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Administração, Gerência
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MduloMarcello Calvosa
Gerncia de Vendas
Volume 11
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Mdulo 1: Gerncia de Vendas: O ambiente
organizacional
Marcello Calvosa
Volume 1 Mdulo 1
Gerncia de Vendas
Apoio:
Material Didtico
C167gCalvosa, Marcello.
Gerncia de vendas. v. 1 / Marcello Calvosa. - Rio de Janeiro: Fundao CECIERJ, 2010.
240 p.; 19 x 26,5 cm.ISBN: 978-85-7648-473-81. Vendas - Administrao. 2. Administrao
de empresas. I. Ttulo.
CDD: 658.81
Referncias Bibliogrfi cas e catalogao na fonte, de acordo com as normas da ABNT.
Copyright 2008, Fundao Cecierj / Consrcio Cederj
Nenhuma parte deste material poder ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrnico, mecnico, por fotocpia e outros, sem a prvia autorizao, por escrito, da Fundao.
2010/1
ELABORAO DE CONTEDOMarcello Calvosa
COORDENAO DE DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONALCristine Costa Barreto
SUPERVISO DE DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONAL Ana Paula Abreu-Fialho
DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONAL E REVISO Marcelo OliveiraSolange Nascimento
AVALIAO DO MATERIAL DIDTICOThas de Siervi
EDITORATereza Queiroz
REVISO TIPOGRFICACristina FreixinhoDaniela de SouzaElaine BaymaPatrcia Paula
COORDENAO DE PRODUOJorge Moura
PROGRAMAO VISUALRonaldo d'Aguiar Silva
ILUSTRAOAndr Dahmer
CAPAAndr Dahmer
PRODUO GRFICAPatricia Seabra
Departamento de Produo
SOBRE O AUTOR
Marcello Vinicius Dria Calvosa formado em Administrao Pblica e de Empresas, especialista em Auditoria Fiscal, mestre em Gesto e Estratgia em Negcios (UFRRJ) e, atualmente, doutorando em Administrao (USP). Atuou no mercado como gerente de vendas e administrador de empresas, ao longo de dez anos. Com a ajuda de diversos colaboradores realizou estudos, publicou ensaios e artigos cientfi cos em simpsios, seminrios e congressos cientfi cos. Participa ativamente de grupos de pesquisa e professor colaborador em pesquisas do Ncleo de Estudos do Mestrado da UFRRJ. Trabalha como professor na UFRRJ, desde 2003, no curso de graduao em Administrao de Empresas e atua como coordenador de gerncia de vendas no curso de graduao em Administrao, modalidade de ensino a distncia do CEDERJ. Possui ainda experincia prtica e acadmica nas reas de Sistemas Administrativos, Mercadolgica e de Recursos Humanos, desenvolvendo principalmente os seguintes temas: Empreendedorismo, Liderana Empresarial, Vendas/Marketing, Desenvolvimento de Carreiras e Gesto de Pessoas. Referncia para o Currculo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4266017D.
Fundao Cecierj / Consrcio CederjRua Visconde de Niteri, 1364 Mangueira Rio de Janeiro, RJ CEP 20943-001
Tel.: (21) 2334-1569 Fax: (21) 2568-0725
PresidenteMasako Oya Masuda
Vice-presidenteMirian Crapez
Coordenao do Curso de AdministraoUFRRJ - Silvestre PradoUERJ - Aluzio Belisrio
Universidades Consorciadas
Governo do Estado do Rio de Janeiro
Secretrio de Estado de Cincia e Tecnologia
Governador
Alexandre Cardoso
Srgio Cabral Filho
UENF - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIROReitor: Almy Junior Cordeiro de Carvalho
UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROReitor: Ricardo Vieiralves
UNIRIO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIROReitora: Malvina Tania Tuttman
UFRRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIROReitor: Ricardo Motta Miranda
UFRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROReitor: Alosio Teixeira
UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSEReitor: Roberto de Souza Salles
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Modulo 1 Gerncia de Vendas: O ambiente organizacional
Aula 1 Vendas preceitos bsicos ................................................................... 7
Aula 2 Anlise ambiental microambiente e macroambiente .......................31
Aula 3 A fora de vendas ..............................................................................63
Aula 4 Recursos humanos em vendas ............................................................93
Aula 5 Motivao em vendas ....................................................................119
Aula 6 Remunerao em vendas ................................................................151
Aula 7 Administrao da comunicao nas organizaes ...........................173
Apndice A Classifi cao dos papis de vendas .....................................201
Apndice B Mtodos para a defi nio do nmero de vendedores em uma equipe ....................................................................203
Apndice C Teorias contemporneas de motivao ................................205
Apndice D Teorias sobre os sistemas de remunerao .........................217
Apndice E Comunicao Organizacional ...............................................223
Referncias.................................................................................................231
Gerncia de Vendas Volume 1
SUMRIO
Todos os dados apresentados nas atividades desta disciplina so fi ctcios, assim como os nomes de empresas que no sejam explicitamente mencionados como factuais.Sendo assim, qualquer tipo de anlise feita a partir desses dados no tem vnculo com a realidade, objetivando apenas explicar os contedos das aulas e permitir que os alunos exercitem aquilo que aprenderam.
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MENSAGEM AOS ALUNOS
Caros alunos:
Espero que esta obra possa ter contribudo um pouquinho com a formao acadmica
e profi ssional de vocs. O objetivo geral da proposta foi contextualizar o tema gerncia
de vendas com as reais necessidades de um profi ssional que est se capacitando para
se tornar um administrador e, talvez, um futuro gerente de vendas, por isso me senti
na obrigao de no trazer apenas ensinamentos tericos, mas antes de tudo, lies
prticas que possam ser realmente implementadas em uma empresa (independente de
seu porte ou setor), de modo gradual e assertivo.
Este livro resultado de um trabalho de equipe que apenas pde ser concretizado devido
diligncia e ao apoio do consrcio CEDERJ com parceria com a UFRRJ. Especialmente,
vale destacar as pertinentes contribuies dos revisores, Solange e Marcelo Oliveira, da
prontido e efi cincia das meninas do fl uxo de material, Luciana e Renata, da organizao
e agilidade da secretria do CEDERJ na UFRRJ, Aline, e ao pioneirismo e assertividade do
coordenador do curso, Marcelo lvaro. Agradeo a ajuda e a participao de todos para
a efetividade desta obra.
Em breve, lanarei um site para que as idias contidas neste livro gerem discusses e
debates, e o conhecimento possa circular de forma mais abrangente e aplicado s reais
necessidades do meu pblico-alvo, voc, estudante. Enquanto isso, sinta-se a vontade
para entrar em contato comigo por e-mail ([email protected]) para fazer crticas,
sugerir mudanas e tirar dvidas pertinentes ao contedo do livro.
Bom proveito do material!
Cordialmente,
Marcello Calvosa.
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Vendas preceitos bsicos
Aps o estudo do contedo desta aula, voc dever ser capaz de:
reconhecer a evoluo das formas de escambo e a importncia da substituio dos signos monetrios em relaes comerciais contemporneas;
identifi car a origem do processo de vendas, a diferena entre vendas no atacado e no varejo, e entre pagamento a prazo e vista de produtos e servios;
identifi car as divises de um processo de vendas e a sntese destes elementos.
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AULA
Metas da aula
Apresentar a evoluo das relaes de troca, do escambo ao uso do dinheiro, para a aquisio de mercadorias e facilitar o comrcio
entre pessoas e empresas; apresentar, tambm, os conceitos de mercado, de vendas, dos tipos e das fases da venda e de gerncia
de vendas; expor o processo de vendas como um processo seqencial, diferenciando-o de uma atividade isolada da empresa.
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INTRODUO Vivemos em uma era de acirrada competitividade de mercados. Esta concor-
rncia se desenvolve a partir de incrveis mudanas mundiais. Nesta nova Era,
fenmenos como o aparecimento de inovaes tecnolgicas, a queda de
obstculos geogrfi cos diante da informao que cruza pases e continentes
em segundos, a maior conscientizao dos direitos dos consumidores, a grande
autonomia das empresas no cenrio econmico-poltico em um ambiente de
fuses, aquisies, parcerias e alianas estratgicas etc. geram um cenrio
potencialmente mutvel e desconexo. Enfi m, o cenrio externo empresa
conturbado e impreciso. Estas incertezas fazem com que, entre outras
preocupaes, os empresrios e empreendedores, em todas as partes do
globo, busquem respostas para as seguintes questes:
Como criar ferramentas, prticas e processos para deixar a
organizao mais competitiva?
Como ofertar produtos ou servios de qualidade, com um pre o
atra ente e que gerem desejo de serem consumidos ou comprados?
Como disponibilizar produtos e/ou servios ao consumidor fi nal, de
forma rpida e fcil no mercado, garantindo visibilidade e efetividade
de compra?
Essas questes podem ser alguns dos anseios nutridos pelos empresrios e
empreendedores, que buscam tais respostas do profi ssional conhecido como
gerente de vendas. Para estudar gerncia de vendas, voc, futuro administrador,
dever entender alguns conceitos bsicos, como os propostos nesta aula inicial.
Estas defi nies ajudaro voc a capacitar-se para satisfazer aos desejos e s
necessidades dos clientes. Quando os clientes fi cam satisfeitos, podem voltar
e comprar mais vezes em sua empresa, o que aumentar sua carteira de
clientes e o volume de vendas, permitir que a organizao tome decises
mais estruturadas, far com que os clientes atuais se tornem multiplicadores e
que a organizao possa competir em novos mercados.
A seguir, voc ver como surgiu o conceito de mercado como conhecemos hoje,
alm de conhecer as evolues nas trocas de mercadorias, o uso do dinheiro
e como ocorre uma transao de venda.
