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GABINETE DO PROCURADOR ERNESTO TAVARES VICTORIA
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Proc.no 2084/16
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01/II www.mpc.ro.gov.br
Cuidam os autos acerca de auditoria realizada na
Municipalidade, no período de 23 a 27 de novembro de 2015,
consoante o planejamento anual previamente aprovado,
objetivando a verificação da legalidade da gestão realizada
pela assistência farmacêutica, no âmbito da Secretaria
Municipal de Saúde, convertida em Tomada de Contas Especial,
em razão de que após conclusão da fiscalização foram
detectados fortes indícios de dano ao Erário, em virtude de
violação à lei de licitações.
Após definição de responsabilidades pela
Relatoria (Id 477386),a SGCE promoveu a citação/audiência
PROCESSO Nº : 2084/2016 (APENSO PROC. 4528/15)
ASSUNTO : TOMADA DE CONTAS ESPECIAL (AUDITORIA DE
GESTÃO CONVERTIDA EM TCE)
INTERESSADO : PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA BRASILÂNDIA
DO OESTE/RO
RESPONSÁVEIS : GERSON NEVES – PREFEITO MUNICIPAL E
OUTROS
RELATOR : JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO
PARECER N. : 0114/2019-GPETV
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Pag. 1011TCE-RO
Pag. 101102084/16
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dos agentes arrolados1, juntando ao caderno processual as
justificativas e documentos enviados por eles2.
A Secretaria Geral de Controle Externo por meio
de sua Diretoria Técnica analisou as defesas e a documentação
juntadas aos autos, emitindo relatório técnico (Id 600634),
concluindo pela ocorrência de irregularidades graves com
indícios de danos ao erário do Município, entendendo pela
permanência das responsabilizações atribuídas aos gestores
por ela indicados.
Além disso, a Secretaria Regional de Controle
Externo apresentou como proposta de encaminhamento que a
tomada de contas especial seja julgada IRREGULAR, com espeque
no art. 16, III, “b” e “c”, da Lei Complementar n. 154/1996,
pela irregular liquidação e pagamento de despesas oriundas
de empenhos fraudulentos, em descumprimento aos arts. 62 e
63 da Lei n. 4.320/1964, com repercussão danosa ao erário
municipal da ordem de R$102.310,54, imputando débitos aos
responsáveis e cominação de multas, devido ao não afastamento
1 Em cumprimento a decisão DM-GCJEPPM-TC 00249/17, foram encaminhados os
Mandados de Audiência n. 298, 299, 300 e 301/2017/DP-SPJ, Citação n.
129, 130, 131 e 132/2017/DP-SPJ e Citação e Audiência n. 40, 41 e
42/2017/DP-SPJ e Ofício n. 1329 e 1330/2017/DP-SPJ, destinados aos
Senhores Elisete Teixeira de Souza, Geciel Bueno Neves, Jair Ramos
Sanches, Marco Willian Menezes Refacho, Empresa Nunes e Cardoso Ltda,
Empresa Covan Comércio Varejista e Atacadista, Empresa Equilíbrio
Comércio e Representação Eireli, Empresa Biocal Comércio e Representação
Ltda, Gerson Neves, Marcos de Farias Nicolette, Renato Santos Chisté,
Hélio da Silva e Márcia Pereira, em 22.8.2017, conforme Certidão Técnica
(Id 486406).
2 Ids 492772, 494512, 495744, 500701, 500699, 509661, 506637, 512347,
513173, 520588, 494745, 537203, 560522, 571506, 572009, 572010, 572011,
572012, 596064.
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das irregularidades detectadas na fiscalização após oitivas
dos agentes.
Em sequência, vieram os autos ao Ministério
Público de Contas para manifestação, na forma regimental.
É o necessário a relatar.
1. PRELIMINARMENTE
1.1. Da técnica de motivação per relationem ou aliunde
Registro, por oportuno, que se reveste de plena
legitimidade jurídico-constitucional a adoção, no caso, da
técnica da motivação por referência ou por remissão (“per
relationem”), a qual foi reconhecida pelo Supremo Tribunal
Federal como compatível com o que dispõe o art. 93, inciso
IX, da Constituição da República, como resulta de diversos
precedentes firmados por aquela e. Corte.
