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Gregor Mendel
Gregor Mendel (1822-1884) é chamado, com mérito, o pai da genética. Realizou trabalhos com ervilha (Pisum sativum 2x=14 ) no mosteiro de Brunn, na Áustria.
Sua primeira monografia foi publicada em 1866 mas, devido ao caráter quantitativo e estatístico de seu trabalho, e das influências do trabalho de Darwin (1859) sobre a origem das espécies, pouca atenção foi dada àqueles relatos.
Em 1900 o trabalho de Mendel foi redescoberto por outros pesquisadores. Cada um deles obtiveram, a partir de estudos independentes, evidências a favor dos princípios de Mendel, citando-o em suas publicações.
Em 1905, o inglês William Bateson, batizou essa ciência que começava a nascer de Genética.
O TRABALHO DE MENDEL
Mendel não foi o único a realizar experimentos de hibridação, mas foi o que obteve maior sucesso, devido sua metodologia científica de matemática aplicada e ao material escolhido.
MATERIAL ESCOLHIDO
Mendel escolheu ervilhas como seu organismo experimental, por ser uma planta anual que podia ser cultivada e cruzada facilmente tendo-se a possibilidade de se obter progênie abundante ocupando pouco espaço. Possuia genitores contrastantes com características bem definidas e muita variabilidade para vários caracteres. Além disso, as ervilhas contém flores perfeitas que contém ambas as partes, femininas e masculinas (produtoras de pólem), e elas são normalmente autofertilizadas, atingindo a homozigose e pureza por processo natural de propagação.
METODOLOGIA
Mendel destacou-se por ter adotado procedimentos metodológicos científicos e criteriosos. Destacam-se os fatos de ter analisado um caráter por vez; trabalhado com pais puros; e ter quantificado os dados. Os cruzamentos foram feitos com grande cuidado, qundo as ervilhas estavam em flor. Para prevenir a autofertilização nas "flores-teste", as anteras daquelas fores escolhidas para serem as flores paternais eram removidas antes que suas estraturas receptoras de pólem estivessem completamente maduras. O polem do progenitor escolhido era transferido na época apropriada para o estigma da flor designada para ser a geradora da semente. As sementes eram deixadas para amadurecer nas hastes das plantas. No caso de um caráter tal como a cor da semente. As sementes eram deixadas para amadurecer nas hates das plantas. No caso de um caráter tal como a cor da semente, a classificação podia ser feitra imediatamente; mas para caracteres como a tamanho da planta pudessem ser classificados as sementes tinham que ser plantadas na estação seguinte e esperar que as plantas amadurecessem. Experiencias de hibridização foram realizadas durante várias gerações e retrocruzamentos foram feitos entre híbridos e variedades paternas puras. Mendel visualizava claramente cada problema a ser resolvido e planejava seus cruzamentos para este fim. Ele observou que as condições do tempo, do solo e da umidade afetavam as características do crescimento das plantas, mas fatores hereditários eram os maiores responsáveis pelas características das plantas. Por exemplo em um determinado ambiente as plantas altas mediam 6 á 7 pés, enquanto as anãs mediam de 9 à 18 polegadas. Uma planta anã nunca transformou-se em alta e uma alta nunca transformou-se numa anã.Mendel estudou 7 características, cada uma com duas manifestações fenotípicas. Elas são relacionadas na tabela que segue.
Fonte: www.ufv.br
GREGOR MENDEL
Segunda leiIntrodução
Mendel em seus experimentos também cruzou plantas que diferiam em relação
a dois pares de alelos. Neste cruzamento, que objetivava esclarecer a relação
de diferentes pares de alelos, ele cruzou plantas que possuíam sementes
amarelas e lisas com plantas que possuíam sementes verdes e rugosas. A
progênie F1 resultante entre o cruzamento dos progenitores homozigota é
formada por híbridos(heterozigotos) para dois pares de genes. A progênie F1
(GgWw) é formada por diíbridos e, por extensão, o cruzamento GGWW x ggww
é um cruzamento diíbrido. Sabia-se, graças à experiências anteriores, que os
alelos que determinavam sementes amarelas e lisas eram dominantes e sobre
seus respectivos alelos, que produziam sementes verdes e rugosas. Assim,
considerando dois deles tinham-se as informações:
caráter cor dos cotilédones
já tinha sido observado que o padrão amarelo (V_) apresentava dominância
sobre o padrão verde (vv);
caráter aspecto da casca da semente
neste caso, já se observa que o padrão de casca lisa (R_) era dominante
sobre o tipo casca rugosa (rr).
[editar]O estudo
Os cruzamentos foram realizados no mesmo esquema da elaboração da
primeira lei. A geração parental(P) utilizava duas plantas homozigóticas para as
características estudadas, assim uma duplo-dominante (AA) era cruzada com
um duplo-recessiva (aa). Desse cruzamento surgiu um híbrido heterozigótico
(Aa). Mendel selecionou dois caracteres das sete estudadas na primeira lei
para comparação, ervilhas amarelas(AA) e lisas(BB)(duplo-dominante) e
ervilhas verdes(aa) e rugosas(bb)(duplo-recessiva).No primeiro cruzamento
(F1) todas as ervilhas obtidas eram amarelas(Aa) e lisas(Bb). Na segunda
geração(F2) foram obtidas ervilhas amarelas(A_) e lisas(B_), amarelas(A_) e
rugosas(bb),verdes(aa) e lisas(B_) e verdes(aa)e rugosas(bb), Na proporção,
respectivamente, 9:3:3:1 (P)AA/aa + BB/bb (F1)AAxaa=Aa BBxbb=Bb
(F2)AaxAa=AA/Aa/Aa/aa BbxBb=BB/Bb/Bb/bb
[editar]Cruzamentos possíveis de todos os gametas obtidos
Gametas AB Ab aB abAB AABB AABb AaBB AaBbAb AABb AAbb AaBb AabbaB AaBB AaBb aaBB aaBbab AaBb Aabb aaBb aabb
A_: Dominante(cor Amarela). B_: Dominante(forma Lisa). aa: Recessivo(cor
Verde). bb: Recessivo(forma Rugosa).
Obs.: Foram obtidos dezesseis resultados entre os cruzamentos dos possíveis
tipos de cromossomos. Obs.2: A proporção obtida na experiencia decorre da
soma do número de ocorrencias. Exemplo: Amarela e Lisa(A_B_)- 1/16x9=
9/16.
Assim na geração F2 constata-se a existência de quatro fenótipos distintos,
sendo dois idênticos da geração parental e dois novos(A_bb e aaB_). Todos os
resultados confirmaram que os genes de cada carácter passavam de forma
independente dos demais, ou seja, o fenótipo dominante - amarelo - não era
transmitido obrigatoriamente com o fenótipo dominante - liso, o mesmo ocorreu
com a transmissão dos fenótipos recessivos - verde e rugoso - para os
descendentes.
[editar]Conclusão
A segunda Lei de Mendel também denominada de lei da segregação
independente foi criada por Gregor Mendel diz que, as diferenças de uma
característica são herdadas independentemente das diferenças em outras
características.
Primeira lei
Mendel conclui que os fatores (genes) seriam transmitidos aos descendentes através dos gametas. Entretanto, esses “fatores” separar-se-iam durante processo de formação dos gametas de forma que cada gameta herdaria apenas um “fator” de cada par.
Nome da Lei: Lei da pureza dos gametas, Lei da Segregação dos fatores ou monoibridismo.
Enunciado
“CADA CARÁTER É CONDICIONADO POR 2 FATORES, QUE SE
SEPARAM NA FORMAÇÃO DOS GAMETAS, PASSANDO APENAS UM
FATOR POR GAMETA”.
Por que Mendel escolheu plantas de ervilha para as suas pesquisas?
a) trata-se de uma planta de fácil cultivo em canteiros;
b) apresenta uma série de características bem contrastantes e de fácil observação;
c) são plantas de ciclo vital curto e produzem um grande número de sementes (descendentes) por exemplar. Desse modo, foi possível estudar várias gerações de plantas em um tempo relativamente curto;
d) as flores de ervilhas reproduzem-se predominantemente por autofecundação, pois são monóclinas (bissexuais), e seus órgãos reprodutores encontram-se protegidos no interior das pétalas. Portanto, as linhagens encontradas na natureza são puras.
Observação: A manifestação rugosa não apareceu em nenhum indivíduo de F1, mas reapareceu na progênie de F2, quando descendiam apenas de sementes lisas.
MENDEL CONCLUIU QUE:
Cada planta transmite, através de seus gametas, apenas um fator (gene) ao descendente. Em F1, todos os indivíduos eram de sementes lisas, sendo filhos de plantas puras de sementes lisas e de plantas puras de sementes rugosas. Mendel denominou a característica lisa de dominante e a característica rugosa de recessiva, pois esta não se manifestou em F1. No entanto, a característica rugosa voltou a se manifestar em F2. Mendel concluiu, portanto, que todos os indivíduos de
F1 eram híbridos de constituição Rr. Se cada indivíduo produz gametas R e r, os gametas podem combinar-se como mostra a descendência.
Os descendentes, na geração F2, serão:
1/4 ou 25% RR (lisas - puras)
F2: 2/4 ou 50% Rr (lisas - impuras)
1/4 ou 25% rr (rugosas)
Portanto:
3/4 ou 75% com sementes lisas
1/4 ou 25% com sementes rugosas
1ª Lei de Mendel
Toda característica do indivíduo apresenta, no mínimo, duas variedades, cada uma é determinada por um gene. Por exemplo: a textura do cabelo pode ser lisa ou crespa, etc. Os genes que determinam variedades diferentes do mesmo caráter são denominados alelos. Cada gene ocupa um local específico (lócus genético) no cromossomo.
Os genes alelos expressam o genótipo de um indivíduo, ou seja, sua constituição genética para uma determinada característica. O genótipo, influenciado pelas interferências do meio ambiente, expressa-se no fenótipo, que representa o somatório de todas as características observáveis em um indivíduo. Quando um determinado caráter é condicionado por alelos iguais, o indivíduo denomina-se homozigoto. Se os alelos forem diferentes, denomina-se heterozigoto. O alelo dominante é representado por uma letra maiúscula; o recessivo é representado por letra minúscula.
AA - Fenótipo dominante
Aa - Fenótipo dominante
aa - Fenótipo
HERANÇA SEM DOMINÂNCIA
Algumas flores apresentam duas ou mais colorações, como, por exemplo, vermelho e branco, o alelo para a cor vermelha é V e para a cor branca, B. Quando a planta apresenta os dois alelos V e B simultaneamente, suas flores
apresentam coloração rósea. A diferença entre a dominância completa e a herança sem dominância reside no efeito fisiológico que os genes produzem nos indivíduos heterozigotos. Na dominância completa, o gene dominante, quando em dose simples, produz o mesmo efeito fenotípico como se estivesse em dose dupla.
Na herança sem dominância, os dois alelos interagem de modo que o heterozigoto apresenta um caráter fenotípico intermediário entre os apresentados pelos indivíduos parentais. Em certos casos, os descendentes heterozigotos assemelham-se mais a um dos tipos parentais que a outro, mas essa semelhança não é completa. O fenômeno é denominado, então, de dominância incompleta.
Cruzamento entre "MARAVILHAS", ilustrando um caso de Codominância
VV X BB
Gametas V e B
F1- VB- 100% Fenótipo- 100% de flores rosa
F1- VV 25% - VB- 50% - vv 25% Fenótipo- 25% de flores brancas; 50% de flores rosa e 25% de flores vermelhas.
Em F1 o fenótipo das flores é intermediário: rosa. Efetuando-se o cruzamento entre duas plantas híbridas de F1, observa-se que os fenótipos parentais reaparecem.
Em F2, a proporção fenotípica é de 1:2:1.
Fonte: www.biomania.com.br
PRIMEIRA LEI DE MENDEL
Gregor Mendel foi o primeiro cientista a elucidar os mecanismos básicos da hereditariedade. Ele obteve com êxito em relação a outros cientistas, devido a uma adequada escolha do material de pesquisa. Além disso, usou um método que empregava indivíduos de linhagens puras, observando um caráter de cada vez e não todos os caracteres ao mesmo tempo, como fizeram seus predecessores.E, finalmente, interpretou os dados de suas experiências empregando análises estatísticas de modo a obter resultados quantitativos sobre suas pesquisas.
Quando Mendel desejou cruzar diferentes variedades de ervilhas, preocupou-se em evitar o processo de autopolinização. Para isso, retirava os órgãos masculinos de uma flor antes que ela iniciasse a produção de grãos de pólen. Posteriormente, coletava o pólen de outra planta de variedade diferente e o depositava sobre o órgão reprodutor da flor feminilizada, promovendo uma polinização cruzada.
Através deste processo, Mendel analisou isoladamente o comportamento de sete características que eram de fácil observação e nitidamente contrastantes.
Inicialmente, Mendel promoveu o cruzamento entre plantas de sementes lisas com plantas de sementes rugosas. Ambas as plantas eram puras para esta característica. Os indivíduos deste cruzamento foram denominados de geração P ou parental. Os indivíduos resultantes deste cruzamento foram denominados de F1, correspondendo à primeira geração de filhos que apresentou 100% de plantas com sementes lisas. O caráter rugoso não se manifestou em F1. Posteriormente, Mendel permitiu a autofecundação dos indivíduos de F1. Obteve então a geração F2, com 75% de plantas de sementes lisas e 25% de plantas de sementes rugosas, em uma proporção de três lisas para uma rugosa.
Em F1 todos os indivíduos eram de sementes lisas, sendo filhos de plantas puras de sementes lisas e de plantas puras de sementes rugosas. Portanto, Mendel denominou a característica lisa de dominante e a característica rugosa de recessiva, pois ela não se manifestou em F1. No entanto, a característica rugosa voltou a se manifestar em F2 de modo que ela não foi destruída em F1; pelo contrário, estava presente, mas apenas não se manifestara. Mendel concluiu, portanto, que todos os indivíduos de F1 eram híbridos de constituição LR. Em F1, apenas o fator L se manifestou, por ser dominante. No entanto, todos os indivíduos de F1 eram portadores do fator R (gene) para o aspecto rugoso, que não se manifestou por ser recessivo perante o fator liso. As plantas
de F1, ao se autofecundarem, firmam dois tipos de gametas, L e R. Deste modo, tornaram-se possíveis quatro combinações de gametas.
