GREVE E A FIXAÇÃO DE SERVIÇOS MÍNIMOS

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    indemni2ao, o que apenas se admite por cautela de patrocnio, a mesma teria de ter em conta o regime previsto no art#. $%G.# do +. +ivil. Be facto, nen"uma dasconsequ0ncias que o /utor pretende imputar aos actosimpugnados teria ocorrido se o /utor no tivesseincumprido, conscientemente como sempre afirmou, aobrigao imposta pelo art#. $9$.#&' 84 aviso prvio deveconter uma proposta de de!inio (&&&6 dos serviosm nimos< e pelo art#. $9).#&( 8assegurar, durante a greve, a prestao dos servios m nimos indispens.veis para ocorrer a satis!ao daquelas necessidades Primeiro 1inistro concluiu as suas contraale a=Ies da se uinte FormaP">/ +6 n.# ($'3/&*GG$, de *9&G9, no restringe odireito greveR> Isto porque a requisio civil decretada ocorreu emmomento posterior constatao do real e actual nocumprimento da obrigao de servios mnimosR3> =a verdade, o acto sob censura, e para cuja defesa dasua conformidade legal o rimeiro36inistro recon"ecelegitimidade processual, foi praticado na man" do dia emque teve incio a greve dos funcion rios judiciais, em plena reunio do +onsel"o de 6inistros, depois de ser jclaro e evidente que, no s1 a greve j "avia eclodido,como os servios mnimos no se encontravam a ser prestadosR9>7 esperou pelo efectivo e real incumprimento daobrigao de servios mnimos apesar de con"ecer, deantemo, a posio do /utor quanto a uma alegadadesnecessidade de prestao de servios mnimosR5>or outro lado, as rela-es de emprego dos funcion rios judiciais no so regidas por regulamentao colectiva de

    trabal"o que pudesse definir os servios mnimos e umave2 que no "ouve acordo anterior ao aviso pr!vio sobre adefinio dos servios mnimos a prestar durante a greve,os servios competentes do 6inist!rio do ;rabal"o e daAolidariedade Aocial promoveram uma reunio entre osindicato e representantes do 6inist!rio da Fustia, tendoem vista a negociao de acordo sobre os serviosmnimos a prestar e os meios necess rios para osassegurarR6> =o foi todavia possvel c"egar a acordo, tendoinclusivamente o sindicato reiterado a declarao,constante do aviso pr!vio, de que as fun-es dos

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    funcion rios de justia no se encontravam abrangidas pela obrigao de prestao de servios mnimosR> /crescendo, ainda, a falta de regulamentao dainstituio e funcionamento do col!gio arbitral, estavamirrefutavelmente reunidos os argumentos bastantes para anecessidade da aplicao do regime geral constante do n.#' do art#. $99.# do +1digo do ;rabal"o, conforme sucedeuno caso dos autos.!>Improcedendo, por isso, o vcio que nesta mat!riaassaca o /utor +6 n.# ($'3/&*GG$, de *9&G9.) Sr> 1inistro do TrabalJo rematou as suas ale a=Iesda se uinte FormaP">6ant!m3se integralmente quando consta da contestao,aqui tida como integralmente reprodu2ida para todos oslegais efeitos e no posta em crise nas alega-es a que seresponde apenas repetitiva do que j constava da petioinicial.> /lega-es cujo 4mbito ! delimitado pelas respectivasconclus-es, que assim constituiro o objecto de an lisedestas contra3alega-es.3>+ontinua a assumir3se que este 6inist!rio !, sem preju2o da solidariedade institucional, apenas demandadono que toca ao c"amado terceiro acto e ao pedido decondenao solid ria em indemni2ao cvel.9>;em de realar3se, antes de mais, que a aco em apreoassenta no inverdico pressuposto de estarmos na presenade uma requisio civil antecipat1ria, quando, narealidade, como os autos o demonstram, ela j foidecretada depois de iniciada a greve e verificado que "aviatribunais em que os servios mnimos fixados no estavama ser cumpridos, o que o /utor nem sequer questiona.5>O Bespac"o +onjunto que fixou os servios mnimosno enferma de v rios vcios que o /utor l"e imputa nas

    conclus-es (*.V a ().V, inclusive, das suas alega-es.6>/ssim, no " violao do art#. $99.H do +1digo do;rabal"o, designadamente dos seus n.#s ' e :, porque nocompete ao @overno a constituio do col!gio arbitral areferido, no l"e sendo imput vel a falta de acordo dasentidades competentes para escol"erem os rbitros de cujoelenco aquele +ol!gio sairia.> / proceder a interpretao do ora /utor, estariainviabili2ada a fixao de servios mnimos em greves queafectam a /dministrao Birecta do 7stado e as empresasque integram o seu sector empresarial, o que no !manifestamente a inteno do legislador.

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    !>O direito greve no ! um direito ilimitado, antes estsujeito sobreposio de outros direitos e interessessociais, impreterveis vida em sociedade num 7stado deBireito e Bemocr tico.

    @>O @overno no pode demitir3se de acautelar estes

    interesses, necessidades e direitos impreterveis, cujasalvaguarda constitui para ele um direito&dever funcional e poltico."0> =o existe, assim, qualquer compresso do direito greve, que tem de ceder de forma proporcional e adequadana proteco de outros direitos priorit rios."">/ sociedade, globalmente considerada, na qual seintegram tamb!m os representados do /utor, tem o direitode exigir o cumprimento de servios mnimos fixados deforma proporcional, adequada e necess ria, como estipulao n.# % do art.# $99.H do +1digo do ;rabal"o." > Os artigos $%.H e $).H da +onstituio no foramviolados pelo Bespac"o +onjunto, j que ele no afecta aliberdade de trabal"o, os servios mnimos fixados noultrapassaram os servios impreterveis de que asociedade, na sua globalidade, ! credora face ao interessequalitativo e quantitativo muito parcial de quem esteja aexercer o direito greve."3>;amb!m se no pretenda que tal Bespac"o violou osartigos )G.H, n.# (, al. "< e :).H, n.# ( da JO;F e ainda o n.#* do artigo (K.H do respectivo egulamento, at! porque ainterpretao feita pelo seu /utor condu2iria a negar odireito greve aos Fu2es residentes dos ;ribunais."9> =o foram fixados servios m ximos em ve2 demnimos, porque os que foram estabelecidos noultrapassaram o normalmente previsvel, nas condi-es deespao, tempo e modo ento existentes, o que se mostrava proporcional e adequado a prevenir as necessidades ento

    actuais."5> insustent vel o constante da concluso (K.V, quecondu2iria a no recon"ecer a um Aen"or 6agistradoFudicial a capacidade e idoneidade de apreciar e decidirquais os meios de que podia servir3se para satisfa2erservios mnimos decretados para solucionar certasituao concreta nos mesmos prevista."6>O Bespac"o +onjunto ! tempestivo e a suacomunicao foi feita com anteced0ncia que respeita o pra2o fixado no n.# $ do artigo $99.H do +1digo do;rabal"o." > =o assiste ao /utor direito a qualquer indemni2ao,

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    porque no existe aqui responsabilidade objectiva, noforam praticados actos ilcitos originadores do dever deindemni2ar e no se alcana em que medida possam tersido afectados direitos e interesses do /utor legalmente protegidos."!>O arecer do 7xcelentssimo 6agistrado do 6inist!rioLblico proferido nestes autos mais no vale do que meraopinio pessoal, que est em manifesta contradio comcorrespondente parecer emitido noutro processo pendenteneste tribunal entre as mesmas partes e versandofactualidade igual, opinando pela total improced0nciadestas ac-es.O 7x.mo rocurador3@eral /djunto 3 nos termos do art.#)$.#&* do + ;/ 3 pronunciou-se pela ile alidade da*esolu=o do &onselJo de 1inistrosK do despacJo doSr> 1inistro da 8usti=a Lue a eGecutou e do DespacJo&on?unto dos Sr>s 1inistros da 8usti=a e do TrabalJoK por entender que no s1 no se verificavam os pressupostos legais que consentiam o decretamento darequisio civil como tamb!m que o @overno no tin"acompet0ncia para definir unilateralmente os serviosmnimos, considerando, no entanto, que se no verificavaa alegada violao dos princpios da necessidade, daadequao e da proporcionalidade na definio dosservios mnimos.Beste modo, col"idos os vistos legais, sendo o ;ribunalcompetente e inexistindo qualquer excepo ou questo pr!via que obste ao con"ecimento do m!rito daquelesactos, cumpre decidir>;# DA1% TA'()+> 1ATM*+A D% ;A&T)>8ul am-se provados os se uintes FactosP">O Aindicato dos Cuncion rios Fudiciais, em (9&G9&*GG$,

    enviou aos 6inist!rios da Fustia e do ;rabal"o e daAolidariedade Aocial um r!3/viso de greve para todos osfuncion rios de justia a ter lugar nos dias *9 e 'G deAetembro e ' e : de Outubro de *GG$.> / concluir esse r!3/viso afirmava3seP> Para e!eitos do disposto no n&7 8 do art&7 9:9&7 do C3digodo 1rabal#o in!orma-se que os trabal#adores abrangidos pelo presente aviso prvio, no contam entre as !un$esque l#es esto atribu das as de segurana e manutenodos equipamentos e instala$es pelo que no se indicaqualquer proposta nesse sentido& ;, dado que as !un$es dos trabal#adores abrangidos por

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    este viso-Prvio, tambm no constam da lista constantedo art&7 9:7m **&G9&*GG$, reuniram3se no 6inist!rio do ;rabal"oe da Aolidariedade Aocial os representantes deste6inist!rio, do 6inist!rio da Fustia e do Aindicato dosCuncion rios Fudicias tendo em vista obter acordo notocante fixao dos servios mnimos que deveriam serassegurados durante a durao da greve, mas esse acordono foi alcanado. 5d. fls. ::&:K destes autos que se do por reprodu2idas.9> =essa reunio os representantes dos mencionados6inist!rios afirmaram que a greve anunciada por aqueleAindicato colocava em causa a satisfao de necessidadessociais impreterveis, nos termos do art.# $9).# do +1digodo ;rabal"o, e que tal justificava e reclamava a fixao deservios mnimos, o que no foi aceite pelosrepresentantes daquela /ssociao que afirmaramP?rea!irmam a sua posio de no #aver necessidade dede!inir servios m nimos uma ve que as nossas !un$es eos 1ribunais no constam na lista de entidades do art&79:7m *'&G9&*GG$, os Ar.s 6inistros de Fustia e do;rabal"o e da Aolidariedade Aocial proferiram o Bespac"o

    +onjunto junto a fls. ''&'K destes autos, que aqui se d porreprodu2ido, definindo os servios mnimos a prestardurante o perodo de greve e estabelecendo a forma comoessa prestao deveria ser efectuada nos seguintes termosP=>& ?os per odos de greve dos !uncion.rios de justia, aocorrer nos dias @: e 8A de 0etembro e 8 e B de 4utubrode @AA9, devem ser prestados como servios m nimos osrelativos aos seguintes actosa6 presentao de detidos e arguidos presos )autoridade judici.ria e reali ao dos actosimediatamente subsequentesDb6 Eeali ao de actos processuais estritamente

