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Gerência de Vendas - Calvosa

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Administração, Gerência

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  • MduloMarcello Calvosa

    Gerncia de Vendas

    Volume 11

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  • Mdulo 1: Gerncia de Vendas: O ambiente

    organizacional

    Marcello Calvosa

    Volume 1 Mdulo 1

    Gerncia de Vendas

    Apoio:

  • Material Didtico

    C167gCalvosa, Marcello.

    Gerncia de vendas. v. 1 / Marcello Calvosa. - Rio de Janeiro: Fundao CECIERJ, 2010.

    240 p.; 19 x 26,5 cm.ISBN: 978-85-7648-473-81. Vendas - Administrao. 2. Administrao

    de empresas. I. Ttulo.

    CDD: 658.81

    Referncias Bibliogrfi cas e catalogao na fonte, de acordo com as normas da ABNT.

    Copyright 2008, Fundao Cecierj / Consrcio Cederj

    Nenhuma parte deste material poder ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrnico, mecnico, por fotocpia e outros, sem a prvia autorizao, por escrito, da Fundao.

    2010/1

    ELABORAO DE CONTEDOMarcello Calvosa

    COORDENAO DE DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONALCristine Costa Barreto

    SUPERVISO DE DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONAL Ana Paula Abreu-Fialho

    DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONAL E REVISO Marcelo OliveiraSolange Nascimento

    AVALIAO DO MATERIAL DIDTICOThas de Siervi

    EDITORATereza Queiroz

    REVISO TIPOGRFICACristina FreixinhoDaniela de SouzaElaine BaymaPatrcia Paula

    COORDENAO DE PRODUOJorge Moura

    PROGRAMAO VISUALRonaldo d'Aguiar Silva

    ILUSTRAOAndr Dahmer

    CAPAAndr Dahmer

    PRODUO GRFICAPatricia Seabra

    Departamento de Produo

    SOBRE O AUTOR

    Marcello Vinicius Dria Calvosa formado em Administrao Pblica e de Empresas, especialista em Auditoria Fiscal, mestre em Gesto e Estratgia em Negcios (UFRRJ) e, atualmente, doutorando em Administrao (USP). Atuou no mercado como gerente de vendas e administrador de empresas, ao longo de dez anos. Com a ajuda de diversos colaboradores realizou estudos, publicou ensaios e artigos cientfi cos em simpsios, seminrios e congressos cientfi cos. Participa ativamente de grupos de pesquisa e professor colaborador em pesquisas do Ncleo de Estudos do Mestrado da UFRRJ. Trabalha como professor na UFRRJ, desde 2003, no curso de graduao em Administrao de Empresas e atua como coordenador de gerncia de vendas no curso de graduao em Administrao, modalidade de ensino a distncia do CEDERJ. Possui ainda experincia prtica e acadmica nas reas de Sistemas Administrativos, Mercadolgica e de Recursos Humanos, desenvolvendo principalmente os seguintes temas: Empreendedorismo, Liderana Empresarial, Vendas/Marketing, Desenvolvimento de Carreiras e Gesto de Pessoas. Referncia para o Currculo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4266017D.

    Fundao Cecierj / Consrcio CederjRua Visconde de Niteri, 1364 Mangueira Rio de Janeiro, RJ CEP 20943-001

    Tel.: (21) 2334-1569 Fax: (21) 2568-0725

    PresidenteMasako Oya Masuda

    Vice-presidenteMirian Crapez

    Coordenao do Curso de AdministraoUFRRJ - Silvestre PradoUERJ - Aluzio Belisrio

  • Universidades Consorciadas

    Governo do Estado do Rio de Janeiro

    Secretrio de Estado de Cincia e Tecnologia

    Governador

    Alexandre Cardoso

    Srgio Cabral Filho

    UENF - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIROReitor: Almy Junior Cordeiro de Carvalho

    UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROReitor: Ricardo Vieiralves

    UNIRIO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIROReitora: Malvina Tania Tuttman

    UFRRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIROReitor: Ricardo Motta Miranda

    UFRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROReitor: Alosio Teixeira

    UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSEReitor: Roberto de Souza Salles

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  • Modulo 1 Gerncia de Vendas: O ambiente organizacional

    Aula 1 Vendas preceitos bsicos ................................................................... 7

    Aula 2 Anlise ambiental microambiente e macroambiente .......................31

    Aula 3 A fora de vendas ..............................................................................63

    Aula 4 Recursos humanos em vendas ............................................................93

    Aula 5 Motivao em vendas ....................................................................119

    Aula 6 Remunerao em vendas ................................................................151

    Aula 7 Administrao da comunicao nas organizaes ...........................173

    Apndice A Classifi cao dos papis de vendas .....................................201

    Apndice B Mtodos para a defi nio do nmero de vendedores em uma equipe ....................................................................203

    Apndice C Teorias contemporneas de motivao ................................205

    Apndice D Teorias sobre os sistemas de remunerao .........................217

    Apndice E Comunicao Organizacional ...............................................223

    Referncias.................................................................................................231

    Gerncia de Vendas Volume 1

    SUMRIO

    Todos os dados apresentados nas atividades desta disciplina so fi ctcios, assim como os nomes de empresas que no sejam explicitamente mencionados como factuais.Sendo assim, qualquer tipo de anlise feita a partir desses dados no tem vnculo com a realidade, objetivando apenas explicar os contedos das aulas e permitir que os alunos exercitem aquilo que aprenderam.

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  • MENSAGEM AOS ALUNOS

    Caros alunos:

    Espero que esta obra possa ter contribudo um pouquinho com a formao acadmica

    e profi ssional de vocs. O objetivo geral da proposta foi contextualizar o tema gerncia

    de vendas com as reais necessidades de um profi ssional que est se capacitando para

    se tornar um administrador e, talvez, um futuro gerente de vendas, por isso me senti

    na obrigao de no trazer apenas ensinamentos tericos, mas antes de tudo, lies

    prticas que possam ser realmente implementadas em uma empresa (independente de

    seu porte ou setor), de modo gradual e assertivo.

    Este livro resultado de um trabalho de equipe que apenas pde ser concretizado devido

    diligncia e ao apoio do consrcio CEDERJ com parceria com a UFRRJ. Especialmente,

    vale destacar as pertinentes contribuies dos revisores, Solange e Marcelo Oliveira, da

    prontido e efi cincia das meninas do fl uxo de material, Luciana e Renata, da organizao

    e agilidade da secretria do CEDERJ na UFRRJ, Aline, e ao pioneirismo e assertividade do

    coordenador do curso, Marcelo lvaro. Agradeo a ajuda e a participao de todos para

    a efetividade desta obra.

    Em breve, lanarei um site para que as idias contidas neste livro gerem discusses e

    debates, e o conhecimento possa circular de forma mais abrangente e aplicado s reais

    necessidades do meu pblico-alvo, voc, estudante. Enquanto isso, sinta-se a vontade

    para entrar em contato comigo por e-mail ([email protected]) para fazer crticas,

    sugerir mudanas e tirar dvidas pertinentes ao contedo do livro.

    Bom proveito do material!

    Cordialmente,

    Marcello Calvosa.

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  • Vendas preceitos bsicos

    Aps o estudo do contedo desta aula, voc dever ser capaz de:

    reconhecer a evoluo das formas de escambo e a importncia da substituio dos signos monetrios em relaes comerciais contemporneas;

    identifi car a origem do processo de vendas, a diferena entre vendas no atacado e no varejo, e entre pagamento a prazo e vista de produtos e servios;

    identifi car as divises de um processo de vendas e a sntese destes elementos.

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    AULA

    Metas da aula

    Apresentar a evoluo das relaes de troca, do escambo ao uso do dinheiro, para a aquisio de mercadorias e facilitar o comrcio

    entre pessoas e empresas; apresentar, tambm, os conceitos de mercado, de vendas, dos tipos e das fases da venda e de gerncia

    de vendas; expor o processo de vendas como um processo seqencial, diferenciando-o de uma atividade isolada da empresa.

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    Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos

    INTRODUO Vivemos em uma era de acirrada competitividade de mercados. Esta concor-

    rncia se desenvolve a partir de incrveis mudanas mundiais. Nesta nova Era,

    fenmenos como o aparecimento de inovaes tecnolgicas, a queda de

    obstculos geogrfi cos diante da informao que cruza pases e continentes

    em segundos, a maior conscientizao dos direitos dos consumidores, a grande

    autonomia das empresas no cenrio econmico-poltico em um ambiente de

    fuses, aquisies, parcerias e alianas estratgicas etc. geram um cenrio

    potencialmente mutvel e desconexo. Enfi m, o cenrio externo empresa

    conturbado e impreciso. Estas incertezas fazem com que, entre outras

    preocupaes, os empresrios e empreendedores, em todas as partes do

    globo, busquem respostas para as seguintes questes:

    Como criar ferramentas, prticas e processos para deixar a

    organizao mais competitiva?

    Como ofertar produtos ou servios de qualidade, com um pre o

    atra ente e que gerem desejo de serem consumidos ou comprados?

    Como disponibilizar produtos e/ou servios ao consumidor fi nal, de

    forma rpida e fcil no mercado, garantindo visibilidade e efetividade

    de compra?

    Essas questes podem ser alguns dos anseios nutridos pelos empresrios e

    empreendedores, que buscam tais respostas do profi ssional conhecido como

    gerente de vendas. Para estudar gerncia de vendas, voc, futuro administrador,

    dever entender alguns conceitos bsicos, como os propostos nesta aula inicial.

    Estas defi nies ajudaro voc a capacitar-se para satisfazer aos desejos e s

    necessidades dos clientes. Quando os clientes fi cam satisfeitos, podem voltar

    e comprar mais vezes em sua empresa, o que aumentar sua carteira de

    clientes e o volume de vendas, permitir que a organizao tome decises

    mais estruturadas, far com que os clientes atuais se tornem multiplicadores e

    que a organizao possa competir em novos mercados.

    A seguir, voc ver como surgiu o conceito de mercado como conhecemos hoje,

    alm de conhecer as evolues nas trocas de mercadorias, o uso do dinheiro

    e como ocorre uma transao de venda.

