55
MESTRADO CIÊNCIAS EMPRESARIAIS GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE UM NOVO PERFIL DE COMPETÊNCIAS JOÃO PEDRO LINHARES MARQUES DE FIGUEIREDO Orientação: Professor Doutor Paulo Lopes Henriques Janeiro/2003

GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

MESTRADO

CIÊNCIAS EMPRESARIAIS

GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE:

A EMERGÊNCIA DE UM NOVO PERFIL DE

COMPETÊNCIAS

JOÃO PEDRO LINHARES MARQUES DE FIGUEIREDO

Orientação: Professor Doutor Paulo Lopes Henriques

Janeiro/2003

Page 2: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

I

RESUMO

Este trabalho procura determinar o perfil de competências dos gestores de

sustentabilidade em organizações a atuar em Portugal. A pesquisa consiste em

relacionar com as principais responsabilidades, atribuições e desafios dessa função e

interpretá-las de modo a comparar com estudos já realizados por outros autores.

Segundo vários estudos, os factores influenciadores para a criação de uma área de

Sustentabilidade nas empresas são diversos e múltiplos. Eles podem ser resultado da

iniciativa do fundador ou CEO, pressão do mercado ou do consumidor ou ainda da

aderência ao contexto de Códigos de Ética, de Conduta e Compliance.

Através deste trabalho foi possível identificar, na visão de gestores de RH inquiridos, as

competências core necessárias para um gestor promover a sustentabilidade e transmitir

aos seus colaboradores de modo a estarem alinhados à estratégia da organização. Na

conclusão deste trabalho irá ser feita uma comparação com estudos anteriores,

nomeadamente um realizado pela empresa de consultoria brasileira Korn/Ferry, de

modo a enquadrar e comparar o perfil obtido neste trabalho com o contexto

internacional.

Palavras-chave: Sustentabilidade; Desenvolvimento Sustentável; Sustentabilidade em

Portugal; Liderança; Competências.

Page 3: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

II

ABSTRACT

This study aims to determine the competency profile of sustainability managers in

organizations to operate in Portugal. The research relates the core responsibilities, duties

and challenges of this role and interprets them in order to compare with previous studies

by other authors.

According to several studies, there are several factors influencing the creation of an area

of Sustainability in business. They can be a result of the initiative of the founder or

CEO, market or consumers’ pressure or the context of adherence to Codes of Ethics,

Conduct and Compliance.

Through this work it was possible to identify, in the view of the HR managers surveyed,

the core competencies necessary for a manager to promote sustainability and provide

their employees so that they are aligned with the organization's strategy. At the

conclusion of this work, a comparison will be made with previous studies, including one

conducted by the Brazilian consulting firm Korn / Ferry in order to adapt and compare

the profile obtained with this work within the international context.

Keywords: Sustainability, Sustainable Development, Sustainability in Portugal;

Leadership; Skills.

Page 4: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

III

ÍNDICE

Resumo .............................................................................................................................. I

Abstract ............................................................................................................................. II

Índice .............................................................................................................................. III

Lista de Figuras .............................................................................................................. IV

Lista de Tabelas ................................................................................................................ V

Glossário de Termos e Abreviaturas .............................................................................. VI

Agradecimentos ............................................................................................................. VII

Capítulo I - Introdução ..................................................................................................... 1

Identificação do problema base do trabalho ................................................................ 2

Capítulo II – Enquadramento Teórico .............................................................................. 4

Sustentabilidade ........................................................................................................... 4

Sustentabilidade em Portugal ..................................................................................... 10

Governance ................................................................................................................. 11

Liderança .................................................................................................................... 12

Competências ............................................................................................................. 17

Capítulo III – Metodologia e desenvolvimento de pesquisa .......................................... 20

O Processo de pesquisa .............................................................................................. 20

Caracterização das empresas ..................................................................................... 22

Recolha de dados ........................................................................................................ 22

Page 5: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

IV

Capítulo IV – Resultado e Discussão ............................................................................. 24

Estilo de liderança ...................................................................................................... 25

Comportamento Empresarial (perspectiva própria e dos subordinados) .................. 26

Diagnóstico da Cultura da Equipa ............................................................................. 27

Método de Lominger ................................................................................................... 29

Capítulo V – Conclusão .................................................................................................. 30

Limitações do estudo .................................................................................................. 32

Referências Bibliograficas .............................................................................................. 34

Bibliografia ..................................................................................................................... 34

Endereços de Internet ................................................................................................. 37

Anexos ............................................................................................................................ 38

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – OS TRÊS PILARES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ............................... 7

FIGURA 2 – OS QUATRO ESTILOS DE COMPORTAMENTO DO LÍDER ................................... 14

FIGURA 3 – MODELOS DE GESTÃO E PAPÉIS GERENCIAIS (QUINN ET AL.) ........................ 15

FIGURA 4 – O MODELO DE GRELHA DE GESTÃO DE BLAKE E MOUTON ............................ 16

FIGURA 5 – A COMPETÊNCIA NA DEFINIÇÃO DE LICHTENBERGER .................................... 18

FIGURA 6 – AVALIAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS ORGANIZACIONAIS (PERSPECTIVA DOS

OUTROS) .................................................................................................................. 26

Page 6: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

V

FIGURA 7 – AVALIAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS EMPRESARIAIS (PERSPECTIVA PRÓPRIA)

................................................................................................................................ 27

FIGURA 8 – DIAGNÓSTICO DA CULTURA DE EQUIPA, VALORES FINAIS. ........................... 28

LISTA DE TABELAS

TABELA 1– SEXO DOS INQUIRIDOS (GESTORES DE TOPO) ................................................ 24

TABELA 2 – FAIXA ETÁRIA DOS INQUIRIDOS (GESTORES DE TOPO) ................................. 24

Page 7: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

VI

GLOSSÁRIO DE TERMOS E ABREVIATURAS

AEISEC Association International des Étudiants en Sciences

Économiques et Commerciales

BPO Business Process Outsourcing

CCL Center Creative Leadership

CSR Corporative Social Responsability

DJSI Dow Jones Sustainability Index

ENDS Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável

FTSE Financial Times Stock Exchange

ONG Organizações Não Governamentais

ONU Organização das Nações Unidas

PIENDS Plano de Implementação da Estratégia Nacional de

Desenvolvimento Sustentável

RH Recursos Humanos

WCED World Commission on Environment and Development

Page 8: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

VII

AGRADECIMENTOS

Para a realização desta dissertação foram vários os intervenientes que colaboraram

directa e indirectamente, os quais merecem o meu reconhecimento e gratidão.

Aos meus orientadores, Professor Paulo Lopes Henriques, e ao Professor Pedro Verga

Matos pela disponibilidade e esclarecimento de dúvidas, assim como pelos comentários

e sugestões.

Quero agradecer também a todos os inquiridos que contribuíram para o meu estudo bem

como a disponibilidade das empresas que participaram neste estudo.

Finalmente, aos meus pais, avós, irmão e amigos, com especial carinho à minha

namorada Andreia Filipa e ao meu amigo Luís Miguel, pela compreensão, apoio

incondicional, incentivo e motivação imprescindíveis para a efectivação deste trabalho.

Um sincero obrigado!

Obrigado a todos …

Page 9: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

1

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

De acordo com Gonçalves (2010), através de um debate sobre a Sustentabilidade

Desafio Global, este afirma que “os benefícios para as empresas que adoptam práticas

de sustentabilidade merecem ser sublinhados: da inegável melhoria da reputação da

marca, a uma maior vantagem competitiva dada à possibilidade de um maior acesso a

novos mercados e consequente aumento da sua quota nos mesmos, sem esquecer a

integração de regras de compliance regulatórias, a sustentabilidade obriga ainda a uma

maior inovação nos modelos de negócio e a uma eficiência crescente, devido à redução

dos custos, nomeadamente energéticos e de desperdícios.”

A preocupação ambiental tem assumido um papel cada vez mais relevante para as

empresas e para a sociedade, não só pela crescente exigência dos governos através de

legislação e normas específicas, mas como também por pressões de mercado,

provenientes sobretudo da consciência ecológica que se tem verificado nos

consumidores, estando estes cada vez mais informados, exigentes procurando uma

melhor qualidade de vida.

Para as empresas, torna-se indispensável descobrir o equilíbrio mais rentável entre três

variáveis à partida pouco compatíveis: lucros, satisfação das necessidades dos clientes e

interesse ambiental. O equilíbrio destas três variáveis irá representar uma vantagem

competitiva face às empresas concorrentes, promovendo um impacto na imagem da

empresa que por sua vez reflectirá na avaliação que se espera positiva, feita pelos

consumidores.

Page 10: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

2

Através destas necessidades, as empresas tendem adoptar estratégias políticas de acordo

com a satisfação do consumidor, não só de forma lucrativa como sustentável, alinhando

às novas estratégias de Marketing “verde”.

As empresas já perceberam que podem ganhar a todos os níveis com uma politica

sustentável, no entanto já está ultrapassada a questão do marketing, e surge a

necessidade de desenvolver um perfil de competências humano que vá de acordo com

as necessidades da empresa para poder gerar esta vantagem competitiva.

A comunicação da sustentabilidade no sentido da prestação de contas ou divulgação do

desempenho de uma empresa deve ter sempre uma vertente inicial de envolvimento dos

colaboradores. Sem a sua adesão e participação activa, muitas políticas não passam

disso mesmo, pelo que a implementação de uma estratégia de sustentabilidade deve

sempre contar com os públicos internos.

Identificação do problema base do trabalho

Gestores afirmam que a sustentabilidade está cada vez mais na moda. A

sustentabilidade não é, de uma forma geral, encarada como uma moda. Muitas empresas

encaram a sustentabilidade como oportunidade estratégica de reduzir custos e de se

adaptarem a um mercado com mais partes interessadas, para além dos clientes. Claro

que os exemplos servem para estimular as empresas, mas actualmente as empresas já

entenderam que esta não é só uma questão de marketing.