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    indispens.veis ) garantia da liberdade das pessoas e osque se destinem a tutelar direitos, liberdades e garantiasque de outro modo no possam ser exercidos em tempotilD

    c6 Provid/ncias cuja demora possa causar preju o aosinteresses dos menores, nomeadamente as respeitantes ) sua apresentao em ju o e ao destino daqueles que seencontrem em perigo&@& ?as secretarias judiciais e servios do Ministrio Pblico dos tribunais judiciais de todas as inst nciasmaterialmente competentes para a execuo dos actosre!eridos no par.gra!o anterior, devem ser a!ectos ) prestao de servios m nimos um o!icial de justia emcada seco, devendo ser pelo menos dois em cadatribunal ou servio do Ministrio Pblico&8& 0e, durante a greve, a execuo dos servios m nimos oexigir, pode ser determinado, pelo respectivo magistrado,um nmero de o!iciais de justia superior, que sejaadequado em !uno da actividade exigida para a satis!ao das necessidades sociais impreter veis&B& 4 0indicato dos Funcion.rios 2udiciais deve comunicar) 5ireco-%eral da dministrao da 2ustia adesignao dos o!iciais de justia a a!ectar ) prestao de servios m nimos, de acordo com o par.gra!o @G, atquarenta e oito #oras antes do in cio do per odo de greve&9& 0e o 0indicato no proceder ) comunicao re!erida no par.gra!o anterior, a designao dos o!iciais de justia !eita pela 5ireco-%eral da dministrao da 2ustia e,nos tribunais superiores, pelo respectivo jui Presidenteou pelo magistrado do Ministrio Pblico competente&H& designao dos o!iciais de justia determinada deacordo com o par.gra!o 8G assegurada, atenta aurg/ncia da situao, pelo magistrado que a tiver

    determinado, podendo o 0indicato dos Funcion.rios 2udiciais indicar outro o!icial de justia em substituiodo que !oi designado&IG& 1ransmita-se de imediato aos tribunais judiciaisre!eridos no par.gra!o @G, ao Ministrio Pblico e ao0indicato dos Funcion.rios 2udiciais&6>7m *%&G9&*GG$ e na sequ0ncia do supracitado Bespac"o+onjunto a Ar.V Birectora @eral da /dministrao daFustia proferiu o despac"o junto a estes autos a fls. '%&'),que ora se d por reprodu2ido, designado os funcion riosque ficariam afectos prestao dos servios mnimos,donde se extrai o seguinteP

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    =8& J 1endo em conta que o 0indicatos dos Funcion.rios 2udiciais no procedeu, no pra o legalmente previsto, )comunicao re!erida, determino, em cumprimento e deacordo com as regras previstas no re!erido despac#o

    conjunto>& ;m cada secretaria, e para e!eitos de prestao de servios m nimos, so designados os escrives de direito eos tcnicos de justia principaisD@& Kuando o respectivo quadro de pessoal preveja apenasum lugar das categorias re!eridas no nmero anterior, so designados o secret.rio de justia e o o!icial de justia de categoria superiorD em caso de igualdade decategoria designado, sucessivamente, o de maiorantiguidade naquela categoria e o de maior idadeD8& ?os casos de !alta ou aus/ncia, leg timas, de algum doso!iciais de justia designados nos termos dos nmerosanteriores considera-se igualmente designado o o!icial de justia que se l#e seguir, de acordo com as regrasre!eridas no nmero anterior&B& s designa$es re!eridas nos nmeros anterioresabrangem os o!iciais de justia que exercem !un$es emregime de substituioD9 4s o!iciais de justia designados atravs do presentedespac#o sero desobrigados da prestao de serviosm nimos se o magistrado competente considerar que asrespectivas !un$es esto asseguradas por o!iciais de justia no aderentes, ) greve&B- 4s secret.rios de justia devem adoptar todas as provid/ncias necess.rias ao acesso )s respectivasinstala$es quer dos !uncion.rios designados quer dosno aderentes ) greve&>7m *9&G9&*GG$ foi aprovada a esoluo do +onsel"ode 6inistros n.# ($'3/&*GG$, publicada no B , I A!rie 3 U,

    de *9&G9&*GG$, que terminava do seguinte modoP=L imperativo assegurar o cumprimento dos serviosm nimos nas matrias de maior relevo para a de!esa doscidados, no mbito da administrao da justiaa6 presentao de detidos e arguidos presos )autoridade judici.ria e reali ao dos actosimediatamente subsequentesDb6 Eeali ao de actos processuais estritamenteindispens.veis ) garantia da liberdade das pessoas e osque se destinem a tutelar direitos, liberdades e garantiasque de outro modo no possam ser exercidos em tempotil&

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    c6 Provid/ncias cuja demora possa causar preju o aosinteresses de menores, nomeadamente as respeitantes ) sua apresentao em ju o e ao destino daqueles que seencontrem em perigo&

    ssim ?os termos da al& g6 do art&7 >::&7 da Constituio, oConsel#o de Ministros resolveu> J Eecon#ecer, de acordo com o art&7 HA>&7 do C3digo do1rabal#o e no art&7 >&7 e no n&7 > do art&7 B&7 do 5N n&7H8IOIB, de @AO>>, a necessidade de se proceder )requisio civil dos o!iciais de justia em situao de greve nos dias @: e 8A de 0etembro e 8 e B de 4utubro de@AA9&@& J utori ar o Ministro da 2ustia a e!ectivar arequisio civil dos !uncion.rios re!eridos no nmeroanterior&8& J 5eterminar a produo imediata de e!eitos da presente resoluo&'8vd. fls. *9 e 'G destes autos que se do por integralmentereprodu2idas7 atrav!s da ortaria n.# 9$G3/&*GG$, de *9&G9, publicada no mesmo B , o 6inistro da Fustia procedeu execuo da esoluo referida no antecedente ponto % pela seguinte formaP=Manda o %overno, pelo Ministro da 2ustia, o seguinte>&G requisio civil de o!iciais de justia em situao de greve tem por objecto a prestao dos servios relativosaos seguintes actosa6 presentao de detidos e arguidos presos )autoridade judici.ria e reali ao dos actosimediatamente subsequentesDb6 Eeali ao de actos processuais estritamenteindispens.veis ) garantia da liberdade das pessoas e os

    que se destinem a tutelar direitos, liberdades e garantiasque de outro modo no possam ser exercidos em tempotilDc6 Provid/ncias cuja demora possa causar preju o aosinteresses dos menores, nomeadamente as respeitantes ) sua apresentao em ju o e ao destino daqueles que seencontrem em perigo&@&G Para o e!eito, e quanto aos o!iciais de justiaaderentes ) greve nos dias @: e 8A de 0etembro e 8 e B de4utubro de @AA9a6 0o requisitados os escrives de direito e os tcnicosde justia principais das secretarias dos tribunais de

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    todas as inst ncias, bem como dos servios do Ministrio Pblico, materialmente competentes para a execuo do servio acima de!inidoDb6 ?os tribunais em que o quadro de pessoal no preveja

    ou preveja apenas um lugar das categorias re!eridas naal nea anterior, so requisitados os secret.rio de justia eo o!icial de justia que, de entre os restantes, deten#amcategoria superiorD em caso de igualdade de categoria, requisitado, sucessivamente, o de maior antiguidadenaquela categoria e o de maior idadeDc6 ?os casos de !alta ou aus/ncia, leg timas, de algum doso!iciais de justia requisitados nos termos desta portaria,considera-se igualmente requisitado o o!icial de justiaque se l#e seguir, de acordo com as regras re!eridas naal nea anteriorDd6 0o igualmente requisitados outros o!iciais de justia sempre que o servio re!erido nas v.rias al neas do n&7 >&Gda presente portaria o exija e ten#am sido designados pelo respectivo magistrado&8&G s requisi$es re!eridas nos nmeros anterioresabrangem os o!iciais de justia que exercem !un$es emregime de substituio&B&G 4s o!iciais de justia requisitados atravs da presente portaria sero desobrigados da prestao de serviosm nimos se o magistrado competente tiver considerado, por despac#o escrito, que as respectivas !un$es estoasseguradas por o!iciais de justia no aderentes ) greve&9&G autoridade respons.vel pela execuo da requisio o Ministro da 2ustia&H&G compet/ncia para a pr.tica de actos de gestodecorrentes da requisio incumbe ) 5irectora-%eral da dministrao da 2ustia, pertencendo, nos tribunais superiores, de acordo com o seu estatuto pr3prio, aos

    2u es Presidentes e aos magistrados do Ministrio Pblico competentes&I&G 5urante o per odo de requisio os !uncion.rios porela abrangidos mant/m-se sujeitos ao regime jur dico edisciplinar que decorre da sua qualidade pro!issional&

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    ++> ) D+*%+T)>O Aindicato dos Cuncion rios Fudiciais enviou, em(9&G9&*GG$, aos Ar.s 6inistros da Fustia e do ;rabal"oum r!3/viso de greve informando3os que os funcion riosde justia iriam fa2er greve nos dias *9 e 'G de Aetembro8quinta e sexta feiras< e ' e : de Outubro 8segunda e terafeiras< de *GG$ e que no apresentava nen"uma propostade servios mnimos porque, por um lado, as fun-esdesempen"adas por esses trabal"adores no integravam alista constante do art.# $9).# do +1digo do ;rabal"o e, poroutro, porque a sua aus0ncia do trabal"o no inviabili2avaa reali2ao das dilig0ncias urgentes. =a sequ0ncia desse r!3/viso, e tendo em vista obteracordo relativo prestao dos servios mnimos duranteo perodo de greve e aos meios para os assegurar, osmandat rios do Aindicato e dos referidos 6inist!riosreuniram3se, em **&G9&GG$, mas sem sucesso j que, muitoembora os representantes ministeriais tivessem dito que afixao desses servios era indispens vel, osrepresentantes sindicais reafirmaram no "aver obrigaolegal, nem necessidade, de os definir e que, a "averdilig0ncias urgentes a cumprir, os 6agistrados poderiamassegur 3las porque no estariam em greve.Cace a esta fal0ncia negocial os 6inistros da Fustia e do;rabal"o, no dia imediato 8*'&G9&*GG$

