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Geomorfologia, ótimo texto científico

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COLE O FORMANDO EDUCADORESEDITORA NUPRE

2009

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1 ....................................................................... 9

1.1 TEMA 1. PROCESSOS END GENOS DE ESTRUTURA O DO RELEVO ............................................ 111.1.1 CONTE DO 1. A GEOMORFOLOGIA E A ESCALA ESPA O TEMPORAL .............................. 111.1.2 CONTE DO 2. FORMAS DE RELEVO DERIVADAS DA TECT NICA DE PLACAS .................... 11.1.3 CONTE DO 3. FORMAS DE RELEVO DERIVADAS DOS PROCESSOS GNEOS E

METAM RFICOS .................................................................................................................. 251.1.4 CONTE DO 4. FORMAS DE RELEVO EM ESTRUTURAS SEDIMENTARES .............................. 30

MAPA CONCEITUAL ................................................................................................................................ 39ESTUDO DE CASO ................................................................................................................................... 40EXERC CIOS PROPOSTOS ........................................................................................................................ 411.2 TEMA 2. PROCESSOS EX GENOS DE ESCULTURA O DO RELEVO ............................................... 47

1.2.1 CONTE DO 1. PRINCIPAIS PROCESSOS DO CICLO SUPERFICIAL .......................................... 471.2.2 CONTE DO 2. MODELADO DAS VERTENTES ....................................................................... 491.2.3 CONTE DO 3. PROCESSOS INTEMP RICOS ......................................................................... 521.2.4 CONTE DO 4. PROCESSOS EROSIVOS ................................................................................. 56

MAPA CONCEITUAL ................................................................................................................................ 65ESTUDO DE CASO ................................................................................................................................... 66EXERC CIOS PROPOSTOS ........................................................................................................................ 67

2 ........................................................................... 73 2.1 TEMA 3. ATUA O DOS AGENTES DA DIN MICA EXTERNA ......................................................... 75

2.1.1 CONTE DO 1. GEOMORFOLOGIA FLUVIAL ......................................................................... 752.1.2 CONTE DO 2. GEOMORFOLOGIA C RSTICA ....................................................................... 832.1.3 CONTE DO 3. GEOMORFOLOGIA COSTEIRA E OCE NICA .................................................. 862.1.4 CONTE DO 4. GEOMORFOLOGIA CLIM TICA ..................................................................... 92

MAPA CONCEITUAL .............................................................................................................................. 105ESTUDO DE CASO ................................................................................................................................. 106EXERC CIOS PROPOSTOS ...................................................................................................................... 1072.2 TEMA 4. GEOMORFOLOGIA E MEIO AMBIENTE .......................................................................... 113

2.2.1 CONTE DO 1. COMPARTIMENTA O GEOMORFOL GICA BRASILEIRA .......................... 1132.2.2 CONTE DO 2. RELA O ENTRE GEOMORFOLOGIA E MEIO AMBIENTE ........................... 1222.2.3 CONTE DO 3. DEGRADA O AMBIENTAL ........................................................................ 1282.2.4 CONTE DO 4. ESTUDO DA GEOMORFOLOGIA NOS ENSINOS M DIO E FUNDAMENTAL . 13

MAPA CONCEITUAL .............................................................................................................................. 145ESTUDO DE CASO ................................................................................................................................. 146EXERC CIOS PROPOSTOS ...................................................................................................................... 146

....................................................................................................................................153 .................................................................................................................................155

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A disciplina Geomorfologia de acordo com o seu arcabouço teórico busca entender adinâmica que ocorre no espaço geográfico através do entendimento sobre a gênese e a evolu-ção das diferentes formas dos relevos que se encontram na superfície terrestre.

Sua concepção se faz mediante exposição teórica e conceitual dos elementos do relevoterrestre, bem como a aplicabilidade destes conceitos no cotidiano social, utilizando-se deexemplos reais e ou estudos de casos, para sua concretização. Desta forma, exposto o conteú-do da disciplina Geomorfologia, torna-se possível vinculá-la a um tema transversal, uma vezque a leitura realizada ressalta a interação do homem com o meio físico e as conseqüênciasdesta interação em escala local, regional, nacional e global.

O conhecimento da Geomorfologia neste material didático, objetiva oferecer noçõesfundamentais ao estudante de licenciatura como forma de instrumentalizá-lo para o exercícioda docência na Geografia, o que constitui um esforço conjunto, entre professores e coordena-ção do curso, em torno de um único objetivo que é, estruturar a disciplina voltada para práticadocente a partir da organização das informações de forma adequada a essa prática.

Para tanto, o objetivo principal é levar aluno (a) a compreensão da estruturação e escul-

turação do modelado terrestre, assim como, a identificação dos agentes responsáveis pelasconstantes mudanças deste modelado. Pois, é sobre este modelado que os seres vivos se esta-belecem e estabelecem relações dinâmicas acelerando os processos erosivos no relevo.

Nesse sentido, a Geomorfologia tem a função de desvendar, o que e quais fatores inter-ferem nas modificações do relevo da Terra, além de mostrar que os processos são ações se-qüenciais e permanentes, elaborando assim, um sistema geomorfológico cujas formas, os pro-cessos e as suas relações estão em constante atividade e sujeitos a interferência de outrossistemas.

Este material de cunho didático e técnico vem contribuir de forma significativa para oleitor mediante os conhecimentos e atividades aqui propostas.

Boa Leitura

Profª Cláudia Maria Santos Gonçalves

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1.1 1.

1.1.1 1.

De acordo com Christofoletti (1980), a geomorfologia é a ciência que estuda as formasde relevo, as quais representam as feições da paisagem natural. Entretanto, estudar essa ciênciado ramo físico do conhecimento geográfico requer uma compreensão apurada de outros ra-mos da geografia física e até humana, para poder estabelecer relações pertinentes a evolução emodificação do relevo terrestre.

Entender Geomorfologia é compreender como se constitui as feições topográficas exis-tentes a partir dos processos elaboradores e modeladores. A geomorfologia tem como objetode estudo as formas e os processos que definem o relevo ou feição topográfica. As formas cor-respondem à estrutura elaborada, já os processos, demandam ações paralelas e seqüenciais

que modelam o relevo.

...as formas, os processos e as suas relações constituem o sistema geomorfo-lógico, que é um sistema aberto, pois, recebe influências e também atua sobreoutros sistemas componentes de seu universo. (CHRISTOFOLETTI, 1980,pg1)

A ciência Geomorfológica estuda as formas do relevo a partir da sua gênese. Antes ape-nas descrevia essas formas atualmente busca explicar os processos que formam o relevo, obje-

tivando assim:

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• Compreender as formas do relevo elaborados a partir dos fenômenos internos daterra e do material de origem;

• Compreender a evolução do relevo terrestre a partir dos eventos climáticos;• Compreender os processos modeladores do relevo terrestre.

A análise das formas e dos processos fornece conhecimento sobre os aspectose a dinâmica da topografia atual e sob as diversas condições climáticas, pos-sibilitando compreender as formas esculpidas pelas forças destrutivas e as o-riginadas nos ambientes deposicionais. (CHRISTOFOLETTI, 1980, pg1)

Na Geomorfologia há uma necessidade de em seu estudo compreender um pouco sobre

sistemas, ou seja, as noções sobre teoria dos sistemas. Aos relacionados à geomorfologia, temfornecido dados para os estudiosos desta ciência, conhecer e compreender as relações nelaexistente, bem como, esclarecer o caráter integrador que esta ciência exerce no campo dasGeociências ( ciências da terra).

A Teoria dos Sistemas Gerais (General Systems Theory) foi inicialmente introduzidana geomorfologia pelos trabalhos de Artur N. Strahler (1950; 1952).

Fonte: (Christofoletti, 1980, pg1).

Para a compreensão de sistemas nas ciências, faz-se necessário conhecer alguns concei-tos como:

Matéria – corresponde ao material que vai ser remanejado.

Energia – compreende a força que auxilia no remanejamento da matéria, podendo divi-dir-se em: Potencial e Cinética.

Nos estudos geomorfológicos, os sistemas são classificados conforme alguns critérios,dos quais cabe ressaltar aqui, o critério funcional e os respectivos sistemas:

Sistemas isolados

Sistemas não-isolados: abertos e fechados

Sistemas morfológicos

Sistemas em seqüência

Sistemas de processos-respostas

Sistemas controlados

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A compreensão desses sistemas leva a percepção de que a ciência geomorfológica nãoestá solta no tempo e no espaço. Ela estabelece relações para o entendimento das formas derelevo (origem e evolução).

Sendo assim, a expansão do conhecimento geomorfológico, utiliza-se de outras ciênciaspara fortalecer o seu entendimento. Por isso, as relações com a Geologia, a Climatologia, aBiogeografia, a Pedologia a Oceanografia e a Geofísica.

Com a Geologia a relação se faz mediante a compreensão das características da rocha,dos processos internos (vulcanismo e tectonismo), da disposição estrutural das rochas e esta-tigrafia; com a Climatologia, estabelece-se uma relação de conhecimento do estado atmosféri-co e suas interferências na temperatura,umidade e características morfoclimáticas; com a Bio-geografia, conhece-se as características da vegetação e sua distribuição espacial, estabelecendoa relação da intensidade da cobertura vegetal e os processos erosivos no relevo, bem como, dafauna; com a Pedologia, a relação compreende a disposição do solo no relevo, suas caracterís-ticas físicas e susceptibilidade a erosão; aoceanografia quanto a dinâmica das vagas, correntese marés e a Geofísica e o conhecimento de prospecção e coeficiente de declividade.

A geomorfologia surgiu no final do século XIX, entretanto seus fundamentos datamdo século XVIII com o trabalho dos geólogos: Hutton, Playfair e Lyel.

Fonte: (Penteado, 1974).

Entre os séculos XVI e XVII, algumas observações surgiram a respeito do conhecimentogeomorfológico, porém, no século XVIII, estas se fizeram pertinentes. As contribuições deJames Hutton (1744-1829), foram catalisadoras para a construção da geomorfologia. Seus es-tudos basearam-se nas observações dos fenômenos naturais que lhe serviram de base para acriação da teoria do “Actualismo”, onde explica que “o presente é a chave do passado”. Hut-ton, (1744-1829). O trabalho deste estudioso foi desenvolvido por Playfair (1802) e Lyel(1797-1875).

No final do século XIX, pesquisadores estadunidenses, reformularam o pensamento ge-omorfológico, permitindo assim o isolamento da Geomorfologia do âmbito geológico. Entre-tanto, o geólogo William Morris Davis (1858-1934), contribuiu, sistematizando e definindouma sequência normal de acontecimentos num ciclo ideal, e procurou uma terminologia parauma classificação genética das formas do relevo terrestre, assim, criou o “Ciclo de Erosão e aErosão Normal”, baseado no método de análise cíclica das paisagens. (Christofoletti, 1980).

O Ciclo de Erosão Normal- Resume-se em uma superfície plana deformada

bruscamente por uma ação tectônica e sobre o relevo então formado, age a

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erosão que o reduz, lenta e progressivamente através das fases de juventude,maturidade e senilidade até a nova superfície plana, a peneplanície, ponto departida para o novo ciclo, (CHRISTOFOLETTI, 1980, p.8).

Representação do Ciclo de Davis,

FIGURA 01 EVOLU O PROV VEL DE UMA ESCARPA DE FALHA. A TERMINOLOGIA E AS FORMAS S O DAVISIANAS E A SEQU NCIATEMPORAL AMPLAMENTE UTILIZADA EM GEOMORFOLOGIA (STRAHLER, 1971, APUD CASSETI).

FONTE: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. DISPON VEL EM WWW./UNAPE.ORG. BR ACESSO EM 04/12/2009.

Essa concepção do ciclo geográfico considera as formas resultantes do controle estrutu-ral (litologia), dos processos dominantes (erosão), e do tempo. Nesse contexto, surge a Geo-morfologia Dinâmica, que considera a Geomorfologia estrutural X Geomorfologia Climática.

A Geomorfologia é uma ciência da terra, que apresenta princípios básicos, leis gerais eobjeto de estudo próprio, (Penteado, 1974).

A Geomorfologia no Brasil.Embora os primeiros passos desta ciência datam no século XIX, as contribuições de fa-

to pertencem ao século XX, que se fazem notar por publicações (artigos) como:Lester C. King (1956), “a A Geomorfologia do Brasil Oriental; Aziz A’Saber (1949),

Regiões de circundesnudação pós-cretáceas do Planalto Brasileiro”; Ruellan (1952), Osdobramentos de fundo no Escudo Brasileiro; Jean Tricart (1959), A Divisão Morfológicado Brasil Atlântico Central e os Problemas Geomorfológicos do Litoral Oriental do Brasil.Esses trabalhos contribuíram para o avanço dos estudos geomorfológicos no territóriobrasileiro, assim como, o desencadeamento de novos trabalhos.

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O Estudo da Geomorfologia e a Escala Espaço /Temporal

As diversas formas do relevo terrestre remetem ao entendimento de que estas surgemconforme determinadas condições morfogenéticas, morfoclimáticas, associadas as condiçõesestruturais (geológicas), a que são submetidas. Assim, a evolução do relevo, que resulta dasforças internas e externas, expressa uma dependência entre a intensidade e a duração dos fe-nômenos para a elaboração do modelado.

Uma divisão topográfica demonstra as relações processuais e suas implicações tectôni-co-estruturais, traçadas temporalmente e espacialmente, ou seja, a dimensão espaço/tempo nageomorfologia. Sendo assim, a noção de escala espaço/temporal, remete a priori as seguintesdimensões:

• Quanto menor a escala espacial (cartográfica) de observação de um fenômeno geo-morfológico:

Maior é a influência dos processos endógenos; Lenta é a transformação, essa dimensão espacial, proporciona uma divi-

são generalizada dos fenômenos e processos geomorfológicos.• Quanto maior a escala espacial de observação, ou seja, menor a dimensão espacial;

maior será a percepção dos fenômenos e processos. Portanto:

Maior a influência dos processos; Mais rápida é a transformação.

Vamos a um exemplo?

Fenômenos ligados a Tectônica, Vulcanismo, representam uma dimensão muito abran-gente, em escala ao milionésimo. Estudos de vertentes, por exemplo, apresentam uma dimen-são mais restrita, ou seja, só é possível em escalas em metros.

FIGURA 02 EVENTO VULC NICO

FONTE: WWW.PORTALSAOFRANCISCO.COM.BR/.../VULCOES 20.JPG

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FIGURA 03 A O TECT NICA

FONTE: WWW.BRASILESCOLA.COM/UPLOAD/E/FOSSA OCEANICA.JPG

Há também estudos da divisão topográfica que apresentam a dimensão da esca-la/temporal através de classificações taxonômicas como a de Ross, (1992) e a escala de grande-za segundo Tricart, (1965).

Tricart (apud, Penteado, 1974), apresenta em seus estudos geomorfológicos a seguinteescala:

1ª Ordem- Corresponde às grandes áreas, onde atuam as forças antagônicas (internase externas).

2ª Ordem- Corresponde às grandes unidades estruturais que caracterizam subdivisõesdas grandes zonas morfoclimáticas.

3ª Ordem – Corresponde a unidades menores. Nesta ordem, a paisagem é estudadasob o prisma da evolução com ênfase nos estágios de desnudação.4ª Ordem – Correspondem as pequenas unidades estruturais como, por exemplo: Os

maciços do Planalto Central, os pré-alpes da cadeia Alpina.5ª Ordem - Corresponde aos relevos de escalas de 1:20.000.6ª Ordem – Correspondem aos Relevos, resultantes de processos erosivos.7ª Ordem - Correspondem as microformas, como os matacões.8ª Ordem – Correspondem as formas milimétricas como os sedimentos, poros das ro-

chas.

Já a proposta Taxonômica de Ross (1992):

Primeiro Táxon – Suas características estruturais definem um padrão de formas gran-des do relevo. Está ligado ao conceito de unidade morfoestrutural.

Segundo Táxon – Correspondem as unidades morfoesculturais geradas pela ação cli-mática ao longo do tempo geológico na morfoestrutura.

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Terceiro Táxon – Correspondem às unidades dos padrões de formas semelhantes dorelevo, identificadas em função do índice de dissecação do relevo, formato dos topos, ver-tentes e vales. Podem-se ter várias unidades de padrões de formas semelhantes em cadaunidade morfoescultural.

Quarto Táxon – Correspondem as formas de relevo individualizadas dentro de cadaunidade de padrão de formas semelhantes. As formas de relevo tanto podem ser de agra-dação, como planícies, terraços, ou de denudação, como colinas, morros, cristas, etc.

Quinto Táxon - Correspondem as vertentes ou setores das vertentes de gêneses distin-tas, pertencentes a cada uma das formas individualizadas do relevo.

Sexto Táxon – Correspondem às formas menores, produzidas por processos erosivosou depósitos recentes. São exemplos às voçorocas, ravinas, cicatrizes de deslizamentos,bancos de sedimentação atual, formas antrópicas como: cortes, aterros, desmonte de mor-

ros, etc.

1.1.2 2.

Composição da Crosta TerrestreAs rochas influenciam na forma e no tamanho do relevo, através de suas características

físicas e químicas. Sendo assim, a ciência geológica é de fundamental importância para a com-preensão da evolução da terra, uma vez que o nosso planeta é constituído por camada de ro-cha denominada de Crosta ou Litosfera.

A crosta ou litosfera é constituída por matérias consolidados e agregados (rochas e mi-nerais) e classificam-se segundo suas origens (condição de formação) em:

1-Rochas Magmáticas ou Ígneas essas se subdividem em:

1.1 - Intrusivas ou Plutônicas- Correspondem ao material magmático consolidado nointerior da terra. São intrusivas porque penetram nos corpos rochosos já existentes.

1.2 - Extrusivas ou Vulcânicas- Correspondem as rochas, cujo resfriamento rápido domagma (consolidação) ocorre próximo a superfície, não havendo, portanto, tempo de cristali-zação dos minerais, adquirindo uma textura vítrea.

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O resfriamento lento das rochas ígneas desenvolve bem os cristais e a textura torna-seEquigranular. Já as rochas cujo resfriamento é rápido a textura resultante é Vítrea.

Quando há resfriamento interno os cristais em vias de formação são levados pelomagma, à superfície, resfriando-se rapidamente, adquirindo uma textura Porfirítica.

2-Rochas Sedimentares – resulta da desagregação de outras rochas ou acúmulo de detri-tos orgânicos. A deposição desses fragmentos rochosos ou de minerais, constitui depósitossedimentar.

As rochas sedimentares classificam-se em:

2.1- Clásticas ou mecânicas- Correspondem às rochas constituídas por fragmentos de-sagregados das diversas rochas existentes, transportadas e depositadas em estratos.

Exemplos: Arenitos, Tilito.

2.2- Orgânicas- Constituídas por restos de seres vivos, vegetais e animais.

2.3- Químicas- Formadas pela precipitação química, dissolução, enfim, por reaçõesquímicas.

3-Rochas Metamórficas- Rochas que resultam da transformação de rochas já existentes,através de processos metamórficos, cuja modificação da estrutura e composição da rocha o-corre pela variação de temperatura e pressão.

Essa modificação estrutural classifica-se em:

3.1- Metamorfismo regional- Atinge grandes áreas, acompanhando os grandes dobra-mentos, proporcionando metamorfoses nas rochas magmáticas.

3.2- Metamorfismo de Contato- Atinge apenas superficialmente a rocha, devido aoprocesso de emanações gasosas e térmicas do corpo rochoso pré-existentes. Esse metamorfis-mo muda apenas o “externo”, o”corpo” da rocha permanece intacto, (Salles,1997).

Outras propriedades litológicas, que também influenciam na geomorfologia, são elas:

Quanto à decomposição mecânica:• Coesão• Macividade• Tamanho dos grânulos

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Quanto à decomposição química:• Solubilidade• Homogeneidade dos constituintes minerais

Quanto à capacidade de escoamento da água:• Plasticidade• Permeabilidade

Leucocráticas- rochas ricas em minerais claros.Melanocrática- rochas ricas em minerais escuros.Mesocrática- rochas intermediárias

Fenômenos Geológicos – Dinâmica Interna da Terra

O relevo terrestre é resultante da ação de duas forças, denominadas de:

Endógenos- Processos internos que transformam física e quimicamente a estrutura in-terna da terra. Esses estão relacionados a geodinâmica interna representadas pelos falhamen-tos, tectônicas, dobramentos, vulcões e terremotos.

Exógenos- Processos externos que promovem o desgaste e a deposição. Esses processosmodeladores do relevo a partir da ação da água, do vento e do gelo.

Segundo Penck, (1894), o relevo é um produto de ações simultâneas das forças inter-nas e externas, atuando as primeiras, em geral, no sentido de acentuar o relevo, e as segun-das no sentido de atenuá-lo. O resultado são as formas atuais. Para Davis, (1858-1934), asforças exógenas só iniciavam o trabalho após cessamento das forças endógenas.

As formas resultantes do primeiro processo são estruturais, enquanto as segundas sãodenominadas esculturais e sobrepostas que também são denominadas de secundárias.

As forçastectônicas são responsáveis pela formação de formas elevadas como: CadeiasMontanhosas e formas deprimidas (depressões e fossas tectônicas), essas passam por estágiosevolutivos, sendo, portanto, instáveis do ponto de vista geomorfológico, já que tendem ao re-baixamento (nivelamento das formas).

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A Ação Tectônica

De acordo com (Salles, 1997), os movimentos tectônicos são agentes erosivos importan-tes e classificam-se em:

Orogênicos- Movimentos que causam o soerguimento das camadas rochosas, instáveis,que por sua vez provocam o dobramento e o falhamento destas. Esses movimentos originaramas grandes cadeias montanhosas como: Himalaia, Andes, Alpes.

FIGURA 04 SIMULA O DE UM FALHAMENTO.

FONTE: WWW.MUNDOEDUCACAO.COM.BR/.../FALHAMENTOS12.JPG

FIGURA 05 TIPOS DE DOBRAMENTOS.

FONTE: HTTP://EGEO.INETI.PT/EDICOES ONLINE/DIVERSOS/CARTAS/CAPITULO6/FIG42.GIF

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FIGURA 06 CADEIA MONTANHOSA DO HIMALAIA

FONTE: FLORESLIVROSELUA.FILES.WORDPRESS.COM/2009/07/...

Houve quatro períodos de internas movimentações Orogênicas:Huroniano- no final da era Pré-Cambriana. (Lago Huron, no Canadá);

Laureniano- no Arqueano. (Rio São Lourenço);Taconicano- Fim do Ordoviciano. (Nova York e Pensilvânia);Caledoniano- inicio da era paleozóica. (Montes Cledonianos na Grã – Bretanha);Herciniano- final da era Paleozóica. (Floresta da Alemanha, a Hercínia);Alpino- final da era Mesozóica e início da cenozóica. (os Alpes).Fonte: (SALLES, 1997. p.56)

Epirogênicos- São movimentos lentos que abrangem grandes áreas. Corresponde a so-

erguimentos e abaixamento de grandes placas tectônicas. De caráter continental, não produ-zem falhamentos ou dobramentos, mas formam arqueamentos ouintumescência de grandesconjuntos geológicos.

Os movimentos epirogênicos causam movimentos que alteraram o nível do mar, quesão chamados eustáticos, podendo ser do tipo transgressão ou regressão.

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Transgressão-Transgressão marinha -avanço dos mares por sobre as terras emersas,gerando uma consequente elevação do nível do mar. Pode ser causado por fatores diversos,como por exemplo, o abatimento de algumas regiões ou pelo derretimento de grandes ex-tensões da calota polar. É o contrário de regressão marinha.

Regressão-Regressão marinha -retração ou contração dos mares em relação às terras,gerando um consequente rebaixamento do nível do mar. Pode ser causado por fatores di- versos, como por exemplo, soerguimento de algumas regiões ou por glaciações. É o con-trário de transgressão marinha.

Fonte: Disponível:http://www.fgel.uerj.br/dgrg/webdgrg/Timescale/Glossario.html, acesso 12/12/2009.

Geomorfologia e sua classificação

Os estudos Geomorfológicos constatam que as formas de relevo derivam de algumas ca-racterísticas de ordem estrutural e de processos. Sendo assim, de acordo com esses critérios,pode-se classificar a Geomorfologia (relevo) em:

1. Geomorfologia Estrutural, cujas formas derivam das atividades tectônicas, resul-tando em estruturas falhadas, dobradas inclinadas, ígneas e vulcânicas.

2. Geomorfologia Cásrtica, corresponde aos relevos resultantes de processos quí-micos sofridos pelas rochas.

3. Geomorfologia Costeira, resultante da ação marinha e continental na elaboraçãodas formas ao longo da faixa litorânea.

4. Geomorfologia Climática, formas originadas por influencia do clima (tempera-tura, umidade), determinando todo um sistema natural.

5. Geomorfologia Fluvial,resultante do trabalho dos rios.

6. Geomorfologia Glacial, formas resultantes da ação do gelo.

De acordo com Christofoletti,(1980), para compreender essas formas do relevo, deve-se levar em consideração os seguintes fatores: Climáticos,biogeográficos, geológico e an-trópico.

Entretanto, cabe ao estudioso em geomorfologia estabelecer o critério ao qual queira pa-ra classificar e dividir a Geomorfologia.

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Estruturas Falhadas

Resultam das forças que comprimem os blocos rochosos (a crosta), originando estrutu-ras falhadas e formas escarpadas, em degraus e formas dobradas. Exemplo Horst , Graben, eCadeias montanhosas.

As áreas submetidas a forças epirogenéticas são mais propícias ao surgimento de relevosformados por blocos falhados, resultantes da movimentação de um bloco em relação a outro,levando a formação de zonas elevadas e rebaixadas. A essas estruturas falhadas denominamosde Horst e Graben. Os horsts constituem as partes altas da topografia falhada e os grabens sãoas áreas rebaixdas, ou seja, os vales alongados.

Essas formas expressadas pela estrutura geológica estão associadas a eventos tectônicos,resumidas a três grandes unidades estruturais, a saber:

• Escudos Antigos• Bacias Sedimentares• Dobramentos Modernos

As estruturas falhadas resultam do choque de placas. Esta colisão provoca manifestaçõestectônicas como dobramentos, falhamentos e reativação das antigasfalhas, (Casseti, 1995).

Tectônica de PlacasA teoria da tectônica de placas desenvolveu-se a partir da observação de dois fenôme-

nos geológicos: a deriva continental, observada já no final do século XIX, e a expansão dofundo oceânico, constatada na década de 1960. Essa teoria desenvolveu-se desde então,sendo universalmente aceita e provocando uma revolução nos conceitos relacionados comas ciências da Terra.

A tectônica de placas baseia-se nas diferenças mecânicas entre a litosfera (mais fria erígida) e a astenosfera (mais quente e menos rígida). A litosfera é constituída por um con- junto de placas tectônicas, separadas e independentes, que “flutuam” e movimentam-se

sobre a astenosfera. Uma placa tectônica, comumente, inclui a crosta oceânica e a crostacontinental, como é o caso da placa sul-americana, onde se situa o Brasil. Devido ao prin-cípio de isostasia (condição de busca do equilíbrio densitométrico de massas litosféricassobre a astenosfera com empuxos principais verticalizados, á semelhança de corpos flutu-antes sobre um líquido), a crosta continental, menos densa, encontra-se emersa, enquantoa crosta oceânica, mais densa, está normalmente, submersa.

