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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS DE PORTO NACIONAL CURSO DE GEOGRAFIA – BACHARELADO GEOPROCESSAMENTO APLICADO A ANÁLISE E MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO SÃO JOÃO-TO AION ANGELU FERRAZ SILVA PORTO NACIONAL 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS DE PORTO NACIONAL

CURSO DE GEOGRAFIA – BACHARELADO

GEOPROCESSAMENTO APLICADO A ANÁLISE E MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO SÃ O JOÃO-TO

AION ANGELU FERRAZ SILVA

PORTO NACIONAL 2010

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AION ANGELU FERRAZ SILVA

GEOPROCESSAMENTO APLICADO À ANÁLISE E MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO SÃ O JOÃO-TO

Monografia apresentada à Universidade Federal do Tocantins do, Curso Geografia (Bacharelado) como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Geografia sob a orientação do Prof. Msc. Emerson Figueiredo Leite.

PORTO NACIONAL-TO

2010

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Catalogação na fonte: Janira Iolanda Lopes da Rosa CRB-10/420

S586 Silva, Aion Angelu Ferraz

Geoprocessamento aplicado à análise e mapeamento

geomorfológico da Bacia Hidrográfica do Ribeirão São João-

To . / Aion Angelu Ferraz Silva . – Porto Nacional, TO: UFT,

2010.

35 p.; il.

Orientador: Prof. Msc. Emerson Figueiredo Leite.

(Bacharelado) – Universidade Federal do Tocantins, Curso

de Geografia.

1. Geografia. 2. Geoprocessamento. 3. Geomorfologia. 4. Bacias hidrográficas. I. Título. II. Tocantins.

CDD 551.483

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ii

GEOPROCESSAMENTO APLICADO À ANÁLISE E MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO SÃ O JOÃO-TO

AION ANGELU FERRAZ SILVA

Banca Examinadora

Prof. Msc. Emerson Figueiredo Leite

UFT/Porto Nacional

Prof. Dr. Fernando de Morais

UFT/Porto Nacional

Prof. Msc. Antonivaldo de Jesus

UFT/Arraias

PORTO NACIONAL – TO

2010

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iii

Dedico este trabalho aos meus pais Darci Lopes e Valdete Ferraz por terem acreditado em mim nesta jornada de conhecimentos acadêmicos e de vida, além da minha alma gêmea, Mayara de Moura, minha futura esposa e cúmplice, pelo longo tempo de espera.

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iv

AGRADECIMENTOS

A todos que me apoiaram durante o meu percurso durante estes dois anos na

Universidade Federal do Tocantins, incluindo os professores, alunos e funcionários

que propiciaram o ambiente necessário para que o conhecimento pudesse ser

transmitido.

Ao Prof. Msc. Maurício Alves da Silva pelas longas conversas sobre

cartografia e debates políticos dentro da universidade, com o intuito de gerar a união

e coesão dentro do ambiente acadêmico.

Ao Prof. Msc. Emerson Figueiredo Leite pelo auxílio e embasamento na

dificuldade enfrentada pelos procedimentos operacionais e teóricos sobre o Spring.

Ao Prof. Dr. Fernando de Morais pela disponibilização de materiais teóricos

sobre geomorfologia, que auxiliaram sobremaneira o desenvolvimento conceitual

sobre a temática.

A todos os colegas da Casa do Estudante Antonio Denizar Ribeiro de Freitas

pela compreensão e hospitalidade com a qual fui acolhido.

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v

LISTA DE SIGLAS

CAD Desenho Assistido por Computador

Computer Aided Design

EMBRAPA

GeoTIFF

GIS

HRV

IBGE

INPE

LANDSAT

NASA

NIMA

SIG

SPOT

SPRING

SRTM

TIFF

TM

Empresa Brasileira de Agropecuária

Geographic Tagged Image File Format

Geographic Information System

Haut Resolution Visible

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Land Remote Sensing Sattelite

National Aeronautics and Space Administration

National Geospatial-Intelligence Agency

Sistema de Informação Geográfica

Systeme Proboitoire de Observation de la Terre

Sistema de Processamento de Informações Geográficas

Shuttle Radar Topography Mission

Tagged Image File Format

Thematic Mapper

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vi

RESUMO

O presente trabalho buscou gerar informações sobre as variáveis

geomorfológicas (hipsometria, declividade, orientação das vertentes e tipos de

formas do terreno) da bacia hidrográfica do Ribeirão São João, situado na porção

sudeste do município de Porto Nacional-TO, através de técnicas de

geoprocessamento pelo software Spring 5.1.5. O principal material para fazer a

análise morfométrica da bacia hidrográfica foram as imagens de sensoriamento

remoto provenientes do projeto SRTM lançado em 2002 pela NASA e NIMA, o qual

possui um banco de dados de toda altimetria do planeta entre as latitudes 60ºN e

56ºS na resolução espacial de 30 metros para os Estados Unidos e de 90 metros

para o restante do mundo. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

agrupou todas essas informações sobre o território brasileiro e modificou a resolução

espacial através de métodos geoestatísticos de krigagem dos produtos originais de

90 metros para 30 metros, dando início ao projeto TOPOData. A partir destas

informações, foi possível definir as variáveis geomorfológicas para a área de estudo,

possibilitando vislumbrar na escala de análise uma nova perspectiva sobre o relevo

local.

Palavras Chaves: Geomorfologia; Geoprocessamento; Sensoriamento remoto;

SRTM; Bacia Hidrográfica do Ribeirão São João; Porto

Nacional-TO.

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vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa de Localização da Bacia Hidrográfica do Ribeirão São João ............ 3

Figura 2 - Esquema de um sensor Ativo (A) e Passivo (B) ......................................... 6

Figura 3 - Faixa da Energia Eletromagnética .............................................................. 7

Figura 4 - Missão SRTM.............................................................................................. 8

Figura 5 – Estrutura Geral de Sistemas de Informações Geográficas ...................... 10

Figura 6 – Mapa Topográfico da Área de Estudo ...................................................... 14

Figura 7 - Articulação das imagens TOPOData ........................................................ 15

Figura 8 - Delimitação da bacia hidrográfica e hierarquização dos canais pelo

método de Strahler ................................................................................... 16

Figura 9 - Mapa da Imagem SRTM ........................................................................... 17

Figura 10 - Mapa do Landsat 5-TM com as drenagens orginais da carta

topográfica e a atualização. ...................................................................... 18

Figura 11 - Represa da Saneatins (A e B) ................................................................ 19

Figura 12 - Face Oeste do Morro São João .............................................................. 20

Figura 13 - Exemplo de Malha Triangular ................................................................. 20

Figura 14 - Geometrias das Formas do Terreno ....................................................... 22