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    cumprimento desses servios eN3Oautori2ando o 6inistroda Fustia a efectiv 3la. 7 este, atrav!s da ortaria n.# 9$G3/&*GG$, datada do mesmo dia, procedeu a essa requisioe designou os funcion rios que assegurariam ocumprimento daqueles servios.So estes actos a esoluo do +onsel"o de 6inistrosque recon"eceu a necessidade da requisio civil, oBespac"o do Ar. 6inistro da Fustia que a ela procedeu eque definiu os seus termos, o Bespac"o +onjunto dos Ar.s6inistros da Fustia e do ;rabal"o que fixou os serviosmnimos a serem prestados e o Bespac"o da Ar.V Birectora@eral da /dministrao da Fustia que designou osfuncion rios a eles afectos Lue ora v m impu nadoscom Fundamento em vcios de violao de lei e eminconstitucionalidades.ara al!m disso o /utor pretendea condena=o dos *Husno pa amento de uma indemni a=oque repare osdanos alegadamente sofridos com a prolao daquelesactos.5ejamos, pois."> / primeira questo a resolver ! a desaber se o actoimputado Q Sr>R Directora ,eral da Administra=o da8usti=a H impu n vel>7ste 3 como ! sabido 3 teve por funo executar odeterminado no Bespac"o +onjunto dos Ar.s 6inistros daFustia e do ;rabal"o, isto !, destinou3se a designar osoficias de justia que iriam ficar afectos ao cumprimentodos servios mnimos por eles definido, designao quedecorreu do facto do Aindicato /utor no a ter feito.;odavia, se bem repararmos,todas as determina=Ies contidas naLuele acto vieram a ser inte radas nodespacJo do Sr> 1inistro da 8usti=a Lue procedeu QreLuisi=o civil vd. as diversas alneas do ponto ' do

    despac"o da Ar.V Birectora @eral e as alneas a

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    ) Lue determina a sua inimpu nabilidade 8art.# $(.#, n.#(, do + ;/ O /utor pede a declara=o de nulidade ou a anula=o

    da *esolu=o do &onselJo de 1inistrosque recon"eceu

    a necessidade de requisio civil e fixou os serviosmnimosale ando Lue a mesma era ile al N"O por noestar demonstrado que a greve iria determinar preju2osincomport veis que exigissem o seu decretamento,N O poro @overno no ter compet0ncia para definir os serviosmnimos, N3O por constituir uma verdadeira requisio civil preventiva,N9O por ter restringido de formadesproporcionada, desadequada e desnecess ria oconteLdo do direito greve e dessa forma infringir osnormativos constitucionais que regulamentam esta mat!riae N5O por assentar em errados pressupostos.or ser priorit ria, comear3se3 por resolvera Luesto desaber se os servi=os enumerados nessa *esolu=oconstitu am uma necessidade social impreter velque, ano serem prestados, determinavam preju2os irrepar veis pois que, s1 assim for, ! que a impugnada requisio terrespaldo legal. Bepois, e merecendo esta interrogaoresposta positiva, apurar3se3 se a inexist0ncia da lista derbitros para formar o col!gio arbitral de que fala o n.# :do art.# $99.# do +1digo do ;rabal"o consentia que o@overno se tivesse considerado competente para definir osservios mnimos e os tivesse fixado unilateralmente, seessa fixao no foi excessiva e desproporcionada e se severificavam os pressupostos que permitiam aquelarequisio.3> =os termos do n.# ( do art.# $%.# da + > garantido odireito ) greve?, direito Lue no H absolutovisto o seun.# ' Introdu2ido no texto constitucional pela eviso de (99%.

    autori2ar que a lei ordin ria defina >as condi$es de prestao, durante a greve, de servios necess.rios ) segurana e manuteno de equipamentos e instala$es,bem como de servios m nimos indispens.veis paraocorrer ) satis!ao de necessidades sociaisimpreter veis', o que constitui uma limitao ao seuexerccio irrestrito, como tamb!m o n.# * do seu art.# ().#consente que esse exerccio possa ser constrangido quandoseja >necess.rio para salvaguardar outros direitos ouinteresses constitucionalmente protegidos?.O que quer di2er que,apesar FundamentalK o direito Qreve pode ser re ulamentado e esta re ulamenta=o

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    pode constituirK ob?ectivamenteK numa restri=o ao seueGerc cio sem que tal possa ser considerado como umaviolao inconstitucional do direito greve. onto ! queela se destine a ocorrer satis!ao de necessidades

    sociais impreter veis,a promover a

    segurana emanuteno de equipamentos e instala$es e se limiteaonecess.rio para salvaguardar outros direitos ouinteresses constitucionalmente protegidos.7 porque assim ! os art.#s $9).# 8que estatui que asassocia-es sindicais e os trabal"adores ficam obrigados a prestar durante a greve os servios mnimosindispens veis a assegurar asnecessidades sociaisimpreter veis 8vd. seu n.# (< e $99.# do +1digo do;rabal"o 8que estabelece o modo de fixao daquelesservios (. O /utor sustenta que as necessidades que justificaram a fixao dos servios mnimos no podemser consideradas impreterveis e, nessa medida, no podiam servir de fundamento a essa fixao, por um lado, porque no estavam elencadas no citado art.# $9).# do +;e, por outro, porque poderiam ser satisfeitas pelos6agistrados que se no encontrariam em greve.7, porque assim,a primeira diFiculdade a resolver H a desaber se os servi=os FiGados pelos *Hus iriam acudir anecessidades sociais impreterveis e, nessa medida, se asua fixao foi feita com observ4ncia da lei.O legislador, atenta a dificuldade e o melindre naidentificao do que se deve entender pornecessidades sociais impreter veis susceptveis de justificar a fixao

    dos servios mnimos, optou por fa2er uma enumeraoexemplificativa de alguns dos sectores onde elas se fa2emsentir e deixar ao int!rprete a misso de estabelecer oscrit!rios gerais definidores desse conceito. 7, assim,estatuiu no art.# $9).# do +1digo do ;rabal"oP>@ - Para e!eitos do disposto no nmero anterior,consideram-se empresas ou estabelecimentos que sedestinam ) satis!ao de necessidades sociaisimpreter veis os que se integram, nomeadamente, emalguns dos seguintes sectoresa6 Correios e telecomunica$esDb6 0ervios mdicos, #ospitalares e medicamentososD

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    c6 0alubridade pblica, incluindo a reali ao de !uneraisDd6 0ervios de energia e minas, incluindo o abastecimentode combust veisD

    e6 bastecimento de .guasD !6 ombeirosD g6 0ervios de atendimento ao pblico que assegurem a satis!ao de necessidades essenciais cuja prestaoincumba ao ;stadoD #6 1ransportes, incluindo portos, aeroportos, esta$es decamin#o de !erro e de camionagem, relativos a passageiros, animais e gneros alimentares deterior.veise a bens essenciais ) economia nacional, abrangendo asrespectivas cargas e descargasDi6 1ransporte e segurana de valores monet.rios&' ) ,overno - a quem cumpre identificar, caso a caso, asnecessidades que devem ser asseguradas durante a greve e, por isso, as necessidades que justificam o estabelecimentode servios mnimos 3entendeu LueKin casu K estas eramas se uintesP=a6 presentao de detidos e arguidos presos )autoridade judici.ria e reali ao dos actosimediatamente subsequentesDb6 Eeali ao de actos processuais estritamenteindispens.veis ) garantia da liberdade das pessoas e osque se destinem a tutelar direitos, liberdades e garantiasque de outro modo no possam ser exercidos em tempotilDc6 Provid/ncias cuja demora possa causar preju o aosinteresses dos menores, nomeadamente as respeitantes ) sua apresentao em ju o e ao destino daqueles que seencontrem em perigo&'Importar , por isso, analisar se a apresentao de detidos e

    arguidos presos autoridade judici ria competente, areali2ao de dilig0ncias destinadas a impedir o prolongamento ilegal de uma deteno ou a assegurar ocumprimento de direitos de similar relev4ncia e a tomadadas provid0ncias necess rias salvaguarda de menoresconstitu am necessidades sociais impreter veis Lueimportava prestar durante o per odo de reve e, portanto, necessidades para que "avia que fixar serviosmnimos, pois ques a resposta positiva a estasinterro a=Ies poder salvar os actos impu nados dasua anula=o.3> *. / leitura do transcrito art.# $9).# do +; leva3nos a

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    direitos fundamentais e a proteco dos interesses deterceiros que pela sua relev4ncia se l"e devem sobrepor.Ponto H Lue na pondera=o desses interesses conFlituaise na Forma de os resolver se respeitem os restantes

    direitos e interesses arantidos constitucionalmente e

    se no actue por forma a restringir de forma intoler vel odireito greve>Aendo assim, e sendo que a definio dos impugnadosservios mnimos se conteve dentro dos limitesconstitucionais e legais atr s traados 3 art.#s $%#, n.# ', e().#, n.# *, da +onstituio e $9).# do +1digo do ;rabal"o3nenJuma ile alidade Foi cometida Luando o &onselJode 1inistros e os 1inistros da 8usti=a e do TrabalJodeFiniram as reFeridas actividades como servi=os cu?asatisFa=o era imperioso arantir durante o per odo dereve .A ac=o improcede, pois,nesta parte.9. sabido queocorrendo uma reve se impIe resolverimediatamente tr s problemasR primeiro, o de saber se amesma p-e em causa necessidades sociais impreterveis,depois, sendo a resposta positiva, identificar essasnecessidades e os servios que importa mobili2ar para l"esfa2er face e, finalmente, saber quem define esses servios.5encidas as primeiras dificuldades a greve pun"a emcausa necessidades sociais impreterveis para as quais eranecess rio mobili2ar servios mnimos e a identificaodestes foi feita com observ4ncia da lei est na altura deaveriguarse a ineGist ncia da lista de rbitros Luepermite a Forma=o do colH io Lue deFine os servi=osm nimos8vd. n.# : do art.# $99.# do +;/ definio dos servios mnimos, preferencialmente,

    deve ser feita por acordo entre trabal"adores eempregadores 8n.#s ( e * do art.# $99.# do +.;< mas, se talno for possvel, ela ser feita por despac"o conjunto do6inistro respons vel pela rea laboral e pelo 6inistrorespons vel pelo sector da actividade e, no caso dessagreve afectar a administrao directa do 7stado, por umcol!gio arbitral 8n.#s ' e : do mesmo art.# $99.#

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    / dificuldade surge quando a greve afecta a administraodirecta do 7stado e inexiste a possibilidade de se formar omencionado col!gio arbitral porque neste caso o @overnono pode ser considerado uma entidade independente e alei no l"e atribui directa e expressamente a tarefa dafixao desses servios. 7, por isso, a pergunta que seimp-e ! a de saber se, face aus0ncia de acordo e inexist0ncia do referido col!gio, o @overno pode definiros servios mnimos.O /utor responde negativamente a esta interrogao,sustentando que o @overno est impedido de proceder definio daqueles servios.7sta resposta, por!m, no ! conforme jurisprud0nciadeste Aupremo ;ribunal vd. /c1rdo de (:&G)&*GG% 8rec.$99&G%< e, porque assim, e porque se concorda com adoutrina nele nos limitaremos a seguir o que nele foi dito.%screveu-se nesse ArestoP=Qejamos a questo tendo presente que o art&7 9::&7 do C&1rabal#o tem a seguinte redaco/rtigo $99.#Befinio dos servios mnimos( 3 Os servios mnimos previstos nos n#s ( e ' do artigoanterior devem ser definidos por instrumento deregulamentao colectiva de trabal"o ou por acordo comos representantes dos trabal"adores.* 3 =a aus0ncia de previso em instrumento deregulamentao colectiva de trabal"o e no "avendoacordo anterior ao aviso pr!vio quanto definio dosservios mnimos previstos no n# ( do artigo anterior, ominist!rio respons vel pela rea laboral convoca osrepresentantes dos trabal"adores referidos no artigo $9'# eos representantes dos empregadores, tendo em vista anegociao de um acordo quanto aos servios mnimos e

    quanto aos meios necess rios para os assegurar.' 3 =a falta de um acordo at! ao termo do '# dia posteriorao aviso pr!vio de greve, a definio dos servios e dosmeios referidos no nLmero anterior ! estabelecida, sem preju2o do disposto no n# :, por despac"o conjunto,devidamente fundamentado, do ministro respons vel pelarea laboral e do ministro respons vel pelo sector deactividade.: 3 =o caso de se tratar de servios da /dministraoBirecta do 7stado ou de empresa que se inclua no sectorempresarial do 7stado, e na falta de um acordo at! aotermo do '# dia posterior ao aviso pr!vio de greve, a

