112
GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o esmalte hígido e com lesão inicial de erosão submetido a desafio erosivo in vitro Dissertação apresentada a Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências no Programa de Ciências Odontológicas Aplicadas, na área de concentração Odontopediatria. Orientadora: Profa. Dra. Daniela Rios Versão corrigida BAURU 2013

GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

  • Upload
    donhan

  • View
    216

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA

Uso de infiltrante sobre o esmalte hígido e com lesão inicial de erosão submetido a desafio erosivo in vitro

Dissertação apresentada a Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências no Programa de Ciências Odontológicas Aplicadas, na área de concentração Odontopediatria. Orientadora: Profa. Dra. Daniela Rios

Versão corrigida

BAURU 2013

Page 2: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

A versão original desta dissertação encontra-se disponível no Serviço de Biblioteca da Faculdade de Dissertações e teses na Faculdade de Bauru – FOB/USP

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação/tese, por processos fotocopiadores e outros meios eletrônicos. Assinatura: Data:

Oliveira, Gabriela Cristina de Uso de infiltrante sobre o esmalte hígido e com lesão inicial de erosão submetido a desafio erosivo in vitro / Gabriela Cristina de Oliveira – Bauru, 2013. 123 p.: il.; 31cm. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Odontologia de Bauru. Universidade de São Paulo Orientadora: Profa. Dra. Daniela Rios

Ol4u

Page 3: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

DADOS CURRICULARES

Gabriela Cristina de Oliveira

Nascimento

05 de janeiro de 1987

Naturalidade

Santa Cruz do Rio Pardo – SP – Brasil

Filiação

Antonio Roberto de Oliveira Maria Aparecida Nunes de Oliveira

2007 – 2010

Curso de Graduação em Odontologia pela Universidade Sagrado Coração – Bauru/SP

2011 – 2013

Curso de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas Aplicadas, nível Mestrado, área de concentração Odontopediatria, pela Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo – Bauru/SP

2011

Curso de Aperfeiçoamento em Odontopediatria pela Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas – Bauru/SP

2011

Curso de Aperfeiçoamento em Instrumentação Rotatória pela Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas – Bauru/SP

Page 4: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a DEUS, autor da minha vida e fortaleza em meus

dias e a minha FAMÍLIA, apoio incondicional em toda minha caminhada.

Page 5: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me permitir estar nesse mundo, e

diante das dificuldades do cotidiano, conseguir concluir mais uma etapa de minha

vida.

Aos meus maiores amores Antonio Roberto de Oliveira e Maria

aparecida Nunes de Oliveira. Pai e mãe, agradeço imensamente por todo apoio,

carinho e dedicação, por sempre estarem ao meu lado, compartilhando dos

momentos felizes e me ajudando a enfrentar as dificuldades. Por muitas vezes

abrirem mão da rotina de suas vidas em função da minha, mas acima de tudo, por

estarem presentes, principalmente nos momentos que eu mais preciso. Vocês são a

base de tudo, esse título também é de vocês... Amo vocês.

Aos meus lindos e amados irmãos Daniela Cristina de Oliveira Romão e

Maurício Roberto de Oliveira. Dani e Mau, vocês são o meu exemplo e meu maior

orgulho. Agradeço por todo carinho e ajuda durante esses anos, pela amizade, pelos

conselhos e incentivos, por sempre estarem presentes, independente da distância.

Vocês são meus grandes amigos e os melhores irmãos que eu poderia ter. Amo

muito vocês.

Ao meu cunhado, Odirlei. Agradeço pela amizade e por sempre se dispor

a me ajudar quando preciso. Você é como um irmão. Muito obrigada.

A minha querida orientadora Profa. Dra. Daniela Rios. Dani, você foi a

melhor orientadora que eu poderia ter tido, uma pessoa a quem eu serei

eternamente grata. Sempre muito dedicada e inteligente, com seu jeito simples e

humilde, cativa a todos que tem a oportunidade de convivência. Agradeço por ter me

acolhido, mesmo sem me conhecer, e com paciência, me ensinar tantas coisas,

desde a odontopediatria até conhecimentos da vida. Por me dar inúmeras

oportunidades, incentivar a vencer os desafios e continuar lutando. Por me ajudar

em todas as etapas da realização deste trabalho, por acreditar em minha pessoa,

dando a possibilidade para concretização desse sonho. Você é mais que uma

Page 6: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

orientadora, tenho-a como amiga, gosto muito de você. Meu sincero agradecimento,

por tudo.

Aos professores do departamento: Profa. Dra. Maria Aparecida de

Andrade Moreira Machado, Profa. Dra. Salete Moura Bonifácio da Silva, Prof.

Dr. José Eduardo de Oliveira Lima e Profa. Dra. Thais Marchini de Oliveira

Valarelli. Agradeço por toda dedicação e conhecimento transmitido durante esses

anos.

Ao Prof. Dr. Heitor Marques Honório agradeço por realizar a estatística

deste trabalho. E por sempre estar colaborando conosco, através de seu

conhecimento e de suas habilidades, aperfeiçoando os nossos trabalhos. O meu

muito obrigado.

A minha turma de mestrado: Catarina Ribeiro Barros de Alencar,

Priscilla Santana Pinto Gonçalves, Soraia Veloso da Costa, Nádia Carolina

Teixeira Marques, Gabriel Salles Barbério – agradeço a vocês por fazerem parte

desta etapa de minha vida e estarem presentes durante esses anos, me ajudando e

incentivando durante as dificuldades. Mas acima de tudo, agradeço pela amizade e

companheirismo criados e reforçados a cada dia. Espero sempre tê-los por perto,

vocês são muito especiais.

Ao nosso grupo de pesquisa: Catarina Ribeiro Barros de Alencar, Ana

Paula Boteon, Brunna Mota Ferrairo, Mariana Fantoni Garcia, Letícia Liana

Chihara, Franciny Querobim Ionta, Luisa Belluco Guerrini, Celso Della Volpe

Tripode Júnior, Fernanda Lyrio Mendonça, Marcelo Juliano Moretto – agradeço

por toda ajuda e colaboração durante o desenvolvimento da minha pesquisa, e

também pelo companheirismo e troca de conhecimento durante esses anos.

Aos funcionários do departamento: Alexandre Alberto Pascotto

Montilha, Evandro José Dionísio, Lilian Rosana Candida, Gentília Borges

Carvalho Tavares, Maria Estela Alves de Lima Ferrari, Lourisvalda de Jesus

Celestino – obrigada por toda ajuda, carinho e atenção durante esses anos.

Page 7: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Aos colegas de pós-graduação da odontopediatria: Ana Paula

Fernandes, Adriana Regina Colombo Pauleto, Juliana Julianelli de Araújo,

Tatiana Yuriko Kobayashi, Natalino Lourenço Neto, Carlos Akio Saback Miura,

Carla Vecchione Gurgel, Ana Lígia Soares Cota – agradeço pela convivência e

por todo o carinho.

A minha turma de graduação e aos meus queridos professores da

Universidade Sagrado Coração – foi com eles que eu aprendi as bases da

odontologia que me possibilitou estar aqui hoje, e também vivi os melhores anos de

minha vida. Agradeço de maneira especial aos meus queridos amigos com os quais

tenho a imensa satisfação e oportunidade de convivência até hoje, Leonardo

Marques, Raíza Arroio Pettenazzi, Ana Flávia Betoni Roberto, Roberto Yoshio

Kawakami, muito obrigada pela verdadeira amizade durante todos esses anos e por

sempre estarem presentes, compartilhando a minha vida. Agradeço também de

forma especial, as minhas professoras da odontopediatria durante a graduação,

Sara Nader Marta, Solange de Oliveira Braga Franzolin e Leda Aparecida

Francischone foi com elas que eu aprendi amar a odontopediatria, no qual me abriu

as portas, permitindo seguir esse caminho.

A Raquel Zanin Midena, pela amizade, carinho e companhia durante

esses anos do mestrado, por compartilhar de dias tristes e felizes, além de muitas

histórias, sempre me incentivando e motivando que a caminhada vale a pena. Quel

obrigada por tudo, gosto muito de você.

Agradeço a Profa. Dra. Linda Wang e a Profa. Dra. Alessandra Buhler

Borges por aceitar o convite em participar da banca avaliadora desse trabalho, e por

toda dedicação na leitura e contribuição em aperfeiçoar essa dissertação.

Agradeço ao Prof. Dr. Carlos Rocha Gomes Torres e a pós graduanda

Luciana Floriani Thives de Freitas Santos da Universidade Estadual Paulista de

São José dos Campos, por nos cederem o software do perfil de contorno na versão

demo e nos ensinarem a utilizá-lo, possibilitando a leitura dos resultados desta

pesquisa.

Page 8: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Agradeço a Sra. Ivani Marli Fiorentino Rios e ao Sr. Atair Rios Neto

por me acolherem em sua casa, nos dias de treinamento em São José dos Campos.

Agradeço aos responsáveis e funcionários dos Laboratórios de

Bioquímica e Materiais Dentários da Faculdade de Odontologia de Bauru,

Universidade de São Paulo, por possibilitar que utilizássemos- os para a realização

desta pesquisa. Agradeço a todos os amigos e colegas da bioquímica, em especial

Priscila Maria Aranda Salomão pela companhia durante a realização prática dessa

pesquisa.

Agradeço toda a Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de

São Paulo, em nome do Diretor Prof. Dr. José Carlos Pereira, pelo programa de

pós-graduação, nível mestrado, em Ciências Odontológicas Aplicadas – área de

concentração Odontopediatria. A Comissão de Pós-Graduação, por toda

disponibilidade e ajuda durante esta minha trajetória. E aos funcionários da

Biblioteca, por todo auxilio e colaboração durante esses anos.

As agências financiadoras de pesquisa CAPES e FAPESP pela

concessão de bolsa de estudo durante o meu mestrado.

Agradeço a TODAS as pessoas que conheci através do mestrado, e

TODAS com as quais convivi durante esses dois anos, aos meus VELHOS E

NOVOS AMIGOS, e a TODA A MINHA FAMÍLIA. O meu muito obrigado, pois todos

estiveram presentes e de alguma forma contribuíram para o dia de hoje.

“O saber a gente aprende com os mestres e os livros.

A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes”.

Cora Coralina

Page 9: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

“Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena

Acreditar no sonho que se tem

Ou que seus planos nunca vão dar certo

Ou que você nunca vai ser alguém...

Se você quiser alguém em quem confiar

Confie em si mesmo

Quem acredita sempre alcança”

Renato Russo

Page 10: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo avaliar in vitro a eficácia da

aplicação do infiltrante comparativamente a um selante e dois sistemas adesivos na

prevenção (etapa 1 – esmalte hígido) e na inibição da progressão de lesões

erosivas iniciais de esmalte associado ou não ao condicionamento da

superfície de esmalte previamente à aplicação dos materiais (etapa 2). Os

espécimes foram preparados a partir de esmalte bovino. Na etapa 1 (prevenção),

as superfícies de esmalte hígidos (H) foram aleatoriamente divididos em 5 grupos,

de acordo com o material aplicado: HCn sem tratamento – controle negativo, HH

aplicação de selante resinoso de fossas e fissuras – Helioseal Clear®, HA aplicação

de sistema adesivo autocondicionante – Adhese®, HT aplicação de sistema adesivo

convencional – Tetric N-bond®, HI aplicação de infiltrante – Icon®. Na etapa 2, todos

os espécimes foram inicialmente imersos em HCl 0,01M, pH2,3 por 30 s, simulando

a lesão inicial de erosão, e posteriormente aleatorizados em 9 grupos (E). Nos

grupos ECn, EH, EA, ET e EI, os espécimes foram tratados com os mesmos

materiais respectivamente, seguindo as recomendações dos fabricantes e nos

grupos EHs, EAs, ETs e EIs não houve condicionamento da superfície de esmalte.

Para as duas etapas, todos dos espécimes após tratamento, foram submetidos à

ciclagem erosiva, pela imersão dos espécimes 4x/dia por 5 dias em ácido clorídrico

(0,01M; pH 2,3) por 2 minutos, seguida da imersão em saliva artificial por 120 min e

overnight. O desgaste do esmalte e a análise de espessura dos materiais foram

avaliados por perfilometria e os resultados submetidos à Kruskal-Wallis e Teste de

Dunn (p<0,05). Na etapa 1, o infiltrante (HI), selante (HH) e adesivo

autocondicionante (HA) protegeram o esmalte contra a erosão e foram

significativamente diferentes do controle, sendo efetivos na prevenção da erosão. Na

etapa 2, os grupos EH, EA, EI (selante, adesivo autocondicionante, infiltrante), ETs

e Eis (adesivo convencional e infiltrante, ambos sem condicionamento ácido), foram

semelhantes e não promoveram alteração no esmalte, sendo os mais eficazes na

inibição da progressão da erosão. Maior desgaste do esmalte foi observado nos

grupos ECn ( sem tratamento – controle negativo), ET ( sistema adesivo

convencional de 2 passos), EHs (selante resinoso de fossas e fissuras sem

condicionamento ácido), EAs (sistema adesivo autocondicionante sem

condicionamento ácido), sendo estatisticamente similares. Considerando os

Page 11: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

resultados conclui-se que a aplicação de infiltrante Icon® (com ou sem

condicionamento do esmalte) e de selante de fossas e fissuras Helioseal Clear®,

sobre o esmalte hígido ou com lesão inicial de erosão foram efetivos para prevenir e

inibir a progressão erosiva.

Palavras-chave: Erosão dentária. Esmalte dentário. Adesivo. Selante. In vitro.

Page 12: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

ABSTRACT

This study aimed to evaluate in vitro the efficacy of the application of

infiltrant, compared to sealant and two different adhesive systems on prevention

(phase 1 - sound enamel) and inhibition of the progression of erosive lesions

associated or no the enamel surface conditioning prior to application of the material

(phase 2). The specimens were prepared from bovine enamel. In phase 1

(prevention), the sound enamel surface (H) were randomly divided into 5 groups

according to the material used: HCN untreated - negative control, HH application of

resin sealant - Helioseal Clear®, HA application of self-etching adhesive system -

AdheSE®, HT application of phosphoric acid-etching adhesive system - Tetric N-

bond®, HI application of infiltrant - Icon®. In phase 2, all specimens were eroded by

immersion in 0.01 M HCl, pH 2,3 for 30 s to simulate initial erosion lesion, and then

randomized into 9 groups (E). In groups ECn, EH, EA, ET and EI, the specimens

were treated with the same materials, respectively, following the manufacturers

recommendations and the groups, EHs, EAs, ETs e EIs no enamel surface

conditioning was performed. For both phases, all blocks were subjected to erosive

cycling by immersion of the blocks in hydrochloric acid (0.01 M, pH 2.3) for 2

minutes, followed by immersion in artificial saliva for 120 minutes 4x/day for 5 days.

The enamel alteration was evaluated by profilometry and the results subjected to

Kruskal-Wallis and the Dunn’s test (p <0.05). In phase 1, the infiltrant (HI), sealant

(HH) and self-etching adhesive (HA) protected the enamel against erosion and were

significantly different from control. In phase 2, the groups EH, EA, EI (sealant, self-

etching adhesive, infiltrant), ETs and EIs (phosphoric acid-etching adhesive and

infiltrant, both without surface conditioning) were similar and showed no enamel

alteration after erosion. Greater enamel wear was observed in groups ECn

(untreated - negative control), ET (phosphoric acid-etching adhesive), EHs (resin

sealant without surface conditioning), AEs (self-etching adhesive without surface

conditioning) and these were statistically similar. Taking into consideration the

results, it is concluded that the application of infiltrant (with or without prior enamel

conditioning) and sealants on sound and initially eroded enamel, prevented enamel

alterations when subjected to erosive challenge.

Key words: Dental erosion. Dental enamel. Adhesive. Sealant. In vitro.

Page 13: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Inclusão dos espécimes de esmalte ....................................................... 69

Figura 2 - Polimento dos espécimes de esmalte .................................................... 69

Figura 3 - Microdurômetro acoplado a um computador para a análise

das imagens .......................................................................................... 69

Figura 4 - Penetrador diamantado piramidal tipo KNOOP e medição da

endentação ............................................................................................ 69

Figura 5 - Realização da lesão inicial de erosão em mesa agitadora ..................... 70

Figura 6 - Confecção do guia de resina com matriz bipartida ................................. 70

Figura 7 - Marcação do espécime com lâmina de bisturi ....................................... 70

Figura 8 - Perfilômetro Marh com software XCR 20, com ênfase para o

dispositivo de posicionamento acoplado à mesa do

equipamento ................... ....................................................................... 70

Figura 9 - Registro da posição inicial do espécime para avaliação do

perfil ....................................................................................................... 71

Figura 10 - Perfil inicial - Gráfico inicial. Percurso da ponta sobre o

espécime ............................................................................................... 71

Figura 11 - Proteção do espécime com esmalte de unha cosmético ...................... 71

Figura 12 - Realização do tratamento: Aplicação do infiltrante Icon® ...................... 71

Figura 13 - Ciclagem erosiva ................................................................................... 72

Figura 14 - Sobreposição dos gráficos correspondente ao esmalte hígido,

grupo H5, espécime 87: inicial x após ciclagem erosiva da

Etapa 1 ................................................................................................... 72

Figura 15 - Gráfico Box-Plot indicando os valores de mediana, intervalo

inter-quartil, valores mínimo e máximo do perfil após aplicação

dos materiais avaliados – etapa 1 ......................................................... 76

Page 14: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Figura 16 - Gráfico Box-Plot indicando os valores de mediana, intervalo

inter-quartil, valores mínimo e máximo do perfil após ciclagem

erosiva dos diferentes grupos avaliados – etapa 1. .............................. 77

Figura 17 - Gráfico Box-Plot indicando os valores de mediana, intervalo

inter-quartil, valores mínimo e máximo da diferença de perfil

pós tratamento X pós ciclagem erosiva dos diferentes grupos

avaliados – etapa1 ................................................................................. 78

Figura 18 - Gráfico Box-Plot indicando os valores de mediana, intervalo

inter-quartil, valores mínimo e máximo do perfil após aplicação

dos materiais avaliados – etapa 2. ......................................................... 79

Figura 19 - Gráfico Box-Plot indicando os valores de mediana, intervalo

inter-quartil, valores mínimo e máximo do perfil após ciclagem

erosiva dos diferentes grupos avaliados – etapa 2. .............................. 80

Figura 20 - Gráfico Box-Plot indicando os valores de mediana, intervalo

inter-quartil, valores mínimo e máximo da diferença de perfil

pós tratamento X pós ciclagem erosiva dos diferentes grupos

avaliados – etapa 2.. .............................................................................. 81

Page 15: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

± mais ou menos

= igual

% porcentagem

°C grau (s) Celsius

® marca registrada

μm micrometro(s)

cm centímetro

EVA material termoplástico

g grama(s)

h hora

H hígido

Hcl ácido clorídrico

In situ em sítio, no local (no caso, cavidade bucal) (latim)

In vitro em laboratório (latim)

In vivo em ser humano (latim)

kHz quilohertz

KHN número de dureza knoop

LE lesão de erosão

min minuto(s)

mL mililitro (s)

mm milímetro (s)