Fonte: www.brasilescola.com
PRIMEIRA LEI DE MENDEL
Mendel escolheu a ervilha (Pisum sativum) como organismo experimental por ser uma planta que possuía uma variedades de características facilmente observáveis (cor, forma da semente, altura da planta, cor da flor etc.). Ele também observou que a flor da ervilha possuía os dois órgãos sexuais, e reproduziam por autofecundação e fecundação cruzada. Foi então que ele deu início aos seus experimentos.
Mendel cruzou, por autofecundação várias ervilhas, várias vezes até conseguir indivíduos puros.
Mendel cruzou uma planta alta (AA) com uma planta anã (aa), e obteve uma geração F1 (Filha 1) era toda alta.
Cruzou dois indivíduos da geração F1, obtendo uma geração F2 composta por indivíduos altos e baixos.Mendel concluiu que "os indivíduos devem conter fatores em pares que se separam durante a formação dos gamentas e se unem na formação de um novo indivíduos", Mendel não sabia que esses "fatores" eram os genes.
Fonte: www.crazymania.com.br
Charles Robert Darwin12/02/1809, Shewsbury, Inglaterra19/04/1882, Downe (Kent), Inglaterra
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Charles Darwin revolucionou a ciência com a teoria da evolução e a idéia de seleção natural
Charles Robert Darwin nasceu em uma família próspera e culta. Seu pai, Robert, era um médicorespeitado e seu avô paterno, Erasmus, poeta, médico e filósofo.
Em 1825, foi para Edimburgo estudar medicina, mas abandonou a carreira. Mudou-se para Cambridge, disposto a se tornar um sacerdote anglicano, mas ficou amigo do botânico John Stevens Henslow, com quem aprofundou seus conhecimentos em história natural, matéria em que seu talento que se manifestava desde a infância.
Henslow conseguiu incluir Darwin como naturalista numa expedição ao redor do globo no navio Beagle, que deixou Davenport em 27 de dezembro de 1831 rumo à América do Sul.
Foram quatro anos e nove meses de pesquisas. Ele juntou fósseis, amostras geológicas, observou milhares de espécies vegetais e animais, erupções vulcânicas e terremotos. Em 1839, após se casar com Emma Wedgwood, foi viver no campo, na terra natal. Sofreu de uma doença não diagnosticada na época, e suspeita-se que tenha sido o mal de Chagas.
Na viagem do Beagle, Darwin notou que um mesmo animal tinha características próprias de uma região para outra. O mesmo acontecia em espécies separadas pelo tempo, como demonstravam os fósseis. Embora bem definidas na mente de Darwin, as idéias evolucionistas eram apenas assunto para um círculo íntimo de amigos, pois se chocavam com a versão bíblica da
criação e com a noção filosófica grega de formas ideais.
O evolucionismo, porém, já era uma corrente importante na biologia. Animado ao conhecer o trabalho do zoólogo Alfred Russell Wallace que chegava a conclusões semelhantes, Darwin publicou, em 1859 seu livro conhecido hoje como "A Origem das Espécies".
O nome completo era: "Sobre a Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural ou a Conservação das Raças Favorecidas na Luta pela Vida".
Pela seleção natural, as condições ambientais determinam quanto uma determinada característica ajuda na sobrevivência e na reprodução de um ser vivo.
Aqueles com características mais eficientes para se adaptar a seu meio-ambiente geram mais filhos e os outros podem morrer antes de se reproduzirem ou serem menos prolíficos. O conceito de que só os fortes sobrevivem, porém, é um erro comum. Por exemplo, conforme as condições, um animal muito robusto pode demandar mais alimento e ter menos chances do que um outro mais ágil.
Como previa o naturalista, o pensamento conservador reagiu à sua teoria. Embora os cientistas tenham concluído que Darwin estava certo, a polêmica permanece até hoje nos meios filosóficos e religiosos. Há setores destes últimos que proíbem o ensino do evolucionismo darwiniano em escolas, pois adotam a teoria do criacionismo, da criação do ser humano por Deus, como está na Bíblia. Independente de qualquer polêmica, porém, o evolucionismo darwinista foi a base das ciências biológicas contemporâneas.
Extremamente apegado à família, o caráter modesto e cuidadoso de Darwin atraía a simpatia até dos adversários. Fulminado por um ataque cardíaco, foi enterrado na abadia de Westminster, por solicitação expressa do Parlamento inglês.
Leia mais
Charles Darwin
(Shewsbury, Shropshire, 1809 - Down, Kent, 1882).
Naturalista britânico. Inicia estudos de Medicina e de Teologia, mas em 1831, aprende bastante de Botânica, Entomologia e Geologia, é recomendado para uma expedição científica a bordo do Beagle. A volta ao mundo do Beagle dura cinco anos, durante os quais Darwin forma a sua colecção de naturalista, acumula observações práticas e modifica os postulados teóricos básicos da ciência biológica da época. Aos 27 anos,
de regresso a Inglaterra, decide dedicar a sua vida à ciência. Em 1842, com a herança paterna, retira-se para uma casa no campo, onde vive consagrado ao estudo até à morte.
No estudo A Origem das Espécies formula a teoria da evolução dos seres vivos mediante uma selecção natural que favorece nos indivíduos variações úteis na luta pela existência; estas variações transmitem-se, reforçadas, aos descendentes.
Charles Darwin formula a doutrina evolucionista, segundo a qual as espécies procedem umas das outras por evolução. Em virtude da selecção natural sobrevivem os indivíduos e as espécies melhor adaptados. Estas ideias revolucionam as concepções biológicas da sua época.
A esta obra segue-se A Origem do Homem, em que aprofunda a sua teoria sobre a descendência do homem e do macaco de um antepassado comum. Por formular estas ideias vê-se violentamente combatido pelas mais diversas correntes religiosas, que vêm no homem a imagem de Deus. Consequentemente, em redor do pensamento de Darwin cristalizam as polémicas vitorianas sobre a natureza social, metafísica e fisiológica do homem.
O impacto desta obra é imediato e sensacional. O público culto já está introduzido na concepção da evolução, mas o facto de um cientista respeitado contribuir com tal quantidade de evidências para provar esta ideia revolucionária convence um grande número de cientistas importantes, de modo que, por muitos oponentes que tenha, a opinião geral torna-se favorável.
Darwin tem uma influência decisiva sobre a literatura da segunda metade do século XIX e contribui involuntariamente para o advento do naturalismo literário.
Charles Darwin
INDICE
Introdução
Desenvolvimento
Frases Célebres de Darwin
Conclusão
Bibliografia
Introdução
Naturalista britânico, inicia estudos de Medicina e de Teologia, mas em 1831, aprende bastante de
Botânica, Entomologia e Geologia, é recomendado para uma expedição científica a bordo do Beagle. A
volta ao mundo do Beagle dura cinco anos, durante os quais Darwin forma a sua colecção de naturalista,
acumula observações práticas e modifica os postulados teóricos básicos da ciência biológica da época.
Aos 27 anos, de regresso a Inglaterra, decide dedicar a sua vida à ciência. Em 1842, com a herança
paterna, retira-se para uma casa no campo, onde vive consagrado ao estudo até à morte.
No estudo A Origem das Espécies formula a teoria da evolução dos seres vivos mediante uma selecção
natural que favorece nos indivíduos variações úteis na luta pela existência; estas variações transmitem-
se, reforçadas, aos descendentes.
Charles Darwin formula a doutrina evolucionista, segundo a qual as espécies procedem umas das outras
por evolução. Em virtude da selecção natural sobrevivem os indivíduos e as espécies melhor adaptados.
Estas ideias revolucionam as concepções biológicas da sua época.
A esta obra segue-se A Origem do Homem, em que aprofunda a sua teoria sobre a descendência do
homem e do macaco de um antepassado comum. Por formular estas ideias vê-se violentamente
combatido pelas mais diversas correntes religiosas, que vêm no homem a imagem de Deus.
Consequentemente, em redor do pensamento de Darwin cristalizam as polémicas vitorianas sobre a
natureza social, metafísica e fisiológica do homem.
O impacto desta obra é imediato e sensacional. O público culto já está introduzido na concepção da
evolução, mas o facto de um cientista respeitado contribuir com tal quantidade de evidências para
provar esta ideia revolucionária convence um grande número de cientistas importantes, de modo que,
por muitos oponentes que tenha, a opinião geral torna-se favorável.
Darwin tem uma influência decisiva sobre a literatura da segunda metade do século XIX e contribui
involuntariamente para o advento do naturalismo literário.
Desenvolvimento
Charles Darwin nasceu a 12 de Fevereiro de 1809 no seio de uma família abastada. O seu pai era um
médico famoso e altamente respeitado e Susannah, sua mãe, pertencia a uma importante família de
fabricantes de cerâmica.
Darwin não foi um aluno brilhante, pois não se interessava pelas matérias que lhe ensinavam na escola.
Estava destinado a viver da fortuna da família, mas o seu pai convenceu-o a optar por uma profissão. Em
1825, Charles Darwin foi estudar medicina, tendo desistido dois anos mais tarde, para ingressar no curso
de direito na Universidade de Cambridge. Um dos seus professores, Prof. Henslow, convenceu-o a levar
mais a sério o seu interesse pelas Ciências.
Em Janeiro de 1831, Darwin formou-se. O Prof. Henslow falou-lhe então de um navio, o H.M.S. Beagle,
que iria partir para uma viagem à volta do mundo numa missão de investigação e, assim, em 27 de
Dezembro de 1831, Darwin partiu numa expedição que iria durar cinco anos e que se iria tornar um
marco da história da Ciência.
governo inglês queria contribuir para a cartografia de zonas pouco conhecidas da costa sul-americana.
Para esta tarefa, era necessário um naturalista, para observar e coleccionar tudo o que houvesse de
interesse — Darwin, devido à sua juventude, era a escolha acertada.
viagem do Beagle começou a 27 de Dezembro de 1831 e durou 5 anos. Durante este tempo percorreu
toda a costa sul-americana, parou em todas as ilhas das Galápagos, continuando para a Austrália e
depois para Sul de África.
Darwin teve oportunidade de observar diferentes fenómenos da natureza que lhe
despertaram a curiosidade e que viriam a ser pilares no desenvolvimento da sua
teoria. Na Argentina, desenterrou ossos de animais já extintos, mas que
apresentavam algumas semelhanças com espécies actuais.
Mais tarde, no Chile, presenciou um vulcão em plena erupção; as Galápagos
apresentavam uma fauna e flora peculiares, que lhe proporcionaram o estudo das iguanas, tentilhões e
tartarugas.
Após a chegada do Beagle a Inglaterra, o trabalho de Darwin como naturalista tinha de ser terminado.
Para isso, instalou-se em Londres, onde editou dois livros: um livro que descrevia o trabalho zoológico
durante a viagem e outro que era o seu diário de bordo.
Pouco tempo depois do seu casamento com Emma Wedgwood, a família mudou-se para a aldeia de
Down no Sudeste da Inglaterra. Foi aqui que desenvolveu a teoria que o tornaria famoso e que iria
revolucionar o pensamento. Darwin permaneceu nesta casa o resto da vida rodeado apenas pela família
e alguns amigos mais íntimos.
Todas as informações recolhidas durante a viagem e os relatórios que os seus
colegas prepararam (baseados nas espécies enviadas por Darwin) alertaram-no para
algumas questões.
As tartarugas das Galápagos eram suficientemente parecidas para terem uma
origem comum, mas pertenciam a 7 espécies diferentes, e cada espécie vivia numa
só ilha. Um fenómeno semelhante acontecia com os tentilhões. Darwin concluiu que as ilhas tinham sido
povoadas a partir do continente e que as características de cada ilha tinham condicionado a evolução
das espécies, levando assim à sua diferenciação. Esta conclusão levou Darwin a juntar-se à corrente
evolucionista, já defendida por outros como Lamarck.
Segundo Lamarck, todas as espécies tinham evoluído a partir de outras espécies ancestrais. E as novas
características adquiridas pelos seres vivos deviam-se à necessidade de adaptação ao meio que os
rodeava. Sendo assim, se um órgão ou função de um ser vivo fosse muito utilizado, este tornava-se mais
forte, mais vigoroso e de maior tamanho. Mas se um órgão ou função não fosse utilizado, atrofiava e
acabaria por desaparecer. Estas características eram, por sua vez, transmitidas às gerações seguintes. A
adaptação era progressiva e caminhava para a perfeita interacção com os factores ambientais. Desta
forma, Lamarck explicava o tamanho do pescoço das girafas ou dos flamingos.
Darwin veio modificar a teoria de Lamarck tornando-a mais verdadeira. Segundo esta teoria, o número
de indivíduos de uma espécie não se altera muito de geração em geração, pois uma boa parte dos
indivíduos de uma geração é naturalmente eliminada, devido à luta pela sobrevivência. Assim, os
indivíduos que sobrevivem são os mais aptos e melhor adaptados ao meio ambiente, os outros são
eliminados progressivamente. O resultado desta luta é uma selecção natural que ocorre na natureza,
privilegiando os melhores dotados relativamente a determinadas condições ambientais. Como as formas
mais favorecidas têm uma maior taxa de reprodução em relação às menos favorecidas, vão-se
introduzindo pequenas variações na espécie que a longo prazo levam ao aparecimento de uma nova
espécie. Como os mecanismos hereditários ainda não eram conhecidos, Darwin não conseguiu explicar
como surgiam as variações dentro das espécies, nem como eram transmitidas às descendências.
Ao mesmo tempo que Darwin definia a sua teoria, o naturalista Wallace enviou-lhe o seu trabalho, com
uma teoria muito próxima à sua, para que Darwin desse a sua opinião. Este facto apressou todo o
processo e pouco tempo depois, Darwin apresentou a sua teoria e a de Wallace à Linnaean Society.
Dedicou o ano seguinte a escrever um livro, que em quatro volumes resumia a sua teoria, ao qual Darwin
chamou de "On the origin of species" (A origem das espécies).
O livro esgotou no primeiro dia de vendas e levantou uma tempestade de ideias que dificilmente se
acalmou. A Igreja Católica contestou ferozmente a teoria, pois esta desmentia alguns dogmas seculares.
Além disso, reduzia-nos a um universo apenas material, onde todo o processo de criação se devia ao
ambiente e não a Deus. Darwin sempre negou a sua intenção de destruir a imagem de Deus e manteve-
se devoto até ao fim da sua vida.
