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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM CURSO TÉCNICO EM GEOPROCESSAMENTO GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL RURAL EM SÃO PEDRO DO SUL RS RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO Lucas Francisco Guimarães Palmeira Santa Maria, RS, Brasil. 2015

GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

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Page 1: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM

CURSO TÉCNICO EM GEOPROCESSAMENTO

GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL RURAL EM SÃO PEDRO DO SUL – RS

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

Lucas Francisco Guimarães Palmeira

Santa Maria, RS, Brasil. 2015

Page 2: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO

AMBIENTAL RURAL EM SÃO PEDRO DO SUL – RS

Lucas Francisco Guimarães Palmeira

Relatório de Habilitação Profissional apresentado ao Curso Técnico em Geoprocessamento da Universidade Federal de Santa Maria - RS, como

requisito parcial para obtenção do título de Técnico em Geoprocessamento

Orientador: Valmir Vieira

Santa Maria, RS, Brasil 2015

Page 3: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

Universidade Federal de Santa Maria Colégio Politécnico da UFSM

Curso Técnico em Geoprocessamento

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Relatório de Estágio

GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

RURAL EM SÃO PEDRO DO SUL – RS

Elaborado por Lucas Francisco Guimarães Palmeira

Como requisito parcial para obtenção do título de Técnico em Geoprocessamento

COMISSÃO EXAMINADORA:

Valmir Vieira, Dr. (Presidente/Orientador)

Alessandro Carvalho Miola, Dr. (UFSM)

Luane Izabel Dias Milder, Msc. (PMSPS - SAMA)

Santa Maria, 10 de Dezembro de 2015

Page 4: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

Universidade Federal de Santa Maria Colégio Politécnico da UFSM

Curso Técnico em Geoprocessamento

GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

RURAL EM SÃO PEDRO DO SUL – RS

Relatório de Estágio realizado na PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO DO SUL.

Elaborado por Lucas Francisco Guimarães Palmeira

Valmir Vieira, Dr. (Presidente/Orientador)

Luane Izabel Dias Milder. (Supervisora da empresa)

Lucas Francisco Guimarães Palmeira (Estagiário)

Santa Maria, 10 de Dezembro de 2015

Page 5: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

RESUMO

Relatório de Estágio Colégio Politécnico da UFSM

Universidade Federal de Santa Maria

GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL RURAL EM SÃO PEDRO DO SUL – RS

AUTOR: LUCAS FRANCISCO GUIMARÃES PALMEIRA

ORIENTADOR: VALMIR VIEIRA Santa Maria, 10 de Dezembro de 2015.

O Estágio Supervisionado, de 200 horas como requisito parcial para a formação no curso de Técnico em Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, foi desenvolvido na Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, localizado no município de São Pedro do Sul – RS, região central do estado do Rio Grande do Sul. Foram desenvolvidas atividades que tiveram como objetivo, obter dados geográficos através das técnicas e ferramentas oriundas do geoprocessamento e sensoriamento remoto, que possam auxiliar na geração de informações, que venham colaborar com estruturação e atualização do modulo de Cadastro Ambiental Rural – CAR no município, produção de mapas temáticos, mapeamento de uso do solo, análises com modelos digitais de elevação treinamento em Softwares e equipamentos disponíveis, e a possibilidade de posterior elaboração de artigo científico e participação em eventos. A realização do estágio permitiu ampliar os conhecimentos sobre as noções e fundamentos de Geoprocessamento, a interação com a equipe de trabalho, a vivência do dia a dia de um órgão Ambiental, em trabalhos de campo e aprendizados que não são possíveis em sala de aula.

Palavras-chave: Estágio. Geoprocessamento. Qgis 2.8, Cadastro Ambiental Rural.

Page 6: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa de Localização de São Pedro do Sul- RS ...................... 12

Figura 2 - Gerenciador de complementos do Qgis .................................... 20

Figura 3: Tela inicial do Cadastro ................................................................. 23

Figura 4: Seleção de tipo da Propriedade .................................................. 24

Figura 5: Indicação do Cadastrante ............................................................. 25

Figura 6: Identificação do Imóvel .................................................................. 26

Figura 7: Identificação do Domínio da Propriedade ................................... 27

Figura 8: Documentação do Imóvel .............................................................. 28

Figura 9 - Etapa Geo do Cadastro Ambiental Rural .................................. 29

Figura 10: Interação com Produtor Rural ..................................................... 31

Figura 11: Adição da Camada do Open Layers ......................................... 32

Figura 12: Baixar imagens topodata ............................................................. 36

Figura 13: Geração de Mosaico .................................................................... 37

Figura 14 - Uso da imagem para determinação de áreas declivosas ..... 40

Figura 15: Regras das áreas de preservação permanente ...................... 42

Figura 16: Uso do complemento Multiple distance Buffer......................... 43

Figura 17: Resultado da geração dos buffer para as regras do CAR ..... 44

Page 7: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APP –ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

CAR – CADASTRO AMBIENTAL RURAL

CF – CÓDIGO FLORESTAL

IBGE – INTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA

KML –

MDE – MODELO DIGITAL DE ELEVAÇÃO

SAMA – SECRETARIA DE AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE

SHP - SHAPEFILE

SICAR – SISTEMA DE CADASTRO AMBIENTAL RURAL

SIG – SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

SRC – SISTEMA DE REFERENCIA DE COORDENADAS

SRTM - MISSÃO TOPOGRÁFICA RADAR SHUTTLE

UTM – UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCARTOR

Page 8: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 10

1.1 Justificativa ................................................................................ 10

1.2 Caracterização do município de São Pedro do Sul ................. 11

2 OBJETIVOS .................................................................................................... 14

2.1 Objetivo Geral ............................................................................. 14

2.2 Objetivos Específicos ................................................................ 14

3. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 15

3.1 Cadastro Ambiental Rural ......................................................... 15

3.2 Sistema de Informações Geográficas (SIG) ............................. 17

3.3 O Qgis Wien 2.8 .......................................................................... 18

3.3.1 A história do QGIS ......................................................................... 19

3.3.2 A comunidade do QGIS ................................................................ 19

3.3.3 Características QGIS .................................................................... 20

4. METODOLOGIA ........................................................................................... 22

4.1 O modulo de Cadastro Ambiental Rural .................................. 22

4.2 Iniciando a inscrição no CAR.................................................... 23

4.3 CADASTRANTE .......................................................................... 24

4.4 IMÓVEL ....................................................................................... 25

4.5 DOMÍNIO ..................................................................................... 26

4.6 DOCUMENTAÇÃO ...................................................................... 27

4.7 GEO ............................................................................................. 28

4.8 Formas de obtenção de dados para realizar o Cadastro Ambiental Rural .......................................................................................... 29

4.9 Busca de dados em campo ....................................................... 33

5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .............................................................. 34

5.1 O Cadastro Ambiental Rural na prefeitura municipal de São Pedro do Sul ................................................................................................ 34

5.2 Geração de dados de declividade ............................................ 35

5.3 Criação de multi buffers ............................................................ 40

5.3 As Regras Transitórias e as Exigências Mínimas de Preservação Ambiental .............................................................................. 41