DO ESCAMBO AO MERCADO
Pode-se defi nir mercado como um espao de transaes, conjunto
de meios e instrumentos necessrios para gerao e distribuio de
valores mobilirios (bens mveis), segundo o Dicionrio escolar da
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lngua portuguesa (Ministrio da Educao e Cultura); o contexto de
trocas e intercmbios entre aqueles que oferecem vender um produto
ou servio e aqueles que procuram comprar um produto ou servio. Um
centro onde ocorre comrcio.
As trocas nos dias de hoje so bem diferentes daquelas realizadas
no passado. A moeda como hoje a conhecemos resultado de uma longa
evoluo. No passado, quando no havia moeda, praticava-se o escambo,
simples troca de mercadoria por mercadoria, sem equivalncia de valor.
Assim, quem pescasse mais peixe do que o necessrio para si e seu grupo
trocava este excesso com o de outra pessoa que, por exemplo, tivesse
plantado e colhido mais milho do que fosse precisar. Esta elementar
forma de comrcio foi dominante no incio da civilizao.
Figura 1.1: Escambo.
Muito antes de chegarmos ao conceito de mercado que temos hoje,
com a fi xao do homem terra, este passou a permutar o excedente que
produzia. Inicialmente, o homem produzia tudo de que necessitava em
sua terra. O que excedia ele trocava com aqueles que produziam o que
ele no tinha. Surgia a primeira manifestao de comrcio: o escambo.
O escambo consistia na troca direta de mercadorias, como
ga do, sal, gros, pele de animais, cermicas, cacau, caf, conchas etc.
Esse sistema de troca direta, que durou vrios sculos, deu origem ao
surgimento de vocbulos como "salrio", o pagamento feito atravs de
certa quantidade de sal; "pecnia", do latim pecus, que signifi ca rebanho
(gado) ou peculium, relativo ao gado mido (ovelha ou cabrito).
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O surgimento da moeda
Com a evoluo e a complexidade das relaes de permuta,
houve a ne ces sidade de se criarem unidades monetrias que facilitassem
o transporte de bens e permitissem que o deslocamento de grandes
volumes de mercadoria fosse direcionado para o espao de transaes.
Para algumas mercadorias, devido ao seu elevado peso ou volume, era
invivel ou impossvel seu traslado ou transporte; da, provavelmente,
venha o advento do dinheiro, que era cunhado ou feito em moldes
utilizando-se os mais diversos materiais: madeira, cermica, metais e
vidro. Surgia ento a moeda.
Numismtica a cincia auxiliar da Histria que estuda as moedas e me da-lhas. Por generalizao, compreende o colecionismo e a classifi cao de smbolos e valores de cmbio, entre os quais o papel-moeda.
Figura 1.2: Formas contemporneas de escambo.
A moeda o resultado de uma longa evoluo. Aps o advento da
moeda, outras formas de fazer permuta surgiram e, aos poucos, foram
tornando-se parte do nosso cotidiano, tais como: metais preciosos,
cheques, cartes de crdito, cartes de dbito etc.
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Voc pde constatar que houve uma signifi cativa evoluo na forma de realizar trocas ao longo da histria. Os signos monetrios existentes no incio do perodo de trocas foram aperfeioados. Hoje fazemos permuta em lojas, shopping centers, postos de gasolina etc., sem necessariamente desembolsarmos mercadorias ou dinheiro fsico, como papel-moeda, por exemplo. As trocas esto cada vez mais abstratas, pois pagamos em cartes de crdito, cartes de dbito, cheques. Assim tambm est acontecendo com o contato fsico entre vendedor e cliente. Voc j fez alguma compra pela internet? Nesta modalidade no h contatos fsicos ou laos emocionais entre a empresa e o comprador. O comprador tambm no d nenhuma mercadoria ou dinheiro na hora para a empresa pelo produto ou servio que ele quer comprar. A transao se d atravs de depsitos, crditos ou transferncias. Estas formas de permutar ganham uma enorme projeo atualmente, por vrios motivos diversos: praticidade, reduo de custos, convenincia, segurana, entre outros. Ser que em um futuro prximo as relaes de permuta sero assim, sem troca concreta de signos monetrios? As grandes empresas j esto se adaptando a esta nova realidade. Voc acha que isso pode afetar o volume de vendas das pequenas empresas tambm? Por qu?
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Resposta ComentadaUma possvel resposta para esta questo, j que ela d base para divergncias de
interpretao, que as atividades de venda passaram a depender, sobretudo, neste
sculo XXI, menos do contato fsico, real, com os interlocutores e vendedores devido
s inovaes tecnolgicas como as vendas pela internet, vdeo e audioconferncias,
surgimento de um perfi l de consumidor mais instrudo etc. Por isso, alguns cientistas
visionrios acreditam que o dinheiro fsico acabar em um prazo de 50 ou 60 anos.
No se sabe se o dinheiro vai desaparecer, mas algumas transaes, hoje em dia,
j so inviveis devido a diversos fatores (imagine a viabilidade, por exemplo,
de voc sair com dinheiro vivo, embaixo do brao, para comprar um
automvel?). Porm, pequenas transaes
Atividade 12
Para entender um pouco mais sobre a origem do escambo, da moeda e do dinheiro, voc poder acessar o site do Banco Central do Brasil (www.bcb.gov.br) e o da Casa da Moeda do Brasil (http://www.casadamoeda.gov.br/portal/). Procure observar como eram cunhadas as moedas, o tipo de material utilizado e o signifi cado disto.
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Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos
comerciais poderiam ser encarecidas com tal evoluo, pois certamente os
custos de transao e informatizao seriam repassados aos produtos. Ser que
seria interessante para voc ou para o comerciante comprar quatro pezinhos
na padaria com carto de crdito, por exemplo? Outro ponto relevante que
alguns clientes precisam tambm, para comprarem satisfeitos, de contato fsico
com um profi ssional de vendas, seja para se sentir mais seguro para fazer
uma compra ou para aceitar sugestes e tirar dvidas sobre o desempenho
do produto/servio. Quando se utilizam meios tecnolgicos para as atividades
de vendas seguramente, um pblico maior ser atendido de modo virtual, o
que romper as fronteiras geogrfi cas e de infl uncia de um estabelecimento
fsico. Com isso, razovel acreditarmos que o volume de vendas comercializado
pode ser maior, mas talvez no deva alcanar empresas de todos os portes, ao
mesmo tempo.
ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DA FUNO VENDAS
Com o surgimento da moeda, a prtica do escambo foi perdendo
fora. Era mais simples, gil e fcil V E N D E R seu excedente para algum
interessado e, logo depois, comprar com dinheiro no bolso os produtos
de interesse com outro indivduo do que fi car transitando com grandes
volumes de mercadoria. As vendas comearam a surgir e se multiplicar ex po-
nencial mente. Pessoas especializadas nesta atividade e grandes centros de
dis tribuio e de transaes comerciais tambm comearam a emergir.
Enquanto vigoraram os paradigmas da sociedade aps a Revoluo
Industrial, com a ocorrncia de alta demanda, vender era uma tarefa
relativamente fcil. Se pararmos para refl etir, no teremos difi culdade
em entender o porqu. Da Revoluo Industrial at o fi nal da dcada de
1980, a maioria dos mercados vivia uma situao de demanda superior
oferta. Logo, para que as empresas ganhassem dinheiro, bastava
garantir que sempre haveria mais pessoas interessadas em comprar do
que mercadorias para vender.
A partir do incio do sculo XX e, sobretudo, aps a Primeira
Guerra Mundial, a venda se tornou uma preocupao essencial para a
maioria das empresas. Nessa poca, comearam a aparecer os primeiros
sinais de excesso de oferta, e os fabricantes preocuparam-se com a
VE N D E R
Segundo o Dicionrio escolar da lngua portuguesa (Ministrio da Educao e Cultura), vender signifi ca: v. 1. Tr. dir. Alienar (um objeto) mediante certo preo; trocar por dinheiro. 2. Tr. dir. Negociar em. 3. Intr. Exercer a profi sso de vendedor. 4. Tr. dir. Sacrifi car por dinheiro ou por interesse.
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produo em srie. Assim, a oferta superou a procura e os produtos
acumularam-se em estoques, o que levou algumas empresas a usar
tcnicas de vendas bem mais agressivas. A nfase na comercializao
das empresas era totalmente dirigida s vendas, em termos de um esforo
agressivo e orientado de vendas e promoo.
A orientao para vendas signifi ca que
o propsito da empresa vender o que fabrica e no vender o que o
mercado (o cliente) deseja. A preocupao com o curto prazo,
no importando se o cliente fi cou ou no satisfeito.
!!Hoje os produtos oferecidos ao mercado esto fi cando cada
vez mais parecidos, menos diferenciados. A competncia para criar
diferencial competitivo a partir de aes de venda consultiva passa
a ser um imperativo para a sobrevivncia futura das organizaes.
As funes da atividade de vendas que conduzem a empresa para
customizar (diferenciar) as suas responsabilidades esto descritas a seguir
e sero exploradas ao longo das aulas subseqentes. So elas:
Planejar as atividades de venda.
Procurar indicaes de novos clientes.
Visitar contas potenciais.
Identifi car os tomadores de deciso.
Preparar informaes e apresentaes de vendas.
Superar objees.
Apresentar novos produtos.
Visitar contas novas.
O processo de venda ao longo dos anos vem recebendo inmeras
atribuies, na tentativa de gerar um pblico fi el para uma demanda
constante. Tais atribuies tornaram esta altamente qualifi cada, com
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Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos
aspectos mais fortes e com bases coerentes e participativas, envolvendo a
opinio de quem produz, de quem comercializa e de quem compra. Isso
mudou as formas de agir, pois os profi ssionais envolvidos necessitam de
uma estrutura e um preparo pessoal altamente qualifi cado. interessante
notar que alguns fatores sero signifi cativos para nortear as aes destes
profi ssionais, tais como a freqncia com que se vende para um cliente,
a forma de pagamento e o volume comercializado.
