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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM
CURSO TÉCNICO EM GEOPROCESSAMENTO
GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL RURAL EM SÃO PEDRO DO SUL – RS
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO
Lucas Francisco Guimarães Palmeira
Santa Maria, RS, Brasil. 2015
GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO
AMBIENTAL RURAL EM SÃO PEDRO DO SUL – RS
Lucas Francisco Guimarães Palmeira
Relatório de Habilitação Profissional apresentado ao Curso Técnico em Geoprocessamento da Universidade Federal de Santa Maria - RS, como
requisito parcial para obtenção do título de Técnico em Geoprocessamento
Orientador: Valmir Vieira
Santa Maria, RS, Brasil 2015
Universidade Federal de Santa Maria Colégio Politécnico da UFSM
Curso Técnico em Geoprocessamento
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Relatório de Estágio
GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL
RURAL EM SÃO PEDRO DO SUL – RS
Elaborado por Lucas Francisco Guimarães Palmeira
Como requisito parcial para obtenção do título de Técnico em Geoprocessamento
COMISSÃO EXAMINADORA:
Valmir Vieira, Dr. (Presidente/Orientador)
Alessandro Carvalho Miola, Dr. (UFSM)
Luane Izabel Dias Milder, Msc. (PMSPS - SAMA)
Santa Maria, 10 de Dezembro de 2015
Universidade Federal de Santa Maria Colégio Politécnico da UFSM
Curso Técnico em Geoprocessamento
GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL
RURAL EM SÃO PEDRO DO SUL – RS
Relatório de Estágio realizado na PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO DO SUL.
Elaborado por Lucas Francisco Guimarães Palmeira
Valmir Vieira, Dr. (Presidente/Orientador)
Luane Izabel Dias Milder. (Supervisora da empresa)
Lucas Francisco Guimarães Palmeira (Estagiário)
Santa Maria, 10 de Dezembro de 2015
RESUMO
Relatório de Estágio Colégio Politécnico da UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL RURAL EM SÃO PEDRO DO SUL – RS
AUTOR: LUCAS FRANCISCO GUIMARÃES PALMEIRA
ORIENTADOR: VALMIR VIEIRA Santa Maria, 10 de Dezembro de 2015.
O Estágio Supervisionado, de 200 horas como requisito parcial para a formação no curso de Técnico em Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, foi desenvolvido na Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, localizado no município de São Pedro do Sul – RS, região central do estado do Rio Grande do Sul. Foram desenvolvidas atividades que tiveram como objetivo, obter dados geográficos através das técnicas e ferramentas oriundas do geoprocessamento e sensoriamento remoto, que possam auxiliar na geração de informações, que venham colaborar com estruturação e atualização do modulo de Cadastro Ambiental Rural – CAR no município, produção de mapas temáticos, mapeamento de uso do solo, análises com modelos digitais de elevação treinamento em Softwares e equipamentos disponíveis, e a possibilidade de posterior elaboração de artigo científico e participação em eventos. A realização do estágio permitiu ampliar os conhecimentos sobre as noções e fundamentos de Geoprocessamento, a interação com a equipe de trabalho, a vivência do dia a dia de um órgão Ambiental, em trabalhos de campo e aprendizados que não são possíveis em sala de aula.
Palavras-chave: Estágio. Geoprocessamento. Qgis 2.8, Cadastro Ambiental Rural.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa de Localização de São Pedro do Sul- RS ...................... 12
Figura 2 - Gerenciador de complementos do Qgis .................................... 20
Figura 3: Tela inicial do Cadastro ................................................................. 23
Figura 4: Seleção de tipo da Propriedade .................................................. 24
Figura 5: Indicação do Cadastrante ............................................................. 25
Figura 6: Identificação do Imóvel .................................................................. 26
Figura 7: Identificação do Domínio da Propriedade ................................... 27
Figura 8: Documentação do Imóvel .............................................................. 28
Figura 9 - Etapa Geo do Cadastro Ambiental Rural .................................. 29
Figura 10: Interação com Produtor Rural ..................................................... 31
Figura 11: Adição da Camada do Open Layers ......................................... 32
Figura 12: Baixar imagens topodata ............................................................. 36
Figura 13: Geração de Mosaico .................................................................... 37
Figura 14 - Uso da imagem para determinação de áreas declivosas ..... 40
Figura 15: Regras das áreas de preservação permanente ...................... 42
Figura 16: Uso do complemento Multiple distance Buffer......................... 43
Figura 17: Resultado da geração dos buffer para as regras do CAR ..... 44
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APP –ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
CAR – CADASTRO AMBIENTAL RURAL
CF – CÓDIGO FLORESTAL
IBGE – INTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA
KML –
MDE – MODELO DIGITAL DE ELEVAÇÃO
SAMA – SECRETARIA DE AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE
SHP - SHAPEFILE
SICAR – SISTEMA DE CADASTRO AMBIENTAL RURAL
SIG – SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
SRC – SISTEMA DE REFERENCIA DE COORDENADAS
SRTM - MISSÃO TOPOGRÁFICA RADAR SHUTTLE
UTM – UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCARTOR
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 10
1.1 Justificativa ................................................................................ 10
1.2 Caracterização do município de São Pedro do Sul ................. 11
2 OBJETIVOS .................................................................................................... 14
2.1 Objetivo Geral ............................................................................. 14
2.2 Objetivos Específicos ................................................................ 14
3. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 15
3.1 Cadastro Ambiental Rural ......................................................... 15
3.2 Sistema de Informações Geográficas (SIG) ............................. 17
3.3 O Qgis Wien 2.8 .......................................................................... 18
3.3.1 A história do QGIS ......................................................................... 19
3.3.2 A comunidade do QGIS ................................................................ 19
3.3.3 Características QGIS .................................................................... 20
4. METODOLOGIA ........................................................................................... 22
4.1 O modulo de Cadastro Ambiental Rural .................................. 22
4.2 Iniciando a inscrição no CAR.................................................... 23
4.3 CADASTRANTE .......................................................................... 24
4.4 IMÓVEL ....................................................................................... 25
4.5 DOMÍNIO ..................................................................................... 26
4.6 DOCUMENTAÇÃO ...................................................................... 27
4.7 GEO ............................................................................................. 28
4.8 Formas de obtenção de dados para realizar o Cadastro Ambiental Rural .......................................................................................... 29
4.9 Busca de dados em campo ....................................................... 33
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .............................................................. 34
5.1 O Cadastro Ambiental Rural na prefeitura municipal de São Pedro do Sul ................................................................................................ 34
5.2 Geração de dados de declividade ............................................ 35
5.3 Criação de multi buffers ............................................................ 40
5.3 As Regras Transitórias e as Exigências Mínimas de Preservação Ambiental .............................................................................. 41
CONCLUSÃO .................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 51
ANEXOS ............................................................................................................ 55
1 INTRODUÇÃO
O presente estágio foi realizado na Prefeitura Municipal de São Pedro do
Sul, Estado do Rio Grande do Sul, sendo as atividades realizadas
especificamente junto a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente – SAMA. No
município de São Pedro do Sul as questões ambientais, em especial as
atividades relacionadas ao controle das áreas verdes, a aplicação das posturas
urbanas ambientais locais e os Licenciamentos Ambientais para o cumprimento
da nova legislação são de responsabilidades do setor de Licenciamento
Ambietal. Atualmente, esta Secretaria é composta por um Secretário Municipal
que é responsável por todas as atividades realizadas, uma Engenheira
Florestal, um Médico Veterinário, uma Técnica Agrícola e outros funcionários
que desempenham diversas funções. Dessa forma, realizam atividades com o
intuito de coordenar e desenvolver ações em conjunto com a comunidade,
visando o desenvolvimento econômico, a proteção Ambiental e o bem estar
social e o cumprimento da Legislação Ambiental vigente.