Recorrendo a estudos realizados por vários autores, muitos defendem que as políticas de

sustentabilidade trazem resultados práticos, tais como a redução de custos,

reposicionamento no mercado, desenvolvimento de produtos, atracção de talentos, valor

da marca imagem e melhor desempenho, entre outros.

Page 11: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

3

(Moggi & Burkhard, 2004) confirmam que muitas vezes os líderes não estão cientes das

responsabilidades que transcendem os objectivos empresariais. Geralmente esses líderes

detêm o poder de transmitir a imagem da empresa para o exterior, por outras palavras,

detêm a relação de causa ou efeito que essa empresa causa na sociedade, no cliente e no

meio ambiente onde a empresa atua.

Face a crescente importância deste processo, num ambiente organizacional, existe cada

vez mais a necessidade de determinar o perfil de competências de um gestor que

promova e lidere este processo de sustentabilidade na empresa, considerando que esse

profissional tem como missão posicionar a organização no contexto do

desenvolvimento sustentável – aquele que “satisfaz as necessidades do presente sem

comprometer as necessidades das futuras gerações” (Comissão Brundland/ONU, 1987),

é um exemplo de aplicação prática.

Com base na identificação do problema, as questões centrais incidem na identificação

de novas soluções no que concerne ao entendimento e definição de um gestor

sustentável, bem como na identificação das competências chave por parte de gestores

que promovam a sustentabilidade empresarial.

Integrados nestas questões centrais podemos definir os objectivos específicos tais como:

Definição da Sustentabilidade e o desenvolvimento;

A importância da Sustentabilidade nas empresas;

Análise histórica dos gestores de topo;

Identificação das competências-chave de um Gestor Sustentável;

Determinação e comparação com estudos anteriores, do perfil de um Gestor

Sustentável;

Page 12: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

4

CAPÍTULO II – ENQUADRAMENTO TEÓRICO

Sustentabilidade

Desta forma, o termo Sustentabilidade, pura e simplesmente, vem a ser a capacidade de

manter algo. Podemos afirmar “na prática”, que esse conceito de sustentabilidade

representa promover a exploração de áreas ou o uso de recursos planetários (naturais ou

não) de forma a prejudicar o menos possível o equilíbrio entre o meio ambiente e as

comunidades humanas e toda a biosfera que dele dependem para existir.

Por outro lado, o termo Desenvolvimento Sustentável atingiu grande evidência e

importância. (Bellen, 2006) afirma que “por se tratar de um processo contínuo e

complexo, observa-se hoje que existe uma variedade de abordagens que procura

explicar o conceito de sustentabilidade” (cit.p.23).

Segundo (Mebratu, 1998), “o Desenvolvimento Sustentável é irremediavelmente um

fenómeno multidisciplinar” (cit.p.493-520).

O conceito de desenvolvimento sustentável teve origem em 1987, através do Relatório

Brundtland “O Nosso Futuro Comum”1 – elaborado sob a égide das Nações Unidas na

Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento2, e definidos como “o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade

de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades” (cit.p.46).

(Almeida, 2007), afirma que “o conceito de sustentabilidade evoluiu bastante nos

últimos anos e de forma positiva. Nós estamos perante o evidente processo de

1 Report of the World Commission on Environment and Development: Our Common Future.

2 World Commission on Environment and Development (WCED)

Page 13: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

5

democratização do tema sustentabilidade, que começa a deixar os segmentos elitizados

para se transformar numa bandeira da sociedade em geral” (cit. p.8).

De facto, o desenvolvimento sustentável tem vindo a agrupar acções praticadas de

forma cada vez mais correta e consciente, contemplando as dimensões que envolvem o

seu conceito.

Considerando o desenvolvimento sustentável como um conceito dinâmico que engloba

um processo de mudança, (Almeida, 2002) afirma que o desenvolvimento sustentável “é

um modelo de desenvolvimento que contempla de forma integrada, articulada e

transparente, as dimensões económica, social e ambiental” (cit.p.87).

O desenvolvimento Sustentável está assim intrinsecamente associado ao conceito de

economia ecológica e de uma abordagem sistémica, na qual a economia, ambiente

sociedade estão integrados num sistema sócio-ecológico. Citando (Constanza, 2003):

“A Economia ecológica inclui assim alguns aspectos da teoria económica ambiental

neoclássica, outros provenientes da teoria ecológica e dos estudos de impacte ecológico,

bem como todo um conjunto de outras disciplinas, e incentiva o desenvolvimento de

uma abordagem completamente nova, mais integrada, que permita identificar novas

ligações entre os sistemas económicos e ecológicos” (cit.p.651-671).

No entanto apesar das várias tentativas de se formular uma teoria económica da

sustentabilidade, ainda não existe uma teoria reconhecida como tal.

Após a Cimeira Social de Copenhaga, realizada em 1995, foram convencionados três

dimensões essenciais perante a implementação do Desenvolvimento. Desta forma, a sua

implementação é realizada com base em três dimensões essenciais:

Page 14: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

6

a) Desenvolvimento Económico

O conceito de desenvolvimento sustentável, observado a partir da perspectiva

económica, segundo (Rutherford, 1997), vê o mundo em termos de existências e fluxo

de capital. Na verdade, essa visão não está restrita apenas ao convencional capital

monetário ou económico, mas está aberta a considerar capitais de diferentes tipos,

incluindo o ambiental e/ou natural, capital humano e capital social. Segundo Hans

(Bellen, 2006) para os economistas, o problema da sustentabilidade refere-se à

manutenção do capital em todas as suas formas.

Significa gerar prosperidade em diferentes níveis da sociedade e tornar eficiente a

actividade económica. Refere-se à viabilidade das organizações e das suas actividades

na geração de riqueza e promoção de emprego e qualidade.

b) Coesão Social

Para (Sachs, 1997), a sustentabilidade social refere-se a um processo de

desenvolvimento que leve a um crescimento estável, com distribuição equitativa de

rendimento, gerando, com isso, a diminuição das atuais diferenças entre os diversos

níveis na sociedade e a melhoria das condições de vida das populações.

Aborda-se assim, a inclusão de possibilidades maiores e melhores para todos na

sociedade, de uma forma equilibrada e bem distribuída, de modo a proporcionar um

aumento na qualidade de vida que por si, irá contribuir para o aumento da capacidade de

manutenção do estado de desenvolvimento sustentável, tão sugerido e desejado.

c) A Protecção do Ambiente

A sustentabilidade da perspectiva ambiental, (Rutherford, 1997), tem como principal

preocupação os impactos das actividades humanas sobre o meio ambiente, chamado de

capital natural. Nessa visão, a produção primária, oferecida pela natureza, é a base

Page 15: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

7

fundamental sobre a qual se assenta a espécie humana. Significa ampliar a capacidade

do planeta pela utilização do potencial encontrado nos diversos ecossistemas, ao mesmo

tempo em que se mantém a sua deterioração em um nível mínimo. Como acções

voltadas para essa perspectiva, pode-se citar reduzir a utilização de combustíveis

fósseis, diminuir a emissão de substâncias poluentes, adoptar políticas de conservação

de energia e de recursos, substituir recursos não-renováveis por renováveis e aumentar a

eficiência em relação aos recursos utilizados, (Sachs, 1997).

A estas três dimensões do desenvolvimento sustentável acresce, ainda, a vertente

institucional, que chama a atenção para as questões relativas às formas de governação,

das instituições e dos sistemas legislativos (flexibilidade, transparência, democracia), no

seus maiores níveis, e para o quadro de participação dos grupos de interesse (sindicatos

e associações empresariais) e de sociedade civil (Organizações Não Governamentais 3),

considerados como parceiros essenciais na promoção dos objectivos do

desenvolvimento sustentável.

Figura 1 – Os três pilares do Desenvolvimento Sustentável

Fonte: Limão, A [2007]. Selecção e

Avaliação de Soluções Sustentáveis

na Construção, Instituto Superior

Técnico

3 ONG – Organizações Não Governamentais

Economia

Crescimento

Eficiência

Bens e serviços

Consumo de recursos

Sociedade

População

Cultura

Qualidade de vida

Equidade

Política

Ambiente

Integridade dos ecosistemas

Capacidade de carga

Biodiversidade

Recursos

Page 16: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

8

O Desenvolvimento Sustentável baseia-se no equilíbrio entre os seus três pilares, o

desenvolvimento económico, o progresso social e a preservação do ambiente. Este

equilíbrio constitui hoje o maior desafio global para o mundo em que vivemos, sendo

que cada país apresenta, nesta matéria, prioridades e questões que lhe são próprias.

Uma vez que as actividades económicas são desenvolvidas por vários agentes

económicos, incluindo o sector privado composto por multinacionais, grandes, médias,

pequenas e micro-empresas, é evidente que as empresas têm um papel de maior

predomínio no alcance dos níveis de desenvolvimentos sustentáveis desejáveis.

Este papel implica que as empresas tenham de assumir as suas responsabilidades pelos

seus impactos ambientais e sociais, e que implementem processos de gestão que

promovam uma gestão equilibrada e transparente desses 3 pilares.

Um outro conceito relacionado com a Sustentabilidade é o de Corporate Social

Responsibility (CSR)4, que se refere à responsabilidade das organizações em

desenvolver abordagens de gestão que levem em consideração não apenas os factores de

lucro imediato e rácios económicos tradicionais, mas também os factores de

governance, ambientais e sociais.

Durante o século XX até princípios do século XXI, foram períodos em que a CSR teve

um enfoque especial, verificando-se na última década um acréscimo significativo na

investigação académica internacional, quer a nível de artigos académicos, quer na

publicação de livros especializados, bem como ao desenvolvimento de estudos por parte

de várias empresas de consultoria.