A diferena entre vendas no varejo e vendas no atacado
Existem vendas de grandes quantidades de produtos e outras de
menor volume de mercadorias. Como consumidor, voc est acostumado
a fazer compras em pequenas quantidades, para o consumo prprio ou
de sua famlia. No verdade? Como consumidor ou comprador fi nal,
voc compra no varejo, em pequenas quantidades. Nesta modalidade,
voc poder adquirir o produto ou o servio comprado vista, quando
o quita integralmente, ou a prazo, quando negocia um compromisso de
pagamento futuro.
No mercado entre empresas isso ocorre de modo semelhante.
Mas algumas empresas tm como clientes outras empresas e no apenas
pes soas f sicas. Geralmente as empresas adquirem seus insumos e mat-
rias-primas em quantidades maiores que as pessoas fsicas. Quando o
volume comercializado negociado em grandes quantidades de pro du-
tos ou servios, chamamos de vendas no atacado. Nesta outra mo dali-
dade, existem formas especiais de relacionamento, de pagamento e de
benefcios.
Assim, por uma viso comercial e pelo volume negociado, as ven-
das podem ser encaradas de dois modos: vendas no varejo ou vendas no
atacado. O gerente de vendas da empresa, de acordo com o seu estoque
disponvel, a perecibilidade e a obsolecncia de seu produtos, os acordos
entre fi rmas, a fi delidade do cliente, o momento que atravessa o setor
etc., ir conceder os benefcios e a classifi cao destes a cada cliente.
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A diferena entre consumidor e comprador
Consumidor e comprador fi nal no necessariamente querem dizer a mesma coisa. Um indivduo pode ser
comprador e consumidor ao mesmo tempo, ou no. Pode-se explicar a diferena com um simples exemplo. Caso voc tenha um fi lho e tenha a necessidade de comprar fraldas
plsticas descartveis para ele, voc o comprador porque fez o escambo, pagou pelo produto. Mas no voc que
ir utiliz-lo. No ser o consumidor, que no referido exemplo ser o seu fi lho, quem realmente ir
se benefi ciar do produto/servio adquirido.
??Varejo (ou retalho) a venda de produtos ou a comercializao
de servios em pequenas quantidades, em oposio ao que ocorre no
atacado. a venda por retalho, como por partes de um todo, direto ao
comprador fi nal, o consumidor do produto ou servio, sem intermedirios.
Todas as atividades de venda de bens ou servios realizadas diretamente
aos compradores finais so definidas como varejo. O local onde
os produtos ou servios so vendidos (lojas, rua ou residncia do
consumidor) no importante para esta classifi cao. Da mesma forma,
todas as maneiras pelas quais estes bens ou servios so vendidos esto
includas no conceito de varejo, seja atravs de venda pessoal, correio,
telefone, seja por mquina automtica, internet etc.
Atacado (ou venda por grosso) a forma de comercializao de
grandes quantidades de produtos. Tais produtos so mais baratos por
serem vendidos em lotes maiores que os de varejo e, tambm, por serem
destinados a lojistas. Em geral, este sistema necessita de elos em seqncia
na cadeia de suprimentos (posies ou empresas intermedirias), passando
pelo comrcio varejista, para alcanar os consumidores fi nais.
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Volume de vendas no atacado
Segundo a Organizao Mundial do Comrcio (OMC), o Brasil exportou (vendeu no exterior) mais
de US$ 137 bilhes em mercadorias em 2006. A meta de exportaes para o ano de 2007 de US$ 152 bilhes.
O Brasil representou 0,7% do mercado importador mundial em 2006, com importaes (compras) de US$ 88 bilhes
em bens. O Brasil o segundo maior exportador e importador de bens da Amrica Latina, atrs
apenas do Mxico.
!!Voc pode utilizar estes conceitos de atacado e varejo, pagamento a prazo e vista e fi delizao, na prtica, sem necessariamente ser um gerente de vendas. Quando for realizar a compra (a) de um produto vista (b), se dirija ao balconista e pergunte a ele (se este tiver autonomia para isto) ou pea para o gerente da loja a resposta para a seguinte situao: quantos produtos daquele que voc selecionou seriam necessrios para ter um desconto sobre o montante (c), caso voc quisesse comprar uma quantidade expressiva daquele produto? Voc descobrir a quantidade de atacado (c) daquele produto para aquela loja. Depois pergunte ao atendente qual seria a diferena monetria em reais a ser economizada, se voc optasse por pagar vista (d) ou em quantas vezes a conta poderia ser paga em parcelas iguais, sem juros (pagamento a prazo), caso no conseguisse o desconto (c).Isto gerar quatro situaes distintas: (a) preo para varejo, (b) preo para varejo vista, (c) preo para atacado e (d) preo para atacado vista. Anote os resultados e compare os nmeros! A que concluso se pode chegar com este procedimento? Explique.
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Atividade 22
(a) (b)
(c) (d)
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TCNICAS E FASES DA VENDA
Processo de vendas
O processo de vendas uma seqncia de passos com os quais
se realiza a venda, ou seja, a transferncia do bem de uma empresa a
outra. Todo o processo de venda tem, basicamente, cinco componentes
ou etapas, com maior ou menor nfase em uma delas, eventualmente
com suspenso de algumas dessas etapas. So elas:
Resposta ComentadaVoc dever registrar quatro valores diferentes para o preo unitrio (o dinheiro
pago pelo montante dividido pelo nmero de produtos) daquele produto.
Primeiro, o preo para comprar apenas uma unidade sem utilizar dinheiro
vivo (este dever ser o preo unitrio maior dos quatro, pois no varejo e a
prazo ou postergado). Segundo, o preo de comprar apenas uma unidade
em dinheiro vivo (este deve ser o menor que o da primeira situao, pois o
lojista prefere dar um desconto, mas movimentar o caixa dele entrando maior
fl uxo de dinheiro vivo modalidade varejo vista). Terceira situao, o preo
unitrio de comprar uma quantidade X de produtos sem utilizar dinheiro vivo
(este dever ser o segundo menor preo, pois, apesar de no estar pagando em
dinheiro, o comerciante est fazendo girar seu estoque, diminuindo vrios tipos
de risco, modalidade atacado a prazo ou postergado). E, por ltimo, a quarta
situao, o preo unitrio de comprar uma quantidade X de produtos utilizando
dinheiro vivo (deve ser o preo mais barato de todos modalidade atacado
vista). Caso o lojista no aceite as condies especfi cas de cada situao, voc
poder comprar um produto semelhante em outra loja do ramo, pois esta poltica
de descontos para maior comercializao de produtos uma prtica cotidiana
no comrcio, e gera a fi delizao dos clientes.
Seguindo esse raciocnio, um gerente de vendas conhece os nmeros de seu
estoque, o preo praticado pelo mercado e por seus concorrentes, as estatsticas
de sua regio ou de sua empresa. Estes nmeros iro permitir que aes
rpidas de reposicionamento de estratgias de mercado, linhas de produtos
comercializados, aes de marketing etc. sejam tomadas, assim como possam
ser traados planos futuros para alinhar a empresa aos seus objetivos estratgicos,
promoes, polticas de descontos, entre outras aes. Esta questo importante
para o incio da formao do pensamento gerencial, no administrador de
empresas.
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Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos
Criao da demanda: Refere-se estimulao do mercado.
Estimular o consumo responsabilidade de marketing: criar o desejo
de consumo. Em mercados industriais, pode ser a atribuio primordial
da fora de vendas por ocasio de novos produtos fi nais. O papel de
vendas decorrente da predominncia dessa etapa ser o de ensinar e
orientar acerca desses novos produtos da empresa.
Identificao do comprador: (novos clientes para produtos
com ple xos): Refere-se etapa de localizao de compradores. Alguns
questionamentos desta etapa so: Quem gostar de consumir estes
produtos? Quem os compraria? Quem realmente consumiria? Com que
freqncia? Onde mora? Qual sua idade, sexo, orientao sexual, faixa de
renda, grau de escolaridade? No caso, o papel de vendas ser o de permitir
a venda, fazer com que ela acontea depois destas etapas identifi cadas.
Garantia de comprometimento com a compra: Pode envolver
a formalizao da venda, atravs de contratos, obrigaes mtuas,
compromisso de parcerias e desenvolvimento de tecnologias para
comrcio entre fi rmas, desenvolvimento de um produto customizado
(diferenciado) a pedido de um cliente especfi co, alianas estratgicas,
terceirizaes etc.
Fechamento da venda: Diz respeito s atividades concernentes ao
faturamento e entrega, emisso de notas fi scais, entrega em domiclio,
formas de pagamento disponveis, descontos concedidos, visitas externas
do vendedor, caso a atividade exija etc.
Prestao de servio ao cliente: Todas as atividades relacionadas
a ps-venda, servios, assistncia tcnica, montagem de produtos, call
centers, sorteio de brindes etc.
No existe uma frmula para se vender bem. O que existem so
planejamentos, tcnicas e estratgias aliadas a esforo e motivao,
fazendo o profi ssional de vendas sentir-se mais seguro e capaz de alcanar
as metas e super-las. O processo de vendas pode ser dividido em trs
grandes fases: pr-venda (durante a venda ou venda propriamente dita)
e ps-venda.
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Fases da venda
Pr-venda: Nesta fase, o importante ser conhecer os clientes,
assim como suas expectativas e suas necessidades. Tambm preciso
conhecer a concorrncia, analisar o mercado com muita efi cincia e
identifi car sempre as oportunidades. Para a organizao, a fase do
planejamento e da conscientizao. Nesta fase, o vendedor deve ter em
mos os instrumentos necessrios para, quando estiver frente a frente
com o cliente, satisfazer qualquer dvida deste. necessrio o mximo
de informaes (seguras e precisas) a respeito do cliente, para que o
vendedor possa convenc-lo de que aquele produto ou servio atender
os seus anseios. Estas informaes incluem os materiais, equipamentos,
instrumentos, ferramentas, enfi m, tudo o que vai ser preciso para o
vendedor fazer uma boa apresentao. A pr-venda inclui diversas etapas.
