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Gestão para a Cidadania

Gestão para a Cidadania - planejamento.mg.gov.br · 4.1 Organização da Estratégia em Redes de Desenvolvimento Integrado 4.2 Rede de Educação e Desenvolvimento Humano ... Distribuição

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Gestão para a Cidadania

Governador do Estado

Antonio Augusto Junho Anastasia

Vice-Governador

Alberto Pinto Coelho Junior

Secretários de Estado do Governo de Minas GeraisDanilo de Castro - Secretário de Estado de Governo

Maria Coeli Simões Pires - Secretária de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais

Renata Maria Paes de Vilhena - Secretária de Estado de Planejamento e Gestão

Leonardo Maurício Colombini Lima - Secretário de Estado de Fazenda

Rômulo de Carvalho Ferraz - Secretário de Estado de Defesa Social

Antônio Jorge de Souza Marques - Secretário de Estado de Saúde

Cássio Antônio Ferreira Soares - Secretário de Estado de Desenvolvimento Social

Hélio Augusto Martins Rabelo - Secretário de Estado de Trabalho e Emprego

Ana Lúcia Almeida Gazzola - Secretária de Estado de Educação

Eliane Denise Parreiras Oliveira - Secretária de Estado de Cultura

Nárcio Rodrigues da Silveira - Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

Adriano Magalhães Chaves - Secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Bráulio José Tanus Braz - Secretário de Estado de Esportes e da Juventude

Dorothea Fonseca Furquim Werneck - Secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico

Agostinho Célio Andrade Patrus - Secretário de Estado de Turismo

Olavo Bilac Pinto Neto - Secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana

Elmiro Alves do Nascimento - Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Carlos do Carmo Andrade Melles - Secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas

Gilberto Wagner Martins Pereira Antunes - Secretário de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas

Alexandre Silveira de Oliveira - Secretário de Estado Extraordinário de Gestão Metropolitana

Wander José Goddard Borges - Secretário de Estado Extraordinário de Regularização Fundiária

Sergio Alair Barroso - Secretário de Estado Extraordinário da Copa do Mundo

Fuad Jorge Noman Filho – Secretário de Estado Extraordinário para Coordenação de Investimentos

Marco Antônio Rebelo Romanelli - Advogado-Geral do Estado de Minas Gerais

Coronel PM Márcio Martins Sant’Ana - Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais – PMMG

Delegado-Geral Cylton Brandão Da Matta - Chefe da Polícia Civil – PCMG

Coronel BM Silvio Antônio de Oliveira Melo Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais – CBMMG

Coronel PM Luis Carlos Dias Martins - Chefe de Gabinete Militar do Governador

Plínio Salgado - Controlador-Geral do Estado de Minas Gerais

Célia Pimenta Barroso Pitchon - Ouvidora-Geral do Estado de Minas Gerais

Gustavo de Castro Magalhães - Secretário-Geral do Governador

Tadeu Barreto Guimarães - Diretor-Presidente do Escritório de Prioridades Estratégicas

Governador do EstadoAntonio Augusto Junho Anastasia

Vice-Governador

Alberto Pinto Coelho Junior

Secretária de Estado de Planejamento e GestãoRenata Maria Paes de Vilhena

Proposição e ElaboraçãoMembros Titulares do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social

Comitê Consultivo do ProjetoRenata Maria Paes de Vilhena

Paulo Sérgio Martins Alves

Leonardo Maurício Colombini Lima

Marcelo Garcia

Tadeu Barreto Guimarães

Afonso Henriques Borges Ferreira

Coordenadora Executiva do ProjetoAdriane Ricieri Brito

Subsecretária de Gestão da Estratégia Governamental

Coordenador Técnico do ProjetoMauro César Silveira

Comitê Técnico do ProjetoAaron Duarte Dalla

André Abreu Reis

Diogo Sie Carreiro Lima

Luciana Conceição de Lima

Marcelo Silva Borges de Andrade

Margarida Maria Souto Fantoni

Poliana Cardoso Lopes

Rodrigo Guerra Furtado

Silvia Caroline Listgarten Dias

su már io

18

2328

35384147

51

616266717781

Introdução

Capítulo I. Evolução recente do Estado de Minas Gerais 1.1 O cenário que se configura em Minas Gerais

Capítulo II. Um Olhar para o Futuro2.1 Estado e Sociedade2.2 Globalização e Competitividade 2.3 Meio Ambiente e Sustentabilidade

Capítulo III. Visão de Futuro

Capítulo IV. A Estratégia de Desenvolvimento4.1 Organização da Estratégia em Redes de Desenvolvimento Integrado4.2 Rede de Educação e Desenvolvimento Humano4.3 Rede de Atenção em Saúde4.4 Rede de Defesa e Segurança4.5 Rede de Desenvolvimento Social e Proteção

4.6 Rede de Desenvolvimento Econômico Sustentável4.7 Rede de Ciência, Tecnologia e Inovação4.8 Rede de Desenvolvimento Rural4.9 Rede de Identidade Mineira4.10 Rede de Cidades4.11 Rede de Infraestrutura4.12 Rede de Governo Integrado, Eficiente e Eficaz

Capítulo V. Delineamento da Regionalização da Estratégia5.1 Governança para viabilização da gestão regionalizada e participativa5.2 Caracterização econômica das regiões de planejamento5.3 Condições educacionais, de saúde e defesa social das regiões de planejamento5.4 Indicadores e Metas por Região de Planejamento

Referências Bibliográficas

Anexo I. Quadro Comparativo dos Cenários

Anexo II. Nota Metodológica

859196

101105110115

121124125133142

144

145

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Participação do Estado de Minas Gerais no PIB brasileiro (1995-2010)

Taxa de desemprego (1992-2009)

Variação da renda real do trabalho (1992-2009)

Variação líquida do nível de emprego formal em Minas Gerais (1996-2010)

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideab) – 2005 e 2009

Percentual de pobres no Brasil, Sudeste e Estados do Sudeste (2009)

Taxa de crescimento (%) do PIB, 2003–2010

Projeção populacional (2010–2050) - Minas Gerais

Massificação das telecomunicações

Índice de transparência dos governos (2010)

População mundial (em bilhões)

Investimento Estrangeiro Direto (IED) e Grau de Abertura da Economia, 1990–2010

Produção e produtividade de grãos no Brasil

Exportações mineiras em US$ milhões FOB (2003-2010) e Composição por fator agregado, 2010

Estimativas das emissões líquidas de gases de efeito estufa de origem antrópica, por setor de atividade

(Gg CO2 eq) – Brasil – 1990–2005

Proporção de jovens que concluíram o Ensino Fundamental e Médio (2009)

Percentual de Alunos por Padrão de Desempenho no 3º ano do Ensino Médio – Matemática (Proeb 2006–2010)

Esperança de vida ao nascer – Brasil, regiões e Estado de Minas Gerais (2000–2009)

Taxa de mortalidade infantil por estado, região, Brasil e OECD (2009)

Gráfico 1

Gráfico 2

Gráfico 3

Gráfico 4

Gráfico 5

Gráfico 6

Gráfico 7

Gráfico 8

Gráfico 9

Gráfico 10

Gráfico 11

Gráfico 12

Gráfico 13

Gráfico 14

Gráfico 15

Gráfico 16

Gráfico 17

Gráfico 18

Gráfico 19

LISTA DE ILUSTRAçõESGRáFICOS

24

25

25

25

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30

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67

67

71

72

Gráfico 20

Gráfico 21

Gráfico 22

Gráfico 23

Gráfico 24

Gráfico 25

Gráfico 26

Gráfico 27

Gráfico 28

Gráfico 29

Gráfico 30

Gráfico 31

Gráfico 32

Gráfico 33

Gráfico 34

Gráfico 35

Gráfico 36

Evolução da taxa de homicídios por 100 mil habitantes em Minas Gerais (1986–2010)

Evolução dos crimes violentos em Minas Gerais, por Região Integrada de Segurança Pública (Risp) - taxa de crescimento

em % (2003-2009)

Evolução do Índice de Gini (1992–2009)

Percentual da população considerada extremamente pobre (1991–2010)*

PIB per capita Brasil e Estados da Federação em milhares (2008)

Percentual de empresas que implementaram alguma inovação

Percentual de jovens de 18 a 24 anos frequentando curso superior

Participação de MG no PIB do Agronegócio Brasileiro (2002–2010)

Participação de Minas Gerais nas exportações do agronegócio brasileiro 2002–2010)

Evolução do emprego formal em Minas Gerais – Artes, cultura, esporte e recreação

Qualidade das rodovias de MG – classificação geral (2010)

Participação das despesas de capital em Minas Gerais (2002–2010)

Interatividade dos serviços prestados pelo Governo Estadual (2008–2010)

Taxa de cobertura do Programa Saúde da Família – 2010

Percentual da população urbana com acesso a disposição adequada de resíduos sólidos,

por Região de Planejamento de Minas Gerais – 2010

Percentual de domicílios com acesso à rede geral de distribuição de água eà rede de esgoto ou fossa – Regiões de

Planejamento de Minas Gerais, 2009

Taxa de crimes violentos contra o patrimônio por 100 mil habitantes – 2010

77

78

81

82

85

92

93

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97

102

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141

Cenários para o Horizonte 2007–2023

Minas Gerais 2030 – Visão integrada dos desafios e transformações

Minas Gerais 2030 – Visão integrada da Estratégia

Estrutura e conteúdo das Redes de Desenvolvimento Integrado

Tendências por dimensões

População Residente segundo Município (2009)

Percentual de alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio,

com nível de proficiência recomendável nos exames Proalfa e Proeb (2010)

Indicadores e Metas por Região de Planejamento

Distribuição do PIB por região

Mapa da rede cidades – MG – Situação em 2007

Participação das Regiões de Planejamento no PIB Mineiro (2008)

Regiões de Planejamento

Participação das Regiões de Planejamento no PIB Mineiro (2008)

Atividades econômicas desenvolvidas em Minas Gerais

Percentual de alunos do 3º ano do Ensino Médio da rede estadual no nível recomendável

de desempenho em Língua Portuguesa – Regiões de Planejamento (2010)

Taxa de mortalidade infantil (2010)

Taxa de homicídios por 100 mil habitantes (2010)

Figura 1

Figura 2

Figura 3

Figura 4

Tabela 1

Tabela 2

Tabela 3

Tabela 4

Mapa 1

Mapa 2

Mapa 3

Mapa 4

Mapa 5

Mapa 6

Mapa 7

Mapa 8

Mapa 9

FIGURAS

TABELAS

MAPAS

29

54

65

150

43

46

86

123

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132

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140

37

106

134

143

Aeroporto Internacional Tancredo Neves

Agência Nacional de Telecomunicações

Banco Central do Brasil

Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação/Universidade Federal de Juiz de Fora

Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

Centro de Estatística e Informações

Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/Universidade de São Paulo

Centro de Estudos de Políticas Públicas

Confederação Nacional do Transporte

Companhia Nacional de Abastecimento

Demanda Bioquímica de Oxigênio

Departamento de Estradas de Rodagem

Fundação Estadual do Meio Ambiente

Fundação Getúlio Vargas

Fundação João Pinheiro

Fundo Monetário Internacional

Gases de Efeito Estufa

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

AITN

ANATEL

BCB

BDMG

BNDES

CAED/UFJF

CAGED

CAPES

CEI

CEPEA/USP

CEPP

CNT

CONAB

DBO

DER

FEAM

FGV

FJP

FMI

GEE

IBGE

ICMS

GLOSSáRIO DE SIGLAS

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

Índice de Desenvolvimento Humano

Investimento Estrangeiro Direto

Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade

Índice Mineiro de Desenvolvimento Esportivo

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

Índice Nacional de Preço ao Consumidor

Instituto Nacional da Propriedade Industrial

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Ministério da Educação

Ministério do Trabalho e Emprego

Núcleo de Estudos em Segurança Pública da Fundação João Pinheiro

Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico

Organização Mundial de Propriedade Intelectual

Organizações Sociais

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público

Pesquisa de Desenvolvimento

Pesquisa por Amostra de Domicílios/Fundação João Pinheiro

População Economicamente Ativa

Plano Estratégico de Logística de Transportes

Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica do IBGE

Programa Internacional de Avaliação de Alunos

IDEB

IDH

IED

IETS

IMDE

INEP

INPC

INPI

IPEA

MDIC

MEC

MTE

NESP

OCDE

OMPI

OS

OSCIP

P&D

PAD/FJP

PEA

PELT

PINTEC/IBGE

PISA

Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE

Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE

Programa de Avaliação da Alfabetização

Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica

Programa de Saúde da Família

Produtividade Total dos Fatores de Produção

Região Integrada de Segurança Pública

Região Metropolitana de Belo Horizonte

Região Metropolitana do Vale do Aço

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica

Secretaria de Comércio Exterior

Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais

Secretaria de Estado de Educação

Instituto Mineiro de Gestão de Águas

Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais

Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

Sistema Mineiro de Inovação

Sistema Único de Assistência Social

Sistema Único de Saúde

Tecnologia de Informação e Comunicação

Unidade Básica de Saúde

PMDI

PNAD/IBGE

POF/IBGE

PROALFA

PROEB

PSF

PTF

RISP

RMBH

RMVA

SAEB

SECEX

SEDE

SEE/MG

SEMAD/IGAM

SEPLAG

SES-MG

SIMI

SUAS

SUS

TIC

UBS

INTRODUçÃO

“Sei que nada será como antes, amanhã.”

Milton Nascimento

O Brasil e Minas Gerais mudaram para melhor nos últimos 16 anos. Muitos foram os desafios superados e conquistas obtidas para possibilitar a transição econômica e social na qual o país e o Estado estão atravessando. O desafio de assegurar o crescimento acelerado, ambientalmente ajustado e com prosperidade melhor distribuída cabe a toda sociedade, embora se reconheça que é sobre o Estado que recaem as principais responsabilidades e as maiores incertezas.

Minas Gerais fez uma opção, especialmente nos últimos oito anos, pelo compromisso com o desenvolvimento, ancorado no binômio ajuste fiscal e melhorias inovadoras na gestão pública. Enfatizou o planejamento, a visão estratégica e a seletividade para promover mudanças na sociedade e no Governo. Aprendeu, contudo, que as tarefas de preparar o Estado para uma posição de destaque no enfrentamento dos desafios do desenvolvimento em um novo ambiente econômico é obra de vários (e para além dos) Governos.

Em 2003, quando foi implantado o Choque de Gestão, Minas Gerais encontrava-se em uma situação delicada do ponto de vista fiscal e de sua capacidade de investimentos, que era muito baixa. Nessa época, o grande desafio era a recuperação do equilíbrio nas contas públicas e a retomada da capacidade de investimento do Estado. Nesse sentido, duas agendas foram postas em prática: uma centrada no ajuste fiscal e outra na construção de uma agenda de desenvolvimento, de médio e longo prazos, relacionada à construção de um futuro melhor para Minas.

A evolução do Choque de Gestão deu lugar, em 2007, ao Estado para Resultados, que visava consolidar e aprimorar o processo de transformação em curso e garantir sua irreversibilidade. Buscou-se melhorar ainda mais a aplicação de recursos, por meio da priorização de metas e da consolidação de uma carteira de projetos estruturadores orientada para resultados. Nesse momento, prioridades e metas foram revistas em sintonia com as estratégias e orientações traçadas no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado – PMDI 2011–2030.

Os resultados obtidos, revelados pela evolução positiva dos indicadores econômicos e sociais, demonstram como o modelo de gestão implantado propiciou a recuperação do papel do Governo, além de produzir avanços importantes no atendimento às demandas da sociedade mineira.

Os últimos anos têm colocado Minas Gerais frente a novos desafios. A posição central que a economia mineira ocupa no Brasil, bem como a diversidade das suas regiões e sua grande extensão territorial, continua a requerer inovações na forma de governar. Se de um lado foram alcançados muitos progressos na oferta de serviços públicos em geral, de outro ainda persistem problemas relacionados à redução da pobreza, à desigualdade social, à diversificação da economia, aos serviços públicos de saúde, de educação e de segurança, dentre outros.

Neste momento, o desafio de tornar permanentes e contínuas todas as conquistas atingidas divide espaço com o compromisso do Governo em intensificar a evolução da trajetória de modernização da gestão pública e do desenvolvimento do Estado.

Para alcançar a visão de futuro de “Tornar Minas Gerais o melhor Estado para se Viver” é preciso fazer muito mais. E é com esse espírito e entusiasmo que esta nova versão do Plano Mineiro de Desenvolvimento – PMDI 2011–2030 foi elaborada. Com o objetivo de dar mais um passo na direção de uma Minas Gerais mais próspera, sustentável, com mais qualidade de vida e cidadania.

O compartilhamento de responsabilidades e a corresponsabilidade legalmente regulada encontram-se no centro dos novos desafios dos Estados contemporâneos e constitui-se em um dos elementos centrais da revisão da estratégia de desenvolvimento de Minas Gerais. Nesse sentido, o Governo adota o conceito de Estado Aberto e em Rede, que atua com outras esferas da sociedade, sem perder a sua força de regular a organização social e as atividades econômicas. Um Estado que opera em parceria e incorpora como pilar a Gestão para Cidadania, sem negligenciar o equilíbrio fiscal e a busca por maior produtividade e qualidade do gasto público, ambos visando a produção de mais e melhores resultados para a população. Os cidadãos, antes considerados apenas destinatários das políticas públicas implementadas pelo Estado, agora passam a ocupar também a posição de protagonistas na definição das estratégias governamentais.

A Gestão para a Cidadania incorpora como principal desafio para o Governo de Minas Gerais a participação da sociedade civil organizada na priorização e acompanhamento da implementação da estratégia governamental. Se o Governo de Minas Gerais já conseguiu demonstrar para a sociedade mineira e para o Brasil que a gestão pública é muito importante, agora é a hora de demonstrar que a participação da sociedade nas questões de Governo e de interesse público é igualmente relevante. A Gestão para a Cidadania está ancorada em quatro princípios: transparência, prioridades claras, engajamento da sociedade civil e participação com qualidade.

É nessa direção que se organiza a estratégia de desenvolvimento para os próximos 20 anos, explicitada no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado – PMDI 2011–2030, que estabelece 11 Redes de Desenvolvimento Integrado – criadas com o objetivo de proporcionar um comportamento cooperativo e integrado entre agentes e instituições em torno de grandes escolhas para o futuro de Minas, de acordo com a capacidade de integração das ações de Governo e de agregação de valor para a sociedade. Tais Redes focalizam metas síntese e as desdobram em objetivos, estratégias e indicadores e metas de desempenho para produzir e medir as transformações desejadas em cada uma delas. E é por esses resultados que o atual Governo deverá ser cobrado.

A primeira parte traça a evolução recente de Minas Gerais, abordando os avanços recentes observados no Estado, nos campos econômico, social e ambiental, assim como os entraves e obstáculos ao seu desenvolvimento sustentável.

A segunda parte lança um olhar para o futuro, com uma análise prospectiva das tendências e incertezas para o desenvolvimento de Minas Gerais, que identifica e caracteriza os principais fatores externos – mundiais e nacionais – e internos que poderão influenciar a trajetória do Estado de Minas Gerais nos próximos 20 anos.

A terceira parte consolida a estratégia de desenvolvimento, que tem como norte uma visão de futuro para Minas Gerais em 2030 e indica os desafios a serem superados para que esse futuro desejado possa se consolidar. Em seguida, é feito um desdobramento dessa visão segundo o enfoque de Redes de Desenvolvimento Integrado abordando a situação atual, a meta síntese da rede, os objetivos estratégicos, os indicadores e metas e, sobretudo, as estratégias que precisam ser concretizadas para alcançar os resultados planejados.

A quarta parte esboça o delineamento da regionalização da estratégia, com a caracterização econômica e social das regiões de planejamento, o delineamento do modelo de governança para viabilização da gestão regionalizada e participativa e a indicação de indicadores e metas regionalizadas nas áreas da saúde, educação e segurança.

Com essa atualização do seu Plano de Desenvolvimento Integrado, Minas mantém a sua agenda estratégica alinhada às oportunidades e às questões mais relevantes para o seu desenvolvimento sustentável neste momento do século XXI. Agora, como nos oito anos anteriores, o desafio que se recoloca é traduzir essa estratégia em ações e resultados para os cidadãos e assim tornar Minas Gerais o melhor Estado para se viver.

Este documento está organizado em

quatro partes.

Esse plano foi enriquecido e aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais sob a forma da Lei Estadual nº 20.008 de 04 de janeiro de 2012.

Capítulo I

EVOLUçÃO RECENTE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

24

“Se muito vale o já feitoMais vale o que seráE o que foi feitoÉ preciso conhecerPara melhor prosseguir.”

Fernando Brant

O Estado de Minas Gerais ocupa lugar de destaque no cená-

rio nacional em vários quesitos estruturais: detém a segun-

da maior população brasileira, ocupa o quarto lugar em área

territorial e, além disso, possui a terceira maior economia.

Acresce que seu histórico protagonismo na cena política o

coloca como referência no contexto nacional.

Mas são os avanços recentes verificados nos campos econô-

mico, social e ambiental que contribuem para consolidar a

posição de Minas Gerais como um ator de grande relevância

para o desenvolvimento do país.

No campo econômico, a evolução recente indica que a eco-

nomia mineira manteve-se como a terceira maior do Brasil,

tendo elevado seu valor agregado à produção nacional de

8,4%, em 1999, para 9,4% em 2010 (Gráfico 1). Após queda

nos anos 1990, o Estado também vem aumentando de forma

consistente sua participação nas exportações brasileiras a

partir de 2003, passando de 10,2% para 15,5% em 2010, o

que lhe confere a posição de segundo maior estado expor-

tador do Brasil.1

A maior vulnerabilidade a choques externos da economia

mineira ficou evidenciada na evolução recente do PIB. Se de

um lado os efeitos da crise internacional, ocorrida em 2008,

foram mais sentidos por Minas Gerais do que pelo país como

um todo, por outro lado a recuperação do Estado foi mais

forte do que a ocorrida no Brasil, de forma que, em 2010, o

PIB mineiro alcançou uma taxa de crescimento de 10,9%.

1MDIC.

8,6%8,8% 8,8%

8,6%8,4%

8,5% 8,5%8,6%

8,8%

9,1%9,0%

9,1% 9,1%

9,3%9,1%

9,4%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Gráfico 1. Participação do Estado de Minas Gerais no PIB brasileiro (1995-2010)

Fontes: Contas nacionais/IBGE e CEI/FJP. Notas: os anos de 2009 e 2010 consideram estimativas da Fundação João Pinheiro para o crescimento do PIB para Minas Gerais e do IBGE para o Brasil. Dados disponíveis a partir de 1995.

25

Os reflexos da conjuntura econômica no mercado de trabalho incidiram na redução do de-

semprego e no aumento dos rendimentos do trabalho. A taxa de desemprego mineira que

– após crescimento nos anos 1990 acima da média – estava próxima à brasileira no início

dos anos 2000, atingiu o patamar de 7,1%, em 2009, inferior à média nacional de 8,3%

(Gráfico 2); e a renda real do trabalho, entre 1992 e 2009, cresceu 41% no Estado de Minas

Gerais, enquanto a média brasileira cresceu 33% e a do Sudeste teve um crescimento de

23%. Nota-se pelo Gráfico 3 que o maior crescimento da renda do trabalho do Estado frente

à média brasileira e à do Sudeste se deve ao dinamismo dos anos 2000. Considerando todas

as fontes de renda, o crescimento do Estado frente à média brasileira foi ainda maior: entre

1992 e 2009, a renda real domiciliar per capita cresceu 81% em Minas Gerais, enquanto

na média brasileira o crescimento foi de 59%. Considerando todas as fontes de renda, o

crescimento do Estado frente à média brasileira foi ainda maior: entre 1992 e 2009, a renda

real domiciliar per capita cresceu 81% em Minas Gerais, enquanto na média brasileira o

crescimento foi de 59%.

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Brasil Sudeste Minas Gerais

Gráfico 2. Taxa de desemprego (1992-2009)

Fontes: IETS a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE). Nota: a pesquisa não foi a campo em 1994 e 2000.

Outro aspecto positivo verificado no mercado de trabalho mineiro refere-se à formalização dos

postos de trabalho no período recente, com a geração líquida de 1,2 milhão de postos de tra-

balho entre 2003 e 2010 (Gráfico 4). Mesmo com o fechamento de 180 mil postos de trabalho

entre outubro de 2008 e fevereiro de 2009, período mais impactado pela crise internacional,

esses anos fecharam com saldos líquidos positivos do nível de emprego e 2010 foi o melhor

ano da série iniciada em 1996, com quase 260 mil novos empregos formais no Estado.

Brasil Sudeste Minas Gerais

20%

11%

20%

3%

19% 18%

1992-2001 2001-2009

Gráfico 3. Variação da renda real do trabalho (1992-2009)

Fonte: IETS a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE).

-150.000

-100.000

-50.000

-

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Gráfico 4. Variação líquida do nível de emprego formal em Minas Gerais (1996-2010)

Fonte: Caged/MTE. Nota: dados disponíveis a partir de 1996.

26

No campo social, o Estado de Minas Gerais vem obtendo

conquistas expressivas em várias esferas, com a melhoria

dos indicadores na educação, saúde, segurança, pobreza e

desigualdade abordados a seguir.

Quando se considera a educação, merecem destaque os pro-

gressos do sistema educacional mineiro tanto no que diz

respeito ao fluxo como ao desempenho escolar. Em 2009, o

Estado obteve o melhor Índice de Desenvolvimento da Edu-

cação Básica (Ideb) do país nos anos iniciais do Ensino Fun-

damental e conquistou a terceira melhor posição nos anos

finais do Fundamental e no Ensino Médio, considerando to-

das as redes de ensino (Gráfico 5). Conseguiu, também, re-

duzir a taxa de distorção série-idade da rede estadual tanto

no Ensino Fundamental (passou de 30,5%, em 2001, para

19,3% de alunos com idade superior à adequada a cada sé-

rie em 2010) como no Ensino Médio (diminuiu de 59,2%

para 33,8% no mesmo período).2

3,84,6

3,54,0

3,4 3,6

4,7

5,6

3,84,3

3,8 3,9

2005 2009 2005 2009 2005 2009

Anos iniciais do EF Anos finais do EF Ensino Médio

Brasil Minas Gerais

Gráfico 5. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) – 2005 e 2009

Fontes: MEC/Inep. Notas: foram consideradas todas as redes de ensino. Indicador disponível a partir de 2005.

No que se refere à área da saúde, Minas Gerais vem promo-

vendo melhorias expressivas nas condições de vida da sua

população. A esperança de vida ao nascer passou de 66,4

anos, em 1991, para 75,1 anos, em 2009, superior à média

brasileira de 73,1 anos. Os avanços do Estado nesse campo

são expressivos também em termos de redução da morta-

lidade infantil (que passou de 26 para 14 por mil nascidos

vivos, entre 1997 e 20093) e do acesso da população à aten-

ção primária, com o atendimento do Programa de Saúde da

Família (PSF) alcançando 70% da população4.

2A partir de 2007, as informações do

Censo Escolar passaram a ser coletadas

por meio do Educacenso do MEC.

Essa mudança provoca alterações nos

dados coletados, sendo as principais: a

introdução de ferramenta web na coleta

de dados e a consideração do aluno como

unidade mínima de análise e não mais

a escola. (Caderno de Indicadores 2011.

Indicadores da Gestão por Resultados do

Governo do Estado de Minas Gerais) 3Fontes: MS/SVS – Sistema de

Informações sobre Nascidos Vivos

– SINASC e MS/SVS - Sistema de

Informações sobre Mortalidade – SIM.

Dados disponíveis somente a partir de

1997. 4A população dependente do SUS

representa 71% do total (Pnad/IBGE,

2008).

27

Gráfico 5. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) – 2005 e 2009

A redução da mortalidade infantil, em parte, pode ser atri-

buída aos progressos nas condições de saneamento básico.

O percentual da população com acesso adequado a esgoto –

rede geral ou fossa séptica – aumentou de 54,3%, em 1991,

para 69,5%, em 2000, e 75,4%, em 2010.5

Quando se considera a defesa social, a estratégia adotada

no Estado nos últimos anos vem apresentando resultados

positivos. Após a escalada da violência nos anos 1990, os

índices vêm registrando melhoras consecutivas após 2003.

Houve redução de 47% na taxa de crimes violentos contra

o patrimônio, que passou de 445,5 para 238 por 100.000

habitantes, entre 2005 e 2009.6 Já a taxa de homicídios por

100 mil habitantes diminuiu de 20,4 para 17,2, no mesmo

período. Com isso, Minas Gerais deixou de ocupar a posição

de 13º colocado, em 2005, para ser o estado com a 5ª menor

taxa de homicídios entre as 27 Unidades da Federação, em

2008.7

Além disso, Minas Gerais também tem conseguido avan-

çar nos indicadores de redução da pobreza e de extrema

pobreza, mais até do que o verificado na média brasileira.

O percentual de pobres no Estado, que no início dos anos

1990 era mais elevado do que a média do Sudeste, passou

a ser inferior. O percentual de pessoas vivendo com ren-

da inferior à linha de pobreza diminuiu de 26% para 15%,

entre 2004 e 2009 (Gráfico 6), porém, ainda há no Estado,

segundo dados do Censo 2010, cerca de 909 mil pessoas (ou

4,6%) vivendo em domicílios com renda domiciliar per capi-

ta inferior à linha de extrema pobreza definida pelo Gover-

no Federal (R$ 70,00). Desse total de pessoas consideradas

extremamente pobres, 45% estão na área rural e 55% na

área urbana, indicando a necessidade de aprofundamento

dos esforços de erradicação da extrema pobreza.

13%15%

18% 19% 20%22%

Espírito Santo

Minas Gerais

Sudeste São Paulo Rio de Janeiro

Brasil

Gráfico 6. Percentual de pobres no Brasil, Sudeste e Estados do Sudeste (2009)

Fonte: Rocha, S. a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE).

Disponíveis em http://www.iets.org.br/article.php3?id_article=915. Acessado em 30/06/2011.

A diminuição da pobreza esteve associada à melhora na dis-

tribuição de renda, que também se mostrou expressiva no

período. A desigualdade de renda – expressa pelo índice de

Gini – apresenta trajetória consistente de queda a partir de

2002, passando do patamar de 0,6 para 0,509, em 2009. Com

isso, Minas Gerais, que tinha a maior desigualdade de renda

do Sudeste no início dos anos 1990, passou a ser o segundo

estado menos desigual da região em 20098.

5Censos 2000 e 2010.

6Dados do NESP-FJP.

7WAISELFISZ, 2011.

8Dados da Pnad/IBGE.

28

Com respeito ao meio ambiente, Minas Gerais tem avançado

no tratamento de esgoto (em 2010, 52,1% da população dis-

punha de esgoto tratado ou disposto de forma adequada) e

na disposição dos resíduos sólidos. Houve também avanços

na proteção à vegetação nativa, porém, mesmo sendo o maior

reflorestador do Brasil com aproximadamente 23% da área

plantada no país, o Estado continua com focos de desmata-

mento ilegal – em especial na região Norte – que precisam

ser erradicados 9.

Cabe salientar que a forte diminuição da pobreza e da in-

digência e a melhora dos demais indicadores de qualidade

de vida e crescimento econômico ocorreram paralelamente

aos avanços obtidos na gestão pública e no equilíbrio fiscal

do Estado, bases fundamentais para o desenvolvimento de

médio e longo prazos.

As reformas implementadas a partir de 2003 fizeram do Es-

tado de Minas Gerais uma referência nacional em termos de

gestão pública. Contudo, em que pese os inegáveis progres-

sos na administração pública, persistem desafios relativos à

ampliação da produtividade do gasto público e dos efeitos da

reforma do Estado sobre a qualidade de vida da população

dos seus diferentes territórios, particularmente no Grande

Norte, região mais pobre do Estado e com grandes desigual-

dades frente às demais regiões, principalmente quando se

comparam os indicadores educacionais e de saúde.

9Dados da Secretaria de Estado de

Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.

10O quadro comparativo dos cenários

está disponível no Anexo I.

No Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado – PMDI 2003–2020 foram traçados cenários possíveis e plausíveis para o

Estado de Minas Gerais, posteriormente revisitados e atualizados em 2007 tendo como horizonte o ano de 2023. Na elabo-

ração dos cenários, levou-se em consideração a análise situacional e da evolução política, econômica e social, bem como o

mapeamento das incertezas críticas; isso é, dos condicionantes do futuro com baixo grau de previsibilidade e elevado im-

pacto. A partir desses levantamentos, os condicionantes foram agrupados em incertezas críticas-síntese, que, combinadas,

geraram a filosofia dos quatro cenários: Conquista do Melhor Futuro, Superação das Adversidades, Decadência e Empobreci-

mento e Desperdício de Oportunidades descritos sinteticamente no Quadro 110.