1.1 Justificativa
Num país de dimensão continental como o Brasil, com uma grande
carência de geoinformações adequadas para a tomada de decisões sobre os
problemas urbanos, rurais e ambientais, o Geoprocessamento e mais
especificamente, os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são ótimas
ferramentas para órgãos públicos e empresas privadas planejarem suas ações.
O estágio do Curso Técnico em Geoprocessamento do Colégio
Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria é composto por atividades
profissionais, as quais o futuro profissional exerce em ambiente empresarial ou
em instituições de pesquisa. As ações são firmadas e estabelecidas entre um
docente na área de atuação que o aluno deseja atuar, e se concretiza na
relação interinstitucional, sob a tutela e supervisão de um profissional da
instituição, seja ela pública ou privada, em que se realiza o estágio, conferindo
condições para a realização das atividades no período fixado em contrato.
11
O estágio supervisionado tem como principal objetivo proporcionar ao
estagiário a visão contextualizada, conferindo a responsabilidade técnica, por
meio da vivência que o acadêmico venha aplicar conhecimentos e
metodologias adquiridos no ambiente acadêmico. Objetivando através do
compromisso firmado entre as partes, participar e propor soluções as
demandas da instituição.
1.2 Caracterização do município de São Pedro do Sul
A formação da cidade data de 1866, quando Crescêncio José Pereira
doou 14 hectares de terra para edificação de uma capela e distribuiu
gratuitamente terrenos para quem quisesse aqui residir. Até o ano de 1926
pertenceu à Santa Maria, e a 22 de março de 1926 conseguiu sua
emancipação político/administrativa, através do decreto Estadual nº 3624. Teve
ao longo de sua história vários nomes: "São Pedro do Rincão", "Rincão de São
Pedro", "São Pedro" e finalmente "São Pedro do Sul". O município de São
Pedro do Sul em destaque no Mapa 1 está localizado na Região central do Rio
Grande do Sul, distando 329 km de Porto Alegre, capital do Estado do Rio
Grande do Sul, pela BR 287 (PLANO AMBIENTAL, 2010). São Pedro do Sul é
rica em fósseis animais e vegetais do período triássico. Possui a maior reserva
de fósseis vegetais do mundo. É um fenômeno único, que ocorreu entre 206 a
248 milhões de anos atrás, durante a era Mesozóica por uma combinação de
vários fatores naturais.
12
Figura 1 - Mapa de Localização de São Pedro do Sul- RS Org: Autor 2015
A cidade está situada entre as coordenadas geográficas: 29° 37' 15"
latitude Sul e 54° 10' 44" de longitude Oeste, possuindo a extensão territorial de
873,592 Km². A população total de São Pedro do Sul é de 17.751 habitantes,
(IBGE, 2011). O município é banhado pelos rios Ibicuí Mirim e Toropi e ainda
os arroios Taquara, Guassupi, xiniqua, Sanga Funda e outros. Quanto aos
Biomas, destaca-se que o município esta numa área de transição entre o
Bioma Mata Atlântica e o Bioma Pampa (PLANO AMBIENTAL
MUNIIPAL,2010).
O município de São Pedro do Sul estabelece limites geopolíticos com os
municípios de Toropi, Cacequi, Dilermando de Aguiar, Santa Maria, São
Vicente do Sul, Quevedos, Mata e São Martinho da Serra. (IBGE, 2011).
13
Identificação da Empresa
Nome: Prefeitura municipal de São Pedro do Sul – Secretária de
Agricultura e Meio Ambiente
Endereço: Rua Floriano Peixoto, 222, Centro
CEP: 97400000
Cidade: São Pedro do Sul – Rio Grande do Sul
Contato: (55) 3276-1085
Horário de funcionamento: De segunda à sexta-feira
Manhã: das 8h00min às 14 horas
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Aplicar técnicas do geoprocessamento no apoio ao Cadastro Ambiental
Rural em São Pedro Do Sul.
2.2 Objetivos Específicos
Utilizar técnicas do geoprocessamento com Softwares Livres para
geração de dados para apoiar o Cadastro Ambiental Rural;
Gerar um mapa de declividade para construir materiais de apoio ao
Cadastro Ambiental Rural;
Gerar tutoriais de uso de ferramentas do Qgis 2.8, no apoio ao Cadastro
Ambiental Rural;
Reconhecer e demostrar as dificuldades que os profissionais ligados a
área do geoprocessamento enfrentarão na realização do Cadastro Ambiental
Rural.
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Cadastro Ambiental Rural
Em 25 de maio de 2012 foi promulgada a Lei Federal nº 12.651/2012
(vulgarmente chamada de “Novo Código Florestal”), que dispõe sobre a
proteção da vegetação nativa.
Conforme estabelecido em seu artigo 1º a Lei Federal nº 12.651/2012
tem como objetivo estabelecer normas gerais sobre a proteção da vegetação,
áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração
florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos
produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, prevê
instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.
Apesar da intensa polêmica que permeou as discussões referentes à
elaboração desta nova lei florestal, poucas mudanças foram trazidas em
relação aos espaços protegidos dentro dos imóveis rurais, tais como as áreas
de preservação permanente e reserva legal, permanecendo ao proprietário ou
possuidor do imóvel a obrigatoriedade de conservar estas áreas legalmente
protegidas.
A grande novidade da nova lei é o Cadastro Ambiental Rural – CAR,
principal instrumento de regularização Ambiental dos imóveis rurais é a
obrigatoriedade por Lei da realização deste Cadastro. O CAR se mostra uma
importante ferramenta do Poder Público para a gestão e ordenamento territorial
no que se refere às questões ambientais.
O Cadastro Ambiental Rural – CAR é um registro eletrônico, obrigatório
para todos os imóveis rurais, que tem por finalidade integrar as informações
ambientais referentes à situações das:
Áreas de Preservação Permanente - APP,
Áreas de Reserva Legal,
Dos remanescentes de vegetação nativa,
Das Áreas de Uso Restrito ,
Das áreas consolidadas
16
Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012, que criou o Sistema de
Cadastro Ambiental Rural – SICAR, para integração destas informações.
