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ISSN 1679-2645 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA SISTEMA FIEB Bahia ANO XXIII Nº 244 2016 GESTãO POSITIVA Um bom clima organizacional e práticas modernas podem evitar o assédio moral nas empresas

Gestão positiva - Sistema Fieb · ramento de clima, irrigação e prevenção de pragas em área plan-tada. ... gestão positiva, capacitar seus líderes e passar uma mensagem

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ISSN 1679-2645

Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB

Bahia

aNo XXIII Nº 244 2016

Gestão positiva

Um bom clima organizacional e práticas modernas podem evitar o assédio moral nas empresas

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eDitoRiaL

Três reportagens desta edição da Bahia Indústria chamam atenção

pelo que elas têm em comum: o desafio da inovação. A primeira

trata de projeto de iniciação científica de três estudantes do Ebep,

o ensino médio do SESI, que propõe uma solução ecologicamente

correta aplicada à agricultura: o bioplástico, produzido a partir da

fécula de mandioca.

A segunda traz uma solução tecnológica, também com aplicação

na agroindústria, dentro daquilo que se convencionou chamar In-

dústria 4.0. E a terceira reportagem aborda a adoção de novos con-

ceitos de gestão para evitar o assédio moral nas empresas, prática

que não apenas afeta o indivíduo vítima da ação, como a própria

organização e seus resultados em produtividade e desempenho.

No projeto do bioplástico é louvável a proposta de estimular jo-

vens estudantes a pensar soluções inovadoras que podem vir a ter

grande impacto na sociedade. Mais louvável ainda é a iniciativa da

Escola Djalma Pessoa de introduzir, ainda no ensino médio, a ini-

ciação científica como disciplina complementar ao currículo, esti-

mulando nos adolescentes o gosto pela investigação e pela ciência.

Na pesquisa, coordenada pelo professor Fernando Moutinho, a

ideia é substituir o plástico produzido com derivados do petróleo

por um biodegradável que, além de se decompor após 60 dias,

também pode levar nutrientes à planta e corrigir o ph do solo de

plantio.

Na proposta sobre a Indústria 4.0, a reportagem traz um exem-

plo de iniciativa que materializa a utilização da conectividade na

gestão da produção, a partir de um sistema integrado para monito-

ramento de clima, irrigação e prevenção de pragas em área plan-

tada. A experiência desmistifica a ideia de que inovar exige gran-

de aporte de recursos e mostra que mesmo as pequenas empresas

estão em condições de fazer apostas em soluções tecnológicas de

custo moderado.

E por fim, a abordagem sobre o assédio moral no ambiente em-

presarial, que pode ser evitado se adotadas práticas modernas de

gestão. A reportagem mostra, principalmente, que implantar uma

gestão positiva, capacitar seus líderes e passar uma mensagem

clara sobre o comportamento ético de seus profissionais pode se

traduzir em bons resultados.

O presidente da Associação Brasileira de Recursos humanos,

Secção Bahia, Cezar Almeida, acrescenta ainda que com a evolu-

ção tecnológica, as empresas estão migrando de um modelo me-

canicista para o orgânico, em que todas as partes de uma empresa

trabalham por meio de sistemas interligados, onde o que as faz

girar é a confiança, e onde há confiança, não há espaço para o as-

sédio moral.

Edição traz reportagem sobre experiência da Indústria 4.0 que desmistifica a ideia de que inovar exige grande aporte de recursos e mostra que mesmo as pequenas empresas podem apostar em soluções tecnológicas de custo moderado

Shutt

ErSto

ck

As diversas formas de inovar

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4 Bahia Indústria

SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e

tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria

do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] /

Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS VegetaiS

e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja e de BeBi-

daS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta de madeira

Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do trigo, milho,

mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de minera-

ção de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do eStado da Bahia,

[email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS,

detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS

de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto.

antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da

Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria da cidade do SalVador, [email protected]

/ Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do eStado da Bahia, [email protected] /

Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Produ-

toS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da

Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS

do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da

Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eS-

tado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia,

[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS

indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eS-

tado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica

e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de tele-

comunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material

elétrico de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eS-

tado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFa-

toS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS

de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução e olariaS da região SudoeSte e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato

da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do nordeSte (Siacan) [email protected] / Sindicato nacional da indúStria da

conStrução e reParação naVal e oFFShore (SinaVal) [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de PaniFicação e conFeitaria

do eStado da Bahia, [email protected]

Filiada à

Bahia

fiEBPRESIDENTE Antonio ricardo Alvarez Alban. 1° VICE-

-PRESIDENTE carlos henrique Jorge Gantois. VICE-

-PRESIDENTES Josair Santos Bastos; Eduardo catha-

rino Gordilho; Edison Virginio Nogueira correia;

Alexi Pelagio Gonçalves Portela Junior. DIRETORES

TITULARES Alberto cánovas ruiz;Eduardo Meirelles

Valente; renata Lomanto carneiro Müller; Fernando

Luiz Fernandes; Juan José rosario Lorenzo; theofilo

de Menezes Neto; José carlos telles Soares; Angelo

calmon de Sa Junior; Jefferson Noya costa Lima;

Luiz Fernando kunrath; João Schaun Schnitman;

Antonio Geraldo Moraes Pires; Mauricio toledo de

Freitas; Waldomiro Vidal de Araújo Filho. DIRETORES

SUPLENTES Guilherme Moura costa e costa; Glads-

ton José Dantas campêlo; cléber Guimarães Bastos;

Jorge catharino Gordilho; Marcelo Passos de Araú-

jo; roberto Mário Dantas de Farias

conSElhoSMICRO E PEqUENA EMPRESA INDUSTRIAL carlos henri-

que Jorge Gantois; ASSUNTOS FISCAIS E TRIbUTáRIOS

Sérgio Pedreira de oliveira Souza; COMéRCIO ExTE-

RIOR Angelo calmon de Sá Junior; ECONOMIA E DE-

SENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Antonio Sergio Alipio;

INFRAESTRUTURA Marcos Galindo Pereira Lopes;

INOVAçãO E TECNOLOgIA José Luis Gonçalves de Al-

meida; MEIO AMbIENTE Jorge Emanuel reis cajazei-

ra; RELAçõES TRAbALhISTAS homero ruben rocha

Arandas; RESPONSAbILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL

Marconi Andraos oliveira; JOVENS LIDERANçAS IN-

DUSTRIAIS Nayana carvalho Pedreira; PETRóLEO,

gáS E NAVAL humberto campos rangel; PORTOS

Sérgio Fraga Santos Faria

ciEBPRESIDENTE reginaldo rossi. 1º VICE-PRESIDENTE Jor-

ge Emanuel r. cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE carlos

Antonio B. cohim da Silva. 3º VICE-PRESIDENTE ro-

berto Fiamenghi. DIRETORES TITULARES Arlene A. Vil-

pert; Benedito A. carneiro Filho; cleber G. Bastos;

Luiz da costa Neto; Luis Fernando Galvão de Almei-

da; Marcelo Passos de Araújo; Mauricio Lassmann;

Paula cristina cánovas Amorim; hilton Moraes

Lima; thomas campagna kunrath; Walter José Papi;

Wesley k. F. carvalho. DIRETORES SUPLENTES Antonio

Fernando S. Almeida; carlos Antônio unterberger

cerentini; Décio Alves Barreto Junior; Jorge r. de o.

chiachio; Fernando Elias Salamoni cassis; José Luiz

Poças Leitão Filho; Mauricio carvalho campos; Su-

dário M. da costa; CONSELhO FISCAL - EFETIVOS Luiz

Augusto Gantois de carvalho; rafael c. Valente; ro-

berto Ibrahim uehbe. CONSELhO FISCAL – SUPLENTES

Felipe Pôrto dos Anjos; rodolpho caribé de Araújo

Pinho Neto; thiago Motta da costa

SESiPRESIDENTE DO CONSELhO E DIRETOR REgIONAL

Antonio ricardo Alvarez Alban.

SUPERINTENDENTE Armando da costa Neto

SEnaiPRESIDENTE DO CONSELhO Antonio ricardo A. Alban.

DIRETOR REgIONAL Luís Alberto Breda

DIRETOR DE TEC. E INOVAçãO Leone Peter Andrade

iElPRESIDENTE DO CONSELhO E DIRETOR REgIONAL

Antonio ricardo Alvarez Alban.

SUPERINTENDENTE Evandro Mazo

DIRETOR ExECUTIVO DA FIEb

Vladson Menezes

SUPERINTENDENTE ExECUTIVO DE SERVIçOS

CORPORATIVOS cid Vianna

Informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato

UNIDADES DO SISTEMA FIEb

sistema fieb nas mídias sociais

Editada pela Gerência de comunicação Institucional

do Sistema Fieb

CONSELhO EDITORIAL Mônica Mello, cleber Borges e Patrícia Moreira. COORDENAçãO EDITO-

RIAL cleber Borges. EDITORA

Patrícia Moreira. REPORTAgEM

Patrícia Moreira, carolina Men-donça, Marta Erhardt, Luciane Vivas (colaboração) e Décio Esquivel (estagiário). PROJETO

gRáFICO E DIAgRAMAçãO Ana clélia rebouças. FOTOgRAFIA coperphoto. ILUSTRAçãO E IN-

FOgRAFIA Bamboo Editora. IM-

PRESSãO Gráfica trio.

FEDERAçãO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA bAhIA

rua Edístio Pondé, 342 – Stiep, cEP.: 41770-395 / Fone:

71 3343-1280 www.fieb.org.br/bahia_indus-

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As opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessa-riamente o pensamento da FIEB.

FieB – FeDeRação Das inDústRias Do estaDo Da Bahia

sede: (71) 3343-1200

sesi – seRviço sociaL Da inDústRia

sede: 3343-1301@Educação de Jovens e Adultos – RMS: (71) 3343-1429 @Responsabilidade Social: (71) 3343-1490@Camaçari: (71) 3205 1801 / 3205 1805@Candeias: (71) 3601-2013 / 3601-1513@Itapagipe: (71) 3254-9901@Itaigara: (71) 3444-4250 / 4251 / 4253@Lucaia: (71) 3205-1801@Piatã: (71) 3503 7401@Retiro: (71) 3234 8200 / 3234 8221@Rio Vermelho: (71) 3616 7080 / 3616 7081@Simões Filho: (71) 3296-9300 / 3296-9330@Eunápolis: (73) 8822-1125@Feira de Santana: (75) 3602 9762@Sul: (73) 3639 9331 / 3639 9326@Jequié: (73) 3526-5518@Norte: (74) 2102-7114 / 2102 7133@Valença: (75) 3641 3040@Sudoeste: (77) 3422-2939 @Oeste: (77) 3628-2080

senai – seRviço nacionaL De apRenDizaGem inDustRiaL

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ieL – instituto euvaLDo LoDi

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cieB - centRo Das inDústRias Do estaDo Da Bahia

sede: (71) 3343-1214

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Alexandre Furlan

fala sobre

modernização

das leis do

trabalho

Mais flexibilidade

Estudantes do Ebep desenvolvem

projeto pioneiro que utiliza a fécula

de mandioca para produzir

bioplástico para aplicação no

agronegócio

iniciação científica na escola

A novas unidades integradas do

Sistema FIEB em Luís Eduardo

Magalhães e Barreiras passam a

oferecer serviços do SESI, SENAI, IEL

e CIEB na região

Unidades integradas na região oeste

sumáRio

14

Ilustração bamboo nº 244 jul/ago.2016

6

Prevenir a prática

de assédio moral é

prioridade nas

empresas que

seguem as mais

modernas

práticas de gestão

aMbiente corporativo

16

22

João A

LVArEz

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6 Bahia Indústria

entRevista AlexAndre FurlAn

Os direitos do trabalhador estão em patamar constitucional, não temos como suprimi-los

A recuperação da competitividade da econo-

mia brasileira passa pela modernização das

normas de trabalho. Segundo o presiden-

te do Conselho de Relações do Trabalho da

Confederação Nacional da Indústria (CNI), Alexandre

Furlan, dar segurança e liberdade para empresas e

trabalhadores negociarem rotinas e formas de atua-

ção profissional é avanço fundamental e não repre-

senta retrocesso nas conquistas trabalhistas do país.

Para ele, o debate no Brasil deve se pautar pela busca

do equilíbrio entre competitividade e produtividade

das empresas com a devida proteção do trabalhador,

a exemplo de reformas trabalhistas feitas por países

da União Europeia.