O CENáRIO QUE SE CONFIGURA EM MINAS GERAIS1.1

29

DESPERDÍCIO DEOPORTUNIDADES

CONQUISTA DOMELHOR FUTURO

DECADÊNCIA EEMPOBRECIMENTO

SUPERAÇÃO DEADVERSIDADES

Brasil

Desenvolvimento sustentado da economia nacional

Ambiente mineiro:§ Conservador§ Ineficiente§ Excludente

Economia nacional intermitente

Ambiente mineiro:§ Criativo§ Competitivo§ Inclusivo

I.II.

IV. III.

Figura 1. Cenários para o Horizonte 2007–2023

Fonte: PMDI 2007–2023

• Cenário I – Conquista do Melhor Futuro: Minas Gerais aproveita as principais oportunidades oferecidas pelo contexto externo favorável e se insere em um ciclo duradouro de desenvolvimento sustentável, que combina elevado crescimento econômico, salto nos níveis educacionais, contínua redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais e uso sustentável dos ativos ambientais.

• Cenário II – Desperdício de Oportunidades: Minas Gerais e o Brasil caminham em ritmos diferentes. Apesar das imensas oportunidades oferecidas pelo contexto externo favorável, o estado mineiro não se mostra capaz de aproveitá-las e vive um período de crescimento econômico mediano, elevadas desigualdades sociais e regionais e meio ambiente em processo de degradação.

• Cenário III – Superação de Adversidades: Minas Gerais supera grandes adversidades do contexto externo, aproveita as escassas oportunidades e realiza um salto rumo ao futuro, fazendo do ambiente desfavorável um solo fértil à inovação e à quebra de paradigma nos campos sociais e econômicos.

• Cenário IV – Decadência e Empobrecimento: as adversidades trazidas por um contexto externo amplamente desfavorável a Minas Gerais são potencializadas pela ineficácia e ineficiência da gestão pública estadual, culminando em um quadro de decadência e empobrecimento, marcado pelo baixo crescimento econômico, elevadas desigualdades sociais e regionais e meio ambiente em processo de degradação.

Fonte: PMDI 2007–2023

Quadro 1. Filosofia dos Cenários de Minas Gerais

30

Com base na análise da trajetória recente do Estado, é pos-

sível identificar em qual direção, antecipada pelos cenários,

Minas Gerais vem caminhando.

É importante observar que nenhum dos quatro cenários

acontece exatamente como descrito. Os cenários não têm a

pretensão de apresentar predições categóricas do futuro. Ao

contrário, apresentam visões do futuro que são simplifica-

ções da realidade – esta sim complexa, plural e multiface-

tada. Essa identificação, porém, é relevante enquanto ferra-

menta para localizar em quais áreas o Estado avançou bem,

rumo ao melhor cenário, e em que áreas deve concentrar

seus esforços para consolidar a estratégia de desenvolvi-

mento de longo prazo que se redesenha por meio desse pla-

no. Afirma-se, dessa forma, a principal utilidade do estudo

dos cenários: inspirar a formulação de estratégias, antecipar

decisões e traduzi-las em iniciativas concretas.

Antes de entrar na análise propriamente dita do posiciona-

mento do Estado de Minas Gerais, é preciso avaliar como o

mundo e o país caminharam nos últimos anos, condicionan-

tes importantes do futuro mineiro.

O mundo cresceu a taxas médias de 3,9% ao ano entre 2003

e 2010, segundo os dados do Fundo Monetário Internacional

(FMI). Esse crescimento, obviamente, não se deu homoge-

neamente entre os países. Destaca-se, principalmente, que

nos últimos anos, os países desenvolvidos e os emergen-

tes registraram padrões de crescimento bastante distintos,

com os últimos crescendo a taxas de 6,8% a.a. enquanto os

primeiros apresentaram uma taxa média de 1,7% ao ano

(Gráfico 7).

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

10

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Mundo

Economias avançadas

Economias emergentes

Brasil

América Latina e CaribeMinas Gerais

Gráfico 7. Taxa de crescimento (%) do PIB 2003–2010

Fonte: FMI (países) e FJP (MG).

31

Como se deu a dinâmica de desenvolvimento da economia

brasileira? O país apresentou um ritmo de crescimento

maior, entre 2003 e 2010, se comparado às duas décadas

anteriores, comportamento mais condizente com os cenários

I e II (“A conquista” e “O desperdício”) que previam um

desenvolvimento sustentado da economia nacional. No

período, o país evoluiu a uma taxa anual média de 4%,

próxima à média mundial (3,9%) e à da América Latina

e Caribe (4,1%), mas bem inferior à média dos países

emergentes. Também, em termos de desenvolvimento

humano, o país registrou avanços expressivos, transitando

nos dois melhores cenários. No entanto, no que diz respeito

à taxa de poupança, o Brasil não foi capaz de avançar nos

melhores cenários previstos, registrando uma média de 17%

do PIB.

O Estado de Minas Gerais avançou muito nos últimos anos

em praticamente todas as dimensões, sobretudo nos anos

2000, como já visto na seção anterior.

No tocante à economia, as taxas recentes de crescimento

do PIB mineiro permitem afirmar que o Estado avança

rumo ao cenário de “Conquista do Melhor Futuro”, com um

crescimento médio de 4,3% a.a. no período de 2003 a 2010.

Na esfera social, começando pela educação, os avanços

obtidos na escolaridade média da população jovem e adulta,

na alfabetização e na qualidade do ensino indicam que

Minas Gerais tem evoluído numa trajetória positiva em

direção aos melhores cenários traçados também nessa área.

Na saúde, a velocidade de redução da mortalidade infantil e

a quase universalização do acesso da população à atenção

primária indicam igualmente o caminhar rumo ao cenário

mais positivo (Cenário I). Na defesa social, as conquistas

foram substanciais até mesmo comparadas ao previsto

no melhor dos cenários, principalmente quanto se toma a

redução da taxa de homicídios.

Ao mesmo tempo, a trajetória recente de combate à pobreza

coloca hoje o Estado de Minas Gerais próximo ao melhor

cenário traçado para 2023. Se a redução da pobreza e da

extrema pobreza é um fenômeno que pode ser observado

nacionalmente, em Minas Gerais, os avanços dos indicadores

nesse campo têm se revelado mais expressivos do que na

média nacional11.

Com respeito ao meio ambiente, pode-se considerar que, no decorrer dos últimos anos, o Estado também se encaixou no melhor cenário. Contribuíram para isso as melhorias nas

11Nos últimos cinco anos (2004-2009), a proporção de pobres diminuiu 42% no Estado, ao passo que a redução brasileira e a do sudeste foi de 34% e 31%, respectivamente.

32

Contudo, Minas Gerais, devido a algumas de suas

características estruturais, apresenta também

vulnerabilidades. O Estado exporta commodities intensivas

em produtos primários, minerais e intermediários de baixo

valor adicionado e vulneráveis à oscilação de preços

internacionais, e importa bens e serviços de maior conteúdo

tecnológico, havendo, portanto, uma elevada dependência

da sua dinâmica econômica ao comportamento daqueles

setores. Com isso, o Estado corre o risco de ficar exposto

diante da concentração da sua estrutura produtiva no setor

extrativo e minerometalúrgico.

Ao mesmo tempo, é crescente a participação da região

central na produção do Estado, o que agrava as disparidades

regionais da produção, e que, se mantidas no longo prazo,

poderão prejudicar o desenvolvimento do Estado como

um todo, restringindo o dinamismo e a competitividade

das regiões menos desenvolvidas. Para evoluir para

uma realidade na qual Minas capture as oportunidades

emergentes no mundo e no Brasil e ao mesmo tempo

reduza suas vulnerabilidades econômicas, as seguintes

fragilidades precisam ser superadas ou minimizadas:

baixa taxa de investimento, baixa produtividade dos

setores agrícola e de serviços; baixa competitividade e

valor agregado da produção; diversificação insuficiente da

economia, com aumento da exposição às oscilações dos

taxas de disposição adequada do lixo e de tratamento de esgoto.

O fato de o Estado ter caminhado em direção ao melhor

cenário traçado – Conquista do Melhor Futuro – significa

que Minas Gerais tem aproveitado o crescimento econômico

dos últimos anos para promover melhorias duradouras

em termos de bem-estar social, investindo em melhores

condições educacionais e de saúde, reduzindo a pobreza e

a desigualdade e garantindo maior segurança pública para

a população. Tudo isso se tornou possível com os avanços

na gestão pública e a manutenção do equilíbrio fiscal do

Estado.

Minas Gerais conta com grandes potencialidades, entre

elas a presença de amplos recursos naturais, além de uma

estrutura produtiva em sintonia com os mercados mundiais

demandantes; uma localização geográfica competitiva

em relação a outros estados da Federação; um dos

melhores índices de qualidade da educação do Brasil; uma

expectativa de vida acima da média brasileira; uma rede de

universidades e instituições de pesquisa diversificada e de

qualidade – requisitos essenciais para o desenvolvimento do

capital humano e para um bom desempenho na economia do

conhecimento; e conta com uma boa qualidade institucional

e um ambiente de negócios confiável, que se destaca no

cenário nacional pela maior agilidade de sua burocracia

pela credibilidade e diálogo do Governo com os empresários.

33

mercados internacionais de commodities; deficiências na

infraestrutura e logística com redução da competitividade

do Estado e posição pouco confortável diante do acirramento

da competição com outros estados. É preciso também

avançar no combate às vulnerabilidades sociais, expressas

pela baixa capacidade de geração de renda, persistência

de desigualdades regionais e deficiências educacionais da

força de trabalho que, diante da crescente demanda por mão

de obra qualificada no mercado, exigem respostas rápidas e

eficazes.

Portanto, o desafio atual que se apresenta ao Estado de

Minas Gerais é garantir que o processo de desenvolvimento,

já iniciado, seja sustentável pelos próximos 20 anos,

promovendo as reformas necessárias que permitam superar

os gargalos em cada uma das áreas essenciais para o futuro

de Minas Gerais e minimizar as incertezas decorrentes de

uma série de tendências em curso no Brasil e no mundo,

objeto de aprofundamento no próximo capítulo.

Capítulo II

UM OLHAR PARA O FUTURO

36

Quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável.”Lúcio Aneu Sêneca

12Essa análise levou em consideração a

priorização das tendências feita na Ofi-

cina Estratégica, evento que contou com

a presença de todos os Secretários de

Estado, e que teve por objetivo avaliar,

discutir e formular proposições para a

Visão de Futuro, Metas Síntese, Objetivos

e Estratégias.

O desenvolvimento de Minas Gerais, nos próximos anos, não

é totalmente incerto nem tampouco obra do acaso. Por um

lado, depende de fatores estruturais já consolidados ao lon-

go da história mineira. Por outro, há uma série de mudanças

externas, mundiais e nacionais, e transformações endóge-

nas em curso que terão influência relevante na trajetória do

Estado.

A análise prospectiva teve como objetivo identificar as prin-

cipais tendências mundiais, nacionais e mineiras que po-

derão influenciar a trajetória do Estado de Minas Gerais nos

próximos 20 anos e que, portanto, deverão ser consideradas

na estratégia de desenvolvimento de longo prazo que se re-

desenha por meio do Plano Mineiro de Desenvolvimento In-

tegrado – PMDI 2011–203012. Como qualquer análise pros-

pectiva é passível de alterações, mas algumas tendências

estão consolidadas e outras se encontram em tal nível de

maturação que dificilmente serão revertidas. O acompanha-

mento desses fatores possibilita o aproveitamento das opor-

tunidades que cada tendência reserva à trajetória mineira.

Esses fatores condicionantes, ou tendências, estão agrupa-

dos em três dimensões e referenciados ao contexto mundial,

nacional e também ao próprio espaço mineiro:

2.1. ESTADO E SOCIEDADE.

2.2. GLOBALIZAçãO E COMPETITIVIDADE.

2.3. MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE.

37

TENDêNCIAS MUNDIAIS

TENDêNCIAS NACIONAIS

TENDêNCIAS MINEIRAS

2.1 Estado e Sociedade

• Aumento das pressões por ajustes e políticas públicas eficazes

• Sociedade em rede e em tempo real

• Forte expansão da conectividade: computadores, internet, celulares e redes sociais

• Preocupações crescentes com a erradicação da pobreza e inclusão social e produtiva

• Mudança demográfica: aumento da proporção da população em idade produtiva e da população idosa

• Fortalecimento das instituições, transparência dos governos, participação e accountability

2.2. Globalização e Competitividade

• Globalização comercial, financeira e produtiva baseada em redes de valor distribuídas internacionalmente

• Novo padrão de competitividade em nível global: larga escala de produção, baixo custo e alta densidade tecnológica

• Ingresso de milhões de novos consumidores à economia de mercado, em especial na China e na Índia

• Consolidação do conhecimento como um dos principais motores da economia mundial

• Inserção do Brasil na economia mundial e maior visibilidade internacional

• Reconfiguração econômica e espacial

• Modernização da economia rural

• Inserção externa crescente e grande relevância do setor mínerometalúrgico e do agronegócio

• Urbanização e maior demanda por infraestrutura

• Emergência de atividades de densidade técnico-científicas e articuladas com a Economia do Conhecimento

2.3. Meio Ambiente e Sustentabilidade

• Mudanças climáticas e a emergência da economia de baixo carbono

• Crescente incidência e impacto dos eventos naturais extremos: necessidade de prevenção e mitigação dos seus efeitos

• Aumento da relevância da questão ambiental

• Expansão da produção de biocombustíveis

• Aumento das pressões para a conservação, preservação e recuperação sustentável dos recursos naturais

TABELA 1. Tendências por dimensões13

13A descrição detalhada de cada uma

das tendências encontra-se descrita

no documento complementar ao PMDI

denominado “Análise Prospectiva:

Tendências e Incertezas para a Estratégia

de Desenvolvimento de Minas Gerais”.

38

Estamos diante de uma nova transformação do Estado, que

adicionou às questões anteriormente conhecidas, as dificul-

dades fiscais resultantes da crise financeira de 2008.

A crise do financiamento do Estado não é nova no cenário

mundial, remonta aos anos 1980, quando de um lado ocorre

uma disfunção dos sistemas tributários em relação à nova

economia, cada vez mais financeira, terciária e global, e, por

outro lado, surgem novas e crescentes demandas da popula-

ção. A proposta de uma nova agenda para as políticas públi-

cas surge a partir da transição de um Estado provedor para

um Estado regulador. Noções de eficiência e eficácia são in-

corporadas às políticas, numa preocupação com a qualidade

do gasto público, ao mesmo tempo em que emergem parce-

rias com setor privado e com o terceiro setor.

A crise internacional de 2008 e a aplicação de políticas an-

ticíclicas para mitigar seus efeitos têm agravado significati-

vamente os déficits dos governos dos países desenvolvidos.

Há um desafio ainda maior de compatibilizar ajustes fiscais

com a demanda crescente por serviços públicos em socieda-

des caracterizadas por forte envelhecimento da população e

gastos crescentes com saúde e seguridade social.

No caso brasileiro, a política social ainda precisa solucionar

questões mais emergenciais como a erradicação da pobreza

extrema e redução da pobreza e desigualdade. As pressões

por uma maior equidade e melhor distribuição de renda exi-

gem, para além da transferência de renda, políticas públicas

que ampliem o acesso a serviços básicos, a saúde e a edu-

cação, propiciando também a inclusão produtiva. O desafio

que se coloca é o rompimento do ciclo da pobreza com igual-

dade de oportunidades que proporcione uma inserção de

qualidade no mercado de trabalho. Enfrentar esse desafio

diante do cenário demográfico de envelhecimento da popu-

lação e seus efeitos nos gastos sociais demandará inovações

crescentes nas políticas sociais.

À semelhança do que irá ocorrer com o Brasil, para os próxi-

mos 20 anos, a projeção da estrutura demográfica de Minas

Gerais mostra uma estabilização da população na faixa de

0 a 24 anos e um incremento da população em idade pro-

dutiva (25 a 65 anos) como proporção da população total

(Gráfico 8).

1000 500 0 500 1000

0-45-910-1415-1920-2425-2930-3435-3940-4445-4950-5455-5960-6465-6970-7475-7980 ou mais

Milhares

Pirâmide Etária MG 2010

1000 500 0 500 1000

0-45-910-1415-1920-2425-2930-3435-3940-4445-4950-5455-5960-6465-6970-7475-7980 ou mais

Milhares

Pirâmide Etária MG 2030

1000 500 0 500 1000

0-45-910-1415-1920-2425-2930-3435-3940-4445-4950-5455-5960-6465-6970-7475-7980 ou mais

Milhares

Pirâmide Etária MG 2050

Gráfico 8. Projeção populacional (2010–2050) – Minas Gerais

Fonte: Fígoli, Moema G. Bueno et. al. 2009. Projeção populacional, por sexo e grupos de idades quinquenais. Elaboração própria.

ESTADO E SOCIEDADE2.1

39

Essa mudança demográfica representa uma situação de bônus

demográfico que tende a favorecer o crescimento econômico

de Minas em decorrência da predominância de pessoas

economicamente ativas (PEA) em relação à população total.

Por outro lado, a pirâmide projetada revela que haverá, até

2050, aumento considerável da população acima de 65 anos

demandando gastos crescentes com assistência à saúde e

previdenciários.

Assistimos também a uma sociedade cada vez mais

consciente e participativa que, favorecida pelo avanço

tecnológico, se organiza em rede e em tempo real, em um

movimento crescente de compartilhamento de informações

e conhecimentos e participação em processos de construção

coletiva. Afirma-se cada vez mais o poder das redes digitais

como ferramenta de informação, colaboração e mobilização

social.

O Brasil acompanha essa tendência que se dá em nível global

caminhando em direção à universalização das tecnologias de

informação e comunicação que tem permitido forte expansão

de conectividade e da participação das pessoas nas redes

sociais. Nos últimos anos, houve uma grande expansão no

número de usuários de internet no Brasil, passando de pouco

menos de 7 milhões em 1999 para 73 milhões em 2010

(Gráfico 9)14. O número de aparelhos celulares já é maior

que a população brasileira. Segundo a Agência Nacional

de Telecomunicações (Anatel), até março de 2011, o país já

contava com 210,5 milhões de acessos na telefonia celular.

Qua

ntid

ade

em m

ilhar

es

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

160.000

180.000

200.000

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

TERMINAISCELULARES

220.000

Gráfico 9. Massificação das telecomunicações

Fonte: Celulares e banda larga – Anatel e ABTA com Elaboração Teleco. Computadores: CIA – FGV Easesp

14Pesquisa conduzida pela empresa de

consultoria Teleco. Foi considerado

usuário de internet a população de 10

anos ou mais de idade que acessou a

internet, pelo menos uma vez, por meio de

computador, em algum local nos 90 dias

que antecederam a entrevista.

40

Para o Brasil e Minas Gerais, as práticas de compartilha-

mento e gestão do conhecimento podem contribuir para a

sustentabilidade das vantagens competitivas das organiza-

ções que as empreenderem. Para os governos, uma melhoria

na coordenação de esforços internos e maior integração com

outras instituições públicas ou privadas podem gerar pro-

cessos mais eficientes e melhores resultados. Ressalta-se

que a difusão das tecnologias de informação e comunicação

também pode ser forte mecanismo de aproximação com a

sociedade, podendo resultar no aumento da qualidade dos

serviços públicos. Deve-se buscar um alinhamento entre

essa nova possibilidade tecnológica e a cultura política, com

a articulação crescente de sistemas de participação, diálogo,

e construção coletiva.

O Estado de Minas Gerais já vem dando respostas positivas

às tendências relativas ao Estado e à sociedade, fortalecen-

do as instituições, promovendo esforços de melhoria da ges-

tão pública e de transparência dos governos (Gráfico 10). O

aprimoramento desse processo passa por construir formas

de maior participação das diferentes esferas da sociedade e

a utilização das novas tecnologias de informação e comuni-

cação como recursos estratégicos para maior accountability

e participação.

012345678

BR* SP PE RS PR MG SC RO ES AM MA AL GO RJ PB DF PA TO MS SE CE MT AP AC BA RN RR PI

* Executivo Federal

Gráfico 10. Índice de transparência dos governos (2010)

Fonte: Contas Abertas

41

Nos últimos 20 anos, vivenciamos forte ampliação dos flu-

xos de pessoas, informação, tecnologia, produtos, serviços e

capitais em todo o mundo, o que confere novos elementos a

serem considerados em uma estratégia de desenvolvimento.

Para ter sucesso nesse mundo de globalização comercial,

financeira e produtiva, no qual a concorrência ultrapassa

as fronteiras históricas, políticas e geográficas, um país ou

região precisa rapidamente adaptar-se, aprimorar-se e po-

sicionar-se, sabendo extrair de sua economia aquilo que de

melhor pode ser oferecido ao mundo.

A capacidade de uma sociedade e de sua economia gerar e

assimilar mudanças tecnológicas é, cada vez mais, um fa-

tor chave para a o crescimento econômico e o conhecimen-

to tem se consolidado como um dos principais motores da

economia mundial. Há um deslocamento gradual do valor

da produção intensivo em materiais e energia, para a va-

lorização do conhecimento e da inovação15. Nesse contex-

to, confere-se importância crescente aos ativos intangíveis

das empresas, abrindo novos segmentos e oportunidades

de negócios. A transição para a economia do conhecimento

impõe desafios para Minas Gerais no campo da educação

e da qualificação profissional. Neste mundo cada vez mais

global, China e Índia despontam como países com relevância

crescente. Representando juntos 38% da população mundial e

com o crescimento acentuado da população e da renda, esses

países serão os principais responsáveis pelo ingresso de mi-

lhões de novas pessoas à economia de mercado nos próximos

anos (Gráfico 11).

Regiões mais desenvolvidas

Regiões menos desenvolvidas

0

1000000

2000000

3000000

4000000

5000000

6000000

7000000

8000000

9000000

10000000

1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050

20106,9 bilhões

20308,3 bilhões

Gráfico 11. População mundial (em bilhões)

Fonte: Population Division of the Department of Economic and Social Affairs of the United Nations Secretariat, World Population Prospects: The 2008 Revision.

15O ranking das marcas mais valiosas do

mundo é liderado por empresas do setor

de tecnologia.

GLOBALIzAçÃO E COMPETITIVIDADE2.2

42

Minas Gerais tende a se beneficiar com o consequente

aumento da demanda externa por commodities agrícolas

e minerais e com a perspectiva de mudança nos preços

relativos em favor dessas. Não obstante, é possível almejar

outras possibilidades de participação neste mercado no

médio e longo prazos reduzindo a dependência de produtos

primários.

O crescimento chinês tem sido responsável também por im-

primir um novo padrão de competitividade em nível global

que utiliza as vantagens geradas pelo avanço tecnológico,

aliadas ao baixo custo da mão de obra, para uma produção

em larga escala com baixo custo, conseguindo assim captu-

rar a grande massa de consumidores. O diferencial chinês

provém não da criação de outros produtos, mas da capacida-

de de barateá-los drasticamente e de rapidamente oferecer

em grande escala nos mercados globais.

Para o Brasil e Minas Gerais, os impactos desse novo padrão

são a elevação do risco de perda de competitividade das

indústrias mineiras frente à oferta de produtos e dos novos

modos de produção dos chineses e dos demais países

asiáticos. A estrutura produtiva e a capacidade de inserção

dos produtos mineiros no mercado global podem ser

prejudicadas por deficiências e gargalos na infraestrutura e

nos sistemas logísticos. É reforçada também a necessidade

de redirecionamento do sistema mineiro de inovação para

acelerar a inovação nas empresas.

Nesse contexto global, o Brasil tem ampliado sua inserção

internacional, seja por meio do crescimento do comércio

exterior, do aumento da internacionalização das empresas

brasileiras ou dos crescentes fluxos de investimentos es-

trangeiros (Gráfico 12).

90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09

50

40

30

20

10

0

30

25

20

15

10

5

IED (US$ bilhões)

Grau de abertura da Economia (%)

10

US$ bilhões %

Gráfico 12. Investimento Estrangeiro Direto (IED) e Grau de Abertura da Economia, 1990–2010

Fonte: Secex e BCB

Mas essa tendência não se restringe ao grau de abertura

da economia. A maior visibilidade internacional do país

já se verifica na escolha do Brasil para sediar eventos

internacionais de grande porte. A inserção internacional do

país, assim como seu maior protagonismo político, aparecem

como oportunidades para o estado mineiro despontar, seja

como espaço para geração de negócios, como fornecedor

global ou mesmo como receptor do turismo internacional.

Verifica-se no Brasil uma reconfiguração espacial da estru-

tura produtiva. Nas duas últimas décadas, ocorreram altera-

ções significativas nos padrões de localização das ativida-

des produtivas no território brasileiro com destaque para o

processo de interiorização do desenvolvimento, a ampliação

do agronegócio, a desconcentração industrial e a constitui-

ção de novos polos econômicos nas cidades médias.

43

60%

1988 2008

13% 13%

1988 2008

56%

1988 2008

18% 17%

1988 2008

4% 5%

1988 2008

5%9%

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Norte

Mapa 1. Distribuição do PIB por região

Fonte: IBGE. Elaboração: Macroplan Prospectiva, Estratégia & Gestão

44

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

0,020,040,060,080,0

100,0120,0140,0160,0

Produção (milhões t)

Área (milhões ha)

Produtividade (t/ha)

milh

ões t

t/ha

1990

/91

1992

/93

1994

/95

1996

/97

1998

/99

2000

/01

2002

/03

2004

/05

2006

/07

2008

/09

Projeta-se a intensificação da disputa por atração de

investimentos industriais entre os estados. Minas precisará

oferecer uma boa infraestrutura, um ambiente institucional

favorável, bem como uma força de trabalho qualificada

para atrair investimentos crescentes. Há também ameaça

de acentuação de perda de investimentos destinados à

agropecuária, em face da maior concorrência originada pela

expansão da fronteira agrícola e pelo alto desempenho do

Centro-Oeste no setor. O desenvolvimento de negócios e

de sistemas logísticos de alta capacidade é requerido para

assegurar a inserção competitiva do Estado no movimento

de interiorização do agronegócio, que é reforçado pela

modernização da agricultura no Brasil.

A análise recente da trajetória do agronegócio brasileiro

demonstra que o uso intensivo da tecnologia e inovação

impacta fortemente a produção, a produtividade e,

consequentemente, a competitividade e o dinamismo do

setor (Gráfico 13). Para acompanhar essa tendência, o estado

mineiro precisará investir crescentemente em qualificação

profissional dos trabalhadores rurais e modernização dos

métodos de gestão empresarial dos empreendimentos

agrícolas.

O fenômeno do aumento da classe média mundial é verificado

também em território nacional, com a emergência uma nova

classe média brasileira de grande potencial de consumo,

como resultado da estabilidade monetária, da expansão da

oferta de crédito, da ampliação das transferências de renda

e da redução da desigualdade social.

A ampliação significativa do mercado interno representa

uma oportunidade de dinamização das economias locais das

regiões menos desenvolvidas de Minas Gerais, em especial

aquelas compreendidas nas regiões norte e nordeste. Ao

mesmo tempo, cresce a demanda por infraestrutura social e

econômica nesses territórios.

Gráfico 13. Produção e produtividade de grãos no Brasil

Fonte: Conab (2010)

45

A tendência de persistência da elevada demanda externa

por energia, matérias-primas e commodities industriais,

aliada à tendência de crescimento do mercado interno,

provavelmente sustentará a expansão das atividades do

setor minerometalúrgico e a manutenção da sua relevância

na geração de riqueza no Estado. Da mesma forma, a

crescente demanda externa por alimentos, que acompanha

o crescimento dos principais países emergentes, indica ser

muito provável a manutenção da relevância do agronegócio

para o desenvolvimento econômico estadual mineiro.

A participação mineira nas exportações brasileiras

passou de 10,2%, em 2003, para 15,5%, em 2010, o que

posiciona Minas como segundo maior estado brasileiro

exportador, atrás apenas de São Paulo. Os riscos de uma

forte especialização em poucos setores e de alto grau de

intensidade em recursos naturais deverão ser considerados.

Os produtos básicos (61,4%) já representam a maior parte

das exportações mineiras e essa participação é crescente

(Gráfico 14).

7.44010.007

13.51515.658

18.355

24.412

19.518

31.224

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

+34,5% +35,1% +15,9% +17,2% +33,0% -20,0% +60,0%

Gráfico 14. Exportações mineiras em US$ milhões FOB (2003–2010) e composição por fator agregado, 2010

Fonte: MDIC/Secex e Sede/Central Exportaminas.

Apesar da crescente dependência de produtos primários e

intensivos em recursos naturais no Estado de Minas Gerais,

há um potencial de inserção na economia do conhecimento

a ser explorado nos próximos 20 anos. A emergência de

atividades de densidade técnico-científicas e articuladas

com a Economia do Conhecimento pode ser constatada

por iniciativas como o polo de biociências da Região

Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH)16 e a indústria de

software, bem como pelo potencial inovador das empresas

presentes no Estado.

Diante do aumento significativo da importância da

capacidade de inovação e da qualificação técnica e científica

para a competitividade das empresas e da multiplicação

de oportunidades de novos negócios neste campo, Minas

Gerais deve garantir uma alta capacidade de conectividade

e de logística para dar suporte às atividades econômicas

neste campo, assim como aprimorar a infraestrutura das

cidades que concentram essas atividades.

Segundo o Censo 2010, 85% da população do Estado é

urbana. Nota-se uma urbanização crescente com ampliação

do número de cidades consideradas centros urbanos no

Estado, com potencial polarizador capaz de propiciar a

irradiação do acesso a serviços coletivos de escala.

16A RMBH figura como um dos principais

polos nacionais de biociência, com 48

empresas distribuídas em 11 cidades,

principalmente concentradas nas áreas

de saúde humana e insumos, com especial

destaque para o segmento de diagnósticos

(Biominas, 2009).

18,1% Manufaturados

20,4% Semi-manufaturados

0,1% Operações Especiais

61,4% Básicos

8,8% Intensivos em Tecnologia

17,6% Intensivos em Capital

0,7% Intensivos em Mão-de-Obra

72,9% Intensivos em Recursos Naturais

Semimanufaturados

46

JanaúbaCentro  sub-­‐regional  B

MuriaéCentro  sub-­‐regional  A

Teófilo  OtoniCapital  regional  C

IpatingaCapital  regional  CItuiutaba

Centro  sub-­‐regional  B

Patos  de  MinasCentro  sub-­‐regional  A

PassosCentro  sub-­‐regional  A

BarbacenaCentro  sub-­‐regional  A

UberlândiaCapital  regional  B

UberabaCapital  regional  C

Belo  HorizonteMetrópole

Juiz  de  ForaCapital  regional  B

Poços  de  CaldasCentro  sub-­‐regional  A

Pouso  AlegreCapital  regional  C

Montes  ClarosCapital  regional  B

ViçosaCentro  sub-­‐regional  BUbá

Centro  sub-­‐regional  A

LavrasCentro  sub-­‐regional  A

VarginhaCapital  regional C

DivinópolisCapital  regional  C

Governador  ValadaresCapital  regional  C

AlfenasCentro  sub-­‐regional  A

ManhuaçuCentro  sub-­‐regional  A

Ponte  NovaCentro  sub-­‐regional  A

ItajubáCentro  sub-­‐regional  B

CaratingaCentro  sub-­‐regional  B

CataguasesCentro  sub-­‐regional  B

São  João  del  ReiCentro  sub-­‐regional  B

São  LourençoCentro  sub-­‐regional  B

Mapa  da  rede  cidades  -­‐ MG  -­‐ Situação   em  2007

Ordem  1

Ordem  2

Ordem  3

Ordem  4

Ordem  5

Ordem  6

Ordem  7

Ordem  8

Conselheiro  LafaiateCentro  sub-­‐regional  B

 

Mapa 2. Mapa da rede cidades – MG – Situação em 2007

Fontes: Regiões de influências das cidades (Regic). Rio de Janeiro: IBGE, 2007.

A partir dessa perspectiva para a rede urbana estadual, tor-

na-se cada vez mais importante que os municípios estejam

preparados para a concentração de pessoas e o decorren-

te aumento no volume de demandas por serviços públicos

e infraestrutura apropriada. Deve-se garantir um cresci-

mento ordenado da Região Metropolitana de Belo Horizon-

te (RMBH) e das cidades médias, acompanhado de planos

diretores para as cidades, assim como da oferta suficiente

de habitação e serviços de saneamento, segurança pública,

educação e saúde.

