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Grécia Localizada numa península rochosa, desértica, no mar Egeu. Uma das contribuições dos gregos foi governamental: a cidade-estado. Duas das mais importantes cidades-estados da Grécia foram Atenas, notável por sua vida intelectual, e Esparta, conhecida por seu militarismo rigoroso. A perspectiva grega de vida foi a primeira a ser considerada lógica e empírica no sentido moderno. A literatura possuía padrões literários que são utilizados ainda hoje. Filipe da Macedônia (359-336 a.C.) e seu filho Alexandre Magno (336-323 a.C.) conquistaram e helenizaram o mundo conhecido. Partenon, dedicado à deusa Atena, desde o século V a.C. A Civilização Grega

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Grécia

Localizada numa península rochosa, desértica,

no mar Egeu. Uma das contribuições dos

gregos foi governamental: a cidade-estado.

Duas das mais importantes cidades-estados da

Grécia foram Atenas, notável por sua vida

intelectual, e Esparta, conhecida por seu

militarismo rigoroso. A perspectiva grega de

vida foi a primeira a ser considerada lógica e

empírica no sentido moderno.

A literatura possuía padrões literários que são

utilizados ainda hoje. Filipe da Macedônia

(359-336 a.C.) e seu filho Alexandre Magno

(336-323 a.C.) conquistaram e helenizaram o

mundo conhecido.

Partenon, dedicado à deusa Atena,

desde o século V a.C.

A Civilização Grega

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A Porta dos Leões

A Porta dos Leões, situada no muro exterior

que rodeia o palácio de Micenas (construído

por volta de 1300 a.C.), foi construída em

pedra calcária. Sobre o grande dintel, vários

blocos de pedra formam um triângulo, no qual

encontram-se leões em relevo, talhados de

ambos os lados de uma coluna sagrada

minóica. As cabeças das feras, que não foram

conservadas, eram peças independentes feitas

de metal ou de pedra.

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A Civilização Grega

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Grécia

Por volta do ano 2000 a.C., a região começou a

ser ocupada por diversos povos nômades.

Vindos das planícies da Europa oriental, esses

povos chegaram à Grécia em sucessivas ondas

migratórias. Primeiro, estabeleceram-se os

aqueus, depois os jônios e os eólios, e, por

último, os dórios.

Os jônios e os eólios integraram-se facilmente

às populações que então habitavam a região da

Grécia. Os dórios foram os últimos a chegar e

aniquilaram a sociedade dos aqueus. A invasão

dos dórios marca o início do período Homérico.

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Nos pequenos campos da Grécia,

cultivavam-se oliveiras, videiras,

legumes, cereais; colhia-se

também mel de abelhas. Na

imagem, reprodução de um vaso

grego. A cena pintada reproduz a

colheita de azeitonas.

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Período Homérico (900-700 a.C.): o poder dos clãs

Nessa época - século VIII a.C. -, a vida na Grécia tinha por base a grande

família ou clã. O clã era comandado por um chefe, o patriarca. Todos os

seus integrantes colaboravam nos trabalhos, e a propriedade da terra era

coletiva.

Cultivavam-se cereais, uvas e oliveiras. Criavam-se cabras, ovelhas e

porcos. Produziam-se objetos de cerâmicas, tecidos rústicos, armas e

embarcações. O comércio estava limitado à troca de mercadorias.

O fim do período Homérico é marcado pelo crescimento da população e

pela escassez de terras férteis. Essa situação provocou grave crise, que

desagregou as comunidades baseadas no parentesco.

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O Período Arcaico

O período Arcaico da Grécia Antiga (700 a.C. - 500 a.C.) caracterizou-se

pelo desenvolvimento das cidades-estados, pela emigração e pela fundação

de colônias gregas em regiões longínquas.

O território da Grécia havia se tornado pequeno para atender às

necessidades de uma população cada vez maior. Além disso, a maior parte

das terras cultiváveis encontrava-se nas mãos da aristocracia. Por isso,

numerosos agricultores foram em busca de possibilidades de subsistência

fora da Grécia.

Esse processo acabou dando origem a inúmeras colônias gregas em

diversas regiões do Mediterrâneo e do mar Negro. Os gregos fundaram,

entre outras colônias, Bizâncio, Odessa, Siracusa, Tarento, Nápoles, Nice,

Nicósia e Síbaris. As colônias do sul da península Itálica formavam a

região denominada Magna Grécia.