Os principais eventos geológicos, como Terremotos, Vulcões e formação de Cadeiasde Montanhas (implicando, também, dobramentos e falhamentos dos corpos rochosos,

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1.1.3 3.

Para compreender a origem dessas formas, necessário se faz algumas considerações so-bre as rochas ígneas ou magmáticas, sedimentares e metamórficas, bem como, os processosque sucedem.

As rochas magmáticas elaboradas a partir do resfriamento e consolidação do magma sãoconsideradas principais ou primárias. Essas segundo a sua composição química, ou seja, o teorde sílica, SiO2 (o de silício e dois de oxigênio), classificas-e em: ácidas com mais de 65% desilício; intermediária com o teor de SiO2 entre 52 a 65%; básicas de 45 a 52% e ultrabásicas,com menos de 45%.

As rochas magmáticas apresentam diferenças estruturais conforme disposição dos mi-nerais, textura e condições de formação. Sendo assim, denominamos-as em Intrusivas ou Plu-tônicas; Extrusivas ou Vulcânicas, (vide conteúdo 2).

As rochas sedimentares, também chamadas de estratificadas, originam-se a partir dadeposição de materiais de outras rochas. Sua disposição ocorre em estratos ou camadas evi-denciando a seqüência da sedimentação ao longo do tempo, (Salles, 1997).

As rochas metamórficas, correspondem as rochas alteradas físico/quimicamente emfunção das condições de calor e pressão do ambiente ao qual as rochas (magmáticas ou sedi-mentar) estiverem expostos.

Quadro Esquemático das Rochas

Classificação/Tipo Exemplos

Magmática

Intrusiva ou Plutônica GranitoExtrusiva ou Vulcânica Basalto

Sedimentar

Detrítica Areia

Química Estalactite

Orgânica Calcário

Metamórfica

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• Matacões- São formas paralelepipédicas ou arredondadas arranjadas em blocos de-salinhados.

• Formas em Domos- São formas resultantes da erosão diferencial, elaboradas a partirde rochas resistentes envolta de rochas friáveis. Essa forma de vertente apresenta ân-

gulos íngremes, lisos do tipo pães de açúcar.• Escarpas abruptas- Configuram-se paredões lisos dissecados ou não pelo ataque e-rosivo, fazendo surgir faces criadas por deslocamentos de blocos ou por falhamentos.Um exemplo são as escarpas de serras.

• Corpos Plutônicos: Batólitos,- São formas intrusivas, cuja resistência se faz presentepelo processo de metamorfismo. Dos corpos plutônicos, destacam-se os Batólitos,que são formas essencialmente graníticas que cortam as rochas encaixantes, podendoser antigos ou recentes, conforme o grau da intrusão.

As rochas cristalinas apresentam um grau de resistência que varia conforme o climaem que estará exposta, sendo assim, as formas resultantes também sofre com esta variação,resultando em tipos específicos.

• Estruturas Vulcânicas- Provenientes, do processo de vulcanismo (erupções vulcâni-cas), apresentam estrutura variada devido à textura mais ou menos coerentes, resis-tentes e diaclasadas, um exemplo são os Arcos de Ilhas.

Parte da superfície terrestre é composta por rochas vulcânicas, isto é, derivadas de lavas,

que chegam à superfície terrestre através de Vulcanismo. (Salles, 1997).

FIGURA 08 ESTRUTURA DE UM VULC O.

FONTE: HTTP://WWW.CPRM.GOV.BR/APARADOS/VULC PAG01.HTM

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Vulcanismo e Vulcões - GeneralidadesDe acordo com Leinz (1963), “o termo vulcanismo aborda todos os processos e even-

tos que permitam, e provoquem, a ascensão de material magmático juvenil do interior daterra à superfície”.

Os magmas são definidos como substâncias naturais, constituídas por diferentes pro-porções de líquidos, cristais e gases, cuja natureza depende de suas propriedades químicas,físicas e do ambiente geológico envolvido. Atualmente, classificam-se como magmas pri-mários quando estes representam o líquido inicial obtido imediatamente à fusão da fonte,e parentais, quando representam o líquido primário já modificado por mecanismos de di-ferenciação.

Historicamente, os processos responsáveis pelo vulcanismo foram atribuídos a dife-rentes causas; Platão (427-347 a.C) suspeitava da existência de uma corrente de fogo nointerior da terra como fonte causadora dos vulcões. Poseidônio (século II a.C.) acreditavaque o ar comprimido em cavernas subterrâneas seria a causa do fenômeno, e durante a I-dade Média, relacionava-se o fogo eterno do inferno com as profundezas da crosta terres-tre.

No início do século XIX ficou definitivamente estabelecido que os vulcões são forma-dos quer pelo acúmulo externo de material juvenil, quer pelo soerguimento das camadas

pré-existentes por forças do interior da terra. A. Geike em 1897 postulava a possibilidadeda ascensão ativa de material magmático ao longo da crosta, podendo, neste processo,formar um conduto explosivo. Em 1902/03, houve a explosão do Mont Pelée, Martinica,formando um enorme cone vulcânico, o que confirmou a veracidade da proposta de Gei-ke.

Os vulcões são responsáveis pela liberação de magmas acima da superfície terrestre efuncionam como válvula de escape para magmas e gases existentes nas camadas inferioresda litosfera. Magmas primários provêm de câmaras magmáticas posicionadas a profundi-dades da fonte que normalmente oscilam entre os 50 a 100 km, onde ocorrem concentra-ções de calor, fusões e fluxo de voláteis, condições estas que levam ao aumento da pressãonecessária à subida do magma através de condutos, que por sua vez levam à formação dos vulcões.

Fonte: Texto extraído da internet: disponível:http://www.cprm.gov.br/Aparados/vulc_pag01.htm, acesso em 22/01/2010

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Os tipos de formas provenientes desta estrutura vulcânica são:

Os relevos Cônicos, que conforme Penteado, 1980, dependem dos materiais constituin-tes:Cones de detritos e de cinzas , construídos por erupções do tipo vulcaniano ou strambolia-no, por projeções em torno de uma chaminé;Domos ou cúmulos-vulcões , correspondendo aerupções tipo peleano;Relevos abruptos de pico convexo e vertentes verticais até a base;Es-trato vulcões corresponde a vulcões complexos resultantes de alternância de projeções e cor-ridas de lavas. São constituídos de camadas alternadamente duras e tenras.

Os Campos de Escória correspondem a projeções vulcânicas que recobrem áreas irre-gulares do relevo vulcânico, suavizando as suas formas.

As Corridas de Lavas, estas percorrem um substrato plano ou sub-horizontal, podendoconstituir planalto ou percorrer vales.

FIGURA 09 VULC O EL MISTI PERU, CARACTER STICO EXTRATO VULC O, COMPOSTO POR UMA SUCESS O DE CAMADAS DE ROCHPIROCL STICAS E LAVAS ESTRUTURANDO O CONE VULC NICO.

FONTE: HTTP://WWW.CPRM.GOV.BR/APARADOS/VULC PAG01.HTM

Relevo de rochas metamórficas

As estruturas metamórficas são intermediarias entre as rochas ígneas intrusivas e as se-dimentares.

As rochas sedimentares quando constituem um pacote muito espesso, apro-fundam-se porsubsidência e passam, por transformações. Sofrem metamor-fismo, ligados a fenômeno térmicos ou dinâmicos(...). As rochas se trans-formam, mas a origem sedimentar ainda é reconhecida na estrutura.(PENTEADO, 1980).

A resistência deste relevo vai depender do grau de metamorfismo sofrido, as formas ori-

ginárias, são as monoclinais, as vertentes cuja conexidade é regular.

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1.1.4 4.

A estrutura sedimentar, dispõem-se de camadas que se sobrepõem de forma concordan-te ou discordante, resultando em um pacote de sedimentos, cujas formas são : Planícies Estru-turais, Relevo de Cuesta, Depressões periféricas, estruturas Tabulares.

Sedimentação é o processo pelo qual ocorre a deposição de sedimentos e ou substân-cias a serem mineralizadas. A origem do material para sedimentação pode ser: fluvial, plu- vial, marinha,lacustre, eólica, glacial vulcânica.

As Estruturas Sedimentares

Apresentam-se conforme a posição das camadas em: Concordante horizontal, Concor-dante inclinada oumonoclinale Discordante.

A Estrutura Concordante Horizontal, constituem-se em superfícies horizontalizadas ouquase horizontais, classificando-se em: Plataformas estruturais, morros testemunhos, vale em

manjedoura e mesas.As camadas desta estrutura podem ter resistência diferente, possibilitando a erosão dife-

rencial, iniciada pelo entalhe fluvial, sobre as áreas de fraqueza da rocha. O trabalho prolon-gado sobre as rochas resistentes cavam os vales separando a plataforma estrutural; prosse-guindo o trabalho erosivo até as rochas mais friáveis, os vales alargam-se, hásolapamento nasbases e conseqüente desmoronamento do topo e recuo da escarpa.

Essas formas tabulares apresentam como características asimetria e se apresentam co-mumente no interior das bacias sedimentares. Como exemplos têm os Chapadões, Chapadas,

Mesas.

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FIGURA 10 RELEVO TABULAR CHAPADA DIAMANTINA BA

FONTE: WWW.SKYSCRAPERCITY.COM/SHOWTHREAD.PHP?T=778856

FIGURA 11 EVOLU O DO RELEVO TABULAR E SEUS ELEMENTOS.

FONTE: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. DISPON VEL EM WWW./UNAPE.ORG. BR ACESSO EM 04/12/2009.

As Estruturas Concordantes Inclinadas ou Monoclinais apresentam-se dissimétricos,cuja inclinação compreende de 2° a 10° graus, com camadas de resistência diferente. Sua ela-boração se da a partir da retomada erosiva através dasuperimposição da drenagem. As for-mas derivadas desta estrutura são: Cuestas, Costão, Hog-backs e Cristas Isoclinias

O Relevo de Cuesta

Diferencia-se do relevo tabular por apresentar seções de sua forma inclinadas. Esserele- vo dissimétrico, cuja camada resistente é inclinada e a camada tenra é erodida, sofrendo um

recuo.

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Sua ocorrência se dá junto a periferia de bacias sedimentares interiores em contato comescudos antigos; em áreas costeiras (planícies); periferia de dobras e de domos. È um relevo,constituído por perfil côncavo e por um planalto inclinado suavemente, que se desenvolve porerosão diferencial, (Penteado, 1980).

A cuesta apresenta os seguintes elementos:

Front

Corresponde à frente da cuesta (escarpa erosiva). È composta pelos elementos:• Tálus- Corresponde ao setor abaixo da cornija, constituído de material detrítico.• Cornjia – Localizada na parte superior do front, é constituída de material resistente

e forma convexa ou retilínea.

Depressão Ortoclinal

Corresponde a área rebaixada, no setor frontal da cuesta delimitando-a.

Reverso

Este setor da cuesta situa-se no topo com inclinação voltada párea o centro da bacia se-dimentar. Pode ser classificada conforme o mergulho das camadas em; estrutural ou escultu-ral.

O relevo de cuesta apresenta uma rede de drenagem disposta de acordo com a estrutura.São assim os rios denominados:

• Rios Cataclinais ou Conseqüentes são os primeiros a surgirem, abrindo gargantas(Percées) e cortando a depressão ortoclinal. Estes seguem a inclinação das camadas.

• Rios Ortoclinais, surgem paralelos as direções das camadas e perpendiculares aomergulho, adaptando-se a litologia.

• Rios Anaclinais ou Obsequentes esses canais de segunda ordem instalam-se no sen-tido contrario das camadas, retalhando o front da cuesta.

• Rios Cataclinais de reverso ou ressequentes originam-se no reverso da cuesta e cor-rem de acordo com o mergulho das camadas.

• A cuesta também apresenta traçados variados e segundo Penteado, 1980, o traçadodas cuestas varia na forma: retilínea, festonada e em arcos. Essas formas correspon-dem a fatores de ordem estrutural e escultural. No que concerne a ordem estrutural,está voltada para a resistência, espessura e mergulho; a ordem escultural relaciona-sea sistema morfoclimático, organização da drenagem: cíclica ou policlica.

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FIGURA 12 RELEVO DE CUESTA SEUS ELEMENTOS.

FONTE: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. DISPON VEL EM WWW./UNAPE.ORG. BR ACESSO EM 04/12/2009.

O Costão

È uma estrutura concordante inclinada que se distingue da cuesta do direcionamento domergulho das camadas que tem o mesmo sentido do front.

Hog-Back

È o tipo de relevo cuja inclinação é superior a 3° graus apresentando uma forte dissime-tria com os elementos de cornija e reverso mais curtos. Enquanto que uma cuesta encontra-sebordejando uma bacia sedimentar, o hog-back surge na periferia de relevo dômico ou estrutu-ra dobrada.

Outra estrutura inclinada é a crista isoclinal, que corresponde a estruturas cujas cama-das são verticais e relacionadas a processos tectônicos.

As estruturas Discordantes são as que discordam do plano estratigráfico. Suas formasresultam de causas tectônicas ou de transgressão marinha.

As Estruturas Dobradas

São estruturas provenientes de momentos tectônicos, orogenéticos, característicos derochas plásticas. As pressões horizontais dos blocos rochosos provocam o diastrofismo darocha, ou seja, a distorção, consequenciando no dobramento.

As formas dobradas variam em função:

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• Das condições litológicas;• Das condições tectônicas (estilo de dobramentos);• Da ação erosiva

No que concerne ao estilo do dobramento há diferentes tipos de dobras relacionadas àsforças compressoras, agrupando-as em: Simétricas e Dissimétricas. Um relevo dobrado apre-senta os seguintes elementos:

Anticlinais – São ondulações convexas.

Sincliniais – São os setores côncavos

Charneiras- Setor encurvado da sinclinal e daanticlinal.

Plano axial- Plano que divide a dobra em duas partes similares

Flanco da dobra- São os lados que ligam uma sinclinal a anticlinal. Como exemplo destaestrutura dobrada tem-se o relevo Jurássico e o Apalachiano.

Relevo Jurássico

Corresponde a uma forma de relevo simples, derivado de sucessão regular de dobras,com camadas de diferentes resistências. Essa denominação provém da região do Jura na Fran-ça.

Compondo os elementos do relevo Jurássico tem-se:

1. Combe – Depressão alongada de uma anticlinal, escavada pela erosão.

2. Crêt- Escarpa de material resistente situada no flanco de uma anticlinal e voltadapara o interior da combe.

3. Ruz- Localizado no flanco da anticlinal configura-se como uma vale entalhadopela drenagem cataclinal.

4. Cluse – Passagem de um rio através de um mont (dobra anticlinal que não foiatacada pela erosão) cortando o eixo da anticlinal.

De acordo com Penteado, 1980, a evolução de um relevo Jurássico procede da seguinteforma:

Inicia-se com o Ruz o ataque erosivo regressivo que evolui para a formação de uma clu-se, capturando uma ravina menor. O sucessivo alargamento da cluse faz surgir a combe sob asrochas tenras; surge várias ravinas afluentes da cluse, que em função da erosão acelerada abrea combe, evidenciando os flancos internos da mesma ( o crêt).

A evolução das camadas rochosas menos resistentes da anticlinal é acelerada, aprofun-dando o nível de base abaixo dos rios situados na sinclinal. Nesse momento atinge-se ainver-são de relevo onde a anticlinal é arrasada e asinclinal composta por rochas mais resistentes

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domina a paisagem, surgindo as sinclinais alçadas, ou seja, o fundo do vale passa a constituir otopo do planalto, nesse momento há uma inversão do relevo.

FIGURA 13 EVOLU O DO RELEVO JUR SSICO

FONTE: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. DISPON VEL EM WWW./UNAPE.ORG. BR ACESSO EM 04/12/2009.

FIGURA 14 EVOLU O DO RELEVO JUR SSICO

FONTE: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. DISPON VEL EM WWW./UNAPE.ORG. BR ACESSO EM 04/12/2009.

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FIGURA 15 EVOLU O DO RELEVO JUR SSICO

FONTE: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. DISPON VEL EM WWW./UNAPE.ORG. BR ACESSO EM 04/12/2009.

Relevo Apalacheano

Segundo Casseti, 1995, o relevo Jurássico é entendido como o resultado de inversão dorelevo a partir de uma sucessão regular de dobras, o relevo Apalacheano, se caracteriza peloparalelismo de cristas de vales, originados a partir de total aplainamento de estrutura dobrada.

Para a evolução deste relevo, algumas condições devem ser levadas em consideraçãocomo:

• Material heterogêneo arrasado, expondo afloramentos paralelos, tanto de camadasduras e tenras;

• Fenômeno tectônico de soerguimento;• Características do relevo Apalacheano:• Paralelismo dos vales (rochas duras);• Paralelismo dos vales (rochas Tenras).

A evolução deste relevo resulta de uma retomada erosiva do terreno aplainado e soer-guido o qual em função de um período úmido, tem seu sistema de drenagem reorganizado,que promove o ataque erosivo, entalhando o fundo dos vales.

Na estrutura Apalacheana, distingue-se os seguintes tipos de rios:

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Rios Sinclinais- que acompanham a direção das camadas, alojando-se no fundo dassinclinais.

Rios Anticlinais – envolvem em uma anticlinal, mais precisamente na Combe.Rios Ortoclinais ou monoclinais – rios que se localizam na base de uma camada resis-

tente. Acompanha a direção das camadas.Rios Cataclinais – escoam nos flancos dos anticlinais ou de cristas monoclinais, se-

guindo o mergulho das camada.Rios Anaclinais- fluem nos flancos exteriores dos sinclinais alçados ou dos antincli-

nais, seguindo como afluentes dos rios anticlinais, contrários ao mergulho das camadas.

Relevo de Domos

Constitui a estrutura dômica àquelas resultantes do arqueamento convexo de estratossedimentar, originando zonas circulares ou ovais.

FIGURA 16 ESTRUTURA D MICA

FONTE: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. DISPON VEL EM WWW./UNAPE.ORG. BR ACESSO EM 04/12/2009.

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A terra se move! Esta é uma afirmação do geólogo Alfred Wegner. Muitos duvidaramdesacreditando de sua descoberta, entretanto, sua teoria, reconhecida na década de 60, fez os

geólogos conhecer os movimentos da terra. Assim, a Teoria da Deriva Continental veio de-monstrar que há forças que movimentam a crosta terrestre, provocando falhamentos/rupturasdo assoalho rochoso, contribuindo na elaboração do relevo. O relevo resultante destes eventosremetem a regiões cuja estrutura cristalina (dada á rigidez de sua estrutura), sofreu fortescompressões.

a) Analisando o texto acima, relacione as formas do relevo terrestre resultantes da coli-são entre as placas tectônicas:

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Ainda com base no texto acima, pode-se perceber que os eventos internos contribu-em muito na origem do relevo terrestre. Portanto , considerando a evolução do relevo Apala-cheano, estabeleça uma relação com o relevo Jurássico:

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1-Relevos originados por falhamentos remetem a regiões cuja estrutura cristalina (dada

à rigidez de sua estrutura), sofreu fortes compressões. Sendo assim, a colisão entre as placastectônicas tem suas conseqüências evidenciadas em quais formas do relevo terrestre?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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2-Considere a evolução do relevo Apalacheano, uma sequência da evolução do relevoJurássico e então destaque qual o momento exato da retomada erosiva para o desenvolvimen-to da estrutura Apalacheana:

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Questões do ENADE, adaptadas do ENADE ou similares 01

(UFSC), Adaptada. A litosfera ou crosta terrestre é composta de matérias de origem doresfriamento instantâneo ou não do magma. Esta composição dá características e recursospeculiares a superfície do planeta. Sobre a litosfera, a alternativa falsa é:

a) A composição dessa camada é de rochas e minerais.

b) Ela não apresenta recursos minerais que interessam ao homem.

c) Os agentes internos contribuem para a modelagem das formas da superfície só-lida.

d) Conhecida por crosta terrestre é a camada externa sólida da terra

e) Ela interage com as outras esferas do planeta permitindo a vida.

02

(PUC-SP) No século XX muitas dúvidas sobre a estrutura de nosso planeta começaram

a ser explicadas de forma convincente e sedutora.Uma das teorias mais importantes que vãonessa direção é a célebre teoria da deriva continental. Verificando que os contornos da Améri-ca do Sul e da África correspondia, Alfred Wegener, geofísico alemão, admitiu a hipótese deum continente único (Pangèia), no passado, que teria se dividido em duas partes, devido aomovimento de deslocamento das massas sólidas sobre massas liquidas. Essa hipótese abre ca-minho para a teoria das placas tectônicas. Assim, juntando-se a teoria da deriva continental àteoria das placas tectônicas, temos o apoio explicativo para um conjunto de fenômenos denosso planeta.

Assinale a alternativa incorreta:

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a) A teoria da deriva continental ajuda, em muitos casos, a explicar as semelhançasdiferenças de espécies animais e vegetais distribuídos nos cinco continentes doplaneta.

b) A teoria das placas tectônicas explica a gênese dos dobramentos modernos (An-des, Montanhas Rochosas, Himalaia etc.), que teriam ocorrido a partir do cho-que dessas placas.

c) Apoiado na teoria das placas tectônicas, o entendimento da dinâmica dos terre-motos se torna mais claro, assim como a identificação das áreas mais afeitas a es-sas ocorrências.

d) A divisão do continente único até a configuração atual modificou a distribuiçãodas superfícies solidas e liquidas do planeta, resultando em mudanças climáticasao longo do tempo.

e) Os processos erosivos que esculpem os relevos, dando-lhes as formas conhecidasno interior dos continentes, são explicados fundamentalmente, com base na teo-ria das placas tectônicas.

03

(UFCE) A Geomorfologia é a disciplina de apoio á Geografia na interpretação das con-dições do espaço geográfico.

Neste sentido, está correto afirmar que a Geomorfologia :a) Analisa as condições de oscilações de temperatura e distribuição das chuvas.

b) Avalia a qualidade e quantidade de minerais disponíveis nas rochas.

c) Estuda as formas do relevo terrestre e os diferentes processos erosivos e deposi-cionais.

d) Pesquisa as diferentes formações vegetais e sua distribuição espacial.

e) Contribui para a identificação e quantificação dos mananciais das águas subter-

rânes.

04

(UFPE) “Consiste basicamente numa ruptura das rochas que compõem a crosta terres-tre e o conseqüente deslocamento de um bloco contra o outro. Essa ruptura é produzida emdecorrência de um determinado esforço que ultrapassa o limite de plasticidade das rochas”.(JATOBA,Le LINS R.C. Introdução à Geomorfologia. Ed. Bagaço, 1998.)

No texto acima, os autores estão definindo:

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a) Um fenômeno denominado dobramento de rochas plásticas.

b) A interação entre fatores endógenos e exógenos do relevo.

c) Uma falha geológica.

d)

A meteorização das rochas que atingiram o limite de plasticidade.e) A formação de montanhas de dobramentos.

05

(Unifor-CE) As formas presentes no relevo terrestre resultam da estrutura geológica edos processos geomórficos. As altas montanhas, como o Everest no Himalaia, e as fossas oce-ânicas são formas que resultam da ação dos fatores:

a) Internos, tais como vulcanismo e tectonismo, responsáveis pela estrutura do re-levo.

b) Externos, tais como erosão e ação humana, responsáveis pela modelagem do re-levo.

c) Climáticos, tais como temperatura e pressão atmosférica, responsáveis pela es-culturação do relevo.

d) Externos, tais como vulcanismo e erosão, responsáveis pela modelagem do rele- vo.

e) Internos, tais como a ação humana e tectonismo, responsáveis pela esculturaçãodo relevo.

CONSTRUINDO CONHECIMENTO

Dicas para Leitura

ANTUNES, Celso. A terra e a paisagem. São Paulo, Scipione, 1985. (Coleção Por quê?).KOHLER, Pierre. Vulcões, sismos e deriva dos continentes. Portugal, Bertrand editora,

1985.

Para Assistir

Vulcões; Coleção National Geographic, Abril Vídeo, 52 minutos.

Terremoto; Diretor Mark Robson, EUA, 1974, 129 minuros.

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• Em 1983, o vulcão Kilauea (Havaí) entrou em erupção, e até fins de 1997 per-manecia nesta situação.

• Em 1985, a erupção doNevado del Ruiz, na Colômbia, matou pelo menos 25mil pessoas.

• A erupção do vulcão Pinatubo, nas Filipinas, ocorrida em junho de 1991 depoisde mais de 600 anos de inatividade, foi considerada a segunda maior erupção vulcânica do século, acarretando a morte de aproximadamente 800 pessoas. Omaterial lançado na atmosfera circundou o globo em três semanas e cobriu 42%do planeta dois meses depois da erupção. O inverno extremamente rigoroso daNova Zelândia em 1992, os violentos ciclones daquele ano (como o Andrew e oIniki), assim como as chuvas torrenciais que alagaram o meio-oeste dos EstadosUnidos em 1993, foram atribuídos aos efeitos atmosféricos ocasionados pelo Pi-natubo. Em julho de 1995, chuvas torrenciais transformaram em rios de lama ascinzas e as rochas depositadas na encosta do vulcão durante a erupção de 1991;cerca de 7.800 pessoas tiveram de fugir da lama, que invadiu várias localidadescom uma altura de até três metros e cobriu pelo menos 266 casas.

• Também em julho de 1995, um vulcão das montanhasSoufrière, na ilha deMontserrat, acordou violentamente depois de 400 anos sem dar sinal de vida.Cerca de 6 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas. Desde aquela época o vulcão permanece em atividade.

• Em outubro de 1996, um vulcão inativo há 70 anos naRússia entrou em ativida-de, ao mesmo tempo em que naIslândia um vulcão entrou em erupção sob umacapa de gelo de cerca de mil metros de espessura, provocando uma enchente deágua e enxofre e formando uma espessa nuvem escura sobre o país.

• Em 1997, o vulcãoPopocatépetl, no México, teve a maior erupção dos últimos72 anos, lançando fumaça e cinzas a 13 quilômetros de altura.

• Em fins de 1997, geólogos descobriram que um vulcão próximo de Roma, extin-to há dois mil anos, estava despertando. Uma enorme bolha de magma formara-se a 5km da superfície. De acordo com uma matéria publicada no jornal SundayTimes, estava-se observando nos últimos anos um recrudescimento da atividade vulcânica em toda a Europa.

Fonte: Texto extraído e adaptado da Internet.

Disponível em: http://www.library.com.br/Filosofia/erupes.htm

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1.2 2.

1.2.1 1.

Os condicionantes da geodinâmica externa estão atrelados a fatores que dimensionamos processos do ciclo superficial. Sendo assim, destacam-se fatores:

Geológico, através da disposição estrutural da rocha, sua litologia tipo de rocha e suaspropriedades minerais. Essas características permitem explicar as formas do modelado e aação erosiva sobre elas ou pelo menos a que fora submetidas.

As propriedades das rochas podem influenciar na forma do escoamento, no processo dedesagregação. Essas propriedades são aqui classificadas em: coesão, permeabilidade, plastici-dade, maciez, tamanho dos grãos, solubilidade, heterogeineidade.

Coesão – refere-se ao grau de cimentação da rocha ou compacidade. Uma rocha bemcimentada dificilmente sofrerá o ataque dos processos areolares.

Permeabilidade – consiste na estrutura da rocha quanto ao número de fraturas, dia-clases. A permeabilidade facilita ou não o escoamento superficial. Quando permeável háuma diminuição do escoamento superficial; Quando impermeável tende ao aumento doescoamento.