Darwin publicou muitas outras obras expondo as suas teorias e a sua biografia. Foi igualmente pioneiro
em muitos temas controversos no campo das ciências. As suas ideias foram realmente revolucionárias,
tendo iniciada uma linha de pensamento totalmente original.
Morreu a 1 de Abril de 1882, tendo sido sepultado na Abadia de Westminster — devido à sua
popularidade, o governo concedeu-lhe esta honra, ainda que contra a vontade da família.
Frases Célebres de Charles Darwin
"A man´s friendships are one of the best measures of his worth" (as amizades de um homem são uma
das melhores medidas de quanto vale).
"An American Monkey after getting drunk on Brandy would
never touch it again, and thus is much wiser than most man"
(um macaco americano depois de se embebedar com brandy
nunca mais volta a bebê-lo, neste sentido é muito mais sensato
do que a maioria dos homens).
Há grandeza neste modo de ver a vida, com as suas
potencialidades, que o sopro do criador originalmente imprimiu
em algumas formas ou numa só; e assim, enquanto este
planeta foi girando de acordo com a lei imutável da gravidade,
partir de um início tão simples evoluíram inúmeras formas mais
belas e mais maravilhosas.
Charles Darwin - A origem das Espécies
Conclusão
Assim, a teoria da evolução das espécies baseia-se nestes conceitos: origem da vida; provas de evolução
a partir de campos biológicos diversos (semelhanças quanto à forma, embriológicas, bioquímicas ou
achados paleontológicos); factores de evolução: herança (que conserva os caracteres), variabilidade
(mutação, recombinação de genes), selecção natural (o meio actua sobre as variações, com os mais
fortes a imporem-se aos mais fracos) e isolamento.
O evolucionismo rapidamente se expande para além das ciências da vida a outras áreas do
conhecimento, universalizando-se e adaptando-se aos seus princípios científicos. Na filosofia, é entendido
como lei geral dos seres comum a toda a espécie de existência, em geral ou em particular; na
antropologia e na sociologia, está por detrás da concepção de que o desenvolvimento das sociedades e
das instituições seguiu uma certa orientação através de etapas vencidas por meio de leis demonstráveis
(Comte); atinge também a política e a história. Abre, pois, novas perspectivas e considerações em
variadíssimos ramos do saber, mantendo as suas questões tradicionais grandes e aceso debate a nível
filosófico.
No mundo de hoje, o evolucionismo surge como uma doutrina extraordinariamente actual e dotada de
argumentos capazes de criar rupturas com o tradicionalismo e as convenções clássicas, conduzindo o
Homem a uma reabordagem constante da sua própria evolução biológica. O universo e a vida, em todas
as suas manifestações, e a natureza nos seus múltiplos aspectos são cada vez mais entendidos como
resultado do desenvolvimento, por oposição às ideias religiosas da criação inicial. O evolucionismo
pressupõe serem mais plausíveis a mudança, o desenvolvimento e a adaptação como mecanismos de
explicação do conjunto dos organismos vivos.
Bibliografia:
Porto Editora, Diciopédia 2003
www.vidaslusofonas.pt
www.ajc.pt
www.naturlink.pt
Catarina Viegas
Para saber mais sobre este tema, utilize o Google:
Início » Trabalhos de Estudantes » Psicologia » 10º ano
© 2006 - NotaPositiva | Todos os direitos reservadosA Origem das Espécies
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
On the Origin of Species
A Origem das Espécies
Edição em inglês do livro A Origem das Espécies(1859)
Autor Charles Darwin
Idioma Inglês
País Reino Unido
AssuntoSeleção naturalBiologia evolutiva
Gênero ciência, biologia
Lançamento 24 de novembro de 1859
Páginas 502
Cronologia
Último
On the Tendency of
Species to form
Varieties; and on
the Perpetuation of
Varieties and
Species by Natural
Means of Selection
Fertilisation of
Orchids
Próximo
A Origem das Espécies (em inglês: On the Origin of Species),
do naturalista britânico Charles Darwin , é um dos livros mais importantes da
história da ciência, apresentando aTeoria da Evolução, base de
toda biologia moderna. O nome completo da primeira edição (1859) é On the
Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of
Favoured Races in the Struggle for Life (Sobre a Origem das Espécies por
Meio da Selecção Natural ou a Preservação de Raças Favorecidas na Luta
pela Vida). Somente na sexta edição (1872), o título foi abreviado para The
Origin of Species (A Origem das Espécies), como é popularmente conhecido.
Nesse livro, Darwin apresenta evidências abundantes da evolução das
espécies, mostrando que a diversidade biológica é o resultado de um processo
de descendência com modificação, onde os organismos vivos se adaptam
gradualmente através da selecção natural e as espécies se ramificam
sucessivamente a partir de formas ancestrais, como os galhos de uma grande
árvore: a árvore da vida.
A primeira edição, publicada pela editora de John Murray em Londres no dia 24
de Novembrode 1859 com tiragem de 1.250 exemplares, esgotou-se no
mesmo dia, criando uma controvérsia que ultrapassou o âmbito académico. Um
exemplar da primeira edição atinge hoje mais de 50 mil dólares em leilão.[1]
A proposta de Darwin, que as espécies se originam por processos inteiramente
naturais, contradiz a crença religiosa na criação divina tal como é apresentada
na Bíblia, no livro deGénesis. As discussões que o livro desencadeou se
disseminaram rapidamente entre o público, criando o primeiro debate científico
internacional da história.[2]
Índice
[esconder]
1 Introdução
2 Capítulo I – Variação no estado doméstico
3 Capítulo II – Variação na natureza
4 Capítulo III – Luta pela existência
5 Capítulo IV – Seleção Natural
6 Capítulo V – Leis da Variação
7 Capítulo VI – Dificuldades da teoria
8 Capítulo VII – Instinto
9 Capítulo VIII – Hibridismo
10 Capítulo IX – Imperfeição dos registros geológicos
11 Capítulo X – Da sucessão geológica dos seres vivos
12 Capítulo XI – Distribuição geográfica
13 Capítulo XII – Distribuição geográfica – continuação
14 Capítulo XIII – Afinidades mútuas dos seres vivos; morfologia; embriologia;
órgãos rudimentares
15 Capítulo XIV – Recapitulações e conclusões
16 Ver também
17 Referências
18 Literatura adicional
[editar]Introdução
A transmutação das espécies, popularizada pelo livro Vestiges of the Natural
History of Creation.
Darwin começa falando da importância de sua viagem ao redor do mundo a
bordo do navioHMS Beagle, principalmente suas observações sobre a
distribuição das espécies naAmérica do Sul e as relações geoléogicas dos
habitantes atuais e passados desse continente. Darwin também menciona a
importante contribuição de Alfred Russel Wallace, co-descobridor do
mecanismo da seleção natural, e a apresentação conjunta desse mecanismo
na Sociedade Lineana de Londres por Charles Lyell e Joseph D. Hooker em
1858. Darwin critica o livro Vestiges of the Natural History of Creation, um best-
sellerpublicado anonimamente em 1844, que falava da transformação das
espécies, mas que não apresentava uma explicação para tais mudanças.
Darwin ressalta que A Origem das Espécies é somente um resumo de suas
idéias.
"Não tenho dúvidas de que a visão que a maioria dos naturalistas possui, e que
eu previamente também tinha, de que cada espécie foi criada
independentemente, é errônea. Estou totalmente convencido de que as
espécies não são imutáveis; mas que aquelas que pertencem ao que
chamamos do mesmo gênero são descendentes diretas de alguma outra
espécie, geralmente extinta, da mesma forma que as variedades reconhecidas
de qualquer espécie são descendentes daquela espécie. Além disso, estou
convencido que a Seleção Natural é o meio principal, mas não exclusivo, de
modificação."
[editar]Capítulo I – Variação no estado doméstico
Ver artigo principal: Seleção artificial
Diferentes variedades domésticas são produzidas pelo homem através
da seleção, a partir da variação individual das espécies.
Há mais variação no estado doméstico do que no estado selvagem.
O processo pelo qual ocorre a domesticação de espécies e a seleção
das características de interesse é extremamente lento e gradual.
A pomba Columba livia ilustrada porJohn Gould.
Darwin já suspeitava que os gametas sofressem ação de fatores
geradores de variabilidade. Apoiava esse ponto de vista nas observações
de alterações nos aparelhos reprodutores de alguns animais em cativeiro.
Porém, ele percebeu que havia mais variação no estado doméstico que no
estado selvagem. Enunciou também que o hábito influenciava as
características presentes nos organismos, que alguns caracteres sofriam
reversão ao estado ancestral quando os indivíduos retornavam ao estado
selvagem e que alguns caracteres apareciam sempre de forma
correlacionada nos indivíduos, mesmo entre caracteres sem muita relação
morfofuncional (como o aumento nos tamanhos do bico e dos pés em
pombos).
Alguns trabalhos da época defendiam que as espécies e raças de cada
animal doméstico descendem de várias espécies ancestrais, uma para
cada espécie ou raça atual. Darwin acreditava que uma ou poucas
espécies teriam dado origem as espécies atuais, pois considerava pouco
provável que todos aqueles ancestrais das espécies atuais tivessem se
extinguido simultaneamente e sem deixar registros. Ele salientou também
a dificuldade de povos semi-civilizados realizarem várias domesticações
bem sucedidas. O modelo escolhido para embasar seu raciocínio foi
o pombo e suas diversas variedades.[3] Ele acreditava que todas as raças
descendiam de apenas uma única espécie selvagem, a pomba-das-rochas
(Columba livia), e observou isso também através de cruzamentos entre as
várias linhagens de pombos, onde algumas características ancestrais
vinham à tona nas gerações descendentes.
Além disso, Darwin comentou que nem todas as características eram
adaptativas nas raças domésticas, mas selecionadas pelo homem para
seu próprio benefício. Porém, salientou que apenas nos últimos tempos a
seleção tornou-se uma prática metódica, sendo que antes disso não
passava de um hábito inconsciente de escolher os indivíduos com as
características mais interessantes. Darwin já percebia a influência do
tamanho populacional na oferta de variabilidade das características a
serem selecionadas e afirmava que o processo pelo qual ocorria a
domesticação de espécies e a seleção das características de interesse era
extremamente lento e gradual. As idéias centrais contidas nesse capítulo
continuam atuais, apesar dos grandes progressos em relação ao
entendimento dos mecanismos pelos quais esses processos acontecem.[4]
[editar]Capítulo II – Variação na natureza
Ver artigos principais: Espécies e Especiação.
Existe um contínuo de variação na natureza e as variedades tem
as mesmas características gerais que as espécies, não podendo
sempre se distinguir facilmente.
As menores diferenças entre as variedades tendem a aumentar até
transformar-se nas grandes diferenças entre espécies.
Não devo aqui discutir as várias definições que foram dadas ao termo espécie. Nenhuma definição ainda satisfez todos os naturalistas; ainda assim, todo naturalista sabe vagamente o que ele quer dizer quando fala de uma espécie.
Os tentilhões de Galápagos ilustram o quão vaga e arbitrária é a
distinção entre espécies e variedades.
Embora Darwin tenha dado à sua obra o título A Origem das
Espécies, neste capítulo demonstrou sua postura descrente em
relação a este conceito. A exemplo disso, mencionou que
diferentestaxonomistas atribuem um número diferente de espécies a
um mesmo gênero, de modo que o grau de variabilidade que permite
conferir o status de variedade ou espécie, é subjetivo. A inexistência
de um critério infalível para distinguir espécies de variedades mais
pronunciadas também é observada através de gêneros maiores, que
freqüentemente possuem espécies com reduzida quantidade de
diferenças entre si, assemelhando-se ao que seriam classificadas
como variedades de certas espécies incluídas em gêneros menores.
Há mais variação nas espécies:
1. comuns, de distribuição geográfica maior e mais difundidas
dentro de uma mesma área, pois os indivíduos da espécie
estão sujeitos a diferentes condições físicas e porque entram
em concorrência com diferentes seres orgânicos;
2. de gêneros maiores em cada hábitat, porque supõe-se que
onde se formaram muitas espécies do mesmo gênero, muitas
continuarão a se formar ou "a fabricação de espécies foi muito
ativa, deve-se ainda encontrar a fábrica em movimento".
Esta variação, ainda que seja de pequeno interesse para o
taxonomista, é de extrema importância para a teoria da evolução, pois
fornece material para que a seleção natural atue sobre elas e as
acumule, produzindo o que chamariam de variedades, subespécies e
finalmente espécies. Mesmo atualmente, o conceito de espécie ainda
está sujeito a diferentes entendimentos e interpretações dependendo,
inclusive, do grupo de organismos considerado.[5] Apesar disso, a
entidade que chamados de espécie tem sido considerada real pela
maioria dos biólogos.
Eu vejo o termo espécie como arbitrariamente atribuido, por razão de conveniência, a um grupo de indivíduos muito semelhantes entre si e que não difere essencialmente da palavra variedade, que é dado a formas menos distintas e mais flutuantes.
[editar]Capítulo III – Luta pela existência
Ver artigo principal: Sobrevivência do mais apto
A luta pela existência é a causa de toda a variabilidade
existente entre as variedades biológicas, as espécies,
os gêneros… É ela que explica como variedades se
transformam em espécies distintas e como os táxons de maior
nível hierárquico são formados.
Essa explicação está diretamente relacionada ao processo de
seleção natural.
A obra de Thomas Robert Malthus sobre o crescimento
populacional inspirou tanto Darwin quanto Alfred Russel
Wallace a pensar na luta pela sobrevivência.
O pensamento do Darwin acerca desse fato para ele indubitável –
a luta pela existência – começa quando ele observa o
grande potencial biótico de todas as espécies de seres vivos.
Qualquer organismo é capaz de produzir uma descendência
muito numerosa, a ponto de as populações tenderem a aumentar
muito em pouco tempo. No entanto, o que se observa na natureza
é que tais populações não variam muito em tamanho estando o
ambiente em equilíbrio.
Se as populações em condições naturais não variam muito em
tamanho, espera-se que vários dos novos indivíduos acrescidos a
essas populações não cheguem a sobreviver até a fase adulta.
Deve haver, então, entre eles uma luta pela existência e apenas
aqueles mais adaptados ao ambiente onde vivem conseguirão se
reproduzir e passar essas características para frente.
