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Giselle Medeiros da Costa Onecinasama.com.br/upload/130218110949361241.pdfPREFÁCIO A citação de Soren Kierkegaard no século XIX diz que a vida só pode ser comprrendida olhando-se

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  • Giselle Medeiros da Costa One Adriana Gomes Cezar Carvalho

    (Organizadores)

    os desafios do mundo contemporneo

    3

    IMEA Joo Pessoa - PB

    2018

  • Instituto Medeiros de Educao Avanada - IMEA

    Editor Chefe Giselle Medeiros da Costa One

    Corpo Editorial

    Giselle Medeiros da Costa One Helder Neves de Albuquerque

    Julianne Freitas Moreno Adriana Gomes Cezar Carvalho

    Reviso Final Ednice Fideles Cavalcante Anzio

    FICHA CATALOGRFICA

    Dados de Acordo com AACR2, CDU e CUTTER

    Laureno Marques Sales, Bibliotecrio especialista. CRB -15/121

    Direitos desta Edio reservados ao Instituto Medeiros de Educao Avanada IMEA

    Impresso no Brasil / Printed in Brazil

    One, Giselle Medeiros da Costa. O59n Nutrio e Sade: os desafios do mundo contemporneo, 3./ Organizadores:

    Giselle Medeiros da Costa One; Adriana Gomes Cezar Carvalho 831 fls.

    Prefixo editorial: 53005

    ISBN: 978-85-53005-02-4 (on-line) Modelo de acesso: Word Wibe Web Instituto Medeiros de Educao Avanada IMEA Joo Pessoa - PB

    1 . Nutrio e gastronomia 2. Gesto de alimentos 3. Nutrio sade pblica 4. Nutrigenttica. Giselle Medeiros da Costa One II. Adriana Gomes Cezar Carvalho III. Nutrio e Sade: os desafios do mundo contemporneo, 3

    CDU: 612.3

  • IMEA Instituto Medeiros de Educao

    Avanada

    Proibida a reproduo, total ou parcial, por qualquer meio ou processo, seja reproFigura, fotoFigura,

    Figura, microfilmagem, entre outros. Estas proibies aplicam-se tambm s caractersticas grficas e/ou

    editoriais. A violao dos direitos autorais punvel como Crime

    (Cdigo Penal art. 184 e ; Lei 9.895/80), com busca e apreenso e indenizaes diversas (Lei

    9.610/98 Lei dos Direitos Autorais - arts. 122, 123, 124 e 126)

    Todas as opinies e textos presentes

    neste livro so de inteira responsabilidade de seus autores, ficando o organizador

    isento dos crimes de plgios e informaes enganosas.

    IMEA

    Instituto Medeiros de Educao Avanada

    Av Senador Ruy Carneiro, 115 ANDAR: 1; CXPST: 072; Joo Pessoa - PB

    58032-100 Impresso no Brasil

    2018

  • Aos participantes do CINASAMA pela

    dedicao que executam suas

    atividades e pelo amor que escrevem os

    captulos que compem esse livro.

  • A mente que se abre a uma

    nova ideia jamais voltar ao

    seu tamanho original (ALBERT

    EINSTEIN).

  • PREFCIO

    A citao de Soren Kierkegaard no sculo XIX diz que

    a vida s pode ser comprrendida olhando-se para trs, mas

    s pode ser vivida olhando-se para frente. Esta a proposta

    deste que apresenta diversidade sobre uma temtica com

    abordagens variadas demonstrado ser um livro para

    contribuir com o conhecimento do leitor na rea da sade sob

    contedo dividido nos mdulos de sade, ateno a sade,

    farmcia e sade mental.

    O CINASAMA um evento que tem como objetivo

    proporcionar subsdios para que os participantes tenham

    acesso s novas exigncias do mercado e da educao. E ao

    mesmo tempo, reiterar o intuito Educacional, Biolgico,

    Nutricional e Ambiental de direcionar todos que formam a

    Comunidade acadmica para uma Sade Humana e

    Educao socioambiental para a Vida.

    Os livros NUTRIO E SADE: os desafios do

    mundo contemporneo 1, 2 e 3 tem contedo

    interdisciplinar, contribuindo para o aprendizado e

    compreenso de varias temticas dentro da rea em estudo.

    Esta obra uma coletnea de pesquisas de campo e

    bibliogrfica, fruto dos trabalhos apresentados no Congresso

    Nacional de Sade e Meio Ambiente realizado entre os dias

    17 e 18 de novembro de 2017 na cidade de Joo Pessoa-PB.

  • Os eixos temticos abordados no Congresso Nacional

    de Sade e Meio Ambiente e nos livros garantem uma ampla

    discusso, incentivando, promovendo e apoiando a pesquisa.

    Os organizadores objetivaram incentivar, promover, e apoiar

    a pesquisa em geral para que os leitores aproveitem cada

    captulo como uma leitura prazerosa e com a competncia,

    eficincia e profissionalismo da equipe de autores que muito

    se dedicaram a escrever trabalhos de excelente qualidade

    direcionados a um pblico vasto.

    Esta publicao pode ser destinada aos diversos

    leitores que se interessem pelos temas debatidos.

    Espera-se que este trabalho desperte novas aes,

    estimule novas percepes e desenvolva novos humanos

    cidados.

    Aproveitem a oportunidade e boa leitura.

  • Sumrio

    NUTRIO E GASTRONOMIA __________________________________ 16

    CAPTULO 1 ________________________________________________ 17

    CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS

    PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE

    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO _____________________________ 17

    CAPTULO 2 ________________________________________________ 37

    ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS

    INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES

    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO ______________________ 37

    CAPTULO 3 ________________________________________________ 56

    O USO DE PREBITICOS EM ALIMENTOS _________________________ 56

    NUTRIO E GESTO DE ALIMENTOS ___________________________ 75

    CAPTULO 4 ________________________________________________ 76

    ALIMENTAO ONSHORE: ASPECTOS DA GESTO DA QUALIDADE

    HIGINICO-SANITRIA DAS REFEIES SERVIDAS EM BASES REMOTAS DE

    PLOS PETROQUMICOS ______________________________________ 76

    CAPTULO 5 ________________________________________________ 93

    AVALIAO DA QUALIDADE HIGINICO-SANITRIA DE ESCOLAS

    ESTADUAIS DE SANTA CRUZ-RN ________________________________ 93

    file:///D:/2017/livros%202017%202018/NUTRICAO%203%20giselle.docx%23_Toc506283115file:///D:/2017/livros%202017%202018/NUTRICAO%203%20giselle.docx%23_Toc506283122

