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Governança Corporativa
O que é, para que serve e modo de usar
Eduardo José Bernini
QualiHosp Centro de Convenções Rebouças, SP – 27 de abril de 2015
Eduardo José Bernini
Economista pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo – FEA/USP
Pós-graduado em Economia do Setor Energético pelo IEE/USP e em Teoria do Desenvolvimento Econômico pela PUC/SP
Cursos de extensão na University of Virginia, na University of California Berkeley, no Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC) e na FIPECAFI
Professor convidado dos cursos de Governança Corporativa para Negócios Regulados e de Regulação e Negócios de
Energia da Fundação Getúlio Vargas para cursos in Company, do IBP-Pós, da ABDIB-EduCorp e do IBGC
É Conselheiro de Administração Certificado por Experiência pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC, 2009)
MBA em Governança Corporativa pela FIPECAFI (2013)
Atualmente cursando o Mestrado em Gestão e Políticas Públicas na FGV-SP (2013/2015)
Foi Diretor Presidente do Grupo AES no Brasil, da EDP-Brasil, da VBC Energia e da Eletropaulo, além de Secretário Adjunto
de Energia no Ministério de Minas e Energia (1994) e no Governo de São Paulo (1995/1996)
Membro dos Conselhos de Administração da AEGEA Saneamento S.A., da Usina Coruripe S.A., da Fundação Abrinq pelos
Direitos da Criança e do Adolescente e do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial
Foi Conselheiro de Administração da InPar S.A., Usina Moema Participações, da DESA – Dobrevê Energia S.A. e de
diversas empresas do setor energético (Eletropaulo, CPFL, CESP, Comgás, CERJ, Bandeirante Energia, nas quais atuou
como Vice-Presidente e Presidente do Conselheiro de Administração).
Sócio-diretor e fundador da Tempo Giusto Consultoria Empresarial.
Governança O que é, para que serve e modo de usar
Parte I Governança Corporativa
Alguns fundamentos e exemplos de boas práticas
Parte II Governança Pública
Como impacta a Governança Corporativa sobretudo em atividades reguladas
(como Saúde...)
Conclusões
Mapa do nosso diálogo de hoje
Mapa do nosso diálogo de hoje
Parte I Governança Corporativa
Alguns fundamentos e exemplos de boas práticas
Governança Corporativa
Conceito e estrutura da Governança Corporativa
O que é...
GOVERNO das organizações Portanto, como se aloca o PODER nas
organizações
O que NÃO é...
Panacéia (cura para todo e qualquer mal...)
GOVERNANÇA
Princípios
Melhores Práticas
Partes Relaciona-
das
Mecanis-mos de
Relaciona-mento
Geração de Valor
Perenida-de da
Organiza-ção
O Fator Humano na Governança Corporativa
A governança das organizações é ditada por “pês”:
Poder, Processos, Práticas, Princípios, Propósitos, Pessoas,
que sustentadas pela Propriedade conduzem à Perenidade
Governantes: foco no Poder
Líderes empresariais: foco em Poder, Processos e Propriedade
E quem cuida da Perenidade,
que se confunde com a Sustentabilidade?
Práticas, Princípios, Propósitos, Pessoas
Desafio da Governança no Século XXI:
conciliar todos os “pês” através da Ética Empresarial
Conceito e estrutura da Governança Corporativa
Os Princípios da Boa Governança
Transparência (disclosure)
Canais eficientes de divulgação de suas informações, tanto internamente
quanto para terceiros
Equidade (fairness)
Tratamento justo e isonômico entre todas as classes de sócios e para
com as partes relacionadas e/ou interessadas (stakeholders)
Prestação de Contas (accountability)
Evidências de separação entre interesses da companhia e interesses
individuais (administradores ou controladores)
Cumprimento das leis (compliance)
Ética (ethics)
Conceito e estrutura da Governança Corporativa
Origem
Desenvolvimento dos Mercados de Capitais, Anos 30
Expressão “Corporate Governance”, Anos 90 => Código de Melhores
Práticas
Questão fundamental
Como investidores podem exercer o poder sobre a empresa e reduzir a
discricionariedade dos gestores através de uma cadeia de comando que
flua do PROPRIETÁRIO para os EXECUTORES, por meio da ação dos
EXECUTIVOS e sob mediação do CONSELHO de Administração ?
