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EXPEDIENTE

S I S T E M A F I E GS I S T E M A F I E GS I S T E M A F I E GS I S T E M A F I E GS I S T E M A F I E G

D I R E T O R I A D A F I E GD I R E T O R I A D A F I E GD I R E T O R I A D A F I E GD I R E T O R I A D A F I E GD I R E T O R I A D A F I E G

PRESIDENTEPaulo Afonso Ferreira

PRESIDENTE DE HONRAJosé Aquino Porto (in memorian)

1º VICE-PRESIDENTEPedro Alves de Oliveira

2º VICE-PRESIDENTEWilson de Oliveira

3º VICE-PRESIDENTEHeno Jácomo Perillo

VICE-PRESIDENTESAloísio Sávio da SilvaAntônio de Sousa AlmeidaDaniel VianaDomingos Vilefort OrzilEdmar Sabino NevesEurípedes Felizardo NunesFrancisco Gonzaga PontesFrederico Martins EvangelistaGregório Vassilive FerreiraHumberto Rodrigues de OliveiraIzaías Lopes da SilvaJoão EssadoJorge Luiz Biasuz MeisterJosé Antônio SimãoJosé Rodrigues Peixoto NetoJosé Vieira Gomide JúniorLaerte Simão

Leonardo Jayme de ArimatéaLuiz RézioMário Renato G. de AzeredoOrlando Alves CarneiroSegundo Braoios Martinez

1º SECRETÁRIODomingos Sávio Gomes de Oliveira

2º SECRETÁRIOIvan da Glória Teixeira

1º TESOUREIROHélio Naves

2º TESOUREIROAbílio Pereira Soares Júnior

CONSELHO FISCALWaldyr O'DwyerOrizomar Araújo SiqueiraHenrique Wilhem Morg de Andrade

CONSELHO DEREPRESENTANTES JUNTO À CNIPaulo Afonso FerreiraSandro Antônio Scodro Mabel

CONSELHO DE REPRESENTANTESJUNTO À FIEGAbílio Pereira Soares JúniorAldrovando Divino de Castro JúniorAluísio Quintanilha de Barros

Anísio Queiroz de Carvalho Jr.Antônio Clóvis CarneiroAntônio de Sousa Almeida

Carlos Alberto Diniz

Carlos Alberto Vieira Soares

Carlos Roberto de Araújo

Carlos Roberto Viana

César Helou

Cláudio Henrique Chini

Cyro Miranda Gifford Júnior

Daniel Viana

Domingos Sávio Gomes de Oliveira

Domingos Vilefort Orzil

Edmar Sabino Neves

Eduardo Cunha Zuppani

Elton de Teles Campos

Emílio Carlos Bittar

Eurípedes Felizardo Nunes

Eurípedes Gomes do Carmo

Fábio Rassi

Flávio Paiva Ferrari

Francisco Gonzaga Pontes

Frederico Martins Evangelista

Gilda Leite Pereira

Guimar Alves da Silva

Henrique Wilhem Morg de Andrade

Hélio Naves

Hélio Naves Júnior

Humberto Rodrigues de Oliveira

Jaime Canedo

Jair Rizzi

Jerry de Paula

João Essado

Joaquim Cordeiro de Lima

Jorge Luíz Biazuz Meister

José Antônio Simão

José Luiz Martin Abuli

José Magno Pato

José Vieira Gomide Júnior

Joviano Teixeira Jardim

Laerte Simão

Leonardo Jayme de Arimatéa

Leopoldo Moreira Neto

Luiz Antônio Vessani

Luiz Gonzaga de Almeida

Luiz Rézio

Marley Antônio Rocha

Milton Tomaz de Lima

Olavo Martins Barros

Onofre Andrade Pereira

Orlando Alves Carneiro

Paulo Afonso Ferreira

Pedro Alves de Oliveira

Raimundo Viana Dutra

Roberto Guimarães Mendes

Sandro Antônio Scodro Mabel

Sávio Cruvinel Câmara

Segundo Braoios Martinez

Ubiratan da Silva Lopes

Valdenício Rodrigues de Andrade

Wellington Carrijo Soares

Wilson de Oliveira

ICQ BRASIL

Instituto de Certificação Qualidade Brasil

Diretor Regional: Daniel Viana

Superintendente: Paulo Galeno Paranhos

Home-page: www.icqbrasil.com.br

E-mail: [email protected]

SENAI

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Diretor Regional: Paulo Vargas

Home-page: www.senaigo.com.br

E-mail: [email protected]

IEL

Instituto Euvaldo Lodi

Diretor Regional: Daniel Viana

Superintendente: Paulo Galeno Paranhos

Home-page: www.ielgo.com.br

E-mail: [email protected]

SESI

Serviço Social da Indústria

Diretor Regional: Paulo Afonso Ferreira

Superintendente: Paulo Vargas

E-mail: [email protected]

Federação das Indústrias do Estado de GoiásPresidente: Paulo Afonso FerreiraAv. Araguaia, 1.544, Ed.Albano Franco,Casa da Indústria - Vila NovaCEP 74645-070 - Goiânia-GOFone (62) 3219-1300 / Fax (62) 3229-2975Home-page: www.fieg.org.brE-mail: [email protected]

Núcleo Regional da FIEG em AnápolisPresidente: Waldyr O’DwyerAv. Engº Roberto Mange, nº 239-A,Bairro Jundiaí CEP 75113-630 Anápolis-GOFone/Fax (62) 3324-5768 / 3311-5565E-mail: [email protected]

Produção e PublicidadeReportagem: Andelaide Pereira, Célia Olivei-ra, Dehovan Lima, Geraldo Neto, GiovannaAmaral (estagiária), Jávier Godinho, L. CássiaFernandes e Simão César Ferreira

Colaboração: Welington da Silva Vieira

Fotografia: Sílvio Simões

Diagramação: Utopix Design

Fotolito: Composição Artes Gráficas

Impressão: Gráfica Kelps (Asa Editora)

Rua 116 A com 116, n° 12, Setor Sul

74085-350 Goiânia-GO

Fone (62) 3093-4014 Fax (62) 3281-8602

E-mail: [email protected]

As opiniões contidas em artigos assinados são deresponsabilidade de seus autores e não refletemnecessariamente a opinião da revista

Coordenação de jornalismoJoelma Pinheiro

DireçãoJosé Eduardo de Andrade Neto

EdiçãoMárgara Morais

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Crescimento em meio à criseIndústria diminui ritmo de crescimento, mas continua registrandoavanços pontuais em algumas áreas, mesmo com a crise política

Novo conselho temáticoFieg cria Conselho Temático da Micro e Pequena Empresa e reafirma aimportância do segmento no contexto econômico

43 De olho no ParlamentoFieg lança Agenda Legislativa para acompanhar projetos emvotação na Assembléia e priorizar o que interessa ao setor produtivo

28 Cuidando do rio

ÍND

ICE

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A PALAVRA DO PRESIDENTE

PAULO AFONSO FERREIRA

Sempre repito o que a experiên-cia me ensinou: tudo deve sertratado com realismo otimista.

É o que faço novamente agora, quan-do as taxas de crescimento de deter-minados setores da indústria goiana de-monstram arrefecimento, explicado so-bretudo pela queda de preços no ata-cado dos produtos agrícolas, que sãoo forte de nossas vendas. No momen-to atual, a economia brasileira está sub-metida a dois terríveis grilhões: a taxade juros e a carga tributária, que tra-vam os preços, embora a produção fí-sica siga crescendo. Não obstante,nossa indústria prossegue empregan-do, mesmo em ritmo menor. Até maio,cresceram o emprego, em 7,60%, eos salários, em 7,29%, comparados aigual período de 2004.

Existe a tendência da agroindús-tria brasileira se concentrar no Cen-tro-Oeste, notadamente em Goiás, ten-do como principais motivadoras asvantagens comparativas, como clima,produtividade da terra, mão-de-obra,topografia e logística de transportes.Também atrai empreendedores apolítica industrial insinuante, na qual aFederação das Indústrias do Estadode Goiás tem participação efetiva.

Na reportagem de capa destaedição da Goiás Industrial, o pre-sidente da CNI, deputado ArmandoMonteiro Neto, reconhece que dimi-nuiu o ímpeto de crescimento indus-trial registrado no ano passado, comoconseqüência do aperto monetárioiniciado em setembro. Com menorconsumo interno, expandiram-se as

exportações e, nesse aspecto, tambémse insere Goiás, exportando cada vezmais. O excelente desempenho dasvendas externas e a entrada de capi-tal do exterior, atraído pelas altas ta-xas de juros provocam, porém, sensí-vel valorização do real. Assim, o cres-cimento das exportações não encon-tra o correspondente resultado no fa-turamento das empresas. ArmandoMonteiro adianta, ainda, que as pers-

pectivas de crescimento para 2005são bem inferiores às de 2004.

Uma constatação animadora nes-se quadro está no fato de nossa in-dústria se manter em padrões relati-vamente estáveis, independentemen-te da grave crise política que tantopreocupa a Nação. No final da se-gunda semana do mês de julho, oIBGE divulgou sua Pesquisa Indus-trial Mensal de Emprego e Salário,correspondente a maio de 2005, mos-trando que na série livre de influênci-as sazonais, não houve variação emrelação a abril. Nas comparaçõescom 2004, os resultados permanecempositivos. Em comparação a maio doano passado, houve expansão de 2%,a 15ª taxa positiva consecutiva, como acumulado este ano ficando em2,6% e, nos últimos 12 meses, em2,9%. No quadro geral, os setores quevêm se destacando como os princi-pais empregadores na indústria sãoaqueles voltados para o mercadoexterno (agroindústria) e para a pro-dução de bens de consumo duráveis(indústria automobilística), enquantoos mais dependentes do comporta-mento da demanda interna acumu-lam resultados negativos.

E como há males que vêm parabem, estamos torcendo para que acrise no governo acabe finalmentemotivando a realização da reformapolítica, essencial e inadiável para aspróprias instituições, porque nossasleis de combate à corrupção, com-provadamente, longe se encontramde atender ao clamor do País.

“Nossa indústria semantém em padrões

relativamenteestáveis,

independentementeda grave crise

política que tantopreocupa a Nação”

Estabilidade industrial ereforma política

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É brasileiro o responsável pelocomando do Grupo Gerdau, omaior produtor de aços longosdo continente americano, comusinas siderúrgicas distribuídasno Brasil, Canadá, Chile,Estados Unidos, Uruguai e naArgentina. O complexoindustrial começou a seredificado em Porto Alegre (RS),em 1901, com a Fábrica dePregos Pontas de Paris. O nomeda família está ligado aimportantes fatos que marcarama história do Rio Grande do Sul.Na década de 70, a empresa jáhavia estabelecido suas basesnos principais centros do País e,em 80, iniciou o processo deinternacionalização, com aSiderúrgica Laisa, no Uruguai.Hoje, o grupo alcançacapacidade instalada total de16,4 milhões de toneladas deaço por ano. Seu presidente,Jorge Gerdau Johannpeter, 69,tem longo currículo, marcadopela participação em entidades eorganizações de classe, comofederações de indústria,sindicatos e câmaras decomércio. Assediado pelaimprensa nacional einternacional, Jorge Gerdauabriu espaço em sua concorridaagenda para atender a equipede reportagem da GoiásIndustrial, para esta entrevista.

O Brasilna visãodo homemdo aço

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ENTREVISTA

“Ideal para oBrasil seriaproduzir maisaço e exportarum produto

com maior valoragregado”

Goiás Industrial – O GrupoGerdau está no mercado de aço noBrasil há mais de cem anos. Co-meçou com uma fábrica de pre-gos e é hoje o maior produtor deaços longos da América. O quepermitiu que uma empresa, comum único fundador, se transfor-masse num grupo de tais propor-ções e solidez?

Jorge Gerdau – As bases doGrupo Gerdau foram lançadas em1901, quando o nosso bisavô, o imi-grante alemão João Gerdau, e seufilho Hugo montaram a Fábrica dePregos Pontas de Paris. Em maisde cem anos, os negócios cresce-ram e, hoje, o Grupo Gerdau jáexiste há cinco gerações. Ao lon-go de sua história, o Grupo Ger-dau desenvolveu a competência deelevar a produtividade das empre-sas que passou a operar, principal-mente pela difusão das melhorespráticas de gestão do mundo e in-vestimento na atualização tecno-lógica dos parques industriais. Des-de a década de 80, tem investidoem seu processo de internaciona-lização, ampliando as operaçõesnas Américas do Sul e do Norte.Nabase de todo o desempenho está a

eficiência das equipes. Hoje temosmais de 24 mil colaboradores e es-timulamos o desenvolvimento pro-fissional e pessoal de todos, ofe-recendo capacitação específicapara diferentes perfis profissionais.

Goiás Industrial – O sucessodas empresas modernas dependemuito do sistema de gestão que elasadotam. Em que se fundamenta o sis-tema da Gerdau?

Jorge Gerdau – Entendemosque nosso sucesso depende de umaclara direção estratégica, da excelên-cia nos processos e de uma culturade alta performance. Por isso, nossosistema se fundamenta em lideran-ça, conhecimento e metodologia.

Goiás Industrial – Tendo emvista que o aço é uma matéria-prima estratégica e um recurso nãorenovável, não é contra-senso oBrasil exportar minério de ferro?

Jorge Gerdau – O mundoproduz anualmente 1,25 bilhão detoneladas de minério de ferro.Desse total, 245 milhões são pro-duzidos no Brasil. Esse volumeestá adequado às reservas que oPaís dispõe. O aço é um recursorenovável na medida em quepode ser reciclado e reutilizado.O problema do minério de ferroé que ele é um produto de baixovalor agregado. Para o Brasil, ointeressante seria ter mais capa-cidade de produção de aço e, emvez de exportar minério de fer-ro, produzir mais aço e exportarum produto com maior valoragregado. Mas quem define es-sas dimensões é o mercado. OBrasil já exporta de 40% a 50%do aço que produz e o limite estámuito ligado ao protecionismomundial.

Goiás Industrial – A empresadesenvolve alguma prática de re-ciclagem do aço?

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ENTREVISTA

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“O sistema degestão do Grupo

Gerdau sefundamenta emliderança,

conhecimento emetodologia”

Jorge Gerdau – A cada ano oGrupo Gerdau recicla cerca de 11milhões de toneladas de sucatapara produzir aço, volume que oposiciona como um dos maioresrecicladores do mundo. Dessa for-ma, conseguimos reaproveitar osbens duráveis que se tornaram su-cata. O processo produtivo nãoprejudica a natureza pela otimiza-ção de recursos naturais. Para asociedade, a atividade de coleta desucata diminui o volume de mate-riais nos aterros e gera cerca de40 mil empregos no Brasil.

Goiás Industrial – Qual suaopinião sobre a questão da res-ponsabilidade social? Seria maisum modismo, uma preocupaçãodo marketing ou as empresas es-

tão se tornando mais humanas?Jorge Gerdau – Acreditamos

que o desenvolvimento econômi-co de uma empresa deve, neces-sariamente, vir acompanhado de

uma atuação eficiente junto aomeio ambiente, à comunidade eaos colaboradores. Dessa forma,

valores como ética, parceria e res-peito pautam há muito tempo nos-sa relação com a sociedade. Apos-tamos que a difusão do conheci-mento, seja por meio do ensino for-mal, da educação para pesquisa ci-entífica, para a qualidade total, parao empreendedorismo ou para o vo-luntariado, é um caminho funda-mental para a construção de umPaís com maior justiça social, ca-paz de gerar mais empregos, im-postos e riqueza. A Gerdau apóiaainda projetos na área da saúde,cultura, esporte e mobilização so-lidária. No início deste ano, foi cri-ado o Instituto Gerdau com a fina-lidade de consolidar as políticas eas diretrizes do Grupo na área deresponsabilidade social e coorde-nar projetos que contribuam ainda

Jorge Gerdau ao lado de umas dasprimeiras construções do Grupo

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ENTREVISTA

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“O sistematributáriobrasileiro émedieval”

mais para a melhoria da qualidadede vida das comunidades. O GrupoGerdau, em 2004, apoiou 119 pro-jetos sociais no Brasil, benefician-do ao todo 6,4 milhões de pessoas.

