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DIRETRIZES DE LEITURAS PARA TODOS DO SISTEMA ESTADUAL DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS DO ESTADO DA BAHIA SALVADOR 2015 Governo do Estado da Bahia Secretaria de Cultura Fundação Pedro Calmon Diretoria de Bibliotecas Públicas

Governo do Estado da Bahia Secretaria de Cultura Fundação … · independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida, os Estados Partes tomarão as medidas apropriadas

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DIRETRIZES DE LEITURAS PARA TODOS DO SISTEMA ESTADU AL DE

BIBLIOTECAS PÚBLICAS DO ESTADO DA BAHIA

SALVADOR 2015

Governo do Estado da Bahia Secretaria de Cultura Fundação Pedro Calmon Diretoria de Bibliotecas Públicas

2

Governador do Estado da Bahia

Rui Costa

Secretário de Cultura

Jorge Portugal

Diretor Geral da Fundação Pedro Calmon

Edvaldo Mendes Araújo (Zulu Araújo)

Chefe de Gabinete

Ary da Mata e Souza

Coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Estado

Maria Cristina Santos

COMISSÃO LEITURA PARA TODOS

Fundação Pedro Calmon Ivana Lins – Presidente

Bruna Lessa - Suplente

Marcos Viana - Titular

Maria Aline Pinheiro - Suplente

Dalva Tavares - Titular

Raquel de Oliveira - Suplente

João Vanderlei de Moraes Júnior - Titular

Rute Dantas - Suplente

Laura Galvão - Titular

Terezinha Lima - Suplente

Conceição de Maria Andrade - Titular

Diane Maria Batista - Suplente

3

Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência

Lívia Andrade da Conceição - Titular

Márcia Maria Lemos - Suplente

Zenira Rebouças - Titular

Daniel de Oliveira Júnior - Suplente

Evangel Vale - Titular

Ednilson Sacramento - Suplente

Gustavo Henrique de Medeiros - Titular

Maria de Lourdes Pinheiro Santos - Suplente

Colaboração Raquel M. de Ávila - Subgerência de Atividades Especiais

Ficha Catalográfica

B135m Bahia. Secretaria de Cultura. Fundação Pedro Calmon. Diretoria de Bibliotecas Públicas.

Diretrizes de leituras para todos do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Estado da Bahia / Secretaria de Cultura, Fundação Pedro Calmon. – Salvador: DIBIP, 2015.

33 p.: il. 1. Biblioteca pública – Acessibilidade. I. Título. . CDD

4

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

ACESSO E ACESSIBILIDADE NO SEBP-BA

1 INTRODUÇÃO 7

2 DIRETRIZES DE LEITURA PARA TODOS DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS DO ESTADO DA BAHIA (SEPB-BA): HISTÓRICO

10

3 MÉTODOS, TÉCNICAS E IMPRESSÕES INICIAIS 12

4 EIXOS E METAS - DIRETRIZES DE LEITURA PARA TODOS DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS DO ESTADO DA BAHIA (SEPB-BA)

14

4.1 EIXO 1 - ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA 14

4.1.1 Metas 14

4.2 EIXO 2 - RECURSOS HUMANOS 14

4.2.1 Metas 14

4.3 EIXO 3 - SERVIÇOS DE BIBLIOTECA 15

4.3.1 Metas 15

4.4 EIXO 4 - TECNOLOGIAS ASSISTIVAS 15

4.4.1 Metas 15

4.5 EIXO 5 - RECURSOS ELETRÔNICOS 16

4.5.1 Metas 16

4.6 EIXO 6 - ACERVO 16

4.6.1 Metas 16

4.7 EIXO 7 - AÇÕES CULTURAIS 16

4.7.1 Metas 17

5 DISCUSSÕES 18

REFERÊNCIAS 19

GLOSSÁRIO 20

APÊNDICES 24

ANEXOS 30

5

APRESENTAÇÃO

O Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas – Bahia (SEBP-BA) atua na promoção e

difusão do livro e da leitura, na democratização ao acesso à informação e ao conhecimento,

através dos produtos e serviços disponibilizados por meio das seis bibliotecas públicas

estaduais existentes na cidade de Salvador (Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, Biblioteca

Pública Thales de Azevedo, Biblioteca de Extensão, Biblioteca Juracy Magalhães Júnior,

Biblioteca Anísio Teixeira e Biblioteca Pública do Estado da Bahia), uma biblioteca no

município de Itaparica (Biblioteca Juracy Magalhães Júnior) e uma casa de cultura no

município de Lençóis (Casa Afrânio Peixoto), além de uma biblioteca virtual (Biblioteca

Virtual 2 de Julho), especializada na história da Bahia.

No que diz respeito à acessibilidade, ao acesso à informação e à leitura das pessoas

com algum tipo de deficiência, o SEBP-BA tem envidados esforços na busca por melhorias

no atendimento e prestação de serviços a esse público-alvo, como forma de integrar e

proporcionar a inclusão social, cultural e educativa, conforme os princípios universais para as

bibliotecas públicas, ditados pelo manifesto da UNESCO de 1994, que atrela a biblioteca

pública a um centro disseminador da informação de todos os gêneros, que proporciona o livre

acesso ao conhecimento, à cultura e ao pensamento, com igualdade de acesso para todos, sem

diferença de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou posição social.