JanaúbaCentro  sub-­‐regional  B

MuriaéCentro  sub-­‐regional  A

Teófilo  OtoniCapital  regional  C

IpatingaCapital  regional  CItuiutaba

Centro  sub-­‐regional  B

Patos  de  MinasCentro  sub-­‐regional  A

PassosCentro  sub-­‐regional  A

BarbacenaCentro  sub-­‐regional  A

UberlândiaCapital  regional  B

UberabaCapital  regional  C

Belo  HorizonteMetrópole

Juiz  de  ForaCapital  regional  B

Poços  de  CaldasCentro  sub-­‐regional  A

Pouso  AlegreCapital  regional  C

Montes  ClarosCapital  regional  B

ViçosaCentro  sub-­‐regional  BUbá

Centro  sub-­‐regional  A

LavrasCentro  sub-­‐regional  A

VarginhaCapital  regional C

DivinópolisCapital  regional  C

Governador  ValadaresCapital  regional  C

AlfenasCentro  sub-­‐regional  A

ManhuaçuCentro  sub-­‐regional  A

Ponte  NovaCentro  sub-­‐regional  A

ItajubáCentro  sub-­‐regional  B

CaratingaCentro  sub-­‐regional  B

CataguasesCentro  sub-­‐regional  B

São  João  del  ReiCentro  sub-­‐regional  B

São  LourençoCentro  sub-­‐regional  B

Mapa  da  rede  cidades  -­‐ MG  -­‐ Situação   em  2007

Ordem  1

Ordem  2

Ordem  3

Ordem  4

Ordem  5

Ordem  6

Ordem  7

Ordem  8

Conselheiro  LafaiateCentro  sub-­‐regional  B

 

47

As preocupações com o meio ambiente e com práticas sus-

tentáveis ganham cada vez mais espaço nas decisões das

nações, empresas e indivíduos. A incompatibilidade entre

o desenvolvimento e os padrões de produção e consumo vi-

gentes está no centro das discussões atuais sobre a econo-

mia sustentável, definida enquanto “a satisfação das neces-

sidades presentes sem o comprometimento da capacidade

das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”17.

O aquecimento global é a dimensão mais tensa e visível da

crise ambiental, provocada pelo aumento dos gases de efeito

estufa (GEE) na atmosfera. No entanto, há outras dimensões

como a perda de biodiversidade, a escassez de recursos hí-

dricos e o aumento da poluição urbana18. Por outro lado, a vi-

são do meio ambiente enquanto entrave ao desenvolvimento

econômico vem sendo substituída por uma nova abordagem,

na qual emergem múltiplas oportunidades de negócio das

preocupações com a sustentabilidade ambiental.

As mudanças climáticas já são uma realidade global e seus

impactos estarão condicionados crescentemente ao nível de

adaptação, bem como ao grau de transição para a economia

de baixo carbono.

Há dois cenários extremos: um primeiro, em que é mantida a

tendência de emissões, e um segundo, no qual há mudança

positiva na trajetória de diminuição das emissões de GEE.

No primeiro caso, espera-se que a intensidade das emissões

modifique o clima da terra, levando a impactar diretamente

a produtividade agrícola, com ganhos para as regiões frias

e perdas para regiões temperadas e tropicais, inclusive para

o Brasil. Sendo assim, para conter os efeitos negativos da

mudança climática, seria preciso intensificar a pesquisa,

desenvolvimento e inovação na agricultura e pecuária.

No segundo cenário, os esforços e custos necessários para

a manutenção das mudanças climáticas em níveis seguros

no longo prazo serão muito intensos, a ponto de causar mu-

danças nos preços relativos na economia, tornando crescen-

temente mais caras as fontes de energia de origem fóssil e

outras atividades geradoras de emissões de GEE19 . As pres-

sões por substituição dos combustíveis fósseis resultarão no

aumento mundial da procura por fontes de energia de baixo

carbono, o que traz como oportunidade o desenvolvimento

da produção de energia de biomassa (etanol, carvão vegetal,

entre outras), bem como novos negócios associados à eco-

nomia de baixo carbono.

17Comissão Mundial sobre Meio Ambiente

e Desenvolvimento da ONU.18Giambiagi, F. e Porto, C. (orgs.), 2022:

propostas para um Brasil melhor no ano

do bicentenário. Rio de Janeiro: Elsevier,

2011.19Além da geração de energia, outras

atividades humanas são importantes

na emissão de gases de efeito estufa

para a atmosfera: desmatamento,

processos industriais, agricultura (uso

de fertilizantes nitrogenados e de

calcário, perdas de matéria orgânica do

solo, emissão de metano em cultivos de

arroz inundado) e tratamento de resíduos

(emissões de metano e N2O).

MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE2.3

48

As mudanças climáticas vêm aumentando a vulnerabilida-

de de todas as regiões do planeta20. Com isso, os eventos

climáticos e ambientais extremos são cada vez mais fre-

quentes. A crescente intensidade dos danos provocados por

eventos naturais extremos está relacionada ao crescimen-

to populacional e ao movimento de urbanização acelerado

que levam à maior aglomeração populacional e à ocupação

crescente de áreas de risco21. Os eventos têm, portanto, pro-

vocado custos financeiros crescentes e em termos de vidas

demandado esforços prevenção e mitigação dos seus efeitos.

No Brasil, a sustentabilidade ambiental tem tido relevância

crescente. Nos últimos 20 anos, o país dotou-se de legisla-

ção ambiental e de aparatos institucionais importantes, in-

cluindo a criação do Ministério do Meio Ambiente. Mais re-

centemente, o tema entrou na pauta das ações empresariais.

A principal fonte de emissão de CO2 no Brasil é a destruição

da vegetação natural, com destaque para o desmatamento

na Amazônia e as queimadas no cerrado englobadas na

atividade “mudança no uso da terra e florestas” (Gráfico

15). Essa atividade responde por mais de 75% das emissões

brasileiras de CO2, sendo a responsável por colocar o Brasil

entre os dez maiores emissores de gases de efeito estufa

para a atmosfera22.

Na perspectiva do uso sustentável dos recursos naturais, o

Brasil tem fortes vantagens comparativas na produção de

biocombustíveis, com uma crescente participação do etanol

e do biocombustível, mas que ainda requer grandes avanços

na área.

0 500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000

1990

1994

2000

2005

Energia Processos industriais

Agricultura Mudança no uso da terra e florestas

Tratamento de resíduos

Gráfico 15. Estimativas das emissões líquidas de gases de efeito estufa de origem antrópica, por setor de atividade (Gg CO2 eq) – Brasil – 1990–2005

Fonte: Relatório “Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – IBGE 2010”

A preocupação ambiental é crescente também em Minas Ge-

rais, com necessidade de tratar de assuntos relacionados à

sustentabilidade da sua estrutura produtiva e a definição de

políticas urbanas para a destinação adequada dos resíduos

sólidos. Há também uma nova frente de oportunidades de

negócios advindas da biodiversidade, do potencial turístico

e de novos negócios associados à economia de baixo carbo-

no que poderia ser mais bem aproveitada pelo Estado.

Todas as questões abordadas terão impacto sobre a traje-

tória do Estado em maior ou menor grau dependendo de

fatores exógenos, mas também das escolhas e prioridades

definidas pela estratégia de desenvolvimento do Estado. À

luz dessas tendências, é possível antever o futuro e traçar

um caminho de prosperidade, qualidade da vida, cidadania

e sustentabilidade no Estado de Minas Gerais até 2030.

20A década de 2000–2009 foi a mais quente desde 1850, de acordo com a World Meteorological Organization (WMO).21Entre 2004 a 2009, 543 mil pessoas morreram devido a eventos geofísicos (terremotos e erupções vulcânicas) ou climáticos e hidrológicos (tempestades, enchentes, avalanches, temperaturas extremas, secas e queimadas). As per-das econômicas chegaram a US$ 753 bi-lhões, nesse período. Somente em 2010, as perdas econômicas causadas por esses eventos alcançaram US$ 68 bilhões, com a morte de 304 mil pessoas.22Fonte: Relatório “Indicadores de Desen-volvimento Sustentável – IBGE 2010”.

49

Tendências mais relevantes para o Futuro de Minas Gerais

1. Consolidação do conhecimento como principal motor da economia mundial.

2. Aumento das pressões por ajustes fiscais e políticas públicas mais eficazes.

3. Novo padrão de competitividade em nível global: larga escala de produção,

baixo custo e alta densidade tecnológica.

1. Emergência da nova classe média brasileira.

2. Inserção do Brasil na economia mundial e maior visibilidade internacional.

3. Preocupações crescentes com a erradicação da pobreza e inclusão social e produtiva

1. Urbanização e maior demanda por infraestrutura.

2. Inserção externa crescente e grande relevância do setor minerometalúrgico

e do agronegócio.

3. Emergência de atividades de densidade técnico-científicas e articuladas

com a Economia do Conhecimento.

TENDêNCIAS MUNDIAIS

TENDêNCIAS NACIONAIS

TENDêNCIAS MINEIRAS

As tendências descritas anteriormente foram priorizadas durante o processo de reformulação do PMDI e as três tendências –

mundiais, nacionais e mineiras – mais relevantes para o futuro de Minas Gerais estão listadas a seguir:

Capítulo III

VISÃO DE FUTURO

52

Essa é a Visão de Futuro que os mineiros desejam para Minas

Gerais – construída durante o PMDI em 2003, projetada para

2023 e afirmada novamente para 2030. Alcançá-la será

uma conquista estratégica que repercutirá sobre a vida de

todos os cidadãos – mineiros e brasileiros.

Essa visão é o ponto de partida para a construção da agenda

de iniciativas estratégicas que contribuirá para que Minas

Gerais empreenda uma trajetória de desenvolvimento ainda

mais pujante nos próximos anos.

O melhor lugar para se viver incorpora quatro atributos

fundamentais: prosperidade, qualidade de vida, cidadania

e sustentabilidade.

MINAS GERAIS 2030

Necessitamos sempre de ambicionar alguma coisa que, alcançada, não nos torna sem ambição.”Carlos Drummond de Andrade

TORNAR MINAS O MELHOR ESTADO PARA SE VIVER

VISÃO DE FUTURO -

53

Exprime o compromisso com a melhoria das condições vivi-

das pela população, conjugando oportunidades de trabalho

com acesso a serviços públicos de qualidade, em especial

educação, saúde e segurança.

Busca a ampliação permanente das capacidades individuais

e coletivas, da autonomia e da emancipação social.

Representa a aspiração de um ambiente socioeconômico de-

senvolvido, com forte empreendedorismo, elevada produti-

vidade da economia, mais e melhores oportunidades de tra-

balho, educação e alto padrão de bem-estar da população.

Uma economia dinâmica, competitiva, com forte base tecno-

lógica, inclusiva e diversificada, que pressupõe infraestru-

tura adequada, incorpora novas formas de organização da

produção, adota inovação permanente, fortalece sua iden-

tidade e insere Minas Gerais, cada vez mais, nos mercados

globais e na economia do conhecimento.

Promove o caráter duradouro e harmônico do desenvolvi-

mento ao longo do tempo, com novos modelos de financia-

mento e uso racional dos recursos, vislumbrando as gerações

futuras. Incorpora e harmoniza as dimensões ambiental, po-

lítica, econômica e social.

Pressupõe transparência e austeridade, proporcionando um

ambiente seguro e confiável, propício a atração e retenção

de investimentos.

Consiste na garantia dos direitos fundamentais a toda a po-

pulação mineira, ao mesmo tempo que reconhece e valoriza

o indivíduo como protagonista no processo de desenvolvi-

mento.

Busca o acesso equânime às oportunidades em todas as re-

giões do Estado e possibilita a participação do cidadão na

formulação e no monitoramento de políticas públicas e nas

questões de interesse público.

a) Prosperidade

b) Qualidade de Vida

c) Sustentabilidade

d) Cidadania

54

5. Viver mais e com mais saúde

4. Desenvolver e diversificar a economia mineira e estimular a inovação

3. Garantir o direito de morar dignamente e viver bem

2. Aumentar a empregabilidade e as possibilidades de realização profissional

1. Reduzir a pobreza e as desigualdades

6. Transformar a sociedade pela educação e cultura

7. Aumentar a segurança e a sensação de segurança

8. Promover e garantir a utilização sustentável dos recursos ambientais

10. Assegurar os direitos fundamentais e fomentar a participação cidadã

9. Ampliar e modernizar a infraestrutura e os serviços públicos

Figura 2. Minas Gerais 2030 – Visão integrada dos desafios e transformações

Elaboração: Macroplan Prospectiva, Estratégia & Gestão

A realização dessa Visão de Futuro requer a superação, pela sociedade mineira, de dez DESAFIOS E TRANSFORMAçÕES ao

longo das próximas duas décadas. Esses desafios e transformações representam focos prioritários, de alta relevância e de

elevado potencial de impacto, no desenvolvimento de Minas Gerais.

55

O primeiro desafio consiste em REDUZIR A POBREZA E AS

DESIGUALDADES. Nesse campo, Minas Gerais apresentou

avanços significativos nos últimos anos. O número de pes-

soas vivendo abaixo da linha da pobreza vem diminuindo

e a desigualdade social também. Mas ainda é preciso um

esforço redobrado para romper o ciclo da pobreza, para que

a miséria seja erradicada no Estado e para que as desi-

gualdades sociais, que ainda persistem, sejam significati-

vamente reduzidas.

TRANSFORMAR A SOCIEDADE PELA EDUCAçãO E CULTURA

é o segundo desafio a ser enfrentado. Nos dias de hoje,

a educação é um dos mais valiosos ativos de uma socie-

dade e, apesar da melhora nos indicadores de educação

nos últimos anos, ainda há muito espaço para crescer em

Minas Gerais. A alta evasão escolar, principalmente no En-

sino Médio, e o atraso relativo dos estudantes em relação

à série adequada são problemas crônicos no Estado. Para

enfrentá-los, o ensino em todos os níveis, nas redes públi-

ca e privada, deve primar pela qualidade, com um sistema

educacional inclusivo e de alto desempenho. A escolarida-

de média da população precisa ser mais elevada do que a

atual e as desigualdades educacionais regionais precisam

ser reduzidas.

Em complemento à educação, é indispensável fortalecer

a identidade cultural mineira e seus valores como instru-

mento de coesão de toda a sociedade. Os recursos culturais

e turísticos do Estado devem ser preservados, protegidos e

transformados em instrumentos mais geradores de negó-

cios, emprego e renda.

É, sobretudo, a partir da educação que conseguiremos AU-

MENTAR A EMPREGABILIDADE E AS POSSIBILIDADES DE

REALIZAçãO PROFISSIONAL das pessoas. Na última déca-

da, a taxa de desemprego em Minas Gerais baixou signifi-

cativamente e hoje é inferior à média brasileira. Contudo,

o desemprego continua especialmente elevado entre os

jovens, que representam quase a metade dos desocupa-

dos do Estado. A informalidade da economia também tem

diminuído, mas continua ainda muito elevada. É essencial

gerar mais trabalho e estes devem ser de qualidade, para

que a vida profissional seja uma grande fonte de realização

para os mineiros.

A geração de mais empregos de qualidade pressupõe DE-

SENVOLVER E DIVERSIFICAR A ECONOMIA MINEIRA E ES-

TIMULAR A INOVAçãO – o que representa o quarto desa-

fio. Minas obteve nos últimos anos ganhos consideráveis

em termos de PIB per capita, mas ainda é o 9º maior do

Brasil. Para mudar de patamar é preciso aumentar a sua

inserção nos mercados nacional e global e crescer acima

da média brasileira por um longo período e de forma sus-

tentável. A economia mineira ainda é muito dependente da

exportação de commodities e esse é um fator que coloca

o Estado em situação muito vulnerável ao contexto eco-

nômico internacional. Para reduzir essa exposição e ace-

lerar o crescimento, é imprescindível avançar em direção

a uma estrutura produtiva mais diversificada, competitiva

e apoiada em produtos com maior qualidade, densidade

tecnológica e valor agregado. Também é necessária a pro-

moção da sinergia entre os setores produtivos existentes

e o aumento do dinamismo dos negócios nas diferentes

regiões do Estado.

56

Alcançar e manter um padrão de produção competitiva em um

novo ambiente econômico é condição imprescindível para o

desenvolvimento almejado para Minas Gerais, priorizando

um ambiente de negócios pujante, um arranjo institucional

renovado para a promoção e retenção de investimentos e

um sistema de inovação fortemente articulado e sinérgico

com o setor produtivo. Nesse campo, será preciso imprimir

avanços tecnológicos na agricultura e agroindústria para

aumentar a sua produtividade e o valor agregado dos

produtos agrícolas. Ampliar a capacidade de inovação das

empresas, inserindo Minas mais fortemente na economia

do conhecimento, intensificar o apoio às micro e pequenas

empresas inovadoras e ampliar os ambientes de inovação

para gerar empregos de qualidade e atrair e reter talentos,

despontam como objetivos importantes a serem alcançados

nos próximos anos.

AMPLIAR E MODERNIZAR A INFRAESTRUTURA E OS SER-

VIçOS PÚBLICOS é um pressuposto para aumentar a com-

petitividade da economia mineira, bem como para ampliar

sua capacidade de atrair e reter investimentos. Estado me-

diterrâneo, com posição geográfica privilegiada no território

nacional, Minas Gerais é particularmente sensível às de-

ficiências de infraestrutura. Soluções gradualistas não são

mais suficientes. Os gargalos na infraestrutura são crescen-

tes barreiras à adaptação da economia ao novo padrão de

competição mundial. Para o Estado crescer, é preciso dar um

salto em investimentos públicos e privados para expansão,

modernização e diversificação da infraestrutura econômica

e social, além de um substancial aumento de sua capacida-

de de implantação de projetos. Reduzir os tempos e custos

de deslocamentos de bens, pessoas e cargas com segurança

é um imperativo para o desenvolvimento.

Em relação aos serviços públicos, é imprescindível ampliar

a efetividade das políticas públicas e a capacidade de

inovação e integração do Governo para gerar mais e

melhores resultados para a sociedade. Nesse contexto, não

se pode desconsiderar o fato de que a população mineira

hoje é majoritariamente urbana. Portanto, o bem-estar

da população depende, em grande medida, do acesso

aos serviços públicos disponíveis nas cidades. Há uma

clara relação entre a qualidade e a agilidade da oferta

desses serviços e o bom desempenho da economia e o

desenvolvimento. É preciso coordenar as diversas políticas

públicas, garantindo que as ações de governo nos campos

do transporte, habitação, defesa social, combate à pobreza,

saúde, saneamento e destinação de lixo e defesa civil sejam

articuladas. O bem-estar da população tem uma natureza

multidimensional que requer uma variedade de serviços

públicos e privados que devem ser disponibilizados de

forma integrada em todo o território. Nesse sentido, garantir

o ordenamento territorial nas cidades, com governança

ambiental e infraestrutura customizada para cada realidade

local, é primordial.

57

O sexto desafio é o de GARANTIR O DIREITO DE MORAR

DIGNAMENTE E VIVER BEM. Um grande número de minei-

ros ainda não tem moradia adequada e muitos ainda não

têm acesso a serviços básicos. O alcance da visão de futuro

pressupõe que todos os mineiros vivam em um lugar confor-

tável, seguro e saudável.

Mas é importante lembrar que o desenvolvimento econômi-

co, a ampliação da infraestrutura e o acesso amplo a ser-

viços de qualidade perdem sentido se não permitir que os

cidadãos possam VIVER MAIS E COM MAIS SAÚDE. Embora

tal desafio envolva uma complexidade de determinantes, a

garantia do acesso a serviços de saúde de qualidade e a

universalização do saneamento básico são condições fun-

damentais. O aumento da qualidade e da expectativa de

vida da população de Minas Gerais passa pela melhoria dos

indicadores de morbimortalidade entre a população juvenil

e pela redução da mortalidade infantil. Além disso, com a

perspectiva de abrigar uma população cada vez mais idosa,

Minas terá que responder, com eficiência, ao aumento das

demandas pelo tratamento de doenças crônicas e aquelas

ligadas ao envelhecimento. Também deverá ser capaz de

universalizar completamente o acesso à atenção primária e

reduzir as disparidades regionais no atendimento aos cida-

dãos, garantindo a presença de redes de atenção à saúde em

todo o seu território.

Não há, entretanto, possibilidades de construção de um fu-

turo com um ambiente de negócios atrativo, tampouco de

atingir padrões aceitáveis de saúde e educação, se não exis-

tir um ambiente público seguro para os cidadãos e para as

empresas. AUMENTAR A SEGURANçA E A SENSAçãO DE

SEGURANçA é essencial para o futuro do Estado. Isso passa

pela redução da incidência de violência, de criminalidade

e de desastres nas áreas urbanas e rurais e pela adoção de

medidas para atuação mais intensiva nas áreas de risco e

de alta vulnerabilidade social – assim como sua integra-

ção aos outros espaços das cidades. A criminalidade tem

caído desde 2003, mas, apesar dessa redução, a sensação

de segurança não tem aumentado nos mesmos níveis. Uma

sociedade amedrontada acaba por paralisar-se, impactando

negativamente a ocupação dos espaços públicos e piorando

a convivência entre os cidadãos. O índice de homicídios en-

tre os mais jovens é o mais alto, o que requer uma preocupa-

ção especial com essa faixa etária, notadamente por conta

dos efeitos devastadores do consumo e do tráfico de drogas.

A violência no trânsito também é preocupante e exige ação

imediata do governo e da sociedade.

58

Não há futuro sem o cuidado com o meio ambiente. Minas

Gerais está aprendendo a reconhecer a importância da

exploração sustentável dos seus recursos naturais. Não

apenas a economia, mas o bem-estar do mineiro depende

imensamente da conservação de seus rios, matas e mon-

tanhas. Minas tem desenvolvido intensamente o poten-

cial de se tornar um foco de turismo ligado ao usufruto

da natureza. Além disso, as emissões de gases de efeito

estufa precisam ser drasticamente reduzidas para que o

Estado possa colaborar para o esforço global de evitar os

efeitos desastrosos das mudanças climáticas – e nesse

campo, medidas e incentivos para promoção da inovação

ambiental são essenciais. Queremos que nossos filhos e

netos possam usufruir da beleza e das riquezas naturais

de Minas Gerais e viver bem aqui. É preciso que Minas

se transforme em uma potência da economia verde e que

saiba PROMOVER E GARANTIR A UTILIZAçãO SUSTENTÁ-

VEL DOS RECURSOS AMBIENTAIS.

O último desafio, mas não menos importante, é ASSEGU-

RAR OS DIREITOS FUNDAMENTAIS E FOMENTAR A PAR-

TICIPAçãO CIDADãO nas decisões sobre as políticas pú-

blicas em Minas Gerais. É preciso resgatar e garantir os

princípios fundamentais, previstos na Constituição Fede-

ral, de que todos são iguais perante a lei, sem distinção

de qualquer natureza, garantindo-se aos mineiros e aos

residentes em Minas a inviolabilidade do direito à vida,

à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

Promover os direitos humanos dos grupos historicamente

discriminados e ampliar e efetivar o sistema de garantias

de direitos da criança e do adolescente devem ser trata-

dos como prioridades estratégicas para superação desse

desafio.

A superação dos desafios para Minas Gerais até 2030

passa por valorizar o conceito de fim público, não estatal,

ampliar o campo de cooperação entre a Sociedade e o

Estado e promover o engajamento e a participação do

cidadão, ampliando a transparência e o controle social

das ações de governo.

O compartilhamento de responsabilidades, a correspon-

sabilidade legalmente regulada, está no centro dos novos

desafios do Estado contemporâneo. Adota-se, em Minas

Gerais, o conceito de Estado Aberto, que atua com outras

esferas da sociedade, sem perder a sua força de regular a

organização social e as atividades econômicas. Um Estado

que opera em parceria e adota como pilares a GESTãO

PARA A CIDADANIA, o equilíbrio fiscal e a busca por maior

produtividade e qualidade do gasto público para produzir

mais e melhores resultados para a população.

59

A eficácia do Estado será ainda maior com a mobilização da criatividade e da capacidade

empreendedora da sociedade, do setor privado e da classe política. E as novas tecnologias

da informação devem ser amplamente utilizadas para levar os serviços para mais perto

dos cidadãos e facilitar sua vida.

Por fim, é importante destacar que, para a superação desses desafios e transformações,

é necessário colocar o JOVEM MINEIRO como personagem central da estratégia de de-

senvolvimento de longo prazo. O futuro está nos jovens, na sua qualificação, na sua ex-

pectativa em relação ao futuro e no seu protagonismo social. Se por um lado são os mais

atingidos por mazelas sociais, como a violência, o desemprego e a disseminação das

drogas, por outro, eles são os agentes de inovação e transformação da sociedade e cons-

tituem a capacidade de produção e cidadania futura. Concentrar esforços, desenhando

políticas públicas inovadoras, bem como coordenar e direcionar ações para esse grupo,

é condição indispensável para a construção do futuro desejado para Minas Gerais.

Nesse sentido, até 2030, o empreendedorismo e protagonismo social dos jovens serão

amplamente valorizados, com incentivos para a permanência e o desenvolvimento

profissional dos jovens no Estado e o aumento de suas expectativas quanto ao futuro.

Orientada pelo objetivo final de consolidar um padrão de desenvolvimento com prospe-

ridade qualidade de vida, cidadania e sustentabilidade, a estratégia para os próximos

20 anos está organizada em 11 Redes de Desenvolvimento Integrado detalhadas no

capítulo seguinte.

A ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO

Capítulo IV

62

Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento.”Érico Veríssimo

A sociedade tornou-se mais complexa e exigente nos

últimos anos levando as organizações públicas e privadas

a se redesenharem e pensarem em formas alternativas

de organização e gestão. Não é mais suficiente ofertar um

serviço com qualidade, é preciso fazê-lo de forma mais

integrada, com mais eficiência e dentro dos novos padrões

de tempo impostos pela dinâmica do mundo moderno. Uma

das soluções que vêm sendo adotadas em escala crescente é

a gestão em rede23. A percepção das mudanças no contexto

social e a necessidade de agir em rede começam nas

empresas e, em seguida, transbordam para as organizações

governamentais.

A introdução da noção de rede na gestão pública visa

superar dois problemas centrais de governança: a

setorialização (fragmentação) e a ineficiência na obtenção

de resultados. Sua superação pressupõe a integração de

perspectivas heterogêneas, em arranjos que otimizem

esforços para fins comuns, ou seja; a organização em redes

23De forma simples, rede significa um conjunto de objetos e pessoas interligados entre si. Segundo Nohria (Introduction: is a network perspective a useful way for studying organizations?, 1992:4) é um “conjunto de pontos de intercessão (pessoas, organizações), ligados por um conjunto de relacionamentos sociais (amizades, transferência de fundos, participação) de um tipo específico”.

dos atores inseridos direta ou indiretamente na atividade

governamental, potencializa os esforços e conhecimentos

de cada um, de forma cooperativa e integrada, em prol de

um mesmo objetivo.

Em rede, o Estado passa a atuar de forma transversal,

estabelecendo laços com diferentes setores da sociedade,

no sentido de responder às demandas, resolver problemas e

propor estratégias customizadas de desenvolvimento.

ORGANIzAçÃO DA ESTRATÉGIA EM REDES DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO

4.1

63

Quatro são os eixos da gestão pública em rede, preocupada com a obtenção de resultados.

O primeiro é o da melhoria da compreensão da realidade em que os governos estão inseri-

dos, particularmente da dinâmica social e das demandas dos cidadãos. A ação em rede, na

medida em que envolve um amplo leque de atores, ajuda na compreensão da diversidade,

heterogeneidade e singularidade da sociedade, superando, em alguns aspectos, a unifor-

mização e a padronização que não correspondem à complexidade do real. Dessa forma, pro-

porciona a melhoria da qualidade dos diagnósticos e permite a compreensão mais sistêmica

dos problemas a serem enfrentados, pela conjunção de olhares, percepções e informações

de fontes diversas.

O segundo eixo reside na formulação das ações. Integrando em rede as áreas e os parceiros

concernidos pelo problema a ser enfrentado, a possibilidade de melhoria das formulações

cresce, na medida em que o governo mobiliza os conhecimentos produzidos pelas distintas

entidades da sociedade sobre as diversas temáticas que impactam a qualidade de vida da

população.

O terceiro eixo encontra-se na execução das ações. A organização dos esforços em rede per-

mite o compartilhamento das informações concernentes à operacionalização, contribuindo,

assim, para a redução do sobretrabalho, do desperdício de recursos e do setorialismo, mui-

tas vezes, nocivo. A existência de um duplo fluxo de informações (horizontal e vertical) per-

mite a articulação integrada entre os órgãos estatais, assegurando a resposta customizada,

conservando as prioridades e racionalizando recursos. O compartilhamento de objetivos,

perspectivas e conceitos inerentes ao conjunto de estratégias é condição para que todos os

profissionais envolvidos estejam empenhados no alcance dos mesmos resultados.

64

O quarto eixo remete ao monitoramento e avaliação das ações, realizadas em parceria com a

sociedade, permitindo uma compreensão melhor do alcance dos resultados e uma correção

em tempo hábil dos equívocos.

Em Minas Gerais, a nova articulação institucional proposta realiza-se a partir da organiza-

ção da estratégia e do funcionamento do Estado em Redes. As Redes de Desenvolvimento

Integrado, previstas em Lei, nas quais estão organizados os objetivos e estratégias deste

PMDI, buscam, portanto, integrar as ações do governo estadual nas diferentes áreas e, ao

mesmo tempo, proporcionar um comportamento cooperativo com os outros níveis de gover-

no e outras instituições, públicas e privadas, para maior agregação de valor para a socieda-

de mineira. Não se trata, portanto, de estruturas institucionais formais, mas sim de formas

de organização e conjunção de esforços em torno de grandes escolhas e prioridades.

Essas redes incorporam-se à organização da estratégia de atuação do Estado e se

desdobram no funcionamento da administração pública estadual. O Estado em Rede

viabiliza a reestruturação do governo de Minas a partir da incorporação de um modelo de

gestão transversal do desenvolvimento, buscando a intersetorialidade das políticas públicas

e a articulação dos atores responsáveis pelo sucesso de sua implementação ressaltando a

participação da sociedade civil organizada como ator ativo e imprescindível nesta trajetória.

Nesse sentido, foram definidas 11 REDES DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO como base

para organização da estratégia de desenvolvimento do Estado. Cada uma se desdobra em

metasíntese, dados e fatos situacionais, objetivos estratégicos, indicadores e metas para

2015, 2022 e 2030 e estratégias (a apresentação detalhada da estrutura de organização de

cada rede encontra-se no Anexo II). A estratégia de desenvolvimento do Estado pode ser

representada graficamente conforme a Figura 3 a seguir.

65

Figura 3. Minas Gerais 2030 – Visão Integrada da Estratégia

Minas sem pobreza e com baixa desigualdade social

Economia dinâmica, mais diversificada, competitiva, com crescimento sustentável e inclusivo

Gestão pública efetiva e próxima da sociedade

TORNAR MINAS O MELHOR ESTADO PARA SE VIVER

REDE DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E PROTEçÃO

REDE DE DESENVOLVIMENTO ECONôMICO SUSTENTáVEL

REDE DE GOVERNO INTEGRADO, EFICIENTE E EFICAz

1. Prosperidade 4. Qualidade de Vida2. Sustentabilidade 3. Cidadania

REDE DE DEFESA E SEGUR ANçA

Minas com alta sensação de segurança, menos violência e criminalidade

REDE DE CIêNCIA, TECNOLOGIA E INOVAçÃO

Ciência, tecnologia e inovação parao desenvolvimento e cidadania

REDE DE DESENVOLVIMENTO RUR ALMais produção e qualidade na agricultura familiar

e o agronegócio de Minas Gerais

REDE DE IDENTIDADE MINEIR AMinas singular, diversa e criativa na cultura,

no esporte e no turismo

REDE DE ATENçÃO EM SAúDE

População com maior qualidade e expectativa de vida

REDE DE CIDADESCidades com mais qualidade de vida

e ordenamento territorial

REDE DE EDUCAçÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO

População com amplo acesso à educação de qualidade e com maior

empregabilidade

REDE DE INFR AESTRUTUR A

QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DO GASTO GESTÃO PAR A CIDADANIAGESTÃO PARA RESULTADOS

Infraestrutura adequada, proporcionando mais competitividade e

qualidade de vida

66

REDE DE EDUCAçÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO

POPULAçãO COM AMPLO ACESSO À

EDUCAçãO DE QUALIDADE E COM MAIOR

EMPREGABILIDADE.

Meta Síntese

Situação

A educação é entendida como um elemento central de uma estratégia de desenvolvimento

integrado, base para o crescimento econômico, qualidade do trabalho e geração de renda.

Ao focar nas políticas para a área educacional, os resultados positivos ultrapassam essa

dimensão. Uma população qualificada para ocupar espaços de qualidade no mercado de

trabalho levará, por consequência, ao rompimento do ciclo de reprodução da pobreza e da

desigualdade.

É a partir da educação que se dá o desenvolvimento do capital humano e o aumento da

produtividade do trabalho. Atualmente, a qualificação da força de trabalho é um dos entraves

ao desenvolvimento do Estado de Minas Gerais. O salário-hora dos empregados formais do

Estado, visto como proxy de produtividade do trabalho, é de cerca de R$ 32,70, inferior à

média brasileira (R$ 38,80) e mais baixa do que em 17 Unidades da Federação24. Isso se

deve, por um lado, à estrutura produtiva do Estado e, por outro, à baixa escolaridade média

da população com 15 anos ou mais (7,4 anos de estudo), ainda inferior à média nacional

(7,5) e à do Sudeste (8,2), considerada baixa para padrões internacionais.

