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8 JOSÉ ANTÓNIO VAZ FERNANDES GESTAO ESTRATEGICA DOS RECUROS (HUMANOS, FINANCEIROS E MATERIAIS) NA ESCOLA SECUNDARIA DE PALMAREJO GESTÃO E PLANEAMENTO DA EDUCAÇÃO- DIRECÇÃO ESCOLAR INSTITUTO SUPERIOR DA EDUCAÇÃO, JUNHO 2006

GESTAO ESTRATEGICA DOS RECUROS (HUMANOS, FINANCEIROS E ...‰... · Gestão pedagógica didáctica ... Na gestão de rotina o planeado é de ... entre professores alunos e alunos

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JOSÉ ANTÓNIO VAZ FERNANDES

GESTAO ESTRATEGICA DOS RECUROS (HUMANOS, FINANCEIROS E

MATERIAIS) NA ESCOLA SECUNDARIA DE PALMAREJO

GESTÃO E PLANEAMENTO DA EDUCAÇÃO- DIRECÇÃO ESCOLAR

INSTITUTO SUPERIOR DA EDUCAÇÃO, JUNHO 2006

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JOSÉ ANTÓNIO VAZ FERNANDES

TEMA: GESTAO ESTRATEGICA DOS RECURSOS (HUMANOS,

FINANCEIROS E MATERIAS) NA ESCOLA SECUNDARIA DE PALMAREJO

TRABALHO CIENTÍFICO APRESENTADO AO I.S.E. PARA A

OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIATURA EM GESTO PLANEAMENTO DA

EDUCAÇAO SOB A ORIENTAÇÃO DO DR. CLAUDIO FERNANDES.

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O JÚRI:

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Praia,______ de _________ de 2006

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Agradecimentos:

Entendo deixar expresso o meu agradecimento a todas as pessoas que comigo

colaboram na elaboração do meu trabalho de monografia, a começar pelos professores do

curso de Gestão e planeamento.

De entre todos, destaco a Dr. Cláudio Fernandes, a quem agradeço Ter aceite orientar

este trabalho, a grande disponibilidade e o apoio na definição do plano de trabalho e das

linhas gerais a seguir, como as sugestões e observações críticas ao trabalho desenvolvido,

contribuindo desse modo para o desenvolvimento e finalização do mesmo.

De entre outros apoios recebidos realço os contributos e incentivos dado pelo

professor José Manuel Mendes e pelos colegas do curso: António Rocha, Adilson Vieira e

Nilton Paiva.

É de toda a justiça destacar também com muito amor e muito carinho, a minha esposa

Virgínia M.ª Machado Fernandes, o apoio e achegas que deu e que também contribuíram

para melhorar o trabalho final, e ainda pelo apoio psicológico e afectivos para a realização

deste trabalho. Esse amor e carinho são extensivos a minha querida filha Silvinha, ao meu

filho Zezinho.

A todos, que de uma forma ou de outra contribuíram para a elaboração deste trabalho,

incluindo os colegas do curso de Gestão e planeamento, apresento o meu profundo

agradecimento.

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Índice Geral Parte Introdutória Pag. 1. Introdução-------------------------------------------------------------------------------------------8 1.2. Problematização ---------------------------------------------------------------------------------10 1.3. Justificação ---------------------------------------------------------------------------------------11 1.4. Metodologia --------------------------------------------------------------------------------------11 1.5. Contextualização --------------------------------------------------------------------------------12

Capitulo I 2. Fundamentação teórica -------------------------------------------------------------------------162.1. Modelo de Gestão Estratégica -----------------------------------------------------------------17 2.1.1.Concceito e origem de Gestão estratégica--------------------------------------------------17 2.1.2. Gestão Estratégica-----------------------------------------------------------------------------19 2.3. Relação da Gestão estratégica com outros factores-----------------------------------------21 2.4.. Os pressupostos da Gestão Estratégica ------------------------------------------------------23 3. Gestão estratégia aplicada às escolas -----------------------------------------------------------25 4. Gestão estratégica e projecto educativo --------------------------------------------------------29 5. Relação projecto educativo e plano anual de actividades------------------------------------30 6. Gestão pedagógica didáctica ---------------------------------------------------------------------31 7. Gestão estratégica dos recursos humanos ------------------------------------------------------33 8. Gestão administrativa e financeira --------------------------------------------------------------36 9. Gestão dos recursos materiais--------------------------------------------------------------------37 10. Gestão integrada dos recursos ------------------------------------------------------------------39 11. Modelo de gestão por excelências das instituições educativas ----------------------------43 11.1. Gestão pela qualidade -------------------------------------------------------------------------43 11.2. Modelo de Gestão pela excelência ----------------------------------------------------------44 11.3. Gestão participativa----------------------------------------------------------------------------46 12. O modelo de gestão por excelência aplicado ao serviço educativo -----------------------47

Capitulo II 1. O ambiente organizacional e o estilo de liderança nas escolas------------------------------52 1.1. Órgãos de gestão, direcção e execução-------------------------------------------------------52 1.1.1. Tipologias e características ------------------------------------------------------------------52 1.2. Noções de Administração ----------------------------------------------------------------------52 1.2.1. Objectivos gerais da administração---------------------------------------------------------53 1.3. Administração educativa -----------------------------------------------------------------------54 1.3.1. Conceito de Administração educativa------------------------------------------------------54 1.4. Análise global da organização -----------------------------------------------------------------55 1.5. Os estilos de liderança --------------------------------------------------------------------------56 1.6. Gestão dos conflitos-----------------------------------------------------------------------------59 Capitulo III

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2. Organização, Administração e Gestão dos estabelecimentos públicos do ensino Secundário ---------------------------------------------------------------------------------------------62 2.1. Organigrama da escola--------------------------------------------------------------------------65 2.2. Regime de propinas e emolumentos a que estão sujeitos os alunos do ensino secundário público--------------------------------------------------------------------------------------------------65 2.3. Orçamento Privativo da escola Secundária de Palmarejo ---------------------------------66 2.3.1. Conceito de orçamento -----------------------------------------------------------------------66 2.4. Orçamento privativo da escola secundária de Palmarejo para o ano 2006--------------68 2.5. Regime de prestação de contas pela utilização das receitas próprias das escolas secundárias públicas----------------------------------------------------------------------------------79 2.6. Caracterização da escola secundária de Palmarejo -----------------------------------------80 3. Análise dos questionários-------------------------------------------------------------------------85 3.2. Análise dos questionários aplicados aos funcionários administrativos ------------------90 3.3. Análise dos questionários aplicados as subdirectoras --------------------------------------93 Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------------------94 Recomendações --------------------------------------------------------------------------------------97 Bibliografia -------------------------------------------------------------------------------------------99 Anexo-------------------------------------------------------------------------------------------------101

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Índice de Gráficos

Pag. Gráfico: 1- Receitas orçadas ------------------------------------------------------------------------69 Gráfico: 2- Análise dos questionários aplicado aos professores -------------------------------85 Gráfico: 3- Modelo de gestão estratégica ---------------------------------------------------------87 Gráfico: 4- Modelo de gestão estratégica ---------------------------------------------------------88 Gráfico: 5- Modelo de sistema social --------------------------------------------------------------88 Gráfico: 6- Modelo Anárquico----------------------------------------------------------------------89 Gráfico: 7- Comparação entre os modelos --------------------------------------------------------89 Gráfico: 8- Questionários aplicados aos funcionários administrativos, Modelo de gestão participativo -------------------------------------------------------------------------------------------90 Gráfico: 9- Modelo de gestão estratégico ---------------------------------------------------------91 Gráfico: 10- Modelo de gestão pela qualidade ---------------------------------------------------91 Gráfico: 11- Modelo de sistema social ------------------------------------------------------------92 Gráfico: 12- Modelo anárquico ---------------------------------------------------------------------92 Gráfico: 13- Análise dos questionários aplicados aos subdirectores --------------------------93

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1- Introdução

As exigências do mundo actual e do processo de desenvolvimento, reclamam por um

sistema educativo que promova uma gestão estratégica dos recursos, nas instituições

educativas capaz de promover um processo de ensino – aprendizagem de qualidade e capaz

gerar competências, familiarizado com as novas tecnologias e avanço das ciências, e cada

vez mais sintonizado com as necessidades de Cabo-verde.

A escola é uma instituição que gere os seus recursos (humanos, financeiros, materiais e

tecnológicos), tem o seu orçamento e o seu plano de actividades e assume a responsabilidade

de implementar projectos educativos ligados à mesma, levando em consideração o processo

de descentralização e democratização.

Para que a escola consiga implementar os seus projectos terá de estabelecer uma boa

relação com o seu meio envolvente, uma vez que gestão escolar não deve estar centrada na

própria escola, mas sim uma gestão aberta que consiste nas relações efectivas e intensas com

o meio envolvente, com as actividades oficiais e privadas além das normais relações com os

órgãos da estrutura educativa do estado de que depende. Ela só constitui um sistema aberto,

quando é capaz de variar o grau e a natureza das trocas regulares com o meio que a envolve.

A gestão estratégia dos recursos é importante, para a vida de qualquer organização e o

seu impacto no processo do desenvolvimento do país torna-se um campo de actuação e de

pesquisa fundamental para o sucesso de qualquer organização.

Uma das principais características da sociedade actual é a intensidade das mudanças.

Estas são frequentes, dinâmicas, inesperadas e muitas vezes profundas desafiando as

organizações sociais. Factores económicos, sociais, políticos, tecnológicos e culturais têm

afectado o desempenho das organizações.

A Escola Secundaria de Palmarejo, a exemplo de outras organizações sociais, está

inserida neste contexto de mudanças, muitas delas inesperadas ou imprevisíveis, desafiando

os seus gestores. Para enfrentar os problemas advindos desse contexto dinâmico e

competitivo os gestores das Escolas Secundarias terão de usar de forma crescente a gestão

estratégica dos recursos. O governo, por sua vez, tem também de exigir das instituições

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públicas e privadas a formulação de plano de desenvolvimento institucional como condição

essencial para seu funcionamento.

O planeamento estratégico constitui-se como uma função gerencial relevante em que a

escola se projecta para o futuro, elaborando uma programação na qual objectivos são

definidos, estratégias são estabelecidas e recursos são alocados visando sua implementação.

Na prática este processo se reveste de grande complexidade ocorrendo uma distância entre a

programação estratégica e sua implementação nas instituições.

A rápida expansão dos efectivos escolares, ligada a recursos inadequados para fazer

face à crescente procura dos serviços educativos fez da administração e gestão escolar um

empreendimento muito mais complexo do que era há algumas décadas. Para garantir uma

administração e gestão eficazes e eficientes, o director da escola deve não só ser dinâmico e

inovador com recursos, mas também ser capaz de se relacionar bem com as pessoas tanto

dentro como fora da escola: com funcionários, alunos, pais membros das comissões

existentes na escola e muitos outros membros da comunidade, enfim todos quantos

necessitam de ser envolvidos de uma ou outra forma no processo de planificação e na

tomada de decisões.

Por outras palavras para ter sucesso na gestão escolar, é importante criar um ambiente

para uma “democracia participativa” na gestão da escola. Um dos ingredientes para uma

gestão eficaz de uma escola, são as boas relações públicas. Com efeito, a gestão de uma

escola requer relações e comunicação com a comunidade, uma vez que a escola é uma

comunidade dentro de uma comunidade maior (a vila e o concelho) e da sociedade em geral

(o estado, a nação). E não uma gestão de rotina em que a grande parte das decisões são

baseadas em pressupostos e intuição. Na gestão de rotina o planeado é de curto prazo,

baseado no ciclo orçamental. Os produtos ou serviços são definidos de forma sequencial por

departamentos isolados.

Gestão Estratégia – estabelece uma relação entre o planeado e as actividades

operacionais. As decisões são baseadas em factos, a partir dos dados concretos e

procedimentos científicos. Exige envolvimento de todos os intervenientes no processo de

gestão. É planeado no médio ou longo prazo com o objectivo em melhorar o desempenho da

missão das instituições.

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1.2-Problematização de trabalho

Um dos males que as nossas escolas secundárias em Cabo Verde padecem é a falta de

estabelecimento de relação entre o planeado e as actividades operacionais. As decisões não

são tomadas, normalmente, baseadas em factos, a partir dos dados concretos e procedimentos

científicos, assim como manda a boa regra da gestão estratégica. A Direcção da escola não

envolve a comunidade educativa (professores, alunos, pais e encarregados de educação) nas

planificações das actividades, na elaboração do Orçamento da escola ou na elaboração do

projecto educativo e nem tão pouco nas tomadas de decisões. A Escola Secundaria de

Palmarejo também, não foge a regra desta forma de gerir recursos.

A comunidade educativa queixa-se, que não há um ambiente para uma

“democracia participativa” na gestão da escola e que os recursos da escola não são

geridos de melhor forma. Há conflitos entre os professores e a Direcção da Escola,

entre professores alunos e alunos Direcção o que muitas vezes reflecte no insucesso

escolar.

Ao abordar o tema proposto, não obstante alguns conhecimentos já adquiridos,

colocamos algumas questões de partida:

- Será que a escola elabora estratégia para gerir os seus recursos?

- Qual é a estratégia que a Escola Secundaria de Palmerejo utiliza para gerir os seus

recursos?

Constitui objectivo deste trabalho verificar se a Escola Secundaria de Palmarejo elabora

estratégia para gerir os seus recursos (humanos, financeiros, materiais e tecnológicos)

existentes, através dos questionários aplicados aos professores e subdirectores da equipa da

direcção da escola., com o propósito de identificar os diferentes modelos de gestão existente.

Também constitui objectivos específicos deste trabalho os seguintes:

- Identificar os tipos de gestão estratégica utilizados na escola.

- Compreender a importância da gestão estratégica dos recursos na escola.

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- Verificar se a escola estabelece relação entre o plano estratégico e as actividades

operacionais.

Como Hipótese temos: Será que a Escola Secundária do Palmarejo utiliza estratégias

para gerir os seus recursos.

1.3- Justificação

Prende-se em primeiro lugar com o desejo de conhecer e aprofundar a questão

relacionada com os grandes desperdícios dos recursos escassos das escolas por falta de visão

estratégica das escolas e em particular a Escola Secundaria de Palmarejo.

A gestão estratégica dos recursos é fundamental para a vida de qualquer organização

quer ela seja pública ou privada. O seu impacto no processo do desenvolvimento do país

torna-se um campo de actuação e de pesquisas indispensável para o sucesso das

organizações.

A importância deste trabalho vai no sentido de nos permitir conhecer as inúmeras

dificuldades e constrangimentos estruturais, existente na gestão das escolas secundárias com

efeito negativo para o processo de ensino-aprendizagem de qualidade desejada em Cabo

Verde e sugerir sugestão para a melhoria da qualidade de gestão.

O tema escolhido é derivado da importância que a problemática da gestão estratégica

coloca hoje, face a educação e na perspectiva de contribuir com elementos essenciais para a

planificação da educação a médio e longo prazo, que permita o melhoramento do processo

de ensino – aprendizagem.

1.4- Metodologia

A metodologia utilizada segue os pressupostos estabelecidos para elaboração de

qualquer trabalho de investigação de caris científico e académico a desenvolver na âmbito

universitario. Atendendo o tema, pensa se que a postura metodológica que melhor se ajuste e

serve para este trabalho é a integração entre a pesquisa qualitativa e quantitativa.

Para a elaboração deste trabalho científico utilizamos as seguintes metodologia:

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- Recolha Bibliográfica, recolha de documentos, recolha de dados de campo

- Leitura de alguns documentos pesquisados nas bibliotecas, na NET e ainda dos

disponibilizado pelos alguns serviços educacionais do concelho como por exemplo

delegação do MEES, GEP e entre outros

- Questionários aplicados aos professores e subdirectores da escola secundaria de

Palmarejo.

1.5. Contextualização

A nova conjuntura internacional, no plano económico, social, educacional e cultural,

caracteriza-se por uma tendência à multilateralização e a globalização, bem como pela

existência de grandes blocos económicos regionais. Actualmente vive-se num tempo

histórico, que tem como característica fundamental a rapidez com que se sucedem as

mudanças. Estas atingem o social, o científico/tecnológico, o económico e as suas relações

mútuas, tornando assim, mais complexo o contexto no qual se desenvolvem tanto as pessoas,

como as organizações e instituições públicas e privadas.

O sistema educativo, na sua condição de subsistema social,1 não é uma excepção e vê-

se afectado com certa intensidade do fenómeno da nova conjuntura internacional. Todos os

conhecimentos se vêem afectados: o directamente vinculado a mundo do emprego, os

conhecimentos básicos, as formas de pensamento, as competências cognitivas de carácter

geral. Existe uma revalorização do conhecimento, do saber ser, do saber fazer e do saber

estar como instrumentos de progresso pessoal, económico e social, o que atinge também as

famílias, e origine, como efeito induzido, um aumento das suas expectativas com respeito a

educação.

Por esta razão, a sociedade cabo-verdiana apresenta-se hoje mais complexa e mais

exigente relativamente ao desempenho e à qualidade do sistema educativo. A equidade na

educação, e a sustentabilidade do sistema educativo, são também questões que a

globalização e os grandes progressos nas áreas científica e tecnológica não deixam de tornar

cada vez mais importantes e de necessária concretização.

1 Rosabal, Maritza – Subsídios para a criação de um Sistema Nacional de Avaliação das Aprendizagens

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A modernização do sistema educativo constitui, hoje, um marco de amplos consensos e

de uma percepção clara sobre o carácter estratégico na gestão dos recursos no sector da

educação para o desenvolvimento do país e para o reforço da cidadania e da integração

sócio-cultural.

As mudanças a serem introduzidas no sistema deverão ter em conta a situação macro-

económica do país e as perspectivas do seu crescimento e naturalmente, a procura de ganhos

sócio-económicos a nível interno e a nível internacional,2 onde a competitividade e a

qualidade dos recursos humanos, em termos de saber fazer tecnológico, constituem os

critérios de base de sucesso na chamada nova economia.

Por outro lado, a adversidade climática e a inexistência de riquezas naturais confirmam

a actualidade do pressuposto, por todos assumido, que o principal recurso é o homem.

Importa, pois, conferir qualidade aos recursos humanos, prepará-los para se adaptarem aos

rápidos avanços tecnológicos e à sociedade da informação.

Não obstante se ter edificado um sistema estruturado e que consagra o direito à

educação, gerou-se um sentimento generalizado e bem enraizado na opinião pública, da

urgência de se efectuar um esforço adicional para seu aperfeiçoamento.

A legitimidade de um sistema baseia-se na confiança que o próprio sistema engendra,

porquanto é capaz de responder às demandas e necessidades sociais e resolver os conflitos

que se produzem no seu interior. Não se atingindo esta confiança, importa avaliar,

reformular, modernizar e adaptar.

Na senda da modernização, as mudanças deverão conferir qualidade ao sistema

educativo. O conceito de qualidade engloba vectores de actuação do Governo, tais como a

relevância das aprendizagens para a vida actual e futura do(a)s educando(a)s e da

sociedade onde se inserem ; a eficácia ou capacidade do sistema em fazer com que a

totalidade do(a)s aluno(a)s frequentem um nível de escolaridade no tempo previsto para tal;

a equidade, que implica tratamento diferenciado para situações desiguais e, seguramente,

mais apoio para aquele(a)s que mais o necessitam; e a eficiência ou a capacidade do sistema,

em comparação com outros, atingir resultados superiores, com os mesmos ou menores

2 Programa do Governo da VII legislatura 2006-2011.

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recursos. A modernização pressupõe igualmente o aprimoramento das competências

científicas e tecnológicas.

Neste contexto, o Governo propõe-se desenvolver programas de melhoria da qualidade

e da equidade na educação, adoptando os seguintes princípios orientadores3:

(i) Da qualidade, deslocando-se o foco para o processo e resultados da

aprendizagem;

(ii) Da equidade, implicando uma grande sensibilidade institucional para

as diferenças locais e sociais no acesso à educação, dando uma atenção especial às

regiões e grupos sociais menos favorecidos;

(iii) Da pertinência social e económica traduzindo-se numa procura

constante de ganhos sociais e económicos para Cabo Verde e para os cabo-

verdianos;

(iv) Da comparticipação das famílias nos custos e na gestão e tomada de

decisões;

(v) Da descentralização responsável e progressiva da gestão do sistema

educativo de acordo com as potencialidades e capacidades das autarquias locais;

(vi) Da parceria social, através do apoio às iniciativas privadas a todos os

níveis do ensino, incluindo o superior.

A realização dos objectivos do sistema educativo e sua modernização implicam,

necessariamente, uma capacidade institucional sólida nas áreas de gestão, planeamento e

avaliação e, naturalmente, a capacidade técnica para a implementação de programas e

projectos de desenvolvimento do sistema.

Segundo o Programa do Governo da VII )2005-2011),O grande desafio que se coloca a

nível da gestão da educação para os próximos cinco anos, é o de melhorar a qualidade dos

serviços prestados. A qualidade que se almeja, pressupõe mudanças na forma e filosofia de 3 Programa do governo da VII do ano 2006-2011 pag 36.

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prestação de serviços e no relacionamento com o cidadão a nível dos serviços centrais e

delegações do MEES e ainda nas escolas e serviços especializados.

O modelo de gestão deve ser compartilhada através do diálogo permanente com as

direcções das escolas, organizações representativas dos professores e do pessoal da

educação, pais e encarregados de educação e estudantes.

Decorrida já uma década sobre a aprovação da Lei de Bases do Sistema Educativo

cabo-verdiano, que deu suporte jurídico à reforma do sistema educativo a nível dos Ensinos

Básico e Secundário, importa agora que o MEES tenha um Plano Estratégico para o Sector

da Educação, cujo objecto fundamental será o de definir, para os próximos anos (até 2015): o

papel ou Missão da educação; a Visão estratégica para o seu desenvolvimento; os Valores a

defenderem e a promover; os Objectivos a atingirem; as Metas a alcançarem.

Os grandes princípios orientadores da política educativa deverão ser sempre definidos

em função da MISSÃO que se pretende para a educação nesta primeira década do século

XXI, a saber: “promover a formação de recursos humanos qualificados que respondam às

demandas de desenvolvimento sustentável e harmonioso do país”.

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CAPITULO I

2. Fundamentação teórico

A gestão estratégica apresenta-se como um conceito bastante mais complexo. Ela é um

processo no qual uma organização analisa e assimila a informação do seu ambiente interno e

externo, estabelece direcções estratégicas, cria estratégias no sentido de mover a organização

naquela direcção e implementa essas estratégias, com o objectivo final de satisfazer os seus

stakeholders. Assim, é visto como o processo que cria e “apadrinha” a estratégia, sendo de

destacar três níveis de estratégia: estratégia corporativa (gestores de topo), estratégia de

negócio (gestores de negócios) e estratégia funcional (gestores de produto). Todas elas têm

como objectivo único executar o plano estratégico de uma organização.