M molar

MEV microscopia eletrônica de varredura

n número de espécimes

Overnight durante a noite

P fosfato

pH potencial hidrogeniônico

rpm rotação por minuto

s ou seg segundo(s)

TSM microscopia confocal (tandem scanning confocal microscope)

TWI índice de avaliação (tooth wear índex)

x versus/ vezes

Page 16: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................... 35

2 - REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 41

2.1 - Erosão dentária................... ................................................................ 43

2.2 - Infiltrante................... .......................................................................... 47

2.3 - Selamento das lesões erosivas................... ....................................... 51

3 - PROPOSIÇÃO ................................................................................................. 55

4 - MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 59

4.1 - Delineamento experimental ................................................................ 61

4.2 - Obtenção dos dentes e preparo dos espécimes de esmalte .............. 62

4.3 - Polimento dos espécimes de esmalte ................................................ 63

4.4 - Avaliação da microdureza superficial inicial................... ..................... 63

4.5 - Lesão artificial de erosão inicial .......................................................... 64

4.6 - Perfilometria inicial .............................................................................. 64

4.7 - Tratamento dos espécimes ................................................................. 65

4.8 - Perfilometria após aplicação dos materiais ........................................ 66

4.9 - Ciclagem erosiva ................................................................................ 66

4.10 - Perfilometria após ciclagem erosiva ................................................. 67

4.11 - Avaliação dos perfis .......................................................................... 67

4.12 - Análise dos resultados ...................................................................... 68

4.13 – Análise estatística............................................................................68

5 - RESULTADOS .............................................................................................. 73

5.1 – Esmalte hígido – etapa 1.................. ................................................. 75

5.2 – Esmalte com lesão inicial de erosão – etapa 2.................. ................ 78

6 - DISCUSSÃO................... ............................................................................... 81

Page 17: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

6.1 - Metodologia empregada ...................................................................... 85

6.2 - Resultados .......................................................................................... 88

7 - CONCLUSÃO .................................................................................................. 93

8 - REFERÊNCIAS ................................................................................................ 97

APÊNDICE .............. .......................................................................................... 109

Page 18: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

1 - Introdução

Page 19: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 20: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

1 Introdução 37

1- INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, houve um declínio da incidência de cárie dentária, em

países desenvolvidos, assim como no Brasil (SBBRASIL, 2010). Com a redução da

prevalência de cárie, os dentes têm permanecido mais tempo na boca, tornando-os

mais susceptíveis a outros tipos de lesões dentárias, tais como a erosão (JAEGGI;

LUSSI, 2006). Apesar da prevalência de erosão variar amplamente na literatura nos

últimos vinte anos (JAEGGI; LUSSI, 2006), alguns estudos longitudinais tem

observado um aumento de sua incidência (GANSS; KLIMEK; GIESE, 2001;

DUGMORE; ROCK, 2003; EL AIDI et al., 2010). Assim sendo, a busca por

conhecimento acerca deste tema vem sendo cada vez maior, tanto por parte dos

clínicos quanto dos pesquisadores.

Apesar da erosão ser classicamente descrita como uma perda de

estrutura dentária irreversível, devido à ação de ácido de origem extrínseca e/ou

intrínseca (ECCLES, 1979; IMFELD, 1996; MEURMAN; TEN CATE, 1996;

SCHEUTZEL, 1996; ZERO, 1996; O’SULLIVAN et al., 1998; RYTOMAA et al., 1998;

LUSSI; JAEGGI; ZERO, 2004; BARTLETT, 2006), a lesão não deve ser

caracterizada de forma simplista como uma perda irreversível, pois em estágios

iniciais há apenas uma desmineralização superficial sem perda de estrutura, que por

sua vez é passível de remineralização (AMAECHI; HIGHAM, 2001; AMAECHI;

HIGHAM, 2005). Em um recente workshop sobre metodologia de pesquisa em

erosão, a terminologia "erosão dentária" foi dividida em "erosão" e "desgaste

dentário erosivo" para permitir a diferenciação entre os dois aspectos do processo

erosivo (HUYSMANS; CHEW; ELLWOOD, 2011; SHELLIS et al., 2011). Segundo os

autores, o termo erosão deveria ser utilizado para a perda da integridade estrutural e

resistência mecânica causada pelo efeito do ácido sobre a superfície do dente, ou

seja, quando há um amolecimento do esmalte (HUYSMANS; CHEW; ELLWOOD,

2011; SHELLIS et al., 2011). O processo subsequente de perda de estrutura

dentária induzido pelo desafio erosivo prolongado com repetidos eventos de

amolecimento corresponderia ao desgaste dentário erosivo (HUYSMANS; CHEW;

ELLWOOD, 2011; SHELLIS et al., 2011).

Além da lesão de erosão apresentar distintos estágios de

desenvolvimento, hoje se sabe que a exposição aos ácidos não é a única

Page 21: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

1 Introdução 38

responsável pela erosão dentária, mas uma série de fatores parece estar envolvida

nesse complexo processo (LUSSI, 2006; MAGALHÃES et al., 2009), dentre eles,

fatores químicos, biológicos e comportamentais (LUSSI, 2006). Sendo assim, as

comidas e bebidas ácidas podem ou não desenvolver a lesão de erosão quando em

contato com a superfície dentária, dependendo do tipo de bebida ácida, do tempo e

frequência de exposição (JAGER et al., 2012), da anatomia dentária, da qualidade e

da quantidade de saliva presente (MAGALHÃES et al., 2009), da associação ou não

com desafios mecânicos, como atrição e abrasão (LUSSI; JAEGGI, 2006), entre

outros fatores que vão influenciar diretamente no maior ou menor risco de

desenvolvimento da erosão dentária.

Nesse contexto, as lesões erosivas devem ser diagnosticadas e a sua

causa deve ser reconhecida. Muitas pesquisas têm sido realizadas buscando

entender o mecanismo da erosão, a fim de prevenir sua formação ou conter sua

progressão (AMAECHI; HIGHAM, 2005; HONÓRIO et al., 2008; RIOS et al., 2008;

HONÓRIO et al., 2010; WANG et al., 2011). No entanto, existem poucos conceitos

conclusivos a respeito da prevenção desta alteração dentária (IMFELD, 1996;

MAGALHÃES, 2008a; MAGALHÃES, 2008b; RIOS et al., 2008; MAGALHÃES, 2009;

WANG et al., 2011).

Fisicamente, a erosão dentária se apresenta como uma desmineralização

de superfície (HONÓRIO et al., 2008; RIOS et al., 2008; HONÓRIO et al., 2010).

Esta característica diferencia-se da cárie dentária, que inicialmente se apresenta

como uma lesão de subsuperfície, ou seja, tem-se uma superfície pouco alterada e

logo abaixo uma camada desmineralizada em função dos ácidos providos da ação

bacteriana do biofilme dentário (HONÓRIO et al., 2008; HONÓRIO et al., 2010). O

estágio inicial da lesão de cárie é comumente tratado a partir da remineralização

através do uso de flúor e da melhora da higiene bucal. No entanto, em indivíduos

não cooperativos ou com lesões em estágio avançado ou de grande extensão, essa

estratégia é considerada limitada.

A prevenção e o tratamento da erosão não são simples, principalmente

quando componentes comportamentais estão envolvidos. Alguns estudos

(AZZOPARDI et al., 2001; AZZOPARDI et al., 2004; SUNDARAM et al., 2007;

BARTLETT; SUNDARAM; MOAZZEZ, 2011; WEGEHAUPT; TAUBOCK; ATTIN,

2013) testaram a aplicação de selante resinoso de fossas e fissuras e/ou sistema

adesivo sobre a estrutura erodida para formação de barreira mecânica contra

Page 22: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

1 Introdução 39

desafios subsequentes. A maior parte dos estudos foi realizada em dentina, pois sob

desafio erosivo a porção mineralizada da dentina se dissolve resultando na

exposição de uma rede de colágeno. Desta forma, o material resinoso (adesivo ou

selante) quando aplicado sobre essa dentina, tem a capacidade de se infiltrar e

penetrar nessa estrutura dentária. Esse mecanismo é chamado de zona híbrida

reforçada por resina, que tem a capacidade de proteger a dentina contra os ácidos

(AZZOPARDI et al., 2001; AZZOPARDI et al., 2004). Apesar do sistema adesivo ter

apresentado efeito protetor contra o desgaste por períodos de até três meses

(AZZOPARDI et al., 2004), a aplicação de selantes resinoso tem apresentado

melhores resultados, com efeito protetor de nove meses (BARTLETT; SUNDARAM;

MOAZZEZ, 2011). No entanto, a utilização desses materiais em esmalte ainda

precisa ser investigada.

Recentemente foi lançada no mercado internacional uma resina de baixa

viscosidade, com alto poder de penetração e fotopolimerizável, conhecida como

infiltrante (MEYER-LUECKEL et al., 2006; PARIS et al., 2007a; MEYER-LUECKEL;

PARIS, 2008a; MEYER-LUECKEL; PARIS, 2008b; PARIS; DÖRFER; MEYER-

LUECKEL, 2010a; PARIS et al., 2011). A técnica do infiltrante é utilizada para inibir a

progressão da lesão cariosa por meio da criação de uma barreira de difusão no

interior da lesão desmineralizada, substituindo o mineral perdido por resina. Estudos

realizados com o infiltrante comprovaram sua eficiência na diminuição e/ou inibição

da progressão da lesão cariosa (MEYER-LUECKEL et al., 2006; PARIS et al.,

2007b; PARIS et al., 2007b; MEYER-LUECKEL; PARIS, 2008a; PARIS et al., 2010a;

PARIS et al., 2011). Apesar das distintas diferenças entre as lesões de cárie e

erosão (HONÓRIO et al., 2010), considerando que o infiltrante apresenta maior

penetração que os adesivos e selantes em lesões cariosas (PARIS et al., 2007a;

MEYER-LUECKEL; PARIS, 2008b), este material pode ser uma alternativa para a

prevenção ou paralisação de lesões iniciais de erosão dentária. Presume-se que o

material seja capaz de penetrar na superfície hígida e na superfície inicialmente

erodida previamente condicionada (superfície amolecida), criando uma barreira

mecânica, impedindo o contato do ácido com a estrutura dentária, e

consequentemente, inibindo ou paralisando a erosão dentária. No entanto, não se

sabe até que ponto o condicionamento da superfície para a obtenção de penetração

do infiltrante, poderia ser capaz de remover a estrutura amolecida das lesões iniciais

Page 23: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

1 Introdução 40

de erosão. Desta forma, percebe-se que várias questões devem ser consideradas

na utilização do infiltrante, desde o preparo da superfície até a análise de seu efeito.

Diante de tudo o que foi exposto, a aplicação do infiltrante em superfície

de esmalte dentário hígido e com lesão inicial de erosão, quando submetido ao

desafio erosivo, deve ser estudado, pois não há relatos na literatura da aplicação

desse material em lesões erosivas. Há também, a necessidade de estudos que

comparem a aplicação do infiltrante com sistema adesivo e selante resinoso em

dentes erodidos, como parâmetros para as avaliações. Após a obtenção dos

resultados, será possível avaliar a capacidade de prevenção e inibição da

progressão desses materiais à erosão dentária.

Page 24: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

2 - Revisão de Literatura

Page 25: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 26: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

2 Revisão de Literatura 43

2 - REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Erosão dentária

A busca pela qualidade de vida da população tem contribuído com o

declínio da incidência da cárie dentária (SBBRASIL, 2010; BONECKER et al., 2012;

CHAVES, 2012). Com a redução da prevalência de cárie, os dentes passaram a

permanecer por mais tempo na boca, estando mais susceptíveis a outros tipos de

doenças, entre elas, a erosão dentária (JAEGGI; LUSSI, 2006; KREULEN et al.,

2010).

Clinicamente, em estágio inicial, a erosão acomete a superfície do

esmalte dentário, que se apresenta com uma superfície lisa, fosca e transparente. Já

em estágio mais avançado, ela progride para a dentina, e nessa fase já é visível à

presença de depressões e concavidades na estrutura dentária. Constitui-se uma

doença silenciosa diretamente ligada a hábitos, principalmente nutricionais, e ao

estilo de vida (GAMBON; BRAND; VEERMAN, 2012). Durante o processo de

desenvolvimento da lesão de erosão, há inicialmente uma desmineralização

superficial parcial da superfície (AMAECHI; HIGHAM, 2001; HONÓRIO et al., 2008;

RIOS et al., 2008; HONÓRIO et al., 2010; HUYSMANS; CHEW; ELLWOOD, 2011;

SHELLIS et al., 2011), que conduz ao amolecimento e ao aumento da rugosidade

(SCHLUETER; KLIMEK, GANSS, 2011). Processos repetidos da ação de ácidos, de

origem não bacteriana, levam a perda superficial irreversível da estrutura dentária

(GANSS; KLIMEK; GIESE, 2001; DUGMORE; ROCK, 2003; JAEGGI; LUSSI, 2006;

EL AIDI et al., 2010)

Sua incidência tem aumentado nos últimos anos, principalmente em

pacientes jovens (EL AIDI et al., 2010; KREULEN et al., 2010), portanto, há cada vez

mais, a necessidade do conhecimento profundo dessa doença, buscando-se

medidas preventivas e terapêuticas. Taji e Seow (2010) realizaram um levantamento

sobre a prevalência da erosão dentária, com estudos epidemiológicos conduzidos

entre os anos de 2000 a 2009, nesses estudos as metodologias utilizadas, a faixa

etária e as condições culturais e socioeconômicas dos participantes variaram. Em

crianças, na dentição decídua, foi constatada a presença da lesão de erosão

variando de 12,3% a 78%, e na dentição permanente, de 7,6% a 62%. Murakami et

Page 27: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

2 Revisão de Literatura 44

al. (2011) estudaram os fatores de risco para erosão dentária em 967 crianças pré-

escolares (3 e 4 anos de idade) residentes na cidade de Diadema – São Paulo, e a

presença de erosão foi diagnosticada em 51,6% dessas crianças, estando 93,9%

das lesões restritas ao esmalte dentário. No mesmo ano, Gurgel et al. (2011)

avaliaram 414 adolescentes na população de Bauru – São Paulo, e relataram uma

prevalência de 20% de lesão de erosão em esmalte, entre adolescentes de 14 a 16

anos. Estudo semelhante foi realizado em Três Corações – Minas Gerais, por Auad

et al. (2007), com 458 crianças entre 13 e 14 anos de idade, no qual se observou

uma prevalência de erosão de 34%, somente restrita ao esmalte dentário.

Em 2011, um grupo de pesquisadores se reuniu para discutir e padronizar

pontos importantes no estudo sobre a erosão dentária. A conclusão foi publicada em

um fascículo da revista Caries Research e foi enfatizada a importância da realização

de pesquisas sobre essa doença. Alguns pontos foram padronizados, entre eles

definição, características erosivas em esmalte e dentina, metodologia e modelos

erosivos. Nesse workshop, definiu-se que a lesão de erosão dentária deve ser

nomeada como erosão, quando há uma desmineralização da superfície do esmalte

causada por ácidos, que perde resistência mecânica, e ocorre apenas um

amolecimento dessa superfície, sendo que nessa fase, essa estrutura ainda pode

ser remineralizada. A outra nomeação é o desgaste dentário erosivo, que deve ser

designada quando o desafio ácido sobre a estrutura do dente permanece até

ocasionar o seu desprendimento superficial em camadas, uma vez perdida não será

mais recuperada (HUYSMANS; CHEW; ELLWOOD, 2011; SHELLIS et al., 2011).

Os ácidos que causam a erosão dentária podem ser de origem extrínseca

ou intrínseca. A erosão extrínseca é proveniente de ácidos exógenos, ou seja, que

são originados fora da boca, neles incluem bebidas ou alimentos ácidos e exposição

ambiental a agentes ácidos (ECCLES, 1979; ZERO, 1996; LUSSI, 2006; CORRÊA

et al., 2011). Já a erosão intrínseca é resultado da ação de ácidos vindos do sistema

digestivo decorrente do uso de medicamentos, indigestão crônica, refluxo

gastroesofágico e distúrbios como anorexia e bulimia (ZERO, 1996; BARTLETT,

2006). Porém, hoje já se sabe que esses ácidos não são os únicos responsáveis

pelo desenvolvimento da lesão de erosão dentária, existem diversos fatores que

juntos, estão envolvidos nesse processo, tais como fatores químicos, biológicos e

comportamentais (LUSSI, 2006; MAGALHÃES et al., 2009).

Page 28: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

2 Revisão de Literatura 45

Os fatores químicos são relacionados às propriedades das bebidas que

contribuem para o desenvolvimento da erosão (LUSSI; JAEGGI, 2006;

MAGALHÃES et al., 2009). A maioria das substâncias que possui pH baixo

apresenta capacidade de causar erosão dentária (LUSSI; JAEGGI; ZERO, 2004;

BARBOUR et al., 2011). No entanto, o potencial erosivo de uma bebida não

depende exclusivamente do valor do seu pH, mas também do seu conteúdo mineral,

da sua capacidade tampão e da sua propriedade quelante (LUSSI; JAEGGI; ZERO,

2004; BARBOUR et al., 2011). A quantidade de cálcio, fosfato e fluoreto de uma

bebida ou alimento determina o grau de saturação desta em relação aos minerais do

dente. Bebidas supersaturadas em relação ao substrato dental apresentam um baixo

potencial erosivo (FEATHERSTONE; LUSSI, 2006). Bebidas que apresentam

propriedade quelante em relação ao cálcio podem aumentar o processo erosivo

quando ingeridas (LUSSI; JAEGGI, 2006), pois por terem grande afinidade pelos

íons cálcio, se ligam a eles, retirando-os do substrato dentário e da própria saliva,

favorecendo a desmineralização da superfície dentária (LUSSI; JAEGGI, 2006). O

efeito tampão se refere à capacidade da solução em resistir a mudança de pH.

Assim, quanto maior a capacidade tampão de uma bebida ou comida ácida, maior

será o tempo que a saliva levará para neutralizar o ácido, aumentando o processo

de dissolução do substrato dentário (LUSSI; JAEGGI; ZERO, 2004). Outras

características químicas das bebidas, como o tipo e a quantidade de ácido, a

viscosidade, a temperatura e presença de substâncias protetoras também têm

influência no potencial erosivo (LUSSI; JAEGGI, 2006; BARBOUR et al., 2011).

