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Gens Seminarii N o 12 3

Gens Seminarii No 12 3 - AEXAM-MGaexam-mg.org.br/documents/PDFgens/GensSeminarii12.pdf · 2014. 7. 22. · que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Po is quem crê de

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Gens Seminarii No 12 3

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4 dezembro 2012

editorial

Celebramos o Ano da Fé proclamado pelo Papa Bento XVI, de 11 de ou-tubro de 2012 (cinquentenário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II e vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica) a 24 de novembro de 2013 (Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo). A fé nos introduz na vida de Jesus Cristo, fazendo-nos mergulhar no mistério da Santís-sima Trindade, através do Sacramento do Batismo. A fé é uma adesão pessoal a Deus e que tem por conteúdo a Revelação feita pelo próprio Deus, dando-nos a conhecer o seu desígnio de salvação sobre a pessoa humana. Quanto maior for a fé, mais nos abrimos ao mistério de Deus e à sua presença em nossa vida. A fé é, ao mesmo tempo, acolhida do dom de Deus que se revela e aceitação do conteúdo dessa Revelação, expresso na vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Jesus nos mostrou que Deus é Pai e o quanto o Pai nos ama. Jesus nos mostrou o quanto ele ama o Pai e também a nós, ao ponto de doar a sua vida pela humanidade. Jesus nos comunicou o Espírito Santo que procede do Pai para que sejamos realmente fi lhos de Deus pela graça e irmãos uns dos outros sem qualquer discriminação ou exclusão. O ato de fé é pessoal e comunitário. A Revelação de Deus foi confi ada à comunidade de fé, não se dirigin-do a cada um separadamente. Ter fé cristã é abraçar a fé da Igreja. A profi ssão de fé nasce do coração e se expressa na confi ssão de fé eclesial: Porque, se confessares com a tua boca que Jesus é o Senhor e creres em teu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Pois quem crê de coração obtém a justiça, e quem confessa com a boca, a salvação (Rm 10,9-10). A fé nos abre ao Transcendente (Deus) e nos liberta do egocentrismo individualista e consumista. A plenitude da fé se encontra na Igreja e é dentro da Igreja que confessamos: eu creio! Nós cremos! A fé é uma realidade eclesial: a experiência da Igreja nos precede e se torna a nossa própria experiência. É o Espírito Santo quem atua na fé dos fi éis e constitui a Igreja na sua realidade mais profunda como “o povo congregado na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Lumen Gentium 4). A fé é celebrada na liturgia da Igreja, que é a ação sagrada por excelência. A fé é graça celebrada nos sa-cramentos da Igreja. Os sacramentos da Igreja são a celebração do mistério pascal de Cristo na vida dos cristãos. O cristão que vive da fé é uma criatura nova que só se compreende no relacionamento livre, gratuito, explícito e comunitário com Jesus Cristo, autor e consumador de sua fé (cf. Hb 12,2). O sacramento é o encontro propi-ciado pela graça de Deus entre Jesus Cristo e o seu Corpo Místico, que é a Igreja, a comunidade de fé. Na Igreja e como Igreja se vive a comunhão com Jesus Cristo na concretude histórica, na celebração do sentido profundo da vida, em perspectiva escatológica. Trata-se de celebração radicalmente orientada para a construção do Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo. Nos sacramentos a vida é afi rmada em gesto simbólico realizado em nome do Senhor pela comunidade que vive na mesma fé, testemunhando a presença e proclamando a plenitude do Reino que há de vir. A fé celebrada deve ser testemunhada na vida cotidiana, segundo o estado de vida e a vocação de cada pessoa. Devemos estar prontos para dar as razões da nossa esperança cristã a todos e em nosso tempo (cf. 1 Pd 3,15), com fi rmeza e serenidade, em atitude aberta e dialogal. E, sobretudo, devemos dar o testemunho da caridade, pois a fé opera pela caridade (Gl 5,6) e a fé sem obras é morta (Tg 2,17). A fé é necessária para a verdadeira caridade, que procede de Deus que é amor (cf. 1 Jo 4,8.16) e nos conduz ao amor misericordioso para com todos, critério de salvação (cf. Mt 25,31-46). Impulsionados pela caridade de Cristo (cf. 2 Cor 5,14), fortalecidos pelo testemunho de fé de tantos na história da salvação (cf. Hb 11), somos conduzidos pelo Espírito Santo à plenitude de nossa vocação no amor (cf. 1 Cor 13) para a glória do Pai!

Padre Lauro Sérgio Versiani Barbosa

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Gens Seminarii No 12 5

Rua Cônego Amando, 131 - Mariana - MGTel.: 31 3557-1233edv@grafi cadomvicoso.com.br

GS Sumário

EDITORIALPe. Lauro Sérgio Versiani Barbosa ................................. 3

GS ESPECIALDom José Eudes é eleito Bispo de Leopoldina ............... 5Celebração dos jubilares dos padres do seminário......... 8

SEMINÁRIO DE MARIANAFaculdade outorga Comenda de Dom Luciano ............. 12Entrevistas ..................................................................... 14Semana missonárioa em Ouro Preto .................................. 16Grupo de Orientação Vocacional realiza retiro espiritual ....18Nomeações e homenagens...........................................................19Dom Hélio, vida “́ Propter Regnum Dei”.......................................................20Amigos e familiares se despedem de Vicente............................................21O Concílio Vaticano II..........................................................................................22Trabalhos de conclusão de curso....................................................................24Assembleia da Osib ..........................................................................................26

AEXAMPalavra do Presidente .................................................. 27Posse do Josué ............................................................. 28XXI Encontro Anual ....................................................... 29Presenças no XXI Encontro .......................................... 33Manifestações sobre o Encontro ................................... 36Memória de uma Lembrança Terna .............................. 41Trezena de Santo Antônio ............................................. 44Prestação de contas ..................................................... 46Mensagem Natalina ...................................................... 47Obituárop ....................................................................... 48

GS 58Conversando com os amigos ........................................ 49Ofertas para o GS 58/Balancete ................................... 51Papel dos ex-seminaristas na Igreja ............................. 51O Caraça Del-Rei Dom João VI .................................... 52In Illo Témpore ............................................................... 53Correspondência/Notícia ............................................... 55Publicações recebidas................................................... 59Centenário do Pe. Dermeval José Mont´Alvão,CM ....... 60Necrológio ..................................................................... 62

Capa Dom José Eudes (foto de Kalon Moraes) contra-capas Fotos do arquivo da AEXAM

EXPEDIENTE

I. Seminários de Mariana

II. AEXAM

III. GS 58

Impresso na

Tiragem: 2000 exemplares Distribuição gratuita

RESPONSÁVEIS

Pe. Lauro Sérgio Versiani BarbosaReitor do Seminário São José

Rua Cônego Amando 57Caixa Postal 11

35420-000 Mariana, MGTel. (31) 3557-1140 e 3557-1170

E-mail:

Helvécio Antônio TrindadePresidente

Av. Prudente de Morais, 290, Sala 1.101, Cidade Jardim

30380-000 Belo Horizonte, MGTel. (31) 3296-7985

E-mail:

Mons. Raul Motta de OliveiraRegistro de Jornalista: Nº 1788, MPTS-DR

36090/71Seminário Diocesano Nossa Senhora do

RosárioAv. Pres. Tancredo Neves 3460, Zacarias

35300-101 Caratinga, MGTel. (33) 3321-2276 e 9983-1644

E-mail:

Editora Dom Viçoso

[email protected]

[email protected]

[email protected]

(33) 9124-4900

Josué Silva Abreu

[email protected]

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6 dezembro 2012

Especial

O S e m i n á r i o São José, jun-tamente com

toda a arquidiocese de Mariana, se alegrou com a eleição de dom José Eudes Campos do Nascimento como novo bispo de Leopol-dina. Ele está no rol dos ex-alunos de nossa ins-tituição e esteve muito

Dom José Eudes, ex-aluno do seminário de Mariana, é eleito bispo de Leopoldina

envolver pela cruz do Senhor, fazendo do seu minis-tério um gesto de doação da própria vida a serviço de Cristo, por amor aos irmãos e irmãs. Apresenta ainda o coração de Jesus que é o símbolo do bom pastor e recorda a data em que foi chamado para o ministério episcopal. O Coração de Maria simboliza Nossa Senhora, Padroeira de Barbacena. Faz referên-cia ainda à diocese de Leopoldina que tem como patrono o Imaculado Coração de Maria. O lírio e esquadro são dois elementos que lembram a fi gura de São José Operário, Padroeiro da paróquia de origem de dom José Eudes, local onde foi batizado e recebeu a primeira Eucaristia. Lembram também nosso seminário de Mariana, onde fez seus estudos teológicos. A grande festa da ordenação episcopal se deu no dia 15 de setembro, dia de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Barbacena e do Estado de Minas Gerais. Estavam presentes mais de cinco mil pessoas na assembleia litúrgica que se reuniu enfrente ao Santuário de Nossa senhora da Piedade. Dom Geraldo foi o ordenante principal e os outros dois consagrantes foram dom Gil Antônio Moreira (arcebispo de Juiz de Fora) e dom Francisco Barroso Filho (bispo emérito de Oliveira). Também estavam presentes outros bispos, muitos sacerdotes e semina-ristas de vários lugares para celebrarem o momento de fé e gratidão a Deus.

Th iago José da Silva4º ano de teologia

Caetano Etrusco

próximo à vida do seminário nestes últimos anos. Além de pároco da Paróquia de Santa Efi gênia em Ouro Preto que acolhe 4 seminaristas para o estágio pastoral, ele era diretor espiritual de vários semina-ristas tanto da fi losofi a quanto da teologia. A nomeação se deu no contexto das Santas Missões Populares das comunidades da fi losofi a e da teologia realizadas na Paróquia de Santa Efi gênia em Ouro Preto no mês de junho deste ano. Esta grande notícia foi dada na missa presidida por dom Geraldo na Igreja do Padre Faria na quarta-feira, dia 27 de junho, quando a emoção tomou conta de todos. O lema escolhido para seu ministério episcopal é “servus in charitate” (servo no amor). O brasão traz a cruz como elemento central que e simboliza o desejo de dom José Eudes de deixar se

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Gens Seminarii No 12 7

Especial

Por ocasião de sua ordenação, dom José Eudes dirigiu palavras de agradecimento a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram e conti-nuam colaborando na sua vida religiosa. Fraternos foram os agradecimentos direcionados, de forma especial, ao arcebispo metropolitano de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha, e aos demais presbíteros e diáconos da arquidiocese. “A presença de vocês me conforta. Peço que me ajudem a ser realmente um bispo conforme o cora-ção de Jesus Cristo, o bom pastor. Aos queridos irmão presbíteros e diáconos da Arquidiocese de Mariana os meus mais sinceros agradecimentos. Obrigado pela amizade, pelo testemunho de dedicação ao reino de Deus. Pelo exemplo de vivência ministerial. Levarei todos vocês no meu coração. Peço-lhes que continuem rezando por mim, para que eu possa colocar em prá-tica muitas das lições aprendidas aqui nessa querida arquidiocese”, disse dom José Eudes. “Às paróquias que desempenhei minhas funções ao longo dos anos, o meu muito obrigado ao povo de Deus. Com vocês eu aprendi o que é ser

padre”, prosseguiu o bispo ainda lembrando de sua passagem pelo Seminário Arquidiocesano, de maneira especial aos seminaristas e formadores das quatro casas de formação. “Obrigado pela amizade, pela confi ança e pela oportunidade de renovar o meu ‘sim’ a Deus”, continuou o bispo. Dom José Eudes também lembrou dos Salesianos. “Não poderia me esquecer da família Salesiana. O Senhor colocou-me nesse mundo para os outros. E foi ali que trilhei os meus primeiros passos, rumo ao sacerdócio. Agradeço aos demais religiosos e religiosas aqui presentes”. “Como não mencionar a minha querida família. Aos meus familiares, especialmente à minha querida mãe, Virgínia, e aos meus irmãos e irmãs, o meu muito obrigado pelo apoio e incentivo. Faço memória ao meu pai, ao senhor João, que se encontra junto de Deus. Peço a ele que seja meu intercessor para que eu possa cumprir essa missão que a Igreja me confi a”, continuou dom José Eudes ainda mais emocionado. Na sequência, o bispo fez menção honrosa ao saudoso dom Luciano Mendes de Almeida. “Tive a graça de ser ordenado diácono e presbítero por ele. A ele, santo no coração do povo, dirijo o meu muito obrigado! Dom Luciano, peço que ocupe um lugar muito especial no meu coração e que interceda junto a Deus para que eu possa ser um verdadeiro pastor, seguindo seus exemplos”. Dom José Eudes também não se esqueceu das paróquias de Barbacena que preparam com total dedicação esse importante momento de sua vida. “Agradecimento às paróquias de Barbacena que organizaram esse grande evento eclesial. Nada disso seria possível sem o apoio incondicional dos meus queridos irmãos diáconos, presbíteros e leigos das paróquias dessa cidade”. E, ao povo de Leopoldina disse: “Agradeço essa presença numerosa do povo de Deus da querida diocese de Leopoldina. A Presença de vocês me faz ter conforto espiritual. Quero entrar na fi leira dos grandes homens e mulheres, de ontem e de hoje, que ornaram e ornam a Igreja Particular de Leopoldina. Para mim, o bispo não é o ser humano extraordinário, entendo o bispo como alguém que, com suas virtudes próprias, vai contando com a colaboração dos demais. Peço ao clero e ao povo de

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Seminário

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Deus da querida Diocese de Leopoldina: rezem por mim”. “Enfi m, agradeço a todos os irmãos e irmãs aqui presentes que, de algum modo, fazem parte da minha vida. Continuem rezando com perseverança por mim. A todos vocês, mais de perto e mais distante, meu afetuoso abraço e minha bênção episcopal. Muito obrigado a todos!”, concluiu o novo bispo. Depois de ordenado esteve presente nas casas de formação. Logo no dia 17, às 19 horas, este-ve presenta na comunidade do Propedêutico. Na te-ologia, presidiu missa solene, no dia 20, cantada pelo coro Nossa Senhora da Saúde da paróquia de Dom Silvério. No dia 23, foi a vez da visita ao Instituto de Filosofi a. Nessas celebrações esteve acompanhado por sua mãe, dona Virgínia, e sua irmã, Maria José. Lembramos que durante o período preparatório para a ordenação ele passou com a comunidade do Propedêutico. Sua posse canônica foi realizada no dia 30 de outubro, às 16 horas, na Catedral de São Sebastião, em Leopoldina. Um grande número de pessoas participou da festa. Nossa arquidiocese esteve presente através de muitos seminaristas, sacerdotes e do povo da paróquia de Santa Efi gênia,

da cidade de Barbacena e de outros locais. Apresentamos nesta edição da Gens Se-minarii o histórico do novo bispo de Leopoldina: Dom José Eudes nasceu aos 30 de abril de 1966, em Barbacena – MG. Foi ordenado sacerdote aos 22 de abril de 1995. Cursou o Ensino Fundamental na Escola Padre Sinfrônio – Barbacena (1973-1977); no Colégio Polivalente – Barbacena (1978-1980); no Colégio Tiradentes – Barbacena (1981-82); no Colégio Dom Bosco – Cachoeira do Campo (1983) e o Ensino Médio, em Pará de Minas (1984-1987). Fez o Curso de Filosofi a no Instituto de Filosofi a dos Salesianos, em São João Del Rei (1988) e no Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA), em Belo Horizonte (1989-1990). Cursou Teologia no Semi-nário Maior São José, em Mariana (1991-1994). Em seus 17 anos de vida sacerdotal, na arquidiocese de Mariana, desempenhou várias atividades pastorais: Vigário Paroquial da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Congonhas (1995); Administrador Paroquial da Paróquia de São Gonçalo do Amarante, em Catas Altas da Noruega (1995 – 2002); Assessor Arquidiocesano da Pastoral da Juventude (1995 – 2003); Pároco da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, em Rio Pomba (2002 – 2009). Ultimamente foi pároco da Paróquia de Santa Efi gênia, em Ouro Preto; Vigário Episcopal da Região Norte da arquidiocese de Mariana; Di-retor Espiritual no Seminário Maior de Mariana; Membro do Conselho Episcopal e do Colégio dos Consultores; Representante dos Presbíteros no Conselho Presbiteral da arquidiocese de Mariana e na Comissão Regional dos Presbíteros do Regional Leste 2 da CNBB. A arquidiocese de Mariana e todo o Semi-nário São José se rejubilam em poder oferecer um de seus presbíteros, e ex-aluno, para o ministério episcopal. Ao mesmo tempo, deseja a Dom José Eudes um fecundo pastoreio e implora as bênçãos de Deus para a diocese de Leopoldina.

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Celebração jubilares dos padres da arquidiocese

Na manhã do último dia 4 de agosto, dia em que se celebra a memória de São João Maria Vianney, patrono dos sa-

cerdotes, foi celebrada, na catedral basílica de Nossa Senhora da Assunção, a santa missa solene de ação de graças, na qual toda a arquidiocese de Mariana prestou a sua homenagem e o seu agradecimento aos seus padres jubilares do ano de 2012. Em pre-paração para esta comemoração, o Seminário São José organizou um tríduo, realizado na capela da comunidade da teologia, presidido por alguns dos sacerdotes jubilares.

Na ocasião, foram comemorados os 25 anos de vida sacerdotal dos padres Henrique Batista do Nas-cimento, Paulo César Salgado, Rogério de Oliveira Pereira e do monsenhor Celso Murilo Sousa Reis, atual vigário geral. Também foram comemorados, respectivamente, os 50, os 60 e os 70 anos de mi-nistério dos padres José Eudes de Carvalho Araújo, Afonso Humkamp, SVD, e José Maria Quintão Rivelli.

Concelebraram juntamente com dom Geraldo

Lyrio Rocha, o bispo emérito de Divinópolis dom José Belvino do Nascimento e o monsenhor José Eudes Campos do Nascimento, bispo eleito de Leopoldina e grande parte do clero arquidiocesano. Estiveram presentes os seminaristas da arquidiocese, os familiares e amigos dos jubilares.

Logo ao iniciar a celebração, dom Geraldo destacou a data como um momento oportuno para que as orações de toda a arquidiocese de Mariana fossem elevadas a Deus em agradecimento pelas vidas e ministérios dos jubilares que se dedicam por tanto tempo à “porção do povo de Deus presente nesta igreja particular”.

O reitor do Seminário São José, padre Lauro Sérgio Versiani Barbosa, proferiu a homilia, que emocionou a assembleia, sobretudo ao destacar que “a chave de compreensão e de realização dessa vida de consagração total a Deus, ao seu Reino e ao seu povo, está na amizade com Jesus”, bem como que o padre deve ser um homem de Deus e do povo, isto é, “deve ser o homem que estabelece pontes: servidor da unidade na comunidade, promotor da reconciliação e

Especial

Rodrigo Artur Medeiros da Silva 1º ano de Teologia

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da comunhão com Deus e entre as pessoas”.Segue na íntegra a homilia proferida:

O padre como um amigo de Jesus!Prezados dom Geraldo, dom José Belvino,

monsenhor José Eudes Campos do Nascimento, bispo eleito de Leopoldina; caros padres e diáconos, irmãos no ministério ordenado, seminaristas, religio-sos e religiosas; queridos irmãos e irmãs em Cristo; caríssimos padres jubilares!

A Igreja celebra hoje a memória litúrgica de São João Maria Vianney, o Santo Cura d’Ars, patrono dos padres. Aprouve ao nosso arcebispo dom Geraldo reunir o presbitério de Mariana para celebramos juntos, em dia tão especial, os sacerdotes jubilares de 2012. Completam 25 anos de ministério presbiteral o monsenhor Celso Murilo Sousa Reis, nosso vigário geral, padre Henrique Batista do Nascimento, padre Paulo César Salgado, padre Rogério de Oliveira Pereira. Celebra 50 anos de ordenação presbiteral o padre José Eudes de Carvalho Araújo. O padre Afon-so Humkamp, SVD, 60 anos de ordenação e o padre José Maria Quintão Rivelli, 70 anos de presbiterato! Temos muito o que agradecer e louvar a Deus por todo o bem que Ele nos faz através do ministério destes queridos irmãos!

Diz São João Maria Vianney que o “sacerdócio é o amor do Coração de Jesus”. Não é exatamente isso que percebemos no Evangelho proclamado na liturgia de

hoje: Mt 9,35 – 10,1? Jesus vê as multidões e se com-padece delas! Jesus percorria as cidades e povoados pregando o Evangelho do Reino e curando as enfer-midades. Percebe as multidões cansadas e abatidas como ovelhas sem pastor. Com um olhar mais vasto, Jesus vê as multidões de todos os tempos e espaços como a messe imensa carente de trabalhadores… e nos convida, ontem, hoje e até o fi m da história, à oração de súplica ao dono da messe, pedindo que envie trabalhadores para a colheita. Toda a vocação de serviço na Igreja é sempre dom do alto, mediado pela compaixão de Jesus pelo povo. Nasce do amor do Pai que nos deu o seu Filho e na força do Espírito gera criaturas novas capazes de amar e servir, conti-nuando a missão de Jesus.

Assim é que Jesus chama os Doze e lhes confere o seu poder e missão. No chamado dos Doze está contido o chamado de todos os ministros ordena-dos, sem desconsiderar as vicissitudes de nossos chamamentos particulares e itinerários vocacionais peculiares. Jesus nos dá a missão de anunciar o Reino de Deus e nos confere o seu poder de combater o mal. Anunciar o Reino de Deus em nosso caminho existencial, isto é, como amigos de Jesus que assu-mimos o seu estilo de vida, as suas opções, os seus sentimentos, o seu esvaziamento na obediência, na pobreza e na castidade para que todos tenham a vida em abundância! Combater o mal no mundo com a força do Evangelho, isto é, o amor fraterno, o amor até

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aos inimigos, vencendo mal pelo bem, promovendo a reconciliação, a paz, a justiça, a verdade. Somos con-vidados a oferecer de graça o que de graça recebemos na doação total da vida por amor, seja numa longa vida de fi delidade como os jubilares que celebramos, seja num instante heroico de martírio como tantos santos que veneramos.