    DO ESCAMBO AO MERCADO

    Pode-se defi nir mercado como um espao de transaes, conjunto

    de meios e instrumentos necessrios para gerao e distribuio de

    valores mobilirios (bens mveis), segundo o Dicionrio escolar da

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    lngua portuguesa (Ministrio da Educao e Cultura); o contexto de

    trocas e intercmbios entre aqueles que oferecem vender um produto

    ou servio e aqueles que procuram comprar um produto ou servio. Um

    centro onde ocorre comrcio.

    As trocas nos dias de hoje so bem diferentes daquelas realizadas

    no passado. A moeda como hoje a conhecemos resultado de uma longa

    evoluo. No passado, quando no havia moeda, praticava-se o escambo,

    simples troca de mercadoria por mercadoria, sem equivalncia de valor.

    Assim, quem pescasse mais peixe do que o necessrio para si e seu grupo

    trocava este excesso com o de outra pessoa que, por exemplo, tivesse

    plantado e colhido mais milho do que fosse precisar. Esta elementar

    forma de comrcio foi dominante no incio da civilizao.

    Figura 1.1: Escambo.

    Muito antes de chegarmos ao conceito de mercado que temos hoje,

    com a fi xao do homem terra, este passou a permutar o excedente que

    produzia. Inicialmente, o homem produzia tudo de que necessitava em

    sua terra. O que excedia ele trocava com aqueles que produziam o que

    ele no tinha. Surgia a primeira manifestao de comrcio: o escambo.

    O escambo consistia na troca direta de mercadorias, como

    ga do, sal, gros, pele de animais, cermicas, cacau, caf, conchas etc.

    Esse sistema de troca direta, que durou vrios sculos, deu origem ao

    surgimento de vocbulos como "salrio", o pagamento feito atravs de

    certa quantidade de sal; "pecnia", do latim pecus, que signifi ca rebanho

    (gado) ou peculium, relativo ao gado mido (ovelha ou cabrito).

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    Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos

    O surgimento da moeda

    Com a evoluo e a complexidade das relaes de permuta,

    houve a ne ces sidade de se criarem unidades monetrias que facilitassem

    o transporte de bens e permitissem que o deslocamento de grandes

    volumes de mercadoria fosse direcionado para o espao de transaes.

    Para algumas mercadorias, devido ao seu elevado peso ou volume, era

    invivel ou impossvel seu traslado ou transporte; da, provavelmente,

    venha o advento do dinheiro, que era cunhado ou feito em moldes

    utilizando-se os mais diversos materiais: madeira, cermica, metais e

    vidro. Surgia ento a moeda.

    Numismtica a cincia auxiliar da Histria que estuda as moedas e me da-lhas. Por generalizao, compreende o colecionismo e a classifi cao de smbolos e valores de cmbio, entre os quais o papel-moeda.

    Figura 1.2: Formas contemporneas de escambo.

    A moeda o resultado de uma longa evoluo. Aps o advento da

    moeda, outras formas de fazer permuta surgiram e, aos poucos, foram

    tornando-se parte do nosso cotidiano, tais como: metais preciosos,

    cheques, cartes de crdito, cartes de dbito etc.

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    Voc pde constatar que houve uma signifi cativa evoluo na forma de realizar trocas ao longo da histria. Os signos monetrios existentes no incio do perodo de trocas foram aperfeioados. Hoje fazemos permuta em lojas, shopping centers, postos de gasolina etc., sem necessariamente desembolsarmos mercadorias ou dinheiro fsico, como papel-moeda, por exemplo. As trocas esto cada vez mais abstratas, pois pagamos em cartes de crdito, cartes de dbito, cheques. Assim tambm est acontecendo com o contato fsico entre vendedor e cliente. Voc j fez alguma compra pela internet? Nesta modalidade no h contatos fsicos ou laos emocionais entre a empresa e o comprador. O comprador tambm no d nenhuma mercadoria ou dinheiro na hora para a empresa pelo produto ou servio que ele quer comprar. A transao se d atravs de depsitos, crditos ou transferncias. Estas formas de permutar ganham uma enorme projeo atualmente, por vrios motivos diversos: praticidade, reduo de custos, convenincia, segurana, entre outros. Ser que em um futuro prximo as relaes de permuta sero assim, sem troca concreta de signos monetrios? As grandes empresas j esto se adaptando a esta nova realidade. Voc acha que isso pode afetar o volume de vendas das pequenas empresas tambm? Por qu?

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    Resposta ComentadaUma possvel resposta para esta questo, j que ela d base para divergncias de

    interpretao, que as atividades de venda passaram a depender, sobretudo, neste

    sculo XXI, menos do contato fsico, real, com os interlocutores e vendedores devido

    s inovaes tecnolgicas como as vendas pela internet, vdeo e audioconferncias,

    surgimento de um perfi l de consumidor mais instrudo etc. Por isso, alguns cientistas

    visionrios acreditam que o dinheiro fsico acabar em um prazo de 50 ou 60 anos.

    No se sabe se o dinheiro vai desaparecer, mas algumas transaes, hoje em dia,

    j so inviveis devido a diversos fatores (imagine a viabilidade, por exemplo,

    de voc sair com dinheiro vivo, embaixo do brao, para comprar um

    automvel?). Porm, pequenas transaes

    Atividade 12

    Para entender um pouco mais sobre a origem do escambo, da moeda e do dinheiro, voc poder acessar o site do Banco Central do Brasil (www.bcb.gov.br) e o da Casa da Moeda do Brasil (http://www.casadamoeda.gov.br/portal/). Procure observar como eram cunhadas as moedas, o tipo de material utilizado e o signifi cado disto.

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    Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos

    comerciais poderiam ser encarecidas com tal evoluo, pois certamente os

    custos de transao e informatizao seriam repassados aos produtos. Ser que

    seria interessante para voc ou para o comerciante comprar quatro pezinhos

    na padaria com carto de crdito, por exemplo? Outro ponto relevante que

    alguns clientes precisam tambm, para comprarem satisfeitos, de contato fsico

    com um profi ssional de vendas, seja para se sentir mais seguro para fazer

    uma compra ou para aceitar sugestes e tirar dvidas sobre o desempenho

    do produto/servio. Quando se utilizam meios tecnolgicos para as atividades

    de vendas seguramente, um pblico maior ser atendido de modo virtual, o

    que romper as fronteiras geogrfi cas e de infl uncia de um estabelecimento

    fsico. Com isso, razovel acreditarmos que o volume de vendas comercializado

    pode ser maior, mas talvez no deva alcanar empresas de todos os portes, ao

    mesmo tempo.

    ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DA FUNO VENDAS

    Com o surgimento da moeda, a prtica do escambo foi perdendo

    fora. Era mais simples, gil e fcil V E N D E R seu excedente para algum

    interessado e, logo depois, comprar com dinheiro no bolso os produtos

    de interesse com outro indivduo do que fi car transitando com grandes

    volumes de mercadoria. As vendas comearam a surgir e se multiplicar ex po-

    nencial mente. Pessoas especializadas nesta atividade e grandes centros de

    dis tribuio e de transaes comerciais tambm comearam a emergir.

    Enquanto vigoraram os paradigmas da sociedade aps a Revoluo

    Industrial, com a ocorrncia de alta demanda, vender era uma tarefa

    relativamente fcil. Se pararmos para refl etir, no teremos difi culdade

    em entender o porqu. Da Revoluo Industrial at o fi nal da dcada de

    1980, a maioria dos mercados vivia uma situao de demanda superior

    oferta. Logo, para que as empresas ganhassem dinheiro, bastava

    garantir que sempre haveria mais pessoas interessadas em comprar do

    que mercadorias para vender.

    A partir do incio do sculo XX e, sobretudo, aps a Primeira

    Guerra Mundial, a venda se tornou uma preocupao essencial para a

    maioria das empresas. Nessa poca, comearam a aparecer os primeiros

    sinais de excesso de oferta, e os fabricantes preocuparam-se com a

    VE N D E R

    Segundo o Dicionrio escolar da lngua portuguesa (Ministrio da Educao e Cultura), vender signifi ca: v. 1. Tr. dir. Alienar (um objeto) mediante certo preo; trocar por dinheiro. 2. Tr. dir. Negociar em. 3. Intr. Exercer a profi sso de vendedor. 4. Tr. dir. Sacrifi car por dinheiro ou por interesse.

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    produo em srie. Assim, a oferta superou a procura e os produtos

    acumularam-se em estoques, o que levou algumas empresas a usar

    tcnicas de vendas bem mais agressivas. A nfase na comercializao

    das empresas era totalmente dirigida s vendas, em termos de um esforo

    agressivo e orientado de vendas e promoo.

    A orientao para vendas signifi ca que

    o propsito da empresa vender o que fabrica e no vender o que o

    mercado (o cliente) deseja. A preocupao com o curto prazo,

    no importando se o cliente fi cou ou no satisfeito.

    !!Hoje os produtos oferecidos ao mercado esto fi cando cada

    vez mais parecidos, menos diferenciados. A competncia para criar

    diferencial competitivo a partir de aes de venda consultiva passa

    a ser um imperativo para a sobrevivncia futura das organizaes.

    As funes da atividade de vendas que conduzem a empresa para

    customizar (diferenciar) as suas responsabilidades esto descritas a seguir

    e sero exploradas ao longo das aulas subseqentes. So elas:

    Planejar as atividades de venda.

    Procurar indicaes de novos clientes.

    Visitar contas potenciais.

    Identifi car os tomadores de deciso.

    Preparar informaes e apresentaes de vendas.

    Superar objees.

    Apresentar novos produtos.

    Visitar contas novas.

    O processo de venda ao longo dos anos vem recebendo inmeras

    atribuies, na tentativa de gerar um pblico fi el para uma demanda

    constante. Tais atribuies tornaram esta altamente qualifi cada, com

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    Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos

    aspectos mais fortes e com bases coerentes e participativas, envolvendo a

    opinio de quem produz, de quem comercializa e de quem compra. Isso

    mudou as formas de agir, pois os profi ssionais envolvidos necessitam de

    uma estrutura e um preparo pessoal altamente qualifi cado. interessante

    notar que alguns fatores sero signifi cativos para nortear as aes destes

    profi ssionais, tais como a freqncia com que se vende para um cliente,

    a forma de pagamento e o volume comercializado.

    A diferena entre vendas no varejo e vendas no atacado

    Existem vendas de grandes quantidades de produtos e outras de

    menor volume de mercadorias. Como consumidor, voc est acostumado

    a fazer compras em pequenas quantidades, para o consumo prprio ou

    de sua famlia. No verdade? Como consumidor ou comprador fi nal,

    voc compra no varejo, em pequenas quantidades. Nesta modalidade,

    voc poder adquirir o produto ou o servio comprado vista, quando

    o quita integralmente, ou a prazo, quando negocia um compromisso de

    pagamento futuro.