Os fatores biológicos abrangem todas as características da cavidade

bucal de um indivíduo. Dessa forma, a posição dentária, a anatomia do tecido mole,

a qualidade do tecido dentário e as propriedades salivares podem estar envolvidas

no processo erosivo, levando a um maior ou menor risco ao desenvolvimento da

lesão (LUSSI, 2006; HARA; LUSSI; ZERO, 2006; MAGALHÃES et al., 2009). A

saliva, por conter propriedades protetoras e desempenhar papel importante na

formação da película adquirida, pode ser considerada o fator biológico mais

importante na prevenção da erosão dental (HARA; LUSSI; ZERO, 2006). Sua

proteção começa antes mesmo do início do ataque ácido, com o aumento do fluxo

salivar em resposta ao estímulo extrabucal, como olfato e visão. Um maior fluxo

salivar aumenta a capacidade de neutralização e tamponamento da saliva, assim

como a capacidade de remineralização da superfície dentária (AMAECHI; HIGHAM,

Page 29: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

2 Revisão de Literatura 46

2001; EISENBURGER et al., 2001; RIOS et al., 2006; RIOS et al., 2008). A saliva

também desempenha papel importante na formação da película adquirida, que atua

como uma membrana com permeabilidade seletiva, que impede o contato direto

entre o ácido e a superfície dentária (ZAHRADNIK; MORENO; BURKE, 1976;

MEURMAN; FRANK, 1991; AMAECHI; HIGHAM, 2001; HANNIG; JOINER, 2006;

SCHIPPER; SILLETTI; VINGERHOEDS, 2007; BUZALAF; HANNA; KATO, 2012),

reduzindo o grau de dissolução da hidroxiapatita (LENDENMANN; GROGAN;

OPPENHEIM, 2000). Entretanto, cabe ressaltar que esses fatores preventivos e

reparadores da saliva podem não ser suficientes para conter grandes desafios

erosivos, levando ao desenvolvimento da erosão.

Os fatores comportamentais apresentam influência direta no

desenvolvimento e na extensão da erosão dentária (LUSSI, 2006; MAGALHÃES et

al., 2009). Esses fatores incluem desde a frequência, o tempo e a forma de consumo

das bebidas, a preferência por alimentos ácidos, o horário de exposição, a presença

de doenças psicossomáticas, até os hábitos de higiene bucal (LUSSI, 2006;

MAGALHÃES et al., 2009). Nas últimas décadas houve uma mudança no estilo de

vida da população, ocorrendo um aumento no consumo de alimentos e bebidas

ácidas (LUSSI, 2006). Em crianças e adolescentes, a redução no consumo de leite e

água, em decorrência do aumento na frequência e quantidade de ingestão de

refrigerantes e sucos de frutas foi significativa (TAHMASSEBI et al., 2006).

Hoje em dia, busca-se cada vez mais, por uma odontologia conservadora

e minimamente invasiva, mas infelizmente, a prevenção e o tratamento da lesão de

erosão não são tão simples, pois estão envolvidos com hábitos comportamentais

(HUYSMANS; CHEW; ELLWOOD, 2011). Por isso, o paciente deve ser informado e

orientado sobre os fatores de risco da erosão, e sempre que possível, as lesões

devem ser identificadas ainda em estágios iniciais, buscando-se preservar ao

máximo a estrutura dentária. Métodos preventivos para lesão de erosão em esmalte

e dentina têm sido pesquisados (MAGALHAES et al., 2009; SCHLUETER et al.,

2009; WIEGAND et al., 2009; KATO et al., 2010; GANSS et al., 2011; ROCHEL et

al., 2011; ESTEVES-OLIVEIRA et al., 2012; BUZALAF; KATO; HANNAS, 2012;

MAGALHAES et al., 2012; WEGEHAUPT et al., 2012; RAKHMATULLINA;

BEYELER; LUSSI, 2013), a fim de manter os dentes saudáveis na boca, prezando

pelo bem estar do paciente. No entanto, a maioria apresenta efeito limitado em

Page 30: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

2 Revisão de Literatura 47

relação à prevenção ou inibição da progressão da erosão dentária e ainda se

procura por uma terapia eficaz.

2.2 Infiltrante

A cárie dentária é uma doença infecciosa, multifatorial, causada pelos

ácidos produzidos no metabolismo bacteriano. Seu primeiro sinal clínico é a

presença de uma mancha branca no esmalte dentário (FEJERSKOV; THYLSTRUP;

LARSEN, 1981). Essa lesão de mancha branca é caracterizada pela

desmineralização da camada superficial do esmalte, que devido a essa perda de

minerais, se apresenta porosa, comunicando-se com os espaços existentes entre os

prismas de esmalte, e com isso, servindo de via de difusão para ácidos e minerais

dissolvidos (ESBERARD et al., 2007). Sendo assim, os ácidos eliminados pelas

bactérias cariogênicas, presentes no esmalte e no biofilme dentário, acabam

penetrando pelos poros, e com isso a desmineralização continua no interior da

lesão, ocorrendo um aumento no volume de poros. A presença da mancha branca

na superfície dental indica que os cristais na subsuperfície reduziram em volume e

os poros aumentaram (BERGMAN E LIND, 1966), porém, nessa fase, as lesões

ainda são passiveis de remineralização, desde que sejam empregados métodos

adequados, para evitar a progressão da doença.

Robinson et al (1976) foram os primeiros a descrever que os materiais

resinosos são capazes de penetrar em lesões cariosas e que essa penetração sela

os poros, reduzindo-os. Porém, na época, o material estudado era inadequado para

a aplicação clínica devido a sua toxicidade. A partir de então, novos estudos foram

realizados com materiais disponíveis comercialmente, e observou-se que os

sistemas adesivos e os selantes resinosos de fossas e fissuras podem penetrar nas

lesões de cárie, pelo menos parcialmente (RODDA, 1983; GOEPFERD;

OLBERDING, 1989; DONLY; RUIZ, 1992; ROBINSON et al., 2001; GRAY; SHELLIS,

2002; SCHMIDLIN et al., 2004).

Em 2006, um grupo de pesquisadores alemães começou a testar os

sistemas adesivos e os selantes resinosos já utilizados na odontologia, para selar a

superfície dos poros das manchas brancas, buscando informações quanto à

capacidade de penetração desses materiais, nas lesões iniciais de cárie em esmalte.

Page 31: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

2 Revisão de Literatura 48

Os resultados mostraram que eles foram capazes de penetrar no interior desses

orifícios, preenchendo-os, e após serem fotopolimerizados formaram uma barreira

que impediu a progressão da lesão. Além disso, observou-se que esses materiais

também atuaram como reforço mecânico a essa estrutura, que se encontrava

fragilizada, devido à perda de minerais (MULLER et al, 2006; PARIS et al, 2006).

Continuando esta linha de pesquisa, Meyer-Lueckel et al (2006) avaliaram

in vitro a influência do tempo de aplicação dos sistemas adesivos e selantes

resinosos de fossas e fissuras, quando aplicados por 15 e 30 segundos, verificando

o comportamento de penetração no interior da lesão artificial em esmalte. Os

resultados mostraram que o maior tempo de aplicação promoveu maior penetração

dos materiais resinosos na lesão, pois os mesmos são impulsionados principalmente

por forças capilares, devido ao diâmetro dos poros serem variáveis nas diferentes

profundidades da lesão. Considerando as limitações de um estudo in vitro, concluiu-

se que o tempo de aplicação de 30 segundos deveria ser utilizado para aprimorar o

selamento da lesão resultando em profundidades de infiltração maiores e com

camadas resinosas mais compactas.

Considerando que a infiltração dos materiais resinosos ao interior das

lesões em esmalte é impulsionada principalmente por forças capilares, a pequena

quantidade de poros presente na camada superficial da lesão poderia interferir e

dificultar a penetração dos mesmos (MEYER-LUECKEL et al, 2006). Portanto, o

mesmo grupo de pesquisa avaliou o efeito da remoção dessa camada mineralizada,

por meio do condicionamento ácido, para favorecimento de uma melhor e mais

profunda infiltração da resina no interior da lesão. Assim, novos experimentos foram

realizados testando o ácido fosfórico a 37% e duas concentrações de ácido

clorídrico (5% e 15%) para o condicionamento dessa superfície, e concluíram que o

ácido clorídrico a 15% é o mais adequado para um bom condicionamento (MEYER-

LUECKEL; PARIS; KIELBASSA, 2007), principalmente em lesões naturais de cárie

em esmalte, tanto em dentes permanentes (PARIS; MEYER-LUECKEL;

KIELBASSA, 2007c) como em dentes decíduos (PARIS; DORFER; MEYER-

LUECKEL, 2010a). Além disso, verificou-se que o ácido clorídrico deve permanecer

sobre a superfície dentária por 120 segundos para conseguir romper toda a camada

mineralizada (PARIS; MEYER-LUECKEL; KIELBASSA, 2007c).

Apesar de o condicionamento ácido ser essencial para remover a camada

mineralizada e com isso favorecer a infiltração de materiais resinosos no interior da

Page 32: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

2 Revisão de Literatura 49

lesão de cárie, os sistemas adesivos pouco penetrava (em média, apenas 58 μm)

nas lesões naturais de cárie em esmalte (média da lesão é de 357 μm) (PARIS;

MEYER-LUECKEL; KIELBASSA, 2007c). Na tentativa de melhorar a capacidade de

penetração desses materiais resinosos, foram modificadas as propriedades dos

sistemas adesivos e selantes resinosos já estudados, e testados diversas misturas

monoméricas e elaborados novos compostos experimentais. Em seguida, foi

analisada a influencia do coeficiente de penetração desses compostos. O coeficiente

de penetração faz parte da equação de Washburn e descreve a penetração dos

líquidos (materiais resinosos) em sólidos porosos (esmalte desmineralizado)

conduzido por forças capilares (PARIS et al, 2007a). Após a alteração do coeficiente

de penetração dos compostos experimentais, observou-se que quanto maior esse

coeficiente em um material resinoso, mais rápido ele foi capaz de penetrar no interior

da lesão inicial de cárie (PARIS et al, 2007a; MEYER-LUECKEL; PARIS, 2008b),

além de permitir uma completa vedação dos poros. Quando testadas em lesões

artificiais, a utilização de misturas monoméricas com coeficientes de penetração

maior que 200 cm/seg (infiltrante) apresentaram melhores resultados para a

infiltração de cárie (MEYER-LUECKEL e PARIS, 2008a). Entretanto, a profundidade

de penetração por si só não é o único fator responsável pela inibição da progressão

das lesões infiltradas em um ambiente cariogênico. Outras características tais como

a estabilidade à hidrólise ou homogeneidade da infiltração da resina poderia

influenciar a impermeabilidade da camada de resina e, portanto, a resistência das

lesões seladas a ataques cariogênicos (MEYER LUECKEL e PARIS, 2008b).

Maior atenção foi dada a essas modificações e, após a realização de

vários estudos analisando a composição das resinas experimentais de baixa

viscosidade, em 2009, foi lançado no mercado, um material resinoso altamente

fluido, com alto coeficiente de penetração - o infiltrante Icon® (DMG; Hamburg,

Germany), cujo principal objetivo é penetrar nas lesões de mancha branca por cárie

em esmalte, tanto em superfícies lisa como interproximal (PARIS et al, 2007b). Em

contraste com os sistemas adesivos e selantes resinosos, cujo objetivo é selar os

poros com uma camada superficial de material, o infiltrante tem como proposta

penetrar na lesão e vedá-la completamente, visando estabelecer uma barreira de

difusão no interior dessa lesão. No entanto, diversos estudos começaram a ser

desenvolvidos, buscando aperfeiçoar esse material para a praticidade na aplicação

clinica.

Page 33: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

2 Revisão de Literatura 50

Considerando que o tempo de aplicação do material resinoso interfere na

profundidade de penetração em lesões cariosas (MEYER-LUECKEL et al, 2006), em

2011, foram avaliados os tempos de 0,5, 1, 3 e 5 minutos de contato do Icon® com a

superfície da lesão, antes da polimerização do material. Chegou-se a conclusão de

que a aplicação por 3 minutos era suficiente para uma boa infiltração na lesão

cariosa (MEYER-LUECKEL et al, 2011; PARIS et al, 2012). Porém, estudos mais

recentes mostraram que com apenas 1 minuto de aplicação do infiltrante a

profundidade e homogeneidade de penetração do material foram semelhantes aos

valores obtidos com 5 minutos (SOVIEIRO et al, 2013).

Pesquisas in vitro (PARIS e MEYER-LUECKEL, 2010b) e in situ (PARIS e

MEYER-LUECKEL, 2010c) comprovaram a eficiência da aplicabilidade do infiltrante,

no entanto, estes estudos apresentam baixo grau de evidência clínica.

Posteriormente estudos clínicos com 18 meses (PARIS; HOPFENMULLER; MEYER-

LUECKEL, 2010d) e três anos de acompanhamento (MARTIGNON et al, 2012)

concluíram que a infiltração da cárie, na fase inicial de mancha branca, utilizando o

infiltrante (Icon®, DMG; Hamburg, Germany), foi eficaz para inibir a progressão da

desmineralização em superfícies interproximais sob condições altamente

cariogênicas.

Em 2013, Paris et al. analisaram a interferência da composição do

infiltrante comercial e alguns experimentais, e a quantidade de aplicações na lesão

de cárie em esmalte artificial, quanto a dureza e a progressão da lesão. Quando o

infiltrante comercial foi aplicado duas vezes, houve uma melhora na dureza da lesão

com resultados benéficos quanto à resistência a desmineralização, pois houve uma

compensação da contração de polimerização, promovendo maior preenchimento

dos poros no interior da lesão. Concluíram que, dentro das limitações de um estudo

in vitro, a aplicação do infiltrante aumenta, significativamente, a dureza e reduz a

perda de minerais diante de desafios cariogênicos, quando comparado com lesões

não tratadas. Além disso, observaram que a adição de solventes ao material

resinoso, não melhorou a resistência físico-química das lesões infiltradas, e

afirmaram que nenhum infiltrante experimental pôde superar o infiltrante comercial -

Icon®.

Page 34: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

2 Revisão de Literatura 51

2.3 Selamento das lesões erosivas

Materiais resinosos têm sido estudados como medida preventiva da

erosão dentária. Azzopardi et al. (2001; 2004) avaliaram in vitro e in situ,

respectivamente, sistemas adesivos aplicados sobre a dentina, como medida

preventiva a desafios abrasivos e erosivos. Espécimes foram preparados com

dentina de dente humano, Seal & Protect® e Optibond Solo® foram os materiais

avaliados. No protocolo in vitro, os espécimes foram submetidos à ciclagem com

HCl, seguido por escovação e avaliados por perfilometria, no estudo in situ, os

pacientes utilizaram os aparelhos durante 8h/dia/20 dias, ciclagem foi realizada com

ácido cítrico e foram avaliados por meio de 4 metodologias (MEV, rugosidade e

dureza com TSM e perfilometria a laser). Os resultados mostraram que o Seal &

Protect® e Optibond Solo® protegeram a dentina contra o desgaste erosivo com

ácido clorídrico e cítrico, porém o Seal Protect® seria o mais indicado para a prática

clínica, pois o Optibond Solo® se deterioriza mais rápido, limitando o tempo de

proteção da superfície dentária.

Em 2007, foi realizado um estudo clínico para avaliar a capacidade de

proteção do sistema adesivo Seal & Protect® em indivíduos com lesão de erosão.

Foram selecionados 19 pacientes adultos, com a presença da lesão com exposição

de dentina. Inicialmente esses pacientes responderam a um questionário sobre

hábitos alimentares, em seguida, foi avaliada a perda de estrutura dentária através

do índice TWI (Tooth wear índex). Após a realização da avaliação do desgaste

dentário, o material resinoso foi aplicado em dentes alternados, selecionados

aleatoriamente. Os pacientes tiveram controles clínicos em 3, 6, 9, 12 e 24 meses

após aplicação do material. Os autores constataram que o sistema adesivo foi capaz

de criar uma camada sobre a estrutura dentária que ofereceu proteção contra a

desmineralização e desgaste do dente, porém essa camada protetora só foi eficaz

durante três meses (SUNDARAM et al., 2007). Recentemente, o mesmo grupo de

pesquisadores realizou um novo experimento clínico, utilizando a mesma

metodologia, porém testando o selante resinoso de fossas e fissuras Helioseal

Clear®, obtiveram resultados superiores nos quais o selante resinoso se mostrou

capaz de proteger a estrutura dentária contra o desafio erosivo por até 9 meses

(BARTLETT; SUNDARAM; MOAZZEZ, 2011).

Page 35: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

2 Revisão de Literatura 52

Um recente estudo in vitro, testou selante resinoso para prevenir o

esmalte contra o desafio erosivo causado por ácidos intrínsecos e extrínsecos.

Blocos de esmalte bovino (144) foram distribuídos aleatoriamente em doze grupos

(1-12). As amostras dos grupos 1, 5 e 9 permaneceram sem tratamento (controles

positivos), 2, 6 e 10 foram selados com Silicon Seal Nano Mix® e 3, 7 e 11 com Seal

& Protect®. Grupos 4, 8 e 12 foram selados com resina flow (controles negativos).

Grupos 1-4 foram imersos em saliva artificial, 5-8 em ácido clorídrico e os grupos de

9-12 em ácido cítrico, durante 28 dias. Após 1, 2, 4, 7, 11, 14, 21 e 28 dias, as

soluções foram renovadas e o desgaste do esmalte foi quantificado pela

mensuração de P (32) nas soluções. Concluiu-se que todos os selantes resinosos

testados foram capazes de reduzir significativamente a desmineralização erosiva do

esmalte causada por ácido clorídrico e ácido cítrico, mesmo sob exposição em longo

prazo (WEGEHAUPT et al., 2012).

Em 2013 avaliou-se a durabilidade dos selantes resinosos aplicados para

a prevenção da perda mineral erosiva da dentina sob condições erosivas/abrasivas.

Para tal, blocos de dentina bovina marcados com P (32) foram distribuídos

aleatoriamente em quatro grupos (1-4). Todas as amostras foram submetidas a pré-

ciclagem de des e remineralização de 1 dia (6 x 1 min de erosão em HCl: pH 3,0,

entre erosão e durante noite imersão em saliva artificial). Os grupos testados foram:

(1) controle sem selante, (2) Seal & Protect® (3), K-0184 (material experimental) e (4)

OptiBond FL®. Após o selamento, os blocos foram imersos em HCl durante 3 horas

(medida de referência). Em seguida, o desafio erosivo/abrasivo foi realizado durante

8 dias: 3 h/dia de erosão, com HCl, 600 ciclos de escovação/dia e armazenamento

em saliva artificial. A permeabilidade do selamento foi avaliada pela presença de P

(32), no ácido utilizado para os ataques erosivos. Os resultados mostraram que os

selantes resinosos foram capazes de reduzir a perda mineral dentina erodida e

manter esta eficácia evitando erosão ao longo de toda a duração da ciclagem

erosiva/ abrasiva (simulando 8 meses in vivo) (WEGEHAUPT; TAUBOCK; ATTIN,

2013).

Portanto, tendo em vista que a erosão dentária é uma das contra

indicações presentes na bula do infiltrante, que deve ter sido estabelecida devido à

ausência de estudos desse material em superfícies erodidas, e considerando que

pesquisas recentes têm sido realizadas com materiais resinosos para selamento das

lesões erosivas, mostrando bons resultados na redução da erosão dentária, seria

Page 36: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

2 Revisão de Literatura 53

importante avaliar o comportamento do infiltrante comercial frente ao desafio

erosivo.