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    definio dos servios e meios referidos no n# * compete aum col!gio arbitral composto por tr0s rbitros constantesdas listas de rbitros previstas no artigo $%G#, nos termos previstos em legislao especial.$ 3 O despac"o previsto no n# ' e a deciso do col!gioarbitral prevista no nLmero anterior produ2em efeitosimediatamente ap1s a sua notificao aos representantesreferidos no n# * e devem ser afixados nas instala-es daempresa ou estabelecimento, nos locais "abitualmentedestinados informao dos trabal"adores.K 3 Os representantes dos trabal"adores a que se refere oartigo $9'# devem designar os trabal"adores que ficamadstritos prestao dos servios referidos no artigoanterior, at! quarenta e oito "oras antes do incio do perodo de greve, e, se no o fi2erem, deve o empregador proceder a essa designao.% 3 / definio dos servios mnimos deve respeitar os princpios da necessidade, da adequao e da proporcionalidade. ;st. assente nos autos que no #avia possibilidade deaplicar o n&7 B por no estarem ainda constitu das aslistas de .rbitros&Qejamos ento as consequ/ncias da impossibilidade deconstituir a entidade competente para de!inir os serviosm nimos& ?a vig/ncia da Nei da %reve (Nei H9OII6 e ap3s adeclarao de inconstitucionalidade (por v cio de procedimento legislativo J c3rdo HO>AO>::H6 com !ora obrigat3ria geral dasnormas da Nei 8AO:@, de @AO>A, que atribu am ao %overnoo poder de de!inir os servios m nimos e antes da entradaem vigor do C3digo do 1rabal#o, o entendimento seguidoneste 01 !oi o de que o %overno no tin#a poderes para

    de!inir os servios m nimos J c!r& ac3rdos do Pleno da >0eco de @H->@-:I, recurso 8@>A9D de >-@AAA,recurso 8I898D de >:->@-:H, recurso 8>H e de >@-9-::,recurso 8@8I::O@AA9 e @

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    pormenori adamente reguladas& 4 n&7 8 do art&7 9::&7atribui ao %overno, atravs dos ministros respons.veis pelo sector de actividade em causa e do trabal#o,compet/ncia para de!inir os servios m nimos =sem preju2o do disposto no n.# :

    '& 4u seja, sem preju o detal compet/ncia ser exercida por um colgio de .rbitros,nos casos em que estivessem em con!lito trabal#adores e servios da dministrao 5irecta do ;stado& Contudo,no vem expressamente prevista na lei a soluo para oscasos transit3rios em que ainda no estivessemelaboradas as listas de .rbitros, ou seja, situa$es deimpossibilidade de constituir o colgio arbitral J que precisamente a situao em causa neste processo&Kual a mel#or soluoRConsiderar que nessa #ip3tese no #. sequer lugar ) prestao de servios m nimosR Considerar aplic.vel oregime anterior ao C3digo do 1rabal#o, segundo o qual,no entendimento pac !ico deste 0upremo 1ribunal, o%overno no tin#a atribui$es nessa matria (comode!endem as recorrentes6R 4u entender que as atribui$escon!eridas ao %overno no n&7 8 do art&7 9::&7 do C&1rabal#o compreendem tambm os casos previstos no n&7B, enquanto este artigo no puder ser aplicado (comodecidiu o ac3rdo recorrido6& 2ulgamos mais acertada a interpretao da lei subjacenteao entendimento seguido no ac3rdo recorrido, segundo aqual, nesta especial situao de impossibilidade dereali ao do colgio de .rbitros , por um lado,necess.ria a reali ao de servios m nimos paraassegurar a satis!ao de necessidades sociaisimpreter veis e, por outro lado, que compete ao %overnode!inir o mbito de tais servios m nimos a prestardurante a greve&

    Qejamos porqu/& 2ulgamos inaceit.vel uma interpretao da lei que perante a impossibilidade de constituir o colgio de.rbitros in!ira a inexist/ncia da obrigao de prestar servios m nimos, mesmo que a greve a!ecte necessidades sociais impreter veis& evoluo da legislao,designadamente da pr3pria Constituio J com aintroduo do n&7 8 do art& 9I7 - e a posterior publicaodo C3digo do 1rabal#o - atravs do art&7 9::7 - mostramuma clara opo pela proteco dos interesses deterceiros a!ectados com a greve& ?ote-se ainda que,quando estejam em causa direitos !undamentais de

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    terceiros, satis!eitos pelos servios em greve, o direito ) greve tambm se apresenta como uma verdadeirarestrio a tais direitos& 5a que possa di er-se, como o !a ;E? E54 S QT;E, in Cadernos de 2ustia

    dministrativa, B@&7, p.g& que =os direitos fundamentais

    satisfeitos por servios votados a necessidadesimpreterveis s1 podem ser restringidos pelo exerccio dodireito greve dentro dos limites em que fiquemsalvaguardados num mnimo'& Uma equilibradacon!ormao legal da satis!ao de necessidades sociaisimpreter veis com o exerc cio do direito ) greve, no pode !a er-se com a preval/ncia pura e simples de qualquer umdeles, e, por isso no de acol#er uma interpretao quea!aste a necessidade de !a er cumprir os serviosm nimos& ssente, - como nos parece necess.rio para que o pr3prioexerc cio do direito ) greve seja constitucionalmenteadequado e equilibrado - a exist/ncia de serviosm nimos, durante a greve, para assegurar a satis!ao denecessidades sociais impreter veis, tambm julgamoscorrecta a interpretao da lei que conclua pelaatribuio da compet/ncia para os de!inir ao %overno& L, com e!eito, essa a soluo da lei para todos os demaiscasos, incluindo os con!litos que envolvem dministrao Tndirecta do ;stado J art&7 9::&7, 8 do C3digo do1rabal#o& ;xistindo uma regra atribuindo, em geral,compet/ncia ao %overno, a resoluo de uma situaotransit3ria de *va io literal+, como a que ocorre quandono seja poss vel constituir o colgio de .rbitros,integrando-a no regime que vigora para os demais casos,encontra um m nimo de correspond/ncia na lei (no art&79::&7, 8 do C& 1rabal#o6& ;sse m nimo de correspond/ncialiteral , apesar de tudo, su!iciente para vincar a clara

    posio do legislador no sentido de no querer atribuir )sassocia$es que declararam a greve a compet/ncia parade!inir e decretar os servios m nimos, j. que emnen#uma das situa$es previstas no art&7 9::&7 do C& do1rabal#o l#e con!ere tal poder& Por outro lado, a interveno do %overno, na de!iniodos servios m nimos, justi!icada por ser essa entidadeque deve interpretar e de!ender a satis!ao denecessidades sociais impreter veis& L ainda o %overnoque !iscali a o cumprimento dos servios m nimos (art&7HA>&7 do C& 1rabal#o6, regra cuja ra o de ser radica nacircunst ncia de caber ao %overno a de!esa dos

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    interesses de terceiros sacri!icados com a greve&Kualquer outra soluo deixaria sem de!esa os interessesde terceiros prejudicados com a greve mesmo quando taisinteresses !ossem quali!icados como *necessidades sociais

    impreter veis+& ?ote-se que a interveno administrativana de!inio dos servios a prestar durante a greve s3existe, con!orme decorre do art&7 9I&7, 8 da Constituio,quando possa estar em perigo a satis!ao denecessidades sociais impreter veis& garantia de que acontrovrsia sobre a de!inio dos servios m nimos temuma soluo (certe a jur dica6 e de que os interesses deterceiros prejudicados com a greve J sujeitos denecessidades sociais impreter veis J so salvaguardados,tornam =mais acertada' a interpretao seguida no 1C -0ul, e nessa medida essa a interpretao que deve seracol#ida, nos termos do art&7 :&7, n&7 8 do C& Civil& ?o presente caso devemos ainda ter em especial atenoque a de!inio dos servios m nimos no se reveste demaleabilidade ou !lexibilidade, quanto ao respectivombito, pois destina-se a assegurar o servio de exames eapenas esse& ?o #., neste caso, a possibilidade de umainterveno lesiva da =imparcialidade' na de!inio dos servios m nimos, pois, no ad iss vel a opo pela reali ao de alguns exames emdetrimento de outros& reali ao de servios m nimos,tin#a um mbito de!inido ) partida (deveria serassegurada a reali ao de todos os exames6,impossibilitando, assim, a violao do princ pio daimparcialidade, subjacente ) regra do n&7 B&7 do art&7 9::7do C3digo do 1rabal#o& Finalmente, este entendimento no colide com o dispostono art&7 9I&7, @ da Constituio (como alegam osrecorrentes6 uma ve que neste preceito se re!erem os

    *interesses a de!ender atravs da greve+ e no osinteresses de terceiros que so sacri!icados durante e porcausa da greve& estes ltimos interesses re!ere-se o n&7 8do art&7 9I&7 - acima transcrito J segundo o qual cabe aolegislador de!inir as condi$es de prestao de serviosm nimos& de!inio pelo %overno dos servios m nimosa prestar durante a greve est. de acordo com o dispostono art&7 9I&7, 8 da Constituio e nessa medida emcon!ormidade material com o art&7 >A, !oram a!astadas por

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    inconstitucionalidade !ormal J c!r& c3rdo do 1ribunalConstitucional n&7 ::O@AA9, de >:OABO@AA9(proc& >>IOAB, @ seco6 que *a interveno do %overnona concreta !ixao dos servios m nimos a observardurante a greve, talqualmente estava de!inida no art&7

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    associa$es sindicais e os trabal#adores no assegurem,durante a greve, a prestao dos servios m nimosindispens.veis& Mas quando que pode atingir-se essa concluso, de que

    os servios m nimos no esto asseguradosR 5iga-se desde j. que o emprego do termo =assegurados'no vem em aux lio do ponto de vista do recorrente, deque ele inculca a permisso duma requisio=preventiva'& ssegurar , neste sentido, sin3nimo de=garantir' (5icion.rio Porto ;ditora, I& ed&, >::96, masdaqui nada se retira acerca do momento em que o%overno pode dar como adquirido que determinada greveno garante os servios m nimos J se por prognose de queisso ven#a a acontecer, ou apenas !ace ao quadro real da greve depois de desencadeada&1ero, portanto, de ser outros elementos, que no osexclusivamente literais, a permitir ultrapassar a dvida& Tmporta, antes de mais, lembrar que a requisio civilrepresenta uma restrio de peso ao exerc cio do direitode greve, j. que possui a virtualidade de anular essaatitude colectiva de paralisao do trabal#o, livrementetomada no quadro da Constituio e da lei& ?o entanto, a vida comunit.ria p$e em jogo valores einteresses tanto ou mais importantes do que esses, como sejam os do !uncionamento de certas actividades e servios que acodem a necessidades sociais priorit.rias,como so as enunciadas (ali.s exempli!icativamente6 nocitado art&7