  • CAPTULO 6 _______________________________________________ 107

    COMIDA DE RUA COMERCIALIZADA NO ENTORNO DE FESTIVIDADE

    RELIGIOSA: UMA ABORDAGEM SOB O ENFOQUE DA SEGURANA DE

    ALIMENTOS _______________________________________________ 107

    CAPTULO 7 _______________________________________________ 123

    DESAFIOS PARA IMPLANTAO DE FERRAMENTAS DE SEGURANA

    ALIMENTAR EM UNIDADES DE ALIMENTAO: UMA REVISO DE

    LITERATURA_______________________________________________ 123

    CAPTULO 8 _______________________________________________ 142

    EDUCAO SANITRIA COM MANIPULADORES DE ALIMENTOS: RELATO

    DE EXPERINCIA DE UMA CAPACITAO INTINERANTE NAS ESCOLAS DE

    SANTA CRUZ-RN ___________________________________________ 142

    CAPTULO 9 _______________________________________________ 160

    FORMULAO E CARACTERIZAO DE QUEIJO COALHO SIMBITICO _ 160

    CAPTULO 10 ______________________________________________ 176

    PERFIL ALIMENTAR DOS ACADMICOS DO CURSO DE NUTRIO _____ 176

    CAPTULO 11 ______________________________________________ 193

    SEGURANA ALIMENTAR E A IMPORTANCIA DA INSERO DO

    NUTRICIONISTA NAS UNIDADES DE ALIMENTAO E NUTRIO DE

    HOTIS NO MUNICPIO DE PATOS-PB ___________________________ 193

    CAPTULO 12 ______________________________________________ 215

    TEORES DE VITAMINA C NA ALIMENTAO OFERECIDA A ESCOLARES _ 215

    CAPTULO13 ______________________________________________ 234

    UTILIZAO DOS NDICES DE RESTO-INGESTA COMO FERRAMENTA DE

    GESTO EM UMA UNIDADE HOSPITALAR _______________________ 234

  • NUTRIO E SADE PBLICA _________________________________ 260

    CAPTULO 14 ______________________________________________ 261

    A IMPORTNCIA DA ATUAO DO NUTRICIONISTA NA ATENO BSICA

    DE SADE_________________________________________________ 261

    CAPTULO 15 ______________________________________________ 280

    ANLISE DO PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAO ESCOLAR E DA

    INFLUENCIA DA EDUCAO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA SUA

    ACEITAO: UMA REVISO DA LITERATURA _____________________ 280

    CAPTULO 16 ______________________________________________ 299

    ANLISE FSICO-QUMICA E DE ROTULAGEM EM PLANTAS MEDICINAIS

    COMERCIALIZADAS NO MERCADO FORMAL E INFORMAL __________ 299

    CAPITULO 17 ______________________________________________ 321

    AVALIAO DA CONFORMIDADE DOS RTULOS DE SARDINHA E ATUM

    FRENTE A LEGISLAO DE ROTULAGEM ALIMENTAR, COMERCIALIZADOS

    NA REGIO METROPOLITANA DE NATAL - RN ____________________ 321

    CAPTULO 18 ______________________________________________ 340

    AVALIAO DA ROTULAGEM DE VEGETAIS MINIMAMENTE PROCESSADOS

    COMERCIALIZADOS NA REGIO METROPOLITANA DE NATAL - RN ____ 340

    CAPTULO 19 ______________________________________________ 359

    AVALIAO DE HBITOS ALIMENTARES DE PR-ESCOLARES DE UMA

    CRECHE PBLICA NO MUNICPIO DE JOO PESSOA-PB _____________ 359

    CAPTULO 20 ______________________________________________ 379

    AVALIAO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANAS PR-ESCOLARES E

    SUA RELAO COM O ALEITAMENTO MATERNO _________________ 379

    file:///D:/2017/livros%202017%202018/NUTRICAO%203%20giselle.docx%23_Toc506283143

  • CAPTULO 21 ______________________________________________ 401

    AVALIAO DO PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAO DE

    VITAMINA A EM CRIANAS: UM OLHAR DA EQUIPE ESTRATGIA SADE

    DA FAMLIA DE UM MUNICPIO DO SERTO DA PB ________________ 401

    CAPTULO 22 ______________________________________________ 418

    CACTCEAS PRESENTES NA CAATINGA: IMPORTNCIA E APLICAO NA

    TECNOLOGICA DE ALIMENTOS ________________________________ 418

    CAPTULO 23 ______________________________________________ 433

    CONSUMO ALIMENTAR DE IDOSOS COM DOENAS CRNICAS NO

    TRANSMISSVEIS ATENDIDOS NO MUNICPIO DE AGUIAR-PB________ 433

    CAPITULO 24 ______________________________________________ 455

    ESTADO NUTRICIONAL E DE SADE DE HIPERTENSOS E DIABTICOS

    ATENDIDOS NO NASF, PATOS,PB ______________________________ 455

    CAPTULO 25 ______________________________________________ 475

    ESTUDO DO PERFIL LIPDICO EM ADULTOS COM SOBREPESO E OBESIDADE

    _________________________________________________________ 475

    CAPTULO 26 ______________________________________________ 496

    FIDEDIGNIDADE DAS INFORMAES CONTIDAS EM RTULOS DE

    PRODUTOS PARA ADOAR COMERCIALIZADOS EM DUAS

    MICRORREGIES DO RIO GRANDE DO NORTE ____________________ 496

    CAPTULO 27 ______________________________________________ 514

    GRAVIDEZ NA ADOLESCNCIA E SUA RELAO COM O BAIXO PESO AO

    NASCER NO MUNICPIO DE PATOS PB _________________________ 514

    CAPTULO 28 ______________________________________________ 546

  • PRODUO DO CUIDADO EM UMA COMUNIDADE DE BAIXA RENDA:

    NUTRIO NO CONTEXTO ESCOLAR PARA FORMAO DE HBITOS

    ALIMENTARES SAUDVEIS ___________________________________ 546

    CAPTULO 29 ______________________________________________ 562

    QUALIDADE HIGINICO-SANITRIA DOS PESCADOS COMERCIALIZADOS

    NAS FEIRAS LIVRES E MERCADOS PBLICOS DO MUNICPIO DE JOO

    PESSOA-PB ________________________________________________ 562

    GESTO EM UNIDADE DE ALIMENTAO _______________________ 582

    CAPTULO 30 ______________________________________________ 583

    PESQUISA E ANLISE DA SATISFAO DOS COMENSAIS DE UM

    RESTAURANTE UNIVERSITRIO NO INTERIOR DA PARABA _________ 583

    CAPTULO 31 ______________________________________________ 601

    REAVALIAO DOS PER CAPITAS CRUS DAS PREPARAES DO CARDPIO

    OFERTADO COLETIVIDADE SADIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITRIO DO

    SERTO DA PARABA ________________________________________ 601

    NUTRIO NA SENESCNCIA _________________________________ 618

    CAPTULO 32 ______________________________________________ 619

    A INFLUNCIA DO MEGA-3 PARA A PREVENO E TRATAMENTO DO

    ALZHEIMER: UMA REVISO DE LITERATURA _____________________ 619

    CAPTULO 33 ______________________________________________ 636

    NUTRIO E PROMOO DA SADE NO ENVELHECIMENTO ________ 636

    CAPTULO 34 ______________________________________________ 654

    file:///D:/2017/livros%202017%202018/NUTRICAO%203%20giselle.docx%23_Toc506283176file:///D:/2017/livros%202017%202018/NUTRICAO%203%20giselle.docx%23_Toc506283181

  • SARCOPENIA EM IDOSOS ONCOLGICOS EM TRATAMENTO

    QUIMIOTERPICO __________________________________________ 654

    CAPTULO 35 ______________________________________________ 675

    RELAO DO CONSUMO DE ALIMENTOS FONTES DE VITAMINA D E

    CLCIO E SEUS NVEIS SRICOS EM INDIVDUOS IDOSOS DA CIDADE DE

    JOO PESSOA _____________________________________________ 675

    NUTRIO ESPORTIVA ______________________________________ 699

    CAPTULO 36 ______________________________________________ 700

    ALIMENTAO E HIDRATAO PR E PS-TREINO: PERCEPO DOS

    PRATICANTES DE MUSCULAO DE UMA ACADEMIA NO MUNICPIO DE

    JARDIM DE PIRANHAS-RN ____________________________________ 700

    CAPTULO 37 ______________________________________________ 728

    EFEITOS DE TERMOGNICO JUNTO A DIATA LOW CARB NA PERDA DE PESO

    _________________________________________________________ 728

    CAPTULO 38 ______________________________________________ 751

    EXERCCIO FSICO E ESTRESSE OXIDATIVO: REPERCUSSES NO SISTEMA

    NERVOSO _________________________________________________ 751

    NUTRIO E GENTICA ______________________________________ 769

    CAPTULO 39 ______________________________________________ 770

    CIDO LINOLEICO CONJUGADO (CLA): CARACTERSTICAS, BIOSSNTESE E

    EFEITOS NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) __________________ 770

    CAPTULO 40 ______________________________________________ 792

    file:///D:/2017/livros%202017%202018/NUTRICAO%203%20giselle.docx%23_Toc506283190file:///D:/2017/livros%202017%202018/NUTRICAO%203%20giselle.docx%23_Toc506283197

  • A IMPORTNCIA DOS POLIMORFISMOS DE NUCLEOTDEO NICO (SNPS)

    DOS GENES FTO E MTHFR NA ADEQUAO DA ALIMENTAO ______ 792

    CAPTULO 41 ______________________________________________ 812

    NOVAS PERSPECTIVAS DA VITAMINA D NA GENTICA E MICROBIOTA

    INTESTINAL: UMA REVISO __________________________________ 812

  • 16

    NUTRIO E GASTRONOMIA

  • CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE

    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    17

    CAPTULO 1

    CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA

    ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE VIDA EM

    ALEITAMENTO MATERNO

    Dbora Gabriela Fernandes ASSUNO 1 Kerolaynne Fonseca de LIMA 1

    Marlia Ferreira Frazo Tavares de MELO 2 1 Nutricionista Residente do Programa de Residncia Multiprofissional Integrada em Sade da

    UFRN/MEJC; 2 Orientadora/Professora do Curso de Nutrio do CES/UFCG. [email protected]

    RESUMO: Atualmente observa-se uma constante preocupao

    quanto qualidade dos alimentos no que diz respeito a nutrio

    infantil, uma vez que, existem inmeros produtos destinados a

    essa populao. Nesse caso, muitos pais guiam-se pelos

    rtulos nutricionais de produtos infantis industrializados, porm

    muitos no possuem condies financeiras de adquirir tais

    produtos e tem a opo de preparar as papinhas caseiras.

    Assim, o presente estudo tem como objetivo elaborar os rtulos

    nutricionais de papinhas caseiras previamente elaboradas para

    a alimentao complementar de lactentes de 6 meses em

    aleitamento materno e compar-las com o rtulo nutricional de

    papinhas industrializadas de uma marca comercializada no

    mercado. Foram confeccionadas 4 (quatro) papinhas que foram

    submetidas a anlises fsico-qumicas. Os resultados das

    anlises permitiram a elaborao de um rtulo nutricional para

    cada papinha cuja composio foi expressa segundo a RDC

  • CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE

    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    18

    360 e RDC 222. Os rtulos tambm apresentaram as devidas

    advertncias necessrias e obrigatrias para produtos

    alimentares infantis. Quando comparadas com papinhas de

    uma marca industrializada elas mostraram ser nutricionalmente

    mais adequadas e ainda apresentaram o diferencial de no

    possuir sdio em sua composio. Portanto, a partir do rtulo

    nutricional fica evidente que as papinhas caseiras so

    nutricionalmente mais adequadas e saudveis. Assim, os pais

    e profissionais de sade devem estimular a ingesto de

    alimentos saudveis nessa fase que demanda tanto cuidado.

    Palavras-chave: Alimentao complementar. Rotulagem.

    Informao nutricional.