A gestão estratégica numa organização procura tornar significativa uma diferença

quanto às organizações congéneres, instituindo-a como um problema sério e uma

oportunidade excitante.

Por outras palavras, num mundo caracterizado pela incerteza, pela evolução

tecnológica, pela pressão do just-in-time, pelo maior dinamismo da sociedade e das suas

associações, obriga as organizações a queimarem a sua gordura (isto é, a suprimirem as

estruturas intermédias que a avolumam), a procurarem alcançar a qualidade total pelo

serviço ao cliente e pelo empenhamento de toda a organização. Exige-se, portanto, que

as organizações procurem respostas estratégicas mais eficientes, que a própria inovação

se tome estratégica também dentro do princípio de que a vantagem competitiva reside na

criação e sustentação de uma diferença orientada não já para as organizações

concorrentes mas para os clientes, uma vez que se trata de uma diferenciação ligada à

vantagem concorrencial, a qual decorre, por seu turno, da cadeia de valor da

organização e do seu reconhecimento pelos consumidores.

A estratégia diz respeito à sobrevivência e ao êxito4. Desenvolver uma gestão

estratégia significa tomar medidas para garantir que a organização esteja preparada para

4 Cowling,Alan e Mailer Chloe, Gerir os Recursos Humanos ,1998

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enfrentar as mudanças que ocorrem no seu ambiente, tirando partido das oportunidades

que se lhe deparem, e para sobreviver aos grandes choques que o seu sistema venha a

sofrer.

Segundo Johnson e Scholes (1987) a “estratégia organizacional é a conjugação das

actividades de uma organização e do ambiente em que esta funciona” e “… à conjugação das

actividades da organização e da sua capacidade de recursos”. Desenvolver uma estratégia de

gestão dos recursos é, da mesma forma, um processo de combinação, e diz respeito ao modo

e à medida como o stock de mão-de-obra deve ser ajustado às mudanças previsíveis no meio

ambiente e às exigências dos planos institucionais da empresa/serviço relativamente à mão-

de-obra.

A gestão estratégica de recursos humanos parte do pressuposto que as pessoas são o

elemento mais dinâmico de qualquer organização; são a razão de ser da sua existência e tenta

responder ao principal desafio do nosso tempo que é melhorar o funcionamento das

organizações e, para que estas sejam melhoradas, a estratégia de gestão de recursos humanos

tem de ser utilizada com mais eficácia possível. Actualmente a estratégia de gestão de

recursos humanos é abordado por grande parte dos autores, numa perspectiva sistémica.

2.1- MODELO DE GESTÃO ESTRATÉGICA

2.1.1. Conceito e origem de gestão estratégia

A estratégia é, nos nossos dias, absolutamente crucial para o sucesso das organizações seja

elas públicas ou privadas, lucrativas ou não lucrativas. O seu conceito remonta às guerras

antigas e às decisões militares que lhe estão associadas, alastrando-se rapidamente ás

organizações.

Primeiramente, importa distinguir planeamento de estratégia. Enquanto o primeiro se refere,

em suma, à análise, o segundo privilegia a síntese. Porém, a estratégia pode resultar de um

processo de planeamento: a visão futurista depende da análise de dados.

A estratégia tem como objectivo fazer face a acontecimentos inesperados como inovações

tecnológicas ou novas regulamentações. Segundo Mintzberg (1995) esta deve “reflectir

sobre o que está na base da vantagem competitiva de uma empresa” enquanto “o

planeamento, que deveria chamar-se programação estratégica, concentra-se na acção que

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consiste em fazer funcionar a estratégia”.

Deste modo, estratégia é o cerne de qualquer plano, a chave para responder a todas as

perguntas que digam respeito aos rumos de uma empresa ou negócio (Mary J. Parson e

Matthew J. Culligan, 1994).

A estratégia é sobretudo um posicionamento das forças antes das acções começarem, que

pressupõe um compromisso com a produção de um futuro com que a organização deve lidar;

tem a ver com os valores que se pretendem para a organização," especificando o que fazer (e

não como fazer, que é próprio do planeamento estratégico).

Tal como o planeamento, também a noção de estratégia evoluiu, sobretudo a partir dos

finais da Segunda Grande Guerra Mundial. No entanto, antes de 60, o termo estratégia

aparece muito pouco na literatura gerencial, em contraste com o discurso da gestão científica

que propunha um método de gestão supostamente óptimo. É com Ansoff (1965) e os

professores de Harvard Business Schoo1 que a noção de análise estratégica ganha um

impulso decisivo, contribuindo estes autores para destacarem, entre outros aspectos, a noção

de competência distintiva e posicionarem o factor-chave do sucesso das organizações na

consideração do meio, entendido como uma conjugação de oportunidades e de ameaças.

A partir dos anos 70, a reflexão estratégica orienta-se para a análise sobretudo do

contexto concorrencial e da tipologia dos sistemas concorrenciais, falando-se agora menos

de mercado e mais de organização compreendida como um actor capaz de desenvolver uma

estratégia. Nos anos 80, aparece uma segunda geração de modelos de análise estratégica,

sobressaindo aqui o de Porter (1993) que cruza o alvo estratégico das organizações com as

vantagens estratégicas.

Não obstante a importância que estas meta-análises alcançaram, elas acabaram também

por ser alvo de dúvidas e de críticas por poderem revelar-se demasiado estáticas face a um

mundo dinâmico e imprevisível, onde, por vezes, o êxito pode emergir de decisões de

gestores intermédios ou não obedecer até a qualquer estratégia escrita ou intencionalmente

planeada. Daí que outro grupo de investigadores tivesse preferido, nessa mesma altura,

"abordar a estratégia de um modo menos formalizado, destacando-se aí o trabalho de Peters

& Waterman (1987) que, numa abordagem psicossociológica, sublinha a função da cultura

no êxito das organizações. Não obstante esta nova proposta, estes autores não ficaram

também imunes a críticas, uma vez que as suas receitas para a obtenção da excelência das

organizações pareciam obedecer a um processo de nivelamento cujos efeitos reverteriam a

favor da consolidação da posição no mercado das organizações líderes, ao mesmo tempo

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que reduziriam as iniciativas estratégicas.

A tendência actual no que concerne à estratégia parece ir no sentido de a relacionar

não com os custos mas com a diferenciação, ou seja, com a capacidade de a organização

«pôr à disposição do consumidor uma oferta cujo carácter único é reconhecido e valorizado

por este último» (Strategor, 1993: 82). Por outras palavras, a estratégia é definida através de

respostas às perguntas:

- Qual vai ser a nossa vantagem concorrencial sustentável?

-Qual será a nossa competência distintiva?

-Quais as finalidades estratégicas da nossa organização?

Não poderíamos, ao falar de estratégia, omitir uma referência, ainda que sintética, a

um dos últimos trabalhos de Porter. Este autor (1996) relaciona a estratégia com a

produção de vantagens competitivas (resultantes do conjunto de todas actividades e não

apenas de algumas). A estratégia, ou o posicionamento estratégico, implica, segundo ele,

exercer actividades diferentes das organizações rivais ou exercer actividades semelhantes

de um modo diferente.

2.1.2.- Gestão estratégica

A gestão estratégica é um processo global que visa a eficácia, integrando o

planeamento estratégico (mais. preocupado com a eficiência) e outros sistemas de

gestão, responsabilizando ao mesmo tempo todos os gestores de linha pelo

desenvolvimento e implementação estratégica; ela é um processo contínuo de decisão

que determina a performance da organização, tendo em conta as oportunidades e

ameaças com que esta se confronta no seu próprio ambiente mas também as forças e

fraquezas da própria organização.

Neste sentido, o gestor estratégico ultrapassa o papel do mero planeador

profissional, tomando-se o conselheiro e facilitador das decisões em todos os níveis da

organização. Reconhece-se então que o estratego-chave é o gestor executivo dos

programas em que a estratégia se desdobra.

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Como se infere facilmente, a gestão estratégica apresenta um conjunto de

características que a distinguem de outros processos (como o de planeamento

estratégico, que é um dos seus componentes essenciais) e de que destacamos:

- É um processo integral; implica a orquestração de todos os recursos da

organização para a obtenção de vantagens competitivas;

-É contínua e iterativa, isto é, consiste de uma série de etapas que são repetidas de

modo cíclico, exigindo um reajustamento contínuo;

- Propicia um enquadramento que orienta a condução de outras fases da gestão

(tais como a fase da orçamentação, avaliação de recursos, elaboração de programas,

entre outros);

- Valoriza a flexibilidade e a criatividade, mantendo uma articulação interna

mais débil de todos os componentes e processos organizacionais;

- É difícil de realizar, dado exigir que a organização, em vez de aguardar o desenrolar dos

acontecimentos ou das crises, corra o risco de escolher alternativas;

- Ambiciona construir o futuro da organização, trabalhando numa perspectiva de longo prazo.

Do mesmo modo, quanto aos seus objectivos, a gestão

estratégica deve procurar:

- Fornecer uma direcção estratégica, ou seja, estabelecer valores a partir das questões:

a) Onde queremos chegar?

b) Que iniciativas são necessárias para lá chegarmos?

c) Onde devemos concentrar esforços?

- Reorientar os recursos (materiais financeiros e humanos);

- Estabelecer padrões de excelência;

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- Definir valores comuns;

- Lidar com a incerteza;

- Dar uma base objectiva ao controlo e à avaliação.

Considerando que a gestão estratégica é fundamental, como vimos, uma abordagem

compreensiva para gerir as organizações, que implica uma interacção complexa entre diferentes

aspectos dos seus processos internos, podemos sintetizar os aspectos organizacionais mais

relevantes que pressupõe, do seguinte modo:

- Visão da organização: sistema aberto; organizações abertas ºa mudança; confiança no

planeamento estratégico.

- Orientação temporal: futuro longo prazo; liga os processos estratégicos e operacionais.

- Cultura: exige mudanças e enfatiza a criatividade; promove a capacidade da organização fazer

escolhas.

- Liderança exige um compromisso de longo prazo; as equipas executivas de topo são a

primeiras responsáveis pela implementação.

- Controlo gerencial: controlo forte utilizando sistemas de controlo interno; sistema de

controlo gerencial; avaliação da performance.

2.3. RELAÇÃO DA GESTÃO ESTRATÉGICA COM OUTROS FACTORES.

A gestão estratégica é o «eixo» da roda da gestão e relaciona-se com outros factores,

designadamente com o planeamento estratégico, com as necessidades de recursos, com a estrutura e

processos organizacionais e, finalmente, com o controlo estratégico.

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Para visualizarmos um pouco melhor a relação complexa e dinâmica entre estes factores e a

gestão estratégica, reparemos no diagrama dos quatros factores estratégicos.

Diagrama dos 4 factores estratégicos

Missãso

Fins

Objectivos

Apoia à Estilo de

Decisão decisão

Avaliação da performance

Fonte: Elaborado a partir de Rowe, e tal. 1986: pag. 302

Transparece claramente deste esquema que a gestão estratégica interactua com quatro factores

estratégicos: com as necessidades de recursos, que mantêm uma relação estreita com as fontes

de recursos; com o planeamento estratégico, que sofre as pressões institucionais do meio

externo; com as considerações organizacionais ligadas aos processos organizacionais e que são

condicionados pela estrutura da própria organização; e, finalmente, com o factor do controlo

estratégico, que é pressionado pelo meio interno.

A relação da gestão estratégica com o factor dos recursos é fundamental para apoiar as

decisões que o gestor deve tomar; do mesmo modo, a relação com o planeamento se apresenta

crucial para a definição das missões, dos fins e dos objectivos; por sua vez, a interacção da gestão

Planeamento Estratégico

Gestão Estratégica

Necessidades ao nível de recursos

Considerações organizacionais

Controlo estratégico

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30estratégica com o factor organizacional e com o controlo estratégico interfere respectivamente no

estilo de decisão e na avaliação das realizações da organização.

Como ilustra ainda o diagrama, todos estes factores interagem entre si, propiciando

determinadas análises do meio, dos serviços, da clientela e dos recursos, condicionando certos perfis

das capacidades da organização assim como os tipos de controlo

2.4. 0s Pressupostos da Gestão Estratégica.

A prática do planeamento e gestão estratégica revela a necessidade de se dedicar maior atenção

a implementação dos planos produzidos nos gabinetes. Para isso são identificados, a seguir alguns

elementos que requerem maior atenção dos gestores das escolas de ensino secundário e que

representam obstáculos a serem superados no processo de implementação do planeamento estratégico

nas escolas secundárias. Estes factores são: liderança, definição dos principais objectivos

institucionais, identificação de indicadores de desempenho quantificáveis e integração entre

planeamento e orçamento e, avaliação como instrumento de melhoria continua.

2.4.1. Liderança

Um dos pontos críticos do processo de planeamento e de sua implantação é a necessidade da

direcção liderar o processo na instituição. A comunidade educativa apoia o processo quando o

Director da escola assume o timão do barco e capitaneia o processo. Por sua posição de liderança na

organização e pelo poder que emana da sua posição é fundamental para que o processo se desenvolva

e se dissemine na instituição produzindo os resultados esperados.

A ausência de liderança no processo ou a ausência do dirigente máximo como responsável maior,

enfraquece a imagem e a credibilidade política da administrativa e do próprio planeamento e da sua

potencialidade para resolver os desafios actuais e futuros da instituição.

2.4.2. Objectivos Escolares

Para que o planeamento possa ser implementado é muito importante que a direcção da escola

defina com clareza um conjunto dos principais objectivos da escola para o período planeado. Os

planos estratégicos possuem um conjunto de objectivos institucionais. Há necessidade de seleccioná-

los, dar-lhes uma definição clara e destacar sua importância para o futuro da escola. E fundamental

que todos na comunidade entendam os objectivos e sua contribuição para a construção do futuro da

escola. É comum encontrar nos planos estratégicos objectivos vagos como, por exemplo: "Melhorar a

qualidade do ensino" ou "Aumentar a produtividade académica" ou ainda " Diversificar as fontes de

receita ". O que isto realmente significa para os gestores, professores, alunos e funcionários da

escola? A definição de objectivos claros e observáveis é imprescindível para que o plano seja

disseminado, operacionalizado e se torne uma realidade na escola.

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2.4.3. Indicadores de Desempenho

Para que os planos possam ser acompanhados é essencial que seus objectivos sejam

seguidos pelos diversos áreas e sectores da escola. Para que isto ocorra é imprescindível

que sejam previamente definidos os principais indicadores de resultado para cada um dos

objectivos principais seleccionados pela escola. Tanto quanto possível estes indicadores

deverão ter uma dimensão quantificável, facilitando a implementação dos objectivos e

permitindo seu acompanhamento e avaliação. Raros são os planos estratégicos produzidos

nas escolas secundárias que possuem estas características. Em geral os objectivos das

organizações educacionais são de natureza vaga e ambígua. Trata-se de um desafio aos

responsáveis pelo planeamento e gestão estratégica formular indicadores de resultado que

possam ser assimilados e utilizados pela comunidade escolar.

2.4.4. Integrar planeamento e orçamento

É comum na prática gerencial das instituições de ensino secundário que o

planeamento e o orçamento se constituam em peças desintegradas. Enquanto o

planeamento estabelece objectivos e prioridades em determinada direcção, o orçamento,

por sua vez, define suas próprias metas e outras prioridades distintas daquelas estabelecidas

no planeamento. O resultado é uma situação de conflitos em que objectivos e estratégias

sem o rescaldo dos recursos orçamentários ficam no papel, desmoralizando o processo de

planeamento e aumentando as frustrações não só dos gestores como de professores, alunos

e funcionários, como integrantes da comunidade.

A integração aqui enfatizada permitirá que os principais objectivos escolares tenham

recursos disponíveis no orçamento para sua implantação. É recomendável que se criem

incentivos no orçamento para as unidades que cumprirem os objectivos previstos no plano

estratégico. Observa-se que os elementos aqui propostos têm o objectivo de contribuir para

a aproximação do ato de pensar e agir nas instituições de ensino secundário. Objectivos

claros e mensuráveis facilitam a integração de esforços, a comunicação aproximando as

acções desenvolvidas por professores, funcionários e gestores, assim como o exame da

eficácia do planeamento medida pelo alcance de seus resultados.

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2.4.5. A avaliação como instrumento de melhoria contínua

A avaliação deixou de ser actividade opcional nos processos educacionais

contemporâneos para se tornar componente intrínseco e rotineiro de toda a vida académica.

Torna-se ferramenta de gestão e desenvolvimento da institucional, pois está relacionada à

evolução da identidade institucional, ao aprimoramento da qualidade expressa em seu

planeamento estratégico.

Na mesma medida em que antevê como necessária a evolução do planeamento,

impõem a análise das estratégias adoptadas, sejam elas emergentes ou planejadas.

Como autoavaliação institucional, usa como parâmetros o respeito à identidade

institucional, expressa em sua missão, valores éticos e objectivos projectados em seu

planeamento. A efectividade da acção gestora, concretizada em suas estratégias, para o

alcance de seus objectivos, a participação de todos os segmentos envolvidos, a

comparabilidade de suas dimensões objectivas e subjectivas, a continuidade das acções

programadas, e, a visualização crítica do processo, constituem os elementos que fazem da

avaliação um instrumento de melhoria contínua das instituições de ensino secundário.

3. GESTÃO ESTRATÉGICA APLICADA ÀS ESCOLAS

Serão as abordagens da gestão estratégica, que se baseiam sobretudo no sector

empresarial, aplicáveis directamente às organizações de serviços públicos e, mais

concretamente, às escolas?

Pensamos que em sentido estrito, talvez não; ou seja, na medida em que aquele

modelo se orienta para a criação de factores intimamente ligados ao aumento da

competitividade e da produtividade, jogando com combinações de mercados e produtos na

base das margens de lucro, torna-se difícil a sua transposição para o campo da educação.

Na verdade, se tivermos em conta a especificidade das organizações educativas,

enquanto organizações públicas,

• que lidam com valores determinados por processos políticos como resposta a

um meio cambiante (Stewart e Ranson, 1994);

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• que têm de se confrontar com políticas de protesto, com valores e interesses

diversificados;

• que têm de ter presente jogos de poder mais visíveis e propósitos políticos

não coincidentes;

• que a sua estratégia é fundamentalmente o resultado de compromissos

negociados de actores, com estratégias eventualmente contraditórias entre si;

• que a sua ambição de criarem uma diferença estratégica tem de respeitar

constrangimentos vários, advindos dos meios políticos;

• que as suas opções estratégicas se encontram particularmente condicionadas

pelo peso administrativista e burocrático de uma administração centralista;

• que os fins e objectivos estão sujeitos a formulações por vezes ambíguas,

que não permitem, por conseguinte, interpretações unívocas e muito menos

quantificações e controlos de mensuração;

• que as políticas mais sectorializadas relativas a pessoal e à afectação de

recursos financeiros promanam de instâncias exteriores às próprias organizações;

• que a responsabilização se faz sobretudo perante as instâncias políticas e

administrativas segundo metas previamente traçadas e em nome do interesse público e

não tanto dos cidadãos;

• que avaliação e controlo das estratégias obedecem também a critérios

políticos...

então o modelo de gestão estratégica depara-se com dificuldades para se impor nas

organizações públicas.

Acresce que a tradição de planeamento e de definição de políticas e orientações

educativas persistiu, no nosso país, como uma prerrogativa dos serviços centrais do

ministério da educação, limitando-se as escolas à fase operacional de elaboração de planos

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de actividades, entendidos sobretudo como colecções de actividades propostas pelos grupos

disciplinares e aprovados pelo conselho pedagógico. De facto, nunca às nossas escolas

públicas lhe foi reconhecido o direito de possuírem, por exemplo, um departamento de

planeamento, com pessoas envolvidas em desenhar e implementar sistemas de gestão

estratégica; elas nunca tiveram verdadeiramente uma estratégia própria (no sentido em que

nós interpretamos aqui este conceito), condicionadas como sempre estiveram pela missão,

pelo projecto político, pelas decisões estratégicas do Estado em relação à educação.

Apesar das dificuldades em pensar e actuar estrategicamente, em formular e executar

estratégias, em saber o que constitui verdadeiramente a gestão estratégica nas escolas -

dada a existência de uma «cultura de dependência» em que as decisões estratégicas

continuam a ser impostas do exterior (cf. West-Burnham, 1994) -, pensamos que, num

contexto de autonomia, as organizações educativas podem intentar aplicar mais facilmente

este modelo, tornando-se eventualmente então um exercício altamente desafiante, capaz de

disponibilizar, pelo menos, elementos e sugestões para uma gestão mais eficiente das

dependências políticas. Cremos assim que, num contexto político e administrativamente

descentralizado e com reconhecimento de margens amplas de autonomia às escolas, é

possível imaginar-se então que estas invistam mais na construção de estratégias

diferenciadoras, claramente expressas num projecto de escola.

Insistindo mais um pouco neste ponto, pensamos que apesar de «a literatura da gestão

estratégica no sector público ser limitada e inconclusiva» (Vinzant e Vinzant, 1996: 204), é

tecnicamente viável, embora com as cautelas devidas, transferir o arsenal da gestão

estratégica para as escolas, facilitando a capacidade de os seus actores lidarem com a

complexidade organizacional e ambiental.

Então, o que significa verdadeiramente pensar e actuar estrategicamente no domínio

da educação?

Vamos sugerir algumas questões que poderão ser objecto de discussão por parte dos

nossos leitores e que podem contribuir para avaliar o alcance, mas também os limites, da

própria gestão estratégica quando mobilizada pelos responsáveis das escolas:

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1. Qual é a nossa ambição de construir uma diferença relativamente às outras escolas?

2. Quais os valores básicos actuais e futuros que devem ser negociados para a nossa escola?

3. Quais são as nossas agendas estratégicas no momento actual?

4. O que fazemos melhor relativamente às outras escolas?

5. Quais as inovações estratégicas que gostaríamos de desenvolver?

6. Que público servimos e que público gostaríamos de servir (público potencial)?

7. Que serviços reais e potenciais a escola disponibiliza?

8. Quais as oportunidades e constrangimentos actuais e futuros?

9. Que políticas devem ser estabelecidas de modo a que todas as actividades se realizem

segundo a nossa estratégia e em concordância com a ambição e a filosofia da escola?

10. Em que sentido é a qualidade estratégica uma propriedade trans-funcional na escola?

11. Quais os factores-chave de sucesso da escola?

12. Que morfologia estrutural é mais adequada à nossa ambição de distintividade?

13. Que grau de responsabilização a exigir aos diferentes actores pelos resultados da

escola?