O Sistema de Cadastro Ambiental Rural - SICAR, foi criado para a
integração das informações, com os seguintes objetivos:
Art.3º:
I. Receber, gerenciar e integrar os dados do CAR de todos os entes federativos;
II. Cadastrar e controlar as informações dos imóveis rurais, referentes a seu perímetro e localização, aos remanescentes de vegetação nativa, às áreas de interesse social, às áreas de utilidade pública, às Áreas de Preservação Permanente, às Áreas de Uso Restrito, às áreas consolidadas e às Reservas Legais;
III. Monitorar a manutenção, a recomposição, a regeneração, a compensação e a supressão da vegetação nativa e da cobertura vegetal nas áreas de Preservação Permanente, de Uso Restrito, e de Reserva Legal, no interior dos imóveis rurais;
IV. Promover o planejamento Ambiental e econômico do uso do solo e conservação Ambiental no território nacional; e,
V. Disponibilizar informações de natureza pública sobre a regularização Ambiental dos imóveis rurais em território nacional, na Internet.
O CAR se constitui em base de dados estratégica para o controle,
monitoramento e combate ao desmatamento das florestas e demais formas de
vegetação nativa do Brasil, bem como para planejamento Ambiental e
econômico dos imóveis rurais.
Em que pese o avanço decorrente da criação do CAR, a Lei Federal nº
12.651/2012 criou um conceito denominado “Área Rural Consolidada” definida
em seu artigo 3º inciso III como “área de imóvel Rural com ocupação antrópica
pré-existente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades
agrossilvopastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio”.
O marco de 22 de julho de 2008 não foi escolhido aleatoriamente. Foi
nesta data que houve a promulgação do Decreto Federal nº 6.514/2008 que
dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente. Desta
forma, a data de publicação do decreto ficou estabelecido como um “marco
zero” e todos os desmatamentos ilegais ocorridos antes de sua publicação
tornam-se sem efeito, desde que cumpridas algumas condições impostas pela
nova lei florestal. Desta forma, as áreas rurais consolidadas acabam por
legitimar os desmatamentos irregulares ocorridos antes de julho de 2008.
17
3.2 Sistema de Informações Geográficas (SIG)
Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG), consistem na aplicação
de softwares que analisam os dados espaciais obtidos por coleta à campo ou
por carta topográfica e/ou imagens de satélites, sendo uma ferramenta de
manipulação, ou um modo de digitalização de mapas, possibilitando a
organização dos dados obtidos e determinar um diagnóstico das variáveis
estudadas.
O uso de geotecnologias para o monitoramento e planejamento do uso
sustentável dos recursos naturais tem se difundido cada vez mais e facilitando
o desenvolvimento de estudos ambientais. Uma ampla tecnologia existente
permite o uso de ferramentas e produtos capazes de facilitar e agilizar o
levantamento, mapeamento e análise dos recursos naturais existentes.
As geotecnologias são um conjunto de tecnologia para a coleta, o
processamento, a análise e a oferta de informações com referência geográfica,
as geotecnologias integram soluções em hardware e software como poderosas
ferramentas para tomadas de decisões (ROSA, 2005).
Entre os maiores desafios para a gestão de bacias hidrográficas, está a
organização de dados cartográficos de diferentes origens e natureza, para que
possam ser utilizados efetivamente por técnicos e gestores públicos, servindo
de base para a continuidade de futuros programas ou ações.
Além disso, muitos destes dados cartográficos são disponibilizados aos
gestores públicos em formatos inadequados a incorporação dos Sistemas de
Informação Geográfica (SIG) exigindo, portanto, diferentes processos de
transformação. Desta forma, os SIGs são ferramentas imprescindíveis para a
organização, análise e gerenciamento de dados em bacias hidrográficas
(OLIVEIRA et al., 2011).
Câmera e Medeiros (1993), em uma visão mais técnica, trazem os SIGs
como instrumentos computacionais que permitem a realização de análises
complexas ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados
georreferenciados. Nessa perspectiva, os SIGs contribuem na evolução da
tecnologia, abrangidas pelo Geoprocessamento, sendo esta definida como
18
técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento de informações
geográficas.
O uso de geotecnologias ou SIG’s, auxiliam na interpolação dos dados
reais extraídos em bases cartográficas e/ou trabalhos a campo, processados
em softwares que aceleram o encontro dos resultados, podendo ser analisados
e interpretados através de mapas temáticos, ricos em detalhes. Desse modo, o
geoprocessamento torna-se uma ferramenta imprescindível nos estudos
ambientais, pois permite uma abordagem complexa e integradora das relações
entre natureza e sociedade, fundamental para a realização das práticas
eficientes na gestão ambiental.
A síntese dos mapas temáticos e a integração dos parâmetros para a
definição adequada dos limites de cada unidade são facilitadas pelas
ferramentas de Cartografia Digital e SIG’s (FIORI, 2004).
No mesmo sentido possibilita a realização de análises complexas ao
integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados
georreferenciados, tornando possível automatizar a produção de documentos
cartográficos e a tomada de decisão de maneira mais rápida e precisa.
A utilização do SIG na geração de mapas temáticos, garante eficiência e
rapidez no processo de manipulação e tratamento de dados, assim como na
tomada de decisões.
É importante ressaltar a aplicabilidade dos dados, uma vez que os
mesmos estão disponibilizados em formatos que podem ser manipulados por
diversos softwares, apresentando-se como uma importante ferramenta para
análise em pequenas e médias escalas de trabalho.
No mesmo sentido possibilita a realização de análises complexas ao
integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados
georreferenciados, tornando possível automatizar a produção de documentos
cartográficos e a tomada de decisão de maneira mais rápida e precisa.
3.3 O Qgis Wien 2.8
19
3.3.1 A história do QGIS
O projeto QGIS teve início em Fevereiro de 2002 tendo o primeiro
lançamento do programa ocorrido em Junho do mesmo ano. O objetivo inicial
era criar um visualizador gratuito para a base de dados geográfica PostGIS que
funcionasse em sistemas operacionais livres (GNU/Linux). Com o tempo, o
QGIS tornou-se numa aplicação multiplataforma que funciona em todas as
principais versões do Unix, GNU/Linux, bem como Mac OsXe MS Windows.
Suporta numerosos formatos vetoriais, raster, e bases de dados, e fornece uma
ampla gama de funções de geoprocessamento para raster e vetor (CENSIPAM,
s/d, p. 5). Esse SIG está em constante atualização, em 2015 durante o
desenvolvimento deste projeto o mesmo encontra-se na versão 2.8 Wien, e
estava sendo lançada a versão 2.10 Pisa (GEOSABER, 2015)
3.3.2 A comunidade do QGIS
O projeto QGIS é o resultado do trabalho de um grupo de
desenvolvedores, tradutores, autores de documentação e pessoas que ajudam
no processo de lançamento de novas versões, identificando e divulgando as
falhas do programa. A sua contribuição é largamente voluntária, mas em
alguns casos é suportado diretamente por empresas, instituições e
administrações publicas (ALMEIDA, 2011). O QGIS recebe constantes
contribuições de voluntários e de profissionais da área de geoprocessamento
que buscam aprimorar o software identificando e divulgando suas falhas,
produzindo tutoriais, traduzindo manuais, gerando novas ferramentas e
melhorando as ferramentas já existentes. (MANGHI et al 2011)
Almeida (2011) destaca que trabalhar com QGIS é simples e intuitivo,
graças à moderna interface gráfica baseada nas bibliotecas gráficas Qt4.