A chave de compreensão e de realização dessa vida de consagração total a Deus, ao seu Reino e ao seu povo, está na amizade com Jesus. Inspiro-me aqui no Evangelho segundo João com os amigos de Jesus que destaca. Como João Batista, o amigo do esposo (Jo 3,29), devemos nos alegrar por ouvir a voz do Senhor, encontrar na audição da Palavra de Deus o nosso gozo e aceitar diminuir para que Ele cresça em nossa vida e na vida de nossos irmãos e irmãs. Como os primeiros discípulos, devemos perguntar sempre de novo: “Mestre, onde moras?” E aceitar o convite permanente do Senhor: “Vinde e vede!” Permanecendo demoradamente com Ele na oração, na comunhão, na amizade de confi gura-ção, para podermos verdadeiramente anunciá-Lo aos nossos irmãos como Boa Notícia de Salvação que nós mesmos experimentamos (cf. Mc 3,14; Jo 1,39-42). Nós somos o que amamos. A amizade com Jesus nos transforma. No Evangelho segundo

João, Jesus nos diz no discurso de despedida: “Já não vos chamo servos porque o servo não sabe o que o seu senhor faz; mas vos chamo amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai vos dei a conhecer” (Jo 15,15). Não somos chamados, em primeiro lugar, a realizar coisas, mesmo coisas boas. Somos chamados, antes de tudo, a uma profunda intimidade com o Senhor, ouvindo o que vem do Pai, o seu desígnio de amor, de salvação para todos. Somos chamados para uma experiência de amor, de comunhão com o Senhor, que nos permite relativizar tudo o mais, buscando em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, não servindo a dois senhores e seguindo a Jesus no seu esvaziamento e doação da vida.

À exemplo das amigas de Jesus, Marta e Maria, devemos cultivar um relacionamento de amizade com o Senhor. Maria ungiu os pés de Jesus e era toda atenta à sua palavra. Penso na gratuidade, na dignida-de simples e na excelência do serviço litúrgico e na leitura orante das Sagradas Escrituras. Marta falava com Jesus com toda a simplicidade, franqueza, trans-parência, confi ança. Penso no nosso relacionamento com o Senhor vivido na verdade, na oração simples e confi ante, na certeza de estarmos juntos no exercício do ministério presbiteral.

Lázaro, o amigo de Jesus (Jo 11,11), irmão de

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Marta e Maria, nos revela a gratuidade da amizade de Jesus. O Evangelho não apresenta nada dito ou feito por Lázaro. Ele recebe tudo de Jesus: a amizade e o retorno à vida. Assim é com a nossa vocação presbiteral: escolha gratuita e amorosa do Senhor. Foi o Senhor quem tomou a iniciativa e sustenta a nossa resposta: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e produzirdes fr uto e para que o vosso fr uto permaneça, a fi m de que tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome ele vos dê” (Jo 15,16).

E o que dizer da fi gura do “discípulo amado” tão presente no quarto evangelho? Ela aponta para a intimidade mística com o Senhor e para a disponibi-lidade do testemunho prolongado de fi delidade. Diz Jesus a Pedro sobre “o discípulo amado”: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?” (Jo 21,22). Alguns celebram raros jubileus de ouro e diamante…

Por fi m, gostaria de realçar a fi gura de Pedro no diálogo do último capítulo do Evangelho segundo João. “Agapas me pleion touton? Agapas me? Phileis me?” (“Amas-me mais do que todos? Amas-me? És meu amigo?”). Esta é a principal condição para o encargo pastoral na Igreja: a amizade profunda com Jesus! Antes de tudo ela é um dom que o Senhor nos oferece e que precisamos sempre mais e de novo acolher! Cada padre deve poder dizer com São Paulo: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).

Queridos irmãos padres jubilares, queremos com vocês agradecer e louvar a Deus pelo grande dom recebido! Queremos agradecer a vocês o seu testemunho de fi delidade! Queremos suplicar todos juntos a graça da acolhida crescente da amizade com Jesus e da sensibilidade para perceber as carências das multidões, a abundância da messe, a necessidade da oração e do serviço generoso e alegre!

Dia de São João Maria Vianney, dia do padre! Como é belo contemplarmos aqui este numeroso presbitério reunido com o seu bispo e com a presença dos seminaristas do nosso Seminário São José! Nós padres somos continuadores da missão de Jesus Cris-to na força do Espírito Santo, como sinais do amor de Deus pela humanidade. Confi gurados ao Cristo Bom Pastor, servimos à comunidade eclesial pelo anúncio da Palavra de Deus, pela celebração dos sacramentos e pela caridade pastoral, abrindo-nos para o serviço a toda a sociedade. É verdade que todo o Povo de Deus é um povo sacerdotal, messiânico, profético,

comprometido com a construção do Reino de Deus no mundo. Mas o sacerdócio ministerial é um cha-mado específi co no contexto da vida cristã. Amigo de Jesus, o padre é escolhido do meio do povo para servir ao povo, obedecendo ao mandato missionário do Senhor (cf. Mt 28,18-20; Mc 16,15-16; Jo 20,21-23). Homem de oração, o padre deve pronunciar uma palavra que nasce do silêncio contemplativo, da intimidade com Deus e da sensibilidade para com os sofrimentos, as esperanças e alegrias do povo. O padre deve ser servo do povo porque servo de Deus. O ponto alto da vida do presbítero é a Eucaristia, pois é a partir da celebração do sacrifício de Jesus que se entende a vida do padre, como vida doada, misturada com a vida de Jesus que se entregou por todos nós.

Paixão por Deus e paixão pelo povo devem ser as características da vida presbiteral, constituindo a espiritualidade da caridade pastoral, própria do presbítero diocesano. O padre deve ser o homem que estabelece pontes: servidor da unidade na comu-nidade, promotor da reconciliação e da comunhão com Deus e entre as pessoas. Chamado por Deus e ministro da Igreja, o padre deve escutar e proclamar a Palavra de Deus movido pelo Espírito Santo, não uma simples palavra humana, mas uma palavra que salva. Como dizia o fi lósofo católico Jean Guitt on: “que os padres nos dêem Deus”!

Comprometido com a redenção do mundo, o pa-dre não exerce a sua missão de forma isolada, à moda de um super-heroi, mas na comunhão presbiteral, vinculado à sua Igreja Particular com um horizonte universal. Sustentado pela fraternidade presbiteral e movido pelo amor a Cristo e à Igreja, o padre reali-za-se na dedicação pastoral. Cada padre com a sua vocação pessoal, sempre na comunhão presbiteral e eclesial, obediente ao bispo diocesano, testemunha e proclama a beleza, a verdade e o bem que conferem sentido à existência humana, promovendo o encon-tro das pessoas com o Deus vivo! O verdadeiro padre é um promotor vocacional que encaminha as pessoas para a plenitude da vida. O seu ministério está a ser-viço do sacerdócio comum dos fi éis para que todos tenham vida e vida em abundância (cf. Jo 10,10). Que a Virgem da Assunção interceda por nós para vivermos na fi delidade ao ministério recebido!

Parabéns a todos os padres aqui presentes! Para-béns especialmente para os queridos padres jubilares! Louvamos e agradecemos a Deus pelo dom de suas vidas e ministério presbiteral longo e fecundo! “Te Deum laudamus!”

Especial

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Seminário

No dia 27 de agosto a arquidio-cese de Mariana celebrou os 6 anos de falecimento de dom

Luciano Mendes e outorgou, por meio da Fa-culdade Arquidiocesana de Mariana, a sexta edição da comenda “Dom Luciano Mendes de Almeida” do mérito educacional e de respon-sabilidade social.

O arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha, presidiu a celebração eucarísti-ca na catedral basílica Nossa Senhora da As-

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Faculdade Arquidiocesana outorga Comenda Dom Luciano

Ano VI . nº 12 . Dezembro de 2012

Júlio César Divino Vigiano3º ano de fi losofi a

sunção, que contou com a presença de vários bispos amigos, dom Barroso Francisco Filho, bispo emérito de Oliveira, dom José Belvino do Nascimento, bispo emérito de Divinópo-lis, dom Walmor de Oliveira Azevedo, arce-bispo de Belo Horizonte e os bispos auxilia-res dom Luiz Gonzaga Fechio, Wilson Luís Angotti Filho e João Justino de Medeiros Silva. Vários presbíteros, diáconos, semina-ristas e fieis acorreram para celebrar em ação de graças pela vida e ministério de tão amado

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14 dezembro 2012

Seminário

pastor que foi dom Luciano Mendes.O arcebispo de Belo Horizonte proferiu a

homilia com sábias e profundas palavras des-tacou o exemplo de vida e o testemunho des-te grande mestre dos pobres e da Igreja, que foi e que sempre será, dom Luciano, grande homem e grande profeta da verdade. “Dom Luciano era o exemplo vivo do desprendimento, cuidado com o próximo e de profunda vivência espiritual. Portanto, vivemos num momento que é importante olharmos para os exemplos de pes-soas como dom Luciano. É dessa maneira que vivencio esse instante muito profundo e sincero, de intensa espiritualidade”, acrescentou.

Em seguida, no Centro Cultural Arqui-diocesano dom Frei Manoel da Cruz, houve a outorga da Comenda Dom Luciano pelo arcebispo e reitor da Faculdade Arquidioce-sana, Dom Geraldo. Neste ano, os agraciados foram dom Walmor Oliveira de Azevedo, ar-cebispo metropolitano de Belo Horizonte;

dom Francisco Barroso Filho, bispo emérito de Oliveira; dom José Belvino do Nascimen-to bispo emérito de Divinópolis; monsenhor Flávio Carneiro Rodrigues, diretor do arqui-vo eclesiástico da arquidiocese de Mariana; monsenhor Júlio Lancellotti, vigário episco-pal para o povo de rua da arquidiocese de São Paulo e as irmãs da Beneficência Popular.

Por tudo isso, somos agradecidos por mais este momento de graça e benção em nossas vidas. Igualmente somos eternamente gratos a Deus pela presença deste homem de inúmeros adjetivos em nossa igreja e de modo particular em nossa arquidiocese de Mariana. Pedimos a dom Luciano, que está junto de nosso Pai no céu, que interceda a Deus por nós, para que sempre possamos seguir seu exemplo de amor para com todos, levando a Palavra de Deus aos mais afastados.

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Gens Seminarii No 12 15

Seminário

A equipe da revista Gens Seminarii entrevistou os vocacionados que receberam o ministério presbiteral

para o serviço a Deus e a Igreja.

1. Gens Seminarii: Conte-nos um pouco so-bre como nasceu sua vocação ao ministério sacer-dotal? Quais sinais de Deus você percebe em sua vida?

2. Gens Seminarii: Dentro da realidade pas-toral de sua igreja particular como você percebe seu ministério sacerdotal e quais as perspectivas nesta nova etapa da sua vida?

ENTREVISTAS

Pe. Márcio Vieira de Jesus

Ordenado no dia 28 de abril de 2012 e exer-ce seu ministério na Paróquia Nossa Senhora da Piedade – Prelazia de Cristalândia – GO

1) Ao longo de um itinerário vocacional que se dá entre alegrias e tristezas, encontros e desen-contros, ganhos e perdas, luzes e trevas, vai-se vislumbrando e solidifi cando o meu encanto e en-tusiasmo pelo sacerdócio ministerial. Servir com alegria é uma marca visível do sacerdócio que

vivo para a Igreja de Jesus Cristo. Sou fi lho de Irani Vieira e Manoel Sardinha

de Jesus. Fui batizado na Paróquia São Pio X em Goiânia. Iniciei o ensino primário no município de Jandaia, onde moram meus familiares. Ter-minei o ensino médio em 2002. Todavia, desde o ano 1999 vinha sendo acompanhado nesta paró-quia como vocacionado. No ano de 2003, iniciei a vida no Seminário Propedêutico. No ano de 2004 ingressei na Casa de Formação Pe. Odarly em Goiânia.

Graduei-me em fi losofi a pela Universidade Católica de Goiás, e a partir do ano 2008, fui morar em “terra mineira” no Seminário São José de Teologia em Mariana. Em síntese, posso dizer o ministério sacerdotal é uma dádiva sublime. Neste ministério aprendo a cada dia viver como eterno aprendiz o ensinamento de Cristo: “amor mútuo”.

Quando o amor é verdadeiro, suscita como resposta também o amor. O amor mútuo é a ple-na atuação da arte de amar.

2) Tenho buscado, a cada dia, responder ao chamado de Deus colocando-me seu a serviço e do povo a mim confi ado para amar e servir. Neste caminho lancei meu viver e tem sido maravilhoso ser sacerdote na Igreja particular da Prelazia de Cristalândia. De buscar, em sintonia com o bis-po, o presbitério e a caminhada de fé das comu-nidades anunciar com ardor a Palavra de Deus e revelar o Seu amor por cada um de nós. Tudo isso não deixa de ser um desafi o, mas conforta o coração saber que estou contribuindo na obra de Deus e que Ele não deixa de prover àqueles que se colocam sob suas mãos poderosas e paternas.

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Seminário

Pe. André Oliveira Quintão

Ordenado dia 05 de maio, natural de Piranga, exerce seu ministério na Paróquia São João Batista em Barão de Cocais

1) Amigos na fé em Jesus Cristo, sou o padre André fui ordenado em Piranga sacerdote no dia 05 de maio. A vocação sacerdotal é um mistério, ao mesmo tempo, algo vinculado ao nosso “chão da vida”. Deus nos chama através de sinais visíveis. Já na infância percebia tamanho entusiasmo na catequese, nas equi-pes de coroinha e música. Na adolescência entendia este chamado quando participava na comunidade, especialmente nas missões populares. Penso que uma comunidade missionária será sempre berço de diver-sas vocações. Ademais, vejo que esta sublime vocação sacerdotal foi sempre alimentada pela Eucaristia e pela escuta da Palavra de Deus. O encontro com os enfermos também foi outro despertar vocacional, pois me conduziu à experiência do sofr imento humano. Neste sentido, já percebia que o sacerdote é sinal da es-perança, ministro da reconciliação e da paz. Quando celebramos a santa missa ou atendemos uma pessoa administrando um sacramento como a reconciliação, contemplo a riqueza de uma alma sacerdotal. Ser pa-dre e viver este dom sagrado que me proporciona rea-lização e felicidade, pois compreendo que o ministério é sempre oferta. Enquanto vivo para a comunidade, logo, entendo que o sacerdócio está ligado ao serviço exercido aos outros.

2 ) Penso que o nosso Projeto Arquidiocesano de Evangelização (PAE) é uma oportunidade para os

novos sacerdotes dedicarem seu ministério na perspec-tiva do acolhimento. Queremos ser “Igreja viva, cha-mada a assumir no discipulado, a comunhão e a mis-são”. Neste sentido, direciono o sacerdócio nesta ótica de ir ao encontro das pessoas. Receber a visita de um padre, perceber a presença do sacerdote que caminha junto com o povo, ver um padre na comunidade rural ou urbana, no bairro, na rua; são sinais de um padre que faz o exercício do acolhimento. É preciso escutar as pessoas e compreender sua experiência humana. O Projeto ainda nos convida à conversão pastoral. Neste aspecto, o padre pode descobrir meios para tornar-se acessível às pessoas. Quando percebemos que a nos-sa ação pastoral caminha na direção missionária, é possível fazermos memória dos cristãos que outrora também se reuniam nas casas para celebrar. Portanto, as perspectivas do ministério sacerdotal estão nesta di-reção: Igreja que vai ao encontro das pessoas.

Pe. Claudinei Lourenço de Souza

Ordenado no dia 30 de junho, natural de Canaã, exerce seu ministério na Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Piranga.

1) Queridos e apreciados leitores desta estimada re-vista, a vocação é antes de tudo um dom de Deus para a vida do mundo! A esta iniciativa divina o ser huma-no corresponde com uma resposta de amor ao amor primeiro. Tudo isso está mergulhado numa realidade de intenso e vigoroso mistério. Do dinamismo deste mistério nos alcançamos que a vocação na se trata de uma aventura pessoal, mas sim de uma construção comunitária, na qual a família tem a primeira e mais

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Seminário

Seminaristas participam de semana missionária em Ouro Preto

Danilo dos Santos Gomes3º ano de fi losofi a

O Seminário São José, comunidades da fi losofi a e teologia, participaram da se-

mana missionária que ocorreu nos dias 23 a 30 de junho na paróquia Santa Efi gênia em Ouro Preto com o tema: “Queremos ser igreja em mis-são a serviço da vida”. Foram dias de profunda espiritualidade e aprendizagem com o povo de Deus. Nesta missão os seminaristas puderam pensar e reanimar sua vocação diante do apelo de Cristo na vida de seu povo. Grande foi a alegria das comunidades que nos receberam e, junto ao povo, procura-mos testemunhar o amor de Deus na vida da-queles que vivem mais afastados da vida ecle-sial. Através das visitas as famílias, celebrações da eucaristia, da palavra, orações nas casas,

Arquivo seminário

relevante missão. Na minha caminhada, à família se juntou a fr utuosa convivência com os vicentinos e com os grupos de refl exão. A vocação que Deus hoje me confi a tem esse berço familiar e foi reconhecida com a decisiva ajuda do padre José Raimundo Alves e posteriormente com a participação afetiva e efetiva de todos com quem me encontrei e convive ao longo da caminhada no seminário.

2) A vida é de todos os sinais o mais evidente sinal da presença e da bondade de nosso Deus. Ao lado da vida destaco a Fé que nos possibilita mais do que ou-samos sonhar e sem dúvida mais do que merecemos. Vivo a cada dia a intensidade de uma vida inteira nas suas alegrias, dores e sem igual esperança, no fi rme propósito de fazer fr utifi car o ministério que Jesus me confi ou como aprendiz da vida que se realiza na

doação. É dessa forma, que insiro meu ministério em toda a caminhada de fé das comunidades de nossa arquidiocese.

visita as escolas e creches experimentamos o verdadeiro sentido da vida cristã que se mani-festa através da entrega e do despojamento, vir-tudes estas que são de suma importância para a vida daqueles que desejam a vida sacerdotal.

A arquidiocese de Mariana tem a alegria de ante-cipar as alegrias das ordenações diaconais e pres-biterais que são sinais das respostas generosas ao chamado feito por Deus:- 16 de dezembro: ordenação dos diáconos perma-nentes em Conselheiro Lafaiete- 16 de fevereiro: ordenação dos diáconos provisó-rios em Mariana- 02 de março: ordenação presbiteral do diác. Mau-ro Silva em Capela Nova - 06 de abril: ordenação presbiteral do diác. Sérgio José da Silva em Brumal- 18 de maio: ordenação presbiteral do diác. Lean-dro Ferreira Neves em Ponte Nova

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Seminário

Arquivo pessoal

Nestes atos tão singelos e que para os olhos de alguns tão rotineiros vivenciamos aquela saída de nós mesmos, do nosso egoísmo e como-dismo, para o encontro com o outro com um único objetivo e inspiração: levar a Palavra de Cristo a todos. A celebração de encerramento no dia 30, foi presidida por dom Francisco Barroso Filho, e concelebrada por padre Lauro Sérgio Versiani, reitor do seminário; padre Edmar José da Silva, diretor da fi losofi a e vigário pa-roquial; côn. Agostinho de Lourdes Coimbra Oliveira, padre Tarcísio Moreira. Padre Bráulio Mendes e mons. José Eudes do Nascimento, então pároco e, recentemente, nomeado bispo

de Leopoldina. Em sua homilia padre Edmar ressaltou a necessidade de vivermos uma vida de intensa missão e afi rmou “que a semana de animação missionária termina, mas a missão continua. E todos aqueles que foram tocados pelo amor de Deus durante aqueles dias, devem reno-var o compromisso de continuar amando a Deus, participando da sua comunidade eclesial e doan-do um pouco da sua vida aos que estão desanima-dos, sem alegria e esperança.” A comunidade do Propedêutico tam-bém realizaram sua experiência missionária entre os dias 24 a 26 de agosto nas comunida-des da paróquia de Nossa Senhora da Assun-ção em Barbacena com o objetivo principal le-var a Palavra de Deus às pessoas mais afastadas

da vida da comunidade e também despertar no coração dos jovens o interesse em ouvir o chamado que Deus faz a cada um deles, sendo para a vida sacerdotal, religiosa ou leiga. Du-rante a semana houve visita às famílias, encon-tro com jovens e crianças e celebrações.

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Seguindo o apelo do documento de Aparecida que faz um forte clamor a missão além-fronteiras, o propedeuta João Luiz da Silva, durante o mês de julho, fez uma experi-ência missionária no município de Itapecuru Mirim, no estado do Maranhão. Durante 20 dias ele pode, juntamente com algumas irmãs do Sagrado Coração de Jesus, viver o evange-lho no meio do povo de Deus tendo com eles um só coração e uma só alma: “Este tempo foi uma graça de Deus, pois pude conviver com o povo maranhense, comer o que eles comem, beber o que eles bebem, ver de perto o que eles passam no dia-a-dia, conhecer a cultura, isto sim é mis-são!”, assim afi rmou demonstrando sua alegria e satisfação pela experiência missionaria.

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Gens Seminarii No 12 19

Seminário

Os vocacionados do Grupo de Orien-tação Vocacional

(GOV) da arquidiocese de Ma-riana, nos dias 6 a 9 de setembro, auxiliados pela irmã Irene Barbo-sa Moreira e pelos seminaristas Adelson Laurindo e Rodrigo Marcos, tiveram a oportunidade de rezar as suas vidas e vocação à luz da refl exão sobre o “Amor de Deus”. O encontro aconteceu na casa das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, em Barbacena Centrados na Palavra de Deus, luz para toda vivência cristã, os vocacionados foram

Arquivo Seminário

Para nós seminaristas, as missões são de grande contribuição para nosso desenvol-vimento espiritual e humano. Vivemos mergu-lhados num espírito contemporâneo que preza o exacerbado subjetivismo e, até mesmo, uma

desvalorização do homem, por isso as missões tem por objetivo nos purifi car e educar a viver e comprometer com os ensinamentos cristãos e com o próximo.

Grupo de Orientação Vocacional realiza Retiro Espiritual

Danilo dos Santos Gomes3º ano de fi losofi a

despertados para a generosidade do amor de Deus. O vocacionado Wagner Balbino, em uma de suas partilhas, relatou: “Na medida em que coloco minha vida fr ente à Palavra de Deus, percebo que Ele reserva um projeto de amor para mim”. Foram dias de fru-tuosas partilhas e participação nos momentos de oração e celebração. Tudo isso só foi possível porque foram capazes de acolher no silêncio de seus corações a Palavra de Deus e deixá-la transformar em suas

vidas. O silêncio é a chave de um diálogo profun-do com Deus que nos coloca atentos às necessida-des mais urgentes de nosso tempo. “Experimentar Cristo nos fortalece em nossas escolhas e difi culdades; para isso é preciso pedir o dom da sabedoria para en-tender o amor de Deus em nossa vida; Fidelidade na-quilo que escolhemos implica fé amadurecida; Quem comunga o corpo de Cristo tem que ser pão partido para o mundo”, ressaltou irmã Irene.

