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FEA ALUNOS uma publicação mensal da FEAUSP ano 10 _edição 84_junho_2013 PAINEL ANÁLISE & OPINIÃO O que o Brasil tem a aprender com a Coreia do Sul Incentivo à indústria automotiva: uma grande polêmica FEA é invadida por esportes radicais continua na página 3 Prof. Gilmar Masiero fala sobre o desempenho do país asiático Professores analisam as isenções tributárias dos automóveis pág.04 pág.06 pág.08 pág.09 FEA FUNCIONÁRIOS FEA X FEA FEA SUSTENTABILIDADE FEA INTERNACIONAL pág.02 pág.05 www.fea.usp.br/jornal Surfea atraiu atenção dos alunos bem na entrada da faculdade FEA perde um de seus ícones, o Prof. Sérgio Baptista Zaccarelli “Um gênio inovador”. Dessa forma o chefe do Departamento de Ad- ministração da FEA, Prof. Adalberto Américo Fischmann, definiu o Prof. Sérgio Baptista Zaccarelli, professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, que faleceu no último dia 16 de maio, aos 82 anos, em São Paulo. O Prof. Zaccarelli é considerado um dos ícones da FEA. Ele dedicou mais de quatro dé- cadas ao Departamento de Administração, participando ativamente de momentos importantes de sua história. Graduado pela Escola Politécnica da USP em 1955, ingres- sou no ano seguinte na carreira docente como professor da Escola de Engenharia de São Carlos, dirigida na época pelo Professor Ruy Aguiar da Silva Leme, com quem desenvolveu vários trabalhos até a década de 70. Concluiu mestrado no início da década de 60, na Purdue University, tendo ingres- sado na FEA como professor em 1964. Obteve a Livre- -Docência em 1965 e, em 1968, foi aprovado em concurso e nomeado Professor Catedrático da cadeira de Adminis- tração. pág.10 GF83_junho_2013_.indd 1 05/06/2013 11:58:05

GF83 junho 2013 · aprendidas a partir da experiência sul-coreana e, em certa medi-da, da japonesa ou da chinesa. Na invejável trajetória de industrialização dessas economias

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Page 1: GF83 junho 2013 · aprendidas a partir da experiência sul-coreana e, em certa medi-da, da japonesa ou da chinesa. Na invejável trajetória de industrialização dessas economias

FEA ALUNOS

uma publicação mensal da FEAUSP • ano 10 _edição 84_junho_2013 •

PAINELANÁLISE & OPINIÃO

O que o Brasil tem a aprender com a Coreia do Sul

Incentivo à indústria automotiva: uma grande polêmica

FEA é invadida por esportes radicais

continua na página 3

Prof. Gilmar Masiero fala sobre o desempenho do país asiático

Professores analisam as isenções tributárias dos automóveis

pág.04pág.06pág.08pág.09

FEA FUNCIONÁRIOSFEA X FEAFEA SUSTENTABILIDADEFEA INTERNACIONAL

pág.02

pág.05

www.fea.usp.br/jornal

Surfea atraiu atenção dos alunos bem na entrada da faculdade

FEA perde um de seus ícones, o Prof. Sérgio Baptista Zaccarellio Prof. Sérgio Baptista Zaccarellio Prof. Sérgio Baptista Zaccarelli

“Um gênio inovador”. Dessa forma o chefe do Departamento de Ad-ministração da FEA, Prof. Adalberto Américo Fischmann, definiu o Prof. Sérgio Baptista Zaccarelli, professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, que faleceu no último dia 16 de maio, aos 82 anos, em São Paulo. O Prof. Zaccarelli é considerado um dos ícones da FEA. Ele dedicou mais de quatro dé-cadas ao Departamento de Administração, participando ativamente de momentos importantes de sua história.

Graduado pela Escola Politécnica da USP em 1955, ingres-sou no ano seguinte na carreira docente como professor da Escola de Engenharia de São Carlos, dirigida na época pelo Professor Ruy Aguiar da Silva Leme, com quem desenvolveu vários trabalhos até a década de 70. Concluiu mestrado no início da década de 60, na Purdue University, tendo ingres-sado na FEA como professor em 1964. Obteve a Livre--Docência em 1965 e, em 1968, foi aprovado em concurso e nomeado Professor Catedrático da cadeira de Adminis-tração.

pág.10

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ANÁLISE & OPINIÃO

“A curiosidade e o esforço de aprendizagem dos coreanos podem ser comparados somente à sua persistência em seguir trabalhando longas jornadas de trabalho”

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gilmar masierO

prOfessOr dO departamentO de administraçãO da feaUsp

“O que o Brasil tem a aprender com a Coreia do Sul?”

O tema “O qUe O brasil tem a aprender cOm

a cOreia dO sUl?” desta “análise e OpiniãO”

fOi prOpOstO a partir de Uma entrevista de Jim

O’neill - aUtOr dO famOsO relatÓriO dO bancO

de investimentOs gOldman sacHs: “dreaming

WitH tHe brics: tHe patH tO 2050” de 2003. O estudo argumentava que nos primeiros 50 anos deste século Brasil, Rússia, Índia e China pode-riam transformar-se em uma expressiva força da economia mundial.