14. De que modo o meio afecta a escola?

15. Como negociar as nossas fronteiras com o meio?

16. Como integrar no projecto da escola projectos de outros sectores da sociedade?

17. Como constituir um campo interorganizacional com outras escolas?

18. Como criar parcerias estratégicas?

Tendo em conta apenas os aspectos relevantes da gestão estratégica quando aplicada

às escolas e considerando que um dos seus grandes objectivos é assegurar que as

organizações no seu conjunto se articulem bem com os seus meios, também as escolas

podem ganhar com este tipo de gestão, uma vez que elas são igualmente afectadas por um

conjunto de factores ambientais tão importantes como: a legislação, as mudanças de

condições e políticas de trabalho, os desafios que a própria autonomia pode espoletar em

termos de uma certa competição entre escolas públicas e entre públicas e privadas, as

limitações de ordem económica, os factores sócio-culturais (que incluem os símbolos de

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status, as orientações religiosas, os valores e atitudes da sociedade), o nível de

desenvolvimento tecnológico, as ideologias e atitudes políticas face à educação.

4. GESTÃO ESTRATÉGICA E PROJECTO EDUCATIVO

Um dos documentos essenciais que na escola deve consubstanciar os aspectos

estratégicos aqui referenciados é o projecto educativo ou o projecto de escola (Barroso,

1992), precisamente porque nele se definem as ambições, os fins e os objectivos, se

pressupõe um diagnóstico e uma avaliação das estratégias, se exprime a decisão estratégica

e as prioridades de desenvolvimento.

Assim concebido, o projecto educativo constitui-se, de facto, num instrumento

institucional de organização/gestão de médio e longo prazo, devendo incluir, por

conseguinte, o diagnóstico interno e externo da situação da escola, expressar as decisões

estratégicas colectivamente assumidas e os contornos da identidade procurada, sistematizar

os fins e objectivos estratégicos da instituição escolar, assegurando-lhe ao mesmo tempo

coerência interna e externa.

Uma das implicações desta perspectivação de projecto educativo é que ele deve

emergir como resultado de um processo participativo e negociado entre os diferentes

actores sobre metas, valores, princípios e prioridades, enfim, sobre um futuro que se

ambiciona construir, procurando reflectir deste modo uma dinâmica essencialmente

política, globalizante e flexível. Ou seja, a construção do projecto educativo vai reclamar

uma outra lógica, que não coincide propriamente com a lógica da racionalidade técnica da

gestão estratégica stricto sensu, mas que apela à multi-referencialidade, a critérios de

natureza política e democrática.

Por outro lado, se a ideia de projecto educativo pode articular-se com muitos dos

aspectos do modelo de gestão estratégica aqui proposto e se pode contribuir para a

revalorização da territorialização das políticas educativas, da autonomia e de uma gestão

mais centrada na escola, é possível afirmar então que, não obstante todos os obstáculos, ela

consolida a emergência de um novo modelo de regulação a partir da escola e que, por esse

facto, pode transformar esta organização numa verdadeira plataforma de intervenção

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cívica, ou então, segundo a lógica reguladora de mercado, numa empresa prestadora de

serviços, num espaço de concorrência.

Com a participação empenhada de todos os utentes e organismos externos de

intervenção indirecta na vida da escola, o Projecto Educativo torna-se um documento de

grande importância, que estabelece as linhas gerais de orientação pedagógica da escola.

De forma resumida, o Projecto Educativo deverá desenvolver os seguintes tópicos:

- Concepção de Educação e Valores fundamentais a defender;

- Caracterização geral do meio físico, social, económico e cultural onde a escola se

insere;

- Objectivos gerais de âmbito pedagógico, de âmbito administrativo, financeiro e de

âmbito funcional e dos espaços;

- Prazo de duração do projecto educativo e formas de avaliar e rever.

O Projecto Educativo deverá ser complementado com o Plano Anual ou Bianual de

Actividades da escola e regulamentos diversos, pelo que, não deverá ser exaustivo. Deste

modo evitará ser limitativo e redutor da participação criativa da comunidade educativa. As

suas linhas de orientação pedagógica e objectivos deverão ser de tal modo gerais e

abrangentes que proporcionem a continuidade de planos anuais por vários anos, mantendo-

se se possível, imutável, durante um período mínimo de quatro a cinco anos.

Os regulamentos específicos de cada sector, serviço, actividade pedagógica ou

órgão de escola, deverão ser tão pormenorizados quanto possível, não podendo ser

compatíveis com a lei em vigor, com a dinâmica da escola, com o projecto educativo e

plano anual ou bianual de actividades.

5. Relação Projecto Educativo e Plano Anual de Actividades

A dinâmica de uma escola espelha-se no seu Projecto Educativo e no seu Plano Anual

de Actividades e retrata-se na sua concretização. A gestão de uma escola, de uma fábrica

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ou de um hospital, manifesta mais semelhança que diferenças: em qualquer dos casos

pretende-se atingir resultados através de uma organização que supõe meios humanos,

financeiros e materiais.

A Gestão Pedagógico/Didáctica incide basicamente nas relações interpessoais

inerentes ao acto e actividades educativas, e nas relações Ensino/Aprendizagem inerentes à

didáctica das disciplinas. O levantamento exaustivo e apresentação de resultados do ano

anterior a todos os sectores da escola são uma medida estratégica de envolvimento de

pessoas nos problemas. Serve de termo de comparação para as metas (resultados

qualificáveis que se pretendem atingir num futuro próximo.

A gestão e o controlo das actividades Pedagógico/Didácticas implicam um

levantamento constante e uma análise periódica dos problemas desta área para a actuação

imediata no sentido da sua resolução. Mas, tal como noutras áreas, a atitude básica que

mais vantagem traz é a preventiva. O que importa planear, prevendo os problemas e a

forma de os solucionar. O Projecto Educativo e o Plano Anual de Actividades deverão

contemplar propostas para satisfação de anseios, necessidades e projectos específicos do

interesse de todos ou da maioria dos utentes.

O intercâmbio destes materiais (projectos educativos, regulamentos, planos anuais de

actividade) entre escolas, facilitará e enriquecerá os trabalhos de cada comunidade

educativa na elaboração de seus próprios documentos.

Este intercâmbio poderá ser promovido por contactos informais directo entre

escolas próximas ou através de meios de comunicação social passando pela solução de

envio de um ofício-tipo para as escolas de uma área pedagógica, de uma região ou do país.

6. GESTÃO PEDAGÓGICO-DIDÁCTICA

Esta área da gestão onde se enquadram todas as actividades, projectos, recursos,

órgãos e serviços directamente relacionados com o ensino a educação, é a mola real que faz

despoletar todo o potencial humano dos utentes de um estabelecimento de ensino.

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Existem órgãos próprios na escola com competências e atribuições de índole

didáctica e pedagógica. No entanto, o acto educativo e o acto de ensinar e aprender não

podem ser exclusivo deste ou daquele serviço ou órgão da escola. Nem a acção educativa

ou o momento da aprendizagem poderão ter hora marcada para ocorrerem. Daí que, numa

escola, todos tenhamos responsabilidades na área da educação e do ensino perante o nosso

«cliente», seja ele o aluno ou a sociedade.

Por este motivo, todos somos poucos para detectar potenciais embriões de projectos

educativos. Não somos muitos para inventariar exaustivamente os problemas e suas causas,

ao nível do ensino e da educação. Nunca seremos demais para determinar as prioridades

fundamentais, tanto no respeitante as questões a resolver, como ao nível das opções

pedagógicas a tomar como linhas de orientação para delimitar os problemas, para

sistematizar as preocupações, as necessidades e anseios, a registar nos planos de acção

decorrentes no plano global de escola e em consonância com o seu projecto educativo.

Não haverá melhor projecto educativo e plano global ou anual da escola que aquele

que se baseie nas carências, preocupações e anseios da escola. E, se estas premissas forem

pensadas e sentidas por todos os intervenientes no processo educativo (pais, alunos,

professores e funcionários) o êxito da concretização desse projecto e do plano anual de

actividades será certo e seguro. O envolvimento de todos na inventariação de problemas e a

partilha de responsabilidades na sua resolução, é o único caminho viável para a criação de

uma dinâmica pedagógica rica e saudável.

Será bom reforçar que o envolvimento dos outros não poderá obter-se, apenas,

dando a conhecer as questões, mas levando-os a reflectir e participar activamente. E, para

este efeito, haverá com certeza inúmeras formas de envolvimento.

Aos órgãos de gestão pedagógica e de apoio caberá também a responsabilidade de

accionar os meios para o envolvimento de todos numa avaliação continuada do trabalho

pedagógico que se vai desenvolvendo.

Na área da gestão pedagógico-didáctica tem cabimento o tratamento, a reflexão ou o

enquadramento de questões como: relações interpessoais, métodos de ensino, processo de

ensino-aprendizagem, actividades curriculares e extra-curriculares, a gestão do apoio

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pedagógico acrescido, problemas disciplinares, as actividades consequentes da «gestão do

aluno», nomeadamente gestão da turma, avaliação escolar e também todas as actividades

relativas a melhoria da qualidade de ensino que passem pela formação inicial e contínua

dos professores, como por exemplo, os planos de formação docente, formalizados no

Projecto Educativo, no Plano Anual de Actividades e em regulamentos próprios elaborados

pela escola.

7. Gestão estratégica dos Recursos Humanos

“Muitas são as maravilhas e nenhuma é mais maravilhosa do que o homem”. –

SÓFOCLES – “Antígona”

O ser humano é considerado um animal complexo, dotado de diversas necessidades,

que orientam e dinamizam o seu comportamento.

A dificuldade de compreensão dos recursos humanos nas organizações, resulta do

facto de eles serem simultaneamente o objecto e o sujeito da gestão:

- Objecto, se considerarmos o pessoal como um recurso a gerir;

- Sujeito, se considerarmos que quem dirige faz igualmente parte dos

recursos.

A gestão estratégica de recursos humanos parte do pressuposto que as pessoas são o

elemento mais dinâmico de qualquer organização5; são a razão de ser da sua existência e

tenta responder ao principal desafio do nosso tempo que é melhorar o funcionamento das

organizações e, para que estas sejam melhoradas, a estratégia de gestão de recursos

humanos tem de ser utilizada com mais eficácia possível. Actualmente a estratégia de

gestão de recursos humanos é abordado por grande parte dos autores, numa perspectiva

sistémica.

A gestão de recursos humanos é encarada como um sistema de muitas actividades

interdependentes, em que cada uma afecta a outra, sendo também afectada por ela. 5 Barroso de Sampaio, Armindo M. Elias – Gestão de Recursos Humanos. Lisboa, Editorial Ediual, 2001.

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As origens da estratégia de gestão de recursos humanos definida como uma escola de

pensamento remontam aos anos 70 e ao desenvolvimento da teoria do capital humano, a

qual enunciava que seria mais apropriado encarar os recursos humanos como um activo da

organização do que como um custo. Esta visão ganha força apenas nos anos 80, devido às

pressões económicas a que os americanos se encontravam sujeitos por parte do Japão.

Assim. Começa-se a prestar mais atenção aos baixos níveis de empenho verificados nas

organizações anglo-saxónicas e a encarar a necessidade de reestruturar e reorganizar as

empresas com vista a fazer face ao aumento de competitividade colocado pelos japoneses.

Os objectivos da gestão de recursos humanos podem ser definidos nos seguintes

aspectos:

- Social: (a sociedade como um macrosistema): permite a visualização da complexa

sociedade das organizações e dos fluxos entre elas; responsável pelas necessidades e

desafios da sociedade, ao mesmo tempo que procura minimizar o impacto negativo de tais

exigências sobre a organização;

- organizacional: (a organização como um sistema): permite a visualização da

organização como um todo que interage com o meio ambiente; não é um fim em si, mas

um meio de fazer com que a organização atinja os seus principais objectivos;

- Funcional: manter a contribuição das pessoas num nível apropriado às necessidades

da organização.

- Pessoal: (o individuo como um microsistema): permite uma melhor compreensão da

natureza humana nomeadamente a nível do comportamento, motivação e aprendizagem.

A gestão de Recursos Humanos procura responder a uma dupla aspiração:

proporcionar o aproveitamento óptimo do trabalho fornecido pelo elemento humano da

organização e, simultaneamente, contribuir para que a actividade profissional desenvolvida

constitua um factor de promoção humana em todos os seus aspectos.

A estratégia de recursos humanos pressupõe como um processo de combinação, e diz

respeito ao modo e à medida como o stock de mão-de-obra deve ser ajustado às mudanças

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previsíveis no meio ambiente e às exigências dos planos institucionais da organização

relativamente à mão-de-obra. A gestão estratégica dos recursos humanos permite a

organização colocar (homem ser no lugar certo), evitando desperdícios de tempo e de

recursos.

Na gestão dos recursos humanos devemos ter sempre em consideração o potencial

humano na organização. Por vezes as chefias comportam-se nas organizações como o líder

de uma expedição ao deserto que arrasta heroicamente uma longa coluna de pessoas

sequiosas atrás de si, perseguindo miragens em busca de oásis distantes onde possa obter

água, esquecendo ou ignorando que, no fim da fila, segue um colaborador carregado com

cantis e mantimentos.

A vivência das organizações proporciona-nos exemplos diários deste tipo de

ocorrências, sempre que alguém sente que as suas competências não são reconhecidas nem

aproveitadas, sempre que assiste ao recrutamento de alguém para fazer aquilo que sente

que ele próprio faria bem e melhor, sempre que, dessa forma, sente perder oportunidades de

se desenvolver e enriquecer socio-profissionalmente.

Como é evidente, estas ocorrências acabam por desenvolver nas pessoas, não apenas

sentimentos de desmotivação, como até atitudes de cepticismo e de cinismo crítico face aos

esforços bem intencionados da organização para investir no desenvolvimento pessoal.

O maior potencial humano de uma organização é a consciência dos seus

trabalhadores, porque nenhum serviço poderá crescer e desenvolver-se, por mais recursos

financeiros e materiais que tiverem, se os seus trabalhadores não tiverem consciência dos

seus deveres e das suas obrigações. Não basta, porém, apenas tomar consciência da

importância dos seus deveres e das suas obrigações. É ainda mais importante tomar

consciência das múltiplas consequências que o não cumprimento dos seus deveres e das

suas obrigações trazem para a empresa/serviço, para os trabalhadores, para as famílias e

para a sociedade, tais como: a falência da empresa/serviço, o desemprego dos

trabalhadores, a falta de pão para a família, atritos sociais, etc.

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8.Gestão Administrativa e Financeira

A gestão administrativa e Financeira tem relevância na construção do ambiente

escolar, a área administrativo-financeira é aquela que condiciona decisivamente as opções

que se pretendam tomar em favor desta ou daquela vertente. O condicionalismo refere-se

não só à utilização de recursos humanos, mas também aos recursos financeiros. É

primordial que o gestor escolar responsável pela área administrativa e financeira proceda

de forma atenta, racional e articulada com as vertentes pedagógico-didáctica e funcional

dos espaços.

Gerir uma escola é governá-la numa perspectiva da sistemática inventariação dos

seus problemas accionando todos os recursos humanos, materiais e financeiros, para a

resolução e satisfação dos seus anseios, necessidades e projectos, com vista ao alcance do

sucesso escolar e educativo dos alunos.

A gestão administrativa e financeira compreende fundamentalmente a gestão dos

recursos humanos, materiais, financeiros e de espaços físicos.

O fundamental numa escola como numa empresa é que os seus recursos humanos

agrupados em serviços, órgãos de gestão ou de apoio, associações ou turmas,

independentemente dos seus antecedentes, capacidades e interesses pessoais, sejam

coordenados na procura de metas comuns.

Em boa verdade, uma escola existe porque existem pessoas, recursos humanos.

Quanto melhor forem articulados os recursos, melhor funcionarão os serviços e as

instituições e, com maior facilidade, uma escola poderá enfrentar os desafios e

oportunidades que se lhe colocam.

Se pretende melhorar os serviços e o funcionamento geral de uma escola é

imprescindível que os recursos humanos sejam geridos com eficácia. As pessoas são o

elemento mais dinâmico de qualquer instituição, a razão de ser da sua existência.

Minimizar a importância da gestão de pessoal ou pretender diminuir a sua validade é

limitar, não só os objectivos e metas fundamentais da escola, mas também, pôr em causa a

própria vida e dinâmica das estruturas, órgãos e serviços do estabelecimento de ensino.

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9. Gestão dos Recursos Materiais

Na gestão dos recursos materiais, como na dos recursos financeiros a actuação da

escola através dos órgãos de decisão próprios, deverá pautar por uma política de rigor,

subordinada às necessidades reais da vertente pedagógico-didáctica, sem menosprezar as

necessidades inerentes à gestão dos espaços, à própria área administrativa e à

manutenção geral da «organização da escola».

Além de uma política de rigor, no sentido da adequada resposta às necessidades em

quantidade, é vantajoso associar uma exigência de qualidade permanente nos recursos

materiais a adquirir ou a angariar.

Nas escolas, por uma questão de manutenção dos recursos materiais de forma durável

e considerando a sobreutilização dos mesmos, é costume dizer-se que os objectos devem

ser «fortes e feios». Se na prática pudermos ter objectos fortes e bonitos, tanto melhor.

Os recursos materiais numa escola são classificados em fixos e móveis podendo

ambos ser de longa duração ou de curta duração. Os materiais de longa duração, fixos e

móveis, são todos aqueles que exigem inventariação, nomeadamente, maquinarias,

equipamento audiovisual, ferramentas eléctricas, mobiliário escolar, prateleiras,

electrodomésticos, computadores…

Os recursos materiais de curta duração, pela sua própria definição, têm uma duração

limitada, e correspondem a todos os artigos de uso corrente, de durabilidade reduzida.

Os recursos materiais, como os humanos e financeiros, estão sempre ao serviço da

finalidade da missão da escola. Se para maior facilidade na consecução do sucesso escolar

e educativo for necessário um grande investimento ao nível dos recursos materiais, não

deverá existir qualquer hesitação em fazê-lo. Se se garantir que o insucesso escolar em

determinada disciplina decrescerá com a frequente utilização de determinados meios

audiovisuais, o responsável administrativo não deverá pensar duas vezes para promover as

respectivas aquisições. Esta será uma aquisição de recursos materiais baseada num critério

lógico, e não em critérios absolutamente arbitrários como acontece muitas vezes, nas

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escolas. Por exemplo, para quê continuar a adquirir dezenas de livros para uma disciplina

se o insucesso nessa disciplina aumenta e continua a manter-se ao nível dos cinquenta por

cento? Não será melhor questionar as causas profundas ou as mais óbvias desse insucesso e

abandonar a persistente aquisição de um recurso que não serve a missão da escola?! Não

será melhor investir na aquisição de uma boa audioteca ou mesmo de uma videoteca que

cative mais os alunos para a aprendizagem daquela disciplina? Ou, então, porque não,

investir numa boa colecção de obras de didáctica da disciplina para os professores daquela

área?

Se a escassez de recursos materiais pode ser negativa, dificultando o sucesso escolar e

educativo, o excesso desses mesmos recursos pode ser antipedagógico quando estes forem

mal usados, não usados, ou propositadamente danificados. A existência de recursos

materiais deverá ser directamente proporcional às necessidades de utilização. As

necessidades de utilização poderão ser hierarquizadas pelo âmbito da sua aplicação e pelo

número de utilizações. O gestor de recursos materiais deverá preocupar-se em adquirir mais

retroprojectores do que projectores de diapositivos se a utilização dos primeiros for mais

frequente para um grande número de espectadores. Se a utilização dos projectores for

esporádica e limitada a poucos utentes, este deverá ser uma prioridade relativa e

devidamente hierarquizada.

Outra situação que se deve ter em consideração na utilização dos recursos é a sua

acessibilidade. De nada valerá que a escola esteja apetrechada com dezenas de

equipamentos audiovisuais ou outros se o seu acesso for difícil e, por vezes, consciente ou

inconsciente, dificultado não só por falta de organização, como também, por exagero

burocrático ou por falta de recursos humanos de apoio ao ensino, à educação ou à

administração.

Especificando: se um professor tiver ao seu dispor na sala de aula um retroprojector,

mais rapidamente ele predisponha a usá-lo e a produzir materiais didácticos de apoio ao

ensino. Ao fazê-lo, está a trabalhar na perspectiva de melhoria da comunicação entre ele e

os seus alunos. Com a continuação desta utilização, estará a melhorar a relação ensino-

aprendizagem e, em simultâneo, a tornar o acto de ensinar e de aprender mais exigente e

qualificado para o professor e para o aluno.

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Mas se para utilizar o retroprojector, ele tiver de ser requisitado noutro piso ou bloco

de aulas e professor tiver de preencher dois impressos para requisitar e devolver o

equipamento, e ainda, encarar a má disposição do funcionário de serviço que se esforçou

em demasia para transportar sozinho, decerto nunca mais o professor utilizará aquele ou

qualquer outro meio audiovisual.

Chegará o tempo em que a utilização permanente destes recursos exigirá o

apetrechamento adequado de todas as salas de aula se para tal, todos formos exigentes

quanto à acessibilidade, quantidade e qualidade destes recursos.

Os recursos humanos não deverão continuar a ser escravos dos recursos materiais. São

estes que devem estar ao serviço daqueles. Fará sentido que um professor, funcionário ou

aluno tenha de se deslocar dezenas ou centenas de metros para obter uma fotocópia e esta

tiver de ser requisitada em impresso próprio ao superior hierárquico da escola, quando uma

máquina fotocopiadora em regime de self-service e «ao domicílio», se torna mais

económica, produz nos utentes satisfação e maior predisposição para o trabalho com menor

gasto de energias?!... Experimente-se e contabilizem-se os resultados, em termos de

rentabilidade e produtividade, tendo em vista a missão da escola na utilização de um

serviço ou aquisição de um bem material.

10. GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS

O modelo de gestão estratégica e gestão pela excelência exige que a gestão dos

recursos seja feita de uma forma integrada como objectivo de maximizar os resultados e

minimizar os prejuízos. Os recursos de uma escola são o conjunto de meios humanos,

materiais e financeiros que, de uma forma ou de outra, existem para apoiar a formação

individual e colectiva de todos os utentes da escola – alunos, professores e funcionários e

para servir a missão da escola.

Estes recursos deverão estar direccionados, indiferentemente, para formação dos

professores e alunos, já que existe uma interacção na relação ensino/aprendizagem em que

todos têm a ganhar com o aprofundamento de saberes de uns e de outros.

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É neste sentido que a proliferação de recursos de qualidade e o seu fácil acesso

constituem uma estratégia integrada, se atendermos a que os meios materiais devem estar

ao serviço dos meios humanos e facilitam a aquisição do saber permitindo maior satisfação

e rentabilização das potencialidades de cada um, bem como maior predisposição para

aprender e para ensinar e, por consequência, conseguindo melhores resultados em termos

financeiros.