Page 37: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 38: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

3 - Proposição

Page 39: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 40: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

3 Proposição 57

3 – PROPOSIÇÃO

O presente trabalho teve como objetivo avaliar in vitro a eficácia da

aplicação de infiltrante, selante resinoso e sistema adesivo, em dentes hígidos e

com lesões iniciais de erosão, na prevenção ou inibição da progressão de lesões

erosivas. Além disso, avaliou-se a influência do condicionamento da superfície de

esmalte previamente à aplicação destes materiais na proteção contra a erosão

dentária. As hipóteses nulas formuladas foram:

1. No esmalte hígido, não há diferença no desgaste dos grupos

avaliados (com aplicação dos materiais: infiltrante, selante resinoso

e sistema adesivo e/ou controle: sem aplicação dos materiais),

após desafio erosivo (PREVENÇÃO);

2. No esmalte previamente erodido e com condicionamento da

superfície de esmalte, não há diferença no desgaste dos grupos

avaliados (com aplicação dos materiais: infiltrante, selante resinoso

e sistema adesivo e/ou controle: sem aplicação dos materiais),

após desafio erosivo (INIBIÇÃO DA PROGRESSÃO);

3. No esmalte previamente erodido e sem condicionamento da

superfície de esmalte, não há diferença no desgaste dos grupos

avaliados (com aplicação dos materiais: infiltrante, selante resinoso

e sistema adesivo e/ou controle: sem aplicação dos materiais),

após desafio erosivo (INIBIÇÃO DA PROGRESSÃO SEM ÁCIDO);

4. No esmalte previamente erodido, a realização ou não do

condicionamento da superfície de esmalte não resulta em diferença

no desgaste dos grupos avaliados (com aplicação dos materiais

avaliados: infiltrante, selante resinoso e sistema adesivo e/ou

controle: sem aplicação dos materiais), após desafio erosivo.

Page 41: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 42: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 43: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

4 - Material e Métodos

Page 44: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 45: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 46: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

4 Material e Métodos 61

4 - MATERIAL E MÉTODOS

4.1 - Delineamento Experimental

Para avaliar o efeito da aplicação do infiltrante sobre o esmalte submetido

a desafio erosivo in vitro, este trabalho foi dividido em duas etapas. Na primeira

etapa a aplicação foi feita sobre o esmalte hígido (prevenção) e na segunda etapa

sobre esmalte com lesão inicial de erosão (inibição da progressão). Na segunda

etapa como o esmalte apresentava superfície erodida avaliou-se o efeito do

condicionamento da superfície previamente à aplicação dos materiais.

Assim sendo, na primeira etapa foi considerado 1 fator (esmalte hígido)

em 5 níveis (grupos com os materiais aplicados seguindo as recomendações do

fabricante): HCn sem tratamento – controle negativo, HH aplicação de selante

resinoso de fossas e fissuras – Helioseal Clear®, HA aplicação de sistema adesivo

autocondicionante – Adhese®, HT aplicação de sistema adesivo convencional –

Tetric N-bond®, HI aplicação de infiltrante – Icon® (fluxograma A).

Na segunda etapa, outro fator foi avaliado (esmalte erodido) em 9 níveis,

sendo que os grupos a seguir, foram aplicados conforme as instruções do fabricante:

ECn sem tratamento – controle negativo, EH aplicação de selante resinoso de

fossas e fissuras – Helioseal Clear®, EA aplicação de sistema adesivo

autocondicionante – Adhese®, ET aplicação de sistema adesivo convencional –

Tetric N-bond®, EI aplicação de infiltrante – Icon®. Em seguida, todos os materiais

foram aplicados sem o condicionamento ácido prévio, da superfície de esmalte: EHs

aplicação de selante resinoso de fossas e fissuras – Helioseal Clear®, EAs aplicação

de sistema adesivo autocondicionante – Adhese®, ETs aplicação de sistema adesivo

convencional – Tetric N-bond®, EIs aplicação de infiltrante – Icon® (fluxograma B).

Dois terços da superfície de cada espécime foram protegidas com

esmalte cosmético, para obtenção de áreas controle, não submetido ao tratamento e

experimento, condição necessária para a realização da perfilometria. A seguir os

tratamentos correspondentes aos grupos foram aplicados e na sequência, foi

realizada a ciclagem erosiva, composta por 4 imersões diárias em HCl (0,01M, pH

2,3) por 2 minutos seguida pela imersão em saliva artificial por 2 horas, durante 5

dias. Os espécimes de esmalte foram avaliados, por meio da perfilometria, inicial,

Page 47: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

4 Material e Métodos 62

após o tratamento (aplicação dos materiais resinosos), e após o 5º dia de ciclagem

erosiva.

Fluxograma: A – etapa 1: esmalte hígido. B – etapa 2: esmalte erodido.

4.2 - Obtenção dos dentes e preparo dos espécimes de esmalte

Aproximadamente 400 dentes bovinos extraídos de gado da raça Nelore

com idade média de 36 meses, abatidos para consumo no Frigorífico Vangélio

Mondelli Ltda., em Bauru, SP, foram utilizados no presente estudo. Os dentes

passaram por uma seleção prévia, buscando-se selecionar os melhores, eliminando

aqueles com trincas e rachaduras. Os dentes foram limpos com curetas periodontais

para remover todo e qualquer resíduo de tecido gengival aderido à superfície, e

posteriormente desinfetados em solução de timol (pH 7,0), por no mínimo 30 dias.

Primeiramente as raízes foram separadas de suas coroas, com o auxílio

de um torno para polimento odontológico adaptado para corte (Fábrica Nacional de

Motores Monofásicos Nevoni / Série 16.223, Tipo: TG1/3, São Paulo) e um disco

diamantado Diaflex-F (Wilcos do Brasil, Indústria e Comércio Ltda., Petrópolis),

sendo feita uma secção na porção cervical dos dentes.

Em seguida, os dentes foram incluídos em resina acrílica auto

polimerizável rosa (JET, artigos odontológicos clássicos LTDA, Campo Limpo

Paulista) (Figura 1). Para tal, foi utilizada uma matriz de silicone com 10 orifícios

circulares com raio de 2,8 cm, nos quais foram posicionadas as coroas com face

vestibular voltada para baixo. A seguir os orifícios foram preenchidos com resina

acrílica na proporção de pó/líquido de 2,5 para 1. Com o objetivo de manter uma

A: Etapa 1- esmalte hígido

B: Etapa 2- esmalte erodido

Page 48: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

4 Material e Métodos 63

superfície lisa e paralela ao solo foi posicionada uma placa de vidro, previamente

recoberta com vaselina, sobre a resina acrílica na fase fibrilar da resina acrílica.

Devido ao fato da resina aquecer durante a polimerização, para que não

houvesse desidratação dos dentes, nesse período o molde de silicone juntamente

com os espécimes embutidos foi imersos em água gelada.

4.3 - Polimento dos espécimes de esmalte

Os espécimes embutidos foram submetidos à planificação e polimento,

posicionando a porção com a exposição da coroa voltada para baixo (em contato

com a lixa) (Figura 2). Para tal foi utilizada uma Politriz Metalográfica (APL 4, Arotec,

Cotia) com sistema múltiplo capaz de realizar o polimento automático de 6 corpos de

prova. Inicialmente realizou-se a planificação do esmalte com uma lixa de carbeto de

silício de granulação 300, sob refrigeração constante com água deionizada, durante

30-60 segundos em velocidade baixa. Subsequentemente foi realizado o polimento

com lixa de carbeto de silício de granulação 600 e posteriormente 1200 (Extec), sob

refrigeração, por aproximadamente 2 minutos cada uma, em velocidade alta. Para

finalizar o polimento, utilizou-se um pano de feltro (Extec) umedecido com uma

suspensão de diamante de 1 μm (Buehler), durante 3 min em alta velocidade. Para

impedir que os grãos das primeiras lixas interferissem na qualidade do polimento

das seguintes, entre cada etapa do polimento, os espécimes embutidos foram

levados a um aparelho de ultra-som T7 Thornton (Unique Ind. E Com. de produtos

Eletrônicos Ltda., São Paulo, SP), com frequência de 40 kHz, durante 5 minutos,

com água deionizada e após finalização com pano de feltro, o mesmo procedimento

foi repetido por 10 minutos. Ao final do polimento os espécimes se apresentaram

planos e com aspecto vítreo.

4.4 - Avaliação da Dureza Superficial Inicial

A dureza superficial inicial dos espécimes de esmalte foi avaliada

utilizando-se um microdurômetro (HMV-2000/ Shimadzu Corporation) acoplado a um

computador (Figura 3) e um software específico para a análise das imagens (Cams-

Page 49: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

4 Material e Métodos 64

Win-New Age Industries). Foi utilizado um penetrador diamantado piramidal tipo

KNOOP (figura 4), com carga estática de 25g, aplicada por 5 segundos. Na região

central de cada espécime foram realizadas 5 endentações com distância de 100 μm

entre elas. Foram desprezados os espécimes com valor médio de microdureza 10%

acima ou 10% abaixo da média de todos os blocos, sendo selecionados 345

(Apêndice 1). Desses, 270 foram submetidos à lesão artificial de erosão (Apêndice

2), e os outros 75 foram aleatoriamente alocados entre os 5 grupos de dentes

hígidos (Apêndice 3). Para a etapa 1, inicialmente foram selecionados 15 espécimes

por grupo, no entanto ao final do experimento, foram analisados apenas 12 desses

espécimes (exclusão durante experimento).

4.5 - Lesão artificial de erosão inicial

A lesão de erosão inicial foi realizada in vitro pela imersão dos espécimes

em ácido clorídrico (0,01 M, pH 2,3) por 30 segundos, sob agitação com velocidade

de 50 rpm e temperatura ambiente de 25°C (Figura 5). Em estudo piloto verificou-se

que nesse tempo de permanência no ácido, a dureza de superfície diminuiu e as

endentações podiam ser visualizadas, com tempo de 1 min a dureza aumentou e as

endentações passaram a ter baixa definição, provavelmente pela perda de estrutura

de esmalte em altura.

Em seguida, foi avaliada a dureza de superfície pós-erosão dos

espécimes, da mesma forma como descrito anteriormente (item 4.4), sendo

selecionados 135 espécimes com dureza entre 149 a 200 KHN (Apêndice 4), e

aleatorizados entre os nove grupos previamente erodidos (fase 2). Assim como na

etapa 1, para a etapa 2 foram selecionados 15 espécimes por grupo, no entanto ao

final do experimento foram analisados apenas 12 desses espécimes (exclusão

durante experimento).

4.6 - Perfilometria inicial

Antes da análise perfilométrica foi necessário realizar duas marcações em

cada espécime com uma lâmina de bisturi número 11 (Embramac, Itapira, SP, Brasil)

Page 50: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

4 Material e Métodos 65

para a delimitação das áreas controle e teste. Inicialmente foi confeccionado um guia

de resina composta utilizando-se uma matriz bipartida com 2 mm de largura, 1,5 mm

de espessura e 2,5 cm de comprimento (Figura 6). O guia de resina foi posicionado

sobre a região central de cada espécime e mantido, sob pressão, para realização de

duas marcações (Figura 7) que delimitaram três áreas, as duas áreas laterais

corresponderam às áreas controle (posteriormente protegidas com esmalte de unha)

e a área central correspondeu à área teste (2,00 mm).

O perfil inicial nos espécimes da etapa 1 (esmalte hígido) e 2 (esmalte

erodido) foi avaliado através de um perfilômetro Marh (MarSurf GD 25, Göttingen,

Germany), acoplado a um microcomputador através do software de contorno

(MarSurf XCR 20) (Figura 8).

Os espécimes foram fixados a um dispositivo de padronização da posição

e as medidas que determinavam a sua localização foram registradas (Figura 9) para

permitir a sua recolocação exata após a aplicação dos materiais e após a ciclagem

erosiva.

Em cada espécime foram feitas 5 leituras à uma distância pré-

determinada de 2,25, 2,0, 1,75, 1,5 e 1,25 µm do espécime em relação a posição

da ponta avaliadora. Os gráficos dos perfis oriundos do percurso da ponta sobre o

espécime foram salvos individualmente (Figura 10).

4.7 - Tratamento dos espécimes

Antes da aplicação dos materiais, dois terços laterais da superfície dos

espécimes foram cobertas com esmalte de unha cosmético, para obtenção de

superfícies de referência nos perfis (Figura 11).

Em seguida, os materiais foram aplicados de acordo com as

recomendações dos fabricantes nos grupos HH, HA, HT e HI da primeira etapa

(esmalte hígido) e nos grupos EH, EA, ET e EI da segunda etapa (esmalte erodido).

No entanto, nos grupos EHs, EAs, ETs e EIs os materiais foram aplicados sem o

condicionamento da superfície recomendado pelo fabricante, mas seguindo os

outros passos de aplicação (Quadro 1).

Page 51: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

4 Material e Métodos 66

Material utilizado Categoria Composição Modo de aplicação

Helioseal Clear, Ivoclar Vivadent, Schan,

Lichestein (H)

Selante de fóssulas e fissuras

BisGMA, UDMA, estabilizadores e catalizadores

Ácido fosfórico 37% por 30s, lava, seca, helioseal clear

por 15s e fotopolimerização por 20s

Adhese SE Ivoclar Vivadent, Schan,

Lichestein (A)

Sistema adesivo autocondicionante de

dois passos

Adhese-primer: dimetacrilato, acrilato de ácido fosfórico,

Água, fotoiniciadores e estabilizadores.

Adhese-bond: HEMA, dimetacrilato, dióxido de silício

Adhese-primer por 30s, jato de ar, adhese-bond por 5s,

jato de ar e fotopolimerização por 10s

Tetric N-bond Ivoclar Vivadent, Schan,

Lichestein (T)

Sistema Adesivo convencional de dois

passos

acrilato do ácido fosfórico, HEMA, Bis-GMA, dimetacrilato de

uretano, etanol, agente formador depelícula, catalisadores e

estabilizadores

Ácido fosfórico 37% por 30s, lava, seca, tetric N-bond por

5s, jato de ar e fotopolimerização por 20s

Icon, DMG, Hamburg, Germany (I)

Infiltrante

Icon-etch: ácido clorídrico a 15%, água, sílica pirogênica, tensioativo, pigmentos

Icon-dry: 99% etanol, água Icon-infiltrant: dimetacrilato de

trietilenoglicol, TEGDMA

Icon-etch por 2min, lava 30s, icon-dry por 30s, seca 60s,

icon-infiltrant por 3min, fotopolimerização 40s, icon-

infiltrante 1min, fotopolimerização por 40s

Quadro 1: Descrição dos materiais estudados

4.8 – Perfilometria após aplicação dos materiais

Após o tratamento dos espécimes, o esmalte cosmético foi removido para

a realização de novos perfis. Os espécimes foram reposicionados sobre a mesa do

perfilômetro, segundo a sua posição inicial e utilizando o mesmo software (XCR 20)

com os mesmos parâmetros de medição, 5 leituras foram realizadas como descrito

anteriormente (Item 4.6). Em seguida, o esmalte foi recolocado na área controle para

a realização da ciclagem erosiva.

4.9 - Ciclagem Erosiva

Os espécimes foram submetidos à ciclagem de pH erosiva (Figura 13)

durante 5 dias. Cada dia de ciclagem foi composto por 4 ciclos de:

Desmineralização por ácido clorídrico (pH 2,3; 0,01M), em um volume

de 17,6 mL por amostra, durante 2 minutos, sob temperatura ambiente em um

recipiente de plástico (aproximadamente 264 mL) sobre uma mesa agitadora. Os

espécimes foram encaixados em um dispositivo especial de EVA;

Lavagem em água deionizada (20s);

Page 52: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

4 Material e Métodos 67

Remineralização em 17,6 mL de saliva artificial por amostra, durante 2

horas, sob temperatura ambiente em outro recipiente de plástico. A composição da

saliva artificial utilizada foi: 0.33g KH2PO4, 0.34g Na2HPO4, 1.27g KCl, 0.16g

NaSCN, 0.58g NaCl, 0.17g CaCl2, 0.16g NH4Cl, 0.2g urea, 0.03g glucose, 0.002g

ácido ascórbico, pH 7 (KLIMEK et al., 1982).

Lavagem em água deionizada (20s).

Ao final de cada dia de ciclagem, os espécimes foram imersos em saliva

artificial, overnight (14 horas), sob temperatura de 37°C (RIOS et al., 2009).

4.10 – Perfilometria após ciclagem erosiva

Terminada a etapa da ciclagem erosiva, foi removido todo o esmalte

cosmético dos espécimes, os quais foram novamente posicionados sobre a mesa do

perfilômetro, segundo a sua posição inicial e utilizando o mesmo software (XCR 20)

com os mesmos parâmetros de medição, 5 leituras foram realizadas como descrito

anteriormente (Item 4.6)

 

4.11 - Avaliação dos perfis

Os valores referentes à espessura do material tratado ou o desgaste

provocado no tratamento foram obtidos por meio da sobreposição dos gráficos

referente aos perfis – inicial x tratamento. Os valores de desgaste após a ciclagem

erosiva foram obtidos por meio da sobreposição dos gráficos referente aos perfis –

inicial x após ciclagem erosiva (Figura 14).

Para tanto, utilizando o software XCR 20, o gráfico inicial foi aberto,

através da função “carregar perfil nominal” e em seguida o mesmo procedimento foi

executado para o gráfico tratamento ou após ciclagem erosiva. Selecionou-se a

“zona de perfil” no gráfico inicial, através da marcação de dois pontos nas

extremidades dos riscos delimitadores das áreas controle e utilizando a função

“ajustar perfil”, marcou-se um ponto na área central do gráfico tratamento ou após

ciclagem erosiva. O primeiro procedimento de adaptação utilizado foi a “adaptação

centrada”, posteriormente, aplicou-se um fator de zoom 50 vezes no eixo X e 500

Page 53: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

4 Material e Métodos 68

vezes no eixo Z, possibilitando o refinamento da sobreposição através da

“adaptação manual”. Esse recurso permite a inclinação e deslocamento dos gráficos,

promovendo o ajuste correto nas áreas controle. Com os gráficos sobrepostos,

definiu-se a “reta de regressão de perfil” e o “ponto médio” de ambos os gráficos e

através do recurso “distância z”, os dois pontos médios foram selecionados para

medição da distância entre os mesmos em altura, definindo a espessura de material

ou desgaste expresso em micrometros.

A diferença entre os valores obtidos da sobreposição inicial x tratamento

em relação inicial x após ciclagem erosiva foi calculada para obtenção dos dados

referente às alterações nos tratamentos após ciclagem erosiva.

4.12 - Análise dos resultados

Para adequada interpretação dos resultados é importante esclarecer que

na análise do tratamento (tratamento) foram sobrepostos o perfil inicial e perfil pós-

tratamento, assim sendo os valores positivos indicam a presença de material sobre o

esmalte, e o resultado negativo, demonstra que o material causou alguma alteração

da superfície dentária. Por outro lado, para análise das alterações causadas pelo

desafio erosivo (desgaste) foram sobrepostos perfil inicial e perfil pós-ciclagem

erosiva, sendo que os resultados positivos indicam permanência de material sobre o

esmalte e o resultado negativo significa desgaste da superfície dentária.

4.13 - Análise estatística

A análise estatística dos dados foi realizada utilizando o software

SigmaPlot for Windows versão 11.0 (Germany). Na etapa 1 e 2 os dados

(comparação dos tratamentos, comparação do desgaste após ciclagem erosiva e

comparação da alteração de material) não passaram pelo teste de normalidade

Shapiro-Wilk e os dados foram analisados por meio de Kruskal-Wallis seguido pelo

Método de Dunn, considerando um nível de significância de 5%.