Esse passivo educacional aos poucos tende a ser reduzido com os avanços educacionais

dos últimos anos. Atualmente, há vagas para praticamente todos os alunos no Ensino

Fundamental – 93,4% das crianças de 6 a 14 anos estão na escola –, mas apenas 68% dos

jovens com 16 anos o concluem (Gráfico 16). No Ensino Médio, a situação é mais preocupante:

dos adolescentes mineiros de 15 a 17 anos 85% estão na escola, porém, somente 54,4%

deles cursam o Ensino Médio, nível de ensino adequado à faixa etária25.24RAIS/MTE de 2010.25PNAD/IBGE 2009.

4.2

67

A oferta de educação infantil, por sua vez, ainda precisa ser equacionada em parceria com

as redes municipais e o setor privado. Uma série de estudos26 aponta que os primeiros anos

de formação escolar determinam positivamente o futuro dos indivíduos de diversas formas,

o que a coloca em destaque na cena educacional. Mas, apesar dos reconhecidos benefícios

advindos dos cuidados na primeira infância, segundo a PNAD/IBGE de 2009, apenas 35,8%

das crianças mineiras até cinco anos estavam frequentando estabelecimentos de ensino.

O desafio da qualidade da educação tem sido enfrentado com sucesso pelo Estado de Minas

Gerais, que registra o melhor Ideb do país nos anos iniciais do Ensino Fundamental e o 3º

melhor nos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio27. Os dados da Secretaria

de Educação do Estado mostram uma tendência favorável dos indicadores de desempenho

tanto em Língua Portuguesa como em Matemática. Conforme o Gráfico 17, o percentual

de alunos do 5º ano do Ensino Fundamental, com nível recomendado de proficiência,

praticamente dobrou entre 2006 e 2010. Mas persistem elevados índices de desigualdade

educacional, sobretudo no Ensino Médio.

63,4%50,2%

73,3%59,7%

67,9%

48,5%

Jovens de 16 anos que concluíram o EF

Jovens de 19 anos que concluíram o EM

Brasil Região Sudeste Minas Gerais

Gráfico 16. Proporção de jovens que concluíram o Ensino Fundamental e Médio (2009)

Fonte: Todos pela educação com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE)

26Ver VELOSO, 2009.27Considerando apenas a rede estadual de ensino.

Matemática Português

34,8 %

28,5 %

20,9 %

15,7 %

11,8 %

36,4 %

36,4 %

34,4 %

32,5 %

28,8 %

28,8 %

35,2 %

44,7 %

51,8 %

59,4 %

2006

2007

2008

2009

2010

Baixo Intermediário Recomendado

38,0 %

34,2 %

25,3 %

18,7 %

18,3 %

39,2 %

39,4 %

43,2 %

41,0 %

38,4 %

22,9 %

26,5 %

31,5 %

40,3 %

43,3 %

Gráfico 17. Percentual de Alunos por Padrão de Desempenho no 5º ano do Ensino Fundamental – (2006–2010)

Fontes: Proeb, Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG); MEC/Inep/Deed.

Já segundo o Pisa – Avaliação Internacional de Proficiência em Ciências, Leitura e

Matemática aplicado a estudantes de 15 anos – Minas tem o quarto melhor resultado dos

estados brasileiros, acima da média brasileira (422 pontos, contra 401 na média nacional),

mas abaixo da média da OCDE (496,67) em qualidade da educação.

Apesar dos progressos do Estado de Minas Gerais em termos de acesso e qualidade em todos

os níveis de ensino, há um longo caminho a ser percorrido, uma vez que as disparidades

educacionais permanecem muito elevadas e que os padrões educacionais são ainda

insuficientes para enfrentar a competição econômica que se dá cada vez mais a nível global.

68

1 Escolaridade média da população adulta (25 anos ou mais) Inep6,9

(2009)8 9 12

2 Ideb do Ensino Fundamental – anos iniciais (rede estadual) Inep5,8

(2009)6,2 6,8 8,0

3 Ideb do Ensino Fundamental - anos finais (rede estadual) Inep4,1

(2009)5,0 6,3 7,5

4 Ideb do Ensino Médio (rede estadual) Proalfa3,6

(2009)4,4 5,3 7,0

5Percentual de alunos do 3º ano do EF no nível recomendável de Leitura (rede estadual)

Saeb86,2%

(2010)97,0% 98,0% 99,0%

6Percentual de alunos do 5º ano do EF no nível recomendável de

proficiência em Língua Portuguesa (rede pública)28 Saeb

46,8%

(2009)53,4% 70,0% 88,0%

7Percentual de alunos do 5º ano do EF no nível recomendável de proficiência em Matemática (rede pública)

Saeb48,7%

(2009)56,9% 70,0% 88,9%

88. Percentual de alunos do 9º ano do EF no nível recomendável de proficiência em Língua Portuguesa (rede pública)

Saeb31,1%

(2009)41,9% 70,0% 87,0%

9Percentual de alunos do 9º ano do EF no nível recomendável de proficiência em Matemática (rede pública)

Saeb18,6%

(2009)26,1% 70,0% 85,0%

10Percentual de alunos do 3º ano do EM no nível recomendável de proficiência em Língua Portuguesa (rede pública)

Saeb26,0%

(2009)42,9% 70,0% 84,0%

11Percentual de alunos do 3º ano do EM no nível recomendável de proficiência em Matemática (rede pública)

Saeb9,4%

(2009)20,3% 70,0% 80,0%

12 PISA - percentual de alunos no nível recomendável em Leitura OCDE/Inep30,7%

(2009)37,0 44,0% 57,0%

13 PISA - percentual de alunos no nível recomendável em Matemática OCDE/Inep18,8%

(2009)26,0% 35,0% 56,0%

14 PISA - percentual de alunos no nível recomendável em Ciências OCDE/Inep25,9%

(2009)33,0% 41,0% 58,0%

15 Taxa de frequência líquida do Ensino Médio PNAD54,4%

(2009)60,5% 85,0% 93,4%

16 Renda mediana do trabalho (R$) PME/IBGE806,52

(2010)1036,50 1472,65 2200,00

17 Valor adicionado/horas trabalhadas IBGE11,4

(2008) 13,2 16,6 18,4

Indicador Fonte Situação atual 2015 2022 2030

28As metas de qualidade do Movimento Todos pela Educação definem que, em 2021, 70% dos alunos do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e do 3ª ano do Ensino Médio tenham desempenhos no SAEB superiores a notas que representam o nível essencial de habilidades.

• Acelerar o aumento da escolaridade média da população.

• Consolidar a rede pública como um sistema inclusivo

de alto desempenho.

• Reduzir as desigualdades educacionais.

• Aumentar o emprego e a renda.

• Aumentar a qualidade e a produtividade do trabalho.

Objetivos Estratégicos

INDICADORES E METAS

69

1. Desenvolver os professores desde a sua formação até

o seu desempenho em sala de aula, dando ênfase à for-

mação superior, à avaliação e premiação por resultados,

à formação continuada, ao apoio metodológico e à valori-

zação profissional.

2. Desenvolver a capacidade gerencial dos diretores das

escolas públicas por meio da seleção baseada em crité-

rios de mérito e liderança, da avaliação e premiação por

resultados, da interligação dos profissionais em rede e da

certificação ocupacional dos gestores educacionais.

3. Universalizar o acesso e ampliar a atratividade do En-

sino Médio. Revitalizar o Ensino Médio a partir de uma

perspectiva empreendedora e inovadora, expandindo sua

relação com a formação técnica e com o mundo do traba-

lho, aumentando a diversidade e a flexibilidade dos currí-

culos e adotando medidas para assegurar a permanência

dos jovens na escola.

4. Promover uma mobilização ampla para elevar a quali-

dade da educação de forma sustentável, consolidando os

instrumentos de educação a distância e a implantação da

Escola em Tempo Integral. Buscar soluções inovadoras,

inclusive com o apoio de parcerias.

5. Implantar ampla parceria entre entidades governa-

mentais e privadas, universidades e instituições tecno-

lógicas, para um grande esforço conjunto de qualificação,

capacitação e formação profissional técnica de qualidade,

orientada pela demanda das empresas e coerente com as

principais dinâmicas territoriais.

6. Implantar a Rede Mineira do Trabalho, visando a me-

lhoria da qualidade na preparação da mão de obra no

Estado e a ampliação das oportunidades profissionais.

7. Identificar as cidades com baixo dinamismo econômi-

co, renda e empregabilidade e organizar estratégias para

criação de oportunidades profissionais.

Estratégias

Para que os objetivos estratégicos da Rede de Educação e Desenvolvimento Humano sejam alcançados, o Governo e a So-

ciedade deverão concentrar os seus melhores esforços e recursos na execução das seguintes estratégias prioritárias:

70

Em complemento às estratégias prioritárias, outras estratégias também devem ser objeto de atenção especial para o alcance

dos objetivos estratégicos. São elas:

Aproximar as escolas das famílias e incorporar a comunidade

à escola. Estimular a interação dos diretores e professores

com os pais e alunos sobre os assuntos da escola e do

desenvolvimento do aluno.

Intensificar a implantação de programas de aceleração

de aprendizagem, priorizando as escolas com avaliações

insuficientes e os alunos com dificuldades de aprendizagem.

Levar em consideração as regiões mais carentes do Estado

e dar ênfase ao ensino de Matemática, de Ciências e aos

programas de letramento e Educação para Jovens e Adultos.

Ampliar o Programa Poupança Jovem, incluindo o

acompanhamento e orientação aos jovens egressos por mais

um ano.

Promover a segurança e a sensação de segurança na

escola e no seu entorno, mediante parcerias com a Polícia

Militar, Prefeituras, Ministério Público, Juizado da Infância

e da Juventude, Secretaria de Defesa Social, Secretaria de

Desenvolvimento Social e outras instituições.

Apoiar os municípios na ampliação e qualificação da

oferta de Educação Infantil (creches e pré-escolas), com

prioridade às famílias em situação de maior vulnerabilidade

social. Apoiar as escolas municipais no desenvolvimento de

estratégias para melhorar o desempenho dos alunos.

Aperfeiçoar e consolidar o sistema de avaliação do ensino,

visando torná-lo um instrumento efetivo de planejamento,

monitoramento e gestão escolar. Investir em medidas de

comunicação social para divulgar os resultados alcançados

e os casos bem-sucedidos, tendo em vista o estímulo à

formação de novas parcerias e o aumento do desejo da

sociedade por uma educação de alta qualidade.

Intensificar as ações de capacitação e qualificação a

distância, visando aumentar a abrangência regional do

ensino no Estado.

Prover condições adequadas de infraestrutura e recursos

tecnológicos em toda a rede de ensino estadual, incluindo a

melhora da acessibilidade nas escolas, a modernização dos

instrumentos tecnológicos e a capacitação dos profissionais

da educação básica.

71

POPULAçãO COM MAIOR QUALIDADE E EXPECTATIVA DE VIDA.

Meta Síntese

Situação

Estruturado em torno do desenvolvimento de redes de atendimento em diversos níveis, desde a

atenção primária até o atendimento de alta complexidade e passando pela atenção secundária,

o setor da saúde busca abranger a população de todos dos municípios do Estado para propiciar

melhores condições de saúde e ampliar a expectativa de vida do cidadão mineiro.

No Brasil, a expectativa de vida passou de 59,5 anos, em 1991, para 73,1 anos em 2009. Nesse

caso, o Estado de Minas Gerais ocupou o 4º lugar no ranking nacional, com uma expectativa

de vida de 75,1 anos, conforme gráfico abaixo.

63,666,7 66,8 67,9 68,3 69,3 69,370,1 73 71,9 74,3 74,9 74,9 75

70,473,1 72,2

74,6 74,3 75,1 75,2

Nordeste Brasil Norte Sudeste Centro - Oeste MG Sul

2000

2008

2009

Gráfico 18. Esperança de vida ao nascer – Brasil, regiões e Estado de Minas Gerais (2000–2009)

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1940/2000 e PNAD 2001-2008. Projeto IBGE/Fundo de População das Nações Unidas (dados de 2009).

REDE DE ATENçÃO EM SAúDE4.3

72

O Brasil vive uma situação de saúde caracterizada por uma

transição demográfica acelerada. Em Minas Gerais, o quadro

não será diferente: o Estado já tinha, em 2010, cerca de

1,6 milhões de sua população com mais de 65 anos (8,2%

da população total). Em 2020, serão cerca de 1,8 milhões

(8,8% da população total) e 2,7 milhões em 2030 (12,2% da

população total).

Essa tendência de envelhecimento populacional é

acompanhada por uma mudança no perfil epidemiológico.

Minas Gerais vive hoje uma situação denominada de tripla

carga de doenças, que envolve, ao mesmo tempo: i) uma

agenda não concluída de infecções, desnutrição e problemas

de saúde reprodutiva; ii) o desafio das doenças crônicas e iii)

uma alta incidência de causas externas, devido à violência.

Desses, as doenças crônicas representam o maior desafio.

Por outro lado, a mortalidade infantil apresenta tendência

decrescente no Estado, tendo havido uma redução

significativa nos óbitos de crianças menores de um ano de

idade por mil nascidos vivos, que passou de 22,3, no ano

2000, para 14,02, em 2009. Contudo, o valor considerado

aceitável pela Organização Mundial da Saúde é inferior a

dez óbitos de crianças menores de um ano de idade por mil

nascidos vivos, sendo que nos países da OCDE a média é

de 3,8 por mil nascidos vivos. Ou seja, apesar dos avanços,

Minas Gerais possui ainda níveis elevados de mortalidade

infantil superiores a oito estados brasileiros, entre eles todos

estados da região Sul (Gráfico 19).

14,83 14,40 14,02 13,19 12,52 11,97 11,87

3,80

Brasil RJ MG Região Sudeste

SP ES Região Sul

OCDE¹

Gráfico 19. Taxa de mortalidade infantil por estado, região, Brasil e OECD (2009)

Fonte: MS/SVS – Datasus – Pacto pela Saúde – 2010/2011, e OCDE Health Data 2009 (dado referente a 2008).

Já a incidência de doenças crônicas tem se mantido em

patamares elevados no Estado, principalmente nos casos de

neoplasias malignas, doenças cardiovasculares e diabetes,

com maior impacto nas faixas etárias mais avançadas. Em

2008, mais de 74% dos mineiros com idade superior a 50

anos reportaram ter uma doença crônica29.

As ações de prevenção, especialmente associadas ao

combate das chamadas “causas externas”, têm importância

crescente para a melhoria dos indicadores de saúde. Embora

os índices de violência entre os jovens mineiros tenham

acompanhado a tendência de redução da criminalidade

verificada no Estado, a morbimortalidade entre a população

juvenil continua elevada. Ainda que em queda nos últimos

anos, a taxa de homicídios entre jovens de 15 e 24 anos por

100 mil habitantes em 2008 era de 41,6, mais do dobro da

média do Estado. 29PNAD/IBGE 2009.

73

O modelo de atuação em redes tem por pilar a Atenção

Primária à Saúde como a porta de entrada do cidadão no

sistema de saúde. O Programa Saúde da Família (PSF) é

uma das formas de organização da Atenção Primária nos

municípios e, nesse campo, Minas Gerais tem alcançado

níveis satisfatórios de cobertura populacional. Em 2010, o

PSF tinha uma cobertura de 70,1% da população mineira.

Em termos de população SUS dependente, pode-se afirmar

que houve a universalização do acesso à atenção primária,

uma vez que os demais 29% da população mineira possuía

um plano de saúde privado30.

No que se refere ao saneamento básico, Minas Gerais ainda

convive com desigualdade de acesso e situações de carência

extrema em algumas regiões. Houve evolução positiva nos

últimos anos, com uma ampliação significativa do acesso

aos serviços de água e esgoto, porém, o Estado ainda não

alcançou os níveis de desenvolvimento da Região Sudeste.

O percentual de domicílios integrados à rede geral de

distribuição de água evoluiu de 83% em 2000 para 86,3%

em 2010, porém, ainda está abaixo da média da região

Sudeste, de 90,3%, segundo os dados do Censo.

Apenas 75,4% das habitações mineiras são equipadas

com a rede de esgotamento sanitário. Se comparado aos

69,5% verificados em 2000, houve um avanço importante,

porém, a Região Sudeste como um todo já apresenta 81%

das habitações com rede de esgoto e apenas 0,4% das

habitações sem banheiro, enquanto, em Minas, ainda 1,3%

das casas não conta com tal facilidade. Quanto ao destino

do lixo, 12,4% das habitações de Minas Gerais ainda não

têm seu lixo coletado. Na Região Sudeste, a proporção é de

apenas 5% de acordo com os dados do Censo 2010.

Para alcançar a melhoria dos níveis de saúde da população,

é imprescindível a conciliação do modelo de atenção à

saúde e as condições de saúde no Estado que, como visto, se

caracteriza pela transição demográfica acelerada, elevada

morbimortalidade por doenças cardiovasculares e diabetes,

forte presença de causas evitáveis de mortalidade infantil

e elevada morbimortalidade por causas externas e por

agudizações de doenças crônicas.

30PNAD/IBGE de 2008.

74

1 Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos vivos)SES-MG/Datasus

13,1 (2010)

9,9 7,5 5,5

2 Esperança de vida ao nascer (anos) IBGE75,1

(2009)76,3 77,7 79,3

3 Proporção de nascidos vivos de mães com 7 ou mais consultas pré-natal Datasus64,8%(2009)

75% 80% 90%

4Taxa de APVP por doenças cardiovasculares, causas externas e neoplasias31

SES-MG46,7%(2009)

44,2% 38,8% 33,5%

5 Taxa de resolubilidade macrorregional SES-MG87,4% (2010)

89,3% 92,0% 95,0%

6Percentual da população que realiza atividade física regular (14 anos ou mais)

PAD/FJP14,9% (2009)

15,5% 16,2% 17,0%

7 Percentual da população declarada tabagista (15 anos ou mais) PAD/FJP16,4% (2009)

14,6% 12,5% 10,1%

8 Proporção de óbitos por causas externasSES-MG/Datasus

10,4% (2010)

9,4% 7,0% 3,5%

Indicador Fonte Situação atual 2015 2022 2030

31Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP) por doenças cardiovasculares, causas externas e neoplasias é um indicador que reflete os anos de vida perdidos por morte prematura, considerando a distância entre a idade em que o óbito ocorreu e a expectativa de vida ao nascer.

Objetivos Estratégicos• Universalizar o acesso à Atenção Primária.

• Reduzir as disparidades regionais no atendimento em saúde.

• Consolidar as redes de atenção em saúde em todo o Estado.

• Melhorar os indicadores de morbimortalidade entre a população juvenil.

• Estimular maior cuidado do cidadão com a própria saúde.

INDICADORES E METAS

75

Para que os objetivos estratégicos da Rede de Atenção em Saúde sejam alcançados, o Governo e a Sociedade deverão

concentrar os seus melhores esforços e recursos na execução das seguintes estratégias prioritárias:

1. Expandir e aprimorar as redes de atenção em saúde,

com prioridade para as redes de urgência e emergência e

redes da mulher e da criança.

2. Desenvolver, implantar e manter ações de estímulo ao

autocuidado, baseadas na mobilização da sociedade e

orientadas para a alteração de comportamentos nocivos à

saúde individual e coletiva.

3. Universalizar e aprimorar a qualidade da atenção

primária com foco na população usuária do SUS e ênfase

em ações de promoção da saúde e de prevenção.

4. Ampliar a cobertura e o número de equipes do Programa

Saúde da Família (PSF) e capacitá-las, mediante apoio aos

municípios na estruturação, organização e custeio dessas

equipes e das Unidades Básicas de Saúde (UBS).

5. Qualificar a gestão da Saúde, com estímulos à

criação e manutenção de modelos orientados para

resultados, que promovam parcerias entre o Estado e

Organizações não Estatais, priorize o pagamento de

provedores e profissionais por desempenho, incorpore

novas tecnologias e métodos de gestão que aumentem

a qualidade do atendimento e qualifique melhor o gasto

público.

6. Integrar os órgãos públicos e instâncias não

governamentais de todas as esferas, criando instâncias

para coordenação das ações intersetoriais, em especial

na política sobre drogas.

7. Ampliar a rede de saneamento básico.

Estratégias

76

Em complemento às estratégias prioritárias, as seguintes estratégias também devem ser objeto de atenção especial para o

alcance dos objetivos estratégicos.

Ampliar e fortalecer os hospitais regionais e os novos cen-

tros de atenção especializada.

Estruturar sistemas logísticos de apoio e governança do SUS

no Estado, incluindo a implantação do serviço de registro

eletrônico, a universalização do sistema estadual de trans-

porte, a expansão da rede de apoio da assistência farmacêu-

tica e o sistema de apoio diagnóstico.

Consolidar a gestão orientada para resultados na Saúde,

com prioridade para a pactuação de resultados dentro e fora

do governo, a implantação de sistema de recompensas com

base em resultados fundamentados em referências territo-

riais e a incorporação de novas tecnologias e métodos de

gestão que aumentem a qualidade do atendimento e redu-

zam custos.

Aprimorar o financiamento da saúde, priorizando a implan-

tação das redes de saúde, a sustentação financeira da aten-

ção primária e o aperfeiçoamento dos critérios para aloca-

ção equitativa dos recursos em função dos riscos à saúde em

cada uma das regiões do Estado.

Intensificar a capacitação permanente dos profissionais da

saúde, em especial os diretores de hospitais, postos e uni-

dades de atendimento e os gestores municipais de saúde.

Aperfeiçoar os mecanismos legais e criar incentivos para

expansão dos consórcios públicos intermunicipais em saú-

de, visando fortalecer a governança regional e possibilitar

ganhos de escala no atendimento.

Ampliar a longevidade da população portadora de doenças

do aparelho circulatório e diabetes.

77

MINAS COM ALTA SENSAçãO DE SEGURANçA,

MENOS VIOLêNCIA E CRIMINALIDADE.

Situação

A garantia de segurança é tarefa multidimensional que envolve a atuação de vários órgãos e

entidades – não apenas aqueles relacionados diretamente à segurança – assim como exige

o envolvimento de toda a sociedade.

Minas Gerais tem a quinta menor taxa de homicídios do país, uma posição conquistada

recentemente32. Em 2005, o Estado tinha a 15ª maior taxa de homicídios entre as 27

Unidades da Federação e, desde então, tem registrado quedas contínuas nesse indicador

(Gráfico 20). Entretanto, as conquistas ainda não foram suficientes para retornar ao patamar

anterior à escalada da violência do final dos anos 1990 e começo da década de 2000.

Gráfico 20. Evolução da taxa de homicídios por 100 mil habitantes em Minas Gerais (1986–2010)

Fonte: Núcleo de Estudos em Segurança Pública da Fundação João Pinheiro (Nesp-FJP).

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Taxa

de

hom

icíd

io p

or 1

00 m

il ha

bita

ntes

0

5

10

15

20

25

32WAISELFISZ, 2011.

Meta Síntese

REDE DE DEFESA E SEGURANçA4.4

78

No caso das taxas de crimes violentos e contra o patrimônio a

redução foi ainda mais acentuada33. Os crimes violentos pas-

saram de 521,0 por 100 mil habitantes, em 2005, para 296,1,

em 2010, enquanto os crimes contra o patrimônio passaram de

445,5 por 100 mil habitantes para 238,0 no mesmo período.

A despeito dos avanços nos índices de criminalidade no Es-

tado, a percepção de segurança ainda pode ser considerada

baixa uma vez que 51,3% da população sente medo de se tor-

nar vítima de algum ato de violência34. Embora esse percentual

tenha declinado em relação ao ano anterior (2008), o fato de

mais da metade da população mineira ter medo de vitimização

impacta diretamente a qualidade de vida e o comportamento

das pessoas.

É importante notar que a evolução da criminalidade não tem

ocorrida de modo uniforme em todo o Estado. Um terço dos cri-

mes violentos está na RMBH, embora aqui a tendência recente

aporte para sua redução. Belo Horizonte e Contagem, regiões

responsáveis pela metade dos crimes violentos no Estado, re-

gistraram as maiores quedas (59% e 57% entre 2003 e 2009,

respectivamente). Em contrapartida, os crimes violentos cres-

ceram em outras localidades, particularmente nas cidades mé-

dias. Além da RMBH, a criminalidade concentra-se no Triân-

gulo Mineiro, no Nordeste e no Noroeste do Estado (Gráfico 21).

Entre as cidades – além de Belo Horizonte, que no segundo tri-

mestre de 2010 apresentou a mais elevada taxas média mensal

de criminalidade de (60,74 ocorrências por 100 mil habitan-

tes) –, também se destacam pelas taxas elevadas: Uberaba

(46,28), Montes Claros (37,08), Uberlândia (36,71), Governador

Valadares (32,72)35.

Gráfico 21. Evolução dos crimes violentos em Minas Gerais, por Região Integrada de Segurança Pública (Risp) – Taxa de crescimento em % (2003–2009)

Fonte: Núcleo de Estudos em Segurança Pública da Fundação João Pinheiro (Nesp-FJP).

Em Belo Horizonte, os homicídios estão concentrados em áreas

consideradas de risco: aglomerados Morro das Pedras, Morro

do Papagaio, Cabana de Pai Tomas, Pedreira Prado Lopes e

Cafezal destacam-se pelas suas altas taxas de criminalidade.

Programas de prevenção, como o Fica Vivo, vêm obtendo su-

cesso em reduzir o número de crimes violentos nessas regiões,

mas ainda precisam ser expandidos. É importante ainda refor-

çar a política antidrogas: os centros socioeducativos vêm apre-

sentando um bom desempenho, porém, ainda é necessário

implementar políticas preventivas, em especial para o controle

do uso do crack, que tem relação direta com a criminalidade.

A sustentabilidade do processo de redução da criminalidade

no Estado, iniciado em 2003, depende da combinação das po-

líticas de segurança – como a integração das atividades de

todos os órgãos voltados para a defesa social – com medidas de

prevenção, investimentos sociais nas áreas de risco, melhoria

da qualidade do espaço urbano e geração de oportunidades de

trabalho e renda.

33NESP-FJP 2010.34CRISP/UFMG 2009.35NESP/FJP 2010.

-80%

-60%

-40%

-20%

0%

20%

40%

MINAS GERAIS

1ª R

ISP

Belo

Hor

izont

e

2ª R

ISP

Con

tage

m

3ª R

ISP

Vesp

asia

no

9ª R

ISP

Uber

lând

ia

17ª P

ouso

Ale

gre

13ª R

ISP

Barb

acen

a

18ª P

oços

de

Cal

das

4ª R

ISP

Juiz

de

Fora

12ª R

ISP

Ipa�

nga

8ª R

ISP

Gove

rnad

or

Vala

dare

s

6ª R

ISP

Lavr

as

11ª R

ISP

Mon

tes

Clar

os

16ª U

naí

14ª R

ISP

Cur

velo

10ª R

ISP

Pato

s de

Min

as

15ª T

eófil

o O

toni

5ª R

ISP

Uber

aba

7ª R

ISP

Div

inóp

olis

79

1 Taxa de crimes violentos (por 100 mil habitantes) FJP/Nesp284,8*(2010)

244 197 161

2 Taxa de homicídios (por 100 mil habitantes) FJP/Nesp15,9*(2010)

12 9,7 8,2

3 Taxa de mortalidade por acidentes de trânsito (por 100 mil habitantes) Datasus19,3

(2009)17,2 14,3 12,7

4 Percentual de pessoas que afirmam ter medo de vitimização Crisp/UFMG51,2% (2009)

48,8% 46,2% 44,2%

5 Taxa de mortalidade por uso de drogas (por 100 mil habitantes) Datasus6,2

(2010)5,5 3,5 2,8

6 Índice de qualidade do serviço prestado (PM, PC, CBM) Seds71,6

(2009)73,5 76 80

7Grau de confiança no atendimento policial e corpo de bombeiros(% de pessoas que confiam e confiam muito)

Seds68%

(2009)72% 75% 80%

8Taxa de homicídios entre jovens de 15 a 24 anos (por 100 mil habitantes)

Datasus38,9

(2009)26,0 20,0 16,0

Indicador Fonte Situação atual 2015 2022 2030

INDICADORES E METAS

* Estimativa preliminar.

• Reduzir as incidências de violência, de criminalidade e de desastres

nas áreas urbanas e rurais.

• Ampliar a segurança e a sensação de segurança.

• Integrar as áreas de risco à dinâmica das cidades,

principalmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

• Combater o consumo e o tráfico de drogas.

• Reduzir a violência no trânsito.

Objetivos Estratégicos

80

Em complemento às estratégias prioritárias, outras estratégias também devem ser objeto de atenção especial para o alcance

dos objetivos estratégicos. São elas:

Expandir a atuação preventiva dos órgãos do sistema de

defesa social, intensificando a implantação de programas

de proteção nas áreas rurais, com a participação ativa das

Polícias Militar, Civil e Corpo de Bombeiros Militar.

Investir em inteligência de segurança pública, centralizando

os sistemas de informação e comunicação e ampliando o

quadro técnico de profissionais das áreas de estatística e de

análise criminal.

Modernizar a Polícia Civil para ampliar a sua capacidade

de identificação e esclarecimento de crimes. Adotar a

perspectiva de mediação de conflitos na investigação

criminal. Ampliar a articulação com a esfera pública federal,

em especial nos temas relacionados ao crime organizado.

Fortalecer as ações das Corregedorias e das Ouvidorias de

polícia e criar núcleos de avaliação e controle da qualidade

das instituições do sistema de defesa.

1. Consolidar a integração das ações das Polícias Militar e

Civil, Defensoria Pública, Sistema Prisional e Socioeduca-

tivo e Corpo de Bombeiros Militar, compartilhando forma-

ção e qualificação continuada, bancos de dados, métodos

de gestão, informações e conhecimentos.

2. Modernizar as técnicas de gestão e aumentar a inte-

gração dos sistemas socioeducativo e prisional, de forma

a romper com ciclo vicioso da criminalidade juvenil e ga-

rantir saúde, educação e trabalho ao preso, tendo em vista

a sua reintegração social.

3. Consolidar e disseminar projetos focados na prevenção

da violência e dos sinistros no meio urbano, particular-

mente nas áreas de maior risco e vulnerabilidade social.

4. Aumentar a efetividade das políticas sobre drogas, com

ênfase na intervenção dos espaços urbanos propícios ao

tráfico e ao consumo.

5. Promover atividades de educação, conscientização, fis-

calização e prevenção de acidentes no trânsito.

Estratégias

• •

••

Para que os objetivos estratégicos da Rede de Defesa e Segurança sejam alcançados, o Governo e a Sociedade deverão

concentrar os seus melhores esforços e recursos na execução das seguintes estratégias prioritárias:

81

REDE DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E PROTEçÃO

MINAS SEM POBREZA E COM BAIXA DESIGUALDADE SOCIAL.

Situação

O desenvolvimento social envolve muitas dimensões que

devem ser tratadas de forma integrada para a obtenção de

patamares mais elevados de bem-estar da população. A Rede

abrange ações de assistência social – sempre imbuídas de

um caráter emancipatório – e proteção aos direitos sociais e

humanos, além das políticas voltadas para a juventude.

Minas Gerais possui um Índice de Desenvolvimento Humano

superior à média brasileira e que evolui a uma velocidade

mais acelerada36. Dos três componentes que compõem

o IDH – educação, saúde e renda – o Estado possui uma

posição relativamente menos favorável na dimensão de

renda. Apesar de ter registrado crescimento recente acima

de outros estados, a renda domiciliar per capita de Minas

Gerais, R$ 631,00 em 2009, ficou próxima à média nacional

e inferior a oito estados brasileiros.

Em contrapartida, o crescimento da renda domiciliar per

capita do Estado tem sido mais favorável aos mais pobres.

Com um Índice de Gini de 0,51, Minas Gerais registra uma

desigualdade inferior à média brasileira e equivalente à

média do Sudeste. (Gráfico 22)37. O crescimento da renda

aliado à redução da desigualdade entre 2003 e 2009,

permitiu a redução do percentual de pobres no Estado a

menos da metade: de 29,5% para 14,1% (Gráfico 23)38.

Gráfico 22. Evolução do Índice de Gini (1992–2009)

36Fundação João Pinheiro (FJP) e Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP).37Pnad/IBGE 2009. 38Iets com base na PNAD/IBGE.

0,44

0,46

0,48

0,50

0,52

0,54

0,56

0,58

0,60

0,62

1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Brasil Sudeste Minas Gerais

Fonte: IETS com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Nota: a pesquisa não foi a campo em 1994 e 2000.

