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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Biociências Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia Caracterização da frequência de atividades aéreas do golfinho-rotador, Stenella longirostris (Gray, 1828), na Baía dos Golfinhos do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. Rita de Cássia De Carli Natal 2012

(Gray, 1828), na Baía dos Golfinhos do Parque Nacional ... · horas do dia, reduzindo as chances de predação (Norris & Dohl 1980), utilizando tais baías como áreas de descanso,

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Biociências

Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia

Caracterização da frequência de atividades aéreas do golfinho-rotador, Stenella

longirostris (Gray, 1828), na Baía dos Golfinhos do Parque Nacional Marinho de

Fernando de Noronha.

Rita de Cássia De Carli

Natal

2012

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Rita de Cássia De Carli

Caracterização da frequência de atividades aéreas do golfinho-rotador, Stenella

longirostris (Gray, 1828), na Baía dos Golfinhos do Parque Nacional Marinho de

Fernando de Noronha.

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Psicobiologia

da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, como requisito para

obtenção do título de Mestre em

Psicobiologia.

Orientador: Prof. Dr. Flávio José de Lima Silva

Natal

2012

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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do Centro de

Biociências

De Carli, Rita de Cássia

Caracterização da frequência de atividades aéreas do golfinho-rotador,

Stenella longirostris (Gray, 1828), na Baía dos Golfinhos do Parque

Nacional Marinho de Fernando de Noronha / Rita de Cássia de Carli. -

Natal, 2012.

103 f.: Il.

Orientador: Prof. Dr. Flávio José de Lima Silva.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Biociências. Programa de Pós-Graduação em

Psicobiologia.

1. Golfinho-rotador – Dissertação 2. Atividade aéreas – Dissertação.

3. Stenella longirostris – Dissertação. I. Silva, Flávio José de Lima. II.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/BSE-CB CDU 599.537

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“Se quiseres seguir adiante

com glória, tenha ciência de que às

vezes é necessário mudar a

estratégia do jogo radicalmente.

Você poderá perder muitas peças e

muitas batalhas no caminho. E não

importa o quanto você sofra, o

quanto você apanhe. Você precisa

reunir suas forças e seguir em

frente!”

Augusto Branco

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar ao apoio incondicional de minha família, meu pai José

Luiz, minha mãe Lucinéia, minha irmã Daniele e ao pequeno Miguel, que são responsáveis

pela pessoa que sou. Obrigada sempre pelo apoio moral, físico e financeiro.

Em segundo lugar, agradeço aos golfinhos-rotadores de Fernando de Noronha e ao

Projeto Golfinho Rotador pela oportunidade de realizar esse trabalho. Meu sincero

agradecimento a José Martins da Silva Júnior pela paciência, ensinamento e confiança, e

Flávio José de Lima pela orientação, paciência e oportunidade de desenvolver esse trabalho.

Agradeço a queridos amigos que conheci em Noronha e que fizeram e fazem parte de

minha jornada: Tia Thaís, linda miss simpatia quase uma irmã; Liisa, meu feixe de ossos; Ju

Moron, parceira de todos os momentos; Marci, parceira de sorriso cativante; Marta, teacher

querida, mãezona; Raisa, menina mulher que encanta; Marina, quem me apresentou o PGR;

Simone, parceira de balada inestimável; e Alan, Amanda e Dudu amigos em bons e maus

momentos.

Parte desse trabalho não seria possível sem a equipe de funcionários, estagiários e

voluntários que passaram pelo PGR em todos esses anos de pesquisa. Meus meninos

queridos: Lito, Rafinha, Laércio, Robinho, Udson, Danilo, Netinho, Gibson, Dudu, Paulinho e

Samuel que foram companhias em dias de alvorada, meio ou saída.

Agradecimento muito especial à Priscila Medeiros que sempre esteve presente

colaborando, acrescentando para minha vida pessoal e profissional, e também discutindo,

ensinando e colaborando para esse trabalho.

Não posso me esquecer de agradecer a queridos amigos de longas datas, Valéria,

Vivian, Flaviana, Henrique, Silvia, Karen e Aldy, que são parte importante de minha vida e

que apesar da distância sempre estiveram comigo, me apoiando. Também agradeço a Luzete,

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Nessa, Sibila, Davis, Johnny, Pudim, Gui, Héros, Nelson, Julio, Mendes e Olavo, amigos que

estiveram comigo, aprendendo e ensinando durante a graduação, nem dos colegas de

mestrado, em especial Rafa e Miguel, pela companhia nas aulas, trabalhos e em casa.

Por fim, agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico – CNPq, que viabilizou bolsa de mestrado, a Petrobras, que por meio do

Programa Petrobras Ambiental patrocina o Projeto Golfinho Rotador, viabilizando este

estudo, todas as pessoas, que direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste

trabalho.

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RESUMO

As atividades aéreas, saltos e batidas com partes do corpo na superfície da água,

compõem parte do repertório comportamental de diversas espécies de cetáceos. Dentre elas,

acredita-se que o golfinho-rotador, Stenella longirostris, seja a espécie que apresenta maior

agilidade em tais comportamentos. Para os golfinhos-rotadores de Fernando de Noronha, as

atividades aéreas são categorizadas em atividades aéreas verticais e horizontais, sendo oito

(batida de cauda, batida de cabeça, motor de popa, caída, salto, rotação, inversão e pirueta) os

padrões discriminados entre essas classes. Tais comportamentos podem ser usados como

parâmetros para identificar alterações comportamentais, bem como os padrões de atividade

diária e sazonais. Desta forma, o presente estudo teve por objetivo caracterizar a frequência

de execução de atividades aéreas no decorrer do período em que os golfinhos-rotadores

permanecem dentro da Baía dos Golfinhos de Fernando de Noronha, bem como verificar a

existência de possíveis flutuações horárias diárias e sazonais na exibição de tais

comportamentos. Para isso, foram analisados dados que compreendem o período entre janeiro

de 2006 a dezembro de 2010, totalizando 1.431 dias de observação em ponto fixo, sendo

registradas 113.027 atividades aéreas, média diária de 72,27 (DP=96,10). Nas 5.478 horas e

54 minutos de observação, as atividades aéreas horizontais foram observadas em maior

frequência, sendo a rotação o padrão mais executado. Maior frequência de execução das

atividades aéreas foi observada em indivíduos adultos, mas tanto para adultos quanto para

filhotes, observou-se predomínio das atividades horizontais, com a rotação sendo o padrão

mais executado. Correlação positiva foi observada entre a quantidade de atividades aéreas

executadas e o número de animais dentro da Baía. Flutuação horária diária foi observada na

expressão das atividades aéreas pelos golfinhos-rotadores, sendo observado maior pico de

atividade no horário entre 8h e 8h59min, tanto para a frequência relativa total de atividades

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aéreas, quanto para as classes e os padrões. Diferenças entre as estações climáticas seca e

chuvosa foram observadas, com maior registro de atividade aérea durante o período de

chuvas. Entretanto, o perfil de distribuição da frequência relativa de atividades aéreas se

assemelha para ambas as estações, mantendo o horário de maior pico de atividade. Quando

discriminadas as atividades aéreas nas classes e nos padrões considerados, para ambas as

estações observaram-se padrão de flutuação horária semelhante; para a maioria dos

parâmetros analisados, maior frequência relativa de execução das atividades aéreas se mantém

entre 8h e 8h59min.

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ABSTRACT

The aerial activities, leaps and slaps with parts of the body in the surface of water, are part of

the behavioral repertoire of several species of cetaceans. Among them, the spinner dolphin,

Stenella longirostris, shows greater diversity in such behavior. For the spinner dolphins of

Fernando de Noronha, the aerial activities are classified as vertical and horizontal, with eight

patterns to be noted (tail slap, head slap, motor boating, partial leap, leap, spin, tail over head

and tail over head with spin) discriminated between these categories. Such behaviors can be

used as a parameter to identify behavioral changes, as well as patterns of daily and seasonal

activity. In this manner, this study aimed to characterize the frequency in performance of such

activity while the dolphins were within the Dolphin Bay of Fernando de Noronha, and verify

possible daily and seasonal hourly fluctuations on such behaviors. The data analyzed in this

study was acquired during the period of January 2006 through December 2010, totaling 1431

days of observation from land set point, with 113027 aerial activities registered, daily average

of 72,27 (SD=96,10). During 5478h and 54 min of observation the horizontal aerial activity

was the most observed and rotation was the most executed pattern. Greater frequency of

execution of aerial activity was observed in adults, but for both adults and calves, was

observed a predominance of horizontal activities, with spin being the pattern most executed.

Positive correlation was observed between the amount of aerial activity performed and the

number of animals inside the Bay. Hourly daily fluctuation was observed in the expression of

aerial activities by spinner dolphins, and was observed a peak of activity between 8h and

8h59min for the overall frequency relative of aerial activities, as well as for the categories and

patterns. Seasonal differences were observed between the rainy and dry season with the

greater amount of activity being observed during the rainy season. Nevertheless, the same

profile of frequency relative of aerial activity was observed in both seasons with the peak

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amount being during the same period. When discriminated the aerial activities in categories

and patterns, for both seasons, there was a similar pattern of hourly fluctuation; for most of

parameters, higher frequency relative of execution of aerial activity remain between 8h and

8h59min.

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SUMÁRIO

Resumo .................................................................................................................................... vi

Abstract .................................................................................................................................. viii

Introdução Geral ....................................................................................................................... 1

Descrição da espécie ..................................................................................................... 1

Os golfinhos-rotadores em Fernando de Noronha ........................................................ 3

Atividades aéreas ........................................................................................................... 4

Atividades aéreas em golfinhos-rotadores .................................................................... 7

Flutuação horária e sazonalidade .................................................................................. 8

Objetivos, hipóteses e predições ............................................................................................. 11

Objetivo Geral ............................................................................................................. 11

Objetivos específicos ................................................................................................... 11

Hipóteses e predições .................................................................................................. 11

Hipótese 1 ........................................................................................................ 11

Predição 1 ............................................................................................ 11

Hipótese 2 ....................................................................................................... 12

Predição 1 ............................................................................................ 12

Hipótese 3 ........................................................................................................ 12

Predição 1 ............................................................................................ 12

Hipótese 4 ........................................................................................................ 12

Predição 1 ............................................................................................ 12

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Manuscrito 1 - Classes e padrões de atividades aéreas em golfinhos-rotadores de

Fernando de Noronha. .......................................................................................................... 13

Manuscrito 2 - Flutuação horária diária e sazonal das atividades aéreas em golfinho-

rotador de Fernando de Noronha. ....................................................................................... 49

Considerações finais ............................................................................................................... 93

Referências Bibliográficas Introdução Geral/Considerações Finais ....................................... 96

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INTRODUÇÃO GERAL

Descrição da espécie

Os golfinhos-rotadores, Stenella longirostris (Gray, 1828), pertencem à classe

Mammalia, subclasse Theria, infraclasse Eutheria, ordem Cetartiodactyla, subordem

Odontoceti e família Delphinidae (Perrin et al. 2009), sendo caracterizada como espécie de

hábitos pelágicos, preferindo águas profundas, podendo se aproximar de ilhas oceânicas,

bancos e atóis para descanso e socialização (Perrin & Gilpatrick Jr 1994). A espécie se

distribui em águas tropicais e subtropicais dos Oceanos Atlântico, Índico e Pacífico (Perrin &

Gilpatrick Jr 1994; Reeves et al. 2002). No Brasil, há registro para golfinhos-rotadores desde

o Arquipélago São Pedro e São Paulo (Silva-Jr 1996) até o Rio Grande do Sul (Zerbini &

Kotas 1998).

São reconhecidas quatro subespécies de S. longirostris. Perrin (1990) nomeou,

comparou e descreveu três dessas subespécies: S. l. longirostris (golfinho-rotador amplamente

distribuído pelos oceanos tropicais), S. l. orientalis (distribuído em águas tropicais e oceânicas

do Pacífico Leste) e S. l. centroamericana (distribuído em águas costeiras do Pacífico da

América Central). A quarta subespécie, S. l. roseiventris ou rotador-anão, é encontrada em

águas rasas do sudeste Asiático (Perrin et al. 1999). Especula-se a existência de uma quinta

subespécie, ainda não descrita, nas águas da Arábia, Mar Vermelho e Golfo Pérsico, e uma

espécie híbrida de S. longirostris (golfinho-rotador-de-barriga-branca) encontrada no Pacífico

Tropical Leste, que seria o cruzamento entre S. l. longirostris e S. l. orientalis (Silva-Jr 2010).

O golfinho encontrado em Fernando de Noronha corresponde à subespécie S. l.

longirostris (Silva – Jr 1996), cujo nome popular golfinho-rotador advém do padrão aéreo

comumente executado pela espécie, no qual o animal salta acima da superfície girando em

torno de seu eixo longitudinal (Reeves et al. 2002; Lammers 2004; Jefferson et al. 2007).

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Os golfinhos-rotadores têm habito alimentar noturno e de forma cooperativa (Perrin

1998). A alimentação, em geral, é de presas menores que 20 cm, como pequenos peixes

mesopelágicos, lulas e camarões que se encontram entre 200 e 300 m da superfície (Perrin &

Gilpatrick Jr 1994; Reeves et al. 2002; Silva-Jr et al. 2007). Após forrageio noturno, o

golfinho-rotador é conhecido por se deslocar para áreas protegidas e de águas rasas durante as

horas do dia, reduzindo as chances de predação (Norris & Dohl 1980), utilizando tais baías

como áreas de descanso, como observado no Havaí, em Fernando de Noronha, no Taiti e no

Egito (Norris & Dohl 1980; Norris et al. 1994a; Silva-Jr 1996; Gannier & Petiau 2006;

Notarbartolo-Di-Sciara et al. 2009).

O corpo apresenta padrão de coloração tricolor, com capa cinza escuro no dorso, faixa

lateral cinza claro e ventre branco (Perrin et al. 1991; Perrin & Gilpatrick Jr 1994), e o

comprimento de um individuo adulto pode variar entre 177 a 208 cm, podendo pesar entre 66

e 75 kg (Silva - Jr 2010).

A maturidade sexual é atingida em fêmeas entre 4 e 7 anos, e em machos entre 7 e 10

anos (Perrin & Gilpatrick Jr 1994; Perrin 2009). A reprodução parece ser promíscua

(poliginandria), e o tempo de gestação é de 10,5 meses, com nascimentos ocorrendo em

qualquer época do ano e intervalo entre partos é de cerca de 3 anos, nascendo um filhote com

comprimento entre 75 e 80 cm, e o cuidado ao filhote varia entre e 2 anos (Reeves et al. 2002;

Perrin 2009).

Os grupos são compostos de associações de unidades familiares mais ou menos

temporárias, que podem variar durante dias ou semanas (Norris et al. 1994a; Perrin 1998),

sendo os vínculos mais persistentes entre mãe e filhote (Perrin & Gilpatrick Jr 1994; Perrin

1998). Sendo assim, a estrutura social se baseia em fissão-fusão, formando agrupamentos

fluidos nos quais membros e funções se alteram constantemente (Norris 1991; Perrin &

Gilpatrick Jr 1994), ou seja, os indivíduos se agregam em grupos de centenas de golfinhos

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conforme se deslocam para alimentação e se separam em grupos menores enquanto

descansam e socializam em baías (Reeves et al. 2002). As funções se alternam entre os

membros, não sendo observada liderança fixa (Norris et al. 1985; Norris et al. 1994a), e os

movimentos direcionais parecem ser um processo em grupo (Perrin & Gilpatrick Jr 1994). É

observada segregação por sexo e faixa etária entre os rotadores; entretanto, acredita-se que tal

segregação seja temporária (Norris et al. 1985).

Os golfinhos-rotadores em Fernando de Noronha

Segundo Silva - Jr (2010), os golfinhos-rotadores (S. l. longirostris) de Fernando de

Noronha vivem na Cadeia de Montanhas Submarina de Fernando de Noronha. Nos últimos 21

anos, em dias em que foi possível contar os golfinhos entrando na enseada, a frequência

máxima diária oscilou entre 2 e 2.046 indivíduos. Nos dias em que foi possível definir o

tempo de permanência dos golfinhos na enseada, os valores variaram de 1 minuto até 12 horas

e 45 minutos. Os rotadores só foram observados dentro da Baía dos Golfinhos durante o dia.

A Baía de Santo Antônio/Entre Ilhas passou a ser o local do Arquipélago de

Fernando de Noronha preferido pelos rotadores para descansar, diminuindo o tempo de

permanência destes cetáceos na Baía dos Golfinhos.