Esta estratégia tem como meta o alcance do sucesso escolar e educativo

proporcionando condições para a formação permanente dos utentes da escola, condição

essencial para uma escola exigente e de qualidade.

Consideramos duas premissas que correspondem a situações reais:

1. O professor tem falta de tempo para a sua auto-formação.

2. A necessidade de auto-formação dos professores depende, em certa

medida, do grau de exigência da necessidade de aprender por parte dos alunos, a

que o professor deverá proporcionar a resposta adequada ou os meios para a

obtenção dessa resposta.

Numa visão sectorial e segundo uma perspectiva linear e de certo modo radical,

poderemos dizer que uma escola que sobrevalorize a área administrativo-financeira nunca

beneficiará de uma autêntica e rica acção pedagógica. A rigidez administrativa e financeira

é incompatível com o dinamismo e a criatividade que se pretendem no acto educativo. Tal

situação é contrária ao princípio da predominância da acção pedagógica sobre o acto

administrativo.

Por outro lado, a preocupação exagerada na manutenção de espaços escolares bonitos,

agradáveis e funcionais, de nada valerá se menosprezar a vertente pedagógico-didáctica e a

vertente administrativo-financeira. Os espaços degradar-se-ão porque não foram tomadas

as medidas pedagógicas preventivas adequadas, e a manutenção dos espaços não terá

resposta certa da área administrativa e financeira. Com efeito, e não obstante os problemas

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já indicados na área de gestão de espaços, não são por acaso que as escolas manifestam um

exagerado grau de degradação, mesmo em edifícios recentemente construídos.

Do mesmo modo, não será possível manter, por muito tempo, uma acção

pedagógica saudável e sólida quando ao nível da gestão dos espaços não houver um

mínimo de preocupação na manutenção das salas e recreios limpos, bonitos, funcionais,

não conflituosos, e se, pela área administrativo-financeira não se der cobertura financeira

aos projectos pedagógicos da escola por mais excepcionais que eles pareçam. Fácil será

de concluir que o desenvolvimento equilibrado das três vertentes fundamentais da

«organização escola», será o melhor (mas não o mais fácil), percurso a trilhar,

considerando os inúmeros problemas a resolver e a dificuldade de envolvimento de todos

os intervenientes na grande tarefa de gestão participada do estabelecimento de ensino.

Se entendermos que os recursos, humanos ou materiais, são tanto mais ricos quanto

maior for a informação que recolhem, produzem ou veiculam, teremos de proporcionar, na

escola, o maior acesso possível à informação e à respectiva circulação.

Assim, se retirarmos ao professor todas as tarefas burocráticas e outras inúteis,

desviantes dos trabalhos mais úteis à missão da escola, estaremos a criar condições para

que aquele tenha mais tempo para a auto-formação. Com efeito se se puder retirar todo o

trabalho de reprodução final de imagens e textos para fichas de trabalho ou fichas de

avaliação, se proporcionarem meios para reduzir o tempo perdido em determinadas tarefas

no exercício dos cargos, no dia a dia da acção lectiva, pela racionalização de processos e

modernização de meios, estaremos a disponibilizar mais tempo e predisposição mental do

professor para a procura do saber e para o seu enriquecimento didáctico, pedagógico ou

científico.

Se a escola, sozinha ou associada a outros estabelecimentos de ensino, puder facultar

aos professores meios materiais, técnicos e humanos, através de um gabinete gráfico

instalado na sala de professores para execução gráfica de fichas de trabalho e de avaliação,

desenhos, gráficos, acetatos e puser à sua disposição meios áudio, vídeo e informáticos, não

só estará a aumentar a quantidade de tempo disponível como também a qualidade dos

meios de ensino e o stock de materiais de ensino disponíveis de ano para ano.

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Por seu turno, a não existência de uma exigência por parte dos alunos em querer

aprender mais, poderá comprometer a formação do professor, que irá paralisar e cristalizar.

Se enriquecermos o recurso material que é o «espaço – sala de aula», com o maior

número possível de informação, veiculada por suportes verticais, horizontais, vídeo, áudio,

etc., iremos confrontar o aluno com maiores possibilidades de estar informado e estimular a

sua capacidade de questionar as informações recebidas. Se, na aula de História e Geografia,

o aluno for confrontado com a exposição permanente e rotativa de mapas em todas as

paredes com cassetes vídeo de conteúdo afim e programas informáticos, monografias, etc.

o aluno discutirá e assimilará, com maior frequência, dentro ou fora do tempo de aula,

questões do dia a dia do país ou do muno o que implicará, forçosamente, uma

aprendizagem espontânea não dirigida, que resultará num enorme desejo de querer saber

mais. Este desejo estimulará o professor que, por sua vez, sentirá necessidade de se auto-

formar para dar respostas aos anseios dos estudantes.

Se, utilizando a mesma estratégia, enriquecermos os espaços, salas, corredores,

gabinetes de trabalho e investigação, com informação complementar diversificada,

estaremos a proporcionar ao docente, formação contínua a «domicílio» e em regime de

self-service.

Estaremos, deste modo, a fazer uma gestão integrada de recursos humanos e

materiais, rentabilizando, necessariamente, os meios financeiros.

Estas sugestões alteram de forma radical a organização escolar, anulando de vez a

concepção dos espaços escolares como «armazém de gente» e erigirão, para cada disciplina

ou matéria ensinável, um espaço específico com condições favoráveis a uma boa relação

ensino/aprendizagem/investigação. Os professores sentir-se-ão mais responsabilizados

pelos seus espaços pedagógico-didácticos, produzirão maior número de materiais de

ensino, apropriar-se-ão de forma espontânea dos espaços enriquecidos e trocarão com mais

facilidade experiências e materiais entre si. Cada sala de aula tornar-se-á um laboratório,

um centro de recursos específicos a acrescentar a outros recursos comuns e controlados

pela escola, concentrados na biblioteca, hemeroteca, mediateca, audioteca, didateca e

centro de produção audio-visual

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11. O MODELO DE GESTÃO POR EXCELÊNCIA DAS INSTITUIÇÕES

EDUCATIVAS.

11.1. A Gestão pela Qualidade:

A gestão pela qualidade – é uma estratégia para transformar a organização,

orientando-a para resultados e para a satisfação dos beneficiários. O conceito de gestão pela

qualidade engloba a relevância das aprendizagens, a equidade, a eficácia e a eficiência do

qual contém o acesso, o programa e o sucesso do aluno. Também diz respeito ao empenho

da organização para garantir que os seus produtos satisfaçam as exigências de qualidade

dos consumidores e cumprir todos os regulamentos existentes relativos a este produto. A

qualidade do ensino não se cinge à transmissão de conhecimentos e valores mas sim

depende grandemente da qualidade de gestão e liderança.

A Qualidade é encarada como uma variável ligada à satisfação do Cliente6, ou seja,

traduz o reconhecimento pelas Organizações de que um objecto possui especificações

adequadas ao objectivo para o qual o Cliente o pretende usar.

Assim, as Organizações passam a querer garantir que os produtos e serviços

satisfaçam as expectativas dos clientes e utilizadores. Isso implica a adopção de uma

atitude estratégica consequente das organizações que procuram maximizar as condições

para que o produto ou serviço oferecido aos Utilizadores e Clientes corresponda às

expectativas destes.

Eis por que as Organizações implantam Sistemas de Garantia da Qualidade ou

adoptam sistemas de Gestão TQM (Total Quality Management). Na verdade, a Qualidade

passou a fazer parte das preocupações que norteiam as actividades das Organizações,

lucrativas ou não, que desejam ser bem sucedidas.

11.2. O Modelo de Gestão pela Excelência

O Modelo de Gestão pela Excelência (muito em voga, hoje em dia) põe acento tónico

na premissa, segundo a qual a máxima qualidade do bem produzido ou do serviço prestado

6 Varela, Bartolomeu, Manual de Planeamento e Gestão de Instituições Educativa, 2004.

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(que é a aspiração do cliente) deve ser uma construção permanente, pelo que a actuação de

todos os elementos da organização deve pautar-se, cada dia, pelo esforço de procura ou

garantia de níveis cada vez mais elevados de eficiência e eficácia.

O Modelo de Excelência em Gestão Pública foi concebido a partir da premissa de que

é preciso ser excelente sem deixar de ser público.

Esse Modelo, portanto, deve estar alicerçado em fundamentos próprios da natureza

pública das organizações e em fundamentos próprios da gestão de excelência

contemporânea. Juntos, esses fundamentos definem o que se entende hoje por excelência

em gestão pública.

Os primeiros fundamentos são constitucionais, encontram-se no Artigo 37 da

Constituição Federal do Brasil: a gestão pública para ser excelente tem que ser legal, moral,

impessoal, pública e eficiente.

a) Legalidade: estrita obediência à lei; nenhum resultado poderá ser considerado

bom, nenhuma gestão poderá ser reconhecida como de excelência à revelia da lei.

b) Moralidade: pautar a gestão pública por um código moral. Não se trata de ética

(no sentido de princípios individuais, de foro íntimo), mas de princípios morais de

aceitação pública.

c) Impessoalidade: não fazer acepção de pessoas. O tratamento diferenciado

restringe-se apenas aos casos previstos em lei. A cortesia, a rapidez no atendimento, a

confiabilidade e o conforto são requisitos de um serviço público de qualidade e devem ser

agregados a todos os usuários indistintamente. Em se tratando de organização pública,

todos os seus usuários são preferenciais, são pessoas muito importantes.

d) Publicidade: ser transparente, dar publicidade aos dados e factos. Essa é uma

forma eficaz de indução do controle social.

e) Eficiência: fazer o que precisa ser feito com o máximo de qualidade ao menor

custo possível. Não se trata de redução de custo a qualquer custo, mas de buscar a melhor

relação entre qualidade do serviço e qualidade do gasto.

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Orientados por esses fundamentos constitucionais, integram a base de sustentação do

Modelo de Excelência em Gestão Pública os fundamentos apresentados a seguir.

-Foco em resultados: o resultado é a materialização de todo o esforço da organização

para o atendimento das necessidades de todas as partes interessadas. O sucesso de uma

organização é avaliado por meio de resultados medidos por um conjunto de indicadores.

- Processos e factos: As actividades são geridos sistematicamente em termos de

processo. Os processos têm responsáveis, são bem compreendidos e existem actividades de

melhoria no trabalho diário de cada um. Os factos, os indicadores e a informação

constituem a base da gestão.

- Melhoria contínua e inovação: Existe uma cultura de melhoria contínua. A

aprendizagem contínua é a base do aperfeiçoamento, e são encorajadas atitudes como

pensar com originalidade e inovar. Utiliza-se o "benchmarking" ou comparação de dados

relevantes com os de Organizações de Excelência, que permitam estabelecer objectivos de

melhoria para apoiar a inovação e o aperfeiçoamento.

- Liderança e consistência de objectivos: Os líderes desenvolvem a cultura das

organizações, conduzindo os recursos e os esforços da organização na direcção da

excelência. A política e a estratégia são implementadas de uma forma estruturada e

sistemática a toda a organização e todas as actividades estão coordenadas. O

comportamento das pessoas está em harmonia com os valores organizacionais, a política e

a estratégiaa.

- Focalização no Cliente : O cliente é o juiz final da qualidade produtos e serviços.

As necessidades e requisitos dos clientes e o compromisso de lhe fornecer valor estão

perfeitamente compreendidos. A satisfação dos clientes é medida e analisada, assim como

os factores de fidelização

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-Controle social: a gestão estrategica das escolas secundarias tem que estimular o

cidadão e a própria sociedade a exercerem ativamente o seu papel de guardiões de seus

direitos e de seus bens comuns.

Nesse sentido, a boa gestão estratégica pressupõe a criação de canais efectivos de

participação do cidadão nas tomadas de decisões, na avaliação dos serviços prestados pelas

escolas, inclusive na avaliação da actuação das escolas relativamente aos impactos que

possa causar mal-estar na comunidade escolar, à segurança e ao meio ambiente.

11.3. Gestão participativa:

A gestão participativa é normalmente entendida como uma forma regular e

significante de envolvimento dos funcionários de uma organização no seu processo

decisório (Likert, 1971; Xavier; Amaral e Marra, 1994). Nas organizações

democraticamente administradas – inclusive escolas, os funcionários são envolvidos na

fixação dos objectivos, na resolução de problemas, na tomada de decisões, na fixação e

manutenção de padrões de desempenho e na garantia de que sua organização está

atendendo adequadamente às necessidades do cliente. Relativamente a escolas e sistemas

de ensino, o conceito de gestão participativa envolve, além dos professores e funcionários

administrativos, os pais, os encarregados de educação, os alunos e qualquer outro

representante da comunidade que esteja interessado na escola e na melhoria do processo de

ensino/aprendizagem.

O estilo da gestão pública de excelência é participativo. Isso determina uma atitude

“gerencial” e de liderança, que busque o máximo de cooperação das pessoas, reconhecendo

a capacidade e o potencial diferenciado de cada um e harmonizando os interesses

individuais e colectivos, a fim de conseguir a sinergia das equipes de trabalho.

Uma gestão participativa genuína requer cooperação, partilha de informações e

confiança para delegar, dando autonomia para atingir metas. Como resposta, as pessoas

tomam posse dos desafios e dos processos de trabalho dos quais participam, tomam

decisões, criam, inovam e dão à organização um clima organizacional saudável.

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As pessoas fazem a diferença quando o assunto é o sucesso de uma organização. A

valorização das pessoas pressupõe dar autonomia para atingir metas, criar oportunidades de

aprendizado e de desenvolvimento das potencialidades e reconhecer o bom desempenho.

O princípio da aprendizagem contínua deve ser internalizado na cultura

organizacional tornando-se parte do trabalho diário em quaisquer de suas actividades, seja

na constante busca da eliminação das causas dos problemas, na busca de inovações e na

motivação das pessoas pela própria satisfação de executarem suas actividades sempre da

melhor maneira possível.

É importante destacar que este fundamento é transversal a toda a organização. Isto

significa que independentemente do processo produtivo, da prática de gestão ou do padrão

de trabalho, o aprendizado deve acontecer de maneira sistémica.

É preciso ir além dos problemas e procurar novas oportunidades para a organização.

Isso é um processo contínuo e inesgotável que engloba tanto as melhorias incrementais,

como as inovações e a ruptura de práticas que deixam de ser necessárias, apesar da

competência da organização em realizá-las.

12. O modelo de gestão pela excelência aplicado ao serviço educativo

O governo de Cabo Verde inscreveu no seu programa de governação “a Boa Governação” como uma das suas grandes opções estratégicas para a promoção do seu desenvolvimento do país. Em todo o caso, nenhum discurso sobre “Boa Governação” tem sentido se os Serviços Públicos prestados à Sociedade não forem de boa qualidade, ou seja, se tais serviços não corresponderem às justas expectativas da Comunidade.

O mesmo se passa na área da Educação e, por isso, o grande desafio dos sistemas

educativos é o de edificar “escolas de sucesso”, visto que à sociedade não interessa

apenas que se lhe garanta o acesso equitativo ao ensino e à formação mas o acesso a

uma educação e formação de qualidade, capaz de transformar o homem cabo-verdiano

num verdadeiro capital, em fonte de riqueza e progresso, nos planos material e

espiritual.

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Por isso, os países engajados em processos de desenvolvimento humano autênticos

apostam em sistema educativos que funcionem segundo os paradigmas da máxima

qualidade, de que é expressão o chamado “Modelo de Gestão pela Excelência”, cujos

princípios paradigmáticos passamos a referir sucintamente, tendo em conta a sua

aplicabilidade nas instituições educativas cabo-verdianas:

1. A orientação para o utente ou cliente: Considerando que a reforma

educativa em curso tem por princípio básico o “reforço da pertinência social da

educação”, o serviço educativo que se presta deve dar satisfação aos clientes, isto e, aos

alunos e à comunidade em geral. Dito isto, quer-se evidenciar a necessidade de o serviço

educativo ser concebido, organizado, gerido e controlado na perspectiva da satisfação do

cliente (a sociedade, em suma), que deve ter um papel activo em todo esse processo;

2. A legalidade, o civismo e a moralidade, como formas de ser, estar e agir

na sociedade (e nas instituições educativas), fazem parte do conjunto de valores que

definem o mínimo ético indispensável a uma convivência social sadia. É assim que um

das dimensões basilares do Sistema Educativo é a “Educação para Valores”.

3. A aposta na inovação. A inovação é apanágio do agente educativo da

Sociedade de Informação em que vivemos, em que as TIC exigem actualização e

criatividade permanentes. Na época pós-moderna, da sociedade de informação, em que

se verifica uma grande aceleração dos processos de transformação social e de

desenvolvimento científico e tecnológico, o sistema de ensino tem de se renovar ou

inovar continuamente e o professor deve ser uma agente educativo inovador, por

excelência, em cada dia, em cada aula. Para isso, a autonomia das escolas deve ser

encorajada e, com ela, incentivada a iniciativa criadora dos seus agentes;

4. A formação e a motivação do pessoal, como requisitos para a

excelência no desempenho profissional. A primeira condição de sucesso de uma

organização (e a escola não foge à regra) é a qualidade dos seus recursos humanos (dos

seus “stackholderes”), que é maximizada quando se logra um máximo desempenho, sem

olvidar a realização pessoal e social de todos e de cada um;

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5. A utilização das novas tecnologias de informação e comunicação no

processo educativo – Eis uma exigência dos novos tempos, para que a educação possa

acompanhar as mudanças sociais, científicas e tecnológicas. A educação é, por

excelência, inovadora (sob pena de se desactualizar face à marcha inexorável do

tempo!...) e os recursos informáticos e outros meios modernos de comunicação

existentes nas escolas devem ser acessíveis aos agentes educativos, nomeadamente

professores e alunos;

6. Actualização e revalorização do papel da escola/professor no processo

de aprendizagem: na actualidade, o professor não é a única fonte das aprendizagens

exigidas pelos programas de ensino; o aluno deve ser sujeito activo da sua própria

aprendizagem, na qual participam igualmente outros parceiros (as chamadas pessoas

recursos). Daí que o papel do professor, sem deixar de ser decisivo, deva ser

essencialmente o de facilitador/organizador /animador do processo de aprendizagem;

7. Espírito de serviço – A escola não é um fim em si; o professor não trabalha sem

objectivo; a escola está ao serviço da sociedade, das grandes causas por que luta a

Humanidade e, antes de mais, a Comunidade em que se insere;

8. Qualidade – Significa “caminhar para reclamações zero” na prestação do

serviço; elevar o nível de organização, funcionamento e actuação das escolas

(eficiência) e optimizar os resultados (eficácia), tendo sempre presente que o cliente

pode ser o melhor agente de marketing da escola, tanto em sentido positivo (favorável)

como negativo (desfavorável): “um cliente satisfeito avisa a 2; um cliente insatisfeito

avisa a 10”!

9. Rapidez e eficiência – A escola moderna tem que se adaptar com rapidez e

responder com eficiência aos desafios dos novos tempos. Por isso, está em processo de

actualização permanente, incorporando, em tempo útil, os melhoramentos e as

inovações, sob pena de não poder acompanhar a evolução da ciência e da tecnologia e,

consequentemente, as novas e mais complexas exigências da sociedade;

10.Redução do peso da hierarquia – As relações hierárquicas, excessivamente

verticais, não têm hoje lugar, fomentando-se ao máximo a participação, o trabalho em

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equipa. A liderança é, hoje, sobretudo, um animador de equipa, cabendo-lhe, é certo, em

última instância, a tomada de decisões, mas tendo sempre em conta que estas serão

plena e eficazmente executadas se houver envolvimento dos membros da equipa.

11. Sustentabilidade das opções e medidas de política educativa – O

futuro começa hoje e as decisões e medidas a tomar hoje devem ter garantias de

continuidade; A sustentabilidade implica não só a adopção de medidas de política e de

gestão correctas, responsáveis, devidamente fundamentadas, que não hipotequem o

futuro das novas gerações, como a tomada e consciência de que a educação, como tarefa

de todos, exige de toda a sociedade (famílias, empresas, ONGS, etc.) uma participação

efectiva na sua realização: participação não apenas no financiamento dos custos da

educação, que o Estado não pode suportar sozinho, mas participação na gestão escolar.

Temos que promover em Cabo Verde o controle social da educação, para que os clientes

do sistema educativo possam verificar se o serviço educativo prestado e de qualidade e

contribuir para a sua melhoria incessante;

12. Planeamento educativo sistemático e flexível. É sistemático porque abarca

todo o sistema e se realiza de forma cíclica e permanente; É flexível, de modo a

responder às, cada vez mais, novas demandas e exigências sociais), sem prejuízo do

rigor necessário). Cada escola, cada delegação, cada professor, enfim, todos os agentes

educativos devem trabalhar na base de planos e projectos de acção educativa orientados

para a procura dos melhores resultados ainda que em contexto de carência de recursos

que, por isso mesmo, devem ser racionalmente utilizados.

13. Controlo social – Se a educação deve estar ao serviço da sociedade, que se

apresenta, a um tempo, como financiadora, agente e cliente da acção educativa, importa

que, através dos mecanismos legais e informais, seja maximizada a participação

democrática da comunidade (famílias, associações de pais e encarregados de educação,

alunos e professores, municípios, empresas e parceiros sociais em geral) nos diversos

aspectos e momentos da acção educativa, que deve ser encarada como tarefa de toda a

sociedade. Nesse quadro, efectiva-se, gradualmente, um verdadeiro controlo social da

educação, via por excelência para a construção da qualidade da obra educativa. Quando

isso acontece, a educação passa a ser, efectivamente, assumida, defendida, apoiada e

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acarinhada, como obra colectiva, de toda a sociedade e não apenas dos podres públicos

ou do MEEC.

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CAPITULO II

1. O AMBIENTE ORGANIZACIONAL E OS ESTILOS DE LIDERANÇA NA

ESCOLAS

1.1. Órgãos de gestão, direcção e execução

1.1.1 Tipologia e características:

Em conformidade com os conceitos acabados de enunciar, assim se diferenciam os

órgãos de direcção, de gestão e de execução (administração). Assim, temos:

a) Órgãos de direcção – Têm funções da mais alta responsabilidade numa

organização, normalmente hierarquizada, cabendo-lhes a tomada de decisões estratégicas,

estruturantes, essenciais. São o verdadeiro motor da organização, porquanto definem os

objectivos e elaboram políticas visando mobilização e a condução do pessoal para que os

objectivos sejam atingidos. São a cabeça da organização.

b) Os Órgãos de gestão – Cabe-lhes combinar os meios materiais e humanos de modo

a que sejam atingidos os objectivos definidos pela direcção. Fornecem a esta elementos

para a melhor definição dos objectivos e a elaboração das políticas mais adequadas à sua

prossecução. Devem controlar os resultados obtidos, com vista à determinação dos desvios

relativamente aos objectivos que se pretendem atingir. Se a direcção é a cabeça, os órgãos

de gestão são o tronco da organização

c) Órgãos de execução – Têm a função de realização material das decisões. Cabe-lhes

realizar as actividades, conforme as determinações dos órgãos de gestão, para que sejam

realmente atingidos os objectivos da organização. Eles são os membros da organização.