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    com os intervenientes que tem, e #.-de ser superadoatravs da avaliao do respectivo impacto concreto notecido social que a!ecta, 5ito doutro modo, no pelo simples !acto de o ser que a greve entra em con!lito com

    esses superiores interesses, perante os quais ter. decederD o con!lito s3 nasce se e quando ela !or levada a um ponto de excesso, ou de gravidade, que a torne reprov.vel) lu da concepo social dominante& ;nto J e s3 ento J que ao ;stado l cito desencadear a contra-reaco, abene! cio do interesse pblico&4ra, o legislador decidiu que esse ponto a partir do quala greve se pode tornar socialmente nociva , justamente, onegligenciar dos servios m nimos na empresa ou sectorde actividade paralisado& Por isso, ter. de esperar-se que a greve se desencadeie para avaliar, em concreto, os seus e!eitos econsequ/ncias, 03 na presena de uma greve posta emmarc#a que ser. poss vel saber se esse ponto de ruptura !oi atingido& ntes, tudo se queda pelo plano das #ip3tesese das conjecturas& 5a a import ncia que o ac3rdo recorrido atribui, emuito bem, ) considerao do nmero e quali!ica$es dos grevistas, pois se esta se quedar por uma adeso !raca ouno envolva os elementos que podem por em marc#a os servios m nimos, estes no estaro em perigo& Como seescreveu no ac3rdo, *o dever de interveno dossindicatos na prestao dos servios mnimos s1 !exercit vel se, em face do nLmero ou das aptid-es dosgrevistas, se tornar claro que a reali2ao de tais serviosest em risco+&4 argumento utili ado pelo ac3rdo pleno de sensate , sendo deslocada a cr tica do recorrente de que utili aelementos =aleat3rios' na interpretao do art&7 e no n&7B, esto empregues na sua acepo jur dica rigorosa&4ra, s3 pode existir incumprimento de determinadaobrigao quando, c#egado o momento do respectivovencimento, o devedor no reali a a prestao, isto , o

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    comportamento a que se ac#ava vinculado J vd& o art&7IH@7 do C& Civil& 0e a obrigao tem um pra o, no poss vel ao credor, antes do tempo, retirar e!eitos dum suposto incumprimento ou mora do devedor&

    5e resto, !oi j. abordada a questo de saber qual o valorda *declarao do devedor de no cumprir+,nomeadamente se ela implica o vencimento autom.tico daobrigao e responsabilidade do devedor a partir dadeclarao& ; a resposta da doutrina de que a soluoa!irmativa muito duvidosa e inconveniente, mesmo num plano de pol tica legislativa, e insustent.vel, no quadro dalei positiva (c!& P;004 24E%;, Ni$es de 5ireito das4briga$es, >:HI, pg& @:H e segs&6& Muito duvidosa e inconveniente, porquanto o devedor,depois de anunciar no cumprir, pode arrepender-se eapresentar-se a cumprir pontualmente e o credor no ter.de que se queixar& declarao pode no ter sido su!icientemente ponderada e, entretanto, atribu ram-se-l#e graves consequ/ncias& Negalmente insustent.vel, poisno encontra abrigo na norma do art& ::I, pg& @9

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    subseco !e , e muito bem, !oi admitir que a ameaa podia no ser levada ) letra, !ace ao contexto em que estetipo de declara$es costuma ser pro!erida& Para seindagar do sentido real de determinada norma, cabe ao

    intrprete antecipar quais as situa$es da vida a que essanorma pode aplicar-se, e prognosticar os comportamentosque as pessoas seus destinat.rios podem adoptar nasconcretas circunst ncias dessa aplicao& 03 assim podeimaginar-se na posio de quem teve de legislar, e procurar reconstituir o pensamento que esteve por detr.sdas solu$es consagradas& Mesmo para quem aceita extrair consequ/ncias do avisode no cumprimento, requer-se que tal inteno seja !eitade !orma =categ3rica e de!initiva' J c!& % NQV4 1;N;0,ob& cit&, pg& @9& 5outro modo, estaria aberto o camin#o )s requisi$es=preventivas', de e!eito dissuasor, !a endo abortar grevesainda em gestao J capa es de neutrali ar aqueledireito, que teve a sua consagrao no nosso textoconstitucional logo a partir da sua verso original& admitir-se a requisio com base na ameaa de no prestao dos servios m nimos, por que no tambm

    noutras situa$es que alegadamente permitissem prognose similar, como por exemplo o precedente dequebra dos servios m nimos em anterior grevedesencadeada pelo mesmo sindicatoR Uma ve quebradoo princ pio, situa$es como esta bem podiam multiplicar- se& 5a que a orientao da 2urisprud/ncia deste 0upremo1ribunal ten#a vindo a ser no sentido do decidido peloac3rdo impugnado& Kuer no c& de @&:@ ( p/ndicesao 5&E&, pg& B>I6, quer ainda no c& do Pleno de @:&:&:B(ibid&, pg& BB:6, o 1ribunal rejeitou com !irme a a posiocontr.ria, e com uma motivao semel#ante ) que agora

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    se utili a& Eesta uma derradeira re!er/ncia ao argumento do paradoxo, que tenta mostrar o absurdo de ter de seesperar pela e!ectiva preterio de necessidades

    impreter veis para se poder actuar, desencadeando asac$es necess.rias&4 argumento no col#e& ntes do mais, ele ignora queno l cito aos 3rgos aplicadores do 5ireito substituir- se ao legislador nas op$es de princ pio que este tomouquando concebeu determinada regulamentao legal&4ra, a Nei da %reve bem podia ter escol#ido um sistemadi!erente, em que no !ossem os sindicatos e ostrabal#adores a !icar deposit.rios do encargo deassegurar os servios m nimos, ou, em alternativa, terinstitu do um mecanismo de comprovao prvia perantea dministrao das medidas adoptadas nessa matria& verdade, porm, que no !oi essa a opo do legislador,que deliberadamente quis a!astar o %overno deinter!er/ncia com a greve at ao momento do seu surgimento, deixando assim que o correspondente direito se exercitasse sem quaisquer baias& 4nde o recorrenteentrev/ um absurdo, o que #. uma clara noo doslimites do poder administrativo& o despre ar outras solu$es e prever apenas uma actuao a posteriori,obrigando a dministrao a guardar uma prudentedist ncia das envolv/ncias da greve antes desta atingir otal ponto de ruptura, o poder legislativo est. antes amani!estar o respeito que nutre, por imperativo daConstituio, por este direito !undamental dostrabal#adores& Por outro lado, no pode encarecer-se demasiado oreceio de consequ/ncias graves, j. que ao %overno ser. sempre l cito lanar mo da requisio civil mal constate

    que os servios m nimos no esto assegurados& ;, namaioria das ve es, poucas #oras de greve bastaro para se atingir, com segurana, esta concluso& 4 %overno temao seu alcance meios, que incluem a observao directados primeiros momentos da greve, para detectar deimediato aquela !alta& ; nada impede que, para e!eito de ter nessa altura preparada a requisio civil (no para precipitar, antesdisso, o seu decretamento6 o %overno d/ especial atenoos antecedentes da greve e valori e, por prognose, asdeclara$es dos sindicatos, ou outras quaisquercircunst ncias que tome por ind cio de que vai #aver

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    incumprimento dos servios m nimos& L certo que nem actuando dessa !orma poder., emabsoluto, evitar que nen#um dano seja, entretanto,causado )s necessidades pblicas b.sicas que esto em

    causa& Mas isso no nen#uma incongru/ncia dainterpretao da lei& L, em boa verdade, consequ/ncia dalegitimao constitucional e legal da greve&'6> +onstitui, assim, jurisprud0ncia deste A;/ considerarque a greve ! um conflito cujas reais consequ0ncias s1 podem ser avaliadas depois de instalada e em execuo, pelo que a requisio civil s1 pode ser seriamenteequacionada e, consequentemente,s pode ser decretadaa partir do momento em Lue Ja?a a certe a de Lue osservi=os m nimos no esto a ser asse urados eKportantoK a partir do momento em Lue os superioresinteresses Lue ela visa prote er esto a ser atin idos deForma incomport vel. Ba que, como se escreveu no/c1rdo deste ;ribunal de (*&G%&*GGG 8rec. :'.9':< +onfirmado pelo /c1rdo do leno acima transcrito., > s3 perante um caso de no cumprimento da obrigao deassegurar, durante a greve, a prestao dos serviosm nimos indispens.veis que o %overno podiadeterminar a requisio dos !uncion.rios grevistasD o que signi!ica que a requisio dos trabal#adores tin#a como pressuposto incontorn.vel a prvia inobserv ncia, por parte deles, do dever de prestar os servios m nimos J sendo ainda claro que tal inobserv ncia s3 era veri!ic.vel se a greve j. estivesse em curso.?Beste modo, e dependendo a legalidade do decretamentoda requisio civil da certe2a de que os efeitos da greve setornaram insuportavelmente nocivos para asnecessidades sociais impreter veis que cumpre ao @overno assegurar, amesma s1 pode ser decretada quando a verdadeira

    dimenso dos efeitos da greve ! con"ecida e dessecon"ecimento resulte a constatao de que aquelasnecessidades no esto a ser satisfeitas e, por isso, quando j seja possvel avaliar o n mero de Funcion rios Luesero necess rios Q sua satisFa=o e identiFicar osTribunais onde os mesmos so indispens veis para oeFeito>Isto !, quando for seguro que uma situao dein!rcia perante os efeitos da greve iria determinar aocorr0ncia de preju2os incomport veis. / no ser assimestar3se3ia a, com uma justificao vaga e noconcreti2ada, proceder a uma requisio civil sem que semostrassem reunidos os requisitos para tal.

