir formalmente em 2004, refl etindo
práticas de comportamento já existentes
na companhia. A obrigação de aderir ao
Código era apenas para a Diretoria, que
se comprometia com a disseminação
e o cumprimento do Código. Apesar
de amplamente disseminado, em
2006, visando melhorar o trabalho
de disseminação do Código de Ética,
e diretrizes de uma empresa que
atua há 70 anos no mercado.
Os principais executivos de hoje
apresentam a média de 20 anos
de experiência nos ramos em que
atuam. O organograma da alta
administração é simples, garantindo
a agilidade nas decisões.
Reforçando suas práticas de
transparência na divulgação de
informações ao mercado, a Ultrapar
está presente no Nível 1 de Governança
Corporativa da Bolsa de Valores de
São Paulo (Bovespa) e no mercado
norte-americano por meio de ADR
(American Depositary Receipt) de
Nível 3, o que implica na adequação
das demonstrações fi nanceiras aos
princípios contábeis adotados nos
EUA (United States Generally Accepted Accounting Principles – US GAAP) e a
adoção das práticas de governança
corporativa exigidas pelos órgãos
reguladores do mercado de capitais
norte-americano. A Ultrapar avançou
signifi cativamente para a certifi cação da
efetividade de seus controles internos,
em atendimento às exigências da lei
Sarbanes-Oxley, com o desenvolvimento
de um trabalho conjunto intenso da
empresa e do Comitê de Auditoria.
A organização atua em prol do
desenvolvimento da governança
corporativa na América Latina
participando da Latin American Corporate Governance Roundtable’s Companies Circle. O grupo de estudos
é patrocinado pela Organização para
31Relatório Anual Ultrapar 2006
realizou-se um trabalho de adesão formal
ao código por todos os colaboradores da
companhia. Uma cartilha contendo uma
carta do presidente e o texto do Código
foi distribuída para todos os funcionários,
e cada gestor de área responsabilizou-
se por discutir o tema da Ética com sua
equipe ao apresentar o material.
A publicação cumpre diversos objetivos,
como o de limitar a subjetividade das
interpretações sobre princípios éticos
e o de formalizar e institucionalizar
uma referência para a conduta
profi ssional dos empregados,
incluindo a administração ética
de confl itos de interesse reais ou
aparentes e a obediência à lei de
defesa da concorrência, tornando-se
um padrão para os relacionamentos
interno e externo com os públicos
de interesse (acionistas, clientes,
empregados, sindicatos, parceiros,
fornecedores, prestadores de serviços,
concorrentes, sociedade, governo
e as comunidades onde atua).
Pretende, também, garantir que as
preocupações diárias com a efi ciência,
competitividade e lucratividade
incluam o comportamento ético.
Conselho de Administração
O Conselho de Administração é
responsável pela orientação geral
dos negócios, defi nindo os objetivos,
estratégias e diretrizes, bem como a
aprovação e a avaliação dos resultados
obtidos. Também delibera sobre a
eleição da Diretoria Executiva, aumentos
do capital social – até o limite do
capital autorizado –, distribuição de
dividendos e de juros sobre o capital
próprio, realização de investimentos e
nomeação de auditores independentes.
Compõe-se de sete membros, eleitos
por Assembléia Geral de Acionistas,
dos quais quatro são independentes,
e dois ex-diretores executivos. Um dos
conselheiros independentes desempenha
o papel de representante dos acionistas
preferencialistas. Os membros reúnem-se
a cada trimestre e, extraordinariamente,
sempre que convocados pelo
presidente ou por quaisquer dos
conselheiros. O quorum mínimo é de
três membros, um dos quais tem de
ser o presidente ou o vice-presidente
do Conselho. Durante o ano de 2006
foram realizadas 10 reuniões, das quais
Filosofia dos negócios
Governança corporativa
32
4 foram dedicadas exclusivamente a
assuntos estratégicos da companhia.
Diretoria Executiva
Composta por profi ssionais com
experiência signifi cativa nos ramos
de atuação da Ultrapar, a Diretoria
Executiva realiza a gestão integrada
dos negócios conforme as orientações
defi nidas pelo Conselho. São cinco
os membros: o diretor presidente,
o diretor fi nanceiro e de relações
com investidores e os diretores
superintendentes da Ultragaz, Oxiteno e
Ultracargo. Cada empresa controlada
possui uma estrutura de direção
própria e adequada ao seu setor.
A Ultrapar adota como fi losofi a
tornar os executivos acionistas da
Companhia. Para tanto, aplica um
programa de stock ownership, pelo
qual os contemplados têm usufruto
de ações preferenciais mantidas em
tesouraria e são benefi ciários de
todos os direitos a elas inerentes.
A propriedade fi ca retida pela
empresa por um período determinado
e, depois desse prazo, o executivo
recebe a titularidade das ações.
Conselho Fiscal
Em concordância com as regras
da legislação brasileira e da Lei
Sarbanes-Oxley, a Ultrapar possui
um Conselho Fiscal permanente,
subordinado aos acionistas, que
desempenha também o papel de
comitê de auditoria. Os membros são
altamente capacitados, com experiência
nas áreas fi nanceira, jurídica e de
auditoria, e têm responsabilidade
individual sobre o que atestam.
As reuniões ordinárias acontecem a
cada trimestre e, extraordinariamente,
sempre que necessário. Em 2006 o
Conselho Fiscal reuniu-se 13 vezes,
desenvolvendo um trabalho intenso
em conjunto com a Auditoria Interna
da Ultrapar, supervisionando o
trabalho de certifi cação de controles
da Lei Sarbanes-Oxley. Possui cinco
membros: um representante dos
acionistas minoritários, um representante
dos acionistas preferencialistas e
três representantes dos acionistas
controladores. Eles são eleitos em
Assembléia Geral dos Acionistas e
possuem mandatos anuais renováveis.
Capital votante / Capital total
Ações Ações ordinárias % preferenciais % Total %
Ultra S.A. 32.646.696 66% 0 0% 32.646.696 40%
Outros 15.014.462 30% 2.482.161 8% 17.496.623 22%
Mercado 1.768.739 4% 29.413.351 92% 31.182.090 38%
Total 49.429.897 100% 31.895.512 100% 81.325.409 100%
Composição Acionária
33Relatório Anual Ultrapar 2006
Adminstradores
Conselho de Administração
Diretor
Paulo Guilherme Aguiar Cunha
Vice-presidente
Lucio de Castro Andrade Filho
Conselheiros
Ana Maria Levy Villela Igel
Nildemar Secches
Olavo Egydio Monteiro de Carvalho
Paulo Vieira Belotti
Renato Ochman
Conselho Fiscal
Presidente
Flavio César Maia Luz
Conselheiros
John Michael Streithorst
Mário Probst
Raul Murgel Braga
Wolfgang Eberhard Rohrbach
Diretoria Executiva - Ultrapar
Diretor Presidente
Pedro Wongtschowski
Diretor Financeiro e de
Relações com Investidores
André Covre
Diretor Superintendente da Ultragaz
Pedro Jorge Filho
Diretor Superintendente da Oxiteno
João Benjamin Parolin
Diretor Superintendente da Ultracargo
Eduardo de Toledo
Diretoria Executiva – Ultragaz
Diretor Superintendente da Ultragaz
Pedro Jorge Filho
Diretora de Administração e Controle
Cynthia May Hobbs Pinho
Diretor de Operações
Wagner Dias do Patrocínio
Diretor de Relação Mercadológica
Oswaldo Francesconi Filho
Superintendente de Mercado
Paulo José Marques Soares
Superintendente de Mercado
Plínio Laerte Brás
Superintendente de Mercado
Leandro Del Corona
Diretoria Executiva – Oxiteno
Diretor Superintendente
João Benjamin Parolin
Diretor de Administração e Controle
Américo Genzini Filho
Diretor Industrial
Flávio do Couto Bezerra Cavalcanti
Diretoria Executiva – Ultracargo
Diretor Superintendente
Eduardo de Toledo
Diretor de Mercado
Ricardo Isaac Catran
Diretoria Financeira
Diretor Financeiro e de
Relações com Investidores
André Covre
Diretor de Tesouraria e Informática
Marcello De Simone
Diretor de Controladoria
Roberto Kutschat
Filosofia dos negócios
Governança corporativa
35Relatório Anual Ultrapar 2006
A Ultrapar reafi rma a cada ano o
compromisso com os princípios de
gestão sustentável e transparência
no relacionamento com seus
públicos, construindo uma cadeia
de valor. Certifi cações ambientais e
de qualidade, preocupação com a
saúde e o desenvolvimento pessoal
dos colaboradores e exigência do
cumprimento de práticas semelhantes
por parte de seus fornecedores
constituem alguns pilares dessa postura.
Relacionamento com
públicos estratégicos
A Companhia investe permanentemente
no desenvolvimento de produtos e
serviços confi áveis, que minimizem
os riscos aos usuários e do público
em geral, e toma todos os cuidados
para proteger o meio ambiente. Seu
Código de Ética é conhecido por todos
os funcionários – considerados o mais
precioso dos ativos intangíveis da
companhia – e norteia o relacionamento
da empresa com seus diversos
públicos de interesse: colaboradores,
acionistas, clientes, fornecedores,
revendedores, parceiros e sociedade.
Nas páginas a seguir, descrevemos
as principais ações e diretrizes que
orientam o relacionamento da Ultrapar
com os públicos de interesse.
Público interno
Os negócios da Ultrapar constituem
exemplos de boas práticas nos cuidados
com o ambiente de trabalho. A Oxiteno,
por exemplo, foi a primeira empresa
química brasileira a se enquadrar
na norma SA 8000, desenvolvida
pela SAI (Social Accountability International) e supervisionada por
um conselho internacional que reúne
empresários, organizações não-
governamentais e entidades sindicais.
Relacionamento com públicos estratégicos
Filosofia dos negócios
Relacionamento com públicos estratégicos
O relacionamento da Ultrapar com seus públicos
de interesse é pautado em princípios éticos,
com vista ao benefício mútuo e que resulta no
crescimento sustentável dos negócios.
36
Esta certifi cação atesta a busca pela
qualidade total no relacionamento
com funcionários e fornecedores,
em aspectos como a garantia de
inexistência de trabalho infantil,
trabalho forçado e discriminação,
e preza as melhores condições em
relação à saúde e segurança, à
liberdade de associação e direito a
acordos coletivos, práticas disciplinares,
horas de trabalho, compensação e
sistemas de gestão. A Companhia
também passou a agir como agente
multiplicador, por meio do incentivo
a seus parceiros para incorporarem
a norma ao seu sistema de gestão.
Os colaboradores das empresas
controladas contam com benefícios
que extrapolam a legislação.
A remuneração variável constitui
importante instrumento para a
conquista de níveis crescentes de
efi ciência e alinhamento de interesse,
associada ao cumprimento de
indicadores de performance defi nidos
nas metas anuais do Balanced ScoreCard (BSC�) e medidas pelo
Economic Value Added (EVA�).
Por sua vez, o Ultraprev, plano de
previdência privada mantido para
todos os funcionários, visa propiciar
uma complementação de renda
na aposentadoria. Em 2006, a
Companhia contribuiu com R$ 3,4
milhões na formação dos recursos,
e os participantes, com outros
R$ 6,6 milhões. No encerramento do
exercício, as reservas técnicas da
entidade, constituídas pelo patrimônio
líquido e reservas de contingência,
somavam cerca de R$ 98 milhões.
Acionistas
A Ultrapar pauta-se por uma relação
transparente e interativa com os
investidores e acionistas, sempre
buscando a acuidade e precisão das
informações divulgadas. Em 2006,
foram realizadas aproximadamente 170
reuniões com instituições do mercado de
capitais, tanto no Brasil como no exterior.
No início de 2007, o site de Relações
com Investidores da Ultrapar foi eleito
o Melhor Website de RI na categoria
Small/Mid Caps pelo IR Global Rankings
2007, promovido pela MZ Consult.
Clientes
A Ultrapar pauta-se pelo respeito
ao cliente, com o fornecimento de
produtos de qualidade e a garantia do
uso das normas sociais e ambientais
mais elevadas. A busca incessante da
melhoria das condições operacionais e
do atendimento das necessidades dos
clientes se expressa pelo relacionamento
de parceria entre a empresa e seus
clientes para busca de soluções
específi cas para cada cliente.
Um Centro de Tecnologia mantido
pela Oxiteno, localizado na unidade
de Mauá (SP), oferece suporte técnico
a clientes, com vários laboratórios
e plantas-piloto que dispõem de
avançada instrumentação analítica
para desenvolver produtos e aplicações
especiais. Os recentes desenvolvimentos
dos catalisadores LTS-OX e HTS-OX,
aprovados em testes na Refi naria
Duque de Caxias, da Petrobras, e
outras especialidades criadas para as
áreas de cosméticos, agroquímicos e
detergentes, entre outros, constituem
exemplos dessas parcerias.
37Relatório Anual Ultrapar 2006
A Ultracargo investe cada vez mais
nas operações in house, nas quais
entra na “casa do cliente” e se
responsabiliza pela logística interna
de partes de seus processos, como
o transporte e o recebimento de
matérias-primas e parte do processo de
alimentação dos sistemas de produção,
embalagem fi nal, movimentação
interna, controle de estoque, etc.
A Ultragaz atende cerca de 10 milhões de
famílias no segmento domiciliar. A venda
para o comércio e empresas é o serviço
chamado Ultrasystem – que prevê um
tanque estacionário com abastecimento
controlado remotamente pela Ultragaz
– também constituiu um exemplo do
desenvolvimento dos melhores serviços
para o cliente e de parceria que
envolve confi abilidade e segurança.
Fornecedores e parceiros
O relacionamento com os fornecedores
e revendedores (tratados como
parceiros de negócios) norteia-se pela
sintonia ética, pelo comprometimento
com a preservação do meio ambiente
– é obrigatório manterem um plano
de gerenciamento de impactos
ambientais – e pela exigência de
não contratar menores de 16 anos,
exceto na condição de aprendizes.
Para serem contratados, os fornecedores
submetem-se a uma avaliação que inclui,
dentre outros fatores, a capacidade
de produção, a qualidade de seus
processos, produtos e serviços e o
pleno cumprimento da legislação.
As três unidades de negócios procuram
fortalecer o sentido de parceria por meio
do incentivo e do investimento direto no
desenvolvimento dos prestadores de
Filosofia dos negócios
Relacionamento com públicos estratégicos
38
O relacionamento com a rede de
revendedores da Ultragaz, a partir de
2006, passou a contar com a extensão
dos treinamentos da Academia
Ultragaz, antes destinados apenas
ao público interno. A Academia
Ultragaz visa identifi car, desenvolver,
disseminar e atualizar conceitos de
gestão modernos e relevantes para
a companhia e seus revendedores.
Os cursos são desenvolvidos
internamente e em parceria com
universidades e consultorias renomadas.
Essa iniciativa rendeu o prêmio
Marketing Best 2006, concedido pela
Escola de Administração de Empresas
de São Paulo da Fundação Getúlio
Vargas. Além desse programa, as
revendas contam, desde 1998, com o
projeto SOMAR (Soluções de Marketing
Aplicadas à Revenda), dedicado à
melhoria da rentabilidade em toda
a cadeia, auxiliando na avaliação
dos procedimentos operacionais,
com vistas a ampliar a efi ciência.
serviços. Na Ultracargo, por exemplo, as
campanhas de segurança e treinamentos
de transporte e manuseio de produtos
perigosos estendem-se às terceirizadas
que lhe prestam serviço. A Oxiteno,
por sua vez, organiza um prêmio anual
para recompensar o bom desempenho
das transportadoras, com o objetivo
de assegurar a melhoria contínua dos
padrões de serviço a seus clientes fi nais.
39Relatório Anual Ultrapar 2006
contratados por empresas e parceiras
da Ultrapar e outros conquistaram
colocações em empresas da região,
logo após a formatura. Mais de 10
estão cursando faculdade. Cerca de 70
voluntários atuam no projeto a cada ano.
O Instituto Ultra desenvolve diversas
outras iniciativas relacionadas ao
Programa de Voluntariado. Em quatro
anos de existência, realizaram-se 26
campanhas de arrecadação e doação
de sangue, contabilizando quase
4.000 quilos de alimentos recolhidos
para doação, dentre outras ações.
Por meio de suas subsidiárias, a
Ultrapar procura promover iniciativas
principalmente nas regiões próximas
às suas unidades, onde pode identifi car
melhor as necessidades e os potenciais
do público local. A Oxiteno, por exemplo,
realiza o Programa Oxiteno de Incentivo
à Leitura e provê incentivos culturais com
o patrocínio de peças teatrais e de outras
atividades nas localidades onde atua.
Dentre as diversas ações da Ultragaz,
em 2006, destacam-se a continuidade
da parceria com a ONG Avisa Lá, que
desenvolve um projeto de formação
continuada de professores de Mauá
(SP) que benefi ciou 6.500 alunos de sete
escolas públicas; o Programa Cozinha
da Cidade, que qualifi cou 120 jovens
baianos para o mercado de trabalho;
o incentivo ao Coral Pequena Cidade
e o Programa Pequeno Cidadão, de
Ribeirão Preto (SP), que desde 1996
oferece educação complementar
para alunos da rede pública.
Sociedade
A atuação social da Ultrapar tem
como fi losofi a colaborar para o
aprimoramento e a disseminação da
educação, como forma de inclusão
social. Além de destinar recursos a
ações que impulsionam a melhoria da
qualidade de vida das comunidades,
a Companhia conta com a adesão
de seus funcionários em diversos
programas e campanhas que cumprem
a fi nalidade de melhorar a educação.
O principal projeto social é o Ultra
Formare, uma escola profi ssionalizante
e gratuita, instalada no edifício-sede,
em São Paulo, que prepara jovens
de baixa renda para atuarem como
auxiliares administrativos. Ela reproduz o
ambiente de trabalho para que os alunos
fundamentem, na prática, o aprendizado
teórico. Os jovens recebem um
certifi cado reconhecido pelo Ministério
da Educação e, durante o curso, têm
como benefícios: uma bolsa-estudo
mensal, de acordo com a freqüência
e as notas obtidas na escola regular;
vale-transporte, quando necessário;
alimentação no restaurante da
Companhia; seguro de vida; cesta básica
mensal; uniforme; material escolar; e
acesso a dentista e médico da Ultrapar.
Em 2006, a quinta turma de estudantes
selecionados em escolas públicas da
região da Bela Vista (capital paulista)
concluiu o curso, ministrado no período
da tarde por funcionários voluntários que,
assim como os alunos, passam por um
processo seletivo. Ao todo, 94 jovens se
formaram de 2002 a 2006 – oito foram
Filosofia dos negócios
Relacionamento com públicos estratégicos
41Relatório Anual Ultrapar 2006
Indicadores de desempenho social
2006
Valor (R$ mil)
1) Base de cálculo
Receita líquida (RL) 4.794.048
Resultado operacional (RO) 361.929
Folha de pagamento bruta (FPB) 264.320
Valor % sobre % sobre
(R$ mil) FPB RL
2) Indicadores sociais internos
Alimentação 33.916 12,8% 0,7%
Encargos sociais compulsórios 94.432 35,7% 2,0%
Previdência privada 3.337 1,3% 0,1%
Saúde 36.623 13,9% 0,8%
Segurança e medicina no trabalho 4.275 1,6% 0,1%
Educação 820 0,3% 0,0%
Capacitação e desenvolvimento profissional 4.507 1,7% 0,1%
Participação nos lucros ou resultados 37.507 14,2% 0,8%
Outros 11.536 4,4% 0,2%
Total - Indicadores sociais internos 226.953 85,9% 4,7%
Valor % sobre % sobre
(R$ mil) RO RL
3) Indicadores sociais externos
Educação 261 0,1% 0,0%
Cultura 435 0,1% 0,0%
Outros 6.824 1,9% 0,1%
Total das contribuições para a sociedade 7.520 2,1% 0,1%
Tributos (excluídos encargos sociais) 93.034 25,7% 1,9%
Total - Indicadores sociais externos 100.554 27,8% 2,0%
4) Indicadores ambientais
Relacionados com a operação da empresa 4.429 1,2% 0,1%
Total dos investimentos em meio ambiente 4.429 1,2% 0,1%
Filosofia dos negócios
Relacionamento com públicos estratégicos
43Relatório Anual Ultrapar 2006
A preocupação com o meio ambiente
faz parte do compromisso da Ultrapar
com o desenvolvimento sustentável
de seus negócios e da sociedade.
