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ANO 32 - Nº 1.640 - R$ 2 - GOIÂNIA, 8 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 Nem Velho, nem Novo... Wisley Pereira, coordenador do Ensino Médio do Ministério da Educação Páginas 10 e 11 As condições sociais começam com educação de qualidade ENTREVISTA Mônica Salvador É tempo de mudança Apoios nacionais serão definidos em breve Disputa nacional sob alta pressão no 2º turno Página 3 Página 9 Páginas 4, 5, 6, 7, 8 e 9 LINHA DIRETA 17 X 13 APÓS QUASE 40 ANOS, RONALDO CAIADO (DEM) QUEBRA A POLARIZAÇÃO EXISTENTE ENTRE MDB E PSDB EM GOIÁS. MUDANÇAS DE RUMO TAMBÉM SÃO SENTIDAS NO SENADO, NA CÂMARA FEDERAL E NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

GOIÂNIA, 8 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 Nem Velho, nem Novotribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2018/10/... · 2018. 10. 9. · ANO 32 - Nº 1.640 - R$ 2 - GOIÂNIA, 8 A 14 DE

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  • ANO 32 - Nº 1.640 - R$ 2 - GOIÂNIA, 8 A 14 DE OUTUBRO DE 2018

    Nem Velho, nem Novo...

    Wisley Pereira, coordenador do Ensino Médio do Ministério da Educação

    Páginas 10 e 11

    As condições sociais começam com educação de qualidade

    ENTREVISTA

    Mônica Salvador

    É tempo de mudança

    Apoios nacionais serão defi nidos em breve

    Disputa nacional sob alta pressão no 2º turno

    Página 3 Página 9

    Páginas 4, 5, 6, 7, 8 e 9

    LINHA DIRETA 17 X 13

    APÓS QUASE 40 ANOS, RONALDO CAIADO (DEM) QUEBRA A POLARIZAÇÃO EXISTENTE ENTRE MDB E PSDB EM GOIÁS. MUDANÇAS DE RUMO TAMBÉM SÃO SENTIDAS NO SENADO, NA CÂMARA FEDERAL E NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

  • GOIÂNIA, 8 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br2

    Fundado em 7 de julho de 1986Editado e impresso por Rede de Notícia Planalto Ltda-ME - WSC Barbosa Jornalismo - ME

    Fundador e Diretor-Presidente Sebastião Barbosa da Silva [email protected] de Produção Cleyton Ataídes Barbosa [email protected]

    EditoresFagner Pinho [email protected] [email protected] Manoel Messias Rodrigues (Escola)[email protected]

    Repórteres Fabiola [email protected]

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    Projeto Gráfi co e DiagramaçãoMaykell Guimarã[email protected]

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    www.tribunadoplanalto.com.br facebook @TribunadoPlanalto

    Caro leitor, envie sugestões de pautas, críticas, artig os e textos para serem avaliados e publicados.

    Ajude-nos a fazer a TRIBUNA DO PLANALTO em sintonia com você. Escreva para: [email protected]

    CARTA AO LEITOR

    A história anda a passos lentos, quase imperceptíveis, porém há momentos de ruptura, semelhantes ao nascimento de um novo fi lho, gestado por nove meses, mas que inexoravelmente precisa separar-se da ligação umbilical com a mãe. Na história política de Goiás, nos últimos 50 anos, esses momentos remontavam à eleição de Iris Rezende a governador, navegando nos ventos da redemocratização do país, no início da década de 1980, e à superação do irismo, em 1998, com a vitória de Marconi Perillo ao governo estadual – anunciando um suposto tempo novo na política estadual. Neste domingo, 7 de outubro de 2018, nasce uma nova era na política goiana, marcada por uma derrota acachapante das forças que dominavam o Estado desde janeiro de 1999, portanto, há duas décadas.

    Se Marconi Perillo e seu grupo político tucano se tornaram admiráveis pela capacidade de se repaginar, vencendo cinco eleições estaduais. Quatro mandatos para o próprio Marconi e um para seu então vice-governador Alcides Rodrigues. É surpreendente a forma indiscutível e mesmo humilhante com que – agora – o grupo político por ele comandado é expurgado do poder. Como foram generosas tantas vezes a Marconi, as urnas agora foram impiedosas.

    Além de perder a Governadoria, a derrota da chapa majoritária ao Senado Federal demonstra uma superação inequívoca do modelo capitaneado por Marconi Perillo. Para o ex-governador Perillo, que deixou o cargo no mês de abril para concorrer como nome imbatível ao Senado, a derrota tem um componente duplamente amargo: sem o poder político no Estado e sem mandato, ele perde de vez o foro privilegiado, deixando seu destino na esfera da Justiça criminal nas mãos de juízes de primeira instância. Como essa história acabará, veremos nos próximos capítulos, mas a prisão de Jayme Rincón, homem forte do ex-governador, é um indicativo de que a Justiça Federal está agindo.

    Ao governador eleito, Ronaldo Caiado, abre-se um novo ciclo de poder em Goiás. Novas páginas em branco para serem escritas. A vitória incontestável é oportunidade ímpar de fazer uma gestão competente no campo político e fi nanceiro. Ganhar o governo pode ter sido difícil, mas administrar um Estado com tanto gasto e poucos recursos é o grande desafi o do novo governador.

    Agora é que são elas.Manoel Messias Rodrigues - Editor

    Agora é que são elas

    ESFERA PÚBLICA

    Jorge Antônio Monteiro de Lima

    “...Quem já passou por essa vida e não viveu/Pode ser mais, mas sabe menos do que euPorque a vida só se dá pra quem se deu/Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem

    sofreu”...Vinícius de Moraes

    Crise afetiva é um termo que coloquialmente utiliza-mos para delimitar uma área distinta de nossa psique. Fi-losofi camente vivemos em crise: dos amores que não vivemos ao futuro inexato que não nos pertence. Na tentativa eterna de ter segu-rança diante dos segredos do sentimento alheio. Ter dúvi-das, pensamento de fracasso, medo de perder, certa dose de ciúmes, carência... tudo em boa dose faz parte do trato psicológico do ser humano, que, quando refl ete, questio-na seus rumos.

    As crises afetivas em grau patológico, por sua, vez são bem mais comple-xas e destrutivas. Potencializam tudo descrito anteriormente gerando inúmeros problemas psicológicos, psiquiátricos, como a depressão. Potencializam patologias físicas, como alergias ou gastrite.

    Os problemas psicológicos e físicos de uma crise afetiva mal elaborada podem comprome-ter o potencial labor ativo, a vontade de crescer, o autocuidado. Quantas pessoas você já não viu se largando, vivenciando revolta, mágoa, pas-sando o resto da vida praguejando outra pessoa com quem teve uma história?

    As crises afetivas são democráticas em nos-sa existência. Por vezes não há como evitar que ocorram. Porém, como administramos sua con-sequência é o que podemos desenvolver. Apren-

    der a entrar e a sair de relacionamentos. Muitas pessoas, após um problema afetivo, abandonam a existência; outros jamais se permitem viver novamente, para não falar dos que cometem os mesmos erros sucessivamente, apenas trocan-do o nome e o endereço da encrenca escolhida.

    Nestes anos, em minha prática profi ssional ,o fator que mais impressiona é a capacidade

    autodestrutiva, o autoboicote presente em algumas pessoas, que persistem em relacionamen-tos fracassados e destrutivos, que não têm respeito, companheiris-mo. Relacionamentos que são agressão e covardia, competição e raiva.

    Há quem ame a pancada...sentindo falta quando o xingo não ocorre.

    Por outro lado, o desânimo, apatia, falta de interesse, fi car fechado demais, parar de sair, pa-rar de se cuidar são alguns com-ponentes presentes nas crises afetivas. Várias pessoas, alegando que não têm mais tempo, nem disposição para tentar encontrar um relacionamento sadio.

    Hoje várias crises existentes derivam do ego-ísmo no qual compartilhar inexiste. E a vida afetiva não permanece em solidão. Falta com-panheirismo e diálogo. Paciência e doação.

    Refl exão e autoconhecimento são vitais para a construção de uma boa vida afetiva, aprendendo a administrar confl itos e as crises que ocorrem.

    Aprender a viver as crises inevitáveis sem se destruir e seguir a jornada...

    Jorge Antônio Monteiro de Lima é analista,

    pesquisador em saúde mental, psicólogo clínico,

    músico e mestre em Antropologia Social pela UFG.

    A crise afetiva

    Opinião

    Os problemas

    psicológicos e físicos de uma crise afetiva mal elaborada podem comprometer o potencial labor ativo, a vontade de crescer, o autocuidado

    É surpreendente a forma indiscutível e mesmo humilhante com que – agora – o grupo político por ele comandado é expurgado do poder. Como foram generosas tantas vezes a Marconi, as urnas agora foram impiedosas

    No domingo, 7, dia das eleições em todo o País, várias imagens e vídeos foram postados em redes sociais e em grupos de WhatsApp mostrando eleitores com armas ao lado de urnas eletrônicas, mostrando o voto no candidato Jair Bolsonaro, do PSL. Representantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afi rmaram que o órgão irá avaliar as imagens. ucenarbana

    Curta e compartilhe nossas redes sociais

    TribunadoPlanalto @Tribdoplanalto @Tribdoplanalto

    Tenho a oportunidade de me dedicar muito mais à minha família”

    Marconi Perillo, ex-governadorFrase da semana

    ao comentar, pelas redes sociais, a derrota sofrida na disputa ao

    Senado Federal

  • Depois do fi nal das eleições estaduais no primeiro turno deste ano, um novo embate já se apresenta no horizonte: a situação do MDB no Estado de Goiás. De acordo com fontes consultadas pela coluna, o prefeito de Catalão, Adib Elias (MDB-foto), que coordenou a campanha de Ronaldo Caiado, iniciará um movimento para controlar a legenda, hoje nas mãos do deputado Daniel Vilela. Em tempo: o ex-governador Maguito Vilela já adiantou que o MDB fará oposição a Caiado.

    Confusão Um grupo de eleitores vestidos com camiseta do candidato à presidência Jair Bolsonaro acusaram, sem provas, o deputado federal Rubens Otoni (PT) de realizar boca de urna e compra de votos em Anápolis no domingo.

    Liberados A Polícia Militar e o Ministério Público Eleitoral foram acionados e, ao chegar ao local e conversar com a presidente da seção onde ocorreu a confusão, acabaram liberando Otoni, que estava acompanhado de outros candidatos petistas.

    Votou por outra O presidente de uma seção da cidade de Itumbiara, no sul do Estado, foi preso por mudar os votos de uma eleitora sem o consentimento da mesma, após ela pedir ajuda para conseguir fi nalizar sua votação. A eleitora denunciou a fraude no mesmo momento.

    Passando o bastãoO governador José Éliton já prepara equipe de transição de governos para entregar o comando da administração ao senador Ronaldo Caiado. Ambos combinaram os trâmites em conversa por telefone, ainda no domingo passado.

    Conciliador Durante a coletiva concedida após a vitória, o senador Ronaldo Caiado deu mostras de que não irá realizar uma “caça às bruxas” no Estado. Segundo afi rmou, deverá focar na conciliação como mote de sua administração nos próximos quatro anos.

    ApoioCom a vitória, Ronaldo Caiado agora trabalhará para ter maioria na Assembleia. Hoje, o governador eleito conta com 10 deputados em sua base.