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    =esta conformidade,a reLuisi=o civil no pode ser ?ustiFicada com Frmulas va as resultantes de umaavalia=o precoce e insuFicienteK reveladora de umconJecimento diFuso das conseLu ncias da reve. 7 porque assim ! que, instalada a greve e verificando3se umafraca adeso e, portanto, ocorrendo uma situao em queos trabal"adores no grevistas so suficientes paraassegurarem os servios mnimos no c"ega sequer a pXr3se a questo da necessidade da requisio civil. certo que as greves causam impacto e perturbao,individual e social, e que, por isso, as mesmas geralmenteso impopulares. 6as, muitas ve2es, ! o desgaste que elas provocam que ! procurado pelos seus promotores vistoque a presso por ele causada poder condu2ir ced0ncianegocial da outra parte. Ba que, como se escreveu notranscrito /c1rdo do leno, >a natural supremacia dointeresse colectivo no pode ser usada como critrionico e universal pois, em ltima an.lise, isso condu iria) eliminao de toda e qualquer greve'. %ssasupremaciaK como ? se reFeriuK s tem ?ustiFica=oLuando ela se destinar a acautelar valoresconstitucionais mais elevados, designadamente o deocorrer satisfao de necessidades sociais impreterveis eo de promover a segurana no convvio social , e eles sedevam sobrepor ao eGerc cio do direito Q reve.De contr rio o direito Q reve Ficariainconstitucionalmente comprimido e o seu Gitodependeria em rande medida da vontade do ,overnouma ve2 que este, podendo proceder requisio civillogo que a greve se instalasse, poderia boicotar de formairremedi vel, ou pelo menos, de forma significativa asfinalidades que a determinaram.>O @overno procurou tornear as dificuldades que o teor

    do /c1rdo do leno l"e colocava Tue, de resto, se pronunciou sobre uma realidade f ctica id0ntica que ora nosocupa. / Lnica diverg0ncia significativa entre o presente caso e oque se debruou o /c1rdo do leno foi o de neste o @overno ter procurado justificar a requisio civil com a f1rmula acimatranscrita. justificando a requisio civil ora em causa coma afirmao de que se tin"a constatado que >no seapresentaram ao servio, nas secretarias judiciais e servios do Ministrio Pblico dos tribunais judiciais detodas as inst ncias materialmente competentes para a

    execuo dos actos tipi!icados como servios m nimos pelo re!erido despac#o conjunto, o!iciais de justia em

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    nmero correspondente ao determinado no mesmodespac#o, o incumprimento da obrigao de prestao de servios m nimos imp$e ao %overno a determinao darequisio civil para garantir a prestao de servios

    m nimos de modo a assegurar a satis!ao denecessidades sociais impreter veis na administrao da justia, como ali.s j. antes ocorreu&'& 7, j nestes autos, oAr. rimeiro36inistro veio reafirmar que a requisio civils1 foi decretada na man" do primeiro dia de grevequando a greve j estava a decorrer e s1 o foi >depois de ser claro e evidente que no s3 a greve j. #avia eclodidocomo os servios m nimos no se encontravam a ser prestados? 8art.#s (K e (% da contestao

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    administrativo como um processo de partes onde aquela presuno no tem cabimento e onde a litig4ncia se devefa2er com igualdade de armas.Ba que, "oje, essa doutrina esteja em crise e se entendaque a regra emergente do art.# ':*.# do ++, >

    no su!iciente para a resoluo de todos os tipos de situao J sobretudo se no se !a em di!erencia$es con!orme as posi$es das partes e os interesses e situa$es em jogonos dom nios espec !icos da realidade tal como normalmente concebida&W&& ssim, no pode exigir-se ao autor, por sistema, a provados factos constitutivos da sua pretenso de anulao(desde logo e, por exemplo, a prova da no verificao

    dos pressupostos legais da prtica do acto), de modo acaber Administrao apenas provar as excepesinvocadas - tal equivaleria na pr.tica ) pura e simplesinvocao da "presuno de legalidade do actoadministrativo", !a endo recair sobre o particular o 3nusda prova (subjectivo6 da ilegalidade do acto impugnado& 5eve, pelo contr.rio, levar-se em conta, em geral, para aconstruo do quadro de normalidade que #.-de servir de paradigma normativo para a distribuio dasresponsabilidades probat3rias , a su eio da

    Administrao aos princpios da legalidade e da urisdicidade e, pelo menos no que respeita aos actosdes!avor.veis, o dever de !undamentao& Tsto , parece !ue "-de caber, em princpio, Administrao o #nus da prova da verificao dos pressupostos legais (vinculativos) da sua actuao,designadamente se agressiva (positiva e desfavorvel)$em contrapartida, caber ao administrado apresentar

    prova bastante da ilegitimidade do acto, !uando se

    verifi!uem esses pressupostos% Por outras palavras ainda, deve ser a dministrao a suportar a desvantagem de no ter sido !eita a prova (de o jui no se ter convencido6 da veri!icao dos pressupostos legais que permitem ) dministrao agircom autoridade (pelo menos, quando produ a e!eitosdes!avor.veis para os particulares6D deve ser o particulara suportar a desvantagem de no ter sido !eita a prova (deo jui no se ter convencido6 de que, no uso dos poderesdiscricion.rios, a dministrao actuou contra princ pios jur dicos !undamentais.?85ieira de /ndrade, in Fustia /dministrativa, Ji-es, ).V

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    ed., pg.s :99 e $GG, com sublin"ados nossos< =o mesmo sentido, 6. /roso de /lmeida considera quenada justifica >a a!irmao de um princ pio geral segundoo qual a posio que a dministrao de!iniu

    unilateralmente deve prevalecer no processo, salvodemonstrao pelo Eecorrente de que in!undada. Y. ?o s3 as exig/ncias ditadas pela necessidade dae!iciente prossecuo do interesse pblico no justi!icama a!irmao de uma presuno de legalidade do acto em ju o com base no qual se !aam recair sistematicamente sobre o Eecorrente as consequ/ncias de eventuais situa$es de incerte a quanto ) questo da sua validade,como se a!iguraria claramente lesivo do direito ) tutela jurisdicional e!ectiva que a posio de vantagem que paraa dministrao j. decorre, no plano extra judicial, do poder de emanar acto administrativos W se associasse, no plano judicial, to gravosa limitao ) tutela das posi$es substantivas lesadas por esses actos, quando !oremilegais&' 5d. +F/, n.# *G, pg. :K e :%, em coment rio ao/c1rdo deste A;/ de *K&G(&*GGG 8rec. '%.%K'9

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    da Fustia que a executouno identiFicaram nenJumasitua=o concreta de incumprimento dos servi=osm nimos nem especiFicaram nenJum Tribunal onde areve os estava a pUr em causa>/o contr rio aquelesactos limitaram3se a fa2er afirma-es vagas e noconcreti2adas de que os servios mnimos no estavam aser cumpridos. 7, da, ser admissvel que estivesse adecretar uma requisio para ;ribunais onde nen"uma perturbao "avia e onde os servios mnimos estavam aser cumpridos com toda a normalidade.O que significa que est por demonstrar que aqueles actosten"am correspondido a necessidades evidenciadas noconcreto o que nos permite concluir quea reLuisi=o oraem causa correspondeu a uma reLuisi=o preventiva, aqual, como se j concluiu no transcrito /c1rdo do leno,! ilegal> =esta conformidade, eFicando por demonstrar averiFica=o dos pressupostos le ais para a impu nadareLuisi=oK os actos que a decidiram e a puseram emmarc"a 3 isto !, a esoluo do +onsel"o de 6inistros e oBespac"o do Ar. 6inistro da Fustia que a executou 3soile ais .@> esta analisar a legalidade do Bespac"o +onjunto dosAr.s 6inistros da Fustia e do ;rabal"o na parte em que,antes de iniciada a greve, fixou o nLmero de funcion riosque, nas secretarias judiciais e nos servios do 6. ,deveriam assegurar os servios mnimos.Tal determina=o s poderia ser considerada ile al se,como refere o /utor, se tradu2isse na fixao de serviosm ximos, isto !,se constitu sse uma Formula=oeGa erada do n mero de Funcion rios necess rios aocumprimento daLueles servi=os. 7, portanto, e nessamedida, constitusse uma intoler vel compresso do

    direito greve.A1 que em abstracto, que ! a Lnica forma de analisar edecidir este problema, no ! possvel retirar a concluso pretendida pelo /utor porque pode no ser exageradodeterminar que em cada seco "aja um funcion rio paracumprir os servios mnimos j que, se a greve tivergrande adeso e "ouver muitos actos para cumprir, todoseles podem ser necess rios. Ou seja,nenJumaile alidade H cometida LuandoK por antecipa=oK sedetermina o n mero de Funcion rios Lue seronecess rios se a reve tiver Gito pois que essadeterminao tem de ser equacionada em funo do 0xito

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    da greveor outro lado, e ao contr rio do alegado,esse DespacJono retira aos 8u es Presidentes dos Tribunaiscompet ncia de direc=o e orienta=o dos servi=os

    ?udiciais uma ve2 que o mesmo se destinou unicamente a

    prover os ;ribunais dos recursos "umanos necess rios aocumprimento dos mencionados servios, no contendendocom nen"uma das compet0ncias de direco e orientaodos servios judiciais.Ba que,tambHm nesta parte a ac=o improceda."0>or fim, o /utor pede a condenao dos !us no pagamento de uma indemni2ao, que computa em $G.GGGeuros, por entender que os sindicados actos atingiram o>mago da sua actividade? ferindo gravemente no s1=a#onra como igualmente a credibilidade, prest gio econ!iana do mesmo utor enquanto associao sindical,quer junto dos seus associados, quer junto da opinio pblica em geral&?/ jurisprud0ncia deste ;ribunal tem vindo,uniformemente, a considerar quea responsabilidadeeGtra contratual do %stado e demais pessoas colectivasp blicas no dom nio dos actos de esto p blica assentanos pressupostos da responsabilidade civil previstos nosart.#s :)'.# e seg.s do ++, o que equivale a di2er que a suaconcreti2ao depende da pr tica de um facto 8ou da suaomisso

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    +onsel"o de 6inistros n.# ($'3/&*GG$ e ao despac"o doAr. 6inistro da Fustia contido na ortaria n.# 9$G3/&*GG$e, em consequ0ncia, anular tais actos b< =o restante, julgar a aco improcedente./tenta a iseno do /utor as custas ficaro a cargo do+onsel"o de 6inistros

    Acrdo do Tribun ! Con%1i1ucion ! n23 /*'4'*+5

    Proc"%%o n23 05+4+' 6r"1i7ic do 8"!o Acrdo n23 /504'*+59

    C'digo do rabal-o 6tuali:ado

    6cordam, em %len"rio, no ribunal ConstitucionalH

    I2 R"! 1rio

    +2

    Im grupo de vinte e !uatro 2eputados # 6ssembleia da

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    viiE 6rtigo @BF., n. @ 1 o n8mero em causa disciplina matria atinente #s presta es relativas a diaferiadoN

    viiiE 6rtigo B*., n.os @ e 0 1 os n8meros em causa disciplinam matria atinente aos re!uisitos dedespedimento por e+tino do posto de trabal-o N

    i+E 6rtigo 75., n. os ), al$neas bE, dE DrevogadaE e eE DrevogadaE, @, , 0, 5, B, 7 e * Danterior n. 5E 1 esteartigo disciplina matria atinente ao despedimento por inadaptao as al$neas dE e eE do n. ) foramrevogadas pelo artigo F., n. @, da =ei n. @ @/)@, de @5 de (un-oPN

