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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Gestão de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos Proposta de Modelo Integrado de Operação Dissertação de Mestrado em Engenharia do Ambiente Diogo André dos Santos Orientador: Professor Doutor Carlos Afonso Teixeira Vila Real, Março de 2014

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Gestão de Resíduos de Equipamentos Elétricos e

Eletrónicos

Proposta de Modelo Integrado de Operação

Dissertação de Mestrado em Engenharia do Ambiente

Diogo André dos Santos

Orientador: Professor Doutor Carlos Afonso Teixeira

Vila Real, Março de 2014

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Gestão de Resíduos de Equipamentos Elétricos e

Eletrónicos

Proposta de Modelo Integrado de Operação

Dissertação de Mestrado em Engenharia do Ambiente

Diogo André dos Santos

Orientador: Professor Doutor Carlos Afonso Teixeira

Composição do Júri:

Vila Real, 2014

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Dissertação de Mestrado em Engenharia

do Ambiente, apresentada na Escola de

Ciências da Vida e Ambiente da

Universidade de Trás-os-Montes e Alto

Douro, realizada sob a orientação do

Professor Dr. Carlos Afonso Teixeira,

Professor Auxiliar do Departamento

Biologia e Ambiente em conformidade

com o Decreto-Lei n.º 216/92 de 13 de

Outubro. As doutrinas apresentadas são

da exclusiva responsabilidade do autor.

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Agradecimentos

Após mais uma importante jornada da minha vida, gostaria de enunciar algumas das pessoas

que de alguma forma me apoiaram e auxiliaram na minha formação intelectual, pessoal e

académica.

Ao Professor Engenheiro Carlos Afonso Teixeira, um obrigado por ter aceite ser meu

orientador e pelo apoio constante tanto neste estudo mas em toda a jornada académica,

ajudando-me a evoluir neste processo de aprendizagem.

A todos os excelentes Docentes que me acompanharam ao longo de todo o percurso escolar

e académico, que me legaram ferramentas e valores para evoluir como pessoa e profissional.

A todos os meus colegas da licenciatura e mestrado do curso de Engenharia do Ambiente

pela entreajuda.

À Juliana, um agradecimento especial pelo amor e pela paciência, pelo apoio constante nos

momentos menos bons e pelo dom de me fazer feliz.

Aos meus pais, fazem e farão tudo por mim e me apoiaram ao longo da vida. São os meus

exemplos de vida.

Ao Rúben e ao Fábio, os melhores irmãos do mundo, que me ensinaram o significado da

partilha e altruísmo.

Aos meus futuros sogros, que são uns segundos pais para mim.

Ao resto da minha família, que de uma maneira ou outra, sempre me apoiou.

Por fim aos meus amigos João, Bea, Toni, Nita, Bruno, Cristiana e Margarida por me terem

dado a conhecer a verdadeira amizade

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Resumo

Os Resíduos Elétricos e Eletrónicos (REEE) possuem uma enorme fonte de recursos

secundários (por exemplo, ouro ou prata), capazes de gerar valor acrescentado para os

sistemas de gestão deste fluxo de resíduos. Assim, a aposta em novas metodologias e

ferramentas de gestão capazes de maximizar quer a eficácia quer a eficiência dos sistemas

integrados de gestão assumem valor inestimável.

Neste contexto o âmbito do presente trabalho visa a elaboração de um Modelo Integrado de

Gestão de REEE capaz de otimizar os sistemas de gestão integrada e permitindo colaborar

nas fases de tomada de decisão, na gestão e monitorização da operação. Para o efeito

considera como pressupostos relevantes na análise e gestão integrada dos REEE a produção,

o consumo de combustível, a alocação de recursos humanos, o consumo de energia, o

desempenho ambiental, a valorização de materiais e componentes, a eliminação de resíduos,

os custos operacionais e de contexto.

O Modelo Integrado de Gestão de REEE proposto é suportado por um sistema de indicadores

que permitem a avaliação individual do desempenho dos sistemas e, simultaneamente, a

comparação dos resultados entre sistemas e regiões.

O sistema de indicadores do Modelo agrupa os indicadores em três grupos distintos: i) os

Indicadores Operacionais (Tempos de Distâncias de Recolha, Consumo de Combustível,

Consumo de Energia Elétrica, Produtividade dos Colaboradores, Adequação dos

Equipamentos de Deposição); ii) Indicadores Económico-Financeiros (como rentabilidade

económica, balanço económico e custo unitário) e iii) Indicador Ambiental (Potencial de Efeito

de Estufa).

O Modelo proposto é suportado por uma aplicação informática em Excel®, designada por

MGEAS-R3E, que agiliza todo o sistema de indicadores de desempenho. O MGEAS-R3E

obedece ao princípio do “baixo custo e simplicidade de operação” uma vez que foi pensada e

estruturada para o seu uso exigir baixos níveis de complexidade funcional.

Palavras-Chave: Resíduos; Equipamentos Elétricos e Eletrónicos; Sistema Integrado de

Gestão; Indicadores de Desempenho; Avaliação de Desempenho.

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Abstract

Waste Electrical and Electronic Equipment (WEEE) are a huge source for secondary raw

materials (e.g. gold, silver, copper) and add value to the waste stream management systems.

Thus, the investment in new methodologies and management tools that are able to maximize

to either effectiveness or efficiency of integrated management systems are priceless.

In this context, the aim of this paper is the development of an WEEE Management Integrated

Model able to optimize integrated management systems and allow to cooperate in stages of

decision making, management and monitoring of the operation. For this propose are

considered as relevant assumptions on the analysis and WEEE integrated management, the

production, energy consumption, allocation of human resources, environmental performance,

material and component valorization, waste disposal and finally operational and context costs.

The proposed WEEE Management Integrated Model is supported by an indicator system that

allows the systems performance individual evaluation and simultaneously the comparison of

results between systems and regions.

The indicator system of the model groups the indicators into three distinct groups: i)

Operational Indicators (Collection Times and Distances, Fuel Consumption, Electricity

Consumption, Employee Productivity and Adequacy of Disposal Equipments); ii) Economic

Indicators (such as economic profitability, economic balance and unit cost) and iii)

Environmental Indicator (Potential Global-Warming).

The proposed Model is supported by an app in Excel®, called by MGEAS-R3E, which

streamlines all the performance of the indicators system. MGEAS-R3E obeys the “low cost

and simplicity of operation” principle, since it was designed and structured for its use to require

low levels of functional complexity.

Keywords: Waste; Electrical and Electronic Equipment; Integrated Management System;

Performance Indicators; Performance Evaluation.

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Sumário

1. Introdução..................................................................................................................... 1

1.1. Enquadramento..................................................................................................................... 1

1.2. Relevância ............................................................................................................................. 3

1.3. Âmbito e Objetivos ............................................................................................................... 4

1.4. Abordagem Metodológica ................................................................................................... 5

1.5. Planeamento e Cronograma ............................................................................................... 6

1.6. Estrutura da Dissertação ..................................................................................................... 6

2. Estado da Arte .............................................................................................................. 9

2.1. Evolução das Políticas sobre Resíduos ............................................................................ 9

2.2. Gestão de Resíduos........................................................................................................... 10

2.2.1. Principais Etapas da Gestão de Resíduos ............................................................. 11

2.2.2. Hierarquia da Gestão de Resíduos.......................................................................... 12

2.3. Caracterização de Resíduos ............................................................................................. 13

2.4. Produção e Tipologia de Resíduos .................................................................................. 14

2.5. Fluxos Específicos de Resíduos ...................................................................................... 15

2.6. Equipamentos Elétricos e Eletrónicos ............................................................................. 16

2.6.1. Legislação em Matéria de REEE ............................................................................. 17

2.6.2. Composição Material dos REEE .............................................................................. 23

2.6.3. Enquadramento Macroeconómico Português ........................................................ 29

2.6.4. Produção de EEE e REEE ........................................................................................ 30

2.6.5. Recolha de REEE ....................................................................................................... 34

2.6.6. Gestão Global de REEE ............................................................................................ 38

2.6.7. Entidades Intervenientes no Sistema de Gestão de REEE ................................. 42

2.6.8. Modelos de Suporte à Gestão de REEE ................................................................ 49

3. Modelo Integrado de Gestão de REEE .......................................................................53

3.1. Âmbito .................................................................................................................................. 53

3.2. Dados de Base do Modelo ................................................................................................ 54

3.3. Pressupostos do Modelo ................................................................................................... 57

3.4. Elementos do Modelo ........................................................................................................ 58

3.4.1. Recursos ...................................................................................................................... 58

3.4.2. Produção ...................................................................................................................... 59

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3.4.3. Recolha ........................................................................................................................ 60

3.4.4. Recolha de Lâmpadas ............................................................................................... 63

3.4.5. Armazenamento .......................................................................................................... 63

3.4.6. Tratamento e Valorização ......................................................................................... 64

3.4.7. Indicadores .................................................................................................................. 65

3.5. Modelo proposto ................................................................................................................. 65

3.5.1. Dados de Base ............................................................................................................ 65

3.5.2. Variáveis de Cálculo ................................................................................................... 81

3.5.3. Indicadores de Desempenho .................................................................................. 105

4. Aplicação Informática do Modelo de Gestão de REEE ........................................... 119

4.1. Descrição ........................................................................................................................... 119

4.2. Requisitos .......................................................................................................................... 120

4.3. Arranque ............................................................................................................................ 120

4.4. Potencialidades ................................................................................................................. 122

5. Considerações Finais ............................................................................................... 123

5.1. Síntese Conclusiva ........................................................................................................... 123

5.2. Recomendações e Principais Limitações ..................................................................... 123

5.3. Desenvolvimentos Futuros .............................................................................................. 124

Bibliografia ....................................................................................................................... 127

Anexos .............................................................................................................................. 139

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Índice de Figuras

Figura 1:Etapas do Trabalho .............................................................................................................. 5

Figura 2:Dimensões da Gestão de Resíduos (Fonte: PNGR, 2011). ........................................ 11

Figura 3:Hierarquia das Opções de Gestão de Resíduos (Fonte: LIPOR, 2009). ................... 13

Figura 4: Símbolo para marcação dos EEE. .................................................................................. 18

Figura 5: Rotas conhecidas e permissões ou proibições atuais para as importações ou

exportações de REEE (adaptado de Li et al., 2013)..................................................................... 39

Figura 6: Entidades Intervenientes e suas Funções na Gestão dos REEE em Portugal

(Fonte: .................................................................................................................................................. 43

Figura 7: Limite do Sistema no Modelo de Operação de REEE. ................................................ 58

Figura 8: Deposição dos REEE de acordo com as Categorias de EEE. ................................... 59

Figura 9: Esquema Simplificado de uma Recolha de REEE com dois Fretes. ........................................ 62

Figura 10: Esquema Representativo da Etapa referente ao Armazenamento de REEE. ....................... 64

Figura 11: Funcionamento de uma UTV. ........................................................................................ 65

Figura 12: Quantidades Relativas das Categorias de EEE que são encaminhadas para

Valorização. ......................................................................................................................................... 67

Figura 13: Quantidades Relativas das Categorias de EEE que são encaminhadas para

Valorização. ......................................................................................................................................... 68

Figura 14: Fator de segurança, Volume Efetivo e ausência de Fator de Segurança no

Dimensionamento da Contentorização. .......................................................................................... 75

Figura 15: Tempos inerentes a uma Recolha, com um único Frete, na operação de Recolha

de REEE. ............................................................................................................................................. 78

Figura 16: Tipos de Combustíveis usados para cada tipo de veículo representado no Modelo

Integrado de Operação de REEE. ................................................................................................... 80

Figura 17: Produção de REEE de determinados produtores de uma área de intervenção. .. 83

Figura 18: Quantidade de REEE encaminhados para Valorização............................................ 84

Figura 19: Quantidade de REEE encaminhados para Valorização............................................ 85

Figura 20: Volume Efetivo de um Equipamento de Deposição de REEE. ................................ 88

Figura 21: Tempo Efetivo de Recolha para um Circuito com uma única Recolha e com dois

Fretes. .................................................................................................................................................. 92

Figura 22: Tempo Efetivo de Recolha para um Circuito com uma única Recolha e com dois

Fretes. .................................................................................................................................................. 92

Figura 23: Tempo Efetivo de Recolha para um Circuito com uma única Recolha e com dois

Fretes. .................................................................................................................................................. 93

Figura 24: Tempo de Não Recolha numa Recolha. ...................................................................... 94

Figura 25: Aplicação Informática MGEAS-R3E ........................................................................... 119

Figura 26:Folhas de Cálculo do MGEAS-R3E. ............................................................................ 120

Figura 27:Apresentação das Variáveis na aplicação informática MGEAS-R3E. ................... 121

Figura 28: Dados de Base e Variáveis de Cálculo na aplicação informática MGEAS-R3E. 121

Figura 29:Variáveis de BackOffice da aplicação informática MGEAS-R3E. ........................... 121

Figura 30: Variáveis de Formatação Condicional presentes na aplicação informática

MGEAS-R3E. .................................................................................................................................... 122

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Índice de Tabelas

Tabela 1: Planeamento e cronograma da presente dissertação. ................................................. 6

Tabela 2:Tipos de Resíduos. ............................................................................................................ 15

Tabela 3:Descrição das Categorias de EEE de acordo com o Decreto-Lei nº230/2004. ....... 16

Tabela 4:Objetivos Mínimos, por Categoria do anexo I (Categorias de EEE) da Diretiva

2012/19/UE, de Valorização, Reciclagem e Reutilização entre 13 de Agosto de 2012 até 14

de Agosto de 2018. ............................................................................................................................ 19

Tabela 5: Objetivos Mínimos, por Categoria do anexo III da Diretiva 2012/19/UE, de

Valorização, Reciclagem e Reutilização a partir de 15 de Agosto de 2018.............................. 19

Tabela 6:Categorias de EEE abrangidos pela Diretiva 2012/19/UE. ......................................... 20

Tabela 7:Principais Materiais encontrados nos REEE (Fonte: Cui e Forssberg, 2003). ........ 24

Tabela 8:Composição Material de 23 Tipos de REEE (Fonte: Oguchi et al., 2013). ............... 24

Tabela 9:Benefícios do Uso de Matérias-Primas Secundárias de Ferro e Aço (Fonte: Cui e

Forssberg, 2003). ............................................................................................................................... 26

Tabela 10:Taxas de Recolha, Recolha Total per capita, EEE inseridos per capita no

mercado e Taxas de Reciclagem e Reutilização baseada no Total Recolhido nos países da

UE-24 em 2008 (Adaptado de Fischer, 2012). .............................................................................. 36

Tabela 11:Relação Percentual entre Objetivos de Taxas de Valorização e Resultados

alcançados pela ERP Portugal e Amb3E para o período 2010-2011 (Adaptado de ERP,

2011; Amb3E, 2011, 2012). .............................................................................................................. 37

Tabela 12:Relação Percentual entre Objetivos de Taxas de Reutilização e Reciclagem e

Resultados alcançados pela ERP Portugal para 2010 e Amb3E para o período 2010 e 2011

(Adaptado de ERP Portugal, 2011; Amb3E, 2011, 2012). ........................................................... 37

Tabela 13:Fontes e Destinos referente aos movimentos transfronteiriços de REEE

(Adaptado de Li et al., 2013). ........................................................................................................... 38

Tabela 14:Taxa Anual de Registo de Produtores (Fonte: ANREEE, 2013b). ........................... 44

Tabela 15:Informações de Contexto presentes no Modelo de Operação de REEE. .............. 66

Tabela 16:Informações Ambientais pertencentes ao Modelo Integrado de Operação de

REEE. ................................................................................................................................................... 70

Tabela 17:Valores da Densidade do Combustível de acordo com o tipo de combustível. ..... 70

Tabela 18:Poder Calorífico Inferior de acordo com o tipo de combustível................................ 70

Tabela 19:Fator de Emissão de acordo com o tipo de combustível. ......................................... 71

Tabela 20:Fração Oxidável de Carbono de acordo com o tipo de combustível. ...................... 71

Tabela 21:Informações Económico-Financeiras referentes ao Modelo Integrado de

Operação de REEE. ........................................................................................................................... 72

Tabela 22:Informações Operacionais presentes no Modelo de Integrado de Operação de

REEE. ................................................................................................................................................... 74

Tabela 23:Variáveis de Cálculo de Carácter Operacional decorrentes do Modelo Integrado

de Operação de REEE. ..................................................................................................................... 82

Tabela 24:Variáveis de Cálculo de Carácter Económico do Modelo Integrado de Operação

de REEE. ........................................................................................................................................... 100

Tabela 25:Variáveis de Cálculo de Carácter Ambiental presente no Modelo Integrado de

Operação de REEE. ......................................................................................................................... 104

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Tabela 26: Indicadores de Desempenho Operacional do Modelo Integrado de Operação de

REEE. ................................................................................................................................................. 106

Tabela 27:Indicadores de Desempenho Económico presentes no Modelo Integrado de

Operação de REEE. ......................................................................................................................... 109

Tabela 28:Indicadores de Desempenho Ambiental existentes no Modelo Integrado de

Operação de REEE. ......................................................................................................................... 112

Tabela 29:Indicadores da Operação de Recolha presentes no Modelo de Operação de

REEE. ................................................................................................................................................. 113

Tabela 30:Indicadores de Produtividade do Modelo Integrado de Operação de REEE. ...... 116

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Índice de Gráficos

Gráfico 1:Distribuição dos Impactes Económicos ao longo da cadeia operacional dos REEE

(Adaptado de Ferreira, 2009). ..............................................................................................20

Gráfico 2:Distribuição dos impactes ambientais ao longo da cadeia operacional dos REEE

(Adaptado de Ferreira, 2009). ..............................................................................................21

Gráfico 3:Quantidades Relativas de Tipos de Plásticos identificados em 45 habitações (9

televisores e 36 monitores) (Adaptado de Schlummer et al., 2007). .....................................27

Gráfico 4:Quantidades de EEE inseridos no Mercado Português para o período 2006-2012

(Adaptado de ANREEE 2012; ANREEE 2012a; ANREEE, 2012b; ANREEE,2012c;

ANREEE, 2012d; ANREEE,2013e). .....................................................................................31

Gráfico 5:Variação do PIB, Consumo Privado, Quantidade de EEE inseridos no Mercado

Nacional e Número de Registos de Empresas para o período 2008-2011 (Adaptado de

ANREEE, 2012d). ................................................................................................................31

Gráfico 6:Quantidade de EEE inseridos no Mercado em Portugal para o período 2006-2012

(Adaptado de ANREEE 2012; ANREEE 2012a; ANREEE, 2012b; ANREEE,2012c;

ANREEE, 2012d; ANREE,2013e). .......................................................................................32

Gráfico 7:Distribuição de Unidades de EEE, por Categoria, em 2012 (Adaptado de ANREEE,

2013e). .................................................................................................................................33

Gráfico 8:Distribuição de Pesos de EEE, por Categoria, em 2012 (Adaptado de ANREEE,

2013e). .................................................................................................................................33

Gráfico 9:Estimativas da evolução na produção nacional de REEE para o período 2005-2011

(Adaptado de ERP, 2006; UNU, 2007). ................................................................................34

Gráfico 10:Evolução da Recolha de REEE em Portugal para o período 2006-2011 (Fonte:

Soares et al., 2012). .............................................................................................................36

Gráfico 11:Evolução do Número de Empresas registadas ao longo do ano de 2011

(Adaptado de ANREEE, 2012d). ..........................................................................................45

Gráfico 12:Evolução do Registo Anual para o período 2005-2012 (Adaptado de ANREEE,

2013e). .................................................................................................................................45

Gráfico 13:Estimativa dos Quantitativos Mínimos de cada Entidade Gestora tendo em conta

a estimativa nacional para a produção de REEE para o período 2006-2011 (Adaptado de

Abrantes, 2009). ...................................................................................................................48

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Lista de Abreviaturas

ABS – Acrilonitrilo-butadieno-estireno

Ag – Prata

Al – Alumínio

ANR – Autoridade Nacional de Resíduos

ANREEE – Autoridade Nacional para o Registo de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos

APA – Agência Portuguesa do Ambiente

ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica~

Au – Ouro

Ba – Bário

Be – Berílio

Cd – Cádmio

CO2 – Dióxido de Carbono

CPU – Central Processing Unit

Cr – Crómio

Cr2O3 – Óxido de Cromo (III)

CRT – Cathodic Ray Tube

Cu – Cobre

EEE – Equipamentos Elétricos e Eletrónicos

EM – Estado Membro

ERP – European Recycling Platform

EUA – Estados Unidos da América

EuP – Energy using Products

Fe – Ferro

Fe2O3 – Óxido de Ferro (III)

HIPS – Poliestireno de alto impacto

IGAOT – Inspeção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território

LCD – Liquid Crystal Display

LER – Lista Europeia de Resíduos

MTD – Melhor Técnica Disponível

OAU – Óleo Alimentar Usado

OCDE – Organisation for Economic Co-operation and Development

PA – Poliamidas

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PAA – Programa de Ação em Matéria de Ambiente

Pb – Chumbo

PBB – Bifenilos Polibromados

PBDD/F – Dioxinas/furanos dibenzo polibromados

PBDE – Éteres Difenílicos Polibromados

PC – Personal Computer

PC – policarbonetos

PCB – Bifenilos Policlorados

PCI – Placas de Circuito Interno

Pd – Paládio

PDP – Plasma Display Monitors

PEEK – Poli (éter éter cetona)

PEK – Polietercetona

PET – Poli (tereftalato de etino)

PIB – Produto Interno Bruto

PNGR – Plano Nacional de Gestão de Resíduos

PP – polipropileno

PPO – poli (p-óxido fenileno)

PS – poliestireno

PSU – Polisulfona

PU – poliuretano

RCD – Resíduos de Construção e Demolição

REEE – Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos

RoHS – Restriction of Certain Hazardous Substances

RU – Resíduos Urbanos

SAN – co polímeros de estireno-acrilonitrilo

Sb2O3 – Óxido de Antimónio (III)

Sd – Antimónio

SIGERU – Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos em Agricultura

SIGRE – Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens

SIGREEE – Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Equipamentos Elétricos e

Eletrónicos

SIGREM – Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens e Medicamentos

SIPAU – Sistema Integrado de Pilhas e Acumuladores Usados

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xxiii

SIRER – Sistema Integrado de Registo Eletrónico de Resíduos

SIRP – Sistema Integrado de Registo de Produtores

SIRPEEE – Sistema Integrado de Registo de Produtores de Equipamentos Elétricos e

Eletrónicos

SMAUT – Sistemas Municipais e Autarquias Aderentes

Sn – Estanho

TiO2 – Dióxido de Titânio

UE-27 – União Europeia a 27 Estados Membros

UNEP – United Nations Environment Programme

UNU – United Nations University

UTV – Unidade de Tratamento e Valorização

V – Volts

Zn – Zinco

ZnO – Óxido de Zinco

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xxv

Lista de Acrónimos

AI -Área de Intervenção km2

CC

-Consumo Médio de Combustível

l.100km-1

CCCirc

-Consumo de Combustível no Circuito de Recolha

km.circ-1

CCMaq

-Consumo Medio de Combustível da Maquinaria

l.100km-1

CEFlux -Consumo de Energia Elétrica por Fluxo kW.diaTr-1

CETotal -Consumo Total de Energia Elétrica kW

CEU Flux - Consumo Específico de Energia Elétrica kW.kg-1

Col -Número de Colaboradores col ContConv

-Número de Contentores Convertidos

cont

ContD

-Número de Contentores Dimensionados cont

ContEx

-Número de Contentores Existentes cont

ContPt Rec

-Número Médio de Contentores por Ponto de Recolha cont.pt rec-1

CustAd Viat

-Custos Adicionais das Viaturas €.ano-1

CustAd Maq -Custos Adicionais da Maquinaria €.ano-1

CustAdm

-Custos Administrativos

€.ano-1

CustAmort

-Custos de Amortização €.ano-1

CustC

-Custo Unitário de Combustível €.l-1

CustCC Circ

-Custo do Combustível Consumido no Circuito de Recolha €.circ-1

CustCE Flux

-Custo do Consumo de Energia Elétrica por Fluxo €.diaTr-1

CustTotal CE

-Custo Total do Consumo de Energia Elétrica €.diaTr-1

CustCol

-Custo Unitário de Mão-de-Obra €.h-1.col-1

CustElim Flux

-Custo de Eliminação por Fluxo €.diaTr-1

CustMan Inst

-Custo de Manutenção das Instalações €.ano-1

CustTotal Col

-Custo dos Colaboradores por Recolha €.rec-1

CustTotal Elim

-Custo Total de Eliminação €.diaTr-1

CustU E

-Custo Unitário da Energia Elétrica €.kW-1

CustU Elim

-Custo Unitário de Eliminação €.kg-1

DensC

-Densidade do Combustível t.l-1

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xxvi

DensProd

-Densidade dos Produtores prod.km-2

DescRec

-Número de Descargas por Recolha desc.rec-1

DiaSem

-Número de Dias existentes por semana dia.sem-1

DiaTr

-Número de Dias de Trabalho diaTr.sem-1

DistCirc

-Distância Percorrida por Circuito de Recolha km.circ-1

DistMaq

-Distância Percorrida pela Maquinaria km.diaTr-1

DRec

-Duração Máxima da Recolha min.rec-1

Dturn

-Duração do Turno h.diaTr-1

EmCo2

-Emissão de CO2 kgCO2.circ-1

FC (i)

-Fator de Conversão para o combustível do tipo i t.circ-1

FE (i)

-Fator de Emissão kgCO2.GJ-1

FOC

-Fração Oxidável de Carbono adimensional

FreqRec

-Frequência de Recolha circ.sem-1

i

-Tipo de Combustível adimensional

IndAdeq Cont

-Indicador de Adequação dos Contentores adimensional

IndBal Econ

-Indicador do Balanço Económico €.ano-1

IndCC

-Indicador do Consumo de Combustível l.t-1

IndCE

-Indicador do Consumo de Energia Elétrica kW.t-1

IndCol

-Indicador de Produtividade col.t-1

IndCust U

-Indicador do Custo Unitário €.t-1

IndDist Efet

-Indicador da Distância Efetiva km.t-1

IndDist Total

-Indicador da Distância Total km.t-1

IndGWP

-Indicador do Potencial de Efeito de Estufa kgCO2.t-1

IndL/P

-Indicador de Rentabilidade Económica adimensional

IndPr

-Indicador de Produtividade t.col-1.circ-1 ou t.col-1.diaTr-1

IndTER

-Indicador do Tempo Efetivo de Recolha h.t-1

IndTTotal

-Indicador de Tempo Total h.t-1

kgt

-Número de Quilogramas existentes numa tonelada kg.t-1

Minh

-Número de Minutos existentes numa hora min.h-1

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PCI(i)

-Poder Calorifico Inferior GJ.t-1

Prod

-Número de Produtores prod

PU

-Produção Unitária de REEE kg.prod-1.dia-1

QCat

-Quantidade de cada Categoria de Resíduos kg.dia-1

QCC Maq -Consumo de Combustível da Maquinaria l.diaTr-1 QComp

-Quantidade de cada Componente Valorizado por Fluxo

kg.diaTr-1

QFlux Dia

-Quantidade Valorizada por Fluxo

kg.dia-1

QFlux DiaTr

-Capacidade Processada kg.diaTr-1

QMat Ferr Flux -Quantidade de Material Ferroso Valorizado por Fluxo kg.diaTr-1 QMat N-Ferr

-Quantidade de cada Material Não Ferroso Valorizado por Fluxo

kg.diaTr-1

QMat N-Val Flux

-Quantidade de Material Não Valorizável por Fluxo kg.diaTr-1

QRec

-Quantidade a Recolher kg.dia-1

QTotal

-Quantidade Total de Resíduos kg.dia-1

QTotal Mat N-Val

-Quantidade Total de Material Não Valorizável kg.diaTr-1

QTotal Rec -Quantidade Total a Recolher kg.dia-1 QTotal Val

-Quantidade Total Valorizada

kg.dia-1

QVal

-Quantidade Valorizada de Resíduos

kg.dia-1

Rec

-Número de Recolhas rec

SemAno

-Número de Semanas existentes num Ano sem.ano-1

TCat

-Taxa por Categoria de REEE adimensional

TCat Flux

-Taxa de Categoria por Fluxo adimensional

TComp

-Taxa de Componentes adimensional

TD G-1ºPR

-Tempo entre a Garagem e o Primeiro Ponto de Recolha min.rec-1

TD LD-G

-Tempo entre o Local de Descarga e a Garagem min.rec-1

TD PR

-Tempo entre Pontos de Recolha min.pt rec-1

TD úCont-LD

-Tempo entre o Último Contentor da Recolha e o Local da Descarga

min.rec-1

TD úPR-LD v LD-1ºPR

-Tempo do Último Ponto de Recolha de um Frete ao Local de Descarga ou entre o Local de Descarga e o Primeiro Ponto de Recolha do seguinte Frete

min.fr-1

TDDesc Cont

-Tempo de Descarga dos Contentores min.cont-1

TDDesc Viat

-Tempo de Descarga da Viatura min.desc-1

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TDFlux

-Tempo de Processamento por Fluxo min.diaTr-1

TDFr

-Tempo por Frete min.fr-1

TDU Flux

-Tempo Unitário de Processamento min.kg-1

TDTotal

-Tempo Total do Processamento min.diaTr-1

TDTotal Circ

-Tempo Total Despendido min.circ-1

TEnch Cont - Taxa de Enchimento dos Contentores adimensional TEnch Viat

-Taxa de Enchimento da Viatura

adimensional

TER

-Tempo Efetivo de Recolha

min.circ-1

TEREnch Viat

-Tempo Efetivo de Recolha necessário de modo a Encher a Viatura de Recolha

min

TM

-Tempo Morto min.rec-1

TMat Ferr

-Taxa de Material Ferroso adimensional

TMat N-Ferr

-Taxa de Material Não Ferroso adimensional

TMat N-Val

-Taxa de Material Não Valorizável adimensional

TNRCirc

-Tempo de Não Recolha por Circuito de Recolha min.circ-1

TNRRec

-Tempo de Não Recolha por Recolha min.rec-1

TRCirc

-Tempo de Recolha por Circuito min.circ-1

TRec

-Taxa de Recolha de REEE adimensional

TRRec

-Tempo de Recolha por Recolha min.rec-1

TVal

-Taxa de Valorização de REEE adimensional

VAcum

-Volume Acumulado m3.dia-1

VECont D

-Capacidade Efetiva Estimada dos Contentores m3.cont-1

VECont Ex

-Capacidade Efetiva dos Contentores m3.cont-1

VelN-Rec

-Velocidade de Não Recolha km.h-1

VelRec

-Velocidade de Recolha km.h-1

VEViat

-Volume Efetivo da Viatura m3

VFR

-Volume por Frete m3.fr-1

VMComp

-Valor de Mercado de cada Componente €.kg-1

VMMat Ferr

-Valor de Mercado do Material Ferroso €.kg-1

VMMat N-Ferr

-Valor de Mercado de cada Material Não Ferroso €.kg-1

VRec -Volume a Recolher m3.circ-1

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VTECont Ex

-Capacidade Total Efetiva dos Contentores m3

VTotal Acum

-Volume Total Acumulado m3.dia-1

VU Cont D

-Capacidade Estimada dos Contentores m3.cont-1

VU Cont Ex

- Capacidade dos Contentores m3.cont-1

VVComp

-Proveito de cada Componente €.diaTr-1

VVMat Ferr Flux

-Proveito de Material Ferroso por Fluxo €.diaTr-1

VVMat N-Ferr Flux

-Proveito de Material Não Ferroso por Fluxo €.diaTr-1

VVTotal Comp

-Proveito dos Componentes €.diaTr-1

VVTotal Mat Ferr

-Proveito do Material Ferroso €.diaTr-1

VVTotal Mat N-Ferr

- Proveito do Material Não Ferroso €.diaTr-1

VViat -Capacidade da Viatura m3 VVMat N-Ferr

-Proveito de cada Material Não Ferroso

€.diaTr-1

ɣ

-Peso Específico kg.m-3

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1

1. Introdução

1.1. Enquadramento

Com o desenvolvimento económico e da economia social, alteraram-se os hábitos das

populações, com um crescimento acentuado no uso de EEE (Equipamentos Elétricos e

Eletrónicos) (Torretta et al., 2013; Yang et al., 2013).

Na verdade, este resíduo adquiriu uma grande importância nas últimas décadas, sendo que

o seu fluxo tem aumentado a um ritmo alarmante, especialmente nos países da OCDE

(Organisation for Economic Co-operation and Development), onde os mercados se encontram

saturados com enormes quantidades de bens elétricos e eletrónicos, mas também ao nível

global, onde por exemplo, as vendas destes equipamentos estão a aumentar de forma abrupta

nos países em desenvolvimento (Ongondo et al., 2011b; Widmer et al., 2005; Araújo et al.,

2012).

Esta situação agrava-se mais ainda, na medida em que o tempo médio de vida dos

dispositivos tem vindo a diminuir acentuadamente, favorecendo, a nível global, um aumento

de consumo de EEE.

Deste modo, os REEE (Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos) são o fluxo de

resíduos que mais tem crescido, representando 5% a nível mundial e 8% a nível europeu, de

todos os RU (Resíduos Urbanos). Estima-se que, futuramente, a taxa de produção de REEE

continue a aumentar, com uma taxa de crescimento três vezes superior à taxa de crescimento

dos RU (Gramatyka et al., 2007; Abu Bakar e Rahimifard, 2008; Ongondo et al., 2011b).

Atualmente, o esgotamento de recursos e a poluição são sérios problemas a nível mundial.

Os REEE são um dos fatores mais influentes no efeito destes problemas. As inúmeras

substâncias perigosas inerentes dos REEE poluem o ambiente (solo, ar, água) e causam

sérios efeitos na saúde humana, enquanto que o seu curto ciclo de vida causa um consumo

acelerado e uma “superprodução” contínua, fazendo com que a depleção de recursos

aumente (Robinson, 2009; Bereketli et al., 2011).

Recentemente este fluxo de resíduos tem recebido bastante atenção não só por ser uma fonte

de recursos secundários de recuperação de materiais como metais valiosos, mas também

pela sua natureza perigosa, sendo um alvo importante para a prevenção da poluição

ambiental (Oguchi et al., 2013).

Portanto, o aumento das quantidades e impactes ambientais dos REEE levaram à introdução

de políticas de gestão de REEE e legislação em todo o mundo (Ongondo et al., 2011b). Esta

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legislação sobre o tratamento de REEE incutiu aos produtores responsabilidades nos seus

próprios REEE, a fim de lidarem com essas preocupações (Bereketli et al., 2011).

Enquanto outros estão ainda muito aquém, vários países possuem estratégias propostas e

implementadas, com vista a lidar com os desafios deste fluxo de resíduos (Ongondo et al.,

2011b; Bereketli et al., 2011).

A falta de regulamentação nacional e/ou falta de execução da mesma promove o crescimento

de uma economia paralela e ilegal de exportação de REEE para países em desenvolvimento,

onde o seu custo de tratamento é bastante mais baixo. Geralmente, nestes países, os REEE

são incorretamente manuseados e tratados, provocando sérias consequências adversas na

saúde e no ambiente das áreas vizinhas. A maioria dos intervenientes neste setor não estão

cientes dos riscos, não conhecem as melhores práticas, ou não têm acesso a capital de

investimento para financiar melhorias rentáveis (Ongondo et al., 2011a; Ongondo et al.,

2011b; Widmer et al., 2005).

As Diretivas Comunitárias correspondentes à Diretiva 2002/95/CE e à Diretiva 2002/96/CE

foram transpostas para a legislação nacional, pelo Decreto-Lei nº230/2004, de 10 de

Dezembro, alterado pelos Decretos-Lei nº 174/2005, de 25 de Outubro, nº178/2006, de 5 de

Setembro, nº132/2010, de 17 de Dezembro e nº73/2011 que estabelece o regime jurídico a

que fica sujeita a gestão de REEE, atribuindo responsabilidades a quem está a colocar EEE

no território português e estipulando regras para o tratamento ambientalmente correto de

todos os EEE que chegam ao seu fim de vida.

No seguimento do sistema coletivo nacional, foram licenciadas duas entidades gestoras,

(Amb3E e a ERP (European Recycling Platform) Portugal) tendo em vista o desenvolvimento,

monitorização e gestão do percurso de fim de vida dos EEE.

Foi também estabelecida uma entidade de registo a nível nacional, a ANREEE (Autoridade

Nacional para o Registo de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos), com competência de

assegurar, organizar e manter o registo obrigatório de produtores de EEE, através do acesso

ao SIRPEEE (Sistema Integrado de Registo de Produtores de Equipamentos Elétricos e

Eletrónicos), bem como executar todas as atividades conexas, designadamente a

classificação de EEE, a verificação das respetivas quantidades, a prestação de informação às

entidades públicas e a informação ao público. Os produtores de EEE devem comunicar a esta

entidade, o tipo e a quantidade de EEE colocados no mercado, bem como o sistema de gestão

de resíduos a que aderiu (ANREEE, 2012d).

A APA (Agência Portuguesa do Ambiente), que atua como atual ANR (Autoridade Nacional

de Resíduos), tem a cargo as funções de propor, desenvolver e acompanhar a execução das

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3

estratégias de gestão de resíduos, e exercer as competências próprias de licenciamento das

operações de gestão de resíduos e das entidades gestoras de fluxos específicos de resíduos,

e de controlo operacional e administrativo das transferências de resíduos. (Carvalho, 2008;

Teixeira, 2004).

Por outro lado, a crise económica mundial, que afetou seriamente a economia nacional tem

posto em causa vários setores de atividade, incluindo o setor dos resíduos. Deste modo, é

necessária a implementação de metodologias que permitam ao setor sustentabilidade

económica.

No setor dos REEE, vários investigadores têm criado metodologias de modo a fazer face às

dificuldades, como por exemplo na criação de modelos que auxiliam no dimensionamento na

produção (Gamberini et al., 2009; Gamberini et al., 2010; Jain e Sareen, 2006; Yoshida et al.,

2009; Dwivedy e Mittal, 2010), no armazenamento (Gamberini et al., 2009; Gamberini et al.,

2010), no transporte (Machado et al., 2010; Achillas et al., 2012) ou na localização de

infraestruturas (Salema et al., 2008).

1.2. Relevância

Os resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos são referenciados como uma das fontes

de resíduos que mais tem crescido na Europa (Cui e Forssberg, 2003). São responsáveis por

este facto, a evolução das inovações tecnológicas e a expansão de mercado que continuam

a acelerar a substituição de equipamentos que conduz a um aumento significativo de REEE

(Bereketli et al., 2011).

Este fluxo de resíduos consiste numa ampla gama de dispositivos elétricos e eletrónicos, com

a agravante destes dispositivos possuírem uma enorme diversidade de materiais, que dificulta

a definição de uma composição generalizada do material contido para a totalidade deste fluxo

de resíduos e como resultado, a complexidade de gestão eficaz do mesmo (Rousis et al.,

2008; Mohabuth e Miles, 2005; Ongondo et al., 2011a; Martinho et al., 2012). Aliado a este

facto, os REEE podem ser reconsiderados como uma fonte secundária de materiais, mas

também contêm inúmeras substâncias tóxicas, pelo que é importante uma gestão adequada

dessas substâncias e desses materiais tanto no tratamento, reciclagem ou eliminação deste

fluxo de resíduos (Oguchi et al., 2013; Ongondo et al., 2011a; Widmer et al., 2005).

Segundo Rotter e Chancerel, citado por Oguchi et al. (2012), uma vez que as propriedades

dos diferentes tipos de REEE diferem, e a mistura de equipamentos em fim de vida é

altamente heterogénea, é perentório a separação de REEE por características específicas

com vista a otimizar os processos de recuperação de recursos. É simultaneamente útil na

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gestão de substâncias perigosas na reciclagem e tratamento de REEE, porque as

características tóxicas contidas nos materiais são também diferentes pelos tipos de REEE.

A nível mundial, cerca de 20 a 50 milhões de toneladas de REEE são descartadas

anualmente, com um crescimento de 3 a 5% por ano (Schwarzer et al., 2005, citado por

Ongondo et al., 2011b; Bereketli et al., 2011). Ao nível europeu, estima-se que, anualmente

são produzidos 6 a 9 milhões de toneladas de REEE, com um crescimento associado ao ano

de 3 a 5 % e um crescimento de 16 a 28% a cada 5 anos (Bereketli et al., 2011; Mostaghel e

Samuelsson, 2010; Ongondo et al., 2011a; Hischier et al., 2005).Segundo Lehtinen e Poikela

(2006), em 2015,a quantidade de deposição pode ser maior de 12 milhões de toneladas.

Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, a deposição em aterro dos REEE continua

a ser preocupante, sendo que apenas um terço dos REEE parecem ser recolhidos, tratados

e reciclados (Ongondo et al., 2011a,b).

O sistema integrado de gestão deste fluxo de resíduos apresenta potencialidades para ser um

sistema autossustentado. Para isso, este sistema necessita das melhores novas tecnologias

e implementação de metodologias inovadoras, e também de um amplo conhecimento do fluxo

de REEE. Deste modo, a presente dissertação apresenta um modelo integrado de gestão

apoiando a eficiência e eficácia dos sistemas de gestão integrada de REEE, bem como poderá

ser uma ferramenta de apoio à decisão, operação e monitorização dos sistemas.

1.3. Âmbito e Objetivos

Atendendo às atuais condições do sistema de gestão integrada de resíduos, depois de uma

análise exaustiva, tem-se verificado que este detém grandes potencialidades para se tornar

um sistema mais eficaz e ambientalmente sustentável. Neste contexto, o principal objetivo

deste trabalho visa o desenvolvimento de um Modelo Integrado de Gestão de REEE capaz

de auxiliar as principais entidades do setor (deposição, recolha, armazenamento, tratamento

e valorização). Trata-se de uma influente ferramenta de apoio à decisão capaz de otimizar e

monitorizar os sistemas de gestão integrada de REEE. As aplicações mais relevantes do

Modelo são: (1) dimensionamento da produção de REEE; (2) definição de metas e objetivos

de recolha; (3) avaliação de impactes ambientais (Gases com Efeito de Estufa); (4)

dimensionamento da capacidade de tratamento e valorização; (5) valorização económica dos

materiais valorizáveis (6) necessidade de eliminação em aterro (7) análise económica da

gestão operacional da recolha, armazenamento e tratamento e valorização de REEE.

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1.4. Abordagem Metodológica

A execução da dissertação foi estabelecida em 4 etapas (Figura 1).

Figura 1:Etapas do Trabalho

a) Etapa 1: Revisão Bibliográfica

A primeira etapa referente à revisão bibliográfica foi a mais longa, ocupando grande parte do

tempo na realização desta dissertação. Foi nesta fase que se procedeu à revisão da literatura,

entre os quais artigos científicos, dissertações de mestrado e plataformas informáticas, sobre

resíduos e concisamente sobre REEE (movimentos transfronteiriços, realidades de cada país

em relação aos principais países mundiais, materiais que compõe este fluxo de resíduos,

situação burocrática, etc.), bem como a realidade económica nacional ou a descrição do

sistema nacional de gestão de REEE.

b) Etapa 2: Inventariação de Fases e Processos em Centros de Receção e Unidades de

Tratamento e Valorização

Nesta fase incidiu-se na procura de exemplos práticos de etapas de sistemas de gestão de

REEE, nomeadamente na etapa de armazenamento valorização dos REEE. Nesta fase

procedeu-se a uma visita guiada por uma empresa que atua com este fluxo específico de

resíduos, e onde através da visualização dos processos, foi possível retirar informação

relevante a etapa seguinte, para a construção do Modelo.

c) Etapa 3: Construção do Modelo

É neste estágio que se procede à construção do Modelo Integrado de Operação de REEE,

com a definição clara de todos os constituintes do mesmo.

1.Revisão Bibligráfica

2.Inventariação de Fases e Processos

3.Construção do Modelo

4.Construção da Aplicação

Informática

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d) Etapa 4: Construção da Aplicação Informática

Nesta etapa, é construída a aplicação informática que agiliza o Modelo Integrado de Operação

de REEE.

1.5. Planeamento e Cronograma

No subcapítulo anterior foram definidas as várias etapas da metodologia inseridas nesta

dissertação, sendo que no presente subcapítulo pretende-se que se agrupe estas etapas de

forma temporal no cronograma relativo ao intervalo temporal em que se desenrolou a

elaboração desta dissertação de mestrado. O cronograma seguinte, presente na Tabela 1,

mostra as diferentes etapas e o intervalo de tempo investido em cada uma delas.

Tabela 1: Planeamento e cronograma da presente dissertação.

Etapas Meses

Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan

1.Revisão Bibliográfica

2.Inventariação de Processos

3.Construção do Modelo

4.Construção da Ferramenta de Gestão de REEE

5.Redação da dissertação

1.6. Estrutura da Dissertação

A dissertação assenta em 5 capítulos principais. O primeiro capítulo diz respeito à Introdução,

o segundo capítulo é referente à Revisão Literária, o terceiro capítulo aborda o Modelo

Integrado de Operação de REEE, o quarto capítulo incide sobre a Aplicação Informática, em

suporte Excel®, decorrente do Modelo construído e por fim no capítulo quinto são

apresentadas as Considerações Finais.

