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2016 Fórum Permanente de Enfermagem Obstétrica do Rio de Janeiro Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO Relatório Final- dezembro de 2016

Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

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2016

Fórum Permanente de Enfermagem

Obstétrica do Rio de Janeiro

Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO

Relatório Final- dezembro de 2016

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Projeto da Enfermagem Obstétrica para o cuidado à saúde da mulher

e da criança no parto e nascimento.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS - (1996) a assistência

obstétrica deve ter como objetivo a mãe e a criança saudáveis, com o mínimo de

intervenções compatíveis com a segurança. Esta abordagem implica que deve haver

uma razão válida para se interferir no parto normal, implica ainda, em uma visão do

processo de gestar e parir que amplia o olhar para este fenômeno para além do

determinismo biológico, valorizando os aspectos sociais e culturais que permeiam este

processo, pois são eventos determinantes de profundas transformações nos papeis das

mulheres, dos homens e das famílias.

DA LEGALIDADE DO FAZER:

Consoante com as recomendações da OMS e reconhecendo a importância da

atuação de enfermeiras obstétricas na atenção pré-natal, ao parto e nascimento e pós-

parto, o Ministério da Saúde – MS - tem estimulado a atuação destas profissionais nos

serviços de atenção obstétrica e neonatal, por meio da publicação de diversas Portarias

que legitimam sua atuação no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. Entre estas

portarias destacam-se a Portaria GM/MS nº. 985, de 06 de agosto de 1999, que cria o

Centro de Parto Normal - CPN, no âmbito do SUS, e define que os mesmos podem

funcionar exclusivamente com enfermeiras obstétricas; a Portaria nº. 743, de 20 de

dezembro de 2005, que padroniza as informações do Laudo para emissão de

Autorização de Internação Hospitalar – AIH e define que as enfermeiras obstétricas

estão autorizadas a emitir laudos de AIH para o procedimento código 35.080.01.9 -

Parto normal sem distócia realizado por enfermeiro (a) obstetra;

No Brasil, a Lei Federal do exercício profissional da enfermagem (Lei 7498/86),

regulamentada pelo Decreto 94.406/87, e a Resolução COFEN 516/2016 dispõe sobre a

competência da enfermeir(a)o obstétrica(o) na realização de parto eutócico (de baixo

risco), a realização de episiotomia e episiorrafia, quando necessária, e a assistência à

mulher no parto distócico até a chegada do médico, dando autonomia a este profissional

na assistência ao parto de baixo risco.

DA QUALIFICAÇÃO DO SER

Destaca-se que revisão sistemática publicada em 2008 na Biblioteca Cochrane

comprovou que modelos de assistência obstétrica com enfermeiras obstétricas

aumentam as chances de parto vaginal e do início do aleitamento materno, além de

reduzirem o número de intervenções como episiotomia, analgesia peridural e parto

instrumental (HATEM, M.; SANDALL, J.; DEVANE, D.; SOLTANI, H.; GATES, S.,

2008).

As enfermeiras obstétricas desenvolvem um conhecimento próprio baseado nas

teorias de Enfermagem, nos princípios da Humanização e da desmedicalização da

assistência.

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Atualmente, a realidade brasileira e da cidade do Rio de Janeiro mostra uma

prática obstétrica institucional hegemônica na figura do médico que promove

intervenções desnecessárias e medicalização do parto e, altas taxas de cesarianas que

são potencialmente danosas para a saúde da mulher e da criança. Segundo dados do

Inquérito Nacional Nascer no Brasil (LEAL et. al., 2014), 88% de todos os nascimentos

realizados no setor privado são por cesarianas. Em geral, com hora marcada, as

chamadas cesáreas de rotina, substituem a imprevisibilidade de um parto a termo por

um planejamento lucrativo, que resulta no 2º lugar ocupado pelo Brasil, entre os países

que mais realizam cesarianas no mundo (DINIZ, 2009; PATAH, MALIK, 2011). As

cirurgias cesarianas impedem que as mulheres vivenciem o nascimento dos seus filhos

como protagonistas, aumentam a exposição aos riscos de morbimortalidade e

incrementam desnecessariamente os recursos gastos com a saúde. Para as crianças

também há interferência no futuro da saúde. Os nascidos por cesarianas têm risco

aumentado para diabetes, obesidade, asma, alergias e outras doenças não transmissíveis

(LEAL et. al., 2014).

Embora o Brasil ocupe hoje posição econômica de destaque no mundo e possua

recursos humanos e tecnológicos para prestar uma boa qualidade de atenção obstétrica e

neonatal para a população brasileira, os resultados desta atenção estão abaixo do

mínimo desejável. O desafio que persiste não é apenas tecnológico, mas também

estratégico e organizacional. Neste contexto considera-se que a inserção da Enfermeira

Obstétrica como profissional liberal, com capacidade técnico-científica e legal para a

assistência ao parto de baixo risco ou de risco habitual tanto na iniciativa privada,

quanto no SUS, contribua para a melhoria dos indicadores de saúde perinatal.

DA ATUAÇÃO

Áreas de abrangência da Enfermagem Obstétrica - Educação, Assistência,

Pesquisa e gestão

As práticas que orientam os modelos de atenção ao parto no Brasil e no mundo

vêm sendo discutidas, assim como o profissional com perfil para esta assistência e a sua

formação. Na assistência ao parto de risco habitual foram incorporados crenças e

valores quanto à qualidade, segurança e eficiência dos cuidados, tornando-se

predominantemente medicalizados e quase exclusivamente em ambiente hospitalar.

Historicamente, no Brasil, as enfermeiras obstétricas encontram resistência para atuação

liberal e responsável, especialmente na atenção ao parto. A justificativa de alguns

gestores e profissionais é de que as enfermeiras não estão preparadas para essa

assistência trazendo insegurança à saúde de mulheres e crianças. No entanto, a inclusão

da enfermeira obstétrica no parto hospitalar tem sido ampliada por políticas públicas

que estimulam sua atuação no parto normal. Para Vargens e Progianti (2004),

enfermeiras obstétricas, de modo geral, mostraram-se interessadas em desenvolver

habilidades específicas num modelo feminino não medicalizado. Estas profissionais têm

atuado no gerenciamento, no ensino e no cuidado direto ao parto e desde a década de

1980 têm sido solicitadas nas ações de humanização e desmedicalização do parto,

constantes das políticas públicas brasileiras.

