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1 GOVERNANÇA CORPORATIVA: UM ESTUDO SOBRE A PERFORMANCE DAS FIRMAS BRASILEIRAS ANTES DA CRISE ECONÔMICA DE 2008. Aluno: Marcos Alexandre Ribeiro Orientador: Prof. Jeferson de Araujo Funchal RESUMO Este estudo analisa e compara os desempenhos de empresas não-financeiras que exercem a governança corporativa e constam listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) classificadas no segmento Nível 2, entre os anos de 2007 e 2008, ano da crise mundial financeira, iniciada com a elevação da inadimplência e desvalorização dos imóveis e ativos financeiros, associadas às hipotecas americanas de alto risco. A análise busca verificar se empresas que obedeciam ao regulamento de práticas diferenciadas do Nível 2 da Bovespa, conseguiram realmente agregar valor aos acionistas neste período pré-crise e no final do exercício de 2008. Para efetuar-se a comparação buscaram-se medidas de valor de desempenho econômico-financeiro e criação de valor utilizando-se variáveis como retorno do investimento (ROI), valor criado ao acionista (VCA), valor econômico agregado (VEA) e valor agregado pelo mercado (MVA). Os resultados mostraram que das 16 empresas selecionadas para amostragem, somente cinco conseguiram adicionar valor econômico e agregar valor de mercado. Destas cinco empresas, apenas uma conseguiu uma remuneração mínima ao investidor. Há de se destacar também as limitações de informações para as variáveis do valor criado ao acionista. Desta forma, concluiu-se que estas empresas buscaram colocar em prática os ensinamentos de governança corporativa e criação de valor. PALAVRAS-CHAVE: Governança Corporativa, Desempenho, Crise. 1. INTRODUÇÃO De acordo com Malvessi (2000) alguns quesitos que transformam uma empresa e permitem incluí-las entre as mais admiradas do mundo são: qualidade geral da administração, dos produtos e serviços; capacidade de inovação, compromisso com a comunidade e respeito pelo meio ambiente; destaque na atuação internacional; valor como investimento de longo prazo e solidez financeira e uso adequado do patrimônio dos acionistas. Portanto, a análise destas qualificações, entre outras, podem determinar e avaliar o desempenho de uma empresa

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GOVERNANÇA CORPORATIVA: UM ESTUDO SOBRE A PERFORMANCE DAS

FIRMAS BRASILEIRAS ANTES DA CRISE ECONÔMICA DE 2008.

Aluno: Marcos Alexandre Ribeiro

Orientador: Prof. Jeferson de Araujo Funchal

RESUMO

Este estudo analisa e compara os desempenhos de empresas não-financeiras que

exercem a governança corporativa e constam listadas na Bolsa de Valores de São Paulo

(Bovespa) classificadas no segmento Nível 2, entre os anos de 2007 e 2008, ano da crise

mundial financeira, iniciada com a elevação da inadimplência e desvalorização dos imóveis e

ativos financeiros, associadas às hipotecas americanas de alto risco. A análise busca verificar

se empresas que obedeciam ao regulamento de práticas diferenciadas do Nível 2 da Bovespa,

conseguiram realmente agregar valor aos acionistas neste período pré-crise e no final do

exercício de 2008. Para efetuar-se a comparação buscaram-se medidas de valor de

desempenho econômico-financeiro e criação de valor utilizando-se variáveis como retorno do

investimento (ROI), valor criado ao acionista (VCA), valor econômico agregado (VEA) e valor

agregado pelo mercado (MVA). Os resultados mostraram que das 16 empresas selecionadas

para amostragem, somente cinco conseguiram adicionar valor econômico e agregar valor de

mercado. Destas cinco empresas, apenas uma conseguiu uma remuneração mínima ao

investidor. Há de se destacar também as limitações de informações para as variáveis do valor

criado ao acionista. Desta forma, concluiu-se que estas empresas buscaram colocar em prática

os ensinamentos de governança corporativa e criação de valor.

PALAVRAS-CHAVE: Governança Corporativa, Desempenho, Crise.

1. INTRODUÇÃO

De acordo com Malvessi (2000) alguns quesitos que transformam uma empresa e

permitem incluí-las entre as mais admiradas do mundo são: qualidade geral da administração,

dos produtos e serviços; capacidade de inovação, compromisso com a comunidade e respeito

pelo meio ambiente; destaque na atuação internacional; valor como investimento de longo

prazo e solidez financeira e uso adequado do patrimônio dos acionistas. Portanto, a análise

destas qualificações, entre outras, podem determinar e avaliar o desempenho de uma empresa

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que atue com governança corporativa, criando assim, valor ao investidor em performance

positiva ou caso contrário, a destruição ou erosão do patrimônio.

As grandes corporações de capital aberto no Brasil atualmente vêm adotando as boas

práticas de governança corporativa, buscando a transparência na sua gestão e, por

conseqüência, minimizando os riscos para os acionistas minoritários. Em busca deste enfoque

estruturam seus sistemas de controle com ferramentas modernas de gestão e lideranças que

carregam o emblema da ética e profissionalismo acima de tudo, independente do estilo desta

liderança. Estas corporações com destaque no Brasil e no mundo, com certeza apresentam

esta relevância em seu desempenho por motivos claros através da orientação de seu agente e o

manejo que é dado às informações que possuem. Desta forma, agregam valor para sua

companhia e valorizam as ações e o patrimônio do acionista. A busca pelo entendimento de

como este processo se desenrola, o impacto causado nos stakeholders1, a análise das causas e

conseqüência destas ações foi o que motivou o presente estudo.

O tema abordado neste estudo refere-se à governança corporativa e empresas que

agregaram valor para seus proprietários antes da crise mundial do ano de 2008 e trata de

aspectos relacionados às boas práticas da governança corporativa em firmas que aderiram ao

chamado Nível 2 de Governança Corporativa. Serão vistos aspectos como a governança no

Brasil e no Mundo, o problema de agência, a questão do minoritário, o nível 2 e índices de

desempenho destas empresas.