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20 dezembro 2012

Seminário

Nomeações e homenagens que alegram a vida de nosso Seminário!

No dia 27 de agosto, no dia em que a ar-quidiocese comemorou os seis anos do aniversário de morte de dom Luciano,

o arcebispo dom Geraldo Lyrio Rocha noticiou a nomeação apostólica de monsenhor Celso Murilo de Souza Reis, vigário geral e professor no Insti-tuto de Teologia, como Prelado de Honra de Sua Santidade e a do monsenhor Roberto Natali Star-lino, Vigário judicial da arquidiocese e professor no Instituto de Teologia, como Capelão de Sua Santidade . Também foram nomeados, padre Edvaldo Antônio de Melo, que realizava seus estudos fi lo-sófi cos em Roma, como vigário paroquial da pa-róquia do Sagrado Coração de Jesus em Mariana, membro da equipe de formadores do nosso se-minário, auxiliando no atendimento das direções espirituais. Padre Darci Fernandes Leão, que ainda permanece em Roma terminando seu doutorado, mas que ao voltar assumirá a paróquia Nossa Se-nhora de Conceição em Cachoeira do Brumado e auxiliará na equipe de formadores da comunidade da teologia. Que eles sejam bem vindos novamen-te em nossa arquidiocese e em nosso seminário! Muita alegria também pela vida do esti-mado côn. Jadir Trindade Lemos, que completou, no dia 11 de agosto, seus 80 anos de vida de mui-to amor a Deus e ao sacerdócio. Grande presen-ça; simples, discreta, amiga e serena em meio aos padres, aos seminaristas, funcionários e inúmeras que pessoas que acorrem a porta do seminário para pedir-lhe o sacramento da confi ssão, uma conversa, uma ajuda, uma benção.... Parabéns, cô-nego Jadir!! Mons. Flávio Carneiro Rodrigues, gran-de conhecedor das letras e da história da arqui-diocese, ingressou na casa do saber, a Academia

Marianense de Letras. De professor de história, grego, latim, língua portuguesa no seminário e na Universidade Federal de Ouro Preto. Atualmente é diretor do Arquivo Eclesiástico da arquidiocese. Possui vários trabalhos publicados, dentre eles “Etimologia, ciência esquecida” e os cadernos das “Visitas pastorais no séc. XVIII no bispado de ma-riana”. Ele passa a ocupar a cadeira que tem como patrono Dom Frei José da Santíssima Trindade, sexto bispo de Mariana. Por tantos motivos, só temos a agrade-cer a Deus pela vida desses homens que fazem a diferença na vida de nossa Igreja, que são exemplo de dedicação ao povo de Deus e à formação dos futuros sacerdotes de nossa arquidiocese. Que são José e nossa senhora da Assunção, padroeiros do seminário e de nossa arquidiocese, abençoem os trabalhos que cada um desenvolve, dando-lhes muita paz e perseverança.

Danilo dos Santos Gomes3º ano de fi losofi a

Mons. Celso Mons. Natali Pe. Edvaldo

Pe. Darci Côn. Jadir Mons. Flávio

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Gens Seminarii No 12 21

Seminário

Dom Hélio Heleno, vida “Propter Regnum Dei” “Por causa do Reino de Deus”

A vida episcopal de Dom Hélio Gonçalves He-leno foi vivida a partir

do seu lema: “Propter Regnum Dei” e sob esta perspectiva se empenhou na vivência dos va-lores evangélicos, na presença fraterna, simples e despojada no convívio com seus pares no episcopado, com o presbitério e o povo de Deus. Empenhar-se por inteiro em prol do Reino de Deus foi a inspiração-meta que moveu o trabalho deste insígne pastor, que se colocou totalmente no itinerário de, a cada dia, crescer no discipulado-missioná-rio de Jesus Cristo. No dia 04 de setembro, a diocese de Caratinga, da qual Dom Hélio foi seu 5º bispo, emitiu nota comunicando o falecimento de seu bispo emérito. Com grande pesar e tristeza a no-tícia chegou a Mariana, pois tinha este prelado forte ligação com nossa arquidiocese. Sua vida, história e vocação se entrelaçam com a história da arquidiocese e do Seminário. Primeiramente porque ele é fi lho de Mariana, nasceu na cidade de Cipotânea, aos 18 dias do mês de maio de 1935. Filho de José Francisco Heleno e Maria Francisca de Almei-da. Segundo, porque completou sua formação acadêmica em fi losofi a (1955-1957) e em te-ologia (1958-1961) no Seminário da Arqui-diocese de Mariana. Foi ordenado presbítero no dia 3 de dezembro de 1961, em Mariana, por dom Oscar de Oliveira. Na arquidiocese foi vigário na paróquia de Entre Rios de Minas (1962-1965), pároco de São Pedro dos Ferros (1966-1971) e de São Manoel, em Rio Pomba

(1972-1978), onde também foi vigário forâneo. Em 24 de março de 1979 tomou posse como bispo diocesano de Caratinga. Esteve a frente da diocese de Caratinga por 32 anos. No dia 16 de fevereiro de 2011, o Papa Bento XVI aceitou seu pedido de renúncia, quando então tornou-se bispo emérito. O metropolita, dom Geraldo Lyrio Rocha, presidiu a celebração na Catedral São João Batista em Caratinga com a participação de vários bispos, padres e centenas de fi éis. Em sua homilia, dom Emanuel Messias de Oliveira, sucessor de dom Hélio, destacou que “vivemos um momento de muita fé. Um momento de pro-funda refl exão sobre a vida. Momento oportuno de testemunho profundo de fé”. Após a missa, o cor-po do bispo foi conduzido à cripta da catedral, onde foi sepultado. Muitas foram as manifestações de ca-rinho e apreço por parte do clero, de amigos, e de fi éis pela partida deste estimado pastor. Para seu amigo de infância, dom Francisco Barroso Filho, bispo emérito de Oliveira, dom Hélio

Geraldo Trindade 3º ano de teologia

Arquivo Diocese de C

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22 dezembro 2012

é um verdadeiro homem de Deus. “Homem de uma consciência muito pura, quase escrupulosa, de tão consciente que era. Dom Hélio tinha um gran-de amor pela Igreja, tudo o que ele fazia, fazia por amor. Eu o admirava muito. E hoje partiu, prestou contas a Deus, com a consciência tranquila, como sempre teve, e já deve ter ouvido de Deus aquelas pa-lavras bonitas: ‘Servo bom e fi el, entra na alegria do teu Senhor’ (Mt 25,21).” Monsenhor Raul Mott a disse que dom Hélio “chegava de repente, conversava, fi cávamos batendo papo. Ele foi um ‘amigão’ que tivemos.

Está deixando muita saudade”, disse o amigo pessoal do bispo. O arcebispo de Mariana, dom Geraldo, lembrando recordou do ministério sacerdotal de dom Hélio pelas paróquias: “Ele é lembrado como o grande pároco e como o grande pastor, que visitou tantas vezes as comunidades, as paróquias, que administrou tantas vezes o sacra-mento da Crisma, que ordenou tantos padres para esta diocese, que tanto se dedicou ao seminário de Caratinga. Enfi m, ele deixa atrás de si a marca das boas obras que ele realizou nesta vida”.

Lucas H. P. Santos2º ano de fi losofi a

Amigos e familiares se despedem do seminarista Vicente

V icente de Paulo Alves (Sobrália, 15 de ju-nho de 1988; Belo Horizonte, 31 de agosto de 2012), fi lho do senhor Osvaldo Alves

do Nascimento e da senhora Lúcia de Freitas Alves, iniciou seu processo formativo na Diocese de Go-vernador Valadares, onde ingressou no Seminário Nossa Senhora Auxiliadora - Comunidade do Pro-pedêutico. No ano de 2011 veio para Mariana cursar fi losofi a na Faculdade Arquidiocesana e continuar seu processo formativo no Seminário São José. O grande amigo e companheiro Vicente nos deixou, marcando nossas vidas com sua simpli-cidade e generosidade no carinho e no afeto. Dentre as muitas características ponho em relevo uma das mais bonitas, sua grande fé e seu imenso amor pela Igreja. Recordo-me que ele defendia com ardor nossa Igreja, a santíssima virgem Maria, e tudo que envolvia sua fé; fé esta que trazia dentro de si como uma das maiores riquezas de sua vida, como um ho-mem que havia encontrado a pérola mais preciosa e vendeu tudo para fi car só com ela. Seu zelo pela liturgia foi um dos aspectos mais admirados no tempo em que passou pelo curso de fi losofi a no seminário de Mariana, sempre envolvi-do nos trabalhos relacionados às celebrações e aos

Arquivo Pessoal

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“O Concílio Vaticano II: Um novo olhar sobre a Igreja e sua relação como mundo”

Pe. Danival Milagres CoelhoDiretor de estudos da Teologia

Dentro da comemoração dos 50 anos de abertura do Concílio Vaticano II, o nosso XIII Simpósio Filosófico-Teológico, promovido pela Faculda-de Arquidiocesana de Mariana e o Instituto Teológico São José do nos-so Seminário Arquidiocesano, refle-tiu sobre tema o Concílio Vaticano II: um novo olhar sobre a Igreja e a sua relação com o mundo. Foi um momento de refle-xão e diálogo durante as conferên-cias, mesa-redonda e mini-cursos. No primeiro dia, tivemos a alegria da presença de um padre conciliar, Dom José Maria Pires, o arcebispo emérito da arquidiocese da Paraíba. Na sua espontaneidade e sabedoria partilhou conosco a sua experiência, falando sobre o Concílio Vaticano II: esperança e desafios. Dentre as reflexões desen-volvidas neste Simpósio, destaco duas que nos ajudaram mais dire-

Divulgação

momentos de oração em nossa casa. Enfi m, Vicente veio ao mundo para nos dar testemunho. Testemunho que ainda existem jo-vens que largam tudo por uma causa, por um amor maior. E esse amor maior que é o próprio nosso Senhor Jesus Cristo que o alimentou e o fortifi cou para que amasse como Ele amou, sorrisse como Ele sorriu, servisse como Ele serviu, viver para o outro como Ele viveu!

“Quando a gente encontra reforço em nossos amigos tudo se faz tão diferente, a vida fi ca mais feliz e tudo se transforma. Obrigado meu Deus por me dar bons e grandes amigos!!!”, escreveu Vicente em uma men-sagem entregue aos amigos antes de ir para as férias e iniciar o tratamento ao câncer que o levaria a mor-te dias meses depois. Descanse em paz e brilhe para ele a vossa luz, Senhor de bondade!

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Seminário

tamente a contemplar o Concílio Vatica-no II como um novo olhar sobre a Igreja e sua relação com o mundo. A primeira é so-bre a Eclesiologia do Vaticano II, realizado por Dom João Justino, ressaltando pontos importantes da Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja. Apresentou com muita propriedade a Eclesiologia do Vaticano II, enquanto Igreja povo de Deus, mas, sobretudo, ressaltou a Eclesiologia da Comunhão entre os fieis leigos e ministros ordenados. A segunda foi a temática da mesa redonda sobre a Antropologia do Vaticano II, tendo como participantes o Pe. Lauro Sérgio Versiani Barbosa, Reitor de nosso Se-minário, e o Pe. Paulo Jackson Nobrega de Sousa, doutor em Teologia Bíblica. Destaco aqui a reflexão do Pe. Lauro, que nos ajudou a compreender a Igreja na sua relação com o mundo e o ser humano, sobretudo ao refle-tir à luz da Constituição Pastoral Gaudium et Spes.

servir, como fica evidente no início do seu belo Proêmio: As alegrias e as esperanças, as triste-zas e as angústias dos homens de hoje, sobre-tudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tris-tezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente hu-mana que não encontre eco em seu coração (GS 1). A questão antropológica ocupa lugar fun-damental na exposição da Gaudium et Spes: o homem será o fulcro de toda a nossa exposição: o homem uno e integral: corpo e alma, coração e consciência, inteligência e vontade (GS 3). É claro que o ser humano é contemplado à luz da revelação cristã”. Depois, chamou atenção para o numero 22 da Gaudium et Spes pelo seu altíssimo nível teológica, afirmando que perspectiva cristológica é a única capaz de esclarecer o mistério do ser humano: Na re-alidade, só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente o mistério do homem. Por fim, além dos mini-cursos que procuraram desenvolver a temática deste Simpósio, merece destaque a conferência da Professora Dra. Marta Luzie (UFOP) que refletiu sobre “A Filosofia contemporânea e a vocação universal à santidade”. Sua reflexão se valeu da contribuição das humanidades, sobretudo, da psicanálise e da própria filo-sofia ao analisar o ser humano marcado por sombras e culpas. Em seguida, desenvolveu o tema da vocação universal à santidade, se-gundo a Lumen Gentium, convidando-nos a viver a kenosis como condição para vivermos na dinâmica da graça e não na dinâmica da culpa. Ora, viver na dinâmica da graça é o caminho para alcançarmos a maturidade an-tropológica, que consiste em nos relacionar-mos mais de forma misericordiosa do que em forma de julgamento.

De fato, assim nos lembrou Pe. Lau-ro que a Constituição Pastoral Gaudium et Spes assume uma postura de diálogo com o mundo contemporâneo, e, por isso, “contem-pla o ser humano concreto a quem a Igreja quer

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Trabalhos de conclusão de curso de Filosofia e Teologia

Saída meta fi losófi ca para a problemática do paradoxo antropológico em Blaise PascalAluno: Alessandro Ferreira de Andrade BlankOrientador: Ms. Pe. Edmar José da Silva

A compreensão de angústia segundo Sören KierkergardAluno: Bernardo Ferreira de SouzaOrientador: Ms. Robson Adriano Fonseca Dias Silva

Nietzsche entre máscaras: Tragédia e comédia na estética da vidaAluno: Bruno Aparecido NepomucenoOrientador: Ms. Mauro César Castro

Hermenêutica e símbolo na obra O confl ito das interpretações de Paul Ricoeur Aluno: Danilo dos Santos GomesOrientador: Dr. René Armand Dentz

O falar enquanto atividade humana: a compre-ensão de jogos de linguagem nas investigações fi losófi cas de Ludwig Witt genstein

“Dê-me, Senhor, agudeza para entender, capacidade para reter, método e faculdade para aprender, sutileza para interpretar, graça e abundância para falar. Dê-me,

Senhor, acerto ao começar, direção ao progredir e perfeição ao concluir.” Santo Tomás de Aquino

Aluno: Douglas Lopes Amaral Orientador: Ms. Pe. Adriano José da Silva

Filosofi a e psicanálise em Paul RicoeurAluno: Fábio Avelar SalmenOrientador: Dr. René Armand Dentz

Homo homine lúpus? A passagem do estado de natureza ao estado civil em Th omas Hobbes Aluno: Gustavo Moreira Mendes.Orientador: Paulo Augusto da Silva

A felicidade em EpicuroAluno: José Maria DiasOrientador: Ms. Robson Adriano Fonseca Dias Silva

A compreensão de felicidade na obra De beata vita de Santo AgostinhoAluno: José Tarcísio da CostaOrientador: Dr. Emilién Vilas Boas Reis

Compreensão de felicidade a partir dos li-vros III e IV da obra consolação da fi losofi a

Instituto de Filosofi a Faculdade Arquidiocesana de Mariana

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Seminário

de BoécioJosinei da Rocha NetoOrientador: Ms. Pe. Adriano José da Silva

O perdão em Paul RicoeurAluno: Júlio César Divino VigianoOrientador: Dr. René Armand Dentz

O indivíduo humano narcisista da hipermo-dernidade segundo Gilles LipovetskyLeandro Alves FigueiraOrientador: Ms. Pe. Edmar José da Silva

O desvelar de Deus na obra confi ssões de San-to AgostinhoAluno: Leandro Marcos Costa Orientador: Dr. Emilién Vilas Boas Reis

O “Tu eterno” em Martin BuberAluno: Lucas Antônio FerreiraOrientador: Ms. Pe. Edmar José da Silva

Instituto de Teologia - Seminário São José

Orientadora: Ms. Ir. Rita Maria Gomes

Sinais dos tempos: presença salvífi ca de Deus.Aluno: Edir Martins MoreiraOrientador: Ms. Pe. Luiz Antônio Reis Costa

O mistério pascal na obra de Hans Urs Von Balthasar: ação, drama e glória.Aluno: Th iago José Gomes Orientador: Ms. Pe. Luiz Antônio Reis Costa

O tornar-se pessoa em Emmanuel MournierAluno: Lucas Germano de AzevedoOrientador: Ms. Robson Adriano Fonseca Dias Silva

A virtude na Ética Nicômaco de AristótelesAluno: Luciano de Oliveira Pereira.Orientador: Ms. Robson Adriano Fonseca Dias Silva

O olhar como abertura primaz para a intersub-jetividade em SartreAluno:Márcio Henrique da SilvaOrientador: Ms. Pe. Edmar José da Silva

Por uma fi losofi a do cinema segundo Gilles Deleuze e a partir de Jean- Luc GodardAluno: Ramon dos Santos Orientador: Ms. Mauro César

A busca de um modelo pastoral e missionária a partir de Atos 8,26-40,Aluno: Adelson Laurindo Sampaio ClementeOrientador: Ms. Mons. Celso Murilo Souza Reis

Ressuscitou, não está aqui.Aluno: Antônio Adriano ValeOrientador: Ms. Pe. Danival Milagres Coelho

Lava pés, modelo de serviço a ser seguido.Aluno: Celino Alves Ferreira

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OSIB Leste 2 realiza sua 32ª Assembleia na diocese de Paracatu

Dentro das comemorações do jubileu de ouro da diocese de Paracatu- MG reali-zou-se no período de 15 a 18 de outubro

de 2012 a 32ª Assembleia da OSIB do regional Leste II. Esta assembleia contou com a presença de várias dioceses e arquidioceses que compõem este regional, somando um total de 25. Assessorado pelo padre Dalton Barros de Almeida, Cssr, a 32ª assembleia teve como tema central: “Os novos desafi os para o processo forma-tivo no contexto de mudança de época”. Foi sem dúvida um momento rico de partilha para os formadores e formandos das arqui-dioceses re-presentadas, oportunidade ímpar de aprofundar e dialogar sobre as exigências de um novo olhar para a formação presbiteral. Padre Dalton apon-tou para os grandes desafi os para se formar o presbítero num contexto de mudanças de época e de crise, que a princípio não signifi ca somente e

totalmente negativo. A arquidiocese de Mariana esteve represen-tada neste encontro pelo reitor do seminário pa-dre Lauro Sergio Versiani Barbosa, padre Edmar José da Silva, diretor da casa de fi losofi a e secretá-rio da OSIB Leste II e o seminarista Harley Lima que cursa o 2º ano de fi losofi a. Marcou presença a diocese de Governador Valadares representada pelo reitor do seminário, padre Anderson José de Paula; diretor espiritual, padre Sebastião Carmo Pereira e seminarista Lucas Henrique, 2º ano que cursa Filosofi a em nossa arquidiocese. É certo que a partir desta assembleia será lançado aos seminários e institutos de formação uma nova ótica acerca da preparação dos candi-datos para a vida presbiteral. A presença de tantas representações do regional marcou positivamente o encontro e foi avaliada de modo muito positiva pela direção da OSIB.

Harley Lima - 2º ano de fi losofi a

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28 dezembro 2012

Informativo

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Caros amigos aexanos, pela primeira vez,temos a oportunidade de lhes falar na qualidadede Presidente da Associação dos Ex-Alunosdos Seminários de Mariana – AEXAM.Inicialmente, gostaríamos de lhes agradecer aconfiança de nos fazer estar seu Presidente nobiênio 2012-2014. É uma honra, mas, também,um ônus se, na verdade, pretendemos conduzi-la, no mínimo, como os nossos antecessores ofizeram: com muita dedicação e muito empenho.Temos sempre dito que, quando se desempenhauma função com prazer, seu fardo é suave pormais pesado que ele seja. É neste diapasão queexecutamos os nossos encargos. Gostamos doque fazemos e com a AEXAM não serádiferente. Se ao final de nosso mandato, nãoalcançarmos todos os nossos objetivos, nãofoi por falta de boa vontade na execução destamissão, mas por nossa incompetência.

Nossa associação vem sendo bemconduzida e não podemos interromper esteprocesso. Vamos dar continuidade a tudo debom que vem sendo realizado. Tudo que se fazna Associação tem o objetivo de culminar como evento maior que é seu Encontro Anual. Ele écomo se fosse a grande Convenção da entidade,seu ponto alto. Ano sim, ano não, nela se elegea nova diretoria para o próximo biênio.Pretendemos trabalhar para que no Encontrode julho de 2014, elejamos a nova diretoria coma chapa já antecipadamente conhecida.

Vamos realizar os encontros regionais,objetivando reencontrar ex-colegas que nãopodem ir ao grande encontro de Mariana.

ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS

D O S S E M I N Á R I O S D E M A R I A N A

Outro objetivo destes encontros é despertaro interesse de colegas a participarem doEncontro Anual, como aconteceu com o deConselheiro Lafaiete. Muitos colegas que nãoparticipavam em Mariana, passaram a participardepois daquele encontro. Que bom!

Podemos pensar em um encontro no Sul deMinas, outro do Norte, além dos já tradicionaisda zona da Mata e do Vale do Aço. Nosso colegaJosé Ivanir Américo já se prontificou a realizar odo Vale do Aço em Itabira. Vamos agendar estesencontros.

Como já se tornou tradicional, vamos realizarnossa confraternização de final de ano em BH.Certamente, quando chegar este número denossa revista às suas mãos, tal confraternizaçãojá terá acontecido, isto devido ao acúmulo deeventos no mês de dezembro.

Caríssimos aexanos, esta é nossa mensagemintrodutória de nosso mandato. Esperamospoder estar sempre nos comunicando comtodos. Nestes primeiros meses, estamostomando conhecimento da vida da Associaçãoe planejando seu futuro. Um grande abraço nocoração de todos.Josué Silva Abreu (Geralda Abreu) - Presidentee-mail: [email protected]

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No dia 23 de agosto último, em sua residência, o novo Presidente da AEXAM,Josué Silva Abreu, tomou posse no cargo a que foi eleito por unanimidade naAssembleia Geral Ordinária realizada durante o XXI Encontro Anual em Mariana.Nessa oportunidade foram igualmente empossados os diretores que o auxiliarão nasua gestão durante o biênio 2012-2014. Estavam presentes Helvécio Antônio daTrindade, que lhe transferiu o cargo, os novos diretores e também outros aexanos,todos acompanhados de suas esposas. Foi um momento de alegria, descontração eplanejamentos. Tudo isto veio acompanhado de deliciosos tira-gostos que a Geralda,esposa do novo presidente, cuidou de oferecer.

