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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Gerson Severo da Trindade AUTOMAÇÃO DO CÁLCULO DE ESFORÇOS EM ESTRUTURAS DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS Santa Maria, RS, Brasil 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Gerson Severo da Trindade

AUTOMAÇÃO DO CÁLCULO DE ESFORÇOS EM ESTRUTURAS DE

PAVIMENTOS ASFÁLTICOS

Santa Maria, RS, Brasil 2017

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Gerson Severo da Trindade

AUTOMAÇÃO DO CÁLCULO DE ESFORÇOS EM ESTRUTURAS DE

PAVIMENTOS ASFÁLTICOS

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,RS), como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Dr. Deividi da Silva Pereira

Santa Maria, RS, Brasil 2017

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Gerson Severo da Trindade

AUTOMAÇÃO DO CÁLCULO DE ESFORÇOS EM ESTRUTURAS DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,RS), como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Aprovado em 12 de dezembro de 2017:

Deividi Pereira da Silva, Dr. (UFSM) (Presidente/Orientador)

Joao Carlos Damasceno Lima, Dr. (UFSM)

Lucas Dotto Bueno, Me. (UFSM)

Santa Maria, RS 2017

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AGRADECIMENTOS

Expresso minha gratidão...

À toda minha família, especialmente a minha mãe, Marielza, que não mediu

esforços para que eu continuasse estudando. Também dedico a minha irmã,

Alesandra, meu irmão, Gefferson, minha irmã, Gabriela, e meu pai, Helio por todo o

apoio durante essa importante etapa de minha vida.

Ao meu futuro sócio, amigo e irmão que a vida me apresentou, Gabriel Carrião,

pela amizade, parceria e por estar me apoiando sempre nos momentos que precisei.

Tire Tesse.

Aos meus amigos, que estiveram juntos comigo durante essa caminhada,

tornando os momentos difíceis da graduação, um pouco mais agradáveis.

À minha turma, no qual de alguma forma ou outra contribui em muito para que

eu conseguisse estar hoje finalizando meu curso. Várias ajudas que recebi, bem como

palavras de apoio mesmo para aqueles que não tive tanto contato, fica aqui meu

agradecimento.

À meu orientador, professor e amigo Deividi Pereira pela sua ajuda e sua

contribuição de conhecimento, mas além disso, por ser uma inspiração para mim de

profissional exemplar.

Ao Doutorando Lucas Dotto Bueno, pela amizade e todos os ensinamentos

sendo uma das primeiras pessoas a me apresentar o software AEMC, associado ao

SisPav, no qual este trabalho trata. Muito obrigado

A todos que já passaram pelo Grupo de Estudos e Pesquisas de Pavimentação

e Segurança viária, por todo o ensinamento que me passaram, e toda a amizade que

me proporcionaram.

A todos os membros do PET Engenharia Civil, pelo companheirismo nesses 2

anos de trabalho junto ao grupo que tenho muito orgulho de ter feito parte.

A todos os membros da ONG Engenheiros sem Fronteiras Santa Maria, os

quais me mostram a cada dia que podemos sim fazer desse mundo um lugar melhor,

obrigado por tudo. Em especial à Amanda Sagrilo, Helena Pinheiro, Victória Rosenthal

e Bárbara Righi por terem acreditado que era possível fundar um núcleo do EsF em

Santa Maria, vocês são demais.

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RESUMO

AUTOMAÇÃO DO CÁLCULO DE ESFORÇOS DE ESTRUTURAS DE PAVIMENTOS

AUTOR: GERSON SEVERO DA TRINDADE

ORIENTADOR: Prof. Dr. DEIVIDI DA SILVA PEREIRA Com o avanço da tecnologia, inúmeras ferramentas de dimensionamento de pavimentos rodoviários estão sendo desenvolvidas, e muitas delas levando em conta conceitos da Mecânica dos Pavimentos. Em sua tese de doutorado, Franco (2007) desenvolveu o SisPav que tem por função o dimensionamento de pavimentos a partir de análises mecanicista-empíricas. Como ferramenta de análise de tensões e deformações, esse mesmo autor desenvolveu concomitantemente a ferramenta AEMC que determina tensões, deformações e deslocamentos de camadas. Visando a importância de um melhor entendimento no que tange o comportamento analítico das estruturas de pavimento asfáltico, esse trabalho tem por objetivo desenvolver um software capaz de automatizar a rotina de cálculo presente nessa ferramenta. Desenvolver esse programa, facilitou o entendimento de diversas estruturas, frente a carregamentos de diferentes tipos de eixo e diferentes parâmetros elásticos. Além da automação da rotina de cálculo do software AEMC, foi elaborado uma macro capaz de extrair apenas os dados de interesse das planilhas geradas pelo AEMC, assim otimizando o processo de análise de resultados. O desenvolvimento deste software, possibilitou a elaboração de estudos como o de Oliveira (2016) que em seu trabalho de conclusão de curso analisou ao total de 7776 diferentes estruturas por eixo, totalizando 46656 simulações. Além disso, em parceria com a COPPE/UFRJ, o software deste trabalho foi utilizado para analisar 38610 estruturas diferentes. Com a diminuição do tempo para cada análise e a posterior obtenção de dados de interesse, possibilitou-se que a quantidade de simulações utilizando o AEMC aumentassem, viabilizando assim, elaboração de trabalhos científicos que anteriormente seriam praticamente inviáveis sendo realizados de maneira não otimizada. Palavras-chave: AEMC; automação; software, mecânica dos pavimentos.

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ABSTRACT

AUTOMATION OF THE EFFORTS CALCULATION FOR PAVEMENT STRUCTURES

AUTHOR: TRINDADE, GERSON SEVERO ADVISOR: PEREIRA, DEIVIDI DA SILVA

Following the advancement of technology, numerous pavement design tools have being developed, many of them taking into account concepts of Pavement Mechanics. In 2007, for his doctoral thesis, Franco developed the software SisPav, which function is the sizing of pavements based on mechanistic-empirical analyzes. As a stress and deformation analysis tool, Franco developed the AEMC tool that determines the stresses, deformations and displacements of the structural layers. Considering the importance of a better understanding of the analytical behavior of asphalt pavement structures, this paper aims to develop a software capable of automating the routine calculations present in this tool. The development of this program has drastically facilitated the understanding of various structures behavior caused by different types of axes and different parameters. In addition to the automation of routine calculations for the AEMC software, a macro capable of extracting only the data needed from the spreadsheets generated by the AEMC was developed, optimizing the results of the analysis process. The development of this software provided support to the elaboration of studies such as the final graduation project of Marina Frederich de Oliveira (2016), that talks about 7776 different structures per axis analyzed by the software, totalizing 46,656 simulations. Furthermore, in partnership with COPPE / UFRJ, the software of this paper was used to analyze 38610 different structures. Counting the reduction time for each analysis and the subsequent data of interest obtained, it was possible to drastically increase the number of simulations using the AEMC, making feasible the elaboration of scientific works that would be practically unviable if accomplished in a traditional way. Keywords: AEMC; automation; software; pavement mechanics.

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Lista de Figuras Figura 2.1: Fluxograma básico para o desenvolvimento do Sispav .......................... 17

Figura 2.2: Interface do AEMC versão 2.1.0.0 .......................................................... 21

Figura 2.3: Seção de estrutura na ferramenta AEMC ............................................... 21

Figura 2.4: Seção de Carregamento na ferramenta AEMC ....................................... 22

Figura 2.5: Aba de Pontos de análise e resultados ................................................... 22

Figura 2.6: Dados obtidos em tela no AEMC ............................................................ 23

Figura 2.7: Exportando os resultados para arquivo do tipo “.csv” ............................. 23

Figura 2.8: Arquivo gerado após exportação dos resultados pelo AEMC ................. 24

Figura 2.9: Fluxograma sobre hierarquia de Modelo de Objeto em VBA em Excel ... 27

Figura 2.10: Habilitando Modo Desenvolvedor para edição de VBA no Excel .......... 28

Figura 2.11: Guia Desenvolvedor no Excel ............................................................... 29

Figura 2.12: Editor de script VBA .............................................................................. 29

Figura 3.1: Fluxograma do processo de simulação do AutoSim ............................... 30

Figura 3.2: Interface da IDE SciTEAutoit3 ................................................................. 32

Figura 3.3: Linhas de código da inserção de variáveis .............................................. 32

Figura 3.4: Interface do AutoSim ............................................................................... 33

Figura 3.5: Linhas de código referentes ao desenvolvimento da interface ................ 34

Figura 3.6: Linhas de código representando a inserção de imagens na interface do

AutoSim ..................................................................................................................... 34

Figura 3.7: Aba <Carregamento> do software AutoSim ............................................ 35

Figura 3.8: Aba <Estrutura> do software AutoSim .................................................... 35

Figura 3.9: Aba <Valores Únicos> do software AutoSim ........................................... 37

Figura 3.10: Linhas de código da proposição lógica a partir da escolha do número de

camadas .................................................................................................................... 37

Figura 3.11: Aba <Coordenadas> do software AutoSim ........................................... 38

Figura 3.12: Aba <Análise> do software AutoSim ..................................................... 39

Figura 3.13: Fluxograma da rotina de cálculo utilizada pelo AutoSim para realizar as

simulações em estruturas de 3 camadas .................................................................. 40