Em consonância com o Plano Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência -

Bahia, Eixo 3 - Tecnologias e Acessibilidade, que tem por objetivo "Promover a

acessibilidade da pessoa com deficiência, assegurando tecnologia assistiva, informação,

equipamentos e serviços que favoreçam a sua autonomia e inclusão social", o Plano Estadual

do Livro e Leitura da Bahia (PELL-BA), Parágrafo único – “As ações, programas e projetos

do PELL-BA serão implementadas de forma a viabilizar a inclusão de pessoas com

deficiência, observadas as condições de acessibilidade”, as Diretrizes de Leituras para

todos do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Estado da Bahia apresenta-se como

uma ferramenta de gestão necessária para aplicabilidade das demandas relativas ao acesso à

leitura, visando à criação de novos serviços e mudanças de atitudes em relação às pessoas

com deficiência.

Maria Cristina Santos Coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas

6

ACESSO E ACESSIBILIDADE NO SEBP-BA

Frente à importância da democratização do acesso à informação que fortemente se

estabelece na sociedade contemporânea, as bibliotecas públicas assumem cada vez mais um

papel relevante no sentido de ampliar as possibilidades de pertencimento dos sujeitos para o

uso dos conteúdos produzidos pelo humano. Assim, o Sistema Estadual de Bibliotecas

Públicas do Estado da Bahia - SEBP-BA tem se preocupado em ampliar as possibilidades de

uma sociedade pouco letrada, como é a baiana, em se constituir como uma comunidade de

leitores proficientes. Para que isso seja de fato uma nova prática dessas bibliotecas, é

necessário ressignificar alguns procedimentos técnicos e reestruturar serviços oferecidos à

população sem excluir ninguém desse novo modelo de gestão.

O espaço físico e a forma como tratar o frequentador da biblioteca está no cerne dessa

mudança estrutural pela qual atravessa a biblioteca pública no momento. Um prédio acessível

em todos os aspectos é meta a ser alcançada o mais breve possível; simultaneamente, os

agentes de informação que desempenham o importante papel de tornar a convivência dos

leitores na biblioteca uma significativa experiência também passarão por mudanças no modo

de abordar os leitores. Os deficientes físicos exigem e têm o direito garantido por lei de serem

tratados com igualdade, respeitando suas limitações.

Portanto, no serviço de referência das bibliotecas, ou seja no balcão de atendimento ao

usuário, além de toda a questão ergonômica a ser redefinida, o modelo de atendimento a um

frequentador cego, por exemplo, certamente demandará um procedimento diferenciado na

abordagem ao indivíduo e é nesse sentido que o SEPB-Ba elabora as "Diretrizes de Leitura

para Todos".

Ivana Lins Presidente da Comissão de trabalho para elaborar e

implantar diretrizes de leituras para o SEBP-BA.

7

1 INTRODUÇÃO

O acesso à informação e a acessibilidade a equipamentos culturais são direitos de todo

cidadão assegurados por lei. A biblioteca pública, como espaço de promoção, circulação e

geração de conhecimento, tem, entre suas competências, o papel de disponibilizar o acesso

aos conteúdos produzidos pela humanidade, de forma acessível, bem como estimular a

participação das pessoas na sociedade em que vivem, pois “A biblioteca pública, porta de

entrada para o conhecimento, proporciona condições básicas para a aprendizagem

permanente, autonomia de decisão e desenvolvimento cultural dos indivíduos e grupos

sociais.” (UNESCO, 1994).

A igualdade no acesso aos serviços da biblioteca pública é uma premissa que destaca o

seu papel social, entretanto, nem sempre estes serviços são acessíveis. As principais

problemáticas que envolvem a questão do gosto pela leitura e a interação entre as bibliotecas e

seus utilizadores é a carência de políticas e diretrizes que venham a corroborar o

desenvolvimento e evolução das bibliotecas públicas no que se refere ao acesso e a

acessibilidade de seu espaço físico, de seus acervos e de suas ações culturais.

Historicamente, foi a partir da década de 1970 que a biblioteca pública assumiu uma

postura mais humanista, deixando de ser apenas um local de preservação e conservação da

memória, passando a ter maior preocupação com seus usuários e a desenvolver estudos de

usuários para conhecê-los melhor. Por meio desses estudos, a biblioteca pode identificar o

perfil de seus utilizadores e suas principais necessidades de informação.

Dentro destes perfis, há o público com algum tipo de deficiência, o que resulta na

criação de novas demandas de acesso e acessibilidade para as bibliotecas, a fim de que estes

equipamentos culturais venham emergir como um dispositivo social que é posta à disposição

da coletividade para a inclusão da pessoa com deficiência. Segundo Bonilla (2005, p.62), “É

necessário pensar a ‘inclusão’ como um conceito mais abrangente, que implique que o

incluído é capaz de participar, questionar, produzir, decidir, transformar, é parte integrante da

dinâmica social em todas as suas instâncias”.

Esta realidade pode ser constatada por meio do último censo realizado pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que em 2010, identificou que 45,6 milhões de

brasileiros (23,9% da população) declararam alguma deficiência, mostrando que a deficiência

visual lidera o ranking (35,8 milhões), seguida da deficiência motora (13,3 milhões), auditiva

(9,7 milhões) e mental ou intelectual (2,6 milhões), conforme Figura 1.

8

FIGURA 1 – População residente por tipo de deficiência no Brasil em 2010.

]

Fonte: IBGE, 2010.

De acordo com o Decreto nº 6.949 de 25 de agosto de 2009, que torna público o que

foi definido na Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu

Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007,

[...] a deficiência é um conceito em evolução e [...] resulta da interação entre pessoas com deficiência e as barreiras devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a plena e efetiva participação dessas pessoas na sociedade em igualdade e oportunidade com as demais pessoas [...] (BRASIL, 2009)

O artigo 9, do Decreto supracitado, declara ainda a respeito da acessibilidade:

A fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver de forma independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida, os Estados Partes tomarão as medidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, inclusive aos sistemas e tecnologias da informação e comunicação, bem como a outro serviço e instalações aberto ao público ou de uso público, tanto na zona urbana como na rural. Essas medidas, que incluirão a identificação e eliminação de obstáculos e barreiras à acessibilidade [...] (BRASIL, 2009).