Referida técnica de motivação per relationem ou
aliunde encontra guarida na jurisprudência, utilizada, e.g.,
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal de Contas da
União (TCU), e é passível de ser aplicada na apreciação do
processo em tela, vide:
(...) INCORPORAÇÃO, AO ACÓRDÃO, DAS RAZÕES
EXPOSTAS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL -
MOTIVAÇÃO “PER RELATIONEM” - LEGITIMIDADE
JURÍDICO-CONSTITUCIONAL DESSA TÉCNICA DE
FUNDAMENTAÇÃO (...)
(...) Reveste-se de plena legitimidade jurídico-
constitucional a utilização, pelo Poder
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Pag. 1013TCE-RO
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Judiciário, da técnica da motivação “per
relationem”, que se mostra compatível com o que
dispõe o art. 93, IX, da Constituição da
República. A remissão feita pelo magistrado -
referindo-se, expressamente, aos fundamentos (de
fato e/ou de direito) que deram suporte a
anterior decisão (ou, então, a pareceres do
Ministério Público ou, ainda, a informações
prestadas por órgão apontado como coator) -
constitui meio apto a promover a formal
incorporação, ao ato decisório, da motivação a
que o juiz se reportou como razão de decidir.
Precedentes.
(STF. AI 825520 AgR-ED, Rel.: Min. CELSO DE
MELLO, Segunda Turma, julg. em 31/05/2011, DJe-
174 DIVULG 09-09-2011 PUBLIC 12-09-2011 VOL-
02584-02 PP-00258) Ementa parcial.
E mais:
(...) Não se desconhece, na linha de diversos
precedentes que esta Suprema Corte estabeleceu
a propósito da motivação por referência ou por
remissão (RTJ 173/805-810, 808/809, Rel. Min.
CELSO DE MELLO - RTJ 195/183-184, Rel. Min.
SEPÚLVEDA PERTENCE, v.g.), que se revela
legítima, para efeito do que dispõe o art. 93,
inciso IX, da Constituição da República, a
motivação “per relationem”, desde que os
fundamentos existentes “aliunde”, a que se haja
explicitamente reportado a decisão questionada,
atendam às exigências estabelecidas pela
jurisprudência constitucional do Supremo
Tribunal Federal. É que a remissão feita pelo
magistrado, referindo-se, expressamente, aos
fundamentos que deram suporte ao ato impugnado
ou a anterior decisão (ou a pareceres do
Ministério Público ou, ainda, a informações
prestadas por órgão apontado como coator, p.
ex.), constitui meio apto a promover a formal
incorporação, ao novo ato decisório, da
motivação a que este último se reportou como
razão de decidir: (...)
(STF. MS 27350 MC, Relator(a): Min. CELSO DE
MELLO, julgado em 29/05/2008, publicado em DJe-
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Pag. 1014TCE-RO
Pag. 101402084/16
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100 DIVULG 03/06/2008 PUBLIC 04/06/2008) Decisão
parcial.
No mesmo sentido:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONTRA O ACÓRDÃO
1.910/2012-PLENÁRIO. FISCOBRAS 2008. OBRA DE
CONSTRUÇÃO DA FERROVIA NORTE/SUL NO ESTADO DO
TOCANTINS, TRECHO AGUIARNÓPOLIS - PALMAS.
CONDENAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS AO PAGAMENTO DE
MULTA. ABERTURA DE TOMADAS DE CONTAS ESPECIAIS.
AUSÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU OMISSÃO
NO ACÓRDÃO GUERREADO. DEMAIS ARGUMENTOS NÃO
RELACIONADOS AO LIAME ARGUMENTATIVO CABÍVEL EM
SEDE DE EMBARGOS DECLARATÓRIOS. REJEIÇÃO.
SOLICITAÇÃO DE PARCELAMENTO DAS MULTAS.
DEFERIMENTO. ENCAMINHAMENTO DOS AUTOS À SERUR
PARA EXAME DE ADMISSIBILDIADE DE PEDIDOS DE
REEXAME.
(...) Fato é que essas considerações de conduta
foram sim consideradas, tanto no voto quanto no
relatório instrutivo, em algumas passagens,
acolhidos per relationem. Nessa seara,
necessário dissecar que a fundamentação ofertada
pelo relator, ao expressamente concordar com as
conclusões da unidade técnica - por seus
fundamentos - atende a motivação necessária a
conferir validade e legitimidade à decisão. É o
que o STF decidiu, por exemplo, nos RE 37.879/MG,
RE 49.074/MA, HC 54.513/DF, HC 69.438/SP, HC
72.009/RS. (...)