Todas as funções são claramente separadas. Uma barra de menu permite o
acesso às funções de QGIS usando um menu hierárquico padrão, com ícones
estão na barra de ferramentas, e com os atalhos de teclado correspondente,
20
totalmente configuráveis. Os ícones na barra de ferramentas realizam acesso
direto a funções do menu, além de ferramentas adicionais para interagir com o
mapa, na janela principal de visualização. Os ícones e as barras de
ferramentas podem ser desativados para que se possa mostrar uma interface
mais simplificada. As funcionalidades do QGIS são ampliadas através de um
repositório de plugins (Figura 2). Além dos instalados automaticamente com o
programa ou nativos, o usuário pode buscar e instalar outros plugins utilizando
o menu complementos do QGIS. Os voluntários disponibilizam em média um
novo plug-in Python a cada semana e atualmente existem mais de 400 plug-ins
à disposição dos usuários.
Figura 2 - Gerenciador de complementos do Qgis
Fonte: Autor
3.3.3 Características QGIS
Possui um grande e crescente número de funções, fornecidas tanto pelo
programa de base como pelas suas extensões, entre as quais se destacam a)
visualização e reprojeção “onthefly" de camadas vetoriais e raster em
diferentes formatos. QGIS suporta as bases de dados geográficas
PostgreSQL/PostGIS, SpatiaLite e SQL Anywhere além de todos os mais de 60
21
formatos suportados pela biblioteca GDAL/OGR, incluindo ESRI Shapefile,
MapInfo, KML, GPX, GML, DNG Microstation, GeoTIFF, Erdas IMG (como
também ECW, através das necessárias bibliotecas proprietárias), MrSID,
locations/mapsets GRASS e serviços WMS/WFS/WFS-T de acordo com os
standards da OGC, Open Geospatial Consortium; Rendering de dados
OpenStreetMap no). O Quantum GIS fornece um número crescente de
capacidades através de suas principais funções e complementos, aonde
podemos visualizar gerenciar, editar, analisar os dados, compor mapas
impressos, trabalhar com dados Raster e vetoriais entre outras.
4. METODOLOGIA
Para a realização do Cadastro Ambiental Rural via Secretaria de
Agricultura e Meio Ambiente (SAMA) - de São Pedro do sul, primeiramente foi
criada uma lista de espera para que os pequenos proprietários do município
receberem o apoio para a realização do Cadastro.
A Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente esta disponibilizando este
serviço de forma gratuita a todos os possuidores de propriedades rurais que
totalizem até 88 ha, o modulo fiscal do munícipio é 22 há, tendo em vista que
este procedimento esta previsto no decreto 7830/12.
O artigo 2º, inciso II, do Decreto n. 7830/12, que institui e regulamenta o
Cadastro Ambiental Rural, com texto idêntico ao artigo 29 do Código Florestal,
traz a seguinte definição:
Registro eletrônico de abrangência nacional junto ao órgão Ambiental competente, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento Ambiental e econômico, e combate ao desmatamento”.
4.1 O modulo de Cadastro Ambiental Rural
O modulo para realizar o Cadastro Ambiental Rural esta disponível para
ser baixado no site do CAR (www.car.gov.br), e instalado na maquina de
acesso do cadastrador.
O produtor ou cadastrante deve atentar para baixar o modulo referente
ao seu estado, principalmente os do Rio Grande do Sul, que tem uma
peculiaridade que é o Bioma Pampa e seus banhados, área de preservação
permanente que esta apenas no modulo deste estado.
Após efetuar o Download programa e sua instalação o cadastrante deve
baixar as imagens de interesse para local da propriedade, as imagens
disponibilizadas pelo modulo de Cadastro deveriam ter até 5 metros de
23
resolução espacial. Na tela inicial do Cadastro além de baixar imagens, o
cadastrante poderá gravar um Cadastro, ou enviar o Cadastro ao modulo, ou
ter acesso a retificação.
4.2 Iniciando a inscrição no CAR
Após ter baixado as imagens não existe mais a necessidade de acesso
à internet para continuar o Cadastro. Para iniciar o Cadastro, selecione o item
“CADASTRAR” na porção superior da tela (Figura 3). Então, abrirá a tela
CADASTRO DE IMÓVEIS.
Figura 3: Tela inicial do Cadastro
Fonte: Autor
Na tela “CADASTRO DE IMÓVEIS” aparecerá a lista de imóveis já
cadastrados com os seus dados principais, podendo os mesmos ser retificados
no item “RETIFICAR UM CADASTRO”, ou podemos iniciar um novo Cadastro
no item “CADASTRAR NOVO IMÓVEL”. Ao acessar o item “CADASTRAR
24
NOVO IMÓVEL” abrirá a tela da (Figura 4), onde devemos acessar o item
“IMÓVEL RURAL”.
Figura 4: Seleção de tipo da Propriedade
Fonte: Autor
4.3 CADASTRANTE
O primeiro item a ser cadastrado é a pessoa que está fazendo o
preenchimento do Cadastro (Figura 5). Nesta tela vamos preencher o CPF,
Data de Nascimento, Nome e Nome da Mãe do cadastrante. Os campos com o
símbolo * são de preenchimento obrigatório. Após os dados serem
preenchidos, selecionar o item “PRÓXIMO” no canto inferior direito.
25
Figura 5: Indicação do Cadastrante
Fonte: Autor
4.4 IMÓVEL
Nesta tela (Figura 6) devem-se incluir os Dados do Imóvel: Nome do
Imóvel, UF, Município, CEP (opcional), Descrição de acesso (descrever como
chegar à propriedade a partir da cidade mais próxima, incluindo pontos de
referencia), Zona Rural ou urbana; e os Dados de Contato do Imóvel:
Endereço/Logradouro, Número, Complemento, Bairro, CEP, UF, Município, E-
mail (opcional) e telefone (opcional). A partir dos Dados de Contato do Imóvel o
órgão Ambiental irá se comunicar com o proprietário caso seja necessário, por
isso, deve-se ter o cuidado de preencher os dados corretos para não haver
desencontros. Após os dados serem preenchidos, selecionar o item
“PRÓXIMO” no canto inferior direito.
26
Figura 6: Identificação do Imóvel
Fonte: Autor
4.5 DOMÍNIO
Os dados de domínio (Figura 7) referem-se aos dados do proprietário ou
posseiro do imóvel, que pode ser um ou mais produtores. Caso tenha mais de
um proprietário todos devem ser cadastrados.
Selecionar Pessoa Física ou Pessoa Jurídica e incluir o CPF ou CNPJ,
Data de Nascimento, Nome e Nome da Mãe de cada proprietário e selecionar o
botão “ADICIONAR”. Abaixo, irão aparecer os proprietários/possuidores
adicionados. Após os dados serem preenchidos selecionar o item “PRÓXIMO”
no canto inferior direito.