Veja cada uma delas a seguir:
a. Prospeco do mercado: a identifi cao do pblico-alvo, do
setor da sociedade, da regio geogrfi ca etc. sobre os quais compensa
mais dirigir os esforos e recursos de vendas.
b. Anlise da potencialidade do cliente: aps defi nir claramente o
que se est buscando atravs da prospeco do mercado e coletar uma
srie de dados sobre os clientes, pode-se ento iniciar o processo de anlise
da potencialidade desse cliente. Procura-se compreender e organizar os
dados obtidos transformando-os em informaes e, conseqentemente,
em um cadastro ativo e organizado para a tomada de decises.
c. Agendamento de entrevistas e visitas: o processo de agendamento
de visitas deve ser cercado de alguns cuidados que podem facilitar o
trabalho de aprovao pelo qual o profi ssional de vendas passa a ser
atendido. Para isso, ele deve considerar alguns fatores, como estabelecer
quando o melhor momento para a abordagem do cliente (de acordo
com os compromissos do cliente, da poca do ms, do tempo disponvel),
defi nir previamente o argumento da entrevista ou visita, levantar possveis
objees e questionamentos e preparar contra-argumentos para, por fi m,
marcar a entrevista ou visita.
d. A elaborao de propostas comerciais: na elaborao de
uma proposta, o vendedor deve ser claro e objetivo, para que o cliente
tambm possa se sentir seguro. O profi ssional de vendas no pode gerar
no cliente desconfi ana ou sensao de que est tentando tirar vantagem
da situao.
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Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos
e. A realizao de visitas e abordagem: causar uma boa impresso
fundamental. Deve-se ser pontual, vestir-se adequadamente, ter uma
conversa introdutria, quebrar o gelo etc. O cliente se sentir mais
vontade de perceber que possui algumas afi nidades com o vendedor.
Ser honesto com o cliente e consigo mesmo d maior segurana e
confi abilidade para a apresentao.
f. O acompanhamento da proposta: ao apresentar uma proposta,
deve-se estimular a participao do cliente, avaliar o seu grau de
compreenso, verifi car se h dvidas. Dois momentos costumam ser
decisivos para a concretizao da venda no acompanhamento da
proposta: o tratamento que se d s objees e o momento oportuno de
se efetuar o fechamento da venda.
g. A emisso do pedido: quanto emisso do pedido, necessrio
se certifi car de que ele foi preenchido corretamente. Deve-se pedir ao
cliente que confi rme os seus dados, as quantidades e as condies da
venda.
h. Elaborao de relatrios comerciais: a elaborao de relatrios
comerciais compreende breves relatos de como foi todo o desenrolar da
negociao.
Durante a venda: Se escapar alguma coisa da fase anterior (pr-ven-
da), com certeza o vendedor ter difi culdade para demonstrar, argumentar
ou convencer o cliente para efetivar a venda. Como a primeira impresso
a que fi ca, ser muito difcil o vendedor provar qualquer coisa que seja
numa segunda ocasio, se deixou impresses negativas anteriormente.
As principais etapas da fase da venda propriamente dita ou durante a
venda so:
a. Acompanhamento do pedido internamente: deve-se acompanhar
o pedido do cliente dentro da empresa. Saber se h a quantidade desejada
no estoque, se precisar ser produzido, quanto tempo o cliente poder
esperar, se h insumos, matrias-primas, recursos humanos, tecnologia
etc. para dar conta do pedido e honrar quantidades e prazos estabelecidos,
principalmente quando se refere a novos clientes, pois podem ocorrer
inmeros erros ou imprevistos capazes de comprometer a venda.
b. A informao ao cliente sobre o pedido: fundamental passar
ao cliente a origem dos recursos, o grau de periculosidade ou toxidade
do produto, o risco ambiental, cuidados com manipulao, transporte
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ou armazenagem, possibilidades de atrasos segundo algumas hipteses
de imprevisto etc. Isso gera confi ana e credibilidade e reduz problemas
futuros. Deve-se contatar o cliente para inform-lo sobre o andamento
do pedido.
c. Acompanhamento do recebimento do produto: ao ser entregue
o produto ao cliente, deve ser feita uma conferncia, de preferncia com
representantes de ambas as partes, para se ter certeza de que, de fato, o
cliente o recebeu conforme as especifi caes constantes no pedido, local
e horrio de entrega, quantidade especifi cada etc. Este tipo de atitude
acelera o processo de aproximao com o cliente, elevando sua satisfao
com os produtos e servios adquiridos.
Ps-venda: Esta fase de vital importncia para a continuidade dos
negcios da empresa, assim como a sua sobrevivncia e/ou permanncia
no mercado. Sendo o vendedor um gerador de receitas para a empresa,
muito importante que tambm monitore e controle os nveis de
inadimplncia de seus clientes. O profi ssional de vendas pode auxiliar o
departamento de cobrana no recebimento das faturas. necessrio que
as pessoas estejam no s envolvidas, mas, sobretudo, comprometidas.
A empresa deve buscar formar um time, uma verdadeira equipe, onde
a soma das capacidades de cada membro da equipe seja maior que a
capacidade individual. A ps-venda tem por objetivo gerar satisfao
e fi delizao no cliente. Ela inclui: o acompanhamento da instalao e
utilizao do produto; o atendimento ao cliente; a assistncia tcnica;
o fornecimento de peas de reposio e manuteno; os servios;
o manual de instrues; a garantia; a troca rpida e o acompanhamento
da cobrana da fatura.
Treinar a equipe de vendas no uso de ferramentas que auxiliem
as vendas fundamental para a empresa conseguir maior uniformidade
de pensamento e de propsito em sua fora de vendas. Treinar e
capacitar a fora de vendas (tema da prxima aula) no despesa,
investimento. Este tipo de postura h muito se faz presente nas relaes
no mercado organizacional. Por estas razes se faz necessrio que haja
um acompanhamento na pr-venda (desenvolvimento), durante a venda
e na ps-venda, a fi m de certifi car que a solicitao do cliente foi de
fato atendida em todos os seus detalhes e exigncias, dando a ele todo e
qualquer suporte necessrio. uma relao de parceria entre fornecedor
(vendedor) e cliente.
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Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos
Pense no processo de vendas exposto nesta aula. Como foi a sua identifi cao com a matria exposta at aqui? Voc acha que seria um bom profi ssional de vendas? Compreende e aplica todo o processo de vendas? Um futuro gerente de vendas deve se familiarizar com alguns termos e prticas que sero corriqueiros ao longo de sua carreira profi ssional.Confi ra um pouco mais sobre esse conhecimento acessando o site do Guia RH (http://www.guiarh.com.br/x3.htm) e respondendo o teste online sobre as suas aptides para o processo de vendas passo a passo. Este teste poder ajud-lo a sistematizar todo o processo. Em seguida, tente comparar os resultados com colegas e outros profi ssionais. Pea dicas ao tutor da sua disciplina para melhorar os seus pontos mais fracos.
Resposta Comentada As suas respostas geraro pontos no teste do site. A faixa de pontos em que
voc se enquadrar refl etir o quanto entende o processo de vendas. Entre
Atividade 33
Os principais tipos de servios de ps-venda so:
a. Pesquisa de satisfao ao consumidor pesquisas encomendadas
e contratadas principalmente por meio do departamento de marketing
para quantifi car o grau de satisfao que o produto ou servio adquirido
propiciou ao seu consumidor.
b. Servio de Atendimento ao Consumidor (SAC) - por respeito
ao consumidor ou quem sabe em razo do Cdigo de Defesa do
Consumidor, algumas empresas, que j haviam passado por situaes
de embate com o consumidor, entenderam que seria menos oneroso
ter um servio de atendimento deste que fosse capaz de se antecipar na
correo e soluo de problemas.
Tipos de ps-venda
Ps-venda aos intermedirios: os principais tipos de servios de ps-venda relacionados ao mercado organizacional so: servio de atendimento ao cliente ou intermedirio, pesquisa de satisfao do cliente, relativos prpria fora de vendas, como a contratao de repositores e promotores, e curso de reciclagem e formao. Ps-venda ao consumidor: o foco dos servios de ps-venda ao consumidor buscar fi delizao do consumidor fi nal marca e ao produto da empresa, independentemente do ponto-de-venda. Assim, toda empresa que deseja ter vida longa e clientes fi is no pode deixar de ter um efi ciente servio de ps-venda.
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Diferena entre Marketing e Vendas
Marketing o processo social e gerencial atravs do qual
indivduos e grupos obtm aquilo que desejam e de que necessitam,
criando e trocando valores uns com os outros. A funo do Marketing
incutir na cabea dos consumidores que eles precisam adquirir aquele
produto, que no sero felizes caso no o tenham. Enquanto Vendas
o exerccio contnuo do desempenho de trs tarefas bsicas: encontrar
clientes qualifi cados, apresentar seus produtos e conseguir pedidos.
90 e 76 pontos: o teste indicar que, para os parmetros escolhidos, voc
um(a) excepcional vendedor(a). Entre 75 e 61 pontos: o teste acusar que
seu progresso tem sido enorme. Ateno para os itens que assinalou B e C.
Entre 60 e 46 pontos: o teste dir que voc no est mal. Ateno para os itens
que assinalou B e C. Entre 45 e 30 pontos: o teste concluir que, se continuar
assim, voc vai perder o emprego, reaja rpido.
Marketing o processo social e gerencial atravs do qual indivduos
e grupos obtm aquilo que desejam e de que necessitam, criando e trocando valores uns
com os outros. !!A interligao entre Marketing e Vendas se d atravs das informa-
es coletadas pelos vendedores com os clientes, que permitem empresa
saber das estratgias de comunicao e inovaes de concorrncia.
