CIBELE CAROLINE CAVICHIOLO

AS IMPLICAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO DA NANOTECNOLOGIA NO MUNDO DO TRABALHO: Um olhar sociológico

Curitiba

Junho, de 2010

CIBELE CAROLINE CAVICHIOLO

AS IMPLICAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO DA NANOTECNOLOGIA NO MUNDO DO TRABALHO: Um olhar sociológico

Monografia apresentada ao curso de Ciências Sociais, Universidade Federal do Paraná, como requisito para a conclusão do Bacharelado, área de Sociologia.

Orientadora: Profa. Dra. Benilde Maria Lenzi Motim.

Curitiba

Junho/2010

AGRADECIMENTOS

Antes de agradecer àqueles que contribuíram para a realização desta pesquisa, aproveito a oportunidade para agradecer às pessoas que, de uma forma ou outra, estiveram presentes e compartilharam destes cinco anos e meio de formação acadêmica no Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná.

Agradeço à minha família, pelo apoio incondicional já na escolha do curso, em especial aos meus pais que me ampararam nos momentos de dificuldade. Também aproveito para agradecer a meu noivo João Paulo Rebelo Borges, pela presença constante ao longo do curso como companheiro de todas as horas, me ajudando a superar as inseguranças e me estimulando a seguir em frente.

Aos professores que, ao longo de todo este trajeto, nos apresentaram um mundo desconhecido, repleto de possibilidades e se mantiveram sempre pacientes e compreensivos frente as nossas dificuldades acadêmicas e pessoais. Agradeço a dedicação e a persistência, que hoje nos fazem toda a diferença em nossa formação como cientistas sociais.

Agradeço aos colegas e amigos do curso de Ciências Sociais pelas conversas enriquecedoras e também pelo apoio. Agradeço em especial a minha amiga querida Áurea Teixeira da Silva que sempre esteve comigo nas dificuldades, me ajudou a persistir no curso. Agradeço aos colegas do setor de educação com quem muito aprendi nos meus dois anos de iniciação científica, sob a orientação maestral de Noela Invernizzi, que me ensinou a ter gosto pelo estudo de Nanociências e Nanotecnologias.

Agradeço à minha orientadora Benilde Maria Lenzi Motim, por ter aceito me orientar quando o projeto ainda não tinha um foco bem definido e por sempre me impulsionar nas buscas. Suas orientações e contribuições que me foram certamente valiosíssimas neste processo.

Não posso deixar de agradecer a Deus que permitiu estes anos como graduanda e certamente estará comigo no futuro mestrado.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5

2. O PAPEL DO ESTADO DIANTE DA REVOLUÇÃO NANOTECNOLOGI CA........ 10

3. A QUESTÃO DOS TRABALHADORES DIANTE DO DESENVOLVIMEN TO EM NANOTECNOLOGIA..................................... ............................................................... 19

4. NANOTECNOLOGIA APLICADA AO SETOR DE ALIMENTOS . INFORMAÇÕES VEICULADAS AOS CONSUMIDORES SOBRE PRODU TOS NANOTECNOLOGICOS E SEU PROCESSO DE PRODUÇÃO ........ .......................... 37

5. ALGUMAS CONSIDERAÇOES FINAIS ....................... ......................................... 54

6. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 56

7. GLOSSÁRIO DE TERMOS NANOTECNOLÓGICOS............... ............................. 62

8. ANEXOS................................................................................................................. 65

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RESUMO:

Com base em dois anos desenvolvendo estudos de iniciação científica no

setor de Educação da UFPR, mais especificamente, tendo meu último projeto

intitulado “Nanotecnologias trabalho e formação dos trabalhadores - tendências do

setor de alimentos”, parto para uma analise sociológica a respeito das implicações

para os trabalhadores do advento do desenvolvimento nanotecnológico no Brasil.

Perpassando o estudo do posicionamento do governo brasileiro, além de sindicatos

e organizações de trabalhadores mais expressivas no âmbito nacional e

internacional busquei perceber como os sociólogos brasileiros têm se posicionado

frente à questão da inovação nanotecnológica quanto às implicações sociais desta

para os trabalhadores. Pensar como os sociólogos reagem questão me levou a

reformular o título desta monografia, substituindo o trecho “Um olhar sociológico” por

“um olhar da Sociologia”, num segundo momento. Por questões práticas o título

original deste documento não foi alterado, já que seria trabalhoso e burocrático.

A nanotecnologia, que é tida como revolucionária nos impõe novos

questionamentos a respeito da situação dos trabalhadores, e já se fala em

substituição e matérias primas, substituição de atividades produtivas assim como

extinção de umas e o nascimento de outras devido ao desenvolvimento da

manipulação da matéria em escala nanométrica.

Palavras chaves : Nanotecnologia, Sociologia, trabalhadores, inovação.

1. INTRODUÇÃO:

Frente ao cenário de mudanças sociais relacionado às inovações

tecnológicas, que a nanotecnologia suscita, aos processos de produção que serão

alterados, surgem novas questões a respeito da situação do trabalhador e de suas

condições de trabalho e emprego. A partir desta reflexão, interessei-me em saber:

Como a Sociologia tem se posicionado a respeito do assunto? Quais informações

são veiculadas aos consumidores sobre isso? Como o governo brasileiro posiciona-

se quanto ao uso desta tecnologia? Como sindicatos e organizações de

trabalhadores respondem a esta nova realidade? Estas perguntas abrangem o

objetivo central pesquisa, as quais tentei responder no decorrer desta monografia

que tem caráter exploratório, pois procura delinear algumas questões e

preocupações dos agentes envolvidos na pesquisa e na produção de

nanotecnologias e, como as Ciências Sociais, os sindicatos e outras instituições

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ligadas aos trabalhadores e/ou aos consumidores analisam as implicações das

mesmas para o trabalho, os trabalhadores e o emprego, inserindo-se neste debate,

necessariamente multidisciplinar.

Paralelamente a estas questões, como um objetivo secundário, busquei

informações entre as Universidades Federais nos curso ligados a engenharia de

alimentos e nutrição para localizar alguma produção multidisciplinar que trouxesse a

Sociologia ou alguma discussão sobre preocupações sociais com a manipulação da

matéria em escala nanométrica ou nanosubstancias.

No primeiro capítulo deste documento trato do papel do Estado diante da

revolução nanotecnológica fazendo menção a alguns teóricos da Sociologia do

trabalho. No capítulo seguinte, trato das iniciativas do governo brasileiro para se

adequar á tal inovação, salientando o que diz respeito aos trabalhadores, além de

comentar o posicionamento dos trabalhadores organizados em sindicatos,

organizações e uniões; comento ainda a presença de materiais impressos

orientados aos trabalhadores; apresento a postura da Associação Brasileira de

Engenharia de Alimentos – já que exploro o ramo alimentício neste documento;

trago os resultados de buscas exploratórias sobre a presença de estudos que

incluem nanotecnologia nos cursos de engenharia de alimentos das Universidades

Federais e das mais renomadas do Paraná. Prosseguindo trato da postura de alguns

Sociólogos brasileiros que se debruçam sobre a inovação nanotecnológica e

apresento minhas primeiras impressões sobre o engajamento da Sociologia frente

ao desenvolvimento da Nanotecnologia.

Noutro capítulo, tratando do ramo alimentício, mantenho o foco nas

informações que os consumidores recebem das empresas que assumem utilizar

processos nanotecnológicos e realizo uma comparação entre informações

disponíveis em literaturas e meio eletrônico em 2008 e as por mim colhidas até o

início do segundo semestre de 2009. O último capítulo apresenta minhas

observações colhidas no decorrer desta pesquisa.

O objetivo central da pesquisa foi perceber se a Sociologia está atenta ao

caráter revolucionário que o avanço tecnológico, especificamente da nanotecnologia,

suscita. A análise focaliza ainda, as transformações relativas ao trabalho e ao

emprego e, consequentemente, os trabalhadores, neste processo. Quanto ao

consumidor, realizei uma busca em literaturas que abordam o setor escolhido – o de

alimentos – a fim de verificar se as informações outrora descritas por outras

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literaturas como informações presentes em “fontes primeiras1” apresentam variação

e pensar a variação e/ou permanência de tais informações entendendo-a como

direcionada ao consumidor. Do conteúdo apresentado nestas “fontes primeiras” da

informação, que são as páginas web de empresas nacionais e internacionais do

ramo alimentício, além de se captar informações explícitas e através da

variação/permanência de informações implícitas ao consumidor, procuramos extrair,

informações relevantes às mudanças no trabalho e consequências aos

trabalhadores.

Adianto que há conseqüências previsíveis à saúde dos trabalhadores devido

ao manuseio de nanomateriais as quais ainda são desconhecidas, além da redução

e substituição de postos de trabalho. Procurei analisar possíveis conseqüências do

desenvolvimento, manipulação e do uso desta inovação tecnológica, apresentada

como a próxima revolução industrial.

Esse trabalho tem como base leituras que tratam de conseqüências das

revoluções industriais anteriores centralizando o referido foco, amparando-me em

literaturas histórico-sociológicas, a fim de mostrar que cada revolução traz, de

imediato, perdas para os trabalhadores e que se faz necessário medidas de amparo

aos mesmos, minimizando estas implicações. Ressalto a relevância social e

sociológica de abordar estas questões neste momento histórico, em que as políticas

de pesquisa e de inovações tecnológicas tem sido incentivadas e ampliadas – são

inúmeros os programas de pesquisa e financiamento para desenvolvimento da

nanotecnologia, em âmbito nacional e internacional. Um dos resultados esperados é

que esta pesquisa sirva para sensibilizar e chamar a atenção das pessoas –

trabalhadores e coletividade, pesquisadores e agentes governamentais, para a

necessidade de previnir possíveis efeitos negativos da nanotecnologia,

estabelecendo as regulamentações e controles necessários, tendo em vista o

caráter inovador e estratégico da mesma nas mais diversas áreas..

A tarefa que assumo toma formas mais atraentes com amparo de grandes

autores da Sociologia do trabalho como Adam Schaff e Manuel Castells, dois dos

autores em que me apoio para a análise e contextualização do objeto de pesquisa. 1 Por fontes primeiras entenda-se o artigo das australianas MILLER e SENJEN nas pontuam produtos do setor de alimentos que apresentam nanotecnologia indicando sua fonte de informação web datado de 2008 Outra fonte primeira é o levantamento do Instituto Wilson Center & PEN sobre aplicação de nanotecnologia em vários setores econômicos até 2007. Acrescentei mais produtos á listagem original por assinar Jornal eletrônico NanoNews da ONG FoEA do site especializado em novas tecnologias www.nanowerk.com e o jornal eletrônico Nanotechnology Now

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Tomarei os cuidados apontados por Schaff na obra “A sociedade informática”, não

me prestando a realizar uma mera divulgação científica.

Pode-se dizer que tudo começou em 1959, quando o cientista Richard

Feynman2 anunciou em um encontro da Sociedade Americana de Física que o

homem seria capaz de manipular átomos e moléculas fazendo deles o que bem

entendesse. Seria como brincar com “legos”, utilizando átomos e moléculas como

peças de construção. Na ocasião o cientista não foi levado a sério por seus colegas

da época, mas, hoje em dia, a nanotecnologia é um fato sério que está em franco

desenvolvimento.

Nanociências e nanotecnologias constituem um campo de pesquisa

emergente, considerado revolucionário, capaz de alterar significativamente as atuais

condições de produção e a vida cotidiana das pessoas. É possível verificarmos que

tais mudanças já estão começando e caminharão muito rapidamente já que

estimativas dão conta que há mais de 1.000 produtos de consumo final contendo

nanotecnologias no mercado e prevê-se um crescimento substantivo da

comercialização desses produtos até o ano 2015. Por isso, trata-se de um tema

absolutamente relevante para a Sociologia e diz respeito ao futuro dos

trabalhadores, consumidores e da sociedade em geral.

Os pesquisadores brasileiros Medeiros e Mattoso (2006, pp. 26) assim

definem este campo fortemente multidisciplinar que inclui conhecimentos das áreas

de biologia, química, física, matemática engenharia de computação:

Nanotecnologia é de maneira muito geral a habilidade de manipular em escala molecular, átomo por átomo, para criar estruturas maiores fundamentalmente com nova organização molecular e, normalmente, para fins comerciais. A nanotecnologia engloba a pesquisa com estruturas que tenham pelo menos uma dimensão menor que 100nm, seja projetada utilizando processos que possibilitem o controle sobre os seus atributos químicos e físicos e possam ser combinadas para formar estruturas maiores.” (MEDEIROS e MATTOSO, 2006, p. 26).

As nanociências estudam as propriedades dos átomos e moléculas, enquanto

as nanotecnologias desenham, criam, sintetizam materiais através do controle da

matéria em nanoescala. Nanotecnologia é o conjunto de técnicas usadas para

manipulação da matéria na escala dos átomos e moléculas. Por “Nano”, que

significa em grego “anão”, entendemos uma escala de medida. Um nanômetro

equivale a um bilionésimo do metro ou a milionésima parte do milímetro

(INVERNIZZI e FOLADORI, 2006 a). O domínio da nanotecnologia encontra-se 2 Richard Freynman foi um renomado físico quântico dos Estados Unidos no século XX.

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compreendido entre 0,1 e 100 nm.; comparativamente, a espessura de um fio de

cabelo é de aproximadamente 80 mil nanômetros enquanto que a de um vírus tem

de 20 á 300 nanômetros.

Nessa escala, agora denominada “nanoescala” pôde-se observar que os

materiais manifestam propriedades diversas das que exibem numa escala maior;

apresentam, por exemplo, propriedades reativas, magnéticas, ópticas, elétricas e

tóxicas diferentes dos materiais em macroescala (ETC GROUP, 2005 A;

INVERNIZZI e FOLADORI, 2006 a; FOLADORI e INVERNIZZI, 2006). Um material

como o carbono em nanoescala pode ser mais resistente que um diamante, pesar

muitas vezes menos que o aço e ter uma condutividade elétrica com mínimas perdas

pela transmissão-distância. São exatamente estas novas propriedades que estão

entusiasmando os cientistas que buscam como explorá-las em novos materiais e

produtos (FOLADORI e INVERNIZZI, 2006).

Os processos nanotecnológicos podem ser aplicados praticamente em

qualquer produto manufaturado, em toda a gama de setores industriais (ETC

GROUP, 2005 A). Os pesquisadores estão empregando a nanotecnologia para

obterem computadores mais rápidos, materiais mais resistentes, mais leves, com

maior durabilidade e mais inteligentes, sensores que possibilitam monitoração de

processos industriais e agrícolas, drogas direcionadas para células específicas, além

de muitas outras utilizações.

Entre as promessas das nanotecnologias estão novos fármacos, novos

sistemas de diagnóstico e administração de medicamentos, próteses, etc., que

podem aumentar a qualidade de vida e sua duração. Fala-se em novos materiais

inteligentes, como roupas que podem reagir às mudanças de temperatura e impedir

a contaminação por bactérias. Os nanotubos3 de carbono, cinqüenta a cem vezes

mais fortes que o aço e com 1/6 de seu peso, terão aplicações em diversos materiais

para as indústrias aeroespacial, construção, automotriz, eletrônica e outras. Os

pesquisadores prometem computadores muito velozes e eficientes, e chips

poderosos e reduzidos ao tamanho de poucos átomos. Talvez pequenas bactérias

providas de sensores sejam capazes de consumir corpos de água contaminados por

metais pesados, ou descontaminar em tempo recorde a atmosfera terrestre.

Nanocápsulas4 com sistemas combinados de sensores e aditivos revolucionarão as

3 Nanotubos: Estrutura em forma tubular e dimensão nanométrica. 4 Nanocapsulas: Cápsula de dimensão nanométrica

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indústrias de lubrificantes, farmacêutica, filtros, etc. Outra promessa das

nanotecnologias são os sistemas para purificar água e eliminar produtos poluentes.

(INVERNIZZI e FOLADORI, 2006b).

Entre os primeiros produtos contendo nanotecnologias comercializadas em

2004, segundo Nanotech Report 2004 (FORBES, 2004 apud INVERNIZZI e

FOLADORI, 2006; 66-67), estão colchões que repelem suor e o pó, tacos de golfe

mais resistentes e flexíveis, cosméticos pessoais, spray que repele água e sujeira,

tratamento de vidros para repelir água, insetos, e neve. Atualmente, já são centenas

de produtos contendo nanotecnologias disponíveis para o consumo, inclusive no

Brasil.

Os efeitos sociais e econômicos dessas novas tecnologias em nível nacional

e mundial serão, sem dúvida, de grande envergadura. As nanotecnologias tornarão

obsoletas as tecnologias concorrentes hoje existentes, podendo causar

conseqüências desestabilizadoras para os países em desenvolvimento. Setores

industriais poderão perder mercados, novas indústrias poderão ser desenvolvidas,

haverá mudanças na utilização de matérias primas, podendo afetar as exportações

de matérias primas naturais. Haverá mudanças na quantidade e qualidade do

trabalho demandada pelos processos industriais (INVERNIZZI e FOLADORI 2006 b;

ETC GROUP, 2005 A)

Os potenciais impactos para a saúde e o ambiente, e para segurança pública

se assemelham à polêmica atual sobre os transgênicos, exigindo uma atitude

preventiva. Ainda não existem regulações nacionais nem internacionais para avaliar

a toxidade das nanopartículas, embora já existam pesquisas alertando sobre a

questão. Também há preocupação com a contaminação do ambiente, pois

nanopartículas podem ser absorvidas pelo solo, e depois entrar na cadeia alimentar

(INVERNIZZI e FOLADORI, 2006 a)

2. O PAPEL DO ESTADO DIANTE DA REVOLUÇÃO NANOTECNOL ÓGICA:

Na obra “Sociedade em Rede” Castells trata das revoluções tecnológicas,

salientando que estas não são somente tecnológicas já que abrangem todos os

âmbitos da vida. Dentre os campos alterados, destaca-se o trabalho e a produção,

mas inclui-se as mudanças na cultura, nos símbolos e nas relações com as novas

tecnologias. Castells prevê, em acordo com as perspectivas a respeito das

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nanotecnologias, que haverá uma interação crescente entre as máquinas e a mente

humana.

Apesar de serem organizadas em paradigma oriundo das esferas dominantes da

sociedade (por exemplo, o produtivo, o complexo industrial militar), a tecnologia e as

relações técnicas de produção difundem-se por todo o conjunto de relações e

estruturas sociais, penetrando no poder e na experiência e modificando-as.

(CASTELLS, 1999, pp. 35)

O registro histórico das revoluções tecnológicas (...) mostra que todas são

caracterizadas por sua penetrabilidade, ou seja, por sua penetração em todos os

domínios da atividade humana (...), além de induzir novos produtos. (CASTELLS,

1999,pp.50)

O desenvolvimento tecnológico, segundo Castells e em conformidade com as

tendências da nanotecnologia, se dá em várias áreas, desintegrando tecnologias

obsoletas, além de gerar mudanças em todos os âmbitos da vida. Estas mudanças

tecnológicas devem ser entendidas como implicações sociais do avanço

nanotecnológico.

Por outro lado deve-se destacar o papel crescente do Estado na promoção do

desenvolvimento tecnológico, dando suporte ao desenvolvimento de pesquisas,

incentivos, enviando verbas, favorecendo condições para desenvolver avanços

tecnológicos, como resposta as pressões sociais.

Uma cultura pode introduzir trajetórias muito diferentes dependendo do

padrão de relacionamentos entre Estado e sociedade: O Estado pode ser a principal

força de inovação tecnológica ou pode levar à estagnação por causa da esterilização

da energia inovadora da sociedade para criar e aplicar a tecnologia.

(CASTELLS,1999, p.29)

“O que deve ser guardado para o entendimento da relação entre tecnologia e a

sociedade é que o papel do Estado, seja interrompendo, seja promovendo, seja

liberando a inovação tecnológica, é um fator decisivo no processo geral, à medida

que expressa e organiza as forças sociais dominantes em um espaço e uma época

determinados. Em grande parte a tecnologia expressa a habilidade de uma sociedade

para impulsionar seu domínio tecnológico por intermédio de suas instituições sociais,

inclusive o Estado”.(CASTELLS,1999, p.31)

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Desde os anos 1990, a biologia, a eletrônica e a informática parecem estar

convergindo e interagindo em suas aplicações e matérias, de acordo com o autor, o

que pode ser atualmente verificado como desenvolvimento nanotecnológico.

Assim, computadores, sistemas de comunicação, decodificação e programação

genética são todos amplificadores e extensões da mente humana. O que pensamos e

como pensamos é expresso em bens, serviços, produção material e intelectual, sejam

alimentos, moradia, sistemas de transporte e comunicação, mísseis, saúde, educação

ou imagens. A integração crescente entre mentes e máquinas, inclusive a máquina

DNA, está anulando o que Bruce Mazlish chama de “a quarta descontinuidade”

(aquela entre seres humanos e as máquinas), alterando fundamentalmente o modo

pelo qual nascemos, vivemos, aprendemos, trabalhamos, produzimos, consumimos,

sonhamos, lutamos ou morremos. (CASTELLS,1999, P.51)

Devido à importância que os Estados dão à inovação tecnológica aumentam

as tensões entre os países e abala-se o “centro de gravidade” de até então. O

contexto de cada região do mundo em relação à detenção de matéria prima,

conhecimentos, condições de pesquisa, política tecnológica definem o tipo de

inserção que se quer para o país.

Castells aponta que as novas tecnologias mudam as feições da sociedade.

Na década de 1970, as tecnologias da vida como chama a engenharia genética,

exigem investimentos em pesquisa mais excessivos, levam a um acirramento da

competitividade, e a criação de novas necessidades como o aumento da produção.

Para aumentar a produção, fazem-se necessários avanços tecnológicos que

retroalimentam esse ciclo produção-tecnologia.