Figura 3.14: Exemplo de inserção de parâmetros da Estrutura no AutoSim ............. 41

Figura 3.15: Distribuição das coordenadas X, Y e Z na estrutura do pavimento ....... 43

Figura 3.16: Linhas de código do acionador do timer ................................................ 45

Figura 3.17: Linhas de código referentes ao término da simulação e do timer ......... 45

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Figura 3.18: Linhas de código representando simulação de clique do mouse e inserção

de dados via digitação automatizada ........................................................................ 45

Figura 3.19: Linhas de código representando o fechamento automático do aplicativo

Excel ......................................................................................................................... 46

Figura 3.20: Padrão de nomenclatura do AutoSim .................................................... 47

Figura 3.21: Menu inicial do AutoSimDados versão 0.94 .......................................... 48

Figura 3.22: Escolha de pasta para iniciar a extração de dados ............................... 49

Figura 3.23: Planilha gerada pelo AutoSimDados ..................................................... 49

Figura 4.1: Geometria dos eixos rodoviários ............................................................. 51

Figura 4.2: Área de distribuição dos pontos de análise para cada eixo .................... 53

Figura 4.3: Valores obtidos x Valores gerados pelo software, para fadiga, para o ESRS

.................................................................................................................................. 54

Figura 4.4: Gráfico Tempo versus método de simulação para o Case 1 de Oliveira

(2016) ........................................................................................................................ 56

Figura 4.5: Gráfico Tempo versus método de simulação para o Case 2 da

COPPE/UFRJ ............................................................................................................ 60

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Lista de Tabelas

Tabela 2.1: Critérios de ruptura de métodos de dimensionamento de pavimentos

Asfálticos (2007 apud Monismith & Brown, 1999). .................................................... 18

Tabela 3.1: Possíveis estruturas geradas a partir da configuração de estrutura do

exemplo ..................................................................................................................... 42

Tabela 3.2: Variação do tempo médio de simulação no decorrer das versões do

programa ................................................................................................................... 44

Tabela 3.3: Exemplo de nomenclatura por meio do AutoSim ................................... 47

Tabela 4.1: Matriz fatorial de dados .......................................................................... 51

Tabela 4.2: Quantidade de diferentes possibilidades de estruturas .......................... 52

Tabela 4.3: Tempo necessário para realizar simulações em diferentes métodos ..... 55

Tabela 4.4: Matriz fatorial de dados para simulações da COPPE ............................. 57

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Lista de Abreviaturas e símbolos

AEMC: Programa de análise elástica de múltiplas camadas

ATR: Afundamento em trilha de roda

BGS: Brita graduada simples

BGTC: Brita graduada tratada com cimento

CA: Concreto asfáltico

CBR: determinação da relação entre a pressão necessária para produzir uma

penetração de um pistão num corpo de prova de solo, e a pressão necessária para

produzir a mesma penetração numa mistura padrão de brita estabilizada

granulometricamente

COPPE/UFRJ: Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em

Engenharia

𝑑𝑖 : dano unitário (fadiga, deflexão admissível ou tensão limite no subleito)

DNER: Departamento Nacional de Estradas e Rodagem

DNIT: Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes

𝜀𝑝 : deformação específica plástica

Ɛt : deformação específica de tração na flexão no fundo do concreto asfáltico

𝜀𝑟 : deformação específica resiliente

E: Módulo de Resiliência do CBUQ

Εc: Deformação especifica de compressão no topo do subleito

EDD: Eixo duplo direcional

ESRD: Eixo simples de rodas duplas

ESRS: Eixo simples de rodas simples

ETD: Eixo tandem duplo

ETT: Eixo tandem triplo

FEC: Fator de equivalência de carga

GEPPASV: Grupo de estudos e pesquisas em pavimentação e segurança viária

JULEA : Jacob Uzan Layered Elastic Analysis

kN: Quilo Newton

m: Metros

mm: Milímetros

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MPa: Mega Pascal

MR: Módulo de resiliência

N: Número de repetições de um determinado eixo necessárias para levar um

pavimento a ruina

Ni: Número de repetições de um eixo qualquer necessárias para levar um pavimento

a ruina

Np: Número de repetições de um eixo padrão necessárias para levar um pavimento

a ruina

P: Pressão de inflação dos pneus

Q: Carga

r²: coeficiente de determinação

σadm : tensão vertical admissível no topo do subleito

t: Tonela

μ: Coeficiente de Poisson

VBA : Visual Basic for Applications

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 14

1.1 OBJETIVOS GERAIS ................................................................................... 15 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 15 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 16

2.1 MECÂNICA DE PAVIMENTOS ASSISTIDA POR PROGRAMA COMPUTACIONAL ................................................................................................... 16 2.1.1 Programa SisPav ........................................................................................ 17 2.1.2 AEMC ........................................................................................................... 20

2.2 LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO ............................................................ 24 2.2.1 AutoIt ........................................................................................................... 24 2.2.1.1 Sintaxe de programação ........................................................................... 25 2.2.1.2 Referente às funções ................................................................................ 25

2.2.2 Visual Basic for Applications .................................................................... 26 3 METODOLOGIA .......................................................................................... 30 3.1 DESENVOLVIMENTO DO AUTOSIM .......................................................... 30

3.1.1 IDE (Integrated Development Environment) ............................................ 31 3.1.2 Variáveis ..................................................................................................... 32

3.1.3 Interface ...................................................................................................... 33 3.1.4 Rotina de Cálculo ....................................................................................... 39

3.1.5 Tempo de simulação .................................................................................. 43 3.1.6 Nomenclatura dos dados .......................................................................... 46

3.2 EXTRAÇÃO DE DADOS .............................................................................. 48 4 ANÁLISE DE RESULTADOS ...................................................................... 50 4.1 UTILIZAÇÕES DO AUTOSIM ...................................................................... 50

4.1.1 Case 1: Definição e análise dos fatores de equivalência de carga dos eixos comerciais ..................................................................................................... 50

4.1.2 Case 2: Simulações para a COPPE/UFRJ ................................................ 56 5 CONCLUSÃO .............................................................................................. 61 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 62

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1. INTRODUÇÃO

Durante anos, a escolha dos materiais utilizados na pavimentação rodoviária

foi baseada em ensaios empíricos. Atualmente, devido a novos modelos de ensaios

de laboratório e um avanço no que tange o conhecimento do comportamento dos

materiais, este modelo está sendo revisado e vem incorporando conceitos

fundamentais da Mecânica dos Pavimentos (MOTTA, 2006).

Uma estrutura de pavimento rodoviário é composta por um sistema de

camadas, que tem em sua constituição inúmeros materiais, o qual é executado sobre

uma superfície final de terraplenagem. Esse mecanismo tem por função resistir a

esforços ocasionados pelos veículos e pelo clima e, com isso, proporcionar condições

de conforto, economia, rolamento e segurança ao usuário (BERNUCCI et al., 2010;

MOTTA, 2003). Assim, pode-se resumir o dimensionamento de pavimentos como a

determinação das espessuras das camadas do pavimento, sendo elas revestimento,

base, sub-base e reforço do subleito. Esse mecanismo tem como função fazer com

que a estrutura resista ao carregamento de forma a transmitir os esforços do tráfego

para o subleito, sem que o pavimento entre em ruptura ou demais defeitos, mantendo

suas condições de rolamento, conforto, e segurança ao usuário durante o período de

sua vida útil de projeto (FRANCO, 2007).

Em 1969, o extinto DNER, atual DNIT, instituiu o método empírico de

dimensionamento de pavimentos. Esta técnica é baseada em ensaios de CBR,

fundamentando-se, também, em observações e experiências com certos materiais

tratando-se de um método generalista (COUTINHO, 2011).

Segundo Franco (2007), embora atualmente existem pesquisas e ferramentas

capazes de realizar análises mecanicistas para dimensionamento de pavimentos, a

maioria dos projetos realizados no Brasil utiliza métodos de dimensionamento

empíricos. Além disso, com o avanço da tecnologia, inúmeras ferramentas de

dimensionamento de pavimentos rodoviários foram desenvolvidas e, muitas delas,

levam em conta conceitos da Mecânica dos Pavimentos, o que compõe um caráter

mais elaborado para o entendimento real do comportamento desses materiais frente

a esforços. Em sua Tese de Doutorado na COPPE/UFRJ, Franco (2007) desenvolveu

o SisPav, software que utiliza preceitos mecanicista-empíricos para o

dimensionamento de pavimentos a partir da teoria elástica de múltiplas camadas de

Burmister (1943). Segundo o autor, o SisPav utiliza informações como: características

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dos materiais, composição do tráfego, clima e análises das bacias de deformação

obtidas em campo para compor a análise de vida útil do pavimento e seu

dimensionamento (FRANCO, 2007).

Ao considerar a importância de análises mais elaboradas em dimensionamento

de pavimentos e o avanço tecnológico atual, o presente trabalho tem por objetivo o

desenvolvimento de um software capaz de automatizar a rotina de cálculo

apresentada pela ferramenta AEMC (Análise Elástica de Múltiplas Camadas),

presente no SisPav versão 2.1.7, com o intuito de diminuir significativamente o tempo

de realização das simulações e facilitar o desenvolvimento de pesquisas e estudos

mais precisos, com maior número de dados possível, conferindo, assim, um maior

entendimento do comportamento da estrutura de pavimentos rodoviários.