Plasticidade– Dificulta a infiltração, aumentando o escoamento superficial.Maciez– A rocha apresenta-se lisa sem aspereza.Tamanho dos Grãos – Corresponde a granulação e sua resistência á ação erosiva

química ou mecânica.

Solubilidade – Refere-se a natureza química dos minerais constituintes das rochas.Heterogeneidade– Determina a velocidade da ação química, quando homogênea suaestrutura resiste mais do que a heterogênea que apresenta elementos minerais variados depouca ou muita solubilidade.

O fator climático consiste na ação direta e indireta dos eventos atmosféricos. No queconcerne uma ação direta refere-se à falta da cobertura vegetal no relevo; uma ação indiretaprocede ao inverso. A temperatura intervém junto a ação química (vide processos intempéri-

cos), associado ao tipo climático correspondente, onde áreas quentes e alta temperatura causa

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• Erosão Glacial• Erosão Marinha• Processos de Acumulação

São resultantes da deposição de material via escoamento ação eólica, glacial, marinha efluvial. As principais formas de relevo conseqüentes da acumulação da água pluvial são: Tálus,os Cones de dejeção, dunas , deltas... .

Todos esses processos têm como principal agente a atmosfera e seus componentes des-truindo e construindo formas de relevo.

A morfodinâmica refere-se aos processos atuais (ativos), endógenos e exógenos que

atuam nas formas de relevo. Os tipos de processos que definem as formas de relevo, classi-ficadas de acordo com a sua gênese, não são necessariamente os mesmos que ocorrem nosdias atuais. Em muitos casos, a informação sobre os processos atuais pode sobrepor-se emuma cagra morfogenética. Informações referentes os processos exógenos dominantes deuma área (erosão laminar e em sulcos, ravinas, movimentos de massa, acumulação fluvialetc.) podem ser obtidas por meio da interpretação de fotografias aéreas e imagens orbitais,bem como da análise de cartas topográficas, morfométricas e de dados de campo e labora-tório.

Fonte: Texto extraído deGeomorfologia: conceitos e tecnologias atuais/ Teresa Gal-lotti Florenzano, (org.). São Paulo: Oficina de textos, 2008, pg.23

1.2.2 2.

As vertentes constituem um sistema aberto que recebe e perde matéria e energia cons-tantemente. Na geomorfologia o estudo das vertentes é um dos mais complexos já que envolveprocessos variados em sua evolução (formação e remoção de material detritico).

A vertente é uma superfície inclinada, resultante da influência dos processos morfogené-ticos. Seus tipos são variados desde as encostas retilíneas, os penhascos até as mais suaves.

Porém a adjetivação mais comum para as formas das vertentes é a convexa-côncava. Es-se é um modelado que apresenta na geomorfologia uma dinâmica constante.

De acordo com sua origem as vertentes podem ser classificadas em:

Endogenéticas- originadas dos processos internos (orogênia epirogênia, vulcanismo).

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Exogenética- originadas dos processos externos como: meteorização movimento demassa,ablação, transporte e deposição.

De acordo com Jan Dylik,1968 ( apud Christofoletti,1980, p.26):

... a vertente é uma forma tridimensional que foi modelada pelos processosde denudação atuantes no presente ou no passado, e representando a cone-xão dinâmica entre o inrerflúvio e o fundo do vale.

A vertente evolui da rocha, suas fontes primárias são:PrecipitaçãoRochaAs fontes secundárias são:Radiação solarFluxo superficial

Uma vertente evolui conforme os processos morfogenèticos associados e a “qualidade”das fontes primárias. Sendo assim, destacam-se os processos que contribuem para a elabora-ção e evolução das vertentes:

Meteorização – produz detritos a partir da desagregação e decomposição do materialrochoso.

Movimentos de massa – deslocamento dos detritos, material intemperizado,sob a influ-ência da gravidade. Nesse processo a água tem participação fundamental através do escoa-mento superficial, sua infiltração e conseqüente saturação do solo.

Dos processos importantes tem-se:

a) Rastejamento (creep ou reptação) corresponde a movimentos lentos, quase queimperceptíveis, em função do pisoteio dos animais gelo, degelo e sistema radicu-lar.

b) Solifluxão é um movimento decorrente da saturação do solo por água, deslocan-do grande quantidade de rególito.

c) Avalancha corresponde a movimentos rápidos que movimentam grandes volu-mes de material iniciado por queda livre da massa rochosa.

d) Deslizamento, escorregamento de material sobre a superfície saturada de água.

e) Desmoronamentos é o movimento rápido de um bloco de terra, devido à retira-da de material da parte inferior da vertente.

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Os fatores que contribuem para desencadear esses processos morfogenéticos são:• Topografia• Clima

Litologia• Estrutura da rocha• Ação Antrópica• Tipo de Solo• Cobertura vegetal

Erosão Pluvial– A partir do efeito das gotas de chuva sobre o solo, que na seqüência eintensidade promoverá a esculturação das vertentes. A este processo destaca-se:

Efeito Splash- ação mecânica da gota de água no solo.Escoamento Superficial - processo de transporte que remove o material mobilizado de

forma:• Difusa ou descontínua• Em lençol• Concentrado

Formas de Vertentes

A caracterização das vertentes contribui para determinar o seu perfil. Segundo, MaxDerruau,1965, o perfil típico de uma vertente apresenta uma convexidade no topo e uma con-cavidade na parte inferior,sendo que ambas estão separadas por simples ponto de inflexão ouum segmento.

Uma vertente vai variar em seu perfil quanto a declividade, a cobertura detrítica e pro-cessos atuantes. Assim, podem-se classificar as seguintes formas de vertentes:

• Côncavas• Convexas• Retilíneas

Quanto ao tipo de vertentes, de acordo com Troeh, (1965), resultantes da combinaçãoconcavidade e convexidade tem-se:

Vertentes com radias convexas e contornos côncavos;

Vertentes com radiais côncavas e contornos côncavos;

Vertentes com radiais convexas e contornos convexos;

Vertentes com radiais côncavas e contornos convexos.

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1.2.3

3.

O processo de intemperismo ou meteorização constitui na desagregação de decomposi-ção da rocha. Esse processo ocorre devido às reações das rochas e minerais ao contato com aágua, o ar de forma a romper um estado de “equilíbrio existente.

De acordo com Ollier, (1975 apud Christofoletti, 1980),

O intemperismo é a quebra e alteração de materiais nas proximidades da su-perfície da terra para produtos que estão mais em equilíbrio com as novascondições físicas e químicas impostas...

Na natureza, o estado de equilíbrio físico-químico é refletido nas fases líquida, gasosa esólida, a estabilidade decorre da condição do ambiente (pressão e temperatura), que uma vezem contato a água e ar, provocam-se mudanças nessas condições estáveis.

Os processos de intemperismo são:

Intemperismo MecânicoCorresponde a desagregação mecânica da rocha in situ, sem alteração química, efetivan-

do a desorganização da estrutura e dos constituintes minerais.

Os processos do intemperismo físico são:

a) Diaclasamento- corresponde a expansão dos minerais por alívio de pressão,promovendo a esfoliação da rocha.

b) Termoclástia- expansão e contração da rocha por variação de temperatura devi-do a insolação durante o dia e o resfriamento durante a noite. Esse processopromove a desintegração das rochas, principalmente nas regiões áridas ou semi-áridas.

O contraste térmico provoca a dilatação e contração no volume dos minerais e das ro-chas, facilitando assim, a fragmentação desta em partículas ou escamas.

O processo de dilatação e contração da rocha resulta na diminuição de sua coesão, facili-tando a penetração da umidade e consequentemente a sua fragmentação. Esse processo age demaneira diferenciada sobre os minerais das rochas, dando-lhes formas alternadas de desinte-gração (esfoliação em placas, folhas ou chapas).

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A coloração dos minerais das rochas também contribui para a diferenciação de calor,pois, os minerais mais escuros, absorvem e irradiam mais calor do que os mais claros.

Na desagregação das rochas, não é a magnitude das diferenças térmicas que importa,mas sim, a rapidez em que se dá a variação térmica.

Pois, quanto mais rápido for o processo de termoclástia, maiores serão as tensões; já alenta mudança de temperatura proporciona um tempo de adaptação para que os constituintesdas rochas obtenham menores tensões.

Os contrastes de temperatura entre verão e inverno não são importantes na desagrega-

ção das rochas. Já os contrastes entre dia e noite são significativos quando as variações detemperatura são muito rápidas, como nas áreas áridas e nos interiores continentais(Penck,1972).

A ação intempérica também tem a participação da água no processo de esfoliação. A es-foliação é um processo mecânico de desintegração, acompanhado pela alteração química darocha através da hidratação. O intermperismo mecânico é predominante em relevo acidenta-do cuja gênese granítica é característica e encontra-se desprovido de vegetação.

a) Gelivação – A expansão da rocha por este processo decorre do congelamento da

água dentro da rocha, o que provoca o aumento do seu volume. Este processotambém compreende as alternâncias diárias de temperatura, porém, nas regiõesfrias e temperadas acompanhadas pelo congelamento e descongelamento da á-gua, efetivando a desagregação das rochas.

As rochas que se submetem ao processo degelivação, presença de água nos poros fen-das,diáclases, são expostas ao levantamento do material detrítico que é mais eficaz quando atextura do solo é fina (argila e silte), em função da capacidade de reter água na superfície. Deacordo com Putmam (1964), o levantamento de material detrítico pelo congelamento pode ser

mais eficaz onde os poros ou intestícios estão alinhados, facilitando a atuação da força da capi-laridade.

A água presente na superfície, congela, expandindo-se livremente, deixando em suspen-são os seixos. Enquanto, a água presente nas fendas das rochas congela-se superficialmente,confinando o material liquido abaixo. Na medida em que ocorre o congelamento, ocorre aexpansão do material sólido envolto e, por conseguinte a desagregação.

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Para que a ação do gelo seja efetiva é essencial que haja impregnação pronunciada deágua nos poros.

Fonte: (CORRENS, 1969).

Intemperismo Químico

Decomposição da rocha, que implica na quebra da estrutura química dos minerais. Esseé um processo muito lento e complexo que depende de alguns fatores:

• Tamanho das partículas das rochas• Permeabilidade do manto rochoso• Cobertura vegetal (quantidade)• Relevo• Temperatura• Condições climáticas• Tempo de ação química

Algumas rochas são mais susceptíveis a alteração química do que outras, devido a pre-sença de minerais facilmente intemperizaveis, como os que contêm ferro.

Nas regiões tropicais úmidas a intemperização química é bem maior devido a presençada umidade e da água. A alteração das rochas processa-se pela ação das águas pluviais quelevam ao solo pequenas quantidades de CO2atmosférico, que ao se dissolver na água, origina oácido carbônico (H2CO3). A água que percola nas fendas das rochas, atua como ácido (reagen-te químico).

O intemperismo químico apresenta os seguintes processos:

1.

DissoluçãoRepresenta o primeiro estágio do intemperismo químico. Neste estágio os sais minerais

dissolvem-se na água

A água é um solvente poderoso, principalmente quando contém outros agentes quími-cos naturais em sua composição como o oxigênio e o gás carbônico.

Dos minerais susceptíveis à dissolução tem-se: halita. Dolomita, gipso e calcário.

Água contendo CO2, agindo sobre o calcário, transforma o CaCO3 ( Carbonato de

Cálcio),da calcita em bicarbonato solúvel).

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CaCO3+ H2O+CO2 = Ca (HCO3 )2

2. Hidratação

A adição de água sobre um mineral de rocha promove a transformação física e químicadeste. No processo de hidratação os minerais se expandem de forma a exercer uma pressãocom efeitos parecidos aos do congelamento da água.

Esta reação provoca a alteração de um mineral primário. Alguns minerais do grupo dasargilas hidratam-se ou desidratam-se conforme o teor de umidade.

Na adição de água formam-se os hidratos,quando há ressecamento (desidratação), osminerais contraem-se e fragmentam-se.

3. Hidrólise

Consiste na reação química do mineral com a água, ou seja, a reação entre os íons H ouOH da água e os elementos da rocha. A água nesse processo é um reagente e um solvente.

Nas condições normais de pressão e temperatura ocorre a dissociação da água em me-nor grau, porém, o aumento da temperatura favorece a dissociação da água (quebra da molé-cula da água).

4. CarbonataçãoÈ a reação dos íons carbonatos e bicarbonatos com o Ca, Mg,e Fe da rocha. O gás car-

bônico dissolvido na água origina uma solução ácida (ácido carbônico –H2Co3) que reage jun-to aos minerais, designando assim o processo de carbonatação.

CaCO3 + H2CO3 → Ca(HCO3) 2 calcita bicarbonato de cálcio

A ação das águas da chuva faz com que a carbonatação, seja um dos processos comunsna natureza. A água levemente ácida aumenta a sua acidez na medida em que percola o solo,passa pela matéria orgânica decomposta, aumentando o teor de CO2. Essa acidez ataca os mi-nerais que contém elementos como Fe, Ca, MG, Na ou K.

Nas áreas tropicais a carbonatação é eficiente devido ao Co2 da vegetação.

5. Oxidação

Nesse processo o oxigênio reage junto aos minerais que contém ferro, manganês e enxo-fre, oxidando-os. A oxidação ocorre devido a presença de água, na sua ausência esse processo

é pouco efetivo.

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O Ferro “ferroso” Fe++ é transformado em Fe+++ (composto férrico).

Intemperismo Biológico

Compreende a ação física/química dos organismos vivos e descontinuidades das raízesnas rochas. A desagregação é causada pelas raízes que agem como alavanca ou cunha. Já ointemperismo químico, decorre da decomposição do húmus e dos microorganismos que libe-ra o Co2 e outros ácidos que agem junto aos minerais das rochas.

1.2.4 4.

Os processos erosivos responsáveis pela elaboração do modelado terrestre, é chamadode dinâmica externa, onde os agentes participantes são rápidos e constantes. Também deno-minados de lineares e areolares, atua sobre o relevo reduzindo e regularizando o seu perfil.

O relevo terrestre encontra-se em constante evolução, o trabalho de esculturação é efeti- vado pelos agentes modeladores (água, vento, gelo).

Processos Areolares- processos que atuam na desnudação do relevo, promovendo orecuo e a suavização do mesmo.

Processos Lineares- são processos que exercem efeito pelas águas de escoamento.

Os processos erosivos contribuem para o aumento dos detritos através da remoção,transporte e acumulação. Assim, o modelado terrestre é o resultado de uma combinação dediversos fatores.

A ação dos agentes modeladores torna-se efetiva pela força e significância que exercesobre o relevo.

Esta ação ocorre de maneira diferenciada, conforme a predominância de determinadoagente no lugar ou região. Pois, se há predominância de gelo, neve em determinada regiãopersistirá a erosão glacial; se há predominância de vento, será a erosão eólica e assim sucessi- vamente de acordo com as condições externas da paisagem (clima, vegetação).

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FIGURA17 PROCESSO EROSIVO EM ENCOSTA.

FONTE WWW.GETTYIMAGES.COM

Classificação dos processos erosivos:

1. Erosão Pluvial

Este processo é realizado pela ação das águas pluviais, ou seja, da chuva promovendo odeslocamento de partículas do solo. Ao deslocamento ou transporte denominamos de deplú-

vio e a acumulação chamamos de aplúvio.O processo erosivo pluvial efetiva-se inicialmente pelo impacto da gota de chuva no solo

(efeito splash), que provoca a desagregação das partículas, deslocando-as por saltação (creep).A continuidade e eficácia desse processo depende da quantidade de energia despreendida (ci-nética) e da manutenção desta (potencial).

A erosão pluvial apresenta algumas modalidades de transporte de material que aparecequando a quantidade de água precipitada é maior do que a infiltração. Portanto, classificamosa erosão pluvial em:

a) Superficial- corresponde a minúsculos filetes d’água que escoam sem causar da-nos à superfície. A presença da cobertura vegetal se faz essencial para frear o im-pacto pluvial.

b) Escoamento Difuso- compreende o escoamento ramificado sem um padrão hie-rárquico de escoamento da água.

c) Escoamento em Lençol- compreende ondas de água carregadas de detritos.

d) Escoamento Concentrado- compreende ao processo mais eficaz de transporte,

devido a ação concentrada da água que possui maior competência erosiva, mar-

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cando o relevo em forma de sulcos que evoluem para ravinas e conseqüentemen-te a formação de voçorocas.

FIGURA 18 EROS O PLUVIAL

FONTE: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. DISPON VEL EM WWW./UNAPE.ORG. BR ACESSO EM 04/12/2009.

2. Erosão Fluvial

Externalizada pelo trabalho dos rios provoca o alargamento, aprofundamento eassore-

amento do leito fluvial. Este processo é de grande importância para a geomorfologia fluvial,pois, auxilia na compreensão dos estudos das redes hidrográficas. A erosão fluvial executa otrabalho de erosão, transporte e deposição. A erosão se dá pela destruição das margens e fun-do dos canais dos rios; o transporte executa o carregamento dos sedimentos (material erodi-do) pelas águas fluviais; a deposição compreende a acumulação ou deposição dos detritos aologo do canal fluvial.

O transporte fluvial se dá por três formas, conforme a estrutura do material. Sendo as-sim, classificamos-os por:

a) Suspensão – quando partículas menores (silte e argila) são transportadas pelofluxo turbulento.

b) Rolamento ou saltação – quando o transporte se dá por arrastamento do materi-al no fundo do leito (areia e seixos), através de correntes ascendentes.

c) Solução – quando ocorre o transporte de material dissolvido no curso d’água.

A força do trabalho erosivo de um rio corresponde a sua competência que é maior amontante do que a jusante. Ou seja, a capacidade do rio carrear o material detrítico ao longodo curso.

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Um fluxo fluvial ou regime fluvial é capaz de carregar materiais como: areia, seixos,fragmentos de rochas. Assim, é classificado o tipo de carga:

• Carga em suspensão, material fino como silte e argila.• Carga do leito do rio, material mais grosseiro que são roladas, deslizadas ou saltam

ao longo do curso.• Carga em solução corresponde ao material intemperizado das rochas dissolvidos e

transportados em solução.

Uma vez em ação a água dos rios realiza o trabalho erosivo através da corrosão, corra-são, cavitação e evorsão.

Corrosão – processo químico sobre a rocha no fundo do leito.

Corrasão – desgaste mecânico, através do atrito das partículas sólidas do leito.

Cavitação – processo de fragmentação das rochas do leito, devido ao fluxo turbilhonar.Evorsão – desgaste mecânico pelo turbilhonamento no fundo do leito, cavando depres-

sões no fundo do leito, denominadas de marmitas.

FIGURA 19 EROS O FLUVIAL

FONTE: WWW.GETTYIMAGES.COM

3. Erosão por Gravidade

Corresponde aos movimentos de massa que se dividem em: Lentos e Rápidos. Os mo- vimentos lentos são quase que imperceptíveis aos olhos, no entanto, são vistos através de al-guns “desvios” na paisagem como; árvores curvadas no tronco, cercas desalinhadas, desnive-lamentos de rodovias... .

Os movimentos de massa rápidos são mais facilmente visualizados devido a mudançabrusca que promovem grandes movimentos gravitacionais.

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60

Classificamos como movimentos lentos:

a) Rastejamento ou Creep – movimento lento dos detritos superficiais.

b) Solifluxão – movimento de uma camada de detritos encharcado, devido a im-permeabilidade de uma camada inferior.

Classificamos os movimentos rápidos em:

a) Deslizamentos – ocorre devido à saturação do terreno argiloso que promove odeslocamento de uma camada do terreno.

b) Desmoronamentos – ocorre quando há retirada de material da base e o tipo tor-na-se vulnerável, desmoronando abruptamente. Este movimento é comum emfalésias e margens fluviais.

c) Avalanche – tipo rápido de movimento de massa, associado a queda livre de blo-

cos de neve rochas e gelo.

FIGURA 20 EROS O POR GRAVIDADE

FONTE: GON ALVES, 2004.

4. Erosão Eólica

Constitui o trabalho erosivo através do vento, mais sentido nas regiões desérticas, semi-desérticas e litorâneas. O vento é o principal agente deste processo, que apresenta três modali-dades erosivas:

1. Deflação – transporta, varre os detritos das rochas, do relevo e desagregados.

2. Corrosão – trabalho conjunto com a deflação ocasiona a erosão e acumulaçãodos sedimentos nas áreas mais baixas.

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3. Transporte eólico – trabalho de transporte de material em função da velocidadedo vento pode carregar por suspensão, rolamento e saltação.

A corrosão é o desgaste da rocha feito pelo vento. As rochas são erodidas mais nas ba-

ses e o vento encarrega-se de levar os sedimentos.Fonte: (SALLES, 1997).

Deposição eólica

A deposição pelos ventos se dá quando a sua velocidade diminui, elaborando formas deacumulação que podem ser provenientes de explosões vulcânicas, de áreas periglaciais, de

praias e de regiões áridas.As principais formas de sedimentação atuais ocasionadas pelos ventos são:• Dunas• Mares de areia• Loess

Dunas – são elevações de forma regular e características resultantes de uma deposiçãocontínua de partículas transportadas pelo vento. A face de maior ângulo é osotavento e amais suave é obarlavento. Elas são feições morfológicas importantes das regiões desérticas e

costeiras e são classificadas como:• Transversais• Barcanas• Parabólicas• Estrela• Longitudinais

Os parâmetros que determinam a morfologia de uma duna são:• Velocidade e variação do rumo do vento predominante;• Características da superfície percorrida pelas areias transportadas pelos ventos;• Quantidade de areia disponível para a formação das dunas.

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FIGURA 21 FORMA O DE DUNAS

FONTE: WWW.INEPAC.RJ.GOV.BR/MODULES/GUIA/IMAGES/DUNA

Mares de areia– são vastas áreas onde a precipitação é rara e encontram-se cobertas porareia. Os maiores mares de areia do mundo estão localizados no Norte da África (onde sãoconhecidos comoergs), na Arábia Saudita e nas partes central e oeste da Austrália.

Loess– são sedimentos muito finos (silte e argila), homogêneos e friáveis, comumenteamarelados, constituídos de diversos minerais (quartzo, feldspato, anfibólio, mica, argila ecarbonatos) e fragmentos de rocha pouco alterados. Possuem espessuras médias de 30 m e asocorrências mais expressivas encontram–se na Mongólia central, China, Europa e EUA. Umaparte importante destes sedimentos é originada por erosão glacial. Os depósitos deloess co-brem um décimo das terras expostas e comporta as terras mais férteis do mundo.

5. Erosão Glacial

O trabalho realizado pelo gelo é denominado de erosão glacial, onde grandes blocos degelo se movem pela ação gravitacional, promovendo desgastes nas rochas. Os movimentos dasmassas glaciais formam profundos vales em forma de “U” ou “V” como osfiordes, e esculpemestrias nas rochas.

Esse processo é comum nas regiões frias e temperadas. Suas modalidades são:• Desgastes ouabrasão – corresponde ao desgaste do assoalho rochoso, sobre o qual

as geleiras se deslocam pela ação de partículas rochosas transportadas para a base dasmontanhas geladas formando as morainas.

• Transporte- è a remoção mediante gravidade do material deslocado.• Sedimentação – corresponde ao material depositado no sopé das montanhas.

6. Erosão Marinha

È o trabalho domar sobre as rochas que compõem a Linha costeira, construindo ou des-truindo formas de relevo peculiares a essa região. As modalidades desta são:

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Abrasão – trabalho de desgaste, erosão.

Acumulação – trabalho de sedimentação do material desgastado/erodido.

FIGURA 22 EROS O MARINHA.

FONTE: HTTP://SOALAGOAS.BLOGSPOT.COM/2008 07 01 ARCHIVE.HTML

Aprendendo mais sobre Processos Erosivos!

O termoerosão provém do latin (erodere) e significa corroer. Nos estudos ligados àsCiências da Terra, o termo é aplicado aos processos de desgaste da superfície terrestre (so-lo ou rocha) pela ação da água, vento, gelo e de organismos vivos, além da ação do homem.O processo erosivo depende de fatores externos, como o potencial de erosividade da chu-

va, as condições de infiltração, escoamento superficial, declividade e comprimento do ta-lude ou encosta e desagregabilidade e erodibilidade do solo. A evolução da erosão ao longodo tempo depende de fatores como as características geológicas e geomorfologicas do lo-cal, presença de trincas de origem tectônica e evolução físico-quimica e mineralógica dosolo (Carvalho, 2006).

A erosividade da chuva e a erodibilidade do solo são dois importantes fatores físicosque afetam a magnitude da erosão do solo. Mesmo que a chuva, a declividade do terreno ea cobertura vegetal sejam as mesmas, alguns solos são mais susceptíveis ao destacamento eao transporte de partículas pelos agentes de erosão que outros. Esta propriedade é conhe-cida comoerodibilidade e é definida como afacilidade com que partículas são destaca-das, transportadas e sua capacidade de resistir aos processos erosivos que dependem,não somente das características do solo, mas também de fatores como ciclos de umideci-mento e secagem, além da composição química da água. Aerosividade é a expressão dahabilidade dos agentes erosivos no destacamento e transporte do solo, ou seja, o fatorou capacidade dos diferentes agentes geológicos (chuva, gelo, vento, rios ou mares) empromover a erosão de um determinado tipo de solo ou terreno geológico (Winge, 2008 eAraújo, Filho 2008).Os processos erosivos constituem-se numa forma natural de modela-

gem do relevo e atuam de modo conjugado aos processos pedogenéticos. A erosão natural

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ou geológica atua, de maneira geral, equilibradamente, havendo certa equivalência entre aquantidade de solo erodida e de solo produzida. Já a erosão antrópica esta diretamente li-gada aos fatores de ocupação e uso do solo que causam alterações nas paisagens. Grandeparte dos processos erosivos ocorrem de modo direto e previsível, como conseqüência da

intervenção antrópica no meio ambiente. São exemplos dessa situação no meio rural, oplantio e manejo do solo de modo inapropriado, como a não observância de curvas de ní- vel ou o desmatamento de matas ciliares. Em meio urbano, tem-se a impermeabilização desuperfícies com concentração de fluxo superficial e lançamento inapropriado de drenagensde águas pluviais (Carvalho et al, 2001 e Carvalho, 2006).

Fonte: Texto extraído da internet disponível em: ARAUJO FILHO, J. O.Erodibilida-de. Disponível em: Acessado em:Janeiro , 2010

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As fortes chuvas ocorridas na madrugada de 01/01/2010, em Angra dos Reis, no estadodo Rio de janeiro, deixaram marcas arrasadoras sobre o relevo desta região. Estas marcas re-

gistradas pela avalanche ocorrida causaram destruição de casas e estabelecimentos turísticos(pousadas), além de ceifar vidas.

O trecho acima retrata uma situação verídica que ocorre nas áreas consideradas de riscode nosso país. Esses acontecimentos se fazem constantes em período de fortes chuvas e associ-ados a ocupação desordenada, desmatamento e condições litológicas.

1-A partir do fragmento acima, descreva o processo erosivo identificado, relacionando-ocom as prováveis causas para o ocorrido:

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2-Sendo você um representante técnico da defesa civil de sua cidade, quais elementosnaturais seriam analisados para justificar o acontecimento descrito no trecho?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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d) II, III, V.

e) II, III, IV, V.

