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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA – DCET
Portfólio de Estágio Supervisionado:
Planejando a Prática Pedagógica
Gabriel do Nascimento Santos
Alagoinhas, Ba
2011
Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Departamento de Ciências Exatas e da Terra – DCET
Licenciatura em Ciências Biológicas
Disciplina: Estágio Supervisionado II
Docente: Cláudia Regina Teixeira de Souza
Discente: Gabriel do Nascimento Santos.
Portfólio de Estágio Supervisionado:
Planejando a Prática Pedagógica
Alagoinhas, Ba
2011
Portfólio solicitado como avaliação e cumprimento de carga horária da disciplina Estágio Supervisionado II, sob a regência da Profª. Cláudia Regina Teixeira de Souza.
I
SUMÁRIO:
RESUMO II
APRESENTAÇÃO III
1. INTRODUÇÃO 1
1.1. Sobre o Estagio Supervisionado 1
1.2. Caracterização da Escola 2
2. OBJETIVO 9
3. METODOLOGIA 9
4. OBSERVAÇÃO DAS AULAS 10
4.1. Caracterização Geral da Turma 10
4.2. Caracterização da Professora 11
5. PERÍODO DE REGÊNCIA 11
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 16
7. REFERÊNCIAS 19
II
RESUMO
O Colégio Estadual Polivalente de Alagoinhas abriga séries do ensino fundamental e médio. O mesmo possui diversos recursos audiovisuais e um laboratório de ciências não muito utilizado. A maioria dos estudantes é oriunda de bairros próximos e da zona rural. O corpo docente é constituído de seis professores das disciplinas ciências e biologia, formados na Universidade do Estado da Bahia, no antigo curso de licenciatura em ciências com habilitação em biologia. Este trabalho objetiva mostrar aspectos do cotidiano que passam despercebidos, na relação professor-aluno no processo de ensino-aprendizagem no âmbito do estágio supervisionado. Para tanto foram consideradas duas etapas observação e regência. Foram observadas, em um período correspondente a seis horas/aula, as aulas da turma de segundo ano do ensino médio, 91M2, considerando situações desde idade, processo de ensino e aprendizagem, comportamento, após essa etapa deu-se inicio ao período de regência em que o estagiário lecionava sempre com a supervisão da professora orientadora e da professora regente. Para o colégio foi analisado toda a estrutura física e o quadro de professores. Para a professora observada foi analisado, a relação com os colegas de trabalho, a relação com os alunos e a dinâmica das aulas. As observações ocorreram durante a terceira unidade do semestre 2009.2, totalizando 20 horas. Com o trabalho pode-se concluir, principalmente, que o estágio supervisionado é uma importante atividade curricular nos cursos de licenciatura, pois através dele que se conhece a dinâmica do processo educativo, gerando subsídios para a futura atuação docente, tornando-se indispensável na prática pedagógica. Palavras-chaves: Educação, Ensino-aprendizagem, Estágio Supervisionado, Portfólio.
III
APRESENTAÇÃO
Meu nome é Gabriel do Nascimento Santos, sou estudante do
sexto semestre do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas,
oferecido pela Universidade do Estado da Bahia no campus II, em
Alagoinhas, atualmente curso o oitavo semestre e me propus a
escrever este portfólio de estágio supervisionado, não só como uma
forma de avaliação de disciplina, mas como um oportunidade singular
de autoconhecimento e auto-avaliação onde, através da atuação como
professor de biologia, procurarei encontrar os subsídios necessários
para a evolução como futuro profissional docente.
1
1. INTRODUÇÃO
1.1. Sobre o Estágio Supervisionado
Farei aqui algumas considerações acerca do estágio
supervisionado e sua importância nos cursos de licenciatura.
O Estágio Supervisionado de Licenciatura é uma exigência da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 9394/96). As
Resoluções CNE/CP nº 1/2002 e CNE/CP nº 2/2002 instituíram as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da
Educação Básica, em Nível Superior, Curso de Licenciatura, de
Graduação Plena e a respectiva carga horária dos cursos.
O estágio é necessário à formação profissional a fim de adequar
essa formação às expectativas do mercado de trabalho onde o
licenciado irá atuar assim o estágio dá oportunidade de aliar a teoria
à prática (BARRETO, 2006).