Quanto à manipulação da vida humana, uma promessa deste novo campo

tecnológico, o autor aponta que há riscos que só serão detectados na medida em

que o tempo e as pesquisas avancem. O tempo revelará os riscos, as vantagens e

as discussões sobre questões éticas que permeiam a manipulação da vida humana.

Nisto, Castells também converge com as polêmicas atuais como a dos transgênicos,

uso de células embrionárias e possíveis utilizações da nanotecnologia.

Ainda no âmbito político, o autor aponta a importância de aliar as políticas

para desenvolvimento tecnológico, a verbas e ao papel das Universidades para as

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pesquisas, como fatores decisivos para alavancar o processo de tecnologia da

informação.

Nessa discussão saliento o processo das patentes de pesquisa que

promovem uma maior segmentação dos saberes e divisão entre aqueles que detêm

a informação e os que não detêm a informação ou o conhecimento, e enfatizo ainda

que o conhecimento é uma forma de poder. Certamente países que melhor

estimulam o desenvolvimento tecnológico aliando verbas, políticas de

desenvolvimento e a Universidade terão mais patentes, hoyalties, e se destacarão

pelo tipo de emprego disponível em seu território. Os países periféricos podem até

fazer uso destas patentes e nesse sentido, se se beneficiarem, mas estarão fora do

sistema que integra os detentores de tecnologia de ponta. As aplicações da

nanotecnologia se alastrarão a grande parte da população, porém o domínio destes

conhecimentos estará restrito nas mãos de poucos países que embolsarão a riqueza

gerada pela circulação mundial desta nova tecnologia. A aliança Estado e

Universidades será, segundo Castells, a mola impulsionadora do desenvolvimento

tecnológico dos países na corrida mundial pela inovação.

Em contrapartida, Castells já apontava que enquanto se enfatiza a

competitividade, as perdas ambientais e sociais (para a população) são

desconsideradas. O cenário descrito pelo autor sobre o final do século XX, é o de

acentuação de um desenvolvimento desigual entre os vários segmentos e territórios

dinâmicos da sociedade em todos os lugares, não mais na lógica da desigualdade

entre Norte e Sul. Há a consolidação de bolsões de miséria em oposição à liberação

de forças produtivas consideráveis da revolução informacional.

Na atualidade verifica-se que a corrida pelo desenvolvimento passa muitas

vezes por cima das discussões de fundo social. São lançados para o consumo

aparelhos, alimentos, novos produtos dos vários setores industriais, que apresentam

a nanotecnologia incorporada a estes, realçando suas vantagens quando

comparadas aos produtos convencionais, num discurso de vantagem tecnológica e

modernidade. O prefixo “nano” aliado a terminações como “esferas”, “partículas”

pode aparecer como uma tentativa de seduzir o consumidor na corrida pela

modernidade ou ainda pode ser suprimido de uma rotulagem para não causar

rejeição pública a algum produto. Internacionalmente, no ano de 2009, questionou-

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se a utilização de nanopartículas5 dentro de uma moderna lavadora de roupas. A

promessa de esterilizar roupas utilizando-se nanopartículas de prata ao produto, a

um primeiro olhar pode ser atraente ao consumidor quanto á higienização de suas

roupas. Num olhar mais aprofundado, pensar o escoamento da água rejeitada no

processo agora incluindo nanopartículas de prata, chegando a rios, solo, peixes,

vegetais entrando na cadeia alimentar humana, torna a contaminação ambiental e

humana uma possibilidade.

O autor aponta tendências sobre o novo sistema de comunicação que se

tornará cada vez mais a língua universal digital, promovendo a integração global da

produção e distribuição de palavras, sons e imagens de nossa cultura

personalizando-os ao gosto das identidades e humores dos indivíduos. Promessas

da nanotecnologia cabem bem nesta reflexão de Castells, como por exemplo, a

pintura dos automóveis que poderá mudar de cor ao sabor do humor do proprietário,

além de “auto cicatrizar-se” de arranhões.

Castells pode ser relacionado a Anthony Giddens por esse considerar que as

redes interativas de computadores estão crescendo exponencialmente, criando

novas formas e canais de comunicação, moldando a vida e, ao mesmo tempo sendo

moldada por ela. Giddens “em As conseqüências da Modernidade” reflete sobre o

conceito de “reflexividade”, o qual entendo como a relação de múltiplos aspectos

que acabam por produzir sujeitos, os quais devolvem respostas ao “sistema de

relações” alterando-a novamente, num ciclo de interferências sem fim. A inovação

tecnológica é apresentada, o público passa a consumi-la e a percebê-la como

vantajosa e até a “transforma”/ a percebe como uma necessidade. A partir de então,

como resposta ao consumo, atendendo a demanda, a nova tecnologia vai se

difundindo e sendo absorvida socialmente.

Concordo com Castells sobre a natureza das mudanças sociais ocorridas

também no caso do desenvolvimento da nanotecnologia: as mudanças sociais são

tão drásticas quanto os processos de transformação tecnológica e econômica.

Quanto aos movimentos sociais, a tendência, para o autor, é de serem

fragmentados, locais, com objetivo único e efêmero, por estarem encolhidos ao seu

“mundo interior” ou por “brilharem” por apenas um instante em um símbolo da mídia.

Para Castells a teoria e a cultura pós-moderna celebram o fim da história e de certa

5 Nanopartículas: Partículas com dimensões na escala nanométrica.

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forma o fim da razão, renunciando a nossa capacidade de entender e encontrar

sentido. Implicitamente, há uma aceitação da individualização do comportamento e

da impotência da sociedade ante ao seu destino.

O autor dá importância ao fato de que devemos levar a sério a tecnologia, e

utiliza-la como ponto de partida para a investigação, considerando-a como

revolucionária no contexto social em que ocorre e pelo qual está sendo moldada. A

tecnologia não determina a sociedade, pois esta contém muitos fatores de

criatividade e de iniciativa empreendedora que intervém no processo de descoberta

científica, inovação tecnológica e aplicações sociais, de forma que o resultado final

depende de um complexo padrão interativo.

É certo que tecnologia é sociedade. Sem dúvida a habilidade ou inabilidade

de as sociedades, por meio do Estado, dominarem a tecnologia, especialmente as

decisivas para determinado contexto histórico, traça o destino de uma sociedade,

numa interação sociedade, história e tecnologia.

Castells explicita que revoluções são, resumidamente, situações em que há

um aumento repentino e inesperado de aplicações tecnológicas que transformam os

processos de produção e de distribuição, criando uma “enxurrada” de novos

produtos. Nesse processo há uma mudança decisiva da localização das riquezas e

do poder no mundo.

Ao tratar, em detalhes, sobre a Revolução da tecnologia da informação, o

autor explica que não somente o sistema de tecnologia como um todo mudou, mas

também as interações sociais e organizacionais. Para a virada do milênio, Castells

previu uma explosão de aplicações sobre a revolução biotecnológica (a qual foi

freada dos anos 1970 aos anos 1990 justificada por questões éticas e de

segurança). Nesse cenário localizamos a nanotecnologia que também revolucionará

a biotecnologia, a qual é chamada agora de nanobiotecnologia. Já há esforços

científicos para aliar células à nanomáquinas ou chips, descritas em revistas de

circulação nacional. Castells já previa também um debate “fundamental de fronteira,

atualmente obscura, entre natureza e sociedade.” (CASTELLS,1999, p.67)

Castells salienta o papel de liderança dos Estados Unidos na expansão da

revolução da tecnologia da informação sendo que este tende a se sustentar

futuramente, embora haja uma maior presença de empresas de várias

nacionalidades, e contribuições significativas da Europa, principalmente nas áreas

da biotecnologia e de telecomunicações.

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É de se levar em conta o fato de que, desde a década de 1940 a 1960 nos

EUA, os contratos militares e as iniciativas do Departamento de Defesa tenham

desempenhado papéis decisivos no estágio de formação da revolução da tecnologia

da informação e também o fato de, entre 1950 e 1960, os contratos militares e o

programa espacial representarem mercados essenciais para a indústria eletrônica.

No caso da nanotecnologia, embora ao público leigo (consumidores) sejam

apresentadas inúmeras facilidades para o uso diário, uma das maiores promessas

para as nações será o emprego desta para fins bélicos e de espionagem. Fala-se no

“super soldado”, um ser humano que será manipulado, ou programado de alguma

forma em seu corpo, para não sofrer cansaço resistindo sem dormir às batalhas. A

visão destes soldados seria muito mais apurada do que a “convencional”, própria

para o combate certeiro. Também haverá insetos adaptados para fins de

espionagem, só possibilitadas com o desenvolvimento de nanotecnologias. Mais

uma vez, o Estado aparece como propulsor do desenvolvimento tecnológico.

Dentre as características da Revolução da Tecnologia da Informação citadas

pelo autor, a crescente convergência de tecnologias específicas para um sistema

altamente integrado por meio de alianças estratégicas e projetos de cooperação

seria uma tendência para o desenvolvimento nanotecnológico e traria consigo

mudanças aos trabalhadores.

Castells trata também da convergência tecnológica que se transformará em

uma interdependência entre as revoluções da biologia e da microeletrônica, em

relação aos materiais e aos métodos também. A lógica da biologia está de fato

sendo introduzida nas máquinas. Na pesquisa nanotecnológica atualmente se

manipula células para moverem nanomáquinas.

A nanotecnologia tende a perpetuar a lei de Moore6 e a superar os limites da

capacidade de informação dentro de curtos espaços de tempo, além de diminuir as

dimensões físicas do dispositivo e aliar a ele capacidades múltiplas em temos de

funções.

Outro autor que contribui com a discussão a respeito da revolução

nanotecnológica é Adam Schaff, em “A sociedade Informática,(1991) O autor

enfatiza as potencialidades do desenvolvimento tecnológico para o bem estar e a

prosperidade do gênero humano, mas chama a atenção para as muitas dificuldades

6 A qual prevê o aumento de 100% no número de transistores dos chipes, pelo mesmo custo a cada 18 meses.

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que surgiriam inevitavelmente e para a necessidade de transformação social para

aproveitamento destas potencialidades. Schaff cita que novas tecnologias poderão

gerar modificações profundas nos sistemas políticos, sociais e educacionais em

todos os países assim como o surgimento de novos tipos de estratificação social

como novas alianças entre cientistas, militares e governantes, por exemplo, além de

salientar que nesse processo o monopólio da informação, que pode ser assimilado

no desenvolvimento nanotecnológico com as patentes e barreiras de saberes. Em

contrapartida, Schaff anuncia a possibilidade de se alcançar a realização pessoal

numa escala sem precedentes.

Deve-se compreender que transformações revolucionárias da ciência e da

técnica terão conseqüentes modificações na produção e nos serviços, com

conseqüentes mudanças sociais.

Schaff nos auxilia mais claramente no resgate histórico quanto às várias

revoluções industriais, localizando a primeira revolução industrial entre o final do

século XVII e o início do século XIX que consiste no processo que substituiu a força

física do homem pela energia das máquinas (primeiro pela utilização do vapor e

mais adiante pela utilização da eletricidade).

Localiza o momento vivenciado na época de sua obra (inicio da década de

1990, no século passado) como a segunda revolução industrial, que consiste em

que as capacidades intelectuais do homem são ampliadas e até substituídas por

autômatos que eliminam com êxito crescente o trabalho humano na produção e nos

serviços. Alega que há uma analogia entre estas duas revoluções num salto

qualitativo, salientando que na primeira revolução conduziu a diversas facilidades e

a um incremento no rendimento trabalho humano, enquanto que a segunda levou a

eliminação total deste (SCHAFF, 1991, p.22) devido a utilização de máquinas

Certamente houve a criação e a ampliação de outras atividades segundo demanda

local.

Na segunda revolução industrial o ramo da biologia é apontado como aquele

em que as mudanças serão as mais espetaculares, pois o homem poderá dominar

não somente a natureza orgânica em geral, mas o seu próprio “eu”. Com o avanço

nanotecnológico, as percepções do autor se confirmam. Schaff continua “As

perspectivas serão fantásticas, mas também acarretarão gravíssimos perigos para a

vida social” (SCHAFF, 1991, p.23). Refletindo sobre isso, o autor se pergunta se a

natureza reacionária deve levar a humanidade a abandonar o avanço do

18

conhecimento pelo fato de este avanço acarretar perigos sociais e riscos de abuso,

exatamente possibilidades questionadas quanto ao estudo desenfreado e sem

regulamentação de nanotecnologias. A solução do problema não está em proibir o

progresso,(...)mas estabelecer medidas profiláticas que se oponham a

conseqüências sociais negativas. (...) Nenhum avanço do conhecimento é em si

reacionário ou negativo, já que tudo depende de como o homem o utiliza como ser

social. (SCHAFF, 1991, p.24). Apesar do discurso de Schaff a respeito da

neutralidade da tecnologia, devo ressaltar tecnologias são socialmente produzidas,

com intencionalidade, ou seja, não há como aceitar meramente a neutralidade da

tecnologia, de forma que o desenvolvimento tecnológico deve ser analisado e

acompanhado de um olhar aprofundado.

Para o autor, essa revolução é composta da tríade microeletrônica,

microbiologia, e energia nuclear as quais compõem amplos caminhos do nosso

conhecimento a respeito do mundo e do desenvolvimento da humanidade.

Convergindo com o autor, a problemática da moratória, ou seja, a interrupção

da comercialização e manipulação em nanoescala está sendo debatida no cenário

mundial. O Príncipe Charles, por exemplo, tem aparecido como um forte militante em

favor da moratória aos nanomanipulados, justificando que essa tecnologia pode

oferecer riscos semelhantes ao uso da talidomida e questionando a eficiência na

garantia de atenção aos riscos que poderão advir da nanotecnologia. Manifestantes

mais radicais vêem com receio a nanotecnologia aliada à biologia a qual poderia

resultar em robôs auto-replicantes que se multiplicando desenfreadamente

“devorariam o nosso planeta”, o chamado Grey Goo7.

A nova revolução industrial traz consigo uma situação potencialmente revolucionária,

que só pode ser evitada se se conseguir extrair em tempo as necessárias conclusões

de suas implicações sociais. Disto devem estar cientes não apenas as classes

proprietárias, mas também as direções sindicais tradicionalmente reformistas e

conciliadoras, que podem ser substituídas pelos militantes de base se não se

adequarem á espontânea radicalização destes. O mesmo cabe dizer dos partidos

políticos, especialmente daqueles que tem base militante nas massas trabalhadoras

(Schaff, 1991,pp.32)

7 Grey Goo é um cenário hipotético do fim do mundo envolvendo a nanotecnologia molecular em que fora de controle, robôs auto-replicantes consumem toda a matéria na Terra, enquanto se proliferam

19

Para Schaff nos paises de economia avançada haverá o problema da nova

distribuição de renda e da riqueza social que se devem ao aumento da produtividade

gerado com a automação e a robotização e também haverá o problema da redução

da demanda de trabalho humano. Considero que esta tendência será agravada nos

países em desenvolvimento já que novas tecnologias além suprir o trabalho humano

poderão levar a extinção de tarefas e modos de produção, substituídas por

processos inovadores.

3. A QUESTÃO DOS TRABALHADORES DIANTE DO DESENVOLVI MENTO EM

NANOTECNOLOGIA :

Os países mais industrializados destacam-se nas pesquisas e produção de

produtos nanotecnológicos. O Brasil destaca-se no nível latino-americano, sendo o

primeiro país da região a ter um Programa Nacional de Nanotecnologia. O

programa brasileiro de nanociência e nanotecnologia começou a ser articulado no

inicio da presente década por iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq) e, desde então, vem se desenvolvendo iniciativas

de pesquisa, organização de redes de pesquisa, e dotação de infra-estrutura.

“O Brasil tem procurado não ficar de fora da corrida por esta tecnologia, e o governo começou um esforço conjunto nesta área em 2001, conhecido como Iniciativa Brasileira em Nanotecnologia, formando uma rede de pesquisa cooperativa neste tema, que conta com a participação de mais de uma centena de instituições de pesquisa e ensino em todo o País (...)”. (MEDEIROS e MATTOSO, 2006, p. 11)

Dada a relevância outorgada a esta área na agenda de pesquisa brasileira,

assim como o caráter revolucionário dessas tecnologias, capazes de desencadear

alterações importantes nas condições produtivas e de vida, e a seus possíveis riscos

e implicações econômicas, sociais e éticas, a nanociência e a nanotecnologia,

iniciativas de estudos sociológicos se fazem fortemente necessários sobre este

campo.

O governo brasileiro tem se mostrado interessado no desenvolvimento

tecnológico em nanotecnologia para impulsionar avanço econômico e inserção e

visibilidade frente ao cenário mundial. Para tanto, em 2003 há a primeira proposta de

Programa de Nanotecnologia do Brasil em 2003 (Silva, 2003:6-7) no qual estimativas

previam treinamento, entre pesquisadores, engenheiros e técnicos, de 2500 a 6000

profissionais competentes em nanotecnologia, desde o nível médio ao pós-

20

doutorado. O SENAI aparece no documento como uma das primeiras organizações

a manifestar interesse pelo programa, definindo sua atuação já em 2003 na

estratégia para incorporar conceitos de nanotecnologia em seus programas de

treinamento, além de mapear as necessidades de recursos humanos treinados em

nanotecnologia das indústrias do país. A proposta, a exemplo das aplicadas em

outros países, destacava a necessidade de conceber, desenvolver e implementar

currículos inovadores desde o ensino fundamental até o ensino superior. Deve-se

destacar que tal proposta não se efetivou, ou seja, foi descartado, devido à

descontinuidade de governo.

Já o Programa de Desenvolvimento da Nanociência e Nanotecnologia,

contido no Plano Pluri-Anual do Ministério da Ciência e da Tecnologia (MCT) 2004-

2007, enfatiza a necessidade de força de trabalho qualificada de alto nível para

atender a crescente demanda das indústrias, mas também aponta a necessidade de

treinamento de técnicos de nível médio em nanotecnologia. Tal preocupação deve-

se à percepção de que em muitas atividades, como novas terapias, diagnósticos

médicos, análises químicas, procedimentos de fabricação, e outras mais, poderão

ocorrer em curto prazo, alterações profundas. (MCT, 2003:3).

No Plano de Ação do MCT 2007-2010 também se enfatiza a necessidade de

inclusão da nanotecnologia tanto nas iniciativas formais de educação quanto nas

não formais, como a divulgação científica. São explicitamente citados centros de

treinamento de trabalhadores além de se estabelecer metas de formação de

recursos humanos em nível técnico. (MCT, 2007 :144-146). Nos referidos planos do

MCT não percebemos esclarecimentos ou medidas concretas sobre formação dos

trabalhadores no quadro da política para o desenvolvimento da nanotecnologia. Os

planos deixam a desejar quanto às formas, os passos a serem seguidos para os

treinamentos propostos, a que momento e de que maneira deve ser introduzida a

problemática da nanotecnologia para qualificar a mão de obra no país.

Castells menciona a relação Estados e Universidades, o que pode ser

verificado nas iniciativas para o desenvolvimento da Nanociência e Nanotecnologia,

a propósito, a educação para os trabalhadores é percebida nestes planos como

educação superior e pós graduação.

Quanto ao posicionamento dos trabalhadores organizados em sindicatos,

organizações e uniões, parto de um trabalho de Foladori e Invernizzi (2008) para

refletir sua inserção no contexto da revolução nanotecnológica. É certo que os novos

21

produtos nanotecnológicos, por um lado, prometem benefícios para os consumidores

que poderão desfrutar de múltiplas funções num mesmo produto que além de mais

eficiente será menor. Fala-se também que em termos de acumulação de capital as

nanotecnologias são consideradas como a conquista de um novo mundo, pelo fato

de poder ser utilizada em qualquer ramo da produção. Por outro lado, elencam-se os

efeitos devastadores que a nanotecnologia poderá produzir sobre as antigas

tecnologias e produtos, e consequentemente para os trabalhadores. Visto que o

mercado mundial é altamente globalizado, parece que a velocidade com que essa

tecnologia se imporá a nível mundial, atingirá uma difusão jamais vista, muito maior

do que qualquer revolução tecnológica. Em decorrência, haverá efeitos profundos

sobre a divisão social do trabalho e pode-se prever que novos ramos industriais

certamente surgirão, enquanto outros desaparecerão.

Sobre a classe trabalhadora as nanotecnologias teriam um impacto

significativo já que os novos produtos com múltiplas funções agregadas reduziriam

significativamente a quantidade de força de trabalho necessária, tanto no interior do

processo produtivo, como também na manipulação, armazenamento, transporte,

comercialização de antigos produtos que desaparecem do mercado. A menor

dependência de contingências ambientais e de recursos naturais possibilitará que as

companhias migrem para outras regiões mais facilmente, com conseqüente

“descarte” de mão de obra trabalhadora. Outro aspecto é a concentração de

produção prevista no setor químico.

Diante da inovação tecnológica crescente e de todas suas conseqüências

sobre os trabalhadores, desde 1920 mobilizaram-se sindicatos de setor de

alimentação, agrícolas, hotéis, restaurantes, tabaco e afins, formado uma União

Internacional de Trabalhadores cuja sigla é UITA. Atualmente a UITA inclui 336

sindicatos em 120 países, com 12 milhões de trabalhadores.

Em outubro de 2006, a UITA emitiu na sua 13ª conferencia regional, em

Santo Domingo, uma Resolução a respeito de produtos contendo nanopartículas.

Contou com 95 delegados de 39 organizações de 14 países. A união advertiu que

estavam sendo introduzidos nanocompostos no mercado antes que a sociedade civil

e os movimentos sociais tivessem tempo de avaliar as possíveis implicações

econômicas, sociais, ambientais e de saúde e chama a atenção para a obrigação de

uma reflexão sobre o tema. (FOLADORI e INVERNIZZI, 2008, p.82)

22

Na conhecida “Resolução da UITA” solicita-se seis pontos para a aplicação de

nanotecnologias nos respectivos setores industriais, dos quais destaco três que se

referem diretamente às mudanças no mundo do trabalho:

A “Reivindicação da UITA" reclama a suspensão das permissões de patentes

nacionais e internacionais para a nanotecnologia no setor de alimentação e na

agricultura até a realização de avaliações sobre os seus impactos, argumentando

que o controle de patentes poderá, além de funcionar como barreira ao ingresso em

determinada área ou negócio, levar à supressão de competidores e ao monopólio.