De que forma a lei trabalhista brasileira, que com-

pleta 73 anos em 2016, impacta a competitividade da

economia brasileira? O que precisa ser feito?

Temos uma visão clara da necessidade de moder-

nização da legislação trabalhista brasileira. As regras

estão desatualizadas diante das novas necessidades

de empresas e trabalhadores, decorrentes do avanço

tecnológico, e seu efeito no mundo do trabalho. A le-

gislação deveria ter acompanhado a evolução, na me-

dida em que estabeleceu a proteção

dos direitos do trabalhador – o que

é extremamente necessário – mas

ela parou no tempo. O que temos,

então, é uma Consolidação das

Leis do Trabalho (CLT) que busca

adaptar a realidade a ela, quando

deveríamos ter uma CLT que pro-

cura se adequar aos novos tempos.

Um caminho seria dar segurança e

liberdade para a negociação cole-

tiva? qual seria o papel da Justiça

do Trabalho?

A Justiça estaria lá para coibir

negociações coletivas que frau-

dassem dispositivos legais. Mas,

sem sombra de dúvida, a partir do

momento em que o Brasil observou

um amadurecimento do sindicalis-

mo, seja do lado do trabalhador, se-

ja do patronal, é claro que a nego-

ciação coletiva deveria se sobrepor

àqueles aspectos da lei que estão

ultrapassados. O Brasil é um país

extremamente heterogêneo e isso

tem enorme impacto nas relações

de trabalho. Uma indústria insta-

lada no Nordeste convive com um

contexto totalmente distinto de ou-

tra instalada no ABC de São Paulo.

E quem tem as melhores condições

de ajustar as rotinas e as relações

do trabalho são as empresas com

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Bahia Indústria 7

JoSé PAuLo PAES/cNI

seus trabalhadores, sempre com

respeito à legislação.

Dentro de uma eventual reforma

trabalhista, a valorização da ne-

gociação coletiva é o avanço mais

factível de todos os avanços ne-

cessários nessa área?

Sem dúvida. Além de estar pre-

visto na Constituição, a partir do

momento que houver uma sinali-

zação de que haverá respeito à nor-

ma de autotutela, principalmente

por parte do Tribunal Superior do

Trabalho, àquilo que as partes ne-

gociaram livremente, teremos um

avanço bastante grande. hoje isso

não é realidade justamente por

causa da insegurança jurídica. O

que acontece é que, mesmo quan-

do uma empresa e um sindicato

firmam um acordo com amparo na

lei, essa negociação é cancelada

por força de uma decisão judicial.

que cláusulas, por exemplo?

Um dos casos é o de uma em-

presa instalada no interior em que

é firmado um acordo para forne-

cer transporte àqueles trabalha-

dores que moram em áreas não

servidas pelo transporte público.

Isso é bom para a empresa, por-

que assegura o comparecimento

do seu trabalhador, e bom para o

empregado, que tem o conforto de

um transporte para chegar em sua

casa. Mas aí vem uma ação civil

pública e o tribunal entende que

o tempo passado na condução for-

necida pela empresa deve ser con-

tado como hora in itinere (em traje-

to) e computado em sua jornada de

trabalho como hora extra. Ou seja,

essa cláusula nunca mais entrará

em uma negociação coletiva.

Algumas centrais sindicais têm di-

to que negociar cláusulas como a

adoção de rotinas mais flexíveis ou de local de tra-

balho são um retrocesso trabalhista. Como o senhor

avalia essas colocações?

Retrocesso na legislação trabalhista seria supres-

são efetiva de direitos do trabalhador. Todos os direi-

tos do trabalhador estão em patamar constitucional

(férias, 13º salário, FGTS, INSS, jornada de trabalho),

não temos como suprimi-los. Quando falamos de mo-

dernizar e flexibilizar, estamos defendendo relações

do trabalho que não estão expressamente descritas

numa legislação de 73 anos. Diminuir um intervalo

intrajornada para compensar no fim do expediente,

permitindo que uma pessoa evite trânsito ou possa

buscar o filho na escola não pode ser entendido como

um retrocesso. São necessidades que variam de acor-

do com a região e que deveriam ser negociadas.

E por que não se consegue ter segurança para se

negociar cláusulas como essas?

O fator principal de nossa não evolução é que, to-

da vez que se busca discutir a modernização das re-

lações do trabalho no Brasil, enfrentamos o debate

ideológico do “capitalista explorador” contra “traba-

lhador explorado”. Esse tipo de conversa não combi-

na com o século XXI. Para quem tem que competir e

produzir num mercado global, é preciso pensar em

mudanças numa legislação que tem amarras indiscu-

tíveis para as empresas e trabalhadores exercerem o

direito de negociar livremente.

Como experiências de outros países, que reformaram

suas leis trabalhistas para melhorar a competitivida-

de da economia, podem ensinar ao brasil?

Ensinam que aquilo que estamos defendendo há

muito tempo é verdade, que tem fundamento. Mostra

que aqueles que se opõem à modernização das rela-

ções do trabalho estão atrasando o desenvolvimento

do nosso país. Dizemos que a Europa, por exemplo,

está na nossa frente, que ela enxergou a necessidade

dessas mudanças buscando equilibrar a proteção do

trabalhador com a competitividade e a produtivida-

de de suas empresas. Então, por que nós, que somos

um país em desenvolvimento, vamos seguir aqueles

modelos antigos que todos estão abandonando? Será

que todo mundo está andando na contramão da his-

tória e só o Brasil e uns poucos países que adotam o

protecionismo exacerbado estão certos? Eu acredito

que não. A nossa agenda não é uma agenda corpora-

tiva, é uma agenda para o Brasil. [bi]

Liberdade para negociação não é retrocessoPresidente do conselho de relações do trabalho da cNI afirma que modernizar as normas trabalhistas é fundamental para que as empresas possam competir

AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS

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8 Bahia Indústria

FotoS urBINo BrIto/coPErPhoto/SIStEMA FIEB

Movimentar mais de R$ 24

milhões em negócios fu-

turos entre empresas do

extremo-sul do estado. Esta é a

expectativa dos participantes da

rodada de negócios realizada no

evento LiderAção, promovido pela

Veracel Celulose, Instituto Euval-

do Lodi (IEL-BA) e Associação Em-

presarial Pró-Desenvolvimentista

do Extremo-Sul da Bahia (Pro-

den), nos dias 30 de junho e 1º de

julho, no município de Eunápolis.

há mais de 57 anos no merca-

do, a Expresso Nepomuceno já

transformou em realidade a ex-

pectativa gerada com o LiderAção.

A empresa teve mais de 20 encon-

tros de negócios durante o evento

e, deste total, 50% resultaram em

acordos comerciais. “Alguns for-

necedores já estão realizando ser-

viços. Fechamos acordos na área

de manutenção de equipamentos,

mecânica, elétrica, por exemplo”,

explica o gerente administrativo

da divisão florestal da empresa,

Emerson de Oliveira.

A 2Tree Consultoria, que atua há

cinco anos no mercado com certifi-

cação florestal e serviços técnicos

ambientais, também participou do

evento. A gerente institucional da

empresa, Gerlen Barbosa, avaliou

como positivo o contato com ou-

tras empresas e a possibilidade de

ouvir suas demandas. “Pudemos

conhecer demandas de algumas

empresas da região e, a partir dis-

so, podemos ampliar nosso escopo

de atuação”, disse.

Mais de 120 empresas, entre

Negócios à vistaEvento promovido pela Veracel, IEL e Proden estimulou a geração de negócios em Eunápolis

Rodadas de

negócios e

palestras

marcaram o

LiderAção,

realizado em

Eunápolis

de negócios a partir dos achados

desta iniciativa”, defende o pre-

sidente da Veracel, Sérgio Alípio.

Além de criar um ambiente fa-

vorável para estimular negócios, o

superintendente do IEL-BA, Evan-

dro Mazo, também ressalta outro

aspecto importante do evento, o

de sensibilizar as empresas par-

ticipantes para a importância da

qualificação. “A partir do momen-

to em que as empresas percebem

que estão aquém dos critérios

exigidos pelas grandes organi-

zações, elas se conscientizam da

necessidade da qualificação. Mui-

tas percebem que é preciso se de-

senvolver para melhor atender às

necessidades do mercado e gerar

mais negócios”, pontuou Mazo.

tRoca De eXpeRiÊnciasAlém da rodada de negócios, o Li-

derAção também contou com pa-

lestras, seminários, exposição de

produtos e serviços e rodada cré-

dito. A programação diversificada

levou informação aos participan-

tes, contribuindo para a capacita-

ção de lideranças da região.

“O LiderAção acaba se consti-

tuindo em um Fórum Empresarial,

um ponto de convergência de em-

presas e instituições representa-

tivas do empresariado, como IEL

e FIEB. A continuidade do evento

talvez seja o grande segredo para

a multiplicação dos seus resulta-

dos”, destaca o presidente da Pro-

den, Leandro Mosello.

Os participantes também pu-

deram conhecer o case de sucesso

da Avatim – Cheiros da Terra, in-

dústria de aromas e cosméticos. A

história da empresa foi comparti-

lhada pela fundadora e diretora

Mônica Burgos, que falou sobre a

trajetória de crescimento da em-

presa em todo o Brasil. [bi]

compradores e fornecedores, par-

ticiparam da rodada de negócios

nos dois dias do evento, que teve

como objetivo estimular a gera-

ção de negócios e fomentar o net-

-working entre empresas, fortale-

cendo a cadeia de suprimentos e a

economia local.

“Empresas, poder público,

instituições de apoio ao empre-

sariado e de crédito podem criar

estratégias para sanar lacunas de

competitividade e gerar qualifi-

cação de fornecedores, capacita-

ção profissional e oportunidades

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circuito

Bahia Indústria 9

por cleber borges

“As novAs tecnologiAs estão AcelerAndo As mudAnçAs nA nAturezA do trAbAlho: Até 2020, quAse metAde dAs profissões podem ser AfetAdAs pelos AvAnços dA robóticA”Klaus Schwab, engenheiro e economista alemão, presidente do Fórum Econômico Mundial, autor do livro A Quarta Revolução Industrial

brasileiro condena qualidade do serviço públicoSete em cada dez brasileiros acham que a baixa qualidade dos serviços públicos se

deve mais à má gestão dos recursos do que à falta deles. Pesquisa realizada pela

Confederação Nacional da Indústria mostra que 81% dos brasileiros acreditam que o

governo já arrecada muito e não precisa aumentar os impostos para melhorar os

serviços públicos. Para 84% das pessoas os impostos no Brasil são elevados ou muito

elevados e 73% são contra o retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação

Financeira (CPMF). Para 80% dos entrevistados, o governo deve reduzir as despesas

atuais para diminuir os déficits orçamentários. A conclusão é que a população não

quer pagar mais impostos e continuar tendo serviços de má qualidade.

CNI prevê recuperação em 2017Não há, no horizonte próximo,

sinais de uma mudança no

cenário econômico negativo,

verificado desde o ano passado.

Neste ano, o PIB do Brasil

encolherá 3,5% e o PIB industrial

cairá 5,4%. As estimativas são da

Confederação Nacional da

Indústria (CNI). De acordo com a

entidade, os investimentos

recuarão 13,9% em 2016. A

ociosidade do parque produtivo é

recorde para o período recente, o

custo e disponibilidade de

financiamento não favorecem a

retomada de projetos e a confiança

dos empresários ainda é baixa. A

expectativa é que a economia

deverá voltar a crescer somente no

segundo semestre de 2017.

Inflação fecha o ano em 7,3%A inflação de 2016 chegará a 7,3%.

Mesmo mostrando indícios de

moderação, a inflação ainda

permanece muito acima da meta

central estabelecida pelo

Conselho Monetário Nacional (de

4,5%). E a taxa de juros real vem

subindo sucessivamente desde

janeiro de 2016. De lá para cá,

aumentou 1,3 ponto percentual e

atingiu 7,8% a.a. em junho,

devendo recuar lenta e

paulatinamente até o final do ano.

Já a taxa de câmbio real/dólar

segue em trajetória de queda. A

cotação média do real em relação à

moeda norte-americana registrou

seis meses consecutivos de queda,

passando de R$ 4,05 em janeiro

para próximo de R$ 3,30 em julho.

A estimativa, diante do atual

quadro, é que a taxa de câmbio

média de 2016 fique em R$ 3,48.