    No mercado entre empresas isso ocorre de modo semelhante.

    Mas algumas empresas tm como clientes outras empresas e no apenas

    pes soas f sicas. Geralmente as empresas adquirem seus insumos e mat-

    rias-primas em quantidades maiores que as pessoas fsicas. Quando o

    volume comercializado negociado em grandes quantidades de pro du-

    tos ou servios, chamamos de vendas no atacado. Nesta outra mo dali-

    dade, existem formas especiais de relacionamento, de pagamento e de

    benefcios.

    Assim, por uma viso comercial e pelo volume negociado, as ven-

    das podem ser encaradas de dois modos: vendas no varejo ou vendas no

    atacado. O gerente de vendas da empresa, de acordo com o seu estoque

    disponvel, a perecibilidade e a obsolecncia de seu produtos, os acordos

    entre fi rmas, a fi delidade do cliente, o momento que atravessa o setor

    etc., ir conceder os benefcios e a classifi cao destes a cada cliente.

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    A diferena entre consumidor e comprador

    Consumidor e comprador fi nal no necessariamente querem dizer a mesma coisa. Um indivduo pode ser

    comprador e consumidor ao mesmo tempo, ou no. Pode-se explicar a diferena com um simples exemplo. Caso voc tenha um fi lho e tenha a necessidade de comprar fraldas

    plsticas descartveis para ele, voc o comprador porque fez o escambo, pagou pelo produto. Mas no voc que

    ir utiliz-lo. No ser o consumidor, que no referido exemplo ser o seu fi lho, quem realmente ir

    se benefi ciar do produto/servio adquirido.

    ??Varejo (ou retalho) a venda de produtos ou a comercializao

    de servios em pequenas quantidades, em oposio ao que ocorre no

    atacado. a venda por retalho, como por partes de um todo, direto ao

    comprador fi nal, o consumidor do produto ou servio, sem intermedirios.

    Todas as atividades de venda de bens ou servios realizadas diretamente

    aos compradores finais so definidas como varejo. O local onde

    os produtos ou servios so vendidos (lojas, rua ou residncia do

    consumidor) no importante para esta classifi cao. Da mesma forma,

    todas as maneiras pelas quais estes bens ou servios so vendidos esto

    includas no conceito de varejo, seja atravs de venda pessoal, correio,

    telefone, seja por mquina automtica, internet etc.

    Atacado (ou venda por grosso) a forma de comercializao de

    grandes quantidades de produtos. Tais produtos so mais baratos por

    serem vendidos em lotes maiores que os de varejo e, tambm, por serem

    destinados a lojistas. Em geral, este sistema necessita de elos em seqncia

    na cadeia de suprimentos (posies ou empresas intermedirias), passando

    pelo comrcio varejista, para alcanar os consumidores fi nais.

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    Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos

    Volume de vendas no atacado

    Segundo a Organizao Mundial do Comrcio (OMC), o Brasil exportou (vendeu no exterior) mais

    de US$ 137 bilhes em mercadorias em 2006. A meta de exportaes para o ano de 2007 de US$ 152 bilhes.

    O Brasil representou 0,7% do mercado importador mundial em 2006, com importaes (compras) de US$ 88 bilhes

    em bens. O Brasil o segundo maior exportador e importador de bens da Amrica Latina, atrs

    apenas do Mxico.

    !!Voc pode utilizar estes conceitos de atacado e varejo, pagamento a prazo e vista e fi delizao, na prtica, sem necessariamente ser um gerente de vendas. Quando for realizar a compra (a) de um produto vista (b), se dirija ao balconista e pergunte a ele (se este tiver autonomia para isto) ou pea para o gerente da loja a resposta para a seguinte situao: quantos produtos daquele que voc selecionou seriam necessrios para ter um desconto sobre o montante (c), caso voc quisesse comprar uma quantidade expressiva daquele produto? Voc descobrir a quantidade de atacado (c) daquele produto para aquela loja. Depois pergunte ao atendente qual seria a diferena monetria em reais a ser economizada, se voc optasse por pagar vista (d) ou em quantas vezes a conta poderia ser paga em parcelas iguais, sem juros (pagamento a prazo), caso no conseguisse o desconto (c).Isto gerar quatro situaes distintas: (a) preo para varejo, (b) preo para varejo vista, (c) preo para atacado e (d) preo para atacado vista. Anote os resultados e compare os nmeros! A que concluso se pode chegar com este procedimento? Explique.

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    Atividade 22

    (a) (b)

    (c) (d)

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    TCNICAS E FASES DA VENDA

    Processo de vendas

    O processo de vendas uma seqncia de passos com os quais

    se realiza a venda, ou seja, a transferncia do bem de uma empresa a

    outra. Todo o processo de venda tem, basicamente, cinco componentes

    ou etapas, com maior ou menor nfase em uma delas, eventualmente

    com suspenso de algumas dessas etapas. So elas:

    Resposta ComentadaVoc dever registrar quatro valores diferentes para o preo unitrio (o dinheiro

    pago pelo montante dividido pelo nmero de produtos) daquele produto.

    Primeiro, o preo para comprar apenas uma unidade sem utilizar dinheiro

    vivo (este dever ser o preo unitrio maior dos quatro, pois no varejo e a

    prazo ou postergado). Segundo, o preo de comprar apenas uma unidade

    em dinheiro vivo (este deve ser o menor que o da primeira situao, pois o

    lojista prefere dar um desconto, mas movimentar o caixa dele entrando maior

    fl uxo de dinheiro vivo modalidade varejo vista). Terceira situao, o preo

    unitrio de comprar uma quantidade X de produtos sem utilizar dinheiro vivo

    (este dever ser o segundo menor preo, pois, apesar de no estar pagando em

    dinheiro, o comerciante est fazendo girar seu estoque, diminuindo vrios tipos

    de risco, modalidade atacado a prazo ou postergado). E, por ltimo, a quarta

    situao, o preo unitrio de comprar uma quantidade X de produtos utilizando

    dinheiro vivo (deve ser o preo mais barato de todos modalidade atacado

    vista). Caso o lojista no aceite as condies especfi cas de cada situao, voc

    poder comprar um produto semelhante em outra loja do ramo, pois esta poltica

    de descontos para maior comercializao de produtos uma prtica cotidiana

    no comrcio, e gera a fi delizao dos clientes.

    Seguindo esse raciocnio, um gerente de vendas conhece os nmeros de seu

    estoque, o preo praticado pelo mercado e por seus concorrentes, as estatsticas

    de sua regio ou de sua empresa. Estes nmeros iro permitir que aes

    rpidas de reposicionamento de estratgias de mercado, linhas de produtos

    comercializados, aes de marketing etc. sejam tomadas, assim como possam

    ser traados planos futuros para alinhar a empresa aos seus objetivos estratgicos,

    promoes, polticas de descontos, entre outras aes. Esta questo importante

    para o incio da formao do pensamento gerencial, no administrador de

    empresas.

  • 20 C E D E R J

    Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos

    Criao da demanda: Refere-se estimulao do mercado.

    Estimular o consumo responsabilidade de marketing: criar o desejo

    de consumo. Em mercados industriais, pode ser a atribuio primordial

    da fora de vendas por ocasio de novos produtos fi nais. O papel de

    vendas decorrente da predominncia dessa etapa ser o de ensinar e

    orientar acerca desses novos produtos da empresa.

    Identificao do comprador: (novos clientes para produtos

    com ple xos): Refere-se etapa de localizao de compradores. Alguns

    questionamentos desta etapa so: Quem gostar de consumir estes

    produtos? Quem os compraria? Quem realmente consumiria? Com que

    freqncia? Onde mora? Qual sua idade, sexo, orientao sexual, faixa de

    renda, grau de escolaridade? No caso, o papel de vendas ser o de permitir

    a venda, fazer com que ela acontea depois destas etapas identifi cadas.

    Garantia de comprometimento com a compra: Pode envolver

    a formalizao da venda, atravs de contratos, obrigaes mtuas,

    compromisso de parcerias e desenvolvimento de tecnologias para

    comrcio entre fi rmas, desenvolvimento de um produto customizado

    (diferenciado) a pedido de um cliente especfi co, alianas estratgicas,

    terceirizaes etc.

    Fechamento da venda: Diz respeito s atividades concernentes ao

    faturamento e entrega, emisso de notas fi scais, entrega em domiclio,

    formas de pagamento disponveis, descontos concedidos, visitas externas

    do vendedor, caso a atividade exija etc.

    Prestao de servio ao cliente: Todas as atividades relacionadas

    a ps-venda, servios, assistncia tcnica, montagem de produtos, call

    centers, sorteio de brindes etc.

    No existe uma frmula para se vender bem. O que existem so

    planejamentos, tcnicas e estratgias aliadas a esforo e motivao,

    fazendo o profi ssional de vendas sentir-se mais seguro e capaz de alcanar

    as metas e super-las. O processo de vendas pode ser dividido em trs

    grandes fases: pr-venda (durante a venda ou venda propriamente dita)

    e ps-venda.

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    Fases da venda

    Pr-venda: Nesta fase, o importante ser conhecer os clientes,

    assim como suas expectativas e suas necessidades. Tambm preciso

    conhecer a concorrncia, analisar o mercado com muita efi cincia e

    identifi car sempre as oportunidades. Para a organizao, a fase do

    planejamento e da conscientizao. Nesta fase, o vendedor deve ter em

    mos os instrumentos necessrios para, quando estiver frente a frente

    com o cliente, satisfazer qualquer dvida deste. necessrio o mximo

    de informaes (seguras e precisas) a respeito do cliente, para que o

    vendedor possa convenc-lo de que aquele produto ou servio atender

    os seus anseios. Estas informaes incluem os materiais, equipamentos,

    instrumentos, ferramentas, enfi m, tudo o que vai ser preciso para o

    vendedor fazer uma boa apresentao. A pr-venda inclui diversas etapas.