Em frente à Catedral (Foto Josué)

Foto tradicional (foto Josué)

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Pois bem, tudo tem um começo e odesse XXI Encontro foi a sugestão de sefazer uma homenagem aos PadresLazaristas que trabalharam nos Semináriosde Mariana. Feliz sugestão, pois que umamaravilhosa oportunidade aos seus ex-alunos manifestarem publica, sincera eemocionadamente, a gratidão pelosensinamentos e moldagens que lhes foramcolocados. Inegavelmente todos têm deles,uns mais outros menos, um resultadopositivo nas suas vidas. Ao José Amilar foisolicitada a incumbência dos preparativose da execução da homenagem, já que forao co-autor com o Ramiro Canedo.

Realizar a homenagem requeria levar aMariana todos os padres e ex-padreslazaristas que por lá passaram, obviamenteainda vivos, que pudessem, quisessem e emcondições físicas para tal. Nominados peloMariano, presidente da AEALAC, e poralguns aexanos, fez-se o contato direto comtodos, sempre se tendo um carinhosoacolhimento ao convite. Do Provincial,Padre Geraldo Ferreira Barbosa, recebeu-se o antecipado agradecimento daCongregação da Missão, já que lá ele nãopoderia estar, sem, no entanto, deixar denomear o seu representante.

São muitos os ex-alunos dos Lazaristas,portanto seria adequada e necessária umasignificativa presença deles em Mariana.Instalou-se então a campanha e para talutilizaram-se ligações telefônicas,mensagens pela internet e convitespessoalmente.

Aproveitaram-se cumprimentos poraniversários, comemorações pessoais eprofissionais e até de pesares, finalizando-os sempre com uma contundenteconvocação ao Encontro em Mariana. Fo-ram repetitivos e, possivelmente, algunsdestinatários podem ter-se incomodado coma insistência. Utilizou-se a mídia do rádio,da televisão e do jornal (Estado de Minas,matéria de página inteira, sobre o Semináriode Mariana e a menção da presença dosseus ex-alunos no Encontro). Também acapa da Gens Seminarii-11 foi colocadaserviço da campanha, postando-se umafoto da direção lazarista em 1959, com aevidente intenção de despertar naqueles quenela apareciam o interesse.

E aí chegou o Encontro. O SeminárioSão José, por recomendação do diligentereitor e carinhoso anfitrião, Padre LauroVersiani, estava preparado e totalmente emcondições para receber os participantes –quartos e salões arrumados e cheirosos,bem como cozinheiras, funcionários eseminaristas-ajudantes a postos.

Pátio interno do Seminário São José (foto D)

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Os costumeiros aexanos da sexta-feiraforam chegando, ocupando os quartos eorganizando-se para o tradicional passeionoturno na cidade.

Manhã de sábado ensolarada e o chegarconstante e entusiasmado de aexanos efamiliares. Convidados também, ex-alunosde outros seminários engrossaram a turbadesse ecumênico Encontro. Comoimaginado, deram-se o vozerio no hall doSeminário, abraços compartilhados e aalegria contagiante dos meninos d’outrora.Café, sucos, pão de queijo e pernil estavamà disposição dos que chegavam.

apresentação bem-humorada do Pessoinha,à distribuição gratuita do DVD “UmSeminário nas Terras do Ouro”(generosamente cedido pela ProfessoraVirgínia - UFOP e patrocinado por anônimoaexano) e à música do Tilden Santiago.ino

Tão logo chegou o ônibus de BeloHorizonte, encaminharam-se todos à capelaonde se fez a abertura do Encontro –momento de acolhimento, meditação,recolhimento e paz interior: Emmanuel, ummimo do Padre Lauro.

Se de lá saíram no encantamento da pazespiritual, beatificaram-se com o deliciosoalmoço a seguir. O cardápio diversificadoe saboroso, fruto do cuidado e zelo dascozinheiras, foi também o prenúncio dosoutros oferecimentos gastronômicos.

As cadeiras colocadas no salãoteológico foram insuficientes paraacomodarem todos à sessão lítero-vídeo-musical. Providenciaram-se outras e numauditório lotado os aexanos, familiares econvidados assistiram à eleição do novopresidente, Josué Silva Abreu, à

Com emoção e competência JoséAmilar, utilizando o data-show, realizou ahomenagem aos Lazaristas “marianenses”,padres e “ex”, que deram o privilégio e aalegria das presenças: Padre CélioDell’Amore (representando também o Pro-vincial da CM) e Padre Venuto, os ex-pa-dres João Batista Ferreira e José Pessoade Figueiredo.

Um dó que, convidados, não puderamcomparecer, mas que, gentil eantecipadamente, se justificaram: PadresWilson Belloni, Lauro Palu e Getúlio Grossie os ex-padres Maurílio Camêllo e LucianoMontenegro.

Agradecimento do Josué após eleição (foto O)

Afonso, Irineu, Tonico Faria e Idalino (foto O)

Apresentação do José Amilar (foto O)

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Fizeram-se homenagens particulares:Luiz Gonzaga de Carvalho (ao PadreMaia). Vicente Gonçalves (ao PadreMontalvão), Rogério Moreira Campos (aoex-padre Pessoa) e João Gabriel “Japão”(ao ex-padre João Batista).

Um respeitoso humor pairava no ar.Dom Geraldo Lyrio, Dom José Maria

Pires, Dom Hélio Heleno (recentementefalecido), monsenhor José Eudes doNascimento, bispo eleito à diocese deLeopoldina, padres, ex-padres, ex-seminaristas - todos “gente do ramo” -, bemcomo familiares, autoridades, empresários,escritores, poetas, jornalistas e amigosformavam essa eclética e interessadaplateia. Esgotaram-se os livros levados àvenda, sinal do total agrado.

Não foi uma noite fria como soeacontecer no julho de Mariana, porém,mesmo se tivesse sido, os vinhos, ascervejas, os churrasquinhos e os caldosquentes, servidos na happy hour,encarregar-se-iam de neutralizá-la. Tevetambém o “boteco” do Josué, sempresorridente, gentil e acolhedor, com seusvinhos e queijos. Descontração total, bate-papo muito agradável e um trio musical nopalco montado marcaram aquelas horas.Não houve a quadrilha, mesmo quando setocaram músicas juninas.

Emocionados nos agradecimentos, oshomenageados encerraram a primeira parteda sessão, cujos comentários que seseguiram foram acompanhados de umasaborosa canjica.

No seu reinício o jornalista e escritor JDVital estava muito à vontade ao apresentar-se para o primeiro lançamento de seu livro“Como se faz um bispo segundo o alto e obaixo clero”. Respondendo às perguntas dotambém jornalista, advogado e comunicadorRogério Tavares, ia esclarecendo fatos econtando casos de alguns personagens dolivro, quase todos conhecidos dos ouvintes.

P. Célio - agradecimento dos Lazaristas (foto C)

No domingo a concentração dosaexanos em frente à Catedral da Sé foinumerosa e ordeira, seguida de uma entradacom pompa e circunstância à Missa Solenecelebrada por Dom Geraldo Lyrio econcelebrada por bispos e padres. Por serJornalista JD Vital (foto C)

Ana Luíza, Justen, Sérgio, Deise,Beth e Zé Miguel (foto O)

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o dia em que se renovava a dedicação daCatedral a Nossa Senhora, a cantoria foifeita pelo coral da cidade, porém foiemocionante o Pater noster entoado emgregoriano. Sentiu-se a falta do Ite, missaest. Seria legal!

A foto tradicional na escadaria doSeminário aconteceu em muitas máquinas,com diferentes poses e formações: umregistro da grande parte da expressivapresença de 222 pessoas que estiveram noEncontro, em que foram recebidas com ocarinho do acolhimento.

O encerramento aconteceu num climade total descontração, quando algunsbrindes foram sorteados àqueles presentesno almoço.

Com abraços e despedidas saíram parasuas casas, mostrando nos rostos o sorrisoe a alegria daqueles momentos lá vividos eprometendo voltar no próximo ano. Que talse dê!

Helvécio TrindadeSeminário Menor1958 a 1963

***Meus caros aexanos, alguns colegas irão

falar sobre o Encontro Anual de 2012, mas,como Presidente eleito naquelaoportunidade, gostaria de fazer um pequenocomentário a seu respeito. Para quem foi,certamente, deve dizer que participou deum dos melhores encontros, principalmente,pela presença de tantos associados e demuitos colegas que ainda não haviamparticipado deste evento. Quão bom foirever velhos amigos e colegas! Que delícia

foi a comida servida no encontro, cujocardápio foi carinhosamente preparadopelas mulheres de nossos aexanoscapitaneadas pela primeira dama Rosana.Quão calorosa foi a justa homenagemprestada aos Padres Lazaristas. Mesmoaqueles que já haviam deixado o sacerdócioe que compareceram, foram homenageadose se sentiram lisonjeados com a distinção.O ato de reconhecimento e deagradecimento é nobre e jamais estaráausente do coração de um aexano. O quehoje somos, devemos em muito aos nossosformadores. Não é demais afirmar que aformação que recebi no Seminário foi apedra fundamental para a minha vida fa-miliar e profissional. Tudo me foi útil nosvestibulares prestei, na minha vidaacadêmica, tenra idade no seminário.Outro ponto alto do encontro foi a tarde deautógrafos e a entrevista do amigo Vital.Ele demonstrou muito conhecimento da vidaatual da Igreja. Seus relatos foramprimorosos, bem como as referências apessoas que, também, constam de seu livro.Parabéns, Vital. Que pena o Miguelão nãoter estado presente, mas lá do alto, junto aoCriador, também, bateu palmas e aplaudiuo irmão ilustre.

Não podemos nos esquecer da noiteeclética do sábado, misto de festa junina ede MPB, ao som de muitos colegasmúsicos e cantores, sob o comando de

(fotos O)

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Rogério, tudo acompanhado da cervejinhagelada, churrasquinho delicioso e caldos.

Para completar, nosso tradicional botecocom vinhos e queijos e, ainda, com umwhisky. No próximo ano, vou doar o mate-rial, mas não poderei ser o botequeiro, poistenho que dar assistência a todos.

Finalizando, nossa tradicional Missaconcelebrada por Dom Geraldo, Dom HélioHeleno e Dom Barroso.

Após a Missa, as fotos em frente àCatedral e em frente ao Seminário Maior,o almoço e a despedida. Vamos repetir tudoisto nos anos seguintes, assim esperamos.Obrigado a todos que contribuíram para osucesso do encontro, de modo todo espe-cial ao casal Presidente Helvécio e Rosana.

Josué Silva AbreuPresidente da AEXAM

Adilson Francisco Antunes (SCE) – BHAfonso Mariano Lopes

e sobrinho Luiz Fernando (BH)Agostinho Barroso de Oliveira (Ouro Preto)Aloísio Pereira Fialho (Rio Casca)Aluísio Eustáquio da Silva (SCE)

e a esposa Betty (BH)Álvaro Cunha e esposa (BH)Antoninho Cipriano de Freitas,

a filha Daniele e o neto Gabriel (Itabira)Antônio Claret Rezende

e a esposa Tereza (Curitiba)Antônio Dinilton C. de Rezende

e a esposa Wânia (BH)Antônio Duarte Jalles

e o sobrinho Edivaldo (BH)Antônio Eustáquio de Faria (Orlândia/SP)

Antônio Idalino de Araújoe a esposa Marly (Timóteo)

Antônio Pacheco dos Santos,a esposa Rosinha, o filho Leandroe a namorada Amanda (BH)

Antônio Veríssimo Fernandese a esposa Carolina (BH)

Armênio Queiroz (Ouro Preto)Caetano Ramos Ferreira (Sabará)Camilo José Rodrigues Pereira (Lafaiete)CarlosAlberto Vieira de Rezende,

a esposa Neiva e os filhos Rafael eSamuel (Lafaiete)

CônegoAgostinho de Lourdes CoimbraOliveira (Ouro Preto)CônegoAntônio José Chámel (Leopoldina)Cônego Arnóbio Passos Cruz

(Seminário de Vitória)

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Cônego João Francisco Ribeiro (Mariana)Daniel Dias de Oliveira, a esposa Geralda e

familiares Carlos e Sônia (BH)Dimas Felipe de Miranda (SCE)

e a esposa Beth (BH)Dom Francisco Barroso Filho

(Ouro Preto)Dom Geraldo Lyrio Rocha (Mariana)Dom Hélio Gonçalves Heleno (Caratinga)Dom José Maria Pires (BH)Edison Ildefonso de Oliveirae Márcia (BH)Esly Ferreira da Costa (SCE)

e a esposa Moacira (BH)Fernando Granhin Cavalcanti (Vitória)Francisco Pereira Cupertino

e a esposa Nanami (Brasília)Franklin Couto (Mariana)Frei Dominicano Oswaldo Augusto

Rezende Jr. (BH)GabrielAfonso Cordeiro

e a esposa Sueli (Congonhas)GeraldoAntônio Lisboa e a esposa Delci (BH)Geraldo Ignácio Neves (BH)Geraldo Magela da Silva e a esposa Inez (BH)HelvécioAntônio da Trindade

e a esposa Rosana (BH)Henrique Gonçalves (SCE)

e a esposa Marisa (BH)Hugo Felipe da Silva (Seminário de Vitória)Irineu Rossi Acipreste (BH)Ivan Colares de Aguiar (Montes Claros)João Alberto Pereira e a esposa Judith (BH)João Batista Ferreira, lazarista e

professor no Seminário (Rio de Janeiro)João Efrém Gomes (Lafaiete)João Gabriel Teixeira (BH)João Paulo de Moura

e esposa Maria Inês (São Paulo)JoséAmilar da Silveira

e a esposa Sandra (Ipatinga)José Antônio Pessoa, o filho Éder

e a namorada Karen (São Paulo)José Celso Cenachi (João Monlevade)José Claret Gomes (Sericita/MG)J. D. Vital (SCE), a esposa Elmás e os filhosThiago e Débora (BH)

José do Carmo Justene a filha Ana Luíza (Barbacena)

José Guido Ribeiro (BH)José Guilherme Alves e Lívia (Sabará)José IvanirAmérico

e a esposa Maristela (Itabira)José Maria Cunha (Santo André/SP)José Maria Gomes (BH)José Miguel Filho (Senhora dos Remédios)José Nassif Antunes e Leila (BH)José Newton Garcia de Araújo (BH)José Pessoa de Figueiredo, lazarista e

professor no Seminário (Indaiatuba/SP)José Raimundo de Oliveira (Mariana)José Saturnino Alves (SCE) – BHJosé Vicente de Paula Cupertino

e o amigo Mário (Gov. Valadares)Josué de Abreu Silva e a esposa Geralda (BH)Juraci Barbosa Lima

(NS Medianeira-MOC) – BHLuiz Flaviano Furtado (São Paulo)Luiz Gonzaga de Carvalho,

a esposa Márcia, as filhas Maria Luízae Karina o genro Guilhermee as cunhadas Delma e Beatriz – (BH)

Luiz Gonzaga Pessoa (BH)MárcioAdelmo Guimarães, a esposa

Elizabeth e o filho Cássio (Carandaí)Márcio Oliveira Araújo

e a esposa Rosa (BH)Marco Túlio Vieira Torres, a esposa Valéria e

os filhos João e Nina (BH)Marcos Evangelista Cabral, a filha Isadora,

o filho Marcos com a esposaTelma e a amiga Rena (Muriaé)

Marcus Antonius Pedroso (Dom Bosco) (BH)Mariano Pereira Lopes (presidente da

AEALAC) e a esposa Eneide (BH)Mário Camilo Alvim e a esposa Cirlei (BH)Mons. José Eudes do Nascimento

(Ouro Preto)Monsenhor Raul Motta de Oliveira

(Caratinga)Nilson Ramirez de Oliveira e os filhos

Hélder, Matheus, Gina e Sabrina (BH)

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36 dezembro 2012

Odilon Gomes Dutra, a esposa Elusee os amigos Francisco e Ivonete(Volta Redonda/RJ)

Olau de Salles Filho (BH)Olavo de Oliveira Camelo (Mariana)Otacílio Fernandes Ávila (Itabira)Padre Célio Maria Dell’Amore (BH)Padre Geraldo HumbertoVenuto (BH)Padre José Jésus Gomes de Araújo (BH)Padre Nedson Pereira de Assis (Mariana)Paulo Lauro Sérgio Versiani Barbosa

(Mariana)Paulo Roberto de Magalhães (Marataízes/ES)Pedro Jorge Nicolau (BH)Raimundo Luiz Fernandes (BH)Ramiro Canedo e o neto

João Guilherme (Poços de Caldas)Raymundo Lopes Rodrigues

(Rio de Janeiro/RJ)Rogério Moreira Campos (Viçosa)Ronaldo Morais de Paiva

e a esposa Edlamar (Santa Luzia)Roque José de O. Camêllo, a esposa

Merania e o sobrinho Herculano (BH)Rubens Hosken

e o motorista Carlos Estevão – (Ubá)Sebastião de Souza Burgareli

e a esposa Ortência (BH)Sebastião Paulo Pereira (BH)Sérgio Evangelista de Oliveira, a esposa

Deise e a filha Manoela (Varginha)Tilden José Santiago (BH)Tomé Gomes da Silva (Contagem)UzielA. Guimarães

(Seminário de Vitória) – VitóriaVicente Dutra de Assis

e a esposa Maria da Consolação (Carandaí)Vicente Geraldo Gonçalves (BH)Vicente Gomes Pinto Coelho (Rio Casca)Waldir Magalhães Dutra,

a esposa Conceição, a filha Liliane o Virgílio (BH)

WalterAraújo de Freitase a esposa Graça (BH)

Weber Torres e a esposa Marly(Governador Valadares)

Wilson Moreirae a esposa Maria Helena (Juiz de Fora).

Apoio administrativo:Ildeu, Antônio Adriano e Evaldo

– seminaristasMeire, Núbia, Eduardo e Rodolfo

– funcionários do SeminárioRita, Margarida, Eva, Rosângela e

Maria do Carmo – cozinheiras do SeminárioAntônio – ecônomo do SeminárioNeide – secretária do Instituto de FilosofiaRute – serviços gerais

Convidados:Ângelo Oswaldo de Araújo Santos

– Prefeito de Ouro PretoTadeu Carneiro - Diretor Geral da CBMM

– São PauloRogério de V. Faria Tavares e sua mãe

Diana de V. Faria Tavares (Belo Horizonte)Anício Chaves e a esposa Ivonete (Mariana)Virgínia Albuquerque de Castro Buarque

Professora do Departamento de História daUFOP - Mariana

Hans Kampik, ex-cônsul da Alemanha em BHe a esposa Conceição (Belo Horizonte)

Reinaldo Morais e a esposa Letícia (Mariana)Escritores aldravistas: J.B. Donadon Leal,

Andréia Donadon Leal e Gabriel Bicalho(Mariana)

Resumo: 95 aexanos 15 de outros seminários 85 familiares e convidados 12 convidados especiais15 funcionários do Seminário

222 participantes do Encontro

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Em 16/07/2012:Helvécio, muito obrigado pelos

momentos felizes que você e sua esposanos proporcionaram neste maravilhosoencontro dos dias 14 e 15 do corrente mêsem Mariana. Cada vez mais, sou umadmirador de vocês.

Pedro JorgeFerreira Nicolau.

***

Parabéns, prezadoHelvécio, pelo sucessode mais um Encontro.Ouvi muitos elogiospara os trabalhos desábado.

Infelizmente estiveausente. Parabéns pelo grande número departicipantes. Parabéns pela organização.Abraços do Mário Camilo Alvim.

***

Querido ex-aluno e amigo. Nem tenhopalavras para dizer-lhe da GRATIDÃOpelas finezas e atenções. Só mesmo oCÉU para cobri-lo de bênçãos com aspobres preces do velho mestre. Você foibrilhante com seus companheiros. Em nomeda PBCM - Província e mais ainda do meupróprio, imorredouros agradecimentos pelasua trajetória na na chefia da AEXAM eesta delicada lembrança dos

LAZARISTAS que deram o melhor paraa FORMAÇÃO da geração dos HOMENSA G R A D E C I D O Se RECONHECIDOS.Parabéns a você, suaesposa com tantacolaboração, seusfilhos. Com bênção epreces, saiba que ficarácada vez mais fundo nocoração do Pe.Célio, CM.

***

Caro Helvécio, meuabraço. Estou aindacomovido pelo encontrode Mariana. Tive oprazer de revê-lo e derever colegas que não viahá bastante tempo. Volta-se para a casa com a sensação de querejuvenescemos. Agradeço principalmentea você a oportunidade, pois tudo começouquando ousei mandar-lhe um e-mail porocasião da morte do amigo Latuf. Sintoprofundamente ao ver que você deixa afunção na AEXAM que você tão bemexerceu, na inteligência, na gentileza, nocoleguismo. Espero que continueaglutinando as pessoas, como faz tão bem.Que seu afastamento não seja motivo dedistanciamento dos colegas e do professor(que orgulho meu...). Abraços a você,esposa e família. “In corde”,Luizinho (Luiz Gonzaga de Carvalho).

***

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Em 18/07/2012Parabéns pelos mandatos cumpridos e

principalmente meus agradecimentos peloconvite e participação no Encontro doúltimo domingo.

Marquinho(Marcus Pedroso –Sem. Dom Bosco).

***

Em 24/07/2012:Grande Helvécio,

quero agradecer-lhe- e muito - os votosde feliz aniversário ea referência à ida aoencontro emMariana. Você nadatem a agradecer, pois tudo que se faz pelaAEXAM é prazeroso e nos traz umagrande alegria. Por outro lado, embora já otenha feito, quero ressaltar o grandetrabalho que você fez à frente da nossaAEXAM. É algo que ficará eternizado namente de todos os que formamos o quadrodesses amigos e companheiros de tantotempo. Meus parabéns e continue semprea ser aquele baluarte da entidade que tantoprogrediu sob sua orientação. A AEXAMnecessita sempre de sua presença e de suaatuação. Um grande abraço a você e anossa cara Rosana.Vicente (Vicente Geraldo Gonçalves).