Page 9: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

CONCLUSÃO .................................................................................................... 50

REFERÊNCIAS ................................................................................................. 51

ANEXOS ............................................................................................................ 55

Page 10: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

1 INTRODUÇÃO

O presente estágio foi realizado na Prefeitura Municipal de São Pedro do

Sul, Estado do Rio Grande do Sul, sendo as atividades realizadas

especificamente junto a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente – SAMA. No

município de São Pedro do Sul as questões ambientais, em especial as

atividades relacionadas ao controle das áreas verdes, a aplicação das posturas

urbanas ambientais locais e os Licenciamentos Ambientais para o cumprimento

da nova legislação são de responsabilidades do setor de Licenciamento

Ambietal. Atualmente, esta Secretaria é composta por um Secretário Municipal

que é responsável por todas as atividades realizadas, uma Engenheira

Florestal, um Médico Veterinário, uma Técnica Agrícola e outros funcionários

que desempenham diversas funções. Dessa forma, realizam atividades com o

intuito de coordenar e desenvolver ações em conjunto com a comunidade,

visando o desenvolvimento econômico, a proteção Ambiental e o bem estar

social e o cumprimento da Legislação Ambiental vigente.

1.1 Justificativa

Num país de dimensão continental como o Brasil, com uma grande

carência de geoinformações adequadas para a tomada de decisões sobre os

problemas urbanos, rurais e ambientais, o Geoprocessamento e mais

especificamente, os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são ótimas

ferramentas para órgãos públicos e empresas privadas planejarem suas ações.

O estágio do Curso Técnico em Geoprocessamento do Colégio

Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria é composto por atividades

profissionais, as quais o futuro profissional exerce em ambiente empresarial ou

em instituições de pesquisa. As ações são firmadas e estabelecidas entre um

docente na área de atuação que o aluno deseja atuar, e se concretiza na

relação interinstitucional, sob a tutela e supervisão de um profissional da

instituição, seja ela pública ou privada, em que se realiza o estágio, conferindo

condições para a realização das atividades no período fixado em contrato.

Page 11: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

11

O estágio supervisionado tem como principal objetivo proporcionar ao

estagiário a visão contextualizada, conferindo a responsabilidade técnica, por

meio da vivência que o acadêmico venha aplicar conhecimentos e

metodologias adquiridos no ambiente acadêmico. Objetivando através do

compromisso firmado entre as partes, participar e propor soluções as

demandas da instituição.

1.2 Caracterização do município de São Pedro do Sul

A formação da cidade data de 1866, quando Crescêncio José Pereira

doou 14 hectares de terra para edificação de uma capela e distribuiu

gratuitamente terrenos para quem quisesse aqui residir. Até o ano de 1926

pertenceu à Santa Maria, e a 22 de março de 1926 conseguiu sua

emancipação político/administrativa, através do decreto Estadual nº 3624. Teve

ao longo de sua história vários nomes: "São Pedro do Rincão", "Rincão de São

Pedro", "São Pedro" e finalmente "São Pedro do Sul". O município de São

Pedro do Sul em destaque no Mapa 1 está localizado na Região central do Rio

Grande do Sul, distando 329 km de Porto Alegre, capital do Estado do Rio

Grande do Sul, pela BR 287 (PLANO AMBIENTAL, 2010). São Pedro do Sul é

rica em fósseis animais e vegetais do período triássico. Possui a maior reserva

de fósseis vegetais do mundo. É um fenômeno único, que ocorreu entre 206 a

248 milhões de anos atrás, durante a era Mesozóica por uma combinação de

vários fatores naturais.

Page 12: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

12

Figura 1 - Mapa de Localização de São Pedro do Sul- RS Org: Autor 2015

A cidade está situada entre as coordenadas geográficas: 29° 37' 15"

latitude Sul e 54° 10' 44" de longitude Oeste, possuindo a extensão territorial de

873,592 Km². A população total de São Pedro do Sul é de 17.751 habitantes,

(IBGE, 2011). O município é banhado pelos rios Ibicuí Mirim e Toropi e ainda

os arroios Taquara, Guassupi, xiniqua, Sanga Funda e outros. Quanto aos

Biomas, destaca-se que o município esta numa área de transição entre o

Bioma Mata Atlântica e o Bioma Pampa (PLANO AMBIENTAL

MUNIIPAL,2010).

O município de São Pedro do Sul estabelece limites geopolíticos com os

municípios de Toropi, Cacequi, Dilermando de Aguiar, Santa Maria, São

Vicente do Sul, Quevedos, Mata e São Martinho da Serra. (IBGE, 2011).

Page 13: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

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Identificação da Empresa

Nome: Prefeitura municipal de São Pedro do Sul – Secretária de

Agricultura e Meio Ambiente

Endereço: Rua Floriano Peixoto, 222, Centro

CEP: 97400000

Cidade: São Pedro do Sul – Rio Grande do Sul

Contato: (55) 3276-1085

Horário de funcionamento: De segunda à sexta-feira

Manhã: das 8h00min às 14 horas

Page 14: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Aplicar técnicas do geoprocessamento no apoio ao Cadastro Ambiental

Rural em São Pedro Do Sul.

2.2 Objetivos Específicos

Utilizar técnicas do geoprocessamento com Softwares Livres para

geração de dados para apoiar o Cadastro Ambiental Rural;

Gerar um mapa de declividade para construir materiais de apoio ao

Cadastro Ambiental Rural;

Gerar tutoriais de uso de ferramentas do Qgis 2.8, no apoio ao Cadastro

Ambiental Rural;

Reconhecer e demostrar as dificuldades que os profissionais ligados a

área do geoprocessamento enfrentarão na realização do Cadastro Ambiental

Rural.

Page 15: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Cadastro Ambiental Rural

Em 25 de maio de 2012 foi promulgada a Lei Federal nº 12.651/2012

(vulgarmente chamada de “Novo Código Florestal”), que dispõe sobre a

proteção da vegetação nativa.

Conforme estabelecido em seu artigo 1º a Lei Federal nº 12.651/2012

tem como objetivo estabelecer normas gerais sobre a proteção da vegetação,

áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração

florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos

produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, prevê

instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.

Apesar da intensa polêmica que permeou as discussões referentes à

elaboração desta nova lei florestal, poucas mudanças foram trazidas em

relação aos espaços protegidos dentro dos imóveis rurais, tais como as áreas

de preservação permanente e reserva legal, permanecendo ao proprietário ou

possuidor do imóvel a obrigatoriedade de conservar estas áreas legalmente

protegidas.

A grande novidade da nova lei é o Cadastro Ambiental Rural – CAR,

principal instrumento de regularização Ambiental dos imóveis rurais é a

obrigatoriedade por Lei da realização deste Cadastro. O CAR se mostra uma

importante ferramenta do Poder Público para a gestão e ordenamento territorial

no que se refere às questões ambientais.

O Cadastro Ambiental Rural – CAR é um registro eletrônico, obrigatório

para todos os imóveis rurais, que tem por finalidade integrar as informações

ambientais referentes à situações das:

Áreas de Preservação Permanente - APP,

Áreas de Reserva Legal,

Dos remanescentes de vegetação nativa,

Das Áreas de Uso Restrito ,

Das áreas consolidadas

Page 16: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

16

Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012, que criou o Sistema de

Cadastro Ambiental Rural – SICAR, para integração destas informações.