(TCU. Processo n° 018.509/2008-9. Ac. 2735/2012.
Rel. Min Valmir Campelo. Data da sessão:
10/10/2012) Ementa parcial.
Ademais, verifica-se que a unidade instrutiva
adotou a metodologia de transcrever, uma a uma, as
irregularidades apresentadas nos relatórios instrutivos e de
análise de defesa, apresentados após a definição de
responsabilidades, seguidas da transcrição do teor da
argumentação utilizada pelos defendentes, expondo os
comentários técnicos pertinentes à luz da documentação
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Pag. 1015TCE-RO
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apresentada pelos justificantes e expressando, ao final de
cada subitem, a opinião técnica conclusiva sobre o aponte.
Desta forma, neste opinativo, o Ministério Público
de Contas, buscando evitar a desnecessária e tautológica
repetição de fundamentos já expostos, em prestígio aos
princípios da eficiência e da economicidade, utilizar-se-á
da citada técnica da motivação per relationem ou aliunde.
Assim, adotar-se-ão os argumentos e fundamentos
expendidos nos autos pelo Corpo Instrutivo no relatório de
análise de defesa (Id 600634), quanto às infringências, nas
quais há concordância plena do Ministério Público de Contas.
2. MÉRITO
Em referência à profícua manifestação conclusiva
da Unidade Técnica da Corte de Contas (Id 600634), que
ponderou as defesas e os documentos apresentados pelos
Defendentes, quanto às irregularidades que lhes foram
imputadas, após conversão dos autos em tomada de contas
especial e Definição de Responsabilidades, o Ministério
Público de Contas adotando a técnica de motivação per
relationem ou aliunde e seguindo a ordem utilizada no
Relatório Técnico derradeiro, de forma sintética apresenta
a seguinte manifestação:
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Pag. 1016TCE-RO
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2.1. Senhora Elisete Teixeira de Souza – Mandado de Audiência
nº 298/2017-DP-SPJ:
A Defendente foi arrolada como responsável pelas
infringências relatadas no subitem 2.3.3 do relatório de
auditoria do processo 4528/15 (apenso), págs. 166/202, sem
repercussão danosa ao erário.
Analisadas as justificativas e documentos
enviados pela defendente (protocoladas sob o n. 11562/17),
o Ministério Público de Contas acompanha a conclusão da
unidade técnica pelo acolhimento da defesa e baixa da
responsabilidade da Agente Pública com base nos argumentos
e fundamentos expendidos no relatório técnico (Id 600634).
2.2. Senhor Geciel Bueno Neves – Mandado de Audiência nº
439/2017-DP-SPJ:
O Defendente foi arrolado como responsável pelas
infringências relatadas nos subitens 2.3.3 e 2.3.4 do
relatório de auditoria do processo 4528/15 (apenso), págs.
166/202, por ter adquirido medicamentos em nome do Município
sem regular e prévia licitação e ter efetuado pagamento a
fornecedores sem a prévia e regular liquidação da despesa,
respectivamente.
Analisadas as justificativas e documentos
enviados pelo defendente (protocoladas sob o n. 13829/17),
o Ministério Público de Contas acompanha a conclusão da
unidade técnica pelo acolhimento da defesa e baixa da
responsabilidade do Agente Público em ambas as
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Pag. 1017TCE-RO
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infringências, com base nos argumentos e fundamentos
expendidos no relatório técnico (Id 600634).
2.3.Senhor Jair Ramos Sanches – Mandado de Audiência nº
300/2017-DP-SPJ:
O Defendente foi arrolado como responsável pela
infringência relatada no subitem 2.4.1 do relatório de
auditoria do processo 4528/15 (apenso), págs. 166/202, por
não registrar e documentar as informações técnicas e a
quantidade relativas à entrada de medicamentos no
Almoxarifado.
Analisadas as justificativas remetidas pelo
defendente, o Ministério Público de Contas acompanha a
conclusão da unidade técnica pelo acolhimento da defesa e
baixa da responsabilidade do Agente Público, com base nos
argumentos e fundamentos expendidos no relatório técnico (Id
600634).