***

Helvécio, obrigado pela mensagem tãorica e cheia de bons fluidos pelo aniversário.Obrigado, mais uma vez, pelo grandeimpulso que você deu à nossa AEXAM,com encontros tão concorridos, tão cheiosde novidades.

Um abraço especial à Rosana, molapropulsora de tudo. Abraços.

Vicente(Vicente Gomes PintoCoelho).

***

Em 27/07/2012:Helvécio, você nunca se esquece dos

seus companheiros! Obrigado por, maisuma vez, lembrar-se do meu aniversário.Aproveito para enviar o comprovante dodepósito feito, no valor de R$ 100,00, referente à segunda semestralidade(Janeiro e Julho). Sei que é umacontribuição modesta, mas cada um faz deacordo com suas possibilidades, não é? Umpouco de muitos pode fazer um muito paratodos. A propósito, eu me acostumei acomunicar-me com você para qualquerassunto. Gostaria de saber se, doravante,para assuntos da AEXAM, é preferíveldirigir-me ao nosso atual Presidente ou,talvez de preferência, pelo e-maiL daAEXAM. Gostaria, ainda, que você mefornecesse o e-mail e o telefone do Idalino,pois estou precisando falar com ele. Comosempre, foi excelente o nosso Encontro emMariana! Queremos agradecer a todos

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Gens Seminarii No 12 39

vocês por mais esta alegria que nosproporcionaram! Dê, por favor, nossasrecomendações ao Josué e esposa, nossosatuais Presidentes! Um grande abraço paravocê e Rosana!

Burgareli e Ortência.

***

Em 29/07/2012:Bom tarde, Helvécio! Meu celular

estava fora de área e só agora estou lendosua mensagem. O nome da esposa éNanami Shimoda Cupertino. Foi para nósmuitíssimo gratificante ter participado doEncontro. Você está de parabéns,juntamente com todos que tornarampossível o sucesso alcançado. Estamos noAeroporto de Confins, aguardando oembarque para Brasília. Obrigado e grandeabraço.

Do Chiquim(Francisco PereiraCupertino).

***

31/07/2012:Helvécio, meus cumprimentos por sua

brilhante passagem como presidente daAEXAM. A meu ver, você é umcomunicador nato e merece a gratidão detodos. Felizmente a assembléia elegeu oJosué, o que todos nós saudamos comalegria.

Arnaldo Leal Dutra.

***

Companheiro e amigoHelvécio, nós fomos osmais beneficiados com oseu exercício naPresidência da AEXAM por dois mandatos,portanto, o agradecimentotem que ser mais de nossaparte. Sei o quanto se dedicou para que aAEXAM continuasse a trilhar no caminhocerto! A eficiência e a eficácia do seutrabalho sobressaíram em todos osmomentos em que ocorreram reuniões comnome AEXAM e, principalmente, nosEncontros. Quero agradecer-lhe aoportunidade que me ofereceu paraparticipar e tenho a convicção que a minhaparcela foi muito pequena, pois, eu poderiater participado mais, pois, fiz muito pouco.Praticamente, você trabalhou com maisafinco que todos. Não poderia deixar deressaltar o apoio que você teve de suaesposa Rosana. Ela está de parabéns e étambém a grande merecedora da nossagratidão. Agora, com seu tirocínio, o Josuéterá também um grande apoio. O meu muitoobrigado! Um grande abraço!

José Maria Gomes (Campainha).

***

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40 dezembro 2012

Muito bem, Helvécio!Parabéns pela

desenvolta gestão oraencerrada com chavede ouro. Realmentevocê faz jus aosagradecimentos eaplausos dos aexanospelo belo trabalho àfrente de nossaentidade. Até o próximo encontro!

Laércio Nunes.

***

Prezado Helvécio,nós é que lhe devemosagradecimentos pelacondução e dedicaçãoàs atividades daAEXAM nestes anos.Bom e merecidodescanso agora. Um abraço.

Rogério Campos

***

Meu caro Helvécio, foi uma honra paratodos nós aexanos tê-lo como presidentede nossa já adulta AEXAM. Nãovivêssemos em uma democracia, onde aalternância de poder é recomendável, e nãotivessem você e Rosana seus inúmerosafazeres familiares e profissionais, euousaria fazer uma campanha para mantê-lo na presidência ainda por muitos anos.Como assíduo frequentador de nossosencontros, pois jamais faltei a algum,prometo continuar apoiando o Josué, dentrode minhas possibilidades e considerando adifícil logística, pois estou quase isolado noRio de Janeiro. A você e Rosana, mais uma

vez, meus cumprimentos e meusagradecimentos peladedicação. Um grandeabraço.

Raymundinho(Raymundo LopesRodrigues)

***

Helvécio, neste XXI Encontro não pudecomparecer, conforme havia comunicado,entretanto estive presente de alma, pois mepreparo para o mesmo a partir do momentoque saio do Seminário. Quero agradecê-lopelo belo trabalho e o grande empenho paraque a cada ano este setornasse melhor, comoo foi e será sempre.Colocando-nos aointeiro dispor do nossoatual presidente,a t e n c i o s a m e n t e ,abraços do Lamim.

(José Geraldo Reis e Silva).

***

Prezado Presidente Helvécio, aAEXAM, na pessoa de seus associados, équem lhe deve agradecer pelo valiosotrabalho prestado por você e Rosana du-rante as duas gestões. Sabemos que vocêsfizeram com prazer,mas que custou muitosacrifício e muitadedicação. Eu meunome e, agora, comoPresidente, quero lhesagradecer em nome da

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Gens Seminarii No 12 41

Associação tudo que fez por seusassociados, trazendo-lhes a alegria doreencontro. Um grande abraço.

Josué (Josué Silva Abreu).

***

Helvécio, que Deusabençoe você e suaesposa, Rosana, peladedicação e belíssimotrabalho à frente denossa AEXAM.Parabéns peloentusiasmo com que“encarou” tamanhar e s p o n s a b i l i d a d e .Invejo sua loquacidade, seu espírito deliderança, e tantas qualidades demonstradasem sua gestão. Mais uma vez, que Deus oabençoe, e obrigado por tudo.

João Efrém Gomes

***

Em 01/08/2012:Prezado Helvécio,

parabéns pelo exitosomandato ora findo. Porfavor, releve a minhaausência. Tive notíciada grandiosidade doevento. Seu dedicadoempenho é digno detodos os elogios ea g r a d e c i m e n t o s .Continuamos unidos. Até breve. Grandeabraço.Luciano Tolentino Amaral.

***

Em 03/08/2012:Helvécio e esposa, agradeço muito pelo

seu belo trabalho à frente da nossa

Associação. Muito obrigado. Manoel(Manoel Francisco de Almeida) e Sílvia).

***

Em 07/08/2012:Prezado Helvécio, agradecendo seu gentilcomunicado sobre a realização do últimoencontro da AEXAM, bem como sobre amudança na presidência, aproveitamospara parabenizá-lo pelo belo e eficientetrabalho que realizou a frente da mesma.Saudações!Luiz e Maria Noêmia (que é a organistada nossa Missa na Catedral).

***

Helvécio Trindade, recebi seu emailsempre cheio de alegria e generosidade.Meu abraço e reconhecimento por tudo quefaz por nós e pelo papel que desempenhamdentro da AEXAM. Que Josué Silva Abreudê continuidade aoacúmulo que vocêproporcionou à nossaAssociação. Meusa g r a d e c i m e n t o sfraternos extensivos àsua esposa e aos colegase às amigas quesomaram com você.

Tilden Santiago

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gratuito. Peço socorro e licença a LuizGuimarães, na falta de inspiração: -

Como desterrado, à terra pátria, - depoisde longa e saudosa espera, - pude rever olugar sagrado, - o meu primeiro e amistosoabrigo. - Entrei.

Um anjo, carinhoso e amigo, - fantasmatalvez de amor perdido, - tomou-me a mão,olhou-me com ternura, - passo a passocaminhou comigo. - Era aquela a escada,aqueles quartos, - oh, meu SENHOR, seme lembro e quanto, - em que no convíviodo dia a dia, - meus colegas, alunos,amigos... - Foi difícil segurar o pranto. -Havia uma lembrança em cada canto, - epor cada canto, uma saudade. -

O crachá ajudava a memória a remexero diário de uma lembrança terna e a trazerde volta, quarenta e seis anos já passados,uma história que, apesar de erros etropeços, fora digna e bela. Não fosseverdade, o coração continuaria no peito enão prestes a pular da boca.

AEXAM

Sou AEXANO, stricto sensu. Foramnove meses, o tempo de uma genitura,minha passagem por Mariana. Se nosregistros meu assento se põe entre osdocentes, sou discente, pleno jure. Maisaprendi do que ensinei.

Fiquei alumbrado desde o primeiro diade aulas. Juventude e inteligência, talentoe criação era o que aparecia em cadasegmento do Seminário. As classes eramum “show” de sagacidade intelectual,conhecimento e erudição que me deixavamconstrangido no papel de mestre. E é justo

SEMINÁRIO MAIOR SÃO JOSÉ

A cidade de Ana e Maria cresceu, comocrescem as meninas. Ficou bonita, pulchraut luna, charmosa, pululante de vida,consciente de que por ela “hão de choraros cinamomos” - de alegria - pela belezadas flores e generosidade dos pomos. “Oastro glorioso seguindo a eterna estrada”,naquela ensolarada manhã de julho, acidade se pôs em festa para receber os“meninos estudantes” dos quatro cantos doBrasil. Naquele sábado, a capital das Minasse fez capital da saudade.

Imponente, o Seminário Maior iaalbergando, em meio ao alarido juvenil darapaziada, aqueles que viveram ali umpedaço marcante de sua história.

Meus olhos esbarraram, úmidos ecomovidos, no casarão que um ABRIGOU,eu cheio de dúvidas e medos. Impossívelnão ouvir a voz de Afonso Henriques daCosta: “a catedral ebúrnea de meu sonhoaparece na paz do céu risonho toda brancade sol”. O verbo que veio à cabeça não é

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Gens Seminarii No 12 43

por isso que me defino como AEXANO.Fui mais aluno que professor.Aprendi muito,pois fiz da lua minha companheira muda,estudando noites a fio para ter alguma coisao que dizer a tão prendados discípulos. Foradas salas de aula, o teatro, a orquestra, oGrêmio Literário, a “Schola Cantorum”, osesportes profetizavam a certeza prévia doêxito absoluto daquela gente. E não mintonem exagero. O que foi que se viu noencontro? Ali, o passado se fez carne vivae habitou o recinto. Ainda que “amostragrátis”, impressionava o brilho dospresentes, sua eloquência, propriedade ver-bal, versatilidade, facilidade de comunicaçãoe a marca relevante de cada um na vidaliterária, social, política e religiosa de Minase do Brasil. A Arcádia, sem metáfora, sematerializou ali.

Na memorável Semana da Arte,Sorbonne não o faria melhor, um dosorganizadores escreveu, usando letra gótica,em papel cartolina: SIC ITUR AD ASTRA.(Virgílio, Eneida, canto nono, verso 641).

Confirmava-se então a propriedade justado veredicto: O AEXANO “é antes de tudoum forte, não tem o raquitismo” dospusilânimes e fracos, pois seu destino, asalturas.

A logística do encontro, a excelência daprogramação, ainda não vi repetirem-se emeventos do gênero.

A HOMENAGEM

Os Lazaristas reservavam para comMariana um carinho especial. Afinal, seuSanto Maior, glória da Vila do Carmo, DomViçoso, confiara a eles a ingente e nobremissão de formar a nata do clero nacionale a elite da sociedade brasileira. Osmelhores “garimpeiros” de seus quadroseram destinados à aurífera cidade dos doismais célebres Seminários do Brasil. Paraconfirmar a regra, fui a exceção, bem nalinha peripatética da lógica clássica emmatéria contingente: Se todos são, logo,algum não o é.

O encontro quis agradecer aosLazaristas. E foi um gesto estético eelevado de primeira grandeza. A dádiva nãogera dívida, a ponto de o dom se perder noanonimato de a esquerda não saber o quefez a mão direita. Mas entre os mortais,dotados de sentimentos, o reconhecimentoTEM O SABOR DO BÁLSAMO. Sobe-nos dos pés à cabeça. A montagem quefizeram vai ficar na história daCongregação da Missão como testemunhode que os dois séculos de labor – e lavor –não foram em vão, não ficaram no vaziodos sonhos perdidos. Marcaram geraçõesde pessoas honradas que, hoje, emsolenidade oficial da Associação,agradecem de público a formaçãoabnegada e generosa dos Padres da Missão.O representante do Provincial dos PadresVicentinos, segurando o DVD, repetiaemocionado que entregaria, em mãos, a seuSuperior aquele muito obrigado dos“meninos de Mariana”. Calou-se para nãochorar.

Não sei se consegui, mas quando, comvoz embargada, quis dirigir-me ao grupo

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que me homenageava, era minha intençãodizer-lhe que “se vocês me agradecem apresença na vida de vocês, a

convivência com os seminaristas mehumanizou e me fez melhor”. Caí docavalo, na Cidade do Ribeirão do Carmo.

Nos respingos de conversa, umAEXANO me disse que ainda guardavaum caderno de aula, onde se lia, segundoele, uma frase minha: “Todas as vezes queestive entre os jovens, mais jovem voltei”.É a pura verdade! Voltei rejuvenescido.Então Gens Seminarii, pedindo-lhe perdãopor nossos enganos, retribuindo,agradecemos-lhe também com reverênciae ternura.

HELVÉCIOO primeiro contato foi eletrônico. A

quebra do padrão telegráfico e sincopadochamou-me a atenção. “Valor mais alto sealevanta”... Hoje, as mensagens sãorápidas, com pressa de ir embora. É avelocidade do contemporâneo? É a falta detempo do endereçado com fôlego curto paraduas linhas? Não sei responder e nemquero.

Sua escrita me cativou. Aguçou-me acuriosidade a ponto de surpreender-mefazendo seu retrato falado nos balbucios daimaginação. Inteligência, não, per se patet.Ululante!

Seu convite para ir a Mariana carreavao tom da convocação a que não se poderecusar. Já havia em mim a determinaçãode comparecer, desde o ano passado,quando impedimentos vários meinviabilizaram a ida. Vieram mais dois e-mails, um deles falando de sua alegria comminha confirmação. Estar em Marianatornou-se questão de honra. Iria, chovessecanivete aberto!

Cheguei. Choveu. Choviamcumprimentos, muitos abraços e muitasperguntas. E foi no meio do fogo cruzadode surpresas e saudades que vocêapareceu com o porte britânico de umLorde, longilíneo, a voz afiada em diapasão,diligente e atento, como convinha à ocasião.Afinal, cabe ao general comandar a tropa.Amassei os rabiscos e fiquei com o retratoao vivo, “anos luz” superior.

A partir do abraço, nos dois dias doencontro, recebi de você, com a mais radi-cal gratuidade, uma distinção especial,dispensada a personalidades de ato coturno.Até fila você me fez furar, além de palavrasamáveis e lisonjeiras que só brotam decorações magnânimos.

Pacheco, Ivan, João Batista e Dinilton (foto D)

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Gens Seminarii No 12 45

Não lhe agradeci ainda, como convém,o privilégio de ter voltado a Mariana, maisde quatro décadas passadas, de ter ficadohospedado no Seminário, perto do quarto,onde morei, em 1966. E você não medeixou pagar um centavo. Na pobrezasupina dos recursos, ofereço a você meudespojado, mas sincero MUITOOBRIGADO.

.................................

Da esquerda para a direita e de baixo para cimaGeraldo Barbosa (Padre) – Capela Nova-MG * Felíciodos Santos Costa – Sericita-MG * Padre CaetanoCenaque Piovezani * João Carlos Silva Araújo –Catas Altas da Noruega-MG * José de ArimateiaCabral – Senador Firmino-MG * Márcio Marotta Ribeiro– Dores do Turvo-MG * Geraldo Magela Mayrink –Urucânia-MG * Délio CotaAndrada – Rio Piracicaba-MG * José Henriques Júnior – Caranaíba-MG * Os-car de Oliveira Germano (Padre) – Santa Bárbara-MG * Carlos Roberto Gomes Adelino – Entre Rios-MG * Geraldo Dimas Cabral – Dores do Turvo-MG *Rogério de Oliveira Pereira (Padre) – Entre Rios-MG* José Antônio dos Santos – Conselheiro Lafaiete-MG * Regente: Isalino Pereira de Abreu – Granada-MG * Regente: AfonsoAntônio dos Reis – Lamim-MG* Regente: Raimundo Bélico Caria – Amparo da Serra-MG * Regente: Gilberto de Castro Rodrigues –Cristiano Otoni-MG

Caríssimo Helvécio,Pax et Bonum!A minha memória já dá sinais de fadiga;

da minha vida seminarística tenho poucaslembranças. Acerca da Trezena de SantoAntônio, tenho a dizer o seguinte: “In illotempore o Seminário Menor de Marianaera dividido em Salão dos Maiores e Salãodos Menores; aquele sob o patrocínio deSão Luís Gonzaga, este sob a proteção deSanto Antônio.

Nos treze dias que antecediam a festado grande taumaturgo lisboeta, eracelebrada com sumo esplendor a suaTrezena. No salão do teatro, em altaradrede preparado, era colocada a imagemdo santo protetor. Treze seminaristas compendores para a oratória eram escolhidospara proferir os sermões escritos pelo santo,sábio e inolvidável Dom Viçoso. Subíamosao púlpito de batina e sobrepeliz. Tudo eramuito solene, com cânticos e orações emlatim. Uma comissão era formada para aeleição do melhor orador que era agraciadocom um presentinho. Os sermões eramdecorados. Era natural, então, uma certatensão por parte dos oradores. Haec olimmeminisse juvabit”.

Um grande abraço extensivo à Rosana.José Henriques Júnior

João Batista Ferreira é ex-padre lazarista, lecionouno Seminário São José em1966, é psicólogo e resideno Rio de Janeiro/RJ.

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Belo Horizonte, 02 de setembro de 2012.

Caro Presidente Josué,

solicito-lhe a gentileza de disponibilizarum pequeno espaço na nossa GensSeminarii para que publicamenteagradeça todos aqueles que fizeramcomigo o XXI Encontro Anual daAEXAM.

Sem as suas ajudas ser-me-iaimpossível realizá-lo, porque erammuitas as providências a tomar.Portanto, delegar a realização dastarefas era o jeito adequado para tê-lasprontas e bem-feitas. Fui muito feliz naescolha dos aexanos que me ajudaramna empreitada. Não os nomeio, porqueposso cometer a indelicadeza deesquecer nomes. Assim, a todos aquelesque se deram, muito ou pouco, o meuigual e sincero agradecimento.

Aos colaboradores do “fundoencontro”, embora já o tenha feitoanteriormente, renovo o agradecimentopessoal pelo acolhimento ao pedido e agratidão de todos os beneficiários portal atitude. Confesso que, cada vez mais,me encanto com a compreensão e agenerosidade daqueles a quem soliciteia contribuição financeira.

Não me canso (e não posso deixar)de agradecer a carinhosa e desprendidacolaboração do Armênio Queiroz, amigodo Luiz Flaviano e ex-colega de algunsaexanos na Escola Técnica da sua OuroPreto, que, desde 2007, patrocina oônibus para o traslado BH-Mariana-BH.

Agradeço também:- à Prefeitura de Mariana as

sonorizações da sessão lítero-vídeo-musical e da happy hour. Por motivoslegais a proximidade das eleiçõesdificultou sua maior participação.

- ao Padre Lauro Versiani, que nosrecebeu com amizade, carinho epaciência, disponibilizando-nos asinstalações do Seminário São José, etambém a Dom Geraldo Lyrio,incentivador e participante dessemomento aexano.

- ao Antônio Sérgio e aos funcionáriose seminaristas que se desdobrarampara nos oferecer o melhoratendimento.

E, finalmente, o agradecimento es-pecial à Rosana, esposa, amiga eparceira, que apoiou, estimulou, palpitou,corrigiu e fez junto comigo a presidênciada AEXAM, principalmente cuidandocom criatividade, zelo e dedicação daboa e farta mesa nos Encontros emMariana.

Aproveito a oportunidade paradesejar ao novo presidente, Josué SilvaAbreu, muito sucesso à frente da nossaAEXAM.

Um grande abraço!

Helvécio TrindadeEx-Presidente

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Gens Seminarii No 12 47

Conforme decidido na Assembleia Geral Ordinária da AEXAM do dia 14 de julho de2012, o presidente Helvécio Antônio da Trindade apresenta o demonstrativo da

utilização dos recursos recebidos durante sua gestão – julho/2010 a agosto/2012 – paraconhecimento dos associados e posterior aprovação em AGO do Encontro de 2013.

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48 dezembro 2012

Mensagem NatalinaUma das críticas que fazem do Natal

é a demonstração inequívoca dadesigualmente social. Esta choca a todosnós. Crianças que recebem presentescaríssimos, outras que se frustram por nãoganhar nada. Num país de desigualdadessociais gritantes isto é considerado nor-mal, mas é no Natal, no Dia das Crianças,na Páscoa que este fato mais se evidencia.Será que já nos preocupamos emminimizar um pouco estas diferenças ou,apenas, somos levados a presentear,muitas vezes, a quem não precisa, masque são pessoas importantes nasociedade?

Ano passado, na nossaconfraternização, conseguimos mais de70 litros de óleo que doamos para umaentidade que cuida de crianças carentesportadoras de câncer. Não foi osuficiente, mas se cada um contribui comum pouco, no final, podemos ter dado umalívio ao sofrimento de alguém. Isto émuito importante.

Meus amigos, não sei se estou levandoa vocês mais alegria ou tristeza com estamensagem, que é mais uma reflexão.Gostaria de levar alegria, pois a época nosconvida a isto. Se isto não foi possível,que aproveitemos para um exame deconsciência e pedir ao Cristo Jesus perdãopela nossa omissão e, assim, ficarmos comnossa consciência mais tranquila e, desobra, uma satisfação interior pelo devercumprido.

Um grande abraço e um FELIZ ESANTO NATAL!

Josué Silva Abreu - Presidente

Caros colegasaexanos, estamos nosaproximando de uma

das datas mais significativas doCristianismo: o Natal, misto de alegria etristeza. Há quem adora esta época, há,também, quem a deteste e cada um temsuas razões. Eu, particularmente, adoro oNatal por ser um período de festa defamília. Época de confraternização.Encontro de amigos.