1.2. Noções de Administração

Não obstante a diferenciação dos conceitos acima enunciados, importa sublinhar que é

comum utilizarem-se com o mesmo sentido. Assim, a gestão estratégica confunde-se com a

função de direcção, o mesmo acontecendo com a administração em sentido amplo. Por

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outro lado, um órgão de direcção por excelência acaba por tomar decisões de carácter

operativo e pontual.

Aliás, Fayol identificava administração com direcção e gestão, entendendo que

Administrar é prever (perscrutar o futuro e preparar-se para ele por meio de um programa

de acção), organizar (munir a empresa de todos os recursos de que ela carece para o seu

funcionamento normal), coordenar (harmonizar todas as actividades), comando (fazer

funcionar o pessoal) e controlar (fazer com que tudo se passe de acordo com as regras

estabelecidas e as ordens dadas). Logo a Administração é uma função que comanda e

controla todas as outras funções7.

Na mesma linha se situam numerosos autores, sendo, outrossim, corrente a realização

de cursos de Administração ou Gestão com idênticos planos curriculares e saídas

profissionais. Vamos, pois, em seguido, abordar o conceito de Administração em sentido

amplo, compreendendo a direcção, a gestão e a execução.

Assim, Administração é um conjunto de decisões, técnicas, regulamentos e processos

que asseguram o funcionamento de um sistema ou de uma organização, tendo em vista o

seu rendimento óptimo, isto é, com o objectivo de obter os melhores resultados pelo menor

custo e no menor tempo possível. Administração é, assim, um conjunto integrado de

intervenções tendentes a planificar, organizar, dirigir, coordenar e controlar um sistema ou

organização, para realizar os seus fins, com eficiência e eficácia e tendo em conta a sua

interacção com o meio ambiente.

Segundo definição do ilustre professor Marcelo Caetano, “Administração é o

conjunto de decisões e operações mediante as quais alguém procura prover à satisfação de

necessidades humanas, obtendo e empregando racionalmente para esse efeito os recursos

adequados”.

1.2.1. Objectivos gerais da Administração:

Efectivamente, são dois os objectivos fundamentais da Administração: proporcionar

eficiência e eficácia.

7 Hery Fayol (1841-1925), in Administration Industrielle et Générale.

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- Eficiência: refere-se aos meios – os métodos, processos, regras e regulamentos

sobre como as coisas devem ser feitas; trata de lograr a performance organizativa e garantir

que os recursos sejam adequadamente utilizados (perspectiva de processos);

- Eficácia: refere-se aos fins – os objectivos e resultados a serem alcançados; trata de

alcançar as metas com o menor gasto de recursos e com garantia de qualidade, para a

satisfação dos utentes ou clientes da organização (perspectiva de resultados).

Importa, todavia, que a eficiência e a eficácia não sejam encaradas no abstracto. É

preciso considerar, no primeiro caso (eficiência), se a performance da organização se

traduz na construção de um ambiente organizacional que permita aos funcionários ou os

“stackholders” das organizações realizarem-se pessoal, profissional e socialmente.

Por seu turno, a eficácia deve ser avaliada em termos de satisfação do cliente. Daí a

necessidade de as organizações funcionarem e actuarem sempre com o “foco no cliente”

(visando a satisfação deste) e considerando o “foco do cliente” (a reacção deste face ao

produto ou serviço que lhe é oferecido).

1.3. Administração educativa

1.3.1 Conceito de Administração Educativa

Na base do conceito de Administração de Marcelo Caetano, podemos definir a

Administração Educativa como o conjunto de decisões e operações mediante as

quais o Estado, através do MECES e de outras instituições educativas públicas, procuram,

dentro das orientações gerais definidas pelos órgãos do poder político e, directamente ou

mediante estímulos, coordenação e orientação, assegurar a prestação do serviço educativo,

de modo a dar satisfação às demandas da sociedade, obtendo e empregando racionalmente

para esse efeito os recursos adequados.

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1.4. Análise da performance global da organização

Ao focalizar-se análise na funcionalidade da organização, ou seja, na apreciação da

sua performance global, deve submeter-se a organização a um exame segundo diversas

perspectivas, a saber: 8

- A Perspectiva normativa ou de regulação – Aqui tem-se em conta as normas

pelas quais se regem o sistema educativo e as correspondentes estruturas de organização

e gestão, de modo a avaliar-se em que medida essas normas propiciam a realização dos

fins e metas fixados (perspectiva de adequação/inadequação das normas ou às normas);

- Perspectiva de economicidade – Aqui se tem em conta uma relação entre os

custos e os benefícios na realização dos objectivos da organização, a racionalidade das

estruturas, órgãos e medidas de gestão, a sustentabilidade das opções;

- Perspectiva de processos – Aqui se analisa até que ponto existe um modelo de

organização eficiente, isto é, se os processos de actuação garantam uma resposta pronta

e célere às demandas sociais (perspectiva de eficiência/ineficiência das estruturas).

Aqui, joga um papel decisivo o grau de motivação e de envolvimento dos agentes

educativos e demais funcionários (os chamados “stackholders” da organização), que é

maior ou menor em função das suas possibilidades de realização individual, profissional

e social, sem descurar o estilo de liderança que deve favorecer a criação do clima

organizacional adequado ao máximo desempenho individual e colectivo, tudo isso se

reflectindo na qualidade de atendimento dos clientes;

- Perspectiva de resultados (eficácia ou ineficácia) – Aqui vai-se analisar a

qualidade do serviço educativo prestado, a qual se avalia em função da capacidade de tal

serviço corresponder, em cada momento, às expectativas dos utilizadores e clientes do

sistema, da sociedade em geral.

As diversas perspectivas de análise põem em foco a necessidade de o sistema

funcionar e ser gerido de modo a alcançar níveis elevados de desempenho ou de qualidade.

Por isso, a um ambiente organizacional potenciador do sucesso são aplicáveis os princípios

8 Varela Bartolomeu , Manuel de Gestão e Planeamento…..

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da Gestão pela Qualidade Total (ou pela Excelência), a que nos referiremos próximo

capítulo. Adiantemos, contudo, que o papel da liderança é de suma relevância, na

construção desse ambiente.

1.5. Os estilos de liderança

A liderança poderia ser definida como a capacidade que influencia o

comportamento de pessoas e grupos para atingir determinados objectivos. Querendo, pois,

indicar, de modo preliminar, quais os elementos fundamentais em que se baseia a função de

liderança numa escola dos quais destacamos:

- Direcção e coordenação das actividades de um grupo em função do alcance das

metas previamente fixadas;

-Motivação dos membros do grupo, a fim de que eles sintam como seus os

objectivos estabelecidos;

- Representação dos objectivos do grupo, tanto no seu interior como perante o

ambiente exterior.

Destas referências emerge já bastante explicitamente uma distinção importante

que é útil ter presente se se quer indagar a fundo o papel e a função de gestão, evitando

tanto quanto possível cair em perigosos mal-entendidos. Referimo-nos à diferença que

existe entre os conceitos de “administrador” e de “líder”. A diferença substancial entre a

figura do administrador e a do líder consiste no facto de que enquanto o primeiro pretende

assegurar o funcionamento regular da organização mediante o emprego dos meios previstos

e consentidos (garante a correcta execução), o segundo aspira por sua vez, a planear e a

encontrar novas metas e novos meios, conjuntamente com os outros membros da

organização (garante a inovação) “ (Scurati, 1978,). Por outras palavras, é necessário

distinguir entre uma autoridade de tipo administrativo(baseada numa posição de direcção

oficialmente estabelecida no interior de uma organização) e uma autoridade que deriva de

um exercício efectivo da capacidade de liderança. Com a primeira, de facto assistimos a um

tipo de influência que se manifesta principalmente no funcionamento interno do grupo,

tendente a assegurar uma correcta execução das tarefas normais de rotina: processos de

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execução das actividades conduzidas pelos membros, mecanismos de interacção, de

comunicação, etc. Com o segundo tipo de autoridade, por sua vez, estamos perante uma

influência que se exerce em primeiro lugar sobre as prestações fornecidas pelo grupo para

atingir os objectivos fixados.

Ter presentes estes dois conceitos é importante porque, muitas vezes, é a própria

estrutura da organização que não permite distinguir bem as funções dirigentes com base no

que até aqui foi afirmado. Num hospital ou muna universidade, por exemplo é a mesma

ordem organizativa que separa gestão dos aspectos de tipo administrativo dos de

elaboração, projecção e direcção científica. Numa escola, por sua vez, isto não acontece.

Aos directores pede-se tanto para superintende no funcionamento de toda a máquina

administrativa como para exercer um papel de liderança educativa. De como este último

aspecto da função de direcção pode ser correctamente exercido de quantos elementos se

compõe e sobre que variáveis podem fundamentar-se falaremos nas páginas que se seguem.

Todavia, pré-liminarmente será oportuno fazer uma referência rápida em algumas das

principais abordagens que caracterizaram o estudo da liderança, com o fim de poder dispor

de um quadro de referência globalizante, no qual situar a análise e a reflexão no que diz

respeito ao específico educativo.

Durante o período inicial, os estudos sobre a liderança fixaram a sua atenção na

pesquisa dos traços de personalidade característicos e diferenciados do líder. O objectivo

desta abordagem consistia em procurar individualizar os elementos de distinção da função

dirigente através da procura daqueles traços de personalidade presentes nas pessoas que

detinham posições de comando. Devido as muitas variáveis examinadas (características

físicas, características de personalidade, inteligência), mas, talvez, também por causa de

uma certa inadequação dos instrumentos de pesquisa adoptados, não se pode dizer que esta

abordagem tenha sido frutífera. Em resumo, não se conseguiu estabelecer relações

sistemáticas entre os traços da personalidade e a função liderança.

A posição que, por sua vez, determinou os efeitos mais decisivos no desenvolvimento

deste tipo de estudos foi defendida por Kurt Lewin, Ronald Lippit e Ralph White (1939),

centrada no exame dos estilos de liderança. Foram individualizados três tipos de estilo.

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- Autoritário: tomada de decisão depende directamente do dirigente que a produz,

indicando também todas as fases de actuação, a subdivisão das tarefas e das actividades

entre os componentes do grupo. Os níveis de participação na tomada de decisões não

existem praticamente;

- Democrático: o processo de tomada de decisão é de tipo participativo e desenvolve-

se através da discussão depois de o dirigente ter indicado objectivos e possíveis estratégias

para a sua consecução;

- Laissez-faire: o processo que leve à tomada de decisão não é estruturado, pelo que é

muito ampla a liberdade deixada ao grupo no seu conjunto e aos membros em si. Na

prática, o líder exerce um controlo e uma influência escassos em relação ao grupo e acaba

por assumir uma função de membro do grupo.

Com base nesta classificação, foram sendo feitos sucessivamente numerosos estudos

tendentes a apreciar os efeitos produzidos pela adopção deste ou daquele estilo. Sem

retomar pontualmente as várias etapas percorridas pelos autores aqui citados e por outros

estudiosos, as conclusões a que chegaram podem ser assim resumidas;

a) Uma atitude “democrática” de liderança permite uma libertação da agressividade

para fins produtivos, onde uma atitude “autoritária” favorece um estado de hostilidade

generalizada, que se exprime, às vezes, em agressão aberta contra os objectos físicos em

redor, ou de relativa apatia à pressão exercida pelo chefe (a apatia desaparece quando o

chefe deixa o grupo; cresce a agressividade entre os membros);

b) Uma atitude democrática favorece a cooperação, as relações entre as pessoas e a

autonomia. Pelo contrário, uma atitude autoritária faz aumentar a competitividade entre

os membros e torna difíceis as relações entre eles na falta eventual do chefe;

c) Uma atitude democrática reforça a produtividade. O contrário surge em presença

de uma atitude “autoritária” (Stella, Kaneklin, 1974,).

A questão do estilo, mais do que um problema de conhecimento ou domínio de

técnicas (como as chamadas técnicas participativas e outras baseadas em dinâmicas de

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grupo), é um problema cultural. Ora, a cultura organizacional desejada é aquela que

promove as boas práticas, espelhadas em bons resultados, susceptíveis de satisfazer não

apenas o cliente como toda a equipa envolvida na produção desses resultados e,

consequentemente, o líder, que se projecta com o envolvimento e a projecção do seu staff.

Um bom estilo de liderança, por ser uma questão cultural, adquire-se com a praxe.

Não exclui a autoridade, antes a pressupõe. Todavia, a autoridade do líder é tanto maior e

mais efectiva quanto o líder é mais bem aceite, por favorecer a criação dos necessários

espaços de liberdade, criatividade e de responsabilidade individual e colectiva.

1.6. A Gestão dos Conflitos

Uma boa liderança depende, em larga medida, da capacidade de conduzir o processo

de resolução dos problemas. Estar investido em funções de gestão significa, na prática,

assumir a responsabilidade de tomar decisões ou de orientar o processo de tomada de

decisões, com vista à solução dos problemas.

Os gestores, a diversos níveis, consomem muito do seu tempo de trabalho a lidar

com os conflitos gerados na escola.

Partindo do princípio de que o conflito é um elemento integrante da vida de uma

organização dinâmica como a escola, a eficácia da gestão mede-se em boa parte pela

maneira como sabe gerir, prever e atenuar a amplitude dos conflitos, visto que e

decorrência da relação entre todos os agentes das organizações ( shareholders e

stackholders).

O facto de várias pessoas, no dia a dia de trabalho resolverem problemas comuns ou

participarem em tarefas conjuntas, ocasiona determinados tipos de relações entre si, que

podem dar lugar a um maior ou menor grau de consenso ou, caso contrário, a um ilimitado

número de conflitos, muitas vezes difíceis de superar ou resolver.

Na escola encontramos diversos tipos de conflitos: os de funcionamento e os

laborais. Os de funcionamento são os que decorrem entre os órgãos directivos e

pedagógicos interdependentes e áreas funcionais e administrativas; os de ordem laboral,

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decorrem da divergência de interesses ao nível da relação de trabalho entre professores,

funcionários administrativos e auxiliares de educação. Este tipo de conflito poderá ainda

decorrer da organização e estilos de gestão e das políticas de gestão de recursos humanos

da escola:

- Gestão pedagógico-didáctica: más relações interpessoais, indisciplina escolar,

insucesso escolar, insucesso educativo, má relação no processo ensino-aprendizagem,

ausência de apoio didáctica, ausência de formação profissional e pessoal…

- Gestão administrativo-financeiro: más relações interpessoais, utilização dos

recursos humanos e materiais financeiros de forma não racionalizada, desequilíbrio entre

receitas e despesas, desarticulação das áreas administrativas entre si, burocracia, inflação

de impressos, normativos e documentos…

- Gestão funcional e dos espaços: espaços degradados, desconfortáveis, sujos e

feios; ausência de articulação entre os espaços e as funções que neles decorrem; falta de

espaços.

A gestão da escola só será estável, facilitada e facilitadora quando for possível

prever e minimizar os conflitos. Não é razoável pensar que os conflitos terão um fim. Eles

serão permanentes e de certo modo poderão até ser importantes, porque incentivam a

procura de soluções de problemas.

A melhor forma de lidar com o conflito é reconhecê-lo quando exista (mesmo que

camuflado) e identificar-lhe a causa. Por fim, para atenuação ou resolução do conflito, há

que definir estratégias das quais indicamos as mais concretas:

a) Identificação do problema;

b) Análise do problema e de suas causas;

c) Formulação de possíveis soluções (hipóteses ou variantes);

d) Adopção da decisão (escolha da hipótese ou variante mais adequada);

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e) Elaboração de planos/projectos de intervenção;

f) Execução da decisão;

g) Monitorização e Avaliação da intervenção.

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CAPITULO III

2. ORGANIZAÇAO, ADMINISTRAÇAO E GESTAO DOS RECURSOS

DOS ESTABELECIMENTOS DO ENSINO SECUNDARIO

O decreto-lei9 que vem modernizar e actualizar a organização e o funcionamento

das escolas secundárias, cujo regime jurídico anterior (Portaria 50/87, de 31 de Agosto)

se mostrava desajustado face ao crescimento do ensino secundário e às opões e

medidas de política educativa entretanto assumidas.

Este diploma cuja riqueza de seu conteúdo e ambição, estabelece mecanismos que

possibilitam a participação dos professores, pais, encarregados de educação, alunos e

outros elementos representativas da comunidade na gestão democrática das escolas

secundárias.

Através dos órgãos e estruturas, competências e atribuições e procedimentos

consagrados no diploma, trata-se de dar corpo aos princípios da qualidade e da

pertinência social do ensino, reforçar a autonomia administrativa, financeira,

pedagógica e disciplinar das escolas secundárias.

O diploma consagra os grandes princípios por que se orienta a criação das escolas

secundárias, de entre os quais a obrigatoriedade de auscultação prévia dos municípios;

prevê a existência de denominação e símbolos próprios das escolas; admite a

possibilidade de as escolas secundárias serem geridas por entidades municipais ou

privadas, como forma de partilha de responsabilidades entre o Estado, os municípios e

os privados; atribui às escolas secundárias da via técnica autonomia necessária à

realização de cursos de formação profissional10.

Em termos de estrutura organizativa, o diploma preconiza os seguintes órgãos:

a) A Assembleia da Escola, que é um órgão de composição plural e de

participação dos diversos sectores da comunidade educativa na tomada das decisões

orientadoras do funcionamento da escola; 9 Decreto-Lei nº 20/2002, de 19 de Agosto. 10 Decreto-Lei nº 37/2003, de 6 de Outubro, Regime Geral de Formação Profissional.

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b) O Conselho Directivo, que é o órgão executivo e administrativo da escola, o

qual, além do Director, do Subdirector Pedagógico, do Subdirector Administrativo e do

Secretário (anteriormente existentes11), passa a representar a comunidade local, com a

presença de um Vogal eleito pelos pais e encarregados de educação e a contar com um

novo Subdirector (Subdirector para Assuntos Sociais e Comunitários) que se ocupará

de questões importantes decorrentes da evolução do tecido social e das exigências e

complexidades do funcionamento das escolas secundárias. Por outro lado, prevê-se a

possibilidade de, nas escolas técnicas, haver um Subdirector Técnico, para atender a

questões atinentes à organização técnico-científica dos cursos, e bem assim a

eventualidade de haver mais dois vogais no Conselho Directivo, caso a natureza da

escola, o número de alunos, o número de docentes, o regime de funcionamento da

escola e o seu projecto educativo o justificarem. Com a excepção do Director, nomeado

pelo Ministro, sob proposta do Delegado do MEES, e do Vogal, escolhido pelos Pais e

Encarregados de Educação, os membros do Conselho Directivo são escolhidos pelo

Director, sujeitando-se esta escolha à homologação ministerial;

c) O Conselho de Disciplina, que passa a ocupar-se não apenas da problemática

da disciplina dos alunos mas também de questões disciplinares em que estejam

envolvidos professores e demais funcionários da Escola, priorizando-se sempre a

vertente preventiva;

d) O Conselho Pedagógico, que, para lá das atribuições em matéria de

planificação, acompanhamento e controlo das actividades pedagógicas, se ocupa,

nomeadamente, da problemática da orientação vocacional e profissional dos alunos, em

estreita ligação com os serviços e organismos vocacionados.

Como órgãos auxiliares, existem Comissões Permanentes e Eventuais. Apenas

duas comissões permanentes são expressamente criadas no diploma (Comissão para a

Manutenção, Higiene e Segurança nas Escolas e Comissão de Informação, Cultura e

Desporto), relegando-se ao regulamento interno das escolas a criação de outras

comissões (permanentes e eventuais).

11 Vidé Portaria nº 50/87, de 31 de Agosto, revogado na sua maior parte pelo Decreto-Lei nº 20/2002, de 19 de Agosto.

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71

Aliás, uma característica do diploma tem a ver com o facto de seguir uma técnica

legislativa flexível do ponto de vista organizativo, de forma a permitir uma melhor

adequação das normas à realidade que se pretende regular, atribuindo, nalguns casos,

ao membro de Governo responsável pela área da educação (através de portarias ou

despachos) e, noutros casos, às Assembleia da Escolas (através da aprovação de

regulamentos internos) e a outros órgãos a modelação das melhores soluções aplicáveis

a cada caso, dentro dos parâmetros gerais fixados.

Para além da autonomia administrativa e financeira às escolas secundárias para

efeitos de cobrança e utilização de receitas próprias, como propinas, emolumentos e

outros rendimentos, introduz-se uma importante inovação no diploma em relação às

escolas secundárias que ministrem o ensino técnico, artístico ou polivalente, as quais

são dotadas da necessária autonomia para a organização de cursos de formação

profissional.

Enquanto se vão criando condições para a criação da carreira de gestores da

educação, procura-se assegurar a necessária competência técnica na composição da

direcção das escolas, estabelecendo-se que o Director, os Subdirectores, o Secretário e

o Vogal representativo dos encarregados de educação sejam habilitados com curso

superior e sejam indivíduos de reconhecido mérito, devendo os subdirectores

administrativos e financeiros serem escolhidos, preferencialmente, de entre pessoas

com formação e experiência comprovadas na área da gestão e da administração.

As Escolas Secundárias são dotadas de serviços administrativos e de apoio

logístico aos órgãos de gestão, denominados Secretarias, cujas atribuições e

funcionamento são regulados no diploma, sem prejuízo de regulamentação através de

regulamentos internos.

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72

2.1.Organigramada escola

OS OS ÓÓRGÃO DE GESTÃO DE UMA ESCOLARGÃO DE GESTÃO DE UMA ESCOLA

OS ÓRGÃO DE GESTÃO -INTERLIGADOSOS ÓRGÃO DE GESTÃO -INTERLIGADOSOS ÓRGÃO DE GESTÃO -INTERLIGADOSOS ÓRGÃO DE GESTÃO -INTERLIGADOS

Concelho DirectivoDirectora

SubDirector/a Pedagógico/aSubDirector/a Administrativo/a e Financeira

Concelho da DisciplinaUm elemento do Concelho Directivo

Um Coordenador de DisciplinaUm Representante dos Pais - Dois Directores de Turma -

Concelho PedagógicoDirector/a

Subdirector/a Pedagógico/aCoordenadore/a/s Pedagógico/a/s

ASSEMBLEIA DA ESCOLARepresentantes do pessoal docente

Representantes do Pessoal não docenteRepresentantes dos Alunos - Representantes dos Pais - Representantes da Autarquia - Uma pessoa Indónia da Sociedade Civil

Representantes dos Alunos

Concelho Directivosubdirector Para Assuntos Sociais e Comunitários

Secretário - Vogal

2.2. Regime de propinas e emolumentos a que estão sujeitos os alunos do ensino

secundário público12

O diploma estabelece, entre outras medidas: a obrigatoriedade de pagamento das

propinas para a frequência do ensino secundário13; a diferenciação dos montantes em

função dos ciclos de estudo e dos rendimentos das famílias; pagamento em três momentos

12 Cf. Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto 13 Lembre-se que, nos termos constitucionais e legais (cf. Lei de Bases do Sistema Educativo), o ensino secundário não é obrigatório nem gratuito.