    1 INTRODUO

    A busca pela qualidade de vida e a diversidade de

    alimentos industrializados existentes no mercado tm tornado o

    consumidor cada vez mais exigente e preocupado com a

    segurana alimentar. De acordo com o item 3, do artigo 6, da

    Lei 8078/90 (Cdigo de Proteo e Defesa do Consumidor)

    por meio do rtulo dos alimentos que se tem acesso s

    informaes como, quantidade, caractersticas nutricionais,

    composio, qualidade e riscos que os produtos poderiam

    apresentar (YOSHIZAWA et al., 2003).

    As informaes presentes nos rtulos dos alimentos

    industrializados constituem uma fonte importante para auxiliar

    as escolhas alimentares e conferem rotulagem o carter de

    uma atividade de promoo da sade, configurando-se num elo

    de comunicao entre as indstrias e os consumidores. Tais

    informaes destinam-se a identificar a origem, a composio

  • CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE

    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    19

    e as caractersticas nutricionais dos produtos, permitindo o

    rastreamento dos mesmos, e constituindo-se, portanto, em

    elemento fundamental para a sade pblica (SILVA et al.,

    2012).

    Atualmente, observa-se uma crescente preocupao

    quanto qualidade dos alimentos consumidos, na rea da

    nutrio infantil, principalmente durante o incio da fase de

    alimentao complementar, que demanda muito cuidado por

    ser o momento em que h a introduo de novas fontes

    alimentares. A qualidade da alimentao complementar uma

    estratgia mais do que efetiva para a manuteno da sade e

    reduo da morbimortalidade de crianas pequenas (GARCIA;

    GRANADO; CARDOSO, 2011).

    Neste contexto, alguns pais guiam-se pelos rtulos dos

    alimentos infantis industrializados, os quais orientam sobre a

    qualidade e a quantidade dos constituintes do produto,

    auxiliando suas escolhas (CAMARA et al., 2008). Porm,

    importante destacar que grande parte da populao no tem

    acesso s papinhas infantis industrializadas, por possurem um

    custo elevado, e a papinha caseira surge como principal

    opo de escolha para a introduo da alimentao

    complementar.

    Segundo Toma e Rea (1997) as primeiras advertncias

    encontradas na literatura contra a rotulagem de alimentos

    infantis datam do incio do sculo, quando Coutts, em 1911, na

    Gr Bretanha, props a colocao do aviso IMPRPRIO

    PARA CRIANAS nos rtulos de leite condensado desnatado.

    J no Brasil em 2002, a ANVISA aprovou a resoluo da

    diretoria colegiada (RDC) n 222, que normatiza a promoo,

  • CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE

    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    20

    comercializao e rotulagem dos alimentos para lactentes e

    crianas de primeira infncia (SILVA; DIAS; FERREIRA, 2008).

    O principal objetivo da regulao da comercializao de

    alimentos para lactentes consiste na proteo da sade infantil

    atravs da promoo do aleitamento materno, tendo em vista

    os benefcios associados prtica da amamentao. Na rea

    da amamentao, essa harmonizao se d atravs da

    regulamentao das estratgias de comercializao dos

    produtos substitutos do leite materno e da promoo do

    aleitamento materno como melhor opo alimentao infantil,

    tanto sob a tica nutricional, dados os benefcios observados

    sade do lactente, quanto sob a tica econmica, uma vez que

    poupa a renda familiar da despesa adicional com a alimentao

    do beb (CYRILLO et al., 2009).

    Levando em considerao a importncia da alimentao

    complementar nutricionalmente adequada nessa fase do ciclo

    de vida, objetivou-se neste estudo elaborar o rtulo nutricional

    de papinhas infantis caseiras do tipo principal destinadas a

    alimentao complementar de lactentes com 6 meses de vida

    em aleitamento materno previamente elaboradas e compar-las

    com papinhas industrializadas de uma marca comercializada no

    mercado.

    2 MATERIAIS E MTODOS

    A partir das anlises fsico-qumicas, foi elaborado 01

    (um) rtulo nutricional para cada papinha infantil obtida,

    baseando-se no valor dirio de referncia conforme Resoluo-

    RDC n 360, de 23 de dezembro de 2003 e a Resoluo RDC

    n 222 de 05 de agosto de 2002. No rtulo, foi declarada a

  • CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE

    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    21

    poro em gramas e a medida caseira correspondente e os

    nutrientes obrigatrios, segundo a legislao bem como

    nutrientes opcionais determinados em anlises fsico-qumicas.

    As papinhas infantis foram confecionadas no Laboratrio

    de Tcnica Diettica (LATED)/CES/UFCG, as anlises fsico-

    qumica foram realizadas no Laboratrio de Bromatologia

    (LABROM)/CES/UFCG e os ingredientes utilizados nas

    preparaes foram obtidos na feira livre e em supermercados

    do municpio de Cuit/PB.

    Foram confeccionadas 4 (quatro) papinhas infantis,

    seguindo as orientaes de preparo de manuais do Ministrio

    da Saude e da Sociedade Brasileira de Pediatria (BRASIL,

    2013; BRASIL, 2002; SBP, 2012). As papinhas foram dividas

    em fases de composio, sendo duas papinhas de 1 fase

    composta por: tubrculo, protena animal, hortalia (verdura ou

    legume) (Papinha de Batata Doce, Carne e Abbora; e Papinha

    de Inhame, Frango e Cenoura) e as outras duas de 2 fase

    composta por: cereal ou tubrculo, protena animal, verdura,

    legume e leguminosa (Papinha de Macarro, Feijo, Fgado,

    Beterraba e Brcolis; e Papinha de Arroz, Feijo, Peixe,

    Abobrinha e Brcolis) (PALMA; ESCRIVO; OLIVEIRA, 2009).

    O pr-preparo e preparo das 4 (quatro) papinhas infantis

    seguiram as normas das Boas Prticas de Manipulao de

    Alimentos (SO PAULO, 2012).

    O teor de protenas foi determinado pelo Mtodo de

    Kjedahl com fator 6,25 multiplicado pela porcentagem de

    nitrognio de acordo com tcnica descrita no mtodo 435/IV

    (IAL, 2008). Para determinao de lipdeos foi utilizado o

    mtodo de Folch (FOLCH; LEES; STANLEY, 1957). O teor de

    carboidrato determinado pela diferena entre 100 e a soma do

  • CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE

    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    22

    contedo de protenas, gorduras, fibra alimentar, umidade e

    cinzas (IAL, 2008). O valor calrico das pores de cada

    papinha elaborada foi calculado a partir dos teores da frao

    proteica, lipdica e de carboidratos, utilizando-se os coeficientes

    especficos que levam em considerao o calor de combusto

    4,0; 9,0 e 4,0 kcal, respectivamente, conforme Dutra de Oliveira

    e Marchini (1998). Os minerais foram quantificados por

    fluorescncia de raios-X (FRX).

    1 RESULTADOS E DISCUSSO

    O rtulo para cada papinha infantil caseira foi elaborado

    levando em considerao as instrues encontradas na

    Resoluo da Diretoria Colegiada (RDC) n 360 de 23 de

    dezembro de 2003, que compreende a Declarao de

    Nutrientes e a Declarao de Propriedades Nutricionais

    (informao nutricional complementar).

    No Quadro 1 est descrito a informao nutricional em

    115 g ou 1 (uma) unidade de Papinha de Batata Doce, Carne e

    Abbora.

    Quadro 1. Informao nutricional da Papinha de Batata Doce,

    Carne e Abbora.

    INFORMAO NUTRICIONAL

    Papinha de Batata doce, Carne e Abbora Poro de 115 g = 01 unidade

    Quantidade por poro % VD (*)

    Valor Energtico 118 Kcal = 496 KJ 6

    Carboidratos 17,6 g 6

    Protenas 4,6 g 6

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    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    23

    Gorduras Totais 3,2 g 6

    Clcio 21 mg 7 (**)

    No contm quantidades significativas de sdio.

    *Valores dirios de referncia com base em uma dieta de 2.000 calorias

    (Kcal), ou 8.400 KJ. Seus valores dirios podem ser maiores ou menores

    dependendo de suas necessidades energticas.

    **Valor Dirio de referncia para clcio baseado em IDR para lactentes a

    partir de 6 meses RDC n 269/05. Seus valores dirios podem ser maiores

    ou menores dependendo de suas necessidades.

    O Ministrio da Sade adverte: Este produto no deve ser usado para

    crianas menores de 6 meses, salvo sob a indicao expressa do mdico ou

    nutricionista. O aleitamento materno evita infeces e alergia e

    recomendado at os dois anos de idade ou mais.

    Ingredientes: BATATA DOCE, ABBORA, CARNE MODA, CEBOLA,

    COENTRO, LEO DE SOJA E ALHO. NO CONTM GLTEN.

    Fonte: Prpria

    No Quadro 2 est descrito a informao nutricional em

    115 g ou 1 (uma) unidade de Papinha de Inhame, Frango e

    Cenoura.

    Quadro 2. Informao nutricional da Papinha de Inhame,

    Frango e Cenoura.

    INFORMAO NUTRICIONAL

    Papinha de Inhame, Frango e Cenoura Poro de 115 g = 01 unidade

    Quantidade por poro % VD (*)

    Valor Energtico 112 Kcal = 470 KJ 6

    Carboidratos 9,1 g 3

    Protenas 5,4 g 7

    Gorduras Totais 6 g 11

    Clcio 27 mg 9 (**)

    No contm quantidades significativas de sdio.