2.4.Senhor Marco William Menezes Refacho – Mandado de
Audiência nº 301/2017-DP-SPJ:
O Defendente foi arrolado como responsável pela
infringência relatada no subitem 2.5.2 do relatório de
auditoria do processo 4528/15 (apenso), págs. 166/202, por
não criar um cadastro de pessoas atendidas pela Farmácia
Central.
Analisadas as justificativas remetidas pelo
defendente, o Ministério Público de Contas acompanha a
conclusão da unidade técnica pelo acolhimento da defesa e
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baixa da responsabilidade do Agente Público, com base nos
argumentos e fundamentos expendidos no relatório técnico (Id
600634).
2.5.Senhor Renato Santos Chisté – Mandado de Citação e
Audiência nº 042/2017-DP-SPJ (Id 486418):
O Defendente foi arrolado como responsável pelas
infringências relatadas nos subitens 2.3.2, 2.3.3 e 2.3.4 do
relatório de auditoria do processo 4528/15 (apenso), págs.
166/202, consistente em: (i) emitir notas de empenho nº 333,
655, 487 e 752/2015 para aquisição de medicação Alprazolam
de 1 mg em valor unitário superior ao que poderia ter
adquirido de outro fornecer, causando prejuízo ao erário;
(ii) por ter adquirido medicamentos em nome da Municipalidade
sem regular e prévia licitação; e (iii) por ter efetuado
pagamento a fornecedores sem a prévia e regular liquidação
da despesa.
Com relação as impropriedades pontuadas acima,
após analisadas as justificativas remetidas pelo defendente,
observa-se, inicialmente, que de fato ele esteve à frente da
secretaria de saúde Municipal por um curto período de tempo,
inferior a um mês.
Constata-se também que, nesse exíguo período não
teve como montar comissão de recebimento ou tomar outras
medidas para recebimento e liquidação dos pagamentos, sendo
que houve apenas a aquisição de medicamentos constantes do
processo administrativo n. 2287/2014 e 215/2015, o que
permite o afastamento de sua responsabilidade por estar duas
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irregularidades, descritos nos subitens 2.3.3 e 2.3.4 do
relatório de auditoria do processo 4528/15 (apenso), no mesmo
sentido proposto pela Unidade Técnica.
Nestas condições, a respeito da irregularidade
destacada no subitem 2.3.2 do relatório de auditoria do
processo 4528/15 (apenso), o Ministério Público acompanha o
posicionamento do Corpo Instrutivo no sentido de que o
Defendente foi induzido a erro pelo sistema eletrônico, no
momento do empenhamento, vez que ele automaticamente
direcionava para o medicamento alprazolan 1mg, portanto a
responsabilidade do Defendente pode ser excluída.
Contudo, o dano no valor original de R$ 494,78,
já subtraído, inclusive, o valor reposto pelo agente ao
erário, resta mantido para os demais gestores, identificados
pela equipe de auditores.
2.6.Senhor Marcos de Farias Nicolette – Mandado de Citação
nº 041/2017-DP-SPJ:
O Defendente foi citado como corresponsável
pelas infringências relatadas nos subitens I a V da Decisão
de Definição de Responsabilidade DM-GCJEPPM-TC 00249/17 (Id
477386) e notificado para audiência quanto às infringências,
pontuadas nos subitens VI a IX da mencionada Decisão.
O defendente enviou justificativas e documentos
(protocolizado sob o número 12144/17), que foram analisadas
pela unidade técnica, a qual entendeu pelo acolhimento da
defesa e baixa da responsabilidade do Agente Público somente
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quanto à infringência consignada subitem 2.2.3 do relatório
de auditoria do processo 4528/15, págs. 166/202,
correspondente ao item VII, “b”, da DM-GCJEPPM-TC 00249/17
(Id 477386).
O Ministério Público de Contas entende que as
justificativas quanto a este apontamento podem ser acatadas,
opinando pela baixa da responsabilidade, no mesmo sentido
proposto pela Unidade Técnica.
Quanto as demais irregularidades atribuídas ao
Defendente, nos subitens I a V e VI a IX da DM-GCJEPPM-TC
00249/17 (Id 477386), a unidade técnica não acatou as
justificativas apresentadas, concluindo pela sua manutenção.