“O Brasilprecisa tomarmedidas

enérgicas contraa corrupção”

Goiás Industrial – O que o Bra-sil poderia fazer para ser mais com-petitivo no mercado internacional?

Jorge Gerdau – O Brasil pre-cisa tomar medidas enérgicascontra a corrupção. Também pre-cisa de um sistema tributário jus-to e lógico, juros baixos e poucaburocracia. Temos leis em ex-cesso, custo alto do dinheiro emuitos impostos. Aqui, os impos-tos consomem 54% do valor queadicionamos ao preço do produ-to. Fora do Brasil, esse percen-tual é só de 14%. O sistema tri-butário brasileiro é medieval.Some-se a isso o custo do dinhei-ro, devido ao risco do País sermuito alto, há uma carência delinhas de financiamento e prazose custos adequados para investi-mentos. Em suma, é muito difícilcompetir. Para sermos competi-tivos, precisamos de condiçõesde infra-estrutura, de transporte,logística, estradas, ferrovias, por-tos, telefonia, energia. São estru-turas necessárias para o suces-so de um negócio. Esses servi-ços também precisam ser desen-volvidos com eficiência e com-petitividade. A soma desses fa-

tores é que irá construir um sis-tema integrado de competitivida-de para o País.

Goiás Industrial – O quemais beneficia e o que mais pre-judica a imagem do Brasil aosolhos do mundo desenvolvido, emsua opinião?

Jorge Gerdau – A consolida-ção da democracia e a estabili-dade econômica foram funda-mentais para a melhora da ima-gem do País no exterior. O cum-primento dos contratos e dasmetas estipuladas com os órgãosinternacionais, como por exem-plo as metas de inflação, é vitalpara a boa reputação do Brasil.Há que se louvar o trabalho rea-lizado até aqui pela atual equipeeconômica. Entretanto, a desi-gualdade social e a tolerânciaquanto à violação das leis, em to-dos os níveis, são muito prejudi-ciais à imagem do Brasil. Preci-samos de reformas e exemplos deseriedade.

Goiás Industrial – Como o se-nhor avalia a situação do Brasil noque se refere à inovação tecnoló-gica? O País ainda vai sofrer osreflexos dos baixos investimentosem pesquisa?

Jorge Gerdau – Não há dú-vidas de que a falta de investi-mentos em pesquisa e inovaçãotecnológica prejudica o cresci-

mento. Acredito que o País nãosó sofrerá reflexos no futurocomo já sofre hoje. Um exemplodisso é a composição das nossaspautas de importação e de expor-tação. Maior valor agregado einiciativas como a Lei de Inova-ção representam um avanço, masainda falta a definição de uma po-lítica de incentivos ao investimen-to em pesquisa. A falta de arti-culação entre os centros de pes-quisa das universidades e o nos-so parque industrial já começoua ser remediada, mas ainda deforma muito incipiente.

Goiás Industrial – Em sua opi-nião, a política econômica do gover-no Lula está no caminho certo?

Jorge Gerdau – Sim, apesardas altas taxas de juros. Precisa-mos trabalhar na redução do défi-cit nominal para que a indústriapossa operar com menores custosde captação de dinheiro. Da for-ma que está, continuaremos trans-ferindo recursos do setor produti-vo para o setor financeiro.

Goiás Industrial – Os últimosacontecimentos políticos evidenci-am uma crise de credibilidade emrelação aos políticos brasileiros.Até que ponto isso pode ter refle-xo na economia do País?

Jorge Gerdau – Por enquan-to, a crise política não afeta a eco-nomia. A transição tranqüila entreos governos FHC e Lula ajudou afortalecer a imagem da democra-cia no Brasil e a atuação da equi-pe econômica também tem sidoimportante para evitar maiores re-flexos junto aos segmentos produ-tivos. Isso aumenta a confiançados investidores estrangeiros.

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Indústria com o pé no chãoPara os presidentes da CNI, Armando Monteiro Neto, e da Fieg, Paulo AfonsoFerreira, a crise política vivida pelo Brasil parece ter menos impacto na economia doque as taxas de juros, o aperto monetário e os gastos públicos

Obrasileiro tem demonstrado ser mesmo um forte. Ape-sar do desapontamento com

o governo e com a classe política demodo geral, o País caminha, ora maisdevagar, ora mais depressa, para seruma nação desenvolvida. Como que“indiferente” aos fatos, a classeempresarial continua produzindo, asindústrias operando, os trabalhado-res, trabalhando. Se é possível tirarpartido da atual crise política por quepassa o Brasil, isso deve ser credi-tado ao poder de fogo cada vezmaior dos segmentos representa-tivos da sociedade civil. Nesse con-texto, a indústria tem tido papel re-levante, ajudando a alavancar aeconomia, sobretudo pela via dageração de empregos.

Nesta reportagem, os depoimen-tos de dois importantes líderes em-presariais retratam bem o pensamen-to do setor sobre os últimos aconte-cimentos. Armando Monteiro Neto,deputado federal e presidente daConfederação Nacional da Indústria(CNI), e Paulo Afonso Ferreira, pre-sidente da Federação das Indústri-as do Estado de Goiás (Fieg), fazemum balanço e um prognóstico da si-tuação das indústrias e reiteram anecessidade das reformas e de mu-danças por parte do governo.

Os indicadores da CNI e da Fiegapontaram arrefecimento da ativida-de industrial no início de 2005. ParaArmando Monteiro Neto, isso é umreflexo do aperto monetário inicia-

do em setembro do ano passado.Com a demanda interna arrefecida,parcela expressiva da produção temse destinado às exportações, geran-do superávit recorde da balança co-mercial – US$ 38 bilhões em 12 me-ses. O ótimo desempenho das ven-das externas e a entrada de capitaisdo exterior estão provocando, po-rém, forte valorização do real. “Oaumento da produção industrial, as-sociado ao bom desempenho dasexportações, atinge apenas parcial-mente o faturamento das empresas.Comparando-se os dados de produ-ção (IBGE) e faturamento (CNI)para a média dos cinco primeirosmeses de 2005 e de 2004, observa-se que, enquanto a produção da in-dústria de transformação elevou-se 4,4%, o faturamento real ele-vou-se apenas 1,7%”.

NÚMEROS DE GOIÁSA economia goiana também si-

nalizou acomodação este ano, de-pois de experimentar desenvolvi-mento crescente. “É preciso escla-recer que a base de dados de 2004é muito superior à base de 2003.Isto significa que os números de2005 estão sendo comparados comuma base que cresceu em produ-ção física, na média 8,2% para oBrasil e 8,6% para Goiás”, alertaPaulo Afonso. Com relação às“vendas reais”, a indústria brasilei-ra avançou 16% e, a goiana, so-mente 1,41%. “A diferença verifi-

CAPA

Armando Monteiro Neto, deputadofederal e presidente da ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI)

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cada se explica pela composição donosso produto industrial, que agre-ga menos valor e tem sua base naagroindústria”, acrescenta.

De acordo com dados do Institu-to Brasileiro de Geografia e Esta-tística (IBGE), a produção física deGoiás cresceu de janeiro a abril de2005, comparada com igual perío-do do ano anterior, 7,4%, sendo queo Brasil avançou 4,5%. Consideran-do os números de crescimento dabase física, não resta dúvida queestá havendo um arrefecimento, ouseja, as taxas de crescimento tor-naram-se menores.

No entanto, a indústria goianacontinua empregando, embora tenhadiminuído o ritmo em maio e junho.Até maio, o crescimento do empre-go foi de 7,60% e dos salários 7,29%,comparável com igual período do anoanterior. Houve pequeno aumentono uso da capacidade instalada, oque se explica pela sazonalidade daprodução agroindustrial, cujosexemplos maiores são a produçãode álcool, açúcar, soja e derivados,beneficiamento de algodão, milho,molhos alimentícios.

Em âmbito nacional, o nível de uti-lização da capacidade instalada caiupara aproximadamente 82% no se-gundo trimestre de 2005. SegundoArmando Monteiro, a redução desseindicador reflete, de um lado, o arre-fecimento da atividade industrial, e deoutro, a maturação dos investimen-tos que foram realizados em 2003 eem 2004. Ele destaca que o indica-dor permanece num nível ainda alto,mas que a retomada de uma fase decrescimento requer, obrigatoriamen-te, a expansão do parque produtivo.

Mais recentemente, alguns dadosjá começam a mostrar a realizaçãode investimentos. A produção de

bens de capital em maio foi 3,4%superior a de abril, após ajuste sa-zonal. A importação de bens de ca-pital (em dinheiro) também cresceuem maio, 18,9% a mais do que emabril. “As perspectivas de reduçãode juros e a zeragem do IPI sobrebens de capital abrem espaço paraum cenário mais otimista para o in-vestimento no segundo semestre”,diz Monteiro Neto.

PROJEÇÃO MENORA CNI revisou o crescimento do

PIB de 2005: de 4,0% estimado noprimeiro trimestre, para 3,2%. A re-dução vem ao encontro da realida-de dos fatos. A elevação dos jurosfoi mais duradoura e mais intensa doque prevista, logo, o desaquecimen-to da atividade industrial superou oque se esperava para o primeiro se-mestre de 2005.

Um fato importante apontado pelopresidente da CNI é que 2005 deveseguir a tendência dos dois anos an-teriores e ter a demanda externacomo motor de dinamismo da eco-nomia. A previsão da CNI de cresci-mento do volume de exportações debens e serviços é de 12,3% em 2005.As importações também avançam,12,5%, o que amplia a corrente decomércio da economia brasileira.“Estimamos que, em 2005, a somadas exportações e importações emrelação ao PIB supere 34%”, dizMonteiro Neto. Dados da CNI apon-tam que a indústria deve crescer4,2%, sustentada pelas excelentesperspectivas para a indústria extrati-va, que deve crescer 11,5% em 2005.“A atividade industrial acomodou-senos últimos três trimestres e esperapor sinalização de juros mais baixos,para reiniciar uma nova fase de cres-cimento, diz Monteiro Neto.

CAPA

Paulo Afonso Ferreira, empresário epresidente da Federação das Indústrias

do Estado de Goiás (Fieg)

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GESTÃO PÚBLICAPesquisas feitas pela CNI também

revelaram queda no índice de confi-ança dos empresários na economiabrasileira, o que, segundo MonteiroNeto, está relacionado à frustraçãoquanto à expectativa de crescimentoprevista para 2005. No fim de 2004,as projeções de crescimento do PIBeram superiores a 4% e a expansãoda indústria de transformação, de pelomenos 5,5%. “Esse é um cenário quenão se aplica mais. O arrefecimentoda atividade econômica, sustentadopelo aperto monetário, foi mais inten-so do que o previsto pelos empresári-os, o que os fez revisar para baixo suasperspectivas de crescimento para2005, deixando-os pouco confiantes.A par disso, as exportações, ainda queexibam crescimento forte, estão ge-rando menos lucro aos empresários,por conta da forte valorização cambi-al”, comenta Monteiro Neto.

Para ele, os últimos escândalos po-líticos não afetaram a indústria. Pelocontrário, os indicadores mostram quea economia, de certo modo, está des-colada da crise. “Os sinais de desa-celeração da atividade econômica, dealgumas áreas, resultam muito maisem função do longo ciclo de apertomonetário – nove meses de elevaçãoda taxa básica de juros, a Selic – doque propriamente da crise política”,diz Monteiro Neto.

Já na opinião do presidente da Fieg,a crise deve servir para estimular areforma política e o momento de fa-zer mudanças é agora. “Num siste-ma político mais eficiente, mais mo-derno e transparente, essas mazelasque a gente está vendo aí todo dia,com certeza vão diminuir bastante”,acredita. Segundo ele, o Brasil adqui-riu maturidade democrática, o que fazcom que os fatos políticos não aba-lem o desempenho da economia.

Para o presidente da Fieg, oPaís precisa dar uma guinada emalgumas questões fundamentais,que atrapalham o setor produtivo,dentre elas o sistema tributário, asaltas taxas de juros e o custo doEstado. “Precisamos ter coragemde falar que o custo do Estado émuito alto, que ele precisa racio-nalizar o seu custo, e são nas des-pesas correntes, não nos investi-mentos”, diz Paulo Afonso, paraquem o grande problema do Brasilse situa na gestão pública.

REFORMAS URGENTESAlém da política, os presientes

da CNI e da Fieg estão de comumacordo quanto à necessidade de sepromover as reformas há tanto tem-po esperadas pelo Brasil. PauloAfonso vai mais longe e diz que otexto da Reforma Tributária, queestá no Congresso, não interessaao setor produtivo. “É inadmissíveluma carga tributária em torno de37% do PIB. O pior é que o go-verno aplica mal o dinheiro arre-cadado, o que frustra a populaçãoem termos de serviços públicos eos empresários em termos de in-fra-estrutura”. Paulo Afonso de-fende a tese de que é preciso alar-gar a base de contribuição. “Temosde cobrar de todo mundo”, conclui.

Na direção da Reforma Traba-lhista e Sindical, tanto CNI quantoFieg tinham a expectativa de queno Fórum Nacional do Trabalho,criado pelo governo, pudesse seavançar na discussão. Isso nãoaconteceu, na opinião dos entrevis-tados, porque o governo fatiou areforma e encaminhou ao Con-gresso apenas a PEC (Propostade Emenda à Constituição) da Re-forma Sindical.

Alguns indicadoresmostram que a econo-mia está descolada dacrise política. No meioempresarial, por exem-plo, as preocupaçõesestão mais voltadas paraquestões de desempe-nho e competitividade,conforme mostra a equi-pe de reportagem daGoiás Industrial, que vi-sitou algumas empresasque se destacam nossegmentos que atuam.Os cases mostrados

aqui se referem à TKSFarmacêutica - inovaçãotecnológica; Ponto Tran-çado - comérico exterior;Centrocouros Inhumas -meio ambiente; Imol -pequena empresa; CMS& Scitech - responsabili-dade social.

Empresasde destaque

CAPA

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15G O I Á S I N D U S T R I A L 15G O I Á S I N D U S T R I A L

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Há um ano e meio, a TKS Far-macêutica investe numa idéia inova-dora que agrega tecnologia ao seu pro-cesso de produção e, de quebra, bai-xa seus custos operacionais. Trata-sede uma fórmula de revestimento paracomprimidos, obtida pelo processa-mento de uma mistura composta depolímero e várias outras substâncias.A invenção foi, a princípio, decorrên-cia da necessidade de simplificar e tor-nar mais prática a manipulação dosinsumos – substâncias inflamáveis etóxicas – utilizados no processo de re-vestimento, e também para baratearos custos com a aquisição de produ-tos importados para essa finalidade.

A tecnologia desenvolvida pelaTKS pode ser utilizada em vários ti-pos de comprimidos. A empresa, noentanto, escolheu o Cloridrato de Ra-nitidina, matéria-prima empregada nacomposição dos medicamentos antiul-cerosos, por se tratar de um princípioativo instável, que degrada com facili-dade. O medicamento à base de Clo-ridrato de Ranitidina é fabricado emcomprimidos brancos, o que facilita averificação de possíveis alterações noproduto. O superintendente da empre-sa, Pedro Alves Ferreira Júnior, expli-ca: “A TKS escolheu um produto ins-tável para assegurar a qualidade dorevestimento”. O revestimento cria-do pela empresa chega a custar ametade do preço do importado.

Os resultados obtidos até agoramostram que o produto não fica atrásdos similares comercializados em ou-tros países. “Desenvolvemos umamistura com insumos nacionais que

Fábrica goiana de medicamentos opta pela pesquisa para baratearcustos e decretar independência em relação aos produtos importados

Santo de casa faz milagre

nos permite produzir comprimidos re-vestidos com a mesma qualidade esegurança que o importado nos for-nece”, garante Ferreira Júnior. As aná-lises revelam também que a tecnolo-gia aplicada tornou o processo de re-vestimento mais simples e reduziu otempo de fabricação dos medicamen-tos. Para o gerente de Produção daTKS Farmacêutica, Ricardo Garcia,os estudos superaram as expectativas:“Melhoramos o nosso processo de pro-dução e nos tornamos independentesdo produto importado”, avalia.

O invento está em fase de testes eacompanhamento de estabilidade, e

será posteriormente apresentado àAgência Nacional de Vigilância Sani-tária (Anvisa) para homologação.