4 Responsabilidade Social das Empresas (RSE)

Page 17: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

9

O conceito expandiu-se também para diversas áreas, tais como o âmbito legal, politica e

económica (McKie, 1974 citado em Hopkins, 2009). E apesar de todo este

desenvolvimento, e do facto de este conceito não ser novo, ainda não existe uma

definição universalmente aceite em relação à CSR5.

Ca)rroll (1999, defende que como o conceito evoluiu de uma primeira focalização nos

aspectos sociais dos anos 60 e a inclusão dos aspectos éticos por Davis (1967),

seguindo-se de um reconhecimento de que a empresa necessita de equilibrar os

múltiplos interesses conjuntamente com a necessidade de alcançar múltiplos objectivos,

em vez da exclusiva focalização tradicional de maximização dos lucros muito vigente

nos anos 70 (Jonhson, 1971 citado em Carroll, 1999).

Michael Hopkins definiu em 2003, que a “CSR está relacionada com a existência de

uma ética e responsabilidade, na forma como a empresa se relaciona com os seus

stakeholder, e que seja aceitável pelas sociedades civilizadas. O social incluiu

responsabilidade económica e ambiental. Os stakeholders existem dentro e fora da

empresa. O objectivo lato da responsabilidade social é a de criar melhores níveis de

vida, preservando o lucro da empresa para as pessoas quer internas quer externas à

organização”.

Em fim de século, e com o início do século XXI, as empresas começaram a

compreender que os seus impactes sociais e ambientais poderiam ter implicações

estratégicas, o que fez com que estes temas começassem, finalmente, a ser discutidos ao

nível do Conselho de Administração, Elkinton (1997). Estes temas têm vindo a ser

5 Hopkins, 2003; Ghobadian et.al 2006; Frekental 2011; Lantos 2001; Bihmann, 2006; Andersson, 2006;

Robins,2008.

Page 18: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

10

gradualmente integrados em empresas multinacionais6 de forma a dar resposta às

expectativas crescentes por parte dos stakeholders. Apesar da evidente importância que

as grandes corporações têm na sociedade e da necessidade de serem responsáveis e

transparentes em relação às suas acções, foi também no século XXI que surgiu, com

maior intensidade, o debate sobre a legitimidade estas empresas em oferecer alguns dos

serviços tradicionalmente desenvolvidos pelo Estado. Isto porque, as empresas não são

eleitas democraticamente como são os Governos, nem têm como principal objectivo

promover o bem comum, como devem ter os governos. Um debate que será

acompanhado e desenvolvido durante os próximos anos.

Sustentabilidade em Portugal

Portugal, apesar da evolução registada nos últimos dez anos, expressa em alguns

indicadores ambientais e de desenvolvimento, ainda apresenta um excesso de questões

ambientais face aos recursos financeiros disponíveis, faltando realizar muitas

infraestruturas colectivas, públicas ou privadas.

No que respeita à predisposição do tecido empresarial português em relação às questões

ambientais, a situação é bem melhor que há uma década, conforme prova o número

crescente de empresas e organizações que obtém a certificação ambiental.

Em 2007, é aprovado em Portugal a Estratégia Nacional de Desenvolvimento

Sustentável (ENDS) e o respectivo plano de implementação (PIENDS). Em 2008 é

6 As maiores multinacionais estão cotadas no DJSI e no FTSE4GOOD, que são índices de bolsa que apenas contêm

empresas que conseguem responder a um conjunto de critérios, de estratégia e prática, que abarcam as áreas do

ambiente, social, governance e económico

Page 19: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

11

transposta a Directiva de Responsabilidade Ambiental 7, e tem como principal objectivo

integrar na legislação portuguesa o principio do poluidor-pagador8, no que diz respeito à

prevenção e reparação de danos ambientais resultantes do desenvolvimento de

actividades económicas.

Esta legislação aplica-se aos danos ambientais, bem como às ameaças iminentes desses

danos, causados em resultado do exercício de uma qualquer actividade desenvolvida no

âmbito de uma actividade económica, independentemente do seu carácter público ou

privado, lucrativo ou não. Esta legislação trará implicações estruturais para as empresas

e sector bancário e segurador, uma vez que existe a necessidade de se valorizar os

aspectos da Biodiversidade.

No entanto, ainda permanecem carências importantes nas empresas no que respeita à

informação ambiental. O ambiente não pode ser apenas um negócio, ou um custo, o

respeito pelo ambiente terá de ser civismo e, também, atitude e conhecimento.

É assim evidente que só pode haver progresso no desempenho ambiental se se investir

mais na informação e na sensibilização.

Governance

De acordo com Strandberg (2005) as tradicionais ferramentas de governance falham na

captura dos novos emergentes riscos como os associados aos aspectos laborais e

ambientas na cadeia de valor, direitos humanos entre outros assuntos que a sociedade

7 Directiva n.º 2004/35/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho através do Decreto-Lei n.º 147/2008 para o direito

nacional.

8 Mecanismo de Direito do Ambiente que impõe aos poluidores obrigações sob a forma de normas e/ou taxas,

mediante os danos causados no ambiente pelas suas actividades.

Page 20: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

12

considere como materiais. O novo sistema de gestão de risco deve a empresa e o seu

contexto com uma visão mais holística. Reconhece por exemplo que uma gestão

positiva da relação com os stakeholders deverá resultar num risco operacional mais

baixo devido à existência de menos processos litigiosos e redução dos riscos de marca.

De forma a analisar como as empresas estão actualmente a identificar os seus riscos, a

comunidade financeira começou a desenvolver conhecimento acerca das ligações entre

aspectos sociais, ambientais e de governance com a performance, Strandberg (2005).

Estes riscos estão associados à informação não financeira e muitas das vezes à

informação qualitativa transversal às diferentes áreas quer ambiental, social e

económica. Por exemplo, uma vez que a CSR requer que uma empresa tenha em

consideração uma estratégia de longo prazo, os temas como as alterações climáticas,

pobreza global, segurança entre outros temas, ganham assim relevo ao nível da gestão.

As empresas serão também analisadas em relação à forma como antecipam e como se

deparam para as novas regulamentações, Strandberg (2005). Hoje em dia os temas do

foro ambiental e social estão associados a boas práticas de gestão e de governance da

empresa. Devem estar presentes ao nível operacional mas também devem fazer parte da

estratégia global de mercado da empresa, Elkinton (1997). No entanto, os temas da

corporate governance têm-se mantido na esfera tradicional de gestão da empresa e

ainda ignoram muitas vezes as preocupações de longo prazo que são necessariamente

levantadas quando se tem uma gestão responsável, Hopkins (2006).

Liderança

Num contexto tão exigente como o que vivemos actualmente ao nível das exigências

que já existem e que ainda virão, em relação aos comportamentos e responsabilidades

Page 21: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

13

dos gestores, é senão o factor chave usualmente referido como fundamental à efectiva

implementação de uma estratégia de sustentabilidade, está associado aos interesses e

crenças que o gestor tem em relação ao seu papel e em relação a quem é ele

responsável.

Modelo Situacional de Hersey e Blanchard

Através do Modelo Situacional de Hersey e Blanchard, este avalia o estilo de liderança

do gestor como se dirige para as suas equipas, onde é descrito à luz do modo como se

cruza a orientação para as tarefas e a orientação para o relacionamento.

Hersey e Blanchard estabeleceram quatro quadrantes básicos de comportamento do

líder, em função da sua produção (tarefa) e do subordinado (relacionamento). Surgiram,

assim, quatro combinações: tarefa alta (muita ênfase na tarefa) e relacionamento baixo

(pouca ênfase no relacionamento); tarefa alta e relacionamento alto; tarefa baixa e

relacionamento baixo; tarefa baixa e relacionamento alto. O comportamento de tarefa,

relaciona-se à estruturação do trabalho. Quanto mais alto o comportamento de tarefa,

mais o líder se empenha em planear, controlar, organizar e dirigir seu subordinado.

Quanto mais baixo o comportamento de tarefa, mais o líder deixa estas actividades a

cargo do subordinado.

O comportamento de relacionamento, refere-se ao apoio dado ao subordinado. Quanto

mais alto o comportamento de relacionamento, mais o líder se empenha em oferecer

apoio sócio-emocional e canais de comunicação ao subordinado.

A figura seguinte apresenta os quatro quadrantes de comportamento do líder.

Page 22: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

14

Figura 2 – Os quatro estilos de comportamento do líder

Fonte: Adaptado, Modelo de Hersey e Blanchard

Modelo de Competências Organizacionais de Quinn (Perspectiva do gestor e dos

subordinados)

De acordo com Quinn et al. (2003), atingir a eficácia organizacional num ambiente

dinâmico tornou-se um desafio. Em meados da década de 1990, os autores concluem

pela inexistência de um modelo único que oriente os gestores na consecução dos

objetivos organizacionais, sendo necessário abordar quatro modelos de gestão em uma

matriz mais ampla, considerando o foco (interno ou externo) e nível de

institucionalização de processos (flexibilidade ou controle). Assim, classificam os

modelos organizacionais como: metas racionais, processos internos, relações humanas e

sistemas abertos. Isoladamente, nenhum desses modelos proporciona a eficácia

organizacional. É necessário considerá-los como parte de um arcabouço maior,

chamado de "quadro de valores competitivos". Os modelos estão relacionados em dois

eixos: o eixo vertical que vai da flexibilidade (em cima) ao controle (em baixo) e o eixo

horizontal que vai do foco organizacional interno (esquerda) ao foco organizacional

externo (direita). Cada modelo é inserido em um dos quadrantes. O modelo das relações

Comportamento/tarefas

Apoio

Reduzido Elevado

Ele

vad

o

Delegação Comando

Red

uzi

do

Orientação C

om

po

rta

men

to/R

ela

ção

Page 23: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

15

humanas enfatiza os critérios de participação, abertura, compromisso e moral. Os

critérios enfatizados no modelo dos sistemas abertos são inovação, adaptação,

crescimento e aquisição de recursos. O modelo de metas racionais enfatiza direção,

clareza de objetivos, produtividade e realização. Os critérios relacionados à

documentação, processamento de informações, estabilidade e controle são enfatizados

no modelo de processos internos. Além dos critérios destinados a cada meta, alguns

valores gerais figuram no perímetro externo.

