27
Governança Global das redes e o Novo Direito Público do trabalho Compartilhado II Seminário Internacional capitalismo Cognitivo: Economia do Conhecimento e a Constituição do Comum 25.out.2005 Palácio Gustavo Capanema MinC Carolina Rossini Centro de tecnologia e Sociedade - CTS

Governança Global Das Redes e Direito Trabalho Compartilhado. Carolina Rossini

Embed Size (px)

DESCRIPTION

artigo completo

Citation preview

  • Governana Global das redes e o Novo Direito Pblico do

    trabalho Compartilhado

    II Seminrio Internacional capitalismo Cognitivo:Economia do Conhecimento e a Constituio do Comum25.out.2005Palcio Gustavo CapanemaMinC

    Carolina RossiniCentro de tecnologia e Sociedade - CTS

  • O cio como fonte de comunidade

    Para Aristteles, a qualidade fundamental do homem, sua humanidade, seu maior bem,

    consiste no fato de seu tempo ser inalienvel, sendo o cio a atividade contemplativa o

    prprio substrato da felicidade. A atividade contemplativa a atividade do intelecto, a vida do esprito, a filosofia, a arte, a pura

    especulao, tudo o que no necessrio nem til (ainda que possa ser utilizvel) e que

    serve unicamente para viver de modo mais elevado o prprio tempo livre, o prprio tempo

    pessoal, a vida, enfim.

    Ricardo Carlos GasparEm As fronteiras do Possvel:

    Trabalho, lazer e Civilizao

  • E no Oriente?

    No Oriente, a idia de trabalho funda-se na oposio entre trabalho intelectual e manual. Nesse sentido, o

    trabalho dignifica a visa se possibilitar o desenvolvimento da criatividade, inventividade e da

    capacidade cognitiva humana em suas mltiplas dimenses.

    Leila Maria da Silva Blass Trabalho e suas metamorfoses

    Em Desafios da Globalizao

  • Cultura

    Realizao efetiva de sistemas simblicos reconstitudos a partir da articulao do desacordo em contextos especficos

    Expressando o modo de como as relaes sociais ocorrem na sua estruturao interna e em suas relaes com outros e com a natureza

    Produto de Homens Reais que atuam no entrejogo de interesses polticos divergentes de segmentos sociais que, em sociedades complexas, possuem acesso diferenciado aos meios e recursos necessrios sua expresso

    O esforo para a democratizao da mdia no sc XXI vai se dar no em relao ao acesso a infra-estrutura das telecomunicaes, mas sim no plano dos contedos que circulam sobre esses canais com a convergncia, a batalha se desloca do plano fsico para o plano simblico. Ronaldo LemosCoordenador CTS

  • Desejo de autonomia e novas formas de organizao social

    aspiraes crescentes autonomia, ao controle de sua vida, no podem mais

    transitar por instituies e organizaes oriundas da revoluo industrial e

    sempre marcadas, profundamente, por uma cultura delegacionista. (...) supe

    a capacidade de construir, automamente, regras de gesto

    diversas daquelas da rentabilidade e do lucro caso contrario a alienao

    cultural permanecer na mente daqueles que esto na base da

    pirmide.

    Jorge MattosoA desordem do trabalho

  • Primeiras redes

    ARPANET (1969 criao e 1983 divide-se em arpanet para objetivos cientficos e milnet para objetivos militares)

    Versus: USENET (1979 - frum de discusses on-line a partir da modificao

    do UNIX para formar uma rede paralela) = difuso gratuita deste software

    Contracultura disponibilizao de meios tecnolgicos gratuitos por uma comunidade a comunidades em um ambiente de poder crescente e preos (custos) decrescentes e inicio da construo de cdigos de conduta

  • Manifestao da desigualdade social

    Riscos: reflexo do real no virtualNecessidade de adequados processos de:

    (a) INCLUSAO DIGITAL(b) FOMENTO AO APRENDIZADO E INOVAAO(c) GESTAO DO CONHECIMENTO

    Recordar que com a convergncia a Internet no mais a rede mundial de computadores, mas sim a rede de todo e qualquer dispositivo com capacidade tecnolgica de estar conectado

