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Governo chama magistrados jubilados à justiça mas não quer pagar Juizes Desembargadores conselheiros e procuradores que não estão no ativo mas aceitem voltar podem ajudar a suprir faltas nos tribunais Mas sem receber nada Médicos que regressam têm 75 do salário págs aes Diário Notícias 1/4 a 5 S/Cor 2745 cm 2 56361 Nacional Informação Geral Diario Página (s): Imagem: Dimensão: Temática: Periodicidade: Classe: Âmbito: Tiragem: 14012017 Justiça

Governochama magistrados jubilados àjustiçamas nãoquerpagar · 2017. 1. 28. · Governochama magistrados jubilados àjustiçamas nãoquerpagar Juizes Desembargadores conselheirose

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Page 1: Governochama magistrados jubilados àjustiçamas nãoquerpagar · 2017. 1. 28. · Governochama magistrados jubilados àjustiçamas nãoquerpagar Juizes Desembargadores conselheirose

Governo chamamagistradosjubiladosà justiçamasnão quer pagarJuizes Desembargadores conselheiros eprocuradores que já não estão no ativo masaceitem voltar podem ajudar a suprir faltasnos tribunais Mas sem receber nada Médicos

que regressam têm 75 do salário págs aes

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1/4 a 5

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2745 cm2

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Página (s):Imagem:

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Âmbito:Tiragem:14­01­2017

Justiça

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Magistradosjubilados podemregressar desde quenão ganhemmais

Orçamento Governo não quer pagarmais ajuízes e procuradoresque queiramvoltar a trabalhar mas dá 75 do ordenado amédicos

CARLOS RODRIGUES LIMA

Osmagistradosjudiciais e do Ministério Público já jubilados quepretendamvoltar ao serviço nostribunaispodem fazê lo mas desdeque isso não impliqueuma despesa extraparao Estado Amedidasurge no Orçamento do Estadomas não está a suscitar grande entusiasmo porparte dasmagistraturas jáquenão sãodados aosjuizese aos procuradores incentivos alguns ao contrário por exemplo doque acontece comos médicos reformados

É caricato maisum exemplo decomo as coisas nos tribunais têm

sido aguentadas apenas e só com aboavontadedosmagistrados disse aoDNManuelaPaupério presidente daAssociação Sindical dosJuizes Portugueses ASJP considerando que os magistrados judiciais e do Ministério Público já jubilados até poderiam receber umincentivo para regressar ao trabalho nos tribunais tal como osmédicos Como princípio é de factoumaformade tratamento diferente porqueno caso dosmagistradosanorma doOrçamento apenasdizque podemvoltar a trabalhar como seprecisassem de uma autorizaçãopara o fazer comentou porsua vez AntónioVentinhas presidente do Sindicato dos Magistrados doMinistério Público SMMPacrescentando que os magistrados atépoderiam terumincentivopara regressar ao trabalho temporariamente

Osmagistrados jubilados quepodem serjuizes desembargadores conselheiros procuradoresda

República e procuradores geraisadjuntos poderiam por exemplodar apoio aos seus colegas nos tribunais superiores nos recursosNesta situação encontra se umprocurador geral adjunto noTribunal da Relação do Porto jájubilado Nos últimos anos segundo oDNsoube algunsjuizes conselheiros do Supremo mantiveram seemfunções jádepois dajubilação

Só queparaumproblemasemelhante o executivo optou porduassoluções segundo oOrçamentodoEstado para 2017 os médicos reformados podem receber 75 daremuneração auferida antes da reforma Osmagistrados porsuavezaté podem voltar aos tribunaisdesde que isso não importe qualquer alteração do regime remuneratório atribuído porforça dajubilação refere o documento orientador das finanças públicas paraeste ano

Nos últimos dias o DN tentouesclarecer esta diferença de tratamento estabelecida no Orçamento do Estado OMinistério da Justiça assume adiscriminação dizendo que no caso dos médicosaposentados o regime especial

aplicado visa dar resposta imediata à escassez destes profissionaisdos quais depende a prestação decuidados de saúde à populaçãoQuanto aos magistrados peseembora as limitações reconhecidas ao nível dos recursoshumanos

nos tribunais o governo entendeunão se adequaro recurso às mesmasmedidasde exceção