Segundo Buriolla (2001), o estágio é o lócus onde a identidade do
profissional docente é gerada, construída e referida, assim o estágio
volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e
crítica e, por isso, deve ser planejado gradativa e sistematicamente
com essa finalidade.
Gaspar (2004) aponta que:
A formação do professor é um dos processos complexos em que muitas variáveis precisam ser repensadas, sendo que as dificuldades e potencialidades surgidas na formação profissional têm sua gênese em fatores de natureza estrutural histórica que se reproduzem nas instituições de ensino e escola campo de estágio.
2
Pimenta (2001) aponta que o estágio, por excelência, é momento
de reflexão sobre a construção e o fortalecimento da identidade, e que,
ao vivenciá-lo, alunos e professores, compreendam que se podem tecer
os fundamentos e as bases identitárias da profissão docente.
Para Rodrigues (s.d) citado por Paula et al (2007) é fundamental
que o professor esteja bem preparado com um conjunto de
conhecimentos teóricos e processuais para que possa transmitir com
segurança e qualidade para seus alunos.
É possível concluir com o comentário de Silva (2005) que defende
que no cotidiano acadêmico é perceptível que os graduandos se
envolvam com muita disposição e ânimo quando a universidade lhes
proporciona a participação em que consiga colocar conhecimentos
teóricos em prática, acompanhados de um profissional supervisor.
Porém é necessário que o estagiário aprenda a observar e identificar
os problemas, estar sempre aprendendo e buscando e trocando
informações.
1.2. Caracterização da Escola
O Colégio Estadual Polivalente de Alagoinhas (Figura 1), que se
localiza na rua Prof. Artur Pereira de Oliveira, no bairro Silva
Jardim, o qual contém todas as séries do ensino fundamental e médio,
possui dezesseis salas de aula padronizadas muito bem arejadas, com
janelas grandes e ventiladores de teto, e também são muito bem
iluminadas, existem carteiras suficientes para comportar todos os
alunos que estão matriculados em cada turma (Figuras 2 e 3).
3
Figura 1. Fachada do colégio.
Figura 2. Sala de aula.
4
A biblioteca ainda está sendo concluída, estando o seu acervo
amontoado em cadeiras e mesas (Figura 4), porém os alunos têm acesso
a esse acervo para leitura, confecção de atividades e pesquisas,
estando sempre cheia de estudantes.
O fato de, mesmo a biblioteca estando nesta situação, ela ser tão
frequentada e seu acervo muito utilizado e procurado pelos estudantes
mostra o valor que os alunos dão à biblioteca, consequentemente à
leitura.
Ainda, o acervo conta com livros atuais e sobre diversas
temáticas, não se limitando apenas aos livros didáticos, há também
obras literárias, enciclopédias e livros sobre temas diversos, o que
talvez incentive mais os alunos ao seu uso.
Figura 3. Pátio da escola, detalhe para as salas de aula ao fundo.
5
Figura 4. a) Acervo da biblioteca do colégio. b) Espaço da biblioteca
a)
b)
6
Além disso, a escola possui também diversos recursos
audiovisuais (Figura 5), como televisão, aparelho de DVD, data-show,
e até um microscópio acoplado à televisão, mas, embora as TVs
pendrive tenham chegado à escola, a instalação elétrica não é
compatível, e a instituição está aguardando a troca dessa instalação
para que seja possível utilizá-las.
É possível refletir aqui sobre o planejamento quanto os projetos
feitos na área da educação. É claro que as TVs pendrive são um
recurso excelente para a dinâmica escolar, por possibilitar aulas mais
atrativas aos alunos, mas sem a instalação elétrica adequada esse
recurso apenas ocupa espaço e se deteriora pelo tempo e pelo desuso.
Além disso pouco são os docentes que sabem como manusear recursos
audiovisuais mais modernos, como a própria TV pendrive e o data-
show.
Quanto ao data-show, o mesmo não é utilizado pela maioria dos
professores pela falta de um profissional que faça a montagem do
equipamento, e como grande parte do corpo docente desconhece o
processo de montagem, ele não é utilizado, o que é uma pena pois
muitos professores demonstram interesse em utilizar slides, vídeos,
animações, entre outras ideias, mas ficam impossibilitados pela falta
de alguém que monte o equipamento.