Page 54: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

4 Material e Métodos 69

Figura 1: Inclusão dos espécimes de esmalte

Figura 2: Polimento dos espécimes de esmalte

Figura 3: Microdurômetro acoplado a um computador para a análise das imagens

Figura 4: Penetrador diamantado piramidal tipo KNOOP e medição da endentação

Page 55: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

4 Material e Métodos 70

Figura 5: Realização da lesão inicial de erosão em mesa agitadora

Figura 6: Confecção do guia de resina com matriz bipartida

Figura 7: Marcação do espécime com lâmina de bisturi

Figura 8: Perfilômetro Marh com software XCR 20, com ênfase para o dispositivo de

posicionamento acoplado à mesa do equipamento.

Page 56: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

4 Material e Métodos 71

Figura 9: Registro da posição inicial do espécime para avaliação do perfil.

Figura 10: Perfil inicial - Gráfico inicial. Percurso da ponta sobre o espécime.

Figura 11: Proteção do espécime com esmalte de unha cosmético

Figura 12: Realização do tratamento: Aplicação do infiltrante Icon®

Posição A

Posição C

Posição B

Page 57: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

4 Material e Métodos 72

Figura 13: Ciclagem erosiva

Figura 14: Sobreposição dos gráficos correspondente ao esmalte hígido, grupo H5,

espécime 87: inicial x após ciclagem erosiva da Etapa 1.

Page 58: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

5 - Resultados

Page 59: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 60: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

5 Resultados 75

5 - RESULTADOS

5.1 - Esmalte hígido – etapa 1

Os resultados referentes ao tratamento expressos na figura 15, mostram

que após a aplicação dos materiais, o grupo HI (Icon® – infiltrante) apresentou

espessura, significativamente, semelhante ao grupo HA (Adhese® – sistema adesivo

autocondicionante) e maior que os grupos HH (Helioseal Clear® – selante resinoso

de fossas e fissuras) e HT (Tetric N-bond® – sistema adesivo com ácido fosfórico).

De forma geral, todos os materiais recobriram a superfície de esmalte com exceção

do grupo HT, que promoveu em algumas áreas, perda de estrutura. No entanto,

estatisticamente, o grupo HT se comportou de forma semelhante ao grupo HH, e

este por sua vez, foi igual ao grupo HA.

* Letra diferente indica diferença estatisticamente significativa na comparação inter-grupos, p<0,05 (Teste de Kruskall-Wallis e Dunn)

Figura 15 – Gráfico Box-Plot indicando os valores de mediana, intervalo inter-quartil,

valores mínimo e máximo do perfil após aplicação dos materiais avaliados – etapa 1

Page 61: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

5 Resultados 76

Na avaliação do desgaste após desafio erosivo, conforme mostra a figura

16, somente o grupo HT (Tetric N-bond®) apresentou desgaste significativamente

semelhante ao grupo controle (grupo HCn – sem tratamento). Estatisticamente, os

grupos HH, HA e HT (Helioseal®, Adhese®, Tetric N-bond®) se comportaram de

forma semelhante, bem como os grupos HH, HA e HI (Helioseal®, Adhese®, Icon®)

entre si.

* Letra diferente indica diferença estatisticamente significativa na comparação inter-grupos, p<0,05 (Teste de Kruskall-Wallis e Dunn)

Figura 16 – Gráfico Box-Plot indicando os valores de mediana, intervalo inter-quartil,

valores mínimo e máximo do perfil após ciclagem erosiva dos diferentes grupos

avaliados – etapa 1.

Page 62: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

5 Resultados 77

Ao se comparar o valor da diferença entre o gráfico do perfil pós-

tratamento em relação ao gráfico do perfil pós-ciclagem erosiva, com o gráfico do

perfil do grupo controle pós-ciclagem erosiva (Figura 17), observou-se que todos os

tratamentos em estudo promoveram menor alteração do esmalte do que o grupo

controle. Não houve diferença estatística significativa entre os materiais (grupos HH,

HA, HT e HI).

* Letra diferente indica diferença estatisticamente significativa na comparação inter-grupos, p<0,05 (Teste de Kruskall-Wallis e Dunn)

Figura 17 – Gráfico Box-Plot indicando os valores de mediana, intervalo inter-quartil,

valores mínimo e máximo da diferença de perfil pós tratamento X pós ciclagem

erosiva dos diferentes grupos avaliados – etapa1.

Page 63: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

5 Resultados 78

5.2 - Esmalte com lesão inicial de erosão – etapa 2

Na etapa 2 os tratamentos foram aplicados sobre o esmalte com lesão

inicial de erosão, e os dados dos valores de perfis pós-tratamento (Figura 18),

mostram que após a aplicação dos materiais, numericamente os grupos EI e EIs

(Icon® – infiltrante, com e sem condicionamento) foram os que apresentaram maior

espessura de material sobre a superfície de esmalte, no entanto, não houve

diferença estatística significativa dos mesmos, com os grupos EH (Helioseal Clear®)

e EA (Adhese®), havendo diferença com todos os outros grupos. Novamente a

aplicação do Tetric N-bond® (ET) resultou em alteração do esmalte, que não foi

observada na aplicação do material sem condicionamento da superfície (ETs), mas

não houve diferença significativa entre os mesmos.

* Letra diferente indica diferença estatisticamente significativa na comparação inter-grupos, p<0,05 (Teste de Kruskall-Wallis e Dunn)

Figura 18 – Gráfico Box-Plot indicando os valores de mediana, intervalo inter-quartil,

valores mínimo e máximo do perfil após aplicação dos materiais avaliados – etapa 2.

Page 64: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

5 Resultados 79

Após a ciclagem erosiva foi possível observar desgaste do esmalte no

grupo controle (LE1) e nos grupos LE6 (Tetric N-bond®), LE3, LE5 (Helioseal®,

Adhese® sem condicionamento da superfície, respectivamente), os quais não

apresentaram diferença estatística. O LE7 (Tetric N-bond®) sem condicionamento da

superfície não promoveu alteração no esmalte e, foi estatisticamente diferente do

controle LE1, e similar aos grupos LE2, LE4, LE8 (Helioseal®, Adhese®, Icon®,

respectivamente) e LE9 (Icon® sem condicionamento da superfície), os quais

também não apresentaram diferença significativa entre si.

* Letra diferente indica diferença estatisticamente significativa na comparação inter-grupos, p<0,05 (Teste de Kruskall-Wallis e Dunn)

Figura 19 – Gráfico Box-Plot indicando os valores de mediana, intervalo inter-quartil,

valores mínimo e máximo do perfil após ciclagem erosiva dos diferentes grupos

avaliados – etapa 2

Page 65: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

5 Resultados 80

Considerando apenas o efeito da ciclagem erosiva (valor da diferença

entre o gráfico do perfil pós-tratamento em relação ao gráfico do perfil pós-ciclagem)

dos grupos de materiais em estudo, com o grupo controle (Figura 20) observou-se

que todos os tratamentos, com e sem condicionamento prévio da superfície de

esmalte, promoveram menor alteração do esmalte do que o grupo controle.

* Letra diferente indica diferença estatisticamente significativa na comparação inter-grupos, p<0,05 (Teste de Kruskall-Wallis e Dunn)

Figura 20 – Gráfico Box-Plot indicando os valores de mediana, intervalo inter-quartil,

valores mínimo e máximo da diferença de perfil pós tratamento X pós ciclagem

erosiva dos diferentes grupos avaliados – etapa 2.

Page 66: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

6 - Discussão

Page 67: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 68: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

6 Discussão 85

6 - DISCUSSÃO

6.1 – Metodologia empregada

Com o aumento da incidência da erosão dentária (JAEGGI; LUSSI, 2006;

KREULEN et al., 2010) a procura por medidas preventivas que não dependam da

mudança de hábitos do paciente vem sendo almejada (MAGALHAES et al, 2009;

MAGALHAES et al, 2011). Além disso, idealmente essas terapias não devem

depender da colaboração do paciente, tal como ocorre com os produtos para

bochecho. Considerando estes aspectos e diante de uma nova possibilidade de

material com aplicação profissional no mercado, o presente estudo testou a

infiltração do esmalte e da lesão erosiva com selantes de fossas e fissuras, sistemas

adesivos e infiltrante. O objetivo de tais procedimentos seria criar uma barreira física

para impedir o contato do agente erosivo com a superfície de esmalte.

O ciclo de desenvolvimento da erosão dentária in vivo é curto e difícil de

ser medido, justificando a dificuldade de realização de estudos clínicos

randomizados (SHELLIS et al, 2011). Portanto, grande parte dos estudos com

erosão são realizados in vitro e in situ, com protocolos experimentais que procuram

simular o processo erosivo (SHELLIS et al, 2011). Apesar do menor nível de

evidência em relação aos estudos in vivo, os estudos in vitro são extremamente

importantes, pois conseguem simular de forma padronizada e controlada o que

acontece na boca, originando resultados que constituem a primeira informação

necessária do elemento estudado (WEST; DAVIES; AMAECHI, 2011). Apresentam

como vantagem, a capacidade de serem executados em um curto período de tempo

(WEST; DAVIES; AMAECHI, 2011). Porém, não conseguem reproduzir o ambiente

bucal com todas suas características e variações biológicas existentes, que

influenciam no desenvolvimento da lesão de erosão dentária (WEST; DAVIES;

AMAECHI, 2011). Assim sendo, os estudos in vitro devem ser limitados e indicados

principalmente para pesquisas iniciais, como a presente pesquisa, pois até onde se

sabe não há relatos na literatura da utilização do infiltrante para prevenção da

erosão.

Ao se realizar um estudo laboratorial, a primeira preocupação diz respeito

ao tipo de espécime a ser utilizado. Para responder a pergunta formulada no

Page 69: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

6 Discussão 86

presente estudo havia necessidade de se atuar sobre o esmalte dentário e

idealmente ele deveria ser humano. No entanto, existe uma grande dificuldade em

se obter dentes humanos hígidos em grande quantidade. Logo, optou-se pelo uso de

espécimes confeccionados a partir do esmalte de dentes bovinos, pois esses

conseguem substituir o esmalte humano, e são fáceis de serem obtidos. Além disso,

apresentam uma ampla superfície de esmalte plana (YASSEN; PLATT; HARA,

2011), que é fundamental para a realização da perfilometria. Por outro lado, o

esmalte bovino apresenta uma maior suscetibilidade ao desgaste (ATTIN et al, 2007;

Rios et al, 2006), principalmente em grandes desafios erosivos (WHITE et al, 2010),

no entanto, essa diferença acaba por ser compensada, pois todos os fatores em

estudos são testados no mesmo tipo de substrato, havendo necessidade de cuidado

na extrapolação dos resultados para a situação clínica (WIEGAND e ATTIN, 2011).

Outra condição dos espécimes que pode resultar em maior

susceptibilidade à desmineralização e ao desgaste é o polimento, pois a superfície

de esmalte rica em fluoretos é removida (GANSS; KLIMEK; SCHWARZ, 2000).

Entretanto, o polimento proporciona uma superfície de esmalte plana e lisa, a qual é

necessária para avaliação da dureza de superfície e perfilometria (SCHLUETER;

KLIMEK; GANNS, 2011). Sendo assim, o polimento deve ser cuidadoso e

padronizado, removendo o mínimo de tecido até a planificação da superfície.

Apesar da variável de resposta do estudo ser a perfilometria, a dureza de

superfície foi realizada para avaliar a resistência do tecido dentário que

indiretamente relaciona-se com o grau de mineralização do esmalte. Essa avaliação

é importante para possibilitar uma padronização dos espécimes entre os grupos e

para excluir os dentes com esmalte fora do padrão (desmineralizado ou

hipermineralizado). Após a mensuração da dureza os espécimes são selecionados e

divididos aleatoriamente entre os grupos em estudo, de modo que, em todos os

grupos haja espécimes com maior e menor dureza. Após essa fase, as amostras

devem ser mantidas úmidas, para não sofrerem nenhum tipo de alteração (SHELLIS

et al, 2011). Neste estudo a dureza de superfície foi fundamental para validação das

lesões iniciais de erosão.

A literatura mostra que o ácido clorídrico tem sido utilizado em estudos in

vitro e in situ, para simular o ácido presente no estômago (SHELLIS et al, 2011),

pois clinicamente é um dos principais agentes responsáveis pela alta prevalência da

erosão dentária (JAEGGI; LUSSI, 2006; KREULEN et al., 2010). Por isso, optou-se

Page 70: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

6 Discussão 87

pela utilização desse tipo de ácido para realização da lesão inicial de erosão e da

ciclagem erosiva. A metodologia para desenvolvimento da lesão artificial de erosão

foi definida em estudo piloto, baseado no conhecimento de que durante o

desenvolvimento da lesão de erosão existe a etapa de desmineralização e

amolecimento da superfície, e depois a etapa de perda de estrutura em altura

(desgaste) (HUYSMANS; CHEW; ELLWOOD, 2011; SHELLIS et al., 2011). Foram

realizadas imersões do esmalte no ácido em diferentes tempos até se atingir um

nível máximo de perda de dureza, sem desgaste, parâmetro este avaliado pela

permanência e nitidez das endentações realizadas pela ponta Knoop no esmalte,

quando hígido.

Com relação ao desafio erosivo, não existe na literatura uma

padronização de protocolo (WEST; DAVIES; AMAECHI, 2011). Assim sendo, foi

proposta a utilização de um desafio curto de 5 dias, pois não era conhecido o

comportamento dos matérias, no entanto é necessário testar no futuro desafios mais

longos. O tempo, a temperatura, a agitação e a frequência seguiram os critérios

estabelecidos por WEST; DAVIES; AMAECHI (2011) para estudos in vitro. A saliva

artificial utilizada foi a de Klimek (1982) sem mucina, pela mucina ter alto custo e

pela saliva apresentar capacidade remineralizadora semelhante à saliva com adição

dessa proteína (FERRAIRO et al., 2013; OLIVEIRA et al., 2013)

Para o tratamento dos espécimes, foram selecionados adesivos e

selantes de superfície de marca comercial semelhante aos utilizados durante os

estudos que desenvolveram o infiltrante Icon® (MEYER-LUECKEL e PARIS, 2008a;

MEYER-LUECKEL e PARIS, 2008b) possibilitando assim, posteriores comparações

entre materiais referentes à cárie e erosão. Além disso, o selante foi o mesmo

utilizado em estudo clínico, o qual avaliou em dentina o efeito de selante de fossas e

fissuras na prevenção do desgaste erosivo (BARTLETT; SUNDARAM; MOAZZEZ,

2011). Durante a aplicação dos materiais foram seguidas as instruções do

fabricante, tanto para o tempo de aplicação como para a sequência clínica,

buscando manter uma padronização da técnica, com apenas um pesquisador

treinado aplicando os materiais em todos os espécimes. Os sistemas adesivos e o

selante de fossas e fissuras foram aplicados com o uso de um microbrush, conforme

é realizado clinicamente por profissionais. Já o infiltrante, por ser um material novo

no mercado, foi decidido seguir as recomendações do fabricante, através de sua

aplicação com o uso de dispositivos específicos presente no kit.

Page 71: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

6 Discussão 88

A perda de tecido dentário pode ser medida por diferentes técnicas,

sendo que a mais adequada é a perfilometria (SCHLUETER; KLIMEK; GANSS,

2011). Portanto, para avaliação dos resultados nessa pesquisa, utilizamos a

perfilometria de contato no modo contorno (BORGES et al, 2012), onde os

resultados são quantificados por gráficos, e a análise da perda de estrutura dentária

é obtida através da diferença entre a sobreposição gráfica. A principal vantagem

dessa avaliação é que a sobreposição dos gráficos consegue eliminar qualquer

interferência de curvatura da superfície de esmalte, no qual poderia comprometer a

aferição do desgaste. Além disso, a perfilometria possibilitou a informação da

superfície resultante da aplicação do material (espessura do material), resultando

em uma análise mais profunda dos resultados.

6.2 – Resultados

No presente trabalho, avaliou-se o desgaste após a ciclagem erosiva e a

alteração da superfície do esmalte após o tratamento com os materiais propostos,

pois não se sabia até então, qual o comportamento da camada superficial de

esmalte após aplicação dos materiais. Estudos prévios analisaram o comportamento

de materiais adesivos sobre o esmalte para prevenir erosão, no entanto a variável

de resposta foi a quantificação de íons liberados, o que não permite conhecer a

alteração do esmalte provocada pela aplicação do material (WEGEHAUPT et al,

2012). As hipóteses eram de que os materiais estudados seriam capazes de formar

ou não uma camada sobre a estrutura dentária (AZZOPARDI et al, 2001;

BARTLETT; SUNDARAM; MOAZZEZ, 2011), ou que poderiam causar alguma perda

na estrutura do esmalte. Os resultados mostraram diferentes comportamentos entre

os materiais, sendo que somente no grupo do sistema adesivo convencional de 2

passos, observou-se de forma generalizada, desgaste na superfície de esmalte após

sua aplicação. O que pode ter levado a essa perda de estrutura é o condicionamento

com ácido fosfórico, necessário para promoção de microporosidades no esmalte

para penetração do adesivo. Além disso, o próprio adesivo pode apresentar baixo

pH e promover desmineralização. No entanto, a primeira hipótese é mais provável,

pois nos resultados obtidos da aplicação do sistema adesivo com ácido fosfórico em

esmalte com lesão inicial de erosão sem esse condicionamento da superfície não

Page 72: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

6 Discussão 89

houve perda de esmalte da superfície, e a camada de material formada se manteve

protegendo o esmalte após desafio erosivo. Estes resultados vão de encontro aos

resultados de HASHIMOTO et al. (2013) que demonstraram com microscopia de

força atômica que o ácido fosfórico promove perda de esmalte quando da utilização

do sistema adesivo convencional de 2 passos. Nos demais grupos (selante, sistema

adesivo autocondicionante e infiltrante) também foram observadas pequenas áreas

de desgaste pontuais, o que não foi o comportamento predominante nos grupos.

Portanto, por mais que tenha sido prezada uma técnica minuciosa durante a

aplicação dos materiais, falhas aconteceram e estas podem ter sido responsáveis

pelo alto desvio padrão dos perfis após aplicação. Porém, na prática clínica essas

imperfeições também podem acontecer, Bartlett; Sundaram; Moazzez (2011) em

estudo clínico aplicaram selante de fossas e fissuras em lesões erosivas e os

resultados mostraram que o desvio padrão da espessura do material foi duas vezes

maior que a média. Logo, mais estudos precisam ser realizados para avaliar meios

de padronização, buscando o aperfeiçoamento da aplicação desses materiais.

Cabe ressaltar que o condicionamento da superfície com ácido fosfórico

também precede a aplicação do selante, no entanto este material não apresentou

desgaste significativo na sua aplicação, o que não era esperado, pois se trata de um

material mais viscoso que o sistema adesivo, com menor potencial de molhamento.

Uma possível explicação para esta diferença encontrada é que ao aplicar o jato de

ar no adesivo, conforme a recomendação do fabricante pode ter ocorrido o

deslocamento do material deixando áreas condicionadas desprotegidas, o que não

aconteceu no selante.