Ogabinete daministraFranciscavanDunemdisse ao DN que oministério prefere retomar a regularidade no recrutamento demagistrados recordando o anúncio jánestemêsdemaisumcurso de for

mação no Centro de Estudos Judiciários E em recente entrevista aoDN ver edição de 8dejaneiro aministra admitiudiminuiro tempode formação de um magistradoque atualmente é de três anosFontejudicial porém admitiu

como possível que a diferença feita no Orçamento do Estado tenhaquever com oestatuto dajubilaçãodosmagistrados Isto é ummagistrado juiz oudoMinistério Público jubiladomantém como valorda reforma o último ordenadoOmesmo não sucede comummé

dico cuja reforma é calculada tendo em conta a sua carreira contributiva

Por isso os valores pagos a ambas as profissões aquando das reformas diverge umjuiz conselheiro e umprocurador geral adjuntopodem auferir uma pensão entrequatro e cinco mil euros Já ummédico no topo dacarreira assistentegraduado sénior poderá levarpara casa entre 3500 eumpoucomais de quatromil euros

Há um tratamento diferente

entre as profissões éverdade um

juiz até podia receber algum incentivoparavoltar a trabalhar masse quem trabalhanão tem incentivos dificilmente umjubilado teráironizou Manuela Paupério dizendo que a reaberturados tribunais obrigou os juizes a deslocarem se entre tribunais nas suasviaturas sem qualquer ajuda decusto

O recurso amédicos reformados foi a forma encontrada pelogoverno para tentar ultrapassar afalta de clínicos no Serviço Nacional de Saúde Quando amedida foiconhecida através da divulgaçãodo Orçamento do Estado para2017 o bastonário daOrdemdosMédicos JoséManuel Silva declarou Temos umdéfice de 600mé

dicos no imediato que poderá serpreenchido largamente pelo regresso de médicos reformadosque é umamedida transitória deimplementação temporal porquenestemomento há doismil jovensa fazer formação de medicina geral e familiar São suficientes paracolmatar o défice existente e as re

formas anuais que até 2016 segundo números revelados peloDN atingiu os 1299 clínicos

Nos tribunais assiste se a umproblema semelhante sobretudonamagistratura doMinistério Público

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Falta de quadrosé consensual

Há de facto umafalta de quadros noMinistério Público ou

háum exagero nesta análiseAfalta de quadros é umdiagnóstico consensual e não apenasumaquestão sindical O problemapode ser resolvido comumamelhor gestão dos recursos existentes e com a entrada de novosma

gistrados Ou seja devem entrarnovosmagistrados masagestãodos mesmos também deve ser

melhorada e aprofundadaO recurso amagistradosjubiladospodeajudar a resolvero problema sobretudo noMinistério PúblicoÉumasolução intercalarque nãoresolve o problema da falta dequadros mas ajuda a colmataralgumas insuficiências sobretudo nos tribunais superiores como

ostribunais daRelação SupremoTribunal de Justiça que recebemcentenasde recursos dosmaisvariados processos Se as pessoasjá depois da jubilação ainda sesentem com vontade de traba

lhar os tribunais podeme devemrecebê las em vez de lhes dizerque se mantenham em casa agozar a reformaOEstado está a tentar seduzirosmédicos reformadoscom

umcomplemento à reformaDeveriafazer omesmo comosmagistradosO governo precisa de refletir seriamente sobre os tribunais Co

mo disse o recurso a magistradosjubilados é uma solução temporária e não ataca o problemade fundo Se aspessoasjáganharamo seudireito à reformaoujubilação e se se lhes está a dar apossibilidadede semanterem emfunções deve lhes também serdado um incentivo Não é sensa

to por parte do Estado dizer aosmagistrados jubilados que já fizeram toda a sua carreira contri

butiva que podem continuar atrabalhar e não lhes darnenhumincentivo para isso enquanto setenta chamarmédicos reformados com incentivos financeiros

P R

Quaisos requisitos parainscriçãonoKJ

Ser cidadão português ou dosEstados de língua portuguesacom residência em Portugal e sertitular do grau de licenciado emDireito

Qualotempo deformação

Atualmente o curso dura três

anos mas a formação pode serreduzida segundo está dispostona lei desde que tal redução sejaaceite pelo presidente do Centrode Estudos Judiciários

Escola demagistrados formajuizeseprocuradores

A formação dos auditores nomedado aos formandos engloba osfuturos magistrados judiciais e osfuturos procuradores do Ministério Público No início do curso oscandidatos à magistratura escolhem qual das magistraturaspreferem seguir As vagas sãopreviamente definidas por despacho doMinistério da Justiça

Qualaregularidadedoscursos

Conforme decisão do governoCom o atual governo passarãoa ser cursos anuais

Aformaçãoé igualparatodos os tribunais

Existe formação para os tribunaisjudiciais e autonomamente para ostribunais administrativos e fiscaisOs auditores que serão os futurosjuizes ou magistrados do Ministério Público para os administrativos e fiscais terão formação diferenciada em cursos específicos