Serviria ainda, para obter ganhos pela sua venda, aumentar o valor das ações da

companhia, possibilitando rendimentos e lucros extraordinários se as

nanotecnologias estiverem aplicadas em produtos no mercado. A aplicação de um

conhecimento patenteado para diversos usos poderá levar esta patente a adquirir

um preço muito elevado no mercado.

Na agricultura, a revolução das nanotecnologias, com a introdução da mecanização

agrícola, pode chegar a ser tão devastadora para os trabalhadores rurais, como para

os pequenos produtores. Na indústria da alimentação, a substituição da força de

trabalho, a obsolescência de muitos ramos industriais e serviços e o surgimento de

novos ramos sem precedentes sindicais ou organizacionais constitui, sem dúvida,

uma preocupação para muitos trabalhadores. (FOLADORI e INVERNIZZI, 2008,

pp.86)

A “Reivindicação da UITA” requer preventivamente estudos a curto e longo

prazos de efeitos das nanotecnologias, em especial as nanopartículas, sobre a

saúde trabalhadores –técnicos e operários que as produzem – que estão mais

expostos a elas, e dos consumidores. “Sabe-se que algumas nanopartículas podem

penetrar em barreiras naturais do organismo, como no sangue do cérebro, na

placenta, na pele e viajar pelo corpo, alojar-se nos pulmões, podem prejudicar o

DNA, etc”. (FOLADORI e INVERNIZZI, 2008, p.88)

Outro ponto importante desse documento diz respeito à urgência de estudos

por parte da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre possíveis impactos

das nanociência e nanotecnologias nas condições de trabalho e de emprego na

agricultura e na indústria da alimentação.

Os nanotubos de carbono também podem se tornar um competidor efetivo dos cabos

de cobre, afetando a demanda mundial deste produto. A platina pode ser substituída

23

pela nanotecnologia, na sua função de catalisadora, em conversores e baterias. Estes

são alguns exemplos da pressão que alguns países exportadores destas matérias-

primas poderão enfrentar quando começarem a sentir a substituição por produtos da

nanotecnologia. O grupo ETC estima que as fibras têxteis, como o algodão ou a juta,

podem ser as primeiras a encontrar substitutos nanotecnológicos. Com isso, milhares

ou milhões de produtores rurais e trabalhadores agrícolas assalariados serão

afetados, muitos estando jogados à ruína econômica e ao empobrecimento.”

(FOLADORI e INVERNIZZI, 2008, p.89)

Vale a pena ressaltar que OIT recentemente lançou um livreto em espanhol

intitulado “Riesgos emergentes y nuevos modelos de prevención en un mundo de

trabajo en transformación”, porém ainda não explora satisfatoriamente a prevenção

de riscos no trabalho para as nanotecnologias. No livreto a OIT limita-se a chamar a

atenção à necessidade de “desenvolver novos mecanismos para prever, identificar,

avaliar e controlar novos riscos derivados nas mudanças no mundo de trabalho e

nas novas tecnologias” (OIT, 2010, p.13-14),

O ETC Group (2005) salienta que os impactos da nanotecnologia sobre a

economia serão enormes: além das mudanças quânticas (mudanças de reatividade

das moléculas devido ao seu tamanho nano), haverá mudanças quantitativas e

qualitativas. O emprego da nanotecnologia para construir “de baixo para cima”

deverá reduzir drasticamente a quantidade de matéria prima utilizada, em

conformidade com Foladori e Invernizzi. Qualitativamente, haverá a fusão da matéria

inanimada e da animada, que aliada ao processo de montagem de “baixo para cima”

significará grandes alterações como novas plataformas para a indústria

manufatureira, que poderão tornar irrelevantes a, as matérias primas, a geografia e

também o trabalho.

Na Europa, tendo sido constatado que significativas incertezas giram em

torno de ambos os benefícios das nanotecnologias para a nossa sociedade e os

seus efeitos nocivos dos nanomateriais fabricados sobre a saúde humana e o

ambiente, a ETUC (The European Trade Union Confederation) Comissão Européia

de Sindicatos, aprovou uma primeira resolução sobre as nanotecnologias e

nanomateriais (Final NanoCap Conference, Brussels, de 2 de Abril de 2009)

A comissão européia de Sindicatos, composta por 82 membros de

organizações, 36 países europeus, 12 federações da indústria e 60 mil

24

trabalhadores, percebe que as nanotecnologias proporcionarão melhorias

tecnológicas e abrirão oportunidades para novos empregos, porém na sua recente

reunião do Comitê Executivo, a exigência fundamental é de se aplicar às

nanotecnologias o princípio da precaução. "Após o escândalo do amianto, o ETUC

considera inaceitável a fabricação de produtos sem que os seus efeitos potenciais

sobre a saúde humana e do ambiente sejam conhecidos e sem uma abordagem de

precaução ter sido aplicada e de forma transparente também para os trabalhadores",

argumenta o secretário confederal da ETUC Joël DECAILLON. A resolução

estabelece uma série de reivindicações sobre os diferentes aspectos do

desenvolvimento das nanotecnologias, dos quais podemos enfatizar a proteção dos

trabalhadores:

* A comissão entende que nanosubstancias químicas não devem ser

autorizadas no mercado, a menos que sejam fornecidos pelos fabricantes

dados suficientes para mostrar que não há efeitos nocivos para a saúde

humana e o ambiente;

* Envolver os trabalhadores e seus representantes na avaliação e redução

dos riscos relacionados com a nanomaterial;

* Melhorar a informação dos trabalhadores sobre nanomateriais que podem

estar presentes nos produtos a que estão expostos: Nas fichas de segurança

devem indicar a presença de nanomateriais;

* Exige dos empregadores a implementação de medidas de redução dos

riscos de substâncias;

* Proporcionar formação e vigilância da saúde dos trabalhadores expostos

aos nanomateriais;

* Aspectos da saúde e segurança no trabalho tornam-se aspectos obrigatórios

de todos os projetos de investigação.

A ETUC chama a Comissão Européia a adotar uma definição para

nanomaterial a qual não se restrinja a objetos abaixo de 100 nanômetros em uma ou

mais dimensões.

Outra organização, a Organização Regional Interamericana de

Trabalhadores e Confederação Sindical Internacional (CIOSLI -ORIT) em 31 de julho

de 2007 lança os “Princípios para a fiscalização de nanotecnologias e

nanomateriais” e dentre os pontos enfatizados no documento, está a “Saúde e

25

Segurança do Público e dos Trabalhadores”. Diante da reflexão acerca das

conseqüências da inexistência de testes que comprovem a segurança destes

materiais a que se expõem os trabalhadores, o grupo propõe medidas de precaução.

Os trabalhadores podem ser expostos a tais materiais durante o processo de fabricação, ao passo que atividades de descarte e reciclagem desses materiais podem expor o público e o meio ambiente. Devido ao seu tamanho, as nanopartículas podem atravessar membranas biológicas, células, tecidos e órgãos mais rapidamente do que partículas maiores. Quando inaladas, elas podem ir dos pulmões à corrente sangüínea. Há um acúmulo de evidências indicando que os nanomateriais podem penetrar uma pele intacta, principalmente na presença de surfactantes ou pelo massagear ou flexionar da pele, e ter acesso à circulação sistêmica. Quando ingeridos, os nanomateriais podem passar através da parede estomacal à circulação sangüínea. Uma vez na corrente sangüínea, os nanomateriais podem circular através do corpo e alojar-se em órgãos e tecidos, incluindo o cérebro, o fígado, o, os rins, a baço, a medula e o sistema nervoso. Uma vez dentro das células, eles podem interferir com a função celular normal, causar dano oxidático e mesmo morte celular.(...) As pessoas que pesquisam, desenvolvem, fabricam, embalam, manuseiam, transportam, usam e descartam nanomateriais serão aquelas mais expostas e, portanto, com maior probabilidadede sofrer quaisquer danos potenciais à saúde humana. Assim sendo, a proteção dos trabalhadores deve ser a principal prioridade de um regime de fiscalização de nanomateriais (CIOSLI ORIT, 2007,P. 4)

Mesmo com o crescimento da força de trabalho ligada à nanotecnologia e aos

nanomateriais, não há ainda nenhum padrão de segurança e de saúde ocupacionais

específico, assim como não há métodos aceitos para a mensuração da exposição

humana á nanomaterias em trabalho. O documento aponta que os trabalhadores e

seus representantes devem ser envolvidos em todos os aspectos das questões de

segurança e saúde nanotecnológica no local de trabalho sem temor de retaliação ou

discriminação.

A Organização Regional Interamericana de trabalhadores (ORIT) foi criada

em 1951, no México e é considerada o ramo hemisférico da Confederação

Internacional de Organizações Sindicais Livres (CIOSL). A CIOSL foi criada em

1949, em Londres, e tem 233 organizações filiadas em 156 países, com 155 milhões

de membros em todo o mundo. (Página oficial CIOSL: www.icftu.org ; Página oficial

ORIT: www.cioslorit.org). A ORIT mantém laços estreitos com a União de Sindicatos

(CES) (que inclui todas as afiliadas da CISL) e as federações sindicais internacionais

que reúnem sindicatos nacionais a partir de uma determinada indústria ou comércio

a nível internacional.

No Brasil, a CNQ – Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT,

entidade de caráter nacional que representa 79 Sindicatos de trabalhadores filiados

26

a CUT8 manifestou publicamente o temor à substituição repentina de diversas

matérias primas naturais ou commodities por materiais artificiais produzidos com

nanotecnologia, argumentando que a economia dos países que vivem da exportação

seria destruída levando ao desemprego e miséria os milhões de trabalhadores. No

debate sobre nanotecnologia ocorrido no seu V Congresso realizado em junho de

2007, definiu-se a necessidade de ampliar a discussão com o objetivo de esclarecer

os reais impactos para os trabalhadores e para a sociedade, já que a Química está

intimamente ligada a questão da nanotecnologia. A CNQ /CUT, no documento

“Apontamentos para um posicionamento sindical sobre os impactos éticos, sociais e

ambientais da introdução de nanotecnologias nos alimentos, produtos e processos

produtivos” de Outubro de 2007 que reuniu os além dos representantes sindicais

participantes, e do DIEESE, DIESAT e também ORIT/CSI, salienta a importância e

propõe que se estabeleça um diálogo de forma efetiva com a sociedade, a academia

e as representações sindicais, antes da efetivação dos processos decisórios, além

de:

...debater e consultar os trabalhadores sobre o posicionamento das organizações internacionais e propor formas alternativas de ação sindical e reivindicações públicas: moratória, consulta pública, plebiscito; envolver as Comissões Intersetoriais dos Trabalhadores e comissões de saúde dos trabalhadores nos âmbito municipal, estadual e nacional.; exigir que as posições dos trabalhadores sejam vinculadas pelos meios de comunicação em massa e alternativos para alertar, conscientizar e mobilizar a sociedade sobre os riscos éticos, sociais e ambientais dos processos e produtos nanotecnológicos; campanha Sindical, unificando logo, slogan, cartazes, abordagem, informações e divulgando o site com informações – publico alvo: sindicatos, ONGs, organizações sociais.” (CNQ/CUT, 2007, p. 6-7)

O documento alerta que os produtos nanotecnológicos já estão sendo

adotados pelas empresas a nível mundial, com força no Brasil, sem que se

conheçam os seus impactos éticos, sociais e ambientais. Frente a isso se faz

urgentemente, segundo o documento, desenvolver a capacitação profissional para

tais aspectos. (DIEESE, 2007, p.6).

Outra iniciativa, o I Seminário Internacional Nanotecnologia e os

Trabalhadores realizado em novembro de 2006, organizado pela Rede

Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente e a Fundacentro, apresentou e

debateu os impactos da nanotecnologia para os trabalhadores, o ambiente, a

agricultura e na sociedade como um todo. Participaram mais de 70 pessoas entre

8 CNQ atua em vários segmentos econômicos como Petróleo, Petroquímico, Química fina, Química para fins industriais; Tintas e Vernizes, Farmacêutico, Cosmético, Materiais para Higiene Pessoal; Celulose e outros

27

pesquisadores, estudantes e sindicalistas vinculados a cinco centrais sindicais (CUT,

CGT, CGTB, SDS e Força Sindical). Destaca-se no evento o comprometimento entre

Fundacentro e a ORIT com o aprofundamento da pesquisa e a articulação política

com os sindicatos e trabalhadores e a predisposição de algumas lideranças sindicais

de prosseguirem com esse tema e levar a discussão para os seus sindicatos.

Nota-se, nestas manifestações dos trabalhadores de diversos países, uma

preocupação tanto com as incertezas em relação às potenciais transformações do

trabalho e do emprego, quanto às condições de saúde e segurança no trabalho.

Em “Nanotecnología y Trabajadores del área química - Registro de la

trayectoria de los Químicos de CUT en el São Paulo” artigo difundido pelo DIEESE

em 2008, em língua espanhola, aponta-se o papel do Estado em desenvolver a

economia concomitantemente á valores éticos capazes de orientar e dirigir a vida

econômica para determinados fins, levando problemas anteriormente restritos á

economia para um horizonte mais amplo, o da diversidade cultural e ética.

O Estado é tido como uma força capaz de redirecionar o impulso para a

acumulação de capital de acordo com critérios políticos. A Jornada de

Desenvolvimento com Distribuição de Renda e Desenvolvimento do trabalho – ação

conjunta Central Sindical brasileira de mobilizar trabalhadores e influenciar os rumos

do desenvolvimento do Brasil – resultou em um documento com diretrizes políticas e

ações capazes de promover mudanças para promover o desenvolvimento na

realidade brasileira, a "Agenda dos Trabalhadores para Desenvolvimento", lançada

em abril de 2007. O documento organiza-se em torno eixos temáticos: Concentração

e desigualdade de renda; desemprego e mercado de trabalho; capacidade do

Estado de promover desenvolvimento e democracia: participação social.

No campo das relações de trabalho, o desenvolvimento (como bem-estar

comum e sustentável do ponto de vista ambiental e da diversidade social, político e

cultural) tendo como base a promoção do trabalho decente, incluindo a negociação

coletiva. O documento faz uma crítica ao apontar que se prevêem recursos públicos

para identificar se há nanoestruturas nos produtos brasileiros destinados à

exportação, mas não há recursos para investigar o impacto da nanotecnologia na

saúde dos trabalhadores e ao meio ambiente. A questão da regulamentação

sanitária pela Agência Nacional de Vigilância Sanitaria (Anvisa) é colocada como um

dos desafios. Como ações e diretrizes propostas, cita-se a criação de um grupo de

trabalho para investigar questões de risco, o impacto da nanotecnologia no local de

28

trabalho e do ambiente, e implicações legais. Não há ainda no Brasil e em outros

países testes toxicológicos que dêem conta das alterações em escala nanométrica,

de forma que as conseqüências são imprevisíveis para contato com o corpo humano

e o meio ambiente, por exemplo, a contaminação da água, solo e ar. O Estado

brasileiro deve avaliar impacto da nanotecnologia na saúde e segurança dos

trabalhadores, especialmente na manipulação de materiais nanoestruturados, e

definir a postura que desempenhará na regulamentação do uso e comercialização

de produtos nanoestruturados.

Quanto á formação dos trabalhadores a resolução da ETUC The European

Trade Union Confederation (Comissão Européia de Sindicatos), pontua a

necessidade de proporcionar formação e vigilância da saúde dos trabalhadores

expostos aos nanomateriais como um aspecto da proteção aos trabalhadores,

porém não detalha esta informação.

Rui Magrini engenheiro da saúde do trabalhador e doutor em Sociologia

ligado ao IIEP (Intercambio, Informações, Estudos e Pesquisa) enfoca a importância

de o trabalhador investir no saber, neste contexto. A concepção de saber que

aborda inclui a informação, a comunicação, o conhecimento e a educação, mas

abrange outras categorias. O saber é entendido como “produto e ao mesmo tempo

fonte da ação cognitiva social e política”, recuperado e desenvolvido em sociedade

proporcionalmente ao grau de sua união e de intervenção, mas não desprezando o

saber adquirido formalmente. Nesse sentido, há uma intenção de edificar instâncias

e de estabelecer programas que favoreçam a sua autonomia do trabalhador, por

meio da participação, da intervenção e da decisão frente ao cenário temeroso que

envolve o futuro do trabalhador, com a ameaça de desemprego, da migração em

massa.

Magrini explicita que seu breve documento é apenas uma comunicação aos

trabalhadores organizados. Enfoca que o trabalhador deve ser um ator social, um

agente de transformação e pretende, com sua reflexão estimular “o traçado da pauta

de programas de realizações crescentes de assembléias, seminários e outros

eventos, vislumbrando a concretização de encontros internacionais de trabalhadores

que, precedendo os próximos Seminários Internacionais de Nanotecnologia,

Sociedade e MeioAmbiente lhes incorporem teses e resultados.” (MAGRINI, sem

ano, p.2)

29

A Organização Regional Interamericana de Trabalhadores, Confederação

Sindical Internacional (CIOSL – ORIT) em documento, enfatiza entre os princípios

para a fiscalização de nanotecnologias e nanomateriais, que a proteção dos

trabalhadores com relação aos efeitos sobre a saúde dos nanomateriais demanda

programas abrangentes de segurança e saúde voltados para a questão da

nanotecnologia no local de trabalho. Os empregadores devem usar o princípio de

precaução como base para a implementação de medidas de proteção para

assegurar a saúde e a segurança dos trabalhadores. Os trabalhadores e seus

representantes devem ser envolvidos em todos os aspectos das questões de

segurança e saúde nanotecnológica no local de trabalho sem temor de retaliação ou

descriminação. (CIOSL – ORIT, 2007, p.4)

Vê-se que os sociólogos brasileiros já se movimentam frente a polêmica do

desenvolvimento nanotecnológico em relação ao futuro dos trabalhadores. Para

medir a atuação dos sociólogos brasileiros neste cenário, busquei saber, ainda,

como centros acadêmicos renomados estão tratando a temática da nanotecnologia

focando o curso de Engenharia de alimentos ou tecnologia de alimentos. Além disso,

se faz necessário verificar a ocorrência de discussões desta natureza dentro de

alguns outros setores interligados a questão dos trabalhadores em contato com

novas tecnologias. É possível entender, desta forma, a escolha pela busca de

informações nos ramos da medicina do trabalho, assim como a economia do

trabalho, e o ramo químico, entendendo que diante de alguma reação nestes

campos, o sociólogo passar a intervir, a ter material para sua reflexão e assumir um

posicionamento.

A Associação Brasileira de Engenharia de Alimentos (ABEA) não divulgou em

grandes proporções informações avanços tecnológicos, ou novas tecnologias ou,

mais precisamente, nanotecnologia. No site da Associação, é divulgada apenas a

tecnologia de dessalinização da água do mar por meio de um processo de filtragem

utilizando a nanotecnologia que é desenvolvido aqui no Brasil. A água mineral que

contem micro e macro nutrientes necessários ao bom funcionamento do corpo

humano, foi desenvolvida em Bertioga, litoral Sul de São Paulo, mas esta unidade

está para ser desativada, pois a produção destina-se a Florida, New Jersei e Atlanta.

A fábrica seria transferida para os Estados Unidos. No Brasil, outras fontes de

informação garantem que a Anvisa não liberou a comercialização do produto,

chamado de H2Ocean.

30

Segundo Nelson Duran a Anvisa está negando todos os pedidos de registro

de produtos desenvolvidos com nanotecnologia por falta de assessoria técnica. E

mais, tal deficiência não é mais a típica de um país em desenvolvimento já que

faltam informações concretas no mundo todo. A boa notícia é que a agência já

solicitou a técnicos um protocolo de exigências para produtos com nanotecnologia.

No momento faltam normas de segurança nos laboratórios. Nelson Duran assegurou

que a rede do CNPq se preocupa com o impacto ambiental e a segurança para uso

humano o que a levou a estabelecer limites de exposição dos funcionários aos

nanomateriais.

Nas Universidades Federais pesquisadas há uma produção incipiente voltada

ao ensino perpassando a utilização da nanotecnologia. A busca se restringiu ao

critério da existência do curso de engenharia de alimentos ou ciência de alimentos

ou ainda de tecnologia de alimentos nas Universidades Federais. O universo de

análise foi restrito as Universidades Federais da Paraíba (UFPB), do Ceará (UFC),

de Goiás (UFG), de Lavras (UFLA), de Viçosa (UFV), do Rio Grande do Sul

(UFRGS), de Sergipe (UFS), Santa Catarina (UFSC) e de Tocantins (UFT), além da

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Foram analisadas ainda a

Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG), a Universidade de São

Paulo (USP) e a Faculdade de engenharia de alimentos da Unicamp. No Paraná

delimitou-se que as renomadas universidades seriam analisadas: Universidade

Norte do Paraná - UNOPAR, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR),

Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO, Universidade Estadual de

Maringá (UEM) e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

As buscas online se orientaram na coleta de informações curriculares,

especificamente nas linhas de pesquisa dos docentes mencionados, ou na ausência

destes, nas disciplinas ofertadas nas ementas dos cursos. Na Universidade Federal

do Ceará, na escola de Agronomia e engenharia de alimentos aparecem dos

projetos de pesquisa desde 2008 em Micro e Nano emulsões alimentícias. Os três

projetos orientados pelo doutor Ângelo L. F Cavallieri outro ainda estão ainda em

andamento. Outro doutor em Engenharia de Alimentos pertencente à UFC, Francielo

Vendruscolo parece ministrando cursos de curta duração sobre novas tecnologias

aplicadas a indústria de alimentos, em 2008.