Do mesmo modo, ao nos debruçarmos sobre a Constituição da República Federativa

do Brasil (1988) é possível perceber que também a Carta Magna do país prevê que todas as

pessoas devem ter direitos iguais e que as oportunidades não podem ser diferenciadas entre os

9

brasileiros ou os advindos de outras nações e dentre alguns direitos que a constituição no seu

§ 1º, inciso II e 2º do artigo 227 e artigo 244 recomendou criar

“[...] programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como portador de deficiências, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação de acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação dos preconceitos e obstáculos arquitetônicos.” (BRASIL, 1988, destaque nosso).

A UNESCO, em seu Manifesto sobre as Bibliotecas Públicas em 1994, apresenta

orientações de como os governos devem se comprometer frente à manutenção desse

equipamento cultural para ser cada vez mais atuante e manter seus produtos visando a um

constante diálogo com a sociedade. Proclama a confiança que a UNESCO deposita na

Biblioteca Pública, “[...] enquanto força viva para a educação, a cultura e a informação, e

como agente essencial para a promoção da paz e do bem-estar espiritual nas mentes dos

homens e das mulheres”. Em relação à gestão e funcionamento das bibliotecas públicas, o

Manifesto destaca que:

Os serviços têm de ser fisicamente acessíveis a todos os membros da comunidade. Tal supõe a existência de edifícios bem situados, boas condições para a leitura e o estudo, assim como o acesso a tecnologia adequada e horários convenientes para os utilizadores. Tal implica igualmente serviços destinados àqueles a quem é impossível frequentar a biblioteca. Os serviços da biblioteca devem ser adaptados às diferentes necessidades das comunidades das zonas urbanas e rurais. (UNESCO, 1994).

Dentro da perspectiva da ampliação do acesso e da acessibilidade às pessoas com

deficiência à luz da Constituição da República Federativa do Brasil (1988), do Manifesto

sobre a Biblioteca Pública da UNESCO (1994) e da Convenção sobre os Direitos das Pessoas

com Deficiência, pela Assembleia Geral das Nações Unidas (2006), a biblioteca pública deve

estar em constante requalificação, evoluindo junto à sociedade civil e aos representantes dos

movimentos das pessoas com deficiência na discussão sobre acessibilidade, tanto do seu

espaço físico quanto dos serviços que disponibiliza, a fim de potencializar o acesso ao livro e

à leitura e, consequentemente, participar do processo de mobilização dos cidadãos cada vez

mais conscientes de seus direitos.

10

2 DIRETRIZES DE LEITURA PARA TODOS DO SISTEMA DE BIB LIOTECAS PÚBLICAS DO ESTADO DA BAHIA (SEPB-BA): HISTÓRICO

Frente aos avanços na questão dos direitos da pessoa com deficiência, garantidos pelas

leis federais e estaduais, o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas (SEBP-BA), da Fundação

Pedro Calmon (FPC), mostra-se preocupado em atender a estes usuários nas suas bibliotecas

instaladas na capital e no interior do Estado, de forma a permitir a acessibilidade plena nas

suas instalações, no que tange às questões de acessibilidade arquitetônica, recursos humanos,

serviços, tecnologias assistivas, recursos eletrônicos, acervo e ações culturais.

Deste modo, surge a Comissão de trabalho para elaborar e implantar diretrizes de

leituras para o SEBP-BA, criada por meio da Portaria nº 86/2014 (ANEXO 1), publicada pelo

Diário Oficial da Bahia, com a finalidade de reunir um grupo de técnicos que atuam no campo

das bibliotecas, do livro e leitura, juntamente com pessoas com deficiência para construir as

Diretrizes de Leitura para Todos.

No primeiro momento, realizou-se um diagnóstico sobre as questões de acessibilidade

nas Bibliotecas Públicas Estaduais, com o objetivo de vislumbrar a realidade de cada

biblioteca e a demanda proveniente dos usuários com deficiência.

Para tanto, a Comissão foi constituída por profissionais da Fundação Pedro Calmon

lotados nas seguintes unidades: Biblioteca Juracy Magalhães Júnior (Itaparica), Biblioteca

Pública do Estado da Bahia, Biblioteca Pública Thales de Azevedo, Diretoria do Livro e da

Leitura e Gerência do Sistema de Bibliotecas Públicas, que se reuniam, semanalmente, para

travarem discussões acerca de temas relacionados à acessibilidade em bibliotecas. Nesse

sentido, foi imprescindível a participação do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com

Deficiência (COEDE), que tem como missão propor e acompanhar o cumprimento das

políticas públicas para o segmento.

Nessa perspectiva, foram levantados indicadores que permitiram a elaboração de um

questionário para diagnosticar os pontos fortes e fracos relativos à acessibilidade nas

bibliotecas, para posteriormente construir o documento final, denominado: Diretrizes de

Leitura Para Todos do SEBP-BA.

A partir das discussões em grupo, pensou-se na organização do I Seminário de Leitura

para Todos do SEBP-BA, que aconteceu no período de 9 e 10 de outubro de 2014, nas

dependências da Biblioteca Pública do Estado da Bahia, cujo tema foi: Acessibilidade: novos

rumos para inclusão. (ANEXO 2 - Programação do Seminário Leitura para Todos).