Outra observação importante de Darwin acerca das populações
na natureza é a grande variabilidade entre os indivíduos, mesmo
para aqueles pertencentes à mesma espécie. Se, por acaso,
numa população qualquer surgir uma variação vantajosa, por
menor que seja, essa variação fornecerá a seus portadores uma
maior chance de sobrevivência.
Levando em consideração que apenas aqueles seres portadores
das características mais adaptativas conseguirão chegar à fase
adulta e se reproduzir, cada vez mais as novas gerações
acumularão variações vantajosas para viver naquele ambiente
específico. Populações separadas, vivendo em ambientes
diferentes, poderão com o tempo se transformar em espécies, em
decorrência da acumulação de diferentes características.
Darwin chama a atenção para a grande complexidade das relações entre
os seres vivos, mostrando que a luta pela existência não representa
apenas uma competição direta entre indivíduos que exploram os mesmos
recursos, consistindo de interações bem mais complexas.
Quando se lança ao ar um punhado de penas, todas cairão no chão de acordo com leis muito bem definidas: quão simples é esse problema comparado com o da ação e reação das incontáveis plantas e animais que determinaram, no decorrer dos séculos, os números proporcionais e os tipos de árvores que crescem hoje nas ruínas indígenas!
[editar]Capítulo IV – Seleção Natural
Ver artigo principal: Seleção natural
Diagrama representando o princípio da divergência das
espécies, única figura da edição original de A Origem das
Espécies.
Indivíduos dotados de alguma vantagem teriam maior
probabilidade de sobreviver e reproduzir seu tipo.
Mudanças nas condições de vida são favoráveis à seleção
natural, porque criam condições propícias para o surgimento de
variações vantajosas.
É a essa preservação das variações favoráveis e eliminação das variações nocivas que dou o nome de Seleção Natural.
Analisando a seleção artificial, Darwin começou a questionar
que isso também poderia acontecer na natureza, e passou a
observar diversos casos onde a seleção natural se aplica.
Darwin afirmou que assim como o homem selecionava
características nas produções domésticas, a natureza agiria
dia a dia, agindo sobre toda variação surgida, mesmo a mais
insignificante, rejeitando a nociva, preservando e ampliando o
que for útil, trabalhando de modo lento e imperceptível, no
sentido de aprimorar os seres vivos no tocante às suas
condições de vida orgânicas e inorgânicas. Desta forma,
Darwin propõe que na natureza os indivíduos dotados de
variações vantajosas têm mais chances de vencer na luta
pela sobrevivência e de legar aos seus descendentes as
mesmas variações, as quais tornam-se mais comuns em
gerações sucessivas de uma população de organismos,
enquanto as variações desvantajosas ou nocivas tornam-se
menos comuns. Quanto às variações que não são vantajosas
nem nocivas, Darwin explica que elas não são afetadas pela
seleção natural, permanecendo como uma característica
oscilante, tais como as que talvez se possam verificar nas
espécies denominadas polimorfas.
Na época em que propôs a seleção natural, Darwin só podia
observar que existiam variações e que algumas destas eram
herdadas, mas nunca pode explicar corretamente o
processo. Isto só foi possível com o desenvolvimento
da genética moderna na primeira metade do século XX.
Mesmo sem entender de onde surgiam as variações, um dos
maiores avanços na teoria evolutiva de Darwin foi a
compreensão dos mecanismos de hereditariedade, que o
naturalista considerava central, mas que desconhecia.
Segundo Darwin, as diferenças individuais seriam a matéria
prima para o surgimento das variações, e um alto grau de
variabilidade hereditária e diversificada seria um campo
favorável à atuação da seleção natural. Quanto mais
abundante for uma espécie, maior a probabilidade de
produzir variações favoráveis que serão selecionadas.
A seleção natural conduziria à divergência dos caracteres, o
que em longo prazo pode levar a formação de novas
espécies, e à extinçãocompleta das formas intermediárias e
imperfeitas. A seleção natural também seria capaz de
modificar um dos sexos no que se refere às suas relações
funcionais com o sexo oposto, e a isso Darwin chamou de
seleção sexual. As diferenças entre machos e fêmeas da
mesma espécie seriam causadas pela seleção sexual.
[editar]Capítulo V – Leis da Variação
Os principais componentes da variação são os efeitos das
condições externas, os efeitos do uso e desuso,
aclimatação e a correlação de crescimento.
A variação é um processo lento e de longa duração.
Darwin tinha a consciência de que muito pouco se sabia
sobre as leis que geravam variação entre os seres vivos.
Contudo, inferiu que tais leis poderiam produzir tanto
pequenas diferenças entre indivíduos da mesma espécie,
quanto grandes diferenças existentes entre gêneros. As
características específicas – que se diferenciam depois que
as espécies de um mesmo gênero se separaram de seu
antepassado comum – são mais variáveis que do que as
características genéricas – herdadas anteriormente e que
ainda não se diferenciaram.
Variação na forma do crânio de pombos.
A variabilidade geralmente está relacionada ao hábito de vida
de cada espécie durante várias gerações sucessivas. Darwin
discute os efeitos do uso e desuso, que ele pensava "não
haver dúvida de que uso nos animais domésticos reforça e
desenvolve certas partes, e que o desuso as atrofia, e que
tais modificações eram passadas às gerações futuras" e que
este fato também poderia ser aplicado na natureza. Ele
aceitava uma versão da herança dos caracteres adquiridos
(que, após sua morte passou a ser chamado Lamarckismo),
porém, afirmava que algumas mudanças que foram
comumente atribuídas ao uso e desuso, tais como a perda de
asas funcionais em alguns insetos, poderiam ser produzidas
pela seleção natural. Em edições posteriores de A Origem
das Espécies, Darwin expandiu o papel atribuído à herança
de caracteres adquiridos. Ele também admitiu ignorância da
fonte de variações herdadas, mas especulou que poderiam
ser produzidas por fatores ambientais.
O problema da não aceitação da teoria darwiniana por parte
de cientistas obrigou Darwin a utilizar-se das idéias
de Lamarck quanto à adaptação ao meio. Sua teoria, no
entanto, passaria a ser aceita pelo meio científico apenas no
século XX, depois das descobertas de Mendel acerca da
transmissão hereditária de caracteres. Hoje, sabe-se que a
variação em populações surge aleatoriamente através de
mutação e recombinação genética e a seleção natural é a
responsável por fixá-las ou não. Os genes mutantes
determinam novas características nos organismos e podem
ou não ser úteis aos indivíduos que as possuem face ao
ambiente em que vivem. Quando úteis prevalecem e são
transmitidas aos descendentes, acumulando-se e
contribuindo para o aparecimento de novas espécies. Já a
recombinação genética resulta em novos arranjos de genes e
geração de indivíduos com características diferentes que
serão selecionadas.
[editar]Capítulo VI – Dificuldades da teoria
Neste capítulo Darwin levanta pontos que poderiam tornar
falha a sua teoria, no entanto, ele não acredita que tais
objeções possam ser fatais. As principais dificuldades e
objeções tratadas neste capítulo são:
Uma vez que as espécies descendem de outras, por que
não se encontram numerosas formas de transição na
Natureza?
Como acreditar que a Seleção Natural pode produzir, de
um lado, órgãos de pequena importância e, de outro lado,
órgãos de grande perfeição e complexidade?
Fóssil de Archaeopteryx lithographica doJurássico, uma
forma de transição dosdinossauros para as aves.
A extinção e a Seleção Natural andam juntas, os organismos
que se tornam mais aperfeiçoados entram em competição
com os menos favorecidos e assim, podem eliminá-los.
Dessa forma, se considerarmos que toda espécie descende
de alguma, pelo processo de aperfeiçoamento, tanto os
ancestrais quanto as variedades já deveriam ter sido
exterminadas. De acordo com essa teoria deveria existir um
número grande de formas intermediárias. Darwin aponta que
essas formas intermediárias são muito escassas
principalmente devido à imperfeição do registro geológico, já
que são necessárias condições favoráveis e tempo adequado
para que os fósseis sejam formados, tratando-se de um
processo raro.
Seria inconcebível supor que o olho, sendo um órgão
altamente aperfeiçoado, seja formado por seleção natural.
Darwin conclui que, se modificações benéficas acontecerem
neste órgão de forma gradual e sucessiva, sendo estas
variações passadas por hereditariedade, não haverá
problema em acreditar que órgãos perfeitos e complexos são
o resultado de um processo de seleção natural. Também
podem acontecer alterações simultâneas, desde que sejam
lentas e graduais.
Darwin é bem enfático quando diz não ser possível
comprovar a existência de um órgão complexo sem ser
formado por meio de pequenas modificações, sucessivas e
numerosas. Ele infere que existam modos de transição
observando a existência de dois órgãos distintos que
possuam a mesma função. O surgimento de transições pode
ter sido facilitado pela necessidade de especialização de um
órgão que realizasse ao mesmo tempo diversas funções, ou
de dois órgãos que realizassem simultaneamente a mesma
função, com um deles assumindo gradualmente a
responsabilidade total da mesma, enquanto o outro aos
poucos perderia sua função auxiliar. Isso aconteceu com a
bexiga natatória que, inicialmente, era utilizada para
flutuação, mas que era capaz de realizar trocas gasosas.
Posteriormente a seleção natural atuou neste órgão já
existente e há indícios de que este tenha se tornado o
pulmão nos vertebrados superiores.
Darwin teve dificuldades em explicar a origem de órgãos que
aparentemente são pouco importantes e que são afetados
pela seleção natural, uma vez que a seleção atuando no
sentido de preservar indivíduos que possuem características
vantajosas e eliminando indivíduos que possuem alguma
característica desvantajosa, não teria como agir em
estruturas muito simples que a princípio parecem não conferir
benefício algum ao indivíduo. Ele salientou que mesmo nos
dias atuais, não sabemos muito a respeito da "economia
natural" dos seres vivos e não temos como concluir quais
características conferem maior ou menor importância; órgãos
que hoje parecem ser insignificantes, podem ter sido de
grande finalidade para um antigo ancestral. Além disso
muitas estruturas existentes e que não possuem nenhuma
relação direta com os hábitos de vida atuais de determinadas
espécies, estão ali por serem passadas através
da hereditariedade, ou seja, por estarem presentes nos
ancestrais e nestes conferir alguma vantagem.
A teoria da seleção natural, como nos mostrou Darwin,
permite que compreendamos o significado da frase
considerada como um velho axioma da História
Natural: Natura non facit saltum, a natureza não procede a
saltos, pois a seleção natural só pode agir tirando proveito de
variações ligeiras e sucessivas, de forma lenta e gradual.
[editar]Capítulo VII – Instinto
Ver artigo principal: Instinto
Darwin considerava o instinto de abelhas construtoras de
favos como um notável exemplo de eficiência na
natureza.
Segundo Darwin, os instintos e os hábitos são
comparáveis apesar de possuírem origem diferente. A
semelhança entre o que foi originalmente um hábito e
que hoje é um instinto é muito grande, tornando algumas
vezes difícil distinguir um do outro. Suas ações
funcionam em uma espécie de ritmo e são praticadas de
forma inconsciente e em sentido contrário a vontade
consciente. O Instinto ao contrário do hábito é uma ação
que não demanda de prática e raciocínio para ser
executada. É uma aptidão inata em relação a ações
particulares. São padrões herdados de respostas a
certos tipos de situações. É uma tendência natural ou
uma atividade automática e espontânea. Já os hábitos
por sua vez são ações, regras sociais ou aptidões
adquiridas que surgem pela experiência e prática
prolongada para reproduzir certos atos.
Os instintos são importantes para o bem estar das
espécies. Através deles inúmeras estratégias são
criadas na tentativa de aumentar a chance de
sobrevivência dos animais. Sob condições de vida
modificadas, pequenas modificações (variações) nos
instintos surgem. E essas modificações quando
benéficas para as espécies, serão conservadas e
preservadas pela ação contínua da Seleção Natural. A
todo esse processo é que se deve a origem dos instintos
mais complexos. Os instintos podem ser classificados
em duas categorias:
Domésticos são aqueles onde as tendências naturais
(qualidades mentais) dos animais são profundamente
modificadas em função da domesticação (cativeiro,
hábito e seleção metódica contínua). São menos
estáveis que os instintos naturais, por serem afetados
por uma seleção menos rigorosa e por serem
transmitidos há um curto intervalo de tempo sob
condições de vida menos estabilizadas. Seu alto grau
de hereditariedade se dá em virtude do cruzamento
de diferentes raças.
Naturais, como o próprio nome diz, são aqueles em
que o animal age de acordo com a sua natureza e,
portanto sem a influência do cativeiro hábito e
seleção metódica. Neste caso as tendências naturais
dos animais são mantidas. E os instintos só serão
modificados através da interação entre os animais e
destes com o meio.
Dentre os instintos naturais Darwin aponta o instinto de
abelhas construtoras de favos como sendo o mais
notável exemplo na natureza, onde as abelhas
conseguem construir favos em formatos e dimensões
corretas para permitir o armazenamento da maior
quantidade de mel com o mínimo de gasto de energia
possível. Esse instinto teria sido selecionado pois o
enxame que gastasse menos mel para formar os favos
seria beneficiado e transmitiria esse instinto por
hereditariedade, e seus descendentes teriam maiores
chances de enfrentar com sucesso a luta pela existência.
Um dos fatos que Darwin considera uma forte objeção a
sua teoria é a existência de insetos sociais estéreis. A
impossibilidade das formigas estéreis transmitirem suas
características para seus descendentes parecia não se
conciliar com a teoria da seleção natural. Darwin conclui
que essa característica tenha sido tenha útil para a
comunidade, por isso, os machos e fêmeas fecundos
passavam aos seus descendentes fertéis a tendência de
produzir uma classe de membros da sociedade estéreis.
Portanto, para Darwin hábitos e instintos sofrem
constantemente ação da seleção natural podendo ser
transmitidos por hereditariedade aos seus descendentes
lhes conferindo uma maior vantagem na luta pela
existência.
[editar]Capítulo VIII – Hibridismo
Ver artigo principal: Híbrido (biologia)
Origem da esterilidade: como não traz vantagens
para o indivíduo, a esterilidade entre
diferentes espécies não pode ter evoluído pouco
a pouco através da Seleção Natural.
A capacidade
de entrecruzamento como conceito de espécie:
algum grau de esterilidade entre híbridos é a
regra geral, mas não necessariamente universal.
