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S P EDITORIAL SUMÁRIO PERFIL CORREIO LEITOR CALEIDOSCÓPIO EM FOCO REPORTAGEM OPINIÃO HISTÓRIA CRÓNICA ENTREVISTA TÉCNICA gravura e a esmaltagem são artes que sempre es- tiveram associadas à relojoaria, não cumprindo um papel identificativo mas tam- bém decorativo. Assumiram especial relevância na era dos relógios de bolso e constituem um trunfo no culto do Reverso há mais de sete décadas, graças ao trabalho do departamento artístico da Jaeger-LeCoultre. Devido às suas características muito peculiares, nen- hum outro relógio está tão associado às artes da gravação e esmalt- agem como o modelo bipolar da manufactura de Le Sentier, cujo ‘se- gundo rosto’ tem proporcionado uma tela muito particular para todas as divagações artísticas. Curiosamente, o Reverso nasceu da necessidade de proteger os vidros dos relógios dos jogadores de pólo. A solução de René-Alfred Chauvot patenteada em 1931 consistiu em criar uma carrosseria que se virasse sobre si mesma, ocultando o vidro e oferecendo um lado em metal capaz de enfrentar qualquer actividade mais radical. Apesar dessas origens desportivas, o Reverso tornou-se um clássico instantâneo: as suas linhas Art Déco mantiveram-se actuais através das gerações, enquanto o fascínio exercido pela caixa reversível fez dele um ícone da relojoaria. As possibilidades técnicas e estéticas abertas pelas suas características próprias têm sido oportunamente aproveitadas pela Jaeger-LeCoultre – que foi dotando o verso do Re- verso com prodigiosas complicações relojoeiras ou belas manifes- tações de arte. Cedo se tornou evidente que o verso era ideal para devaneios artísti- cos e o percurso do Reverso foi permitindo à histórica manufactura suíça reunir no seu portfolio uma larga panóplia de personalizações à vontade do freguês, saídas de dois pequenos ateliers localizados num dos mais pacatos recantos da companhia. As edições limitadas A ESPIRAL | 037 02. 01. É um trunfo no especial fascínio exercido pelo Reverso desde 1931: o verso do lendário modelo reversível da Jaeger-LeCoultre é um espaço criativo que tem servi- do de tela para as mais personalizadas criações artísti- cas – através da gravação de iniciais, datas relevantes, frases simbólicas, brasões de família, imagens fetiche ou desenhos em esmalte. As edições limitadas Rever- so/Arte Portuguesa representam a apoteose desse conjunto de ofícios proporcionado pela manufactura de Le Sentier. 05. 03. 04. por Miguel Seabra fotos Nuno Correia e arquivo Jaeger-LeCoultre Gravação e esmaltagem. A arte por trás do Reverso 01. Trabalho de esmaltagem com a repro- dução de uma pintura Art Nouveau de Al- fons Moucha; 02. O artista desenha o mo- tivo na fase pré-esmaltagem; 03. Fixação das cores num forno aquecido a 850º centígrados; 04. Miklos Merczel e Sophie Roche; 05. Aplicação de camadas de cor. 036 | ESPIRAL

Gravação e esmaltagem. Aarte por trás do Reverso · ... vidro e oferecendo um lado em metal capaz de ... especialidade de Merczel. São necessárias de 80 a 150 horas de trabalho

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SPEDITORIAL SUMÁRIO PERFIL CORREIO LEITOR CALEIDOSCÓPIO EM FOCO REPORTAGEM OPINIÃO HISTÓRIA CRÓNICA ENTREVISTA TÉCNICA

gravura e a esmaltagem são artes que sempre es-

tiveram associadas à relojoaria, não só

cumprindo um papel identificativo mas tam-

bém decorativo. Assumiram especial

relevância na era dos relógios de bolso e

constituem um trunfo no culto do Reverso

há mais de sete décadas, graças ao trabalho

do departamento artístico da Jaeger-LeCoultre.