Com a participação da sociedade civil, o Seminário tratou de questões sobre políticas

públicas e legislação, mediação da leitura, acesso à informação, acessibilidade arquitetônica,

11

entre outras. Nessa ocasião, registrou-se o encontro de pesquisadores e profissionais que

desempenham atividades para promover o acesso dos deficientes físicos aos bens e serviços

da vida em sociedade. A Biblioteca foi o cenário desse encontro e o resultado foi

surpreendente, pois mais uma vez viu-se o lugar da biblioteca pública na sociedade ao manter

sua interação, favorecendo a discussão de temas relativos aos direitos de cada cidadão à

igualdade e à equidade.

12

3 MÉTODOS, TÉCNICAS E IMPRESSÕES INICIAIS

A fim de analisar a situação atual das bibliotecas públicas do SEBP-BA, fisicamente

instaladas, ou seja, bibliotecas que possuem uma localização geográfica, optou-se em

desenvolver um instrumento de coleta de dados que contemplasse a identificação de

indicadores para a construção das Diretrizes. O instrumento utilizado foi o questionário,

encaminhado para os gestores das seguintes bibliotecas:

a) Biblioteca Anísio Teixeira (BAT);

b) Biblioteca Infantil Monteiro Lobato (BIML);

c) Biblioteca Juracy Magalhães Jr. - Itaparica (BJMJR -ITA);

d) Biblioteca Juracy Magalhães Jr. - Salvador/Rio Vermelho (BJMJR - RV);

d) Biblioteca Pública do Estado da Bahia (BPEB);

e) Biblioteca Pública Thales de Azevedo (BPTA);

f) Casa de Cultura Afrânio Peixoto (CCAP).

Foram elaborados dois questionários, o primeiro (APÊNDICE A) foi adaptado do

questionário elaborado pelo Mais Diferenças - Educação e Cultura Inclusiva em parceria com

o Sistema Nacional de Bibliotecas Publicas (SNBP), Fundação Biblioteca Nacional (FBN),

Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL) e o Ministério da Cultura (MinC), adquirido no

VIII Seminário Nacional de Bibliotecas Braille (SENABRAILLE), em São Paulo. Este

questionário teve como objetivo levantar dados gerais sobre cada biblioteca analisada e suas

peculiaridades no que se refere à acessibilidade.

O segundo questionário (APÊNDICE B) foi baseado nas Normas da ABNT 9050

(ANEXO 1) e 15999 (ANEXO 2) e nos depoimentos adquiridos nas reuniões semanais da

Comissão de Leitura para Todos (CLT) sobre as principais barreiras que dificultam o acesso

das pessoas com deficiência às bibliotecas públicas, permitindo a elaboração de sete

indicadores:

a) acessibilidade arquitetônica;

b) recursos humanos;

c) serviços de biblioteca;

d) tecnologia assistiva;

e) recursos eletrônicos;

f) acervo;

g) ações culturais.

13

Este questionário também foi direcionado aos gestores de cada biblioteca que compõe

o Sistema e teve como finalidade diagnosticar o nível de acessibilidade nas bibliotecas

públicas do estado da Bahia, com o objetivo de contribuir para o processo de construção de

espaços acessíveis.

Como apoio às respostas dos questionários supracitados, ressalta-se a interação com os

representantes do COEDE, que possibilitou, durante as discussões realizadas nas reuniões da

CLT, informações fundamentais para a compreensão e reflexão do tema proposto, e que

foram transcritas em formato de Ata.

A partir das respostas obtidas por meio do instrumento de coleta de dados utilizado,

foi possível desenvolver um diagnóstico do nível de acessibilidade das bibliotecas públicas do

SEBP-BA, conforme os indicadores elaborados pela CLT. Salienta-se que para padronizar as

respostas, as questões seguiam a orientação – "Atende", "Não Atende", "Atende

Parcialmente" - que permitiu uma tabulação dos dados com maior clareza sobre as reais

carências dessas bibliotecas.

Os resultados dessa investigação demonstraram que grande parte dos serviços

oferecidos aos usuários com deficiência ainda precisam ser reestruturados, tais como a criação

de condições para aquisição de recursos eletrônicos, além do estabelecimento de políticas para

a seleção desses materiais; a adaptação dos sítios eletrônicos às normas de acessibilidade na

web, para melhor disponibilizar acesso às informações sobre a biblioteca e seus serviços; a

formação continuada dos profissionais que atuam em bibliotecas públicas para o atendimento

à pessoa com deficiência; a aquisição de outros recursos de apoio à leitura, tais como DVD,

áudio livros, tablets, entre outros; promoção de atividades culturais acessíveis, utilizando

serviços de audiodescrição e de recursos de legenda em tempo real, por exemplo; possibilitar

um desenho universal para os espaços dessas bibliotecas, a fim de que possam ser utilizados

pelas pessoas, independentemente de sua postura ou mobilidade.

Assim, tais mudanças fazem parte de um movimento global que deve contemplar a

maioria dos pleitos dos usuários com deficiência.

14

4 EIXOS E METAS - DIRETRIZES DE LEITURA PARA TODOS D O SISTEMA DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS DO ESTADO DA BAHIA (SEPB-BA)

A partir das Normas da ABNT 9050 e 15999, construíram-se os eixos e metas

correspondentes ao questionário desenvolvido no início do processo, cuja finalidade foi

promover a acessibilidade em todos os ambientes das bibliotecas públicas.