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(MI, 2006) As grandes cidades brasileiras vêm passando por ocupação bastante desor-denada. Isso tem acarretado várias formas de impactos ambientais, destacando-se, nas encos-tas, principalmente:

a) movimentos de massa;

b) enchentes;

c) lixiviação;

d) infiltração;

e) solapamento.

CONSTRUINDO CONHECIMENTO

Dicas para Leitura

MCLEISH, Ewan. A expansão dos desertos. São Paulo, Scipione, 1993.KUPSTAS, Márcia (org). Ecologia em debate. São Paulo, Moderna,1997.

Para Assistir

Fúria da natureza; Coleção National Geographic,Abril Vídeo, 54 minutos.

Twister: Diretor Mark Robson, EUA, 1974, 129 minutos.

Sites para pesquisawww.ambientebrasil.com.br

www.sosmatatlantica.org.br

Geografia em Questão

Neste espaço você encontra informações que lhe ajudarão a conhecer melhor sobre osconteúdos estudados. Portanto, complementem com a leitura sobre as formas do Parque Vila

Velha provenientes de processos erosivos lineares e areolares.

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Parque Estadual de Vila Velha

Com uma área de 3.122 ha, em 12/10/1953, pela Lei nº 2.192, foi criado o Parque Esta-dual de Vila Velha no estado do Paraná. Em 1966 o conjunto Vila Velha foi tombado peloDepartamento de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado.

Geograficamente, Vila Velha se localiza a 25° 15' de latitude Sul e 50° 00' de longitudeOeste, altitude de 917 m. A área apresenta vegetação de campo e capões de mato esparsos,onde se destacam os Pinheiros do Paraná. O clima é mesotérmico com verões frescos e a to-pografia ondulada com escarpas, possuindo vários cursos d'água que deságuam no Rio Tibagi.Abriga uma fauna variada: Lobos Guará (raros), jaguatiricas, quatis, gatos-do-mato, iraras,furão, catetos, veados, tatus, pica-paus, pombas, perdizes, tamanduás bandeira e mirins, diver-sos tipos de aves. A 18 Km de Ponta Grossa, é integrado pelas formações areníticas, furnas eLagoa Dourada.

Arenitos

A 18 Km de Ponta Grossa, figuras gigantescas esculpidas pela ação das chuvas e dos ven-

tos. A sua formação arenítica é o resultado do depósito de um grande volume de areia há a-proximadamente 340 milhões de ano, no período carbonífero, quando esta região estava co-berta por um lençol de gelo. Com o degelo, esse material foi ali abandonado e, com a erosãonormal e as águas dos riachos da frente glassiária engrossando, esses depósitos foram retalha-dos, originando os arenitos de Vila Velha. A transformação continua. Vila Velha está expostaà ação atmosférica e suas formações sugerem variadas figuras como: camelo, índio, noiva, gar-rafa, bota, esfinge, taça, etc.

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Furnas

Localizados a 3 Km dos arenitos, são crateras circulares de grande diâmetro que apare-cem isoladas nos campos, também conhecidas como "Caldeirões do Inferno". Em número detrês, suas paredes verticais atingem uma profundidade de mais de 100 m e apresentam um volume de água que atinge aproximadamente a metade desta profundidade. As furnas têmorigem na estrutura falhada e fragmentada do arenito que concentra e orienta a circulação daságuas subterrâneas através de canais em regime torrencial, abrindo, pela desagregação e remo-ção da areia em profundidade, grandes anfiteatros em forma de cúpula junto às linhas de fa-lhamentos ou nas intercessões com fraturas transversais.

Lagoa Dourada

A apenas 15 minutos da cidade, com 320 m de diâmetro e com profundidade nunca su-perior a 3 m, tem a mesma origem das Furnas, havendo uma ligação subterrânea entre elasatravés de um lençol freático. O nível de suas águas é o mesmo de Furnas, ocorrendo, porém,

um desnível do solo, razão pela qual as mesmas se constituem em crateras profundas.

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Pode-se considerar que é uma furna em processo de extinção, devido ao grande assore-amento que recebe de suas margens. Contém peixes, como traíra, tubarana, bagres, carpas etilápias que utilizam a área para reprodução.

É chamada de Lagoa Dourada porque ao entardecer os raios solares atingiam o seu fun-do que era revestido de mica ou malacacheta, refletindo um tom dourado. Devido ao processode assoreamento que ela recebe esses raios já não a deixam dourada, mas mesmo assim o visu-al é encantador.

Fonte: Texto adaptado e extraído da internet em 271/2010.

Disponível em: http://www.tibagi.uepg.br/iiiepuepg/turismo/parque.htm

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2

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2.1 3.

2.1.1 1.

A essa modalidade da geomorfologia interessa conhecer os processos e as formas de re-levo elaboradas pela ação dos rios.

Os rios são os agentes responsáveis por remover, transportar e depositar os materiais in-temperizados das áreas mais altas para as mais baixas. As águas fluviais constituem fluxos decorrentes d’água permanente ou não, que quando agem são eficazes na esculturação do relevo.

Os rios são canais pelos quais as águas superficiais e subterrâneas escoam. Esses canaisse mantém devido ao ciclo hidrológico e sua alimentação sobre eles. Entretanto, a alimentaçãode um canal fluvial depende do tipo climático ao qual está integrado, já que nas regiões úmi-das a sua vazão será intensificada e constante, ao contrário das áreas mais secas.

A massa d’água representa uma força junto aos elementos que ajudam na esculturaçãodo relevo, promovendo os processos lineares. As águas no seu curso damontante para a ju-sante carregam uma carga intemperizada que é a ferramenta erosiva fluvial.

A força desprendida para a execução do trabalho erosivo do rio está relacionada com otipo de fluxo que se distingue em;

Laminar- quando a água escoa de maneira suave sobre o canal, como uma série de ca-madas que deslizam uma sobre as outras.

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Turbulento- quando os movimentos da água são caóticos, formando turbilhão. Estefluxo é classificado emCorrente e ouEncachoeirado, conforme a velocidade do fluxo.

Os fatores que podem afetar a velocidade do curso fluvial são; viscosidade, densidade,dimensão do canal, profundidade do canal e rugosidade.

Os rios são canais que permitem a concentração da água e sua transferência por gravi-dade. O perfil longitudinal de umadrenagem facilita essa transferência, já que se configura narelação entre altimetria e comprimento do canal desde a sua nascente até a foz. O perfil longi-tudinal é a representação gráfica de um curso fluvial, portanto, mostra a sua declividade, sen-do assim, um perfil de característica côncava representa um perfil de equilíbrio cujos proces-sos de erosão, transporte e acumulação estão em equilíbrio.

FIGURA 23 PERFIL LONGITUDINAL

FONTE: HTTP://SUPERCRANIOSDAGEOLOGIA.BLOGSPOT.COM/2008 02 17 ARCHIVE.HTML

O canal fluvial caracteriza-se por padrões de drenagem dos quais se destacam: os retos,meandrantes, anstomosados, dendriticos, ramificados, radial e treliça.

Trabalho dos Rios

Os rios são agentes de grande eficiência na elaboração do modelado terrestre e a suaturbulência e velocidade são condicionantes para o sucesso dos processos de erosão, transpor-te e deposição dos materiais carreados. O material transportado pelo curso fluvial compreendesua carga que pode ser dissolvida, em suspensão ou do leito.

A carga dissolvida representa os materiais intemperizados das rochas dissolvidos em so-lução química. A composição dessa carga depende de alguns fatores ambientais (geologia,

clima, topografia e vegetação).

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A carga em suspensão compreende as partículas de tamanho reduzidos, essa carga sãoformadas por silte, argila e areia que se mantêm em suspensão pelo fluxo turbilhonar.

De acordo com Novo, 2008,pag.223 a carga em suspensão na água tende a reduzir a tur-bulência do fluxo, o que leva a uma diminuição das forças de fricção e a um aumento da efici-ência do rio. A maior concentração de partículas suspensas é encontrada próxima ao leito dorio, havendo a tendência de redução da concentração em direção a superfície do rio.

A carga do leito do rio compreende ao material cuja granulometria é maior, como oscascalhos e são rolados ou saltam ao longo do curso. O transporte deste material dimensiona acompetência do rio.

A competência do rio é indicada pela dimensão da partícula que é transportada, e suacapacidade é dimensionada pela quantidade de material que o rio consegue transportar ao

longo do seu curso.

Os processos erosivos que são executados pelos rios, são: corrosão, corrasão, cavitação eevorsão.

A Corrosão ocorre devido ao contato da água com o leito fluvial, é um processo químicosobre as rochas superficiais. A corrasão ou abrasão constitui-se na ação mecânica de atrito domaterial que compõe o leito (rocha). Esse processo abrasivo favorece ao polimento e a remo-ção das camadas intemperizadas dentro do canal. Promovido pelo material grosseiro carreado

pelo turbilhonamento fluvial. O processo de cavitação se dá a partir da velocidade existente dofluxo d’água no canal, possibilitando o escavamento das paredes do leito. Essa ação está pre-sente nos trechos de corredeiras e queda d’água.

A evorsão é um processo mecânico, que desgasta o fundo do leito, cavando, depressões eaprofundamento do talvegue.

A ação erosiva dos canais fluviais pode erodir verticalmente e ou lateralmente. A erosão vertical ocorre quando há retirada de areia e cascalhos do canal. Escavando a rocha a erosão éimposta pela carga do leito.

A erosão lateral direciona-se ao alargamento do canal, ou seja, quando as margens docanal são removidas por solapamento ou colapso.

A capacidade de erosão fluvial vai depender da energia cinética, ou seja, da energia domovimento, favorecendo ao escoamento das águas e a movimentação dos fragmentos detríti-cos. O transporte do material também depende dessa energia, assim como da velocidade dacorrenteza e da carga sólida desprendida.

Na medida em que a erosão do canal fluvial ocorre à carga transportada aumenta, a

viscosidade e a densidade da água se modificam, proporcionando uma relação complexa

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entre a velocidade do fluxo e a deposição. Quando a velocidade reduz, as partículas maio-res são depositadas, e as menores permanecem em movimento, resultando na deposiçãodiferencial de material. Essa deposição e erosão originam formas de relevo peculiares a ge-omorfologia fluvial.

Formas de Sedimentação Fluvial

Os rios com a sua capacidade de transportar depositam sua carga detrítica ao longo docurso, porém, essa deposição oscila mediante a redução de declividade, de volume d’água e oaumento do material detrítico (tamanho), originando formas deposicionais como:

1) Planícies de Inundação

FIGURA 24 TIPO DE LEITOS FLUVIAIS.

FONTE: WWW.GOOGLE.COM

São depósitos aluviais organizados dentro ou fora do canal, também conhecidos comoVárzeas. As planícies de inundação correspondem a área plana resultante de acumulação flu- vial, sujeita a inundações constantes.

As planícies de inundação desenvolvem também formas que ocorrem fora do canal deinundação, como os diques marginais, os sulcos, os depósitos de recobrimento e as bacias deinundação.

Os diques marginais apresentam-se como uma faixa elevada que bordeja o canal deforma alongada e estreita. Os diques são formados por material de textura fina (silte e argila)

depositadas nas margens em função da diminuição da corrente que os transporta.

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Os sulcos correspondem aos caminhos escavados nas margens dos diques devido ao ex-cesso de água. Esses caminhos possuem um padrão de drenagem próprio, desenvolvendo no- vos canais.

Bacias de Inundação são as zonas inferiores da planície, que não sofrem com a drena-gem continua permanente e não apresentam movimentação topográfica. Essas áreas servemde zonas deposicionais cujo, material decantado é fino, transportado em suspensão.

Depósitos de recobrimento são depósitos em forma de leque, que recebem sedimentoserodidos no dique e transportados durante as cheias.

Nas planícies de inundação, aparecem alguns espaços que são ocupados pelas águas deescoamento, porém estes espaços às vezes apresentam-se expostos em períodos de vazante.São denominados assim, os leitos fluviais que também constituem formas topográficas da pla-nície de inundação:

Leito Maior- Recoberto por aluviões e vegetação e por água em períodos de cheias.

Leito Normal ou aparente - Delimitado pelas margens do canal fluvial e ocupado pormaterial rolado, porém, não é recoberto por vegetação e ocupado por ocasião de enchentes.

Leito menor – Corresponde a parte interna do leito normal e é bem delimitado pelo en-caixe entre as margens. Nesse leito o escoamento é freqüente, não possibilitando a presença de vegetação e verificam-se a presença de irregularidades como depressões ao longo do canal.

O leito de um rio apresenta conforme a granulometria da carga transportada, setores a-

luviais e setores rochosos.Os rios no seu trajeto da montante para a jusante carregam materiais variados, uns mais

grosseiros que os outros (cascalhos, areias, silte argila), desenvolvendo e escavando canaismais rasos ou mais profundos. A feição dada a esses canais são de vales que podem ser abertosou fechados.

Segundo Penteado, 1980 é preciso ter em mente, entretanto, que apesar dos vales se-rem resultado do trabalho dos rios, nem sempre a forma dos vales é explicada por proces-sos de atuais de erosão, considerando, portanto, a evolução das vertentes.

Portanto, os vales fluviais são formas de relevo resultante do trabalho de escavação line-ar e entalhe dos cursos d’água. São constituídos por talvegues e vertentes convergentes. Incluiformas esculpidas pelos rios e glaciares bem como depressões de origem tectônica e processosmorfogenéticos em vertentes.

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2- Deltas

O material transportado pelo rio e escoado para o mar ou para um lago elabora umaforma deposicional que se desenvolvem no formato de diques naturais com declives suaves nadireção das depressões periféricas ou das desembocaduras (foz) dos rios. Os deltas agem comolínguas que avançam para o mar e apresentam uma variedade de sedimentos conforme o ta-manho, quantidade e estrutura.

O ambiente deltaico apresenta alguns fatores que influenciam em suas características, esegundo Christofoletti, 1980, são eles: a) quadro geológico e fonte de sedimentos, b) as condi-ções climáticas, c) estabilidade tectônica, d) declividade e regime fluvial, e) processos deposi-cionais e erosivos e f) amplitude das marés e as condições marinhas.

Os deltas são depósitos aluviais na foz de alguns rios que avançam como um leque na

direção do mar, causando uma progradação irregular da linha de costa.

FIGURA 25 FORMA O DE UM DELTA.

FONTE: UPLOAD.WIKIMEDIA.ORG/.../

3- Cones de Dejeção

Também são denominados de leques aluviais, compreendem depósitos de material de-trítico, partindo da jusante do canal de escoamento de uma torrente em uma encosta.

Os cones de dejeção aparentam um formato cônico, que se irradia na base de uma en-costa de áreas montanhosas, escarpadas (serras e planaltos). Essas torrentes estão condiciona-das ao regime pluvial e concentração do escoamento superficial.

De acordo com Christofoletti, 1980, costuma-se distinguir três parcelas no esquema

longitudinal das torrentes; a pequena depressão onde se concentram as águas do escoamento

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superficial é abacia de recepção, em forma deanfiteatro; ocanal de escoamento que é a secçãotransversal pequena e profunda na encosta e por fim ocone de dejeção que é o local onde aságuas do escoamento depositam os sedimentos.

FIGURA 26 CONE DE DEJE O

FONTE: WWW.GOOGLE.COM

4 - Terraços Fluviais

Compreende a antigas planícies de inundação abandonadas. Essas formas planas, leve-mente inclinadas, apresentam rupturas no declive em relação ao leito do rio.

Essa morfologia aparece como patamares de largura variada, limitada por escarpa e o-corre à margem das planícies fluviais de regime hídrico variável. A sua ocorrência se dá porinfluencia do sistema morfogenético ou por tectônica.

Os terraços são designados conforme a sua origem podendo ser: terraços rochosos, ela-borados pela morfogênese fluvial sobre as rochas; terraços estruturais, mantidos por rochasresistentes e terraços encaixados, resultantes de movimentos tectônicos.

As possibilidades para explicar o abandono de uma planície de inundação está na oscila-ção climática que provocaram a diminuição do débito fluvial e uma nova formação de umaplanície de inundação.

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FIGURA 27 TERRA OS FLUVIAIS

FONTE: MIGUELCORREIA25.GOOGLEPAGES.COM/TERRAOS.JPG/T

Quadro de formas de erosão e deposição encontradas nas planícies de inundação:

Formas Descrição

Terraço Fluvial Terraço constituído por aluviões antigos e topograficamentemais elevado do que a planície ativa atual: representa um tes-temunho do processo de evolução da planície.

Dique Marginal Depósito estreito formado nas margens do canal durante o pe-ríodo de inundação devido à disposição de sedimentos. Os di-ques são os pontos mais elevados da planície ativa.

Ilha Depósitos do centro do canal que se formam pela redução decompetência do rio.

Margem Limite lateral do canal fluvial caracterizado pela presença de

regiões de erosão ativa ou deposição ativa.Paleodique Remanescente mais elevado que representa o testemunho do

local de escoamento de um canal fluvial em uma paleoplanície.

Planalto Região externa a planície e não sujeita a inundação mesmo emperíodos de cheia excepcional.

Talvegue – Canal Principal Região mais profunda do canal que se estende da nascente áfoz.

Lodaçal Região de aluviões finos resultantes do extravasamento excep-

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cional dos rios – paleoplanície.

Bacias de Inundação Região à montante dos diques marginais ativos, que recebe oexcesso de água e sedimentos nas enchentes normais da planí-cie ativa.

Depósito de canal Depósitos temporários ou permanentes no talvegue ou no ca-nal de margens plenas que se torna emerso durante o períodode vazante.

Nível de inundação de mar-gens plenas

Nível de inundação atá o nível de erosão ativa das margens docanal. Limite de ocupação por vegetação de forma perene,mesmo que inundada. Nível do fluxo de inundação dominanteno canal em períodos de recorrência de 1 a 2 anos.

FONTE: MOORE (1967); CRHISTOFOLETTI (1981);GUERRA, A.T. E GUERRA A.J. T.; APUD,NOVO,E.M. L. DE M.

ADAPTADO: POR GON ALVES, CL UDIA, 2010.

2.1.2 2.

FIGURA 28 ESTALACTITES

FONTE: WWW.TERRASTOCK.COM.BR/IMAGES/FULL/B2757.JPG

Processos químicos formadores do Relevo Cárstico

O processo de dissolução das rochas carbonáticas envolve seus minerais formadorescomo a calcita que é o mais citado. Para que haja este processo, é necessário o equilíbrio entreo gás carbônico (CO2), ácido carbônico (H2CO3), íons bicarbonatos (HCO3 -) e carbonato(CO3).

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O ácido carbônico em contato com os carbonatos forma o íon bicarbonato de cálcio,que é solúvel, através da seguinte reação:

CaCO3 + H2CO3 ⇔ Ca+2 + 2HCO3–

⇔ Ca(HCO3)2

A dissolução dos carbonatos apresenta inicialmente rápida reação, que diminui com oaumento da concentração de água e do pH, atingindo assim um ponto de equilíbrio quandochega a concentração de saturação, qual a dissolução se torna igual a precipitação, ( Novo,2008) .

A importância da água na formação do Relevo Cárstico

A água é um agente importante na elaboração dorelevo cárstico, pois, seu avanço pro-

move a ação intempérica de forma rápida. No ambiente cárstico algumas condições geológicascomo os planos de acamamento e as juntas são alargados devido à percolação da água e o pro-cesso de dissolução.

As descontinuidades existentes nas rochas facilitam a formação de caminhos os quaisauxiliam na ação intempérica química de hidratação e dissolução. Em superfície a vegetaçãodesenvolve seu sistema radicular aproveitando as áreas de acumulação de água que facilita apenetração das raízes e conseqüentemente da água, ajudando assim na formação de ácidosorgânicos e no processo de solubilização dos carbonatos.

A água no sistema cárstico também desenvolve a formação de condutos subterrâneos(aqüíferos cársticos), que são elaborados a partir da dissolução nas zonas de fraquezas das ro-chas.

De acordo com Novo, 2008, a circulação das águas no ambiente cárstico pode ser subdi- vidida em:

a) Zona Vadosa ou superior – a água se infiltra pelo sistema de fissuras das rochas,em uma circulação livre, predominantemente vertical.

b) Zona de Oscilação ou Anfíbio – área com flutuação do nível do nível hidrostáti-

co (seca ou inundada), proveniente da alternância de períodos chuvosos e secos(sazonais).

c) Zona Freática ou de Saturação – porção permanentemente inundada, limitadana parte superior pela superfície piezométrica, em que a água sofre um movi-mento lento, aproximadamente horizontal, em direção aos pontos de surgência.

A morfologia cárstica consiste, no modelado próprio das regiões cujas rochas são sus-ceptíveis de sofrer erosão por processos químicos e abatimento de vazios subterrâneos (físico).A principal característica de uma área cárstica é a predominância da drenagem subterrânea e a

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ausência de cursos d’água superficiais. A feição característica do relevo cárstico é de aspectoruiniforme, esburacado e freqüentemente em vales fechados.

De um modo geral, os maciços calcários são pobres em vegetação, sendo a sua superfícienua e intensamente retalhada por uma rede densa e profunda de sulcos devido ao alargamentodas diáclases. No fundo destes sulcos desenvolve-se, com freqüência, um depósito argiloso vermelho, resultante da acumulação de argila, areia fina e óxidos de ferro, que aí ficam retidos.Esse depósito avermelhado é designado de terra rosa.

Ambientes Cársticos Brasileiros

O Brasil tem uma extensa cobertura de rocha carbonáticas nos seus direfentes biomas.Karman (1994) estimou a área coberta por rochas carbonáticas entre 425.000km2 e600.000 km2. A sistematização dessas coberturas cársticas teve um grande avanço com es-tudos de espeleologia, devido as suas peculiaridades biológicas, paleoambientais, paleonto-lógicas, arqueolópicas, além do apelo turístico. Nesse contexto, Karmann e Sánchez (1979)propuseram uma classificação das províncias espelógicas utilizando como parâmetro dedistinção as regiões pertencentes a uma mesma formação geológica, onde ocorrem grandescorpos de rochas carbonáticas suscetíveis ás ações cársticas e, consequentemente, a forma-ção de cavernas. As principais províncias espeleoógicas definidas foram: (1) Vale do Ri-beira (Grupo Açungui); (2) Bambuí (Grupo Bambuí); (4) Una (Grupo Una) e Serra da Bo-doquena (Grupo Corumbá).

Fonte: Texto extraído:Geomorfologia: Conceitos e tecnologias atuais / Teresa GallottiFlorenzano, (org.), São Paulo: Oficina de Textos, 2008.

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2.1.3 3.

FIGURA 29 RESTINGA

FONTE: HTTP://VIDADECAMALEAO.WORDPRESS.COM/2007/08/01/ARRAIAL DO CABO RJ/

4- Deltas

Os deltas constituem ambientes oriundos de deposição, localizados nafoz de um rio,

onde o recebimento de sedimentos resulta da combinação de dois ambientes, um fluvial e ooutro marinho. Essa formação deltaica torna-se complexa devido a variação dos processosatuantes no litoral.

A interação entre os fluxos fluviais e marinhos compromete a evolução dos deltas, favo-recendo a formas distintas deste modelado. Os deltas são compartimentados em duas áreas;uma denominada de planície deltaica superior que é dominada por processos fluviais; e outradenominada de planície deltaica inferior, dominada por processos marinhos. Essa última re-cebe material dos rios que são rapidamente trabalhados e redimensionados pela dinâmica

marinha, avançando para o mar em função da sua evolução.

Relevo Submarino

O relevo do fundo dos oceanos ou batimétria possui feições que interferem no percursodas correntes marinhas e retratam a história geológica da Terra. Esse relevo apresenta-se aci-dentado tal qual o relevo da superfície. Porém, a sua origem é muito mais recente do que oscontinentes.

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O relevo oceânico é determinado por processos geológicos, do qual se destaca a tectôni-ca de placas. Os deslocamentos das placas criaram choques e afastamentos entre elas, forman-do as fossas abissais e conseqüente afastamento das placas, além de surgir as Cordilheiras Me-so-Oceânicas, locais onde se forma constantemente um novo assoalho marinho com o magma

que emerge pela atividade vulcânica.

Das principais formas do relevo submarino distinguimos:

• Plataforma continental• Talude continental• Planícies abissais• Cordilheira Meso-Oceânica•

Fossas abissais

1- Plataforma continental – Corresponde ao prolongamento, ou seja, uma continuaçãonatural do relevo continental que se estende até o talude, estando sob forte influência da águae dos sedimentos que procedem do continente.

Essa área é de fundamental importância para o homem, pois, dela resulta fonte de maté-rias-primas, essenciais para a economia como, por exemplo: os cardumes, os minerais dosquais destaca-e a exploração petrolífera.

2- Talude continental – Conhecida também como região batial , corresponde a profun-didades que ultrapassa a 1.000 metros e acompanha à borda dos continentes, marcando oslimites entre o continente e o mar. Caracteriza-se pelo predomínio do relevo íngreme e aci-dentado. O talude continental é irregular e marcado porravinas, gargantas,canyons submari-nos e vales profundos erodidos.

3- Planícies abissais – Áreas extensas e planas apresentando profundidades de 4.000 a5.000 metros que se estende do talude até a Cordilheira Meso-Oceânica. Nessa região encon-tram-se os maiores acidentes geográficos do fundo dos oceanos como as cadeias montanho-sas, as dorsais, as bacias e por outras formas de relevo menos freqüentes, como montes sub-marinos, guyots, bancos,canyons e falhas.

Os montes submarinos são montanhas isoladas de origem vulcânica que se destacamda planície abissal.

Os guyots, montanhas isoladas, porém possuem os topos arrasados, resultado da ero-

são de uma ilha vulcânica quando se encontrava acima do nível do mar.

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Os canyons submarinos são vales estreitos e profundos escavados na plataforma e ta-lude continentais.

Asfalhas são desníveis no terreno da planície abissal, formando como um degrau.

4- Cordilheiras Meso-Oceânicas –Conhecidas como dorsais, compõem as principaisfeições das planícies abissais, são muito altas, e aparecem em diversos pontos do mar sob aforma de ilhas e arquipélagos.

5- Fossas abissais – Apresentam as profundidades superiores a 5.000 metros, constitu-indo assim nas partes mais profundas e menos conhecidas dos oceanos. Caracteriza-se por

feições de depressões e fossas íngremes. Essa região é também como Bêntica.

FIGURA 30 LINHA DE PRAIA

FONTE: DEFPRAIASMATOSINHOS.NO.SAPO.PT/DUNAS.HTM

Zonas CosteirasAs zonas litorais constituem um valioso recurso natural, insubstituível e não-

renovável, do qual o homem obtém, por exemplo, alimentos e recursos minerais, para a-lém de serem importantes locais de lazer e turismo.

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Existência de correntes marinhas litorais variadas que, ao provocarem a erosão, otransporte e a deposição de sedimentos, condicionam a morfologia da costa.

A deformação das margens dos continentes, em resultado de movimentos tectónicospodem provocar a elevação ou o afastamento das zonas litorais.

Regressões e Transgressões marinhas. O que são?

As alternâncias de períodos glaciáricos e de períodos interglaciários ocorridos no pla-neta tiveram como conseqüência indireta a modificação das linhas de costa, uma vez quedurante os períodos mais frios (glaciações) uma quantidade importante de água é transfe-rida do domínio oceânico para as calotas polares, ocorrendo uma diminuição do nível mé-dio das águas do mar e um fenômeno inverso durante o período interglaciário. Quando se

verifica o recuo do mar, diz-se que ocorreu uma regressão marinha.Vamos ver um exemplo de uma transgressão marinha:O nosso mergulhador geólogo nos dias atuais, à medida que se afasta do continente vai

encontrar cascalho (conglomerado), numa lagoa, onde a dinâmica é mais fraca, argila e napraia, vai encontrar areia. Se afastar-se da costa predominam os calcários.