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No Rio de Janeiro, a participação da enfermeira obstétrica na assistência ao parto

hospitalar na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), implantada em 1988, tomou

impulso a partir da década de1994 (MOUTA, PROGIANTI, 2009). As maternidades

foram foco de várias intervenções, tanto na estrutura física e instalação de novos

equipamentos, como em capacitação profissional. Além disso, foram promovidos fóruns

de discussão, seminários e congressos, nos quais o tema central era a atenção ao parto e

nascimento humanizado. Com as novas experiências, desafios são gerados pela inserção

da enfermeira obstétrica no modelo de atenção ao parto. Apesar de haver uma tendência

a resultados positivos, as resistências às mudanças são evidentes por conflitos gerados

pela divisão do espaço de trabalho e o modelo de cuidados distintos dos profissionais

que atuam na assistência hospitalar, especialmente se a instituição não investe

fortemente em estratégias de mudanças de modelo.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, em sua política de

Humanização da assistência, inaugurou em 2004 a Casa de Parto David Capistrano

Filho, atualmente a única opção dentro do SUS para o parto fora do ambiente hospitalar.

A Casa de Parto tem como filosofia do cuidado o resgate da fisiologia do parto e

nascimento e o cuidado centrado na família. É gerido de forma autônoma pela

enfermagem obstétrica atuando no pré-natal, parto e pós-parto, não fragmentando o

cuidado à mulher e família, neste momento tão especial que é o nascimento. Os

indicadores perinatais da Casa de Parto são semelhantes às outras casas de parto do

Brasil e refletem a qualidade e segurança do cuidado da enfermagem obstétrica.

O atendimento privado no município é realizado, em sua maioria, através das

seguradoras de saúde, onde as mulheres tem dificuldades de ser respeitadas em sua

escolha pelo parto normal, segundo demonstra a Pesquisa nascer no Brasil, onde

evidenciou que 70% das mulheres que iniciaram o pré-natal declarando querer o parto

normal, tiveram seu desejo desconstruído ao longo do pré-natal e apenas 30% chegaram

ao final da gestação mantendo este desejo.

Uma pequena parcela do atendimento privado se dá no ambiente dos domicílios.

Não apenas na cidade do Rio de Janeiro, mas o parto domiciliar planejado representa,

no Brasil, uma tendência da assistência, que tem sido divulgado pela internet, pela

mídia escrita e telegravada. Apesar do parto domiciliar planejado, particularmente nos

centros urbanos, não fazer parte da Política do Ministério da Saúde de promoção ao

parto normal, tal atividade está amparada pela legislação vigente (Lei no 7498\86 – Lei

do Exercício Profissional da Enfermagem). A falta de apoio dos órgãos governamentais

às enfermeiras obstétricas fez com que elas ampliassem sua atuação, de forma quase que

“silenciosa”, em diversas cidades do Brasil, principalmente devido a demanda

espontânea das usuárias, como são os casos das cidades do Rio de Janeiro, São Paulo,

Belo Horizonte, Recife, São Carlos, Florianópolis, Brasília, entre outras. As enfermeiras

obstétricas atuam de forma liberal e sem vínculo hospitalar, preservando o cuidado de

contar com retaguarda institucional caso seja necessário. A relevância dessa assistência,

do ponto de vista da mulher, foi evidenciada por meio de artigos científicos, teses,

monografias e dissertações de mestrado, que abordaram a temática, constatando e

comprovando o alto grau de satisfação das mulheres que vivenciaram o parto domiciliar

planejado (LESSA, 2003; MEDEIROS et. al., 2008; CRISZÓSTOMO et al., 2007;

KRUNO e BONILHA, 2004).

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A busca por um parto sem intervenções vem sendo, em parte, facilitada pelos

movimentos sociais de usuárias, como apresentam Rattner (2009) e Diniz, Bastos e

Riesco (2007). A organização das usuárias em listas de discussão na internet e em

grupos de apoio vêm fomentando uma nova consciência e possibilitando às mulheres a

busca por um atendimento humanizado e voltado para o parto natural.

Na perspectiva do modelo baseado na humanização, estudos apontam que

atenção por enfermeiras obstétricas, uma vez incluída no modelo assistencial, melhoram

os indicadores da assistência e da saúde materna. É notório que as enfermeiras

obstétricas demonstram aderência ao modelo humanizado e acreditam na possibilidade

de mudança. Dados consolidados apresentam resultados de 2015 dos indicadores

obstétricos e perinatais do Município do Rio de Janeiro: Total de Nascimentos no

Município: 90.523. Destes, 50.756 foram por cesariana (56,07%) e 39.767 de parto

vaginal. A enfermagem obstétrica foi responsável por 9.836 nascimentos (24,7%) dos

partos vaginais. Quando avaliamos as unidades próprias da SMS-RJ, este percentual

aumenta para 34% dos partos. Os indicadores apresentados pela enfermagem obstétrica

mostram que 21,4% das mães eram adolescentes, 94,6% tinham acompanhantes da

escolha da mulher. Foi oferecida a verticalização no parto a 70% das mulheres, em

69,7% não foi utilizada nenhuma intervenção medicamentosa, tendo evolução

espontânea do trabalho de parto. A taxa de episiotomia foi de 2,4% e o períneo

manteve-se íntegro ou com laceração de 1º grau em 84,8% das mulheres. Em relação ao

recém-nascido, foi oferecido o contato pele a pele a 90,1%, o clampeamento oportuno

do cordão umbilical em 82,9% e a amamentação na primeira hora foi estimulada em

74,1% dos recém-nascidos. O índice de asfixia (APGAR < 7 no 5º minuto de vida) foi

de 0,5%.

As diretrizes assistenciais para enfermagem obstétrica nas maternidades do

Município do Rio de Janeiro estão disponíveis em meio eletrônico no site da SMS e

demonstram o esforço desta especialidade profissional em discutir e apresentar suas

peculiaridades na atenção à gestação, parto e puerpério (GOMES, 2010)

Entretanto, apesar das evidências científicas disponíveis e do arcabouço legal

que ampara a atuação de enfermeiras obstétricas no Brasil, esta atuação é ainda

pequena, e por vezes sobre grande interferência de outros profissionais, em grande parte

pelo entendimento equivocado e atravessado pela lógica de reserva de mercado.

Por conta disso surgiu a necessidade de criar um espaço de reflexão e construção

coletiva de estratégias de fortalecimento da enfermagem obstétrica no Estado do Rio de

Janeiro.