OUTRAS NOVIDADESA TKS Farmacêutica está no mer-

cado há poucos mais de três anos etrabalha com medicamentos similarespara hipertensão arterial, gastrite, úl-cera, antialérgicos, antiinflamatórios,produtos dermatológicos, repositoresminerais e analgésicos. A empresa selançou a outros experimentos para in-crementar medicamentos que já exis-tem no mercado. Desenvolveu com-pridos de uma determinada classe te-rapêutica em tamanho menor, para fa-cilitar a ingestão, principalmente porcrianças, e mascarou o sabor desa-gradável próprio de algunsmedicamentos.

Superintendente acompanha processo de produção de revestimento criado pela TKS

Produto goianonacionaliza até os

insumos

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Tudo começou há cerca de dezanos, quando Maria Cristina doValle Faria adquiriu uma “maqui-ninha” de tricô manual, daquelasbem rústicas. No início, o investi-mento serviria apenas para ela pas-sar o tempo e confeccionar umapeça ou outra para uso pessoal.Mas o futuro reservava algo mui-to além daquela engenhoca ultra-passada para a proprietária. As pe-ças fabricadas fizeram tanto su-cesso que, em 2001, o passatem-po acabou se transformando naPonto Trançado - Tricot, hoje, umadas mais prósperas micro empre-sas goianas do ramo de confecção,com mercado consolidado dentroe fora do País.

A Ponto Trançado tem umaprodução estimada na casa de milpeças/mês. Cerca de 40% do quefabrica são comercializados regu-larmente no Kuwait, na Arábia Sau-dita, Inglaterra e nos Estados Uni-dos, sendo os norte-americanos osmaiores consumidores. Algumascoleções também foram exportadaspara Portugal, Venezuela e Ar-gentina. “Para o futuro, penso emampliar espaço no mercado euro-peu, especialmente na Rússia,onde as pessoas estão interessa-das em peças diferenciadas”, pla-neja Maria Cristina.

Ela atribui a boa aceitação deseus produtos ao visual diferen-ciado, que associa o alto padrãode qualidade ao toque artesanal,conferindo às roupas um ar de ex-clusividade. “É um estilo artesa-nal sem ser artesanato”, define.

Micro empresa goiana do ramo de confecções destaca-se no cenárioda moda tricô e faz sucesso entre europeus e norte-americanos

De passa tempo a produto de exportação

Todas as peças da Ponto Trança-do são bordadas à mão. Ao tricô,misturam-se tecidos nobres comoseda, rendas, pedrarias e estam-pas exclusivas.

Na opinião de Maria Cristina,conquistar consumidores fora doPaís é a única solução para queempresas como a Ponto Trançadopossam sobreviver às dificuldadesdo mercado nacional. “Exportar éa saída”, avalia. Além do menorvolume de negócios internos, asempresas enfrentam o problema daalta carga tributária, que represen-ta “quase 30% do preço final doproduto”, calcula. Um peso que setorna mais leve quando o destinoda mercadoria está além das fron-teiras. “Quando exportamos, rece-bemos incentivos fiscais que dei-xam o produto mais barato e, por-tanto, mais competitivo”, resume.

EVENTOS SÃO VITRINES Diferente da maioria das empre-

sas, a Ponto Trançado praticamenteiniciou suas atividades fechandonegócios dentro e fora do País. “Ofato só foi possível graças à parti-cipação da empresa na Feira Inter-nacional da Indústria Têxtil (Fenit),em São Paulo, quando não tinhacompletado sequer o primeiro anode atividades, e, logo em seguida, naFeira de Dusseldorf, na Alemanha”,lembra a empresária.

Participar dos eventos foi impor-tante, mas não o único requisito. “Énescessário estar a par de todos osprocedimentos técnicos e burocráti-cos que envolvem as negociações”,ensina. Nesse aspecto, Maria Cris-tina cita como fundamental a asses-soria prestada pela Federação das In-dústrias do Estado de Goiás durantetodo o processo.

COMÉRCIO EXTERIOR

Maria Cristina mostra as peças da Ponto Trançado que fazem sucesso em diversos países

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17G O I Á S I N D U S T R I A L 17G O I Á S I N D U S T R I A L

O resultado do trabalho desenvol-vido pela Centrocouros Inhumaspara obter produção mais limpa e se-gura pode ser percebido antes mes-mo de se chegar à sede da empresa.O odor desagradável, próprio dos cur-tumes, não existe.

Localizada na bacia hidrográfi-ca do Rio Meia Ponte, a Centrocou-ros processa 2 mil peles por dia, ven-dendo a gordura retirada para fá-bricas de gelatina, chicletes e cáp-sulas de comprimido. O couro é ex-portado principalmente para Itália,Hong Kong e China.

Segundo o proprietário João Es-sado, a manutenção de um ambientelimpo e seguro depende da consci-ência do empresário, que não podese preocupar somente com os lucros.“Os custos para implantação de umsistema de tratamento são muito al-tos. Cerca de 30% do faturamentovai para a parte ambiental”, explicaEssado, que preside o Sindicato dasIndústrias de Curtumes e Correlatosdo Estado de Goiás e representa aFieg no Comitê da Bacia Hidrográ-fica do Rio Meia Ponte.

A ausência do mau cheiro nãoé, porém, o único indicativo de quea indústria não polui. A maior pro-va está na qualidade da água que écaptada de um afluente do MeiaPonte e devolvida ao rio em condi-ções ainda melhores. Logo depoisde captada, antes mesmo de ser uti-lizada, a água já passa por um pro-cesso de tratamento. Depois douso, a água segue em diferentescanaletas, destinada aos tanques dedecantação ou ganhando novas uti-

Exemplo de respeito à vidaSistema de tratamento permite à indústria de couro de Inhumasdevolver ao rio água ainda mais limpa do que a captada

lidades. A água empregada na áreade graxaria, onde se retira a gor-dura do couro, irriga lavouras e pas-tagens, pois trata-se de excelenteadubo orgânico. A que é utilizadacom a cal para curtimento tem omesmo destino.

Uma outra canaleta recebe, se-paradamente, os resíduos de cromoazul, utilizado para curtir o couro.Após sua utilização, o produto vaipara um leito de secagem e em se-guida para um aterro dentro da áreada própria empresa, onde permane-ce por um período 12 a 14 anos, atéque possa finalmente ser levado paraum aterro sanitário comum. En-quanto isso, há todo um cuidadopara que o produto não contamineo solo: várias camadas de brita eareia protegem o meio ambientecontra qualquer contaminação.

A água passa por pelo menos setetanques de decantação, além dostanques de oxigenação, sendo devol-vida ao rio ainda mais limpa, inodorae transparente do que a que foi inici-almente captada.

SAÚDE ESEGURANÇA

Além de a empresaadotar procedimentospara garantir produçãolimpa e ambientalmentecorreta, todos os traba-lhadores, logo que sãocontratados, passam porum treinamento rigoro-so, conhecendo as di-versas etapas de produ-ção e aprendendo a im-

portância dos cuidados com o am-biente. Recebem também atendi-mento médico semanal, sendo sub-metidos regularmente a exames,que permitem verificar se não es-tão afetados pelas substâncias tó-xicas utilizadas na indústria. Domesmo modo, um laboratório veri-fica diariamente a qualidade e quan-tidade de produtos químicos empre-gados nas várias fases de proces-samento do couro.

Embora tenha conseguido im-plantar um sistema completo de tra-tamento dos resíduos, o empresá-rio reconhece que nem todas as in-dústrias têm feito o mesmo. Comovice-presidente do Comitê da Ba-cia Hidrográfica do Rio Meia Pon-te, João Essado solicitou à Secre-taria do Meio Ambiente e dos Re-cursos Hídricos e à Agência Ambi-ental apoio, sob a forma de financi-amento, para que os proprietários decurtumes e outros empresários pos-sam aprimorar seus sistemas de tra-tamentos de água e resíduos.

MEIO AMBIENTE

Na Centrocouros, água é tratada e devolvida limpa

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Quatro irmãos herdaram do pai oofício da marcenaria. Antero Rodri-gues de Oliveira, nascido em 1894, emCumari, Goiás, viveu numa época emque o trabalho era uma prática emi-nentemente artesanal. Não se falavaem produção em escala. Tudo era fei-to sob encomenda, conta EurípedesOliveira, o único dos filhos de Antero,ainda vivo. Em 1967, ele e os irmãosPedro, Wander e Divino fundaram aMarcenaria Oliveira, em Goiânia, quemais tarde passou a chamar-se Imol,uma próspera pequena empresa.

Fábrica de móveis passa por várias gerações e se moderniza adotandonovas condutas de gestão. Foco na qualidade para ser competitiva

Negócio de gente grande

Eurípedes mostra o acervo que conta história da Imol

PEQUENA EMPRESA

Novo foco levaempresa a investirem tecnologia eautomação

Os negócios hoje estão nas mãosda terceira e quarta geração, mas aempresa ainda mantém cultura fami-liar. Eurípedes Oliveira conta comoera ser empresário na década de 60.“Apesar de trabalhar de sol-a-sol, ascoisas eram mais simples. A pessoaqueria fazer um armário e a gentemesmo resolvia tudo com ela. Hoje,para fazer qualquer coisinha, o clientetraz o decorador, o arquiteto... É tudomais difícil. Poucos são os profissio-nais que dão conta de interpretar umprojeto. Na minha época, o cliente eramais amigo do que cliente, a gente dis-pensava serviço, de tanto que apare-cia. Agora, não, tem que correr atrás,pois a concorrência triplicou”, diz.

Humberto Rodrigues de Oliveira,diretor da Imol, reforça as palavras

do pai. “De fato, tudomudou muito, as exi-gências são grandese levam a pequenaempresa a enfrentarvários desafios”. Elecita alguns: “Nãoexiste uma linha decrédito que apóie opequeno empreende-dor, tampouco trata-mento diferenciado.As leis que regem agrande empresa são as mesmasque regem a pequena, sendo quese trata de realidades completa-mente distintas”, compara. “Ou-tra dificuldade é enfrentar os con-correntes que estão na informa-lidade”, diz Humberto.

MUDANÇA DE ROTAPara sobreviver num mercado

em franca competitividade, a em-presa teve de direcionar grandeparte da produção para atender ho-téis, bancos e estabelecimentos co-merciais, cujos móveis padroniza-dos são feitos em escala.

Harley de Oliveira Paiva, ou-tro diretor, acredita que a empre-sa avançou bastante quando op-tou pela produção em escala e in-vestiu na automatização dos pro-cessos. Ele explica: “Quando aempresa faz isso, qualifica amão-de-obra e aumenta a quali-dade do produto, dando maior agi-lidade à produção”.

A empresa tem planos de atuarno mercado externo e já participou

de uma feira em Dubai, nos Emira-dos Árabes. Enquanto se preparapara novos saltos, a Imol busca con-quistas em outras áreas. Procuravalorizar os colaboradores de vári-as maneiras: comemora os aniver-sários, diariamente reúne o pessoalpara uma reflexão no início do diae mantém uma caixa de sugestões.Toda idéia considerada viável e co-locada em prática rende uma pre-miação em dinheiro. Se a sugestãodo funcionário se refere a um de-partamento que não o seu, o prê-mio é maior, pois demonstra que avisão dele vai além daquilo queacontece à sua volta.

Na indústria, ao lado de todasas bancadas, há um recipiente parao lixo industrial. Um funcionário re-colhe e separa serragem, tocos eripas, que são doados a instituiçõesfilantrópicas. O lixo formado porvidro, plástico e alumínio e até so-bras dos produtos químicos é ven-dido e o dinheiro vai para um cai-xa único, sendo revertido para ospróprios colaboradores.

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O trabalho de responsabilidadesocial desenvolvido pelo Grupo CMS& Scitech Produtos Médicos teve iní-cio em 2001, como uma ação filan-trópica. O proprietário da empresa,Melchiades Cunha, vice-presidentedo Conselho de ResponsabilidadeSocial da Fieg, começou prestandoauxílio a um posto de atendimentoespírita no Bairro IndependênciaMansões, em Aparecida de Goiânia,fornecendo lanches aos freqüenta-dores. Em seguida, fez reformas nasinstalações da instituição e acaboumantendo uma creche que hoje dá

Da filantropia à responsabilidade social

assistência a 150 crianças da região.A coordenadora de Responsabi-

lidade Social do Grupo, Fernanda Pul-trini, faz questão de enfatizar, porém,que a responsabilidade social nãopode ser confundida com filantropia,nem com ação social. Nesses últi-mos casos, trata-se de iniciativas iso-ladas, sem continuidade, como doa-ções feitas a instituições de assis-

dos universitários. “A maioria do nos-so pessoal que faz curso superior sebeneficia desse recurso”, observaFernanda. “Essa é uma forma decontribuir para o desenvolvimentodo colaborador”, completa.

A coordenadora ressalta que osempresários interessados em desen-volver de fato a responsabilidade so-cial devem levar em conta até o per-fil do fornecedor com que trabalham,observando se ele também mantémpolítica nesse sentido. “De nada adi-anta uma empresa fazer um belo tra-balho social, se ela compra matéria-prima, por exemplo, de uma outraempresa que explora o trabalho in-fantil ou provoca danos ao meioambiente”, explica.

Segundo Melchiades Cunha,empresas de países europeus comquem mantém relações comerci-ais já demonstram interesse emconhecer o trabalho social desen-volvido pelo Grupo antes de fe-char negócio. “É difícil avaliar secomercialmente investir em res-ponsabilidade é realmente vanta-joso”, diz o empresário, mas eleacredita que, no futuro, assimcomo ocorre na Europa, as em-presas que não forem socialmen-te responsáveis estarão fora domercado. O empresário observaque “a responsabilidade socialdeve ser adotada, sobretudo numpaís com grande desigualdade so-cial, em que o governo não temcapacidade financeira e organiza-cional para suprir todas as neces-sidades da população”.

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Primeira em Goiás a filiar-se ao Instituto Ethos, empresa de produtosmédicos busca consolidar suas ações de responsabilidade social

Creche para os filhos dos colaboradores

tência ou pessoas carentes. Paraque se possa considerar que umaempresa faz trabalho efetivo deresponsabilidade social, é neces-sário que siga alguns parâmetros,estabelecidos, por exemplo, peloInstituto Ethos, organização semfins lucrativos criada para promo-ver a responsabilidade social nasempresas e uma das pioneiras nes-sa área. Entre eles, estão cuida-dos com o meio ambiente, relaçãocom o governo, com a comunida-de e com o público interno.

Atualmente, a CMS e a Scitechpreparam ampla rees-truturação no espaço defuncionamento da cre-che e a construção, jáno mês de agosto, deum prédio de 800 me-tros quadrados, quepermitirá transformar aeducação infantil alioferecida em ensinoformal. O Grupo patro-cina também o CircoLahetô, que desenvol-ve ações educativascom 150 crianças da

comunidade e assiste os idosos doAbrigo Serra da Areia, em Apa-recida de Goiânia, com um traba-lho que ajuda a instituição a pro-duzir para se sustentar.

NA PRÓPRIA CASAO trabalho de responsabilidade

social se estende também aos cola-boradores, que têm, por exemplo, apossibilidade de solicitar uma bolsapara custeio de 70% de seus estu-

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20 MAIO/JUNHO 2 0 0 5

O Fórum Estadual de Preven- ção e Erradicação do Traba- lho Infantil em Goiás (Fepe-

ti-GO) realizou, no dia 8 de junho, noauditório do Sesi em Goiânia, o semi-nário Trabalho Infantil e Ações de En-frentamento a essa Problemática. Oevento fez parte das comemoraçõesdo Dia Mundial de Combate ao Tra-balho Infantil, 12 de junho, e teve porobjetivo discutir a situação do menor

Em defesa dodireito à infânciaSeminário reúne poder público, iniciativa privada e sociedade civil para debatersituação de crianças e adolescentes e propor ações contra o trabalho infantil

trabalhador e apresentar soluções paraque crianças e adolescentes tenhamseus direitos respeitados.

Durante o seminário, foi lançada acampanha Goiânia quer Feiras “Li-vres” do Trabalho Infantil, uma inicia-tiva da Delegacia Regional do Traba-lho em Goiás (DRT-GO), para reduziro número de menores em atividade nocomércio informal da cidade, princi-palmente nas feiras-livres, onde tra-

balham, geralmente, como carregado-res. A campanha pretende conscien-tizar e mobilizar a população contraessa forma de violência à infância,além de mapear e quantificar os me-nores em atividade em Goiânia.