Figura 15 - Mapa de Hipsometria .............................................................................. 23

Figura 16 - Perfil Topográfico do Ribeirão São João ................................................. 24

Figura 17 - Mapa de Declividade por TIN .................................................................. 25

Figura 18 - Mapa de Orientação das Vertentes por TIN ............................................ 27

Figura 19 - Coloração das Formas de Terreno de Acordo com a Intensidade do

Processo de Escoamento ......................................................................... 29

Figura 20 - Mapa de Formas do Terreno ..................... Erro! Indicador não definido.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição Espacial da Hipsometria ....................................................... 24

Tabela 2 - Distribuição Espacial da Declividade ........................................................ 26

Tabela 3 - Distribuição Espacial em km2 entre a Tabulação Cruzada de

Declividade e Hipsometria ........................................................................ 26

Tabela 4 - Distribuição Espacial da Orientação das Vertentes.................................. 28

Tabela 5 - Distribuição Espacial das Formas do Terreno .......................................... 30

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Lista dos Pontos de Controle .................................................................. 14

Quadro 2 - Direção Azimutal das Vertentes .............................................................. 21

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viii

SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS ...................................................................................................... v

RESUMO.................................................................................................................... vi

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. vii

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. vii

LISTA DE QUADROS ............................................................................................... vii

SUMÁRIO................................................................................................................. viii

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

1. ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................. 3

2. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 4

3. OBJETIVOS ............................................................................................................ 5

3.1 GERAIS ............................................................................................................. 5

3.2 ESPECÍFICOS ................................................................................................... 5

4. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 6

4.1 SENSORIAMENTO REMOTO ........................................................................... 6

4.2 SRTM ................................................................................................................. 8

4.3 SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG) ........................................ 10

4.4 GEOMORFOLOGIA ......................................................................................... 12

5. MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................... 13

6. RESULTADOS ...................................................................................................... 23

6.1 HIPSOMETRIA ................................................................................................ 23

6.2 DECLIVIDADE ................................................................................................. 25

6.3 EXPOSIÇÃO DA VERTENTE .......................................................................... 27

6.4 FORMAS DO RELEVO .................................................................................... 28

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 31

8. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 32

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1

INTRODUÇÃO

A geomorfologia é uma ciência que tem por objetivo interpretar e

compreender as formas do relevo, buscando o entendimento dos processos

passados e atuais. A análise incorpora o necessário conhecimento do jogo de forças

contrárias, vinculadas pelas atividades tectogenéticas (estruturação) e mecanismos

morfoclimáticos (esculpimento), responsáveis pelas fisionomias da superfície

terrestre (CASSETI, 1995).

O relevo se caracteriza como um produto da divergência das forças

endógenas e exógenas, registrado no decorrer do tempo geológico, fazendo parte

como componente da paisagem, além de sofrer a influência dos fatores de interação

entre natureza e sociedade. A geomorfologia como subsídio da análise geográfica é

responsável pela compreensão do comportamento do relevo e, baseando-se na

noção de “fisiologia da paisagem”, procura evidenciar, de uma forma dinâmica, as

derivações ambientais da conseqüência do processo de apropriação e

transformação do relevo ou de suas interfaces pela ação antrópica (CASSETI,

1995).

De acordo com Ross (1992, p. 17),

“a superfície terrestre, que se compõe por formas de relevo de diferentes tamanhos ou táxons, de diferentes idades e processos genéticos distintos, é portanto dinâmica, ainda que os olhos humanos não consigam captar isso. A dinamicidade das formas de relevo apresenta velocidades diferenciadas, mostrando-se ora mais estável, ora mais instável. Tal comportamento depende às vezes de fatores naturais e outras de interferências dos homens”.

Com o advento das atuais tecnologias, os estudos geomorfológicos ganharam

grandes possibilidades de aperfeiçoar suas análises e estudos através dos materiais

oriundos do sensoriamento remoto. As imagens orbitais são exemplos de como as

técnicas de observação do espaço através de satélites artificiais auxiliaram na

melhor compreensão do espaço geográfico e conseqüentemente o relevo.

As análises empregadas nesta nova perspectiva proporcionaram uma maior

precisão e detalhamento da distribuição dos táxons geomorfológicos propostos por

Ross (1992) em diferentes escalas de detalhe, de acordo com a resolução das

imagens provenientes do Sensoriamento remoto, que variam em ordem de grandeza

do macro (1° Táxon) até o micro (6° Taxon).

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Para Nogueira et al. (2008, p. 157), os

“materiais de Sensoriamento remoto são de extrema importância para a realização de mapeamentos geomorfológicos, independente se a escala de análise é em nível regional ou local. As imagens de satélite, fotos aéreas e dados de radar são essenciais na elaboração de cartas geomorfológicas, tendo em vista que representam a realidade da paisagem física como ela é. Através destes materiais é possível identificar feições geomorfológicas em diversas escalas de generalização a escalas de grandes detalhes.”

Portanto, os estudos geomorfológicos receberam grande auxílio das mais

modernas tecnologias para subsidiar e servir como material primário, principalmente

com o uso concomitante dos sistemas de informações geográficas, da cartografia

digital e, sobretudo das imagens provenientes do sensoriamento remoto orbital e

suborbital.

Nessa mesma perspectiva, Argento (2001) diz que o

“uso de meios como o geoprocessamento por experimentos estatísticos, a cartografia computadorizada, os mais variados hardwares e softwares, já existentes no mercado nacional e internacional, os diferentes usos de sensoriamento remoto e o emprego de Sistemas de Informação Geográfica – SIGs revestem-se, hoje, de apoio fundamental para a elaboração de mapeamentos geomorfológicos.”

Diversos trabalhos utilizaram mapeamentos geomorfológicos com o auxílio de

programas computacionais de geoprocessamento juntamente com produtos de

sensoriamento remoto, mais especificamente o SRTM para delimitação, análise e

cartografação das feições homogêneas e heterogêneas do relevo em diversas

escalas de estudo (local e regional) e em paisagens de diversas naturezas

geológicas, fitogeográficas e climáticas, ou seja, com características

geomorfológicas singulares (BARBALHO, 2001; CARVALHO e LATRUBESSE,

2004; BATISTA e SOUZA FILHO, 2005; BOULHOSA e SOUZA FILHO, 2005;

TEIXEIRA e SOUZA FILHO, 2005; LOBÃO e VALE, 2006; SANTOS et al, 2006;

OLIVEIRA e RODRIGUES, 2007; RIBEIRO FILHO et al, 2007; STEINER, 2007;

CARVALHO e BAYER, 2008; GROHMANN et al, 2008).

