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Ano 6 | Edição nº 4 | Outubro de 2014 www.sinter-mg.org.br Os benefícios da utilização da fossa séptica págs. 03 e 04 DESTAQUE BIO DICAS Informativo Técnico do Sindicato dos Trabalhadores em Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais Solo e água protegidos da contaminação 02

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Ano 6 | Edição nº 4 | Outubro de 2014

www.sinter-mg.org.br

Os benefícios da utilização da fossa séptica

págs. 03 e 04

DESTAQUE

BIO DICAS

Informativo Técnico do Sindicato dos Trabalhadores em Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais

Solo e água protegidos da contaminação02

Editorial Bio Dicas

Rua José de Alencar, 738 | Nova Suíça | Belo Horizonte/MG CEP 30480-500 | Telefax: 31 3334 3080www.sinter-mg.org.br | [email protected]

Edição nº 4 | Outubro de 2014 | Ano 6

SOLO E A ÁGUA PROTEGIDOS DA CONTAMINAÇÃO

Você conhece a biodigestão?

As Fossas Sépticas Biodigestoras garantem o Saneamento Básico na Área Rural, permitindo o tratamento das fezes e da urina depositadas no vaso sanitário das residências rurais. A biodigestão é um processo que utiliza esterco bovino fresco ou de outro animal ruminante, para eliminar micróbios e bactérias dos dejetos expelidos pelo ser humano.

O resultado do processo é um adubo natural líquido, sem odor, nem ver-mes que prejudicam a saúde humana e o meio ambiente. A utilização da fossa substitui o esgoto a céu aberto e as fossas negras, que nada mais são do que buracos abertos na terra. Sem isolamento seguro, essas fos-sas permitem a infi ltração de resíduos de fezes e de urina no solo. Assim, acabam contaminando a água do poço, que é retirada do subsolo, onde estão os lençóis subterrâneos de água, causando diversas doenças aos moradores da zona rural. Em casos extremos, pode causar até a morte.

As Fossas Sépticas Biodigestoras podem ser usadas em casas, cháca-ras e povoados rurais que não são atendidos por sistema de esgoto sa-nitário e que têm à sua disposição o esterco a ser utilizado no processo de biodigestão.

DIRETORIA COLEGIADA DO SINTER-MGDiretor Geral | Carlos Augusto de Carvalho Diretor Secretário | Ronaldo Vieira de Aquino Diretor de Administração e Finanças | Lúcio Passos Ferreira Diretor de Comunicação e Cultura | Luiz Mário Leite Júnior Diretor De Assuntos Jurídicos | Pascoal Pereira de Almeida Diretor de Formação Política e Sindical | Margareth do Carmo C. G. Diretor de Assuntos de Agricultura Familiar e Reforma Agrária | Leni Alves de Souza Diretor De Assuntos Dos Aposentados | Elizabete Soares de Andrade

DIRETORES DE BASE Norte | Maria de Lourdes V. Leopoldo Centro | Afrânio Otávio Nogueira Triângulo | Walter Lúcio de Brito Leste | Adilson Lopes Barros Zona Da Mata | Luciano Saraiva G. de Souza Sul | André Martins Ferreira Alto Paranaíba e Noroeste | Paulo César Thompson

REPRESENTANTES DAS SEÇÕES SINDICAISJanaúba | Raimundo Mendes de Souza Júnior Januária | Gilson Pereira Lima Montes Claros | Onias Guedes Batista Salinas | José dos Reis Francisco da Rocha Barbacena | Tadeu César Gomes de Azevedo Belo Horizonte | Silmara Aparecida C. Campos Curvelo | Marcelino Teixeira da Silva Divinópolis | Júlio César Maia Uberaba | Claúdia A. Sabino El Armali Uberlândia | Liliane Alves Lemes Patos De Minas | João Batista Almeida Unaí | Dalila Moreira da Cunha Almenara | Ronilson Martins Nascimento Capelinha | Rafael Lopes Vieira Governador Valadares | Maurílio Andrade Dornelas Teó� lo Otoni | Paulo Ernesto Palmieri Cataguases | Francisco P. de Rezende Manhuaçu | Célio Alexandre de O. Barros Juiz de Fora | Janya A. de Paula Viçosa | Rogério Jacinto Gomes