A esterilidade é um acidente derivado da
divergência entre linhagens e depende em parte
da afinidade sistemática, dos modos de vida e do
histórico evolutivo.
O capítulo VIII busca responder a uma aparente
dificuldade da Teoria da Seleção Natural levantada
no capítulo VI: Como explicar que asespécies,
quando se cruzam, fiquem férteis ou produzam
descendentes estéreis, enquanto as variedades,
quando cruzadas entre si, mantenham sua
fecundidade inalterada? Este problema existia,
segundo Darwin, porque a esterilidade não é
vantajosa para o indivíduo, de modo que não
poderia surgir gradativamente pela ação da Seleção
Natural.
Híbrido entre uma zebra e um burro.
Na época da publicação do livro, já existia a noção
de que a capacidade de entrecruzamento seria um
fator importante na definição de espécies,
mas Darwin observa que os resultados dos
experimentos de entrecruzamento chegam a
conclusões distintas dos naturalistas experientes
sobre o que são espécies. Híbridos de
diferentes espécies podem ser férteis, enquanto
variedades de uma mesma espécie têm dificuldades
de entrecruzamento. Ele também aponta questões
metodológicas dos experimentos da época que
podem ter levado os autores a conclusões
equivocadas a esse respeito. A sua conclusão é de
que algum grau de esterilidade entre híbridos é a
regra geral, mas não necessariamente universal. Na
discussão sobre a formação
de espécies domésticas, Darwin expõe com
bastante lucidez sua visão de que as espécies são
definidas pela ancestralidade comum, a partir da
modificações lentas de variedades. Desse modo,
a esterilidade não seria uma característica
irremovível, mas uma peculiaridade que surgia à
medida que as linhagens se diferenciavam; quanto
mais diferentes, mais difícil seria o cruzamento.
Mais adiante, Darwin retoma uma distinção feita no
início do capítulo, entre a capacidade
de cruzamento (i.e., de gerar um novo indivíduo) e a
fecundidade ou esterilidade da prole. Ele comenta
que os dois fenômenos não são necessariamente
correlatos; algumas espécies podem cruzar
facilmente entre si, porém ter sempre prole estéril, e
vice-versa. Esta esterilidade estaria parcialmente
com a afinidade sistemática. Essa tendência
também variaria em cruzamentos recíprocos; isto é,
pois às vezes é mais fácil cruzar o macho de
uma espécie com a fêmeade outra do que o
contrário (um pensamento que seria o embrião da
regra de Haldane). Darwin observa que, se
a esterilidade entre asespécies fosse obra de uma
criação especial, seria de se esperar um grau
semelhante de esterilidade entre todas as espécies.
A visão de que o isolamento reprodutivo é uma
consequência natural do distanciamento filético é a
visão predominante atualmente. ParaDarwin, no
entanto, esse isolamento seria de certo modo
acidental e imprevisível, enquanto no paradigma
atual, esse distanciamento tem um caráter um tanto
inexorável (Teoria de Dobzhansky-Muller).
Atualmente é controverso se a Seleção
Natural pode ou não influir noisolamento
reprodutivo,via Reforço. Darwin chega a admitir a
possibilidade do fenômeno do Reforço, mas
descarta esta idéia.
[editar]Capítulo IX – Imperfeição dos registros
geológicos
Ver artigos principais: Paleontologia e Geologia.
Concordo com Lyell, cuja metáfora aceito sem restrições quando ele compara o registro geológico de que dispomos a uma história de mundo elaborada de forma imperfeita e escrita em um dialeto em extinção, e da qual possuímos apenas o último volume, relativo a somente dois ou três países. Desse volume, há somente alguns capítulos soltos, e de cada página apenas poucas linhas.
Variedades intermediárias (sua ausência,
natureza e números)
Intermitência das formações geológicas
Aparecimento repentino de grupos no
registro fóssil
Período de tempo decorrido – Antiguidade
da Terra
Uma das principais objeções à Teoria de
Darwin era o fato de as formas específicas
serem, em sua maioria, distintas umas das
outras, não interligadas por elos de transição.
De fato, em sua época poucas eram as formas
transitórias conhecidas, como o fóssil de
Archaeopterix. Segundo Darwin, a ausência de
formas intermediárias atuais se daria porque as
formas de transição seriam menos numerosas
do que as formas extremas, sendo extintas
durante o curso das modificações e
aperfeiçoamentos adquiridos por estas por meio
da Seleção Natural. Sobre a ausência de
formas de transição no registro fóssil Darwin
afirma: "Creio que a explicação se encontre na
extrema imperfeição dos registros geológicos".
Ele também comenta que essas formas não
seriam diretamente intermediárias entre duas
espécies quaisquer: "O mais correto seria
procurar formas intermediárias que existem
entre cada uma delas e um ancestral
desconhecido, comum a ambas, que por sua
vez deve ser diferente dos seus descendentes
modificados".
Dentes fossilizados de cavalo encontrados por
Charles Darwin em 1832.
Uma das características do registro geológico
que demonstram sua própria imperfeição é a
intermitência das formações, ou as lacunas que
existem entre as formações sobrepostas.
Darwin estava convencido de que todas as
antigas formações abundantes em fósseis
teriam se formado durante uma fase de
subsidência. Em virtude da dinâmica da Terra,
com oscilações no nível do mar e do
soerguimento e rebaixamento da parte
continental, nem sempre se apresentava as
condições necessárias à formação dos
registros, daí sua imperfeição e também a
escassez das formas intermediárias.
Sobre a aparição repentina de alguns grupos no
registro geológico, Darwin comenta que, pelo
fato de alguns gêneros e famílias não terem
sido encontrados abaixo de uma determinada
camada, não significa que eles não tenham
existido antes; tais grupos poderiam ter surgido
muito tempo atrás e se multiplicado lentamente.
Além disso, o grande intervalo de tempo entre
formações consecutivas permitiria a
multiplicação das espécies a partir de algumas
formas ancestrais; dessa forma, na formação
seguinte cada espécie pareceria ter sido criada
de maneira brusca.
Quanto à idade da Terra, Darwin, embasado
em estudos geológicos da época e influenciado
pelas idéias gradualistas, considerava que a
história geológica da Terra teria sido bem maior
do que antes se conhecia, pois de outra
maneira a Seleção Natural não teria tido tempo
suficiente para dirigir as modificações
orgânicas. Para Darwin a idéia de que a Terra
era muito mais antiga do que se imaginava era
tão importante que ele chega a dizer: "Quem
teve a oportunidade de ler o tratado do Sr.
Charles Lyell, Princípios de Geologia,(…) e se
mesmo assim não admitir que os períodos de
tempo tenham sido inconcebivelmente
extensos, poderá interromper neste momento a
leitura deste livro".
[editar]Capítulo X – Da sucessão geológica
dos seres vivos
As formas de vida nem sempre apresentam
o mesmo grau de modificação entre duas
formações consecutivas.
A extinção de formas antigas e a formação
de novas formas estão relacionadas.
A raridade precede a extinção.
A fauna de cada período geológico possui
características intermediárias entre a fauna
anterior e posterior.
Escala de tempo geológico de Richard
Owen(1861)
Neste capítulo Darwin aborda basicamente
sobre a diversidade de espécies no registro
fóssil e a extinção no tempo geológico. Ele
introduz o capítulo dizendo que
os fósseis impressos nas rochas têm uma
sucessão geológica clara que coincide com a
"modificação lenta e progressiva por via da
descendência e da Seleção Natural", refutando
a imutabilidade das espécies e que gêneros e
classes diferentes não se modificaram na
mesma velocidade. Isso é comprovado no
registro fóssil pela presença de organismos
atuais em meio a grupos de espécies já
extintas.
Ainda sobre a velocidade de transformação das
espécies, Darwin afirma que "seres superiores
modificam-se mais rapidamente que seres
inferiores", pois acredita que as espécies mais
recentes são mais aptas por descenderem de
outras que já sofreram modificações. Darwin
ainda postulou que as formas "superiores" e
terrestres se modificam em maior velocidade
devido à maior interação ecológica que as
espécies sofrem entre si. Esta é uma idéia
ainda a ser discutida, pelo fato de se conhecer
atualmente a infinita variedade de habitats que
podem ser encontradas no ambiente marinho.
Darwin não acreditava em extinção em massa,
ou seja, causada por algum evento catastrófico
como várias erupções vulcânicas ou um
impacto de um meteoro, como é pensado
atualmente (e.g. Benton & Twitchett, 2003[6]).
Ele afirma que, como a diversificação, a
extinção é lenta (talvez muito mais que a
diversificação) e que a extinção de formas
antigas e a formação de novas formas estão
relacionadas. Precedendo a extinção, ocorre a
raridade, na visão de Darwin, que associa a
raridade de algumas espécies à sua futura
extinção. Mas a atual raridade de uma espécie
pode significar uma expansão de sua
distribuição geográfica devido elas se
beneficiarem da extinção de um táxon irmão
similar ecologicamente.[7] A extinção de
espécies, segundo ele, se deve à vantagem
estabelecida pela seleção natural às espécies
novas, tornando-as mais competitivas em
relações às espécies já estabelecidas. Também
já levantava a hipótese de extinções serem
causadas por ações humanas.
A fauna de cada período geológico possui
características intermediárias entre a fauna
posterior e anterior, indicando que se fosse
possível ter ocorrido a preservação de cada
forma de vida no registro fóssil, ele seguiria a
evolução dos táxons. Por fim, destaca o fato da
fauna de uma determinada região estar
estreitamente relacionada às espécies
encontradas no registro fóssil da mesma região,
o que pode ser facilmente explicado por sua
teoria de descendência com modificação.
[editar]Capítulo XI – Distribuição geográfica
Ver artigo principal: Biogeografia
O Grande Intercâmbio Americano que
ocorreu no fim do Plioceno com a formação
do Istmo do Panamá.
O capítulo XI trata das
evidências biogeográficas, começando com
a observação de que as diferenças da flora
e da fauna entre regiões separadas não
podem ser explicadas somente por
diferenças ambientais. América do
Sul, África e Austrália são três regiões com
clima e latitude similares. Mas, apesar de
as condições ambientais terem paralelo no
Novo e Velho Mundo estas regiões tem
diferentes plantas e animais. As espécies
encontradas em uma área de um
continente são mais próximas de espécies
encontradas em outras regiões do mesmo
continente, do que de espécies
encontradas em outros continentes.
Darwin notou que barreiras para
a migração desempenharam um importante
papel nas diferenças entre as espécies de
diferentes regiões. Cadeias de montanhas,
enormes desertos, grandes rios, ístmos ou
oceanos entre continentes constituem
barreiras ou aos animais terrestres ou aos
marinhos, e relacionam-se diretamente às
diferenças entre a fauna de diversas
regiões.
Darwin explicou como uma ilha vulcânica
formada a poucas centenas de quilômetros
do continente pode ser colonizada por
poucas espécies do continente. Após a
colonização, estas espécies tendem a ser
tornar modificadas com o tempo, mas
permanecerão relacionadas às espécies
encontradas no continente, padrão comum
observado por Darwin. Embora as espécies
sejam distintas, há afinidades; estas
afinidades nos revelam a existência de um
vínculo orgânico que prevalece através do
espaço e do tempo. Sua explicação foi uma
combinação de migração e descendência
com modificação.
Mais à frente, Darwin discute meios pelos
quais ocorre dispersão das espécies
através dos oceanos para colonizar ilhas,
muitos dos quais ele investigou
experimentalmente. Nos continentes, as
espécies poderiam ter migrado de um
ponto original (centro único de origem) para
os diversos pontos distantes e isolados
onde hoje se encontram. Então, as
mudanças geográficas e climáticas que
ocorreram devem ter interrompido ou
tornado descontínuas as áreas de
ocorrência de várias espécies.
[editar]Capítulo XII – Distribuição
geográfica – continuação
Principais ilhas do arquipélago
de Galápagos.
Neste capítulo Darwin continua a sua
discussão sobre distribuição geográfica.
Numa primeira parte começa por descrever
a distribuição das produções de água doce
e suas formas de dispersão ocasional por
meios acidentais, afirmando que "seria uma
circunstância inexplicável se as aves
aquáticas não transportassem as sementes
de plantas de água doce para locais muito
distantes e se consequentemente a
distribuição dessas plantas não fosse muito
extensa". O mesmo poderia suceder com
ovos de animais de água doce mais
pequenos. Esses indivíduos que
colonizassem ambientes recentes seriam
bem sucedidos, uma vez que, como
chegariam a locais desocupados, a luta
pela sobrevivência seria menos intensa.
Na segunda parte deste capítulo, Darwin
dedica-se essencialmente à colonização
das ilhas oceânicas, começando por dizer
que não pode concordar com a teoria de
Forbes sobre as grandes extensões
continentais, uma vez que esta teoria não
explica vários factos relativos às produções
insulares. A ausência de determinadas
classes, como batráquios e mamíferos
terrestres e a sua substituição por aves
ápteras e répteis, só pode ser explicada
pela susceptibilidade destes animais à
água do mar.
O arquipélago das Galápagos serviu de
cenário para explicar a existência de
grande proporção de espécies endémicas
nas ilhas relativamente a espaços
continentais de tamanhos semelhantes,
através do exemplo de aves terrestres
características de cada ilha. Serviu também
para explicar a afinidade entre os
habitantes das ilhas com os habitantes do
continente mais próximo, uma vez que as
espécies deste arquipélago estão
relacionadas com as espécies da América
e são completamente distintas das
espécies do arquipélago de Cabo Verde,
com o qual partilha várias características
climáticas e geológicas. Segundo a sua
teoria espécies provenientes de locais
próximos chegariam a estas ilhas por
meios ocasionais de transporte ou por uma
ligação terrestre outrora existente, estas
espécies durante o seu estabelecimento
teriam que competir com outras espécies,
ficando assim sujeitas a modificações
através da seleção natural, no entanto,
através do princípio
de hereditariedade ainda é possível detetar
as suas afinidades.
Este conceito de colonização de ilhas de
um local próximo, pode ser aplicado a
outros ambientes em formação, como
montanhas, lagos e pântanos, que seriam
povoados por produções das planícies e
terras secas adjacentes.
Darwin termina afirmando que todas as
relações discutidas sobre a ampla
distribuição de algumas espécies, as
relações entre ambientes próximos e as
relações entre espécies distintas das ilhas
e dos continentes não são concordantes
com a teoria comum da criação
independente, mas sim com a hipótese de
colonização de uma fonte próxima e
subsequente modificação.