O Natal, como tantas outras festasreligiosas, evidentemente, perdeu seuverdadeiro sentido, transformando-se numperíodo de bacanais e comilanças. Muitasvezes, nem mesmo o Aniversariante élembrado nesta época. Ainda, o Natal setransformou numa festa comercial, aexemplo de tantas outras, onde o maisimportante é comprar, comprar e comprar.Comprar presentes, comprar comida ecomprar bebida.

Se o Natal é o aniversário de Jesus,não seria necessária uma reflexão parasaber como nos comportar neste períodode festa, em que Jesus é o homenageado?Quando somos convidados para uma festade aniversário, devemos saber comodevemos ir, o que levar de presente ecomo nos comportarmos, dependendo doaniversariante. Tudo fazemos para que oaniversariante fique satisfeito. Por quenão fazemos o mesmo com o Cristoaniversariante?

Caros amigos, nem mesmo nós quetivemos uma boa formação religiosa,muitas vezes, ficamos livres destasdistorções. Somos levados pelos apeloscomerciais, pelo convite para comer ebeber à maneira dos pagãos. E Jesus,onde fica neste contexto?

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Gens Seminarii No 12 49

Apresentamos nossas condolências aos aexanos João Batista Lima e José EustáquioHemétrio de Menezes, cujas genitoras foram chamadas à companhia de Deus.

No dia 14 de agostode 2012 faleceu minhamãe Esther Tomaz deAquino, em SãoDomingo do Prata.Respondi a um doscolegas que me enviouuma linda mensagem: -Podemos considerá-la

mãe de vários colegas que por aqui passaram,quando ainda seminaristas – Newton, Josué,Felipão, Sebastião, Japão, Ildefonso, Amilar,Paulo Roberto e tantos outros - pois osconsiderava como filhos. Esther, mulherforte, pois, quando eu ainda tinha 11 anos,me mandou para Mariana. Esther, mulher queacompanhou as mudanças do ConcílioVaticano II, pois não estranhou nossadecisão de morar em república, apoiados pelonosso amigo dom Marcos Noronha, comoapoiou minha decisão, apoiada pelo bispo deVitória, de tomar outros rumos e ir com oRaimundoAlves de Oliveira (já falecido e quemorava na república) para Alagoas,dirigirmos um Centro de FormaçãoProfissional – Convênio Sudene/OIT. Emmeu nome e em nome de todos da famíliaagradecemos esta presença sincera eamiga. (As) João Batista Lima.

***

Adelaide HemétrioDuarte de Menezes,(Dona Didita), mãe doHemétrio, nosso colegada AEXAM, nasceu emSantana do Paraíso, em24 maio de 1914, tendomudado com os pais,para Joanésia -MG, onde

se casou com João Pereira de Menezes. Nacidade de Joanésia, exerceu as seguintesatividades: Professora do Ensino Fundamen-tal, Professora de artesanato – (bordado) eEscrivã de Registro Civil. Católica fervorosa,Dona Adelaide foi dama do apostolado,catequista e secretária da OVS- na Paróquiade São Sebastião de Joanésia-MG. Faleceuem Ipatinga, no dia 30 de julho de 2012,vitima de septicemia, no Hospital MárcioCunha, onde se encontrava internada, tendoo seu falecimento causado grandeconsternação entre os familiares e pessoasamigas.

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50 dezembro 2012

O choque da morte quase repentina de DomHélio ainda não passou. Dia 17 de agosto, in-ternou-se com forte gripe. Visitei-o no Hospital.Tossindo, mas conversando bem. Impacientecom o soro que lhe puseram. Queria tirar as agu-lhas... Precisava celebrar na Catedral... PadreCalais e eu custamos controlá-lo. À noite, tevede ir para a UTI. Pneumonia nos dois pulmões.Dia seguinte, já em coma, na UTI, ungi-o. E foiaquela agonia entre notícias boas e ruins. Me-lhorava, piorava. Não mais voltou do coma.Faleceu na madrugada de 4 de setembro. Suafigura de pessoa amiga ficou com a gente. Con-fiança total, durante os 28 anos como vigáriogeral dele. Todos os problemas da diocese, elemos passava. No final, nem todos eu lhe passa-va. Depois de emérito, visitava-me sempre. Maisdo que eu a ele. Era aquela alegria. Amigo deverdade. O Senhor lhe dê a recompensa eterna.

***O 49º Encontro do GS 58 está se aproximan-

do. Vocês já estão sabendo que mudamos oEncontro para o fim do mês! Será de 28 a 31 dejaneiro de 2013, em Juiz de Fora, no SeminárioSanto Antônio. Local mais fácil para as turmasdo Sul de Minas e de São Paulo. Vamos conhe-cer a nova Cúria Arquidiocesana, que deve serinaugurada agora em novembro, anexa ao Se-minário. Mons. Falabella está tentando um con-tado com Padre Leonardo, doutor em Liturgia,para fazer conosco um bate-papo. Tanta coisa

nova em liturgia, que agente hoje fica meio des-norteado. Vai ser ótimo.

Endereço do Seminá-rio Santo Antônio: Av.Rio Branco, 4.516, Cen-tro, Juiz de Fora, MG. CEP36026-450. Telefones: (32)3234-8600 e (32) 3234-1824. E-mail: seminário@semináriosantoantoniojf.com.br - Site: www.seminariosantoantoniojf.com.br . A respeito donosso 49º Encontro, podem comunicar-se tam-bém com Mons. Miguel Falabella de Castro, RuaNair Furtado de Souza, 10, Teixeiras. CEP 36033-190 Juiz de Fora, MG. Tel. (32) 3236-1778. E-mail:[email protected] Site: www.saogeraldo.zip.net .

***Arma virumque cano... Na tradução jocosa:

A arma virou o cano... Mas todos sabem que éo início da Eneida, de Virgílio, que estou ensi-nando para os meus alunos de Latim, no cursoPropedêutico. É isso mesmo: Virgílio no primei-ro ano de Latim! Sou professor de Latim no Se-minário há 29 anos seguidos. Dura só um ano,no Curso Propedêutico, ou seja, um curso pre-paratório, antes de começar a Filosofia, inician-do os alunos na vida de comunidade. Com novadireção este ano e com o apoio de Dom Emanuel,valorizou-se mais o Latim, visando também oportuguês, quase que dobrando o número deaulas (são agora 180!). Até ano passado, ensi-

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nava com o mesmo método com que aprende-mos: gramática e exercícios. Cheguei a fazer umlivro. O Cupertino ficou conhecendo esse textoe se interessou muito, para que editemos estaGramática Latina para os Seminários. Ele seriaseu maior propagandista. Mas este ano, resolvimudar o método, seguindo uma revista que acheino Alfarrábio, um sebo de BH, em 1984. Chama-se “Dóminus Tecum”, curso alegre de latim, deFrey Gil (Artur Bivar). Circulou de 1928 a 1932,editada em Porto, Portugal. Consegui depois acoleção toda, em outro sebo na internet. Deupara deslanchar muita coisa. A gramática vaisendo dada aos poucos, misturada com a sinta-xe e muito exercício. Já vimos até “consecutiotemporum”! Já pensaram? Chegamos até ao 4ºlivro das fábulas de Fedro. Vimos já alguma coi-sa de Cícero, Ovídio e agora nos agarramos emVirgílio. Neste mês de outubro, (vamos gastarum ablativo absoluto:) Deo volente, estarei jáchegando ao célebre verso 203 do Livro I:“forsan et haec olim meminisse juvabit” (tal-vez, algum dia, o recordar também estas coisasvos será grato). Quem não se lembra!? Cada se-mana, geralmente às terças-feiras, dou 5 aulas:com uma apostila de 14 páginas. A 5ª aula sem-pre traz a música e a letra de um cântico em latim,daqueles que cantávamos no Seminário. A Mis-sa em Latim já se tornou tradicional, todo ano,na Matriz de Ubaporanga, onde está o Prope-dêutico. Este ano, será dia 15 de novembro, 5ªfeira, às 19 h. O povo participa com folhetos. SeDeus quiser, encerro as 180 aulas dia 27 de no-vembro. Estou tendo muito trabalho para pre-parar essas aulas. Digito tudo. E não é só copi-ar: tenho de traduzir até a língua portuguesa dePortugal.

***Estou gastando esse tempo todo com o La-

tim, graças a Dom Emanuel, que me tirou a dire-ção da revista “Diretrizes” e muitas outras atri-buições. Quis deixar-me mais à vontade, fazen-do o que mais me agrada: mexer com papéis ve-lhos, fotos e o Latim. Continuo ainda ConsultorDiocesano e, agora, sou Diretor do Arquivo

Diocesano. Só que vou inventando outras coi-sas e não consigo dar conta de tudo. Graças aDeus!

A pedido de Dom Emanuel, estou tentandoreiniciar a UAC (União Apostólica do Clero), naDiocese. Estamos organizando quatro grupos,ou cenáculos da UAC. No início, estou dandopresença, até passar para os respectivos presi-dentes. Dias atrás, fui a São Francisco do Gló-ria, 140 km de Caratinga, voltando no mesmodia, sozinho com Deus! Inda bem que renoveiem agosto minha carteira de motorista por mais3 anos...

Perdoem-me por estar contando tanta lorotaa meu respeito, como se eu fosse ainda um jo-vem. Com os meus 83 anos, não aguento maismuita coisa. Tenho que dormir cedo, para levan-tar cedo, tomar aquele banho frio, rezar Matinase Laudes e correr para celebrar, às 7 horas, noMosteiro das Monjas Concepcionistas, a 10minutos do Seminário. Já estou ficando meiosurdo. E a caminhada pelas ruas já é um poucovacilante... Louvado seja Deus!

***

Caros amigos. Nestas apertadas páginas donúmero 122 do nosso GS 58, além do costuma-do artigo do Pe. Luiz Duque sobre o Caraça,trazemos uma página do Padre Libânio sobre opapel do ex-seminarista na Igreja, um texto inte-ressantíssimo do Padre Valente, sobre nossavida de seminário “in illo témpore”. Muitas no-tícias de colegas e amigos. E o nosso Necroló-gio, onde sempre suplicamos suas preces pelosnossos falecidos: neste número, Dom Hélio, Pe.Ézio, Dom Columba e outros. Além de uma lem-brança do Padre Mont'Alvão, neste ano de seucentenário.

E para você, amigo/a, desde já lhe desejo e àsua Comunidade e/ou Família, os votos de umsanto e feliz Natal e de um abençoado ano novode 2013.

Um abraço amigo a todos vocês. Em Jesus eMaria,

Monsenhor Raul Motta de Oliveira

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Saldo positivo publicado na Gens Seminarii nº 11................................................................. R$ 912,06Despesas de Sedex (4/5/2012).................................................................................................... 16,40Saldo credor................................................................................................................................ R$ 895,66Parte das despesas postais da Gens Seminarii nº 11 (2/7/2012)........................................... 895,66Saldo em 2 de julho de 2012...................................................................................................... 000,00Oferta de um aexano anônimo (14 julho).................................................................................. 50,00Henrique Vasconcellos (2 vezes)............................................................................................... 350,00Saldo positivo aos 20/10/2012.................................................................................................. R$ 400,00

As experiências passadas desempenhampapel extremamente ambivalente na vida daspessoas. Umas servem de alento, de força vital,de incentivo para caminhar, crescer, abrir-se aomundo. Outras paralisam, bloqueiam, inferio-rizam as pessoas. É difícil entender por ondepassa o divisor de águas. Tal constatação valepara os ex-seminaristas. Ente eles existem des-de ateus e revoltados contra a Igreja, carregan-do escuras manchas do tempo de seminário, atépessoas que se comovem às lágrimas, quandopensam nos idos da vida clerical.

Esse numeroso contingente de homens, hojeespalhado pelo país e fora dele, por profissõese atividades bem diversas, merece atenção pas-toral especial. Além das habilidades que adqui-riram depois da saída do seminário, muitos con-servam excelente formação religiosa e teológicaque prestaria valiosa contribuição para a comu-nidade eclesial.

Não temos a mínima ideia da riqueza huma-na e religiosa que os ex-seminaristas significam.Um primeiro passo para tomar pé nesse enormeoceano humano consiste em levantar-lhes osnomes e dados mínimos sobre a dupla experiên-cia do tempo de seminário e depois dele. Acres-centar-se-ia a esse primeiro levantamento umacoluna de sugestões e de disponibilidade pas-toral que oferecem. Que tal se alguma cúria ousecretariado de pastoral criasse um site de ex-

seminaristas e então se conversasse com a fina-lidade de agrupá-los, pô-los em relação entre sie com alguém que os coordenasse? Quanta pro-posta maravilhosa surgiria!

Certas pessoas dispõem de potencial incal-culável, que, entretanto, não rende frutos porfalta de ocasião ou de algum empurrãozinho ini-cial. Talvez nem lhes tenha ocorrido que, com aformação recebida no seminário diocesano oureligioso, contribuiriam altamente para o enri-quecimento da vida da Igreja. A catequese, apastoral de juventude, o ministério da escuta, aajuda em campos específicos psicológicos, ju-rídicos, técnicos e outros encontrariam inúme-ras pessoas disponíveis que, além dos talentosprofissionais, trazem experiências espirituais devalor.

Os seminários e a vida religiosa já viram pas-sar por seus muros multidões inumeráveis dejovens que guardam recordações positivas e

Pe. João Batista Libânio, SJ

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gratidão pelo que receberam. Falta acordar suamemória e impulsionar-lhe o desejo de pôr emprática sonhos um dia acalentados. Mesmo emrelação aos que sofreram traumas ou saírammarcados negativamente, há espaço para a re-conciliação. Os antigos já nos semearam a me-mória com ditos segundo os quais o tempo éótimo juiz das coisas, cura as feridas, lapida as

pedras, abranda o ódio, muda a si e a nós comele. Apostando no futuro, faz-se possível a du-pla pastoral com os ex-seminaristas: de valori-zação de seu cabedal de riqueza espiritual, inte-lectual e humana e de “purificação da memória”.

(Informativo São Vicente, nº 287,setembro-outubro 2011)

1. Naqueles tempos idos (In illo témpore),aquele homem de olhos azuis, sábio e místico, oSr. Pe. Sarnelius, C.M., cantava os esplendoresda natureza, do Criador do universo e exortava:“Vem, irmão peregrino, vem admirar as sete ma-ravilhas do Caraça” naquela imensidão que res-tou do jardim do Éden... a Porta do Céu.

2. Na sala nobre do Caraça há um grandequadro a óleo em local de honra, que retrata SuaMajestade o Rei Dom João VI. Os primeiros pa-dres do Caraça, lusitanos, ali colocaram por gra-tidão. O monarca com o manto real vermelhocom suas condecorações e o medalhão de Nos-sa Senhora da Conceição, Protetora celestial doReino de Portugal e Brasil colonial. Sua paternalbondade está expressa nas suas venerandasfaces de homem sadio, liberal e amável. DomJoão VI era bondoso para com os seus vassalosdo Brasil e de Portugal. Foi boníssimo, sobretu-do, para os Padres do Caraça, lá da Serra deNossa Senhora Mãe dos Homens. Herdou deseu pai, El-Rei Dom João V, cristianíssimo rei,esta benevolência. Dom João V se compraziaem elogiar e proteger os sacerdotes de SãoVicente. E no filho se retratou outro pai. Tal paital filho (Exempla trahunt. Talis vita finis ita).Em 1819 chamou de Portugal para o Brasil osLazaristas. Quando desembarcaram no Rio deJaneiro, o soberano não conteve a sua alegria,conversou muito tempo sobre suas pátrias, de-safogando o coração terno e verdadeiramente

piedoso. Fez-lhes doação de toda propriedadecaracense, deixada pelo Irmão Lourenço de Nos-sa Senhora, que doravante se chamaria “CasaReal da Senhora Mãe dos Homens”. Dom JoãoVI deve ser proclamado o primeiro e maior ben-feitor e mais ilustre benemérito do Colégio, Se-minário e Castelo do Caraça, asseverou o Sr. Pe.Pedro Sarneel C.M.

3. Aquela sã Filosofia e erudita Teologia, queaprendemos com os melhores mestres Lazaristase Sacerdotes marianenses, laureados em Romae Paris, muito nos conforta em nossas convic-ções filosóficas e teológicas cristã-católicas. Háfilósofos leigos, ditos contemporâneos, que ten-tam impingir, à plebe ignara, proposições decunho niilista (niilismo, agnosticismo, ateísmo,materialismo). São velhos erros de filósofos so-fistas, ateístas, hedonistas, pansexualistas (!).Sofismas são argumentos com aparência de ver-dade, mas são falsos. Negam a verdade, afir-mando com a verdade. Há sim, filósofos muitointeligentes que também são psicopatas. Umdeles, bem conhecido pelo seu niilismo, Nie-tzsche (+1900) morreu louco num Hospício. Umcego ou um louco guiando outro cego!... Am-bos cairão no abismo. “O homem é propenso aomal desde a adolescência” (Gênesis, 8).

4. Monsenhor Raul Motta de Oliveira. Nos-sos sentimentos e orações por alma de DomHélio Heleno, que entrou para a vida eterna. Elefoi um grande Bispo com suas virtudes e zelo

Pe. Luiz Duque de Lima - Juiz de Fora

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pastoral. Na verdade Dom Hélio foi um sol queiluminou, aqueceu e evangelizou a florescenteDiocese de Caratinga, com fidelidade e fervorapostólico. Entre outras benemerências, promo-veu o Seminário Maior de Caratinga e o aprimo-rou conforme as normas da Santa Sé. E oMonsenhor Raul foi o arauto e o colaborador

principal no episcopado do Exmo. Sr. Dom Hé-lio, com inexcedível dedicação e obediência sa-cerdotal. E o Sr. sempre mantém especial devo-ção à Bem-aventurada Virgem Maria, que foiexaltada pelo Cardeal São Boaventura, doutorda Igreja, como sendo a “Onipotência suplican-te” (Omnipotentia suplex)!

Seminário Menor de Mariana - Superior: Pe.Lázaro Neves. -- Dia primeiro de fevereiro: umaavalanche de alunos dos seminários lotavam ostrens para Mariana. Diariamente só havia doistrens: um procedente de Ponte Nova; outro deOuro Preto e Belo Horizonte. Não havia ônibus(1942). -- Vinha o vendedor de geléia, gritando:“geléia ouropretana”. Ele dava uma pequenaamostra grátis: era provar e não comprar. -- Noseminário, Pe. Borges, disciplinário, português,de voz anasalada. -- Pe. Trindade, lazarista, ma-estro da banda Santa Cecília. Após o almoço,escancarava a janela da sede musical e tocavabem alto um toque de trombone, tipo de corne-ta, convocando os alunos músicos para o en-saio. -- O Geraldo Zuim escolhendo os times defutebol. Ele dizia: aqueles que vêm muito bemarranjados são os piores. Lembra-me o Rosental,com chuteiras bonitas, meias compridas até osjoelhos. Era péssimo. Até tinha medo da bola.Nelson Nunes, pisando torto, de chuteiras ve-lhas, era um cracão. -- Na banda, o ValdomiroMoreno, de Alto Rio Doce, bombardinista que“puxava” a banda e os demais instrumentistas,ia para a janela, tocando sem olhar as partituras.-- Os passeios semanais, em grupo, nas quin-tas-feiras, eram só Linha Velha, na saída paraOuro Preto; e Linha Nova, na saída para PonteNova. -- Os banhos de chuveiro (só frios), to-dos os tomavam de calção, não havia divisóriasentre os chuveiros, saídas de um cano hidráuli-co. -- Pe. Geraldo Alves (secular) pernóstico,

Pe. José Oliveira Valente (83 anos).

enérgico, apavorava os alunos de latim, “nãome consta”, “Tu quoque”. Ganhou um relógiode pulso, cuja corda era acionada pelo moverdo braço; era um sucesso. Não existiam relógi-os a pilha. -- Dom Helvécio proibia aos alunosusarem relógio de pulso (sic). -- As orações vo-cais era recitadas em retotono, alto e pausado,assim como as leituras feitas por um aluno. --Um colega lembrou no ano passado a SalveRainha: “Ó Clemente, ó Pedrosa”: Celso Clemen-te e o José Pedrosa, de Catas Altas e Cipotânearespectivamente. -- Usava-se a batina comouniforme obrigatoriamente. -- Pe. Felício,disciplinário, com sotaque próprio, implicavademais com o Alberico (para ele Aliberico). --Pe. Geraldo Trindade lecionava APOLOGÉTICA,com folhas mimeografadas por ele. -- O José Ri-beiro Leitão, inteligência privilegiada, bonito,sarcástico, do 3º ano, em uma prova, afirmoucom documentos verossímeis e inteligentes quepela tal apologética “Deus é batata”. Protegidopor Dom Delfim, seu bispo, não foi expulso doseminário. Foi um alvoroço. Leitão foi Juiz deDireito em Brasília. -- Assim era a “Roma Minei-ra” no exprimir de Marcos Cabral. -- Pe. Nunesmuito baixo, só se apresentava de barrete paradisfarçar sua estatura muito baixa. -- Ó témpora!As leituras espirituais eram exibição de trans-gressões e castigos. -- Mais tarde abriu-se per-missão para alunos irem à cidade, mas sempredois a dois. Um vigiava o outro. -- Absoluta-mente proibida a leitura de qualquer jornal ou