O Sistema de Cadastro Ambiental Rural - SICAR, foi criado para a

integração das informações, com os seguintes objetivos:

Art.3º:

I. Receber, gerenciar e integrar os dados do CAR de todos os entes federativos;

II. Cadastrar e controlar as informações dos imóveis rurais, referentes a seu perímetro e localização, aos remanescentes de vegetação nativa, às áreas de interesse social, às áreas de utilidade pública, às Áreas de Preservação Permanente, às Áreas de Uso Restrito, às áreas consolidadas e às Reservas Legais;

III. Monitorar a manutenção, a recomposição, a regeneração, a compensação e a supressão da vegetação nativa e da cobertura vegetal nas áreas de Preservação Permanente, de Uso Restrito, e de Reserva Legal, no interior dos imóveis rurais;

IV. Promover o planejamento Ambiental e econômico do uso do solo e conservação Ambiental no território nacional; e,

V. Disponibilizar informações de natureza pública sobre a regularização Ambiental dos imóveis rurais em território nacional, na Internet.

O CAR se constitui em base de dados estratégica para o controle,

monitoramento e combate ao desmatamento das florestas e demais formas de

vegetação nativa do Brasil, bem como para planejamento Ambiental e

econômico dos imóveis rurais.

Em que pese o avanço decorrente da criação do CAR, a Lei Federal nº

12.651/2012 criou um conceito denominado “Área Rural Consolidada” definida

em seu artigo 3º inciso III como “área de imóvel Rural com ocupação antrópica

pré-existente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades

agrossilvopastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio”.

O marco de 22 de julho de 2008 não foi escolhido aleatoriamente. Foi

nesta data que houve a promulgação do Decreto Federal nº 6.514/2008 que

dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente. Desta

forma, a data de publicação do decreto ficou estabelecido como um “marco

zero” e todos os desmatamentos ilegais ocorridos antes de sua publicação

tornam-se sem efeito, desde que cumpridas algumas condições impostas pela

nova lei florestal. Desta forma, as áreas rurais consolidadas acabam por

legitimar os desmatamentos irregulares ocorridos antes de julho de 2008.

Page 17: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

17

3.2 Sistema de Informações Geográficas (SIG)

Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG), consistem na aplicação

de softwares que analisam os dados espaciais obtidos por coleta à campo ou

por carta topográfica e/ou imagens de satélites, sendo uma ferramenta de

manipulação, ou um modo de digitalização de mapas, possibilitando a

organização dos dados obtidos e determinar um diagnóstico das variáveis

estudadas.

O uso de geotecnologias para o monitoramento e planejamento do uso

sustentável dos recursos naturais tem se difundido cada vez mais e facilitando

o desenvolvimento de estudos ambientais. Uma ampla tecnologia existente

permite o uso de ferramentas e produtos capazes de facilitar e agilizar o

levantamento, mapeamento e análise dos recursos naturais existentes.

As geotecnologias são um conjunto de tecnologia para a coleta, o

processamento, a análise e a oferta de informações com referência geográfica,

as geotecnologias integram soluções em hardware e software como poderosas

ferramentas para tomadas de decisões (ROSA, 2005).

Entre os maiores desafios para a gestão de bacias hidrográficas, está a

organização de dados cartográficos de diferentes origens e natureza, para que

possam ser utilizados efetivamente por técnicos e gestores públicos, servindo

de base para a continuidade de futuros programas ou ações.

Além disso, muitos destes dados cartográficos são disponibilizados aos

gestores públicos em formatos inadequados a incorporação dos Sistemas de

Informação Geográfica (SIG) exigindo, portanto, diferentes processos de

transformação. Desta forma, os SIGs são ferramentas imprescindíveis para a

organização, análise e gerenciamento de dados em bacias hidrográficas

(OLIVEIRA et al., 2011).

Câmera e Medeiros (1993), em uma visão mais técnica, trazem os SIGs

como instrumentos computacionais que permitem a realização de análises

complexas ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados

georreferenciados. Nessa perspectiva, os SIGs contribuem na evolução da

tecnologia, abrangidas pelo Geoprocessamento, sendo esta definida como

Page 18: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

18

técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento de informações

geográficas.

O uso de geotecnologias ou SIG’s, auxiliam na interpolação dos dados

reais extraídos em bases cartográficas e/ou trabalhos a campo, processados

em softwares que aceleram o encontro dos resultados, podendo ser analisados

e interpretados através de mapas temáticos, ricos em detalhes. Desse modo, o

geoprocessamento torna-se uma ferramenta imprescindível nos estudos

ambientais, pois permite uma abordagem complexa e integradora das relações

entre natureza e sociedade, fundamental para a realização das práticas

eficientes na gestão ambiental.

A síntese dos mapas temáticos e a integração dos parâmetros para a

definição adequada dos limites de cada unidade são facilitadas pelas

ferramentas de Cartografia Digital e SIG’s (FIORI, 2004).

No mesmo sentido possibilita a realização de análises complexas ao

integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados

georreferenciados, tornando possível automatizar a produção de documentos

cartográficos e a tomada de decisão de maneira mais rápida e precisa.

A utilização do SIG na geração de mapas temáticos, garante eficiência e

rapidez no processo de manipulação e tratamento de dados, assim como na

tomada de decisões.

É importante ressaltar a aplicabilidade dos dados, uma vez que os

mesmos estão disponibilizados em formatos que podem ser manipulados por

diversos softwares, apresentando-se como uma importante ferramenta para

análise em pequenas e médias escalas de trabalho.

No mesmo sentido possibilita a realização de análises complexas ao

integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados

georreferenciados, tornando possível automatizar a produção de documentos

cartográficos e a tomada de decisão de maneira mais rápida e precisa.

3.3 O Qgis Wien 2.8

Page 19: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

19

3.3.1 A história do QGIS

O projeto QGIS teve início em Fevereiro de 2002 tendo o primeiro

lançamento do programa ocorrido em Junho do mesmo ano. O objetivo inicial

era criar um visualizador gratuito para a base de dados geográfica PostGIS que

funcionasse em sistemas operacionais livres (GNU/Linux). Com o tempo, o

QGIS tornou-se numa aplicação multiplataforma que funciona em todas as

principais versões do Unix, GNU/Linux, bem como Mac OsXe MS Windows.

Suporta numerosos formatos vetoriais, raster, e bases de dados, e fornece uma

ampla gama de funções de geoprocessamento para raster e vetor (CENSIPAM,

s/d, p. 5). Esse SIG está em constante atualização, em 2015 durante o

desenvolvimento deste projeto o mesmo encontra-se na versão 2.8 Wien, e

estava sendo lançada a versão 2.10 Pisa (GEOSABER, 2015)

3.3.2 A comunidade do QGIS

O projeto QGIS é o resultado do trabalho de um grupo de

desenvolvedores, tradutores, autores de documentação e pessoas que ajudam

no processo de lançamento de novas versões, identificando e divulgando as

falhas do programa. A sua contribuição é largamente voluntária, mas em

alguns casos é suportado diretamente por empresas, instituições e

administrações publicas (ALMEIDA, 2011). O QGIS recebe constantes

contribuições de voluntários e de profissionais da área de geoprocessamento

que buscam aprimorar o software identificando e divulgando suas falhas,

produzindo tutoriais, traduzindo manuais, gerando novas ferramentas e

melhorando as ferramentas já existentes. (MANGHI et al 2011)

Almeida (2011) destaca que trabalhar com QGIS é simples e intuitivo,

graças à moderna interface gráfica baseada nas bibliotecas gráficas Qt4.