OS CAMINHOS PERCORRIDOS PELO GTEO

As reuniões focalizaram as ações da Enfermagem Obstétrica (EO) na região, o

seu planejamento e a sua avaliação. Foram realizados 09 encontros com os seguintes

conteúdos:

1-Discussões temáticas sobre a identidade sócio-política da EO;

Page 6: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

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2-Levantamento de informações das ações da EO nos sistemas de informações do

Sistema Único de Saúde (SUS) - SINASC e SIH;

3- Criação de questionário para gestores de maternidades e da atenção básica

identificando a EO no cuidado ao parto e nascimento.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

1-Discussões temáticas sobre a identidade sócio-política da EO:

Emergiu do grupo a necessidade de construir a identidade da

2-Levantamento de informações das ações da EO nos sistemas de informações do

Sistema Único de Saúde (SUS) - SINASC e SIH:

Durante o levantamento dos indicadores da enfermagem obstétrica nos sistemas

de informações foi observado que esta informação não é disponibilizada pelas mascaras

usadas pelo DATASUS, tanto na esfera federal, como estadual e municipal. A falta de

acesso a essas “janelas” impossibilita a visibilidade do cuidado da enfermagem

obstétrica, tanto no âmbito hospitalar, como no âmbito domiciliar, a não ser através de

projetos de pesquisas que tem a disponibilização dos bancos de dados pelas esferas

municipais, após aprovação nos comitês de ética.

3- Criação de questionário para gestores de maternidades e da atenção básica

identificando a EO no cuidado ao parto e nascimento:

Foram distribuídos 02 questionários, um para os gestores de maternidades e 01

para as Secretarias Municipais de Saúde (em anexo), com o objetivo de identificar a

presença da enfermagem obstétrica nos espaços institucionais na reunião do Fórum

Perinatal (em anexo a relação dos gestores que receberam o questionário). O retorno

com as respostas foi bem incipiente, praticamente nenhuma secretaria municipal de

saúde encaminhou resposta e relação às maternidades

Identificaram-se 03 caminhos para a consolidação da EO no RJ:

1- Divulgação midiática apresentando a EO e o seu cuidado característico, centrado

na mulher e sua família;

2- Criação de “janelas” nos bancos de informações do SUS, que permitam

identificar o profissional que prestou a assistência (ex.: disponibilizar janela do

campo 49 no SINASC, e janela com código da Classificação Brasileira de

Ocupações do profissional que solicitou a Autorização de Internação Hospitalar

para o parto);

3- Instituição da carreira de EO nos serviços de saúde e realização de concursos

públicos específicos no RJ.

Page 7: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

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Ao final da 9ª reunião, o GTEO entendeu que era necessário manter este espaço

de reflexão com a recriação do Fórum Permanente da Enfermagem Obstétrica,

ferramenta importantíssima na inserção da EO no RJ na década de 1990. Tal Fórum

funcionará também como uma estratégia de fortalecimento do grupo na Associação

Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras-RJ.

PROPOSTAS DA ENFERMAGEM OBSTÉTRICA

A partir da implementação da Rede Cegonha, em 2011, várias ações foram

estimuladas para a redução da morbimortalidade materna e perinatal, dentre elas a

criação do Fórum Perinatal da Região Metropolitana I do Estado do Rio de Janeiro (RJ),

espaço de discussão com diversos atores entre as instituições públicas, privadas e

sociedade civil. Como membro deste Fórum, a enfermagem obstétrica identificou a

necessidade de criar o Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica (GTEO) com o

objetivo de discutir a práxis na redução da morbimortalidade materna e perinatal. A

partir daí emergiu a necessidade de aproximação com os agentes das esferas executiva e

legislativa do Governo, visando apresentar proposta de ações práticas para impactar os

resultados perinatais e maternos, que seguem abaixo.

Criar o cargo de enfermeira (o) obstétrica(o) no Estado e municípios do Rio de

Janeiro;

Promover Concurso público para enfermeira (o) obstétrica (o) no Estado e

municípios do Rio de Janeiro;

Implementar a Autorização de Internação Hospitalar – AIH - pela enfermagem

obstétrica nas maternidades onde há a atuação da enfermagem obstétrica.

Garantir a autonomia do cuidado pela enfermeira obstétrica que assiste a mulher

no processo de parto e nascimento nas Maternidades, através da consolidação da

linha de cuidado à gestante de risco habitual;

Garantir a continuidade do cuidado pela enfermeira obstétrica e de neonatologia

que assiste a mulher e o recém-nascido, respectivamente, no parto domiciliar

planejado, na necessidade de transferência às Unidade Hospitalares, pública e

privada, através da autorização de entrada e permanência nos serviços de

atenção ao parto e nascimento de referência.

Garantia da presença de enfermeira obstétrica nos Núcleos de Apoio à Saúde da

Família – NASF – contribuindo para qualificação da assistência perinatal das

Clínicas da Família.

Consideramos as esferas de poder público como aliadas das mulheres e dos

pequenos brasileiros que recebemos no nosso cotidiano de trabalho de saúde e para a

saúde.

Grupo de trabalho da Enfermagem Obstétrica (GTEO)

Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2016

Page 8: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

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REFERÊNCIAS:

BRASIL. Lei nº 7498 de 25 de Junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do

exercício da enfermagem e dá. outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,

26 Jun. de 1986. Seção 1, p. 9273-9275. 1998.

CRIZÓSTOMO, C.; NERY, I.; LUZ, M. H. A vivência de mulheres no parto domiciliar

e hospitalar. Rev Esc Enf Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 11, n. 1, p. 98-104, março,

2007.

DINIZ, S.; BASTOS, M. H.; RIESCO, M. L. Empowering women in Brazil. Lancet,

Londres, v. 370, n. 10, p.1589-1598, nov, 2007.

DINIZ, S. Gênero, Saúde Materna e o Paradoxo Perinatal. Rev. Brasileira

Crescimento e Desenvolvimento Hum. São Paulo, v. 19, n.2, 2009.

GOMES, M.L. et.al – Enfermagem Obstétrica Diretrizes Assistenciais- Centro de

Estudos Facenf/UERJ 2010.

HATEM, M.; SANDALL, J.; DEVANE, D.; SOLTANI, H.; GATES, S. Midwife-led

versus other models of care for childbearing women. Cochrane Database of

Systematic Reviews 2008, Issue 4. Art. No.: CD004667. DOI:

0.1002/14651858.CD004667.pub2

KRUNO, R. B.; BONILHA, A. L. Parto no domicílio na voz das mulheres: uma

perspectiva a luz da humanização. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 25, n. 3, p.

396-407, dez, 2004.

LEAL, M. C. et. al. Nascer no Brasil. Sumário Executivo. Cad. Saúde Pública, Rio de

Janeiro, v. 30 Sup:S5-S7, 2014. Disponível em: http://www.ensp.fiocruz.br/portal-

ensp/informe/site/arquivos/anexos/nascerweb.pdf Acesso: 10/10/2016.

LESSA, H. F. A representação das mulheres do parto fisiológico a partir de

vivências domiciliares. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Universidade do

Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2003.