27
Figura 7: Identificação do Domínio da Propriedade
Fonte: Autor
4.6 DOCUMENTAÇÃO
Nesta tela (Figura 8) devem-se inserir os dados dos documentos que
comprovam o domínio ou posse da propriedade. Um imóvel pode ser composto
por uma ou mais matrículas somadas as áreas de posse ou não. A cada
documento adicionado deve-se cadastrar os proprietários do imóvel e
selecionar o botão verde com sinal de + para cada proprietário adicionado e,
após, selecionar o botão verde “ADICIONAR”. Abaixo, no item
“DOCUMENTOS ADICIONADOS”, aparecerá a lista de documentos que
compõem a propriedade e a área total da propriedade. Após os dados serem
preenchidos, selecionar o item “PRÓXIMO” no canto inferior direito.
28
Figura 8: Documentação do Imóvel
Fonte: Autor
4.7 GEO
Na tela do GEO (Figura 9), o cadastrante irá delimitar o imóvel e suas
características. Ao abri-la a mesma irá mostrar a imagem do município que foi
cadastrada a propriedade Na porção superior da tela, o cadastrante
selecionará os temas, item por item, para serem desenhados na imagem:
ÁREA DO IMÓVEL, SERVIDÃO ADMINISTRATIVA, APP/USO RESTRITO,
COBERTURA DO SOLO, RESERVA LEGAL E ÁREA FINAL, sendo que o
primeiro tema a ser desenhado é a área do imóvel, onde a mesma delimitará o
perímetro total da propriedade. Para auxiliar a inclusão dos temas descritos
acima, na porção inferior da tela temos quinze botões: desenhar linhas,
desenhar polígono, desenhar um ponto, importar um arquivo shapefile, KML ou
GPX, remover um objeto do desenho, arrastar o mapa, zoom +, zoom -, zoom
seleção, zoom imóvel, zoom em coordenada, pesquisar por município, medir
uma distância, quadro de áreas e módulos fiscais. Após ter desenhado todos
29
os temas referentes à propriedade, o botão “QUADRO DE ÁREAS” poderá
visualizar a área referente a cada tipologia que foi cadastrada. Na ultima
atualização realizada foi colocado uma opção em que o usuário pode ver o
limite entre as áreas do Bioma Mata Atlântica e o Bioma Pampa.
Falta
Figura 9 - Etapa Geo do Cadastro Ambiental Rural
Fonte: Autor
4.8 Formas de obtenção de dados para realizar o Cadastro Ambiental Rural
Dentre as opções para criação de layers quando o produtor Rural
conseguia reconhecer sua propriedade utilizávamos os recursos das bases do
Google Earth Pró, para a delimitação dos polígonos da área da propriedade,
área consolidada, área consolidada em atividade pastoril, área de pousio,
30
delimitação de áreas de infraestrutura publica, banhados, áreas de preservação
permanente (Topos de morro, áreas de uso restrito por declividades superiores
a 45°), além de delimitar as os córregos com geometrias do tipo linha, quando
tem largura de até 10 metros, e polígonos para rios com metragens superiores
a 10 m.
A aquisição destes dados em formato KML (Keyhole Markup Language),
se deve a possibilidade de este formato também ser aceito pelo CAR, além de
arquivos em formato Shapefile (SHP), ou GPX. Os dados que foram adquiridos
via KML, posteriormente foram inseridos no modulo de Cadastro da
propriedade que estava sendo delimitada.
O município de São Pedro do Sul, pode vir a ter alguma restrição ao
trabalhar om dados da Projeção Universal Transversa de Mercator, pois o
mesmo encontra-se em uma área de transição entre os fusos 21, onde se
encontra aproximadamente 90 % do território do município , e o fuso 22. Além
de dados sobre a hidrografia fora gerado um mapa de hipsometria de São
Pedro do Sul e um mapa de declividades para apoiar o Cadastro Ambiental
Rural- CAR.
Dentre as atividades que foram desenvolvidas durante o estágio, esteve
o auxilio aos produtores rurais que conseguiam identificar a área das suas
propriedades (Figura 10). Pode-se identificar uma grande dificuldade da
maioria dos produtores em identificar suas áreas na tela do computador,
principalmente nas imagens que são disponibilizadas pelo módulo de Cadastro
offiline do Ministério do Meio Ambiente.
31
Figura 10: Interação com Produtor Rural
Fonte: Autor
Dentre as opções que foram utilizadas para tentar substituir de maneira
satisfatória as imagens para auxiliam na delimitação de áreas de interesse nas
propriedades estão as bases do Google Earth Pró, o Open Layers, além de
imagens e Landsat 8.
De acordo com Torlay e Oshiro (2010) Google Earth é um aplicativo que
oferece ao usuário um globo virtual composto por imagens de satélite ou fotos
aéreas de todo o planeta. Nele, é possível navegar pelas imagens de alta
resolução e explorar o planeta virtualmente. Além das imagens, o aplicativo
também possibilita a sobreposição de camadas de um SIG que podem conter
dados matriciais ou vetoriais, como unidades territoriais, pontos de interesse,
ruas e imagens. Essas informações podem ser adicionadas pelo próprio
usuário e disponibilizadas na internet, o que possibilita a criação de uma forma
de mapeamento comunitário. Tanto os dados alfanuméricos quanto os dados
geométricos e as imagens são acessados sob demanda nos servidores do
software. Isto é, as informações são armazenadas, em parte, por meio do
cachê no computador do usuário e no servidor. Tal sistema tem a vantagem de
reduzir o espaço em disco utilizado na instalação do aplicativo, porém requer
uma conexão permanente com a internet. Foi utilizado durante o estagio para
realização de plantas de localização de propriedades rurais, além de auxilio na
confecção dos mapas de ocupação do uso do solo.
32
O Openleyers (Figura 11) é um complemento que permite que o usuário
adicione uma base de dados de imagens de satélite de sua preferencia, para a
visualização do terreno. Dentre as bases a disposição estão a do
Google,Yahoo, OpenStreet Map, Bing.
Figura 11: Adição da Camada do Openlayers
Fonte: Autor
Este complemento ainda não é nativo do Qgis, por este motivo é
necessário que se adicione no repositório de complementos, para localizar o
plugin, digite Openlayers na caixa de filtro, em seguida, selecione Openlayers
Plugin da lista. Uma vez que é realçado, clique no botão Instalar plugin. Isto irá
baixar o plugin a partir do repositório, instalá-lo e carregá-lo no QGIS. O
Openlayers Plugin usa sua extensão vista para buscar os dados do serviço que
você escolher. Por esta razão, você deve carregar pelo menos uma de suas
33
próprias camadas primeiro. Uma vez que cada um dos serviços está esperando
um pedido de latitude / longitude de sua camada.
4.9 Busca de dados em campo Quando o proprietário alegava que não conseguiria fazer a identificação
de sua propriedade via as bases de apoio Google Earth e do Qgis 2.8, era
agendada uma visita a propriedade para a coleta de pontos de controle quando
as propriedade ultrapassavam os 20ha ou era percorrido o limite da
propriedade para se ter o polígono de limite.
Estes dados foram coletados com o apoio do aplicativo para smartfone
do CR7 Campeiro, que foi instalado em um tablet para dar apoio a coleta de
dados das propriedades. Destaca-se que este modelo de tablet que foi usado,
recebe dados das duas principais constelações de satélites mundiais a GPS e
a GLONASS, o que possibilita um menor erro da apuração das coordenadas
dos vértices.