    Apoio IIVários deverão aderir ao governo, uma vez que não tinham ligação com a base aliada de Marconi Perillo na legislatura anterior.

    RenovaçãoCom mais de 50% de renovação, a Assembleia também se prepara para a eleição do novo presidente da Casa. Álvaro Guimarães (DEM) desponta.

    MudançasA eleição deste domingo também terá muitos refl exos na Câmara de Goiânia, que elegeu um senador, um deputado federal e quatro estaduais.

    CampeõesDelegado Waldir (PSL) e Henrique Cesar (PSC) foram os campeões de votos nas eleições deste ano, na Câmara Federal e na Assembleia, respectivamente.

    EsporteEx-presidente do Vila Nova no ano de 2016, Guto Veronez teve votação pífi a na disputa pela Assembleia e acabou não se elegendo.

    Cash Delivery A Operação Cash Delivery,

    defl agrada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal a oito dias do pleito, teve um efeito devastador na base aliada do governo estadual, que caiu em efeito cascata nas eleições majoritárias e proporcionais.

    Cash Delivery IIOs efeitos respingaram

    na campanha de Zé Eliton, que acabou fi cando na terceira colocação, e nas candidaturas de Marconi Perillo e de Lúcia Vânia, que terminaram em quinto e quarto na disputa ao Senado, respectivamente.

    Cash Delivery IIIAlém disso, o efeito cascata

    também atingiu deputados, tanto estaduais quanto federais, ligados a Marconi Perillo, tais como Jovair Arantes (PTB), Roberto Balestra (PP), Fábio Sousa (PSDB), Giuseppe Vecci (PSDB) e Francisco Oliveira (PSDB), dentre outros.

    O governador eleito de Goiás, senador Ronaldo Caiado (DEM), afi rmou, durante entrevista coletiva concedida após sua vitória no primeiro turno no último domingo (7/10), que somente se defi nirá sobre apoio no segundo turno da eleição presidencial na próxima sexta-feira (12/10), quando seu partido, o Democratas, se reunirá em Brasília para debater a pauta. A expectativa é que a decisão leve em conta para que lado caminhará o Centrão, grupo de partidos do qual o DEM faz parte. No primeiro turno o partido esteve ao lado do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), que acabou tendo um resultado muito aquém do esperado. No segundo turno a tendência é por apoio à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) e Caiado afi rma que seguirá a decisão da executiva nacional do DEM.

    DEM defi nirá apoio nacional nesta semana

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    mídiasociais

    Segundo turno

    Parabenizo Caiado e desejo sucesso”

    ao cumprimentar o governador eleito no último domingo, 7.

    ZÉ ELITON (PSDB), GOVERNADOR DE GOIÁS

    A forte chuva que caiu em Goiânia na manhã deste domingo (7/10) surpreendeu muitos goianienses que estavam aguardando para votar. A estrutura de alguns colégios fez com que houvesse muita gente se molhando nas fi las.

    Chuva

    Só observandoMuitos eleitores goianos reclamaram que outros eleitores vestidos com camisa da seleção brasileira de futebol furaram fi la para conseguir votar mais cedo. Ironicamente, usavam amarelo em protesto contra a corrupção.

    PT com PTA candidata derrotada ao governo estadual pelo PT, Kátia Maria, candidata do PT já iniciou cam-panha para apoiar Fernando Haddad, candidato do PT à presidência da República, neste segun-do turno nacional.

    Quem ainda não se defi niu e nem apontou para quando será a defi nição de apoio para o segundo turno, é o MDB. Segundo colocado nas eleições estaduais, o partido do deputado Daniel Vilela (foto) tomará em breve uma decisão.

    Indefi nido

    AguardandoAssim como Ronaldo Caiado, o governador José Eliton (PSDB) também irá aguardar defi nição do PSDB nacional para defi nir seu apoio. O PSDB ain-da não se defi niu, mas uma reunião nesta terça-feira (9/10) deverá defi nir a situação.

    dLinhaFagner Pinho - [email protected]

    ireta

    3 GOIÂNIA, 8 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

  • ELEIÇÕES 2018

    Caiado históricoELEIÇÃO DE RONALDO CAIADO PÕE FIM À POLARIZAÇÃO DO TEMPO VELHO E TEMPO NOVO EM GOIÁS APÓS QUASE 40 ANOS

    Fagner Pinho

    A vitória do senador Ro-naldo Caiado (DEM) na disputa pelo governo estadual guarda um fator sim-bólico histórico. Pela primeira vez desde a redemocratização, em 1982, um governador foi eleito sem es-tar sob a in-f l u ê n -cia dos ex-gover-n a d o r e s Iris Rezende (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB), ícones dos chamados Tempo Velho e Tempo Novo.

    Em sua segunda disputa ao governo estadual, Ronaldo Caiado venceu Daniel Vilela (MDB) e José Eliton (PSDB) em eleição defi nida no primei-ro turno do último domingo, 7/10, com boa margem de van-tagem sobre ambos. Ele obteve 1.773.185 votos, contra 479.180 de Daniel e 407.507 de Zé, que fi caram em segundo e terceiro lugares, respectivamente. Ne-nhum candidato ao

    A vitória encerrou um ci-clo de poder polarizado que dominava Goiás desde 1982, quando da primeira eleição de Iris Rezende. A partir daí, o ex-governador emedebista ditou o poder no Estado, vencendo ou apoiando os vencedores das eleições de 1986, 1990 e 1994, e elegendo, na maioria das vezes, aliados como senadores ou de-putados federais.

    Em uma delas, Iris apoiou Maguito Vilela (MDB) nas elei-ções de 1994, a última disputa-da por Ronaldo Caiado antes das eleições deste ano ao gover-no estadual. Naquele ano, Ma-guito conseguiu vencer a hoje senadora Lúcia Vânia no segun-do turno do pleito, enquanto que Caiado fi cou em terceiro.

    O poder do emedebista che-gou ao fi m em 1998 quando apoiado pelo próprio Ronal-

    do Caiado e por Lúcia Vânia, o ex-governador Marconi Perillo conseguiu pôr fi m ao poder de Iris em Goiás, vencendo o ex-go-vernador em dois turnos e im-plantando o chamado Tempo Novo no comando da adminis-tração goiana.

    A partir daí Marconi se con-solidou no poder com o apoio do próprio Caiado. Mas já em 2002, quando da reeleição do tucano, iniciou-se o processo de atritos entre ambos, que culminou com o rompimento total em 2014, quando Caiado se aliou com Iris Rezende e se elegeu ao Senado Federal pela primeira vez, após vários anos como deputado federal.

    Poderia ter sido ainda mais histórico. Por pouco, Caiado não foi eleito com a maior diferença da história das eleições brasi-

    após o anúncio de sua vitória, o senador agradeceu a popu-lação goiana pela escolha. “Eu quero agradecer a todo o povo do Estado de Goiás, neste mo-mento chegando ao governo do estado em primeiro turno, o que é histórico, já que a última eleição ocorreu em 1990 e a res-ponsabilidade nossa é enorme e deixar claro que nós quere-mos construir um governo com ações, com resultados e que o foco principal seja o cidadão goiano”, destacou.

    Como primeiro passo, o go-vernador eleito destacou que irá trabalhar para formar uma nova equipe que conduzirá o processo de transição do novo governo junto à administra-ção atual, comandada por José Eliton. O próprio governador já acenou para Caiado, com o mes-mo intuito, durante telefonema

    no fi nal da tarde de domingo, quando parabenizou o demo-crata pela vitória.

    A situação fi scal do Estado é uma das maiores preocupações do novo governo. Tanto que uma das prioridades a serem acertadas pela equipe de transi-ção nomeada por Caiado à equi-pe de transição a ser formada por Zé Eliton, neste primeiro momento, será o levantamento da situação fi scal de Goiás.

    O novo governador elei-to não quis adiantar nomes que vão compor a equipe de transição, mas adiantou que trabalhará para resgatar a ca-pacidade de o estado contrair empréstimos para recuperar obras paradas e iniciar outras necessárias.

    A ideia é tomar conheci-mento da situação e o anda-mento de áreas como saúde, educação, segurança pública e programas sociais, por exem-

    plo. “Quero conclamar a todos neste momento para que todos nós, mesmo sabendo da situ-ação fi scal do estado, preocu-pante, nada disso diminui a im-portância do Estado de Goiás e muito menos a sua capacidade de se recuperar” disse, claman-do pelo apoio da população para esta nova realidade.

    Além disso, Caiado também acenou para os servidores pú-blicos estaduais, que, em mui-tos momentos, se mostraram ressabiados pela eleição do de-mocrata. “Tenho certeza abso-luta que de mãos dadas, gover-no, servidores públicos e o povo do Estado de Goiás nós recupe-raremos o Estado que será uma

    leiras pós regime militar. O de-mocrata alcançou 59,73% dos votos válidos, insufi ciente para alcançar os 66,72% conquista-dos por Iris Rezende (MDB) em sua primeira eleição ao gover-no estadual em 1982 (veja box).

    CampanhaA campanha de Caiado pau-

    tou-se na mudança. O demo-crata conseguiu captar e con-vencer o eleitor que se dividia, a princípio, entre a mudança e o novo. Vestido com o senti-mento captado, Caiado fez uma campanha tranquila, liderando de ponta a ponta as intenções de pesquisa e sacramentando a vitória no último domingo.

    O único cuidado, tomado criteriosamente desde o iní-cio dos debates, foi o de não se deixar levar pelas provocações e acusações de adversários. O resultado deu certo. Com uma postura zen, mais calma e ponderada, Caiado conseguiu manter a preferência do eleitor e não deixou a peteca cair de forma que prejudicasse a cam-panha.

    Na coletiva concedida logo

    referência nacional”, frisou, ga-rantindo ainda o pagamento do funcionalismo.

    Um dos pontos destacados por Caiado foi de que traba-

    lhará pela coalização das forças políticas do Estado e pela paci-fi cação política em Goiás. “Nós cobraremos efi ciência, transpa-rência, gestão pública de quali-dade e um processo de total pa-cifi cação no Estado de Goiás, as pessoas sabem que cumprindo a lei, trabalhando corretamente terão todo espaço por parte do governo. É um projeto que não tem nenhuma fi nalidade parti-dária e muito menos de poder”, destacou.

    4 GOIÂNIA, 8 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

  • De Anápolis para o Palácio das Esmeraldas

    O novo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), nasceu em 25 de setembro de 1949 na cidade de Anápolis, terceiro co-légio eleitoral de Goiás. Forma-do na Escola de Medicina e Ci-rurgia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde também realizou mestrado, Ronaldo Caiado se especializou em ci-rurgia da coluna, em pós gradu-ação no Serviço de Cirurgia Or-topédica e Traumatológica do Professor Roy-Camille, em Paris, na França.

    Membro de uma família de produtores rurais com forte presença na política de Goi-ás desde pelo menos meados do século XIX, Caiado ingres-sou na política na década de 1980, quando criou e presidiu a União Democrática Ruralista de 1986 a 1989, entidade que visa defender a interesses dos produtores rurais.