Filosofia dos negócios
Meio ambiente
A preocupação com o meio ambiente
faz parte do compromisso da Ultrapar
com o desenvolvimento sustentável de
seus negócios e da sociedade. Permeia
as operações das três controladas,
todas com gerenciamento de riscos
ambientais às comunidades próximas.
Esse cuidado traduz-se na manutenção
de instalações e operações em
conformidade com as determinações das
leis e regulamentos federais, estaduais e
municipais referentes à proteção do meio
ambiente, bem como com a adoção de
normas específi cas de controle ambiental
de padrão internacional. Cada empresa
conta com um conjunto de programas
para o controle e cumprimento dos
padrões de segurança e qualidade,
de acordo com seu segmento.
O Fator Azul Operacional Ultragaz
(FAO) estabelece as diretrizes de meio
ambiente, qualidade e segurança
operacional e abrange todas as
unidades espalhadas pelo país.
Em 2006, ocorreu a implantação de
novas estações de tratamento de
efl uentes (ETE) em 13 das 15 bases de
envase e, em 2007, as duas restantes
atingirão o mesmo padrão. Além de
aprimorar o controle de efl uentes
líquidos, as ETEs melhoram o sistema de
reuso de água nas cabines de pintura de
botijões, reduzindo a utilização de água
nesse processo. A empresa também
aplica o PARE – um programa interno
de prevenção de acidentes – e mantém
programas de reciclagem de lixo e de
conscientização dos riscos associados
ao uso do GLP nas comunidades.
Tanto a Oxiteno como a Ultracargo são
signatárias do Programa de Atuação
Responsável� da Associação Brasileira
da Indústria Química (Abiquim),
destinado às indústrias químicas e
Meio ambiente
44
suas parceiras. O programa apresenta
padrões quanto ao gerenciamento
de produtos, sua segurança e
interferências com o meio ambiente.
Os pólos petroquímicos nos quais
as duas empresas atuam contam
com planos de contingência, com a
participação de todas as empresas
instaladas. Brigadas especialmente
treinadas, sistemas de alarmes
interconectados e preparação de
líderes das comunidades próximas para
situações de emergência constituem
alguns dos dispositivos previstos.
Na Oxiteno, a Administração Central, as
unidades industriais de Camaçari, Mauá,
Tremembé e Triunfo possuem certifi cação
ISO 14001. O programa SIGO (Sistema
Integrado de Gestão da Oxiteno) prevê
que os novos produtos e projetos sejam
compatíveis com os padrões de saúde,
segurança, meio ambiente, qualidade e
responsabilidade social da empresa.
A adoção da metodologia Seis Sigma
gerou o desenvolvimento de programas
de redução de consumo de água e
produção de resíduos, entre outros.
As unidades Camaçari e Mauá dispõem
de programas de co-geração de
energia por meio do aproveitamento do
vapor gerado no processo produtivo.
A unidade de Camaçari vende o gás
carbônico (CO2) gerado durante o
processo de produção do óxido de
eteno, captando o CO2 diretamente
por uma tubulação interligada à torre
do óxido e o conduzindo por 40 km,
até o local onde é injetado dentro
de poços de petróleo, para facilitar
a extração. Esta operação reduziu
a emissão de gases que causam o
efeito estufa. Em média, são 36.500
toneladas/ano de gás carbônico
que deixam de ser lançadas no ar.
A Oxiteno estende sua política de gestão
de meio ambiente ao desenvolvimento
de produtos. Uma recente conquista foi
o ECOX, um fl uido usado na perfuração
de poços de petróleo, isento do sal
cloreto de sódio, o que reduz os
impactos ao meio ambiente, já que os
45Relatório Anual Ultrapar 2006
fl uídos que utilizam sal comprometem a
fertilidade do solo ao redor dos poços
de perfuração. A Petrobras realizou,
em 2006, testes de perfuração em
cinco poços do Nordeste utilizando o
novo fl uido e constatou que todas as
funções cruciais do fl uido de perfuração
foram mantidas ou superadas.
Por sua vez, a Ultracargo adota vários
programas para garantir a segurança
nas operações de produtos químicos
e perigosos sob sua responsabilidade.
Dispõe de uma equipe de técnicos
de segurança e meio ambiente
especialmente treinada para atender
a qualquer situação, dentro ou fora
dos terminais e fi liais, e de uma equipe
de emergência adequadamente
equipada e treinada para ocorrências
no transporte ou armazenagem
dos produtos. Conta, também, com
veículo de emergência especial para
acidentes ou problemas nas estradas.
A Empresa foi a primeira a conquistar a
certifi cação pelo Sistema de Avaliação
de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e
Qualidade (SASSMAQ) da Abiquim, em
2001. Recertifi cou-se, pela terceira vez, em
2006. A unidade de Paulínia possui a ISO
14001, e Aratu encontra-se em processo
de certifi cação. O Terminal de Santos foi
construído de forma a se enquadrar em
todos os requisitos máximos das normas
de segurança e meio ambiente, com
nível mínimo de emissões atmosféricas.
Nos terminais, a Ultracargo constitui
referência nacional, com apenas um
acidente com afastamento em 2005
e 2006. Nesses locais, adotam-se
procedimentos para detectar e dissuadir
atos terroristas, em consonância com as
normas do International Ship and Port Facility Security Code (ISPS Code, ou
Código Internacional para a Proteção
de Navios e Instalações Portuárias).
Trata-se de um protocolo de cooperação
internacional que envolve os setores
naval e portuário e os governos
nacionais, criado após os ataques
de 11 de setembro. Um software com
um banco de dados do RH controla
todos os acessos aos terminais.
Filosofia dos negócios
Meio ambiente
46
Reconhecimentos, prêmios e certificações
Os prêmios e certificados recebidos pela
Ultrapar consolidam a posição de destaque
de suas empresas, que prestam serviços de
qualidade com foco nos seus clientes.
47Relatório Anual Ultrapar 2006
Filosofia dos negócios
Reconhecimentos, prêmios e certificações
Ultrapar
Certifi cações e adesões
Prêmio MZ Consult IR Global Rankings
Melhor Empresa no Segmento de
Petróleo, Gás e Utilidades (2006)
Nível 1 de Governança
Corporativa da Bovespa
ITAG
Índice de Ações com Tag Along Diferenciado
IGC
Índice de Ações com Governança
Corporativa Diferenciada
ISE
Índice de Sustentabilidade
Empresarial da Bovespa
Ultragaz
Certifi cações
ISO 9001 (2000, em todas as bases)
Reconhecimentos e prêmios
Top of Mind para a Brasilgas,
na Bahia, pela 8º vez
Top of Mind em Santos,
SP, pela 2º vez (2006)
Marketing Best 2006, pela
FGV SP
PPQG
Prêmio Paulista da Qualidade da
Gestão - medalha de bronze (2006)
Prêmio Padrão de Qualidade
em Business-to-Business na
categoria Serviços Públicos
da revista B2B Magazine
Oxiteno
Certifi cações
SSMA
Abiquim - Programa de Atuação Responsável�
ISO 9001
ISO 14001
ISO/TS 16949
ISO/TS 16949
SA 8000
Selo IRAM-AITA
(Instituto Argentino de Normalizacion e
Associacion de Ingenieros y Técnicos Del
Automotor), referente aos fl uidos de freios.
Atestado de produto aeronáutico
aprovado pelo Centro Técnico
Aeroespacial (CTA)
Kosher Certifi cate
Reconhecimentos e prêmios
Prêmio Pólo de Saúde, Segurança
e Meio Ambiente Camaçari
5 estrelas pela segunda vez (2005 e 2006)
Paint & Pintura
Melhor fornecedor de Solventes
Oxigenados (2001, 2004 e 2006)
Prêmio Abiquim de Exportação,
na categoria Clube dos
Grandes Exportadores.
Prêmio Abiquim de Tecnologia
Menção honrosa para o ECOX -
Fluido de Perfuração Ecológico.
Ultracargo
Certifi cações
ISO 9001
SASSMAQ Abiquim
Sistema de Avaliação de Segurança,
Saúde, Meio Ambiente e Qualidade
ISO 14001
unidade de Paulínia
Reconhecimentos e prêmios
DowGol 2006
Excelência no transporte a granel e honra
ao mérito pelos serviços de armazenagem
Prêmio COFIC
Comitê de Fomento Industrial de Camaçari -
1º lugar no Prêmio anual de segurança (2006)
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
51Relatório Anual Ultrapar 2006
Em 2006, a Ultragaz apresentou um forte
crescimento, com perspectivas positivas
para o próximo ano. A implantação
de um importante programa de
aprimoramento da sua estrutura de
distribuição no segmento domiciliar foi
decisiva para esse crescimento, que foi
potencializado por um ambiente mais
favorável no mercado brasileiro de GLP,
principalmente em função da melhoria
de renda da população, com acesso
aos programas sociais do Governo.
No segmento granel, as incertezas
relacionadas ao abastecimento do
gás natural proveniente da Bolívia
resultaram em maior confi abilidade do
GLP nos setores comercial e industrial.
O EBITDA alcançou R$ 281 milhões
superando em 44% o de 2005. A receita
líquida totalizou R$ 3.067 milhões em
2006, registrando aumento de 6%
em relação 2005. A recuperação da
rentabilidade também se expressa
em EBITDA/tonelada, que atingiu
R$ 182 em 2006, evolução de 43%
quando comparada a 2005.
O volume total de vendas foi de
1,5 milhões de toneladas em 2006, um
crescimento de 1% em relação ao ano
anterior, em linha com o desempenho
do mercado brasileiro de GLP.
O aumento no volume concentrou-se
no segmento domiciliar, infl uenciado
pelo aumento do poder aquisitivo da
população de mais baixa renda. Prova
disso é o maior aumento no volume
de vendas nas regiões Nordeste
e Centro-Oeste, que contam com
grande número de famílias incluídas
Com cerca de 10 milhões de lares e
mais de 30 mil empresas atendidos,
a Ultragaz é líder em distribuição de
GLP no mercado nacional.
Visão geral das operações
Ultragaz
Ultragaz
52
em programas sociais. O segmento
granel permaneceu estável em 2006.
Programa da revisão da
estrutura de distribuição
A Ultragaz passou por um importante
processo de expansão após a
desregulamentação do mercado
de GLP na década de 90, iniciando
operações em novas regiões, até
atingir, após a aquisição da Shell Gás
em outubro de 2003, o patamar atual
de escala. Tendo consolidado esse
novo patamar de escala, intensifi cou-se
um processo interno de otimização de
ativos e redução de custos, pautado
na busca constante de excelência
operacional, característica essencial
da companhia. Esse processo culminou
em um programa de aprimoramento
da sua estrutura de distribuição, que
consiste em um conjunto de iniciativas
voltadas à otimização do sistema de
distribuição e melhor aproveitamento dos
ativos operacionais. O resultado será um
sistema diferenciado de gerenciamento
de canais de vendas, gerando ganhos
importantes no EBITDA da companhia.
As iniciativas voltadas ao gerenciamento
dos canais de venda baseiam-se na
implantação de um sistema para
avaliação e análise de oportunidades
de melhoria de canais de vendas
para todos os mercados. O sistema
otimiza não apenas as vendas diretas
ao consumidor, mas também aos
revendedores, de forma a identifi car
oportunidades de otimização a todos
os canais de vendas existentes e
maximizar os resultados tanto da
companhia como de seus revendedores.
Esse gerenciamento diferenciado dos
canais de vendas promoveu alterações
na infra-estrutura logística, otimizando
os custos totais ao longo da cadeia
de suprimentos. Procedeu-se a uma
otimização da estrutura de produção,
adequando as bases de engarrafamento
à nova realidade de mercado. Por fi m,
buscando ganhar escala, realizou-se
um estudo de benchmarking, para a
contratação de fretes, o que também
produziu resultados importantes de
economia para a companhia.
Inovação e pioneirismo
Ao longo de 2006 foram promovidos
diversos projetos que demonstram
a essência inovadora da Ultragaz e
seu pioneirismo na implementação
de soluções tecnológicas que
agregam valor à sua operação.
Uma das mais destacadas foi a
unifi cação dos call centers em uma
Central Nacional de Atendimento do
54
0800, em Salvador, com funcionamento
24 horas, para realizar os cerca
de 13 mil atendimentos diários.
Paralelamente, a Ultragaz fez parte do
primeiro grupo de empresas brasileiras
a adotar a Nota Fiscal Eletrônica
(NF-e). A adoção da NF-e em diversos
Estados, proporcionará redução de
custos e de trabalhos operacionais.
Além dos ganhos operacionais e
fi nanceiros, a implantação da
NF-e na Ultragaz rendeu-lhe o Prêmio
Padrão de Qualidade em Business-to-Business na categoria Serviços
Públicos da revista B2B Magazine.
A versatilidade das formas de
pagamento passa por constante
inovação. Em 2006, houve a introdução
do cartão-convênio de vale gás – o
Vale Ultragaz – para funcionários de
empresas, com desconto em folha de
pagamento, aplicado inicialmente no
mercado de Duque de Caxias (RJ).
O Vale Ultragaz, comercializado por
grandes redes de varejo em diversos
pontos do país, expandiu-se para
cooperativas de trabalhadores.
A Cooperativa Regional Alfa, por
exemplo – formada por mais de 15
mil famílias de 75 municípios de Santa
Catarina –, aderiu à distribuição do
Vale. O pagamento em casa com
cartão de débito e crédito, com entrega
com hora marcada, foi lançado na
zona oeste do Rio de Janeiro.
No segmento granel, merece
menção a expansão do sistema de
medição individual Conta-Única,
serviço desenvolvido pela Ultragaz e
introduzido em 2005 para condomínios
residenciais, com contas individualizadas
para cada unidade. Com pouco
mais de um ano de implantação, o
Conta Única cobre atualmente mais
de 700 condomínios residenciais,
representando aproximadamente
44 mil unidades autônomas.
A confi guração atual dos ativos perfaz
15 bases de envase, 21 bases de
armazenamento, 84 lojas próprias,
4.000 revendas e mais de 1.500 veículos-
estrutura que processa a comercialização
de cerca de 7 milhões de botijões/mês.
Qualidade
O ano de 2006 marcou a trajetória
da Ultragaz na busca da excelência,
visando se tornar uma empresa de
Classe Mundial e padrão internacional
em GLP. Em janeiro, a Empresa fi rmou
acordo para a criação da Aliança
Mundial de Tecnologia e Inovação em
GLP, em parceria com as empresas
55Relatório Anual Ultrapar 2006
líderes de mercado da Turquia e
da Austrália. Criou-se um Comitê de
Tecnologia para tratar dos projetos
relacionados à Aliança. A Ultragaz já
integra a World LP Gas Association e a
Associação Ibero-Americana de GLP.
Participando pela primeira vez do Prêmio
Paulista da Qualidade em Gestão
(PPQG), a unidade de Mauá (SP) foi
medalha de bronze na competição.
O prêmio é uma espécie de preparatória
para o Prêmio Nacional da Qualidade
(PNQ), concedido pela Fundação
Nacional da Qualidade a empresas
de Classe Mundial. A unidade de
Mauá aperfeiçoa processos nas
áreas de segurança, tecnologia e
gestão da qualidade, entre outros,
para criar um modelo a ser replicado
pelas demais bases da companhia.
Outras premiações importantes do ano
foram os prêmios Top of Mind para
a Ultragaz e Brasilgás (subsidiária
da Ultragaz na Bahia) em diversas
localidades, incluindo a Bahia, pela
oitava vez seguida e Santos (SP), pelo
segundo ano consecutivo. O Prêmio
Marketing Best 2006 foi concedido
pela Fundação Getúlio Vargas de São
Paulo à Ultragaz pela implantação
do Academia Ultragaz Revenda.
Mapa de localização das unidades da Ultragaz
Visão geral das operações
Ultragaz
57Relatório Anual Ultrapar 2006
Oxiteno
Historicamente responsável por 50%
do EBITDA da Ultrapar, a Oxiteno
teve seus resultados de 2006
fortemente pressionados por variáveis
macroeconômicas desfavoráveis, dada
a permanência do cenário imposto
a partir de 2005, caracterizado pelo
elevado preço do petróleo, pela
valorização do Real e pelo crescimento
modesto da economia brasileira.
Para contrapor-se a tal cenário, a
Oxiteno desenvolveu um conjunto de
iniciativas estratégicas para a retomada
do crescimento sustentável, que mostrou
efeitos no resultado da companhia já
a partir do segundo semestre. Para
endereçar a recuperação de resultados
no curto prazo, foram implementadas
iniciativas comerciais que visavam
intensifi car a venda de produtos de
maior valor agregado, com a aceleração
da introdução de novos produtos
principalmente em segmentos de forte
crescimento no mercado interno.
Como resultado dessas iniciativas,
a Oxiteno apresentou vendas com
melhor composição geográfi ca e de
produtos, com maior proporção de
especialidades químicas e vendas no
mercado doméstico. O volume vendido
totalizou 525 mil toneladas, com um
crescimento de 6% no mercado interno,
mais de duas vezes superior à expansão
da economia brasileira. O volume de
vendas da Canamex apresentou um
aumento de 49%, o que, em adição às
iniciativas comerciais da companhia,
colaborou para o aumento de 13% do
volume de especialidades químicas.
O EBITDA da Oxiteno atingiu R$ 192
milhões em 2006, que apesar de ser 36%
inferior ao ano anterior, caminhou em
trajetória positiva ao longo do ano, com
retomada do crescimento em relação ao
ano anterior a partir do último trimestre.
Visão geral das operações
Oxiteno
A busca do crescimento por escala e
diferenciação tecnológica levou a companhia
a um plano de investimentos de US$ 320
milhões na ampliação da capacidade de
óxido de eteno e especialidades químicas.
58
Foi estabelecido a partir de agosto de
2006 um novo contrato de fornecimento
de eteno com a Braskem, garantindo
o fornecimento para os próximos 15
anos, e ampliando a disponibilidade
de eteno em 68 mil toneladas por ano
para a planta da Oxiteno em Camaçari
(BA) a partir de 2009, das quais 13 mil
toneladas já serão adicionadas em
2007. O novo contrato, juntamente com
um aumento no fornecimento de eteno
para a planta localizada em Mauá
(SP), permitirá a expansão de 40% na
capacidade produtiva de óxido de eteno.
Crescimento
Para endereçar o crescimento sustentável
nos próximos anos, além de reforçar
suas vantagens competitivas no mercado
de óxido de eteno, a Oxiteno possui
um plano de investimentos de US$ 320
milhões em implantação que contempla:
a construção da primeira planta de
álcoois graxos na América Latina
expansão da capacidade de
produção de óxido de eteno
expansão da capacidade de produção
de especialidades químicas
•
•
•
Prevê-se o acréscimo de 90 mil toneladas
de óxido de eteno em Camaçari, com
partida em 2009, e de 38 mil toneladas
em Mauá, com partida em 2008, que
suportará o crescimento de demanda
do mercado interno nos próximos anos.
Outro investimento de porte ocorre
na área de produtos correlatos: a
construção, em Camaçari, de sua
primeira planta de álcoois graxos,
com investimento de US$ 120 milhões,
para a produção de 100 mil toneladas/
ano. A planta tem escala mundial e
contará com o uso de matérias-primas
de fontes renováveis – óleo vegetal
de palmiste e coco. Hoje, a Oxiteno
é a maior consumidora de álcoois
graxos do país, que reage o produto
com o óxido de eteno para produzir
especialidades químicas principalmente
para os mercados de cosméticos,
detergentes, têxtil e agroquímicos.
Com a nova fábrica, a Oxiteno equipara-
se às cinco maiores empresas mundiais
que produzem álcoois graxos – Sasol,
Shell, Cognis, KAO e P&G –, nenhuma
com plantas na América Latina,
atualmente suprida por importações.
