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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país DIA MUNDIAL EM MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DE ACIDENTES DE TRABALHO, AMANHÃ Edição Diária 7199 | Salvador, quinta-feira, 27.04.2017 Presidente Augusto Vasconcelos GREVE GERAL O Brasil não aguenta mais o projeto neoliberal. O povo cansou de Temer e das reformas que retiram direitos, negam a cidadania e sufocam as esperanças. A greve geral de amanhã promete ser a maior da história brasileira contemporânea. Página 3 Agora é a vez do povo MANOEL PORTO A única saída para barrar o projeto neoliberal é a resistência do povo. A sociedade está preparada para a greve geral de amanhã. Os trabalhadores não toleram o ataque agressivo aos direitos

GREVE GERAL Agora é a...GREVE GERAL O Brasil não aguenta mais o projeto neoliberal. O povo cansou de Temer e das reformas que retiram direitos, negam a cidadania e sufocam as esperanças

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Page 1: GREVE GERAL Agora é a...GREVE GERAL O Brasil não aguenta mais o projeto neoliberal. O povo cansou de Temer e das reformas que retiram direitos, negam a cidadania e sufocam as esperanças

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Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

DIA MUNDIAL EM MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DE ACIDENTES DE TRABALHO, AMANHÃ

Edição Diária 7199 | Salvador, quinta-feira, 27.04.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

GREVE GERAL

O Brasil não aguenta mais o projeto neoliberal. O povo cansou de Temer e das reformas que retiram direitos, negam a cidadania e sufocam as esperanças. A greve geral de amanhã promete ser a maior da história brasileira contemporânea. Página 3

Agora é a vez do povo

Manoel porto A única saída para

barrar o projeto neoliberal é a

resistência do povo. A sociedade está

preparada para a greve geral de amanhã. Os

trabalhadores não toleram o ataque

agressivo aos direitos

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 27.04.20172 DIA DO TRABALHADOR

Segunda-feira, ato contra as reformas acontece no Farol. Resistência continuageORge diniz [email protected]

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Manifestações na Barra, no 1º de maio

informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CeP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTe 879 dRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTe 4645 dRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTe 4590 dRT-BA e Rafael Barreto. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e George Diniz. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

TEMAS & DEBATES

Chegou a horada greve geral

emanoel Souza*

O processo de preparação para a gre-ve geral acordou a população. Ficou cla-ro que o governo quer com as Reformas da Previdência e Trabalhista retirar di-reitos e precarizar, ainda mais, as rela-ções de trabalho.

Mas o governo está pressionando e as votações no Congresso estão acele-radas. A reforma trabalhista, por exem-plo, vai a voto sem qualquer discussão com a população.

Precisamos pressionar os deputados com e-mails e nas redes sociais. Mas a melhor maneira é procurar os vereado-res e prefeitos dos partidos deles e exigir que se posicionem e que pressionem os seus deputados.

O maior medo de um deputado, prin-cipalmente os que estão envolvidos com a Lava jato, é de não se reeleger e perder o fórum privilegiado.

Nestes últimos dias de preparação da greve geral ajude como for possível. Os sindicatos vão parar as categorias. Os ro-doviários já anunciaram que vão parar. Haverá manifestação no Iguatemi a par-tir das 6 horas e passeata de tarde saindo do campo grande as 15 horas.

Mas haverá também manifestações em todos os bairros e você pode ajudar a or-ganizá-las junto com vizinhos e amigos. Vamos parar tudo. Greve geral no dia 28. E na segunda feira, a partir das 14 horas, ato político cultural no Farol da barra.

* emanoel Souza é presidente da Federação dos Bancários da Bahia e SergipeTexto com, no máximo, 1.900 caracteres

NO EMBALO da greve geral, os brasileiros organizam manifestações também para o Dia do Trabalhador, 1º de maio. Em Sal-vador, o ato acontece no Farol da Barra, a partir das 14h.