A doutora Maria Célia Lopes Torres, juntamente a Miriam Fontes Araujo

Silveira, ambas da UFC, publicaram e apresentaram em congresso um trabalho

31

sobre Nanocompósitos de Polietileno / Argila. A última pesquisadora tem experiência

na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, com ênfase em embalagens de

produtos alimentares, atuando principalmente nos seguintes temas: processamento,

embalagem ativa e conservação o que pode sugerir que envolva processos

nanotecnológicos .

No caso da Universidade Federal de Viçosa, a Ph.D. em ciência de alimentos

Nilda de Fátima Ferreira Soares atua com polímeros, toxicologia de alimentos e

embalagens ativas para alimentos, o que pode indicar a utilização de nanotecnologia

no fabrico de embalagens.

Na Universidade de São Paulo (USP) na FZEA, a Faculdade de Zootecnia e

Engenharia de Alimentos, já um projeto em andamento sobre tecnologia de filmes

comestíveis e tecnologia de películas biodegradáveis para alimentos na

Iberoamérica, segundo relatórios departamentais de 2005, porém não é citado o

nome dos pesquisadores envolvidos.

No meio acadêmico brasileiro no setor alimentício, segundo nossa análise,

estudos utilizando a nanotecnologia são incipientes ou estão numa etapa inicial. É

importante citar a Universidade Federal do Paraná (UFPR), embora não tenha sido

localizado explicitamente utilização da nanotecnologia nos cursos de Engenharia de

Alimentos e também no curso de Nutrição. Em outras áreas do conhecimento como

a Química, há divulgação inclusive em palestras como o Evento de Iniciação

Científica (Evinci) em sua 16ª edição no ano de 2008. O professor da UFPR Aldo

José Gorgatti Zarbin ministrou a palestra Introdução à nanociência e à

nanotecnologia por uma hora do auditório do Setor de Ciências Sociais Aplicadas,

na ocasião do evento.

No curso oferecido pela UFPR em de pós gradução em Biologia Celular e

Tecidual estuda-se o desenvolvimento de novas tecnologias, neste caso incluindo a

nanotecnologia, nas áreas afins das Ciências Biológicas (o estudo de tecidos

abrange diversas áreas, como a biomedicina, ciências biológicas, farmácia,

veterinária, entre outras).

No dia 28 de março de 2008, Paulo Martins e Marlene Lucas organizaram

dois seminários, um na Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR) e outro na

Reitoria da UFPR. O primeiro seminário, Nanotecnologia: O Futuro é Agora, contou

com a participação do professsor Paulo Martins (pesquisador Instituto de Pesquisas

Tecnológicas / IPT e coordenador da Renanosoma), professora Noela Invernizzi (da

32

Universidade Tecnológica Federal do Paraná e membro da Renanosoma) e

professor Daniel Alves de Melo (Universidade Federal do Paraná / UFPR). No

segundo seminário, Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente, os expositores

foram Paulo Martins, Noela Invernizzi e o debatedor o professor de Sociologia Alfio

Brandenburg do setor de Ciências Sociais.

Noela Invernizzi, professora e doutora do setor de Educação da UFPR,

desenvolve pesquisas voltadas á nanotecnologia nos grupos multidisciplinares de

pesquisa ”Educação e trabalho” e ”Nanotecnologia Sociedade e Desenvolvimento”

merece destaque por sua atuação em eventos e produção bibliográfica perpassando

a temática da nanotecnologia que inclui um olhar aprofundado sobre a situação dos

trabalhadores, dentre outros aspectos.

Outros possíveis indicadores que poderiam divulgar mais a relação entre

avanços tecnológicos e os trabalhadores, abrindo campo de análise á Sociologia

nesta reflexão seriam o da medicina do trabalho em doenças ocupacionais, além da

economia do trabalho, da administração e da associação de químicos no Brasil. A

Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM) traz informações gerais sobre

a nanotecnologia, várias aplicações, mas também alerta sobre os impactos

ambientais e de saúde pública que ainda são desconhecidos, inclusive aponta, por

meio de um discurso do professor Nelson Durán que há riscos de contaminação em

operações de laboratório e na indústria, por meio de inalação de nanopartículas que

podem gerar danos aos pulmões.

No caso da ANAMT - Associação Nacional de Medicina do Trabalho, sua

página web traz um artigo da Dra. Arline Arcuri (pesquisadora da Fundacentro) com

informações sobre os impactos das nanotecnologias á saúde no trabalho e sobre a

falta de estudos que nos tragam certezas sobre a nanotecnologia.

“Porém, ainda é muito pouco o conhecimento sobre os estudos dos impactos, especialmente sobre a segurança, saúde e meio ambiente. Existem várias perguntas ainda a serem respondidas (Duran, 2005). Em SST, uma questão importante é como avaliar a possível exposição do trabalhador. Sendo a toxicidade dependente do tamanho da partícula, a exposição pode ser avaliada apenas pela quantidade de material ao qual o trabalhador está exposto?

Não há necessidade também de ser indicada a dispersão dos tamanhos das partículas, sua atividade superficial, a forma da partícula, ou ainda outras características que podem alterar a reatividade e toxicidade? Além disso, os mecanismos de controle recomendados pela Higiene ocupacional são suficientes? Não dá também para avaliar ainda o impacto dessas nanotecnologias no emprego, na indústria da defesa e da guerra, nas relações sociais e em várias questões éticas e legais.”

33

Arline é bacharel e licenciada em Química doutora em Ciências pela USP

Pesquisadora da Coordenação de Higiene do Trabalho – Divisão de Agentes

Químicos - reconhecida pela sua atuação junto á Fundacentro realizando discussões

voltadas á saúde dos trabalhadores com o advento da nanotecnologia. Quanto ao

DIESAT - Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e

Ambientes de Trabalho, outra instituição que pode levar á um envolvimento da

Sociologia na discussão sobre nanotecnologia e trabalhadores, em sua página

eletrônica há divulgação das atividades da Fundacentro, canalizando a discussão da

temática para este órgão. Uma das informações recentes na página do DIESAT é a

do Simpósio Internacional 'Impactos das nanotecnologias sobre a saúde dos

trabalhadores e sobre o meio ambiente' que se realiza de 25 a 27 de maio de 2010,

no auditório do Conselho Regional de Química na Fundacentro.

Para pensar a Sociologia inserida neste contexto de inovação tecnologia após

análise por instituições acadêmicas, organizações brasileiras de Medicina do

trabalho, Química, Engenharia da Alimentação, Economia e Administração (sendo

que nestas suas últimas categorias não foram localizados resultados) percebo que a

produção ou discussão acadêmica ainda são muito escassas o que

consequentemente se reflete na produção sociológica a respeito disso. A

Fundacentro tem sido uma mola propulsora de discussão, uma referência entre o

setor de medicina do trabalho, sobre o ramo químico e até sobre o DIESAT. Em

minha análise, grande parte do material encontrado que permite ou inclui a

Sociologia nessa discussão ou fomenta a discussão das implicações sociais do

avento da nanotecnologia se devem a iniciativas da Fundacentro por meio de

conferencias, Simpósios, divulgação na ALL TV, juntamente ao IIEP – Intercambio,

Informações e Estudos e Pesquisas9.

Sem dúvida a Sociologia envolvida nesta temática aparece mesclada à ação

dos movimentos dos trabalhadores, em sindicatos, em organizações que

contemplam a reunião de sindicatos, iniciativas dentre as quais destaco, no Brasil, o

I Seminário Internacional Nanotecnologia e os Trabalhadores realizado em

novembro de 2006, organizado pela Rede Nanotecnologia, Sociedade e Meio

Ambiente e a Fundacentro. No Seminário, Fundacentro e ORIT comprometeram-se

a aprofundar a pesquisa e a articulação política com os sindicatos e trabalhadores e

9 O subtítulo deste site é A Educação dos Trabalhadores pelos Trabalhadores

34

a predisposição de algumas lideranças sindicais de prosseguirem com esse tema e

levar a discussão para os seus sindicatos.

Destaco também a Jornada de Desenvolvimento com Distribuição de Renda e

Desenvolvimento do trabalho – ação conjunta Central Sindical brasileira de mobilizar

trabalhadores e influenciar os rumos do desenvolvimento do Brasil – resultou em um

documento com diretrizes políticas e ações capazes de promover mudanças para

promover o desenvolvimento na realidade brasileira, a "Agenda dos Trabalhadores

para Desenvolvimento", lançada em abril de 2007. O documento faz uma crítica ao

apontar que se prevêem recursos públicos para identificar se há nanoestruturas nos

produtos brasileiros destinados á exportação, mas não há recursos para investigar o

impacto da nanotecnologia na saúde dos trabalhadores e ao meio ambiente além de

apontar a necessidade de uma regulamentação sanitária pela Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (Anvisa) além de propor a criação de um grupo de trabalho para

investigar questões de risco, o impacto da nanotecnologia no local de trabalho e do

ambiente, e implicações legais.

Sem dúvida entre os nomes de grandes críticos ao avanço da nanotecnologia

ainda sem a participação e o conhecimento popular e pioneiro na área, está Paulo

Martins é sociólogo com mestrado em Desenvolvimento Agrícola na UFRRJ e é

Doutor em Ciências Sociais pela Unicamp. Há mais de 20 anos é pesquisador do

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo e coordenador há mais

de cinco anos da Rede de Pesquisa em Nanotecnologia, Sociedade e Meio

Ambiente – RENANOSOMA. É Coordenador do grupo de pesquisa "Nanotecnologia,

Sociedade e Meio Ambiente” no CNPq. Martins é membro do boarder do Comitê de

Pesquisa 23 "Ciência e Tecnologia" da International Sociological Association - ISA.

Faz parte da ONG "Sociólogos Sem Fronteiras Internacional", em que é diretor e

Coordenador no Brasil. Foi Presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado de

São Paulo - Sinsesp, onde atualmente atua como vice-presidente.

Em meio eletrônico pode-se localizar facilmente uma boa quantia de materiais

que incluem sua produção entre livros, artigos, livretos, participações em eventos,

seminários, mesas redondas, entrevistas, vídeos online da ALLTv. Martins aparece

com grande freqüência nos documentos web e devo salientar que em entrevista

divulgada no site “Portal Ciência &Vida”, quando perguntado a respeito de

sociólogos brasileiros engajados nas discussões sobre nanotecnologia embora ele

enumere cerca de 10 nomes, me atenho a apenas 5 que aparecem na busca online

35

pelos seguintes descritores “nano + sociol”. São eles: Paulo Martins, Rui Magrini,

Edmilson Lopes Jr, e Ruy Braga. Os nomes citados por Martins são: Gilson Lima

(IPA - Porto Alegre); Marcos Antônio Mattede (FURB, Blumenau); Noela Invernizzi

(UFPR); Ruy Braga (Departamento de Sociologia da USP), Ricardo de Toledo Neder

(UnB), Fátima Portilho (CPDA - UFRRJ); Tânia Magno (UFS); Jonatas Ferreira

(UFPE); Edmilson Lopes Jr. (UFRN), Marcelo Seráfico (UEAM). Incluo também

nesta listagem, com base no site da RENANOSSOMA, sociólogo Fernando R.

Jardim, mestre em sociologia pela USP que em programa na ALLTv que divulga sua

tese de mestrado em sociologia na qual abordou desenvolvimento da

nanotecnologia na Unicamp e na Embrapa; Thales Novaes de Andrade graduado,

mestrado e doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de

Campinas, Atualmente, e professor de Ciências Sociais da Universidade Federal de

São Carlos (UFSCAR-SP); Marijane Lisboa que é doutora e docente em Sociologia

da PUC-SP, integrante da Diretoria da Associação de Agricultura Orgânica (AAO)10;

Rui Magrini é engenheiro da saúde do trabalhador e doutor em Sociologia

ligado ao IIEP (Intercambio, Informações, Estudos e Pesquisa). Particularmente

destaco na produção o interesse em fazer os trabalhadores buscarem conhecimento

sobre a nanotecnologia, levado-os a tomarem a iniciativa. O saber é entendido como

“produto e ao mesmo tempo fonte da ação cognitiva social e política”, recuperado e

desenvolvido em sociedade proporcionalmente ao grau de sua união e de

intervenção, mas não desprezando o saber adquirido formalmente. Sua intenção é

de estabelecer programas que favoreçam a autonomia do trabalhador, por meio da

participação, da intervenção e da decisão frente as incertezas sobre o futuro do

trabalhador. (desemprego, migração em massa)

Magrini em “Trabalhador, o que fazer? Investir no SABER” tem como enfoque

comunicar os trabalhadores organizados enfatizando que o trabalhador deve ser um

ator social, um agente de transformação e pretende estimular a novas

“pauta de programas de realizações crescentes de assembléias, seminários e outros

eventos, vislumbrando a concretização de encontros internacionais de trabalhadores

que, precedendo os próximos Seminários Internacionais de Nanotecnologia,

Sociedade e Meio Ambiente lhes incorporem teses e resultados.” (MAGRINI,sem

ano, p.2)

10 Entidade filiada ao Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS)

36

Aliado a Magrini, buscadores web apontam para Edmilson Lopes Jr.

(professor de sociologia do Departamento de Ciências Sociais da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e RENANOSSOMA) que oferece na

internet seu blog “Blog do Edmilson Lopes - Política, Sociologia e Cultura”, artigos de

Paulo Roberto Martins. Ele é apontado nas buscas como um dos conferencistas do I

Seminário Internacional: Nanotecnologia e os Trabalhadores – SemiNanoTrab.

Lopes publicou em 2006 o capítulo de livro "As ciências sociais e a nanotecnologia:

alguns desafios"; e, em 2005, foi um dos organizadores do II Seminário Internacional

Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente. Escreveu junto a Magrini, Allan

Schnaiberg e Eliane Cristina P. Moreira o livro “nanotecnologia Sociedade e Meio

ambiente”. Escreveu o artigo Nanotecnologia e Sociedade: Um desafio para todos

nós, junto a Martins, no qual chama atenção para uma possível categoria de

marginalizados; “os nanoexcluídos”.

De acordo com as buscas pelos descritores web, a Ruy Braga

(Departamento de Sociologia da USP) que escreveu o livro Revolução Invisível:

Desenvolvimento da Nanotecnologia no Brasil junto a Paulo Roberto Martins,

Adriano Premebida e Richard Domingues Dulley. No programa “nanotecnologia ao

Avesso” da ALL Tv em sua 9ª edição foi entrevistado. Atualmente é vice-chefe do

Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo e Doutor em Sociolgia

pela Unicamp, especializou-se no estudo das transformações recentes do universo

produtivo, alguns aspectos da mundialização do capital e na relação entre crise do

fordismo e modernização produtiva em teorias sociais contemporâneas.

Atualmente, ele é diretor do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da USP

(Cenedic), além de co-autor do livro "Novas tecnologias: Crítica da atual

reestruturação produtiva”.

Em buscas no site da Fundacentro, cita-se ainda na equipe da fundação

ligada á nanotecnologia, Ana Yara Paulino do DIEESE, e por sua formação que

também privilegia a antropologia e ciência política a inclui entre os sociólogos que

encontrei na busca acima. Possui formação como bacharel e licenciada em ciências

sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Mestre em ciência

política pela Universidade de São Paulo. Além de ter sido pesquisadora visitante da

área de antropologia na New York School for Social Research foi coordenadora

executiva do projeto de pesquisa e formação técnica Emprego e Desenvolvimento

Tecnológico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos

37

Socioeconômicos (DIEESE)/Centro de Estudos Sindicais e de Economia do

Trabalho, apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico, entre os anos de 1997 e 2005.

Desde 1996 atua nas áreas de pesquisa e educação do DIEESE, onde

atualmente desenvolve assessoria técnica ao Instituto Observatório Social e ao

Sistema da Pesquisa de Emprego e Desemprego DIEESE/Fundação Seade e

participa do projeto Faculdade DIEESE. É Professora de Ciências Sociais e políticas

na Escola Superior de Administração e Gestão com certificação Fundação Getúlio

Vargas, campus Santo André, SP. Dentre seus trabalhos destaco a participação na

elaboração da Nota Técnica n.76 disseminada pelo DIEESE em outubro de 2006.

Este documento que pretende levar o trabalhador a uma reflexão mais profunda,

salienta que a nanotecnologia levará a mudanças sociais inclusive nas relações de

poder, além de modificar a produção.

4. NANOTECNOLOGIA APLICADA AO SETOR DE ALIMENTOS. I NFORMAÇÕES

VEICULADAS AOS CONSUMIDORES SOBRE PRODUTOS

NANOTECNOLÓGICOS E SEU PROCESSO DE PRODUÇÃO.

Após refletir sobre o posicionamento do governo, sindicatos e organizações

sociais de trabalhadores, formação dos trabalhadores, sociólogos no Brasil que se

destacam frente à questão do trabalhador incluído no processo de desenvolvimento

desta nova tecnologia, passo a refletir sobre o consumidor frente a este quadro. Que

tipo de informação é passada a ele no ato do consumo? O que é falado sobre a

nanotecnologia e sobre o trabalhador? Ou melhor, que discurso o consumidor

recebe/ou não recebe quando busca informações sobre o produto que almeja? Para

tanto, realizei uma busca exploratória, delimitando o setor de alimentos como foco

para minha análise. Alimentos ou bebidas que tenham sofrido processos

nanotecnológicos, contenham nanopartículas ou sejam enriquecidos com

nanosubstâncias, embalagens e filmes (coberturas finas) de alimentos que

apresentam a nanotecnologia incorporada, sensores utilizados em alimentos fazem

parte do universo estudado. O foco de nossa análise está em nanoalimentos,

nanoembalagens e nanofilmes, e também em nanoaditivos nutricionais.

38

Como fontes de pesquisa, parti de dados disponíveis na página web do

Instituto Wilson Center aliado a PEN11, o livro organizado por Invernizzi e Foladori

especificamente o artigo das australianas Miller e Senjen (2008), boletins diários

enviados por correio eletrônico oriundos de “Nanotechnology News From Nanowerk ,

além das buscas por descritores ‘”alimentos + nano” em páginas de busca online,

senso informações por mim colhidas no ano de 2009

É possível destacar algumas aplicações da nanotecnologia voltadas ao setor

alimentício tais como a utilização em corantes, saborizantes, aditivos nutricionais

mais fortes para o uso em alimentos, ingredientes antibacterianos para embalagens

mais potentes de alimentos e uso de nanoargila em embalagens de alimentos e

bebidas. Dióxido de titânio, prata, zinco e dióxido de silício utilizados normalmente

na indústria de alimentos, na escala nanométrica têm se demonstrado tóxicos para

células e tecidos em experimentos in vitro, devido ao maior acesso a nossos corpos

e consequentemente maior probabilidade do que as partículas maiores, de entrar em

células, tecidos e órgãos. Desta forma, as mesmas propriedades que oferecem

novas oportunidades de aplicações na indústria podem representar maiores riscos

de toxidade para a saúde humana e para o meio ambiente. (MILLER e SENJEN,

2008).

A nanotecnologia também é aplicada a nanoembalagens e outras coberturas

finas (filmes) para alimentos além, de nanoaditivos nutricionais. Nanoalimento para

Joseph e Morrison, (2006, apud MILLER e SENJEN, 2008) é definido como todo

alimento, produzido, processado ou embalado mediante o emprego de técnicas ou

ferramentas nanotecnológicas ou ao qual se tenham agregados nanomaterias

manufaturados (p.33).

Nas embalagens, o emprego da nanotecnologia objetiva aumentar o tempo

de conservação dos alimentos, impedindo a troca gasosa e de umidade, além de

evitar a exposição aos raios ultravioletas. Pode-se projetar nanomateriais de

embalagens com capacidade antimicrobiana, antioxidante, enzimas e nutraceuticos

que prolonguem a conservação. Deve-se destacar que está se desenvolvendo

nanomateriais de embalagens que utilizam nanotubos e carbono e que têm a

capacidade de extrair oxigênio ou dióxido de carbono que causariam o deterioro dos

alimentos ou bebidas. Há também a aplicação de nanosensores e nanosistemas á

11 Pagina web: http://www.nanotechproject.org/inventories/consumer/browse/categories/

39

embalagens para, por exemplo, monitorar a temperatura ou a umidade a longo prazo

e logo dar informações pertinentes sobre estas condições mudando de cor. É sabido

que várias companhias como a Nestlé, Brtish Airways, mono Prix Supermarkets, 3M,

segundo LeGood e Clarke, 2006 apud MILLER e SENJEN, 2008, estão utilizando

matérias para embalagens com sensores químicos, assim a nanotecnologia oferece

novas ferramentas e mais sofisticadas para ampliar estas capacidades e reduzir

custos. Fala-se que no futuro haverá códigos para prevenção de falsificação

utilizando nanotecnologia e produtos que possuem um dispositivo nanotecnológico

de seguimento e rastreio que pode ser ingerido. (p.39)

Pode-se aplicar finas camadas utilizando nanotecnologia para encobrir

alimentos, a fim de que funcionem como barreira para as trocas gasosas e para a

umidade, podendo emitir cores, sabores, antioxidantes, enzimas e agentes anti-

escurecedores, além de prolongar o tempo de conservação dos alimentos inclusive

depois de abertos. Estas nanocoberturas, além de invisíveis são comestíveis e

possuem ampla aplicação.