Todas as funções são claramente separadas. Uma barra de menu permite o

acesso às funções de QGIS usando um menu hierárquico padrão, com ícones

estão na barra de ferramentas, e com os atalhos de teclado correspondente,

Page 20: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

20

totalmente configuráveis. Os ícones na barra de ferramentas realizam acesso

direto a funções do menu, além de ferramentas adicionais para interagir com o

mapa, na janela principal de visualização. Os ícones e as barras de

ferramentas podem ser desativados para que se possa mostrar uma interface

mais simplificada. As funcionalidades do QGIS são ampliadas através de um

repositório de plugins (Figura 2). Além dos instalados automaticamente com o

programa ou nativos, o usuário pode buscar e instalar outros plugins utilizando

o menu complementos do QGIS. Os voluntários disponibilizam em média um

novo plug-in Python a cada semana e atualmente existem mais de 400 plug-ins

à disposição dos usuários.

Figura 2 - Gerenciador de complementos do Qgis

Fonte: Autor

3.3.3 Características QGIS

Possui um grande e crescente número de funções, fornecidas tanto pelo

programa de base como pelas suas extensões, entre as quais se destacam a)

visualização e reprojeção “onthefly" de camadas vetoriais e raster em

diferentes formatos. QGIS suporta as bases de dados geográficas

PostgreSQL/PostGIS, SpatiaLite e SQL Anywhere além de todos os mais de 60

Page 21: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

21

formatos suportados pela biblioteca GDAL/OGR, incluindo ESRI Shapefile,

MapInfo, KML, GPX, GML, DNG Microstation, GeoTIFF, Erdas IMG (como

também ECW, através das necessárias bibliotecas proprietárias), MrSID,

locations/mapsets GRASS e serviços WMS/WFS/WFS-T de acordo com os

standards da OGC, Open Geospatial Consortium; Rendering de dados

OpenStreetMap no). O Quantum GIS fornece um número crescente de

capacidades através de suas principais funções e complementos, aonde

podemos visualizar gerenciar, editar, analisar os dados, compor mapas

impressos, trabalhar com dados Raster e vetoriais entre outras.

Page 22: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

4. METODOLOGIA

Para a realização do Cadastro Ambiental Rural via Secretaria de

Agricultura e Meio Ambiente (SAMA) - de São Pedro do sul, primeiramente foi

criada uma lista de espera para que os pequenos proprietários do município

receberem o apoio para a realização do Cadastro.

A Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente esta disponibilizando este

serviço de forma gratuita a todos os possuidores de propriedades rurais que

totalizem até 88 ha, o modulo fiscal do munícipio é 22 há, tendo em vista que

este procedimento esta previsto no decreto 7830/12.

O artigo 2º, inciso II, do Decreto n. 7830/12, que institui e regulamenta o

Cadastro Ambiental Rural, com texto idêntico ao artigo 29 do Código Florestal,

traz a seguinte definição:

Registro eletrônico de abrangência nacional junto ao órgão Ambiental competente, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento Ambiental e econômico, e combate ao desmatamento”.

4.1 O modulo de Cadastro Ambiental Rural

O modulo para realizar o Cadastro Ambiental Rural esta disponível para

ser baixado no site do CAR (www.car.gov.br), e instalado na maquina de

acesso do cadastrador.

O produtor ou cadastrante deve atentar para baixar o modulo referente

ao seu estado, principalmente os do Rio Grande do Sul, que tem uma

peculiaridade que é o Bioma Pampa e seus banhados, área de preservação

permanente que esta apenas no modulo deste estado.

Após efetuar o Download programa e sua instalação o cadastrante deve

baixar as imagens de interesse para local da propriedade, as imagens

disponibilizadas pelo modulo de Cadastro deveriam ter até 5 metros de

Page 23: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

23

resolução espacial. Na tela inicial do Cadastro além de baixar imagens, o

cadastrante poderá gravar um Cadastro, ou enviar o Cadastro ao modulo, ou

ter acesso a retificação.

4.2 Iniciando a inscrição no CAR

Após ter baixado as imagens não existe mais a necessidade de acesso

à internet para continuar o Cadastro. Para iniciar o Cadastro, selecione o item

“CADASTRAR” na porção superior da tela (Figura 3). Então, abrirá a tela

CADASTRO DE IMÓVEIS.

Figura 3: Tela inicial do Cadastro

Fonte: Autor

Na tela “CADASTRO DE IMÓVEIS” aparecerá a lista de imóveis já

cadastrados com os seus dados principais, podendo os mesmos ser retificados

no item “RETIFICAR UM CADASTRO”, ou podemos iniciar um novo Cadastro

no item “CADASTRAR NOVO IMÓVEL”. Ao acessar o item “CADASTRAR

Page 24: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

24

NOVO IMÓVEL” abrirá a tela da (Figura 4), onde devemos acessar o item

“IMÓVEL RURAL”.

Figura 4: Seleção de tipo da Propriedade

Fonte: Autor

4.3 CADASTRANTE

O primeiro item a ser cadastrado é a pessoa que está fazendo o

preenchimento do Cadastro (Figura 5). Nesta tela vamos preencher o CPF,

Data de Nascimento, Nome e Nome da Mãe do cadastrante. Os campos com o

símbolo * são de preenchimento obrigatório. Após os dados serem

preenchidos, selecionar o item “PRÓXIMO” no canto inferior direito.

Page 25: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

25

Figura 5: Indicação do Cadastrante

Fonte: Autor

4.4 IMÓVEL

Nesta tela (Figura 6) devem-se incluir os Dados do Imóvel: Nome do

Imóvel, UF, Município, CEP (opcional), Descrição de acesso (descrever como

chegar à propriedade a partir da cidade mais próxima, incluindo pontos de

referencia), Zona Rural ou urbana; e os Dados de Contato do Imóvel:

Endereço/Logradouro, Número, Complemento, Bairro, CEP, UF, Município, E-

mail (opcional) e telefone (opcional). A partir dos Dados de Contato do Imóvel o

órgão Ambiental irá se comunicar com o proprietário caso seja necessário, por

isso, deve-se ter o cuidado de preencher os dados corretos para não haver

desencontros. Após os dados serem preenchidos, selecionar o item

“PRÓXIMO” no canto inferior direito.

Page 26: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

26

Figura 6: Identificação do Imóvel

Fonte: Autor

4.5 DOMÍNIO

Os dados de domínio (Figura 7) referem-se aos dados do proprietário ou

posseiro do imóvel, que pode ser um ou mais produtores. Caso tenha mais de

um proprietário todos devem ser cadastrados.