Sem dúvidas, é mais uma oportunidade para pressionar os parlamentares a votarem contra as reformas que retiram direitos du-ramente conquistados e que penalizam, so-bretudo, os mais pobres.

A mobilização de celebração do 1º de

maio se soma, portanto, à greve geral, con-vocada para amanhã. Serão dois grandes momentos de demonstração de unidade dos trabalhadores das mais variadas categorias, no perigoso momento político do Brasil, em que as reformas trabalhista, previdenciária e a lei da terceirização fazem o país retroceder décadas de conquistas sociais.

NOTA DE FALECIMENTOÉ com pesar que o Sindicato dos Bancários

da Bahia comunica o falecimento da gerente de serviço do Banco do Brasil, Jeane Morei-ra, 48 anos. A funcionária trabalhava há mui-tos anos na agência Chesf, na cidade de Paulo Afonso (BA) e faleceu subitamente no último domingo devido a um problema de saúde.

O sepultamento ocorreu na segunda--feira, no cemitério Paulo Afonso. O SBBA se solidariza com os fa-miliares e amigos.

Sócios impedem venda da ABDEpOIS de comprar o HSBC, o Bradesco tenta se desfazer de todo o patrimônio dos funcionários do banco inglês. A bola da vez é a Associação Brasil (AB). Mas, os sócios são contra a venda de bens da entidade.

A Bahia sempre se posicionou contra a transação de qualquer patrimônio da AB sem um amplo debate com os associados e transparência da diretoria. Muitas informa-ções devem ser prestadas aos sócios, como o valor total da entidade e o de cada clube.

O Sindicato insiste ainda por mudan-ças estatutárias que permitam que os re-cursos oriundos da venda do patrimônio

seja compartilhado entre os sócios. A As-sociação Brasil - um espaço recreativo dos ex-funcionários dos extintos Bamerindus e HSBC e agora também dos bancários do Bradesco - tem 21 clubes em todo o país. Salvador tem o único do Nordeste.

O patrimônio estimado é de cerca de R$ 800 milhões. Até o ano passado, o HSBC contribuía com R$ 350 mil mensalmente, mas o Bradesco não quer mais continuar com os aportes. “O momento é de ampla discussão para que os sócios decidam os rumos que a AB deve tomar”, ressalta o diretor do Sindicato, Elder Perez.

A resistência popular é o único caminho para conter o projeto neoliberal. O dia do Trabalhador será de muita luta contra as reformas da Previdência e trabalhista

fotoS: Manoel porto - arquivo

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o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quinta-feira, 27.04.2017 3GREVE GERAL

Cresce solidariedade das lideranças da igreja CatólicaROSe LiMA [email protected]

joão uBaldo

joão uBaldo

CNBB apoia a paralisação

A ASSEMBLEIA Geral dos Bis-pos do Brasil, que acontece até o dia 4 de maio, em Aparecida, São Paulo, coloca em discussão o projeto neoliberal do governo Temer e que impõe perdas his-tóricas à sociedade brasileira,

sobretudo a mais vulnerável.O posicionamento de padres

e bispos de paróquias dos mais diversos estados, que convo-cam os fieis para a greve geral, amanhã, deixa a entender que a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) também se manifeste em favor da paralisa-ção. Uma atitude coerente com as manifestações mais progres-sistas do papa Francisco.

Nas últimas semanas, tem crescido o número de sacerdo-tes que se manifestam contra o

projeto neoliberal colocado em prática pelo governo Temer. Em vídeo divulgado na terça-feira, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, con-voca a população a participar da greve geral.

Na Paraíba, o arcebispo dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, também gravou uma mensagem chamando a socieda-de. “Convocamos todos os tra-balhadores a participarem desta grande manifestação”. Em outra mensagem, o Comitê das Igrejas

Ameaças para desmobilizar greve geral. Não confieOS BANCOS começaram a fa-zer o trabalho sujo e ameaçam os trabalhadores para que não participem da greve geral de amanhã. Circulam boatos de que quem aderir à paralisação pode ter o ponto cortado, per-da de licença-prêmio entre ou-tros benefícios. Um absurdo. A greve é direito constitucional e deve ser respeitada.