Sendo assim, o objetivo do estudo deste trabalho é demonstrar que empresas que

inseridas dentro do Nível 2 de Governança Corporativa conseguiram atingir resultados que

agregassem valor ao acionista. Para tanto será examinado as características principais de cada

empresa que atuem com governança corporativa e a separação dos níveis para coleta. Para

tanto, justifica-se esta pesquisa pelo motivo de apresentar empresas com desempenho

satisfatório anterior à crise de 2008, alinhado às boas práticas da governança corporativa e

valorização do preço das ações, agregando desta forma, valor ao proprietário.

Desta forma, pode-se formular o seguinte problema de pesquisa: as empresas que

praticavam a governança corporativa mais especificamente as aderentes ao Nível 2 de

Governança Corporativa, antes da crise de 2008 vinham agregando valor aos acionistas?

A estrutura deste artigo corresponde a fundamentação teórica apresentada na seção 2.

Na seção 3,apresenta-se os dados de desempenho. Os procedimentos metodológicos são

                                                                                                                     1 Stakeholders: atores envolvidos na governança corporativa como agente, conselho, acionistas, funcionários

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apresentados na seção 4. A seção 5 contém os resultados alcançados, e na seção 6 a

conclusão.

                             

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 GOVERNANÇA CORPORATIVA

Inúmeros escândalos e crises mundiais diversas levam as instituições a definir

regras básicas para boas práticas de governança com isto sempre enfatizando a transparências

nas informações, o exercício da ética e a segregação de funções nas companhias. Segundo

Fudenberg e Tirole (2000), teoria do agente principal ou da agência esclarece e alerta para

possibilidades do uso de instrumentos por parte do controlador que o levem a conceder

benefícios a si próprio investido do poder que detém sobre os recursos financeiros e

patrimoniais da corporação. Dentro desta teoria podemos observar as relações bilaterais entre

um indivíduo (o principal) e outro (o agente), na qual são necessárias as seguintes condições,

de acordo com Siffert Filho (1998):

O agente dispõe de vários comportamentos possíveis para serem adotados,

ou seja, em uma corporação, por exemplo, os administradores são aqueles que,

efetivamente, detém o controle sobre os ativos da firma, podendo empregá-los de

distintas maneiras;

A ação dos agentes/administradores afeta não apenas seu próprio bem-estar

(estabilidade, crescimento) mas também do principal/acionistas controladores

(valorização das ações, dividendos);

As ações do agente dificilmente são observáveis pelo principal, havendo

assimetria informacional entre as partes.

Segundo Silveira (2004), o conceito de governança corporativa remete ao conjunto de

mecanismos de incentivo e controle, internos e externos que visam minimizar os custos

decorrentes do problema de agência. Conforme Siffert Filho (1998) as questões de

governança corporativa ganham maior relevância partir do surgimento das grandes

corporações, quando ocorre a separação entre controle e gestão. Por conseqüência, uma maior

necessidade de competitividade definiu uma mudança de rumo nas suas gestões. Shleifer e

Vishny (1997) apud Correia e Amaral (2006)2 definem governança corporativa como um

                                                                                                                     2  SHLEIFER, A.; VISHNY, R.W. A survey of corporate governance. Journal of Finance. Vol. 52, p. 737-783,

June 1997.

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conjunto de mecanismos pelos quais os fornecedores de recursos garantem a obtenção para si

do retorno sobre seu investimento. Segundo os autores, algumas empresas conseguem captar

recursos sem dar em troca qualquer poder aos investidores. Esta situação, entretanto ocorre

com poucas empresas e de forma esporádica, de acordo com os ciclos do mercado financeiro.

Na maioria das vezes, as empresas têm que conceder poder ao investidor em troca de

recursos. Portanto, constata-se que existem vários conceitos de governança corporativa. A

seguir veremos alguns modelos de governança corporativa no mundo.

2.1.1 Modelo de Governança Anglo-saxão

Conforme Lethbridge (1997), no modelo anglo-saxão, que prevalece nos Estados

Unidos e Reino Unido as participações acionárias são relativamente pulverizadas e bolsas de

ações desenvolvidas garantem a liquidez dessas participações, diminuindo o risco dos

acionistas; de acordo com estas condições, não há a necessidade de um monitoramento direto,

pois o mercado através da variação dos preços das ações avaliza a aprovação ou não da gestão

por parte dos administradores. Nos Estados Unidos, segundo Carlsson apud Silveira (2002)3 o

fundo de pensão Calpers4 foi o propulsor do movimento de governança corporativa De forma

mais específica, os Estados Unidos através da constatação desta pulverização de ações tem

como conseqüência segundo Roe (1994) apud Silveira (2002) 5, uma pouca motivação ou

capacidade por parte dos acionistas para afetar as políticas corporativas definidas pelos

gestores resultando em uma situação a qual os executivos são fortes e os proprietários são

fracos. Neste formato de governança, existe a exigência por um elevado nível de transparência

e rígidos controles sobre informações privilegiadas. Segundo Roe (1994) apud Silveira e

Lanzana (2003) países com maior proteção aos acionistas como os Estados Unidos, grandes

blocos de controle são incomuns; provavelmente devido ás restrições legais sobre bancos,

fundos mútuos, companhias de seguros e outras instituições para evitar uma alta concentração

de propriedade. No Reino Unido, segundo Carlsson apud Silveira (2002) uma série de

escândalos nos mercados corporativos e financeiros no final dos anos oitenta levou o governo

do Partido Conservador a deixar claro que medidas legislativas iriam ser tomadas caso o

próprio mercado não se estruturasse de forma a prevenir a ocorrência de novos escândalos. A

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           

3  CARLSSON, Rolf. Ownership and value creation: strategic corporate governance in the economy. N. Y, 2001;  

4  CALPERS:Califórnia Public Employees Retirement System, Fundo de pensão americano

5  ROE, Mark. Strong managers weak owners: the political roots of american corporate finance. N. Jersey, 1994;  

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bolsa de Londres determinou a criação de um comitê chamado Cadbury6 para avaliar aspectos

de governança corporativa relacionados ás prática de contabilidade e relatórios financeiros.