Segundo Neto & Fracalanza, (2003) a melhoria na qualidade do
ensino praticado nas escolas públicas pressupõe, ao lado de recursos
pedagógicos alternativos e variados, postos à disposição dos professores
e dos alunos, porém o espaço escolar deve ter capacidade de acolher
esses recursos e fazer uso deles.
7
Existe ainda uma quadra de esporte aberta, porém em condições
precárias (Figura 6), e um laboratório de ciências para aulas práticas,
que mesmo com vários equipamentos para aulas de biologia, física,
química e matemática, não é muito utilizado pelos professores
(Figuras 7, 8 e 9).
Um laboratório tão bem equipado e conservado é um espaço que
geralmente se acredita ser raro de encontrar numa escola pública,
mesmo assim são poucas as vezes que se vê alguma turma em seu
interior. Aulas práticas mais frequentes poderiam tornar mais
interessadas com os conteúdos aquelas turmas em que a indisciplina, a
evasão, e as notas baixas fossem frequentes.
Figura 5. Recursos áudio visuais: Televisão, TV pendrive e data-show.
8
Figura 6. Quadra poliesportiva do colégio
Figura 7. Laboratório de ciências.
9
Figura 9. Vidrarias do laboratório de ciências.
Figura 8. Estufa e pias do laboratório de ciências do colégio.
10
Os estudantes são, em sua maioria, oriundos de bairros próximos
e da zona rural, e a escola organiza-os nas salas de acordo com a faixa
etária de cada série. A merenda escolar é suficiente, e distribuída para
cada estudante.
O colégio conta com uma equipe de seis professores para as
disciplinas de ciências e biologia, todos formados pela Universidade do
Estado da Bahia no antigo curso de Licenciatura em Ciências com
Habilitação em Biologia.
2. OBJETIVO
O presente trabalho objetivou analisar as atividades
desenvolvidas durante o período de Estágio Supervisionado II, na
turma de segundo ano do ensino médio 91M2, avaliando as nuances
observadas na dinâmica de ensino-aprendizagem.
3. METODOLOGIA
O período de estágio compreendeu duas etapas: observação e
regência. As observações ocorreram durante o mês de Setembro,
durante um período correspondente a seis horas/aula. As observações
ocorreram durante a quarta unidade do semestre 2010.2.
11
Para o período de observação a metodologia utilizada foi a
pesquisa qualitativa utilizando a técnica de observação participante.
A observação participante tem origem na antropologia e na sociologia
e é geralmente utilizada na pesquisa qualitativa para coleta de dados
em situações em que as pessoas se encontram desenvolvendo
atividades em seus cenários naturais, permitindo examinar a
realidade social (HOLLOWAY & WHEELER, 1996 apud LIMA et al,
1999).
Também foi utilizada a entrevista semi-estruturada para se
obter as informações sobre a escola, já que ao mesmo tempo em que
permite respostas livres e espontâneas do informante, valoriza a
atuação do entrevistador. As questões elaboradas para a entrevista
levaram em conta o embasamento teórico da investigação e as
informações que o pesquisador recolheu sobre o fenômeno social
(TRIVIÑOS, 1987 apud LIMA et al, 1999).
O período de regência também ocorreu durante a quarta
unidade do semestre 2010.2, entre os meses de Outubro e Dezembro,
compreendendo dez semanas com carga horária total de 20 horas/aula
(2 horas/aula semanais).
Para as aulas foram feitos planos de aula, que foram
previamente corrigidos pela professora orientadora da disciplina e
pela professora regente, que apontaram as falhas, deram sugestões,
mostrando como ficaria melhor para cada situação.
Segundo da Silva e Schnetzler (2008) quando os planejamentos
são e devem ser realizados em conjunto com o orientador, e aos poucos,
ao perceber a autonomia do estagiário o formador vai dando maior
liberdade na elaboração dos planos de aula. De fato, a experiência do
12
orientador gera subsídios para que o estagiário possa evoluir no
contexto da docência.