Meta Síntese

4.5

82

Apesar dos avanços recentes no combate à pobreza e

desigualdade, ainda persistem altos contingentes de pessoas

extremamente pobres. Segundo o Censo 2010, há 909.660

indivíduos com renda domiciliar per capita de até R$ 70,00,

linha de extrema pobreza recém-definida pelo Governo

Federal. Esse número representa 4,64% da população

total do Estado, conferindo a Minas Gerais o nono menor

percentual de extremamente pobres entre as 27 Unidades

da Federação. Nota-se que esse percentual é cerca de um

terço do verificado em 2000 e que Minas Gerais foi mais

eficiente no combate à extrema pobreza comparativamente

com o país nos últimos 20 anos.

Gráfico 23. Percentual da população considerada extremamente pobre (1991–2010)*

* Em 1991 e 2000, foi considerado o percentual de pessoas com renda domiciliar per capita de R$ 37,75, em 2000, equivalente a ¼ do salário-mínimo vigente. Em 2010, considerou-se o corte de R$ 70,00 que, deflacionando pelo INPC, equivale a

R$ 35,63 em 2000, permitindo certa comparação com os anos anteriores.Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil e Censo 2010.

Entretanto, é importante ressaltar que em Minas Gerais

a extrema pobreza persiste principalmente em algumas

regiões, com destaque para a Grande Norte. As regiões do

Vale do Jequitinhonha, Mucuri e Norte são historicamente

marcadas pelo fraco dinamismo econômico e pelo baixo

grau de integração a mercados, cujos efeitos são visíveis nos

indicadores sociais.

Além de desigualdades regionais, constata-se a permanência

das desigualdades de gênero e de raça em Minas Gerais. Em

2009, o rendimento-hora do trabalho principal das pessoas

de cor preta e parda foi de 56,8% e 64,3% do valor recebido

pelos brancos, respectivamente, ante a média brasileira

de 57,4% para ambos os casos. Já em relação ao gênero,

o rendimento médio das mulheres de 16 anos ou mais de

idade ocupadas era 68,7% do rendimento médio aferido

pelos homens, contra uma média nacional de 70,8%39.

Atenção especial deve ser dada aos jovens, os mais

atingidos por mazelas sociais como violência, desemprego

e disseminação do uso de drogas. Há um expressivo

contingente de jovens entre 15 e 24 anos em Minas Gerais

que não trabalha nem estuda. São aproximadamente 600

mil jovens ou 15% da população entre 15 e 24 anos que se

situam, sobretudo, nos extratos de renda mais baixa, com o

futuro em risco. Representantes da capacidade de produção

futura, é preciso concentrar esforços, desenhando políticas

públicas inovadoras para esse grupo.

39PNAD/IBGE 2009.

19,72

12,57

4,64

20,24

16,32

8,53

1991 2000 2010

Minas Gerais Brasil

83

1 Proporção de indigentes40 Censo/IBGE4,6%(2010)

0,0% 0,0% 0,0%

2 Proporção de indigentes41 PNAD/IBGE3,3%

(2009)0,0% 0,0% 0,0%

3 Índice de Gini PNAD/IBGE0,504(2009)

0,477 0,448 0,417

4 Proporção de pobres42 PNAD/IBGE15,0%(2009)

8,4% 5,7% 3,7%

5 Taxa de ocupação infantil (5 a 14 anos incompletos) PNAD/IBGE3,3%

(2009)2,2% 1,1% 0,0%

6 Taxa de desocupação dos jovens (15 a 24 anos) PNAD/IBGE15,91(2009)

13,51 10,7 7,5

Indicador Fonte Situação atual 2015 2022 2030

40A linha de extrema pobreza adotada neste indicador é a de R$ 70,00 definida pelo Governo Federal. 41A linha de indigência é a mesma contida no Caderno de Indicadores e segue a metodologia proposta por Rocha, S. Pobreza no Brasil. Afinal, de que se trata? Editora FGV, Rio de Janeiro, 2006. Os valores em setembro de 2009 eram R$ 66,88 (RMBH), R$ 57,55 (urbano) e R$ 46,25 (rural). 42A linha de pobreza adotada neste indicador é a mesma contida no Caderno de Indicadores e proposta pelo EPE: R$ 231,92 (RMBH), R$ 155,92 (urbano) e R$ 92,30 (rural) em setembro de 2009. Metodologia proposta por ROCHA, 2006.

Objetivos Estratégicos• Erradicar a miséria em Minas Gerais.

• Romper o ciclo da pobreza e reduzir a desigualdade social.

• Aumentar as expectativas dos jovens quanto ao futuro e o protagonismo destes na sociedade.

• Promover os direitos humanos dos grupos historicamente discriminados.

• Ampliar e efetivar o sistema de garantias de direitos da criança e do adolescente.

INDICADORES E METAS

84

1. Consolidar o Sistema Único de Assistência Social (Suas)

em 100% dos municípios mineiros.

2. Assegurar uma Agenda Jovem e integrar todas as ações

do Governo Estadual voltadas para a juventude, por meio da

criação de um núcleo estratégico intersetorial de articulação.

3. Implantar o sistema estadual de promoção e proteção de

direitos humanos.

4. Ampliar o acesso à moradia segura, inclusive saneamento.

5. Identificar a população em extrema pobreza e direcionar

ações de desenvolvimento social para superação do estado

de pobreza.

6. Promover a segurança alimentar e nutricional sustentável de

famílias mineiras em condições de vulnerabilidade social e im-

plantar as ações da política nacional de alimentação e nutrição.

Estratégias

Em complemento as estratégias prioritárias, outras estratégias também devem ser objeto de atenção especial para o alcance

dos objetivos estratégicos. São elas:

Ampliar o Programa Travessia, por meio da expansão das par-

cerias e da integração do Programa com ações de outros entes

governamentais, do setor privado e o do terceiro setor.

Universalizar o Piso Mineiro de Assistência Social, por meio de

compartilhamento financeiro da infraestrutura da rede de as-

sistência social, em complementaridade aos recursos federais e

municipais.

Integrar as ações das áreas da saúde, educação, assistência social

e segurança alimentar e nutricional para garantir às famílias mais

vulneráveis as condições de propiciarem às suas crianças um am-

biente seguro e acolhedor.

Disponibilizar a todos os alunos do Ensino Médio da rede pública

estadual uma rede mineira de inclusão do jovem, com a oportuni-

dade de adquirir experiência profissional e concluir seus estudos.

Mobilizar lideranças da sociedade mineira para a implantação e

gestão de uma Rede, não estatal, de espaços da juventude que

promovam atividades culturais, esportivas, sociais, de conectivi-

dade eletrônica e outros temas de interesse dos jovens.

Desenvolver programas e ações integradas de prevenção à vio-

lência, às doenças sexualmente transmissíveis, à gravidez preco-

ce e ao uso de álcool e drogas.

Promover ações de empreendedorismo e microcrédito, especial-

mente para as mulheres.

Consolidar e expandir os conselhos de direitos, as conferências

temáticas e os comitês estaduais e municipais para a ampliação

da participação da sociedade civil nas temáticas de desenvolvi-

mento e proteção social. Criar o comitê mineiro para a erradicação

da miséria.

Para que os objetivos estratégicos da Rede de Desenvolvimento Social e Proteção sejam alcançados, o Governo e a

Sociedade deverão concentrar os seus melhores esforços e recursos na execução das seguintes estratégias prioritárias:

85

REDE DE DESENVOLVIMENTO ECONôMICO SUSTENTáVEL

ECONOMIA DINâMICA, MAIS DIVERSIFICADA, COMPETITIVA, COM

CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL E INCLUSO.

Situação

A Rede de Desenvolvimento Econômico Sustentável busca

harmonizar o crescimento econômico com a sustentabilidade

ambiental e com a redução da pobreza e das desigualdades

sociais. Dentro desse conceito de desenvolvimento sustentável,

é fundamental estabelecer políticas públicas que melhorem

o ambiente de negócios, estimulem mudanças no processo

produtivo e nas relações entre a sociedade e o meio ambiente,

intensificando as conexões entre as diferentes esferas de

Governo, setor privado e sociedade em prol do desenvolvimento

integrado.

Responsável por cerca de 9% da renda total gerada no

Brasil, Minas Gerais possui o terceiro maior Produto Interno

Bruto (PIB) do país, atrás apenas dos estados de São Paulo e

do Rio de Janeiro. A decomposição do PIB mineiro revela a

predominância do setor de serviços na geração desta renda

(58,3%), seguido pela indústria (32,2%) e pela agropecuária

(9,5%).

Observa-se que a estrutura produtiva da economia mineira é

baseada na produção de bens primários, com destaque para as

atividades agropecuária e minerometalúrgica. A participação

mineira nas exportações brasileiras passou de 10,2%, em

2003, para 15,5%, em 2010, sendo que os produtos primários

representaram 62% do total exportado em 2010, 23 pontos

percentuais superior ao registrado em 2003.

Gráfico 24. PIB per capita Brasil e Estados da Federação em milhares (2008)

Fonte: IBGE – Sistema de Contas Regionais

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

DF SP RJ SC ES RS MA PR MG

MS

AM GO RO RR AM TO AC SE BA RN PA PE CE PB AL MA PI

PIB per capita Brasil: 16,0

Meta Síntese

4.6

86

Se de um lado, a evolução do PIB estadual no período 2002–

2010 revela que, na maioria dos anos, Minas Gerais esteve

acima da média de crescimento do Brasil, por outro, quando se

considera o PIB per capita, o posicionamento de Minas Gerais

no ranking econômico nacional apresenta situação distinta. De

fato, o patamar de Minas Gerais em termos de PIB per capita

ainda encontra-se abaixo da média nacional. O Estado ocupa

a nona posição no ranking das unidades da federação, inferior

aos demais estados do Sudeste (Gráfico 24).

O baixo patamar do PIB per capita de Minas Gerais está

relacionado à baixa escolaridade média da população. A

produtividade total dos fatores (PTF) do Estado de Minas Gerais

é inferior à dos estados do Sul e Sudeste devido, principalmente,

à baixa produtividade por trabalhador 43.

Um trabalhador mineiro produz somente 60% do produto

por trabalhador de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Nesse

sentido, elevar a PTF requer intensificar iniciativas voltadas

ao aumento da produtividade da mão de obra e à construção

de um ambiente econômico competitivo, estável, seguro ao

investidor e atrativo ao desenvolvimento de negócios.

Dentre os avanços observados nessa área nos últimos anos

em Minas Gerais, tem destaque a simplificação e agilização do

processo de abertura de empresas. Em Belo Horizonte, o tempo

médio para abrir uma empresa, caiu de 26 dias, em 2007, para

7 dias em 2010. No interior do Estado, a redução foi de 45 dias

em 2007 para 11 dias em 2010 (Seplag).

Mapa 3. Participação das Regiões de Planejamento no PIB Mineiro (2008)

Fonte: IBGE, Coordenação de Contas Nacionais – Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI)

43Ferreira (2010).

46,6%

1,9%

6,3%

7,6%

4,0%

1,8%

4,0%11,2%

12,2%

4,5% Norte

Jequi�nhonha/Mucuri

Noroeste

Centro-Oeste

Alto Paranaíba

Sul de Minas

Mata

Rio Doce

Central

Triângulo

87

Embora seja fator fundamental para o desenvolvimento, o

crescimento econômico por si só não garante o seu alcance.

Para que o desenvolvimento econômico ocorra em bases

sustentáveis, é essencial que ele integre as dimensões

territorial e ambiental.

Relacionado à dimensão ambiental faz-se necessário a

adoção de medidas de adequação do processo produtivo dos

setores responsáveis pela emissão dos gases de efeito estufa

(GEE) e pela geração de resíduos sólidos minimizando os

impactos do aquecimento global e garantindo a proteção da

biodiversidade.

No que se refere à dimensão territorial, observa-se que a

geração de riqueza em Minas Gerais é muito concentrada

regionalmente. Quase metade do PIB estadual é gerada na

Região Central (46,6%). Essa evidência indica que, nos

próximos anos, o desenvolvimento harmônico de Minas

Gerais, sob o enfoque territorial, vai requerer a adoção de

estratégias diferenciadas de integração espacial, de acordo

com as especificidades e potencialidades inerentes a cada

espaço geoeconômico (Mapa 3).

Soma-se a isso o fato de que considerar a sustentabilidade

ambiental do crescimento econômico passou a ser um

item importante na agenda de desenvolvimento da maior

parte dos países e regiões. Nesse campo, Minas Gerais vem

experimentando importantes avanços nos últimos anos,

apesar de alguns desafios persistirem.

• Alcançar maior crescimento econômico, do trabalho e da renda.

• Aumentar a competitividade da economia, a qualidade e o valor agregado

dos produtos mineiros.

• Incrementar a promoção, a atração e a retenção de investimentos.

• Implementar e integrar a gestão, aprimorar a conservação, a preservação,

a defesa e a melhoria da qualidade ambiental.

• Conferir dinamismo e competitividade aos negócios nas diferentes regiões do Estado.

• Diversificar a base econômica e promover a sinergia entre os setores produtivos.

• Ampliar a inserção de Minas Gerais na economia nacional e global.

Objetivos Estratégicos

88

1 Razão entre o PIB per capita de Minas Gerais e do Brasil FJP/IBGE0,89

(2008)0,94 1,00 1,06

2 Razão de concentração das exportações MDIC2.585(2010

2.395 2.151 1.800

3 Participação de Minas Gerais no PIB do Brasil IBGE9,3%

(2008)10,2% 11,1% 12,3%

4 Taxa de investimento FJP16,2%(2009)

19,1% 22,5% 25,0%

5Número de bacias hidrográficas com melhoria no Índice de Qualidade das Águas (IQA)

Semad/Igam7

(2010)11 11 11

6 Participação de Minas Gerais nas exportações de bens de capital MDIC3,97%(2010)

4,95% 6,73% 9,56%

7 Percentual de áreas preservadas em relação ao território total Semad6,4%(2010)

7,3% 8,5% 9,8%

8Percentual das medições de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) no Rio das Velhas que atendem à legislação

Semad/Igam93,7%(2010)

100% 100% 100%

9Percentual da população urbana com acesso à disposição adequada de Resíduos Sólidos Urbanos

Semad/Feam52,7

(2010)75% 90% 100%

10 Intensidade energética44 Cemig/IBGE/FJP

9,8(2008)

8,8 7,8 6,8

11 Grau de informalidade45 PNAD/IBGE42,9%(2009)

35,8% 28,6% 24,6%

12Participação das regiões Norte de Minas, Jequitinhonha/Mucuri e Rio Doce no PIB de Minas Gerais

IBGE/FJP12,1%(2008

12,5% 13% 13,5%

Indicador Fonte Situação atual 2015 2022 2030

44A intensidade energética é uma medida da eficiência energética, calculada pelo valor global da energia consumida dividido pelo PIB, de forma que uma intensidade energética elevada reflete um alto custo de conversão de energia em produção, enquanto que uma intensidade energética reduzida reflete um baixo custo de conversão de energia em produção.45O indicador avalia a informalidade dos postos de trabalho, expressando o percentual de empregados sem carteira de trabalho assinada e trabalhadores por conta própria sobre o total de ocupados.

INDICADORES E METAS

89

Para que os objetivos estratégicos da Rede de Desenvolvimento Econômico Sustentável sejam alcançados, o Governo e a

Sociedade deverão concentrar os seus melhores esforços e recursos na execução das seguintes estratégias prioritárias:

1. Criar condições que garantam um ambiente de negócios

atrativo, competitivo e favorável ao empreendedorismo, com

mão de obra qualificada, infraestrutura diversificada, pro-

cessos ágeis e simplificados, eficiência institucional e esta-

bilidade dos marcos regulatórios.

2. Tratar adequadamente os resíduos sólidos, visando equa-

cionar a destinação dos resíduos e fomentar o seu reapro-

veitamento.

3. Intensificar o apoio a empreendimentos produtivos e/ou

de inclusão social nas regiões com menores índices de de-

senvolvimento econômico.

4. Reconfigurar o arranjo institucional de promoção do de-

senvolvimento econômico e sua governança para que o Es-

tado assegure uma postura competitiva, de grande agilida-

de e de atuação global.

5. Rever os mecanismos e intensificar o apoio ao desenvol-

vimento de micro e pequenas empresas inovadoras e inten-

sivas em conhecimento.

6. Constituir agenda estratégica para um novo ambiente

econômico, que seja compartilhada por todos os órgãos do

Poder Executivo e do setor privado que atuam na promoção

do desenvolvimento do Estado.

7. Estimular o setor de serviços para um esforço de moder-

nização e de melhoria da qualidade e da produtividade.

8. Implementar o Plano de Proteção à Biodiversidade e o Pla-

no de Mudanças Climáticas.

Estratégias

90

Em complemento às estratégias prioritárias, outas estratégias também devem ser objeto

de atenção especial para o alcance dos objetivos estratégicos. São elas:

Estimular a modernização e a inovação tecnológica nos setores dominantes (siderurgia,

mineração e agronegócio) da economia mineira de modo a torná-los mais competitivos

internacionalmente.

Aprimorar a competitividade tributária do Estado com inteligência, priorizando os setores

estratégicos para o desenvolvimento da economia mineira. Atrair e estimular empresas na-

cionais e estrangeiras de perfil inovador.

Conferir maior agilidade e efetividade ao licenciamento ambiental.

Fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico voltado para o uso sustentável dos bio-

mas do Estado, utilizar instrumentos econômicos de compensação por serviços ambientais

e intensificar os programas de educação ambiental.

Ampliar a divulgação das potencialidades e realizações mineiras e aumentar os efeitos eco-

nômicos, sociais e ambientais dos grandes investimentos privados.

Melhorar a governança e assegurar o alinhamento de todas as secretarias, órgãos e entida-

des do Estado em torno da estratégia de desenvolvimento sustentável.

Aumentar a inserção das empresas mineiras, com potencial de atuação internacional, em

redes globais de fornecimento, processamento e comercialização e inovação.

Implementar o macro plano estrutural do Vetor Norte da RMBH.

Apoiar programas de geração de trabalho e renda local.

Fortalecer o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos para a adequada

gestão de bacias hidrográficas, observando as diretrizes contidas no Plano Estadual de

Recursos Hídricos.

91

REDE DE CIêNCIA, TECNOLOGIA E INOVAçÃO

CIêNCIA, TECNOLOGIA E INOVAçãO

PARA O DESENVOLVIMENTO E CIDADANIA.

Situação

As ideias promissoras precisam encontrar espaço para

resultar em soluções inovadoras, responsáveis por trazer

competitividade à economia mineira. Nessa tarefa, o Estado

de Minas quer afirmar sua atuação por meio da Rede de

Ciência, Tecnologia e Inovação, aqui entendida como um

conjunto de esforços que direciona instituições de todas

as esferas a potencializar em quantidade e qualidade a

criação e disseminação de conhecimento e de tecnologia

em diferentes áreas para transformar conhecimento em

negócios e riquezas e qualidade de vida.

Minas Gerais tem alto potencial de inserção na economia

do conhecimento. O Estado é o segundo com maior

número de pedidos de patentes entre os estados da Região

Sudeste, tendo também superado todos os estados da

Região Sul46. A UFMG é referência nacional na obtenção

de patentes, sendo a única universidade brasileira a

entrar no ranking internacional da Organização Mundial

de Propriedade Intelectual (OMPI, 2009) de instituições

com o maior número de patentes depositadas. Além disso,

constata-se uma ampliação da participação do Estado

nas exportações brasileiras dos produtos intensivos em

tecnologia, saindo de 4,3% em 2002 para 6,7% em 201047.

No grupo de setores com alto potencial tecnológico, Minas

se destaca no campo das biociências concentrando 28%

das empresas existentes no Brasil48.

A capacidade inovativa das empresas no Estado também

tem evoluído. De acordo com os dados da última Pintec/

IBGE de 2008, Minas Gerais tem uma taxa de inovação

mais elevada do que a média nacional e registrou maiores

avanços nessa área. A proporção de empresas inovadoras

passou de 35%, em 2003, para 41,5%, em 2008, maior

percentual de todos os estados do Sudeste (Gráfico 25).

O percentual de empresas cujos produtos inovadores

representam mais de 40% das suas vendas internas

passou de 7,7% para 11,7%, entre 2005 e 2008. Na média

brasileira, esse indicador é inferior: representa 8,4%

das empresas, em 2008. O dispêndio das empresas com

atividades internas de P&D no Estado cresceu seis vezes

mais do que a média brasileira, entre 2003 e 2008.46Dados do INPI para 2007. 47MDIC, 2010.48BIOMINAS, 2009.

Meta Síntese

4.7

92

25,0%

36,3%

31,0% 31,4% 33,3% 34,9%35,2% 35,7% 36,6% 37,5% 38,6%41,5%

Rio de Janeiro Espírito Santo São Paulo Sudeste Brasil Minas Gerais

2003 2008

Gráfico 25. Percentual de empresas que implementaram alguma inovação

Fonte: Pintec/IBGE.

Frente aos desafios da nova economia é necessário um

enfoque diferenciado no desenvolvimento tecnológico

voltado para a difusão do conhecimento e criação de um

ambiente propício à inovação.

Para tanto, é importante promover uma aproximação entre as

instituições de ensino e pesquisa – universidades, escolas

de ensino técnico, centros de pesquisa – e o setor produtivo,

buscando o incremento da qualidade e da inovação científica

e tecnológica dos produtos e serviços mineiros, além da

ampliação das oportunidades de emprego de qualidade.

Para que a aproximação entre as universidades e a sociedade

seja cada vez mais proveitosa é importante garantir formação

técnica e superior de qualidade. Apesar da tendência de

crescimento, o acesso ao Ensino Superior no Estado ainda é

considerado baixo. A taxa de retenção na 3ª série do Ensino

Médio é de 62% em Minas Gerais, ou seja, a grande maioria

das pessoas com 25 anos ou mais que concluem o Ensino

Médio não continuam os estudos49. O percentual de jovens

mineiros de 18 a 24 anos frequentando o Ensino Superior

é de 15%, equivalente à média brasileira e inferior à do

Sudeste (Gráfico 26). Embora restrito, o Ensino Superior vem

ganhando qualidade. O número de cursos de pós-graduação

de Minas Gerais com nota 7 na Capes dobrou de 6 para 13

cursos, entre 2004 e 2010.

49IETS com base nos dados da PNAD/IBGE de 2009.

93

Gráfico 26. Percentual de jovens de 18 a 24 anos frequentando curso superior

Fonte: PNAD 2009 – IBGE.

Brasil Sudeste Minas Gerais RMBH

9%

15%

11%

17%

7%

15%

8%

18%

2001 2009

No campo da ciência, tecnologia e inovação, são primordiais

os avanços nos setores tradicionais como a agricultura e

agroindústria para agregação de valor à cadeia, bem como o

apoio às micro e pequenas empresas inovadoras. Ademais,

com as crescentes preocupações com o meio ambiente

e a transição para a economia de baixo carbono nascem

novas oportunidades para pesquisa e desenvolvimento,

tais como os segmentos de energias limpas, bioprodutos e

serviços ambientais, que devem também ser aproveitadas

por meio da maior articulação entre instituições de CT&I e

as empresas inovadoras.

Objetivos Estratégicos• Ampliar a inserção de Minas Gerais na economia do conhecimento.

• Reestruturar e ampliar a oferta do ensino tecnológico e superior para qualificação

de pessoas, alinhada à demanda do setor empresarial.

• Ampliar os ambientes de inovação gerando empregos de qualidade, retendo

e atraindo talentos.

• Promover a inovação ambiental para o enfrentamento das mudanças climáticas.

• Fortalecer a cidadania digital.

94

1 Participação de Minas Gerais nos depósitos de pedidos de patentes INPI8,8%

(2009)11,0% 13,6% 16,5%

2 Taxa de inovação (percentual de empresas inovadoras) Pintec/IBGE41,5%(2008)

45,8% 49,3% 53,6%

3Percentual de ocupados em Minas Gerais com pelo menos o Ensino

Superior (22 anos ou mais)PNAD/IBGE

11,6% (2009)

15,0% 18,0% 22,0%

4 Participação de MG nos cursos nota 750 Capes11,1% (2009)

13,0% 21,0% 24,0%

5Participação de MG nas exportações de produtos intensivos em tecnologia

MDIC6,7%

(2010)8,0% 10,2% 13,4%

Indicador Fonte Situação atual 2015 2022 2030

50A Capes (Coordenação de Aperfeiço-amento de Pessoal de Nível Superior) publica trienalmente uma avaliação dos programas de pós-graduação brasileiros. Os resultados da avaliação são expressos pela atribuição de uma nota na escala de “1” a “7”, que leva em conta os critérios: produção técnica, teses e dissertações, produção bibliográfica, disciplinas, pro-dução artística, corpo docente (vínculo e formação), proposta e linhas de pesquisa do programa, projetos de pesquisa, pro-dução e atuação docente.

1. Impulsionar o desenvolvimento de setores portado-

res de futuro, organizando seus arranjos produtivos, tais

como: eletroeletrônica, TI, ciências da vida, biotecnolo-

gia, biocombustíveis, nanotecnologia, farmacoquímicos,

aeronáutico, espacial e defesa.

2. Criar instrumentos de incentivo e transformação de co-

nhecimento em negócios.

3. Incentivar a produção de pesquisas científicas que con-

tribuam para a geração de conhecimento vinculado aos no-

vos paradigmas ambientais, notadamente os relacionados a

economia de baixo carbono, redução da poluição, produção

e uso de energias limpas e conservação da boidiversidade.

4. Reestruturar o Sistema Mineiro de Inovação (SIMI)

para permitir a interiorização de suas ações.

5. Impulsionar a capacidade de absorção e geração de

inovações por parte das empresas localizadas no terri-

tório mineiro por meio do desenvolvimento e da atração

de laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), de

Centros de Excelência e da aquisição de novas tecnolo-

gias.

6. Ampliar a oferta de vagas no ensino superior e demo-

cratizar o acesso por meio da educação a distância.

Estratégias

INDICADORES E METAS

Para que os objetivos estratégicos da Rede de Ciência, Tecnologia e Inovação sejam alcançados, o Governo e a

Sociedade deverão concentrar os seus melhores esforços e recursos na execução das seguintes estratégias prioritárias:

95

Em complemento às estratégias prioritárias, outras estratégias também devem ser objeto de

atenção especial para o alcance dos objetivos estratégicos. São elas:

Consolidar os parques tecnológicos no Estado, visando aumentar o empreendedorismo e

impulsionar o desenvolvimento de empresas de base tecnológica.

Atrair e estimular empresas produtoras de bioenergia e de bens ou serviços da economia de

baixo carbono. Desenvolver programas de estímulo à eficiência energética.

Intensificar o apoio às pequenas e médias empresas inovadoras e intensivas em tecnologia

e conhecimento, mobilizando o poder de compra do Estado e a oferta de capital de risco.

Explorar potencialidades a partir de oferta diferenciada de financiamento em P&D, com

base territorial e atuação diferenciada das principais instituições de fomento de acordo com

as características específicas de cada região.

Apoiar as instituições de Ensino Superior, visando induzir o aumento qualificado de doutores.

Promover a educação para as águas no sentido de melhorar a gestão de recursos.

Fortalecer a competitividade a partir da ampliação da capacidade de inovação das empresas.

Ampliar a produtividade científica de Minas Gerais como base para o seu desenvolvimento

tecnológico e para a inovação.

96

MAIS PRODUçãO E QUALIDADE NA

AGRICULTURA FAMILIAR NO AGRONEGóCIO

DE MINAS GERAIS.

Situação

A Rede de Desenvolvimento Rural integra principalmente as ações de provimento de in-

fraestrutura, crédito e apoio à comercialização, tendo como objetivo promover o desenvol-

vimento sustentável e a competitividade do agronegócio e da agricultura familiar. Busca,

dessa maneira, valorizar a vocação da produção rural mineira, conjugando crescimento

econômico, responsabilidade social e respeito ao meio ambiente, de modo a proporcionar

melhores condições de vida e de competitividade para todo o setor rural.

Em Minas, 14,7% da população é rural, o equivalente a 2,9 milhões de pessoas, responden-

do por 9,5% do PIB do Estado e concentrando 19,6% do emprego formal51.

Minas Gerais tem a maior produção nacional de café e leite, a 3ª maior de milho, a 2ª maior

de cana-de-açúcar, o maior rebanho equino do país e o 2º maior rebanho bovino. O Estado

também tem registrado expansão significativa da silvicultura, com oportunidades associa-

das a setor de papel e celulose.

Além disso, merece destaque a crescente participação de Minas na formação do PIB do

agronegócio brasileiro, que aumentou de 9,2%, em 2002, para 12,8%, em 2010 (Gráfico 27).

REDE DE DESENVOLVIMENTO RURAL

Meta Síntese

4.8

51PNAD 2009.

97

Gráfico 27. Participação de MG no PIB do Agronegócio Brasileiro (2002–2010)

Fonte: Cepea-USP/Faemg/Seapa.

Acompanhando a trajetória ascendente, o Estado conseguiu ampliar

a receita de suas exportações agrícolas em relação às exportações

brasileiras, que passou de 6,9% em 2002 para 9,9% em 2010 (Grá-

fico 28).

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

6,9% 6,2% 6,7%

8,5% 8,7% 8,9%8,2% 8,7%

9,9%

Gráfico 28. Participação de Minas Gerais nas Exportações do Agronegócio Brasileiro (2002–2010)

Fonte: MDIC

98

52IBGE 2006.

Contudo, em Minas Gerais, coexistem regiões de base

produtiva intensiva em tecnologia e de alta produtividade

com outras, cuja produção é essencialmente rudimentar

e voltada para a subsistência. Em 2006, a agricultura

familiar era responsável por 62% dos empregos no campo,

abrangendo 1,2 milhão de pessoas, que representava

cerca de 6% da população. Eram 437 mil propriedades, o

equivalente a 8,8 milhões de hectares ou 27% da área total

de terras utilizadas. Entre os produtos de maior expressão

da agricultura familiar, encontram-se o milho e a mandioca,

com 47% e 83% da safra, respectivamente, sendo que a

participação da agricultura familiar no total da produção

estadual de grãos é na ordem de 40%52.

• Aumentar a produtividade e a competitividade na área rural.

• Aumentar o valor agregado da produção agropecuária de Minas Gerais.

• Valorizar os produtos e serviços da agricultura familiar, proporcionando segurança

alimentar, sustentabilidade e aumento da renda.

Objetivos Estratégicos

99

1 Participação de Minas Gerais no PIB do agronegócio nacional Cepea/USP12,4%(2010)

13,5% 15,0% 17,2%

2Razão entre a renda domiciliar per capita no meio rural e a renda

domiciliar per capita totalPNAD/IBGE

0,54(2009)

0,57 0,61 0,66

3Valor adicionado do setor agropecuário / número de horas trabalhadas na

atividade agropecuária IBGE

6,4(2008)

9,0 12,7 16,7

4 Distorção idade série Ensino Fundamental (rede pública) Educacenso24,8

(2010)19,8% 12,4% 6,2%

5 Redução da taxa de analfabetismo (15 anos ou mais) PNAD19,44(2009)

15,8% 9,7% 4,8%

Indicador Fonte Situação atual 2015 2022 2030

1. Induzir o desenvolvimento da capacidade empresarial e

tecnológica da agricultura e da agroindústria, atraindo e fo-

mentando empresas e instituições inovadoras, com elevada

capacidade de agregação de valor.

2. Agregar valor à produção agropecuária de Minas Gerais

com prioridade para os produtos tradicionais da economia

mineira, inclusive por meio da ampliação de certificações.

3. Melhorar a infraestrutura para o desenvolvimento rural.

4. Promover a inclusão produtiva, por meio do estímulo ao

cooperativismo e ao associativismo da agricultura fami-

liar e apoiar a sua comercialização nos âmbitos munici-

pal, regional, estadual e nacional, inclusive nos mercados

institucionais.

5. Fomentar e regularizar os empreendimentos agroin-

dustriais de pequeno porte.

EstratégiasPara que os objetivos estratégicos da Rede de Desenvolvimento Rural sejam alcançados, o Governo e a Sociedade deverão

concentrar os seus melhores esforços e recursos na execução das seguintes estratégias prioritárias:

INDICADORES E METAS

100

Em complemento às estratégias prioritárias, outras estratégias também devem ser objeto de atenção especial para o alcance dos objetivos estratégicos. São elas:

Expandir e fortalecer programas de apoio ao desenvolvimento e ao combate à

pobreza no meio rural.

Ampliar ações para a perenização de rios e abastecimento de água e a preservação

do meio ambiente no Estado de Minas Gerais, priorizando a região do Norte de

Minas, Vale do Jequitinhonha, Pardo e Mucuri.

Criar incentivos para a ampliação de produção de produtos orgânicos e desenvolver

soluções para racionalização do uso de produtos agrotóxicos.

Implantar e ampliar programas voltados para o fortalecimento da cadeia produtiva

do leite e do café.

Articular, junto ao Governo Federal, a criação e implantação da Política Nacional do

Café, a fim de evitar perdas aos produtores, estimular a exportação e controle da

qualidade do produto.

Ampliar e facilitar o acesso a crédito agrícola e seguro rural, visando promover a

aquisição de terras, maquinário e equipamentos agrícolas e a adoção de tecnologias

voltadas à agregação de valor e diversificação da produção agropecuária.