Selecionar Pessoa Física ou Pessoa Jurídica e incluir o CPF ou CNPJ,

Data de Nascimento, Nome e Nome da Mãe de cada proprietário e selecionar o

botão “ADICIONAR”. Abaixo, irão aparecer os proprietários/possuidores

adicionados. Após os dados serem preenchidos selecionar o item “PRÓXIMO”

no canto inferior direito.

Page 27: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

27

Figura 7: Identificação do Domínio da Propriedade

Fonte: Autor

4.6 DOCUMENTAÇÃO

Nesta tela (Figura 8) devem-se inserir os dados dos documentos que

comprovam o domínio ou posse da propriedade. Um imóvel pode ser composto

por uma ou mais matrículas somadas as áreas de posse ou não. A cada

documento adicionado deve-se cadastrar os proprietários do imóvel e

selecionar o botão verde com sinal de + para cada proprietário adicionado e,

após, selecionar o botão verde “ADICIONAR”. Abaixo, no item

“DOCUMENTOS ADICIONADOS”, aparecerá a lista de documentos que

compõem a propriedade e a área total da propriedade. Após os dados serem

preenchidos, selecionar o item “PRÓXIMO” no canto inferior direito.

Page 28: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

28

Figura 8: Documentação do Imóvel

Fonte: Autor

4.7 GEO

Na tela do GEO (Figura 9), o cadastrante irá delimitar o imóvel e suas

características. Ao abri-la a mesma irá mostrar a imagem do município que foi

cadastrada a propriedade Na porção superior da tela, o cadastrante

selecionará os temas, item por item, para serem desenhados na imagem:

ÁREA DO IMÓVEL, SERVIDÃO ADMINISTRATIVA, APP/USO RESTRITO,

COBERTURA DO SOLO, RESERVA LEGAL E ÁREA FINAL, sendo que o

primeiro tema a ser desenhado é a área do imóvel, onde a mesma delimitará o

perímetro total da propriedade. Para auxiliar a inclusão dos temas descritos

acima, na porção inferior da tela temos quinze botões: desenhar linhas,

desenhar polígono, desenhar um ponto, importar um arquivo shapefile, KML ou

GPX, remover um objeto do desenho, arrastar o mapa, zoom +, zoom -, zoom

seleção, zoom imóvel, zoom em coordenada, pesquisar por município, medir

uma distância, quadro de áreas e módulos fiscais. Após ter desenhado todos

Page 29: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

29

os temas referentes à propriedade, o botão “QUADRO DE ÁREAS” poderá

visualizar a área referente a cada tipologia que foi cadastrada. Na ultima

atualização realizada foi colocado uma opção em que o usuário pode ver o

limite entre as áreas do Bioma Mata Atlântica e o Bioma Pampa.

Falta

Figura 9 - Etapa Geo do Cadastro Ambiental Rural

Fonte: Autor

4.8 Formas de obtenção de dados para realizar o Cadastro Ambiental Rural

Dentre as opções para criação de layers quando o produtor Rural

conseguia reconhecer sua propriedade utilizávamos os recursos das bases do

Google Earth Pró, para a delimitação dos polígonos da área da propriedade,

área consolidada, área consolidada em atividade pastoril, área de pousio,

Page 30: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

30

delimitação de áreas de infraestrutura publica, banhados, áreas de preservação

permanente (Topos de morro, áreas de uso restrito por declividades superiores

a 45°), além de delimitar as os córregos com geometrias do tipo linha, quando

tem largura de até 10 metros, e polígonos para rios com metragens superiores

a 10 m.

A aquisição destes dados em formato KML (Keyhole Markup Language),

se deve a possibilidade de este formato também ser aceito pelo CAR, além de

arquivos em formato Shapefile (SHP), ou GPX. Os dados que foram adquiridos

via KML, posteriormente foram inseridos no modulo de Cadastro da

propriedade que estava sendo delimitada.

O município de São Pedro do Sul, pode vir a ter alguma restrição ao

trabalhar om dados da Projeção Universal Transversa de Mercator, pois o

mesmo encontra-se em uma área de transição entre os fusos 21, onde se

encontra aproximadamente 90 % do território do município , e o fuso 22. Além

de dados sobre a hidrografia fora gerado um mapa de hipsometria de São

Pedro do Sul e um mapa de declividades para apoiar o Cadastro Ambiental

Rural- CAR.

Dentre as atividades que foram desenvolvidas durante o estágio, esteve

o auxilio aos produtores rurais que conseguiam identificar a área das suas

propriedades (Figura 10). Pode-se identificar uma grande dificuldade da

maioria dos produtores em identificar suas áreas na tela do computador,

principalmente nas imagens que são disponibilizadas pelo módulo de Cadastro

offiline do Ministério do Meio Ambiente.

Page 31: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

31

Figura 10: Interação com Produtor Rural

Fonte: Autor

Dentre as opções que foram utilizadas para tentar substituir de maneira

satisfatória as imagens para auxiliam na delimitação de áreas de interesse nas

propriedades estão as bases do Google Earth Pró, o Open Layers, além de

imagens e Landsat 8.

De acordo com Torlay e Oshiro (2010) Google Earth é um aplicativo que

oferece ao usuário um globo virtual composto por imagens de satélite ou fotos

aéreas de todo o planeta. Nele, é possível navegar pelas imagens de alta

resolução e explorar o planeta virtualmente. Além das imagens, o aplicativo

também possibilita a sobreposição de camadas de um SIG que podem conter

dados matriciais ou vetoriais, como unidades territoriais, pontos de interesse,

ruas e imagens. Essas informações podem ser adicionadas pelo próprio

usuário e disponibilizadas na internet, o que possibilita a criação de uma forma

de mapeamento comunitário. Tanto os dados alfanuméricos quanto os dados

geométricos e as imagens são acessados sob demanda nos servidores do

software. Isto é, as informações são armazenadas, em parte, por meio do

cachê no computador do usuário e no servidor. Tal sistema tem a vantagem de

reduzir o espaço em disco utilizado na instalação do aplicativo, porém requer

uma conexão permanente com a internet. Foi utilizado durante o estagio para

realização de plantas de localização de propriedades rurais, além de auxilio na

confecção dos mapas de ocupação do uso do solo.

Page 32: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

32

O Openleyers (Figura 11) é um complemento que permite que o usuário

adicione uma base de dados de imagens de satélite de sua preferencia, para a

visualização do terreno. Dentre as bases a disposição estão a do

Google,Yahoo, OpenStreet Map, Bing.

Figura 11: Adição da Camada do Openlayers

Fonte: Autor

Este complemento ainda não é nativo do Qgis, por este motivo é

necessário que se adicione no repositório de complementos, para localizar o

plugin, digite Openlayers na caixa de filtro, em seguida, selecione Openlayers

Plugin da lista. Uma vez que é realçado, clique no botão Instalar plugin. Isto irá

baixar o plugin a partir do repositório, instalá-lo e carregá-lo no QGIS. O

Openlayers Plugin usa sua extensão vista para buscar os dados do serviço que

você escolher. Por esta razão, você deve carregar pelo menos uma de suas

Page 33: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

33

próprias camadas primeiro. Uma vez que cada um dos serviços está esperando

um pedido de latitude / longitude de sua camada.