Desemprego tende a aumentarEm relação ao desemprego, a taxa anual deve

fechar 2016 em 11,5% da população

economicamente ativa. Os primeiros cinco meses

deste ano confirmam o cenário de deterioração no

mercado de trabalho. O desemprego ultrapassou

os dois dígitos ainda no primeiro bimestre e segue

em trajetória de alta. Consequentemente, o

consumo das famílias diminuirá 4,8%.

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10 Bahia Indústria

sindicatos

tendências para o mercado de café são apresentadas na fieb

boa prática baiana é destaque em encontro na FIERN A convite da Confederação

Nacional da Indústria (CNI) e da

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Norte

(FIERN), o presidente do

Sindicato da Indústria de

Produtos de Cimento no Estado

da Bahia (Sinprocim-BA), José

Carlos Telles Soares, participou

de um Bate-papo Sindical sobre

Defesa de Interesses, no dia

12.07, em Natal. O dirigente

sindical compartilhou a boa

prática do sindicato que resultou

em conquista de benefício fiscal

para o setor de produtos pré-

fabricados de cimento. Ele

enfatizou a importância do

acompanhamento das ações dos

órgãos públicos para buscar

formas de viabilizar a indústria

local, sobretudo em momentos

de crise.

Sede do Sinduscon-bA recebe certificado IPTU Verde O Sinduscon-BA recebeu o

certificado do IPTU Verde, pela

utilização de ações e práticas

sustentáveis na construção da

sede do sindicato. Trata-se de um

incentivo da Prefeitura de

Salvador, que oferece descontos

no imposto, para estimular

empreendimentos imobiliários a

realizarem tais práticas em suas

construções. “Este certificado

representa o esforço do sindicato

na construção da sede, pois

procuramos trazer diversos

atributos que servissem de

exemplo para o mercado”, afirma

o presidente do Sinduscon-BA,

Carlos Henrique Passos.

O diretor

executivo

da AbIC

apresentou

a pesquisa

O consumo de café no Brasil deve crescer, em média, 2,8% ao ano até

2019. É o que aponta pesquisa apresentada pelo diretor executivo da

Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), Nathan

Herszkowicz, durante a reunião regional conjunta com o Sindicato das

Indústrias de Café do Estado da Bahia (Sincafé), no dia 14.07.

Além do levantamento, que indica as tendências no mercado de café no

Brasil, o encontro também discutiu aumento dos custos com a matéria-

prima. “O encolhimento da oferta da matéria-prima, provocado pela

seca aqui na Bahia e por problemas na safra em outros estados

produtores, é uma das preocupações dos empresários”, pontuou o

presidente do Sincafé-BA, Antônio Roberto de Almeida.

Sindicer quer ampliar aproximação com ceramistas Aproximar o sindicato das empresas do interior está entre as

prioridades da nova diretoria do Sindicato das Indústrias de

Cerâmica (Sindicer), eleita para mandato até 2019. “Estamos

realizando visitas, conscientizando os ceramistas da importância

de trabalharmos juntos para um resultado cada vez melhor para a

indústria cerâmica”, afirma o presidente Jamilton Nunes. Além de

destacar a importância do associativismo, o sindicato sensibiliza

os empresários para a regularização ambiental. A nova gestão

também busca a aproximação com as universidades e a ampliação

das ações de comunicação.

ANGELo PoNtES/coPErPhoto/SIStEMA FIEB

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Bahia Indústria 11

Presidentes de 14 sindicatos de

bebidas de todo o país reuniram-

se na Federação das Indústrias de

Minas Gerais (FIEMG), em junho,

para o 2º Intercâmbio de

Lideranças Setoriais da Indústria

de Bebidas, ação do Programa de

Desenvolvimento Associativo

(PDA), da CNI. No encontro, os

presidentes participantes

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S/c

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A importância da comunicação

para a imagem de uma

organização e a necessidade de se

desenvolver um bom

relacionamento com a imprensa

foram alguns dos assuntos

discutidos, em junho, na Oficina

Media Training, realizada na FIEB,

como parte das ações do PDA.

Ministrada pela consultora

relacionamento com a imprensa

Consultora da CNI realizou atividades práticas durante a oficina

sindcerbe participa de encontro setorial em Mg

Iniciativa busca estreitar relacionamento entre líderes empresariais

FIEMG/DIVuLGAção

Sindifite orienta empresários para processo de exportação O Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem

(Sindifite) promoveu, em junho, encontro entre

empresários do segmento e a equipe do Centro

Internacional de Negócios (CIN/FIEB) com a

finalidade de apresentar o Programa de

Competitividade para Internacionalização. “É

importante para o setor têxtil, em especial as

micro, pequenas e médias empresas, ter apoio

para se estruturar para a exportação”, disse o

presidente do Sindifite, Eduardo Catharino

Gordilho.

Sindicatos orientam sobre fiscalização trabalhista Para discutir o conjunto de normas,

procedimentos e documentos relacionados à

fiscalização trabalhista e às boas práticas no

atendimento ao fiscal do trabalho, a FIEB

levou a Vitória da Conquista, em junho, mais

uma turma do curso Como atender a

fiscalização do trabalho?. A iniciativa ocorreu

em parceria com Sinprocim-BA, Simagran-BA

e Sindiplasba.

O Sinprocim aproveitou a oportunidade para

realizar uma reunião itinerante, com o objetivo

de aproximar o sindicato das demandas das

indústrias da região e disseminar ações para

capacitação das empresas.

Incentivos podem reduzir crise no setor, diz Sindaçúcar A Bahia produz cerca de 20% do etanol e de

5% do açúcar que consome. De acordo com o

Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool

(Sindaçúcar-BA), criar e ampliar incentivos

fiscais para a indústria sucroalcooleira, que

demanda por altos investimentos, é uma das

alternativas para ampliar a produção de etanol

e açúcar no estado. “É preciso um esforço

conjunto dos produtores com o governo

estadual no sentido de ampliar a área irrigada

para fazer face aos longos períodos de seca”,

afirmou Luiz Queiroga, presidente do

Sindaçúcar, reeleito para mandato até 2019.

Adriane Lorenzon, a oficina teve o

objetivo de aperfeiçoar o

desempenho de líderes sindicais

no relacionamento com a

imprensa. As dinâmicas dos

veículos de comunicação e o uso

da linguagem mais adequada às

especificidades de jornais, rádios,

TVs e sites, também foram

apresentados.

conheceram boas práticas do setor

e reavaliaram os desafios e

propostas definidas no 1º

Intercâmbio, realizado em 2015. “O

contato com outros presidentes e a

formação desta rede colaborativa

são muito valiosos”, avaliou o

presidente do Sindcerbe-BA,

Jefferson Noya, que participou do

encontro, pelo segundo ano.

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12 Bahia Indústria

por CArOlINA MENDONçA

INDÚSTRIA 4.0 é REALIDADE NO SENAIProjetos de inovação para a indústria, com alta conectividade entre várias tecnologias, são desenvolvidos no cimatec

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Bahia Indústria 13

Considerada por muitos co-

mo a quarta revolução in-

dustrial, uma nova fase de

produção da manufatura

começa a ganhar contornos do que

antes eram apenas cenas de ficção

científica. Máquinas que se comu-

nicam com máquinas, com com-

ponentes, com trabalhadores e

todos eles se interconectando com

a internet. Este é o cenário da In-

dústria 4.0, no qual está previsto o

uso de tecnologias como: Internet

das Coisas (IoT), big data, sistemas

cyber-físicos, entre outros.

Se a indústria brasileira ainda

está se familiarizando com a di-

gitalização e com os impactos que

ela pode ter sobre a competitivi-

dade, na Bahia a maior parte dos

segmentos está longe das formas

“inteligentes” de produzir. Porém,

a realização de projetos ousados,

com o apoio do SENAI Cimatec,

mostra que este novo “chão de

fábrica” já é realidade para quem

está investindo nas novas tecnolo-

gias e modelos de negócio.

Depois de ver o pai passar por

perdas na lavoura de café, o enge-

nheiro mecânico Matheus Ladeia

resolveu iniciar a criação de um

dispositivo que coleta e envia in-

formações ao produtor ajudando-

-o a tomar decisões sobre irriga-

ção, podas e adubações, além de

fornecer indicativos de pragas e

doenças no talhão.

O projeto foi selecionado pelo

Startup Brasil – Programa Nacio-

nal de Aceleração de Startups, o

que possibilitou o desenvolvimen-

to de parte das tecnologias no Ci-

matec, assim como o acompanha-

mento do modelo de negócio pelo

Núcleo de Empreendedorismo

do Centro Tecnológico do SENAI.

Com o apoio de um fundo de in-

vestimentos, o Dr Farm abriu para

pré-vendas e deve estar disponível

no mercado no início de 2017.

O Dr Farm está baseado em qua-

tro elementos: os dados são cole-

tados por cápsulas com sensores,

codificados e transmitidos por um

gateway de processamento e envia-

dos para um sistema web e mobile

direto da fazenda, utilizando sinal

de telefone ou de internet. Estes

podem ser acessados por um apli-

cativo no smartphone. “O sistema

também emite alertas de onde irão

surgir focos de pragas e doenças.

Desta forma, o produtor tem um

panorama geral das necessidades,

aumentando a produtividade com

menos custos”, conta Ladeia, um

dos sócios do negócio.

pequenas empResasPara o gerente do Instituto SENAI

de Inovação (ISI) em Automação,

herman Lepikson, o projeto é um

bom exemplo de que produtos de-

safiadores podem ser criados na

Bahia, sem altos investimentos

financeiros. “As empresas de pe-

queno porte podem participar de

editais de fomento e programas

Manufatura

avançada

prevê sistemas

inteligentes

e conectados

a favor da

produtividade

Elementos-chave da Indústria 4.0» Uso, em escala industrial, de sistemas de automação associados a sistemas cyber-físicos (elementos computacionais aplicados a controles de objetos físicos)

» Uso das tecnologias de automação digital com ou sem sensores, manufatura aditiva (3D) e coleta, processamento e análise de grandes quantidades de dados (big data)

» Internet das Coisas (combinação de bens físicos e tecnologias digitais) em todos os campos da economia

para acelerar suas ideias inova-

doras. E os grandes empresários

precisam enxergar que, sem in-

vestimento em novas tecnologias

e processos, irão ficar para trás”,

afirma.

Na opinão de Lepikson, a ideia

de que as indústrias serão am-

bientes “inabitados”, funcionando

sem trabalhadores, é uma utopia.

Mas ele acredita que será possível

dar autonomia a uma série de pro-

cessos liderados pela inteligência

computacional e a capacidade de

interação entre as tecnologias uti-

lizadas.

A CNI lançou, em abril deste

ano, o relatório da primeira pes-

quisa nacional sobre a adoção de

tecnologias digitais relacionadas

à era da manufatura avançada,

a chamada Indústria 4.0. A Son-

dagem Especial Indústria 4.0 foi

realizada com 2.225 empresas de

todos os portes e trouxe dados

sobre a integração digital das di-

ferentes etapas da cadeia de valor

dos produtos industriais, desde o

desenvolvimento até o uso.

A pesquisa revelou que 48%

das empresas consultadas utili-

zam, pelo menos, uma das dez

tecnologias digitais listadas no es-

tudo, como automação digital sem

sensores; prototipagem rápida ou

impressão 3D; utilização de servi-

ços em nuvem associados ao pro-

duto ou incorporação de serviços

digitais nos produtos.

O estudo aponta que o Brasil,

apesar de atrasado nesta “revolu-

ção”, pode alcançar um bom pata-

mar de competitividade desde que

se acelere os investimentos. “O es-

forço de digitalização precisa ser

realizado, simultaneamente, em

todas as dimensões”, afirma o ge-

rente de Pesquisa e Competitivida-

de da CNI, Renato da Fonseca. [bi]

Shutt

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.

-

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14 Bahia Indústria

Um plástico biodegradável, proveniente de

uma fonte renovável e regional. Foi com esse

projeto que as estudantes Aline Costa, Anan-

da Lima e Camila Pires, alunas da Escola

SESI Djalma Pessoa, foram premiadas na Feira Brasi-

leira de Ciências e Engenharia (Febrace), promovida

pela Universidade de São Paulo (USP). O projeto do

bioplástico foi escolhido o melhor da Bahia e assegu-

rou às estudantes uma bolsa de Iniciação Cientifica

Júnior (ICJ), concedida pelo Conselho Nacional de De-

senvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Concorrendo com cerca de três mil projetos, a pro-

posta apresentada pelas meninas foi uma das 170 ini-

ciativas premiadas. O projeto mostra a viabilidade de

se utilizar o amido de mandioca como matéria-prima

para produzir o bioplástico, um polímero natural de

baixo custo, de fácil acesso e com facilidade de bio-

degradação.