    6rtigo 7., com a ep$grafe J

    O pedido de fiscali:ao fundamenta&se, em s$ntese, no seguinteH

    ?a organizao do tempo do trabalho

    http://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/resumos/1970-novo-regime-de-compensacoes-no-despedimento-a-partir-1-outubro-2013.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/resumos/1970-novo-regime-de-compensacoes-no-despedimento-a-partir-1-outubro-2013.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/resumos/1970-novo-regime-de-compensacoes-no-despedimento-a-partir-1-outubro-2013.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/1071-lei-n-23-2012-de-25-de-junho-terceira-alteracao-ao-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/1071-lei-n-23-2012-de-25-de-junho-terceira-alteracao-ao-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/1071-lei-n-23-2012-de-25-de-junho-terceira-alteracao-ao-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/1071-lei-n-23-2012-de-25-de-junho-terceira-alteracao-ao-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/resumos/1970-novo-regime-de-compensacoes-no-despedimento-a-partir-1-outubro-2013.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/resumos/1970-novo-regime-de-compensacoes-no-despedimento-a-partir-1-outubro-2013.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/1071-lei-n-23-2012-de-25-de-junho-terceira-alteracao-ao-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/1071-lei-n-23-2012-de-25-de-junho-terceira-alteracao-ao-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.html
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    4 reforo generalizado dos poderes da entidade patronal na configurao da prestao de trabalho, namedida em que permite a esta restringir ou eliminar direitos dos trabalhadores @ como se=am o direito articulao da vida profissional com a vida familiar, o direito ao repouso e aos lazeres e o direito realizao pessoal e profissional, no e clusivo interesse daquela e sem qualquer ponderao proporcionaldos interesses destes B, lesa, de modo intoler!vel, a dignidade humana dos trabalhadores, em violao daordem a iol0gica constitucional que a coloca como o primeiro dos valores do nosso ordenamento

    =usconstitucional.>

    A) Artigo 208.-A ( Banco de horas individual) e artigo 208.-B ( Banco de horas grupal)

    Q O acordo entre entidade patronal e trabal-ador para a estipulao do banco de -oras passa a poderser feito sem a aceitao e+pressa do trabal-ador , bastando !ue este no se opon-a por escrito a umaproposta da entidade patronal, valendo o seu sil9ncio como aceitao. 3esta situao, fica patente oconstrangimento do trabal-ador na recusa de propostas, resultante da situao de vulnerabilidade desteface # entidade patronal.

    Q ; de duvidosa constitucionalidade a e!uiparao do sil9ncio a acordo, (" !ue em princ$pio, o sil9nciono vale como declarao negocial. Am matrias como o -or"rio de trabal-o, o consentimento presumidodo trabal-ador Dprescindindo&se de um consentimento e+presso e esclarecidoE, no compat$vel com anature:a protecionista !ue a interveno do legislador tem !ue assumir no dom$nio das rela es detrabal-o Dcfr. Ros Roo 6brantes, ?uest es =aborais, @@, Coimbra, @// , )@FE.

    Q Se, por -ip'tese, o pra:o para a oposio Dn. 0 do artigo @/5. do C'digo do rabal-o E coincidir comper$odo de frias e o trabal-ador nada disser, nen-um mecanismo de salvaguarda dos interesses edireitos dos trabal-adores est" previsto para !ue se ilida a!uela presuno de aceitao, ficando otrabal-ador obrigado a cumprir um -or"rio de trabal-o sobre o !ual no se pronunciou e a !ue no deu oseu acordo.

    Q ndependentemente das considera es acerca do consentimento do trabal-ador, sempre a criao deum banco de -oras individual violar" o artigo 5F. da Constituio uma ve: !ue impede a 4conciliao daatividade profissional com a vida familiar .

    Q %or seu turno, no banco de -oras grupal poder" estar su(eita a totalidade dos trabal-adores de umae!uipa, seco ou unidade econ'mica, desde !ue, pelo menos B/T ou 75T dos trabal-adores dasmesmas este(am abrangidos por banco de -oras, institu$do, respetivamente, por instrumento deregulamentao coletiva de trabal-o ou por acordos individuais. rata&se, assim, de um banco de -orasforado, !ue no resulta de acordo, coletivo ou individual, e !ue imposto por lei e contra a vontademanifestada pelos trabal-adores !ue o no aceitaram.

    Q O aumento at duas -oras di"rias, cin!uenta semanais e cento e cin!uenta por ano, no caso do bancode -oras grupal, pode mesmo ser imposto a trabal-adores !ue nele no consentiram por via da decisomaiorit"ria ou da previso em conveno coletiva Dmesmo !ue subscrita por um sindicato em !ue otrabal-ador no est" filiadoE.

    Q Ora, a e+tenso do banco de -oras previsto em conveno coletiva de trabal-o por deciso unilateralda entidade patronal a trabal-adores no sindicali:ados, filiados em sindicato !ue no ten-a outorgado aconveno ou !ue ten-a outorgado conveno !ue no dispon-a sobre a matria, configura uma violaodo princ$pio da liberdade sindical, por!uanto este tem duas dimens es conforme previsto no n. ) doartigo 000. do C'digo do rabal-o e na al$nea bE do n. @ do artigo 55.PH uma dimenso positiva defiliao e uma dimenso negativa de no filiao.

    Q 6o admitir&se !ue, por deciso unilateral, uma parte, ali"s a parte contratualmente mais forte, impon-aa aplicao de um regime a um trabal-ador !ue no est" sindicali:ado, est" a ferir&se o referido preceitoconstitucional. %or outro lado, ao admitir&se !ue, por deciso unilateral, um regime aplic"vel a um

    http://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/997-banco-de-horas-artigo-n-208-do-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/997-banco-de-horas-artigo-n-208-do-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/997-banco-de-horas-artigo-n-208-do-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/997-banco-de-horas-artigo-n-208-do-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/997-banco-de-horas-artigo-n-208-do-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/997-banco-de-horas-artigo-n-208-do-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/603-ferias-de-trabalhador-efectivo-contrato-sem-termo.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/603-ferias-de-trabalhador-efectivo-contrato-sem-termo.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/603-ferias-de-trabalhador-efectivo-contrato-sem-termo.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/997-banco-de-horas-artigo-n-208-do-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/997-banco-de-horas-artigo-n-208-do-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/997-banco-de-horas-artigo-n-208-do-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/997-banco-de-horas-artigo-n-208-do-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/997-banco-de-horas-artigo-n-208-do-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/997-banco-de-horas-artigo-n-208-do-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/997-banco-de-horas-artigo-n-208-do-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/603-ferias-de-trabalhador-efectivo-contrato-sem-termo.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/997-banco-de-horas-artigo-n-208-do-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/997-banco-de-horas-artigo-n-208-do-codigo-do-trabalho.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/codigo-do-trabalho.html
  • 7/22/2019 GREVE E A FIXAO DE SERVIOS MNIMOS

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    trabal-ador sindicali:ado, cu(o sindicato no outorgou conveno !ue preve(a esse regime, est" a ferir&se,novamente o mesmo preceito.

    Q Am matria de fle+ibilidade do tempo de trabal-o e de alterao de -oras de trabal-o, o princ$pio daaceitao DindividualE de cada trabal-ador dever" ser mantido, no sendo admiss$vel !ue a lei a impon-a,escudando&se em decis es maiorit"rias.

    Q Os artigos em causa no t9m em conta !ue este tipo de decis es se relaciona diretamente com aarticulao entre a vida profissional e a vida familiar do trabal-ador, o !ue significa !ue os interesses era: es pessoais e familiares dos trabal-adores, individualmente considerados, no so tidos emconsiderao Dcfr. o voto de vencido do Consel-eiro Roo Cura Uariano ao 6c'rdo n. * @/)/, ondese refere !ue a 4determinao do tempo de trabal-o essencial para limitar a subordinao dotrabal-ador perante a entidade patronal, assegurando a sua liberdade pessoal ao delimitar temporalmentea sua disponibilidade E.

    Q Antendem os subscritores, na esteira da Consel-eira Uaria =8cia 6maral, !ue a =ei ora em apreciaono respeita o princ$pio da proporcionalidade na sua dimenso de necessidade, a !ue deve obedecer arestrio de !uais!uer direitos an"logos a direitos, liberdades e garantias Dartigo )*. da ConstituioE,ficando por demonstrar !ue se(a esta a via para a reali:ao dos fins !ue a maioria parlamentar e ooverno pretendem alcanar, bem como a ine+ist9ncia de outros meios aptos para a reali:ao dosmesmos fins, e !ue se mostrem, no entanto, menos agressivos dos bens (ur$dicos !ue o direito aorepouso e o direito # articulao da vida profissional com a vida privada e familiar visam tutelar.

    Q Concluem, por isso, !ue os regimes de banco de -oras constantes da =ei n. @ @/)@, de @5 de (un-o,implicam uma restrio ileg$tima do direito ao repouso e ao la:er, # organi:ao do tempo de trabal-o emcondi es socialmente dignificantes de forma a facultar a reali:ao pessoal e a permitir a conciliao daatividade profissional com a vida familiar Dartigo 5F. da C

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    para metade dos montantes pagos a t$tulo de acrscimo pela retribuio de trabal-o suplementar D@5T naprimeira -ora ou frao desta e 7,5T por -ora ou frao subse!uente, em caso de trabal-o suplementarprestado em dia 8tilN 5/T por cada -ora ou frao, em caso de trabal-o suplementar prestado em dia dedescanso semanal, obrigat'rio ou complementar, ou em feriado, previstas nos artigos @B*@ e @BF@E,redu:em, efetivamente, o sal"rio e o valor do trabal-o.

    Q 3a pr"tica, no per$odo de um ano, a reduo do pagamento do trabal-o suplementar significa !ue ostrabal-adores dei+am de receber o e!uivalente a F ,75 -oras & @ semanas, ) dia, 5 -oras e 05 minutos detrabal-o. Uas, como as -oras e+traordin"rias so tambm compensadas Da @5TE em tempo de descansoretirado do -or"rio normal, os trabal-adores !ue se(am obrigados pela empresa a esgotarem o banco de-oras vo, para alm disso, ter !ue trabal-ar mais 0 dias, 5 -oras e / minutos sem serem pagos porisso.

    Q O direito ao repouso e ao la:er, # organi:ao do trabal-o em condi es socialmente dignificantes deforma a facultar a reali:ao pessoal e a permitir a conciliao da atividade profissional com a vidafamiliar Dartigo 5F. da C

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    violando o direito # retribuio do trabal-o, segundo a !uantidade, nature:a e !ualidade, bem como odireito ao repouso e aos la:eres.

    Aliminao de feriados e do mecanismo de ma(orao das frias

    Q 6 eliminao de !uatro feriados e do mecanismo de ma(orao das frias so tambm medidas !ue,alm de violarem o direito ao repouso e aos la:eres, a frias pagas e # articulao da vida profissional ee+traprofissional, colocam ainda seriamente em causa o princ$pio de proteo de confiana, subprinc$pioconcreti:ador do Astado de 2ireito !ue tem acol-imento constitucional no artigo @. da Constituio. Oprinc$pio da proteo da confiana (ustifica a inconstitucionalidade de !uais!uer leis restritivas e lesivasdos direitos e e+pectativas dos cidados.