    Com a visibilidade alcança-da na época, principalmente por marchas dos produtores ru-rais à Brasília durante o gover-no do ex-presidente José Sarney (MDB), Caiado chegou a concor-rer à Presidência da República nas eleições de 1989, quando ainda era fi liado ao PSD, obten-do menos de 1 por cento dos vo-tos. Em 1990 disputa mandato a deputado federal pelo PFL (hoje Democratas) e vence a eleição. Toma posse em 1991, e repete o pleito em 1999, 2003, 2007 e 2010. Em 2015 assume como Se-nador ao obter 1.283.665 votos.

    No Senado Federal, recebeu em seu primeiro ano de manda-to o Prêmio Congresso em Foco de Melhor Senador, escolhido através de eleição popular nas redes sociais. Desde 2013 é líder do Democratas e um dos mem-

    bros mais ativos da bancada ru-ralista do Congresso Nacional.

    Neste ano decide disputar o governo estadual e é eleito no primeiro turno, ao alcançar 1.773.185 votos ou 59,73% da preferência do eleitorado. An-tes, em 1994, Caiado havia ten-tado pela primeira vez o gover-no estadual obtendo o 3º lugar, com 23,18% dos votos, fi cando atrás de Lúcia Vânia e Maguito Vilela, que venceria a eleição.

    Foi relator da reforma polí-tica e um dos principais articu-ladores do processo de impe-achment da presidente Dilma Rousseff (PT). Em 2017 votou contra a manutenção do man-dato do senador Aécio Neves (PSDB) mostrando-se favorável a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal no processo onde ele é acusado de corrupção e obstrução da jus-tiça por solicitar dois milhões de reais ao empresário Joesley Batista.

    Fim dos Tempos Velho e NovoTEMPO VELHOELEIÇÕES 1982 Quando: 15 de novembro de 1982 – Turno únicoCandidatos e votação: Iris Rezende (MDB) / Vice: Onofre Quinan (PMDB) - 964.179 (66,72%)Otávio Lage (PDS) e Benedito Ferreira (PDS) – 470.184 (32,54%)

    ELEIÇÕES 1986Quando: 15 de novembro de 1986 – Turno únicoCandidatos e votação:Henrique Santillo (PMDB) / Vice: Joaquim Roriz (PMDB) - 993.494 (57,23%)Mauro Borges (PDC) / Vice: Joaquim Quinta (PDC) - 592.776 (34,13%)

    ELEIÇÕES 1990Quando: 3 de outubro de 1990 – Turno únicoCandidatos e votação:Iris Rezende (PMDB) / Vice: Maguito Vilela (PMDB) - 889.927 (56,39%)Paulo Roberto Cunha (PDC) / Vice: Antônio Butti (PDC) - 537.111 (34,03%)

    ELEIÇÕES 1994Quando: 15 de novembro de 1994 – Segundo TurnoCandidatos e votação:Maguito Vilela (PMDB) / Vice: Naphtali Alves (PMDB) - 1.013.186 (56,42%)Lúcia Vânia (PP) / Vice: Walter Rodrigues (PPR) - 782.676 (43,58%)

    TEMPO NOVOEleições 1998Quando: 25 de outubro de 1998 – Segundo TurnoCandidatos e votos:Marconi Perillo (PSDB) / Vice: Alcides Rodrigues (PPB) - 1.157.988 (53,28%)Iris Rezende (PMDB) / Vice: Romilton Moraes (PSD) - 1.015.340 (46,71%)

    ELEIÇÕES 2002Quando: 6 de outubro de 2002 – Primeiro TurnoCandidatos e votos:Marconi Perillo (PSDB) / Vice: Alcides Rodrigues (PPB) - 1.301.554 (51,21%)Maguito Vilela (PMDB) / Vice: Ruy Rocha (PMDB) - 833.554 (32,79%)

    ELEIÇÕES 2006Quando: 29 de outubro de 2006 – Segundo TurnoCandidatos e votos:Alcides Rodrigues (PP) / Vice: Ademir Meneses (PL) - 1.508.024 (57,14%)Maguito Vilela / Vice: Onaide Santillo (PMDB) - 1.131.106 (42,86%)

    ELEIÇÕES 2010Quando: 31 de outubro de 2010 – Segundo TurnoCandidatos e votos:Marconi Perillo (PSDB) / Vice: José Eliton (DEM) - 1.551.132 (52,99%)Iris Rezende (PMDB) / Vice: Marcelo Melo (PMDB) - 1.376.188 (47,01%)

    ELEIÇÕES 2014Quando: 5 de outubro de 2014Candidatos e votos:Marconi Perillo (PSDB) / Vice: José Eliton (PP) - 1.750.977 (57,44%)Iris Rezende (PMDB) / Vice: Armando Vergílio (SDD) - 1.297.592 (42,56%)

    CAIADOELEIÇÕES 2018Quando: 7 de outubro de 2018 – Primeiro TurnoCandidatos e votos:Ronaldo Caiado (DEM) / Vice: Lincoln Tejota (Pros) - 1.773.185 (59,73%)Daniel Vilela (PMDB) / Vice: Heuler Cruvinel (PP) - 479.180 (16,14%)

    RESULTADO FINAL Ronaldo Caiado (DEM)Votação: (59,73%)Daniel Vilela (MDB)Votação: (16,14%)Zé Eliton (PSDB)Votação: (13,73%)Kátia Maria (PT)Votação: 9,16%)Wesley Garcia (Psol)Votação: (0,88%)Marcelo Lira (PCB)6.534 (0,22%)Alda Lúcia (PCO)4.500 (0,15%)Brancos182.447Nulos402.526

    5 GOIÂNIA, 8 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

  • ELEIÇÕES 2018

    Miscelânea na AlegoAS MAIS DIVERSAS BANDEIRAS FORMAM LEGISLATURA QUE TERÁ QUASE 50%DE NOMES NOVOS

    Fagner Pinho

    A Assembleia Legislativa sempre foi uma casa de vários estilos e políticos, cada um defendendo uma re-gião do Estado, uma bandeira, profi ssão ou corporação. E esta nova legislatura eleita para os próximos quatro anos não fugiu à regra. Com 49% de renovação em seus quadros, a Assembleia poderá ser a Casa que represen-tará grande parte das demandas dos eleitores goianos.

    A igreja, seja ela evangélica ou católica, terá sete represen-tantes na Casa, com a eleição de Henrique César (PSC), Jeferson Rodrigues (PRB), Humberto Ai-

    dar (MDB), Alysson Lima (PRB), Rafael Gouveia (DC), Zé Carapô (DC) e Cairo Salim (Pros). Ainda há possibilidade de o número subir, pois há vários suplentes apoiados por religiosos, como Lívio Luciano (Podemos).

    As polícias Civil e Militar também estarão representa-das no legislativo goiano. A co-meçar pela Delegada Adriana Accorsi (PT), que conseguiu sua reeleição, e com Major Araújo (PRP), que também se reelegeu.

    Além deles, a turma conta agora com o Delegado Humber-to Teófi lo (PSL), de Inhumas, e com o então vereador Delega-do Eduardo Prado (PV), que se elegeu pela primeira vez como

    Henrique Cesar (PSC) 1,51% - 46.545 votos

    Dr. Helio de Sousa (PSDB) 1,26% / 38.788 votos

    Dr. Antônio (DEM) 1,19% - 36.683 votos

    Humberto Aidar (MDB) 1,03% - 31.873 votos

    Jeferson Rodrigues (PRB) 1,48% - 45.605 votos

    Major Araújo (PRP)1,24% - 38.278 votos

    Claudio Meirelles (PTC) 1,18% - 36.502 votos

    Tião Caroço (PSDB) 1,02% - 31.407 votos

    Diego Sorgatto (PSDB) 1,34% - 41.362 votos

    Lissauer Vieira (PSB)- 1,22% - 37.550 votos

    Talles Barreto (PSDB) 1,18% - 36.456 votos

    Alysson Lima (PRB) 1,00% - 30.868 votos

    Paulo Cezar Martins (MDB) 1,33% - 40.970 votos

    Chico Kgl (DEM) 1,20% - 37.048 votos

    Lêda Borges (PSDB) 1,14% - 35.040 votos

    Virmondes Cruvinel Filho (PPS) 0,99% - 30.576 votos

    Adriana Accorsi (PT) 1,27% - 39.283 votos

    Antônio Gomide (PT) 1,20% - 36.998 votos

    Bruno Peixoto (MDB) 1,12% - 34.655 votos

    Wilde Cambão (PSD) - 0,97% - 29.853 votos

    Coronel Adailton (PP)0,38% - 11.616 votos

    deputado. Completa o grupo Coronel Adailton (PP), ex-chefe da Casa Militar do governo es-tadual, que tem relação estreita com o ex-governador Marconi Perillo (PSDB).

    A classe dos prefeitos, ex-pre-feitos e vice-prefeitos também terá certo número de cadeiras nesta legislatura. Um deles é ve-lho conhecido da Casa: o ex-pre-sidente da Alego Hélio de Sousa (PSDB), que já foi por diversas vezes prefeito de Goianésia. Ou-tro será o ex-prefeito de Anápo-lis por dois mandatos Antônio Gomide (PT).

    A eles se juntam o ex-pre-feito de Piracanjuba Amauri Ribeiro (PRP); a ex-prefeita de

    Valparaíso de Goiás e deputada reeleita, Lêda Borges (PSDB); e o vice-prefeito de Rio Verde, Chico do KGL (DEM); Wagner Neto (Pa-triotas), vice-prefeito de Itapu-ranga; além de Tião Caroço, ex-prefeito de Formosa, que até o início deste ano era conselheiro do Tribunal de Contas dos Mu-nicípios (TCM)

    Além deles também haverá representantes da Saneago; das regiões Sudeste, Nordeste, Norte e Sudoeste do Estado; do Entor-no do Distrito Federal; fora os que se reelegeram após quatro anos na Casa. Confi ra quem serão os legisladores goianos pelos próximos quatro anos, a partir de janeiro de 2018.

    6 GOIÂNIA, 8 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

  • Gustavo Sebba (PSDB 0,95% - 29.286 votos

    Lucas Calil (PSD)0,78% - 23.994 votos

    Zé Carapô (DC) 0,63% - 19.583 votos

    Amilton Filho (SDD) 0,53% - 16.486 votos

    Rubens Marques (PROS) 0,90% - 27.763 votos

    Álvaro Guimaraes (DEM) 0,77% - 23.788 votos

    Charles Bento (PRTB) 0,60% - 18.626 votos

    Karlos Cabral (PDT)0,52% - 15.941 votos

    DEL. Humberto Teófilo (PSL) 0,85% - 26.252 votos

    Rafael Gouveia (DC) 0,76% - 23.466 votos

    Cairo Salim (PROS) 0,60% - 18.579 votos

    Thiago Albernaz (SDD) 0,47% - 14.561 votos

    Iso Moreira (DEM) 0,81% - 24.963 votos

    DEL. Eduardo Prado (PV) 1,20% - 37.048 votos

    Vinicius Cirqueira (PROS) 0,57% - 17.698 votos

    Wagner Neto (Patriotas) 0,46% - 14.256 votos

    Amauri Ribeiro (PRP)0,81% - 24.922 votos

    Henrique Arantes (PTB) 0,67% - 20.556 votos

    Paulo Trabalho (PSL) 0,55% - 16.957 votos

    Julio Pina (PRTB) 0,43% - 13.148 votos

    7 GOIÂNIA, 8 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

  • A eleição para deputado federal marcou uma mudança que há muito não se via em Goiás. Com mais de 60% de renovação – a maior nos últimos 12 anos de legis-laturas – os goianos barraram nomes ligados à base do ex-go-vernador Marconi Perillo (PSDB)

    e elegeram nomes ligados ao go-vernador eleito Ronaldo Caiado (DEM) e ao deputado federal Da-niel Vilela (MDB), que disputou o governo estadual. O nome mais sentido dentre os derrotados foi, certamente, o de Roberto Balestra (PP), que vinha sendo eleito deputado federal por Goi-

    ás desde 1987. Outro nome que estava há anos na Câmara e que não se reelegeu foi Jovair Aran-tes (PTB), um dos maiores articu-ladores políticos da Casa. Ele ha-via sido eleito pela primeira vez em 1994. Além deles, também não se reelegeram Fábio Sousa, Giuseppe Vecci e Marcos Abrão.