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1. ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo adotada neste trabalho é a bacia hidrográfica do Ribeirão

São João, e está localizada entre os paralelos 10°4 6’43” e 20°41’20” de latitude sul e

entre os meridianos 48°14’16” e 48°24’51” de longit ude oeste, a sudeste do

município de Porto Nacional (Figura 1). Possui área de 82km2 e sua foz está situada

dentro da área urbana, sendo um contribuinte direto do Rio Tocantins.

Figura 1 - Mapa de Localização da Bacia Hidrográfica do Ribeirão São João

Fonte: TOCANTINS, 2008

O clima é tipicamente tropical, com média anual de temperatura de 26,1ºC e

média pluviométrica anual de 1667,9 mm, referentes ao período 1961-1990

(MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA, 1992).

O período de concentração das chuvas ocorre entre os meses de outubro e

abril, correspondendo à cerca de 80% da pluviosidade anual, sendo que em

contrapartida o período considerado seco se prolonga tipicamente do mês de maio

ao mês de setembro (PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO NACIONAL, 2007).

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2. JUSTIFICATIVA

Atualmente são escassos estudos geomorfológicos do Estado do Tocantins

em escalas maiores do que 1:100.000, sendo que o único trabalho nessa escala

específica foi desenvolvido pela Secretaria do Planejamento (TOCANTINS, 2008).

O uso da análise do relevo através de técnicas de Geoprocessamento na

escala média de detalhe de 1:50.000 faz com que este trabalho seja pioneiro e

inédito, possibilitando vislumbrar com outra escala de detalhe quatro variáveis

geomorfológicas (Hipsometria, Exposição, Declividade e Formas do Terreno) da

bacia hidrográfica do Ribeirão São João.

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3. OBJETIVOS

3.1 GERAIS

Este trabalho propôs realizar um estudo sobre as variáveis geomorfológicas

da bacia hidrográfica do Ribeirão São João, possibilitando um novo olhar sobre o

relevo local com o mapeamento na escala média de detalhe de 1:50.000, sendo um

suporte para um posterior desenvolvimento da cartografia geomorfológica local.

3.2 ESPECÍFICOS

Este trabalho propôs a confecção dos mapas de hipsometria, declividade,

exposição das vertentes e formas do terreno da bacia hidrográfica do Ribeirão São

João através do mapeamento dos atributos morfométricos do relevo por dados

orbitais do SRTM e LANDSAT 5 TM conforme a proposta feita por Coelho (2008), o

qual pretendeu:

• realizar a delimitação precisa do polígono da bacia;

• delimitar e atualizar a rede de canais e sua hierarquização;

• destacar as principais etapas na produção de mapas derivados dos dados

SRTM;

Como resultados dos objetivos acima propostos foram produzidos os mapas

temáticos de:

• Delimitação da bacia hidrográfica e drenagem;

• Hipsométrico;

• Declividade;

• Exposição das Vertentes;

• Formas do Terreno.

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4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 SENSORIAMENTO REMOTO

O Sensoriamento remoto possui como definição básica a obtenção de

informações de um objeto ou alvo sem que haja contato físico. Essas informações

podem ser adquiridas de várias fontes diferentes, desde levantamentos fotográficos

aéreos até imagens geradas por satélites orbitais (ROSA, 1992).

Moreira (2003) afirma que a obtenção das imagens varia de acordo como a

energia é recebida pelos sensores dos equipamentos, diferenciando-os entre

passivos e ativos (Figura 2).

Figura 2 - Esquema de um sensor Ativo (A) e Passivo (B) (Moreira, 2003)

Os sensores ativos (A) possuem uma fonte de irradiação, ou seja, não

dependem de uma fonte externa para irradiar o alvo. O sensor emite energia numa

faixa determinada do espectro que acaba interagindo com o alvo e que é

parcialmente refletida de volta e captada por ele. Os radares, o laser, e as câmeras

fotográficas que usam flash são exemplos de sensores ativos.

Já os sensores passivos (B) recebem a energia de fonte externa (Sol) e não

emitem radiação própria, detectando a energia refletida pela interação dos alvos em

superfície. Os principais sensores deste tipo são o Mapeador Temático (TM) do

Landsat, o HRV do SPOT, entre outros.

Para Florenzano (2007), a representação das imagens da superfície terrestre

por satélites orbitais variam de acordo com os instrumentos sensores e o tipo de

órbita que cada modelo possui, através da:

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• Resolução Espacial: é o tamanho do menor alvo identificável em superfície

representado pela altura e largura do pixel;

• Resolução Temporal: é o tempo necessário que o satélite demora para

repassar pelo mesmo ponto e órbita e cubra novamente a mesma área da

superfície;

• Resolução Espectral: faixa do espectro eletromagnético que as bandas

captam da energia emitida e/ou refletida dos corpos, variando entre ondas de

radio, microondas, passando pelo infravermelho, visível e ultravioleta até os

Raios-X (Figura 3).

Figura 3 - Faixa da Energia Eletromagnética (Moreira, 2003)

O uso do sensoriamento remoto no Brasil apareceu com maior destaque

através do levantamento de recursos naturais do Projeto RADAMBRASIL, nos anos

1970 e 1980, um marco importante nos mapeamentos de geologia, geomorfologia,

pedologia, vegetação e uso potencial da terra, através do sensor radar

aerotransportado, de visada lateral (SLAR) em banda X, inicialmente para a

Amazônia e posteriormente se estendendo para todo o Brasil. O radar consolidou-se

como uma ferramenta eficaz para o mapeamento temático por representar, na

época, uma nova forma de obtenção de informações da superfície terrestre,

complementar ao tradicional método de fotointerpretação baseado na utilização de

fotografias aéreas (SILVA e SANTOS, 2007).

Atualmente os materiais de sensoriamento remoto evoluíram sobremaneira

em relação aos seus predecessores, principalmente em relação à qualidade dos

sistemas sensores que propiciam uma melhor definição das resoluções espectrais e

espaciais. Os estudos derivados desses produtos variam de acordo com o objeto de

estudo a ser pesquisado, alterando de escalas regionais ou continentais (satélite

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Terra e da família Goes) às escalas locais de semi-detalhe (satélites da família

Landsat, Cbers e outros) e detalhe (satélites Ikonos e QuickBird).

4.2 SRTM

A Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) é um projeto conjunto entre a

NIMA e a NASA. Através de um radar estereoscópico que capturou a energia

refletida entre as bandas C (comprimento de onde de 5,6 cm) e X (comprimento de

onda de 3,0 cm), acoplado ao ônibus espacial Endeavour (Figura 4) que varreu

durante 11 dias toda a superfície terrestre entre as latitudes 60ºN e 56ºS, foi possível

gerar os dados digitais da topografia de 80% da superfície terrestre (SMITH &

SANDWELL, 2003 apud MENDES, 2008).