    Q 6cresce !ue estas normas implicam sete dias de trabal-o, por ano, sem !ual!uer acrscimo naretribuio. 6 entidade patronal passa, assim, a beneficiar de dias de trabal-o no pagos por fora daacumulao das redu es do pagamento do trabal-o suplementar, da eliminao de feriados, daeliminao da ma(orao dos dias de frias, da eliminao do descanso compensat'rio e da suacon(ugao com mecanismos de adaptabilidade do -or"rio de trabal-o, nomeadamente do banco de-oras.

    Q 3a medida em !ue no respeita os direitos dos trabal-adores # retribuio e ao repouso, nos termosdefinidos constitucionalmente, a =ei viola o disposto nas al$neas aE, cE e dE do n. ) do artigo 5F daConstituio da

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    Q 6o eliminar&se a obrigatoriedade de transfer9ncia para posto de trabal-o compat$vel De o 'nus deverificar se -" posto de trabal-o alternativoE, cria&se uma margem de discricionariedade !ue possibilita o4contorno , pela entidade patronal, da verificao dos elementos e procedimentos disciplinares baseadosna e+ist9ncia de (usta causa para despedimento, pondo assim em causa o princ$pio constitucional dasegurana no emprego e a proibio dos despedimentos sem (usta causa Dartigo 5 da ConstituioE.

    Q 6cresce !ue, a possibilidade de elaborao casu$stica, ad -oc, de critrios de seleo, diferentes emcada situao, no garante a ob(etividade na seleo do trabal-ador a despedir antes permitir" aelaborao de critrios de seleo # medida doDsE trabal-adorDesE, !ue se pretenda despedir.

    Q Uesmo de acordo com a (urisprud9ncia constitucional constante, a Constituio no veda em absolutoao legislador ordin"rio a possibilidade de, ao lado da (usta causa de base disciplinar, consagrar certascausas de resciso unilateral do contrato de trabal-o pela entidade patronal com base em motivosob(etivos, desde !ue as mesmas no derivem de culpa do trabal-ador ou da entidade patronal e tornempraticamente imposs$vel a subsist9ncia do v$nculo laboral. 3o entanto, nestas situa es, no bastante aconveni9ncia da empresa, por ra: es ob(etivas, para ser constitucionalmente leg$timo fa:er cessar ocontrato de trabal-o. ; necess"rio !ue se verifi!ue uma impossibilidade ob(etiva de !ue taisdespedimentos se(am reali:ados mediante um processo pr'prio e devidamente regulado de acordo comas e+ig9ncias do princ$pio da proporcionalidade, de forma a acautelar !ue esta possibilidade redunde, deforma mais ou menos encapotada, em despedimentos in(ustificados, arbitr"rios ou com base em meraconveni9ncia da empresa.

    Q Sempre se diga !ue no e+iste !ual!uer fundamento social, laboral, doutrin"rio, (urisprudencial oupol$tico da necessidade de alterao deste mecanismo de cessao do contrato de trabal-o o !uesublin-a a manifesta desproporcionalidade do preceito legal ora analisado face ao direito constitucional!ue visa restringir.

    Q 6ssim, o enfra!uecimento do sistema legal de garantias !ue rodeiam a admissibilidade dodespedimento por e+tino do posto de trabal-o, nos termos constantes da =ei n. @ @/)@, de @5 de

    (un-o Dartigo B*., n.s @ e 0E, p e claramente em causa a admissibilidade constitucional desta forma dedespedimento, na medida em !ue permitir" a reali:ao de despedimentos arbitr"rios ou baseados namera conveni9ncia da empresa, absolutamente vedados pela Constituio nos termos do artigo 5 ..

    D) Artigo ' /! n. $! al neas d) e e) 1 revogadas - e n. 2 do c,digo do trabalho (despedi ento porinadapta o)

    Q Com a norma em apreo criado um novo tipo de despedimento por inadaptao do trabal-ador,indiciado pela reduo continuada da produtividade ou da !ualidade, em avarias repetidas nos meiosafetos ao posto de trabal-o e na e+ist9ncia de riscos para a segurana e sa8de do trabal-ador, de outrostrabal-adores ou de terceiros, sem !ue se ten-a introdu:ido !ual!uer modificao no posto de trabal-o,nos seis meses anteriores.

    Q Contrariamente ao conceito de despedimento por inadaptao previsto anteriormente no c'digo dotrabal-o 1 !ue se tradu:ia numa inadaptao superveniente do trabal-ador a modifica es introdu:idasno posto de trabal-o Dno supr$vel mediante a facultao ao trabal-ador de formao profissionalade!uada e de um per$odo suficiente de adaptaoE 1, a atual legislao no determina a necessidadeprvia de !uais!uer modifica es. 2ispensa&se tambm a necessidade de verificao da impossibilidadede subsist9ncia do v$nculo laboral pela ine+ist9ncia na empresa de um outro posto de trabal-o dispon$vele compat$vel com a !ualificao profissional do trabal-ador, bem como a e+ig9ncia da situao deinadaptao no decorrer da falta de condi es de segurana e sa8de no trabal-o imput"vel # entidadepatronal.

    Q 2e acordo com 2icion"rio da =$ngua %ortuguesa Contempornea da 6cademia de Ci9ncias de =isboainadaptao significa 4incapacidade para se modificar de acordo com uma situao ou ambiente novo,

    http://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/resumos/1970-novo-regime-de-compensacoes-no-despedimento-a-partir-1-outubro-2013.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/resumos/1970-novo-regime-de-compensacoes-no-despedimento-a-partir-1-outubro-2013.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/recrutamento/67-existem-diversos-portais-para-pesquisa-de-emprego.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/legislacao/resumos/1970-novo-regime-de-compensacoes-no-despedimento-a-partir-1-outubro-2013.htmlhttp://sabiasque.pt/trabalho/recrutamento/67-existem-diversos-portais-para-pesquisa-de-emprego.html
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    diferente , ao passo !ue inaptido significa 4falta de capacidade, de predisposio para determinadaforma de atividadeN falta de aptido para alguma coisa .

    Q Ser" imperioso, pois, concluir !ue, para !ue e+ista inadaptao, ter" forosamente !ue e+istir umamodificao ob(etiva no posto de trabal-o # !ual o trabal-ador, ap's a verificao de uma srie dere!uisitos tendentes # criao das condi es para a sua adaptao a essas novas circunstncias, noconsiga adaptar&se. Situao bem diferente ser" a inaptido 1 a falta de capacidade ou predisposioDcaracter$sticas meramente sub(etivasE, para a reali:ao de determinada tarefa, na !ual se inclui a4modificao substancial da prestao reali:ada pelo trabal-ador, de !ue resultem, nomeadamente, areduo continuada de produtividade ou de !ualidade, avarias repetidas nos meios afetos ao posto detrabal-o ou riscos para a segurana e sa8de do trabal-ador, de outros trabal-adores ou de terceiros,determinados pelo modo do e+erc$cio das fun es .

    Q 6ssim, estamos efetivamente perante um despedimento por inaptido 1 e no inadaptao 1 dotrabal-ador. Assa inaptido avaliada e+clusivamente com base em critrios sub(etivos e unicamentedependentes do (u$:o da entidade patronal. 6o prever o despedimento com base numa 4!uebra daprodutividade ou da 4!ualidade do trabal-o prestado a lei est" a estabelecer !ue a entidade patronal !uem determina os conceitos de produtividade e !ualidade, a entidade patronal !ue os avalia e aentidade patronal !ue decide do seu cumprimento ou no, sem ter em conta !ue tambm a entidadepatronal, por!ue detentora dos meios de produo, a principal respons"vel pela criao das condi esob(etivas e sub(etivas de cumprimento ou no dos ob(etivos e conceitos !ue ela pr'pria determinou Dcfr. aeste respeito os 6c'rdos n.s )/7 ** e B0 F) do ribunal ConstitucionalE.

    Q Vica clara a desproporcionalidade nesta relao entre entidade patronal e trabal-ador !ue, com basesomente nesta nova forma de despedimento, pode fa:er cessar tout court uma relao laboral, com baseem critrios no sindic"veis pelos trabal-adores, pelas suas organi:a es representativas, pela

    6utoridade para as Condi es no trabal-o ou por um ribunal, dado !ue se baseiam, e+clusivamente, emcritrios discricion"rios, sub(etivos e unilaterais.

    Q A+iste, pois, uma verdadeira transfigurao do conceito de (usta causa de despedimento.

    Q Como (" foi referido acima, a Constituio s' admite a consagrao de certas causas de rescisounilateral do contrato de trabal-o pela entidade empregadora com base em motivos ob(etivos, desde !ueas mesmas no derivem de culpa do trabal-ador ou da entidade patronal e !ue tornem praticamenteimposs$vel a subsist9ncia do v$nculo laboral. 3o caso do despedimento por inadaptao antes previstonos artigos 7 . e seguintes do c'digo do trabal-o, a sua admissibilidade constitucional resulta do factode se fundar na causa ob(etiva de o trabal-ador no conseguir adaptar&se a uma alterao tecnol'gica doseu posto de trabal-o, mesmo depois de reali:adas todas as dilig9ncias necess"rias e ade!uadas a essaadaptao.

    Q 6ssim, !uando se dispensa a ocorr9ncia da inovao ou alterao tecnol'gica do posto de trabal-odei+amos de estar perante uma causa ob(etiva independente da culpa do trabal-ador ou da entidadepatronal e passamos a estar perante uma causa sub(etiva, um facto do pr'prio trabal-ador !ue, sem !uetivesse ocorrido !ual!uer causa e+terna relacionada com o posto de trabal-o, passa a produ:ir menos oucom menos !ualidade. %or outro lado, ao dispensar& se a necessidade de verificao da impossibilidadede subsist9ncia do v$nculo laboral pela ine+ist9ncia de outro posto de trabal-o compat$vel, afasta&se apossibilidade de aferir a e+ist9ncia de causa pr"tica ob(etiva para a cessao do contrato de trabal-o !ueno derive de facto de mera deciso da entidade patronal Dcfr. 6c'rdo n. 5*) F5E.

    Q

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    Q 6ssim, o despedimento por inadaptao Dou mel-or, por inaptidoE com dispensa da verificao dealtera es tecnol'gicas no posto de trabal-o situa&se fora dos parmetros de admissibilidade daConstituio no !ue toca aos despedimentos por causas ob(etivas, na medida em !ue nesta situao no poss$vel determinar com suficiente concreti:ao as causas do despedimento nem to&pouco controlara impossibilidade ob(etiva da subsist9ncia da relao laboral, o !ue e!uivale # possibilidade dedespedimentos in(ustificados e arbitr"rios, em clara violao dos princ$pios estabelecidos no artigo 5 . daConstituio.

    Do direito das associa es sindicais e contrata o coletiva na en3or a o do 4stado de direitode ocr5tico

    4) Artigo . da 6ei n. 2'720$2! de 2/ de *unho (rela es entre 3ontes de regula o)

    Q O direito de contratao coletiva um direito fundamental dos trabal-adores, consagrado no artigo 5B.da Constituio, cu(a titularidade atribu$da aos trabal-adores, mas cu(o e+erc$cio cometido #sassocia es sindicais.

    Q Sendo um direito fundamental !ue integra os direitos liberdades e garantias dos trab