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    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    24

    *Valores dirios de referncia com base em uma dieta de 2.000 calorias

    (Kcal), ou 8.400 KJ. Seus valores dirios podem ser maiores ou menores

    dependendo de suas necessidades energticas.

    **Valor Dirio referncia para clcio baseado em IDR para lactentes a partir

    de 6 meses RDC n 269/05. Seus valores dirios podem sem maiores ou

    menores dependendo de suas necessidades.

    O Ministrio da Sade adverte: Este produto no deve ser usado para

    crianas menores de 6 meses, salvo sob a indicao expressa do mdico ou

    nutricionista. O aleitamento materno evita infeces e alergia e

    recomendado at os dois anos de idade ou mais.

    Ingredientes: INHAME, CENOURA, FRANGO, CEBOLA, LEO DE

    SOJA, COENTRO E ALHO. NO CONTM GLTEN.

    Fonte: Prpria

    O Quadro 3 exibe a informao nutricional em 115 g ou

    1 (uma) unidade de Papinha de Macarro, Feijo Fgado

    Beterraba e Brcolis.

    Quadro 3. Informao nutricional da Papinha de Macarro,

    Feijo, Fgado, Beterraba e Brcolis.

    INFORMAO NUTRICIONAL

    Papinha de Macarro, Feijo, Fgado, Beterraba e Brcolis

    Poro de 115 g = 01 unidade

    Quantidade por poro % VD (*)

    Valor Energtico 119 Kcal = 500 KJ 6

    Carboidratos 11,4 g 4

    Protenas 6,2 g 8

    Gorduras Totais 5,4 g 10

    Clcio 48 mg 16 (**)

    No contm quantidades significativas de sdio.

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    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    25

    *Valores dirios de referncia com base em uma dieta de 2.000 calorias

    (Kcal), ou 8.400 KJ. Seus valores dirios podem ser maiores ou menores

    dependendo de suas necessidades energticas.

    **Valor Dirio referncia para clcio baseado em IDR para lactentes a partir

    de 6 meses RDC n 269/05. Seus valores dirios podem sem maiores ou

    menores dependendo de suas necessidades.

    O Ministrio da Sade adverte: Este produto no deve ser usado para

    crianas menores de 6 meses, salvo sob a indicao expressa do mdico ou

    nutricionista. O aleitamento materno evita infeces e alergia e

    recomendado at os dois anos de idade ou mais.

    Ingredientes: FEIJO, MACARRO, BRCOLIS, BETERRABA, FGADO

    DE GALINHA, CEBOLA, LEO DE SOJA, COENTRO E ALHO.

    CONTM BETERRABA. NO PODE SER CONSUMIDO POR

    MENORES DE 3 MESES DE IDADE. CONTM GLTEN.

    Fonte: Prpria

    O Quadro 4 exibe a informao nutricional em 115 g ou

    1 (uma) unidade de Papinha de Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha

    e Espinafre.

    Quadro 4. Informao nutricional da Papinha de Arroz, Feijo,

    Peixe, Abobrinha e Espinafre.

    INFORMAO NUTRICIONAL

    Papinha de Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha e Espinafre.

    Poro de 115 g = 01 unidade

    Quantidade por poro % VD (*)

    Valor Energtico 92 Kcal = 386 KJ 5

    Carboidratos 3,9 g 1

    Protenas 5,6 g 7

    Gorduras Totais 6 g 11

    Clcio 51 mg 17 (**)

    No contm quantidades significativas de sdio.

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    26

    *Valores dirios de referncia com base em uma dieta de 2.000 calorias

    (Kcal), ou 8.400 KJ. Seus valores dirios podem ser maiores ou menores

    dependendo de suas necessidades energticas.

    **Valor Dirio referncia para clcio baseado em IDR para lactentes a partir

    de 6 meses RDC n 269/05. Seus valores dirios podem sem maiores ou

    menores dependendo de suas necessidades.

    O Ministrio da Sade adverte: Este produto no deve ser usado para

    crianas menores de 6 meses, salvo sob a indicao expressa do mdico ou

    nutricionista. O aleitamento materno evita infeces e alergia e

    recomendado at os dois anos de idade ou mais.

    Ingredientes: ABOBRINHA, ARROZ, ESPINAFRE, FEIJO, PEIXE,

    CEBOLA, COENTRO, LEO DE SOJA E ALHO. CONTM ESPINAFRE.

    NO PODE SER CONSUMIDO POR MENORES DE 3 MESES DE IDADE.

    NO CONTM GLTEN. Fonte: Prpria

    Segundo a RDC n 360 de 23 de dezembro de 2003,

    rotulagem nutricional toda a descrio destinada a informar

    ao consumidor sobre as propriedades nutricionais de um

    alimento. Atualmente, a busca pela segurana alimentar e

    nutricional, bem como o direito alimentao adequada

    enfatiza cada vez mais a importncia das informaes teis e

    confiveis presentes nos rtulos dos alimentos (LOBANCO et

    al., 2009). O rtulo o primeiro contato, que o consumidor tem

    com o produto, portanto, no deve haver informaes errneas

    em seu contedo, pois deve permitir que o consumidor

    selecione os alimentos, mudando seus hbitos alimentares e,

    consequentemente, diminuindo a incidncia dos problemas de

    sade (LOBANCO et al. 2009; SMITH, 2010;).

    A legislao brasileira de rotulagem tem por base as

    determinaes do Codex Alimentarius, principal rgo

    internacional responsvel pelo estabelecimento de normas

    sobre a segurana e a rotulagem de alimentos. No Brasil, a

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    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    27

    Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA), ligada ao

    Ministrio da Sade, responsvel, entre outras atribuies,

    por fiscalizar a produo e a comercializao dos alimentos,

    alm de normatizar a sua rotulagem (CMARA, 2008).

    Aps anlise dos quadros (1, 2, 3 e 4), constatou-se que

    a informao nutricional foi estruturada na forma de quadro,

    com os valores e unidades agrupados em colunas, conforme

    determina a RDC n 360 de 23 de dezembro de 2003.

    De acordo com esta RDC, caso no haja espao

    suficiente ela pode ser estruturada na forma linear. Ademais, a

    informao presente na rotulagem deve ser expressa no idioma

    do pas e colocada em um lugar visvel ao consumidor, e sua

    cor deve contrastar com o fundo da embalagem (BRASIL, 2003;

    PALMA; DISHCHEKENIAN, 2009). Os valores energticos e

    dos nutrientes devem ser declarados na forma numrica. No

    que se refere s unidades, estas devem ser apresentadas em

    quilocalorias (kcal) ou quilojoule (kJ) para valor energtico;

    grama (g) para protenas, carboidratos, gorduras e fibra

    alimentar; miligrama (mg) para sdio e colesterol; as vitaminas

    e minerais podem ser expressas em miligramas (mg) ou

    microgramas (mcg) (PALMA; DISHCHEKENIAN, 2009).

    Segundo a RDC n 360 (2003), na rotulagem nutricional

    devem ser declarados obrigatoriamente o valor energtico,

    carboidratos, protenas, gorduras totais, gorduras saturadas,

    gorduras trans, fibra alimentar e sdio, bem como a informao

    nutricional complementar relativa declarao facultativa de

    propriedades nutricionais. As vitaminas e os minerais podem

    ser declarados desde que esteja em quantidades igual ou maior

    a 5% da Ingesto Diria Recomendada (IDR) por poro

    (MELLO et al., 2012).

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    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    28

    Analisando os quadros (1, 2, 3 e 4), no que se refere aos

    micronutrientes, apenas o clcio foi declarado, uma vez que o

    valor de ferro para 1 (uma) poro no atingiu 5% da IDR para

    lactentes a partir de 6 meses. Embora a deficincia de ferro seja

    comum em lactente e crianas em vrias regies do mundo,

    para Fantini et al. (2008), a mdia de ferro presente nas dietas

    de vrias regies encontra-se acima das recomendaes

    dirias. Assim, a anemia muitas vezes pode ser decorrente da

    baixa disponibilidade de ferro nos alimentos; portanto,

    importante que os alimentos de transio sejam compostos por

    alimentos que uma vez combinado apresente uma alta

    biodisponibilidade de ferro (FANTINI et al., 2008). Essa pode

    ser uma razo pelo qual no se atingiu 5% da IDR. Segundo

    Bortolini e Fisberg (2010), algumas substncias presentes nos

    alimentos podem inibir a absoro do ferro, por exemplo, os

    fitatos presentes no feijo e arroz; e o cido oxlico encontrado

    em espinafre e beterraba. Quanto ao sdio, em todos os rtulos,

    o valor no foi declarado tendo em vista que no foram

    encontradas quantidades significativas em 1 (uma) poro.

    As informaes nutricionais foram expressas por poro,

    incluindo a medida caseira correspondente, segundo o

    estabelecido no Regulamento Tcnico especfico e em

    percentual de Valor Dirio (%VD), ficando excluda a

    declarao de gordura trans em percentual de Valor Dirio

    (%VD) (BRASIL, 2003; MOURA; CANNIATTI-BRAZACA;

    SILVA, 2009) Adicionalmente, a informao nutricional pode ser

    expressa por 100 g ou 100 ml. Deve ser includa como parte da

    informao nutricional a seguinte frase: Seus valores dirios

    podem ser maiores ou menores dependendo de suas

    necessidades energticas (BRASIL, 2003; MOURA;

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    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    29

    CANNIATTI-BRAZACA; SILVA, 2009). Alm disso, a expresso

    INFORMAO NUTRICIONAL o valor e as unidades da

    poro e da medida caseira devem estar em maior destaque do

    que o resto da informao nutricional (BRASIL, 2003).