Qualocustodoscursos

Durante muitos anos os cursos

eram gratuitos Porém passou aser pago à cabeça um valor paradespesas de inscrição que cadaauditor tem de pagar Em 2010esse valor foi de 120 euros masem 2012 passou a ser de 230euros Desde 2014 que o valor fixado por despacho do diretor doCEJ passou a ser de 210 euros

Osfúturoosmagistradosnãorecebemsaláriodurante ocurso

Sim Enquanto estão a receber aformação no CEJ os auditores recebem 70 a 80 do valor do or

denado base de umjuiz de primeira instância ou de um procuradorgeral adjunto

Cursos mais curtos

para entraremmaiscedo nos tribunais

justiça Sindicato dos juizesmostra se perplexo com anão abertura de vagas paraos tribunais administrativose fiscais

FILIPA AMBRÓSIO DE SOUSA

Aministra da Justiça está a equacionar reduzir o tempo de formação dos futurosmagistrados juizese procuradores doMinistério Público de forma a que osmagistrados entremmais rapidamente emfunções nos tribunais portuguesesAtualmente o curso no Centro de

Estudos Judiciários CEJ tem a duração de três anosmas podepassarassim a ter apenas a duração dedois OMinistério daJustiça está aequacionar ahipótesede reduçãodos períodos de formação quandosejustificar tal como admite o n °4do artigo 30 °da Lei n ° 22008de14 dejaneiro segundo fonte do gabinete deFranciscavanDunemgarantiu ao DN

Paralelamente já está a decorrerumnovo cursona escola demagistrados desde setembroe será aberto um novo namesma altura neste

ano segundo despacho assinadopelaministrana semana passadaPorém este reforçonãoagrada àAssociação Sindical dos Juizes Portugueses ASJP que admiteestar perplexa com a não abertura devagaspara os tribunais administrativos efiscais TAF cuja formação é autónomaà restante verP Rao ladoEmsetembropassado foi lança

do um concurso de ingresso CEJpara 126 auditores dejustiça os futuros magistradosjudiciais ou doMinistério Público

O curso vai permitir formar56magistrados doMinistério Público28 juizes para tribunais judiciais e42juizes paratribunais administrativos e fiscais anunciaoMinistériodaJustiça Para2017 foi autorizada a abertura deum novo concurso

de ingresso noCEJpara o preenchimento de 126 lugares de auditoresde justiça sendo 42 vagas para amagistratura judicial e 84 para amagistratura do Ministério Público concluiu E éprecisamente estesegundo curso que gera contestação no sindicato dos magistradosjudiciais

Ao DN a presidente ManuelaPaupério considera incompreensível o esquecimento deFranciscavanDunem jáque são precisamente estes tribunais administrati

vos e fiscais que estão emcompletarutura Apesar de considerar boasnotícias aabertura das restantesva

gas AASJP já fez inclusive chegarum ofício ao gabinete da titular dapastada Justiça a queixar se dessafalta de reforço paraosTAF Considero que a regularidade anual doscursos é umamedidamuito positiva e admito que com isso se regularize afalta demagistrados nos nossos tribunais mas quanto aos administrativos e fiscais nãoentendo

Devido ao elevado número de

impugnações em tribunal emque os contribuintes contestaramdecisões daAutoridadeTributária

eAduaneira a pendência nos tribunais tributários aumentou emflecha

No final de 2015 o número de

pendências atingia as 75 372 açõesTanto que nesse mesmo ano oConselho Superior dos TAF pediamais cem juizes para reforçar osquadros Ao longo de todo esse anoderam entrada 34 850 novos processos que foram juntar se aosmuitos milhares que entupiamjáas secretárias dos magistrados Osfindos foram apenas 27 810

Já o Sindicato dos Magistradosdo Ministério Público SMMPpela voz do presidente AntónioVentinhas consideramuito positiva esta abertura regular de cursosdoCEJ aindamais quando amaioria das vagas são para amagistratura doMinistério Público explica omagistrado do MP em declarações aoDN

210 euros de tarifa

O custoda inscrição dos auditoresde Justiça atualmente custa 210euros Um valor que é definidopelo diretor do CEJ mas que já foibem mais baixo já que em 2010eram apenas 120 euros Um aumento que foi na altura contestado em 2012 passou para 230 euros visto que estemontante cobreapenas os custos do processo deseleção verPREsta importância não é porém

uma propina É antes uma tarifaque os candidatos a auditores pagampara comparticipar os custosda realização do procedimento derecrutamento e seleção Épagaapenas deumavez aquando da inscrição para a realização das provas e épressupostoda realização destasexplica fonte doMJSendo admitidos e passando a

receber formação como auditoresterão direito a umabolsaque lhes épagamensalmente

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