Curiosamente o estudo não incorporou o melhor exemplo de desenvolvimento econômi-co da segunda metade do século passado, o caso sul-coreano. Se o tivesse feito, os BRICs seriam BRICKs (tijolos em inglês) e O’Neill talvez não estaria deixando seu trabalho no Goldman Sa-chs surpreso com seu desempenho na primeira década deste século.

A surpresa positiva de O’Neill deve-se ao extraordinário desempenho da economia chinesa, que desde os anos de 1990 seguiu uma admirável trajetória de industrializa-ção. A negativa está relacionada ao fraco desempenho de dois grandes produtores de commodities, Brasil e Rússia, e ao “decep-

cionante” desempenho da Índia. A partir destas constatações, O’Neill acertadamente chama a atenção para os potenciais problemas que o Brasil pode sofrer com a chama-

da doença holandesa – so-brevalorização cambial

proveniente de elevadas

receitas au-feridas com

o comércio internacional de poucos produtos básicos. Mas o que o Brasil tem a aprender com a Coreia do Sul? Para responder essa questão, além de recomendar a leitura do

livro “Coreia do Sul: Lições para o Brasil”, resultante de estudo conjunto com pesquisadores sul-coreanos, a ser publicado em breve, relaciono abaixo algumas das principais “lições” a serem aprendidas a partir da experiência sul-coreana e, em certa medi-da, da japonesa ou da chinesa.

Na invejável trajetória de industrialização dessas economias destaca-se a grande coordenação estatal, orquestrada via elabo-ração de planos quinquenais de crescimento e desenvolvimen-to econômico e social. Todos os planos buscaram enquadrar os pontos fortes e fracos de suas economias e as ameaças e oportu-nidades dos sempre dinâmicos contextos internacionais. Todos foram elaborados após significativas reformas desconcentradoras da riqueza e da renda das elites locais. Com elas buscou-se o con-senso para priorizar o desenvolvimento de um sistema nacional de aprendizagem, como pré-requisito de um gradual e crescente sistema de inovação, que vem realizando com êxito o percurso da imitação para a inovação.

Nessa trajetória todos participaram. No caso sul-coreano, em particular, pode-se destacar uma muito bem treinada burocra-cia governamental; audaciosos e ambiciosos empreendedores com visão de longo prazo; respeitados educadores e esforçados aprendizes. A curiosidade e o esforço de aprendizagem dos co-reanos podem ser comparados somente à sua persistência em se-guir trabalhando longas jornadas de trabalho, mesmo atualmente quando seus indicadores de consumo e bem-estar se assemelham aos de vários países desenvolvidos. Elevada competição e rela-cionamentos baseados na confiança e na reciprocidade parecem seguir sendo os fundamentos da mobilidade social sul-coreana. A mobilidade alcançada via rápida industrialização do país, após 5 décadas de sucesso, deixa várias “lições” ao Brasil, ou a ou-tros países emergentes, sendo a principal delas, a vontade de aprender.

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FEA PROFESSORES

Fundador da FIA, Zaccarelli dedicou mais de 40 anos ao Departamento de Administração da FEA, revitalizou a Revista de Administração e publicou vários livros.

FEA perde um de seus ícones, o Prof. Sérgio Baptista Zaccarelli

Cacilda LunaO prOf. adalbertO fiscHmann recOrda-se cOm carinHO dO inÍciO da parceria entre O prOf. sÉr-giO zaccarelli e O prOf. rUy leme, ex-diretOr da facUldade. “Zaccarelli começou a sua carreira acadêmica como docente, no campus de São Carlos. Mas logo nos anos 60, o Prof. Ruy Leme convidou-o a integrar a FEA. Ele ocupou uma das cátedras e foi possivelmente um dos últimos catedráticos, antes que a cátedra fosse extinta no fi nal dos anos 60. Ele teve uma importância muito grande na vida da escola, particularmente para o curso de Administração”.

Zaccarelli foi chefe do Departamento de Administração por vários mandatos, revezando--se na função com o Prof. Ruy Leme. “O curso de Administração foi constituído pelo Prof. Ruy Leme, quando ele era diretor designado para ge-rir a FEA, que naquela época se chamava Facul-dade de Ciências Econômicas e Administrativas (FCEA). O Zaccarelli e o Ruy sempre tiveram uma parceria muito grande, tanto é que a pri-meira chefi a do Departamento de Administra-ção foi constituída em 70, e, desde então, eles se alternavam como chefe do Departamento”, conta o Prof. Adalberto Fischmann.

Sérgio Zaccarelli coordenou a mudança do Departamento de Administração, da Rua Dou-tor Vila Nova para a Cidade Universitária, em

1970. Foi responsável pela ativação do FUNAD – Fundo de Pesquisa do Instituto de Admi-nistração, em 1972. Instituiu a FIA (Fundação Instituto de Administração), que gradativamen-te substituiu o FUNAD. Em 1977, revitalizou a Revista de Administração, que estava inativa havia 10 anos. Também exerceu o car-go de coordenador geral de Admi-nistração da Reitoria da USP.