    Veja cada uma delas a seguir:

    a. Prospeco do mercado: a identifi cao do pblico-alvo, do

    setor da sociedade, da regio geogrfi ca etc. sobre os quais compensa

    mais dirigir os esforos e recursos de vendas.

    b. Anlise da potencialidade do cliente: aps defi nir claramente o

    que se est buscando atravs da prospeco do mercado e coletar uma

    srie de dados sobre os clientes, pode-se ento iniciar o processo de anlise

    da potencialidade desse cliente. Procura-se compreender e organizar os

    dados obtidos transformando-os em informaes e, conseqentemente,

    em um cadastro ativo e organizado para a tomada de decises.

    c. Agendamento de entrevistas e visitas: o processo de agendamento

    de visitas deve ser cercado de alguns cuidados que podem facilitar o

    trabalho de aprovao pelo qual o profi ssional de vendas passa a ser

    atendido. Para isso, ele deve considerar alguns fatores, como estabelecer

    quando o melhor momento para a abordagem do cliente (de acordo

    com os compromissos do cliente, da poca do ms, do tempo disponvel),

    defi nir previamente o argumento da entrevista ou visita, levantar possveis

    objees e questionamentos e preparar contra-argumentos para, por fi m,

    marcar a entrevista ou visita.

    d. A elaborao de propostas comerciais: na elaborao de

    uma proposta, o vendedor deve ser claro e objetivo, para que o cliente

    tambm possa se sentir seguro. O profi ssional de vendas no pode gerar

    no cliente desconfi ana ou sensao de que est tentando tirar vantagem

    da situao.

  • 22 C E D E R J

    Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos

    e. A realizao de visitas e abordagem: causar uma boa impresso

    fundamental. Deve-se ser pontual, vestir-se adequadamente, ter uma

    conversa introdutria, quebrar o gelo etc. O cliente se sentir mais

    vontade de perceber que possui algumas afi nidades com o vendedor.

    Ser honesto com o cliente e consigo mesmo d maior segurana e

    confi abilidade para a apresentao.

    f. O acompanhamento da proposta: ao apresentar uma proposta,

    deve-se estimular a participao do cliente, avaliar o seu grau de

    compreenso, verifi car se h dvidas. Dois momentos costumam ser

    decisivos para a concretizao da venda no acompanhamento da

    proposta: o tratamento que se d s objees e o momento oportuno de

    se efetuar o fechamento da venda.

    g. A emisso do pedido: quanto emisso do pedido, necessrio

    se certifi car de que ele foi preenchido corretamente. Deve-se pedir ao

    cliente que confi rme os seus dados, as quantidades e as condies da

    venda.

    h. Elaborao de relatrios comerciais: a elaborao de relatrios

    comerciais compreende breves relatos de como foi todo o desenrolar da

    negociao.

    Durante a venda: Se escapar alguma coisa da fase anterior (pr-ven-

    da), com certeza o vendedor ter difi culdade para demonstrar, argumentar

    ou convencer o cliente para efetivar a venda. Como a primeira impresso

    a que fi ca, ser muito difcil o vendedor provar qualquer coisa que seja

    numa segunda ocasio, se deixou impresses negativas anteriormente.

    As principais etapas da fase da venda propriamente dita ou durante a

    venda so:

    a. Acompanhamento do pedido internamente: deve-se acompanhar

    o pedido do cliente dentro da empresa. Saber se h a quantidade desejada

    no estoque, se precisar ser produzido, quanto tempo o cliente poder

    esperar, se h insumos, matrias-primas, recursos humanos, tecnologia

    etc. para dar conta do pedido e honrar quantidades e prazos estabelecidos,

    principalmente quando se refere a novos clientes, pois podem ocorrer

    inmeros erros ou imprevistos capazes de comprometer a venda.

    b. A informao ao cliente sobre o pedido: fundamental passar

    ao cliente a origem dos recursos, o grau de periculosidade ou toxidade

    do produto, o risco ambiental, cuidados com manipulao, transporte

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    ou armazenagem, possibilidades de atrasos segundo algumas hipteses

    de imprevisto etc. Isso gera confi ana e credibilidade e reduz problemas

    futuros. Deve-se contatar o cliente para inform-lo sobre o andamento

    do pedido.

    c. Acompanhamento do recebimento do produto: ao ser entregue

    o produto ao cliente, deve ser feita uma conferncia, de preferncia com

    representantes de ambas as partes, para se ter certeza de que, de fato, o

    cliente o recebeu conforme as especifi caes constantes no pedido, local

    e horrio de entrega, quantidade especifi cada etc. Este tipo de atitude

    acelera o processo de aproximao com o cliente, elevando sua satisfao

    com os produtos e servios adquiridos.

    Ps-venda: Esta fase de vital importncia para a continuidade dos

    negcios da empresa, assim como a sua sobrevivncia e/ou permanncia

    no mercado. Sendo o vendedor um gerador de receitas para a empresa,

    muito importante que tambm monitore e controle os nveis de

    inadimplncia de seus clientes. O profi ssional de vendas pode auxiliar o

    departamento de cobrana no recebimento das faturas. necessrio que

    as pessoas estejam no s envolvidas, mas, sobretudo, comprometidas.

    A empresa deve buscar formar um time, uma verdadeira equipe, onde

    a soma das capacidades de cada membro da equipe seja maior que a

    capacidade individual. A ps-venda tem por objetivo gerar satisfao

    e fi delizao no cliente. Ela inclui: o acompanhamento da instalao e

    utilizao do produto; o atendimento ao cliente; a assistncia tcnica;

    o fornecimento de peas de reposio e manuteno; os servios;

    o manual de instrues; a garantia; a troca rpida e o acompanhamento

    da cobrana da fatura.

    Treinar a equipe de vendas no uso de ferramentas que auxiliem

    as vendas fundamental para a empresa conseguir maior uniformidade

    de pensamento e de propsito em sua fora de vendas. Treinar e

    capacitar a fora de vendas (tema da prxima aula) no despesa,

    investimento. Este tipo de postura h muito se faz presente nas relaes

    no mercado organizacional. Por estas razes se faz necessrio que haja

    um acompanhamento na pr-venda (desenvolvimento), durante a venda

    e na ps-venda, a fi m de certifi car que a solicitao do cliente foi de

    fato atendida em todos os seus detalhes e exigncias, dando a ele todo e

    qualquer suporte necessrio. uma relao de parceria entre fornecedor

    (vendedor) e cliente.

  • 24 C E D E R J

    Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos

    Pense no processo de vendas exposto nesta aula. Como foi a sua identifi cao com a matria exposta at aqui? Voc acha que seria um bom profi ssional de vendas? Compreende e aplica todo o processo de vendas? Um futuro gerente de vendas deve se familiarizar com alguns termos e prticas que sero corriqueiros ao longo de sua carreira profi ssional.Confi ra um pouco mais sobre esse conhecimento acessando o site do Guia RH (http://www.guiarh.com.br/x3.htm) e respondendo o teste online sobre as suas aptides para o processo de vendas passo a passo. Este teste poder ajud-lo a sistematizar todo o processo. Em seguida, tente comparar os resultados com colegas e outros profi ssionais. Pea dicas ao tutor da sua disciplina para melhorar os seus pontos mais fracos.

    Resposta Comentada As suas respostas geraro pontos no teste do site. A faixa de pontos em que

    voc se enquadrar refl etir o quanto entende o processo de vendas. Entre

    Atividade 33

    Os principais tipos de servios de ps-venda so:

    a. Pesquisa de satisfao ao consumidor pesquisas encomendadas

    e contratadas principalmente por meio do departamento de marketing

    para quantifi car o grau de satisfao que o produto ou servio adquirido

    propiciou ao seu consumidor.

    b. Servio de Atendimento ao Consumidor (SAC) - por respeito

    ao consumidor ou quem sabe em razo do Cdigo de Defesa do

    Consumidor, algumas empresas, que j haviam passado por situaes

    de embate com o consumidor, entenderam que seria menos oneroso

    ter um servio de atendimento deste que fosse capaz de se antecipar na

    correo e soluo de problemas.

    Tipos de ps-venda

    Ps-venda aos intermedirios: os principais tipos de servios de ps-venda relacionados ao mercado organizacional so: servio de atendimento ao cliente ou intermedirio, pesquisa de satisfao do cliente, relativos prpria fora de vendas, como a contratao de repositores e promotores, e curso de reciclagem e formao. Ps-venda ao consumidor: o foco dos servios de ps-venda ao consumidor buscar fi delizao do consumidor fi nal marca e ao produto da empresa, independentemente do ponto-de-venda. Assim, toda empresa que deseja ter vida longa e clientes fi is no pode deixar de ter um efi ciente servio de ps-venda.

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    Diferena entre Marketing e Vendas

    Marketing o processo social e gerencial atravs do qual

    indivduos e grupos obtm aquilo que desejam e de que necessitam,

    criando e trocando valores uns com os outros. A funo do Marketing

    incutir na cabea dos consumidores que eles precisam adquirir aquele

    produto, que no sero felizes caso no o tenham. Enquanto Vendas

    o exerccio contnuo do desempenho de trs tarefas bsicas: encontrar

    clientes qualifi cados, apresentar seus produtos e conseguir pedidos.

    90 e 76 pontos: o teste indicar que, para os parmetros escolhidos, voc

    um(a) excepcional vendedor(a). Entre 75 e 61 pontos: o teste acusar que

    seu progresso tem sido enorme. Ateno para os itens que assinalou B e C.

    Entre 60 e 46 pontos: o teste dir que voc no est mal. Ateno para os itens

    que assinalou B e C. Entre 45 e 30 pontos: o teste concluir que, se continuar

    assim, voc vai perder o emprego, reaja rpido.

    Marketing o processo social e gerencial atravs do qual indivduos

    e grupos obtm aquilo que desejam e de que necessitam, criando e trocando valores uns

    com os outros. !!A interligao entre Marketing e Vendas se d atravs das informa-

    es coletadas pelos vendedores com os clientes, que permitem empresa

    saber das estratgias de comunicao e inovaes de concorrncia.

  • 26 C E D E R J

    Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos

    O departamento de marketing planeja, pesquisa e dissemina

    aes e diretrizes que visam criar uma espcie de encantamento no consumidor, sobre o

    produto ou servio a ser adquirido. !!O departamento de vendas, composto no apenas pelos profi s sionais

    de criao e de pesquisa, mas de vendedores internos e externos,

    supervisores, representantes comerciais, consultores e o gerente de

    vendas, o elo externo da organizao e acabar infl uenciando as

    estratgias de Marketing. Dentro do departamento de vendas, so os

    profi ssionais de vendas que trazem para dentro da empresa as novidades

    que esto circulando no mercado, como, por exemplo, promoes da

    concorrncia, lanamento de produtos no mercado, fortalecimento da

    fora de vendas da concorrncia, atuao de alguma empresa em uma

    rea geogrfi ca at ento inexplorada, estreitamento das relaes entre

    a empresa e seus clientes etc.