Se o nosso mergulhador fizer um furo no local onde está, do topo para a base vai en-contrar: Calcários - Areia - Argilas - Cascalho.

FONTE: HTTP://SITES.GOOGLE.COM/SITE/GEOLOGIAEBIOLOGIA/HOME/GEOLOGIA PROBLEMAS E MATERIAIS DO QUOTIDIANO/ZONACOSTEIRAS

F LIX. J ET AL GEOLOGIA. PORTO EDITORA

DISPON VEL EM: SITES.GOOGLE.COM/

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Vamos continuar com o nosso mergulhador. Ele decidiu não sair do sítio. É verdadeque o tempo geológico é longo, mas no nosso exemplo imaginário a quantidade de oxigê-nio também é muito grande.

Enquanto ele está no fundo de um rio ou de uma zona litoral, o sedimento que se de-posita é essencialmente cascalho.

O nível do mar sobe. A linha de costa migra para o interior do continente, e onde era orio agora se formou uma lagoa. A dinâmica numa lagoa é muito baixa e depositam-se argi-las. Bom, podem também depositar-se sal gema, por exemplo.

O nosso nível do mar continua a subir e a linha de costa está agora a quilômetros nointerior do continente. Depositam-se agora as areias.

Com o avanço da linha de costa, em conseqüência da subida do nível do mar, para ointerior, depositam-se agora carbonatos.

FONTE: HTTP://SITES.GOOGLE.COM/SITE/GEOLOGIAEBIOLOGIA/HOME/GEOLOGIA PROBLEMAS E MATERIAIS DO QUOTIDIANO/ZONACOSTEIRAS

F LIX. J ET AL GEOLOGIA. PORTO EDITORA

DISPON VEL EM: SITES.GOOGLE.COM/

Na imagem anterior podemos observar uma seqüência normal onde o tamanho dogrão diminui da base para o topo, uma vez que a energia do meio vai também diminuindo.Trata-se de uma transgressão marinha, situação esta, resultante de um aumento do níveldo mar. Numa seqüência inversa sucede o contrário com aumento do tamanho do grão dabase para o topo, regressão marinha. No gráfico da esquerda podemos observar uma ten-dência nos últimos milhões de anos para uma natural subida do nível do mar.

Fonte: FÉLIX. J et al - Geologia. Porto Editora. Disponível em: sites.google.com/

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2.1.4 4.

As formas resultantes desta classificação da Geomorfologia têm o clima como um fatorde grande importância na elaboração do mesmo. Entretanto, não se deve negar fatores estru-turais e a origem das rochas. A geomorfologia climática faz parte de uma corrente que relega ageomorfologia normal e desfaz da noção de erosão normal substituindo pelo sistema de ero-são como responsável por formas combinadas a outros fatores.

Davis, em seus estudos, também reconhecia a influência do clima sobre o relevo modifi-cando-o. Para esse teórico, os “acidentes climáticos” poderiam acontecer em qualquer árearesultando na formação de formas poligênicas.

Relevo Poligênico – Elaborado por sistemas de erosão sucessivos, chegando a um pe-neplano. Esse tipo de relevo é desencadeado por flutuações climáticas.

A terminologia Geomorfologia Climática foi utilizada inicialmente em 1913 por Eman-noel de Martonne através de sua contribuição com a publicação em 1940 sobre a paisagem eos processos atuantes nos trópicos úmidos. Entretanto, a contribuição mais contundente paraa sistematização da geomorfologia climática foi dos teóricos Jean Tricart e André Cailleux.Esses estudiosos consideraram a existência de sistemas morfoclimáticos e as oscilações climá-

ticas temporais existentes.Dentro desta perspectiva, toda forma de relevo deriva de um sistema de erosão desen-

volvido pelo clima que segue as características da estrutura e da tectônica. È possível identifi-car um modelado proveniente do domínio morfoclimático e um do domínio estrutural, o quenão pode ocorrer é a oposição deles e sim, a compreensão da combinação dessas influências(estruturais e climáticas).

O relevo terrestre é uma combinação entre os processos endógenos e os exógenos, ondeos processos endógenos comandam a formação do conjunto:

• Litologia• Tectônica• Estrutura.

Já os exógenos são comandados pelas ações da:• Atmosfera• Hidrosfera• Biosfera

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As condições climáticas determinam a distribuição dos seres vivos no planeta. Sendo as-sim, os ambientes naturais também são subjugados a este elemento, e a eles condicionados.Essa distribuição ocorre pela associação entre paisagens e seus elementos: animais, vegetais,tipos de solos e processos erosivos, estes últimos vão atuar sobre o relevo.

A especificidade de um meio ecológico (tipo especifico de vegetação, solo, relevo), háprocessos morfogenéticos específicos e organizados que se constituem um sistema morfocli-mático ou domínio morfoclimático.

A estrutura litológica varia em forma e comportamento em um mesmo ambiente mor-foclimático devido à intensidade dos processos e o grau de resistência da rocha.

A atuação dos processos é proporcional ao clima e a natureza da rocha, portanto, em ummesmo tipo climático as rochas arenito e granito vão originar formas diferenciadas, por e-xemplo: o granito em clima semi-árido é facilmente desintegrado, enquanto em clima úmidosão mais resistentes.

Os processos morfoclimáticos ocorrem em função de processos associados e hierarqui-zados de modo a se classificarem em simples e complexos, onde os simples são elementares ederivam formas tal; os complexos estes resultam da combinação dos processos simples como oataque químico seguido de processos de transporte e acumulação.

O sistema morfoclimático caracteriza cada zona climática do globo, trata-se de um espa-ço terrestre que se manifesta como uma paisagem originada de interdependência entre os pro-cessos de pedogênese e morfogênese decorrentes da influência indireta ou direta do clima.

Influência do Clima

A ação do clima sobre o relevo pode efetivar-se de duas maneiras; a direta e a indireta deacordo com a intensidade da temperatura, da umidade da precipitação e dos ventos.

A ação direta se dá de forma qualitativa e quantitativa, onde a ação qualitativa decorrede processos específicos zonais como, por exemplo, a ação mecânica ser exclusiva de regiões

frias e áridas como é o caso da gelivação de da termoclastia. E a ação química ser predominan-te nas regiões cuja umidade prevalece.

Penteado, 1980, exemplifica da seguinte forma:Gelivação (ação do gelo e degelo), mecanismo exclusivo das regiões frias. A tempera-

tura O°C tem importância geomorfológica muito grande, porque desencadeia processozonais e modifica os azonais e polizonais.

Modifica o modelado das costas, exercendo abrasão típica na plataforma continental.Influi no regime fluvial das zonas periglaciais e temperadas, pela retenção nival, provocando

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cheias de primavera. De todos os agentes morfoclimáticos o gelo é o que tem influência quali-tativa maior.

A ação direta quantitativa do clima decorre da quantidade e permanência dos seus ele-mentos. A quantidade e intensidade das águas, ventos e gelo determinam o nível de escultura-ção de um modelado, como por exemplo: a intensidade da precipitação vai influenciar no re-gime fluvial e conseqüentemente na ação corrosiva dos rios sobre o relevo.

Desde que as influências quantitativas dos elementos do clima modificam a intensida-de dos processos e as formas do relevo, a análise quantitativa dos elementos do clima é fa-tor básico para o estudo geomorfológico. Portanto, os dados que tem significados freqüên-cias ou seqüenciais dão o ritmo das pulsações dos elementos do tempo. (Penteado, 1980).

A ação indireta do clima ocorre em função da influência do solo e da vegetação. A vege-tação interfere na sua distribuição no espaço geográfico, principalmente em relação à quanti-dade, ou seja, áreas desérticas e frias a relação seria direta, entretanto, nas áreas tropicais úmi-das a relação com o clima será indireta.

O clima determina a vegetação e sua distribuição no planeta, uma vez, a presença da co-bertura vegetal presente esta serve de anteparo a ação dos agentes meteóricos sobre o solo. Deacordo com Penteado, 1980,apud Suguio,1999.

... a vegetação tem dupla ação no solo: ação bioquímica e ação mecânica. A vegetação modifica a ação dos agentes de transporte e os processos morfoge-néticos. Com os processos morfogenèticos a relação é de causa e efeito.

A cobertura vegetal é de grande importância para a manutenção do equilíbrio morfoge-nético, já que auxilia na redução do impacto das gotas de chuva sobre o relevo, reduzindo aeficácia da erosão pluvial, no transporte de material (quantidade), facilitando a infiltração. A vegetação também influência nas condições de calor no sol, diminuindo a penetração dos rai-os solares e a conseqüente oscilação térmica.

Segundo Gonçalves, 2004, a distribuição das formas vegetais constitui-se por adapta-ção ao meio em que está inserida, além de manter estreita relação com a geomorfologia,clima e solo. Daí sua classificação e identificação no espaço geográfico tornam-se impor-tante.

A ação indireta realiza-se também através dos solos os quais são considerados comomantedores de um equilíbrio entre relevo, clima e vegetação. Gonçalves, 2004, pg 85 consideraque:

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Associada à paisagem cada classe de solo levantada relaciona-se às condiçõesdo relevo, clima e uso, sendo este último fator preponderante para determi-nação da potencialidade de erosão.

O solo é um agente passivo, apenas sofre a ação erosiva, entretanto, cada solo apresentauma capacidade e mobilidade peculiar, mediante suas características. Um dos fatores indis-pensáveis às condições pedológicas é certamente à cobertura vegetal, (florestas, cultivos) e atipologia climática que, atrelada ao gradiente declividade, condiciona a dissipação da energiaerosiva sobre o mesmo, (Gonçalves, 2004).

Uma vez exposto, ou seja, sem cobertura vegetal, a energia erosiva da chuva ocasionaas perdas de solos. Nesse caso o relevo é um dos fatores indispensáveis a manutenção dessaação, pois, a declividade, forma e comprimento do declive, são determinantes a esse tipo

de erosão.

Princípios da Divisão Morfoclimática

Considerar-se-á aqui os princípios da Zonalidade e o Topográfico, onde a zonalidade es-tá ligada a forma e a desigualdade de radiação solar no globo, ou seja, a distribuição da tempe-ratura de acordo com a latitude.

O principio de andares ou topográfico, resulta nas modificações mais ou menos parale-las do meio físico geográfico, sobe o efeito da altitude. Os principais fatores climáticos ligadosa esse conceito são a diminuição da temperatura e as modificações da pluviosidade. A elas se juntam as conseqüências da diminuição da pressão atmosférica, o aumento da insolação dosolo e a maior amplitude térmica.

Os Domínios Morfoclimáticos

Denominam-se como o espaço terrestre caracterizado por um sistema morfoclimáticodominante, que se manifesta como uma paisagem vegetal originada da interdependência pe-dogênese e a morfogênese decorrente da interferência do clima, assim como, também a influ-ência das condições bioclimáticas sobre a morfogênese, permitindo classificar os domíniosmorfoclimáticos.

Estudos realizados por Cailleux e Tricart (1958), vêm apresentar alguns critérios para oestabelecimento desses domínios, são eles:

• Para regiões cujas dimensões são maiores, os autores tomam como base as grandes

zonas climáticas e biogeográficas, sem considerar seus limites;

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• Para as subdivisões dessas grandes zonas, consideram diferenças de climas pretéri-tos e subdivisões climáticas e biogeográficas.

Assim, esses autores apresentam a seguinte divisão morfoclimática:

Zona Fria

Predominância de gelo, esta zona apresenta a seguinte subdivisão:

• Domínio glaciar – O escoamento superficial ocorre na forma sólida (gelo).

• Domínio periglaciar – O escoamento líquido é sazonar e o solo congelado (per-gelissolo) é importante para a morfogênese.

Zona florestal das latitudes médias

As características encontradas nesta zona estão associadas às influências paleoclimáticase a interferência humana ocorrida neta zona. Sua tipologia climática e subdivisão estão ligadasa duração do gelo em superfície:

• Domínio marítimo com invernos amenos – Apresenta pouca influência do geloatual e sobrevivência das formas glaciais do Quaternário.

• Domínio continental de invernos rudes – A atuação do gelo atual e do Quaterná-

rio é preponderante.• Domínio mediterrâneo com verões secos – Apresenta poucas influências periglaci-

ais do Quaternário.

Zona árida e sub-árida das baixas e médias latitudes

Localizadas nas baixas e médias latitudes, caracteriza-se pela baixa densidade da vegeta-ção predominando os desertos ou estepes, além da baixa pluviosidade comprometendo o es-coamento superficial que é intermitente. Esta zona está subdividida em:

a) Detrimento das temperaturas secas de invernos frios e regiões secas e quentes.

b) Detrimento ao grau de secura levando a distinção de estepes e desertos.

Zona florestal intertropical

A zona de floresta intertropical é apresenta temperaturas e umidade elevadas, interfe-rindo no escoamento fluvial que se faz de maneira abundante. Sua subdivisão é feita conforme

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a distribuição pluviométrica anualmente e pela densidade da cobertura vegetal, sendo assim,está subdividida em:

• Domínio das savanas – Domínio caracterizado pela pouca vegetação e pluviosidademenor e concentrada.

• Domínio das florestas – Apresenta cobertura vegetal exuberante indica maior umi-dade e pluviosidade alta e constante.

Entretanto, para cada domínio morfoclimático é identificado um processo morfogenéti-co dominante e formas de relevo a eles relacionadas. Portanto, caracterizamos azona fria, como a região do globo onde predomina os processos meteóricos mecânicos, já que as tempe-raturas inferiores reduzem o ataque químico sobre as rochas.

A ação erosiva do gelo é identificada pelo processo erosivo de gelivação que promove aexecução de uma rede de diáclase na rocha, facilitando o crescimento de cristais estranhosdentro das rochas. A dissecação prolongada nas bordas das rochas origina formas de um mo-delado pontiagudo, cujas vertentes são abruptas.

Devido a ação mecânica o material desagregado é arrastado pelos vales glaciais e junto abase das encostas elaboram a formação de tálus de detritos. O modelado elaborado nesta zonacaracteriza-se por: Agulhas finas, Pontões Arestas, Cumes pontiagudos e cones de detritos.Porém, para melhor compreensão destacam-se algumas características a serem consideradasna elaboração da paisagem deste domínio:

• As precipitações ficam retidas sob a forma de gelo;• Atividade biológica muito reduzida, principalmente durante o inverno;• Pouca lixiviação;• Solos rasos e com evolução lenta, a ausência do solo favorece a desagregação das ro-

chas e a abrasão do relevo;• Intemperismo mecânico intenso - gelo/degelo e abrasão das rochas pelo lençol de

gelo;• Paisagem: quando não está coberta por neve, apresenta lençóis de fragmentos ro-

chosos sobre as vertentes expostas; Temperaturas baixas, podendo ocorrer períodocom neve.

Regiões Temperadas apresentam certa conservação do modelado devido a pouca influ-ência do gelo e a redução erosiva mecânica, entretanto, a erosão química é insuficiente. Omodelado apresenta-se nas formas de cristas convexas e bases côncavas. Devido a permeabili-dade litológica a rede de drenagem desenvolvida apresenta um padrão dendrítica. Nas Latitu-des médias as características são:

• Temperaturas baixas, podendo ocorrer período com neve;• Atividade biológica reduzida (no inverno);• Solo com alguns decímetros de profundidade;

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• Camada de húmus aumenta no inverno;• Lixiviação moderada incidente principalmente sobre Fe e Ca;• Selamento superficial pelos minerais de argila;• Paisagem: encostas suaves, convexas no topo e côncava na base.Nos domínios de

pouca umidade, a baixa pluviosidade,zona árida e sub-árida das baixas e médias latitudes, associada a fortes tempestades durante determinados períodos do ano comanda toda dinâmi-ca da construção da paisagem desta zona.

No que concerne aos processos morfogenéticos associado a pouca cobertura vegetal, oescoamento superficial é imediato e concentrado, promovendo o maior desgaste do no solo econseqüentemente no relevo. Em vertentes cujo declive é fraco o escoamento caracteriza-sepor laminar ou difuso, enquanto nos fortes declives tornam-se concentrados, elaborando ra- vinas.

Os processos intempéricos existentes são;O químico, que atua de forma tímida mais emfunção da presença das chuvas esporádicas e da umidade surgida neste período facilitando aexistência dos processos de hidrólise e hidratação;O mecânico predomina sobre as vertentesescarpadas promovendo a sua desnudação e o seu recuo.

Erosão regressiva- realizada através de processos de intemperismo físico-químico, eprovocando faturamento da rocha na face rochosa das escarpas e especialmente na base. Omaterial desagregado é evacuado por processos de transporte e as vertentes íngremes recu-am paralelamente.

Erosão lateral- as correntes do escoamento erodem e alargam as margens da vertente,depositando e removendo o material, estabelecendo um equilíbrio provisório.

Escoamento em lençol- è uma lâmina de água delgada carregada de detritos que tem acompetência de carregar elementos maiores e exercer ação abrasiva.

Escoamento difuso- corresponde ao fluxo de água que transporta materiais finos. Esteescoamento forma canais anostomosados e são eficazes na ablação lateral.

Fonte: (Penteado, 1980)

Os solos nesta zona ao contrário da anterior que é praticamente inexistente apresentam-se raso, ou seja, pouco desenvolvido (não há muitos horizontes). Já o modelado característicoé representado pelas planícies aluviais, pedimentos, inselbergs, cristas rebaixadas, vales alarga-dos, vertentes côncavas e leques aluviais.

As principais características desta zona são:• Evaporação maior que a precipitação;Irregularidades de precipitações;

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• Tempestades violentas e rápidas – escoamento intenso nas chuvas;• Solos delgados, pouco desenvolvidos ou ausentes;• Lixiviação quase nula – capilaridade e acumulação de sais (crostas, gipso);• Intemperismo mecânico prevalece;•

Rios intermitentes;Na zona florestal intertropical que compreende a faixa entre os trópicos de Câncer e

Capricórnio, estende-se o domínio morfoclimático cuja presença maciça da cobertura vegetalinterfere na elaboração da paisagem através da aceleração ou não dos processos morfogenéti-cos, no desenvolvimento dos tipos de solos, na distribuição da rede de drenagem e nas formasdo modelado. Além das condições atmosféricas existentes que irá definir tipos climáticos dife-renciados e intensidade e freqüência de chuvas.

Esta zona está divida em dois domínios a serem destacados:

1 - O das Florestas Equatoriais e Tropicais

Caracterizam-se pela presença do forte calor, umidade e variação térmica, bem como, apresença da vegetação exuberante. Essas características favorecem o domínio do processo in-tempérico químico sobre as rochas, resultando em detritos finos. Os processos provenientesdesta ação química são destacados pela alteração das rochas de forma rápida.

A ação mecânica neste domínio, também se faz presente através dos processos de trans-

portes sobre as vertentes. O escoamento é eficaz no transporte dos matérias, geralmente achuva desencadeia essa ação que pode ocorre de forma difusa em solução, por rastejamento ,solifluxão, além da erosão fluvial.

Os processos atuantes favorecem a elaboração das formas do relevo deste domínio, osquais são evidenciados pelo modelado de meia laranja ou relevo mamelonar, vertentes conve-xas, mares de morros, pães de açúcar. As principais características do domínio das florestassão:

• Vegetação exuberante em conseqüência da maior pluviosidade e maior umidade;•

Importante escoamento superficial;• Intemperismo e lixiviação intensa;• Decomposição rápida da matéria orgânica;• Produtos de alteração: argilas e óxidos de ferro;• Laterização (carapaças lateríticas – Al) e carapaças ferruginosas;• Solos profundos e bem drenados;• Áreas graníticas e gnáissicas

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FIGURA 31 DOM NIO DE FLORESTA

FONTE: SELETUN.BLOGSPOT.COM/2008 04 01 ARCHIVE.HTML

2 - Os das Savanas

Este domínio situação entre as formações florestais e as estépicas, caracterizando-se porfeições florestais de baixo porte com folhas caducas. As savanas ocupam áreas do globo cujascondições edafo/pedológicas e topográficas lhes são favoráveis. O domínio das savanas é pou-co úmido em relação as florestas,daí que algumas características divergem do domínio anteri-or, pois, os solos são arenosos, pobres; o regime pluvial é temporário, com alternância de perí-odos chuvosos e secos.

Os processos erosivos neste domínio se dão pela modalidade do escoamento superficial:em lençol, difuso, efeito splash e escoamento de cheia. As formas de relevo predominantessurgem após ação erosiva pluvial que age submetendo a rocha à oscilação entre a umidade e oressecamento, principalmente nas encostas que sob uma ação conjunta desagregadora promo- ve o recuo das vertentes.

O resultado desses processos são os modelados residuais ou testemunhos, como os do-mos e os inselbergs além das planícies de erosão.

As principais características do domínio das savanas são:• Vegetação pouco densa;• Pouca pluviosidade e concentrada;• Temperaturas elevadas e grande amplitude térmica intensa

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• Formação de couraças ferruginosas revestindo imensas planícies e planaltos de ero-são;

• Solos rasos e encharcados na estação seca, o solo resseca e o lençol freático se apro-funda;

• Primeiras chuvas: muita erosão (solo seco e sem vegetação).

FIGURA 32 DOM NIO DE SAVANAS

FONTE: HTTP://HUMANITASOLIS.COM/

Modelado da Região Intertropical

A topografia da superfície terrestre expressa-se, as vezes como relevo, outras, comomodelado O relevo exprime sobretudo a estrutura geológica enquanto o modelado origi-na-se de um sistema morfogenético atuando sobre um certo tipo de material, com umacerta inclinação, coberto por um tipo de vegetação e geratriz de depósitos correlativos.Mas, é raro que a paisagem apresente um modelado originado de apenas um sistemamorfogenètico atual. Em geral as paisagens resultam de sistemas passados, retomados pelosistema atual que não faz mais que retocá-las.

Sob os trópicos, a Geomorfologia não é fácil de ser estudada, em função da insuficiên-cia de documentação e a inadaptação dos métodos. No primeiro caso, as dificuldades de-correm da falta de informações e levantamentos cartográficos das bases naturais, de quali-dade e escalas homogêneas e adequadas e na falta de informações qualitativas e

quantitativas sobre os processos atuais.

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No segundo caso os métodos existentes para estudo do modelado não atendem as pe-culiaridades das régiões tropicais e os que existem muitos, estão voltados para as regiõesáridas.

Um outro ponto diz respeito à cobertura vegetal e o recobrimento do manto de altera-ção que são considerados pelos geomorfólogos como uma dificuldade e um obstáculo im-portuno aos estudos. Daí para entendermos o modelado da Região Intertropical precisa-mos analisar as variáveis abaixo apresentadas.

As estruturasA análise do modelado das regiões intertropicais apóia-se, sobretudo no característico

manto de alteração que apresentam. Apesar da morfogênese não acontecer diretamentesobre a rocha sã, como nos desertos, faz-se necessário se entender primeiramente a estru-tura geológica das regiões tropicais, uma vez que a espessura e a natureza do manto de al-

teração dependem em boa parte da diferença de resistência das rochas subjacentes.O manto de alteraçãoSabe-se que a espessura do manto de alteração na região intertropical é a grosso modo

diretamente proporcional à sua antiguidade e a pluviosidade. Mas essa espessura varia bas-tante no detalhe segundo a natureza litológica e ao estado do substrato.

A topografiaA topografia exerce um papel importante. Sob as mesmas condições naturais, o manto

de alteração é mais espesso onde a topografia faz estacionar ou convergir as águas de su-

perfície e os lençóis subterrâneos profundos, agentes essenciais da decomposição química.Assim se constata que na base das grandes vertentes aparece uma linha de alteração maisprofunda que será transformada posteriormente, pela erosão numa depressão basal.

Um fato, porém é preciso ser levado em conta. Nem sempre as combinações desses fa-tores permitem uma previsão do comportamento das alteritas, a partir de uma simples ob-servação de campo. Isso porque, no detalhe, a espessura do manto de alteração pode variarpassar de 0 a 50m de espessura numa distância de 250m. Estas variações indicam que essesubstrato de alteração tem uma identidade própria e que possui sua própria topografia.

Fonte: Trecho do texto:Les Espaces Tropicaux de Demangeot, Ed. Masson Paris; tra-duzido e adaptado por Lage. Creuza Santos.

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Um professor de geografia selecionou duas imagens referentes aos domínios morfocli-máticos de Floresta e de Savanas. Essas paisagens diferenciam-se em vários aspectos físicos.Portanto, com base nas informações adquiridas no seu material didático e na análise das ima-gens acima:

1-Estabeleça as características de cada domínio identificado e os processos morfodinâ-micos predominantes em cada um:

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2- Elabore um texto de no máximo 30 linhas sobre os domínios morficlimáticos existen-tes no Brasil.

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Questões ENADE, adaptadas do ENADE ou similares 01

(F. Positivo-PR) Faixas arenosas que aparecem, por acumulação marinha, na entrada degolfos, no estuário de rios ou no fechamento de lagoas costeiras são denominadas:

a) dunas

b) restingasc) rias

d) falésias

e) manguezais

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02

(PUC-RS) Todas as afirmativas abaixo sobre as Regiões temperadas da terra estão corre-ta, exceto a que diz que:

a) estão situadas entre os trópicos e os círculos polares, aparecendo em áreas de to-dos os continentes, menos na Antártida.

b) possuem as estações do ano bem definidas, invernos frios com queda de neve e verões quentes.

c) apresentam variados climas temperados, sendo que a vegetação natural, já bas-tante devastada, raramente é encontrada em sua forma original.

d) abrigam grandes concentrações urbano-industriais, como o nordeste dos EUA esudeste do Canadá e outras menores, como Buenos Aires e Montevidéu.

e) caracterizam-se pela vegetação variada, sendo que os principais tipos de nortepara sul são: tundra, florestas temperadas e vegetação mediterrânea.

03

(Bom Conselho, 2007) Uma das principais características morfológicas do Sertão nor-destino é a presença de inselbergues. Qual a afirmativa a seguir que define corretamente essafeição de relevo?

a) Forma de relevo deprimida, desenvolvida em terrenos sedimentares, existente naDepressão Sertaneja.

b) Forma de relevo saliente sobre as serras, resultante da exumação de terrenos se-dimentares antigos.

c) Forma de relevo residual, existente nos pediplanos, em geral desenvolvida emrochas mais resistentes.

d) Tipo de planalto residual disposto, em geral, nas bordas de uma antiga bacia se-dimentar.

e) Tipo de feição de relevo determinada pelos fenômenos tectônicos, agrupadas so-bre peneplanos antigos.

04

(Buíque, 2006) Há uma parte da Geografia Física que se dedica basicamente ao estudoda compartimentação do relevo terrestre em função das influências climáticas atuais e pretéri-tas. Assinale-a:

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a) Geologia Dinâmica.

b) Geomorfologia Litogenética.

c) Morfoclimatologia.

d)

Morfotectônica.e) Climatologia Dinâmica

05

(São Paulo, 2007) Considere o texto abaixo.