O capítulo 1 inclui os subcapítulos referentes ao enquadramento, conveniência, âmbito e

objetivos da dissertação, a abordagem metodológica, o planeamento e cronograma e por fim

a estrutura da dissertação.

O capítulo 2 integra a revisão da literatura, onde é apresentado o estado da arte ao nível do

fluxo específico dos REEE. Este capítulo divide-se em vários subcapítulos dos quais: evolução

das políticas sobre resíduos, gestão de resíduos (etapas da gestão de resíduos e hierarquia

da gestão de resíduos), caracterização de resíduos, produção e tipologia de resíduos, fluxos

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específicos de resíduos, equipamentos elétricos e eletrónicos (legislação em matéria de

REEE, composição material dos REEE, enquadramento macroeconómico português,

produção de EEE e REEE, recolha de REEE, gestão global de REEE, entidades

intervenientes no sistema de gestão de REEE e modelos de suporte à gestão de REEE

(configuração da rede logística, produção de REEE, armazenamento de REEE e transporte

de REEE).

O capítulo 3 é dedicado ao Modelo Integrado de Operação de REEE, onde se encontram

implícitos os subcapítulos âmbito, dados de base, pressupostos, elementos do Modelo

(recursos, produção, recolha, recolha de lâmpadas, armazenamento, tratamento e

valorização, indicadores) e Modelo proposto (dados de base, variáveis de cálculo e

indicadores de desempenho).

O capítulo 4 compreende a Aplicação Informática MGEAS-R3E, onde estão incluídos os

subcapítulos descrição, requisitos, arranque e potencialidades.

O quinto e último capítulo, o capítulo quinto, refere-se às considerações finais, onde se

encontram a síntese conclusiva, recomendações e principais limitações e por último

desenvolvimentos futuros do Modelo.

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2. Estado da Arte

Neste capítulo será descrito o estado da arte referente ao trabalho. Serão abordadas

temáticas da evolução das políticas, gestão, caracterização, produção e tipologia de resíduos,

EEE (composição material, produção, recolha, gestão global, enquadramento

macroeconómico, entidades intervenientes no sistema de gestão e por fim modelos de suporte

à gestão).

2.1. Evolução das Políticas sobre Resíduos

A política de ambiente tem vindo a evoluir nas últimas décadas na Europa e no Mundo perante

os ritmos de crescimento na produção de resíduos, muito devido à evolução tecnológica

correspondente à interação entre o homem e ambiente (Schlummer et al., 2007; PNGR,

2011).

De acordo com o PNGR (Plano Nacional de Gestão de Resíduos), a nível comunitário, é nos

anos 70 que ocorre o surgimento das preocupações ambientais. Foi na Cimeira de Paris, em

Julho de 1972, que os chefes de Estado e de Governo identificaram que, no quadro da

expansão económica e da melhoria da qualidade de vida, deveria ser atribuída uma atenção

especial ao ambiente. Assim, estava dado o primeiro sinal e o primeiro PAA (Programa de

Ação em matéria de Ambiente) da Comunidade Europeia para o período de 1973-76, que

abarcou uma referência aos princípios da precaução e do poluidor-pagador e destacou a

relevância da prevenção dos impactes ambientais na origem e a racionalização do uso dos

recursos naturais (ar, água).

Durante o segundo e terceiro PAA (1977-1986) o significado de controlo de poluição deu lugar

ao significado de prevenção da poluição, procurando modificar o foco programático das

políticas sobre resíduos. No entanto, não houve formalização desta alteração no

enquadramento legislativo europeu, durando as diretivas existentes sobretudo assentes na

filosofia de controlo de poluição, com base em proibições de substâncias e de restrições a

processos.

A entrada em vigor do Ato Único Europeu, em 1987, compôs a reforma decisiva para o

ambiente. A partir deste momento, as medidas comunitárias passaram a dispor de uma base

jurídica específica que define os objetivos e os princípios fundamentais da ação da

Comunidade Europeia em matéria de ambiente. Foi igualmente estabelecido que as

exigências em matéria de proteção do ambiente passariam a constituir uma componente das

outras políticas comunitárias.

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10

Em 1989, no decorrer do quarto PAA (1987-1992), modificou-se a política de resíduos da

altura, sendo que o controlo da poluição deu origem à prevenção da produção de resíduos.

O quarto PAA foi um quadro transitório entre as políticas da década de 70, concentradas nos

processos produtivos e no controlo da poluição e as políticas surgidas em torno da aceção de

desenvolvimento sustentável.

No quinto PAA, com duração entre 1993 e 2000, e no Tratado de Maastricht chegou-se a

acordo que o desenvolvimento sustentável se estabeleceu como um objetivo prioritário da

União Europeia. O quinto PAA apresentava uma visão integradora das diversas componentes

ambientais e a responsabilidade de gestão de resíduos passou a ter que ser partilhada por

vários agentes, inclusive pelos fabricantes de bens e produtos. Adotou-se o conceito de

responsabilidade alargada do produtor, com a imposição aos produtores da responsabilidade

pelos seus produtos no final do ciclo de vida e o cumprimento de determinadas metas e

normas ambientais na recolha, reciclagem e outras formas de valorização. Com esta mudança

no enquadramento foram definidos fluxos prioritários de resíduos, devidos às quantidades

e/ou perigosidade.

Com o sexto PAA, com durabilidade entre 2002 e 2010, a política de resíduos alterou-se

novamente, sendo que os resíduos passaram a ser vistos como saídas do sistema económico,

levando a que a sua gestão de resíduos seja parte integrada do ciclo socioeconómico dos

materiais.

A política de resíduos, ao longo do tempo, foi sendo alterada e cada vez mais estruturada,

resultado das necessidades globais de recursos, mas também das preocupações crescentes

com os resíduos. Passou-se então, de uma política de resíduos orientada apenas para os

processos para uma mesma política que abrange os sistemas.

O sistema incorpora diversos processos tais como a recolha, o armazenamento, o tratamento

ou a valorização. Estes processos são compostos por várias operações como a separação

manual, a separação eletromagnética ou a separação densimétrica. As interligações de

operações formam um processo e um conjunto de processos trata-se de um sistema.

2.2. Gestão de Resíduos

Segundo o Decreto-Lei nº73/2011, a gestão de resíduos “aplica-se às operações de gestão

de resíduos, compreendendo toda e qualquer operação de recolha, transporte, armazenagem,

triagem, tratamento, valorização e eliminação de resíduos, bem como às operações de

descontaminação de solos e à monitorização dos locais de deposição após o encerramento

das respetivas instalações”.

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A gestão de resíduos integra assim, diversos componentes, alguns descritos já anteriormente

na própria definição, bem como outros componentes tal como políticas, regulamentação e

legislação inerentes a este conceito ou até mesmo princípios da gestão de resíduos. Na Figura

2 estão ilustradas as várias componentes da gestão de resíduos.

Figura 2:Dimensões da Gestão de Resíduos (Fonte: PNGR, 2011).

2.2.1. Principais Etapas da Gestão de Resíduos

Os sistemas de gestão de resíduos são formados tendo em conta diversas etapas, sendo

elas comuns a todos os tipos de resíduos. As mais relevantes são as etapas da recolha,

valorização e eliminação.

Recolha

De acordo com o Decreto-Lei nº73/2011 a recolha é a “operação de apanha, seletiva ou

indiferenciada, de triagem e/ou mistura de resíduos com vista ao seu transporte.

Normalmente, é a etapa da gestão de resíduos que integra a deposição, a remoção e o

transporte”. Esta operação tem por base circuitos de recolha, previamente definidos e

delimitados. Esta operação de recolha é levada a cabo por equipas e equipamentos

adequados para esse fim.

Valorização

Conforme o Decreto-Lei nº73/2011, a valorização é a “operação de reaproveitamento de

resíduos, nomeadamente na utilização principal como combustível ou outros meios de

Gestão de Resíduos

Prevenção e Redução

Recolha

Transporte

Valorização

Eliminação

Políticas

Legislação

Regulação

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produção de energia, recuperação, reutilização ou reciclagem de resíduos; na recuperação

ou regeneração de solventes ou na reciclagem ou recuperação de compostos orgânicos que

não são utilizados como solventes, incluindo o seu carácter nocivo, devendo a gestão de

resíduos evitar também ou, pelo menos, reduzir o risco para a saúde humana e para o

ambiente causado pelos resíduos sem utilizar processos ou métodos suscetíveis de gerar

efeitos adversos sobre o ambiente, nomeadamente através da criação de perigos para a água,

o ar, o solo, a fauna e a flora, perturbações sonoras ou odoríficas ou de danos em quaisquer

locais de interesse e na paisagem”.

Eliminação

Segundo o Decreto-Lei nº73/2011, a eliminação é a “operação que visa dar um destino final

adequado aos resíduos nos termos previstos na legislação em vigor, nomeadamente nas

classes de i) a xv) do Artigo 2º, alínea j”. A eliminação de resíduos deve, portanto, ser a última

opção na gestão de resíduos.

Segundo Bereketli et al. (2011) os métodos de eliminação usualmente mais utilizados são a

deposição em aterro e a incineração. A incineração é um método mais caro, mas é um método

mais seguro quando comparado com a deposição em aterro. Os dois métodos abordados

podem ser utilizados como meio de geração de energia (Bereketli et al., 2011).

2.2.2. Hierarquia da Gestão de Resíduos

Na União Europeia, a hierarquia de gestão de resíduos (Figura 3) estabelecida impõe

prioridade no tratamento e valorização dos resíduos. Segundo esta hierarquia, os resíduos

são vistos como recursos e a primazia reside na sua redução. Quando esta não pode ser

minorada, dever-se-á favorecer a reutilização e só depois a reciclagem. A deposição de

resíduos em confinamento técnico deve ser evitada ao máximo e é considerado como a última

opção de tratamento de resíduos.

De acordo com o Decreto-Lei nº73/2011 a reutilização trata-se de “qualquer operação

mediante a qual produtos ou componentes que não sejam resíduos são utilizados novamente

para o mesmo fim para que foram concebidos”. A reciclagem, segundo o mesmo Decreto-lei,

define-se como “qualquer operação de valorização, incluindo o reprocessamento de materiais

orgânicos, através da qual os materiais constituintes dos resíduos são novamente

transformados em produtos, materiais ou substâncias para o seu fim original ou para outros

fins mas que não inclui a valorização energética nem o reprocessamento em materiais que

devam ser utilizados como combustível ou em operações de enchimento”.

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Figura 3:Hierarquia das Opções de Gestão de Resíduos (Fonte: LIPOR, 2009).

A redução de resíduos, inclui a redução da sua quantidade e se possível da sua perigosidade.

A redução da quantidade de resíduos pode ser feita: i) Eliminando os resíduos na fonte; ii)

Reduzindo os resíduos na fonte e iii) Reutilizando os produtos.

Além do princípio da prevenção e redução presente na hierarquia de gestão de resíduos,

existem outros princípios gerais bastante importantes na gestão de resíduos, como o princípio

da responsabilidade pela gestão, o princípio de equivalência e o princípio da autossuficiência,

descritos no Anexo I.

2.3. Caracterização de Resíduos

A aceção do conceito de “resíduo” é fundamental para o êxito do planeamento da gestão de

resíduos. No entanto, devido à diversidade de definições deste conceito, não subsiste uma

classificação singular e aceite a nível mundial (Teixeira, 2004).

De acordo com o PNGR, o conceito de resíduo advém desde 1975, descrito no direito

europeu, não tendo sofrido alterações importantes desde então.

No entanto, a Diretiva nº2008/98/CE de 19 de Setembro (nova Diretiva-Quadro) enquadra

novas ideologias, com o envolvimento de desclassificação da categoria de resíduo para certos

materiais, desde que estes cumpram com certos critérios específicos. Trata-se de um passo

importante para agilizar a reincorporação desses materiais no circuito económico,

aumentando a eficiência da utilização dos recursos naturais. Esta Diretiva veio elucidar a

definição de resíduo, de modo a revigorar a valorização dos resíduos e a sua utilização com

o objetivo de preservar os recursos naturais e aumentar o valor económico dos resíduos, com

a introdução de conceitos como subproduto e fim do estatuto de resíduo, de maneira a

aproximar a gestão dos materiais que se encontram no âmbito desses conceitos, da gestão

dos recursos materiais no sistema económico (PNGR, 2011).

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Em Portugal, a definição de resíduo que é válida neste momento está descrita no Decreto-Lei

nº73/2011, que caracteriza resíduo como “quaisquer substâncias ou objetos de que o detentor

se desfaz ou tem a intenção ou a obrigação de se desfazer”. No entanto, numa lógica de

utilização sustentável dos recursos, as substâncias ou objetos de que um detentor se pretenda

desfazer não devem igualmente considerar-se um resíduo automaticamente pois podem

constituir um recurso interessante para outra entidade. Neste contexto, o conceito de

subproduto presente na nova Diretiva-Quadro é importante, de forma a facilitar o

aproveitamento destes recursos, desde que se garanta que esse aproveitamento é realizado

em condições adequadas.

Observando o conceito legal de resíduo a nível nacional podemos identificar duas integrantes

relevantes no mesmo. A primeira recai no suporte da própria definição, ou seja, na

compreensão de que é estimado de resíduo. A segunda integrante diz respeito à classificação

dos resíduos particularmente através da LER (Lista Europeia de Resíduos), publicada na

portaria nº209/2004, de 3 de Março.

2.4. Produção e Tipologia de Resíduos

Os resíduos são gerados por diversas atividades, sejam elas de produção ou consumo, na

nossa sociedade e presentes em vários estados físicos (sólidos, gasosos e líquidos) (Ferreira,

2009). Estas atividades são alimentadas por recursos naturais, entrando no ciclo económico

para desempenhar uma determinada função ou serviço. Posteriormente, caso não sejam

reaproveitados, estes recursos regressam ao ambiente na forma de resíduos ou emissões.

Os resíduos podem estar dispostos a partir de diferentes abordagens (Tabela 2): i)

composição química, sendo que o conceito se aplica à existência ou não de degradação

orgânica; ii) origem do resíduo, sendo que o conceito advém do tipo de atividade económica;

produto, onde o conceito se aplica para resíduos que provém do mesmo tipo de produto, e

que é independente da sua origem e iii) características físicas e químicas, sendo que os

resíduos são diferenciados pelas suas propriedades.

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Tabela 2:Tipos de Resíduos.

Tipo de Resíduo Tipo de Resíduo

Composição Química

Orgânicos

Características Físicas e Químicas

Resíduos Perigosos

Inorgânicos Resíduos Não Perigosos

Produto

Embalagens Resíduos Inertes

Óleos Minerais Usados Resíduos Líquidos

REEE Resíduos Sólidos

Veículos em Fim de Vida

Origem do Resíduo

Resíduos Biodegradáveis

Resíduos de Construção e Demolição

Resíduos Agrícolas

Óleos Alimentares Usados

Resíduos Industriais

Resíduos Biodegradáveis

Resíduos Hospitalares

Resíduos Urbanos e Equiparados

2.5. Fluxos Específicos de Resíduos

Os fluxos de resíduos, descritos no Decreto-Lei nº73/2011, são o “tipo de produtos de uma

categoria de resíduos, transversal a todas as origens, nomeadamente embalagens,

eletrodomésticos, pilhas, acumuladores, pneus ou solventes”.

A gestão destes fluxos de resíduos é assegurada por sistemas individuais do consignação ou

por sistemas integrados de gestão de resíduos, que definem os procedimentos de gestão de

deposição, recolha e tratamento com o objetivo de se obterem benefícios ambientais,

otimização económica e aceitação social (Teixeira, 2004).

O financiamento deste fluxo de resíduos é assegurado pelos produtores, embaladores e

importadores ao garantirem a contrapartida por cada produto colocado no mercado, em

função do seu peso e material. Trata-se de um valor, designado Ecovalor, que procura cobrir

os custos de recolha e/ou classificação de resíduos, excluindo os custos da recolha

indiferenciada e da eliminação para aterro (Teixeira, 2004).

Existem vários fluxos específicos de resíduos entre eles as Embalagens, Pneus Usados,

Pilhas e Acumuladores Usados, VFV, Óleos Minerais Usados, OAU (Óleos Alimentares

Usados), RCD (Resíduos de Construção e Demolição) e REEE. No Anexo II encontra-se de

forma detalhada cada fluxo específico de resíduos, à exceção dos REEE, que são definidos

abaixo, com devido destaque.

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2.6. Equipamentos Elétricos e Eletrónicos

De acordo com o disposto na Diretiva 2002/95/CE, de 27 de Janeiro de 2003 e no Decreto-

Lei nº230/2004, de 10 de Dezembro de 2004, do artigo 3º, alínea a), os EEE são os

“equipamentos cujo funcionamento adequado depende de correntes elétricas ou campos

eletromagnéticos, bem como os equipamentos para geração, transferência e medição dessas

correntes e campos pertencentes às categorias definidas no anexo I A da Diretiva 2002/96/CE

(REEE) ou no anexo I do Decreto-Lei nº230/2004 e destinados a utilização com uma tensão

nominal não superior a 1000V para corrente alterna e 1500V para corrente contínua”.

Os REEE encontram-se classificados na LER, descrito na Portaria nº209/2004, de 3 de Março,

nomeadamente no capítulo 16, correspondente aos resíduos não especificados em outros

capítulos desta lista mais concretamente no capítulo 16 e subcapítulo 02 (código 16 02),

referente aos resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos. Adicionalmente, os REEE

podem ser classificados nesta portaria, no capítulo 20 e subcapítulo 01 (resíduos de frações

recolhidas seletivamente) através dos códigos 20 01 21 (*) referente a lâmpadas fluorescentes

e outros resíduos contendo mercúrio; 20 01 23 (*) alusivo a equipamentos fora de uso

contendo clorofluorcarbonetos; 20 01 35 (*) relativo aos equipamentos elétricos e eletrónicos

fora de uso não abrangidos pelos códigos 20 01 21, 20 01 23 e por fim 20 01 36, respeitante

aos equipamentos elétricos e eletrónicos fora de uso não abrangidos em 20 01 21, 20 01 23

ou 20 01 35. No Anexo III encontram-se descritos os capítulos 16 e 20 do código LER, onde

estão classificados os REEE.

Os equipamentos pertencentes à definição de EEE estão dispostos em dez grandes

categorias (Tabela 3), segundo o anexo I do Decreto-Lei nº230/2004. Em anexo está presente

uma lista pormenorizada dos produtos inseridos em cada categoria de EEE (Anexo IV).

Tabela 3:Descrição das Categorias de EEE de acordo com o Decreto-Lei nº230/2004.

Categorias de EEE Descrição

1 Grandes Eletrodomésticos

2 Pequenos Eletrodomésticos

3 Equipamentos Informáticos e de Telecomunicações

4 Equipamentos de Consumo

5 Equipamentos de Iluminação

6 Ferramentas Elétricas e Eletrónicas (com exceção de ferramentas industriais fixas de grandes dimensões)

7 Brinquedos e Equipamento de Desporto e Lazer

8 Aparelhos médicos (com exceção de todos os produtos implantados e infetados)

9 Instrumentos de Monitorização e Controlo

10 Distribuidores Automáticos

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Os REEE, segundo o Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro, do artigo 3º, alínea b),

são os “EEE que constituam um resíduo na aceção da alínea a) do artigo 3º do Decreto-Lei

nº239/97, de 9 de Setembro, incluindo todos os componentes, subconjuntos e materiais

consumíveis que fazem parte integrante do equipamento no momento em que este é

descartado”.

De facto, a definição de REEE é de tão vasta abrangência, que se pode incluir, para além dos

produtos em fim de vida, os produtos danificados, avariados e em fim de utilização (Barroso

e Machado, 2005).

2.6.1. Legislação em Matéria de REEE

A UE desde cedo tem presente a necessidade da criação de medidas em relação a este fluxo

específico de resíduos. A Diretiva 75/442/CEE do Conselho, de 15 de Julho de 1975, é um

bom exemplo disso que previu que havia condições para o estabelecimento, a partir de

diretivas específicas, regras para os casos especiais ou em complemento das previstas na

Diretiva 75/442/CEE quanto à gestão de determinadas categorias de resíduos. Em 1996, o

Parlamento Europeu solicitou à Comissão que apresentasse propostas de diretivas relativas

a vários fluxos de resíduos prioritários, incluindo os REEE. Em Junho de 2000, foi publicada

a Diretiva COD 2000/0158, relativa aos REEE e a Diretiva 2000/0159, referente à restrição do

uso de determinadas substâncias perigosas em EEE (Carvalho, 2008). Em 2003, são

publicadas as Diretivas 2002/95/CE (Diretiva RoHS (Restriction of Certain Hazardous

Substances)) do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Janeiro, relativa ao uso de

determinadas substâncias perigosas em EEE e a Diretiva 2002/96/CE (Diretiva REEE) do

Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Janeiro, alusiva aos REEE.

Diretiva REEE

A Diretiva 2002/96/CE foi reformulada dando origem à Diretiva 2012/19/UE do Parlamento

Europeu e do Conselho, de 4 de Julho. Os objetivos da política ambiental da União são, em

especial, a preservação, proteção e melhoria da qualidade do ambiente, a proteção da saúde

humana e a utilização prudente e racional dos recursos naturais. Esta política baseia-se no

princípio da precaução e nos princípios da ação preventiva, da correção, prioritariamente na

fonte, dos danos causados ao ambiente e do poluidor-pagador.

Ao prever a responsabilidade do produtor, a diretiva incentiva a conceção e fabrico dos EEE

que facilitem a reparação, a eventual atualização, reutilização, desmontagem e reciclagem

dos REEE.

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A presente Diretiva inclui os EEE utilizados pelos consumidores, mas também os EEE

utilizados a nível profissional. É incluído nesta mesma Diretiva encontram-se requisitos de

conceção ecológica que facilitam a reutilização, o desmantelamento e a valorização dos

REEE.

A recolha seletiva é uma condição prévia para assegurar um tratamento e reciclagem dos

REEE que é necessária para atingir o nível desejado de proteção da saúde humana e do

Ambiente da UE. O símbolo que indica a recolha seletiva de EEE é constituído por um

contentor de lixo barrado com uma cruz. O símbolo deve ser impresso de forma visível, legível

e indelével (Figura 4).

Figura 4: Símbolo para marcação dos EEE.

Por outro lado, a Diretiva tem o objetivo de evitar as transferências indesejadas de EEE que

não funcionem para países em desenvolvimento.

O tratamento dos REEE, segundo a Diretiva, deverá ser específico para este fluxo específico

de resíduos, com a finalidade de evitar a dispersão de poluentes no material reciclado ou no

fluxo de resíduos. Os estabelecimentos ou empresas que efetuem operações de recolha,

reciclagem ou tratamento deverão cumprir normas mínimas para prevenir os impactes

negativos associados ao tratamento de REEE. Deverão se utilizar as MTD (Melhores Técnicas

Disponíveis) de tratamento, valorização e reciclagem, desde que se assegurem a proteção da

saúde humana e uma elevada proteção do ambiente.

A recolha, o armazenamento, o transporte, o tratamento e a reciclagem de REEE deverão ser

realizados de acordo com uma abordagem orientada para a proteção do ambiente e da saúde

humana e a preservação das matérias-primas. Em complemento, deverão ter por objetivo a

reciclagem de recursos valiosos contidos nos EEE com vista a assegurar um melhor

fornecimento de mercadorias na UE.

A Diretiva apresenta os objetivos mínimos de valorização e reciclagem bem como metas de

valorização e reciclagem (Tabela 4, Tabela 5 e Tabela 6). Para facilitar a gestão, e em especial

o tratamento e a valorização ou reciclagem dos REEE, é importante que os produtores

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forneçam informações sobre a identificação dos componentes e materiais presentes neste

tipo de resíduos.

Tabela 4:Objetivos Mínimos, por Categoria do anexo I (Categorias de EEE) da Diretiva 2012/19/UE, de Valorização, Reciclagem e Reutilização entre 13 de Agosto de 2012 até 14 de Agosto de 2018.

Tabela 5: Objetivos Mínimos, por Categoria do anexo III da Diretiva 2012/19/UE, de Valorização, Reciclagem e Reutilização a partir de 15 de Agosto de 2018.

Categorias Valorização Reciclagem e Reutilização

1 85% 80%

2 80% 70%

3 --- 80% devem ser reciclados

4 85% 80%

5 75% 55%

6 75% 55%

Os objetivos definidos na Tabela 5 retratam uma diferente categorização dos resíduos. Na

Tabela 6 são definidos os equipamentos pertencentes à categoria apresentada na tabela

anterior.

Categorias

Entre 13 de Agosto de 2012 e

14 de Agosto de 2015

Entre 15 de Agosto de 2015 e

14 de Agosto de 2018

Valorização Reciclagem Valorização Reciclagem e Reutilização

1 80% 75% 85% 80%

2 70% 50% 75% 55%

3 75% 65% 80% 70%

4 75% 65% 80% 70%

5 70% 50% 75% 55%

6 70% 50% 75% 55%

7 70% 50% 75% 55%

8 70% 50% 75% 55%

9 70% 50% 75% 55%

10 80% 75% 85% 80%

Lâmpadas de descarga de gás

--- 80% --- 80% devem ser reciclados

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Tabela 6:Categorias de EEE abrangidos pela Diretiva 2012/19/UE.

Categorias

1 Equipamentos de regulação de temperatura.

2 Ecrãs, monitores e equipamentos com ecrãs de superfície superior a 100m2.

3 Lâmpadas.

4

Equipamentos de grandes dimensões (com qualquer dimensão externa superior a 50 cm), incluindo, mas não limitados a: Eletrodomésticos; equipamentos informáticos e de telecomunicações; equipamentos de consumo; aparelhos de iluminação; equipamento para reproduzir sons ou imagens, equipamento musical; ferramentas elétricas e eletrónicas; brinquedos e equipamento de desporto e lazer; dispositivos médicos; instrumentos de monitorização e controlo; distribuidores automáticos; equipamento para geração de corrente elétrica. Não se incluem nesta categoria os equipamentos abrangidos pelas categorias 1 a 3.

5

Equipamentos de pequenas dimensões (com nenhuma dimensão externa superior a 50 cm), incluindo, mas não limitados a: Eletrodomésticos; equipamentos de consumo; aparelhos de iluminação; equipamento para reproduzir sons ou imagens, equipamento musical; ferramentas elétricas e eletrónicas; brinquedos e equipamento de desporto e lazer; dispositivos médicos; instrumentos de monitorização e controlo; distribuidores automáticos; equipamento para geração de corrente elétrica. Não se incluem nesta categoria os equipamentos abrangidos pelas categorias 1 a 3 e 6.

6 Equipamentos informáticos e de telecomunicações de pequenas dimensões (com nenhuma dimensão externa superior a 50 cm).

Os EM (Estados Membros) deverão prever sanções efetivas, proporcionadas e dissuasivas a

aplicar às pessoas singulares e coletivas responsáveis pela gestão de resíduos que infrinjam

o disposto na presente Diretiva. Para o acompanhamento da concretização dos objetivos da

presente diretiva são necessárias informações sobre o peso dos EEE colocados no mercado

na UE e sobre as taxas de recolha, preparação para a reutilização, incluindo, na medida do

possível, a preparação para a reutilização de aparelhos inteiros, a valorização ou a reciclagem

e a exportação de REEE recolhidos nos termos da presente Diretiva.

Os processos de valorização têm um grande impacto positivo em relação dos impactes

económicos e ambientais. O Gráfico 1 mostra a distribuição dos impactes económicos das

diferentes etapas do sistema de gestão de REEE.

Gráfico 1:Distribuição dos Impactes Económicos ao longo da cadeia operacional dos REEE (Adaptado de Ferreira, 2009).

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O Gráfico 1 indica que o impacte económico dos processos de valorização tem influencia

positiva no sistema de gestão de REEE. Por outro lado, todas as outras etapas do sistema

acarretam despesas à entidade gestora, mas a etapa que mais influência negativa tem é a

etapa de fragmentação, triagem, desmantelamento e pré-tratamento, seguida da recolha e

transporte.

O Gráfico 2 mostra a distribuição dos impactes ambientais das diferentes etapas do sistema

integrado de REEE.

Gráfico 2:Distribuição dos impactes ambientais ao longo da cadeia operacional dos REEE (Adaptado de Ferreira, 2009).

O Gráfico 2 denota que os processos de reciclagem e os processos de valorização são etapas

que têm influência positiva no sistema de gestão de REEE, com a etapa de valorização a ser

a etapa que mais influencia positivamente o sistema. Por outro lado, as etapas que afetam

negativamente o sistema de gestão de REEE são as etapas de recolha e transporte, emissões

antes e durante o pré-tratamento e a as etapas de incineração e aterro.

Diretiva RoHS

A Diretiva 2002/95/CE, de 27 de Janeiro (Diretiva RoHS) promulgada pela Diretiva

2011/65/UE visa reduzir o impacte ambiental dos EEE quando atingem o fim de vida útil. Para

isso, a Diretiva estabelece regras em relação à restrição da utilização de substâncias

perigosas em EEE, tendo em vista contribuir para a proteção da saúde humana e do ambiente,

incluindo uma valorização e uma eliminação, ecologicamente corretas, dos REEE.

As medidas previstas na presente Diretiva deverão ter em conta as orientações e

recomendações internacionais existentes e deverão basear-se na avaliação da informação

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científica e técnica disponível. Estas medidas são necessárias para atingir o nível escolhido

de proteção da saúde humana e do ambiente, tendo em conta o princípio da precaução,

ponderados os riscos que poderiam decorrer para a União Europeia da não adoção de

quaisquer medidas. No Anexo V estão presentes os equipamentos a que não se aplica esta

Diretiva.

Diretiva EuP

A Diretiva EuP (Energy using Products) ou Diretiva 2009/125/CE, de 6 de Julho, é referente à

criação de um quadro que define os requisitos de conceção ecológica dos produtos que

consomem energia. Esta Diretiva altera a Diretiva 2005/32/CE do Parlamento Europeu e do

Conselho e tem como objeto assegurar o livre movimento desses produtos no mercado interno

da UE.

Os produtos dependentes de energia representam uma grande proporção no consumo de

recursos naturais e de energia. Eles também têm inúmeros impactes ambientais. Para a

grande maioria de categorias de produtos disponíveis no mercado da Comunidade Europeia,

diferentes graus de impacte ambiental podem-se assinalar ainda que forneçam performances

similares. Tendo em vista o desenvolvimento sustentável, a melhoria contínua do impacte no

meio ambiente desses produtos deve ser incentivado, nomeadamente pela identificação das

principais fontes de impactes ambientais negativos e evitar a transferência de poluição,

quando essa melhoria não implica custos excessivos.

A conceção ecológica dos produtos é um fator crucial na Estratégia Comunitária na Política

Integrada do Produto. Como uma abordagem preventiva, que visa a otimização da

performance ambiental dos produtos, mantendo as suas qualidades funcionais, apresentando

novas oportunidades para os fabricantes, consumidores e sociedade como um todo.

Transposição das Diretivas Comunitárias

Anteriormente à publicação das Diretivas Comunitárias relativas aos REEE (Diretiva nº

2002/95/CE e 2002/96/CE), vigorava em Portugal o Decreto-Lei nº 20/2002, de 30 de Janeiro,

o qual estabeleceu um conjunto de regras de gestão de REEE primordiais mas que, na prática,

não surtiram grande aplicabilidade (Carvalho, 2008).

A publicação das Diretivas europeias, nomeadamente a Diretiva 2002/95/CE e 2002/96/CE,

tiveram de ser transpostas para a legislação nacional dos EM da UE, e Portugal não foi

exceção. Portugal criou o Decreto-Lei nº230/2004, de 10 de Janeiro, incluindo ambas as

diretivas europeias descritas acima. Este decreto veio assim substituir o anterior Decreto-Lei

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nº 20/2002. O Anexo VI demonstra a transposição e implementação dos requisitos da Diretiva

REEE 2002/96/CE no Decreto-Lei nº230/2004.

O Decreto-Lei nº230/2004 já foi revisto várias vezes, dando lugar ao Decretos-Lei nº174/2005,

de 25 de Outubro, Decreto-Lei nº178/2006, de 5 de Setembro, Decreto-Lei nº132/2010, de 17

de Dezembro e por fim o Decreto-Lei nº73/2011, de 17 de Junho.

O Decreto-Lei nº132/2010 reforça o dever de informação dos produtores sobre os REEE, na

medida em que estabelece o dever de registo das quantidades de REEE, dos respetivos

componentes, materiais e substâncias que entrem ou saiam de tratamento ou que entrem em

valorização ou reciclagem. Com este reforço do sistema de informação e reporte potencia-se

uma gestão dos REEE mais consciente e rigorosa. Além disso, esclarece-se que os

produtores que forneçam EEE através de venda por comunicação à distância, também estão

abrangidos pelo regime previsto no Decreto-Lei nº 230/2004. A fim de maximizar os benefícios

ambientais a partir de um design melhorado, pode ser necessário informar os consumidores

sobre as características e performance ambientais do produtos dependentes de energia e

para aconselhar como utilizar os produtos de uma forma amiga do ambiente.

2.6.2. Composição Material dos REEE

Os REEE são um fluxo de resíduos compostos por uma ampla gama de equipamentos

altamente complexos, devido à sua elevada diversidade de materiais e substâncias, mas

também componentes de uma grande panóplia de formas e tamanhos (Cui e Forssberg, 2003;

Barroso e Machado, 2005; Abu Bakar e Rahimifard, 2008; Martinho et al., 2012; Oguchi,

2013). As características dos REEE dificultam a estimativa dos materiais incluídos neste fluxo

de resíduos, o que traz consigo dificuldades na gestão eficaz deste fluxo de resíduos,

nomeadamente para os formuladores de políticas e empresas de gestão de resíduos (Widmer

et al., 2005; Ongondo et al., 2011a; Araújo et al., 2012). Para contrariar esse obstáculo, os

REEE devem ser separados por características específicas (Chancerel e Rotter, 2008, citado

por Oguchi et al., 2013). Do mesmo modo, a separação também é útil para a gestão de

substâncias perigosas na reciclagem e tratamento de REEE, devido ao facto das

características contidas nos materiais tóxicos serem diferentes pelos tipos de REEE (Oguchi

et al., 2013).

Os REEE são compostos por materiais como plásticos, metais ferrosos, metais não-ferrosos

(incluindo metais valiosos), PCI (Placas de Circuito Interno), vidros, madeira, borracha,

resíduos de papel, betão, cerâmica ou até óleos (ETCRWM, 2008). Além disso, este fluxo é

conhecido pelo seu alto teor em substâncias tóxicas, sendo que segundo Widmer e

colaboradores (2005), os REEE possuem mais de 1000 substâncias diferentes. Segundo este

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mesmo autor, e são várias as estimativas, a fração que engloba o grupo dos metais nos REEE

é superior a 60%, enquanto que a taxa de poluentes compreende-se em 2,7%. A tabela

seguinte mostra também uma estimativa dos principais materiais presentes nos REEE.

Tabela 7:Principais Materiais encontrados nos REEE (Fonte: Cui e Forssberg, 2003).

Materiais Quantidade Percentual (%)

Metais ferrosos 38

Metais não ferrosos 28

Plásticos 19

Vidro 4

Madeira 1

Outros 10

Uma outra estimativa realizada por Oguchi e colaboradores (2013) é apresentada, na Tabela

8, onde são exibidos 23 tipos de REEE com a respetiva composição material.

Tabela 8:Composição Material de 23 Tipos de REEE (Fonte: Oguchi et al., 2013).

Tipo de Equipamento

Fração em peso dos materiais (%)

Material Ferroso

Material Alumínio

Material Cabo de Cobre

Plástico

PCI

Vidro CRT

Painel Vidro

Funil Vidro

Frigorífico 47,6 1,3 3,4 43,7 0,5 --- ---

Máquina de Lavar 51,7 2,0 3,1 35,3 1,7 --- ---

Ar Condicionado 45,9 9,3 17,8 17,7 2,7 --- ---

TV CRT 12,7 0,1 3,9 17,9 8,7 23,2 12,5

TV PDP 33,6 15,1 1,2 10,1 7,8 --- ---

TV LCD 43,0 3,8 0,8 31,8 11,6 --- ---

PC Desktop 47,2 --- 0,9 2,8 9,4 --- ---

PC Notebook 19,5 2,4 1,0 25,8 13,7 --- ---

VCR 52,6 4,5 2,0 24,1 15,8 --- ---

Leitores/Gravadores DVD 62,5 --- 3,6 15,3 14,0 --- ---

Sistema de Som 41,4 1,7 1,7 18,9 11,1 --- ---

Gravador de Cassetes 35,1 0,5 3,2 46,9 10,4 --- ---

Fax 33,3 1,7 6,1 49,1 12,2 --- ---

Telefone --- --- 10,3 53,2 12,6 --- ---

Impressora 35,5 0,2 3,2 45,8 7,4 --- ---

Telemóvel 0,8 --- 0,3 37,6 30,3 --- ---

Máquina Fotográfica Digital 5,2 4,3 0,3 31,8 20,2 --- ---

Máquina de Filmar 5,0 --- 2,9 29,0 17,7 --- ---

Leitor Portátil Minidisc 16,1 6,5 3,0 26,3 15,7 --- ---

Vídeo Jogo 19,9 2,3 1,6 47,8 20,6 --- ---

Leitor de CD Portátil 0,8 --- 0,4 72,3 10,1 --- ---

Micro-ondas 71,9 0,4 4,0 6,5 4,7 --- ---

Panela Elétrica 47,8 2,2 3,0 37,0 2,0 --- ---

Metais

Os metais contidos nos REEE são os materiais mais comuns e que representam maior peso

total neste fluxo específico de resíduos. Estão incluídos nos metais dos REEE o alumínio,

prata, arsénio, ouro, boro, bário, berílio, bismuto, cádmio, cálcio, cério, cobalto, crómio, césio,

európio, ferro, gálio, germânio, háfnio, índio, irídio, potássio, lantânio, lítio, magnésio,

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manganês, molibdénio, sódio, nióbio, neodímio, níquel, chumbo, paládio, platina, rubídio,

ródio, ruténio, antimónio, escândio, selénio, silício, estanho, estrôncio, tantálio, telúrio, titânio,

tálio, vanádio, tungsténio, ítrio, zinco e zircónio e ligas metálicas como bronze ou aço (Oguchi

et al., 2012; Menad et al., 2013; Bigum et al., 2012; Wäger et al., 2011). Os materiais valiosos

nos REEE, normalmente fornecem incentivo à reciclagem, incluem metais como Cu (cobre) e

metais preciosos como prata, ouro ou paládio, sendo que o último ocorre em concentrações

dez vezes superiores em PCI que em minerais comercialmente vindos de minas (Betts, 2008).

Oguchi e colaboradores (2013) estudaram as concentrações de metais nas placas de circuito

impresso de 24 tipos de REEE (Anexo VII).

Por exemplo, uma máquina de lavar loiça contém aproximadamente um quilograma de cobre,

equivalente entre dois a três pontos percentuais do peso total do equipamento, sendo que

comparativamente para uma mina de cobre o conteúdo de cobre do minério é em média de

0,3 pontos percentuais (Minde e Liljeholm, 2005, citado por Luttropp e Johansson, 2010).

Espera-se ainda que os preços dos metais aumentem até 15% anualmente devido ao

aumento da procura, aumento da escassez na oferta e número de fornecedores limitado

(Government Gazzette, 2011). Sendo assim, é importante e vantajoso a recuperação dos

metais dos REEE, isto porque quando tais recursos não são recuperados, as matérias-primas

têm de ser extraídas e transformadas para criar novos produtos, resultando numa perda

significativa de recursos e danos ambientais inerentes à extração do minério, manufatura,

transporte e uso de energia (Cui e Forssberg, 2003; Bains et al., 2006, citado por Ongondo et

al., 2011a; Bohr, 2007 citado por Ongondo et al., 2011a). Cui e Forssberg (2003) traduzem e

quantificam algumas vantagens com o uso de matérias-primas secundárias de ferro e aço

(Tabela 9).

Para o sucesso da gestão dos REEE, é importante uma recuperação completa dos metais

ferromagnéticos, metais não ferrosos, metais preciosos e não metálicos, por meio de

separação mecânica e podem ser aplicáveis a nível económico e tecnológico (Menad et al.,

2013). A recuperação destes metais a partir dos REEE tornou-se um negócio rentável,

resultando num comércio global e transfronteiriço deste fluxo de resíduos (Widmer et al.,

2005). A maioria das perdas que ocorrem na recuperação dos metais é no pré-tratamento,

sugerindo que, se o pré-tratamento possa ser melhorado levando a uma redução da perda de

metais preciosos, o tratamento geral e a recuperação de metais a partir dos REEE pode ser

ainda mais atraente a partir do ponto de vista dos recursos e provavelmente também de um

ponto de vista ambiental (Bigum et al., 2012).

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Tabela 9:Benefícios do Uso de Matérias-Primas Secundárias de Ferro e Aço (Fonte: Cui e Forssberg, 2003).

Plásticos

Os plásticos de engenharia são uma classe de materiais poliméricos que exibem excelentes

propriedades mecânicas e térmicas, numa vasta gama de condições. Devido às suas

características únicas, como elevada resistência ao calor, resistência mecânica, rigidez,

estabilidade química e retardante de chama, estes polímeros têm muitas aplicações nos EEE.

Como resultado, é gerado um grande volume deste tipo de material a cada ano a partir da

deposição de equipamentos deste tipo de mercado. Os REEE podem ser classificados em

mais de 15 tipos diferentes de polímeros incluindo ABS (Acrilonitrilo-butadieno-estireno), PC

(Policarbonetos), PA (Poliamidas), PP (Polipropileno), PET (Poli (tereftalato de etino)), HIPS

(Poliestireno de alto impacto), PS (Poliestireno), SAN (Co polímeros de estireno-acrilonitrilo),

poliésteres, PU (Poliuretano), misturas de policarbonato (PC/ABS) e as misturas de

HIPS/PPO (Poli (p-óxido fenileno)) bem como alguns materiais mais recentemente

desenvolvidos como PSU (Polisulfona), PEK (Polietercetona), PEEK (Poli (éter éter cetona))

e poliimidas (Tarantili et al., 2010; Vilaplana e Karlsson, 2008 citado por Martinho et al., 2012).

Junto com esta significativa variedade de materiais, muitos dos aditivos (tanto orgânicos como

inorgânicos), também são adicionados aos plásticos, os quais são muitas vezes perigosos e

que são capazes de alterar as propriedades dos materiais como a cor, o ponto de fusão,

inflamabilidade e densidade, ou para fins legais (conceção ou de custos). Estes aditivos

podem ser pigmentos (por exemplo: TiO2 (dióxido de titânio), ZnO (Óxido de Zinco), Cr2O3

(Óxido de Cromo (III)), Fe2O3 (Óxido de Ferro (III)), Cd (cádmio)), retardadores de chama

(muitas vezes bromados orgânicos combinados com Sb2O3 (Óxido de Antimónio (III)) ou PCB

(Bifenilos Policlorados)) e vários estabilizantes ou plastificantes (por exemplo: compostos de

Ba (bário), Cd, Pb (chumbo), Sn (estanho) e Zn (zinco) ou PCB’s) (Dimitrakakis et al.,2009;

Erikson e Kaley, 2011; Schlummer et al., 2007). Os aditivos para escurecer a cor são

contaminantes comuns nestes plásticos quando usados em televisões CRT (Cathodic Ray

Tube) e em pequenos REEE. Estes aditivos podem tornar difícil a identificação dos plásticos,

juntamente com a identificação do polímero em falta e marcas de identificação dos retardantes

Benefícios Quantidade Percentual (%)

Poupanças de energia 74

Poupanças no uso de materiais virgens 90

Redução da poluição do ar 86

Redução no uso da água 40

Redução na poluição da água 76

Redução nos resíduos de extração de minério 97

Redução em resíduos gerados de consumo 105

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de chama. Estas desvantagens contribuem para a ineficiência do desmantelamento manual

de REEE, que é típico do processo de reciclagem em Portugal (Martinho et al., 2012).

Na maioria dos casos após terminar a vida útil dos EEE, os resíduos de plásticos ainda

apresentam boas propriedades. Os REEE contêm aproximadamente 18% de plásticos,

principalmente PC, ABS, misturas de policarbonato, HIPS e PP (Vilaplana et al., 2009).

Os polímeros à base de estireno cobrem aproximadamente metade dos plásticos presentes

nos REEE (GRS Batterien 2001,2002 citado em Salhofer e Tesar, 2011). Por exemplo, para

os pequenos REEE, os polímeros predominantes são ABS, PP e PS (Martinho et al., 2012).

Os aparelhos de REEE com maiores quantidades de plásticos são REEE de pequenas

dimensões e impressoras; Os CPU (Central Processing Unit) e grandes aparelhos de

refrigeração não contêm mais de 10% de plástico (Martinho et al., 2012).

No que se refere à variedade de polímeros, os aparelhos maiores, os monitores CRT e os

televisores CRT têm o menor número de diferentes polímeros, com até dez tipos diferentes,

enquanto que para outros aparelhos, o número de diferentes polímeros pode ser superior a

treze. No caso dos pequenos REEE, o número atinge vinte e um tipos diferentes de plásticos,

mas cerca de 14% de tais polímeros não foram identificados. Para aparelhos de refrigeração,

a presença de plástico é notória nos acessórios (6%), que são removidos manualmente

(Martinho et al., 2012). Vários estudos têm sido realizados com vista à quantificação deste

fluxo de materiais. Por exemplo, Schlummer e os restantes investigadores (2007) realizaram

um estudo às percentagens de cada tipo de plásticos em 45 habitações (Gráfico 3).