Há também os alimentos que incorporam aditivos nutricionais como zinco,

ferro, outros minerais, probióticos, antioxidantes, esteróis vegetais, soja como

fortificantes em produtos lácteis, cereais, pães e bebidas. Alguns desses alimentos

incorporam aditivos em forma de nanopartículas que medem poucas centenas de

nanômetros. Nesse sentido, fala-se em nanoencapsulação que supõe introduzir

ingredientes ativos como vitaminas, conservantes e enzimas dentro de cápsulas

nanoscópicas. (MILLER e SENJEN, 2008, P. 37)

Essa ampla gama de aplicações da nanotecnologia no setor alimentício é

muito promissora. Neste viés, Sawyer descreve os princípios que futuramente

nortearão o consumo de alimentos a partir da aplicação da nanotecnologia neste

setor:

“Gerações humanas do futuro poderão comer todo tipo de alimentos, sem se importar

com seu conteúdo. Açúcar, sal, gorduras, colesterol --- já não teremos restrições em

todos aqueles produtos que nos encantam, mas que devemos consumir com

moderação. Todos os alimentos serão nutritivos e o único critério que regira nossas

escolhas será o sabor... Não chegará nunca o dia que comamos pílulas estilo

Supersônicos, em lugar deles, no futuro poderemos desfrutar comidas suntuosas

todos os dias sem sentir culpa” (Sawyer apud MILLER e SENJEN, 2008,p.32)

40

Algumas aplicações potenciais da nanotecnologia em todos os aspectos da

agricultura, do processamento de alimentos, do envase de alimentos e até a

monitoração de cultivos de alimentos destacam três futuros aspectos,

resumidamente: Seriam mais saudáveis; teriam a vantagem de serem conservados

por mais tempo e por serem fabricados mais rapidamente; teriam a capacidade de

se adaptar ao consumidor, quanto á preferências de sabor e a reações alérgicas, por

exemplo. (MILLER e SENJEN, 2008, p. 33)

Contrapondo-se às promessas de benefícios aos consumidores tais como

mais sabores ou gostos mais acentuados, há previsões de novos riscos associados

á ingestão de nanomateriais decorrentes das novas propriedades das partículas na

escala nanosférica.

As nanopartículas apresentam uma superfície muito ampla e isso resulta em

uma maior reatividade química, atividade biológica e comportamento catalítico em

comparação com as partículas maiores. Como conseqüência, há uma maior

absorção de nanomaterias por parte de células individuais, tecidos e órgãos.

Nanomateriais que apresentam partículas que medem até 300nm podem ser

absorvidos pelas células individualmente, enquanto que nanomateriais que

apresentam nanopartículas com dimensões menores a 70nm podem ser absorvidos

pelo núcleo celular e causar danos maiores. Essa maior reatividade química e maior

biodisponibilidade pode significar que as nanopartículas têm uma maior toxicidade

do que as massas em dimensões maiores. (MILLER e SENJEN, 2008, P.29).

Miller e Senjen explicitam que a ausência de um conhecimento aprofundado

do comportamento biológico dos nanomateriais torna impossível prever os riscos de

toxicidade associados a qualquer material, sendo que cada novo nanomaterial deve

estar sujeito a avaliações novas de saúde e segurança antes do seu uso comercial.

Esta falta de regulamentação impede que os consumidores opinem sobre suas

preferências em ingerir ou não nanoalimentos.

Segundo a opinião pública, as pessoas não estão dispostas a comer nanoalimentos,

mas devido a não existirem leis que requeiram que embalagens ou alimentos que

contenham nano ingredientes ou nano aditivos indiquem isso em suas etiquetas, os

consumidores não podem optar por consumir alimentos livres de nanomateriais.

(MILLER e SENJEN, 2008, P.25)

41

Há a possibilidade de que as nanopartículas possam comprometer a resposta

do sistema imunológico humano, colaborando com o desenvolvimento da Síndrome

de Chron e a Síndrome do Intestino Irritado, além de ter efeitos patológicos mais

duradouros. Outro ponto que deve ser destacado é que não há ainda conhecimento

sobre os níveis de nanoexposição que enfrentamos atualmente e nem que níveis de

exposição poderiam ter efeitos nocivos á saúde. Com base na experiência passada

com os asbestos (amianto), em que há consenso que a exposição à substancia por

inalação pode resultar em câncer nos pulmões, reforça-se a necessidade de aplicar

o princípio da precaução aos nanoalimentos/nanomateriais em alimentos até que se

elaborem normas que garantam a exposição prolongada a nanomateriais

manufaturados (MILLER e SENJEN, 2008, P.45-46)

Diante desse quadro, merecem atenção também os trabalhadores que

manipulam, fabricam, embalam ou transportam estes nanomateriais manufaturados.

Nos diversos setores em que haja possibilidade de aplicações de nanomaterias há

possibilidade de que os trabalhadores enfrentem níveis mais altos de exposição e

muito mais cotidianamente do que a população como um todo. Outro ponto

importante a ressaltar é que não existem sistemas seguros e equipamentos

confiáveis para prevenir a exposição no local de trabalho e que ainda não foram

estabelecidos parâmetros gerais para medir a exposição à nanomateriais. (MILLER

e SENJEN, 2008, p.46)

Para o sistema mundial de alimentos há previsões de que desenvolvimento

nanotecnológico leve a centralizar o conhecimento sobre nanotecnologias nas mãos

de poucos que possuem as patentes de seus produtos e pesquisas. A tendência é

haver aos poucos a substituição dos alimentos convencionais por nanoalimentos

que são mais eficientes, terão um preço mais baixo, (considerando que uma das

promessas da nanotecnologia é que esta terá um custo reduzido). Haverá

possivelmente, falências, perdas e substituições de postos e trabalhos também.

(MILLER e SENJEN, 2008, p.50-51, 81).Tanto Castells quanto Schaff já previam tais

reflexos da revolução econômica sobre a diversas esferas da sociedade, incluindo

os trabalhadores.

Nas minhas buscas realizadas entre os meses de Janeiro e Agosto de 2009

obtive 26 resultados sendo que somente um enquadra-se como alimento

estritamente, enquanto 22 enquadram-se entre as embalagens, filmes e

revestimentos que utilizam nanotecnologia; um é um nanoaditivo e três

42

correspondem a sensores e outros, utilizados em alimentos. Embora existam mais

alimentos no mercado, nosso levantamento limitou-se aos casos em que havia

alguma informação disponível sobre as características do produto de maneira

explícita.12

O produto desenvolvido pela indústria brasileira Aquamare, água mineral

resultante de um processo de dessalinização da água do mar que teria propriedades

benéficas se enquadra entro da categoria nanoalimento ou nanobebida. O processo

inovador faz uso da nanotecnologia. A água engarrafada chamada de H2Ocean tem

sido comercializada no exterior; no Brasil ainda não foi autorizada pela Agência

Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa). Nos Estados Unidos, o produto foi

homologado pela Food and Drug Administration (FDA). Trata-se de um produto

conhecido o qual, por um lado ganha novas propriedades da água de mar que

poderia ser competitivo ou complementar aos produtos já existentes e, de outro, é

um processo produtivo novo, que poderia gerar novas plantas industriais. Embora o

preço do produto esteja acima da água mineral engarrafada, este processo abre a

possibilidade de aproveitar água de mar mais abundante do que a água doce e se

incorpora à tendência de agregar valor à água engarrafada oferecendo novas

propriedades, sabores, etc. Este foi o único resultado computado na busca deste

segmento.

12 As informações contidas nos quadros por incluírem pesquisas em sites estrangeiros, foram traduzidas automaticamente online.

43

Produtos do setor de alimentos que incorporam nanotecnologias disponíveis no Brasil (nacionais e importados). SEGMENTO ALIMENTO OU BEBIDA :

PRODUTO e EMPRESA H2Ocean

Água de mar dessalinizada para beber EMPRESA AQUAMARE.BRASIL PAG. WEB DA EMPRESA FONTE http://www.h2ocean.com.br/novo/h2ocean.html INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA Filtragem e purificação da água usa nanotecnologia PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI AGUA SALGADA SUBSTITUI A DOCE ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU QUALIDADES MUDA MATERIAS PRIMAS REDUÇÃO DE CUSTOS EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES EMPRESA NOVA AUMENTAM PRODUTIVIDADE EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

FINAL INTERNACIONAL

44

O segmento de embalagens para alimentos é o que mais tem incorporado

inovações com nanotecnologia. Cito como exemplos a empresa Bayer, sediada em

Pittsburgh, Pensilvânia, nos Estados Unidos, lançou o Durethan KU 2-2601, um

plástico que contém nanopartículas de silicato. Na página web da empresa, há uma

explicação de como as nanopartículas tem um desempenho superior á utilização de

matérias primas tradicionais, além de levantar possibilidades de produção não

dependendo exclusivamente da natureza e de oferecer vantagens em termos de

reciclagem e eliminação. Sem dúvida o produto anuncia melhorias/vantagens na

produção. O produto nanotecnológico é mais barato e teria poder hermético superior

aos materiais de outras embalagens disponíveis no mercado, o que garantiria maior

barreira á troca gasosa e de odores, além de ser adaptado a sua aplicação e ao

conteúdo do pacote, e ser mais transparente e mais brilhante.

Já a empresa Econsynthetix, com sedes no Canadá e EUA, responsável pela

produção do Adesivo para as caixinhas do hambúrguer McDonald's, argumenta que

seu produto substitui de maneira eficaz as embalagens tradicionais e, inclusive, por

não necessitar do petróleo torna seus preços mais estáveis e ambientalmente

desejáveis. Além da fácil utilização do produto, outro benefício está na redução da

energia, melhor secagem e a limpeza e manufatura enxuta. Novas fábricas, segundo

informações contidas nos sites, são relativamente baratas para construir, além de o

produto oferecer economia de energia e de trabalho em seus processos.

Quanto ao ANR, um coating (camada de recobrimento) desenvolvido pelas

empresas brasileiras Resimax e Nanox, tem indicação para utilização em vários

mercados, incluindo embalagens de alimentos. Entre as vantagens anunciadas está

a eliminação de germes e também a aprovação da Anvisa.

Nota-se que todas as embalagens apontam, por um lado, a manter o produto

fresco por mais tempo, ao retardar a putrefação, o que levaria a menor quantidade

de força de trabalho envolvida na produção e distribuição do produto, ao mesmo

tempo que seria mais benéfico ambientalmente por evitar o desperdício de alimentos

e por usar materiais mais sustentáveis. Essas embalagens são chamadas de

“inteligentes”, pois mudam sua cor quando o conteúdo se altera, levando dessa

forma a eliminar parte do trabalho de controle da validade dos produtos nos

supermercados pelos funcionários. Finalmente, algumas empresas indicam que o

processo produtivo rende mais, ampliando a quantidade de produto produzido em

relação ao número de trabalhadores.

45

Produtos do setor de alimentos que incorporam nanotecnologias disponíveis no Brasil (nacionais e importados). SEGMENTO EMBALAGENS, FILMES E REVESTIMENTOS PARA AL IMENTOS:

PRODUTO e EMPRESA Durethan KU 2-2601

EMPRESA: Bayer PAG. WEB DA EMPRESA FONTE

http://www.research.bayer.com/edition_15/15_polyamides.pdfx

INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

“Os pesquisadores da Bayer Polímeros desenvolveram um plástico designado por um "sistema híbrido", que é enriquecido com um enorme número de nanopartículas de Silicato”

PRODUTO SUBSTITUIDO EMBALAGENS TRADICIONAIS ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU QUALIDADES

"Cada filme é especificamente adaptado à sua aplicação e ao conteúdo do pacote ", explicaDr. Ralph Ulrich. Impedem trocas gasosas e de odores entre produtos acondicionados numa mesma prateleira, (corta a permeabilidade do filme pela metade em comparação ao convencional Poliamidas.) mas também reforçar o seu brilho, aparecia turva reduzida.

MUDA MATERIAS PRIMAS

Nanotecnologia minimiza nossa dependência de matérias-primas e oferece vantagens em termos de reciclagem e eliminação.

REDUÇÃO DE CUSTOS O novo filme material com nanopartículas une a vantagens destes dois comum de plásticos: é barato, mas ainda muito hermética; não tão bom como EVOH, mas muito melhor do que a simples poliamida 6.

EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

“a Bayer combine os investigadores de silicatos poliamida base material.Isto é um grande avanço, porque caprolactama - o matérias-primas para poliamida 6 - é fluido e penetra rapidamente a pequena espaços no silicato pilha. Uma vez que o chemists início da polimerização plástico, o polímero viscoso que faz esparramadas o indivíduo plaquetas. A fim para facilitar a difusão da caprolactama, silicatos o primeiro tem que ser quimicamente modificados: os íons metálicos que formam laços fortes entre a plaquetas são substituídas por uma orgânica ácido, o que aumenta a distância entre o indivíduo silicato chaminés, tornando-as mais vulneráveis.”

AUMENTAM PRODUTIVIDADE

O que é decisivo questão: será que poderemos replicar o sucesso na produção princípios da natureza e transferindo-os para o técnico.

EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

Será bom para o homem comum, não só porque ele pode comprar mais eficaz produtos, mas também porque esta tecnologia cria postos de trabalho para garantir o futuro.

ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

INTERMEDIÁRIO INTERNACIONAL

PRODUTO e EMPRESA Adesivo para o McDonald's Burger contentores

EMPRESA: Ecosynthetix PAG. WEB DA EMPRESA FONTE

http://www.ecosynthetix.com/BioBasedPkg.html(disponível até dia 26 de fev de 2009) http://www.ecosynthetix.com/ecosphere.html

INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

“EcoSynthetix desenvolveu uma nova família de amido adesivos, chamado ecosfera. ™ (...) criamos novos biopolímero nanospheres alta sólidos que formam dispersões em água l estabilidade.”

PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI

tradicionais adesivos de amido nas embalagens

ADICIONA NOVAS “Rigidez 10/30% melhor; Força Melhor; Melhor; Porosidade Melhor;Fluorescência Mesmo; Custo Baixa X A subida do petróleo”

46

FUNÇÕES OU QUALIDADES MUDA MATERIAS PRIMAS “Substituição de adesivos de amido por adesivo Ecosfera, que assemelha-se a um polivinil acetato (PVA).não necessita de derivados

do petróleo.” REDUÇÃO DE CUSTOS Baixo custo látex, não usa petróleo

Não requer cozimento - benefício: Energia e trabalhistas poupança Não requer uso de água no processo,calor e “substancias químicas adicionais” próprias dos adesivos Tradicionais.Disponível em forma de pó seco - benefícios: Frete de poupança, maior revestimento cor sólidos, redução da energia e melhor secagem papel propriedades” ““Pode ser misturada no local em uma dispersão líquida biolatex ™ - benefício: flexibilidade na formulação” ”(http://www.ecosynthetix.com/es-features-benefits.html) “EcoSynthetix Economia : Limpeza e manufatura enxuta; Regionalizada fabrico ou de satélite;Nova fábrica é relativamente barata para construir; Tempo: 6-12 meses regionalizada ou 18 meses para satélite; Menos carga sensível; Navio "seca" (mais de 90% sólidos); Fábricas de produção de combustível perto do cliente e reduz os custos de transporte;Biobased” (http://www.ecosynthetix.com/es-clean-technology.html)

EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

Nova fábrica é relativamente barata para construir

AUMENTAM PRODUTIVIDADE

EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

INTERMEDIARIO E FINAL INTERNACIONAL

OBSERVAÇOES “ECONOMIA DE ENERGIA E ECONOMIA DE TRABALHO” “Com base em recursos renováveis”- benefícios: A estabilidade de preços (não relacionadas com os preços do petróleo). Ambientalmente desejável –Benefício: que tem uma pegada de carbono muito menor do que o látex sintético emulsão polimérica e também não contém COV”.

PRODUTO E EMPRESA ANR; EMPRESA: Resimax Plásticos e a Nanox BRASIL NANOX CLEAN; EMPRESA NANOX BRASILPAG. WEB DA EMPRESA FONTE

http://www.resimaxplasticos.com.br/ http://www.nanox.com.br/news_d.asp?ID=26 http://www.nanoxclean.com http://www.nanox.com.br, http://nanoxclean.com.br/

INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

“DESENVOLVIDA A PARTIR DO USO DA NANOTECNOLOGIA, NANOXCLEAN ATACA OS GERMES, BACTÉRIAS E OUTROS MICROORGANISMOS INIBINDO O SEU CRESCIMENTO” “SEU USO DESTINA-SE A VÁRIOS MERCADOS” Normas internacionais e testes validam os seus resultados.Submetidaa a laboratórios brasileiros,a tecnologia NanoxClean apresentou excelentes resultados, eliminando 99,99% das bactérias “pode ser usada em contato com alimentos ou com a pele humana”

“DESENVOLVIDA A PARTIR DO USO DA NANOTECNOLOGIA, NANOXCLEAN ATACA OS GERMES, BACTÉRIAS E OUTROS MICROORGANISMOS INIBINDO O SEU CRESCIMENTO”

PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI

Embalagens convencionais

ADICIONA NOVAS “propriedades antimicrobianas”; “a potencia dos recurso de novas tecnologias aliam-se a preocupação dos executivos da empresa com ATACA OS GERMES, BACTÉRIAS E OUTROS MICROORGANISMOS INIBINDO O SEU CRESCIMENTO

47

FUNÇÕES OU QUALIDADES

o bem-estar dos consumidores parta conseguir em múltiplas aplicaçoes a ação natural e eficiente contra germes, fungos e microorganismos de NanoxClean” “ação antimicrobiana e pode ser usado para tornar os produtos que o utilizam livres de bactérias e fungos durante toda a sua vida útil, tornando-os mais higiênicos” “É uma inovação que está na lista positiva da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pode ser usada em contato com alimentos ou com a pele humana”, destaca André Araújo, vice-presidente de Marketing da NANOX” “A tecnologia NanoxClean possui inúmeras aplicações que eliminam germes e bactérias em embalagens, fibras, tecidos(...)”

MUDA MATERIAS PRIMAS

REDUÇÃO DE CUSTOS EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

AUMENTAM PRODUTIVIDADE

EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

INTERMEDIÁRIO INTERNACIONAL

INTERMEDIARIO

OBSERVAÇOES É uma inovação que está na lista positiva da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

48

Entre os aditivos nutricionais, nos deparamos com produtos que antes eram

vendidos como medicamentos, em cápsulas, e que agora tendem a ser incorporados

em alimentos. A indústria Pharmanex produz o Nano CoQ10 em cápsulas que

promete benefícios cardiovasculares e para a área cognitiva. Atualmente a empresa

investiga sua comercialização diluído em água engarrafada, e a partir disso já se

discute utilizar outros suplementos dietéticos em água. Este foi o único resultado

computado na busca deste segmento, que mostra uma tendência própria ao

desenvolvimento da nanotecnologia, a de agregar diversas funções num mesmo

produto. Todo o trabalho de empacotamento, distribuição e comercialização que

antes correspondia a dois produtos, agora envolverá um único produto, diminuindo a

demanda de trabalhadores nessas funções.

A nanotecnologia está também sendo empregada no desenvolvimento de

sensores para o setor alimentício. Observamos três tipos de sensores que

possibilitam detectar microorganismos. A empresa Agromicron, a partir pesquisas

em Taiwan e EUA, colocou no mercado o spray Nano bioluminescent Biomark, que

promove a verificação imediata da presença de bactérias em alimentos ou bebidas.

A empresa brasileira Embrapa está desenvolvendo sensores para alimentos, os

quais teriam a função de descobrir patógenos e contaminações em alimentos e em

produtos agrícolas. Outro sensor desenvolvido pela empresa brasileira Embrapa é a

“língua eletrônica” que funciona como auxiliar a degustação além de detectar a

presença de contaminantes, pesticidas, substâncias húmicas e metais pesados na

água. Este equipamento deve ser manuseado por um profissional que tenha

conhecimento básico em computação. Tais sensores substituem funções humanas

desempenhadas pelo próprio consumidor ou pelos funcionários que os

comercializam e ao serem utilizados nos processos industriais, fazem muito mais

rapidamente um trabalho que deveria ser feito com testes de laboratório. No caso do

instrumento Língua Eletrônica, é substituído uma qualificação tácita, como a do

degustador de café, vinho, cerveja, etc, por um instrumento sofisticado, configurando

um avanço na automação da produção.

49

Produtos do setor de alimentos que incorporam nanotecnologias disponíveis no Brasil (nacionais e importados). SEGMENTO ADITIVO EM ALIMENTO OU BEBIDA :

Nano CoQ10 EMGARRAFAS DE ÁGUA; EMPRESA: Pharmanex . EM INVESTIGAÇÃO. PAG. WEB DA EMPRESA FONTE http://www.pharmanex.com/corp/product/solutions/nanocoq10.shtml INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

“NanoCoQ10 ® utiliza nano tecnologia de ponta para entregar altamente biodisponível coenzima Q10 para potente cardiovasculares e benefícios cognitivos. "E já estamos olhando para próxima geração de possibilidades.

PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI SUPLEMENTOS TRADICIONAIS ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU QUALIDADES

“Pharmanex proprietária da nano tecnologia envolve individualmente cada CoQ10 molécula tornando-os até 10 vezes mais biodisponível do que outras formas de CoQ10 .”” Toda a nossa química verde saiu de sermos capazes de colocar CoQ10 e outros suplementos dietéticos em água."

MUDA MATERIAS PRIMAS REDUÇÃO DE CUSTOS EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

AUMENTAM PRODUTIVIDADE EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

INTERMEDIARIO (CAPSULAS INSERIDAS NA AGUA P.EX.) EM CAPSULAS (FINAL)

OBSERVAÇOES Nano CoQ10 in your bottled water?( Segundo Professor Lipshutz, da UCSB.)

http://ihealthbulletin.com/blog/2008/07/27/nano-coq10-in-your-bottled-water/

Produtos do setor de alimentos que incorporam nanotecnologias disponíveis no Brasil (nacionais e importados) SEGMENTO SENSORES E OUTROS:

PRODUTO E EMPRESA

Nano bioluminescent spray, Biomark,; EMPRESA: AgroMicron

PAG WEB DA EMPRESA FONTE

http://www.agromicron.com/

INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

“nós usamos uma pequena molécula proteína luminescente modificada para se ligar a bactéria. Quanto maior for o número de ligações entre as moléculas e as bactérias, se produz um maior brilho” “A partir de pesquisas em Taiwan e nos EUA, e com auxilio da US Technology Transfer Act, criou um teste usando nanoescala, que pode ser verificado em um instante e é de fácil uso público.”

PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI

TESTES QUIMICOS PARA A PRESENÇA DE BACTÉRIAS

ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU

Spray que quando aplicado realça os agentes patógenos deixando-os perceptíveis visualmente nos alimentos ou na agua. “Desde o famoso 11 de setembro especialistas apontam a possibilidade de terrorismo utilizando patógenos como varíola ou antrax. Agromicron agredita que o

50

QUALIDADES bioterrorismo pode vir a acontecer com o uso da salmonela e E. coli” É preciso agir rápido para não contaminar mais pessoas. A partir de pesquisas em Taiwan e nos EUA, e com auxilio da US Technology Transfer Act, criou um teste usando nanoescala, que pode ser verificado em um instante e é de fácil uso público

MUDA MATERIAS PRIMAS

REDUÇÃO DE CUSTOS

EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

AUMENTAM PRODUTIVIDADE

EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

FINAL INTERNACIONAL

PRODUTO E EMPRESA Língua Eletrônica; empresa EMBRAPA. BRASIL PAG WEB DA EMPRESA FONTE

http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2005/dezembro/foldernoticia.2005-11-03.2029865218/noticia.2005-12-02.1682566581/?searchterm=língua%20eletrônica

INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

Não explicita. Com inteligência artificial (redes neurais) e polímeros condutores, permite com rapidez, precisão, simplicidade e baixo custo: verificar a qualidade da água; diferenciar padrões básicos de paladar (doce, amargo, azedo, salgado) em concentrações abaixo do limite do ser humano; distinguir o paladar de bebidas semelhantes, como vinhos, café, chás e água mineral; pode detectar contaminantes, pesticidas, substâncias húmicas e metais pesados na água.

PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI

Análise química da água

ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU QUALIDADES

Ferramenta auxiliar do degustador, permitindo medidas contínuas, com maior precisão e menor possibilidade de erro.

MUDA MATERIAS PRIMAS REDUÇÃO DE CUSTOS EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

AUMENTAM PRODUTIVIDADE

EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS

A automatização do sistema para operar a Língua Eletrônica requer conhecimento básico em computação.

51

TRABALHADORES ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

Agroindústria brasileira, iniciando pela indústria de café.

PRODUTO E EMPRESA EM DESENVOLVIMENTO - SENSORES PARA ALIMENTOS; EMPRESA: EMBRAPA. BRASIL

PAG WEB DA EMPRESA FONTE

(Sistema Embrapa de Gestão Macroprograma 1) www.embrapa.br/publicacoes/institucionais/pesquisa-em-rede/folhetos/Nanotecnologia.pdf http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2006/novembro/foldernoticia.2006-11-03.7853981089/noticia.2006-11-17.6543817656/

INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

“novos sensores para descobrir patógenos e contaminações em alimentos e em produtos agrícolas; embalagens “inteligentes” e com revestimento de proteção (...) As principais linhas de pesquisas que serão contempladas pelo LNNA incluem o desenvolvimento de sensores e biossensores, aplicados ao controle de qualidade, certificação e rastreabilidade de alimentos; caracterização e síntese de novos materiais, como polímeros e materiais nanoestruturados com propriedades específicas; filmes finos e superfícies para fabricação de embalagens inteligentes, comestíveis; e superfícies ativas; nanopartículas, compósitos e fibras para o desenvolvimento de materiais reforçados,

PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI

TESTES QUIMICOS PARA A PRESENÇA DE PATÓGENOS

ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU QUALIDADES

MUDA MATERIAS PRIMAS REDUÇÃO DE CUSTOS EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

AUMENTAM PRODUTIVIDADE

EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

52

Numa análise geral de todos os resultados obtidos nesta pesquisa,

verificamos que para as novidades da nanotecnologia o carro chefe do setor

alimentício é composto pelas embalagens. Entre as informações colhidas, de acordo

as fontes de informação disponíveis quase não se referem diretamente às

transformações nos processos produtivos, equipamentos demandados, alterações

na produtividade e no trabalho demandado. Baseando-nois em informações de

forma indireta e que configuram hipóteses sobre as tendências de transformação do

trabalho pela nanotecnologia, destacamos:

• Com o surgimento de novas tecnologias e produtos haverá obsolescência de

produtos, matérias primas e qualificações anteriores. No caso de embalagens

inteligentes há a tendência de substituir as comuns, além de reduzir a mão de

obra que controla a qualidade dos produtos nas prateleiras. A língua eletrônica

substitui trabalho ao automatizar funções, por exemplo;

• A partir do surgimento de novos produtos podem se abrir novos nichos de

mercados, ou serem competitivos com os produtos atuais, como por exemplo a

água H2Ocean;

• Redução da demanda de trabalhadores nas fases de transporte,

armazenamento, distribuição, e comercialização devido ao desenvolvimento de

produtos com múltiplas funções;

• Mudanças nas matérias primas utilizadas, como no caso da água mineral

dessalinizada e também de novos materiais utilizados nas embalagens. Há a

tendência em se utilizar materiais que degradam menos o ambiente, o que

acarretará deslocamentos de mão de obra de uns setores para outros,

provavelmente;

• Alongamento da vida útil dos produtos através da conservação por mais tempo,

evitando desperdícios, mas também tendo impacto sobre a demanda de

produção e de trabalho.

Comparativamente as “Fontes primeiras” de minhas buscas que

correspondem ao inventário sobre produtos contendo nanotecnologias já disponíveis

no mercado, dentro do Projeto Tecnologias Emergentes do Woodrow Wilson

International Center for Scholars, dos Estados Unidos e da leitura do artigo “Del

laboratório a la cadena alimenticia: La nanotecnologia en los alimentos y la

53

agricultura” de Miller e Senjen (2009) in Foladori, Guilhermo; Invernizzi, Noela.

“Nanotecnologías em la Alimentación en la Agricultura”, é notória a mudança de

posição das empresas do setor alimentício. Noutro momento, era explicito a

utilização da nanotecnologia em seus produtos, atualmente a atitude de cautela

prevalece. A terminologia “nanotecnologia” foi substituída por nova tecnologia em

alguns casos, e em outros tantos as paginas web deixaram de existir ou ainda foram

remanejadas e alteradas. O silenciamento certamente se deu diante das pressões

populares no cenário mundial reivindicando testes mais aprofundados de segurança

para então a liberação ou veto a tais produtos.

Ao todo, estas duas “fontes primeiras” me deram 26 resultados de buscas

para nanotecnologia aplicada ao setor alimentício disponíveis no mercado, segundo

dados obtidos até o ano de 2008. Em minha atualização de dados, somente 13

destes 26 produtos mantiveram informações quanto à utilização da nanotecnologia.

Minha pesquisa para atualizar os dados contou com o auxílio do jornal

eletrônico Nanotecnology News lançado em inglês pelo site Nanowerk., o qual é

especializado na temática de novas tecnologias, além de realizar buscas constantes

por descritores “nano”+ “food”, “nano”+”comida”, “nano”+”alimento”. Como retorno

obtive muitos artigos e passei à verificação da existência de páginas web das

empresas mencionadas para tanto. Consegui encontrar mais 13 resultados novos,

totalmente diferentes, que totalizam, por coincidência 26 resultados de busca, os

quais podem ser verificados em anexo.

54

5. ALGUMAS CONSIDERAÇOES FINAIS

Nessa pesquisa constatamos que os trabalhadores e suas organizações sindicais

estão discutindo as implicações da incorporação da nanotecnologia aos processos

produtivos. A preocupação com a saúde e segurança, vistas algumas evidências de

riscos, parecem dominar o cenário. Entretanto, também aparecem, em suas

manifestações, as preocupações com o emprego e os novos requisitos de formação que

seriam necessários.

No Brasil, há ainda poucas iniciativas com respeito à formação dos trabalhadores

para esta nova revolução tecnológica. Pudemos perceber que a política nacional para a

nanotecnologia se refere à necessidade de formação de pessoal técnico, mas são poucas

as medidas concretas, além de enfocar a formação do trabalhador em nível superior e de

pós-graduação.

Quanto ao engajamento da Sociologia nesta nova realidade nanotecnológica,

pode-se dizer que está se dando os primeiros passos, por prestar atenção às discussões

nacionais e internacionais que mobilizam sindicatos e organizações de trabalhadores,

mais rapidamente do que a popularização do conhecimento de técnicas e práticas nos

centros de formação acadêmica – conforme pudemos observar nas poucas respostas

obtidas em buscas sobre linhas de pesquisa em nanotecnologias em aproximadamente

20 universidades analisadas, em seus cursos ligados à Engenharia de alimentos.

Mesmo considerando que a Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM)

traz informações gerais sobre a nanotecnologia, várias de suas aplicações além de

alertas sobre os impactos ambientais e de saúde pública que ainda são desconhecidos , e

considerando informações da ANAMT, Associação Nacional de Medicina do Trabalho, e

do próprio DIESAT - Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e

Ambientes de Trabalho, a Sociologia do trabalho brasileira voltada para reflexões acerca

da nanotecnologia tem como base, ao meu ver, a ação e divulgação que a Fundacentro

promove juntamente ao IIEP (considerando a força das organizações de trabalhadores e

sindicatos) e, em menor escala, em associação a ANAMT, ao DIESAT.

Isso explicaria a existência de uma Sociologia atenta à inovação tecnológica em

nanotecnologias e nanociências, mesmo que de maneira incipiente, enquanto não

surgiram ainda fortes iniciativas nas Universidades, nos cursos de Engenharia de

alimentos, em discussões no ramo da Economia do trabalho, Administração e até mesmo

dentro da ABIQUIM, a respeito da utilização de nanotecnologias no Brasil.

55

Certamente um dos setores que mais se verificará as inovações que a

nanotecnologia suscita é o setor de alimentos. Embora estimativas dêem conta de que há

disponíveis para o consumo cerca de 150 a 600 nanoalimentos e entre 400 a 500

nanoembalagens para alimentos, conforme (MILLER e SENJEN), o uso comercial de

nanotecnologia nos alimentos está envolto em um manto de silêncio. Segundo as autoras

a renúncia dos fabricantes de alimentos a comunicar sobre o emprego de

nanotecnologias é agravada pela falta de leis de rótulos que exijam que os fabricantes

identifiquem os “nanoalimentos”.

Os dados colhidos na pesquisa, que incluiu produtos disponíveis no mercado e em

desenvolvimento, mostram importante participação das empresas e centros de pesquisa

brasileiros, com 15 dos 26 produtos encontrados, sobressaindo-se a Embrapa, com 5

produtos em desenvolvimento. Dos 15 produtos brasileiros, seis já estão disponíveis no

mercado.

Um fator que dificultou a busca de informações nos sites das empresas refere-se à

cautela das mesmas em revelar a utilização da nanotecnologia em seus produtos, o que

parece ter ocorrido após o surgimento de várias manifestações de preocupação de

consumidores, ambientalistas e trabalhadores, sobre os potenciais riscos das

nanotecnologias e a falta de regulamentação para sua incorporação aos alimentos.

Percebemos que o termo nanotecnologia foi substituído por ”nova tecnologia” ou

“inovação tecnológica” e isso se deve a temores da opinião pública diante dos riscos e ao

desconhecimento popular associado a esta tecnologia, de forma semelhante ao que

ocorreu com os alimentos transgênicos. Deparamo-nos, ao consultar páginas indicadas

em algumas citações, com práticas de remoção da informação, redirecionamento de

páginas e inexistência da página. Essas dificuldades nos levaram a obter dados menos

ricos do que esperávamos, e nos coloca frente à necessidade de ampliar a pesquisa em

novas fontes de informação, aprimorando a coleta e análise dos dados

De maneira geral, e tal como esperávamos, são escassas as informações

disponíveis sobre as implicações da produção – para o emprego, a qualificação e a saúde

dos trabalhadores – dos novos produtos contendo nanotecnologias, no setor de

alimentos. As conclusões provisórias, a partir das características dos produtos que estão

entrando no mercado, foram obtidas de forma indireta e configuram hipóteses sobre as

tendências de transformação do trabalho pela nanotecnologia. Entre essas tendências

destacamos:

• O surgimento de novas tecnologias e produtos que tornam obsoletos produtos,

matérias primas e qualificações anteriores. Embalagens inteligentes tenderão a

56

substituir embalagens comuns, reduzindo a mão de obra que controla a qualidade dos

produtos nas prateleiras. Dispositivos como a língua eletrônica substituem trabalho,

por automatizar funções;

• O surgimento de novos produtos, que podem bem abrir novos nichos de mercados, ou

serem competitivos com os produtos atuais, como por exemplo a água H2Ocean;

• Desenvolvimento de produtos com múltiplas funções, como por exemplo, a agregação

de medicamentos a alimentos, o que reduzirá a demanda de trabalhadores nas fases

de transporte, distribuição, armazenamento e comercialização em relação aos antigos

produtos separados;

• Mudanças nas matérias primas utilizadas, como no caso da água mineral

dessalinizada e também de novos materiais utilizados nas embalagens. Em muitos

casos, há a tendência em se utilizar materiais que degradam menos o ambiente, o que

acarretará deslocamentos de mão de obra de uns setores para outros, provavelmente;

• Alongamento da vida útil dos produtos, por exemplo, através da conservação por mais

tempo, evitando desperdícios, mas também tendo impacto sobre a demanda de

produção e de trabalho.

6. Referências

Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM):http://www.abiquim.org.br/

ANAMT - Associação Nacional de Medicina do Trabalho: http://www.anamt.org.br/

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57

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http://www.adox.info/?doc=shop/list.php&ca_id=110 http://www.adox.info/?doc=shop/item.php&it_id=000055 EMPRESA: AgroMicron; PRODUTO: Nano bioluminescent spray, BiomarK.

http://www.agromicron.com/ EMPRESA: AQUAMARE; PRODUTO H2Ocean. http://www.h2ocean.com.br/novo/h2ocean.html EMPRESA: Baby Dream Co., Ltd. ;PRODUTOS: Nano Silver Baby Milk bottle e Nano Silver Baby Mug Cup

http://babydream.en.ec21.com/ EMPRESA: Bayer;PRODUTO: Durethan KU 2-2601

http://www.research.bayer.com/edition_15/15_polyamides.pdfx EMPRESA: BRASKEM. ; PRODUTO: EM DESENVOLVIMENTO – PATENTE de um novo processo para a produção de nanocompósitos de polipropileno e polietilenos que atenderá inicialmente o segmento de embalagens de alto desempenho, como as que exigem barreira à gordura ou vedação completa para aumentar a vida útil de produtos como café e salgadinhos industrializados, preservando suas características originais.

http://www.braskem.com/site/portal_braskem/pt/sala_de_imprensa/sala_de_imprensa_detalhes_3968.aspx www.braskem.com.br/upload/portal_braskem/pt/sala_de_imprensa/Release%20nanotecnologia%20PVC_oficial_site.pdf

EMPRESA: Ecosynthetix;PRODUTO: Adesivo para o McDonald's Burger contentores

61

http://www.ecosynthetix.com/BioBasedPkg.html(disponível até dia 26 de fev de 2009)

http://www.ecosynthetix.com/ecosphere.html EMPRESA: EMBRAPA; PRODUTOS: EM DESENVOLVIMENTO biossensores, aplicados ao controle de qualidade, certificação e rastreabilidade de alimentos; língua eletrônica; embalagens e filmes para alimentos; bioplástico comestível.

http://www.cnpdia.embrapa.br/noticia_13042006_1.html

http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2006/novembro/foldernoticia.2006-11-03.7853981089/noticia.2006-11-17.6543817656/ http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2005/dezembro/foldernoticia.2005-11-03.2029865218/noticia.2005-12-02.1682566581/?searchterm=língua%20eletrônica http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2007/maio/5a-semana/noticia.2007-05-30.6364025414/?searchterm=NANOTECNOLOGIA%20FILMES http://www.embrapa.br/imprensa/artigos/2005/artigo.Nanotecnologia/?searchterm=NANOTECNOLOGIA%20FILMES http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2007/outubro/2a-semana/nanotecnologia-na-agricultura-aumenta-seu-papel-social-e-de-inclusao/

EMPRESA: Evonik (Degussa) ;PRODUTO: Ad Nano

https://www.advancednanomaterials.com/webapps/adnano.nsf EMPRESA: InMat; PRODUTO: Nanolok™ PT

www.inmat.com www.inmat.com http://www.inmat.com/products.shtml

EMPRESA: Multifilm Packaging;PRODUTO: N-Coat

http://www.multifilm.com/products_N-Coat.htm EMPRESA: Nanocor; PRODUTO: Nanomer® Imperm TM www.nanocor.com

www.nanocor.com/Cases/case_imperm.asp - 7k EMPRESA: NANOX; PRODUTO: NanoxClean

http://www.nanox.com.br, http://nanoxclean.com.br/ EMPRESA: NANUM; PRODUTO: Nanum® Alumina Alfa - Alumina Alfa nanoparticulada (Al2O3)

http://www.nanum.com.br/interna.php?area=produto&idIdioma=1&escolha=9 EMPRESA: ORBYS; PRODUTO:EM DESENVOLVIMENTO - Imbrik

http://www.orbys.com.br/ EMPRESA: Pharmanex;PRODUTO: Nano CoQ10

http://www.pharmanex.com/corp/product/solutions/nanocoq10.shtml http://ihealthbulletin.com/blog/2008/07/27/nano-coq10-in-your-bottled-water/

EMPRESA: Resimax Plásticos e a Nanox; PRODUTO: ANR

http://www.resimaxplasticos.com.br/

(Sistema Embrapa de Gestão Macroprograma 1) www.embrapa.br/publicacoes/institucionais/pesquisa-em-rede/folhetos/Nanotecnologia.pdf

62

http://www.nanox.com.br/news_d.asp?ID=26 http://www.nanoxclean.com/

EMPRESA: SUZANO PETROQUÍMICA; PRODUTO: EMBALAGENS INTELIGENTES altera sua cor com mudanças física ou química do produto

http://www.suzano.com.br/portal/

7.Glossário de termos nanotecnológicos 13:

As definições são fruto de uma pesquisa preliminar em diversos sites da Internet, por isso

podem, em alguns casos, não ser cientificamente exatas ou completas.

Algumas palavras que não constam nesta lista aparecerão no seu sentido usual, porém

adicionada ao prefixo nano. Por “nano” entenda-se uma escala de medida: Um

nanômetro equivale a um bilionésimo do metro ou a milionésima parte do milímetro.

Bottom Up: Construir objetos maiores a partir de blocos estruturais pequenos. A

nanotecnologia busca usar átomos e moléculas como blocos estruturais. Muito utilizado

na química, para criar estruturas a partir de moléculas. Antônimo de top down.

Filme fino: Material cuja espessura é tão pequena que suas características são

determinadas principalmente por efeitos bidimensionais, diferindo das propriedades do

material tridimensional.

Fotoluminescência: Luz emitida por um corpo devido a excitação por alguma forma de

radiação eletromagnética nas regiões ultravioleta, visível ou infravermelha do espectro

eletromagnético.

Fulerenos: Forma molecular de carbono descoberta em 1985. A mais comum é o

buckminsterfulereno (C60), com 60 átomos de carbono formando uma estrutura

esférica. Existem fulerenos maiores, com 70 a 500 átomos de carbono.

Grafeno: Estrutura plana formada por átomos de carbono. Difere do diamante pelo tipo

de ligação, e da grafita por ser plana. É o equivalente, em 2 dimensões, da grafita

tridimensional. Os nanotubos de carbono são folhas de grafeno “enroladas”.

13 Tem por base o “Pequeno glossário de nanotecnologia” disponível na pagina web do MCT

63

Grafita (grafite): Uma das formas cristalinas do carbono. Ao contrário do diamante, a

grafita é um condutor, e pode ser usado, por exemplo, como eletrodo de uma lâmpada

elétrica de arco voltaico.

Grey Goo: “Gosma cinzenta”, massa cinzenta. Termo cunhado por Eric Drexler, em 1986.

Refere-se a um cenário de ficção científica em que nanorrobôs auto-replicantes sairiam

do controle, começariam a se “reproduzir” e consumiriam toda a matéria orgânica,

acabando com a vida na Terra.

Lei de Moore: Observação feita em 1965 por Gordon E. Moore – co-fundador da Intel –,

de que cada novo circuito integrado de memória possuía o dobro da capacidade do

anterior e que eram lançados a cada 18-24 meses, indicando um crescimento exponencial

da capacidade e redução da dimensão dos componentes. De acordo com essa tendência,

em 2012 a dimensão dos componentes dos chips estará na faixa de 50nm. Um dos

problemas em se construir chips com componentes nanométricos seria a dissipação de

calor.

Materiais inteligentes: Materiais e produtos com comportamentos complexos devido à

incorporação de nanodispositivos. Termo usado também para produtos que têm a

capacidade de responder a alterações ambientais. Por exemplo, uma parede que mude

de cor em função da temperatura.

Nanobiotecnologia: A nanobiotecnologia estuda as propriedades de nanoestruturas

biológicas em escala molecular. O estudo envolve a compreensão da física e da química

dos fenômenos biológicos e eventuais aplicações, manipulação e criação de dispositivos

bio-nanoestruturais.

Nanocompósito: Nanomaterial composto de um ou mais materiais com características

diferentes, com o objetivo de aproveitar as melhores propriedades de cada um deles.

Nanoeletrônica: Aplicações nanotecnológicas na área da eletrônica. Tais aplicações são

particulamente promissoras nos campos de memórias para armazenamento de

informações, miniaturização de componentes eletrônicos, nanocomputadores, sensores,

etc.

64

Nanoescala: Escala dimensional de ordem nanométrica.

Nanomanipulação: Manipulação em escala atômica ou molecular, visando produzir

estruturas para fins específicos.

Nanometrologia: Nanometrologia é a ciência das medições em escala nanométrica. É

particularmente importante para a produção de nanomateriais e, principalmente,

nanodispositivos com um grau de precisão elevado, permitindo uma implementação

confiável das técnicas de nanotecnologia.