O Prof. Fischmann enumerou, ainda, as contribuições do Prof. Zaccarelli para o desenvolvimen-to acadêmico da FEA, destacan-do seu papel na “proposição de abordagens inovadoras no campo da administração”. Uma dessas contribuições originais foi a parte dedicada à ecologia de empresas. “Ele fez uma paráfrase da eco-logia biológica para a ecologia das organizações. Fez também um trabalho forte na linha de hierarquização dos sistemas, que foi uma novidade grande no âmbito da ciência da administração. Depois entrou numa linha de estudo de competitividade das or-ganizações, desenvolvendo modelos de análise e planejamento de organização. Mais tarde, dedicou-se a clusters e redes de negócios, procurando atender a governança supraorganizacional”.

Fora do âmbito acadêmico, o Prof. Sérgio Baptista Zaccarelli exerceu cargos de destaque na administração pública e iniciativa privada. Além de vários trabalhos de consultoria, ele foi secretá-rio de Economia e Planejamento do Governo do Estado de São

Paulo e diretor superintendente do Grupo Ma-tarazzo. O pro-fessor Zaccarelli deixa a mulher Nélide e as fi lhas Laura, Eliana e Cláudia.

Prof. Sérgio Baptista ZaccarelliProf. Sérgio Baptista Zaccarelli

1970. Foi responsável pela ativação do FUNAD – Fundo de Pesquisa do Instituto de Admi-nistração, em 1972. Instituiu a FIA (Fundação Instituto de Administração), que gradativamen-te substituiu o FUNAD. Em 1977, revitalizou a Revista de Administração, que estava inativa havia 10 anos. Também exerceu o car-go de coordenador geral de Admi-nistração da Reitoria da USP.

O Prof. Fischmann enumerou, ainda, as contribuições do Prof. Zaccarelli para o desenvolvimen-to acadêmico da FEA, destacan-do seu papel na “proposição de

Profs. Eduardo Vasconcellos, Sérgio Zaccarelli, Adalberto Fischmann, Sra. Nélide Esther M. Zaccarelli(esposa do Prof. Zaccarelli) e Profs. Lindolfo G. de Albuquerque e Isak Kruglianskas

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FEA FUNCIONÁRIOS

Brigada de Incêndio atrai cada vez mais pessoas na FEA

Além do treinamento de funcionários, é fundamental que toda a comunidade da FEA tenha conhecimento de quem são os membros da Brigada.

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Rodrigo Dias Gomes

Funcionários brigadistas da FEA em treinamento

a fea vem se nOtabilizandO pela preOcUpaçãO cOm a segUrança e a mObilizaçãO de fUnciOnáriOs para a participaçãO em cUrsOs de capa-citaçãO e prevençãO de acidentes. Entre as ações promovidas pela CIPA (Comissão Interna de Pre-venção de Acidentes de Trabalho) e que tem atraído cada vez mais funcionários, está a Brigada de In-cêndio. No último dia 4 de maio, foi realizado o curso anual de reciclagem, que contou com

27 pessoas.Além dos membros da Brigada, o treinamento teve a presen-

ça de funcionários de outros setores, sobretudo da portaria. O curso apresentou abordagem teórica e prática, na qual os parti-

cipantes aprenderam a utilizar equipamentos, como manguei-ra e extintores, reconhecendo as práticas necessárias para

situações específicas. “Não é só o fato de ser um treinamento da faculdade, mas leva-se o conhecimento também para a vida pessoal”, explica Ana Cristina Santos, atual presidente da CIPA.A Brigada de Incêndio conta com 37 pessoas, somando

brigadistas antigos e os novos membros. Para Ana Cristina, a presença de um número crescente de funcionários garante mais segurança para a FEA. Segundo ela, a procura tem sido cada vez maior. “Quanto mais pessoas treinadas, maior preparo teremos para qualquer eventualidade”, diz. Embora a Brigada nunca te-nha precisado agir em casos de incêndios na FEA, a capacitação de funcionários para qualquer acidente é importantíssima.

Além do treinamento de funcionários, é fundamental que toda a comunidade da FEA tenha conhecimento de quem são os membros da Brigada, para que, em caso de emergência, pos-sam recorrer às pessoas certas. O portal da faculdade conta com uma lista atualizada de todos os brigadistas, além de uma série de dicas e procedimentos para situações de risco. “A FEA está crescendo, e a Universidade está com outra postura em relação a esse assunto”, diz a presidente. Para ela, ainda falta um en-gajamento maior de entidades estudantis. “Os alunos poderiam vincular informações já existentes no site da faculdade nos sites deles”, conclui.

cipantes aprenderam a utilizar equipamentos, como manguei-ra e extintores, reconhecendo as práticas necessárias para

da faculdade, mas leva-se o conhecimento também para a vida pessoal”, explica Ana Cristina Santos, atual presidente