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Período Clássico

No século V a.C., sob o governo de Péricles (444-429 a.C.),

Atenas tornou-se a cidade mais importante da Grécia, e a

sociedade grega atingiu seu maior esplendor. Esse século é

chamado por alguns historiadores de a Idade de Ouro da

Sociedade Grega ou o Século de Péricles.

Nesse período, algumas cidades gregas uniram-se para

enfrentar um perigo externo: os persas. O rei persa Dario

foi o primeiro a atacar, mas seu exército foi derrotado pelos

atenienses em 490 a.C. na batalha de Maratona.

Depois veio o seu sucessor, Xerxes, que foi também

derrotado, desta vez por uma esquadra grega, comandada

pelo ateniense Temístocles, na batalha naval de Salamina

(480 a.C.).

O conflito entre gregos e persas ficou conhecido como

Guerras Greco-Pérsicas.

Atenas e Esparta, por suas diferenças, acabaram entrando

em conflito, na chamada Guerra do Peloponeso. Desta

guerra, Esparta saiu vitoriosa.

Busto de Péricles, um

líder que conduziu a

cidade-estado de

Atenas para uma

idade de ouro.

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Esparta: eternos guerreiros

Havia na sociedade espartana um número reduzido de nobres. Conhecidos como

espartíatas, eles viviam exclusivamente das atividades ligadas ao Estado

(administração ou serviço militar). Em troca, recebiam do próprio Estado o

direito de explorar um lote de terra.

Esse lote de terra era trabalhado por servos do Estado, os hilotas. Eles viviam

coletivamente e só podiam ser vendidos ou libertados em grupo e com a

permissão do governo espartano.

Além dos espartíatas e dos hilotas, havia os periecos, pequenos proprietários de

terras, comerciantes, artesãos e soldados de menor hierarquia.

Em Esparta, a vida política era regida de fato pelos Éforos. Em número de cinco,

eles eram responsáveis por vigiar as ações dos reis e da Gerúsia. Dirigiam ainda a

educação e exerciam a justiça. Eram os verdadeiros dirigentes de toda a vida

política em Esparta.

A Gerúsia ou Conselho de Anciãos era presidida por dois reis e composta por 28

membros vitalícios com mais de 60 anos (os gerontes). Sua função era elaborar as

leis e decidir sobre assuntos de política externa, como a declaração de guerra ou a

assinatura de alianças.

A Ápela ou Assembléia Popular, da qual participavam os espartíatas com mais de

30 anos, tinha apenas função consultiva. Seus membros podiam participar da

eleição dos gerontes e dos éforos.

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Educação espartana: em busca do soldado ideal

A educação espartana tinha por objetivo dar ao

indivíduo uma formação física perfeita, coragem e

hábitos de obediência às leis, para torná-los soldados

ideais. Até os sete anos o menino ficava aos cuidados

da mãe, depois disso saía do lar e ia para as casernas

públicas.

Dos 7 aos 18 anos, os meninos eram educados para a

guerra. Recebiam uma educação rígida, comiam em

mesas comuns, ajudavam no fornecimento de

alimento, caçavam animais selvagens e participavam

de danças. O resto do tempo era gasto em exercícios

de ginástica.

Dos 18 aos 20 anos o jovem dedicava-se ao estudo das

armas e das manobras militares. Dos 20 aos 30 anos

seu treino era na guerra. As meninas eram educadas

severamente para que se tornassem mulheres fortes,

excelentes esposas e mães de soldados.

Em Esparta, desejava-se um indivíduo

obediente às leis e pronto para servir

militarmente à cidade. Ser guerreiro,

valente, destemido eram qualidades

desejadas. Por isso, os jovens eram

educados como se estivessem em um

campo de batalha. As ilustrações

mostram esse espírito da educação

espartana.

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Atenas e a democracia

Em Atenas, a sociedade estava dividida em três grupos distintos: os cidadãos, que

eram os grandes e pequenos proprietários, os comerciantes e os artesãos; os

metecos, que eram os estrangeiros ou descendentes de estrangeiros, que não

tinham direito de propriedade e dedicavam-se ao comércio e ao artesanato; e os

escravos, que eram filhos de pais escravos, prisioneiros de guerra, cidadãos ou

metecos condenados por dívidas (a escravidão por dívidas foi abolida depois das

reformas de Sólon).

A democracia ateniense era garantida pela existência de diversos órgãos. Havia a

Eclésia, espécie de Assembléia, da qual participavam todos os cidadãos com mais

de 18 anos. Suas funções eram vigiar os juízes, resolver todos os negócios da

cidade e, principalmente, votar as leis preparadas pelo Bulé ou Conselho dos

Quinhentos.