A carga horária tanto para observação, como regência está
estabelecida pelo regimento do curso de Licenciatura em Ciências
Biológicas da Universidade do Estado da Bahia, Departamento de
Ciências Exatas e da Terra.
4. OBSERVAÇÃO DAS AULAS
As observações ocorreram entre os meses de outubro e novembro,
durante um período correspondente a vinte horas/aula. As
observações ocorreram durante a terceira unidade do semestre 2009.2.
4.1. Caracterização Geral da Turma
Com a observação foi possível estabelecer um perfil prévio da
turma 90M2, sendo que esta se caracteriza por alunos que não levam o
livro didático para as aulas pois reclamam do peso do mesmo, porém
prestam atenção às explicações da professora, e ficam quietos durante
as aulas expositivas. Existe um pequeno grupo de alunos que
conversam e fazem barulho durante a aula, porem se comportam no
momento em que são chamados atenção.
A evasão nesta turma é bastante reduzida e os alunos que não
estão presentes nas aulas vêm apenas para escola nas datas de
apresentação de trabalhos e nos dias das avaliações.
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Algo marcante que pode ser observado nesta turma foi a união
dos alunos, não há nenhum deles que fique afastado, ou isolado dos
colegas, como também as atividades sempre a participação da grande
maioria.
Há também um aluno bastante religioso, que promove discussões
entre seus colegas quanto aos valores familiares, paz, amizade, entre
outros temas.
Sentimentos de união, fé, companheirismo, amizade são cada vez
mais escassos na humanidade, que foi muito gratificante ver tais
valores fazendo parte do dia-a-dia dessa turma.
4.2. Caracterização da Professora
É possível traçar também um perfil da professora regente.
A professora Celúcia Acácia Carvalho Santos Miranda, a qual
disponibilizou suas aulas para observação e regência, é formada pela
Universidade do Estado da Bahia, no antigo curso de Licenciatura em
Ciências com Habilitação em Biologia, possui experiência como
professora de ciências para o ensino fundamental e de biologia para o
ensino médio.
Sua metodologia circunda basicamente no uso do livro didático,
durante as aulas ela utiliza a leitura dinâmica, onde cada aluno
indicado por ela lê o assunto do livro e, posteriormente, ocorre a
explicação do mesmo com a discussão em sala, poucas vezes a
professora recorre ao quadro, sendo unicamente para se desenhar
figuras esquematizadas do assunto em questão, após a explicação, os
alunos fazem os exercícios propostos pelo livro, sendo que parte é
respondida em classe e a outra em casa. Durante a explicação do
14
conteúdo, a professora dirige perguntas para os alunos que são os mais
participativos a fim de instiga-lo ainda mais, aos demais, ela se limita
em chamar atenção e pedir a leitura ou cobrar os exercícios.
Com os colegas de trabalho, Celúcia se mostra bastante popular,
sempre antes e depois das aulas ela conversa sobre assuntos diversos, e
com a vice-diretora, faz um apanhado geral sobre o dia de aula.
A professora faz o uso dos recursos audiovisuais da instituição,
como o data-show e o aparelho de som, também utiliza o laboratório
para fazer aulas práticas, sempre após a explicação teórica e
expositiva do conteúdo.
5. PERÍODO DE REGÊNCIA
A regência compreendeu 10 semanas, porém apenas em oito foi
possível ministrar aulas devido às atividades diversas do cronograma
da escola.
Foi escolhido trabalhar com o planejamento semanal, visto que
assim é possível ter melhor controle sobre as atividades propostas e as
estabelecidas. O cronograma seguido foi adaptado de acordo com as
necessidades da instituição e de acordo com a sugestão da professora e
da vice-diretora.
Durante a regência, as aulas foram elaboradas de acordo com as
condições da escola, que embora possuísse diversos recursos
audiovisuais, o uso destes, na maioria das vezes, se tornava limitado
devido à falta de instalação elétrica adequada no caso das TVs pen-
drive, e no caso do data-show, da falta de um técnico que
15
transportasse montasse o equipamento nas salas de aula. Quando o
data-show estava disponível, eu mesmo o transportava e montava na
sala, assim, tinha que chegar mais cedo para proceder com tal tarefa a
fim de não ocupar o horário da aula com a montagem do aparelho.