Figura 4 - Missão SRTM (Souza, 2006)

Em janeiro de 2002, a NASA iniciou a distribuição pública destes conjuntos de

dados de locais dentro do território dos Estados Unidos. Ao final foram gerados

Modelos Digitais de Elevação com resolução de 30 metros (1 arco segundo ou 1’’)

para os Estados Unidos e planejados sob 90m (com 3 arcos segundo, ou 3’’) para o

restante do planeta (VALERIANO, 2004).

Estes dados foram amplamente utilizados em diversos trabalhos que visavam

averiguar a confiabilidade e exatidão destas informações. Os dados SRTM tiveram

sua precisão verificada e foi constatado que em análises na escala de 1:50.000 os

dados ainda possuem a garantia necessária para que seu uso seja empregado em

estudos científicos, respeitando o Padrão de Exatidão Cartográfica da Classe B,

podendo assim, até substituir a altimetria do Mapeamento Sistemático Nacional.

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Estes dados favorecem uma ótima possibilidade de ser empregada em regiões onde

não existem mapeamentos em escalas superiores a 1:100.000 como é o caso da

área de estudo (VALERIANO, 2004; SOUZA, 2006; DUARTE e ASSAD, 2007).

A partir dos dados SRTM é possível, utilizando softwares de SIGs, a

construção de MNTs (modelos numéricos de terreno), e com base nestes dados, a

extração de variáveis que irão nortear o mapeamento das variáveis geomorfológicas.

O uso de Modelos Digitais de Terreno (MDT) dentro do ambiente de Sistema

de Informações Geográficas (SIG) propicia a representação do relevo de forma

tridimensional, podendo ainda obter a extração de atributos morfométricos que

podem ser utilizados como uma referência de medição espacial para descrever os

processos geomorfológicos (MENDES, 2008).

Este trabalho tem como principal material a ser utilizado, os produtos orbitais

SRTM já modificados pelo projeto TOPOData (2010), do Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais (INPE).

O projeto TOPOData é um banco de dados morfométricos de todo o território

nacional baseado no sistema orbital SRTM. Estes dados foram coletados pelo site

filiado à NASA, e sofreram refinamento das imagens, sendo alterada a resolução

espacial de 90 metros para 30 metros através do método de interpolação além de

ajustes das distorções geométricas (VALERIANO, 2004).

Dentre todos os interpoladores (spline, inverso da distância, krigagem, etc) o

método que melhor se adaptou às características dos dados SRTM e os tipos de

formas de relevo para o Brasil foi a Krigagem, que pode ser definida como a

“variabilidade espacial dos dados que condiciona a função que relaciona os pesos das amostras às suas distâncias. A variabilidade espacial de um dado (atributo) se refere à semelhança (ou à diferença) entre observações em função de sua proximidade no espaço” (VALERIANO, 2008b, p. 12).

O projeto disponibiliza gratuitamente estas imagens e os dados

morfométricos, sendo cada imagem fracionada e organizada nas mesmas

dimensões e padrões das cartas topográficas do IBGE na escala de 1:250.000.

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4.3 SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG)

O Geoprocessamento é a utilização de modelos matemáticos e estatísticos

em ambiente computacional ou não com o intuito de representar informações

espaciais.

Os diversos produtos digitais gerados pelo Geoprocessamento, cartografia

digital e as imagens orbitais e suborbitais podem ser agrupados dentro de um banco

de dados digital com o intuito de que possa acontecer a interação dos diferentes

materiais, e assim, ocorrer a correlação de seus elementos com o objetivo de extrair

informações pertinentes às temáticas geográficas. A união destes diversos dados

derivados irá compor o Sistema de Informações Geográficas que é o agrupamento,

manipulação e atualização dos diferentes produtos gerados.

Para este trabalho foi utilizado o software Spring, desenvolvido pelo INPE e

disponibilizado gratuitamente pela internet no site do instituto, que além de agrupar

as diferentes fontes de informações, irá trabalhar como banco de dados de

informações geográficas e de desenho assistido por computador (CAD).

O Spring trabalha como um banco de dados matriciais, vetoriais e grades,

compondo um ambiente de trabalho de informações geográficas em formato digital

completo. A estrutura e processamento de um banco de dados geográfico se refere

ao modo como as informações são adquiridas (entradas de informações),

processadas (integração de dados, funções de processamento gráfico e de

imagens) e a saída dos resultados obtidos (visualização no monitor e plotagem).

O banco de dados serve primordialmente para o armazenamento e

recuperação dos dados espaciais e seus atributos, servindo como um gerenciador.

Estes componentes podem ser exemplificados de acordo com a Figura 5.

Figura 5 – Estrutura Geral de Sistemas de Informações Geográficas (Câmara et al. 1996)

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11

Para usar as diferentes categorias de dados, o programa utiliza

denominações de acordo com as características de representação gráfica referente

ao espaço geográfico. Existem quatro modelos de dados, definidos como: mapa

temático, mapa cadastral, imagens e modelos numéricos do terreno (CÂMARA et al.

1996).

A classe temática é definida por regiões geográficas compostas por

representações areolares, lineares ou pontuais que simbolizam temas ou categorias

de acordo com seus atributos topológicos. Pode ser definido por representações

matriciais e/ou vetoriais, sendo escolhida de acordo com o objetivo proposto.

A categoria cadastral difere da temática somente por representar os

elementos de um objeto geográfico, que possui atributos e pode estar vinculada a

diferentes tipos de representações gráficas, possuindo na grande maioria das vezes

feições vetoriais. Sua principal diferenciação em relação aos outros tipos de modelos

de dados é que se trabalha com tabelas que contêm informações espaciais ou não

espaciais referentes às representações das feições.

As imagens são dados matriciais organizados em linhas e colunas, que

possuem informações numéricas em cada pixel. Nas imagens digitais oriundas de

Sensoriamento remoto, o valor de cada pixel é o resultado obtido pela reflectância

do alvo e captada pelo sensor. A informação de cada elemento da matriz está ligada

à faixa do espectro que o sensor obteve a resposta (resolução espectral) do alvo. O

tamanho do pixel da imagem irá variar de acordo com a mínima área de cobertura

da superfície terrestre que o sensor consegue captar (resolução espacial). As

imagens podem sofrer ajustamentos de retificação, contraste, filtragem, realce,

classificação, entre outras funcionalidades, através de processamento digital.

Já os modelos numéricos do terreno se referem à representação de uma

grandeza que varia continuamente no espaço. Sua aplicação está muito relacionada

quando se trabalha com dados em 3 dimensões (eixos x, y e z), como por exemplo

em representações de altimetria, teor de minerais no solo, etc. Essa forma de feição

pode ser feita em grade regular ou triangular, variando de acordo com o propósito

que será analisado, conforme explicação de Felgueiras (1998). Nesta categoria

pode ser calculado declividade, aspecto, cálculo de volumes, análise de perfis, etc.