Nas duas áreas de maior concentração e frequência de S. longirostris no

Arquipélago de Fernando de Noronha, a Baía dos Golfinhos e Entre Ilhas, notou-se que os

rotadores desenvolviam comportamentos vitais para seu ciclo biológico, com exceção de

alimentação. Eles foram vistos descansando, em atividades sexuais, cuidando dos filhotes, de

guarda às ameaças, se comunicando, sendo infectados por agentes patogênicos e interagindo

com outras espécies animais. O comportamento de alimentação dos rotadores, que nunca foi

observado na Baía dos Golfinhos ou na Entre Ilha, normalmente ocorre no Mar de Fora.

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Atividades Aéreas

Diversas espécies de cetáceos exibem comportamentos na superfície ou acima dela. As

atividades aéreas definem-se como saltos e batidas com partes do corpo realizadas acima da

do nível do mar (Silva-Jr 1996). Tais comportamentos têm sido observados em espécies como

Cephalorhynchus hectori (van Bénéden,1881) (Slooten 1994), Delphinus delphis

(Linnaeus,1758) (Neumann & Orams 2003), Lagenorhynchus obscurus (Gray,1828) (Würsig

& Würsig 1980), Orcinus orca (Linnaeus,1758) (Baird 2000; Williams et al. 2002a,b; Noren

et al. 2009), Sotalia guianensis (van Bénéden,1864) (Geise et al. 1999; Souto et al. 2006;

Nascimento et al. 2008), Stenella frontalis (Cuvier,1829) (Fertl &Würsig 1995; Herzing

2000), Stenella longirostris (Norris & Dohl 1980; Norris 1991; Norris et al. 1994a, b; Silva-Jr

1996; Silva 2001; Fish et al. 2006; Silva & Silva-Jr 2009) e Tursiops truncatus

(Montagu,1821) (Würsig & Würsig 1979; Connor et al. 2000; Bel’kovich et al. 1991a, b;

Lusseau 2006a).

Diversos padrões de atividades aéreas são observados em diferentes cetáceos,

entretanto, as funções das atividades aéreas não são completamente compreendidas, sendo que

diferentes comportamentos aéreos possuem diferentes papéis (Lusseau 2006b).

Nascimento e Nascimento (2010) abordam comunicação do posicionamento espacial,

display de agressividade, comportamento reprodutivo, estratégia de forrageio, fator

motivacional, remoção de parasitas ou comensais, irritação ou brincadeira e desenvolvimento

físico-motor como hipóteses explicativas para os comportamentos aéreos em botos, baleias e

golfinhos.

A função de comunicação das atividades aéreas tem sido proposta por vários

pesquisadores (Au & Weihs 1980; Norris & Dohl 1980; Herman & Tavolga 1980; Pryor

1990; Waters & Whitehead 1990; Norris et al. 1994b; Perrin & Gilpatrick Jr 1994; Würsig

2002; Lusseau 2006a). O som produzido pela batida do corpo na superfície da água se

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irradiaria por todas as direções (Norris & Dohl 1980) e se propagaria por até um quilometro

sendo assim utilizados para a comunicação (Würsig & Würsig 1979).

As atividades aéreas seriam indicadores importantes na comunicação do

posicionamento espacial para o restante do grupo (Norris & Dohl 1980; Norris et al. 1994b;

Perrin & Gilpatrick Jr 1994). Norris et al. (1994b) propõem que as atividades aéreas

produzem bolhas e sons que servem de marcadores acústicos; assim sendo, a mancha de

bolhas proveniente da reentrada dos golfinhos na água servem como alvos para ecolocação,

permitindo que os indivíduos detectem a disposição do grupo.

Ainda em relação à função comunicativa, Herzing (2000) observou batida de cauda

como forma de chamar a atenção de outros animais dentro do grupo, transferindo informação

não-vocal sobre qual direção tomar.

Os comportamentos aéreos também teriam função de demonstrar a intenção dos

indivíduos, como agressividade durante interações (Simões-Lopes 2005; Ferrer I Cancho &

Lusseau 2006). Os saltos também podem ser interpretados como uma resposta

comportamental a um estímulo ameaçador e invasivo (Nascimento & Nascimento 2010),

como na aproximação de embarcações (Würsig & Würsig 1979; Pryor 1986; Weinrich et al.

2001; Williams et al. 2002b; Coscarella et al. 2003; Danil et al. 2005; Lusseau 2006b; Noren

et al. 2009) e de pessoas (Courbis & Timmel 2009). Batidas com partes do corpo, como

cauda, nadadeira peitoral ou cabeça podem estar associadas a displays agonísticos (Simões-

Lopes 2005; Ferrer I Cancho & Lusseau 2006; Nascimento et al. 2008). Atividades aéreas

podem ser exibidas durante perseguições agressivas intra e interespecífica (Herzing 2000).

Comportamentos aéreos também podem ocorreram em contexto sexual, sendo

observados realizados por machos e fêmeas durante a corte ou cópula (Simões-Lopes 2005),

podendo também se relacionar à indicadores de saúde e demonstrar aptidão física, sendo

usados como uma forma de exibição para atrair parceiros (Nascimento & Nascimento 2010),

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e também refletir excitação relacionada a estimulação sexual, localização de alimento, ou

resposta a irritação (Dudzinski et al. 2009).

As atividades aéreas também têm sido relacionadas a comportamento de forrageio,

sendo observados antes, durante e após eventos de forrageio. Comportamentos aéreos

executados antes do comportamento de forrageio serviriam como um fator motivacional,

estreitando laços sociais e preparando os indivíduos para a captura de presas, havendo

aumento na frequência das atividades aérea antes do episódio de alimentação (Norris & Dohl

1980; Norris et al. 1994a). As atividades aéreas também foram observadas durante o

comportamento de forrageio, ajudando diretamente na captura de presas (Würsig & Würsig

1979, Würsig & Würsig 1980; Fertl & Würsig 1995), uma vez que a propagação do som

resultante do salto promoveria uma situação momentânea de caos para as presas,

concentrando-as e facilitando a captura (Würsig & Whitehead 2009). Já comportamentos

aéreos exibidos após o comportamento de forrageio também seriam úteis para o

fortalecimento de laços sociais entre os indivíduos do grupo, como em T. truncatus

(Bel’kovich et al. 1991b) e em O. orca (Baird 2000).

Algumas das atividades aéreas parecem estar envolvidas no desalojamento de rêmoras

de um local mais sensível do corpo do hospedeiro (Ritter 2002; Silva-Jr & Sazima 2006). As

rêmoras comprometeriam o movimento hidrodinâmico do corpo dos golfinhos (Hester et al.

1963; Norris 1991; Norris et al. 1994b; Nascimento & Nascimento 2010). Para golfinhos-

rotadores, a taxa de rotação e orientação do corpo do golfinho durante a reentrada na água

poderia produzir força suficiente para desalojar hidrodinamicamente rêmoras (Fish et al.

2006); entretanto, nem sempre é observado tal desalojamento.

As atividades aéreas também teriam função de fortalecimento e desenvolvimento

físico-motor dos animais (Nascimento & Nascimento 2010). Whitehead (2003) observou, em

cachalotes (Physeter macrocephalus (Linnaeus,1758)), saltos exibidos em maior frequência

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por imaturos em interações com adultos (brincadeiras social) e em interações com objetos

(brincadeira motora) para o desenvolvimento físico-motor e das habilidades corporais, como

aperfeiçoamento da habilidade para captura de presas. Simões-Lopes (2005) arguiu que os

saltos teriam função de treino para ações futuras e/ou para o fortalecimento dos laços sociais.

Podem também representar play (Herzing 2000; Würsig & Whitehead 2009; Perrin 2009).

Também é provável que as atividades aéreas sejam um produto natural de um estado

de alerta, e como tal teria função de facilitador social (Perrin 2009). Norris (1991) propõe que

comportamento aéreo e o padrão aéreo específico envolvido funcionariam como um excelente

indicador do nível de atividade de um grupo de golfinhos, sendo padrões mais atléticos

frequentemente observados em grupos mais ativos. Sendo assim, grupos em deslocamento

lento observaram-se comportamento aéreo de nível energético mais baixo, enquanto que em

grupos que se deslocavam mais rapidamente padrões aéreos mais atléticos foram mais

frequentes.

Atividades aéreas em golfinhos-rotadores

Os padrões de atividades aéreas variam de espécie para espécie, sendo o golfinho-

rotador, S. longirostris, a espécie que apresenta maior agilidade nos saltos (Fish et al. 2006;

Jefferson et al. 2007). Norris e Dohl (1980) descreveram para golfinhos-rotadores no Havaí

pelo menos sete padrões de atividades aéreas, que incluem saltos, batidas com partes do

corpo, periscópios e rotações.

De acordo com Silva-Jr (1996), duas classes de atividades aéreas são consideradas em

relação ao plano d’água, atividades aéreas verticais e atividades aéreas horizontais. As

atividades aéreas verticais em relação ao plano d’água estão associadas ao agrupamento e

coesão dos subgrupos comportamentais, enquanto que as atividades aéreas horizontais em

relação ao plano d’água se relacionam a deslocamentos. Para Fernando de Noronha, Silva-Jr

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(1996) considera oito padrões adaptados de Norris e Dohl (1980) relacionados ao grau de

atividade, ao estado de alerta geral, a deslocamentos e a coesão de agrupamentos.

Flutuação horária e sazonalidade

De forma geral, os organismos apresentam organização de suas atividades em ciclos,

sendo observadas variações no repertório comportamental ao longo do dia e das estações

(Bell-Pederson et al. 2005). Várias espécies de cetáceos apresentam padrões de movimentos e

comportamentos que podem se relacionar com o horário do dia (Klinowska 1986).

Condições ambientais e climáticas interferem na expressão de comportamentos, e o

ajuste comportamental a determinada época do ano devido às condições climáticas que se

estabelecem a cada estação é uma importante ferramenta adaptativa em todas as espécies,

inclusive entre os cetáceos (Silveira 2006).

Em diversas espécies de pequenos cetáceos são observadas variações diurnas e

sazonais em diferentes comportamentos, como alimentação, ocupação e tamanho de grupo

(Würsig & Würsig 1979; Silva-Jr 1996; Daura-Jorge et al. 2005; Silveira 2006; Silva & Silva-

Jr 2009). Estudos com L. obscurus (Würsig & Würsig 1980) e T. truncatus (Würsig & Würsig

1979) relatam frequências de atividades aéreas diferentes ao longo do dia.

O golfinho-rotador é uma espécie que apresenta movimento diário bastante previsível.

Tanto para a população de golfinhos-rotadores do Havaí quanto para a de Fernando de

Noronha, o ciclo diário se caracteriza por alimentação noturna e movimento em direção a

baías protegidas onde permanecem durante o dia para descanso (Norris & Dohl 1980; Silva-Jr

1996).

Flutuações horárias no padrão comportamental dos golfinhos-rotadores incluem as

atividades aéreas, as quais têm sido relacionadas ao estado de alerta dos golfinhos-rotadores,

sendo descritas variações no grau de atividade ao longo do dia (Norris & Dohl 1980; Norris et

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al. 1985; Norris et al. 1994b; Silva 2001; Lammers 2004; Danil et al. 2005; Courbis &

Timmel 2009; Silva-Jr 2010). Um grupo em maior estado de alerta exibem atividades aéreas

mais frequentemente (Norris & Dohl 1980).

Para os golfinhos-rotadores do Havaí foi observado que a frequência de atividades

aéreas varia ao longo do dia. Norris e Dohl (1980) e, posteriormente, Norris et al. (1994b)

observaram que em Kealeake’akua Bay, no Havaí, as atividades aéreas foram registradas com

maior frequência em mar aberto, quando os golfinhos se deslocavam para a Baía pela manhã,

sendo grupos muito ativos durante a entrada na Baía. Dentro da Baía as atividades aéreas

geralmente diminuíram, sendo observadas em menor grau por cerca de duas horas após a

entrada dos golfinhos. Durante a saída também se observou aumento na excitação dos animais

com atividades aéreas.

Em Fernando de Noronha, a ocupação da Baía dos Golfinhos apresentou flutuações

horárias e sazonais. Silva-Jr (1996) observou a existência de variação horária na frequência de

atividades aéreas e descreveu seis períodos (entrada, organização, descanso I, reorganização,

descanso II e zig-zag) diferenciados em relação ao comportamento e grau de atividade dos

golfinhos. Os períodos de alto grau de atividade dos golfinhos são denominados organização e

reorganização, cuja função está associada à divisão dos golfinhos em três subgrupos

comportamentais: descanso, cópula e mães e filhotes. Sendo assim, na Baía dos Golfinhos de

Fernando de Noronha, após a entrada dos animais, ocorrem períodos de elevação e

diminuição na frequência de atividades aéreas.

Oscilações em padrões comportamentais também foram observadas em relação às

estações climáticas. No Havaí, estudos com os golfinhos-rotadores mostram um padrão

sazonal dos horários de entrada e saída, do tempo de mergulho e expressão das atividades

aéreas na Baía de Kealake‘akua (Würsig et al. 1994). Silva e Silva-Jr (2009) também

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descreveram flutuações diárias e sazonais em três comportamentos para golfinhos-rotadores

de Fernando de Noronha - número de indivíduos, atividades aéreas e atividades reprodutivas.

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Objetivos, hipóteses e predições

Objetivo Geral

Investigar a frequência de execução de atividades aéreas no decorrer do período em

que os golfinhos-rotadores permanecem dentro da Baía dos Golfinhos, bem como verificar a

existência de possíveis flutuações horárias diárias e sazonais na exibição de tais

comportamentos.

Objetivos Específicos

Investigar a frequência das atividades aéreas, discriminando-as entre as classes

e os padrões (manuscrito 1);

Examinar a frequência de execução das atividades aéreas por indivíduos

adultos e filhotes (manuscrito 1);

Investigar flutuação horária nas atividades aéreas executadas (manuscrito 2);

Verificar a existência de variação entre as estações seca e chuvosa na

frequência total e nos padrões de atividades aéreas executadas (manuscrito 2).

Hipóteses e Predições

Hipótese 1: Os golfinhos-rotadores apresentam diferenças na frequência de execução

tanto das classes quanto dos padrões de atividades aéreas dentro da Baía

dos Golfinhos.

Predição 1: O número de registro de frequência das classes e dos padrões de atividades

aéreas são diferentes.

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Hipótese 2: Em golfinho-rotador existe diferença na frequência da expressão de

atividades aéreas entre adultos e filhotes.

Predição 1: O número registros de atividade aéreas dos adultos de golfinhos-rotadores

é significativamente superior a registrado em filhotes.

Hipótese 3: Observa-se variação horária na frequência total, das classes e dos padrões

de atividades aéreas executadas pelos golfinhos-rotadores.

Predição 1: O número de registros de frequência total, das classes e dos padrões de

atividades aéreas é diferente entre as horas em que os golfinhos-rotadores

estão na Baía dos Golfinhos.

Hipótese 4: Ocorre variação sazonal na frequência total, nas classes e nos padrões de

atividade aérea expressa pelos golfinhos-rotadores.

Predição 1: O número de registros de frequência total, das classes e dos padrões de

atividades aéreas diferem entre a estação seca e a estação chuvosa.

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Manuscrito 1

Título - Classes e padrões de atividades aéreas em golfinhos-rotadores de

Fernando de Noronha.

Autores: Rita de Cássia De Carli 1,2

; José Martins da Silva-Jr 3; Flávio José de Lima

Silva 1, 2, 4

1-Programa de Pós Graduação em Psicobiologia - Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, Brasil.

2-Centro Golfinho Rotador.

3-Centro Mamíferos Aquáticos/Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade – ICMBio.

4-Departamento de Turismo – Universidade Estadual do Rio Grande do Norte,

Brasil.