Conforme Silveira (2002) este foi o marco inicial do movimento da governança corporativa

no país, intitulado the financial aspects of corporate governance7.

2.1.1 Modelo de Governança Nipo-germânico

De acordo com Siffert (1998) no final dos anos 80, ganhava destaque a boa

performance da economia asiática, em especial o Japão devido ás práticas em governança

corporativa. Porém com as grandes crises sofridas pelos países asiáticos vêm à tona o frágil

sistema de monitoramento interno dos administradores destas empresas, cujo ímpeto

expansionista acaba por acarretar elevados níveis de alavancagem financeira. Em contraponto,

na visão de Okimura (2003), hoje o modelo de governança nipo-germânico é caracterizado

pela presença de grandes investidores que possuem uma parcela significativa de ações e a

administração, normalmente está sob maior monitoramento. Permanecem como grandes

investidores bancos, instituições financeiras, além de estruturas familiares.

Segundo Batistella et al (2004) o termo neuer markt 8cunhado na Alemanha no ano

de 1997, na verdade era designado para caracterizar empresas inovadoras e de tecnologia. De

acordo com o autor, este modelo serviria de inspiração para países como o Brasil, adotado no

novo mercado, porém com foco diferente, já que as empresas eram listadas na Bovespa e

passariam a adotar as boas práticas de governança corporativa. Na visão de Lethbridge (1997)

a propriedade neste modelo é mais concentrada e muitas participações acionárias são de longo

prazo (na Alemanha os cinco maiores acionistas detém , em média 40% do capital e no Japão

25% ). Na Alemanha, os bancos usam participações acionárias para fortalecer as relações

comerciais com clientes. Neste sistema em que a liquidez não é priorizada, os acionistas

reduzem os seus riscos, colhendo informações necessárias ás suas decisões junto às

administrações. Carlsson (2001) apud Silveira (2002) distingue três características distintas

do sistema de governança corporativa alemão, a saber:

O modelo de equilíbrio dos stakeholders como objetivo primordial da empresas

ao invés da maximização da riqueza dos acionistas;

                                                                                                                     6 Cadbury: Comitê criado pela Bolsa de Londres para revisar assuntos relacionados à Governança;

7 The Financial Aspects of Corporate Governance: relatório publicado em 1992, marco inicial da governança corporativa no Reino Unido.

8 Neuer Markt: Novo mercado alemão, similar ao novo mercado brasileiro.  

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O papel limitado do mercado de capitais no fornecimento do capital de risco;

A gestão coletiva das empresas.

O aspecto da limitação do mercado de capitais alemão também é observado por

Lethbridge (1997) destacando que na Alemanha, as maiores empresas para melhorar sua

competitividade em mercados globais estão sendo obrigadas a se reestruturar, reduzir custos e

buscar fontes de financiamento no mercado internacional de capitais. Segundo mesmo autor

existe uma interligação entre esses três movimentos, já que o impacto favorável esperado

sobre o preço das ações das empresas, provocado pelos dois primeiros, é o sinal para atrair

investidores internacionais essenciais à sua expansão.

2.1.1 Modelo de Governança Francês

Segundo Charkhan (1994) apud Silveira (2002) 9 a França apresenta dois sistemas de

governança corporativa, os Sistemas I e II; o Sistema I é caracterizado por um único conselho

de administração e pela presença de um líder na organização que combina os cargos de

presidente do conselho e diretor executivo, que é chamado de Presidént Directeur Géneréle

(PDG) 10. O autor explica que neste sistema existe a concentração de poder, já que o papel do

PDG é descrito por lei e os cargos de diretor executivo e presidente do conselho não podem

ser separados, enquanto que o Sistema II foi uma alternativa criada pelo poder público nos

anos sessenta, inspirada no modelo alemão. Conforme Securato (2003) o grande passo da

governança corporativa foi a publicação do Relatório Vienot 11em 1995 cujas principais

recomendações são:

Transparência pública para a remuneração dos diretores e conselheiros;

Limitação de até cinco conselhos, onde um conselheiro pode exercer o cargo;

a maximização do ganho dos acionistas;

a criação de comitês, especialmente de auditoria e remuneração.

                                                                                                                     9  CHARKHAN, Jonathan. Keeping Good Company: a study of corporate governance Five countries. Oxford:

Clarendon Press, 1994.  10  Presidént Directeur Géneréle: Sigla PGD, Diretor-presidente Geral, presidente do conselho e diretor executivo sistema francês.  

11  Relatório Vienot: Relatório publicado na França em 1995, recomendando transparência pública na remuneração de diretores e conselheiros dentre outros assuntos pertinentes à governança corporativa.  

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O autor ainda descreve que mesmo com a demora da França para aceitar tais

recomendações, até o ano 2000, cerca de 87% das empresas listadas na Bolsa de Paris

seguiam estas recomendações. Na visão de Silveira (2002) as características do sistema

corporativo francês, que são o poder centralizado na figura do PDG e uma forte presença

estatal, fazem com que a governança corporativa no país ainda não se enquadre nos padrões

de transparência, responsabilidade e preocupação com todos os acionistas exigidos pela

maioria dos códigos de governança.

2.2 GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL

No Brasil, segundo Vieira e Mendes (2005) no início as empresas eram basicamente

familiares e sua administração era feita pelos proprietários. Com aumento da demanda

produtiva, houve a necessidade de buscar uma nova estrutura de capital e a necessidade de

uma gestão mais profissional conforme o mesmo autor. A partir deste momento ocorreu a

abertura de capitais. Com o passar dos anos, o número de proprietários aumenta e também a

busca por maiores informações sobre a administração do patrimônio. Em vista desta nova

perspectiva surgem ao final de 1976, a comissão de valores mobiliários (CVM) e a criação da

Lei das S.A. Em 1997, no mercado de capitais que movimenta expressivos US$ 198 milhões

por dia segundo Ribeiro Neto e Famá (2001), entra em vigor a lei 10.303, agora com claro

objetivo de favorecer a transparência visando às boas práticas em governança no Brasil.