4.1 EIXO 1 - ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA

Garantir o acesso às dependências das bibliotecas públicas do SEBP-BA, eliminando

as barreiras arquitetônicas de acordo com as prescrições e exigências da NBR 9050/2004.

4.1.1 Metas

a) criar e disponibilizar vagas acessíveis e rampas de acesso para usuários de cadeira de

rodas;

b) implantar sinalização tátil nos acessos de entrada e no ambiente interno;

c) viabilizar nas portas de entrada e do ambiente interno largura igual ou superior a

0.90m, distância entre as estantes de livros de no mínimo 0,90 m de largura, nos

corredores entre as estantes, a cada 15m, um espaço que permita o giro de uma

cadeira de rodas, com rotação de 180° e corredores amplos e bem iluminados;

d) criar e disponibilizar rampas e, havendo mais de um pavimento, elevadores com

sinalização em Braille e áudio e com controles em uma altura acessível para os

usuários de cadeira de rodas;

e) tornar os banheiros da biblioteca acessíveis;

f) dotar a biblioteca de mobiliário que atenda às normas de acessibilidade;

g) disponibilizar mapas táteis ou maquetes descrevendo os ambientes da biblioteca.

4.2 EIXO 2 - RECURSOS HUMANOS

Investir na formação de um quadro de servidores capacitados para a realização das

tarefas inerentes às bibliotecas públicas e estimular o constante aperfeiçoamento, qualificação

e formação profissional no sentido de melhorar a resoluções das ações e serviços.

4.2.1 Metas

a) capacitar os funcionários para auxiliar os usuários da biblioteca no uso das tecnologias

assistivas (leitores de telas, Dosvox etc.) e para atender as pessoas com deficiência e

suas especificidades;

15

b) ampliar o quadro de funcionários com conhecimento da Língua Brasileira de Sinais

(LIBRAS);

c) ampliar o quadro de funcionários com conhecimento dos requisitos de acessibilidade

aos prédios públicos.

4.3 EIXO 3 - SERVIÇOS DE BIBLIOTECA

Prover as bibliotecas do SEBP-BA com uma estrutura para o desenvolvimento de

serviços de boa qualidade para pessoas com deficiência.

4.3.1 Metas

a) disponibilizar, periodicamente, informativos sobre os serviços e atividades da

biblioteca em variados formatos acessíveis;

b) criar e disponibilizar na biblioteca serviço de empréstimo disponível por telefone,

correio eletrônico ou outros canais de comunicação;

c) constituir um quadro de funcionários ledores e assistentes de pesquisa disponíveis para

usuários com deficiência visual ou motora.

4.4 EIXO 4 - TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

Fornecer recursos e serviços que contribuam para proporcionar ou ampliar habilidades

funcionais de pessoas com deficiência e, consequentemente, promover vida independente e a

inclusão nas bibliotecas públicas do SEBP-BA.

4.4.1 Metas

a) adquirir e disponibilizar equipamentos e ampliadores de tela para uso das pessoas com

baixa visão;

b) adquirir e disponibilizar teclados acessíveis para pessoas com deficiência;

c) adquirir e disponibilizar trackballs para auxiliar os usuários que possuem dificuldade

em controlar o mouse;

d) adquirir e disponibilizar descansos de pulso e keyguards para auxiliar os usuários com

dificuldades de mobilidade.

16

4.5 EIXO 5 - RECURSOS ELETRÔNICOS

Fornecer recursos e serviços que contribuam para proporcionar ou ampliar habilidades

funcionais de pessoas com deficiência e, consequentemente, promover vida independente e a

inclusão nas bibliotecas públicas do SEBP-BA.

4.5.1 Metas

a) adquirir recursos eletrônicos para a biblioteca, incluindo catálogos online, que possam

ser acessados com tecnologias assistivas, tais como leitores de tela;

b) instituir na política de desenvolvimento de coleções da biblioteca critérios de

avaliação no processo de seleção para recursos eletrônicos acessíveis;

c) tornar acessíveis os sítios eletrônicos da biblioteca, de acordo com as normas de

acessibilidade.

4.6. EIXO 6 - ACERVO

Incorporar aos acervos das bibliotecas do SEBP-Ba materiais bibliográficos em

formato acessível.

4.6.1 Metas

a) adquirir e disponibilizar material didático e lúdico que estimule a leitura;

b) adquirir e disponibilizar recursos de apoio em Libras, DVD, dicionários ilustrados,

áudio livros e outros;

c) adquirir e disponibilizar acervo bibliográfico em formato digital acessível;

d) adquirir e disponibilizar livros em tinta-Braille para viabilizar a leitura de usuários

com baixa visão.

4.7 EIXO 7 - AÇÕES CULTURAIS

Incentivar e promover ampla participação das pessoas com deficiência nas atividades

culturais por meio de medidas e atitudes que possibilitem o acesso e a acessibilidade às ações

culturais promovidas pela biblioteca.

17

4.7.1 Metas

a) disponibilizar nas atividades da biblioteca, serviços de audiodescrição;

b) adquirir e disponibilizar nas atividades da biblioteca, recurso de legenda em tempo

real.

18

5 DISCUSSÕES

A biblioteca pública, por fazer parte de uma sociedade multicultural, está inserida nas

dimensões social, política, econômica e cultural que constituem a vida humana. Seu papel na

formação de leitores, na promoção de ações culturais e no estímulo do desenvolvimento

cognitivo de seus usuários faz dessa biblioteca um espaço social que se configura, além de sua

estrutura física, um espaço sem preconceito, um espaço compartilhado, um espaço de

convivência, um espaço público de todos e para todos.