A partir da diferenciação dos dados de acordo com a categoria que foi

trabalhada, as informações podem ser processadas sob diferentes contextos,

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12

variando de acordo com a necessidade e funcionalidade requeridas para cada caso.

A maneira como é desenvolvido cada tema específico, exige comandos referentes

ao tipo de modelo de dados.

O uso das diferentes categorias irá ser o alicerce com o qual foi trabalhada a

diversidade dos dados digitais (imagens de satélite, grade numérica, MNT, etc)

respeitando a fonte primária da informação, com o intuito de proporcionar o

ambiente de interação e agrupamento das informações sob o ambiente

computacional.

A saída das informações processadas normalmente ocorre pela publicação

destes dados que ainda segue a síntese estruturada pela cartografia, que busca

representar de forma linear, areolar e/ou pontual as representações necessárias

para que as informações sejam explicitadas de modo que a compreensão da

distribuição espacial contínua ou descontínua possa ser explicitada.

4.4 GEOMORFOLOGIA

A geomorfologia visa compreender a representação espacial de uma

superfície através das formas do relevo. Para que a forma seja compreendida, é

necessário que os processos sejam entendidos, para assim culminar no seu

esculpimento. Essa dualidade fornece o conhecimento sobre os aspectos e a

dinâmica da topografia atual (CHRISTOFOLETTI, 2006).

O estudo das vertentes pode ser considerado um dos mais importantes ramos

dos estudos geomorfológicos. A vertente pode ser definida como uma forma

tridimensional que foi moldada pelas ações erosivas, por processos presentes ou

pretéritos, e que possui conexão dinâmica entre o interflúvio e o fundo de vale. É

através da vertente que os processos superficiais de carreamento de materiais

detríticos ocorrem, sendo a declividade um dos fatores que será responsável pela

energia deste processo, podendo destacar também a forma geométrica das

vertentes, a vegetação em superfície, os tipos de solos e sua susceptibilidade à

erosão (DYLIK apud CHRISTOFOLETTI, 2006).

As variáveis de estudo definidas para este trabalho possuem o intuito de

compreender como algumas características que compõem as formas do relevo

podem ser compreendidas e exemplificadas espacialmente.

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13

5. MATERIAIS E MÉTODOS

Para se iniciar este trabalho foi necessário criar um Banco de Dados e Projeto

no Spring, utilizando o Datum SIRGAS 2000 e com sistema de coordenadas em

UTM fuso 22 Sul. A delimitação do retângulo envolvente se deu através da análise

na carta topográfica, a qual auxiliou sobremaneira a obtenção das coordenadas do

canto inferior esquerdo e do superior direito da área de estudo.

Como referência para confirmação dos dados oriundos do sensoriamento

remoto, foi utilizado a base cartográfica da Diretoria dos Serviços Geográficos do

Exército através da carta topográfica de Porto Nacional na escala de 1:100.000 da

folha SC.22-Z-B-VI, a qual possui em sua totalidade a área de estudo. Essa carta foi

de fundamental importância para corrigir a distorção geométrica que os produtos

orbitais possuem.

Após criar e configurar o ambiente de trabalho foi necessário registrar a carta

topográfica analógica, com o intuito de atribuir pontos de controle para que o

programa pudesse reconhecer digitalmente as coordenadas que ela representa.

Este passo foi fundamental para que o programa adotasse espacialmente aquela

imagem como uma representação da superfície terrestre.

Com o objetivo de delimitar a área de registro da carta topográfica, foi

selecionada somente a área que representava o retângulo envolvente da área de

estudo, através do software gratuito de manipulação de imagens The Gimp 2.6.8

(Figura 6).

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14

Figura 6 – Mapa Topográfico da Área de Estudo

Em seguida a imagem TIFF foi transformada para o formato compatível com o

Spring através do programa Impima, o qual converte para o formato Grib e que

permite fazer o georreferenciamento. A resolução da carta foi definida para que cada

pixel equivalesse a 10 metros da superfície do terreno. Com isso, a carta topográfica

finalmente pôde ser registrada, pela utilização de 16 pontos de controle

uniformemente distribuídos pela imagem (Quadro 1).

Quadro 1 - Lista dos Pontos de Controle

PONTO X Y PONTO X Y

1 780000 8806000 9 784000 8810000

2 804000 8806000 10 800000 8810000

3 804000 8820000 11 800000 8816000

4 780000 8820000 12 784000 8816000

5 780000 8812000 13 788000 8814000

6 790000 8806000 14 788000 8812000

7 804000 8814000 15 800000 8812000

8 800000 8820000 16 796000 8814000

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Ao final o erro quadrático obtido foi de 0,561 pixel, ou seja, a margem de

deslocamento da imagem em relação às coordenadas corretas no plano de

superfície terrestre foi de 5,61 metros.

Após o registro, finalmente a imagem foi importada e situada em relação à

porção geográfica do espaço que a mesma representa, georreferenciada de acordo

com a coordenada UTM fuso 22 e datum horizontal Córrego Alegre.

Para a base de dados morfométricos foi utilizado a grade numérica das

variáveis altimétricas do terreno pelo site do Projeto TOPOData. Para conseguir

obter a grade regular da área de estudo, necessitou-se averiguar na carta

topográfica o retângulo envolvente da bacia hidrográfica. A partir das coordenadas

analisadas, utilizou-se o índice das imagens do projeto, sendo selecionada a

imagem no formato GeoTIFF corresponde à articulação 10_495 (Figura 7).

Figura 7 - Articulação das imagens TOPOData

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16

Após entrar com as informações de ordem externa no banco de dados do

Spring, finalmente houve o início da vetorização das variáveis que irá compor as

topologias dos polígonos e linhas.

Com o uso da interpretação da carta topográfica, primeiramente houve a

delimitação da borda da bacia através dos divisores de água, tendo como limítrofe

os pontos cotados e a delineação a partir das curvas de nível. A Figura 8 mostra o

resultado desta interpretação.

Figura 8 - Delimitação da bacia hidrográfica e hierarquização dos canais

pelo método de Strahler (1952, apud CHRISTOFOLETTI, 2006)

A carta topográfica usada como cartografia base foi confeccionada em 1978,

ou seja, anteriormente à construção e enchimento do reservatório da Usina

Hidrelétrica Luis Eduardo Magalhães, concluído em 2000. O reservatório alagou

uma grande área além da várzea original do Rio Tocantins, afetando de maneira

direta o exutório da bacia hidrográfica estudada e com isso o seu nível base. Se

fosse usada somente a carta topográfica para definir o limite da borda da bacia, o

polígono iria conter erros por não representar a atual dinâmica do relevo.