4.9 Busca de dados em campo Quando o proprietário alegava que não conseguiria fazer a identificação

de sua propriedade via as bases de apoio Google Earth e do Qgis 2.8, era

agendada uma visita a propriedade para a coleta de pontos de controle quando

as propriedade ultrapassavam os 20ha ou era percorrido o limite da

propriedade para se ter o polígono de limite.

Estes dados foram coletados com o apoio do aplicativo para smartfone

do CR7 Campeiro, que foi instalado em um tablet para dar apoio a coleta de

dados das propriedades. Destaca-se que este modelo de tablet que foi usado,

recebe dados das duas principais constelações de satélites mundiais a GPS e

a GLONASS, o que possibilita um menor erro da apuração das coordenadas

dos vértices.

Dentre os pontos que eram recolhidos estavam os limites das

propriedades, pontos junto a cursos d’água, nascentes, áreas consolidadas de

moradias. Os polígonos gerados pelo aplicativo já são transformados

automaticamente para os formatos KML (Google Earth), e TXT, para que possa

ser adicionado ao Sig Qgis, ou diretamente ao modulo do Cadastro Ambiental

Rural – CAR. Todas as atividades de campo foram desenvolvidas com apoio

da equipe de motoristas da secretária, um dos fatores que limitou o numero de

visitas às propriedades, além disto, as atividades de campo foram muito

prejudicadas visto que os meses de desenvolvimento do estágio foram muito

chuvosos o que prejudicava o deslocamento até as propriedades.

Page 34: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

5.1 O Cadastro Ambiental Rural na prefeitura municipal de São Pedro do Sul

Uma das primeiras atividades desenvolvida no estágio na secretaria de

agricultura e meio ambiente foi organizar um pequeno banco de dados com as

principais bases de dados do município, sendo elas, limite municipal na escala

1:250.000, rede hidrográfica, limite dos Biomas Mata Atlântica e Bioma Pampa,

além de folhas SRTM ( Missão Topográfica Radar Shuttle ) que recobrem o

município.

A Embrapa Monitoramento por Satélite disponibiliza uma série de

imagens do Brasil visto do espaço, agora com detalhes do relevo e da

topografia. Com isso, o país passa a ter dados altimétricos precisos de todo

seu território, incluindo os acidentes geográficos mais inacessíveis.

Estes produtos foram gerados a partir de dados de radar, obtidos de sensores a bordo do ônibus espacial Endeavour, no projeto SRTM (em inglês, Shuttle Radar Topography Mission), uma parceria das agências espaciais dos Estados Unidos (NASA e NIMA), Alemanha (DLR) e Itália (ASI). Os dados espaciais são compatíveis com a primeira série Brasil visto do espaço, feita com imagens do satélite Landsat 7 de 2000/2001, disponível desde 2001 para consultas gratuitas via Internet ( Site Embrapa,2015).

Os pesquisadores da Embrapa Monitoramento por Satélite baixaram os

dados brutos do SRTM do site da NASA e fizeram um cuidadoso trabalho de

correção e padronização, eliminando falhas, sombras e distorções. O resultado

aqui disponibilizado é uma série de mapas em que cada pontinho (pixel) tem

um valor altimétrico real, visualmente convertido em falsas cores, simbolizando

as diversas altitudes.

Posteriormente deu-se prosseguimento a geração de dados espaciais

que subsidiassem as necessidades de identificação de áreas com altos índices

de declividade, que seria indispensável para a declaração de áreas de

preservação permanente junto ao CAR. A criação destes dados se deu perante

a necessidade de se realizar a analise das áreas e a secretaria não ter os

dados necessários para a aquisição destas informações nem profissionais

Page 35: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

35

capacitados para a criação dos mesmos. As diversas informações que já fora

gerada sobre o município sempre é repassada de forma analógica para a

secretaria, ou os dados se perderam pois a mesma não tem um banco de

dados para o armazenamento das informações geradas e os dados forma

perdidos durantes as formatações dos computadores da secretaria.

5.2 Geração de dados de declividade O “novo código Florestal”, lei 12651/12 define as áreas com declividade

superiores a 45º, como áreas de preservação permanente, em seu Art. 4º,

incisos V, VIII, IX e X, que dispõem sobre regra geral para APP, cita ainda

como áreas a serem preservadas os seguintes espaços:

As encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive (inciso V); As bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais (inciso VIII); As áreas em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação (inciso X); No topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação (Inciso IX);

A geração do mapa de declividades utilizando os dados das imagens

SRTM, são dados processados pelo INPE de resolução de 20 m, passam pela

etapas relacionadas a seguir:

Fases de preparação dos dados

Download do MDE;

Mosaico de todas as folhas topodata;

Fixar a projeção do mosaico SRTM;

Reprojetar o mosaico para o sistema Plano;

Reprojetar a área de recorte do município,

Gerar o mapa de declividade em porcentagem;

Page 36: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

36

Utilizar os dados como base para o CAR.

Download das cenas que compõem o município (Figura 12): No site da

topodata escolher as imagens do Raster de altitudes do município. Para criar o

mapa de declividades do munícipio de São Pedro do Sul foi necessário baixar

duas cenas SRTM, pois o município é cortado em uma pequena porção por

mais de uma cena.

Figura 12: Baixar imagens topodata

Fonte: Autor

Mosaico topodata: As cenas utilizadas são nomeadas de acordo com

o banco de dados Topodata, para representação de São Pedro do Sul,

utilizou-se as cenas 29S54_ZN e 29S555ZN. Estas cenas estão

georeferenciadas no sistema de coordenadas WGS 84 por padrão.

No Qgis 2.8, utilizando a ferramenta (Figura 13) Raster – Miscelânea –

Mosaico, deve-se selecionar as cenas que comporão o mosaico, após escolher

a pasta de saída do novo arquivo, marque a caixa com nenhum valor 0, para

que áreas sem dados sejam eliminados da imagem e clique em ok e será

gerado um novo raster acumulando as duas cenas.

Page 37: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

37

Figura 13: Geração de Mosaico

Fonte: Autor

Fixar a projeção dos dados do mosaico: Na aba raster procurar por

Projeções – (Deformar) Reprojeção, abrira na tela uma caixa de dialogo na

qual devera primeiramente escolher o arquivo de entrada, ou seja o mosaico

criado. Na segunda caixa escolher um novo nome para o arquivo que será

criado, após deve-se indicar o SRC do Fonte, as imagens topodata veem todas

em WGS 84 lat/long ou EPSG: 4623.

Na caixa posterior deve-se indicar o SRC do Alvo, como estamos

fazendo este procedimento para fixar a projeção da imagem, os dados do SRC

do Alvo serão os mesmos da fonte WGS 84 EPSG 4623. Nos demais

parâmetros não deve-se fazer alterações, simplesmente clicar em ok, e gerar a

nova camada.

Este procedimento é necessário, pois, como o projeto utiliza uma

projeção arbitraria cada vez que o a imagem for adicionada será solicitada que

o usuário indique a o sistema de referencia da imagem. Realizando este

procedimento o usuário não necessitará indicar mais a projeção

posteriormente.