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Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos
O departamento de marketing planeja, pesquisa e dissemina
aes e diretrizes que visam criar uma espcie de encantamento no consumidor, sobre o
produto ou servio a ser adquirido. !!O departamento de vendas, composto no apenas pelos profi s sionais
de criao e de pesquisa, mas de vendedores internos e externos,
supervisores, representantes comerciais, consultores e o gerente de
vendas, o elo externo da organizao e acabar infl uenciando as
estratgias de Marketing. Dentro do departamento de vendas, so os
profi ssionais de vendas que trazem para dentro da empresa as novidades
que esto circulando no mercado, como, por exemplo, promoes da
concorrncia, lanamento de produtos no mercado, fortalecimento da
fora de vendas da concorrncia, atuao de alguma empresa em uma
rea geogrfi ca at ento inexplorada, estreitamento das relaes entre
a empresa e seus clientes etc.
O departamento de vendas executa externamente as
aes de marketing atravs de prticas comerciais de longo prazo com o cliente. Depois
traz de volta os feedbacks dos clientes para dentro da empresa para que se possa intensifi car,
inibir, desenvolver ou adaptar polticas e estratgias organizacionais
dirigidas.
!!O relacionamento de vendas o desenvolvimento de relaes
de longo prazo que benefi ciam mutuamente vendedores e clientes.
Essas informaes e previses so o ponto de partida para vrias
tarefas na organizao, como a compra de matrias-primas, pesquisa e
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desenvolvimento de novos produtos, contratao de recursos humanos
especializados, incorporao de novas tecnologias e o oramento de
marketing. Este setor to importante que se estima que cerca de 30%
dos altos executivos passaram metade de suas carreiras em Vendas e em
Marketing.
A administrao habilidosa dessas tarefas pode gerar valor para
os clientes e formar um bem-sucedido relacionamento de longo prazo.
O QUE GERENCIAMENTO?
De modo geral, a funo de gerncia designa o desempenho de
tarefas de gesto dos assuntos de um grupo. A essncia do trabalho do
administrador obter resultados por meio das pessoas que ele coordena.
A partir desse raciocnio, temos o papel do Gestor Administrativo
que, com sua capacidade de gesto com as pessoas, consegue obter os
resultados esperados. Gerenciar consiste em executar atividades e tarefas
que tm como propsito planejar, dirigir, organizar e controlar atividades
de outras pessoas para atingir objetivos que no podem ser alcanados, de
forma organizada, caso as pessoas atuem por conta prpria. Os gestores
de pessoas devem assumir atividades estratgicas de orientao global
visando ao futuro e ao destino da organizao e seus membros.
Funes da Gerncia de Vendas
comum ouvirmos que os funcionrios so o mais importante
patrimnio de qualquer empresa, o chamado capital intelectual. Mas,
sem querer aviltar essa importante afi rmao, seguramente so os clientes
de uma empresa o seu mais valioso patrimnio. Sem clientes, no h
receitas que geram os principais ativos da empresa. Nesse contexto, a
tradicional viso da gerncia de vendas, vinculada administrao da
fora de vendas no campo, requer uma defi nio mais ampla de geren-
ciamento de vendas.
O gerenciamento de vendas a atividade de marketing mais
prxima do cliente que uma empresa pode realizar. A arte de segmentar
mercados, conhecer os seus hbitos e formas de atuao, buscando
sempre levar solues aos problemas e necessidades dos clientes a mais
alta especializao que uma fora de vendas pode atingir. Gerenciamento
de vendas a abordagem integrada de todas as funes e atividades
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Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos
que envolvem relacionamentos com os clientes, incluindo vendas,
processamento de pedidos, administrao e servios, pr-venda, ps-
venda, recrutamento e seleo de profi ssionais, remunerao e motivao
da fora de vendas, treinamento e desenvolvimento de funcionrios,
anlise do macro e do microambiente, tcnicas de venda, administrao
da comunicao em equipes, princpios ticos que norteiam o marketing
e as vendas, entre outros tpicos que, juntos, iremos ver ao longo
desta disciplina.
Figura 1.3: O papel do gerente de vendas um dos mais vitais para a realizao dos objetivos estratgicos da empresa.
Por estar prximo aos clientes, o gerente de vendas pode oferecer
opinies valiosas para criar vantagem competitiva, pela elaborao de
mais e melhores valores para os clientes. As principais tarefas da gerncia
de vendas podem ser divididas em tcnica e gerncia de pessoas. Entre
as tarefas tcnicas, destacam-se: gerenciamento da misso e estratgia
de vendas, tomada de deciso, alocao de recursos, manuteno de
bancos de dados, elaborao de planos operacionais alternativos e para
as crises, garantia de integrao das atividades da empresa que satisfazem
e encantam os clientes etc. Para gerenciar pessoas, destacam-se as tarefas:
liderana e comunicao, superviso e desenvolvimento, administrao
de confl itos e avaliao de desempenho.
Os desafi os dos atuais gerentes de venda do sculo XXI, alm dos
tradicionais citados anteriormente atrelados ao cargo, tambm envolvem:
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Criar processos e multiplicadores de tarefas para organizaes
que se tornaram irreconhecveis devido a implementaes
tecnolgicas e mudanas estruturais drsticas (reduo do
quadro de pessoal, novo desenho organizacional, automao,
sistemas de informao etc.) para se adequarem aos novos
negcios desenvolvidos pelo mercado.
Compor equipes multifuncionais e multiculturais para intera-
girem em um ambiente dinmico e fazerem uma leitura das opor-
tunidades e ameaas que se apresentam abstratas, traduzindo
isso em vantagem competitiva para a empresa.
Transferir rapidamente competncias essenciais para diferentes
unidades de negcios, parceiros, fornecedores e associados, j
que uma empresa agora est muito alm das limitaes de seus
espaos fsicos.
Reduzir a estrutura formal e modelos burocrticos, investindo
na fl exibilidade de processos e gesto, fomentando relaes
de engajamento do funcionrio com a empresa, aes social e
ambientalmente responsveis, buscando novas oportunidades,
assumindo riscos e liderando a mudana.
CONCLUSO
Desde as formas mais primitivas de escambo at os dias de hoje,
as empresas buscam consumidores para os seus excedentes de demanda.
O objetivo de qualquer empresa promover ao mximo seu produto
ou seu servio, pois s conseguir sobreviver e crescer se esta promoo
venha a se converter em vendas, gerando lucros e investimentos.
Um planejamento adequado o ponto de partida para qualquer
empreendimento.
As vendas podem ocorrer no atacado ou no varejo, de acordo com
o volume de mercadorias comercializado e, tambm, vista ou a prazo,
de acordo com a forma de pagamento. Podem ainda ser presenciais,
virtuais, alm de eletrnicas e todas estas modalidades com a presena
fsica do vendedor ou no.
O profi ssional de vendas o responsvel pela rpida interpretao
do ambiente externo e por trazer essas novas tendncias para o interior
da empresa, para que esta possa reagir de forma veloz e precisa aos
avanos tecnolgicos e da concorrncia.
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Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos
Marketing e Vendas so atividades distintas, porm complemen-
tares. Tais atividades devem caminhar juntas para que o setor comercial
da empresa possa ser efi ciente e gerar receitas e lucros.
O profi ssional conhecido como gerente de vendas o representante
da empresa para o gerenciamento destes conceitos e sofre, neste sculo
XXI, mudanas e atualizaes de sua postura devido s transformaes
acentuadas e constantes do ambiente externo (como veremos na Aula 2).
Leia o texto a seguir e, com base nele e na aula estudada, responda s
se guin tes per guntas:
A Associao dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) promove,
anualmente, eventos para a entrega de prmios que retratam o reconhecimento
de empresas e profi ssionais para um grupo de jurados e profi ssionais da rea, pelo
destaque e contribuio que estes promoveram ao mercado e sociedade ao longo
do ano. Um destes prmios o Top de Vendas. O primeiro Top de Vendas aconteceu
em 1998. O prmio foi criado como um desmembramento do evento Campees de
Vendas, que se realiza desde 1970. Enquanto o Campees contemplava o profi ssional
dessa rea, o Top surgiu para homenagear as empresas que, por meio de aes criativas
e estratgias diferenciadas, conseguiram
alcanar resultados positivos em vendas.
A finalidade do concurso a divulgao
dessas aes e empresas. Para participar, os
cases devem ter ocorrido nos ltimos trs
anos, devendo ser reais em todos os seus
dados e com resultados comprovados. Na
descrio dos casos, deve haver a defi nio
do problema, as solues administradas e os
resultados alcanados.
Os casos inscritos so submetidos a um jri convidado pela diretoria do Top. Durante
o processo de julgamento, se necessrio, o jri poder, por meio da diretoria do
prmio, pedir informaes complementares sobre os casos em anlise, bem como
comprovaes dos dados apresentados. Os ganhadores do Top de Vendas ADVB
recebem o reconhecimento do mercado, a conquista do selo Top de Vendas,
a entrega do prmio em grande cerimnia, a ampla
Atividade Final
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www.advbfbm.org.br
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divulgao na mdia, a publicao na revista Mercado e a divulgao dos casos em
congressos nacionais e internacionais.
1. Como voc acredita que se podem alcanar resultados positivos em vendas a partir
do treinamento e da aplicao das tcnicas e fases da venda?
2. Voc acha que um profi ssional que aplica tais procedimentos, assim como os demais
conceitos explicitados nesta aula, tem mais chances de ganhar um prmio destes?
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ComentrioPara ser um bom profissional no ramo no basta estar atrs de uma mesa esperando
o contato do fregus e finalizar o atendimento com um bom aperto de mo ou um
tapinha nas costas. O profissional de vendas deve tomar a iniciativa para a concretizao
de um negcio. Deve pr em prtica os conhecimentos adquiridos em treinamentos e
ao longo de sua vida profissional. As fases da venda permitem uma amplitude de viso
sobre todo o processo de vendas. Vender um processo complexo. Exige preparao
antecipada, assim como uma seqncia de passos que permite ao profissional conduzir
todo o processo de forma mais elaborada. Os pontos necessrios para que este profissional
seja bem-sucedido envolve conhecer o perfil do cliente, suas expectativas e necessidades
(pr-venda). Oferecer a ele aquilo que realmente necessita. importante deixar o cliente
informado de todo o processo e prazos e perceber se a instalao e a utilizao do produto
ou servio foram corretas, se prazos, entrega e transporte atenderam s expectativas
(ps-venda). Os profissionais mais capacitados tm maiores chances de serem
bem-sucedidos.