Gráfico 3:Quantidades Relativas de Tipos de Plásticos identificados em 45 habitações (9 televisores e 36 monitores) (Adaptado de Schlummer et al., 2007).

A reciclagem de plásticos nos REEE é um grande desafio, principalmente por duas razões.

Em primeiro lugar, a mistura de REEE contém mais de 15 diferentes tipos de polímeros e

coloca a economia de qualquer reciclagem de material em questão (Menad et al., 1998;

PPO/PS

ABS/PC

ABS/PVC

HIPS/BFR livre

HIPS/BFR

ABS/BFR

ABS/BFR livre

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Vilaplana e Karlsson, 2008 citado por Martinho et al., 2012). Em segundo lugar, a presença

de retardantes de chama bromados, incluindo PBDE (Éteres Difenílicos Polibromados) e PBB

(Bifenilos Polibromados) (Richter et al., 1997; Menad et al., 1998; Riess et al., 2000; Vehlow

et al., 2000), que podem causar sérios impactes ambientais, em especial na formação de

substâncias carcinogénicas como PBDD/F (Dioxinas/furanos dibenzo polibromados), durante

o processo de tratamento desses plásticos. Tem sido proposta a pirólise como uma via de

processamento para reciclagem dos compostos orgânicos nos plásticos de REEE em

matérias-primas combustíveis e substâncias químicas (Yang et al., 2013).

O conhecimento do recurso plástico é vital para um país sem recursos petroquímicos nas

suas indústrias, permitindo a promoção de reciclagem e recuperação, e do seu mercado

(Martinho et al., 2012). Os plásticos com maior potencial de reciclagem seriam o PS e o

PC/ABS segundo Martinho et al. (2012). Deste modo, para maximizar o valor dos plásticos

em REEE é necessário uma maior separação com técnicas de separação avançadas (Menad

et al., 2013).

Vidro CRT

O cálculo da composição média dos REEE descartados em 2005, mostra que os CRT

originários dos televisores representam 13,3% e de monitores CRT representam 8,3% (UNU,

2007). Da quantidade calculada de CRT recolhidos e tratados em 2005 nos países da UE-27

(União Europeia a 27 Estados Membros) é de 35% para monitores de CRT e 30% para

televisores CRT (UNU,2007). Estima-se que na China, a cada ano, cerca de 6 milhões de

televisores e 10 milhões de computadores são descartados (Xu et al., 2012). A substituição

de monitores CRT por equipamentos LCD (Liquid Crystal Display) e PDP (Plasma Display

Monitors) causam um rápido aumento no número de equipamentos a serem considerados

como resíduos (Mostaghel e Samuelsson, 2010; Xu et al., 2012).

Os vidros CRT representam dois terços do peso de um televisor ou monitor de computador,

que é composto por 85% de vidro (Andreola et al., 2005, 2007b).

A utilização do vidro CRT em fim de vida é um pouco problemática devido ao facto dos CTR

normalmente serem feitos de diversos componentes de vidros divididos em 4 tipologias (vidro

ou painel, cone ou funil, gargalo ou junção). Cada tipo de vidro possui propriedades e

composições químicas distintas (Andreola et al., 2005). O vidro de painel é um vidro composto

por bário e estrôncio; o vidro funil, é um vidro de chumbo; o vidro de junção é um vidro de

esmalte com baixa temperatura de fusão e o vidro gargalo ou cone é um vidro extremamente

rico em chumbo, mas também possuidor de outros elementos perigosos (Andreola et al.,

2007a, 2008; Méar et al., 2006). Estudos têm revelado que os vidros funil e de gargalo são

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resíduos perigosos, enquanto que os resíduos de vidro de painel têm baixa toxicidade (Jang

e Townsend, 2003; Musson et al., 2006). Por estas razões, o vidro CRT partido e misturado

não pode ser reciclado como casco de vidro, na produção de vidro industrial (Andreola et al.,

2008).

Nos países escandinavos a reciclagem de vidros de televisores é bastante elevada. Segundo

ICER (2004), existem 5 aplicações com potencial de uso, para usar quantidades significativas

de vidro como: i) Tijolos e telhas; ii) Fluxo na fabricação de tijolo e/ou cerâmica; iii) Espuma

de vidro para isolamento; iv) Fabricação de novos vidros CRT e v) Material fluidificante na

fundição de metal.

As operações de fundição de cobre e chumbo, de acordo com a operação prática, necessitam

de uma grande quantidade de sílica. Assim, os vidros descartados podem potencialmente ser

usados para substituir a sílica (UNU, 2007).

2.6.3. Enquadramento Macroeconómico Português

As projeções mais recentes, para a economia portuguesa mostram uma recuperação

comedida da atividade no período 2014-2015, após uma contração acumulada de

aproximadamente 6 por cento no período 2011-2013, no contexto do processo de correção

dos desequilíbrios macroeconómicos acumulados ao longo das últimas décadas (Banco de

Portugal, 2013).

Na realidade, Portugal enfrentou em 2012 um dos períodos mais difíceis, em termos

económicos, da sua história recente. Também o setor dos Equipamentos Elétricos e

Eletrónicos refletiu a diminuição verificada nos bens de consumo, com uma redução de três

milhões no número de novas unidades colocadas no mercado e reportadas pelos utentes (-

12% face a 2011). A redução drástica nas vendas de equipamentos, associada a um aumento

dos circuitos paralelos na recolha de REEE, também se traduziu numa forte redução do

volume e qualidade dos equipamentos recolhidos (Amb3E, 2013).

A projeção 2014-2015 prevê então que deverá ocorrer neste período condições para o

financiamento da economia. A projeção apresenta também uma progressiva recuperação na

procura interna, sendo que este fator irá ser definido de acordo com o comportamento em

relação ao consumo público e ao consumo privado ou seja, irão depender do processo de

consolidação orçamental, desalavancagem do setor privado e a manutenção de condições

desfavoráveis no mercado de trabalho (Banco de Portugal, 2013).

Importa referir que as exportações têm desempenhado um papel crucial no ajustamento da

economia portuguesa, apesar do crescimento relativamente limitado da atividade económica

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mundial observado no período 2011-2013. Ao longo do horizonte de projeção (2013-2015)

prevê-se um aumento dos excedentes da balança corrente e de capital, o que constitui uma

das características mais marcantes do processo de ajustamento da economia portuguesa

(Banco de Portugal, 2013).

Em comparação com anteriores edições do Boletim Económico as atuais projeções implicam

uma revisão em alta do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e uma alteração da sua

composição, que traduz agora um maior contributo da procura interna e um menor contributo

das exportações líquidas. Esta evolução reflete, em larga medida, o impacto da incorporação

da informação mais recente, que aponta para um crescimento superior ao anteriormente

projetado em relação ao consumo privado e das importações na segunda metade de 2013. A

revisão em alta da projeção para o crescimento do PIB em 2014 reflete os efeitos dinâmicos

da revisão no segundo semestre de 2013, bem como o impacto da atualização das hipóteses

de finanças públicas, a qual tem implicações quantitativamente menores do que o

precedentemente assumido para a evolução do rendimento disponível e do consumo público

(Banco de Portugal, 2013).

2.6.4. Produção de EEE e REEE

A produção mundial de REEE é de cerca de 40 milhões de toneladas por ano. Em 1998, na

Europa foram produzidos 6 de milhões de toneladas de REEE (Comissão Europeia, 2000),

sendo que em 2002 foram produzidos 7,3 milhões de toneladas de REEE (Abu Bakar e

Rahimifard, 2008) e em 2005, as estimativas indicam que foram produzidos na UE-27 entre

8,3 e 9,1 milhões de toneladas (Mostaghel e Samuelsson, 2010).

A tendência da produção deste tipo de resíduos é de continuar a aumentar, devendo aumentar

anualmente 3 a 5 pontos percentuais, sendo que esta taxa de crescimento é cerca de três

vezes superior à taxa de crescimento dos RU (Comissão Europeia, 2000; Ylä-Mella et al.,

2004; IPTS, 2006; Abu Bakar e Rahimifard, 2008; Barroso e Machado, 2005). Em anexo

(Anexo VII) está descrito uma previsão dos REEE produzidos para o período 2005-2020, para

os países da UE-27.

Nos últimos anos a área da gestão de resíduos que tem mais crescido tem sido a reciclagem.

Também em Portugal se tem verificado esta tendência, tendo aumentado o número de

unidades industriais e o investimento em equipamentos mais sofisticados de tratamento e

valorização (Amb3E, 2011).

No Gráfico 4 encontra-se explícito a evolução das quantidades de EEE inseridos no mercado

entre 2006 a 2011.

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Gráfico 4:Quantidades de EEE inseridos no Mercado Português para o período 2006-2012 (Adaptado de ANREEE 2012; ANREEE 2012a; ANREEE, 2012b; ANREEE,2012c; ANREEE, 2012d; ANREEE,2013e).

Em Portugal, assistiu-se a um crescente aumento das unidades de EEE inseridas no

mercado até 2010, sendo que em 2011 houve um ligeiro decréscimo, que poderá ser

explicado pelo clima económico que se tem vivido nos últimos anos. O Gráfico 5 apresenta

a variação do PIB, a variação do consumo privado, a variação da quantidade dos EEE e a

variação no número de registos de empresas. Todas estas variáveis económicas podem

são a razão, como vimos no ponto anterior, para o aumento da taxa de desemprego e

diminuição do índice de confiança dos consumidores, que podem levar à diminuição do

consumo dos EEE.

Gráfico 5:Variação do PIB, Consumo Privado, Quantidade de EEE inseridos no Mercado Nacional e Número de Registos de Empresas para o período 2008-2011 (Adaptado de ANREEE, 2012d).

Entre o período 2008 e 2011, houve uma tendência decrescente da variação do PIB e do

Consumo Privado e por consequência, diretamente ou indiretamente, houve também um

decréscimo na quantidade de EEE aliado a um decréscimo da variação do número de

registos de empresas para o mesmo período de tempo.

0

20000000

40000000

60000000

80000000

Un

ida

de

s

Anos

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

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32

O gráfico subjacente mostra a evolução dos valores de mercado português de EEE em

relação ao peso dos equipamentos inseridos no mercado entre 2006 e 2011.

Gráfico 6:Quantidade de EEE inseridos no Mercado em Portugal para o período 2006-2012 (Adaptado de ANREEE 2012; ANREEE 2012a; ANREEE, 2012b; ANREEE,2012c; ANREEE, 2012d; ANREE,2013e).

O Gráfico 6 mostra a existência abrupta de aumento no peso dos equipamentos postos no

mercado entre 2006 e 2007. A partir de 2007, o peso dos EEE foram diminuindo

ligeiramente até 2010. No período 2010-2011, o decréscimo do peso dos EEE também foi

observado, mas em maior proporção.

O aumento no peso dos EEE para o período 2006-2007 é coincidente com o aumento que

se verificou também no aumento de unidades de EEE inseridas no mercado. Para o período

2007-2010, e mais uma vez cruzando os dados do Gráfico 5 e o Gráfico 6, apesar do peso

dos equipamentos ter diminuído ligeiramente neste período de tempo, curiosamente o

número de unidades colocadas no mercado em período análogo aumentou

significativamente. Este decréscimo no peso dos EEE colocados no mercado para este

período de tempo estará relacionado com a melhoria da relação tecnológica em relação à

diminuição do tamanho e por conseguinte do peso dos equipamentos. Para o período

2010-2012, ambos os Gráficos (5 e 6) traduzem um decréscimo significativo, que poderá

resultar da conjuntura económica, que terá influenciado o consumo deste tipo de

equipamentos.

O Gráfico 7 mostra a distribuição de unidades em 2012 em relação às diferentes categorias.

0,00

50000,00

100000,00

150000,00

200000,00

Ma

ss

a (

t)

Anos

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

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33

Gráfico 7:Distribuição de Unidades de EEE, por Categoria, em 2012 (Adaptado de ANREEE, 2013e).

O Gráfico 7 mostra que as Categorias de EEE onde são descartados mais equipamentos

são as Categorias 3, referente aos Equipamentos Informáticos e de Telecomunicações e

Categoria 5 referente aos Equipamentos de Iluminação. As Categorias de EEE onde foram

descartadas menos unidades são a Categorias 10, referente aos Aparelhos Médicos, e a

Categoria 8 referente aos Distribuidores Automáticos.

O Gráfico 8 expõe a distribuição de pesos dos EEE, em 2012, referente às diferentes

categorias de EEE.

Gráfico 8:Distribuição de Pesos de EEE, por Categoria, em 2012 (Adaptado de ANREEE, 2013e).

A categoria com maior representatividade em relação ao peso dos EEE é a Categoria 1,

referente aos Grandes Eletrodomésticos, mantendo o observado em anos anteriores

(ANREEE, 2013e). Por outro lado, a categoria com menor representatividade em relação

à massa dos EEE é a categoria 9, referente aos Instrumentos de Monitorização e Controlo.

630389

730022

454179

2808008

889153

17925603

6661503

19707131

5997344

2370356

0 10000000 20000000 30000000

Categoria 10

Categoria 9

Categoria 8

Categoria 7

Categoria 6

Categoria 5

Categoria 4

Categoria 3

Categoria 2

Categoria 1

Unidades de EEE

Ca

teg

ori

as

de

EE

E

1644,93

588,46

643,23

1606,86

4296,98

6337,03

11336,86

11630,37

9099,9969816,7

0 20000 40000 60000 80000

Categoria 10

Categoria 9

Categoria 8

Categoria 7

Categoria 6

Categoria 5

Categoria 4

Categoria 3

Categoria 2

Categoria 1

Massa (t)

Cate

go

ria

s d

e E

EE

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34

Relativamente à produção de REEE em Portugal, não existe muita informação disponível.

A previsão dos REEE é complicada isto porque não existe uma relação direta entre as

quantidades de EEE colocadas no mercado e os REEE descartados. A razão prende-se a

variabilidade do tempo de vida útil dos EEE, entre categorias e modelos de equipamentos.

Porém existem algumas estimativas que podem traduzir, de certa forma, a evolução da

produção nacional de REEE. No Gráfico 9 estão definidas duas estimativas que traduzem

a evolução da produção de REEE em Portugal.

Gráfico 9:Estimativas da evolução na produção nacional de REEE para o período 2005-2011 (Adaptado de ERP, 2006; UNU, 2007).

O Gráfico 9 mostra que a estimativa realizada pela UNU (United Nations University) possui

valores superiores do que a estimativa concretizada a nível nacional até 2009. Com a

regressão quadrática pode-se visualizar que a estimativa nacional ultrapassa a estimativa

da UNU. Isto acontece porque o crescimento da estimativa nacional é muito mais

acentuado do que a estimativa da UNU.

2.6.5. Recolha de REEE

Em 2008, a recolha per capita de REEE em Portugal foi de 3,9kg.hab-1.ano-1 (Arditi, 2012)

e a produção per capita associada a este tipo de resíduos, no mesmo ano, foi de

aproximadamente 16,3kg.hab-1.ano-1, sendo que apenas sensivelmente 24% da

quantidade inserida no mercado foi recolhida (Tabela 10). Na mesma tabela também se

pode verificar que do total de resíduos recolhidos em 2008, 84,75% dos resíduos recolhidos

foram tratados ou reutilizados, denotando o grande esforço de valorização no território

português. Os países da UE com maiores taxas de recolha de REEE são efetivamente a

Suécia, a Noruega e Reino Unido, com valores associados de 62,73%, 55,57% e 50,65%

respetivamente. A Suécia e a Dinamarca são os países com maiores valores de recolha,

y = 93759e0,0559x

R² = 0,9452

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

140000

160000

180000

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Ma

ss

a (

t)

Anos

EstimativaUNU

EstimativaNacional

Expon.(EstimativaNacional)

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35

com 14,8kg.hab-1.ano-1 e 13,9kg.hab-1.ano-1 respetivamente. A tabela salienta também que

os países que mais reutilizam e reciclam em função do total recolhido são a Dinamarca, a

Eslováquia e Portugal, com montantes associados de 90,37%, 85,42% e 84,75%,

respetivamente.

No ano 2010, a recolha per capita de REEE em Portugal aumentou significativamente,

quando comparado com 2008, com um valor associado de 4,4kg.hab-1.ano-1 (Eurostat,

2012), sendo que a produção destes equipamentos no ano 2010 ficou-se pelos 15,5kg.hab-

1.ano-1. Associando a produção e recolha pode-se concluir que o volume de resíduos da

recolha representa 28,3% do volume de resíduos introduzidos no mercado. Pode-se

observar que os países com maiores taxas de recolha em 2010 são efetivamente a

Noruega e a Suécia, com valores a rondar os 16kg.hab-1.ano-1. Por outro lado, os países

com menor desempenho a este nível para o mesmo ano são a Estónia e a Letónia com

taxas de recolha inferiores a 2kg.hab-1.ano-1 (metade do valor estipulado pela Diretiva

Europeia).

Na verdade, o desenvolvimento económico altera os hábitos da população, tanto em

termos do uso de EEE, bem como do tempo de vida útil desses mesmos equipamentos.

Portanto, o esforço de recolha de REEE depende também da situação económica de um

país (Torretta et al., 2013).

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36

Tabela 10:Taxas de Recolha, Recolha Total per capita, EEE inseridos per capita no mercado e Taxas de Reciclagem e Reutilização baseada no Total Recolhido nos países da UE-24 em 2008

(Adaptado de Fischer, 2012).

País

Taxa de

Recolha

de REEE

(%)

Recolha Total

de REEE per

capita (kg)

EEE inseridos

no Mercado per

capita (kg)

Taxa de Reciclagem

e Reutilização de

REEE baseada no

Total Recolhido (%)

Suécia 62,73 15,98 25,48 84,42

Noruega 55,57 24,17 43,49 78,34

Reino Unido 50,65 11,18 22,08 49,78

Dinamarca 47,81 14,18 29,65 90,37

Áustria 43,55 8,99 20,64 79,70

Irlanda 43,61 11,39 26,11 78,52

Espanha 38,16 6,54 17,13 79,80

Alemanha 36,83 8,44 22,91 80,56

Luxemburgo 36,14 8,77 24,27 81,09

Finlândia 33,60 10,31 30,68 82,42

Hungria 33,23 4,47 13,45 82,02

Eslováquia 31,96 3,59 11,23 85,42

Bélgica 30,20 8,35 27,66 77,02

Lituânia 27,67 3,50 12,66 61,78

Portugal 23,72 3,88 16,37 84,75

Letónia 22,97 2,87 12,49 69,70

Grécia 22,41 4,20 18,76 82,82

República Checa 21,66 4,36 20,14 75,66

França 18,03 4,70 26,09 75,88

Estónia 17,48 4,60 26,30 81,42

Itália 13,90 3,25 23,35 N/A

Chipre 13,42 3,04 22,63 N/A

Polónia 10,00 1,48 14,80 39,23

Roménia 8,94 1,01 11,34 25,29

A recolha de REEE é uma etapa importante na gestão integrada deste tipo de resíduos.

Uma melhoria quantitativa e qualitativa nesta etapa da gestão deste fluxo específico de

resíduos permite que o produto final, ou seja, o material valorizado, seja obtido em maior

quantidade, aumentando assim a eficácia no sistema de gestão de REEE. O Gráfico 10

mostra as quantidades recolhidas de REEE, em Portugal entre 2006 e 2011.

Gráfico 10:Evolução da Recolha de REEE em Portugal para o período 2006-2011 (Fonte: Soares et al., 2012).

4 206

29 500

41 44645 179 46 600

56 120

0

10 000

20 000

30 000

40 000

50 000

60 000

2006 2007 2008 2009 2010 2011

Ma

ss

a (

t)

Anos

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37

De acordo com o Gráfico 10 é possível verificar um esforço significativo na recolha de

REEE nos últimos anos. Apesar de não existir uma relação direta entre consumo de

EEE e produção de REEE, pode-se constatar que Portugal tem aumentado a quantidade

na recolha, que pode ser explicada pelo maior número de REEE a possivelmente a

serem descartados, mas também pode ser explicado por um maior esforço na própria

deposição e recolha por parte dos utilizadores e entidades gestoras, respetivamente.

As entidades gestoras inseriram nos seus relatórios de atividades as taxas de

reutilização, reciclagem e valorização. A Tabela 11 mostra as taxas de valorização para

o período 2010 e 2011 das entidades gestoras a atuar em Portugal e a Tabela 12 mostra

as taxas de reutilização e reciclagem para o mesmo período de tempo e para as mesmas

entidades gestoras.

Tabela 11:Relação Percentual entre Objetivos de Taxas de Valorização e Resultados alcançados pela ERP Portugal e Amb3E para o período 2010-2011 (Adaptado de ERP, 2011; Amb3E, 2011,

2012).

Categorias Objetivos

Legais

Resultados ERP

Portugal 2010

Resultados

Amb3E 2010

Resultados

Amb3E 2011

1 ≥80% 83,07% 83,3% 83,1%

2 ≥70% 90,25% 95,6% 96,1%

3 ≥75% 90,27% 92,6% 93,7%

4 ≥75% 90,28% 90,3% 91,6%

5 ≥70% 96,83% 97,0% 98,8%

Lâmpadas de descarga de gás

--- 99,1% 99,7%

6 ≥70% 90,25% 96,4% 96,1%

7 ≥70% 90,25% 95,9% 96,1%

8 --- --- 92,3% 94,1%

9 ≥70% 90,25% 96,8% 96,1%

10 ≥80% 90,25% 92,3% 90,3%

Tabela 12:Relação Percentual entre Objetivos de Taxas de Reutilização e Reciclagem e Resultados alcançados pela ERP Portugal para 2010 e Amb3E para o período 2010 e 2011 (Adaptado de ERP

Portugal, 2011; Amb3E, 2011, 2012).

Categorias

Legais

Objetivos

Legais

Resultados ERP

Portugal 2010

Resultados

Amb3E 2010

Resultados

Amb3E 2011

1 ≥75% 79,88% 80,5% 80,9%

2 ≥50% 90,25% 95,5% 95,8%

3 ≥50% 89,92% 92,1% 93,5%

4 ≥65% 89,58% 90,3% 91,5%

5 ≥50% 96,83% 97,0% 98,8%

Lâmpadas de descarga de gás

≥80% --- 99,1% 99,7%

6 ≥50% 90,25% 96,2% 95,8%

7 ≥50% 90,25% 95,7% 95,8%

8 --- --- 92,1% 92,4%

9 ≥50% 90,25% 96,4% 95,8%

10 ≥75% 90,25% 90,5% 85,6%

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38

Os valores obtidos pelas entidades gestoras de REEE ultrapassam as metas impostas

pela legislação europeia, cumprindo assim os objetivos impostos. É importante referir

que a ausência dos resultados do ano 2011 da ERP Portugal deve-se ao facto destes

valores não terem sido ainda disponibilizados e documentados.

2.6.6. Gestão Global de REEE

Este subcapítulo irá apresentar a gestão de REEE de alguns países de diferentes

regiões do globo nomeadamente ao nível das tendências de consumo de EEE,

quantidades de REEE gerados, práticas de recolha e tratamento e políticas e legislação

específica para os REEE.

Se considerarmos a gestão dos REEE, podemos verificar os diferentes graus de

desenvolvimento de diferentes países e a discrepância existente entre países em

desenvolvimento e países desenvolvidos.

Li et al. (2013) traduzem, de forma sucinta as características gerais do sistema de

gestão de REEE de alguns países, um pouco dispersos por todo o globo.

A Tabela 13 descreve os principais movimentos transfronteiriços que ocorrem a nível

mundial ao nível dos REEE, nomeadamente descritos as fontes e os destinos deste

movimento de resíduos.

Tabela 13:Fontes e Destinos referente aos movimentos transfronteiriços de REEE (Adaptado de Li et al., 2013).

África América

do Norte Ásia Europa Oceânia

Fontes Canadá EUA

Japão Singapura Coreia do Sul

UE-27 Austrália

Destinos

Costa do Marfim Benim Gana Quénia Libéria Senegal África do Sul Uganda Nigéria

Camboja China Índia Malásia Paquistão Filipinas Vietname Tailândia

Os investigadores Li et al. (2013) apresentaram no seu artigo os principais movimentos

transfronteiriços de REEE, demonstrando as principais fontes e destinatários mas

também os principais trajetos dos resíduos em causa (Figura 5).

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39

Figura 5: Rotas conhecidas e permissões ou proibições atuais para as importações ou exportações de REEE (adaptado de Li et al., 2013).

A Figura 5 mostra as principais rotas dos REEE, sendo que os principais importadores

de REEE são países asiáticos e africanos, com os países europeus, Austrália e a

América do Norte (EUA (Estados Unidos da América) e Canadá) os principais

exportadores de REEE, mesmo existindo proibições para este tipo de transações de

resíduos (nomeadamente na exportação por parte dos EUA ou na importação por parte

da China).

Nos Anexos IX e X estão dispostos respetivamente, a legislação relacionada com a

permissão ou proibição de importação e exportação de REEE ou EEE usados

provenientes das principais fontes produtoras deste fluxo específico de resíduos e as

importações e exportações de REEE e EEE usados para as principais fontes e

destinatários do mundo.

Seguidamente será dado ênfase ao comportamento geral em cada continente, em

relação à produção de REEE, legislação e/ou regulamentação (in)existente(s), bem

como o comportamento geral do continente em relação a importador ou exportador

deste tipo de resíduos. No Anexo XI são descritos alguns países de cada continente, de

forma detalhada.

Europa

No continente europeu tem-se dado grande ênfase à questão dos REEE, tendo-se

desenvolvido desde cedo políticas e práticas de gestão de resíduos. São exemplos

disso, as Diretivas Europeias que se implementaram com vista à melhoria do

desempenho ambiental de todos os operadores envolvidos no ciclo de vida dos EEE.

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40

Na UE, é considerada como prioritária a gestão contínua de REEE, apesar da Comissão

Europeia relatar que apenas um terço dos REEE são recolhidos, tratados e declarados,

como impõe a legislação europeia deste fluxo específico de resíduos.

Ásia

Segundo Terazono et al. (2006), o rápido crescimento económico na maioria dos países

asiáticos está a aumentar a quantidade de REEE gerados nestes países. A Ásia importa

grandes quantidades de REEE, quer seja para reutilização, reciclagem ou eliminação

(Comissão Europeia, 2011; Ongondo et al., 2011a). Estima-se que 80% da exportação

a nível mundial tenha como destino o continente asiático (Comissão Europeia, 2011).

África

O continente africano está a passar por rápidas transformações ao nível dos

equipamentos informáticos e de consumo, na tentativa de colmatar esta problemática,

importando computadores, telemóveis e televisores usados vindos de países

desenvolvidos (Basel Convention, 2011). Os países africanos, no entanto, estão

carenciados de infraestruturas e recursos para a gestão ambientalmente correta dos

REEE, que irão surgir depois dos EEE atingirem o seu fim de vida (Basel Convention,

2011). O uso de EEE ainda é baixo em África em comparação com outros países do

mundo, mas está a crescer a um ritmo impressionante. Na última década, por exemplo,

a taxa de crescimento dos PC (Personal Computer) neste continente aumentou por um

fator de 10, enquanto que o número de telemóveis aumentou para um fator de 100

(Basel Convention, 2011).

Apesar de, geralmente trabalharem sob condições sociais e ambientais deploráveis (por

exemplo: desmantelamento informal, lixeiras a céu aberto e queima de REEE), os

coletores informais, desmanteladores e recicladores em África estão a desempenhar um

papel cada vez maior no tratamento dos REEE (Schluep et al., 2008; Laissaoni e

Rochat, 2008; BAN, 2011). A ausência de infraestruturas apropriadas de recolha e

reciclagem de REEE e a falta de legislação que trata especificamente de REEE são

alguns dos desafios que a África enfrenta (Schluep et al., 2008).

América do Sul

A América do Sul é caraterizada por possuir elevada taxa de ocupação urbana, atingindo

os 75%, o que é um valor bastante acentuado quando comparado com a Ásia ou África,

com valores de ocupação de 40% e 38%, respetivamente ou quando comparado com a

média mundial de 50% (United Nations, 2008). A par da ocupação urbana, está a

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41

aumentar a taxa de introdução nos mercados de equipamentos informáticos e de

telecomunicações mas também um aumento no uso de internet. Os mercados digitais

nesta região do globo cresceram cerca de 14% entre 2003 e 2005, mais do dobro da

Europa e dos EUA (Ott et al., 2008). Este aumento na venda de EEE está se a repercutir

em quantidades cada vez maiores de REEE. Segundo Boeni et al. (2008), a entrada de

EEE nos países sul-americanos está a aproximar-se dos níveis dos países

industrializados, com quantidades crescentes de REEE.

Embora existam algumas empresas de reciclagem de metais em países como o Chile,

Argentina, Peru, Colômbia e Brasil tenham descoberto novos mercados de reciclagem

de REEE, as quantidades processadas ainda estão a um nível bastante modesto, uma

vez que nem o quadro político nem as infraestruturas logísticas permitem atualmente

grandes quantidades (Boeni et al., 2008). Na maior parte dos países sul-americanos,

para fazer frente a esta problemática, foi adotado o princípio da responsabilidade

alargada do produtor, como por exemplo na Argentina, Brasil, Colômbia ou Perú (Li et

al., 2013).

América do Norte

Na América do Norte, em 2007, o montante estimado de REEE foi de 2,25 milhões de

toneladas de REEE (European Comission, 2011). Uma outra estimativa refere que a

quantidade per capita produzida de REEE atinge os 2,5 kg.hab-1.ano-1, enquanto que a

média mundial fica-se apenas por 0,3 kg.hab-1.ano-1 (Müller et al., 2009). Os países da

América do Norte, exceto o Canadá, têm instalações de reciclagem licenciadas. O

Canadá apenas possui pontos de recolha, mas grandes quantidades de REEE têm sido

declarados adequados para reciclagem e enviados para países como a China, Índia e

Nigéria (Li et al., 2013).

Oceânia

Na Oceânia, nomeadamente na Austrália, encontra-se entre os 10 maiores

consumidores de bens elétricos e eletrónicos no mundo (TEC, 2008), com uma

estimativa de 92,5 milhões de EEE em domicílios, em 2005. Destes 4% foram

armazenados a funcionar perfeitamente e 3% foram armazenados, mas estragados

(Davis e Herat, 2008). Além disso, 51% dos equipamentos portáteis foram despejados

como RU (Davis e Herat, 2008). Sem regulação restrita ou legislação obrigatória, há

pouco incentivo para os fabricantes e fornecedores de EEE para implementar os custos

de reciclagem ou esquemas de retoma, e sem os esquemas de retoma existe ainda

menos motivação para implementar projetos baseados em “projetos verdes” ou projetos

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42

para desmantelamento (Davis e Herat, 2008). Só apenas no final de 2009, foi lançada

uma nova política nacional de resíduos, a primeira deste tipo. A referida política explicita

uma visão de 10 anos para a recuperação de recursos e gestão de resíduos, incluindo

um sistema de reciclagem de televisores e computadores (Ongondo et al., 2011a).

Como análise de resultados, o continente Europeu possui boas políticas e práticas de

gestão de resíduos, mas concede a que os países possam exportar este tipo de

resíduos, para os continentes asiático e africano. Na América do Norte existe uma

grande produção de REEE, com os EUA com exportação proibida e Canadá sem

qualquer legislação de exportação, sendo que exporta os seus resíduos para Ásia e

África. Na Oceânia, nomeadamente na Austrália existe grande consumo de EEE aliada

a uma falta de regulamentação restritiva ou legislação obrigatória, que leva a exportação

deste tipo de resíduos para o continente asiático. Na América do Sul tem havido um

aumento acentuado na venda destes equipamentos, com baixas quantidades

processadas para reciclagem dado o fraco quadro político e fracas infraestruturas

logísticas.

Por outro lado, a Ásia é o continente que mais importa REEE, mesmo com um número

considerável de países com importação proibida deste tipo de resíduos. Outro

continente importador de REEE é África, onde apesar do baixo consumo de EEE, existe

quantidades consideráveis de REEE que são importadas para este continente, sendo

que na maior parte dos países não existe legislação nem infraestruturas apropriadas de

logística.

2.6.7. Entidades Intervenientes no Sistema de Gestão de REEE

Na gestão de REEE existem várias entidades e vários intervenientes, que gerem este

fluxo específico de resíduos. Na Figura 6 está representado um pequeno diagrama que

mostra de forma simples as funções das entidades envolvidas nos REEE.

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43

Figura 6: Entidades Intervenientes e suas Funções na Gestão dos REEE em Portugal (Fonte:

ANREEE, 2012).

A APA é a entidade que gere todo o sistema de gestão deste tipo de resíduos, incluindo

as entidades gestoras e as entidades de inspeção. Dentro das entidades gestoras temos

a ANREEE, a Amb3E e a ERP Portugal, onde a ANREEE é uma entidade de registo. A

ERP Portugal e a Amb3E são as entidades gestoras pela recolha e valorização dos

REEE e por fim a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) e a IGAOT

(Inspeção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território) são empresas de

inspeção que têm como funções a inspeção das entidades gestoras. De seguida irá ser

descrito mais detalhadamente as entidades gestoras, a APA e outros mecanismos

relevantes no sistema de gestão de REEE.

A entidade nacional responsável pelo registo dos produtores de EEE designa-se de

ANREEE. A ANREEE é uma pessoa coletiva sem fins lucrativos, criada por associações

de produtores e pelas entidades gestoras do sistema integrado de gestão de REEE,

conforme o disposto no nº1, do artigo 27º do Decreto-Lei nº230/2004, de 10 de

Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei nº132/2010 de 17 de Dezembro, que transpõe

para a ordem jurídica nacional as Diretivas Comunitárias 2002/95/CE e 2002/96/CE do

Parlamento Europeu e do Conselho, as quais obrigam a que todos EM os registem os

seus produtores de EEE por intermédio de uma Entidade de Registo (ANREEE, 2013a).

A ANREEE encontra-se licenciada desde 23 de Março de 2006, posteriormente

prorrogada em 2011 e 2012, para exercitar a atividade de registo de produtores de EEE.

Assim, a principais missões da ANREEE são o registo de todas as empresas que se

definam como produtoras, quantificar em peso e número dos EEE colocados em

Portugal, qualificar os equipamentos de acordo com uma lista de 10 categorias

presentes no Decreto-Lei e definir quotas de mercado para as entidades gestoras a

operar no nosso país (ANREEE, 2012d). Para além disso a ANREEE tem como

Entidade Tutelar

Entidades Gestoras

Entidade de Registo

Entidades Inspecionadoras

• Agência Portuguesa do Ambiente

• Amb3E

• ERP Portugal

• ANREEE

• ASAE

• IGAOT

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responsabilidade a detenção de informações quanto ao tipo de operação de gestão a

que os REEE foram sujeitos pelos sistemas individuais e coletivos de gestão de REEE

(Ribeiro, 2009).

O processo de registo é sujeito ao pagamento de taxas, que são a principal fonte de

receitas da ANREEE. A taxa anual de registo é emitida em Fevereiro de cada ano e

corresponde à atividade do produtor durante o ano transato. A taxa é calculada em

função do número de equipamentos colocados no mercado, independentemente da

categoria ou subcategoria dos mesmos (Tabela 14). A taxa anual de registo é cumulativa

ao longo dos escalões, sendo que nenhum produtor pagará além dos limites

estabelecidos para a taxa máxima e para a taxa mínima.

Tabela 14:Taxa Anual de Registo de Produtores (Fonte: ANREEE, 2013b).

Taxas Tarifário

Taxa Anual de Registo

Até 1500 equipamentos 100€ (Taxa única)

De 1501 a 56500 equipamentos 0,02€/equipamento

Mais de 56500 equipamentos 1200€ (Taxa única)

O SIRP (Sistema Integrado de Registo de Produtores) é a aplicação informática da

ANREEE que permite o registo e a realização de declarações periódicas a todos os

produtores de uma forma simples e intuitiva. O SIRP é uma evolução do SIRPEEE,

mantendo-se todas as senhas e informação depositada nesta aplicação (ANREEE,

2013c).

O Certificado de Registo Anual é enviado ao produtor após o registo dos equipamentos,

isto se o produtor tenha sido bom cumpridor, ou seja, tenha feito declarações periódicas

(semestrais: Julho e Janeiro) à ANREEE no prazo estabelecido, como também tenha

realizado o pagamento atempado das faturas resultantes da atividade anual do produtor.

Este certificado é renovado a cada ano, permitindo ao produtor manter um histórico do

seu registo na ANREEE (ANREEE, 2013d).

No Gráfico 11 pode-se visualizar a evolução das empresas registadas em 2011 e no

Gráfico 12 pode-se visualizar a evolução temporal dos produtores registados entre 2005

e 2011.

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Gráfico 11:Evolução do Número de Empresas registadas ao longo do ano de 2011 (Adaptado de ANREEE, 2012d).

O número de empresas registadas em 2011 perfaz um crescimento moderado, que

também foi afetado por 31 empresas que foram canceladas unilateralmente pela

ANREEE ao longo do ano, por vários incumprimentos (ANREEE, 2012d).

O registo de empresas tem vindo a obter um crescimento, desde a sua criação, apesar

da crise económica dos últimos anos (ANREEE, 2013e). No final de 2012, estavam

registadas 1641 empresas, revendedores de marca própria e importadoras de EEE,

como mostra o Gráfico 12.

Gráfico 12:Evolução do Registo Anual para o período 2005-2012 (Adaptado de ANREEE, 2013e).

Em Portugal, existem duas entidades gestoras que e organizam o SIGREEE (Sistema

integrado de gestão de REEE) e são elas a Amb3E e ERP Portugal. As entidades

gestoras foram criadas com base no Decreto-Lei nº230/2004, de 10 de Dezembro.

15201530154015501560157015801590160016101620

Em

pre

sa

s d

e E

EE

Re

gis

tad

as

Meses do Ano

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46

A Amb3E é uma Associação de direito privado, de âmbito nacional e sem fins lucrativos,

constituída no dia 27 de Abril de 2005 com licenças relativas aos REEE e pilhas e

acumuladores, que foi constituída com o objetivo de gerir eficientemente um SIGREEE

(Amb3E, 2012).

A visão da Amb3E é a de liderar em Portugal a Gestão de REEE, ganhando o

reconhecimento das instituições oficiais com que se relaciona e dos cidadãos em geral,

pelo serviço prestado à comunidade (Amb3E, 2012).

A Amb3E dispõe de 4 tipos de locais de receção de REEE (Amb3E, 2012):

Centros de Receção

Pontos de Recolha

Pontos Eletrão

Pontos de Receção (na Distribuição)

Os resíduos rececionados são armazenados e posteriormente transportados recorrendo

a: i) Operadores Logísticos e estes encaminham os REEE para tratamento e valorização

nas: ii) Unidades de Tratamento e Valorização.

A rede de operadores da Amb3E tem presença em todo o território nacional, incluindo

o Continente e as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira (Amb3E, 2012).

A Amb3E, a 31 de Dezembro de 2011, apresentava 517 locais de receção, incluindo 98

centros de receção, 218 pontos de recolha, 181 pontos eletrão e 20 pontos de receção.

O resultado de 2011 representa um aumento acima de 3% em relação ao número de

locais de receção da rede Amb3E em 2010.

Os centros de receção representam os locais por excelência de receção de REEE,

tratando-se de locais abertos ao público. Os pontos de recolha constituem locais de

recolha de REEE, capacitados para o desempenho da atividade de gestão de REEE.

São constituídos essencialmente por operadores dos Sistemas Multimunicipais,

Intermunicipais e Câmaras Municipais e, em alguns casos, por instalações de grandes

produtores de REEE. Os pontos eletrão constituem uma das soluções mais inovadoras

para receção de REEE, em que a Amb3E foi precursora. São disponibilizados

equipamentos de receção de resíduos em locais muito próximos dos consumidores e

do público em geral, nomeadamente em espaços comerciais, que permitem a entrega

dos equipamentos em fim de vida. Os pontos de receção na distribuição permitem à

AMB3E disponibilizar soluções técnicas, equipamentos de receção e armazenagem de

REEE, com a volumetria e a mobilidade adaptadas às necessidades de utilização dos

espaços por parte da Distribuição.

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A ERP foi criada em 2002 como a primeira plataforma Europeia de reciclagem para

implementar a Diretiva da União Europeia em matéria de REEE (ERP Portugal, 2011).

Está sediada em 12 países (Portugal, Espanha, França, Itália, Áustria, Alemanha,

Polónia, Dinamarca, Irlanda, Reino Unido, Noruega e Finlândia), com cerca de 385000

toneladas de REEE recolhidos anualmente (ERP Portugal, 2012).

A ERP Portugal uma Associação Gestora de Resíduos, com licenças para a gestão de

Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE) e de Pilhas e Acumuladores

(RP&A). A ERP Portugal obteve, a 27 de Abril de 2006, através do despacho conjunto

nº 353 do Ministério da Economia e inovação e do Ministério do Ambiente e

Ordenamento do Território, a licença para exercer a atividade de Gestão de REEE em

Portugal (ERP Portugal, 2012).

A ERP Portugal tem como objetivo primordial assegurar a melhor e mais eficiente gestão

integrada de REEE e RP&A, em benefício dos utilizadores do sistema, salvaguardando

as oportunidades de negócio das empresas e as suas vantagens competitivas no

mercado (ERP Portugal, 2012).

Esta Associação Gestora foi constituída como objetivo primordial assegurar a melhor e

mais eficiente gestão integrada de REEE e RP&A, em benefício dos utilizadores do

sistema, salvaguardando as oportunidades de negócio das empresas e as suas

vantagens competitivas no mercado (ERP Portugal, 2012).

Os princípios da ERP baseiam-se em proporcionar sempre, aos utentes dos seus

Sistemas Integrados, os melhores preços numa perspetiva de redução de custos,

impulsionar a implementação de concorrência entre Sistemas de Gestão de Resíduos

e Atribuir o custo da reciclagem de cada categoria operacional de REEE e RP&A em

função das características da mesma (ERP Portugal, 2012).

A ERP Portugal executa a recolha de REEE através de diversas formas, incluindo

sistemas multimunicipais, intermunicipais e autarquias, estabelecendo contratos. De

acordo com o relatório de atividade de 2010, esta parceria conta já com uma cobertura

total de 52% da população. Uma outra forma de recolha prende-se com a cooperação

com a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), que permite a

consolidação as recolhas especiais nos locais de venda dos membros desta associação.

Adicionando os contratos celebrados com retalhistas fora do universo da APED, a malha

de recolha ERP Portugal no universo da Distribuição, contabiliza, no final de 2010, cerca

de 740 pontos de recolha especiais (ERP Portugal, 2011). Um diferente tipo de recolha

da ERP Portugal relaciona-se com operadores privados, que detêm uma autorização

para a receção e armazenamento temporário de REEE. Assim, é implementado uma

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rede de acesso aos REEE abrangente em termos de tipologia de REEE e cobertura

geográfica que complementa o alcance e eficiência do sistema de recolha dos SMAUT

(Sistemas Municipais e Autarquias Aderentes) e dos Distribuidores (ERP Portugal,

2011). O último tipo de recolha realizado pela ERP Portugal é a recolha de proximidade,

denominado de Depositrão. O Depositrão é um conceito de recolha de proximidade de

REEE materializada com recurso a uma gama de contentores, de imagem apelativa,

especificamente desenvolvidos para o efeito (ERP Portugal, 2011). O conceito tem

como principal objetivo complementar o desempenho dos canais de recolha em matéria

de captação de REEE de pequenas dimensões (ERP Portugal, 2011). A ERP Portugal

em 2010 optou por transportes dedicados para as recolhas efetuadas na rede

Depositrão (ERP Portugal, 2011). Nesse ano 482 escolas de 23 municípios tinham

incorporado a rede Depositrão, totalizando mais de 235 toneladas de REEE de pequena

dimensão (ERP Portugal, 2011).

O Gráfico 13 mostra os quantitativos mínimos das entidades gestoras de REEE em

relação às quantidades estimadas de resíduos produzidos a nível nacional.

Gráfico 13:Estimativa dos Quantitativos Mínimos de cada Entidade Gestora tendo em conta a

estimativa nacional para a produção de REEE para o período 2006-2011 (Adaptado de Abrantes,

2009).

Segundo a Portaria nº573-C/2007, de 30 de Abril, estão descritas as competências da

APA as competências no domínio dos fluxos de resíduos e no domínio do

acompanhamento das entidades gestoras e mercados de resíduos. No Anexo XII

encontram-se implícitas competências nestes dois domínios.

A Portaria n.º 1408/2006, de 18 de Dezembro, que aprova o Regulamento de

Funcionamento do SIRER (Sistema Integrado de Registo Eletrónico de Resíduos),

estabelece no n.º 1 do artigo 9.º a obrigatoriedade das entidades responsáveis sistemas

2006 2007 2008 2009 2010 2011

Am3E 31723 34087 36919 39664 41299 41469

ERP 8277 8797 9528 10236 10658 10702

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

Ma

ss

a (

t)

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49

de fluxos específicos de resíduos, integrados ou individuais, de procederem ao

preenchimento dos mapas de registo específicos, cujo conteúdo incide sobre a atividade

objeto de autorização ou licença (APA, 2013).