    FEDERAIS

    Câmara renovadaCOM MAIS DE 60% DE RENOVAÇÃO NOMES HISTÓRICOS DE GOIÁS NO CONGRESSO NACIONAL DEIXAM O PODER APÓS MUITOS ANOS

    1º - Delegado Waldir (PSL) 9,05% - 274.406 votos

    Campeão de votos na eleição anterior, em 2014, Waldir repete a dose e se elege mais uma vez como o mais votado nas eleições deste ano. O deputado surfou na onda Jair Bolsonaro (PSL) e chegou perto dos 300 mil votos neste pleito. Com seu estilo, agradou em cheio os eleitores do candidato do PSL à presidência.

    2ª - Flavia Morais (PDT) 5,60% - 169.774 votosAmparada por um trabalho realizado por seu marido, o ex-prefeito de Trindade e presidente regional do PDT em Goiás, George Morais, no qual ele realiza atendimento médico em pessoas carentes em todo o Estado, Flávia vem, há alguns anos, sendo campeã de votos em Goiás, se posicionando sempre entre os mais bem votados na luta por uma vaga na Câmara Federal.

    3ª - Dr. Zacarias Calil (DEM) 5,00% - 151.508 votos

    Considerado a maior surpresa destas eleições, o médico Zacarias Calil é conhecido por seu trabalho de anos no HMI e por suas cirurgias de separação de gêmeos siameses. De fácil trato, Zacarias ganhou o apreço da população em uma campanha realizada de porta em porta, distribuindo santinhos pessoalmente, fora os apoios de parentes de ex-pacientes.

    4º - Francisco Jr (PSD) 3,69% - 111.788 votos

    Candidato ligado à Igreja Católica e de longo trabalho político e administrativo na Prefeitura de Goiânia, na Câmara Municipal de Goiânia, da qual foi presidente, e na Assembleia Legislativa, onde foi deputado estadual por duas legislaturas, Francisco Jr. acertou na decisão de concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. E em sua estreia demonstrou sua força ao ultrapassar a marca de 100 mil votos.

    5º - João Campos (PRB) 3,50% - 106.014 votos

    Deputado federal eleito pela primeira vez em 2002, o delegado João Campos vem se reelegendo a cada quatro anos a mais um ciclo como parlamentar no Congresso Nacional. Após deixar o PSDB na última legislatura e se fi liar ao PRB, Campos chegou a cogitar concorrer a uma vaga ao Senado Federal, mas resolveu por disputar mais uma vez uma cadeira na Câmara.

    11º - Lucas Vergílio (SDD) 2,59% - 78.431 votos

    Filho do ex-deputado federal Armando Vergílio, Lucas Vergílio herdou o capital político de seu pai em 2014, quando foi lançado à deputado federal por ele. Sob a infl uência do pai dentro do ramo de empresas seguradoras, Lucas garantiu mais uma legislatura ao se eleger mais uma vez à Câmara Federal.

    12º - Adriano do Baldy (PP) 2,56% - 77.729 votos

    Ex-chefe de gabinete do ex-deputado Sandro Mabel, quando este estava na ativa dentro da política, Adriano Avelar se aproximou do hoje ministro das Cidades, Alexandre Baldy, quando este se elegeu pela primeira vez deputado federal. Neste ano, ele foi escolhido por Baldy e Mabel para concorrer à uma cadeira na Câmara Federal.

    13º - Elias Vaz (PSB) 2,47% - 74.877 votos

    Pela primeira vez, Elias Vaz buscou dar um salto mais alto em sua carreira política, depois de ter sido candidato a governador pelo PSOL em 2006 e a deputado estadual pelo PV em 2002. E acabou obtendo sucesso. Vereador há quatro mandatos em Goiânia, Elias Vaz se uniu a Jorge Kajuru (PRP) e conseguiu se eleger a deputado federal neste ano.

    14º - Célio Silveira (PSDB)2,33% - 70.663 votos

    Natural de Luziânia, o médico e advogado Célio Silveira sempre foi um dos nomes mais fortes da região do Entorno do Distrito Federal. Vice-Prefeito de Luziânia por uma oportunidade e prefeito por duas, ele também foi deputado estadual, presidente da Assembleia e secretário Extraordinário. Em 2014 se elegeu a deputado federal, se reelegendo neste ano.

    16º - José Nelto (Pode) 2,04% - 61.809 votos

    Um dos principais nomes da oposição ao governo Marconi Perillo (PSDB) na Assembleia Legislativa, José Nelto já foi vereador por Goiânia por três mandatos, presidente da Câmara Municipal e deputado estadual por cinco legislaturas. Em abril deixou o MDB, do qual estava fi liado desde a década de 1970 para se fi liar ao Podemos.

    15º - Alcides Rodrigues (PRP) 2,14% - 64.941 votos

    Médico formado pela Universidade Federal de Uberlândia, Alcides Rodrigues antes de ser eleito governador em 2005, foi deputado estadual, prefeito de Santa Helena e vice-governador por sete anos durante a gestão de Marconi Perillo. Rompeu com Marconi Perillo ainda durante sua gestão, se aproximando da oposição desde então.

    17º - Major Vitor Hugo (PSL) 1,03% - 31.190 votos

    Major do Exército Brasileiro, Vitor Hugo Almeida chegou à Goiás em 2004. Serviu por quase 10 anos no Comando de Operações Especiais de Goiânia. Surfou no sucesso eleitoral do presidenciável Jair Bolsonaro em Goiás e acabou se elegendo benefi ciado pelas novas regras eleitorais, que benefi ciam partidos pequenos.

    6º - Glaustin da Fokus PSC - 3,31% - 100.437 votos

    Empresário do ramo alimentício, Glaustin preside o Grupo Fokus, um dos maiores distribuidores de produtos alimentícios do País. Trabalhando com apoio do governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) e herdando o capital político do empresário e ex-deputado federal Sandro Mabel, Glaustin se elegeu com grande quantidade de votos.

    7º - Zé Mario (DEM)3,17% - 96.188 votos

    Neto de alemães, o catarinense José Mário Schreiner, ou apenas Zé Mário, chegou a Goiás quando tinha apenas 18 anos. Foi presidente da Emater, secretário de Estado da Agricultura de Marconi Perillo, e presidente da Faeg. Eleito suplente de deputado federal em 2014 pelo PSD, Zé Mário rompeu com a base governista e se fi liou ao DEM, se elegendo neste ano.

    8ª - Magda Mofatto (PR) 2,93% - 88.894 votos

    Empresária do ramo hoteleiro em Caldas Novas, a deputada federal Magda Mofatto se elegeu à Câmara Federal pela primeira vez em 2014. Neste ano, se reelegeu a mais uma legislatura defendendo o porte de arma aos cidadãos como principal bandeira. Seu marido, Flávio Canedo, é presidente do PR.

    9º - Professor Alcides (PP)2,92% - 88.545 votos

    Empresário do ramo educacional e comercial, havia anos que Professor Alcides tentava alavancar sua carreira política, ora como candidato a deputado federal, ora como candidato a prefeito de Aparecida de Goiânia, sua cidade. Na eleição de 2014, foi candidato a vice-governador de Vanderlan Cardoso. Neste ano o empresário atingiu seu objetivo.

    10º - Rubens Otoni (PT) 2,74% - 83.063 votos

    Já há alguns anos como um dos poucos a ser eleito pela esquerda em Goiás, o deputado Rubens Otoni é natural de Goianésia, mas fi xou sua residência política em Anápolis, cidade na qual exerce grande infl uência, ignorando a crise atravessada por seu partido nos últimos anos. Vai para seu quarto mandato na Câmara Federal.

    8 GOIÂNIA, 8 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br 9 GOIÂNIA, 8 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

    Mudança chega ao Senado

    17 x 13: ALTA PRESSÃO

    SENADORES

    APÓS MANTER MAIORIA NO SENADO DESDE 2002, BASE ALIADA DE MARCONI PERILLO VÊ OPOSIÇÃO OCUPAR AS TRÊS VAGAS DE GOIÁS, INCLUÍNDO A QUE SERIA SUA

    A menos de dez dias das eleições, uma reviravol-ta nas pesquisas para o Senado Federal era o prenúncio de um resultado ainda mais surpreendente do que se podia imaginar em Goiás. Personali-dade emblemática do Tempo Novo, o ex-governador Marco-ni Perillo (PSDB) não apenas perdeu a eleição de senador, como amargou a quinta posi-ção. Ficou atrás dos eleitos, Van-derlan Cardoso e Jorge Kajuru, também dos senadores Wilder Morais (DEM) e Lúcia Vânia que tentaram, sem sucesso, a reelei-ção.

    A votação de Marconi, 416

    mil votos, foi quatro vezes me-nor que a de Vanderlan, cam-peão da disputa, com mais de 1 milhão e 700 mil votos. Vere-ador por Goiânia, Jorge Kajuru (PRP) desde o início da campa-nha já tinha espaço no topo da corrida e foi eleito com mais de 1,5 milhão de votos.

    Marconi liderava a prin-cípio e era apontado como grande favorito nas pesquisas de intenção de votos. Até que, impulsionado pela Operação Cash Delivery, da Polícia Fede-ral, Vanderlan disparou na reta fi nal e chegou ao Senado com 31% da preferência do eleito-rado goiano. Marconi fechou a conta com pouco mais de 7%.

    Vanderlan CardosoDepois de duas derrotas se-

    guidas nas urnas, Vanderlan Cardoso (PP) foi eleito Senador Federal por Goiás, com a me-lhor votação, 31%. Desbancou nomes tradicionais da política goiana, como Lúcia Vânia (PSB), de seu antigo partido, e Marco-

    ni Perillo (PSDB), que começa-ram a atual campanha com os favoritos. E fez isso ao ingres-sar na campanha no limite do prazo estabelecido pela justiça eleitoral para a ofi cialização das candidaturas.

    Goiano de Iporá, Vanderlan é fi lho de comerciante, o pai tinha um açougue em que ele chegou a trabalhar. Também vendia pelas lanchonetes da cidade os salgados que sua mãe fazia. Hoje, aos 55 anos, é em-presário e dono Grupo Cipocal. A indústria alimentícia é uma das grandes empresas goianas, com matriz em Senador Cane-do. Tem ainda duas fi liais, na Bahia e no Pará. O senador elei-to ingresso na política em 2004, como candidato à prefeitura de Senador Canedo. Eleito naquele ano com 57% dos votos válidos, na disputa seguinte foi reeleito alcançando mais de 80%.

