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ANO 7 | 24 a EDIÇÃO - ESPECIAL 12ª CONVENÇÃO BRASILEIRA DE HOSPITAIS GESTÃO, INOVAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E EVOLUÇÃO HOSPITALAR Para a melhoria da qualificação, do atendimento e do resultado

GESTÃO, INOVAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E EVOLUÇÃO HOSPITALAR · ARQUITETURA HOSPITALAR HUMANIZADA ... quitetura hospitalar capaz de proporcionar as con-dições físicas necessárias

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ANO 7 | 24a EDIÇÃO - ESPECIAL 12ª CONVENÇÃO BRASILEIRA DE HOSPITAIS

GESTÃO, INOVAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E

EVOLUÇÃO HOSPITALAR

Para a melhoria da qualificação, do atendimento e do resultado

PALESTRANTES

Os ambientes de saúde congregam diferentes agentes com diferentes dores...

O paciente é um ser fragilizado que necessita de cui-dados. Os profissionais, muitas vezes, encontram-se cansados, apressados, tensos, pela própria natureza estressante do seu trabalho. A alta tecnologia, que en-volve os equipamentos de exames e as salas de diag-nósticos, em geral, cria uma atmosfera fria e repulsiva.

Os estudos das percepções, das expectativas, dos va-lores e comportamentos dos usuários não têm sido su-ficientemente considerados nas tentativas de huma-nização da edificação hospitalar no Brasil. A falta de maior participação dos usuários, durante o processo projetual, impede ou, no mínimo, limita o conhecimen-to de suas expectativas e níveis de satisfação, condi-ção indispensável para a humanização do hospital.

Sem esse conhecimento, as propostas de humaniza-ção, em sua maioria, restringem-se à adoção de pa-drões projetuais já consagrados, repetindo as mesmas soluções arquitetônicas que nem sempre se revelam como as mais adequadas.

É bem verdade que a humanização dos espaços de saúde é pauta de discussões desde os anos 70 no ex-terior e os anos 80 no Brasil. Mas esta discussão real-mente tomou corpo e importância somente no século XXI. Em 2001, com a criação do Programa Nacional de

ARQUITETURA HOSPITALAR HUMANIZADA... UM INSTRUMENTO DE CURA!“Ambientes frios e impessoais têm sido associados a um maior tempo de internação e a uma maior dosagem de medicação contra a dor.”

Roger S. Ulrich – Diretor do Center for Health Systems and Design – Texas A&M University

EMERSON SILVAPresidente

Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) pelo Ministério da Saúde, abriu-se um diálogo maior sobre o assunto envolvendo também a iniciativa privada. Já, em 2003, o PNHAH mudou de nome para Política Na-cional de Humanização (PNH), também chamado de Humaniza SUS.

Para aliviar o sofrimento e propiciar a recuperação da saúde dos pacientes, os novos ambientes propõem-se a promover o bem-estar, o acolhimento e a segurança de toda a cadeia a qual se relaciona. Vários estudos mostram a relação direta do espaço hospitalar com os resultados dos pacientes, provando que ambientes agradáveis diminuem a ansiedade e a dor, interferindo diretamente na cura.

“O espaço humanizado centra-se no paciente, colabora para a sua autonomia, estabelecendo adequadas relações psicológicas com o ambiente que o acolhe, como elemento fundamental da desejada cura.”

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De acordo com o grupo de pesquisa Espaço Saúde/PROARQ-FAU/UFRJ, criado em 2002, em parceria com o Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva do NESC-UFRJ.

Por meio de uma ambientação humanizada, é possível estimular reações positivas ao restabelecimento do equilíbrio físico e psíquico do usuário, seja ele paciente, seja colaborador, visitante, minimizar efeitos estresso-res, contribuir no processo de cura, no aumento de pro-dutividade, na melhora da qualidade e no acolhimento.

Conforto visual e acústico, iluminação suave, carpetes para a absorção de ruídos, cores suaves e obras de arte para tornar a atmosfera acolhedora e caseira, e a possi-bilidade de delegar aos pacientes o controle do espaço, tais como o controle de luzes, temperatura e facilidades, como televisão, facilmente alcançadas a partir do leito, bem como, iluminação e ventilação naturais, janelas com visualização do céu e de paisagens, ruídos controlados, jardins de fácil acesso, fontes de água e aquários com pei-xes, privacidade garantida ao paciente, visitas liberadas para o acesso de familiares, corredores curtos e largos, cores e texturas diferenciadas em paredes, tetos e pisos.

Se um edifício ou ambiente é concebido consideran-do a percepção do usuário como ponto fundamental,

ele estimula sensações, atitudes, comportamentos, mais ou menos desejáveis para as diversas situações de atividade humana.

Concluindo, é fundamental a produção de uma ar-quitetura hospitalar capaz de proporcionar as con-dições físicas necessárias ao bem-estar de pacien-tes, acompanhantes e funcionários, por meio de maior qualidade funcional, espacial e imagética dos ambientes hospitalares.

Impõe-se, portanto, a adoção de processos projetuais que estimulem a participação dos usuários, a utiliza-ção dos estudos de percepção e a integração entre o projeto arquitetônico, as práticas médicas e os demais projetos de engenharia necessários à implantação de um hospital.

A ABDEH tem promovido, nos últimos anos, uma sé-rie de debates e produzido reflexões sobre ambientes de saúde que potencializem o bem-estar de todos os agentes que configuram o cenário hospitalar. O resul-tado desta busca cotidiana tem sido bastante grati-ficante e nos impulsionam, cada vez mais, a projetar ambientes que curam.

Revista Visão Hospitalar | FBH 67