    Possibilidade de descentralizao e opes em funo e custos e funcionalidades

  • Homens Reais

    Comunicao dilogo. Criar a Sociedade da Informao significa abrir espao para a presena das pessoas na Internet e nos meios

    tradicionais de comunicao como sujeitos ativos, emissores de idias e valores, produtores de contedo, e no apenas como

    consumidores. Graciela Selaimen

    RITS

    Sujeito Conhecimento Aprendizado

  • Participao e Inovao

    Aprendizado

    Continuo Cumulativo

    ExperimentarRefletir Formar conceitos Praticar

    No automtico - h que se aprender a aprender

    Organizaes/ redes de aprendizado

    Interconexo

    Colaborao

    Ambientes Indutores

    Agentes condutores

  • Riscos Talvez ainda mais grave que no possuir fontes de acesso

    a informao, seja no dispor de capacidade de aprendizado e conhecimento suficientes para fazer uso das mesmas.

    Joo Carlos Ferraz

    Hiperinformao e poluio informacional

    Novas e mais complexas disparidades:

    SER CULTURAL x SER CULTO

    Ideologia dominao no material amplia-se

    para o plano do saber

    Perda da Liberdade e cerceamento de demais direitos

    Tribalismo Intelectual

    Cultura do Narcisismo e Gerao Prozac

    Propriedade intelectual desafios e respostas

    Controle dos meios e formas de difuso

  • A Humanizao das tecnologias

    Mas a cibercultura no justamente a civilizao do zapping. (...) Para se

    integrar a uma comunidade virtual preciso conhecer seus membros e que eles lhe reconheam como um dos seus. As obras e os documentos

    interativos no lhe do geralmente nenhuma informao, bem como

    nenhuma emoo imediata. Pierre Lvy

    A Arte no Sec. XXI.

    Beyond PagesO consumo que podemos ter dos signos no os destri.

    Efeito Rede

  • Propriedade Intelectual

    O pensar novas e inovadoras formas de disseminar conhecimento

    Repensar a Propriedade Intelectual

    Restaurar um tipo de liberdade que antes era garantida

  • CTS

    Sua misso institucional estudar as implicaes jurdicas, sociais e culturais advindas do avano da tecnologia da informao, desenvolvendo projetos relacionados a tais reas.

    Foi aprovado como observador oficial da OMPI para as negociaes da Agenda do Desenvolvimento.

  • Propriedade Intelectual

    Para que serve o Direito Autoral?Alega-se que serve para incentivar a criao por parte dos autores.

    Propriedade

    E como ele faz isso?Concesso de um PRIVILGIO ao autor.Concesso de um MONOPLIO sobre a utilizao da obra.Art. 28 e 29 Lei de Direitos Autorais (Lei n 9610/98)

    Criatividade?

  • Direito Autoral = 100% NO

    No pode copiar sem autorizao. No pode distribuir sem autorizao. No pode usar trechos para criar obras novas sem

    autorizao. No pode traduzir sem autorizao No pode ser objeto de radiodifuso sem

    autorizao.

  • Conhecimento como produto da comunidade

    O mundo das idias uma comunho e acumula o que lhe legado a ttulo gratuito; as

    cogitaes dos doutos, dos gnios de muitas e muitas geraes. Desse repositrio comum e inesgotvel, desse patrimnio intelectual da

    humanidade tiram seus elementos formadores as novas concepes no domnio da cincia, das letras,

    das artes.

    Joo Barbalho - 1902

  • Resultados do repensar

    Negativas Pirataria Radicalismo

    Patentes de Software Responsabilidade Civil Prorrogao excessiva do prazo

    de proteo

    Ineficcia do Direito Todos os Reservados

    Criativas/Comunitrias Software livre Blogs

    Peer Production Wikipedia Nasa Clickworkers (crateras

    de Marte)

    Creative Commons

    Alguns Direitos Reservados

  • Princpios da Democracia

    Democracy and the problem of free speech

    aponta uma nova forma de entender o processo democrtico baseado na riqueza que os indivduos podem aportar em um processo comunitrio de deliberao. Este mesmo processo se produz com wikis, blogs e open source, ainda que substituindo o interesse no bem comum por um conhecimento comum ou um processo de criao /analise /difuso de idias muito mais descentralizado.