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Gerncia de Vendas | Vendas preceitos bsicos
As grandes empresas enfrentam crises porque ignoram durante muito
tempo as mudanas do ambiente. Os profi ssionais de marketing so os
maiores responsveis pela identifi cao das mudanas signifi cativas do
ambiente externo, revendo e adaptando estratgias para enfrentar novos
desafi os e oportunidades no mercado.
Muito antes de chegarmos ao conceito de mercado que temos hoje, com
a fi xao do homem terra, estes passaram a permutar o excedente que
produziam. Surgia a primeira manifestao de comrcio: o escambo. Com a
evoluo e a complexidade das relaes de permuta, houve a necessidade
de se criarem unidades monetrias, assim surgia a moeda. Aps o advento
da moeda, outras formas de fazer permuta surgiram e, aos poucos, foram
tornando-se parte do nosso cotidiano. Tais como: metais preciosos, cheques,
cartes de crdito, cartes de dbito etc.
O processo de venda ao longo dos anos vem recebendo inmeras atribuies,
na tentativa de gerar um pblico fi el para uma demanda constante. Vender
signifi ca alienar (um objeto) mediante certo preo, trocar por dinheiro ou
negoci-lo. Varejo a venda de produtos ou a comercializao de servios
em pequenas quantidades, em oposio ao que ocorre no atacado. Atacado
a forma de comercializao de grandes quantidades de produtos.
As fases da venda so a pr-venda, que signifi ca conhecer os clientes,
suas expectativas e suas necessidades; a venda propriamente dita, que
o momento de se demonstrar, argumentar ou convencer o cliente para
efetivar a venda; e a ps-venda, que refl ete todo o acompanhamento que
o profi ssional de vendas d ao cliente para que este se sinta estimulado
para uma prxima compra.
R E S U M O
INFORMAES SOBRE A PRXIMA AULA
Na prxima aula, apresentaremos aspectos bsicos sobre Anlise Ambiental
o Microambiente e Macroambiente da empresa, seus desdobramentos e
como interferem nos negcios das organizaes.
Anlise ambiental microambiente e macroambiente
Aps o estudo do contedo desta aula, voc dever ser capaz de:
reconhecer a importncia do estudo do ambiente de Marketing;
defi nir o conceito de microambiente e distinguir os agentes do cenrio do ambiente interno organizacional;
defi nir o conceito de macroambiente e identifi car as foras externas contidas no macroambiente da empresa.
2ob
jetivo
s
AULA
Metas da aula
Apresentar os conceitos de ambiente de negcios: microambiente e macroambiente; mostrar os agentes que compem o
microambiente organizacional; expor as foras que atuam no ambiente externo da empresa; mostrar as relaes do ambiente
interno com o ambiente externo da organizao; oferecer ferramentas gerenciais de anlise de ambincia.
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Gerncia de Vendas | Anlise ambiental microambiente e macroambiente
INTRODUO Nenhuma empresa uma ilha ou um sistema fechado. Todas as empresas esto
contidas em um rico ambiente de interaes com o meio. Para efetivar os seus
negcios, uma fi rma depende de um relacionamento saudvel com uma srie de
agentes que lhe propiciam receber, manipular e transformar matrias-primas ou
insumos, e modifi car, desenvolver, aprimorar estes materiais, gerando produtos
que, posteriormente, sero comercializados com as pessoas ou com outras
empresas, suscitando lucro e a longevidade da organizao. Este o ambiente
mais prximo e imediato de cada organizao, o microambiente.
Em uma empresa, o ambiente de negcios constitudo, alm destes problemas
contornveis e de fcil mensurao, por agentes e foras que esto fora do
controle do marketing. Apesar de todo o esforo, a organizao est sujeita
a sofrer presses, medidas e ajustes externos, que vo, de modo geral, afetar
todas as suas concorrentes tambm, atravs de modismos, intervenes
governamentais, catstrofes naturais, desvalorizao da moeda corrente, crise
de energia etc. Por isso, o macroambiente organizacional estudado.
Essas preocupaes exigem uma ateno especial do gerente de vendas e
so identifi cadas como condies ambientais da organizao. Mas existe uma
diferena entre essas condies ambientais. Enquanto no ambiente especfi co
(interno) a interao direta, nas condies gerais (ambiente externo) no
h uma entidade concreta de interao, mas um conjunto de condies que
devem ser enfrentadas.
Cabe ao gerente de vendas utilizar-se de ferramentas de anlise e de conhe-
cimentos profundos do assunto, para tentar antever estas condies adversas e
tentar minimizar seus impactos sobre a empresa. Tambm importante prever
cenrios interessantes e oportunistas para a organizao, conduzindo-a para
o lucro e para o sucesso.
O AMBIENTE DE MARKETING
O ambiente de marketing est cada vez mais dinmico e mutvel,
obrigando as empresas a estarem atentas ao mercado, identifi cando seus
pontos fortes e fracos, aproveitando oportunidades e eliminando ameaas
que venham interferir no seu desempenho. O ambiente de marketing
de uma empresa o espao de transaes e negcios da organizao.
constitudo por agentes e foras que esto fora do controle do
marketing, que afetam a habilidade da administrao da empresa, em
desenvolvimento, em manter transaes bem-sucedidas.
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Isto no quer dizer que esses agentes e foras no devem ser
compreendidos pelos estrategistas de marketing de uma empresa. Pelo
contrrio, eles devem ser estudados e compreendidos para que ela possa
estar atenta s exigncias do mercado e possa desenvolver produtos que
venham garantir a sobrevivncia da empresa no mercado competitivo.
Segundo Philip Kotler (1998, p. 46), um renomado estudioso do tema
marketing, as empresas bem geridas:
(...) possuem uma viso de fora para dentro de seus negcios. Elas
reconhecem que o ambiente de marketing est constantemente
oferecendo novas oportunidades e apresentando novas ameaas.
Estas empresas reconhecem a importncia vital do monitoramento
e da adaptao contnua s mudanas ambientais.
As empresas devem estar atentas a estas oportunidades e ameaas,
pois as mudanas no comportamento do consumidor, as estratgias
competitivas e a inexorvel fora das novas tecnologias esto nossa
porta. Muitas empresas no esto atentas a estas oportunidades e acabam
por defi nir estratgias erradas, que comprometem a sobrevivncia da
empresa. Esse mesmo autor (1998, p. 47) ainda complementa:
(...) infelizmente, muitas empresas no consideram as mudanas
como oportunidades. Ignoram ser resistentes a elas at quando
j for muito tarde. Suas estratgias, estruturas, sistemas e cultura
empresarial crescem obsoletos e desordenados. As incertezas
e as constantes mudanas do ambiente de marketing afetam
profundamente a empresa. Em vez de mudar de forma lenta e
previsvel, o ambiente pode produzir grandes surpresas e choques.
Atribui-se aos profi ssionais de marketing a principal responsabilidade
de identifi car as mudanas ambientais signifi cativas. Eles, mais do
que qualquer outro grupo da empresa, devem ser os rastreadores
das tendncias e descobridores de oportunidades.
O ambiente de marketing constitudo por um microambiente e
um macroambiente, que juntos so responsveis pelo destino e trajetria
da organizao.
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Gerncia de Vendas | Anlise ambiental microambiente e macroambiente
Com base no depoimento do professor Kotler, voc acha que um bom planejamento e uma boa administrao sero sufi cientes para evitar que a empresa atravesse problemas no futuro? Por qu?
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Resposta ComentadaNem todos os fatores que iro conduzir a organizao para o sucesso ou para
o fracasso dependero da capacidade humana. Apesar de muitas vezes o
administrador estar no caminho certo, existem fatores prximos empresa e outros
aleatrios ao desempenho desta que podero ser cruciais para a assertividade
da fi rma. O administrador poder, sim, se cercar de instrumentos e aes para
minimizar os impactos negativos e aproveitar para otimizar o momento quando
o cenrio for favorvel organizao.
Atividade 11
O MICROAMBIENTE DA EMPRESA
O microambiente composto por foras prximas empresa
que afetam a sua habilidade para servir os seus clientes os canais de
marketing, os mercados consumidores, os concorrentes e o pblico.
O macroambiente composto por foras sociais maiores, que afetam todo o
microambiente.!!
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No microambiente, a tarefa da administrao de marketing
criar ofertas atrativas para os mercados-alvo. Contudo, o sucesso do
marketing afetado pelo restante da empresa, pelos intermedirios,
pelos concorrentes e pelos vrios tipos de pblico. Esses intervenientes
(agentes do cenrio microambiental) pertencentes ao microambiente so:
a empresa, os fornecedores, os intermedirios, os concorrentes, os clientes
e o pblico. Os profi ssionais de marketing no podem simplesmente
focalizar a sua ateno apenas nas necessidades do mercado-alvo. Eles
devem tambm observar todos os intervenientes, como pode ser visto
na fi gura a seguir:
Figura 2.1: Intervenientes do sucesso da empresa.
a) Empresa: Ao fazer planos de marketing, a gesto de marketing
leva em considerao outros grupos da empresa, tais como: a alta
administrao, os departamentos de fi nanas, pesquisa e desenvolvimento
(P&D), compras, produo e contabilidade. Todos esses grupos inter-
relacionados formam o ambiente interno da empresa.
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Gerncia de Vendas | Anlise ambiental microambiente e macroambiente
b) Fornecedores: Constituem um elo importante no sistema geral
da empresa, confi gurando tambm oferta de valor ao consumidor. Eles
provem os recursos necessrios para a empresa produzir os seus bens e
servios e podem afetar seriamente o marketing. Os gestores de marketing
devem controlar os suprimentos, pois a falta ou a demora destes podem
prejudicar as vendas a curto prazo e a satisfao do cliente a longo prazo.