Devido às suas características muito peculiares, nen-

hum outro relógio está tão associado às artes da gravação e esmalt-

agem como o modelo bipolar da manufactura de Le Sentier, cujo ‘se-

gundo rosto’ tem proporcionado uma tela muito particular para todas

as divagações artísticas.

Curiosamente, o Reverso nasceu da necessidade de proteger os

vidros dos relógios dos jogadores de pólo. A solução de René-Alfred

Chauvot patenteada em 1931 consistiu em criar uma carrosseria que

se virasse sobre si mesma, ocultando o vidro e oferecendo um lado

em metal capaz de enfrentar qualquer actividade mais radical.

Apesar dessas origens desportivas, o Reverso tornou-se um clássico

instantâneo: as suas linhas Art Déco mantiveram-se actuais através

das gerações, enquanto o fascínio exercido pela caixa reversível fez

dele um ícone da relojoaria. As possibilidades técnicas e estéticas

abertas pelas suas características próprias têm sido oportunamente

aproveitadas pela Jaeger-LeCoultre – que foi dotando o verso do Re-

verso com prodigiosas complicações relojoeiras ou belas manifes-

tações de arte.

Cedo se tornou evidente que o verso era ideal para devaneios artísti-

cos e o percurso do Reverso foi permitindo à histórica manufactura

suíça reunir no seu portfolio uma larga panóplia de personalizações

à vontade do freguês, saídas de dois pequenos ateliers localizados

num dos mais pacatos recantos da companhia. As edições limitadas

A

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02.

01.

É um trunfo no especial fascínio exercido pelo Reversodesde 1931: o verso do lendário modelo reversível daJaeger-LeCoultre é um espaço criativo que tem servi-do de tela para as mais personalizadas criações artísti-cas – através da gravação de iniciais, datas relevantes,frases simbólicas, brasões de família, imagens feticheou desenhos em esmalte. As edições limitadas Rever-so/Arte Portuguesa representam a apoteose desseconjunto de ofícios proporcionado pela manufacturade Le Sentier.

05.03.

04.

por Miguel Seabrafotos Nuno Correia e arquivo Jaeger-LeCoultre

Gravação e esmaltagem. A arte por trás do Reverso

01. Trabalho de esmaltagem com a repro-

dução de uma pintura Art Nouveau de Al-

fons Moucha; 02. O artista desenha o mo-

tivo na fase pré-esmaltagem; 03. Fixação

das cores num forno aquecido a 850º

centígrados; 04. Miklos Merczel e Sophie

Roche; 05. Aplicação de camadas de cor.

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EDITORIAL SUMÁRIO PERFIL CORREIO LEITOR CALEIDOSCÓPIO EM FOCO REPORTAGEM OPINIÃO HISTÓRIA CRÓNICA ENTREVISTA TÉCNICA

Reverso/Arte Portuguesa assumem papel destacado entre as mais be-

las interpretações jamais criadas no Reverso; o projecto foi idealizado

por Pedro Torres, responsável pela distribuição da marca em Portugal,

e exaltado pela Jaeger-LeCoultre – quatro consagrados artistas plásticos

contemporâneos lusos foram desafiados para utilizar o verso para

transmitir a sua interpretação do tempo. O resultado: obras de arte in-

temporais de elevado valor intrínseco e emocional.

GRAVURA

A gravura é algo de íntimo que evoca preciosas recordações ou identi-

fica um objecto – e talvez seja a mais antiga arte da humanidade. Os

homens pré-históricos usaram pedras afiadas para marcar outras pe-

dras; os egípcios gravaram hieróglifos nas paredes dos túmulos e os

etruscos gostavam de decorar ricamente o seu ouro...

Na relojoaria, a gravação sempre foi utilizada para enobrecer e valorizar

qualquer instrumento do tempo, tornando-o mais personalizado com

a inscrição de iniciais, insígnias, símbolos, imagens, frases, datas ou

nomes. Os mestres-gravadores da Jaeger-LeCoultre estão habituados a

satisfazer os mais diversos pedidos e perfeitamente habilitados para o

fazer. Porque não é tarefa para qualquer um: a gravação em metal (so-

bretudo precioso) requer uma exigência extrema e estudos prévios,

porque a menor falha torna-se irremediável!