Periódico - Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom

QUALIS B

Status – a ser submetido

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RESUMO

As atividades aéreas definem-se como saltos e batidas com partes do corpo

realizadas acima do nível do mar, sendo observadas em diversas espécies de delfinídeos. Os

padrões de atividades aéreas variam entre as espécies, sendo observadas diferentes

nomenclaturas e padrões de atividades aéreas em diferentes espécies, em ambos os sexos e em

todas as faixas etárias. Para os golfinhos-rotadores (Stenella longirostris longirostris) de

Fernando de Noronha, atividades aéreas compreendem oito padrões agrupados em duas

classes, atividades aéreas verticais e atividades aéreas horizontais. As atividades aéreas

verticais estão associadas ao agrupamento e coesão dos subgrupos comportamentais, enquanto

que as atividades aéreas horizontais se relacionam a deslocamentos. As atividades aéreas

verticais compreendem os padrões batida de cauda, motor de popa, inversão e pirueta. Já as

atividades aéreas horizontais compreendem os padrões batida de cabeça, caída, salto e

rotação. O comportamento aéreo, uma vez compreendido, se torna predicador para os padrões

de atividade diária. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi caracterizar os padrões de

atividades aéreas realizadas pelos golfinhos-rotadores dentro da Baía dos Golfinhos do Parque

Nacional Marinho de Fernando de Noronha. No período entre janeiro de 2006 e dezembro de

2010 totalizou-se 1.431 dias de monitoramento da Baía dos Golfinhos, sendo observados

golfinhos em 5.478 horas e 54 minutos Durante esse período de observação, foram

registradas, em média, 72,27 atividades aéreas por dia (DP=96,10). Atividades aéreas

horizontais foram executadas em maior frequência. A rotação, padrão que dá nome popular a

espécie, foi a atividade aérea mais executada. Quando comparadas as faixas etárias,

observaram-se indivíduos adultos realizando atividade aérea em maior frequência que

indivíduos filhotes. Para ambas as faixas etárias atividades aéreas horizontais foram mais

frequentes, bem como a rotação foi o padrão mais executado.

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INTRODUÇÃO

As atividades aéreas (AA) definem-se como saltos e batidas com partes do corpo

realizadas na superfície da água (Silva-Jr 1996), sendo observadas em diversas espécies de

delfinídeos, como Cephalorhynchus hectori (van Bénéden,1881) (Slooten 1994), Delphinus

delphis (Linnaeus,1758) (Neumann & Orams 2005), Lagenorhynchus obscurus (Gray,1828)

(Würsig & Würsig 1980), Orcinus orca (Linnaeus,1758) (Baird 2000; Williams et al. 2002a,

b; Noren et al. 2009), Sotalia guianensis (van Bénéden,1864) (Geise et al. 1999; Souto et al.

2006; Nascimento et al. 2008), Stenella frontalis (Cuvier,1829) (Fertl &Würsig 1995; Herzing

2000), Stenella longirostris (Gray,1828) (Norris & Dohl 1980; Norris 1991; Norris et al.

1994; Silva-Jr 1996; Silva 2001; Fish et al. 2006; Silva & Silva-Jr 2009) e Tursiops truncatus

(Montagu,1821) (Würsig & Würsig 1979; Connor et al. 2000; Bel’kovich et al. 1991a, b;

Lusseau 2006a).

As funções das atividades aéreas não são completamente compreendidas, diferentes

comportamentos aéreos possuem diferentes papéis (Lusseau 2006b). Nascimento e

Nascimento (2010) abordam comunicação do posicionamento espacial, display de

agressividade, comportamento reprodutivo, estratégia de forrageio, fator motivacional,

remoção de parasitas ou comensais, irritação ou brincadeira e desenvolvimento físico-motor

como hipóteses explicativas para os comportamentos aéreos em diversas espécies de cetáceos.

Os padrões de atividades aéreas variam entre as espécies, sendo observadas

diferentes nomenclaturas e padrões de atividades aéreas em diferentes espécies, em ambos os

sexos e em todas as faixas etárias. As espécies realizam seus comportamentos aéreos de forma

diferente (Norris 1991). Bel’kovich et al. (1991a) descrevem sete padrões de atividade aérea

para T. truncatus que envolvem saltos totais e parciais. Para S. guianensis, Geise et al. (1999)

descrevem quatro categorias de comportamento aéreo: boiar, caudal, periscópio e peitoral e

três tipos de saltos: salto total, parcial e cambalhota para a população de Cananéia-SP,

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enquanto que Spinelli et al. (2001) consideram, para a população de S. guianensis de Pipa-

RN, como atividades aéreas: salto total, salto parcial, cambalhota, três variações de

periscópios, quatro variações de batidas e caudal.

O golfinho-rotador (S. longirostris) ocorre em águas tropicais e subtropicais dos

Oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, concentrando-se em grandes agrupamentos ao redor de

atóis, bancos e ilhas oceânicas (Perrin & Gilpatrick Jr 1994), como no Havaí e em Fernando

de Noronha. Essa espécie apresenta maior agilidade nas atividades aéreas (Fish et al. 2006;

Jefferson et al. 2007). Norris e Dohl (1980) descreveram para golfinhos-rotadores no Havaí

pelo menos sete padrões de atividades aéreas, que incluem saltos, batidas com partes do

corpo, periscópios e rotações. Para Fernando de Noronha, Silva-Jr (1996) considera oito

padrões adaptados de Norris e Dohl (1980) relacionados ao grau de atividade, ao estado de

alerta geral, a deslocamentos e a coesão de agrupamentos.

Para a espécie encontrada em Fernando de Noronha, atividades aéreas compreendem

oito padrões agrupados em duas classes em relação ao plano d’água, atividades aéreas

verticais e atividades aéreas horizontais (Silva-Jr 1996). As atividades aéreas verticais

compreendem os padrões batida de cauda, motor de popa, inversão e pirueta. Já as atividades

aéreas horizontais compreendem os padrões batida de cabeça, caída, salto e rotação.

Segundo Silva-Jr (2010), as atividades aéreas são consideradas uma forma de

comunicação utilizada pelos golfinhos-rotadores. Saltos e batidas com parte do corpo na

superfície da água funcionariam como sinais acústicos, pois cada padrão de atividade aérea

produz som e turbulência característica da reentrada do animal na água. E, as atividades

aéreas estão correlacionadas com o grau de atividade, o estado de alerta geral, o deslocamento

ou a coesão do grupo de golfinhos e podem ocorrer em sequências de mais de 10 atividades,

normalmente em grau descendente de impacto.

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O comportamento aéreo, uma vez compreendido, se torna predicador para os padrões

de atividade diária (Norris & Dohl 1980). Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi

caracterizar a frequência de execução das atividades aéreas realizadas pelos golfinhos-

rotadores dentro da Baía dos Golfinhos do Parque Nacional Marinho de Fernando de

Noronha.

MATERIAIS E MÉTODOS

Área de estudo

O Arquipélago de Fernando de Noronha (03°51’ Sul de latitude e 32°25’ Oeste de

longitude) é o topo emerso de uma montanha submarina, formado por 21 ilhas e ilhotas,

totalizando uma área de 26 km2 distribuída longitudinalmente (Silva-Jr 1996). A ilha,

Fernando de Noronha é a única habitada e conta com uma área de 17 km2, distribuídos

longitudinalmente na direção sudoeste-nordeste, apresentando duas faces com 11 km de

extensão (Silva-Jr 1996).

As águas de Fernando de Noronha se caracterizam pela elevada salinidade, baixas

concentrações de sedimentos, matérias orgânicas, nutrientes e plâncton. A temperatura média

é de 24°C, com amplitude térmica superficial na ordem de 4°C (IBAMA 1990).

A Baía dos Golfinhos do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (Figura

01) é um dos locais mais acessíveis para se estudar o comportamento de uma espécie oceânica

de cetáceo, como o golfinho-rotador. A Baía se situa sobre a formação geológica da Quixaba,

apresentando encostas íngremes, sem riachos ou córregos da água chegando até a enseada. As

praias são formadas por seixos rolados ou as águas do mar chegam diretamente no penhasco

(Almeida 1958). Essa enseada é considerada a de águas mais calmas, transparentes e

profundas. A profundidade varia de 0 a 25 metros, sendo o fundo composto,

predominantemente, por areias vulcânicas com rochas dispersas (Almeida 1958).

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Figura 01 – Imagem do Arquipélago de Fernando de Noronha, com a Baía dos

Golfinhos no detalhe. Fonte: Wikimapia. Adaptada pela autora.

Coleta de dados

Os dados correspondem às atividades aéreas coletadas no período e janeiro de 2006 a

dezembro de 2010 e disponibilizadas pelo Projeto Golfinho Rotador, totalizando 1.431 dias de

observação. Os dados foram coletados por meio de monitoramento diurno da Baía dos

Golfinhos de Fernando de Noronha, a partir de ponto fixo situado no Mirante dos Golfinhos.

As coletas iniciaram a partir das 5h30min, exceto em dias de lua cheia, nos quais o

monitoramento se iniciou às 5h, e terminaram, no máximo, às 17h59min. Os dados foram

anotados na Planilha de Atividades Aéreas utilizada pelo Projeto, registrando-se a data (dia da

amostragem), o censo (número máximo de golfinhos avistados dentro da Baía no dia), o

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tempo de observação (tempo total da presença da equipe de pesquisadores do Projeto) e o

tempo de observação de golfinhos (tempo que os golfinhos estavam na Baía e estava sendo

realizada a coleta de dados).

Para a coleta dos dados utilizou-se o procedimento de amostragem comportamental

de todas as atividades aéreas realizadas por qualquer individuo dentro da Baía (Martin &

Bateson 1993). Os registros foram realizados a cada 15 minutos, com duração de 2 minutos de

amostragem. Para cada amostragem registrou-se:

- Hora e censo instantâneo;

- Frequência dos padrões de atividades aéreas dos adultos;

- Sequências das atividades aéreas realizadas pelo mesmo indivíduo adulto;

- Frequência dos padrões de atividades aéreas realizadas por filhotes;

- Sequências das atividades aéreas executadas pelo mesmo indivíduo filhote;

Conforme descrito por Silva-Jr (1996), o censo foi obtido por meio do somatório das

contagens dos golfinhos que entraram na Baía. Durante a entrada dos golfinhos-rotadores,

miravam-se os binóculos na frente do primeiro golfinho do grupo e, à medida que os

golfinhos-rotadores passavam pelo campo dos binóculos, registravam-se cada indivíduo com

um contador mecânico. Olhando o local de entrada dos golfinhos-rotadores do Mirante dos

Golfinhos, o campo circular delimitado pelos binóculos tem um diâmetro de

aproximadamente 20 metros, que abrange toda a largura da fila de entrada dos golfinhos.

Segundo Norris e Dohl (1980) os golfinhos, nessa distância, respiram até três vezes,

permanecendo mais tempo na superfície que submersos.

Havukainen (2008) considerou três faixas etárias para os golfinhos-rotadores de

Fernando de Noronha, recém-nascidos, filhotes e adultos. Indivíduos adultos apresentavam

proporções de comprimento total ≥ 170cm, recém-nascidos até 105cm e filhotes entre 106cm

e 128cm. Entretanto, a diferenciação entre recém-nascidos e filhotes a partir de ponto fixo se

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torna difícil, devido à distância do observador para os indivíduos. Sendo assim, foram

consideradas no presente estudo apenas duas faixas etárias: filhotes (animais com até ½ do

tamanho corporal do adulto) e adultos.

Os padrões de atividades aéreos foram classificados segundo os padrões descritos por

Norris e Dohl (1980) e modificados por Silva-Jr (1996). Os mesmos foram categorizados em

atividades aéreas verticais e horizontais. Os padrões considerados foram:

Batida de cauda: o golfinho posiciona-se horizontalmente na flor-d’água, arqueia

a base da cauda e a bate fortemente na superfície da mesma, produzindo um som seco. Esse

padrão pode ser executado tanto em posição normal quanto invertida (Figura 02). Classificada

como uma atividade aérea vertical;

Figura 02 – Batida de cauda. Fonte: Norris et al. 1994

Motor de popa: o golfinho nada na superfície do mar de dorso para baixo e bate

a cauda várias vezes consecutivas, deixando um rastro espumoso na água;

Inversão: o golfinho-rotador sai d’água em um ângulo relativamente grande,

ergue a cauda por cima da cabeça num arco amplo e entra na água primeiro de cauda,

produzindo um som seco (Figura 03). Considerada uma atividade aérea vertical;

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Figura 03 – Inversão. Fonte: Norris et al. 1994

Pirueta: é a combinação da inversão com a rotação e é o padrão que exige maior

esforço físico, por ser o mais complexo. Nessa atividade aérea, o golfinho sai de cabeça da

água, gira em torno do seu eixo, fica invertido de cauda para cima, volta a rodar e cai de

cauda na água, produzindo um som seco. Considerada uma atividade aérea vertical.

Batida de cabeça: o golfinho sai da água com a cabeça, sem expor totalmente as

nadadeiras peitorais, em um ângulo de 30-45° em relação à superfície, ao cair na água arqueia

o corpo e dá uma pancada com a cabeça, geralmente, com a face inferior (Figura 04).

Considerada uma atividade aérea horizontal;

Figura 04 – Batida de cabeça. Fonte: Norris et al. 1994

Caída: o animal sai d’água parcialmente, expondo a parte do corpo entre as

nadadeiras peitorais e a base da cauda, e arqueia o corpo ao cair de barriga, de lado ou de

dorso (Figura 05). Definida como uma atividade aérea horizontal;

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Figura 05 – Caída. Fonte: Norris et al. 1994

Salto: o golfinho sai da água de cabeça e com o corpo arqueado em um ângulo

aproximado de 30°, sobe um ou dois metros acima da superfície e cai de cabeça, barriga ou

lado (Figura 06). Considerada uma atividade aérea horizontal;

Figura 06 – Salto. Fonte: Norris et al. 1994

Rotação: o golfinho precipita-se para a superfície da água, como se fosse realizar

um salto e, quando a maior parte do seu corpo já está fora d’água, ele faz movimentos com

partes de seu corpo (dobra a cabeça e a base da cauda, inclina as extremidades da cauda e

mexe as nadadeiras peitorais para perto ou para longe do corpo), o que o faz girar em torno do

seu próprio eixo longitudinal. O animal cai de volta n’água, geralmente, de lado e seu corpo

continua girando, formando um buraco na superfície da água que, ao desmoronar, produz um

reboliço de borrifos e um som estrondoso audível à distância. É essa atividade aérea que dá o

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nome popular aos golfinhos-rotadores (Figura 07). É considerada uma atividade aérea

horizontal;

Figura 07 – Rotação. Fonte: Norris et al. 1994

Para filhotes foram considerados apenas sete padrões de atividades aéreas. A batida

de cauda não foi considerada na coleta de dados, devido à limitação metodológica de

observação de tal padrão em filhotes. Apenas a cauda é exposta, de forma que dificulta a

diferenciação entre adultos e filhotes a partir de ponto fixo.

Análise dos dados

A análise dos dados foi realizada com o programa PASW Statistics 18 a partir de

testes não paramétricos, pois não apresentavam distribuição normal (Field 2009).

Para diferenciar as classes (vertical e horizontal) e os oito padrões de atividades

aéreas no período de coleta, aplicou-se o Teste U Mann-Whitney e Teste Kruskal-Wallis,

respectivamente, sem que se descriminassem as atividades aéreas executadas por indivíduos

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adultos ou filhotes, adotando-se nível de significância α = 0,05. Comparações par-a-par foram

realizadas por meio do Teste U Mann-Whitney, com correção de Bonferroni, adotando-se

nível de significância α = 0,001, para verificar as diferenças entre os oito padrões

considerados.

Posteriormente, as atividades aéreas foram discriminadas entre atividades aéreas

executadas por adultos e atividades aéreas executadas por filhotes. Teste U Mann-Whitney,

com nível de significância α = 0,05, foi aplicado para verificar as diferenças entre as faixas

etárias considerada acima. Uma vez discriminadas as atividades aéreas, aplicou-se o Teste U

Mann-Whitney adotando-se nível de significância α = 0,05, para verificar diferenças entre

atividades aéreas verticais e horizontais executadas por indivíduos adultos e por indivíduos

filhotes. E, para a análise dos padrões, aplicou-se o Teste Kruskal-Wallis (α = 0,05) e Teste U

Mann-Whitney pra comparação par-a-par, com correção de Bonferroni, adotando-se nível de

significância α = 0,001, para adultos e para filhotes.

RESULTADOS

No período entre janeiro de 2006 e dezembro de 2010 totalizou-se 1.431 dias de

monitoramento da Baía dos Golfinhos, sendo observados golfinhos em 5.478 horas e 54

minutos. Durante esse período de observação foram registradas, em média, 72,27 atividades

aéreas por dia (DP=96,10).

Das 113.027 atividades aéreas registradas, 30,1% compreendem atividades aéreas

verticais e 69,9% atividades aéreas horizontais. Teste U Mann-Whitney revelou diferenças

significativas entres as classes verticais e horizontais (U=175,7x106; Z=-50,843;

p(bilateral)<0,001), sendo as atividades aéreas horizontais as mais executadas.

Em relação aos padrões de atividade aéreos, observaram-se diferenças significativas

(H(7) = 4281,826; p<0,001). A rotação foi o padrão mais executado, seguido de batida de

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cauda, caída e batida de cabeça. Os padrões menos executados foram motor de popa, salto,

pirueta e inversão (Tabela 01).