    Analisando o quadro (3), constatou-se a presena da

    advertncia CONTM GLTEN, em acordo com o

    preconizado pela RDC n 40, que tem como objetivo padronizar

    a declarao sobre a presena de glten nos rtulos de

    alimentos embalados e bebidas (BRASIL, 2002; MOURA;

    CANNIATTI-BRAZACA; SILVA, 2009). Assim, todos os

    alimentos que contenham glten, devem conter, no rtulo,

    obrigatoriamente, a advertncia: CONTM GLTEN. Essa

    advertncia deve ser impressa nos rtulos dos alimentos e

    bebidas embalados em caracteres com destaque, ntidos e de

    fcil leitura.

    Aps anlise dos quadros (3 e 4), constatou-se as

    advertncias CONTM BETERRABA. NO PODE SER

    CONSUMIDO POR MENORES DE 3 MESES DE IDADE e

    CONTM ESPINAFRE. NO PODE SER CONSUMIDO POR

    MENORES DE 3 MESES DE IDADE. Essas advertncias

    devem ser impressas nos rtulos sempre que os alimentos de

    transio forem elaborados com espinafre ou beterraba, uma

    vez que esses alimentos contm alto teor de nitrato e sua

    ingesto, antes dos 3 (trs) meses de idade, pode ocasionar

    a metemoglobinemia (BRASIL, 2002; ACCIOLY; AQUINO,

    2009). A metemoglobina origina-se quando o nitrato

    convertido em nitrito e oxida o ferro da hemoglobina em

    metemoglobina, causando diminuio da oferta de oxignio.

    (NASCIMENTO et al., 2008).

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    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    30

    A rotulagem de alimentos possui o papel de orientar os

    consumidores quanto quantidade e a qualidade dos

    constituintes nutricionais do produto (CMARA, 2008). No que

    se refere aos alimentos infantis, o rtulo auxilia os pais a

    fazerem boas escolhas. Essa funo, portanto, encontra-se de

    acordo com o Cdigo de Proteo e Defesa do Consumidor,

    onde declara que so direitos bsicos do consumidor: a

    informao adequada e clara sobre os diferentes produtos e

    servios, com especificao correta de quantidade,

    caractersticas, composio, qualidade e preo, bem como,

    sobre os riscos que apresentem (MANUAL DE ROTULAGEM

    PARA ALIMENTOS EMBALADOS, 2008).

    Assim, para garantir a adequada nutrio dos lactentes

    e evitar os riscos associados ao desmame precoce, em 2002, a

    Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA) aprovou a

    RDC n 222, que normatiza a promoo, comercializao e

    rotulagem dos alimentos para lactentes e crianas de primeira

    infncia (SILVA; DIAS; FERREIRA, 2008).

    De acordo com a RDC n 222, os rtulos para alimentos

    de transio devem constar a idade a partir da qual poder ser

    utilizado. Portanto, nota-se nos quadros (1, 2, 3 e 4) a presena

    da advertncia O Ministrio da Sade adverte: Este produto

    no deve ser usado para crianas menores de 6 meses, salvo

    sob a indicao expressa do mdico ou nutricionista. O

    aleitamento materno evita infeces e alergia e recomendado

    at os dois anos de idade ou mais.

    A produo de alimentos industrializados no Brasil

    aumentou de forma considervel devido abertura da economia

    do pas e o maior poder aquisitivo que as famlias vm

    adquirindo. Alm disso, fatores como a insero da mo de obra

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    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    31

    feminina, praticidade, durabilidade, rapidez e boa aceitao do

    produto vem contribuindo para a incorporao de produtos

    industrializados, principalmente na alimentao infantil (SILVA;

    DIAS; FERREIRA, 2008; AQUINO; PHILLIPP, 2002).

    Atualmente, a indstria de alimentos vem desenvolvendo

    uma srie de produtos voltados para lactentes e crianas de

    primeira infncia. No entanto, alguns desses produtos no

    levam em considerao as necessidades nutricionais das

    crianas e preocupam-se apenas com os ingredientes que so

    ofertados.

    Na Tab (1) apresentada a comparao entre os valores

    de nutrientes encontrados nas papinhas infantis de elaborao

    caseira e das papinhas infantis de uma marca industrializada.

    Tabela 1. Comparao entre os valores de nutrientes encontrados nas papinhas infantis caseiras e nas papinhas infantis de uma marca industrializada.

    Varivel (%)

    Papinhas Caseiras Papinhas

    Industrializadas

    Batata

    Doce,

    Carne e

    Abbora

    Inhame,

    Frango

    e

    Cenoura

    Legumes

    com

    Carne

    Hortalicas

    com Peito

    de Frango

    Valor

    Energtico

    (Kcal/100g)

    102 Kcal 97 Kcal 72 Kcal 77 Kcal

    Carboidratos 15,3 g 7,9 g 7,4 g 7,7 g

    Protenas 4 g 4,7 g 3,5 g 3,7 g

    Gordura

    Totais

    2,8 g 5,2 g 3,1 g 3,2 g

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    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    32

    Sdio 0 0 65 mg 62 mg

    Fonte: Prpria

    possvel verificar a partir dos resultados expostos, que

    a papinha de Batata Doce, Carne e Abbora em comparao

    com uma papinha industrializada com mesma fonte proteica,

    apresentou maior quantidade de calorias, carboidratos e

    protenas, entretanto, no que se refere ao contedo lipdico, a

    papinha industrializada apresentou uma maior quantidade,

    essa pequena diferena pode ser atribuda pelo tipo de carne

    utilizada nas preparaes das mesmas.

    J a papinha de Inhame, Frango e Cenoura possuem

    maiores quantidades de calorias, carboidratos, lipdeos e

    protena em relao papinha industrializada com mesma fonte

    proteica. Em relao ao sdio as duas papinhas caseiras no

    apresentaram quantidades significativas de sdio em 100 g,

    diferentemente das papinhas industrializadas, que

    apresentaram sdio em sua composio.

    4 CONCLUSES

    O incio da alimentao complementar uma fase que

    demanda um maior cuidado, pois novos alimentos sero

    introduzidos com objetivo de nutrir e manter a sade de

    crianas menores de um ano. Portanto, os pais devem estar

    atentos aos alimentos e produtos que esto ofertando aos seus

    filhos. Por meio dos rtulos nutricionais ficou claro que as

    papinhas caseiras so nutricionalmente mais adequadas e

    saudveis, por essa razo importante que os pais e

    profissionais de sade estimulem hbitos alimentares

    saudveis o mais precoce possvel iniciando com

  • CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE

    VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO

    33

    amamentao e continuando no perodo da alimentao

    complementar. No caso das famlias, que fazem uso de

    alimentos infantis industrializados, devem ser orientadas a

    lerem e entenderem de forma precisa as informaes

    nutricionais contidas nos rtulos dos alimentos. Para isso,

    necessria uma maior fiscalizao dos rgos competentes a

    respeito das informaes colocadas e estratgias que

    promovessem maior conhecimento sobre esse assunto de

    forma simples a toda populao.

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    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    37

    CAPTULO 2

    ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS INFANTIS

    CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6

    MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    Kerolaynne Fonseca de LIMA 1

    Dbora Gabriela Fernandes ASSUNO 1 Marlia Ferreira Frazo Tavares de MELO 2

    1 Nutricionista Residente do Programa de Residncia Multiprofissional Integrada em Sade da UFRN/MEJC; 2 Orientadora/Professora do Curso de Nutrio do CES/UFCG.

    [email protected]

    RESUMO: Os dois primeiros anos de vida da criana so

    caracterizados por crescimento e desenvolvimento acelerado, o

    que leva a um aumento das necessidades nutricionais nessa

    fase. O aleitamento materno exclusivo at os seis meses e a

    introduo adequada e cuidadosa da alimentao

    complementar podem prevenir deficincias nutricionais e

    contribuir para o bom desenvolvimento e crescimento. Assim, o

    presente estudo objetivou-se em elaborar papinhas infantis

    caseiras destinadas a alimentao complementar de lactentes

    com 6 meses de vida em aleitamento materno. Para isso, foram

    confeccionadas 4 (quatro) papinhas infantis, sendo que, duas

    papinhas foram de 1 fase e as outras duas de 2 fase, as quais

    foram submetidas a anlise fsico-qumica. Verificou-se que, as

    papinhas caseiras elaboradas foram adequadas quanto ao teor

    proteico, embora no tenham alcanado todas as

    recomendaes do Institute of Medicine. Portanto, as papinhas

  • ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES

    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    38

    caseiras so nutricionalmente adequadas, desde que sejam

    compostas por alimentos, que uma vez combinados, possam

    ofertar uma alta disponibilidade de nutrientes. Dessa forma,

    essencial que as famlias sejam orientadas a preferir

    preparaes que utilizem alimentos in natura, adotando assim

    hbitos alimentares saudveis desde a infncia.

    Palavras-chave: Alimentao complementar. Lactente.

    Nutrio infantil.