Em âmbito nacional, já existem al-guns levantamentos sobre o númerode menores que trabalham. Estatísti-cas, ações estratégicas e resultadosdas iniciativas até agora implementa-

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21G O I Á S I N D U S T R I A L

das com o objetivo de extinguir a mão-de-obra mirim foram apresentados noseminário, pela presidente do FórumNacional de Prevenção e Erradicaçãodo Trabalho Infantil, Isa Maria Olivei-ra, e pela representante da Coorde-nação Nacional do Programa de Er-radicação do Trabalho Infantil (Peti),Cilene Braga Lins, do Ministério doDesenvolvimento Social.

Considera-se trabalho infantil todaatividade econômica e/ou de sobre-vivência, com ou sem finalidade delucro, remunerada ou não, realizadapor crianças e adolescentes até 16anos, excetuando-se a atividade deaprendiz, desenvolvida a partir dos 14anos. De acordo com a PesquisaNacional de Amostra por Domicíli-os (Pnad/IBGE), entre 1995 e 2003,a mão-de-obra infantil diminuiu47,5% no País. Isso significa que2,4 milhões de crianças e adoles-centes, de 5 a 15 anos, deixaramde trabalhar nesse período.

Os dados demonstram, no entan-to, que mais da metade deles conti-nua trabalhando e que, apesar da le-gislação avançada de proteção aomenor, garantida pela ConstituiçãoFederal e pelo Estatuto da Criança eAdolescente (ECA), muitos perma-necem sem o direito à infância. Alémdisso, às velhas formas de explora-ção da mão-de-obra infantil, em ati-vidades agrícolas, mineradoras, do-mésticas e do comércio informal, so-mam-se o envolvimento dos jovenscom o narcotráfico e com a prostitui-ção, além da situação de famílias quesobrevivem do lixo urbano.

Para a preside nte do Fórum, mu-dar essa realidade depende de pro-funda transformação nos valoresculturais “As pessoas estão acostu-madas a pensar que é melhor a cri-ança trabalhar do que ficar à toa.

Criança não tem que trabalhar, nemficar à toa. Tem que estar na esco-la. É a escola que contribui para aformação do caráter e o pleno exer-cício da cidadania”, diz. Isa defen-de a implantação da escola em tem-po integral, principalmente nas áre-as mais pobres.

Além de nova política de educa-ção, a presidente do Fórum Nacio-nal diz que a integração de políticaspúblicas e a inclusão da família sãoprimordiais para que qualquer açãode combate ao trabalho infantilseja efetiva. “É preciso dar empre-go aos adultos, para que eles te-nham condições de criar seus fi-lhos com dignidade”, opina.

EMPREGO DOMÉSTICOEm Goiás, de acordo com infor-

mações da procuradora Regional doTrabalho, Jane Araújo Vilani, cerca de85 mil crianças de até 15 anos, ou seja,abaixo da idade mínima permitida paraa admissão no trabalho, têm algum tipode ocupação. “A Região Metropolita-na de Goiânia e os municípios do En-torno de Brasília são os locais ondeencontramos o maior número de cri-anças trabalhando”, denuncia.

O Fórum Nacional é um espaço de permanente articulação emobilização em defesa da criança e do adolescente trabalhador. Reúnerepresentantes do governo federal, dos trabalhadores, dos empregado-res e entidades da sociedade civil (ONG s) e tem o apoio de instânciasdo poder público, dos operadores de direito, da Organização Internaci-onal do Trabalho (OIT) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância(Unicef).

A partir da efetivação do Fórum Nacional, foram criados os FórunsEstaduais e do Distrito Federal, possibilitando a adequação das ações àrealidade de cada Estado brasileiro e, com isso, a consolidação de umaRede Nacional de Combate ao Trabalho Infantil. A Federação das Indús-trias do Estado de Goiás (Fieg) é uma das entidades-membro do Fórumde Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, e promove ações paraconscientizar o setor sobre a gravidade do problema e inibir a utilizaçãode menores no processo produtivo do Estado.

Uma das formas mais comuns deaproveitamento da mão-de-obra in-fantil no Estado é a condição de em-pregado doméstico. “As crianças sãolevadas para as casas de família, ondesupostamente seriam tratadas comofilhos de criação, e acabam trabalhan-do em troca de roupas, alimento emoradia”, explica. Segundo a procu-radora, essas crianças, na maiorianão freqüentam a escola, porque nãotêm tempo ou porque ficam tão can-sadas que não conseguem estudar.“As que estudam apresentam enor-me defasagem entre a idade e a sé-rie que cursam”, diz.

Nos últimos dois anos, o Minis-tério Público do Trabalho, por meioda Procuradoria Regional do Tra-balho, vem desenvolvendo campa-nhas de conscientização e mobili-zação social para que as famíliasfinalmente entendam que o traba-lho infantil doméstico, embora sejauma prática comum, é tão prejudi-cial à criança quanto qualquer ou-tra forma de trabalho. As tarefasexecutadas são em geral inadequa-das à idade, à condição física e in-telectual dos jovens, o que com-promete a sua formação.

TRABALHO INFANTIL

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22 MAIO/JUNHO 2 0 0 5

Em um momento crucial paraa definição dos rumos que asmicro empresas irão assumir

no Brasil, quando a Lei Geral das Mi-cro e Pequenas e Empresas está sen-do votada no Congresso, os empresá-rios goianos ganham um importante ali-ado: o Conselho Temático da Micro ePequena Empresa (CTMPE), criadopela Federação das Indústrias do Es-tado de Goiás (Fieg). O novo conse-lho é presidido pelo empresário Hum-

berto Rodrigues de Oliveira, que as-sumiu o cargo no dia 6 de junho, du-rante reunião da diretoria.

O objetivo do CTMPE é promoverações permanentes que propiciem ocrescimento e fortalecimento de microe pequenas empresas goianas. Nesseprimeiro momento, porém, o foco deatenção do conselho está voltado paraas articulações em torno da aprova-ção, no Congresso, da Lei Geral dasMicro e Pequenas Empresas.

“Hoje, a nossa grande bandeiraé transformar o discurso em práti-ca. Todo mundo sabe da importân-cia das micro e pequenas empresaspara o País, mas pouco se faz paraque o segmento receba tratamen-to condizente com sua importân-cia. Na prática, nada acontece”,avalia o presidente do Conselho.

A Lei Geral das Micro e Peque-nas Empresas, cuja elaboração tema participação do Sebrae e apoio da

A vez da micro empresaFieg cria Conselho Temático da Micro e Pequena Empresa parapromover avanços na legislação e estimular o crescimento do setor

Humberto toma posse e conclama indústria para união em torno da aprovação da Lei das Micro e Pequenas Empresas

CONSELHO TEMÁTICO

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Confederação Nacional das Indústria(CNI), prevê tratamento jurídico di-ferenciado, simplificado e favoreci-do nos campos administrativo, tribu-tário, previdenciário, trabalhista e deconcessão de crédito para o setor.

Entre as modificações propostaspela nova legislação, destacam-se adesburocratização no processo deabertura e fechamento de micro epequenas empresas, o aumento daalíquota para benefício do Simples ea unificação dos impostos federal,estadual e municipal.

“Todas essas medidas são de im-portância vital para o segmento. Va-mos trabalhar firmemente para quea lei seja aprovada no menor espa-ço de tempo possível”, garanteHumberto de Oliveira.

MOBILIZAÇÃO NACIONALAs articulações do CTMPE para

que a aprovação aconteça até o fi-nal deste ano estão centradas na mo-bilização e conscientização de par-lamentares, a fim de que eles pos-sam agilizar o processo.

A primeira ação do Conselho ocor-reu no último dia 8 de junho, quandoorganizou, juntamente com o Sebrae,uma caravana de empresários que sedeslocou de Goiânia a Brasília, para par-ticipar de manifestação nacional em de-fesa da aprovação da lei. O presidenteda Fieg, Paulo Afonso Ferreira, partici-pou da comitiva e observou que asações de mobilização do Le-gislativo continuam em Goiás.

“Já solicitamos oficial-mente a realização de audi-ência pública junto à Assem-bléia Legislativa para discu-tir a questão, apresentandoaos nossos parlamentares, deforma clara e didática, o con-teúdo da lei. Faremos o mes-mo junto à Câmara”, anun-ciou o presidente.

Segundo Paulo Afonso, “aaprovação depende muito docomprometimento de nossosrepresentantes no Legislati-vo”. Em razão disso, tam-bém estão na pauta doCTMPE contatos com par-

Quem integra o ConselhoTemático da Micro e PequenaEmpresa

Abílio Pereira Soares Júnior,Alberto Elias Lustosa, Alberto VieiraSoares, Aldrovando Castro Júnior,Edmar Sabino Neves, Frederico M.Evangelista, Geraldo José de MouraFilho, Hélio Rodrigues de Almeida,Humberto Rodrigues de Oliveira, JoséAugustinho Nascimento Fogliatto,José de Abreu Torres, José InácioCaliman, José Roberto Pereira da Sil-va, Luis Antônio Vessani, Ney Geral-do Borges, Sávio Cruvinel Câmara,Valéria Mastrela de Freitas.

Comboio de ônibus chega a Brasília com empresários: mobilização

lamentares da bancada federal, a fimde que, ao votar a lei, eles estejammais bem informados sobre ela e osimpactos positivos que gerará não sópara as micro e pequenas empresas,mas para toda a sociedade.

“Com a aprovação, haverá au-mento na formalização do setor,gerando maior arrecadação aoscofres públicos, mais emprego emelhor distribuição de renda”,prevê Humberto de Oliveira.Embora os trabalhos do CTMPEestejam focados na aprovação dalei, o presidente do Conselho adi-anta que as ações da entidadenão se limitam a ela.

“O próximo passo será pro-mover ações, por meio de con-sultorias, para disseminar entreas micro e pequenas empresas deGoiás os conceitos do Programade Prevenção de Risco de Aci-dente de Trabalho (PPRA) e doPrograma de Controle Médico eSaúde Ocupacional (PCNCO),exigências do governo federal”,avisa o presidente.

CONSELHO TEMÁTICO

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MARCA EMPRESARIALMARCA EMPRESARIALMÁRGARA MORAIS

TROCANDOEXPERÊNCIAS

Simone Saisse, coordenadorada Unidade de Relações doTrabalho e DesenvolvimentoAssociativo da ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI),esteve em Goiânia onde se reuniu,em junho, com a equipe técnicada Fieg. Segundo ela, o propósitoda visita foi o de estreitar aindamais o relacionamento entre aCNI e a Fieg, discutir sobrepontos polêmicos das ReformasSindical e Trabalhista, além detrocar experiências positivasdesenvolvidas pelas duas institui-ções.

PRÊMIO PARA A IMPRENSAEstá aberto, desde 1º de janeiro

até 20 de outubro de 2005, operíodo de publicação de trabalhosjornalísticos (reportagens, cobertu-ra seqüenciada de eventos ecadernos especiais) para concorrerao 1º Prêmio Sistema Fieg deJornalismo 2005, nas categoriasjornalismo impresso, radiojornalis-mo e telejornalismo. O prêmio visaincentivar a produção de reporta-gens e a divulgação de informa-ções sobre o desenvolvimentoindustrial goiano. Mais informa-ções na Assessoria de Comunica-ção do Sistema Fieg, pelos telefo-nes (62) 219-1467/1468 e no sitewww.fieg.org.br

DESEMPENHORECONHECIDO

Wilson Oliveira e Mariadas Graças, em um dos mui-tos encontros promovidospela Fieg. Ele está entre osagraciados pelo Governo doEstado com a Comenda daOrdem do Mérito Anhan-guera. É o reconhecimentoà sua atuação como líderclassista em Anápolis.

CONSCIÊNCIAAMBIENTAL

A Fieg reuniu os presidentes desindicatos na cidade de Aruanã, nofinal de julho, para a 9ª Semana doMeio Ambiente. Um dos objetivosdo evento é desenvolver a consci-ência do empresário para a ques-tão ambiental. A programação con-tou com palestras sobre usos e con-flitos da água, pelo técnico ambi-entalista Harlen Inácio dos Santos,e as várias faces da mudança nomeio empresarial, pelo consultorde empresas Homero Reis, alémda tradicional caminhada ecológi-ca pela cidade.

FEIRA ESPERADAAs últimas novidades em produ-

tos, equipamentos e serviços volta-dos para os processos de industriali-zação de alimentos estarão na IVFeira de Fornecedores e AtualizaçãoTecnológica da Indústria de Alimen-tação (FFATIA) que acontece esteano de 25 a 28 de outubro, no Centrode Convenções de Goiânia. Trêseventos simultâneos já estão confir-mados: o III Encontro de Tecnologiade Alimentos do Centro-Oeste (Etal-co), o Circuito Brasileiro de Bebidase o Simpósio do Açúcar e do Álcool.A feira deverá reunir 200 exposito-res e atrair mais de 20 mil visitantes.As projeções de negócios estão naordem de R$ 200 milhões. O sitewww.ffatia.com.br traz mais infor-mações sobre a FFATIA que esteano, novamente, terá a revista Goi-ás Industrial como parceira na di-vulgação do seu catálogo oficial.

COMPROMISSO FECHADOO governo do Estado, por meio da Secretaria da Indústria e Co-

mércio, iniciou as obras de infra-estrutura do pólo Agroindustrial deGoianira. O presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados noEstado de Goiás (Sindicalce), Flávio Ferrari, diz que a obra é aguar-dada com ansiedade pelos empresários do setor. Não é para menos,além de ser uma vitrine para o produto goiano a conclusão das obrasajudará a imprimir um novo ritmo às indústrias ali instaladas, 14, só nosetor de calçados.

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MARCA EMPRESARIAL

EVENTOCONCORRIDO

Paulo Afonso Ferreira,presidente da Fieg envioucorrespondência para diver-sos segmentos convidandopara a solenidade de entregada Comenda da Ordem doMérito Anhanguera, a maisalta condecoração do Estado,aos seguintes diretores daCasa: Waldyr O’Dwyer,Pedro Alves de Oliveira,Wilson Oliveira, Hélio Naves,João Essado, FredericoMartins Evangelista, JovianoTeixeira Jardim e DomingosVilefort Orzil e ao colabora-dor jornalista Jávier Godinho.A solenidade de outorga foipresidida pelo governadorMarconi Perillo e aconteceudurante a transferência dosPoderes Executivo, Legislati-vo e Judiciário para a Cidadede Goiás, no final de julho.

JOGOS DA CONSTRUÇÃOCom o apoio do Sesi, o Sindicato

da Indústria da Construção (Sindus-con) realiza os Jogos da Construção2005, que irá acontecer de 10 desetembro a 8 de outubro, no ClubeFerreira Pacheco. As empresas in-teressadas em participar já podemse inscrever. Mais informações nosindicato, fone (62) 3095-5155.

SIMPLES E RÁPIDOA Fieg vem informatizando

seus procedimentos e condutaspara prestar um atendimento cadavez melhor aos usuários. Agora,os certificados de origem para ex-portação e declaração de livrevenda são emitidos rapidamentepelo Centro Internacional de Ne-gócios da Fieg, e as taxas, cobra-das para a expedição dos docu-mentos, poderão ser pagas na pró-pria tesouraria da instituição, no an-dar térreo, visando facilitar aindamais esse serviço. Informações nofone (62) 219-1421.

VISITA IMPORTANTEArmando Monteiro Neto, presi-

dente da Confederação Nacional daIndústria (CNI) visita Catalão e falasobre política industrial, a convite daOrganização Jaime Câmara. Oevento aconteceu dia 3 de agosto,dentro do projeto Agenda Goiás, econtou com o apoio da Fieg, quecedeu as instalações da unidade doSenai para receber empresários,políticos e jornalistas. Na ocasiãoforam discutidas as potêncialidadese os desafios regionais, visando ace-lerar o processo de industrialização emodernização da produção agrope-cuária. Acompanhado do presidenteda Fieg, Paulo Afonso Ferreira, osparticipantes visitaram a Mitsubishi ea Copebrás. A Fieg também partici-pou da terceira etapa do projeto, emItunbiara, representada pelo seu vice-presidente, Wilson de Oliveira. Paraele, que também preside a Associa-ção Comercial e Industrial de Aná-polis, o Agenda Goiás representa umagrande ponte para o desenvolvimen-to econômico do Estado.