    O departamento de vendas executa externamente as

    aes de marketing atravs de prticas comerciais de longo prazo com o cliente. Depois

    traz de volta os feedbacks dos clientes para dentro da empresa para que se possa intensifi car,

    inibir, desenvolver ou adaptar polticas e estratgias organizacionais

    dirigidas.

    !!O relacionamento de vendas o desenvolvimento de relaes

    de longo prazo que benefi ciam mutuamente vendedores e clientes.

    Essas informaes e previses so o ponto de partida para vrias

    tarefas na organizao, como a compra de matrias-primas, pesquisa e

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    desenvolvimento de novos produtos, contratao de recursos humanos

    especializados, incorporao de novas tecnologias e o oramento de

    marketing. Este setor to importante que se estima que cerca de 30%

    dos altos executivos passaram metade de suas carreiras em Vendas e em

    Marketing.

    A administrao habilidosa dessas tarefas pode gerar valor para

    os clientes e formar um bem-sucedido relacionamento de longo prazo.

    O QUE GERENCIAMENTO?

    De modo geral, a funo de gerncia designa o desempenho de

    tarefas de gesto dos assuntos de um grupo. A essncia do trabalho do

    administrador obter resultados por meio das pessoas que ele coordena.

    A partir desse raciocnio, temos o papel do Gestor Administrativo

    que, com sua capacidade de gesto com as pessoas, consegue obter os

    resultados esperados. Gerenciar consiste em executar atividades e tarefas

    que tm como propsito planejar, dirigir, organizar e controlar atividades

    de outras pessoas para atingir objetivos que no podem ser alcanados, de

    forma organizada, caso as pessoas atuem por conta prpria. Os gestores

    de pessoas devem assumir atividades estratgicas de orientao global

    visando ao futuro e ao destino da organizao e seus membros.

    Funes da Gerncia de Vendas

    comum ouvirmos que os funcionrios so o mais importante

    patrimnio de qualquer empresa, o chamado capital intelectual. Mas,

    sem querer aviltar essa importante afi rmao, seguramente so os clientes

    de uma empresa o seu mais valioso patrimnio. Sem clientes, no h

    receitas que geram os principais ativos da empresa. Nesse contexto, a

    tradicional viso da gerncia de vendas, vinculada administrao da

    fora de vendas no campo, requer uma defi nio mais ampla de geren-

    ciamento de vendas.

    O gerenciamento de vendas a atividade de marketing mais

    prxima do cliente que uma empresa pode realizar. A arte de segmentar

    mercados, conhecer os seus hbitos e formas de atuao, buscando

    sempre levar solues aos problemas e necessidades dos clientes a mais

    alta especializao que uma fora de vendas pode atingir. Gerenciamento

    de vendas a abordagem integrada de todas as funes e atividades

  • 28 C E D E R J

    Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos

    que envolvem relacionamentos com os clientes, incluindo vendas,

    processamento de pedidos, administrao e servios, pr-venda, ps-

    venda, recrutamento e seleo de profi ssionais, remunerao e motivao

    da fora de vendas, treinamento e desenvolvimento de funcionrios,

    anlise do macro e do microambiente, tcnicas de venda, administrao

    da comunicao em equipes, princpios ticos que norteiam o marketing

    e as vendas, entre outros tpicos que, juntos, iremos ver ao longo

    desta disciplina.

    Figura 1.3: O papel do gerente de vendas um dos mais vitais para a realizao dos objetivos estratgicos da empresa.

    Por estar prximo aos clientes, o gerente de vendas pode oferecer

    opinies valiosas para criar vantagem competitiva, pela elaborao de

    mais e melhores valores para os clientes. As principais tarefas da gerncia

    de vendas podem ser divididas em tcnica e gerncia de pessoas. Entre

    as tarefas tcnicas, destacam-se: gerenciamento da misso e estratgia

    de vendas, tomada de deciso, alocao de recursos, manuteno de

    bancos de dados, elaborao de planos operacionais alternativos e para

    as crises, garantia de integrao das atividades da empresa que satisfazem

    e encantam os clientes etc. Para gerenciar pessoas, destacam-se as tarefas:

    liderana e comunicao, superviso e desenvolvimento, administrao

    de confl itos e avaliao de desempenho.

    Os desafi os dos atuais gerentes de venda do sculo XXI, alm dos

    tradicionais citados anteriormente atrelados ao cargo, tambm envolvem:

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    Criar processos e multiplicadores de tarefas para organizaes

    que se tornaram irreconhecveis devido a implementaes

    tecnolgicas e mudanas estruturais drsticas (reduo do

    quadro de pessoal, novo desenho organizacional, automao,

    sistemas de informao etc.) para se adequarem aos novos

    negcios desenvolvidos pelo mercado.

    Compor equipes multifuncionais e multiculturais para intera-

    girem em um ambiente dinmico e fazerem uma leitura das opor-

    tunidades e ameaas que se apresentam abstratas, traduzindo

    isso em vantagem competitiva para a empresa.

    Transferir rapidamente competncias essenciais para diferentes

    unidades de negcios, parceiros, fornecedores e associados, j

    que uma empresa agora est muito alm das limitaes de seus

    espaos fsicos.

    Reduzir a estrutura formal e modelos burocrticos, investindo

    na fl exibilidade de processos e gesto, fomentando relaes

    de engajamento do funcionrio com a empresa, aes social e

    ambientalmente responsveis, buscando novas oportunidades,

    assumindo riscos e liderando a mudana.

    CONCLUSO

    Desde as formas mais primitivas de escambo at os dias de hoje,

    as empresas buscam consumidores para os seus excedentes de demanda.

    O objetivo de qualquer empresa promover ao mximo seu produto

    ou seu servio, pois s conseguir sobreviver e crescer se esta promoo

    venha a se converter em vendas, gerando lucros e investimentos.

    Um planejamento adequado o ponto de partida para qualquer

    empreendimento.

    As vendas podem ocorrer no atacado ou no varejo, de acordo com

    o volume de mercadorias comercializado e, tambm, vista ou a prazo,

    de acordo com a forma de pagamento. Podem ainda ser presenciais,

    virtuais, alm de eletrnicas e todas estas modalidades com a presena

    fsica do vendedor ou no.

    O profi ssional de vendas o responsvel pela rpida interpretao

    do ambiente externo e por trazer essas novas tendncias para o interior

    da empresa, para que esta possa reagir de forma veloz e precisa aos

    avanos tecnolgicos e da concorrncia.

  • 30 C E D E R J

    Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos

    Marketing e Vendas so atividades distintas, porm complemen-

    tares. Tais atividades devem caminhar juntas para que o setor comercial

    da empresa possa ser efi ciente e gerar receitas e lucros.

    O profi ssional conhecido como gerente de vendas o representante

    da empresa para o gerenciamento destes conceitos e sofre, neste sculo

    XXI, mudanas e atualizaes de sua postura devido s transformaes

    acentuadas e constantes do ambiente externo (como veremos na Aula 2).

    Leia o texto a seguir e, com base nele e na aula estudada, responda s

    se guin tes per guntas:

    A Associao dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) promove,

    anualmente, eventos para a entrega de prmios que retratam o reconhecimento

    de empresas e profi ssionais para um grupo de jurados e profi ssionais da rea, pelo

    destaque e contribuio que estes promoveram ao mercado e sociedade ao longo

    do ano. Um destes prmios o Top de Vendas. O primeiro Top de Vendas aconteceu

    em 1998. O prmio foi criado como um desmembramento do evento Campees de

    Vendas, que se realiza desde 1970. Enquanto o Campees contemplava o profi ssional

    dessa rea, o Top surgiu para homenagear as empresas que, por meio de aes criativas

    e estratgias diferenciadas, conseguiram

    alcanar resultados positivos em vendas.

    A finalidade do concurso a divulgao

    dessas aes e empresas. Para participar, os

    cases devem ter ocorrido nos ltimos trs

    anos, devendo ser reais em todos os seus

    dados e com resultados comprovados. Na

    descrio dos casos, deve haver a defi nio

    do problema, as solues administradas e os

    resultados alcanados.

    Os casos inscritos so submetidos a um jri convidado pela diretoria do Top. Durante

    o processo de julgamento, se necessrio, o jri poder, por meio da diretoria do

    prmio, pedir informaes complementares sobre os casos em anlise, bem como

    comprovaes dos dados apresentados. Os ganhadores do Top de Vendas ADVB

    recebem o reconhecimento do mercado, a conquista do selo Top de Vendas,

    a entrega do prmio em grande cerimnia, a ampla

    Atividade Final

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    www.advbfbm.org.br

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    divulgao na mdia, a publicao na revista Mercado e a divulgao dos casos em

    congressos nacionais e internacionais.

    1. Como voc acredita que se podem alcanar resultados positivos em vendas a partir

    do treinamento e da aplicao das tcnicas e fases da venda?

    2. Voc acha que um profi ssional que aplica tais procedimentos, assim como os demais

    conceitos explicitados nesta aula, tem mais chances de ganhar um prmio destes?

    _______________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________________

    ComentrioPara ser um bom profissional no ramo no basta estar atrs de uma mesa esperando

    o contato do fregus e finalizar o atendimento com um bom aperto de mo ou um

    tapinha nas costas. O profissional de vendas deve tomar a iniciativa para a concretizao

    de um negcio. Deve pr em prtica os conhecimentos adquiridos em treinamentos e

    ao longo de sua vida profissional. As fases da venda permitem uma amplitude de viso

    sobre todo o processo de vendas. Vender um processo complexo. Exige preparao

    antecipada, assim como uma seqncia de passos que permite ao profissional conduzir

    todo o processo de forma mais elaborada. Os pontos necessrios para que este profissional

    seja bem-sucedido envolve conhecer o perfil do cliente, suas expectativas e necessidades

    (pr-venda). Oferecer a ele aquilo que realmente necessita. importante deixar o cliente

    informado de todo o processo e prazos e perceber se a instalao e a utilizao do produto

    ou servio foram corretas, se prazos, entrega e transporte atenderam s expectativas

    (ps-venda). Os profissionais mais capacitados tm maiores chances de serem

    bem-sucedidos.