Alfenas | Sávio dos Reis Dutra Lavras | Francisco Carlos Pedro Pouso Alegre | Orlando Regis Teixeira

CONSELHO FISCAL Francisco Carlos Fonseca Gruppi | Helio Antônio Fernandes | Marlene da Conceição A. Pereira | Noé de Oliveira Fernandes Filho | Reinaldo Bortone

AGROECOLÓGICOCoordenação | Luiz Mário Leite Participação | Diretoria Sinter-MGRedação | Liliane Mendes Fotos | Arquivo SINTER-MG Diagramação | Somanyideas Projeto Grá� co | Somanyideas Jornalista Responsável | Liliane Mendes - 0019118/MG Circulação | Online

Para sugestões, comentários e críticas sobre o Agroecológico [email protected]

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A má conservação dos recursos naturais causa problemas no funcionamento dos ecossistemas e acarreta grandes pre-juízos à vida humana. A importância de estratégias de conservação de recursos como água e solo vem ganhando cada vez mais destaque mediante os cenários de escassez que se tornaram comuns em diferentes partes do nosso planeta.

Ainda há muito a ser feito. A sociedade tem grandes desafi os para estabelecer prioridades claras para ações de conser-vação e saber como investir os escassos recursos humanos e fi nanceiros de ma-neira efi ciente. Nesse cenário, pequenas iniciativas de cada um são bem vindas na luta por um bem maior.

Nos últimos anos, as condições para que a agricultura seja sustentável tem sido uma das maiores discussões que envolvem o meio ambiente. O impacto das atividades humanas no meio ambiente é inevitável e os agricultores familiares, podem ter um importante papel, quando fi cam atentos a essas iniciativas.

Ainda é realidade no campo, o baixo aces-so ao saneamento básico, destinando in-corretamente os dejetos humanos e cau-sando contaminações em córregos, rios e lençóis freáticos. Uma solução simples e barata para o problema pode ser a fossa séptica biodigestora, que contribui ainda para o desenvolvimento local. Saiba mais sobre a solução nesta edição do Agroeco-lógico. Boa leitura!

Muito utilizada na promoção da preservação do solo e dos recursos hídricos, realidade cada vez mais urgente para a garantia da sustentabilidade, a fossa séptica con-siste em um recinto fechado e enterrado para a depura-ção de águas residuais domésticas.

Na estrutura da fossa séptica, composta por três caixas, a primeira dá início à fermentação dos dejetos, processo que vai decompor o material e eliminar a maior parte dos agentes causadores de doenças. Conforme vai enchen-do, o líquido passa para a segunda caixa, que completa a fermentação até chegar à terceira. A terceira caixa já está com o efluente livre de patógenos. O processo de biodigestão apresenta três fases: hidrólise enzimática, ácida e metanogênica. Essas fases garantem que micro--organismos causadores de doenças sejam eliminados graças à variação de temperatura.

O líquido final pode ser utilizado para fertilizar e irrigar o solo, contribuindo para melhorar a qualidade do solo e também a renda dos agricultores. Não é indicado o uso na cultura de hortaliças ou folhas, de consumo direto.

As fossas sépticas substituem a fossa negra, um buraco feito na terra que recebe todos os dejetos líquidos sem qualquer tratamento. Esse sistema precário, responsável por várias doenças, ainda é utilizado por muitas pesso-as. É pela água consumida em uma fonte contaminada

que podem ser contraídas doenças severas, a exemplo da hepatite, do cólera, da salmonelose e outras.

