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TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE AUDITORIA 1 AUDITORIA INTEGRADA RELATÓRIO FINAL Gestão do Regime Próprio de Previdência Social do Distrito Federal (Processo nº 2510/2016-e) Brasília, 2017 e-DOC 7D31ECEE-e Proc 2510/2016 Documento assinado digitalmente. Para verificar as assinaturas, acesse www.tc.df.gov.br/autenticidade e informe o edoc 7D31ECEE

Gestão do Regime Próprio de Previdência Social do Distrito ... · RPPS Regime Próprio de Previdência Social ... ingressado no serviço público distrital até 31/12/2006; e o

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TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE AUDITORIA

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AUDITORIA INTEGRADA

RELATRIO FINAL

Gesto do Regime Prprio de Previdncia Social do Distrito Federal

(Processo n 2510/2016-e)

Braslia, 2017

e-DOC 7D31ECEE-eProc 2510/2016

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LISTA DE SIGLAS ALM Asset Liability Management Anbima Associao Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de

Capitais Atricon Associao dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil CADPREV Sistema de Informaes dos Regimes Pblicos de Previdncia Social CEF Caixa Econmica Federal CIAR Comit de Investimentos e Anlise de Riscos IPREV/DF CLDF Cmara Legislativa do Distrito Federal COMIN Comit de Investimentos IPREV/DF CONAD Conselho de Administrao IPREV/DF CRP Certificado de Regularidade Previdenciria CVM Comisso de Valores Mobilirios DAIR Demonstrativo das Aplicaes e Investimentos dos Recursos DIPR Demonstrativo de Informaes Previdencirias e Repasses DPIN Demonstrativo da Poltica de Investimentos DRAA Demonstrativo de Resultados da Avaliao Atuarial EFPC Entidade Fechada de Previdncia Complementar FI Fundo de Investimentos Funpresp Fundao de Previdncia Complementar GDF Governo do Distrito Federal GT Grupo de Trabalho IBA Instituto Brasileiro de Aturia IPCA ndice de Preo ao Consumidor Amplo IPREV/DF Instituto de Previdncia dos Servidores do Distrito Federal IRB Instituto Rui Barbosa LC Lei Complementar LRF Lei de Responsabilidade Fiscal MPS Ministrio da Previdncia Social, atual Secretaria de Previdncia do

Ministrio da Fazenda MTPS Ministrio do Trabalho e Previdncia Social, atual Secretaria de

Previdncia do Ministrio da Fazenda NTN-B Notas do Tesouro Nacional PGA Plano Geral de Ao do Tribunal de Contas do Distrito Federal PI Poltica de Investimentos do IPREV/DF PLC Projeto de Lei Complementar PREVIC Superintendncia Nacional de Previdncia Complementar RGPS Regime Geral de Previdncia Social RPPS Regime Prprio de Previdncia Social SELIC Sistema Especial de Liquidao e Custdia SEPLAG Secretaria de Estado de Planejamento, Oramento e Gesto SIGGo Sistema Integrado de Gesto Governamental SIGRH Sistema nico de Gesto de Recursos Humanos SIPREV/Gesto RPPS Sistema Previdencirio de Gesto de Regimes Prprios de Previdncia

Social SPPS Secretaria de Polticas de Previdncia Social TCDF Tribunal de Contas do Distrito Federal TCU Tribunal de Contas da Unio TJDFT Tribunal de Justia do Distrito Federal e dos Territrios

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RESUMO EXECUTIVO

A presente auditoria integrada foi realizada no mbito do Instituto de Previdncia

dos Servidores do Distrito Federal IPREV/DF, tendo como objeto sua atuao na

gesto financeira e atuarial do Regime Prprio de Previdncia Social - RPPS do Distrito Federal. A fiscalizao decorre de Acordo de Cooperao Tcnica celebrado entre a

Atricon, IRB e 26 Tribunais de Contas para fornecer, em nvel nacional, um panorama

representativo da gesto dos RPPS institudos nos estados e municpios brasileiros.

O IPREV/DF uma autarquia instituda por meio da Lei Complementar n

769/2008 para gerir o regime de previdncia de todos os servidores titulares de cargos

efetivos, ativos e inativos, e dos respectivos dependentes dos Poderes Executivo e

Legislativo do Distrito Federal, includo o Tribunal de Contas do Distrito Federal.

Esto sob a gesto da Autarquia dois fundos: o Fundo Financeiro de Previdncia

Seguridade Social (Plano Financeiro), destinado aos beneficirios que tenham

ingressado no servio pblico distrital at 31/12/2006; e o Fundo Previdencirio do

Distrito Federal DFPREV (Plano Capitalizado), destinado aos que ingressaram a partir de 1 de janeiro de 2007. Considerando seus dois fundos, o IPREV/DF possui 143.277

(cento e quarenta e trs mil duzentos e setenta e sete) beneficirios, mais de R$ 3 bilhes

em ativos e um passivo atuarial que supera os R$ 264 bilhes.

A principal atribuio do Instituto captar e capitalizar os recursos necessrios

garantia de pagamento dos benefcios previdencirios atuais e futuros dos segurados e

de seus dependentes.

O que o Tribunal buscou avaliar?

A auditoria integrada teve como objetivo traar um panorama detalhado da

situao financeira e atuarial do RPPS/DF, com relao (i) gesto da base de dados e das premissas utilizadas na avaliao atuarial; (ii) arrecadao dos recursos e

pagamento das obrigaes previdencirias e despesas administrativas; e (iii) alocao

das aplicaes e investimentos. Todos esses elementos foram considerados num

contexto de avaliao da existncia de requisitos mnimos de governana e boa gesto

nos arranjos institucionais entre o GDF e o IPREV/DF.

Para alcanar esse objetivo, foram propostas cinco questes de auditoria:

1. O IPREV/DF tem autonomia e capacidade para realizar a gesto do

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regime de previdncia dos servidores pblicos do DF?

2. A base cadastral utilizada pelo RPPS possui informaes suficientes

que permitam realizar avaliaes atuariais anuais para o

dimensionamento dos compromissos do plano de benefcios e a

determinao do plano de custeio do regime?

3. A avaliao atuarial do RPPS realizada a partir de premissas

razoveis e as provises matemticas previdencirias esto

adequadamente contabilizadas nos balanos do RPPS e do GDF?

4. As contribuies previdencirias do GDF e beneficirios aos seus

respectivos regimes de previdncia prpria e pagamentos de

parcelamentos foram regularmente efetuados e contabilizados?

5. A carteira de investimentos do RPPS administrada obedecendo s

boas prticas de gesto, aos limites de enquadramento exigidos pelo

marco legal, e obteve uma rentabilidade compatvel com a poltica anual de investimentos definida?

O que o Tribunal encontrou?

No tocante primeira questo, constatou-se que o IPREV/DF no gerencia a

concesso e a manuteno dos benefcios previdencirios, realizando apenas a

atividade de pagamento mensal, o que prejudica a premissa de gesto nica do RPPS

estabelecida na norma de regncia. A Autarquia depende de aes regulares de outros

rgos para efetuar sua atividade fim, bem como no possui estrutura fsica e de pessoal

para a execuo satisfatria de suas atribuies. Quanto segunda questo, a base cadastral utilizada para a avaliao atuarial

no conta com diversos campos relevantes de informao previdenciria, bem como no

est sob gesto do IPREV/DF. Ademais, tendo em vista a no realizao de censos e

recadastramentos previdencirios peridicos, h o risco de as informaes existentes

no serem consistentes, comprometendo a avaliao atuarial.

Em relao terceira questo, no foram identificadas inadequaes na contabilizao das provises matemticas previdencirias. Por outro lado, embora o

resultado agregado histrico obtido pela rea de investimentos do IPREV/DF e

mensurado em consonncia com as normas de regncia seja bastante inferior meta

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estabelecida, o Instituto no evidenciou em sua Poltica de Investimentos ou nas

avaliaes atuariais a utilizao de uma metodologia consistente para estimar as taxas de juros para seus estudos atuariais, em descompasso com os princpios atuariais dos

parmetros realistas e da prudncia, o que compromete a confiabilidade das concluses

dessas avaliaes sobre a sade financeira do RPPS no mdio e longo prazos.

Isso se torna ainda mais relevante, quando se considera que, pela marcao a

mercado, metodologia oficial para mensurar os rendimentos dos ativos do IPREV/DF, o

Instituto no atingiu a meta de juros prevista para a maioria dos anos desde sua criao, conforme demonstrado na tabela abaixo.

IPREV/DF

ANO

RENTABILIDADE PREVISTA NA POLTICA DE

INVESTIMENTOS

RENTABILIDADE EFETIVAMENTE

ALCANADA

META ALCANADA?