O início das operações da planta
de álcoois graxos, no segundo
semestre de 2007, e as ampliações
de capacidade de especialidades
químicas produzirão aumento de
volume de vendas a partir de 2008.
Atuação internacional
Em sintonia com as últimas tendências
mundiais, a Oxiteno acompanha o
movimento das indústrias químicas.
Mapa de localização das unidades da Oxiteno
60
As empresas vêm se concentrando
em menor número de negócios
afi ns, aumentando a especialização.
Esse também é o processo de
crescimento escolhido pela Oxiteno:
avançar para geografi as novas, em
produtos e mercados similares ou
complementares aos já dominados
pela empresa, levando sua tecnologia
e relacionamento com clientes para
gerar valor à nova operação.
Para viabilizar a expansão internacional,
há um trabalho regular de identifi cação
de oportunidades estratégicas para
alavancar o crescimento da companhia e
posicioná-la como uma produtora global
de especialidades químicas. Nessa linha,
o processo de internacionalização teve
início no fi nal de 2003 com a aquisição
da Canamex, no México, onde foi
possível demonstrar a portabilidade do
modelo de gestão e do conhecimento
de mercado diferenciados da Oxiteno.
O EBITDA da Canamex em 2006 foi
mais que o dobro do EBITDA de 2004.
Ao longo da gestão da Oxiteno, foram
introduzidos novos produtos no mercado
mexicano, possibilitando a entrada em
dois novos segmentos – agroquímico
e de petróleo – e o aumento de
vendas para os mercados já servidos
anteriormente pela Canamex. Clientes
globais da Oxiteno no Brasil passaram a
ser atendidos pela Canamex no México,
baseados na tecnologia de produtos
e prestação de serviços diferenciadas
da Oxiteno. Hoje, o sistema de
desenvolvimento de novos produtos
e o banco de dados tecnológico da
Oxiteno no Brasil e de sua subsidiária
mexicana é completamente integrado,
permitindo a coordenação entre os
centros de P&D nas duas localidades.
Uma segunda linha de atuação teve
início em 2006, com o projeto de abertura
de escritórios comerciais no exterior.
O primeiro escritório comercial da
Oxiteno fora do Brasil foi inaugurado na
Argentina. O crescimento do mercado
argentino e o aumento da demanda de
seus clientes constituem os principais
motivos da instalação neste país.
Em 2007 e 2008, escritórios comerciais
deverão ser abertos na Europa, nos
Estados Unidos e na Ásia. Além de
ampliar a presença da Oxiteno nesses
mercados – o que facilita os movimentos
de exportação existentes, principalmente
de produtos de maior valor agregado
–, as representações permitem a
prospecção de oportunidades mais
amplas de negócios e aquisições.
Inovação para a sustentabilidade
Para o longo prazo, a Oxiteno desenha
seu futuro procurando garantir o acesso
à matéria-prima a custos competitivos.
Uma iniciativa nesse sentido é o
desenvolvimento, com a Petrobras,
do projeto Comperj – futuro pólo
petroquímico brasileiro em Itaboraí (RJ).
O projeto foi idealizado pela Oxiteno, em
2002, apresentado à Petrobras, e traz a
concepção inovadora do uso de petróleo
pesado como matéria-prima para
insumos petroquímicos básicos. Em outra
frente, a empresa investe fortemente
em pesquisa e desenvolvimento de
fontes renováveis de matérias-primas
– a chamada química verde. A primeira
iniciativa já está sendo materializada,
através da planta de álcoois
graxos. Em 2006, a Oxiteno avançou
signifi cativamente nas análises de
61Relatório Anual Ultrapar 2006
viabilidade da utilização de etanol para
a obtenção de solventes oxigenados e
glicóis. Adicionalmente, a Oxiteno lançou,
em caráter pioneiro, uma chamada de
projetos de pesquisa em química verde
em aliança com a FAPESP e o BNDES.
Um programa de nanotecnologia, que
abrange áreas como catalisadores,
agroquímicos e nanocompósitos de
termoplásticos, também se encontra em
andamento na unidade de P&D de Mauá
(SP). Renomadas universidades como
Unicamp, UFSCar, UFCG e UFRJ fazem
parceria com a empresa nesse projeto.
Cerca de 10% dos funcionários
trabalham na área de pesquisa,
desenvolvimento e engenharia
– porcentagem signifi cativa em termos
internacionais e inexistente em outra
empresa química brasileira. Sempre
à frente em seus desenvolvimentos,
a empresa possui um Conselho de
Científi co e Tecnológico que congrega
os maiores especialistas internacionais
na área de tensoativos. Eles se reúnem
anualmente, para avaliar as tendências
do mercado, e desenvolvem projetos
e pesquisas de forma eletrônica.
Na última reunião, ocorrida em outubro
de 2006, os especialistas apontaram
oportunidades de crescimento em
tensoativos e oleoquímicos – que
engloba os álcoois graxos.
Visão geral das operações
Oxiteno
63Relatório Anual Ultrapar 2006
Ultracargo
Fundada em 1966, a Ultracargo
completou, em 2006, 40 anos de
atividades, defi nindo um novo
posicionamento estratégico que irá
orientar o crescimento da companhia ao
longo dos próximos anos. O resultado
desta reestruturação foi a defi nição de
ampliar seu escopo de serviços para
outros segmentos que não apenas
químicos e combustíveis, ampliando
também as opções de modais de
transporte, disponibilizando serviços
diferenciados. Optou-se, inclusive,
pela descontinuidade de operações,
em alguns casos, o que acarretou
momentânea redução de receitas,
além de impactos com despesas
extraordinárias. Paralelamente,
trabalhou-se na consolidação das
novas operações, em particular o
Terminal Intermodal de Santos – TIS.
Em termos operacionais, a armazenagem
média da Ultracargo no segmento de
líquidos e gasosos foi de 240 mil metros
cúbicos, 8% maior que em 2005.
O resultado decorre da consolidação
das novas operações, principalmente no
TIS e no Terminal Intermodal de Montes
Claros (TIM). O Terminal de Montes
Claros, por exemplo, bateu recorde com
a movimentação de 21 milhões de litros
de combustíveis, em outubro de 2006
– foram 309 vagões descarregados
e 1.213 caminhões carregados.
O crescimento constante dessa operação
consolida a Ultracargo na logística
integrada de combustíveis. As operações
do TIS apresentaram um crescimento
gradual e signifi cativo, capitaneado
principalmente pelo crescimento das
operações de exportação de álcool,
principal produto movimentado
nesse terminal. As operações de
produtos químicos atingiram a
Visão geral das operações
Ultracargo
Com a maturação dos investimentos e o novo
posicionamento estratégico, novas oportunidades de
negócio proporcionarão crescimento de resultados.
64
plena ocupação da capacidade
no segundo semestre de 2006.
A quilometragem rodada durante o
ano apresentou decréscimo de 19%,
com 43 milhões de quilômetros. Tal
redução foi fruto da decisão de reduzir a
operação em determinados segmentos.
O EBITDA e a receita líquida da
Ultracargo totalizaram R$ 38 milhões e
R$ 226 milhões, respectivamente, valores
inferiores aos reportados em 2005.
Apesar do crescimento gradual das
operações no TIS, a Ultracargo incorreu
em custos e despesas extraordinárias
em função da descontinuidade de
algumas operações de transporte.
Novo posicionamento estratégico
A defi nição do novo posicionamento
estratégico da Ultracargo foi um caminho
natural na trajetória da empresa: o
início como empresa de transportes de
produtos químicos; a transição para
a introdução da armazenagem em
sua linha de serviços, que inclui ativos
estratégicos espalhados pelo país; e a
visão e o espírito inovador para gerar
valor para seus clientes, que levaram
a empresa a criar novas modalidades
de operações, aproveitando
seu arsenal de conhecimento
acumulado nas quatro décadas.
Pode-se dizer que a Ultracargo foi
desenvolvendo capacidade de gerir
sistemas cada vez mais complexos
– transporte, armazenagem, serviços
diferenciados de logística, até chegar à
gestão logística integrada. Esse tipo de
operação inclui, necessariamente, um
nível elevado de excelência na prestação
de serviços e boa dose de inovação
constante, para oferecer ao seu cliente
um serviço diferenciado e de valor.
A Ultracargo investiu de forma
determinada em três frentes, descritas
a seguir, para preparar-se para
um novo ciclo de crescimento:
Estrutura fi xa – desde 2004, realizou
investimentos na construção de novos
terminais intermodais: Tatuí (TIT) e
Santos (TIS), ambos em São Paulo e
Montes Claros (TIM), em Minas Gerais.
Reorganização interna – realizou ajustes
na estrutura e nos processos. Uma das
primeiras medidas foi a introdução
de um programa de trainees, em
2003. Em seguida, empreendeu-se a
reestruturação das áreas de apoio, com
a criação de uma área de projetos, em
2004 e 2005. Em paralelo, ocorreu a
renovação na direção da empresa.
Excelência operacional – ainda
como preparação e sustentação
do crescimento, adotou, em 2006,
•
•
•
Mapa de localização das unidades de Ultracargo
65Relatório Anual Ultrapar 2006
o Balanced Scorecard (BSC�) para
acompanhar as diretrizes estratégicas.
Desde 2006, com fi nalização em 2007,
encontra-se em implantação o Integra,
um sistema integrado de gestão.
Aumento de escopo
A ampliação do escopo de atuação,
originalmente apenas produtos
químicos e combustíveis, constitui outro
movimento da Ultracargo dentro de
seu novo posicionamento, passando
a incluir todo tipo de produto a granel
que requeira cuidado especial e
qualidade diferenciada no manuseio,
transporte e armazenagem.
Em 2006, surgiram diversos novos
negócios. Em março, fi rmou-se contrato
com a empresa britânica Air BP para o
transporte e o controle de estoque de
combustíveis e lubrifi cantes de aviação
nos aeroportos de Brasília, Goiânia
e, para 2007, Guarulhos e Galeão.
Tiveram início uma operação de logística
integrada para o cliente Mossi & Guisolfi ,
em Suape, para atender à maior unidade
de fabricação de resina PET do mundo,
e a primeira atuação em granel sólido
fora do país, com a operação na FCC
S/A, na Argentina. A Ultracargo já cuida
da logística externa e interna desse
cliente no Brasil e estende a mesma
prestação de serviço para a empresa
na Argentina. Até então, a operação
internacional da Ultracargo restringia-se
a serviços de transporte para o Chile.
Para colaborar na ampliação do
escopo de atuação, o terminal de Suape
tornou-se um entreposto aduaneiro.
A modalidade, pouco explorada no
Brasil, permite armazenagem de produto
importado em local alfandegado, com
suspensão do recolhimento de impostos
por período maior, ou desembolso em
lotes, conforme o produto é retirado do
armazém. A concessão constitui mais um
diferencial competitivo a ser utilizado em
operações com empresas multinacionais.
Recentemente, a Ultracargo
avança para a área alimentícia e
estuda a internacionalização do
serviço. Consolidou, por exemplo,
o transporte de farinha a granel,
iniciado em dezembro de 2005, para
uma empresa de Sumaré (SP).
A versatilidade dos tipos de embalagem
de transporte é um diferencial proposto
pela Ultracargo. O transporte da
farinha a granel, por exemplo, se
realizava em big bags e passou a usar
liners e containers, reduzindo etapas
do processo. Na área de açúcar, a
empresa é a pioneira no carregamento
a granel em containers para exportação,
visando o mercado europeu, que exige
esse formato de embalagem para o
açúcar. Em janeiro, foi feito um teste
com esse tipo de carregamento, em
Paulínia (SP), com remessa para Israel.
Visão geral das operações
Ultracargo
67Relatório Anual Ultrapar 2006
•
•
•
•
Ativos estratégicos
Os ativos da Ultracargo constituem
grande diferencial por suas
localizações estratégicas e escala
da operação. Atualmente, a
Ultracargo mantém unidades em:
Camaçari e Aratu (BA);
Paulínia, Santos, Mauá e Tatuí (SP);
Montes Claros (MG);
Suape (PE).
Em 2007, a Ultracargo iniciará ou
consolidará novas operações,
em Camaçari, Suape e Aratu.
Em Camaçari, o armazém de 5 mil m2
duplica a capacidade atual, ampliando
atendimento a novos clientes, e abre
a possibilidade de usar novos modais,
pois se localiza junto à Ferrovia Centro-
Atlântica. Também na Bahia, ocorre a
expansão do terminal de Aratu para
armazenagem de óleo de palmiste,
matéria prima para a planta de álcoois
graxos da Oxiteno. Em Suape, realizou-
se a ampliação da capacidade de
armazenagem, que entrou em operação
em dezembro de 2006 e atende a
nova planta da Mossi & Guisolfi .
Visão geral das operações
Ultracargo
Relatório Anual Ultrapar 2006 71
Desempenho econômico-financeiro
A geração operacional de caixa
consolidada (EBITDA) da Ulltrapar, na
média dos últimos 5 anos, advém 50%
da Oxiteno, 43% da Ultragaz e 7% da
Ultracargo. A Ultrapar tem um valor
atual de mercado de R$ 4 bilhões.
Detém uma posição fi nanceira sólida,
com um caixa de R$ 1,6 bilhão em 31 de
dezembro de 2006, sem dívida líquida.
Entre outros diferenciais, apresenta
uma excelente avaliação de risco,
equivalente ao risco soberano pela
Standard & Poors, uma governança
corporativa reconhecida pelo mercado e
grandes oportunidades de crescimento
ao longo dos próximos anos.
De forma geral, o ambiente econômico-
operacional de 2006 caracterizou-se pela
continuidade dos desafi os instalados
em 2005 - desempenho modesto da
economia brasileira, apreciação do
Real e elevação do preço do petróleo.
No mercado interno, o Produto Interno
Bruto - PIB brasileiro cresceu 2,9% em
2006, pouco acima do crescimento
de 2,3% do PIB de 2005, apesar do
processo de redução gradual da taxa
básica de juros. Por outro lado, os
programas de transferência de renda e
o aumento do salário mínimo resultaram
em aumento de renda da população,
o que, em adição à redução da taxa
básica de juros e à expansão do crédito,
permitiu o crescimento do consumo
na população de menor renda.
O ambiente externo continuou benéfi co
para as exportações, com a economia
mundial mantendo forte ritmo de
crescimento. Porém, a apreciação de 11%
do Real em relação ao dólar americano,
marcando o terceiro ano consecutivo
de valorização da moeda brasileira,
continuou a prejudicar a competitividade
da indústria nacional. Adicionalmente,
a elevação dos preços internacionais
do petróleo, passando de um valor
médio de US$ 54/barril em 2005 para
Resultados e perspectivas
Desempenho econômico-financeiro
A Ultrapar retoma o crescimento e continua a investir, a
despeito do fraco desempenho da economia brasileira
e da continuidade do cenário internacional desfavorável
com alta do petróleo e seus derivados.
72
US$ 65/barril em 2006, pressionou os
custos de toda economia mundial e em
especial da indústria petroquímica.
Durante o ano de 2006 a Ultrapar
realizou progresso signifi cativo no seu
plano de crescimento de resultados, com
a implantação de iniciativas estratégicas
em seus negócios visando se posicionar
frente ao cenário imposto a partir de
2005, em que uma conjunção de fatores
macroeconômicos e setoriais moveu-se
de forma desfavorável à companhia.
Foram implementadas ações tanto
de curto quanto de longo prazo,
reforçando o crescimento por escala,
por diferenciação tecnológica e
pelo foco na otimização de custos e
despesas. Na Ultragaz foi iniciado
um programa de aprimoramento da
estrutura de distribuição, que em 2006
colaborou para a melhora de 44% no
EBITDA desse negócio. Na Oxiteno,
ações comerciais foram reforçadas
buscando compensar o aumento do
custo – refl exo da escalada do preço
do petróleo – e a apreciação do Real,
resultando em volumes maiores de
vendas e com maior valor agregado, que
propiciaram a retomada do crescimento
de EBITDA no último trimestre do ano.
Já no segundo semestre, as iniciativas
implementadas ao longo de 2006,
tanto na Ultragaz quanto na Oxiteno,
permitiram que a Ultrapar apresentasse
melhoras de EBITDA em comparação
ao mesmo período do ano anterior,
encerrando o quarto trimestre com
um crescimento de 33% em relação
ao quarto trimestre de 2005. Nesse
contexto, a Ultrapar apresentou
EBITDA consolidado, em 2006, no
valor de R$ 516 milhões. O lucro
líquido no período fi cou em R$ 282
milhões, 6% inferior aos de 2005.
Receita líquida
A Ultrapar apresentou em 2006 uma
receita líquida de R$ 4.794 milhões,
um aumento de 2% em relação a 2005.
A receita líquida da Ultragaz foi de
R$ 3.067 milhões, 6% superior a 2005,
principalmente em função dos ganhos
advindos do programa de revisão da
estrutura de distribuição e do mercado
mais favorável. A Oxiteno apresentou
uma receita líquida de R$ 1.550 milhões,
uma queda de 4% em relação ao ano
anterior. As ações comerciais da Oxiteno,
que resultaram em aumento de volume
vendido e da qualidade das vendas,
com maiores vendas no mercado
interno e de produtos de maior valor
agregado, minimizaram o impacto da
valorização de 11% da cotação média
do Real frente ao dólar. A receita líquida
da Ultracargo totalizou R$ 226 milhões,
3% inferior a 2005, refl exo da decisão
de descontinuar certas operações de
menor valor agregado, parcialmente
73Relatório Anual Ultrapar 2006
compensada pelo aumento das
operações de armazenagem com a
consolidação das atividades do TIS.
Custos dos produtos e serviços
O custo dos produtos e serviços da
Ultrapar foi de R$ 3.860 milhões em 2006,
um aumento de 2% em relação ao ano
anterior. O custo dos produtos vendidos
da Ultragaz totalizou R$ 2.573 milhões,
2% de aumento comparado a 2005,
principalmente em função da variação
do volume vendido. O custo dos produtos
vendidos da Oxiteno totalizou R$ 1.192
milhões, um acréscimo de 4% em relação
a 2005, decorrente principalmente do
aumento de 18% do custo em dólar da
sua principal matéria-prima, o eteno,
referência NWE, e do aumento de 4%
no volume de vendas, parcialmente
compensados pela valorização de 11% da
cotação média do Real frente ao dólar.
O custo dos serviços prestados pela
Ultracargo totalizou R$ 144 milhões, uma
queda de 7% em relação a 2005, fruto da
redução das atividades de transporte.
Despesas gerais, administrativas
e de vendas
As despesas gerais, administrativas e
de vendas da Ultrapar totalizaram
R$ 605 milhões em 2006, um acréscimo
de 10% em relação a 2005. As despesas
gerais, administrativas e de vendas
da Ultragaz somaram R$ 327 milhões,
12% acima do montante em 2005,
principalmente em função de (i) reajuste
salarial anual decorrente de acordo
coletivo e (ii) aumento da remuneração
variável e participação nos lucros e
resultados, em linha com a progressão
dos resultados. O total de despesas
gerais, administrativas e de vendas na
Oxiteno foi de R$ 212 milhões em 2006,
um aumento de 4% em relação ao ano
anterior, devido principalmente (i) ao
aumento do volume vendido, (ii) ao
reajuste salarial anual decorrente de
acordo coletivo, e (iii) e ao aumento das
despesas da Canamex, decorrência do
expressivo aumento de suas operações.
As despesas gerais, administrativas e de
vendas da Ultracargo totalizaram R$ 71
milhões em 2006, um acréscimo de 15%
em relação a 2005, também infl uenciado
por reajuste salarial anual decorrente de
acordo coletivo, em adição a despesas
extraordinárias relativas a ajuste de
quadro físico em função da redução das
operações no segmento de transporte.
Endividamento
A Ultrapar encerrou o exercício de
2006 com um endividamento bruto de
R$ 1.497 milhões, 5% superior ao valor
em 31/12/2005. A posição bruta de caixa
da companhia ao fi nal de 2006 era de
R$ 1.618 milhões, perfazendo uma posição
líquida de caixa de R$ 121 milhões.