Limitações
Técnicas
Vieses
Cognitivos
Conflitos de Interesses
Problema Real
PESSOAS
Conceito e estrutura da Governança Corporativa
DEFINIÇÃO E QUALIFICAÇÃO
Fonte
IBGC, 2004 (p. 6)
Conceito
GC é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os
relacionamentos entre acionistas/cotistas, conselho de administração, diretoria, auditoria
independente e conselho fiscal. As boas práticas de Governança Corporativa têm a finalidade
de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para sua
perenidade.
Principais Características:
Objetivo: Aumentar o valor da empresa, facilitar a entrada de capital e contribuir para sua
perenidade. (Valor)
Qualificação: Consiste num sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas.
(Mecanismo de relacionamento)
Conceito e estrutura da Governança Corporativa
“CORPORATIVA” relaciona-se a modelo empresarial no pressuposto de que a
organização é uma entidade legal, apartada da figura jurídica de seus
proprietários, de forma que a propriedade é representada por um título (Ações ou
Cotas)
“GOVERNANÇA” relaciona-se a Governo, portanto a formas de exercício de
“PODER”
Definições refletem essencialmente o dilema entre:
Geração de Valor
Direção e Controle
Mecanismos de Relacionamento
Mecanismos de
Relacionamento
Conflitos de Agência
(ou de delegação)
Teoria do
Agente-
Principal
Conceito e estrutura da Governança Corporativa
Questão fundamental da Governança Corporativa
CONFLITOS DE INTERESSE e DELEGAÇÃO DE AUTORIDADE => PODER
No plano teórico, o CONCEITO usado é o da chamada TEORIA DO AGENTE-PRINCIPAL
Conceito e estrutura da Governança Corporativa
Quem é o AGENTE?
Aqueles que
TOMAM DECISÕES
em nome de terceiros
Quem é o PRINCIPAL?
Aqueles que
DELEGAM DECISÕES
a terceiros
Conselho de
Administração
Elo de ligação
entre Propriedade e Gestão
Guardião da Governança
GESTÃO Administradores
Estatutários
(Presidente,
Diretores)
STOKEHOLDERS
(Acionistas)
STAKEHOLDERS (Partes
Interessadas)
Qual o problema?
Conceito e estrutura da Governança Corporativa
AGENTES
Nem sempre
TOMAM DECISÕES
que maximizem o
interesse do
PRINCIPAL
Entender e atender
AO INTERESSE
dos
STAKEHOLDERS
não é tarefa
simples nem óbvia
FORMA DE
MITIGAÇÃO
Relação contratual entre
AGENTES e PRINCIPAL
(mandato estatutário)
Dever de Diligência
Dever de Lealdade
Obrigações Fiduciárias
O sistema da Governança
Conceito e estrutura da Governança Corporativa
ACIONISTAS
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO CONSELHO FISCAL
Auditoria Externa
Auditoria
Interna
Comitê de
Auditoria
Comitês
Temáticos
GOVERNANÇA
GESTÃO
Diretor Presidente (CEO)
Diretores Estatutários
Controles internos: um elemento crítico “Controles Internos são um processo, projetado para prover razoável garantia da consecução de objetivos nas
seguintes categorias:
• Efetividade e eficiência nas operações
• Confiabilidade nos recursos financeiros
• Atendimento às leis e regulamentos aplicáveis”
(COSO, 1994, v. Módulo 1, citado em “Gestão de Controles Internos, Albuquerque, Nestor Oliveira, © 2005,
IBC do Brasil)
Função Prioritária do
Conselho de
ADMINISTRAÇÃO
Monitoramento
da Saúde Financeira
Principais mecanismos da Governança Corporativa
Função Prioritária do
Conselho
FISCAL
Fiscalização
da Saúde Financeira
Boas Práticas de Governança Corporativa: exemplos práticos
ACIONISTAS CONSELHO DE
ADMINISTRAÇÃO
MELHORES PRÁTICAS
Cultura Organizacional Estratégia
Capital Humano Desempenho
Riscos e Controles
GESTÃO
CRIAÇÃO DE VALOR
PERENIDADE
Principal
Agentes
Meta Objetivo
Final
Elo de ligação entre Propriedade
e Gestão
Boas Práticas de Governança Corporativa: exemplos práticos
Responsabilidades dos Conselhos de Administração, Conselho Fiscal e Gestão
Monitoramento de Resultados versus formalidades do Conselho de Administração
Facilitação do Processo de Tomada de Decisão Presidente do Conselho de Administração e Diretor-
Presidente (devem/podem) ser a mesma pessoa? Relacionamento do Conselho de Administração com
a Gestão Executiva: aconselhar Perfil, capacitações, habilidades e composição do
Conselho de Administração: qualificação e tempo de dedicação. Remuneração.