• Ana Angélica F. Mônica (Compras)• Ana Cristina dos Santos (Biblioteca)• Antônio Marcos de Freitas (ATAd)• Araci Eleutério da Costa (Sv. Contabilidade)• Claudinei Castelani (Zeladoria)• Celso Souza Lopes (Manutenção)• Dayse Maria Alves Flexa (EAD)• Edson Wanderley Silva (Manutenção)• Eduardo Custódio Leite (Audiovisual)• Eduardo Felipe dos Santos (Tesouraria)• Elaine do Rocio Graciano (Serviços Gerais)• Evandro Figueiredo Santos (Zeladoria)• Ezair Pedro Cim (Gráfica)• Fabiano Carlos Ruel (STI)• Francisco Momédio Filho (Manutenção)• Guilherme Ricardo de Araujo Filho (Expediente)• Isabel Cristina Malagueta Gonçalves (Sv. Pessoal)• Ivan Francisco de Sousa (Tesouraria)• João Aparecido Corrêa (Gráfica)• Jordelino de Oliveira (EAC)• Jorge Gomes dos Santos (Zeladoria)• José Carlos Marcelo (Manutenção)• Márcio Antonio Mascarenhas (Almox. e Patrimônio)• Maria Cristina Inácio (ATAc)• Paulo César Scandarolli (Manutenção)• Randal Ruas Muniz (Zeladoria)• Ricardo Bueno P. de Barros (Pesquisa, Cultura e Extensão)• Roberto da Silva Fontes (Expediente)• Roberto Klinguelfus Cirino da Silva (Biblioteca)• Rômulo Fávero (Compras)• Ronaldo Aparecido Bueno (Manutenção)• Rosemeire Maria Batista (Pesquisa, Cultura e Extensão)• Rutinéia Farias Ribeiro (Copa)• Valdir Borges dos Santos (Seção de. Alunos)• Vanderlei Gomes de Jesus Reis (Almox. e Patrimônio)• Vanessa Menezes Munhoz (ATCD)

Brigadistas FEAUSP

Arqu

ivo

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Rôm

ulo

Fáve

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Os alunos se divertiram ao andar em um tipo de skate, através de uma lona que simulava uma onda.

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FEA ALUNOS

A FEA recebeu dia 15 de maio no saguão

principal, o evento “Surfea”. Durante os

intervalos das aulas, os alunos puderam

conhecer os esportes que a nova entidade

incentiva. Diferente da Atlética, que tem

times para os esportes

mais tra- d i c i o n a i s

como vô- lei, fute-

bol, bas- quete e

handebol, a Surfea

n a s c e u para os

e s p o r t e s rad ica i s

como ska- te, surf e

slakline.

Os alunos se divertiram ao andar em um

tipo de skate, através de uma lona que

simulava uma onda, dando a impressão

de surfar em tubo, e ao tentar equili-

brar-se no slakline. Além disso, ha-

FEA é invadida por esportes radicais

Talita Nascimentovia profissio-

nais fazendo

c a r i c a t u r a s

gratuitamen-

te e gente

talentosa pin-

tando pranchas e afins. Tudo isso

foi feito para, além de chamar aten-

ção para os

novos proje-

tos, divulgar

a competição

de surf em

Maresias que

aconteceu no final de semana seguinte, contando com a

presença de Renato Seixas, presidente da Surfea.

A entidade se formou este ano e

agora quer trabalhar para divulgar

suas atividades e trazer mais pes-

soas para a prática desses espor-

tes. “A ideia é a gente fazer mais

eventos, um passo de cada vez,

né!”, diz Thomas Ryu, responsável pelo slakline.

Equipe organizadora do Surfea

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“A constante presença de professores e pesquisadores renomados da economia brasileira e mundial ...

FEA contrata jornalista e internaliza assessoria de imprensa

Rodrigo Dias Gomes

FEA X FEA

nO dia 15 de abril, a fea deU Um impOrtante

passO e cOnclUiU O prOcessO de internaliza-

çãO dO setOr de cOmUnicaçãO. A partir desta data, a assessoria de imprensa passou a ser feita dentro da própria Assistência de Comu-nicação e Desenvolvimento (ATCeD), pela jornalista Cacilda Luna, que traz experiência de veículos renomados da imprensa, além de ter trabalhado por 10 anos como assessora da Faculdade de Medicina - FMUSP. Com isso, além da atualização do portal, do relaciona-mento nas redes sociais, da produção dos pe-riódicos Gente da FEA e A Semana na FEA, o atendimento à imprensa passa a ser realiza-do por uma funcionária própria.

A mudança marca o término de uma parceria de sucesso entre a FEA e a Printec Comunicação, empresa que fez a assessoria de imprensa da faculdade entre 2003 e 2013. Mais do que uma simples prestação de servi-

ços, o período resultou em um grande aprendizado para am-bas as partes. “A Printec chegou justamente no momento de estruturação da comunicação da FEA”, conta Lu Medeiros, responsável pelo setor de comunicação da FEA. “Eu não vim da área de comunicação, e tive a oportunidade de aprender bastante com profi ssionais muito preparados”. Para ela, um dos pontos-chave do sucesso ao longo desses dez anos foi a forma íntegra como a empresa conduziu o trabalho. “O fato de haver confi ança sempre me deixou muito à vontade para aprender com a Printec, e isso foi importante para o próprio desenvolvimento dos funcionários”, conclui.

A empresa foi selecionada em 2003, na gestão de diretoria da professora Maria Tereza Leme Fleury. A Printec preen-cheu os requisitos de conhecimento e confi abilidade exigidos na seleção e iniciou os trabalhos de atendimento à imprensa. A princípio, a Printec foi mantida com verba das fundações, mas nas gestões seguintes foi contratada e mantida com verba de orçamento, por meio de licitação. Além do trabalho de as-sessoria, a empresa também atuou na produção do Gente da FEA e do A Semana na FEA entre 2007 e 2012.