Orientado pelo professor-pesquisador Fernando

Moutinho, o projeto foi desenvolvido em etapas, que

incluiu capacitação em técnicas de laboratório, co-

por PATrÍCIA MOrEIrA E DéCIO ESquIvEl

Ciência na escola

Alunas do programa de Iniciação científica Júnior do SESI, conquistam bolsa de pesquisa do cNPQ

Politécnica na Universidade de

São Paulo, a Febrace.

Para a diretora da Escola Djal-

ma Pessoa, Cristina Silva Andra-

de, a conquista é um reconhe-

cimento e um estímulo. “A pre-

miação evidencia que é possível

inserir os estudantes do ensino

médio em projetos de iniciação

científica. O resultado qualifica

o trabalho desenvolvido pelo nú-

cleo de pesquisa da escola e, con-

sequentemente, pela Rede SESI de

Educação”, pontua.

Desde o início da pesquisa,

Ananda Lima Dias, uma das alu-

nas premiadas, teve convicção do

impacto positivo do projeto. “A

partir do momento que entrei no

grupo de pesquisa descobri que

um pequeno passo na área cientí-

nhecimento em normas de segu-

rança e uso de equipamentos de

segurança individual, totalizando

dois anos de trabalho.

“Temos várias áreas de atuação

para que o aluno busque desenvol-

ver artigos ou projetos de iniciação

científica. Quando ele se engaja e

é reconhecido, é muito gratifican-

te, pois ele sabe que pode ir além.

É sensacional para o professor e

fundamental para o estudante”,

orgulha-se o orientador.

ReconhecimentoAo longo destes dois anos, a equi-

pe participou de diversos encon-

tros científicos regionais, até ob-

ter o reconhecimento em um dos

maiores eventos de iniciação cien-

tífica júnior, realizado pela Escola

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Bahia Indústria 15

João A

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Ananda, o

professor

Fernando,

Aline e Camila:

o grupo de

pesquisa do

bioplástico

fica pode significar um grande pulo para o futuro”,

relata a estudante.

“Ao chegar na feira, o sentimento foi de dever

cumprido, pois participar de um evento com as pro-

porções da Febrace mostra que todo o esforço valeu a

pena. Saber da premiação foi um daqueles momentos

incríveis em que você percebe que está no caminho

certo, e que este pode ser apenas mais um objetivo

que foi alcançado”, comemora a estudante.

Para as outras duas premiadas, Camila Santana e

Aline Cézar, as horas dedicadas ao laboratório vale-

ram a pena. O aprendizado adquirido, com a possi-

bilidade de dar continuidade à pesquisa iniciada há

dois anos, é a principal conquista. “Fizemos várias

amostras e ainda estamos em fase de teste destas

novas soluções. A bolsa de estudos vai permitir que

a gente continue se dedicando mais ao projeto”, diz

Camila. Aline acredita que a possibilidade de fazer

pesquisa de iniciação científica abriu perspectivas.

“Tenho hoje uma visão mais ampliada em relação

aos estudos”, arrematou.

pLástico BioDeGRaDáveL

O plástico utilizado atualmente no manejo de

mudas de plantas é descartado no meio am-

biente, podendo durar mais de 300 anos para se

decompor na natureza. Com o bioplástico desen-

volvido no projeto, o material pode ser incorpo-

rado à terra, se decompondo no prazo de um a

três meses, sem prejudicar o solo.

O avanço nas pesquisas permitiu que os

estudantes fizessem adaptações no produto de

forma a dar novas propriedades ao bioplásti-

co, como por exemplo, o uso para equilibrar

o ph do solo, que deve ter base neutra para

favorecer o desenvolvimento da muda. Outra

possibilidade que vem sendo experimentada

pela equipe de pesquisa é a de enriquecer o

bioplástico com nutrientes que possam ser re-

vertidos em favor da planta.

O Programa de Iniciação Científica Júnior é

desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa da Es-

cola SESI Djalma Pessoa, que tem como fina-

lidade reunir professores de diferentes áreas e

estudantes que têm interesse em trabalhar com

pesquisa científica no ensino médio. Os proje-

tos são desenvolvidos a partir de problemáticas

atuais e demandas que atendam ao anseio do

mundo moderno e tecnológico, como processos

de produção sustentáveis, e que diminuam im-

pactos ao meio ambiente.

São seis linhas de pesquisa adotadas no Pro-

grama de Iniciação Científica júnior, sendo que

três delas, as de Tecnologias Verdes, Inovações

Tecnológicas e Centro de Memória são as mais

consolidadas. As inciativas envolvem diversas

áreas de conhecimento, como química, física,

matemática, história, geografia, biologia e disci-

plinas das áreas de artes.

“Temos uma oportunidade única de des-

pertar nesses jovens, ainda no ambiente do

ensino médio, o gosto e a curiosidade científi-

ca. Isso abre perspectivas”, arremata o profes-

sor Moutinho. [bi]

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16 Bahia Indústria

por PATrÍCIA MOrEIrA

ejamos três situações. Uma exe-

cutiva, recém-contratada, chega

ao novo trabalho com o desafio

de reverter os resultados ruins e

levar a equipe a superar metas

em um prazo exíguo. A equipe

reage com indiferença à nova

contratada e ignora sistematica-

mente as ordens da executiva,

impondo-lhe um isolamento.

Sem condições de trabalho, de-

primida e insegura, a profissio-

nal termina por pedir seu desligamento.

Em outro caso, um empregado sentia-se humi-

lhado com apelidos pejorativos atribuídos por seu

chefe, que também o chamava de incompetente e

burro. Diante do tratamento recorrente do seu su-

perior, ele procurou o setor de recursos humanos

para reclamar e acionou a ouvidoria da empresa.

Sem que tenha sido adotada alguma providência

para por fim às agressões, o profissional acabou

desenvolvendo doenças psicológicas. O caso foi

parar nos tribunais.

O outro caso é o do funcionário de uma agência

bancária que atuava no caixa. Diariamente, ele se

sentia pressionado para que atingisse metas e re-

clamou na Justiça do Trabalho que sua superviso-

ra impunha-lhe cobrança excessiva. Testemunhas

sem conFLitos

Assédio moral nas empresas pode ser combatido com medidas preventivas e adoção de modernas práticas de gestão

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Bahia Indústria 17

sem conFLitos

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18 Bahia Indústria

saiBa mais

o que é assédio moral?É a exposição de trabalhadores a situações humilhantes, constrangedoras, repetitivas e prolongadas, com o objetivo de afetar sua dignidade e degradar o ambiente de trabalho.

como se configura o assédio no ambiente de trabalho? Ele pode ser praticado de colega para colega ou por um superior hierárquico ou por um colaborador contra seu superior. No caso dos colegas, por meio de ações negativas e ofensivas, que levam a pessoa ao isolamento. Quando praticado por um superior, por meio de abuso de poder, coação, perseguição, uso da força ou ameaças. Fazer fofocas, intrigas, injúrias e insinuações com a intenção de desautorizar um superior, também é praticar assédio moral.

que situações não se configuram como assédio?Cobranças, críticas construtivas e avaliações sobre o trabalho e/ou divergências de opinião específicas, feitas de forma não vexatória são naturais em um ambiente de trabalho e não podem ser confundidas com imposições direcionadas para uma pessoa de modo repetitivo e que comprometam a integridade física, psicológica e a identidade do indivíduo.

quais as consequências para o ambiente profissional?A capacidade de trabalho fica comprometida, com redução da eficiência, alta rotatividade de empregados, aumento dos afastamentos previdenciários por problemas físicos e psicológicos e do risco de processos trabalhistas na Justiça.

ouvidas relataram que o tratamento da supervisora

se dava aos gritos e de forma incisiva, e era especial-

mente direcionada ao reclamante, que alegou que as

cobranças atentavam contra a sua dignidade.

Os três relatos são de processos de denúncia de

assédio moral julgados pela Justiça do Trabalho. O

primeiro, praticado por subalternos em relação a um

superior; o segundo, no sentido inverso. O terceiro,

no entanto, não foi reconhecido como assédio moral

pelo Tribunal trabalhista, que considerou a cobrança

para o atingimento de metas parte da realidade das

empresas em um cenário competitivo.

Por ano, no Brasil, ocorrem mais de três mil de-

núncias de assédio moral. Para que ocorra assédio,

pressupõe-se prática abusiva e frequente. Um com-

portamento isolado ou eventual não configura a prá-

tica, embora possa produzir dano moral. Mas é certo

que o assédio começa com pequenos conflitos mal

resolvidos.

Especialista no tema, o advogado Aurélio Pires

lembra que, juridicamente, não existe no país lei es-

pecífica que caracterize o assédio moral como crime.

há, no entanto, no Congresso Nacional, alguns Pro-

jetos de Lei neste sentido. “Todavia, existem figuras

delituosas, decorrentes do assédio moral, que podem

ser caracterizadas como crime, a exemplo do cons-

trangimento ilegal, crime de calúnia ou difamação e

contra a Organização do Trabalho que podem refletir

coação moral no ambiente de trabalho”, exemplifica

o advogado.

Aurélio Pires

lembra

que há vários

projetos no

Congresso

para tipificar o

assédio moral

ANGELo PoNtES/coPErPhoto/SIStEMA FIEB

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Bahia Indústria 19

Pires destaca que a responsabi-

lidade criminal recai normalmen-

te sobre o autor dos procedimentos

delituosos, mas lembra que a posi-

ção dos Tribunais tem geralmente

atribuído a responsabilidade civil

ao empregador – mesmo que o ato

seja praticado por prepostos –, e a

reparação se dá por meio de inde-

nização por dano moral.

Diante de ambientes de traba-

lho cada dia mais desafiadores, as

empresas precisam ficar atentas

para prevenir a prática de assédio

moral, mantendo um bom clima

organizacional nas empresas.

pRevençãoDe acordo com o presidente da

Associação Brasileira de Recursos

humanos – Secção Bahia (ABRh-

-BA), Cezar Almeida, as empresas

têm que estar alertas aos benefí-

cios de um ambiente de trabalho

positivo.

“O bom ambiente gera engaja-

mento dos empregados, que se tra-

duz em conexão emocional com

a empresa e o trabalho. Diversos

institutos de pesquisa comprovam

que os indicadores de negócios são

sempre mais elevados nas empre-

sas em que há maior engajamento.

Nelas, há menos acidentes de tra-

balho, menos absenteísmo, maior

lucratividade e equipe comercial

com performance de trabalho 50%

maior do que nas concorrentes”,

observa Almeida.

Para ele, enfrentar o problema

do assédio moral de frente é funda-

mental. Embora a prática muitas

vezes ocorra de forma impercep-

tível, o setor de recursos humanos

pode lançar mão de alguns ins-

trumentos úteis. “É preciso ficar

atento aos sinais no momento da

entrevista de desligamento, que é

quando o profissional pode sinali-

zar por que está saindo da empre-

sa”, destaca. Outro sinal apontado

por Almeida é o absenteísmo con-

centrado em determinada área,

que pode sinalizar um problema

pontual com algum líder.

A empresa engajada em preve-

nir a prática deve comunicar cla-

ramente seu posicionamento por

meio da alta direção e de canais

específicos, como a ouvidoria, que

preserva o sigilo do denunciante.

Também deve treinar seus líderes

para esta nova ordem. “O assédio

moral pode até gerar obediência,

mas não gera resultados”, adverte,

lembrando que outra ferramenta

são os comitês de ética ou o pró-

prio código de ética da empresa.

“As empresas que perceberem

indícios não devem negar, mas

enfrentar o problema. O assédio

moral tem consequências em to-

dos os níveis: nos funcionários

por comprometimento do desem-

penho e problemas de saúde; na

empresa pela perda de produção

por absenteísmo e desmotivação

e, para a sociedade, custos com os

serviços de saúde e aposentado-

rias antecipadas, pois estes casos

podem gerar processos irreversí-

veis”, arremata.

meDiDa De sucessoO presidente da ABRh-BA lembra,

ainda, que um ambiente de traba-

lho saudável também é medida de

sucesso empresarial. Empresas

listadas em bolsa que fazem par-

te de rankings de “melhores para

trabalhar” possuem melhores in-

dicadores de performance e isso

leva os investidores a olhá-las de

forma diferenciada, pois as que

cuidam do capital humano são as

que têm maior capacidade de ino-

vação e criatividade.