Conforme Silveira e Lanzana (2003), as evidências brasileiras parecem indicar um alto

grau de potencialidade de expropriação de riqueza do acionista minoritário pelos

controladores, pois a compra das ações do bloco de controle das empresas com um

determinado prêmio evidencia que o controle é valorizado, indicando que os controladores

poderão ter acesso a benefícios especiais. Caso o acionista minoritário recebesse os mesmos

benefícios dos acionistas controladores, em tese não haveria um pagamento de um prêmio

pelo bloco de ações que levam ao controle da empresa. O privilégio nas informações, a

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avaliação de projetos de interesse pessoal, a fixação de dividendos “especiais” para os

controladores dentre outras formas de expropriação de capital. Tais fatores evidenciam uma

mudança de rumo no mercado de capitais. A partir do ano 2000, a Bovespa antecipando ao

marco legal de 2001, começa a utilizar critérios para classificação das empresas através de

níveis. Neste momento ocorre a criação do Novo Mercado e os níveis 1 e 2. Conforme Vieira

e Mendes (2005), a demanda do mercado de capitais por transparência, um tratamento

equânime para os acionistas e uma estrutura de conselho adequada eram pontos importantes a

serem equacionados em prol do crescimento e da diversificação do sistema financeiro.

2.2.1 Novo Mercado

No conceito apresentado pela Bovespa (2010), o novo mercado é um segmento de

listagem destinado às negociações de ações emitidas por companhias que se comprometam,

voluntariamente, com a adoção de práticas de governança corporativa adicionais em relação

ao que é exigido pela legislação. A premissa básica do novo mercado é a valorização e a

liqüidez das ações através dos aspectos positivos e de segurança que a adoção das boas

práticas de governança apresenta aos acionistas e proprietários através da transparência e

qualidade das informações.

Carvalho (2003) cita algumas das principais exigências do novo mercado entre outras

que são:

Estar condicionada somente de ações ordinárias;

Um free-float12 mínimo de 25%;

Adesão à câmara de arbitragem para solução de conflitos;

Tag-along13

2.2.2 Governança Corporativa Nível 1

Os níveis diferenciados de governança corporativa são segmentos especiais de

listagem que foram desenvolvidos com o objetivo de proporcionar um ambiente de

negociação que estimulasse o interesse dos investidores e a valorização das companhias

(Bovespa, 2010). A premissa básica é que a adoção das boas práticas de governança

corporativa pelas empresas confere maior credibilidade ao mercado acionário, tendo como

                                                                                                                     12 Free-froat: Quantidade de ações disponíveis para negociação em mercados organizados.

13 Tag-along: um dispositivo que, em caso de venda do bloco de ações de controle, garante aos minoritários o direito de vender suas ações ao mesmo preço do controlador.

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conseqüência, o aumento da confiança e a disposição dos investidores em adquirirem suas

ações, pagarem um preço melhor por elas, diminuindo o custo da captação. A adesão a este

nível de GC é formalizado através de contrato assumido pela Bovespa, pela companhia, seus

administradores, conselho fiscal e controladores. As companhias que aderirem a este

segmento se comprometem a com a melhoria na prestação de informações ao mercado e com

a dispersão acionária. Dentre as obrigações agregadas à legislação pelo nível 1, cite-se

algumas:

Melhorias nas informações prestadas, adicionado ás Informações

Trimestrais –ITRs;

Melhorias relativa a cada exercício social adicionando às Demonstrações

Financeiras Padronizadas – DFPs;

Melhorias nas informações prestadas, adicionando às Informações Anuais –

IANs.

2.2.3 Governança Corporativa Nível 2

Conforme descrito na Bovespa (2010) as companhias de governança corporativa de

nível 2 devem, além de cumprir os requisitos formais em contrato daquele segmento, adotar a

arbitragem para eventuais conflitos societários. Basicamente as companhias se comprometem

a cumprir as regras aplicáveis do nível 1 e um adicional de um conjunto mais amplo de

práticas de governança relativas aos direitos dos acionistas minoritários, dentre as quais :

Divulgação das demonstrações financeiras de acordo com padrões

internacionais IFRS14 ou US GAAP15;

Tag-along;

Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em

circulação, no mínimo, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital

ou cancelamento do registro de negociação neste Nível;

Srour (2005) destaca que em particular, firmas com governança corporativa de nível 2

ou novo mercado possuem maiores retornos em período de crise e distribuem mais lucros na

forma de dividendos.

                                                                                                                     14 IFRS: International Financial Reporting |Standard,Normas Internacionais de Contabilidade, União Européia,2005

15 US GAAP: United States Generally Accepted Accouting Principles, princípios de contabilidade geralmente aceito nos EUA.

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3.2 GESTÃO BASEADA EM VALOR

Segundo Basso e Krauter (2003), a gestão baseada em valor passa a ser cada vez mais

utilizada e difundida no Brasil. De acordo com o mesmo autor, destinada a criar valor para os

acionistas, este sistema de gestão caracteriza-se pela inclusão de todos os custos incorridos,

inclusive um custo de oportunidade para o capital próprio, o que aumenta a relevância das

medidas não tradicionais de desempenho como o Economic Value Added (EVA® ). Conforme

Assaf Neto (2009) um custo de oportunidade retrata quanto uma pessoa sacrificou de remuneração

por ter tomado a decisão de aplicar seus recursos em determinado investimento alternativo, de risco

semelhante; ele não é um conceito de valor absoluto, mas apurado mediante a comparação do retorno

esperado de uma decisão com o que seria obtido de uma melhor proposta de investimento, alternativa

rejeitada.