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Ainstabilidade do merca-do interno, que alterna pe-ríodos de avanço e retra-

ção de consumo, sinaliza para anecessidade cada vez maior de seganhar espaço lá fora. Exportaré o caminho para micro e peque-nas empresas que têm como metao crescimento. Eventos e feirasinternacionais são importantes vi-trines e têm sido decisivos paraincluir o segmento na rota do co-mércio internacional.

Além a oportunidade de divul-gar seus produtos, esses eventospermitem que micro e pequenosempresários se informem sobre aspolíticas, ações e estrutura do co-mércio exterior, bem como conhe-çam instrumentos de apoio e estí-mulo, como financiamentos, re-gras e mecanismo de intercâmbiocomercial. Todos esses aspectossão fundamentais para que os em-presários sintam-se seguros nahora de exportar.

Entre maio e julho deste ano,eventos de grande porte, destina-dos a fomentar o comércio inter-nacional, movimentaram o setorde exportação de micro e peque-nas empresas goianas.

A 95ª edição do Encontro de Co-mércio Exterior (Encomex), mobili-zou os empresários. O envento foipromovido pelo Ministério do Desen-volvimento, Indústria e ComércioExterior (MDCI), Agência de Pro-moção de Exportações do Brasil

Eventos internacionais são vitrine e oportunidade de bonsnegócios para micro e pequenas empresas goianas

Para além das fronteiras

Ferrari: “Precisamos de alternativas para compensar o alto custo do produto nacional”

EXPORTAÇÂO

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27G O I Á S I N D U S T R I A L

EXPORTAÇÂO

(Apex), em parceria com a Secre-taria de Estado de Comércio Ex-terior (Secomex) e entidades re-presentativas dos setores públicoe privado. “Foi uma ótima oportu-nidade para discutirmos sobre osproblemas que nos afetam e par-tirmos em busca de soluções”, dizo presidente do Sindicato das In-dústrias de Calçados no Estado deGoiás (Sindicalce), Flávio Ferrari.

Segundo ele, o maior desafiodo setor é buscar alternativaspara compensar o alto custo doproduto nacional. “Precisamos deum design inovador para agregarvalor à nossa mercadoria”, ava-lia. É “lançando moda” que eleespera fechar o ano com aumen-to de 10% nas exportações de cal-çados goianos, hoje, na casa dosUS$ 2,5 bi ao ano. “A meta é pas-sar dos US$ 3 bi”, revela.

Os industriais goianos estarãotambém part icipando da 37ªFRANCAL, de 19 a 22 de julho,em São Paulo.

CONTATOS E RESULTADOS Antes do Encomex, foi a vez

do Ubifrance e do Connect 2005abrirem caminhos para novos ex-portadores. Os dois eventos acon-teceram em Paris (França), nosdias 30 e 31 de maio, e de 1º a 3de junho, respectivamente. Emambos, o Sistema Fieg atuou comomediador e facilitador na forma-ção de parcerias internacionais,alianças estratégicas, transferên-cia de tecnologia, intercâmbio derecursos humanos, joint venturese acordos comerciais.

Desde 2001, a Fieg é creden-ciada pela Comunidade Econômi-ca Européia, no âmbito do Pro-grama Al-Invest, como um Euro-

centro de Cooperação Empresa-rial. Os eurocentros formam umarede de organizações latino-ame-ricanas, responsáveis pela promo-ção e organização de atividadesrelacionadas ao programa Al-In-vest, que incentiva a cooperaçãoentre empresas de pequeno emédio porte da União Européia eda America Latina.

logia em Couro e Calçados; o se-gundo, a criação do Pólo Dinâmi-co do Arranjo Produtivo Local doQuartzito de Pirenópolis; o tercei-ro, a comercialização de produtosde beleza da marca UOSH.

Outro evento importante parao setor foi a Fispal, uma das mai-ores feiras de alimentação e be-bida do mundo, que aconteceuentre os dias 4 e 6 de maio, emMiami, no Estado da Flórida(EUA). O evento é mais uma ini-ciativa de estímulo à inserção deprodutos alimentícios, equipa-mentos e embalagens, originári-os dos países latino-americanos,nos EUA e México.

Part iciparam da feira oitoempresas goianas, selecionadaspelo Conselho Temático de Co-mércio Exterior da Federaçãodas Indústrias do Estado de Goi-ás (Fieg). De acordo com Má-rio Menelez, gerente de Expor-tação do Grupo Imperial Indús-tria e Comércio de Bebidas Im-perial S/A, a feira foi uma ex-celente oportunidade para divul-gar os produtos da empresa e darinício a promissoras negocia-ções. “Temos dez projetos emandamento, envolvendo grandesempresas da América Central edos EUA”, informa.

Para a Dec Brasil, outra em-presa participante da feira, a Fis-pal já rende bons negócios. “Fi-zemos vários contatos valiosos.Até agora fechamos um contra-to de cerca de US$ 180 mil como México e outro está sendo ne-gociado com os EUA”, revelaCarlos Duarte, diretor comerci-al da empresa, que fabrica tan-ques em inox para processa-mento de alimentos.

Entre maio ejulho deste anograndes eventosmovimentaram asexportações dosetor calçadista

Enquanto o Connect se dedi-cou ao balanço das ações dos eu-rocentros e a traçar metas parainiciativas futuras, o Ubifranceteve como principal objetivo in-crementar o potencial de parce-rias empresariais e institucionaisentre Brasil e França, com a pro-moção de encontros bilaterais queincluíram rodadas de negócios epromoção de projetos industriais.

De acordo com a agente deComércio Exterior do Centro In-ternacional de Negócios (CIN)da Fieg, Johanna Guevara Mén-dez, a participação no Ubifrance“foi muito importante, já que oSistema Fieg, através do Euro-centro, participou com cinco pro-jetos”. Três deles foram aprova-dos pelas entidades francesas.

O primeiro projeto, em parce-ria com o Senai Goiás, prevê a ins-talação de um Centro de Tecno-

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A posse da nova diretoria doComitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Pon-

te, em maio, na Casa da Indús-tria, poderá ser um marco na po-lítica de gestão ambiental adota-da na região, que representa 10%de todo o território do Estado eabriga quase metade da popula-ção goiana. Presidido pelo enge-nheiro Marcos Correntino e ten-do na vice-presidência o empre-sário João Essado, presidente doSindicato das Indústrias de Cou-ro de Goiás (Sindicurtume), osnovos dirigentes pretendem agili-zar as ações de recuperação am-biental da bacia, que até então ca-minhavam a passos lentos em fun-ção da falta de articulação de ini-ciativas públicas e privadas e es-cassez de recursos.

Para Paulo Afonso Ferreira,presidente da Federação das In-dústr ias do Estado de Goiás(Fieg), é importante o comitê po-der contar com um representantedo setor industrial. “Essado deveráimprimir às ações a filosofia dodesenvolvimento sustentável, ouseja: conciliar o uso dos recursoscom a sua preservação, para quepossam ser utilizados pelas futu-ras gerações”. Além de presidentedo Sindicurtume, Essado é mem-bro de um dos conselhos temáti-cos da Fieg, o de Meio Ambiente.Ele fala de sua preocupação coma Bacia Hidrográfica do MeiaPonte, “já que é uma área de ex-

Nova diretoria do Comitê da Bacia Hidrográfica do Meia Ponte agiliza açõespara devolver ao rio um pouco do que lhe tomou a urbanização desarticulada

Promessas ao Meia Ponte

trema importância para a econo-mia do Estado”, justifica. A novadiretoria quer conscientizar os pre-feitos dos municípios localizadosna bacia e captar recursos juntoao governo do Estado para pro-mover mudanças no ambiente.Na opinião do vice-presidente, ostrabalhos do Comitê, criado ain-da em 2003, até hoje não deslan-charam em função do poucocomprometimento do poder públi-co e da escassez de verbas des-tinadas às iniciativas.

Como representante da Fieg,Essado destaca que o setor in-dustrial tem feito a sua parte. Elecita o próprio exemplo. A CentroCouros, de sua propriedade, lo-calizada no município de Inhu-

mas, repõe 70% da água quecapta para as suas atividades (vermatéria sobre a empresa napágina 17 ). Na opinião do em-presário, esse é um procedimen-to que deve ser adotado não sópelas indústrias coureiras, maspor todas que usam grandes quan-tidades de água. A criação daUsina de Tratamento de Esgotode Goiânia (ETE) foi extrema-mente benéfica para o Meia Pon-te, diz Essado, “pois o grande res-ponsável pela poluição do rio é acidade de Goiânia”. Ele acreditaque ações como o reflorestamen-to, por exemplo, são pouco incen-tivadas. “Você olha à volta doMeia Ponte e só vê barranco.Não tem árvores”, comenta.

Rio Meia Ponte: poluição compromete a qualidade de vida dos goianienses

BACIA HIDROGRÁGICA

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DADOS DO MEIA PONTEA Bacia Hidrográfica do Rio

Meia Ponte fica localizada noCentro-Sul de Goiás, abrange 38municípios e ocupa uma área deaproximadamente 12.180 km². Orio nasce no município de Itauçue percorre extensão aproximadade 471 km até desaguar no RioParanaíba, abaixo de CachoeiraDourada, na divisa com Minas Ge-rais. Toda a região às margens doMeia Ponte enfrenta sérios pro-blemas ambientais. Nas áreas ur-banas, a falta de saneamento bá-sico é o maior deles. Já nas áreasrurais, a preocupação é com aperda do solo devido ao manejoinadequado, uso indiscriminado deagrotóxicos, erosão, retirada deargila e areia, além das indústriasque usam o rio para despejar osdejetos da produção.

A ausência deuma política degestão ambientalefetiva e continu-ada para a regiãoe a falta de articu-lação entre o po-der público, o se-tor privado e a so-ciedade civil têmcontribuído paraacelerar o proces-so de degradaçãoda região.

Mudar essarealidade é o pa-pel do Comitê da Bacia Hidrográficado Meia Ponte. Cabe a ele coordenaras atividades dos agentes públicos eprivados, ONGs relacionadas aos re-cursos hídricos e usuários. Outro gran-de desafio é reverter o alto índice depoluição, causada pelo lançamento de

BACIA HIDROGRÁGICA

João Essado alerta para a falta de articulação entre poderpúblico, privado e sociedade

esgotos domésticos e industriais pelacontaminação via águas pluviais -que levam o lixo e os produtos utili-zados por postos de combustível, la-vajatos, depósitos inadequados de re-síduos sólidos e pelo uso de agrotó-xicos e fertilizantes sintéticos.

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Pratos elaborados com polpas,cascas e talos de frutas, verduras e

legumes, geralmente desperdiçados

O verdadeiro valorda auditoria

Afinalidade do controle dequalidade em qualquersegmento é garantir o al-

cance de indicadores e metas. Aauditoria, que se compõe de umconjunto de atividades para avali-ar o sistema de gestão de uma em-presa, é ferramenta fundamentalpara um exame constante dos pro-cedimentos estratégicos e opera-cionais. A auditoria é uma das for-mas de tirar fotografias da empre-sa, de verificar se o trabalho estásendo bem realizado, se o produtoatende ao cliente, ou, internamen-te, se há deficiências.

Como se trata de um processode controle e avaliação, que ao finalapresenta para a organização o es-tágio atual e o que pode ser mudadopara promover a cultura da melho-ria contínua da qualidade, há sem-pre um desafio associado à audito-ria: a agregação de valor, que dá uti-lidade aos resultados apurados.

A adoção de boas práticas téc-nicas e comportamentais se faz ne-cessária para tornar a auditoria útilà organização. Dessa forma, elaagrega valor quando fornece à altadireção informações sobre a capa-cidade da organização em alcançarseus objetivos estratégicos; quandose detectam problemas que, uma vezresolvidos, possibilitarão a melhoriado desempenho da organização; e

quando são identificadas oportunida-des de melhoria e áreas ou fatoresde risco. Ao agir desse modo, o au-ditor conquista a credibilidade parasi e para a própria auditoria, desen-volvendo a confiança quanto ao ní-vel da qualidade resultante.

Esse processo, no entanto, ne-cessita de planejamento, envolvi-mento de toda equipe e principal-mente aplicação dos resultados, poisa mecânica de se fazer auditoriahoje é bastante conhecida.

Para que o resultado da auditoriaseja produtivo, é necessário ainda queo auditor tenha competência para re-tratar exatamente como o sistema degestão da qualidade da empresa está,percebendo se existe ali dentro umacultura da qualidade já estruturada.Ele deve, portanto, se integrar à cul-tura de qualidade da organização, sejaela aberta ou fechada.

Como a auditoria se insere numambiente comportamental, algumasorientações podem ser seguidaspara que a atividade agregue valor.É preciso, pois, identificar não só onível de maturidade da cultura daqualidade na organização e do Sis-tema de Gestão da Qualidade(SGQ), mas avaliar o nível de con-formidade com a NBR ISO 9001.Assim, o bom resultado de uma au-ditoria dependerá do desenvolvimen-to do auditor e do perfil da empresa.Adotando tais procedimentos, asse-guram-se a aplicabilidade e eficiên-cia das recomendações do relatórioda auditoria, de modo que elas pos-sam ter validade no desenvolvimen-to do SGQ. Uma vez que, atualmen-te, a credibilidade das certificaçõesé vital para qualidade, a crescentecompetência de auditores e audita-dos torna-se imprescindível, assimcomo a existência de sistemas daqualidade realmente efetivos, comutilidade real para as organizações.

Telmo T RAVASSOS DE AZAMBUJA

Já não bastaimplementarauditorias. É

preciso apresentaràs empresas seus

resultados

Telmo Travassos de Azambuja é consultor e diretor executivo da Management Consulting Group (MCG)

ARTIGO

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Desenvolvimento humano,ética, relações de trabalho,meio ambiente e consumo

foram alguns dos temas discutidosdurante a Conferência Internacio-nal Ethos 2005 – Empresas e Res-ponsabilidade Social, realizada en-tre os dias 7 e 10 de junho no HotelTransamérica, em São Paulo. Oevento é um dos principais fórunsde discussão sobre a responsabili-dade social das empresas no Brasile, em sua sétima edição, deu des-taque especial às parcerias neces-sárias para a promoção de uma so-ciedade sustentável.

A participação da Federação dasIndústrias do Estado de Goiás (Fieg)

Boas práticas em debateConferência internacional reúne empresários, investidores, gestores que têm em menteum objetivo: fortalecer o movimento de responsabilidade social no Brasil

Marco Antônio da Emegê e Antônio Almeida da Kelps estão engajados na campanha

Jovens carentessão beneficiadospor campanha deinclusão digital

no encontro foi expressiva. Ao todo,13 representantes de empresas goi-anas, além de técnicos do SistemaFieg, acompanharam a conferência.

De acordo com opresidente do Conse-lho Temático de Res-ponsabilidade Socialda Fieg (CTRS), An-tônio de Sousa Almei-da (Editora Kelps), oevento é muito impor-tante para a consolidação de uma cul-tura de responsabilidade social noPaís. Ele lembra também que o en-volvimento da Federação é fundamen-tal para que os resultados das discus-sões realizadas durante o encontro se-

Democratização digital

A campanha de inclusão di-gital realizada pelo CTRS arre-cadou 25 computadores doadospelas empresas Emegê, EBMConstrutora e Belcar Cami-nhões. As máquinas foram enca-minhadas à equipe de suportetécnico em informática do Senaipara revisão das condições defuncionamento, troca de peçasdanificadas e manutenção. Nodia 1° de junho, os computado-res foram entregues ao Comitêpara Democratização daInformática de Goiás (CDI-GO),que os repassará a sete escolaspúblicas de Goiás.

jam disseminados em Goiás. “Tudo oque aprendemos lá divulgaremosaqui. Vamos conscientizar o empre-sariado de que, sem responsabilida-

de social, não existedesenvolvimento sus-tentável”, declara opresidente do CTRS.

O Conselho irápromover semináriose cursos de capaci-tação sobre as prá-

ticas de responsabilidade social. Paracomplementar esse trabalho, preten-de também criar, no segundo semes-tre de 2005, três novos núcleos doCTRS, nas cidades de Anápolis,Itumbiara e Rio Verde.