• Incentivar práticas de conservação do solo e recuperação de áreas degradadas,

visando reestabelecer as condições de sustentabilidade existentes anteriormente.

Apoiar a utilização das águas represadas para a agricultura irrigada e produção de

pescado.

Aumentar a cobertura da transferência tecnológica e da assistência técnica e

extensão rural pública, apoiando, de forma efetiva, a produção familiar.

Criar meios e instrumentos, inclusive financeiros, para garantir a regularização

fundiária e ambiental das propriedades familiares.

Expandir a produção de biocombustíveis no território mineiro (etanol, biodiesel,

florestas energéticas).

Fortalecer as localidades na zona rural associadas à produção agrícola e ao

abastecimento de alimentos.

101

REDE DE IDENTIDADE MINEIRA

Situação

Minas Gerais tem uma forte identidade marcada pelo seu

grande peso histórico. Essa identidade, referência nacional,

se manifesta em ações que se situam no âmbito da

cultura, do turismo e dos esportes. O fortalecimento dessa

identidade requer políticas integradas e transversais, por

meio da atuação conjunta entre a sociedade e o Governo do

Estado, que possam valorizar as características do povo e

de Minas Gerais.

Há enorme potencial para o desenvolvimento do turismo

como atividade econômica de grande relevância para o

Estado. Situado na Região Central do país, o Estado de

Minas Gerais possui localização privilegiada para o turismo

de negócios. Sua participação no turismo internacional,

apesar de ainda muito restrita, cresceu substancialmente

nos últimos anos. Dados do Ministério do Turismo mostram

que a chegada de turistas estrangeiros a Minas Gerais

cresceu 179% em apenas dois anos, passando de 20.115

ingressos, em 2008, para 56.230, em 2010 (o crescimento

nacional foi de apenas 2% no período)53. A maior parte

53Dados do Anuário Estatístico de Turismo da Embratur de 2011.54Rais/MTE.

dos turistas estrangeiros é proveniente de países como

Estados Unidos, Argentina, Portugal, Itália e França. A

Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) participou

em 2010 com 5,16% dos embarques e desembarques do

país, segundo dados da Infraero.

Quando se considera os empregos formais do setor

turismo nas áreas metropolitanas brasileiras, a RMBH tem

aumentado sua contribuição ao longo dos últimos anos,

passando de 6,9% em 2003 para 8,2% em 200954.

Além disso, Minas Gerais concentra 12% do emprego

formal e 13% dos estabelecimentos relacionados às artes,

cultura, esporte e recreação existentes no Brasil, abaixo

apenas de São Paulo, tendo mantido sua participação

nos últimos quatro anos, segundo a Rais/MTE de 2010.

Contudo, o rendimento médio no setor cultural em Minas

é 30% mais baixo do que a média do Rio de Janeiro e de

São Paulo.

MINAS SINGULAR, DIVERSA E CRIATIVA NA

CULTURA, NO ESPORTE E NO TURISMO.

Meta Síntese

4.9

102

Gráfico 29. Evolução do emprego formal em Minas Gerais – Artes, cultura, esporte e recreação

Fonte: Rais/MTE.

2006 2007 2008 2009 2010

19.400 20.747 21.184 22.127 23.326

Acresce que o Estado tem aumentado de maneira signifi-

cativa o número de projetos aprovados nos programas de

incentivo à cultura passando de 930 projetos, em 2007,

para 1595, em 2009. Já do ponto de vista cultural, a RMBH,

em especial a capital, tem sido alvo de importantes inves-

timentos, como o Circuito Cultural Praça da Liberdade, que

recebeu 474.523 visitantes em 201055, além da implantação

de outros equipamentos culturais relevantes.

Acompanhando a importância cultural do Estado, a por-

centagem da renda familiar destinada a gastos com recre-

ação e cultura é ligeiramente superior à média nacional e

do Sudeste, com 1,8% da renda familiar media do Estado

destinada a tal propósito ante 1,6% do Brasil e 1,7% do

Sudeste56.

Na área de esportes, os maiores investimentos têm sido

em torno da Copa de 2014, sobretudo destinados à refor-

ma do Estádio Mineirão, em Belo Horizonte. Dentre as ini-

ciativas com intuito de desenvolver o segmento esportivo

em todo o Estado destaca-se a proposta do ICMS Esportivo

que destina parte do ICMS arrecadado para municípios que

investem no desenvolvimento de atividades esportivas; e

a criação do Índice Mineiro de Desenvolvimento Esporti-

vo (IMDE) que mensura o desenvolvimento esportivo dos

municípios mineiros a partir da presença de instalações

esportivas diversas e o esforço orçamentário voltado ao

esporte, contribuindo para o planejamento estratégico da

situação do esporte como um todo no Estado.

Nesse contexto, há espaço e condições para que Minas Ge-

rais se torne foco da economia criativa, que hoje é um dos

“setores” mais dinâmicos e com maior potencial de geração

de trabalho e renda do século atual. A criatividade aliada à

qualidade do serviço prestado no Estado pode ser gerador

de um ambiente de retenção e atração de investimentos e

talentos com impacto não apenas nas atividades criativas,

mas também em outros setores da economia.

55Dados da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais.56POF/IBGE 2008.

• Fortalecer a identidade cultural mineira e seus valores,

como instrumento de coesão de toda a sociedade.

• Preservar e proteger o patrimônio cultural.

• Aumentar a geração de negócios relacionados

ao setor de cultura, esporte e turismo em Minas Gerais.

• Aumentar a participação da população mineira

na prática de esporte e atividade física orientada.

• Tornar Belo Horizonte mais competitiva e atrativa

ao grandes eventos nacionais e internacionais.

Objetivos Estratégicos

103

1Percentual de ocupados em atividades turísticas na RMBH em relação

às outras regiões metropolitanasRais/MTE

8,3% (2010)

9,1% 10,2% 11,4%

2 Total de empregos no setor de artes, cultura, esporte e recreação Rais/MTE11,7%(2010)

12,2% 13,0% 14,0%

3Desembarques rodoviários de passageiros provenientes de cidades mi-

neiras nos destinos turísticos indutoresDER

9.140 (2010)

9.956 11.303 13.065

Indicador Fonte Situação atual 2015 2022 2030

INDICADORES E METAS

Para que os objetivos estratégicos da Rede de Identidade Mineira sejam alcançados, o Governo e a Sociedade deverão

concentrar os seus melhores esforços e recursos na execução das seguintes estratégias prioritárias:

1. Potencializar o legado da Copa do Mundo e a realização

dos grandes eventos internacionais e nacionais para

ampliar a visibilidade da identidade mineira.

2. Trabalhar em rede para gerar empregos de qualidade

nos setores da cultura, esporte e turismo.

3. Descentralizar, no território, as ações das políticas

estaduais de cultura, esporte e turismo.

4. Promover a excelência na prestação de serviços

turísticos com ações integradas de melhoria da

infraestrutura: construção e manutenção das estradas,

melhoria na gestão de aeroportos, aumento do número de

rodoviárias no interior do Estado, ampliação do número

de hotéis, qualificação profissional e revitalização dos

espaços públicos e turísticos.

5. Promover o desenvolvimento de atividades físicas em

benefício da saúde por meio da prática de esportes.

Estratégias

104

Em complemento às estratégias prioritárias, outras estratégias também devem ser objeto de

atenção especial para o alcance dos objetivos estratégicos. São elas:

Apoiar a divulgação e comercialização de novos destinos turísticos no Estado.

Implantar polos de turismo em unidades de conservação ambiental, sob a modalidade de

parcerias com o setor privado. Aperfeiçoar a gestão dos parques estaduais e nacionais.

Promover a proteção do patrimônio cultural de Minas Gerais incluindo desenvolvimento

de mecanismos de divulgação, a garantia da qualidade das vias de acesso ao circuito do

patrimônio histórico e cultural, a melhoria da qualidade de acondicionamento e guarda dos

objetos de arte e o aperfeiçoamento da infraestrutura local.

Dotar Minas Gerais de uma moderna e inovadora rede de produção, exibição, circulação e

formação cultural e artística nas cidades-polo.

Estimular a iniciativa privada e grupos organizados da sociedade para atuação em parceria

com o Estado em projetos de interesse público, nas áreas de cultura, turismo e esporte.

Transformar o ativo intangível da cultura mineira (a história, os saberes, os modos de fazer,

as formas de expressão, as tradições e os costumes, dentre outros) em negócios geradores

de trabalho.

Estimular o empreendedorismo e o intercâmbio cultural com foco na projeção nacional e

internacional da cultura produzida em Minas Gerais.

Estimular a prática dos esportes de alto rendimento.

Fomentar festivais integrados de cultura, turismo e gastronomia no interior de Minas.

105

REDE DE CIDADES

CIDADES COM MAIS QUALIDADE DE VIDA

E ORDENAMENTO TERRITORIAL.

Meta Síntese

Situação

Minas Gerais se consolida como um estado preponderantemente urbano. Dos seus 19,6

milhões de habitantes, 85% (16,7 milhões) moram em cidades. Portanto, focar na melhoria

do ambiente urbano trará benefícios para a maioria da população mineira57. Com relação

ao padrão das cidades, nota-se a predominância das cidades de porte pequeno e médio,

sendo que a concentração populacional da área metropolitana é notadamente menor do que

o padrão verificado para as demais regiões metropolitanas brasileiras. Segundo os dados

do Censo 2010, a RMBH concentra apenas 24,9% da população, enquanto no Rio de Janeiro

essa proporção atinge 74%, e em São Paulo 47,7%.

A estimativa mais recente do IBGE destaca que Minas Gerais possui 30 municípios com

população de aproximadamente 100 mil habitantes ou mais. Para os próximos 20 anos, há

boas oportunidades para a consolidação de uma rede de cidades, com alto potencial polari-

zador, capaz de propiciar a irradiação do acesso a serviços coletivos de escala. Dentre elas,

sobressai a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) como grande centro provedor

de serviços avançados. Num segundo nível hierárquico, destaca-se a cidade de Uberlândia,

seguida da Região Metropolitana do Vale do Aço e de Juiz de Fora.

57Estudos recentes apontam tendência de redução do número de municípios de porte pequeno (menos de 20 mil habi-tantes), estabilidade dos grandes cen-tros (com mais de 100 mil habitantes) e elevação da quantidade das chamadas cidades médias (entre 20 e 100 mil ha-bitantes).

4.10

106

1 Belo Horizonte 2.452.612 16 Patos de Minas 139.840

2 Uberlândia 634.349 17 Teófilo Otoni 130.519

3 Contagem 625.390 18 Barbacena 128.572

4 Juiz de Fora 526.709 19 Pouso Alegre 127.975

5 Betim 441.749 20 Sabará 126.195

6 Montes Claros 363.226 21 Varginha 121.788

7 Ribeirão das Neves 349.306 22 Conselheiro Lafaiete 114.577

8 Uberaba 296.259 23 Araguari 111.100

9 Governador Valadares 263.278 24 Itabira 110.414

10 Ipatinga 244.509 25 Passos 107.617

11 Santa Luzia 231.610 26 Coronel Fabriciano 105.042

12 Sete Lagoas 225.362 27 Vespasiano 101.844

13 Divinópolis 216.100 28 Ubá 99.706

14 Ibirité 157.441 29 Muriaé 99.628

15 Poços de Caldas 151.454 30 Ituiutaba 96.760

MunicípioPopulação Residente

MunicípioPopulação Residente

Tabela 2. População Residente Segundo Município (2009)

Fonte: IBGE, 2009.

107

Essa distribuição equilibrada da população entre os centros urbanos de diferentes tamanhos

em Minas Gerais pode ser aproveitada como um fator positivo para o desenvolvimento do

Estado. Para tanto, é necessário potencializar o acesso e a qualidade dos serviços públicos

nos diferentes territórios, como também a geração de oportunidades de trabalho ao longo de

toda a rede de cidades. Alcançar um alto grau de coordenação da ação governamental nas

cidades é, portanto, condição indispensável para qualidade de vida da população mineira.

São muitos os desafios das cidades e a maioria deles decorre das dificuldades na gestão

articulada de políticas públicas. Especialmente das que têm maior influência sobre a qua-

lidade de vida urbana tais como: transportes, habitação, defesa social, combate à pobreza,

saúde, saneamento e destinação de lixo e resiliência a eventos extremos. Cabe ressaltar

que esses desafios se intensificam nas cidades de maior porte e, sobretudo, nas regiões

metropolitanas, em virtude da elevada concentração populacional e da baixa capacidade de

resposta das instituições existentes para a solução dos problemas enfrentados.

Um conceito que vem ganhando força internacionalmente é o de cidades sustentáveis, que

pressupõe elevado grau de governança e compromisso com o coletivo e com o meio am-

biente, o que por sua vez implica em um novo conceito de gestão urbana e de qualidade de

vida. A incorporação desse conceito é também atributo importante para atrair investimen-

tos, sobretudo de setores intensivo em conhecimento que valorizam esses aspectos para

reter recursos humanos altamente especializados e estimular o desenvolvimento de redes

de serviços avançados.

• Melhorar a qualidade de vida nas cidades.

• Viabilizar o acesso da população a novos serviços públicos e privados de qualidade.

• Garantir o ordenamento territorial com governança ambiental e infraestrutura customizada.

• Reduzir as disparidades socioeconômicas regionais, aumentando o dinamismo das regiões menos avançadas.

Objetivos Estratégicos

108

1 Percentual de domicílios em aglomerações subnormais58 PNAD/IBGE2,3%

(2008)1,1%

Menos de 0,5%

Menos de 0,5%

2 Percentual de domicílios com inadequação fundiária PNAD/IBGE2,89%(2009)

2,10% 1,25% 0,65%

3 Índice de Desenvolvimento Tributário e Econômico FJP55

(2009)60 65 70

4 Déficit habitacional PNAD/PAD521.085 (2007)

403.400 282.800 134.000

Indicador Fonte Situação atual 2015 2022 2030

58O IBGE considera como setor aglomera-do subnormal o conjunto constituído por um mínimo de 51 domicílios ocupando ou tendo ocupado até período recente terreno de propriedade alheia (pública ou particular), dispostos em geral de forma desordenada e densa, e carente, em sua maioria, de serviços públicos essenciais.

INDICADORES E METAS

1. Intervir nas áreas urbanas de concentração de pobre-

za e de vulnerabilidade social mediante a combinação de

investimentos estruturantes com medidas articuladas de

desenvolvimento social, qualidade ambiental, geração de

emprego e de prestação de serviços públicos locais.

2. Melhorar a mobilidade e a acessibilidade nas principais

cidades mineiras por meio da expansão, integração e me-

lhoria da qualidade dos modais de transporte.

3. Criar um sistema de intercâmbio com os municípios

para difusão de tecnologia de gestão que contribuam para

a melhoria do planejamento, ordenamento territorial e a

gestão das cidades mineiras.

4. Induzir e apoiar a formulação de planos regionais es-

tratégicos para as regiões do Estado com a participação da

população local, bem como estimular e assessorar a for-

mação de consórcios públicos intermunicipais, nos casos

pertinentes, e fortalecer os arranjos metropolitanos.

5. Estimular a cooperação entre o Estado, os municípios e

os agentes privados para aceleração da redução do déficit

habitacional mineiro, por meio de projetos habitacionais

sustentáveis.

EstratégiasPara que os objetivos estratégicos da Rede de Cidades sejam alcançados, o Governo e a Sociedade deverão concentrar os

seus melhores esforços e recursos na execução das seguintes estratégias prioritárias:

109

Em complemento às estratégias prioritárias, outras estratégias também devem ser objeto de

atenção especial para o alcance dos objetivos estratégicos. São elas:

Ampliar a capacidade de prestação de serviços públicos de educação, saúde, segurança e

assistência social referenciada à rede de cidades. Desenvolver e consolidar novas centrali-

dades regionais e sub-regionais, com serviços, espaços e equipamentos públicos qualifica-

dos, como forma de reduzir a pressão sobre os serviços na RMBH.

Incentivar, nas cidades, a cooperação de atores privados e públicos, capazes de articular

recursos e competências, formular e gerir projetos.

Adotar, nos instrumentos de contratação internos ao Governo estadual, numa primeira eta-

pa, indicadores referenciados às cidades e, numa segunda etapa, acrescentar indicadores

combinados de melhoria da qualidade de vida com a mesma referência.

Aumentar a resiliência urbana a eventos extremos. Reduzir a vulnerabilidade das cidades

mineiras às transformações decorrentes do aquecimento global e à ocupação desordenada

do solo.

Fazer funcionar as Agências de Desenvolvimento Metropolitano, com foco na RMBH e RMVA,

imprimindo-lhes um modo de atuação que combine a articulação de atores com objetivos

convergentes e a capacidade técnica e a articulação com os organismos de financiamento

de projetos.

Mobilizar e orientar a inteligência das universidades para o planejamento, a gestão e a re-

gulação urbanas em linha com a realidade das cidades mineiras.

Acentuar o critério territorial nas estratégias de promoção e atração de investimentos, com

vistas a gerar oportunidades de trabalho ao longo da rede de cidades.

110

REDE DE INFRAESTRUTURA

INFRAESTRUTURA ADEQUADA, PROPORCIONANDO MAIS

COMPETITIVIDADE E QUALIDADE DE VIDA.

Situação

A despeito dos avanços observados na última década, há

amplo consenso de que os atuais padrões de qualidade

da infraestrutura em Minas Gerais são insuficientes para

sustentar um novo ciclo de desenvolvimento no Estado.

Daí decorre que a ampliação da magnitude e a melhoria

da qualidade e produtividade dos investimentos públicos

e privados nessa área estão entre os elementos centrais da

estratégia de desenvolvimento de Minas Gerais nos próximos

anos. Segundo o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais

(BDMG), as condições de infraestrutura em Minas Gerais são

bastante heterogêneas: há um razoável acesso aos serviços

básicos de energia e telecomunicações, mas persistem

carências no acesso a serviços de transportes e logística59.

Na área energética, quando comparado aos demais estados

brasileiros, Minas Gerais é o segundo maior consumidor de

energia elétrica industrial em capacidade instalada e em

potência instalada das usinas hidrelétricas. Adicionalmente,

o Estado se diferencia pela composição de sua matriz

energética: as fontes renováveis representam 54,3% da sua

energia.

No segmento de telecomunicações, Minas Gerais é o quinto

estado com maior percentual de domicílios com telefones

59BDMG, 2004. 60IBGE 2009.61IPEA 2010.

fixos e o nono em telefones celulares60. Em termos de acesso

a banda larga, no entanto, Minas situa-se abaixo da média

nacional: 37,6% dos municípios e 19,8% dos domicílios

mineiros possuíam acesso à internet de alta velocidade, ao

passo que os indicadores nacionais situam-se, em 2008, em

46,6% e 20,8%, respectivamente61.

Apesar da existência de importantes desafios nas áreas

energética e de telecomunicações, é em logística e transportes

que residem as principais carências da infraestrutura de

Minas Gerais. Não obstante às realizações dos últimos anos,

há precariedade nas rodovias e insuficiência dos modais

ferroviário e aéreo. Os portos, responsáveis pelo escoamento

da produção estadual, também são um gargalo logístico e se

constituem em importante inibidor da base industrial mineira.

Em Minas Gerais, existem 35,5 mil km de rodovias, das quais

77,8% encontram-se pavimentadas. Desse total, 68,4%

apresentam condição regular, ruim ou péssima (Gráfico 29).

Cabe ressaltar que, do total de rodovias, 67% são estaduais,

25% federais e cerca de 8% são federais delegadas. Segundo

o Sistema Rodoviário Estadual e a CNT, as rodovias federais

apresentam piores condições quando comparadas às

estaduais.

Meta Síntese

4.11

111

9%

22%

41%

22%

5%

Ótimo

Bom

Regular

Ruim

Péssimo

Gráfico 30. Qualidade das rodovias de MG – Classificação geral (2010)

Fonte: CNT – Pesquisa de Rodovias.

No que se refere ao modal aeroviário, dados do BNDES apon-

tam que, em 2009, o Aeroporto Internacional Tancredo Neves

operava acima de sua capacidade de trafego de passageiros,

ocupando o sexto lugar no ranking nacional. A estimativa é

de que a demanda para os aeroportos mineiros, incluindo o

Aeroporto da Pampulha, tende a aumentar em 27% até 2014

e em 195% até 2030, enquanto a demanda para os aeropor-

tos de São Paulo tente aumentar 20,5% até 2014 e 133% até

203062.

O enfrentamento a esses gargalos tem o potencial de alçar

Minas Gerais à condição de “Estado Logístico do Brasil”, em

função de seu posicionamento geográfico estratégico em âm-

bito nacional e sul-americano.

Em termos de infraestrutura social, vale mencionar as exten-

sas redes de educação, saúde e defesa existentes no Estado.

Dos 18.177 estabelecimentos escolares do Estado63 (ensi-

nos de Educação Infantil, Fundamental, Médio, de jovens e

adultos e especial), 54,3% são municipais, 24,5% privados;

20,9% estaduais e 0,2% privados. Na área da saúde, o Es-

tado conta com 672 hospitais, sendo 594 gerais e 78 espe-

cializados; 1.186 postos de saúde e 4.108 centros de saúde/

unidades básicas, além de 101 prontos-socorros gerais. Com

relação à segurança pública, atualmente existem 112 presí-

dios e penitenciárias no Estado (52 criadas e 60 assumidas).

A grande extensão territorial de Minas exige que essas redes

tenham grande capilaridade e conectividade.

62BNDES, 2009.63Censo escolar de Minas Gerais, abril 2010.

112

1Percentual de domicílios com acesso à rede de abastecimento

de água PNAD/IBGE

2,3%(2008)

100,0% 100,0% 100,0%

2 Percentual de domicílios com acesso à rede de esgoto ou fossa séptica PNAD/IBGE2,89%(2009)

87,2% 96,2% 100,0%

3Percentual da malha rodoviária de Minas Gerais em ótimas ou boas

condições de conservação64CNT

55(2009)

50,7% 63,2% 81,3%

Indicador Fonte Situação atual 2015 2022 2030

• Reduzir tempos e custos de deslocamento de bens, pessoas e cargas com segurança.

• Ampliar e diversificar a infraestrutura, proporcionando competitividade logística,

maior dinamismo e integração das diversas regiões do Estado.

• Ampliar e modernizar a infraestrutura econômica e social.

Objetivos Estratégicos

64A classificação das rodovias é resulta-

do da Pesquisa CNT de Rodovias, que se

propõe a avaliar a situação das rodovias

brasileiras a partir da perspectiva dos

seus usuários. As características viárias

analisadas dizem respeito às condições

de pavimento, sinalização e à geometria,

analisadas segundo os níveis de conser-

vação, segurança e conforto perceptíveis

aos usuários.

INDICADORES E METAS

113

1. Melhorar a qualidade da malha rodoviária mineira e a

integração das regiões do Estado.

2. Explorar o evento da Copa do Mundo para alavancar o

crescimento do Estado, atuando em cinco áreas: infraestrutura

aeroportuária, rodoviária e esportiva, mobilidade urbana,

turismo e hotelaria, comunicação e marketing e utilidade

pública.

3. Implantar o Pelt e o Plano de Segurança Viária,

transformando-os em instrumentos de planejamento e

monitoramento de políticas públicas de transportes.

4. Transferir à iniciativa privada a gestão de equipamentos

de infraestrutura econômica e social, que demonstrem

viabilidade econômica e sejam de interesse público.

5. Implantar o hub logístico no entorno do Aeroporto

Internacional Tancredo Neves (AITN).

Estratégias

Para que os objetivos estratégicos da Rede de Infraestrutura sejam alcançados, o Governo e a sociedade deverão concentrar

os seus melhores esforços e recursos na execução das seguintes estratégias prioritárias:

114

Em complemento às estratégias prioritárias, outras estratégias também devem ser objeto de atenção especial para o alcance

dos objetivos estratégicos. São elas:

Estabelecer parcerias com o Governo Federal, estados, muni-

cípios e setor privado para ampliar investimentos em infraes-

trutura.

Atuar de forma articulada com o Governo Federal para viabi-

lizar a ampliação e a restauração das rodovias federais, me-

diante sua transferência para o Governo do Estado de forma

sustentável.

Ampliar, melhorar e integrar a infraestrutura aeroportuária

que venha a propiciar a melhoria da malha aérea do Estado,

com novo padrão de logística, provendo acesso aeroviário a

todas as regiões de Minas Gerais.

Fomentar e difundir o uso e o fornecimento de bens e serviços

de tecnologias de informação e comunicação, de modo a uni-

versalizar o acesso à conexão de dados e voz.

Ampliar a geração de energia, por meio de uma matriz energé-

tica diversificada, com vistas à redução de custos, ao aumento

da eficiência energética e à sustentabilidade ambiental.

Ampliar a oferta de gás natural canalizado por meio da cons-

trução de novos gasodutos e da saturação de redes de dis-

tribuição nas cidades, a fim de abranger todas as regiões do

Estado.

Inovar em soluções técnicas, na implementação do novo mar-

co regulatório, no financiamento e na tarifação para permitir

a universalização do acesso da população mineira às redes de

coleta e tratamento de esgotos, tornando-se o primeiro estado

brasileiro a atingir esse patamar.

Estabelecer parcerias na busca de soluções para a disposição

adequada dos resíduos sólidos.

Reduzir tempo e custo de investimentos em infraestrutura

econômica e social mediante a elaboração antecipada de pro-

jetos básico e executivo.

Criar força-tarefa de contratação, concentrando capacidades

técnicas e jurídicas internas e externas, para conduzir os prin-

cipais processos de licitação e execução dos contratos de ser-

viços e obras de investimentos estratégicos.

Aprimorar a metodologia de gerenciamento de projetos de in-

vestimentos públicos para incorporar a participação e comu-

nicação com partes interessadas (órgãos ambientais, de con-

trole, etc.) nas fases de formulação e aprovação dos projetos,

com vistas a ampliar a taxa de execução.

115

REDE DE GOVERNO INTEGRADO, EFICIENTE E EFICAz

GESTãO PÚBLICA EFETIVA E PRóXIMA DA SOCIEDADE.

Situação

Essa Rede reflete a preocupação central do Governo de

Minas: a gestão eficiente e eficaz como condição essencial à

aplicação das políticas em todas as demais redes. Para uma

boa gestão pública, o servidor público é reconhecido como

ator central, elo entre o poder público e o cidadão, responsável

por ouvir e atender às necessidades da sociedade. Essa rede

pressupõe a inovação nas políticas e a profissionalização

da gestão pública, bem como o desenvolvimento de

instrumentos cada vez mais abrangentes de participação da

sociedade civil, empresas, organizações não governamentais

e dos poderes políticos locais nas ações do Estado.

Em Minas Gerais, os dois principais movimentos de melhoria

da gestão – Choque de Gestão e Estado para Resultados –

postos em prática a partir de 2003, viabilizaram a melhoria

da situação fiscal e do ambiente institucional para a geração

de resultados concretos para a sociedade.

Ressalte-se o acúmulo de seis anos consecutivos de

resultados fiscais positivos, após período com grave

desequilíbrio fiscal e o crescente direcionamento dos

recursos para o investimento público (Gráfico 31).

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

10,40%7,67%

9,02%

12,44% 13,52% 12,69%14,50% 14,74%

13,26%

Gráfico 31. Participação das despesas de capital em relação às despesas totais (2002 – 2010)

Fonte: SEF-MG.

Meta Síntese

4.12

116

Quanto aos avanços institucionais, uma das ações que me-

rece destaque enquanto esforço de racionalização e profis-

sionalização da gestão é a pactuação de resultados65, que em

2010 já abarcava 92% dos órgãos e entidades da administra-

ção pública mineira.

Além da modernização institucional, o estado mineiro afir-

mou um modelo de gestão que coloca o servidor público como

o ator central na estrutura do Governo. Nessa visão, a uni-

versalização da gestão orientada para resultados traz para o

primeiro plano a preocupação com a elevação substantiva da

qualificação e desenvolvimento das pessoas.

O servidor público deve ater-se cada vez mais em produzir re-

sultados para a população. Essa aproximação do Estado com

as demandas da população exige a aplicação de mecanis-

mos de interação. Como resultado do avanço nessa direção,

o número de serviços disponibilizados no Portal Minas tem

aumentado, além de ter apresentado nível crescente de inte-

ratividade.

Há avanços também no redesenho do espaço público, com

o estabelecimento de parcerias entre os diferentes níveis de

Governo, a iniciativa privada e a sociedade civil, como as ex-

periências das agencias de desenvolvimento, os consórcios,

as parcerias público-privadas e a própria legislação das Or-

ganizações Sociais (OS) e Organizações da Sociedade Civil de

Interesse Público (Oscip).

A administração pública gerencial e orientada para resulta-

dos passa pelo desafio de disseminar-se para todo o Estado,

popularizando práticas inovadoras, profissionais e transpa-

rentes. Essa disseminação implica uma crescente articula-

ção entre os diversos níveis de Governo e suas agências e

gestores, articulação esta necessária inclusive por conta da

assimetria na partição de recursos tributários e fiscais, na

distribuição de competências e na capacidade de gestão.

767

549493

180

364404

84159 199

26%

49%55%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0100200300400500600700800900

2008 2009 2010Informacional Interativo Transacional Índice de interatividade

Gráfico 32. Interatividade dos serviços prestados pelo Governo Estadual (2008–2010)

Fonte: Siafi-MG.

Novas formas de organização entre governo e sociedade

e a universalização das tecnologias de informação e

comunicação (TICs) abrem novos espaços para interação entre

os atores (Gráfico 32). Há um cenário favorável ao crescente

engajamento da sociedade no processo de desenvolvimento

do Estado, desde o nível local até as instâncias de decisão

estadual, que precisa ser fortalecido para a sustentabilidade

das inovações implantadas em Minas Gerais.

65A pactuação de resultados é realizada mediante celebração de Acordos de Resultados, tendo por objetivo buscar o alinhamento das instituições com a estratégia do Governo, através de um sistema que articula (i) a contratação de resultados, (ii) a avaliação institucional de equipes e (iii) a remuneração variável.

117

1 Índice de Sustentabilidade Fiscal Seplag82,58%(2010)

83,72% 84,,88% 86,05%

2 Índice de Eficiência Fiscal Operacional Seplag3,95%(2010)

3,72% 3,50% 3,30%

3 Índice de Incremento Patrimonial Seplag12,49%(2010)

13,0% 14,20% 15,40%

4Índice de comprometimento com despesa de pessoal – Todos

os poderesSeplag

57,9%(2010)

57,0% 57% 57%

5 Índice de Captação de Recursos Seplag10,50%(2010)

10,72% 10,94% 11,17%

Indicador Fonte Situação atual 2015 2022

INDICADORES E METAS

• Ampliar a efetividade das políticas públicas.

• Ampliar a capacidade de inovação do Governo para gerar mais e melhores resultados para a sociedade.

• Ampliar e melhorar a produtividade e a qualidade dos serviços e do gasto público.

• Ampliar a integração intragovernamental.

• Ampliar a transparência, a participação e o controle social das ações de Governo.

Objetivos Estratégicos

118

Para que os objetivos estratégicos da Rede de Governo Integrado, Eficiente e Eficaz sejam alcançados, o Governo e a

Sociedade deverão concentrar os seus melhores esforços e recursos na execução das seguintes estratégias prioritárias:

1. Permitir que os avanços na gestão governamental

cheguem aos usuários finais, por meio da melhoria da

qualidade do atendimento nos pontos de prestação de

serviços públicos, da intensificação da qualificação do

pessoal, da modernização da infraestrutura de atendimento

e da implantação de avaliações sistemáticas da qualidade

do atendimento ao cidadão.

2. Aumentar a qualidade e a produtividade do gasto setorial,

com ênfase na melhoria da composição estratégica do gasto

e no aumento da aderência do orçamento à estratégia de

desenvolvimento do Estado.

3. Acentuar a orientação da estratégia governamental para

as entregas e os resultados para a sociedade.

4. Ampliar os espaços públicos institucionalizados

voltados para a construção participativa de políticas

públicas estaduais.

5. Atrair e reter talentos técnicos e gerenciais nos quadros

da administração pública, aprimorando o modelo de

gestão de recursos humanos de forma a ampliar o quadro

de profissionais de alta qualificação.

6. Cultivar um ambiente propício e desenvolver

instrumentos que estimulem a geração, a adoção e a

disseminação de inovações na gestão pública.

Estratégias

119

Em complemento às estratégias prioritárias, outras estratégias também devem ser objeto de atenção especial para o alcance

dos objetivos estratégicos. São elas:

Ampliar a abrangência do Governo Eletrônico, visando apri-

morar o atendimento às necessidades cotidianas do cidadão

no que se refere aos serviços públicos e ampliar a transpa-

rência e o controle social das ações de Governo.

Criar espaços de interlocução entre órgãos e entidades da

administração pública, visando aprofundar uma cultura de

atuação multisetorial e aprimorar a coordenação das ações

governamentais.