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Devido a isso foi necessário reavaliar onde se localiza atualmente o ponto de

vazão do Ribeirão São João. Esse delineamento ocorreu através da interpretação

dos valores dos pixels próximos à atual margem do Rio Tocantins (Figura 9), o qual

possibilitou definir de forma mais fidedigna o novo delineamento da bacia

hidrográfica, concomitantemente com uma imagem Landsat de 2008, para através

da interpretação da tonalidade das cores definir o limite do reservatório.

Figura 9 - Mapa da Imagem SRTM

Com o contorno da bacia hidrográfica plenamente definida, a próxima etapa

foi a delimitação da rede de drenagens, desde o canal principal até os seus

afluentes e subafluentes.

Para efeito comparativo, foi utilizado uma imagem do satélite Landsat 5 TM do

projeto Geocover da NASA que tem como intuito distribuir livremente imagens

ortorretificadas de todo o planeta para que seja usada como base de referência para

correções de imagens de sensoriamente remoto que possuem distorções

geométricas.

Estes dados são divididos segundo a grade WRS (Orbita/Ponto). A Órbita é a

faixa de imageamento da superfície de maneira contínua pelo movimento do satélite

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em torno do planeta e o Ponto é o centróide da articulação. Neste caso, a fração

responsável por recobrimento da área de estudo é a imagem de órbita 222 e ponto

67.

A partir desta imagem Landsat é possível corrigir o deslocamento espacial

que as imagens brutas obtidas no site do Centro de Dados de Sensoriamento

Remoto do INPE ou NASA possuem, ocasionada pela discrepância da trajetória do

satélite em relação ao seu plano de órbita original.

A imagem auxiliou na delimitação de outras redes de drenagem que não

estavam originalmente na carta topográfica, sobretudo pela escala que a mesma

possui o que acaba resultando na generalização ou negligenciamento de drenagens

com menor expressão espacial (Figura 10).

Figura 10 - Mapa do Landsat 5-TM com as drenagens orginais da carta topográfica e a atualização.

Esta análise minuciosa se deu através da interpretação da cor verde mais

claro (mata ciliar) em áreas que potencialmente possuem drenagens “camufladas”

pela vegetação. Foram delimitados 7 novos afluentes diretos do Ribeirão São João e

6 sub-afluentes, além da represa da Saneatins que capta água para distribuição nos

domicílios do município (Figura 11). Este passo foi importante para se ter outra

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perspectiva da hidrografia local, a qual pode ser mais bem compreendida em sua

totalidade. Somente sob essa nova perspectiva é que a rede de drenagens pôde ser

hierarquizada de acordo com o método de Strahler (1952, apud CHRISTOFOLETTI,

2006), sendo o curso principal classificado como de ordem 3 (Figura 8).

Figura 11 - Represa da Saneatins (A e B)

Após isso, houve a importação da grade numérica da imagem SRTM para a

categoria MNT. Este passo é fundamental para que o Spring reconheça que cada

pixel que a imagem representa possui um valor altimétrico baseado no ponto central

do quadrado, que compreende uma área de 90m2.

Com a grade numérica dentro do banco de dados, foi feito o fatiamento das

cotas altimétricas em intervalos de 40 metros, desde o nível de base da drenagem

localizado no exutório da bacia (185 metros) até o ponto mais alto dentre todos os

divisores de água (601 metros) localizado no cume do Morro do Lajeado ou como é

também conhecido, Morro São João (Figura 12).

Esta divisão altimétrica resultou em 10 classes temáticas. Essa forma de

representação vem auxiliar na homogeneização das cotas de mesma altitude em

patamares que se encaixam dentro de um intervalo numérico, através da

visualização de cores frias (menor altitude) para quentes (maiores altitudes).

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Figura 12 - Face Oeste do Morro São João

Dentro do programa, a categoria MNT possui uma ferramenta que gera

automaticamente isolinhas ou curvas de isovalor de feição vetor (não editável), que

liga os pontos dos pixels que possuem valores correspondentes de acordo com a

eqüidistância inserida entre as curvas de nível. Neste caso, as curvas de nível foram

definidas com intervalos padrões de eqüidistância no valor de 20 metros.

Após a geração das isolinhas, os dados foram utilizados como amostras para

que o programa calculasse a grade triangular (TIN), que são conjuntos de poliedros

cujas faces são triângulos definidos no espaço pelos eixos x, y e z (figura 13).

Figura 13 - Exemplo de Malha Triangular (Felgueiras, 2010)

Durante o procedimento de criação do TIN, foi utilizado linhas de quebra

(linhas de drenagem) para que o programa entendesse que quando uma isolinha

cruzasse com uma drenagem, o processo de triangulação deveria gerar um ponto de

intersecção que obrigaria na finalização da geração daquele triângulo no sentido

negativo e que a partir dele fosse criado outro no sentido positivo, deixando um vale

em “V” onde passa o canal da drenagem.

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O método utilizado para definir o TIN foi o de Delaunay, que de acordo com

Felgueiras (1998), considera que através da análise das

“arestas dos triângulos, é que permite que as informações morfológicas importantes, como as descontinuidades representadas por feições lineares de relevo (cristas) e drenagem (vales), sejam consideradas durante a geração da grade triangular, possibilitando assim, modelar a superfície do terreno preservando as feições geomórficas da superfície.”

Outra variável é a orientação ou direção das vertentes que possui como

definição a medida do ângulo azimutal correspondente à maior inclinação do terreno,

em ângulo descendente (Valeriano, 2008a).

A exposição da vertente está ligada à direção em relação aos pontos cardeais

que a mesma está voltada, definida através do ângulo azimutal (Quadro 2).

Quadro 2 - Direção Azimutal das Vertentes

Norte 337,5° até 22,5° Sul 157,5° até 202,5°

Nordeste 22,5° até 67°,5 Sudoeste 202,5° até 247,5 °

Leste 67,5° até 112,5° Oeste 247,5° até 292,5°

Sudeste 112,5° até 157,5° Noroeste 292,5° até 337, 5°

É através deste aspecto que o escoamento, principalmente o superficial,

tende a ser direcionado. Juntamente com a declividade a orientação é um dos

fatores preponderantes que condicionam a dinâmica hidrológica sobre a superfície,

ditando o sentido do fluxo.