Resultados e perspectivas
Desempenho econômico-financeiro
74
A Ultrapar abriu seu capital em 1999, simultaneamente na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), adotando normas nacionais e internacionais de registros contábeis (BRGAAP e USGAAP). Integra a carteira teórica de importantes índices da Bolsa de Valores de São Paulo: Índice Brasil (IbrX), Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC), Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG), além do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), lançado em dezembro de 2005.
A Ultrapar avalia o mercado de capitais como um veículo fundamental para a captação de recursos, portanto, pauta-se por uma relação de transparência e interatividade com os investidores e acionistas, buscando sempre divulgar informações precisas. Em 2006, a companhia realizou cerca de 170 reuniões com instituições de mercados de capitais, incluindo 13 eventos com investidores e analistas no Brasil e no exterior.A trajetória positiva das ações da Ultrapar durante 2006 resultaram em uma valorização de 51% na Bovespa e 65% na Bolsa de Nova York (NYSE). A empresa encerrou o ano com um valor de mercado
Mercado de capitais
de R$ 4 bilhões. Essa valorização foi superior às dos principais índices de ações desses mercados, que foram de 33% e 16% respectivamente. A negociação fi nanceira das ações da Ultrapar atingiu uma média de R$ 4,6 milhões/dia, somando-se as negociações ocorridas nas duas bolsas nas quais é listada.
A classifi cação de risco da Ultrapar pela agência Standard & Poor’s se manteve AA+ em escala nacional e BB+ em escala global (apenas um grau abaixo do investment grade). A boa classifi cação se deve, principalmente, à combinação dos fundamentos favoráveis dos negócios da companhia, aliada à sólida posição fi nanceira, que se apresenta já ao longo de vários anos.
Foram declarados dividendos de R$ 144 milhões (51% do lucro líquido) referentes ao exercício de 2006, – R$ 72 milhões distribuídos em agosto de 2006 como antecipação de dividendos e R$ 72 milhões pagos em março de 2007 – representando um rendimento de 5% sobre o preço médio da ação da companhia. A Ultrapar constantemente avalia suas necessidades imediatas de capital para investimentos em ativos e
aquisições e, assegurada a manutenção de uma sólida posição fi nanceira, distribui aos seus acionistas o excedente de caixa sob a forma de dividendos.
No início de 2007, o site de Relações com Investidores da Ultrapar foi eleito o Melhor Website de RI na categoria Small/Mid Caps pelo IR Global Rankings 2007, promovido pela MZ Consult.
Índice de Sustentabilidade Empresarial
Em 2006 a Ultrapar foi qualifi cada para integrar a carteira de ações do Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE da Bovespa, desenvolvido em conjunto com várias instituições – FGV, ABRAPP, ANBID, APIMEC, IBGC, IFC, Instituto ETHOS e Ministério do Meio Ambiente. O ISE tem por objetivo refl etir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial. Para integrar o ISE, as empresas são avaliadas sob aspectos de governança corporativa, econômico-fi nanceiros, de responsabilidade sócio-ambiental e sob outros aspectos gerais da empresa.
A Ultrapar encerrou o ano com um valor de mercado de
R$ 4 bilhões, 51% superior ao registrado no final de 2005.
76
Perspectivas e investimentos
O momento vivido pela Ultrapar em
2006 foi de recuperação gradativa de
resultados, com a implementação de
iniciativas estratégicas em seus negócios,
se posicionando frente ao cenário
imposto a partir de 2005 e mantido em
2006, em que uma conjunção de fatores
macroeconômicos e setoriais moveu-se
de forma desfavorável à companhia.
Algumas dessas iniciativas resultaram
em melhorias de desempenho já
em 2006, porém grande parte dos
investimentos realizados começará
a impactar os resultados da
companhia a partir de 2007/2008.
Na Oxiteno, a nova planta de álcoois
graxos e as ampliações de capacidade
de especialidades químicas entrarão em
operação, colaborando no incremento
do desempenho operacional da
companhia. Durante o ano de 2007 a
Oxiteno irá se dedicar à abertura e
consolidação de escritórios comerciais
na Europa, Argentina, Estados
Unidos e Ásia, centrando esforços na
internacionalização de suas operações.
Na Ultragaz, será dada continuidade
ao programa de revisão da estrutura de
distribuição da companhia, o que deverá
trazer ganhos adicionais ao EBITDA.
Em um país com carência de transporte
e logística como o Brasil, as perspectivas
de expansão da Ultracargo, que detém
ativos estratégicos nos principais portos
e pólos petroquímicos nacionais, são
concretas. A maturação das operações
no recente Terminal Intermodal de
Santos e as ampliações contratadas
em Camaçari e Suape devem começar
a gerar bons resultados a partir de
2007. A crescente especialização, a
renovação tecnológica constante e o
reposicionamento estratégico defi nido
em 2006 deverá proporcionar a captura
de benefícios e o crescimento de
operações ao longo dos próximos anos.
Investimentos
A Ultrapar mantém uma visão estratégica
de longo prazo, tendo como foco a
criação de valor para seus acionistas.
Todo investimento realizado pela
Ultrapar é submetido a uma análise
criteriosa, que considera aspectos
econômicos, fi nanceiros, estratégicos e
mercadológicos sob diversos cenários,
utilizando como ferramenta principal
a metodologia EVA� (Economic Value Added – Valor Econômico Adicionado).
Seguindo seu plano de expansão, a
Ultrapar investiu, ao longo de 2006,
R$ 320 milhões, com o objetivo de
reforçar o crescimento por escala,
por diferenciação tecnológica e pela
otimização de custos e despesas.
O plano de investimentos para 2007
soma R$ 546 milhões, sendo R$ 414
milhões de investimentos previstos na
Oxiteno, R$ 100 milhões na Ultragaz
e R$ 31 milhões na Ultracargo.
A Ultrapar dará continuidade ao seu plano de expansão, com o
objetivo de reforçar o crescimento por escala, por diferenciação
tecnológica e pela otimização de custos e despesas.
77Relatório Anual Ultrapar 2006
Resultados e perspectivas
Perspectivas e investimentos
Os investimentos previstos na Oxiteno
contemplam (i) a fi nalização da planta
de álcoois graxos, cuja inauguração
está prevista para o segundo semestre
de 2007, (ii) a expansão da capacidade
de produção de óxido de eteno – parte
signifi cativa da ampliação de Mauá
e o início da ampliação de Camaçari
– e (iii) a expansão da capacidade
de especialidades químicas.
Na Ultragaz, além da continuidade
dos investimentos de 2006, haverá
investimentos em tecnologia da
informação para suporte ao programa
de revisão da estrutura de distribuição.
A Ultracargo direcionará os investimentos
para a ampliação de seus ativos,
especialmente no terminal de Aratu, na
Bahia, que irá operar o armazenamento
de óleo de palmiste, matéria-prima
para a nova planta de álcoois graxos
da Oxiteno. Está prevista também
a continuidade dos investimentos
em tecnologia da informação.
Aquisições
Em março de 2007 a Ultrapar, em
conjunto com a Petrobras e a Braskem,
adquiriu os negócios do Grupo
Ipiranga. A Ultrapar comprou a rede
de distribuição de combustíveis e
lubrifi cantes na região Sul e Sudeste,
tornando-se vice-líder no mercado
brasileiro com 15% de participação e
assumindo uma das 10 dez marcas mais
valiosas do Brasil. O resultado estimado
da Ipiranga em 2006 proveniente dos
negócios adquiridos pela Ultrapar
é de R$ 19 bilhões de receita líquida
e R$ 340 milhões de EBITDA.
Em abril de 2007 a Ultrapar anunciou
a aquisição dos ativos operacionais
de sulfatados/sulfonados da Unión
Química S.A. de C.V. no México, que
compreendem uma planta com
capacidade de produção de 8.600
toneladas/ano de sulfatados/sulfonados,
direcionados principalmente aos
segmentos de cosméticos e detergentes,
com o potencial de geração de receita
anual de cerca US$ 10 milhões. O valor
da aquisição foi de US$ 4 milhões, sem
assunção de dívida, e foi fi nanciado
integralmente no mercado mexicano.
Em maio de 2007 a Ultracargo avançou
em sua estratégia de ser reconhecida
como o maior e mais completo provedor
logístico para granéis especiais ao
adquirir, por R$ 10 milhões, a Petrolog
- empresa de operações de logística in-house. A Petrolog atua nos serviços
de gestão de produtos acabados,
na embalagem, no controle de
estoques, na armazenagem e na
expedição para o mercado interno e
externo, nas instalações de clientes.
As operações adquiridas geram uma
receita anual de R$ 11 milhões, com
expressivo potencial de crescimento.
Ultrapar Participações S.A. e Controladas
Demonstrações financeiras
Referentes aos exercícios findos em
31 de dezembro de 2006 e de 2005 e
Parecer dos Auditores Independentes
Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 81
1. Examinamos os balanços patrimoniais, controladora e
consolidado, da Ultrapar Participações S.A. e controladas,
levantados em 31 de dezembro de 2006 e de 2005, e as
respectivas demonstrações do resultado, das mutações
do patrimônio líquido (controladora) e das origens e
aplicações de recursos correspondentes aos exercícios fi ndos
naquelas datas, elaboradas sob a responsabilidade de sua
Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar
uma opinião sobre essas demonstrações fi nanceiras.
2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as
normas brasileiras de auditoria e compreenderam: (a) o
planejamento dos trabalhos, considerando a relevância
dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil
e de controles internos das Sociedades; (b) a constatação,
com base em testes, das evidências e dos registros que
suportam os valores e as informações contábeis divulgados;
e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis
mais representativas adotadas pela Administração
das Sociedades, bem como da apresentação das
demonstrações fi nanceiras tomadas em conjunto.
3. Em nossa opinião, as demonstrações fi nanceiras referidas
no parágrafo 1 representam adequadamente, em todos
os aspectos relevantes, a posição patrimonial e fi nanceira,
controladora e consolidado, da Ultrapar Participações S.A.
e controladas em 31 de dezembro de 2006 e de 2005, o
resultado de suas operações, as mutações do patrimônio
líquido (controladora) e as origens e aplicações de seus
recursos correspondentes aos exercícios fi ndos naquelas datas,
de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
4. Nossos exames foram conduzidos com o objetivo de emitir
parecer sobre as demonstrações fi nanceiras básicas referidas
no parágrafo 1, tomadas em conjunto. As demonstrações
dos fl uxos de caixa e do valor adicionado, que estão sendo
apresentadas para propiciar informações suplementares sobre
as Sociedades, não são requeridas como parte integrante
das demonstrações fi nanceiras básicas, de acordo com as
práticas contábeis adotadas no Brasil. As demonstrações
dos fl uxos de caixa e do valor adicionado foram submetidas
aos mesmos procedimentos de auditoria descritos no
parágrafo 2 e, em nossa opinião, essas demonstrações
suplementares estão adequadamente apresentadas, em todos
os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações
fi nanceiras básicas referentes aos exercícios fi ndos em 31
de dezembro de 2006 e de 2005, tomadas em conjunto.
Parecer dos auditores independentes
Aos Acionistas e Administradores da Ultrapar Participações S.A.
São Paulo - SP
São Paulo, 31 de janeiro de 2007
Altair Tadeu Rossato
Contador
CRC nº 1 SP 182515/O-5
DELOITTE TOUCHE TOHMATSU
Auditores Independentes
CRC nº 2 SP 011609/O-8
82
Ultrapar Participações S.A. e Controladas
Balanços patrimoniais levantados em 31 de dezembro de 2006 e de 2005
(Em milhares de reais)
Controladora Consolidado
2006 2005 2006 2005Nota
explicativaAtivo
Circulante
Caixa e bancos 122 90 31.992 32.714
Aplicações financeiras 4 279.264 359.626 1.038.084 1.218.210
Contas a receber de clientes 5 - - 360.012 343.328
Estoques 6 - - 217.165 191.749
Impostos a recuperar 7 7.959 8.984 117.802 62.931
Imposto de renda e contribuição social diferidos 9.a 82 87 27.298 21.969
Dividendos propostos a receber 53.845 73.302 - -
Demais contas a receber 341 422 6.098 8.608
Despesas do exercício seguinte 560 536 8.620 8.793
Total do ativo circulante 342.173 443.047 1.807.071 1.888.302
Não circulante
Realizável a longo prazo:
Aplicações financeiras 4 - - 547.978 372.692
Contas a receber de clientes 5 - - 19.248 19.244
Sociedades relacionadas 8 3.540 14.409 7.360 3.706
Imposto de renda e contribuição social diferidos 9.a 3.087 2.849 58.201 60.991
Impostos a recuperar 7 18.739 11.734 65.300 46.777
Depósitos judiciais 193 - 14.332 16.384
Demais contas a receber - - 1.265 571
Despesas do exercício seguinte 187 757 13.259 13.144
25.746 29.749 726.943 533.509
Permanente
Investimentos:
Controladas 10.a 2.025.485 2.153.873 - -
Coligadas 10.b - - 5.289 4.182
Outros 60 186 25.497 28.117
Imobilizado 11 - - 1.111.775 1.013.595
Intangível 12 - - 61.013 59.134
Diferido 13 - - 112.256 98.286
2.025.545 2.154.059 1.315.830 1.203.314
Total do ativo não circulante 2.051.291 2.183.808 2.042.773 1.736.823
Total do ativo 2.393.464 2.626.855 3.849.844 3.625.125
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 83
Ultrapar Participações S.A. e Controladas
Balanços patrimoniais levantados em 31 de dezembro de 2006 e de 2005
(Em milhares de reais)
Controladora Consolidado
2006 2005 2006 2005Nota
explicativaPassivo
Circulante
Financiamentos 14 - - 102.759 135.855
Debêntures 14 12.794 17.853 12.794 17.853
Fornecedores 364 280 112.526 90.938
Salários e encargos sociais 59 41 81.205 66.066
Obrigações tributárias 34 7 16.850 11.332
Dividendos propostos a pagar 96.657 100.108 101.376 103.854
Imposto de renda e contribuição social a pagar - - 986 638
Imposto de renda e contribuição social diferidos 9.a - - 173 249
Demais contas a pagar 1 4 2.722 13.395
Total do passivo circulante 109.909 118.293 431.391 440.180
Não circulante
Exigível a longo prazo:
Financiamentos 14 - - 1.081.847 978.608
Debêntures 14 300.000 300.000 300.000 300.000
Sociedades relacionadas 8 33.456 404.230 4.738 5.049
Imposto de renda e contribuição social diferidos 9.a - - 26.029 24.120
Outros impostos e contribuições 20.a 9.389 8.689 36.473 54.622
Demais contas a pagar - - 2.724 2.747
Total do passivo não circulante 342.845 712.919 1.451.811 1.365.146
Participação minoritária - - 33.131 29.634
Patrimônio líquido
Capital social 15.a 946.034 946.034 946.034 946.034
Reserva de capital 15.c 3.026 2.046 550 329
Reserva de reavaliação 15.d 13.009 14.955 13.009 14.955
Reservas de lucros 15.e, 15.f 983.230 837.502 983.230 837.502
Ações em tesouraria 15.b (4.589) (4.894) (9.312) (8.655)
15.h 1.940.710 1.795.643 1.933.511 1.790.165
Total do patrimônio líquido da controladora e
participação minoritária - - 1.966.642 1.819.799
Total do passivo e do patrimônio líquido 2.393.464 2.626.855 3.849.844 3.625.125
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
84
Ultrapar Participações S.A. e Controladas
Demonstrações de resultados para os exercícios fi ndos em 31 de dezembro de 2006 e de 2005
(Em milhares de reais, exceto o lucro líquido por ação)
Controladora Consolidado
2006 2005 2006 2005Nota
explicativa
Receita bruta de vendas e serviços 2.a - - 5.229.910 5.158.031
Impostos sobre vendas e serviços - - (412.150) (416.136)
Abatimentos, descontos e devoluções - - (23.712) (48.047)
Receita líquida de vendas e serviços - - 4.794.048 4.693.848
Custos dos produtos vendidos e dos serviços prestados 2.a - - (3.859.860) (3.783.420)
Lucro bruto - - 934.188 910.428
Resultado de participações societárias
Equivalência patrimonial 10.a, 10.b 291.803 298.510 965 1.557
Receitas (despesas) operacionais
Com vendas e comerciais - - (203.320) (187.609)
Gerais e administrativas (236) (18) (273.541) (232.051)
Honorários da Administração (1.246) (1.128) (5.557) (5.763)
Depreciações e amortizações - - (122.696) (126.344)
Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas 1.277 1.158 1.317 (331)
Lucro operacional antes do resultado financeiro 291.598 298.522 331.356 359.887
Resultado financeiro líquido 18 3.091 3.570 1.620 (1.736)
CPMF/IOF/outros encargos sobre o resultado financeiro 18 (486) (1.233) 28.952 (25.608)
Lucro operacional 294.203 300.859 361.928 332.543
Resultado não operacional 16 (126) - (18.488) (1.766)
Lucro antes da contribuição social
e do imposto de renda 294.077 300.859 343.440 330.777
Contribuição social e imposto de renda
Corrente 9.b (5.937) (1.930) (111.779) (113.083)
Diferido 9.b 233 249 5.355 20.547
Incentivos fiscais 9.b, 9.c - - 50.332 63.787
(5.704) (1.681) (56.092) (28.749)
Lucro antes da participação minoritária 288.373 299.178 287.348 302.028
Participação minoritária - - (5.284) (2.850)
Lucro líquido do exercício 288.373 299.178 282.064 299.178
Lucro líquido por ação do capital social
(média ponderada anual) - R$ 3,55 3,73
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 85
Ultrapar Participações S.A.