Porém, por determinação da Procuradoria Geral da USP, não foi permitida a nova licitação para re-

novação de contrato, o que faz parte de uma nova diretriz da Reitoria. “No

momento de fazer a nova licitação, fomos surpreendidos com a mudan-

ça. Eles consideram que esse tipo de serviço tem que ser feito por funcionário da USP, admitido em concurso público”, explica Lu Medeiros. Além de Cacilda Luna, a parte de assessoria também terá

Porém, por determinação da Procuradoria Geral da USP, não foi permitida a nova licitação para re-

novação de contrato, o que faz parte de

Equipe Printec, parceria desde 2003 2003

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...torna a função ainda mais trabalhosa, porém fundamental para o desenvolvimento da faculdade”

o auxílio da analista de comunicação Milena Neves, funcioná-ria da FEA, com o suporte de toda a equipe da ATCeD.

Segundo Lu Medeiros, a mudança se dá em um momento oportuno, por toda a bagagem e experiência adquirida pela FEA ao longo dos anos. “Isso acaba sendo um ganho para nossa área, e veio em boa hora, porque já estamos adaptados”, conta a assistente. Outro fator fundamental para essa tran-sição foi o suporte dado pela Printec, além de todo o plane-jamento realizado. “Foi uma mudança organizada, quando se trata de uma alteração grande, precisamos de cautela. Isso dependeu de um tripé composto por mim, que sou gestora, pela Cacilda, que está chegando e pelo Godoy, que está sain-do”, explica Lu Medeiros.

Para Antonio Carlos de Godoy, jornalista fundador e prin-cipal representante da Printec junto à FEA, o período de dez anos trouxe grande conhecimento na área de ensino superior para a empresa. “Trabalhar com a FEA, que é uma institui-ção muito conceituada, nos trouxe bastante prestígio”, aponta Godoy. O jornalista, que tem larga experiência na área eco-nômica, tendo trabalhado para veículos importantes como BBC, Estadão e Folha de São Paulo, conta que essa bagagem auxiliou no andamento do trabalho ao longo de todos os anos na FEA. “A gente sempre trabalhou nessa área de economia e negócios, e isso facilitou bastante o diálogo”, diz, referindo-se também aos outros profi ssionais da Printec que participaram diretamente da parceria com a FEA, como as jornalistas Va-nessa Giacometti de Godoy e Dinaura Landini.

Durante o período, a FEA recebeu, em média, 70 solicita-ções de entrevistas por mês. Embora nem sempre as solicita-ções tenham sido atendidas, a porcentagem de atendimento girou em torno de 60 a 70%. Houve épocas de menor volume de pedidos e situações de muita demanda, como nos anos da grande crise econômica mundial. “Chegamos a receber 160 solicitações de entrevista por mês durante a crise de 2008”, ressalta Godoy.

Para ele, a grande procura por professores da FEA, o que

torna necessário uma boa assessoria, se dá pela qualifi cação dos docentes nas diversas vertentes de estudos de economia e fi nan-ças. “A FEA é um grande banco de talentos em todas as áreas”, diz. A constante presença de professores e pesquisadores renomados da economia brasileira e mundial, como de vencedores do Prêmio Nobel, por exemplo, torna a função ainda mais trabalhosa, porém fundamental para o desenvolvimento da fa-culdade”.

Godoy elogia, ainda, todo o suporte dado por diretores e professores. “Tivemos total apoio mesmo em momentos mais difíceis”, diz. De agora em diante, ele e todos os demais profi ssionais da Printec seguem um outro ca-minho, porém, a amizade com os funcionários da FEA e o reconhe-cimento pelo tra-balho bem feito continuarão por muitos anos.

girou em torno de 60 a 70%. Houve épocas de menor volume

Antônio Carlos de Godoy, da Printec

Cacilda Luna, jornalista da FEA

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FEA SUSTENTABILIDADE

Talita Nascimento

Matéria optativa sobre Negócios Sociais é sucesso na graduação

“Para nós foi fantástico, porque temos muito a parte prática e aí aprendemos a parte teórica; tem vários pensamentos e vertentes”

“tÓpicOs de rH nesse semestre vai ser sObre

negÓciOs sOciais”, fOi essa a nOtÍcia espalHa-

da pelOs alUnOs da fea qUe Já cOnHeciam O

trabalHO da prOfessOra graziella cOmini nO

semestre passadO. Ela conta que a escolha de tratar desse tema na matéria optativa eleti-va foi feita após pedidos e conversas com os próprios alunos, que ajudaram a divulgar o save the semester no facebook. Como resul-tado, a matéria teve cerca de 50 inscritos, en-quanto a média para matérias optativas é de 25 a 30 inscritos.

Para a professora, essa procura tem a ver também com o olhar de causa e propósito, e de buscar sentido no que se faz, tão presen-tes nas novas gerações. A disciplina trata do modelo de negócios que utiliza a lógica de mercado, contando com a venda de produ-tos e serviços, mas partindo da premissa de solucionar ou amenizar demandas da base da pirâmide populacional, as classes D e E.

“O que caracteriza é a intencionalidade. Desde o nascimen-to [da empresa]você

tem um propósi-to social mui-

to claro”, diz a professora

diferenciando os negócios so-cioambientais da tendência de

grandes empresas começarem a desenvolver projetos susten-táveis para diminuir seus impactos negativos na sociedade.