    Com o resultado deste do-mingo, 7, Vanderlan Cardoso confi rma seu protagonismo como político em Goiás. Em

    no Senado Federal. De fato, os tempos são outros.

    Jornalista, Kajuru alcançou notoriedade no jornalismo es-portivo, área em que atuou da década de 1970 a 2014. Passou pelo SBT, Band, Rede TV, ESPN Brasil, Esporte Interativo e ou-tros veículos importantes das imprensas goiana e nacional. Sempre usando os espaços para declarações polêmicas. Em Goi-ás, chegou a ter seu próprio canal, a Rádio K. Usou o jorna-lismo como ferramenta para criticar e denunciar governos, tornando-se conhecido pela postura polêmica.

    Em 2009, fez um procedi-mento experimental para com-bater a diabetes. Tempos difí-ceis para a saúde. Emagreceu quase 70kg, perdeu 90% de sua visão e entrou em depressão. Afastou-se da vida pública por um tempo até ser candidato, em 2014, candidato a deputado federal.

    Paulista da cidade de Caju-ru, Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser leva agora, aos 57 anos, toda sua irreverência e polêmi-ca para o Senado Federal. Na Câmara de Vereadores, com a saída de Kajuru, quem assume é seu primeiro suplente, Benja-min Beze Junior (PRP).

    Luis Carlos do CarmoCom a eleição do senador

    Ronaldo Caiado (DEM) ao gover-no de Goiás, o deputado estadu-al Luiz Carlos do Carmo (PMDB) assumirá a vaga de Caiado no Senado Federal. Carmo é irmão do pastor Oídes José do Carmo, infl uente líder evangélico de Goiás. É empresário dos ramos de mineração e transportes, e ligado aos mercados de autope-ças e materiais de construção.

    Luiz Carlos é de Palminópo-lis. Foi eleito deputado estadual em 2006, reeleito em 2010.

    Daniela MartinsAs próximas semanas não

    serão fáceis nem para Jair Bolsonaro (PSL) nem para Fer-nando Haddad (PT), que dis-putam a eleição à Presidência da República. Tampouco para seus cabos eleitorais e apoia-dores, que se engalfi nham diariamente pelas redes so-ciais e nos grupos de whatsa-pp.

    No primeiro turno, Bolso-naro conseguiu driblar os em-bates (diga-se debates) cara a cara com os demais candida-tos e não precisou apresentar propostas. Com um discurso anti-PT, o capitão reformado surpreendeu, agigantou e al-cançou 50 milhões de votos. Nada menos que 46% dos vo-

    tos válidos.Impulsionado por Lula,

    Fernando Haddad saiu dos míseros 4% do início de sua campanha, em 11 de setem-bro, quando foi ofi cializado como candidato petista, e al-cançou 30 milhões de votos ou 20,32% da preferência dos eleitores. Nesse segundo tur-no, o ex-prefeito de São Paulo tem uma missão difícil: deci-dir entre manter o discurso do ‘Brasil de Lula’ ou desven-cilhar sua imagem do próprio símbolo maior do PT. Avaliar se é hora de sair da sombra da estrela vermelha. Decisão complicada. Afi nal, o que im-pulsionou seu crescimento, também o fez estagnar.

    São obstáculos que tanto

    Haddad quanto Bolsonaro preferiram não encarar até agora. No segundo turno, é ou-tra história. É tudo ou nada.

    Nesse ponto, Bolsonaro sai em vantagem. Seu eleitora-do parece pouco se importar com propostas. A justifi cativa do voto está no antilulismo, anti-PT. E basta. Já para Had-dad, a situação é um pouco mais complicada. É preciso convencer um partido, um militância apaixonada, de que, agora, o caminho da vi-tória pode ser o pragmatismo. E torcer para dar certo no dia 28.

    As próximas semanas se-rão de alta pressão para o país. É 17x13. É só o começo. 2019 não será fácil.

    2010, ele já havia enfrentado Marconi e Iris Rezende (MDB), pelo governo do Estado. Nas eleições de 2016, encontrou Iris Rezende novamente na disputa pela Prefeitura de Goiânia, per-dendo no segundo turno.

    Durante a campanha eleito-ral de 2018, Vanderlan Cardoso afi rmou que pretende no Sena-do priorizar as discussões em torno da reforma tributária, do aumento de verbas para aplica-ção em segurança pública por parte de estados e municípios e de debates sobre um novo pacto federativo. O primeiro su-plente de Vanderlan Cardoso é Pedro Chaves (MDB) e completa a chapa Jader Melo (PP).

    Jorge Kajru

    Em 2016, Jorge Kajuru foi eleito o vereador mais bem votado da história de Goiânia, com 37,8 mil. Em 2018, desban-cou seu maior rival na política, o ex-governador Marconi Pe-rillo (PSDB), e fi cou com a se-gunda vaga destinada a Goiás

    Vanderlan pode ter her-dado votos de Marconi

    Marconi sem mandato

    Jais Bolsonaro esteve próximo da vitória, mas....

    ...Haddad se recuperou no fi nal da apuração

    Kajuru polarizou sua campanha com Marconi

    Luis Carlos do Carmo herdou vaga de Caiado

  • A eleição para deputado federal marcou uma mudança que há muito não se via em Goiás. Com mais de 60% de renovação – a maior nos últimos 12 anos de legis-laturas – os goianos barraram nomes ligados à base do ex-go-vernador Marconi Perillo (PSDB)

    e elegeram nomes ligados ao go-vernador eleito Ronaldo Caiado (DEM) e ao deputado federal Da-niel Vilela (MDB), que disputou o governo estadual. O nome mais sentido dentre os derrotados foi, certamente, o de Roberto Balestra (PP), que vinha sendo eleito deputado federal por Goi-

    ás desde 1987. Outro nome que estava há anos na Câmara e que não se reelegeu foi Jovair Aran-tes (PTB), um dos maiores articu-ladores políticos da Casa. Ele ha-via sido eleito pela primeira vez em 1994. Além deles, também não se reelegeram Fábio Sousa, Giuseppe Vecci e Marcos Abrão.

    FEDERAIS

    Câmara renovadaCOM MAIS DE 60% DE RENOVAÇÃO NOMES HISTÓRICOS DE GOIÁS NO CONGRESSO NACIONAL DEIXAM O PODER APÓS MUITOS ANOS

    1º - Delegado Waldir (PSL) 9,05% - 274.406 votos

    Campeão de votos na eleição anterior, em 2014, Waldir repete a dose e se elege mais uma vez como o mais votado nas eleições deste ano. O deputado surfou na onda Jair Bolsonaro (PSL) e chegou perto dos 300 mil votos neste pleito. Com seu estilo, agradou em cheio os eleitores do candidato do PSL à presidência.

    2ª - Flavia Morais (PDT) 5,60% - 169.774 votosAmparada por um trabalho realizado por seu marido, o ex-prefeito de Trindade e presidente regional do PDT em Goiás, George Morais, no qual ele realiza atendimento médico em pessoas carentes em todo o Estado, Flávia vem, há alguns anos, sendo campeã de votos em Goiás, se posicionando sempre entre os mais bem votados na luta por uma vaga na Câmara Federal.

    3ª - Dr. Zacarias Calil (DEM) 5,00% - 151.508 votos

    Considerado a maior surpresa destas eleições, o médico Zacarias Calil é conhecido por seu trabalho de anos no HMI e por suas cirurgias de separação de gêmeos siameses. De fácil trato, Zacarias ganhou o apreço da população em uma campanha realizada de porta em porta, distribuindo santinhos pessoalmente, fora os apoios de parentes de ex-pacientes.

    4º - Francisco Jr (PSD) 3,69% - 111.788 votos

    Candidato ligado à Igreja Católica e de longo trabalho político e administrativo na Prefeitura de Goiânia, na Câmara Municipal de Goiânia, da qual foi presidente, e na Assembleia Legislativa, onde foi deputado estadual por duas legislaturas, Francisco Jr. acertou na decisão de concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. E em sua estreia demonstrou sua força ao ultrapassar a marca de 100 mil votos.

    5º - João Campos (PRB) 3,50% - 106.014 votos

    Deputado federal eleito pela primeira vez em 2002, o delegado João Campos vem se reelegendo a cada quatro anos a mais um ciclo como parlamentar no Congresso Nacional. Após deixar o PSDB na última legislatura e se fi liar ao PRB, Campos chegou a cogitar concorrer a uma vaga ao Senado Federal, mas resolveu por disputar mais uma vez uma cadeira na Câmara.

    11º - Lucas Vergílio (SDD) 2,59% - 78.431 votos

    Filho do ex-deputado federal Armando Vergílio, Lucas Vergílio herdou o capital político de seu pai em 2014, quando foi lançado à deputado federal por ele. Sob a infl uência do pai dentro do ramo de empresas seguradoras, Lucas garantiu mais uma legislatura ao se eleger mais uma vez à Câmara Federal.

    12º - Adriano do Baldy (PP) 2,56% - 77.729 votos

    Ex-chefe de gabinete do ex-deputado Sandro Mabel, quando este estava na ativa dentro da política, Adriano Avelar se aproximou do hoje ministro das Cidades, Alexandre Baldy, quando este se elegeu pela primeira vez deputado federal. Neste ano, ele foi escolhido por Baldy e Mabel para concorrer à uma cadeira na Câmara Federal.

    13º - Elias Vaz (PSB) 2,47% - 74.877 votos

    Pela primeira vez, Elias Vaz buscou dar um salto mais alto em sua carreira política, depois de ter sido candidato a governador pelo PSOL em 2006 e a deputado estadual pelo PV em 2002. E acabou obtendo sucesso. Vereador há quatro mandatos em Goiânia, Elias Vaz se uniu a Jorge Kajuru (PRP) e conseguiu se eleger a deputado federal neste ano.

    14º - Célio Silveira (PSDB)2,33% - 70.663 votos

    Natural de Luziânia, o médico e advogado Célio Silveira sempre foi um dos nomes mais fortes da região do Entorno do Distrito Federal. Vice-Prefeito de Luziânia por uma oportunidade e prefeito por duas, ele também foi deputado estadual, presidente da Assembleia e secretário Extraordinário. Em 2014 se elegeu a deputado federal, se reelegendo neste ano.

    16º - José Nelto (Pode) 2,04% - 61.809 votos

    Um dos principais nomes da oposição ao governo Marconi Perillo (PSDB) na Assembleia Legislativa, José Nelto já foi vereador por Goiânia por três mandatos, presidente da Câmara Municipal e deputado estadual por cinco legislaturas. Em abril deixou o MDB, do qual estava fi liado desde a década de 1970 para se fi liar ao Podemos.

    15º - Alcides Rodrigues (PRP) 2,14% - 64.941 votos

    Médico formado pela Universidade Federal de Uberlândia, Alcides Rodrigues antes de ser eleito governador em 2005, foi deputado estadual, prefeito de Santa Helena e vice-governador por sete anos durante a gestão de Marconi Perillo. Rompeu com Marconi Perillo ainda durante sua gestão, se aproximando da oposição desde então.