Dia 14/10/2010
Sendo essa a primeira aula, alguns alunos estavam meio receosos
no inicio, mas se mostraram bastante participativos na execução do
quadro comparativo proposto por mim, e compartilharam ideias sobre
o que deveria compor o quadro.
Durante a apresentação dos cordados primitivos os alunos se
mostraram bastantes curiosos sobre esses animais incomuns, e faziam
questionamentos sobre suas características.
O primeiro dia de aula sempre traz muitas expectativas, tanto
por parte do educador que espera agradar ao máximo a turma, como
por parte dos educandos, que esperam com curiosidade para saber
como será a postura do novo professor.
Embora todo o nervosismo de estreia, depois do entrosamento,
por conta da atividade que já exigia em parte isso, nem pareceu mais
um primeiro dia.
Dia 21/10/2010
Neste dia os alunos estavam bem participativos, e empolgados
em discutir sobre as características dos vertebrados que haviam
descrito no quadro comparativo da aula passada, assim a aula correu
bem tranquila. No momento da discussão do quadro comparativo, a
grande maioria havia feito a atividade e os poucos que não havia feito
também participaram da aula e contribuíram de forma significativa,
16
por isso achei melhor mais uma semana para a entrega desta
atividade, visto a postura da sala.
Mesmo sem a possibilidade de usar nenhum recurso didático,
além do livro e as imagens do mesmo, a aula expositiva se mostrou
bastante proveitosa. Como é sabido, é preciso considerar que quando a
aula expositiva suscita perguntas, ela estimula o pensamento criador
do aluno, sendo esta uma vantagem (RAMOS & ROCHA, 1981 apud
LOPES, 1991) e que sob o rótulo “aula expositiva” estão, na realidade,
representados diferentes comportamentos do professor em sala de aula
(GODOY, 1997).
De fato, sem fazer uso de recursos didáticos, conseguia instigar
por meio das perguntas e brincadeiras os alunos e tornava a aula
dinâmica e participativa.
Graças a essa aula também já pude perceber aqueles alunos que
eram mais participativos que os demais, bem como alguns também que
se aproveitaram do prazo extra de entrega da atividade já que não a
haviam feito.
Dia 28/10/2010
Neste dia não foi possível ministrar a aula por conta de uma
feira organizada pelos professores e alunos, intitulada de Feira da
Pechincha. Esta feira tinha como objetivo arrecadar dinheiro com a
venda de produtos usados e seminovos, como roupas, calçados,
acessórios, além de alimentos, muitas vezes confeccionados pelos
próprios alunos. O dinheiro arrecadado com as vendas seria usado na
compra de materiais usados para a confecção da Feira de
Conhecimento da escola.
17
Graças à escola ter conseguido divulgar o evento na rádio local
muitas pessoas do entorno estiveram lá para conferir os produtos dos
alunos, ainda foi um momento em que se podia ver a escola
interagindo com a comunidade.
A feira foi aberta ao público, podendo ás pessoas que moram no
entorno da escola visitarem, e colaborarem também. Este
acontecimento mostra a presença da participação da comunidade na
escola, sendo este fato previsto na Constituição Federal de 1988.
Ainda, segundo Monteiro (2010), a escola deve criar interações
entre os vários intervenientes educativos, além de envolver os pais, a
família e a comunidade no projeto.
Dia 04/11/2010
Os alunos estavam bem participativos, e empolgados em discutir
sobre as peculiaridades do sistema digestório e perguntavam sobre os
tipos de doenças relacionados ao tema dando oportunidade de serem
discutidos outros temas como: alcoolismo e cirrose hepatite, gastrite,
distúrbios alimentares. A aula correu bem tranquila, porém, momento
em que foi passado o exercício de fixação alguns alunos mostraram
certa resistência e alguns não fizeram a parte de classe usando o
argumento que o fariam em casa.
Já é sabido que o aluno deixa de ser uma caixa preta, cujos
processos cognitivos são ignorados, para ser um indivíduo que deve ser
analisado, e sua forma de pensar descrita e observada (KRASILCHIK,
1988), por isso sempre foi procurado criar situações que motivassem
cada vez mais os alunos a questionarem a respeito do tema da aula. O
resultado foi satisfatório já quase não foi possível concluir o assunto
por conta do tempo.