O Sindicato dos Bancários da Bahia alerta para toda cate-goria de que não confie em bo-atos e nem repasse informação inverídica.

Os casos das ameaças, como

de Belo Horizonte destaca que “a Igreja se posiciona firme e pro-feticamente contra as reformas que vão contra o nosso povo”.

Na terça-feira, o secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, afirmou a contrarieda-de da entidade com as votações das reformas trabalhista e da Previdência. A Confederação ressalta ainda que o “Executivo e o Congresso são pouco sensí-veis às manifestações da socie-dade”. A pressão contra o neoli-beralismo cresce.

na Caixa, em que um comuni-cado foi enviado aos emprega-dos, a resposta é fortalecer a greve. Se os trabalhadores fo-rem penalizados, o Sindicato vai à Justiça em busca da ga-rantia dos direitos.

“Não podemos nos submeter às chantagens dos patrões que querem sabotar o nosso movi-mento. A cada visita nas agên-cias, o respaldo de bancários e clientes tem sido total. Faremos uma greve histórica para alterar a correlação de forças no país.”, convoca o presidente do Sindi-cato, Augusto Vasconcelos.

Mobilização defende a saúde dos trabalhadoresAMANHÃ, 28 de abril, é o dia da greve geral no Brasil contra os desmontes promovidos pelo go-verno Temer. Na data, também é celebrado o Dia Mundial em Me-mória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.

A grande vilã da saúde laboral conseguiu ser aprovada em 2017. O governo liberou a terceirização nas atividades-fim das empresas,

o que representa um futuro adoe-cedor para os empregados.

Em relação aos adoecimentos, o assédio moral, a pressão por metas e a doenças relacionadas a LER/DORT vão crescer com as terceirizações, o que afeta direta-mente o setor bancário. Acuados pelos patrões, doenças psicológi-cas como depressão e estresse se-rão cada vez mais comuns.

Reformas em discussãoO SINDICATO dos Bancários da Bahia tem participado de di-versos debates para explicitar os prejuízos das reformas neolibe-rais de Temer.

Um destes encontros aconte-ceu na AGECEF-BA (Associação dos Gestores da Caixa), na terça--feira. Em pauta, as reformas tra-balhista, da Previdência e a lei da

terceirização, já sancionada.Sobre a terceirização, o pales-

trante e presidente do SBBA, Au-gusto Vasconcelos, sinalizou os primeiros estragos na categoria bancária. “Um dia após a sanção por Temer, o Bradesco substituiu todo o setor de tecnologia por terceirizados, que não tem os di-reitos assegurados pela CCT”.

diretores do SBBA conscientizam bancários e clientes sobre greve geral

na AgeCeF-BA, Sindicato debate terceirização e reformas do governo Temer

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 27.04.20174

SAQUE

REFORMA TRABALHISTA

Luta dos brasileiros deve permanecer contra o projetoROSe LiMA [email protected]

esperança de barrar no Senado

A úLTIMA rodada do Campeo-nato de Futsal dos Bancários, na terça-feira, teve muitas bolas na rede. O primeiro jogo terminou com o placar apertado. O Elite levou a melhor e marcou 5 e o Anônimos, 4.

Já na segunda partida, o Res-

GERAL As perspectivas políticas são bem animadoras e tudo aponta para o sucesso total da paralisação de amanhã. A revolta contra as reformas neoliberais de Temer, hoje com 87% de rejei-ção, cresce de forma acelerada. A insatisfação é nacional e alcan-ça todos os segmentos da sociedade. Até a Igreja Católica entrou firme na resistência popular. Com certeza, será uma greve geral.