CAMPANHA

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Para facilitar a vida do trabalha-dor, a maioria dos serviços odon-tológicos preventivos e curativos

oferecidos pelo Sesi ocorre no pró-prio local de trabalho, para onde se des-locam as unidades móveis da institui-ção. O programa vem expandindo a co-bertura em serviços clínicos e é desen-volvido por meio de 18 unidades mó-veis, em consultórios fixos localizadosem centros de atividades em Goiânia,Anápolis, Catalão e Itumbiara, alémde gabinetes instalados em nove em-presas, situadas em cidades do interiordo Estado.

A previsão é de que, até o final des-te ano, sejam realizados mais de 46 milatendimentos, entre serviços de profi-laxia, obturação, amálgama, resina,nuva fill, endodontia, prótese, exodon-tia, limpeza de tártaro, polimento, apli-cação de flúor, curativos, emergênciae tratamento de canal.

Além dos tratamentos e consultas,são promovidas atividades preventivase educativas sobre a importância dapreservação de uma boa saúde bucal.Uma dessas ações foi desenvolvida naempresa Arroz Lagoinha durante omês de maio. Ao todo, 43 funcionáriosreceberam tratamento profilático e pas-saram por operações de obturação eextração. Quem necessitava de trata-mento de canal ou mesmo de implan-tes foi encaminhado ao consultório fixodo Sesi, na Vila Nova. Para Pedro Al-ves de Oliveira, diretor da empresa, otrabalho superou as expectativas. “Osfuncionários sentem-se mais valoriza-dos e a imediata satisfação pode ser

Investir na saúde bucal dos trabalhadores resulta em satisfação e eleva a produtividadeda empresa. Sesi amplia cobertura e leva serviço ao ambiente de trabalho

notada no relacionamento interpesso-al, bem como no desempenho profissi-onal”, afirma.

Atendimentos odontológicos tam-bém foram oferecidos aos funcionári-os da Goiás Carne, em Senador Cane-do, a 18 quilômetros de Goiânia. Deacordo com Fernando Bezerra, geren-te de Recursos Humanos, o serviçorealizado na unidade itinerante do Sesi,é de extrema importância e gera re-sultados facilmente identificados. Elepercebeu, por exemplo, que muitos fun-cionários não se sentem mais envergo-nhados por causa dos dentes e que fi-caram mais motivados para o trabalho.

Manoel Ribeiro de Sousa, contra-tado há um ano e oito meses, lotadono setor de desossa do frigorífico, jáfez profilaxia e algumas obturações.“Achei muito bom ser atendido aqui

mesmo na empresa. Nas palestrasaprendi os cuidados que devemos tercom os dentes, inclusive o modo cor-reto de escovação. Moro bem pró-ximo daqui, em Senador Canedo, equando for possível trarei minha es-posa e filho para usufruírem tambémdesse benefício”, diz.

Da mesma forma, a funcionáriado Departamento de Pessoal AlicePrado elogiou o atendimento e lem-brou que as orientações que prece-deram ao tratamento foram essen-ciais para ela cultivar, diariamente,os cuidados com os dentes e aboca. Ela achou prático não ter dese deslocar do trabalho, caso con-trário seria necessário recorrer àsunidades do Sesi em Goiânia, quan-do gastaria pelo menos um turnodo expediente de trabalho.

Sorriso renovado

Dentista Ricardo Nasar e o funcionário Manoel Ribeiro. Atendimento é feito na empresa

SAÚDE BUCAL

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Desenvolvido em Goiás hásete anos, o ProgramaAdul-to em Exercício be-

neficia atualmente 611 pessoas,sendo executado nas unidades deGoiânia, Anápolis, Aparecida deGoiânia, Itumbiara e Catalão. Ainiciativa consiste em oferecer aosindustriários e à comunidade em ge-ral uma série de atividades físicas,esportivas, culturais e sociais. Seuprincipal objetivo é fazer com quepessoas sedentárias ou que têm umritmo intenso de trabalho recuperemsua forma física, disposição para astarefas do dia-a-dia e auto-estima.

Conforme avaliações dos par-ticipantes, o programa tem contri-buído para a criação de melhoreshábitos, controle do estresse, dis-ciplina, liderança, espírito de equi-pe, diminuição de fatores de risco,como o alcoolismo, tabagismo, dro-gas, sedentarismo e obesidade.

Entre as atividades culturaisdesenvolvidas pelo programa, es-tão mostras, apresentações artís-ticas e excur-sões a pólosturísticos doEstado deGoiás, comoCaldas No-vas, Aruanã,Goiás e Pire-nópolis, e àscidades lito-râneas brasi-leiras. As ins-crições po-

Programa oferecido pelo Sesi melhora qualidade de vida e recupera disposição para otrabalho. Qualquer pessoa pode participar, basta inscrever-se

dem ser feitas em todas as unida-des do Sesi, a qualquer época doano, uma vez que a cada novo gru-po formado são abertas novas tur-mas. Para os industriários e seusdependentes, a mensalidade é deR$ 25,00. Já para os não-sócios, ovalor é de R$ 30,00.

A dona de casa Raimunda Bur-jack Costa, de 74 anos, é um exem-plo de quem já colhe resultadoscom a iniciativa. Há três anos, elavinha se sentindo estressada, nãodormia bem e às vezes não conse-guia superar problemas emocio-nais. “Minha vida ficou mais sau-dável e feliz. As atividades físi-cas e sociais me ajudaram a en-contrar outras pessoas e a en-frentar a solidão com mais facili-dade”, diz Raimunda.

Exercício faz bem

Raimunda Burjacksupera problemasemocionais e de

insônia comnatação: programaganha adeptos detodas as idades

Entre as modalidades ofereci-das, estão musculação, natação,hidroginástica, yoga, alongamen-to e ginástica localizada. São pro-movidas ainda caminhadas e ou-tras atividades de interesse dosgrupos, sempre com o acompa-nhamento de profissionais de edu-cação física. Durante os encon-tros os grupos comemoram ani-versários, assistem a palestras,participam de gincanas, festas tí-picas, exibição de filmes e bailescom dança de salão. De acordocom a gerente de Lazer do Sesi,Aida Inácio, o Adulto em Exercí-cio mostra que tempo livre não sig-nifica tempo ocioso. “Independen-temente da faixa etária, a práticade exercícios e do lazer deve fa-zer parte da vida”, diz.

ATIVIDADE FÍSICA

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O mural em pintura acrílicasobre reboco, estampadona parede do salão de fes-

tas do Clube Antônio Ferreira Pa-checo em Goiânia, desde a suainauguração em 1968, foi total-mente restaurado pelo seu pró-prio autor, o artista DJ Oliveira.A obra, com 14,20 metros decomprimento e 3,20 metros de al-tura, revela grande percepção darealidade da época e a evoluçãofuturista do processo de produ-ção de serviços e bens primári-os. Valores socioeconômicos,principalmente ligados ao setoragropecuário, bem como ferra-mentas utilizadas em laticínios,frigoríficos, transporte, fabrica-ção de couro, confecção de ves-tuários e construção civil foramretratados nesse painel.

A obra foi realizada a pedidodo então diretor Regional do Sesi,José Aquino Porto, que contratouna época o jovem artista paulista-no. Contextualizando os temas da

década de 60, DJ Oliveira repre-sentou, à esquerda do painel, umferreiro, que faz uso de polias e bar-ras de ferro forjadas ao fogo. A fi-gura demonstra claramente o inícioda industrialização em Goiás. Dooutro lado, o artista retratou um agri-cultor, com ferramentas rústicas namão, simbolizando o valor da agri-cultura. Já ao centro, apresentou asimbiose entre a indústria e a agri-cultura, caracterizando uma novaordem nas rela-ções do mundodo trabalho.

Graças a talcomposição, aobra é até hojecapaz de inspi-rar reflexõessobre a predo-minância de in-vestimentos naárea social egrandes mu-danças que ca-racterizam o

Obra de DJ Oliveira retrata processo industrial vivido por GoiásSesi restaura mural histórico

século XX. DJ Oliveira lembra tam-bém que procurou incluir no paineltemas de interesse do próprio Aqui-no Porto. “Para ele, a formação damão-de-obra profissional, alinhadacom os serviços nos campos daeducação, saúde e lazer, era umaconstante preocupação. Portanto,entre outras investigações do co-tidiano, procurei deixar também re-fletidos na obra muitos sonhosdele”, observa o artista.

A obra é restaurada por seu criador, o artista DJ Oliveira

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AVila Canaã e os bairros vizi- nhos foram beneficiados com a inauguração de uma ampla

e equipada sauna, dia 20 de junho.Para ter acesso, usuários e seus de-pendentes precisam apenas apresen-tar a carteira do Sesi. Já os não as-sociados pagam R$ 5,00. A sauna fun-ciona nos finais de semana e feriados,das 10 às 17 horas, e às quartas-fei-ras das 18 às 21 horas.

De acordo com a diretora da uni-dade, Antônia de Freitas Stecca, tra-ta-se de um espaço adequado para queos trabalhadores, após a jornada, pos-sam desfrutar de momentos de lazere repor as energias.

Para o diretor da siderúrgica Cen-tercom, José Alberto Milhomem, essanova opção de lazer oferecida pelo Sesicomprova sua missão de sempre pro-mover ações sociais. “Há mais de trêsdécadas assisto de perto à atuação dainstituição em favor dos industriários”,

Na semana de eventos em homenagem ao Dia da Indústria, a unidade do Sesi da VilaCanaã preparou uma surpresa: inaugurou uma sauna completa para a comunidade

Mente sã, corpo são

comenta. Segundo o gerente da Eter-nit, Lindenberg Cavalcante Guima-rães, diariamente os 137 funcionáriosda empresa são beneficiados com ini-ciativas promovidas pelo Sesi, comoginástica laboral, atendimento odonto-

Nilton Faleiros, Pedro Alves e Antônia Stecca inauguram sauna

lógico, campanhas de prevenção deacidentes e participação nas comemo-rações alusivas ao Dia do Trabalho eDia das Crianças. “Esses serviços en-cantam a história do Sesi dentro daEternit”, diz o gerente.

INAUGURAÇÃO

A décima edição do PrêmioSesi Qualidade no Trabalho(PSQT) recebeu inscrições de 25empresas, registrando aumentode 92,31% de participantes emrelação ao ano anterior. Realiza-do desde 1996, o prêmio é umreconhecimento público aos es-forços do empresariado industri-al brasileiro na adoção de medi-das que favoreçam a qualidadede vida do trabalhador. Com a

Prêmio Sesi de Qualidadeiniciativa, o Sesi estimula as em-presas a elevar sua produtivida-de e competitividade, por meiode ações que promovam a es-colaridade do trabalhador, suasaúde, recreação, cultura e lazer.

De acordo com a coordena-dora do prêmio em Goiás, So-lange Queija, cada participante,ao se propor a concorrer, já éconsiderado vencedor, pois é si-nal de que a empresa adota pro-

jetos que evidenciam sua res-ponsabilidade social.

A seleção dos inscritos seráfeita pelos próprios trabalhado-res e complementada por umavisita técnica do Sesi. Os nomesdas vencedoras da fase estadu-al serão revelados em setembro.As empresas selecionadas con-correrão à etapa nacional, pro-movida pela Confederação Na-cional da Indústria (CNI).

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Crachá de identificação, salário, carteira assinada, planode saúde. Com esses e ou-

tros direitos trabalhistas já garanti-dos, 42 adolescentes aprendizes,com idade entre 14 e 18 anos, vi-vem a expectativa de consolidaringresso no mercado de trabalho.A oportunidade está sendo ofere-cida pela Companhia Níquel To-cantins, do grupo Votorantin, emNiquelândia, Norte do Estado, a380 quilômetros de Goiânia.

Além da aprendizagem recebidapor meio do Senai, a possibilidade doprimeiro emprego motiva o grupo se-lecionado pela empresa. Ao todo,296 adolescentes se inscreverampara o programa e passaram por ver-dadeiro vestibular de cinco etapas.A Faculdade de Tecnologia Senai

Cidadaniamais cedoSenai qualifica 42 adolescentes para Níquel Tocantins.Jovens participam dos programas com entusiasmo dianteda perspectiva de emprego, formação e crescimento

Roberto Mange, em Anápolis, é res-ponsável pela execução do progra-ma da empresa. Foram formadasduas turmas de mecânica de ma-nutenção industrial e duas de ele-tricista de manutenção industrial,iniciadas no dia 1º de março. Oscursos são ministrados em umacasa alugada pela companhia. OSenai adaptou o ambiente e deslo-cou para lá vários equipamentos ne-cessários aos cursos. Até a unida-de móvel de ensino a distância foideslocada, para levar aulas de in-formática básica.

Os cursos são realizados dentroda Lei 10.097, que altera dispositi-vos da Consolidação das Leis do Tra-balho e determina que de 5% a 15%do número de empregados de umaempresa seja de aprendizes. De

acordo com al e g i s l a ç ã o ,aprendizagem éa formação téc-nico-profissio-nal compatívelcom o desenvol-vimento físico,moral, psicoló-gico e social domenor, caracte-rizada por ativi-dades teóricase práticas de-

senvolvidas no ambiente de traba-lho. O aprendiz também deve estarmatriculado e freqüentar a escola.

A psicóloga da Níquel Tocantins,Janice Maria Porfírio Alves, respon-sável pela supervisão dos adolescen-tes e que também participou do pro-cesso seletivo, explica que a com-panhia já possuía a cota mínima le-gal de aprendizes trabalhando ape-nas na área administrativa. No en-tanto, a empresa quis atingir a cotamáxima, expandindo o processo eabrindo vagas também em áreas téc-nicas. “Nossa interação com o Se-nai tem sido muito satisfatória e osprofessores têm agido como paispara os aprendizes. Nosso interes-se não é só formar o técnico, mas

TTTTTurmas de aprendizes deurmas de aprendizes deurmas de aprendizes deurmas de aprendizes deurmas de aprendizes demecânica e eletricidademecânica e eletricidademecânica e eletricidademecânica e eletricidademecânica e eletricidadede manutenção industrialde manutenção industrialde manutenção industrialde manutenção industrialde manutenção industrial

Instrutor Nathan Inácio orienta aprendizes de eletricidade

PROFISSÕES

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também o cidadão, que irá se so-bressair em qualquer área em quefor trabalhar”, afirma.

Enquanto o Senai planeja e or-ganiza o programa de aprendiza-gem, a empresa proporciona con-dições e recursos necessários à re-alização dos cursos e ainda promo-ve reuniões com os aprendizes, paise professores. Os alunos não têmnenhum tipo de gasto.

TEORIA E PRÁTICAA duração de cada curso é de

1.600 horas, divididas em fase es-colar e em atividades desenvolvidasem situações reais de trabalho. Fo-ram formadas ao todo quatro turmasque reúnem os aprendizes nos perí-

odos matutino e vespertino. Ao fi-nal, previsto para fevereiro de 2007,todos eles receberão certificado dequalificação profissional.

“Os alunos demonstram enormeentusiasmo pelo aprendizado, não fal-tam às aulas, são atenciosos e con-seguem realizar as atividades satis-fatoriamente. A animação é tama-nha que a primeira peça que produ-ziram no curso de mecânica demanutenção industrial deram aos paisde presente”, conta o instrutor de me-cânica, Jerson Gabriel de Oliveira.

Uma das três alunas da turma demecânica do turno matutino, cujamaioria é de homens, Leilane dosSantos Ribeiro, de 15 anos, diz estarquebrando um tabu e se sente privi-

legiada por ter sido selecionada en-tre tantos concorrentes. “Mesmoque achem estranho uma mulher emum curso de mecânica, para mim nãohá diferença e também não tenho di-ficuldades no aprendizado. Minhamãe foi a pessoa que mais me in-centivou. Esta oportunidade é únicae muito importante para todos nós.Agora estou ansiosa por começar atrabalhar”, diz. Com poucos mesesde curso, ela pretende continuarseus estudos e se aperfeiçoar emdesenho técnico mecânico.

O instrutor de eletricidade Na-than Inácio da Costa conta que osparticipantes desenvolvem com fa-cilidade as atividades e que os paisfazem questão de acompanhar deperto o desempenho deles. “Os alu-nos já produziram quatro circuitoselétricos, inclusive as garotas. No iní-cio, eles também utilizavam softwa-res para simular estes circuitos”, diz.