Uma alternativa aos sistemas adesivos com condicionamento ácido, são

os sistemas adesivos autocondicionantes (HASHIMOTO et al. 2013), os quais

também foram testados neste trabalho e não promoveram desgaste do esmalte após

sua aplicação.

Um dado inesperado foi a grande variação de espessura de materiais

sobre a camada superficial de esmalte, principalmente com relação ao infiltrante

(Icon®), que se apresentou muito mais espesso em relação ao selante e sistema

adesivo autocondicionante. Devido ao fato da capacidade de penetração do

infiltrante ao esmalte dentário ser maior que a dos adesivos e selantes, pela sua

baixa viscosidade (PARIS et al, 2007a), presumia-se neste estudo, a formação de

uma camada com menor espessura. A hipótese formulada para justificar essa

Page 73: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

6 Discussão 90

ocorrência está no modo de aplicação dos materiais. Os dois adesivos e o selante

foram aplicados com o uso do microbrush, conforme é utilizado na prática clínica.

Porém, para aplicação do infiltrante foi utilizado o dispositivo fornecido pelo

fabricante e quando comparados os dois agentes aplicadores, percebe-se que a

ponta ativa do dispositivo do infiltrante é mais ampla e sua esponja é mais densa.

Novos estudos precisam ser realizados, para avaliar a aplicação do infiltrante com o

uso do microbrush e a partir daí, esclarecer se o método de aplicação favorece a

ocorrência dessa camada mais espessa ou se o próprio material quem proporciona

essa característica.

Com relação ao desgaste do esmalte dentário após o desafio erosivo, o

selante, adesivo autocondicionante e infiltrante foram capazes de prevenir a perda

de estrutura, por meio da formação de uma camada protetora sobre esmalte capaz

de inibir o contato do ácido com o dente (AZZOPARDI et al, 2004). Resultados

semelhantes foram obtidos por Wegehaupt et al. (2012) que observaram efeito

preventivo dos selantes sobre o esmalte em relação à ação de ácidos extrínsecos e

intrínsecos por 28 dias.

O sistema adesivo convencional de 2 passos, por sua vez, resultou em

um desgaste semelhante ao grupo controle, no entanto, a análise realizada foi

cumulativa, ou seja, o desgaste decorrente da aplicação do material somado ao

desgaste causado durante a ciclagem erosiva. Quando se considera somente o

desgaste da ciclagem erosiva (desgaste da ciclagem menos o desgaste do

tratamento) percebe-se que esse adesivo também protegeu o esmalte, pois a sua

aplicação conseguiu promover um desgaste da superfície em média, 5 vezes menor

que a perda de estrutura causada no grupo controle. Assim sendo, apesar da

desmineralização do esmalte decorrente de sua aplicação, de alguma forma, há

penetração do material nestas áreas, tornando-as resistente á ação subsequente de

ácidos. No entanto, o que mais se assemelha a situação clínica é o desgaste

cumulativo. A aplicação de mais camadas de adesivo poderia aumentar a chance de

recobrimento da superfície de esmalte condicionada não preenchida pelo adesivo.

Quando comparados os perfis pós-ciclagem erosiva em relação ao do

tratamento, tanto na etapa de esmalte hígido quanto de esmalte com lesão de

erosão inicial, observou-se que o comportamento dos materiais foi semelhante. O

selante resinoso, o adesivo autocondicionante e o infiltrante se mantiveram sobre o

esmalte, sofrendo apenas pequeno desgaste. Portanto, o ácido da ciclagem erosiva

Page 74: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

6 Discussão 91

não atingiu o esmalte dentário, comprovando que esses materiais conseguem

proteger a superfície dentária contra a erosão simulada in vitro. No entanto estudos

de ciclagem erosiva prolongada e a associação com a abrasão precisam ser

conduzidos para avaliar o desgaste e tempo de permanência desses materiais sobre

o esmalte, na tentativa de estimar o tempo de reaplicação clínica dos materiais nos

pacientes com erosão.

Nos grupos da etapa 2, de esmalte com lesão inicial de erosão, nos quais

não houve o condicionamento prévio da superfície de esmalte, não houve perda de

estrutura dentária após aplicação desses materiais. No entanto, com exceção do

infiltrante e do sistema adesivo convencional de 2 passos, esses grupos, quando

submetidos ao desafio erosivo apresentaram desgaste do esmalte semelhante ao

controle. O adesivo autocondicionante Adhese® apresenta-se como um sistema de

ácido associado ao primer, portanto, quando o condicionamento ácido não é

realizado, o primer também é removido e por isso, justifica-se a não permanência do

material quando submetido ao desafio erosivo, pois o primer tem como principal

função, a adesão do material a estrutura dentária (DE MUNCK et al, 2005), sendo

assim, o material é deslocado, e acaba por resultar em desgaste numérico

semelhante ao grupo controle.

Os resultados do infiltrante Icon® quando aplicado em esmalte com lesão

de erosão mostraram que não houve diferença no seu comportamento frente a

desafio erosivo, com ou sem condicionamento prévio da superfície. A hipótese para

esse resultado é de que o ácido utilizado para a formação da lesão de erosão inicial

é o mesmo que o determinado pelo fabricante, para o condicionamento da

superfície, sendo assim, talvez a própria estrutura do esmalte já estivesse em

condições ideais de adesão, portanto, pronta para o recebimento desse material. No

entanto, em futuros estudos, é necessário testar lesões de erosão inicial originadas

de outros tipos de ácidos, tais como o ácido cítrico, o ácido fosfórico, entre outros,

para avaliar o comportamento do material, e, por conseguinte, verificar se ele será

efetivo sem o condicionamento com ácido clorídrico.

O sistema adesivo convencional de 2 passos aplicado em lesões iniciais

de erosão, ao contrário do que aconteceu com a aplicação recomendada pelo

fabricante, quando aplicado sem o condicionamento do esmalte com ácido fosfórico,

foi capaz de proteger o esmalte contra desafio erosivo de 5 dias. Além disso,

apresentou comportamento semelhante ao infiltrante.

Page 75: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

6 Discussão 92

Um aspecto importante a ser determinado em futuros estudos é a camada

de esmalte removida e preenchida por material após o condicionamento da

superfície, além disso, deve-se determinar se após a perda do material a superfície

é mais susceptível ao desenvolvimento da erosão por ter sido condicionada.

Os resultados obtidos no presente estudo sugerem que para pacientes

com a presença de lesão de erosão, os selantes de fossas e fissuras, os sistemas

adesivos autocondicionantes e o infiltrante são materiais de aplicação profissional

promissores para a inibição da progressão da erosão em regiões sem

comprometimento estético. No entanto, além disso, para pacientes sem a lesão

detectável, mas com a presença de fatores de riscos presentes, como por exemplo,

pacientes com regurgitação gastroesofágico ou bulimia, estes materiais podem ser

considerados como alternativas para a prevenção das lesões. Estudos são

necessários antes de sua utilização clínica para comprovar o efeito diante de

desafios prolongados. Para aqueles pacientes que apresentam a lesão de erosão

ativa, há indícios de que o infiltrante poderá ser utilizado sem o condicionamento

com ácido clorídrico da superfície de esmalte, porém a grande dificuldade será

realizar o diagnóstico de atividade da doença.

Page 76: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

7 - Conclusões

Page 77: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 78: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

7 Conclusões 95

7 – CONCLUSÃO

Os resultados do presente estudo in vitro permitem concluir que a

aplicação de infiltrante e selante de fossas e fissuras em dentes hígidos e com

lesões iniciais de erosão previne e inibe a progressão de lesões erosivas. Os

sistemas adesivos podem ou não ter esse efeito dependendo do tipo. Além disso, o

condicionamento da superfície de esmalte, previamente à aplicação do infiltrante,

não interferiu na proteção contra a erosão dentária. Assim sendo rejeita-se as

hipóteses 1, 2, 3 e 4, uma vez que:

1. No esmalte hígido, o infiltrante, o selante de fossas e fissuras e o

sistema adesivo autocondicionante, em contraposição ao sistema

adesivo convencional de 2 passos e grupo controle, inibiram o

desgaste do esmalte após desafio erosivo;

2. No esmalte previamente erodido e com condicionamento da

superfície de esmalte para aplicação dos materiais, o infiltrante, o

selante de fossas e fissuras e o sistema adesivo

autocondicionante, em contraposição ao sistema adesivo

convencional de 2 passos e grupo controle, inibiram a progressão

da lesão erosiva após desafio erosivo;

3. No esmalte previamente erodido e sem condicionamento da

superfície de esmalte para aplicação dos materiais, o infiltrante, o

sistema adesivo convencional de 2 passos, em contraposição ao

selante de fossas e fissuras, sistema adesivo autocondicionante e

grupo controle, inibiram a progressão da lesão erosiva após

desafio erosivo;

4. No esmalte previamente erodido, a realização ou não do

condicionamento da superfície de esmalte não resulta em diferença

no desgaste após desafio erosivo apenas no infiltrante.

Page 79: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 80: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 81: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

8 - Referência

Page 82: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 83: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 84: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Referências 99

8 – REFERÊNCIAS

AMAECHI, B.T.; HIGHAM, S.M. Eroded enamel lesion remineralization by saliva as a possible factor in the site-specificity of human dental erosion. Arch. Oral Biol., v. 46, n. 8, p. 697-703, 2001. AMAECHI, B.T.; HIGHAM, S.M. Dental erosion: possible approaches to prevention and control. J. Dent., v. 33, n. 3, p. 243-52, mar. 2005. ATTIN, T.; WEGEHAUPT, F.; GRIES, D.; WIEGAND, A. The potential of deciduous and permanent bovine enamel as substitute for deciduous and permanent human enamel: Erosion-abrasion experiments. J. Dent., v. 35, n. 10, p. 773-7, oct. 2007. AUAD, S.M.; WATERHOUSE, P.J.; NUNN, J.H.; STEEN, N.; MOYNIHAN, P.J. Dental erosion amongst 13 and 14 year – old Brazilian schoolchildren. Int. Dent. J., v. 57, n. 3, p. 161-7, jun. 2007 AZZOPARDI, A.; BARTLETT, D.W.; WATSON, T.F.; SHERRIFF, M. The measurement and prevention of erosion and abrasion. J. Dent., v. 29, n. 6, p. 395-400, aug. 2001. AZZOPARDI, A.; BARTLETT, D.W.; WATSON, T.F.; SHERRIFF, M. The surface effects of erosion and abrasion on dentine with and without a protective layer. Br. Dent. J., v. 196, n. 6, p. 351-4, mar. 2004. BARBOUR, M.E.; LUSSI, A.; SHELLIS, R.P. Screening and prediction of erosive potential. Caries Res., v. 45, Suppl. 1, p. 24-32, 2011. BARTLETT, D. Intrinsic causes of erosion. Monogr. Oral Sci., v. 20, p. 119-39, 2006. BARTLETT, D.; SUNDARAM, G.; MOAZZEZ, R. Trial of protective effect of fissure sealants, in vivo, on the palatal surfaces of anterior teeth, in patients suffering from erosion. J. Dent., v. 39, n. 1, p. 26-9, jan. 2011. BERGMAN, G.; LIND, P.O. A quantitative microradiographic study of incipient enamel caries. J. Dent. Res., v. 45, n. 5, p. 1477-84, sep./oct. 1966. BONECKER, M.; ABANTO, J.; TELLO, G.; OLIVEIRA, L.B. Impacto of dental caries on preschool children´s quality of life: an update. Braz. Oral Res., v. 26, spec. iss.1, p. 103-7, 2012.

BORGES, A.B.; TORRES, C.R.; DE SOUZA, P.A.; CANEPPELE, T.M.; SANTOS,

L.F.; MAGALHÃES, A.C. Bleaching gels containing calcium and fluoride: effect on

enamel erosion susceptibility. Int. J. Dent., 2012.

Page 85: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Referências 100

BUZALAF, M.A.; HANNAS, A.R.; KATO, M.T. Saliva and dental erosion. J. Appl. Oral Sci., v. 20, n. 5, p.493-502, sep./oct. 2012. CHAVES, S.C.L. Oral health in Brazil: the challenges for dental health care models. Braz. Oral Res., v. 26, spec. iss.1, p. 71-80, 2012. CORRÊA, M.S.N.P.; CORRÊA, F.N.P.; CORRÊA, J.P.N.P.; MURAKAMI, C.; MENDES, F.M. Prevalence and associated factors of dental erosion in children and adolescents of a private dental practice. Int. J. Paediatr. Dent., v.21, n.6, p. 451-8, nov. 2011. DE MUNCK, J.; VAN LANDUYT, K.; COUTINHO, E.; POITEVIN, A.; PEUMANS, M.; LAMBRECHTS, P.; VAN MEERBEEK, B. Micro-tensile bond strength of adhesives bonded to Class-I cavity-bottom dentin after thermo-cycling. Dent. Mater., v.21, n.11, p. 999-1007, nov. 2005. DONLY, K.J.; RUIZ, M. In vitro demineralization inhibition of enamel caries utilizing an unfilled resin. Clin. Prev. Dent., v. 14, n. 6, p. 22-4, nov./dec. 1992. DUGMORE, C.R.; ROCK, W.P. The progression of tooth erosion in a cohort of adolescents of mixed ethnicity. Int. J. Paediatr. Dent., v. 13, n. 5, p. 295-303, sep. 2003. ECCLES, J.D. Dental erosion of nonindustrial origin. A clinical survey and classification. J. Prosthet. Dent., v. 42, n. 6, p. 649-53, dec. 1979. EISENBURGER, M.; ADDY, M.; HUGHES, J.A.; SHELLIS, R.P. Effect of time on the remineralisation of enamel by synthetic saliva after citric acid erosion. Caries Res., v. 35, n. 3, p. 211-5, may/jun. 2001. EL AIDI, H.; BRONKHORST, E.M.; HUYSMANS, M.C.; TRUIN, G.J. Dynamics of tooth erosion in adolescents: a 3-year longitudinal study. J. Dent., v. 38, n. 2, n.131-7, feb. 2010. ESBERARD, R.; ESBERARD, R.R.; ESBERARD, R.M.; CONSOLARO, A.; PAMEIJER, C.H. Effect of bleaching on the cemento-enamel junction. Am. J. Dent., v. 20, n. 4, p. 245-9, aug. 2007. ESTEVES-OLIVEIRA, M.; YU, H.; DE PAULA EDUARDO, C.; MEISTER, J.; LAMPERT, F.; ATTIN, T.; WIEGAND, A. Screening of CO(2) laser (10.6 μm) parameters for prevention of enamel erosion. Photomed. Laser Surg., v. 30, p. 6, p. 331-8, jun. 2012. FEATHERSTONE, J.D.; LUSSI, A. Understanding the chemistry of dental erosion. Monogr. Oral Sci., v. 20, p. 66-76, 2006. FEJERSKOV, O.; THYLSTRUP, A.; LARSEN, M.J. Rational use of fluorides in caries prevention. A concept based on possible cariostatic mechanisms. Acta Odontol. Scand., v. 39, n. 4, p. 241-9, 1981.

Page 86: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Referências 101

FERRAIRO, B.; OLIVEIRA, G.; ALENCAR, C.; BOTEON, A.P.; HONÓRIO, H.; MAGALHÃES, A.C.; BUZALAF, M.A.R.; RIOS, D. The addition of mucin on artificial saliva for erosive studies. J. Dent. Res., 91spec. iss. A: abstract number S1238, 2013. GAMBON, D.L.; BRAND, H.S.; VEERMAN, E.C.I. Dental erosion in the 21st century: what is happening to nutritional habits and lifestyle in our society? Br. Dent. J., v. 213, n. 2, p. 55-7, jul. 2012. GANSS, C.; KLIMEK, J.; SCHWARZ, N. A comparative profilometric in vitro study of the susceptibility of polished and natural human enamel and dentine surfaces to erosive demineralization. Arch. Oral Biol., v. 45, n. 10, p. 897-902, Oct. 2000. GANSS, C.; KLIMEK, J.; GIESE, K. Dental erosion in children and adolescents-a cross-sectional and longitudinal investigation using study models. Community Dent. Oral Epidem., v. 29, n. 4, p. 264-71, aug. 2001. GANSS, C.; LUSSI, A.; GRUNAU, O.; KLIMEK, J.; SCHLUETER, N. Conventional and anti- erosion fluoride toothpastes: effect one enamel erosion and erosion-abrasion. Caries Res., v. 45, n. 6, p. 581-9, 2011. GOEPFERD, S.J.; OLBERDING, P. The effect of sealing white spot lesions on lesion progression in vitro. Pediatr. Dent., v. 11, n. 1, p. 14-6, mar.1989. GRAY, G.B.; SHELLIS, P. Infiltration of resin into white spot caries-like lesions of enamel: an in vitro study. Eur. J. Prosthodont. Restor. Dent., v. 10, n. 1, p.27-32, mar. 2002. GURGEL, C.V.; RIOS, D.; BUZALAF, M.A.; DA SILVA, S.M.; ARAÚJO, J.J.; PAULETTO, A.R. et al. Dental erosion in a group of 12 and 16 year-old Brazilian schoolchildren. Pediatr. Dent., v. 33, n. 1, p.23-8, jan./feb. 2011. HANNIG, M.; JOINER, A. The structure, function and properties of the acquired pellicle. Monogr. Oral Sci., v. 19, p.29-64, 2006. HARA, A.T.; LUSSI, A.; ZERO, D.T. Biological factors. Monogr. Oral Sci., v.20, p.88-99, 2006. HASHIMOTO, Y.; HASHIMOTO, Y.; NISHIURA, A.; MATSUMOTO, N. Atomic force microscopy observation of enamel surfaces treated with self-etching primer. Dent. Mater. J., v. 32, n. 1, p. 181-8, 2013. HONÓRIO, H.M.; RIOS, D.; SANTOS, C.F.; MAGALHÃES, A.C.; BUZALAF, M.A.; MACHADO, M.A. Effects of erosive, cariogenic or combined erosive/cariogenic challenges on human enamel: an in situ/ex vivo study. Caries Res., v. 42, n. 6, p. 454-9, oct. 2008. HONÓRIO, H.M.; RIOS, D.; SANTOS, C.F.; MAGALHÃES, A.C.; DELBEM, A.C.; BUZALAF, M.A.; et al. Cross-sectional microhardness of human enamel subjected to

Page 87: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Referências 102

erosive, cariogenic or combined erosive/cariogenic challenges. Caries Res., v. 44, n. 1, p. 29-32, jan. 2010. HUYSMANS, M.C.; CHEW, H.P.; ELLWOOD, R.P. Clinical studies of dental erosion and erosive wear. Caries Res., v. 45, suppl 1, p. 60-8, 2011. IMFELD, T. Prevention of progression of dental erosion by professional and individual prophylatic measures. Eur. J. Oral Sci., v. 104, n. 2, p. 215-20, apr. 1996. JAEGGI, T.; LUSSI, A. Prevalence, inicidence and distribution of erosion. Monogr. Oral Sci., v. 20, p. 44-65, 2006. JAGER, D.H.; VIEIRA, A.M.; RUBEN, J.L.; HUYSMANS, M.C. Estimated erosive potential depends on exposure time. J. Dent. v. 40, n. 12, p. 1103-8, dec. 2012. KATO, M.T.; LANCIA, M.; SALES-PERES, S.H.; BUZALAF, M.A. Preventive effect of commercial desensitizing toothpastes on bovine enamel erosion in vitro. Caries Res., v. 44, n. 2, p. 85-9, 2010. KREULEN, C.M.; VAN´T SPIJKER, A.; RODRIGUEZ, J.M.; BRONKHORST, E.M.; CREUGERS, N. H.J.; BARTLETT, D.W. Systematic review of the prevalence of tooth wear in children and adolescents. Caries Res., v.44, n.2, p. 151-9, 2010. KLIMEK, J.; HELLWIG, E.; AHRENS, G. Effect of plaque on fluoride stability in the enamel after amine fluoride application in the artificial mouth. Dtsch. Zahnarztl Z., v. 37, n. 10, p. 836-40, Oct. 1982. LENDENMANN, U.; GROGAN, J.; OPPENHEIM, F.G. Saliva and dental pellicle-a review. Adv. Dent. Res., v.14, p. 22-8, dec. 2000. LUSSI, A.; JAEGGI, T.; ZERO, D. The role of diet in the aetiology of dental erosion. Caries Res., v. 38, suppl. 1, p. 34-44, 2004. LUSSI, A. Erosive tooth wear – a multifactorial condition of growing concern and increasing knowledge. Monogr. Oral Sci., v. 20, p. 1-8, 2006. LUSSI, A.; JAEGGI, T. Chemical factors. Monogr. Oral Sci., v. 20, p. 77-87, 2006. MAGALHÁES, A.C.; COMAR, L.P.; RIOS, D.; DELBEM, A.C.; BUZALAF, M.A. Effect of a 4% titanium tetrafluoride (TiF4) varnish on demineralization and remineralisation of bovine enamel in vitro. J. Dent., v.36, n.2, p. 158-62, feb. 2008a. MAGALHÃES, A.C.; RIOS, D.; HONÓRIO, H.M.; JORGE, A.M.Jr.; DELBEM, A.C.; BUZALAF, M.A. Effect of 4% titanium tetrafluoride solution on dental erosion by a soft drink: an in situ/ex vivo study. Arch. Oral Biol., v. 53, n.5, p. 399-404, may 2008b. MAGALHÃES, A.C.; WIEGAND, A.; RIOS, D.; HONÓRIO, H.M.; BUZALAF, M.A. Insights into preventive measures for dental erosion. J. Appl. Oral Sci., v. 17, n. 2, p.75-86, mar./apr. 2009.