1.1 OBJETIVOS GERAIS

O referente Trabalho de Conclusão de Curso tem por objetivo desenvolver um

software capaz de automatizar o processo de cálculo através da ferramenta AEMC do

SisPav versão 2.1.7.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar a rotina de cálculo do software AEMC, bem como um padrão

na mesma;

Desenvolver o programa utilizando uma linguagem de programação

adequada;

Otimizar o programa para obter um menor tempo de cálculo;

Tornar a interface do programa mais compreensível, a fim de que os

usuários em geral possam utilizá-lo sem apresentação de dificuldades;

Desenvolver uma planilha capaz de retirar apenas os dados de

interesse dentre todas as simulações;

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 MECÂNICA DE PAVIMENTOS ASSISTIDA POR PROGRAMA

COMPUTACIONAL

Ao longo do tempo, engenheiros vêm discutindo sobre a condição empírica dos

métodos de dimensionamento de pavimentos asfálticos. Os métodos empíricos

possuem regras que são desenvolvidas a partir de análises e experiências com

determinadas situações, certo tipo de pavimento, certos materiais sofrendo um

determinado carregamento. Ou seja, a maior limitação dos métodos empíricos é o fato

de não possuírem generalidade de suas soluções, diminuindo, com isso, sua

confiabilidade (FRANCO, 2007).

Atualmente, tem-se buscado um entendimento mais analítico do comportamento

de pavimentos asfálticos com objetivo de reduzir a parcela empírica do

dimensionamento do mesmo. Com enfoque analítico, o pavimento é tratado como

uma estrutura completa de engenharia, tendo em vista critérios como a resistência

dos materiais e análise de tensões e deformações (MOTTA, 1991). No entanto, devido

à importância de fatores ambientais para a formação de trincas e defeitos no

pavimento asfáltico, deve-se levar em conta essa parcela empírica para o

dimensionamento de pavimentos (FRANCO, 2007).

Ainda segundo Franco (2007), esse cenário de discussão, além do avanço

tecnológico, possibilitou o desenvolvimento de softwares capazes de determinar os

valores de tensões e deformações de estruturas de pavimento, como o JULEA (Jacob

Uzan Layered Elastic Analysis), desenvolvido em 1978. A rotina JULEA utiliza a

solução de Burmister para os cálculos de tensões, deformações e deslocamentos das

estruturas de multicamadas dos pavimentos. O JULEA permite cálculo em três

dimensões, mas não realiza análises que permitam a modelagem da elasticidade não

linear.

Outro software, denominado PAVE, desenvolvido por Franco (2000), avalia o

desempenho das estruturas em relação ao dano ocasionado pela fadiga e deformação

permanente da estrutura. No entanto, o PAVE não permite o dimensionamento das

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estruturas, realizando apenas verificações da mesma a partir de uma estrutura pré-

determinada e por fim sua verificação quanto a possíveis danos (FRANCO, 2000).

Franco (2007), em sua tese de doutorado, desenvolveu o SisPav, o qual tem por

objetivo entender melhor o comportamento mecanicista empírico de pavimentos. Com

o SisPav, o autor também desenvolveu a ferramenta AEMC (Análise Elástica de

Múltiplas Camadas), a qual permite a análise de tensões e deformações a partir de

dados de carregamento e estrutura pré-determinada pelo usuário.

2.1.1 Programa SisPav

O SisPav é um software, desenvolvido em Visual C++ por Franco (2007) em

sua tese de Doutorado, pela COPPE/UFRJ, e tem por função a realização de

dimensionamento de pavimentos a partir de análises mecanicista-empíricas. Segundo

Franco (2007), para o dimensionamento de pavimentos através do SisPav, são

levados em conta fatores como características dos materiais, condições ambientais,

clima, tráfego, análises de bacias de deformação em campo e comportamento elástico

linear e não-linear. A Figura 2.1 demonstra o fluxograma utilizado para o

desenvolvimento deste software por Franco (2007).

Figura 2.1: Fluxograma básico para o desenvolvimento do Sispav

Fonte: Franco (2007)

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Um dos fatores essenciais para o projeto estrutural de pavimentos é o critério

de ruptura. Existem dois tipos de critérios a ruptura estrutural e a ruptura funcional. A

ruptura estrutural caracteriza o colapso de um dos materiais que compõe ou da própria

estrutura em si fazendo com que o pavimento não consiga mais resistir a cargas

impostas a ela. Assim, a ruptura funcional caracteriza-se por uma condição que o

pavimento atinge em que o mesmo apresenta diminuição na segurança, desconforto

no rolamento, grandes deformações permanentes e demais trincas (FRANCO, 2007)

De acordo com Franco (2007 apud Monismith & Brown, 1999) a consequência

da passagem de inúmeros eixos rodoviários pelo pavimento ocasiona uma diminuição

da parcela da vida útil do mesmo e essa parcela pode ser considerada como um dano

unitário. Esse dano unitário se manifesta de diversas formas na estrutura, seja através

de afundamento de trilha de roda, deformação plástica do subleito ou até trincamento

por fadiga.

Para cada um dos critérios de ruptura, existem modelos específicos que

servem como balizadores na realização de um dimensionamento estrutural de

pavimentos asfálticos como os que podem ser evidenciados na Tabela 2.1 abaixo:

Tabela 2.1: Critérios de ruptura de métodos de dimensionamento de pavimentos Asfálticos (2007 apud Monismith & Brown, 1999).

Método Critérios de Ruptura

Shell Internacional Petroleum

Fadiga em camadas estabilizadas com cimento ou asfálticas

Deformação limite no topo do subleito

Deformação permanente na camada asfáltica (estimado)

Instituto do Asfalto (MS-1)

Fadiga em camadas asfálticas

Deformação limite no topo do subleito

Austroads

Fadiga em camadas estabilizadas com cimento ou asfálticas

Deformação limite no topo do subleito

Laboratoire Central de Ponts et Chaussées (LCPC)

Fadiga em camadas estabilizadas com cimento ou asfálticas

Deformação permanente na camada asfáltica

Federal Aviation Administration (LEDFAA)

Fadiga em camadas estabilizadas com cimento ou asfálticas

Deformação limite no topo do subleito

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Franco (2007) afirma que o critério obrigatório predominante na rotina de

dimensionamento do SisPav trata-se do critério de ruptura por fadiga do revestimento

asfáltico ou camadas cimentadas. No entanto, ressalta o autor, o projetista pode

acrescentar três critérios adicionais como: tensão limite no topo do subleito; deflexão

máxima admissível na superfície do pavimento asfáltico e a estimativa da deformação

permanente da estrutura ou o afundamento de trilha de roda.

A ruptura por fadiga, ou trincamento por fadiga, ocorre pela ação de cargas as

quais solicitam o material de forma contínua e repetida, em níveis de tensão inferiores

aos quais causariam uma ruptura no mesmo. A partir desse processo surgem

microfissuras internas que resultam na perda de resistência da estrutura. (BALBO,

2007)

Em relação ao critério principal pelo SisPav, ou seja o de ruptura por fadiga,

Franco (2007) afirma que foi utilizado o modelo obtido a partir de ensaios realizados

pela COPPE resultando na seguinte expressão:

𝑁𝑙𝑎𝑏 = 1,904.10−6. (1

𝜀𝑡)

2,821

. (1

𝑀𝑅)0,74 (2.1)

Com 𝑅2 = 0,805

E Fator campo laboratório igual a 104

Onde:

𝑁𝑙𝑎𝑏 é a vida de fadiga em laboratório;

𝜀𝑡 é a deformação específica de tração; e

MR é o módulo de resiliência da mistura asfáltica, em MPa.

Segundo Franco (2007), quando é iniciada uma análise através do SisPav, o

mesmo realiza sub-períodos de dimensionamento em que são calculados tensões e

deformações resilientes nos pontos críticos da estrutura. Com isso, danos unitários

são estimados a partir da análise dessas tensões nesses pontos críticos para cada

critério de ruptura selecionado por meio da seguinte Equação 2.2:

𝑑𝑖 =𝑛𝑖

𝑁𝑖 (2.2)

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Onde:

𝑑𝑖 é o dano unitário (fadiga, deflexão admissível ou tensão limite no subleito);

𝑛𝑖 é o número de passagens de cada eixo do tráfego para o sub-período i;

𝑁𝑖 é o número de repetições de carga necessários para atingir a ruptura, para a

condição de clima e carregamento do sub-período i, estimado pelos modelos de

desempenho (fadiga, deflexão admissível ou tensão limite no subleito).

Por conseguinte, o dano total é o somatório de todos os danos unitários nas

camadas do pavimento em todos os pontos críticos da estrutura:

𝐷 = ∑𝑛𝑖

𝑁𝑖= ∑ 𝑑𝑖 (2.3)

𝑗

𝑖=1

𝑗

𝑖=1

Onde:

D é o dano acumulado total; e

J é o número total de sub-períodos da análise;

2.1.2 AEMC

O AEMC (Aplicativo para Análise Elástica de Múltiplas Camadas) foi

desenvolvido por Franco (2007), como uma ferramenta conjunta do seu software

SisPav e tem por função calcular as tensões e deformações necessárias para o

dimensionamento de pavimentos. Segundo o autor, esse programa se baseia na

teoria elástica de multicamadas de Burmister, no qual considera o comportamento não

linear dos materiais, determinando, assim, as tensões, deformações e deslocamentos

em pontos da estrutura.