É diante dessa perspectiva que se busca a disponibilização do acesso e da

acessibilidade nas Bibliotecas Públicas do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas da Bahia.

A experiência de construir este documento trouxe ao debate a certeza de que é necessário

construir cada vez mais políticas públicas para o acesso aos conteúdos produzidos pelo ser

humano, de modo a diminuir o fosso entre os sujeitos letrados e os não tão proficientes em

leitura. Com as metas estabelecidas dentro de cada indicador levantado, será possível

desenvolver projetos que estimulem a inclusão com autonomia às pessoas com deficiência,

possibilitando o aumento gradual deste público em seus espaços e a promoção de ações

direcionadas aos serviços oferecidos por essas bibliotecas.

Assim, as Diretrizes de Leituras para Todos serão instrumentos importantes para a

consulta dos profissionais que atuam nas bibliotecas públicas no estado da Bahia, quando a

tônica for acessibilidade. É evidente a importância de tais bibliotecas como elementos

constituintes da sociedade, pois interrelacionam em seus espaços as questões políticas,

econômicas, socioculturais e de lazer com um objetivo primordial: dar acesso à informação,

criando condições para geração do conhecimento.

19

REFERÊNCIAS

BONILLA, M. H. Escola aprendente: para além da sociedade da informação. Rio de Janeiro: Quartet, 2005. BRASIL. Constituição (1988). Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com alterações adotadas pelas emendas constitucionais nº1/92 a 64/2010, pelo Decreto Legislativo nº 186/2008 e pelas emendas constitucionais de revisão nº 1 a 6/94. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2010. p.145. BRASIL. Presidência da República da Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto nº 6.949 de 25 de agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm>. Acesso em: 10 jun. 2014. CENSO 2010. Disponível em: <http://censo2010.ibge.gov.br/noticias-censo?busca=1&id=3&idnoticia=2170&view=noticia>. Acesso em: 27 mai. 2014. UNESCO. Manifesto da IFLA/UNESCO sobre Bibliotecas Públicas 1994. [S.l.]: 3 nov. 1994. Disponível em: <http://archive.ifla.org/VII/s8/unesco/port.htm>. Acesso em: 10 mai. 2014.

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GLOSSÁRIO

Acessibilidade: condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida. Ajuda técnica: produto, instrumento, equipamento ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados para melhorar a funcionalidade da pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistida. Audiodescrição: tecnologia assistiva para pessoas com deficiência visual em que ocorre a descrição de eventos imagéticos e da locução em áudio dessa descrição, por voz humana ou sintetizada ou, ainda, apresentada na forma escrita tradicional ou eletrônica. Barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação. Barreiras atitudinais: preconceitos, estigmas, generalizações e estereótipos em relação às pessoas com deficiência. Tais barreiras refletem atitudes de inferioridade, pena, exaltação do heroísmo, ignorância, desconhecimento ou medo. As barreiras atitudinais não são visíveis e, na maioria das vezes, são inconscientes e de difícil reconhecimento, principalmente por parte de quem as pratica. Barreiras de comunicação: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação. Barreiras nas edificações: obstáculos existentes no entorno e interior das edificações de uso público e coletivo e no entorno e nas áreas internas de uso comum nas edificações de uso privado multifamiliar. Barreiras nos transportes: obstáculos existentes nos serviços de transportes. Barreiras urbanísticas: obstáculos existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público. Deficiência: restrição ou impedimento de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, para desenvolver habilidades consideradas normais para a maioria dos seres humanos. Deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. Deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral,

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nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções. Deficiência intelectual: funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização dos recursos da comunidade, saúde, segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho. Deficiência múltipla: associação de duas ou mais deficiências. Deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60 graus; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores. Desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados, na maior medida possível, por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico. O desenho universal não excluirá as ajudas técnicas para grupos específicos de pessoas com deficiência, quando necessárias. Diversidade: multiplicidade de características que distinguem as pessoas. Valorizar a diversidade é promover a igualdade de oportunidades para cidadãos diferenciados por gênero, sexo, cor, opção sexual, crença etc., possibilitando-lhes acesso aos direitos e à cidadania. Edificações de uso coletivo: aquelas destinadas às atividades de natureza comercial, hoteleira, cultural, esportiva, financeira, turística, recreativa, social, religiosa, educacional, industrial e de saúde, inclusive as edificações de prestação de serviços de atividades da mesma natureza. Edificações de uso privado: aquelas destinadas à habitação, que podem ser classificadas como unifamiliar ou multifamiliar. Edificações de uso público: aquelas administradas por entidades da administração pública, direta e indireta, ou por empresas prestadoras de serviços públicos e destinadas ao público em geral. Ergonomia: é a disciplina científica relacionada ao entendimento das iterações entre seres humanos e outros elementos de um sistema e também é a profissão que aplica teoria, princípios, dados e métodos para projectar a fim de optimizar o bem-estar humano e o desempenho geral de um sistema. Ergonomistas: contribuem para o projeto e avaliação de tarefas, trabalhos, produtos, ambientes e sistemas, a fim de torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas. Escrita Braille é o nome dado a um sistema de escrita e leitura através de pontos em relevo que podem ser identificados pelo tato.