O Ministério Público de Contas, depois de
analisar as justificativas e documentação juntada pelo
Defendente, acompanha a conclusão da unidade técnica, com
base nos argumentos e fundamentos expendidos no relatório
técnico (Id 600634).
2.7. EMPRESA NUNES & CARDOSO LTDA - (ID 500699):
A Defendente foi arrolada como corresponsável
pela infringência relatada nos subitens 2.3.5 e 2.3.6 do
relatório de auditoria do processo 4528/15 (apenso), págs.
166/202, pelo dano, causado ao Município de Nova Brasilândia
do Oeste, referente ao pagamento das Notas de Empenho nº
655/2015, no valor de R$ 20.991,05, e n° 752/2015, no valor
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de R$ 15.608,78, emitidas em favor da empresa, totalizando
o valor de R$ 36.599,83, na condição de fornecedora, sem que
tenha havido prova de que os produtos adquiridos pela
Municipalidade teriam sido entregues.
Procedida a análise das justificativas e
documentos enviados pelo representante legal da defendente,
o Ministério Público de Contas também entende que a
Defendente em suas alegações de defesa não logrou êxito em
afastar a impropriedade sob sua responsabilidade. Desta
forma, a mesma permanece.
Ademais, mantida a irregularidade, registra-se
que a mesma deu causa a dano ao erário, a ser imputado aos
agentes e à EMPRESA NUNES & CARDOSO LTDA, no importe total
de R$36.599,83, conforme argumentos e fundamentos expendidos
no relatório técnico (Id 600634).
2.8. EMPRESA COVAN COMÉRCIO VAREJISTA E ATACADISTA - (ID
512347):
A Defendente foi arrolada como corresponsável
pela infringência relatada nos subitens 2.3.5 e 2.3.6 do
relatório de auditoria do processo 4528/15 (apenso), págs.
166/202, pelo dano, causado ao Município de Nova Brasilândia
do Oeste, referente a emissão de notas fiscais falsas de
forma a permitir o pagamento ilegal no valor de R$ 4.988,99,
por produtos que não foram entregues à Municipalidade.
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Procedida a análise das justificativas e
documentos enviados pelo representante legal da defendente,
o Ministério Público de Contas também entende que a
Defendente em suas alegações de defesa não logrou êxito em
afastar a impropriedade sob sua responsabilidade. Desta
forma, a mesma permanece.
Assim, deve ser mantida a irregularidade, a qual
deu causa a dano ao erário, a ser imputado aos agentes
arrolados e à empresa COVAN COMÉRCIO VAREJISTA E ATACADISTA,
no importe total de R$4.988,99, conforme argumentos e
fundamentos expendidos no relatório técnico (Id 600634).
2.9. EMPRESA EQUILÍBRIO COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO EIRELI -
(ID 513173):
A Defendente foi arrolada como corresponsável
pela infringência relatada nos subitens 2.3.5 e 2.3.6 do
relatório de auditoria do processo 4528/15 (apenso), págs.
166/202, pelo dano, causado ao Município de Nova Brasilândia
do Oeste, referente a emissão de notas fiscais falsas de
forma a permitir o pagamento ilegal no valor de R$ 30.912,18
por produtos que não foram entregues à Municipalidade.
Realizada a análise dos esclarecimentos e
documentação remetidos pelo representante legal da
defendente, o Ministério Público de Contas também conclui
que as alegações de defesa não lograram êxito suficiente
para afastar a impropriedade imputada à empresa em
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Pag. 1023TCE-RO
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solidariedade com os agentes públicos arrolados. Desta
forma, a mesma permanece.
Neste contexto, permanece a irregularidade, a
qual gerou dano ao erário, a ser imputado aos agentes
arrolados e à empresa EQUILÍBRIO COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO
EIRELI , no importe total de R$ 30.912,18, conforme
argumentos e fundamentos expendidos no relatório técnico (Id
600634).
2.10. EMPRESA BIOCAL COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA - (ID
509661):
A Defendente foi arrolada como corresponsável
pela infringência relatada nos subitens 2.3.5 e 2.3.6 do
relatório de auditoria do processo 4528/15 (apenso), págs.