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revista. -- Rádio? Nem havia. -- Proibido apa-nhar frutas no quintal. -- Montei a cavalo empelo, em um que vagava por ali. Pe. Felício pôs-me de joelhos na hora da Leitura Espiritual. --Aluno “corta” era o bom intelectualmente, inte-ligente. Aluno “piteiro”, “estar na pita” aqueleque era atrasado, não sabia as lições. -- O latimera a matéria mais importante. -- No semináriomaior éramos menos vigiados. -- Após o jantar,silêncio absoluto até o almoço, recitação doMiserére, em retotono, até a capela. -- Grandecastigo era o aluno ficar incomunicável por umou mais dias. Ficava encostado em um canto,não podia conversar. -- Pe. Antenor, inteiramen-te careca, completamente “descoberto” pelosatropelos da vida (M. Cabral). -- Pe. Felix, ho-landês. Pe. Felício punha muitos alunos de joe-lhos diante da comunidade. “Ponha-se de joe-lhos”. Ó témpora! -- Veio o Pe. José Trombert,para ser Superior do Seminário Maior. Belga,alto, com um olho de vidro, cabelos grandes eouriçados, terror dos alunos. Expulsou muitospor pequenas brigas e “amizades particulares”.Que é isso? Despertava a curiosidade de mui-tos. Descobriu muitas “amizades particulares”e mandou muita gente embora. Bastava ser acu-sado pelo regente. Saiam chorando. -- “Tomargancho” era não ser aceito para ordens (S. Mai-or). -- Fumar, a maior transgressão dentro doseminário. -- Saulo tinha uma projeção no pé daorelha. Chamavam-no quatro orelhas. -- No tem-po da guerra houve grande falta de trigo. A broae o cubu substituíram o pão. -- A banda de mú-sica União 15 de Novembro, com numerososmúsicos, entrava solenemente na Praça de Sé,ao toque vibrante de “Picolé de creme, côco,abacaxi”. Havia uma marcha com bonito solodos contrabaixos e eram quatro nas quatro qui-nas de formação quadrangular dos componen-tes. Apareciam todos, e todos faziam silênciopara ouvir os contrabaixos. -- O seminário tinhauma usina elétrica movida a água e o semináriomaior, à noite, tinha luz da cidade que era umabrasinha. -- Em 1946 houve a constatação deuma esquistossomose (chistose) que atingiu

quase todos os alunos. O Dr. Perdigão, fanhoso,aplicou fuadina tóxica e os dormitórios viraramum hospital. -- Ninguém ousava responder,quando repreendido em público. -- Vozes mag-níficas de Domício e Pe. Nascimento. -- Haviamuitos gatos na cozinha do seminário. Muitosgatos, gordos, e Sô Alexandre preparou um eofereceu carne aos alunos. Provei um pedaçoda carne com repugnância. -- Como a maior par-te dos alunos estava em fase de crescimentotinham que encomendar ternos (balões) para sairde férias. -- Irmão Jovito e Pacheco faziam asbatinas. -- Nos fundos do seminário, havia umcurral bem feito, cimentado, onde se ordenha-vam as vacas que o seminário possuía. -- Sapa-teiro e Nicanor, fotógrafo amador, iam frequen-temente ao seminário. -- Pe. Chiquinho Trombertera apicultor. -- Passar do seminário menor parao maior era como entrar no céu. Que liberdade!Frutas à vontade, caquizeiros, laranjeiras epinhões. -- Shimith, alemão, violinista notável,tocava com muita força e puxava a orquestracom superioridade. -- O Pe. Avelar atendia Ca-choeira do Brumado nos fins de semana. Nasegunda-feira tinha aula com os alunos, a umahora da tarde. A gente prelibava um sueto deaula dele, mas a quinze minutos da hora ouvia-se o tropel do cavalinho dele no calçamento deparalelepípedos. Uh...! Era uma vaia baixinho. --A orquestra tinha um notável arquivo de parti-turas, sumiram ou estão guardadas em algumarmário. -- Nos teatros: críticas às situações dacomunidade. -- Referência ao martirológio: incivitate Mariannensi, sancti Altivi a Papa Gaioinscripti in calendário sanctorum. -- Nove me-ses do ano letivo. Não havia férias no meio doano. No dia de sairmos de férias, Dom Lázaronos levava para a capela e cantávamos, em umadespedida de Nossa Senhora. Era emocionante.-- Como eram bonitos os corais, cantando Sea-ras lourejantes e outros. -- Aos alunos era veda-do guardar dinheiro: entregavam-no ao disci-plinário e recebiam os cartões que tinham vali-dade interna. -- Banhos? Só nas quintas-feiras edomingos, à tarde. Nenhum fora desses dias e

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horários. -- No fim do 6º ano, havia a recepçãode batinas que os alunos usariam para o restoda vida, mesmo fora do seminário. -- Nas festasde Santo Antônio e São Luís, alguns alunos de-coravam sermões compostos pelo Pe.Cornaglioto e os proferiam, aos prefixos musi-cais da banda Santa Cecília. Ó São Luís, patronoda nossa juventude... -- Certas noites quandohavia cerimônias na Sé, esperava-nos no refei-tório o “brocojó” que fazia nossa alegria des-medida e um fim do dia feliz. -- E os pontificaissolenes, quando o bispo, empunhando o bácu-lo, na sua praestantia, entrava pela porta prin-cipal da Sé, batendo o báculo no chão. Um can-tor entoava solenemente “Ecce Sacerdos” e ocoro de seminaristas repetia Ecce SacerdosMagnus. -- No salão apostólico, naquela pintu-ra de São Matias, com um machado, instrumen-to do seu martírio, os alunos diziam que ele ti-nha um machado para castrar os alunos, candi-datos ao sub-diaconato, pois deveriam fazer osseus votos e ficariam sem seu órgão de repro-dução, desnecessário a partir de então. -- Dozeanos. Seis em cada seminário, nosso currículo. -- Voltamos ao seminário para matar saudades,retornamos de saudades morrendo. -- De ma-nhã, éramos acordados pelo sino e o“Benedicamus Dómino” e todos respondiam:“Deo gratias”.-- Entre empregados só havia

homens. Únicas mulheres que iam ao seminárioeram as lavadeiras que pegavam os sacos deroupas dos alunos e as lavavam em bicas oucórregos. Não havia água encanada. -- Queijeiroera o aluno muito parado, que não praticavaesporte nenhum. -- Agradável era caminhar apósa refeição, à sombra daqueles três bambuaisantigos e muito densos, no pátio dos meninos.-- No dia 7 de setembro, fazíamos uma demons-tração de marcha no pátio, com toque da banda,cantos, discurso, poesias, encenações. -- Omelhor era o sueto: não haveria aulas! Jogos edescanso. -- O Venâncio (Cônego) era muitodoente. Aos dezessete anos, extraiu um rim.Achávamos que ele iria morrer, mas viveu até osoitenta e cinco anos. Construiu a magnífica igre-ja de São Sebastião em Barbacena, a maior deMinas Gerais dedicada a São Sebastião. -- Ha-via Tito (Sebastião) e Café com Leite (José Tito).-- O Caldeira não admitia que a terra seja redon-da. -- Havia um ganso africano que vagava pelopátio, o Jatobá grande, que andava em compa-nhia de um casal de gansos comuns. Um diahouve uma discussão se seria macho ou fêmea.Então o Kaniski, capixaba, que falava muito rá-pido e muito alto, gritou: é macha, e macha, te-nho certeza. Qual o sexo? Macha!

Belo Horizonte, 12 de abril de 2012.

Padre Tito de Paula (Volta Redonda, RJ). Pu-blicou em “O Lutador” de 21-31 outubro 2011,um artigo intitulado GENS SEMINARII. Vamostranscrevê-lo:

“Cada vez que me chega às mãos a Revistado Seminário, Gens Seminarii, dou vontade deretroceder no tempo até 1946-47, no tempo deSeminário Menor: Pe. Trombert... Pe. Nunes....Pe. Felício... todos eles muito saudosos e queri-dos, apesar de ingênuo que eu era, e mal prepa-rado para estudar (pena!).

Algum tempo depois, outros 'heróis' me aco-lheram e, manquitolando, cheguei aonde pude:as pedras rolaram, fui sendo burilado até alcan-çar o que eu queria. Hoje, morro de alegria porser padre e... quanta provação! Quanta afronta:de padres!... Até de alguns bispos!... porque nãome conhecem. Mas quanto acolhimento dosmeus antigos formadores, já morrendo, e demuitos padres amigos, até de muitos bispos,também amigos mesmo hoje!

Vejo as fotos do Seminário Menor hoje mu-seu -- mas, quanta recordação! Tenho que rever

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de perto! Barroso e eu tocando na Banda SantaCecília, do Seminário Menor: Pe. Nunes... Oucortando cabelo dos colegas a poucos centa-vos (já era Cruzeiro). Hoje Dom Barroso e PadreTito, apesar de viúvo com família numerosa: oitofilhos, dezenove netos e um bisneto, Henrique,homenagem à vó Henriqueta. Graças a Deus!

Honro-me de ter sido aluno também do Se-minário Maior São José, da Arquidiocese do Riode Janeiro, e de ter sido ordenado por S. EmªDom Eugênio de Araújo Sales, então cardeal,no dia 24 de junho de 1995. Abraço cada um dosmeus irmãos Padres e Professores do Seminárioe os senhores Bispos da Arquidiocese.

Abraço cada um dos meus colegas, os pa-dres de hoje e de ontem, de toda a Arquidiocesede Mariana também, até professores no Semi-nário, ou os grandes e importantes leigos, ex-seminaristas; os padres da minha queridíssimaDiocese de Caratinga e os professores do Semi-nário, ex-seminaristas, hoje grandes e importan-tes leigos de projeção.

Reverencio os Padres Sacramentinos deNossa Senhora, do Pe. Júlio Maria De Lombaer-de, que me acolheram por muitos anos: Pe.Miranda hoje Dom Miranda, Bispo Emérito deTaubaté, Pe. Paschoal Rangel, Pe. Ivo, e pudeprosseguir, mesmo tardiamente nos estudoscomplementares.

Vou ensaiando o salto, o pulo! Que alcanceo querido Seminário de Mariana: o antigo e onovo Seminário Menor, o Seminário Maior SãoJosé, não menos querido: matar saudade!

Saúdo, com alegria, todo o Pessoal da GensSeminarii. Não me posso esquecer do Mons.Raul Motta de Oliveira! Nem tenho palavras quetraduzam minha admiração e gratidão por ele. Seeu pudesse falar... não há filosofias que expres-sem quem é Mons. Raul! Conheço Gens Semi-nárii, Diretrizes, GS 58, o Seminário Menor deMariana etc., e tanta coisa mais, por causa doRaul! Tudo de bom e de belo que se disser so-bre ele é pouco! Não se envaideça ele por isso.Louve a Deus!”

Lançamento de Cadernos Filosóficos. Oaexano Rubens Hosken Ferreira, ex-professorde Ética na PUC-Rio e na Faculdade Milton Cam-pos, BH, fez o lançamento dos três primeirosCadernos Filosóficos: Volume I, “Valores Éti-cos”; volume II, “Conceitos”; e volume III, “Pa-lavra”. Aconteceu na noite de 22/5/2012, noAuditório do Campus I do UNEC (Centro Uni-versitário de Caratinga). Parabéns, Rubens! In-formou-me, agora em outubro, que está impri-mindo, na Editora O Lutador, BH, a tese demestrado do Prof. Adão Antunes de Castro (oportuguês): “Perspectivas Críticas acerca daQuestão Religiosa em Camões”, em que nosmostra um Camões bastante religioso e piedo-so.

Dom Eurico dosSantos Veloso, Ar-cebispo emérito deJuiz de Fora, cele-brou o Jubileu dePrata de sua Orde-nação Episcopal, naCatedral Metropoli-tana de Juiz de Fora,às 19 h do dia 5 dejulho de 2012. Nãopodendo ir, celebrei,naquele dia, a Santa

Missa de ação de graças pelo nosso grandeamigo Dom Eurico, aqui em Caratinga, duranteo nosso Encontro de Formação do Clero, comDr. William Castilho, de 3 a 6 de julho.

Pe. José Debortoli, CM (Brasília, 12/7/2012).“Pessoalmente, não tive ainda a alegria de co-nhecê-lo. Mas há anos o conheço através da“revistinha GS58” que li tantas vezes e, ultima-mente, lendo “Gens Seminarii”, lá no Calafate.

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Ontem chegou aqui o “Gens” de junho 2012,que vou entregar ao Pe. Luiz de Oliveira Cam-pos, que estava aqui comigo até dezembro pas-sado. E virá aqui dia 22 próximo. Só trabalhei noSeminário Menor de Mariana em 1966, com oPe. Tobias e coirmãos, o último ano em que osLazaristas dirigiram aquele seminário e tambémo Seminário Maior. Naquele ano de 1966 fui“disciplinário” e professor do seu atual pastorD. Emanuel Messias de Oliveira. Gente boa! Nopróximo número de “A Medalha”, pretendotranscrever o artigo dele “Eu sou apenas umlápis nas mãos de Deus”. É ele que escreve. Élindo! Para seu governo, o endereço do Pe. Luizde O. Campos é: Rua Dr. Satamini, 333. CEP20270-233 Rio de Janeiro, RJ. Nota: Se puderenviar-me a Gens Seminarii aqui para Brasília,lê-la-ei com prazer.

Pe. João Nalon (São Jorge d'Oeste, PR, 28/7/2012). Telefonou-nos, esbanjando alegria, dan-do-nos suas notícias. Pediu-nos para darmosalguma notícia do andamento do processo decanonização de Nhá Chica. Passo o pedido paraa turma de Campanha. Pe. Nalon irá fazer, seDeus quiser, a 55ª Romaria da sua paróquia aNossa Senhora Aparecida, dia 15 de novembro!

Dom João Justino deMedeiros Silva (BH, 12/8/2012). “Com saudações frater-nas agradeço sua manifesta-ção amável na revista GensSeminarii de junho de 2012, àpagina 61. Tenho boas recor-dações do querido Seminário

de Caratinga. Foi exatamente aí, no dia 30 denovembro passado que recebi o primeiro conta-to da Nunciatura. Conto sempre com as oraçõesdo senhor. Que Deus o cumule de bênçãos!”

Luiz Gonzaga de Carvalho (BH, 18/8/2012).É irmão do Pe. Vicente Carvalho, do grupo doGS 58. Recebi um e-mail dele e lhe respondi, en-tre outras coisas: O caríssimo Pe. Vicente Car-

valho foi um colega e tanto. Sempre me lembrodele, sempre estudando. Amigo pra valer. Foi oprimeiro colega da turma que faleceu. Tão novo!E o Luiz me respondeu: Prezado MonsenhorRaul, na verdade eu o conheço já de algum tem-po, pela revista dos ex-seminaristas, e quandovi o nome do meu irmão Vicente em sua turma,passei a acompanhá-lo à distância, e pude con-frontar a fotografia com a realidade, em Mariana,mas não fomos apresentados. Eu o vi bem deperto algumas vezes, principalmente quando eufalava sobre o padre Maia, naquela reunião datarde, mas não tive oportunidade de abordá-lo.Cheguei e voltei no sábado. Eu tinha a intuiçãode que o Monsenhor fora amigo de meu irmãoPadre Vicente e que conhecera o Carvalhinho,outro saudoso irmão. Intuição e realidade. Es-tou sempre tentando resgatar nomes importan-tes de minha infância e adolescência, e meusirmãos fazem parte da lista. Por isso estou felizao saber que alguém como o Monsenhor Raulfoi companheiro e amigo do padre Vicente, quetraumaticamente se foi tão cedo. Saiba, caroMonsenhor, que foi muito importante seu e-mail.Aliás, eu esperava sua palavra, pois eu mesmoprovoquei este contato. A parte que mais metocou foi sua afirmação de que se lembra sem-pre dele. Amigo de meu irmão certamente é meuamigo também. Sou-lhe grato.

Antoninho Ciprianode Freitas (Itabira, 21/8/2012). Enviou-nos estafoto, com a dedicatória:“Monsenhor, para recor-dar o nosso encontrosaudoso em Mariana: eue o meu neto Gabriel a-gradecemos pela aten-ção. Felicidades.” E ain-da veio junto um postal

da Igreja Nª Sª do Rosário, em Itabira.

Pe. Wagner Augusto Portugal (Boa Espe-rança, 4/9/2012): “Aceite meus pêsames pela

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repentina morte de Dom Hélio. Elevo a Deus asminhas preces pelo seu eterno descanso.”

Dom Marcelo Ro-mano (Conceição doMato Dentro, 8/9/2012).Lembrança da sua or-denação episcopal.Bispo ordenante princi-pal: Dom Emanuel Mes-sias de Oliveira; bispos

ordenantes (co-sagrantes): Dom Jeremias An-tônio de Jesus, novo bispo diocesano deGuanhães; e Dom José Maria Pires, arcebispoemérito da Paraíba (nascido em Córregos,Diocese de Guanhães). Dom Marcelo nasceu a15/8/1965, em Conceição do Mato Dentro. Seupai era italiano. Estudou com os freis capu-chinhos, os beneditinos e, depois, no Seminá-rio Diocesano de Caratinga. Ordenado pres-bítero a 17/12/1994. Exerceu o ministério em vá-rias paróquias da Diocese de Guanhães, da qualse tornou Administrador Diocesano, com a saí-da de Dom Emanuel, ano passado. Foi eleitobispo diocesano de Araçuaí, dia 13/6/2012.

José Vicente de Paula Cupertino (Valadares,8/9/2012): Casamento de uma filha Izabella, comJardel, na Catedral de Santo Antônio, Governa-dor Valadares. Enviou-nos lindo convite.Cupertino perdeu sua estimada esposa, MariaAparecida Ribeiro Cupertino, no início deste ano(18/3/2012). No dia 24, celebrei a missa de 7º diapor ela, junto com as monjas concepcionistas,aqui em Caratinga, no Mosteiro onde sou cape-lão. Nosso abraço amigo.

Dom José Martins da Silva, SDN (CamposAltos, 10/9/2012): Venho cumprimentar e abra-çar meu estimado Monsenhor Raul e tambémcomunicar meu novo endereço postal: RuaPratinha, 245, Centro. 38970-000 CAMPOS AL-TOS, MG. Com meus agradecimentos pelas pro-vidências no sentido de atualizar os meus da-dos, na eventualidade de continuar contando

com o brinde de futuras remessas da Revista.Aproveito a oportunidade para apresentar àDiocese de Caratinga, ao seu Bispo Dom Ema-nuel Messias e ao seu Clero e fiéis meus votosde pesar pelo falecimento do prezado amigo DomHélio.

Pe. Luís Duque Lima (Juiz de Fora, 15/9/2012). Envio-lhe o excelente livreto da Ordena-ção Episcopal de Dom José Eudes Campos doNascimento, na Solene Missa em Barbacena,cidade catolicíssima. O altar monumento foi ar-mado em frente à vetusta Matriz barroca da Vir-gem da Piedade. Altar lindo, espaçoso; pisotodo forrado com tapete vermelho com duas alaslaterais com muitas cadeiras para os concele-brantes. Ao fundo, cobrindo a portada, belíssimacortina de veludo vermelho com sanefa doura-da. No mesmo plano lateral havia um enormeestandarte com emblema e a seguinte inscrição:Santuário de Nossa Senhora da Piedade, excelsaPadroeira de Barbacena (Paróquia instituída noano de 1725). Em frente à grande cortina estavaum majestoso trono com a grandiosa Imagemde Nossa Senhora da Piedade assentada numarocha com o Senhor Jesus morto, sobre seusjoelhos. A Virgem com seu olhar azul olhandopara o infinito com uma expressão indizível dedor e comovida esperança! Arte maravilhosa.Imagem importada de Paris (séc. XIX). Ao termi-nar a Santa Missa encontrei-me, rapidamente,com o Sr. Bispo Dom José Eudes e disse-lhe: -Esta Imagem de Nossa Senhora da Piedade é amais bela do Brasil. E Dom José Eudes respon-deu com ênfase: - É belíssima! Uma multidãolotava a Praça de Barbacena. À tarde houve aMissa Campal celebrada pelo novo bispo. Per-fume do incenso! Em seguida formou-se a pom-posa Procissão com aquela artística e grandeImagem sobre espaçoso carro-andor. Procissãopresidida pelo Sr. Bispo, acolitado por sacerdo-tes e irmandades com suas opas. Três bandasde música abrilhantaram o cortejo religioso. OSermão proferido nesta Santa Missa sobre a Vir-gem da Piedade, no seu dia, pelo Vigário Geral

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de Mariana, Mons CelsoMurilo Sousa Reis, foimaravilhoso: uma peçade oratória clássica e atu-alizada! “In Corde Jesuet Mariae”.

Dom José EudesCampos do Nascimento,o novo bispo diocesano

de Leopoldina, nasceu em Barbacena, a 30/4/1966. Estudou com os salesianos em Cachoeirado Campo, Pará de Minas e São João del Rei.Terminou filosofia em BH e fez teologia no Se-minário de Mariana. Ordenou-se presbítero a 22/4/1995. Exerceu o ministério em Catas Altas daNoruega, Rio Pomba e Santa Ifigênia, em OuroPreto. Dia 27/6/2012, foi nomeado bispodiocesano de Leopoldina. E sua ordenação epis-copal se deu em Barbacena, a 15/9/2012.

Henrique Vasconcelos Neto (Vespasiano,13/9/2012). Louvados sejam Jesus e Maria! Hábastante tempo que desejava escrever-lhe, masé uma coisa ou outra e o tempo passa. Mas nãome esqueço em minhas orações, pedindo a Je-sus e a Maria pelos nossos ex-professores econtemporâneos de Mariana. Que Nosso Se-nhor continue abençoando a todos com saúde

e luzes para que os que chegaram ao sacerdóciocontinuem a cuidar do rebanho a eles confiado.Um dos motivos desta minha carta é para sabernotícias de Dom Hélio Heleno que soube queestava enfermo. Que ele já esteja melhor e tenharecuperado a saúde. Aproveito o envelope esegue junto, uma ajuda para o seu café. Seguetambém, uma revista da nossa paróquia que estácelebrando 90 anos. Atualmente sob os cuida-dos de nosso querido Pe. Lauro Elias de Olivei-ra e Pe. João Batista Libânio e muitos outrosque auxiliam no cuidado das pessoas aqui resi-dentes. Aproveito a oportunidade para enviarum abraço ao Sr. Bispo Dom Emanuel, que Deuso abençoe com saúde e luz para continuar cui-dando do rebanho a ele confiado. NB. Henriqueenviou-nos valiosa oferta para o GS58. Essasofertas são para ajudar nas despesas postais daGens Seminarii (Ver Balancete).

Pe. José Evangelista Gomes e Pe. MarcosMacário Mendes (Caratinga, 16/10/2012). Vie-ram a Caratinga fazer uma visita a Dom JoséHeleno e chegaram ao Seminário Diocesano, parame visitar também. Ambos trabalham atualmen-te na Basílica do Sagrado Coração de Jesus, emLafaiete. Obrigado, pelo gesto fraterno. Voltemsempre!

1. DE VOLTA AO CARAMANCHÃO LITE-RÁRIO. Organizado pelo Rômulo C. Mota, 224páginas. Ganhei este livro no sorteio realizadodurante o XXI Encontro da AEXAM. Trata-sede recordações das Academias Literárias doCaraça. Fácil e agradável de ler, recordando osnossos seminários de Mariana. Muitos discur-sos, até em outras línguas. Muito bonito.