No site do projeto TOPOData existe a variável de formas do relevo, que está

relacionada à geometria da vertente e que se baseia nas curvaturas verticais (na

direção da declividade) e horizontais (ao longo da curva de nível) (VALERIANO e

CARVALHO JUNIOR, 2003). Existem 9 formas básicas de estruturas de terreno

(Figura 14) que através do ângulo de declividade irá proporcionar o escoamento

superficial com maior ou menor energia e que resultará na maneira como o material

tende à ser erodido e carreado, variando de acordo com a vegetação predominante

e a suscetibilidade do tipo de solo à erosão.

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Figura 14 - Geometrias das Formas do Terreno (Adaptado de Valeriano, 2008a)

Para Valeriano (2008, p. 20), os casos mais extremos de combinações de

fatores que representam a curvatura do terreno são as

“côncavo-convergente (máxima concentração e acúmulo do escoamento) e pela forma convexa-divergente (máxima dispersão do escoamento). As combinações intermediárias têm características hidrológicas mais dependentes das relações entre as intensidades (módulos) dos efeitos individuais.”

A imagem GeoTIFF obtida continha em sua grade numérica o valor dos pixels

de acordo com as classes que foram definidas entre 1 e 9, de acordo com a

curvatura horizontal e vertical. A partir destas informações houve o fatiamento da

imagem entre os intervalos, criando um novo modelo temático de representação que

contém as formas resultantes do relevo.

Ao final de todas as análises, foram confeccionados os mapas descritos nos

objetivos, com o intuito de representar espacialmente a distribuição das ocorrências

das variáveis geomorfológicas. Os mapas foram produzidos através do programa

Scarta e finalizados com um acabamento mais elaborado no Gimp 2.6.8.

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6. RESULTADOS

Como este trabalho visou fazer o levantamento das variáveis envolvidas entre

os condicionantes geomorfológicos, o que se segue é a descrição dos dados

adquiridos e processados.

6.1 HIPSOMETRIA

A Hipsometria se refere à representação das elevações do terreno através do

fatiamento do relevo em cotas altimétricas que visam demonstrar através de classes

coloridas sua distribuição espacial (Figura 15).

Figura 15 - Mapa de Hipsometria

Na análise desta variável, verifica-se que próximo ao exutório a faixa de

intervalo para a área compreende 10,2% (212m até 252m) de todo o espaço da

bacia. Em comparação, 81% de toda a área possui amplitude altimétrica de 79

metros (253m até 332m), demonstrando pouca diferenciação de altitude na grande

maioria da superfície. Nota-se que a dissecação do relevo é muito acentuada já que

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as partes mais elevadas representam somente 8,7% da área total da bacia (333m

até 601m), como pode ser exemplificado na Tabela 1.

Tabela 1 - Distribuição Espacial da Hipsometria

Classes (m) Área (km2) %

212-252 8,398 10,2

253-292 47,2637 57,6

293-332 19,1789 23,4

333-372 2,4774 3

373-412 1,5222 1,9

413-452 1,2478 1,5

453-492 0,9896 1,2

493-532 0,6884 0,8

533-572 0,1673 0,2

573-601 0,0803 0,1

TOTAL 82,014 100

Isso acaba refletindo no gradiente do relevo, que através da drenagem

principal é o responsável pelo desnível entre a nascente (montante) e a foz

(jusante).

O Spring possui uma ferramenta de criação automática de perfil topográfico

que calcula a elevação dos pontos (valor de z) ao longo de uma linha. Através da

escolha do Plano de Informação que contém o vetor de delineamento da drenagem

principal, foi definida a divisão do curso da bacia em 3 patamares: alto (próximo à

Serra de Monte do Carmo até 2500 metros de comprimento), médio (de 2500 metros

até o início do reservatório) e baixo (do início do reservatório até a foz) cursos,

através da interpretação das principais linhas de quebra do relevo (Figura 16).

Figura 16 - Perfil Topográfico do Ribeirão São João

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6.2 DECLIVIDADE

A declividade é a relação trigonométrica entre a diferença de altura entre dois

pontos e a distância horizontal entre esses pontos, ou seja, é a inclinação da

superfície do terreno em relação ao plano horizontal. Ela é importante para

determinar a angulação da vertente e predizer qual o seu tipo modelado com a ajuda

concomitantemente da hipsometria local.

A malha triangular gerada em graus decimais foi classificada em 5 classes de

acordo com o sistema brasileiro de classificação de solos da Embrapa (1999), como

pode ser visualizado no mapa abaixo (Figura 17).

Figura 17 - Mapa de Declividade por TIN

A bacia hidrográfica possui 83% de sua área com declividade plana (54%) ou

suavemente ondulada (29%). Isso evidencia o intenso grau de entalhamento do

vale, resultado das ações erosivas que desgastaram o relevo até chegar a esta taxa

de declividade tão baixa. A baixa amplitude da declividade também está relacionada

à localização regional da bacia à margem direita do rio Tocantins, situada na área

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compreendida pela unidade geomorfológica da Depressão do Tocantins (BRASIL,

1981)

As áreas que concentraram as maiores taxas de declividade são aquelas que

também possuem maior elevação altimétrica, como é o caso da área referente à

face setentrional do iselberg do Morro São João (norte da bacia), e também a leste,

margeando a borda ocidental da Serra de Monte do Carmo. A Tabela 2 exemplifica

os dados mensurados sobre a distribuição espacial desta variável.

Tabela 2 - Distribuição Espacial da Declividade

Relevo Classes (%) Área (km2) % Plano 0 – 3 44,4458 54

Suave ondulado 3 – 8 23,9053 29 Ondulado 8 – 20 7,8368 10

Forte Ondulado 20 – 45 4,7655 6 Montanhoso > 45 1,0603 1

TOTAL 82,014 100

Através do recurso de tabulação cruzada entre Planos de Informações

diferentes, foi possível verificar a correlação entre as cotas hipsométricas e as

classes de declividade (Tabela 3).

Tabela 3 - Distribuição Espacial em km 2 entre a Tabulação Cruzada de Declividade e Hipsometria

212m a 252m

253m a 292m

293m a 332m

333m a 372m

373m a 412m

413m a 452m

453m a 492m

493m a 532m

533m a 572m

573m a 601m

0% - 3% 5,0123 31,0183 7,9764 0,2371 0,0698 0,0038 0,0449 0,0602 0,0124 0,0105

3% - 8% 2,8045 13,5643 7,1904 0,3203 0 0,0019 0,0143 0,0076 0,0019 0

8% - 20% 0,5575 2,5903 2,9727 0,9466 0,241 0,1386 0,1884 0,1673 0,0335 0,001

20% - 45% 0,0239 0,087 0,741 0,8845 1,1006 0,9504 0,5842 0,3232 0,0545 0,0163

> 45% 0 0,0038 0,2983 0,0889 0,1109 0,153 0,1578 0,13 0,065 0,0526

A área compreendida entre as altitudes 253m e 292m juntamente com

declividade entre 0% e 8%, correspondeu a 54,36% da área da bacia. Já a cota

293m a 332m possui 18,49% de sua área com declividade entre 0% e 8%.