O programa da disciplina propõe estudos de caso. Nesse semestre, a presença de Gustavo e Carolina Fuga e Ana Ma-chado, como alunos da matéria, trouxe um novo material a ser analisado e discutido com a turma.

Gustavo, aluno de economia da FEA, sua irmã Carolina, estudante de Ciências Sociais na FFLCH, e Ana, de Marke-ting na EACH, são os fundadores e gestores da “4you2”, uma escola de Inglês que tem sedes em bairros carentes da zona Sul e oferece aulas com professores estrangeiros, por uma mensalidade de R$ 55,00, incluindo material didático.

O preço baixo é mantido, pois além de locarem o espaço de ONGs como sedes para a escola, os professores são in-tercambistas que vêm ao Brasil em busca de conhecer uma nova cultura e se envolver no projeto da escola. Gustavo e Carol garantem que o diferencial da 4you2 está nessa tro-ca de experiências, que mostra um mundo novo, tanto para professores quanto para alunos.

Pouco mais de um ano depois da primeira aula, com três unidades e cerca de 650 alunos, os três se matricularam na disciplina da professora Graziella e, longe de achar que sabe o sufi ciente, Carolina diz: “Para nós foi fantástico, porque temos muito a parte prática e aí aprendemos a parte teóri-ca, tem vários pensamentos e vertentes”. Eles também veem nas aulas oportunidades de conhecer e questionar iniciativas de outras pessoas levadas pela professora para discutir seus projetos com os alunos. Com teoria e prática em mãos, os três empreendedores já têm sua própria defi nição de Negó-cio Social: Um serviço de qualidade e acessível por meios fi nanceiros, geográfi cos e principalmente pela sensação de autopertencimento.

Para conhecer melhor 4you2, acesse o site: www.4y2.org.

da pirâmide populacional, as classes D e E. “O que caracteriza é

a intencionalidade. Desde o nascimen-to [da empresa]você

tem um propósi-

Profa. Graziella Comini

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“É uma soma da imagem do Brasil no exterior e do aluno que vem para cá e volta com imagem positiva”

FEA INTERNACIONAL

Os recentes cOnvêniOs firmadOs pela cOmissãO de cOOperaçãO

internaciOnal da feaUsp (ccint fea) cOm a fpt Univer-

sity (vietnam), University Of melbOUrne (aUstrália) e escp

(frança), sãO algUns exemplOs dO qUe a cOmissãO tem feitO para

a internaciOnalizaçãO da fea. Este processo, para o professor Edson Luiz Riccio, é composto por dois pontos: “Conhecer o ex-terior e ficar conhecido”.

Riccio observa que ficar conhecido é o mais difícil, já que é preciso vencer certas barreiras para que os estudantes estrangei-ros tenham boas expe-riências por aqui. Há dificuldades nas quais a universidade não pode interferir. No en-tanto, barreiras como a língua ou o acolhi-mento do estrangeiro, que estão ao alcance da FEA, têm sido ven-cidas pouco a pouco.

Para tentar amenizar o problema da língua, o professor Riccio passou a oferecer uma matéria optativa em inglês “International Managment: Doing Business in Brasil”, sendo acompanhado mais tarde pelos professores Nicolau Reinhard e Gilmar Masiero, que também ofereceram disciplina neste idioma. Além disso, foi cria-do, em parceria com a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, um curso de língua portuguesa para estran-geiros.

Quanto ao acolhimento, Riccio deixa claro que isso não pare-ce ser um problema para os estrangeiros que aqui chegam. Mes-mo assim, a CCInt promove a alocação residencial dos intercam-

bistas, oferece a eles instruções sobre as questões legais de sua estadia no Brasil e organiza o Mês da Integração, com diversas palestras sobre te-mas de seu interesse.

Todo esse cuidado com os intercambistas, de acordo com o presidente da CCInt, ajuda a trazer ainda mais estudantes estrangeiros para estudar na FEA. “Há 15, 20 anos, eu ia atrás

das escolas, hoje elas vêm atrás de mim. É uma soma da imagem do Brasil no ex-terior e do aluno que vem para cá e volta com imagem positiva”, diz. Ele acredita que, des-ta forma, “fazer o Brasil conhecido” tem sido possível.

Já com 125 convênios com universidades no exterior, tendo inclusive um programa de du-plo diploma no curso de administração com a universidade francesa Euromed, a FEAUSP es-tabeleceu regras para se conveniar com outras universidades: é preciso que sejam similares à FEA em conteúdo e importância, têm de ser oficiais, reconhecidas e terem boa classificação nos rankings internacionais. No entanto, Riccio deixa claro que a FEA procura convênios com as melhores universidades de cada país, e não apenas com as melhores do mundo.

Talita Nascimento

Conquistas e desafios daCCInt FEA

Professores Edson Luiz Riccio, Reinaldo Guerreiro e Susan Elliott na assinatura do acordo com a Universidade de Melbourne

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PAINEL

Cacilda Luna

Incentivo à indústria automotiva: uma antiga polêmica

“Há estudos que evidenciam que quanto maior e melhor a rede de transporte público, maior a renda disponível para a população comprar automóvel”

desde a dÉcada de 50, a indÚstria aUtOmObi-

lÍstica É beneficiada pOr pOlÍticas de incen-

tivO fiscal. Este ano, não foi diferente. Em março, o governo anunciou a prorrogação da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os automóveis até o fi nal do ano. A justifi cativa, mais uma vez, baseou-se na importância do setor para o conjunto da economia, já que ele represen-taria 25% da produção industrial do país.