Demonstrações das mutações do patrimônio líquido da controladora para os exercícios fi ndos em 31 de dezembro de 2006 e de 2005
(Em milhares de reais, exceto o valor dos dividendos)
Saldos em 31 dedezembro de 2004 663.952 1.855 16.371 61.589 749.136 118.343 - (5.635) 1.605.611
Aumento de capital:
Com emissão secundária de ações 47.218 - - - - - - - 47.218
Com reservas 234.864 - - - (234.864) - - - -
Venda de ações em tesouraria - 191 - - - - - 741 932
Realização da reserva de reavaliação - - (1.416) - - - 1.416 - -
Imposto de renda e contribuição
social sobre a realização da reserva
de reavaliação de controladas - - - - - - (211) - (211)
Realização da reserva de lucros - - - - - (89.199) 89.199 - -
Lucro líquido do exercício - - - - - - 299.178 - 299.178
Destinação do lucro líquido:
Reserva legal - - - 14.959 - - (14.959) - -
Dividendos intermediários (R$0,703817
por ação ordinária e preferencial -
pós-grupamento de ações) - - - - - - (57.085) - (57.085)
Dividendos propostos a pagar
(R$1,232498 por ação ordinária
e preferencial) - - - - - - (100.000) - (100.000)
Lucros a realizar - - - - - 74.224 (74.224) - -
Retenção de lucros - - - - 143.314 - (143.314) - -
Saldos em 31 dedezembro de 2005 946.034 2.046 14.955 76.548 657.586 103.368 - (4.894) 1.795.643
Aquisição de ações para
manutenção em tesouraria - - - - - - - (1.124) (1.124)
Venda de ações em tesouraria - 980 - - - - - 1.429 2.409
Realização da reserva de reavaliação 15.d - - (1.946) - - - 1.946 - -
Imposto de renda e contribuição
social sobre a realização da reserva
de reavaliação de controladas 15.d - - - - - - (391) - (391)
Retenção da realização de reserva de
reavaliação, líquida de imposto de
renda e contribuição social - - - - 1.555 - (1.555) - -
Lucro líquido do exercício - - - - - - 288.373 - 288.373
Destinação do lucro líquido:
Reserva legal - - - 14.419 - - (14.419) - -
Dividendos intermediários (R$0,887398
por lote de mil ações ordinárias
e preferenciais) 15.g - - - - - - (72.000) - (72.000)
Dividendos propostos a pagar
(R$0,889633 por lote de mil ações
ordinárias e preferenciais) 15.g - - - - - (68.236) (3.964) - (72.200)
Lucros a realizar 15.f - - - - - 61.013 (61.013) - -
Retenção de lucros 15.e - - - - 136.977 - (136.977) - -
Saldos em 31 dedezembro de 2006 946.034 3.026 13.009 90.967 796.118 96.145 - (4.589) 1.940.710
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
Reservas de lucros
Nota explicativa
Capital social
Reserva de capital
Reserva de reavaliação
de controladas Legal
Retenção de lucros
Lucros a realizar
Lucros acumulados
Ações em tesouraria Total
86
Ultrapar Participações S.A. e Controladas
Demonstrações das origens e aplicações de recursos para os exercícios fi ndos em 31 de dezembro de 2006 e de 2005
(Em milhares de reais)
Controladora Consolidado
2006 2005 2006 2005Nota
explicativa
Origens de recursos
Das operações sociais:
Lucro líquido do exercício 288.373 299.178 282.064 299.178
Mais (menos) itens que não afetam o capital circulante líquido:
Equivalência patrimonial de participação em sociedades controladas e coligadas (291.803) (298.510) (965) (1.557)
Depreciações e amortizações - - 185.829 187.691
Créditos de PIS e COFINS sobre depreciação - - 2.117 1.437
Juros e variações monetárias e cambiais de longo prazo 703 846 (95.250) (44.037)
Imposto de renda e contribuição social diferidos de longo prazo (238) (288) 3.291 (32.328)
Participação minoritária no resultado - - 5.284 2.850
Valor residual do ativo permanente baixado 126 - 34.196 16.595
Outros impostos e contribuições de longo prazo - - 291 5.254
Provisão (reversão de provisão) para perdas prováveis no ativo permanente - - 3.198 (20)
Reversão de provisão para parada de fábrica, líquida dos efeitos tributários - - 6.309 -
Outros - - 807 741
(2.839) 1.226 427.171 435.804
Dos acionistas:
Aumento de capital com emissão de ações - 47.218 - 47.218
Alienação das ações em tesouraria 2.409 932 - -
2.409 48.150 - 47.218
De terceiros:
Redução de capital de controlada 10.a 390.947 - - -
Redução do realizável a longo prazo 4.241 40.688 - -
Dividendos e juros sobre o capital próprio (bruto) 68.205 89.168 - -
Financiamentos e debêntures de longo prazo - 300.000 143.725 1.164.876
463.393 429.856 143.725 1.164.876
Total das origens 462.963 479.232 570.896 1.647.898
continua...
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 87
Controladora Consolidado
2006 2005 2006 2005Nota
explicativa
Aplicações de recursos
No ativo permanente:
Investimentos 10.a, 10.b 39.352 - 142 -
Imobilizado - - 253.040 169.212
Intangível - - 11.661 10.237
Diferido - - 74.907 51.270
39.352 - 339.750 230.719
Dividendos e juros sobre o capital próprio 144.200 157.085 146.087 158.677
Empréstimos e outros passivos não circulantes transferidos para o passivo circulante - - 103.602 134.199
Redução do passivo não circulante 8 370.777 16.480 24.594 3.817
Aumento do realizável a longo prazo - - 27.728 331.425
Aquisição de ações para manutenção em tesouraria 1.124 - 1.124 -
Aquisição de ações de minoritários - - 62 20
Encargos tributários sobre a realização da reserva de reavaliação - - 391 211
371.901 16.480 157.501 469.672
Total das aplicações 555.453 173.565 643.338 859.068
Aumento (redução) do capital circulante líquido (92.490) 305.667 (72.442) 788.830
Variações no capital circulante
Ativo circulante:
No fim do exercício 342.173 443.047 1.807.071 1.888.302
No início do exercício 443.047 91.563 1.888.302 1.256.291
(100.874) 351.484 (81.231) 632.011
Passivo circulante:
No fim do exercício 109.909 118.293 431.391 440.180
No início do exercício 118.293 72.476 440.180 596.999
(8.384) 45.817 (8.789) (156.819)
Aumento (redução) do capital circulante líquido (92.490) 305.667 (72.442) 788.830
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
88
Ultrapar Participações S.A. e Controladas
Demonstrações suplementares dos fl uxos de caixa - método indireto para os exercícios fi ndos em 31 de dezembro de 2006 e de 2005
(Em milhares de reais)
Controladora Consolidado
2006 2005 2006 2005
Fluxo de caixa das atividades operacionais
Lucro líquido do exercício 288.373 299.178 282.064 299.178
Ajustes para reconciliar o lucro líquido ao caixa gerado pelas atividades operacionais:
Equivalência patrimonial em sociedades controladas e coligadas (291.803) (298.510) (965) (1.557)
Depreciações e amortizações - - 185.829 187.691
Créditos de PIS e COFINS sobre depreciação - - 2.117 1.437
Juros, variações monetárias e cambiais 44.826 47.208 27.105 15.538
Imposto de renda e contribuição social diferidos (233) (249) (5.355) (27.442)
Participação minoritária no resultado - - 5.284 2.850
Resultado da venda de ativo permanente 126 - 13.520 4.591
Provisão (reversão de provisão) para perdas prováveis no ativo permanente - - 3.198 (20)
Outros - - 425 530
Reversão de provisão para parada de fábrica - - 9.559 -
Dividendos recebidos de controladas 87.662 104.108 - -
(Aumento) redução no ativo circulante:
Contas a receber de clientes - - (16.684) 25.974
Estoques - - (25.416) 18.601
Impostos a recuperar 1.025 (8.063) (54.871) 10.068
Demais contas a receber 81 (401) 2.510 4.180
Despesas do exercício seguinte (24) (536) 173 (3.255)
Aumento (redução) no passivo circulante:
Fornecedores 84 117 21.588 (11.114)
Salários e encargos sociais 18 (415) 15.139 (28.071)
Obrigações tributárias 27 1 5.518 (501)
Imposto de renda e contribuição social - - 348 (2.340)
Demais contas a pagar (3) 4 (10.673) (4.536)
(Aumento) redução no realizável a longo prazo:
Contas a receber - - (4) (7.299)
Impostos a recuperar (7.005) (1.240) (18.523) (10.225)
Depósitos judiciais (193) - 2.052 (8.429)
Demais contas a receber 570 (757) (694) 263
Despesas do exercício seguinte - - (115) (11.408)
Aumento (redução) no exigível a longo prazo:
Outros impostos e contribuições 700 846 (18.149) 8.701
Demais contas a pagar - - (23) 450
Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais 124.231 141.291 424.957 463.855
continua...
Nota
explicativa
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 89
Nota
explicativa
Controladora Consolidado
2006 2005 2006 2005
Fluxo de caixa das atividades de investimentos
Aplicações financeiras de longo prazo, líquidas de resgates - - (7.193) (294.597)
Aquisição de investimentos - - (142) -
Aquisição de imobilizado - - (253.040) (169.212)
Aumento no intangível - - (11.661) (10.237)
Aumento no diferido - - (74.907) (51.270)
Receita com a venda de ativo permanente - - 20.677 12.004
Aquisição de participação minoritária - - (62) (20)
Aquisição de ações para manutenção em tesouraria (1.124) - (1.124) -
Venda de ações em tesouraria para controladas 2.409 932 - -
Caixa líquido gerado (utilizado) pelas atividades de investimentos 1.285 932 (327.452) (513.332)
Fluxo de caixa das atividade de financiamentos
Financiamentos e debêntures:
Captação - 300.000 459.788 1.484.531
Amortização (49.885) (29.355) (585.350) (655.500)
Dividendos pagos (147.651) (128.828) (148.565) (129.523)
Sociedades relacionadas (8.310) 26.205 (4.226) (4.704)
Aumento de capital com emissão de ações - 47.218 - 47.218
Caixa líquido gerado (utilizado) pelas atividades de financiamentos (205.846) 215.240 (278.353) 742.022
Aumento (redução) em caixa, bancos e aplicações financeiras (80.330) 357.463 (180.848) 692.545
Caixa, bancos e aplicações financeiras no início do exercício 359.716 2.253 1.250.924 558.379
Caixa, bancos e aplicações financeiras no fim do exercício 279.386 359.716 1.070.076 1.250.924
Informações adicionais
Juros pagos de financiamentos 49.885 29.355 92.501 57.261
Imposto de renda e contribuição social pagos no exercício - - 30.923 26.429
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
90
Ultrapar Participações S.A. e Controladas
Demonstrações suplementares do valor adicionado para os exercícios fi ndos em 31 de dezembro de 2006 e de 2005
(Em milhares de reais, exceto as porcentagens)
Controladora Consolidado
2006 % 2005 % 2006 % 2005 %
Receitas
Receita bruta de vendas e serviços - - 5.229.910 5.158.031
Abatimentos, descontos e devoluções - - (23.712) (48.047)
Provisão para créditos de liquidação duvidosa - reversão (constituição) - - 5.148 2.066
Não operacionais (126) - (18.488) (1.766)
(126) - 5.192.858 5.110.284
Insumos adquiridos de terceiros
Matérias-primas consumidas - - (1.344.890) (1.284.697)
Custos das mercadorias, produtos e serviços vendidos - - (2.160.340) (2.139.465)
Materiais, energia, serviços de terceiros e outros (2.305) (2.159) (608.230) (597.285)
Recuperação (perda) de valores de ativos 3.960 3.274 7.917 (6.385)
1.655 1.115 (4.105.543) (4.027.832)
Valor adicionado bruto 1.529 1.115 1.087.315 1.082.452
Retenções
Depreciações e amortizações - - (187.946) (189.128)
- - (187.946) (189.128)
Valor adicionado líquido produzido pela sociedade 1.529 1.115 899.369 893.324
Valor adicionado recebido em transferência
Resultado de equivalência patrimonial 291.803 298.510 965 1.557
Dividendos e juros sobre o capital próprio de investimentos a custo 31 31 1.049 1.887
Receitas financeiras 50.163 46.365 155.931 118.650
341.997 344.906 157.945 122.094
Valor adicionado total a distribuir 343.526 100 346.021 100 1.057.314 100 1.015.418 100
Distribuição do valor adicionado
Pessoal e encargos 1.555 1 873 1 444.789 42 386.558 38
Impostos, taxas e contribuições 6.526 2 3.176 1 142.808 14 181.820 18
Despesas financeiras e aluguéis 47.072 13 42.794 12 182.369 17 145.013 14
Dividendos e juros sobre o capital próprio 144.200 42 157.085 45 146.087 14 158.677 16
Lucros retidos 144.173 42 142.093 41 141.261 13 143.350 14
Valor adicionado distribuído 343.526 100 346.021 100 1.057.314 100 1.015.418 100
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
Nota
explicativa
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 91
1. Contexto operacional
A Ultrapar Participações S.A. (“Sociedade”), com sede
na Capital de São Paulo, tem por atividade a aplicação
de capitais próprios no comércio e na indústria, inclusive
pela subscrição ou aquisição de ações e cotas de
outras sociedades, e de atividades congêneres.
Por meio de suas controladas, atua no segmento de
distribuição de gás liquefeito de petróleo - GLP (Ultragaz),
na produção e na comercialização de produtos químicos
(Oxiteno) e na prestação de serviços de logística de
produtos químicos e combustíveis (Ultracargo).
2. Apresentação das demonstrações fi nanceiras
e principais critérios contábeis
As práticas contábeis adotadas para o registro das
operações e para a elaboração das demonstrações
fi nanceiras estão previstas na Lei das Sociedades por Ações
e instruções da Comissão de Valores Mobiliários - CVM,
e atendem às práticas contábeis adotadas no Brasil.
a) Apuração do resultado
O resultado é apurado pelo princípio da competência
de exercícios. As receitas de vendas e os respectivos
custos são reconhecidos quando os produtos são
entregues aos clientes ou os serviços são executados,
ocorrendo a transferência dos riscos, dos direitos e das
obrigações associados à propriedade dos produtos.
b) Ativos circulante e realizável a longo prazo
As aplicações fi nanceiras estão demonstradas ao
custo acrescido dos rendimentos auferidos (em base
“pro rata temporis”), que equivalem aproximadamente
ao seu valor de mercado. Nas aplicações fi nanceiras
Ultrapar Participações Financeiras S.A. e Controladas
Notas explicativas às demonstrações fi nanceiras para os exercícios fi ndos em 31 de dezembro de 2006 e de 2005.
(Em milhares de reais, exceto quando de outra forma mencionado)
estão incluídos os resultados de operações de “hedge”,
conforme detalhado nas notas explicativas nº 4 e nº 19,
que a Administração pretende manter até o vencimento.
A provisão para créditos de liquidação duvidosa é constituída
com base nas perdas estimadas, sendo seu montante
considerado sufi ciente pela Administração para cobrir as
eventuais perdas na realização das contas a receber.
Os estoques são demonstrados ao custo médio de
aquisição ou produção, preço de mercado ou líquido
de realização, entre estes, o que for menor.
Os demais ativos são demonstrados aos valores de custo
ou de realização, dos dois o menor, incluindo, quando
aplicável, os rendimentos e as variações monetárias
auferidos ou deduzidos de provisão para perda.
c) Investimentos
As participações relevantes em controladas e coligadas
são avaliadas pelo método da equivalência patrimonial,
conforme demonstrado na nota explicativa nº 10.
Os outros investimentos estão demonstrados ao custo
de aquisição, deduzido de provisão para perdas,
caso estas não sejam consideradas temporárias.
d) Imobilizado
Registrado ao custo de aquisição, formação ou construção,
inclusive encargos fi nanceiros incorridos sobre imobilizações
em andamento e valores de reavaliações baseadas em
laudos de peritos especializados independentes, nos
termos do item 68, letra b), da Deliberação CVM nº 183/95,
92
bem como custos com manutenções relevantes de bens
decorrentes de paradas de fábrica programadas.
As depreciações são calculadas pelo método linear, às
taxas anuais mencionadas na nota explicativa nº 11, que
levam em consideração a vida útil-econômica dos bens.
e) Intangível
Demonstrado ao custo de aquisição, deduzido de provisão
para perdas, caso estas não sejam consideradas temporárias,
conforme demonstrado na nota explicativa nº 12.
f) Diferido
No diferido estão registrados gastos incorridos na instalação
de equipamentos de propriedade da Sociedade em
estabelecimentos de clientes, amortizáveis pelos prazos
médios contratuais de fornecimento de GLP para esses
clientes, gastos com projetos, e ágio na aquisição de
controladas, conforme demonstrado na nota explicativa nº 13.
g) Passivos circulante e não circulante
São demonstrados por valores conhecidos ou
calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos
correspondentes encargos, variações monetárias e
cambiais incorridas até a data dos balanços.
h) Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro
O imposto de renda (IRPJ) e a contribuição social
(CSLL), correntes e diferidos (Deliberação CVM nº
273/98), são calculados com base nas alíquotas
efetivas do imposto de renda e da contribuição social
sobre o lucro, incluindo a parcela de incentivos fi scais,
conforme demonstrado na nota explicativa nº 9.b).
i) Base para conversão das demonstrações
fi nanceiras de controladas sediadas no exterior
As demonstrações fi nanceiras de controladas sediadas no
exterior são convertidas para reais utilizando-se a taxa de
câmbio vigente na data de fechamento dos balanços. Os
critérios de apuração das demonstrações fi nanceiras foram
adequados às práticas contábeis adotadas no Brasil.
j) Demonstrações dos fl uxos de caixa
A Sociedade está apresentando como informação suplementar
a demonstração dos fl uxos de caixa preparada de acordo com
a NPC 20 - demonstrações dos fl uxos de caixa, emitida pelo
IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.
k) Demonstração do valor adicionado
A Sociedade está apresentando como informação
suplementar a demonstração do valor adicionado
preparada de acordo com a NBC T 3.7 - demonstração
do valor adicionado, emitida pelo Conselho Federal de
Contabilidade, que apresenta o resultado do exercício
sob a ótica de geração e distribuição de riquezas.
l) Reclassifi cação
Em decorrência da adoção da Deliberações CVM nº 489/05,
os saldos de depósitos judiciais do ano de 2005, para os
quais a Sociedade e suas controladas possuem provisões
constituídas, foram compensados contra as mesmas na rubrica
“Outros impostos e contribuições” no passivo não circulante.
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 93
3. Princípios de consolidação e participações societárias
As demonstrações financeiras consolidadas foram elaboradas
segundo os princípios básicos de consolidação previstos
na Lei das Sociedades por Ações e nas normas da CVM,
incluindo as controladas diretas e indiretas, compreendendo:
Foram eliminadas as participações de uma sociedade
em outra, os saldos das contas ativas e passivas e as
receitas e despesas, bem como os efeitos decorrentes das
operações significativas realizadas entre as sociedades.
A participação dos acionistas minoritários nas controladas
está destacada nas demonstrações financeiras.
Em 3 de agosto de 2006, as controladas Oxiteno S.A.
- Indústria e Comércio e Oxiteno Nordeste S.A. - Indústria
e Comércio constituíram a Oxiteno Argentina Sociedad
de Responsabilidad Ltda., que funciona como escritório
de representação comercial das controladas e em 31
de dezembro de 2006 possuía quatro funcionários.
Ultragaz Participações Ltda. 100 - 100 -
SPGás Distribuidora de Gás Ltda. - 99 - 99
Companhia Ultragaz S.A. - 99 - 99
Bahiana Distribuidora de Gás Ltda. - 100 - 100
Utingás Armazenadora S.A. - 56 - 56
LPG International Inc. - 100 - 100
Ultracargo - Operações Logísticas e Participações Ltda. 100 - 100 -
Melamina Ultra S.A. Indústria Química - 99 - 99
Transultra - Armazenamento e Transporte Especializado Ltda. - 100 - 100
Terminal Químico de Aratu S.A. - Tequimar - 99 - 99
Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio 100 - 100 -
Oxiteno Nordeste S.A. - Indústria e Comércio - 99 - 99
Oxiteno Argentina Sociedad de Responsabilidad Ltda. - 99 - -
Oleoquímica Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda. - 100 - 100
Barrington S.L. - 100 - 100
Canamex Químicos S.A. de C.V. - 100 - 100
Canamex Servicios Corporativos S.A. de C.V. - 100 - 100
Canamex Servicios Industriales S.A. de C.V. - 100 - 100
Oxiteno International Corp. - 100 - 100
Oxiteno Overseas Corp. - 100 - 100
Imaven Imóveis e Agropecuária Ltda. 100 - 100 -
% de participação no capital social
2006 2005
Controle Controle
Direto Indireto Direto Indireto
94
4. Aplicações fi nanceiras
As aplicações financeiras, contratadas com bancos de
primeira linha, estão representadas, substancialmente, por
recursos aplicados: (i) em títulos públicos e títulos privados de
instituições de primeira linha e em fundos de renda fixa, todos
vinculados ao Certificado de Depósito Interbancário - CDI; (ii)
no exterior, em aplicações financeiras, em notas emitidas pelo
governo austríaco em reais e indexadas ao CDI, em “Dual
Currency Deposits”; e (iii) em operações de “hedge” cambial.
Tais aplicações estão demonstradas ao custo acrescido
dos rendimentos auferidos em base “pro rata temporis”.
(a) “Dual Currency Deposits” são aplicações financeiras da controlada Oxiteno Overseas Corp., cujo rendimento poderá dar-se em dólares norte-americanos ou reais, dependendo da cotação do dólar norte-americano no vencimento. Se a cotação do dólar norte-americano estiver abaixo da cotação de exercício no vencimento, o rendimento da operação será em dólares norte-americanos acrescido de 7,5% a.a. de juros; caso contrário, será em reais mais juros médios de 26% a.a. A controlada contabiliza a aplicação pelo menor dos dois rendimentos alternativos, que em 2006 foi representado pelo dólar norte-americano. Em 2006 a taxa de câmbio manteve-se sempre abaixo da cotação de exercício.
(b) Aplicações das controladas Oxiteno Overseas Corp., Oxiteno International Corp., LPG International Inc. e Canamex Químicos S.A. de C.V. em fundos de renda fixa, certificados de depósitos e títulos corporativos “investment grade” de baixo risco.