    1 INTRODUO

    Os dois primeiros anos de vida da criana so

    caracterizados pelo crescimento e desenvolvimento acelerado,

    que aumentam as necessidades nutricionais da fase,

    representando um perodo crtico de vulnerabilidade

    (WEFFORT, 2009; GARCIA; GRANADO; CARDOSO, 2011;

    CAETANO et al., 2010). Deficincias nutricionais ou condutas

    alimentares inadequadas nessa fase podem prejudicar o

    crescimento e o desenvolvimento. Essa situao, porm, pode

    ser prevenida com a combinao de aleitamento materno

    exclusivo at os seis meses e a introduo adequada da

    alimentao complementar (GARCIA; GRANADO; CARDOSO,

    2011; BRUKEN et al.,2006).

    Indiscutivelmente, o aleitamento materno o melhor

    alimento nos primeiros meses de vida da criana, pois traz

    inmeros benefcios sade, oferecendo proteo efetiva a

    curto e a longo prazo (WEFFORT, 2009; VIEIRA et al.,2009).

    Por esse motivo, a Organizao Mundial de Sade (OMS)

    recomenda o aleitamento materno at dois anos ou mais

    (BRASIL, 2009). No entanto, a partir dos seis meses o leite

  • ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES

    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    39

    materno passa a no suprir todas as necessidades nutricionais

    da criana, sendo necessria a introduo de alimentos

    complementares seguros, apropriados e nutricionalmente

    adequados (CORRA et al., 2009; VIEIRA et al., 2009). A

    alimentao complementar deve promover o crescimento e

    desenvolvimento adequado, a formao de hbitos alimentares

    saudveis desde a infncia, deve ser oferecida em tempo

    oportuno e ser de qualidade, respeitando as identidades

    culturais e alimentar das diversas regies (BRASIL, 2009).

    Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (2012),

    no sexto ms de vida que a criana apresenta maturidade

    fisiolgica, neurolgica e reflexos necessrios para a

    deglutio, o que facilita a ingesto desses alimentos.

    Para Weffort (2009) a alimentao complementar um

    determinante direto da sobrevivncia da criana, de seu

    crescimento e desenvolvimento. Alm disso, torna-se um

    componente essencial para a segurana alimentar e nutricional

    (MONTE; GIUGLIANI, 2004). Nesse contexto, fica evidente que

    o conhecimento correto e atualizado sobre a alimentao da

    criana essencial para a avaliao e a orientao adequada

    de sua nutrio (WEFFORT, 2009).

    Considerando a importncia da introduo adequada da

    alimentao complementar nessa fase do ciclo de vida,

    objetivou-se neste estudo elaborar papinhas infantis caseiras

    do tipo principal destinadas a alimentao complementar de

    lactentes com 6 meses de vida em aleitamento materno e

    determinar a composio nutricional, por meio de investigao

    fsico-qumica.

  • ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES

    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    40

    2 MATERIAIS E MTODOS

    Os experimentos foram conduzidos na Universidade

    Federal de Campina Grande, campus Cuit/PB. A confeco

    das papinhas infantis foi executada no Laboratrio de Tcnica

    Diettica (LATED)/CES/UFCG. As anlises fsico-qumica

    foram realizadas no Laboratrio de Bromatologia

    (LABROM)/CES/UFCG. Os ingredientes utilizados nas

    preparaes foram obtidos na feira livre e em supermercados

    do municpio de Cuit/PB.

    Foram confeccionadas 4 (quatro) papinhas infantis,

    seguindo as orientaes de preparo descritas no Manual de

    Orientao para a Alimentao do Lactente, do Pr-escolar, do

    Escolar, do Adolescente e na Escola, da Sociedade Brasileira

    de Pediatria (SBP, 2012) e na cartilha Dez Passos para uma

    Alimentao Saudvel: Guia alimentar para crianas menores

    de dois anos, do Ministrio da Sade (BRASIL, 2013). Sendo

    que, duas papinhas foram de 1 fase constituda de: tubrculo,

    protena animal, hortalia (verdura ou legume) e as outras duas

    de 2 fase composta por: cereal ou tubrculo, protena animal,

    verdura, legume e leguminosa (PALMA; ESCRIVO;

    OLIVEIRA, 2009). As papinhas infantis confeccionadas para

    alimentao complementar de lactentes com 6 meses de vida

    em aleitamento materno esto listadas na Tabela (1).

    Inicialmente, para a confeco das papinhas, os

    ingredientes foram adquiridos, e transportadas em caixas

    trmicas at o Laboratrio de Tcnica Diettica

    (LATED)/CES/UFCG, onde foi realizado o pr-preparo e

    preparo das mesmas. O pr-preparo e preparo das 4 (quatro)

  • ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES

    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    41

    papinhas infantis seguiram as normas das Boas Prticas de

    Manipulao de Alimentos (SO PAULO, 2012).

    Tabela 1. Papinhas infantis confeccionadas para alimentao complementar de lactentes com 6 meses de vida em aleitamento materno.

    Papinhas 1 Fase Papinhas 2 Fase

    Papinha de Batata Doce,

    Carne e Abbora

    Papinha de Macarro, Feijo,

    Fgado, Beterraba e Brcolis

    Papinha de Inhame, Frango e

    Cenoura

    Papinha de Arroz, Feijo,

    Peixe, Abobrinha e Espinafre

    Fonte: Prpria

    Os mtodos analticos utilizados foram realizados de

    acordo com a metodologia descrita pelo Instituto Adolfo Lutz

    (IAL, 2008) e Folch, Lees, Stanley (1957). Para tanto, foram

    realizados os seguintes ensaios em triplicata:

    Teor de umidade - foi determinado pela tcnica

    gavimtrica de secagem direta em estufa regulada a 105

    C, conforme tcnica descrita no mtodo 012/IV (IAL,

    2008);

    Teor de cinzas - foi determinado pela tcnica gavimtrica

    em mufla a 550 C segundo tcnica descrita no mtodo

    018/IV (IAL, 2008);

    Teor de protenas - foi determinado pelo Mtodo de

    Kjedahl com fator 6,25 multiplicado pela porcentagem de

    nitrognio de acordo com tcnica descrita no mtodo

    435/IV (IAL, 2008);

    Teor de lipdeos - foi determinado utilizando o mtodo de

    Folch (FOLCH; LEES; STANLEY, 1957);

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    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    42

    Teor de carboidratos foi determinado pela diferena

    entre 100 e a soma do contedo de protenas, gorduras,

    fibra alimentar, umidade e cinzas (IAL, 2008).

    O valor calrico das pores de cada papinha elaborada

    foi calculado a partir dos teores da frao proteica, lipdica e de

    carboidratos, utilizando-se os coeficientes especficos que

    levam em considerao o calor de combusto 4,0; 9,0 e 4,0

    kcal, respectivamente, conforme Dutra de Oliveira e Marchini

    (1998).

    As amostras de cinzas das papinhas, foram aquecidas

    em estufa a 105C, at evaporao completa de resduos de

    umidade. Os minerais foram quantificados por fluorescncia de

    raios-X (FRX). De acordo com o princpio da tcnica, o

    analisador irradia raios-X na amostra e o sistema detecta os

    sinais de fluorescncia gerados. O tubo de raios-X utilizado foi

    de rdio e a atmosfera de trabalho foi de hlio. A energia de

    excitao utilizada foi de 50 keV e detector operando a -176 C.

    A amostra foi colocada em uma cubeta coberta por um filme de

    polipropileno de 5 m de espessura. O equipamento utilizado

    foi o Shimadzu modelo EDX-720. 33

    Os resultados das anlises fsico-qumica foram

    submetidos anlise de varincia (ANOVA) e teste de Tukey a

    5% de significncia (p

  • ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES

    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    43

    3 RESULTADOS E DISCUSSO

    Os resultados mdios obtidos aps anlises fsico-

    qumicas, realizadas em triplicata, das papinhas infantis

    caseiras esto apresentados na Tabela (2).

    Tabela 2. Valores mdios das anlises fsico-qumicas das

    papinhas infantis caseiras.

    Papinhas

    Varivel (%) A B C D

    Umidade 76,95d 0,43 81,40b0,21 79,180,16 85,79a0,56

    Cinza 0,92a 0,02 0,81b 0,01 0,87ab 0,03 0,81b 0,02

    Acidez 2,53b 0,33 2,15c 0,33 5,59a0,10 1,38d 0,01

    pH 5,40d 0,00 5,90b 0,00 6,00a0,00 5,50c 0,00

    Protenas 4,00c 0,03 4,67b 0,10 5,39a0,10 4,87b 0,02

    Lipdios 2,79b 0,01 5,23a 0,20 4,70a0,39 5,18a 0,02

    Carboidratos 15,34a 0,43 7,89c 0,10 9,87b0,15 3,35d 0,54

    Calorias

    (kcal/100g) 102,46a1,77 97,34a1,79 103,32a2,44 79,53b2,06

    Dados expressos em mdia desvio-padro. Para anlise estatstica dos

    dados foi aplicado o teste de Tukey, onde as letras diferentes na mesma

    linha diferiram entre si (p

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    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    44

    A partir dos resultados obtidos observou-se que a

    Papinha de Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha e Espinafre (D)

    apresentou um teor de umidade significativamente maior

    (p 4,5, e por essa razo, esto

    sujeitas a multiplicao de microorganismos patognicos e/ou

    deterorantes.