2.6.8. Modelos de Suporte à Gestão de REEE

Ao nível de modelos que auxiliam a gestão dos REEE, existem inúmeros modelos

informáticos que, cada um com o seu âmbito têm complementado o sistema de gestão

deste fluxo de resíduos. Muitos autores têm-se debruçado em modelos concetuais sobre

a configuração da rede logística como Barroso e Machado (2005) ou He et al. (2008).

Os investigadores Krikke et al., (2003) citado por Gamberini et al., (2010), Chang et al.

(2006) e Grunow e Gobbi (2009) desenvolveram modelos que permitem ao utilizador

determinar a rede logística mais adequada.

Gamberini et al. (2010) criaram modelos de previsão da quantidade de REEE

produzidos. Outros autores apresentam modelos que se centram no estudo da

localização de UTVs (Unidades de Tratamento e Valorização), como é o caso de

Queiruga et al. (2008) ou Achillas et al. (2010). Em termos da gestão do transporte de

REEE, os autores Nagurney e Toyasaki (2005), Kim et al., (2009) e Machado et al.,

(2010) criaram modelos que vão de encontro com esta etapa da gestão de resíduos.

Configuração da Rede Logística

Os autores Machado e Barroso (2005) desenvolveram um modelo conceptual que

identifica os fatores críticos que afetam as atividades inerentes à logística inversa de

uma organização, bem como os fatores críticos internos, agrupados em estratégicos e

operacionais, a considerar quando da implementação de um sistema de logística

inversa.

He et al. (2008) desenvolveram um modelo conceptual sobre a rede de recolha chinesa,

de modo a estruturarem o sistema de recuperação de REEE no seu país.

Queiroga e restantes autores (2008) criaram um modelo matemático que visa a melhor

localização das UTV em Espanha, a partir de uma classificação de municípios em

relação à adequação para a instalação de tais infraestruturas. O método baseia-se em

decisões multicritério, combinado com pesquisas de especialistas. O método não

apresenta uma estrutura ideal do sistema de reciclagem, mas apenas fornece as

melhores alternativas para os potenciais locais de construção de tais infraestruturas.

Achillas et al. (2010) consideram que é necessário ter em conta que as infraestruturas

de reciclagem de REEE exigem elevados gastos, ou seja, é necessário que seja dada

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grande atenção à viabilidade destas infraestruturas, que estão muito dependentes da

sua localização. Assim estes autores conceberam uma metodologia destinada para

melhorar a localização das UTV, tendo em consideração critérios económicos e sociais.

Chang et al. (2006) utilizam a programação linear mista para a conceção de um modelo

que auxilia a rede logística de REEE, em relação ao custo de recolha, custo fixo

relacionado com investimentos ao nível de infraestruturas, custo de transporte, custos

de operação diária e custos de eliminação de resíduos. Grunow e Gobbi (2009) criam

também, a partir da programação linear mista, um modelo, que trata do problema da

atribuição dos esquemas de recolha de resíduos e a evolução das diferentes estratégias

atribuídas. Este modelo tem como objetivo a redução de custos administrativos.

Produção

Neste parâmetro do setor de resíduos, de extrema importância, diversos autores se

debruçaram, incluindo Gambirini et al. (2010), que conceberam um modelo, que entre

vários outros parâmetros, define a quantidade de REEE recolhidos em dois distritos do

Norte de Itália.

Por outro lado, vários outros autores dimensionaram a quantidade de REEE, numa

dinâmica evolutiva temporal. Jain e Sareen (2006) abrangeram como área de estudo o

Estado de Nova Deli, na India. O método pressupõe que a totalidade dos equipamentos

vendidos irão se tornar obsoletos no final vida útil e assumem tempos de vida útil médios

para cada equipamento em estudo. Yoshida et al. (2009) desenvolveram um método

para minimizar os erros de estimativa do fluxo de materiais de computadores usados.

Deste modo, os autores criaram uma metodologia que visa estimar o fluxo de

computadores usados e posteriormente qual o seu destino (eliminação, reciclagem,

reaproveitamento interno ou exportação). Já Dwivedy e Mittal (2010) desenvolveram

uma metodologia que estima as quantidades de REEE geradas na India, sendo que os

autores consideram dois cenários que se baseiam nas preferências do utilizador para

armazenar ou reciclar os REEE. Steubing et al. (2010) realizaram uma análise de fluxo

material, de forma a avaliar a produção de REEE a partir de equipamentos de

informática como desktops, monitores, LCD e notebooks no Chile, onde se podem

verificar posteriormente os principais fluxos de equipamentos de computadores para

produção, venda mas também para reciclagem e eliminação.

Armazenamento

Gamberini et al. (2009) e Gamberini et al. (2010) na sua metodologia abordam a

contentorização nos REEE como um fator chave para um melhor armazenamento e

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transporte destes resíduos, entre diferentes infraestruturas do sistema de gestão de

resíduos. Os investigadores Salema et al. (2008) criaram um modelo que visa a

minimização do custo total da rede, entre vários parâmetros define a localização dos

centros de triagem e define fluxos entre os centros de triagem e instalações de

reciclagem.

Transporte de REEE

O parâmetro do transporte de resíduos é incluído por Salema et al. (2008), Gamberini

et al. (2009) e Gamberini et al. (2010) nos respetivos modelos, apesar de abrangerem

vários outros parâmetros do sistema de gestão de REEE. Pelo contrário, os autores Kim

et al. (2009) e Machado et al. (2010) desenvolveram modelos exclusivamente para o

transporte deste tipo de resíduos. Kim et al. (2009) criam uma abordagem de roteamento

de veículos de recolha para o transporte de REEE até ao local de reciclagem na Coreia

do Sul, tendo em vista e minimização a distância de transporte dos REEE recolhidos.

Os investigadores Machado et al. (2010) conceberam um modelo que também vai de

encontro ao transporte de REEE entre os centros de triagem e as unidades de

tratamento e valorização. Achillas et al. (2012), ao considerarem o transporte dos REEE

como um dos custos mais elevados da logística reversa no sistema de gestão de REEE,

criaram um modelo multicritério de otimização, com base na programação linear

multiobjetivo, de modo a minimizarem os custos logísticos totais, o consumo de

combustíveis e a produção de emissões devido ao transporte de REEE com diversas

capacidades de carga.

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3. Modelo Integrado de Gestão de REEE

O Modelo Integrado de Gestão comporta uma série de variáveis que por fim dão origem

a indicadores de desempenho, que permitem a avaliação de sistemas de gestão. O

Modelo comporta-se como uma ferramenta de gestão que poderá ser útil de modo a

avaliar o estado do sistema, bem como em última análise pode ser uma ferramenta de

apoio decisório.

Este capítulo retrata o Modelo de Gestão, com a abordagem em relação ao seu âmbito,

dados de suporte bem como os pressupostos do mesmo. Por fim, neste terceiro

capítulo, está presente todo o conteúdo do Modelo de Gestão de Operação.

3.1. Âmbito

O Modelo apresentado nesta dissertação tem como âmbito a gestão integrada dos

sistemas de gestão de resíduos elétricos e eletrónicos. Procura-se um aumento da

eficácia e eficiência dos sistemas de gestão integrada. Para o efeito, considera-se de

forma integrada um conjunto de fatores relevantes na gestão deste tipo de resíduos, por

exemplo, a produção, o consumo de combustível, a alocação de recursos humanos, o

consumo de energia, o desempenho ambiental, a valorização de materiais e

componentes, a eliminação de resíduos, os custos operacionais e de contexto.

A unidade de referência temporal básica do Modelo Integrado de Operação é o dia, a

unidade de referência de quantidade dos fluxos é a tonelada e a unidade de referência

económica é o euro. Os aspetos mais relevantes considerados pelo Modelo são o

volume e número de equipamentos de deposição, a capacidade da viatura, tempos e

distâncias de recolha, produtividade das equipas de recolha, composição dos resíduos,

taxas de valorização e recolha, metas de recolha, custos de serviço e consumos de

energia.

O Modelo Integrado de Operação permite o cálculo de indicadores em tempo real e é

muito intuitiva no seu uso uma vez que se ajusta à realidade dos sistemas de gestão,

auxiliando os utilizadores no processo de decisão, operação e monitorização. Viabiliza,

através do uso de variáveis simples, o recurso a indicadores como ferramentas de

avaliação de desempenho de determinado sistema de gestão. Além disso permite a

comparação de resultados entre sistemas em distintas zonas geográficas.

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3.2. Dados de Base do Modelo

Os princípios do Modelo de Operação obedecem à realidade dos sistemas de gestão.

Portanto, é relevante o conhecimento da operacionalização das várias etapas deste

sistema de gestão, para a construção de um Modelo com estas características.

Deste modo, para adequar o Modelo de Operação à realidade do setor foi necessário

obter conhecimentos ao nível processual das empresas que operam no sistema,

nomeadamente em UTV. Para isso foi realizada uma visita às instalações de uma UTV,

a Interecycling, sediada em Tondela.

Nesta UTV, numa primeira fase, os equipamentos são colocados num centro de receção

e triagem, sem qualquer diferenciação. Posteriormente os equipamentos são triados,

separados e armazenados por fluxos operacionais. Os equipamentos são agrupados

por fluxos e não por categorias, de modo a agrupar tipos de material com o intuito de

facilitar o desmantelamento dos equipamentos. Os equipamentos são organizados

pelos seguintes fluxos operacionais:

A. Grandes Equipamentos;

B. Equipamentos de Arrefecimento e Refrigeração;

C. Pequenos Equipamentos;

D. Equipamentos com presença de CTR;

E. Lâmpadas;

F. Equipamentos de Tecnologia e Informação.

A. Grandes Equipamentos

O fluxo dos grandes equipamentos é composto apenas por equipamentos incluídos na

categoria 1 (máquinas de lavar, máquinas de secar, fogões, radiadores, etc.), todos os

equipamentos da categoria 9 (aparelhos médicos) e todos os equipamentos da

categoria 10 (distribuidores automáticos) dos EEE.

No fluxo A os equipamentos são desmantelados manualmente, permitindo desta forma

recuperar alguns componentes que podem ser valorizados por outras empresas,

nomeadamente os motores ou pedras de cimento. Além disso são obtidas carcaças

metálicas, cabos elétricos, bem como plásticos não contaminados contidos nestes

equipamentos que serão encaminhados para linhas de tratamento, visto que existem

fluxos que possuem estes mesmos componentes.

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B. Equipamentos de Arrefecimento e Refrigeração

O fluxo dos equipamentos de arrefecimento e refrigeração contempla parte de

equipamentos da categoria 1 dos EEE como frigoríficos, arcas congeladoras ou

aparelhos de ar condicionado.

No fluxo B são removidas manualmente as rodas, cabos elétricos, compressores,

prateleiras e gavetas de plástico, sendo que as rodas, cabos elétricos, prateleiras e

gavetas são encaminhados para posteriores linhas de tratamento.

Os compressores são retirados e perfurados, onde lhe são retirados óleo. Nos

equipamentos são ainda perfurados os circuitos de refrigeração, onde é aspirado o

líquido de arrefecimento, onde são armazenados em botijas e recipientes próprios. O

óleo e líquido de refrigeração são posteriormente encaminhados para empresas que os

valorizam.

Por fim, as carcaças destes equipamentos são orientadas para um tapete de

alimentação que os encaminham para um triturador que funciona a partir de

criocondensação (a -120ºC) em ambiente inertizado com azoto. Os materiais resultantes

da trituração são encaminhados para um separador magnético, sendo que os materiais

ferrosos são encaminhados para uma vaia metálica e os materiais não ferrosos (como

plásticos, alumínio e cobre) são enviados para outra vaia metálica onde posteriormente

são separados por separação densimétrica. A espuma poliuretano presente nestes

equipamentos é reduzida a pó e encaminhada para outras empresas para a sua

valorização.

C. Pequenos Equipamentos

O fluxo pequenos equipamentos para além de conter todos os equipamentos da

categoria 2 (pequenos eletrodomésticos) engloba também todos equipamentos das

categorias 3 (equipamentos informáticos e de telecomunicações) à exceção dos

monitores, 4 (equipamentos de consumo) à exceção dos aparelhos de televisão, 6

(ferramentas elétricas e eletrónicas) e 7 (brinquedos e equipamentos de desposto e

lazer) de EEE.

Em relação ao fluxo C, estes equipamentos sofrem desmontagem manual, onde se

retiram os cabos elétricos, parafusos, carcaças plásticas, componentes ferrosos e não

ferrosos, mas também se procede à remoção de resíduos perigosos, como pilhas,

baterias, condensadores, toners e tinteiros e cristais líquidos. Os cabos elétricos, as

carcaças plásticas e os componentes ferrosos e não ferrosos são encaminhados para

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56

linhas de tratamento enquanto que os restantes componentes são acondicionados de

forma isolada para serem encaminhados para empresas que os valorizam.

D. Equipamentos com presença de CRT

O fluxo equipamentos com presença de CRT contêm uma parte das categorias 3

(monitores) e 4 (aparelhos de televisão).

Numa primeira etapa procede-se a um desmantelamento manual onde se cortam os

cabos elétricos, se remove as carcaças plásticas e outros componentes não perigosos

como bobines cónicas, PCI, circuitos de imagem ou cintos metálicos, bem como se

remove vários metais ferrosos e não ferrosos e o cinescópio. Os cabos elétricos,

materiais ferrosos e não ferrosos são encaminhados para linhas de tratamento. Já os

componentes como as bobines cónicas, PCI ou circuitos de imagem são acondicionados

de forma isolada para serem posteriormente encaminhados para empresas de

valorização.

Posteriormente é processado a desmantelamento do cinescópio. O cinescópio é

composto por 2 vidros: o frontal e o traseiro. Os vidros do cinescópio são separados por

aquecimento. O vidro frontal é posteriormente aspirado de modo a ser retirado os metais

pesados que fazem parte da constituição deste vidro. O vidro traseiro, livre de

substâncias perigosas é encaminhado para empresas de reciclagem de vidros. O vidro

frontal, que apresenta contaminação é encaminhado para aterro.

E. Lâmpadas

O fluxo das lâmpadas corresponde à categoria 5 (equipamentos de iluminação).

Nesta UTV, não se procede ao tratamento nem valorização deste tipo de equipamentos,

sendo que apenas são dispostos pelo seu fluxo correspondente e diretamente

encaminhados para empresas que possam valorizar este tipo de equipamentos.

Linhas de Tratamento

As linhas de tratamento são processos operacionais que ocorrem tendo por base

materiais semelhantes oriundas dos vários fluxos.

Na linha dos cabos elétricos procede-se à trituração, separação magnética de modo a

obter os metais ferrosos, posteriormente dos metais não metálicos e plásticos recorre-

se a uma mesa densimétrica por forma a separar o cobre, o alumínio e os plásticos (que

darão entrada na linha de tratamento dos plásticos).

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57

Os plásticos não contaminados são separados manualmente por cores e por tipos e são

triturados e posteriormente granulados.

Todas as carcaças metálicas não contaminadas de todos os fluxos de tratamento são

submetidas a um processo de trituração, onde posteriormente se recorre a separação

magnética para separar os metais ferrosos e metais não ferrosos. Posteriormente

recorrem a separação densimétrica de forma a obter os diferentes tipos de metais (como

cobre, prata, alumínio, etc.).

Por fim, para aterro são encaminhados essencialmente resíduos de vidros

contaminados, esponjas, que se traduzem numa percentagem ínfima de refugo.

3.3. Pressupostos do Modelo

O âmbito de análise do Modelo é coincidente com o âmbito de atuação dos sistemas

integrados (Figura 7). Para o efeito considera os processos e operações de deposição,

por parte dos produtores (sejam eles produtores unifamiliares ou produtores industriais,

de serviços ou afins) inseridos na área de intervenção, transporte, armazenamento,

tratamento e valorização. Fora do sistema do Modelo ficam:

O transporte dos equipamentos elétricos e eletrónicos em fim de vida, por parte

dos produtores, para a deposição coletiva;

O transporte dos equipamentos elétricos e eletrónicos do armazenamento para

o tratamento e valorização;

O transporte dos componentes e materiais valorizáveis, que advêm do

tratamento e valorização dos equipamentos, para outras empresas de

valorização;

Os processos, logística, consumos de energia e desempenho ambiental

decorrentes da valorização dos componentes e materiais valorizáveis dos EEE

em fim de vida;

Os processos, logística, consumos de energia e desempenho ambiental da

eliminação dos materiais não valorizáveis resultantes do desmantelamento e

tratamento dos REEE.

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58

Figura 7: Limite do Sistema no Modelo de Operação de REEE.

3.4. Elementos do Modelo

A componente básica do Modelo de Operação são as variáveis que viabilizam a

monitorização e controlo das operações de gestão. As variáveis encontram-se dispostas

em vários elementos do Modelo.

Os elementos são um conjunto de variáveis que têm como finalidade retratar

determinada etapa do sistema de gestão.

3.4.1. Recursos

O primeiro elemento do Modelo é designado como Recursos. Este elemento considera

variáveis relacionadas com a deposição. A deposição consiste na ação do produtor em

encaminhar determinado resíduo para o seu sistema de gestão. A deposição dos REEE

é feita geralmente em contentores designados para o efeito, mas também é muitas

vezes depositado em centros de receção, dependendo na maioria dos casos da

dimensão dos próprios equipamentos. Existem diversos equipamentos para a

deposição de REEE, sendo que os mais recorrentes são os “Depositrões” e “Pontos

Eletrão”. A nomenclatura dos equipamentos de deposição varia dependendo da

entidade responsável pelos equipamentos de deposição. Para a deposição dos REEE,

o Modelo Integrado de Operação diferencia dois tipos de equipamentos de deposição:

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equipamentos de deposição exclusivos para equipamentos de iluminação, referente à

categoria 5 de EEE e um tipo de equipamento de deposição que inclui as restantes

categorias, tal como é possível visualizar na Figura 8. Esta diferenciação de deposição

é explicada pela perigosidade de contaminação dos equipamentos de iluminação,

colocando em causa a valorização dos restantes equipamentos em fim de vida.

Figura 8: Deposição dos REEE de acordo com as Categorias de EEE.

Neste mesmo elemento do Modelo de Operação é também tida em consideração a

população flutuante e a presença de ocasiões festivas na área de intervenção, que por

norma podem traduzir num aumento das quantidades de resíduos gerados. Para isso,

é necessário que o Modelo de Operação esteja preparado para este volume

excedentário de resíduos, tendo em conta uma taxa designada de enchimento dos

equipamentos de deposição, para que a volumetria dos equipamentos não seja

ultrapassada em momento algum.

Tendo presente os diversos fatores deste elemento e acrescentando informações sobre

o volume dos equipamentos de deposição, rapidamente o Modelo de Operação é capaz

de calcular o número de equipamentos de deposição de modo a satisfazer a área de

intervenção.

3.4.2. Produção

Uma potencialidade essencial do Modelo é a sua capacidade em estimar a produção de

resíduos, permitindo estimar a quantidade de resíduos gerados, valorizados ou a

recolher, bem como as volumetrias acumuladas e o volume de recolha.

Ao longo do país são percetíveis as diferenças na produção de REEE, nomeadamente

no diferencial produtivo entre o litoral e o interior. No litoral, onde se concentram as

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zonas urbanas do país, existe uma maior produção de REEE, como é exemplo os

distritos de Aveiro, Porto, Lisboa e Setúbal com maior produção. Pelo contrário no

interior, distritos como Vila Real, Bragança, Castelo Branco ou Beja são os distritos com

menor produção deste tipo de resíduos.

Neste Modelo Integrado de Operação de REEE, o dimensionamento baseia-se a partir

da área de intervenção e densidade dos produtores, de modo a que se possa ter em

conta o número de produtores que são abrangidos pelo sistema de gestão de REEE em

questão. Desta forma e recorrendo à capitação, de forma simples, o Modelo de

Operação dimensiona o número de EEE em fim de vida produzidos na área de

intervenção. Como a capitação está indiretamente relacionada com a qualidade de vida

das populações, é notório que as zonas urbanas possuam uma maior capitação em

comparação com as zonas rurais. É importante salientar que a capitação mínima

imposta pela Diretiva em vigor é de 4 quilogramas anuais per capita, até 31 de

Dezembro de 2015, sendo que é obrigatório considerar este quantitativo como o mínimo

possível a considerar no Modelo de Operação.

O Modelo Integrado de Operação, neste elemento, entra em linha de conta com a

importância em quantificar o esforço dos produtores em encaminhar os EEE em fim de

vida para valorização, sendo que parte dos produtores encaminha este fluxo de resíduos

de forma incorreta, por exemplo, ao encaminhando os REEE no fluxo de RU, ao

venderem os equipamentos a sucateiros ou até ao incinerarem os próprios

equipamentos, sem quaisquer cuidados. É importante ter presente que, segundo a

Diretiva 2012/19/UE, de 4 de Julho, é necessário que uma taxa de cada categoria de

REEE seja valorizada, com valores distintos para cada uma das categorias referidas,

sendo que no Modelo de Operação a variável “Taxa de Valorização” coincide com estes

valores definidos no anexo V da presente Diretiva, ditando os valores mínimos a

valorizar por parte dos produtores.

3.4.3. Recolha

A informação relativa ao elemento Recolha visa retratar a operação de recolha, fase do

sistema de gestão de resíduos que envolve maiores custos com os maiores encargos

ao nível das viaturas de recolha (manutenção e combustível), mas também com

encargos significativos com colaboradores e instalação de contentores na área de

recolha.

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Para a perceção deste elemento no Modelo de Operação é importante definir alguns

conceitos inerentes a este elemento, como circuito de recolha, recolhas, fretes,

descargas, pontos de recolha e equipamentos de recolha.

O circuito de recolha é definido como sendo uma característica da operação de recolha

de resíduos, que define um determinado trajeto ou conjunto de trajetos, previamente

pensado(s), tendo em vista a recolha de todos os equipamentos de deposição da área

de intervenção.

São designadas por recolhas, os turnos necessários de modo a completar o circuito de

recolha. Um circuito de recolha é concluído a partir de uma recolha apenas se todos os

equipamentos de deposição da área de intervenção forem esvaziados dentro do tempo

referente ao turno da equipa de recolha. Se tal não acontecer, teremos tantas recolhas,

tantos turnos forem necessários, até completar o circuito de recolha, neste caso de

REEE. O número de recolhas varia de acordo com as quantidades de resíduos a

recolher, volumetria do próprio veículo de recolha ou duração do tempo de recolha (que

depende da duração do turno dos operadores de resíduos).

Conclui-se um frete sempre que se atinja a volumetria efetiva da viatura de recolha ou

por outro lado quando numa recolha se atinja o final do turno da equipa de recolha. Nas

duas opções de definição de frete, existe uma característica comum às duas: associado

a um frete existe uma descarga. Quer isto dizer, que o número de fretes de uma recolha

está relacionado intimamente com o número de descargas da viatura de recolha

efetuadas nessa mesma recolha.

Numa recolha, ou seja um turno da equipa de recolha, podem ocorrer um ou vários

fretes. Ocorre um único frete sempre que numa recolha a volumetria a recolher não

excede a volumetria efetiva da viatura; Caso numa recolha se atinja a volumetria efetiva

da viatura sem que se atinja o término da recolha, conclui-se um frete, procede-se à

descarga da viatura e inicia-se um novo frete. É de grande importância referir que o

último frete que ocorre na recolha pode não atingir a volumetria efetiva da viatura, não

deixando de ser um frete, dado que é necessária a conclusão da recolha devido ao facto

desta estar perto do final do turno da equipa de recolha.

A descarga, por sua vez, traduz a ação que visa o esvaziamento da viatura de recolha.

Sempre que se conclui um frete é necessário que a viatura se desloque ao local

designado para este processo (designado no Modelo de Operação como Local de

Descarga).

Os pontos de recolha representam locais onde a viatura de recolha tem de se deslocar

de forma a fazer cumprir o esvaziamento dos equipamentos de recolha neles lá

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colocados. As recolhas são pensadas e concretizadas de acordo com a disposição e

número de pontos de recolha existentes no circuito de recolha. Os pontos de recolha

podem possuir um ou mais equipamentos de recolha. Neste caso, um equipamento de

recolha pode estar isolado numa dada zona do circuito de recolha e neste caso temos

um ponto de recolha com um único equipamento de recolha ou por outro lado é possível

ter vários equipamentos de recolha agrupados num único ponto de recolha.

Os equipamentos de recolha são o mesmo que equipamentos de deposição,

dependendo se estamos a falar na ótica do produtor ou na ótica da equipa de recolha.

São os equipamentos de recolha (número e volumetrias) que servem de base para o

dimensionamento do elemento Recolha e Recolha Lâmpadas do Modelo de Operação.

Figura 9: Esquema Simplificado de uma Recolha de REEE com dois Fretes.

Na Figura 9 pode-se visualizar um exemplo de uma recolha com dois fretes e duas

descargas do veículo de recolha. Na figura acima é facilmente possível verificar a

diferenciação entre número de contentores e número de pontos de recolha, sendo que

neste exemplo estão presentes nesta recolha 9 pontos de recolha com um total de 13

equipamentos de recolha.

Existem outras características da operação, que são preponderantes para o

dimensionamento nesta etapa do Modelo. São exemplos os vários tempos despendidos

decorrentes desta operação, o consumo de combustível por parte da viatura no circuito,

os encargos decorrentes com a(s) equipa(s) de recolha, os encargos com a manutenção

da viatura de recolha ou por exemplo as emissões decorrentes desta etapa do sistema

de gestão.

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3.4.4. Recolha de Lâmpadas

Relativamente à Recolha de Lâmpadas o Modelo de Operação visa tal qual como o

elemento Recolha, retratar a operação de recolha no sistema de gestão de REEE. A

única diferença está relacionada com o tipo de resíduos a recolher, isto é, para o

elemento Recolha de Lâmpadas os únicos resíduos a recolher são equipamentos de

iluminação, ou seja, a quinta categoria de REEE, já que o elemento Recolha está

direcionado tendo em vista o dimensionamento da operação de recolha das restantes

categorias deste fluxo específico de resíduos.

3.4.5. Armazenamento

O Modelo de Operação considera o elemento Armazenamento (Figura 10) como o

elemento que permite que os REEE que são encaminhados para um espaço ou

infraestrutura sejam organizados por fluxos operacionais. Um fluxo engloba, portanto,

equipamentos de diferentes categorias, mas com semelhantes composições a nível de

componentes e materiais, que permitem que o processo de desmantelamento ocorra de

forma mais simplificada e que seja mais fácil, assim encaminhar os diferentes tipos de

componentes e materiais para valorização ou eliminação.

O Modelo de Operação considera que todos os resíduos de equipamentos elétricos e

eletrónicos valorizados na área de intervenção são tidos em conta neste elemento, ou

seja, os REEE provenientes dos elementos recolha e recolha de lâmpadas e os REEE

provenientes do centro de receção. O elemento Armazenamento considera uma

infraestrutura que funciona como centro de receção mas também como local de

descarga na operação de recolha deste tipo de resíduos, tal qual como funciona o centro

de receção e triagem da UTV que se foi visitar.

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Figura 10: Esquema Representativo da Etapa referente ao Armazenamento de REEE.

3.4.6. Tratamento e Valorização

O elemento Tratamento e Valorização (Figura 11) retrata a etapa do sistema de gestão

de REEE onde se procede aos processos de desmantelamento dos equipamentos

elétricos e eletrónicos e onde são separados os componentes e materiais passíveis de

sofrerem valorização e os componentes não valorizáveis. O Modelo de Operação

considera que os componentes e materiais potencialmente valorizáveis dos REEE têm

condições para venda e os constituintes não valorizáveis são encaminhados para aterro.

Neste elemento do Modelo de Operação, o objetivo passa por separar os vários

constituintes dos REEE por materiais ferrosos, materiais não ferrosos e componentes,

numa tentativa de exprimir os processos visualizados na UTV visitada. É importante

realçar que o Modelo de Operação assume que todos os componentes bem como os

materiais ferrosos presentes nos REEE são valorizados, sendo que apenas uma parte

dos materiais não ferrosos não têm potencial para serem valorizados e portanto são

encaminhados para aterro. A Figura 11 mostra, de forma clara, o funcionamento de uma

unidade de tratamento e valorização.

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Figura 11: Funcionamento de uma UTV.

3.4.7. Indicadores

A forma como o Modelo avalia e comunica o desempenho dos sistemas encontra-se no

elemento Indicadores. É neste elemento que estão quantificados as variáveis que têm

como função avaliar o desempenho do sistema de gestão de REEE, através de

informações obtidas das etapas do próprio sistema de gestão.

3.5. Modelo proposto

Para o cálculo dos indicadores de desempenho são necessários dados de base,

informações de contexto e variáveis de cálculo. No Modelo Integrado de Operação todas

estas diferentes variáveis são integradas e combinadas de forma a obter este

encadeamento. Nas próximas alíneas serão apresentadas todas as variáveis

pertencentes ao Modelo bem como a explicação lógica de cada uma das variáveis.

3.5.1. Dados de Base

Os dados de base são utilizados na determinação das variáveis de cálculo do Modelo.

Estes dados são maioritariamente obtidos na área de intervenção definida pelo

utilizador. Este tipo de dados são portanto, as informações necessárias que o utilizador

deve possuir de modo a que a aplicação informática possa, no final, definir valores para

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as variáveis de cálculo e indicadores do sistema de gestão integrada dos REEE. As

variáveis de inserção manual podem ser de diferentes naturezas, tais como:

1) Informações de Contexto;

2) Informações Ambientais;

3) Informações Económico-Financeiras;

4) Informações Operacionais.

1) Informações de Contexto

Este tipo de dados centra-se em informações que caracterizam a área de intervenção

em estudo. Portanto incluem-se neste grupo, dados de cariz geográfico como a área do

circuito e densidade de produtores, dados de cariz populacional como os produtores a

servir bem como dados relacionados com a produção de resíduos. Na Tabela 15 estão

presentes as informações de contexto presentes no Modelo de Operação.

Tabela 15:Informações de Contexto presentes no Modelo de Operação de REEE.

Designação Variável Unidade

Área de Intervenção AI km2

Densidade dos Produtores DensProd prod.km-2

Produção Unitária de REEE PU kg.hab-1.dia-1

Taxa por Categoria de REEE TCat adimensional

Taxa de Valorização de REEE TVal adimensional

Taxa de Recolha de REEE TRec adimensional

Peso Específico ɣ kg.m-3

Taxa de Categoria por Fluxo TCat Flux adimensional

Taxa de Componentes TComp adimensional

Taxa de Material Ferroso TMat Ferr adimensional

Taxa de Material Não Ferroso TMat N-Ferr adimensional

Taxa de Material Não Valorizável TMat N-Val adimensional

Número de Dias de Trabalho DiaTr diaTr.sem-1

As informações de contexto, presentes na Tabela 15, são de seguida apresentadas,

com a sua devida descrição.

Área de Intervenção

A informação de contexto Área de Intervenção (AI) descreve quantitativamente a

superfície em estudo por parte do utilizador, expressa por km2.

Densidade dos Produtores

A informação de contexto Densidade dos Produtores (DensProd) descreve o número

médio de produtores existentes numa dada superfície de território, sendo expressa por

prod.km-2.

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Produção Unitária de REEE

A informação de contexto Produção Unitária de REEE (PU) é a informação que define a

produção per capita (por produtor) deste fluxo específico de resíduos num determinado

intervalo de tempo (dias, meses, anos) para a área de intervenção. No caso do Modelo

de Operação utiliza um intervalo de tempo diário. A capitação de resíduos encontra-se

estritamente relacionada com a qualidade de vida das populações, sendo que áreas

urbanas a priori possuem capitações superiores quando comparadas com áreas rurais.

A variável PU é expressa no Modelo em kg.prod-1.dia-1.

Taxa por Categoria de REEE

A informação de contexto Taxa por Categoria de REEE (TCat) é uma variável

adimensional que traduz a quantidade relativa de cada uma das dez categorias de

REEE, descritas no presente Decreto-Lei, produzidas na área de intervenção definida

pelo utilizador. É importante salientar que o Modelo de Operação considera que a soma

das percentagens das dez categorias representativas do fluxo de resíduos deve ser

igual a 100%.

Taxa de Valorização de REEE

A informação de contexto Taxa de Valorização de REEE (TVal) é uma variável

adimensional que indica as quantidades relativas de cada categoria que são

encaminhadas para valorização. No Modelo de Operação estão já introduzidos valores

para esta variável, que retratam os valores mínimos de cada categoria que devem ser

encaminhados para valorização, de acordo com o anexo I da Diretiva 2012/19/UE, que

define os objetivos mínimos de valorização entre 13 de Agosto de 2012 até 14 de Agosto

de 2018 (Tabela 17). A figura seguinte ilustra o significado desta informação de contexto.

Figura 12: Quantidades Relativas das Categorias de EEE que são encaminhadas para Valorização.

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Taxa de Recolha de REEE

A informação de contexto Taxa de Recolha de REEE (TRec), uma variável adimensional,

define a quantidade relativa de REEE, por categoria, encaminhada para equipamentos

de deposição. A Figura 13 traduz a lógica inserida no Modelo de Operação para definir

esta variável. O quantitativo relativo de REEE encaminhado para equipamentos de

deposição é uma variável importante no Modelo, pois é a variável que serve de base

para o dimensionamento de variáveis de cálculo presentes nos elementos RECOLHA e

RECOLHA LÂMPADAS. No elemento ARMAZENAMENTO é importante a variável Taxa

de Recolha de REEE, mas também a variável presente na PRODUÇÃO, a Taxa

encaminhado para Centro de Receção, pois são as duas formas de valorizar os REEE,

segundo o Modelo de Operação apresentado.

Figura 13: Quantidades Relativas das Categorias de EEE que são encaminhadas para Valorização.

Peso Específico

A informação de contexto Peso Específico (ɣ), expressa em kg.m-3, define ao utilizador

a massa por unidade de volume média de cada uma das 10 categorias representadas

no Modelo de Operação de REEE. Esta variável é pertinente no Modelo sendo que é a

variável responsável pela conversão de quantidades em volumetrias.

Taxa de Categoria por Fluxo

A informação de contexto Taxa de Categoria por Fluxo (TCat Flux), variável desprovida de

unidade física, é a variável que define a porção de cada categoria de REEE que faz

parte de determinado fluxo operacional. Esta variável é relevante no Modelo de

Operação na medida em que é a responsável pela conversão das categorias de REEE

em fluxos de tratamento de REEE.

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Taxa de Componentes

A informação de contexto Taxa de Componentes (TComp) é uma variável adimensional

que descreve a quantidade relativa de um certo componente de um determinado fluxo

operacional de REEE. Esta variável quantifica a nível relativo os componentes por fluxo

operacional, isto porque o Modelo de Operação tem em conta a variabilidade na

composição de cada fluxo, sendo que é pouco provável que diferentes fluxos de

tratamento de REEE possuam a mesma percentagem do mesmo tipo de componentes.

Taxa de Material Ferroso

A informação de contexto Taxa de Material Ferroso (TMat Ferr), sem unidade física, é a

variável respeitante à quantidade relativa existente de material ferroso num dado fluxo

operacional de REEE.

Taxa de Material Não Ferroso

A informação de contexto Taxa de Material Não Ferroso (TMat N-Ferr), é uma variável

adimensional que dita a quantidade relativa de cada tipo de material não ferroso como

por exemplo cobre, alumínio, borracha, plásticos, etc. Esta diferenciação do material

não ferroso é importante para a contabilização dos materiais valorizáveis e não

valorizáveis de cada fluxo operacional de REEE, bem como adquire importância

posteriormente na quantificação do valor vendável de cada tipo de material não ferroso.

Taxa de Material Não Valorizável

A informação de contexto Taxa de Material Não Valorizável (TMat N-Val), sem grandeza

física associada, é uma variável que quantifica a porção de materiais não valorizáveis

presentes em cada fluxo operacional de REEE.

Número de Dias de Trabalho

A informação de contexto Número de Dias de Trabalho (DiaTr), expressa em diaTr.sem-

1, é a variável que representa o número de dias de trabalho por semana em determinado

elemento do Modelo de Operação. Esta variável encontra-se presente por exemplo, nos

elementos ARMAZENAMENTO e TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO.

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2) Informações Ambientais

As informações ambientais são variáveis que o utilizador deverá quantificar e que são a

base para a quantificação das emissões de dióxido de carbono. Na Tabela 16

encontram-se presentes as variáveis referentes a este tipo de dados de base.

Tabela 16:Informações Ambientais pertencentes ao Modelo Integrado de Operação de REEE.

Designação Variável Unidade

Densidade do Combustível DensC t.l-1

Poder Calorífico Inferior PCI (i) GJ.t-1

Fator de Emissão FE (i) kgCO2.GJ-1

Fração Oxidável de Carbono FOC (i) adimensional

As variáveis da Tabela 16 são apresentadas de seguida isoladamente, com a sua

respetiva descrição.

Densidade do Combustível

A variável Densidade do Combusível (DensC), expressa em t.l-1, é a variável que

quantifica o grau de concentração de massa um determinado tipo de combustível em

determinado volume. Os valores da DensC diferem de acordo com o tipo de combustível

que é usado. A Tabela 17 traduz os valores da DensC de acordo com o combustível em

uso.

Tabela 17:Valores da Densidade do Combustível de acordo com o tipo de combustível.

Tipo de Combustível Densidade de Combustível (t.l-1)

Diesel 8,35x10-4

Gasolina 7,50x10-4

GNC (Gás Natural) 8,40x10-4

Poder Calorífico Inferior

A variável Poder Calorífico Inferior (PCI(i)), expressa em GJ.t-1, é a variável que

quantifica o poder calorífico inferior de um determinado tipo de combustível. Na seguinte

tabela encontram-se implícitos os valores do poder calorífico inferior de cada

combustível.

Tabela 18:Poder Calorífico Inferior de acordo com o tipo de combustível.

Tipo de Combustível Poder Calorífico Inferior (GJ.t-1)

Diesel 43,30

Gasolina 44,80

GNC (Gás Natural) 48,55

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Fator de Emissão

A variável Fator de Emissão (FE (i)), expressa em kgCO2.GJ-1, quantifica o fator de

emissão de CO2 (dióxido de carbono) de um determinado tipo de combustível. A Tabela

19 enuncia o fator de emissão de cada um dos tipos de combustíveis presentes no

Modelo de Operação.

Tabela 19:Fator de Emissão de acordo com o tipo de combustível.

Tipo de Combustível Fator de Emissão de CO2 (kgCO2.GJ-1)

Diesel 74,10

Gasolina 68,60

GNC (Gás Natural) 64,10

Fração Oxidável de Carbono

A variável Fração Oxidável de Carbono (FOC (i)) é a variável que quantifica a taxa

oxidável de carbono. A Tabela 20 enuncia a fração oxidável de carbono de cada um dos

tipos de combustível, presentes no Modelo de Operação.

Tabela 20:Fração Oxidável de Carbono de acordo com o tipo de combustível.

Tipo de Combustível Fração Oxidável de Carbono

Diesel 9,90x10-1

Gasolina 9,95x10-1

GNC (Gás Natural) 9,90x10-1

3) Informações Económico-Financeiras

As informações económico-financeiras englobam variáveis das quais o utilizador deverá

quantificar de forma a que estas sejam capazes de calcular os custos e ganhos

associados em torno do sistema de gestão de REEE. Estão presentes na Tabela 21 as

variáveis pertencentes a este tipo de dados de base.

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72

Tabela 21:Informações Económico-Financeiras referentes ao Modelo Integrado de Operação de REEE.

Designação Variável Unidade

Custo Unitário de Mão-de Obra CustCol €.h-1.col-1

Custo Unitário de Combustível CustC €.l-1

Custos de Manutenção dos Veículos (Viatura de Recolha ou Maquinaria)

CustAd Viat ou

CustAd Maq €.ano-1

Custos de Manutenção das Instalações CustMan Inst €.ano-1

Custos de Amortização CustAmort €.ano-1

Custos Administrativos CustAdm €.ano-1

Valor de Mercado de cada Componente VMComp €.kg-1

Valor de Mercado do Material Ferroso VMMat Ferr €.kg-1

Valor de Mercado de cada Material Não Ferroso VMMat N-Ferr €.kg-1

Custo Unitário da Energia Elétrica CustU E €.kW-1

Custo Unitário de Eliminação CustU Elim €.kg-1

As variáveis presentes na Tabela 21 serão imediatamente de seguida dispostas cada

com uma descrição mais detalhada.

Custo Unitário de Mão-de-obra

A variável Custo por Colaborador (CustCol), expressa em €.h-1.col-1 , traduz o valor

monetário médio que aufere cada colaborador, por hora. No Modelo de Operação, esta

variável é várias vezes repetida, tendo em conta os colaboradores dos diferentes

elementos do Modelo de Operação de REEE.

Custo Unitário de Combustível

A variável Custo de Combustível por Litro (CustC) exprime o custo monetário do

combustível utilizado (expressa em €.l-1). Esta variável ocorre várias vezes no Modelo

de Operação, tendo em conta que poderá existir variabilidade nos combustíveis usados

nos diferentes elementos (diesel, gasolina ou gás natural) bem como a variabilidade do

custo dos combustíveis localmente.

Custos de Manutenção dos Veículos

A variável Custos de Manutenção dos Veículos, expressa em €.ano-1, é a variável que

diz respeito a outros custos inerentes dos veículos além do combustível, como é

exemplo a manutenção dos veículos, os custos associados com o seguro e imposto

único de circulação dos veículos. Esta informação de contexto ocorre várias vezes no

Modelo de Operação, tendo em conta os diferentes veículos que são necessários nos

diferentes elementos, nomeadamente veículos de recolha (CustAd Viat) ou

manipuladoras de materiais e empilhadores (CustAd Maq).

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Custos de Manutenção das Instalações

A variável Custos de Manutenção das Instalações (CustMan Inst), expressa em €.ano-1,

apresenta o custo relacionado com a manutenção das instalações afetas ao sistema de

gestão de REEE. Esta variável é repetida mais de uma vez, devido ao facto de existirem

diferentes instalações para cada elemento no Modelo de Operação (nomeadamente nos

elementos ARMAZENAMENTO e TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO).

Custos de Amortização

A variável Custos de Amortização (CustAmort), expressa em €.ano-1, é a variável que

quantifica o custo associado ao processo de pagamento de dívidas, através de

pagamentos periódicos, implícitas no sistema de gestão de REEE.

Custos Administrativos

A variável Custos Administrativos (CustAdm), expressa em €.ano-1, é a variável que

quantifica os custos administrativos decorrentes no sistema de gestão de REEE em

estudo pelo utilizador.

Valor de Mercado de cada Componente

A variável Valor de Mercado de cada Componente (VMComp), expressa em €.kg-1, é a

variável que define o valor monetário de venda por quilograma de cada componente de

um dado fluxo operacional de REEE.

Valor de Mercado de Material Ferroso

A variável Valor de Mercado de Material Ferroso (VMMat Ferr), expressa €.kg-1, é a variável

alusiva ao valor monetário por quilograma do material ferroso compreendido num dado

fluxo operacional de REEE.

Valor de Mercado de cada Material Não Ferroso

A variável Valor de Mercado de cada Material Não Ferroso (VMMat N-Ferr), expressa em

€.kg-1, refere-se ao valor monetário por quilograma de um dado material não ferroso

inserido num dado fluxo operacional de REEE.

Custo Unitário da Energia Elétrica

A variável Custo Unitário da Energia Elétrica (CustU E), expressa em €.kW-1, é a variável

que diz respeito ao custo energético por quilowatt consumido.

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Custo Unitário de Eliminação

A variável Custo Unitário de Eliminação (CustU Elim), expressa em €.kg-1, designa qual o

valor monetário a pagar, por quilograma, para encaminhar os resíduos não valorizáveis

originários dos vários fluxos de tratamento de REEE.

4) Informações Operacionais

As informações operacionais dizem respeito às variáveis operacionais do sistema de

gestão em que o utilizador deverá quantificar. Estas variáveis estão relacionadas com o

tipo e consumo de combustível da viatura de recolha, quantidade total de resíduos

recolhidos, bem como tempos e distâncias relacionadas com a operação de recolha no

circuito. Na Tabela 22 estão presentes as variáveis de inserção de carácter operacional

do Modelo de Operação.

Tabela 22:Informações Operacionais presentes no Modelo de Integrado de Operação de REEE.

Designação Variável Unidade

Capacidade da Viatura VViat m3

Taxa de Enchimento dos Contentores TEnch Cont adimensional

Taxa de Enchimento da Viatura TEnch Viat adimensional

Frequência de Recolha FreqRec circ.sem-1

Capacidade dos Contentores VU Cont Ex m3.cont-1

Capacidade Estimada dos Contentores VU Cont D m3.cont-1

Tempo entre a Garagem e o primeiro Ponto de Recolha TD G-1ºPR min.rec-1

Tempo entre o Local de Descarga e a Garagem TD LD-G min.rec-1

Tempo de Descarga dos Contentores TDDesc Cont min.cont-1

Tempo de Deslocação entre Pontos de Recolha TD PR min.pt rec-1

Número de Pontos de Recolha PR pt rec.circ-1

Tempo entre o Último Contentor que se atingiu o enchimento da viatura até ao Local de Descarga ou do Local de Descarga ao Primeiro Contentor do seguinte frete

TD úPR-LD v LD-1ºPR

min.desc-1

Tempo entre o Último Contentor da Recolha e o Local de Descarga

TD úCont-LD min.rec-1

Tempo de Descarga da Viatura de Recolha TDDesc Viat min.desc-1

Tempo Morto TM min.rec-1

Duração Máxima da Recolha DRec min.rec-1

Duração do Turno DTurn h.diaTr-1

Número de Colaboradores Col Col

Velocidade Média de Recolha VelRec km.h-1

Velocidade Média de Não Recolha VelN-Rec km.h-1

Consumo Médio de Combustível CC l.100km-1

Consumo Médio de Combustível da Maquinaria CCMaq l.100km-1

Tipo de Combustível i adimensional

Distância percorrida pela Maquinaria DistMaq km.diaTr-1

Tempo Unitário de Processamento TDU Flux min.kg-1

Consumo Específico de Energia Elétrica CEU Flux kW.kg-1

As informações operacionais, referidas na Tabela 22, são apresentados de seguida com

uma descrição das principais suas características.