Tabela 01 – Quantidade total de atividades aéreas e suas respectivas porcentagens,

discriminadas segundo classe e padrão.

Classe Padrão Quantidade AA %

Vertical

Batida de cauda 23.797 21,0

Motor de popa 7.355 6,5

Inversão 1.318 1,2

Pirueta 1.596 1,4

Horizontal

Batida de cabeça 12.611 11,2

Caída 20.443 18,1

Salto 6984 6,2

Rotação 38.923 34,4

TOTAL 113.027 100

Quando comparados indivíduos adultos e filhotes executando atividades aéreas,

diferenças significativas foram encontradas (U=958,9x105; Z=-120,275; p(bilateral)<0,001).

Indivíduos adultos foram responsáveis por 103.192 atividades aéreas, o que corresponde a

91,3% atividades aéreas observadas, enquanto que filhotes apresentaram 9.835 atividades

aéreas, correspondendo apenas 8,7% do total observado.

Tanto para indivíduos adultos quanto para filhotes, Teste de Mann-Whitney revelou

diferenças significativas entre a classe vertical e horizontal (Adultos: U=184,3x106; Z=-

44,246; p(bilateral)<0,001. Filhotes: U=206x106; Z=-51,668; p(bilateral)<0,001.). Em ambas as

faixas etárias atividades aéreas horizontais foram mais frequentemente observadas.

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Para adultos, 33.447 atividades aéreas verticais foram observadas e 69.745

horizontais, e para filhotes, observou-se 619 atividades aéreas verticais e 9.216 atividades

aéreas horizontais (Figura 08).

Figura 08 – Total de atividades aéreas verticais e horizontais observadas em indivíduos

adultos e filhotes.

Das 34.066 atividades aéreas verticais observadas, 98,2% foram executadas por

adultos e apenas 1,8% por filhotes, e em relação às 78.961 atividades aéreas horizontais,

88,3% foram realizadas por adultos e 11,7% por filhotes (Tabela 02).

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Tabela 02 - Quantidade total das classes de atividades aéreas e suas respectivas

porcentagens, discriminadas segundo faixa etária.

Atividade Aérea Vertical Atividade Aérea Horizontal

Quantidade AA % Quantidade AA %

Adultos 33.447 98,2 69.745 88,3

Filhotes 619 1,8 9.216 11,7

TOTAL 34.066 100 78.961 100

Foram observadas 103.192 atividades aéreas sendo executadas por adultos, destas

33,4% compreenderam atividades aéreas verticais, e 67,6% compreenderam atividades aéreas

horizontais. Diferenças na frequência de execução das classes de atividades aéreas também

foram observadas em filhotes, sendo que das 9.835 atividades aéreas realizadas pelos

mesmos, 6,3% foram atividades aéreas verticais, e 93,7% foram atividades aéreas horizontais

(Tabela 03).

Tabela 03 – Total e respectivas porcentagens de atividades aéreas executadas por

adultos e filhotes, discriminadas em classes.

Adultos Filhotes

Classe AA Quantidade AA % Quantidade AA %

Vertical 33.447 33,4 619 6,3

Horizontal 69.745 67,6 9.216 93,7

TOTAL 103.192 100 9.835 100

Em relação aos padrões, diferenças significativas foram observadas por meio do

Teste de Kruskal-Wallis para ambas as faixas etárias (Adultos: H(7)=3415,575; p<0,001.

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Filhotes: H(6)=378,546; p<0,001.), sendo a rotação o padrão mais executado por adultos e

filhotes.

O segundo padrão mais executado por indivíduos adultos foi batida de cauda,

seguido de caída e batida de cabeça. Motor de popa, salto, pirueta e inversão foram os padrões

menos observados em adultos, compreendendo, somados, a 15% do total de atividades aéreas

observadas. Já em filhotes, caída e salto foram os padrões mais executados após a rotação. Os

demais padrões observados se referem a uma parcela pequena do total observado em filhotes,

representando juntos a menos de 11% do observado.

Tabela 04 – Quantidade total de atividades aéreas e suas respectivas porcentagens,

discriminadas segundo classe e padrão para indivíduos adultos e filhotes.

ADULTOS FILHOTES

Classe Padrão Quantidade AA % Quantidade AA %

Vertical

Batida de cauda 23.797 23,0 - -

Motor de popa 7.312 7,1 43 0,4

Inversão 1.039 1,0 279 2,8

Pirueta 1.299 1,2 297 3,1

Horizontal

Batida de cabeça 12.155 11,8 456 4,6

Caída 19.105 18,5 1.338 13,6

Salto 5.855 5,7 1.129 11,5

Rotação 32.630 31,7 6.293 64

TOTAL 103.192 100 9.835 100

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DISCUSSÃO

A atividade aérea é um padrão comportamental observado em diversas espécies de

cetáceos, estando entre os parâmetros etológicos que melhor permitem evidenciar alterações

comportamentais. Estudos com diversas espécies descrevem as atividades aéreas sendo

executadas durante todos os estados comportamentais, como descanso, forrageio,

deslocamento e socialização (Bel’kovich et al. 1991b; Silva-Jr 1996; Noren et al. 2009).

Apesar das atividades aéreas serem abordadas em diferentes estudos, para diferentes

espécies e em diferentes contextos, poucos tem como objetivo o estudo das atividades aéreas

como tema principal, diferente do presente estudo.

Assim como observado por Norris et al. (1994) e Silva-Jr (1996, 2010), no presente

estudo, a rotação foi o padrão mais executado. Apesar de a rotação ser característico para os

golfinhos-rotadores, e por isso nomeia a espécie, não é um padrão exclusivo de tal espécie, o

mesmo foi observado para Lagenorhynchus obliquidens (Gill,1865) e Stenella clymene

(Gray,1850), e para T. truncatus em cativeiro (Perrin & Gilpatrick Jr 1994).

Resultado diferente de estudo anterior foi observado na frequência dos demais

padrões de atividades aéreas. Silva-Jr (1996) relata caída como sendo o segundo padrão mais

executado, seguido de batida de cabeça, salto, batida de cauda, motor de popa, inversão e

pirueta. O presente estudo observou uma frequência diferente para os padrões mais

executados, sendo a batida de cauda o segundo padrão mais executado, seguido de caída,

batida de cabeça, motor de popa, salto, pirueta e inversão. Essa diferença entre os resultados

obtidos no presente estudo e os resultados obtidos em estudo anterior, pode estar relacionada

ao esforço amostral de cada estudo. Silva-Jr (1996) analisou dados referentes a um ano de

amostragem, totalizando 1.407 horas e 28 minutos de observação, enquanto que o presente

estudo consiste de esforço amostral maior, compreendendo cinco anos consecutivos de

amostragem e 5.478 horas e 54 minutos de observação de golfinhos.

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As rotações podem permitir a localização do animal que saltou pelos outros membros

do grupo (Norris 1991) e as bolhas produzidas pela reentrada do animal na água persistem por

tempo considerável, se tornando excelentes marcadores temporários para ecolocação (Norris

et al. 1994). Norris et al. (1994) observaram as rotações sendo mais frequentes em grupos

mais dispersos, ocorrendo constantemente em grupos de alimentação. Rotações também

foram observadas sendo executadas por machos adultos quando um barco perseguia por muito

tempo os golfinhos, sendo interpretada como um sinal de comunicação para orientar

deslocamentos, divisão e fuga do grupo (Silva-Jr 2010).

Batidas de cauda são observadas em diferentes espécies de cetáceos. Em O. orca, tal

padrão é o mais frequentemente executado (Noren et al. 2009), em T. truncatus, Simões-

Lopes (2005) observou esse padrão associado a alimentação, como um mecanismo auxiliar de

agrupamento da presa, considerando também o padrão uma forma de display de agressividade

direcionado a outro golfinho ou a uma embarcação próxima. Para golfinhos-rotadores, as

batidas de cauda foram frequentemente observadas próximas a mergulhadores e caiaques que

seguiam o grupo (Courbis & Timmel 2009), na cerca de presas durante o comportamento de

alimentação e na reprodução (Silva-Jr 1996), e em períodos de descanso (Norris et al. 1994).

As batidas de cauda também podem carregar informação motivacional ou

intencional, atraindo a atenção de outros animais (Lusseau 2006b). Noren et al. (2009) arguiu

que o uso de tal padrão é um método custo-efetivo para comunicação visual e acústica

combinadas em orcas, uma vez que batidas de cauda são menos dispendiosas energeticamente

de se executar.

Caídas e batidas de cabeça são padrões frequentemente observados em grupos

durante deslocamento (Norris & Dohl 1980). Em outras espécies, funções diferentes estão

associadas a tais padrões. Bel’kovich et al. (1991a) descrevem a caída, chamada pelos autores

de “log jump”, como sendo uma atividade aérea predominante durante a caça, usando-o para

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direcionar as presas. Semelhante às rotações, caídas em golfinhos-rotadores também foram

associadas à comunicação na presença de embarcações (Silva-Jr 2010). Würsig e Würsig

(1979) observaram batidas de cabeça sendo executada por subadulto, também quando em

deslocamento lento.

Norris et al. (1994) relaciona os saltos à marcadores da direção de deslocamento

devido ao formato alongado da mancha de reentrada na água. Para S. guianensis, saltos, assim

como as batidas de cauda, estão relacionados à alimentação, servindo para direcionar o

cardume em direção à praia, facilitando na captura (Araujo et al. 2003). Saltos também podem

ser indicadores da localização da presa durante forrageio (Würsig & Würsig 1980).

O padrão motor de popa também foi observado em outras espécies. Würsig e Würsig

(1980) associaram esse padrão à alimentação, como uma forma de condensar o cardume de

peixes, evitando a fuga pela lateral ao bater a cauda continuamente. Para os golfinhos-

rotadores de Fernando de Noronha, Silva-Jr (1996) relacionou motor de popa a grupos de

cópula.

Quanto à inversão, Karczmarski et al. (1997) classificam esse padrão como sendo

típico de socialização e jogo para Sousa chinensis (Osbeck,1765). Inversão é o mais ativo e

talvez o padrão de comportamento aéreo mais fisicamente exigente, bem como sua variante

pirueta (Norris & Dohl 1980). Considerando a função comunicativa das atividades aéreas,

outros padrões energeticamente menos dispendiosos poderiam ser empregados, sendo assim

inversão e pirueta, que são mais exigentes energeticamente, os padrões menos executados.

Assim como observado por Norris e Dohl (1980) todas as classes etárias executam

atividades aéreas. Entretanto, diferenças na frequência dos padrões executados por indivíduos

adultos e filhotes foram observadas. Os resultados obtidos no presente estudo se assemelham

ao observado por Silva-Jr (1996). O autor observou menor frequência de atividades aéreas em

filhotes, e a rotação como sendo o padrão mais executado para ambas as faixas etárias.

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32

Silva-Jr (1996) observou que as atividades aéreas executadas por filhotes se

distribuíram em 68% rotações, 22% saltos e 5% caídas, e executadas por adultos 37% foram

rotações, 30% caídas, 10% batidas de cabeça, 10% saltos, 7% batidas de cauda, 4% motor de

popa, 1% inversões e 0,5% pirueta. Entretanto, tais resultados diferem do observado no

presente estudo, demonstrando diferenças na frequência dos padrões tanto para adultos quanto

para filhotes.

Para outras espécies de cetáceos, saltos têm sido associados como padrão mais

frequente em agrupamentos de juvenis e filhotes (Geise et al. 1999) e de fêmeas e imaturos

(Waters & Whitehead 1990). Spinelli et al. (2002) consideram as atividades aéreas em filhotes

como uma brincadeira locomotora, tendo função de aprendizado, promovendo o

desenvolvimento de áreas coordenadas que seriam necessárias na atividade de forrageio.

Poucos estudos objetivam o estudo das atividades aéreas. As atividades aéreas são

abordadas dentro de outros estudos, sendo apenas eventos descritos dentro de estados

comportamentais. O presente estudo é um dos poucos a ter as atividades aéreas como foco

principal.

Devido à dificuldade de observações em ambiente natural, especialmente de espécies

oceânicas, pouco se é conhecido sobre a organização social e comportamento da maioria das

espécies de cetáceos (LeDuc 2002). A Baía dos Golfinhos do Parque Nacional Marinho de

Fernando de Noronha é um dos locais mais acessíveis para estudar o comportamento de uma

espécie oceânica como o golfinho-rotador, permitindo a realização de diversos estudos como

a contextualização das atividades aéreas.

O presente trabalho observou-se diferenças quantitativas entre a frequência de

execução das atividades aéreas pelos golfinhos-rotadores de Fernando de Noronha, por ser um

parâmetro que permite evidenciar alterações comportamentais, o estudo do contexto e das

funções do comportamento aéreo pode ser uma ferramenta importante para identificar

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possíveis perturbações, bem como para identificar papéis dos indivíduos dentro de um

agrupamento.

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39

O autor José Martins da Silva–Jr. colaborou desde o início do trabalho. Auxiliou com

a elaboração do projeto, assim como da dissertação e dos manuscritos, contribuindo para a

discussão dos resultados encontrados e suas relações com aspectos comportamentais e

ecológicos. Esteve sempre presente, disponibilizando na forma de sua pessoa ou do Projeto

Golfinho Rotador (PGR), material bibliográfico, fotografia e ajuda com a logística do

trabalho.

Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom – Formatação.

Last revised 21 September 2011.

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may be submitted for online publication as a supplement in association with the manuscript.

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40

Authors are required to nominate four suitable referees together with their correct e-mail

addresses at submission.

The editors reserve the right not to send the manuscript to any of the nominated referees.

If you experience any difficulties submitting your manuscript, please contact ScholarOne

support at http://mchelp.manuscriptcentral.com/gethelpnow/question.htm .

[For manuscripts originally submitted before 1 February 2011 please correspond by e-mail

with the Journal Office at [email protected]. Electronic files in appropriate format on

CD can be posted to the Executive Editor Dr Ann Pulsford, JMBA Office, The Laboratory,

Citadel Hill, Plymouth, PL1 2PB, UK. Please note that this only applies to manuscripts

originally submitted before 1 February 2011.]

Manuscript preparation

Manuscripts submitted to the JMBA must be original, not under consideration elsewhere and

approved by all authors and institutions prior to submission. Papers should be written in clear

succinct English and sentences must not start with an abbreviation. Acronyms must be written

in full on their first occurrence and SI units should be used. Scientific names must be

italicized (not underlined) and at their first mention after the Abstract they must be followed

by the Authority. Manuscripts should be arranged in the following order: Running Head,

Title, Author(s), Address(es), Abstract, Keywords, Introduction, Materials and Methods,

Results, Discussion, Acknowledgements, References, Figures, Tables and Appendices.

Experimental design. All studies must have been conducted in accordance with institutional,

national and international guidelines concerning the use of animals in research and/or the

sampling of endangered species.

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Title (bold font). Should be no more than 20 words with no Authorities associated with the

species. A running head of not more than 43 characters should be suggested.

Authors’ addresses. Should follow the title. Use superscript numbers to indicate different

addresses.

Abstracts (italic font). A concise abstract should outline the scope, main results and

conclusion(s) of the paper without discussion or Authorities associated with species.

Keywords. Please provide up to ten keywords.

Headings. Follow the style and hierarchy for each section as shown below (but see later for

taxonomy): INTRODUCTION, MATERIALS AND METHODS (1st heading, upper case,

left justified).

RESULTS (1st heading, upper case, left justified) then: The sampled population (2nd

heading, bold, left justified); DENSITY AND BIOMASS (3rd heading, small capitals, left

justified); Reproduction and development (4th heading, lower case italics, left justified).

DISCUSSION (1st heading, upper case, left justified). Subheadings, if used, should follow

the instructions under RESULTS.

ACKNOWLEDGEMENTS (1st heading, upper case, left justified). You may acknowledge

individuals or organizations that provided advice, and support (non-financial). Please also

provide details of financial support for all authors, including grant numbers. For example,

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‘This work was supported by the Medical Research Council (grant number XXXXXXX)’.

Multiple grant numbers should be separated by a comma and space. Where research was

funded by more than one agency, the different agencies should be separated by a semi-colon,

with ‘and’ before the final funder. Grants held by different authors should be identified as

belonging to individual authors by the authors’ initials. For example, ‘This work was

supported by the Wellcome Trust (A.B., grant numbers XXXX, YYYY), (C.D., grant number

ZZZZ); the Natural Environment Research Council (E.F., grant number FFFF); and the

National Institutes of Health (A.B., grant number GGGG), (E.F., grant number HHHH)’.