Uma empresa é considerada como criadora de valor quando for capaz de oferecer a seus

proprietários de capital (credores e acionistas) uma remuneração acima de suas expectativas mínimas

de ganhos (Assaf Neto, 2009). Logo, deverá haver a devida compensação financeira quando o

acionista decide investir na compra de ações no mercado de capitais, abrindo mão de outro

investimento o qual poderia obter uma remuneração razoável a um determinado risco. Para que isto

ocorra, a política de governança corporativa passa a ser uma ferramenta de extrema importância para

uma gestão baseada em valor. Segundo Malvessi (2000) diferentemente dos métodos tradicionais de

análise financeira, a abordagem com foco na criação de valor possibilita avaliar através de métodos

adequados, as alternativas de estruturas de capitais e dos recursos aplicados; proporciona vantagens

competitivas ao negócio, criando valor pela melhoria operacional e econômica através de:

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tomada de decisões tecnicamente orientadas no sentido de investir e utilizar os

recursos que criam valor para a empresa;

análise da estrutura dos recursos aplicados considerando o desempenho e evolução

da receita, com o controle de gastos e melhoria do resultado operacional;

análise da estrutura e custo do capital;

transformação dos gestores com visão de proprietários, com participação ilimitada

naqueles resultados que cria valor.

O objetivo de qualquer empresa em geral é criar valor ao acionista maximizando a sua

riqueza. Desta forma segundo Assaf Neto (2009) o principal indicador de agregação de riqueza é a

criação de valor econômico, que se realiza mediante a adoção eficiente de estratégias financeiras e

capacidades diferenciadoras. As capacidades diferenciadoras (quadro 3) são entendidas como

estratégias adotadas que permitem ás empresas atuarem com um nível de diferenciação em relação a

seus concorrentes de mercado, enquanto as estratégias financeiras que também possuem o objetivo

voltado à criação de valor ao acionista, podem ser divididas em três dimensões : operacionais,

financiamento e investimento.As estratégias financeiras são apresentadas no quadro 4.

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No entendimento do mesmo autor, direcionador de valor pode ser conceituado como

qualquer variável que exprime efetivamente uma influência sobre o valor da empresa. Os

direcionadores de valor devem estar alinhados aos objetivos estratégicos e estes, alinhados ás

capacidades diferenciadoras e estratégias financeiras para a manutenção de uma qualificada gestão

 

3.2.1 Medidas de Valor

Conforme comentado no item anterior, o EVA® também chamado de Valor

Econômico Agregado (VEA) é uma das usuais medidas de verificação de desempenho das

empresas. De acordo com Assaf Neto (2009) a empresa de posse desta medida pode definir os

direcionadores de valor para os diversos segmentos de atividades, de forma a fundamentar

suas decisões com base nas metas de criação de riqueza previamente definidas e avaliar os

respectivos desempenhos. O autor também afirma que a criação de riqueza não é

dimensionada pelo valor de mercado de uma empresa, mas pela diferença encontrada entre

seu valor de mercado e o capital investido pelos proprietários Portanto, o instrumento medida

VEA de acordo com o entendimento de analistas é o resultado liquido produzido pela empresa

diante das expectativas apresentadas pelo mercado. Porém é necessário ressaltar que a linha

de análise de desempenho das empresas (VEA e MVA) ainda segue um formato ortodoxo

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baseado nos princípios da contabilidade através das publicações em balanços a valores

históricos. Conforme Staub et al (2002) o modelo de maximização de valor para acionista

consiste na valorização dos ativos dos proprietários ancorada em teorias e circunstâncias

pertinentes ao quadro geral da governança corporativa, que remete muito além de uma

política simplista de dividendos. Na mesma linha de pensamento Malvessi (2000) afirma que

o foco e o entendimento da metodologia de criação de valor farão com que a administração da

empresa concentre-se no incremento da riqueza aos acionistas e elimine as distorções

resultantes da utilização de dados históricos dos registros contábeis; desta forma, itens que

apresentem determinada classificação contábil podem não estar analisando de forma mais

eficaz e objetiva em relação à criação de valor, que neste caso é a premissa básica da gestão

em governança. Assaf Neto (2009) apresenta um exemplo claro do que ocorre nas análises de

demonstrativos financeiros das empresas quando para fins de avaliação de valores de mercado

não existe uma dedução dos ativos totais, de imóveis não utilizados. Ou seja, na questão valor

versus lucro, não ocorrendo uma revisão de cultura e conceitos para apuração das medidas

eficazes para verificação de desempenho, haverá uma distorção de valores apresentados e não

um registro eficaz sobre a administração dos valores.

Sob o ponto de vista dos instrumentos de medida de valor o VEA e MVA são alguns

dos mais utilizados para avaliar criação de valor. Assaf Neto (2009) destaca que quanto mais

elevado se apresentar o valor econômico agregado (VEA) da empresa, maior é a riqueza

gerada pela empresa no período, o que deve refletir-se na valorização de seu preço de

mercado. A elevação do VEA pode se motivada através de inúmeras razões, dentre os

principais fatores destacam-se:

• Estratégia de Investimento: giro dos investimentos, identificação de

oportunidades de crescimento, eliminação de ativos destruidores de valor;

• Estratégias de Financiamento: melhor alavancagem financeira;

• Estratégias Operacionais: preços competitivos, logística e distribuição, escala de

produção, qualidade e custos.

Segundo Malvessi (2000) o conceito de MVA representa uma medida cumulativa de

performance em valores monetários da empresa, isto é, indica quanto o valor de mercado das

ações da empresa tem adicionado valor aos acionistas, quando comparado com o valor

originalmente investido; da mesma maneira ressalta ainda que sob a ótica do mercado, o

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MVA reflete os resultados financeiros, demonstrando se a empresa criou ou destruiu riqueza o

que de certo modo, demonstrará o nível de acerto das decisões tomadas no passado até o

momento, como também os resultados futuros dos VEA trazidos até valor presente. Assaf

Neto (2009) define de forma mais prática o conceito de MVA como a diferença em excesso

de todo o negócio em relação ao investimento realizado pelos proprietários de capital.