O Conselho dos Quinhentos era composto por membros escolhidos por sorteio e

tinham mandato de um ano.

A Heliéia era o principal órgão de justiça, uma espécie de tribunal. Seus

integrantes eram escolhidos por sorteio entre os cidadãos.

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A Educação Ateniense

A educação ateniense tinha por objetivo a formação

completa do cidadão (física, intelectual e artística).

Nos primeiros anos, as crianças ficavam em casa. Os

meninos, ao completar 7 anos, eram entregues aos

cuidados de um pedagogo, que era em geral escravo

ou servo. O menino ateniense freqüentava ainda

duas espécies de escola: uma de música, outra de

ginástica. As meninas ficavam sob a proteção

materna até se casarem.

Em Atenas, não demonstrar interesse pelos assuntos públicos e pelos negócios da cidade era uma atitude condenada. Os atenienses chamavam de "cidadão particular" aquele que apenas se interessava pelos próprios assuntos e não se preocupava com aquilo que dizia respeito à cidade. Mas quem era considerado cidadão em Atenas? Nem todos os habitantes da cidade eram tidos como cidadãos. Podiam participar da vida pública apenas aristocratas, comerciantes, artesãos e pequenos proprietários; estavam excluídos os estrangeiros, os escravos, as mulheres, entre muitas outras pessoas: ao todo, 90% da população.

Este quadro, pintado por Rafael, em 1511, faz referência à cultura grega. Chamado Escola de Atenas, reproduz um encontro de filósofos. Nele estariam presentes Aristóteles e Platão, entre outros. O aperfeiçoamento intelectual do jovem, uma das preocupações da educação ateniense, refletir-se-ia na vida cultural da cidade, favorecendo, por exemplo, o desenvolvimento da filosofia.

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Diferenças entre Atenas e Esparta

Haviam grandes diferenças entre a organização social e política de Atenas e Esparta. Atenas era uma cidade de navegadores, agricultores, filósofos e artistas. Foi o berço da democracia grega. Esparta, por outro lado, era uma cidade militarista, aristocrática e conservadora. A educação, em Atenas, tinha como objetivo a formação completa do homem, nos aspectos físico, intelectual e artístico. Em Esparta, a educação tinha como objetivo dar a cada indivíduo a perfeição física, coragem e disciplina para que se tornasse um soldado ideal.

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O Período Helenístico

Depois da Guerra do Peloponeso (431a.C.- 404 a.C.), que envolveu Atenas, Esparta e as cidades aliadas, outros conflitos tomaram conta das cidades-estados. Isso provocou o enfraquecimento da maioria delas. Filipe, rei da Macedônia, aproveitou-se da situação e, em 338 a.C., dominou as cidades da Grécia. A Macedônia situava-se ao norte da Grécia, e seu povo falava uma língua semelhante ao grego. Com a morte de Filipe em 336 a.C., assumiu o governo seu filho Alexandre Magno. Este, depois de sufocar uma tentativa de revolta na cidade grega de Tebas, conduziu um poderoso exército de 40 mil homens para uma guerra contra Dario III, rei da Pérsia. Os persas acabaram vencidos em 334 a.C. Em seguida, Alexandre foi acolhido no Egito como um libertador, pois nessa época, o Egito estava sob domínio dos persas. Lá ele fundou Alexandria. As conquistas de Alexandre se estenderam pela região da Mesopotâmia, onde ele conquistou Babilônia, Susa e Persépolis. Levou a guerra até a Índia, submetendo alguns príncipes indianos. Suas conquistas levaram à formação de um vasto império, que compreendia desde a Grécia até a planície do rio Indo, na Índia, aglutinando diferentes povos e culturas.

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Período Helenístico

Da fusão da cultura grega com a de outros

povos dominados, principalmente egípcios,

mesopotâmicos e persas, surgiu a cultura

helenística.

Após a morte de Alexandre, em 323 a.C., seu

gigantesco império foi dividido entre seus

generais. A fragmentação do governo não

impediu a circulação de pessoas e

mercadorias.

Entretanto, os diferentes Estados resultantes

da divisão do império de Alexandre passaram

a ser palco de constantes lutas internas. No

século II a.C., esses Estados, enfraquecidos

pelas lutas, não conseguiram resistir ao

crescente domínio de Roma.

Na primeira imagem,

Alexandre, o Grande, é

retratado em uma pintura

mural. Na segunda, a

decoração de um vaso grego

reproduz cenas de batalha.