Where no specific funding has been provided for research, authors should use the following

statement: ‘This research received no specific grant from any funding agency, commercial or

not-for-profit sectors’.

Figures. Should be referred to in full in the body of the text (e.g. Figure 1). Figure legends

should take the following style:

Fig. 1. Ceratothoa collaris Schioedte & Meinert, 1883, adult female: (A) pereopod 1; (B)

pereopod 7; (C–G), pleopods 1–5, ventral view; (H) uropods. Scale bars: A–G, 2 mm; H, 3

mm.

All figures should be labelled with a medium weight sans serif font of an appropriate size to

result in 8 point (3.33 mm) type when reduced to single column width. If figures are in

parts, please label with upper case letters (A, B, C etc.) in the top left corner of each

part. We strongly recommend saving large image files (full resolution files; any image files

larger than 1 MB per file) with LZW compression to ensure they can be uploaded correctly

and swiftly. Colour figures will be charged to the author(s) at a rate of £700 per page but are

published free of charge in the online version, provided that black and white or half-tone

images of suitable quality are provided for the printed version. Note that additional figures, as

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well as videos, can be submitted as supplementary material for online publication only, with a

link from the original article. Final figures must be submitted as PC-compatible LZW-

compressed TIFF files. For black and white line artwork (1 bit), these should be 1200 dpi

resolution at final size, single column (8.5 cm) or double column (17.5 cm) width. Half-tone

greyscale (8 bit) artwork should be 300 dpi at final size and combination (line/tone) colour

artwork should be at 800 dpi final size. Colour half-tone images should be submitted as 300

dpi TIFF files in CMYK colour.

Tables. Should not be excessive in size and have informative titles. Titles, headings and

footnotes are delimited by horizontal lines as shown in the example below; table headers are

centred and roman (normal) typeface. Column headings are bold. The table below gives an

example of layout:

Table 1. Tenacity of Elminius modestus and Balanus perforatus cypris larvae to biofilms

developed at high (83 s-1) and low (15 s-1) shear rates. Forces of temporary adhesion are

given as 104 Nm-1.

Genus and species names. Should be italicized and appear in full at each mention in a new

section and if starting a sentence. In italicized text (Abstracts) species names should be

normal typeface.

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Citation of literature. References in the text should refer to the author’s name (no initials)

and year of publication. Two authors should be cited using ‘&’ (Rainbow & Dellinger, 1993);

for more than two authors, the name of the first author followed by ‘et al.’ (Lallier et al.,

1987). When citing more than one publication use date order and a semi-colon as a separator,

e.g. (Mykels & Skinner, 1985a, b; Skinner, 1996; Gorind et al., 1997). The manuscript should

be carefully checked to ensure the details of authors and dates cited in the text exactly match

those in the reference list. Cross checking of references in the text to the cited literature and

vice versa is the responsibility of the author. All literature quoted in the text must be listed in

alphabetical and chronological order of author names at the end of each manuscript. When

more than one publication with the same first author is cited the following order

alphabetically applies: (a) single author, according to publication dates; (b) same author and

one co-author; (c) same author and more than one co-author. The style follows the full name

according to the ‘World List of Scientific Periodicals’ latest edition, London.

Titles of journals must be written in full and references to books should include the place of

publication and the publisher.

Dashes. Hyphen between connecting words; en-dash between ranges e.g. 3–10, B–G, and

between opposite words e.g. male–female pairs, size–frequency, etc.

Taxonomy should be presented as follows:

SYSTEMATICS (1st heading, upper case, centre justified)

Order AMPHIPODA Latreille, 1816

Suborder GAMMARIDEA Latreille, 1803

Family UROTHOIDAE Bousfield, 1978

Genus Carangolia Barnard, 1961

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Carangolia barnardi sp. nov.

(Figures 1 – 6)

Carangolia spp.: Elizalde et al., 1993; Sorbe & Weber, 1995; Dauvin & Sorbe, 1995.

TYPE MATERIAL (taxonomic sub-headings, small capitals)

Holotype: adult female (oostegites developed) 2.69 mm, completely dissected and mounted

on 12 slides. (OXYBENT VIII, TS05-R, N4; coordinates: 43°49.34′N 02°02.74′W; water

depth: 550 m) (MNHN-Am5129); coll. J.-C. Sorbe, 19 April 1999.

Paratype: adult male (penile papillae developed) 3.88 mm partially dissected, with both first

antennae, maxillipeds, epimeral plates, pleopods, and second antenna and second gnathopod

mounted on three slides; rest as five pieces preserved in 70% ethanol. (ECOMARGE 93,

TS08-A, Ni; 44°34.57′N 02°12.60′W; water depth: 740 – 746 m) (MNHN-Am5130); coll. J.-

C. Sorbe, 23 June 1993. Twenty-one additional specimens in J.-C. Sorbe Collection.

COMPARATIVE MATERIAL EXAMINED

Carangolia cornuta Bellan-Santini & Ledoyer, 1986. Holotype: female completely dissected

on single slide (Museo Civico di Storia Naturale di Verona, slide no. 3276); RV ‘Marion

Dufresne’ Cruise MD08 to Marion and Prince Edward Islands, Station 17BB97 (Marion

Island: 46°52.5′S 37°53.5′E); collected on 25 March 1976 with Okean grab on muddy sand,

110 m depth.

DIAGNOSIS

Carangolia with well developed pointed process on posterolateral corner of head. Coxal plate

1 with anterior and posterior margins subparallel, distal margin straight. Coxal plate 7

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pointed. Basis of pereopod 6 slender, not oblong. Dactylus of pereiopod 5 elongate (more

than 12 times longer than wide). Telson devoid of spines.

KEY FOR THE GENERA OF THE ALVINOCARIDIDAE

1. Posterior telson margin armed only with spines, without plumose seta………..…………..2

— Posterior telson margin armed with plumose setae………..………………………………..3

2. Rostrum long, depressed laterally; pterygostomal spine present; lash on first maxilliped

rudimentary……………………………....................................................................Alvinocaris

— Rostrum short, compressed dorsoventrally, without teeth; pterygostomal spine absent; lash

on first maxilliped well eveloped…………………………………………………..….Iorania

3. Short rostrum present; exposed eyes separated from each other; distolateral spine present

on caphocerite……………...…………………………………………………...……Chorocaris

REFERENCES (1st heading, upper case, left justified)

Journals:

Marshall S.M., Nicholls A.G. and Orr A.P. (1939) On the growth and feeding of young

herring in the Clyde. Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom 23,

427 – 455.

Books:

Cushing D.H. (1981) Fisheries biology, a study in population dynamics. 2nd edition.

Madison: University of Wisconsin Press.

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47

Chapters from books: Weir B.S. (1990) Intraspecific differentiation. In Hillis D.M. and

Moritz C. (eds) Molecular systematics. Sunderland, MA: Sinauer Associates, pp. 373 – 410.

Symposium proceedings:

Cinelli F., Fresi E., Mazzella L., Pansini M., Pronzato R. and Svoboda A. (1977)

Distribution of benthic phyto- and zoocoenoses along a light gradient in a superficial marine

cave. In Keegan B.F., Ceidigh P.O. and Boaden P.J.S. (eds) Proceedings of the Eleventh

European Symposium on Marine Biology, University College, Galway, 5–11 October 1976.

Biology of benthic organisms. Oxford: Pergamon Press, pp. 173 – 183.

Book series:

El Haj A.J., Whiteley N.M. and Harrison P. (1992) Molecular regulation of muscle growth

over the crustacean moult cycle. In El Haj A.J. (ed.) Molecular biology of muscle. Cambridge:

Cambridge University Press, pp. 151 – 165. [SEB Seminar Series, no. 46.]

Occasional publications:

Moore P.G. (1984) The fauna of the Clyde Sea area. Crustacea: Amphipoda. University

Marine Biological Station Millport, Occasional Publications, no. 2, 84 pp.

Reports:

Gaard E. (1987) An investigation of the squid Loligo forbesi Steenstrup on Faroe Bank.

International Council for the Exploration of the Sea (CM Papers and Reports), CM

1987/K:18, 9 pp.

Baird Jr F.T. (1953) Observations on the early life history of the giant scallop (Pecten

magellanicus). Research Bulletin. Department of Sea and Shore Fisheries, Maine, no. 14, 7

pp.

Theses:

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Leighton D.L. (1968) A comparative study of food selection and nutrition in the abalone,

Haliotis rufescens Swainson, and the purple sea urchin, Strongylocentrotus purpuratus

Stimpson. PhD thesis. University of California, San Diego, USA.

Manuscript processing

The editorial board reserves the right to reject papers not deemed to have high priority. An

expert editor will initially assess manuscripts, before they are sent for review. After review,

the editor(s) will make a decision, based on the referees’ reports and their own opinions.

Authors will be advised of the decision by email.

Revised manuscripts must be returned online at http://mc.manuscriptcentral.com/jmba and

should be submitted as revisions of the original. The option to revise is only available for a

limited time; if you find that the revise option has expired, please contact the editors. Do not

submit your revised manuscript as a new submission. The acceptance date will appear on the

first page of the published manuscript.

Revised manuscripts and figures must be uploaded to: http://mc.manuscriptcentral.com/jmba

(for manuscripts originally submitted after 1 February 2011).

Proofs. The corresponding author will receive the proofs as PDF files.

A PDF file of the electronically-published paper will be sent to the corresponding author from

the publisher.

There are no paper reprints.

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Manuscrito 2

Título - Flutuação horária diária e sazonal de atividades aéreas do golfinho-

rotador de Fernando de Noronha.

Autores: Rita de Cássia De Carli 1,2

; Flávio José de Lima Silva 1, 2, 3

; José Martins da

Silva -Jr 4

1-Programa de Pós Graduação em Psicobiologia - Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, Brasil.

2-Centro Golfinho Rotador.

3-Departamento de Turismo – Universidade Estadual do Rio Grande do Norte,

Brasil.

4-Centro Mamíferos Aquáticos/Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade – ICMBio.

Periódico – Marine Mammal Science

QUALIS A.

Status – a ser submetido.

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RESUMO

A natureza cíclica da organização das atividades de um organismo permite que

oscilações no repertório comportamental sejam observadas diária e sazonalmente. Em

cetáceos, padrões comportamentais, como as atividades aéreas, ou seja, saltos e batidas com

partes do corpo na superfície da água, podem se relacionar com o horário do dia e estação

climática. Estudos com golfinhos-rotadores relatam variações horárias e sazonais na

expressão das atividades aéreas. O objetivo do presente estudo foi caracterizar a flutuação

horária diária e sazonal da expressão das atividades aéreas dos golfinhos-rotadores dentro da

Baía dos Golfinhos do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. Os dados

correspondem às atividades aéreas coletadas no período de janeiro de 2006 a dezembro de

2010, por meio de monitoramento diurno da Baía dos Golfinhos de Fernando de Noronha, a

partir de ponto fixo situado no Mirante dos Golfinhos, e disponibilizadas pelo Projeto

Golfinho Rotador, totalizando 1.431 dias de observação e 113.027 atividades aéreas

registradas. Maior frequência de atividade aérea foi observada quanto maior o número de

golfinhos dentro da Baía. Variação horária diária foi observada na expressão das atividades

aéreas, sendo os animais mais ativos pelo período da manha, entre 8h e 8h59min. O mesmo

padrão de distribuição horária foi encontrado para as classes e para os padrões de atividades

aéreas descritas para os rotadores de Fernando de Noronha, com maior atividade sendo

observada majoritariamente entre 8h e 8h59min. Frequência relativa maior de atividades

aéreas é registrada na estação chuvosa; entretanto, para ambas as estações mantêm-se, em sua

maioria, o mesmo horário de maior expressão das atividades aéreas total, bem como para as

classes e os padrões.

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INTRODUÇÃO

De forma geral, os organismos apresentam organização de suas atividades em ciclos,

sendo observadas variações no repertório comportamental ao longo do dia e das estações

climáticas (Bell-Pederson et al. 2005). Condições ambientais e climáticas interferem na

expressão de comportamentos, e o ajuste comportamental a determinada época do ano devido

às condições climáticas que se estabelecem a cada estação é uma importante ferramenta

adaptativa em todas as espécies, inclusive entre os cetáceos (Silveira 2006).

Várias espécies de cetáceos apresentam padrões de movimentos e comportamentos

que podem se relacionar com o horário do dia (Klinowska 1986). Em diversos organismos

padrões diários de comportamento e de processos fisiológicos são reconhecidos (Naylor

2005), e para golfinhos, tais comportamentos incluem as atividades aéreas, as quais têm sido

relacionadas ao estado de alerta, sendo descritas variações no grau de atividade ao longo do

dia (Norris & Dohl 1980; Norris et al. 1985; Norris et al. 1994; Silva 2001; Lammers 2004;

Danil et al. 2005; Courbis & Timmel 2009; Silva-Jr 2010).

As atividades aéreas (AA), ou seja, saltos e batidas com partes do corpo na superfície

da água, são observadas nas mais diversas espécies de cetáceos, mas o golfinho-rotador

Stenella longirostris (Gray, 1828) é a espécie que apresenta grande agilidade nos saltos (Fish

et al. 2006; Jefferson et al. 2007). Diversas funções têm sido associadas às atividades aéreas.

Comunicação do posicionamento espacial, display de agressividade, comportamento

reprodutivo, estratégia de forrageio, fator motivacional, remoção de parasitas ou comensais,

irritação ou brincadeira e desenvolvimento físico-motor como hipóteses explicativas para os

comportamentos aéreos em diversas espécies de cetáceos (Nascimento & Nascimento 2010).

Norris e Dohl (1980) descreveram para golfinhos-rotadores no Havaí pelo menos

sete padrões de atividades aéreas, que incluem saltos, batidas com partes do corpo,

periscópios e rotações. Para Fernando de Noronha, Silva-Jr (1996) considera oito padrões

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adaptados de Norris e Dohl (1980) relacionados ao grau de atividade, ao estado de alerta

geral, a deslocamentos e a coesão de agrupamentos.

Os golfinhos-rotadores são comumente encontrados em águas tropicais e subtropicais

do mundo todo (Perrin & Gilpatrick 1994). A presença dos golfinhos-rotadores em Fernando

de Noronha é registrada desde o ano de 1556, e há mais de 20 anos estudos são realizados,

sendo registradas flutuações diárias, mensais e sazonais na ocupação dos golfinhos-rotadores

(Silva-Jr 2010).

Oscilações em padrões comportamentais são observadas ao longo do dia e em

relação às estações climáticas. Estudos com os golfinhos-rotadores, no Havaí – EUA,

mostraram variações horárias na frequência de atividades aéreas e padrão sazonal dos horários

de entrada e saída, do tempo de mergulho e expressão das atividades aéreas na Baía de

Kealake‘akua (Würsig et al. 1994) e também na frequência e permanência dos animais

(Norris et al. 1994). E para Fernando de Noronha, Silva e Silva-Jr (2009) descreveram

flutuações diárias e sazonais em três comportamentos para golfinhos-rotadores de Fernando

de Noronha - número de indivíduos, atividades reprodutivas e atividades aéreas.

Para os golfinhos-rotadores do Havaí é observado que as atividades aéreas variam ao

longo do dia. Norris e Dohl (1980) e, posteriormente, Norris et al. (1994) observaram que em

Kealeake’akua Bay, no Havaí, as atividades aéreas foram vistas com maior frequência em mar

aberto, quando os golfinhos se deslocavam para a Baía pela manhã, sendo grupos muito ativos

durante a entrada na Baía. Dentro da Baía as atividades aéreas geralmente diminuíram, sendo

observadas em menor grau por cerca de duas horas após a entrada dos golfinhos. Nas horas

próximas ao meio dia, a frequência das atividades aéreas foi reduzida e predominaram

comportamentos nos quais apenas a extremidade do rostro, a nadadeira dorsal e nadadeira

caudal foram expostas, sendo este período considerado como padrão típico de repouso.

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Durante a saída também se observou aumento na excitação dos animais com atividades

aéreas.

A ocupação da Baía dos Golfinhos de Fernando de Noronha apresentou flutuações

horárias e sazonais. Silva-Jr (1996) observou a existência de variação horária na frequência de

atividades aéreas e descreveu seis períodos (entrada, organização, descanso I, reorganização,

descanso II e zig-zag) diferenciados em relação ao comportamento e grau de atividade dos

golfinhos. Os períodos de alto grau de atividade dos golfinhos são os denominados de

organização e reorganização, cuja função está associada à divisão dos golfinhos em três

subgrupos comportamentais: descanso, cópula e mães e filhotes. Sendo assim, na Baía dos

Golfinhos de Fernando de Noronha, após a entrada dos animais, ocorrem períodos de

elevação e diminuição na frequência de atividades aéreas.