Deste modo, cada modelo relaciona-se a um oposto. O modelo das relações humanas,

relacionado à flexibilidade e foco interno, estabelece contraste com o modelo das metas

racionais, definido pelo controle e foco externo; o dos sistemas abertos, direcionado à

flexibilidade e foco externo, contrasta com o modelo dos processos internos, definido

pelo controle e foco interno. O modelo das relações humanas considera que as pessoas

possuem um valor inerente, já no de metas racionais, as pessoas adquirem valor a partir

de uma contribuição significativa para o cumprimento das metas. Nos sistemas abertos,

este cuida da adaptação à contínua transformação do ambiente, enquanto o modelo dos

sistemas internos visa à manutenção da estabilidade e continuidade no sistema.

Figura 3 – Modelos de Gestão e Papéis Gerenciais (Quinn et al.)

Fonte: Adaptado, Modelos de Gestão e Papéis Gerenciais, segundo Quinn e colaboradores.

Page 24: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

16

Diagnóstico de Cultura da Equipa - Grelha de Gestão de Blake e Mouton

O modelo Blake e Mouton (1964), cruza as orientações para as tarefas e as pessoas,

donde resultam cinco estilos essenciais. Este modelo baseia-se nas pesquisas anteriores,

nomeadamente os estudos de Ohio, e consiste numa matriz bidimensional –

preocupação com as pessoas e preocupação com a produção. Cada uma destas duas

dimensões corresponde a uma variável representada em cada um dos eixos cartesianos

xx e yy variando de 1 a 9, do que resultam 81 posições diferentes como se pode

constatar na figura seguinte. O estilo 9.9 é considerado o mais eficaz.

Figura 4 – O modelo de grelha de gestão de Blake e Mouton

Fonte: Adaptado, TEIXEIRA, S. (2005). Gestão das Organizações.

De acordo com as pesquisas de Blake e Mouton, os gestores com melhor índice de

desempenho eram os que adoptavam um estio de liderança (9,9) isto é, o estilo que

corresponde ao gau mais elevado de preocupação quer com as tarefas quer com as

pessoas.

Blake e Mouton afirmam que, de acordo com os seus trabalhos, os gestores que

adoptaram o estilo (9,9) obtiveram melhores resultados, menor rotação do pessoal

redução do absentismo e maior satisfação dos empregados Blake e Mouton e os seus

aderentes fizeram inúmeros seminários e sessões de formação por todo o mundo e

Page 25: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

17

estimularam o uso do enriquecimento das tarefas e das decisões participativas com vista

à criação de uma situação em que quer a organização quer os seus membros estejam em

sintonia num máximo e igual nível de produção.

Competências

Tem-se entendido frequentemente que as competências se dividem em saber

(competências teóricas) saber-fazer (competências práticas) e saber-ser (competências

sociais e comportamentais). Esta separação valoriza – talvez excessivamente – a palavra

“saber” e a aquisição através da formação escolar, uma vez que o saber-fazer e saber-ser

constituem subconjuntos minoritários, Sire e Tremblay (1999). É por essa razão que

para autores como Le Boterf a competência é um sistema, uma organização estruturada

que associa de forma combinatória diversos elementos, Le Boterf (1999), e para

Zafirian a competência é tomada de iniciativa e de responsabilidade do individuo nas

situações profissionais com os quais este é confrontado, Zarifian (1999).

Para Lichtenberger, a competência designa uma relação entre empregador e empregado,

na qual o primeiro conta com a vontade de envolvimento do segundo nas actividades

que este desempenha em situação profissional. A competência “é uma

responsabilidade”, sendo que é competente quem assume a sua responsabilidade numa

dada situação profissional e, paralelamente, explora essa actividade profissional nas

suas diferentes dimensões, Lichtenberger, (1999). Assim, o exercício da competência

apoia-se sobre três elementos (figura V).

Page 26: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

18

Figura 5 – A competência na definição de Lichtenberger

Fonte : ALMEIDA, Paulo Pereira de; REBELO, Glória. (2001). A Era da Competência. Editora RH, Lda. 2ª Edição

1 – Sobre os saberes: os conhecimentos e os saber-fazer adquiridos pela formação ou

pela experiência constituem base de toda a qualificação. De entre estes saberes, a

competência acentua os saberes procedimentais, a capacidade para analisar uma

situação, estabelecer um diagnóstico, resolver um problema, cooperar, comunicar e

trocar informações. Segundo Lichtenberger, pode designar-se a competência – neste

sentido especifico – como forma alargada da qualificação, acentuando as capacidades

intelectuais, operatórias e simbólicas mobilizadas nas actividades de trabalho.

2 – Sobre um poder de fazer: este poder depende dos meios próprios do trabalho ou

daqueles que lhe são atribuídos pela organização; incluem-se aqui os meios materiais e

de formação, assim como – e este é, em nosso entendimento, um aspecto muito

importante – a definição clara por parte da empresa do campo de responsabilidade do

trabalhador, das suas margens de evolução e de exploração, dos objectivos e da

importância da sua acção para os resultados e para a performance do conjunto da

empresa. Daqui decorre que a avaliação da competência nunca pode ser unilateral:

Actividades em situação profissional

Competência

Saberes e

conhecimentos –

base da qualificação

Poder de fazer – em

função dos meios

Vontade de assumir

a responsabilidade

- em função da

confiança

Res

po

nsa

bil

ida

de

Ex

plo

raçã

o

Page 27: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

19

mediante os meios fornecidos e os meios mobilizados, resulta de uma avaliação

recíproca trabalhador-organização.

3 – Sobre um querer: este é traduzido pelo envolvimento do trabalhador na tomada de

responsabilidade sobre as actividades que lhe são confiadas. Também aqui existe uma

relação entre a competência exercida e a confiança dada pelo colectivo ou organização:

a questão do querer remete para a presença concreta de uma motivação para agir ou para

não agir, para motivação concreta do trabalhador; aliás – e tal como indica a etimologia

4– a motivação corresponde a meter em movimento, a dar sentido à acção. Além disso,

convirá ter presente que esta mobilização da vontade do trabalhador evidencia formas

de reconhecimento empresariais, não só no plano material e financeiro como plano

simbólico, no curso e no longo prazo.

Métodologia de Lominger

Fundada por Lombardo e Eichinger (2004), para este método de competências de

Lominger, esta aborda três princípios básicos de liderança e gestão de talentos –

alinhamento estratégico e organizacional, liderança e desenvolvimento de gestores e de

talentos e gestão de desempenho, a fim de criar uma vantagem competitiva do capital

humano a longo prazo.

O conjunto de metodologias da Lominger, é um sistema integrado de solução altamente

eficaz de gestão de talentos para a criação de sistemas de RH eficazes e eficientes e

competências de cadeia de valor. É flexível, fácil de usar e personalizado para se

adequar a cultura ou estilo operacional de qualquer organização disposta a adoptar este

modelo como seu sistema de liderança.

As competências de Lominger, é o resultado de estudos profissionais, que inclui Center

for Creative Leadership (CCL), Hay-McBer Sears, a Exxon a AT&T, entre outros.

Page 28: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

20

CAPÍTULO III – METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DE

PESQUISA

O Processo de pesquisa

Segundo Gil (2002) uma pesquisa é um procedimento racional e sistemático, que tem

como objectivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é

desenvolvida mediante o recurso a conhecimentos disponíveis e a utilização de

métodos, técnicas e outros procedimentos científicos (Gil, 2002; Renenyi, Williams,

Money e Swartz, 1998).

Para a concepção metodológica do presente projecto, recorreu-se a técnicas de recolha e

tratamento da informação, nomeadamente à aplicação de 100 questionários de

administração directa e individual a todos os líderes e colaboradores que promovem a

sustentabilidade na organização, e à análise documental de manuscritos e comunicados

da Gestão Sustentável na empresa. Após a fase de aplicação dos questionários surgiu a

necessidade de tratamento da informação e sistematização dos dados recolhidos para

documentos secundários capazes de serem analisados, e assim poder responder às

questões colocadas nos objectivos da investigação.

O trabalho tem por base a necessidade de desenvolver, compreender e traçar um perfil

de um gestor sustentável com base na identificação das competências-chave bem como

uma análise detalhada do histórico dos gestores inquiridos. Os questionários utilizados

neste trabalho, são adaptados sendo os seguintes:

- Estilo de liderança9;

- Comportamento Empresarial (perspectiva própria e dos funcionários)10

;

9 Hersey e Blanchard (1988); Hersey (1989)

Page 29: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

21

- Diagnóstico da Cultura de Equipa11

;

- Método de Lominger.

Para a realização destes dados, foram efetuados 5 tipo de questionários (ver anexos),

dos quais três deles aplicados às chefias (Estilo Liderança, Comportamento Empresarial

– perspectiva própria e Avaliação das competências críticas), e os restantes dois

questionários, aplicados ao grupo, ou a equipa de trabalho (Comportamento Empresarial

– perspectiva dos outros e Diagnóstico da Cultura de Equipa).

Uma vez que este projecto tem igualmente um fundamento académico, foi tida em conta

a integração de conhecimentos e competências adquiridos ao longo do curso de

Mestrado Ciências Empresariais, de forma a obter um conjunto de soluções ou

sugestões sobre as questões práticas, sob as quais incide este trabalho. Para este efeito,

foram valorizadas, tal como tem vindo a delinear ao longo da contextualização teórica e

prática, dimensões de carácter multidisciplinar e experimental.