Dentre os pontos que eram recolhidos estavam os limites das
propriedades, pontos junto a cursos d’água, nascentes, áreas consolidadas de
moradias. Os polígonos gerados pelo aplicativo já são transformados
automaticamente para os formatos KML (Google Earth), e TXT, para que possa
ser adicionado ao Sig Qgis, ou diretamente ao modulo do Cadastro Ambiental
Rural – CAR. Todas as atividades de campo foram desenvolvidas com apoio
da equipe de motoristas da secretária, um dos fatores que limitou o numero de
visitas às propriedades, além disto, as atividades de campo foram muito
prejudicadas visto que os meses de desenvolvimento do estágio foram muito
chuvosos o que prejudicava o deslocamento até as propriedades.
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
5.1 O Cadastro Ambiental Rural na prefeitura municipal de São Pedro do Sul
Uma das primeiras atividades desenvolvida no estágio na secretaria de
agricultura e meio ambiente foi organizar um pequeno banco de dados com as
principais bases de dados do município, sendo elas, limite municipal na escala
1:250.000, rede hidrográfica, limite dos Biomas Mata Atlântica e Bioma Pampa,
além de folhas SRTM ( Missão Topográfica Radar Shuttle ) que recobrem o
município.
A Embrapa Monitoramento por Satélite disponibiliza uma série de
imagens do Brasil visto do espaço, agora com detalhes do relevo e da
topografia. Com isso, o país passa a ter dados altimétricos precisos de todo
seu território, incluindo os acidentes geográficos mais inacessíveis.
Estes produtos foram gerados a partir de dados de radar, obtidos de sensores a bordo do ônibus espacial Endeavour, no projeto SRTM (em inglês, Shuttle Radar Topography Mission), uma parceria das agências espaciais dos Estados Unidos (NASA e NIMA), Alemanha (DLR) e Itália (ASI). Os dados espaciais são compatíveis com a primeira série Brasil visto do espaço, feita com imagens do satélite Landsat 7 de 2000/2001, disponível desde 2001 para consultas gratuitas via Internet ( Site Embrapa,2015).
Os pesquisadores da Embrapa Monitoramento por Satélite baixaram os
dados brutos do SRTM do site da NASA e fizeram um cuidadoso trabalho de
correção e padronização, eliminando falhas, sombras e distorções. O resultado
aqui disponibilizado é uma série de mapas em que cada pontinho (pixel) tem
um valor altimétrico real, visualmente convertido em falsas cores, simbolizando
as diversas altitudes.
Posteriormente deu-se prosseguimento a geração de dados espaciais
que subsidiassem as necessidades de identificação de áreas com altos índices
de declividade, que seria indispensável para a declaração de áreas de
preservação permanente junto ao CAR. A criação destes dados se deu perante
a necessidade de se realizar a analise das áreas e a secretaria não ter os
dados necessários para a aquisição destas informações nem profissionais
35
capacitados para a criação dos mesmos. As diversas informações que já fora
gerada sobre o município sempre é repassada de forma analógica para a
secretaria, ou os dados se perderam pois a mesma não tem um banco de
dados para o armazenamento das informações geradas e os dados forma
perdidos durantes as formatações dos computadores da secretaria.
5.2 Geração de dados de declividade O “novo código Florestal”, lei 12651/12 define as áreas com declividade
superiores a 45º, como áreas de preservação permanente, em seu Art. 4º,
incisos V, VIII, IX e X, que dispõem sobre regra geral para APP, cita ainda
como áreas a serem preservadas os seguintes espaços:
As encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive (inciso V); As bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais (inciso VIII); As áreas em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação (inciso X); No topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação (Inciso IX);
A geração do mapa de declividades utilizando os dados das imagens
SRTM, são dados processados pelo INPE de resolução de 20 m, passam pela
etapas relacionadas a seguir:
Fases de preparação dos dados
Download do MDE;
Mosaico de todas as folhas topodata;
Fixar a projeção do mosaico SRTM;
Reprojetar o mosaico para o sistema Plano;
Reprojetar a área de recorte do município,
Gerar o mapa de declividade em porcentagem;
36
Utilizar os dados como base para o CAR.
Download das cenas que compõem o município (Figura 12): No site da
topodata escolher as imagens do Raster de altitudes do município. Para criar o
mapa de declividades do munícipio de São Pedro do Sul foi necessário baixar
duas cenas SRTM, pois o município é cortado em uma pequena porção por
mais de uma cena.
Figura 12: Baixar imagens topodata
Fonte: Autor
Mosaico topodata: As cenas utilizadas são nomeadas de acordo com
o banco de dados Topodata, para representação de São Pedro do Sul,
utilizou-se as cenas 29S54_ZN e 29S555ZN. Estas cenas estão
georeferenciadas no sistema de coordenadas WGS 84 por padrão.
No Qgis 2.8, utilizando a ferramenta (Figura 13) Raster – Miscelânea –
Mosaico, deve-se selecionar as cenas que comporão o mosaico, após escolher
a pasta de saída do novo arquivo, marque a caixa com nenhum valor 0, para
que áreas sem dados sejam eliminados da imagem e clique em ok e será
gerado um novo raster acumulando as duas cenas.
37
Figura 13: Geração de Mosaico
Fonte: Autor
Fixar a projeção dos dados do mosaico: Na aba raster procurar por
Projeções – (Deformar) Reprojeção, abrira na tela uma caixa de dialogo na
qual devera primeiramente escolher o arquivo de entrada, ou seja o mosaico
criado. Na segunda caixa escolher um novo nome para o arquivo que será
criado, após deve-se indicar o SRC do Fonte, as imagens topodata veem todas
em WGS 84 lat/long ou EPSG: 4623.
Na caixa posterior deve-se indicar o SRC do Alvo, como estamos
fazendo este procedimento para fixar a projeção da imagem, os dados do SRC
do Alvo serão os mesmos da fonte WGS 84 EPSG 4623. Nos demais
parâmetros não deve-se fazer alterações, simplesmente clicar em ok, e gerar a
nova camada.
Este procedimento é necessário, pois, como o projeto utiliza uma
projeção arbitraria cada vez que o a imagem for adicionada será solicitada que
o usuário indique a o sistema de referencia da imagem. Realizando este
procedimento o usuário não necessitará indicar mais a projeção
posteriormente.
38
Reprojeção para o sistema Plano: Utilizando a imagem que foi mosaicada e
teve seu sistema de coordenadas fixado deve-se aplicar o mesmo
procedimento de reprojeção, apenas alterando o sistema de coordenadas que
será utilizado para um sistema plano. No caso de são Pedro Sul utilizou-se o
Sistema de Referencia de coordenadas Sirgas 2000 UTM Zona 21, visto que a
maior porção do município está no fuso 21.
Para a realização do recorte da área de interesse, ambos os arquivos
seja a imagem raster, que será cortada, ou a mascara em shepefile que será
utilizada deveram estar no mesmo sistema de projeção neste caso, o Sirgas
2000 UTM Zona 21.
Para realizar o recorte para criar o mapa de declividade deve escolher
uma área superior ao limite do município, para que não ocorra recortes de
geometrias em áreas necessárias e não desconfigure o arquivo. Deve-se criar
um polígono retangular que envolva toda a área do município. Esse tipo de
geometria pode ser criada dentro do Qgis 2.8, adicionando uma nova camada
do tipo Shapefile, selecionando a geometria polígono, sistema de coordenadas
Sirgas 2000 UTM Zona 21, e clicar em ok, e salvar na pasta de trabalho e a
nova camada será carregada na tela de trabalho.