[editar]Capítulo XIII – Afinidades mútuas
dos seres vivos; morfologia;
embriologia; órgãos rudimentares
Ver artigos principais: Anatomia, Embriologia e Estrutura vestigial.
Representação de embriões presente
no trabalho de Haeckel de 1866.
Classificação da biodiversidade
através da descendência;
Utilização de um conjunto de
características, incluindo
embrionárias e rudimentares, para
a reconstituição de filogenias;
Para Darwin, a classificação biológica
seria mais fácil se todos os seres de
um determinado grupo fossem
adaptados a viver no mesmo tipo de
ambiente (terra, água, etc.). No
entanto, os membros de subgrupos
próximos filogeneticamente podem
possuir hábitos e características
adaptativas diferentes. Normalmente,
os gêneros mais diversos são também
mais dispersos, sendo, por isso, mais
sujeitos a variações que podem
resultar na origem de novas espécies.
Neste capítulo, Darwin argumenta que
a classificação biológica realizada
segundo o Systema
Naturae de Carolus Linnaeus não seria
a mais adequada para agrupar
naturalmente as espécies, pois se
baseia em poucos caracteres que na
maioria das vezes são adaptativos.
Segundo Darwin, características que
determinam adaptação a certos
hábitos de vida não deveriam ser os
mais importantes para a classificação
científica(biológica), pois podem
resultar em agrupamentos artificiais
baseados em características com
função semelhante, mas com origens
diferentes (homoplasias). Para Darwin,
a melhor maneira de classificar a
biodiversidade seria através de um
conjunto de características complexas
que representem afinidades entre as
espécies, o que poderia refletir sua
ancestralidade comum. Tais
características evoluem lentamente em
certos grupos e mais rapidamente em
outros, deixando vestígios do
parentesco entre as espécies. As
relações de ancestralidade e
descendência seriam a única maneira
de designar adequadamente as
espécies, retratando agrupamentos
naturais.
O grupo de características utilizado
para a classificação deve incluir
órgãos rudimentares e caracteres
embrionários. Segundo Darwin, o
desuso gradual e seleção natural
lentamente reduziriam o órgão, e seu
grau de atrofiamento corresponderia à
idade da espécie em relação a seu
ancestral, sendo possível agrupar
aquelas que possuem esses órgãos
em diferentes níveis de
desenvolvimento. Características
embrionárias também devem ser
avaliadas na procura das relações de
parentesco entre as espécies, como
proposto por Henri Milne-
Edwards, Louis Agassiz e Ernst
Haeckel. Este último utilizava
características embrionárias e
rudimentares homólogas para
reconstituir a filogenia entre os seres.
Características de formas
embrionárias normalmente são mais
parecidas entre si do que entre estas
com suas respectivas formas adultas.
Assim, as formas embrionárias podem
refletir a forma que provavelmente era
presente nos ancestrais.
Para representar o sistema
genealógico, Darwin propôs um
diagrama em forma de árvore como a
apresentada no capítulo IV desta obra.
Nesse diagrama, formas rudimentares
extintas poderiam representar grupos
intermediários entre as formas vivas.
Os processos de extinção de alguns
grupos e diversificação de outros a
partir de um ancestral comum seriam
responsáveis pela separação das
espécies. Esses processos são
consequências da seleção natural, que
resulta em modificações de estruturas
ao longo do tempo a partir das formas
presentes nos ancestrais. Dessa
forma, a visão criacionista de formas
de vida imutáveis é improvável.
[editar]Capítulo XIV – Recapitulações
e conclusões
Poucos naturalistas dotados
de flexibilidade intelectual, e que há tempos tenham começado a duvidar da imutabilidade das espécies, podem ser influenciados por este livro. No entanto, minha confiança está voltada para o futuro, para os jovens naturalistas em formação, que serão capazes de enxergar com imparcialidade ambos os lados da questão. Quem acreditar que as espécies são mutáveis prestará um bom serviço à ciência, exprimindo de forma consciente sua convicção, pois somente assim se poderá desembaraçar a questão de todos os preconceitos que a cercam.
No último capítulo de seu
livro Darwin faz uma recapitulação às
objeções e circunstâncias favoráveis à
teoria da Seleção Natural.
Charles Darwin aos 51 anos, na época
da publicação da primeira edição de A
Origem das Espécies
Como principal objeção Darwin aponta
a dificuldade em explicar como órgãos
e instintos complexos poderiam ter
sido produzidos pelo processo de
seleção natural. Em resposta, ele
sugere que essa dificuldade pode ser
superada se se assumir que todos os
órgãos e instintos são passíveis de
modificações e há uma luta pela
sobrevivência onde o vencedor
preserva as melhores modificações.
Apesar de admitir que seria difícil
prever quais foram as gradações que
ocorreram durante o processo de
modelagem de uma característica, o
estado de perfeição poderia ser
alcançado por meio de várias
gradações intermediárias, desde que
cada uma delas seja útil e melhor que
a precedente. A teoria de
descendência com modificação prevê
que todos os indivíduos de uma
espécie, espécies de um mesmo
gênero e também grupos menos
restritos devem ter um antepassado
comum, e isso implica que indivíduos
mais próximos geograficamente
devam ser mais aparentados que
aqueles situados em locais distantes.
Porém, isso não explica espécies que
apresentam ampla distribuição
geográfica ou uma distribuição disjunta
ao longo do globo terrestre. Para
esses caso, Darwin sugere que
eventos de migração, extinção de
intermediários e mudanças climáticas
durante os períodos glaciais possam
ter moldado essas distribuições
aparentemente em desacordo com sua
teoria. Outra forte objeção à teoria da
seleção natural seria a falta no registro
fóssil das formas intermediárias que
Darwin sugere terem existido. Ele
porém argumenta que o registro fóssil
é imperfeito e que o processo
de fossilizaçãorequer condições muito
específicas e até improváveis, sendo
que muitos organismos, devido a sua
estrutura corporal, jamais poderiam ser
fossilizados.
Durante o processo de seleção
artificial, o homem atua selecionando
as variabilidades que mais lhe
interessa, porém a ação do homem
nada tem a ver com a produção dessa
variabilidade. Segundo Darwin, as leis
que regem a variabilidade são ligadas
à correlação de crescimento, ao uso e
desuso e à ação direta das condições
físicas, e essa variação pode ser
transmitida hereditariamente. Darwin
traça aqui um paralelo entre seleção
natural e artificial, sugerindo que na
seleção natural quem seleciona é a
natureza e não o homem. Há uma luta
pela sobrevivência uma vez que
nascem mais indivíduos do que o
ambiente é capaz de suportar; sendo
assim, a natureza seleciona os mais
aptos (com as melhores variações).
Darwin ainda cita a disputa entre
machos pela posse de fêmeas e
chama esse processo deseleção
sexual, estabelecendo assim que a
seleção natural é a luta pela
sobrevivência e a seleção sexual a luta
pelo acasalamento. Em ambos os
casos, apenas aquele indivíduo que
possuir a variação mais vantajosa
vencerá a luta.
Fronstispício da 1a edição em inglês do
livro A Origem das
Espécies de Charles Darwin (1859)
Em defesa a teoria da Seleção
Natural, Darwin se dedica a explicar
por que espécies não podem ser atos
independentes de criação. Primeiro ele
aponta que se as espécies fossem
independentes não deveria haver
dificuldade para se definir o limite entre
uma e outra, nem tampouco deveria
haver tantas formas intermediárias
entre elas. Ele também cita que o
axioma Natura non facit saltum (a
Natureza não dá saltos) não deveria
ser uma lei natural se as espécies
fossem criações independentes. Além
disso ficaria difícil explicar a razão da
criação de planos biológicos
imperfeitos, como por exemplo o caso
de aves que não voam, ou
a abelha que morre ao utilizar seu
ferrão. O fato de duas áreas distantes
apresentarem as mesmas condições
de vida e habitantes completamente
diferentes seria facilmente explicado
pela teoria de modificação com
descendência, mas não pela criação
independente. A presença
de morcegos e ausência de
outros mamíferos em ilhas oceânicas
distantes do continente e
a homologia entre os ossos da mão do
homem, asas do morcego e
barbatanas de baleias são outros
exemplos que não poderiam ser
explicados pela teoria da criação
independente.
Darwin acreditava que duas razões
principais levavam muitos naquela
época a crer que as espécies eram
imutáveis. A primeira era a crença que
a idade de criação da Terra fosse
muito menor do que realmente é, não
havendo assim tempo geológico
suficiente para que todas as mudanças
ocorressem de forma lenta e gradual,
sendo acumuladas até gerar os
organismos como são hoje. A segunda
razão era a crença que o registro fóssil
estava completo e que apenas aqueles
organismos encontrados foram os que
já existiram e se extinguiram, sem
fornecer assim uma evidência dos
intermediários entre as espécies.
Darwin deixa a idéia de que a teoria de
descendência com modificação pode
abranger membros da mesma classe e
mesmo reino, e ainda sugere a
possibilidade de que todos os seres
vivos tenham se originado a partir de
uma só forma principal.
Darwin sugere como a aceitação da
Teoria da Seleção Natural pode vir a
influenciar os estudos de História
Natural. Ele prevê que não haverá
uma definição satisfatória e unânime
do conceito de espécie e que nossas
classificações se transformarão cada
vez mais em genealogiasonde serão
mapeados os caracteres herdados.
Juntando informações mais precisas
de geologia, Darwin diz que seremos
capazes de recriar rotas migratórias
seguidas pelos habitantes do mundo.
Poderemos ainda utilizar a soma das
modificações nos fósseis encontrados
em formações geológicas
consecutivas como medida relativa do
tempo decorrido entre essas
formações. Darwin ainda prevê que a
seleção natural pode influenciar
estudos de psicologia e auxiliar no
entendimento da origem do homem e
de sua história.
Por fim, Darwin aponta
que Hereditariedade, Variabilidade,
Multiplicação dos Indivíduos, Luta pela
Existência, Seleção Natural,
Divergência dos Caracteres e Extinção
das Formas Menos Aptas são as
principais leis responsáveis por moldar
as formas que conhecemos hoje no
mundo.
[editar]Ver também
Livro: Evolução
Livros são coleções de artigos que podem serbaixados ou impressos em conjunto.
A Wikipédia possui oPortal de Evolução
O Wikisource contém fontes primárias relacionadas com este artigo: A Origem das Espécies
Árvore evolutiva
Charles Darwin
Especiação
Evidência da evolução
Evolução
Filogenia
Fósseis
História da Biologia
História do pensamento evolutivo
Introdução à evolução
Paleontologia
Seleção artificial
Seleção natural
Variabilidade genética
Origem das especies simplificadoO livro “A Origem das Espécies” (cujo nome original é "Sobre a origem das espécies através da seleção natural ou a preservação de raças favorecidas na luta pela vida"), publicado pelo naturalista britânico Charles Darwin no dia 24 de novembro de 1859, é considerado um dos livros mais importantes da história da Biologia. Nele, Darwin coloca a seleção natural como fator de evolução das espécies.O livro gerou uma grande polêmica, principalmente com a Igreja Católica, pois ia contra a teoria do criacionismo, de que toda a forma de vida era oriunda da criação divina, tal como é apresentado na Bíblia, no livro de Gênesis. A tese de que o homem teria parentesco com os macacos chocou a sociedade na Inglaterra vitoriana.Segundo Maria Isabel Landim, professora do Museu de Zoologia da USP, mesmo depois de um século e meio de testes, as idéias centrais de Darwin sobre a evolução biológica continuam válidas. Ela destaca que as idéias centrais do naturalista são: todos os seres vivos compartilham um ancestral em comum; as espécies se modificam ao
longo do tempo através do processo de descendência com modificação e; o principal mecanismo que promove a fixação de determinada variação na população gerando novas espécies é a seleção natural. “Sendo assim, o cerne do livro “A Origem das Espécies” continua bastante atual, entretanto uma série de considerações e exemplos dados por Darwin na sua grande obra são considerados ultrapassados. Isto é compreensível devido aos grandes avanços que as ciências biológicas sofreram no último século, sejam eles tecnológicos ou de novas descobertas factuais, como fósseis. Um exemplo que podemos citar é o de como se dão as variações entre organismos, e como elas são passadas para as gerações seguintes. Darwin em seu tempo só podia observar que existiam variações e que algumas destas eram herdadas, mas nunca pode explicar corretamente o processo. Isto só foi possível com o desenvolvimento da genética moderna na primeira metade do século XX”, explica Landim. Para o professor Nelio Bizzo, da Faculdade de Educação da USP, apesar do “espírito” da obra de Darwin ser muito atual, uma vez que a perspectiva evolucionista está na base das formulações mais modernas da biologia, a teoria evolutiva se desenvolveu enormemente nesses últimos 150 anos e tem ferramentas muito poderosas para analisar a diversidade dos seres vivos, em nível molecular. “Há bem pouco tempo, dependíamos de características muito evidentes para estimar o parentesco dos seres vivos. Hoje isso pode ser feito a partir de fios de cabelo, por exemplo!”.Landim destaca como um dos maiores avanços na teoria evolutiva de Darwin a compreensão dos mecanismos de hereditariedade, que o naturalista considerava central, mas que desconhecia. Desta forma, mesmo sendo válida a teoria evolutiva de Darwin, uma parte fundamental para a compreensão da evolução biológica estava fora do seu alcance. “Com a redescoberta do trabalho de Mendel com as ervilhas, que oferecia a explicação para a transmissão de um conjunto de características, a biologia deu um salto incalculável. A síntese entre evolução por seleção natural e teoria genética passou a ser conhecida, muito apropriadamente, como Neodarwinismo. As idéias básicas de Darwin foram validadas por novas evidências oriundas de um campo essencial, o da hereditariedade. Elas se mostraram sólidas, porém, a teoria evolutiva se sofisticou com a colaboração deste novo campo do conhecimento. Além disso, a genética moderna permitiu que nós compreendêssemos a origem da variação observada, que aparentemente são geradas tanto por mutações nos genes que codificam diretamente as proteínas, como na regulação
destes genes. Esta última é objeto de estudo da biologia evolutiva do desenvolvimento, ou Evo-Devo como é chamada em inglês, e demonstra como diferenças mínimas no material genético podem gerar grandes modificações no organismo, apenas pela ativação em tempos diferentes de um mesmo gene ou a sua desativação”, afirma a professora da USP.