A população deste estudo envolveu 87 colaboradores e 13 líderes de equipa de 5

empresas na área geográfica de Lisboa. Na análise aos seguintes quadros que

apresentam os departamentos, bem como a média de idades e o sexo, são referentes aos

gestores de topo inquiridos. A sua análise será apresentada no seguinte capítulo, de

modo a responder as questões centrais levantadas para este estudo:

- Qual a definição de um gestor sustentável?;

- Identificação das competências chave por parte de gestores que promovam a

sustentabilidade empresarial em Portugal;

- Qual o perfil de competências para um gestor Sustentável?

10 Quinn, Robert E. 11 Blake, R.R. Mouton, J.S. e Allen, R.L. Culture d'Équipe

Page 30: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

22

Caracterização das empresas

PT Pro 3S Solvay AEISEC

Jerónimo

Martins

Laboratórios

Vitória

Actividade

Serviços de

Gestão

(BPO)12

Shared Services

Desenvolvimento da

liderança na

juventude

Negócios

focados na

área alimentar

Industria

Farmacêutica

Número de

trabalhadores

1.100 Mais de 500 Mais de 60.00013 66.270 Mais de 500

Volume de

Negócios

59 Milhões

de euros

61 Milhões de

euros

Sem fins lucrativos

228 Milhões

de euros14

Não divulgado

Tem estratégia de

Sustentabilidade

SIM SIM SIM SIM SIM

Ano de Fundação 2003 2005 1948 1792 1944

Recolha de dados

Da pesquisa teórica resultou o corpo de teoria inserido neste trabalho e também os

questionários que estão na base do trabalho de camo. Foi feita uma pesquisa de modo a

obter questionários que se assemelhassem ao objectivo proposto neste trabalho, bem

como a sua compreensão. Para depois serem aplicados a um grupo de gestores de topo e

de colaboradores, de várias empresas em diversos departamentos, por meios tais como

12 Serviços Business Process Outsourcing (BPO).

13 Em todo o Mundo

14 Relatório de contas referente ao ano 2011

Page 31: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

23

entrevistas presenciais, telefónicas e por enderenço electrónico, que contribuíram para o

objectivo de alcançar um estudo e determinar o perfil de um gestor sustentável. A

recolha dos dados detalhados foi efectuada da seguinte forma:

Levantamento das empresas que tenham como plano de estratégia fundamentada

a sustentabilidade através de diversas formas: Internet, publicações nacionais,

contacto telefónico com os respectivos departamentos;

Das 15 empresas pré-selecionadas em determinadas áreas geográficas de Lisboa

e arredores, 5 viriam a participar neste estudo;

Após confirmada a participação das empresas no estudo, foram contactadas

novamente (via telefónica e via electrónica) para o envio do plano genérico e do

estudo, bem como os modelos dos questionários em questão para devida

interpretação e disponibilidade para contribuírem para o estudo;

Num terceiro contacto, foram feitas entrevistas através dos questionários aos

responsáveis dos departamentos de recursos humanos, bem como a distribuição

dos restantes questionários aos colaboradores de modo a fazer a recolha dos

mesmos;

As empresas participantes revelaram atitutes de cooperação e disponibilidade

por parte dos responsáveis dos diversos departamentos abordados, havendo no

entanto algum receio e resistência por parte dos colaboradores na avaliação dos

seus chefes de linha.

Page 32: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

24

CAPÍTULO IV – RESULTADO E DISCUSSÃO

O perfil da amostra foi traçado a partir dos dados biográficos recolhidos que serão

apresentados, dando uma análise da faixa etária, o sexo, e os departamentos abordados

para este estudo.

Com base nesses dados, pode-se então chegar a seguinte conclusão através dos

resultados obtidos dos questionários de forma a traçar o perfil de um gestor sustentável.

Tabela 1– Sexo dos Inquiridos (Gestores de topo)

Frequência Percentagem

Validação Masculino 5 38%

Feminino 8 62%

Total 13 100%

De acordo com os dados anteriores, referentes ao sexo dos inquiridos, na tabela 1, pode-

se constatar existe um maior número de gestores de topo, líderes de grupo, no que

respeita ao sexo feminino (62%) do que do sexo masculino (38%).

No respeita a faixa etária dos inquiridos obtivemos os seguintes resultados:

Tabela 2 – Faixa Etária dos Inquiridos (Gestores de topo)

Frequência Percentagem

Validação

20 aos 25 0 0

26 aos 30 2 15%

31 aos 35 3 23%

36 aos 40 5 38%

41 aos 45 2 15%

46 aos 50 0 0%

50 aos 55 1 8%

mais de 55 0 0%

Total 13 100%

Page 33: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

25

A Tabela II demonstra que a faixa etária deste tipo de gestor é muito nova, que está

associado ao facto do tema como a Sustentabilidade Organizacional ser um tema mais

recente. Os questionários indicaram que a faixa etária predominante do estudo foi a de

36 a 40 anos (38%), seguida da faixa etária entre os 30 a 35 anos (23%).

Relativamente à análise dos departamentos que disponibilizaram a sua contribuição para

o estudo, o Departamento de Recursos Humanos foi o que se disponibilizou a contribuir

com dados para a determinação do perfil de um gestor.

Com base nos dados recolhidos, seguiu-se uma análise pormenorizada sobre o histórico

(background) dos gestores abordados para este estudo. De tal forma, segue da seguinte

forma a análise aos questionários.

Estilo de liderança

Este modelo avalia o Estilo de Liderança das Equipas, onde é descrito à luz do modo

como se cruzam a orientação para as tarefas e a orientação para o relacionamento. O

anexo I apresenta o questionário utilizado para identificar o estilo de liderança do gestor

das empresas estudadas.

Usando o modelo de Liderança de Hersey e Blanchard, a classificação obtida indica

uma característica de um líder sustentável, predomina como Orientação (Selling), no

qual detona-se uma elevada orientação para as tarefas e elevada orientação para as

pessoas. O líder assume um comportamento directivo, mas apoiante. O líder é assim um

Agente de Mudança, com o posicionamento bem definido no sentido de indicar a

direção a tomar, alinhar os elementos constituintes da organização, motivar e inspirar os

seus subordinados, de forma a produzirem as mudanças necessárias ao bom andamento

das actividades na organização.

Page 34: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

26

Comportamento Empresarial (perspectiva própria e dos subordinados)

Para este propósito, foram aplicados dois questionários, para identificar o

comportamento do gestor sob a perspectiva dos outros e própria. No anexo II pode-se

constar que os questionários realizados abrangem o comportamento empresarial da

seguinte forma:

Figura 6 – Avaliação dos comportamentos Organizacionais (Perspectiva dos

outros)

De acordo com os resultados recebidos pelo questionário do anexo II, o líder obteve

uma excelente pontuação a níveis de relações humanas, o que justifica que este procura

estabelecer um contacto com os seus subordinados, de forma a estar na evolvente

laboral. Esses resultados demonstram que os funcionários têm uma percepção muito

positiva do gestor a partir do seu desempenho na organização. Os itens de maior

pontuação identificam as características mais marcantes no gestor, sob a perspectiva dos

funcionários, são: Facilitador; Coordenador; Mentor; Monitor.

No anexo III pode-se verificar o questionário que abrange o comportamento empresarial

sob a perspectiva própria.

Page 35: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

27

Após uma análise das declarações do gestor, chegou-se à figura abaixo.

Figura 7 – Avaliação dos Comportamentos Empresariais (perspectiva própria)

Sob a perspectiva própria, o líder atribuiu a si valores baixos na pontuação de diretor,

coordenador, produtor, negociador (intermediário) e inovador. Os itens de maior

pontuação identificam as características mais marcantes no gestor, sob a perspectiva

própria, são: Facilitador; Mentor; Monitor.

De facto a percepção do gestor demonstra que o foco do seu trabalho está direcionado

para a constante melhoria na produtividade de sua equipa, criando condições para o

alcance dos objetivos, desenvolvendo-os e motivando-os a alcançarem cada vez mais

produtividade e realização. Por certo, essa forma de desempenho atinge os objetivos da

empresa como um todo. Os resultados dessa pesquisa indicam que o gestor alinha os

seus objetivos como gestor aos objetivos estabelecidos para a empresa.

Diagnóstico da Cultura da Equipa

No anexo IV pode-se constatar o questionário aplicado aos colaboradores, onde os

resultados apresentados são os seguintes:

Page 36: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

28

Figura 8 – Diagnóstico da Cultura de Equipa, valores finais.

Para esta pesquisa, o resultado mínimo possível é de 12 pontos e o máximo 108 pontos.

De acordo com a forma de intercepção do resultado para esse modelo, uma cultura de

equipa eficaz é aquela que tem um score de estilo 9.9. Quanto maior a pontuação mais o

resultado se aproxima ao estilo ideal da equipa (9.9). Para calcular o resultado da

pesquisa, os totais foram agrupados de seguinte modo:

- De 12 a 36 pontos, o estilo 9.9 está praticamente ausente da equipa;

- De 37 a 59 pontos, existem poucos elementos do estilo 9.9;

- De 60 a 83 pontos, o estilo 9.9 está de algum modo presente na equipa e

- De 84 a 108 pontos o estilo 9.9 está largamente presente na equipa.

Após pontuar todas as 12 características presentes na cultura de equipa da empresa em

estudo como o gráfico anterior representa, obteve-se o resultado de 86,14,

demonstrando que o estilo 9.9 está largamente presente na equipa.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

DIRECÇÃO

REUNIÕES

CONFLITOS

OBJECTIVOS

INOVAÇÃO

COMUNICAÇÃO

DESCRIÇÃO DOS POSTOS DE TRABALHO

DELEGAÇÃO

QUALIDADE

AV. DOS DESEMPENHOS E COM. RESULT.