166/202, pelo dano, causado ao Município de Nova Brasilândia
do Oeste, pela emissão de notas fiscais falsas de forma a
permitir o pagamento ilegal de valores no montante de
R$15.060,18, emitidas em favor da empresa, na condição de
fornecedora, sem que tenha havido prova de que os produtos
adquiridos pela Municipalidade teriam sido entregues,
resultando em dano ao erário público.
Elaborada a apreciação das justificativas e
documentos enviados pelo representante legal da defendente,
o Ministério Público de Contas também entende que a
Defendente em suas alegações de defesa não logrou êxito em
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afastar a impropriedade sob sua responsabilidade. Desta
forma, a mesma permanece.
Ademais, mantida a irregularidade, registra-se
que a mesma deu causa a dano ao erário, a ser imputado aos
agentes e à EMPRESA BIOCAL COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA
LTDA, no importe total de R$15.060,18, conforme argumentos
e fundamentos expendidos no relatório técnico (Id 600634).
3. CUMPRIMENTO DAS DETERMINAÇÕES (ITEM 10, “a” a “d” da DM-
GCJEPPM-TC 00249/17:
Quanto as determinações feitas pela Relatoria,
as quais foram notificados os Prefeito e o Secretário
Municipal de Saúde, o Corpo Instrutivo constatou que todas
foram adotadas de forma satisfatória, posicionamento ao que
se filia o Ministério Público de Contas, considerando as
justificativas e documentos apresentados pelos agentes
públicos.
4. CONCLUSÃO
Diante de todo o exposto, considerando as
infringências às normas legais e os danos ao erário
municipal, detectados pela equipe de fiscalização, não
ilididos pelas defesas apresentadas, em convergência com o
relatório final (Id 600634), emitido pela Unidade
Instrutiva, o Ministério Público de Contas opina seja:
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1. Julgada IRREGULAR, a presente Tomada de
Contas Especial, com fulcro no artigo 16, III, alíneas “b”
e “c” da Lei Complementar nº 154/96, em razão das liquidações
irregulares e pagamento de despesas que não seguiram ao
previsto no art. 62 e 63, da Lei nº 4.320/64, causando dano
ao erário municipal no montante de R$ 102.310,54;
2. Imputado débito aos agentes identificados,
conforme itens 6.1.1 a 6.1.6 do relatório técnico derradeiro
(Id 600634), em virtude dos danos ao erário;
3. aplicada multa de até 100% (cem por cento) do
valor atualizado do dano causado ao erário, com fundamento
nos artigos 19, caput, e 54, da Lei Complementar nº 154/96,
ao senhor Gérson Neves, Prefeito Municipal à época,
solidariamente com o senhor Marcos de Farias Nicolette,
Secretário Municipal de Saúde à época, as Empresas Nunes &
Cardoso LTDA, Covan Comércio Varejista e Atacadista,
Equilíbrio Comércio e Representação Eireli, Biocal Comércio
e Representações LTDA, pelas irregularidades elencadas na
conclusão da peça técnica, cujas condutas suscitaram
prejuízos ao erário municipal, conforme discriminado no item
6.2 do relatório técnico derradeiro (Id 600634);
4. aplicada multa, individualmente, com
fundamento no art. 55, II, da Lei Complementar nº 154/96,
aos relacionados nos itens 6.3 e 6,4 do relatório técnico
derradeiro (Id 600634), pelas irregularidades elencadas na
conclusão da peça técnica, cujas condutas configuraram atos
praticados com grave infração à norma legal ou regulamentar
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de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial;
5. excluída a responsabilidade dos agentes
relacionados no item 6.5 do relatório técnico derradeiro (Id
600634), pelas razões lançadas pela equipe instrutiva com as
quais este Parquet de Contas converge;
6. determinado ao atual Prefeito e Secretário
Municipal de Saúda para que adotem as providências
recomendadas pela equipe técnica delineadas nos subitens
6.7, 6.8, 6.9, 6.10, 6.11 e 6.12 do relatório técnico
derradeiro (Id 600634);
7. recomendado à administração Municipal que,
acaso ainda não tenha tomado estas providências, adote as
recomendações contidas no subitem 6.13 do relatório técnico
derradeiro (Id 600634).
É o Parecer.
Porto Velho/RO, 15 de abril de 2019.
Ernesto Tavares Victoria
Procurador do Ministério Público de Contas
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15 de Abril de 2019
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