Conforme Franco (2007), o software realiza os cálculos com base no programa

JULEA, o qual foi alterado de forma a se adaptar para o formato de entrada de dados

do AEMC. O mesmo é subdividido em três seções: <Estrutura>, <Tipo de

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Carregamento> e <Pontos de Análise e Resultados>, como pode ser demonstrado na

Figura 2.2.

Figura 2.2: Interface do AEMC versão 2.1.0.0

Na seção de <Estrutura> são inseridos componentes que remetem à

composição estrutural do pavimento a ser analisado, como espessura das camadas,

quantidade de camadas, dados em relação a aderência, coeficiente de Poisson e

módulo de resiliência das mesmas como pode ser identificado na Figura 2.3 abaixo:

Figura 2.3: Seção de estrutura na ferramenta AEMC

Na seção de <Tipo de Carregamento>, são inseridos dados como: tipo de eixo

a ser analisado, configurações desse mesmo, pressão de inflação dos pneus e

carregamento como na Figura 2.4:

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Figura 2.4: Seção de Carregamento na ferramenta AEMC

Por fim na seção <Pontos de Análise e Resultados>, são estabelecidas as

coordenadas de interessa as quais serão analisados as tensões e deformações como

na Figura 2.5:

Figura 2.5: Aba de Pontos de análise e resultados

Após inserir os parâmetros necessários para a análise, basta clicar no botão

<Calcular>, como na Figura 2.6, para finalizar o processo.

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Figura 2.6: Dados obtidos em tela no AEMC

Os resultados são gerados na própria seção de <Pontos de análise e

Resultados>, facilitando assim a visualização rápida por parte do usuário. No entanto,

pode-se exportar para o Excel esses dados, como demonstrado na Figura 2.7:

Figura 2.7: Exportando os resultados para arquivo do tipo “.csv”

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O arquivo gerado no Excel é do tipo “.csv” e apresenta inúmeros dados

referentes aos parâmetros da estrutura inseridos para cálculo como está demonstrado

na Figura 2.8.

Figura 2.8: Arquivo gerado após exportação dos resultados pelo AEMC

2.2 LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO

2.2.1 AutoIt

O AutoIt é uma linguagem de automação (scripting) para o sistema Windows e

é oferecido de forma gratuita, ou seja, se trata de um freeware. Essa linguagem foi

desenvolvida por Jonathan Bennett em 1999 e sua última versão foi lançada em 2015

conhecida como AutoIt v3.

Segundo Flesner (2007), como essa linguagem foi derivada do BASIC, o

processo de programação e aprendizado torna-se muito mais simples e prático,

podendo ser utilizado inclusive por principiantes em programação.

Essa linguagem possuí ótima extensão, ou seja, consegue de forma bem

simples, interagir com comandos do próprio Windows, como movimentar o cursor do

mouse, realizar digitação simulando o teclado, alterar configurações internas do

sistema como resolução de tela e salvar arquivos. Possuí também ampla extensão

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com o Pacote Office, contendo inclusive comandos próprios para interagir com o Excel

(FLESNER, 2007).

Permite que seja gerado um executável a partir da compilação das suas linhas

de código, o que proporciona grande flexibilidade para a manipulação do código. O

AutoIt, por se tratar de uma linguagem autônoma, não necessita que se utilize

RunTimes, pois a própria linguagem possuí um executável (AutoIt3.exe). Possuí um

sistema de ajuda interna, o (Au3Info), que facilita para quem é iniciante em

programação ou que está se adaptando à esta linguagem (CARVALHO, 2016)

2.2.1.1 Sintaxe de programação

A partir da declaração de varáveis, é possível alocar na memória informações

e dados inseridos pelo usuário com intuito de ser utilizado ao longo do programa

(FLESNER, 2007).

Global $variável = “valor”

Segundo afirma Carvalho (2016), por se tratar de um processo de automação, a

declaração de loops e condicionais são muito importantes, pois é nelas que reside a

lógica de programação capaz de repetir, de forma satisfatória, processos de interesse

do usuário. Dentre eles, os mais conhecidos são os comandos: <If>, <Then> e <Else>.

If $variável < 2 Then

Endif

2.2.1.2 Referente às funções

Dentre algumas funções do AutoIt, o mesmo possibilita o usuário realizar movimentos

do cursor do mouse através de comandos simples do mesmo, como pode ser

identificado no código abaixo (CARVALHO, 2016).

ControlClick(“título”,”texto”,controlID,[,botão[,cliques[,x[,y]]]]

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É possível, através de comandos simples, realizar a simulação do teclado do sistema

ressalta Carvalho (2016), como pode ser visto na expressão abaixo.

Send($variavel)

Para realizar o gerenciamento de janelas do sistema, o AutoIt proporciona uma série

de comandos como os abaixo.

WinActivate(“título da janela”[,“texto”)

WinSetState(“título da janela”[,“texto”, @SW_MAXIMIZE)

WinWait(“título da janela”[,“texto”)

WinWaitActivate(“título da janela”[,“texto”)

WinActive(“título da janela”[,“texto”)

O AutoIt possuí comandos capazes de realizar caixas de texto fazendo com que o

usuário possa inserir dados e o programa em desenvolvimento por exemplo, associar

na memória através de suas variáveis (FLESNER ,2007).

InputBox(“título”,“texto”[,“padrão”[,“password”[,dim,timeout[,hwnd)

MsgBox(flag,“título”,“texto”[,timeout[,hwmd)

2.2.2 Visual Basic for Applications

A partir da implementação do Visual Basic da Microsoft para os programas que

compõe o Pacote Office (Excel, Word, Power Point, Acess, Outlook), surge o Visual

Basic for Applications (VBA) (WALLKENBACH, 2013).

Todos os comandos que podem ser realizados a partir de movimentos do

mouse e pelo teclado podem ser realizados através de linhas de código pelo editor de

VBA. Como o próprio nome sugere, o VBA é muito semelhante ao Visual Basic, no

entanto, com o VBA, a execução das linhas de código se faz de forma interna, pois,

os mesmos estão presentes dentro dos aplicativos que compõe o Pacote Office

(MORGADO, 2016).

Segundo Wallkenbach (2013), a linguagem VBA é amplamente utilizada

quando necessitamos realizar tarefas repetitivas, como por exemplo, copiar dados de

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várias planilhas do Excel, o que pode se tornar uma tarefa que demanda bastante

tempo para ser concluída. Com a utilização de programação, podemos automatizar

esse processo, otimizando as tarefas do usuário.

Em linguagem de programação VBA, os desenvolvedores organizam os

objetos de programação em uma hierarquia chamada de Modelo de Objeto. Cada um

dos aplicativos do Pacote Office contém objetos próprios, com funções próprias, o que

faz que se diferenciem. Segundo Morgado (2016), para modificar parâmetros dos

objetos, utilizam-se as propriedades e elas têm função de atribuir novas funções aos

objetos. E finalmente, após o objeto existir, podemos manipulá-lo e isso se faz através

dos métodos.

Figura 2.9: Fluxograma sobre hierarquia de Modelo de Objeto em VBA em Excel

Fonte: Morgado (2016)

Em resumo, os objetos seriam como os substantivos, as propriedades os

adjetivos e os métodos os verbos, afirma Morgado (2016).

O código abaixo representa o salvamento de um documento ativo no Word. O

comando Application é o objeto e remete ao próprio Word, no caso do exemplo, por

sua vez ActiveDocument trata-se de uma propriedade do objeto Application que

implica em retornar uma referência ao documento atualmente ativo e o modelo, ou

seja, a ação a ser tomada fica por conta do comando Save.

Application.ActiveDocument.Save

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Wallkenbach (2013) afirma que o desenvolvimento de códigos capazes de

automatizar tarefas através de linguagem VBA é conhecido como Macros. Ainda

segundo o autor, esses macros são rotinas programadas a fim de executar tarefas,

dentro dos aplicativos do Pacote Office, com o intuito, na maioria das vezes, de reduzir

tempo das mesmas.

Para habilitar o uso e edição das linhas de código VBA, primeiramente, deve-

se estar com o <Modo de Desenvolvedor> habilitado, como pode ser acompanhado

nas Figuras 2.10, 2.11 e 2.12 abaixo:

a) Na guia <Arquivo>, selecione <Opção> e logo após <Personalizar a Faixa

de Opções>;

b) Em <Escolher comando em> selecione <Comandos mais usados>;

c) Em <Personalizar Faixa de Opções> no lado direito, escolha <Guias

Principais> e na listagem, selecione <Desenvolvedor>

Figura 2.10: Habilitando Modo Desenvolvedor para edição de VBA no Excel

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Após esse processo, a <Guia Desenvolvedor> está habilitada e pode ser

acessada através do menu suspenso de qualquer um dos programas do Pacote

Office, como pode ser visto na Figura 2.11 abaixo:

Figura 2.11: Guia Desenvolvedor no Excel

Para utilizador o editor de linguagem VBA basta clicar no botão <Visual Basic> que se

encontra na guia <Desenvolvedor>.