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(inscrição, 1ª e 2ª frequências), sem prejuízo da possibilidade de pagamento mensal; a

faculdade de o encarregado de educação com dificuldades de pagamento de propina suprir

esse pagamento mediante prestação de serviço à escola; o apoio ao pagamento da propina

aos alunos provenientes de famílias reconhecidamente carenciadas por parte do ICASE; a

aplicação de descontos no pagamento de propina quando o agregado familiar possui mais

do que um educando no ensino secundário ou superior; poder de averiguação dos

rendimentos das famílias para efeitos de fixação dos montantes das propinas; a caducidade

da matrícula em caso de não incumprimento da obrigação de pagamento da propina,

salvaguardando-se a possibilidade de revalidação da matrícula mediante o pagamento das

propinas, com os acréscimos previstos no diploma; a previsão de multa nos casos de falsas

declarações ou omissão de dados que resultem no pagamento de propina inferior à devida,

para além de efectivação de responsabilidade nos termos da lei.

2.3.ORÇAMENTO PRIVATIVO DA ESCOLA SECUNDARIA DE

PALMAREJO

2.3.1. Conceito do orçamento.

O orçamento é o documento contabilístico onde são previstos todos encargos ou

aplicações e onde são computadas as receitas ou origem de fundos, para um período de

tempo determinado e que após aprovação pelos órgãos próprios, se converte em lei

económica fundamental14 da escola.

Sousa Franco definiu o orçamento em Finanças Publicas, como uma previsão, em

regra anual15, das despesas a realizar pelo Estado e dos processos de as cobrir,

incorporando a autorização concedida à Administração Financeira para cobrar receitas e

realizar despesas.

Adaptando a definição formulada por Sousa Franco, para o orçamento estatal,

podemos definir o Orçamento Privativo da Escola Secundaria, como o documento que dá

conta da previsão anual das despesas a realizar pela escola, da sua aplicação previsível, e da

14 Carvalho Joaquim, O Processo Orçamental das Autárquicas Locais-1996 15 António L. Sousa Franco, Finanças Publicas e Direito Financeiro, 3ª edição, Almedina, p.308,1990.

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origem dos recursos para as cobrir, incorporando a autorização concedida a Direcção para

arrecadar receitas e realizar despesas.

2.3.4. Regras e Princípios orçamentais

Na elaboração do orçamento privativo da escola deve ter sempre em conta as regras e

princípios definidos no orçamento geral do Estado que são os seguintes:

a) Regra de Independência orçamental: o orçamento privativo das

escolas secundárias é independente do orçamento do Estado.

b) Regra da Anualidade: a regre da anualidade impõe que as receitas e

as despesas sejam previstas e autorizadas para um ano lectivo;

c) Regra da Unidade e Universalidade: a unidade e universalidade do

orçamento são os dois elementos essenciais do “princípio da plenitude orçamental”,

que visa atender três adjectivos:

- Primeiro, de natureza politica, porque procuram “evitar a existência de massas

de receitas e despesas que escapam ao controlo político (na fase da previsão e de

prestação de contas) e administrativo (na fase da execução) ”.

- O segundo objectivo visa a maior clareza e simplificação dos documentos da

contabilidade. Por ultimo, pela unidade e universalidade do orçamento obtém-se a

integração de todas as receitas e de todas as despesas num único documento, o que

responde às exigências de racionalidade económica.

d) Regra do Equilíbrio: o orçamento deverá prever os recursos

necessários para cobrir as despesas nela inscritas. As despesas fixadas para pagar

terão ser iguais as receitas previstas para cobrar.

e) Regra da Especificação: o orçamento deve especificar

suficientemente as receitas e as despesas nele previstas, sendo “nulos os créditos

orçamentais que visem a utilização de carácter confidencial ou a constituição de

fundos secretos”.

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f) Regra da Não Consignação da Receitas: esta regra impõe que a

globalidade das receitas se destina a cobrir indistintamente todas as despesas.

g) Regra da Não compensação: determina que as receitas e as

despesas devem figurar no orçamento pelo seu valor integral.

h) Regra da publicidade: deverá ser dada publicidade ao orçamento,

depois de aprovação pelo órgão deliberativo.

Como ensina Sousa Franco, “um orçamento não publicitado não é orçamento”,

sendo que é a publicidade que assegura eficácia à autorização prévia das receitas e

despesas inscritas no orçamento.

2.4. Orçamento Privativo da Escola Secundaria de Palmarejo para o ano 2006

O Orçamento Privativo da Escola Secundaria de Palmarejo para o ano 2006, foi

elaborado nos termos da alínea e) do artigo 29º do decreto-lei n.º 20/2002 de 19 de Agosto,

coadjuvado com artigo 19º, alínea e) do mesmo Decreto-lei.

O Orçamento Privativo da Escola para o ano 2006, engloba um conjunto de acções

que irão ser desenvolvidas, a afectação dos recursos e a forma como os mesmos serão

utilizados, promovendo a participação da comunidade, reforçando o papel da escola,

enquanto instituição de ensino/aprendizagem.

O presente orçamento apresenta uma previsão de receitas e despesas na ordem de

9.047.024$00 (Nove milhões, quarenta e sete mil e vinte e quatro escudos).

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Gráfico: 1- Receitas Orçadas

2.4.1. Análise das Receitas previstas para o orçamento 2006

A previsão de receitas é de 9.047.024$00, constituindo as propinas o maior suporte

financeiro16, pois representam cerca de 74% do valor total previsto.

A rubrica Rendimentos patrimonial vem logo a seguir com um peso na ordem dos

17%., ficando apenas 9% para os restantes rubricas.

A previsão orçamental do ano 2005 foi de 9.122.412$00 (nove milhões cento e vinte e

dois mil quatrocentos e doze escudos), do qual foi arrecado a quantia de 8.739.284$00 (oito

milhões setecentos e trinta e nove mil duzentos e oitenta e quatro escudos)17,

correspondendo a 95,8% do total do orçamento de receita prevista no ano 2005. Ao

comparar o orçamento do ano 2006 com o orçamento do ano 2005, constatamos que houve

uma diminuição na ordem de 68.388$00 (sessenta e oito mil trezentos e oitenta e oito

16 Orçamento Privativo da Escola Secundaria do Palmarejo ano 2006. 17 Conta de Gerência de 2005 da Escola Secundaria do Palmerejo.

Outras receitas

4%

Propina74%

Emolumentos

5%

Donativos1%

Rend. Patrimoniais

17%

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escudos), correspondente a 0,74%, o que significa que a escola vai ter maior dificuldade em

honrar os seus compromissos.

Saldo de Gerência:

O saldo transitado do ano 2005 foi de 254.549$00 (duzentos e cinquenta e quatro mil,

quinhentos e quarenta e nove escudos) repartido da seguinte forma: em valores depositados

à Ordem na Caixa Económica de Cabo Verde (218.462$00) mais o dinheiro em caixa

(valor não depositado (26.087$00)) e o fundo fixo (10.000$00).

Previsão de Receitas:

- Propinas

a) De Inscrição e Frequência

Para o ano económico de 2006 prevê-se a quantia de 6.434.475$00 (Seis milhões,

quatrocentos e trinta e quatro mil, quatrocentos e setenta e cinco escudos), correspondente a

74% do total do orçamento. Enquanto que, no ano transacto a Escola previa o montante de

6.321.810$00 (Seis milhões trezentos e vinte e um mil oitocentos e dez escudos), mas

arrecadou o montante de 6.540.856$00 (seis milhões quinhentos e quarenta mil oitocentos

e cinquenta e seis escudos), ultrapassando para mais, o montante previsto no orçamento em

219.046$00 (duzentos e dezanove mil e quarenta e seis escudos), correspondente a 3,46%

do total da quantia prevista no orçamento em 2005. Depreende-se que esta arrecadação a

mais, de receita está intimamente ligada ao aumento dos números dos alunos, provenientes

das transferências das outras Escolas Secundarias e das matrículas atrasadas.

Ao comparar o orçamento de receita do ano 2006 com o orçamento de receita do ano

2005, na rubrica de propinas constata-se, que houve um ligeiro acrescimento, na quantia de

112.655$00 (cento e doze mil seiscentos e cinquenta e cinco escudos), mas se

compararmos a receita prevista em 2006 com o montante arrecado no ano 2005, segundo os

dados da Conta de gerência há um défice de 106.381$00 (cento e seis mil trezentos e

oitenta e um escudos). Isto está intimamente ligado a diminuição dos nºs dos alunos do ano

lectivo 2004/05 de 2232 alunos para 2106 alunos no ano lectivo 2005/06.

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- Emolumentos

a) Certificado de Habilitações Literárias:

Prevê-se arrecadar em emissão de certificados de habilitações literárias o valor de

200.000$00 (Duzentos mil escudos).

b) – Declaração de Frequência:

Foi previsto o montante de 150.000$00 (Cento e cinquenta mil escudos), igual ao

valor do ano 2005.

c) Curriculum Escolar:

Supõe-se cobrar a quantia de 100.000$00 (Cem mil escudos) na emissão de

Curriculum Escolar igual ao do ano passado.

Rendimentos Patrimoniais

a) Arrendamento de salas:

Nesta rubrica pretende-se arrecadar o valor de 150.00$00 (cento e cinquenta mil

escudos) correspondente ao aluguer das salas de aulas. Inferior ao do ano de 2005 que foi

de 200.000$00.

b) Exploração de Cantina:

Foi previsto o montante de 720.000$00 (Setecentos e vinte mil escudos) resulta do

aluguer da instalação da Cantina na razão de 60.000$00/mês, de acordo com o contrato

estabelecido. Neste valor está incluído a dívida atrasada no valor de 180.000$00).

c) Serviço de Reprografia:

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Foi previsto o montante de 150.000$00 (Cento e cinquenta mil escudos), inferior ao

montante fixado no ano 2005 que era de 350.000$00 (trezentos e cinquenta mil escudos).

Esta redução em 50% é devido à má condição para a exploração dos serviços de

reprografia.

d) Aluguer da Placa Desportiva:

Para o ano 2006 prevê-se arrecadar a quantia de 420.000$00 (quatrocentos e vinte mil

escudos), com o aluguer do pavilhão desportivo, muito superior ao do ano 2005 que foi de

250.000$00 (duzentos e cinquenta mil escudos).

Serviços de Rendimentos Não Patrimoniais

a) Ensino Recorrente de adultos:

Para o ano de 2006 não se prevê qualquer verba.

b) Acção de Formação:

Não se prevê qualquer montante neste capítulo.

Outros donativos

Prevê-se a quantia de 100.000$00 (cem mil escudos) em donativos, inferior ao do ano

passado que foi de 200.000$00. (Duzentas mil escudos).

Outras receitas

a) Vendas de cartões de estudante:

A inscrição do montante de 75.000$00 (Setenta e cinco mil escudos) engloba as

receitas a arrecadar com a venda de cartões de estudantes.

b)Venda de Papel de Prova:

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A inscrição da quantia de 150.000$00 (Cento e Cinquenta mil escudos) engloba as

receitas a arrecadar com a venda de papel de prova.

c) Utilização de Internet:

A biblioteca da Escola encontra-se equipada com computadores ligados à Internet,

pelo que se prevê arrecadar a quantia de 150.000$00 (Cento e cinquenta mil Escudos).

Gráfico: 2 das despesas orçadas

A rubrica encargos com a pessoal orçada em 3.716.824$00 representa 40% do total

das despesas.

A rubrica Outras vem logo em 2º lugar com um peso de 20% das despesas, pois

prevê-se a contratação de um psicólogo e prestação de serviços informáticos, e 12% das

despesas representam a rubrica Manutenção, onde estão incluídos algumas despesas que

transitaram de 2005.

Houve outras despesas que transitaram do ano 2005, nomeadamente consumíveis

(tintas máquina fotocópias, consumo secretaria) e imposto a serem entregues ao estado.

Análise das despesas:

Encargos com o pessoal

Figuram neste capítulo as despesas no valor de 3.716.824$00 (Três milhões,

setecentos e dezasseis mil, oitocentos e vinte e quatro escudos), assim distribuídos:

a) -Pessoal Contratado:

Este capítulo é dotado com a quantia de 2.631.836$00 (Dois milhões, seiscentos e

trinta e um mil, oitocentos e trinta e seis escudos), engloba as quantias destinadas ao

pagamento do ordenado do pessoal existente (contínuos, Ajudantes de serviços gerais e

guardas) para prestar serviços na Escola, no valor de 1.681.836$00 (um milhão seiscentos e

oitenta e um mil, oitocentos e trinta e seis escudos), o montante correspondente a futuras

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contratações de 1 contínuo e 5 ajudantes de serviços gerais, no valor de 925.908$00

(novecentos e vinte e cinco mil novecentos e oito escudos, e o montante referente às

despesas de transferências bancárias dos salários no valor de 24.000$00 (vinte e quatro mil

escudos).

b) Subsídios:

Esta rubrica é dotada com a quantia de 672.000$00 (Seiscentos e setenta e dois mil

escudos), destinada ao pagamento de subsídios dos Subdirectores e Secretário do Conselho

Directivo da Escola.

c) – Horas Extraordinárias:

Este ponto engloba a quantia de 123.128$00 (Cento e vinte e três mil, cento e vinte

oito escudos), para a liquidação das Horas Extraordinárias dos funcionários referentes a

2002-2004 no valor de 73.128$00 (setenta e três mil, cento e vinte e oito escudos) e

50.000$00 (Cinquenta mil escudos) referente a horas extraordinárias de 2006.

d) Outras despesas com pessoal

Esta rubrica cujo valor foi orçado em 289.952$00 (Duzentos e oitenta e nove mil,

novecentos e cinquenta e dois escudos) compreende as despesas de seguro de acidente de

trabalho no valor de 103.680$00 (cento e três mil, seiscentos e oitenta escudos) e

186.272$00 para o pagamento de indemnização dos funcionários por término do contrato.

Ao comparar o montante de 3.716.824$00 (Três milhões, setecentos e dezasseis mil,

oitocentos e vinte e quatro escudos) previsto na rubrica Encargos com o pessoal inferior no

ano 2006 com o montante de 4.094.916$00 (quatro milhões e noventa e quatro mil e

novecentos e dezasseis escudos), constatamos que houve uma diminuição na quantia de

380.092$00 (trezentos e oitenta mil e noventa e dois escudos), correspondente a 10% do

valor total previsto para o ano 2006.

- Manutenção de Instalação

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Este item destinado à conservação e reparação do edifício, das máquinas e

equipamentos e abarca o montante de 1.100.000$00 (Um milhão e cem mil escudos) e se

reparte nas seguintes rubricas:

a) Conservação e reparação de edifícios e outras construções

Esta rubrica, cujo montante orçado é de 800.000$00 (Oitocentos mil escudos), é

prevista para liquidação de dívidas relativamente ao ano 2005, para colocação de grades no

pavilhão e outras despesas referentes a conservação e reparação de edifícios.

b) Conservação e reparação de equipamentos básicos

Prevê-se para essa rubrica a quantia de 150.000$00 (cento e cinquenta mil escudos)

c) Conservação e Reparação de Equipamentos Administrativos

Nesta rubrica prevê-se a quantia de 200.000$00 (Quatrocentos e sessenta mil

escudos).

Também a rubrica Manutenção de Instalação diminuiu de 1.902.850$00 (um milhão

novecentos e dois mil, oitocentos e cinquenta escudos) do ano 2005, para 1.100.000$00

(Um milhão e cem mil escudos) em 2006, na quantia de 802.850$00 (oitocentos e dois mil

oitocentos e cinquenta escudos), correspondente a 72,9% do total do valor fixado para o

ano 2006.

Maquinarias e Equipamentos

Neste capítulo figuram as despesas com a aquisição de imobilizações corpóreas

(Equipamento e material básico e Equipamento administrativo) e engloba o valor de

550.000$00 (Quinhentos e cinquenta mil escudos).

a) Equipamento e mobiliário de ensino

Esta rubrica é dotada com a quantia de 150.000$00 (Cento e cinquenta mil escudos) e

engloba despesas nomeadamente com aquisição de secretárias.

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b) Equipamento de desporto e lazer

Orçada com a verba de 150.000$00 (cento e cinquenta mil escudos), prevê-se

aquisição de balizas, suporte de tabelas, bolas e bomba de enchimento.

c) Equipamento e material informático

Nesta rubrica, dotada com a quantia de 250.000$00 (Duzentos e cinquenta mil

escudos) prevê-se a aquisição de teclados, ratos, fontes de alimentação, UPS, baterias, etc.

Esta rubrica aumentou de 350.000$00 (trezentos e cinquenta mil escudos) em 2005

para 550.000$00 (quinhentos e cinquenta mil escudos) em 2006, correspondente a 63,63%

de aumento.

Consumo de Secretaria

Esta rubrica é dotada com a quantia de 700.000$00 (Setecentos mil escudos), que

engloba as despesas com a aquisição de materiais de consumo corrente de secretaria,

nomeadamente, papéis, impressos, Boletim oficial, lápis, borracha, clips, colas,

marcadores, tintas para impressoras e fotocopiadoras. Esta rubrica também aumentou de

300.000$00 (trezentos mil escudos) em 2005 para 700.000$00 (Setecentos mil escudos),

correspondente a um aumento na quantia de 400.000$00 (quatrocentos mil escudos)

Material Didáctico

Este capítulo é adoptado com a quantia de 150.000$00 (Cento e Cinquenta mil

escudos) e regista as compras para aquisição de giz, apagadores, régua, esquadro,

compasso, transferidor, rádios, cadernetas de professores/directores de turma e outros

materiais didácticos. Mantém o mesmo valor do ano 2005.

Serviços de Avaliação

Esta rubrica é dotada com a quantia de 343.315$00 (Trezentos e quarenta e três mil,

trezentos e quinze escudos) e engloba todas as despesas relacionadas com o serviço de

avaliação. Esta rubrica passou de 295.725$00 (duzentos e noventa e cinco mil setecentos e

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vinte e cinco escudos) em 2005 para com a quantia de 343.315$00 (Trezentos e quarenta e

três mil, trezentos e quinze escudos) em 2006.

Acção Social Escolar

Esta rubrica compreende uma quantia de 330.000$00 (Trezentos e trinta mil escudos)

para fazer face à acção social escolar, ajuda aos alunos carenciados, formação primeiros

socorros, comemoração de efemérides e atribuição de prémios aos melhores alunos e

também para apoiar a associação de pais e encarregados de educação, comissão de

finalistas, associação de alunos, etc. Esta rubrica mantém o mesmo valor.

Actividades Pedagógicas de Promoção de Qualidade

Este capítulo inclui a quantia de 330.000$00 (Trezentos e trinta mil escudos) dedicada

às despesas de visita de estudos e a formação do pessoal docente com vista a melhoria de

qualidade do Sistema de Ensino. Aumento de 150.000$00 (cento e cinquenta mil escudos)

em 2005 para a quantia de 330.000$00 (Trezentos e trinta mil escudos).

Outras

Foi orçado a quantia de 1.833.685$00 (um milhão oitocentos e trinta e três mil

seiscentos e oitenta e cinco escudos, distribuídos da seguinte forma:

a) Transferências correntes concedidas as Delegações

Esta rubrica inclui a quantia de 685.445$00 (Seiscentos e oitenta e cinco mil,

quatrocentos e quarenta e cinco escudos) destinada à transferência dos 10% do total de

receitas arrecadadas provenientes de cobrança das propinas e emolumentos para Delegação

do Ministério de Educação e Valorização de Recursos Humanos.

b) Deslocações e estadias

Prevê-se uma quantia de 65.000$00, para as deslocações e estadias.

c) Representação dos serviços

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Esta rubrica compreende a quantia de 65.000$00, para despesas com representação

de serviços.

d) Comunicações

Prevê-se uma quantia de 128.240$00 (Cento e vinte e oito mil, duzentos e quarenta

escudos) em despesas com a comunicação, donde 80.000$00 serão para gastos de telefone

e 48.240$00 para fazer face a despesas de Internet (pois é paga uma quantia fixa mensal no

valor de 4.020$00).

e) Equipamento de desgaste rápido

Esta rubrica engloba as despesas com a aquisição de equipamentos de desgaste rápido,

como consumíveis de informática, materiais de limpeza, etc., e está orçada em 150.000$00

(Cento e cinquenta mil escudos).

f) Limpeza, higiene e conforto

Esta rubrica está orçada em 65.000$00 (Sessenta e cinco mil escudos), e destina-se a

despesas com serviços de limpeza e higiene da escola.

g) Trabalhos Especializados

Engloba a quantia de 360.000$00 (Trezentos e sessenta mil escudos) e destina-se a

serviços técnicos na área da informática

h) Transportes

Esta rubrica é dotada com a quantia de 55.000$00 (Cinquenta e cinco mil escudos)

destinadas ao pagamento de todas as despesas de transporte e colocação de selo de passe de

autocarro para um funcionário, de forma a efectuar serviços fora da Escola.

i) Livros e Documentação Técnica

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Esta rubrica contém o montante de 50.000$00 (Cinquenta mil escudos) e engloba as

despesas com a compra de livros e documentação técnica para o apoio pedagógico.

j) Outras despesas

Esta rubrica está orçada em 210.000$00 (Duzentos e dez mil escudos), destinada ao

pagamento do imposto não entregue em 2005 e a outras despesas.

No dia 19 trabalhamos nas confecções das notas para diversas Entidades.

A rubrica Outras aumentou de 1.526.921$00 (um milhão quinhentos e vinte e seis mil

novecentos e vinte e um escudos em 2005 para a quantia de 1.833.685$00 (um milhão

oitocentos e trinta e três mil seiscentos e oitenta e cinco escudos) para o ano 2006,

correspondente a 20% do valor total desta rubrica no ano de 2005.