A tecnologia reduz o impacto ambiental dos resíduos. O filtro assume a função de reator biológico, onde mi-croorganismos anaeróbios vão efetuar a depuração do efluente. O filtro anaeróbio é feito de plástico, fibra de vidro ou concreto armado, ou seja, materiais que apre-sentam alta resistência para que não haja perda do seu conteúdo nem absorção de água que se encontra no seu exterior.

O sistema pode ajudar a melhorar a produção rural com a utilização de um biofertilizante orgânico com efeitos favoráveis comprovados. Assim, essa tecnologia social atende a necessidade de desenvolvimento. A fossa séptica biodigestora substitui as comuns com um custo baixo. Por meio desse sistema, é possível produzir o bio-gás, sendo que a energia do biogás pode ser convertida em energia elétrica através de geradores.

Instalação

Para a garantia do sucesso da tecnologia social é im-portante que sejam seguidos alguns passos por aqueles que assumirem tal compromisso. A primeira iniciativa é a capacitação da comunidade, pois o uso de tecnologias sociais só funciona com o compromisso e participação

Os benefícios da utilização da fossa séptica

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Edição nº 4 | Outubro de 2014 | Ano 6

das famílias, depois é necessário escolher o local das caixas coletoras, com um conhecimento do produtor ru-ral de cada peça do kit, para que ele possa monitorar o sistema. Os materiais são facilmente encontrados em lojas de material de construção.

Outro passo importante é a abertura do buraco e prepa-ração das caixas, os buracos devem ser escavados com 80 centímetros de profundidade. Na primeira caixa, o sistema deve ter ligação exclusiva com o vaso sanitário por meio de tubo PVC de 100 mm. Antes dela, deve ser instalada uma válvula de retenção para a colocação da mistura de esterco e água. A segunda caixa deve ser ligada à pri-meira por tubo com curva de 90 graus. Nessa etapa é concluído o processo de Biodigestão, com a morte dos agentes patogênicos.

A terceira cai-xa conterá um biofertilizante que pode ser usado na agricultura ou para ir-rigar o solo.O biofertilizante obtido no final do processo não oferece risco de contaminação do solo e o agricultor pode apanhar o efluente líquido com balde para adubar o solo das plantações. O bio-fertilizante contribui para elevar a renda das famílias na área rural com a economia de insumos químicos. É importante lembrar que os agricultores precisam de parceiros para assegurar a implantação das fossas e a assistência técnica.

Orientações aos usuários

Cuidados para que o sistema funcione de forma ade-quada e eficaz:

• Adicionar na válvula de retenção, uma vez por mês, 10 litros de esterco bovino fresco, misturado a 10 litros de água.

• Usar pouca água sanitária na higienização do vaso

sanitário. Deve-se fazer uma adição extra de esterco quando for necessária uma limpeza mais “pesada” do sanitário. • Verificar periodicamente se os buracos dos suspiros não estão “tampados”.

• Verificar periodicamente se há vazamento nas cone-xões das caixas que compõem o sistema.

• Verificar periodicamente se não está ha-vendo vazamento na caixa de des-

carga.

• Fazer uma adição extra de esterco na válvula

de retenção, caso seja detectado um vazamento prolongado no vaso sanitário. Isso deve ser feito após o seu conserto.

• Nunca jogar papel higiênico

e outros mate-riais no vaso sani-

tário.

• Fazer, periodicamente, a coleta do efluente (adubo

orgânico) da caixa coletora (úl-tima caixa do sistema).

Cuidados e providências adicionais:

É recomendável que o usuário faça uma proteção em torno da válvula de retenção, para evitar que se que-bre. Também é aconselhável que o usuário faça uma proteção (uma cerca) em volta de todo o sistema para prevenir danos ao sistema. É necessário pintar e repin-tar, na cor preta, as tampas das duas primeiras caixas. Isso garante um maior aquecimento no interior delas. A repintura deve ser feita se ficarem desbotadas.

Fonte: Gildásio de Andrade Pires Acespa Chico Mendes

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