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Capacidade da Viatura

A variável Capacidade da Viatura (VViat), expressa em m3, quantifica o volume máximo

de carga da viatura de recolha. Esta variável é repetida no Modelo, tendo em conta os

dois elementos distintos: o elemento RECOLHA e o elemento RECOLHA LÂMPADAS.

Taxa de Enchimento dos Contentores

A variável Taxa de Enchimento dos Contentores (TEnch Cont), uma variável ausente de

grandeza física, exprime a porção relativa de enchimento do equipamento de

deposição/recolha na qual deve ser processada a operação de recolha. A figura

seguinte descreve 3 contentores, com diferentes abordagens no dimensionamento dos

contentores. O contentor superior esquerdo foi dimensionado exclusivamente através

dos produtores da área de intervenção e o contentor superior direito foi dimensionado

tendo presente para além dos produtores da área de intervenção um fator de segurança,

considerando população flutuante e dias de anormalidade na produção de REEE, de

forma a evitar que a taxa de enchimento do contentor não seja ultrapassada, como

demonstrado no contentor da parte inferior da figura abaixo.

Figura 14: Fator de segurança, Volume Efetivo e ausência de Fator de Segurança no Dimensionamento da Contentorização.

Taxa de Enchimento da Viatura

A variável Taxa de Enchimento da Viatura (TEnch Viat), adimensional, é a variável que

quantifica a porção relativa máxima de ocupação da viatura de modo a fazer face a

volumetrias anormais durante a operação de recolha na viatura de recolha.

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Frequência de Recolha

A variável Frequência de Recolha (FreqRec) é a variável que define o número de circuitos

necessários durante um determinado intervalo de tempo de modo a satisfazer a

operação de recolha dos REEE. No Modelo de Operação a FreqRec é dada em circ.sem-

1.

Capacidade dos Contentores

A variável Capacidade dos Contentores (VU Cont Ex), expressa em m3.cont-1, é a variável

em que o utilizador indica a porção volumétrica padrão dos equipamentos de deposição

existentes na área de intervenção. O Modelo permite que o utilizador insira mais do que

um volume unitário, tendo em conta que a área de intervenção possa possuir várias

volumetrias padrão.

Capacidade Estimada dos Contentores

A variável Capacidade Estimada dos Contentores (VU Cont D), expressa em m3.cont-1, é a

variável em que o utilizador indica a porção volumétrica padrão dos equipamentos de

deposição dimensionados no Modelo de Operação, por parte do utilizador.

Tempo entre a Garagem e o Primeiro Ponto de Recolha

A variável Tempo entre a Garagem e o Primeiro Ponto de Recolha (TD G-1ºPR),

expressa em min.rec-1, é a variável que expressa a duração média do trajeto da garagem

ao primeiro ponto de recolha. Na Figura 15 está representado uma recolha onde são

apresentados os diversos tempos que se incluem nesta operação do sistema de gestão

integrada de REEE, incluindo a variável TD G-1ºPR.

Tempo entre o Local de Descarga e a Garagem

A variável Tempo do Local de Descarga e a Garagem (TD PD-G), expressa em min.rec-

1, corresponde à duração média do trajeto entre o ponto de descarga até à garagem.

Esta variável encontra-se presente na Figura 15, fazendo parte temporal de uma

recolha.

Tempo de Descarga dos Contentores

A variável Tempo de Descarga dos Contentores (TDDesc Cont), expressa em min.cont-1, é

o tempo despendido na recolha para completar o esvaziamento de um equipamento de

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deposição deste fluxo de resíduos, sendo que esta informação de contexto se encontra

presente na Figura 15.

Tempo de Deslocação entre Pontos de Recolha

A variável Tempo de Deslocação entre Pontos de Recolha (TD PR), expressa em

min.ptrec-1, é a variável que se refere ao tempo médio despendido entre pontos de

recolha. Esta variável, também ela, se encontra presente na Figura 15.

Número de Pontos de Recolha

A variável Número de Pontos de Recolha (PR), expressa em pt rec.circ-1, é a variável

que dita o número de pontos de recolha existentes no circuito de recolha. O Modelo de

Operação considera como um Ponto de Recolha um local pré-definido pelos produtores

e empresas de recolha de REEE, que possui pelo menos um equipamento de deposição

ou recolha deste tipo de resíduos.

Tempo entre o Último Contentor em que se atingiu o enchimento da viatura de

recolha até ao Local de Descarga ou do Local de Descarga ao Primeiro Contentor

do seguinte frete

A variável Tempo entre o Último Contentor em que se atingiu o enchimento da viatura

de recolha até ao Local de Descarga ou do Local de Descarga ao Primeiro Contentor

do seguinte frete (TD úPR-D v D-1ºPR), expressa em min.desc-1, designa tal o referido

na designação da variável. Se no final de um frete existir tempo necessário para o início

de um outro frete, esta variável representa a duração referente ao trajeto deste frete

concluído ao local de descarga ou por sua vez, do local de descarga até ao primeiro

ponto de recolha do seguinte frete.

Tempo entre o Último Contentor da Recolha e o Local de Descarga

A variável Tempo entre o Último Contentor da Recolha e o Local de Descarga (TD

úCont-LD), expressa em min.rec-1 e representada na Figura 15 define a duração

(tempo) do trajeto entre o último contentor da recolha (ou seja, o último contentor do

turno de recolha) e o local de descarga da viatura de recolha. Esta variável e a

imediatamente anterior são semelhantes, ou pelo menos, retratam a mesma realidade.

A diferença entre elas resume-se no facto de existir sempre a variável TD úCont-LD,

mas nem sempre ocorre a variável TD úPR-D v D-1ºPR, isto porque a última variável

decorre apenas se existir mais de uma descarga da viatura.

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Tempo de Descarga da Viatura

A variável Tempo de Descarga da Viatura (TDDesc Viat), expressa em min.desc-1, é a

informação relativa ao tempo médio de descarga da viatura de recolha no ponto de

descarga de REEE. Esta informação de contexto encontra-se representada na Figura

15.

Tempo Morto

A variável Tempo Morto (TM), expressa em min.rec-1, é a variável que traduz a duração

média referente a períodos de paragem do veículo para pausas de café, lavagem e

desinfeção da viatura, abastecimento de combustível na viatura ou outra eventualidade

deste tipo. Esta variável encontra-se também representada na Figura 15.

Figura 15: Tempos inerentes a uma Recolha, com um único Frete, na operação de Recolha de REEE.

Duração Máxima da Recolha

A variável Duração Máxima da Recolha (DRec), expressa em min.rec-1, é a variável que

descreve o tempo máximo que uma recolha pode conter. Esta variável ocorre nos

elementos do Modelo RECOLHA e RECOLHA LÂMPADAS.

Duração do Turno

A variável Duração do Turno (DTurn), expressa em h.diaTr-1, é a variável que quantifica

a duração do turno dos funcionários de cada elemento (RECOLHA, RECOLHA

LÂMPADAS, ARMAZENAMENTO e TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO) do Modelo de

Operação.

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Número de Colaboradores

A variável Número de Colaboradores (Col), expressa em col, indica o número de

colaboradores incluídos no sistema de gestão de REEE, refletido no Modelo de

Operação. São considerados nesta variável os motoristas das viaturas de recolha de

REEE, os cantoneiros que poderão auxiliar na recolha desses mesmos resíduos bem

como operadores de gestão de resíduos, que se tratam de colaboradores que estão

destacados ao longo deste sistema. São considerados também os colaboradores que

operam no manuseio de maquinaria como empilhadores e manipuladores de materiais,

bem como no desmantelamento manual.

Velocidade Média de Recolha

A variável Velocidade Média de Recolha (VelRec), expressa em km.h-1, descreve a

velocidade média de recolha da viatura de recolha de REEE. É apenas no Tempo de

Recolha (definido posteriormente) é que é considerada esta variável.

Velocidade Média de Não Recolha

A variável Velocidade Média de Não Recolha (VelN-Rec), expressa em km.h-1, designa a

velocidade média de não recolha da viatura de recolha de REEE. Já esta variável é

considerada no Modelo de Operação apenas no Tempo de Não Recolha (definido

posteriormente).

Consumo Médio de Combustível

A variável Consumo Médio de Combustível (CC), expressa em l.100km-1, indica o

consumo médio de combustível das viaturas de recolha inerentes aos elementos

RECOLHA e RECOLHA LÂMPADAS do Modelo de Operação.

Consumo Médio de Combustível da Maquinaria

A variável Consumo Médio de Combustível da Maquinaria (CCMaq), também expressa

em l.100km-1, quantifica o consumo médio de combustível médio da(s) maquinaria(s)

existentes nos elementos ARMAZENAMENTO e TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO

presentes no Modelo de Operação.

Tipo de Combustível

A variável Tipo de Combustível (i) é a variável que expressa o tipo de combustível

utilizado em determinado veículo, seja ele uma viatura de recolha, um empilhador ou

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uma manipuladora de materiais. Esta variável vai-se repetindo nos elementos do Modelo

de Operação, nomeadamente nos elementos RECOLHA, RECOLHA LÂMPADAS,

ARMAZENAMENTO e TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO. A figura seguinte mostra os

tipos de combustíveis usados no Modelo.

Figura 16: Tipos de Combustíveis usados para cada tipo de veículo representado no Modelo Integrado de Operação de REEE.

Distância percorrida pela Maquinaria

A variável Distância percorrida pela Maquinaria (DistMaq), expressa por km.diaTr-1, é a

variável que quantifica a distância percorrida pela maquinaria existente nos elementos

ARMAZENAMENTO e TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO.

Tempo Unitário de Processamento

A variável Tempo Unitário de Processamento (TDU Flux), expressa em min.kg-1, como o

nome indica é a variável que retrata o tempo necessário para desmantelar um

quilograma de um certo fluxo operacional de REEE.

Consumo Específico de Energia Elétrica

A variável Consumo Específico de Energia Elétrica (CEU Flux), expressa em kW.kg-1, é a

variável que diz respeito ao consumo de energia elétrica consumido, no elemento

TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO, por cada quilograma manuseado.

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3.5.2. Variáveis de Cálculo

Fazem igualmente parte integrante do Modelo de Operação de REEE, variáveis que

descendem dos dados de base que o utilizador necessita inserir, através de operações

matemáticas. As variáveis de cálculo têm como principal função a definição de

indicadores de desempenho, descritos mais à frente nesta dissertação.

As Variáveis de Cálculo são diferenciadas por:

1) Variáveis Operacionais;

2) Variáveis Económicas;

3) Variáveis Ambientais

1) Variáveis de Cálculo Operacionais

As Variáveis Operacionais são todas as variáveis de cálculo representativas das

informações de contexto inseridas de cariz operacional, mas também de caracterização

geral dos circuitos.

As variáveis operacionais são as responsáveis pela definição dos indicadores de

desempenho operacionais e estão representadas na Tabela 23.

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Tabela 23:Variáveis de Cálculo de Carácter Operacional decorrentes do Modelo Integrado de Operação de REEE.

Na tabela anterior que refere as variáveis de cálculo operacionais, são apresentadas

isoladamente, com uma descrição detalhada de cada variável, anexada com a equação

que origina cada variável.

Designação Variável Unidade

Número de Produtores Prod Prod

Quantidade Total de Resíduos QTotal kg.dia-1

Quantidade por Categoria de Resíduos QCat kg.dia-1

Quantidade Valorizada de Resíduos QVal kg.dia-1

Quantidade Total Valorizada de Resíduos QTotal Val kg.dia-1

Quantidade a Recolher de Resíduos QRec kg.dia-1

Quantidade Total a Recolher de Resíduos QTotal Rec kg.dia-1

Volume Acumulado de Resíduos VAcum m3.dia-1

Volume Total Acumulado de Resíduos VTotal Acum m3.dia-1

Volume a Recolher de Resíduos VRec m3.circ-1

Capacidade Efetiva dos Contentores VECont Ex m3.cont-1

Capacidade Efetiva Estimada dos Contentores VECont D m3.cont-1

Número de Contentores ContEx cont.circ-1

Número Estimado de Contentores ContD cont.circ-1

Capacidade Total Efetiva dos Contentores VTECont Ex m3.circ-1

Número de Contentores Convertidos ContConv cont.circ-1

Número de Contentores por Ponto de Recolha ContPt Rec cont.pt rec-1

Capacidade Efetiva da Viatura VEViat m3

Tempo Efetivo de Recolha necessário de modo a encher a Viatura de Recolha

TEREnch Viat Min

Tempo de Recolha TRRec TRCirc

min.rec-1 min.circ-1

Tempo por Frete TDFr min.fr-1

Número de Fretes FrRec fr.rec-1

Número de Descargas DescRec desc.rec-1

Tempo Efetivo de Recolha TER min.circ-1

Volume por Frete VFr m3.fr-1

Número de Recolhas Rec rec.circ-1

Tempo de Não Recolha TNRRec TNRCirc

min.rec-1 min.circ-1

Tempo Total Despendido TDTotal Circ min.circ-1

Distância de Recolha DistCirc km.circ-1

Consumo de Combustível da Viatura CCCirc l.circ-1

Quantidade Valorizada por Fluxo QFlux Dia kg.dia-1

Capacidade Processada

QFlux DiaTr QTotal DiaTr

kg.diaTr-1

Consumo de Combustível da Maquinaria QCC Maq l.diaTr-1

Tempo de Processamento TDFlux min.diaTr-1

Tempo Total de Processamento TDTotal min.diaTr-1

Quantidade de cada Componente Valorizado por Fluxo QComp kg.diaTr-1

Quantidade de Material Ferroso Valorizado por Fluxo QMat Ferr Flux kg.diaTr-1

Quantidade de cada Material Não Ferroso Valorizado por Fluxo

QMat N-Ferr kg.diaTr-1

Quantidade de Material Não Valorizável QMat N-Val Flux kg.diaTr-1

Quantidade Total de Material Não Valorizável QTotal Mat N-Val kg.diaTr-1

Consumo de Energia Elétrica

CEFlux CETotal

kW.diaTr-1

Número de Colaboradores Col Col

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Número de Produtores

A variável Número de Produtores (Prod) [Eq.1], expressa em prod, reflete o número de

produtores a servir na área de intervenção, tendo em conta a densidade dos produtores

dessa mesma área. Esta variável deriva da equação:

Legenda:

AI = Área de Intervenção [km2]; DensProd = Densidade de Produtores [prod.km-2].

Quantidade Total de Resíduos

A variável Quantidade Total de Resíduos (QT) [Eq.2] (Figura 17), expressa em kg.dia-1,

descreve a quantidade de REEE gerados, por dia, na área de intervenção pretendida

pelo utilizador. A produção diária de REEE é definida pela seguinte equação:

Legenda:

PU = Produção unitária [kg.prod-1.dia-1]; Prod = Número de produtores [prod].

Figura 17: Produção de REEE de determinados produtores de uma área de intervenção.

Quantidade por Categoria de Resíduos

A variável Quantidade por Categoria de Resíduos (QCat) [Eq.3], expressa em kg.dia-1, é

a quantidade mássica de cada categoria de REEE produzida durante um determinado

espaço de tempo, no caso do Modelo de Operação considera um dia. A variável é

descrita pela seguinte equação por:

𝑃𝑟𝑜𝑑 = 𝐴𝐼 × 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑃𝑟𝑜𝑑

[Eq.1]

𝑄𝑇 = 𝑃𝑈 × 𝑃𝑟𝑜𝑑

[Eq.2]

𝑄𝐶𝑎𝑡 = 𝑇𝐶𝑎𝑡 × 𝑃𝑟𝑜𝑑

[Eq.3]

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Legenda:

TCat = Taxa por Categoria de REEE [adimensional].

Quantidade Valorizada de Resíduos

A variável Quantidade Valorizada de Resíduos (QVal) [Eq.4], expressa em kg.dia-1, é a

variável de cálculo que exprime a massa de REEE gerados, por categoria, que foram

encaminhados para valorização por parte dos produtores inseridos na área de

intervenção. Esta variável provém da relação matemática:

Legenda:

TVal = Taxa de Valorização [adimensional].

Quantidade Total Valorizada de Resíduos

A variável Quantidade Total Valorizada de Resíduos (QTotal Val) [Eq.5] (Figura 18),

expressa em kg.dia-1, é a variável de cálculo que exprime a quantidade de REEE, de

todas as categorias, que são encaminhados para valorização por parte dos produtores

da área de intervenção definida pelo utilizador. A equação que define a variável QTotal Val

encontra-se imediatamente abaixo:

𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑉𝑎𝑙 = ∑ 𝑄𝑉𝑎𝑙

[Eq.5]

Figura 18: Quantidade de REEE encaminhados para Valorização.

𝑄𝑉𝑎𝑙 = 𝑄𝐶𝑎𝑡 × 𝑇𝑉𝑎𝑙

[Eq.4]

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Quantidade a Recolher de Resíduos

A variável Quantidade a Recolher de Resíduos (QRec) [Eq.6] (Figura 19), expressa em

kg.dia-1, traduz a massa, de cada categoria, encaminhada para valorização por parte

dos produtores inseridos na área de intervenção, via deposição em equipamentos para

esse efeito. Esta variável é composta pela equação:

Legenda:

TRec = Taxa de Recolha [adimensional].

Figura 19: Quantidade de REEE encaminhados para Valorização.

Quantidade Total a Recolher de Resíduos

A variável Quantidade Total a Recolher de Resíduos (QTotal Rec) [Eq.7], expressa em

kg.dia-1, é a variável que dita a massa de REEE a recolher, para todas as categorias de

REEE.

O Modelo de Operação considera dois tipos de recolha: a recolha das lâmpadas

(categoria 5) no elemento RECOLHA LÂMPADAS e a recolha dos restantes REEE

𝑄𝑅𝑒𝑐 = 𝑄𝑉𝑎𝑙 × T Rec

[Eq.6]

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(restantes categorias) no elemento RECOLHA. Posto isto, esta variável irá dar origem

a duas outras variáveis: QRec 1 e QRec 2. A QRec 1 [Eq.8] quantifica a quantidade de

resíduos a recolher no elemento RECOLHA, ou seja, desta variável fazem parte todos

os equipamentos à exceção da categoria 5. A QRec 2 [Eq.9] quantifica a quantidade de

resíduos a recolher no elemento RECOLHA LÂMPADAS, ou seja, desta variável são

englobados apenas os equipamentos da categoria 5. As equações 7, 8 e 9 dizem

respeito respetivamente às variáveis QTotal Rec, QRec 1 e QRec 2:

𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑐 = ∑ 𝑄𝑅𝑒𝑐

[Eq.7]

𝑄𝑅𝑒𝑐 1 = 𝑄𝑅𝑒𝑐 (𝑐𝑎𝑡𝑒𝑔𝑜𝑟𝑖𝑎 5)

[Eq.8]

𝑄𝑅𝑒𝑐 2 = 𝑄𝑅𝑒𝑐 (𝑡𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑠 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑔𝑜𝑟𝑖𝑎𝑠 à 𝑒𝑥𝑐𝑒çã𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑔𝑜𝑟𝑖𝑎 5)

[Eq.9]

Volume Acumulado de Resíduos

A variável Volume Acumulado de Resíduos (VAcum) [Eq.10], expressa em m3.dia-1, é a

variável que quantifica a volumetria de REEE gerada, por categoria. A variável define-

se através da relação matemática:

Legenda:

ɣ = Peso Específico [kg.m-3].

Volume Total Acumulado de Resíduos

A variável de cálculo Volume Total Acumulado de Resíduos (VTotal Acum) [Eq.11],

expressa em m3.dia-1, é referente ao quantitativo médio volumétrico produzido na área

de intervenção, de todas as categorias de REEE.

Como o Modelo de Operação considera a recolha das lâmpadas (categoria 5) no

elemento RECOLHA LÂMPADAS e a recolha dos restantes REEE (restantes

categorias) no elemento RECOLHA, é necessário que sejam definidas duas outras

variáveis: VAcum 1 e VAcum 2. A VAcum 1 [Eq.12] quantifica o volume de resíduos a recolher

𝑉𝐴𝑐𝑢𝑚 =𝑄𝑅𝑒𝑐

ɣ

[Eq.10]

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87

no elemento RECOLHA por dia, ou seja, desta variável fazem parte todos os

equipamentos à exceção da categoria 5. A VAcum 2 [Eq.13] quantifica o volume de

resíduos a recolher no elemento RECOLHA LÂMPADAS por dia, ou seja, desta variável

são englobados apenas os equipamentos da categoria 5. As equações 11, 12 e 13

dizem respeito respetivamente às variáveis VTotal Acum, VAcum 1 e VAcum 2:

𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑐𝑢𝑚 = ∑ 𝑉𝐴𝑐𝑢𝑚

[Eq.11]

𝑉𝐴𝑐𝑢𝑚 1 = 𝑉𝐴𝑐𝑢𝑚(𝑡𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑠 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑔𝑜𝑟𝑖𝑎𝑠 à 𝑒𝑥𝑐𝑒çã𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑔𝑜𝑟𝑖𝑎 5)

[Eq.12]

𝑉𝐴𝑐𝑢𝑚 2 = 𝑉𝐴𝑐𝑢𝑚(𝑐𝑎𝑡𝑒𝑔𝑜𝑟𝑖𝑎 5)

[Eq.13]

Volume a Recolher de Resíduos

A variável Volume a Recolher de Resíduos (VRec) [Eq.14], expressa em m3.circ-1, é a

variável de cálculo que exprime a volumetria a recolher num dado circuito de recolha,

tendo em conta a sua própria frequência da recolha. A variável surge no Modelo na

RECOLHA mas também na RECOLHA LÂMPADAS, sendo que as variáveis que servem

de base dependem do elemento a que se refira, ou seja, VRec 1 deriva de variáveis do

elemento RECOLHA ou definidas com o número 1 e para VRec 2 deriva de variáveis do

elemento RECOLHA LÂMPADAS ou definidas com o número 2. A variável é dada por:

Legenda:

FreqRec = Frequência de Recolha [circ.sem-1]; DiaSem = Número de Dias existentes numa semana

[dia.sem-1].

𝑉𝑅𝑒𝑐 = 𝑉𝐴𝑐𝑢𝑚 × (𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚

𝐹𝑟𝑒𝑞𝑅𝑒𝑐 )

[Eq.14]

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88

Capacidade Efetiva de Deposição

A variável Capacidade Efetiva de Deposição (VECont Ex) [Eq. 15] (Figura 20), expressa

em m3.cont-1, é a variável que explicita o quantitativo volumétrico médio dos contentores

tendo em conta o fator de segurança dos mesmos para os equipamentos de deposição

que existem na área de intervenção. A variável é dada segundo a seguinte relação

matemática:

Legenda:

FSCont = Fator de Segurança dos equipamentos de deposição/recolha [adimensional].

Figura 20: Volume Efetivo de um Equipamento de Deposição de REEE.

Capacidade Efetiva Estimada de Deposição

A variável Capacidade Efetiva Estimada de Deposição (VECont D) [Eq.16], expressa em

m3.cont-1, é a variável de cálculo que quantifica a volumetria dos equipamentos de

deposição dimensionados, tendo em conta um fator de segurança. A variável é dada

por:

Número de Contentores

A variável Número de Contentores (ContEx) [Eq.17], expressa em cont.circ-1, é a variável

que quantifica o número de equipamentos de deposição existentes na área de

intervenção em análise. A variável de cálculo é constituída segundo a seguinte equação:

𝑉𝐸𝐶𝑜𝑛𝑡 𝐸𝑥 = 𝑉𝑈 𝐶𝑜𝑛𝑡 𝐸𝑥 × 𝑇𝐸𝑛𝑐ℎ 𝐶𝑜𝑛𝑡

[Eq. 15]

𝑉𝐸𝐶𝑜𝑛𝑡 𝐷 = 𝑉𝑈 𝐶𝑜𝑛𝑡 𝐷 × 𝑇𝐸𝑛𝑐ℎ 𝐶𝑜𝑛𝑡

[Eq.16]

𝐶𝑜𝑛𝑡𝐸𝑥 = ∑ 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑒𝑥1 + 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑒𝑥2 + ⋯ + 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑒𝑥𝑛

[Eq.17]

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Número Estimado de Contentores

A variável Número Estimado de Contentores (ContD) [Eq. 18], expressa em cont.circ-1,

é a variável que quantifica o número de equipamentos de deposição dimensionados

pelo utilizador para a área de intervenção em análise. A variável de cálculo é constituída

segundo a seguinte equação:

Legenda:

VRec = Volumetria a Recolher [m3.circ-1]; VECont D = Volume Efetivo dos Contentores

Dimensionados [m3.cont-1].

Capacidade Total Efetiva de Deposição

A variável Capacidade Total Efetiva de Deposição (VTECont Ex) [Eq.19], expressa em

m3.circ-1,indica o quantitativo efetivo volumétrico dos contentores existentes na área de

intervenção. A variável resulta do somatório do volume efetivo dos vários equipamentos

de deposição que se encontram na área de intervenção, tal como definido na equação

seguinte:

Número de Contentores Convertidos

A variável Número de Contentores Convertidos (ContConv) [Eq.20], expressa em

cont.circ-1, exprime ao utilizador qual o número de equipamentos de deposição de uma

certa volumetria média definida pelo utilizador, tendo em conta a volumetria real dos

equipamentos de deposição existente na área de intervenção. Na prática, tendo em

conta a volumetria total real dos contentores da área de intervenção, que advém por

norma de equipamentos de deposição de diferentes volumetrias, quantifica-se o número

de equipamentos de deposição com a mesma volumetria, definida anteriormente pelo

utilizador. Esta variável é definida através do quociente entre o volume efetivo dos

contentores existentes na área de intervenção e o volume efetivo dos contentores

dimensionados pelo Modelo. A equação é dada da seguinte forma:

𝐶𝑜𝑛𝑡𝐷 =𝑉𝑅𝑒𝑐

𝑉𝐸𝐶𝑜𝑛𝑡 𝐷

[Eq.18]

𝑉𝑇𝐸𝐶𝑜𝑛𝑡 𝐸𝑥 = ∑ 𝑉𝐸𝐶𝑜𝑛𝑡 𝐸𝑥

[Eq. 19]

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90

Número de Contentores por Ponto de Recolha

A variável Número de Contentores por Ponto de Recolha (ContPt Rec) é a variável de

cálculo que define a média de equipamentos de deposição por ponto de recolha (cont.pt

rec-1). A variável é dada por:

Legenda:

PR = Número de Pontos de Recolha [pt rec].

Capacidade Efetiva da Viatura

A variável Capacidade Efetiva da Viatura (VEViat) [Eq.22], expressa em m3, é a variável

que explicita o quantitativo volumétrico médio da viatura de recolha definida pelo

utilizador, tendo em conta o fator de segurança da mesma. A variável é composta pela

seguinte expressão matemática:

Legenda:

VViat = Volume da Viatura de Recolha [m3]; FSViat = Fator de Segurança da Viatura [adimensional].

Tempo Efetivo de Recolha até encher a Viatura

A variável Tempo Efetivo de Recolha até encher a Viatura de Recolha (TEREnch Viat)

[Eq.23], expressa em min, quantifica o tempo despendido para recolher os resíduos

necessários para encher completamente a capacidade de carga da viatura de recolha.

A variável é dada pela seguinte expressão:

Legenda:

TDDesc Cont = Tempo Despendido na Descarga de cada Contentor [min.cont-1]; TD PR = Tempo

Despendido entre Pontos de Recolha [min.pt rec-1].

𝐶𝑜𝑛𝑡𝐶𝑜𝑛𝑣 =𝑉𝑇𝐸𝐶𝑜𝑛𝑡 𝐸𝑥

𝑉𝐸𝐶𝑜𝑛𝑡 𝐷

[Eq.20]

𝐶𝑜𝑛𝑡𝑃𝑡 𝑅𝑒𝑐 =𝐶𝑜𝑛𝑡𝐷

𝑃𝑅

[Eq.21]

𝑉𝐸𝑉𝑖𝑎𝑡 = 𝑉𝑉𝑖𝑎𝑡 × 𝑇𝐸𝑛𝑐ℎ 𝑉𝑖𝑎𝑡

[Eq.22]

𝑇𝐸𝑅𝐸𝑛𝑐ℎ 𝑉𝑖𝑎𝑡 = ((𝑉𝑉𝑖𝑎𝑡

𝑉𝐶𝑜𝑛𝑡 𝐷) × 𝑇𝐷𝐷𝑒𝑠𝑐 𝐶𝑜𝑛𝑡) + ((

𝑉𝑉𝑖𝑎𝑡𝑉𝐶𝑜𝑛𝑡 𝐷

𝐶𝑜𝑛𝑡𝑃𝑡 𝑅𝑒𝑐− 1) × 𝑇𝐷 𝑃𝑅)

[Eq.23]

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Tempo de Recolha

A variável Tempo de Recolha (TRRec) [Eq.24], expressa em min.rec-1, quantifica o tempo

que se refere à recolha propriamente dita mais o(s) trajeto(s) para a descarga da viatura

e mais o tempo referente à(s) descarga(s) da viatura de recolha. A variável TRRec forma-

se tendo em conta a seguinte configuração matemática:

Legenda:

DRec = Duração da Recolha [min.rec-1]; TM = Tempo Morto [min.rec-1]; TD G-1ºPR = Tempo

Despendido da Garagem ao primeiro Ponto de Recolha [min.rec-1]; TD LD-G = Tempo

Despendido entre o Local de Descarga e a Garagem [min.rec-1].

No Modelo de Operação a variável Tempo de Recolha é também quantificada por

circuito de recolha (TRCirc) [Eq.25], expressa em min.circ-1, que se trata da variável de

cálculo que traduz a duração referente ao tempo de recolha em todo o circuito de recolha

em análise pelo utilizador. A variável é dada através da equação seguinte, com a

multiplicação entre o número de fretes por recolha e o tempo dependido por frete e

posteriormente a multiplicação com o número de recolhas com o uso do número exato

obtido, mesmo que seja um valor decimal, de modo a dimensionar de forma mais

detalhada a variável TRCirc.

Tempo por Frete

A variável Tempo por Frete (TDFr) [Eq.26], expressa em min.fr-1, quantifica o tempo

despendido por frete em cada recolha do circuito, na área de intervenção definida pelo

utilizador. A variável é conseguida tendo por base a seguinte equação:

𝑇𝐷𝐹𝑟 = {𝑎 𝑠𝑒 𝑇𝑅𝑅𝑒𝑐 ≥ 𝑎

𝑇𝑅𝑅𝑒𝑐 𝑠𝑒 𝑇𝑅𝑅𝑒𝑐 < 𝑎

𝑎 = 𝑇𝐸𝑅𝐸𝑛𝑐ℎ 𝑉𝑖𝑎𝑡 + (2 × 𝑇𝐷 ú𝑃𝑅­𝐿𝐷 𝑉 𝐿𝐷­1º𝑃𝑅) + 𝑇𝐷𝐷𝑒𝑠𝑐 𝑉𝑖𝑎𝑡

[Eq.26]

𝑇𝑅𝑅𝑒𝑐 = 𝐷𝑅𝑒𝑐 − (𝑇𝑀 + 𝑇𝐷 𝐺­1º𝑃𝑅 + 𝑇𝐷 𝐿𝐷­𝐺)

[Eq.24]

𝑇𝑅𝐶𝑖𝑟𝑐 = (𝐹𝑟𝑅𝑒𝑐 × 𝑇𝐷𝐹𝑟) × 𝑅𝑒𝑐

[Eq.25]

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Número de Fretes

A variável Número de Fretes (FrRec) [Eq.27], expressa em fr.rec-1, é a variável de cálculo

que quantifica o número de fretes por recolha realizada no circuito de recolha. A variável

de cálculo FrRec obtem-se de acordo com a seguinte equação:

Número de Descargas

A variável Número de Descargas (DescRec) [Eq.28], expressa em desc.rec-1, é a variável

de cálculo que quantifica o número de descargas da viatura de recolha por recolha

realizada no circuito. O número de descargas é calculado tendo por base o número de

fretes, isto porque para cada frete existe obrigatoriamente uma descarga da viatura de

forma a esvaziar a viatura de modo a prosseguir para um novo frete ou por outro lado

regressar à garagem. A variável é constituída a partir da expressão:

𝐷𝑒𝑠𝑐𝑅𝑒𝑐 = 𝐹𝑟𝑅𝑒𝑐 [Eq.28]

Tempo Efetivo de Recolha

A variável Tempo Efetivo de Recolha (TER) [Eq.29] (Figura 21), expressa em min.circ-1,

refere-se ao tempo (duração) do esvaziamento dos equipamentos de deposição bem

como o tempo de deslocação entre pontos de recolha. A variável é constituída por:

𝑇𝐸𝑅 = (𝐶𝑜𝑛𝑡𝐷 × 𝑇𝐷𝐷𝑒𝑠𝑐 𝐶𝑜𝑛𝑡) + ((𝑃𝑅 − 1) × 𝑇𝐷𝑃𝑅)

[Eq.29]

Legenda:

TDDesc Cont = Tempo Despendido com a Descarga dos Equipamentos de Recolha [min.cont-

1]; TD PR = Tempo Despendido entre Pontos de Recolha [min.pt rec-1].

Figura 21: Tempo Efetivo de Recolha para um Circuito com uma única Recolha e com dois Fretes.

Figura 22: Tempo Efetivo de Recolha para um Circuito com uma única Recolha e com dois Fretes.

𝐹𝑟𝑅𝑒𝑐 = {

1 𝑠𝑒 𝑉𝑅𝑒𝑐 ≤ 𝑉𝑉𝑖𝑎𝑡

𝑇𝑅𝑅𝑒𝑐

𝑇𝐷𝐹𝑟 𝑠𝑒 𝑉𝑅𝑒𝑐 > 𝑉𝑉𝑖𝑎𝑡

[Eq.27]

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Figura 23: Tempo Efetivo de Recolha para um Circuito com uma única Recolha e com dois Fretes.

Número de Recolhas

A variável Número de Recolhas (Rec) [Eq.30], expressa em rec.circ-1, é a variável de

cálculo que quantifica o número de recolhas presentes no circuito de recolha da área de

intervenção definida pelo utilizador. A variável é definida tendo em conta a equação:

𝑅𝑒𝑐 =𝑉𝑅𝑒𝑐

𝑉𝐹𝑟 × 𝐹𝑟𝑅𝑒𝑐

[Eq.30]

Tempo de Não Recolha

A variável Tempo de Não Recolha é expressa no Modelo de duas formas. A primeira é

o Tempo de Não Recolha por recolha efetuada (TNRRec) [Eq.31] (Figura 22), expressa

em min.rec-1, define o tempo de não recolha despendido em cada recolha do circuito. A

variável é tida segundo a relação matemática seguinte:

𝑇𝑁𝑅𝑅𝑒𝑐 = 𝑇𝐷 𝐺­1º𝑃𝑅 + 𝑇𝐷 𝐿𝐷­𝐺 + 𝑇𝑀

[Eq.31]

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Figura 24: Tempo de Não Recolha numa Recolha.

A variável Tempo de Não Recolha por Circuito de Recolha (TNRCirc) [Eq.32], expressa

em min.circ-1, expressa o tempo de não recolha despendido de modo satisfazer a

operação de recolha em todo o circuito de recolha dos REEE da área de intervenção

definida pelo utilizador. Esta variável tem em conta o tempo de não recolha em cada

recolha bem como o número de recolhas como base da variável, descrita abaixo:

𝑇𝑁𝑅𝐶𝑖𝑟𝑐 = 𝑇𝑁𝑅𝑅𝑒𝑐 × 𝑅𝑒𝑐

[Eq.32]

Tempo Total Despendido

A variável Tempo Total Despendido (TDTotal Circ) [Eq.33], expressa em min.circ-1, é a

variável de cálculo que, tal como a variável indica o tempo total despendido para a

conclusão de um circuito de recolha. A variável é dada segundo a posterior relação

matemática:

𝑇𝐷𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑖𝑟𝑐 = 𝑇𝑁𝑅𝐶𝑖𝑟𝑐 + 𝑇𝑅𝐶𝑖𝑟𝑐

[Eq.33]

Distância de Recolha

A variável Distância de Recolha (DistCirc) [Eq.34], expressa em km.circ-1, é a variável

respeitante à distância total percorrida no circuito de recolha da área de intervenção

definida pelo utilizador. Esta variável é produzida através da seguinte equação:

𝐷𝑖𝑠𝑡𝑅𝑒𝑐 = (𝑉𝑒𝑙𝑅𝑒𝑐 × (𝑇𝑅𝐶𝑖𝑟𝑐

60)) + (𝑉𝑒𝑙𝑁­𝑅𝑒𝑐 × (

𝑇𝑁𝑅𝐶𝑖𝑟𝑐

60))

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Legenda:

VelRec = Velocidade de Recolha [km.h-1]; VelN-Rec = Velocidade de Não Recolha [km.h-1].

Consumo de Combustível

A variável Consumo de Combustível (CCCirc) [Eq.35], expressa em l.circ-1, traduz o

consumo de combustível necessário de modo a que a viatura de recolha complete a

operação de recolha do circuito. Esta variável repete-se, tal como a maioria das

apresentadas no elemento Recolha e no elemento Recolha Lâmpadas, de forma a

dimensionar a operação de recolha de todas as categorias de REEE na área de

intervenção em análise. A equação que define esta variável encontra-se imediatamente

abaixo:

Legenda:

CC = Consumo de Combustível da Viatura de Recolha [l.100km-1].

Quantidade Valorizada por Fluxo

A variável Quantidade Valorizada por Fluxo (QFlux Dia) [Eq.36], expressa em kg.dia-1, é a

massa correspondente a cada fluxo operacional de REEE produzida na área de

intervenção por parte das empresas e população que aí se inserem. Esta variável

encontra-se no Modelo apenas em back office sendo que apenas serve como uma

variável intermédia para formar a variável imediatamente seguinte, repetindo-se nos

elementos ARMAZENAMENTO e TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO. De forma a

aglomerar os REEE nos seus Fluxos correspondentes, a variável tem em conta o

quantitativo mássico de cada categoria de REEE que se inclui em determinado fluxo

operacional, sendo que para isso é tido em conta uma taxa da categoria que

corresponde ao fluxo que posteriormente é multiplicada à massa total da mesma

categoria, e o mesmo se repete no caso do fluxo operacional englobar mais categorias

de REEE. Se o fluxo operacional englobar diversas categorias de REEE é então

necessário o somatório referente à massa de cada categoria que se inclui neste mesmo

fluxo. A variável é expressa por:

Legenda:

[Eq.34]

𝐶𝐶𝐶𝑖𝑟𝑐 = 𝐶𝐶 × 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑅𝑒𝑐

[Eq.35]

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TCat Flux = Taxa de Categoria de REEE por Fluxo [adimensional].

Capacidade Processada

A variável Capacidade Processada (QFlux DiaTr) [Eq.37], expressa em kg.diaTr-1, é a

massa de REEE correspondente a cada fluxo operacional, durante um dia de trabalho

na operação que deverá ser processada. Esta variável repete-se duplamente nos

elementos ARMAZENAMENTO e TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO, dando liberdade

ao utilizador da definição do número de dias de trabalho por semana em cada uma das

empresas que gerem estas operações. A variável é expressa por:

𝑄𝐹𝑙𝑢𝑥 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 =𝑄𝐹𝑙𝑢𝑥 𝐷𝑖𝑎 × 𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚

𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟

[Eq.37]

Legenda:

DiaTr = Número de Dias de Trabalho [diaTr.sem-1].

A variável (QTotal DiaTr) [Eq.38], expressa em kg.diaTr-1, é a massa correspondente de

todos os fluxos de tratamento de REEE durante um dia de trabalho na operação que

deverá ser processada. A variável é expressa por:

𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 = ∑ 𝑄𝐹𝑙𝑢𝑥 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟

[Eq.38]

Consumo de Combustível gasto pela Maquinaria

A variável Quantidade de Combustível gasto pela Maquinaria (QCC Maq) [Eq.39],

expressa em l.diaTr-1, indica a quantidade de litros de combustível consumido, por dia

de trabalho, pela maquinaria. Esta variável repete-se no Modelo tanto no elemento

ARMAZENAMENTO bem como no elemento TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO, tendo

em conta as diferentes necessidades em relação à maquinaria em cada uma das duas

operações retratadas do sistema de gestão integrada de REEE. A variável é composta

pela seguinte relação matemática:

Legenda:

𝑄𝐹𝑙𝑢𝑥 𝐷𝑖𝑎 = ∑ 𝑇𝐶𝑎𝑡 𝐹𝑙𝑢𝑥 × 𝑄𝐶𝑎𝑡

[Eq.36]

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CCMaq = Consumo de Combustível da Maquinaria [l.100km-1] e DistMaq = Distância percorrida

pela Maquinaria [km.diaTr-1].

Tempos de Processamento

A variável Tempo de Processamento por Fluxo (TDFlux) [Eq.40], expressa em min.diaTr-

1, representa o tempo médio necessário na desmontagem manual de modo a que

determinado fluxo seja totalmente manuseado. A variável TDFlux é constituída através da

subsequente equação matemática:

Legenda:

TDU Flux = Tempo Unitário de Processamento [min.kg-1].

A variável Tempo Total de Processamento (TDTotal) [Eq.41], expressa em min.diaTr-1

descreve o tempo necessário de modo a efetuar o desmantelamento de todos os

resíduos dos fluxos de tratamento de REEE durante um dia de trabalho. A variável é

estabelecida de acordo com a seguinte expressão:

Quantidade de cada Componente Valorizado por Fluxo

A variável Quantidade de cada Componente por Fluxo (QComp) [Eq.42], expressa em

kg.diaTr-1, define a quantidade mássica de cada componente, por fluxo, dos REEE

encaminhados para valorização. Esta variável é gerada a partir da seguinte equação:

Legenda:

TComp = Taxa de Componentes existente em determinado fluxo operacional [adimensional].

𝑄𝐶𝐶 𝑀𝑎𝑞 = (𝐶𝐶𝑀𝑎𝑞

𝐷𝑖𝑠𝑡𝑀𝑎𝑞) × 100

[Eq.39]

𝑇𝐷𝐹𝑙𝑢𝑥 = 𝑄𝐹𝑙𝑢𝑥 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 × 𝑇𝐷𝑈 𝐹𝑙𝑢𝑥

[Eq.40]

𝑇𝐷𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∑ 𝑇𝐷𝐹𝑙𝑢𝑥

[Eq.41]

𝑄𝐶𝑜𝑚𝑝 = 𝑄𝐹𝑙𝑢𝑥 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 × 𝑇𝐶𝑜𝑚𝑝

[Eq.42]

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Quantidade de Material Ferroso Valorizado por Fluxo

A variável Quantidade de Material Ferroso Valorizado por Fluxo (QMat Ferr Flux) [Eq.43],

expressa em kg.diaTr-1, é a variável que quantifica o material ferroso presente em cada

fluxo, dos REEE encaminhados para valorização. A variável é definida por:

Legenda:

TMat Ferr = Taxa de Material Ferroso incluído em determinado fluxo operacional [adimensional].

Quantidade de cada Material Não Ferroso Valorizado por Fluxo

A variável Quantidade de cada Material Não Ferroso Valorizado por Fluxo (QMat N-Ferr)

[Eq.44], expressa em kg.diaTr-1, refere-se à massa de cada um dos vários materiais não

ferrosos que compõem cada fluxo, dos REEE encaminhados para valorização. A

variável é dada por:

Quantidade de Material Não Valorizável por Fluxo

A variável Quantidade de Material Não Valorizável por Fluxo (QMat N-Val Flux) [Eq.45],

expressa em kg.diaTr-1, quantifica a massa de material não valorizável presente em

cada fluxo em cada dia de trabalho. Esta variável deriva também ela de uma taxa que

se inclui nos materiais não ferrosos (denominada de taxa de material não valorizável),

isto porque fazem parte deste quantitativo mássico os materiais não ferrosos mas que

não são valorizados pelo sistema de gestão em estudo. A equação que forma esta

variável está presente imediatamente abaixo:

Legenda:

TMat N-Val = Taxa de Material Não Valorizável presente num determinado Fluxo [adimensional].