(c) Ganhos ou perdas acumulados (vide nota explicativa nº 19).
(d) Em abril de 2006, a controlada Oxiteno Overseas Corp., proprietária de notas no montante de US$60 milhões emitidas pela controlada Companhia Ultragaz S.A. no mercado externo em 1997 (Notas Originais), realizou operação de venda dessas Notas Originais a instituição financeira no exterior. Simultaneamente, a controlada Oxiteno Overseas Corp. adquiriu dessa mesma instituição financeira uma Nota Estruturada de Crédito (“Credit Linked Note”) lastreada nas Notas Originais emitidas pela Companhia Ultragaz S.A. Tal operação propicia um ganho financeiro à Sociedade correspondente à diferença entre a taxa de juros paga pela Nota Estruturada de Crédito e as Notas Originais, conforme comentado na nota explicativa nº 14.b).
Clientes nacionais 375.464 367.499
Clientes estrangeiros 76.465 60.943
(-) Adiantamentos de cambiais entregues (50.918) (38.971)
(-) Provisão para créditos de liquidação duvidosa (21.751) (26.899)
379.260 362.572
Parcela no circulante 360.012 343.328
Parcela no não circulante 19.248 19.244
2006 2005
5. Contas a receber de clientes (Consolidado)
Notas austríacas - - 419.818 344.603
“Dual Currency Deposits” (a) - - 553.100 -
Aplicações financeiras no exterior (b) (d) - - 223.354 722.565
Títulos e fundos de renda fixa no Brasil 279.264 359.626 442.060 571.817
Resultado líquido de “hedge” (c) - - (52.270) (48.083)
Total de aplicações financeiras 279.264 359.626 1.586.062 1.590.902
Parcela no circulante 279.264 359.626 1.038.084 1.218.210
Parcela no não circulante - - 547.978 372.692
Controladora Consolidado
2006 2005 2006 2005
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 95
Saldo em 2005 26.899
Adições registradas em despesas com vendas 10.769
Baixas por utilização (15.917)
Saldo em 2006 21.751
A movimentação da provisão para créditos de
liquidação duvidosa é assim demonstrada:
6. Estoque (Consolidado)
Saldo em 2005 2.763
Adição 326
Baixas por reversão (955)
Saldo em 2006 2.134
A movimentação da provisão para perdas
em estoques é assim demonstrada:
Produtos acabados 98.761 (1.528) 97.233 103.316 (1.750) 101.566
Produtos em elaboração 594 - 594 1.109 - 1.109
Matéria-prima 65.502 (114) 65.388 43.294 (89) 43.205
Gás liquefeito de petróleo - GLP 23.410 - 23.410 23.113 - 23.113
Materiais de consumo e vasilhames para revenda 20.913 (492) 20.421 18.213 (924) 17.289
Adiantamentos a fornecedores - principalmente GLP 10.119 - 10.119 5.467 - 5.467
219.299 (2.134) 217.165 194.512 (2.763) 191.749
2006 2005
Provisão Saldo Provisão Saldo Custo para perdas líquido Custo para perdas líquido
96
7. Impostos a recuperar
Estão representados, substancialmente, por saldos
credores do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e
Serviços - ICMS, da Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social - COFINS, do Programa de Integração
Social - PIS e do imposto de renda e da contribuição social.
(*) A provisão refere-se aos saldos credores que as controladas estimam não poder compensar futuramente.
Saldo em 2005 35.959
Adições 4.527
Baixas por reversão (9.048)
Saldo em 2006 31.438
A movimentação da provisão para perdas de ICMS é assim
demonstrada:
A elevação do saldo de impostos a recuperar deve-se,
principalmente, ao crescimento de créditos de ICMS da
unidade de Camaçari - BA da controlada Oxiteno Nordeste
S.A. - Indústria e Comércio, e à constituição de crédito de
PIS e COFINS dessa mesma controlada. O aumento de
saldo de ICMS da unidade ocorreu principalmente a partir
do segundo semestre de 2006, em virtude de medidas do
Estado da Bahia que dificultaram a utilização dos créditos em
importações e sua transferência para terceiros. O saldo total
de créditos da unidade de Camaçari corresponde a R$50.241
em 31 de dezembro de 2006 (R$22.005 em 2005), dos quais
R$22.766 já foram homologados pelas autoridades fiscais e
aguardam liberação da Secretaria da Fazenda Estadual para
comercialização. Além desses créditos já homologados, a
Administração da controlada está trabalhando em uma série
de medidas adicionais para consumo do saldo de ICMS da
unidade. A provisão para perda dos créditos da unidade
foi constituída com base no deságio máximo esperado na
comercialização destes. Os créditos de PIS e COFINS foram
originados a partir de ganho de ação judicial e devem ser
utilizados para a compensação de outros tributos federais,
conforme comentado na nota explicativa nº 20.a).
IRPJ e CSLL 26.636 20.655 75.299 68.022
ICMS - - 101.034 70.908
Provisão para perdas de ICMS (*) - - (31.438) (35.959)
PIS e COFINS 21 22 28.396 3.018
Imposto sobre Valor Adicionado - IVA da controlada Canamex Químicos S.A. de C.V. - - 8.474 3.505
Outros 41 41 1.337 214
Total 26.698 20.718 183.102 109.708
Parcela no circulante 7.959 8.984 117.802 62.931
Parcela no não circulante 18.739 11.734 65.300 46.777
Controladora Consolidado
2006 2005 2006 2005
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 97
Mútuo Mútuo Operações comerciais Transações Resultado
Ativo Passivo Ativo Passivo A receber A pagar Vendas Compras
8. Sociedades relacionadas
O saldo de mútuo com a Química da Bahia Indústria e
Comércio S.A. é atualizado com base na variação da
Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP. Os demais mútuos
não estão sujeitos à incidência de encargos financeiros.
As transações comerciais de compra e venda referem-se,
substancialmente, à aquisição de matéria-prima, insumos
e serviços de transporte e armazenagem, efetuadas com
base em preços e condições usuais de mercado.
A redução no saldo de mútuos passivos da Sociedade
(controladora) deve-se à quitação de mútuo com a
controlada Ultracargo - Operações Logísticas e Participações
Ltda., realizada através de redução de capital.
Melamina Ultra S.A. -
Indústria Química - 456
Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio 3.540 -
Oxiteno Nordeste S.A. -
Indústria e Comércio - 33.000
Química da Bahia Indústria
e Comércio S.A. - 3.630 - - - - (295)
Serma Associação dos Usuários de
Equipamentos de Processamentos
de Dados e Serviços Correlatos 7.260 - - -
Petroquímica União S.A. - - - 1.810 - 141.288 -
Oxicap Indústria de Gases Ltda. - - - 1.035 - 9.752 -
Liquigás Distribuidora S.A. - - 213 - 3.430 - -
Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras - - - 1.192 30 2.023.956 -
Copagaz Distribuidora de Gás S.A. - - 36 - 1.173 - -
Braskem S.A. - - - 9.731 50.392 621.533 -
SHV Gás Brasil Ltda. - - 112 - 1.221 - -
Outras sociedades relacionadas 100 1.108 38 - 887 - -
Total em 31 de dezembro de 2006 3.540 33.456 7.360 4.738 399 13.768 57.133 2.796.529 (295)
Total em 31 de dezembro de 2005 14.409 404.230 3.706 5.049 2.335 26.764 82.691 2.777.620 (597)
financeiro
Controladora Consolidado Consolidado
98
9. Imposto de renda e contribuição social
a) Imposto de renda e contribuição social diferidos
A Sociedade e suas controladas reconhecem créditos e
débitos tributários, os quais não estão sujeitos a prazos
prescricionais, decorrentes de prejuízos fiscais, adições
temporárias, bases negativas e reavaliação de ativo
Ativo:
Imposto de renda e contribuição social diferidos sobre:
Provisões para perda de ativos - - 20.401 22.783
Provisões para contingências 3.087 2.849 13.334 17.131
Demais provisões 82 87 25.825 18.765
Prejuízos fiscais e base de cálculo negativa da contribuição social a compensar - - 25.939 24.281
Total 3.169 2.936 85.499 82.960
Parcela no circulante 82 87 27.298 21.969
Parcela no não circulante 3.087 2.849 58.201 60.991
Passivo: Imposto de renda e contribuição social diferidos sobre:
Reavaliação de imobilizado - - 865 1.245
Lucros auferidos no exterior - - 25.337 23.124
Total - - 26.202 24.369
Parcela no circulante - - 173 249
Parcela no não circulante - - 26.029 24.120
Controladora Consolidado
2006 2005 2006 2005
imobilizado, entre outros. Os créditos estão consubstanciados
na continuidade da rentabilidade de suas operações. O
imposto de renda e a contribuição social diferidos estão
apresentados pelas seguintes principais categorias:
A estimativa de recuperação do ativo fi scal diferido de imposto de
renda e contribuição social é assim demonstrada:
Até 2007 82 27.298
2008 - 27.367
2009 3.087 16.867
2010 - 13.967
3.169 85.499
Controladora Consolidado
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 99
b) Conciliação de imposto de renda e
contribuição social no resultado
Os encargos de imposto de renda e contribuição social
são reconciliados com as alíquotas oficiais como segue:
Lucro antes da tributação, equivalência patrimonial e participação minoritária 2.274 2.349 342.475 329.220
Alíquotas oficiais de imposto - % 34 34 34 34
Encargos de imposto de renda e contribuição social às alíquotas oficiais (773) (799) (116.442) (111.935)
Ajustes dos encargos à taxa efetiva:
Provisões operacionais e despesas indedutíveis/receitas não tributáveis (38) 25 7.676 17.878
Ajuste do lucro presumido - - 1.792 1.115
Juros sobre o capital próprio recebidos (4.893) (918) - -
Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT - - 410 466
Demais ajustes - 11 140 (60)
Imposto de renda e contribuição social antes dos incentivos fiscais (5.704) (1.681) (106.424) (92.536)
Incentivos fiscais - ADENE - - 50.332 63.787
Imposto de renda e contribuição social na demonstração do resultado (5.704) (1.681) (56.092) (28.749)
Corrente (5.937) (1.930) (111.779) (113.083)
Diferido 233 249 5.355 20.547
Incentivos fiscais - ADENE - - 50.332 63.787
Controladora Consolidado
2006 2005 2006 2005
c) Isenção de impostos
As seguintes sociedades controladas gozam de isenção
parcial ou integral de IRPJ em virtude do programa do
governo para o desenvolvimento do nordeste brasileiro:
Oxiteno Nordeste S.A. - Indústria e Comércio (*) Unidade de Camaçari 100 2006
Bahiana Distribuidora de Gás Ltda. Base de Mataripe 75 2013
Base de Suape 100 2007
Base de Ilhéus 25 2008
Base de Aracaju 25 2008
Base de Caucaia 75 2012
Terminal Químico de Aratu S.A. - Tequimar Terminal de Aratu 75 2012
Terminal de Suape 75 2015
Controlada Unidades Incentivo (%) Término
(*) Em dezembro de 2006 expirou a isenção da unidade e foi protocolado pedido na Agência de Desenvolvimento do Nordeste - ADENE, responsável pela gestão desse programa de incentivo, solicitando 75% de redução do imposto de renda até 2016. A controlada espera ter resposta do pedido até abril de 2007. Caso essa redução de 75% não venha a ser homologada, a controlada protocolará novo pedido à ADENE, pleiteando a redução de 25% até 2008 e 12,5% de 2009 a 2013, a que tem direito por estar situada em área de incentivo e por ser considerada atividade econômica prioritária para o desenvolvimento da região.
100
10. Investimentos
a) Sociedades controladas (controladora)
Quantidade de ações ou cotas possuídas 4.336.062 2.461.346 27.733.974 35.102.127
Patrimônio líquido ajustado pelos lucros não realizados entre controladas - R$ 374.032 206.292 46.072 1.399.089
Lucro líquido do exercício após ajuste de lucros não realizados - R$ 98.130 6.138 4.465 182.274
2006
Oxiteno S.A. -
Indústria e
Comércio (i)
Ultragaz
Participações
Ltda. (i)
Ultracargo -
Operações
Logísticas e
Participações
Ltda. (i)
Imaven
Imóveis e
Agropecuária
Ltda. (i)
Subtotal Outros Total Total
2006 2005
Oxiteno S.A. -
Indústria e
Comércio (i)
Ultragaz
Participações
Ltda. (i)
Ultracargo -
Operações
Logísticas e
Participações
Ltda. (i)
Imaven
Imóveis e
Agropecuária
Ltda. (i)
Movimentação dos investimentos:
No início do exercício 280.733 597.239 46.072 1.229.829 2.153.873 186 2.154.059 1.944.928
Baixa - - - - - (126) (126) -
Encargos tributários sobre
reserva de reavaliação reflexa (391) - - - (391) - (391) (211)
Dividendos e juros sobre o
capital próprio (14.391) (6.138) (4.465) (43.211) (68.205) - (68.205) (89.168)
Equivalência patrimonial 98.130 6.138 4.465 183.070 291.803 - 291.803 298.510
Aumento (redução) de capital 9.951 (390.947) - 29.401 (351.595) - (351.595) -
No fim do exercício 374.032 206.292 46.072 1.399.089 2.025.485 60 2.025.545 2.154.059
(i) Demonstrações financeiras examinadas ou revisadas pelos nossos auditores independentes.
A redução de capital da controlada Ultracargo - Operações
Logísticas e Participações Ltda. foi realizada para quitação
de mútuo, conforme comentado na nota explicativa nº 8.
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 101
Quantidade de ações ou cotas possuídas 1.493.120 156
Patrimônio líquido - R$ 6.950 7.256
Lucro líquido do exercício - R$ 1.422 1.015
Participação no capital social - % 50 25
2006
Química da Bahia Indústria
e Comércio S.A. (ii)
Oxicap Indústria de
Gases Ltda. (ii)
b) Sociedades coligadas (consolidado)
11. Imobilizado (Consolidado)
Taxa anual de
depreciação - % Custo reavaliado Líquido
2006 2005
Depreciação
acumulada
Provisão de
perdas Líquido
Terrenos - 46.676 - - 46.676 48.147
Edificações 4 a 5 345.812 (141.575) - 204.237 218.177
Benfeitorias em imóveis de terceiros 4 91.445 (22.385) (604) 68.456 61.514
Máquinas e equipamentos 5 a 10 926.242 (467.322) (655) 458.265 450.413
Tanques e vasilhames 10 275.476 (161.029) - 114.447 127.295
Veículos 20 a 25 156.822 (121.200) - 35.622 48.127
Móveis e utensílios 10 25.346 (10.434) - 14.912 13.661
Obras em andamento - 107.034 - - 107.034 28.811
Adiantamentos a fornecedores - 49.231 - - 49.231 1.724
Importações em andamento - 523 - - 523 763
Equipamentos de informática 20 a 30 46.760 (34.388) - 12.372 14.963
- 2.071.367 (958.333) (1.259) 1.111.775 1.013.595
Movimentação dos investimentos:
No início do exercício 2.764 1.418 4.182 5.944
Equivalência patrimonial 711 254 965 1.557
Adiantamento para futuro aumento de capital - 142 142 -
Resgate de ações recebido - - - (3.319)
No fim do exercício 3.475 1.814 5.289 4.182
2006 2005
Química da
Bahia
Indústria e
Comércio
S.A. (ii)
Oxicap
Indústria de
Gases
Ltda. (ii) Total Total
(ii) Demonstrações financeiras examinadas sob a responsabilidade de outros auditores independentes.
Nas demonstrações fi nanceiras consolidadas, o investimento
da controlada Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio na
coligada Oxicap Indústria de Gases Ltda. e o investimento
da controlada Oxiteno Nordeste S.A. - Indústria e Comércio
na coligada Química da Bahia Indústria e Comércio S.A.
estão avaliados pela equivalência patrimonial com base
nas suas demonstrações fi nanceiras de 30 de novembro
de 2006 e 31 de dezembro de 2006, respectivamente.
102
A movimentação da provisão para perdas
de imobilizado é assim demonstrada:
Saldo em 2005 412
Adição 851
Baixas por reversão (4)
Saldo em 2006 1.259
As controladas da Sociedade contabilizaram, em anos
anteriores, reavaliações dos bens integrantes do imobilizado.
Os saldos dessas reavaliações são assim resumidos:
No resultado do exercício foi contabilizado o montante de
R$1.874 (R$1.961 em 2005) a título de depreciação dessas
reavaliações. O montante de impostos diferidos sobre as
reavaliações totaliza R$7.491 (R$8.533 em 2005), sendo R$865
(R$1.245 em 2005) contabilizados no passivo não circulante,
conforme demonstrado na nota explicativa nº 9.a), e R$6.626
(R$7.288 em 2005) reconhecidos à medida que determinadas
controladas realizam a reserva de reavaliação, por serem
anteriores à publicação da Deliberação CVM nº 183/95.
As obras em andamento referem-se, substancialmente,
à construção da planta de álcoois graxos da controlada
Oleoquímica Indústria e Comércio de Produtos Químicos
Ltda. no valor de R$40.777 e à nova unidade de alcoxilação
da controlada Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio no
valor de R$27.526, bem como a ampliações e reformas
dos parques industriais das demais controladas.
Os adiantamentos a fornecedores referem-se,
basicamente, a compra de equipamentos para a
planta de álcoois graxos da controlada Oleoquímica
Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda.
Terrenos 15.503 - 15.503 15.571
Edificações 44.570 (34.799) 9.771 11.933
Máquinas e equipamentos 31.738 (30.652) 1.086 1.362
Tanques e vasilhames 48.910 (48.910) - -
Veículos 826 (826) - -
141.547 (115.187) 26.360 28.866
2006 2005
Depreciação
Reavaliação acumulada Líquido Líquido
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 103
12. Intangível (Consolidado)
A movimentação da provisão para perdas
do intangível é assim demonstrada:
Saldo em 2005 631
Adição 205
Saldo em 2006 836
Direitos de propriedade comercial incluem,
principalmente, os descritos a seguir:
Em 11 de julho de 2002, a controlada Terminal Químico de Aratu
S.A. - Tequimar assinou contrato com a CODEBA - Companhia
das docas do Estado da Bahia, que permite a exploração
da área na qual está situado o Terminal de Aratu por mais
20 anos, renovável por igual período. O preço pago pelo
Tequimar foi de R$12.000, o qual está sendo amortizado no
período compreendido entre agosto de 2002 e julho de 2042.
Adicionalmente, a controlada Terminal Químico de Aratu
S.A. - Tequimar possui contrato de arrendamento de
área adjacente ao Porto de Santos por 20 anos a partir
de dezembro de 2002, renovável por igual período, que
permite construir, operar e explorar terminal destinado
a recepção, tancagem, movimentação e distribuição
de granéis líquidos. O preço pago pelo Tequimar foi
de R$4.334, o qual está sendo amortizado no período
compreendido entre agosto de 2005 e dezembro de 2022.
13. Diferido (Consolidado)
Taxa anual de
amortização - % Custo bruto Líquido
Amortização
acumulada Líquido
Gastos com estudos e projetos 10 a 20 50.947 (11.203) 39.744 21.024
Gastos pré-operacionais 10 a 33 7.155 (2.559) 4.596 4.801
Instalações de equipamentos Ultrasystem em
propriedades de clientes 33 154.138 (93.133) 61.005 60.300
Ágio nas aquisições de participações societárias 10 a 50 7.670 (1.720) 5.950 10.850
Outros 20 2.152 (1.191) 961 1.311
222.062 (109.806) 112.256 98.286
2006 2005
Taxa anual de
amortização - % Custo bruto Líquido
2006 2005
Amortização
acumulada
Provisão para
perdas Líquido
Software 20 64.134 (39.559) - 24.575 25.914
Direitos de propriedade comercial 2 a 6 16.334 (1.671) - 14.663 14.698
Fundo de comércio 20 15.440 (9.302) - 6.138 7.108
Tecnologia 20 20.404 (5.207) - 15.197 10.679
Outros 10 1.372 (96) (836) 440 735
117.684 (55.835) (836) 61.013 59.134
•
•
104
Gastos com estudos e projetos incluem, principalmente,
o projeto de reestruturação das atividades de
distribuição de GLP e gastos com o projeto do
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro - COMPERJ.