Page 88: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Referências 103

MAGALHÃES, A.C.; WIEGAND, A.; RIOS, D.; BUZALAF, M.A.; LUSSI, A. Fluoride in

dental erosion. Monogr. Oral Sci., v. 22, p. 158-70, 2011. MAGALHÃES, A.C.; LEVY, F.M.; RIZZANTE, F.A.; RIOS, D.; BUZALAF, M.A. Effect of NaF and TiF(4) varnish and solution on bovine dentin erosion plus abrasion in vitro. Acta Odontol. Scand., v. 70, n. 2, p. 160-4, mar. 2012. MARTIGNON, S.; EKSTRAND, K.R.; GOMEZ, J.; LARA, J.S.; CORTES, A. Infiltrating/ sealing proximal caries lesions: a 3-year randomized clinical trial. J. Dent. Res., v. 91, n.3, p.288-292, 2012. MEURMAN, J.H.; FRANK, R.M. Scanning electron microscopic study of the effect of salivary pellicle on enamel erosion. Caries Res., v. 25, n. 1, p. 1-6, 1991. MEURMAN, J. H.; TEN CATE, J. M. Pathogenesis and modifying factors of dental erosion. Eur. J. Oral Sci., v. 104, n. 2, pt. 2, p. 199-206, apr. 1996. MEYER-LUECKEL, H.; PARIS, S.; MUELLER, J.; CÖLFEN, H.; KIELBASSA, A.M. Influence of the application time on the penetration of different dental adhesives and a fissure sealant into artificial subsurface lesions in bovine enamel. Dent. Mater., v. 22, n. 1, p. 22-28, jan. 2006. MEYER-LUECKEL, H.; PARIS, S.; KIELBASSA A.M. Surface layer erosion of natural caries lesions with phosphoric and hydrochloric acid gels in preparation for resin infiltration. Caries Res., v. 41, n. 3, p. 223-30, 2007. MEYER-LUECKEL, H.; PARIS, S. Progression of artificial enamel caries lesions after infiltration with experimental light curing resins. Caries Res., v. 42, n. 2, p. 117-24, feb. 2008a. MEYER LUECKEL, H.; PARIS, S. Improved resin infiltration of natural caries lesions. J. Dent. Res., v. 87, n. 12, p. 1112-1116, 2008b. MEYER-LUECKEL, H.; CHATZIDAKIS, A.; NAUMANN, M.; DORFER, C.E.; PARIS, S. Influence of application time on penetration of an infiltrant into natural enamel caries. J. Dent., v. 39, n. 7, p. 465-9, jul. 2011. MUELLER, J.; MEYER-LUECKEL, H.; PARIS, S.; HOPFENMULLER, W.; KIELBASSA, A.M. Inhibition of lesion progression by the penetration of resins in vitro: influence of the application procedure. Oper. Dent. v. 31, n.3, p. 338-345, may/jun. 2006. MURAKAMI, C.; OLIVEIRA, L.B.; SHEIHAM, A.; NAHÁS PIRES CORRÊA, M.S.; HADDAD, A.E.; BÖNECKER, M. Risk indicators for erosive tooth wear in brazilian preschool children. Caries Res., v. 45, n. 2, p. 121-9, mar. 2011. OLIVEIRA, G.; ALENCAR, C.R.B.; GARCIA, M.; HONÓRIO, H.; MAGALHÃES, A.; MACHADO, M.; BUZALAF, M.; RIOS, D. Effect of artificial saliva formulations on

Page 89: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Referências 104

initial erosion lesion remineralization. J. Dent. Res., 91spec. iss. A: abstract number S1239, 2013. O'SULLIVAN, E.A.; CURZON, M.E.; ROBERTS, G.J.; MILLA, P.J.; STRINGER, M.D. Gastroesophageal reflux in children and its relationship to erosion of primary and permanent teeth. Eur. J. Oral Sci., v. 106, n. 3, p. 765-9, jun. 1998. PARIS, S.; MEYER-LUECKEL, H.; MUELLER, J.; HUMMEL, M.; KIELBASSA, A.M. Progression of sealed initial bovine enamel lesions under demineralizing conditions in vitro. Caries Res., v. 40, p. 124-129, 2006. PARIS, S.; MEYER-LUECKEL, H.; COLFEN, H.; KIELBASSA, A.M. Penetration coefficients of commercially available and experimental composites intended to infiltrate enamel carious lesions. Dent. Mater., v. 23, n. 6, p. 742-8, jun. 2007a. PARIS, S.; MEYER-LUECKEL, H.; CÖLFEN, H.; KIELBASSA, A.M. Resin infiltration of artificial enamel caries lesions with experimental light curing resins. Dent. Mater. J., v. 26, n. 4, p. 582-8, jul. 2007b. PARIS, S.; MEYER-LUECKEL, H.; KIELBASSA, A.M. Resin infiltration of natural caries lesions. J. Dent. Res., v. 86, n. 7, p. 662-666, 2007c. PARIS, S.; DÖRFER, C.E.; MEYER-LUECKEL, H. Surface conditioning of natural enamel caries lesions in deciduous teeth in preparation for resin infiltration. J. Dent., v. 38, n. 1, p. 65- 71, jan. 2010a. PARIS, S. MEYER-LUEECKEL, H. Infiltrants inhibit progression of natural caries lesions in vitro. J. Dent. Res., v. 89, n.11, p. 1276- 1280, 2010b. PARIS, S.; MEYER-LUECKEL, H. Inhibition of caries progression by resin infiltration in situ. Caries Res., v. 44, n. 1, p. 47-54, 2010c. PARIS, S.; HOPFENMULLER, W.; MEYER-LUECKEL, H. Resin infiltration of caries lesions: an efficacy randomized trial. J. Dent. Res., v. 89, n.8, p. 823-26, 2010d. PARIS, S.; BITTER, K.; NAUMANN, M.; DÖRFER, C.E.; MEYER-LUECKEL, H. Resin infiltration of proximal caries lesions differing in ICDAS codes. Eur. J. Oral Sci., v. 119, n. 2, p. 182-6, apr. 2011. PARIS, S.; SOVIERO, V.M.; SEDDIG, S.; MEYER-LUECKEL, H. Penetration depths of an infiltrant into proximal caries lesions in primary molars after different application times in vitro. Int. J. Paediatr. Dent., v. 22, n. 5, p. 349-55, sep. 2012. PARIS, S.; SCHWENDICKE, F.; SEDDIG, S.; MÜLLER, W.D.; DÖRFER, C.; MEYER-LUECKEL, H. Micro-hardness and mineral loss of enamel lesions after infiltration with various resins: Influence of infiltrant composition and application frequency in vitro. J. Dent., apr. 6., 2013

Page 90: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Referências 105

RAKHMATULLINA, E.; BEYELER, B.; LUSSI, A. Inhibition of enamel erosion by stannous and fluoride containing rinsing solutions. Schweiz. Monatsschr. Zahnmed., v. 123, n. 3, p. 192-8, 2013. RIOS, D.; HONÓRIO, H.M.; MAGALHÃES, A.C.; DELBEM, A.C.; MACHADO, M.A.; SILVA, S.M.; BUZALAF, M.A. Effect of salivary stimulation on erosion of human and bovine enamel subjected or not to subsequent abrasion: an in situ/ex vivo study. Caries Res., v. 40, n. 3, p. 218-23, 2006. RIOS, D.; HONÓRIO, H.M.; MAGALHÃES, A.C.; SILVA, S.M.; DELBEM, A.C.; MACHADO, M.A. et al. Scanning electron microscopic study of the in situ effect of salivary stimulation on erosion and abrasion in human and bovine enamel. Braz. Oral Res., v. 22, n. 2, p. 132-8, apr/ jun. 2008. ROBINSON, C.; HALLSWORTH, A.S.; WEATHERELL, J.A.; KUNZEL, W. Arrest and control of carious lesions: a study based on preliminary experiments with resorcionol-formaldehyde resin. J. Dent. Res. v. 55, n. 5, p. 812-818, sep./oct. 1976. ROBINSON, C.; BROOKES, S.J.; KIRKHAM, J.; WOOD, S.R.; SHORE, R.C. In vitro studies of the penetration of adhesive resins into artificial caries-like lesions. Caries Res., v. 35, n. 2, p. 136-41, mar./apr. 2001. ROCHEL, I.D.; SOUZA, J.G.; SILVA, T.C.; PEREIRA, A.F.; RIOS, D.; BUZALAF, M.A.; MAGALHÃES, A.C. Effect of experimental xylitol and fluoride-containing dentifrices on enamel erosion with or without abrasion in vitro. J. Oral Sci., v. 53, n. 2, p. 163-8, jun. 2011. RODDA, J.C. Impregnation of caries-like lesions with dental resins. N. Z. Dent. J., v. 79, n. 358, p.114-7, oct.1983. RYTÖMAA, I.; JÄRVINEN, V.; KANERVA, R.; HEINONEN, O.P. Bulimia and tooth erosion. Acta Odontol. Scand., v.56, n.1, p. 36-40, feb. 1998. SBBrasil. Brasil passa a integrar grupo de países com baixa prevalência de cárie. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=12045>. Acesso em: 12 set. 2012. SCHEUTZEL, P. Etiology of dental erosion-intrinsic factors. Eur. J. Oral Sci., v. 104, n. 2, pt. 2, p. 178-90, apr. 1996. SCHIPPER, R.G.; SILLETTI, E.; VINGERHOEDS, M.H. Saliva as research material: biochemical, physicochemical and practical aspects. Arch. Oral Biol., v. 52, n. 12, p.1114-35, dec. 2007. SCHLUETER, N.; DURAN, A.; KLIMEK, J.; GANSS, C. Investigation of the effect of various fluoride compounds and preparations thereof on erosive tissue loss in enamel in vitro. Caries Res., v. 43, n. 1, p. 10-6, 2009.

Page 91: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Referências 106

SCHLUETER, N.; KLIMEK, J.; GANSS, C. Efficacy of tin-containing solutions on erosive mineral loss in enamel and dentine in situ. Clin. Oral Investig., v. 15, n. 3, p. 361-7, jun. 2011. SCHMIDLIN, P.R.; ZEHNDER, M.; PASQUALETTI, T.; IMFELD, T.; BESEK, M.J. Penetration of a bonding agent into De- and remineralized enamel in vitro. J. Adhes. Dent., v. 6, n. 2, p. 11-5, 2004. SHELLIS, R.P.; GANSS, C. REN, Y.; ZERO, D.T. Methodology and models in erosion research: discussion and conclusions. Caries Res., v.45, suppl 1, p.69-77, may 2011. SOVIERO, V.M.; PARIS, S.; LEAL, S.C.; AZEVEDO, R.B.; MEYER-LUECKEL, H. Ex vivo evaluation of caries infiltration after different application times in primary molars. Caries Res., v. 47, n. 2, p. 110-6, 2013. SUNDARAM, G.; WILSON, R.; WATSON, T.F.; BARTLETT, D. Clinical measurement of palatal tooth wear following coating by a resin sealing system. Oper. Dent., v. 32, n. 6, p. 539-43, nov./dec. 2007. TAHMASSEBI, J.F.; DUGGAL, M.S.; MALIK-KOTRU, G.; CURZON, M.E. Soft drinks and dental health: a review of the current literature. J. Dent., v.34, n.1, p.2-11, jan. 2006. TAJI, S.; SEOW, W.K. A literature review of dental erosion in children. Aust. Dent. J., v. 55, n. 4, p.358-67, quiz 475, dec. 2010. WANG, X.; MEGERT, B.; HELLWIG, E.; NEUHAUS, K.W.; LUSSI, A. Preventing erosion with novel agents. J. Dent., v. 39, n. 2, p. 163-70, feb. 2011. WEGEHAUPT, F.J.; TAUBÖCK, T.T.; STILLHARD, A.; SCHMIDLIN, P.R.; ATTIN, T. Influence of extra- and intra-oral application of CPP-ACP and fluoride on re-hardening of eroded enamel. Acta Odontol. Scand., v. 70, n. 3, p. 177-83, may 2012. WEGEHAUPT, F.J.; TAUBÖCK, T.T.; ATTIN, T. Durability of the anti-erosive effect of surfaces sealants under erosive abrasive conditions. Acta Odontol. Scand., Jan 7, 2013 WEST, N.X.; DAVIES, M.; AMAECHI, B.T. In vitro and in situ erosion models for evaluating tooth substance loss. Caries Res., v.45, suppl 1, p.43-52, may 2011. WHITE, A.J.; YORATH, C.; TEN HENGEL, V.; LEARY, S.D.; HUYSMANS, M.C.; BARBOUR, M.E. Human and bovine enamel erosion under 'single-drink' conditions. Eur. J. Oral Sci., v. 118, n. 6, p.604-9, Dec. 2010. WIEGAND, A.; BICHSEL, D.; MAGALHÃES, A.C.; BECKER, K.; ATTIN, T. Effect of sodium, amine and stannous fluoride at the same concentration and different pH on in vitro erosion. J. Dent., v. 37, n. 8, p. 591-5, aug. 2009.

Page 92: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Referências 107

WIEGAND, A.; ATTIN, T. Design of erosion/abrasion studies-insights and rational concepts. Caries Res., v.45, suppl 1, p. 52-59, may 2011.

YASSEN, G.H.; PLATT, J.A.; HARA, A.T. Bovine teeth as substitute for human teeth

in dental research: a review of literature. J. Oral Sci., v. 53, n. 3, p. 273-82,

sep. 2011. ZAHRADNIK, R.T.; MORENO, E.C.; BURKE, E.J. Effect of salivary pellicle on enamel subsurface demineralization in vitro. J. Dent. Res., v. 55, n. 4, p. 664-70, jul/aug. 1976. ZERO, D.T. Etiology of dental erosion-extrinsic factors. Eur. J. Oral Sci., v. 104, n. 2, pt. 2, p. 162-77, apr. 1996.

Page 93: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 94: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 95: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndice

Page 96: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 97: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o
Page 98: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndices 109

APÊNDICE A

Tabela 1A – Valores das leituras, e a média da microdureza superficial inicial dos

espécimes selecionados.