Os cinzéis em miniatura, punções e buris que adornam os Reversos só

podem ser manejados por mãos de artista... como o mestre-gravador

Dominique Vuez: «Quanto mais uma gravura é complicada, mais in-

teresse suscita. Os motivos que mais gosto de realizar são os rostos, pois

são todos diferentes uns dos outros e recriar a sua expressão requer

maior atenção. Primeiro esboça-se o desenho com uma ponta seca que

risca ligeiramente o metal, sendo possível apagar algum erro eventual

com o recurso a uma camurça. Seguidamente, procede-se à gravura

com os buris – e aí, não é permitido mais nenhum erro! Gosto também

das gravuras cravejadas; começa-se por cravejar o motivo e depois

gravam-se os contornos das pedras preciosas com a maior minúcia:

domar o metal e as gemas ao mesmo tempo dá-me especial satisfação».

É necessário ter qualidades essenciais para um trabalho de gravação

dotado de qualidade superior: criatividade, clareza e imaginação, mas

também um conhecimento profundo dos metais e a preferência de

utensílios manuais em vez da utilização de máquinas. Os artesãos-

gravadores são uma espécie cada vez mais rara de artistas e só uma de-

terminada elite é capaz de gravar imagens em relevo numa superfície

de metal. A aprendizagem inclui centenas de horas de prática em vari-

ados tipos de caligrafia e desenho; os instrumentos para a gravação

também são especiais e especialmente adaptados ao estilo do gravador

ou ao metal – o aço é bem mais difícil de ser trabalhado do que a pra-

ta ou o ouro.

Dominique Vuez faz gravações na Jaeger-LeCoultre desde 1998 e per-

sonifica a segunda cara do Reverso, tantos foram os exemplares em que

trabalhou para lhes dotar de um pormenor mais íntimo para o seu uti-

lizador. Dirige uma pequena equipa que inclui também Christophe

Bernardot e Juliane Coulet; o trio é responsável por cerca de um milhar

de gravuras personalizadas por ano (das quais 80 com jóias), todas elas

feitas à mão porque nada se compara com a interpretação artística de

um mestre-gravador. A duração dos trabalhos vai desde os 100 minu-

tos (gravação de iniciais, o pedido mais comum) até uma média de 10

dias para encomendas mais complexas.

Os mais recentes exemplos de gravação excepcional num Reverso são

dois exemplares da série limitada Reverso/Arte Portuguesa – a Lebre e

a Tartaruga de Júlio Pomar (2000) e a interpretação de Paula Rego

(2002). Dois casos em que a gravura foi posteriormente enchida com

tinta a negro para melhor definição.

ESMALTAGEM

A arte da esmaltagem é milenar – terá começado na China, mas os

primeiros traços ocidentais remontam ao século V a. C., numa altura

em que os Gregos decoravam as suas estátuas com incrustações es-

maltadas opacas. Só no século XII, em plena era gótica, é que os es-

maltadores começaram a utilizar técnicas translúcidas; a pintura

miniaturizada sobre esmalte nasceu no século XVII para decorar jóias

e objectos preciosos, com a França a dominar uma técnica que depois

teria em Genebra uma das suas capitais – sem ser por acaso: a minú-

cia, tão requerida na relojoaria, também é exigida na esmaltagem.

Uma imagem miniaturizada pintada em esmalte no verso do Reverso

é uma das formas artísticas mais raras da actualidade. Pintar uma

miniatura em esmalte exige semanas de intensa concentração – para

além de paciência e destreza extraordinárias. E sobretudo muito tem-

po… porque o mais pequeno erro de cálculo ou qualquer movimento

em falso pode arruinar o conjunto da obra.