“Com a Indústria 4.0 vários pa-

radigmas estão sendo rompidos e

se as empresas não estiverem pre-

dispostas a mudar vão ficar para

trás. A atração de futuros talentos,

ou seja, o capital intelectual, está

ligada ao ambiente de trabalho”,

explica.

Cezar Almeida acrescenta que

o mundo está vivenciando uma

mudança de modelo de gestão,

em que as empresas estão passan-

do de uma visão mecanicista, em

que todos os recursos são parte de

uma máquina, inclusive o huma-

no, para uma visão orgânica, em

que a empresa é um organismo

vivo e todas as partes fazem parte

dele como sistemas interligados.

“Nesta nova concepção de gestão,

todas as partes são importantes e

o que faz a empresa girar é a con-

fiança. Não há espaço para o assé-

dio moral”, finaliza.

Almeida lembra

que o assédio

é menor nas

empresas com

bom clima

organizacional

ArQuIVo PESSoAL

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20 Bahia Indústria

por MANOElA COSTA GONçAlvES

Ultimamente, o debate sobre o

assédio moral no ambiente de tra-

balho tem se intensificado. O ins-

tituto, contudo, por sua própria

natureza, não é atual e remonta às

origens das relações de emprego.

Mas, por que razão apenas agora o

assunto vem sendo tão explorado?

A resposta não é simples, con-

siderando que não existe norma

que trate especificamente sobre

o tema, sendo sua conceituação

construída ao longo do tempo por

meio de entendimentos doutriná-

rios e jurisprudenciais.

A expressão “assédio” traduz

a noção de um comportamen-

to desagradável, abusivo, a que

alguém está sujeito de forma re-

petida. E quando a esta noção se

acresce o cunho moral, passa-se a

avaliar a situação sob a ótica das

consequências que aquela con-

duta provoca no indivíduo que se

sente lesado.

É por isso que se pode conceitu-

ar o assédio moral, sob a ótica tra-

balhista, como toda conduta abu-

siva e repetida que se manifesta

por meio de comportamentos, pa-

lavras, gestos ou escritos, capazes

de infligir danos à personalidade,

dignidade ou integridade física e/

ou psíquica do indivíduo, pondo

em risco seu emprego ou degra-

dando o ambiente de trabalho.

há, todavia, situações do coti-

diano que podem induzir à falsa

percepção do assédio moral, mas

que com ele não se confundem e,

por isso, é preciso estar atento à

ordem de ocorrência dos fatos pa-

ra poder distinguir o assédio mo-

Assédio moral – o atual “velho problema”

ral de, por exemplo, meros dissa-

bores como o estresse, divergência

de opiniões ou situações de cons-

trangimento isoladas, que embora

possam ensejar danos de natureza

moral, não configuram o assédio

propriamente dito.

Quem comete o assédio moral,

via de regra, tem a intenção de tor-

nar o ambiente de trabalho insu-

portável para a vítima, obrigando-

-a a pedir demissão, ou de obter a

sujeição de um grupo de trabalha-

dores às políticas impostas pelo

empregador, o chamado assédio

moral organizacional.

Em tempos de crise, como a

que atravessamos, as relações de

trabalho ficam em evidência, seja

pela necessidade de maior produ-

tividade a menores custos, seja

pela instabilidade das relações

interpessoais, gerada pela insegu-

rança quanto à manutenção dos

empregos. São situações propícias

à ocorrência do assédio moral e

que afloram com maior intensida-

de à medida que a situação econô-

mica do país se agrava.

Por outro lado, a dignidade da

pessoa humana foi consagrada

pela Constituição Federal como

direito fundamental, de modo

que, além do direito ao trabalho

e ao salário digno, ao empregado

foi assegurado o direito de ser res-

peitado e a um ambiente de traba-

lho saudável. E é justamente neste

contexto conflituoso que se veri-

fica o crescimento substancial do

número de ações judiciais decor-

rentes de assédio moral.

Acontece que as consequências

do assédio não são negativas ape-

nas para os empregados, assim

Manoela Costa gonçalves, da Gerência Jurídica da FIEB

como o prejuízo financeiro para o

empregador não decorre exclusi-

vamente de condenações judiciais.

Os principais reflexos negativos

na empresa e que, indiretamente,

impõem o dispêndio financeiro,

são a queda na produtividade e in-

tensa rotatividade de empregados,

alteração na qualidade do serviço/

produto e aumento do número de

afastamentos.

Com base no art. 932, III, do

Código Civil, a Justiça do Trabalho

responsabiliza o empregador pelos

danos causados a terceiros, ainda

que cometidos por prepostos, de

modo que é seu dever zelar pelo

ambiente de trabalho saudável,

sensibilizando a todos sobre os re-

flexos de suas ações, assim como

fiscalizar os atos praticados, a fim

de coibir a ocorrência do assédio.

E aqui se fala em sensibilizar

“a todos” porque o assédio moral

pode ser cometido por qualquer

funcionário, independentemente

de hierarquia. há assédio moral

praticado por superiores a seus

subordinados (vertical/descen-

dente), por subordinados a seus

superiores (vertical/ascendente),

por colegas de trabalho (horizon-

tal) e até mesmo por superiores e

colegas (misto).

Assim, é preciso que emprega-

dor e empregado estejam imbuí-

dos do mesmo espírito de parceria

para a construção de um ambiente

de trabalho saudável, principal-

mente em tempos de recessão,

quando o trabalho deve ser ainda

mais valorizado para garantir a

continuidade da atividade econô-

mica do empregador e a manuten-

ção dos empregos. [bi]

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Bahia Indústria 21

conselhos

Compem debate desafios das MPMEO secretário da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República

(Sempe), José Ricardo da Veiga, participou de debate com empresários

baianos a respeito dos esforços necessários à adequação do Projeto de

Lei Complementar 125/2007 às expectativas dos pequenos negócios,

visando o incremento da competitividade e crescimento dessas

empresas. O encontro foi promovido pelo Conselho da Micro e

Pequena Empresa (Compem) da FIEB, no dia 26.07. Para o

coordenador do Compem e vice-presidente da FIEB, Carlos Gantois, o

encontro trouxe excelentes notícias, na medida em que o secretário

veio para esclarecer as alterações da lei.

inovações para redução de custos na indústria de petróleo e gás

CPgN e Citec

realizaram

evento conjunto

para empresários

e especialistas

JEFF

ErSo

N P

EIxo

to/c

oPEr

Pho

to/S

IStE

MA F

IEB

FotoS âNGELo PoNtES/coPErPhoto/SIStEMA FIEB

A oferta da Petrobras ao mercado de 104

concessões de campos terrestres na Bahia,

Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito

Santo e Sergipe tem movimentado as

empresas baianas do mercado de óleo e

gás. Para discutir soluções de

competitividade para o estado, a FIEB,

por meio dos Conselhos de Petróleo, Gás

e Naval (CPGN) e de Inovação e Tecnologia

(Citec); realizou, em 7 de julho, o seminário

“Inovações para redução de custos na indústria

de petróleo e gás”. O evento reuniu especialistas e

empresários do setor.

O uso da nanotecnologia no fluido de perfuração e

de sondas de mineração na extração de petróleo

foram algumas das tecnologias apresentadas no

evento. O desafio é tornar o setor petrolífero mais

atrativo em áreas economicamente maduras, já que

a atividade enfrenta uma crise, assim como toda a

cadeia petrolífera, por conta da queda do preço da

commodity após um ciclo de supervalorização.

Reunião discute ações dos conselhos temáticosOs planos de ação para 2016 dos Conselhos

Temáticos da FIEB foram discutidos em

reunião com o presidente, Ricardo Alban, na

sede da entidade. Além de discutir as ações

desenvolvidas, o encontro teve como objetivo

identificar possibilidades de cooperação entre

os conselhos para as iniciativas programadas,

já que muitas vezes eles atuam em linhas

semelhantes.

“Sabemos que os nossos conselhos são

bastante produtivos e buscamos uma

atuação de forma harmônica”, pontuou

Ricardo Alban, na abertura da reunião.

Representantes dos 12 conselhos temáticos

apresentaram as ações desenvolvidas e

planejadas para 2016. “Assim, podemos

buscar sinergia e identificar ações conjuntas

que possam potencializar a atividade”,

avaliou o coordenador do Conselho de

Portos, Sergio Faria.

Negócios com TaiwaN • As oportunidades

de negócios e parcerias entre Brasil e Taiwan

foram apresentadas a empresários baianos, no

dia 05.07, na sede da FIEB, em evento

promovido pelo Taiwan Trade Center do Brasil

(Taitra), em parceira com a Federação, através

do Conselho de Comércio Exterior (Comex) e

com apoio do Centro Internacional de Negócios

da Bahia (CIN-FIEB).

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22 Bahia Indústria

Como parte do projeto de interiorização do Sis-

tema FIEB, duas unidades integradas SESI,

SENAI, IEL foram inauguradas oficialmente

em junho, na Região Oeste do estado. O presi-

dente da Federação, Ricardo Alban, dirigentes e exe-

cutivos do Sistema FIEB participaram da solenidade

de entrega oficial dos equipamentos nos municípios

de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras.

Com investimentos da ordem de R$ 29 milhões, as

unidades integradas reforçam, de acordo com o pre-

sidente da FIEB, o compromisso da instituição com o

crescimento do interior baiano, contribuindo para o

desenvolvimento social e econômico do estado. “Este

é o projeto de uma instituição. É um compromisso ini-

ciado em outras gestões e que será continuado”, disse.

Com os novos equipamentos, o Sistema FIEB vai

ampliar seus serviços no Oeste baiano, beneficiando

um número maior de indústrias com ações nas áreas

de educação, estágio, qualificação profissional, apoio

nas áreas de gestão e de segurança no trabalho. Em

Barreiras, por exemplo, a partir de 2017 será oferecido

o Ebep, ensino médio do SESI articulado com o SENAI.

As instalações das unidades atendem aos mais mo-

dernos requisitos ambientais e de responsabilidade so-

cial, com reuso de águas e acessibilidade a portadores

de necessidades, com rampas e sanitários especiais.

Em Luís Eduardo Magalhães, o complexo situado

no bairro Florais Léa conta com dez salas de aula,

quatro laboratórios, biblioteca, quadra poliesportiva

e área de saúde odontológica do SESI; além de oito

salas de aula, dois laboratórios e uma oficina de prá-

ticas profissionais do SENAI.

Já em Barreiras, a unidade fica no bairro Bela Vis-

De portas abertas para o futuroSistema FIEB inaugura unidades integradas nos municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães

ta e inclui sete salas de aula, dois

laboratórios e área de saúde, para

atendimento em Saúde Ocupacio-

nal e Odontologia do SESI; além de

sete salas de aula, dois laboratórios

e oficinas de práticas profissionais

do SENAI.

Em Luís Eduardo Magalhães,

a unidade integrada foi batizada

com o nome do ex-presidente da

FIEB e ex-vice-presidente da CNI,

Nelson Taboada Souza. Filho do

por MArTA ErhArDT

Inauguração das unidades

integradas de Luís Eduardo

Magalhães e barreiras

homenageou representantes

da indústria; comitiva teve

a oportunidade de conhecer

laboratórios do SENAI e das

escolas do SESI

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Bahia Indústria 23

PérIcLES ArErê/coPErPhoto/SIStEMA FIEB

homenageado, Nelson Almeida Taboada elogiou o

complexo. “Só tenho elogios para esta iniciativa. Es-

sa unidade será muito importante para a região e, em

especial, para a formação dos jovens”, afirmou.

homenaGemA escola do SESI levou o nome do escritor João Ubal-

do Ribeiro. “Tenho certeza de que meu pai estaria

feliz e emocionado, assim como estou neste momen-

to”, disse Emília Ribeiro, filha do homenageado, que

também recebeu do estudante do SESI, Jackson Car-

valho, uma caricatura do escritor baiano.

Já o prédio do SENAI foi batizado como Edf. Vic-

tor Fernando Ollero Ventin, ex-presidente da FIEB.

“Participamos da semente deste projeto, que vai pro-

porcionar a educação e a profissionalização de jovens

aqui na região”, lembrou o homenageado.