Figura 2.12: Editor de script VBA

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3 METODOLOGIA

Ao considerar a impossibilidade de acesso as linhas de código do próprio AEMC,

ficou comprometido o processo de automação interna da ferramenta do SisPav. Com

isso, foi necessário desenvolver um software capaz de simular os movimentos e

processos que um usuário realizaria, contudo, em menor tempo.

Assim, no presente trabalho, foi desenvolvido um software, denominado AutoSim,

capaz de automatizar as simulações realizadas por meio da ferramenta AEMC do

Sispav. Além disso, foi elaborado um programa, nominado AutoSimDados, o qual tem

por principal função a extração de dados de interesse das planilhas geradas após as

simulações, diminuindo, assim, consideravelmente o tempo para análise de dados.

Para realização do AutoSim foi utilizado a linguagem de programação AutoIt e para o

desenvolvimento do AutoSimDados foi utilizado a linguagem de programação Visual

Basic for Applications (VBA).

3.1 DESENVOLVIMENTO DO AUTOSIM

Com a análise da rotina de cálculo realizada, pôde-se ter noção de quais

abordagens seriam satisfatórias para o desenvolvimento do AutoSim. O programa foi

desenvolvido com o objetivo de simular as ações realizadas pelo usuário, de forma

que os comandos realizados pelo mesmo como: inicializar o AEMC, movimentar o

cursor do mouse, digitar os parâmetros da estrutura, do carregamento bem como os

pontos de análise e salvar o arquivo. Inicialmente, foi desenvolvido um fluxograma

para organizar o processo de simulação e com isso posterior desenvolvimento do

software, como está abaixo na Figura 3.1.

Figura 3.1: Fluxograma do processo de simulação do AutoSim

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3.1.1 IDE (Integrated Development Environment)

Algumas linguagens de programação foram utilizadas no início para o

desenvolvimento do programa desse trabalho como Fortran, C++, Python e Java. No

entanto, como essa rotina demandou a automação de um grande número ações

anteriormente realizadas pelo usuário como, mover o cursor do mouse, a linguagem

de programação AutoIt, explicitada no item 2.2.1, foi a que melhor se adaptou a esse

processo. Para realizar a escrita das linhas de código do software, foi utilizada uma

IDE, baseada no editor SciTE chamado SciTEAutoit3. Esta IDE facilitou a escrita dos

comandos, pois além de possuir inúmeros exemplos de códigos, possuí também um

sistema de ajuda inteligente e um compilador integrado.

Inserir dados da estrutura

Inserir dados do

carregamento

Inserir pontos de análise

Calcular

Salvar arquivo em "csv"

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Figura 3.2: Interface da IDE SciTEAutoit3

3.1.2 Variáveis

As variáveis foram utilizadas, em sua grande parte, para armazenar os dados

que o usuário irá fornecer, como dados da estrutura, carregamento e pontos de

análise. Devido ao número elevado de variáveis presentes nesse trabalho, foi

necessário agrupá-las. Esse processo de agrupamento de variáveis se chama Array

e foi amplamente utilizado no desenvolvimento do AutoSim.

Figura 3.3: Linhas de código da inserção de variáveis

O AutoSim utiliza comandos automatizados que simulam movimentos do cursor

do mouse e digitações do teclado em áreas específicas do software AEMC. Logo, para

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que fosse possível a elaboração do mesmo, todo o processo de escrita das linhas de

código foi baseado em uma resolução de tela predefinida como < 1366 x 768 > para

que o usuário não necessite alterar sua resolução de forma manual.

3.1.3 Interface

Para que o programa pudesse ser utilizado de forma satisfatória pelo usuário,

foi desenvolvido uma interface para o AutoSim. A mesma é dividida em cinco abas:

<Carregamento>, <Estrutura>, <Coordenadas>, <Análise> e <Valores únicos> como

pode ser visto na Figura 3.4 abaixo:

Figura 3.4: Interface do AutoSim

Importante salientar que no desenvolvimento da interface, cada campo que o

usuário pode preencher foi associado a uma variável específica, com isso, o software

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armazena os dados inseridos pelo mesmo na interface e posteriormente utiliza na

rotina de cálculo, como pode ser observado nas linhas de código da Figura 3.5.

Figura 3.5: Linhas de código referentes ao desenvolvimento da interface

Para inserir as figuras presentes no AutoSim, foi predeterminada uma pasta

que contêm todas as imagens necessárias para o funcionamento ideal do programa e

as mesmas foram posteriormente inseridas dos comandos da Figura 3.6.

Figura 3.6: Linhas de código representando a inserção de imagens na interface do AutoSim

A interface possuí elevada importância, pois é nela que o usuário do AutoSim

irá inserir todos os parâmetros necessários para a automação das simulações.

Portanto, a interface do próprio AEMC não é mais necessária para manuseio,

restringindo apenas ao uso do AutoSim, facilitando para o usuário. O programa foi

desenvolvido pensando na maior praticidade e maior automação possível nos

processos de cálculo envolvidos, logo, alguns parâmetros que não existiam no próprio

AEMC, foram adicionados ao AutoSim para que o loop de simulações seja realizado

de forma satisfatória.

Na aba <Carregamento>, como demonstrado na Figura 3.7, o usuário irá inserir

o tipo de eixo utilizado, pressão de inflação dos pneus, carga e valores referentes a

geometria do eixo como Sx e Sy.

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Figura 3.7: Aba <Carregamento> do software AutoSim

Na aba <Estrutura>, por sua vez, o usuário deve preencher dados referentes a

composição da estrutura o qual se deseja realizar a análise. O AutoSim permite três

ou quatro camadas e quando selecionamos uma destas opções, o programa altera o

processo de cálculo vigente. Para que o programa realizasse a rotina de cálculo de

forma automática, foi necessário adicionar parâmetros a serem inseridos pelo usuário,

como os campos: <Inicial>, <Final> e <Passo> presentes na Figura 3.8. O processo

de automação se baseia por completo nesse princípio, ou seja, o usuário insere o

valor <Inicial>, por exemplo da carga, logo após o valor <Final>, que seria o valor

máximo desejado para sua análise e o <Passo> do qual será acrescido a cada

simulação. No término de cada análise o AutoSim irá acrescer do <Passo> o valor

<Inicial> e, por conseguinte realizar a próxima simulação, até que esse valor seja igual

ou menor que o valor <Final>. Isso acarreta maior autonomia ao programa e também

facilita para o usuário, pois ele não necessita inserir todos os valores que serão

utilizados para o cálculo, basta apenas inserir uma “faixa de interesse”, ou seja,

valores <Inicial>, <Final> e <Passo>, para que o programa inicie as simulações.

Essa mecânica é interessante, pois em pesquisas, geralmente é analisado um

Range de valores a fim de elaborar comparativos e gráficos que permitam entender

melhor a estrutura em estudo.

Figura 3.8: Aba <Estrutura> do software AutoSim

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Contudo, o AutoSim também possibilita que o usuário insira valores únicos dos

parâmetros em questão, limitando o número dos mesmos até quinze variáveis, pois,

com o acréscimo indeterminado, a rotina de cálculo poderia se tornar extremamente

complexa, a ponto de inviabilizar o desenvolvimento deste software.

Quando a opção <Valores únicos (SisPav)> da aba <Carregamento> é

selecionada, o usuário deve utilizar a aba <Valores únicos> no programa para

preencher os campos necessários a simulação. Após sua seleção, a rotina interna de

automação é alterada. Como explicado anteriormente o AutoSim realiza seus loops a

partir dos dados de <Inicial>, <Final> e <Passo>, com isso, essa rotina não é mais

compatível, pois o próprio usuário está indicando os valores a serem utilizados no

processo de simulação automática.

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Figura 3.9: Aba <Valores Únicos> do software AutoSim

Basicamente, o AutoSim possuí em suas linhas de código, duas importantes

condicionais < If >, ou seja, comandos lógicos utilizados em programação que quando

determinada proposição se torna válida ou não, o programa realiza determinada ação,

como pode ser identificado na Figura 3.10 abaixo:

Figura 3.10: Linhas de código da proposição lógica a partir da escolha do número de camadas

Quando a opção <3 camadas> é selecionada, por exemplo, os valores da

<Camada 4> presentes na interface do programa, não serão armazenadas pelo

AutoSim, e a estrutura inteira do loop da simulação será modificada.

Outro fator importante é que o programa automaticamente subentende que a

última camada se refere ao Subleito, com isso, para questões de análise, a espessura

do mesmo é predeterminada como infinita, não necessitando ser especificada pelo

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usuário. Não se definiu o sistema de <Inicial>, <Final> e <Passo> para os parâmetros

de aderência e coeficiente de Poisson, no entanto posteriormente pode ser

implementado. Contudo, pesquisas nesse âmbito podem ser realizadas, apenas para

cada mudança de Aderência ou Coeficiente de Poisson, deverá ser iniciado o

processo de automação novamente.

Um dos pontos importantes para a realização de simulações, a partir do AEMC,

são as coordenadas de análise. No AutoSim, as inserções desses dados pelo usuário

podem ser realizadas na aba <Coordenadas> como pode ser identificado na Figura

3.11 abaixo:

Figura 3.11: Aba <Coordenadas> do software AutoSim

O AutoSim possui capacidade para receber cento e dez coordenadas distintas,

tanto no eixo “x” como para o eixo “y”. A elaboração do sistema de coordenadas foi

um dos maiores desafios para a elaboração do software deste trabalho e muito dessas

dificuldades surgem a partir da análise do eixo “z”. Esse eixo refere-se à profundidade,

e por serem coordenadas que depende inteiramente das espessuras das camadas,

tornou o processo de sua automação mais complexo, sendo este o fator de maior

tempo demandado para a elaboração do AutoSim.

Após inserir as coordenadas de interesse o usuário necessita definir o tipo de

análise que será realizada das camadas, ou seja, determinar os parâmetros para que

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o software delimite de forma automática as coordenadas do eixo “z”. As inserções dos

dados referentes à análise são realizadas na aba <Análise> como pode ser visto na

Figura 3.12.

Figura 3.12: Aba <Análise> do software AutoSim

3.1.4 Rotina de Cálculo

A estrutura interna de cálculo do AutoSim apresenta uma ordem de simulação

para cada uma das possíveis estruturas das quais o usuário necessita para análise.

Inicialmente a simulação é realizada com os valores <Iniciais> inseridos pelo usuário,

sendo caracterizada como a primeira simulação. As demais, advém de processos

iterativos, em que é acrescido o “Passo” para cada um dos parâmetros de interesse

relacionados tanto à estrutura, quanto ao carregamento. A ordem utilizada para

acréscimo dos passos na simulação se encontra no fluxograma da Figura 3.13.

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Figura 3.13: Fluxograma da rotina de cálculo utilizada pelo AutoSim para realizar as simulações em estruturas de 3 camadas

Ou seja, primeiramente todas as simulações são feitas realizando as iterações

dos <Módulo de Resiliência da Camada 1> de modo que o valor do módulo seja igual

ou menor que o valor <Final>, também inserido pelo usuário. Logo após, o AutoSim

retorna à variável <Módulo de Resiliência da Camada 1> o valor inicial indicado pelo

usuário e acrescenta o <Passo> a o valor do <Módulo de resiliência da Camada 2> e

assim por diante. Desta forma, todas as possíveis iterações de estruturas serão

realizadas pelo AutoSim. A ordem da rotina de cálculo foi elaborada dessa forma por

uma questão de redução de tempo para a realização de cada análise. Para explicar

melhor o funcionamento do AutoSim, foi utilizada como exemplo uma estrutura típica

e realizou-se suas simulações para identificar sua rotina de cálculo. Foi utilizado

apenas parâmetros de espessura e módulo de resiliência das camadas, como

indicado na Figura 3.14. No entanto, durante o processo de análise, o usuário deverá

inserir diversos outros dados, servindo este, apenas de ilustração para a rotina de

cálculo.

Módulo de Resiliência da

Camada 1

Módulo de Resiliência da

Camada 2

Módulo de Resiliência da

Camada 3

Espessura da Camada 1

Espessura da Camada 2

Carga (Ton)

Pressão de inflação dos Pneus (MPa)

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Figura 3.14: Exemplo de inserção de parâmetros da Estrutura no AutoSim

Caso o usuário necessite fixar parâmetros, como no caso da espessura da

“Camada 2” no exemplo, que será fixada em 20 cm, basta inserir o valor <Inicial> e

<Final> iguais e para o <Passo> inserir o número “1”. Com isso o software identifica

que se deseja fixar este valor e não o utiliza na sua rotina de acréscimo das variáveis.

Com esta configuração de dados, o AutoSim irá simular as seguintes estruturas da

Tabela 3.1:

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Tabela 3.1: Possíveis estruturas geradas a partir da configuração de estrutura do exemplo

Pode-se observar que a estrutura 2 possui o módulo de resiliência da “Camada

1” acrescido do <Passo>, de mesmo modo, a “Estrutura 3” apresenta a espessura da

“Camada 1” acrescido do <Passo>.

Para realizar as análises através do AEMC, deve-se informar os pontos ou

coordenadas na qual é necessário uma análise na estrutura. Quando analisado de

forma manual através do AEMC, ou seja, sem a utilização do AutoSim, devemos

informar os valores das coordenadas nos eixos “x”, “y” e “z”. A Figura 3.15 ilustra o

funcionamento dessas coordenadas na análise a partir do AEMC.

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Figura 3.15: Distribuição das coordenadas X, Y e Z na estrutura do pavimento

Fonte: Slazchta (2015).

No entanto, para realizar uma análise através do AutoSim, não é necessário

informar as coordenadas do eixo “z”, apenas as do eixo “x” e “y”. Após o usuário

delimitar suas coordenadas do eixo “x” e “y” de interesse, o mesmo deve informar o

número de coordenadas as quais será utilizado para análise, esse fator é relevante

para que o AutoSim identifique até qual varável o mesmo deve armazenar e utilizar

em seus processos internos de cálculo.

3.1.5 Tempo de simulação

Durante o desenvolvimento do software, um dos parâmetros de maior interesse

e que continuamente foi aprimorado, era o fator tempo. Em 2015, no início do processo

de desenvolvimento do AutoSim, o mesmo apresentava um tempo de simulação

relativamente alto devido ao sistema rudimentar utilizado para realizar as análises

automaticamente. O processo de automação, em suas primeiras versões, era

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realizado através de um software terceiro que memorizava ações do usuário como

movimentos do mouse e teclado.

No entanto, com o desenvolvimento de novas versões do AutoSim, o mesmo

apresentou progresso no que tange otimização e rapidez na execução das análises.

Contudo, ressalta-se que o AEMC realiza cálculos de uma estrutura qualquer com o

tempo aproximado de 0,20 segundos, ou seja, um tempo muito inferior se comparado

ao atingido atualmente pelo software deste trabalho. Devido a impossibilidade de

acesso as linhas de código do próprio AEMC, esse processo de automação interna

da ferramenta do SisPav ficou impossibilitado. Logo, a alternativa seria realizar as

simulações “imitando” os movimentos e processos que um usuário realizaria, no

entanto, em um curto tempo. A Tabela 3.2 relaciona o fator tempo ao longo do

desenvolvimento do AutoSim:

Tabela 3.2: Variação do tempo médio de simulação no decorrer das versões do programa

Versão do AutoSim

Data *Tempo

(s)

0.01 08/03/2015 32

0.3 19/03/2015 24,3

0.84 05/05/2015 19

2.53 27/01/2016 13,5

2.67 15/02/2016 6,3

2.7 09/06/2016 5.2

3.0 27/08/2017 4.3

*Tempo médio para 1 simulação

Em relação ao cálculo do tempo médio das análises, foram executadas mil

simulações, de forma automática, em todas as versões do AutoSim e logo após

determinado a média dos mesmos. Para que a contagem fosse a mais precisa

possível, foi inserido um timer interno no software através de linhas de código. Logo

após o usuário clicar no botão <Simular> o programa inicia a contagem do tempo de

execução do mesmo.

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Figura 3.16: Linhas de código do acionador do timer

Fonte: Imagem ilustrativa de autoria própria

Após o término das simulações, o AutoSim armazena o valor do timer em uma

variável que logo após é indicada ao usuário em tela como pode ser demonstrado na

Figura 3.17.

Figura 3.17: Linhas de código referentes ao término da simulação e do timer

O processo de otimização de AutoSim baseou-se principalmente na diminuição

do tempo necessário para inserção de dados e movimentação do cursor. Nas versões

anteriores, que despendiam maior tempo, os movimentos do cursor do mouse

apresentavam tempo de movimentação e a inserção de dados através da simulação

do teclado também, o que ocasionava uma perda relativamente grande em tempo.

Com comandos do AutoIt capazes de suprimir esses movimentos o processo de

inserção de dados se tornou praticamente instantâneo.

Figura 3.18: Linhas de código representando simulação de clique do mouse e inserção de dados via digitação automatizada

Outro fator que faz com que esse tempo aumente é o poder de processamento

do computador que está rodando o AutoSim. A cada simulação realizada têm-se o

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salvamento dos arquivos e posterior exportação para o Excel. Logo após a exportação

o Excel é aberto de forma automática pelo próprio AEMC o que faz com que se tenha

uma perda em tempo desnecessária e podendo ser elevada devido ao processador

do computador. Para tentar otimizar essa questão foram inseridas linhas de código

capazes de fechar automaticamente o Excel antes mesmo de sua devida inicialização,

como podem ser acompanhados pela Figura 3.19..

Figura 3.19: Linhas de código representando o fechamento automático do aplicativo Excel

3.1.6 Nomenclatura dos dados

Um dos problemas enfrentados, quando se trata de geração de grande volume

de dados, é a dificuldade de encontrar os objetos de interesse da pesquisa. Devido

ao elevado número de planilhas geradas após as simulações fez-se necessário um

mecanismo de identificação das mesmas a fim de facilitar o trabalho ao usuário. Com

isso, foi desenvolvida uma nomenclatura padrão para os arquivos gerados pelo

AEMC, a partir da exportação para o Excel, assim, apenas com os dados fornecidos

no nome do arquivo o usuário consegue identificar os parâmetros da estrutura, sem

precisar abrir o arquivo e analisar seus dados.

O interesse deste trabalho, além de possibilitar a automação das análises através do

AEMC, é que o usuário possua facilidade para encontrar, dentre o banco de dados

gerado, planilhas de interesse. A Figura 3.20 abaixo demonstra o padrão de

nomenclatura utilizado nesse trabalho com objetivo de informar de maneira prática

todos os dados da estrutura analisada.

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Figura 3.20: Padrão de nomenclatura do AutoSim

Onde:

C1, C2 e C3 representam as camadas 1,2 e 3 respectivamente;

MR significa Módulo de resiliência medida em MPa;

Espessura é a espessura da camada e é medida em (cm);

Carga medida em toneladas;

Pressão medida em MPa; e

Eixo representando o nome do eixo escolhido pelo usuário;

Para a nomenclatura acima, foi utilizada uma estrutura composta por três

camadas apenas, por isso, para a terceira camada não possuí valores de espessura,

pois subentendesse que se trata do subleito. A letra “E” presente na nomenclatura

indica início de uma nova camada, o mesmo foi adicionado para facilitar visualização.

Pode-se observar no exemplo abaixo a nomenclatura padrão de uma estrutura típica

de pavimento contendo três camadas.

Tabela 3.3: Exemplo de nomenclatura por meio do AutoSim

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3.2 EXTRAÇÃO DE DADOS

Devido ao grande número de simulações que o AutoSim pode realizar de forma

automática e a demora para realizar a análise de todos os dados gerados pelo AEMC,

surgiu a necessidade de desenvolver um software capaz de extrair apenas os dados

de interesse das planilhas geradas. Com isso, foi utilizado programação através da

linguagem VBA (Visual Basic for Applications) em Excel versão do ano de 2010 para

realizar o desenvolvimento do software de extração de dados chamado

AutoSimDados.

Figura 3.21: Menu inicial do AutoSimDados versão 0.94

O mesmo possuí interface integrada ao Excel, ou seja, trata-se de uma planilha

com macros contidas que são capazes de identificar e importar dados a partir do range

que o usuário inserir em seu menu principal. Uma das grandes vantagens do

AutoSimDados é sua capacidade de realizar a extração dos dados de todos os

arquivos presentes em determinada pasta. Ou seja, o usuário logo após inserir os

dados do range de interesse, como nesse caso seriam os valores de tração (Ex, Ey)

da primeira camada e a compressão (Ez) da segunda camada, o programa irá pedir

ao usuário que o mesmo selecione uma pasta que contenha todas as planilhas

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geradas pelo AEMC, para que elas sirvam de banco de dados e comece de fato a

extração dos valores de interesse.

Figura 3.22: Escolha de pasta para iniciar a extração de dados

Os valores gerados após a extração de dados pelo AutoSimDados são exibidos na

planilha da Figura 3.23.

Figura 3.23: Planilha gerada pelo AutoSimDados

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4 ANÁLISE DE RESULTADOS

Neste capítulo será apresentado duas utilizações do AutoSim em diferentes

pesquisas bem como a importância da automação para a possível realização das

mesmas. Devido à grande quantidade de dados, a utilização do software desse

trabalho mostrou-se de grande importância, principalmente no que tange o tempo de

obtenção dos dados para as pesquisas. Ao final de cada Case foi realizado uma

análise comparativa entre o tempo para obter os dados de tensão e deformação de

forma otimizada, ou seja, utilizando o AutoSim e o AutoSimDados, ou de forma não

otimizada.

4.1 UTILIZAÇÕES DO AUTOSIM

Durante o desenvolvimento do AutoSim, o mesmo foi utilizado para realização

de alguns trabalhos científicos, dentre eles o realizado por Oliveira (2016) e a pesquisa

para a COPPE/UFRJ. O programa teve papel importante para confecção desses

trabalhos, pois a partir da automação das simulações por meio do AutoSim, foi

possível a análise de uma grande quantidade de dados, o qual as duas pesquisas

citadas necessitavam.

4.1.1 Case 1: Definição e análise dos fatores de equivalência de carga dos

eixos comerciais

Este foi o tema do trabalho de conclusão de curso, graduação em engenharia

civil da autora Marina Frederich de Oliveira, em 2016, pela Universidade Federal de

Santa Maria. O trabalho em questão analisou diversos eixos comerciais que trafegam

pelas rodovias brasileiras como o Eixo Simples de Rodas Simples (ESRS), Eixo

Simples de Rodas Duplas (ESRD), Eixo Tandem Duplo (ETD), Eixo Tandem Triplo

(ETT), Eixo Duplo Direcional (EDD) e Eixo Especial (EE) demonstrados na Figura 4.1:

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Figura 4.1: Geometria dos eixos rodoviários

Fonte: Oliveira (2016)

O objetivo da pesquisa foi analisar o Fator de Equivalência de Carga (FEC) dos eixos

citados e elaborar equações através de análise estatística para os mecanismos de

ruptura de fadiga e de deformação permanente. As análises foram obtidas através do

AEMC e para a automação das simulações, ao total quarenta e seis mil seiscentos e

cinquenta e seis, foi utilizado o software AutoSim.

A matriz fatorial de dados, demonstrada na Tabela 4.1, remete a todas as

variações de eixo, carga, pressão, espessuras e módulos de resiliência utilizadas para

compor as estruturas simuladas.

Tabela 4.1: Matriz fatorial de dados

Fonte: Oliveira (2016)

Logo após o AutoSim receber todos os parâmetros necessários para a

simulação, o mesmo informa ao usuário a quantidade de simulações que serão

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realizadas e o tempo necessário para término das mesmas, em relação ao tempo,

iremos comentar melhor no item 4.2. O cálculo da quantidade de iterações possíveis

decorre do Princípio fundamental da Contagem que afirma que se um evento é

composto por duas ou mais etapas sucessivas e independentes, o número de

combinações será determinado pelo produto entre as possibilidades de cada conjunto.

Tabela 4.2: Quantidade de diferentes possibilidades de estruturas

Eixos Cargas Pressões Camda Asfáltica BGS Subleito

MR h MR h MR

6 6 3 4 4 3 3 3

Total 46656

Como pode-se observar, os números da Tabela 4.2 representam as

possibilidades de modificações na estrutura decorrentes da Matriz fatorial de dados

elaborada por Oliveira (2016) da Tabela 4.1.

No entanto, para realizar as simulações, além dos dados relacionados a

estrutura, necessita-se das coordenadas de interesse. Para a escolha das mesmas

Oliveira (2016) analisou previamente, através de simulações, estruturas robustas,

intermediárias e delgadas com cargas muito baixas, intermediárias e muito altas,

variando a pressão de inflação dos pneus. Na Figura 4.2 está demonstrado os pontos

de interesse encontrados por Oliveira (2016) para realização das simulações.

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Figura 4.2: Área de distribuição dos pontos de análise para cada eixo

Fonte: Oliveira (2016)

Para as coordenadas do eixo Z, o software desenvolvido nesse trabalho calculou

automaticamente levando em conta as espessuras da camada asfáltica e da BGS

para cada uma das estruturas visando analisar as profundidades de interesse que

segundo Oliveira (2016) seriam o fundo da camada asfáltica e o topo do subleito.

Com a finalização dos calculos dos valores de N (número de repetiçoes de carga por

eixo) , pôde ser determinado os valores de FEC para todas as estruturas. Após análise

estatística por parametrização utilizando o software StatSoft STATISTICA, o qual são

descritos por Bueno (2014) e Szlachta (2015), foram determinados equações com o

intuito de compreender melhor a influência de cada parâmetro em relação ao FEC de

cada um dos eixos. Segue abaixo uma das equações geradas por Oliveira (2016)

referente ao ESRS e uma imagem comparativa entre os valores gerados pelo software

e os valores obtidos.

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(𝐸𝑆𝑅𝑆)𝐹= −0,7213+ (4.1)

𝑒0,8336−0,3895Cp−0,0093MRrevp−0,0434hrevp 0,0039MRbasep−0,00005hbasep+0,0291MRsubp+0,2169Pp

R²= 0,86

Figura 4.3: Valores obtidos x Valores gerados pelo software, para fadiga, para o ESRS

Fonte: Oliveira (2016)

Devido ao elevado número de simulações à serem automatizadas, foi-se

necessário encontrar métodos que acelerassem ainda mais a rotina de cálculo das

análises. Durante testes realizados no laborátorio de estudos do GEPPASV ( Grupo

de Pesquisas em Pavimentação e Segurança Viária), foi verificado que o AutoSim

poderia ser executado simultanemante em vários computadores, assim, dimuindo

ainda mais o tempo para finalização das análises. Para realização deste Case 1, foram

utilizados quatro computadores executando simultâneamente, o que aumentou

drasticamente a velocidade de execução das simulações.

Um dos fatores de grande relevância e que justificam a elaboração do software

deste trabalho é a sua redução drástica no tempo de realização de simulações.

Quando necessita-se realizar, por exemplo, uma pesquisa, em que é demandado um

grande número de simulações através do AEMC, realizá-lo de forma manual, ou seja,

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sem a utilização do AutoSim, se torna uma tarefa penosa, principalmente no que tange

o tempo de execução.

Todo o tempo utilizado para obtenção e elaboração desses dados poderia ser

suprimido e o usuário partir apenas para a análise de resultados muito mais

rapidamente, podendo inclusive modificar os caminhos de seu trabalho, pois o mesmo

já teria resultados pertinentes em curto prazo. Por esse motivo o software AutoSim foi

desenvolvido, para que o processo de obtenção de dados, através das simulações

pela ferramenta AEMC do SisPav, seja feita de forma automática e em curto espaço

de tempo. A Tabela 4.3 demonstra o tempo necessário para realizar simulações com

e sem utilização do software AutoSim.

Tabela 4.3: Tempo necessário para realizar simulações em diferentes métodos

Método

Tempo por

simulação (s)*

Jornada diária de trabalho

(h/dia)**

AutoSim 4,3 24

Manual 60 6

* Tempo médio para 1 simulação (ver item 3.1.5)

** Tempo em que o software ou o usuário em média utiliza do seu dia para realizar as simulações

Para obtenção desses valores de tempo médio, foram realizadas mil

simulçaões através do AutosSim e calculado a média e por questões de viabilidade,

foram realizadas apenas cem análises de forma manual e calculado a média. Em

relação ao tempo médio de trabalho por dia, foi obtido pela média de trabalho do

tempo utilizado para confecção das cem confecções manuais, levando em conta

fatores como rendimento do usuário frente à realização das análises.

Para que fosse visível a diferença entre o tempo necessário para realização

das simulações de forma manual e pelo AutoSim foi elabordado um grafico, como

pode ser visto abaixo referente à Figura 4.4.

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Figura 4.4: Gráfico Tempo versus método de simulação para o Case 1 de Oliveira (2016)

4.1.2 Case 2: Simulações para a COPPE/UFRJ

Para a COPPE/UFRJ foram realizadas ao total trinta e oito mil seiscentos e dez

simulações utilizando o AutoSim. No entanto, para essas análises algumas

implementações no programa foram necessárias, dentre elas a criação do sistema de

valores únicos, comentando no capítulo 3, e as simulações através do próprio SisPav.

Anteriormente, a automação iniciava diretamente pela abertura da ferramenta AEMC

e logo após eram inseridos os parâmetros necessários para análise como: dados da

estrutura, carga e pontos de análise. Contudo, para desenvolver tal pesquisa, foi

necessário utilizar os pontos de análise padrão do SisPav, ou seja, as cento e dez

coordenadas em torno das rodas do eixo em questão. Para isso, a simulação deveria

ser inicializada diretamente pelo SisPav e só após inserir os dados de estrutura, partir

para a análise de tensão e deformação através do AEMC.

A pesquisa tratava-se análises de estruturas a fim de identificar uma espessura

crítica (Hcrit), em que a vida de fadiga é mínima e para espessuras maiores e menores

que a Hcrit a vida de fadiga é maior. Ressaltando que a partir da deformação de tração

2,32

129,6

0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 140,00

AutoSim

Manual

Tempo em Dias

Case 1

Case 1

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na fibra inferior do revestimento asfáltico é calculada essa vida de fadiga. A

investigação buscava entender a existência de uma região de espessuras delgadas

em que grande parte do bulbo de tensões das duas rodas está na camada de base,

portanto não havendo interação entre os bulbos. Para isso, foi elaborada uma matriz

fatorial de dados, presente na Tabela 4.4, utilizando para análise um ESRD com 8,2

ton de carga do eixo e pressão de inflação dos pneus de 0,55 Mpa, ou seja, a

confecção do Eixo Padrão rodoviário brasileiro.

Tabela 4.4: Matriz fatorial de dados para simulações da COPPE

Espessura(cm) MR (MPa) Camada Asfáltica

BGS Camada Asfáltica

BGS Subleito

5 10 500 150 50

5,5 15 1000 250 75

6 20 2000 300 100

7 25 3000 500 150

8 30 5000 750 200

9 35 7000 1000

10 9000 2000

12,5 12000 4000

15 15000 8000

17,5 10000

20 12000

15000

20000

Em relação aos pontos de análise, o próprio SisPav gera automaticamente 110

pontos para o eixo selecionado. Essas coordenadas são demonstradas na Tabela 4.5

abaixo:

Tabela 4.5: Coordenadas geradas automaticamente pelo SisPav

Ponto X(cm) Y(cm) Z(cm)

1 0 0 0

2 3,65 0 0

3 7,3 0 0

4 10,95 0 0

5 14,6 0 0

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6 18,25 0 0

7 21,9 0 0

8 25,55 0 0

9 29,2 0 0

10 32,85 0 0

11 0 0 0,999

12 3,65 0 0,999

13 7,3 0 0,999

14 10,95 0 0,999

15 14,6 0 0,999

16 18,25 0 0,999

17 21,9 0 0,999

18 25,55 0 0,999

19 29,2 0 0,999

20 32,85 0 0,999

21 0 0 1,999

22 3,65 0 1,999

23 7,3 0 1,999

24 10,95 0 1,999

25 14,6 0 1,999

26 18,25 0 1,999

27 21,9 0 1,999

28 25,55 0 1,999

29 29,2 0 1,999

30 32,85 0 1,999

31 0 0 2,999

32 3,65 0 2,999

33 7,3 0 2,999

34 10,95 0 2,999

35 14,6 0 2,999

36 18,25 0 2,999

37 21,9 0 2,999

38 25,55 0 2,999

39 29,2 0 2,999

40 32,85 0 2,999

41 0 0 3,999

42 3,65 0 3,999

43 7,3 0 3,999

44 10,95 0 3,999

45 14,6 0 3,999

46 18,25 0 3,999

47 21,9 0 3,999

48 25,55 0 3,999

49 29,2 0 3,999

50 32,85 0 3,999

51 0 0 4,999

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52 3,65 0 4,999

53 7,3 0 4,999

54 10,95 0 4,999

55 14,6 0 4,999

56 18,25 0 4,999

57 21,9 0 4,999

58 25,55 0 4,999

59 29,2 0 4,999

60 32,85 0 4,999

61 0 0 5,999

62 3,65 0 5,999

63 7,3 0 5,999

64 10,95 0 5,999

65 14,6 0 5,999

66 18,25 0 5,999

67 21,9 0 5,999

68 25,55 0 5,999

69 29,2 0 5,999

70 32,85 0 5,999

71 0 0 6,999

72 3,65 0 6,999

73 7,3 0 6,999

74 10,95 0 6,999

75 14,6 0 6,999

76 18,25 0 6,999

77 21,9 0 6,999

78 25,55 0 6,999

79 29,2 0 6,999

80 32,85 0 6,999

81 0 0 7,999

82 3,65 0 7,999

83 7,3 0 7,999

84 10,95 0 7,999

85 14,6 0 7,999

86 18,25 0 7,999

87 21,9 0 7,999

88 25,55 0 7,999

89 29,2 0 7,999

90 32,85 0 7,999

91 0 0 8,999

92 3,65 0 8,999

93 7,3 0 8,999

94 10,95 0 8,999

95 14,6 0 8,999

96 18,25 0 8,999

97 21,9 0 8,999

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60

98 25,55 0 8,999

99 29,2 0 8,999

100 32,85 0 8,999

101 0 0 9,999

102 3,65 0 9,999

103 7,3 0 9,999

104 10,95 0 9,999

105 14,6 0 9,999

106 18,25 0 9,999

107 21,9 0 9,999

108 25,55 0 9,999

109 29,2 0 9,999

110 32,85 0 9,999

Após simulação de todas as possíveis estruturas foi enviado pra COPPE/UFRJ todas

as planilhas geradas pelo AEMC e nomeadas pelo AutoSim para análise.

Com o objetivo de demonstrar o tempo de execução das análises para a

COPPE/UFRJ através do AutoSim e caso fossem realizados de forma manual foi

elaborado o Figura 4.5 abaixo:

Figura 4.5: Gráfico Tempo versus método de simulação para o Case 2 da COPPE/UFRJ

1,92

107,25

0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00

AutoSim

Manual

Tempo em Dias

Case 2

Case 2

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5 CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos neste trabalho, foi possível comprovar a eficácia

do software AutoSim e da macro AutoSimDados, em relação à automação e

otimização de processos de cálculo de dimensionamento de pavimentos através do

AEMC, ferramenta do SisPav. Com a diminuição do tempo para elaboração de

simulações, em torno de sessenta vezes menor, e a automação na extração dos

dados foi possível a elaboração de trabalhos que anteriormente ao desenvolvimento

desses softwares não seria possível.

A partir do trabalho desenvolvido em conjunto com Oliveira (2016) para seu

trabalho de conclusão de curso, foi possível comprovar a eficácia do AutoSim

principalmente frente a um grande número de simulações, ao total 46.656.

Concomitantemente, foi possível sua execução em mais de um computador

simultaneamente, elevando desse modo a otimização das simulações.

O trabalho em conjunto com a COPPE/UFRJ possibilitou além da comprovação

da eficácia do AutoSim através da realização de 38.610 análises, a elaboração de um

sistema de automação através de valores únicos e que possa ser realizado

diretamente pelo SisPav, assim gerando as coordenadas de forma automática.

Para que seja possível uma maior velocidade no que tange a automação das

análises a partir do AutoSim, mais trabalhos devem ser desenvolvidos e

principalmente que tenham acesso irrestrito ao código fonte da ferramenta AEMC. A

partir desse acesso, as simulações automatizadas possuiriam um tempo praticamente

instantâneo, pois a rotina de cálculo e inserção de dados seria realizado de forma

totalmente interna ao AEMC, diminuindo assim drasticamente o tempo de execução.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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