ESPIRITO DE EQUIPA

COMPROMISSO E EMPENHAMENTO

Page 37: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

29

Uma cultura com score de estilo 9.9 corresponde a uma preocupação máxima do gestor

com os resultados (produção ou objetivos) e com as pessoas. Trata-se de uma cultura

organizacional caracterizada por uma forte implicação dos membros da organização,

bem como pelo compromisso, explícito ou tácito, em alcançar os resultados propostos.

O resultado do gráfico demonstra que as estratégias de Recursos Humanos estabelecidas

pelo gestor estão diretamente alinhadas aos objetivos organizacionais. Esse resultado

comprova que todas as ações de Recursos Humanos estão voltadas para os funcionários,

praticadas pelo administrador.

Método de Lominger

Na análise ao anexo V, solicitou-se aos gestores a indicação, por ordem de prioridade,

das sete competências consideradas críticas, as sete definidas como importantes e outras

seis apontadas como menos importantes. O estudo, realizado com 11 gestores de

sustentabilidade, resultou na seguinte priorização das 20 competências:

- Competências críticas: “compreender o negócio”; “comunicar com eficiência”; “agir

com honra e carácter”; “lidar com os problemas”; “avaliar e desenvolver as pessoas”;

“foco nos resultados” e “tomar decisões complexas”.

- Competências importantes: “explorar bem o ambiente organizacional”; “manter o

foco”; “habilidades de relacionamento”; “ser organizado”; “gerir relacionamentos com

superiores”; “atenção e cuidado com os outros” e “demonstrar flexibilidade pessoal”.

- Competências menos importantes: “inspirar as pessoas”; “realizar trabalho por

intermédio de terceiros”; “gerir relacionamentos diversos”; “criar o novo e diferente”;

“ser aberto e receptivo” e “gerir processos de trabalho”.

Page 38: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

30

CAPÍTULO V – CONCLUSÃO

Os resultados encontrados nesta pesquisa, validam a determinação de um perfil de um

gestor sustentável através dos gestores inquiridos.

No final desta reflexão, este estudo serviu para responder às questões centrais

levantadas nesta temática. Através da literatura desenvolvida em torno da

sustentabilidade e os seus benefícios nas organizações, bem como a observação de

estudos comparativos a este trabalho, dando enfâse a um estudo elaborado pela empresa

brasileira de consultoria Korn/Ferry, do qual serviu como base de análise para este

trabalho, e como se pode constatar, que as competências críticas para o desempenho da

função do gestor de sustentabilidade, estão muito perto da realidade uma da outra.

Começa a emergir uma nova definição da função, por parte de um gestor, surgida no

contexto da crescente interconexão e interdependência em que vivemos.

As conclusões retiradas deste trabalho, demonstra que esse perfil emergente de um

gestor, precisa compreender a empresa e como ela está inserida no seu ambiente, além

de saber explorar pela organização e pelo entorno, o que requer habilidades de

relacionamento com uma grande e diversificada quantidade de interlocutores.

Este profissional tem como missão posicionar a organização no contexto do

desenvolvimento sustentável – aquele que “satisfaz as necessidades do presente sem

comprometer as necessidades das futuras gerações” (Comissão Brundland/ONU, 1987).

Respondendo à questão principal deste trabalho, o perfil deste gestor sustentável parte

do princípio de promover o “desenvolvimento das pessoas”, de modo a estimular a

que estas participem nas soluções de sustentabilidade, como fora delas, em relação a

todos os seus stakeholders no ambiente em que está inserido (o todo). Tudo isso é

fundamental para que as empresas possam participar nas soluções de sustentabilidade e

Page 39: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

31

explorar na direcção de acções sustentáveis. Cabe ao gestor o papel de desenvolver as

pessoas, através da comunicação e da motivação transmitida aos seus colaboradores.

A organização que tem vantagem, é aquela que sabe gerir uma boa relação com os seus

clientes e os seus trabalhadores. Daí a importância de saber “comunicar com

eficiência”, como um elemento que actua como denominador comum na dinamização

do saber, na aceleração da mudança, na modificação das atitudes e comportamentos e

em toda a estrutura organizacional, dotada de uma visão prospectiva.

“Compreender o negócio”. É condição sine qua non para o gestor de sustentabilidade

conhecer em profundidade o negócio da organização em si, mas também a compreensão

do negócio num contexto maior, isto é, o ambiente em que a corporação actua e seus

mais diversos relacionamentos. É extremamente importante, que o gestor compreenda o

seu papel na empresa, e que transmita uma imagem positiva da organização para o

exterior. Os melhores embaixadores de uma marca, ou uma organização, são os

colaboradores de uma empresa.

O perfil do gestor de sustentabilidade, trás um novo significado à empresa, porque este

tem vindo a destacar-se como um actor de crescente importância organizacional, e se

associarmos estas três competências, podemos verificar que o papel central de um

gestor de sustentabilidade passa por ser “o agente de transformação na empresa no que

se refere ao modo como ela se relaciona, e também no que tange aos padrões éticos dos

relacionamentos com funcionários, clientes, fornecedores e a sociedade em geral. O seu

principal foco é a gestão dos impactos que os produtos e serviços da empresa podem

gerar, seja directa ou indirectamente”, Blau (2011).

Em suma, analisando os dois grupos de competências, as importantes e menos

importantes, o estudo indica que são consideradas com menor importância para o gestor

Page 40: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

32

de sustentabilidade, competências como a organização, a inovação e os processos de

trabalho. O que vai muito de acordo com os testes de aplicação anteriormente

registados. De facto, estas competências são mais associadas ao foco, ao detalhe, ao

controlo, a resultados mais imediatos e aos aspectos mais mecânicos das organizações.

Tem sentido, uma vez que os estudos registam que a sustentabilidade não tem um foco

específico, é transversal a toda a empresa, sendo um processo que engloba todo o

ambiente organizacional. Os estudos demonstram que os resultados vão de encontra

aquilo que já foi estudo e verificado em investigações anteriores por outros autores,

justificando que um gestor de sustentabilidade, é um promotor das actividades da

empresa, compreendendo o seu negócio, transmitindo com eficiência na sua

comunicação para os seus subordinados. Além dos conhecimentos específicos, cada vez

mais é exigido a competência para inovar e relacionar-se com pessoas. Ética,

responsabilidade socio-ambiental e princípios de corporate governance são pré-

requisitos para os futuros gestores de sustentabilidade. O gestor não poderá orientar-se

só por resultados financeiros mas pelo compromisso com a sociedade, o ambiente, os

funcionários e os accionistas.

Limitações do estudo

Importa também salientar as principais limitações desta pesquisa. A primeira tem a ver

com a falta de representatividade da amostra, que foi constituída por 100 individuos,

pelo que as conclusões não são passiveis de uma generalização nacional. A segunda

limitação prende-se com a ausência de colaboração por parte de algumas empresas

contactadas.

Page 41: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

33

Recomendações

Os desenvolvimentos futuros deste trabalho, podem seguir várias direcções. Uma vez

que retrata um assunto muito recente no contexto organizacional, futuros estudos

relacionados com esta temática podem partir de:

- Qual a relação do Marketing Verde com a Responsabilidade Social da empresa;

- De que modo a Sustentabilidade está associada a modelos Governance;

- Estudo de Modelos de Governance inseridos no contexto organizacional Português;

- Estudo relativo aos Modelos Shareholder vs Stakeholder;

- Qual o papel do gestor sustentável nos próximos anos.

Page 42: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BIBLIOGRAFIA

- Afonso, C., 2010. Green Target: As Novas tendências do Marketing. 1ª Edição

ed. Lisboa: SmartBook.

- Almeida, F., 2002. O Bom Negócio da Sustentabilidade. 1ª Edição ed. Lisboa:

Nova Fronteira.

- Almeida, F., 2007. Os Desafios da Sustentabilidade: uma ruptura urgente. 1ª

Edição ed. Rio de Janeiro: Campus Elsevier.

- Almeida, P. P. & Rebelo, G., 2001. A Era da Competência. 2ª EDição ed.

Lisboa: Editora RH, Lda..

- Bellen, H. M. V., 2006. Indicadores de Sustentabilidade: Uma Análise

Comparativa. 2ª Edição ed. s.l.:Editora FGV.

- Blake, R. R., Mouton, J. & Allen, R., 1988. Culture d'Equipe (Team Building):

la grille des équipes gagnants. Paris: Les Editions D'Organasition.

- Braga, J. & Morgado, E., 2007. Guia do Ambiente - Empresas, Competitividade

e Desenvolvimento Sustentável. 1ª Edição ed. s.l.:Monitor - Projectos e Edições,

Lda.

- Carroll, A. B., 1999. Corporate Social Responsibility, Evolution of a

Definitional Construct. Business and Society, Volume 38 Nº 3, pp. 268-295.

- Constanza, R., 2003. A vision of the future of science: reintegrating the study of

humans and the rest of nature.. Elsevier Science, Volume 35, pp. 651-671.

- Cunha, M. P. e. a., 2006. Manual de Comportamento Organizacional e Gestão.

s.l.:RH Editora.

Page 43: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

35

- Development), W. (. C. o. E. a., 1987. Our Common Future. Oxford and New

York: Oxford University Press.

- Estrada, A. A., 2009. Os fundamentos da Teorizada complexidade de Edgar

Morin. Akrópolis Umuarama, Volume 17, n.2, pp. 85-90.

- Gil, A. C., 2002. Como elaborar projectos de pesquisa. São Paulo: Atlas.

- Hill, M. & Hill, A., 2002. Investigação por Questionário. Lisboa: Edições

Sílabo.

- Hopkins, M. S., 2004. Corporate social responsibility: an issues paper.

International Labour Organization, Volume 27.

- Hopkins, M. S., 2009. What Executives don´t get about Sustainability (and

Further Notes the Profit Motive). MIT Sloan Management Review, Volume 51

Nº 1.