Tempo de mandato e prazo de validade de um Conselheiro
Seleção e processo de indicação de Conselheiros
Comitês: por que e para que Secretaria do Conselho, Secretaria de Governança,
Diretoria de Governança: vários nomes, a mesma essencialidade
Perfil, capacitações, habilidade, qualificação e tempo de dedicação da Secretaria de Governança
Agenda, Material, periodicidade, tempo de duração e condução das Reuniões de Conselho de Administração
Atas das Reuniões do Conselho de Administração Acompanhamento dos temas de responsabilidade
do Conselho de Administração Agenda temática anual Avaliação anual do Conselho de Administração e
dos Conselheiros de Administração
E depois que terminar meu mandato, o que faço?
Parte II Governança Pública
Como impacta a Governança Corporativa sobretudo em atividades reguladas
(como Saúde...)
Mapa do nosso diálogo de hoje
ACIONISTAS CONSELHO DE
ADMINISTRAÇÃO
MELHORES PRÁTICAS
Cultura Organizacional
Estratégia Capital Humano
Desempenho Riscos e Controles
GESTÃO
CRIAÇÃO DE VALOR
PERENIDADE
Principal
Agentes
Meta Objetivo
Final
Elo de ligação entre Propriedade
e Gestão
Como alinhar os interesses dos
stokeholders com os stakeholders?
Como definir “valor”?
Governança Corporativa: a complicação...
CRIAÇÃO DE VALOR
PERENIDADE
Meta Objetivo
Final
Como definir “valor”?
Governança Corporativa: a complicação...
Criar VALOR não se confunde com LUCRO Lucro é consequência, não causa
Para o mundo das empresas, o que conta é o EVA = Valor Econômico Adicionado
Criar VALOR Eficiência + Eficácia =
Produtividade + Qualidade
Fazer mais com menos MAIS Volume, MAIS Qualidade
MENOS recursos (financeiros e materiais)
- “Afinal, quais as partes interessadas na minha organização?”
- “A Sociedade...”
Organizações Sociais
STAKEHOLDERS
Partes
Interessadas
Instituições
Reguladores e Coordenadores
Poderes
Judiciário
Executivo
Legislativo
Pessoas e
Sindicatos
Clientes e
Fornecedores
Concorrentes
Agentes Políticos
Formadores de Opinião
Mercado Financeiro e de Capitais
Acionistas e Controladores
Mídia
Governança Corporativa: a complicação...
Como alinhar os interesses dos stokeholders
com os stakeholders?
SIN
GU
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do
”
ASSIMETRIA
DE INFORMAÇÃO
ASSIMETRIA
DO PODER DE INFLUÊNCIA
DECISÃO PELA
AUTORIDADE
Convicção pessoal (ideológica ou
técnica)
Orientação por políticas públicas
Influência do grau de exposição e
debate da decisão pela opinião pública
STAKEHOLDERS
Governança Corporativa: a complicação...
Percepção pelos stakeholders
da Boa Prática de Governança
cria “goodwill” que neutraliza
assimetria do poder de influência
Uma parte interessada ‘muito especial’ na minha organização:
O GOVERNO
Governança Corporativa: a complicação...