  • Movimentos Criativos e Arenas

    Creative Commons

    Cultura Livre

    Software Livre

    Open Business

    A2K

    Negociaes Internacionais:

    Agenda do Desenvolvimento

    (OMPI), Tratado de Broadcasting

    (OMPI) e Cpula da Sociedade da

    Informao

  • Projetos CTS: cooperao e difuso

    Creative Commons: facilitar aos autores o exerccio de seus direitos, de forma flexvel e barata.

    Cultura Livre: fomentar o dilogo entre pases em desenvolvimento sobre mdia, cultura e propriedade intelectual, com monitoramento ativo da Agenda de Desenvolvimento (CTS + Link centre + FF)

    Canto Livre: ferramentas que possibilitem o acesso e a execuo de msica brasileira na Internet e em demais mdias eletrnicas. (CTS + CESAR + FINEP)

    NAJ - Software Livre: produo e disseminao de arcabouo jurdico e prtico para segurana econmica e jurdica.

    Open Business: identificao, analise e compartilhamento de experincias em modelos abertos de negcio.

  • Software Livre

    Criao intelectual: Direito Autoral e Lei Especfica;

    Em geral, obra coletiva;

    Propriedade: transferida por meio de cesso;

    Uso: autorizado por meio de licena;

    No Brasil, no nem deve ser - patentevel.

    0) Liberdade de usar o programa - licena de uso;1) Liberdade de estudar o programa e adapt-lo - fornecimento do Cdigo Fonte; licena para modificaes;2) Liberdade para distribuir cpias - licena de distribuio;3) Liberdade de aperfeioar o programa e de distribuir essas novas verses - licena para produo de obras derivadas; licena para redistribuio

  • Software Livre e Administrao Publica

    Pode contratar? Pode contratar? Atende a diversos princpios da Adm. Pblica: - Eficincia;- Economicidade;- Continuidade do Servio Pblico;- Publicidade;- Impessoalidade;- Razoabilidade.

    Razes para adoo: Razes para adoo: - Necessidade de adoo de padres abertos para o Governo Eletrnico (e-Gov);- Nvel de segurana proporcionado pelo Software Livre;- Eliminao de mudanas compulsrias que os modelos proprietrios impem

    periodicamente a seus usurios, em face da descontinuidade de suporte a verses;

    - Independncia tecnolgica;- Desenvolvimento de conhecimento local;- Possibilidade de auditabilidade dos sistemas;- Independncia de fornecedor nico.

  • Resultados Efeitos da Rede

    Incluso Cultural Inovao Jurdica Alcance global Transcende o Pblico e o Privado Preserva o patrimnio imaterial Educao e formao profissional Incluso digital Transmisso da cultura de uma gerao para a outra

  • Construindo o Domnio Pblico

    Condutores CulturaisComunidades Domnio Pblico

    Criatividade

    Inovao

  • Aes

    Direitos assegurados (CF/88 e DH):

    - Fazer parte da vida cultural;- Usufruir dos benefcios do

    progresso cientifico e suas aplicaes- Direito de acesso ao beneficio

    resultante do progresso cientifico e tecnolgico;

    - Direito de determinar prioridades;

    - Direito de ser protegido contra resultados ameaadores do progresso

    ESTADO:

    - Respeitar, proteger e preencher (legislao, administrao e oramento adequado)- Negociar Internacionalmente tendo em vista os anseios sociais expressados num constante dialogo interno

  • Concluso

    Assim, esse livro fala. Ele dispe de uma voz

    que lhe permite a ler a si prprio e voc est

    convidado a contribuir para sua escrita.

    Pierre Lvy

  • OBRIGADA!

    Carolina Almeida A. [email protected]

    Centro de Tecnologia e SociedadeFGV Direito Rio