Estes projetos foram os principais responsáveis pela
elevação do saldo do diferido de 2005 para 2006.
14. Financiamento e debêntures (Consolidado)
a) Composição
Moeda estrangeira:
Empréstimo sindicalizado 128.460 140.639 US$ 5,05 2008
Notas no mercado externo (b) 535.576 586.471 US$ 7,25 2015
Notas no mercado externo (b) 128.665 - US$ 9,0 2020
Empréstimo de capital de giro 1.375 443 MX$ + TIIE (i) 1,0 2007
Financiamento externo 26.155 28.542 US$ + LIBOR 2,0 2009
Financiamentos para estoques e imobilizado 14.445 10.957 MX$ + TIIE (i) 1,0 a 2,0 2007 a 2011
Adiantamento de contrato de câmbio 1.295 9.771 US$ 5,20 a 5,65 Máximo de
56 dias
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social - BNDES 12.890 22.330 UMBNDES (ii) 8,3 a 10,05 2007 a 2011
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social - BNDES 10.120 261 US$ 7,35 a 10,5 2009 a 2013
Pré-pagamento de exportação, líquido de operações vinculadas 11.100 44.852 US$ 6,2 a 6,41 2008
Subtotal 870.081 844.266
Moeda nacional:
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social - BNDES 199.890 173.055 TJLP (iii) 1,50 a 4,85 2007 a 2012
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social - BNDES 7.005 11.244 IGP-M (iv) 6,5 2008
FINAME 40.742 47.676 TJLP (iii) 2,5 a 4,85 2007 a 2011
FINEP 46.881 38.059 TJLP (iii) (2,0) a 5,0 2009 a 2013
Debêntures (c) 312.794 317.853 CDI 102,5 2008
Banco do Nordeste do Brasil 19.790 - 11,9 a 14,0 2018
Outros 217 163
Subtotal 627.319 588.050
Total de financiamentos e debêntures 1.497.400 1.432.316
Passivo circulante (115.553) (153.708)
Passivo não circulante 1.381.847 1.278.608
Descrição 2006 2005 Índice/Moeda Vencimento
Encargos
financeiros
anuais 2006 - %
(i) MX$ = peso mexicano; TIIE = taxa mexicana de juros interbancária de equilíbrio.(ii) UMBNDES = unidade monetária do BNDES. É uma “cesta de moedas” representando a composição das obrigações de dívida em moeda estrangeira do BNDES que reflete, em 93%, o dólar norte-americano.(iii) TJLP = fixada pelo Conselho Monetário Nacional, a TJLP é o custo básico de financiamento do BNDES.(iv) IGP-M = Índice Geral de Preços de Mercado, calculado pela Fundação Getúlio Vargas.
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 105
Os montantes a longo prazo têm a seguinte composição por ano de
vencimento:
2007 - 93.958
2008 529.331 515.458
2009 101.468 74.954
2010 37.404 9.064
2011 21.686 -
2012 em diante 691.958 585.174
1.381.847 1.278.608
2006 2005
b) Notas no mercado externo
Em junho de 1997, a controlada Companhia Ultragaz S.A. emitiu
US$60 milhões em notas no mercado externo (Notas Originais),
com vencimento em 2005, tendo obtido, em junho de 2005,
a extensão do vencimento dessas notas para junho de 2020,
com opção de venda/compra (“put/call”) em junho de 2008.
Em junho de 2005, a controlada Oxiteno Overseas Corp.
adquiriu a totalidade das Notas Originais emitidas pela
Companhia Ultragaz S.A. com recursos oriundos de empréstimo
sindicalizado no montante de US$60 milhões com vencimento
em junho de 2008 e encargo fi nanceiro de 5,05% a.a.
O empréstimo sindicalizado foi garantido pela Sociedade
e pela Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio. Em abril de 2006,
a controlada Oxiteno Overseas Corp. realizou operação de
venda das Notas Originais emitidas pela Companhia Ultragaz
S.A. a uma instituição fi nanceira. Simultaneamente, a controlada
adquiriu da mesma instituição fi nanceira uma Nota Estruturada
de Crédito (“Credit Linked Note”) lastreada nas Notas Originais,
conforme comentado na nota explicativa nº 4, obtendo, dessa
forma, um retorno adicional nesse investimento. A operação
tem vencimento em 2020, podendo tanto a controlada como
a instituição fi nanceira resgatá-la de forma antecipada,
apesar de a controlada somente ter opção anual de resgate
(compra) a partir de junho de 2008, inclusive. Na situação de
eventual insolvência da instituição fi nanceira, a Companhia
Ultragaz S.A. teria de liquidar as Notas Originais, mas a Oxiteno
Overseas Corp. continuaria a ser credora da Nota Estruturada
de Crédito. Sendo assim, a Sociedade deixou de eliminar
as Notas Originais em suas demonstrações fi nanceiras.
Em dezembro de 2005, a controlada LPG International Inc.
emitiu US$250 milhões de notas no mercado externo, com
vencimento em dezembro de 2015 e encargo fi nanceiro
de 7,25% a.a., pagos semestralmente, sendo o primeiro
pagamento em junho de 2006. O preço da emissão foi
de 98,75% do valor de face da nota, o que representou
um rendimento total para o investidor de 7,429% a.a. no
momento da emissão. As notas foram garantidas pela
Sociedade e pela Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio.
Em decorrência da emissão de notas no mercado
externo e do empréstimo sindicalizado, a Sociedade
e suas controladas, anteriormente mencionadas,
estão sujeitas a certos compromissos, entre eles:
Limitação de transações com acionistas que
possuam mais de 5% de qualquer classe do capital
da Sociedade, as quais não sejam tão favoráveis
à Sociedade quanto se obteria em mercado.
Obrigação de deliberação do Conselho de Administração
para transações com partes relacionadas em montante
superior a US$15 milhões (excetuando-se transações da
Sociedade com subsidiárias e entre subsidiárias).
Restrição de alienação da totalidade ou da quase
totalidade dos ativos da Sociedade e subsidiárias.
Restrição de gravames em ativos superior a US$150 milhões
ou 15% do valor dos ativos tangíveis consolidados.
•
•
•
•
106
Manutenção de índice fi nanceiro, determinado pela razão entre
dívida líquida e Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação
e Amortização - LAJIDA consolidados, menor ou igual a 3,5.
Manutenção de índice fi nanceiro, determinado pela
razão entre LAJIDA consolidado e despesas fi nanceiras
líquidas consolidadas, maior ou igual a 1,5.
As restrições impostas à Sociedade e suas
controladas são usuais em operações dessa
natureza e não limitaram a capacidade destas de
conduzirem seus negócios até o momento.
c) Debêntures
Em 1º de março de 2005, a Sociedade emitiu série
única de 30.000 debêntures simples, não conversíveis
em ações, escriturais e nominativas da espécie
quirográfi ca, cujas principais características são:
Valor nominal unitário: R$10.000,00
Vencimento final: 1º de março de 2008
Pagamento do valor nominal: Parcela única no vencimento final
Remuneração: 102,5% do CDI
Pagamento da remuneração: Semestralmente, a partir
de 1º de março de 2005
Repactuação: Não haverá repactuação
As debêntures estão sujeitas a compromissos que restringem,
entre outras, certas operações de incorporação, fusão ou
cisão e a alienação de ativos operacionais, que resultem
em redução da receita operacional líquida consolidada
superior a 25%, e prevêem a manutenção do índice
fi nanceiro determinado pela razão entre dívida líquida e
LAJIDA consolidados, menor ou igual a 3,5. Nenhum desses
compromissos restringiram a capacidade da Sociedade e de
suas controladas de conduzirem seus negócios até o momento.
d) Garantias
Uma parte dos fi nanciamentos está garantida por alienação
fi duciária dos bens do imobilizado e ações de participações
societárias, além de notas promissórias e avais prestados pela
Sociedade e suas controladas, conforme tabela a seguir:
Parcela dos financiamentos garantida por:
Imobilizado 42.667 53.734
Ações de coligadas e avais de
acionistas minoritários 7.005 11.244
49.672 64.978
2006 2005
Os demais empréstimos estão garantidos por avais emitidos
pela Sociedade e pelo fl uxo futuro de exportação.
A Sociedade é responsável por avais e fi anças prestados a
controladas no montante de R$1.073.134 (R$1.017.858 em 2005).
Algumas controladas emitiram garantias para instituições
fi nanceiras relacionadas às quantias devidas a essas
instituições por alguns de seus clientes (fi nanciamento de
“vendor”). Caso alguma controlada venha a ser instada
a realizar pagamento relativo a essas garantias, a
controlada poderá recuperar o montante pago diretamente
de seus clientes através de cobrança comercial. O
montante máximo de pagamentos futuros relacionados a
essas garantias é de R$34.879 (R$33.208 em 2005), com
vencimentos de até 210 dias. Até 31 de dezembro de 2006
a Sociedade e suas controladas não sofreram perdas nem
registraram passivos relacionados a essas garantias.
•
•
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 107
15. Patrimônio líquido
a) Capital social
A Sociedade é uma sociedade anônima de capital aberto,
com ações negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo
e de Nova Iorque, cujo capital social subscrito e integralizado
está representado por 81.325.409 ações sem valor nominal,
sendo 49.429.897 ordinárias e 31.895.512 preferenciais.
Em 31 de dezembro de 2006 estavam em circulação
no exterior 12.534.161 ações preferenciais na forma
de “American Depositary Receipts - ADRs”.
As ações preferenciais, não conversíveis em ordinárias, não
possuem direito a voto e detêm a prioridade no reembolso
do capital, sem prêmio, na liquidação da Sociedade.
No início de 2000 a Sociedade concedeu, através de
acordo de acionistas, o direito de “Tag Along”, que
assegura aos acionistas minoritários condições idênticas
às negociadas pelos acionistas controladores em caso
de alienação do controle acionário da Sociedade.
A Sociedade está autorizada a aumentar o capital social,
independentemente de reforma estatutária, por deliberação
do Conselho de Administração, até que este atinja R$1.500.000,
mediante a emissão de ações ordinárias ou preferenciais,
sem guardar a proporção existente, observado o limite de
2/3 de ações preferenciais do total das ações emitidas.
b) Ações em tesouraria
A Sociedade adquiriu ações de sua emissão a preços de
mercado, sem redução do capital social, para manutenção
em tesouraria e posterior alienação ou cancelamento, nos
termos das condições previstas nas Instruções CVM nº 10, de
14 de fevereiro de 1980, e nº 268, de 13 de novembro de 1997.
Em 31 de dezembro de 2006, as demonstrações fi nanceiras
da controladora totalizam em tesouraria 161.697 ações
preferenciais e 6.617 ações ordinárias, adquiridas ao custo
médio de R$27,59 e R$19,30 por ação, respectivamente.
No consolidado constam em tesouraria 408.647 ações
preferenciais e 6.617 ações ordinárias, adquiridas ao custo
médio de R$25,27 e R$19,30 por ação, respectivamente.
O preço das ações preferenciais de emissão da
Sociedade em 31 de dezembro de 2006 na Bolsa de
Valores de São Paulo - BOVESPA era de R$48,99.
c) Reserva de capital
A reserva de capital, no valor de R$3.026, refl ete o ágio
com a alienação de ações a preço de mercado para
manutenção em tesouraria nas controladas da Sociedade,
ao preço médio de R$36,00 por ação. Tais ações foram
utilizadas para concessão de usufruto a executivos dessas
controladas, conforme mencionado na nota explicativa nº 21.
d) Reserva de reavaliação
A reserva de reavaliação refl ete a reavaliação de ativos
de controladas e é realizada com base nas depreciações,
baixas ou alienações dos respectivos bens reavaliados das
controladas, considerando-se, ainda, os efeitos tributários
das provisões constituídas por essas controladas.
Em alguns casos, os encargos tributários sobre a reserva
de reavaliação refl exa de determinadas controladas são
reconhecidos à medida que a reserva é realizada, por
serem anteriores à publicação da Deliberação CVM nº
183/95, conforme comentado na nota explicativa nº 11.
e) Reserva de retenção de lucros
É destinada à aplicação em investimentos previstos em
orçamento de capital, principalmente em expansão,
produtividade e qualidade, aquisições e novos investimentos.
Constituída em observância ao artigo 196 da Lei das
Sociedades por Ações, inclui tanto a parcela do lucro líquido
do exercício como a realização da reserva de reavaliação.
f) Reserva de lucros a realizar
Constituída de acordo com o estabelecido no artigo 197
da Lei das Sociedades por Ações, com base no resultado
de equivalência patrimonial auferido pela Sociedade. Sua
realização normalmente ocorre por ocasião do recebimento
de dividendos, alienação e baixa dos investimentos.
108
g) Dividendos e destinação do lucro líquido
do exercício da controladora
Aos acionistas é assegurado, estatutariamente, um
dividendo mínimo anual de 50% do lucro líquido ajustado,
calculado nos termos da Lei das Sociedades por Ações.
Lucro líquido do exercício 288.373
Reserva legal (14.419)
Retenção de lucros (136.977)
Constituição de reserva de lucros a realizar (61.013)
Saldo de dividendos 75.964
Realização de reserva de lucros a realizar 68.236
Dividendos intermediários (R$0,887398 por ação ordinária e preferencial) (72.000)
Dividendos propostos a pagar (R$0,889633 por ação ordinária e preferencial) (72.200)
2006
h) Conciliação entre o patrimônio líquido da controladora e do
consolidado
Patrimônio líquido da controladora 1.940.710 1.795.643
Ações em tesouraria em poder de controladas - líquidas de realização (4.723) (3.761)
Reserva de capital oriunda da venda de ações em tesouraria para controladas - líquida de realização (2.476) (1.717)
Patrimônio líquido do consolidado 1.933.511 1.790.165
2006 2005
i) Conciliação entre o lucro líquido da
controladora e do consolidado
A conciliação entre o lucro líquido da controladora e do
consolidado demonstra os efeitos decorrentes da reversão
da provisão para parada de fábrica programada de
Lucro líquido da controladora 288.373 299.178
Reversão da provisão de parada de fábrica da controlada Oxiteno S.A. Indústria e Comércio (796) -
Reversão da provisão de parada de fábrica da controlada Oxiteno Nordeste S.A. Indústria e Comércio (5.513) -
Lucro líquido do consolidado 282.064 299.178
2006 2005
algumas controladas da Sociedade, líquida dos efeitos
tributários, contabilizada na conta “Lucros acumulados”
conforme a Deliberação CVM nº 489/05 e a Interpretação
Técnica nº 01/06 do IBRACON, como segue:
A proposta de dividendos consignada nas demonstrações
fi nanceiras da Sociedade, sujeita à aprovação dos
acionistas na Assembléia Geral, é assim demonstrada:
16. Resultado não operacional (Consolidado)
Compõe-se, principalmente, de R$13.670 (R$391 em
2005) de baixa de ativo diferido relacionado a estudos
e projetos e R$4.818 (R$1.375 em 2005) de resultado da
venda do ativo imobilizado, notadamente vasilhames
e veículos, e provisão para perda de investimento.
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 109
17. Informações sobre segmento
A Sociedade possui três segmentos de negócios: gás, químico
e logística. O segmento de gás distribui GLP a consumidores
residenciais, comerciais e industriais, principalmente nas
Regiões Sul, Sudeste e Nordeste do País. O segmento químico
produz óxido de eteno e seus derivados, que são matérias-
primas para os segmentos têxtil, alimentício, de cosméticos e
detergentes, agroquímicos, de tintas e vernizes, entre outros.
O segmento de logística opera transporte e armazenagem,
principalmente nas Regiões Sudeste e Nordeste do País.
(*) Em 2006, inclui R$23.524 referentes à reversão da provisão para contingências de PIS e COFINS e R$26.225 referentes à recuperação de PIS e COFINS conforme comentado na nota explicativa nº 20.a).
Os segmentos apresentados nas demonstrações
fi nanceiras são unidades de negócio estratégicas
que oferecem produtos e serviços distintos.
As vendas entre segmentos são feitas a preços semelhantes
àqueles que poderiam ser praticados com terceiros.
As principais informações fi nanceiras sobre cada um dos
segmentos da Sociedade podem ser assim demonstradas:
Receita líquida, eliminadas as transações com
partes relacionadas 3.065.849 1.549.470 178.640 89 4.794.048 4.693.848
Lucro operacional antes das receitas (despesas)
financeiras e equivalência patrimonial 167.345 146.296 11.441 5.309 330.391 358.330
Ativo total líquido de partes relacionadas 918.598 2.298.395 310.082 322.769 3.849.844 3.625.125
2006 2005
Ultragaz Oxiteno Ultracargo Outros Consolidado Consolidado
18. Resultado fi nanceiro (Consolidado)
Receitas financeiras
Juros sobre aplicações financeiras 163.223 128.845
Juros de clientes 5.295 5.125
Variações monetárias e cambiais ativas (14.408) (17.809)
Outras receitas 1.821 2.489
155.931 118.650
Despesas financeiras
Juros sobre financiamentos (85.477) (42.869)
Juros sobre debêntures (44.827) (41.436)
Encargos bancários (14.677) (17.125)
Variações monetárias e cambiais passivas 17.660 32.343
Resultado de “hedge” cambial (18.977) (48.801)
CPMF/IOF/outros encargos (*) 28.952 (25.608)
Outras despesas (8.013) (2.498)
(125.359) (145.994)
Resultado financeiro 30.572 (27.344)
2006 2005
110
19. Riscos e instrumentos fi nanceiros (Consolidado)
Os principais fatores de risco a que a Sociedade e suas
controladas estão expostas refl etem aspectos estratégico-
operacionais e econômico-fi nanceiros. Os riscos estratégico-
-operacionais (tais como, entre outros, comportamento de
demanda, concorrência, inovação tecnológica e mudanças
relevantes na estrutura da indústria) são endereçados pelo
modelo de gestão da Sociedade. Os riscos econômico-
fi nanceiros refl etem, principalmente, a inadimplência de
clientes, o comportamento de variáveis macroeconômicas,
como taxas de câmbio e de juros, bem como as características
dos instrumentos fi nanceiros que a Sociedade utiliza. Esses
riscos são administrados por meio de políticas de controle,
estratégias específi cas e determinação de limites, como segue:
Inadimplência de clientes - Tais riscos são administrados
por normas específi cas de aceitação de clientes e análise
de crédito, além de serem mitigados pela diversifi cação de
vendas. A Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio e suas controladas
mantiveram, em 31 de dezembro de 2006, R$1.558 (R$848
em 2005) e as controladas da Ultragaz Participações Ltda.
mantiveram R$20.020 (R$25.191 em 2005) de provisão para
perda potencial em suas contas e seus ativos a receber.
Taxa de juros - A Sociedade e suas controladas adotam
políticas conservadoras de captação e aplicação de
recursos fi nanceiros e de minimização do custo de capital.
As aplicações fi nanceiras da Sociedade e de suas
controladas são basicamente mantidas em operações
vinculadas ao juro do CDI, conforme apontado na nota
explicativa nº 4. Uma parcela dos ativos fi nanceiros é
destinada a “hedge” cambial, conforme demonstrado
a seguir. As captações são principalmente oriundas de
fi nanciamentos do BNDES, debêntures e captações em moeda
estrangeira, conforme divulgado na nota explicativa nº 14.