18
Dia 11/11/2010
Os alunos estavam bem participativos, e empolgados em discutir
sobre as peculiaridades do sistema respiratório e perguntavam sobre
os tipos de doenças relacionados ao tema. A aula correu bem
tranquila, apesar de estarem bastante agitados, por conta da
organização da Feira de Conhecimento.
Quando foi mostrado o esquema do sistema respiratório (Figura
10) os alunos que estavam agitados e não prestavam atenção, se
aproximaram e prestaram atenção da simulação do funcionamento do
sistema respiratório. A demonstração agradou a todos na sala. Pode-se
aqui usar os argumentos de Moreira (1999) e Possobom et al (2002), que
defendem que, posteriormente a explicação teórica do educador, o
ensino deve ser consolidado, por meio de ações e demonstrações
práticas e, sempre que possível, deve dar aos alunos a oportunidade de
agir.
No momento em que foi passado o exercício de fixação,
novamente alguns alunos mostraram certa resistência e alguns não
fizeram a parte de casa usando o argumento que o fariam em casa.
Figura 10. Esquema de montagem do pulmão retirado de NAGAYOSHI, C. S. O Funcionamento do Sistema Respiratório. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/
19
Dia 18/11/2010
No inicio da aula, os alunos estavam rezando, numa espécies de
semicírculo, assim preferir esperar até que eles terminassem.
Após, foi iniciada a aula e cobrado os exercícios passados nas
aulas anteriores, mas, visto que praticamente metade da sala não
havia feito nenhuma das duas atividades, preferir optar por utilizar a
aula para que quem não houvesse feito o exercício, o fizesse, porém
esse fato evidencia que a ritmagem, embora basicamente controlada
pelo professor, é muitas vezes controlada pelos alunos. Isto acontece
sempre que, no desenvolvimento de uma atividade, o professor deixa
que os alunos levem o tempo de que necessitam, muitas vezes, diferente
do que tinha planeado (MORAIS, 2002).
Neste dia a professora orientadora da disciplina havia chegado
na escola para observar a aula, mas sua presença não interferiu no
comportamento dos alunos na sala de aula, que agiram como se ela
nem estivesse presente.
O fato desta turma já ter tido outros estagiários da Universidade
do Estado da Bahia, e outros professores os observando, talvez tenha
facilitado a aceitação tanto minha durante o período da regência,
como da professora orientadora neste dia.
Dia 25/11/2010
Por conta da Feira de Conhecimento, neste dia não foi possível
ministrar a aula. Esta feira tinha como objetivo mostra ao público,
não só ao da escola conhecimento acerca de temas diversos, como
história da dança, música, meio ambiente, entre outros. A turma
90M2 ficou com o tema “História do Cinema” então caracterizaram
sua sala com a evolução do cinema.
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Neste dia foi percebido algo que, incrivelmente, se torna difícil
de se ver, uma escola unida, trabalhando junto, alunos, professores e
funcionários mostrando às pessoas como a escola pode ser um
ambiente descontraído e que o ato de estudar não é sinônimo de tédio.
Dia 29/11/2010
Nesse dia foi apresentado à sala o filme Osmosis Jones que faz
uma comparação do corpo humano a uma cidade onde as células são
seus habitantes. O filme deixou todos os alunos bastante interessados
com o conteúdo.
Em momentos do filme, quando era oportuno, fazia comentários
para explicar aos alunos sobre cada sistema do corpo humano,
mostrando como ele era comparado ao filme. A cada abordagem que
era feita por mim, muitas perguntas eram lançadas pelos alunos e
quase que não foi possível concluir a apresentação por conta do tempo.
Porém por conta da qualidade ruim da caixa de som e do
barulho provocado por outras salas, alguns alunos se queixaram que
não conseguiram ouvir e compreender o filme direito.
Esse dia serviu para se refletir o quanto os alunos se sentem
prejudicados quando a baixa qualidade de um recurso prejudica o
andamento da aula.
Dia 02/12/2010
Por se tratar de uma aula de revisão, poucos alunos que estavam
presentes, mas os poucos que estavam prestaram bastante atenção e
levantaram dúvidas significativas.