Dentro dos conceitos de medida de valor deve-se citar também alguns itens

importantes de mensuração de valor. O retorno sobre o investimento (ROI) apresentado em

formato percentual, ou seja, a taxa de retorno que o investidor obtém mediante o desempenho

econômico da empresa. Da mesma forma o Patrimônio Líquido a Preço de Mercado ( PLM )

que segue uma linha de tendência em relação ás expectativas dos investidores e o possível

valor presente de futuros rendimentos.Sob o ponto de vista do acionista, o Valor Criado ao

Acionista (VCA) é um indicador que mensura e analisa o produto de dados interessantes ao

investidor que são o patrimônio líquido a preço de mercados e o custo de oportunidade, cuja

comparação ao retorno do investimento pode ser verificado em uma das formulações

possíveis que o mercado disponibiliza.

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para Demo (1995) a metodologia é disciplina instrumental para o cientista social. Esta

pesquisa baseia-se na investigação da criação de valor de empresas que utilizem em sua

gestão a governança corporativa antes da crise de 2008 e que aderiram ao nível 2 de

governança corporativa listadas na Bovespa e utilizará uma metodologia estatística e

bibliográfica, baseadas em livros, artigos, revistas, publicações eletrônicas disponibilizadas na

internet. Segundo Gil (2008) mediante testes estatísticos, torna-se possível determinar, em

termos numéricos, a probabilidade de acerto em determinada conclusão, bem como a margem

de erro de um valor obtido. Trata-se de uma pesquisa quantitativa baseada em dados

secundários do mercado de capitais brasileiro coletados no site da Bolsa de Valores de São

Paulo (Bovespa) e no site Com.dinheiro.com, para verificar a situação em que a empresa

encontrava-se no momento anterior a crise e no final de 2008. Cooper e Schindler (2003)

consideram que resumos de vendas e relatórios anuais de investimentos devem ser

considerados como dados secundários, pois afinal são interpretações compiladas a partir de

fontes primárias. A checagem destas informações se dará através dos documentos oficiais

disponibilizados ao público como balanços patrimoniais anuais, planilhas financeiras,

demonstrativos de resultados e demonstrativos financeiros. Sendo assim trata-se de uma

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pesquisa do tipo descritiva que, de acordo com Gil (2008) tem por objetivo principal

descrever características de determinada população ou fenômeno, ou então o estabelecimento

da relação entre variáveis. De forma análoga Andrade (2002) apud Raupp e Beuren (2003) 16

destaca que a pesquisa descritiva preocupa-se em observar os fatos, registrá-los, analisá-los,

classificá-los e interpretá-los, e o pesquisador não interfere neles. Portanto, não existe uma

manipulação de dados por parte do pesquisador.

No presente estudo, a população compreende as 158 companhias abertas participantes

do nível 1 (36) e nível 2 (18) de governança corporativa e do novo mercado (104) da Bolsa

de Valores de São Paulo (Bovespa) conforme apresentado na tabela 1 (ver Apêndice A) ,

cujos dados apresentados são o tipo de governança corporativa empregado na firma, data de

entrada no mercado informado e o seu subsetor/segmento a que pertence (ver apêndice A,

figura 1). Desta população foram excluídas as empresas chamadas instituições financeiras

(bancos ou prestadoras de serviços financeiros), da qual restou uma amostragem de 139

empresas conforme apresentadas na tabela 2 (ver Apêndice A). A justificativa para a exclusão

desta categoria de amostras baseia-se no fato de que usualmente pesquisadores não se

utilizam de dados deste tipo de organização em pesquisas de cunho financeiro por ser sua

atividade-fim, podendo desta forma causar uma distorção nas análises. Bastos (1999) afirma

que os recursos captados por bancos se restringem a depósitos à vista e a prazo

principalmente de clientes e de financiamentos recebidos de outros bancos ou agências

governamentais, portanto fazem parte de sua operação, ou seja, não existe a figura de um

parceiro capitalista a conceder empréstimos e ocupar um lugar permanente em sua estrutura

de capital (ver apêndice A, figura 2). A tabela 3 (pág.16) apresenta a amostragem somente das

empresas do grupo de Governança Corporativa do tipo Nível 2 cujo interesse maior deste

estudo definiu pela utilização deste grupo em virtude da aplicação das boas práticas de

Governança Corporativa com diferenciais em relação ás questões de arbitragens e

demonstrativos financeiros de boa qualidade e elaboradas de acordo com os padrões

internacionais como IFRS ou US GAAP dentre outros quesitos. Há de ressaltar que a

dificuldades de se coletar dados de empresas de capital aberto restringe o pesquisador a

trabalhar com um número reduzido de companhias para tratar de forma imparcial os dados

disponíveis. Enfim, este item motivou para que a pesquisa se resumisse ao grupo de empresas

do Nível 2 de Governança Corporativa.

                                                                                                                     16 ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação: noções práticas. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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16  

 

   

4.1 INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS

Os dados contábeis utilizados no presente estudo são provenientes do balanço

patrimonial e das demonstrações de resultados das companhias selecionadas. Conforme

falado anteriormente, a base de dados foi obtida nos sites conforme descrição abaixo:

• Bovespa: através de coleta de dados nos materiais disponíveis, de acordo com o ITR

(balanços patrimoniais e demonstrativos financeiros);

• Com Dinheiro.com: através da coleta de dados disponibilizados em planilhas

eletrônicas.

As principais medidas de desempenho e de criação de valor adicionado analisadas no

presente estudo são as seguintes:

4.1.1 Retorno sobre Investimentos (ROI)

Define-se pelo quociente entre o lucro operacional e a diferença do ativo total e o

passivo de funcionamento.

4.1.3 Valor Econômico Agregado (VEA)

 

    Conforme definição de Assaf Neto (2009) VEA é o resultado apurado pela sociedade que

excede à remuneração exigida pelos proprietários de capital (credores e acionistas).