MEDEIROS, R. M.; SANTOS, I. M.; SILVA, L. R. A escolha pelo parto domiciliar:

história de vida de mulheres que vivenciaram esta experiência. Rev Esc Enf Anna

Nery, Rio de Janeiro, v. 12, n. 4, p. 765-772, dez, 2008.

MOUTA, R.J.O.; PROGIANTI, J.M. A enfermeira obstétrica: agente estratégico na

Implantação de práticas do modelo humanizado em Maternidades. Rev. Enferm.

UERJ, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, p. 165-169, 2009.

OMS/SRF/MSM. Maternidade Segura: Assistência ao Parto Normal: Um Guia

Prático, Genebra, OMS, 1996.

Page 9: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

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PATAH, L. E. M.; MALIK, A. M. Modelos de assistência ao parto e taxas de cesáreas

em diversos países. Rev Saude Publica, v. 45, n.1, p. 185-94 2011.

RATTNER, D. Humanizing childbirth care: brief theoretical framework. Interface-

Comunic Saúde. Educ, Botucatu, v.13, supl.1, p.595-602, mar, 2009.

VARGENS, O. M. C., PROGIANTI, J. M. O processo de desmedicalização da

assistência à mulher no ensino de enfermagem. Revista de Enfermagem – USP. São

Paulo, v. 38, n.1, p. 46-50, 2004.

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ANEXOS

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Anexo 01: Formulários de pesquisa sobre a situação da enfermagem

obstétrica nas maternidades e SMS e relação dos gestores que receberam o

impresso na reunião do Fórum:

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Anexo 2: Lei 7498/1986- Exercício profissional do Enfermeiro e Resolução

COFEN 516/2016

LEI N 7.498/86, DE 25 DE JUNHO DE 1986: Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências.

O presidente da República.

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - É livre o exercício da Enfermagem em todo o território nacional, observadas as disposições desta Lei.

Art. 2º - A Enfermagem e suas atividades Auxiliares somente podem ser exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre o exercício.

Parágrafo único. A Enfermagem é exercida privativamente pelo Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de habilitação.

Art. 3º - O planejamento e a programação das instituições e serviços de saúde incluem planejamento e programação de Enfermagem.

Art. 4º - A programação de Enfermagem inclui a prescrição da assistência de Enfermagem.

Art. 5º - (vetado)

§ 1º (vetado)

§ 2º (vetado)

Art. 6º - São enfermeiros:

I - o titular do diploma de enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei;

II - o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira obstétrica, conferidos nos termos da lei;

III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;

Page 16: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

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IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem título de Enfermeiro conforme o disposto na alínea ""d"" do Art. 3º do Decreto nº 50.387, de28 de março de 1961.

Art. 7º - São técnicos de Enfermagem:

I - o titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado pelo órgão competente;

II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Técnico de Enfermagem.

Art. 8º - São Auxiliares de Enfermagem:

I - o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por instituição de ensino, nos termos da Lei e registrado no órgão competente;

II - o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de junho de 1956;

III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o inciso III do Art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961;

IV - o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Federação, nos termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;

V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967;

VI - o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de Enfermagem.

Art. 9º - São Parteiras:

I - a titular de certificado previsto no Art. 1º do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;

II - a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil, até 2 (dois) anos após a publicação desta Lei, como certificado de Parteira.

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Art. 10 - (vetado)

Art. 11 - O Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe: I - privativamente:

§ 1º Direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem;

§ 2º Organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;

§ 3º Planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de Enfermagem;

§ 4º - (vetado)

§ 5º - (vetado)

§ 6º - (vetado)

§ 7º - (vetado)

§ 8º Consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem;

§ 9º Consulta de Enfermagem;

§ 10 Prescrição da assistência de Enfermagem;

§ 11 Cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida;

§ 12 Cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas;

II - como integrante da equipe de saúde:

§ 1º Participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde;

§ 2º Participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde;

§ 3º Prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde;

§ 4º Participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação;

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§ 5º Prevenção e controle sistemática de infecção hospitalar e de doenças transmissíveis em geral;

§ 6º Prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela durante a assistência

de Enfermagem;

§ 7º Assistência de Enfermagem à gestante, parturiente e puérpera;

§ 8º Acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;

§ 9º Execução do parto sem distocia;

§ 10 Educação visando à melhoria de saúde da população;

Parágrafo único. às profissionais referidas no inciso II do Art. 6º desta Lei incumbe, ainda:

§ 1º Assistência à parturiente e ao parto normal;

§ 2º Identificação das distocias obstétricas e tomada de providências até a chegada do médico;

§ 3º Realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de anestesia local, quando necessária.

Art. 12 - O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da assistência de Enfermagem, cabendo-lhe especialmente:

§ 1º Participar da programação da assistência de Enfermagem;

§ 2º Executar ações assistenciais de Enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro, observado o disposto no Parágrafo único do Art. 11 desta Lei;

§ 3º Participar da orientação e supervisão do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar;

§ 4º Participar da equipe de saúde.

Art. 13 - O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de Enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível de execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente:

§ 1º Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;

§ 2º Executar ações de tratamento simples;

Page 19: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

18

§ 3º Prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;

§ 4º Participar da equipe de saúde.

Art. 14 - (vetado)

Art. 15 - As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta Lei, quando exercidas em instituições de saúde, públicas e privadas, e em programas de saúde, somente podem ser desempenhadas sob orientação e supervisão de Enfermeiro.

Art. 16 - (vetado)

Art. 17 - (vetado)

Art. 18 - (vetado)

Parágrafo único. (vetado)

Art. 19 - (vetado)

Art. 20 - Os órgãos de pessoal da administração pública direta e indireta, federal, estadual, municipal, do Distrito Federal e dos Territórios observarão, no provimento de cargos e funções e na contratação de pessoal de Enfermagem, de todos os graus, os preceitos desta Lei.

Parágrafo único - Os órgãos a que se refere este artigo promoverão as medidas necessárias à harmonização das situações já existentes com as diposições desta Lei, respeitados os direitos adquiridos quanto a vencimentos e salários.

Art. 21 - (vetado)

Art. 22 - (vetado)

Art. 23 - O pessoal que se encontra executando tarefas de Enfermagem, em virtude de carência de recursos humanos de nível médio nesta área, sem possuir formação específica regulada em lei, será autorizado, pelo Conselho Federal de Enfermagem, a exercer atividades elementares de Enfermagem, observado o disposto no Art. 15 desta Lei.