% DA META ALCANADO

2009 6,00% 4,83% NO 80,46% 2010 6,00% 3,76% NO 62,69% 2011 6,00% 6,63% SIM 110,45% 2012 6,00% 12,97% SIM 216,14% 2013 6,00% -9,31% NO -155,24% 2014 5,75% 5,87% SIM 102,02% 2015 5,50% -0,02% NO -0,43%

TOTAL 49,30% 25,76% NO 52,24%

Embora haja metodologias mais complexas para a definio da taxa de juros atuarial, ressalta-se a ttulo de ilustrao que, caso a rentabilidade histrica do Fundo

Capitalizado, de 3,90% de juros reais ao ano, tivesse sido usada no Demonstrativo de

Resultados da Avaliao Atuarial DRAA de 2015, em lugar dos 5,50% adotados pelo

IPREV/DF, o resultado atuarial seria sensivelmente diferente, como mostra a tabela a

seguir:

DRAA 2015 - IPREV/DF

TAXA DE JUROS RESULTADO ATUARIAL SITUAO DO PLANO 5,50% R$ 1.787.381.915,45 SUPERAVIT 4,68% R$ 0,00 EQUILBRIO 3,90% -R$ 2.385.710.054,79 DEFICIT

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Alm disso, decises governamentais, tais como aumento de remunerao a

servidores, reduo de contribuio patronal e retirada de recursos do Fundo Previdencirio, embora tenham impacto financeiro e atuarial no RPPS, so

frequentemente tomadas sem uma prvia e adequada avaliao de seus efeitos

previdencirios. Equivale a dizer que o Distrito Federal tem se mostrado incapaz de gerir

de maneira razovel a previdncia de seus servidores, mesmo em seu fundo

capitalizado, o que tende a gerar um contexto fiscal catico nas prximas dcadas, uma

vez que o prprio tesouro do DF que deve arcar com os deficit de ambos os fundos. Nesse ponto, cabe ressaltar que o deficit anual do fundo financeiro, projetado em

R$ 7,5 bilhes para 2035, em contraponto aos R$ 2,2 bilhes atuais, j gerar um cenrio

desafiador ao equilbrio das contas pblicas distritais no mdio e longo prazos, como

mostra o grfico a seguir:

No que tange quarta questo, identificou-se que as informaes constantes do

Demonstrativo de Informaes Previdencirias e Repasses DIPR elaborado pela

Autarquia dizem respeito previso de arrecadao, e no aos valores efetivamente

recolhidos, o que denota falha no controle dos repasses realizados pelo GDF, CLDF e TCDF ao IPREV/DF. Tambm, no h mecanismos para identificar atrasos de repasse

de contribuies dessas entidades para o Fundo Previdencirio.

Por fim, em relao ltima questo, h evidncias de que parcela dos

investimentos no obedeceu a limites definidos na Poltica de Investimentos, bem como

-R$ 8.000.000.000,00

-R$ 7.000.000.000,00

-R$ 6.000.000.000,00

-R$ 5.000.000.000,00

-R$ 4.000.000.000,00

-R$ 3.000.000.000,00

-R$ 2.000.000.000,00

-R$ 1.000.000.000,00

R$ 0,00

PROJEO DE RESULTADO PREVIDENCIRIO ANUALFUNDO FINANCEIRO DO IPREV/DF

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os investimentos no obtiveram rentabilidade compatvel com a meta prevista, segundo

a metodologia oficial de mensurao dos rendimentos. Ademais, no h sequer registros de discusses sobre tal cenrio nas atas das reunies do Comit de Investimentos, que

tratam predominantemente do cumprimento da Resoluo CMN n 3922/2010 e de

alternativas de fundos para investimentos, indicando a incipincia da governana dos

recursos.

Por fim, com vistas a fomentar melhores prticas, o Quadro a seguir apresenta as

rentabilidades obtidas pelos RPPS includos na presente auditoria para os quais estavam disponveis as rentabilidades de todos anos do perodo de 2012 a 2015:

RANKING DOS ESTADOS

POSIO ESTADO RENTABILIDADES REAIS ANUAIS 1 PA 6,95% 2 MG 5,96% 3 MA 3,50% 4 ES 3,35% 5 BA 2,80% 6 PE 2,52% 7 DF 2,04% 8 RS 1,71% 9 RO 1,71% 10 AP 1,38% 11 MT 1,33% 12 AL 0,65% 13 AC 0,61% 14 PI 0,59% 15 TO -1,33%

MDIA 2,25%

RANKING GERAL

POSIO ESTADO/ MUNICPIO RENTABILIDADES

REAIS ANUAIS 1 PA 6,95% 2 MG 5,96% 3 Maring - PR 4,71% 4 MA 3,50% 5 ES 3,35% 6 BA 2,80% 7 Fortaleza CE 2,61% 8 PE 2,52% 9 Rio de Janeiro - RJ 2,20%

10 DF 2,04% 11 Sinop - MT 1,88% 12 Boa Vista - RR 1,85% 13 Rio Branco - AC 1,80% 14 Recife - PE 1,75% 15 RS 1,71% 16 RO 1,71% 17 Londrina - PR 1,64% 18 Vitria - ES 1,55% 19 Goinia - GO 1,42% 20 AP 1,38% 21 Curitiba - PR 1,36% 22 MT 1,33% 23 AL 0,65% 24 AC 0,61% 25 PI 0,59% 26 Teresina - PI 0,48% 27 Porto Velho - RO 0,04% 28 Macap - AP -0,30% 29 Campinas - SP -0,55% 30 Vrzea Grande MT -0,62% 31 Palmas - TO -0,68% 32 TO -1,33% 33 Cuiab - MT -1,47%

MDIA 1,62%

RANKING DOS MUNICPIOS E DF

POSIO MUNICPIO/DF RENTABILIDADES REAIS ANUAIS 1 Maring - PR 4,71% 2 Fortaleza - CE 2,61% 3 Rio de Janeiro - RJ 2,20% 4 DF 2,04% 5 Sinop - MT 1,88% 6 Boa Vista - RR 1,85% 7 Rio Branco - AC 1,80% 8 Recife - PE 1,75% 9 Londrina - PR 1,64% 10 Vitria - ES 1,55% 11 Goinia - GO 1,42% 12 Curitiba - PR 1,36% 13 Teresina - PI 0,48% 14 Porto Velho - RO 0,04% 15 Macap - AP -0,30% 16 Campinas - SP -0,55% 17 Vrzea Grande - MT -0,62% 18 Palmas - TO -0,68% 19 Cuiab - MT -1,47%

MDIA 1,14%

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Quais foram as proposies formuladas pela equipe de auditoria? Entre as proposies formuladas, ainda pendentes de deliberao do Plenrio,

destacam-se:

Determinar ao Governador do Distrito Federal e ao IPREV/DF que, em conjunto, ultimem as providncias que se fizerem necessrias para que o IPREV/DF assuma as atividades de concesso e manuteno das aposentadorias e penses dos Fundos Previdencirio e Financeiro.

Recomendar ao Governador do Distrito Federal e aos titulares dos rgos do Poder Legislativo que, ao encaminharem propostas de alteraes legislativas com efeitos sobre o equilbrio financeiro e atuarial do RPPS/DF, faam constar das mesmas avaliao dos impactos previdencirios atuariais e financeiros potenciais das propostas, a fim de subsidiar decises consistentes com a realidade previdenciria do Distrito Federal, em observncia ao necessrio equilbrio fiscal das contas pblicas.

Alertar o Governador e a Cmara Legislativa do Distrito Federal de que, diante das projees de deficit anuais crescentes da previdncia at o exerccio de 2035, faz-se necessria a adoo de medidas para evitar um contexto fiscal desfavorvel nas prximas dcadas.

Determinar ao IPREV/DF que, por ocasio das prximas avaliaes atuariais, adote metodologia para estimar a taxa de juros a ser utilizada em suas avaliaes atuariais que considere a expectativa de juros de longo prazo e tenha como referncia os desvios da rentabilidade obtida frente meta nos anos anteriores, avaliando a pertinncia de se utilizarem taxas de juros variveis ao longo do perodo projetado, conforme a expectativa de rentabilidade aferida para cada momento do fluxo atuarial.

Determinar ao IPREV/DF que realize testes de aderncia e convergncia peridicos da premissa de juros adotada nas avaliaes atuariais, calibrando os modelos para gerao dos cenrios com base na srie histrica de cada ativo (ndice) e eventuais correlaes, e levando-se em conta: a) o potencial de rentabilidade futura da carteira atual de investimentos do Fundo Capitalizado e dos recursos que nele ingressaro no perodo projetado; b) o fluxo de ingressos e dispndios esperado para o intervalo de tempo considerado.

Determinar ao IPREV/DF que ajuste a taxa de juros prevista em sua Poltica de Investimentos, considerando as aes do Banco de Braslia BRB e os imveis que sero recebidos em decorrncia das Leis Complementar nos 917 e 920/2016 e da Lei n 5.729/2016, de modo a ponder-la por tipos de ativos e pelos respectivos retornos esperados, adequando-a nova realidade da carteira de investimentos do DFPREV.

Determinar ao IPREV/DF que doravante apure, periodicamente, as taxas praticadas pelos fundos de investimento nos quais aplica e avalie a pertinncia de manter seus investimentos naqueles que possuem elevadas taxas de administrao.

Determinar ao IPREV/DF que adote providncias para consolidar e manter sob sua gesto uma base cadastral nica de todos os servidores ativos, aposentados e pensionistas do Distrito Federal, de modo a garantir a

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consistncia, confiabilidade e atualizao das informaes que iro subsidiar as avaliaes atuariais.