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4.1.4 Valor Agregado pelo Mercado (MVA)

É dado pelo quociente entre o valor econômico agregado e o custo médio ponderado.É

a diferença entre o valor de mercado da empresa e o capital investido.Em inglês, market value

added .

4.1.5 Valor Criado ao Acionista (VCA)

 

              OU

 

      O valor criado ao acionista é definido pelo produto do patrimônio líquido a preços de

mercado com a diferença entre o retorno desejado pelo acionista e seu custo de oportunidade.

Em outra forma de cálculo, onde a variação no PLM  é deduzida do produto entre o patrimônio

líquido a preços de mercado e o custo de oportunidade do acionista.

4.2 ANÁLISE DE DADOS

As análises dos dados basearam-se relação entre os anos 2007 e 2008 para

verificação se a empresa listada em Governança Corporativa no Nível 2, em meio a crise

econômica mundial de 2008, conseguiram agregar valor ao acionista, maximizando a sua

riqueza, ou se houve destruição de valor de acordo com os conceitos apresentados neste

trabalho. Quanto à aplicabilidade destas análises, para sua validação utilizou a seguinte

classificação :

Aplicável (AP): quando a empresa criou valor ao acionista, maximizando a sua

riqueza;

Aplicável com ressalva (AR): quando a empresa reduziu o resultado negativo,

mas não agregou valor;

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Não Aplicável (NA): quando a empresa não agregou valor ao acionista, desta

forma causando destruição de riqueza.

5. RESULTADOS

5.1 ÍNDICE RETORNO SOBRE INVESTIMENTOS (ROI)

Para avaliação dos resultados obtidos abaixo, levou-se em consideração todos os

dados da amostragem das 16 empresas não-financeiras listadas na Bovespa em Governança

Corporativa de Nível 2.

Na tabela 04 podemos fazer algumas constatações em relação ao retorno sobre

investimento:

• Das 16 empresas selecionadas para a pesquisa, 50% conseguiram gerar algum

crescimento no retorno do investimento para seus acionistas; desta metade que

conseguiu o crescimento, 37,5% possuíam o ROI negativo em 2007. Destas 03

empresas, 67% conseguiram transformar o ROI em positivo no ano subseqüente;

• Uma curiosidade: das 08 empresas que conseguiram gerar algum crescimento no

retorno sobre o investimento, apenas a empresa Anhanguera continuou com o ROI

negativo em 2008. Apesar disso, ela conseguiu uma redução no percentual negativo do

ROI de 0,26%%, que era de -1,18% para -0,92%;

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• 50% do total das 16 selecionadas continuaram a decair não só sinalizando uma baixa

capacidade econômica em remunerar os provedores de capital pela taxa mínima de

atratividade, como também um caminho de destruição de valor. Destas empresas,

apenas a Gol Linhas Aéreas manteve o índice ROI negativo no ano seguinte;

• Das cinco empresas que ingressaram no Nível 2 de Governança Corporativa no ano de

2007, apenas Sul América S/A, não conseguiu gerar aumento na taxa de retorno sobre

investimento, demonstrando assim um percentual de 80% de aproveitamento em

relação ao aumento da capacidade de remuneração.

• Conforme destacado na figura 3, a empresa Saraiva foi aquela que maior capacidade

econômica de remuneração ao investidor apresentou (31,25% em 2007 e 28,73% em

2008) apesar de uma erosão de valor na ordem de 2,52% no ano seguinte. Em seguida

aparece a empresa Celesc que, ao contrário, obteve um acréscimo de 0,48% no ano

subseqüente.

5.2 ÍNDICE DO VALOR ECONÔMICO AGREGADO (VEA)

Para avaliação dos resultados obtidos abaixo foram levados em consideração todos

os dados da amostragem das 16 empresas não-financeiras listadas na Bovespa em Governança

Corporativa de Nível 2.

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20  

 

De acordo com os resultados obtidos na tabela 05 pode-se analisar da seguinte forma

em relação ao valor econômico agregado das empresas selecionadas:

• Das 16 empresas selecionadas para amostragem, 05 empresas (43,75%) agregaram

valor no período de 2007 a 2008 em comparação com o próprio desempenho; destas

07 empresas que agregaram valor neste período, 05 empresas (71,42%) se mantiveram

com VEA positivo em 2008 acima da ordem de 100% em relação ao seu desempenho

no ano anterior; enquanto as duas empresas restantes (Celesc e Gol) mantiveram o

VEA negativo, apenas reduziram a destruição de valor com índices de 19,09% e

14,88%, respectivamente;

• Das 16 empresas selecionadas para a pesquisa, 09 empresas (56,25%) continuaram

destruindo valor em 2008. Destas empresas que apresentaram destruição de valor, a

empresa Anhanguera atingiu 130,13% de resultado negativo em relação ao ano

anterior.

• A empresa com menor nível de continuidade de perda de valor foi a Marcopolo com

4,59% em relação a 2007.  

• Em termos de montante de valor destruído é apresentado na figura 4, a All América

Latina possui o maior valor em milhões no ano de 2008, seguido pela empresa

Eletropaulo.  

 

 

5.3 ÍNDICE DE VALOR AGREGADO PELO MERCADO (MVA)

Para avaliação dos resultados obtidos abaixo foram levados em consideração todos

os dados da amostragem das 16 empresas não-financeiras listadas na Bovespa em Governança

Corporativa de Nível 2.