Parágrafo único - A autorização referida neste artigo, que obedecerá aos critérios baixados pelo Conselho Federal de Enfermagem, somente poderá ser concedida durante o prazo de 10 (dez) anos, a contar da promulgação desta Lei.

Art. 24 - (vetado)

Parágrafo único - (vetado)

Page 20: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

19

Art. 25 - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da data de sua publicação.

Art. 26 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 27 - Revogam-se (vetado) as demais disposições em contrário.

Brasília, em 25 de junho de 1986, 165º da Independência e 98º da República

José Sarney

Almir Pazzianotto Pinto

Lei nº 7.498, de 25.06.86 publicada no DOU de 26.06.86 Seção I - fls. 9.273 a 9.275

Resolução COFEN Nº 516 DE 23/06/2016: Normatiza a atuação e a

responsabilidade do Enfermeiro, Enfermeiro Obstetra e Obstetriz na

assistência às gestantes, parturientes, puérperas e recém-nascidos nos

Serviços de Obstetrícia, Centros de Parto Normal e/ou Casas de Parto e

outros locais onde ocorra essa assistência; estabelece critérios para registro

de títulos de Enfermeiro Obstetra e Obstetriz no âmbito do Sistema

Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, e dá outras providências.

O Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, no uso das atribuições que

lhes são conferidas pela Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo

Regimento Interno da Autarquia, aprovado pela Resolução COFEN nº 421,

de 15 de fevereiro de 2012.

Considerando o que dispõe o artigo 5º, inciso XIII, da Constituição da

República Federativa do Brasil;

Considerando a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a

regulamentação do exercício de Enfermagem e dá outras providencias; e o

Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que a regulamenta;

Considerando que a alteração da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,

pela Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005, garante às parturientes o direito à

presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto

imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS;

Page 21: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

20

Considerando o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamenta

a Lei Orgânica da Saúde;

Considerando os princípios fundamentais e as normas do Código de Ética

dos Profissionais de Enfermagem, aprovado pela Resolução COFEN nº 311

de 08 de fevereiro de 2007;

Considerando a Resolução COFEN nº 195, de18 de fevereiro de 1997, que

dispõe sobre a solicitação de exames complementares por Enfermeiros;

Considerando a Resolução COFEN nº 358, de 15 de outubro de 2009, que

dispõe sobre Sistematização da Assistência de Enfermagem e a

implementação do Processo de Enfermagem em ambiente, públicos ou

privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras

providências;

Considerando a Resolução COFEN nº 389/2011, de 18 de outubro de 2011,

que atualiza no âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de

Enfermagem, os procedimentos para registro de títulos de pós-graduação

lato e stricto sensu;

Considerando que a Portaria GM nº 2.815, de 29 de maio de 1998, MS,

inclui na Tabela do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único

de Saúde (SIH/SUS) e na Tabela do Sistema de Informações Ambulatoriais

(SIA/SUS), o Grupo de Procedimentos Parto Normal sem Distócia realizado

por Enfermeiro Obstetra, e a Assistência ao Parto sem Distócia por

Enfermeiro Obstetra, visando a redução da morbimortalidade materna e

perinatal;

Considerando a Portaria GM/MS nº 985, de 05 de agosto de 1999, que cria

os Centros de Parto Normal (CPN), no âmbito do Sistema Único de Saúde

(SUS) para atendimento da mulher no ciclo gravídico-puerperal;

Considerando que a Portaria SAS/MS nº 743, de 20 de dezembro de 2005,

define que somente os profissionais portadores do diploma ou certificado de

Enfermeiro (a) Obstetra estão autorizados a emitir laudos de AIH para o

procedimento código 35.080.01.9 - parto normal sem distócia realizado por

Page 22: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

21

Enfermeiro (a) Obstetra, do grupo 35.150.01.7 da tabela do SIH/SUS;

Considerando a Portaria GM/MS nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010, que

estabelece diretrizes para organização das Redes de Atenção à Saúde no

Âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS;

Considerando a Portaria nº 1.459/GM/MS, de 24 de junho de 2011, que

institui no âmbito do SUS, a Rede Cegonha;

Considerando a Portaria GM/MS Nº 529, de 01 de abril de 2013, que institui

o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP);

Considerando a Portaria nº 904, de 29 de maio de 2013, que estabelece

diretrizes para implantação e habilitação de Centro de Parto Normal (CPN),

no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), para atendimento à mulher e

ao recém-nascido no momento do parto e do nascimento, em conformidade

com o componente PARTO E NASCIMENTO da Rede Cegonha, e dispõe

sobre os respectivos incentivos financeiros, de investimento, custeio e

custeio mensal;

Considerando a Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), nº 36, de 03 de junho de 2008, que dispõe

sobre Regulamento Técnico para funcionamento de serviços de atenção

obstétrica e neonatal;

Considerando a Portaria MS-SAS Nº 371, de 7 de maio de 2014, que institui

diretrizes para a organização da atenção integral e humanizada ao recém-

nascido (RN) no Sistema Único de Saúde (SUS);

Considerando a Resolução Normativa RN da Agência Nacional de Saúde

Suplementar - ANS Nº 368, de 6 de janeiro de 2015, que dispõe sobre o

direito de acesso à informação das beneficiárias aos percentuais de

cirurgias cesáreas e de partos normais, por operadora, por estabelecimento

de saúde e por médico e sobre a utilização do partograma, do cartão da

gestante e da carta de informação à gestante no âmbito da saúde

suplementar;

Considerando os critérios mínimos de qualificação proposto pela Associação

Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras - ABENFO, no ano de

1998, no documento Critérios para Elaboração de Projeto de Curso de

Page 23: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

22

Especialização em Enfermagem Obstétrica, em parceria com o Ministério da

Saúde;

Considerando as Recomendações sobre a Formação em Enfermagem

Obstétrica aprovadas pelo Plenário do Cofen em sua 462ª ROP, realizada

em 18 de março de 2015;

Considerando a necessidade de atualizar as normatizações existentes no

âmbito do COFEN, relacionadas a atuação do Enfermeiro na assistência a

gestação, parto e puerpério, para garantir a qualidade da assistência

obstétrica;

Considerando a deliberação do Plenário na 478ª Reunião Ordinária,

realizada em junho de 2016, e todos os documentos acostados aos autos

dos Processos Administrativos Cofen nºs 477/2013 e 379/2015,

Resolve:

Art. 1º Normatizar a atuação e a responsabilidade do Enfermeiro, Enfermeiro

Obstetra e Obstetriz na assistência às gestantes, parturientes, puérperas e

recém-nascidos nos Serviços de Obstetrícia, Centros de Parto Normal e/ou

Casas de Parto e demais locais onde ocorra essa assistência e estabelecer

critérios para registro de títulos de Enfermeiro Obstetra e Obstetriz no âmbito

do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem.