Nanorrobôs: Máquinas com dimensões nanométricas.

Nanotubos de carbono: Os nanotubos de carbono (CNT) foram observados pela

primeira vez por SumioIijima, em 1991. Possuem uma estrutura composta por uma ou

mais folhas degrafeno (ver grafeno), formando uma estrutura cilíndrica. Podem ter

paredes simples (SWNT) ou paredes múltiplas.

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ANEXOS

Produtos do setor de alimentos que incorporam nanotecnologias disponíveis no Brasil (nacionais e importados). SEGMENTO ALIMENTO OU BEBIDA :

PRODUTO e EMPRESA H2Ocean

Água de mar dessalinizada para beber EMPRESA AQUAMARE.BRASIL PAG. WEB DA EMPRESA FONTE http://www.h2ocean.com.br/novo/h2ocean.html INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA Filtragem e purificação da água usa nanotecnologia PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI AGUA SALGADA SUBSTITUI A DOCE ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU QUALIDADES MUDA MATERIAS PRIMAS REDUÇÃO DE CUSTOS EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES EMPRESA NOVA AUMENTAM PRODUTIVIDADE EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

FINAL INTERNACIONAL

Produtos do setor de alimentos que incorporam nanotecnologias disponíveis no Brasil (nacionais e importados). SEGMENTO: EMBALAGENS, FILMES E REVESTIMENTOS PARA ALIMENTOS

PRODUTO e EMPRESA Food Container (NS)

EMPRESA: A-DO GLOBAL Adesivo para o McDonald's Burger contentores EMPRESA: Ecosynthetix

Nano Silver Baby Mug Cup EMPRESA: Baby Dream Co., Ltd.

PAG. WEB DA EMPRESA FONTE

http://www.adox.info/?doc=shop/list.php&ca_id=110 http://www.adox.info/?doc=shop/item.php&it_id=000055

http://www.ecosynthetix.com/BioBasedPkg.html(disponível até dia 26 de fev de 2009) http://www.ecosynthetix.com/ecosphere.html

http://babydream.en.ec21.com/

INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

"99,9% ANTI-BACTÉRIAS ALIMENTAR recipiente com nano-tecnologia" nanoprata

“EcoSynthetix desenvolveu uma nova família de amido adesivos, chamado ecosfera. ™ (...) criamos novos biopolímero nanospheres alta sólidos que formam dispersões em água l estabilidade.”

“Através de um sistema de polinano prata 99,9% dos germes são impedidos e mantém-se anti-bactérias, desodorizar função de desodorizar bem como manter a frescos".

PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI

EMBALAGENS DE ALIMENTOS TRADICIONAIS

tradicionais adesivos de amido nas embalagens Mamadeiras tradicionais

ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU QUALIDADES

Recipiente passou a incorporar nanopartículas de prata com função bactericida

“Rigidez 10/30% melhor; Força Melhor; Melhor; Porosidade Melhor;Fluorescência Mesmo; Custo Baixa X A subida do petróleo”

Anti-bactérias, não acumula cheiro e mantém o frescor do alimento.

MUDA MATERIAS PRIMAS “Substituição de adesivos de amido por adesivo Ecosfera, que assemelha-se

66

a um polivinil acetato (PVA).não necessita de derivados do petróleo.” REDUÇÃO DE CUSTOS Baixo custo látex, não usa petróleo

Não requer cozimento - benefício: Energia e trabalhistas poupança Não requer uso de água no processo,calor e “substancias químicas adicionais” próprias dos adesivos Tradicionais.Disponível em forma de pó seco - benefícios: Frete de poupança, maior revestimento cor sólidos, redução da energia e melhor secagem papel propriedades” ““Pode ser misturada no local em uma dispersão líquida biolatex ™ - benefício: flexibilidade na formulação” ”(http://www.ecosynthetix.com/es-features-benefits.html) “EcoSynthetix Economia : Limpeza e manufatura enxuta; Regionalizada fabrico ou de satélite;Nova fábrica é relativamente barata para construir; Tempo: 6-12 meses regionalizada ou 18 meses para satélite; Menos carga sensível; Navio "seca" (mais de 90% sólidos); Fábricas de produção de combustível perto do cliente e reduz os custos de transporte;Biobased” (http://www.ecosynthetix.com/es-clean-technology.html)

EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

Nova fábrica é relativamente barata para construir

AUMENTAM PRODUTIVIDADE

EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

FINAL INTERNACIONAL

INTERMEDIARIO E FINAL INTERNACIONAL

FINAL INTERNACIONAL

OBSERVAÇOES “ECONOMIA DE ENERGIA E ECONOMIA DE TRABALHO” “Com base em recursos renováveis”- benefícios: A estabilidade de preços (não relacionadas com os preços do petróleo). Ambientalmente desejável –Benefício: que tem uma pegada de carbono muito menor do que o látex sintético emulsão polimérica e também não contém COV”.

Produtos do setor de alimentos que incorporam nanotecnologias disponíveis no Brasil (nacionais e importados). SEGMENTO EMBALAGENS, FILMES E REVESTIMENTOS PARA AL IMENTOS:

PRODUTO e EMPRESA Nano Silver Baby Milk

bottle EMPRESA: Baby Dream Co., Ltd.

Durethan KU 2-2601 EMPRESA: Bayer

N-Coat EMPRESA: Multifilm Packaging

PAG. WEB DA EMPRESA FONTE

http://babydream.en.ec21.com/

http://www.research.bayer.com/edition_15/15_polyamides.pdfx http://www.multifilm.com/products_N-Coat.htm

INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

“Através de um sistema de polinano prata 99,9% dos germes (...) mantém-se anti-bactérias, desodorizar função de desodorizar bem como

“Os pesquisadores da Bayer Polímeros desenvolveram um plástico designado por um "sistema híbrido", que é enriquecido com um enorme número de nanopartículas de Silicato”

“N-Coat utiliza uma nova e única base de nano tecnologia: um ultra-fino revestimento é aplicado em uma calibre 48 para um filme de poliéster laminado CPP ou PE selante web”

67

manter a frescos". PRODUTO SUBSTITUIDO Mamadeiras tradicionais EMBALAGENS TRADICIONAIS EMBALAGENS CONVENCIONAIS ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU QUALIDADES

Anti-bactérias, não acumula cheiro e mantém o frescor do alimento

"Cada filme é especificamente adaptado à sua aplicação e ao conteúdo do pacote ", explicaDr. Ralph Ulrich. Impedem trocas gasosas e de odores entre produtos acondicionados numa mesma prateleira, (corta a permeabilidade do filme pela metade em comparação ao convencional Poliamidas.) mas também reforçar o seu brilho, aparecia turva reduzida.

“N-Coat é uma clara laminado com barreira propriedades pendentes de gás, desenvolvido principalmente para os frutos de casca rija, alimentos secos, lanche e mercados. N-Coat utiliza uma nova e única base de nano tecnologia: um ultra-fino revestimento é aplicado em uma calibre 48 para um filme de poliéster laminado CPP ou PE selante web. O resultado é um filme com uma clara barreira de gás que concorre com a maior parte das estruturas metalizadas. N-Coat tem uma barreira de oxigênio de 0,07 cm3 / 100in2 / 24hrs. Trata-se 2-3 vezes melhor do que um metalizada PET e quase 10 vezes melhor do que PVDC revestidos películas em um revestimento menor peso e custo, e nenhuma das implicações ambientais negativas que vão de mãos dadas com os à base de cloro PVDC”

MUDA MATERIAS PRIMAS

Nnanotecnologia minimiza nossa dependência de matérias-primas e oferece vantagens em termos de reciclagem e eliminação.

REDUÇÃO DE CUSTOS O novo filme material com nanopartículas une a vantagens destes dois comum de plásticos: é barato, mas ainda muito hermética; não tão bom como EVOH, mas muito melhor do que a simples poliamida 6.

EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

“a Bayer combine os investigadores de silicatos poliamida base material.Isto é um grande avanço, porque caprolactama - o matérias-primas para poliamida 6 - é fluido e penetra rapidamente a pequena espaços no silicato pilha. Uma vez que o chemists início da polimerização plástico, o polímero viscoso que faz esparramadas o indivíduo plaquetas. A fim para facilitar a difusão da caprolactama, silicatos o primeiro tem que ser quimicamente modificados: os íons metálicos que formam laços fortes entre a plaquetas são substituídas por uma orgânica ácido, o que aumenta a distância entre o indivíduo silicato chaminés, tornando-as mais vulneráveis.”

AUMENTAM PRODUTIVIDADE

O que é decisivo questão: será que poderemos replicar o sucesso na produção princípios da natureza e transferindo-os para o técnico.

EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

será bom para o homem comum, não só porque ele pode comprar mais eficaz produtos, mas também porque esta tecnologia cria postos de trabalho para garantir o futuro.

ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

FINAL INTERNACIONAL

INTERMEDIÁRIO INTERNACIONAL

INTERMEDIÁRIO INTERNACIONAL

Produtos do setor de alimentos que incorporam nanotecnologias disponíveis no Brasil (nacionais e importados).

SEGMENTO EMBALAGENS, FILMES E REVESTIMENTOS PARA AL IMENTOS: PRODUTO e EMPRESA Ad Nano EMPRESA: Evonik (Degussa) EMBALAGENS INTELIGENTES nanocompositos EM DESENVOLVIMENTO EMBALAGENS PARA ALIMENTOS

68

PP - Nanopartículas metálicas testes em filmes de polipropileno da Suzano; EMPRESA: SUZANO PETROQUÍMICA BRASIL

EMPRESA: QUATTOR (EX-SUZANO PETROQUÍMICA) BRASIL

PAG. WEB DA EMPRESA FONTE

https://www.advancednanomaterials.com/webapps/adnano.nsf

http://www.suzano.com.br/portal/ http://www.quattor.com.br/quattorweb/pt/releases_old.aspx CLICAR EM NANOTECNOLGIA

INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

Usando nanoestruturados (...) Sistemas, tem o potencial de contribuir para melhoria dos processos técnicos. A alta accessibilidade superfície de óxido de zinco AdNano ® minimiza difusão-limitada processos durante a catálise.”

“Nanopartículas de prata apresentam um dos maiores espectros de ação como antimicrobiano.”(www.rjrconsultores.com.br/nano/13jr.pdfclaudio.marcondes@suzano.com.br);

“No setor alimentício, o grande desafio está em aumentar o tempo de conservação dos alimentos (shelf-life), e desenvolver embalagens inteligentes que possa indicar quando um alimento sofreu alguma deterioração de suas características, como o sabor ou o aroma. Com o propósito de aumentar o tempo de conservação, uma das alternativas com resultados já promissores foi o uso de nanopartículas metálicas como agente absorvedor de radiação ultravioleta. “

PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI

Neste caso, embalagens convencionais para alimentos, mas adapta-se a diferentes funções. “além disso, a Degussa oferece significativas na adaptação do material para diferentes sistemas.”

EMBALAGENS CONVENCIONAIS Embalagens convencionais para alimentos

ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU QUALIDADES

“* Superior transparência combinados com * UV-protecção * Excelente atividade catalítica ou absorção de enxofre contendo gás processos. Estas propriedades são altamente interessantes principais objectivos de desenvolvimento em aplicações como * Alimentar materiais de embalagem * Tintas e revestimentos protectores * Borrachas e PVC superfícies” Em alguns casos, é possível para reduzir a quantidade de óxido de zinco utilizado quando comparado a graus convencionais desse óxido.

Embalagens inteligente polímero atuando como sensor, altera sua cor com mudanças física ou química do produto; “99,9% redução de mcroorganismos” (em 24h); Absorve radiações UV. “Permite a passagem da luz visível; Produto protegido e transparente! Aditivo não migratório ! Testes em filmes de polipropileno da Suzano (Óleo de soja, snacks, PET food) Estabilidade do valor nutricional, cores e sabor” (www.rjrconsultores.com.br/nano/12cm.pdf

- claudio.marcondes@suzano.com.br)

MUDA MATERIAS PRIMAS

REDUÇÃO DE CUSTOS “A alta acessibilidade superfície de óxido de zinco AdNano ® minimiza difusão-limitada processos durante a catálise.”

EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

AUMENTAM PRODUTIVIDADE

EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

ORIENTADO AO INTERMEDIÁRIO Intermediário

69

MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

INTERNACIONAL NACIONAL

Produtos do setor de alimentos que incorporam nanotecnologias disponíveis no Brasil (nacionais e importados).

SEGMENTO EMBALAGENS, FILMES E REVESTIMENTOS PARA AL IMENTOS: PRODUTO E EMPRESA Purificador de água

REFRIGERADO FR 600 EMPRESA:IBBL INDUSTRIA BRASILEIRA DE BEBEDOUROS LTDA VER

Purificador de água REFRIGERADO FRQ 600 EMPRESA: IBBL VER

Nanomer® Imperm TM ; EMPRESA: Nanocor

NANOX CLEAN; EMPRESA NANOX BRASIL

PAG. WEB DA EMPRESA FONTE

http://www.ibbl.com.br/id/br/index.htm

http://www.ibbl.com.br/id/br/index.htm

www.nanocor.com www.nanocor.com/Cases/case_imperm.asp - 7k

http://www.nanox.com.br, http://nanoxclean.com.br/

INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

“Possui reservatório de água protegido com NANOTECNOLOGIA, que inibe a proliferação de bactérias.”

“Possui reservatório de água protegido com NANOTECNOLOGIA, que inibe a proliferação de bactérias.”

“Nanocomposite tecnologia é uma ciência e jovens material plástico nanocomposites estão entre as suas primeiras aplicações comerciais. Nanocor melhorar os produtos da barreira, chama resistência, térmicos e propriedades estruturais de muitos plásticos

“DESENVOLVIDA A PARTIR DO USO DA NANOTECNOLOGIA, NANOXCLEAN ATACA OS GERMES, BACTÉRIAS E OUTROS MICROORGANISMOS INIBINDO O SEU CRESCIMENTO”

PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI

Embalagens convencionais

Embalagens convencionaiS

“Substituir EVOH- EMBALAGENS CONVENCIONAIS Embalagens convencionais

ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU QUALIDADES

“Substituir EVOH com Imperm; Reduzir a percentagem de rejeita devido à delaminação; Manter nível actual de barreira; Manter custos.”

“O cliente tem concluido que há êxito na substituição. Além disso, Imperm elimina a necessidade de vincular-camadas, o que diminui a taxa de rejeitos por 71%, mantendo as propriedades barreira, e ao mesmo custo, mesmo antes do cálculo da poupança de custos mais baixos rejeitar taxas.”

(...)e as reais propriedades barreira foi melhorada em testes de alta umidade. (www.nanocor.com/Cases/case_imperm.asp - 7k )

ATACA OS GERMES, BACTÉRIAS E OUTROS MICROORGANISMOS INIBINDO O SEU CRESCIMENTO

MUDA MATERIAS PRIMAS

REDUÇÃO DE CUSTOS EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

AUMENTAM PRODUTIVIDADE

EXIGE NOVAS

70

QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

FINAL FINAL INTERMEDIÁRIO INTERNACIONAL

INTERMEDIARIO

OBSERVAÇOES Características Técnicas: Segurança e qualidade garantidas pelo Inmetro;

Características Técnicas: Segurança e qualidade garantidas pelo Inmetro;

Produtos do setor de alimentos que incorporam nanotecnologias disponíveis no Brasil (nacionais e importados).

SEGMENTO EMBALAGENS, FILMES E REVESTIMENTOS PARA AL IMENTOS: PRODUTO E EMPRESA Nanolok™ PT; EMPRESA : InMat ANR; EMPRESA: Resimax Plásticos e a Nanox BRASIL Nanum® Alumina Alfa

- Alumina Alfa nanoparticulada (Al2O3) ; EMPRESA NANUM Nanotecnologia S.A. BRASIL

PAG. WEB DA EMPRESA FONTE

www.inmat.com www.inmat.com http://www.inmat.com/products.shtml

http://www.resimaxplasticos.com.br/ http://www.nanox.com.br/news_d.asp?ID=26 http://www.nanoxclean.com

http://www.nanum.com.br/interna.php?area=produto&idIdioma=1&escolha=9

INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

“Nanolok ™ PT é um ecológicos, suspensão aquosa de nanopartículas dispersas silicato e resina poliéster.”

“DESENVOLVIDA A PARTIR DO USO DA NANOTECNOLOGIA, NANOXCLEAN ATACA OS GERMES, BACTÉRIAS E OUTROS MICROORGANISMOS INIBINDO O SEU CRESCIMENTO” “SEU USO DESTINA-SE A VÁRIOS MERCADOS” Normas internacionais e testes validam os seus resultados.Submetidaa a laboratórios brasileiros,a tecnologia NanoxClean apresentou excelentes resultados, eliminando 99,99% das bactérias “pode ser usada em contato com alimentos ou com a pele humana”

“ alumina calcinada nano particulada em fase alfa pode ser utilizada em diversas aplicações” “Suas partículas apresentam tamanho médio de 80 à 100 nm”

PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI

Embalagens convencionais tipo EVOH & PVDC PVDC Embalagens convencionais

ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU QUALIDADES

“Fornece fonte redução e / ou melhoria em relação à sustentabilidade EVOH & PVDC PVDC; custo mais eficaz do que EVOH; Excelente barreira até 80% UR; Grandes avanços da umidade barreira revestidos em embalagens flexíveis filmes ; Atende compostibility normas sobre bio-derivados filmes; Compatível com E.U. e alimentar europeia contato normas; Metas seca aplicações alimentares, tais como aperitivos salgados, frutos secos, café; Pode ser aplicado a altas velocidades com padrão rotogravura revestimento métodos ;Não halogéneo, COV's, ou de materiais

“propriedades antimicrobianas”; “a potencia dos recurso de novas tecnologias aliam-se a preocupação dos executivos da empresa com o bem-estar dos consumidores parta conseguir em múltiplas aplicaçoes a ação natural e eficiente contra germes, fungos e microorganismos de NanoxClean” “ação antimicrobiana e pode ser usado para tornar os produtos que o utilizam livres de bactérias e fungos durante toda a sua vida útil, tornando-os mais higiênicos” “É uma inovação que está na lista positiva da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pode ser usada em contato com alimentos ou com a pele humana”, destaca André Araújo, vice-presidente de Marketing da NANOX”

Plásticos: Elevar a Resistência mecânica

Refratários: Elevar resistência química, mecânica e térmica

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perigosos” “A tecnologia NanoxClean possui inúmeras aplicações que eliminam germes e bactérias em embalagens, fibras, tecidos(...)”

MUDA MATERIAS PRIMAS

São acrecentadas nanopartículas dispersas silicato e resina poliéster

Acrescenta alumina calcinada nano particulada

REDUÇÃO DE CUSTOS EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

AUMENTAM PRODUTIVIDADE

EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

FINAL INTERNACIONAL

INTERMEDIÁRIO INTERNACIONAL

OBSEVAÇOES “Atende compostibility normas sobre bio-derivados filmes Compatível com E.U. e alimentar europeia contato normas”

É uma inovação que está na lista positiva da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Produtos do setor de alimentos que incorporam nanotecnologias disponíveis no Brasil (nacionais e importados).

SEGMENTO EMBALAGENS, FILMES E REVESTIMENTOS PARA AL IMENTOS: PRODUTO E EMPRESA

EM DESENVOLVIMENTO - EMBALAGENS PARA ALIMENTOS; EMPRESA: EMBRAPA. BRASIL

EM DESENVOLVIMENTO- FILMES PARA USO EM ALIMENTOS; EMPRESA: EMBRAPA. BRASIL

PAG. WEB DA EMPRESA FONTE

(Sistema Embrapa de Gestão Macroprograma 1) www.embrapa.br/publicacoes/institucionais/pesquisa-em-rede/folhetos/Nanotecnologia.pdf http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2007/maio/5a-semana/noticia.2007-05-30.6364025414/?searchterm=NANOTECNOLOGIA%20FILMES http://www.embrapa.br/imprensa/artigos/2005/artigo.Nanotecnologia/?searchterm=NANOTECNOLOGIA%20FILMES http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2007/outubro/2a-semana/nanotecnologia-na-agricultura-aumenta-seu-papel-social-e-de-inclusao/?searchterm=NANOTECNOLOGIA%20FILMES

(Sistema Embrapa de Gestão Macroprograma 1) www.embrapa.br/publicacoes/institucionais/pesquisa-em-rede/folhetos/Nanotecnologia.pdf http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2007/maio/5a-semana/noticia.2007-05-30.6364025414/?searchterm=NANOTECNOLOGIA%20FILMES http://www.embrapa.br/imprensa/artigos/2005/artigo.Nanotecnologia/?searchterm=NANOTECNOLOGIA%20FILMES http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2007/outubro/2a-semana/nanotecnologia-na-agricultura-aumenta-seu-papel-social-e-de-inclusao/?searchterm=NANOTECNOLOGIA%20FILMES

INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

“revestimentos comestíveis”, filmes de polímeros e embalagem ativa com nanoestruturas controladas;”(Sistema Embrapa de Gestão Macroprograma 1) www.embrapa.br/publicacoes/institucionais/pesquisa-em-rede/folhetos/Nanotecnologia.pdf

“A Rede Nacional de Nanotecnologia(...) liderada pela Embrapa Instrumentação Agropecuária (São Carlos–SP) (...) com a participação da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro - RJ), investiga filmes e revestimentos comestíveis para conservação de frutas e o uso de embalagens ativas que incorporam substâncias antimicrobianas nos filmes plásticos extrusados para aumentar a vida útil de produtos embalados”

PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI

TRADICIONAIS EMBALAGENS DE ALIMENTOS TRADICIONAIS EMBALAGENS DE ALIMENTOS

ADICIONA NOVAS Além de conservar as características do produto, a tecnologia amplia o tempo Além de conservar as características do produto, a tecnologia amplia o tempo de

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FUNÇÕES OU QUALIDADES

de prateleira o que permite alcançar mercados mais distantes que antes eram excluídos devido ao decurso que comprometia a qualidade do produto; Para maior durabilidade de frutas, além de processos que dão aproveitamentos econômico, social e ambiental a resíduos de cana-de-açúcar, casca de arroz, açaí, entre outros”.

prateleira o que permite alcançar mercados mais distantes que antes eram excluídos devido ao decurso que comprometia a qualidade do produto; Para maior durabilidade de frutas, além de processos que dão aproveitamentos econômico, social e ambiental a resíduos.