Os benefícios à indústria automotiva já renderam até discussões com países que mantém relações comerciais cordiais com o Brasil. Em 2011, quando os fabricantes nacionais se viram ameaçados pelo “boom” dos carros importados, o governo brasilei-ro não pensou duas vezes e elevou o IPI so-bre os concorrentes estrangeiros em até 30 pontos percentuais, acabando com a onda

dos preços baixos e provo-cando a ira dos Estados

Unidos, Japão, Coreia do Sul e União Europeia.

Ninguém duvida que as políticas de

estímulo leva-ram ao cres-cimento do setor na últi-ma década. Mas o que se discute é por que ou-

tros segmentos não recebem o mesmo tratamento e até que ponto esses incentivos foram importantes para a sociedade como um todo. Por que não investir mais no transporte pú-blico, que gera menos poluição e benefi cia mais pessoas? O Gente na FEA entrevistou dois professores, um do Departamento de Economia, o Prof. Hélio No-gueira da Cruz, e outro do Departamento de Admi-nistração, a Profa. Adriana Marotti de Mello, para saber a opinião deles a respeito dessa histórica trajetó-ria de apoio do governo federal ao setor automotivo.

Setor privilegiado Para a Profa. Adriana Marotti (EAD), quando se fala do

setor automotivo há que se considerar o impacto de toda a cadeia produtiva na economia e não somente das montado-ras. “Quando se fala em algo próximo a 25% do PIB, refere--se a toda a cadeia, incluindo os fornecedores de autopeças, fabricantes de matérias primas, lubrifi cantes, tintas, pneus etc. e também os responsáveis pela comercialização, segu-ros e ofi cinas reparadoras”. Segundo ela, o setor tem ramifi -cações e impactos em diferentes segmentos da economia e, por isso, é considerado estratégico.

Sobre o fato de ser um setor benefi ciado por políticas públicas, a professora Adriana lembra que isso não acon-tece só no Brasil. “Vide o caso da GM nos EUA (que foi estatizada para evitar sua falência), das empresas euro-peias, coreanas, chinesas e japonesas”. Ela acredita que os privilégios do setor automotivo no país são frutos de sua força política (tanto por parte dos empresários, quanto dos trabalhadores) e de sua exposição na mídia. No entanto, ela não considera que este seja um setor mais privilegiado que os demais.

A Profa. Adriana Marotti ressalta que a nova políti-

pontos percentuais, acabando com a onda dos preços baixos e provo-

cando a ira dos Estados Unidos, Japão, Coreia do

Sul e União Europeia. Ninguém duvida

que as políticas de estímulo leva-

ram ao cres-cimento do setor na últi-ma década. Mas o que se discute é por que ou-

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“Temos uma história de conhecimento acumulado, de conhecimento tecnológico, mão de obra qualifi cada, e o mercado doméstico é grande”

11ca industrial do setor automotivo entrou em vigor este ano, com a criação do “Ino-var Auto”, que prevê a desoneração de IPI (30%) e mais reduções graduais a empresas que cumpram metas de efi ciência energéti-ca e emissão de gases. Ela considera o “Ino-var” um dos instrumentos mais efetivos até agora porque se exige uma contrapartida, ainda que tímida por parte das empresas.

O Prof. Hélio Nogueira da Cruz, do EAE, também compartilha a opinião de que o setor automotivo é muito importante para a economia e, portanto, merece uma atenção especial. Segundo o economista, além de representar um percentual expres-sivo do PIB, é um setor industrial com pa-drões de exigências de qualidade elevados. “A competição internacional é muito forte, o que exige formação de mão de obra qua-lifi cada”, justifi ca.

Em sua opinião, a experiência do Brasil foi muito bem sucedida com a implantação de um segmento com capacidade produti-va signifi cativa, que tem desdobramentos em outros setores de atividade (borracha, plástico, siderurgia e eletrônica). “Temos uma história de conhecimento acumula-do, de conhecimento tecnológico, mão de obra qualifi cada, e o mercado doméstico é grande. Somos o quarto mercado consumi-dor de automóveis do mundo, o que nos dá possibilidades de crescer em economia de escala, de ter uma liderança regional”.

O economista admite a existência de uma trajetória de apoio do governo ao se-tor automobilístico nos últimos anos, mas acredita que por ser um setor de grande

dimensão, que gera muitos empregos, os estímulos fi scais têm sido muito impor-tantes. Recentemente, o Brasil resolveu conter as importações de automóveis e estimular os investimentos internos. Na visão do Prof. Hélio Cruz, os resultados foram favoráveis e se traduziram no crescimento da indústria.

Transporte público e meio ambiente

Uma das críticas em torno do estímulo ao setor automoti-vo é o fato de ter consequências negativas para o trânsito e meio ambiente. Na opinião da Profa. Adriana Marotti, não há “dicotomia” entre investir em setor automotivo e trans-porte público. “Países com as maiores frotas de automóvel (EUA, Alemanha, Japão) são também países com redes de transporte público. Há estudos que evidenciam que quanto maior e melhor a rede de transporte público, maior a renda disponível para a população comprar automóvel. Além do mais, transporte público é responsabilidade dos governos locais, enquanto políticas industriais são da alçada do go-verno federal”.