Grau mais aperfeiçoado dos processos de mamelonização, conhecidos ao longo docinturão das terras intertropicais do mundo. Presença de mais forte decomposição de ro-

chas cristalinas e de processos de convexização em níveis intermontanos (...) Planícies me-ândricas e predominância de depósitos finos nas calhas aluviais. (...) precipitações que va-riam entre 1.100 e 1.500 mm e 3.000 a 4.000 mm (...) Florestas biodiversas, dotadas dediferentes biotas, primariamente recobrindo mais de 85% do espaço total. Enclaves debosques de araucária em altitude e de cerrados em diversos compartimentos dos planaltosinteriores, onde predominavam chapadões florestados (...) tem mostrado ser o meio físico,ecológico e paisagístico mais complexo e difícil do país em relação às ações antrópicas. (...)Trata-se, ainda, da região sujeita aos mais fortes processos de erosão e de movimentos co-letivos de solos em todo o território brasileiro.

Fonte: (AB´SABER, Aziz.Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisa-gísticas. São Paulo: Ateliê Editorial. 2003. p. 16-17).

Esta descrição refere-se ao domínio

a) das araucárias na porção subtropical do Brasil e à forte ocupação agropecuária,que provoca a erosão do solo arenoso e impróprio para o desenvolvimento daagricultura nessa região.

b)

do cerrado, visto que, ao mencionar a presença de “florestas biodiversas dotadasde diferentes biotas”, o autor nos remete aos diferentes ecótonos que compõem ocerrado, tais como o cerradão e os campos limpos.

c) dos “mares de morros”, no qual predomina a floresta tropical atlântica, com al-guns “enclaves” resultantes das variações climáticas, geomorfológicas e pedoló-gicas em sua área nuclear.

d) dos “mares de morros”, que sofreu intensa ocupação urbano-industrial e grandedesequilíbrio ecológico, problema ultimamente contornado, graças à disponibi-

lidade de recursos técnicos e econômicos na área de ocorrência desse domínio.

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e) amazônico, uma vez que os elevados índices pluviométricos citados provocamdesliza-mentos de terra, principalmente ao longo de rodovias como a Transama-zônica e nas áreas de experiências agronômicas de grupos estrangeiros.

CONSTRUINDO CONHECIMENTO

Dicas para Leitura

Por onde você andou, Robert?, de Hans Magnus Enzensberger (Companhia das Letras,1999);

Os caminhos do vento, de Wânia Amarante (FTD),1986).

Para Assistir

Água, água por todos os lados (série Como Fazer?,2002,19minutos).

Atacama: o deserto que floresce (série Acervo, 2002, 39 minutos).

Paisagem e memória (série Como Fazer?, 2001,25 minutos).

Terra: um planeta fascinante (EUA, 2002).

Produção: Discovery Channel.Quando os dinossauros reinavam na terra (EUA, 2001)

Produção: Discovery Channel.

Dersu Uzala (Rússia/Japão,1975)

Direção Akira Kurosawa.

Sites para pesquisa

• http://www.wri.org/ (em inglês).Ministério do Meio Ambiente

• www.mmma.gov.br

Serviço Geológico do Brasil• www.cprm.gov.br

Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia)•

www.inpa.gov.br

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Greenpeace Brasil• http://www.greenpeace.org.br

Geografia em QuestãoNeste espaço você encontra informações que lhe ajudarão a conhecer melhor sobre os

conteúdos estudados. Portanto observe o perfil do relevo marinho e destaque e conceitue assuas formas:

Plataforma, talude e outras unidades.

Por Luís Carlos Parejo

DISPON VEL EM: HTTP://EDUCACAO.UOL.COM.BR/GEOGRAFIA/ULT1694U354.JHTM

Os fundos dos oceanos apresentam uma variedade de formas, assim como o relevo ter-restre: são montanhas, áreas planas, depressões que não podemos visualizar, mas que tambémprecisam de classificação e análise.

Durante a Segunda Guerra Mundial, com a necessidade de se desenvolverem equipa-mentos para vasculhar o fundo dos oceanos em busca de submarinos, houve um avanço noestudo do relevo do fundo dos mares.

Nas décadas de 1950-1960, finalmente, tornou-se possível cartografar (mapear) o fundodos oceanos e a partir daí classificá-lo. Com o avanço dos sistemas de satélites, infravermelhose mapeamentos térmicos, a geomorfologia marinha avançou muito. Desse modo, criaram-seas divisões do relevo submarino, conforme são apresentadas a seguir:

FONTE: HTTP://EDUCACAO.UOL.COM.BR/GEOGRAFIA/ULT1694U354.JHTM

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2.2 4.

2.2.1 1.

As classificações das unidades de relevo obedecem alguns critérios dos quais se destacaas Placas Tectônicas. Sendo assim, são considerados três tipos de placas destacando-se as inte-riores que caracterizam as áreas centrais dos continentes, àquelas que não sofrem diretamentecom as atividades tectônicas.

Consideradas estáveis, apenas apresentam movimentos epirogenéticos espodádicos. Aestrutura sobre a qual esta placa está situada constitui o domínio geológico do EmbasamentoCristalino e das Coberturas Fanerozóicas cujo entendimento faz-se por uma breve explicaçãoda evolução estrutural do bloco Sul Americano.

De acordo com Gonçalves, 2004, a partir do rompimento da Gondwana deu-se o soer-guimento do Bloco Sul Americano, consolidado na Era Paleozóica o qual foi denominado dePlataforma Brasileira por Almeida, (1967) que a rebatizou de Plataforma Sul Americana. Oseventos tectônicos ocorridos originaram estruturas que foram divididas em unidades cratôni-cas, em função das características dos eventos geodinâmicos que podem ter ocorrido duranteo Ciclo Transamazônico, no Proterozóico Inferior. Acredita-se que neste intervalo os eventosmagmáticos de migmatização e metamorfismo, retrabalharam e formaram rochas granulíticase migmáticas de níveis crustais inferiores e idade Arqueana culminando no Ciclo Jequié.

O território brasileiro está localizado nesta placa garantindo a sua estabilidade tectônica,portanto seu embasamento estabilizou-se entre a era Proterozóica Superior e o Paleozóico,considerando que o último evento tectônico sobre as rochas, ocorrido foi no Ciclo Brasiliano,

quando resultou em faixas de dobramentos como: Brasília, Paraguai, Araguaia, Sergipana...),bordejando as principais áreas cratônicas (crátons do São Francisco, Amazônico. São Luiz...)(Almeida, 1977; Almeida et.al. 1981), apud Novo, 2008.

A estrutura brasileira caracteriza-se portanto, por três escudos (Guianas, Brasil Central eAtlântico) que ocupam 36% do território sendo separados pelas coberturas fanerozóicas quecorrespondem as bacias sedimentares (Paraná, Parnaíba, Amazônica e outras) que totalizam64% da área total do território nacional.

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Classificação do Relevo Brasileiro

Os estudos sobre o relevo brasileiro datam de forma estruturada a partir do século XXcom os trabalhos de Aziz Ab’Saber seguido de outros de fundamental importância comoEmmanoel de Martonne , Francis Ruellan e Aroldo de Azevedo, tendo este último como con-tribuinte para a primeira classificação das formas do relevo brasileiro durante a década de 40.Nesse trabalho foram empregados termos da geomorfologia para determinar as divisões geraisdo modelado brasileiro em planaltos e planícies e critérios geológicos para subdividir essaclassificação

O critério altimétrico para diferenciar planalto de planície foi utilizado distinguir umaforma da outra. Este autor dividiu o Brasil em oito unidades de relevo conforme visualizadono mapa abaixo.

FIGURA 33 MAPA DE COMPARTIMENTA O DO RELEVO BRASILEIROFONTE: AROLDO DE AZEVEDO, COORD. BRASIL, A TERRA E O HOMEM, S O PAULO, NACIONAL, 1986.V.1.

Considerando a marcrocompartimentação elaborada por Azevedo, os avanços nos estu-dos sobre o modelado brasileiro prosseguiram de forma que não foi negada a natureza morfo-genética da evolução e constituição do relevo brasileiro. Desse modo, os trabalhos de Ab’Sabere outros autores sobre a compartimentação do relevo consumaram o fato de que a divisãogeomorfológica deveria seguir as influências tectônicas com o soerguimento da PlataformaSul-Americana e com os processos erosivos que ocorreram durante o terciário e o quartaná-

rio. Diante disso a influência tectônica tanto em maior ou menor grau associada à resistência

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litológica e a ação dos tipos climáticos ora secos ou úmido, contribuíram para a elaboração dediversas formas do modelado brasileiro e concomitante para uma nova divisão geomorfológi-ca do território agora estabelecida por Ab’Saber.

Utilizando-se do critério morfoclimático Aziz Ab’Saber, buscou explicar as formas derelevo pela ação do clima , ampliou a classificação já existente, acrescentando novas unidadesao relevo nacional, totalizando assim 10 unidades conforme visualização em mapa abaixo.

FIGURA 34 MAPA DE COMPARTIMENTA O DO RELEVO BRASILEIRO.

FONTE: AROLDO DE AZEVEDO, COORD. BRASIL, A TERRA E O HOMEM, S O PAULO, NACIONAL, 1986.V.1.

A atualização dos estudos geomorfológicos no que concerne o novo mapeamento doterritório brasileiro teve o pesquisador e geógrafo Jurandyr Ross, como precursor da novaclassificação que se estabelecera em 1995, sobre a divisão do modelado brasileiro.

Jurandyr Ross teve como aliado à tecnologia empregada peloProjeto Radambrasil queo possibilitou desenvolver um trabalho de levantamento aerofotogramétrico e estabelecer umaminuciosa e detalhada classificação do relevo brasileiro., estabelecendo assim 28 unidades derelevo para o território brasileiro.

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FIGURA 35 MAPA DE COMPARTIMENTA O DO RELEVO BRASILEIRO

FONTE:HTTP://1.BP.BLOGSPOT.COM/ PFVF9BCKM9Q/RVZLCQL0UAI/AAAAAAAAABE/PIDH6ZGP4 8/S400/RELEVO BRASILEIRO MAPA1.JPG

Sobre Jurandyr Ross!Paulista e professor da Universidade de São Paulo, ocupa a vaga do professor Aziz

Ab’Saber. Durante um tempo foi pesquisador do projeto Radambrasil e ajudou a montarmapas com as fotos de radar que usaria para revolucionar a ciência geográfica.

Essa nova classificação considerou as três categorias do modelado brasileiro que são:

Planalto

Planície

Depressão, diferenciando-se as demais classificações que apenas consideravam a exis-tência de planaltos e planícies.

Para elaborar a classificação atual Ross utilizou os seguintes critérios:

Morfoestrutural- considerando a estrutura geológica.

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Morfoclimática- a relação do clima com as feições topográficas.

Morfoescultural- considerando a ação dos agentes externos (processos erosivos).

Categorias do Relevo do Brasil

1. Planalto

Compreendendo as áreas elevadas sujeitas aos processos erosivos, elaborando formas re-siduais. Esta denominação também é considerada como área mais ou menos plana elevada,delimitada por escarpas íngremes.

Os planaltos são classificados em:• Planaltos em Bacias Sedimentares- Apresentam ao seu redor depressões marginais

ou periféricos e representados pelos planaltos;Planalto da Amazônia Oriental – caracterizam-se por formas de topos convexos ou

planos com ocorrência de morros residuais e topos planos. Apresentam altitudes que estãoentre 300 a 400 metros nos trechos mais elevados e é constituído de terrenos de uma baciasedimentar.

Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba – constituídos de terrenos de topos planose amplos, sustentados por sedimentos do cretáceo e terrenos dissecados e escarpados comcoberturas mais antigas. Estende-se das áreas centrais do país até as proximidades do litoral.Predominam as formas tabulares como as chapadas.

Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná – Elaborados por terrenos sedimentares epor rochas de vulcânica básicas e ácidas. Localizam-se na porção meridional do país e esten-dem-se de Mato Grosso e Goiás, até o Rio Grande do Sul. Atingem altitudes em torno de1.000 m.

• Planaltos em Intrusões e coberturas residuais de Plataforma-Compreendem asformações antigas do Pré-Cambriano que tem parte de seu terreno ocupado por co-berturas sedimentares residuais, serras e morros isolados associados a intrusões gra-níticas, derrames vulcânicos e dobramentos. Os planaltos aqui representados são:

Planalto e Chapada dos Parecis – Compreende uma faixa no sentido leste-oeste naporção centro-ocidental do país, indo do Mato Grosso até Rondônia. Apresenta terrenos se-dimentares (arenito). As formas dominantes são as de topos planos convexizados que caracte-riza a suavidade ao modelado.

Planaltos Residuais Norte-Amazônicos – Apresenta formas cuja altimetria chega a3.000 metros, caracterizando-se como áreas serranas descontinuas, estabelecendo um aspectoresidual. Sua litologia corresponde às rochas sedimentares, vulcânicas ácidas e intrusões graní-

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ticas. Caracterizam-se, em alguns pontos, pela definição das fronteiras brasileiras e em outros,pela presença das maiores altitudes do Brasil, como o Pico da Neblina (3014 m), na divisa doestado de Roraima com a Venezuela.

Planaltos Residuais Sul-Amazônicos – Estende-se do Sul do Pará até Rondônia tam-bém e ocupa terrenos sustentados de rochas sedimentares, e intrusões graníticas. As formas derelevo são de morros de topos convexos com distribuição descontinua.

• Planaltos em Núcleos Cristalinos Arqueados- Esta unidade de planalto é represen-tada pelos planaltos da Borborema e o Sul rio Grandense. Ambos os planaltos fazemparte do cinturão orogênico da Faixa Atlântica.

Planalto da Borborema - corresponde a uma área de terrenos formados de rochas pré–cambrianas e sedimentares antigas, aparecendo na porção oriental no nordeste brasileiro, aleste do Estado de Pernambuco, como um grande núcleo cristalino e isolado, atingindo altitu-des em torno de 1.000 m.

Planalto Sul Rio Grandense - caracterizado pela presença de rochas de diversas origensgeológicas localiza-se na extremidade meridional do país, no sul do Rio Grande do Sul, ondese encontram as "coxilhas", que são superfícies convexas, caracterizadas por colinas suavemen-te onduladas, com altitudes inferiores a 450 m.

• Planalto em Cinturões orogênicos-Corresponde à faixa cuja ação erosiva sobre osdobramentos antigos predominou elaborando relevos residuais mantidos por materi-al litológico variado (rochas metamórficas e intrusivas). Constituem essa categoria deplanalto:

Planaltos e Serras do Atlântico Leste e Sudeste – Localiza-se na porção oriental do paíssobre terrenos cristalinos. O modelado característico é de morros com topos convexos, valesprofundos. As superfícies acidentadas e com sucessivas escarpas de planalto são denominados"domínio dos mares de morros".

Planaltos Serras de Goiás - Minas – Comporta resíduos das antigas dobras constituin-do alinhamento de cristas. As formas são sustentadas por estruturas metamórficas e se esten-

dem do sul de Tocantins até Minas Gerais. Caracterizam-se por formas muito acidentadas(Serra da Canastra) entremeadas de formas tabulares.

Serras e Residuais do Alto Paraguai - ocupam uma área de rochas cristalinas e rochassedimentares antigas, que se concentram ao norte e ao sul da grande planície do Pantanal, nooeste brasileiro. As altitudes alcançam cerca de 800 m.

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FIGURA 36 PLANALTO DA BORBOREMA

FONTE: HTTP://PEDROSEVERINOONLINE.BLOGSPOT.COM/2008/05/O CLIMA DO NORDESTE DE LA NIA E EL NIO.HTML

2- Planície

Correspondem as áreas pouco acidentadas, baixas onde a sedimentação de origem ma-rinha, fluvial ou lacustre predomina. Esta área é delimitada por aclives.

As planícies são normalmente associadas aos depósitos recentes do holoceno e classifi-cam-se em:

É uma área que exerce um papel ecológico importante no barramento de processos e-rosivos provindos dos setores mais altos. Vale ressaltá-la também como área de aporte dematerial aluvio-coluvial, que ajuda compreender os diversos processos relacionados a di-nâmica externa .Caracteriza-se por áreas planas e muitas vezes alagáveis, que desempe-nham um papel importante no controle das inundações, regulando as enchentes e vazantesem curso principal.

Planície do Rio Amazonas – essa planície margeia o leito do rio, elaborando diques flu- viais. Considerando a altimetria, a planície não ultrapassa 150 metros de altitude. A área maisampla desta planície localiza-se na Ilha de Marajó, porém sua presença se faça mais relevanteao longo do Rio Amazonas e dos seus aflutentes.

Planície do Rio Araguaia - é uma planície estreita, margeando o trecho médio do rioAraguaia, onde fica a ilha do Bananal que, com uma área de cerca de 20.000 km2, é a maiorilha fluvial do planeta.

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Planície e Pantanal do Rio Guaporé – compreende uma faixa bastante estreita de terrasplanas baixas, que se alonga pelas fronteiras ocidentais do país, estendendo-se pelo territórioboliviano, onde se une ao Pantanal Mato-grossense pelo Rio Paraguai, tendo seu eixo marcadopelas águas do rio Guaporé.

Planície e Pantanal Mato-grossense - ocupa porção mais ocidental do Brasil Central.Como corresponde a uma grande área de formação muito recente (período Quaternário),apresenta altitudes em torno de 100 m acima do nível do mar. É considerada a mais típicaplanície brasileira, pois está em constante processo de sedimentação.

Planície da Lagoa dos Patos e Mirim - ocupa parte do litoral gaúcho, e a sua porçãomais meridional vai até o Uruguai. Possui uma formação dominantemente marinha e lacustre,com participação mínima da deposição de origem fluvial.

Planícies e Tabuleiros Litorâneos - correspondem a inúmeras porções do litoral brasi-leiro. Ocupam áreas muito pequenas, geralmente na foz de rios que deságuam no mar, especi-almente daqueles de menor porte. São muito largas no litoral norte e quase desaparecem nolitoral sudeste. Em trechos do litoral nordestino, estas planícies apresentam-se intercaladascom as barreiras, que são áreas de maior elevação também de origem sedimentar.

FIGURA 37 PLAN CIE FLUVIAL AMAZ NICAFONTE: HTTP://BRASILGEOGRAFIA.BLOGSPOT.COM/2007/09/PLANCIE AMAZNICA.HTML

3-Depressões

As depressões correspondem a áreas que estão abaixo do nível do mar ou das áreas cir-cunvizinhas. Quando estão abaixo do nível do mar, denominamo-as de depressões absolutas equando abaixo do nível das regiões vizinhas chamamos de depressões relativas.

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Na atual divisão física do relevo brasileiro Jurandyr Ross nomeia depressão como pla-naltos peneplanizados. Estas conforme suas características e localização recebem nomes dife-rentes.

Depressão da Amazônia Ocidental - enorme área de origem sedimentar no oeste daAmazônia, com altitudes em torno de 200 m, apresenta uma superfície aplainada atravessadaao centro pelo rio Amazonas.

Depressão Marginal Norte Amazônia – constituída de rochas cristalinas e sedimenta-res antigas, estende-se entre o litoral do Amapá e a fronteira do Amazonas com a Colômbia.Possui altitudes que variam entre 200 e 300 m.

Depressão Marginal Sul Amazônia - localizada na porção meridional da Amazônia,seus terrenos são predominantemente sedimentares com altitudes que variam de 100 a 400 m.

Depressão do Araguaia - acompanha quase todo o vale do rio Araguaia e apresenta ter-renos sedimentares, com uma topografia muito plana e altitudes entre 200 e 350 m.

Depressão Cuiabana - encaixada entre os planaltos da bacia do Paraná, dos Parecis e doalto Paraguai, caracteriza-se pelo predomínio dos terrenos sedimentares de baixa altitude, variando entre 150 e 400 m.

Depressão do Alto Paraguai-Guaporé - caracterizada pelo predomínio de rochas sedi-mentares, localiza-se em Mato Grosso.

Depressão do Miranda - localiza-se no Mato Grosso do Sul, ao sul do Pantanal, em

uma área onde predominam rochas cristalinas pré– cambrianas, com altitudes extremamentebaixas, entre 100 e 150 m.

Depressão Sertaneja e do São Francisco - extensa faixa de terras que se vai do litoral doCeará e Rio Grande do Norte até o interior de Minas Gerais, acompanhando quase todo ocurso do rio São Francisco. Apresentam variedade de formas e de estruturas geológicas, po-rém destaca-se a presença do relevo tabular, as chapadas, como as do Araripe e do Apodi.

Depressão do Tocantins - acompanha todo o trajeto do Rio Tocantins, quase sempreem terrenos cristalinos pré–cambrianas. Suas altitudes declinam de norte para sul, variandoentre 200 e 500 m.

Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná - caracterizada pelo predo-mínio dos terrenos sedimentares paleozóicos e mesozóicos, localiza–se entre os planaltos dabacia do Paraná e do Atlântico leste e sudeste. Suas altitudes oscilam entre 600 e 700 m.

Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense - ocupa os terrenos sedimentares drenadospelos rios Jacuí e Ibicuí, no Rio Grande do Sul. Caracteriza-se por baixas altitudes, que variamem torno dos 200 m.

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2.2.2 2.

De acordo com o dicionário de Geomorfologia aplicada, este ramo da geomorfologia re-fere-se à aplicação dos conhecimentos geomorfológicos, ao planejamento e aomanejo ambi-ental. Esta geomorfologia incide no levantamento de dados sobre os recursos naturais, análise,avaliação e monitoramento da paisagem, atentando para as formas de relevo e os processospertinentes, além da determinação das propriedades físicas e químicas dos materiais constitu-intes.

A geomorfologia ambiental vem ganhando espaço junto à área das ciências naturais, de- vido à necessidade do estudo da ação do homem sobre as formas da superfície da terra, prin-cipalmente no que concerne a aceleração de processos erosivos e modificação da paisagematravés da implantação de equipamentos urbanos como: construção de estradas, empreendi-mentos imobiliários, ocupações desordenadas, desmatamentos, queimadas (voltados para asatividades agrárias e extrativistas). Esses exemplos são para ilustrar o grau de interferênciaantrópica na paisagem.

FIGURA 37 OCUPA O DESORDENADA EM ENCOSTA.

FONTE WWW.ATARDE.COM.BR/ARQUIVOS

A geomorfologia ambiental procede em seus métodos de estudos, o planejamento ambi-ental, necessário para evitar as catástrofes tão freqüentes nas áreas urbanas e rurais.

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A geomorfologia cujo estudo e progresso constituem geralmente o objetivo dos geó-grafos foi considerada desde o inicio como a ciência da ação e da eficácia das forças da na-tureza inanimada, modelando a multiplicidade das formas da superfície da Terra. Todavia,só muito tardiamente se reconheceu que a natureza viva, e particularmente o homem, têmimportância na criação das formas.

Fonte: (Dicionário de Geomorfologia,1997.)

Os estudos geomorfológicos evoluíram da geomorfologia clássica, descritiva que fun-damentou os estudos de Davis (Ciclo erosivo), caminhando para uma modalidade preocupadacom a dinâmica que envolve esta ciência que não apenas está na dinâmica natural, mais nadinâmica social comandada por uma seqüência de interesses que não cabe apenas as ciênciasda natureza explicar, mais sim ao estreitamento desta com as ciências sociais.

Sendo assim, Gonçalves, 2004, diz que, refletir o espaço geográfico requer atualmentepensá-lo de forma integrada, pois nele encontram-se os elementos que em conjunto formam oambiente natural associado a outros elementos sócio-econômicos e políticos, que enfatizam asua dinâmica. A concepção de meio ambiente como um sistema estático, que há pouco tempoainda predominava, vem sendo substituído pelos novos estudos das paisagens que o conside-ram um cenário dinâmico e interdependente.

Ainda para Gonçalves, 2004, a questão ambiental é uma preocupação que permeia omeio científico, e desperta cada vez mais interesse a partir dos desequilíbrios ecológicos e daintervenção desordenada do homem na natureza, acelerando, portanto, a degradação do meioambiente e da qualidade de vida.. Tal tema é evocado pelos sistemas governamentais e pelasociedade, entretanto, compatibilizar desenvolvimento e meio ambiente ainda é um dilema.

O estudo ambiental na geomorfologia vem ganhando importância no decorrer do tem-po. Análises ambientais realizadas visam estabelecer relações entre as ações humanas em umdeterminado espaço do meio natural em uma perspectiva absolutamente dinâmica nos aspec-tos culturais, sociais, econômicos e naturais para proferir um planejamento deste.

O papel da geomorfologia no planejamento ambiental torna-se importante, pois o rele- vo é um dos componentes da paisagem que serve de indicador para estabelecer a potenciali-dade de um meio diante das intempéries sociais.

Nessa direção ressalta-se um amparo teórico metodológico para justificar ageomorfologia qualitativa que proporciona a compreensão dialética das rela-ções entre o homem e natureza, procurando suplantar o histórico dualismo(CASSETI, 1991, apud Gonçalves, 2004,pg.12).

A temática ambiental tomou corpo na década de 70 quando as discussões sobre o meioambiente ganharam os corredores das universidades e eventos internacionais como Simpó-

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sios, Fóruns e Congressos. As temáticas discutidas permitiram a ciência geomorfológica as-sumir o seu caráter interdisciplinar, junto aos estudos do meio ambiente, dando-lhe a oportu-nidade de atuar no campo das interações, onde o seu papel é planejar visando preservar atra- vés do uso racional e adequando e corrigir as agressões através das ações antrópicas.

Portanto, segundo Gonçalves, 2004, a geomorfologia ambiental foi proposta em 1970,procurando definir a relação social da geomorfologia, uma vez que a intensidade das trans-formações geoecológicas reflete na apropriação do espaço natural determinada pelo trabalho.Sendo assim, a geomorfologia em seu enfoque ambiental utiliza-se dos temários técnicos(morfologia e fisiologia), incorporando as relações político-econômicas como determinantesdos processos modeladores das paisagens.

Os impactos provocados pelas mudanças no equilíbrio dinâmico do ambien-te natural decorrem de uma ação recíproca entre o uso e ocupação e a mor-fodinâmica, onde o uso e a ocupação exercem uma forte pressão de modifi-cações do meio, fazendo com que propriedades intrínsecas aos elementossolo/relevo desencadeassem tomadas erosivas.(Gonçalves, 2004,pg 152.)

Os impactos são negativos e diretos ocasionados pelas mudanças e ações estabelecidas.O somatório dessas ações possibilita a extinção da flora, a degradação dos solos, a alteraçãogeomorfológica e as modificações dos processos erosivos que podem ter seus efeitos amplia-dos nas mais variadas dimensões através da sedimentação de canais fluviais, por exemplo.

FIGURA 38 DESTABILIZA O DE ENCOSTA.

FONTE HTTP://IMAGES.GOOGLE.COM.BR/IMGHP?HL=PT BR&TAB=WI

Os impactos potenciais sobre a flora são concebidos pelas áreas totalmente ou quase an-tropizadas, cujo perfil vegetal projeta-se por zonas desmatadas ou sob vegetação secundária,

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admitindo a desestabilidade dos terrenos por processos erosivos que, ao longo do relevo refle-te-se em trechos de grandes incisões que o desestrutura.

A degradação ambiental vem ocorrendo em diferentes níveis e intensidades, modifican-do o estado dos sistemas ambientais. Lugares cujos problemas ambientais reportam-se aosdesmatamentos que provocam drásticas alterações na cobertura vegetal, ocasionam mudançaslocais e regionais das condições de umidade, empobrecimento e erosão dos solos, além dadiminuição da biodiversidade. Essas alterações atingem o ciclo natural da paisagem, facilitan-do o surgimento dessas patologias ambientais.