    17º - Major Vitor Hugo (PSL) 1,03% - 31.190 votos

    Major do Exército Brasileiro, Vitor Hugo Almeida chegou à Goiás em 2004. Serviu por quase 10 anos no Comando de Operações Especiais de Goiânia. Surfou no sucesso eleitoral do presidenciável Jair Bolsonaro em Goiás e acabou se elegendo benefi ciado pelas novas regras eleitorais, que benefi ciam partidos pequenos.

    6º - Glaustin da Fokus PSC - 3,31% - 100.437 votos

    Empresário do ramo alimentício, Glaustin preside o Grupo Fokus, um dos maiores distribuidores de produtos alimentícios do País. Trabalhando com apoio do governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) e herdando o capital político do empresário e ex-deputado federal Sandro Mabel, Glaustin se elegeu com grande quantidade de votos.

    7º - Zé Mario (DEM)3,17% - 96.188 votos

    Neto de alemães, o catarinense José Mário Schreiner, ou apenas Zé Mário, chegou a Goiás quando tinha apenas 18 anos. Foi presidente da Emater, secretário de Estado da Agricultura de Marconi Perillo, e presidente da Faeg. Eleito suplente de deputado federal em 2014 pelo PSD, Zé Mário rompeu com a base governista e se fi liou ao DEM, se elegendo neste ano.

    8ª - Magda Mofatto (PR) 2,93% - 88.894 votos

    Empresária do ramo hoteleiro em Caldas Novas, a deputada federal Magda Mofatto se elegeu à Câmara Federal pela primeira vez em 2014. Neste ano, se reelegeu a mais uma legislatura defendendo o porte de arma aos cidadãos como principal bandeira. Seu marido, Flávio Canedo, é presidente do PR.

    9º - Professor Alcides (PP)2,92% - 88.545 votos

    Empresário do ramo educacional e comercial, havia anos que Professor Alcides tentava alavancar sua carreira política, ora como candidato a deputado federal, ora como candidato a prefeito de Aparecida de Goiânia, sua cidade. Na eleição de 2014, foi candidato a vice-governador de Vanderlan Cardoso. Neste ano o empresário atingiu seu objetivo.

    10º - Rubens Otoni (PT) 2,74% - 83.063 votos

    Já há alguns anos como um dos poucos a ser eleito pela esquerda em Goiás, o deputado Rubens Otoni é natural de Goianésia, mas fi xou sua residência política em Anápolis, cidade na qual exerce grande infl uência, ignorando a crise atravessada por seu partido nos últimos anos. Vai para seu quarto mandato na Câmara Federal.

    8 GOIÂNIA, 8 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br 9 GOIÂNIA, 8 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

    Mudança chega ao Senado

    17 x 13: ALTA PRESSÃO

    SENADORES

    APÓS MANTER MAIORIA NO SENADO DESDE 2002, BASE ALIADA DE MARCONI PERILLO VÊ OPOSIÇÃO OCUPAR AS TRÊS VAGAS DE GOIÁS, INCLUÍNDO A QUE SERIA SUA

    A menos de dez dias das eleições, uma reviravol-ta nas pesquisas para o Senado Federal era o prenúncio de um resultado ainda mais surpreendente do que se podia imaginar em Goiás. Personali-dade emblemática do Tempo Novo, o ex-governador Marco-ni Perillo (PSDB) não apenas perdeu a eleição de senador, como amargou a quinta posi-ção. Ficou atrás dos eleitos, Van-derlan Cardoso e Jorge Kajuru, também dos senadores Wilder Morais (DEM) e Lúcia Vânia que tentaram, sem sucesso, a reelei-ção.

    A votação de Marconi, 416

    mil votos, foi quatro vezes me-nor que a de Vanderlan, cam-peão da disputa, com mais de 1 milhão e 700 mil votos. Vere-ador por Goiânia, Jorge Kajuru (PRP) desde o início da campa-nha já tinha espaço no topo da corrida e foi eleito com mais de 1,5 milhão de votos.

    Marconi liderava a prin-cípio e era apontado como grande favorito nas pesquisas de intenção de votos. Até que, impulsionado pela Operação Cash Delivery, da Polícia Fede-ral, Vanderlan disparou na reta fi nal e chegou ao Senado com 31% da preferência do eleito-rado goiano. Marconi fechou a conta com pouco mais de 7%.

    Vanderlan CardosoDepois de duas derrotas se-

    guidas nas urnas, Vanderlan Cardoso (PP) foi eleito Senador Federal por Goiás, com a me-lhor votação, 31%. Desbancou nomes tradicionais da política goiana, como Lúcia Vânia (PSB), de seu antigo partido, e Marco-

    ni Perillo (PSDB), que começa-ram a atual campanha com os favoritos. E fez isso ao ingres-sar na campanha no limite do prazo estabelecido pela justiça eleitoral para a ofi cialização das candidaturas.

    Goiano de Iporá, Vanderlan é fi lho de comerciante, o pai tinha um açougue em que ele chegou a trabalhar. Também vendia pelas lanchonetes da cidade os salgados que sua mãe fazia. Hoje, aos 55 anos, é em-presário e dono Grupo Cipocal. A indústria alimentícia é uma das grandes empresas goianas, com matriz em Senador Cane-do. Tem ainda duas fi liais, na Bahia e no Pará. O senador elei-to ingresso na política em 2004, como candidato à prefeitura de Senador Canedo. Eleito naquele ano com 57% dos votos válidos, na disputa seguinte foi reeleito alcançando mais de 80%.

    Com o resultado deste do-mingo, 7, Vanderlan Cardoso confi rma seu protagonismo como político em Goiás. Em

    no Senado Federal. De fato, os tempos são outros.

    Jornalista, Kajuru alcançou notoriedade no jornalismo es-portivo, área em que atuou da década de 1970 a 2014. Passou pelo SBT, Band, Rede TV, ESPN Brasil, Esporte Interativo e ou-tros veículos importantes das imprensas goiana e nacional. Sempre usando os espaços para declarações polêmicas. Em Goi-ás, chegou a ter seu próprio canal, a Rádio K. Usou o jorna-lismo como ferramenta para criticar e denunciar governos, tornando-se conhecido pela postura polêmica.

    Em 2009, fez um procedi-mento experimental para com-bater a diabetes. Tempos difí-ceis para a saúde. Emagreceu quase 70kg, perdeu 90% de sua visão e entrou em depressão. Afastou-se da vida pública por um tempo até ser candidato, em 2014, candidato a deputado federal.

    Paulista da cidade de Caju-ru, Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser leva agora, aos 57 anos, toda sua irreverência e polêmi-ca para o Senado Federal. Na Câmara de Vereadores, com a saída de Kajuru, quem assume é seu primeiro suplente, Benja-min Beze Junior (PRP).

    Luis Carlos do CarmoCom a eleição do senador

    Ronaldo Caiado (DEM) ao gover-no de Goiás, o deputado estadu-al Luiz Carlos do Carmo (PMDB) assumirá a vaga de Caiado no Senado Federal. Carmo é irmão do pastor Oídes José do Carmo, infl uente líder evangélico de Goiás. É empresário dos ramos de mineração e transportes, e ligado aos mercados de autope-ças e materiais de construção.

    Luiz Carlos é de Palminópo-lis. Foi eleito deputado estadual em 2006, reeleito em 2010.

    Daniela MartinsAs próximas semanas não

    serão fáceis nem para Jair Bolsonaro (PSL) nem para Fer-nando Haddad (PT), que dis-putam a eleição à Presidência da República. Tampouco para seus cabos eleitorais e apoia-dores, que se engalfi nham diariamente pelas redes so-ciais e nos grupos de whatsa-pp.

    No primeiro turno, Bolso-naro conseguiu driblar os em-bates (diga-se debates) cara a cara com os demais candida-tos e não precisou apresentar propostas. Com um discurso anti-PT, o capitão reformado surpreendeu, agigantou e al-cançou 50 milhões de votos. Nada menos que 46% dos vo-

    tos válidos.Impulsionado por Lula,

    Fernando Haddad saiu dos míseros 4% do início de sua campanha, em 11 de setem-bro, quando foi ofi cializado como candidato petista, e al-cançou 30 milhões de votos ou 20,32% da preferência dos eleitores. Nesse segundo tur-no, o ex-prefeito de São Paulo tem uma missão difícil: deci-dir entre manter o discurso do ‘Brasil de Lula’ ou desven-cilhar sua imagem do próprio símbolo maior do PT. Avaliar se é hora de sair da sombra da estrela vermelha. Decisão complicada. Afi nal, o que im-pulsionou seu crescimento, também o fez estagnar.

    São obstáculos que tanto

    Haddad quanto Bolsonaro preferiram não encarar até agora. No segundo turno, é ou-tra história. É tudo ou nada.

    Nesse ponto, Bolsonaro sai em vantagem. Seu eleitora-do parece pouco se importar com propostas. A justifi cativa do voto está no antilulismo, anti-PT. E basta. Já para Had-dad, a situação é um pouco mais complicada. É preciso convencer um partido, um militância apaixonada, de que, agora, o caminho da vi-tória pode ser o pragmatismo. E torcer para dar certo no dia 28.

    As próximas semanas se-rão de alta pressão para o país. É 17x13. É só o começo. 2019 não será fácil.

    2010, ele já havia enfrentado Marconi e Iris Rezende (MDB), pelo governo do Estado. Nas eleições de 2016, encontrou Iris Rezende novamente na disputa pela Prefeitura de Goiânia, per-dendo no segundo turno.

    Durante a campanha eleito-ral de 2018, Vanderlan Cardoso afi rmou que pretende no Sena-do priorizar as discussões em torno da reforma tributária, do aumento de verbas para aplica-ção em segurança pública por parte de estados e municípios e de debates sobre um novo pacto federativo. O primeiro su-plente de Vanderlan Cardoso é Pedro Chaves (MDB) e completa a chapa Jader Melo (PP).

    Jorge Kajru

    Em 2016, Jorge Kajuru foi eleito o vereador mais bem votado da história de Goiânia, com 37,8 mil. Em 2018, desban-cou seu maior rival na política, o ex-governador Marconi Pe-rillo (PSDB), e fi cou com a se-gunda vaga destinada a Goiás

    Vanderlan pode ter her-dado votos de Marconi

    Marconi sem mandato

    Jais Bolsonaro esteve próximo da vitória, mas....

    ...Haddad se recuperou no fi nal da apuração

    Kajuru polarizou sua campanha com Marconi

    Luis Carlos do Carmo herdou vaga de Caiado

  • 2019 será um ano de muito estudo,

    pesquisa para construir o currículo junto à comunidade

    Fabiola Rodrigues

    Coordenador do Ensino Médio do Ministério da Educação, o goiano Wisley Pereira é o responsável por conduzir a discussão da reforma do ensino médio em todo o Brasil. Oriundo da escola pública, onde se formou e especializou e atuou como professor por 13 anos. Antes de assumir o cargo no MEC, foi superintendente do Ensino Médio da Secretaria de Educação de Goiás entre 2015 e 2016, tendo comandado, por um período, o programa Ensino Médio Inovador no Estado. Com essa bagagem, Wisley se sente preparado para ajudar a construir o novo ensino médio, que está passando por grandes mudanças a partir da sanção da Medida Provisória que reformulou essa etapa do ensino. Ele acredita que a fl exibilização curricular nessa fase da educação básica dará mais sentido à formação do estudante, diminuindo a evasão escolar e melhorando o aprendizado. Na entrevista, ele fala ainda sobre a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio e diz que os professores são peça fundamental em qualquer mudança na estrutura educacional brasileira.