  • 32 C E D E R J

    Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos

    As grandes empresas enfrentam crises porque ignoram durante muito

    tempo as mudanas do ambiente. Os profi ssionais de marketing so os

    maiores responsveis pela identifi cao das mudanas signifi cativas do

    ambiente externo, revendo e adaptando estratgias para enfrentar novos

    desafi os e oportunidades no mercado.

    Muito antes de chegarmos ao conceito de mercado que temos hoje, com

    a fi xao do homem terra, estes passaram a permutar o excedente que

    produziam. Surgia a primeira manifestao de comrcio: o escambo. Com a

    evoluo e a complexidade das relaes de permuta, houve a necessidade

    de se criarem unidades monetrias, assim surgia a moeda. Aps o advento

    da moeda, outras formas de fazer permuta surgiram e, aos poucos, foram

    tornando-se parte do nosso cotidiano. Tais como: metais preciosos, cheques,

    cartes de crdito, cartes de dbito etc.

    O processo de venda ao longo dos anos vem recebendo inmeras atribuies,

    na tentativa de gerar um pblico fi el para uma demanda constante. Vender

    signifi ca alienar (um objeto) mediante certo preo, trocar por dinheiro ou

    negoci-lo. Varejo a venda de produtos ou a comercializao de servios

    em pequenas quantidades, em oposio ao que ocorre no atacado. Atacado

    a forma de comercializao de grandes quantidades de produtos.

    As fases da venda so a pr-venda, que signifi ca conhecer os clientes,

    suas expectativas e suas necessidades; a venda propriamente dita, que

    o momento de se demonstrar, argumentar ou convencer o cliente para

    efetivar a venda; e a ps-venda, que refl ete todo o acompanhamento que

    o profi ssional de vendas d ao cliente para que este se sinta estimulado

    para uma prxima compra.

    R E S U M O

    INFORMAES SOBRE A PRXIMA AULA

    Na prxima aula, apresentaremos aspectos bsicos sobre Anlise Ambiental

    o Microambiente e Macroambiente da empresa, seus desdobramentos e

    como interferem nos negcios das organizaes.

  • Anlise ambiental microambiente e macroambiente

    Aps o estudo do contedo desta aula, voc dever ser capaz de:

    reconhecer a importncia do estudo do ambiente de Marketing;

    defi nir o conceito de microambiente e distinguir os agentes do cenrio do ambiente interno organizacional;

    defi nir o conceito de macroambiente e identifi car as foras externas contidas no macroambiente da empresa.

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    jetivo

    s

    AULA

    Metas da aula

    Apresentar os conceitos de ambiente de negcios: microambiente e macroambiente; mostrar os agentes que compem o

    microambiente organizacional; expor as foras que atuam no ambiente externo da empresa; mostrar as relaes do ambiente

    interno com o ambiente externo da organizao; oferecer ferramentas gerenciais de anlise de ambincia.

    1

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  • 34 C E D E R J

    Gerncia de Vendas | Anlise ambiental microambiente e macroambiente

    INTRODUO Nenhuma empresa uma ilha ou um sistema fechado. Todas as empresas esto

    contidas em um rico ambiente de interaes com o meio. Para efetivar os seus

    negcios, uma fi rma depende de um relacionamento saudvel com uma srie de

    agentes que lhe propiciam receber, manipular e transformar matrias-primas ou

    insumos, e modifi car, desenvolver, aprimorar estes materiais, gerando produtos

    que, posteriormente, sero comercializados com as pessoas ou com outras

    empresas, suscitando lucro e a longevidade da organizao. Este o ambiente

    mais prximo e imediato de cada organizao, o microambiente.

    Em uma empresa, o ambiente de negcios constitudo, alm destes problemas

    contornveis e de fcil mensurao, por agentes e foras que esto fora do

    controle do marketing. Apesar de todo o esforo, a organizao est sujeita

    a sofrer presses, medidas e ajustes externos, que vo, de modo geral, afetar

    todas as suas concorrentes tambm, atravs de modismos, intervenes

    governamentais, catstrofes naturais, desvalorizao da moeda corrente, crise

    de energia etc. Por isso, o macroambiente organizacional estudado.

    Essas preocupaes exigem uma ateno especial do gerente de vendas e

    so identifi cadas como condies ambientais da organizao. Mas existe uma

    diferena entre essas condies ambientais. Enquanto no ambiente especfi co

    (interno) a interao direta, nas condies gerais (ambiente externo) no

    h uma entidade concreta de interao, mas um conjunto de condies que

    devem ser enfrentadas.

    Cabe ao gerente de vendas utilizar-se de ferramentas de anlise e de conhe-

    cimentos profundos do assunto, para tentar antever estas condies adversas e

    tentar minimizar seus impactos sobre a empresa. Tambm importante prever

    cenrios interessantes e oportunistas para a organizao, conduzindo-a para

    o lucro e para o sucesso.

    O AMBIENTE DE MARKETING

    O ambiente de marketing est cada vez mais dinmico e mutvel,

    obrigando as empresas a estarem atentas ao mercado, identifi cando seus

    pontos fortes e fracos, aproveitando oportunidades e eliminando ameaas

    que venham interferir no seu desempenho. O ambiente de marketing

    de uma empresa o espao de transaes e negcios da organizao.

    constitudo por agentes e foras que esto fora do controle do

    marketing, que afetam a habilidade da administrao da empresa, em

    desenvolvimento, em manter transaes bem-sucedidas.

  • C E D E R J 35

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    Isto no quer dizer que esses agentes e foras no devem ser

    compreendidos pelos estrategistas de marketing de uma empresa. Pelo

    contrrio, eles devem ser estudados e compreendidos para que ela possa

    estar atenta s exigncias do mercado e possa desenvolver produtos que

    venham garantir a sobrevivncia da empresa no mercado competitivo.

    Segundo Philip Kotler (1998, p. 46), um renomado estudioso do tema

    marketing, as empresas bem geridas:

    (...) possuem uma viso de fora para dentro de seus negcios. Elas

    reconhecem que o ambiente de marketing est constantemente

    oferecendo novas oportunidades e apresentando novas ameaas.

    Estas empresas reconhecem a importncia vital do monitoramento

    e da adaptao contnua s mudanas ambientais.

    As empresas devem estar atentas a estas oportunidades e ameaas,

    pois as mudanas no comportamento do consumidor, as estratgias

    competitivas e a inexorvel fora das novas tecnologias esto nossa

    porta. Muitas empresas no esto atentas a estas oportunidades e acabam

    por defi nir estratgias erradas, que comprometem a sobrevivncia da

    empresa. Esse mesmo autor (1998, p. 47) ainda complementa:

    (...) infelizmente, muitas empresas no consideram as mudanas

    como oportunidades. Ignoram ser resistentes a elas at quando

    j for muito tarde. Suas estratgias, estruturas, sistemas e cultura

    empresarial crescem obsoletos e desordenados. As incertezas

    e as constantes mudanas do ambiente de marketing afetam

    profundamente a empresa. Em vez de mudar de forma lenta e

    previsvel, o ambiente pode produzir grandes surpresas e choques.

    Atribui-se aos profi ssionais de marketing a principal responsabilidade

    de identifi car as mudanas ambientais signifi cativas. Eles, mais do

    que qualquer outro grupo da empresa, devem ser os rastreadores

    das tendncias e descobridores de oportunidades.

    O ambiente de marketing constitudo por um microambiente e

    um macroambiente, que juntos so responsveis pelo destino e trajetria

    da organizao.

  • 36 C E D E R J

    Gerncia de Vendas | Anlise ambiental microambiente e macroambiente

    Com base no depoimento do professor Kotler, voc acha que um bom planejamento e uma boa administrao sero sufi cientes para evitar que a empresa atravesse problemas no futuro? Por qu?

    ______________________________________________________________________

    ______________________________________________________________________

    ______________________________________________________________________

    ______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    Resposta ComentadaNem todos os fatores que iro conduzir a organizao para o sucesso ou para

    o fracasso dependero da capacidade humana. Apesar de muitas vezes o

    administrador estar no caminho certo, existem fatores prximos empresa e outros

    aleatrios ao desempenho desta que podero ser cruciais para a assertividade

    da fi rma. O administrador poder, sim, se cercar de instrumentos e aes para

    minimizar os impactos negativos e aproveitar para otimizar o momento quando

    o cenrio for favorvel organizao.

    Atividade 11

    O MICROAMBIENTE DA EMPRESA

    O microambiente composto por foras prximas empresa

    que afetam a sua habilidade para servir os seus clientes os canais de

    marketing, os mercados consumidores, os concorrentes e o pblico.

    O macroambiente composto por foras sociais maiores, que afetam todo o

    microambiente.!!

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    No microambiente, a tarefa da administrao de marketing

    criar ofertas atrativas para os mercados-alvo. Contudo, o sucesso do

    marketing afetado pelo restante da empresa, pelos intermedirios,

    pelos concorrentes e pelos vrios tipos de pblico. Esses intervenientes

    (agentes do cenrio microambiental) pertencentes ao microambiente so:

    a empresa, os fornecedores, os intermedirios, os concorrentes, os clientes

    e o pblico. Os profi ssionais de marketing no podem simplesmente

    focalizar a sua ateno apenas nas necessidades do mercado-alvo. Eles

    devem tambm observar todos os intervenientes, como pode ser visto

    na fi gura a seguir:

    Figura 2.1: Intervenientes do sucesso da empresa.

    a) Empresa: Ao fazer planos de marketing, a gesto de marketing

    leva em considerao outros grupos da empresa, tais como: a alta

    administrao, os departamentos de fi nanas, pesquisa e desenvolvimento

    (P&D), compras, produo e contabilidade. Todos esses grupos inter-

    relacionados formam o ambiente interno da empresa.

  • 38 C E D E R J

    Gerncia de Vendas | Anlise ambiental microambiente e macroambiente

    b) Fornecedores: Constituem um elo importante no sistema geral

    da empresa, confi gurando tambm oferta de valor ao consumidor. Eles

    provem os recursos necessrios para a empresa produzir os seus bens e

    servios e podem afetar seriamente o marketing. Os gestores de marketing

    devem controlar os suprimentos, pois a falta ou a demora destes podem

    prejudicar as vendas a curto prazo e a satisfao do cliente a longo prazo.