Porque necessita de ser submetido a elevadas temperaturas, o fundo

da caixa deve ser primeiramente recoberto de um contra-esmalte

branco antidistorção. O artista começa depois a desenhar o motivo,

aplicando pequenos toques de finas camadas sucessivas de cor, com

a ajuda de um pincel de pelo único. Cada camada é vitrificada com a

cozedura das cores a 90º, passando depois por um forno aquecido a

850º centígrados durante um período preciso de tempo. Como as

cores se modificam sob o efeito do calor, o esmaltador deve estar fa-

miliarizado com as mudanças cromáticas e prever o resultado final;

as cores vão-se intensificando ao longo das sucessivas cozeduras até

que o motivo atinja o brilho e a transparência que desde sempre es-

tabeleceram o fascínio da esmaltagem.

A Jaeger-LeCoultre tem alguns dos últimos especialistas em esmal-

tagem miniaturizada em todo o mundo – um privilégio que permite

à manufactura de Le Sentier posicionar-se como uma das raras com-

panhias a poder utilizar uma das mais antigas técnicas aplicadas à

decoração de relógios. O departamento é chefiado por Miklos Mer-

czel, um húngaro de formação relojoeira que fugiu ao regime comu-

nista com 19 anos: atravessou a fronteira a pé para a Jugoslávia e de-

pois foi até Itália, pedindo posteriormente asilo político em França –

onde exerceu relojoaria até se mudar para a Vallée de Joux suíça.

Comparticipou na criação de alguns modelos complicados da Jaeger-

LeCoultre, mas entretanto começou a ficar seduzido pela arte da es-

maltagem: aprofundou apaixonadamente os seus conhecimentos a

partir de 1991, até que aceitou o convite para assumir um atelier es-

pecializado; é lá que, juntamente com Sophie Roche, se encarrega de

corresponder às mais diversas solicitações. Os pedidos são extrema-

mente variados – desde a imagem de um Ferrari a partir de uma fo-

to do dono até à reprodução da Marilyn Monroe de Andy Warhol, pas-

sando por pequenas séries de bandeiras ou signos do Zodíaco e

imagens pop de Roy Liechenstein... sem esquecer os temas art nou-

veau de Alfons Mucha, uma especialidade de Merczel.

São necessárias de 80 a 150 horas de trabalho para a concretização de

uma pintura em esmalte. Mas há pedidos que chegam a exigir um

mês. Para os respectivos modelos da colecção Reverso/Arte Portugue-

sa, Manuel Cargaleiro (2001) e José de Guimarães (2003) optaram por

composições simbólicas que seriam pintadas a esmalte – à semelhança

do mais cinematográfico de todos os Reversos, aquele que Val Kilmer

usou no filme ‘Batman Forever’, com o logo de Batman.

Gravação e Esmaltagem

01. Dominique Vuez, Julianne

Coulet e Christophe Bernardot;

02. Utensílios e ferramentas de

gravação; 03. Mestre-gravador

em plena aplicação da sua arte;

04. Quatro exemplos de iniciais

para o Reverso: Inglesa, Art Déco,

Belle Époque e Gran’Sport.

01. 02. 03. 04.

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02.

03.

04.

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06.

08.

Gravação e Esmaltagem 01. e 02. A reintrepretação da fábu-

la da Lebre e da Tartaruga com Júlio

Pomar; 03. e 04. O abstraccionismo

da espiral do tempo de Manuel Car-

galeiro; 05. e 06. A carga erótica do

tempo eterno de Paula Rego; 07. e

08. O simbolismo da serpente do

tempo de José de Guimarães.

OS DOIS TEMPOS DE JÚLIO POMAR

Júlio Pomar inspirou-se na célebre parábola da lebre e da tartaruga –

os protagonistas de um conto de Esopo, posteriormente adaptado por

La Fontaine, que tem servido de lição através dos séculos. O modelo

de base escolhido foi o Reverso Date em ouro branco, com a indi-

cação da data através de um ponteiro e do dia da semana numa janela

descentrada a acompanhar as funções habituais das horas, dos minu-

tos e dos segundos. O concorrido leilão do exemplar número um do

Reverso Data/Júlio Pomar foi efectuado na Casa do Artista, entidade

para a qual reverteu a verba alcançada: o relógio começou por ser lici-

tado a 3500 contos (17 458 euros) e acabou por render o equivalente

a 25 688 euros.