2.5. Regime de prestação de contas pela utilização das receitas próprias das

escolas secundárias públicas18

Em decorrência da aprovação do Decreto-Lei nº 19/2002 (sobre as propinas),

tornava-se necessário estabelecer normas disciplinadoras da utilização das receitas

próprias das escolas secundárias e definir os instrumentos de prestação de contas pelas

mesmas escolas junto de entidades do próprio Ministério da Educação e de outras

competentes nos termos da lei, em especial o Tribunal de Contas, ao qual caberá julgar

as contas de gerência.

Tendo em conta os princípios da legalidade das receitas e das despesas privativas

das escolas secundárias, o diploma começa por apresentar o elenco de umas e outras e

proibindo a cobrança de receitas ou a realização de encargos que contrariem o disposto

no próprio diploma e nas leis em geral.

Os princípios do rigor, da legalidade, da transparência e do controlo na cobrança e

utilização das receitas estão consagrados ao longo do diploma que consagra ainda

normas como: a obrigatoriedade de depósito sistemático das receitas cobradas em conta

18 Decreto-Lei nº 21/2002, de 19 de Agosto.

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bancária da escola; a sujeição de toda a contabilidade e nomenclatura das receitas e

despesas a um plano de contas, anexo ao diploma; a consagração dos principais

instrumentos de gestão financeira, como o orçamento privativo da escola e a conta de

gerência, aprovados pelo órgão representativo da escola (Assembleia da Escola); o

fecho de contas a 31 de Dezembro de cada ano e sua apresentação ao Tribunal de

Contas para julgamento no prazo máximo de 6 meses; a fixação dos montantes de

despesas que podem ser autorizados a nível da Escola e dos que requerem aprovação de

outras entidades do MEES, de forma a ter-se uma perspectiva geral e coerente de

afectação e ou utilização das receitas; a prestação de contas trimestralmente ao serviço

central do MEES responsável pela Administração e Finanças; os princípios de

transparência e segregação de funções na movimentação das contas bancárias, com a

previsão da obrigatoriedade de 3 assinaturas; a previsão de vários mapas para a

organização da contabilidade da escola (balancete mensal; mapa de receitas orçadas;

mapa de despesas orçadas; registo de receitas; diário de caixa; diário de banco; mapa

de reconciliação bancária e extracto de conta bancária, etc.); a consagração da

responsabilidade financeira pela incorrecta utilização dos fundos ou pela violação

regras de gestão e prestação de contas, sem prejuízo de responsabilidade disciplinar e

criminal, nos termos da lei.

2.6. Caracterização da Escola Secundária de Palmarejo

A Escola Secundária do Palmarejo fica situada no Palmarejo, Concelho da Praia,

Freguesia de Nossa Senhora do Socorro. Iniciou as suas actividades no dia 14 de Outubro

de 2002, com uma comunidade educativa de 1574 alunos, de todos os ciclos de

escolaridade, distribuídos por 14 turmas, 85 professores e 20 trabalhadores de quadro

auxiliar. Actualmente a Escola Secundaria de Palmarejo tem 2308 alunos, distribuídos por

62 turmas e 94 professores dos quais 4 trabalham na direcção da escola. Ela dispõe de uma

moderna e complexa infra-estrutura constituída por:

1.- 30 salas de aulas;

2.- 2 salas de informática;

3.- 3 laboratórios;

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4.- 1 sala de professores;

5.- 1 cantina escolar;

6.- 1 sala de actos com capacidade para 130 pessoas e equipada com meios

audiovisuais;

7.- 1 biblioteca;

8.- 1 espaço para a pratica desportivas (pavilhão e placa desportivas);

9.- 1 bloco para funções administrativas;

10.-12 casas de banho.

No que se refere aos espaços escolares e condições de uso, constatamos que a Escola

Secundária do Palmarejo reúne as condições necessárias para o desenvolvimento do

processo ensino/Aprendizagem, embora o rácio aluno/sala é superior ao rácio aluno/sala

no Concelho da Praia e em nacional.

O rácio aluno/sala é de 76,9 correspondente a utilização da sala de manhã a rácio

aluno/sala é de 37,43, à tarde é de 38,36, e o rácio aluno/sala a noite é de 12, enquanto que

o rácio aluno/sala a nível nacional é de 61 e no Concelho da Praia é de 66 segundo dados

provisório do anuário escolar (2005/2006 do GEP/MEES). O rácio aluno/sala na Escola

Secundaria de Palmarejo é superior ao rácio aluno/sala a nível nacional em 15,9 e em 10,9

no Concelho da Praia, o que significa que o rácio aluno/sala na Escola Secundaria de

Palmerejo está um pouco elevado em relação ao rácio no Concelho da Praia e nacional.

No período da manhã utiliza-se 30 turmas para o total de 1123 alunos, no período da

tarde utiliza-se também 30 turmas para um total de 1151 alunos e no período da noite

utiliza-se 2 turmas para um total de 24 alunos.

O total de 2308 alunos para 62 turmas corresponde ao rácio aluno/turma de 37,2

enquanto que o rácio aluno/turma no Concelho da Praia e de 36, assim como o rácio

aluno/turna nacional que é também 36, o que significa que a Escola Secundaria de

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Palmerejo tem um rácio aluno/turma superior ao do Concelho da Praia e do nacional em

1,2%, todavia é de realçar que a utilização das salas à noite é insignificante, visto que

apenas 2 salas são utilizadas para um total de 24 alunos.

O rácio aluno/professor na Escola Secundaria de Palmarejo é de 25,64 enquanto que a

nível nacional é de 22 e no Concelho da Praia é de 21.

Quanto a biblioteca, constatamos que tem um bom espaço em termos de dimensão,

mas a sua utilização é insignificante, tendo em conta que existem carências de manuais de

apoio para consultas dos alunos.

A escola tem apenas uma sala de professores para um universo de 90 professores o

que significa que há um super ocupação de espaço.

A sala está devidamente equipada com cadeiras, sofás, televisão, mesa, estante,

computador, etc.

A escola possui 3 laboratórios devidamente equipados com materiais modernos e

sofisticados. (Laboratório de Ciências; Física e Química e Biologia).

A secretaria tem bom espaço, trabalha 3 funcionários dos quais uma delas

desempenha a função de chefe de secretaria.

O ginásio é excelente e é ocupado permanentemente com prática de desporto.

A direcção da escola aluga grupos desportivos para a realização das suas actividades.

A escola tem uma sala grande que utiliza para reuniões com professores e

encarregados de educação.

A Cantina da escola encontra-se neste momento alugada e está em pleno

funcionamento.

A escola possui 12 casas de banho com boas condições sanitárias.

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90

A escola possui 2 salas de informática devidamente equipadas e uma sala de memória

que funciona com centro de informática ou informação. Tem também 3 salas de

arrecadações e uma casa de guarda.

2.6.1. Pessoal Docente

Num universo de 90 professores que trabalham na leccionação, 49 têm formação

superior, correspondendo a 54% dos professores com formação, segundo o” parâmetro

MEES”, dos quais 26 têm curso superior sem licenciatura, correspondendo a 28,8% do

total dos professores, 21 com licenciatura, correspondendo a 23,3% do total e 2 com o

curso de mestrado correspondendo a 2,2% do total. A Escola Secundaria de Palmarejo tem

uma percentagem, de professores com formação, inferior a nível nacional e do Concelho da

Praia. A nível nacional a percentagem dos professores com formação é de 59,6% e no

Concelho da Praia a percentagem é de 64% segundo dados provisório do ano lectivo

(2005/06 do GEP/MEES).

Dos 21 Professores com licenciatura, a penas 18 professores têm a formação

específica na área de docência correspondente a 20% do total dos professores.

Dos 2 mestrados apenas 1 tem formação específica para a área de docência.

A Escola tem 2 professores com formação do IP, correspondendo a 2,2% do total de

professores e 3 com o 12º ano de escolaridade, correspondendo a 3,3% do total.

Dos 90 professores que constitui o corpo docente da escola, 49 têm formação,

correspondendo a 54% do total e 41 professores sem formação, correspondendo a 46% do

total, o que significa que mais de metade do corpo docente possui requisitos para o ensino.

A escola está com 36 professores em formação superior nas diversas instituições do

ensino superior em Cabo Verde, designadamente, ISE, ISCEE e Jean Piaget

correspondendo a 28,8% do total do seu corpo docente, o que significa que dentro em breve

a Escola Secundária do Palmarejo passará a contar, praticamente com 100% dos

professores formados.

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91

2.6.2. Repartição do corpo docente por tipo de vínculo

Dos 94 professores que trabalham no liceu de Palmarejo, incluindo os 4 que

trabalham na direcção, 34 tem vínculo definitivo o que correspondente a 37,7%, 26

trabalham sobre o regime de contrato administrativo de pavimento, correspondente a

28,8%, 29 trabalham em regime de contrato a termo, correspondente a 32,2% e l trabalha

em regime de cooperação que corresponde a 1,1% no âmbito do acordo estabelecido entre

o Corpo da Paz e o Governo de Cabo Verde.

2.6.3. Repartição do corpo docente por tempo de serviço

Dos 94 professores que trabalham neste liceu, 3 tem o tempo de serviço de 0-1 ano,

25 tem o tempo de serviço de 2-5 anos, e 27 tem o tempo de serviço de 6-10 anos, l7 tem

entre l0-15 anos de serviço, 6 tem o tempo de serviço entre 15-20 anos, e 12 tem o tempo

de serviço de 20 anos ou mais.

2.6.4. Repartição do corpo não docente por habilitações profissional

Do pessoal que trabalha na administração da escola todos são licenciados excepto a

subdirectora pedagógica que tem bacharelato em Físico-Química. Na secretaria da escola

trabalha apenas uma funcionária que tem habilitação literária o 11º ano de escolaridade e

desempenha o papel de chefe da secretaria.

A escola tem 6 continos: 1 com 12º ano, 1 com 11º ano, 1 com 10º ano, 2 com o ex.

5.º ano, 1 com a 6ª classe. Tem 4 guardas todos com 6ª classe e 10 encarregadas com 4ª

classe.

2.6.4.1. Repartição do corpo não docente por tipo de vínculo

Dos 26 funcionários não docentes da escola, 5 tem vínculo definitivo, correspondente

a l9,3% do total e 21 trabalha em regime de contrato a termo correspondendo a 80,7%.

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2.6.4.2. Repartição do corpo não docente por tempo de serviço

Dos 26 funcionários, 2 tem o tempo de serviço de 0-2 anos, 19 tem o tempo de serviço

entre 2-5 anos, 3 tem de 10-15 anos e 2 tem 20 anos e mais.

3. ANALISE DOS QUESTIONARIOS

3.1 Gráfico: 2- Analises do questionário aplicado aos professores.

Modelo de Gestão Participativo

3%19%

62%

16%

Nunca Raramente As vezes Sempre

De acordo com o gráfico do modelo gestão participativo, dos 36 professores

questionados, 3% responderam Nunca, 19% Raramente, 62% as vezes e 16% sempre às

questões constantes no referido modelo.

É de realçar que no ponto 1 da pergunta: Todos na escola conhecem o objectivo do

seu trabalho? Dos 36 professores questionados, 8 responderam que conhecem raramente,

17 responderam que as vezes conhecem e 11 responderam que sempre conhecem os

objectivos dos seus trabalhos. O que significa que a maioria dos professores as vezes

conhecem os objectivos dos seus trabalhos, correspondente a 77%.

No ponto 2- Os objectivos são claramente definidos e entendidos pelos agentes da

comunidade escolar? Dos 36 professores questionados, 10 responderam raramente, 21

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responderam as vezes e 5 sempre. O que significa que 72% dos professores afirmaram que

os objectivos são claramente definidos e entendidos pelos agentes da comunidade escolar.

No ponto3- Os Planos Anuais de actividades contem um equilíbrio entre actividades

curriculares e extra-curriculares que permitem avaliar os resultados a obter. Dos

professores questionados, 10 responderam raramente, 20 responderam as vezes e 6

responderam sempre. É de realçar que apenas 72% dos inqueridos responderam que as

vezes as actividades curriculares e extracurriculares permitem avaliar os resultados a obter.

O que entendemos que é de nada salutar para o para a construção do processo ensino-

aprendizagem de qualidade.

4 - A Comunidade escolar (Professores, alunos, funcionários administrativos)

participa na:

- Planificação das actividades escolares;

- Elaboração do Projecto educativo,

- Elaboração do orçamento da escola,

De acordo com o gráfico podemos afirmar que dos professores inqueridos sobre a

participação nas actividades acima referidas, 12% responderam que nunca, 26%

responderam que raramente, 53% responderam que as vezes e 9% responderam que

sempre. O que quer dizer que a maioria dos inqueridos as vezes participam na planificação

das actividades, na elaboração do projecto educativo e na elaboração do orçamento da

escola. O que significa que esta forma de gerir não coaduna com o modelo de gestão

participativa.

No ponto 5 do modelo a cima referido dos 36 professores questionados, 23

responderam que As vezes, 13 responderam que sempre consegue comunicar com a

Direcção da escola sempre que precisa.

No ponto 8, do modelo acima referido dos 36 professores 10 responderam que

raramente, 22 responderam que As vezes e 4 responderam que Sempre, que sempre a

Direcção gere com transparência os recursos financeiros da escola. Isso significa que a

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maioria dos professores não estão de acordo com a forma como a Direcção gere os recursos

financeiros.

Gráfico: 3- Modelo de Gestão Estratégica

Modelo de Gestão Estratégica

7%13%

56%

24%

Nunca Raramente As vezes Sempre

De acordo com o gráfico do modelo gestão Estratégico, dos 36 professores

questionados, 7% responderam Nunca, 13% Raramente, 56% as vezes e 24% sempre às

questões constantes no referido modelo.

Ao analisar o gráfico podemos constatar que a forma como a escola é gerida não

obedece os princípios da Gestão estratégica, visto que, que existe uma percentagem

significativa dos questionados que considera que as estratégias de gestão não são

desenvolvidas em função dos objectivos da escola e a direcção não elabora plano

estratégico para gerir os recursos, que são princípios fundamentais na gestão estratégica dos

recursos.

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Gráfico: 4- Modelo de Gestão pela Qualidade

Modelo de Gestão pela Qualidade

0%26%

71%

3%

Nunca Raramente As vezes Sempre

Ao analisar o gráfico do modelo gestão pela Qualidade, constatamos que dos 36

professores questionados, 26% responderam raramente, 71% As vezes e 3% responderam

Sempre o que significa que a maioria considera que As vezes a escola aplica o modelo de

Gestão pela qualidade. Isto quer dizer que a Gestão das escolas não é feita com foco nos

resultados, com base na melhoria contínua e na inovação, com foco no aluno e com base na

legalidade e moralidade que são os elementos fundamentais na Gestão pela Qualidade,

como é recomendado pelo modelo de gestão pela qualidade.

Gráfico: 5- Modelo de Sistema Social

Modelo de Sistema Social

14%

19%

64%

3%

Nunca Raramente As vezes Sempre

O gráfico deste modelo mostra-nos que dos professores questionados 14% considera

Nunca, 19% Raramente, 64% As vezes e 3% Sempre, o que quer dizer que maioria das

vezes a Direcção da escola aplica o modelo de sistema Social.

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Gráfico: 6- Modelo Anárquico

Modelo Anárquico

2% 13%

75%

10%

Nunca Raramente As vezes Sempre

Analisando o gráfico do modelo Anárquico, constamos que dos questionados 2%

responderam que Nunca, 13% Raramente, 75% As vezes e 10% Sempre. Isto significa que

a maioria dos questionados estão de acordo que As vezes ou Sempre se aplica este Modelo.

Gráfico: 7- Comparação entre os Modelos

0%20%40%60%80%

1 2 3 4

Respostas

Comparação entre os Modelos

Modelo Participativo Modelo de Gestão Estratégica Modelo de Gestão pela Qualidade Modelo de Sistema SocialModelo Anárquico

Ao compararmos os diferentes modelos analisados constatamos que o modelo que

prevalece na gestão da Escola Secundária do Palmarejo é o modelo Anárquico. Isto

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significa que a direcção da escola precisa pautar para uma nova filosofia do modelo de

gestão, respondendo assim, as exigências da comunidade escolar em particular e da

comunidade educativa em geral, que apelam por uma gestão de qualidade das instituições

educativas.

3.2. Análise de questionário aplicado aos funcionários Administrativos

Gráfico: 8- Modelo de Gestão Participativa

Modelo de Gestão Participativa

0%0%

61%

39%

Nunca Raramente As vezes Sempre

De acordo com o gráfico do modelo de gestão participativas analisado, dos 4

funcionários administrativos questionados, 61% responderam as Vezes e 39%

responderam sempre, o que significa, para a maioria destes funcionários, as vezes a

Direcção da Escola utilizado o modelo de gestão participativo. As opiniões dos

funcionários administrativos estão de certa forma muito aproximado das opiniões da

maioria dos professores questionados. O que significa, que a Direcção da escola

Secundaria do Palmarejo não dá muita oportunidade para a comunidade escolar

participar na gestão da escola.

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Gráfico: 9- Modelo de Gestão Estratégica

Modelo de Gestão Estratégica

0%2%

65%

33%

Nunca Raramente As vezes Sempre

O gráfico do modelo de gestão estratégica mostra-nos que a maioria dos funcionários

administrativos, cerca de 65% acham que as vezes a escola utilizada o modelo de gestão

estratégica para gerir os seus recursos, aproximando-se de certa forma as opiniões dos

professores. Cerca de 33% acham que sempre a escola utiliza o modelo de gestão

estratégica para gerir os seus recursos e 0,2% acham que raramente a escola utiliza o

modelo de gestão estratégica para gerir os seus recursos.

Gráfico: 10- Modelo de Gestão pela Qualidade

Modelo de Gestão pela Qualidade

0%0%

94%

6%

Nunca Raramente As vezes Sempre

O gráfico do modelo de gestão pela qualidade mostra-nos que 94% dos funcionários

administrativos acham que as vezes a Direcção da escola faz a gestão pela qualidade e

apenas 6% acham que a Direcção da Escola faz sempre gestão pela qualidade.

Na nossa opinião, a Direcção da escola não faz gestão pela qualidade porque, a gestão

pela qualidade é uma estratégia para transformar a organização, orientando-a para

resultados e para a satisfação dos beneficiários, o que na verdade os dados analisados do

gráfico mostram completamente o contrário.

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Gráfico: 11- Modelo de Sistema Social

Modelo de Sistema Social

0%0%

75%

25%

Nunca Raramente As vezes Sempre

O gráfico do Modelo de Sistema Social mostra-nos que, dos 4 funcionários

administrativos questionados 75% responderam que as vezes a Direcção da escola utiliza o

modelo de Sistema Social para gerir os seus recursos e 25% responderam que sempre a

Direcção utiliza o modelo de Sistema Social para gerir os recursos.

Gráfico: 12- Modelo Anárquico

Modelo Anárquico

0%0%

75%

25%

Nunca Raramente As vezes Sempre

O gráfico do Modelo Anárquico mostra-nos também que, dos 4 funcionários

administrativos questionados 75% responderam que as vezes a Direcção da escola utiliza o

modelo Anárquico para gerir os seus recursos e 25% responderam que sempre a Direcção

utiliza o modelo Anárquico para gerir os recursos.

Ao compararmos as opiniões dos professores e dos funcionários administrativos sobre

os modelos de gestão utilizados na Escola Secundário do Palmarejo, podemos afirmar que

o modelo que prevalece é o do Anárquico. Isto demonstra claramente que a gestão da

Escola Secundaria do Palmarejo não vai no bom caminho, por isso, é preciso mudar a

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filosofia de fazer gestão, visto que este modelo não contribui para a construção do processo

de ensino-aprendizagem de qualidade que é desejada para todo.

3.3. Análise do questionário aplicados às Sub Directoras

Gráfico : 13- Análise do questionário aplicado as subdirectoras

Análise do questionário aplicdo as sub directoras

0%0%8%

92%

Nunca Raramente As vezes Sempre

Ao analisar o gráfico do questionário aplicado as subdirectoras, constatamos que 92%

responderam que Sempre a Direcção da escola partilha a função do líder com outros

membros da equipa, incentiva a equipa e os funcionários da administração e os professores

a assumirem com interesse as tarefas desafiadoras, controla o desempenho de cada pessoa

na escola delega responsabilidade da execução de tarefa a cada funcionário, reconhece e

elogia trabalho de cada pessoa, promove encontro com funcionários, põe em prática as

sugestões dadas pelos membros da escola, aceita a opinião dos professores, reúne com os

agentes educativos para ter certeza que eles estão satisfeitos no trabalho, envolve os outros

elementos da escola na tomada de decisão, elabora plano de actividade procurando ouvir

opiniões dos professores, procura conhecer os problemas pessoais dos membros da escola,

trata os membros da escola de igual forma entre outros. E apenas 8% acham que a Direcção

As vezes a Direcção da escola faz as questões acima mencionadas.

Ao comprarmos as opiniões das subdirectoras sobre os modelos de Gestão utilizado

na escola Secundário de Palmarejo com as opiniões dos professores e dos funcionários

administrativos constatamos que existe um grande diferença sobre a forma como a

Direcção da escola gere os seus recursos.

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CONCLUSÃO

Das análises feitas dos questionários aplicados aos professores, aos funcionários

administrativos e as Subdirectoras sobre os modelos de gestão utilizados pela Direcção da

Escola Secundaria do Palmarejo, para gerir os recursos (humanos, financeiros e matérias)

depreendemos que o modelo que prevalece é o do anárquico.

Este modelo constatado na prática da gestão da Escola Secundaria do Palmarejo

contraria a filosofia dos modelos da gestão estratégica e da gestão pela excelência, que

exigem que a gestão dos recursos seja feita de uma forma integrada, com o propósito de

maximizar os resultados e minimizar os prejuízos e que a máxima qualidade do serviço

prestado é aspiração do cliente e deve ser uma construção permanente, pelo que a actuação

de todos os elementos da organização deve pautar-se, cada dia, pelo esforço de procura ou

garantia de níveis cada vez mais elevados de eficiência e eficácia.

O modelo anárquico encontrado na gestão da Escola Secundaria do Palmarejo deixa

nos perceber que reina um clima de desentendimento e de desorganização no seio da

comunidade escolar e que em nada abona para o sucesso do processo de ensino-

aprendizagem de qualidade que é exigido por todos.

Com análise do questionário aplicado aos professores, funcionários administrativos e

Subdirectoras sobre os modelos de gestão utilizados na escola secundária do Palmarejo

confirma-se a hipótese colocada no início do nosso trabalho de que a Direcção da Escola

não utiliza estratégica para gerir os seus recursos.

A gestão estratégica é uma proposta que está na moda, apresenta potencialidades

técnicas que podem ser recomendadas no sentido de melhorar a performance das nossas

escolas, mas sem se tomar uma panaceia para todos os males de que elas padecem. Como

tecnologia, ela é aliciante, mas pode fazer esquecer o carácter eminentemente político e

simbólico da construção de um projecto estratégico ou da tomada de decisão estratégica (as

estratégias nunca são meramente funcionais e é por isso que elas ameaçam a cultura e as

posições de poder vigentes na organização).