“Somos privilegiados por estaraqui. No início, as pessoas nos pa-ravam nas ruas para perguntar queméramos e o que fazer para estudarno Senai. Eu gosto muito de elétricae nem acredito que estou receben-do para estudar”, afirma TarcísioNovaes da Costa, de 17 anos.

Tarcísio Novaes: “Nem acredito queestou recebendo para estudar”

PROFISSÕES

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Aimplantação da Minerado-ra Manacá, que vai explo-rar ouro e cobre em Alto

Horizonte, no Norte do Estado,mobiliza a população do municí-pio e dos vizinhos Campinorte eNova Iguaçu de Goiás. Cursos dequalificação na área da construçãooferecidos pelo Senai atraem mo-radores das cidades interessadosem ingressar no mercado de tra-balho e elevar a renda familiar.

Com previsão de começar aoperar em um ano, a mineradoraprecisa para sua construção de610 trabalhadores qualificados,demanda inicial para os meses de

PROFISSÕES

Senai qualifica 420 profissionais para construir mineradora em Alto Horizonte. A obraestá sendo um dos maiores empreendimentos na história do município e seus vizinhos

junho, julho e agosto. Diante danecessidade de mão-de-obra, aManacá procurou a prefeituramunicipal, que, por meio da Se-cretaria das Cidades do Estado deGoiás, recorreu ao Senai. A Fa-culdade de Tecnologia Senai Ro-berto Mange, em Anápolis, é res-ponsável pela realização e super-visão dos cursos.

A Manacá integra o grupo ca-nadense Yamana Golding, que jáexplora minérios em outros muni-cípios goianos. O início da cons-trução da mineradora deverá ocor-rer no próximo semestre e, em2006, será iniciada a exploração da

jazida. A Manacá prevê a extra-ção de 4 toneladas de ouro e 65mil toneladas de cobre por ano.

Tradicionais, porém de conteú-do atual, são oferecidos cursos dearmador de ferragens, pedreirobásico, ajudante de pedreiro, car-pinteiro de forma, soldador dearco elétrico, pintor de obras, ins-talador de água e esgoto, eletri-cista instalador predial e segu-rança no trabalho, ministradosgratuitamente à população. Dademanda inicial, 420 trabalhado-res das três cidades foram sele-cionados para a qualificação e jáiniciaram seus estudos.

Qualificar para construir

Curso de soldagem qualifica mão-de-obra local e dá empregoCurso de soldagem qualifica mão-de-obra local e dá empregoCurso de soldagem qualifica mão-de-obra local e dá empregoCurso de soldagem qualifica mão-de-obra local e dá empregoCurso de soldagem qualifica mão-de-obra local e dá emprego

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O coordenador da Minerado-ra Manacá, Ronaldo Sangiorge,afirma que o apoio e ensino doSenai tem sido fundamental. Eleadianta que, caso os trabalhado-res sejam efetivados, serão redi-recionados para outros tipos detreinamento, possivelmente tam-bém ministrados pelo Senai. “Osprofessores nos auxiliaram bas-tante. Agora, essas pessoas en-tendem por que precisam de qua-lificação. Além disso, o ensino doSenai os tem direcionado para apostura da empresa”, avalia.

COMUNIDADE MOTIVADAEnquanto aprendem, pedreiros

e ajudantes também exercitam acidadania. Com doações da prefei-tura e da mineradora, o canteirode obras dos alunos não é umamera simulação do processo deaprendizagem. Nas aulas práticas,eles estão construindo um posto desaúde, uma igreja e casas parapessoas carentes de Alto Horizon-te. A produção da carpintaria tam-bém já tem uma finalidade – ban-cos e móveis de igrejas.

Curso de soldagem

Pedreiro hámais de dezanos, Adão deDeus Cordeirodescobriu, pormeio do curso depedreiro básico,que necessitavaatualizar seusconhecimentos.“Neste cursopercebi que hámuito que apren-der ainda. Com otempo, as técni-cas vão se aper-feiçoando e nósficamos paratrás. Além disso, é um privilégio tero certificado do Senai”, afirma.

Nos cursos de carpinteiro de for-ma e soldagem, o entusiasmo é omesmo. A maioria dos alunos é for-mada por profissionais com mui-tos anos de trabalho, que aprende-ram seus ofícios na prática. Todosafirmam que os cursos têm reno-vado seus conhecimentos e que,com o certificado do Senai, mes-mo que não sejam efetivados pela

m i n e r a d o r a ,terão maioroportunidadede conseguiremprego.

“Eu não co-nhecia a nume-ração de pre-gos, não sabianada de teoria,de números. Éum privilégior e c e b e r m o sesses cursosna nossa cida-de. O certifica-do do Senai éum passo a

mais na vida da gente”, afirma An-tônio Donizete, que trabalha há 15anos com carpintaria.

O prefeito de Alto Horizonte, LuizBraga, diz que a vinda ao municípiode instrutores do Senai facilitou oprocesso de qualificação na cidade.“As pessoas daqui são sedentas poraprendizado, nesta região não há ins-tituições que ministrem cursos dequalificação. Ficamos imensamentegratos por recebermos o ensino aquina nossa cidade.”

Canteiro de obras do posto de saúde eAdão de Deus Cordeiro, pedreiro: “Tercurso do Senai é um privilégio”

Prefeito de Alto Horizonte, Luiz Braga:“Vinda de instrutores facilita qualificação”

PROFISSÕES

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O Instituto, que tem sede emGoiânia, já dispunha de es-critórios nas cidades de

Anápolis, Luziânia e Itumbiara. Aunidade de Rio Verde tem as con-dições necessárias para atender àdemanda do setor na região e pro-jetar as empresas lá situadas comoreferência em qualidade e gestãopara todo o Estado.

“Vamos oferecer técnicas mo-dernas gerenciais para o mundocompetitivo que temos hoje. Esta-

remos encaminhando os estudantespara as organizações, preparandoas empresas para a qualidade e ob-tenção do ISO 9000, organizandoos laboratórios na Rede Metrológi-ca Goiás e discutindo recursos degestão”, diz o superintendente doIEL, Paulo Galeno Paranhos.

A nova unidade foi recebidacom entusiasmo pela AssociaçãoComercial e Industrial de Rio Ver-de (ACIRV), parceira do instituto.O presidente da ACIRV, Oduval-

do Lopes Ferreira, acredita que o IELchegou em um momento histórico dacidade e considera o instituto parcei-ro ideal para suprir dois grandes gar-galos do setor empresarial: o ingres-so dos alunos no mercado de traba-lho e a dificuldade de relacionamen-to entre fornecedores e comprado-res da região. Para o prefeito da ci-dade, Paulo Roberto Cunha, a insta-lação do escritório é oportuna, pois omunicípio acaba de criar um distritoindustrial de pequenas empresas.

Instituto Euvaldo Lodi amplia rede de atendimento e leva programade estágio e de promoção da qualidade à Região Sudoeste

IEL chega a Rio Verde

Paulo Galeno, Paulo Roberto Cunha e Oduvaldo Lopes Ferreira na inauguração do escritório do IEL em Rio Verde

INAUGURAÇÃO

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FORMANDOTRABALHADORES

A instituição, que começou suasatividades com o processo de in-teração universidade-indústria, pormeio do programa de estágio, temadotado novas frentes de atuação.“O IEL ampliou suas ações, par-cerias e oferece programas e pro-jetos de capacitação empresarial,de apoio à gestão da qualidade, deinovação, empreendedorismo, for-mação de talentos e pesquisa”,enumera Paulo Galeno Paranhos.

Somente o programa de está-gio já colocou mais de 80 mil estu-dantes no mundo do trabalho. Porano, 9 mil alunos são encaminha-dos às empresas goianas.Além dos estágios, o IELpromove atividades estra-tégicas para os estudantes,ações e projetos com o ob-jetivo de melhor preparar ofuturo profissional. O pro-grama Universidade na In-dústria, por exemplo, per-mitiu que as instituições deensino conhecessem o per-fil e as qualificações pro-fissionais de que as empre-sas necessitam.

Convênio e cooperaçãotécnica também têm sidomantidos com o intuito deformar mão-de-obra espe-cializada para Goiás e pos-sibilitar aos alunos maioraproximação com o merca-do de trabalho. GustavoTeixeira, diretor comercialda LG Informática, revelaque foi por meio do IEL quea empresa estabeleceu re-lacionamento com as insti-tuições formadoras demão-de-obra especializada.

Outro programa que preparaprofissionais para o futuro é o Ges-tão de Talentos, que apoia o jovemdotado de potencial, oferecendo-lheformação dirigida, atendendo às ne-cessidades específicas da organi-zação solicitante. “O programacontribui para o desenvolvimentodas empresas e das pessoas. Acre-dito que o Estado e as empresastêm no Gestão de Talentos umaoportunidade ímpar de crescimen-to, avalia Edione Castro, sócio-pro-prietário da Termoeste.

Já a área de Consultoria emGestão Empresarial auxilia as em-presas na conquista de índices sa-tisfatórios de competitividade para

disputarem lugar no mundo globa-lizado. Ao atender às necessida-des identificadas no mercado, aconsultoria oferece serviços deacordo com a realidade de cadaempresa, proporcionando mudan-ças direcionadas.

Por meio do Programa de Qua-lificação de Fornecedores (PQF),o IEL atende à demanda das gran-des indústrias. O PQF prepara atu-almente 70 fornecedores de seg-mentos distintos e é desenvolvidoem Goiânia, Anápolis, Minaçu eItumbiara. A iniciativa vem contri-buindo para o crescimento sócio-econômico dos municípios, ao for-talecer cadeia produtiva.

Margareti Scarpelini,do Comitê Gestor doPQF e funcionária daCaramuru, em Itumbia-ra, diz que o programaestimula os fornecedo-res a conceberem a cul-tura da qualidade. “Paranossa empresa e demaiscompradoras da região,é importante ter a cer-teza de que a cadeia defornecimento estaráamparada nos requisitosde qualidade”.

Outro serviço ofere-cido pelo IEL está afetoa pesquisas, levanta-mentos e análise de da-dos para a tomada dedecisões empresariais.Um dos parceiros cons-tantes da instituição nes-se contexto é o Sebrae.“O IEL nos oferece umserviço de al t íssimaqualidade”, ressalta Gil-vane Felipe, superinten-dente do Sebrae.

Margareti Scarpelini: Margareti Scarpelini: Margareti Scarpelini: Margareti Scarpelini: Margareti Scarpelini: “Toda a cadeia de fornecedores deveestar amparada nos requisitos de qualidade”

INAUGURAÇÃO

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Incentivar o desenvolvimento tec- nológico dentro das micro e pe- quenas empresas é o objetivo

do Projeto Bitec (Bolsa de Inicia-ção Tecnológica), patrocinado na-cionalmente pelo Instituto Euval-do Lodi (IEL) em parceria com oSebrae, CNPq e Senai.

As bolsas, dirigidas a estudantesde todo País, têm aprovado e premi-ado projetos que agregam valor à ati-vidade empresarial, além de propor-cionar a participação da comunidadeacadêmica no setor industrial.

Alunos de instituições de ensino su-perior de Goiás, a exemplo de IrondesAlves Souza, de 26 anos, do Centro

Federal de Educação Tecnológica;Lélis Alves Júnior, de 21, da Universi-dade Católica de Goiás; e Mara Nú-bya de Souza, de 22, da UniversidadeEstadual de Goiás, foram destaquesno programa e premiados com o cur-so Empretec de capacitação empre-sarial, do Sebrae. Como os projetossão monitorados por um professor, oBitec premiou Sérgio Botelho de Oli-veira, orientador do melhor trabalho.

RESULTADOS PRÁTICOS A experiência tem trazido retorno

para as partes envolvidas no proces-so. Irondes Souza conseguiu empre-go na empresa em que desenvolveu o

Projeto Bitec conjuga conhecimento com a prática do mercado e distingue idéiasinovadoras, aplicadas com sucesso em micro e pequenas empresas de todo o País

Da universidadepara a indústria

projeto – Sistema de tratamento deágua por micro-processamento dacuba de eletrodos de cobre – e ain-da iniciou uma empresa de presta-ção de serviços. “Adquiri conheci-mentos específicos na área que pes-quisei. Esse projeto foi um salto naminha vida profissional.”

Mara Núbya diz que seu projeto– Avaliação e reestruturação do sis-tema de irrigação por microasper-são em ambiente fechado – lhe deucontato com a realidade do merca-do. A pesquisa também abriu hori-zontes para Lélis Júnior, que elabo-rou um plano de distribuição de pro-dutos de uma empresa de gênerosalimentícios naturais.

O projeto existe há quase dez anose seu foco é o desenvolvimento tecno-lógico. Segundo seu coordenador naci-onal, Ricardo Romero, “o Bitec é uminstrumento para que peguemos alunosbrilhantes e professores e os coloque-mos nas empresas para desenvolvertecnologia, seja melhoria de processo,tecnologia industrial básica, trabalharsoluções para necessidades técnicas,operacionais ou administrativas”. Paraeste ano, 501 projetos foram aprova-dos. De acordo com a coordenadorade Interação Escola-Empresa do IELGoiás, Maria Lúcia Macedo, a ins-tituição coordena outros 17 projetosde alunos universitários selecionadosna capital e no interior.

Lélis Junior, Sérgio Botelho, Irondes Souza, Maria Lúcia (IEL) e Mara Núbya exibema chancela dada pelo Sebrae aos projetos desenvolvidos em Goiás

IEL

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43G O I Á S I N D U S T R I A L 43G O I Á S I N D U S T R I A L

Os empresários goianos contam a partir de agora com impor- tante instrumento para acom-

panhar e participar do andamento deprojetos de leis que de algum modo afe-tam as atividades industriais. Trata-seda Agenda Legislativa da IndústriaGoiana 2005, lançada, no dia 29 de ju-nho, pela Federação das Indústrias doEstado de Goiás (Fieg). O aconteci-mento reuniu grande número de em-presários, representantes patronais ea maioria dos deputados que compõemo Legislativo estadual.

A publicação relaciona projetosque tramitam na Assembléia Legisla-tiva, propostos pelos próprios parla-mentares ou pelo Poder Executivo, quede algum modo interessam ao setorindustrial. Criada pela ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI), há dezanos, a Agenda já foi implantada nosEstados do Paraná, Distrito Federal eEspírito Santo e traz não só o textodos projetos, mas os pareceres fa-voráveis ou desfavoráveis a cadaum deles. Tais pareceres são ela-borados por uma equipe técnica eretratam o pensamento dos presi-dentes de sindicatos patronais daindústria e empresários.

Nesta primeira edição, figuram 19projetos de leis, organizados em deztemas: assuntos econômicos, tributári-os, infra-estrutura, meio ambiente, agro-negócio, comércio exterior, responsa-

Goiás ganha publicação que permite à indústria conhecer projetos de leis de seuinteresse e sugerir alterações. A iniciativa pode ser estendida ao Legislativo municipal

bilidade social, assuntos institucionais,ciência e tecnologia, e políticas regio-nais. Os temas abordados também fo-ram escolhidos pela Fieg, que irá va-ler-se da publicação para propor idéi-as e medidas de fomento à econo-mia goiana e registrar o posiciona-mento da indústria a respeito de pon-tos importantes e polêmicos.

Ao participar do lançamento daAgenda em Goiás, o presidente doConselho Temático de Assuntos Legis-lativos da CNI, Carlos Eduardo Morei-ra Ferreira, observou que “a Agenda éum instrumento que permite relaçãotransparente, dando aos empresárioscondição de acompanhar e influir nasdecisões”. Ele destacou ainda a impor-tância de as lideranças patronais e em-

presários acompanharem de perto oque se passa no Legislativo. “Só assimpodemos atuar com competência emprol do setor”, reforçou.

Para Paulo Afonso Ferreira, pre-sidente da Fieg, ao inspirar-se no mo-delo da CNI e criar seus próprios me-canismos de acompanhamento, “Goi-ás está de certo modo na frente dosoutros Estados”. Ele lembra tambémque, à medida que alguns projetos sãovotados e outros são submetidos àapreciação dos deputados e a publi-cação se torna desatualizada, a Fe-deração se mantém atenta, registran-do cada uma das etapas de tramita-ção, sempre recorrendo a ela comouma fonte de consulta, para adotarposicionamentos técnicos e políticos.