- Jabbour, C. J. C. & Santos, F. C. A., 2006. Evolução da Gestão Ambiental na

Empresa: Uma Taxonomia Integrada à Gestão da Produção e de Recursos

Humanos. Gestão e Produção, Volume 13 Nº 3, pp. 435-448.

- Kotter, J. P., 2002. Liderando a Mudança. s.l.:Editora Campus.

- Mebratu, D., 1998. Sustainbility and Sustainable Development: Historical and

Conceptual Review. Elsevier Science Inc, Volume 18, pp. 493-520.

- Moggi, J. & Burkhard, D., 2004. Como integrar liderança e espiritualidade. Rio

de Janeiro: Campus.

- Quinn, R. E., 1988. Beyind Rational Management: Mastering the Paradoxes and

Competing Demands of High Performance. Jossey - Bass Pub. S. Francisco,

Issue Cap. 9, pp. 130-132.

Page 44: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

36

- Remenyi, D., Williams, B., Money, A. & Swartz, E., 1998. Doing Research in

Business and Management. An Introduction to Process and Method. London:

An Introduction to Process and Method.

- Rutherford, P., 1997. Virtual Acoustic Technology: Its Role in the Development

of an Auditory Navigation Beacon for Building Evacuation. United Kingdom

Virtual Reality Special Interest Group, pp. 1-10.

- Santos, S., Limão, A., Barbosa, P. & Cachaço, B., 2008. Sustentabilidade para

Principiantes. Sustentare Research, Volume 1.

- Soares, A. e. a., 2011. Gestão Ambiental e Sustentabilidade. 1ª Edição ed.

Lisboa: Verlag Dashöfer.

- Strandberg, C., 2005. The Future of Sustainable Finance: Thought Leaders

Study, Burnaby: Coro Strandberg.

- Teixeira, S., 2005. Gestão das Organizações. 2ª Edição ed. Lisboa: McGraw-

Hill.

- Torrington, D., Hall, L. & Taylor, S., 2008. Human Resource Management. 17

ed. Inglaterra: Prentice Hall.

Page 45: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

37

Endereços de Internet

- O gestor de sustentabilidade: a emergência de um novo perfil profissional em

um ambiente de crescente instabilidade. BLAU, Claus R. Revista BSP.Acesso

em 10/10/2011:http://www.revistabsp.com.br/edicao-marco-2011/2011/03/01/o-

gestor-de-sustentabilidade-a-emergencia-de-um-novo-perfil-profissional-em-

um-ambiente-de-crescente-instabilidade/

- Pesquisa por Tânia Margarete Mezzomo Keinert (2006), “O que é sustentável e

o que se entende por sustentabilidade: Os diversos sentidos do conceito nos

Encontros Nacionais da ANPAD (1997-2005)”. Acesso em: 10/04/2012.

http://www1.sp.senac.br/hotsites/arquivos_materias/II_workshop/O_que_e_sust

entavel_e_o_ que_se_entende_por_sustentabilidade.pdf

- ISE – Indicador de Sustentabilidade Empresarial – BOVESPA. Disponível em:

http://www.bovespa.com.br/Noticias/050721NotA.asp Acesso em 02/05/2012.

-

Page 46: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

38

ANEXOS

Page 47: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

39

ANEXO I – Questionário para Avaliação do Estilo de Liderança de Equipas

Instruções: Suponha que se encontra numa das situações a seguir descritas. A cada situação corresponde

quatro opções. Leia cuidadosamente cada uma delas. Pense no que faria em cada situação. Marque em

seguida, com um círculo, a letra da opção que lhe pareça ser a que se aproxima da descrição do seu

comportamento, face à situação exposta. Escolha uma única alternativa.

1ª Situação

Os elementos da equipa não têm correspondido ultimamente com eficácia desejada às novas tarefas que

lhes são atribuídas, ainda que haja um clima pautado por relações amistosas e por um bom nível de

motivação para o trabalho. Deste modo, se pensa que a sua atuação não está a dar resultados, decida:

OPÇÕES:

A - Dar diretivas precisas e explicitar os objetivos e a necessidade do estabelecimento e cumprimento de

tarefas;

B - Discutir profundamente os problemas com os elementos da equipa, mas sem pressionar ou estabelecer

novas linhas de atuação;

C - Falar com as pessoas envolvidas e, seguidamente, fixar objetivos de atuação claros;

D - Abster-se, intencionalmente, de intervir, por mais algum tempo.

2ª Situação

É perfeitamente notório que o trabalho da sua equipa tem vindo a aumentar. Isto resulta, em sua opinião,

do esforço que tem desenvolvido para clarificar as funções e tarefas a desenvolver por cada colaborador.

De igual modo tem vindo a melhorar o relacionamento e o clima organizacional.

OPÇÕES:

A - Manter um contato amistoso, sem descuidar do controlo dos resultados, ainda que não intervindo

diretamente no desempenho das tarefas cometidas pelos elementos da equipe de projeto;

B - Tomar atitudes mais exigentes relativamente ao desempenho dos elementos da equipa;

C - Fazer o possível por demonstrar aos elementos da equipa a sua importância na organização;

D - Preocupar-se com o acompanhamento da realização das tarefas e obtenção dos resultados, tentando

impulsionar os elementos da equipa para o seu desempenho.

3ª Situação

Page 48: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

40

Os membros da sua equipa têm-se mostrado incapazes de resolver determinados problemas, ainda que as

relações interpessoais sejam boas. Decida:

OPÇÕES:

A - Reunir o grupo e procurar que, de uma forma participada, se encontrem soluções em conjunto para os

problemas explicitando os objetivos a alcançar;

B - Estimular e motivar o grupo a analisar os problemas de modo a criar capacidades para os resolver;

C - Deixar que o grupo, só por si, desenvolva a capacidade de resolver os problemas;

D - Dar linhas de atuação concretas para a solução dos problemas.

4ª Situação

Embora a equipa de projeto tenha trabalhado com bons resultados, você sente que o nível de

empenhamento não é tão satisfatório como antes. Torna-se necessário implementar mudanças para o

aumento da qualidade do serviço e embora considere capazes para os novos desempenhos, não está tão

certo quanto ao seu empenhamento.

OPÇÕES:

A - Supervisionar e dirigir você mesmo esse processo, dando instruções concretas, mobilizando e

incentivando a sua equipa para um melhor desempenho;

B - Dar mais algum tempo ao grupo para que este, de uma forma independente, tome consciência da

necessidade de mudança e se torne autónomo;

C - Ouvir as opiniões do grupo quanto às medidas a tomar manifestando o seu reconhecimento pela

competência do grupo e reforçando que a participação de todos é imprescindível;

D - Anunciar os novos objetivos e depois definir o modo de os implementar sob a sua supervisão direta.

5ª Situação

O trabalho do grupo tem vindo a diminuir nos últimos meses. Os membros do grupo estão a descuidar do

cumprimento dos objetivos propostos. Por outro lado o nível de relacionamento e de empenhamento está

nitidamente a diminuir.

OPÇÕES:

A - Permitir que o grupo formule as suas próprias diretivas;

B - Definir claramente os objetivos e dar instruções precisas para a sua continuidade;

Page 49: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

41

C - Ouvir o grupo, reconhecendo a necessidade do empenhamento coletivo, mostrando confiança nas

capacidades dos seus elementos e depois decidir revendo as funções e responsabilidades atribuídas e

definindo objetivos claros;

D - Permitir a participação do grupo na determinação das metas a alcançar, incentivando-os para um

melhor desempenho.

6ª Situação

Você encontra-se a trabalhar com um grupo em que predomina a eficiência. Os elementos do grupo são

extremamente responsáveis e empenhados.

OPÇÕES:

A - Mobilizar e suscitar o empenhamento coletivo para a continuação dos objetivos e para a importância

do cumprimento das tarefas;

B - Deixar que o grupo participe na tomada de decisões, mas tendo sempre em conta o cumprimento dos

objetivos estabelecidos;

C - Dar indicações precisas para o desenvolvimento do trabalho;

D - Não intervir no desenvolvimento das tarefas mas controlar a obtenção dos resultados.

7ª Situação

Você está inserido em mudanças consideráveis na sua estrutura organizacional. Alguns membros do

grupo sugeriram essa necessidade de mudança. O grupo está evidenciando a flexibilidade e

empenhamento mas o seu nível de competência é baixo para enfrentar os nossos desafios.

OPÇÕES:

A - Procurar a aprovação do grupo para as mudanças e deixar os membros organizarem a sua

implementação;

B - Definir a mudança, explicá-la e supervisioná-la cuidadosamente;

C - Resolver conflitos, incentivar a equipa, manifestar confiança nos desempenhos individuais;

D - Procurar aplicar as mudanças, mobilizando a equipa e mantendo o controlo da sua implementação.

8ª Situação

A atuação do grupo no desempenho das suas tarefas e as relações interpessoais são boas

OPÇÕES:

A - Deixar o grupo trabalhar, controlando os resultados e os objetivos alcançados;

Page 50: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

42

B - Discutir a situação com o grupo e mobiliza-o para o desempenho, identificando claramente as tarefas

e os objetivos;

C - Fazer com que os membros do grupo trabalhem de uma forma bem definida e controlar de perto a

execução das tarefas e a continuação dos objetivos;

D - Reconhecer o esforço do grupo e incentivá-lo.

9ª Situação

Você foi nomeado coordenador de um projeto. A equipa já em funcionamento tem trabalhado de forma

adequada alcançado os objetivos. As inter-relações dentro do grupo são boas

OPÇÕES:

A - Fazer com que as pessoas trabalhem de uma forma bem definida, dando-lhe indicações precisas;

B - Deixar o grupo continuar a trabalhar, gerindo os resultados e identificando os eventuais desvios face

aos objetivos;

C - Discutir os erros passados do grupo e depois mobilizar as pessoas para a introdução de novas práticas

de organização do trabalho;

D - Fazer participar as pessoas na tomada de decisões e reforçar as contribuições

(sugestões, iniciativas) com interesse.