    No que se refere quantidade de protena, a Papinha de

    Macarro, Feijo, Fgado, Brcolis e Beterraba , foi a que

    apresentou maior teor proteico (5,39%). Em seu estudo,

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    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    45

    Campos (2010) elaborou uma papinha caseira de hortalias e

    fgado de galinha e encontrou em 100 g de papa teor proteico

    de 4,8%. As Papinhas de Inhame, Frango e Cenoura (B) e a

    Papinha de Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha e Espinafre (D) no

    apresentaram diferenas estatstica entre si, apresentando

    valores de 4,67% e 4,87%, respectivamente. A Papinha de

    Batata Doce, Carne e Abbora (A) foi a que apresentou menor

    quantidade de protena (4%).

    As protenas so nutrientes importantes para construo

    e manuteno dos tecidos, formao de enzimas, hormnios e

    anticorpos, alm disso, fornecem energia e regulam processos

    metablicos (TIRAPEGUI; ROGERO; LAJOLO, 2007). No

    entanto, deve-se atentar a quantidade de protena oferecida na

    alimentao complementar, pois no 4 a 6 ms de vida as

    crianas ainda possuem o sistema renal imaturo correndo o

    risco de apresentar reaes de hipersensibilidade (SBP, 2012).

    O teor lipdico das papinhas de Inhame, Frango e

    Cenoura (B) (5,23%), da papinha de Macarro, Feijo, Fgado,

    Brcolis e Beterraba (C) (4,70%) e da Papinha de Arroz, Feijo,

    Peixe, Abobrinha e Espinafre (D) no apresentaram diferenas

    significativas entre si (p>0,05). A de Arroz, Feijo, Peixe,

    Abobrinha e Espinafre (D), embora tenha apresentado tambm

    um teor lipdico maior (5,18%), foi a papinha com menor

    quantidade de leo vegetal utilizado na preparao. Pescador

    (2006), em estudo sobre os aspectos nutricionais dos lipdeos

    no peixe, destacou que os peixes de gua salgada como a

    merluza, espcie de peixe utilizado na preparao da papinha,

    contm maiores percentuais de lipdeos, podendo apresentar

    cerca de 16% de gordura. J a Papinha de Batata Doce, Carne

    e Abbora (A), foi a que apresentou menor teor de lipdeos

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    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    46

    (2,79%), valor elucidado pela utilizao de leo vegetal em

    menor quantidade e pelo o uso de carne do tipo magra.

    Os cidos graxos essenciais so molculas que no so

    sintetizados pelo nosso organismo, e portanto, devem ser

    obtidos atravs da alimentao. Eles atuam sobre o

    crescimento, funcionalidade e integridade do crebro quando

    consumido de forma insuficiente no ltimo trimestre de

    gestao pode prejudicar a funo cerebral do beb durante

    toda a vida (KUS et al, 2011). Durante a lactao, a me oferta

    os cidos graxos essenciais atravs do leite materno, no

    entanto, no sexto ms quando so oferecidos outros alimentos

    importante continuar dando aporte desse nutriente em

    quantidades adequadas (SILVA; JNIOR; SOARES, 2007).

    Segundo Accioly e Aquino (2009), o leo vegetal fonte de

    cidos graxos essenciais e energia, o que contribui para o

    aumento da densidade energtica, sabor e viscosidade da

    alimentao complementar.

    Quanto ao teor de carboidratos, a Papinha de Batata

    Doce, Carne e Abbora (A) foi a que apresentou maior

    quantidade (15,34%) (p

  • ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES

    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    47

    quantidades superiores para seu crescimento e

    desenvolvimento.

    Verificou-se, quanto ao valor calrico das papinhas, que

    a de Macarro, Feijo, Fgado, Brcolis e Beterraba ; Batata

    Doce, Carne e Abbora (A); e de Inhame, Frango e Cenoura (B)

    foram as que apresentam maior contedo calrico, podendo

    estar relacionado aos ingredientes utilizados em sua

    preparao, como por exemplo, a presena de tubrculos,

    cereais e leo vegetal, importantes fontes energticas.

    A Tab. (3) apresenta a distribuio percentual dos

    macronutrientes e quantidade de quilocalorias das papinhas

    infantis caseiras, em relao recomendao da IOM (2005).

    Tabela 3. Distribuio percentual dos macronutrientes e

    quantidade de quilocalorias das papinhas infantis caseiras, em

    relao recomendao da IOM (2005).

    Papinhas

    Recomendao A B C D

    Protenas 5% a 20% 8% 9% 10% 9%

    Lipdeos 30% a 40% 12% 21% 20% 22%

    Carboidrato 45% a 65% 29% 15% 18% 6%

    Calorias

    (kcal/100g) 215* 102 97,3 103,32 79,53

    Considerar: A Papinha de Batata Doce, Carne e Abbora; B Papinha

    de Inhame, Frango e Cenoura; C Papinha de Macarro, Feijo, Fgado,

    Brcolis e Beterraba; D Papinha de Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha

    e Espinafre.

    * Energia proveniente da subtrao da energia mdia proveniente do leite

    materno da energia total requerida.

    Fonte: Prpria

  • ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES

    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    48

    Para avaliar e planejar dietas para indivduos e grupos

    populacionais so necessrias estimativas muito acuradas das

    necessidades e do consumo de energia e macronutrientes

    (CARVALHO et al, 2012). A ingesto de energia na infncia

    deve favorecer um crescimento e desenvolvimento fsicos

    satisfatrios que permitam, plenamente, a realizao de

    atividades caractersticas das crianas saudveis (MARTINS,

    1979).

    O Instituto de Medicina (IOM, 2005), recomenda para

    lactentes, em relao aos macronutrientes, 9,1g/dia de protena

    ou 5% - 20% do Valor Energtico Total (VET), 30% - 40% de

    lipdeos do VET e de 45% - 65% de carboidratos do VET. Com

    relao, a distribuio percentual de protenas, todas as

    papinhas alcanaram o valor recomendado pelo IOM, j em

    relao ao percentual de lipdeos e carboidratos, nenhumas das

    papinhas atingiram o valor recomendado.

    Segundo Brasil (2009), a energia necessria proveniente

    de alimentos complementares estimada pela subtrao da

    energia mdia proveniente do leite materno da energia total

    requerida. Tendo em vista que a energia proveniente do leite

    materno, para lactentes de 6 a 8 meses, em pases

    desenvolvidos, de 413 kcal, a alimentao complementar teria

    de ofertar diariamente, 215 kcal (ACCIOLY; AQUINO, 2009;

    BRASIL, 2002). Todas as papinhas caseiras produzidas, com

    exceo da Papinha Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha e Espinafre

    (D), forneceram em 100 gramas, quase a metade das

    necessidades de quilocalorias dirias estimadas pelas

    recomendaes da IOM.

  • ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES

    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    49

    Na Tab (4) esto apresentados os resultados mdios das

    anlises fsico-qumicas das papinhas infantis caseiras, para os

    minerais, clcio, ferro, zinco e sdio.

    Tabela 4. Valores mdios das anlises fsicos-qumicos das

    papinhas, para micronutrientes.

    Papinhas

    Varivel

    (%)

    A B C D

    Clcio 6,12 7,66 14,19 14,46

    Ferro 0,66 0,62 1,03 0,38

    Zinco 0,75 0,15 0,29 0,12

    Sdio 0 0 0 0

    Considerar: A Papinha de Batata Doce, Carne e Abbora; B Papinha

    de Inhame, Frango e Cenoura; C Papinha de Macarro, Feijo, Fgado,

    Brcolis e Beterraba; D Papinha de Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha

    e Espinafre.

    A alimentao complementar alm de fornecer

    quantidades adequadas de energia, protena e carboidratos

    deve fornecer vitaminas e minerais. Os micronutrientes

    exercem ao sobre o crescimento e desenvolvimento infantil,

    assim como, na resistncia s infeces (DIAS; FREIRE;

    FRANCESCHINI, 2010; ROMANI, LIRA, 2004). Alguns

    micronutrientes exercem ao de forma mais acentuada como,

    por exemplo, clcio, ferro e zinco.

    A partir dos resultados apresentados, pode-se observar

    que as papinhas de Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha e Espinafre

    (D) e a de Macarro Feijo, Fgado, Brcolis e Beterraba

    apresentarem, respectivamente, maiores teores de clcio

    (14,46% e 14,19%). Estes valores representam 43,4 e 42,6 mg,

  • ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES

    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    50

    respectivamente, de clcio em relao s recomendaes para

    a faixa etria. Segundo Pescador (2006), os peixes de gua

    salgada como a merluza, espcie de peixe utilizado na

    preparao da papinha, contm quatro vezes mais a

    concentrao de clcio do que as carnes comuns. A Papinha

    de Inhame, Frango e Cenoura (B) e a papinha de Batata Doce,

    Carne e Abbora (A) apresentaram teor de 7,66% e 6,12%,

    respectivamente.

    Quanto ao teor de ferro, a Papinha de Macarro, Feijo,

    Fgado, Brcolis e Beterraba foi a que apresentou maior teor

    de ferro (1,03%). Em relao s recomendaes de ferro para

    esta faixa etria, esse valor corresponde a 0,003 mg de ferro. A

    Papinha de Batata Doce, Carne e Abbora (A) e a de Inhame,

    Frango e Cenoura (B) no apresentaram diferenas entre si

    (0,66% e 0,62%), enquanto que a Papinha de Arroz, Feijo,

    Peixe, Abobrinha e Espinafre (D) foi a que apresentou menor

    teor de ferro (0,38%). Portella, Morais e Morais (2010), em

    estudo sobre a quantidade de ferro em alimentos de transio,

    observaram que os alimentos de transio feitos em casa, seja

    por famlias de alto ou baixo nvel socioeconmico,

    apresentavam teor de ferro abaixo do recomendado.