Éspécime L1 L2 L3 L4 L5 Média

1 344 323 328 318 328 328 2 333 333 309 367 328 334 3 361 376 361 355 328 356 4 367 379 367 361 379 371 5 379 364 347 355 361 361 6 333 333 328 344 333 334 7 379 349 373 373 373 369 8 338 338 379 323 311 338 9 349 349 399 338 328 353

10 355 373 373 355 349 361 11 373 373 333 355 349 357 12 367 361 361 373 349 362 13 349 349 323 318 373 343 14 355 373 385 361 355 366 15 355 349 304 318 344 334 16 333 361 328 338 367 345 17 328 333 344 323 344 334 18 309 323 361 328 313 327 19 349 367 355 373 349 359 20 385 355 361 367 379 369 21 338 385 379 361 373 367 22 367 367 392 379 385 378 23 367 333 344 392 355 358 24 355 355 379 361 323 355 25 392 349 399 328 344 362 26 328 344 355 328 349 341 27 373 318 355 349 344 348 28 344 355 370 344 373 357 29 379 361 349 344 349 357 30 344 355 338 323 328 338 31 361 349 313 355 328 341 32 361 344 349 373 344 354 33 333 355 338 344 333 341 34 313 328 318 333 338 326 35 333 338 338 373 344 345 36 373 373 361 379 392 376 37 313 313 338 333 304 320

Page 99: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndices 110

38 328 361 318 344 344 339 39 399 373 385 361 392 382 40 338 323 309 338 349 332 41 367 385 385 313 291 348 42 338 318 361 328 344 338 43 349 318 349 355 385 351 44 361 373 385 333 333 357 45 333 313 367 361 352 345 46 367 323 373 355 361 356 47 323 385 338 338 367 350 48 344 309 304 349 361 333 49 344 367 367 349 385 362 50 323 370 379 338 323 347 51 323 355 338 328 338 337 52 309 323 344 313 304 319 53 338 313 328 328 300 321 54 338 373 361 355 300 345 55 313 309 367 333 367 338 56 379 373 373 367 379 374 57 313 309 344 313 349 326 58 385 385 313 344 344 354 59 304 373 323 373 344 343 60 361 373 333 361 361 358 61 355 344 344 338 328 342 62 355 338 373 361 367 359 63 318 309 304 318 300 310 64 385 399 361 385 361 378 65 323 304 344 328 328 325 66 318 333 338 355 367 342 67 333 361 349 333 344 344 68 379 385 361 361 379 373 69 373 361 392 367 318 362 70 349 367 349 373 328 353 71 344 313 304 355 344 332 72 379 355 355 349 333 354 73 355 361 344 304 309 334 74 379 379 379 399 349 377 75 361 361 361 385 355 365 76 304 323 318 338 344 325 77 309 338 367 361 385 352 78 313 349 349 318 344 335 79 344 333 344 344 328 339 80 338 361 349 373 338 352 81 349 333 349 323 328 337 82 392 385 379 379 338 375 83 379 379 361 328 361 362

Page 100: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndices 111

84 355 379 379 373 328 363 85 323 355 367 338 349 347 86 304 333 355 338 361 338 87 304 349 385 328 333 340 88 392 367 328 349 392 366 89 309 328 313 309 323 316 90 304 309 302 328 318 312 91 361 349 300 344 344 339 92 323 344 361 338 349 343 93 338 379 399 392 373 376 94 367 379 373 395 385 380 95 333 313 323 318 318 321 96 385 367 344 338 333 354 97 367 367 367 361 379 368 98 328 355 344 304 333 333 99 318 361 344 361 361 349

100 328 318 313 338 333 326 101 355 355 313 338 333 339 102 338 309 361 338 344 338 103 344 373 373 361 344 359 104 336 349 328 328 373 343 105 333 373 344 379 338 353 106 344 373 349 379 355 360 107 318 313 338 309 309 317 108 349 344 349 367 367 355 109 361 344 373 373 328 356 110 338 328 323 361 333 337 111 399 392 379 392 379 388 112 373 385 399 338 349 369 113 385 361 355 355 338 359 114 399 392 385 367 392 387 115 367 367 392 373 328 365 116 333 328 355 385 355 351 117 323 318 328 328 344 328 118 338 385 379 361 355 364 119 379 323 349 328 355 347 120 355 373 373 344 344 358 121 367 361 367 373 373 368 122 379 323 300 313 309 325 123 361 344 373 379 355 362 124 361 328 328 373 344 347 125 367 361 323 355 379 357 126 333 373 338 318 344 341 127 338 379 338 344 367 353 128 355 349 313 323 304 329 129 355 385 355 333 361 358

Page 101: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndices 112

130 323 304 349 323 309 322 131 399 379 367 385 367 379 132 338 323 379 344 392 355 133 313 304 367 309 367 332 134 300 333 333 304 344 323 135 355 355 349 361 344 353 136 355 373 300 355 309 338 137 349 379 311 333 361 347 138 373 338 318 318 304 330 139 323 373 328 349 349 345 140 309 313 333 338 300 319 141 399 344 373 349 338 361 142 333 295 344 338 323 327 143 376 392 392 373 373 381 144 379 399 373 373 367 378 145 333 338 344 333 355 341 146 361 333 355 338 373 352 147 373 355 399 344 349 364 148 364 313 333 333 367 342 149 313 361 320 323 344 332 150 385 333 361 367 399 369 151 379 399 367 379 349 375 152 373 385 313 379 399 370 153 344 318 333 344 333 334 154 392 392 379 361 361 377 155 313 328 349 385 385 352 156 349 367 349 392 379 367 157 361 313 367 373 385 360 158 367 367 385 373 344 367 159 323 344 333 338 318 331 160 373 367 367 344 361 362 161 309 349 328 333 318 327 162 333 309 344 300 367 330 163 373 344 338 295 318 334 164 379 373 333 367 385 367 165 300 318 328 328 349 325 166 355 373 333 379 355 359 167 330 309 333 313 328 319 168 367 367 367 355 333 358 169 373 361 333 355 344 353 170 361 361 355 355 379 362 171 392 367 395 385 367 381 172 355 373 323 379 344 355 173 333 333 323 333 349 334 174 355 379 361 379 323 359 175 367 367 333 367 367 360

Page 102: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndices 113

176 379 399 392 367 392 386 177 361 361 361 300 349 346 178 361 361 355 338 379 359 179 313 300 333 367 333 329 180 344 318 392 349 344 349 181 379 385 313 361 379 364 182 349 355 361 344 355 353 183 367 361 385 344 361 364 184 355 338 373 338 344 350 185 373 344 367 349 361 359 186 323 318 333 333 323 326 187 344 355 313 313 344 334 188 379 379 379 361 367 373 189 344 361 349 323 349 345 190 338 364 328 361 344 347 191 338 367 361 361 355 356 192 349 349 355 309 367 346 193 385 367 367 399 373 378 194 361 373 367 333 349 357 195 355 385 385 361 344 366 196 338 338 349 355 355 347 197 313 309 313 355 323 323 198 313 300 309 338 309 314 199 367 373 355 373 338 361 200 349 338 344 344 338 343 201 379 385 367 379 367 375 202 318 364 373 349 373 355 203 355 385 379 349 379 370 204 313 304 300 304 338 312 205 349 328 344 333 361 343 206 361 349 373 344 373 360 207 344 367 385 349 349 359 208 344 344 361 344 367 352 209 344 361 361 344 344 351 210 379 344 338 361 347 354 211 367 379 367 367 367 369 212 304 328 318 313 323 317 213 385 379 367 367 361 372 214 349 344 367 379 333 354 215 361 373 361 355 361 362 216 344 323 328 333 349 335 217 349 355 355 367 373 360 218 373 344 367 385 361 366 219 373 355 338 355 373 359 220 399 413 392 385 379 394 221 373 344 338 349 349 351

Page 103: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndices 114

222 328 367 338 355 323 342 223 355 361 355 361 355 357 224 323 338 313 318 309 320 225 373 373 373 373 392 377 226 338 344 328 333 349 339 227 338 349 333 300 309 326 228 309 313 338 344 328 326 229 373 349 361 355 318 351 230 344 323 333 328 338 333 231 392 399 361 367 323 368 232 385 338 379 392 392 377 233 367 399 349 373 367 371 234 367 373 379 385 385 378 235 338 344 344 355 367 350 236 367 344 379 379 300 354 237 385 392 367 392 373 382 238 355 355 379 344 367 360 239 367 344 355 338 333 347 240 385 379 413 333 367 375 241 328 333 367 349 355 346 242 349 361 349 328 361 350 243 373 367 355 328 379 360 244 349 385 333 361 349 356 245 318 318 300 304 318 312 246 399 318 304 313 355 338 247 385 385 344 361 361 367 248 361 392 367 361 379 372 249 373 333 355 344 367 354 250 367 349 385 385 318 361 251 309 338 333 328 313 324 252 385 344 361 373 341 361 253 333 318 333 313 323 324 254 395 399 367 385 379 385 255 344 361 333 304 333 335 256 379 392 385 361 379 379 257 344 328 349 355 349 345 258 395 385 392 361 379 383 259 379 399 338 373 379 374 260 344 349 385 333 367 356 261 367 344 361 361 373 361 262 385 392 392 392 379 388 263 349 355 349 367 385 361 264 338 373 328 338 344 344 265 355 367 373 361 373 366 266 313 349 328 367 333 338 267 361 349 347 349 344 350

Page 104: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndices 115

268 373 392 373 361 367 373 269 355 361 361 392 333 360 270 318 313 309 313 323 315 271 361 367 399 367 373 373 272 385 399 385 399 379 390 273 323 367 373 361 379 361 274 379 399 392 399 385 391 275 379 367 373 392 373 377 276 349 338 333 392 367 356 277 349 309 361 355 344 344 278 392 385 344 379 373 375 279 328 304 331 325 309 319 280 373 333 367 333 333 348 281 328 333 338 361 333 339 282 328 328 323 344 344 333 283 318 309 373 309 304 322 284 392 395 379 355 373 379 285 338 328 344 344 355 342 286 349 361 328 349 361 350 287 361 361 361 373 385 368 288 367 367 373 355 333 359 289 392 373 379 379 392 383 290 379 355 361 361 349 361 291 373 344 328 367 355 353 292 333 373 361 355 333 351 293 367 361 367 367 349 362 294 349 355 367 355 373 360 295 349 361 333 379 379 360 296 361 379 385 367 385 376 297 395 406 333 385 367 377 298 344 355 338 373 355 353 299 367 395 379 406 392 388 300 355 355 344 361 361 355 301 349 333 344 355 344 345 302 355 367 385 355 385 370 303 333 313 323 304 304 316 304 333 333 349 338 344 340 305 385 361 392 399 399 387 306 399 379 379 355 328 368 307 385 355 344 338 361 357 308 379 361 373 338 349 360 309 379 385 367 349 385 373 310 323 328 344 338 328 332 311 355 392 361 367 389 373 312 395 399 392 399 349 387 313 328 304 313 309 318 314

Page 105: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndices 116

314 355 379 373 361 349 363 315 385 385 379 373 382 381 316 323 333 367 323 309 331 317 379 399 385 392 399 391 318 361 395 367 373 373 374 319 333 349 344 323 349 340 320 367 349 367 373 338 359 321 328 344 355 338 355 344 322 333 338 344 338 367 344 323 338 323 344 318 318 328 324 385 399 367 399 385 387 325 355 355 373 355 338 355 326 392 373 392 373 379 382 327 333 328 361 333 323 336 328 344 385 349 367 349 359 329 379 355 399 333 338 361 330 385 349 385 344 373 367 331 385 373 392 379 344 375 332 338 344 367 385 349 357 333 349 373 338 392 323 355 334 367 373 373 389 373 375 335 399 392 373 385 395 389 336 349 373 355 367 361 361 337 367 379 328 328 355 351 338 367 373 355 379 385 372 339 333 361 344 338 367 349 340 373 333 344 349 333 346 341 385 361 385 385 385 381 342 385 344 355 385 333 361 343 399 373 385 399 399 391 344 385 367 379 385 367 377 345 349 373 385 385 392 377

Page 106: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndices 117

Tabela 2A – Valores das leituras, e a média da microdureza dos espécimes após

serem submetidos à lesão de erosão inicial.

L1 L2 L3 L4 L5 média

318 333 318 328 304 320 193 196 196 167 163 183 198 176 184 187 176 184 184 161 191 191 165 179 236 263 260 263 208 246 180 156 136 189 203 173 198 216 211 180 227 206 208 189 153 184 198 186 191 227 208 187 198 202 198 205 216 200 219 208 189 156 182 193 196 183 184 200 161 170 163 176 282 313 309 224 275 281 205 200 205 198 239 210 142 145 154 193 126 152 184 182 187 168 159 176 193 182 193 184 184 188 144 182 191 168 172 172 200 200 219 178 172 194 176 191 198 203 216 197 249 184 191 196 193 203 159 151 163 165 198 167 148 170 154 184 161 164 193 153 163 187 196 178 147 148 145 136 131 141 189 193 156 191 150 176 176 191 165 174 176 177 132 130 156 203 216 168 153 141 161 176 168 160 189 189 163 182 148 174 205 167 205 213 205 199 233 260 256 208 211 234 211 191 205 200 158 193 167 159 165 170 144 161 187 148 182 158 152 166 196 176 189 182 189 186 216 191 156 211 189 193 200 184 147 205 148 177 153 168 138 158 158 155 163 196 153 178 174 173

Page 107: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndices 118

184 189 182 198 189 189 187 196 193 196 174 189 189 211 236 230 224 218 187 167 145 144 203 169 142 178 172 198 184 175 189 198 189 170 187 187 196 174 165 167 182 177 211 219 224 224 246 225 203 153 163 180 147 169 165 168 163 130 90,9 143 138 168 170 145 161 157 168 141 159 172 178 164 145 142 167 161 158 155 161 178 165 161 172 168 158 174 139 161 174 161 135 158 150 141 165 150 176 168 141 165 163 163 176 178 172 136 150 163 227 193 180 211 176 198 147 142 144 138 119 138 170 187 168 180 180 177 156 161 148 168 163 159 304 291 249 256 338 288 142 144 151 165 191 159 167 165 187 180 193 178 203 159 184 191 198 187 196 191 182 150 184 181 198 170 163 203 151 177 170 193 167 180 180 178 144 180 150 148 193 163 216 145 156 156 139 163 151 159 141 135 196 156 174 168 191 205 205 189 239 224 236 224 233 232 168 167 167 198 193 179 135 191 163 132 168 158 313 275 256 282 313 288 145 161 180 135 174 159 180 200 196 191 170 188 205 200 203 198 200 202 200 191 236 170 198 199 178 219 219 233 198 209 203 198 208 213 184 201 167 176 196 154 165 172 211 167 178 208 187 190 176 191 230 187 182 193

Page 108: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndices 119

144 142 102 134 127 130 159 193 124 170 172 164 224 246 196 291 291 250 148 150 158 189 156 160 165 168 198 191 180 181 165 187 156 156 153 163 138 187 184 151 165 165 191 219 219 191 203 205 205 260 224 249 196 227 224 203 213 176 198 203 219 213 219 230 227 222 205 213 203 198 233 211 295 287 299 295 295 294 295 275 263 275 299 281 125 151 163 168 145 151 178 184 191 187 178 184 176 174 170 174 174 174 170 172 167 159 150 164 191 184 172 163 184 179 167 184 168 159 153 166 167 180 148 174 170 168 246 216 216 282 291 250 246 200 227 203 230 221 161 191 156 151 126 157 174 172 156 151 167 164 198 211 211 205 205 206 256 246 221 249 253 245 168 191 176 148 167 170 167 165 176 178 158 169 191 165 172 205 203 187 260 230 249 253 260 250 256 221 221 263 249 242 198 224 198 211 246 215 216 213 253 213 227 224 243 246 309 282 213 259 239 216 263 275 236 246 224 172 208 198 216 204 230 216 180 178 158 193 233 271 275 282 313 275 224 236 243 239 253 239 260 243 213 267 267 250 208 230 249 219 216 224 184 205 224 182 246 209 227 233 191 239 239 226 236 224 239 180 187 213 233 236 184 260 227 228

Page 109: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndices 120

243 233 236 275 256 249 224 193 205 176 208 202 216 227 249 227 221 228 131 167 167 151 148 153 165 156 150 176 176 165 174 154 126 150 136 148 150 176 154 182 176 168 191 178 182 187 184 185 176 189 182 172 153 175 178 145 144 178 153 160 193 167 182 151 138 166 189 180 187 165 185 181 182 191 182 174 145 175 142 172 165 142 182 161 176 178 178 153 135 164 144 112 89,5 153 129 125 161 168 170 151 161 163 172 154 163 159 168 164 189 216 221 182 196 201 184 184 203 161 185 184 163 198 176 182 174 179 198 182 189 187 187 189 196 187 203 176 154 183 146 150 132 141 150 144 141 142 154 178 158 155 203 200 196 189 184 195 174 176 182 176 176 177 187 208 211 189 213 202 198 196 213 200 216 205 161 167 163 205 193 178 208 221 216 200 219 213 208 191 221 216 187 205 309 299 295 283 299 297 233 165 191 178 213 196 198 147 158 172 176 170 187 187 216 182 196 194 193 191 178 208 193 193 196 178 243 227 227 214 158 178 191 184 184 179 224 213 238 248 221 229 282 282 299 253 287 281 193 221 216 200 233 213 174 189 116 193 153 165 239 208 221 221 219 222 219 239 219 224 213 223 208 233 198 219 208 213

Page 110: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndices 121

246 221 233 205 233 228 196 213 236 224 184 211 182 193 196 189 198 192 156 184 150 135 182 162 216 184 216 200 224 208 200 203 211 205 200 204 118 96,4 84,6 150 141 118 196 187 198 174 156 182 158 154 148 138 158 151 176 198 170 208 191 189 196 200 205 184 213 200 167 193 153 196 182 178 249 256 224 299 275 261 176 161 193 148 168 170 282 318 275 278 304 292 154 121 148 125 154 141 159 163 200 163 144 166 174 180 141 161 147 161 191 189 154 150 180 173 178 154 151 153 151 158 144 172 167 154 135 154 219 246 287 249 295 259 159 191 151 187 198 177 153 153 178 153 125 152 174 193 174 198 198 188 291 213 239 275 267 257 275 323 267 291 318 295 200 174 176 178 182 182 148 154 178 148 156 157 134 115 159 158 168 147 148 208 148 165 189 172 182 219 211 224 233 214 168 189 191 134 176 172 182 159 144 182 161 166 161 174 184 163 158 168 154 196 193 139 182 173 148 130 182 134 153 149 141 156 124 148 145 143 176 165 203 170 203 183 178 189 189 198 200 191 313 300 291 309 333 309 236 236 246 213 208 228 256 239 278 282 295 270 256 178 219 180 221 211 153 144 168 141 123 146 127 182 150 161 172 159

Page 111: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndices 122

208 167 174 172 138 172 180 182 205 178 203 190 142 189 134 125 176 153 182 180 205 198 200 193 187 191 159 211 191 188 219 196 189 193 216 203 174 182 170 156 156 168 116 151 153 151 158 146 260 295 233 239 271 260 156 129 142 150 159 147 184 180 151 172 158 169 193 191 198 198 176 191 267 287 282 287 278 280 130 151 154 145 159 148 138 147 145 153 144 145 134 187 150 113 102 137 178 239 271 313 176 236 338 514 435 443 477 442 355 379 275 309 208 305 184 180 187 172 184 182 189 211 135 98 182 163 304 233 260 227 249 255 193 174 172 172 191 181 182 211 200 103 211 201 182 256 219 224 182 213 198 191 161 187 141 176 156 182 172 165 198 175 159 159 193 193 189 179 159 180 165 168 158 166 168 158 151 154 148 156 172 187 208 203 172 188 224 191 208 219 211 211 154 158 176 184 161 167 134 172 165 139 153 153 246 239 224 243 236 238 236 291 278 275 233 263 150 167 138 189 176 164 176 180 147 189 187 176 182 180 176 161 205 181 159 203 167 193 189 182 150 114 158 187 198 161 163 239 208 239 167 203 163 148 189 150 145 159 165 144 77,1 182 193 152 198 196 203 224 208 206

Page 112: GABRIELA CRISTINA DE OLIVEIRA Uso de infiltrante sobre o

Apêndices 123

Tabela 3A – Média da dureza dos espécimes na distribuição entre os grupos para a

etapa 1 (Dente hígido).

H1 – sem tratamento

H2 – selante Helioseal Clear

H3 – adesivo Adhese

H4 – adesivo Tetric N-bond

H5 – infiltrante Icon

325 317 321 320 324 326 330 327 329 332 334 338 334 337 334 340 339 342 339 343 347 343 346 344 345 350 351 348 347 351 361 375 379 388 353 366 378 387 353 355 352 353 353 354 356 372 381 354 357 358 376 354 356 360 362 354 357 360 362 368 354 360 362 364 369 358 361 367 372 377 359 368 374 379 383

Tabela 4A – Média da dureza dos espécimes na distribuição entre os grupos para a

etapa 2 (Dente com lesão inicial).

LE 1 LE 2 LE 3 LE4 LE5 LE6 LE7 LE8 LE9

152 149 153 152 151 155 155 150 151 153 156 154 153 155 157 156 157 159 160 159 158 157 159 161 159 160 159 163 161 161 162 161 161 163 163 163 164 164 164 163 165 164 164 164 163 166 166 166 166 165 165 166 167 164 168 168 167 168 169 168 168 169 169 172 170 170 172 172 172 170 173 172 175 173 175 175 173 174 176 174 175 176 176 178 177 177 177 176 177 177 181 179 178 179 179 178 178 177 178 181 181 182 182 182 181 181 179 179 183 183 182 184 185 186 184 184 183 189 188 188 188 189 187 187 187 188 190 191 193 192 191 189 190 189 188