No que Darwin se baseou para chegar à sua teoria sobre a evolução das espécies?De acordo com a professora Isabel Landim, para chegar à sua teoria Darwin se baseou em um número enorme de evidências provenientes de todas as áreas da História Natural (que na época era a designação conjunta para a Geologia, Paleontologia, Botânica e Zoologia). “Ele observou, por exemplo, o padrão de distribuição geográfica dos organismos (biogeografia); a relação entre organismos extintos com organismos atuais (paleontologia); o isolamento reprodutivo entre populações de organismos aparentados; o desenvolvimento ao longo da vida de um indivíduo de uma espécie e a sua relação com espécies mais ou menos relacionadas (desenvolvimento ontogenético); a disputa na natureza por parceiros reprodutivos (seleção sexual); a formação de cadeias de montanhas (Andes) e o tempo necessário para seu soerguimento (usado por ele para calcular a idade da Terra)etc.”, explica a professor do Museu de Zoologia da USP.Os especialistas concordam que ainda hoje a teoria de Darwin não é tão bem compreendida. “Na verdade, o Neodarwinismo substituiu a formulação original, mas mesmo assim ainda é pouco conhecido. Um dos aspectos básicos para entender o Neodarwinismo é o tempo geológico. É difícil incorporar a idéia de que a gasolina que colocamos no carro hoje esteve no corpo de algum ser vivo há 90 milhões de anos”, afirma Bizzo.
Para Landim, a teoria é bem compreendida no meio acadêmico, mas é muito mal compreendida pelas pessoas em geral. “É muito comum, ainda hoje, ouvirmos que a seleção natural é a sobrevivência do mais forte, quando, na verdade, a força pode não ter nada a ver com ela. O princípio de seleção é muito simples, mas parece que as pessoas buscam desnecessariamente complicá-lo. A seleção natural é a reprodução diferencial entre indivíduos de uma mesma população. Sabemos que cada indivíduo carrega uma combinação de genes que é única. Parte herdada do pai e parte herdada da mãe. Essa combinação única se expressa em algumas características físicas e comportamentais únicas e por isso cada indivíduo de uma espécie com reprodução sexual é diferente dos demais. Basta olhar ao nosso
redor e ver que, exceto por gêmeos univitelinos, não existem dois seres humanos iguais.
Darwin observou que estas pequenas diferenças entre indivíduos poderiam conferir a alguns deles alguma vantagem reprodutiva em relação aos demais, seja pelo fato do indivíduo se reproduzir antes, mais freqüentemente ou por mais tempo. Se esta vantagem fosse hereditária e se traduzisse no sucesso em deixar mais descendentes, o esperado é que, mantida a seleção por esta característica vantajosa no tempo, a cada nova geração de indivíduos desta espécie ela estaria presente em um número maior de indivíduos. É uma questão de estatística. No caso da força, ou do indivíduo mais forte, se no processo reprodutivo de sua espécie esta característica (força) for irrelevante, de nada adiantará sua brutalidade. Alguns biólogos diriam que nosso desejo de eternidade se expressa na tentativa de deixar nossos genes na Terra, já que a vida individual e da espécie são tão efêmeras. O sucesso reprodutivo é o meio para alcançar tal objetivo. O comportamento de indivíduos da maior parte das espécies parece confirmar esta regra”, explica a professora.
Ricardo Kfuri da SilvaTuesday, March 03, 2009
19:55:57'SOMOS TODOS PARENTES" VALEU CHARLES DARWIN PELA CONTRIBUIÇÃO FANTÁSTICA DE SUA OBSERVAÇÃO. SEU PENSAMENTO MERECE SER CADA VEZ MAIS PENSADO. VALEU COMEXÃOPROFESSOR POR OPTAR PELO CONHECIMENTO E DIVULGAÇÃO DE CHARLES DARWIN AO INVÉS DA IGNORÂNCIA DE TE-LO COMO AMEAÇA AO MITO DE ADÃO E EVA. ANCESTRAL COMUM
Prevenção de Descarga Elétrica
Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas Convencional (ABNT - NBR - 5419) é um sistema destinado a proteger uma estrutura contra os efeitos das descargas
atmosféricas. É composto de um sistema externo de proteção (consiste em captores, condutores de descida e sistema de aterramento) e de um sistema interno de proteção (composto de um conjunto de dispositivos que reduzem os efeitos elétricos e magnéticos da corrente de descarga atmosférica dentro do volume a proteger).
O Sistema Preventivo de Raios é o único sistema verdadeiramente preventivo contra descargas atmosféricas (raios). É aplicável a qualquer tipo de edificação em qualquer lugar do mundo. O SPR® está protegendo torres de 520 metros de altura há mais de 22 anos de história sem ocorrência de raios em centenas de aplicações.
Cuidados durante uma tempestade:
DURANTE A TEMPESTADE: Fique onde estiver, se for seguro, não se aproxime das janelas; Tenha por perto capa de chuva e sapatos fortes, se for necessário sair; Ouça o rádio portátil para saber do desenvolvimento da situação; Se estiver ao ar livre procure um abrigo seguro - longe de árvores - ; Se estiver dirigindo, pare num local elevado (livre de inundações), longe de árvores, redes elétricas e rios; Evite usar o telefone durante uma tempestade.DEPOIS QUE A TEMPESTADE PASSA: Verifique os danos em sua casa; Se precisar de auxílio emergencial veja a nossa lista de Telefones de Emergência; Tenha cuidado com possíveis riscos oferecidos por árvores afetadas, redes elétricas rompidas e área inundadas; Fique perto de casa e ajude os vizinhos.
Sistema Preventivo de Raios
Qual é o perigo?
A cada ano, raios causam milhões de dólares em danos às edificações protegidas e desprotegidas. O poder destrutivo do raio é tão grande que mesmo estruturas com sistemas convencionais de proteção contra raios sofrem danos extensos.
Eliminadores de Surtos e Transientes podem proteger equipamentos em uma edificação dos efeitos de uma descarga de raio fora da área da edificação. Contudo, descargas no edifício podem ser tratadas separadamente e preferivelmente com alguns métodos que positivamente as excluam do edifício.
Qual é a solução?
O patenteado Sistema Preventivo de Raios (LEC Dissipation Array Systems®) previne quedas de raios em toda a área protegida e nos próprios dispositivos. Eles previnem raios pela redução contínua do potencial, (diferença de voltagem) entre a terra e a nuvem carregada, para um potencial bem abaixo do potencial da descarga.
Isto nos traz muitas vantagens:
Simples : O projeto vai muito além, confiável, e garante 100% de eficiência.
Passivo : Sem consumo de energia; ativa-se pela energia da própria tempestade.
Universal : Sistemas Dissipativos de Cargas podem ser usados para proteger quaisquer tipos de edificações, torres, linhas de transmissão de força, ou grandes e complexas áreas. Os conceitos básicos do sistema são adaptados especificamente para cada edificação individual.
Preventivo : Elimina completamente as quedas de raios e energias relacionadas das áreas protegidas. Evita problemas inerentes aos sistemas convencionais, os quais atraem a energia para si e tentam negociar com elas.
Efetivamente Garantido : O sistema é completamente efetivo na prevenção de quaisquer descargas de raios, ou a Ideal Engenharia irá substituir o sistema -sem custo adicional para o cliente- para que desta forma sejam eliminados os raios sob quaisquer condições.
Compreendendo os raios
Nuvens de tempestade (do tipo cumulus-nimbus) são corpos eletricamente carregados suspensos na atmosfera. O ar serve de isolador, separando a carga elétrica da nuvem da terra, ou de outras nuvens. Durante uma tempestade, essas cargas
continuarão a se criar, e irão induzir uma carga similar e de potencial oposto na terra. A carga induzida na terra será na superfície bem abaixo da nuvem, e será a grosso modo, do mesmo tamanho e forma da nuvem (sombra elétrica), e um forte campo elétrico será estabelecido entre a nuvem e o solo.
Se existirem estruturas elevadas ou árvores entre a terra e a nuvem, elas irão igualmente tornar-se carregadas. Com menor volume de ar entre esses pontos altos e as nuvens, existe uma grande possibilidade de um raio atingir essas estruturas elevadas. Veja Figura 1 (18K).
Perigos de Exposição
O risco de uma descarga de raio para uma edificação depende de vários fatores, incluindo sua localização, tamanho e forma. Um índice da taxa de exposição ao raio de um lugar é seu número Ceráunico: quanto mais alto, maior o potencial de atividade. Nos Estados Unidos o número Ceráunico varia entre 1 e 100. Em algumas áreas tropicais do mundo (como o Brasil), ele pode ser tão alto quanto 260.
A característica da estrutura - sua altura, forma, tamanho e
orientação - influencia o risco. Estruturas mais altas tendem a receber descargas de áreas ao redor, e tendem a atrair descargas adicionais. Em áreas montanhosas mesmo estruturas baixas irão atrair raios.
A forma e a área da estrutura também influenciam a exposição ao raio; quanto maior a área, maior o risco. Por exemplo, quanto mais extensa a linha de transmissão de energia elétrica, mais descargas pode-se esperar. Por exemplo, um trecho de 75 Km da linha de transmissão no centro da Flórida pode esperar cerca de 1500 descargas por ano.
Ponto de Descarga: O Conceito de Dissipação de Cargas
Um ponto agudo em um forte campo eletrostático irá liberar elétrons pela ionização das moléculas de ar adjacente, se o potencial do ponto aumenta 10,000 volts acima do que está à sua volta. Este princípio é demonstrado pelo que os cientistas chamam de dissipação natural: a ionização produzida por árvores, capim, torres, cercas e outras estruturas podem dissipar acima de 95% do total de energia gerada por uma tempestade, sem a formação do raio.
A LEC, uma empresa Norte Americana, desenvolveu o sistema Preventivo de Raios - SPR® sobre a premissa de que a dissipação natural pudesse ser ampliada suficientemente para eliminar todos os raios de uma determinada área de interesse. O SDC emprega o princípio do ponto de descarga providenciando milhares de pontos produzindo íons simultaneamente sobre uma grande área, prevenindo assim, a formação do líder ascendente (streamer), o precursor do raio.
Componentes do Sistema
O Sistema Dissipativo de Cargas tem três elementos básicos: o Dissipador (ou ionizador), o Coletor de Correntes do Solo (CCS), e o cabo de serviço. Veja Figura 2(16K).
O dissipador é feito de fios de aço inoxidável como mostra a figura em Figura 3(25K). Cada Dissipador tem milhares de pontos, ou ionizadores, todos trabalhando em unísono para reduzir em iguais proporções de energia da tempestade. Esses ionizadores são tão eficientes que sob intensa tempestade o Dissipador pode brilhar pelo volume de íons luminosos sendo produzidos. Mas não haverá descarga (raio).
O Coletor de Correntes do Solo (CCS) consiste de um cabo enterrado a aproximadamente 25 centímetros e conectado às hastes de terra de cerca de um metro de comprimento, espaçadas em intervalos de 10 metros. A área interna forma uma ilha eletricamente isolada que separa a área protegida do que está à sua volta. O CCS é conectado à superfície da estrutura e às conexões de aterramento de utilização pública. Isso assegura uma integração de referência de terra para todos os sistemas na área protegida.
O cabo de serviço proporciona um caminho direto, de baixa resistência do CCS ao ionizador, integrando a edificação protegida e seus pontos de terra. Em contraste aos sistemas convencionais, esses cabos carregam correntes baixas (0,5 ampères ou menos) e são selecionados mais por integridade estrutural que por capacidade de condução de corrente.
O sistema funciona como segue: Quando uma nuvem carregada move-se para a área, aumenta o potencial de dissipação até os íons começarem a se formar. Esses são forçados para fora pelo campo eletrostático e pelo vento. Enquanto isso, a carga induzida na superfície da terra é coletada pelo CCS, o qual providencia um caminho para as cargas pelo cabo de serviço até o dissipador. O fluxo de corrente começa quando a nuvem motiva o dissipador e continua a aumentar conforme a tempestade se aproxima ou cresce. A corrente de íons continua até que a tempestade diminua ou passe.
Os Sistemas Preventivo de Raios especialmente projetados para cada aplicação, a contar pelas diferenças de tamanho, altura, padrões de tempestade, altitude, e número Ceráunico. Existem algumas configurações básicas que são usadas freqüentemente.
O Sistema Hemisférico tem a forma semelhante a um guarda-chuvas e seu grau de dissipação é médio. O diâmetro pode variar de 1,6 metros a 6,0 metros. Esse Dissipador pode ser usado para proteger torres de até 520 metros de altura, ou em combinação com torres ou estruturas elevadas para proteger edificações como silos, edifícios, subestações, instalações de radar, e plataformas lançadoras de mísseis.
O Dissipador Trapezoidal é preso diretamente à torre, o mais próximo do topo possível. Essa configuração tem a vantagem de muito pouca estática ou carga de vento, e não necessita ser o elemento mais alto na torre. O Dissipador Trapezoidal pode ser usado para proteger torres muito altas, aquelas consideradas vulneráveis a
descargas laterais, ou aquelas cujos componentes devem ficar acima do dissipador. Exemplos incluem edificações de transmissão de TV e rádio FM.
O Dissipador Cônico é suportado pelo centro por um poste ou torre, e cada fio dissipativo é levado para baixo separadamente para o terra. O ângulo cônico pode ser variado consideravelmente entre diferentes instalações para adaptar-se a diferentes requisitos.
O Dissipador de Cobertura é usado para proteger qualquer tipo de estrutura que tenha uma área coberta. O dissipador é fixado sobre a mesma tal que a dissipação média seja paralela e gradual formando linhas de igual potencial como as formadas na superfície do prédio.
Aplicações
O Sistema Preventivo de Raios é a melhor solução de longo prazo para quaisquer problemas diretos com descargas de raios. Centenas de Sistemas Preventivos foram instalados até hoje em aplicações de torres de comunicações a silos de fazendas, de linhas de força elétrica a prédios públicos.
Prova de Desempenho
Enquanto existem laboratórios de testes que podem medir a efetividade do ponto de descarga do Sistema Preventivo de Raios, nenhum duplicou adequadamente o fenômeno do raio. O melhor teste é o atual desempenho de campo. Mais de 17 anos passados, a confiabilidade de nosso sistema é superior a 99,6% de eficiência e aumentando a cada ano. Nós ficaremos honrados em enviar referências e detalhados informes técnicos solicitados.