2. A SERVA DE DEUS ISABEL CRISTINAMEAD CAMPOS, Virgem e Mártir. Pelo Pe. Ge-raldo Cifani Pinheiro SVD. Publicação do Mos-teiro de Santa Cruz, Juiz de Fora, 2010, 164 pági-

nas. É uma biografia de Isabel Cristina, com orelato de seu martírio. Impressionante! Foi-meenviado pelo Oiliam José. Muito obrigado.

3. REVISTA DA ACADEMIA MINEIRA DELETRAS. Ano 89º, volume LX, janeiro, feverei-ro, março 2012. Também um presente do prof.Oiliam José, o mais antigo dos acadêmicos atu-ais. Este número trouxe artigo do Cônego JoséGeraldo Vidigal de Carvalho, sobre Dom Oscarde Oliveira, celebrando o centenário de seu nas-cimento (9-1-1912). Muito documentado. É His-tória mesmo! Parabéns, Cônego Vidigal. -- Va-

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mos transcrever aqui a “Cantilena para Maria-na”, do nosso amigo Paschoal Motta, página171: CANTILENA PARA MARIANA. Na vista,silêncio e viola / em tempo e pedra-sabão: / ou-vidas vozes tão vivas, / memória de barro e ouro.// Ai vozes sempre veladas! / Ai cavalgadasnoturnas! // Aleijadinho te acena / distante lá deOuro Preto; / a grama nasce entre as pedras / enem parecem mais verdes... // Ai vozes, vagastristezas! / Ai cemitérios tão frios! // Nas águasdo Carmo claro, / ensombreado e em limo, / mur-muram musas da Arcádia / versos de Cláudio eGonzaga. // Ai ânsia, perfil de montanha! / Aipedras no mesmo ritmo! // Preces não são ne-cessárias / ao ar que vem de outros dias: / emMariana, a opulência / é sol no dobre dos sinos.// Ai cinamomos de Alphonsus! / Ai, Santa RitaDurão! // O ouro gastou-se e é pedra; / venceponteiro e relógio; / na Boa-Morte são seis ho-ras, / e o som não vem deste dia. // Ai temposempre parado! / Ai vida que passa e fica!

4. DESPERTAR. Jornal da Casa do Homemde Nazaré. BH. Agosto 2012.

5. PARÓQUIA NOSSA SENHORA DELOURDES, VESPASIANO. Revista especial doJubileu de 90 anos, junho / julho 2012. Muitodocumentário. Enviada pelo ex-seminaristaHenrique Vasconcellos Neto.

6. INFORMATIVO SÃO VICENTE. Da Pro-víncia Brasileira de Congregação da Missão.Ano XLV, nº 290 (março-abril 2012) e 291 (maio-junho 2012).

7. JORNAL RUMOS. nº 225, maio / junho2012. Muito rico de notícias e reflexões.

8. A MEDALHA. Paróquia Nª. Sª. das Gra-ças, Brasília. Nº 28 e 29 (março e junho 2012)

O Grupo Sacerdotal de 1958 ia fazer o 6º anodo Seminário Menor de Mariana, em 1952, quan-do houve a troca dos reitores: saiu o Padre JoséTrombert, CM e chegou o Padre Mont'Alvão,CM. Foi o ano melhor que tivemos no SeminárioMenor. Marcou-nos e muito sua palavra firme e,ao mesmo tempo, paternal. Admirávamos suasabedoria. Não nos sai da memória o PadreDermeval, ainda jovem com seus 40 anos, pas-seando conosco nos recreios, após o almoçoou o jantar, andando em duas filas, para frente epara trás, no pátio, conversando sobre assun-tos importantes ou triviais, dando notícia dosacontecimentos no mundo, respondendo a to-das as nossas perguntas, com muita sabedoria.E tudo de maneira tão agradável, que não vía-mos passar aquela meia hora de recreio obriga-tório.

O Informativo São Vicente (Nº 289, janeiro-fevereiro 2012) trouxe uma página sobre a ho-menagem que as paróquias de Bambuí (Sant'Anae Nª Sª das Graças) fizeram ao Padre Mont'Alvão,em janeiro deste ano, por ocasião do centenáriode seu nascimento: Januária, 3/1/1912 -- Bambuí,3/1/2012. Quem escreve é Geraldina Diniz Leite,de Bambuí, MG.

Vigília de Preparação:“Iniciamos nossas co-memorações no dia 2/1/2012, quando estivemosem vigília, preparando a Ação de Graças, duran-te o Terço dos Homens, suas famílias e todas ascomunidades. Eram, aproximadamente, 700 pes-soas. Recordamos, através de testemunhos, avida piedosa do Padre Dermeval e sua fidelida-de a Deus e à Igreja. Padre Dermeval rezava to-dos os dias o Rosário e o oferecia por intençõesespeciais: Congregação da Missão, Casais, Jo-

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vens, Família Mont' Alvão, Famílias deBambuí e Funcionários da ParóquiaSant'Ana, sua segunda família. NossaVigília e nosso Terço foram rezadosdiante da bela imagem de Nossa Se-nhora das Graças, presente da FamíliaMont'Alvão ao Padre Dermeval, agra-decendo a Deus e à Senhora das Gra-ças por seu Jubileu de Ouro Sacerdo-tal, realizado em Bambuí, no dia 8/12/1988.

Após um minuto de silêncio em me-mória de Pe. Dermeval, cantamos osparabéns para os aniversariantes domês, inclusive ele. Em cada mistério,refletimos sobre sua vida de discípu-lo-missionário de Jesus, lembrando suadevoção a Nossa Senhora, imortaliza-da na igreja da Medalha Milagrosa, naNovena Perpétua e na Consagração denossa cidade à Santíssima Virgem. Osdepoimentos marcantes de nossos pa-roquianos e do Pe. Sebastião Carva-lho fizeram-nos recordar sua pessoa erever sua firmeza na fé, seu dinamis-mo, seu compromisso no ministério sa-cerdotal de celebrar a Missa todos osdias, seu exemplo de vicentino, funda-dor e participante da Conferência deJovens São Luís Gonzaga (que existe até hoje!),etc. Seu espírito fraterno e a caridade o levarama ajudar, material e espiritualmente, muitas pes-soas e famílias necessitadas. Era um padre desoluções práticas. Não temia os desafios da ida-de. Com seu esforço de buscar recursos, cons-truiu o patrimônio da igreja da Medalha, semonerar as despesas da Paróquia. Na aparênciado gigante Golias, seu coração do menino Davifalava mais alto e nos contagiava com a devo-ção à Santíssima Virgem. Foi uma noite maravi-lhosa! Com certeza, lá do Céu, Padre Dermevalrezou conosco e repetiu o que dizia sempre:Confiemos na proteção da San-tíssima Virgem.Que ela abençoe esta iniciativa, concretizandoos nossos propósitos. Sob o manto de NossaSenhora Aparecida e os aplausos à memória de

Pe. Dermeval, encerramos nossa Vigília com abênção dos sacerdotes, Pe. Luiz de Oliveira Cam-pos e Pe. Sebastião de Carvalho Chaves.

Dia do Centenário: No dia seguinte, terça-feira, 3 de janeiro de 2012, todas as comunida-des das duas paróquias ofereceram flores paraornamentar o túmulo do Pe. Dermeval, na igrejada Medalha. Às 19 horas, celebramos solene-mente a Ação de Graças pelo centenário do seunascimento. Padre Luiz de Oliveira Campos, CM,no esplendor de seus 80 anos, aceitou nossoconvite e veio presidir a celebração, juntamentecom Pe. Daniel (Pároco de Nossa Senhora dasGraças), Pe. Sebastião Carvalho, CM, Pe. Mau-rício Paulinelli, CM, e Monsenhor Eustáquio,da Diocese de Luz. Com muito carinho, a Equipe

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organizadora cuidou para que fossem entoadosos cânticos da época do Pe. Dermeval, relem-brando os 31 anos do início da Novena Perpé-tua, no tão sonhado Santuário de Nossa Se-nhora das Graças. A escolha do Padre Luiz comocelebrante tem um significado muito especial:Padre Luiz conviveu com o Pe. Dermeval desde1943, portanto quase 70 anos. Em sua mensa-gem e testemunho, Pe. Luiz começou lembran-do o texto evangélico que, muitas e muitas ve-zes, escutou dos lábios do aniversariante, quan-do comentava o valor da vocação sacerdotal:Não fostes vós que me escolhestes, mas fui euque vos escolhi, para irdes e produzirdes fruto eo vosso fruto permaneça (Jo 15, 16). Com rique-za de detalhes, Pe. Luiz relatou toda a sua cami-nhada vocacional até o sacerdócio, sempremarcada pela presença do Pe. Dermeval, comoseu professor e reitor até o momento de traba-lharem juntos, na Paróquia de Sant'Ana deBambuí. Pe. Luiz declarou que foi neste período

Dr. José de AndradeO Dr. José de Andrade estudou em Mariana,

de 1940 a 1947, cursando os 6 anos do Seminá-rio Menor e dois anos de Filosofia. Deixou oSeminário e se transferiu para Teófilo Otoni paradirigir uma farmácia. Aí conheceu a esposa, D.Nícia, e teve 6 filhos, que hoje residem emBrasília, DF. Mais tarde veio residir em Leopol-dina, onde se tornou professor de Português eLiteratura no recém fundado Colégio estadual.Lecionou na Faculdade de Muriaé. Transferiu-se para Brasília e veio a ocupar funções impor-tantes no Ministério da Educação na inspeçãoe licenciamento de novas Faculdades. Traba-lhou também no Ministério da Justiça e, porvárias vezes, organizou a celebração do DiaNacional de Ação de Graças. Após sair do Semi-nário, continuou a vida de cristão e de aposto-lado, utilizando seus conhecimentos de músicasacra e de liturgia, dando um bom testemunho

público da fé cristã. Dr. José de Andrade, ba-charel em direito, é natural de Miradouro, MG,onde nasceu a 22/04/1926. O falecimento acon-teceu, em Brasília, no dia 24/11/2011. Deixou fi-lhos, noras, netos e netas. Dai-lhe, Senhor, odescanso eterno. (Mons. Antônio J. Chámel)

Padre Ézio Rodrigues de Lima, C.M.Foi quase completando 94 anos de idade,

que Deus chamou o nosso agora saudoso Pa-dre Ézio Rodrigues de Lima. Nascido em Campi-na Verde, MG, a 22/9/1918, pertencia a uma famí-lia numerosa, cujos pais eram o casal piedosoPaulino Rodrigues de Lima e Maria Abadia deFreitas Lima. Aos dois anos, foi vítima de forteintoxicação. Seu pai deixou em casa o filhinhomoribundo e foi confiá-lo a Nossa Senhora dasGraças na igreja do lugar, pedindo a Nossa Se-nhora que, se fosse da vontade de Deus, o me-nino escapasse e, mais tarde, se tornasse um

que ele pôde conhecer muito a vida edificantedo homem e do sacerdote vicentino: Pe. Der-meval era um 'gigante' no físico, mas, mais gi-gante ainda na vida espiritual, homem de ora-ção, como poucos que já conheci. Trabalharame conviveram juntos durante cinco anos. O tra-balho apostólico era realizado com muito zelo,particularmente pelo exemplo e testemunho desua devoção que só podemos chamar de “apai-xonada” a Nossa Senhora da Medalha Mila-grosa. Encerrando a homilia, Pe. Luiz leu a men-sagem do Padre Geraldo Ferreira Barbosa, Visi-tador Provincial da Congregação da Missão.Após a Celebração Eucarística, vimos o data-show sobre a vida do Pe. Dermeval e sua cami-nhada de discípulo-missionário de Cristo: 85anos de vida, 59 anos de sacerdote e 17 anos deconvivência entre nós, em Bambuí. Para sem-pre, diante de Deus, Pe. Dermeval eterniza o seuamor à Virgem Santíssima e nos une sob o seumanto.

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sacerdote. E foi esta a vontade de Deus: Sacer-dote Missionário. Partiu para o seminário, a con-vite de um padre lazarista que, passando porBarretos, encontrou aquele menino, lavador decopos num bar. E foi assim que ele atendeu aoconvite rumando para o Caraça. Cursou o Semi-nário Menor no Caraça e o Maior em Petrópolis,onde estudou Filosofia e Teologia. Ordenou-sepadre em Petrópolis, no dia 8 de dezembro de1944. Na Escola Apostólica de Irati, no Paraná,iniciou sua caminhada sacerdotal e vicentina.Dizem seus alunos: “ótimo professor de grego ematemática”. Foi transferido, nos começos desua vida sacerdotal, de um Seminário para ou-tro, sempre como professor. Em todas essascolocações, jamais se esqueceu de aprimorarseus dotes musicais. Deixou várias composições,entre elas um hino vocacional muito cantado:“Grande santo, ó Vicente”. E o hino a NossaSenhora das Dores, padroeira de Boa Esperan-ça, MG, cidade onde muito trabalhou como mis-sionário. Finalmente recebeu, em 1960, justa-mente no tricentenário da morte de São Vicente,a colocação mais desejada por ele: Diretor dasMissões no Norte e Centro Oeste de Minas,com sede na cidade de Diamantina. Daí para fren-te, só conseguimos ver, no Padre Ézio, o perfilde um Missionário. Numa carta ao Visitador,Padre Agnaldo Aparecido de Paula, escreveu,em 31 de janeiro de 2007: “Mais de uma vez, tive

oportunidade de, como faço agora, declarar quejamais me arrependi de ser padre e pertencer àCongregação da Missão, na qual me realizeisobretudo como Missionário. Nas Missões, tiveas maiores alegrias da minha vida, sendo instru-mento de Deus, em favor de muitos. Digo sem-pre: Obrigado, Senhor. Estou aqui, estou pron-to a Vos servir” (aos 70 anos de Vocação). PadreÉzio colocou seus dons sempre a serviço e pro-curou, cada vez mais, especializar-se para setornar melhor Missionário. Assim, fez cursoorfeônico, em Belo Horizonte; Missiologia, noInstituto Católico de Paris; Arqueologia Bíbli-ca, em Israel. São Vicente recomendava que seusMissionários fossem cada vez mais preparadospara a missão. Padre Ézio sabia, ou melhor, tinhaa virtude de aceitar outros ofícios para bem ser-vir à Congregação. Por isso, por duas vezes, oMissionário passou a ser Ecônomo da PBCM(1963-1970 / 1982-1986). Após várias outras co-locações, finalmente retoma suas funções deMissionário em 1994, em Campina Verde, suaterra natal (Monjolinho). Não podemos esque-cer seu trabalho missionário em Boa Esperança,de onde surgiu a equipe leiga, que pode ser con-siderada uma semente das Missões, realizadashoje com leigos da Família Vicentina. Zelo Mis-sionário do Padre Ézio. Faleceu em BH, aos 9/3/2012.

(Informativo São Vicente).

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Pe. Manuel Pascoal dos AnjosFilho de José Francisco dos Santos e Maria

Norberta dos Anjos, Pe. Pascoal nasceu em Igre-ja Nova-AL, no dia 16/06/1931. Cursou o Semi-nário Menor e Propedêutico no Seminário Pau-lo VI, em Niterói-RJ; Filosofia e teologia, no Se-minário São José da Arquidiocese de Mariana-MG. Foi ordenado Sacerdote, em 29/06/1977,pelas mãos de Dom José Gonçalves da Costa,CSSR, nesta nossa Arquidiocese de Niterói. Fun-ções exercidas: Vigário Cooperador da Catedralde Niterói; Pároco da Paróquia Nossa SenhoraAparecida, no Galo Branco, São Gonçalo-RJ;Vigário Paroquial da Catedral; Vigário Paroqui-al, em Estrela do Norte, São Gonçalo-RJ e Usode Ordens, na Paróquia São Sebastião, noBarreto, Niterói-RJ. A partir de outubro de 2007,por motivo de saúde e, afastado das atividadespastorais, passou a residir com familiares emPenedo-AL, onde era muito querido pelos fiéislocais. Pe. Manuel faleceu aos oitenta anos deidade e trinta e quatro de sacerdócio, no dia 10de abril de 2012, às 11h40, vítima de AVC, no LarSão José, em Penedo-AL, onde durante trêsanos era residente e tratado com especial aten-ção, devido a ser portador da doença de “Al-zheimer”. Seu corpo foi velado na Capela doSenhor dos Pobres, em Penedo-AL. O sepulta-mento foi no Cemitério São Gonçalo de Amaran-te. (Niterói Católico)

Dom Columba Firmino Pinto, OSB

Joel Firmino Pinto nasceu a 26/9/1926, emVermelho Novo, Diocese de Caratinga. Estudounos Seminários de Mariana. Quis ser beneditino,entrando no Mosteiro de São Bento do Rio deJaneiro, onde professou com o nome de DomColumba. Recebeu a ordenação sacerdotal emRoma, dia 18/12/1955. Vida toda dedicada à ora-ção e à pregação da Palavra de Deus. Faleceudia 29 de julho de 2012.

Padre Abdala JorgeFaleceu, às

23h50 do dia 30 dejulho de 2012, emTimóteo, o PadreAbdala Jorge, quese encontrava nes-sa paróquia desde1953. Ele foi desig-

nado para o então distrito de Timóteo, municí-pio de Coronel Fabriciano para auxiliar Monse-nhor Rafael, que já atuava na região. Tomouposse em 1958 como pároco, antes mesmo dacriação jurídica da Paróquia, o que ocorreu so-mente em 1961. Na época, a região onde se situaa paróquia de São José Operário era conhecidacomo Acesita e não Timóteo, como é hoje. Cha-mava-se Acesita porque, de fato, os bairrosconstruídos pela antiga Companhia Aços Espe-ciais Itabira (ACESITA) pertenciam à empresa eficavam intramuros. Os mais antigos, até hoje,têm o hábito de chamar os bairros dessa área deAcesita, uma identidade cultural que o própriopadre Abdala tinha incorporado. Nas entrevis-tas, referia-se ao lugar como Acesita/Timóteo.

Padre Abdala Jorge nasceu em 19 de julhode 1927, no município de São João Del Rey. Des-cendente de libaneses, era o caçula e único ra-paz de uma família de quatro filhos. Aos 11 anosde idade, foi enviado para o Seminário deMariana, onde fez seus estudos. Ordenou-sepadre no dia 30 de novembro de 1952. Em janei-ro de 1953, padre Abdala chegou a Acesita, aju-dando a fundar igrejas e capelas em Timóteo. Osacerdote deu continuidade também à constru-

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ção da igreja do bairro Timirim, iniciada porMonsenhor Rafael.

Após sofrer um acidente e ser atropeladoem 2006, em frente à igreja São José Operário,Padre Abdala teve a sua saúde debilitada e sus-pendeu os trabalhos religiosos. Desde então, jánão celebrava missas e recebia poucas visitas.Segundo relato da irmã Aparecida, em janeirodeste ano, por ocasião da morte de um antigoempresário do município, o padre se dispôs acelebrar a missa de sétimo dia. “Naquele dia, elefalou comigo: 'me arranja, vai lá na igreja e pedepara atrasar a celebração que eu vou lá celebraressa missa'”, relembra. Desconfiada, a irmã oacompanhou para garantir que nada sairia erra-do, mas ele cumpriu todo o ritual, emocionandoos presentes, que nem desconfiavam que aque-la seria sua última missa. Pe. Abdala sentiu-semal no fim de semana e foi internado no Hospi-tal Vital Brazil, falecendo dia 30, segunda-feira.

O velório começou na manhã da terça-feira,na Igreja de São José Operário, a sede da paró-quia onde Pe. Abdala celebrou por longas déca-das. Por volta das 15 h, o corpo foi transferidoda nave da igreja para a área externa, onde hou-ve a celebração da missa de corpo presente, pre-sidida por Dom Odilon Guimarães Moreira. Comuma salva de palmas, o povo dá adeus a um dosmais importantes e polêmicos representantes dacomunidade timoteense. Segundo a PM, cercade duas mil pessoas acompanharam a missa decorpo presente e o sepultamento de PadreAbdala. Por volta das 17 h, dezenas de coroas

de flores são carregadas, o sino toca e o corpode padre Abdala é levado em cortejo pelas prin-cipais ruas de Timóteo, no carro do Corpo deBombeiros, seguindo em direção ao cemitérioJardim da Saudade, no bairro Santa Maria.

(Internet)

Dom Hélio Gonçalves HelenoA notícia da madrugada de quatro de setem-

bro soou triste aos ouvidos da Igreja diocesanade Caratinga. O badalar dos sinos da Catedralde São João Batista anunciava a partida de domHélio Gonçalves Heleno para a casa do Pai. De-pois de quase 20 dias internado na UTI do Hos-pital Nossa Senhora Auxiliadora, para o trata-mento de uma pneumonia grave, dom Hélio foivítima de falência múltipla de órgãos, insufici-ência respiratória e infecção pulmonar, o que olevou a óbito. Através de nota à imprensa local,

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seu sucessor, dom Emanuel Messias, comuni-cou oficialmente seu falecimento e manifestousentimentos de gratidão a Deus pela vida e mi-nistério episcopal realizado por dom Hélio du-rante trinta e dois anos na diocese de Caratingae também ao povo fiel, que se manteve firme nasorações por dom Hélio durante os longos diasde internação.

Velado na Catedral de São João Batista, obispo emérito foi homenageado durante todo odia. Milhares de fiéis acorreram à sede diocesanapara manifestar seus sentimentos pela perda dobispo emérito. Com a presença de vários pa-dres, duas missas foram celebradas durante odia, uma presidida pelo padre José Raul dosSantos Oliveira, um dos primeiros ordenadospor dom Hélio, e outra por padre HumbertoBoreli, com quem dom Hélio residia nos últimostempos. Às 19 h, com a participação de milharesde fiéis, foi celebrada a última missa de exéqui-

as, presidida pelo arcebispo metropolitano deMariana, dom Geraldo Lyrio Rocha. Além de domEmanuel, concelebraram a Eucaristia os bispos:dom Odilon Guimarães (Itabira-Cel. Fabriciano),dom Diogo Reesink (emérito de Teófilo Otoni),dom Lélis Lara (emérito de Itabira-Cel. Fabri-ciano), e dom Francisco Barroso Filho (eméritode Oliveira). Cerca de 80 padres também partici-param.

Dom Emanuel proferiu a homilia, durante aqual valorizou a vida de dom Hélio, destacandoa sua motivação vocacional. Finalizou dizendo:“Louvemos a Deus pela vida de dom Hélio, seusfamiliares e seu trabalho na diocese. Que Deuso acolha em sua graça”. O corpo de dom Héliofoi sepultado após o término da missa, na criptada Catedral. Com palmas e aclamações os pre-sentes manifestaram o carinho que tinham porele.

(Diretrizes).

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