JÚLIO POMAR: «Gosto de pintar o que vejo, mas nunca vi o tempo

e não sabia o que iria fazer... então, lembrei-me da velha história dos

dois tempos completamente diferentes, da lenda da tartaruga e da le-

bre, que nos faz recordar que cada um de nós tem um ritmo diferente

de viver o tempo»

O TEMPO ABSTRACTO DE MANUEL CARGALEIRO

Manuel Cargaleiro optou por um exclusivo conjunto pictórico de

forte componente geométrica que foi gravado em esmalte no verso

do Reverso Or Déco em ouro branco, escolhido para servir de base à

edição limitada. O próprio autor define a sua arte como «abstrac-

cionismo lírico» e a sua interpretação foi considerada extremamente

feliz pela crítica, tão forte nas linhas como nas cores. A hasta de

beneficência teve lugar na casa leiloeira Cabral Moncada e o exemplar

número um, com um preço base de 18 750 euros, foi adquirido por

20 500. A receita reverteu a favor do Centro para o Estudo das Artes

de Belgais, da pianista Maria João Pires.

Manuel Cargaleiro: «Numa composição simbolista, o cosmos é re-

presentado pelas três manchas vermelhas e a espiral é a imagem do

tempo, do eterno retorno, algo sem princípio nem fim. Na parte de

baixo surge a azulejaria e as cores são as da bandeira de Genebra, ca-

pital mundial da relojoaria»

O TEMPO FEMININO DE PAULA REGO

A posição ambígua da mulher em relações traumáticas surge como

tema central da gravura de Paula Rego para a edição limitada do Re-

verso com a sua assinatura: está lá todo o seu simbolismo, toda a car-

ga erótica, toda a hierarquização, o sofrimento e a posição secundária

da mulher desde os primórdios da humanidade. Segundo a autora, a

imagem é um retrato da condição feminina através dos tempos. O

modelo de base escolhido foi o Reverso Grande Taille em ouro rosa,

devidamente personalizado com a assinatura no mostrador exclusivo

e as gravações da série limitada. O preço: 21 900 euros.

PAULA REGO: «A imagem traduz uma violência sexual, mas é uma

espécie de tentativa em que há cumplicidade por parte da mulher,

senão teria fugido. Escolhi essa imagem para representar o tempo

porque se trata de algo que se passa desde sempre, como se fosse um

ritual: um que domina o outro, é o tempo eterno».

O SIMBOLISMO DE JOSÉ DE GUIMARÃES

A arte de José de Guimarães vai da tela aos grandes espaços urbanos,

das formas aparentemente ingénuas ao simbolismo ambíguo, das

duas dimensões à tridimensionalidade, das origens ao contemporâ-

neo, do arcaico ao pop, de Portugal para o mundo numa verdadeira

explosão de cor e abstraccionismo. E passou também para o pulso

graças ao primeiro Reverso/Arte Portuguesa em aço, apresentado na

versão Reverso Gran’Sport, equipado com uma correia exclusiva-

mente concebida para ele e com a rubrica do autor gravada na caixa.

O preço: 9750 euros.

JOSÉ DE GUIMARÃES: «Há determinadas culturas em que a ser-

pente é símbolo da eternidade e foi fácil associá-la ao tempo. Nas

cores, usei o azul do bom augúrio e o vermelho e o verde da bandeira

nacional para os olhos. O fundo branco mesclado reproduz o fundo

do desenho original feito com massa em relevo».

ARTE LUSA REVERSÍVELJúlio Pomar (2000), Manuel Cargaleiro (2001), PaulaRego (2002) e José de Guimarães (2003) foram osartistas nacionais escolhidos para interpretar o projec-to Reverso/Arte Portuguesa. O desafio proporcionourelógios de elevado valor intrínseco e emocional queprovam que a arte e o tempo são um excelente inves-timento! Cada edição foi limitada a 30 ou 40 exem-plares (mais um como prova de autor, oferecido aoartista) acompanhados de uma serigrafia com aimagem do verso e dotados de mostrador devida-mente personalizado, para além de também o fundoda caixa apresentar a numeração da série e o númerodo mecanismo juntamente com o nome do autor.