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De acordo com os resultados obtidos na tabela 06 pode se analisar da seguinte forma

em relação ao valor agregado pelo mercado:

• Na análise geral de 2007, todas as empresas constantes na amostragem apresentaram

índices negativos para o MVA, indicando de acordo com o conceito de valor, produziu

destruição de valor;

• Apenas 31,25% das empresas constantes da amostragem conseguiram reversão da

expectativa no ano de 2008, produzindo riqueza positiva; estas empresas conseguiram

recuperação do valor econômico da ordem de acima de 100%;

• Três empresas conseguiram uma redução da erosão de valor no ano subseqüente;

• As empresas Multiplan e Anhanguera foram as que apresentam a maior destruição de

valor em termos percentuais na comparação 2007/2008, com índices 98% e 90,44%,

respectivamente;

• A empresa com o menor aumento no índice de destruição de riqueza, na comparação

2007/2008 foi a All América, com uma queda de 1,55%;

• As empresas Marcopolo, Gol e Celesc conseguiram uma retenção na perda de valor de

mercado agregado no comparativo 2007/2008, na ordem de 10,03%, 70,76% e

33,84%, respectivamente;

• Na figura 5 (a seguir) pode-se observar a influência direta que ocorre do VEA sobre o

resultado do MVA, onde, conforme ocorreu com o VEA as empresas All America e

Eletropaulo, em termos de montante, foram os valores mais elevados.

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5.5 ÍNDICE DE VALOR CRIADO AO ACIONISTA (VCA)

Para avaliação dos resultados abaixo foram desconsiderados os valores constando

zero, pelo motivo de limitação de pesquisa, onde no instrumento de coleta de dados não

informava os indicadores necessários para efetivação do cálculo.

 

• Da amostragem selecionada de 16 empresas do Nível 2 de Governança, somente 09

empresas puderam ser analisadas gerando um aproveitamento de 56,25%;

• Todas as empresas analisadas no quesito VCA sofreram perda de valor na relação

2007/2008;  

• As empresas que apresentaram maior perda em termos percentuais foram a

Eletropaulo e TAM, esta seguida muito de perto pela Gol , com índices de 94,79%,

77,75% e 77,53%, respectivamente;  

• As empresas que apresentaram o menor índice de desvalorização foram Celesc e UOL

com 13,87% e 39,17% respectivamente;  

• Na Figura 6 (a seguir) fica explícito a perda significante de valor pelas empresas All

América e Eletropaulo em valores ficando muito claro o efeito da queda das ações em

termos de quantidade e preço.  

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23  

 

 

 

5.6 ANÁLISE DOS RESULTADOS

O quadro 5 abaixo, traz um resumo do que foi exposto nos itens anteriores, em

relação à aplicabilidade ou não dos referidos. Apresenta os índices e o enquadramento

respectivo de cada empresa, permitindo assim, uma análise global dos mesmos e o escore

atingido por cada empresa.Também é ressaltado através da demarcação de asteriscos, aqueles

índices aos quais não foi possível verificar-se os resultados pelo motivo anteriormente citado.

 

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6. CONCLUSÃO

A premissa básica deste trabalho era verificar se as empresas que estão listadas na

Bovespa e registradas no segmento de Nível 2, cuja orientação de gestão baseia-se

exclusivamente nos preceitos que regem as boas práticas de governança corporativa e que

devem ter como princípio básico, a criação de valor ao acionista, conseguiram no período

entre os anos de 2007 e 2008, exatamente a valorização do patrimônio do investidor em

detrimento da crise iniciada nos Estados Unidos que ocorreu no final do ano de 2008. Para se

chegar aos resultados que melhor avaliassem esta possibilidade foram utilizadas ferramentas

de estudo e medidas de criação de valor e desempenho como ROI, VEA, MVA e VCA. As

variáveis foram coletadas no site da Bovespa através das informações publicadas em balanços

patrimoniais e demonstrativos financeiros e também no site Comdinheiro.com, através de

dados fornecidos pelas próprias empresas e transferidos para planilhas eletrônicas através de

um menu de seleção de dados.Estas informações apresentaram limitação de dados

principalmente no quesito VCA, onde tal limitação em 44% da amostragem ocasionou o

impedimento de uma análise mais apurada.Entretanto pode-se fazer algumas constatações em

relação ao assunto abordado:

Sobre o índice ROI pode-se observar que dentre as empresas que apresentaram

mínima capacidade econômica de remuneração aos acionistas, somente a empresa

SEB conseguiu mostrar recuperação econômica, remunerando, criando e agregando

valor de mercado ao patrimônio do acionista;

Em relação ao índice VEA, as cinco empresas que conseguiram a aplicabilidade neste

item (SEB, Sul América, TAM, Terna e UOL) mantiveram o desempenho em relação

ao índice MVA, demonstrando uma clara relação entre criação de valor econômico e a

agregação de valor pelo mercado;

No índice de VCA, que é formado basicamente pela composição do patrimônio

líquido junto à diferença entre o retorno e o custo de oportunidade, verificou-se uma

queda brusca no preço e na quantidade das ações emitidas de um exercício para o

outro; tal situação é facilmente explicada devido aos rumores vindos da crise

americana que logo se espalhou pela Europa e o mundo.

Sob o ponto de vista da criação de valor, pode-se concluir que as cinco empresas

acima citadas obtiveram um desempenho em recuperação aceitável e em acordo com os

objetivos de uma empresa que visa agregar e valorizar o patrimônio dos

acionistas.Infelizmente a limitação imposta, abreviou uma comparação equânime entre as

empresas sob o ponto de vista de mercado.Para o futuro faz-se necessário uma averiguação do

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desempenho destas empresas em um período pós-crise de 2008, ensejando a possibilidade de

um crescimento sustentado através da valorização acionária, embasado em uma gestão com

boas práticas da governança corporativa e uma contextualização da idéia de criação de valor.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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8. APÊNDICE A - TABELAS

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8. APÊNDICES B - GRÁFICOS

FIGURA 1 – GRÁFICO DE DISTRIBUIÇÃO DOS NÍVEIS EMPRESAS LISTADAS NA BOVESPA

FIGURA 2 – GRÁFICO DE DISTRIBUIÇÃO DOS NÍVEIS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS LISTADAS NA BOVESPA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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8. APÊNDICE C – RAZÃO SOCIAL DAS EMPRESAS CONSTANTES DO NÍVEL 2 DE GOVERNANÇA CORPORATIVA E NOME DE PREGÃO: