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COMPETITIVIDADE E GESTÃO DE PESSOAS “Num mundo de relações econômicas e sociais voláteis, em que os desejos e necessidades dos consumidores se alteram com muita rapidez e os ciclos de vida dos produtos são cada vez mais curtos, a sobrevivência das empresas é constantemente ameaçada”. Assim se manifestou o professor Francisco Olivieri no primeiro artigo da série Competitividade. (Olivieri, 2007). Nesse cenário, consolidado a partir da década de 1990, as organizações passaram a buscar mais flexibilidade e maior velocidade de resposta para as demandas internas e para o enfrentamento de situações inusitadas e de complexidade crescente. Para fazer face à nova realidade, as empresas fabricantes e usuárias de embalagem necessitam de pessoas mais autônomas e com maior iniciativa, em oposição ao perfil exigido até então, de submissão e obediência; ao mesmo tempo, o comprometimento das pessoas com os objetivos organizacionais passa a ser essencial para o êxito da descentralização do processo decisório. Pode-se afirmar que o grande desafio dos gestores na atualidade é o de gerar e manter o comprometimento das pessoas, o que só se concretiza à medida que elas percebam que a relação com a organização lhes traga valor. Cada vez mais as empresas buscam esse comprometimento, que é garantia de criação e sustentação dos diferenciais competitivos ao ganhar voz nas

Gestão de Pessoas No Mundo Competitivo

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Gestão de Pessoas No Mundo Competitivo

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Artigo - Competitividade e Gesto de Pessoas

COMPETITIVIDADE E GESTO DE PESSOAS

Num mundo de relaes econmicas e sociais volteis, em que os desejos e necessidades dos consumidores se alteram com muita rapidez e os ciclos de vida dos produtos so cada vez mais curtos, a sobrevivncia das empresas constantemente ameaada. Assim se manifestou o professor Francisco Olivieri no primeiro artigo da srie Competitividade.(Olivieri, 2007).

Nesse cenrio, consolidado a partir da dcada de 1990, as organizaes passaram a buscar mais flexibilidade e maior velocidade de resposta para as demandas internas e para o enfrentamento de situaes inusitadas e de complexidade crescente.

Para fazer face nova realidade, as empresas fabricantes e usurias de embalagem necessitam de pessoas mais autnomas e com maior iniciativa, em oposio ao perfil exigido at ento, de submisso e obedincia; ao mesmo tempo, o comprometimento das pessoas com os objetivos organizacionais passa a ser essencial para o xito da descentralizao do processo decisrio. Pode-se afirmar que o grande desafio dos gestores na atualidade o de gerar e manter o comprometimento das pessoas, o que s se concretiza medida que elas percebam que a relao com a organizao lhes traga valor. Cada vez mais as empresas buscam esse comprometimento, que garantia de criao e sustentao dos diferenciais competitivos ao ganhar voz nas organizaes, as pessoas tornam-se fonte de presso. Com tal presso, as organizaes mostram-se mais dispostas a atender s expectativas e necessidades de seus funcionrios. Estes, por sua vez, buscam maior espao para desenvolvimento pessoal e profissional, manuteno da competitividade profissional, exerccio da cidadania organizacional.

Para desenvolver um modelo de gesto de pessoas que fornea as bases para a compreenso da realidade e para a construo de diretrizes e instrumentos que garantam uma gesto coerente e consistente no tempo, Joel de Souza Dutra identificou idias-fora, valores subjacentes em conceito ou prtica de gesto de pessoas:

Desenvolvimento mtuo: processo que permite empresa e s pessoas atuarem em realidades cada vez mais complexas; Satisfao mtua: ajuste entre os objetivos estratgicos e de negcios da organizao e o projeto profissional e de vida das pessoas; Consistncia no tempo: a gesto de pessoas deve oferecer parmetros estveis no tempo, para que a empresa e as pessoas possam situar-se de forma relativa em diferentes circunstncias.

Para assegurar a efetividade do modelo, algumas condies precisam estar presentes:

Transparncia: clareza de critrios que norteiam a gesto de pessoas e informaes constantes sobre a forma de aplicao desses critrios; Simplicidade na formulao e aplicao dos critrios: fundamental para facilitar a compreenso, a anlise, a discusso, o consenso, a aceitao e o comprometimento em torno dos valores e sua prtica;

Flexibilidade: os critrios para a gesto de pessoas precisam ajustar-se aos diferentes contextos e s presses impostas por suas transformaes.

Para a construo de um modelo de gesto de pessoas, devemos considerar:

Papel das pessoas: as pessoas esto tomando para si a responsabilidade de gesto de carreira e cobrando da empresa condies objetivas de desenvolvimento profissional;

Papel das empresas: as empresas devem criar o espao, estimular o desenvolvimento e oferecer suporte e condies para a mtua satisfao das expectativas e necessidades. Para que isso ocorra, preciso estar em constante interao com as pessoas, para conseguir impulsionar, por meio delas, sua competitividade, mediante mtuo comprometimento;

Processos de gesto de pessoas: a gesto de pessoas deve considerar os processos de movimentao, desenvolvimento e valorizao delas.

Movimentao: inclui captao, internalizao, transferncias, promoes, expatriao, recolocao.

Desenvolvimento: capacitao, carreira e desempenho.

Valorizao: remunerao, premiao, servios e facilidades.

Bases estruturais: conjunto de compromissos mtuos estabelecidos entre a empresa e as pessoas, traduzidos pelas polticas e prticas existentes na organizao e que orientam o comportamento.

Processos de apoio: constituem interaes no ligadas exclusivamente gesto de pessoas, mas fundamentais para que ela possa ser efetiva, ou que tendem a influenci-la. So eles: informaes, comunicao, relaes sindicais, relaes com a comunidade.

Processos de informaes: fluxo de informaes, estruturado ou no, que flui da empresa para a pessoa e vice-versa;

Processos de comunicao: englobam os canais e veculos de comunicao entre empresa e pessoas, entre pessoas e empresa, entre pessoas da empresa, e entre pessoas, empresa e comunidade;

Relaes sindicais: tratam da relao entre empresa, pessoas e sindicatos representativos dos trabalhadores;

Relaes com a comunidade: conjunto de polticas e prticas que balizam as relaes entre empresa, pessoas e comunidade.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

DUTRA, Joel S. Gesto de Pessoas. So Paulo: Atlas, 2008