§ 1º Os profissionais referenciados no caput do presente artigo deverão

atuar nos estabelecimentos também referidos no caput deste artigo,

conforme regulamentações da profissão e normativas do Ministério da

Saúde.

§ 2º É vedado ao Obstetriz o exercício de atividades de Enfermagem fora da

área obstétrica, exceto em casos de urgência, na qual, efetivamente haja

iminente e grave risco de morte, não podendo tal exceção aplicar-se às

situações previsíveis e rotineiras.

§ 3º Para a atuação do Enfermeiro generalista nos Serviços de Obstetrícia,

Centros de Parto Normal e/ou Casas de Parto, e para o Registro de Título

de Obstetriz e o de pós-graduação Stricto ou Lato Sensu, de Enfermeiro

Obstetra no Conselho Federal de Enfermagem, além do disposto na

Resolução COFEN nº 389/2011, de 20 de outubro de 2011, estabelece os

seguintes critérios mínimos de qualificação para a prática de obstetrícia, a

Page 24: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

23

ser comprovada através de documento oficial da autoridade que expediu o

diploma ou certificado;

I - Realização de no mínimo, 15 (quinze) consultas de Enfermagem pré-

natais;

II - Realização de no mínimo, 20 (vinte) partos com acompanhamento

completo do trabalho de parto, parto e pós-parto;

III - Realização de, no mínimo, 15 (quinze) atendimentos ao recém-nascido

na sala de parto.

Art. 2º Para os fins determinados no artigo anterior, são considerados Centro

de Parto Normal e/ou Casa de Parto, unidades destinadas à assistência ao

parto de risco habitual, pertencente ou não ao estabelecimento hospitalar.

Quando pertencente a rede hospitalar pode ser intra-hospitalar ou peri-

hospitalar; quando não pertencente a rede hospitalar pode ser comunitária

ou autônoma;

Parágrafo único. O Centro de Parto Normal e/ou Casa de Parto destinam-se

à assistência ao parto e nascimento de risco habitual, conduzido pelo

Enfermeiro, Enfermeiro Obstetra ou Obstetriz, da admissão até a alta.

Deverão atuar de forma integrada às Redes de Atenção à Saúde, garantindo

atendimento integral e de qualidade, baseado em evidências científicas e

humanizado, às mulheres, seus recém-nascidos e familiares e/ou

acompanhantes.

Art. 3º Ao Enfermeiro, Enfermeiro Obstetra e Obstetriz, atuando em Serviço

de Obstetrícia, Centro de Parto Normal e/ou Casa de Parto ou outro local

onde ocorra a assistência compete:

I - Acolher a mulher e seus familiares ou acompanhantes;

II - Avaliar todas as condições de saúde materna, clínicas e obstétricas,

assim como as do feto;

III - Garantir o atendimento à mulher no pré-natal, parto e puerpério por meio

da consulta de enfermagem;

IV - Promover modelo de assistência, centrado na mulher, no parto e

nascimento, ambiência favorável ao parto e nascimento de evolução

fisiológica e garantir a presença do acompanhante de escolha da mulher,

conforme previsto em Lei;

Page 25: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

24

V - Adotar práticas baseadas em evidências científicas como: oferta de

métodos não farmacológicos de alívio da dor, liberdade de posição no parto,

preservação da integridade perineal do momento da expulsão do feto,

contato pele a pele mãe recém-nascido, apoio ao aleitamento logo após o

nascimento, entre outras, bem como o respeito às especificidades étnico-

culturais da mulher e de sua família;

VI - Avaliar a evolução do trabalho de parto e as condições maternas e

fetais, adotando tecnologias apropriadas na assistência e tomada de

decisão, considerando a autonomia e protagonismo da mulher;

VII - Prestar assistência ao parto normal de evolução fisiológica (sem

distócia) e ao recém-nascido;

VIII - Encaminhar a mulher e/ou recém-nascido a um nível de assistência

mais complexo, caso sejam detectados fatores de risco e/ou complicações

que justifiquem;

IX - Garantir a integralidade do cuidado à mulher e ao recém-nascido por

meio da articulação entre os pontos de atenção, considerando a Rede de

Atenção à Saúde e os recursos comunitários disponíveis;

X - Registrar no prontuário da mulher e do recém-nascido as informações

inerentes ao processo de cuidar, de forma clara, objetiva e completa;

XI - Emitir a Declaração de Nascido Vivo - DNV, conforme a Lei nº 12.662,

de 5 de junho de 2012, que regula a expedição e a validade nacional da

Declaração de Nascido Vivo.

XII - Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas

necessárias ao acompanhamento e avaliação do processo de cuidado;

XIII - Promover educação em saúde, baseado nos direitos sexuais,

reprodutivos e de cidadania;

XIV - Participar do planejamento de atividades de ensino e zelar para que os

estágios de formação profissional sejam realizados em conformidade com a

legislação de Enfermagem vigente;

XV - Promover, participar e ou supervisionar o processo de educação

permanente e qualificação da equipe de enfermagem, considerando as

evidencias cientificas e o modelo assistencial do Centro de Parto Normal ou

Casa de Parto, centrado na mulher e na família;

Page 26: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

25

XVI - Participar de Comissões atinentes ao trabalho e a filosofia do Centro

de Parto Normal ou Casa de Parto, como: comissão de controle de infecção

hospitalar, de investigação de óbito materno e neonatal, de ética, entre

outras;

XVII - Participar de ações interdisciplinares e Inter setoriais, entre outras,

que promovam a saúde materna e infantil;

XVIII - Notificar todos os óbitos maternos e neonatais aos Comitês de

Mortalidade Materna e Infantil/Neonatal da Secretaria Municipal e/ou

Estadual de Saúde, em atendimento ao imperativo da Portaria GM/MS nº

1.119, de 05 de junho de 2008, ou outra que a substitua;

Parágrafo único. Aos Enfermeiros Obstetras e Obstetrizes além das

atividades dispostas nesse artigo compete ainda:

a) Emissão de laudos de autorização de internação hospitalar (AIH) para o

procedimento de parto normal sem distócia, realizado pelo Enfermeiro (a)

Obstetra, da tabela do SIH/SUS;

b) Identificação das distócias obstétricas e tomada de providências

necessárias, até a chegada do médico, devendo intervir, em conformidade

com sua capacitação técnico-científica, adotando os procedimentos que

entender imprescindíveis, para garantir a segurança da mãe e do recém-

nascido;

c) Realização de episiotomia e episiorrafia (rafias de lacerações de primeiro

e segundo grau) e aplicação de anestesia local, quando necessária;

d) Acompanhamento obstétrico da mulher e do recém-nascido, sob seus

cuidados, da internação até a alta.