A relação entre comportamentos e sazonalidade tem sido observada em diversos

estudos com odontocetos (Würsig & Würsig 1979; Wells et al. 1980; Bräger 1993; Silva-Jr

1996; Geise et al. 1999; Daura-Jorge et al. 2005; Silveira 2006; Silva & Silva-Jr 2009).

Entretanto, tais estudos nem sempre abordam os comportamentos aéreos, enfocam

comportamentos como alimentação, ocupação e tamanho de grupo. As atividades aéreas estão

entre os parâmetros que permitem evidenciar alterações comportamentais na espécie,

fornecendo informações adicionais sobre o comportamento dos mesmos dentro da Baía.

O presente estudo é um estudo em longo prazo que tem por objetivo caracterizar a

variação horária diária e sazonal na frequência total, das classes e dos padrões de atividades

aéreas executada pelos golfinhos-rotadores dentro da Baía dos Golfinhos do Parque Nacional

Marinho de Fernando de Noronha.

MATERIAIS E MÉTODOS

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Área de estudo

O Arquipélago de Fernando de Noronha (03°51’ Sul de latitude e 32°25’ Oeste de

longitude) é o topo emerso de uma montanha submarina, formado por 21 ilhas e ilhotas,

totalizando uma área de 26 km2 distribuída longitudinalmente (Silva-Jr 1996). A ilha,

Fernando de Noronha é a única habitada e conta com uma área de 17 km2, apresentando duas

faces com 11 km de extensão (Silva-Jr 1996).

O Arquipélago possui um clima tropical com duas estações pluviométricas bem

definidas: estação seca, de agosto a janeiro, quando a pluviosidade não ultrapassa 8 mm3/dia;

e estação chuvosa, de fevereiro a julho, quando a pluviosidade pode atingir 193,3 mm3/dia

(IBAMA 1990). As águas se caracterizam por elevada salinidade, baixas concentrações de

sedimentos, matérias orgânicas, nutrientes e plâncton, e a temperatura média é de 24°C, com

amplitude térmica superficial na ordem de 4°C (IBAMA 1990).

A maior parte do litoral da Ilha é rochoso e escarpado, principalmente, na face

sudeste e na extremidade oeste da face noroeste, onde se localiza a Baía dos Golfinhos. A

Baía dos Golfinhos do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (Figura 1) é um

dos locais mais acessíveis para se estudar o comportamento de uma espécie oceânica de

cetáceo, como o golfinho-rotador. A Baía se situa sobre a formação geológica da Quixaba,

apresentando encostas íngremes, sem riachos ou córregos da água chegando até a enseada.

Apresenta somente praias de seixos rolados ou as águas do mar chegam diretamente no

penhasco (Almeida 1958). Essa enseada é considerada a de águas mais calmas, transparentes

e profundas. A profundidade varia de 0 a 25 metros, sendo o fundo composto,

predominantemente, por areia com rochas dispersas (Almeida 1958).

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Figura 1 – Baía dos Golfinhos. Foto: Acervo Projeto Golfinho Rotador.

Coleta de dados

Os dados correspondem às atividades aéreas coletadas no período e janeiro de 2006 a

dezembro de 2010, por meio de monitoramento diurno da Baía dos Golfinhos de Fernando de

Noronha, a partir de ponto fixo situado no Mirante dos Golfinhos, e disponibilizadas pelo

Projeto Golfinho Rotador, totalizando 1.431 dias de observação. As coletas iniciaram a partir

das 5h30min da manhã, exceto em dias de lua cheia, nos quais o monitoramento se iniciou às

5 horas, e terminaram, no máximo, às 17h59min. As observações no Mirante dos Golfinhos

terminaram uma hora após a saída do último golfinho da Baía dos Golfinhos.

O registro dos dados se deu por meio da Planilha de Atividades Aéreas utilizada pelo

Projeto Golfinho Rotador. Na planilha foram registrados a data (dia da amostragem), o censo

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(número máximo de golfinhos avistados dentro da Baía no dia), o tempo de observação

(tempo total da presença da equipe de pesquisadores do Projeto) e o tempo de observação de

golfinhos (tempo que os golfinhos estavam na Baía e estava sendo realizada a coleta de

dados).

Para a coleta dos dados utilizou-se o procedimento de amostragem comportamental de

todas as atividades aéreas realizadas por qualquer individuo dentro da Baía (Martin & Bateson

1993). Os registros foram realizados a cada 15 minutos, com duração de 2 minutos de

amostragem. Para cada amostragem registrou-se:

- Hora e censo instantâneo;

- Frequência dos padrões de atividades aéreas dos adultos;

- Sequências das atividades aéreas realizadas pelo mesmo indivíduo adulto;

- Frequência dos padrões de atividades aéreas realizadas por filhotes;

- Sequências das atividades aéreas executadas pelo mesmo indivíduo filhote;

Conforme descrito por Silva-Jr (1996), o censo foi obtido por meio do somatório das

contagens dos golfinhos que entraram na Baía. Durante a entrada dos golfinhos-rotadores,

miravam-se os binóculos na frente do primeiro golfinho do grupo e, à medida que os

golfinhos-rotadores passavam pelo campo dos binóculos, registravam-se cada indivíduo com

um contador mecânico. Olhando o local de entrada dos golfinhos-rotadores do Mirante dos

Golfinhos, o campo circular delimitado pelos binóculos tem um diâmetro de

aproximadamente 20 metros, que abrange toda a largura da fila de entrada dos golfinhos.

Segundo Norris e Dohl (1980) os golfinhos, nessa distância, respiram até três vezes,

permanecendo mais tempo na superfície que submersos.

Os padrões de atividades aéreos foram classificados segundo os padrões descritos por

Norris e Dohl (1980) e modificados Silva-Jr (1996), sendo os mesmos categorizados em

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atividades aéreas verticais e horizontais em relação ao plano d’água. Os padrões considerados

foram:

Batida de cabeça: o golfinho sai da água com a cabeça, sem expor totalmente

as nadadeiras peitorais, em um ângulo de 30-45° em relação à superfície, ao cair na água

arqueia o corpo e dá uma pancada com a cabeça, geralmente, com a face inferior (Figura 2a).

Considerada uma atividade aérea horizontal;

Batida de cauda: o golfinho posiciona-se horizontalmente na flor-d’água,

arqueia a base da cauda e a bate fortemente na superfície da mesma, produzindo um som seco.

Esse padrão pode ser executado tanto em posição normal quanto invertida (Figura 2b).

Classificada como uma atividade aérea vertical;

Motor de popa: o golfinho nada na superfície do mar de dorso para baixo e bate

a cauda várias vezes consecutivas, deixando um rastro espumoso na água;

Caída: o animal sai d’água parcialmente, expondo a parte do corpo entre as

nadadeiras peitorais e a base da cauda, e arqueia o corpo ao cair de barriga, de lado ou de

dorso (Figura 2c). Definida como uma atividade aérea horizontal;

Salto: o golfinho sai da água de cabeça e com o corpo arqueado em um ângulo

aproximado de 30°, sobe um ou dois metros acima da superfície e cai de cabeça, barriga ou

lado (Figura 2d). Considerada uma atividade aérea horizontal;

Rotação: o golfinho precipita-se para a superfície da água, como se fosse

realizar um salto e, quando a maior parte do seu corpo já está fora d’água, ele faz movimentos

com partes de seu corpo (dobra a cabeça e a base da cauda, inclina as extremidades da cauda e

mexe as nadadeiras peitorais para perto ou para longe do corpo), o que o faz girar em torno do

seu próprio eixo longitudinal. O animal cai de volta n’água, geralmente, de lado e seu corpo

continua girando, formando um buraco na superfície da água que, ao desmoronar, produz um

reboliço de borrifos e um som estrondoso audível à distância (Figura2e). É essa atividade

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aérea que dá o nome popular aos golfinhos-rotadores. É considerada uma atividade aérea

horizontal;

Inversão: o golfinho-rotador sai d’água em um ângulo relativamente grande,

ergue a cauda por cima da cabeça num arco amplo e entra na água primeiro de cauda,

produzindo um som seco (Figura 2f). Considerada uma atividade aérea vertical;

Pirueta: é a combinação da inversão com a rotação e é o padrão que exige

maior esforço físico, por ser o mais complexo. Nessa atividade aérea, o golfinho sai de cabeça

da água, gira em torno do seu eixo, fica invertido de cauda para cima, volta a rodar e cai de

cauda na água, produzindo um som seco. Considerada uma atividade aérea vertical.

Figura 2: Atividades aéreas – a) batida de cabeça; b) batida de cauda; c) caída; d) salto; e)

rotação; f) inversão. Fonte: Norris et al. 1994. Adaptada pela autora.

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Havukainen (2008) considerou três faixas etárias para os golfinhos-rotadores de

Fernando de Noronha, recém-nascidos, filhotes e adultos. Indivíduos adultos apresentavam

proporções de comprimento total ≥ 170cm, recém-nascidos até 105cm e filhotes entre 106cm

e 128cm. Entretanto, a diferenciação entre recém-nascidos e filhotes a partir de ponto fixo se

torna difícil, devido à distância do observador para os indivíduos. Sendo assim, foram

consideradas no presente estudo apenas duas faixas etárias: filhotes (animais com até ½ do

tamanho corporal do adulto) e adultos.

Para filhotes foram considerados apenas sete padrões de atividades aéreas. A batida

de cauda não foi considerada na coleta de dados, devido à limitação metodológica de

observação de tal padrão em filhotes. Apenas a cauda é exposta, de forma que dificulta a

diferenciação entre adultos e filhotes a partir de ponto fixo.

Análise dos dados

A análise dos dados foi realizada com o programa PASW Statistics 18 a partir de

testes não paramétricos, pois não apresentavam distribuição normal (Field 2009).

Teste de correlação de Spearman foi aplicado para avaliar a relação entre o número

de golfinhos presentes na Baía no momento e a quantidade total de atividade aérea, e também

para verificar relacionamento entre o indicador relação AA e a quantidade de golfinhos dentro

da Baía.

Os dados foram agrupados por hora para verificar a existência de flutuação horária

das atividades aéreas. As atividades aéreas foram consideradas sem categorizar atividades

aéreas realizadas por adultos e atividades aéreas realizadas por filhotes. Teste Kruskal-Wallis

foi usado para verificar diferenças entre os horários de atividades aéreas dos golfinhos-

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rotadores. Aplicou-se Teste U Mann-Whitney para comparação dos horários par-a-par, com

correção de Bonferroni, adotando-se neste caso o nível de significância α = 0,0006.

Para a caracterização da frequência das classes e dos padrões de atividades aéreas

foram utilizados os mesmos indicadores, discriminando-se primeiramente as atividades aéreas

nas classes verticais e horizontais, e posteriormente discriminando-se nos oito padrões

descritos. Teste U Mann-Whitney foi aplicado para verificar as diferenças entre as classes de

atividades aéreas, adotando-se nível de significância α = 0,05. Já para a análise dos padrões

aplicou-se o Teste Kruskal-Wallis e Teste U Mann-Whitney pra comparação par-a-par, com

correção de Bonferroni, adotando-se nível de significância α = 0,001.

Posteriormente, os dados foram discriminados em estação seca e chuvosa,

compreendendo a estação seca os meses de agosto a janeiro, e a estação chuvosa, os meses de

fevereiro a julho. Teste U Mann-Whitney foi aplicado para verificar a existência de diferenças

no grau de atividade dos golfinhos-rotadores entre as estações, adotando-se nível de

significância α = 0,05.

Para verificar a existência de flutuação horária das atividades aéreas dentro de cada

estação, os dados foram agrupados por hora, sem discriminar atividades aéreas executadas por

adultos ou filhotes, classes ou padrões. Teste Kruskal-Wallis foi usado para verificar

diferenças entre os horários de atividades aéreas dos golfinhos-rotadores. Aplicou-se Teste U

Mann-Whitney para comparação dos horários par-a-par, com correção de Bonferroni,

adotando-se neste caso o nível de significância α = 0,0006. Os intervalos que compreendem

os horários entre 5h e 5h59min e entre 17h e 17h59min foram retirados das análises de

flutuação horária da estação chuvosa por apresentarem valor amostral muito pequeno (N<10).

Novamente, os dados foram discriminados quanto às classes e padrões para

caracterizar a frequência das atividades aéreas verticais e horizontais e os oito padrões

descritos de acordo com cada estação. Teste U Mann-Whitney foi aplicado para verificar as

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diferenças entre as classes de atividades aéreas, adotando-se nível de significância α = 0,05. Já

para a análise dos padrões aplicou-se o Teste Kruskal-Wallis e Teste U Mann-Whitney pra

comparação par-a-par, com correção de Bonferroni, adotando-se nível de significância α =

0,001.

RESULTADOS

O período de coleta compreendeu 1.431 dias de monitoramento da Baía dos

Golfinhos, totalizando 13.203 horas e 45 minutos de monitoramento, observando-se golfinhos

em 41,5% do tempo de monitoramento. Foram registrados 21.916 intervalos entre 5h e

17h59min, nos quais foram observadas 113.027 atividades aéreas, distribuídos entre as

estações seca e chuvosa (Tabela 1).

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Tabela 1 – Esforço amostral dos intervalos de atividades aéreas agrupados por hora

(N) e quantidade total, média e desvio padrão (DP) de atividades aéreas por intervalo Nas

estações seca e chuvosa.

SECA CHUVOSA

Intervalos N QuantidadeAA Média DP N QuantidadeAA Média DP

5h às 5h59min 62 132 2,12 3,15 5 3 0,60 1,34

6h às 6h59min 1683 6.849 4,06 5,08 671 2.215 3,30 4,91

7h às 7h59min 2122 14.411 6,79 6,76 1166 6.051 5,18 6,44

8h às 8h59min 2022 15.388 7,60 7,12 1016 6.507 6,40 7,14

9h às 9h59min 1829 12.358 6,75 6,39 842 4.942 5,86 6,63

10h às 10h59min 1654 10.242 6,19 6,27 699 3.639 5,20 6,18

11h às 11h59min 1550 8.178 5,27 5,83 685 2.986 4,35 5,34

12h às 12h59min 1455 5.890 4,04 5,13 673 2.081 3,09 4,47

13h às 13h59min 1250 4.156 3,32 4,57 606 1.836 3,02 4,69

14h às 14h59min 816 2.248 2,75 4,12 396 1.369 3,45 4,96

15h às 15h59min 370 791 2,13 3,67 173 459 2,65 4,36

16h às 16h59min 120 173 1,44 2,86 34 86 2,52 4,36

17h às 17h59min 12 19 1,58 2,71 5 18 3,60 7,50

O teste de correlação indicou relacionamento significativo entre o número de

golfinhos e a quantidade de atividades aéreas (rs=0,529, p(unilateral)<0,01) (Figura 3). Sendo

assim, para as demais análises de flutuação horária utilizou-se o indicador relação AA

(quantidade de atividades aéreas dividida pelo número de golfinhos dentro da Baía no

momento e multiplicada por 100). A relação AA indica o número de atividades aéreas para

cada golfinho dentro da Baía no momento da coleta.

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Figura 3 - Correlação entre o número de golfinhos dentro da Baía com a quantidade

total de atividade aérea.

Teste de correlação de Spearman também foi aplicado para verificar relacionamento

entre o indicador relação AA e a quantidade de golfinhos dentro da Baía, indicando correlação

negativa entre a relação AA e o número de golfinhos presente na Baía (rs=0,064,

p(unilateral)<0,01) (Figura 04).

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Figura 4 - Correlação entre relação AA e a quantidade de golfinhos dentro da Baía

no momento da coleta.

A relação AA foi significativamente diferente (H(12) = 859,39; p<0,01) ao longo do

dia, sendo observada flutuação horária das atividades aéreas no decorrer do período que os

golfinhos permanecem dentro da enseada (Figura 5).

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Figura 5– Flutuação horária da mediana de relação AA.

Quando comparados aos pares, o Teste de Mann-Whitney apontou diferenças

significativas (p<0,0001) para o horário entre 8h e 8h59min, caracterizando um pico de maior

atividade aérea nesse período.

Das 113.027 atividades aéreas registradas, 30,1% compreendem atividades aéreas

verticais e 69,9% atividades aéreas horizontais. Teste U Mann-Whitney revelou diferenças

significativas entre a quantidade de registro das classes verticais e horizontais (U=1,76x108;

Z=-49,84; p(bilateral)<0,001), sendo as atividades aéreas horizontais as mais executadas.