    O aumento dos custos dos suprimentos pode forar tambm o aumento

    dos preos, prejudicando assim o volume das vendas da empresa.

    Figura 2.2: Composio das empresas e seus setores.

    Figura 2.3: Relaes da empresa com os fornecedores.

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    c) Intermedirios: So aqueles que ajudam a empresa a promover,

    vender e distribuir seus bens aos compradores fi nais. Incluem revendedores

    (representantes, atacadistas, varejistas, agentes), fi rmas de distribuio

    fsica (transportadoras, distribuidoras, manuseios etc.), agncias de

    servios de marketing (de propaganda, de promoo, consultorias)

    e intermedirios financeiros (bancos, financeiras, seguradores).

    Na tentativa de criar um relacionamento positivo com os clientes,

    provendo-lhes satisfao, a empresa deve fazer mais do que apenas

    otimizar seu prprio desempenho. Deve relacionar-se efetivamente com

    os fornecedores e os intermedirios de marketing para maximizar o

    desempenho de todo o sistema.

    d) Concorrentes: Para ser bem-sucedida, a empresa tem de satis-

    fazer s necessidades e aos desejos dos consumidores melhor do que os

    seus concorrentes. Portanto, os profi ssionais de marketing no devem

    apenas ter ateno s necessidades dos consumidores. Eles precisam

    tambm alcanar vantagens estratgicas, posicionando na mente dos

    consumidores as suas ofertas contra os seus concorrentes. Cada empresa

    deve considerar o seu prprio tamanho e a sua posio na indstria,

    comparados com seus concorrentes, e desenvolver estratgias para

    destacar seus produtos. preciso, porm, tomar cuidado para no se

    defi nirem estratgias que venham levar a empresa ao fracasso.

    Figura 2.4: Relaes da empresa com os intermedirios.

  • 40 C E D E R J

    Gerncia de Vendas | Anlise ambiental microambiente e macroambiente

    e) Clientes: A empresa deve estudar os seus clientes de perto.

    Conhecer as suas necessidades e desejos uma obrigao para as

    empresas que objetivam se sobressair e se manter no mercado. Antes de

    apenas vender, elas devem produzir e desenvolver produtos e servios

    que satisfaam s necessidades do cliente, pois um cliente satisfeito

    a garantia de sua fi delizao companhia. Existem cinco tipos de

    mercados-clientes, que so os seguintes: mercados consumidores,

    mercados industriais, mercados revendedores, mercados governamentais

    e mercados internacionais.

    Mercados consumidores: Consistem em indivduos e famlias

    que compram bens e servios para consumo pessoal.

    Mercados industriais: Compram bens e servios para proces-

    samento posterior ou para us-los no seu processo de produo.

    Mercados revendedores: Compram bens e servios para revend-los

    com lucro.

    Mercados governamentais: So compostos de rgos do governo

    que compram bens e servios para oferecer servios pblicos ou

    transferir esses bens e servios para outras empresas que deles

    necessitem.

    Mercados internacionais: Consistem em compradores estran-

    geiros, incluindo consumidores, produtores, revendedores e

    governos.

    Figura 2.5: Tipos de mercado.

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    f) Pblico: O ambiente de marketing da empresa inclui tambm

    vrios tipos de pblico. O pblico qualquer grupo que tenha interesse

    real ou potencial em comercializar com a empresa, ou que cause impacto

    na capacidade da empresa de atingir os seus objetivos. Os tipos de p bli-

    cos do interesse da empresa so: pblicos fi nanceiros, pblicos de mdia,

    pblicos governamentais, pblicos de grupos de interesse, pblicos locais,

    pblico geral e pblicos internos.

    Pblicos fi nanceiros: Infl uenciam a capacidade da empresa de

    obter fundos. Bancos, empresas de investimento e acionistas so

    os principais pblicos fi nanceiros.

    Pblicos de mdia: Divulgam novidades, notcias e opinies

    editoriais. Incluem jornais, revistas, estaes de rdio e canais

    de televiso.

    Pblicos governamentais: A administrao deve considerar as

    aes do governo. Os profi ssionais de marketing devem consul tar

    os advogados da empresa sobre questes de segurana do pro du-

    to, caractersticas da publicidade enganosa e outros assuntos.

    Pblicos de grupos de interesse: As decises de marketing

    da empresa podem ser questionadas por organizaes de

    consumidores, grupos ambientalistas, representantes de minorias

    e outros. O departamento de relaes pblicas pode ajudar a

    empresa a manter-se em contato com estes grupos de cidados

    e de consumidores e assim evitar problemas com tais grupos.

    Pblicos locais: Qualquer empresa tem pblicos locais, como

    vizinhos e organizaes comunitrias. As grandes empresas em

    geral designam um funcionrio para desempenhar a funo de

    relaes pblicas e interagir mais com a comunidade, ouvindo

    crticas e sugestes.

    Pblico geral: A empresa deve preocupar-se com a atitude

    do p bli co geral relacionada com seus produtos e atividades.

    A imagem que o pblico tem da empresa afeta as suas compras.

    A empresa deve sempre zelar pela sua imagem e cuidar para que

    ela seja bem aceita na comunidade.

    Pblicos internos: Incluem os seus empregados, gestores,

    voluntrios, diretores, todos os stakeholders. As empresas de

    grande porte utilizam boletins e outros meios para informar e

  • 42 C E D E R J

    Gerncia de Vendas | Anlise ambiental microambiente e macroambiente

    Numere as situaes pelas quais uma organizao pode passar, ao longo das suas atividades, de acordo com os respectivos algarismos que identifi cam o interveniente de marketing presente na situao.(1) Empresa (2) Fornecedor(3) Intermedirios(4) Concorrentes(5) Clientes(6) Pblico

    Situaes:( ) A alta direo da empresa decide investir em um novo nicho de mercado.( ) Para fi nanciar a compra de um terreno destinado construo do novo depsito da

    empresa; um emprstimo negado ao Sr. Benito.( ) So adotadas prticas de tratamento de resduos ecologicamente corretas. ( ) H uma repentina alta de preos da matria-prima necessria para a produo da

    mercadoria X.( ) desenvolvido um automvel especfi co para anes. ( ) contratada a agncia TDC propagandas para criar um comercial de mdia televisiva

    para o lanamento nacional do produto TY.( ) H reduo do preo do corte de cabelo porque um salo de beleza ser inaugurado

    dentro de dois dias na mesma rua em que o seu salo est localizado.( ) A empresa pesquisa intensamente o uso de uma protena para a criao de um

    xampu especial anticaspas.

    Atividade 22

    motivar o seu pblico interno. Quando os empregados se sentem

    bem na sua empresa, essa atitude positiva infl uencia diretamente

    os pblicos externos.

    O termo ingls stakeholder designa, tradicionalmente, aquele a quem se confi a dinheiro dos vrios apostadores at a defi nio de qual ou quais o ir/iro receber. Simboliza algum de confi ana. Em administrao, stakeholder qualquer pessoa ou organizao que tenha interesse ou que seja afetado pelo projeto. O termo stakeholders designa todos os segmentos que infl uenciam ou so infl uenciados pelas aes de uma organizao, fugindo do entendimento de que o pblico-alvo de uma organizao apenas o consumidor. A palavra muito usada nos textos mais atuais de Administrao e vem de: stake: interesse, participao, risco; holder: aquele que possui.

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    Macroambiente: so grandes foras sociais que afetam

    todo o microambiente foras demogrfi cas, econmicas, naturais, tecnolgicas, polticas e

    culturais.!!

    O MACROAMBIENTE DA EMPRESA

    Vivemos em um mundo rodeado e composto por organizaes.

    As organizaes, por sua vez, infl uenciam e sofrem infl uncia do seu meio

    ambiente, estando em permanente interao com outras organizaes,

    com os seus diferentes pblicos e com a prpria sociedade.

    ( ) Adicionou-se embalagem dos produtos informaes em espanhol, pois sua empresa ir comear a exportar para o MERCOSUL.

    ( ) H atraso na entrega de uma mquina refrigeradora, responsvel pela fabricao de gelo, para uma fbrica de picols.

    Resposta ( 1 ); ( 3 ); ( 6 ); ( 2 ); ( 5 ); ( 3 ); ( 4 ); ( 1 ); ( 5 ); ( 2 ).

    fundamental a compreenso do macroambiente empresarial.

    Sua concepo abarca o que est fora de uma organizao. O ma cro-

    ambien te de uma organizao constitudo por todos aqueles agentes

    internos e externos que influenciam, direta ou indiretamente, o

    desempenho e a capacidade da organizao nas suas relaes comerciais.

    A anlise do macroambiente consiste no estudo de variveis como:

    economia, tecnologia, poltica, sociedade, demografi a e cultura, que

    so incontrolveis, ou seja, aquelas sobre as quais a campanha do

    profi ssional no pode atuar diretamente. As mudanas se processam

  • 44 C E D E R J

    Gerncia de Vendas | Anlise ambiental microambiente e macroambiente

    rapidamente, exigindo ateno redobrada s sinalizaes emanadas do

    ambiente onde as empresas esto inseridas, do qual dependem e com o

    qual interagem.

    Os fatores que esto fora da organizao jogam um papel importante

    com o que se passa dentro dela. Os ambientes das organizaes so

    fatores cruciais para compreender o que se passa nelas e com elas,

    o que signifi ca dizer que nenhuma organizao uma ilha em si

    mesmo (HALL apud KOTLER, 1998, p. 42).

    A empresa deve ser capaz de decodifi car as mensagens emitidas

    pelo seu macroambiente, observar de perto as outras organizaes com

    as quais interage e os diferentes pblicos com os quais se relaciona.

    Figura 2.6: O macroambiente da organizao. Fonte: Adaptado de KOTLER, 1998.

    Um estudo de cada varivel (ou fora) do macroambiente torna-se

    necessrio para um maior aprofundamento no tema.

    Ambiente demogrfi co: A demografi a estuda, de uma forma

    estatstica, as populaes humanas. No apenas suas caractersticas

    numricas, mas todos os fenmenos que condicionam e infl uenciam essas

    caractersticas (dimenso, densidade, idade, sexo, raa, ocupao etc.).

    A funo do marketing

    numa organizao monitorizar o

    ambiente em seu redor, de forma a poder antecipar-se s mudanas constantes que ocorrem a sua

    volta.

    !!