Governo
Acionista Bancos
Fornecedores Empregados
Clientes
O último a receber é o que corre mais riscos...
Ciclo das Políticas Públicas
Fase Agenda
Fase
Formu-
lação
Fase Implemen-
tação
Fase Avaliação
O Ciclo das Políticas Públicas e as boas práticas de Governança
Como a parte interessada “Governo”
intervém na Governança Corporativa?
O que diz a teoria?
Falhas de Mercado Intervenção do
Estado Regulamentação
Políticas Públicas
Identificação e
diagnóstico
Define diretrizes
Corrige falha do mercado
O Ciclo das Políticas Públicas e as boas práticas de Governança
O que diz a teoria?
Falhas de Mercado Intervenção do
Estado Regulamentação
Políticas Públicas
Diretrizes estáveis
Corrigida Concluída
Quadro regulatório aperfeiçoado
Estabilidade e
normalidade
O Ciclo das Políticas Públicas e as boas práticas de Governança
Na prática a teoria é outra?
Intervenção do Estado
Cria Falhas de Mercado
Regulamentação
Políticas Públicas
Identificação e diagnóstico
Define diretrizes
Tentativa e erro na
correção
Aprofunda as falhas do
mercado
O Ciclo das Políticas Públicas e as boas práticas de Governança
A prática da teoria
Ciclo das Políticas Públicas
Fase Agenda
Fase
Formulação
Fase
Implementação
Fase
Avaliação
Problema relevante?
Problema resolvido?
Política Pública
encerrada
Consequências da NÃO prática da teoria
O Ciclo das Políticas Públicas e as boas práticas de Governança
Judicialização com elevado custo social Instabilidade jurídica e regulatória
Desânimo Empresarial Casuísmos como regra Perda de autoridade
Improdutividade e Ineficiência Destruição de Valor
CUSTO BRASIL
IMPACTO DIRETO SOBRE A QUALIDADE DA GOVERNANÇA
CORPORATIVA
A AGENDA DO DIA
GOVERNANÇA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Governança Pública
Conceitos e Principais Características
Sistema que assegura às partes interessadas pertinentes,
o governo estratégico das organizações públicas e o efetivo monitoramento da alta administração.
A relação entre a coisa pública e a gestão se dá por meio de práticas de medição, tais como, auditorias independentes, unidades de avaliação, unidades de controle interno e externo,
como instrumentos fundamentais para o exercício do controle.
A Governança Pública assegura as partes interessadas equidade, transparência e responsabilidade pelos resultados,
com obediência aos princípios constitucionais e as políticas de consequência.
O Ciclo das Políticas Públicas e as boas práticas de Governança
O que diz a teoria?
Falhas de Mercado Intervenção do
Estado Regulamentação
Políticas Públicas
Diretrizes estáveis
Corrigida Concluída
Quadro regulatório aperfeiçoado
Estabilidade e
normalidade
Na prática a teoria é outra?
Intervenção do Estado
Cria Falhas de Mercado
Regulamentação
Políticas Públicas
Identificação e diagnóstico
Define diretrizes
Tentativa e erro na correção
Aprofunda as falhas do mercado
A realidade indesejada A realidade almejada
Uma ponte chamada
“Governança”
O Ciclo das Políticas Públicas e as boas práticas de Governança
Governança O que é, para que serve e modo de usar
Conclusões
Mapa do nosso diálogo de hoje
GOVERNANÇA CORPORATIVA =
GOVERNO DAS ORGANIZAÇÕES
PRINCÍPIOS CLAROS
(Inteligíveis e universais) PRÁTICAS TESTADAS
(Códigos de Melhores Práticas)
JORNADA (e não ponto de chegada...)
GERAÇÃO DE VALOR (para todos os stakeholders)
PERENIDADE
O GRANDE DESAFIO
GOVERNANÇA PÚBLICA
(?)
Conclusão: A JORNADA É O GRANDE DESAFIO...
GRATO PELA ATENÇÃO! E vamos ao debate,
às perguntas (sempre convenientes) e às respostas (nem sempre possíveis)...