A distribuição das atividades aéreas segundo as classes variou ao longo do dia

(Figura 05). Teste de Kruskal-Wallis revelou flutuação horária das atividades aéreas verticais

(H(12) = 1164,36; p<0,001) e horizontais (H(12) = 552,55; p<0,001) no decorrer do período

que os golfinhos permanecem dentro da Baía dos Golfinhos. Comparações par-a-par

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apontaram diferenças significativas (p<0,0001) para o horário entre 8h e 8h59min,

caracterizando um pico de maior frequência relativa de atividades aéreas para ambas as

classes (Figura 6).

Figura 6 – Flutuação horária (mediana) da Relação AA, discriminadas entre

atividades aéreas verticais e horizontais ao longo do período de estudo.

Os oito padrões de atividades aéreas apresentaram flutuação horária ao longo do dia

(Figura 7). Para a batida de cauda (H(12)=966,36; p<0,001) comparações par-a-par revelaram

pico de maior atividade entre 8h e 8h59min, já para a batida de cabeça (H(12)=398,37;

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p<0,001) o pico de maior atividade se estendeu entre 7h e 8h59min. O padrão motor de popa

(H(12)=684,30; p<0,001) apresentou intervalo maior no pico de atividade aérea,

correspondendo ao horário entre 8h e 10h59min. Para o salto (H(12)=111,33; p<0,001)

observou-se pico entre 9h e 9h59min. Os padrões caída (H(12)=415,43; p<0,001), rotação

(H(12)=483,48; p<0,001), inversão (H(12)=102,20; p<0,001) e pirueta (H(12)=81,06;

p<0,001) apresentaram pico de atividade entre 8h e 8h59min.

Figura 7 – Flutuação horária dos padrões de atividades aéreas ao longo do período de

estudo.

Maior esforço amostral é registrado na estação seca (Tabela 2), entretanto, quando

comparadas as estações seca e chuvosa, diferença entre as mesmas foram observadas por

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meio do Teste U Mann-Whitney (U=4,44x108; Z=-17,69; p(bilateral)<0,001), maior atividade foi

observada na estação chuvosa (Figura 8).

Tabela 2 – Esforço amostral nas estações seca e chuvosa.

Estação Seca Estação Chuvosa

Hora de observação 7.096 horas e 44 minutos 6.107 horas e 01 minuto

Hora de Observação Golfinhos 3.765 horas e 34 minutos 1.713 horas e 20 minutos

Total Intervalo de AA 14.945 6.971

Figura 8 – Relação AA (mediana) nas estações seca e chuvosa.

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Ambas as estações apresentaram flutuações horárias nas atividades aéreas ao longo

do período de estudo (Seca: H(12)=636,44, p<0,001; Chuvosa: H(10)=243,16, p<0,001)

(Figura 9).

Figura 9 – Flutuação horária da Relação AA (mediana) das atividades aéreas de

acordo com as estações seca e chuvosa.

Semelhanças entre as estações seca e chuvosa foram observadas nas atividades

aéreas quanto ao pico de maior atividade, classes e padrões. Comparações par-a-par revelaram

maior frequência relativa de atividades aéreas no intervalo entre 8h e 8h59min para ambas as

estações, e foi observado o predomínio das atividades aéreas horizontais em ambas as

estações. Na estação seca, 29% das atividades aéreas foram verticais e 71% horizontais

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(U=7,79x108, Z=-46,78, p<0,001); e na estação chuvosa as atividades aéreas verticais

corresponderam a 34% enquanto que as horizontais corresponderam a 66% (U=1,92x108, Z=-

22,62, p<0,001). Diferenças significativas também foram observadas entre os padrões (Seca:

H(12)=2647,71, p<0,001; Chuvosa: H(10)=420,47, p<0,001), sendo os padrões mais

executados foram rotação, batida de cauda e caída (Tabela 3).

Tabela 3 – Frequência (%) de execução dos padrões de atividades aéreas nas

estações seca e chuvosa.

PADRÃO SECA CHUVOSA

Batida de cauda 19,9% 23,8%

Batida de cabeça 10,9% 11,7%

Motor de popa 5,9% 8,1%

Caída 18,0% 18,3%

Salto 5,7% 7,4%

Rotação 36,7% 28,9%

Inversão 1,3% 0,8%

Pirueta 1,6% 1,0%

Teste Kruskal-Wallis mostrou flutuações horárias nas classes (SECA: Vertical:

H(12)=860,48, p<0,001; Horizontal: H(12)=429,71, p<0,001; CHUVOSA: Vertical:

H(10)=319,07, p<0,001; Horizontal: H(10)=137,67, p<0,001) Para estação seca, ambas as

classes foram observadas maior frequência relativa nos horários entre 8h e 8h59min; já para a

estação chuvosa, as atividades aéreas verticais foram observadas com maior frequência

relativa no período entre 8h e 9h59min, enquanto que atividades aéreas horizontais entre 8h e

8h59min.

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Variações horárias também foram observadas paras os padrões de atividades aéreas

tanto para a estação seca quanto para a estação chuvosa, e comparações par-a-par revelaram

horários de maior frequência relativa (Tabela 4). Apenas para os padrões inversão e pirueta

não foram observadas variação na frequência relativa de atividade aérea na estação chuvosa.

Tabela 4 – Resultado do teste Kruskal-Wallis para os padrões de atividades aéreas

nas estações seca e chuvosa e horário de maior frequência relativa (pico).

PADRÃO SECA CHUVOSA

Kruskal-Wallis Pico Kruskal-Wallis Pico

Batida de cauda H(12)=712,13

p<0,001

Entre 8h e

8h59min

H(10)=272,30

p<0,001

Entre 8h e

8h59min

Batida de cabeça H(12)=297,90

p<,001

Entre 7h e

8h59min

H(10)=103,25

p<0,001

Entre 8h e

8h59min

Motor de Popa H(12)=497,70

p<0,001

Entre 8h e

9h59min

H(10)=196,21

p<0,001

Entre 8h e

8h59min

Caída H(12)=315,61

p<0,001

Entre 8h e

8h59min

H(10)=113,56

p<0,001

Entre 8h e

8h59min

Salto H(12)=81,86

p<0,001

Entre 8h e

8h59min

H(10)=43,50

p<0,001

Entre 8h e

8h59min

Rotação H(12)=453,45

p<0,001

Entre 7h e

9h59min

H(10)=82,61

p<0,001

Entre 8h e

8h59min

Inversão H(12)=98,84

p<0,001

Entre 8h e

8h59min

H(10)=21,66

p>0,001

-

Pirueta H(12)=65,61

p<0,001

Entre 8h e

8h59min

H(10)=34,31

p>0,001

-

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DISCUSSÃO

A atividade aérea é um padrão comportamental observado em diversas espécies de

cetáceos. As funções das atividades aéreas têm sido descritas para diferentes espécies em

diferentes contextos. Em diversos estudos as atividades aéreas são relacionadas ao estado de

alerta, sendo descritas variações no grau de atividade ao longo do dia (Norris & Dohl 1980;

Norris et al. 1985; Norris et al. 1994; Silva 2001; Lammers 2004; Danil et al. 2005; Courbis

& Timmel 2009; Silva-Jr 2010).

Assim como observado por Norris e Dohl (1980) e Silva-Jr (1996) para golfinhos-

rotadores, e também para outras espécies (Waters & Whitehead 1990; Weinrich et al. 2001),

no presente estudo, observa-se relação positiva entre a quantidade de atividades aéreas e o

número de golfinhos. Grupos maiores exibem maior frequência de atividades aéreas. Se

considerarmos a hipótese de as atividades aéreas servirem como marcadores de

posicionamento espacial do grupo (Norris 1991), a troca de informações entre os membros

será maior quanto maior for o agrupamento.

No presente estudo foi observado que quanto maior a quantidade de golfinhos dentro

da Baía, menor a frequência relativa de execução de atividade aéreas para cada animal. Essa

diminuição da frequência relativa com o aumento no número de animais, pode estar

relacionada à um efeito diluição, de forma que mais golfinhos dentro da Baía reduziria a

frequência relativa de atividades aéreas para cada animal. Também é possível que tal

resultado esteja relacionado ao espaçamento dos animais dentro da Baía, uma vez que grupos

menores seriam mais esparsos, fazendo com que mais atividades aéreas sejam executadas para

manter a comunicação entre os animais.

Variações na frequência das atividades aéreas têm sido observadas em diversas

espécies. Würsig e Würsig (1979) relatam maior frequência de atividade no período da tarde,

sendo tais comportamentos correlacionados à alimentação. Waters e Whitehead (1990)

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também observaram maior frequência de atividade aérea ocorrendo à tarde, relacionada à

socialização.

Tanto para ambiente natural quanto para cativeiro, Saayman et al. (1973)

descreveram ritmos diurnos para Tursiops aduncus (Ehrenberg,1833), observando níveis

máximos de interação social pela manhã com declínio ao final da tarde. Semelhante ao

encontrado no presente estudo, os autores também observaram pico de saltos entre 8h e 9h,

sendo esses saltos associados à alimentação e acasalamento. Esse mesmo pico, entre 8h e 9h

também foi observado no presente estudo, entretanto o contexto associado às atividades

aéreas não foi analisado.

Segundo Norris e Dohl (1980), a melhor correlação entre a frequência de atividades

aéreas e a condição de um grupo parece ser relacionada ao nível de atividade dos animais,

quanto maior o estado de alerta mais frequentes são as atividades aéreas. Estudos anteriores

com golfinhos-rotadores descreveram flutuações horárias no grau de agitação dos golfinhos-

rotadores através das atividades aéreas. Para a espécie, no Havaí, a maioria das atividades

aéreas registradas ocorreu pela manhã e no final de tarde.

Norris & Dohl (1980) observaram dois picos de maior frequência de atividades

aéreas, entre 8h e 9h, e entre 14h e 15h, enquanto Danil et al. (2005) observaram aumento na

frequência de atividades aéreas ao final da tarde, após 16h, sendo esse pico de atividade aérea

associado com o movimento dos golfinhos para alto mar.

Para Fernando de Noronha, Silva-Jr (1996) observou uma sequência de períodos de

elevação e diminuição na frequência de atividades aéreas, o que resultou em seis períodos

comportamentais distintos. O primeiro período de maior frequência de atividades aéreas foi

denominado de organização e compreende o horário entre 6h30min e 10h29min, e o segundo,

denominado reorganização compreende o horário entre 13h e 13h29min.

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Assim como no presente estudo, resultados diferentes para a Baía dos Golfinhos de

Fernando de Noronha foram observados no período entre dezembro de 2006 e março de 2007,

no qual foi observado apenas um período de maior frequência entre 7h30min e 9h30min

(Silva-Jr 2010). O período de maior atividade encontrada, bem como o resultado obtido no

presente estudo, corresponde ao período de organização descrito por Silva-Jr (1996). O

período de organização foi descrito como o período de maior grau atividade, no qual os

golfinhos que entraram na Baía se organizam em subgrupos comportamentais de descanso,

mãe-filhote e cópula. Sendo assim, as atividades aéreas nesse período estariam associadas à

organização dos subgrupos, tendo função comunicativa entre os animais.

O segundo período de maior grau de agitação descrito por Silva-Jr (1996), a

reorganização, não foi observado neste trabalho. A ausência desse segundo período pode estar

relacionada às mudanças comportamentais observadas na população de golfinhos-rotadores de

Fernando de Noronha, como a diminuição no tempo de permanência dos animais na enseada

que vem sendo observado a partir de 2003 (Silva-Jr 2010), reduzindo o tempo de descanso

dentro da Baía. Os golfinhos-rotadores de Fernando de Noronha vêem apresentando

comportamentos diferentes do registrado em estudos anteriores, estabelecendo padrão de

ocupação para a Baía de Santo Antônio/Entre Ilhas de Fernando de Noronha (Tischer 2011).

Sendo assim, observa-se alteração comportamental resultante da diminuição do

tempo de permanência dos golfinhos dentro da Baía. Os golfinhos-rotadores de Fernando de

Noronha reduziram seu período de descanso, abolindo o período comportamental de descanso

II descrito por Silva - Jr (1996).

Alterações no comportamento aéreo dos golfinhos-rotadores também foram

observadas para a população do Havaí. Courbis e Timmel (2009) atribuem tais alterações a

ações antrópicas. O aumento no tráfego de embarcações e mergulhadores atingiu um nível

que afetam os padrões comportamentais diários dos golfinhos.

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As classes de atividades aéreas, vertical e horizontal, apresentaram variação horária

semelhante ao longo do período de estudo, sendo observadas diferenças no número de

registros de cada classe. Quando comparadas a estudos anteriores, observam-se mudanças em

relação ao pico da frequência relativa das classes de atividades aéreas. Silva-Jr (2010) relata

pico de atividade aérea vertical entre 7h30min e 10h e às 11h30min no período de dezembro

de 2006 a março de 2007. No presente estudo apenas um pico de maior frequência relativa de

atividades aéreas verticais foi observado. Essa alteração pode indicar diminuição do tempo de

descanso na Baía dos Golfinhos. Já para as atividades aéreas horizontais observa-se pico de

frequência relativa semelhante ao observado por Silva-Jr (2010).

De forma geral, os oito padrões de atividades aéreas apresentaram flutuações

horárias e picos semelhantes, contribuindo para que o pico de atividade aérea total seja no

intervalo entre 8h e 8h59min. Geise et al. (1999) também descrevem flutuações horárias nos

padrões aéreos de boto-cinza, Sotalia guianensis (van Bénéden,1864), em Cananéia. Saltos

foram mais frequentes durante à tarde, e batidas de cauda foram mais frequentes pela manhã,

sendo associadas a comportamentos de forrageio.

O padrão característico da espécie, rotação, foi frequentemente observado pela

manhã. Resultado diferente foi relatado por Norris et al. (1994), que observaram as rotações

mais frequentes ao entardecer, e através de observações em cativeiro atribuíram a

probabilidade de tal padrão ser muito frequente à noite.

A batida de cauda também foi mais frequentemente observada pela manhã. Maior

frequência de batida de cauda pela manhã também é observada para golfinhos-rotadores do

Havaí (Danil et al. 2005). A maior frequência relativa desse padrão pela manhã pode ser

explicada pelo comportamento de cópula dos golfinhos-rotadores. Silva-Jr (1996) relata maior

frequência relativa de comportamentos de cópula ocorrendo pouco tempo após a chegada e

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antes da saída dos golfinhos da Baía, e tais comportamentos foram observados sendo

acompanhado por batidas de cauda dos machos, principalmente motor de popa.

A sazonalidade de comportamentos tem sido observada em diversos estudos com

cetáceos. Silveira (2006) observou em S. guianensis maior frequência nos comportamentos

de forrageio, socialização e atividade aérea entre os meses de julho e novembro. O autor

considera que o aumento da atividade de forrageio e, consequentemente, na eficácia de

captura, pode estar influenciando outros estados comportamentais, redirecionando tempo e

esforço dedicado à captura de presas para outras atividades, aumentando a atividade de

socialização e atividade aérea. Para Sotalia fluviatilis (Gervais,1853) também é observada

sazonalidade de comportamentos, principalmente de forrageio, que é mais intenso no período

seco, devido à maior densidade de presas (Da Silva & Best 1996).

Em golfinhos-rotadores foi observada sazonalidade em comportamentos como

ocupação e reprodução. Em Kealake’akua Bay e tanto a frequência quanto a permanência dos

indivíduos nessa área ocorre de maneira sazonal, sendo observadas frequência e permanência

maior dos golfinhos durante a primavera e o verão, influenciados por dias mais longos e pela

disponibilidade de alimentos nessas estações (Norris et al. 1994). Resultado semelhante foi

observado em Fernando de Noronha, a frequência e a permanência dos golfinhos variam ao

longo do ano, com valores maiores desses parâmetros ocorrendo durante a estação seca

(agosto a fevereiro) (Silva-Jr 1996).

Em relação às atividades aéreas dos golfinhos-rotadores dentro da Baía dos

Golfinhos de Fernando de Noronha, horário de pico semelhante foi observado para ambas as

estações. Em estudo anterior, Silva (2001) observou na estação seca elevação gradativa das

atividades aéreas a partir da entrada dos animais, com pico ocorrendo ás 8h, seguido de

decréscimo e estabilização dos valores até às 13h, ocorrendo nova elevação entre 14h e 15h e

gradativa redução das atividades aéreas até a saída dos animais. Já para a estação chuvosa foi

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77

observado incremento das atividades aéreas a partir da entrada dos golfinhos na Baía,

culminando em um pico de atividade entre 8h e 9h. Após o pico foi observada redução e

manutenção dos valores por cinco horas consecutivas para em seguida reduzir abruptamente

com a saída dos animais próximo ás 16h.