10ª Situação

Segundo informação recente, há certas dificuldades de relacionamento no grupo. Até agora o grupo teve

um nível de trabalho muito elevado. Efetivamente, cumpriram objetivos de largo alcance. No último ano

trabalharam de forma proveitosa. Estão bem qualificados para o trabalho, mas o seu empenhamento

apresenta agora algumas deficiências.

OPÇÕES:

A - Deixar os membros do grupo trabalharem por si sós;

B - Fazer reuniões para discutir os problemas, mas tendo cuidado de realçar a competência e os resultados

alcançados e reforçar a imprescindibilidade do empenhamento de todos;

C - Atuar com rapidez e firmeza para corrigir e normalizar as tarefas;

D - Tentar equacionar os problemas pontuais e motivar a equipa para a introdução de novas práticas de

organização e de desempenho que lhes propor.

Page 51: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

43

ANEXO II – Questionário comportamento empresarial – perspectiva dos outros

Instruções: No questionário seguinte são descritos alguns comportamentos de gestão. A sua tarefa

consiste em pedir aos seus subordinados que indiquem até que ponto você se enquadra nesses

comportamentos. Os inquiridos deverão utilizar uma escala de sete pontos, a seguir apresentada, para

responder a cada questão, tendo em conta que 1 corresponde a “muito raramente” e 7 corresponde a

“muito frequentemente”.

Ao executar o seu trabalho, o meu superior:

_____________________________________________________________________

1. Escuta os problemas pessoais dos subordinados. 1 2 3 4 5 6 7

2. Revê meticulosamente relatórios detalhados. 1 2 3 4 5 6 7

3. Influencia as decisões tomadas nos níveis superiores. 1 2 3 4 5 6 7

4. Resolve os problemas de uma forma inteligente e criativa. 1 2 3 4 5 6 7

5. Define claramente áreas de responsabilidade para os seus subordinados. 1 2 3 4 5 6 7

6. Envolve-se de modo sincero e pessoal no trabalho. 1 2 3 4 5 6 7

7. Facilita a criação de consensos nas reuniões de trabalho em grupo. 1 2 3 4 5 6 7

8. Garante a boa continuidade das operações diárias. 1 2 3 4 5 6 7

9. Compara registos, relatórios, etc. com o objetivo de neles detectar alguma

discrepância. 1 2 3 4 5 6 7

10. Mostra empatia e preocupação ao lidar com os seus subordinados. 1 2 3 4 5 6 7

11. Estabelece objetivos claros para a sua unidade de trabalho. 1 2 3 4 5 6 7

12. Procura inovações e potenciais melhorias. 1 2 3 4 5 6 7

13. Preocupa-se em manter uma rede de contatos influentes. 1 2 3 4 5 6 7

14. Procura que o seu ritmo de trabalho não seja interrompido. 1 2 3 4 5 6 7

15 Procura demonstrar uma grande motivação no desempenho das suas

funções. 1 2 3 4 5 6 7

16. Encoraja a participação nas tomadas de decisão nas reuniões de trabalho

em grupo . 1 2 3 4 5 6 7

Execute as Respostas na última página p.f.f.

Page 52: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

44

ANEXO III – Questionário comportamento empresarial – perspectiva própria

Instruções: Na lista seguinte são descritos alguns comportamentos de gestão. A sua tarefa consiste em

indicar até que ponto se enquadra nesses comportamentos. Utilize uma escala de sete pontos, a seguir

apresentada, para responder a cada questão, tendo em conta que 1 corresponde a “muito raramente” e 7

corresponde a “muito frequentemente”.

Ao executar o meu trabalho, eu:

_____________________________________________________________________

1. Escuto os problemas pessoais dos subordinados. 1 2 3 4 5 6 7

2. Revejo meticulosamente relatórios detalhados. 1 2 3 4 5 6 7

3. Influencio as decisões tomadas nos níveis superiores. 1 2 3 4 5 6 7

4. Resolvo os problemas de uma forma inteligente e criativa. 1 2 3 4 5 6 7

5. Defino claramente áreas de responsabilidade para os meus subordinados. 1 2 3 4 5 6 7

6. Envolvo-me de modo sincero e pessoal no trabalho. 1 2 3 4 5 6 7

7. Facilito a criação de consensos nas reuniões de trabalho em grupo. 1 2 3 4 5 6 7

8. Garanto a boa continuidade das operações diárias. 1 2 3 4 5 6 7

9. Comparo registos, relatórios, etc. com o objetivo de neles detectar alguma

discrepância. 1 2 3 4 5 6 7

10. Mostro empatia e preocupação ao lidar com os meus subordinados. 1 2 3 4 5 6 7

11. Estabeleço objetivos claros para a sua unidade de trabalho. 1 2 3 4 5 6 7

12. Procuro inovações e potenciais melhorias. 1 2 3 4 5 6 7

13. Preocupo-me em manter uma rede de contatos influentes. 1 2 3 4 5 6 7

14. Procuro que o meu ritmo de trabalho não seja interrompido. 1 2 3 4 5 6 7

15 Procuro demonstrar uma grande motivação no desempenho das minhas

funções. 1 2 3 4 5 6 7

16. Encorajo a participação nas tomadas de decisão nas reuniões de trabalho em grupo. 1 2 3 4 5 6 7

Execute as Respostas na última página p.f.f.

Page 53: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

45

ANEXO IV – Questionário Diagnóstico da Cultura de Equipa

Instruções: O presente questionário tem como objetivo diagnosticar a cultura da sua equipa de trabalho.

Para tal apresenta-se um conjunto de características que podem estar presentes, com maior ou menor

peso, na sua equipa.

Pontue cada um dos itens indicados segundo uma escala de nove pontos, conforme o critério a seguir

indicado.

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Não Em parte Absolutamente

Característico Característico Característico

DIREÇÃO

Diretivas perfeitamente claras. Responsabilidades atribuídas sem equívocos. Perfeito entendimento das

tarefas a desempenhar e da respectiva importância. _____

REUNIÕES

As equipas são integradas, por meio de reuniões, porque existe o propósito de mobilizar todos os recursos

suscetíveis de contribuir para o êxito de cada etapa. _____

CONFLITOS

Os conflitos são abordados frontalmente, procurando-se o conhecimento dos pontos de desacordo e a

identificação das respectivas causas. _____

OBJETIVOS

Os objetivos são definidos com a participação dos membros da equipa. _____

INOVAÇÃO

Novas experiências e contributos são bem-vindos porque estimulam a criatividade. _____

COMUNICAÇÃO

Os membros da equipa são informados com sinceridade, participam na análise dos problemas e na tomada

de decisões. _____

DESCRIÇÃO DOS POSTOS DE TRABALHO

As responsabilidades são atribuídas de acordo com a natureza, tarefas e das qualificações das pessoas,

segundo um critério que visa otimizar a interação entre todos aqueles que estão envolvidos. _____

Page 54: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

46

DELEGAÇÃO

Existe autonomia no desempenho das atividades em conformidade com a capacidade individual para

assumir responsabilidades numa situação que se caracteriza pela interdependência entre os membros da

equipa. _____

QUALIDADE

Os membros da equipa assumem metas de qualidade elevadas. Os resultados são excelentes dado que

todos se encontram fortemente motivados para se ultrapassarem. _____

AVALIAÇÃO DOS DESEMPENHOS E CONTROLE DE RESULTADOS

Conjunto de procedimentos cujos critérios são previamente definidos de mútuo acordo.

Implica uma grande atenção à análise dos pontos fortes e fracos, através do retorno mútuo. _____

ESPÍRITO DE EQUIPA

Existe ajuda na equipa sempre que tal é necessário, porque a coesão e a lealdade estão presentes nas

relações com os seus membros. _____

COMPROMISSO E EMPENHAMENTO

Os membros da equipa sentem-se comprometidos com os resultados e existe satisfação pessoal pelo

contributo para o sucesso. _____

Page 55: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: A EMERGÊNCIA DE …

47

ANEXO V – Questionário de Análise as Competências Críticas num Gestor

Instruções: Metodologia de Lominger dotada internacionalmente pela Korn/Ferry. Na lista seguinte estão

mapeados 20 competências essenciais para o sucesso do gestor/ executivo. A sua tarefa consiste em

indicar a importância e a que ponto se enquadra nessas competências. Utilize uma escala de três pontos, a

seguir apresentada, para responder a cada questão, tendo em conta que 1 corresponde a “menos

importantes”, 2 corresponde a “importantes” e 3 “críticas”.

Menos Importantes Críticas

Importantes

_____________________________________________________________________

1. Inspirar as pessoas. 1 2 3 3

2. Compreender o negócio. 1 2 3

3. Comunicar com eficiência. 1 2 3

4. Agir com honra e carácter. 1 2 3

5. Realizar trabalho por intermédio de terceiros. 1 2 3

6. Gerir relacionamentos diversos. 1 2 3

7. Lidar com problemas 1 2 3

8. Avaliar e desenvolver as pessoas. 1 2 3

9. Foco nos resultados. 1 2 3

10. “Explorar” bem o ambiente organizacional. 1 2 3

11. Criar o novo e o diferente. 1 2 3

12. Manter o foco. 1 2 3

13. Habilidades de relacionamento. 1 2 3

14. Ser aberto e recetivo. 1 2 3

15. Ser Organizado. 1 2 3

16. Gerir os processos de trabalho. 1 2 3

17. Tomar decisões complexas. 1 2 3

18. Gerir relacionamentos com superiores. 1 2 3

19 Atenção e cuidado com os outros. 1 2 3

20. Demonstrar flexibilidade pessoal. 1 2 3