Taxa de câmbio - As controladas da Sociedade utilizam
instrumentos de “hedge” (principalmente CDI e dólares
norte-americanos) disponíveis no mercado fi nanceiro para
cobrir seus ativos e passivos em moeda estrangeira, com
o objetivo de reduzir os efeitos da variação cambial em
seus resultados. Tais instrumentos de “hedge” possuem
montantes, prazos e índices substancialmente equivalentes
aos dos ativos e passivos em moeda estrangeira aos quais
se encontram vinculados. Estão demonstrados a seguir
os ativos e passivos em moeda estrangeira, convertidos
para reais em 31 de dezembro de 2006 e de 2005:
Ativos:
Investimentos em moeda estrangeira e “hedge” 94.417 126.236
Disponibilidades no exterior 861 3.129
Aplicações financeiras em moeda estrangeira 776.454 722.565
Contas a receber de clientes no exterior líquidas de adiantamentos de contrato de
exportação e provisão para perda 25.352 21.949
897.084 873.879
Passivos:
Financiamentos em moeda estrangeira 870.081 844.266
Contas a pagar decorrentes de importações 30.872 16.054
900.953 860.320
Posição líquida ativa (passiva) (3.869) 13.559
2006 2005
•
•
•
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 111
A variação cambial referente a disponibilidades, investimentos
e aplicações fi nanceiras das controladas no exterior foi
registrada como despesa fi nanceira na demonstração do
resultado do exercício de 2006, no montante de R$15.297
(despesa fi nanceira no montante de R$9.434 em 2005).
Valor contábil
Valor de
mercado Valor contábil Valor de mercado
Ativos financeiros:
Disponibilidades 31.992 31.992 32.714 32.714
Aplicações financeiras de curto prazo 1.038.084 1.034.144 1.218.210 1.215.638
Aplicações financeiras de longo prazo 547.978 564.379 372.692 372.692
1.618.054 1.630.515 1.623.616 1.621.044
Passivos financeiros:
Financiamentos de curto e longo prazos 1.184.606 1.211.849 1.114.463 1.113.665
Debêntures de curto e longo prazos 312.794 312.748 317.853 318.495
1.497.400 1.524.597 1.432.316 1.432.160
Investimento:
Investimento permanente em outra sociedade 25.497 28.978 28.117 33.126
2006 2005
O valor de mercado dos instrumentos fi nanceiros foi obtido
pelo método comumente utilizado para marcação a mercado,
que consiste em levar os saldos dos instrumentos a vencimento
pelas respectivas taxas contratadas, trazendo-os a valor
presente pelas taxas de mercado em 31 de dezembro de 2006
e de 2005. O valor de mercado do investimento permanente em
outra sociedade refere-se aos preços das ações na BOVESPA.
20. Contingências e compromissos (Consolidado)
a) Processos cíveis, fi scais e trabalhistas
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Petroquímicas,
ao qual são fi liados os empregados da controlada Oxiteno
Nordeste S.A. - Indústria e Comércio, ajuizou, em 1990, ação
contra a controlada, pleiteando o cumprimento de reajustes
Valor de mercado dos instrumentos fi nanceiros
O valor de mercado dos instrumentos fi nanceiros em 31 de
dezembro de 2006 e de 2005 está demonstrado a seguir:
estabelecidos em convenção coletiva de trabalho, em
detrimento às políticas salariais efetivamente praticadas. Na
mesma época, o Sindicato Patronal suscitou dissídio coletivo
para interpretação e esclarecimento da cláusula quarta da
convenção. Com base na opinião de seus assessores jurídicos,
que analisaram a última decisão do Supremo Tribunal Federal
- STF no dissídio coletivo e a posição da ação individual
da controlada, a Administração da controlada não julgou
necessário constituir provisão em 31 de dezembro de 2006.
As controladas Companhia Ultragaz S.A. e SPGás Distribuidora
de Gás Ltda. respondem a processo administrativo em
curso na Secretaria de Direito Econômico - SDE, vinculada ao
Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE, sob
•
112
alegação de prática anticoncorrencial em municípios da região
do Triângulo Mineiro em 2001. Em setembro de 2005 a SDE
emitiu nota técnica recomendando ao CADE a condenação
das empresas envolvidas nesse processo. Em sua defesa, as
controladas ressaltam, entre outros argumentos, que: (i) nos
termos de determinação expedida pelo diretor-presidente
da Sociedade em 4 de julho de 2000, os empregados das
controladas estavam proibidos de discutir com terceiros
questões relativas a preços; e (ii) nenhuma prova consistente
foi juntada aos autos. Diante dos argumentos apresentados,
do fato de a nota técnica não impor efeito vinculante à
decisão do CADE e da opinião de seus assessores jurídicos,
as controladas não constituíram provisão para essa questão.
Caso a decisão no CADE lhes seja desfavorável, as controladas
ainda podem discutir a questão em esfera judicial.
A controlada Companhia Ultragaz S.A. é ré em processos
judiciais relativos a perdas e danos causados por explosão,
em 1996, em um shopping center localizado na cidade
de Osasco - SP. Tais processos envolvem: (i) processos
individuais movidos por vítimas da explosão pleiteando
ressarcimento por perda de benefício econômico e danos
morais; (ii) solicitação de ressarcimento de despesas da
administradora do shopping center e sua seguradora; e (iii)
ação coletiva pleiteando indenização de danos materiais
e morais de todas as vítimas lesionadas e falecidas.
A controlada acredita ter produzido provas de que os dutos
de gás defeituosos do shopping center causaram o acidente
e que as instalações de armazenamento de GLP da Ultragaz
no local não contribuíram para a explosão. Das 58 ações
julgadas até o momento, 57 lhe foram favoráveis, e destas 16
já estão arquivadas; apenas 1 foi desfavorável em 2ª instância,
da qual ainda cabe recurso, cujo valor, caso seja mantida a
decisão, é de R$17, restando ainda 2 ações não julgadas. A
controlada possui cobertura de seguro para esses processos
judiciais, sendo o valor não segurado correspondente a
R$23.595. A Sociedade não registrou provisão para esse
valor, pois considera a probabilidade de realização dessa
contingência como sendo, essencialmente, remota.
A Sociedade e suas controladas obtiveram medidas
liminares para recolherem as contribuições ao PIS e à
COFINS sem as alterações introduzidas pela Lei nº 9.718/98
em sua versão original. O questionamento em curso refere-
se à incidência dessas contribuições sobre outras receitas,
além do faturamento. Os montantes que deixaram de
ser recolhidos estavam registrados nas demonstrações
fi nanceiras da Sociedade e de suas controladas, totalizando
R$14.469 (R$36.966 em 2005). Recentemente, o STF julgou
a questão favoravelmente ao contribuinte. Muito embora
seja um precedente, o efeito dessa decisão não se aplica
automaticamente a todas as empresas, já que estas devem
aguardar o julgamento de suas próprias ações judiciais.
Em 2006 transitaram em julgado as ações das controladas
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 113
Companhia Ultragaz S.A., Transultra - Armazenamento e
Transporte Especializado Ltda., Oxiteno S.A. - Indústria e
Comércio e Ultraquímica Florestal Ltda. (sociedade incorporada
na Ultracargo Operações Logísticas e Participações Ltda.), e
as controladas reverteram as provisões existentes no valor de
R$15.886, R$1.331, R$5.736 e R$571, respectivamente, líquidas
de honorários advocatícios, como receita fi nanceira na
demonstração do resultado do exercício. Da mesma forma,
também transitou em julgado a ação relativa à controlada
Oxiteno Nordeste S.A. Indústria e Comércio; como essa
controlada não havia obtido liminar, ela havia efetivamente
pago, em exercícios anteriores, PIS e COFINS indevidos.
O montante de R$26.225, correspondente ao ganho dessa
causa, líquido de honorários advocatícios, foi contabilizado
como ganho fi nanceiro e está sendo utilizado para a
compensação de tributos federais. A Sociedade possui
outras controladas cujas ações ainda não foram julgadas.
Caso todas as ações judiciais venham a transitar em julgado
favoravelmente às controladas, a Sociedade estima que o
efeito total positivo adicional ao já registrado no resultado,
antes do imposto de renda e da contribuição social, deva
atingir R$14.107, já deduzidos os honorários advocatícios.
A controlada Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio e sua
subsidiária Oxiteno Nordeste S.A. - Indústria e Comércio
possuem R$15.590 (R$14.532 em 2005) provisionados referentes
a autos de infração de ICMS mantidos em julgamentos de 1ª e
2ª instâncias administrativas. As empresas aguardam decisão
dos recursos interpostos, ainda em fase administrativa.
A controlada Utingás Armazenadora S.A. vem discutindo
judicialmente autos de infração referentes à incidência
do Imposto Sobre Serviços - ISS lavrados pela Prefeitura
Municipal de Santo André. A avaliação dos assessores
jurídicos da controlada é a de que o risco é baixo, uma
vez que parte signifi cativa das decisões em 1ª instância foi
favorável à controlada. A tese defendida pela controlada
está amparada por parecer de renomado tributarista. O
montante não provisionado da contingência, atualizado para
31 de dezembro de 2006, é de R$33.351 (R$29.995 em 2005).
Em 7 de outubro de 2005, as controladas da Ultragaz
Participações Ltda. ingressaram com mandado de segurança
e obtiveram liminar para suportar a compensação de
créditos de PIS e COFINS com outros tributos administrados
pela Secretaria da Receita Federal, notadamente IRPJ
e CSLL. Nos termos da liminar obtida, as controladas
vêm realizando o depósito judicial desses débitos e
constituindo passivo correspondente para esse fi m.
As controladas Oxiteno S.A. - Indústria e Comércio, Oxiteno
Nordeste S.A. - Indústria e Comércio, Companhia Ultragaz
S.A. e Transultra Armazenamento e Transporte Especializado
Ltda. ingressaram, em 29 de dezembro de 2006, com
mandado de segurança objetivando a exclusão do ICMS
na base de cálculo das contribuições do PIS e da COFINS.
114
b) Contratos
A controlada Terminal Químico de Aratu S.A. - Tequimar
possui contratos com a CODEBA e com o Complexo Industrial
Portuário Governador Eraldo Gueiros, relacionados com suas
instalações portuárias em Aratu e Suape, respectivamente.
Esses contratos estabelecem uma movimentação mínima
de carga de 1.000.000 de toneladas por ano em Aratu,
até 2022, e de 250.000 toneladas por ano em Suape, até
2027. Se a movimentação anual for menor que o mínimo
exigido, a controlada deverá pagar a diferença entre a
Saldo em
2005 Adições Baixas Atualizações
IRPJ e CSLL 9.272 25.088 (314) 1.984 36.030
PIS e COFINS sobre outras receitas 36.966 10 (24.453) 1.946 14.469
ICMS 14.532 266 - 1.066 15.864
INSS - 2.172 - - 2.172
PIS sobre prestação de serviços - 267 - 17 284
(-) Depósitos judiciais (6.148) (24.436) - (1.762) (32.346)
Total de outros impostos e contribuições 54.622 3.367 (24.767) 3.251 36.473
Provisões
Saldo em
2006
A Sociedade e suas controladas ajuizaram medidas judiciais
com pedido de liminar visando não se submeterem à legislação
que restringiu a compensação dos prejuízos fi scais (IRPJ) e
das bases negativas (CSLL) apurados até 31 de dezembro
de 1994 a 30% do lucro do exercício, bem como pleiteando o
aproveitamento integral e imediato da correção complementar
Índice de Preços ao Consumidor - IPC/Bônus do Tesouro
Nacional - BTN verifi cada em 1990 (Lei nº 8.200/91). Há bons
precedentes para essas discussões quando se comprova que
houve apenas a postergação do pagamento do IRPJ e da
CSLL para anos seguintes, como é o caso das controladas
da Sociedade, e nossos assessores jurídicos entendem
possíveis as chances de sucesso da argumentação na esfera
judicial. O valor estimado da contingência é de R$21.449.
A Sociedade e suas controladas possuem outros processos
administrativos e judiciais em andamento, cujas avaliações,
efetuadas por seus assessores jurídicos, são consideradas
como de risco possível e/ou remoto, e cujas eventuais
perdas potenciais não foram provisionadas pela Sociedade
e por suas controladas, com base nesses pareceres.
As movimentações das provisões líquidas dos
depósitos judiciais são assim apresentadas:
movimentação real e a mínima estabelecida nos contratos,
com base nas tarifas portuárias em vigor na data defi nida
para pagamento. Em 31 de dezembro de 2006, essas tarifas
eram de R$3,67 e R$3,44 por tonelada para Aratu e Suape,
respectivamente. A controlada tem cumprido os limites mínimos
de movimentação de carga desde o início dos contratos.
A controlada Oxiteno Nordeste S.A. - Indústria e Comércio
possui contrato de fornecimento com a Braskem S.A., que
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 115
Em toneladas de eteno 137.900 181.496 192.190
Compromisso anual
de compra mínima
Demanda acumulada
anual (real)
2006 2005
Em 16 de agosto de 2006 a controlada Oxiteno Nordeste S.A.
- Indústria e Comércio assinou o Memorando de Entendimento,
alterando o contrato de fornecimento de eteno com a Braskem
S.A. descrito anteriormente. O Memorando de Entendimento
regula novas condições de fornecimento de eteno até 2021,
e em 2007 e 2008 a controlada terá acesso a um volume
adicional de eteno sendo que a quantidade mínima, em
toneladas, passa para 180 mil e 190 mil, respectivamente.
c) Cobertura de seguros em controladas
A Sociedade contrata apólices de seguro adequadas,
visando cobrir diversos riscos aos quais está exposta,
incluindo seguros patrimoniais com cobertura para danos
e/ou prejuízos causados por incêndio, queda de raio,
explosão de qualquer natureza, vendaval, queda de
aeronave e danos elétricos, entre outros, garantindo as
bases e demais fi liais, de todas as controladas, com um
montante dos limites de cobertura de US$396 milhões.
Com relação às unidades das controladas Oxiteno S.A.
- Indústria e Comércio, Oxiteno Nordeste S.A. - Indústria e
Comércio e Canamex Químicos S.A. de C.V., é contratada
também cobertura de lucros cessantes decorrentes de
eventuais acidentes relacionados aos seus ativos, com um
montante dos limites de cobertura de US$233 milhões.
O programa de Seguro de Responsabilidade Civil Geral atende
a Sociedade e suas controladas, com valor de cobertura global
limitado a US$200 milhões, cobrindo danos e/ou prejuízos que
eventualmente possam ser causados a terceiros decorrentes de
acidentes relacionados às operações comerciais e industriais
e/ou à distribuição e comercialização de produtos e serviços.
São contratados, também, seguros nas modalidades
de Vida em Grupo e Acidentes Pessoais, Saúde
e Transportes Nacionais e Internacionais.
21. Plano de ações (Consolidado)
Em Assembléia Geral Extraordinária, realizada em 26 de
novembro de 2003, foi aprovado plano de benefícios dos
administradores da Sociedade e de suas controladas, que
prevê: (i) a outorga inicial de usufruto sobre ações de emissão
da Sociedade mantidas em tesouraria pelas controladas nas
quais os administradores benefi ciados estão registrados;
e (ii) a transferência da propriedade das ações após
decorridos dez anos da concessão inicial condicionada à
não-interrupção do vínculo entre o administrador benefi ciado
e a Sociedade e suas controladas. O valor total concedido a
executivos até 31 de dezembro de 2006, incluindo encargos
tributários, foi de R$12.263 (R$8.940 em 2005). Tal valor
está sendo amortizado pelo prazo de dez anos a partir da
concessão, e a amortização relativa ao período fi ndo em 31
de dezembro de 2006 no montante de R$949 (R$776 em 2005)
foi registrada como despesa operacional do exercício.
estabelece limite mínimo de consumo anual de eteno.
O compromisso mínimo de compra e a demanda real dos
exercícios fi ndos em 31 de dezembro de 2006 e de 2005,
expressos em toneladas de eteno, estão a seguir indicados.
No caso de descumprimento do compromisso mínimo de
compra, a controlada obriga-se a pagar multa de 40%
do preço corrente do eteno, na extensão da quantidade
não cumprida.
116
22. Benefícios a empregados e plano de
previdência privada (Consolidado)
A Sociedade e suas controladas oferecem a seus empregados
benefícios como seguro de vida, assistência médica e plano de
aposentadoria. Adicionalmente, são oferecidos fi nanciamentos
para aquisição de veículos e computadores pessoais a
empregados de determinadas controladas. A contabilização
desses benefícios obedece ao regime de competência e a
concessão destes cessa ao término do vínculo empregatício.
Em agosto de 2001, a Sociedade e suas controladas passaram
a oferecer um plano de previdência privada na modalidade
de contribuição defi nida a seus empregados, administrado
pela Ultraprev - Associação de Previdência Complementar. Nos
termos do plano, a contribuição básica de cada empregado
participante é calculada por meio da multiplicação de um
percentual, que varia entre 0% e 11%, o qual é anualmente
defi nido pelo participante, com base no salário dele. As
sociedades patrocinadoras contribuem, em nome do
participante, com um valor idêntico ao da contribuição básica
deste. À medida que os participantes se aposentam, eles
optam entre receber mensalmente: (i) um percentual, que varia
entre 0,5% e 1,0%, sobre o fundo acumulado em seu nome na
Ultraprev; ou (ii) um valor fi xo mensal que esgotará o fundo
acumulado em nome do participante em um prazo que varia
entre 5 e 25 anos. Assim sendo, a Sociedade e suas controladas
não assumem responsabilidade por garantir valores e prazos
de recebimento de aposentadoria. Em 2006, a Sociedade e
suas controladas contribuíram com R$3.337 (R$2.982 em 2005)
à Ultraprev, valor contabilizado como despesa no resultado do
exercício. O total de empregados vinculados ao plano em 31
de dezembro de 2006 atingiu 5.632 participantes ativos, não
havendo ainda participantes aposentados. Adicionalmente,
a Ultraprev possuía 1 participante ativo e 31 ex-funcionários
recebendo benefícios conforme as regras de plano anterior.
Demonstrações Financeiras
Ultrapar Relatório Anual 2006 117
O Conselho Fiscal da Ultrapar Participações S.A., em
cumprimento às disposições legais e estatutárias, examinou o
Relatório da Administração e as Demonstrações Financeiras
(controladora e consolidado) referentes ao exercício social
encerrado em 31 de dezembro de 2006. Com base nos exames
efetuados e considerando o parecer, sem ressalvas, dos
auditores independentes, Deloitte Touche Tohmatsu Auditores
Independentes, datado de 31 de janeiro de 2007, opina que os
Parecer do Conselho Fiscal da Ultrapar Participações S.A.
São Paulo, 08 de fevereiro de 2007
referidos documentos, bem como o orçamento de capital para
2007 e a proposta da destinação do lucro líquido do período,
incluindo a distribuição de dividendos, estão em condições de
serem aprovadas pela Assembléia Geral Ordinária.
Flavio César Maia Luz
Conselheiro
Wolfgang Eberhard Rohrbach
Conselheiro
John Michael Streithorst
Conselheiro
Mario Probst
Conselheiro
Raul Murgel Braga
Conselheiro
118
Gerência de Relações com Investidores
Av Brigadeiro Luiz Antônio 1343 8º andar
São Paulo SP 01317-910
Tel: 55 11 3177 7014 Fax: 55 11 3177 6107
E-mail: [email protected]
www.ultra.com.br
Banco Custodiante das Ações
Banco Itaú S.A.
Superintendência de Serviços de
Ações e Debêntures
Av Engenheiro Armando de Arruda
Pereira 707 9º andar
São Paulo SP 04344-902
Tel: 55 11 5029 7780
Banco Depositário dos ADRs
The Bank of New York
101 Barclay Street 22W
New York N.Y. 10286
Estados Unidos da América
Tel: 1 888 BNY ADRs (1 888 269 2377)
E-mail: [email protected]
Direct Purchase Stock Program
www.adrbny.com
Auditoria das Demonstrações Contábeis
Deloitte Touche Tohmatsu Auditores
Independentes
Rua Alexandre Dumas 1981
São Paulo SP 04717-906
Tel: 55 11 5185 2444
www.deloitte.com.br
Créditos - Relatório Anual 2006
Departamento de Relações com Investidores
Coordenação
Report Comunicação
Consultoria e Redação
FutureBrand BC&H
Direção de Arte e Projeto gráfi co
Cia de foto
Fotos
Informações corporativas
Ultrapar Participações S.A.
Bovespa: UGPA4 / NYSE: UGP
Ultrapar Participações S.A.Av. Brigadeiro Luiz Antônio 1343 8º andar
01317 910 São Paulo SP BrasilTel 55 11 3177 7014 Fax 55 11 3177 6107