O fato da grande maioria da turma precisar de poucos pontos
para serem aprovados na disciplina e também por conta do alto valor
21
atribuído à nota da Feira de Conhecimento, talvez tenha sido o motivo
pelo qual quase ninguém estava presente neste dia.
Dia 06/12/2010
A aplicação da ultima prova da unidade, com os conteúdos:
sistema digestório e sistema respiratório.
Zabala (1998) questiona sobre o sentido real e papel da avaliação,
sendo esta entendida no seu sentido restrito de controle de resultados,
porém quando se aborda temas transversais, se compara conteúdos
com o cotidiano, torna-se mais fácil assimilar o conhecimento e coloca-
lo em prática na avaliação.
Durante a execução das avaliações os alunos se comportaram de
forma exemplar, levantando dúvidas com educação e respeito pelo
colega. Em alguns momentos a sala ficava agitada, mas logo
retornava ao silêncio.
Alguns alunos reclamaram das questões abertas, dizendo que
estavam muito difíceis e outros disseram que não haviam estudado
porque não precisavam de ponto para passar em biologia.
Os resultados das avaliações poderiam ser melhores, embora não
houve reprovações em Biologia, se a maioria da sala não já tivesse
conseguido os pontos necessários para serem aprovados na disciplina, o
que mostra que há apenas um interesse em passar de ano com o
mínimo necessário, não em engaranhar conhecimento para o futuro
pessoal ou profissional.
A escola acaba colocando para os alunos que o mais importante é
passar de ano, não importando a nota, enquanto que o conhecimento
adquirido fica em segundo plano, assim é bastante comum os alunos
levarem “pescas”, decorarem fórmulas ou conteúdos.
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Seria preciso mostrar ao educando a importância que os
conteúdos que ele aprende em sala de aula têm inúmeras utilidades no
cotidiano e, logicamente, trazer as situações do dia-a-dia para a classe.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Posso ratificar que o estágio supervisionado é uma importante
atividade curricular nos cursos de licenciatura, pois através dele que
se conhece a dinâmica do processo educativo, gerando subsídios para a
futura atuação docente.
Durante as aulas muitos momentos passam despercebidos, ou até
são considerados como insignificantes por parte do docente, sendo
notado apenas por alguém que está fora da situação. Todavia, a
observação somente não gera os subsídios necessários para uma
atuação docente, por isso quando o universitário para de espectador
para participante o objeto de análise deixa de ser outra pessoa e se
torna ele mesmo.
Através dessa reflexão de si mesmo que o discente evolui no
âmbito da licenciatura, que percebe também a importância da
profissão professor para a sociedade.
Com o trabalho pode-se concluir, principalmente, que o estágio
supervisionado é uma importante atividade curricular nos cursos de
licenciatura, pois através dele que se conhece a dinâmica do processo
educativo, gerando subsídios para a futura atuação docente,
tornando-se assim indispensável na prática pedagógica.
23
7. REFERÊNCIAS
BARRETO, C. S. Relatório de Estágio Supervisionado I. Curso de Licenciatura em Matemática, Universidade Estadual do Sudoeste Baiano, Vitória da Conquista: Ba, 2006. BURIOLLA, M. A. F. O Estágio Supervisionado. São Paulo: Cortez, 2001. BRASIL. Ministério da Educação - Conselho Nacional de Educação - Conselho Pleno. Resolução CNE/CP nº. 1/2002. BRASIL. Ministério da Educação - Conselho Nacional de Educação - Conselho Pleno. Resolução CNE/CP nº. 2/2002. Constituição da República Federativa do Brasil. Presidência da República - Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos, 1988. DA SILVA, R. M. G.; SCHNETZLER, R. P. Concepções e Ações de Formadores de Professores de Química Sobre o Estágio Supervisionado: Propostas Brasileiras e Portuguesas. Quim. Nova, Vol. 31, No. 8, 2174-2183, 2008. GASPAR, M. A. D. O CEFAM Como Espaço Formador: concepções de egressos sobre professores. Dissertação de Mestrado, PUC/SP, 2001. GODOY, A. S. Revendo a Aula Expositiva. Didática do ensino superior: técnicas. 1997. Disponível em: <http://aparecida.pro.br/> Acesso em: 20/02/2010.
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