Desenvolver competências em gestão de suprimento e logís-

tica para melhorar a qualidade do gasto público.

Fomentar a contratação de organizações públicas não esta-

tais e concessões para a iniciativa privada quando demons-

trado o potencial de ganhos em eficiência, qualidade e aten-

dimento dos serviços prestados.

Criar instrumentos de apoio aos municípios para moderniza-

ção da gestão administrativa e fiscal.

Captar fontes alternativas de recursos a serem aplicados no

processo de desenvolvimento do Estado.

Aprimorar e consolidar o modelo meritocrático, visando a

profissionalização do serviço público.

Potencializar a integração da Cidade Administrativa.

Garantir a adoção de padrões de excelência de governan-

ça corporativa em todas as empresas públicas, autarquias

e fundações.

Conscientizar a sociedade em relação à importância e os

benefícios da responsabilidade fiscal.

Garantir a produção e disseminação de estatísticas, infor-

mações, pesquisas e metodologias que amparem o processo

de formulação, implementação, monitoramento e avaliação

das políticas públicas do Estado de Minas Gerais.

• •

Capítulo V

DELINEAMENTO DAREGIONALIzAçÃODA ESTRATÉGIA

122

Minas, são muitas. Porém, poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais.”Guimarães Rosa

Minas Gerais é um estado grandioso. Ocupa um território

de 586 mil km2, o equivalente a 6,9% do Brasil, por onde

se distribuem seus quase 20 milhões de habitantes em 853

municípios. O Estado – com suas dimensões territoriais e

populacionais equivalentes ao de muitos países –, reúne

uma imensa diversidade natural e cultural em seu vasto

território.

Assim como são distintas as paisagens naturais e os costumes

regionais, também são diferentes as condições enfrentadas

pela população dos diversos locais. Em outras palavras,

há também disparidades nos níveis de desenvolvimento

entre as regiões. Por conta de toda essa heterogeneidade,

compreender o Estado de Minas Gerais passa por analisar

com cuidado as partes que o constituem.

Apenas com uma estratégia regionalizada, com soluções

customizadas, direcionadas às necessidades específicas

de cada local, é possível reduzir as disparidades do

território, colocando o Estado por inteiro no caminho do

desenvolvimento.

A Estratégia de Regionalização consiste, portanto, em

focalizar ações nos territórios, de modo a potencializar

suas vantagens comparativas e compensar as carências

territoriais, minimizando as assimetrias regionais. Em

outras palavras, é preciso propor soluções e estratégias

condizentes para o crescimento econômico e social das

diversas regiões mineiras.

Definir uma estratégia com base nas potencialidades e

deficiências locais tem inúmeras vantagens em relação a

um modelo único voltado para todo o Estado. Ao estimular

a participação dos cidadãos na formulação de soluções

e resolução dos problemas regionais, surgem melhores

soluções que além de mais adequadas, são mais facilmente

implementadas.

Esse PMDI não tem a pretensão definir qual a melhor

estratégia para cada região do Estado. Isso deverá ser feito

por meio de um processo participativo reunindo diferentes

esferas da sociedade para, a partir das potencialidades e

fragilidades de cada território e com base nas orientações

estratégicas aqui definidas, articular esforços em prol do

desenvolvimento sustentável da região.

123

O acompanhamento de uma estratégia de desenvolvimento,

tal como definida nesse plano, requer o monitoramento

de indicadores e metas intraestaduais. A média estadual,

quando se trata de um estado com essas dimensões e

diversidades, esconde grandes diferenças entre as regiões,

impossibilitando uma visão mais ampla sobre a trajetória do

desenvolvimento do Estado como um todo, tampouco sobre o

alcance da equidade que é um dos parâmetros fundamentais

da visão de futuro para o Estado de Minas Gerais em 2030.

Esta seção, portanto, apresenta o modelo de governança

que está sendo desenvolvido e testado para viabilizar a

gestão regionalizada e participativa, assim como os desafios

prioritários e um conjunto de indicadores e metas para as

dez regiões de planejamento do Estado: Noroeste, Norte, Rio

Doce, Mata, Sul, Triângulo, Alto Paranaíba, Centro-Oeste,

Jequitinhonha/Mucuri e Central (Mapa 4).

NORTE DE MINAS

JEQUITINHONHA/MUCURI

RIO DOCE

MATA

CENTRAL

CENTRO OESTEDE MINAS

SUL DE MINAS

TRIÂNGULO

ALTOPARANAÍBA

NOROESTE DEMINAS

Mapa 4. Regiões de Planejamento

Fonte: Seplag

124

GOVERNANçA PARA VIABILIzAçÃO DA GESTÃO REGIONALIzADA E PARTICIPATIVA

66

A Governança em Rede enfatiza a interação entre governo

e sociedade, fortalecendo a Gestão para a Cidadania e con-

tribuindo para a visão de futuro de tornar Minas o melhor

Estado para se viver. Consolida-se um novo olhar sobre a

gestão no Estado construído a partir de três perspectivas

básicas: (a) a heterogeneidade do território mineiro; (b) a

gestão transversal e intersetorial de políticas públicas; e (c)

o cidadão como protagonista do desenvolvimento do Estado.

A Governança em Rede se subdivide em dois eixos de tra-

balho, a saber: a Gestão Regionalizada e a Gestão Participa-

tiva. A premissa básica adotada é a da governança a partir

do foco regional, viabilizando a devida interlocução dos in-

tegrantes governamentais entre si e destes com a sociedade

civil organizada, no âmbito das dez regiões de planejamento

do Estado de Minas Gerais.

A Gestão Regionalizada prevê a construção de instâncias

colegiadas de governança, denominas Comitês Regionais,

para cada uma das dez regiões de planejamento citadas.

Esses comitês são integrados por representantes das pastas

governamentais e reúnem-se para discutir as necessidades

e especificidades de cada região, priorizando as estratégias

adequadas a cada contexto. Assim, visando subsidiar a im-

plementação da estratégia governamental sob a perspectiva

regional, os Comitês Regionais atuam orientados pelas di-

retrizes de articulação horizontal e sistêmica dos órgãos e

entidades governamentais, pela colaboração institucional e

pela intersetorialidade.

A Gestão Participativa, por sua vez, constitui-se na constru-

ção de um espaço legítimo de interface entre a sociedade

civil organizada e o Governo do Estado, em cada uma das

regiões de planejamento. Esse espaço consiste em encon-

tros com integrantes da Sociedade Civil Organizada, em

cada região, a fim de tornar conhecida a estratégia organi-

zada nas Redes de Desenvolvimento Integrado, ou seja, as

políticas que serão ali implementadas. Mais do que alinhar

informações entre o Governo e a sociedade, a Gestão Parti-

cipativa possibilita a priorização das estratégias, a partir da

percepção da sociedade local, permitindo-lhe uma partici-

pação ativa e não mais apenas como receptora de políticas

públicas.

Como produto desse processo, vislumbra-se não só a con-

creta atuação da sociedade civil organizada em cada região,

em torno das prioridades estratégicas regionais, mas tam-

bém, a constituição de um grupo de representantes, que

contribua para a viabilização da continuidade do diálogo do

Governo com a sociedade.

66O processo de mobilização da sociedade para definição das prioridades estratégicas regionais foi iniciado na região administrativa do Rio Doce e Norte, como projetos piloto a serem aperfeiçoados e replicados para as demais regiões de planejamento do Estado de Minas Gerais.

5.1

125

CARACTERIzAçÃO ECONôMICA DAS REGIõES DE PLANEJAMENTO

A geração de renda no Estado de Minas Gerais tem como uma de suas características centrais

o alto grau de concentração regional. Somente a região Central, a mais próspera e populosa

do Estado, responde por quase metade (46,6%) do PIB mineiro, ao passo que as regiões his-

toricamente mais deprimidas – Norte, Jequitinhonha/Mucuri e Rio Doce – totalizam, juntas,

apenas 12,2% (Mapa 5)67.

As acentuadas disparidades regionais da economia mineira são visíveis também quando se

considera o PIB per capita de cada uma delas. No Triângulo Mineiro, região que concentra o

mais elevado PIB per capita do Estado (R$ 21 mil), o indicador é mais de quatro vezes superior

ao registrado na área mais pobre, a região do Jequitinhonha/Mucuri (R$ 5,2 mil).

NortePIB: R$11.181.431PIB per capita: R $ 6.850,68 % da Pop. Mineira: 8,2%% do PIB mineiro (1999): 4,1%

Jequitinhonha/MucuriPIB: R$5.329.342PIB per capita: R $ 5.219,05 % da Pop. Mineira 5,1%% do PIB mineiro (1999): 2,0%

NoroestePIB: R$5.028.433PIB per capita: R $ 13.828,51 % da Pop. Mineira :1,8%% do PIB mineiro (1999): 1,7%

Centro -OestePIB: 12.714.524PIB per capita: R $ 11.398,36% da Pop. Mineira: 5,6%% do PIB mineiro (1999): 4,6%

Alto ParanaíbaPIB: R $ 11.299.984PIB per capita: R $ 17,200,07% da Pop. Mineira: 3,3%% do PIB mineiro (1999): 4,0%

Sul de MinasPIB: R$34.450.998PIB per capita: R $ 13.343,11 % da Pop. Mineira: 12,9%% do PIB mineiro (1999): 14,3%

MataPIB: R$21.428.114PIB per capita: R$9.786,02% da Pop. Mineira: 11,0%% do PIB mineiro (1999): 8,8%

Rio DocePIB: R$17.774.443PIB per capita: R $ 10.885,05 % da Pop. Mineira: 8,3%% do PIB mineiro (1999): 6,6%

CentralPIB: R$131.719.581PIB per capita: R $ 18.411,73% da Pop. Mineira: 36,2%% do PIB mineiro (1999): 42,5%

TriânguloPIB: R $ 31.595.470PIB per capita: R$ 21.034,56 % da Pop. Mineira: 7,6%% do PIB mineiro (1999): 11,4%

46,6%

1,9%

6,3%

7,6%

4,0%

1,8%

4,0%11,2%

12,2%

4,5%

Fonte: IBGE/FJP/CEI

NortePIB: R$11.181.431PIB per capita: R $ 6.850,68 % da Pop. Mineira: 8,2%% do PIB mineiro (1999): 4,1%

Jequi�nhonha/MucuriPIB: R$5.329.342PIB per capita: R $ 5.219,05 % da Pop. Mineira 5,1%% do PIB mineiro (1999): 2,0%

NoroestePIB: R$5.028.433PIB per capita: R $ 13.828,51 % da Pop. Mineira :1,8%% do PIB mineiro (1999): 1,7%

Centro-OestePIB: 12.714.524PIB per capita: R $ 11.398,36% da Pop. Mineira: 5,6%% do PIB mineiro (1999): 4,6%

Alto ParanaíbaPIB: R $ 11.299.984PIB per capita: R $ 17,200,07% da Pop. Mineira: 3,3%% do PIB mineiro (1999): 4,0%

Sul de MinasPIB: R$34.450.998PIB per capita: R $ 13.343,11 % da Pop. Mineira: 12,9%% do PIB mineiro (1999): 14,3%

MataPIB: R$21.428.114PIB per capita: R$9.786,02% da Pop. Mineira: 11,0%% do PIB mineiro (1999): 8,8%

Rio DocePIB: R$17.774.443PIB per capita: R $ 10.885,05 % da Pop. Mineira: 8,3%% do PIB mineiro (1999): 6,6%

CentralPIB: R$131.719.581PIB per capita: R $ 18.411,73% da Pop. Mineira: 36,2%% do PIB mineiro (1999): 42,5%

TriânguloPIB: R $ 31.595.470PIB per capita: R$ 21.034,56 % da Pop. Mineira: 7,6%% do PIB mineiro (1999): 11,4%

46,6%

1,9%

6,3%

7,6%

4,0%

1,8%

4,0%11,2%

12,2%

4,5%

Fonte: IBGE/FJP/CEI

Mapa 5. Participação das Regiões de Planejamento no PIB Mineiro (2008)

Fonte: IBGE/FJP/CET

67Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI) apud Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Coordenação de Contas Nacionais – 2008.

5.2

126

Além da acentuada concentração regional, a economia

mineira particulariza-se pela coexistência de três lógicas

principais de desenvolvimento que, em última instância, são

responsáveis pela configuração de espaços geoeconômicos

distintos.

O primeiro desses espaços, que se localiza predominantemente

na porção oeste do território mineiro, tem como principal

vetor de desenvolvimento a cadeia produtiva do agronegócio,

incluindo a agroindústria, o terciário avançado e demais

atividades de alto valor agregado. Tendo como principal

representante a região do Triângulo Mineiro, incluem-se

também nessa lógica as regiões Noroeste e Alto Paranaíba,

além de parte do Sul de Minas e do Centro-Oeste.

O segundo espaço situa-se na extremidade oposta do território

estadual, em sua parte leste, e tem seu desenvolvimento

alavancado pela produção de commodities industriais.

Fortemente influenciado pelo cenário internacional e dotado

de cadeias produtivas integradas ao mercado externo, esse

espaço é capitaneado pela indústria extrativa mineral e pela

metalurgia básica. Incluem-se nessa lógica a região do Rio

Doce e a Zona da Mata, além de parte da região Central.

O terceiro espaço geoeconômico sobre o qual está ancorada

a economia mineira situa-se na porção centro-sul do

Estado. Menos especializada quando comparada às demais,

sua lógica de desenvolvimento guarda elevado grau de

complementaridade em relação às cadeias produtivas da

indústria de transformação e de serviços da Região Sudeste,

com maior destaque para a indústria automotiva e a

produção de bens de capital, artigos do vestuário, alimentos

e bebidas. As regiões Central, Centro-Oeste e o Sul de Minas

integram-se a essa lógica.

Há ainda um quarto espaço econômico em Minas Gerais,

localizado nas porções norte e nordeste do território

estadual, que não se mostra efetivamente integrado a

nenhuma das três lógicas de desenvolvimento citadas

anteriormente. Trata-se de uma região historicamente

marcada pelo fraco dinamismo econômico e pela limitada

integração a mercados, cujas consequências são visíveis

na baixa qualidade dos seus indicadores socioeconômicos.

Incluem-se nesse espaço as regiões Norte e Jequitinhonha/

Mucuri, além de parte das regiões Noroeste e Rio Doce.

127

A seguir é apresentada a caracterização sintética de cada uma dessas dez regiões que compõem o espaço mineiro:

CENTRAL

MATA

Região mais populosa do Estado, reunindo 6,97 milhões de

habitantes (35,6% do total estadual) que se concentram, pre-

dominantemente, em áreas urbanas (taxa de urbanização de

94%)68. Belo Horizonte, Ouro Preto, Betim, Ouro Branco e Ita-

bira estão entre os principais municípios da região Central.

Trata-se também da região mais próspera de Minas Gerais,

responsável por 46,6% do PIB , 60% das exportações e 52,1%

dos empregos formais. A evolução no período recente mostra

que a região Central é a que mais cresce em termos de PIB69

per capita e de participação no PIB e nas exportações. Entre

2001 e 2008, a participação regional no PIB e nas exporta-

ções do Estado cresceram, respectivamente, 2,4 e 5,4 pontos

percentuais. Somente no período 2003-2008, o PIB per capita

da região Central acumulou crescimento de 91%.

A composição setorial do PIB regional revela predominância

do setor de serviços, responsável por 62,3% da renda gerada,

seguido pela indústria (35,9%) e pela agropecuária (1,8%).

Quando analisada individualmente cada atividade, nota-se

maior contribuição da região na geração do valor adiciona-

do da indústria (53,6%), seguida dos serviços (45,8%) e,

por último, da agropecuária (10,5%). Dentre as atividades

econômicas desenvolvidas na região Central, destaque para

metalurgia-alumínio, automóveis, bebidas, calçados, têxtil,

mineração, minerais não metálicos, produtos alimentares,

metalurgia-zinco, autopeças, bens de capital, vestuário, si-

derurgia, refino de petróleo, ferro-gusa, ferroliga e turismo70.

68Fonte: Censo Demográfico/IBGE, 2010.69Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI) apud Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Coordenação de Contas Nacionais – 2008.70FIEMG, 2009.

A região reúne 2,17 milhões de habitantes, 11,1% da po-

pulação mineira. Cerca de 81% da população regional vive

em áreas urbanas, com destaque para as cidades de Juiz de

Fora, Santos Dumont, Manhuaçu, Manhumirim e Catagua-

ses. A Zona da Mata responde por 7,6% do PIB mineiro, mas

vem perdendo participação no período recente. Entre 2001 e

2008, a participação regional no PIB mineiro caiu 0,7 pontos

percentuais.

A distribuição setorial do PIB da Zona da Mata revela a predo-

minância dos serviços (68,4%) em comparação à participa-

ção relativa da indústria (22,6%) e da agropecuária (9,0%).

Quando analisada individualmente cada atividade, nota-se

maior contribuição da região na geração do valor adicionado

dos serviços (9%) e da agropecuária (8,4%), já que a região

contribui com apenas 5,4% da renda gerada na indústria mi-

neira. A região é responsável por 9,5% dos empregos formais

e de 3,2% das exportações totais da economia estadual. Tal

como ocorre em relação ao PIB, observa-se que também nas

exportações a Zona da Mata tem reduzido sua participação no

total do Estado nos últimos cinco anos.

Dentre as atividades econômicas desenvolvidas na região,

destaque para a produção de suco de fruta natural, café, pro-

dutos alimentares, metalurgia-zinco, siderurgia e automóveis.

128

SUL DE

MINAS

TRIâNGULO

Com 81,6% de seus 2,59 milhões de habitantes residindo

em áreas urbanas, o Sul de Minas tem como principais

municípios Varginha, Guaxupé, Albertina, Poços de Caldas,

São Sebastião do Paraíso e Itajubá. É a segunda região mais

populosa de Minas Gerais, reunindo 13,2% da população

mineira.

Nos últimos anos, o Sul de Minas foi a região que mais perdeu

espaço na geração da renda em Minas Gerais. Em 2001, a

região respondia por 13,6% do PIB estadual; sete anos depois,

essa participação havia se reduzido para 12,2%. Apesar

da menor participação no PIB estadual, a região mantém

participação relevante no total dos empregos formais gerados

no Estado (12,5%), em função do perfil trabalho-intensivo

das atividades econômicas desenvolvidas na região.

Em termos setoriais, a geração de renda no Sul de Minas se

concentra no setor de serviços (58,8%), seguido por indústria

(28,0%) e agropecuária (13,2%). Quando considerada apenas

a atividade agropecuária, no entanto, esse número salta

para 21,8%, o que evidencia a relevância desse setor para a

dinâmica socioeconômica da região. Ademais, a participação

da Região Sul no valor agregado mineiro dos serviços é de

12,3%, enquanto que na indústria é de 10,3%.

Grande produtora de café, a região é responsável por 13,1%

das exportações de Minas Gerais. Cabe ressaltar, no entanto,

que assim como ocorre com o PIB, também nas exportações

a participação da região no total do Estado vem se reduzindo

nos últimos anos. Dentre as demais atividades econômicas

desenvolvidas na região, destaque para a pecuária

leiteira, metalurgia-alumínio, mineração, agroindústria,

eletroeletrônicos, helicópteros, autopeças, bebidas, têxteis e

turismo.

Reunindo 7,6% da população e 11,2% do PIB estadual, o

Triângulo Mineiro apresenta o mais elevado PIB per capita

dentre as dez regiões de Minas Gerais – R$ 21 mil. A taxa

de urbanização da região é elevada (93,4%) e, dentre seus

principais municípios, destacam-se Uberlândia, Uberaba,

Araguari, Delta e Iturama. A região manteve sua participação

no PIB estadual relativamente estável nos anos 2000.

A geração de renda no Triângulo Mineiro concentra-se no

setor de serviços (55,3%), seguido por indústria (33,8%) e

agropecuária (10,7%). Quando analisada individualmente

cada atividade, nota-se maior contribuição da região na

geração do valor adicionado da agropecuária (13,9%),

cuja relevância para o setor perde apenas para a do Sul

de Minas. Na indústria e nos serviços, a contribuição do

Triângulo Mineiro para o agregado estadual é de 11,6% e

10,7%, respectivamente.

A região responde ainda por 8,9% dos empregos formais

e 5,8% das exportações estaduais. Dentre as atividades

econômicas desenvolvidas na região, destaque para

açúcar e álcool, pecuária, produção e processamento de

grãos, processamento de carne, cigarros, fertilizantes,

processamento de madeira, reflorestamento e comércio

atacadista.

129

ALTO

PARANAÍBA

CENTRO-OESTE

DE MINAS

Com 655,3 mil habitantes, o Alto Paranaíba é a segunda

região menos populosa de Minas Gerais. A população é

predominantemente urbana (taxa de urbanização de 86,8%)

e concentra-se nas cidades de Araxá, Patrocínio, Carmo do

Paranaíba, Monte Carmelo e Coromandel.

A região responde por 4,0% do PIB, 3,0% dos empregos

formais e 6,1% das exportações do Estado. No que se

refere à composição setorial do PIB, evidencia-se maior

participação dos serviços (50,2%), com destaque também

para a importância relativa da indústria (24,2%) e da

agropecuária (25,6%). Quando analisada individualmente

cada atividade, nota-se maior contribuição da região na

geração do valor adicionado da agropecuária (13,6%),

seguida dos serviços (3,4%) e, por último, da indústria

(3,1%). As principais atividades econômicas desenvolvidas

na região são agricultura, pecuária, cerâmica, produtos

alimentares, mineração, metalurgia e turismo. Nos anos

2000, a participação regional no PIB de Minas manteve-se

relativamente estável.

A região possui 1,12 milhão de habitantes (5,7% do total

estadual), dos quais 88,7% residem em áreas urbanas.

Divinópolis, Conceição do Pará, Itaúna e Lagoa da Prata estão

entre o principais municípios do Centro-Oeste de Minas.

Responsável por 4,5% do PIB, 2,1% das exportações e

6,1% dos empregos formais, o Centro-Oeste de Minas tem

sua geração de renda concentrada no setor de serviços

(60,4%), com destaque também para a importância relativa

da indústria (25,1%) e da agropecuária (14,5%). Nos anos

2000, a participação regional no PIB de Minas manteve-se

estável, enquanto que nas exportações totais do Estado

aumentou em 1,6 pontos percentuais. Quando analisada

individualmente cada atividade, nota-se maior contribuição

da região na geração do valor adicionado da agropecuária

(7,5%), seguida dos serviços (4,6%) e, por último, da indústria

(3,9%). Dentre as atividades econômicas desenvolvidas na

região, destaque para cerâmica, bebidas, calçados, minerais

não metálicos, fogos de artifício, fundição, têxteis, artigos do

vestuário e ferro-gusa.

130

NOROESTE

DE MINAS

NORTE

DE MINAS

Com 366,4 mil habitantes, 1,9% da população estadual, o

Noroeste de Minas é a região menos populosa do território

mineiro. A região é predominantemente urbana, embora sua

taxa de urbanização seja comparativamente mais reduzida –

78,2%. Os principais municípios que compõem a região são

Paracatu, João Pinheiro, Unaí, Buritis e Brasilândia de Minas.

O Noroeste de Minas responde por 1,8% do PIB mineiro, cuja

distribuição setorial revela a predominância dos serviços

(48,4%) em comparação à participação relativa da agrope-

cuária (34,8%) e da indústria (16,8%). A região é também

responsável por 1,2% dos empregos formais e de 2,5% das

exportações totais da economia estadual. Entre 2001 e 2008,

a participação da região no PIB estadual teve leve aumento de

0,3 pontos percentuais, ao passo que nas exportações oscilou

negativamente em 0,53 pontos percentuais.

Dentre as atividades econômicas desenvolvidas na região,

destaque para agricultura, pecuária e mineração. Quando

analisada individualmente cada atividade, nota-se maior

contribuição da região na geração do valor adicionado da

agropecuária (8,2%), seguida dos serviços (1,4%) e, por últi-

mo, da indústria (1,0%).

A região reúne 1,61 milhões de habitantes, 8,2% da popu-

lação mineira. A região é predominantemente urbana, em-

bora sua taxa de urbanização seja relativamente reduzida –

69,4%. Os principais municípios que compõem a região são

Montes Claros, Pirapora, Várzea da Palma, Capitão Enéas e

Bocaiúva.

Responsável por 4,0% do PIB, 2,4% das exportações e 3,6%

dos empregos formais, o Norte de Minas tem sua geração

de renda concentrada no setor de serviços (61,8%), seguida

pela indústria (24,9%) e pela agropecuária (13,2%). O norte

de Minas manteve sua participação no PIB e nas exporta-

ções relativamente estável nos anos 2000.

Quando analisada individualmente cada atividade, nota-se

maior contribuição da região na geração do valor adicionado

da agropecuária (7,0%), seguida dos serviços (4,4%) e, por

último, da indústria (3,0%). Dentre as atividades econômi-

cas desenvolvidas na região, destaque para agricultura, pe-

cuária, ferroliga, metalurgia, reflorestamento, têxteis, frutas

e minerais não metálicos.

131

JEQUITINHONHA/

MUCURI

RIO DOCE

Reunindo 5,1% da população e 1,9% do PIB estadual, o

Jequitinhonha/Mucuri apresenta o mais baixo PIB per

capita dentre as dez regiões de Minas Gerais – R$ 5,2 mil.

Comparativamente às demais regiões de Minas Gerais,

a taxa de urbanização do Jequitinhonha/Mucuri é baixa

(63,2%). Dentre seus principais municípios, destacam-se

Teófilo Otoni, Nanuque, Medina e Pedra Azul.

A distribuição setorial do PIB do Jequitinhonha/Mucuri

revela ampla predominância dos serviços (69,0%) em

comparação à participação relativa da agropecuária (16,5%)

e da indústria (14,5%). A região é também responsável

por 1,5% dos empregos formais e por apenas 0,3% das

exportações totais da economia estadual.

Quando analisada individualmente cada atividade, nota-se

maior contribuição da região na geração do valor adicionado

da agropecuária (4,1%), seguida dos serviços (2,4%) e, por

último, da indústria (0,9%). Dentre as atividades econômicas

desenvolvidas na região, destaque para agricultura,

pecuária, mineração, pedras ornamentais, pedras preciosas

e reflorestamento.

Nos últimos anos, a participação regional no total das

exportações do Estado oscilou negativamente em 0,53

pontos percentuais, enquanto que no PIB manteve-se

estável.

A região reúne 1,62 milhões de habitantes, 8,3% da população

mineira. Cerca de 80% da população regional vive em áreas

urbanas, com destaque para as cidades de Belo Oriente,

Ipatinga, Timóteo, Governador Valadares e Caratinga.

A região do Rio Doce responde por 6,3% do PIB mineiro, cuja

distribuição setorial revela a predominância dos serviços

(56,2%) em comparação à participação relativa da indústria

(37,5%) e da agropecuária (6,3%). É a região que apresentou

menor crescimento do PIB per capita entre 2005 e 2008.

A região é também responsável por 5,8% dos empregos

formais e 4,8% das exportações totais da economia estadual.

Quando analisada individualmente cada atividade, nota-se

maior contribuição da região na geração do valor adicionado

da indústria (7,2%), seguida dos serviços (6,2%) e, por último,

da agropecuária (5,2%). Dentre as atividades econômicas

desenvolvidas na região, destaque para a produção de

autopeças, têxteis, agricultura, pecuária, celulose, siderurgia,

mecânica pesada, produtos alimentares e reflorestamento.

Nos últimos anos, a participação regional no total do PIB do

Estado oscilou negativamente em 0,4 pontos percentuais,

enquanto que nas exportações teve queda acentuada de 6,7

pontos percentuais, a maior perda dentre as dez regiões de

Minas.

132

Mapa 6. Atividades econômicas desenvolvidas em Minas Gerais

Fonte: FIEMG, Relatório Perfil Econômico de Minas Gerais, Gerência de Economia e Finanças, setembro de 2009.

Legenda

Pedras preciosas

Processamento de carne

Processamento de madeira

Produção de café

Produção de suco de fruta natural

Produção e processamento de grãos

Produtos alimentares

Refino de petróleo

Reflorestamento

Siderurgia

Têx�l

Turismo

Venda por atacado

Vestuário

Açúcar e álcool

Agricultura e pecuária

Agroindústria

Automóveis

Autopeças

Bebidas

Bens de capital

Calçados

Celulose

Cerâmica

Cigarros

Eletroeletrônicos

Ferro-gusa

Ferro-liga

Fer�lizantes

Fogos de ar��cio

Frutas

Fundição

Helicópteros

Mecânica pesada

Metalurgia

Metalurgia-alumínio

Metalurgia-zinco

Mineração

Minerais não metálicos

Pecuária leiteira

Pecuária

Pedras ornamentais

AlZn

Norte de Minas

Noroeste de Minas

Central

Rio Doce

Zona da Mata

Triângulo

Sul de MinasCentro-Oeste de Minas

Alto Paranaíba

Jequi�nhonha Mucuri

Al

Al

Zn

Zn

a

Legenda

Pedras preciosas

Processamento de carne

Processamento de madeira

Produção de café

Produção de suco de fruta natural

Produção e processamento de grãos

Produtos alimentares

Refino de petróleo

Reflorestamento

Siderurgia

Têxtil

Turismo

Venda por atacado

Vestuário

Açúcar e álcool

Agricultura e pecuária

Agroindústria

Automóveis

Autopeças

Bebidas

Bens de capital

Calçados

Celulose

Cerâmica

Cigarros

Eletroeletrônicos

Ferro-gusa

Ferro-liga

Fertilizantes

Fogos de artifício

Frutas

Fundição

Helicópteros

Mecânica pesada

Metalurgia

Metalurgia-alumínio

Metalurgia-zinco

Mineração

Minerais não metálicos

Pecuária leiteira

Pecuária

Pedras ornamentais

AlZn

Norte de Minas

Noroeste de Minas

Central

Rio Doce

Zona da Mata

Triângulo

Sul de MinasCentro-oeste de Minas

Alto Paranaíba

Jequitinhonha Mucuri

Al

Al

Zn

Zn

133

Os desafios prioritários no tocante à oferta de serviços sociais estão descritos a seguir, com

um olhar sobre as dimensões chave: educação, saúde e defesa social.

Começando pela educação, as regiões Centro-Oeste, Alto Paranaíba e Sul apresentam os

melhores desempenhos quando analisados os resultados dos exames do Programa de Ava-

liação da Alfabetização (Proalfa) e do Programa de Avaliação da Educação Básica (Proeb)

em conjunto71. Mata, Triângulo e Rio Doce são as regiões que vêm em seguida. Todas essas

regiões apresentaram aumento do percentual de alunos com nível de proficiência adequado

entre 2006 e 2010 suficiente para as manter à frente no Estado (Tabela 3).

A região Central encontra-se numa posição intermediária. Os percentuais de alunos com

nível de proficiência adequada estão abaixo da média do Estado. No entanto, vêm ocorrendo

bons avanços nessa região nos últimos anos.

O Noroeste de Minas é a região que menos obteve melhora na qualidade da educação entre

2006 e 2010. A região ainda está à frente do Jequitinhonha/Mucuri e do Norte de Minas,

mas essa posição não irá se manter caso nada seja feito para acelerar sua evolução. Jequiti-

nhonha/Mucuri e Norte de Minas, por sua vez, estão bastante distantes das demais regiões,

exigindo a manutenção e intensificação dos esforços de melhoria na qualidade da educação

em suas escolas.

71Avaliações em larga escala realizados

pela Secretaria de Estado da Educação

(SEE-MG) nas escolas da rede pública

do Estado, com o objetivo de avaliar

o desempenho em leitura dos alunos

no ciclo inicial de alfabetização e o

desempenho em Língua Portuguesa e

Matemática dos alunos de 5º a 9º anos do

Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino

Médio.

CONDIçõES EDUCACIONAIS, DE SAúDE E DEFESA SOCIAL DAS REGIõES DE PLANEJAMENTO

5.3

134

Centro-Oeste de Minas 90,2 53,8 73,0 41,5 34,0 45,8 7,1

Alto Paranaíba 87,1 51,2 70,0 40,8 34,5 45,2 6,6

Sul de Minas 88,0 49,5 68,2 38,1 31,4 39,7 4,9

Mata 88,0 44,9 63,8 36,1 28,1 40,1 5,2

Triângulo 88,4 44,2 60,7 36,1 25,5 38,7 4,1

Rio Doce 86,8 44,8 61,1 33,2 25,7 38,4 4,2

Minas Gerais 86,2 43,3 59,4 34,4 25,8 37,5 4,1

Central 85,3 42,0 56,4 35,3 24,0 39,6 3,7

Noroeste de Minas 83,2 39,1 55,3 29,8 22,7 27,2 2,2

Jequitinhonha/Mucuri 84,4 36,8 53,4 27,7 21,2 29,3 3,0

Norte de Minas 84,2 37,2 51,1 24,2 17,3 24,7 1,7

Leitura LínguaPortuguesa Matemática

LínguaPortuguesa Matemática

LínguaPortuguesa Matemática

3º ano EF

5º ano EF 9º ano EF 3º ano EM

Tabela 3. Percentual de alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, com nível de proficiência recomendável nos exames Proalfa e Proeb – 2010

Fonte: SEE-MG, CAEd/UFJF.