No município de Barreiras, a unidade integrada le-

vou o nome do político Antônio Balbino de Carvalho

Filho, que foi governador da Bahia e ministro da Edu-

cação. Neto do homenageado, Antônio Balbino Neto

ressaltou a importância da indústria para agregar

valor à produção agrícola local. “Junto com a indús-

tria, temos tudo para transformar a região, trazendo

progresso e qualidade de vida”, disse.

A Escola do SESI foi batizada como Ignez Pitta de

Almeida, pedagoga e historiadora da região. “Tere-

mos o retorno do nosso passado industrial, porque

aqui serão preparados os futuros trabalhadores da

indústria”, afirmou a professora, que completou 74

anos no dia da homenagem.

Já o prédio do SENAI foi batizado como Edf. Sér-

gio Pedreira de Oliveira Souza, ex-vice-presidente da

FIEB. “Espero que esta casa se constitua numa fábri-

ca de talentos, que venha a desenvolver processos

inovadores, capazes de contribuir para que as empre-

sas da região alcancem alto nível de competitivida-

de”, disse Pedreira.

As cerimônias contaram com a presença de auto-

ridades e representantes de instituições parceiras,

a exemplo do prefeito de Luís Eduardo Magalhães,

humberto Santa Cruz; o vice-prefeito de Barreiras,

Paê Barbosa, o diretor da Associação Bahiana de Im-

prensa (ABI), Nelson José de Carvalho e o desembar-

gador Luiz Roberto Mattos. Em Barreiras, o presiden-

te da FIEB, Ricardo Alban, o superintendente do IEL,

Evandro Mazo, e o secretário de Administração do

município, Antelmo Farias, assinaram um convênio

de estágio entre o IEL e a prefeitura. [bi]

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24 Bahia Indústria

Investir em SST reduz o absenteísmoDado é de pesquisa realizada com 500 médias e grandes empresas do país

por ClEbEr bOrGEScoM inforMações da agência cni

Investir em saúde e segurança no trabalho dá retor-

no aos negócios. É o que revela pesquisa do Serviço

Social da Indústria (SESI) com 500 médias e gran-

des empresas de todo o país, em segmentos como

construção, metalurgia, vestuário, alimentos, bebi-

das, têxtil, vestuário, energia e de máquinas e equi-

pamentos, dentre outros. Para 48% delas, medidas

nesta área reduzem as faltas ao trabalho, 44% dizem

que há aumento de produtividade e 35% que há redu-

ção de custos.

Na visão das empresas, os aspectos da área de saú-

de e segurança que mais prejudicam a produtividade

João ALVArEz/ArQuIVo SIStEMA FIEB

Serviços de

odontologia

fazem parte

do portfólio

da entidade

dos trabalhadores são acidentes e estresse no traba-

lho, seguidos de doenças crônicas não transmissí-

veis, como problemas osteomusculares, pressão alta

e diabetes.

No levantamento, concluído em fevereiro de 2016,

71,6% das indústrias afirmam dar alta atenção à

saúde e segurança dos trabalhadores. Além disso,

conforme 89,6% das empresas ouvidas, o grau de

atenção da indústria brasileira ao tema deve aumen-

tar nos próximos cinco anos. Ações nestas áreas re-

duzem faltas ao trabalho, aumentam a produtivida-

de no chão-de-fábrica e reduzem custos. A pesquisa

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Bahia Indústria 25

Criado em 1º de julho de 1946, o

Serviço Social da Indústria (SESI)

completa 70 anos. Na Bahia, o SE-

SI possui 68 anos (data de 1948).

Desde o início, contribui para tor-

nar ambientes de trabalho mais

seguros e saudáveis, por meio de

ações de melhoria da seguran-

ça do trabalho e da promoção da

saúde do trabalhador. Além disso,

oferece educação básica e conti-

nuada de qualidade para milhões

de empregados da indústria e seus

dependentes nas 27 unidades da

federação. Afinal, trabalhador

saudável é sinônimo de indústria

produtiva e competitiva.

O SESI oferece soluções em

saúde e segurança no trabalho,

promoção da saúde, educação de

jovens e adultos e educação con-

tinuada, adequadas a cada reali-

dade empresarial. São serviços de

consultoria que visam reduzir os

custos das empresas, melhorar a

saúde e o bem-estar de trabalha-

dores e aumentar a produtivida-

de nas indústrias. Recentemente,

lançou o Programa de Gestão do

Absenteísmo em 15 estados.

O SESI é a instituição mais lem-

brada no Brasil quando o assunto

é saúde e segurança do trabalho. É

o que mostra pesquisa do Instituto

FSB Pesquisa com 500 médias e

grandes empresas, feita entre outu-

bro de 2015 e fevereiro de 2016. Foi

apontado espontaneamente como

referência no tema por 20,5% dos

gestores entrevistados. Em 2015, o

SESI atendeu nacionalmente mais

de um milhão de trabalhadores em

serviços de segurança e de promo-

ção da saúde.

Na Bahia, foram mais de 117 mil

trabalhadores atendidos em 2015

com ações em segurança e saúde

no trabalho, incluindo serviços de

odontologia, procedimentos em

SST e aplicação de vacinas. E reali-

zadas mais de 85 mil matrículas em

educação básica e continuada. [bi]

mostra ainda que a alta importân-

cia dada ao tema está relacionada

à preocupação com o bem-estar do

trabalhador, à maior conscientiza-

ção das empresas e à prevenção de

acidentes de trabalho.

pRoDutiviDaDeNa Bahia, a G&E Manutenção e Ser-

viços Ltda., empresa de montagem

e manutenção industrial, com atu-

ação nas áreas de petróleo&gás,

petroquímica, energia, siderurgia

e celulose, é exemplo de investi-

mento em SST. Os grupos envolvi-

dos nos contratos de manutenção

são divididos em equipes, as quais

são avaliadas diariamente e rece-

bem pontuação por ações de 5S,

assiduidade, desvios encontrados

na área de segurança no trabalho

e produtividade. As equipes me-

lhores ranqueadas são premiadas.

Tatiana Mendes, coordenadora

de SST da G&E, diz que houve re-

dução do absenteísmo e aumento

de produtividade na empresa.

Graças ao trabalho de prevenção

em SST, a G&E obteve a certifica-

ção OhSAS 18001 (Gestão de Saú-

de e Segurança Ocupacional).

A importância dada pelas em-

presas ao tema se reflete na redu-

ção dos acidentes e doenças do

trabalho no Brasil. Dados do Mi-

nistério do Trabalho e Previdên-

cia Social apontam que o número

de acidentes de trabalho por gru-

po de 100 mil trabalhadores caiu

mais de 17% entre 2007 e 2013.

“Os acidentes e doenças trazem

grande variedade de despesas,

desde custos médicos e indeniza-

ções aos trabalhadores e famílias

até perda de produtividade e des-

gaste da imagem das empresas”,

destaca o diretor de Operações do

SESI Nacional, Marcos Tadeu de

Siqueira.

Entidade é referência

117.263

3.476

684.103 27.410

ATENDIMENTO DO SESI EM 2015 – BAHIA

EDUCAÇÃO

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Trabalhadoresbeneficiados

Procedimentos em SSTe Odontologia

Trabalhadores edependentes atendidosna aplicação de vacinas

5.551Matrículas em

educação básica eensino médio

Pessoas atendidasem educação

de jovens e adultos

79.821Matrículas em

cursos deeducação continuada

Atendimento do sEsI em 2015 - Bahia

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26 Bahia Indústria

VALtEr PoNtES/coPErPhoto/SIStEMA FIEB

Estimular o engajamento de micro, pequenas e

médias empresas em práticas de responsabi-

lidade socioambiental. Com este objetivo, foi

realizado na Federação das Indústrias do Esta-

do da Bahia (FIEB), no dia 29.06, o seminário Como

cumprir requisito legal agregando valor ao seu projeto

social, promovido pelo Conselho de Responsabilida-

de Social da FIEB (Cores) e pelo Serviço Social da In-

dústria (SESI).

Na oportunidade, os empresários baianos pude-

ram conhecer os Bancos de Articulações Sociais,

que incentivam ações com foco no uso de excedentes

de produção, materiais recicláveis ou reutilizáveis.

“Temos como meta para este ano lançar outros dois

bancos de articulação: o de Resíduos de Materiais Ele-

trônicos e o de Projetos Sociais”, ressaltou o coorde-

nador do Cores, Marconi Andraos.

A assessora do Conselho de Responsabilidade So-

cial da FIEB, Márcia Mariz, falou sobre o projeto dos

Bancos de Articulações Sociais e apresentou o Banco

de Materiais Eletrônicos, que já articulou a doação de

630 itens de resíduos eletrônicos da FIEB para a insti-

tuição Fábrica Cultural. Ela também explicou a atua-

ção do Banco de Articulação Projetos Sociais, do qual

fazem parte o projeto Passport 0342, da Associação

do Futuro nas Ações Sócio-Educativas e Esportivas

(Afase) e o programa Vira Vida, desenvolvido pelo SE-

SI, para apoiar jovens e adolescentes com idades en-

tre 15 e 24 anos em situação de vulnerabilidade social.

“No caso do Programa Vira Vida, o Banco vai ar-

Atuação socialmente responsável conselho de responsabilidade Social (cores) e SESI apresentaram o projeto Bancos de Articulação Sociais

ticular a contratação de jovens

como aprendizes pelas empresas

baianas, oferecendo à indústria

a oportunidade de cumprir o re-

quisito da Lei da Aprendizagem

e fortalecer a atuação na área de

responsabilidade social”, expli-

cou Márcia Mariz.

viRa viDaO projeto oferece acolhimento psi-

cossocial, além da oportunidade

de preparação profissional e enca-

minhamento para o trabalho. Ele

será alavancado pelo Banco de Ar-

ticulação Projetos Sociais da FIEB.

A representante do Conselho

Nacional do SESI, Eliane Noro-

nha, falou sobre o programa, que

já atendeu em todo o país mais de

7.400 jovens, desde sua criação,

em 2008, até abril deste ano. Des-

se total, 2.900 foram inseridos no

mercado de trabalho. Na Bahia,

o Vira Vida foi iniciado em 2010 e

atendeu 695 jovens até abril des-

te ano, com inserção de 402 deles

no mercado de trabalho. “A par-

ticipação das empresas é muito

importante. Esperamos as opor-

por MArTA ErhArDT

temos como meta para este ano lançar outros dois bancos de articulação: o de resíduos de Materiais eletrônicos e o de projetos sociais

“Marconi Andraos, coordenador do Cores

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Bahia Indústria 27

VALtEr PoNtES/coPErPhoto/SIStEMA FIEB

Representantes

do Sistema

FIEb e

convidados

participaram

do seminário

tunidades para que esses jovens

tenham uma condição de inclu-

são social”, disse.

A CCR – Metrô Bahia é uma das

empresas baianas que contratam

jovens aprendizes do Vira Vida.

A empresa iniciou, em julho, a

terceira turma de jovens aprendi-

zes, de acordo com o líder da área

de gestão de pessoas, Luís Carlos

Gonçalves. “A empresa conta com

o apoio do SESI no acompanha-

mento destes jovens”, ressaltou.

Gonçalves destacou que quatro jo-

vens que entraram na empresa co-

mo aprendizes participaram de se-

leção interna e foram efetivados.

Outra parceira do programa na

Bahia, Rita Anunciação, presiden-

te do Núcleo de Assistência Social

Bom Samaritano, uma das insti-

tuições que encaminham jovens

para o Vira Vida, falou sobre a im-

portância do programa para trans-

formar a vida dos jovens e adoles-

centes atendidos. Ela apresentou

relatos de jovens que mudaram

de vida e tiveram oportunidade

de inclusão a partir do Vira Vida.

“Vocês são muito importantes na

vida dessas pessoas. Tenham cer-

teza de que vocês contribuem para

a felicidade de muitas famílias”,

afirmou.

A programação contou com pa-

lestra da coordenadora na Bahia

de Fiscalização da Aprendiza-

gem do Ministério do Trabalho,

Marli Pereira, que representou

a Superintendência Regional do

Trabalho e Emprego. Ela explicou

o funcionamento da Lei da Apren-

dizagem e esclareceu dúvidas dos

participantes. “O investimento na

aprendizagem, na juventude, é o

melhor que a empresa pode fazer”,

destacou.