Art. 4º Ao Enfermeiro Responsável Técnico do Centro de Parto Normal ou

Casa de Parto, além do disposto no Art. 3º, incumbe ainda:

I - Gerenciar o Cento de Parto Normal ou Casa de Parto, supervisionar a

equipe multiprofissional sob sua responsabilidade; e atuar de forma

colaborativa com a equipe multiprofissional e interdisciplinar dos serviços

aos quais está vinculada;

II - Submeter ao Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição,

regimento interno, manuais de normas e rotinas, protocolos, instrumentos

Page 27: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

26

administrativos e afins, elaborados ou atualizados, relacionados à

Assistência de Enfermagem à mulher e ao Recém-Nascido no Centro de

Parto Normal ou Casa de Parto;

III - Zelar pelas atividades privativas do enfermeiro obstetra, obstetriz e da

equipe de enfermagem, sob sua supervisão, em conformidade com os

preceitos éticos e legais da Enfermagem.

IV - Manter atualizado o cadastro dos profissionais responsáveis pela

atenção ao parto e nascimento no Centro de Parto Normal ou Casa de

Parto, junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde.

V - Providenciar junto às Autoridades competentes todos os documentos

legais necessários à regularização do funcionamento da Unidades sob sua

responsabilidade;

VI - Cumprir e fazer cumprir a legislação do exercício profissional de

enfermagem e o Código de Ética dos Profissionais da Enfermagem.

Art. 5º Os casos omissos serão resolvidos pelo COFEN.

Art. 6º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação,

revogando-se as disposições em contrário, em especial as Resoluções

COFEN nºs 477/2015, 478/2015 e 479/2016.

MANOEL CARLOS N. DA SILVA

Presidente do Conselho

MARIA R. F. B. SAMPAIO

Primeira-Secretária Publicado no DO em 27 jun 2016

Page 28: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

27

Anexo 3: Ofícios encaminhados ao PAISMCA estadual, à Superintendência

de Hospitais Pediátricos e Maternidades (SHPM) da Subsecretaria de

Atenção Hospitalar, emergências e Urgências (SUBHUE) da SMS/RJ e para

os gestores de maternidades e SMS sobre a avaliação da situação da

enfermagem obstétrica

Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro

Fórum Perinatal da Região Metropolitana I

Grupo de Trabalho de Enfermagem Obstétrica

Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2016

À Coordenação do Fórum Perinatal

Com vistas à:

Myrian Coelho Cunha da Cruz

Coordenadora da Área Técnica de Saúde da Mulher, Criança, Adolescente e

Aleitamento Materno do Estado do Rio de Janeiro

O Grupo de Trabalho (GT) de Enfermagem Obstétrica, vinculado ao Fórum

Perinatal da Região Metropolitana I, da Secretaria Estadual de Saúde, foi criado no

final de 2015, com o objetivo inicial de discutir como a enfermagem obstétrica pode

contribuir para melhorar a saúde materna e perinatal. Os encontros mensais tiveram

início em janeiro de 2016, com uma participação expressiva de profissionais das

maternidades, universidades, secretarias de saúde, residentes de enfermagem

obstétrica dos vários programas e especializandos, em sua maioria do município do Rio

de Janeiro.

Como resultado dos encontros foi identificado a necessidade de algumas

informações importantes para subsidiar as discussões sobre a contribuição da

enfermagem obstétrica, tais como qual o resultado do nosso cuidado?

Page 29: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

28

Ao investigar os Sistemas de Informações do DATASUS como o CNES, SIH e

SINASC, na base estadual e federal, observamos que os mesmos não oportunizam o

acesso a alguns campos que permitem a identificação do profissional que prestou o

cuidado, como o campo 49 do SINASC e o CBO do profissional responsável pela

internação hospitalar.

Através dos dados encaminhados prontamente por esta coordenação,

observamos algumas incongruências, como em 2015, no município de Mesquita,

apenas 05 partos por enfermeiros, sendo que estes profissionais atuam no Hospital da

Mãe, com assistência ao parto sem risco.

Considerando a importância da identificação das informações de saúde no SUS

e que estas subsidiam os Sistemas de Vigilância em Saúde e os gestores no

planejamento, avaliação e coordenação das Políticas de Atenção Perinatal do Rio de

Janeiro, indicamos a necessidade de serem realizadas as seguintes adequações:

- Rever e atualizar o registro de todas as enfermeiras obstétricas no Cadastro

Nacional de Saúde (CNES), que atuam no Centro Obstétrico do Hospital da Mãe de

Mesquita e avaliar se as outras maternidades atualizaram o cadastro.

- Rever e adequar o preenchimento do campo 49 da Declaração de Nascidos

Vivos (DNV), onde há a especificação do profissional que atendeu o parto, para que

apresente corretamente esta informação.

Desde já agradecemos a colaboração e parceria.

Atenciosamente,

_______________________________

Edymara Tatagiba Medina

Coordenadora do GT de Enfermagem Obstétrica

Page 30: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

29

Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2016

À Coordenação do Fórum Perinatal

Com vistas à:

Myrian Coelho Cunha da Cruz

Coordenadora da Área Técnica de Saúde da Mulher, Criança, Adolescente e

Aleitamento Materno do estado do rio de janeiro

O Grupo de Trabalho (GT) de Enfermagem Obstétrica, vinculado ao Fórum

Perinatal da Região Metropolitana I, da Secretaria Estadual de Saúde, foi criado no

final de 2015, com o objetivo inicial de discutir como a enfermagem obstétrica pode

contribuir para melhorar a saúde materna e perinatal. Os encontros mensais tiveram

início em janeiro de 2016, com uma participação expressiva de profissionais das

maternidades, universidades, secretarias de saúde, residentes de enfermagem

obstétrica dos vários programas e especializandos, em sua maioria do município do Rio

de Janeiro.

Como resultado dos encontros foi identificado a necessidade de algumas

informações importantes para subsidiar as discussões sobre a contribuição da

enfermagem obstétrica, tais como qual o resultado do nosso cuidado?

Ao investigar os Sistemas de Informações do DATASUS como o CNES, SIH e

SINASC, na base estadual e federal, observamos que os mesmos não oportunizam o

acesso a alguns campos que permitem a identificação do profissional que prestou o

cuidado, como o campo 49 do SINASC e o CBO do profissional responsável pela

internação hospitalar.