Relações às clarascom o poder

Carlos Eduardo Moreira e Paulo Afonso lançam Agenda Legislativa

AGENDA LEGISLATIVA

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44 MAIO/JUNHO 2 0 0 544 MAIO/JUNHO 2 0 0 5

Meio ambiente em pautaSuspensão de taxa indevida e o compromisso de prolongar prazo de validadeda licença ambiental foram saldo positivo do encontro promovido pela Fieg

Algumas demandas pendentesna área ambiental foram so-lucionadas em reunião coor-

denada pelo presidente da Federa-ção das Indústrias de Goiás (Fieg),Paulo Afonso Ferreira, entre repre-sentantes de sindicatos com o secre-tário de Meio Ambiente e RecursosHídricos, Aldo Arantes; o presiden-te da Agência Ambiental de Goiás,Osmar Pires; e diretores de órgãosda área. O encontro, realizado no dia23 de junho, na sede da federação,resultou na suspensão imediata detaxa de fiscalização ambiental co-brada irregularmente das micro-con-fecções. Acordo assinado entre oSindicato das Indústrias de Confec-ções de Roupas em Geral de Goiâ-nia (Sinroupas), a Associação Goia-na das Indústrias de Confecções eCorrelatas (Agicon) e a AgênciaAmbiental de Goiás estabelece queas indústrias filiadas a essas enti-dades, com faturamento anual igualou inferior a R$ 1.200.000,00, es-tarão isentas da taxa. As demaisempresas serão enquadradas namenor taxa vigente.

Frederico Evangelista, presiden-te do Sinroupas, explica que a isen-ção se deve ao baixo potencial po-luidor: “A taxa é cobrada pelas em-presas potencialmente poluidoras, oque não é o caso das micro empre-sas de confecção”. Segundo ele, amedida beneficiará mais de mil in-dústrias goianas. “O apoio da Fiegfoi fundamental para conseguirmosesta medida”, reconhece.

Problemas identificados pelosempresários com relação às políti-cas públicas na área ambiental fo-ram formalizados em documentoencaminhado há mais de três me-ses pela Fieg à Agência Ambiental.Dentre eles, estavam os relaciona-dos a medidas de desburocratiza-ção e agilidade nos processos de li-cenciamento, além de seu curtoprazo de validade. “Há indústriasque podem ter problemas com fi-nanciamentos, por demora naemissão da licença”, aponta o pre-sidente do Sindicato das Indústri-as Farmacêuticas de Goiás, Ivanda Glória Teixeira.

A validade da licença ambientalvaria conforme o tipo de enquadra-mento da indústria. Segundo reso-lução do Conselho Nacional deMeio Ambiente (Conama), a licen-

ça pode valer por até dez anos, fi-cando a critério das agências am-bientais estaduais legislarem sobreo prazo. Em Goiás, boa parte daslicenças tem validade de até doisanos. De acordo com Osmar Pires,a desburocratização, bem como adilatação do prazo, serão viáveis apartir da implantação do Sistema deGestão Ambiental (SGA), que setraduz na informatização de todosos procedimentos realizados pelaagência, o que deverá acontecerainda este ano, conforme planeja-do. Com isso, o presidente daAgência Ambiental assegurouque empresas como a Sama Mi-neração, certificada três vezescom a ISO 14001 de gestão am-biental, poderão fazer sua autofis-calização e obter licenciamentocom validade por até dez anos.

Presidentes de sindicatos se reúnem com autoridades da área ambiental

GIRO PELO SINDICATOS

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GIRO PELO SINDICATOS

Prêmio Aquino Porto

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simelgo) retoma no segun-do semestre o ciclo de palestras técnicas, iniciativa de sucesso implantada pela atual diretoria. Além deatrair o associado para dentro do sindicato, as palestras trazem informações que ajudam o empresário aadministrar sua empresa. A programação estará sendo divulgada no site www.simelgo.org.br e no Infor-mativo Simelgo, dirigido às empresas do setor.

As rochas ornamentais goianas foram destaque na Stone-Tec 2005, feira especializada que aconteceu em Nurem-berg (Alemanha). Seis contêineres foram comercializados como vendas experimentais, que significam 150 toneladaspara entrega em dois meses, representando cerca de 50 mil euros, o equivalente a R$ 150 mil. O foco principal doevento concentrou-se nas rochas processadas de formas simples, com pouca transformação industrial. “É o tipo dematerial processado pelos produtores de Pirenópolis e região”, explica o presidente do Sindicato das Indústrias deRochas Ornamentais do Estado de Goiás (Simagran), Luís Antônio Vessani, que participou do evento acompanhadodo representante da Cooperativa dos Produtores de Pedras de Pirenópolis (Coopedras), Newton Ferreira Neto. Deacordo com Vessani, o evento superou as expectativas dos goianos, que não imaginavam concretizar vendas comtanta rapidez. “Esperávamos conseguir encomendas e já voltamos com vendas”, comemora.

Ciclo de palestras

Pedras de Goiás em alta no exterior

O Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado de Goiás (Sigego), em parceria com o Sindicato das Empre-sas de Painéis, Outdoors, Mídia Exterior e Comunicação Visual no Estado de Goiás e o Sindicato das Agên-cias de Propaganda, lançou, no dia 30 de junho, o 1º Prêmio Aquino Porto de Criação e Produção Gráfica. Oprêmio contemplará peças gráficas produzidas no período compreendido entre 1º de janeiro de 2004 até oencerramento das inscrições, dia 31 de agosto, e terá três categorias: profissional, agência e estudante. Oregulamento está no site do sindicato: www.sigego.org.br

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ARTIGO

Também denominado psicoter-ror e coação moral, o assédiomoral é tão antigo quanto o

trabalho. Desde que o ser humanosentiu necessidade de vender sua mão-de-obra, passou a conviver com ironi-as, ofensas, mau humor de chefes.

A guerra psicológica no local detrabalho agrega dois fenômenos:o abuso de poder e a manipula-ção perversa de fatos e informa-ções. Caracteriza-se por humilha-ções constantes, exposição do tra-balhador ao ridículo, supervisãoexcessiva, críticas cegas, empo-brecimento de tarefas, sonegaçãode informações, repetidas perse-guições. Deteriora, sensivelmen-te, o ambiente do trabalho, comdiminuição de produtividade e in-cremento de acidentes.

O psicoterror causa danos emo-cionais e doenças psicossomáticas,como alterações do sono, distúrbi-os alimentares, diminuição da libi-do, aumento da pressão arterial,desânimo, insegurança, entre ou-tros. Também pode acarretar qua-dros de pânico e de depressão e,em casos extremos, até levar àmorte ou ao suicídio.

Estima-se que no Brasil pelomenos 40% dos trabalhadores so-freram violência moral. Muitos sãoos exemplos de assédio moral nasrelações de trabalho, dentre elesinstruções confusas e imprecisas,exigência de trabalhos urgentessem necessidade, críticas em pú-

SEBASTIÃO VIEIRA CAIXETA*

blico, transferência de setor como intuito de humilhar, privação detrabalho, depreciação das tarefasfeitas, marcação de tempo e devezes para ir ao banheiro, exigên-cia de desempenho acima da qua-lificação, submissão a tarefas in-feriores à função desempenhada,exigência de trabalhos complexosem tempo insuficiente, desrespei-to ou imposição de crenças religi-osas, filosóficas ou políticas.

Esse quadro é totalmente con-trário ao Direito. O ordenamentojurídico brasileiro funda-se na digni-

dade da pessoa humana e nos valo-res sociais do trabalho, que são fun-damentos da República Federativado Brasil. Constitui-se objetivo fun-damental do País a promoção do bemde todos, sem preconceitos de ori-gem, raça, sexo, cor, idade e quais-quer outras formas de discriminação.

Acima de tudo, tem o emprega-dor a obrigação de respeitar a perso-nalidade moral do empregado na suadignidade absoluta de pessoa huma-na. A tutela da dignidade moral dotrabalhador se manifesta em face dosatos relativos aos poderes de organi-zação e de controle da empresa. Comisso proíbem-se ingerências na liber-dade de consciência e de vontade, naintimidade, nos direitos fundamentaisdo empregado no trabalho.

O contrato de trabalho comporta,com absoluta primazia, a obrigaçãode respeitar a pessoa humana na suainteireza. As regras de proteção in-cidem no conteúdo do contrato de tra-balho e dele fazem parte, determinan-do uma série de direitos e obrigaçõespara ambas partes. A ofensa a taispreceitos autoriza a rescisão con-tratual pelo empregado ou peloempregador, além de causar da-nos morais indenizáveis.

A tutela do trabalhador se en-trelaça com sua essência e digni-dade humana. Jamais a subordina-ção jurídica pode ser interpretadacomo menosprezo do empregadoou consentimento para impor-lhehumilhações e constrangimentos.

Assédio moral no trabalho

Sebastião Vieira Caixeta é presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT)

O contrato detrabalhocomporta aobrigação derespeitar a

pessoa humanana sua inteireza

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SINDICATOS COM SEDE NA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS - FIEGAv. Anhanguera, nº 5.440, Edifício José Aquino Porto, Palácio da Indústria, Centro, Goiânia / GO, CEP 74043-010

SINDICATOS COM SEDE EM ANÁPOLISAv. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Jundiaí, Anápolis / GOCEP 75113-630 Fone/Fax (62) 3324-5768 / 3311-5565

e-mail: sind.industria@ terra.com.br

SINDICATOS COM SEDE EM OUTROS ENDEREÇOS

SINDICATOS FILIADOS À FIEG

SIAEGSindicato das Indústrias de Alimentação no Estadode GoiásPresidente: Sandro MabelFone (62) 3224-4253 Fax 3224-9226 - [email protected]

SIEEGSindicato das Indústrias Extrativas do Estado de Goiáse do Distrito FederalPresidente: Orlando Alves CarneiroFone (62) 3212-6092 Fax 3212-6092 - [email protected]

SIGEGOSindicato das Indústrias Gráficas no Estado de GoiásPresidente: Antônio de Sousa AlmeidaFone (62) 3223-6515 Fax 3225-4988 [email protected]

SIMELGOSindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas ede Material Elétrico do Estado de GoiásPresidente: Hélio NavesFone/Fax (62) 3224-4462 - [email protected]

SIMPLAGOSindicato das Indústrias de Material Plástico no Estadode GoiásPresidente: Jorge Luiz Biazuz MeisterFone (62) 3229-2427 Fax 3224-5405 [email protected]

SINCAFÉSindicato das Indústrias de Torrefação e Moagem de Caféno Estado de GoiásPresidente: Sávio Cruvinel CâmaraFone (62) 3212-7473 Fax 3212-5249 [email protected]

SINDAGOSindicato dos Areeiros do Estado de GoiásPresidente: Carlos Alberto DinizFone/Fax (62) 3224-5583

SINDIALFSindicato das Indústrias de Alfaiataria e ConfecçãodeRoupas para Homens no Estado de GoiásPresidente: Daniel VianaFone (62) 3223-2050

SINDIBRITASindicato das Indústrias Extrativas de Pedreiras do Estadode GO, TO e DFPresidente: Fábio RassiFone (62) 3224-9983 Fax 3223- 6667 - [email protected]

SINDICALCESindicato das Indústrias de Calçados no Estado de GoiásPresidente: Flávio FerrariFone (62) 3225-6412 Fax 3225-6402 - [email protected]

SINDICARNESindicato das Indústrias de Carnes e Derivados noEstado de Goiás e Distrito FederalPresidente: José Magno PatoFone/Fax (62) 3229-1187 e 3212-1521 - [email protected]

SIAGOSindicato das Indústrias do Arroz no Estado de GoiásPresidente: Pedro Alves de OliveiraRua T-45, n.º 60 - Setor Bueno - CEP 74210-160 - Goiânia - GOFone (62) 325l-3166 Fax 325l-3691- [email protected]

SIFAÇUCARSindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar do Estado de GoiásPresidente: Segundo Braoios MartinezPresidente Executivo: Igor Montenegro Celestino OttoRua C-236, nº 44 - Jardim América - CEP 74290-130 - Goiânia - GOFone (62) 3274-3133 Fax (62) 3251-1045

SIFAEGSindicato das Indústrias de Fabricação de Álcool no Estado de GoiásPresidente: Segundo Braoios MartinezPresidente Executivo: Igor Montenegro Celestino OttoRua C-236, nº 44 - Jardim América - CEP 74290-130 - Goiânia - GOFone (62) 3274-3133 (62) 3251-1045 - [email protected]

SIMAGRANSindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais do Estado de GoiásPresidente: Luís Antônio VessaniRua T-30, nº 2.105 - Setor Bueno - CEP 74215-060 - Goiânia - GOFone/Fax (62) 3285-7009 - [email protected]

SIMESGOSindicato da Indústria Metalúrgica, Mecânica e de Material Elétricodo Sudoeste GoianoPresidente: Eurípedes Felizardo NunesRua Costa Gomes, n 143 - Jardim Marconal - CEP 75901-550Rio Verde - GOFone/Fax (64) 3613-4810

SINROUPASSindicato das Indústrias de Confecções de Roupas em Geral de GoiâniaPresidente: Frederico Martins EvangelistaRua 1.137, nº 87 - Setor Marista - CEP 74180-160 - Goiânia - GOFone Fax (62) 3092-4477 - [email protected]

SINDUSCON-GOSindicato da Indústria da Construção no Estado de GoiásPresidente: Joviano Teixeira JardimRua João de Abreu, n.º 427 - Setor Oeste - CEP 74120-110 - Goiânia - GOFone (62) 3095-5155 Fax 3095-5176/5177 [email protected]

SIAASindicato das Indústrias da Alimentação de AnápolisPresidente: Wilson de Oliveira

SICMASindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário deAnápolisPresidente: Ubiratan da Silva Lopes

SIMEASindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de AnápolisPresidente: Elton de Teles Campos

SINCERAMSindicato das Indústrias de Cerâmica no Estado de GoiásPresidente: Laerte Simão

SIVASindicato das Indústrias do Vestuário de AnápolisPresidente: José Vieira Gomide Júnior

SINDICURTUMESindicato das Indústrias de Curtumes e Correlatos doEstado de GoiásPresidente: João EssadoFone (62) 3213-4900 Fax 3212-3970 - [email protected]

SINDIGESSOSindicato das Indústrias de Gesso, Decorações, Estuquese Ornatos do Estado de GoiásPresidente: José Luiz Martin AbuliFone (62) 3225-7888 - [email protected]

SINDILEITESindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de GoiásPresidente: César HelouFone (62) 3212-1135 Fax 3212-8885 - [email protected]

SINDIPÃOSindicato das Indústrias de Panificação e Confeitariano Estado de GoiásPresidente: Luiz Gonzaga de AlmeidaFone (62) 3225-1076 Fax 3225-1016 - [email protected]

SINDIREPASindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessóriosdo Estado de GoiásPresidente: Aldrovando Divino de Castro JúniorFone (62) 3224-0121 - [email protected]

SINDMÓVEISSindicato das Indústrias de Móveis e Artefatos deMadeira no Estado de GoiásPresidente: Carlos Alberto Vieira SoaresFone/Fax (62) 3224-7296 - [email protected]

SINDTRIGOSindicato dos Moinhos de Trigo da Região Centro-OestePresidente: Aluísio Quintanilha de BarrosPresidente em axercício: Marco Antônio BatistaFone (62) 3223-9703 - [email protected]

SININCEGSindicato das Indústrias de Calcário, Cal e Derivados noEstado de GoiásPresidente: Raimundo Viana DutraFone (62) 3223-6667 Fax 3224-9983 - [email protected]

SINPROCIMSindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estadode GoiásPresidente: Marley Antônio da RochaFone (62) 3224-0456 Fax 3224-0338 - [email protected]

SINQUIFARSindicato das Indústrias Químicas e Farmacêuticas noEstado de GoiásPresidente: Eduardo Cunha ZuppaniFone (62) 3212-3794 Fax 3225-0074 - [email protected]

SINVESTSindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de GoiásPresidente: Roberto Guimarães MendesFone/Fax (62) 3225-8933 - [email protected]

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