Sobre a falta de investimentos em transporte público, o Prof. Hélio da Cruz defende que “houve um equívoco” na política de transportes no país. “Nas metrópoles, as redes de metrô são muito pequenas. Foi um erro deixar de atender a essa demanda, o avanço foi muito tímido. De qualquer forma, hoje está muito claro que temos de investir no setor de transporte público, porque a quan-tidade de automóveis particulares nas ruas está cada vez maior, gerando trânsito”. Já em relação à poluição, o eco-nomista ressalta que atender as exigências ambientais tornou-se uma questão inadiável em todo o mundo, não apenas no Brasil.

dimensão, que gera muitos empregos, os estímulos fi scais têm sido muito impor-tantes. Recentemente, o Brasil resolveu conter as importações de automóveis e estimular os investimentos internos. Na visão do Prof. Hélio Cruz, os resultados foram favoráveis e se traduziram no

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Hora do lanche Café Sweden está de volta, desta vez com preços tabelados

Que tal uma pausa para o lanche? O Café Sweden está de volta no saguão do FEA-1. Desta vez, com uma novida-de: os preços de alguns produtos estão tabelados, ou seja, não poderão sofrer reajustes, somente por meio de autori-zação de uma comissão formada para esse fi m. No mês de abril, a FEA abriu uma licitação para concessão do espaço. Apenas o Sweden apresentou a proposta dentro das exigências legais, sendo, portanto, o vencedor da concorrência.

Muitas pessoas questionam por que o Centro Acadêmico não pode explorar a atividade. A principal justifi cativa é que, por ser um espaço público, a Lei exige que seja elaborado um processo licitatório. E como o CAVC não é uma empresa do ramo, apesar de ter personalidade jurídica, ele não pode participar da concorrência. Para tanto, a entidade teria de comprovar sua experiência, tendo explorado esse tipo de serviço anteriormente.

Mas os alunos não fi caram de fora do processo. A FEA propôs que eles fi zessem uma pesquisa em outras lanchonetes do campus, levantando os preços médios dos principais itens vendidos, como por exemplo o café e os salgadinhos. A partir desse levantamento, foi possível estipular no edital os valores que seriam cobrados pela nova concessionária.

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FEA MIX

Rodrigo Dias GomesInterdisciplinaridade

Professora da FMUSP apresenta palestra a alunos do EAC A disciplina optativa Controladoria em Logística, ministrada pelo professor Masayuki Nakagawa aos alunos do

último ano de Ciências Contábeis e Atuariais, ampliou ainda mais a proposta de interdisciplinari-dade que a vem acompanhando há algum tempo. No dia 3 de abril, os alunos acompanharam uma palestra da Dra. Isabela Benseñor, professora do Departamento de Clínica Médica da FMUSP. O tema da apresentação foi a aplicação de métodos estatísticos na medicina baseada em evidências.

A meta é criar uma extensão no curso abordando a controladoria baseada em evidências, ou seja, analisando não apenas os dados registrados ou o planejamento estratégico, mas tam-

bém os riscos e consequências que as diferenças podem trazer para a empresa. “Na contro-ladoria baseada em evidências estudamos o impacto de um eventual procedimento para a entropia da organização”, aponta o professor Nakagawa. Segundo ele, esse tipo de con-troladoria praticamente inexiste no país, tanto em empresas como nos cursos. “Estamos preparando os alunos para essa área”, conclui.

GENTE DA FEAUma publicação mensal da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo Assistência de Comunicação e DesenvolvimentoJunho 2013_TIRAGEM 2.000 EXEMPLARES

Av. Prof. Luciano Gualberto, 908Cidade Universitária - CEP 05508-010

Diretor da FEA REINALDO GUERREIRO

Coordenação GeralLU MEDEIROS

ASSISTÊNCIA DE COMUNICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA FEAUSP

Edição: ASSISTÊNCIA DE COMUNICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

DA FEAUSPMILENA NEVES – MTB 36.341

Reportagens:CACILDA LUNA, RODRIGO DIAS GOMES E

TALITA NASCIMENTO

Projeto Gráfico: ELOS COMUNICAÇÃO

revisado porTON CÂNDIDO

Layout e Editoração Eletrônica: ROBERTA DE PAULA

Revisão: CACILDA LUNA, LU MEDEIROS E

VANESSA MUNHOZ

Fotos:ISMAEL B. DO ROSÁRIO, ROBERTA DE PAULA

E VANESSA MUNHOZ

“Na controladoria baseada em evidências estudamos o impacto de um eventual procedimento para a entropia da organização”

último ano de Ciências Contábeis e Atuariais, ampliou ainda mais a proposta de interdisciplinari-dade que a vem acompanhando há algum tempo. No dia 3 de abril, os alunos acompanharam uma palestra da Dra. Isabela Benseñor, professora do Departamento de Clínica Médica da FMUSP. O tema da apresentação foi a aplicação de métodos estatísticos na medicina baseada em evidências.

A meta é criar uma extensão no curso abordando a controladoria baseada em evidências, ou seja, analisando não apenas os dados registrados ou o planejamento estratégico, mas tam-

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