Considerando a importância da identificação das informações de saúde no SUS

e que estas subsidiam os Sistemas de Vigilância em Saúde e os gestores no

planejamento, avaliação e coordenação das Políticas de Atenção Perinatal do Rio de

Janeiro, indicamos a necessidade de serem realizadas as seguintes adequações:

- Adequar a janela do TABNET do SINASC para incluir o campo 49 da Declaração

de Nascidos Vivos (DNV), onde há a especificação do profissional que atendeu o parto.

Page 31: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

30

- Avaliar e incluir uma janela no Sistema de Informações Hospitalares (SIH), que

especifica o CBO do profissional que assinou a AIH nas maternidades, conforme

previsto pela Portaria GM nº 2815 de 29/05/1998, que incluiu o procedimento Parto

Normal sem distócia realizado por Enfermeiro obstétrico e a Portaria GM 743 de

20/12/2005, que estabelece a emissão de laudo de AIH por este profissional, conforme

quadro abaixo disponibilizado pelo TABNET do município do Rio de Janeiro:

Desde já agradecemos a colaboração e parceria.

Atenciosamente,

_______________________________

Edymara Tatagiba Medina

Coordenadora do GT de Enfermagem Obstétrica

Page 32: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

31

Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro

Fórum Perinatal da Região Metropolitana I

Grupo de Trabalho de Enfermagem Obstétrica

Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2016

À Coordenação do Fórum Perinatal

Com vistas à:

Carla Lopes Porto Brasil

Superintendência de Hospitais Pediátricos e Maternidades da Secretaria

Municipal de saúde do Rio de Janeiro

O Grupo de Trabalho (GT) de Enfermagem Obstétrica, vinculado ao Fórum

Perinatal da Região Metropolitana I, da Secretaria Estadual de Saúde, foi criado no

final de 2015, com o objetivo inicial de discutir como a enfermagem obstétrica pode

contribuir para melhorar a saúde materna e perinatal. Os encontros mensais tiveram

início em janeiro de 2016, com uma participação expressiva de profissionais das

maternidades, universidades, secretarias de saúde, residentes de enfermagem

obstétrica dos vários programas e especializandos, em sua maioria do município do Rio

de Janeiro.

A secretaria Municipal de Saúde tem uma longa tradição na implementação e

valorização do trabalho da enfermagem obstétrica como política pública desde final da

década de 90, assim como a criação da primeira residência em Enfermagem

Obstétrica, em parceria com a faculdade de Enfermagem da UERJ, contribuindo para a

mudança de modelo na assistência ao parto e nascimento, ressignificando o cuidado

no Município do Rio de Janeiro.

Esta secretaria também inovou com a criação dos indicadores da enfermagem

obstétrica, possibilitando a visibilidade do trabalho desenvolvido nas maternidades

municipais para os gestores locais.

Mediante o exposto foi identificado a necessidade de algumas informações

importantes para subsidiar as discussões sobre a contribuição da enfermagem

obstétrica na melhora da saúde materna e perinatal como a visibilidade do cuidado

para o público em geral, através de janelas no TABNET Municipal.

Ao investigar os Sistemas de Informações do DATASUS como o CNES, SIH e

SINASC, na base municipal, estadual e federal, observamos que os mesmos não

oportunizam o acesso a alguns campos que permitem a identificação do profissional

que prestou o cuidado, como o campo 49 do SINASC, embora no município do Rio, foi

Page 33: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

32

disponibilizado a consulta da AIH pelo CBO do profissional responsável pela realização

do procedimento parto normal.

Considerando a importância da identificação das informações de saúde no SUS

e que estas subsidiam os Sistemas de Vigilância em Saúde e os gestores no

planejamento, avaliação e coordenação das Políticas de Atenção Perinatal do Rio de

Janeiro, indicamos a necessidade de serem realizadas as seguintes adequações:

- Rever e adequar a janela do TABNET do SINASC o preenchimento do campo

49 da Declaração de Nascidos Vivos (DNV), onde há a especificação do profissional que

atendeu o parto.

- Rever e adequar o preenchimento correto do Sistema de Informações

Hospitalares (SIH), conforme previsto pela Portaria GM nº 2815 de 29/05/1998, que

incluiu o procedimento Parto Normal sem distócia realizado por Enfermeiro obstétrico

e a Portaria GM 743 de 20/12/2005, que estabelece a emissão de laudo de AIH por

este profissional, através da janela que especifica o CBO do profissional que assinou a

AIH nas maternidades, pois ao cruzar estas variáveis, não apareceram todas as

maternidades, conforme quadro abaixo:

Desde já agradecemos a colaboração e parceria.

Atenciosamente

_______________________________

Edymara Tatagiba Medina

Coordenadora do GT de Enfermagem Obstétrica

Page 34: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

33

Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro

Fórum Perinatal da Região Metropolitana I

Grupo de Trabalho de Enfermagem Obstétrica

Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2016

Prezado Gestor,

O Grupo de Trabalho (GT) de Enfermagem Obstétrica, vinculado ao Fórum

Perinatal da Região Metropolitana I, da Secretaria Estadual de Saúde, foi criado no

final de 2015, com o objetivo inicial de discutir como a enfermagem obstétrica pode

contribuir para melhorar a saúde materna e perinatal. Os encontros mensais tiveram

início em janeiro de 2016, com uma participação expressiva de profissionais das

maternidades, universidades, secretarias de saúde, residentes de enfermagem

obstétrica dos vários programas e especializandos, em sua maioria do município do Rio

de Janeiro.

Como resultado dos encontros foi identificado a necessidade de algumas

informações importantes para subsidiar as discussões sobre a contribuição da

enfermagem obstétrica, tais como: quantos somos e onde estamos?

Ao investigar nos Sistemas de Informações do DATASUS como Cadastro

Nacional de Saúde (CNES), para saber esta informação, percebemos que em várias

unidades com a atuação da enfermagem obstétrica não tinha este profissional

cadastrado de forma correta, inviabilizando a busca desta informação através do CNES.

Por conta disso foi criado dois instrumentos de coleta de dados sobre a

Situação da Enfermagem Obstétrica nos municípios da Região Metropolitana I, para

serem preenchidos pelas Secretarias Municipais de Saúde e pelas direções de

enfermagem das maternidades públicas destes Municípios, para que possamos ter um

real retrato da presença da enfermagem obstétrica nestas instituições.

Você estará recebendo estes instrumentos de avaliação no Fórum ou por email

e deverão ser escaniados e devolvidos por email após o preenchimento do mesmo, ou

entregues pelo representante na reunião do GT.

Desde já agradecemos a colaboração e parceria.

Page 35: Grupo de Trabalho da Enfermagem Obstétrica- GTEO …

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Atenciosamente,

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Edymara Tatagiba Medina

Coordenadora do GT de Enfermagem Obstétrica

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