Pode-se constatar que estas regiões somadas possuem 72,85% de toda a

área da bacia, demonstrando que em uma amplitude altimétrica de 80 metros, o

relevo é plano e/ou suavemente ondulado. Mesmo com os divisores de águas sendo

elevados em relação ao exutório (389 metros de diferença), praticamente ¾ da bacia

hidrográfica está situado numa área já muito erodida e desgastada.

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O Morro São João é a única exceção, por se tratar de um morro testemunho

isolado frente à paisagem local, que além de possuir as cotas altimétricas e

declividades mais elevadas da bacia, serve conseqüentemente como limitador

topográfico e nascente para 5 cursos d’água em suas vertentes.

6.3 EXPOSIÇÃO DA VERTENTE

A direção das vertentes só é bem definida quando o relevo possui

declividades médias ou altas. Em relevos planos sua determinação é dificultada,

podendo até mesmo não possuir sua necessidade já que nessa ocasião a

declividade é quase nula (Valeriano, 2008a). Em áreas onde ocorrem massas

d’água também ocorre isso, por se caracterizar como área sem declividade.

Neste contexto, a bacia hidrográfica do ribeirão São João possui 54% de sua

área com declividade na faixa entre 0% e 3%. Como não há ângulo preponderante

de inclinação entre a base e o topo das vertentes (características de terreno plano) o

Spring não consegue calcular o sentido da orientação da vertente. Isso acaba

ocasionando a falta de informações representadas no mapa, através de vazios entre

os polígonos (Figura 18).

Figura 18 - Mapa de Orientação das Vertentes por TIN

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A distribuição espacial da orientação das vertentes mostra o predomínio das

direções Norte e Nordeste (na porção setentrional em relação à drenagem principal)

além de Sul e Sudeste (na porção meridional em relação à drenagem principal). As

orientações Oeste e Noroeste estão dispostas em sua grande maioria no limite da

bacia ao leste, na área relativa à Serra de Monte do Carmo. As áreas com

baixíssima declividade ou planas foram condicionadas a baixa amplitude altimétrica,

inclusive no reservatório da Saneatins. A Tabela 4 representa o quantitativo de área

ocupada pelas diferentes orientações das vertentes e a percentagem em relação ao

total de classes.

Tabela 4 - Distribuição Espacial da Orientação das Vertentes

Classes Área (km2) %

Norte 12,4637 15

Nordeste 8,0596 10

Leste 4,6929 6

Sudeste 5,65 7

Sul 9,5531 12

Sudoeste 10,887 13

Oeste 7,7201 9

Noroeste 10,6479 13

Plano 12,3395 15

TOTAL 82,014 100

6.4 FORMAS DO RELEVO

A coloração foi definida em relação à alusão das implicações físicas que

condicionam cada modelado (Figura 19), como por exemplo, a classe côncava-

convergente é azul para inferir a influência de umidade nessas áreas. Já os terrenos

convexo-divergentes foram classificados em amarelo, simbolizando a ocorrência de

áreas mais secas e possível exposição do substrato devido à maior probabilidade de

solos mais rasos (MOORE et al. apud VALERIANO 2008).

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Figura 19 - Coloração das Formas de Terreno de Acordo com a Intensidade

do Processo de Escoamento (Valeriano, 2008a)

A classificação das classes resultou no mapa de formas do terreno. A

cartografação desta variável auxilia na representação visual da distribuição espacial

na bacia hidrográfica (Figura 20).

Figura 20 - Mapa de Formas do Terreno

Em áreas onde existem drenagens, o predomínio das formas convergentes

são mais preponderantes, em especial a curvatura vertical Côncava, que foi absoluta

em representar a maneira como os talvegues condicionam o fluxo hidrográfico em

direção às áreas mais baixas destas formas.

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As formas divergentes simbolizam a difusão radial do escoamento, as quais

propiciam a dificuldade do aparecimento de canais de drenagem e caracterizando

assim o predomínio de locais com infiltração de água nos solos.

Já nas áreas planas, não ocorre nenhuma forma considerável de terreno, pois

assim como na orientação das vertentes a declividade é tão baixa que não propicia

um modelado que possa ser representativo.

Através da análise desta variável, as dados puderam ser agrupados e

mensurados pelas suas classes e definidas de acordo com sua área de

representação na superfície (Tabela 5).

Tabela 5 - Distribuição Espacial das Formas do Terr eno

Classes Área (km2) %

Convergente Côncavo 23,6471 28,8

Convergente Retilíneo 0,9609 1,2

Convergente Convexo 3,0913 3,8

Planar Côncavo 12,1941 14,9

Planar Retilíneo 1,5078 1,8

Planar Convexo 3,0702 3,7

Divergente Côncavo 22,1679 27

Divergente Retilíneo 5,6854 6,9

Divergente Convexo 0 0

Área Plana 9,689 11,8

TOTAL 82,0141 100

Essa variável juntamente com a declividade vai condicionar a maneira como

ocorre a erosão e o transporte de materiais. Seu modelado está estritamente

relacionado com o entalhamento dos vales e os interflúvios, variando de acordo com

a geometria de cada forma do terreno e o material sobre (vegetação) e sub (tipos de

solos e rochas) superfície (GUERRA, 2001).

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo proposto para este trabalho foi representar a hipsometria,

declividade, exposição da vertente e formas do terreno. Estas variáveis são

fundamentais por constituírem parte da dinâmica do relevo da bacia hidrográfica do

Ribeirão São João, que além do mapeamento geomorfológico, possibilitou também a

atualização da rede de drenagem. Estas análises foram possíveis através da análise

de produtos do sensoriamento remoto juntamente com técnicas de

geoprocessamento.

A escala de análise empregada neste trabalho proporcionou obter um novo

panorama para a área estudada, sobre os fatores que constituem a complexa

dinâmica do relevo.

Embasado em trabalhos que já comprovaram a eficácia dos dados SRTM em

estudos geomorfológicos, os resultados obtidos dão a possibilidade de se realizar

uma classificação mais detalhada desta importante bacia hidrográfica, com o intuito

de trazer à luz novas perspectivas sobre a paisagem local que ainda não foram

plenamente elucidados e compreendidos.

A partir dos dados apresentados, sugere-se a possibilidade de desenvolver

uma nova proposta de classificação do relevo local com o auxílio teórico conceitual

de metodologias na área como a de Ross (1992) ou do IBGE (1995), cartografando

sua distribuição espacial e seus processos, para que desta maneira posso ocorrer o

entendimento de sua gênese e dinâmica que proporcionou seu modelado.

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