Page 38: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

38

Reprojeção para o sistema Plano: Utilizando a imagem que foi mosaicada e

teve seu sistema de coordenadas fixado deve-se aplicar o mesmo

procedimento de reprojeção, apenas alterando o sistema de coordenadas que

será utilizado para um sistema plano. No caso de são Pedro Sul utilizou-se o

Sistema de Referencia de coordenadas Sirgas 2000 UTM Zona 21, visto que a

maior porção do município está no fuso 21.

Para a realização do recorte da área de interesse, ambos os arquivos

seja a imagem raster, que será cortada, ou a mascara em shepefile que será

utilizada deveram estar no mesmo sistema de projeção neste caso, o Sirgas

2000 UTM Zona 21.

Para realizar o recorte para criar o mapa de declividade deve escolher

uma área superior ao limite do município, para que não ocorra recortes de

geometrias em áreas necessárias e não desconfigure o arquivo. Deve-se criar

um polígono retangular que envolva toda a área do município. Esse tipo de

geometria pode ser criada dentro do Qgis 2.8, adicionando uma nova camada

do tipo Shapefile, selecionando a geometria polígono, sistema de coordenadas

Sirgas 2000 UTM Zona 21, e clicar em ok, e salvar na pasta de trabalho e a

nova camada será carregada na tela de trabalho.

Após a geração desta camada podemos recortar nossa área de

interesse utilizando Raster – Extração – Cortador, onde devemos selecionar o

Raster reprojetado, após dar um nome a novo arquivo recortado, marcar a

caixa nenhum valor zero, o que eliminara dados sem nenhuma informação da

imagem. Após temos a opção de selecionar a extensão da camada que será

cortada ou utilizar uma mascara para recorte.

Neste caso utilizamos a camada mascara criada anteriormente e clica

em ok e salve na pasta de trabalho o novo arquivo.

Quando todos os dados foram criados pode-se criar o mapa de

declividade utilizando a banda topodata que foi recortada, selecionando as

ferramentas de analise de terreno na aba raster, deve selecionar a declividade

como parâmetro a ser analisado.

Se seleciona o arquivo que vai gerar a declividade, após o nome do

arquivo de saída e o formato que se pretende obter os dados, neste caso

GeoTiff e clica em ok e o mapa de declividade deve ser adicionado a tela

Page 39: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

39

. Após a geração do mapa podemos realizar o recorte para a área de

interesse do município. Para realizar o recorte do arquivo raster, devemos

adicionar ao projeto camada vetorial que queremos utilizar para realizar o

recorte no caso o limite do município. Quando a camada raster e a vetorial já

estiverem adicionadas ao projeto deve-se ir na aba “raster”, “Extração”,

“cortador”, após na janela cortador determine :

O nome do arquivo de entrada: será a camada declividades

O arquivo de saída: a pasta onde será armazenada o novo arquivo

Marcar a caixa nenhum valor de dado, e determinar o valor 0: este

procedimento eliminara da imagem dados de valor nulo ou zero.

Escolher o modo Mascara: onde será escolhida a camada do polígono

de corte

E clicar em ok.

Os dados deste mapa serão apresentados em porcentagens, mas para

melhor visualização das classes utilizamos a reclassificação via as classes da

(Embrapa, 1979).

O arquivo do novo mapa de declividades (ANEXO 1), será adicionado a

tela para poder ser reclassificado (Figura 14) e gerado a composição de

impressão.

Page 40: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

40

Figura 14 - Uso da imagem para determinação de áreas declivosas

Fonte: Autor

5.3 Criação de multi buffers Os buffers são ferramentas de auxilio os usuários de Sig’s, agente

ambientais, cadastradores ambientais a identificarem as áreas de preservação

permanentes detro das propriedades rurais.

O novo código florestal no que trata de áreas de preservação

permanente define:

Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função Ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; (Inciso II Art. 3º Lei 12.651/12).

Segundo o Art. 4º da Lei 12.651, são consideradas APP:

As faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:

Page 41: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

41

Cursos até 10 m 30 metros

Cursos de 10 m a 50 m 50 metros

Cursos de 50 m a 200 m 100 metros

Cursos de 200 m a 600 m 200 metros

Cursos acima de 600 m 500 metros

Fonte: Autor baseado na Lei 12651/12

O novo código florestal trouxe a possibilidade de significativas diferenças

entre a antiga legislação e a hoje em vigor quanto às características dos locais

que devem ser protegidos às margens dos cursos d’água.

5.3 As Regras Transitórias e as Exigências Mínimas de Preservação Ambiental

Às margens de cursos d’água existe a possibilidade de manutenção das

atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo Rural, realizadas em

Áreas Rurais Consolidadas, uma vez que se atendam os critérios mínimos de

preservação Ambiental previstos nos parágrafos 1º ao 4º do Artigo 61-A da Lei

12.651/12, considerados os limites máximos estabelecidos no Artigo 61-B.

A recomposição exigida é feita a partir da borda da calha do leito

regular, independente da largura do curso d’água, tendo como base o tamanho

das propriedades em módulos fiscais.

Para imóveis rurais com área de até 1 (um) módulo fiscal, será

obrigatória a recomposição das faixas marginais em 5 (cinco) metros, contados

da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do curso

d’água.

Para imóveis rurais com área superior a 1 (um) módulo fiscal e de até 2

(dois) módulos fiscais, será obrigatória a recomposição das respectivas faixas

marginais em 8 (oito) metros, contados da borda da calha do leito regular,

independentemente da largura do curso d'água.

Para imóveis rurais com área superior a 2 (dois) módulos fiscais e de até

4 (quatro) módulos fiscais, será obrigatória a recomposição das respectivas

faixas marginais em 15 (quinze) metros, contados da borda da calha do leito

regular, independentemente da largura do curso d'água.

Page 42: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

42

Para imóveis rurais com área superior a 4 (quatro) módulos fiscais, será

obrigatória a recomposição das respectivas faixas marginais, conforme

determinação do PRA (Programa de Regularização Ambiental), observado o

mínimo de 20 (vinte) e o máximo de 100 (cem) metros, contados da borda da

calha do leito regular.

Esta regra pode ser visualizada na Figura (15):

Figura 15: Regras das áreas de preservação permanente

Fonte: SICAR

Sendo assim a utilização da ferramenta multiple buffer do qgis 2.8, é

possibilitar a demonstração destas áreas de preservação de acordo com as

regras do código florestal, de uma maneira mais simplificada gerando apenas

um arquivo que demonstre as áreas que as APPs ocupam dentro da

propriedade.

O multiple Distance Buffer não é um complemento nativo do Qgis, este

deve ser adicionado junto ao repositório de complementos do Qgis. Para

trabalhar com o multiple buffer os dados devem estar projetados ao um

Sistema de Coordenadas Planas, ou seja, a projeção Universal Transversa de

Mercator, para que seja mais fácil realizar os cálculos de distancias.

Após adicionar o complemento deve-se buscar na aba vetor por

“Multiple Distance Buffer “ e seleciona-lo assim na janela de seleção que será

aberta poderá ser adicionado os parâmetros que o usuário necessita.