Quantidade Total de Material Não Valorizável

A variável Quantidade Total de Material Não Valorizável (QTotal Mat N-Val) [Eq.46], expressa

em kg.diaTr-1, descreve o somatório da quantidade mássica de material não valorizável

𝑄𝑀𝑎𝑡 𝐹𝑒𝑟𝑟 𝐹𝑙𝑢𝑥 = 𝑄𝐹𝑙𝑢𝑥 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 × 𝑇𝑀𝑎𝑡 𝐹𝑒𝑟𝑟

[Eq.43]

𝑄𝑀𝑎𝑡 𝑁­𝐹𝑒𝑟𝑟 = 𝑄𝐹𝑙𝑢𝑥 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 × 𝑇𝑀𝑎𝑡 𝑁­𝐹𝑒𝑟𝑟

[Eq.44]

𝑄𝑀𝑎𝑡 𝑁­𝑉𝑎𝑙 𝐹𝑙𝑢𝑥 = 𝑄𝐹𝑙𝑢𝑥 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 × 𝑇𝑀𝑎𝑡 𝑁­𝑉𝑎𝑙

[Eq.45]

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obtida em cada um dos fluxos de tratamento existentes no elemento TRATAMENTO E

VALORIZAÇÃO, que serão futuramente remetidos para aterro. A variável é dada por:

Consumos de Energia Elétrica

A variável Consumo de Energia Elétrica por Fluxo (CEFlux) [Eq.47], expressa em

kW.diaTr-1, descreve a energia necessária despendida para cada fluxo operacional dos

equipamentos sujeitos à etapa de tratamento e valorização, por cada dia de trabalho. A

variável é formada através da expressão matemática:

Legenda:

CEU Flux = Consumo Específico de Energia Elétrica [kW.kg-1].

A variável Consumo Total de Energia Elétrica (CETotal) [Eq.48], expressa em kW, é a

variável que retrata o gasto energético total durante um dia de trabalho, para o somatório

dos fluxos manipulados. A variável é constituída pela seguinte relação matemática:

Número de Colaboradores

A variável Número de Colaboradores (Col) [Eq.49], expressa em col, é a variável que

define o número de colaboradores existentes num dado elemento do Modelo de

Operação. A diferença desta variável reside apenas no facto de só se aplicar no

elemento TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO, onde é o Modelo de Operação que

quantifica a variável a partir de outras variáveis. A equação associada a esta variável é

apresentada de seguida:

𝐶𝑜𝑙 =𝑇𝐷𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

𝐷𝑇𝑢𝑟𝑛𝑀𝑖𝑛ℎ

[Eq.49]

𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝑎𝑡 𝑁­𝑉𝑎𝑙 = ∑ 𝑄𝑀𝑎𝑡 𝑁­𝑉𝑎𝑙 𝐹𝑙𝑢𝑥

[Eq.46]

𝐶𝐸𝐹𝑙𝑢𝑥 = 𝐶𝐸𝑈 𝐹𝑙𝑢𝑥 × 𝑄𝐹𝑙𝑢𝑥 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟

[Eq.47]

𝐶𝐸𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∑ 𝐶𝐸𝐹𝑙𝑢𝑥

[Eq.48]

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2) Variáveis de Cálculo Económico-Financeiras

As variáveis de cálculo de carácter económico são definidas como todas as variáveis de

cálculo representativas do fator económico presente neste sistema de gestão,

decorrentes de variáveis de inserção manual do utilizador.

As variáveis de cálculo de carácter económico são as responsáveis pela posterior

definição dos indicadores de desempenho económicos e estão representadas na Tabela

24.

Tabela 24:Variáveis de Cálculo de Carácter Económico do Modelo Integrado de Operação de REEE.

Designação Variável Unidade

Custo de Mão-de-Obra CustTotal Col €.diaTr-1

Custo do Combustível Consumido CustCC Circ €.circ-1

Proveitos

VVComp VVComp Flux VVTotal Comp VVMat Ferr Flux VVTotal Mat Ferr VVMat N-Ferr VVMat N-Ferr Flux VVTotal Mat N-Ferr

€.diaTr-1

Custos do Consumo de Energia Elétrica CustCE Flux CustTotal CE

€.diaTr-1

Custos de Eliminação CustElim Flux CustTotal Elim

€.diaTr-1

As variáveis de cálculo económico-financeiras presentes na tabela são descritas com

mais detalhe de seguida, com as equações que lhes definem.

Custo de Mão-de-obra

A variável Custo de Mão-de-Obra (CustTotal Col) [Eq.50], expressa por €.diaTr-1, é a

variável que descreve o custo associado com colaboradores, de um dado elemento do

Modelo de Operação de REEE, durante um dia de trabalho. A variável é dada por:

Legenda:

CustCol = Custo por Colaborador [€.h-1.col-1]; DTurn = Duração do Turno dos Colaboradores

[min.diaTr-1]; Minh = Número de Minutos existentes numa hora [min.h-1].

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑜𝑙 = (𝐶𝑜𝑙 × 𝐶𝑢𝑠𝑡𝐶𝑜𝑙) × (𝐷𝑇𝑢𝑟𝑛

𝑀𝑖𝑛ℎ)

[Eq.50]

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101

Custo do Combustível Consumido

A variável Custo do Combustível Consumido no Circuito de Recolha (CustCC Circ) [Eq.51],

expressa por €.circ-1, define o custo relacionado com o combustível consumido por cada

circuito de recolha realizado. Esta variável é composta através da seguinte relação

matemática:

Legenda:

CustC = Custo do Combustível por Litro [€.l-1].

Proveitos

A variável Proveito de cada Componente (VVComp) [Eq.52], expressa por €.diaTr-1, é a

variável que reflete os proveitos da venda de cada componente referente a determinado

fluxo operacional, por cada dia de trabalho. A variável VVComp é definida através da

seguinte equação:

Legenda:

VMComp = Valor de Mercado de um determinado componente presente num determinado Fluxo

[€.kg-1].

A variável Proveito dos Componentes por Fluxo (VVComp Flux) [Eq.53], expressa por

€.diaTr-1, refere-se aos proveitos da venda dos componentes inerentes a determinado

fluxo operacional, por cada dia de trabalho. Esta variável constrói-se a partir da equação

seguinte:

A variável Proveito Total dos Componentes (VVTotal Comp) [Eq.54], expressa por €.diaTr-

1, é a variável que demonstra os proveitos da venda dos componentes presentes em

todos os fluxos operacionalizados pelo utilizador, num dia de trabalho. A variável VVTotal

Comp é definida por:

𝐶𝑢𝑠𝑡𝐶𝐶 𝐶𝑖𝑟𝑐 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝐶 × 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑅𝑒𝑐

[Eq.51]

𝑉𝑉𝐶𝑜𝑚𝑝 = 𝑄𝐶𝑜𝑚𝑝 × 𝑉𝑀𝐶𝑜𝑚𝑝

[Eq.52]

𝑉𝑉𝐶𝑜𝑚𝑝 𝐹𝑙𝑢𝑥 = ∑ 𝑉𝑉𝐶𝑜𝑚𝑝

[Eq.53]

𝑉𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑜𝑚𝑝 = ∑ 𝑉𝑉𝐶𝑜𝑚𝑝 𝐹𝑙𝑢𝑥

[Eq.54]

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102

A variável Proveito do Material Ferroso por Fluxo (VVMat Fer) [Eq.55] é a variável que

indica o proveito da venda do material ferroso contido num dado fluxo operacional, num

dia de trabalho. Esta variável é construída a partir da seguinte expressão:

Legenda:

VMMat Ferr = Valor de Mercado do Material Ferroso presente num determinado Fluxo [€.kg-1].

A variável Proveito Total de Material Ferroso (VVTotal Mat Ferr) [Eq.56], expressa por

€.diaTr-1, é a variável que contempla o proveito da venda do material ferroso existente

em todos os fluxos de tratamento em análise, num dia de trabalho. A variável é

constituída tendo em conta a relação matemática:

A variável Proveito de cada Material Não Ferroso (VVMat N-Ferr) [Eq.57], expressa por

€.diaTr-1, é a variável que dita os proveitos com a venda de cada material não ferroso

num determinado fluxo operacional, num dia de trabalho. A variável é dada por:

Legenda:

VMMat N-Ferr = Valor de Mercado de um determinado Material Não Ferroso presente num

determinado Fluxo [€.kg-1].

A variável Proveito de Material Não Ferroso por Fluxo (VVMat N-Ferr Flux) [Eq.58], expressa

por €.diaTr-1, é a variável referente ao proveito adquirido com a venda do material não

ferroso abarcado num certo fluxo operacional. O VVMat N-Ferr Flux advém da seguinte

equação:

𝑉𝑉𝑀𝑎𝑡 𝐹𝑒𝑟𝑟 𝐹𝑙𝑢𝑥 = 𝑄𝑀𝑎𝑡 𝐹𝑒𝑟𝑟 𝐹𝑙𝑢𝑥 × 𝑉𝑀𝑀𝑎𝑡 𝐹𝑒𝑟𝑟

[Eq.55]

𝑉𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝑎𝑡 𝐹𝑒𝑟𝑟 = ∑ 𝑉𝑉𝑀𝑎𝑡 𝐹𝑒𝑟𝑟 𝐹𝑙𝑢𝑥

[Eq.56]

𝑉𝑉𝑀𝑎𝑡 𝑁­𝐹𝑒𝑟𝑟 = 𝑄𝑀𝑎𝑡 𝑁­𝐹𝑒𝑟𝑟 × 𝑉𝑀𝑀𝑎𝑡 𝑁­𝐹𝑒𝑟𝑟

[Eq.57]

𝑉𝑉𝑀𝑎𝑡 𝑁­𝐹𝑒𝑟𝑟 𝐹𝑙𝑢𝑥 = ∑ 𝑉𝑉𝑀𝑎𝑡 𝑁­𝐹𝑒𝑟𝑟

[Eq.58]

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103

A variável Proveito Total de Material Não Ferroso (VVTotal Mat N-Ferr) [Eq.59], expressa por

€.diaTr-1, é a variável que define o proveito com a venda do material não ferroso dos

fluxos de tratamento definidos pelo utilizador. A variável é obtida de acordo com a

seguinte equação:

Custo do Consumo de Energia Elétrica

A variável Custo do Consumo de Energia Elétrica por Fluxo (CustCE Flux) [Eq.60],

expressa por €.diaTr-1, descreve o custo monetário relacionado com o consumo

energético, por fluxo operacional e durante um dia de trabalho. O CustCE Flux é definido

pela seguinte relação:

Legenda:

CustU E = Custo Unitário de Energia Elétrica.

A variável Custo Total de Energia Elétrica (CustTotal CE) [Eq.61], expressa por €.diaTr-1,

é a variável que indica o custo monetário resultante do gasto total energético, durante

um dia de trabalho. A variável é construída a partir da seguinte equação:

Custos de Eliminação

A variável Custo de Eliminação por Fluxo (CustElim Flux) [Eq.62], expressa por €.diaTr-1,

designa o custo monetário para encaminhar os resíduos ou materiais não valorizáveis

provenientes de cada fluxo operacional para aterro. A equação seguinte transcreve esta

variável da seguinte forma:

𝑉𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝑎𝑡 𝑁­𝐹𝑒𝑟𝑟 = ∑ 𝑉𝑉𝑀𝑎𝑡 𝑁­𝐹𝑒𝑟𝑟 𝐹𝑙𝑢𝑥

[Eq.59]

𝐶𝑢𝑠𝑡𝐶𝐸 𝐹𝑙𝑢𝑥 = 𝐶𝐸𝐹𝑙𝑢𝑥 × 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑈 𝐸

[Eq.60]

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐶𝐸 = ∑ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝐶𝐸 𝐹𝑙𝑢𝑥

[Eq.61]

𝐶𝑢𝑠𝑡𝐸𝑙𝑖𝑚 𝐹𝑙𝑢𝑥 = 𝑄𝑀𝑎𝑡 𝑁­𝑉𝑎𝑙 × 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑈 𝐸𝑙𝑖𝑚

[Eq.62]

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104

Legenda:

CustU Elim é o Custo Unitário de Eliminação [€.kg-1].

A variável Custo Total de Eliminação (CustTotal Elim) [Eq.63], expressa por €.diaTr-1, indica

o custo monetário com o encaminhamento dos materiais não valorizáveis de todos os

fluxos de tratamento definidos pelo utilizador. A variável é estabelecida segundo a

equação:

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐸𝑙𝑖𝑚 = ∑ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝐸𝑙𝑖𝑚 𝐹𝑙𝑢𝑥

[Eq.63]

3) Variáveis de Cálculo Ambientais

As variáveis de cálculo ambientais são consideradas como todas as variáveis de cálculo

representativas a nível ambiental.

São as variáveis responsáveis pela definição dos indicadores de desempenho

ambientais e estão representadas na Tabela 25.

Tabela 25:Variáveis de Cálculo de Carácter Ambiental presente no Modelo Integrado de Operação de REEE.

Designação Variável Unidade

Fator de Conversão de CO2 FC (i) t.circ-1

Emissão de CO2 EmCO2 kgCO2eq.circ-1

As variáveis presentes na Tabela 25 são particularizadas imediatamente a seguir, com

uma explicação de cada variável e as equações que lhes dão origem.

Fator de Conversão de CO2

A variável Fator de Conversão de CO2 (FC(i)) [Eq.64], expressa por t.circ-1, exprime a

quantidade de CO2 consumido de combustível do tipo i, de modo a que, posteriormente,

seja um valor que possa ser comparável com valores da mesma natureza. A variável

encontra-se repetida no Modelo de Operação, nos elementos RECPLHA, RECOLHA

LÂMPADAS, ARMAZENAMENTO e TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO, visto que em

todos estes elementos são utilizados veículos e por sua vez são gastos combustíveis

fósseis. O FC (i) deriva da seguinte equação:

𝐹𝐶𝑖 = 𝐶𝐶𝐶𝑖𝑟𝑐 × 𝐷𝑒𝑛𝑠𝐶

[Eq.64]

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105

Legenda:

DensC = Densidade de Combustível do tipo de combustível utilizado [t. l -1].

Emissão de CO2

A variável Emissão de CO2 (EmCO2) [Eq.65], expressa por kgCO2.circ-1, é a variável que

contempla a quantidade de dióxido de carbono equivalente emitido por cada circuito de

recolha efetuado. A EmCO2 é dada pela equação subsequente:

𝐸𝑚𝐶𝑂2 = 𝐹𝐶𝑖 × 𝑃𝐶𝐼𝐶𝑂2× 𝐹𝑂𝐶 × 𝐹𝐸𝐶𝑂2

[Eq.65]

Legenda:

PCI (i) = Poder Calorífico Inferior do combustível utilizado [GJ.t-1]; FOC (i) = Fração Oxidável de

Carbono do combustível utilizado [adimensional]; FE (i) = Fator de Emissão de CO2 do

combustível utilizado [kg CO2.GJ-1].

3.5.3. Indicadores de Desempenho

Os indicadores de desempenho foram criados de modo a permitir uma análise da

eficiência de certo sistema, neste caso o sistema de gestão de REEE, tendo em vista o

aperfeiçoamento do próprio sistema. Os indicadores de desempenho encontram-se

subdivididos em quatro grupos:

1) Indicadores de Desempenho Operacional;

2) Indicadores de Desempenho Económico;

3) Indicadores de Desempenho Ambiental;

4) Indicadores da Operação de Recolha;

5) Indicadores de Produtividade

Os indicadores de desempenho adquirem importância extrema para o Modelo, dado que

são estes dados que concedem ao utilizador forma de comparação rápida e simples

com outros sistemas da mesma natureza ou mesmo com o próprio sistema em

diferentes momentos, sendo uma ferramenta ideal de avaliação do estado do sistema.

O Modelo de Operação disposto nos vários módulos considera uma série de variáveis

articuladas entre si que têm como finalidade obter indicadores de desempenho do

sistema de gestão integrada de REEE. Abaixo, serão descritos os indicadores de

desempenho presentes no Modelo e as relações matemáticas inerentes à sua

elaboração.

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106

Neste Modelo de Operação, os indicadores de desempenho estão presentes como

último elemento e os valores dos indicadores de desempenho são facultados apenas se

todas as informações de contexto estiverem preenchidas pelo utilizador.

Nas subalíneas seguintes estão presentes as definições dos diferentes tipos de

indicadores de desempenho, bem como são apresentados todos os indicadores. Alguns

indicadores bem como algumas equações de indicadores possuem numeração (1,2,3 e

4), que representam elementos do Modelo de Gestão de REEE. O número 1 representa

o elemento RECOLHA, o número 2 alude ao elemento RECOLHA LÂMPADAS, o

número 3 refere-se ao elemento ARMAZENAMENTO e por último o número 4 prende-

se com o elemento TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO.

1) Indicadores de Desempenho Operacional

Os indicadores de desempenho operacional definem os indicadores que entram em

conta na operacionalização do sistema, como consumos (eletricidade e combustível),

colaboradores ou aparelhos de deposição no circuito de recolha. Os indicadores de

desempenho de cariz operacional presente no Modelo serão descritos seguidamente na

Tabela 26.

Tabela 26: Indicadores de Desempenho Operacional do Modelo Integrado de Operação de REEE.

Designação Indicador Unidade

Consumo de Combustível IndCC l.t-1

Consumo de Energia Elétrica IndCE kW.t-1

Número de Colaboradores IndCol col.t-1

Adequação dos Contentores

IndAdeq Cont 1 IndAdeq Cont 2

adimensional

São definidos de seguida, cada um dos Indicadores descritos na Tabela 26, com a sua

respetiva equação.

Consumo de Combustível

O Indicador de Consumo de Combustível (IndCC) [Eq.66], expresso em l.t-1, define, tal

como é descrita a variável, o consumo de combustível necessário para que uma

tonelada de REEE seja encaminhado para valorização. Este indicador é definido em

função da seguinte equação:

𝐼𝑛𝑑𝐶𝐶 =(𝐶𝐶𝐶𝑖𝑟𝑐 × 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑅𝑒𝑐)1,2 + (𝑄𝐶𝐶 𝑀𝑎𝑞 × 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟)3,4

𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑉𝑎𝑙 × 𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚𝑘𝑔𝑡

[Eq.66]

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107

Legenda:

CCCirc = Consumo de Combustível no Circuito [l.circ-1]; FreqRec = Frequência de Recolha

[circ.sem-1]; QCC Maq = Combustível Consumido da Maquinaria em cada Dia de Trabalho [l.diaTr-

1]; DiaTr = Número de Dias de Trabalho [diaTr.sem-1]; QTotal Val = Quantidade Total Valorizada

[kg.dia-1]; DiaSem = Número de Dias existentes numa semana [dia.sem-1]; kgt = Número de

quilogramas existentes numa tonelada [kg.t-1].

Consumo de Energia Elétrica

O Indicador do Consumo de Energia Elétrica (IndCE) [Eq.67], expresso em kW.t-1,

exprime o consumo de energia elétrica por tonelada de resíduos encaminhados para

valorização do sistema de gestão de REEE. O IndCE é definido tendo em conta a

expressão seguinte:

𝐼𝑛𝑑𝐶𝐸 =𝐶𝐸𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 × 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟

𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑉𝑎𝑙 × 𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚𝑘𝑔𝑡

[Eq.67]

Legenda:

CETotal = Consumo Total de Energia Elétrica [kW.diaTr-1]; DiaTr = Número de Dias de Trabalho

[diaTr.sem-1]; QTotal Val = Quantidade Total Valorizada [kg.dia-1]; DiaSem = Número de dias

existentes numa semana [dia.sem-1]; kgt = Número de quilogramas existentes numa tonelada

[kg.t-1].

Produtividade

O Indicador de Produtividade (IndCol) [Eq.68] é o indicador que se refere ao número de

colaboradores necessário por cada tonelada de REEE que é encaminhado para

valorização. O algarismo 1 representa o elemento RECOLHA, 2 representa o elemento

RECOLHA LÂMPADAS, 3 representa o elemento ARMAZENAMENTO e por último 4

representa TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO. A variável referida é dada segundo a

expressão matemática:

Legenda:

Col = Número de Colaboradores [col]; Rec = Número de Recolhas [rec]; FreqRec = Frequência

de Recolha [circ.sem-1]; DiaTr = Número de Dias de Trabalho por semana [diaTr.sem-1]; QTotal Val

= Quantidade Total Valorizada [kg.dia-1]; DiaSem = Número de dias existentes numa semana

[dia.sem-1]; kgt = Número de quilogramas existentes numa tonelada [kg.t-1].

𝐼𝑛𝑑𝐶𝑜𝑙 =(𝐶𝑜𝑙 × 𝑅𝑒𝑐 × 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑅𝑒𝑐)1,2 + (𝐶𝑜𝑙 × 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟)3,4

𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑉𝑎𝑙 × 𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚𝑘𝑔𝑡

[Eq.68]

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108

Adequação dos Contentores

O Indicador Adequação dos Contentores na RECOLHA (IndAdeq Cont 1) [Eq.69], um

indicador sem qualquer grandeza física, é o indicador que indica ao utilizador se os

equipamentos de deposição instalados no circuito do elemento RECOLHA são os

indicados para satisfazer as necessidades dessa área de intervenção. Este indicador é

constituído de acordo com a seguinte equação:

𝐼𝑛𝑑𝐴𝑑𝑒𝑞 𝐶𝑜𝑛𝑡 1 =𝐶𝑜𝑛𝑡𝐷

𝐶𝑜𝑛𝑡𝐶𝑜𝑛𝑣

[Eq.69]

Legenda:

ContD = Número de Contentores Dimensionados [cont.circ-1]; ContConv = Volume Total Efetivo

dos Contentores existentes na Área de Intervenção [cont.circ-1].

Se o valor do IndAdeq Cont é igual a um, estamos perante uma adequação ótima de

equipamentos de deposição;

Se o valor do IndAdeq Cont é superior a um, estamos perante uma falta de

equipamentos de deposição na área de intervenção;

Se o valor do IndAdeq Cont é superior a zero e inferior a um, estamos perante um

excesso de equipamentos de deposição na área de intervenção.

O Indicador Adequação de Contentores na RECOLHA LÂMPADAS (IndAdeq Cont 2)

[Eq.70], sem qualquer grandeza física, é o indicador que indica ao utilizador se os

equipamentos de deposição instalados no circuito respeitante ao elemento RECOLHA

LÂMPADAS são os indicados para satisfazer as necessidades dessa área de

intervenção. A variável é constituída de acordo com a seguinte equação:

𝐼𝑛𝑑𝐴𝑑𝑒𝑞 𝐶𝑜𝑛𝑡 2 =𝐶𝑜𝑛𝑡𝐷

𝐶𝑜𝑛𝑡𝐶𝑜𝑛𝑣

[Eq.70]

Legenda:

ContD = Número de Contentores Dimensionados [cont.circ-1]; ContConv = Volume Total Efetivo

dos Contentores existentes na Área de Intervenção [cont.circ-1].

Se o valor do IndAdeq Cont é igual a um, estamos perante uma adequação ótima de

equipamentos de deposição;

Se o valor do IndAdeq Cont é superior a um, estamos perante uma falta de

equipamentos de deposição na área de intervenção;

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109

Se o valor do IndAdeq Cont é superior a zero e inferior a um, estamos perante um

excesso de equipamentos de deposição na área de intervenção.

2) Indicadores de Desempenho Económico-Financeiros

Os indicadores de desempenho económico-financeiros definem os indicadores de cariz

económico envolvidos no sistema, como o Balanço Económico, Indicador de Lucros ou

Perdas e o Custo das Operações. Os indicadores de desempenho económico-

financeiros presentes na aplicação informática MGEAS estão definidos na seguinte

tabela:

Tabela 27:Indicadores de Desempenho Económico presentes no Modelo Integrado de Operação de REEE.

Designação Indicador Unidade

Balanço Económico IndBal Econ €.ano-1

Rentabilidade Económica IndL/P adimensional

Custo Unitário IndCust U €.t-1

São, de seguida, de forma isolada exibidos os indicadores de desempenho económico-

financeiros, com uma pequena descrição e com a respetiva equação de cada indicador.

Balanço Económico

O Indicador de Balanço Económico (IndBal Econ) [Eq.71], expresso em €.ano-1, indica se

o sistema de gestão integrada de REEE decorre com base em lucros ou perdas. A

variável define-se a partir da seguinte função:

Legenda:

Receitas = Ganhos obtidos no sistema de gestão [€.ano-1]; Custos = Despesa associada ao

sistema de gestão [€.ano-1].

As Receitas [€.ano-1] são definidas segundo a equação:

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 = (𝑉𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑜𝑚𝑝 + 𝑉𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝑎𝑡 𝐹𝑒𝑟𝑟 + 𝑉𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝑎𝑡 𝑁­𝐹𝑒𝑟𝑟) × 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 × 𝑆𝑒𝑚𝐴𝑛𝑜

Legenda:

VVTotal Comp = Valor Vendável Total dos Componentes [€.diaTr-1]; VVTotal Mat Ferr = Valor Vendável

Total do Material Ferroso [€.diaTr-1]; VVTotal Mat N-Ferr = Valor Total do Material Não Ferroso [€.diaTr-

1]; DiaTr = Número de dias de trabalho realizados por semana [dias.sem-1]; SemAno = Número

de semanas existentes em cada ano [sem.ano-1].

𝐼𝑛𝑑𝐵𝑎𝑙 𝐸𝑐𝑜𝑛 = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 [Eq.71]

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Os Custos [€.ano-1] são definidos com base na expressão:

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 = (𝐶𝑢𝑠𝑡𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑜𝑙 × 𝑅𝑒𝑐 × 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑅𝑒𝑐 × 𝑆𝑒𝑚𝐴𝑛𝑜)1,2

+ (𝐶𝑢𝑠𝑡𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑜𝑙 × 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 × 𝑆𝑒𝑚𝐴𝑛𝑜)3,4

+ (𝐶𝑢𝑠𝑡𝐶𝐶 𝐶𝑖𝑟𝑐 × 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑅𝑒𝑐 × 𝑆𝑒𝑚𝐴𝑛𝑜)1,2

+ (𝐶𝑢𝑠𝑡𝐶𝐶 𝑀𝑎𝑞 × 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 × 𝑆𝑒𝑚𝐴𝑛𝑜)3,4 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡1,2,3,4 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝐴𝑑 𝑉𝑖𝑎𝑡1,2

+ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝐴𝑑 𝑀𝑎𝑞3,4 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑀𝑎𝑛 𝐼𝑛𝑠𝑡3,4 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝐴𝑑𝑚1,2,3,4

+ (𝐶𝑢𝑠𝑡𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐶𝐸 × 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 × 𝑆𝑒𝑚𝐴𝑛𝑜) + (𝐶𝑢𝑠𝑡𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐸𝑙𝑖𝑚 × 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 × 𝑆𝑒𝑚𝐴𝑛𝑜)

Legenda:

CustTotal Col = Custo dos Colaboradores [€.rec-1] para os elementos RECOLHA e RECOLHA

LÂMPADAS ou [€.diaTr-1] para os elementos ARMAZENAMENTO e TRATAMENTO E

VALORIZAÇÃO; Rec = Número de Recolhas [rec.circ-1], FreqRec = Frequência de Recolha

[circ.sem-1]; SemAno = Número de semanas existentes em cada ano [sem.ano-1]; DiaTr = Número

de dias de trabalho realizados por semana [diaTr.sem-1]; CustCC Circ = Custo do Combustível

Consumido por circuito de recolha [€.circ-1]; CustCC Maq = Custo do Combustível Consumido pela

Maquinaria [€.diaTr-1], CustAmort = Custos de Amortização [€.ano-1]; CustAd Viat = Custo Adicional

da Viatura de Recolha [€.ano-1]; CustAd Maq = Custo Adicional da Maquinaria [€.ano-1]; CustAdm

= Custo Administrativo [€.ano-1]; CustTotalCE = Custo Energético Total [€.diaTr-1]; CustTotal Elim =

Custo Total de Eliminação [€.diaTr-1]. De referir que a numeração 1,2,3 e 4 correspondem

respetivamente aos elementos RECOLHA, RECOLHA LÂMPADAS, ARMAZENAMENTO e

TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO.

Rentabilidade Económica

O Indicador de Rentabilidade Económica (IndL/P) [Eq.72], um indicador adimensional,

designa ao utilizador, de forma clara, se o sistema de gestão integrada de REEE decorre

com base em lucros ou perdas. A variável define-se de acordo com a seguinte relação

matemática:

𝐼𝑛𝑑𝐿/𝑃 =𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠

[Eq.72]

Se o Indicador de Rentabilidade for maior que um, o sistema de gestão integrada

de REEE decorre com lucros

Se o Indicador de Rentabilidade for menor que um, o sistema de gestão

integrada de REEE decorre com prejuízo.

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Custo Unitário

O Indicador do Custo Unitário (IndCust U) [Eq.73], expresso por €.ano-1, indica ao

utilizador o custo do sistema de gestão integrada de REEE por tonelada deste fluxo

encaminhado para valorização. O indicador é dado por:

𝐼𝑛𝑑𝐶𝑢𝑠𝑡 𝑈 𝑆𝐺 =𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠

𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑉𝑎𝑙 × 𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚 × 𝑆𝑒𝑚𝐴𝑛𝑜𝑘𝑔𝑡

[Eq.73]

Legenda:

Custos = somatório de todos os custos decorrentes no sistema de gestão [€.ano-1]; QTotal Val =

Quantidade Total Valorizada [kg.dia-1]; DiaSem = Número de dias existentes numa semana

[dias.sem-1]; SemAno = Número de semanas existentes num ano [sem.ano-1]; kgt = Número de

quilogramas existentes numa tonelada [kg.t-1].

Os Custos [€.ano-1] são definidos com base na expressão:

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 = (𝐶𝑢𝑠𝑡𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑜𝑙 × 𝑅𝑒𝑐 × 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑅𝑒𝑐 × 𝑆𝑒𝑚𝐴𝑛𝑜)1,2

+ (𝐶𝑢𝑠𝑡𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑜𝑙 × 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 × 𝑆𝑒𝑚𝐴𝑛𝑜)3,4 + (𝐶𝑢𝑠𝑡𝐶𝐶 𝐶𝑖𝑟𝑐 × 𝑅𝑒𝑐 × 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑅𝑒𝑐)1,2

+ (𝐶𝑢𝑠𝑡𝐶𝐶 𝑀𝑎𝑞 × 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 × 𝑆𝑒𝑚𝐴𝑛𝑜)3,4 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡1,2,3,4 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝐴𝑑 𝑉𝑖𝑎𝑡1,2

+ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝐴𝑑 𝑀𝑎𝑞3,4 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑀𝑎𝑛 𝐼𝑛𝑠𝑡3,4 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝐴𝑑𝑚1,2,3,4

+ (𝐶𝑢𝑠𝑡𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐶𝐸 × 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 × 𝑆𝑒𝑚𝐴𝑛𝑜) + (𝐶𝑢𝑠𝑡𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐸𝑙𝑖𝑚 × 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟 × 𝑆𝑒𝑚𝐴𝑛𝑜)

Legenda:

CustTotal Col = Custo com Colaboradores por recolha efetuada [€.rec-1]; Rec = Número de

Recolhas [rec.circ-1]; FreqRec = Frequência de Recolha [circ.sem-1]; SemAno = Número de

semanas existentes em cada ano [sem.ano-1], DiaTr = Número de dias de trabalho realizados

por semana [dias.sem-1]; CustCC Circ = Custo do Combustível Consumido por circuito de recolha

[€.circ-1]; CustCC Maq = Custo do Combustível Consumido pela Maquinaria [€.diaTr-1]; CustAmort =

Custos de Amortização [€.ano-1]; CustAd Viat = Custo Adicional da Viatura de Recolha [€.ano-1];

CustAd Maq é o Custo Adicional da Maquinaria [€.ano-1]; CustAdm = Custo Administrativo [€.ano-

1]; CustTotalCE = Custo Energético Total [€.diaTr-1]; CustTotal Elim = Custo Total de Eliminação

[€.diaTr-1]. De referir que a numeração 1,2,3 e 4 correspondem respetivamente aos elementos

RECOLHA, RECOLHA LÂMPADAS, ARMAZENAMENTO e TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO.

3) Indicadores de Desempenho Ambiental

Os indicadores de desempenho ambiental definem a eficiência ambiental existente no

sistema de gestão integrada de REEE. Os indicadores de desempenho de caráter

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112

ambiental inseridos na aplicação informática MGEAS estão definidos na sequente

tabela:

Tabela 28:Indicadores de Desempenho Ambiental existentes no Modelo Integrado de Operação de REEE.

Designação Indicador Unidade

Indicador do Potencial de Efeito de Estufa IndGWP kgCO2.t-1

O indicador apresentado acima na Tabela 28 serão descritos de seguida com a

respetiva equação matemática que os define.

Potencial de Efeito de Estufa

O Indicador do Potencial de Efeito de Estufa (IndGWP) [Eq.74], expresso em kgCO2.t-1,

refere-se à quantificação da emissão de dióxido de carbono equivalente no sistema de

gestão de REEE por tonelada de REEE valorizado. O indicador é composto através da

expressão:

Legenda:

EmCO2 = Emissão de CO2 [kgCO2.circ-1]; FreqRec = Frequência de Recolha [circ.sem-1]; DiaTr =

Número de dias de trabalho realizados por semana [diaTr.sem-1]; QTotal Val = Quantidade Total

Valorizada [kg.dia-1]; DiaSem = Número de dias por semana [dias.sem-1]; kgt = Número de

quilogramas existentes numa tonelada [kg.t-1].

4) Indicadores da Operação de Recolha

Os Indicadores da Operação de Recolha retratam o desempenho alusivo à operação de

recolha no Modelo. A operação de recolha é retratada através dos elementos RECOLHA

e RECOLHA LÂMPADAS, sendo que é sobre variáveis desses elementos que os

indicadores vão incidir.

Na posterior tabela encontram-se ilustrados os indicadores da operação de recolha

presentes no Modelo de Operação de REEE.

𝐼𝑛𝑑𝐺𝑊𝑃 =(𝐸𝑚𝐶𝑂2 × 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑅𝑒𝑐)1,2 + (𝐸𝑚𝐶𝑂2 × 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟)3,4

𝑄𝑉𝑎𝑙 × 𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚𝑘𝑔𝑡

[Eq.74]

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113

Tabela 29:Indicadores da Operação de Recolha presentes no Modelo de Operação de REEE.

Designação Indicador Unidade

Tempo Total do Circuito IndTTotal 1 IndTTotal 2

h.t-1

Tempo Efetivo de Recolha

IndTER 1 IndTER 2

h.t-1

Distância Total do Circuito

IndDistTotal 1 IndDistTotal 2

km.t-1

Distância Efetiva

IndDistEfet1 IndDistEfet 2

km.t-1

Imediatamente a seguir serão descritos os indicadores presentes na Tabela 29, com a

referente equação que os caracteriza.

Tempos Totais do Circuito

O Indicador Tempo Total do Circuito na RECOLHA (IndTTotal 1) [Eq.75], expresso em h.t-

1, determina o Tempo Total (incluindo tempos de recolha e tempos de não recolha), no

elemento RECOLHA, necessário de modo a recolher uma tonelada de resíduos

encaminhados para valorização no elemento RECOLHA. O indicador é assente

segundo a igualdade matemática:

𝐼𝑛𝑑𝑇𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙1 =(

𝑇𝐷𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑖𝑟𝑐 1𝑀𝑖𝑛ℎ

) × 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑅𝑒𝑐 1

(𝑄𝑉𝑎𝑙1 × 𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚

𝑘𝑔𝑡)

[Eq.75]

Legenda:

TDTotal Circ 1 = Tempo Total Despendido por Circuito no elemento RECOLHA [min.circ-1]; Minh =

Número de minutos existentes numa hora [min.h-1]; FreqRec 1 = Frequência de Recolha no

elemento RECOLHA [circ.rec-1]; QVal 1 = Quantidade Valorizada dos REEE pertencentes à

RECOLHA [kg.dia-1]; DiaSem = Número de dias por semana [dia.sem-1]; kgt = Número de

quilogramas existentes numa tonelada [kg.t-1].

O Indicador Tempo Total do Circuito na RECOLHA LÂMPADAS (IndTTotal 2) [Eq.76],

expresso em h.t-1, determina o Tempo Total (incluindo tempos de recolha e tempos de

não recolha), no elemento RECOLHA LÂMPADAS, necessário de modo a recolher uma

tonelada de resíduos encaminhados para valorização na RECOLHA LÂMPADAS. O

indicador é obtido tendo por base a subsequente equação:

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114

𝐼𝑛𝑑𝑇𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙2 =(

𝑇𝐷𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑖𝑟𝑐 2𝑀𝑖𝑛ℎ

) × 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑅𝑒𝑐 2

(𝑄𝑉𝑎𝑙 2 × 𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚

𝑘𝑔𝑡)

[Eq.76]

Legenda:

TDTotal Circ 2 = Tempo Total Despendido por Circuito da RECOLHA LÂMPADAS [min.circ-1]; Minh

= Número de minutos existentes numa hora [min.h-1]; FreqRec 2 =Frequência de Recolha no

elemento RECOLHA LÂMPADAS [circ.rec-1]; QVal 2 é a Quantidade Valorizada dos REEE

pertencentes à RECOLHA LÂMPADAS [kg.dia-1]; DiaSem = Número de dias por semana [dia.sem-

1]; kgt = Número de quilogramas existentes numa tonelada [kg.t-1].

Tempos Efetivos de Recolha

O Indicador Tempo Efetivo de Recolha na RECOLHA (IndTER 1) [Eq.77], expresso em

h.t-1, quantifica o Tempo Efetivo de Recolha despendido no elemento RECOLHA para

que seja recolhido uma tonelada de resíduos encaminhados para valorização. O

indicador define-se segundo a expressão matemática:

𝐼𝑛𝑑𝑇𝑒𝑟1 =(𝑇𝐸𝑅 1𝑀𝑖𝑛ℎ

× 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑅𝑒𝑐 1)

(𝑄𝑉𝑎𝑙 1 × 𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚

𝑘𝑔𝑡)

[Eq.77]

Legenda:

TER 1 = Tempo Efetivo de Recolha no elemento RECOLHA [min.circ-1]; Minh = Número de

minutos existentes numa hora [min.h-1]; FreqRec 1= Frequência de Recolha no elemento

RECOLHA [circ.sem-1], QVal 1= Quantidade Valorizada dos REEE pertencentes à RECOLHA

[kg.dia-1]; DiaSem= Número de dias por semana [dia.sem-1]; kgt = Número de quilogramas numa

tonelada [kg.t-1].

O Indicador Tempo Efetivo de Recolha na RECOLHA LÂMPADAS (IndTER 2) [Eq.78],

expresso em h.t-1, quantifica o Tempo Efetivo de Recolha despendido no elemento

RECOLHA LÂMPADAS para que seja recolhido uma tonelada de resíduos

encaminhados para valorização. O indicador define-se segundo a expressão

matemática:

𝐼𝑛𝑑𝑇𝑒𝑟2 =(𝑇𝐸𝑅 2𝑀𝑖𝑛ℎ

× 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑅𝑒𝑐 2)

(𝑄𝑉𝑎𝑙 2 × 𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚

𝑘𝑔𝑡)

[Eq.78]

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115

Legenda:

TER 2 = Tempo Efetivo de Recolha no elemento RECOLHA LÂMPADAS [min.circ-1]; Minh =

Número de minutos existentes numa hora [min.h-1]; FreqRec 2 = Frequência de Recolha no

elemento RECOLHA LÂMPADAS [circ.sem-1]; QVal 2 = Quantidade Valorizada dos REEE

pertencentes à RECOLHA LÂMPADAS [circ.sem-1]; DiaSem = Número de dias por semana

[dia.sem-1]; kgt = Número de quilogramas numa tonelada [kg.t-1].

Distância Total

O Indicador Distância Total na RECOLHA (IndDist Total 1) [Eq.79], expresso em km.t-1,

quantifica a distância percorrida no elemento RECOLHA para que seja recolhido uma

tonelada de resíduos encaminhados para valorização. O indicador é formado através da

igualdade matemática:

𝐼𝑛𝑑𝐷𝑖𝑠𝑡 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙1 =𝐷𝑖𝑠𝑡𝐶𝑖𝑟𝑐 1 × 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑅𝑒𝑐 1

(𝑄𝑉𝑎𝑙 1 × 𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚

𝑘𝑔𝑡)

[Eq.79]

Legenda:

DistCirc 1 = Distância percorrida no Circuito na RECOLHA [km.circ-1]; FreqRec 1 = Frequência de

Recolha no elemento RECOLHA [circ.sem-1]; QVal 1 = Quantidade Valorizada dos REEE

pertencentes à RECOLHA [kg.dia-1]; DiaSem = Número de dias por semana [dia.sem-1]; kgt =

Número de quilogramas numa tonelada [kg.t-1].

O Indicador Distância Total na RECOLHA LÂMPADAS (IndDist Total 2) [Eq.80], expresso

em km.t-1, quantifica a distância percorrida no elemento RECOLHA LÂMPADAS para

que seja recolhido uma tonelada de resíduos encaminhados para valorização. O

indicador é formado através da igualdade matemática:

𝐼𝑛𝑑𝐷𝑖𝑠𝑡 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙2 =𝐷𝑖𝑠𝑡𝐶𝑖𝑟𝑐 2 × 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑅𝑒𝑐 2

(𝑄𝑉𝑎𝑙 2 × 𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚

𝑘𝑔𝑡)

[Eq.80]

Legenda:

DistCirc 2 = Distância percorrida no Circuito no elemento RECOLHA LÂMPADAS [km.circ-1];

FreqRec 2 = Frequência de Recolha no elemento RECOLHA LÂMPADAS [circ.sem-1]; QVal 2 =

Quantidade Valorizada dos REEE pertencentes à RECOLHA LÂMPADAS [kg.dia-1]; DiaSem =

Número de dias existentes em cada semana [dia.sem-1)]; kgt = Número de quilogramas numa

tonelada [kg.t-1].

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Distância Efetiva

O Indicador Distância Efetiva na RECOLHA (IndDist Efet 1) [Eq.81], expresso em km.t-1,

quantifica a distância de recolha percorrida necessária no elemento RECOLHA, de

modo a recolher uma tonelada de resíduos encaminhados para valorização. O indicador

constitui-se conforme a expressão:

𝐼𝑛𝑑𝐷𝑖𝑠𝑡 𝐸𝑓𝑒𝑡1 =𝑉𝑒𝑙𝑅𝑒𝑐 1 × (

𝑇𝑅𝐶𝑖𝑟𝑐 1𝑀𝑖𝑛ℎ

) × 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑅𝑒𝑐 1

(𝑄𝑉𝑎𝑙 1 × 𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚

𝑘𝑔𝑡)

[Eq.81]

Legenda:

VelRec 1 = Velocidade de Recolha no elemento RECOLHA [km.h-1]; TRCirc 1 = Tempo de Recolha

do Circuito de Recolha no elemento RECOLHA [min.circ-1]; Minh = Número de minutos existentes

numa hora [min.h-1]; FreqRec 1 = Frequência de Recolha no elemento RECOLHA [circ.sem-1];

QVal 1 = Quantidade Valorizada dos REEE pertencentes à RECOLHA [kg.dia-1]; DiaSem = Número

de dias existentes numa semana [dia.sem-1]; kgt = Número de quilogramas numa tonelada [kg.t-

1].

5) Indicadores de Produtividade

Os Indicadores de Produtividade são os indicadores que medem a produtividade dos

colaboradores em determinadas fases inerentes ao sistema de gestão de REEE. A

Tabela 30 exibe os indicadores de produtividade presentes no Modelo de Operação de

REEE.

Tabela 30:Indicadores de Produtividade do Modelo Integrado de Operação de REEE.

Designação Indicador Unidade

Produtividade na RECOLHA IndPr 1 t.col-1.circ-1

Produtividade na RECOLHA LÂMPADAS IndPr 2 t.col-1.circ-1

Produtividade no TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO IndPr 4 t.col-1.diaTr-1

Os indicadores presentes na tabela anterior serão apresentados de forma detalhada

com a respetiva equação a seguir.

Produtividade na RECOLHA

O Indicador de Produtividade na RECOLHA (IndPr 1) [Eq.82], expresso em t.col.circ-1, é

o indicador que quantifica o desempenho dos colaboradores no elemento RECOLHA. O

IndPr 1 é dado por:

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117

𝐼𝑛𝑑𝑃𝑟 1 =(

𝑄𝑅𝑒𝑐1 × 𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚𝑘𝑔𝑡

)

𝐶𝑜𝑙 1

[Eq.82]

Legenda:

QRec 1 = Quantidade a Recolher no elemento RECOLHA [kg.dia-1]; DiaSem = Número de dias por

semana [dia.sem-1]; kgt = Número de quilogramas existentes numa tonelada [kg.t-1]; Col 1 =

Número de colaboradores no elemento RECOLHA [col].

Produtividade na RECOLHA LÂMPADAS

O Indicador de Produtividade na RECOLHA LÂMPADAS (IndPr 2) [Eq.83], expresso em

t.col.circ-1, é o indicador que quantifica o desempenho dos colaboradores no elemento

RECOLHA LÂMPADAS (col). O IndPr 2 é dado por:

𝐼𝑛𝑑𝑃𝑟 2 =(

𝑄𝑅𝑒𝑐 2 × 𝐷𝑖𝑎𝑆𝑒𝑚𝑘𝑔𝑡

)

𝐶𝑜𝑙 2

[Eq.83]

Legenda:

QRec 2 = Quantidade a Recolher no elemento RECOLHA LÂMPADAS [kg.dia-1]; DiaSem = Número

de dias por semana [dia.sem-1]; kgt = Número de quilogramas existentes numa tonelada [kg.t-1];

Col 2 = Número de Colaboradores no elemento RECOLHA LÂMPADAS [col].

Produtividade no TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO

O Indicador de Produtividade no TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO (IndPr 4) [Eq.84],

expresso em t.col.diaTr-1, é o indicador que quantifica o desempenho dos colaboradores

no elemento TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO. O IndPr 4 é dado por:

𝐼𝑛𝑑𝑃𝑟 4 =(

𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐹𝑙𝑢𝑥 𝐷𝑖𝑎𝑇𝑟𝑘𝑔𝑡

)

𝐶𝑜𝑙 4

[Eq.84]

Legenda:

QTotal Flux DiaTr = Quantidade Total Processada [kg.diaTr-1]; kgt = Número de quilogramas

existentes numa tonelada [kg.t-1]; Col 4 = Número de colaboradores no elemento TRATAMENTO

E VALORIZAÇÃO [col].

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4. Aplicação Informática do Modelo de Gestão de REEE

Este é o capítulo na qual se aborda sobre como o Modelo Integrado de Operação de

REEE é agilizado. Estão incluídos neste capítulo, os subcapítulos descrição da

aplicação informática, os requisitos do sistema bem como as potencialidades da

aplicação.

A aplicação suporta o Modelo Integrado de Operação, sendo esta criada a partir do

Excel® tendo sido agilizado todo o pensamento desenvolvido no Modelo.

4.1. Descrição

O Modelo de Operação de REEE é agilizado recorrendo a uma aplicação informática

denominada de MGEAS-R3E (Figura 25).

Figura 25: Aplicação Informática MGEAS-R3E

A aplicação informática MGEAS-R3E é constituída por três grandes grupos: entrada de

informação, processamento de informação e saída da mesma. O primeiro grupo refere-

se à entrada (input) de dados no sistema informático que o utilizador insere de acordo

com a realidade desejada e/ou encontrada. O segundo grupo diz respeito ao

processamento da informação inserida pelo utilizador e que poderá posteriormente

resultar noutras informações, que têm como fim a criação de informação de saída

(output), informação esta que geralmente se traduz em informação essencial ao

utilizador. A aplicação informática deve possuir também dispositivos de armazenamento

de dados (memória).

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120

A aplicação informática MGEAS-R3E é suportada tendo como base o Excel®, ou seja,

um software de folhas de cálculo. As folhas de cálculo são formadas por linhas, colunas

e células. As células são o componente mais elementar da folha de cálculo e tanto

valores como fórmulas matemáticas podem ser inseridas neste elemento. As linhas são

construídas por um segmento de células dispostas na horizontal, sendo que as colunas

são obtidas por todas as células dispostas na vertical.

4.2. Requisitos

Os requisitos mínimos fundamentais para a utilização da app MGEAS-R3E são os

seguintes:

PC

Microsoft Excel®

4.3. Arranque

O acesso ao MGEAS-R3E é extremamente simples, efetuando-se abrindo o ficheiro

MGEAS-R3E, tal qual como se abre um outro qualquer ficheiro do mesmo suporte.

Ao abrir o ficheiro MGEAS-R3E é possível verificar que este é composto por sete folhas

de cálculo, que compõe cada um dos elementos retratados no capítulo anterior referente

ao Modelo Integrado de Operação (Figura 26). As folhas de cálculo presentes no

MGEAS-R3E são respetivamente: Recursos, Recolha, Recolha Lâmpadas,

Armazenamento, Tratamento e Valorização e por fim Indicadores de Desempenho. As

designações das folhas de cálculo são as mesmas das designações dos elementos no

Modelo Integrado de Operação, tal qual como o que está contido em cada uma das

folhas de cálculo. As folhas ou separadores abarcam todo o sistema implícito no Modelo

de Operação de REEE iniciado na produção de resíduos e terminando no tratamento e

valorização dos mesmos.

Figura 26:Folhas de Cálculo do MGEAS-R3E.

As variáveis que integram o MGEAS-R3E são descritas através do seu acrónimo

inserido numa célula e numa célula à direita ou imediatamente abaixo está presente o

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valor e por fim imediatamente à direita do valor está representada a grandeza física da

variável (Figura 27).

Figura 27:Apresentação das Variáveis na aplicação informática MGEAS-R3E.

O valor da variável no MGEAS-R3E é representado por duas cores distintas. A cor

vermelha no valor da variável indica ao utilizador que a variável necessita de ser

quantificada pelo utilizador e portanto trata-se de uma variável de inserção manual ou

seja, uma variável de input. Pelo contrário, se o valor da variável apresentar coloração

preta indica ao utilizador que esta é uma variável de cálculo e portanto uma variável de

processamento, que deriva de outras variáveis, sejam elas de input ou de outras

variáveis de processamento (Figura 28).

Figura 28: Dados de Base e Variáveis de Cálculo na aplicação informática MGEAS-R3E.

Existem variáveis em que as células se encontram com preenchimento de cor vermelha,

o que quer dizer que são variáveis de backoffice, ou seja, variáveis que apenas têm

como finalidade agilizar a dinâmica das variáveis (Figura 29).

Figura 29:Variáveis de BackOffice da aplicação informática MGEAS-R3E.

Outras variáveis (nomeadamente o preenchimento da célula representativa do valor da

variável) possuem coloração verde, amarela ou laranja. Esta paleta de cores existe em

dois indicadores económico-financeiros representando o estado de desempenho destes

indicadores. A cor verde representa que os valores dos indicadores traduzem resultados

favoráveis, a cor amarela explícita que os valores dos indicadores indicam resultados

nem favoráveis nem desfavoráveis e por último a cor laranja expressas que os valores

dos indicadores exprimem resultados desfavoráveis (Figura 30).

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122

Figura 30: Variáveis de Formatação Condicional presentes na aplicação informática MGEAS-R3E.

4.4. Potencialidades

O MGEAS-R3E potencia ao utilizador a possibilidade de comparação de diferentes

sistemas de gestão de REEE, bem como a comparação do mesmo sistema de gestão

deste fluxo em diferentes períodos temporais. Esta funcionalidade é bastante importante

na medida em que se podem otimizar sistemas de gestão de REEE, a nível económico,

a nível operacional ou a nível ambiental. Desta forma, as entidades e instituições podem

beneficiar com esta aplicação pois será uma ferramenta que depois de implementada

permite um controlo financeiro e ambiental e em última análise até pode permitir uma

redução nas despesas deste sistema, potenciando os lucros das entidades e

instituições. Em última análise esta ferramenta poderá ser apelidada de uma ferramenta

“anticrise”, combatendo assim por uma agilização mais eficaz a nível económico do

sistema de gestão de REEE. Por outro lado, esta aplicação pode também agilizar o

desempenho ambiental do sistema de gestão de REEE, permitindo às entidades e

instituições envolvidas que possuam uma eficácia ambiental melhorada, trazendo

consigo vantagens competitivas neste tipo de mercado.

Esta ferramenta possui também a vantagem de ser bastante flexível, podendo adequar-

se a várias realidades, sendo que poderá adaptar-se a todo o sistema de gestão de

REEE bem como a uma parte do sistema, permitindo o uso da ferramenta para diversos

fins, bem como é exequível a todos os intervenientes dos sistemas de gestão de REEE.

Uma outra vantagem desta aplicação informática é a sua fisionomia, sendo que se trata

de uma aplicação acessível a todos os utilizadores. A acessibilidade do uso da aplicação

advém do uso de linguagem pouco complexa e percetível a todos os utilizadores que

trabalham no meio de atuação. Simultaneamente, esta ferramenta informática possui

uma dinâmica bastante clara permitindo uma fácil compreensão por parte do utilizador.

Assim, esta ferramenta não necessita que o utilizador detenha uma precedente

aprendizagem do manuseio da mesma, não trazendo à entidade ou instituição qualquer

custo de formação dos colaboradores.

Mais uma característica vantajosa desta ferramenta é a fácil transposição dos dados

obtidos para outros tipos de software permitindo, por exemplo, um tratamento estatístico

ou uma apresentação mais refinada dessa mesma informação.

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123

5. Considerações Finais

5.1. Síntese Conclusiva

O projeto referido nesta dissertação vem de encontro à lógica de ferramentas simples e

de custo módico de modo a fazer face à crise económica instalada.

Para isso, é necessário que as empresas adotem metodologias de trabalho eficientes,

de modo a que possam rentabilizar os seus recursos, como por exemplo a nível de

produtividade dos colaboradores, das infraestruturas, dos veículos ou da eficiência dos

processos inerentes ao sistema de gestão.

Já existem no mercado muitas metodologias que têm como finalidade aumentar a

eficiência das empresas, como é o caso da otimização de circuitos de recolha (como

por exemplo ouso de sistemas de informação geográfica (SIG)) ou na aplicação de

sistemas para medição da ocupação dos equipamentos de deposição.

Adotando esta lógica de pensamento, foi criado o MGEAS-R3E, que poderá ser uma

mais-valia no poder decisório das empresas que se inserem, neste caso próprio, no

sistema de gestão de REEE. As empresas que gerem a recolha, o armazenamento e

tratamento têm à disposição uma ferramenta, disposta numa aplicação informática que

permite a gestão eficiente do sistema. A ferramenta é capaz, de acordo com as

especificidades da zona (número de produtores inseridos na área de estudo bem como

a capitação subjacente) de quantificar um número avultado de características

relacionadas com este sistema de gestão, como por exemplo consumos de combustível,

consumos de energia elétrica, produtividade dos colaboradores, custos unitários do

sistema, potencial de efeito de estufa ou tempos e distâncias de recolha.

Com uma ferramenta como esta, as empresas deste setor têm à sua disposição uma

forma simples e prática de comparação de certos valores, ditos indicadores de

desempenho, entre empresas do mesmo ramo de atividade, bem como comparar estes

indicadores a nível temporal de modo a quantificar a sua eficiência ao longo do tempo.

5.2. Recomendações e Principais Limitações

O MGEAS-R3E é, de facto, uma ferramenta de gestão do sistema integrado de resíduos

de equipamentos elétricos e eletrónicos.

Para utilizar esta ferramenta, o mais indicado seria nomear um elemento ou equipa de

trabalho, com conhecimentos prévios do sistema de gestão, bem como das variáveis

expostas no MGEAS R3E. Para isso é necessário que esta equipa de trabalho tenha

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presente um guia de utilizador do software informático pois aí estarão explicitas todas

as variáveis do software com uma breve descrição das mesmas e qual a sua

importância.

Esta ferramenta de gestão não é, decerto, uma aplicação completa e portanto, serve de

base para a definição de uma aplicação destas características para cada situação

concreta. Esta aplicação, como a maior parte delas, se for considerada como uma

ferramenta essencial para o mercado dos resíduos, irá com certeza sofrer várias

alterações de modo a ir de encontro às necessidades concretas do mercado. As

alterações impostas no MGEAS-R3E terão de ser seriamente pensadas de modo a que,

se aperfeiçoe o Modelo sem que se aumente a complexidade do mesmo.

Uma limitação do MGEAS-R3E foi a não aplicação a um caso real de um sistema de

gestão integrado de REEE, tornando a aplicação num exemplo de um Modelo teórico

de uma ferramenta de gestão.

5.3. Desenvolvimentos Futuros

O objetivo primordial seria que esta aplicação informática pudesse ter saída para o

mercado, significando que este Modelo seria reconhecido como uma ferramenta

essencial para o mercado de resíduos. Para isso, em primeira instância, é necessário

testar o Modelo com a realidade, ou seja, utilizar dados reais de modo a conferir dados

e testar as variáveis da aplicação informática.

Como processos evolutivos normais das aplicações informáticas será premente o

desenvolvimento da aplicação, em termos de design e estrutura, tendo como fim uma

aplicação muito mais atrativa e dinâmica. E como as necessidades do mercado não são

estáticas, é perentório uma constante flexibilização da ferramenta de gestão, de modo

a que continue a ser uma ferramenta atrativa e útil ao setor de resíduos, neste caso a

este fluxo específico que são os REEE. Para isso, seriam lançadas novas atualizações

de modo a que este, opere de forma mais dinâmica e funcional para o utilizador e que

o utilizador do MGEAS-R3E possa permanecer com os resultados obtidos e que possa

processar esses mesmos resultados posteriormente, caso deseje, noutro tipo de

softwares. Simultaneamente iria ser criado um manual de utilizador da aplicação, para

que o utilizador opere com a ferramenta com total convicção e clareza.

Além disso, se esta ferramenta de gestão for útil ao setor de REEE, uma hipótese seria

criar várias ferramentas de gestão, tendo em conta os mesmos princípios do MGEAS-

R3E, de forma a suprir as necessidades dos restantes setores dos diferentes fluxos de

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resíduos, colaborando assim para a gestão económica, operacional e ambiental de

todos os setores dos resíduos.

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Anexos

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Anexo I: Princípios da Gestão de Resíduos

Princípios da Gestão de

Resíduos Descrição

Princípio de Prevenção e Redução

O princípio enunciado, exposto no Decreto-Lei nº178/2006, no artigo nº6, constitui “o objetivo prioritário da política de resíduos, ou seja, evitar e reduzir a sua produção, bem como das suas propriedades nocivas, devendo a gestão de resíduos evitar também ou, pelo menos, reduzir o risco para a saúde humana e para o ambiente causado pelos resíduos sem utilizar processos ou métodos suscitáveis de gerar efeitos adversos sobre o ambiente, nomeadamente através da criação de perigos para a água, ar, solo, fauna e flora, perturbações sonoras ou odoríficas ou de danos em quaisquer locais de interesse e na paisagem”.

Princípio da Responsabilidade pela Gestão

Este princípio, descrito no artigo nº5 do Decreto-Lei nº178/2006, atribui “a responsabilidade da gestão do resíduo ao produtor. No caso de não ser definido o produtor, o responsável por este princípio é o detentor. Quando os resíduos provêm do exterior, são da responsabilidade de quem os introduziu no território nacional. A responsabilidade das entidades referidas extingue-se quando os resíduos são transmitidos a um operador licenciado ou pela transferência para as entidades de fluxos específicos de resíduos”.

Princípio da Autossuficiência

O princípio, presente no Decreto-Lei nº178/2006, artigo nº4, refere que “as operações de gestão de resíduos devem decorrer preferencialmente em território nacional, reduzindo ao mínimo possível os movimentos transfronteiriços de resíduos. Deste modo, a ANR pode interditar a movimentação de resíduos destinada a eliminação noutro Estado, pertencente ou não ao espaço Comunitário, com fundamento na existência em território nacional de instalações de gestão adequadas para o efeito”.

Princípio da Equivalência

O princípio da Autossuficiência, contemplado no Decreto-Lei nº178/2006, artigo nº10, referencia que “o regime económico e financeiro das atividades de gestão de resíduos visa a compensação tendencial dos custos sociais e ambientais que o produtor gera à comunidade ou dos benefícios que a comunidade lhe faculta”.

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Anexo II – Descrição dos Fluxos Específicos de Resíduos

Embalagens

São consideradas embalagens, de acordo com o Decreto-Lei nº92/2006, “todos e quaisquer

produtos feitos de materiais de qualquer natureza utilizados para conter, proteger, movimentar,

manusear, entregar e apresentar mercadorias, tanto matérias-primas como produtos

transformados, desde o produtor ao utilizador ou consumidor, incluindo todos os artigos

descartáveis utilizados para os mesmos fins”. A legislação referida exige a todos intervenientes

do ciclo de vida das embalagens que adotem as práticas de ecodesign e do consumo sustentável

mais adequadas face às disposições legais e às normas técnicas em vigor, tendo em vista o

correto funcionamento dos sistemas de gestão criados. Adicionalmente, o Decreto-Lei, impõe

aos embaladores e/ou outros responsáveis pela colocação de embalagens no mercado nacional,

bem como os produtores de embalagens, que devem assegurar o preenchimento dos requisitos

legais de fabrico e composição das embalagens adotada.

Segundo Teixeira (2004), a legislação estabelece que os embaladores e/ou importadores devem

optar por um de dois sistemas de gestão para as suas embalagens, o sistema de consignação

(para embalagens reutilizáveis e não reutilizáveis) ou o sistema integrado (somente para

embalagens não reutilizáveis), de modo a cumprir com as metas de valorização e reciclagem

dos resíduos de embalagens. A gestão integrada dos resíduos não reutilizáveis de embalagens

é assegurado por três entidades gestoras: a Sociedade Ponto Verde, que assegura a

organização e gestão da retoma e valorização dos resíduos de embalagens, através do SIGRE

(Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens); a Valormed, que gere os

resíduos de embalagens medicamentosas através do SIGREM (Sistema Integrado de Gestão

de Resíduos de Embalagens e Medicamentos) e para finalizar a Valorfito, que gere as

embalagens de produtos fitofarmacêuticos, através da SIGERU (Sistema Integrado de Gestão

de Embalagens e Resíduos em Agricultura).

Pneus Usados

Os pneus usados, conforme o Decreto-Lei nº 111/2001 de 6 de Abril, são os “pneus utilizados

em veículos motorizados, aeronaves, reboques, velocípedes e outros equipamentos,

motorizados ou não motorizados que os contenham, mas que o respetivo detentor se desfaça

ou tenha intenção ou a obrigação de se desfazer e que constituam resíduos”.

Na sequência deste decreto, os produtores de pneus conjuntamente com os industriais dos

setores de recauchutagem de pneus e de borracha e formaram a Valorpneu, com o objetivo de

organizar e gerir o sistema de recolha e destino final de pneus usados.

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143

Pilhas e Acumuladores Usados

As pilhas e acumuladores, em concordância com o Decreto-Lei nº6/2009 de 6 de Janeiro, são

descritas como “quaisquer fontes de energia elétrica obtida por transformação direta de energia

química, constituída por uma ou mais células primárias não recarregáveis ou por um ou mais

elementos secundários recarregáveis”.

A entidade gestora de pilhas e acumuladores é a Ecopilhas, constituída pelos principais

produtores de pilhas e acumuladores que operam no mercado português. A Ecopilhas tem como

objetivos a gestão do SIPAU (Sistema Integrado de Pilhas e Acumuladores Usados),

assegurando o funcionamento deste sistema integrado, na gestão de operações que asseguram

a recolha seletiva, armazenagem temporária, triagem e reciclagem de pilhas e acumuladores

recolhidos em território nacional.

Veículos em Fim de Vida

Os veículos em fim de vida, de acordo com o Decreto-Lei nº64/2008 de 23 de Agosto, referem-

se aos “veículos que constituem um resíduo”.

A Valorcar é a entidade gestora dos fluxos de veículos em fim de vida. Esta entidade propõe-se

ao cumprimento das taxas de recolha deste tipo de resíduos fixadas nas suas licenças, bem

como ao cumprimento das taxas de reutilização, reciclagem e valorização referidas na legislação.

Para isso, a entidade em causa compromete-se na organização de uma rede nacional de recolha

seletiva e de tratamento (rede Valorcar) e ao seu controlo e monitorização, promover a

investigação e o desenvolvimento deste setor, bem como de sensibilizar e dinamizar a

informação pública dos procedimentos a adotar na gestão dos veículos em fim de vida.

Óleos Minerais Usados

Os óleos minerais usados, descritos no Decreto-Lei nº153/2003 de 11 de Julho, são os “óleos

industriais lubrificantes de base mineral, os óleos de motores de combustão e dos sistemas de

transmissão, e os óleos minerais para máquinas, turbinas e sistemas hidráulicos e outros óleos

que, pelas suas características, lhes possam ser equiparados, tornados impróprios para o uso

que estavam inicialmente destinados”.

A Sogilub, é portanto, a sociedade responsável a nível nacional, pela gestão da rede de recolha,

transporte, armazenamento e valorização de óleos lubrificantes usados. Apenas é possível

comercializar os óleos novos desta natureza cujos produtores tenham submetido a gestão de

óleos usados aos sistemas integrado ou individual (Teixeira, 2004).

Óleos Alimentares Usados

São óleos alimentares usados, em consonância com o Decreto-Lei nº267/2009, os “óleos ou

misturas de dois ou mais óleos destinados à alimentação humana e que constituem um resíduo”.

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Segundo Teixeira (2004), a participação na recolha seletiva de OAU para posterior

encaminhamento para valorização é voluntária e aberta a todos os intervenientes interessados,

na condição de produtores/distribuidores de óleos novos e de produtores

recolhedores/armazenistas/valorizadores de óleos usados. O principal objetivo da gestão de

OAU prende-se com a sua reciclagem, concretamente na produção de biocombustível.

Resíduos de Construção e Demolição

Os RCD, referidos no Decreto-Lei nº178/2006 de 5 de Setembro, descrevem estes resíduos

como os “resíduos resultantes de obras de construção, reconstrução, ampliação, alteração,

conservação e demolição e da derrocada de edificações”.

A gestão dos RCD está descrita no Decreto-Lei nº 46/2008 de 12 de Março, ao nível da

prevenção e reutilização, bem como das operações de recolha, transporte, armazenamento,

triagem, tratamento, valorização e eliminação.

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Anexo III – Capítulos 16 e 20 da Lista Europeia de Resíduos (publicada na Portaria

nº209/2004 de 3 de Março), que classificam os equipamentos elétricos e eletrónicos.

Capítulos da Lista:

16 – Resíduos não especificados em outros capítulos desta lista.

16 01 – Veículos em fim de vida de diferentes meios de transporte (incluindo máquinas todo o

terreno) e resíduos do desmantelamento de veículos em fim de vida e da manutenção de veículos

(exceto 13, 14, 16 06 e 16 08):

16 01 03 – Pneus usados.

16 01 04 (*) – Veículos em fim de vida.

16 01 06 – Veículos em fim de vida esvaziados de líquidos e outros componentes perigosos.

16 01 07 (*) – Filtros de óleo.

16 01 08 (*) – Componentes contendo mercúrio.

16 01 09 (*) – Componentes contendo PCB.

16 01 10 (*) – Componentes explosivos [por exemplo,almofadas de ar(air bags)].

16 01 11 (*) – Pastilhas de travões contendo amianto.

16 01 12 – Pastilhas de travões não abrangidas em 16 01 11.

16 01 13 (*) – Fluidos de travões.

16 01 14 (*) – Fluidos anticongelantes contendo substâncias perigosas.

16 01 15 – Fluidos anticongelantes não abrangidos em 16 01 14.

16 01 16 – Depósitos para gás liquefeito.

16 01 17 – Metais ferrosos.

16 01 18 – Metais não ferrosos.

16 01 19 – Plástico.

16 01 20 – Vidro.

16 01 21 (*) – Componentes perigosos não abrangidos em 16 01 07 a 16 01 11, 16 01 13 e 16

01 14.

16 01 22 – Componentes não anteriormente especificados.

16 01 99 – Outros resíduos não anteriormente especificados.

16 02 – Resíduos de equipamento elétrico e eletrónico:

16 02 09 (*) – Transformadores e condensadores contendo PCB.

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16 02 10 (*) – Equipamento fora de uso contendo ou contaminado por PCB não abrangido em

16 02 09.

16 02 11 (*) – Equipamento fora de uso contendo clorofluorcarbonetos, HCFC, HFC.

16 02 12 (*) – Equipamento fora de uso contendo amianto livre.

16 02 13 (*) – Equipamento fora de uso contendo componentes perigosos (2) não abrangidos

em 16 02 09 a 16 02 12.

16 02 14 – Equipamento fora de uso não abrangido em 16 02 09 a 16 02 13.

16 02 15 (*) – Componentes perigosos retirados de equipamento fora de uso.

16 02 16 – Componentes retirados de equipamento fora de uso não abrangidos em 16 02 15.

16 03 – Lotes fora de especificação e produtos não utilizados:

16 03 – Lotes fora de especificação e produtos não utilizados:

16 03 04 – Resíduos inorgânicos não abrangidos em 16 03 03.

16 03 05 (*) – Resíduos orgânicos contendo substâncias perigosas.

16 03 06 – Resíduos orgânicos não abrangidos em 16 03 05.

16 04 – Resíduos de explosivos:

16 04 01 (*) – Resíduos de munições.

16 04 02 (*) – Resíduos de fogo-de-artifício.

16 04 03 (*) – Outros resíduos de explosivos.

16 05 – Gases em recipientes sob pressão e produtos químicos fora de uso:

16 05 04 (*) – Gases em recipientes sob pressão (incluindo halons) contendo substâncias

perigosas.

16 05 05 – Gases em recipientes sob pressão não abrangidos em 16 05 04.

16 05 06 (*) – Produtos químicos de laboratório contendo ou compostos por substâncias

perigosas, incluindo misturas de produtos químicos de laboratório.

16 05 07 (*) – Produtos químicos inorgânicos de laboratório contendo ou compostos por

substâncias perigosas.

16 05 08 (*) – Produtos químicos orgânicos fora de uso contendo ou compostos por substâncias

perigosas.

16 05 09 – Produtos químicos fora de uso não abrangidos em 16 05 06, 16 05 07 ou 16 05 08.

16 06 – Pilhas e acumuladores:

16 06 01 (*) – Acumuladores de chumbo.

16 06 02 (*) – Acumuladores de níquel-cádmio.

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16 06 03 (*) – Pilhas contendo mercúrio.

16 06 04 – Pilhas alcalinas (exceto 16 06 03).

16 06 06 (*) – Eletrólitos de pilhas e acumuladores recolhidos separadamente.

16 07 – Resíduos da limpeza de tanques de transporte, de depósitos de armazenagem e de

barris (exceto 05 e 13):

16 07 08 (*) – Resíduos contendo hidrocarbonetos.

16 07 09 (*) – Resíduos contendo outras substâncias perigosas.

16 07 99 – Outros resíduos não anteriormente especificados.

16 08 – Catalisadores usados:

16 08 01 – Catalisadores usados contendo ouro, prata, rénio, ródio, paládio, irídio ou platina

(exceto 16 08 07).

16 08 02 (*) – Catalisadores usados contendo metais de transição (3) ou compostos de metais

de transição perigosos.

16 08 03 – Catalisadores usados contendo metais de transição ou compostos de metais de

transição não especificados de outra forma.

16 08 04 – Catalisadores usados de cracking catalítico em leito fluido (exceto 16 08 07).

16 08 05 (*) – Catalisadores usados contendo ácido fosfórico.

16 08 05 (*) – Catalisadores usados contendo ácido fosfórico.

16 08 07 (*) – Catalisadores usados contaminados com substâncias perigosas.

16 09 – Substâncias oxidantes:

16 09 01 (*) – Permanganatos, por exemplo, permanganato de potássio.

16 09 02 (*) – Cromatos, por exemplo, cromato de potássio, dicromato de potássio ou de sódio.

16 09 03 (*) – Peróxidos, por exemplo, água oxigenada.

16 09 04 (*) – Substâncias oxidantes não anteriormente especificadas.

16 10 – Resíduos líquidos aquosos destinados a serem tratados noutro local:

16 10 01 (*) – Resíduos líquidos aquosos contendo substâncias perigosas.

16 10 02 – Resíduos líquidos aquosos não abrangidos em 16 10 01.

16 10 03 (*) – Concentrados aquosos contendo substâncias perigosas.

16 10 04 – Concentrados aquosos não abrangidosem 16 10 03.

16 11 – Resíduos de revestimentos de fornos e refratários:

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16 11 01 (*) – Revestimentos de fornos e refratários à base de carbono provenientes de

processos metalúrgicos contendo substâncias perigosas.

16 11 02 – Revestimentos de fornos e refratários à base de carbono não abrangidos em 16 11

01.

16 11 03 (*) – Outros revestimentos de fornos e refratários provenientes de processos

metalúrgicos contendo substâncias perigosas.

16 11 04 – Outros revestimentos de fornos e refratários não abrangidos em 16 11 03.

16 11 05 (*) – Revestimentos de fornos e refratários provenientes de processos não metalúrgicos

contendo substâncias perigosas.

16 11 06 – Revestimentos de fornos e refratários provenientes de processos não metalúrgicos

não abrangidos em 16 11 05.

20 – Resíduos urbanos e equiparados (resíduos domésticos, do comércio, indústria e

serviços), incluindo as frações recolhidas seletivamente.

20 01 – Frações recolhidas seletivamente (exceto 15 01):

20 01 01 – Papel e cartão.

20 01 02 – Vidro.

20 01 08 – Resíduos biodegradáveis de cozinhas e cantinas.

20 01 10 – Roupas.

20 01 11 – Têxteis.

20 01 13 (*) – Solventes.

20 01 14 (*) – Ácidos.

20 01 15 (*) – Resíduos alcalinos.

20 01 17 (*) – Produtos químicos para fotografia.

20 01 19 (*) – Pesticidas.

20 01 21 (*) – Lâmpadas fluorescentes e outros resíduos contendo mercúrio.

20 01 23 (*) – Equipamento fora de uso contendo clorofluorcarbonetos.

20 01 25 – Óleos e gorduras alimentares.

20 01 26 (*) – Óleos e gorduras não abrangidos em 20 01 25.

20 01 27 (*) – Tintas, produtos adesivos, colas e resinas contendo substâncias perigosas.

20 01 28 – Tintas, produtos adesivos, colas e resinas não abrangidos em 20 01 27.

20 01 29 (*) – Detergentes contendo substâncias perigosas.

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20 01 30 – Detergentes não abrangidos em 20 01 29.

20 01 31 (*) – Medicamentos citotóxicos e citostáticos.

20 01 32 – Medicamentos não abrangidos em 20 01 31.

20 01 33 (*) – Pilhas e acumuladores abrangidos em 16 06 01, 16 06 02 ou 16 06 03 e pilhas e

acumuladores não triados contendo essas pilhas ou acumuladores.

20 01 34 – Pilhas e acumuladores não abrangidos em 20 01 33.

20 01 35 (*) – Equipamento elétrico e eletrónico fora de uso não abrangido em 20 01 21 ou 20

01 23 contendo com ponentes perigosos (2).

20 01 36 – Equipamento elétrico e eletrónico fora de uso não abrangido em 20 01 21, 20 01 23

ou 20 01 35.

20 01 37 (*) – Madeira contendo substâncias perigosas.

20 01 38 – Madeira não abrangida em 20 01 37.

20 01 39 – Plásticos.

20 01 40 – Metais.

20 01 41 – Resíduos da limpeza de chaminés.

20 01 99 – Outras frações não anteriormente especificadas.

20 02 – Resíduos de jardins e parques (incluindo cemitérios):

20 02 01 – Resíduos biodegradáveis.

20 02 02 – Terras e pedras.

20 02 03 – Outros resíduos não biodegradáveis.

20 03 – Outros resíduos urbanos e equiparados:

20 03 01 – Outros resíduos urbanos e equiparados, incluindo misturas de resíduos.

20 03 02 – Resíduos de mercados.

20 03 03 – Resíduos da limpeza de ruas.´

20 03 04 – Lamas de fossas sépticas.

20 03 06 – Resíduos da limpeza de esgotos.

20 03 07 – Monstros.

20 03 99 – Resíduos urbanos e equiparados não anteriormente especificados.

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150

Anexo IV

Lista dos produtos e funções que deverão ser considerados para efeitos da Diretiva

nº230/2004

1-Grandes eletrodomésticos:

Grandes aparelhos de arrefecimento:

Frigoríficos;

Congeladores;

Outros aparelhos de grandes dimensões utilizados na refrigeração, conservação

e armazenamento de alimentos;

Máquinas de lavar roupa;

Secadores de roupa;

Máquinas de lavar loiça;

Fogões;

Fornos elétricos;

Placas de fogão elétricas;

Microondas;

Outros aparelhos de grandes dimensões utilizados para cozinhar ou transformar os

alimentos;

Aparelhos de aquecimento elétricos:

Radiadores elétricos;

Outros aparelhos de grandes dimensões para aquecimento de casas, camas,

mobiliário para sentar;

Ventoinhas elétricas;

Aparelhos de ar condicionado;

Outros equipamentos de ventilação, ventilação de exaustão e condicionamento.

2-Pequenos eletrodomésticos:

Aspiradores;

Aparelhos de limpeza de alcatifas;

Outros aparelhos de limpeza;

Aparelhos utilizados na costura, tricot, tecelagem e outras formas de transformar os

têxteis;

Ferros de engomar e outros aparelhos para engomar, calandrar e tratar o vestuário;

Torradeiras;

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Fritadeiras;

Moinhos, máquinas de café e aparelhos para abrir ou fechar recipientes ou embalagens;

Facas elétricas;

Aparelhos para cortar o cabelo, secadores de cabelo, escovas de dentes elétricas,

máquinas de barbear, aparelhos de massagem e outros aparelhos para o cuidado do

corpo;

Relógios de sala, relógios de pulso e aparelhos para medir, indicar ou registar o tempo;

Balanças.

3-Equipamentos informáticos e de telecomunicações:

Processamento centralizado de dados:

Macrocomputadores (mainframes);

Minicomputadores;

Unidades de impressão;

Equipamentos informáticos pessoais:

Computadores pessoais (CPU, rato, ecrã e teclado incluídos):

Computadores portáteis laptop (CPU, rato, ecrã e teclado incluídos);

Computadores portáteis notebook;

Computadores portáteis notepad;

Impressoras;

Copiadoras;

Máquinas de escrever elétricas e eletrónicas;

Calculadoras de bolso e de secretária;

Outros produtos e equipamentos para recolher, armazenar, tratar, apresentar ou

comunicar informações por via eletrónica;

Sistemas e terminais de utilizador;

Telecopiadoras;

Telex;

Telefones;

Postos telefónicos públicos;

Telefones sem fios;

Telefones celulares;

Respondedores automáticos;

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152

Outros produtos ou equipamentos para transmitir som, imagens ou outras informações

por telecomunicação.

4-Equipamentos de consumo:

Aparelhos de rádio;

Aparelhos de televisão;

Câmaras de vídeo;

Gravadores de vídeo;

Gravadores de alta-fidelidade;

Amplificadores áudio;

Instrumentos musicais;

Outros produtos ou equipamentos para gravar ou reproduzir o som ou a imagem,

incluindo sinais ou outras tecnologias de distribuição do som e da imagem por outra via

que não a de telecomunicações.

5-Equipamentos de iluminação:

Aparelhos de iluminação para lâmpadas fluorescentes, com exceção dos aparelhos de

iluminação doméstica;

Lâmpadas fluorescentes clássicas;

Lâmpadas fluorescentes compactas;

Lâmpadas de descarga de alta intensidade, incluindo lâmpadas de sódio sob pressão e

lâmpadas de haletos metálicos;

Lâmpadas de sódio de baixa pressão;

Outros equipamentos de iluminação ou equipamento destinado a difundir ou controlar a

luz, com exceção das lâmpadas de incandescência.

6-Ferramentas elétricas e eletrónicas (com exceção de ferramentas industriais fixas de

grandes dimensões):

Berbequins;

Serras;

Máquinas de costura;

Equipamento para tornear, fresar, lixar, triturar, serrar, cortar, tosar, brocar, fazer furos,

puncionar, dobrar, encurvar, ou para processos similares de tratamento de madeira,

metal e outros materiais;

Ferramentas para rebitar, pregar ou aparafusar ou remover rebites, pregos ou parafusos,

ou para usos semelhantes;

Ferramentas para soldar ou usos semelhantes;

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Equipamento para pulverizar, espalhar, dispersar ou para tratamento de substâncias

líquidas ou gasosas por outros meios;

Ferramentas para cortar relva ou para outras atividades de jardinagem.

7-Brinquedos e equipamento de desporto e lazer:

Conjuntos de comboios elétricos ou de pistas de carros de corrida;

Consolas de jogos de vídeo portáteis;

Jogos de vídeo;

Computadores para ciclismo, mergulho, corrida, remo, etc;

Equipamento desportivo com componentes elétricos ou eletrónicos;

Caça-níqueis (slot machines).

8-Aparelhos médicos (com exceção de todos os produtos implantados e infetados):

Equipamentos de radioterapia;

Equipamentos de cardiologia;

Equipamentos de diálise;

Ventiladores pulmonares;

Equipamentos de medicina nuclear;

Equipamentos de laboratório para diagnóstico in vitro;

Analisadores;

Congeladores;

Testes de fertilização;

Outros aparelhos para detetar, evitar, controlar, tratar, aliviar doenças, lesões ou

deficiências.

9-Instrumentos de monitorização e controlo:

Detetores de fumo;

Reguladores de aquecimento;

Termóstatos;

Aparelhos de medição, pesagem ou regulação para uso doméstico ou como

equipamento laboratorial;

Outros instrumentos de controlo e comando utilizados em instalações industriais (por

exemplo, em painéis de comando).

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10-Distribuidores automáticos:

Distribuidores automáticos de bebidas quentes;

Distribuidores automáticos de garrafas ou latas quentes ou frias;

Distribuidores automáticos de produtos sólidos;

Distribuidores automáticos de dinheiro;

Todos os aparelhos que forneçam automaticamente todo o tipo de produtos.

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Anexo V – Não aplicações à Diretiva 2011/65/UE:

A presente Diretiva não se aplica a:

Equipamentos necessários à defesa dos interesses essenciais dos EM no domínio da

segurança, nomeadamente armas, munições e material de guerra destinado a fins

especificamente militares;

Equipamentos concebidos para serem enviados para o espaço;

Equipamentos concebidos especificamente e para serem instalados como componentes

de outros tipos de equipamentos excluídos ou não abrangidos pela presente diretiva,

que só podem desempenhar a sua função quando integrados nesses outros

equipamentos e que só podem ser substituídos pelo mesmo equipamento

especificamente concebido;

Ferramentas industriais fixas de grandes dimensões;

Instalações fixas de grandes dimensões;

Meios de transporte de pessoas ou de mercadorias, excluindo veículos elétricos de duas

rodas que não se encontrem homologados;

Máquinas móveis não rodoviárias destinadas exclusivamente a utilizadores profissionais;

Dispositivos médicos implantáveis ativos;

Painéis fotovoltaicos a utilizar num sistema concebido, montado e instalado por

profissionais para utilização permanente num local definido para produzir energia a partir

de luz solar, para aplicações públicas, comerciais, industriais e residenciais;

Equipamento especificamente concebido para fins de investigação e de

desenvolvimento disponível exclusivamente num contexto interempresas.

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Anexo VI: Transposição e Implementação dos Requisitos da Diretiva REEE

2002/96/CE no Decreto-Lei nº230/2004.

Diretiva 2002/96/CE Decreto-Lei nº230/2004

Artigo 5 (2) Responsabilidade física pela recolha de REEE de utilizadores particulares

Artigo 9 (4) Responsabilidade física atribuída a municípios, produtores e distribuidores

Artigo 8 (1) Responsabilidade financeira pela recolha de REEE de utilizadores particulares

Artigo 9 (5) Artigo 9 (6) Artigo 23 (2)

Responsabilidade financeira atribuída a distribuidores e produtores

Artigo 5 (4) Artigo 6 (1) Artigo 8 (1)

Responsabilidades pela recolha, tratamento, valorização, reciclagem e eliminação de REEE provenientes de utilizadores particulares

Artigo 9 (7) Artigo 12

A responsabilidade pela recolha, transporte, valorização e eliminação de REEE provenientes de utilizadores particulares, depositados nos pontos de recolha, recai sobre os produtores de EEE

Artigo 8 (3) Mecanismo financeiro de gestão de REEE históricos provenientes de particulares

Artigo 9 (8) Os produtores financiam a gestão dos REEE históricos com base na quota atual de mercado

Artigo 8 (2) Mecanismo financeiro de gestão de REEE novos provenientes de particulares

- Não é mencionado

Artigo 8 (2)

Responsabilidade individual do produtor pelo financiamento dos REEE novos provenientes de utilizadores particulares

Artigo 9 Artigo 12

A transposição não define explicitamente a responsabilidade individual do produtor pelos resíduos dos seus próprios produtos. Este aspeto apenas é mencionado no preâmbulo

Artigo 9

Responsabilidade individual do produtor pelo financiamento dos REEE novos provenientes de utilizadores não particulares

Artigo 10 (1)

Os produtores são responsáveis por todos os REEE de utilizadores não particulares colocados no mercado após 13 de Agosto de 2005

Responsabilidade pelo financiamento dos REEE históricos provenientes de utilizadores não particulares

Artigo 10 (3)

Os produtores são responsáveis pelos REEE históricos que forem substituídos por novos EEE equivalentes. Os restantes são financiados pelos utilizadores não particulares, sem prejuízo de outros métodos de financiamento a acordar entre produtores e utilizadores

Artigo 8 (2) Garantia financeira Artigo 25 (3)

Os produtores que optem por um sistema individual têm de prestar garantia financeira que assegure os custos da gestão dos resíduos dos seus produtos. A adesão dos produtores a um sistema coletivo é considerada como garantia

Artigo 8 (3) Ecotaxa visível Artigo 24 Artigo 35

O EcoREEE pode ser indicado separadamente aos compradores aquando da venda de novos EEE até 13 de Fevereiro de 2011 (2013 para a categoria 1). Esta opção é obrigatória no sistema da Amb3E

Artigo 8 (2) Artigo 11 (2)

Marcação dos EEE Artigo 5 (3)

Todos os EEE colocados no mercado nacional após 13 de Agosto de 2005 (B2B e B2C) devem conter a identificação do produtor e exibir uma marca que permita distingui-los dos EEE colocados no mercado antes dessa data

Artigo 10 (1) Artigo 10 (2) Artigo 10 (4)

Informação aos consumidores

Artigo 18 g) Artigo 21 (1) Artigo 23 (4)

Os sistemas integrados e individuais devem informar e sensibilizar os consumidores sobre os procedimentos a adotar em termos

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de gestão de REEE. Os distribuidores devem informar os consumidores sobre a possibilidade de entregar os REEE à razão de um por um

Artigo 3 (i) Artigo 8 (4) Artigo 12 (1)

Vendedores à distância Artigo 3 (d)

A definição de produtor inclui aqueles que colocam EEE no mercado nacional através da venda à distância, mas não inclui os que, estando sedeados em Portugal, exportam para outro E.M.. Estes produtores que colocam EEE nos utilizadores finais de outro E.M. devem registar-se e reportar nesse E.M..

Artigo 12 Registo e reporte de produtores de EEE

Artigo 26 (1)

Têm obrigatoriedade de registo em Portugal todos os produtores de EEE (B2B e B2C), ao abrigo da definição do artigo 3 (d). O registo está aberto para todos de qualquer E.M.. Os produtores devem registar-se individualmente, independentemente de serem aderentes a um sistema integrado

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Anexo VII – Concentrações de Metais nas PCI de 24 tipos de REEE (Fonte: Oguchi et al., 2013).

Tipo de Equipamento Conteúdo Metálico das PCI (mg/kg)

Metais Tóxicos Metais Comuns Metais Preciosos

Ba Be Cd Cr Pb Sb Al Cu Fe Sn Zn Ag Au Pd

Frigorífico 82 --- 85 27 21000 2700 16000 170000 21000 83000 17000 42 44 ---

Máquina de Lavar 65 --- --- 39 2200 150 1000 70000 95000 9100 2400 51 17 ---

Ar Condicionado 320 --- 3 11 5800 310 6900 75000 20000 19000 4900 58 15 ---

TV CRT 2400 --- 12 57 14000 3200 62000 72000 34000 18000 5300 120 5 20

TV PDP 3900 --- --- 100 7100 800 38000 210000 20000 15000 12000 400 300 ---

TV LCD 3000 --- --- --- 17000 1800 63000 180000 49000 29000 20000 600 200 ---

PC Desktop 1900 1 9 270 23000 2200 18000 200000 13000 18000 2700 570 240 150

PC Notebook 5600 32 2 610 9800 1300 18000 190000 37000 16000 16000 1100 630 200

VCR 1200 --- 9 150 20000 1300 35000 160000 38000 18000 16000 210 23 50

Leitor/Gravador DVD 4300 --- 2 320 12000 1200 54000 220000 11000 22000 26000 710 150 20

Sistema de Som 1400 --- --- 5 19000 470 29000 150000 12000 22000 14000 57 6 ---

Gravador de Cassetes 1400 --- 4 140 17000 3000 61000 140000 58000 24000 11000 170 26 34

Fax 4300 --- --- 26 19000 670 37000 120000 11000 7400 7700 69 35 110

Telefone 4700 --- --- 3500 19000 1400 67000 96000 150000 34000 8600 2400 --- ---

Impressora 3000 --- --- 32 10000 530 180000 140000 17000 16000 4200 70 38 21

Telemóvel 19000 21 4 1100 13000 760 15000 330000 18000 35000 5000 3800 1500 300

Máquina Fotográfica Digital 16000 20 1 2500 17000 1900 24000 270000 30000 39000 8800 3200 780 200

Máquina de Filmar 18000 --- 2 300 30000 2000 29000 210000 45000 38000 13000 5000 530 970

Leitor de CD Portátil 8600 --- --- 770 12000 1400 68000 200000 46000 50000 20000 3700 370 10

Leitor Portátil Minidisc 19000 60 --- 4000 9300 1200 27000 330000 45000 48000 11000 3400 940 550

Vídeo Jogo 5100 --- 1 800 13000 2900 40000 190000 77000 26000 12000 740 230 43

Micro-ondas 2000 --- --- 860 17000 5900 14000 320000 400000 15000 28000 2000 --- ---

Panela Elétrica 1800 --- 220 850 22000 9700 40000 230000 74000 33000 30000 2500 --- ---

Panela de Arroz 340 --- --- 530 5400 2600 20000 350000 200000 29000 39000 840 --- ---

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Anexo VIII: Previsão dos REEE produzidos nos países da UE-27 para o período

2014-2020 (Fonte: UNU, 2007).

Ano

2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Áustria 185373 189439 193593 197839 202178 206612 211144

Bélgica 226619 231588 236666 241856 247159 252579 258118

Dinamarca 129315 132152 135050 138012 141040 144134 147295

Finlândia 111803 114254 116760 119320 121936 124610 127342

França 1251389 1278826 1306865 1335517 1364798 1394721 1425299

Alemanha 1732853 1770840 1809662 1849338 1889887 1931328 1973681

Grécia 170133 173860 177667 181558 185534 189597 193748

Irlanda 116302 118854 121463 124128 126853 129636 132482

Itália 1179962 1205835 1232274 1259290 1286898 1315108 1343936

Luxemburgo 17453 17836 18228 18628 19037 19455 19882

Holanda 343638 351172 358871 366740 374781 382999 391397

Portugal 140699 143777 146923 150138 153424 156781 160213

Espanha 759336 775990 793003 810384 828141 846281 864814

Suécia 185580 189649 193807 198056 202398 206835 211370

Reino Unido 1156937 1284494 1312656 1341437 1370849 1400907 1431625

Roménia 165803 174666 184008 193854 204233 215172 226702

Chipre 14700 15491 16324 17202 18128 19103 20131

República Checa 181857 191635 201942 212806 224526 236324 249044

Estónia 20538 21641 22804 24030 25323 26685 28120

Hungria 150293 158368 166880 175850 185306 195272 205777

Letónia 27830 29323 30897 32556 34305 36149 38092

Lituánia 42889 45191 47618 50176 52871 55713 58708

Malta 7308 7701 8115 8552 9012 9497 10009

Polónia 464165 489075 515330 543004 572172 602915 635319

Eslováquia 79177 83431 87914 92640 97620 102870 108403

Eslovénia 39345 41462 43693 46045 48523 51136 53890

Bulgária 64968 68446 72113 75977 80050 84343 88868

UE-27 9066264 9304995 9551125 9804933 10066710 10336763 10615411

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Anexo IX: Legislação e regulamentação relacionada com a permissão/proibição

de importação e exportação de REEE e EEE usados nas fontes (Adaptado de Li

et al., 2013).

Países Legislação e/ou regulamentação

América do Norte

Canadá Não há instrumentos jurídicos relacionados com a importação e exportação de REEE

EUA 2011 HR:2284: Responsible Electronics Recycling Act

Proibição da exportação de determinados REEE: computadores, televisores, impressoras, fotocopiadoras, videojogos, telefones, e equipamentos usados semelhantes, que contêm CRT, baterias, interruptores, e outras partes que podem conter chumbo, cádmio, mercúrio, solventes orgânicos, crómio hexavalente, berílio, e outras subtâncias tóxicas

Ásia

Japão 2005 Lei para o controlo da exportação, importação, outros resíduos perigosos e outros resíduos (Lei nº 108, de 1992; última revisão: Lei nº33)

Onde está estipulado que não é possível exportar sem o consentimento do país importador

Singapura 2008 Importação e Exportação de REEE e EEE usados

A aprovação para a importação e exportação de REEE perigosos só será concebida caso a caso com base na Lei do Controlo do Movimento Transfronteiriço dos Resíduos Perigosos e sua Deposição (1994). A permissão para exportação é obtida sem consentimento do país importador

Coreia do Sul 1994 Lei do Controlo do Movimento Transfronteiriço dos Resíduos Perigosos e sua Deposição

Europa

UE 2002 Diretiva 2002/96/CE sobre REEE

O exportador de REEE deve aprovar que a operação de recuperação, reutilização e/ou reciclagem terá lugar sobre condições que são equivalentes aos requisitos da Diretiva; A Agência de Resíduos de Flandres (OVAM) é responsável pela gestão de resíduos e controlo da Responsabilidade do Produtor

Bélgica Ao abrigo das Diretivas U.E.

Finlândia 2004 Decreto Governamental sobre REEE

Exportações para fora da Comunidade Europeia não são permitidas a menos se o exportador possa provar que a recuperação, reutilização e reciclagem seja realizada de forma compatível com os requisitos do presente decreto

França Ao abrigo das Diretivas da U.E.

Também a partir de 2005 fundou um “eco-custo” em cada EEE posto no mercado à venda desde esse ano. Este é o tratamento para o tratamento de cada equipamento no seu fim de vida útil.

Alemanha 2005 Diretiva europeia REEE foi implementada

Holanda Ao abrigo das Diretivas da U.E.

Os produtores são responsáveis pelo uso limitado de materiais tóxicos e os distribuidores e municípios são responsáveis pela recolha e processamento de EEE usados

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Noruega 2006 Diretiva europeia de REEE revista entrou em vigor em 2006

As mudanças mais importantes: -O requisito para cada produtor e importador para se tornarem membros de uma empresa aprovada de recolha -A criação de um registo de REEE

Reino Unido 2007 Diretiva da U.E. promulgada em 2007

Oceânia

Austrália Não há instrumentos jurídicos específicos relacionados com a importação e exportação de REEE

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Anexo X: Resumo das permissões e proibições das importações e exportações

dos REEE e EEE usados nas fontes e destinatários (adaptado de Li et al., 2013F).

País Importação de

EEE Usados

Importação

de REEE

Importação de

REEE perigosos

Exportação de

REEE

África

Benim Não definido

Costa do Marfim Não definido

Gana Permitido Permitido

Quénia Não definido

Libéria Não definido

Nigéria Permitido Banido

Senegal Não definido

África do Sul Não definido

Uganda Não definido

América do Norte

EUA Banido

Canadá Não definido

Ásia

Camboja Permitido Banido Banido

China Permitido Banido Banido

Índia Permitido Não definido

Japão Permitido com permissão

Malásia Permitido Banido Banido

Paquistão Banido Banido

Filipinas Permitido Permitido com permissão

Permitido com permissão

Singapura Permitido com permissão

Coreia do Sul Permitido com permissão

Tailândia Permitido Permitido com permissão

Permitido com permissão

Vietname Banido Banido Banido Banido

Oceânia

Austrália Não definido

Europa

UE Permitido

Reino Unido Permitido

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Anexo XI – Gestão de REEE em alguns países a nível mundial.

Alemanha

Na Alemanha, em 2006, foram colocados no mercado 1,8 milhões de novos EEE (FEA, 2008

citado em Ongondo et al., 2011a). No mesmo ano, 750000 toneladas foram descartados,

equivalendo a uma quantidade per capita de 8,6 kg.ano-1. Embora o país tenha ultrapassado a

meta estabelecida de 4kg.hab-1.ano-1, em termos reais contabilizou-se uma taxa de retorno de

50-63% (Janz e Bilitewski, 2009).

Em 2008, de acordo com a Tabela 7, cerca de 36,83% dos REEE gerados foram recolhidos e

80,56% dos REEE recolhidos foram valorizados.

Apesar de existir um sistema formal de recolha de REEE, existem lacunas na legislação alemã

que tem permitido que grandes quantidades de REEE são enviadas para economias em

desenvolvimento incluindo a India, China, Nigéria e para países da Europa Oriental (Janz e

Bilitewski, 2009). O mesmo autor refere que 6856 toneladas de REEE foram exportados

legalmente em 2007, o que provavelmente as quantidades exportadas reais serão maiores.

Foi a fundação Elektro-Altgeraete-Register que estabeleceu a organização dos processos de

recolha de REEE e controlar as metas de recolha, recuperação e reciclagem. As autoridades

públicas de gestão de resíduos são as responsáveis pela recolha dos produtos descartados

(Walther et al., 2009). Os revendedores também podem aceitar voluntariamente os REEE e

transportá-los para o produtor ou para as autoridades públicas de gestão de resíduos (Rotter et

al., 2009).

Na Alemanha, a lei que transpõe a Diretiva europeia foi promulgada em 2005 e a

responsabilização pelos REEE é aplicada através do produtor, sendo que cada produtor é

responsável pelo conteúdo dos seus produtos (Rotter et al., 2009).

Reino Unido

Em 2008, no Reino Unido foram inseridos no mercado 22,1 kg equivalentes per capita, ou seja,

mais de 1,7 milhões de toneladas de REEE (Environmental Agency, 2012a). No mesmo ano,

descrito na Tabela 8, recolheram-se aproximadamente 11,2 kg de REEE a anualmente por cada

habitante (equivalente a 60,6% dos equipamentos postos no mercado nesse ano). Da quantidade

total de recolha, 49,8% dos resíduos foram valorizados (Tabela 8).

Em 2011, foram colocados no mercado cerca de 1,5 milhões de toneladas de REEE

(Environmental Agency, 2012a), sendo que cerca de 520000 toneladas de REEE foram

recolhidas (Environmental Agency, 2012b), perfazendo uma taxa de recolha em relação à

quantidade de EEE colocada no mercado de 34,4%.

A implementação da Diretiva europeia no Reino Unido, depois de vários falsos começos, foi

implementada a 1 de Janeiro de 2007, mas nem todas as disposições entraram em vigor (Turner

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e Callaghan, 2007). Os regulamentos de REEE no Reino Unido transpõe a maioria das

disposições da Diretiva. No entanto, a devolução completa, tratamento e reciclagem dos REEE

tornou-se operacional a 1 de Junho de 2007 (Watson e Crowhurst, 2007 citado em Ongondo et

al., 2011a).

O Reino Unido optou por um modelo competitivo, em relação ao seu sistema de recolha,

colocando obrigações nos operadores dos esquemas de cumprimento dos produtores, em

relação por exemplo, nos relatórios, financiamento e tratamento, ao invés de colocar obrigações

diretamente nos produtores. Esta ação foi tomada para reduzir consideravelmente o fardo

administrativo do governo (Turner e Callaghan, 2007).

Os produtores são obrigados assim a participar num esquema de cumprimento dos produtores,

aprovado pela Agência do Ambiente (Ongondo et al., 2011a). As responsabilidades dos

produtores incluem o financiamento do tratamento, recuperação, reciclagem e deposição

ambientalmente favorável dos REEE (Ongondo et al., 2011a). Os produtores deverão também

fornecer ao operador do esquema informação detalhada da quantidade e peso de todos os

equipamentos colocados no mercado para cada categoria de REEE (Turner e Callaghan, 2007).

Os operadores do sistema de cumprimento dos produtores devem registar os seus membros e

relatá-los ao regulador nacional apropriado (em Inglaterra e Gales é a Agência do Ambiente) e

conjuntamente devem fornecer, detalhadamente, todos os equipamentos postos no mercado

pelos membros do esquema (Turner e Callaghan, 2007). O operador do esquema é ainda

responsável por financiar os custos dos REEE que lhe foram atribuídos pelo regulador nacional,

que na prática este valor monetário é recuperado pelos custos dos membros do esquema (Turner

e Callaghan, 2007). Uma outra função da operadora do sistema de cumprimento dos produtores

prende-se com a responsabilidade de encaminhar esta fileira de resíduos de forma a que seja

assegurado o melhor tratamento disponível mas também as melhores técnicas disponíveis de

recuperação e reciclagem no Reino Unido ou no exterior, através de um exportador credenciado

(Turner e Callaghan, 2007). Por fim, os operadores devem arquivar os relatórios de

conformidade, reencaminhando-os para o regulador nacional e estes devem ser comprovados

através de “notas evidentes”. Estas notas podem ser trocadas oficialmente, de forma negocial,

que irá permitir que aqueles que ultrapassarem as suas quotas vendam as notas para aqueles

que não conseguirem obter as suas metas de cumprimento (Turner e Callaghan, 2007).

Suíça

A Suíça foi um dos países signatários da Convenção de Basileia, que defendia a proibição dos

movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos e foi o país pioneiro na implementação de

legislação para a gestão de REEE, adquirindo assim uma vasta experiência na reciclagem de

REEE (Streicher-Porte, 2006; Ongondo et al., 2011a).

A recolha de REEE suíça é formal voluntária, sendo que a gestão dos mesmos é baseada no

princípio da responsabilidade alargada do produtor, com uma definição clara das

responsabilidades associadas a cada interveniente (Khetriwal et al., 2009).

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Neste país existem 4 entidades gestoras dos REEE: a SWICO, a SENS, a SLRS e a INOBAT.

A Fundação Suíça para a Gestão de Resíduos (SENS) foi criada em 1990 como uma

organização sem fins lucrativos, que recuperou os REEE selecionados em nome dos fabricantes,

revendedores e importadores. Inicialmente, as suas operações incluíam a recuperação de

refrigeradores e frigoríficos. Neste momento, a SENS é responsável pela recuperação de

eletrodomésticos, brinquedos elétricos e eletrónicos, equipamentos de iluminação, ferramentas

elétricas e ferramentas de construção e jardinagem (Hischier et al., 2005).

A SWICO é uma comissão neutra e sem fins lucrativos da Associação Económica Suíça para

Informação, Comunicações e Tecnologia Organizacional. Esta comissão foi criada no início da

década de 1990, mais concretamente em 1993, por 6 importadores de fotocopiadoras e

equipamentos informáticos e de telecomunicações (SWICO, 2013). Atualmente, a SWICO

abrange outros REEE como telemóveis, equipamentos de consumo, sistemas de telefones

centrais, equipamento médico ou equipamentos da indústria gráfica (Hischier et al., 2005;

Streicher-Porte, 2006; SWICO, 2013).

Segundo Hischier e investigadores (2005), ambos os sistemas estão bem estabelecidos,

oferecendo sistemas de retoma e reciclagem completos e financiados por uma taxa de

reciclagem.

Além destes 2 grandes sistemas, há outras duas organizações menores, mas igualmente sem

fins lucrativos e que administram os REEE. São eles a Fundação Suíça de Reciclagem de

Equipamentos de Iluminação (SLRS) e a Organização para a deposição de baterias (INOBAT),

que lidam exclusivamente com equipamentos de iluminação e baterias, respetivamente

(Khetriwal et al., 2009).

Em 2003, os REEE contabilizaram 2,6% do fluxo de RU (Khetriwal et al., 2009).

Em 2004, na Suíça foi reciclado o correspondente a 11kg por habitante (Hischier et al., 2005),

valor que excede em muito o imposto pela Diretiva europeia. Em 2005, 42000 toneladas de EEE

em fim de vida foram tratados e 75% dos materiais reutilizáveis foram recuperados (Swissinfo,

2007). Em 2006, a quantidade recolhida atingiu os 13,1kg per capita, com um aumento de 260%

entre 2001 e 2006, sendo que apenas a Suécia e a Noruega conseguiram exceder as taxas de

recolha de REEE da Suíça (Rossel, 2008).

Japão

Em 2008, estima-se que 22,87 milhões de unidades de REEE, perfazendo 860000 toneladas,

foram descartados (Aizawa et al., 2008). Segundo (Oguchi et al., 2012) esse valor já foi

largamente ultrapassado, sendo que os autores estimam que 1,7 milhões de toneladas de REEE

são produzidas anualmente, sendo que cerca de metade dos equipamentos domésticos e

computadores usados são exportados para outros países asiáticos nomeadamente Filipinas,

China, Cambodja, Afeganistão ou Malásia (Shinkuma e Huong, 2009; Yoshida e Terazono,

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2010). Os resíduos são recolhidos recorrendo a sistemas de recolha, especificados nas leis

japonesas (Aizawa et al., 2008; Yoshida et al., 2009).

As leis japonesas impõem uma taxa de reciclagem aos consumidores e esse parece ser o fator

preponderante para a deposição ilegal dos REEE. Através da venda dos equipamentos em fim

de vida para posterior exportação os consumidores evitam os custos de reciclagem dos

equipamentos e ainda saem beneficiados na própria venda (Shinkuma e Huong, 2009). O Japão

introduziu a lei de reciclagem em Abril de 2001, a fim de reduzir os impactes ambientais (Zhang

e Kimura, 2006). Esta lei foi promulgada apenas para os equipamentos de maior consumo no

país e são eles aparelhos de ar condicionado, máquinas de lavar, televisores e aparelhos de

refrigeração (Ongondo et al., 2011a).

Em 2008, a lei foi alterada, incorporando máquinas de secar e televisores plasma e

equipamentos LCD, sendo aplicada no ano seguinte (Japan for sustainability, 2009). A

reformulação da lei impõe que os produtores (fabricantes e importadores) recebam os seus

produtos em fim de vida e que os desmantelem, recuperando materiais e componentes, que

podem ser reciclados ou reutilizados (Tojo, 2001; Japan for sustainability, 2009).

As características principais do sistema de gestão de REEE japonês incluem:

Um número limitado de aparelhos alvo para recolha e posterior valorização;

Os consumidores pagam uma taxa de reciclagem no momento da deposição;

Os fabricantes estão diretamente impostos a reciclar e ter uma responsabilidade física

em vez de uma responsabilidade financeira (Aizawa et al., 2008).

Aizawa et al., (2008) constataram que, embora a quantidade de REEE descartados tivesse

diminuído entre 2004 e 2006, os valores são ainda francamente superiores do que na época

anterior ao inicio da reciclagem no país. Estima-se que, em 2005, sensivelmente 140000

unidades tenham sido descartadas de forma ilícita (Shinkuna e Huong, 2009).

Os REEE recolhidos são separados por tipos de materiais por desmantelamento manual e

separação mecânica (Oguchi et al., 2012). Embora os métodos de tratamento difiram de

município para município, o tratamento mais comum consiste na trituração e separação

magnética dos materiais ferrosos e posteriormente de alguns metais não ferrosos. O restante é

encaminhado para incineração ou deposição em aterros (Oguchi et al., 2012).

Existe no país um esquema voluntário de recolha e reciclagem de telemóveis, mas a taxa de

recolha é ainda baixa (≈35%) (Murakami et al., 2008 citado em Oguchi et al., 2012; TCA, 2010

citado em Oguchi et al., 2012).

China

Na década de 80 assistiu-se a um aumento repentino na produção e consumo dos principais

equipamentos elétricos e eletrónicos (Li et al., 2006; Yang et al., 2008). Cerca de duas décadas

depois, um número crescente destes dispositivos alcançam o seu fim de vida útil (Li et al., 2006).

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A China tem sido um importante produtor e consumidor de EEE e tem-se assistido a um grande

aumento de resíduos, que resultou numa taxa de crescimento de REEE três vezes superior à

taxa de crescimento dos RU (Wang et al., 2010), com uma taxa de crescimento anual de REEE

é de 13-15% (He et al., 2008). Ketai et al. (2008) estima que cerca dos 80% dos REEE importados

para países asiáticos, 90% são encaminhados para a China.

De acordo com Yang et al. (2008), não existem dados oficiais sobre a produção de REEE na

China. No entanto, estima-se que em 2007, tenham sido produzidos 2,2 milhões de toneladas

de REEE incluindo apenas aparelhos de refrigeração, televisores e telemóveis (Schluep et al.,

2009). Os equipamentos obsoletos (incluindo televisões, máquinas de lavar, ar condicionados e

refrigeradores) excederam os 160 milhões de unidades em 2010 e previu-se que em 2012 se

excedesse as 225 milhões de unidades (Huang et al., 2006; Li et al., 2006).

A China promulgou recentemente uma série de leis específicas para REEE que cobrem três

aspetos essenciais: a responsabilidade de retoma, controlo de substâncias perigosas e o impacto

ambiental das instalações de tratamento de REEE (Chung e Zhang, 2011). Os principais

documentos são as Medidas de Gestão para a Prevenção da Poluição de Produtos Eletrónicos

(atualmente designado de China RoHS), Regulamentos de Gestão na Reciclagem e Deposição

dos REEE (presentemente designados de China REEE) e as Medidas de Gestão para a

Prevenção da Poluição Ambiental de REEE (hoje designados de Medidas de Gestão para REEE)

(Chung e Zhang, 2011).

Os REEE, depois de descartados, podem ser reutilizados ou reparados e ser novamente usados

como EEE, mas também podem ser recolhidos pelo setor formal ou pelo setor informal de gestão

de resíduos (Yang et al., 2008). Cerca de 60% dos REEE gerados na China são vendidos a

coletores individuais, que reencaminham estes resíduos para processos de reciclagem informais.

As pessoas raramente descartam os seus EEE usados na China, mesmo se eles estiverem

desatualizados ou avariados, devido a uma perceção de que os equipamentos possam ser úteis

no futuro ou possam ser vendidos (Li et al., 2006).

A China é o maior exportador mundial de produtos eletrónicos (Ongondo et al., 2011a). Por outro

lado, a China importa 35 milhões de toneladas de REEE anualmente, tornando-se

simultaneamente no maior importador de REEE a nível mundial (Yu et al., 2009). Segundo

Ongondo et al. (2011a), o custo de trabalho relativamente baixo e a falta de exequibilidade das

leis ambientais fazem da China o primeiro destino para os países desenvolvidos exportarem os

seus REEE.

Quando os REEE chegam à China, uma grande parte é vendida a particulares e são

encaminhadas para reciclagem informal. Os métodos de reciclagem simples e a falta de controlo

na poluição ambiental fazem com que estas atividades de reciclagem resultem em sérios casos

de poluição ambiental e apresentem riscos adversos na saúde humana, nomeadamente os

intervenientes deste setor informal (Yu et al., 2009).

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Uma outra parte dos resíduos importados é reutilizada, gerando-se maiores benefícios

económicos do que a simples recuperação dos materiais, tornando-se assim uma prioridade para

os comerciantes e empresas de recolha de REEE (Ongondo et al., 2011a). Os aparelhos

reparados, atualizados ou reformulados são ainda funcionais por algum tempo e normalmente

são usados em áreas rurais ou regiões mais pobres (Ongondo et al., 2011a).

Índia

A Índia, que possui uma economia emergente, é um país com grande produção de REEE, onde

possui dos mercados que mais cresce em relação aos EEE (Streicher-Porte et al., 2005; Widmer

et al., 2005; Khetriwal et al., 2005).Simultaneamente e apesar da Índia ser um dos signatários da

Convenção de Basileia sobre os movimentos transfronteiriços de substâncias perigosas, tem-se

assistido a variadas importações, na ausência de regulamentos de importação adequada

(Dwivedy e Mittal, 2012).

De 1998 a 2002, assistiu-se a um aumento de 53,1% nas vendas de EEE domésticos, grandes

e pequenos (Euromonitor, 2004 citado em Khetriwal et al., 2005). O crescimento dos PC per

capita, entre 1993 e 2000 aumentou 604%, sendo que comparativamente com nível mundial

esse aumento foi apenas de 181% (Khetriwal et al., 2005).

Segundo Dwivedy e Mittal (2010), estima-se que entre 2007 e 2011, cerca de 2,49 milhões de

toneladas de PC são descartados. Para o mesmo período, foram descartados 31 milhões de

unidades de televisores e PC, correspondendo a 30% do total de unidades de REEE descartados

durante o mesmo período.

Segundo Sinha e Mahesh (s.a), o sistema existente de processamento de lixo eletrónico na Índia

é principalmente manipulado por um setor informal muito bem enraizado, envolvendo

intervenientes como vendedores, comerciantes de resíduos, desmanteladores e recicladores

(Dwivedy e Mittal, 2012). No entanto a eliminação e reciclagem no setor informal são muito

rudimentares no que respeita às técnicas aplicadas e práticas de reciclagem seguras, que estão

em causa, resultando numa baixa recuperação de materiais (Dwivedy e Mittal, 2012). O processo

seguido por estas empresas de reciclagem é a reutilização de produtos, deposição convencional

em aterros sanitários, queima a céu aberto e reciclagem informal (Dixit, 2007 citado em Dwivedy

e Mittal, 2012). A reciclagem na Índia é uma indústria em crescimento, embora impulsionada por

uma necessidade económica associada à pobreza (Haque et al., 2000).

Na maioria das vezes, os REEE descartados, acabam em aterros municipais, juntamente com

outros resíduos ou são encaminhados para a queima a céu aberto, libertando substâncias

cancerígenas para a atmosfera.

A maior desvantagem do atual sistema indiano é a emissão descontrolada de gases tóxicos que

são perigosos para o ar, água e solo (Khetriwal et al., 2005).Os perigos para a saúde resultantes

de fumos, cinzas e produtos químicos prejudiciais afetam não só os trabalhadores que estão em

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contato com os resíduos, mas também o meio ambiente envolvente (Khetriwal et al., 2005).

Embora a maioria dos materiais perigosos encontrados nos REEE são abrangidos sobre “Regras

de Gestão de Resíduos e Substâncias Perigosas, 2008”, a atual legislação indiana na

classificação de REEE como resíduos perigosos é ambígua com nenhuma das leis diretamente

referindo-se aos REEE e como é manuseado (Dutta et al., 2006 citado em Dwivedy e Mittal,

2012). No entanto, o Ministério do Ambiente e Florestas recentemente propôs um conjunto de

regras designadas de “ Regras de Resíduos (Gestão e Manuseamento) 2011”, que entrou em

vigor a 1 de Maio de 2012. A nova regra coloca a gestão dos REEE nas linhas do princípio da

responsabilidade alargada do produtor e também restringe o uso de substâncias perigosas nos

REEE (Dwivedy e Mittal, 2012).

África do Sul

No passado, a gestão de resíduos na África do Sul foi descoordenada e mal financiada. As

questões chave incluem os inadequados serviços de recolha para uma grande parcela da

população, deposição ilegal, atividades de gestão de resíduos não licenciadas (incluindo

instalações de eliminação), a falta de espaço em aterros, iniciativas insuficientes para a

minimização e reciclagem de resíduos, falta de informação sobre os resíduos, falta de

regulamentação e aplicação da legislação e de facto, legislação limitada relacionada com os

resíduos (Fiehn e Ball, 2005 citado em Nahman e Godfrey, 2010).

Estima-se que no mercado sul-africano, anualmente, sejam inseridos no mercado 1,5 milhões

de computadores (Finlay e Lietchti, 2008). Uma outra estimativa revela que a quantidade de EEE

que entrou no mercado em 2007 foi de 99000 toneladas compreendendo televisores,

computadores, impressoras, telemóveis e equipamentos de refrigeração (Schluep et al., 2009).

A eliminação em aterro continua a ser a opção mais barata (em termos financeiros), e portanto,

a opção mais atraente para a gestão de resíduos na África do Sul (Nahman e Godfrey, 2010).

No entanto, os custos externos associados com a reciclagem implica que a eliminação em aterro

é de facto a opção mais cara, em termos de custos globais sociais (Nahman, 2010).

Na África do Sul, a legislação nacional tem dado cada vez maior poder ao governo para

implementar a responsabilidade alargada do produtor (Nahman, 2010). Espera-se que com a

entrada em vigor do “Decreto Resíduos” (Government Gazzette, 2008) se minimizem muitos dos

problemas referidos.

Nigéria e Gana

A Nigéria domina a região em relação à quantidade total de importações de EEE novos e usados,

número total de EEE em uso e subsequentemente quantidade total de REEE gerados (Basel

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Convention, 2011). Estima-se que anualmente, sejam importados entre 15000-45000 toneladas

de hardware de computadores, referenciados como equipamento não utilizável/ não reparável

(Nnorom e Osibanjo, 2008). A taxa de penetração no mercado para a Nigéria situa-se em 44kg

por habitante anualmente. Os países com elevadas importações de EEE usados, como Gana e

Nigéria, geram os mais altos volumes de lixo eletrónico. Isto é devido à importação direta de EEE

que não funcionam e que não são reparáveis (Basel Convention, 2011).

Estima-se que em 2008, 8 milhões de telemóveis e acessórios foram inseridos no mercado

nigeriano, com uma forte probabilidade que esses equipamentos mais cedo ou mais tarde

acabem em aterros ou lixeiras a céu aberto (Osibanjo e Nnorom, 2008). Por outro lado, a elevada

taxa de reparação e reutilização de telemóveis usados na Nigéria prolonga a vida os

equipamentos em cerca de 7 anos (Ongondo et al., 2011a). Em relação às baterias dos

telemóveis e carregadores das mesmas, considerando que são substituídos duas vezes por ano,

são gerados aproximadamente 3000 toneladas e 9000 toneladas, respetivamente, para o

período 2001 a 2006 (Osibanjo e Nnorom, 2008).

Segundo Ongondo et al. (2011a), não existem instalações de reciclagem de REEE licenciadas

na Nigéria, sendo que uma atividade usual é a reutilização, que ocorre em torno do

desmantelamento incompleto dos equipamentos (Osibanjo e Nnorom, 2008). Os REEE são

então geridos como RU, sendo recolhidos em áreas habitadas e posteriormente são incinerados

de forma a reduzir o seu volume antes de serem depositados em aterros não isolados e com

falta de monitorização e sem sistemas de recuperação de qualquer tipo de lixiviados (Osibanjo e

Nnorom, 2008).

Na Nigéria não existe uma aplicação eficaz das normativas referentes à gestão de resíduos

perigosos nem possui uma legislação específica para os REEE (Nnorom e Osibanjo, 2008).

Embora o Gana tenha ratificado a Convenção de Basileia em 2005, é um dos países africanos

que mais importa REEE (Asante et al., 2012). Os estudos no Gana revelaram que, em 2009,

cerca de 70% de todas as importações do Gana foram EEE usados. Desta percentagem, 30%

dos equipamentos não funcionavam (Basel Convention, 2011). Cerca de metade dos REEE

importados foram reparados localmente e vendidos aos consumidores (Basel Convention, 2011).

A taxa de penetração no mercado ganês situa-se em 41kg por habitante anualmente (Basel

Convention, 2011).

Embora as quantidades importadas sejam significativas, ainda não está constituída uma

legislação nacional, que se traduz num indevido tratamento dos resíduos e consequentemente

riscos à saúde humana e ao ambiente (Asante et al., 2012). Segundo o mesmo autor, não

existem nenhuns regulamentos que restrinjam o tipo de reciclagem de REEE e como tal, os

trabalhadores do setor operam em condições deploráveis, expondo-os a sérios perigos.

O Gana possui uma das maiores taxas de recolha de REEE, com 95% dos REEE recolhidos.

Estes resíduos são na maioria dos casos recolhidos graças ao setor informal de gestão de

resíduos (Basel Convention, 2011).

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Tanto a Nigéria, como o Gana, possuem um setor informal organizado, com volume médio a alto

de materiais processados (por exemplo, aço, alumínio e cobre) (Basel Convention, 2011).

Foram propostos nos dois países as MTD, tendo em vista ganhos múltiplos na proteção

ambiental, condições de trabalho, criação de emprego bem como em termos económicos gerais.

Uma pesquisa revelou que em ambos os países há um setor bem organizado de reparação dos

equipamentos usados, quer os importados, quer os de fontes endógenas. Pelo contrário, na

recolha e valorização dos REEE é quase exclusivamente realizada por indivíduos não registados.

Em ambos os países, a gestão informal é levada a cabo por população que migrou de zonas

rurais dos respetivos países, onde as pessoas têm poucas alternativas e onde a pouca

precipitação nesses locais provoca escassez de alimentos (Basel Convention, 2011). A maioria

dos trabalhadores deste setor, em ambos os países, vivem abaixo da linha de pobreza definida

internacionalmente (Basel Convention, 2011).

Brasil

De acordo com Schluep et al. (2009), o Brasil gera a segunda maior quantidade de REEE entre

os países emergentes. Os EEE são um dos fluxos mais dinâmicos da economia compreendendo

4,1% do PIB brasileiro, colocando o Brasil numa posição de destaque no mercado global (Araújo

et al., 2012). Em 2005, foram gerados 96800 toneladas de REEE de hardware de computadores

(equivalente a 0,5kg per capita) (Oliveira et al., 2012). No Brasil, 10 a 20% dos telemóveis

produzidos tornam-se inativos, a cada ano (Mawakdiye, 2007 citado em Oliveira et al., 2012).

Considerando o número de casas com acesso a computadores e o tempo médio de vida de um

computador Oliveira et al. (2012) estimam que nos próximos 10 anos irão ser substituídos 150

milhões de computadores, que levarão à produção de uma quantidade significativa de REEE.

O crescente consumo de EEE no Brasil tem sido motivo de preocupação em relação à sua

gestão, quando os equipamentos se tornam inutilizáveis (Ongondo et al., 2011a).

A Política Nacional Brasileira de Gestão de Resíduos (designada Política Nacional de Resíduos

Sólidos) é a legislação que inclui os REEE e foi aprovada em Agosto de 2010, presente na Lei

nº12.305/2010 (Presidência da República, 2010). Esta política trata de forma abrangente os

problemas relacionados com a gestão de todos os resíduos sólidos e é seguida pelo princípio de

responsabilidade compartilhada (Araújo et al., 2012). Isto faz com que a política brasileira seja

bastante diferente da política europeia e de outros países, que segue o princípio da

responsabilidade do produtor. No entanto, esta lei não é acompanhada pelo Estado, tornando-

se pouco útil (Araújo et al., 2012).

O Mato Grosso, um estado do Brasil, tornou-se o primeiro estado da América Latina a aprovar

uma lei designada “Lei REEE”. Esta lei específica aprova a redução deste tipo de resíduos

(Sustainable Electronics Initiative, 2013). O estado do Paraná implementou a ”Lei Resíduos

Zero”, que é orientada para a Estratégia de Design para o Fim de Vida com os fabricantes a

ajudar a proteger o ambiente (Sustainable Electronics Initiative, 2013). São Paulo é o único

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estado federal brasileiro com a legislação de REEE baseada na responsabilidade alargada do

produtor, a Lei nº13/576 de 6 de Julho de 2009 (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo,

2009).

Não existem dados nacionais consolidados sobre resíduos sólidos no Brasil, muito menos de um

fluxo específico, como é o caso dos REEE (Araújo et al., 2012). No entanto, Ongondo et al.

(2011a) avança com uma estimativa de 679000 toneladas de REEE anualmente, provenientes

de telemóveis, computadores, rádios, máquinas de lavar, frigoríficos e equipamentos

refrigeradores. Em 2006, por exemplo, o per capita de REEE produzidos foi de 2,6kg (Ongondo

et al., 2011a).

No Brasil, a gestão dos REEE ainda não está bem estabelecida, onde os equipamentos são

doados ou revendidos a classes da população mais pobre resultando num aumento da vida dos

produtos, mas com grandes variações regionais (Araújo et al., 2012). Ao nível da reciclagem, o

Brasil promove a reciclagem de alguns materiais como plástico, madeira, vidro, aço, alumínio e

cobre, apesar da refinação dos metais não ocorrer (Oliveira et al., 2012). As PCI são exportadas

para países como Canadá, Bélgica e Singapura (Schluep et al., 2009).

Argentina

Os REEE são uma preocupação crescente na Argentina, onde os equipamentos informáticos e

de telecomunicações e EEE de uso doméstico estão a aumentar de forma acentuada (Ongondo

et al., 2011a).

Foi realizada uma estimativa, que enuncia que foram gerados 2,5kg por habitante e por ano,

correspondendo a 100000 toneladas de REEE, o equivalente a 1% de todos os RU produzidos

no país (Protomastro, 2009). Segundo o mesmo autor esta estimativa é considerada como

conservacionista, pois não tem em linha de conta eletrodomésticos, televisores e outros

equipamentos de consumo. Na cidade de Buenos Aires a produção de REEE ronda os 7kg per

capita anualmente (cerca do dobro do resto do país) (Sametband, 2011).

O país possui um setor informal robusto para a gestão de materiais recicláveis, embora os REEE

continuem a não ser um alvo importante neste setor. Apenas algumas empresas operam

programas de retoma e em equipamentos específicos, como por exemplo televisores,

computadores e telemóveis (Ongondo et al., 2011a). No entanto, existem quantidades

consideráveis de REEE que ainda têm como destino final as lixeiras municipais (Protomastro,

2009).

A Lei de Resíduos Eletrónicos, que ainda não entrou em vigor terá como objetivo incentivar os

produtores de EEE ao Eco-Design”. Esta lei prevê a eliminação de substâncias perigosas no

design dos equipamentos, que prejudicam o meio ambiente e põem em risco a saúde dos

trabalhadores, onde os produtores são responsáveis legalmente e financeiramente pelo ciclo

completo dos seus produtos. Além disso, esta lei baseia-se no princípio da responsabilidade

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alargada do produtor. Adicionalmente, a legislação define a reutilização e reciclagem como

métodos de valorização de REEE e por fim a legislação promove uma gestão nacional de

resíduos eletrónicos, que permite aos consumidores que se livrem dos equipamentos com

segurança (Greenpeace Argentina, 2011).

Estados Unidos da América

Em 2005, mais de 1,36 milhões de toneladas de REEE são gerados e descartados,

principalmente em aterros sanitários, esperando-se que este valor acresça nos próximos anos

(Kahhat et al., 2008). Em 2007, foram produzidos 2,25 milhões de toneladas de REEE, sendo

que cerca de 18% foram recolhidos para reciclagem e 82% foram encaminhadas para aterros.

No mesmo ano, quase 27 milhões de televisores foram descartados, com 99 milhões de

televisores a serem armazenados (EPA, 2010). Em 2010, foram descartados 40 milhões de

computadores usados e resíduos de computadores, nos quais 30% foram reutilizados

internamente, 6-29% foram exportados, 17-21% foram depositados em aterros e 20-47% foram

recolhidos para reciclagem (Kahhat e Williams, 2012).

A nível nacional, as iniciativas que promulgam a legislação não têm sido bem-sucedidas, com

vários projetos-lei recentemente em debate e com uma baixa taxa de implementação (Bohr,

2007; Ongondo et al., 2011a).

Atualmente, nos EUA tem-se focado em dois pontos principais: deposição de REEE em aterros

sanitários e exportação de REEE (Kahhat et al., 2008).

De acordo com a EPA, entre 2003 e 2005, cerca de 80-85% dos REEE terminou em aterros

sanitários. Os aterros sanitários são uma ameaça para o ambiente e saúde humana e existem

maiores benefícios com a adoção da reciclagem e reutilização (Kahhat et al., 2008).

A exportação dos REEE está a ser alvo de bastante atenção nos EUA, sendo que neste país é

comum a exportação para países em desenvolvimento, que constitui uma violação à Convenção

de Basileia, em alguns casos (Kahhat et al., 2008). Embora os EUA não violem nenhuma lei

nacional na exportação de REEE, é necessária uma notificação prévia entre os EUA e o país

importador, necessária ao cumprimento da Convenção de Basileia. Para além disso, os EUA

assinaram acordos bilaterais com países importadores tendo em vista a exportação de materiais

perigosos (Secretariat of the Basel Convention- United Nations Environment Program, 1992;

U.S.EPA, 2008 citado em Kahhat et al., 2008). Estima-se que até 80% dos REEE inicialmente

recolhidos para fins de reciclagem estão a ser exportados para países em desenvolvimento, onde

geralmente ocorrem somente procedimentos informais de reciclagem (BAN e SVTC, 2002 citado

em Kahhat et al., 2012).

Face à situação da gestão de REEE nos EUA, muitos dos seus estados começaram por

aumentar o esforço de recolha, reciclando os REEE de setores domésticos e comerciais (Kahhat

et al., 2008). Por exemplo, o Estado da Califórnia aprovou uma lei de taxas de cobrança ao

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consumidor, designada de taxa avançada de reciclagem, na altura em que os equipamentos são

comprados (Kahhat et al., 2008). Em Janeiro de 2006, Maine iniciou o seu programa de REEE

abrangendo monitores, televisores e computadores portáteis descartados a nível doméstico,

onde a responsabilização do sistema é partilhada pelos municípios (custo e processo de recolha)

e produtores (consolidação, transporte e custo de processamento) (Kahhat et al., 2008). Em

2008, a Assembleia Legislativa do Estado de Washington criou a lei de Reciclagem dos Produtos

Eletrónicos. Esta lei exige que os produtores de computadores e televisões forneçam serviços

de reciclagem em todo o estado, sem nenhum custo para os consumidores (Kahhat et al., 2008).

Dos 21 estados/cidades com leis pendentes, 15 deles introduziram leis de responsabilidade do

produtor como Connecticut, Havai, Illinois, Massachusetts, Maryland, Minesota, Nebraska, Nova

Jersey, Nova Iorque, Oregon, Rhode Island, Carolina do Sul, Tenessee, Vermont e cidade de

Nova Iorque. Ainda quatro destes estados já enunciados estabeleceram a taxa avançada de

reciclagem como o Havai, Massachusetts, Carolina do Sul e Nova Jersey (EIATRACK, 2007

citado Kahhat et al., 2008).

Existem atualmente várias opções de recolha de REEE utilizados nos EUA, incluindo recolha

municipal, eventos especiais de deposição, deposição permanente e pontos de venda (Kang e

Schoenung, 2005).

Canadá

Estimou-se que em 2002, a quantidade de REEE no Canadá foi de 140000 toneladas, o

equivalente a 4,5kg per capita de REEE (VanderPol, 2003). Uma outra estimativa, concluiu que

36% dos canadienses armazenam os seus velhos telemóveis, enquanto que apenas 12% são

reciclados (Ongondo et al., 2011a).

O Canadá é signatário da Convenção de Basileia (Environmental Canada, 2003 citado em

Ongondo et al., 2011a). Embora não haja nenhuma lei federal no Canadá para os REEE, existem

províncias que implementaram ou estão a planear implementar alguma forma de administração

destes equipamentos. Estas incluem British Columbia, Ontario, Quebec, Alberta, Saskatchewan,

Nova Scotia, Prince Edward Island e Manitoba (Mckerlie et al., 2006; Environmental Canada,

2003 citado em Ongondo et al., 2011a; Blakes, 2011). Entre 2003 e 2010, mais de metade de

todas as províncias canadienses aprovaram a legislação específica para regular a disposição

dos REEE (Lepawsky, 2012). No Ontario, Quebec, Nova Scotia, Saskatchewan, British

Columbia, Manitoba e Prince Edward Island, a legislação requer a participação num programa

aprovado e permite que os proprietários de marcas individuais para desenvolver os programas

de manuseamento dos equipamentos para aprovação da entidade governamental apropriada.

Isto implica o desenvolvimento de um programa de recolha e reciclagem para REEE, que atende

as especificações estabelecidas na legislação aplicável (Blakes, 2011).

Atualmente, a maioria das províncias têm uma ou duas organizações de indústrias que

administram os programas aprovados (Blakes, 2011).

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Anexo XII – Competências da APA segundo a Portaria nº573-C/2007, de 30 de Abril.

Compete à APA a partir do Departamento de Fluxos Especiais e Mercados de Resíduos no

domínio dos fluxos de resíduos:

Acompanhar e implementar a legislação relativa à gestão de fluxos específicos de

resíduos, e avaliação de novas estratégias de gestão;

Coordenar a instrução dos processos de licenciamento, emitir pareceres aos cadernos

de encargos e preparar projetos de licenças a atribuir às entidades gestoras dos fluxos

específicos de resíduos, às entidades de registo de produtores, e às entidades

responsáveis por sistemas individuais de gestão de fluxos específicos de resíduos;

Elaborar projetos de decisão relativos à aprovação do modelo económico e financeiro

dos sistemas integrados e individuais de gestão de fluxos específicos de resíduos;

Acompanhar os comités técnicos comunitários e processos de codecisão com incidência

nos fluxos específicos e o subsequente processo de transposição de legislação

comunitária;

Assegurar a elaboração de normas e regulamentos necessárias à adequada gestão de

fluxos específicos.

Compete à APA, através do Departamento de Fluxos Especiais e Mercados de Resíduos, no

domínio do acompanhamento das entidades gestoras e mercados de resíduos:

Garantir a aplicação do sistema de indicadores de desempenho das entidades gestoras

de fluxos específicos de resíduos e acompanhar a sua atividade, através dos respetivos

relatórios de atividades, monitorizando o cumprimento dos objetivos, programas de

comunicação e sensibilização, e de investigação e desenvolvimento;

Promover auditorias às entidades responsáveis por sistemas integrados e individuais de

gestão de fluxos específicos de resíduos;

Desenvolver ações conducentes à organização, promoção e regulamentação do

mercado dos resíduos de modo a estimular o encontro e oferta e procura destes bens,

assim com a sua reutilização, reciclagem e valorização;

Apoiar as autoridades com competências de fiscalização e de regulação na verificação

do cumprimento das obrigações impostas às entidades responsáveis por sistemas

integrados e individuais de gestão de fluxos específicos de resíduos, decorrentes da

legislação em vigor e das licenças atribuídas;

Assegurar o funcionamento da Comissão de Acompanhamento da Gestão de Resíduos.

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Indicadores Operacionais UnidadeIndCC 625,80 l.t⁻¹IndCE 16,47 kW.t⁻¹IndCol 10 col.t⁻¹IndAdeq Cont 1 0,03 adimensionalIndAdeq Cont 2 0,02 adimensional

Indicadores Económico-Financeiros UnidadeIndL/P 3,86E-03 adimensionalIndBal Econ -2,60E+05 €.ano⁻¹IndCust U 1,89E+03 €.t⁻¹

Indicadores Ambientais UnidadeIndGWP 1.718,76 kg CO2.t⁻¹

Indicadores da Operação de Recolha UnidadeIndTTotal 1 2,87 h.t⁻¹IndTTotal 2 143,65 h.t⁻¹IndTER 1 0,10 h.t⁻¹IndTER 2 3,45 h.t⁻¹IndDist Total 1 124,61 km.t⁻¹IndDist Total 2 7.070,30 km.t⁻¹IndDist Efet 1 28,03 km.t⁻¹IndDist Efet 2 168,38 km.t⁻¹

Indicadores de Produtividade UnidadeIndPr 1 1,15E-01 t.col⁻¹.circ⁻¹IndPr 2 1,61E-03 t.col⁻¹.circ⁻¹IndPr 4 0,52 t.col⁻¹.diaTr⁻¹

Indicadores de Desempenho

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