MUDA MATERIAS PRIMAS

REDUÇÃO DE CUSTOS

EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

AUMENTAM PRODUTIVIDADE

EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

INTERMEDIÁRIO INTERMEDIÁRIO

OBSERVAÇOES “Entre esses novos produtos, destacam-se filmes e embalagens para uso em alimentos, bioplásticos comestíveis para maior durabilidade de frutas, além de processos que dão aproveitamentos econômico, social e ambiental a resíduos de cana-de-açúcar, casca de arroz, açaí, entre outros”. http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2007/outubro/2a-semana/nanotecnologia-na-agricultura-aumenta-seu-papel-social-e-de-inclusao/?searchterm=NANOTECNOLOGIA%20FILMES

“Entre esses novos produtos, destacam-se filmes e embalagens para uso em alimentos, bioplásticos comestíveis para maior durabilidade de frutas, além de processos que dão aproveitamentos econômico, social e ambiental a resíduos de cana-de-açúcar, casca de arroz, açaí, entre outros”. http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2007/outubro/2a-semana/nanotecnologia-na-agricultura-aumenta-seu-papel-social-e-de-inclusao/?searchterm=NANOTECNOLOGIA%20FILMES

Produtos do setor de alimentos que incorporam nanotecnologias disponíveis no Brasil (nacionais e importados). SEGMENTO EMBALAGENS, FILMES E REVESTIMENTOS PARA AL IMENTOS:

PRODUTO E EMPRESA

EM DESENVOLVIMENTO - bioplásticos comestíveis para maior durabilidade de fruta; EMPRESA: EMBRAPA. BRASIL;

EM DESENVOLVIMENTO - PATENTE; EMPRESA: BRASKEM. BRASIL

PAG. WEB DA EMPRESA FONTE

(Sistema Embrapa de Gestão Macroprograma 1) www.embrapa.br/publicacoes/institucionais/pesquisa-em-rede/folhetos/Nanotecnologia.pdf http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2007/maio/5a-semana/noticia.2007-05-30.6364025414/?searchterm=NANOTECNOLOGIA%20FILMES http://www.embrapa.br/imprensa/artigos/2005/artigo.Nanotecnologia/?searchterm=NANOTECNOLOGIA%20FILMES http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2007/outubro/2a-semana/nanotecnologia-

http://www.braskem.com/site/portal_braskem/pt/sala_de_imprensa/sala_de_imprensa_detalhes_3968.aspx www.braskem.com.br/upload/portal_braskem/pt/sala_de_imprensa/Release%20nanotecnologia%20PVC_oficial_site.pdf

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na-agricultura-aumenta-seu-papel-social-e-de-inclusao/ INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

“Entre esses novos produtos [nanotecnológicos], destacam-se filmes e embalagens para uso em alimentos, bioplásticos comestíveis para maior durabilidade de frutas, além de processos que dão aproveitamentos econômico, social e ambiental a resíduos de cana-de-açúcar, casca de arroz, açaí, entre outros.” “novos sensores para descobrir patógenos e contaminações em alimentos e em produtos agrícolas; embalagens “inteligentes” e com revestimento de proteção (...)

“A nova patente consiste no desenvolvimento de um novo processo para a produção de nanocompósitos de polipropileno e polietilenos, por meio da reação de polimerização obtida diretamente nos reatores - ou "in situ", em linguagem técnica”

PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI

TRADICIONAIS EMBALAGENS DE ALIMENTOS EMBALAGENS TRADICIONAIS PARA ALIMENTOS

ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU QUALIDADES

Além de conservar as características do produto, a tecnologia amplia o tempo de prateleira o que permite alcançar mercados mais distantes que antes eram excluídos devido ao decurso que comprometia a qualidade do produto; “Para maior durabilidade de frutas, além de processos que dão aproveitamentos econômico, social e ambiental a resíduos de cana-de-açúcar, casca de arroz, açaí, entre outros”.

- “um material quatro vezes mais resistente a impactos quando comparado à mesma resina (...)fabricada com a tecnologia tradicional(...)embalagens mais resistentes ao calor, à luz solar e também à u midade, melhorando seu desempenho e segurança(...) amplia substancialmente a aplicação feita hoje com a resina tradicional.

MUDA MATERIAS PRIMAS

REDUÇÃO DE CUSTOS

EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

AUMENTAM PRODUTIVIDADE

EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

Observações “para maior durabilidade de frutas, além de processos que dão aproveitamentos econômico, social e ambiental a resíduos de cana-de-açúcar, casca de arroz, açaí, entre outros”.

Produtos do setor de alimentos que incorporam nanotecnologias disponíveis no Brasil (nacionais e importados). SEGMENTO EMBALAGENS, FILMES E REVESTIMENTOS PARA AL IMENTOS:

PRODUTO E EMPRESA EM DESENVOLVIMENTO - Imbrik –

EMPRESA: ORBYS (desenvolvido em convenio e cooperação técnica da Unicamp). BRASIL

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PAG. WEB DA EMPRESA FONTE http://www.orbys.com.br/ INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

“O nanocompósito polimérico possui várias formas de apresentação: emulsão, mantas, pellets, filmes e fios. "Outras qualidades são ser biodegradável, atóxico, agradável aos sentidos", diz o dono da Orbys. "Raramente um mesmo material apresenta todas essas propriedade positivas juntas." Por isso, há muitas alternativas de aplicações: na fabricação de adesivos, principalmente colas à base de água; para embalagens resistentes, ideais para alimentos; em solas e entressolas de calçados; em...” http://www.inovacao.unicamp.br/pipe/report/061204-orbys.shtml Publicado em 04 de dezembro 2006 IMBRIK é a marca de nanocompósitos poliméricos de argila e látex de borracha natural da Orbys.

PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI

ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU QUALIDADES

“Imbrik possui propriedades mecânicas que variam de acordo com as proporções polímero-argila(...) apresentado em formatos variados, como emulsões, mantas, pellets, filmes ou fios. É translúcido e apresenta cor natural em diferentes matizes, podendo ser tingido com corantes naturais.Imbrik permite diversas melhorias em relação às borrachas naturais: Maior resistência a esforços elevados; Maior tensão de ruptura; Maior coeficiente de armazenamento elástico; Maior resistência à flexão; Maior estabilidade térmica; Redução, em mais de 90%, da permeabilidade a gases; Maior resistência a solventes; Produção de filmes mais perfeitos e menos porosos.”

MUDA MATERIAS PRIMAS Nanopartículas de argila são incorporadas REDUÇÃO DE CUSTOS EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

AUMENTAM PRODUTIVIDADE EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

INTERMEDIARIO

Produtos do setor de alimentos que incorporam nanotecnologias disponíveis no Brasil (nacionais e importados). SEGMENTO ADITIVO EM ALIMENTO OU BEBIDA :

Nano CoQ10 EMGARRAFAS DE ÁGUA; EMPRESA: Pharmanex . EM INVESTIGAÇÃO. PAG. WEB DA EMPRESA FONTE http://www.pharmanex.com/corp/product/solutions/nanocoq10.shtml INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

“NanoCoQ10 ® utiliza nano tecnologia de ponta para entregar altamente biodisponível coenzima Q10 para potente cardiovasculares e benefícios cognitivos. "E já estamos olhando para próxima geração de possibilidades.

PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI SUPLEMENTOS TRADICIONAIS ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU QUALIDADES

“Pharmanex proprietária da nano tecnologia envolve individualmente cada CoQ10 molécula tornando-os até 10 vezes mais biodisponível do que outras formas de CoQ10 .”” Toda a nossa química verde saiu de sermos capazes de colocar CoQ10 e outros suplementos dietéticos em água."

MUDA MATERIAS PRIMAS REDUÇÃO DE CUSTOS EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

AUMENTAM PRODUTIVIDADE EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES

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DOS TRABALHADORES ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

INTERMEDIARIO (CAPSULAS INSERIDAS NA AGUA P.EX.) EM CAPSULAS (FINAL)

OBSERVAÇOES Nano CoQ10 in your bottled water?( Segundo Professor Lipshutz, da UCSB.)

http://ihealthbulletin.com/blog/2008/07/27/nano-coq10-in-your-bottled-water/

Produtos do setor de alimentos que incorporam nanotecnologias disponíveis no Brasil (nacionais e importados) SEGMENTO SENSORES E OUTROS:

PRODUTO E EMPRESA

Nano bioluminescent spray, Biomark,; EMPRESA: AgroMicron

EM DESENVOLVIMENTO - SENSORES PARA ALIMENTOS; EMPRESA: EMBRAPA. BRASIL

Língua Eletrônica; empresa EMBRAPA. BRASIL

PAG WEB DA EMPRESA FONTE

http://www.agromicron.com/ (Sistema Embrapa de Gestão Macroprograma 1) www.embrapa.br/publicacoes/institucionais/pesquisa-em-rede/folhetos/Nanotecnologia.pdf http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2006/novem

bro/foldernoticia.2006-11-03.7853981089/noticia.2006-

11-17.6543817656/

http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2005/dezembro/foldernoticia.2005-11-03.2029865218/noticia.2005-12-02.1682566581/?searchterm=língua%20eletrônica

INCORPORAÇÃO DA NANOTECNOLOGIA

“nós usamos uma pequena molécula proteína luminescente modificada para se ligar a bactéria. Quanto maior for o número de ligações entre as moléculas e as bactérias, se produz um maior brilho” “A partir de pesquisas em Taiwan e nos EUA, e com auxilio da US Technology Transfer Act, criou um teste usando nanoescala, que pode ser verificado em um instante e é de fácil uso público.”

“novos sensores para descobrir patógenos e contaminações em alimentos e em produtos agrícolas; embalagens “inteligentes” e com revestimento de proteção (...) As principais linhas de pesquisas que serão contempladas pelo LNNA incluem o desenvolvimento de sensores e biossensores, aplicados ao controle de qualidade, certificação e rastreabilidade de alimentos; caracterização e síntese de novos materiais, como polímeros e materiais nanoestruturados com propriedades específicas; filmes finos e superfícies para fabricação de embalagens inteligentes, comestíveis; e superfícies ativas; nanopartículas, compósitos e fibras para o desenvolvimento de materiais reforçados,

Não explicita. Com inteligência artificial (redes neurais) e polímeros condutores, permite com rapidez, precisão, simplicidade e baixo custo: verificar a qualidade da água; diferenciar padrões básicos de paladar (doce, amargo, azedo, salgado) em concentrações abaixo do limite do ser humano; distinguir o paladar de bebidas semelhantes, como vinhos, café, chás e água mineral; pode detectar contaminantes, pesticidas, substâncias húmicas e metais pesados na água.

PRODUTO ANTERIOR QUE SUBSTITUI

TESTES QUIMICOS PARA A PRESENÇA DE BACTÉRIAS

TESTES QUIMICOS PARA A PRESENÇA DE PATÓGENOS Análise química da água

ADICIONA NOVAS FUNÇÕES OU QUALIDADES

Spray que quando aplicado realça os agentes patógenos deixando-os perceptíveis visualmente nos alimentos ou na agua. “Desde o famoso 11 de setembro especialistas apontam a possibilidade de terrorismo utilizando patógenos como varíola ou antrax. Agromicron

Ferramenta auxiliar do degustador, permitindo medidas contínuas, com maior precisão e menor possibilidade de erro.

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agredita que o bioterrorismo pode vir a acontecer com o uso da salmonela e E. coli” É preciso agir rápido para não contaminar mais pessoas. A partir de pesquisas em Taiwan e nos EUA, e com auxilio da US Technology Transfer Act, criou um teste usando nanoescala, que pode ser verificado em um instante e é de fácil uso público

MUDA MATERIAS PRIMAS

REDUÇÃO DE CUSTOS

EXIGE NOVOS PROCESSOS/INSTALAÇÕES

AUMENTAM PRODUTIVIDADE

EXIGE NOVAS QUALIFICAÇÕES DOS TRABALHADORES

A automatização do sistema para operar a Língua Eletrônica requer conhecimento básico em computação.

ORIENTADO AO MERCADO FINAL OU INTERMEDIÁRIO

FINAL INTERNACIONAL

Agroindústria brasileira, iniciando pela indústria de café.

Produtos que nas “fontes primeiras” assumiam utiliz ar nanotecnologia e atualmente não utilizam essa te rminologia PRODUTO EMPRESA

Cervezas Miller: Lite/Genuine Draft/ Ice House Nanocor

Cadbury Schweppes:Cadbury® Dairy Milk™Milk Tray™(bandejas de chocolates)Cadbury® Eden chocolateboxes (cajas de chocolate)Shelf-ready packagingfor the Cadbury® FunFilled Freddo (envases prontos para usar)

Plantic

Marks & Spencer Swiss Chocolate Assortment (EMBALAGEM DE BOMBONS)

Plantic

DuPont™ LightStabilizer210(estabilizador de Luz)

DuPont

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Nano Tea (nano té) Shenzen Become Industry & Trading Co

Nano Slim™ (nanotabletas para adelgazar)

Nano Slim

Nanoceuticals Slim Shake Chocolate (malteado para adelgazar sabor chocolate, con sustâncias nano encapsuladas)

RBC Lifesciences

Nanoceuticals Slim Shake vanila (malteado para adelgazar sabor vanila, con sustancias nano encapsuladas)

RBC Lifesciences

Fortified fruit juice (jugo de fruta fortificado)

High Vive.Com

“Daily VitaminBoost” Fortified fruit juice (jugo de fruta fortificado con suplemento vitamínico Jamba Juice Hawaii

Oat Chocolate Nutritional Drink Mix (mezcla para bebida nutricional sabor chocolate y avena)

Toddler Health

Oat Vanilla Nutritional Drink Mix (mezcla para bebida nutricional sabor vanilla y avena)

Toddler Health

Canola Active Oil (aceite activo de canola)

Shemen

Anexo 3- Relação completa da informação coletada no s sites das empresas que utilizam nanotecnologia no s produtos do setor alimentício. No quadro, utiliza-se as letras “s” pa ra sim e “n” para não de acordo com a informação qu e consta no site. Para as células que estão em branco, tais variáveis de analise não fora m mencionadas no discurso web. PRODUTO E EMPRESA

LOCALIZAÇAO EMPRESA

INCORPORAÇÃO NANO

SUBSTITUI PRODUTO

NOVAS FUNÇÕES ALTERA MAT. PRIMA

REDUZ CUSTOS

NOVAS INSTALAÇOES

AUMENTA PRODUTIVIDADE

EXIGE NOVAS QUALIFICAÇOES

ORIENTAÇAO MERCADO

Food Container (NS) EMPRESA: A-DO GLOBAL

Korea Nanoprata S Anti-bactéria FINAL INTERNACIONAL

Adesivo para o McDonald's Burger contentores EMPRESA: Ecosynthetix

Canadá e EUA

Nanoesferas S Rigidez 10/30% melhor; Força Melhor; Melhor; Porosidade Melhor;Fluorescência Mesmo; Custo Baixa”

S S S FINAL INTERNACIONAL

Nano Silver Baby Mug Cup

Korea Sistema de polinano prata

S Anti-bactérias, não acumula cheiro e

FINAL INTERNACIONA

78

EMPRESA: Baby Dream Co., Ltd.

mantém o frescor do alimento

L

Nano Silver Baby Milk bottle EMPRESA: Baby Dream Co., Ltd.

Korea Sistema de polinano prata

S Anti-bactérias, não acumula cheiro e mantém o frescor do alimento

FINAL INTERNACIONAL

Durethan KU 2-2601 EMPRESA: Bayer

EUA Nanopartículas de Silicato

S Cada filme é especificamente adaptado ao conteúdo do pacote",.Impedem trocas gasosas e de odores entre produtos, Reforçar o seu brilho, aparência turva reduzida.

S S S FINAL INTERNACIONAL

N-Coat EMPRESA: Multifilm Packaging

EUA N-Coat utiliza uma nova e única base de nano tecnologia: um ultra-fino revestimento ...

S Barreira de gás 2-3 vezes melhor do que um PET metalizado PET e quase 10 vezes melhor do que os revestidos por PVDC

INTERMEDIÁRIO INTERNACIONAL

Ad Nano EMPRESA: Evonik (Degussa)

Alemanha Usando sistemas nanoestruturados

S “* Superior transparência combinados com * UV-protecção * Excelente atividade catalítica ou absorção de enxofre contendo gás processos.

s INTERMEDIÁRIO INTERNACIONAL

Nano CoQ10; EMPRESA: Pharmanex

USA NanoCoQ10 ® utiliza nano tecnologia de ponta para entregar altamente biodisponível coenzima Q10

S cada CoQ10 molécula tornando-os até 10 vezes mais biodisponível.

INTERMEDIARIO e FINAL INTERNACIONAL

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Nanopartículas metálicas testadas em filmes de polipropileno da Suzano; EMPRESA: SUZANO PETROQUÍMICA

BRASIL Nanopartículas de prata

S Embalagens inteligente atua como sensor, altera sua cor com mudanças física ou química do produto; Bactericida; absorve radiações UV, translúcido

intermediário

EM DESENVOLVIMENTO EMBALAGENS PARA ALIMENTOS EMPRESA: QUATTOR

BRASIL Nanopartículas metálicas

S

Purificador de água REFRIGERADO FR 600 EMPRESA:IBBL INDUSTRIA BRASILEIRA DE BEBEDOUROS LTDA

BRASIL protegido com NANOTECNOLOGIA Nanox Clean

S FINAL

Purificador de água REFRIGERADO FRQ 600 EMPRESA: IBBL

BRASIL protegido com NANOTECNOLOGIA Nanox Clean

S FINAL

NANOX CLEAN; EMPRESA NANOX

BRASIL USO DA NANOTECNOLOGIA

S BACTERICIDA INTERMEDIARIO

Nanum® Alumina Alfa - Alumina Alfa nanoparticulada (Al2O3) ; EMPRESA NANUM Nanotecnologia S.A

BRASIL Partículas apresentam tamanho médio de 80 à 100 nm

S Plásticos: Elevar a Resistência mecânica

Refratários: Elevar resistência química, mecânica e térmica

Nanomer® Imperm TM ;

EMPRESA: Nanocor

EUA NANOCOMPÓSITOS

S SUSTITUI O EVOH, MELHORA A BARREIRA, DIMINUINDO REJEITOS

INTERMEDIARIO INTERNACIONAL

Nano bioluminescent spray, Biomark,; EMPRESA: AgroMicron

China Usando nanoescala

S Patógenos deixando-os perceptíveis visualmente na comida ou água

FINAL INTERNACIONAL

Nanolok™ PT; EUA Nanopartículas S Melhor custo do que FINAL

80

EMPRESA : InMat dispersas silicato EVOH • Excelente barreira até 80% UR • Grandes avanços da umidade embalagens flexíveis

INTERNACIONAL

ANR; EMPRESA: Resimax Plásticos e a Nanox

BRASIL USO DA NANOTECNOLOGIA

S Antimicrobiana INTERMEDIÁRIO NACIONAL

EM DESENVOLVIMENTO - PATENTE; EMPRESA: BRASKEM

BRASIL a produção de nanocompósitos de polipropileno e polietilenos

S 4 vezes mais resistente a impactos,embalagens mais resistentes ao calor, à luz solar e também à umidade, melhorando seu desempenho e segurança.

EM DESENVOLVIMENTO EMBALAGENS PARA ALIMENTOS; EMPRESA: EMBRAPA

BRASIL Embalagem ativa com nanoestruturas

S Conserva as características do produto, amplia o tempo de prateleira e de trajeto até destinos longínquos

INTERMEDIÁRIO

EM DESENVOLVIMENTO FILMES PARA USO EM ALIMENTOS; EMPRESA: EMBRAPA

BRASIL A Rede Nacional de Nanotecnologia(...) investiga filmes e revestimentos comestíveis para conservação de frutas

S Conserva as características do produto, amplia o tempo de prateleira e de trajeto até destinos longínquos

EM DESENVOLVIMENTO- bioplásticos comestíveis para maior durabilidade de fruta; EMPRESA: EMBRAPA

BRASIL NOVOS PRODUTOS DA NANOTECNOLOGIA

S Conserva as características do produto, amplia o tempo de prateleira e de trajeto até destinos longínquos

INTERMEDIÁRIO

EM DESENVOLVIMENTO- SENSORES PARA ALIMENTOS;

BRASIL As principais linhas de pesquisas do LNNA incluem sensores.

S Conserva as características do produto, amplia o tempo de prateleira

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EMPRESA: EMBRAPA

e de trajeto até destinos longínquos

EM DESENVOLVIMENTO - Imbrik – “em fase de pesquisa, desenvolvimento e inovação” EMPRESA: ORBYS

BRASIL Nanocompósitos poliméricos de argila e látex de borracha

S Translúcido; maior resistência a esforços elevados; maior resistência à flexão; maior estabilidade térmica; redução, em mais de 90%, da permeabilidade a gases; produção de filmes mais perfeitos e menos porosos

INTERMEDIÁRIO

Língua Eletrônica; empresa Embrapa

BRASIL Não explicitamente, mas participo da Nanotec.

S Ferramenta auxiliar do degustador, permitindo medidas contínuas, com maior precisão e menor possibilidade de erro.

S INTERMEDIÁRIO NACIONAL

H2Ocean Água de mar dessalinizada para beber EMPRESA AQUAMARE

BRASIL Filtragem e purificação da água usa nanotecnologia

S EMPRESA NOVA

FINAL INTERNACIONAL