135

39,6

29,3

38,4

40,1

24,7

27,2

45,2

38,7

39,7

45,8

Norte

Jequi�nhonha/MucuriNoroeste

Centro-Oeste

Alto Paranaíba

Sul de MinasMata

Rio Doce

Central 1

Triângulo

Mapa 7. Percentual de alunos do 3º ano do Ensino Médio da rede estadual no nível recomendável de desempenho em Língua Portuguesa – Regiões de Planejamento, 2010

Fonte: SEE-MG; CAEd/UFJF.

Com relação às condições de saúde, a mortalidade infantil é

um dos índices mais utilizados na comparação entre países,

estados ou regiões. A região do Jequitinhonha/ Mucuri é

de longe a que apresenta a situação mais crítica com cerca

de 19 mortes por mil nascidos vivos. Em seguida, estão as

regiões da Mata (15,9) e do Rio Doce (14,2).

Com índices em torno de 13 mortes por mil nascidos vivos,

estão as regiões do Norte, Noroeste e Centro-Oeste de Minas

ocupam uma posição intermediária. Alto Paranaíba e Central

apresentam, enquanto as regiões do Sul de Minas e a do

Triângulo Mineiro destacam-se com os melhores índices de

mortalidade infantil (Mapa 8).

136

Todas as regiões do Estado de Minas Gerais registraram decréscimo das taxas de mortalidade

infantil nos últimos anos. Isso se deve em grande medida à ampliação da atenção primária.

O Programa Saúde da Família já atende 70% da população do Estado, sendo que no Norte

de Minas Gerais chega a mais de 90% e no Jequitinhonha/Mucuri 85,5%. Nota-se um

potencial de expansão do programa na região Noroeste de Minas, onde o índice de cobertura

é de 63,6%, próximo ao da região Central, porém, trata-se de uma região mais pobre que,

portanto, concentra maior da população dependente do SUS (Gráfico 32).

Apesar dos progressos recentes, ainda é preciso avançar na atenção primária. A proporção

de nascidos vivos de mães com sete ou mais consultas de pré-natal no Grande Norte –

Jequitinhonha, Leste, Nordeste e Norte de Minas – é de 57,9%. Em outras palavras, mais de

40% das mães não tiveram a assistência pré-natal adequada.

Mapa 8. Taxa de mortalidade infantil – 2010

Fonte: SES-MG. Notas: dados preliminares da SES-MG apurados em 23/5/2011.

19,0

14,2

13,2

13,0

11,9

10,9

Norte

Jequi�nhonha/MucuriNoroeste

Alto Paranaíba

Rio Doce

Triângulo

11,1

13,0Centro-Oeste

Sul de Minas

12,3

15,9Mata

Central

137

Nort

e de

Min

as

Jequ

i�nh

onha

/M

ucur

i

Mat

a

Rio

Doce

Cent

ro- O

este

de

Min

as

Alto

Par

anaí

ba

Sul d

e M

inas

Noro

este

de

Min

as

Cent

ral

Triâ

ngul

o

92,485,5 81,6 77,1 76,7

69,8 67,563,6 63,1

45,0

Média regiões MG 70,1%

Gráfico 33. Taxa de cobertura do Programa Saúde da Família – 2010

Fonte: Fonte: SES-MG. Notas: dados preliminares da SES-MG apurados em 23/5/2011.

Estão relacionadas aos resultados na área de saúde as condições de saneamento básico

no Estado. O percentual da população urbana com acesso a disposição adequada de

resíduos sólidos cresceu bastante nos últimos 10 anos em todas as regiões. A situação ainda

permanece precária nas regiões Jequitinhonha/Mucuri e Norte de Minas, com apenas 9,2%

e 13,7% de cobertura do serviço, respectivamente. No Noroeste e Centro-Oeste de Minas,

o serviço também permanece ainda restrito a menos da metade da população: 29,2% e

34,5% de cobertura (Gráfico 33).

138

Os serviços de água e esgoto estão disponibilizados de maneira bastante desigual pelo

território mineiro. Enquanto as regiões Triângulo, Central e Centro Oeste de Minas estão

mais próximas da universalização, na outra ponta Rio Doce, Jequitinhonha/Mucuri e Norte

de Minas ainda têm um longo caminho de expansão de acesso a esses serviços (Gráfico 34).

Gráfico 34. Percentual da população urbana com acesso a disposição adequada de resíduos sólido, por Região de Planejamento de Minas Gerais – 2010

Fonte: Semad-MG.

Triâ

ngul

o

Cent

ral

Alto

Par

anaí

ba

Rio

Doce

Mat

a

Cent

ro- O

este

de

Min

as

Noro

este

de

Min

as

Sul d

e M

inas

Nort

e de

M

inas

Jequ

i�nh

onha

/M

ucur

i

86,2

67,559,3 55

49,6

34,529,2 24,1

13,7 9,2

139

Triâ

ngul

o

Cent

ral

Cent

ro O

este

de

Min

as

Alto

Par

anaí

ba

Mat

a

Sul d

e M

inas

Rio

Doce

Noro

este

de

Min

as

Jequ

i�nh

onha

/Muc

uri

Nort

e de

M

inas

Acesso ao abastecimento de água Acesso à rede de esgoto ou fossa sép�ca

92,3 93,6 90,987,1 85,4 83,3

72,6 76 71,2 69,2

93,3 88,8 89,4 90,5 90,7 89,4

74,5 70,7 74,3

59,8

Gráfico 35. Percentual de domicílios com acesso à rede geral de distribuição de água e à rede de esgoto ou fossa – Regiões de Planejamento de Minas Gerais – 2009

Fonte: PAD/FJP.

A diminuição da violência, contabilizada pela queda dos

índices de homicídios no Estado de Minas Gerais, verifica-

da nos últimos cinco anos deve-se, em grande medida, ao

avanço justamente nas regiões que concentram as maiores

taxas de homicídio.

Os índices de homicídios concentram-se na região Central

do Estado de Minas Gerais. Em seguida, estão as regiões do

Rio Doce, do Jequitinhonha/Mucuri e a região Noroeste do

Estado, todas com taxas superiores à média de Minas. Desde

2005, há queda consistente nos índices dessas regiões, com

exceção da Noroeste que nos dois últimos anos apresentou

elevação dos homicídios (Mapa 9).

Ocupando posições intermediárias em termos de homicídios,

estão as regiões do Triângulo e Alto Paranaíba. Nota-se, en-

tretanto, que a violência tem crescido em ambas regiões nos

últimos anos, sobretudo, na região do Alto Paranaíba.

Com menos de 10 homicídios por 100 mil habitantes, estão as

demais regiões: Sul, Mata, Norte e Centro-Oeste. Desse grupo,

destaca-se a situação da Região Centro-Oeste, que, apesar de

possuir o segundo menor índice do Estado, apresentou forte

crescimento da taxa de homicídios entre 2005 e 2010.

140

23,3

17,7

20,7

9,0

10,9

18,2

12,3

14,6

5,1

8,5

Norte

Jequi�nhonha/MucuriNoroeste

Centro-Oeste

Alto Paranaíba

Sul de MinasMata

Rio Doce

Central

Triângulo

Mapa 9. Taxa de homicídios por 100 mil habitantes – 2010

Fonte: Núcleo de Estudos em Segurança Pública da Fundação João Pinheiro (Nesp-FJP). Nota: a taxa de 2010 para Região de Planejamento Central não é comparável com as das outras regiões de planejamento e também com os resultados anteriores.

141

142,8

446,0

93,0 65,7 92,0 97,6 124,5 116,354,6

321,8

Triâ

ngul

o

Cent

ral

Alto

Par

anaí

ba

Rio

Doce

Mat

a

Cent

ro O

este

de

Min

as

Noro

este

de

Min

as

Sul d

e M

inas

Nort

e de

M

inas

Jequ

itinh

onha

/M

ucur

i

Gráfico 36. Taxa de crimes violentos contra o patrimônio por 100 mil habitantes – 2010

Fonte: Fonte: Núcleo de Estudos em Segurança Pública da Fundação João Pinheiro (Nesp-FJP). Nota: a taxa de 2010 para Região de Planejamento Central não é comparável com as das outras regiões de planejamento e também com os resultados anteriores.

A criminalidade também pode ser medida pelo número de crimes violentos contra o patrimônio

(roubos e roubos a mão armada) em relação à população de determinada região. Esse tipo de crime,

conforme esperado, está concentrado nas duas regiões mais ricas do Estado: Triângulo Mineiro e

na região Central do Estado. Em seguida, estão as regiões do Alto Paranaíba e Norte (Gráfico 36).

A busca por segurança, um dos direitos fundamentais, deve ser perseguida em todo território mineiro.

Para isso, é preciso dar continuidade à redução dos índices de criminalidade nas regiões Central,

Rio Doce e Jequitinhonha/Mucuri e conter o crescimento em regiões como a do Alto Paranaíba,

Triângulo Mineiro e Centro-Oeste.

142

A definição dos indicadores com metas por região de planejamento do Estado de Minas Ge-

rais foi feita a partir da combinação de três critérios principais: i) disponibilidade de dados

do indicador para as regiões; ii) indicadores finalísticos relacionados às Redes com maior

visibilidade e impacto regional; iii) indicadores sob maior influência da atuação do Governo

Estadual.

Vale ressaltar que essas metas constituem um primeiro esforço de desdobramento da estra-

tégia estadual nas diversas regiões do Estado, devendo ser revistas com o avanço e amplia-

ção da experiência-piloto descrita neste capítulo.

As metas regionais são coerentes com as metas estabelecidas para o Estado e foram ba-

lizadas nas variações regionais, adotando como critério a diminuição das desigualdades

regionais. As metas regionais foram estabelecidas apenas para 2015 pelo menor grau de

arbitrariedade quanto às projeções populacionais por região e à estratégia implementada

no médio e longo prazos.

INDICADORES E METAS POR REGIÃO DE PLANEJAMENTO 5.4

143

1. SAÚDE

1.1 PERCENTUAL DE DOMICÍLIOS COM ACESSO À REDE DE ESGOTO OU FOSSA SÉPTICA

2009 90,5 88,8 89,4 74,3 90,7 70,7 59,8 74,5 89,4 93,3

2015 94,6 93,4 93,8 82,9 94,8 80,3 72,4 83,0 93,8 96,6

1.2 PERCENTUAL DE DOMICÍLIOS COM ACESSO À REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

2009 87,1 93,6 90,9 71,2 85,4 76,0 69,2 72,6 83,3 92,3

2015 89,1 94,6 92,0 81,1 88,2 83,5 80,1 81,8 87,2 93,3

1.3 TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL

2010 11,9 12,3 13,0 19,0 15,9 13,0 13,2 14,2 11,1 10,9

2015 9,5 9,8 9,8 11,7 10,6 10,1 10,0 10,1 9,1 9,1

2. SEGURANçA

2.1 TAXA DE HOMICÍDIOS (POR 100 MIL)

2010 12,3 23,3 8,5 17,7 9,0 18,2 10,9 20,7 5,1 14,6

2015 12,0 15,5 8,4 13,4 8,4 16,5 7,7 15,6 4,9 14,0

2.2 TAXA DE CRIMES VIOLENTOS (POR 100 MIL)

2010 184,5 512,4 114,5 113,1 126,3 148,6 154,3 175,2 71,7 368,9

2015 133,7 358,2 106,7 103,7 119,5 125,1 115,7 126,1 69,5 238,4

3. EDUCAçãO

3.1 PERCENTUAL DE ALUNOS DO 3º ANO DO EF COM NÍVEL ADEQUADO DE PROFICIêNCIA EM LEITURA

2010 82,9 70,0 83,6 69,6 74,7 70,8 69,6 70,4 79,2 77,7

Meta 2015

86,2 75,9 86,8 75,6 79,8 76,6 75,6 76,3 83,3 82,1

3.2 PERCENTUAL DE ALUNOS DO 5º ANO DO EF COM NÍVEL ADEQUADO DE PROFICIêNCIA EM LÍNGUA PORTUGUESA

2010 47,7 36,4 48,4 31,2 39,5 32,9 28,6 35,5 42,5 36,5

Meta 2015

54,4 41,6 55,2 35,6 45,0 37,5 32,6 40,5 48,4 41,6

3.3 PERCENTUAL DE ALUNOS DO 5º ANO DO EF COM NÍVEL ADEQUADO DE PROFICIêNCIA EM MATEMÁTICA

2010 66,6 50,9 67,0 47,8 59,3 47,3 42,8 51,7 62,2 52,5

Meta 2015

71,6 58,5 71,9 55,8 65,7 55,4 51,3 59,2 68,0 59,9

3.4 PERCENTUAL DE ALUNOS DO 9º ANO DO EF COM NÍVEL ADEQUADO DE PROFICIêNCIA EM LÍNGUA PORTUGUESA

2010 40,5 33,6 40,5 27,3 35,8 26,8 22,3 31,6 37,4 36,0

Meta 2015

54,6 45,3 54,6 36,7 48,2 36,1 30,0 42,5 50,4 48,4

3.5 PERCENTUAL DE ALUNOS DO 9º ANO DO EF COM NÍVEL ADEQUADO DE PROFICIêNCIA EM MATEMÁTICA

2010 34,6 22,3 33,4 21,0 27,9 19,7 15,7 24,0 30,5 24,7

Meta 2015

48,5 31,3 46,8 29,4 39,0 27,7 22,0 33,7 42,8 34,6

Alto Paranaíba Central

Centro Oeste de

Minas

JequitinhonhaMucuri Mata

Noroeste de Minas

Norte de Minas Rio Doce

Sul de Minas Triângulo

Tabela 4. Indicadores e Metas por Região de Planejamento

144

BDMG. Infraestrutura: sustentando o desenvolvimento. Os gargalos e os espaços para intervenção estadual. Minas Gerais do século XXI, v. III, 2004.

BDMG. Infraestrutura: sustentando o desenvolvimento. Os gargalos e os espaços para intervenção estadual. Minas Gerais do século XXI, v. III. 2004.

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VELOSO, F.; PESSOA, S.; HENRIQUES, R.; GIAMBIAGI, F. (Coord.) Educação básica no Brasil. Construindo o país do futuro. Editora Campus. Rio de Janeiro, 2009.

WAISELFISZ, Jacobo J. Mapa da Violência 2011. Os jovens do Brasil. São Paulo, 2011.

REFERêNCIAS BIBLIOGRáFICAS

Anexo I

QUADRO COMPARATIVO DOS CENáRIOS

146

MUNDO

PIB (TAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO) 3,5 a 4,5% a.a. 2,0 a 3,0% a.a.

BRASIL

PIB (TAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO) 4 a 5% a.a. 2,5 a 3% a.a.

IDH 0,895 0,867

MINAS GERAIS (Economia, Competitividade e Infraestrutura)

PIB (TAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO)5,4% a.a.

(2006-2023)3,0% a.a.

(2006-2023)4,0% a.a.

(2006-2023)2,3% a.a.

(2006-2023)

Educação

ESCOLARIDADE MÉDIA DA POPULAçãO JOVEM 15 ANOS

Próximo de 9 anos 7,6 anos Ultrapassando 8 anos 7 anos

ESCOLARIDADE MÉDIA DA POPULAçãO JOVEM 18 ANOS

Próximo de 12 anos 9,4 anosUltrapassando

11 anos9 anos

Saúde e Saneamento

POPULAçãO DEPENDENTE EXCLUSIVAMENTE DO SUS 60% 65% 70% 75%

INTERNAçÕES POR CONDIçÕES SENSÍVEIS À ATENçãO AMBULATORIAL

16% 19% 21% 24%

TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (MORTES POR MIL NASCIDOS VIVOS)

8 11 10 12

TAXA DE MORTALIDADE POR DOENçAS DO APARELHO CIRCULATóRIO E DIABETES (MORTES POR 100 MIL HAB.)

68,2 77 86,1 93,9

Defesa Social

TAXA DE CRIMES VIOLENTOS POR 100 MIL HABITANTES Menos de 100 Entre 500 e 600 Entre 120 e 145 Superior a 1.500

TAXA DE HOMICÍDIOS POR 100 MIL HABITANTES * Entre 2 e 5 Entre 35 e 50 Entre 15 e 20 Superior a 70

Os Cenários em NúmerosQuadro Comparativo

CENáRIO IA CONQUISTA

CENáRIO IIO DESPERDÍCIO

CENáRIO IIIA SUPER AçÃO

CENáRIO IVA DECADêNCIA

147

Os Cenários em NúmerosQuadro Comparativo

CENáRIO IA CONQUISTA

CENáRIO IIO DESPERDÍCIO

CENáRIO IIIA SUPER AçÃO

CENáRIO IVA DECADêNCIA

Meio Ambiente

ÁREAS EM UNIDADES DE CONSERVAçãO AMBIENTAL (% DO TERRITóRIO)

10% 1,5% 6% 1%

ÁREA DE VEGETAçãO NATIVA * 60% 33% 40% 20%

POPULAçãO COM ESGOTO TRATADO OU DISPOSTO ADEQUADAMENTE (% DA POP. TOTAL)

70% 30% 60% 25%

POPULAçãO COM DISPOSIçãO ADEQUADA DE LIXO (% DA POP. TOTAL)

90% 40% 60% 25%

Pobreza72

POBREZA (PROPORçãO DE POBRES EM RELAçãO À POP. TOTAL)**

RMBH10%

RMBH22%

RMBH17%

RMBH28%

Espaço urbano7%

Espaço urbano18%

Espaço urbano16%

Espaço urbano21%

Espaço rural7%

Espaço rural16%

Espaço rural16%

Espaço rural21%

Regiões de Baixo IDH

PARTICIPAçãO DO PIB PER CAPITA DOS MUNICÍPIOS LOCALIZADOS EM REGIÕES DE BAIXO IDH EM RELAçãO À MÉDIA ESTADUAL

68,6% 54% 54% 50,3%

Desenvolvimento Humano

ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) 0,901 0,861 0,878 0,847

IDH EDUCAçãO *** 0,956 0,922 0,946 0,914

IDH RENDA *** 0,863 0,791 0,816 0,770

IDH LONGEVIDADE *** 0,884 0,871 0,873 0,857

* Em aprofundamento Macroplan / Coordenador da Área de Resultado** Aguardando versão aprofundada pelo Cedeplar*** Em aprofundamento Macroplan / Coordenadores / Especialistas

72Linhas de pobreza e indigência

segundo metodologia adotada em:

ROCHA, 2006.

Anexo I I

NOTAMETODOLóGICA

149

O processo de revisão do PMDI, desenvolvido ao longo de 2011, trabalha com o horizonte de 2030 e mantém seu compromisso

de responder, consistentemente, às seguintes questões:

• Onde estamos?• Aonde podemos chegar?• Aonde queremos chegar?• Como vamos chegar lá?

A primeira questão, “onde estamos?”, foi respondida por

intermédio de duas atividades distintas e complementares.

Primeiramente, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa

envolvendo Secretários de Governo e técnicos executivos com

notório saber sobre Minas Gerais. O resultado dessa etapa

forneceu valiosa contribuição para a reflexão estratégica

acerca do momento atual vivido por Minas Gerais e pelo

Governo do Estado, bem como subsidiou o processo de

formulação estratégica com importantes elementos para a

revisão e atualização das políticas públicas nos próximos

anos.

Em seguida, foi realizada uma análise retrospectiva e

situacional de Minas Gerais e da atuação do Governo do Estado

para identificar as principais variáveis socioeconômicas que

influenciaram o cenário mineiro nos últimos oito anos. Como

resultado, foi possível analisar a trajetória recente do Estado e

avaliar para qual dos cenários traçados no PMDI 2003-2020

Minas Gerais vem caminhando.

A segunda questão, “aonde podemos chegar?”, foi respondida

com a identificação de tendências de longo prazo que

poderão influenciar a trajetória do Estado nos próximos 20

anos e que, portanto, deverão ser consideradas na estratégia

de desenvolvimento que se redesenha por meio do PMDI. As

mudanças externas e transformações endógenas em curso

foram agrupadas em três dimensões e referenciadas ao contexto

mundial, nacional e também ao próprio espaço mineiro.

150

Em resposta à terceira questão, “aonde queremos chegar?”,

foi realizada uma Oficina Estratégica, evento que contou com

a presença de todos os Secretários de Estado, e que teve por

objetivo avaliar, discutir e formular proposições para a VISãO

DE FUTURO. Como desdobramento da Visão de Futuro e

qualificação do padrão de desenvolvimento a ser construído,

foram ressaltados quatro atributos: prosperidade, qualidade

de vida, cidadania e sustentabilidade.

Nessa nova versão do Plano, a sociedade mineira reafirma

sua vontade de, até 2030, TORNAR MINAS GERAIS O MELHOR

ESTADO PARA SE VIVER.

O processo de construção da estratégia culminou na

configuração de dez DESAFIOS a serem superados pela

sociedade mineira nas próximas duas décadas. Esses desafios

constituem-se em focos prioritários de alta relevância e de

elevado potencial de impacto no desenvolvimento de Minas

Gerais.

Para traduzir a estratégia em benefícios para a sociedade,

foram definidas onze REDES DE DESENVOLVIMENTO

INTEGRADO. Não se trata de estruturas institucionais formais.

Ao contrário, são novas formas de governança, organizadas

de modo integrado e matricial, que estimulam e proporcionam

um comportamento cooperativo entre a sociedade civil,

poderes políticos nacionais e locais, empresários e entidades

de classe de integração institucional e social. A apresentação

de cada uma das Redes obedece à estrutura indicada na

figura a seguir.

Figura 4. Estrutura e conteúdo das Redes de Desenvolvimento Integrado

Elaboração: Macroplan Prospectiva, Estratégia & Gestão

 

R  EDE  DE  D  ESENVOLVIMENTO  I  NTEGRADO  

M  ETA  S  ÍNTESE  Resultado    finalístico  almejado  para  um    horizonte  de  20  anos  

O  BJETIVO  E  STRATÉGICO  Proposta  de  resultados    prioritários  que  devem  ser    alcançados  no  horizonte  de    planejamento  

I  NDICADORES  E  M  ETAS  Conjunto  de  indicadores    finalísticos  e  metas    tentativas  para  2015,  2022    e  2030  

E  STRATÉGIAS  Propostas    de  iniciativas  de    um  conjunto  de  grandes    escolhas    

S  ITUAÇÃO  Breve    contextualização    com  principais  dados  e  fatos  

DRI

SMR

S

O E

E

MI E

contextualização

151

A Visão de Futuro se desdobra em METASSÍNTESE e OBJE-

TIVOS ESTRATÉGICOS, que representam alvos específicos a

serem alcançados e que devem ser mensurados, monitora-

dos e gerenciados durante a execução do Plano. Em cada

rede, foram definidos indicadores e metas. As metas foram

estabelecidas com base nas variações dos índices do Estado

na última década e balizadas em benchmarking nacionais

e internacionais.

Complementarmente, será necessário um esforço delibera-

do e coordenado de planejamento e implantação de inicia-

tivas segundo um caminho que culmine na concretização

das transformações requeridas. As ESTRATÉGIAS que deve-

rão ser empreendidas pelo Governo de Minas no horizonte

2011–2014 constituem esse caminho e representam parte

da resposta à questão: “como vamos chegar lá?”. As estraté-

gias foram priorizadas pelos executivos do Governo em uma

oficina de trabalho e são as bases para definição dos Progra-

mas Estruturadores no período 2011–2014.

Uma das principais inovações em relação ao PMDI anterior

consiste no início de um esforço de REGIONALIZAçãO DA ES-

TRATÉGIA. Para cada região de planejamento, foi realizado

um delineamento de um pequeno conjunto de indicadores

finalísticos com metas tentativas para 2015, 2022 e 2030. A

estratégia de desenvolvimento regional consiste, portanto,

em focalizar as ações nos territórios, de modo a potenciali-

zar suas vantagens comparativas e compensar as carências

territoriais, minimizando as assimetrias regionais. Implica,

assim, na definição de uma estratégia com base nas poten-

cialidades e deficiências locais.

PARTICIPANTES DO PLANO MINEIRO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO

Membros Titulares do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social

Governador do Estado: Antonio Augusto Junho Anastasia

Vice-Governador: Alberto Pinto Coelho Junior

Secretário de Estado de Governo: Danilo de Castro

Secretária de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais: Maria Coeli Simões Pires

Secretária de Estado de Planejamento e Gestão: Renata Maria Paes de Vilhena

Secretário de Estado de Fazenda: Leonardo Maurício Colombini Lima

Secretário de Estado de Defesa Social: Rômulo de Carvalho Ferraz

Secretário de Estado de Saúde: Antônio Jorge de Souza Marques

Secretário de Estado de Desenvolvimento Social: Cássio Antônio Ferreira Soares

Secretário de Estado de Trabalho e Emprego: Hélio Augusto Martins Rabelo

Secretária de Estado de Educação: Ana Lúcia Almeida Gazzola

Secretária de Estado de Cultura: Eliane Denise Parreiras Oliveira

Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: Nárcio Rodrigues da Silveira

Secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável: Adriano Magalhães Chaves

Secretário de Estado de Esportes e da Juventude: Bráulio José Tanus Braz

Secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico: Dorothea Fonseca Furquim Werneck

Secretário de Estado de Turismo: Agostinho Célio Andrade Patrus

Secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana: Olavo Bilac Pinto Neto

Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento: Elmiro Alves do Nascimento

Secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas: Carlos do Carmo Andrade Melles

Secretário de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas: Gilberto Wagner Martins Pereira Antunes

Secretário de Estado Extraordinário de Gestão Metropolitana: Alexandre Silveira de Oliveira

Secretário de Estado Extraordinário de Regularização Fundiária: Wander José Goddard Borges

Secretário de Estado Extraordinário da Copa do Mundo: Sergio Alair Barroso

Secretário de Estado Extraordinário para Coordenação de Investimentos: Fuad Jorge Noman Filho

Advogado-Geral do Estado de Minas Gerais: Marco Antônio Rebelo Romanelli

Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais – PMMG: Coronel PM Márcio Martins Sant’Ana

Chefe da Polícia Civil: Delegado-Geral Cylton Brandão Da Matta

Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais – CBMMG: Coronel BM Silvio Antônio de Oliveira Melo

Chefe de Gabinete Militar do Governador: Coronel PM Luis Carlos Dias Martins

Controlador-Geral do Estado de Minas Gerais: Plínio Salgado

Ouvidora-Geral do Estado de Minas Gerais: Célia Pimenta Barroso Pitchon

Secretário-Geral do Governador: Gustavo de Castro Magalhães

Diretor-Presidente do Escritório de Prioridades Estratégicas: Tadeu Barreto Guimarães

Corregedor-Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais: Desembargador Antônio Marcos Alvim Soares

Representante da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais – ALMG: Deputado João Vitor Xavier

Representante da Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG: Dijon Moraes Júnior

Representante da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG: Professor Clélio Campolina Diniz

Presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG: Matheus Cotta de Carvalho

Presidente da Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG: Djalma Bastos de Morais

Presidente da Fundação João Pinheiro – FJP: Marilena Chaves

Presidente da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais – CETEC: Marcílio César de Andrade

Presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais – EMATER: Maurílio Soares Guimarães

Presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM: José Cláudio Junqueira Ribeiro

Presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais – CODEMIG: Oswaldo Borges da Costa Filho

Presidente do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais – INDI: José Frederico Alves

Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG: Mário Neto Borges

Presidente da Associação Mineira de Municípios – AMM: Ângelo José Roncalli de Freitas

Representante da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – FIEMG: Olavo Machado Júnior

Representante da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais – FAEMG: Roberto Simões

Representante da Associação Comercial de Minas Gerais – ACMINAS: Roberto Luciano Fortes Fagundes

Representante da Federação das Associações Comerciais, Industriais, Agropecuárias e de Serviços do Estado de Minas Gerais – FEDERAMINAS: Wander Luis Silva

Representante do Centro Industrial e Empresarial de Minas Gerais – CIEMG: José Agostinho da Silveira Neto

Representante da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte – CDL /MG: Bruno Selmi Dei Falci

Representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais – FETAEMG: Vilson Luiz da Silva

Representante da Coordenação Intersindical dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual de Minas Gerais – SINDPúBLICOS: Cláudio Roberto Ferreira Utsch

Representante da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais – FETCEMG: Vander Francisco Costa

Representante da Federação das Empresas de Transportes Rodoviários de Passageiros do Estado de Minas Gerais – FETR AM: Waldemar Araújo

Representante da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais – OCEMG: Ronaldo Scucato

Representante do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais – SEBR AE/MG: Luiz Márcio Haddad Pereira Santos

Representante da Central única dos Trabalhadores – CUT/MG: Marco Antônio de Jesus

Representante da Força Sindical /MG: Rogério Fernandes

Representante da União Geral dos Trabalhadores/MG – UGT/MG: Wagner Francisco Alves Pereira

Cidadãos Livremente Designados pelo Governador do Estado

Afonso Henriques Borges Ferreira

Apolo Heringer Lisboa

Cássio Turra

Cláudio Chaves Beato Filho

Cláudio de Moura Castro

Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto

Ivan Moura Campos

João Camilo Pena

Luis Aureliano Gama de Andrade

Ronaldo Pena

Conselheiros e Dirigentes do Setor Público Entrevistados

Adriano Magalhães Chaves

Afonso Henriques Borges Ferreira

Agostinho Célio Andrade Patrus

Alberto Pinto Coelho Junior

Alexandre Silveira de Oliveira

Ana Lúcia Almeida Gazzola

André Victor dos Santos Barrence

Andréa Neves da Cunha

Antonio Augusto Junho Anastasia

Antônio Jorge de Souza Marques

Bernardo Tavares de Almeida

Bráulio José Tanus Braz

Carlos do Carmo Andrade Melles

Carlos Welth Pimenta de Figueiredo

Coronel BM Silvio Antônio de Oliveira Melo

Coronel PM Renato Vieira de Souza

Coronel PM Márcio Martins Sant’Ana

Danilo de Castro

Dorothea Fonseca Furquim Werneck

Eliane Denise Parreiras Oliveira

Elmiro Alves do Nascimento

Fuad Jorge Noman Filho

Gilberto Wagner Martins Pereira Antunes

Gustavo de Castro Magalhães

Helger Marra Lopes

Iran Almeida Pordeus

Jairo Lellis

Lafayette Luiz Doorgal de Andrada

Leonardo Belo Couto

Leonardo Maurício Colombini Lima

Marcelo Garcia

Maria Coeli Simões Pires

Marilena Chaves

Matheus Cotta de Carvalho

Moacyr Lobato de Campos Filho

Nárcio Rodrigues da Silveira

Olavo Bilac Pinto Neto

Renata Maria Paes de Vilhena

Rogério Aoki Romero

Rômulo de Carvalho Ferraz

Sergio Alair Barroso

Tadeu Barreto Guimarães

Thiago Henrique Barouch Bregunci

Wander José Goddard Borges

Consultoria TécnicaMacroplan Prospectiva, Estratégia e Gestão

Adriana Fontes

Alexandre Rinaldi

Claudio Porto

Elimar Nascimento

Gláucio Neves

José Paulo Silveira

Karla Monteiro

Karla Regnier

Leonardo Avelar

Pedro Ferraz

Tobias Albuquerque

Vinicius Ribeiro

Demais Técnicos e Especialistas Participantes

Alex Afonso Cunha

Aline Martins Ribeiro Tavares Rezende

Augusto Conrado Martins

Camila Barbosa Neves

Daniel Fernandes de Abreu e Silva

Diego Pessoa Santos

Diogo Alves Caminhas

Éber Gonçalves

Elias Haddad Filho

Fávila Lorena Junqueira Etelvino

Felipe Michel Santos Araújo Braga

Fernanda Guedes Neves

Fernando Henrique Guimarães Rezende

Florence Fiuza de Carvalho

Francisco Alves de Oliveira Júnior

Gláucia Alves Macedo

Guilherme Bernard Valadares Lobato

Guilherme Parentoni Senra Fonseca

Isabella Cristine Nogueira

Izabela Stancioli Mariano da Silva

Laura Angélica Moreira Silva

Luisa Cardoso Barreto

Luiza Di Spirito Braga

Luiza Moreira Arantes de Castro

Maria Angélica de Andrade Vasconcelos

Mateus Felipe dos Reis Martins

Matheus Sales de Albuquerque Cunha

Mila Magalhães Ribeiro

Mônica Galupo Fonseca Costa

Otávio Martins Maia

Priscila Pereira Santos

Raphael Vasconcelos Amaral Rodrigues

Renato Silva Beschizza

Samuel Barbosa

Solimar Assis

Vanda Catarina Duarte

Fotos

Acervo Secretaria de Desenvolvimento Econômico – Eugênio Sávio

Lúcia Sebe – Imprensa / MG