Participaram do evento o vice-

-presidente da FIEB, Alexi Portela

Júnior; a gerente de Desenvolvi-

mento Estratégico do SESI, Tatiane

Mascarenhas, e Valéria Scavuzzi,

da área de Educação Profissional

do SENAI. [bi]

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28 Bahia Indústria

inDicaDoRes números da Indústria

PRODUçãO VOLTA A CAIR NA bAhIASomente quatro dos 11 segmentos pesquisados pelo IBGE tiveram crescimento, incluindo bebidas e celulose e papel

A produção física da indús-

tria de transformação da

Bahia apresentou queda

de 1,3%, na comparação

dos últimos 12 meses, terminados

em maio, com igual período an-

terior, após o decréscimo (-1,6%)

registrado em março. Com esse re-

sultado, a Bahia passa do 3º para o

2º lugar no ranking dos 14 estados

que participam da PIM PF-R, do

cobre e de ligas de cobre), Bebidas

(9,0%, cervejas, chope e refrige-

rantes), Celulose e papel (2,2%,

pastas químicas de madeira) e Re-

fino de petróleo e biocombustíveis

(1,4%, maior fabricação de óleo

diesel e gasolina automotiva).

Apresentaram resultados ne-

gativos: Equipamentos de Infor-

mática (-40,7%), Veículos auto-

motores (-14,7%, menor produção

de automóveis e painéis para

instrumentos dos veículos auto-

motores), Minerais não metálicos

(-13,8%, queda na massa de con-

creto preparada para construção,

cimentos “Portland”, ladrilhos,

placas e azulejos de cerâmica para

pavimentação ou revestimento e

argamassas), Borracha e plástico

(-2,5%, menor produção de pneus

novos de borracha para ônibus e

caminhões, reservatórios, caixas

d’água e artefatos semelhantes de

plástico, filmes de material plásti-

co para embalagem e sacos, saco-

las e bolsas de plástico), Couro e

Calçados (-2,2%), Produtos quími-

cos (-1,3%) e Alimentos (-1,2%).

Na comparação de maio de 2016

com igual mês do ano anterior, a

produção física da indústria de

transformação baiana apresentou

queda de 1,4%. Seis dos 11 seg-

mentos industriais da Bahia apre-

sentaram resultados positivos:

Metalurgia (35,5%, maior produ-

ção de barras, perfis e vergalhões

de cobre e de ligas de cobre), Be-

bidas (30,9%, maior produção de

refrigerantes, cervejas e chope),

Alimentos (20,1%, maior fabrica-

ção de açúcar cristal, cacau ou

chocolate em pó, manteiga, gor-

dura e óleo de cacau e biscoitos),

qual apenas Mato Grosso apresentou resultado posi-

tivo (5,4%).

Os demais estados registraram resultados negati-

vos: Amazonas (-18,4%), Rio de Janeiro (-12,2%), São

Paulo (-11,5%), Pernambuco (-10,4%), Rio Grande do

Sul (-10,2%), Paraná (-9,4%), Minas Gerais (-9,0%),

Ceará (-8,4%), Santa Catarina (-8,0%), Pará (-7,0%),

Goiás (-2,5%) e Espírito Santo (-1,4%).

Na Bahia, apenas quatro dos 11 segmentos pesqui-

sados registraram crescimento: Metalurgia (11,4%,

com maior produção de barras, perfis e vergalhões de

Page 29: Gestão positiva - Sistema Fieb · ramento de clima, irrigação e prevenção de pragas em área plan-tada. ... gestão positiva, capacitar seus líderes e passar uma mensagem

Bahia Indústria 29

JAN

JUL

FEV

MA

R

AB

R

MA

I

JUN

AG

O

SET

OU

T

NO

V

DEZ

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

115

110

105

100

95

90

85

80

75

70

2014

20162015

Bahia - Produção Física da indústria de Transformação (2014-2016)

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Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

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2014

20162015

Bahia - Produção Física da indústria de Transformação (2014-2016)

No âmbito setorial, o desempenho

no ano é reflexo dos resultados ne-

gativos de alguns segmentos, com

destaque para Veículos Automoto-

res, Produtos Químicos e Alimen-

tos. A recuperação da indústria

brasileira ocorrerá de forma lenta

nos próximos anos, visto que no

curto prazo há poucos elementos

que indiquem uma retomada.

A estimativa de mercado é de

queda da produção industrial este

ano (-5,90%) e de modesto cres-

cimento só em 2017 (+1,00%), de

acordo com informações do Banco

bahia: pim-pf de maio 2016

Indústria de Transformação -1,4 2,8 -1,3Refino de petróleo e biocombustíveis -18,8 14,0 1,4Produtos químicos 16,8 4,4 -1,3Veículos automotores -6,4 -27,4 -14,7Alimentos 10,0 2,1 -1,2Celulose e papel 10,9 4,1 2,2Borracha e plástico -4,7 -6,0 -2,5Metalurgia 35,5 27,3 11,4Couro e Calçados -19,8 -4,9 -4,1Minerais não metálicos -21,0 -19,4 -13,8Equipamentos de Informática 2,4 -1,5 -40,7Bebidas 30,9 15,8 9,0Extrativa Mineral -27,8 -21,2 -13,7

VArIAção (%)

SETORES MAI16/MAI15 JAN-MAI16/ JUN15-MAI16/ JAN-MAI15 JUN14-MAI15

Produtos químicos (16,8%, maior

produção de amoníaco, ureia, po-

licloreto de vinila PVC e propeno),

Celulose e papel (10,9%, maior

produção de pastas químicas de

madeira) e Equipamentos de In-

formática (2,4%).

Apresentaram resultados ne-

gativos: Minerais não metáli-

cos (-21,0%), Couro e Calçados

(-19,8%, menor produção de cal-

çados femininos de couro), Refi-

no de Petróleo e Biocombustíveis

(-18,8%, menor produção de óleos

combustíveis, óleo diesel e naf-

tas para petroquímica), Veículos

automotores (-6,4%) e Borracha e

plástico (-4,7%, menor e de reser-

vatórios, caixas d’água, cisternas,

piscinas e artefatos semelhantes

de plástico, pneus novos de bor-

racha usados em ônibus e cami-

nhões e filmes de material plástico

para embalagem).

poDe pioRaR A menor queda da produção física

da indústria da Bahia em compa-

ração ao Brasil é pontual: em 2015

houve parada da produção na

RLAM, o que deprimiu a base de

comparação. Em 2016, a partir do

2º semestre, é esperado que a pro-

dução da indústria baiana apre-

sente queda mais acentuada por

conta das paradas de manutenção

previstas: Braskem e RLAM.

A indústria foi um dos setores

que primeiro começou a sofrer

com a crise econômica. O consu-

mo das famílias em baixa e a falta

de investimentos contribuíram pa-

ra os resultados negativos. A crise

política tem sua parcela de res-

ponsabilidade neste cenário ruim.

Central (relatório Focus). Alguns

indicadores ilustram as dificulda-

des enfrentadas pela economia na-

cional: (i) inflação elevada (o IPCA

acumulou alta de 9,3% em maio

deste ano, contra um teto de meta

de inflação de 6,5% para o ano); (ii)

patamar elevado da taxa de juros,

com a Selic mantida em 14,25%;

e (iii) crescimento do desemprego

– segundo a PNAD (Pesquisa Na-

cional por Amostra de Domicílios

Contínua – Estimativa Trimestral,

do IBGE), em março de 2016, a taxa

de desemprego foi de 10,9%. [bi]

Page 30: Gestão positiva - Sistema Fieb · ramento de clima, irrigação e prevenção de pragas em área plan-tada. ... gestão positiva, capacitar seus líderes e passar uma mensagem

30 Bahia Indústria

painel

Votorantim Metais e SENAI Cimatec inauguram plantas-piloto em Simões FilhoDois projetos inovadores selaram mais uma parceria entre a

Votorantim Metais (VM) e o centro tecnológico SENAI Cimatec,

no dia 5.7, quando foram inauguradas as plantas-piloto de

Metais Valiosos e Carvão Alto Volátil (CAV) da holding do setor

mínero-metalúrgico. Os projetos foram desenvolvidos no SENAI

Cimatec por meio da Associação Brasileira de Pesquisa e

Inovação Industrial (Embrapii). Um dos projetos foi

desenvolvido para testar a viabilidade da recuperação de metais

valiosos da Barragem dos Peixes, localizada em Juiz de Fora

(MG). Já na planta CAV será avaliada a possibilidade de

substituição de um combustível à base de petróleo por carvões

de origem vegetal em câmaras de combustão. “Os projetos

representam uma grande inovação não só no Brasil, mas no

mundo”, afirmou o gerente da VM, Rodrigo Gomes.

âNGELo PoNtES/coPErPhoto/SIStEMA FIEB

Leone Andrade,

Adelson Souza,

Alexandre

gomes e

Rodrigo gomes,

durante a

inauguração

Cartão FNE é lançado na FIEb

A FIEB sediou a cerimônia de

lançamento oficial do Cartão FNE,

do Banco do Nordeste, na Bahia.

No mesmo evento, realizado em

junho, na sede da Federação, em

Salvador, também foram

entregues três troféus da segunda

edição do Prêmio Banco do

Nordeste da Micro e Pequena

Empresa, que reconhece

iniciativas inovadoras e melhoria

da competitividade, nos setores

Indústria, Comércio e Serviços. O

Cartão foi criado para facilitar a

aquisição de bens e serviços e

insumos financiados com o Fundo

Constitucional de Financiamento

do Nordeste – o FNE. O presidente

do Banco do Nordeste (BNB),

Marcos Holanda, ressaltou a

importância do FNE para o

Nordeste e enfatizou que o cartão,

que utiliza uma plataforma

tecnológica inovadora, é um

produto completo, pois contém

dois limites no mesmo cartão:

investimento e giro de insumos.

Workshop e Prêmio IEL de Estágio No dia 18 de agosto, quando é

comemorado o Dia do Estagiário, a

FIEB sedia a 17ª edição do

Workshop de Estágio, promovido

pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL/

BA), em parceria com o Fórum de

Estágio da Bahia. O jornalista

Jefferson Beltrão e o empreendedor

e fundador do Emprelab,

Daniel Maior, fazem palestra no

evento. A programação também

inclui a entrega do Prêmio IEL de

Estágio, que vai reconhecer a

atuação dos agentes envolvidos no

processo de estágio.

Evento discute liderança em tempos de crise

Empresários baianos trocaram experiências sobre

liderança em tempos de crise, dia 16.6, na FIEB,

durante o Diálogo Empresarial, promovido em

parceria com a CNI, por meio do Programa de

Desenvolvimento Associativo (PDA). Além de

palestra sobre a liderança em tempos de crise, o

evento contou com depoimentos de empresários e

apresentação dos portfólios do SESI, SENAI e IEL.

A iniciativa é fruto do projeto-piloto do Modelo de

Atuação Articulada entre as Áreas Sindical e de

Mercado do Sistema Indústria, que tem como

objetivo aprimorar a atuação junto às empresas e o

estímulo ao associativismo. Também participam do

projeto Sindifite, Simagran e Sindvest Salvador.

hAro

LDo A

BrANtE

S/c

oPEr

Pho

to/S

IStE

MA F

IEB

João Paulo

Cardoso, da

bMD Têxteis

Page 31: Gestão positiva - Sistema Fieb · ramento de clima, irrigação e prevenção de pragas em área plan-tada. ... gestão positiva, capacitar seus líderes e passar uma mensagem

Bahia Indústria 31

SESI formou turma de EJA em CamacanCom mais de 370 alunos matriculados no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na região Sul, o SESI Bahia

formou uma turma de 25 alunos de da empresa Malwee, que receberam o diploma de ensino médio. A turma é formada por

trabalhadores da indústria e seus dependentes maiores de 18 anos que haviam deixado de estudar por 17 ou 25 anos e

retomaram os estudos em séries variadas. Para realizar esta inciativa, o SESI conta com a parceria da rede municipal da

cidade de Camacan. O objetivo é a elevação do nível de escolaridade. Atualmente, estão sendo oferecidas turmas de EJA em

Ipiaú, Itajuípe e Itabuna. De acordo com Janaína Santos Silva, coordenadora do EJA, o SESI trabalha com uma plataforma

de ensino que assegura a autonomia do aluno e com isso reduz a possibilidade de evasão. Na formatura, o secretário de

Educação, Antonio Márcio Andrade, representou o prefeito de Camacan.