Assim, o modelo de gestão estratégica proposto não pode ser analisado

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independentemente das estratégias e racionalidades plurais que os actores escolares (pessoas

ou grupos) mobilizam, negociando comportamentos (antes mesmo da decisão estratégica

ocorrer) e resistindo frequentemente a imposições com as quais não se identificam. Não

pode ser visto, ainda, independentemente da estrutura ambígua ou “debilmente articulada”

das organizações escolares (lima, 1992; Estevão, 1997), o que pode levantar algumas

escolhas à concepção de uma gestão estratégica essencialmente integradora e sistémica. Não

pode ser interpretado independentemente de uma perspectiva mais politica da realidade

organizacional, que questiona a pretensa homogeneidade cultural (ao nível dos valores e da

missão) da organização.

O planeamento estratégico é um instrumento fundamental para que as Escolas

Secundarias possam sobreviver num ambiente de mudanças rápidas, de intensa competição

e desafios. Portanto, há a necessidade que o planeamento seja concretizado nas diversas

áreas que compõem a gestão da Escola Secundária do Palmarejo.

Para isto é necessário que seus gestores desenvolvam acções que viabilizem a integração

entre o planeamento e sua implementação, entre o planeamento e o pensamento estratégico e

entre pensamento e acção estratégica.

Para concluir, gostaríamos de afirmar que a gestão estratégica exige que deve

estabelecer uma relação entre as actividades planeadas e as actividades operacionais e que

as decisões devem ser tomadas normalmente, baseadas em factos concretos e procedimentos

científicos. Então as acções planeadas devem aproximar o pensar e o agir estratégicos na

Escola Secundaria de Palmarejo.

Sem esta integração qualquer esforço desenvolvido nesta área se limita a uma

programação estratégica de alto custo, com benefícios duvidosos para a melhoria do

desempenho institucional.

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Por ultimo ainda encerra alguma observação: a avaliação de um modelo de gestão

estratégica não pode omitir também outras questões, como as éticas, que foram apenas

afloradas aqui; isto é, na avaliação da gestão estratégica devem entrar critérios que tenham a

ver com definições de cidadania, de equidade, de interesse geral. Qualquer responsável,

pois, pela concretização de um modelo de gestão estratégica numa dada escola, a ser

possível, deve considerar a responsabilidade social dos seus actos gestionários no sentido de

ir além dos meros interesses economicistas e etnocentrados da organização e almejar

objectivos e actividades civicamente críticas e socialmente empenhada .

Para nós as opiniões dos professores e dos funcionários estão mais em sintonia com a

realidade da gestão

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105

Recomendações

Face às conclusões a que chegamos é intenção nossa deixar aqui expressas algumas

recomendações, que levadas em consideração e implementadas, servirão no futuro, para

corrigir eventuais embaraços que porventura vêm atropelando a normal funcionamento da

gestão da Escola Secundaria do Palmarejo em particular e no geral; Todas as escolas

Secundarias do país. Assim, consideramos importantes para o enriquecimento e ajuste à

política de gestão estratégica implementada fazer as seguintes recomendações:

a) Fazer uma avaliação aprofundada sobre os modelos de gestão utilizados em

todas as escolas secundárias do país e as formas como as mesmas vem

gerindo os recursos (humanos, financeiros e materiais) existentes nessas

escolas no sentido de se introduzir os ajustes necessários com o objectivo de

se evidenciar a qualidade de gestão pretendida pela comunidade escolar em

particular e pela sociedade em geral.

b) Introduzir o processo de avaliação e monitorização regular na gestão das

escolas secundárias do país, como forma de corrigir as eventuais falhas

existentes.

c) Melhorar e adequar os instrumentos da gestão nas escolas secundárias do

país.

d) Exigir uma equipe de liderança competente e motivada (com habilidades

completas: técnicas, humanas, …). Para tanto, é fundamental que a escola

tenha um plano educativo que abraça principalmente a formação e

reciclagem permanente do corpo directivo da escola, bem como dos

professores e funcionários administrativos, como forma de inovar

conhecimentos.

e) Criar a nível do Ministério da Educação e Ensino Superior, um Serviço de

avaliação e coordenação permanente da gestão das escolas secundárias

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nacionais, de modo a, não só controlar a sua eficiência e eficácia mas

também a maximizar os recursos postos à sua disposição.

f) A gestão estratégica é uma proposta de gestão que está na moda, apresenta potencialidades técnicas que podem ser recomendadas no sentido da sua generalização nas nossas escolas secundárias como forma de melhorar a performance da gestão escolar, mas sem se tomar uma panaceia para todos os males de que as escolas secundárias padecem.

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SLADE Itapema,

VASCONCELLOS FILHO, Paulo de, MACHADO, Antonio de Mattos. (1982) -

Planeamento Estratégico: formulação implantação e controle. Rio de Janeiro: Livros

técnicos e científicos,

SOUSA, Francisco Jose Mendonça (1985) – Acção Administrativa Integrada. Rio de

Janeiro: Livros técnicos e científicos,

LACRAMPE, S. e CAUSSE G. – Métodos de Gestão da tesouraria. Editora Hommes et

Techniques, Porto Portugal.

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Tabela: 1 Questioário Aplicado a Professores

Tipos de Questões Pontuação Total do Quest. Pontuação Pontuação %

Modelos 1 2 3 4 Aplicado Maxima Obtida 1 0 8 17 11 36 144 111 77%2 0 10 21 5 36 144 103 72%3 0 10 20 6 36 144 104 72%

4.1 1 10 21 4 36 144 100 69%4.2 6 10 17 3 36 144 99 69%

Modelo 4.3 6 8 19 3 36 144 91 63%Participativo 5 0 0 23 13 36 144 121 84%

6 2 29 5 36 144 111 77%7 0 0 29 7 36 144 116 81%8 0 10 22 4 36 144 102 71%9 0 9 23 4 36 144 103 72%

Total 13 77 241 65 3963% 19% 61% 16%

1 3 8 21 4 36 144 98 68%2 6 6 22 2 36 144 92 64%3 10 4 22 0 36 144 84 58%

4.1 0 0 15 21 36 144 129 90%4.2 0 2 18 16 36 144 122 85%

Modelo de 4.3 0 7 14 16 36 144 120 83%Gestão Estratégica 4.4 0 1 21 13 36 144 117 83%

4.5 0 4 17 15 36 144 119 83%5.1 4 10 21 4 36 144 103 72%5.2 0 2 29 5 36 144 111 77%5.3 0 5 24 8 36 144 114 79%5.4 0 2 28 7 36 144 116 81%6 9 9 18 3 36 144 93 65%

Total 32 60 270 114 4687% 13% 58% 24%

1 0 11 24 1 36 144 98 68%Modelo de 2 0 14 22 0 36 144 94 65%

Gestão pela Qualidade 3 0 5 31 2 36 144 111 77%

4 0 7 27 2 36 144 103 72%Total 0 37 104 5 144

0% 26% 72% 3%1 7 27 2 36 144 103 72%2 8 6 21 1 36 144 87 60%

Modelo de Sistema 3 9 6 20 1 36 144 85 59%Social 4 0 6 28 2 36 144 104 72%

5 8 9 19 0 36 144 83 58%Total 25 34 115 6 180

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14% 19% 64% 3%1 1 7 27 1 36 144 100 69%2 0 12 23 1 36 144 97 67%3 0 9 26 1 36 144 100 69%4 0 1 22 13 36 144 120 83%

Modelo 5 1 0 26 9 36 144 115 80%Anárquico 6 2 2 31 1 36 144 103 72%

7 2 5 29 0 36 144 99 69%8 1 1 32 2 36 144 107 74%

Total 7 37 216 28 2882% 13% 75% 10%

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tabela: 2Questioário Aplicado Administrativos

Tipos de Questões Pontuação Total do Quest. Pontuação Pontuação %

Modelos 1 2 3 4 Aplicado Maxima Obtida 1 0 0 2 2 4 16 14 88%2 0 0 3 1 4 16 13 81%3 0 0 3 1 4 16 13 81%

4.1 0 0 3 1 4 16 13 81%4.2 0 0 3 1 4 16 13 81%

1 4.3 0 0 3 1 4 16 13 81%5 0 0 1 3 4 16 15 94%6 0 0 1 3 4 16 15 94%7 0 0 2 2 4 16 15 94%8 0 0 3 1 4 16 13 81%9 0 0 3 1 4 16 13 81%

Total 0 0 27 17 440% 0% 61% 39% 100%

1 0 0 3 1 4 16 13 81%2 0 0 3 1 4 16 13 81%3 0 0 3 1 4 16 13 81%

4.1 0 0 2 2 4 16 10 63%4.2 0 0 2 2 4 16 14 88%

2 4.3 0 0 2 2 4 16 14 88%4.4 0 0 2 2 4 16 14 88%4.5 0 0 2 2 4 16 14 88%5.1 0 0 3 1 4 16 13 81%5.2 0 0 3 1 4 16 13 81%5.3 0 0 3 1 4 16 13 81%5.4 0 0 3 1 4 16 13 81%6 0 1 3 0 4 16 11 69%

Total 0 1 34 17 520% 2% 65% 33% 100%

1 0 0 4 0 4 16 12 75%3 2 0 0 4 0 4 16 12 75%

3 0 0 4 0 4 16 12 75%4 0 0 3 1 4 16 13 81%

Total 0 0 15 1 160% 0% 94% 6% 100%

1 0 0 3 1 4 16 13 81%2 0 0 3 1 4 16 13 81%

4 3 0 0 3 1 4 16 13 81%4 0 0 3 1 4 16 13 81%

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5 0 0 3 1 4 16 13 81%Total 0 0 15 5 20

0% 0% 75% 25% 100%1 0 0 3 1 4 16 13 81%2 0 0 3 1 4 16 13 81%3 0 0 3 1 4 16 13 81%4 0 0 3 1 4 16 13 81%

5 5 0 0 3 1 4 16 13 81%6 0 0 3 1 4 16 13 81%7 0 0 3 1 4 16 13 81%8 0 0 3 1 4 16 13 81%

Total 0 0 24 8 320% 0% 75% 25% 100%

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Tabela:3Questioário Aplicado aos Subdirectores

Tipos de Questões Pontuação Total do Quest. Pontuação Pontuação %

Modelos 1 2 3 4 Aplicado Maxima Obtida 1 0 0 0 4 4 16 16 100%2 0 0 0 4 4 16 16 100%3 0 0 0 4 4 16 16 100%4 0 0 1 3 4 16 15 94%5 0 0 0 4 4 16 16 100%6 0 0 0 4 4 16 16 100%

7.1 0 0 1 3 4 16 15 94%7.2 0 0 0 4 4 16 16 100%7.3 0 0 1 3 4 16 16 100%8 0 0 0 4 4 16 16 100%9 0 0 0 4 4 16 16 100%10 0 0 1 3 4 16 15 94%11 0 0 0 4 4 16 16 100%

12.1 0 0 1 3 4 16 15 94%12.2 0 0 1 3 4 16 15 94%13 0 0 1 4 16 4 25%14 0 0 0 4 4 16 16 100%15 0 0 0 4 4 16 16 100%

16.1 0 0 1 3 4 16 15 94%16.2 0 0 0 4 4 16 16 100%16.3 0 0 0 4 4 16 16 100%17 0 0 0 4 4 16 16 100%

18.1 0 0 0 4 4 16 16 100%18.2 0 0 0 4 4 16 16 100%Total 0 0 7 86 92

0% 0% 7,6% 93% 100%

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MINISTERIO DA EDUCAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS Instituto Superior de Educação

Questionário de investigação Este questionário tem por objectivo recolher informações sobre as estratégicas que a Direcção da Escola Secundaria do Palmarejo utiliza para gerir os recusrsos. Pretende se com os resultados, analisar os modelos de gestão aplicados na Escola Secundaria Palmarejo.

O preenchimento deste questionário é anónimo. Identificação do entrevistado Sexo: M----- – F: ------ Idade: 20 – 30--------- 31- 41 ----- 42 – 52------- 53 e mais------- Tempo de Serviço nesta Escola: 0-5------ 6-11------- 12 e mais----- Tempo de Serviço nesta função: 0-5--------- 6-11-------- 12 e mais-------

Questões para identificar quais são os modelos utilizados.Destinados aos professores, equipa directiva da escola e funcionários

1- Nunca 2- Raramente 3- As vezes 4- Sempre

Tipos de Modelos mais encontradas

nas Escolas

Questões 1 2 3 4

1-Todos na escola conhecem o objectivo do seu trabalho? 1 2 3 42- Os objectivos são claramente definidos e entendidos pelos agentes da comunidade escolar?

1 2 3 4

3- Os Planos Anuais de actividades contem um equilíbrio entre actividades curriculares e extra-curriculares que permitem avaliar os resultados a obter

1 2 3 4

4 - A Comunidade escolar (Professores, alunos, funcionários administrativos) participa na: - Planificação das actividades escolares, ------------------ - Elaboração do Projecto educativo-------------------------- - Elaboração do orçamento da escola-----------------------

111

222

333

444

5- Os professores conseguem comunicar com a Direcção da escola quando precisa?

1 2 3 4

6- A Direcção controla o desempenho de cada pessoa? 7- A Direcção zela pelo cumprimento das normas na execução de qualquer tarefa na escola?

1 2 3 4

8- A Direcção gere com transparência os recursos financeiros da escola?

1 2 3 4

1- Modelo Participativa

9- Há controlo rigoroso no processo de gestão das propinas 1 2 3 41- As estratégias de gestão são desenvolvidas em função dos objectivos da escola?

1 2 3 4

2- O Conselho Directivo elabora o plano estratégico para gerir os recursos existentes na escola?

1 2 3 42- Modelo de

Gestão Estratégica

3- No processo de tomada de decisão, a Direcção da Escola envolve os elementos da comunidade escolar?

1 2 3 4

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4- Quando a Direcção da Escola toma as decisões tem sempre em consideração: - A coerência interna e externa da escola--------------------- - As finalidades estratégicas da escola----------------------- Os deveres dos professores e alunos------------------------- - Os direitos dos professores e alunos------------------------- - Os objectivos estratégicos da escola------------------------

1 2 3 41 2 3 41 2 3 41 2 3 41 2 3 4

7- Os conflitos na escola são resolvidos: Por persuasão ----------------------------------------------------- Com dialogo e compromisso pelas regras existentes--------- Considerando as necessidades das pessoas--------------------- Considerando as necessidades da escola------------------------

1 2 3 41 2 3 41 2 3 41 2 3 4

8-A Direcção da escola aproveita dos conflitos para mudar e melhorar o seu funcionamento?

1 2 3 4

1- A gestão da escola é feita com foco nos resultados, tendo em conta os recursos existentes? 2- A gestão da escola é feita com base na melhoria contínua e na inovação?

3- A gestão da escola é feita com foco no cliente (Aluno)?

3- Modelo de Gestão pela Qualidade

4- A gestão da escola é feita na base de legalidade e moralidade?

1- A Direcção da escola valoriza uma participação espontânea da comunidade escolar?

1 2 3 4

2- Na tomada de qualquer decisão na escola, a direcção preocupa em ouvir os diferentes actores da comunidade escolar?

1 2 3 4

3- A Direcção da Escola aceita a opinião dos professores no processo de tomada de decisões?

1 2 3 4

4- A Direcção da escola incentiva pessoas a trabalhar em equipa?

1 2 3 4

4- Modelo de Sistema Social

5- A escola preocupa-se em conhecer os problemas pessoais de cada uma?

1 2 3 4

1- Os objectivos da escola são vagos (pouco claro) e não explícitos?

1 2 3 4

2- A Direcção da escola tem atitudes pouco claras para com os professores e o pessoal administrativos em geral?

1 2 3 4

3- As decisões na escola são tomadas de forma pouco planificada e mais pelo sentido de oportunidade percebida?

1 2 3 4

4- Os professores actuam mais pelo sentido profissional? 1 2 3 45- Os professores actuam essencialmente em função das suas directrizes dos seus superiores hierárquicos?

1 2 3 4

6- A (s) liderança (s) na escolas são facilmente reconhecidas?

1 2 3 4

7- A participação no processo da tomada de decisão é fluida?

1 2 3 4

Modelo anárquico

8- Os actores escolares têm liberdade na realização das suas actividades?

1 2 3 4

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MINISTERIO DA EDUCAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS Instituto Superior de Educação

Questionário destinado aos Subdirectores

Este questionário tem por objectivo recolher informações sobre a Gestão dos recursos, a nível das Escolas Secundarias. Pretende se com os resultados, analisar os modelos de gestão aplicados na Escola Secundaria Palmarejo

O preenchimento deste questionário é anónimo.Identificação do entrevistado Sexo: F-------- M-------------- Idade: 20 – 30----- 31- 41------- 42 – 52------- 53 e mais--------- Tempo de Serviço nesta Escola 0-5-------- 6-11-------- 12 e mais---------- Tempo de Serviço nesta função: 0-3--------- 4-7------- 7 e mais----------

1- O Director da Escola partilha a função de líder com outros membros da equipa? Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre--------- 2- O Conselho Directivo incentiva a equipa, os funcionários da administração e os professores a assumirem com interesse as tarefas desafiadoras. Nunca------- Raramente ---------- As vezes -------- Sempre---------

3- O Conselho Directivo controla o desempenho de cada pessoa na escola? Nunca------ --------- As vezes -------- Sempre--------- 4- O Conselho Directivo delega responsabilidade de execução de tarefas a cada funcionário? (pessoal docente e não docente) Nunca------ Raramente --------- As vezes ------- Sempre--------- 5- O Conselho Directivo reconhece e elogia trabalhos de cada pessoa? Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre--------- 6- Há convivência entre os elementos do Concelho Directivo, para construir um espírito de equipe? Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre--------- 7- O Conselho Directivo promove encontros com funcionários (professores e funcionários administrativos) para conhecer as suas opiniões em relação ao funcionamento da escola? Funcionários da Administração Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre--------- Professores Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre-------- Comunidades Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre-------- 8- O Conselho Directivo põe em pratica as sugestões dadas pelos membros da escola? Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre---------

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9- O Concelho Directivo aceita a opinião dos professores? Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre--------- 10- O Conselho Directivo reúne com os agentes educativos para ter a certeza de que eles estão satisfeitos no trabalho? Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre---------

11- O Conselho Directivo envolve os outros elementos da escola na tomada de decisão? Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre--------- 12- O Conselho Directivo na elaboração do plano de actividade procura ouvir opiniões dos: professores. Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre-------- funcionários administrativos Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre-------- alunos Nunca------ Raramente --------- -------- Sempre--------- 13- O Conselho Directivo procura conhecer os problemas pessoais dos membros da escola? Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre--------- 14- O Conselho Directivo trata os membros da escola de igual forma?

Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre---------

15- O Conselho D. incentiva a comunidade educativa a participar nas actividades escolares? Nunca------ Raramente --------- As vezes ----- Sempre----- 16- O Conselho Directivo convida os pais e encarregados da educação para: Conhecer o regulamento interno da escola? Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre-------- Participar na elaboração do regulamento interno da escola? Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre-------- Discutir os assuntos do regulamento interno?

Nunca------ --------- As vezes -------- Sempre---------

17- O Conselho Directivo procura conhecer as expectativas da comunidade? Nunca------ Raramente --------- As vezes -------- Sempre---------

18- O Conselho Directivo deixa as pessoas trabalharem da forma que bem entenderem? Professores: Nunca----- Raramente --- As vezes ------ Sempre-----

Funcionários Administrativos: Nunca ----- Raramente ----- As vezes ----- Sempre-----

Obrigada

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MINISTERIO DA EDUCAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS Instituto Superior de Educação

Questionário destinado aos Professores

Este questionário tem por objectivo recolher informações sobre a Gestão dos recursos, a nível das Escolas Secundarias. Pretende se com os resultados, analisar os modelos de gestão aplicados na Escola Secundaria Palmarejo.

O preenchimento deste questionário é anónimo.

Identificação do entrevistado Sexo: F-------- M-------------- Idade: 20 – 30----- 31- 41------- 42 – 52------- 53 e mais--------- Tempo de Serviço nesta Escola 0-5-------- 6-11-------- 12 e mais---------- Tempo de Serviço nesta função: 0-3--------- 4-7------- 7 e mais----------

1- O Director da Escola partilha a função de líder com outros membros da equipa? Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre--------- 2- O Conselho Directivo incentiva a equipa, os funcionários da administração e os professores a assumirem com interesse as tarefas desafiadoras. Nunca------- As vezes---------- Frequentemente-------- Sempre---------

3- O Conselho Directivo controla o desempenho de cada pessoa na escola? Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre--------- 4- O Conselho Directivo delega responsabilidade de execução de tarefas aos:

Professores? Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre-------- Aos funcionários administrativos? Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre---------

5- O Conselho Directivo reconhece e elogia trabalhos de cada pessoa? Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre--------- 6- O Conselho Directivo convive com os professores para construir um espírito de equipa? Nunca------- As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre--------

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7- O Conselho Directivo promove encontros com funcionários (professores e funcionários administrativos) para conhecer as suas opiniões em relação ao funcionamento da escola? Funcionários da Administração Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre--------- Professores Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre-------- Comunidades Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre--------

8- O Conselho Directivo põe em pratica as sugestões dadas pelos membros da escola? Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre--------- 9- O Conselho Directivo aceita a opinião dos professores? Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre--------- 10- O Conselho Directivo reúne com os professores para ter a certeza de que estão satisfeitos no trabalho? Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre--------- 11- Na tomada das decisões o Concelho Directivo envolve:

Os pais e Encarregados da Educação Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre-------- Funcionários Administrativos Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre-------- Professores

Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre--------- 12- O Conselho Directivo para a elaboração do plano de actividade procura ouvir:

Os professores, Nunca--- As vezes--- Frequentemente---- Sempre-----

Os funcionários administrativos: Nunca--- As vezes--- Frequentemente---- Sempre---

Os alunos: Nunca---- As vezes----- Frequentemente---- Sempre---- 13- O Conselho Directivo procura conhecer os problemas pessoais dos professores da escola? Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre--------- 14- O Conselho Directivo trata os professores da escola de igual forma?

Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre---------

15- O Conselho Directivo incentiva os professores a participar nas actividades escolares? Nunca------ As vezes--------- Frequentemente----- Sempre--------------- -

16- O Conselho Directivo deixa os Professores trabalharem de forma que bem entenderem?

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Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre---------

17- O Conselho Directivo convida os professores para distribuição do serviço docente quanto a: Apresentação de propostas Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre--------- Discussão Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre-------- Decisão Nunca------ As vezes--------- Frequentemente-------- Sempre---------

Obrigada