O aumento dos custos dos suprimentos pode forar tambm o aumento
dos preos, prejudicando assim o volume das vendas da empresa.
Figura 2.2: Composio das empresas e seus setores.
Figura 2.3: Relaes da empresa com os fornecedores.
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c) Intermedirios: So aqueles que ajudam a empresa a promover,
vender e distribuir seus bens aos compradores fi nais. Incluem revendedores
(representantes, atacadistas, varejistas, agentes), fi rmas de distribuio
fsica (transportadoras, distribuidoras, manuseios etc.), agncias de
servios de marketing (de propaganda, de promoo, consultorias)
e intermedirios financeiros (bancos, financeiras, seguradores).
Na tentativa de criar um relacionamento positivo com os clientes,
provendo-lhes satisfao, a empresa deve fazer mais do que apenas
otimizar seu prprio desempenho. Deve relacionar-se efetivamente com
os fornecedores e os intermedirios de marketing para maximizar o
desempenho de todo o sistema.
d) Concorrentes: Para ser bem-sucedida, a empresa tem de satis-
fazer s necessidades e aos desejos dos consumidores melhor do que os
seus concorrentes. Portanto, os profi ssionais de marketing no devem
apenas ter ateno s necessidades dos consumidores. Eles precisam
tambm alcanar vantagens estratgicas, posicionando na mente dos
consumidores as suas ofertas contra os seus concorrentes. Cada empresa
deve considerar o seu prprio tamanho e a sua posio na indstria,
comparados com seus concorrentes, e desenvolver estratgias para
destacar seus produtos. preciso, porm, tomar cuidado para no se
defi nirem estratgias que venham levar a empresa ao fracasso.
Figura 2.4: Relaes da empresa com os intermedirios.
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Gerncia de Vendas | Anlise ambiental microambiente e macroambiente
e) Clientes: A empresa deve estudar os seus clientes de perto.
Conhecer as suas necessidades e desejos uma obrigao para as
empresas que objetivam se sobressair e se manter no mercado. Antes de
apenas vender, elas devem produzir e desenvolver produtos e servios
que satisfaam s necessidades do cliente, pois um cliente satisfeito
a garantia de sua fi delizao companhia. Existem cinco tipos de
mercados-clientes, que so os seguintes: mercados consumidores,
mercados industriais, mercados revendedores, mercados governamentais
e mercados internacionais.
Mercados consumidores: Consistem em indivduos e famlias
que compram bens e servios para consumo pessoal.
Mercados industriais: Compram bens e servios para proces-
samento posterior ou para us-los no seu processo de produo.
Mercados revendedores: Compram bens e servios para revend-los
com lucro.
Mercados governamentais: So compostos de rgos do governo
que compram bens e servios para oferecer servios pblicos ou
transferir esses bens e servios para outras empresas que deles
necessitem.
Mercados internacionais: Consistem em compradores estran-
geiros, incluindo consumidores, produtores, revendedores e
governos.
Figura 2.5: Tipos de mercado.
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f) Pblico: O ambiente de marketing da empresa inclui tambm
vrios tipos de pblico. O pblico qualquer grupo que tenha interesse
real ou potencial em comercializar com a empresa, ou que cause impacto
na capacidade da empresa de atingir os seus objetivos. Os tipos de p bli-
cos do interesse da empresa so: pblicos fi nanceiros, pblicos de mdia,
pblicos governamentais, pblicos de grupos de interesse, pblicos locais,
pblico geral e pblicos internos.
Pblicos fi nanceiros: Infl uenciam a capacidade da empresa de
obter fundos. Bancos, empresas de investimento e acionistas so
os principais pblicos fi nanceiros.
Pblicos de mdia: Divulgam novidades, notcias e opinies
editoriais. Incluem jornais, revistas, estaes de rdio e canais
de televiso.
Pblicos governamentais: A administrao deve considerar as
aes do governo. Os profi ssionais de marketing devem consul tar
os advogados da empresa sobre questes de segurana do pro du-
to, caractersticas da publicidade enganosa e outros assuntos.
Pblicos de grupos de interesse: As decises de marketing
da empresa podem ser questionadas por organizaes de
consumidores, grupos ambientalistas, representantes de minorias
e outros. O departamento de relaes pblicas pode ajudar a
empresa a manter-se em contato com estes grupos de cidados
e de consumidores e assim evitar problemas com tais grupos.
Pblicos locais: Qualquer empresa tem pblicos locais, como
vizinhos e organizaes comunitrias. As grandes empresas em
geral designam um funcionrio para desempenhar a funo de
relaes pblicas e interagir mais com a comunidade, ouvindo
crticas e sugestes.
Pblico geral: A empresa deve preocupar-se com a atitude
do p bli co geral relacionada com seus produtos e atividades.
A imagem que o pblico tem da empresa afeta as suas compras.
A empresa deve sempre zelar pela sua imagem e cuidar para que
ela seja bem aceita na comunidade.
Pblicos internos: Incluem os seus empregados, gestores,
voluntrios, diretores, todos os stakeholders. As empresas de
grande porte utilizam boletins e outros meios para informar e
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Numere as situaes pelas quais uma organizao pode passar, ao longo das suas atividades, de acordo com os respectivos algarismos que identifi cam o interveniente de marketing presente na situao.(1) Empresa (2) Fornecedor(3) Intermedirios(4) Concorrentes(5) Clientes(6) Pblico
Situaes:( ) A alta direo da empresa decide investir em um novo nicho de mercado.( ) Para fi nanciar a compra de um terreno destinado construo do novo depsito da
empresa; um emprstimo negado ao Sr. Benito.( ) So adotadas prticas de tratamento de resduos ecologicamente corretas. ( ) H uma repentina alta de preos da matria-prima necessria para a produo da
mercadoria X.( ) desenvolvido um automvel especfi co para anes. ( ) contratada a agncia TDC propagandas para criar um comercial de mdia televisiva
para o lanamento nacional do produto TY.( ) H reduo do preo do corte de cabelo porque um salo de beleza ser inaugurado
dentro de dois dias na mesma rua em que o seu salo est localizado.( ) A empresa pesquisa intensamente o uso de uma protena para a criao de um
xampu especial anticaspas.
Atividade 22
motivar o seu pblico interno. Quando os empregados se sentem
bem na sua empresa, essa atitude positiva infl uencia diretamente
os pblicos externos.
O termo ingls stakeholder designa, tradicionalmente, aquele a quem se confi a dinheiro dos vrios apostadores at a defi nio de qual ou quais o ir/iro receber. Simboliza algum de confi ana. Em administrao, stakeholder qualquer pessoa ou organizao que tenha interesse ou que seja afetado pelo projeto. O termo stakeholders designa todos os segmentos que infl uenciam ou so infl uenciados pelas aes de uma organizao, fugindo do entendimento de que o pblico-alvo de uma organizao apenas o consumidor. A palavra muito usada nos textos mais atuais de Administrao e vem de: stake: interesse, participao, risco; holder: aquele que possui.
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Macroambiente: so grandes foras sociais que afetam
todo o microambiente foras demogrfi cas, econmicas, naturais, tecnolgicas, polticas e
culturais.!!
O MACROAMBIENTE DA EMPRESA
Vivemos em um mundo rodeado e composto por organizaes.
As organizaes, por sua vez, infl uenciam e sofrem infl uncia do seu meio
ambiente, estando em permanente interao com outras organizaes,
com os seus diferentes pblicos e com a prpria sociedade.
( ) Adicionou-se embalagem dos produtos informaes em espanhol, pois sua empresa ir comear a exportar para o MERCOSUL.
( ) H atraso na entrega de uma mquina refrigeradora, responsvel pela fabricao de gelo, para uma fbrica de picols.
Resposta ( 1 ); ( 3 ); ( 6 ); ( 2 ); ( 5 ); ( 3 ); ( 4 ); ( 1 ); ( 5 ); ( 2 ).
fundamental a compreenso do macroambiente empresarial.
Sua concepo abarca o que est fora de uma organizao. O ma cro-
ambien te de uma organizao constitudo por todos aqueles agentes
internos e externos que influenciam, direta ou indiretamente, o
desempenho e a capacidade da organizao nas suas relaes comerciais.
A anlise do macroambiente consiste no estudo de variveis como:
economia, tecnologia, poltica, sociedade, demografi a e cultura, que
so incontrolveis, ou seja, aquelas sobre as quais a campanha do
profi ssional no pode atuar diretamente. As mudanas se processam
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rapidamente, exigindo ateno redobrada s sinalizaes emanadas do
ambiente onde as empresas esto inseridas, do qual dependem e com o
qual interagem.
Os fatores que esto fora da organizao jogam um papel importante
com o que se passa dentro dela. Os ambientes das organizaes so
fatores cruciais para compreender o que se passa nelas e com elas,
o que signifi ca dizer que nenhuma organizao uma ilha em si
mesmo (HALL apud KOTLER, 1998, p. 42).
A empresa deve ser capaz de decodifi car as mensagens emitidas
pelo seu macroambiente, observar de perto as outras organizaes com
as quais interage e os diferentes pblicos com os quais se relaciona.
Figura 2.6: O macroambiente da organizao. Fonte: Adaptado de KOTLER, 1998.
Um estudo de cada varivel (ou fora) do macroambiente torna-se
necessrio para um maior aprofundamento no tema.
Ambiente demogrfi co: A demografi a estuda, de uma forma
estatstica, as populaes humanas. No apenas suas caractersticas
numricas, mas todos os fenmenos que condicionam e infl uenciam essas
caractersticas (dimenso, densidade, idade, sexo, raa, ocupao etc.).
A funo do marketing
numa organizao monitorizar o
ambiente em seu redor, de forma a poder antecipar-se s mudanas constantes que ocorrem a sua
volta.