Tipos de Pára-raios
O Brasil é um dos países que mais recebem raios (cerca de 100 milhões, a cada ano), com a característica de carregarem cargas elétricas positivas, mais duradouros e com maior intensidade de corrente elétrica, ao contrário do usual.
Segundo a norma NBR 5419, da ABNT, os pára-raios devem ser instalados nos pontos mais altos do telhado, recebendo a descarga elétrica, conduzindo-a à terra (normalmente através de cabos de cobre, protegidos por tubo de PVC) e dissipando sua energia. Para cada cabo, recomenda-se o uso de duas hastes de aterramento.
Existe porem dias formas de incidência de raios:
Raio direto
Direta: quando o raio atinge uma edificação e causa danos tanto na construção quanto nos equipamentos.
Raio indireto
Indireta: quando o raio cai nas proximidades de uma edificação e sua sobrecarga danificaequipamentos através da rede elétrica.
Os sistemas de proteção mais utilizados no país são o Franklin e a Gaiola de Faraday, embora existam os tipos dissipativo (raramente encontrado por aqui) e o radioativo, proibido devido à radioatividade emitida. Suas principais características são:
Franklin - composto por um captor, montado sobre um mastro metálico, que é ligado a cabos de descida, também metálicos, que conduzem a eletricidade ao solo por meio do aterramento. A área protegida é gerada por um ângulo de 45º formado a partir da ponta do captor até a base do telhado. A cada 20 metros de perímetro da cobertura, é preciso colocar um cabo de descida. Para áreas mais extensas ou casas com torres de caixa d'água, às vezes é necessário usar mais de um captor para que toda a construção esteja protegida. Obedecendo a essa angulação, a chance de que o raio corra através do pára-raios é de 90%.
Gaiola de Faraday - instalado nas extremidades do telhado, consiste em uma malha de fios metálicos com pequenas hastes (com cerca de 50cm de altura), conectadas a cada 8 metros, que recebem as descargas elétricas. Essa
malha, que deve ter módulos de, no máximo, 10 x 15m, é conectada aos cabos de descida, que estão ligados às hastes de aterramento. Também é possível usar as ferragens das colunas da construção como descida, o que requer a indicação pelo engenheiro, durante a elaboração do projeto estrutural, do uso de alguns ferros a mais, com bitola apropriada, que serão ligados à malha da Gaiola. O aterramento acontece automaticamente, já que as ferragens estão amarradas no baldrame de fundação.
Dissipativo - o sistema se baseia na não-formação de raios, ou seja, emprega dispositivos metálicos dissipadores, que têm a função de dispersar a corrente elétrica vinda do solo, impedindo que ela se encontre com a faísca formada nas nuvens, choque esse que dá origem ao raio. Mais caro que os outros sistemas, seu uso se restringe a grandes construções, como indústrias e torres de antenas de TV e de rádio.
Radioativos
A fabricação de pára-raios radioativos no Brasil foi autorizada de 1970 até1989 porque a literatura técnica da época indicava que os captores radioativos tinham uma eficiência maior que os convencionais. Porém, em 1989, a Comissão Nacional de Energia Nuclear, CNEN, através da Resolução No. 4/89, suspendeu a autorização para a fabricação e instalação deste tipo de captor, baseada em estudos feitos no Brasil e no exterior que demonstraram que o desempenho dos pára-raios radioativos não era superior ao dos convencionais na proteção dos edifícios, não se justificando, assim, o uso de fontes radioativas.
Contudo, a decisão da CNEN só teve efeito sobre a fabricação e a instalação de dispositivos novos. A decisão sobre a substituição dos pára-raios que já estavam instalados dependia das autoridades municipais que têm poder para regulamentar as normas de edificação em cada cidade. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a Prefeitura, através do Decreto Municipal No.33.132 da Secretaria de Habitação, determinou que todos os pára-raios radioativos fossem substituídos e que os sistemas de proteção contra as descargas atmosféricas fossem adequados à norma NBR-5419 da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Quando substituído, um pára-raios radioativo passa a ser rejeito radioativo e deve ser recolhido à CNEN. Quem deve providenciar a substituição é o proprietário da edificação e esta substituição pode ser feita por qualquer pessoa, mas é preferível que seja feita por um profissional experiente porque em geral os pára-raios estão em locais de difícil acesso e há riscos de queda. Além disso para que o prédio fique adequadamente protegido contra raios é necessário verificar se o aterramento da instalação está adequado e se o número de captores é suficiente para o tamanho e altura do prédio. O ideal é contratar uma empresa especializada em instalações elétricas.
Os cuidados que devem ser tomados em relação à radiação e à contaminação estão descritos no "Manual de Instruções" fornecido pelo IPEN aos interessados. É muito importante que a pessoa leia com cuidado todas as instruções de manuseio dos pára-raios antes de realizar a substituição porque além das medidas de proteção que devem ser tomadas, o manual dá instruções sobre como fazer a embalagem, o transporte e a entrega do material à CNEN.
É possível distingüir os pára-raios radioativos dos convencionais porque a maioria dos radioativos tem formato de discos superpostos, enquanto que os convencionais tem forma de pontas. As fontes radioativas têm a forma de fitas metálicas fixadas nos discos e têm poucos centímetros de comprimento por 1 a 2 cm de largura. O material radioativo destas fontes é, em quase 100% dos casos, o radioisótopo Amerício-241. Este material emite radiação alfa que tem alcance no ar de apenas poucos centímetros e radiação gama de baixa energia apresentando, por isso, um risco pequeno de irradiação. Contudo há risco de contaminação por contacto com a fonte sendo necessário seguir estritamente as instruções fornecidas pelo IPEN
Os pára-raios protegem exclusivamente a construção. Para a segurança de equipamentos eletroeletrônicos, são necessários os supressores de surto de tensão, evitando que as descargas elétricas
vindas pelos cabos de força e de telefone atinjam e queimem os equipamentos. É possível ter um para cada aparelho, porém, o mais importante é instalar um supressor mais potente no quadro de entrada de força da casa e outro na entrada de telefone. De qualquer forma, isso exigirá o trabalho de empresa especializada, a quem caberá dimensionar a carga necessária e instalar os aparelhos.
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Os projetos do INPE não param poraí. Em colaboração com Furnas CentraisElétricas, o Elat está instalando, no oestedo Paraná, um sistema de detecção dedescargas inédito no Brasil, equivalenteao que é utilizado no aeroporto de Tuc-son, no Arizona, Estados Unidos. Com-posto por sensores do tipo LS8000, pararegistro de todos os tipos de descargas, osistema dos EUA deve permitir uma an-tecipação na identificação de situaçõesde risco para as aeronaves. No Brasil, ossensores LS8000 serão aplicados no mo-nitoramento de descargas nuvem-solo etambém das que ocorrem dentro delas.
O projeto no Paraná trará grandesbenefícios à proteção de equipamentosde custo elevado. Mediante a previsãode raios, é possível desligar o equipa-mento da rede elétrica e colocá-lo emum gerador próprio até o fim da tem-pestade. “As descargas elétricas queocorrem no interior das nuvens sãoprecursoras das que atingem o chão,daí sua importância. Ao conhecê-las,torna-se viável o monitoramento daatividade das nuvens e, assim, prever aocorrência de descargas rumo ao solo”,acrescenta o coordenador do Elat.
No total, cinco sensores LS8000 se-rão instalados em cidades ainda nãodefinidas do Oeste do Paraná. Trata-se de um projeto piloto que até marçoou abril de 2009 já estará em operaçãoe, caso se mostre vantajoso às empre-sas do setor elétrico, será estendido aoutras regiões. “Pretendemos verificaraté que ponto os sensores irão agregarinformação. Assim, companhias do se-tor elétrico, a exemplo da Rio GrandeEnergia (RGE) e da AES Sul Distribui-dora Gaúcha de Energia, dentre ou-tras, poderiam ser grandemente bene-ficiadas. Ainda não definimos os locaisde instalação dos sensores, que pode-rão estar em aeroportos, universidadese parques”, antecipa Osmar Pinto.O estudo sobre a incidência de raios é útil não apenaspara o desenvolvimento tecnológico de pára-raios e da áreade engenharia de proteção como um todo.Mediante pesquisas sobre as descargasatmosféricas é possível entender até mesmo os prejuízoscausados ao meio ambiente. O INPE vemestudando ativamenteesta questão, por entenderque a elevação da temperatura é o parâmetro-chave para aformação de tempestades. “Estamos utilizando dados daBrasilDat e de satélite para investigar se os raios, suscetíveis àtemperatura, e as tempestades severas estão aumentando em nosso país.Ocorre que esse efeito não é homogêneo e, ao monitorar os raios,é possível verificar o impacto do aquecimento global em um país de proporçõescontinentais, como o Brasil”, explica O eng. eletr. Osmar Pinto Jr.. Há três anos a BrasilDat vemmonitorando o RS, em uma iniciativa que trará benefícios a todos os engenheirosdo Estado. Com previsão de divulgação dos dados para julho de 2009, omapeamento visa verificar as regiões com maior quantidade de raios. Se atéagora os projetos de proteção contra raios, desenvolvidos por engenheiros,ainda tem como parâmetro básico o índice ceráunico (utilizado outrorapela população autóctone com base na contagem do número de dias detrovoada, que ocorrem por ano em uma dada localidade), futuramente serápossível adotar informações mais precisas, graças a esse levantamento realizadopelo INPE. “Antigamente anotavam-se informações sobre o número de trovõesescutados durante o dia. Isso não era eficaz, pois caso um local registrasse 10 mil raiosem um único dia, por exemplo, eram informados apenas dois raios, de acordo com
os trovões escutados. Os engenheiros do RS ainda utilizam esse método pouco eficaz, masapós esses três anos de levantamento será possível elaborar projetos (como pára-raios) ade-quados à quantidade de descargas encontrada em cada região, de forma ainda mais precisa”,prevê Osmar. Por meio de mapas, pode-se determinar o nível ceráunico de determinadasregiões, cujo índice de variação pode oscilar entre baixo (em torno 1 a 10) e alto (de 100 a 200).Para a técnica de proteção contra os raios, mais importante que o número de dias com trovoa-das por ano, é conhecer a densidade em raios por quilômetro por ano (ng).I
Os projetos do INPE não param poraí. Em colaboração com Furnas CentraisElétricas, o Elat está instalando, no oestedo Paraná, um sistema de detecção dedescargas inédito no Brasil, equivalenteao que é utilizado no aeroporto de Tuc-son, no Arizona, Estados Unidos. Com-posto por sensores do tipo LS8000, pararegistro de todos os tipos de descargas, osistema dos EUA deve permitir uma an-tecipação na identificação de situaçõesde risco para as aeronaves. No Brasil, ossensores LS8000 serão aplicados no mo-nitoramento de descargas nuvem-solo etambém das que ocorrem dentro delas.
O projeto no Paraná trará grandesbenefícios à proteção de equipamentosde custo elevado. Mediante a previsãode raios, é possível desligar o equipa-mento da rede elétrica e colocá-lo emum gerador próprio até o fim da tem-pestade. “As descargas elétricas queocorrem no interior das nuvens sãoprecursoras das que atingem o chão,daí sua importância. Ao conhecê-las,torna-se viável o monitoramento daatividade das nuvens e, assim, prever aocorrência de descargas rumo ao solo”,acrescenta o coordenador do Elat.
No total, cinco sensores LS8000 se-rão instalados em cidades ainda nãodefinidas do Oeste do Paraná. Trata-se de um projeto piloto que até marçoou abril de 2009 já estará em operaçãoe, caso se mostre vantajoso às empre-sas do setor elétrico, será estendido aoutras regiões. “Pretendemos verificaraté que ponto os sensores irão agregarinformação. Assim, companhias do se-tor elétrico, a exemplo da Rio GrandeEnergia (RGE) e da AES Sul Distribui-dora Gaúcha de Energia, dentre ou-tras, poderiam ser grandemente bene-ficiadas. Ainda não definimos os locaisde instalação dos sensores, que pode-rão estar em aeroportos, universidadese parques”, antecipa Osmar Pinto.O estudo sobre a incidência de raios é útil não apenaspara o desenvolvimento tecnológico de pára-raios e da áreade engenharia de proteção como um todo.Mediante pesquisas sobre as descargasatmosféricas é possível entender até mesmo os prejuízoscausados ao meio ambiente. O INPE vemestudando ativamenteesta questão, por entenderque a elevação da temperatura é o parâmetro-chave para aformação de tempestades. “Estamos utilizando dados daBrasilDat e de satélite para investigar se os raios, suscetíveis àtemperatura, e as tempestades severas estão aumentando em nosso país.Ocorre que esse efeito não é homogêneo e, ao monitorar os raios,é possível verificar o impacto do aquecimento global em um país de proporçõescontinentais, como o Brasil”, explica O eng. eletr. Osmar Pinto Jr.. Há três anos a BrasilDat vemmonitorando o RS, em uma iniciativa que trará benefícios a todos os engenheirosdo Estado. Com previsão de divulgação dos dados para julho de 2009, omapeamento visa verificar as regiões com maior quantidade de raios. Se atéagora os projetos de proteção contra raios, desenvolvidos por engenheiros,ainda tem como parâmetro básico o índice ceráunico (utilizado outrorapela população autóctone com base na contagem do número de dias detrovoada, que ocorrem por ano em uma dada localidade), futuramente serápossível adotar informações mais precisas, graças a esse levantamento realizadopelo INPE. “Antigamente anotavam-se informações sobre o número de trovõesescutados durante o dia. Isso não era eficaz, pois caso um local registrasse 10 mil raiosem um único dia, por exemplo, eram informados apenas dois raios, de acordo com
os trovões escutados. Os engenheiros do RS ainda utilizam esse método pouco eficaz, masapós esses três anos de levantamento será possível elaborar projetos (como pára-raios) ade-quados à quantidade de descargas encontrada em cada região, de forma ainda mais precisa”,prevê Osmar. Por meio de mapas, pode-se determinar o nível ceráunico de determinadasregiões, cujo índice de variação pode oscilar entre baixo (em torno 1 a 10) e alto (de 100 a 200).Para a técnica de proteção contra os raios, mais importante que o número de dias com trovoa-das por ano, é conhecer a densidade em raios por quilômetro por ano (ng).I