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Elemento da urbanização: qualquer componente das obras de urbanização, tais como os referentes à pavimentação, saneamento, distribuição de energia elétrica, iluminação pública, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam as indicações do planejamento urbanístico. Impedimento: alguma perda ou anormalidade das funções ou da estrutura anatômica, fisiológica ou psicológica do corpo humano. Incapacidade: desvantagem individual, resultante do impedimento ou da deficiência, que limita ou impede o cumprimento ou desempenho de um papel social, dependendo da idade, sexo e fatores socioculturais. Inclusão profissional: processo de inserção no mercado de trabalho de cidadãos que dele foram excluídos. No caso das pessoas com deficiência, a inclusão diz respeito, além de sua contratação, ao oferecimento de oportunidades de desenvolvimento e progresso na empresa. Inclusão social: processo de inserção na sociedade – nos mercados consumidor e profissional e na vida sociopolítica – de cidadãos que dela foram excluídos, no sentido de terem sido privados do acesso a seus direitos fundamentais.

Keyguards - proteção do teclado, é uma sobreposição com buracos cortados nela que correspondem com as teclas de um teclado. O modelo de Plexiglas cobre o teclado e orienta os dedos do usuário na posição correta para digitação.

Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS): sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos utilizados pelas pessoas com deficiência auditiva no Brasil. É um meio de comunicação e expressão de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, realizado por tradutor-intérprete de forma simultânea ou consecutiva. Mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias e espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos da urbanização ou da edificação, de forma que sua modificação ou traslado não provoque alterações substanciais nestes elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, telefones e cabines telefônicas, fontes públicas, lixeiras, toldos, marquises, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga. Mobilidade reduzida: dificuldade permanente ou temporária que uma pessoa tem para se movimentar, gerando redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção. Pessoas com deficiência: aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas. Atualmente, chegou-se a um consenso quanto à utilização da expressão “pessoa com deficiência” em todas as suas manifestações orais ou escritas, em lugar de termos como "deficiente", "pessoa portadora de deficiência", "pessoa com necessidades especiais" e "portador de necessidades especiais".

Trackball: é um dispositivo de hardware, similar ao mouse, que foi originalmente criado em 1952. Diferentemente do mouse tradicional (que deve ser movido sobre um mousepad ou tapete), o trackball permanece imóvel enquanto o usuário manipula uma grande esfera

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geralmente localizada em sua parte superior para mover o cursor na tela ou ecrã do computador. Tecnologia Assistiva: todo produto, recurso, metodologia, estratégia, prática ou serviço que vise promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando a sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social por meio da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle do ambiente, habilidades de seu aprendizado e trabalho. Visão subnormal ou baixa visão - Dizemos que uma pessoa tem visão subnormal ou baixa visão quando apresenta 30% ou menos de visão no melhor olho, após todos os procedimentos clínicos, cirúrgicos e correção com óculos comuns. Essas pessoas apresentam dificuldades no dia a dia de ver detalhes. Por exemplo, veem as pessoas, mas não reconhecem a feição, as crianças enxergam a lousa, porém não identificam as palavras, no ponto de ônibus não reconhecem os letreiros. Fontes: Decreto nº 5.296/2004 Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, 2007 Publicação “O que as empresas podem fazer pela inclusão das pessoas com deficiência”, do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - Questionário complementar de avaliação

DADOS GERAIS DA INSTITUIÇÃO 1. Nome da Biblioteca: 2. Data de fundação: 3. Endereço: 4. E-mail: 5. Horário de funcionamento:

DADOS FÍSICOS DA INSTITUIÇÃO: 6. Área total: 7. Quantidade de pavimentos:

EQUIPE: 8. Nome do responsável: 9. Total de pessoas que trabalham na biblioteca (funcionários, voluntários, terceirizados, estagiários): 10. Números de Bibliotecários: 11. A biblioteca conta com funcionários com deficiência? ( ) SIM ( ) NÃO 12. Em caso afirmativo, qual a deficiência? Quantifique.

( ) deficiência física ( ) deficiência motora ( ) deficiência auditiva/surdez ( ) deficiência múltipla ( ) deficiência visual (baixa visão a cegueira) ( ) surdo/cegueira ( )TGD Transtorno Global de Desenvolvimento (Autismo, Síndrome de Asperge, Síndrome de Rett, Transtorno Degenerativo da Infância

ACERVO: 13. Total aproximado de itens (unidade física) do acervo (considerar todos os tipos de material bibliográficos, áudiovisuais etc.) 14. A biblioteca possui publicações em formato acessível? ( ) SIM ( )NÃO 15. Em caso afirmativo:

( ) Áudio livros/livros falado ( ) Livros em Braille ( ) Livro digital em formato Dayse ( ) Livros digital em Libras ( ) DVD acessíveis. ( ) Revistas acessíveis ( ) Jogos acessíveis ( ) E-books Outros .......... Quais? ...................................

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TECNOLOGIA ASSSITIVA 16. A Biblioteca conta com tecnologia assistiva? ( ) SIM ( ) NÃO 17. Em caso afirmativo, quantidade de recursos de tecnologia assistiva disponível.

( ) Lupa .......... ( ) Lupa eletrônica ......... ( ) Linha Braille .......... ( ) Máquina Braille .......... ( ) Impressora Braille ......... ( ) Computador com leitor de tela/sintetizador de voz .......... ( ) Estúdio p/ gravação de livros em áudio .......... ( ) Scanner .......... ( ) Scanner com sintetizador de voz .......... ( ) Teclado colmeia .......... ( ) Mouse com entrada de acionador .......... ( ) Mouse ótico .......... ( ) Aplicativos de Software e acessibilidade ..........

USUÁRIOS 18. Número de usuários por mês: 19. Faixa etária predominante:

( ) a maior parte deste usuário tem idade abaixo de 14 anos ( ) a maior parte deste usuário tem entre 15 e 25 anos ( ) a maior parte deste usuário tem entre 26 e 40 anos ( ) a maior parte deste usuário tem entre 41 e 59 anos ( ) a maior parte deste usuário tem idade superior a 60 anos

20. A biblioteca atende pessoas com deficiência? ( ) SIM ( ) NÃO 21.Em caso afirmativo, qual o tipo de deficiência predominante? 22. Quais são as principais dificuldades de atendimento das pessoas com deficiências na biblioteca?