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As tendncias demogrfi cas so muito importantes para curto e
mdio prazo. A fora demogrfi ca que os profi ssionais da rea comercial
normalmente consideram a populao, porque so as pessoas que
fazem o mercado. O ambiente demogrfi co infl uencia diretamente a
atividade das organizaes, e estas dependem totalmente do mercado,
que constitudo pela populao. Se uma organizao tiver a capacidade
de antever a evoluo demogrfi ca, poder agir em conformidade e em
antecipao, e obter excelentes resultados.
Os principais fatores observados de interao com esta fora so:
estrutura etria da populao (se a populao envelhecida, nmero
de nascimentos maior que nmero de bitos, quantas crianas existem
em fase escolar etc.); estrutura geogrfica da populao (quantos
moram em reas rurais ou urbanas, se h deslocamentos freqentes
etc.); estrutura da famlia (ndice de fertilidade das mulheres por unidade
familiar, famlias compostas de quantas pessoas naquela regio, nmero
de mulheres chefes de famlia etc.); escolaridade (ndice de analfabetismo,
nmero de pessoas com curso superior, quantos possuem domnio de
um idioma estrangeiro etc.); e diversidade tnica e racial (colnias de
imigrantes, nmero de ndios em uma determinada regio etc.).
O monitoramento da fora demogrfi ca fundamental, conside-
rando que as pessoas representam mercados. Aspectos referentes ao
crescimento populacional, composio etria, nvel educacional ou grau
de instruo, padres de moradia, as migraes populacionais, devem ser
pesquisados e analisados, pois representam modifi caes signifi cativas
no comportamento dos mercados. Isso possibilita a fragmentao
do mercado de massa, provocando a constituio de numerosos
minimercados, que buscaro atender diferencialmente (e seletivamente)
por idade, sexo, educao, estilo de vida etc.
Segundo dados do IBGE, o estado da Bahia possui uma populao de pouco mais de 14 milhes de habitantes. Cerca de 80% destes so da raa negra ou possuem uma descendncia direta. Em um primeiro momen to, seria uma tima opo a escolha do estado para o lanamento nacional de uma nova linha de trata men to capilar exclusivamente direcionada para negros, no concorda? Mas o estado da Bahia no possui a maior populao negra do pas em termos absolutos! Pois o estado de So Paulo concentra cerca de 13 milhes de negros em seu territrio (32% da populao estadual) contra cerca de 11 milhes da Bahia. Outro detalhe importante que o poder consumidor per capita maior em So Paulo, assim como a maior rede de distribuio de lojas, o maior nvel educacional da populao e, culturalmente, uma populao mais receptiva absoro do uso de novas tecnologias. E agora, futuro gerente de vendas, qual opo de estado fi cou mais atraente para lanar no mercado o referido produto? A anlise do macroambiente pode ser uma ferramenta de pesquisa muito efi caz para minimizar riscos e conduzir a organizao ao sucesso.
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Gerncia de Vendas | Anlise ambiental microambiente e macroambiente
Ambiente econmico: So as pessoas e o seu poder de compra
que fazem com que existam mercados (como visto na Aula 1). O poder
de compra numa economia depende do rendimento individual, dos
preos, da poupana, do endividamento e da disponibilidade de crdito.
O ambiente econmico demanda ateno, ao passo que os mercados
tambm exercem poder de compra. Os aspectos referentes s tendncias
nos padres de renda (distribuio/concentrao) e de gastos em bens de
consumo (nveis de poupana, emprstimo e disponibilidade de crdito)
devem ser igualmente avaliados.
Os principais fatores observados de interao com esta fora so:
fatores macroeconmicos (impacto das taxas de juros, aumento dos
ndices de infl ao, estmulo a investimentos de longo prazo, aplicaes
fi nanceiras etc.); mudanas no padro de renda (mudana de classe social,
melhor distribuio de renda, reduo da taxa bsica de juro); mudanas
nos hbitos de compra do consumidor (consumidores com diferentes
nveis de renda costumam ter padres de dispndio diferentes, manuteno
de um bem que anteriormente nunca havia consumido etc.).
Ambiente natural: abrange recursos natu rais para os quais os
profi ssionais da rea comercial precisam estar conscientes, como ameaas
e oportunidades associadas. A deteriorao do ambiente natural uma
importante preocupao global. Nas ltimas trs dcadas, temos assistido
a uma crescente conscientizao para a sua preservao. Esforos de
grupos ambientalistas, forte presso para que aes pblicas sejam
tomadas a fi m de diminuir a poluio industrial, surgimentos de ONGs,
maior conscientizao da opinio pblica, mobilizao de governos
estaduais e federais, surgimento de uma formao especfi ca, formao
de um pensamento globalizado e o reconhecimento das empresas que
adotam aes verdes (ecologicamente corretas) e socialmente responsveis
trazem um benefcio mpar para a imagem da marca. Tais aes, entre
outros fatores, fi zeram com que as organizaes atentassem ainda mais
para o ambiente natural.
As organizaes e, especifi camente, os profi ssionais da rea
comercial devem considerar as novas tendncias para a consecuo
de cenrios ambientais. Os principais fatores observados de interao
com esta fora so: a escassez de matrias-primas (fontes de gua doce,
reservas fl orestais, reas cultivveis, jazidas petrolferas, alagamento de
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reas produtivas para a construo de hidreltricas etc.); o aumento do
custo da energia (esgotamento de fontes combustveis no renovveis,
construo de usinas nucleares etc.); o aumento da poluio (proliferao
de aterros sanitrios, uso de matrias de difcil degradao, pouco
incentivo reciclagem etc.); e a interveno governamental (presso
para que as empresas dem fi m ao seu prprio lixo produzido, criao de
legislaes prprias para a preservao do meio ambiente, regulamentao
de reas para a atividade industrial de elevado risco etc.). Iniciativas de
algumas empresas passam a identifi car um nvel de comprometimento
com o ambiente natural, por exemplo, a ISO 14000.
Desde 1975, no estado do Rio de Janeiro, a Feema Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente tem como responsabilidades o licenciamento e a fiscalizao de empreendimentos e atividades considerados efetiva ou potencialmente poluidores e daqueles que possam causar degradao ambiental: a anlise de efluentes lquidos industriais, de emisses para a atmosfera e de resduos; a medio de rudos de unidades industriais; das atividades potencialmente poluidoras; a anlise de despejos industriais, de emisses areas e de resduos etc.; alm de conceder licenciamento, certifi cados de registro e servio de controle de poluio acidental. Para maiores dvidas e informaes, acesse o site da Feema http://www.feema.rj.gov.br
Ambiente tecnolgico: O aparecimento de novas tecnologias
hoje em dia fundamental para as organizaes poderem comunicar-se
mais facilmente com o mercado e o meio envolvente. H alguns anos era
quase impensvel que qualquer pequena ou mdia empresa conseguisse
expandir escala mundial. Hoje em dia, a evoluo tecnolgica
permite s empresas estarem em constante contato com o mundo e o
desenvolvimento de novas tecnologias, o que possibilita o alcance de
novos mercados e de novos clientes.
Os principais fatores observados de interao com esta fora so:
rpidas mudanas tecnolgicas (inteligncia artifi cial; desenvolvimento de
tecnologias para o uso de fontes alternativas de energia, como a energia
solar, o biodiesel, o carro movido a ar comprimido; rgos artifi ciais;
pesquisas com clulas-tronco; anestsicos eletrnicos; supercondutores
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Gerncia de Vendas | Anlise ambiental microambiente e macroambiente
etc.); o aumento do oramento destinado para Pesquisa e Desenvolvimento
P&D (envolvendo muitas vezes pesquisas conjuntas entre vrios pases);
e lanamentos mundiais (produtos que, de um modo geral, atendam bem
a um pblico heterogneo, como o automvel Meriva, da GMC).
A anlise do impacto da tecnologia deve considerar: a rapidez
dos avanos tecnolgicos, as ilimitadas oportunidades de inovaes, os
investimentos em pesquisa e desenvolvimento e a ampliao da legislao
sobre as mudanas tecnolgicas. imprescindvel a compreenso das
mensagens desse ambiente mutante, bem como o impacto das novas
tecnologias no atendimento das necessidades humanas.
Carro movido a ar comprimido chega ao mercado
Esto chegando ao mercado os primeiros carros movidos a ar comprimido. Pelo menos ao mercado da ndia, atravs da maior fabricante de automveis do pas, a Tata Motors. O MiniCat um dos dois pequenos veculos com carroceria em fi bra de vidro cujo motor funciona unicamente com o ar comprimido armazenado em um tanque muito parecido com o tanque de gs natural j largamente utilizado no Brasil.
Os pequenos carros a ar comprimido atingem velocidades de at 110Km/h, com uma auto-nomia de 200 quilmetros. O reabastecimento fcil, rpido e barato, podendo ser fei to em poucos minutos em estaes dotadas de compressores industriais. Mas o proprietrio tambm tem a alternativa de recarregar o tanque em casa mesmo, utilizando um pequeno compressor embutido no veculo. Nesse caso, a recarga do tanque leva quatro horas e cerca de R$ 4,00. Entre os principais atrativos do carrinho no est s o preo, mas tambm o seu nvel de poluio ambiental, que zero. Mais informaes: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010170070530
Figura 2.7: MiniCat, o carro movido a ar comprimido. Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br.
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Ambiente poltico: Em uma economia globalizada, em que
se verifi ca o acirramento da competitividade, e em muitos casos da
busca do lucro fcil, o estabelecimento de uma legislao que afeta
as empresas tende a aumentar. Segundo o professor Hall, as leis so
restries importantes para as organizaes, sendo portanto necessria
a anlise do seu impacto sobre elas. Basicamente, so trs os objetivos
que norteiam as legislaes governamentais: a proteo das empresas,
defi nindo e prevenindo a concorrncia injusta e desleal (por exemplo, no
Brasil, o CADE); a proteo dos consumidores das prticas comerciais
injustas (por exemplo no Brasil, o Procon, a ANEEL); e a proteo
dos interesses da sociedade contra o comportamento desenfreado das
empresas