Page 43: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

43

Primeiramente deve-se selecionar a camada que será a base para o

“MultipleBuffer” em “Imput layer”. E em “Buffer Distances” (Figura 16) o usuário

deve definir as distancias que necessita que saja criada, nosso caso utilizamos

as distancias que devem ser respeitas pela regra geral e pela regra transitória

para as áreas de preservação permanente. Para cada distancia que e

adicionado o usuário deve usar o botão “add” para adicionar o buffer, sendo

assim para todos.

O arquivo gerado será um arquivo virtual, devendo o usuário salvar este

arquivo no formato que desejar para que este seja criado de maneira

permanente.

Figura 16: Uso do complemento Multiple distance Buffer Fonte: Autor

Pode se analisar que os resultados demonstrados na tela (Figura 17)

são suficientes para a identificação e posterior adição de dados de áreas de

preservação permanente no sistema de Cadastro Ambiental Rural ou

transformação dos arquivos em KML para visualização no Google Earth Pró.

Page 44: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

44

Figura 17: Resultado da geração dos buffer para as regras do CAR

Fonte: Autor

5.5 Identificação de valores de porcentagem das áreas de preservação

permanente.

A geração de buffer para identificação de áreas de preservação

permanente é uma importante ferramenta para determinar as áreas mínimas

para a recomposição em propriedades que tem áreas com uso consolidado. A

Lei 12651/12 determina que para propriedades de até um módulo fiscal:

§ 1

o Para os imóveis rurais com área de até 1 (um) módulo

fiscal que possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será obrigatória a recomposição das respectivas faixas marginais em 5 (cinco) metros, contados da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do curso d´água.

Sendo assim para as áreas de recomposição a mesma lei define que:

Art. 61-B. Aos proprietários e possuidores dos imóveis rurais que, em 22 de julho de 2008, detinham até 10 (dez) módulos fiscais e desenvolviam atividades agrossilvipastoris nas áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente é garantido que a exigência

Page 45: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

45

de recomposição, nos termos desta Lei, somadas todas as Áreas de Preservação Permanente do imóvel, não ultrapassará. I - 10% (dez por cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais com área de até 2 (dois) módulos fiscais;

Para a identificação destas áreas utilizamos a metodologia que esta

abaixo para identificar o quanto das áreas de preservação permanente

representam em porcentagem da área total da propriedade

5.5.1 Geração de arquivos para gerar a porcentagem de áreas de preservação permanente. Criação de arquivos do limite da propriedade:

Devem estar projetados no sistema Sirgas 2000 UTM

Nascentes, Sangas, Polígonos da propriedade.

Geração de buffer de acordo com as leis ambientais brasileiras para o

bioma Mata atlântica; Buffer de 5 metros e 30 metros. Os 5 metros estão de

acordo com a área para recuperação em casos de áreas consolidadas e os 30

metros são da regra geral de áreas de preservação permanente. Estes buffers

serão gerados em formas de polígonos que estabelecem o raio indicado pelo

usuário para ambas às margens do curso de agua, o que leva o usuário a ter

que recortar o buffer de acordo com o limite da propriedade. No qgis na aba

geoprocessamento “cortar” (Figura 18) pode ser gerada essa nova camada.

Page 46: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

46

Figura 18 - Ferramenta Cortar do Qgis

Fonte: Autor

Este novo arquivo apresenta a área de preservação para a área do

polígono e será utilizada para a geração de um novo arquivo utilizando a

ferramenta mesclar dados. Para este procedimento ambos os arquivos

necessitarão ter o mesmo tipo de geometria, no caso a mescla só poderá

ocorrer se ambos os arquivos forem polígonos. Para a geração do arquivo

mesclado deve realizar os seguintes procedimentos:

Buscar na Aba Vetor “gerenciador de Dados” “ Unir Shapefile em um

Arquivo” (Figura 19 ). Na aba que abrir na tela “mesclar arquivos Shapefile”

clique na seguintes opções:

Page 47: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

47

Figura 19 - Ferramenta Mesclar dois shapefile Fonte: Autor

Selecionar através de camadas na pasta;

Selecione o tipo de geometria: neste caso o polígono;

Selecione o caminho das camadas de entrada: neste caso utiliza-se o

polígono do limite e o polígono do Buffer da área interna do polígono;

Seleciona-se o nome e local de saída deste novo arquivo;

E clica em ok e os novos dados serão atualizados na tela do Qgis 2.8.

Após este procedimento o novo arquivo gerado apresentara as diversas

feições que foram mescladas em um único arquivo. Sendo assim poderá ser

calculado a área percentual que cada classe representara dentro da

propriedade. Na tabela de atributos, utilizando a calculadora de campo será

gerado uma nova coluna com a área de cada parte, seguindo os seguintes

procedimentos:

Criar um novo Campo;

Nome do novo campo;

Tipo do novo campo: Decimal Real

Largura do novo campo.

Page 48: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

48

Na área de inserção do campo de expressão deve-se adicionar a

seguinte expressão:

$area /10000

O $area é encontrado na função geometria a direita do campo

expressão. O valor da área será da em hectares uma vez que o usuário utilizou

a divisão já por 10000 m². Após para definirmos quantos por cento cada

parcela representa dentro da propriedade deve-se adicionar na tabela de

atributos um campo com a área total do imóvel. Para realizar este

procedimento utiliza- se a calculadora de campo com a expressão (Figura 20)

( "area" / "Area_total" ) * 100

Figura 20 - Calculo de área na calculadora de campo Fonte: Autor

Desta maneira podemos determinar se a propriedade tem áreas

suficientes de áreas de preservação permanente, e esta acima ou abaixo do

Page 49: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

49

limitador dos 10 % das áreas de preservação permanente para propriedades

que tem até um modulo fiscal, sendo assim para que não haja necessidade de

recomposição de novas áreas.

Page 50: GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO CADASTRO AMBIENTAL

CONCLUSÃO

O estágio foi muito importante como experiência prática onde pode-se

entender e compreender algumas das possibilidades de participação de um

Técnico em Geoprocessamento na administração publica. O estágio realizado

permitiu a utilização de fundamentos teórico-práticos obtidos o curso técnico,

entre eles SIG, cadastro, aerofotogrametria, legislação entre outros.

Na realização das atividades de estágio, o aluno intensifica os estudos

relacionados à temática que está trabalhando, refletindo assim, em um melhor

preparo para o mercado de trabalho.

Quanto a pontos que pode-se ressaltar sobre a prefeitura municipal de

São Pedro do Sul, é a falta de um servidor para armazenamento dos dados

que foram gerados por este trabalho e pelo os demais dados que serão

gerados durante o cadastro ambiental rural do município, para formar um

banco de dados do município

Os objetivos do estágio foram alcançados e é possível concluir que a

prática em Cadastro ambiental Rural, possibilita a entrada em um grande

mercado para técnicos em Geoprocessamento. O curso técnico em

geoprocessamento do Colégio Politécnico possibilitou durante todo o período

do curso um numero relevante de discussões sobre as mais variadas

aplicações do geoprocessamento para os seus alunos, além de possibilitar

diversas praticas nas tanto na área cadastral, como na área do

georreferenciamento.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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Anexo 1 - MAPA DE DECLIVIDADE DE SÃO PEDRO DO SUL