    Tribuna do PlanaltoHá quase dois anos tem se falado nas mudanças do ensino médio, mas ainda não aconteceram de fato. O que falta para colocar em vigor o novo modelo de ensino?

    Wisley Pereira As mudanças para implementar o

    novo ensino médio não pararam, elas avançaram. Nós fi zemos modifi cações na Lei de Diretrizes Bases da Educação

    “O foco são os estudantes e os educadores, os protagonistas”

    De alguma forma, o professor poderá ser prejudicado com essas mudanças?

    Quero deixar bem claro que o curso do ensino médio durará três mil horas-aulas, serão mil horas anuais durante os três anos. O curso está saindo de 800 horas anuais e indo para no mínimo mil horas anualmente. Com isso vamos precisar de mais professores. Há uma falácia muito grande de que o novo en-sino médio vai acabar com os professo-res. Isso na verdade é uma notícia falsa, porque estaremos aumentando a carga horária escolar. Sem os professores não é possível fazer nenhuma mudança curricular, se o foco são os estudantes, os educadores são os protagonistas. A lei deixa claro que só poderá usar o pro-fessor de notório saber, exclusivamente, para os cursos técnicos profi ssionais. Isso já era prerrogativa e a legislação permitia, por exemplo eu vou abrir um curso de design de interiores, móveis planejados... Se o aluno vai fazer esse curso superior, vamos ter pessoas com experiência, para o cargo específi co.

    Então as mudanças não afetarão diretamente a carreira dos professores?

    O professor continuará com empre-go garantido e iremos precisar de mais. A LDB reforça que nos três anos teremos Português e Matemática como matérias exigidas, precisamos sim dos educado-res. E as outras matérias estarão inclu-ídas nas áreas do conhecimento. Pode-mos concentrar o ensino de sociologia e fi losofi a, por exemplo, na mesma escola não tendo a obrigatoriedade de ter de-terminada matéria nos três anos de en-sino. Com o novo ensino médio vai ser possível organizar o currículo de forma a tender os professores em uma única escola. Por isso vamos precisar de mais professores.

    A fl exibilização curricular é um grande avanço...

    Modifi car a LDB, que antes era uma possibilidade, é transformador. Agora, com a nova legislação é possível garan-tir a fl exibilização do currículo escolar. O ensino médio passa por grandes mu-danças desde a aprovação da Lei 13.415 no dia 7 fevereiro 2017, permitindo o novo modelo de ensino, que favorece ao jovem ter mais qualidade em sua formação. Estamos aguardando a ho-mologação da BNCC que vai orientar os currículos, mas nada impede de termos um grupo focal de escolas, já pensando nos itinerários formativos desde já.

    Qual a diferença entre novo ensino médio e BNCC?

    As pessoas confundem a reforma do ensino médio com a BNCC, mas são contextos diferentes. Cada uma tem a

    Coordenador de Ensino Médio do MEC

    Wilsey ereira

    Nacional (LDB), em fevereiro de 2017, com a Medida Provisória do Ensino Mé-dio. Com as mudanças, o novo ensino médio terá seu currículo fl exibilizado, escolas de tempo integral e incentivo à formação técnica. Hoje temos um en-sino médio que é composto por uma parte comum, mas, com as alterações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a carga horária passará de 2.400 horas-aulas para 3 mil horas-aulas du-rante os três anos do ensino médio.

    O que isso signifi ca na prática?As mudanças farão com que o en-

    sino seja mais fl exível, com itinerários formativos e visando cursos técnicos. Após 27 seminários realizados durante os últimos meses, em todo o país, discu-tindo a nova estrutura da BNCC frente ao novo ensino médio brasileiro, será

    entregue uma versão para o Conselho Nacional de Educação (CNE). Agora, o CNE irá ouvir outras associações, insti-tuições e fi nalizar este trabalho e defi -nirá uma versão fi nal. A BNCC do ensino médio está seguindo o mesmo ritmo do ensino fundamental. O objetivo das au-diências públicas é melhorar ou escla-recer os pontos que não estão. É nessa etapa que a base está. Após a homolo-gação da base no CNE, cabe ao ministro da Educação aprová-la ou não. O prazo que a BNCC fi cará pronta é atemporal, mas se gastarmos o mesmo tempo que o CNE gastou para elaborar a base da educação infantil e ensino fundamen-tal, a previsão é que ela fi que pronta em dezembro deste ano. Porém sabemos que a BNCC do ensino médio tem uma especifi cidade que está alinhada com essa nova estrutura.

    Fotos: Mônica Salvador

    NOVO ENSINO MÉDIO

    10 GOIÂNIA, 9 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br E S C O L AE S C O L A

  • 2019 será um ano de muito estudo,

    pesquisa para construir o currículo junto à comunidade

    Fabiola Rodrigues

    Coordenador do Ensino Médio do Ministério da Educação, o goiano Wisley Pereira é o responsável por conduzir a discussão da reforma do ensino médio em todo o Brasil. Oriundo da escola pública, onde se formou e especializou e atuou como professor por 13 anos. Antes de assumir o cargo no MEC, foi superintendente do Ensino Médio da Secretaria de Educação de Goiás entre 2015 e 2016, tendo comandado, por um período, o programa Ensino Médio Inovador no Estado. Com essa bagagem, Wisley se sente preparado para ajudar a construir o novo ensino médio, que está passando por grandes mudanças a partir da sanção da Medida Provisória que reformulou essa etapa do ensino. Ele acredita que a fl exibilização curricular nessa fase da educação básica dará mais sentido à formação do estudante, diminuindo a evasão escolar e melhorando o aprendizado. Na entrevista, ele fala ainda sobre a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio e diz que os professores são peça fundamental em qualquer mudança na estrutura educacional brasileira.

    Tribuna do PlanaltoHá quase dois anos tem se falado nas mudanças do ensino médio, mas ainda não aconteceram de fato. O que falta para colocar em vigor o novo modelo de ensino?

    Wisley Pereira As mudanças para implementar o

    novo ensino médio não pararam, elas avançaram. Nós fi zemos modifi cações na Lei de Diretrizes Bases da Educação

    “O foco são os estudantes e os educadores, os protagonistas”

    De alguma forma, o professor poderá ser prejudicado com essas mudanças?

    Quero deixar bem claro que o curso do ensino médio durará três mil horas-aulas, serão mil horas anuais durante os três anos. O curso está saindo de 800 horas anuais e indo para no mínimo mil horas anualmente. Com isso vamos precisar de mais professores. Há uma falácia muito grande de que o novo en-sino médio vai acabar com os professo-res. Isso na verdade é uma notícia falsa, porque estaremos aumentando a carga horária escolar. Sem os professores não é possível fazer nenhuma mudança curricular, se o foco são os estudantes, os educadores são os protagonistas. A lei deixa claro que só poderá usar o pro-fessor de notório saber, exclusivamente, para os cursos técnicos profi ssionais. Isso já era prerrogativa e a legislação permitia, por exemplo eu vou abrir um curso de design de interiores, móveis planejados... Se o aluno vai fazer esse curso superior, vamos ter pessoas com experiência, para o cargo específi co.

    Então as mudanças não afetarão diretamente a carreira dos professores?

    O professor continuará com empre-go garantido e iremos precisar de mais. A LDB reforça que nos três anos teremos Português e Matemática como matérias exigidas, precisamos sim dos educado-res. E as outras matérias estarão inclu-ídas nas áreas do conhecimento. Pode-mos concentrar o ensino de sociologia e fi losofi a, por exemplo, na mesma escola não tendo a obrigatoriedade de ter de-terminada matéria nos três anos de en-sino. Com o novo ensino médio vai ser possível organizar o currículo de forma a tender os professores em uma única escola. Por isso vamos precisar de mais professores.

    A fl exibilização curricular é um grande avanço...

    Modifi car a LDB, que antes era uma possibilidade, é transformador. Agora, com a nova legislação é possível garan-tir a fl exibilização do currículo escolar. O ensino médio passa por grandes mu-danças desde a aprovação da Lei 13.415 no dia 7 fevereiro 2017, permitindo o novo modelo de ensino, que favorece ao jovem ter mais qualidade em sua formação. Estamos aguardando a ho-mologação da BNCC que vai orientar os currículos, mas nada impede de termos um grupo focal de escolas, já pensando nos itinerários formativos desde já.

    Qual a diferença entre novo ensino médio e BNCC?

    As pessoas confundem a reforma do ensino médio com a BNCC, mas são contextos diferentes. Cada uma tem a

    Coordenador de Ensino Médio do MEC

    Wilsey ereira

    Nacional (LDB), em fevereiro de 2017, com a Medida Provisória do Ensino Mé-dio. Com as mudanças, o novo ensino médio terá seu currículo fl exibilizado, escolas de tempo integral e incentivo à formação técnica. Hoje temos um en-sino médio que é composto por uma parte comum, mas, com as alterações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a carga horária passará de 2.400 horas-aulas para 3 mil horas-aulas du-rante os três anos do ensino médio.

    O que isso signifi ca na prática?As mudanças farão com que o en-

    sino seja mais fl exível, com itinerários formativos e visando cursos técnicos. Após 27 seminários realizados durante os últimos meses, em todo o país, discu-tindo a nova estrutura da BNCC frente ao novo ensino médio brasileiro, será

    entregue uma versão para o Conselho Nacional de Educação (CNE). Agora, o CNE irá ouvir outras associações, insti-tuições e fi nalizar este trabalho e defi -nirá uma versão fi nal. A BNCC do ensino médio está seguindo o mesmo ritmo do ensino fundamental. O objetivo das au-diências públicas é melhorar ou escla-recer os pontos que não estão. É nessa etapa que a base está. Após a homolo-gação da base no CNE, cabe ao ministro da Educação aprová-la ou não. O prazo que a BNCC fi cará pronta é atemporal, mas se gastarmos o mesmo tempo que o CNE gastou para elaborar a base da educação infantil e ensino fundamen-tal, a previsão é que ela fi que pronta em dezembro deste ano. Porém sabemos que a BNCC do ensino médio tem uma especifi cidade que está alinhada com essa nova estrutura.

    Fotos: Mônica Salvador

    NOVO ENSINO MÉDIO

    10 GOIÂNIA, 9 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br E S C O L AE S C O L AVamos apoiar os estados

    naquilo que eles mais precisarem

    sua particularidade. A BNCC é uma das mudanças dentro da reforma, mas é ela quem norteia o currículo escolar a ser estudado. Já o novo ensino médio pro-põe a fl exibilização curricular, dando oportunidade ao jovem de focar em sua formação profi ssional, além de propor escolas de tempo integral, qualifi cação técnica e itinerários formativos.

    Como será implantado esse modelo de ensino?

    Existem escolas que já estão passan-do pelas modifi cações do novo ensino médio, como o Instituto Paulo Souza, em São Paulo. Essa implantação acon-tecerá de acordo com cada estado. O MEC está propondo que em 2019 seja o ano do planejamento. Precisamos ter um grupo de escolas selecionadas este ano, para que elas o ano que vem este-jam dialogando com o jovem. Para isso temos que escutar o estudante. Então 2019 será um ano de muito estudo, pes-quisa para construir o currículo junto à comunidade. O importante é montar um grupo focal de escolas para que pro-fessores, alunos e a comunidade deba-tam, juntos, qual a melhor matriz cur-ricular a ser implementada, para que após agosto de 2019, ou em janeiro de 2020, iniciem as aulas com um novo iti-nerário formativo.