Determinar ao IPREV/DF que doravante promova, regularmente, a conciliao entre os valores contabilizados de Receitas de Contribuies dos Servidores Ativos Civis, Inativos e Pensionistas e Patronal, com os Resumos das Folhas de Pagamento do GDF, TCDF e CLDF, relativos ao Fundo Previdencirio, indicando os valores devidos ao IPREV/DF (parte patronal e servidores ativos, inativos e pensionistas), apontando quais e quando tais valores foram recebidos pela Autarquia, segregando as receitas de contribuies dos eventuais encargos moratrios, e indicando, em caso de atraso de repasse, os rgos envolvidos e as providncias a serem adotadas, aplicando tais medidas ao Fundo Financeiro, no que couber.

Determinar ao IPREV/DF que implemente, por meio de sua Diretoria de Investimentos, rotina de gerenciamento de riscos e de monitoramento da carteira de investimentos da Autarquia, utilizando sistema informatizado compatvel com o volume de recursos geridos, que permita a elaborao: a) de relatrios mensais contendo anlises sobre a aderncia de seu desempenho com as metas de rentabilidade estabelecidas; b) de recomendaes sobre a alocao dos recursos do IPREV/DF, com vistas a preservar o equilbrio financeiro e atuarial do RPPS/DF.

Determinar ao Governador do Distrito Federal e ao IPREV/DF que, ao realizarem o acerto de contas previsto na Lei Complementar n 917/2016, art. 2, 6 a 8, incluam na recomposio devida ao DFPREV a correo monetria e a diferena de rendimento que a Autarquia obteria se os recursos fossem aplicados de acordo com a Poltica de Investimentos do RPPS/DF.

Quais os benefcios esperados com a atuao do Tribunal? Espera-se que, com a adoo das medidas propostas pelo Tribunal, a gesto

previdenciria distrital seja fortalecida e profissionalizada, haja maior preciso e

consistncia nas avaliaes atuariais e maior eficincia e eficcia na gesto dos

investimentos do IPREV/DF, de modo a resguardar o equilbrio atuarial do Fundo Previdencirio do Distrito Federal - DFPREV.

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Sumrio 1 Introduo ................................................................................................................................. 12

1.1 Apresentao ..................................................................................................................... 12 1.2 Identificao do Objeto ........................................................................................................ 12 1.3 Contextualizao ................................................................................................................ 12 1.4 Objetivos ............................................................................................................................ 17

1.4.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 17 1.4.2 Objetivos Especficos ................................................................................................... 17

1.5 Escopo ............................................................................................................................... 18

1.6 Montante Fiscalizado ........................................................................................................... 19 1.7 Metodologia ........................................................................................................................ 19 1.8 Critrios de auditoria ........................................................................................................... 20 1.9 Avaliao de Risco Inerente e de Controle ............................................................................ 21

2 Resultados da Auditoria .............................................................................................................. 23 2.1 QA 1 O IPREV/DF tem autonomia e capacidade para realizar a gesto do regime de previdncia

dos servidores pblicos do DF? ....................................................................................................... 23 2.1.1 Achado 1 O IPREV/DF no realiza a gesto plena do RPPS/DF .................................. 23

2.2 QA 2 A base cadastral utilizada pelo RPPS/DF possui informaes suficientes que permitam realizar

avaliaes atuariais anuais para o dimensionamento dos compromissos do plano de benefcios e a determinao do plano de custeio do regime? .................................................................................. 40

2.2.1 Achado 2 Base Cadastral Incompleta e Defasada ....................................................... 40

I. Inexistncia de gesto das bases cadastrais e de acesso direto ao cadastro de todos os rgos distritais.............................................................................................................................................43

II. Ausncia de campos relevantes na base cadastral utilizada na avaliao atuarial..............................................................................................................................................46

III. No confirmao da consistncia de dados cadastrais mediante recenciamento previdencirio peridico...........................................................................................................................................50

2.3 QA 3 A avaliao atuarial do RPPS/DF realizada a partir de premissas razoveis e as provises matemticas previdencirias esto adequadamente contabilizadas nos demonstrativos contbeis do RPPS/DF e do GDF?...................................................................................................................... 58

2.3.1 Achado 3 Gesto atuarial precria ............................................................................. 59

I. Ausncia de metodologia consistente para definio e realizao de testes de aderncia da taxa de juros utilizada nas avaliaes atuariais do IPREV/DF......................................................................69

II. Rentabilidades aferidas pelo IPREV/DF sistematicamente inferiores s metas estabelecidas nas respectivas avaliaes atuariais.......................................................................................................70

III. Deficit atuarial identificado com o uso do desempenho histrico de rentabilidade do IPREV/DF como premissa de juros na Avaliao Atuarial de 2015.............................................................................75

IV. Impacto atuarial negativo da Lei Complementar n 899/2015.....................................................78

V. Falhas de gesto que impactam a avaliao atuarial...................................................................84 2.4 QA 4 As contribuies previdencirias do GDF, CLDF, TCDF e beneficirios aos seus respectivos

regimes de previdncia prpria e pagamentos de parcelamentos foram regularmente efetuados e contabilizados? ............................................................................................................................ 106

2.4.1 Achado 4 Informaes contbeis inadequadas e falha no acompanhamento das receitas de contribuies previdencirias .................................................................................................... 107

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11

I. Falha na elaborao do DIPR......................................................................................................108

II. Falha no controle e contabilizao do repasse das contribuies..............................................113 2.5 QA 5 A carteira de investimentos do RPPS administrada obedecendo s boas prticas de gesto, aos limites de enquadramento exigidos pelo marco legal, e obteve uma rentabilidade compatvel com a poltica anual de investimentos definida? ....................................................................................... 123

2.5.1 Achado 5 Gesto da carteira de investimentos ineficaz, pouco transparente e desproporcional aos valores aplicados ............................................................................................................... 124

I. Falta de transparncia na gesto de investimentos do RPPS.....................................................126

II. Descumprimento da poltica de investimentos e desempenho histrico inferior meta................................................................................................................................................130

III. Interferncias legislativas no patrimnio do DFPREV incompatveis com a Poltica de Investimentos do IPREV/DF...................................................................................................................................140

3 Concluso ............................................................................................................................... 158

4 Proposies............................................................................................................................. 160

ANEXO I - PLANO DE AO: GDF e IPREV/DF ................................................................................ 168

ANEXO II - PLANO DE AO: IPREV/DF .......................................................................................... 170

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1 Introduo

1.1 Apresentao

Trata-se de Auditoria Integrada, coordenada pelo Tribunal de Contas da

Unio, que buscou avaliar a governana e a situao financeira e atuarial do Instituto de

Previdncia dos Servidores do Distrito Federal IPREV/DF, em cumprimento ao Plano

Geral de Ao para o exerccio de 2016, aprovado pela Deciso Administrativa n

67/2015.

2. A execuo da presente auditoria compreendeu o perodo de maro a agosto

de 2016.

1.2 Identificao do Objeto

3. A auditoria teve como objeto o IPREV/DF e sua atuao na gesto financeira

e atuarial do Regime Prprio de Previdncia Social - RPPS do Distrito Federal.

1.3 Contextualizao

4. Esta Corte aprovou, na Sesso Extraordinria Administrativa n 872, realizada

em 15/12/2015, por meio da Deciso Administrativa n 67/2015, o Plano Geral de Ao

PGA para o exerccio de 2016, no qual definiu-se a execuo da presente auditoria

integrada no IPREV/DF.

5. O trabalho realizado pelo TCDF compe uma ampla base de dados que est

sendo construda para fornecer, em nvel nacional, um panorama representativo e

detalhado da gesto e solvncia dos cerca de 2.070 (dois mil e setenta) RPPS institudos nos estados e municpios brasileiros.

6. Para a realizao da auditoria, coordenada pelo Tribunal de Contas da Unio,

foram firmados Acordos de Cooperao, por intermdio da Associao dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) e do Instituto Rui Barbosa (IRB), com 26

(vinte e seis) Tribunais de Contas, alm de acordo direto entre o TCU e o Ministrio da

Previdncia Social MPS1 para troca de informaes, treinamento e outros auxlios

1 Por meio da Medida Provisria n 696/2015 (posteriormente convertida na Lei n 13.266/2016), o Ministrio da Previdncia Social MPS foi extinto, tendo suas competncias transferidas para o ento Ministrio do Trabalho e Emprego MTE, o qual passou a se chamar Ministrio do Trabalho e Previdncia Social MTPS. Por outro lado, a Medida Provisria n 726/2016 (convertida na Lei n 13.341/2016) transformou o MTPS em Ministrio do Trabalho e estabeleceu que a competncia sobre Previdncia e

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13

necessrios.

7. Considera-se Regime Prprio de Previdncia Social RPPS o sistema de

previdncia, estabelecido no mbito de cada ente federativo, que assegure, por lei, a

todos os servidores titulares de cargo efetivo, pelo menos os benefcios de aposentadoria

e penso por morte previstos no art. 40 da Constituio Federal2.