Após a geração desta camada podemos recortar nossa área de
interesse utilizando Raster – Extração – Cortador, onde devemos selecionar o
Raster reprojetado, após dar um nome a novo arquivo recortado, marcar a
caixa nenhum valor zero, o que eliminara dados sem nenhuma informação da
imagem. Após temos a opção de selecionar a extensão da camada que será
cortada ou utilizar uma mascara para recorte.
Neste caso utilizamos a camada mascara criada anteriormente e clica
em ok e salve na pasta de trabalho o novo arquivo.
Quando todos os dados foram criados pode-se criar o mapa de
declividade utilizando a banda topodata que foi recortada, selecionando as
ferramentas de analise de terreno na aba raster, deve selecionar a declividade
como parâmetro a ser analisado.
Se seleciona o arquivo que vai gerar a declividade, após o nome do
arquivo de saída e o formato que se pretende obter os dados, neste caso
GeoTiff e clica em ok e o mapa de declividade deve ser adicionado a tela
39
. Após a geração do mapa podemos realizar o recorte para a área de
interesse do município. Para realizar o recorte do arquivo raster, devemos
adicionar ao projeto camada vetorial que queremos utilizar para realizar o
recorte no caso o limite do município. Quando a camada raster e a vetorial já
estiverem adicionadas ao projeto deve-se ir na aba “raster”, “Extração”,
“cortador”, após na janela cortador determine :
O nome do arquivo de entrada: será a camada declividades
O arquivo de saída: a pasta onde será armazenada o novo arquivo
Marcar a caixa nenhum valor de dado, e determinar o valor 0: este
procedimento eliminara da imagem dados de valor nulo ou zero.
Escolher o modo Mascara: onde será escolhida a camada do polígono
de corte
E clicar em ok.
Os dados deste mapa serão apresentados em porcentagens, mas para
melhor visualização das classes utilizamos a reclassificação via as classes da
(Embrapa, 1979).
O arquivo do novo mapa de declividades (ANEXO 1), será adicionado a
tela para poder ser reclassificado (Figura 14) e gerado a composição de
impressão.
40
Figura 14 - Uso da imagem para determinação de áreas declivosas
Fonte: Autor
5.3 Criação de multi buffers Os buffers são ferramentas de auxilio os usuários de Sig’s, agente
ambientais, cadastradores ambientais a identificarem as áreas de preservação
permanentes detro das propriedades rurais.
O novo código florestal no que trata de áreas de preservação
permanente define:
Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função Ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; (Inciso II Art. 3º Lei 12.651/12).
Segundo o Art. 4º da Lei 12.651, são consideradas APP:
As faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
41
Cursos até 10 m 30 metros
Cursos de 10 m a 50 m 50 metros
Cursos de 50 m a 200 m 100 metros
Cursos de 200 m a 600 m 200 metros
Cursos acima de 600 m 500 metros
Fonte: Autor baseado na Lei 12651/12
O novo código florestal trouxe a possibilidade de significativas diferenças
entre a antiga legislação e a hoje em vigor quanto às características dos locais
que devem ser protegidos às margens dos cursos d’água.
5.3 As Regras Transitórias e as Exigências Mínimas de Preservação Ambiental
Às margens de cursos d’água existe a possibilidade de manutenção das
atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo Rural, realizadas em
Áreas Rurais Consolidadas, uma vez que se atendam os critérios mínimos de
preservação Ambiental previstos nos parágrafos 1º ao 4º do Artigo 61-A da Lei
12.651/12, considerados os limites máximos estabelecidos no Artigo 61-B.
A recomposição exigida é feita a partir da borda da calha do leito
regular, independente da largura do curso d’água, tendo como base o tamanho
das propriedades em módulos fiscais.
Para imóveis rurais com área de até 1 (um) módulo fiscal, será
obrigatória a recomposição das faixas marginais em 5 (cinco) metros, contados
da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do curso
d’água.
Para imóveis rurais com área superior a 1 (um) módulo fiscal e de até 2
(dois) módulos fiscais, será obrigatória a recomposição das respectivas faixas
marginais em 8 (oito) metros, contados da borda da calha do leito regular,
independentemente da largura do curso d'água.
Para imóveis rurais com área superior a 2 (dois) módulos fiscais e de até
4 (quatro) módulos fiscais, será obrigatória a recomposição das respectivas
faixas marginais em 15 (quinze) metros, contados da borda da calha do leito
regular, independentemente da largura do curso d'água.
42
Para imóveis rurais com área superior a 4 (quatro) módulos fiscais, será
obrigatória a recomposição das respectivas faixas marginais, conforme
determinação do PRA (Programa de Regularização Ambiental), observado o
mínimo de 20 (vinte) e o máximo de 100 (cem) metros, contados da borda da
calha do leito regular.
Esta regra pode ser visualizada na Figura (15):
Figura 15: Regras das áreas de preservação permanente
Fonte: SICAR
Sendo assim a utilização da ferramenta multiple buffer do qgis 2.8, é
possibilitar a demonstração destas áreas de preservação de acordo com as
regras do código florestal, de uma maneira mais simplificada gerando apenas
um arquivo que demonstre as áreas que as APPs ocupam dentro da
propriedade.
O multiple Distance Buffer não é um complemento nativo do Qgis, este
deve ser adicionado junto ao repositório de complementos do Qgis. Para
trabalhar com o multiple buffer os dados devem estar projetados ao um
Sistema de Coordenadas Planas, ou seja, a projeção Universal Transversa de
Mercator, para que seja mais fácil realizar os cálculos de distancias.
Após adicionar o complemento deve-se buscar na aba vetor por
“Multiple Distance Buffer “ e seleciona-lo assim na janela de seleção que será
aberta poderá ser adicionado os parâmetros que o usuário necessita.
43
Primeiramente deve-se selecionar a camada que será a base para o
“MultipleBuffer” em “Imput layer”. E em “Buffer Distances” (Figura 16) o usuário
deve definir as distancias que necessita que saja criada, nosso caso utilizamos
as distancias que devem ser respeitas pela regra geral e pela regra transitória
para as áreas de preservação permanente. Para cada distancia que e
adicionado o usuário deve usar o botão “add” para adicionar o buffer, sendo
assim para todos.
O arquivo gerado será um arquivo virtual, devendo o usuário salvar este
arquivo no formato que desejar para que este seja criado de maneira
permanente.
Figura 16: Uso do complemento Multiple distance Buffer Fonte: Autor
Pode se analisar que os resultados demonstrados na tela (Figura 17)
são suficientes para a identificação e posterior adição de dados de áreas de
preservação permanente no sistema de Cadastro Ambiental Rural ou
transformação dos arquivos em KML para visualização no Google Earth Pró.
44
Figura 17: Resultado da geração dos buffer para as regras do CAR
Fonte: Autor
5.5 Identificação de valores de porcentagem das áreas de preservação
permanente.