Ainda no mesmo estudo, Silva (2001) evidenciou para ambas as estações, pico na

expressão das atividades aéreas ocorrendo duas horas após a entrada dos golfinhos na Baía,

sendo observado um discreto pico secundário na estação seca, entre 14h e 15h, antes da saída

dos animais. O autor associa essas fases de elevação na expressão de atividades aéreas á

atividade reprodutiva, visto que estas fases coincidem com horários de picos de cópula, e a as

fases de redução de atividades aéreas podem indicar momentos de maior interação social entre

os indivíduos concentrados na área, principalmente no que se refere ao repouso e cuidados

com filhotes.

O discreto pico encontrado por Silva (2001) não foi observado no presente estudo,

muito provavelmente devido a alterações na ocupação da Baía dos Golfinhos que vem sendo

observadas desde 2003. De forma geral, no presente estudo, observou-se maior frequência

relativa de atividades aéreas cerca de duas horas após a entrada dos animais na Baía,

semelhante ao descrito em estudo anterior citado acima. O pico de atividades aéreas se

mantém majoritariamente entre 8h e 8h59min paras as estações, classes e padrões.

Silva (2001) observou maior frequência na estação chuvosa. No presente estudo,

frequência relativa maior de atividade aérea foi observada na estação chuvosa, apesar da

diminuição do número de indivíduos a quantidade de atividades aéreas se mantém elevadas.

Apesar das águas que caem nas chuvas que atingem Fernando de Noronha não escoarem

diretamente para dentro da Baía dos Golfinhos, uma maior agitação ocorre no local, aumenta

a turbidez das águas que seriam utilizadas como descanso para os golfinhos-rotadores (Costa

2011). Esse aumento da turbidez dentro da Baía dos Golfinhos pode ser responsável pela

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maior frequência relativa de atividades aéreas observadas na estação chuvosa, os animais se

utilizariam das atividades aéreas como marcadores acústicos para posicionamento do grupo,

agrupamento e indicar direção de deslocamento. Entretanto, mais estudos e estudos mais

específicos são necessários para compreender melhor as funções desempenhadas pelas

atividades aéreas.

As atividades aéreas são comportamentos difíceis de quantificar em ambiente natural

(Lusseau 2006). Entretanto, Baía dos Golfinhos do Parque Nacional Marinho de Fernando de

Noronha é um dos locais mais acessíveis para se estudar o comportamento de uma espécie

oceânica de cetáceo, como o golfinho-rotador. O estudo das atividades aéreas permite

evidenciar a variação horária e a frequência dos padrões aéreos executados pelos animais em

ambiente natural, fornecendo informações adicionais sobre o comportamento dos mesmos

dentro da Baía.

A facilidade de se encontrar golfinhos e o carisma destes animais transformou-os em

um dos principais atrativos turísticos do Arquipélago, responsável por cerca de 5% dos

recursos financeiros deixados pelos visitantes em Fernando de Noronha (Silva-Jr 2010). A

observação de atividades aéreas dos golfinhos-rotadores é o ponto alto do turismo de

avistagem dos cetáceos por terra em Fernando de Noronha. Com a identificação de períodos

de maior frequência e intensidade das atividades aéreas, pode-se orientar os visitantes de

Fernando de Noronha a se deslocarem ao Mirante dos Golfinhos nos horários de maior

espetáculo, estimulando o turismo de observação de terra, que ao contrário do turismo

náutico, não causa impacto sobre os golfinhos-rotadores.

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84

O autor José Martins da Silva–Jr. colaborou desde o início do trabalho. Auxiliou com

a elaboração do projeto, assim como da dissertação e dos manuscritos, contribuindo para a

discussão dos resultados encontrados e suas relações com aspectos comportamentais e

ecológicos. Esteve sempre presente, disponibilizando na forma de sua pessoa ou do Projeto

Golfinho Rotador (PGR), material bibliográfico e ajuda com a logística do trabalho.

Marine Mammal Science – Formatação.

Updated 26 August 2011.

Marine Mammal Science publishes significant new findings on marine mammals resulting

from original research on their form and function, evolution, systematics, physiology,

biochemistry, behavior, population biology, life history, genetics, ecology and conservation.

Range extensions, unusual observations of behavior, and preliminary studies of a few

individuals are published only where there is sufficient new information to render the

manuscript of general interest. Low priority will be given to confirmatory investigations of

local or regional interest.

The Journal endorses the principle that experiments using live animals should be undertaken

only for the purpose of advancing knowledge. Consideration should be given to the

appropriateness of experimental procedures, species of animals used, and number of animals

required. All animal experimentation reported in Marine Mammal Science must be

conducted in conformity with the relevant animal care codes of the country of origin. The

Editor will refuse manuscripts in which evidence of adherence to such codes is not apparent.

Marine Mammal Science publishes

1. Articles: important original research;

2. Review Articles: critical appraisals which place recent research in a new conceptual

framework;

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3. Notes: short communications on current research, important preliminary findings or

new techniques;

4. Opinions: invited contributions on selected topics;

5. Letters: a forum for communications in response to papers previously published in

Marine Mammal Science, opinion, interpretation, and new information about all topics of

interest to marine mammalogists;

6. Obituaries and In Memoriam Notices: Obituaries are short announcements of recent

deaths of Society for Marine Mammalogy members and In Memoriam notices are invited

longer descriptions of the career and accomplishments of recently deceased members who

have made major contributions to the field of marine mammal science and the Society.

Articles, Review Articles and Notes are subject to peer review. Any Letter challenging

published results or interpretations is transmitted to the author of the published work with an

invitation to respond. The letter and its response are published simultaneously. Letters are

judged by the Editor on appropriateness of the subject and interest to readers.

Obituaries and In Memoriam Notices require contacting the Editor before submitting material.

BriefObituaries will be published after review by the Editor. In Memoriam Notices will be

selected based on the deceased member's contribution. Requests to do an In Memoriam

Notice must be made to the Editor, before being written. The Editor will consult with the

Board of Governors of the Society to determine the appropriateness of publishing an In

Memoriam Notice for the deceased member and will invite the submission if determined

appropriate. A decision to invite an In Memoriam Noticewill be determined by a majority vote

of the Board of Governors.

Manuscript Preparation

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authors double-check for typographical and other errors and ensure that manuscripts and

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conclusions and their significance. Below the abstract, provide and identify as such three to

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symbols should be identified clearly; superscripts and subscripts should be legible and

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Reference to Online Information

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Standard Abbreviations

GENERAL

s, min, h (hour), d (day), wk, mo, yr, g (gram), mg, kg, Hz, kHz, MHz, km, m (meter), mm,

cm, cc, mi (mile), ft, in. (note period), kn (knot), ha, gal, mL, L (liter, spell out when used

alone).

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STATISTICS

P (probability), (mean, X-bar above), SD, SE, CV, SEM, n (sample size), df, r (correlation

coefficient), t, F, U, Z (statistical tests); letters in equations are italicized.

LATIN WORDS AND PHRASES (ALWAYS ITALICIZED)

i.e., (note comma); e.g., (note comma); ca.; cf; in vivo; in situ; vs.; etc.; per se; et

al.; via; sensu;sensu faro; sensu stricto; a priori.

Acknowledgments

List all acknowledgments briefly under a single heading at the end of the text on a separate

page. If applicable, give the permit number under which the work was conducted.

Literature Cited

References should be cited in the text in the following form: Smith (1982); Smith (1982a, b);

Smith (1983, 1984); Smith and Jones (1984); (Smith 1986); (Smith 1986, Jones 1987); (Smith

1986; Jones 1986, 1987); (Smith 1986a, b; Jones 1987); (U.S. Federal Register 1997); more

than two authors, Smith et al. 1987. References are cited chronologically, not alphabetically

in the text.

References should be double-spaced and listed alphabetically as "Literature Cited" in the

following standard form, giving the journal titles in full and each author's last name

starting with a full capital followed by lowercase for the rest of the name.

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References with more than seven authors should be listed as follows:

Note there are a total of 10 authors for this paper. Zuerner, R. L., Cameron, C. E., Raverty, et

al.2009. Geographical dissemination of Leptospira interrogans serovar Pomona during

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Multiple citations for an author and single co-author are arranged alphabetically according to

co-author. If there is more than one co-author, citations are arranged chronologically.

Issue numbers are not used unless page numbering begins at 1 with each issue. The number of

pages is not given for books, but should be included for unpublished documents, theses, and

"gray literature" (government reports, technical bulletins, etc.)

Citation of personal communications and unpublished data are not to be included under

'Literature Cited' but should be referenced as footnotes that include the complete name and

address of the source and the month and year of the communication or notification of the

unpublished data. If the unpublished data citation is from the author or a coauthor, a footnote

with details is not required. Meeting abstracts should not be cited as such or included in

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the Literature Cited Section. If information from an abstract is the only source of support

for a point being made, it must be treated as a personal communication or unpublished data

and have received prior approval from the author of the abstract before being cited. Such

citations should be used minimally and shall not comprise a critical component of a major

point being made in the manuscript because the validity or reliability of such data cannot be

evaluated properly by readers.

A paper may be cited 'in press' only if it has been accepted in final form by a journal. Papers

'submitted' or 'in preparation' may not be cited as such, but information in them may be cited

as 'personal communication.' Any citation of information based on a manuscript submitted or

in preparation, must be with the explicit permission of the lead author or person who provided

the information. Citations of non-refereed documents (e.g., contract reports, environmental

impact statements, meeting working papers) and gray literature is discouraged and should not

be used as "one more example" of a point when primary peer-reviewed literature is cited to

support the point. However, if there is no primary peer-reviewed literature to support

important findings or the interpretation of those findings presented in the manuscript, they

may be cited. Such citations should only be referenced in the Literature Cited section if the

reference is readily available to the reader. The source for the reference must be given,

including if necessary the address where it can be obtained. Any document bearing a 'Do not

cite without permission' statement may be cited only with the explicit permission of the lead

author. A statement that all necessary permissions have been obtained must be included in the

cover material accompanying the submitted manuscript. Authors must double-check all

literature cited; they are solely responsible for its accuracy.

Tables

Excessive tabular data are discouraged. Tables should be typed separately and double-spaced.

Tables should be numbered with Arabic numerals in the sequence first referenced in the text

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and have a brief title. Column headings and descriptive footnotes should be brief. Do not use

vertical rules.

Figures

Figures are costly and should be used with discretion. An illustration is justified only if it

clarifies or reduces the text.

Please note that if accepted, figures will be requested in TIFF or EPS format. Please save line

artwork (vector graphics) as Encapsulated PostScript (EPS) and bitmap files (halftones or

photographic images) as Tagged Image Format (TIFF), with a resolution of at least 300 dpi at

final size.

More detailed information on the submission of electronic artwork can be found at:

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Registration of Nucleotide and Amino Acid Sequences

Newly reported DNA or amino acid sequences must be deposited in the appropriate public

databases (GenBank/EMBL/DNA Data Bank of Japan or UniProtKB/Swiss-Prot). Accession

numbers must be included in the final version of the manuscript prior to publication.

Taxonomic Usage

Taxonomic usage in Marine Mammal Science should follow the List of Marine Mammal

Species and Subspecies on the Society for Marine Mammalogy website. This list will

periodically be updated as appropriate. Authors wishing to use a different nomenclature

should explain the departure in a footnote. The Editor may seek input from the Society’s

Committee on Taxonomy before accepting a departure.

Submission of Manuscripts

All manuscripts should be submitted online at: http://mc.manuscriptcentral.com/mmsci .

Useful guidelines can be found in ScholarOne’s “Quick-Start Guide for Authors” and “Tips

for Uploading Files in Manuscript Central” located at:

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http://mcv3help.manuscriptcentral.com/tutorials/Author.pdf. Please contact the editorial office

at [email protected] if you have problems submitting your manuscript. A

manuscript number will be assigned to each new submission and sent to the submitting author

via return email. In all correspondence beyond the initial submission, please put your assigned

manuscript number on the subject line of your email.

Authors submitting a manuscript do so on the understanding that if it is accepted for

publication, copyright of the article, including the right to reproduce the article in all forms

and media, shall be assigned exclusively to The Society for Marine Mammalogy. The Society

will not refuse any reasonable request by the author for permission to reproduce any of his or

her contributions to MARINE MAMMAL SCIENCE.

Authors are responsible for page charges of $15.00 (U.S.) per printed page or part thereof. If

funds for publication are not supplied by an agency or grant, a waiver of page charges may be

applied for by email to the Editor at [email protected]. Please write “waiver

request” and the manuscript number on the subject line.

The F. G. Wood Student Scholarship

Forest G. Wood, a founder of the Society for Marine Mammalogy, was noted for his editorial

skills. All students submitting manuscripts accepted for publication in Marine Mammal

Science should indicate at the time of submission if they want to be considered for this award.

The editor will select the winner from among the accepted manuscripts submitted during the

interval between successive Biennial Conferences on the Biology of Marine Mammals.

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93

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A atividade aérea, importante parâmetro etológico que permite identificar alterações

comportamentais, é um padrão comportamental descrito em várias espécies de cetáceos.

Apesar de ser uma importante ferramenta, poucos estudos tem as atividades aéreas como

principal objetivo. A existência de poucos estudos abordando especificamente as atividades

aéreas deve-se, muito provavelmente, a dificuldade de quantificação desses comportamento

em ambiente natural (Lusseau 2006b).

A presença diária dos golfinhos-rotadores na Baía dos Golfinhos do Parque Nacional

Marinho de Fernando de Noronha proporciona condições ideais para o desenvolvimento de

estudos em longo prazo com a espécie, uma vez que o Arquipélago é um dos locais mais

acessíveis para o estudo com golfinhos-rotadores.

Variações diárias e sazonais são descritas para os comportamentos dos golfinhos de

Fernando de Noronha, incluindo as atividades aéreas (Silva-Jr1996, 2010; Silva 2001). A

quantificação das atividades aéreas permite evidenciar diferenças na frequência de execução

de tais comportamentos.

Duas classes e oito padrões de atividades aéreas são descritas para os rotadores de

Noronha. Essa diversidade de comportamentos aéreos observado confere caráter

multifuncional às atividades aéreas, sendo as mesmas executadas em diferentes frequências. A

frequência de execução também podem ser influenciadas pela faixa etária do individuo, pelo

horário do dia e pela estação climática, como relatado em estudos anteriores (Silva-Jr 1996,

2010; Silva 2001).

Com os resultados obtidos na Baía dos Golfinhos, pode-se conclui que:

os golfinhos-rotadores realizam com maior frequência relativa as atividades

aéreas horizontais, que estão relacionadas ao deslocamento, aos

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comportamentos de entrada e saída dos grupos da área e ao acompanhamento

de embarcações;

O padrão característico e que dá nome popular à espécie é a atividade aérea

mais executado;

É observada maior frequência relativa de execução de atividades aéreas por

indivíduos adultos;

Tanto indivíduos adultos quanto filhotes, executam mais atividades aéreas

horizontais, e a rotação é o padrão mais executado em ambas as faixas etárias;

A frequência relativa de execução de atividades aéreas varia de acordo com o

horário do dia, apresentando maior atividade por parte dos animais no período

da manhã;

Independentemente da classe e do padrão de atividade aérea executado, o

período de maior frequência relativa permanece pela manhã;

Os golfinhos-rotadores realizam atividades aéreas em maior frequência relativa

na estação chuvosa;

Apesar da diferença na quantidade de atividades aéreas executadas entre as

estações seca e chuvosa, a variação ao longo do dia se manifesta de maneira

semelhante, com maior frequência relativa de atividades aéreas pela manhã.

Devido a seu caráter multifuncional, as classes e os padrões de atividades aéreas são

expressas em diferentes frequências de execução. Essas diferenças na frequência de execução

refletem variações no grau de atividade dos animais ao longo do dia, bem como ao longo das

estações climáticas, sendo assim registrados períodos de maior atividade.

Alterações comportamentais já são observadas nos golfinhos-rotadores de Fernando de

Noronha. A existência de dois períodos comportamentais de maior atividade relatada em

estudos anteriores (Silva-Jr 1996) já não é mais registrada. O segundo período de maior

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atividade relatado no período da tarde não é observado recentemente, sendo tal resultado

relacionado à diminuição do tempo de permanência dos animais na Baía dos Golfinhos.

Sendo assim, a quantificação das atividades aéreas é uma importante fonte de subsidio

para estudos futuros, utilizando as mesmas como ferramentas para identificar possíveis

perturbações.

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