O estudo ambiental na geomorfologia vem ganhando importância no decorrer do tem-po. Análises ambientais realizadas visam estabelecer relações entre as ações humanas em umdeterminado espaço do meio natural em uma perspectiva absolutamente dinâmica nos aspec-tos culturais, sociais, econômicos e naturais para proferir um planejamento deste.

O deslizamento de terra é na verdade apenas uma categoria dos chamados “movi-mentos de massa”: processo de vertente que envolve o desprendimento e transporte de so-lo e/ou material rochoso encosta abaixo. Os deslizamentos, assim como outros movimen-tos de massa, fazem parte da dinâmica natural de transformação e formação da crostaterrestre e estão relacionados também a fenômenos naturais como gravidade e variaçõesclimáticas.

Acontece que, quando estes movimentos acontecem em locais onde ocorre a ocupaçãohumana os resultados podem ser desastrosos. Em uma situação de deslizamento, casas in-teiras, rodovias e tudo o que estiver no caminho pode ser levado encosta abaixo ou acabarsoterrado.

O problema é que na maioria das vezes a situação poderia ser evitada. Embora os des-lizamentos e outros movimentos de massa sejam fenômenos naturais, alguns fatores ex-ternos relacionados à ocupação antrópica interferem decisivamente na ocorrência ou a-gravamento destes movimentos. O principal é a ocupação desordenada de encostas e

morros que adicionam carga extra ao peso da massa sedimentada já existente ali e a conse-qüente supressão da vegetação natural que deixa o solo ainda mais exposto a ação do in-temperismo físico (meteorização mecânica).

O solo exposto sofre compactação devido ao impacto das gotas de chuva e acabamsurgindo áreas de escoamento com o conseqüente surgimento de rachaduras e fendas quefavorecem os deslizamentos.

A construção de estradas em locais inadequados também contribui para a ocorrênciade deslizamentos por causa das vibrações provocadas pelo tráfego intenso que acaba cau-

sando instabilidade nas encostas. Quanto mais íngreme for a encosta, maior a possibilida-

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de de que ocorram deslizamentos, mas outros fatores também são importantes. Em climastropicais, como no Brasil, o índice de pluviosidade é geralmente alto o que faz com que osolo fique encharcado e favorecendo os movimentos de massa. Nesse ponto a presença de vegetação é fundamental, pois ela reduz o impacto da chuva sobre o solo evitando a com-

pactação e alguns tipos de plantas ainda possuem sistemas radiculares que favorecem a a-gregação do solo. Outro fator que favorece os movimentos de massa é o intemperismoquímico (ou meteorização química) que provoca alterações na composição dos materiaisdo solo ou rochas devido a reações complexas com o oxigênio a própria água e outrassubstâncias.

Basicamente os deslizamentos de terra ocorrem quando o solo que está sobre uma ca-mada rochosa sofre desagregação devido a alguns dos fatores citados acima e literalmenteescorrega sobre essa camada. O que faz com que o solo permaneça coeso, dentre outras

forças, é o atrito existente entre as partículas que o compõem e o leito de rocha. O desli-zamento ocorrerá quando a força da gravidade atuando sobre a encosta for maior que o a-trito existente entre as partículas. Se o deslizamento ocorrer na presença de chuva, em lo-cais íngremes com transporte de fragmentos de rocha e solo identificáveis, dizemos queocorreu um “escorregamento” de terra. Já se o deslizamento ocorrer com presença intensade água a ponto de não se poder identificar a parte líquida da sólida, dizemos que ocorreuuma “corrida de massa” ou simplesmente “corrida” ou “fluxo”. As corridas de massa sãocomuns em locais onde ocorre o degelo de geleiras. A massa de detritos escorre por váriosquilômetros com velocidade variável dependendo da inclinação, altitude do local e quanti-dade e água, mas se a velocidade for muito alta e envolver uma grande quantidade de de-tritos dizemos que houve uma avalanche. Já o escorregamento de terra percorre um cami-nho mais curto e os detritos costumam ficar depositados no sopé do morro ou montanhaonde aconteceu o deslizamento.

Fonte: Texto extraído da internet, disponível em:http://www.infoescola.com/geologia/deslizamento-de-terra/Acesso em 23/01/2010

O papel da geomorfologia no planejamento ambiental torna-se importante, pois o rele- vo é um dos componentes da paisagem que serve de indicador para estabelecer a potenciali-dade de um meio diante das intempéries sociais.

A Geomorfologia desempenha um papel integrador nos estudos relacionados ao meioambiente, principalmente na questão da degradação ambiental. A questão passou a ter umaconotação mundial movida pela degradação ambiental em todo o mundo. Esta degradação éprovocada, pelos seguintes fatores:

• Poluição industrial• Exploração de recursos naturais• Deterioração das condições ambientais

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• Problemas sanitários• Déficit de nutrição• Aumento da mortalidade

Penteado, 1980, o objetivo da geomorfologia ambiental é minimizar as distorções topo-gráficas, entender e atuar nos processos inter-relacionados para restauração ou manutençãodo balanço natural.

Para tanto, diagnósticos ambientais funcionam como mecanismos para conhecer previ-amente os diversos ambientes e seus elementos e processos. A geomorfologia apresenta essecaráter privilegiado no que concerne os estudos ambientais, uma vez que necessita do pesqui-sador um conhecimento mais amplo, ou seja, conhecer outras ciências da natureza, como, abiologia a pedologia a geologia e a climatologia.

Não se pode entender a dinâmica e a gênese das formas do relevo, sem que se conhe-çam muito bem os fatores bioclimáticos, pedológicos, geológicos e mesmo antrópicos queinterferem no dinamismo e, portanto em sua evolução.

Fonte: (Ross, 2005, pg.17)

No Brasil, a preocupação ambiental já se encontrava respaldada por lei na ConstituiçãoFederal de 1988, no artigo 22, parágrafo 1, inciso III, que atribui ao Poder Público “definir emtodas as unidades da federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente

protegidos sendo a alteração e a supressão permitidas somente através da lei, vedada a qual-quer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem a sua proteção”.O meio ambiente é citado em outros artigos, quando tratam da ordem econômica tendo porfim assegurar, a todos, existência digna, desde que faça uma utilização adequada dos recursosnaturais disponíveis e se proceda preservação do meio ambiente. Gonçalves, 2004.

A dimensão da degradação perpassa a paisagem como um todo (relevo, rios, solo, cli-ma...), haja vista que trabalhos sobre bacias hidrográficas não fazem apenas descrições litoló-gicas e morfológicas, havendo ainda uma preocupação com a utilização do espaço em seu en-

torno e suas implicações no meio físico. A necessidade de conservação do meio ambientefísico é tratada por Beltrame (1994 apud. Gonçalves 2004, pg. 10), como algo urgente: “a de-gradação desenfreada dos recursos naturais renováveis nos dias de hoje é um processo quedeve ser analisado e contido com freqüência e rapidez”, reforçando assim a importância demanutenção dos recursos naturais especialmente em bacias hidrográficas.

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2.2.3 3.

De acordo com Gonçalves, 2004, o processo de degradação ambiental é avaliado e anali-sado através do conhecimento do arcabouço de informações requerida de um espaço, cujaslimitações físicas biológicas decorrem de uma apropriação espacial indevida. Essa forma deapropriação do espaço geográfico decorre da falta de planejamento prévio e da exigência dopoder público para essa realização, já que os grandes empreendedores estão apenas interessa-dos em seus lucros.

O conhecimento das mudanças ocorridas no espaço natural durante algumas décadasaté os dias atuais demonstram que as agressões ao meio natural configuraram-se em detri-mento econômico pela substituição de atividades agrícolas, incentivando a desmatamento de

extensas áreas cobertas ou instalações de equipamentos urbanos nas áreas urbanas. Tal açãodesencadeia o surgimento de espaços comprometidos em sua qualidade ambiental.

Esses espaços uma vez diagnosticados demonstram que a intervenção humana provocaum desequilíbrio cujos elementos indicadores são: o desmatamento, as queimadas, a erosão, oassoreamento e o desgaste do solo que provocaram fortes impactos sobre o meio.

FIGURA 39 IMAGENS DE QUEIMADAS E DESMATAMENTOS.

FONTE HTTP://WWW.ALIENADO.NET/FOTOS DE DESMATAMENTO/

A partir destes parâmetros que priorizou principalmente o nível qualitativo da paisagempara uma melhor otimização do mesmo, foi possível identificar os impactos aí desenvolvidos.

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O conhecimento do ambiente é uma prévia para a identificação das potencialidades na-turais, a fim de obter uma idéia sustentável entre o equilíbrio do potencial ecológico e a açãoantrópica.Gonçalves,2004.

A ocupação desordenada precisa de critérios que regulamentem essa ocupa-ção, estabelecendo tendências futuras para recuperação e manutenção daqualidade ambiental. Para isso é de grande importância a base legal destinadaao meio ambiente através das Leis Federais, Resolução do CONAMA n°004/85, Decreto Federal e Constituições Federal e Estadual para as quais aproteção ambiental registra a perpetuação das espécies da fauna e da flora,admitindo-os no conjunto paisagístico brasileiros como patrimônio essenci-al a vida do homem. (Gonçalves,2004, pg. 161).

A necessidade de diminuir os impactos sobre o meio ambiente requer medidas de ajus-tes e monitoramento ambiental, portanto, o conhecimento geomorfológico servem de aportepara o combate ou diminuição das ações dos agentes degradadores, os quais são representadosagentes sociais e suas estruturas.

Sendo assim, a aplicabilidade da geomorfologia vem fornecer dados essenciais para osprofissionais que monitoram o meio ambiente, através dos conhecimentos sobre os mecanis-mos dos processos exógenos e seus efeitos nas estruturas superficiais da paisagem (relevo).

Como exemplos citam-se a implantação de barragens, aberturas de estradas que necessi-tam de conhecimentos sobre o material litológico e pedológico a ser mobilizado, como, suacomposição mineralógica, a estrutura granular, os processos de movimentos coletivos do ma-terial, enfim, o conhecimento prévio do meio em que será alterado. Estes conhecimentos ser- vem para a precaução de eventos degradadores que venham modificar de forma brusca o es-paço através da erosão acelerada, enxurradas, ravinamentos e voçoracamentos dos terrenos.

A implantação equipamentos sociais como locação de traçados viários (estradas, ferro- vias, aeroportos), implantação de cidades, uso agrícola deve levar em consideração aspectoscomo declividade de encostas, fragilidade dos solos, proximidades de nascentes, para evitartranstornos.

Emanuel de Martonne, (apud dicionário geomorfológico, 1997), diz que o homem, co-mo fator morfológico, não pode ser comparado aos fatores endógenos ou, ainda, aos exóge-nos. “E, sem dúvida, incapaz de produzir desnivelamentos comparáveis pela sua amplitude econtinuidade, àqueles que são devidos ás forças tectônicas e ás erosões que atuam duranteséculos. Pode agir indiretamente, acelerando dererminados processos, e até mesmo criar, dire-tamente, certas formas de dimensões reduzidas.”

As interferências antrópicas denominadas diretas são aqui classificadas de acordo com odicionário geomorfológico, da seguinte maneira:

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a) Fenômenos nos quais o homem intervém na qualidade de agente geomorfológico,com emprego de utensílios de trabalho sempre mais possantes, provocando deslocamentos demassas consideráveis em atividades como:

• Construção de habitações;• Exploração mineral, que provocam o deslocamento de detritos durante a exploração

das minas;• Regularização das costas marítimas, criando costas artificiais;• Atividades agrárias, provocando grandes deslocamentos nas áreas planálticas mais

precisamente nos declives;• Cortes e aterros para a construção de estradas.

b) Fenômenos que influem sobre a ação geomorfológica das águas continentais e obri-gam a submeter seu trabalho natural à vontade do homem;

• Trabalhos hidráulicos, como; irrigação de terrenos secos, proteção contra as grandesenchentes, desobstrução de rios e portos, construção de barragens para captação deenergia etc.

• Construção de barragem artificial.

As ações antrópicas indiretas dizem respeito às intervenções do homem sobre a cobertu-ra vegetal, produzindo conseqüências como a aceleração da erosão dos solos, e alteração nadinâmica atmosférica decorrentes do desmatamento.

Diante do que foi colocado o desenvolvimento de ações voltadas para o monitoramentoambiental vê na prática de zoneamento a solução para a desaceleração da degradação ambien-tal. Sendo assim, uma proposta de zoneamento só é eficaz desde que haja conhecimento pré- vio da área para estabelecer as aptidões da ocupação.

Uma vez conhecida a litologia e as formações superficiais leva-se ao conhecimento mor-fodinâmico, o qual requer uma abordagem analítica quanto à natureza e intensidade do pro-cesso, onde se considera condições da tipologia litológica, variantes da topografia (declivida-de), condições da cobertura vegetal, dos solos e a influência antrópica, Gonçalves, 2004.

Para Ab' Saber (1987, apud Gonçalves, 2004), o zoneamento de um espaço exige conhe-cimento prévio do mesmo, requerendo, portanto, uma multidisciplinaridade para identificaras potencialidades específicas dos espaços reconhecidos em um estudo.

O zoneamento é um instrumento básico de organização espacial baseado emcaracterísticas físicas e de produtividade, Carta dos Andes (1958apud Ro-sa,19?). Isto não remete ao desmembramento do espaço, mas a sua reclassifi-cação diante de fatos concretos, observáveis e mensuráveis.De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 1986),há dois objetivos no processo de zoneamento: um voltado para realizar divi-

sões e classificações do espaço, baseando-se em fatores naturais, sociais e e-

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conômicos; outro o que detalhar o espaço onde no seu interior identificar-se-á áreas depreservação, de ocupação, obedecendo a parâmetros da políticaambiental. (Gonçalves,2004,pg. 153.)

Nos estudos de ecogeografia, Tricart defende a importância do zoneamento ambientalna proposição de usos e ocupação do solo que otimizem o espaço estudado.

Para tanto, necessário se faz empregar modelos e métodos para frear a degradação. Au-tores como Sotchava (1972, apud Gonçalves, 2004.p.153) e Bertrand (1973, apud Gonçalves,2004, p.153) empregaram métodos de análise integrada do meio ambiente na ótica do zonea-mento. Eles perceberam que o meio natural é um sistema aberto e hierarquicamente organi-zado.

Assim, o modelo de estudo sistêmico é adotado para monitorar o espaço natural de ma-

neira coerente e objetiva. Dentre os modelos sistêmicos mais utilizados temos os estudos dosGeossistemas proposto por Sotchava e Bertrand que considera as variáveis denominadas desubsistemas bióticos, abióticos e antrópicos, em constante interligação no meio ambiente.

Os Geossistemas são fenômenos naturais, mas seu estudo leva em conta osfatores econômicos e sociais e seus modelos refletem parâmetros econômicose sociais das paisagens modificadas pelo homem, é uma abstração do espaçonatural e/ou antropizado. (Gonçalves, 2004,pg. 18)

O modelo geossistêmico permite a compartimentação do espaço em unidades menores,ou seja, unidades geoambientais de características às vezes homogêneas. Essa compartimenta-ção tem como base a distinção natural (solo, vegetação, relevo).

Monteiro (1974, apud Gonçalves, 2004, pg. 20) considera que a paisagem é resultante daintegração dinâmica, portanto, instável, dos elementos de suporte e cobertura (físicos, biológi-cos e antrópicos) expressa em partes delimitáveis infinitamente, mas individualizadas atravésdas relações entre elas, que organiza um todo complexo (sistema), verdadeiro conjunto solidá-rio e único em perpétua evolução. Este autor diz:

Apesar das fundamentais diferenças de escala e abordagem e das divergên-cias de ótica (analítica do biólogo e sintética do geógrafo) a convergência pa-ra a análise integrada tem como denominador comum a questão natural sobprisma antropocêntrico. Monteiro (1974, apud Gonçalves, 2004, pg. 20)

Para este autor a Teoria dos Geossistemas apresenta-se adequada ao assumir o homemcomo agente derivador da natureza; por explicitar as necessidades de modelos múltiplos emdecorrência da consideração das peculiaridades geográficas de tamanho, grau de desenvolvi-mento econômico e capacidade científica e tecnológica, por considerar as relações entre natu-

reza e a sociedade:

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como elementos integrantes de um sistema no qual o desenvolvimento se re-aliza de forma concomitante e inseparável, não sendo, portanto, antagônicasnem oponente”. Monteiro (1974, apud Gonçalves, 2004, pg. 20)

A proposta geossistêmica visa um estudo integrado do meio ambiente e para isso apóia-se na metodologia da Ecodinâmica de Tricart (1977/78),

Segundo Tricart (1978/79, apud, Gonçalves, 2004) todas as operações de planejamento egestão ambiental devem considerar a avaliação do grau de estabilidade morfodinâmica doambiente e identificar os meios ecodinâmicos que ele define em função do balanço morfogê-nese/pedogênese. Essa relação é entendida como um balanço que se fosse representado nume-ricamente necessitaria de uma análise aprofundada para estabelecer dimensões qualitativas equantitativas do material retirado, associando a declividade (em graus) e recuo das vertentes, a velocidade do fluxo pluvial e estrutural do solo (coesão).

Os estudos de Tricart (1977), sobre os geossistemas, levou-o a criar uma proposta Eco-dinâmica, classificando o meio natural com base nas relações Morfogênese/Pedogênese, dis-tinguindo Meios Estáveis, Meios Instáveis e Meios em Transição Positiva ou Negativa.

Nessa proposta metodológica osMeios Instáveis são aqueles em que a morfogênese épredominante sobre pedogênese na dinâmica natural. A instabilidade intensifica-se nas áreasde instabilidade climática e forte tectônica, acrescentando a degradação antrópica que aceleraa destruição dos solos, vegetação.

Os Meios Intermediários são considerados de transição entre os estáveis e os instáveis,estabelece-se um equilíbrio entre a morfogênese e a pedogênese, embora haja sensível movi-mento de instabilidades. Por fim, osMeios Estáveis, nos quais a morfogênese caracteriza-sepela lentidão, o que facilita a atuação dos processos pedogenéticos. Nesta seqüência a perma-nência da cobertura vegetal é fundamental para frear os processos mecânicos da morfogênese.“O papel da cobertura vegetal foi visto pelo pedólogo H. Erhart (1956), e evidenciado por estegraças ao termo biostasia (Tricart, 1976)”.

Enfim, o conhecimento do espaço geográfico natural é uma prévia para a manutenção

das potencialidades naturais, a fim de obter um monitoramento adequado e manter uma idéiade sustentabilidade entre o equilíbrio do potencial ecológico e a ação antrópica.

Terra Nosso larA humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A terra, nosso lar, está viva

com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aven-tura exigente e incerta, mas a terra providenciou as condições essenciais para a evolução da

vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade

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dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos os seus sistemas ecológicos,uma rica variedade de plantas e animais solos férteis águas puras e ar limpo. O meio ambi-ente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. Aproteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

Fonte: Preâmbulo da Carta da terra. Em: WWW.earthcharter.org

2.2.4 4.

O conhecimento geográfico constitui uma ferramenta que serve de subsídio para o ho-mem conhecer o seu espaço e atuar sobre ele. Mesmo sendo um tanto complexo, esse conhe-

cimento respaldado por um trabalho pedagógico consistente necessita de buscar fundamenta-ção.

As mudanças ocorridas na educação trouxeram novas perspectivas aos diversos níveisdo ensino. A escola não caminha solta na sociedade, ela atrela-se a conjuntura sócio-política-econômica desta sociedade. Diante disto, cabe-nos refletir qual momento sócio-político e eco-nômico está sendo vivenciado mundialmente, para pensarmos o ensino no Brasil.

O ensino brasileiro necessita atualmente de organização, buscando como principio bási-co o trabalho e o modo de produção da moderna sociedade, ou seja, deve assegurar aos alunos

a compreensão entre o saber histórico construído e criticamente apreendido e o processo pro-dutivo entre o conhecimento e a produção.

Para que isso ocorra é importante garantir uma formação sólida, ampla, contextualiza-da. O ensino deve ser politécnico em conformidade com as necessidades sociais e de formaçãodo intelecto do estudante.

Atualmente a prática educacional ensino reflete uma nova visão, cujas áreas do ensinodesmistificam-se de sua individualidade, buscando uma nova proposta curricular mais inte-grada, principalmente nas áreas afins.

Portanto, o professor de geografia deve neste atual contexto educacional basear-se nosdocumentos oficiais como: ORIENTAÇÕES CURRICULARES E NOS PARÂMETROSCURRICULARES DO ENSINO MÉDIO, para sustentar a sua prática e seu conhecimento.

Sendo assim, as linhas que se seguem, são de elucidação e construção do conhecimentopedagógico necessário ao profissional de licenciatura em Geografia na efetivação de sua práti-ca pedagógica.

Ao pensar sobre o dever que tenho como professor, de respeitar a dignidade

do educando..., devo pensar também em como ter uma prática educativa em

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que aquele respeito se realize em lugar de ser negado. ... É que o trabalho doprofessor é o trabalho do professor com os alunos e não do professor consigomesmo. Paulo Freire

A implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais vem contribuir para novas mu-danças no ensino brasileiro e na organização da escola, orientando, portanto, o trabalho peda-gógico. O ensino da Geografia não ficou fora destas mudanças, tendo assim de rever sua práti-ca enquanto disciplina voltada ao saber paisagístico e da dinâmica social urbana e rural. OsPCN vieram para aprofundar uma análise consistente que permitisse o esclarecimento e aspossibilidades didático-pedagógicas da adaptação da geografia a essa nova roupagem do ensi-no e da prática docente.

Falar de Geografia em sua relação com cidadania é hoje uma tarefa que impõem ao geó-grafo um ato reflexivo, uma vez que a referida ciência compõem o quadro curricular dos cur-rículos escolares e dentro do seu entendimento e amplitude, fruto da história dos homens,construíram-se conceitos pertinentes e capazes de levar à conscientização crítica e política.

O ensino da geografia

A Geografia como uma disciplina que reflete o espaço, apresenta um histórico o qual a-tendia a necessidade da sociedade a que servia.

Progressivamente, a disciplina geográfica surgiu como mera descritora da paisagem.Com o crescimento das potências européias, foi utilizada para justificar os domínios (coloni-zações), junto ao paradigma do determinismo e posteriormente do possilibilismo. Essa é umageografia tradicional cuja concepção metodológica e filosófica era baseada no positivismo on-de a dimensão do mundo cabia apenas aos sentidos, isto é circunscrever a ciência geográficadentro do domínio da aparência dos fenômenos do que se podia ser mensurável, palpável.Entretanto, outras correntes do pensamento geográfico surgiram como: a Geografia Raciona-lista, que privilegiou o raciocínio dedutivo; a Geografia Quantitativa, aplicada a uma propostaquantitativa e sistêmica, até a sua renovação na década de 60.

Após o século XIX a Ciência Geográfica tornou-se uma ciência autônoma que foi bus-cando sua renovação ao longo do tempo, conquistando-a na década de 70. Nesse processo deredescoberta a Geografia passou por vários problemas dentre eles; a construção de fundamen-tos epistemológicos; consolidação de sua cientificidade; definição clara de seu objeto de estudoe o papel do geógrafo enquanto sujeito interprete do espaço e suas relações.

A renovação da geografia enfrentou resistências principalmente da chamada tendêncianeoclássica que atrasou as discussões aos professores do ensino fundamental e médio. Tal fatoé fundamental para demonstrar as dificuldades da renovação geográfica voltada para o projetode homem e de sociedade.

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A geografia “critica” começou a chegar às salas de aula na década de 80, propondo o fimdo saber neutro da paisagem e do ensino conteudístico. Essa briga dualista trouxe benefíciosao ensino da geografia, principalmente da geografia física; que é a nova relação entre teoria eprática, construção de um currículo e práticas metodológicas capazes e voltadas para a forma-

ção do cidadão.Essas transformações foram cogitadas a partir da revolução técnico-científica da globali-

zação da economia e pelos problemas ambientais que deram a geografia um novo significado,despontando de uma ciência meramente descritiva até a Geografia Crítica.

Assim, redefinida a geografia, agora é preciso pensar a sua contextualização mediante asnovas questões sociais, econômicas e ambientais que conferem os novos significados da socie-dade.

Na compreensão das relações econômicas, políticas, sociais em escala local, regional, na-cional e global a geografia contribui para pensar o espaço em sua totalidade na qual se passamas relações cotidianas nas escolas.

Até então a geografia no ensino fundamental objetivava “alfabetizar” o aluno em umconhecimento de capacitação para manipular as noções de paisagem, espaço e natureza. En-quanto, no ensino médio o aluno deveria construir competências que permitissem a análisedo real, revelando as causas e os efeitos, a intensidade, a heterogeneidade e o contexto espacialdos fenômenos que configuram cada sociedade.

Entretanto, a proposta que se faz para a geografia sob a luz dos PCN, é de que mais es-pecificamente o Ensino Médio não deve deter-se ao simples compreender dentro da ótica dofundamental ou da redução da graduação. Nesse contexto, o ensino médio pede a ampliaçãodas possibilidades de conhecimento estruturado e mediado pela escola que conduza o aluno àautonomia do conhecimento e que os alunos adquiram algumas competências e habilidades,que segundo os PCN, 1999 são:

• Ler e interpretar textos orais, escritos, ideográficos, videográficos, cinematográficosde caráter sociocultural;

• Interpretar e utilizar representações (tabelas, gráficos, mapas);• Produzir textos adequados às pesquisas e trabalhos da área, formular dúvidas e ela-

borar conclusões;• Promover a capacidade cognitiva, através do desenvolvimento da curiosidade e do

gosto de aprender, da confiança em si próprio, do questionamento e da investigação;

De acordo com os princípios filosóficos, da concepção curricular – os estéticos, políticose éticos, a geografia contribui para essa formação, oferecendo ao aluno:

• Orientar seu olhar para os fenômenos ligados ao espaço e suas relações;• O reconhecimento das contradições e dos conflitos econômicos, sociais e culturais

existentes nas diferentes organizações sociais;

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• Tornar o aluno sujeito do processo de ensino aprendizagem.

Segundo os PCN, o ensino médio deve orientar a formação de um cidadão para que omesmo aprenda a conhecer, a fazer, a conviver e a ser. Entende-se, que o aluno pode estabele-cer comparações, perceber impasses, contradições e desafios do nível local ao global.

O ensino da geografia neste século é concebido como um saber interdisciplinar, aban-donando a concepção de síntese e independência

Vessentini,1995, afirma que ”sem dúvida nos dias de hoje o conhecimento científico a- vança na direção do holismo, do enfraquecimento das disciplinas ou ciências isoladas, de ex-plicações e teorias que dão ênfase a globalidade do real [... ]. Há uma expansão gradativa dasidéias e práticas interdisciplinares, ainda mais, transdisciplinares”.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais propõem a construção do conhecimento geográ-fico a partir de um corpo conceitual e metodológico que busque trabalhar conceitos-chavescomo:

Conceito de PaisagemConceito de LugarConceito de Terrritorialidade e TerritórioConceito de Escala, além do seguinte conjunto de conceitos: Globalização, técnicas e

redes.

Esses Este conjunto de conceitos não devem ser entendidos como um rol de conteúdosem si mesmos, mas como elementos de organização do conhecimento do conteúdo geográfi-co.