( ) Comunicação/atendimento ( ) Acessibilidade arquitetônica ( ) Acervo acessível ( ) Recursos de tecnologia assistiva ( ) Outras: ........................................................................

23. Selecione no máximo TRÊS temas que avalia como os mais importantes para formação e capacitação da equipe em relação ao atendimento de usuários com deficiência.

( ) LIBRAS ( ) Autodescrição ( ) Utilização das tecnologias assistivas ( ) Acessibilidade cultural ( ) Contexto da deficiência no Brasil ( ) Legislação e políticas públicas voltadas para pessoa com deficiência ( ) Acessibilidade arquitetônicas ( ) Atendimento a pessoas com deficiência ( ) Utilização do Braille

24. Espaço para comentários e sugestões:

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APÊNDICE B – Questionário de Avaliação do Nível de Acessibilidade das Bibliotecas

Públicas no Estado da Bahia. Este questionário tem por finalidade diagnosticar o nível de acessibilidade nas bibliotecas públicas do estado da Bahia, com o objetivo de desenvolver diretrizes que possam contribuir para o processo de construção de espaços acessíveis. Tais questões foram baseadas nas Normas da ABNT 9050 e 15999.

LEGENDA • (NA) - NÃO ATENDE • (AP) - ATENDE PARCIALMENTE • (AT) - ATENDE • OBSERVAÇÕES

RECURSOS HUMANOS

INDICADORES QUESTÕES NA AP AT OBSERVAÇÕES

1. Os funcionários estão capacitados para auxiliar os usuários da biblioteca no uso das tecnologias assistivas; (Leitores de telas, Dosvox,)

2. Os funcionários estão capacitados para atender

ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA INDICADORES

QUESTÕES NA AP AT OBSERVAÇÕES 1. Vagas acessíveis e rampas de acesso para usuários de cadeira de rodas

2. Sinalização tátil nos acessos de entrada e no ambiente interno

3. As portas de entrada e o ambiente interno têm largura igual ou superior a 0.90m;

4. A distância entre as estantes de livros é de no mínimo 0,90 m de largura

5. Nos corredores entre as estantes, a cada 15m, há um espaço que permita o giro de uma cadeira de rodas, com rotação de 180°

6. Os corredores são amplos e bem iluminados 7. Havendo mais de um pavimento, existem rampas e ou elevadores

8. Em havendo, o elevador dispõe de sinalização em Braille e em áudio

9. Os controles do elevador estão em uma altura acessível para os usuários de cadeira de rodas

10. A biblioteca dispõe de banheiros acessíveis 11. O mobiliário da biblioteca atende às normas de acessibilidade

12. Há mapas táteis ou maquetes descrevendo os ambientes da biblioteca

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as pessoas com deficiência e suas especificidades 3. No quadro de funcionários existe alguém com conhecimento da língua brasileira de sinais (LIBRAS).

SERVIÇOS DE BIBLIOTECA INDICADORES

QUESTÕES NA AP AT OBSERVAÇÕES 1. Existe algum profissional conhecedor dos requisitos de acessibilidade aos prédios públicos

2. A biblioteca disponibiliza periodicamente informativos nos diversos formatos acessíveis quanto aos seus serviços e atividades

3. Existe na sua biblioteca algum serviço de empréstimo disponível por telefone, correio eletrônico ou outros canais de comunicação

4 - Há ledores e assistentes de pesquisa disponíveis para usuários com deficiência visual ou motora

TECNOLOGIAS ASSISTIVAS INDICADORES

QUESTÕES NA AP AT OBSERVAÇÕES 1. Existe na sua biblioteca equipamentos e ampliadores de tela para uso das pessoas com baixa visão;

2. Estão disponíveis para pessoas com deficiência teclados acessíveis;

3. Há disponíveis trackballs para auxiliar os usuários que têm dificuldade em controlar o mouse

4. Há descansos de pulso e keyguards para auxiliar os usuários com dificuldades de mobilidade

RECURSOS ELETRÔNICOS INDICADORES

QUESTÕES NA AP AT OBSERVAÇÕES 1. Os recursos eletrônicos da biblioteca, incluindo catálogos online, CD-ROMs, podem ser acessados com tecnologias assistivas, tais como leitores de tela

2. Na política de desenvolvimento de coleções da biblioteca, os recursos eletrônicos acessíveis são avaliados como parte do processo de seleção.

3. Os sítios eletrônicos da biblioteca cumprem as

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normas de acessibilidade; ACERVO

INDICADORES QUESTÕES NA AP AT OBSERVAÇÕES

1. Há disponível material didático e lúdico que estimule a leitura

2. Há recursos de apoio em LIBRAS, DVD, dicionários ilustrados, áudio livros e outros

3. Existe acervo bibliográfico disponível também em formato digital acessível;

4. Há livros em tinta-braille para viabilizar a leitura de usuários com baixa visão

AÇÕES CULTURAIS INDICADORES

QUESTÕES NA AP AT OBSERVAÇÕES São disponibilizados nas atividades da biblioteca serviços de audiodescrição

Nas atividades da biblioteca é utilizado o recurso de legenda em tempo real;

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ANEXOS

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ANEXO 1 - Portaria 86/2014

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ANEXO 2 - Programação do I Seminário de Leitura para Todos do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas da Bahia