8. Destaque-se que a reforma da previdncia, introduzida pela Emenda

Constitucional n 20, de 15 de dezembro de 1998, efetuou significativas modificaes no

sistema previdencirio brasileiro, em especial na previdncia dos servidores pblicos, sendo o marco inicial para o equilbrio das contas previdencirias, ao incorporar Carta

Magna um novo modelo de carter contributivo, em que benefcio e contribuio devem

estar correlacionados de modo a permitir o equilbrio financeiro e atuarial do sistema

previdencirio.

9. Pouco antes, a Lei 9.717, de 27/11/1998, conhecida como Lei Geral de

Previdncia Pblica, j havia estabelecido que a organizao de um Regime Prprio de

Previdncia Social RPPS, previsto no art. 40 da Constituio Federal, deve ser

baseada em normas gerais de contabilidade e aturia, de modo a garantir o seu equilbrio

financeiro e atuarial.

10. Excluindo-se a Unio, existem aproximadamente 2.070 RPPS institudos no

Brasil, os quais administram um patrimnio de cerca de R$ 170 bi (cento e setenta bilhes de reais). Esses RPPS institudos pelos Estados, Distrito Federal e Municpios

oferecem cobertura a cerca de 7,5 milhes de participantes3, dentre servidores ativos,

aposentados e pensionistas, sendo 4,6 milhes nos Estados e Distrito Federal e 2,9

milhes nos Municpios.

11. Nos termos do art. 9 da Lei 9.717/1998, compete Unio, por intermdio do

Ministrio do Trabalho e Previdncia Social - MTPS, a orientao, a superviso e o

acompanhamento dos RPPS e dos respectivos fundos previdencirios constitudos, alm

Previdncia Complementar ser exercida pelo Ministrio da Fazenda MF. 2 Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, includas suas autarquias e fundaes, assegurado regime de previdncia de carter contributivo e solidrio, mediante contribuio do respectivo ente pblico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critrios que preservem o equilbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 41, 19.12.2003). 3 Vide item 5 do Relatrio que subsidiou o Acrdo TCU 1.331/2016, E-doc EC0DC082.

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14

do estabelecimento e publicao dos parmetros e diretrizes gerais previstos na citada

norma.

12. No entanto, a competncia da Unio de fiscalizar os RPPS no impede a

atuao de outras entidades de controle externo, como os Tribunais de Contas de

Estados, Distrito Federal e Municpios, tendo em vista que as receitas e despesas dos entes federativos e dos regimes prprios de previdncia social dos seus servidores esto

sob a jurisdio desses rgos.

13. No mbito do Distrito Federal, a Lei Complementar n 769/2008 reorganizou e unificou o Regime Prprio de Previdncia Social do DF RPPS/DF, criando o Instituto

de Previdncia dos Servidores do Distrito Federal IPREV/DF como entidade gestora

desse sistema. Trata-se de autarquia responsvel pela arrecadao e capitalizao de

recursos previdencirios para o pagamento atual e futuro de aposentadorias, penses e

demais benefcios devidos aos segurados e dependentes vinculados ao RPPS/DF.

14. A exemplo do que ocorreu em outros Estados e Municpios, o DF promoveu a

segregao da massa de segurados como opo para o equacionamento do deficit

atuarial, tendo institudo um Plano Financeiro e um Plano Capitalizado, ambos

administrados pelo IPREV/DF, de acordo com a Lei Complementar n 769/2008.

15. O Plano Financeiro ou Fundo Financeiro de Previdncia Seguridade Social

baseia-se no regime de repartio simples, sendo destinado ao pagamento de benefcios previdencirios aos segurados que tenham ingressado no servio pblico distrital at

31/12/2006 e aos seus dependentes. Pelo regime de repartio simples, as contribuies

dos servidores ativos financiam os benefcios dos atuais aposentados e pensionistas.

16. Por sua vez, o Plano Capitalizado ou Fundo Previdencirio do Distrito Federal

DFPREV baseia-se no sistema de capitalizao, sendo destinado aos servidores que

tenham ingressado no servio pblico a contar de 01/01/2007. O sistema de

capitalizao implica a formao de reservas, mediante aplicaes no mercado

financeiro e de capitais, com a finalidade de assegurar o pagamento de compromissos

atuais e futuros.

17. Caso o IPREV/DF no possua as reservas necessrias para arcar com o

pagamento de aposentadorias e penses de ambos os Planos Financeiro e Capitalizado,

o tesouro distrital ser responsvel por honrar os compromissos, cobrindo quaisquer

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insuficincias financeiras do RPPS/DF, conforme consta na Lei Complementar n

769/2008, artigos 4, 2; 54, 2; e 714.

Estrutura do IPREV/DF

18. A estrutura organizacional do Instituto de Previdncia dos Servidores do

Distrito Federal est ilustrada no organograma a seguir:

Fonte: site do IPREV/DF (acesso em 10/11/2016).

19. Os gestores da Autarquia no perodo de 2015/2016 esto a seguir listados:

4 Lei Complementar n 769/2008:

Art. 4. (...)

2 O Distrito Federal constitui-se em garantidor das obrigaes do IPREV/DF, respondendo subsidiariamente pelo custeio dos benefcios previdencirios devidos aos seus segurados e dependentes, cobrindo qualquer insuficincia financeira do Regime Prprio de Previdncia Social do Distrito Federal.

Art. 54. (...)

2 O Chefe do Poder Executivo propor, quando necessria, a abertura de crditos oramentrios adicionais, visando assegurar ao IPREV/DF alocao de recursos oramentrios destinados cobertura de eventuais insuficincias oramentrias e financeiras para a garantia do pagamento das aposentadorias, penses e outros benefcios previdencirios devidos.

Art. 71. O Tesouro do Distrito Federal responsvel pela cobertura de eventuais insuficincias financeiras mensais do RPPS/DF decorrentes do pagamento de benefcios previdencirios e observar a proporcionalidade das despesas entre os Poderes Executivo e Legislativo do Distrito Federal, includos o Tribunal de Contas, autarquias e fundaes.

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Cargo/Funo Identificao do Gestor Perodo

Diretor-Presidente Adler Anaximandro de Cruz e Alves 18/5/2016 at a data atual

Diretor-Presidente Jos Afonso Zerbini 3/5/2016 a 17/5/2016

Diretor-Presidente Roberto Moiss dos Santos 1/1/2015 a 2/5/2016

Fiscalizao anterior

20. Relaciona-se, a seguir, o processo e a deciso mais relevante decorrente de

fiscalizaes anteriores no IPREV/DF: Processo n 26692/2014 Auditoria operacional para avaliao da estrutura do IPREV/DF para a gesto do RPPS/DF

DECISO N 6057/2015 O Tribunal, por unanimidade, de acordo com o voto do Relator, decidiu: (...) II determinar ao Exmo. Sr. Governador e ao Instituto de Previdncia dos Servidores do Distrito Federal IPREV/DF que, no prazo de 90 (noventa) dias, adotem providncias para estruturao do Instituto, encaminhando documentao comprobatria a esta Corte tendentes a: a) constituir quadro prprio de servidores, em cumprimento disposio contida no art. 109, 3, da Lei Complementar n. 769/2008; b) dotar a Autarquia de recursos oramentrios e financeiros compatveis com a autonomia e as atribuies que lhe so conferidas pela Lei Complementar n. 769/2008, de modo a viabilizar a plena gesto do RPPS/DF; III determinar ao Instituto de Previdncia dos Servidores do Distrito Federal IPREV/DF que, no prazo de 60 (sessenta) dias, adote providncias para: a) publicar seu Regimento Interno, em cumprimento ao disposto no art. 6 do Decreto n. 33.475/2012, que dever estabelecer, inclusive: a.1) atribuies e responsabilidades no mbito da Diretoria de Investimentos, inclusive suas unidades orgnicas, claramente definidas no processo decisrio de investimentos; a.2) segregao das funes de avaliao de risco, planejamento, operao e controle dos investimentos, observando a separao das atividades da Diretoria de Investimentos daquelas de competncia do Comit de Investimentos; b) aprimorar a estrutura de gerenciamento e monitoramento do risco de mercado e do retorno dos investimentos, prevendo a utilizao de sistemas, ferramentas, estratgias e outros mecanismos de controle que permitam a tomada de deciso de forma tempestiva, fundamentada e transparente; c) proceder divulgao das informaes sobre investimentos, previstas na Portaria MPS n. 519/2011, com as alteraes introduzidas pela Portaria MPS n. 440/2013; d) definir em normativo interno a competncia e a responsabilidade pela divulgao das informaes mencionadas no item anterior; e) dar cumprimento aos preceitos de transparncia estatudos pela Lei Complementar n. 769/2008, artigos 4 e 85; f) disponibilizar extrato anual contendo as informaes do registro individualizado de cada segurado e pensionista, nos termos do art. 78 da Lei Complementar n. 769/2008; g) dar publicidade s taxas de administrao descontadas

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17

pelos gestores dos fundos de investimentos dos quais o IPREV/DF detenha cotas, e quaisquer outros custos incorridos para a obteno desses rendimentos; IV recomendar ao Instituto de Previdncia dos Servidores do Distrito Federal IPREV/DF que, no prazo de 60 (sessenta) dias: a) estabelea polticas que promovam a capacitao dos servidores que atuam com investimentos, especialmente da Diretoria de Investimentos, com vistas obteno de certificao emitida por entidade autnoma de reconhecida capacidade tcnica e difuso no mercado brasileiro de capitais; b) adote como requisito para a nomeao de cargos em comisso na rea de investimentos, a posse da certificao de que trata a alnea a do item IV; (...).

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo Geral

21. A auditoria integrada teve como objetivo traar um panorama detalhado da

situao financeira e atuarial do RPPS/DF, com relao (i) gesto da base de dados e

das premissas utilizadas na avaliao atuarial; (ii) arrecadao dos recursos e

pagamento das obrigaes previdencirias e despesas administrativas; e (iii) alocao

das aplicaes e investimentos. Todos esses elementos foram considerados num

contexto de avaliao da existncia de requisitos mnimos de governana e boa gesto nos arranjos institucionais entre o GDF, TCDF, CLDF e o IPREV/DF.

1.4.2 Objetivos Especficos

22. As questes de auditoria foram assim definidas:

1. O IPREV/DF tem autonomia e capacidade para realizar a gesto do regime

de previdncia dos servidores pblicos do DF?

2. A base cadastral utilizada pelo RPPS/DF possui informaes suficientes que permitam realizar avaliaes atuariais anuais para o dimensionamento dos

compromissos do plano de benefcios e a determinao do plano de custeio

do regime?

3. A avaliao atuarial do RPPS/DF realizada a partir de premissas razoveis

e as provises matemticas previdencirias esto adequadamente

contabilizadas nos demonstrativos contbeis do RPPS/DF e do GDF?

4. As contribuies previdencirias do GDF, CLDF, TCDF e beneficirios aos

seus respectivos regimes de previdncia prpria e os pagamentos de

parcelamentos foram regularmente efetuados e contabilizados?

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5. A carteira de investimentos do RPPS/DF administrada obedecendo s boas

prticas de gesto, aos limites de enquadramento exigidos pelo marco legal, e obteve uma rentabilidade compatvel com a poltica anual de investimentos

definida?

1.5 Escopo

23. Acerca da autonomia e capacidade institucional para realizar a gesto do

RPPS/DF, a auditoria avaliou se o IPREV/DF possui estrutura mnima de governana

em funcionamento, segundo o modelo legal, bem como condies administrativas para a consecuo das suas atividades.

24. No que tange s informaes cadastrais de servidores ativos, aposentados e

pensionistas, a auditoria buscou identificar quais so os pontos crticos das bases de dados, principalmente quanto obteno, nvel de abrangncia e qualidade das

informaes prestadas pelo GDF, CLDF e TCDF ao IPREV/DF.

25. Sobre a avaliao atuarial, a auditoria analisou a existncia de elementos mnimos para essa avaliao, explorando a utilizao adequada das hipteses

financeiras, qualidade dos dados cadastrais, factibilidade e razoabilidade de premissas

adotadas nas avaliaes atuariais.

26. Quanto ao financiamento do RPPS/DF, a auditoria analisou a regularidade

dos repasses e a contabilizao dos valores relativos a contribuies do GDF, CLDF,

TCDF e segurados, bem como de eventuais parcelamentos e reparcelamentos.

27. Em relao carteira de investimentos do RPPS/DF, a auditoria se props a

identificar o seu perfil; o enquadramento dos ativos s Resolues do Conselho

Monetrio Nacional e s regras referentes gesto desses ativos estabelecidas pelo

ento Ministrio da Previdncia Social; os elementos sobre o nvel de riscos das

aplicaes, alm do risco de utilizao desses recursos por parte do ente para outros

fins que no previdencirios.

28. O escopo abrangeu a gesto do fundo no perodo de 2015/2016,

contemplando exerccios anteriores no caso da avaliao de rentabilidades obtidas pelos investimentos do IPREV/DF.

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1.6 Montante Fiscalizado

29. De acordo com informaes do Sistema Integrado de Gesto Governamental

- SIGGo, em 31/12/2015, o saldo total de investimentos do IPREV/DF era de

R$ 2.955.535.281,44, conforme indicado a seguir:

30. Ainda segundo o SIGGo, em 2015, as despesas previdencirias somaram

R$ 5.784.752.029,87, assim contabilizadas:

31. Com isso, somando-se a respectiva despesa previdenciria anual com o saldo

de investimentos em 2015, o montante fiscalizado foi considerado de R$

8.740.287.311,31.

1.7 Metodologia

32. Os procedimentos e tcnicas utilizados na execuo da presente auditoria

encontram-se registrados na Matriz de Planejamento (e-doc 2446C56A-e), merecendo

destaque a entrevista com gestores, a anlise documental, a reviso analtica e a

aplicao de questionrio ao gestor do rgo. Registra-se, ainda, que o planejamento da

fiscalizao foi realizado de forma conjunta entre os tribunais de contas, sendo

paradigma para os rgos de controle externo.

33. Importante mencionar tambm as interaes com os demais tribunais de

contas participantes da Auditoria Coordenada pelo TCU, mediante frum eletrnico e um seminrio entre 13 e 17/06/2016, em Braslia-DF, bem como a utilizao do Sistema de Business Intelligence (BI) confeccionado pelo TCE-MT para avaliao dos investimentos

do RPPS/DF, alm da participao da equipe de fiscalizao no curso Gesto e

Fiscalizao de Regimes Prprios de Previdncia Social, promovido pelo TCU.

Saldo do Fundo Financeiro R$ 529.272.375,79Saldo do Fundo Previdencirio R$ 2.426.262.905,65Saldo total dos investimentos R$ 2.955.535.281,44

SALDO DE INVESTIMENTOS IPREV/DFEM 31/12/2015

Fundo Financeiro R$ 5.779.903.350,92Fundo Previdencirio R$ 4.848.678,95

Total R$ 5.784.752.029,87

DESPESAS PREVIDENCIRIAS - 2015

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1.8 Critrios de auditoria

34. Foram utilizados os seguintes critrios:

Constituio Federal de 1988;

Lei Complementar n 769/2008 Reorganiza e unifica o Regime Prprio

de Previdncia Social do Distrito Federal - RPPS/DF e d outras

providncias;

Lei Federal n 9.717/1998 Dispe sobre regras gerais para a organizao

e o funcionamento dos RPPS da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municpios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal e d outras

providncias;

Lei Federal n 101/2000 Estabelece normas de finanas pblicas

voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal e d outras providncias;

Decreto n 37.166/2016 Aprova o Regimento Interno do IPREV/DF e d

outras providncias;

Resoluo CMN n 3922/2010 Dispe sobre as aplicaes dos recursos dos RPPS institudos pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios;

Portaria MPS n 403/2008 Dispe sobre as normas aplicveis s avaliaes e reavaliaes atuariais dos RPPS da Unio, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municpios, define parmetros para a segregao da

massa e d outras providncias;

Portaria MPS n 402/2008 - Disciplina os parmetros e as diretrizes gerais

para organizao e funcionamento dos RPPS da Unio, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municpios, em cumprimento das Leis n 9.717/1998

e n 10.887/2004;

Portaria MPS n 204/2008 Dispe sobre a emisso do Certificado de

Regularidade Previdenciria CRP e d outras providncias;

Portaria MPS n 519/2011 Dispe sobre as aplicaes dos recursos

financeiros dos RPPS institudos pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios e d outras providncias;

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21

Poltica de Investimentos do IPREV/DF.

1.9 Avaliao de Risco Inerente e de Controle

35. A Avaliao de Riscos objetivou delimitar a natureza, extenso e profundidade

dos testes realizados na auditoria.

36. Para aferir o Risco Inerente5 ao objeto de auditoria consideraram-se as

seguintes variveis: gravidade6, urgncia7, tendncia8, criticidade9, relevncia10 e

materialidade11, relativas jurisdicionada e matria a ser auditada, conforme tabela

abaixo:

5 Aqui entendido como decorrente da prpria natureza da operao, independentemente da existncia de controle. 6 Representa o impacto, a mdio e longo prazo, do problema analisado caso ele venha a acontecer sobre aspectos, tais como: tarefas, pessoas, resultados, processos, organizaes, entre outros. 7 Representa o prazo, o tempo disponvel ou necessrio para resolver um determinado problema analisado. Quanto maior a urgncia, menor ser o tempo disponvel para resolver esse problema. Deve ser avaliada tendo em vista a necessidade de se propor solues a fim melhorar a gesto da/do referida matria/rgo. 8 Representa o potencial de crescimento do problema e a probabilidade deste se agravar. Recomenda-se fazer a seguinte pergunta: Se esse problema no foi resolvido agora, ele vai piorar pouco a pouco ou vai piorar bruscamente?. 9 Pode-se medir a complexidade avaliando se os constituintes da matria so heterogneos, se h multiplicidade nas aes, interaes e acontecimentos e se h a presena de traos de confuso, acasos, caos, ambiguidades, e incertezas. 10 A relevncia deve ser avaliada, independentemente da materialidade do objeto de auditoria, a fim de buscar a importncia qualitativa das aes em estudo, quanto sua natureza, contexto de insero, fidelidade, integralidade das informaes. 11 A materialidade traduz a razo entre a despesa autorizada relativa (s) matria(s) auditada(s) e o total da despesa autorizada para o rgo no exerccio, excludas as despesas com pessoal e encargos.

rgo Matria auditada 1GravidadeUrgnciaTendnciaComplexidadeRelevnciaMaterialidadeTOTALMdia

Matriz de Risco Inerente

76%Risco inerente(percentual)

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37. No tocante aferio do Risco de Controle12, considerou-se o questionrio de

avaliao de controle interno13, o qual foi elaborado considerando as componentes definidas na metodologia do COSO II Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission, que estimou o Risco de Controle como Mdio (59%):

12 Consiste no risco de no haver um bom sistema de controle interno que previna ou detecte, em tempo hbil, erros ou irregularidades relevantes. 13 Documento associado ao Sistema de Protocolo Eletrnico e-TCDF.

Ambiente Interno 58%Definio de Objetivos 50%Identificao de Eventos 75%Avaliao de Risco 50%Resposta ao Risco 50%Atividades de Controle 70%Informao e Comunicao 60%Monitoramento 60%Risco de Controle 59%

Risco de Controle com base nas componentes do COSO 2

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2 Resultados da Auditoria

2.1 QA 1 O IPREV/DF tem autonomia e capacidade para realizar a gesto do regime de previdncia dos servidores pblicos do DF? No. O Instituto no gerencia a concesso e a manuteno dos benefcios

previdencirios, realizando apenas a atividade de pagamento mensal, o que prejudica a

premissa de gesto nica do RPPS/DF. A Autarquia depende de aes regulares de

outros rgos para efetuar sua atividade fim, bem como no possui estrutura fsica e de

pessoal para a execuo satisfatria de suas atribuies.

2.1.1 Achado 1 O IPREV/DF no realiza a gesto plena do RPPS/DF

Critrio 38. O IPREV/DF deve desempenhar na sua plenitude a funo de gerenciamento

do Regime Prprio de Previdncia Social do Distrito Federal.

39. Fundamento legal: Lei n 9.717/1998, art. 9, II; Lei Complementar n 769/08,

art. 4, art. 17, art. 54, incisos I a III, V e X, art. 56 e art. 109; Portaria MPS n 402/08, art.

10, 2, art. 15; Instruo Normativa IPREV/DF n 01/2009.

Anlises e Evidncias 40. O art. 4 da Lei Complementar n 769/2008 estabeleceu a principal atribuio

do IPREV/DF, qual seja, a de captar e capitalizar os recursos necessrios garantia do

pagamento dos benefcios atuais e futuros dos segurados e dependentes do RPPS/DF. Para isso, o 1 do mesmo artigo impe que cabem ao Instituto as funes de

gerenciamento e operacionalizao do sistema prprio de previdncia distrital, o que

inclui a arrecadao e a gesto dos recursos financeiros, bem como a concesso, o

pagamento e a manuteno dos benefcios previdencirios.

Art. 4 O IPREV/DF tem como atribuio principal captar e capitalizar os recursos necessrios garantia de pagamento dos benefcios previdencirios atuais e futuros dos segurados e dependentes de que trata esta Lei Complementar, por meio de uma gesto participativa, transparente, eficiente e eficaz, dotada de credibilidade e excelncia no atendimento.

1 Para os fins previstos no caput, incumbem ao IPREV/DF o gerenciamento e a operacionalizao do RPPS/DF, incluindo a arrecadao e a gesto de recursos financeiros e previdencirios, a concesso, o pagamento e a manuteno dos benefcios previdencirios, ora reorganizados e unificados por esta Lei Complementar, devidos aos segurados e seus dependentes.

41. O IPREV/DF tem promovido a arrecadao e a gesto dos recursos

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financeiros, obtendo principalmente as contribuies previdencirias e realizando a

aplicao dos recursos captados no mercado financeiro e de capitais14, em atendimento ao disposto no art. 54, incisos I a III, e art. 56 da Lei Complementar n 769/200815. Em

2015, as contribuies previdencirias patronal e dos segurados totalizaram R$ 1,8

bilho e R$ 1,6 bilho, respectivamente, ou 85,4% do total16 captado pelo Instituto.

42. No entanto, quanto s atribuies de concesso, pagamento e manuteno

dos benefcios previdencirios, o IPREV/DF no tem cumprido plenamente com tais

obrigaes legais. Conforme evidenciado17, o Instituto operacionaliza apenas o pagamento das folhas de aposentadoria e penso por morte dos beneficirios, no

realizando as atividades de concesso e manuteno desses benefcios.

43. No caso do Fundo Financeiro, as atividades de concesso18 e manuteno19

dos benefcios so realizadas inteiramente no mbito das unidades setoriais de recursos

humanos, sem qualquer gerenciamento ou participao do IPREV/DF20. No caso do

Fundo Previdencirio, embora seja permitida alguma atualizao ou correo nos proventos de aposentadorias e penses por parte do IPREV/DF, a concesso dos

benefcios tambm realizada no mbito das unidades setoriais de recursos humanos

do GDF e do Poder Legislativo.

44. Mesmo a atividade de pagamento no realizada inteiramente pelo

14 Conforme consulta ao SIGGo realizada em 02/02/2016. 15 Art. 54. O RPPS/DF de que trata esta Lei Complementar ser custeado mediante os seguintes recursos:

I contribuio previdenciria do ente pblico Distrito Federal; II contribuio previdenciria dos segurados ativos; III contribuio previdenciria dos segurados aposentados e dos pensionistas; (...).

Art. 56. Os recursos previdencirios vinculados ao RPPS/DF sero aplicados nas condies de mercado, com observncia de regras de segurana, solvncia, liquidez, rentabilidade, proteo e prudncia financeira, conforme diretrizes previstas em norma especfica do Conselho Monetrio Nacional. 16 Conforme consulta ao SIGGo realizada em 02/02/2016. Os outros 14,6% do total no ano referem-se s receitas de investimentos e de compensao previdenciria entre o RPPS/DF e o RGPS, previstas no art. 54, incisos V e X, da Lei Complementar n 769/2008. Em 2015, foram arrecadados R$ 395,5 milhes e R$ 180,8 milhes, respectivamente. 17 Ofcio n 149/2016 PRESI/IPREV, de 23/05/2016 (e-Doc 44A4A007-c) e questionrio (DA I-1, e-DOC 96AA29F6-c). 18 Trata do fluxo de entrada de novos benefcios no sistema, conforme disponvel em www.previdencia.gov.br. Acesso em 28/06/2016. 19 Abrange os benefcios ativos constantes no cadastro, bem assim a atualizao e a reviso dos proventos. Disponvel em www.previdencia.gov.br. Acesso em 28/06/16 20 Excetuado o exame pelo TCDF, para fins de registro, dos atos de concesso de aposentadorias, reformas e penses. Segundo a jurisprudncia consolidada no mbito do Supremo Tribunal Federal STF, os atos concessivos de aposentadorias, reformas e penses so considerados atos complexos, que somente se aperfeioam com o registro pelos Tribunais de Contas.

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IPREV/DF, visto que a Autarquia no elabora as folhas de pagamento dos segurados e

dependentes dos dois fundos.21 A atividade de pagamento, portanto, resume-se a procedimentos contbeis de empenho, liquidao e pagamento das folhas de benefcios,

elaboradas pelos rgos e entidades dos Poderes Executivo e Legislativo distritais.

45. Desse modo, o IPREV/DF no realiza a gesto plena do RPPS/DF,

contrariando o disposto no 1 do art. 4 da Lei Complementar n 769/2008. A concesso

e a manuteno dos benefcios esto sendo realizadas pelas setoriais de recursos

humanos sem gerenciamento do Instituto, o qual efetiva apenas a execuo oramentria e financeira de aposentadorias e penses por morte no mbito do

RPPS/DF.

46. Acrescenta-se que, por no gerenciar a concesso e a manuteno das

aposentadorias e penses dos segurados, o IPREV/DF, alm de descumprir a Lei

Complementar n 769/2008, no est desempenhando o seu papel institucional de

unidade gestora nica do RPPS/DF. De fato, conforme previsto no 2 do art. 10 da Portaria MPS22 n 402/0823, editada com base na Lei Federal n 9.717/199824, a unidade

gestora nica precisa gerenciar, direta ou indiretamente25, a concesso, o pagamento e

21 Conforme Ofcio n 149/2016 PRESI/IPREV, de 23/05/16 (e-Doc 44A4A007-c). 22 Aplicvel ao IPREV/DF por fora do disposto no art. 9 da Lei n 9717/1998, transcrito a seguir:

Art. 9 Compete Unio, por intermdio do Ministrio da Previdncia e Assistncia Social:

I - a orientao, superviso e o acompanhamento dos regimes prprios de previdncia social dos servidores pblicos e dos militares da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, e dos fundos a que se refere o art. 6, para o fiel cumprimento dos dispositivos desta Lei;

II - o estabelecimento e a publicao dos parmetros e das diretrizes gerais previstos nesta Lei.

III - a apurao de infraes, por servidor credenciado, e a aplicao de penalidades, por rgo prprio, nos casos previstos no art. 8o desta Lei.

Pargrafo nico. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios prestaro ao Ministrio da Previdncia e Assistncia Social, quando solicitados, informaes sobre regime prprio de previdncia social e fundo previdencirio previsto no art. 6o desta Lei. 23 Disciplina os parmetros e as diretrizes gerais para organizao e funcionamento dos regimes prprios de previdncia social dos servidores pblicos ocupantes de cargos efetivos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, em cumprimento das Leis n 9.717, de 1998 e n 10.887, de 2004. 24 Dispe sobre regras gerais para a organizao e o funcionamento dos regimes prprios de previdncia social dos servidores pblicos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal e d outras providncias. 25 Ressalta-se que, conforme Ofcio n 1823/2016/DRPSP/SPPS/MF (e-DOC ABBF1E19-c), de 13/12/2016, a Secretaria de Previdncia do Ministrio da Fazenda entende que no a execuo de todos os procedimentos diretamente pela unidade gestora necessria (sic) define sua unicidade, mas o gerenciamento sobre os procedimentos de concesso, pagamento e manuteno dos benefcios de aposentadoria e penso por morte, mesmo que parte das atividades sejam realizadas por rgos descentralizados.

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a manuteno dos benefcios de aposentadoria e penso de todos os poderes, rgos e

entidades do ente federativo26:

Art. 10. vedada a existncia de mais de um RPPS para os servidores titulares de cargos efetivos e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente federativo. (...)

2 A unidade gestora nica dever gerenciar, direta ou indiretamente, a concesso, o pagamento e a manuteno, no mnimo, dos benefcios de aposentadoria e penso concedidos a partir da publicao da Emenda Constitucional n 41, de 2003, de todos os poderes, rgos e entidades do ente federativo. (...).

47. Portanto, o IPREV/DF no realiza a gesto plena do RPPS/DF, conforme

determina a Lei Complementar n 769/2008, nem funciona como unidade gestora nica, conforme exige a Portaria MPS n 402/2008, notadamente por no estar gerenciando a

concesso e a manuteno dos benefcios previdencirios, especialmente as

aposentadorias e penses por morte dos segurados.

48. Essa situao remanesce do perodo de transio previsto no art. 4 do

Decreto n 29.281/200827, que tratou da implantao do IPREV/DF. Naquela

oportunidade, a fim de que no houvesse soluo de continuidade na gesto do sistema previdencirio do DF, ficou definido que as unidades setoriais de recursos humanos

continuariam realizando as suas aes at a concluso da transio dos procedimentos.

49. Ato contnuo, o TCDF proferiu a Deciso Administrativa n 06/201028, na qual

firmou-se o entendimento de que: i) quanto aos benefcios previdencirios referentes aos

servidores e agentes polticos com ingresso no servio pblico a partir de 1/1/2007, isto , aqueles vinculados ao Fundo Previdencirio, cabem ao Instituto as atividades de

concesso, manuteno e pagamento; ii) quanto aos benefcios de servidores e agentes

polticos com ingresso no servio pblico at 31/12/2006, isto , vinculados ao Fundo Financeiro, cabe ao Instituto apenas o pagamento. Ademais, continuaria sendo de

responsabilidade de cada rgo a gesto da vida funcional e a elaborao da folha de

pagamento dos respectivos inativos e pensionistas, incumbindo ao Iprev o empenho,

liquidao e pagamento da referida folha, durante a fase de transio.

50. poca, o Tribunal levou em considerao a estrutura incipiente do Instituto.

26 Igual disciplina est presente no art. 16 da Orientao Normativa SPS/MPS n 02/09. 27 Art. 4. A fim de que no haja soluo de continuidade na execuo dos procedimentos relativos aos assuntos pertinentes ao sistema previdencirio do Distrito Federal, os rgos setoriais de RH-Recursos Humanos do Distrito Federal daro seguimento s aes atualmente realizadas, devendo os documentos serem assinados em conjunto com o IPREV/DF, at a concluso da transio dos procedimentos. 28 Processo n 39373/2008, que alberga os Estudos sobre o exato alcance das regras insertas na Lei Complementar n 769/2008.

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Todavia, como o IPREV/DF j est em funcionamento desde 2008, tendo completado 8

(oito) anos de existncia, essa fase de transio j deveria ter cessado, no sendo razovel que a deliberao da Corte sirva de amparo jurisdicionada para justificar o

no cumprimento de suas atribuies institucionais29 aps esse longo perodo.

51. Segundo a Autarquia30, at o presente momento, no foi possvel exercer de forma efetiva suas funes de gestor nico do RPPS/DF por causa da sua estrutura de

pessoal e fsica e haja vista no existir no mbito do IPREV/DF carreira prpria31.

52. De fato, quanto estrutura de pessoal, a Autarquia deveria suprir a sua carncia inicialmente com servidores do Quadro de Pessoal do DF, no necessariamente

comissionados, que deveriam ser posteriormente substitudos por servidores

pertencentes ao quadro permanente, nos termos do art. 109 e da Lei Complementar

n 769/2008, que dispe:

Art. 109. As atribuies dos Diretores e demais Cargos de Natureza Especial e Cargos em Comisso sero estabelecidas em decreto regulamentador.

1 O quadro de pessoal inicial do IPREV/DF ser formado por servidores pblicos do Quadro de Pessoal do Distrito Federal, mediante requisio de seu Diretor-Presidente ao Governador do Distrito Federal.

2 A cesso de servidores de que trata o 1 se dar com nus para a origem, ficando assegurados todos os direitos e vantagens do servidor, inclusive o sistema remuneratrio de origem, at que se proceda a sua substituio quando da implantao do Quadro Permanente de Pessoal do IPREV/DF.

3 A constituio do Quadro Permanente de Pessoal do IPREV/DF ser objeto de lei especfica e o IPREV/DF apresentar, em prazo no superior a 360 (trezentos e sessenta) dias, a contar da publicao desta Lei, proposta para a realizao de concurso pblico.

53. Apesar disso, verificou-se32 que o IPREV/DF conta com apenas 32 (trinta e dois) servidores, todos comissionados, sendo a maioria sem vnculo efetivo com a

Administrao Pblica, inexistindo quadro prprio de pessoal efetivo33.

54. Conforme os questionrios34 aplicados pelos Tribunais de Contas aos

gestores dos RPPS de 22 (vinte e dois) Estados e do Distrito Federal35, no mbito da

presente Auditoria Coordenada, foi verificado que 19 (dezenove) RPPS trabalham com

29 Conforme Ofcio n 149/2016 PRESI/IPREV, de 23/05/16 (e-Doc 44A4A007-c). 30 De acordo com o Ofcio n 149/2016 PRESI/IPREV, de 23/05/16 (e-Doc 44A4A007-c). 31 Conforme Ofcio n 174/2016 PRESI/IPREV, de 27/06/16 (e-Doc CBC3F7C1). 32 Em maio de 2016. 33 Conforme Ofcio n 149/2016 PRESI/IPREV, de 23/05/16 (e-Doc 44A4A007-c). 34 DA II-21, documento associado ao Processo n 2510/2016-e. Vide abas Question 11 e Question 12. 35 No participaram da pesquisa os Estados de Gois, Paran, Santa Catarina e Sergipe.

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mais de 50 (cinquenta) servidores somente na atividade fim, sendo que 14 (catorze)

desses possuem mais de 100 (cem) servidores na rea finalstica. Tambm, observou-se que 17 (dezessete) Estados possuem quadro prprio de pessoal em seus RPPS, ao

passo que em apenas 2 (dois), um deles o prprio RPPS/DF, os servidores so todos

comissionados sem vnculo efetivo com o seu rgo gestor. Esse levantamento indica

que o DF est distante da realidade dos demais Estados da Federao.

55. Essa fragilidade institucional motivou o TCDF a reconhecer, no mbito do

Processo n 26692/201436, que o IPREV/DF est exposto a elevado risco de descontinuidade tcnico-administrativa da gesto, tendo sido exarada a Deciso n

6057/201537, determinando ao titular do Poder Executivo Local e Autarquia que

adotassem providncias visando criao da carreira previdenciria e realizao de

concurso pblico para supri-la.

56. Em resposta38, o Instituto informou que as providncias foram exauridas no

mbito do IPREV/DF, mas que a Secretaria de Planejamento, Oramento e Gesto SEPLAG no tem dado prosseguimento ao processo de criao da carreira

previdenciria devido a esta Unidade da Federao ter atingido o limite prudencial da Lei

de Responsabilidade Fiscal LRF39. Ocorre que, no perodo de 2008 a 2014, mesmo

quando no havia tal limitao, a inexistncia de quadro prprio no foi regularizada.

57. Mais que afastar o risco de descontinuidade tcnico-administrativa da gesto, a constituio de quadro permanente de pessoal do IPREV/DF visa a suprir a carncia

da sua fora de trabalho, seja no aspecto quantitativo, seja no qualitativo. Sem um

quadro profissionalizado, o Instituto fica limitado no pleno exerccio de suas atribuies

legais, tendo em vista a carga e a complexidade do tema40 previdencirio.

36 Que trata da Auditoria Operacional realizada para avaliar o sistema previdencirio distrital e a atuao do IPREV/DF. 37 O Tribunal, por unanimidade, de acordo com o voto do Relator, decidiu: (...) II determinar ao Exmo. Sr. Governador e ao Instituto de Previdncia dos Servidores do Distrito Federal IPREV/DF que, no prazo de 90 (noventa) dias, adotem providncias para estruturao do Instituto, encaminhando documentao comprobatria a esta Corte tendentes a: a) constituir quadro prprio de servidores, em cumprimento disposio contida no art. 109, 3, da Lei Complementar n. 769/2008; (...). 38 Conforme Ofcio n 21/2016 PRESI/IPREV, e-DOC B0C83F14-c. 39 Conforme consta no Processo n 30414/2015, mediante a Deciso n 5779/2015, o GDF foi alertado da extrapolao do limite mximo de gastos com pessoal no 2 quadrimestre de 2015, bem como das vedaes previstas no art. 22 da LRF. Entre as vedaes desse dispositivo, encontra-se a proibio temporria de criar cargo, emprego ou funo no mbito do Poder Executivo. 40 Para se ter uma ideia, no presente, a Autarquia almeja contar com mais de 100 (cem) servidores efetivos para desempenhar as suas atribuies, em acrscimo estrutura de cargos e funes comissionadas,

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58. Nesse ponto, cumpre citar que, no perodo de execuo desta Auditoria, a

Autarquia teve 3 (trs) Diretores-Presidentes diferentes41, o que tambm tende a causar descontinuidade na gesto do Instituto.

59. Quanto estrutura fsica do IPREV/DF, observou-se que o espao hoje

ocupado pelo Instituto no comportaria o nmero de servidores que almeja contratar42.

Ademais, o suporte de Tecnologia da Informao TI da Autarquia deixa a desejar,

conforme registrado no Relatrio de Inspeo n 7.0102/2016 NFTI, constante do

Processo-TCDF n 3037/2016, em que se observou que a estrutura do parque computacional do Instituto precria em relao s demais unidades do GDF. A equipe

de TI da Autarquia, formada por apenas dois servidores, predominantemente executa

tarefas relacionadas gesto da rede de computadores e manuteno do parque, ou

seja, no enfatiza a manuteno e o desenvolvimento de sistemas.

60. A causa subjacente a essas questes a insuficincia de recursos

oramentrios e financeiros disponibilizados ao IPREV/DF para a consecuo das suas atribuies legais, conforme observado no Processo n 26692/2014, em que esta Corte,

por meio da Deciso n 6057/2015, resolveu:

(...) II determinar ao Exmo. Sr. Governador e ao Instituto de Previdncia dos Servidores do Distrito Federal IPREV/DF que, no prazo de 90 (noventa) dias, adotem providncias para estruturao do Instituto, encaminhando documentao comprobatria a esta Corte tendentes a: (...) b) dotar a Autarquia de recursos oramentrios e financeiros compatveis com a autonomia e as atribuies que lhe so conferidas pela Lei Complementar n. 769/2008, de modo a viabilizar a plena gesto do RPPS/DF; (...).

61. Embora no tenha sido apontada como causa para a estrutura deficitria do

IPREV/DF a inexistncia da Taxa de Administrao, facultada pelo inciso VIII do art. 6

da Lei n 9.717/199843, mas sim o dimensionamento indevido das dotaes

oramentrias, em razo das limitaes impostas pela SEPLAG/DF, a Diretoria

que entende deveria ser de ao menos 50 (cinquenta) servidores. Hoje so apenas 32 (trinta e dois) servidores, todos comissionados, sendo a maioria sem vnculo efetivo com a Administrao Pblica (Ofcio n 174/2016 PRESI/IPREV, de 27/06/2016, e-DOC CBC3F7C1; Ofcio n 240/2014 PRESI/IPREV, de 16/12/2014, e-DOC 818DD8F5-c; e Ofcio n 149/2016 PRESI/IPREV, de 23/05/2016, e-DOC 44A4A007-c). 41 Vide 19 deste Relatrio de Auditoria. 42 Conforme observao fsica. 43 Art. 6 Fica facultada Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, a constituio de fundos integrados de bens, direitos e ativos, com finalidade previdenciria, desde que observados os critrios de que trata o artigo 1 e, adicionalmente, os seguintes preceitos: (...) VIII - estabelecimento de limites para a taxa de administrao, conforme parmetros gerais;

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Executiva do Instituto procurou atender determinao do Tribunal iniciando tratativas

de instituio da referida Taxa, tendo sido elaborada proposta de alterao da Lei Complementar n 769/2008 nesse sentido.

62. O Chefe do Poder Executivo apresentou projeto de lei objetivando a criao

da Taxa de Administrao. Trata-se do Projeto de Lei Complementar PLC n 19/2015,

que, mesmo destinado a instituir o regime de previdncia complementar no DF, contm

dispositivo que autoriza a utilizao de at 1% do valor total das remuneraes,

proventos e penses dos segurados do RPPS/DF, relativo ao exerccio financeiro anterior, para a cobertura de despesas administrativas do IPREV/DF44.

63. Ressalta-se que a instituio (ou no) da taxa de administrao como soluo

para dotar a Autarquia de recursos oramentrios e financeiros compatveis com a

autonomia e as atribuies que lhe so conferidas pela Lei Complementar n 769/2008,

de modo a viabilizar a plena gesto do RPPS/DF, constitui-se matria que deve ser

definida pelo Poder Executivo do Distrito Federal, haja vista a existncia de previso legislativa, conforme acima indicado, sem embargo de esta Corte monitorar a sua

implementao enquanto rgo de Controle Externo.

64. A ttulo informativo, conforme os questionrios45 aplicados pelos Tribunais de

Contas aos gestores dos RPPS de 22 (vinte e dois) Estados e do Distrito Federal46, no

mbito da presente Auditoria Coordenada, 11 (onze) RPPS responderam que possuem a Taxa de Administrao instituda, cujos percentuais efetivamente praticados variam de

0,5% a 2% da folha de salrios.

65. De qualquer modo, no sendo instituda ou at que venha a ser implementada

a Taxa de Administrao, dever o Poder Executivo do Distrito Federal adotar as

necessrias providncias para ajustar o oramento do Instituto de Previdncia local s

suas necessidades operacionais, a fim de dar efetivo cumprimento s disposies da Lei

Complementar n 769/2008.

66. Por fim, registra-se que est em discusso entre o IPREV/DF, SEPLAG/DF e as unidades setoriais de recursos humanos um projeto de implantao da assuno de

44 O PLC n 19/2015 encontra-se em tramitao na Cmara Legislativa do DF CLDF, conforme consulta realizada em seu sitio eletrnico em 17/10/2016. 45 DA II-21, documento associado ao Processo n 2510/2016-e. Vide aba Question 27. 46 No participaram da pesquisa os Estados de Gois, Paran, Santa Catarina e Sergipe (DA II-21, documento associado ao Processo n 2510/2016-e).

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concesso de benefcios previdencirios pelo rgo Gestor nico do RPPS do DF,

prevendo a transferncia gradativa da responsabilidade pela concesso, cadastro e manuteno das aposentadorias e penses ao Instituto47.

67. O projeto identifica como primeira etapa a concesso, cadastro e manuteno

das aposentadorias e penses do Fundo Previdencirio, que envolve um contingente

pequeno de beneficirios, de cerca de 135 (cento e trinta e cinco) pessoas48. At porque,

diante da carncia de pessoal e das questes estruturais ainda por solucionar, exige-se

maior cautela para assumir essas funes quanto ao Fundo Financeiro, que possui cerca de 41.000 (quarenta e um mil) aposentados e mais de 9.000 (nove mil) pensionistas49.

68. Nesse sentido, em 12/9/2016, foi protocolado neste Tribunal o Ofcio n

256/2016-PRESI/IPREV50, de 5/9/2016, informando que, em face do contido na Deciso

Administrativa n 06/2010, proferida por este Tribunal, desde 1/09/2016 o IPREV/DF

est responsvel pela concesso dos benefcios previdencirios de aposentadoria e

penso por morte dos servidores e agentes pblicos vinculados ao Fundo Previdencirio que ingressaram no servio pblico a partir de 1/1/2007.

69. Adicionalmente, em 3/11/2016, foi publicado no DODF o Decreto n 37.746,

que constitui Grupo de Trabalho para viabilizar a assuno pelo IPREV/DF, inclusive

quanto ao seu Fundo Financeiro, dos atos de concesso, cadastro e manuteno de

aposentadorias e penses, alm da proposio de uniformizao de procedimentos de concesso de benefcios.

70. No entanto, at o fim de 2016, no houve a publicao de atos normativos

para a efetivao e formalizao da medida, disciplinando a forma de gerenciamento

desses benefcios pelo Instituto, relativamente aos segurados e dependentes, ta