    No que se refere ao zinco, a Papinha de Batata Doce,

    Carne e Abbora (A) foi a que apresentou maior teor de Zinco

    (0,75%), quando comparada com as demais. Em relao s

    recomendaes de zinco esse valor corresponde a 0,02 mg.

    Em todas as amostras analisadas, nenhuma apresentou

    teor de sdio, um dado extremamente interessante, pois

    Portella, Morais e Morais (2010), destacaram em seu estudo

    que os alimentos de transio feito em domiclio tinham um alto

    teor de sdio e afirmaram que no caso de famlias de baixo nvel

  • ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES

    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    51

    socioeconmico esse teor era maior. Alimentos de transio

    com alto teor de sdio reflete a caracterstica da populao

    brasileira adulta que prefere alimentos salgados, entretanto, o

    alto teor de sdio na alimentao complementar pode

    determinar preferncia para alimentos salgados e est

    associado com altos nveis de presso arterial no primeiro ano

    de vida e na adolescncia (PORTELLA; MORAIS; MORAIS,

    2010; SARNO, 2009). O consumo recomendado de sdio para

    a populao em geral de 570 mg para crianas de 7 a 12

    meses de vida, de 1 g/dia para as de 1 a 3 anos, enquanto para

    crianas de 4 a 18 anos de 1,5 g/dia (SBP, 2012). Deve-se

    sempre lembrar que estes so considerados nveis de ingesto

    adequada (AI), sendo o limite superior (UL) de 2.300 mg para a

    populao adulta, segundo SBP (2012). Assim, o sal no deve

    ser adicionado s papas, sendo suficiente o contedo intrnseco

    aos alimentos utilizados no preparo (SBP, 2012).

    4 CONCLUSES

    Com base nos resultados obtidos no presente estudo,

    verificou-se que as papinhas infantis elaboradas, embora no

    tenham conseguido alcanar todas as recomendaes do

    Institute of Medicine, apresentam quantidades adequadas de

    protenas importantes para o crescimento e desenvolvimento do

    lactente e no apresentam quantidades de sdio tornando-os

    mais saudveis. Diante desses resultados, pode-se dizer que

    as papinhas caseiras so nutricionalmente adequadas, desde

    que sejam compostas por alimentos que uma vez combinados

    possam ofertar uma alta disponibilidade de nutrientes. Alm

    disso, o consumo de alimentos in natura contribui para o

  • ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES

    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    52

    crescimento e desenvolvimento infantil e evita problemas de

    sade como, por exemplo, obesidade, hipertenso,

    dislipidemias, diabetes no primeiro ano de vida ou na

    adolescncia.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ACCIOLY, E.; AQUINO, E. M. Alimentao Complementar do Lactente. In: ACCIOLY, E.; LACERDA, C.; AQUINO, E. M. Nutrio em Obstetrcia e Pediatria. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. Cap. 19, p. 301-313. BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de ateno Bsica. Dez passos para uma alimentao saudvel: guia alimentar para crianas menores de dois anos: um guia para o profissional da sade na ateno bsica/ Secretaria de Ateno Sade. Departamento de ateno Bsica. Braslia: Ministrio da Sade, 2013. 72 p. BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de ateno Bsica. Sade da Criana. Nutrio Infantil: aleitamento materno e alimentao complementar. 1. ed. Braslia: Ministrio da Sade, 2009. BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Poltica de Sade. Organizao Pan Americana da Sade. Guia alimentar para crianas menores de dois anos / Secretaria de Polticas de Sade, Organizao Pan Americana da Sade. Braslia: Ministrio da Sade, 2002. BRUNKEN, G. S.; SILVA, S. M.; FRANA, G. V. A.; ESCUDER, M. M.; VENNCIO, S. I. Risk factors for early interruption of exclusive breastfeeding and late introduction of complementary foods among infants in Midwestern Brazil. Jornal de Pediatria, v. 82, n. 6, p. 445-451, 2006. CAETANO, M. C.; ORTIZ, T. T. O.; SILVA, S. G. L.; SOUZA, F. I. S.; SARNI, O. S.Complementary feeding: inappropriate practices in infants. Jornal de Pediatria, v. 86, n. 3, p. 196-201, 2010. CAMPOS, V. J. Papa caseira de hortalias e fgado de frango, fonte de ferro para lactentes: desenvolvimento, anlise qumica de nutrientes e avaliao de aceitao de pelas crianas e suas mes. 2010. 55 f. Dissertao (Mestrado em Nutrio) Universidade Federal de So Paulo, So Paulo, 2010. CARVALHO, F. G. D., MONTEIRO, B. D. A., GOULART-DE-ANDRADE, D. E., BRONZI, . D. S., OLIVEIRA, M. R. M. D. Mtodos de avaliao de

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    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

    53

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    COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO

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  • O USO DE PREBITICOS EM ALIMENTOS

    56

    CAPTULO 3

    O USO DE PREBITICOS EM ALIMENTOS

    Isabelle de Lima Brito POLARI1 Maria Helena Arajo de VASCONCELOS2

    Ana Paula Loura RIBEIRO3

    1Docente do DGTA/CCHSA/UFPB/2Doutoranda em Cincias da Nutrio, PPGCN/UFPB/ / 3Docente da Faculdades Integradas de Patos.

    [email protected]

    RESUMO: Os prebiticos so considerados alimentos funcionais pois esto associados a sade e bem estar. So carboidratos indigerveis, presentes nos vegetais, que atuam atravs da modulao da microflora colnica e por isto vem sendo reportado em diversos estudos com efeitos promotores de sade e preveno. O objetivo do estudo foi realizar uma reviso bibliogrfica sobre os prebiticos como um composto funcional, elaborao do conceito, assim como identificar seus mecanismos de ao, e de utilizao na preveno e auxlio no tratamento de doenas crnicas no transmissveis. Tratou-se de uma reviso a partir da busca de artigos cientficos nas bases de dados Science direct, Google acadmico e Scielo publicados nos ltimos anos. A sociedade atual passa por transformaes nos hbitos alimentares que contribuem para o surgimento de diversas patologias crnicas, contudo o consumo de alimentos funcionais tem sido impulsionado pela ao dos bioativos no organismo. Os prebiticos tm sido reportados como um potencial coadjuvante na reduo dos marcadores inflamatrios e dislipidemias, assim como contribui na perda de peso, manuteno da glicose e at mesmo na preveno do cncer. Diante do exposto, torna-se relevante um estudo sobre

  • O USO DE PREBITICOS EM ALIMENTOS

    57

    a evoluo dos conceitos dos prebiticos, seus mecanismos de ao e sua funcionalidade na homeostase orgnica. Palavras-chave: Prebiticos, Microflora, Nutrio. 1 INTRODUO

    A alimentao reportada como fator relevante no

    processo sade/ doena desde a antiguidade, quando j

    acreditava-se que o alimento tinha potencial em interferir no

    bem estar do indivduo (CASTIEL et al. 2014). A histria da

    alimentao no Brasil e no mundo passa por processos de

    transio, uma vez que a desnutrio decorrente da fome,

    instalada, principalmente aps a segunda guerra mundial, vem

    sendo muitas vezes mascarada pelos ndices de sobrepeso e

    obesidade, sobretudo em crianas (TRICHES; GIUGLIANI,

    2005). Essa alterao est diretamente relacionada a

    mudanas do comportamento alimentar da populao e

    influncia da mdia, onde h consumo excessivo de calorias e

    muitas vezes dficits de nutrientes, incluindo as fibras

    alimentares (SANTOS et al., 2012).

    Castro, em 1959, j afirmava que a ausncia constante de

    qualquer nutriente indispensvel sade, na alimentao

    humana, determinaria cedo ou tarde em leses orgnicas. No

    entanto, estudos recentes apontam os excessos alimentares da

    dieta ocidental como causadores de distrbios fsicos e

    metablicos no indivduo (ASSIS et al., 2017; CANI et al, 2009).

    Contudo, diante da possibilidade da promoo de sade

    atravs dos alimentos e a preocupao com preveno de

    doenas por parte da populao, o mercado de produtos

    alimentcios, com caractersticas funcionais crecente e tem se

  • O USO DE PREBITICOS EM ALIMENTOS

    58

    intensificado nos ltimos anos por est diretamente associado

    sade e bem-estar (FALGUERA et al., 2012).

    So designados funcionais todo alimento que apresente em

    sua constituio compostos nutricionais que fornecem

    benefcios alm da nutrio base e esto associados a

    preveno do risco de doenas crnico degenerativas no

    transmissveis, chamadas bioativas (MULLIN; DELZENNE,

    2017).

    Dentre os compostos bioativos presente nos alimentos

    esto alguns fitoqumicos como os polifenis, 58icrorganism,

    biopeptdeos, fibras alimentares, os pro e prebiticos.

    Os probiticos so os 58icrorganismos vivos presentes em

    alimentos ou suplementados na dieta para compor a flora

    intestinal, enquanto os prbiticos so compone