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    As tendncias demogrfi cas so muito importantes para curto e

    mdio prazo. A fora demogrfi ca que os profi ssionais da rea comercial

    normalmente consideram a populao, porque so as pessoas que

    fazem o mercado. O ambiente demogrfi co infl uencia diretamente a

    atividade das organizaes, e estas dependem totalmente do mercado,

    que constitudo pela populao. Se uma organizao tiver a capacidade

    de antever a evoluo demogrfi ca, poder agir em conformidade e em

    antecipao, e obter excelentes resultados.

    Os principais fatores observados de interao com esta fora so:

    estrutura etria da populao (se a populao envelhecida, nmero

    de nascimentos maior que nmero de bitos, quantas crianas existem

    em fase escolar etc.); estrutura geogrfica da populao (quantos

    moram em reas rurais ou urbanas, se h deslocamentos freqentes

    etc.); estrutura da famlia (ndice de fertilidade das mulheres por unidade

    familiar, famlias compostas de quantas pessoas naquela regio, nmero

    de mulheres chefes de famlia etc.); escolaridade (ndice de analfabetismo,

    nmero de pessoas com curso superior, quantos possuem domnio de

    um idioma estrangeiro etc.); e diversidade tnica e racial (colnias de

    imigrantes, nmero de ndios em uma determinada regio etc.).

    O monitoramento da fora demogrfi ca fundamental, conside-

    rando que as pessoas representam mercados. Aspectos referentes ao

    crescimento populacional, composio etria, nvel educacional ou grau

    de instruo, padres de moradia, as migraes populacionais, devem ser

    pesquisados e analisados, pois representam modifi caes signifi cativas

    no comportamento dos mercados. Isso possibilita a fragmentao

    do mercado de massa, provocando a constituio de numerosos

    minimercados, que buscaro atender diferencialmente (e seletivamente)

    por idade, sexo, educao, estilo de vida etc.

    Segundo dados do IBGE, o estado da Bahia possui uma populao de pouco mais de 14 milhes de habitantes. Cerca de 80% destes so da raa negra ou possuem uma descendncia direta. Em um primeiro momen to, seria uma tima opo a escolha do estado para o lanamento nacional de uma nova linha de trata men to capilar exclusivamente direcionada para negros, no concorda? Mas o estado da Bahia no possui a maior populao negra do pas em termos absolutos! Pois o estado de So Paulo concentra cerca de 13 milhes de negros em seu territrio (32% da populao estadual) contra cerca de 11 milhes da Bahia. Outro detalhe importante que o poder consumidor per capita maior em So Paulo, assim como a maior rede de distribuio de lojas, o maior nvel educacional da populao e, culturalmente, uma populao mais receptiva absoro do uso de novas tecnologias. E agora, futuro gerente de vendas, qual opo de estado fi cou mais atraente para lanar no mercado o referido produto? A anlise do macroambiente pode ser uma ferramenta de pesquisa muito efi caz para minimizar riscos e conduzir a organizao ao sucesso.

  • 46 C E D E R J

    Gerncia de Vendas | Anlise ambiental microambiente e macroambiente

    Ambiente econmico: So as pessoas e o seu poder de compra

    que fazem com que existam mercados (como visto na Aula 1). O poder

    de compra numa economia depende do rendimento individual, dos

    preos, da poupana, do endividamento e da disponibilidade de crdito.

    O ambiente econmico demanda ateno, ao passo que os mercados

    tambm exercem poder de compra. Os aspectos referentes s tendncias

    nos padres de renda (distribuio/concentrao) e de gastos em bens de

    consumo (nveis de poupana, emprstimo e disponibilidade de crdito)

    devem ser igualmente avaliados.

    Os principais fatores observados de interao com esta fora so:

    fatores macroeconmicos (impacto das taxas de juros, aumento dos

    ndices de infl ao, estmulo a investimentos de longo prazo, aplicaes

    fi nanceiras etc.); mudanas no padro de renda (mudana de classe social,

    melhor distribuio de renda, reduo da taxa bsica de juro); mudanas

    nos hbitos de compra do consumidor (consumidores com diferentes

    nveis de renda costumam ter padres de dispndio diferentes, manuteno

    de um bem que anteriormente nunca havia consumido etc.).

    Ambiente natural: abrange recursos natu rais para os quais os

    profi ssionais da rea comercial precisam estar conscientes, como ameaas

    e oportunidades associadas. A deteriorao do ambiente natural uma

    importante preocupao global. Nas ltimas trs dcadas, temos assistido

    a uma crescente conscientizao para a sua preservao. Esforos de

    grupos ambientalistas, forte presso para que aes pblicas sejam

    tomadas a fi m de diminuir a poluio industrial, surgimentos de ONGs,

    maior conscientizao da opinio pblica, mobilizao de governos

    estaduais e federais, surgimento de uma formao especfi ca, formao

    de um pensamento globalizado e o reconhecimento das empresas que

    adotam aes verdes (ecologicamente corretas) e socialmente responsveis

    trazem um benefcio mpar para a imagem da marca. Tais aes, entre

    outros fatores, fi zeram com que as organizaes atentassem ainda mais

    para o ambiente natural.

    As organizaes e, especifi camente, os profi ssionais da rea

    comercial devem considerar as novas tendncias para a consecuo

    de cenrios ambientais. Os principais fatores observados de interao

    com esta fora so: a escassez de matrias-primas (fontes de gua doce,

    reservas fl orestais, reas cultivveis, jazidas petrolferas, alagamento de

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    reas produtivas para a construo de hidreltricas etc.); o aumento do

    custo da energia (esgotamento de fontes combustveis no renovveis,

    construo de usinas nucleares etc.); o aumento da poluio (proliferao

    de aterros sanitrios, uso de matrias de difcil degradao, pouco

    incentivo reciclagem etc.); e a interveno governamental (presso

    para que as empresas dem fi m ao seu prprio lixo produzido, criao de

    legislaes prprias para a preservao do meio ambiente, regulamentao

    de reas para a atividade industrial de elevado risco etc.). Iniciativas de

    algumas empresas passam a identifi car um nvel de comprometimento

    com o ambiente natural, por exemplo, a ISO 14000.

    Desde 1975, no estado do Rio de Janeiro, a Feema Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente tem como responsabilidades o licenciamento e a fiscalizao de empreendimentos e atividades considerados efetiva ou potencialmente poluidores e daqueles que possam causar degradao ambiental: a anlise de efluentes lquidos industriais, de emisses para a atmosfera e de resduos; a medio de rudos de unidades industriais; das atividades potencialmente poluidoras; a anlise de despejos industriais, de emisses areas e de resduos etc.; alm de conceder licenciamento, certifi cados de registro e servio de controle de poluio acidental. Para maiores dvidas e informaes, acesse o site da Feema http://www.feema.rj.gov.br

    Ambiente tecnolgico: O aparecimento de novas tecnologias

    hoje em dia fundamental para as organizaes poderem comunicar-se

    mais facilmente com o mercado e o meio envolvente. H alguns anos era

    quase impensvel que qualquer pequena ou mdia empresa conseguisse

    expandir escala mundial. Hoje em dia, a evoluo tecnolgica

    permite s empresas estarem em constante contato com o mundo e o

    desenvolvimento de novas tecnologias, o que possibilita o alcance de

    novos mercados e de novos clientes.

    Os principais fatores observados de interao com esta fora so:

    rpidas mudanas tecnolgicas (inteligncia artifi cial; desenvolvimento de

    tecnologias para o uso de fontes alternativas de energia, como a energia

    solar, o biodiesel, o carro movido a ar comprimido; rgos artifi ciais;

    pesquisas com clulas-tronco; anestsicos eletrnicos; supercondutores

  • 48 C E D E R J

    Gerncia de Vendas | Anlise ambiental microambiente e macroambiente

    etc.); o aumento do oramento destinado para Pesquisa e Desenvolvimento

    P&D (envolvendo muitas vezes pesquisas conjuntas entre vrios pases);

    e lanamentos mundiais (produtos que, de um modo geral, atendam bem

    a um pblico heterogneo, como o automvel Meriva, da GMC).

    A anlise do impacto da tecnologia deve considerar: a rapidez

    dos avanos tecnolgicos, as ilimitadas oportunidades de inovaes, os

    investimentos em pesquisa e desenvolvimento e a ampliao da legislao

    sobre as mudanas tecnolgicas. imprescindvel a compreenso das

    mensagens desse ambiente mutante, bem como o impacto das novas

    tecnologias no atendimento das necessidades humanas.

    Carro movido a ar comprimido chega ao mercado

    Esto chegando ao mercado os primeiros carros movidos a ar comprimido. Pelo menos ao mercado da ndia, atravs da maior fabricante de automveis do pas, a Tata Motors. O MiniCat um dos dois pequenos veculos com carroceria em fi bra de vidro cujo motor funciona unicamente com o ar comprimido armazenado em um tanque muito parecido com o tanque de gs natural j largamente utilizado no Brasil.

    Os pequenos carros a ar comprimido atingem velocidades de at 110Km/h, com uma auto-nomia de 200 quilmetros. O reabastecimento fcil, rpido e barato, podendo ser fei to em poucos minutos em estaes dotadas de compressores industriais. Mas o proprietrio tambm tem a alternativa de recarregar o tanque em casa mesmo, utilizando um pequeno compressor embutido no veculo. Nesse caso, a recarga do tanque leva quatro horas e cerca de R$ 4,00. Entre os principais atrativos do carrinho no est s o preo, mas tambm o seu nvel de poluio ambiental, que zero. Mais informaes: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010170070530

    Figura 2.7: MiniCat, o carro movido a ar comprimido. Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br.

  • C E D E R J 49

    AU

    LA 2

    M

    D

    ULO

    1

    Ambiente poltico: Em uma economia globalizada, em que

    se verifi ca o acirramento da competitividade, e em muitos casos da

    busca do lucro fcil, o estabelecimento de uma legislao que afeta

    as empresas tende a aumentar. Segundo o professor Hall, as leis so

    restries importantes para as organizaes, sendo portanto necessria

    a anlise do seu impacto sobre elas. Basicamente, so trs os objetivos

    que norteiam as legislaes governamentais: a proteo das empresas,

    defi nindo e prevenindo a concorrncia injusta e desleal (por exemplo, no

    Brasil, o CADE); a proteo dos consumidores das prticas comerciais

    injustas (por exemplo no Brasil, o Procon, a ANEEL); e a proteo

    dos interesses da sociedade contra o comportamento desenfreado das

    empresas