MULTIpLICADOR A entrada da Igreja Católica na mobili-zação da greve geral tem um efeito multiplicador considerável. Atua na base da sociedade. Um reforço e tanto ao empenho dos movimentos sociais, que têm concentrado esforços para fazer o Brasil parar amanhã, em repúdio às reformas neoliberais de Te-mer. Um apoio divino.

RUAS Todas as evidências demonstram que a única alternati-va para derrotar o projeto neoliberal está nas ruas. Na resistência popular, na vontade política do povo. Pela via institucional, o neoliberalismo aprova tudo, no ritmo que quiser. Só vai variar o grau de dificuldade. O Parlamento está completamente entre-gue. Não pode ser desprezado, mas também não há como ali-mentar ilusões.

DESAUTORIZADO Com 87% de rejeição, conforme a pes-quisa Ipsos, divulgada ontem, índice só comparável a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente Temer, gerentão do grande ca-pital, não tem a menor autoridade para promover mudanças tão radicais na sociedade brasileira. E ainda há quem duvide que o impeachment tenha sido um golpe para impor o neoliberalismo. Está na cara.

CONFIRMAÇÃO Um dia depois de a presidenta deposta Dil-ma Rousseff ter afirmado, no México, que só outro golpe impede o retorno de Lula à presidência do Brasil, pesquisa do Instituto Ipsos confirma a larga dianteira do ex-presidente na corrida pre-sidencial. Outro detalhe, é o político mais aprovado do Brasil. Vox Populi e Ibope também apontaram liderança disparada.

Santander Brasil tem lucro de R$ 2,3 bilhões. Só farraO SANTANDER continua fazen-do a festa dos lucros no Brasil. O balanço financeiro da organi-zação financeira para o primei-ro trimestre de 2017 mostra. A filial brasileira foi responsável pelo montante equivalente a R$ 2,28 bilhões do lucro líquido da empresa, crescimento de R$ 620 milhões frente a igual período em 2016, quando a soma foi de R$ 1,66 bilhões.

O avanço é de 37,7%, mes-mo a empresa tendo cortado postos de trabalho e fechado agências por todo o país. Só em 2016, foram eliminadas 2.770 vagas. No geral, o banco ga-rantiu 1,87 bilhão de euros no

primeiro trimestre. Muita gra-na para pouco respeito aos fun-cionários. Contradição.

Campeonato de Futsal segue com todo o gás

saca fez uma bela performance, brilhou em quadra e fechou o placar contra o Cartola com 5 a 1. No dia 6 de maio, entram em quadra Pressão VIP e o Elite e o Ressaca e o Dolar. Os jogos acontecem sempre no Ginásio de Esportes, ladeira dos Aflitos.

NO DIA em que os deputados federais discutiram a reforma tra-balhista, o IBGE (Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística) di-vulga uma pesquisa com números cruéis sobre as relações de traba-lho no país. Mais de 8,3 milhões de brasileiros consideram ruins as condições atuais de trabalho.

Entre os insatisfeitos ou pou-co satisfeitos, 41,3% são das regi-

ões Norte e Nordeste. Os dados revelam que 6,2% têm, na prá-tica, jornada de trabalho maior do que a acordada previamente com o empregador. Outros 4,3%

têm salário abaixo do que tinha combinado anteriormente.

A pesquisa é divulgada em um momento oportuno. Menos discutida do que a reforma da

Previdência, a reforma traba-lhista acaba com as horas que se gasta para chegar ao trabalho, reduz os valores de indenização por danos morais e os salários e aumenta a jornada de trabalho.

O texto amplia a possibilida-de de trabalhar sem carteira as-sinada, e que o negociado pre-valeça sobre a legislação.

A luta do povo no plano institu-cional reserva uma esperança no Senado, onde o ex-presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB--AL), pode dar contribuição com a apresentação de contrapropos-tas. Até às 20h de ontem, no fecha-mento desta edição, a reforma tra-balhista não tinha sido votada.

Para parlamentares progressistas, reforma extermina direitos da CLT