Fórum IEL de Carreiras acontece em SalvadorA capital baiana vai sediar,

em outubro, o Fórum IEL de

Carreiras, evento com

palestras, oficinas e

atendimento coaching para

orientar estudantes e jovens

profissionais sobre o

desenvolvimento de suas

carreiras. O evento acontece

nos dias 28 e 29/10, no

Salvador Shopping, e terá

entre os palestrantes o

jornalista Caco Barcellos, o

educador Eugênio Mussak e o

especialista em cultura

digital Gil Giardelli.

Programa beneficia empresas de FeiraAprimorar processos dos

pequenos negócios que

atuam como fornecedores de

grandes indústrias,

estimulando o

desenvolvimento econômico

de Feira de Santana é o

objetivo do Programa de

Encadeamento Produtivo

Multiâncoras, iniciado em

junho. O projeto, promovido

e coordenado pelo Sebrae, é

executado pelo IEL, com o

apoio do CIFS.

Plano contra a tríplice epidemia treinou mais de 600 pessoasMais de 600 trabalhadores de cerca de 60 empresas já foram

capacitados até o momento no Plano SESI de Enfrentamento da Tríplice

Epidemia, serviço gratuito oferecido pelo SESI Bahia às empresas

industriais. O objetivo deste projeto de responsabilidade social é

capacitar trabalhadores e empregadores de indústrias para atuarem

como vetores de multiplicação das práticas de prevenção da dengue,

chikungunya e zika.

De acordo com Angela Macêdo Magalhães, coordenadora de Promoção

da Saúde do SESI Lucaia e idealizadora do Plano SESI, a iniciativa tem

tido um índice de satisfação elevado e boa adesão dos participantes. O

treinamento busca instrumentalizar o multiplicador a identificar

criadouros e a erradicá-los, preparando-os para atuar na empresa, no

domicílio e na comunidade. A meta é atingir 400 empresas industriais.

ANGELo PoNtES/coPErPhoto/SIStEMA FIEB

Esquetes

teatrais fazem

parte do

treinamento

para

trabalhadores

de empresas

industriais

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32 Bahia Indústria

jurídico

Estado reduzirá incentivos fiscais Foi publicada, em 21.06.16, a

Lei Estadual nº 13.564, que

institui condição para

concessão e manutenção de

benefícios e incentivos fiscais

ou financeiros relacionados ao

ICMS, vinculando a concessão

à comprovação, pelo

contribuinte, de realização de

depósito do valor

correspondente a 10% destes

benefícios ou incentivos, em

favor do Fundo Estadual de

Combate e Erradicação da

Pobreza. Tal regramento

aplica-se, inclusive, em

relação aos benefícios e

incentivos fiscais ou

financeiros cuja fruição esteja

em curso. É importante

ressaltar que ato do Executivo

definirá procedimentos para o

cálculo e o recolhimento do

valor do depósito previsto na

lei e poderá restringir a

aplicação das condições a

determinados benefícios ou

programas de incentivo.

STJ determina reflorestamento O Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o REsp

1381191, condenou agropecuária a reflorestar

área de preservação ambiental desmatada

antes da vigência do Código Florestal. O STJ

entendeu que o dever jurídico de demarcar,

averbar e restaurar a área de reserva legal

transfere-se automaticamente ao adquirente ou

possuidor do imóvel, independentemente de

inexistir, à época do desmatamento, a

obrigatoriedade de constituir reserva legal.

Sancionada a lei do PDDU de SalvadorFoi publicada, em 30.06.16, a Lei

Municipal nº 9.069, que dispõe

sobre o Plano Diretor de

Desenvolvimento Urbano (PDDU)

do Município de Salvador.

A lei possui 404 artigos e dispõe

sobre o desenvolvimento

econômico, o meio ambiente, a

cultura, a habitação, a

infraestrutura, equipamentos e

serviços urbanos básicos, o

ordenamento territorial, dentre

outros. O projeto foi aprovado

pela Câmara com 133 emendas,

das quais 52 de iniciativa popular

e 80 de autoria dos vereadores.

Cota PCD: empresa é isentada de multa O Tribunal Superior do

Trabalho, ao julgar o E-ED-RR

- 658200-89.2009.5.09.0670,

afastou a imposição de multa

à empresa que comprovou a

impossibilidade de

atendimento ao disposto no

art. 93 da Lei Federal 8.213/91,

o qual prevê que a empresa

com 100 ou mais empregados

está obrigada a preencher de

2% a 5% dos seus cargos com

beneficiários reabilitados ou

pessoas portadoras de

deficiência.

A decisão, que produz efeitos

somente às partes do

processo, levou em

consideração a comprovação

da empresa de ter empenhado

todos os esforços na seleção

de seu quadro de pessoal em

observância à lei e a

dificuldade que as empresas

têm enfrentado para

encontrar profissionais aptos

no mercado de trabalho.

FotoS ShuttErStock

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Bahia Indústria 33

iDeias

por ArMANDO DA COSTA NETO

A educação brasileira vive um mo-

mento de grande oportunidade

para definição de novos rumos.

Ultrapassada a fase de debates

sobre a pertinência ou não de uma

base nacional comum curricular,

prevaleceu o entendimento de que

ela é necessária. A tarefa agora é a

construção do melhor documento

possível, que revele as necessida-

des sociais e produtivas do país. A

participação e o debate tornam-se

imperativos nesse momento, car-

regado de revoluções paradigmá-

ticas e de comportamento.

Por isso criamos a Série SESI

Diálogos de Educação, com o ob-

jetivo de promover participação e

contribuição ao debate, em con-

junto com a sociedade. Não pre-

tendemos o lugar de protagonista

dessas discussões, mas, tão so-

mente, fazer a nossa parte.

A primeira edição focou o ensi-

no médio, etapa que fecha o ciclo

da educação básica e abre, ou pelo

menos assim deveria ser, as possi-

bilidades de vida cidadã e produ-

tiva para milhares de jovens. Con-

tamos com a valiosa contribuição

de renomados profissionais estu-

diosos do tema, num auditório re-

pleto de educadores do SESI e de

organizações públicas e privadas.

Constatações baseadas em sé-

ries históricas apontam que o en-

sino médio brasileiro patina.

A despeito do aumento expres-

sivo do investimento público di-

reto, por estudante, que triplicou

nos últimos anos, a qualidade não

melhora. O ENEM, com as altera-

ções sofridas no tempo, se trans-

formou num grande funil movido

pelas profundas desigualdades

sociais ainda existentes. Entre os

inscritos e aqueles que efetiva-

mente conseguem ocupar as va-

gas disponíveis para o ensino su-

perior existe um oceano de jovens

que ficam à deriva.

O desempenho dos alunos está

fortemente ligado às condições so-

ciais de suas famílias. Das causas

que explicam o mau desempenho

75% a 80% são de ordem socioe-

conômica. Assim, o efeito escola,

apenas 20% a 25%, nos impõe ain-

da mais por decisões acertadas.

Enfim, é fato de que a cobertura

aumentou, mas apenas um terço

consegue ir para o ensino supe-

rior; a qualidade não melhorou, a

despeito do aumento dos investi-

mentos; e existe grande desigual-

dade no desempenho dos alunos

relacionada à sua condição social.

Não fosse um cenário suficien-

temente complexo, a regulamenta-

ção atual engessa e sobrecarrega o

ensino médio, que convive com

uma formação inicial de professo-

res insuficiente tanto no “o que”

quanto no “como” ensinar.

Das reflexões no SESI Diálogos,

uma alternativa foi apresentada

na direção da diversificação do

ensino médio. Vários caminhos e

trajetos diferentes num sistema ar-

ticulado entre o nível médio e o su-

perior. Vários países se organizam

assim. Em Singapura, depois do

nível fundamental, o jovem tem 6

alternativas para avançar na sua

escolarização. A sua escolha cer-

tamente depende dos seus dese-

O desempenho dos alunos está fortemente ligado às condições sociais de suas famílias. Das causas que explicam o mau desempenho 75% a 80% são de ordem socioeconômica

Armando da Costa Neto, superintendente do SESI Bahia

diálogos para mais qualidade na educação

jos, capacidades e condições. Po-

líticas públicas podem compensar

a falta do último, uma vez garanti-

dos os dois primeiros critérios.

Será que o modelo único de for-

mação geral, igual para todos, é

realmente a melhor forma de pro-

mover nossa imensa população

de jovens à cidadania plena e ao

mundo do trabalho?

Da nossa parte, temos avan-

çado com uma educação para o

mundo do trabalho, articulando

a educação básica do SESI com

a educação profissional do SE-

NAI. Definimos pela ampliação

do ensino médio, porta de saída

da educação básica e etapa mais

próxima de um início efetivo da

profissionalização. Pretendemos

chegar a 2018 com nove escolas de

ensino médio em oito municípios

da Bahia. Queremos mais. Quere-

mos aumentar a qualidade do que

fazemos, fortalecer a identidade

de escolas voltadas para a indús-

tria e contribuir com a melhoria

da qualidade de nossa escola pú-

blica. Tudo isso passa por diálogo,

cooperação e visão estratégica. [bi]

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livros

leitura&entretenimento

As engrenagens do negócioEm 1991, Bill Gates, um dos fundadores da

Microsoft, pediu a um amigo a

recomendação de um livro. Descobriu

Aventuras Empresarias, de John Brooks. A

obra é indicada aos que querem entender

o mundo dos negócios. São 12 cases em

que os fracassos, muito mais do que os

triunfos, aparecem em destaque. Os temas

incluem inovação, estratégia, dinâmica de

mercados, ética e câmbio, e mostram que

o poder das decisões é capaz de alavancar

uma empresa ou dizimá-la.

Identidade nacionalSob uma visão da perspectiva brasileira, o

autor Eduardo Giannetti analisa, em

Trópicos Utópicos, a crise civilizatória,

apontando as ilusões e os estímulos que a

alimentam. Organizado em microensaios,

o livro dá uma nova abordagem à questão

da identidade, olhando sempre para o

futuro. O leitor é conduzido a passar por

reflexões sobre a ciência, a tecnologia e o

crescimento econômico, buscando assim,

uma proposta para redescobrir o país e

pensar no futuro.

Aventuras EmpresariaisJohn Brookseditora Best Business576p.R$ 62,90

Trópicos Utópicos - Uma perspectiva brasileira da crise civilizatóriaeduardo GiannettiCompanhia das Letras216p.R$ 34,90

34 Bahia Indústria

humor em dose duplaCompletando dez anos em 2016, o grupo Teatro Nu apresenta

dois espetáculos no Teatro SESI, com direção de Gil Vicente

Tavares. Os Javalis, em cartaz em agosto, tem um enredo que

gira em torno de uma suposta invasão de javalis à cidade, que

destroem tudo e todos. A montagem é inspirada na obra O

Rinoceronte, de Ionesco, e faz uma crítica à sociedade

contemporânea, marcada pelo consumismo e pela perda de

referências. Em O homem A e o homem B, que entra em cartaz

em setembro, dois sobreviventes precisam conviver sitiados

em uma casa e confiar um no outro. Os personagens são

interpretados por Carlos Betão e Marcelo Praddo.

FotoS DIVuLGAção

A humanidade em trânsito Com um olhar carregado de um teor social peculiar, o

fotógrafo Sebastião Salgado evidencia na exposição Êxodos

– O mundo real de uma humanidade que busca uma vida

melhor. Após seis anos e 40 países percorridos, o autor busca

uma reflexão sobre diversas questões de pessoas que tiveram

de deixar sua terra natal. É a história perturbadora de

migrantes, refugiados e exilados, divididas em cinco temas

centrais: África, Luta pela Terra, Refugiados e Migrados,

Megacidades e Retratos de Crianças. Em cada abordagem, o

registro de pessoas que, mesmo em meio ao caos, enxergam

nas crianças a esperança e a dignidade humana.

Não perca Caixa Cultural Salvador, ter a dom, das 9h às 18h. Até 21.08. Rua Carlos Gomes, 57, Centro. Grátis

Não perca Teatro SESI, sextas, às 20h. Ingressos: R$ 40 e 20 (meia). Rua Borges dos Reis, 9, Rio Vermelho.

exposição

teatro

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71 3534-8090 www.fieb.org.br/senai

WorldSkills 2015

95% das empresas preferem os

alunos do SENAI. Uma instituição,

com mais de 70 anos de experiência

no mercado, que oferece a melhor

formação profissional do mundo

segundo a WorldSkills 2015. Com

cursos personalizados para as

necessidades da sua empresa, o

SENAI é um grande polo de geração

e multiplicação do conhecimento

técnico e tecnológico.

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