    Goiás terá essas escolas-piloto?Sim, algumas escolas goianas farão

    parte do programa que o MEC lançou em julho deste ano, com o objetivo de ajudar as secretarias de educação a implantar o novo ensino médio. O ano que vem 270 escolas-piloto, espalhadas pelo país, estarão passando por experi-ências do novo modelo de ensino. Des-sas 270 escolas, aproximadamente 10 serão de Goiás. E claro que a secretaria terá que acompanhar essas mudanças para construir essa matriz curricular, atendendo à nova LDB. Lembrando que ela já foi aprovada com a Lei 13.415 e permite a fl exibilização do currículo escolar. Agora o que estamos aguardan-do é a fi nalização da BNCC. O estado de Goiás tem uma boa equipe educacional. Temos experiências exitosas, que posso citar como os Centros de Ensino em Pe-ríodo Integral (Cepis), que têm projeto de vida, clube juvenil, eletivas, já estão caminhando para que os estudantes sejam participativos em suas decisões. Esse projeto é inovador e atualmente no Estado há 28 escolas participando deste formato de ensino.

    Goiás inclusive participou ativamente da elaboração da BNCC da Educação Infantil e Ensino Fundamental?

    A base curricular da educação infan-til e ensino fundamental está pronta e tive o prazer, quando fui superinten-dente de Ensino Médio do Estado, entre 2015 e 2016, de conduzir o comitê esta-dual da BNCC. Em nosso cenário estadu-al, verifi cávamos o quanto era impor-tante o ensino médio estar organizado por áreas de conhecimento, obedecen-do à LDB. Ali já estava em xeque como

    fazer uma mudança curricular signifi -cativa no ensino.

    Há recursos fi nanceiros sufi cientes para implantar este novo modelo de ensino?

    Primeiro vamos deixar claro que te-mos uma necessidade instalada há dé-cadas no Brasil de igualar a educação em todo o país. Outro problema, que é na infraestrutura nas escolas, não é de agora, algumas pessoas pensam que a falta de estrutura na escola surgiu de-pois da mudança na LDB, em fevereiro do ano passado. Não podemos confun-dir uma coisa com a outra. Os prédios de muitas escolas estão precários há décadas. Precisamos mudar isso, inves-tir no que estará de acordo com os an-seios da juventude. É importante fazer as mudanças no currículo, como tam-bém nas estruturas. O MEC ajudará na melhoria das unidades escolares, como vem fazendo. Hoje temos 900 escolas que participam da política de fomento da educação de tempo integral. Dentre elas podemos citar alguns Centros de Ensino em Tempo Integral (Cepis), que o governo federal passa investimen-to para cada estudante matriculado. O MEC já está investindo mais de R$ 900 milhões na implementação das escolas de tempo integral. Vamos investir R$ 29 milhões de dólares em assistências téc-nicas e pedagógicas nas secretarias de educação para fazer implementa-ção do novo ensino médio. A verba, se aprovada, virá de um acordo de empréstimo com o Banco Mundial. Então do ponto de vista do MEC, va-mos apoiar os estados naquilo que eles mais precisarem.

    Como conseguir manter o estudante em sala de aula até implementação deste novo modelo de ensino, já que a evasão escolar no ensino médio é um grande problema?

    Primeiro era aprovar uma lei que possibilitava um currículo que fosse construído para atender essa juventu-de, por isso a velocidade e urgência de fazer a mudança da legisla-ção e criar o novo ensino médio. Têm muitos estudantes que ter-minam o 9º ano e nem fazem a ma-trícula no ensino médio logo de cara. Alguns têm esse comportamento por precisarem de trabalhar, ajudar a sustentar a fa-mília. Outros não veem motivação para encarar a última etapa da educação bási-ca. Precisamos mudar isso. Outra questão é criar-mos um bom currículo, que articule com o jovem. Nós precisamos co-meçar, por isso o programa de apoio ao ensino médio. Do pon-

    to de vista do MEC nós estamos prepa-rados para apoiar os estados, agora, ne-cessitamos fazer com que a roda gire do lado de quem precisa. Teremos um perí-odo de transição necessário no ensino médio, mas será por bons motivos. Até lá as escolas precisam trabalhar com os estudantes programas interativos que desenvolvam habilidades socioemocio-nais dos jovens.

    Como fi cará a situação do ensino médio noturno?

    A legislação deixa claro que cada es-tado irá pensar em como reformular o ensino médio noturno. Cada secretaria vai desenvolvê-lo conforme sua realida-de. Afi nal de contas é um modelo de en-sino que também tem que mudar, por-que o pouco tempo de aprendizagem que o estudante tem à noite precisa de valorização. O estudante do noturno deve ter um modelo de ensino que o atenda em seu projeto de vida.

    O estudante, ainda bem jovem, terá maturidade para escolher seu itinerário de formação?

    Quando estávamos discutindo a BNCC vimos a necessidade, urgência e relevância de fazer mudança na estru-

    tura curricular do ensino médio bra-sileiro, para garantir a possiblidade de fl exibilizar o currículo e garantir essa possibilidade como direito do jovem; ele saberá escolher. Para isso foi composta a mudança na LDB 13.415 que diz que, dentre as três mil horas-aulas do ensino médio, uma parte – 1800 horas-aulas – será comum a todos os estudantes. E as outras 1200 horas-aulas serão destina-das para que o estudante aprofunde em um itinerário de formação que ele de-seja, conforme seu projeto de vida; ele terá essa capacidade de escolha. Porque a escola está na função de atender algo que faz signifi cado para esses jovens. As condições sociais começam por educa-ção de qualidade, que dá oportunidade de boa formação para os estudantes. Esse é o modelo do novo ensino médio, permite que a organização do currículo seja fl exível e garanta a participação do jovem no processo de escolha. A BNCC compõe esse projeto, ela que vai nor-tear quais são as habilidades e compe-tências mínimas que serão garantidas como direito de aprendizagem. E aí orientará a construção dos currículos nos estados. Tem matérias eletivas, op-tativas. Não podemos é conviver com a atual realidade de aprendizagem do en-sino médio, que se comparada com a do ensino fundamental é quase a mesma. Isso é dizer que o ensino médio agrega muito pouco para os nossos jovens. Pre-cisamos avançar.

    O estudo terá mais signifi cado...Eles vão para o ensino médio e de-

    senvolverão suas habilidades. Vamos parar de inibir a competência dos nos-sos jovens. Vamos fortalecer e melhorar a capacidade de cada um e realizar pro-jetos de vida. Isso é o que mais importa.

    As condições sociais começam por

    educação de qualidade

    11 GOIÂNIA, 9 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br E S C O L AE S C O L A

  • 12 GOIÂNIA, 8 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

    Estados: metade já decidiuGOVERNADORES

    INDECISÃO SEGUE EM ESTADOS ONDE BOLSONARO E HADDAD VENCERAM. INFLUÊNCIA NA DISPUTA NACIONAL DEVE OCORRER

    ACREGladson Cameli (PP)53,71% dos votos

    ALAGOASRenan Filho (MDB) 77,30% dos votos

    SERGIPEBelivaldo

    Chagas (PSD) 40,84% dos

    votos

    Valadares Filho (PSB)

    21,49% dos votos

    BAHIARui Costa (PT) 75,50% dos votos válidos (reeleito)

    TOCANTINSMauro Carlesse (PHS) 57,39% dos votos

    DISTRITO FEDERALIbaneis (MDB)41,97% dos votos Rodrigo Rollemberg (PSB) 13,94% dos votos

    MINAS GERAISRomeu Zema (NOVO) 42,73% dos votos Antonio Anastasia (PSDB) 29,06% dos votos

    GOIÁSRonaldo Caiado (DEM) 59,73% dos votos

    RONDÔNIA Expedito Junior (PSDB) 31,59% dos votos válidos Coronel Marcos Rocha (PSL) 23,99% dos votos válidos

    MATO GROSSO DO SUL

    Reinaldo Azambuja

    (PSDB) 44,61% dos votos

    Juiz Odilon (PDT)

    31,62% dos votos13 ESTADOS JÁ DEFINIRAMELEITOS EM 1º TURNO (13 estados)

    2º TURNO (13 estados + 1 DF)

    RIO GRANDE DO SULEduardo Leite (PSDB)

    35,90% dos votos José Ivo Sartori (MDB)

    31,11% dos votos

    MATO GROSSOMauro Mendes (DEM) 58,69% dos votos válidos

    ESPÍRITO SANTORenato Casagrande (PSB) 55,49% dos votos

    RIO DE JANEIROWilson Witzel (PSC)41,28% dos votos Eduardo Paes (DEM)19,56% dos votos

    SÃO PAULOJoão Doria (PSDB)31,77% dos votosMarcio França (PSB)21,53% dos votos

    PARANÁRatinho Junior (PSD)59,99%dos votos

    SANTA CATARINAGelson Merísio (PSD) 31,12% dos votos Comandante Moisés (PSL)29,72% dos votos

    CEARÁCamilo (PT) 79,96% dos votos válidos (reeleito)

    PIAUÍ (PT) Wellington Dias 55,65% dos votos válidos

    PARAÍBAJoão Azevêdo (PSB) 58,18% dos votos válidos

    PERNAMBUCOPaulo Câmara (PSB)50,70% dos votos válidos (reeleito)

    RIO GRANDE DO NORTEFatima Bezerra (PT) 46,17% dos votos válidos

    Carlos Eduardo (PDT) 32,45% dos votos válidos

    MARANHÃOFlávio Dino(PCdoB) 59,29% dos votos válidos (reeleito)

    AMAPÁWaldez (PDT) 3,55% dos votos válidosCapi (PSB)30,10% dos votos válidos

    AMAZONASWilson Lima (PSC) 33,73% dos votos válidosAmazonino Mendes (PDT) 32,74% dos votos válidos

    PARÁHelder Barbalho (MDB)47,69% dos votos válidos Marcio Miranda (DEM) 30,21% dos votos válidos

    RORAIMA Antonio Denarium (PSL) 42,27% dos votos válidos Anchieta (PSDB) 38,78% dos votos válidos

    Metade dos estados brasi-leiros elegeram seus novos go-vernadores no domingo, 7. Na outra metade, mais o Distrito Federal, a disputa passou para o segundo turno. Em alguns ca-

    sos com o embate bem acirra-do, casos do Amapá, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Cata-rina. No Amazonas, a diferen-ça entre os dois concorrentes, Wilson Lima (PSC) e Amazoni-

    no Mendes (PDT), é de apenas 1%. Detalhe: tanto em estados onde o candidato Jair Bolsona-ro (PSL) venceu, como Sul e Su-deste, como também naqueles onde Fernando Haddad (PT)

    também obteve resultado favo-rável, como Norte e Nordeste, as disputas seguem abertas, o que signifi ca que o pleito na-cional poderá ter infl uência di-reta nos resultados. A Tribuna realizou levantamento apon-tando onde ainda há indecisão e também onde o pleito já está defi nido. Confi ra.