A geração de buffer para identificação de áreas de preservação
permanente é uma importante ferramenta para determinar as áreas mínimas
para a recomposição em propriedades que tem áreas com uso consolidado. A
Lei 12651/12 determina que para propriedades de até um módulo fiscal:
§ 1
o Para os imóveis rurais com área de até 1 (um) módulo
fiscal que possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será obrigatória a recomposição das respectivas faixas marginais em 5 (cinco) metros, contados da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do curso d´água.
Sendo assim para as áreas de recomposição a mesma lei define que:
Art. 61-B. Aos proprietários e possuidores dos imóveis rurais que, em 22 de julho de 2008, detinham até 10 (dez) módulos fiscais e desenvolviam atividades agrossilvipastoris nas áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente é garantido que a exigência
45
de recomposição, nos termos desta Lei, somadas todas as Áreas de Preservação Permanente do imóvel, não ultrapassará. I - 10% (dez por cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais com área de até 2 (dois) módulos fiscais;
Para a identificação destas áreas utilizamos a metodologia que esta
abaixo para identificar o quanto das áreas de preservação permanente
representam em porcentagem da área total da propriedade
5.5.1 Geração de arquivos para gerar a porcentagem de áreas de preservação permanente. Criação de arquivos do limite da propriedade:
Devem estar projetados no sistema Sirgas 2000 UTM
Nascentes, Sangas, Polígonos da propriedade.
Geração de buffer de acordo com as leis ambientais brasileiras para o
bioma Mata atlântica; Buffer de 5 metros e 30 metros. Os 5 metros estão de
acordo com a área para recuperação em casos de áreas consolidadas e os 30
metros são da regra geral de áreas de preservação permanente. Estes buffers
serão gerados em formas de polígonos que estabelecem o raio indicado pelo
usuário para ambas às margens do curso de agua, o que leva o usuário a ter
que recortar o buffer de acordo com o limite da propriedade. No qgis na aba
geoprocessamento “cortar” (Figura 18) pode ser gerada essa nova camada.
46
Figura 18 - Ferramenta Cortar do Qgis
Fonte: Autor
Este novo arquivo apresenta a área de preservação para a área do
polígono e será utilizada para a geração de um novo arquivo utilizando a
ferramenta mesclar dados. Para este procedimento ambos os arquivos
necessitarão ter o mesmo tipo de geometria, no caso a mescla só poderá
ocorrer se ambos os arquivos forem polígonos. Para a geração do arquivo
mesclado deve realizar os seguintes procedimentos:
Buscar na Aba Vetor “gerenciador de Dados” “ Unir Shapefile em um
Arquivo” (Figura 19 ). Na aba que abrir na tela “mesclar arquivos Shapefile”
clique na seguintes opções:
47
Figura 19 - Ferramenta Mesclar dois shapefile Fonte: Autor
Selecionar através de camadas na pasta;
Selecione o tipo de geometria: neste caso o polígono;
Selecione o caminho das camadas de entrada: neste caso utiliza-se o
polígono do limite e o polígono do Buffer da área interna do polígono;
Seleciona-se o nome e local de saída deste novo arquivo;
E clica em ok e os novos dados serão atualizados na tela do Qgis 2.8.
Após este procedimento o novo arquivo gerado apresentara as diversas
feições que foram mescladas em um único arquivo. Sendo assim poderá ser
calculado a área percentual que cada classe representara dentro da
propriedade. Na tabela de atributos, utilizando a calculadora de campo será
gerado uma nova coluna com a área de cada parte, seguindo os seguintes
procedimentos:
Criar um novo Campo;
Nome do novo campo;
Tipo do novo campo: Decimal Real
Largura do novo campo.
48
Na área de inserção do campo de expressão deve-se adicionar a
seguinte expressão:
$area /10000
O $area é encontrado na função geometria a direita do campo
expressão. O valor da área será da em hectares uma vez que o usuário utilizou
a divisão já por 10000 m². Após para definirmos quantos por cento cada
parcela representa dentro da propriedade deve-se adicionar na tabela de
atributos um campo com a área total do imóvel. Para realizar este
procedimento utiliza- se a calculadora de campo com a expressão (Figura 20)
( "area" / "Area_total" ) * 100
Figura 20 - Calculo de área na calculadora de campo Fonte: Autor
Desta maneira podemos determinar se a propriedade tem áreas
suficientes de áreas de preservação permanente, e esta acima ou abaixo do
49
limitador dos 10 % das áreas de preservação permanente para propriedades
que tem até um modulo fiscal, sendo assim para que não haja necessidade de
recomposição de novas áreas.
CONCLUSÃO
O estágio foi muito importante como experiência prática onde pode-se
entender e compreender algumas das possibilidades de participação de um
Técnico em Geoprocessamento na administração publica. O estágio realizado
permitiu a utilização de fundamentos teórico-práticos obtidos o curso técnico,
entre eles SIG, cadastro, aerofotogrametria, legislação entre outros.
Na realização das atividades de estágio, o aluno intensifica os estudos
relacionados à temática que está trabalhando, refletindo assim, em um melhor
preparo para o mercado de trabalho.
Quanto a pontos que pode-se ressaltar sobre a prefeitura municipal de
São Pedro do Sul, é a falta de um servidor para armazenamento dos dados
que foram gerados por este trabalho e pelo os demais dados que serão
gerados durante o cadastro ambiental rural do município, para formar um
banco de dados do município
Os objetivos do estágio foram alcançados e é possível concluir que a
prática em Cadastro ambiental Rural, possibilita a entrada em um grande
mercado para técnicos em Geoprocessamento. O curso técnico em
geoprocessamento do Colégio Politécnico possibilitou durante todo o período
do curso um numero relevante de discussões sobre as mais variadas
aplicações do geoprocessamento para os seus alunos, além de possibilitar
diversas praticas nas tanto na área cadastral, como na área do
georreferenciamento.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, L. C. Análise espacial de dados com o quantum gis: exercícios realizados durante tópico especial ofertado pelo programa de Pós-Graduação em Geografia da UFSC. OBSERVATORIUM: Revista Eletrônica de Geografia, v.3, n.8, p.173-194, dez.2011. BOSSLE, R. C.QGIS. Geoprocessamento na Prática. Curitiba: Editora Ithala, 2015 1º ed. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988: atualizada até a Emenda Constitucional n. 88, de 07- 05-2015. 21. Disponível em: http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_07.05.2015/CON1988.pdf. Acessado em 13 de novembro de 2015. BRASIL. Lei n.11428, de 22 de dezembro de 2006, Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 21 nov. 2008. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11428.html>. Acesso em 05 de novembro de 2015. BRASIL. Lei n.12651, de 25 de Maio de 2012, Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 mai. 2012. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em 12 de novembro de 2015.
BRASIL. Decreto Federal n 6.660 de 21 de novembro de 2008. Regulamenta dispositivos da Lei no 11.428, de 22 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 22 dez. 2006. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6660.html> Acesso em 12 de novembro de 2015
52
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ANEXOS
Anexo 1 - MAPA DE DECLIVIDADE DE SÃO PEDRO DO SUL