Como a Proposta Curricular para o ensino da Geografia é construída com base nosPCN,esta destaca-se por:

• Contrapor-se diante da idéia de que se estudam determinados assuntos porque se-

rão úteis um dia. O fundamental é dar sentida a aprendizagem durante toda a escola-ridade, estimulando nos alunos o compromisso e a responsabilidade da sua própriaaprendizagem.

• Desenvolver no aluno a capacidade de apropriação do conteúdo, socialmente elabo-rados, visando a construção da cidadania e de suas inteligências, com múltiplas com-petências.

• A importância de se ter clareza do projeto educativo da escola.• Ampliar a visão de conteúdos, para além dos conceitos, inserindo procedimentos,

atitudes e valores como conhecimentos tão relevantes quanto os conceitos tradicio-

nalmente abordados.

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• Evidenciar a necessidade de se trabalhar temas sociais urgentes.• Desenvolver trabalhos que contemplem o uso de tecnologias da comunicação e da

informação.• Valorização dos docentes e seus trabalhos, como produtores, articuladores, planeja-

dores das práticas educativas e como mediadores do conhecimento socialmente pro-duzido.

A Geografia é sem dúvida a disciplina que possibilita conhecer a realidade que cerca oaluno e conseqüentemente dotá-lo de espírito crítico, levando-o a compreender alguns con-ceitos pertinentes a Geografia para que o mesmo possa fazer as interpretações e as aplicaçõesno seu cotidiano. Para isso, o professor de geografia deve valer-se segundo os PCN das com-petências e Habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos.

Competências e Habilidades para o ensino da Geografia

Representação e ComunicaçãoLer, analisar e interpretar os códigos específicos da Geografia (mapas, gráficos, tabelas

etc.), considerando-os como elementos de representação de fatos e fenômenos espaciaise/ou espacializados.

Reconhecer e aplicar o uso das escalas cartográfica e geográfica, como formas de orga-nizar e conhecer a localização, distribuição e freqüência dos fenômenos naturais e huma-

nos.

Investigação e CompreensãoReconhecer os fenômenos espaciais a partir da seleção, comparação e interpretação,

identificando as singularidades ou generalidades de cada lugar, paisagem ou território.Selecionar e elaborar esquemas de investigação que desenvolvam a observação dos

processos de formação e transformação dos territórios, tendo em vista as relações de traba-lho, a incorporação de técnicas e tecnologias e o estabelecimento de redes sociais.

Analisar e comparar, interdisciplinarmente, as relações entre preservação e degrada-ção da vida no planeta, tendo em vista o conhecimento da sua dinâmica e a mundializaçãodos fenômenos culturais, econômicos, tecnológicos e políticos que incidem sobre a nature-za, nas diferentes escalas-local, regional, nacional e global.

Contextualização sócio-cultural

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Reconhecer na aparência das formas visíveis e concretas do espaço geográfico atual asua essência, ou seja, os processos históricos, construídos em diferentes tempos, e os pro-cessos contemporâneos, conjunto de práticas dos diferentes agentes, que resultam em pro-fundas mudanças na organização e no conteúdo do espaço.

Compreender e aplicar no cotidiano os conceitos básicos da Geografia.Identificar, analisar e avaliar o impacto das transformações naturais, sociais, econômi-

cas, culturais e políticas no seu “lugar-mundo”, comparando, analisando e sintetizando adensidade das relações e transformações que tornam concreta e vivida a realidade.

Fonte: (PCN Ensino Médio, volume único, p. 315.)

O ensino da Geografia Física- A Geomorfologia neste contexto

A ciência natural básica ensinada nas escolas visa estimular o estudante a observar, in- vestigar, analisar e interagir com a natureza de forma que estabeleça um sentimento de res-ponsabilidade perante as questões ambientais e as conseqüências das ações antrópicas provo-cadas pelo homem, visando à transformação da natureza.

Para isso, os ramos do conhecimento serão capazes de oferecer um alicerce fundamentalpara a abordagem específica em sala de aula dos conteúdos essenciais ao conhecimento danatureza. A geomorfologia como ramo da geografia física não fica distante disso e o seu ensi-no nas séries do fundamental e do ensino médio apresentam uma trajetória vinculada ao de-senvolvimento do pensamento geográfico e da geografia escolar.

Retratar o conhecimento geomorfológico em sala de aula não pode ser apenas de manei-ra estática ou descritiva como até então se fazia. Atualmente a proposta de ensino pressupõeuma ruptura com o modelo positivista, passando para um método dialético com o intuito delevar os professores e alunos a refletirem o espaço geográfico dentro de uma dinâmica onde onatural está interligado com o social.

Discussões em plenárias de professores ou de congressos de educação ou de geografialevantam a necessidade de adotar conceitos, métodos para abordar o conhecimento geográfi-co. Essas discussões promovem críticas ao modelo tradicional de ensino da geografia, tanto noque concerne a oralidade e a prática.

Pontuschka, 1994, ressalta que, nos anos 80 e 90, criou-se um acervo de dissertações eteses sobre o ensino e aprendizagem da geografia com destaque para algumas linhas de pes-quisa como o livro didático, a educação cartográfica, educação ambiental na visão do geógra-fo, o ensino da geografia e os métodos interdisciplinares, o desenvolvimento de conceitos co-mo o de Paisagem e outros.

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Vivemos mudanças sérias que afetam a vida da escola e de seus principais agentes so-ciais: aluno e professor. A implantação da Nova LDB, os parâmetros curriculares nacio-nais, com os temas transversais, a reorganização das escolas dos antigos 1° e 2° graus, sepa-rando os diferentes níveis de ensino de escolas, o Saresp, ou seja, a “recuperação” de alunosnas férias, a reorganização da grade curricular que diminuiu número de aulas de geografia,história, ciências, o preconceito em relação á escola pública. São decisões dos governoscentrais que estão afetando o todo da escola e também do ensino da geografia. (Pontusch-ka, 1994 )

O trabalho do professor na sala de aula deve permitir ao aluno refletir diante dos pro-blemas reais, que fazem parte do cotidiano moderno. Nisso o conhecimento da geomorfologiafaz-se presente, uma vez que os conceitos aprendidos são visualizados nas ações humanasquando agem sobre o relevo, ocupando-o, desmatando-o e ou modificando-o (introduzindoequipamentos sociais).

O ensino da Geomorfologia para as séries do ensino fundamental é abordado junto àdisciplina Ciências, nesse caso os primeiros conceitos desta ciência são apresentados e osmesmos servirão como base para o aprofundamento posterior nas séries finais, que ocorre noensino médio, e onde o ensino da Geomorfologia está incorporado a Geografia Física. Paraeste seriado os conteúdos vão ganhando certa complexidade mediante a capacidade cognitivado aluno para realizar analise e inferências sobre os conhecimentos adquiridos.

Entretanto, o decente de geografia precisa estar atento para desenvolver um protótipo deensino que não torne o aprendizado da geomorfologia em um conjunto de conceitos e no-menclaturas descritivas e associativas, mais que possa desenvolver o raciocínio através de ati- vidades desafiadoras como os casos de ensino e os estudos de casos.

O ensino da geografia: uma nova reflexão

A expansão do ensino traz consigo mais uma razão para as transformações desse nívelde escolarização que demanda qualidade para adequar-se às novas perspectivas e a promoçãohumana. A idéia é orientar o professor para um ensino não mais conclusivo e preparatóriopara exames vestibulares ao qual se tem caracterizado, dando ênfase a divisão disciplinar nodomínio de cada disciplina como pré-requisito necessário ao prosseguimento dos estudos.

A nova proposta do ensino assume a necessidade de complementar a educação básicapreparando o aluno para a vida, para a cidadania e capacitando-o para o aprendizado perma-nente.

Nesse momento...

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Essa reformulação do ensino médio precede também metodologias (práticas), ou seja,condições para que os alunos aprendam a:

• Comunicar-se• Argumentar• Compreender• Enfrentar os problemas• Aprender a aprender.

Em verdade o “novo” ensino vem superar a falta de sintonia entre a realidade escolar e aprática pedagógica que está refletida nos projetos pedagógicos das escolas, muitas vezes ina-dequados e desconsiderada enquanto objeto de reflexão consciente da comunidade escolar.

O que mudou na educação até agora...O conteúdo – Era um fim em si mesmo; hoje é um meio para desenvolver competên-

cias.O conhecimento - Era fragmentado, dividido por disciplinas, de caráter enciclopédico,

memorizados e cumulativos; hoje ele é interdisciplinar, contextualizado, privilegia a cons-trução de conceitos e a criação do sentido.

O currículo – Fracionado, estático, organizado por disciplinas; hoje apresenta-se emrede, tornando-se dinâmico, organizado por área de conhecimento e temas geradores.

A sala de aula – É visto como o espaço de transmissão e recepção do saber; atualmentea sala de aula é o local de reflexão e de situações de aprendizagem.

As atividades – Era padronizada, rotineira; hoje estão centradas em projetos e resolu-ção de problemas.

O professor – Era transmissor do conhecimento; e agora este deve portar-se como fa-cilitador da aprendizagem, além de ser um mediador do conhecimento.

Avaliação – Era classificatória e excludente; agora se caracteriza em um modelo for-mativo, que busca avaliar as competências adquiridas.

As novas orientações para o Ensino Médio

Encaminhar um ensino compatível com as novas pretensões educativas e ampliar as ori-entações existentes nos PCN para o ensino médio é o objetivo dos PCN+, que traz ao profes-sor elementos de utilidades para as disciplinas, buscando uma articulação entre competências

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e conceitos da qual emergem sugestões temáticas que sejam facilitadoras para a construçãodos processos de ensino e de aprendizagem.

Posto em questão as práticasobsoletas em sala de aula propõem-se mudanças de atitu-des na organização da nova prática. As sugestões temáticas derivadas de conceitos estrutura-dores e das competências, que se pretende alcançar nos educandos são explicitadas nos docu-mentos oficiais de ensino.

Nesse contexto as escolas devem assumir um currículo de caráter interdisciplinar desfa-zendo-se das integrações e ou ações multidisciplinares costumeiras. O interdisciplinar se ob-tém pela prática docente na qual, diferentes disciplinas mobilizam-se por meio da associaçãoensino-pesquisa, múltiplos conhecimentos e competências gerais e particulares de forma quecada disciplina dê sua contribuição para a construção do conhecimento por parte do educan-do, com o propósito de que desenvolva a sua autonomia intelectual e as competências e habi-lidades.

Não existe receita, nem definição única e universal para competências, que são qualifi-cações humanas amplas. Os PCN para o ensino médio explicitam três conjuntos de compe-tências que são comunicar e representar; investigar e compreender e contextualizar. O ENEM,Exame Nacional para o Ensino Médio apontam cinco competências gerais; dominar diferenteslinguagens, desde idiomas até representações matemáticas e artísticas; compreender processosseja eles sociais naturais culturais ou tecnológicos; diagnosticar e enfrentar problemas reais;construir argumentações e elaborar proposições.

Algumas dessas competências podem ter apelo mais técnico - cientifico, outras mais ar-tístico-cultural, mas há uma gama de qualidades que em doses distintas,, tomarão parte nosfazeres de cada aprendizado especifico. Existem outras qualidades; como desenvolver gostopela cultura; respeito pela diversidade e atitude permanente de aprendizado que são desenvol- vidas sem qualquer especificidade disciplinar e que devem estar integradas a todas as práticaseducativas.

As disciplinas quando trabalhadas em conjunto com a apresentação das competênciasno âmbito da área, também apresentarão conceitos estruturadores do ensino dessa área, assimcomo das disciplinas que a compõem, visando facilitar a organização do aprendizado e con-tribuir com a melhor estruturação do projeto pedagógico da escola.

A articulação das áreas é uma sinalização clara para o desenvolvimento de uma sintoniade tratamentos metodológicos, que pressupõe a composição de um aprendizado de disciplinascom o desenvolvimento de competências gerais.

Segundo as Orientações Curriculares dos PCN+ as disciplinas das áreas devem se inter-ligar da seguinte forma;

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Área de Linguagem devem tratar de temáticas cientificas e humanísticas, assim como aárea cientifica e matemática ou da humana, devem desenvolver o domínio de linguagens. Nãose trata de descaracterizar a disciplina, mas promover uma ação concentrada do seu conjuntoe de cada uma delas, a serviço do desenvolvimento de competências gerais que dependam do

conhecimento disciplinar e, portanto, do domínio de seus conceitos. Essa articulação deveráocorrer também no interior década área e entre disciplinas de cada área.

O mundo está vivenciando em velocidade acelerada do estado analógico para o digital. Enesse ritmo a mudança assusta.

Vivemos em um período de rápidas transformações em todos os campos da atividadehumana. Essas mudanças atingem o homem de forma intensa e rápida, provocando modifica-ções significativas de hábitos e atitudes (aprendizagem). A presença das novas tecnologias emnosso cotidiano nos lança a um desafio a ser superado.

Sendo assim, caberá a escola e ao professor de geografia ousar, criar estratégias, as quaisperpassam novas formas de ensinar a geografia através do lúdico, contextualizando esse co-nhecimento na busca constante da cidadania e através das tecnologias digitais incluídas noprocesso de ensino-aprendizagem.

Dicas para dominar as modernas práticas pedagógicas:

Conhecer a turma para saber o que e como fazerAssim pode-se definir com clareza as melhores estratégias e os métodos e materiais aserem usados. Uma vez conhecida a turma com quem vai trabalhar o professor poderá e-laborar o seu plano de trabalho, pois, segundo Maria Luisa Merino Xavier docente da Fa-culdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul “o plano de trabalhotratadas especificidades de demandas de cada turma.

Avaliação: Acompanhar o aluno para traçar o melhor caminhoA avaliação deve estar a serviço do aluno, assim pode-se observar os interesses e os a-

vanços dos alunos na turma.Contextualização: além da relação do cotidianoMuitos conceitos e conteúdos são contextualizados dentro da própria disciplina.Objetivo: precede a metodologiaRefere-se ao que o professor deseja. O ideal é estabelecer primeiro um objetivo e de-

pois, um caminho para alcançá-lo.Conhecimento prévioOs conteúdos abordados em sala de aula devem basicamente contribuir para a forma-

ção de cidadãos conscientes, informados e capazes de melhorar a sociedade.

Trabalho Interdisciplinar

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A interdisciplinaridade ocorre quando, ao tratar de um assunto dentro de uma disci-plina você lança mão dos conhecimentos de outra. A interdisciplinaridade é, portanto, aarticulação que existe entre as disciplinas para que o conhecimento do aluno seja global, enão fragmentado.

Seqüência didáticaA seqüência didática é um conjunto de aulas planejadas para ensinar um determinado

conteúdo sem ter um produto final.O ensino da Geografia: está no cotidianoPara que essa disciplina faça sentido desde a educação infantil, uma boa seqüência de

conteúdos é fundamental. Caso contrário, conceitos como ordem, hierarquia e proporção-importantes para a área-não serão assimilados pelas crianças. Segundo Sueli Furlan, asprimeiras noções de Geografia são adquiridas ainda na pré-escola. Para que a criança a-

prenda cartografia, por exemplo, deve-se partir do conhecimento prévio que cada uma de-las possui. “Para calcular uma distância, os alunos podem usar objetos de diferentes tama-nhos, passadas, o palmo ou um barbante”, exemplifica. Dessa forma, ao chegar à 1ª série,eles já adquiriram conhecimento sobre espacialidade e hierarquia. Daí em diante, brinca-deiras e jogos ajudam (...). De 5ª A 8ª série, é hora de usar os mapas como fonte de infor-mação para o estudo do mundo em que vivemos. Os alunos devem estudar como se pro-duz o conhecimento geográfico, pesquisar quais suas fontes de informação e utilizá-las deforma adequada.

Fonte: Texto adaptado, disponível em: www.novaescola.com.br

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Um noticiário relata as informações sobre questões ambientais ocorridas no Brasil empleno século XXI. A notícia foi ao ar com o seguinte titulo:O panorama ambiental brasileiroe ressaltou os seguintes problemas; desmatamento na Amazônia continua alto, queimadasaumentaram em 2001,qualidade do ar diminui, aumenta o uso de fertilizantes e agrotóxicos,cai o consumo de CFCs. Diante deste quadro, podemos perceber que a questão ambiental éuma das preocupações da sociedade contemporânea.

1-Com base no texto acima, elabore um plano de aula com a temática proposta pelo no-ticiário : O Panorama ambiental brasileiro.

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2- Proceda uma pesquisa e elabore um quadro comparativo deste panorama ambientalbrasileiro entre as décadas de 60 e 90.

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Questões ENADE, adaptadas do ENADE ou similares 01

(Cesgranrio) A idéia de desenvolvimento sustentável tem sido cada vez mais discutida junto às questões que se referem ao crescimento econômico. De acordo com este conceitoconsidera-se que:

a) o meio ambiente é fundamental para a vida humana e, portanto, deve ser intocá- vel.

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b) os países subdesenvolvidos são os únicos que praticam esta idéia, pois, por suabaixa industrialização, preservam melhor o seu meio ambiente do que os paísesricos.

c) ocorre uma oposição entre desenvolvimento e proteção ao meio ambiente, e,portanto, é inevitável que os riscos ambientais sustentam o crescimento econô-mico dos povos.

d) se deve buscar uma forma de progresso socioeconômico que não comprometa omeio ambiente sem que, com isso, deixemos de utilizar os recursos nele disponí- veis.

e) são as riquezas acumuladas nos países ricos em prejuízo das antigas colônias, du-rante a expansão colonial, que devem hoje sustentar o crescimento econômicodos povos.

02

(UFR-RJ) A fábula da “Galinha dos Ovos de Ouro” fala de um homem que possuindouma galinha que todos os dias botava um ovo de ouro maciço decidiu matá-la para extrais desuas entranhas, todos os ovos de uma só vez. (Adaptado Branco Samuel Murgel.O ambienteem debate. São Paulo, Moderna, 1997.p. 92.)

No sentido contrario ao da fabula, observa-se hoje, em boa parte da comunidade inter-

nacional, uma preocupação crescente com a preservação dos recursos naturais, que se refleteno seguinte conceito sobre o desenvolvimento dos países:

a) O desenvolvimento deve ser sustentável.

b) O desenvolvimento exige muitos sacrifícios.

c) A agropecuária é fundamental para o desenvolvimento.

d) A busca do desenvolvimento não tem preço.

e) É melhor preservar os recursos do que obter desenvolvimento.

03

(ENADE, 2008) No contexto atual, com o crescimento das preocupações em relação aoplanejamento ambiental ou territorial, a geomorfologia assume um novo lugar entre as geoci-ências. Embora caracterizada como ambiental ou aplicada, ela mantém-se voltada ao trata-mento dos processos erosivos que ocorrem ao longo da vertente, dos cursos d’água ou da cos-ta e litoral. A esse respeito, analise as asserções a seguir.

O objetivo da geomorfologia aplicada não é prevenir ou reduzir o desenvolvimento e

uso dos recursos naturais, mas, em vez disso, otimizar tal uso, para a redução tanto dos custos

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quanto dos impactos ambientaisporque o uso prático da geomorfologia deve priorizar e mi-nimizar as distorções topográficas e entender os processos inter-relacionados, tão necessáriosà restauração e à manutenção do equilíbrio natural. Acerca dessas asserções, assinale a opçãocorreta.

a) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativacorreta da primeira.

b) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificati- va correta da primeira.

c) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposiçãofalsa.

d) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição ver-

dadeira.e) As duas asserções são proposições falsas.

04

(Cefet-PR) Como o atual ritmo de desmatamento, a integridade ecológica de várias re-giões do mundo está sendo comprometida. Sobre os desmatamentos e suas conseqüências, éincorreto afirmar que:

a) Promove a degradação dos solos, com o conseqüente aumento da carga sólidados rios.

b) Produz alterações climáticas, co o agravamento do risco de secas e inundações.

c) Produz um aumento das reservas hídricas.

d) Ocasiona o aumento do processo de desertificação.

e) Traz alterações no ciclo do carbono, pois, as arvores funcionam normalmentecomo um depósito para o dióxido de carbono e, após inalá-la devolvem à atmos-fera resíduos de oxigênio.

05

(São Paulo, 2007) A mais recente classificação do relevo brasileiro, proposta por Ross(1989), apresenta três tipos de unidades geomorfológicas: os planaltos, as depressões e as pla-nícies, cada uma delas subdividida em unidades menores. Trata-se de uma classificação queintroduz um critério que, nas classificações anteriores, não havia sido considerado ou nãotinha um papel relevante. Esse critério é

a) a altitude média predominante.

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b) as altitudes máxima e mínima.

c) as bacias hidrográficas e o tipo de drenagem.

d) as atividades econômicas do setor primário.

e)

a gênese do relevo.

CONSTRUINDO CONHECIMENTO

Dicas para Leitura

MORAES, Antônio Carlos Robert. Meio ambiente e ciências humanas. São Paulo. Huci-tec, 1994;

GIANSANTI, Roberto. O desafio do desenvolvimento sustentável. São Paulo, Atu-al,1998;

NEIMAN, Zysman. Era verde? São Paulo, Atual, 2002.

Para Assistir

Ilha das flores (Brasil, 1989)

Terra: um planeta fascinante (EUA, 2002)

Produção: Discovery Channel.Quando os dinossauros reinavam na terra (EUA, 2001)

Produção: Discovery Channel.

Dersu Uzala (Rússia/Japão,1975)

Direção Akira Kurosawa.

Para Pesquisar

• Ministério do Meio Ambientewww.mmma.gov.br

• Serviço Geológico do Brasil

www.cprm.gov.br• Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia)

www.inpa.gov.br•

Greenpeace Brasil

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xo de equilíbrio e mobilidade foi reforçando a percepção de que, num certo sentido, tudo é vivo no planeta e de que, no limite, não há, no seu corpo, ponto neutro que possa ser feridosem conseqüências para a vida na Terra e na terra em que ela é vivida.

Será a transposição das águas do São Francisco uma dessas feridas? E as epidemias, aspandemias, os vírus mutantes e as mutações viróticas? E a recorrência dos tufões, dos furacõese dos terremotos? E a seca na Amazônia? E as mudanças climáticas? E as guerras? E os níveisde poluição da atmosfera? E os testes nucleares? E a fome no mundo, a violência, o rancor, oódio, a destemperança?

Onde quer que a Terra seja ferida e adoeça pela sistematicidade das relações dos elemen-tos que a integram, todos sentiremos o golpe da agressão e padeceremos da doença que pensá- vamos longe e distante de nossas vidas.

Sabemos, porque aprendemos que é preciso mudar profundamente os padrões de pro-dução e consumo hoje vigentes, sob pena de ferirmos de morte o planeta que habitamos. Esseaprendizado se deu dentro dessa visão sistêmica da Terra e com ele veio também a compreen-são, cada vez mais aguda e premente, de que os valores da cidadania e de seus legítimos direi-tos se faz acompanhar das obrigações que lhe são, na mesma proporção, complementares elegítimas e que ambos, direitos e obrigações cidadãs, são também, do ponto de vista das socie-dades que povoam o planeta, elementos constitutivos das regras de composição e de funcio-namento desse complexo sistema a que se pode chamarTerra Viva.

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ABLAÇÃO - quantidade total de gelo que uma geleira perde anualmente.

ABRASÃO - ação erosiva que ocorre quando partículas de sedimentos em suspensão e emsaltação movem–se pelo fundo e pelas paredes de um canal fluvial.

ANFITEATRO- terreno de forma semicircular, cavado pela erosão na encosta de uma monta-nha, também chamado circo de erosão

ALTITUDE - distância vertical em metros que vai do nível do mar até as mais altas terras doplanalto.

ANTICLINAL - parte convexa de uma dobra.

ARCOS DE ILHAS - cadeia de ilhas vulcânica linear ou em forma de arco, formada no assoa-lho oceânico, em um limite convergente de placas.

ASSOREAMENTO - disposição do sedimento no leito fluvial, impedindo a circulação daságuas fluviais.

DIÁCLASE - abertura, fenda na rocha.

DRENAGEM - rede fluvial; como o rio escoa suas águas.

ESTALACTITE - é a forma pendente do teto e resulta da precipitação de bicarbonato de cál-

cio.ESTALAGMITE - relativo aos pingos d’àgua que caem do teto das grutas e são carregados debicarbonato de cálcio.

FALHA - ruptura em rochas resistentes. Força tectônica em estruturas rígidas.

FIORDE - antigo vale glacial ocupado pelo mar, com paredes inclinadas e um perfil em formade U.

FLANCO - Parte lateral ou encosta do relevo.

FORMA DE RELEVO DISSIMÉTRICA - corresponde às encostas que não apresentam amesma inclinação.FOZ - embocadura do rio. Local onde o rio deságua seu fluxo no mar.

GELIVAÇÃO - ação do gelo e do degelo.

INTUMESCÊNCIA - Ação pela qual uma coisa se incha

INVERSÃO DO RELEVO - ocorre quando anticlinais são arrasados, por corresponderem amaterial friável, enquanto os sinclinais ficam alçados, por serem individualizados por rochasduras.

JUSANTE - Setor mais baixo do curso de um rio.

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LACUSTRE- Relacionado a ambiente aquático.Que está ou vive nas margens ou nas águas deum lago.

MAGMA- Material ígneo em estado de fusão contido no interior da terra e que, por solidifi-cação, dá origem às rochas ígneas. Quando solidificado no interior da costa terrestre, forma asrochas intrusivas e quando expelido pelos vulcões, forma as lavas.

MANEJO - maneira planejada de interferir no meio natural sem degradá-lo.

MONOCLINAL- Sequência ou pacote de rochas estratificadas, geralmente subhorizontais,mostrando uma inflexão local com mergulhos mais fortes.

MONTANTE - Setor elevado de um rio.

OBSOLETAS-Fora de uso; desusado.

OCEANOGRAFIA- a ciência que estuda os oceanos, procurando compreender, descrever eprever os processos que ocorrem neste ambiente.

PERCÉES - boqueirões escavados no front da cuesta por superimposição de cursos cataclinais.

PRESERVAÇÃO - Não permite a exploração dos recursos naturais. Remete a áreas criadaspara manutenção das espécies sem o intuito da intervenção humana.

PROJETO RADAMBRASIL - projeto de levantamento dos recursos naturais e geológicos doBrasil durante a década de 70, possibilitando o mapeamento de todo o território nacional.

RAVINA - fenda, buraco no solo devido ao trabalho das chuvas.

RECIFE - formações litorâneas próximas ou paralelas á costa, compostas pela acumulação deareia ou de corais.

RELEVO CÁRSTICO - relevo de ambiente calcário.

SIMETRIA- Mesma inclinação, direção.

SINCLINAL - parte côncava de um relevo dobrado.

SOLAPAR - ação erosiva de retirada de sedimentos nas laterais dos leitos dos rios.

SUBSIDÊNCIA - depressão ou afundamento da crosta induzida pelo peso adicional de sedi-mentos ou por movimentos tectônicos, como falhamentos normais regionais.

SUPERIMPOSIÇÃO - também denominada epigenia, representa o afundamento do vale cor-tando indistintamente rochas tenras e duras, depois de atravessar uma estrutura sedimentar.

TECTÔNICA - ramo da geologia que estuda o dinamismo das forças que movimentam ascamadas da crosta terrestre.

VOÇOROCA - Fendas profundas em um terreno.

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Estratégias deEnsino /

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www.ead .ftc.br

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