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GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 1
ANTECEDENTES E VISÃO GERAL
Guia de Implementação da Lista de Verificação da OMS para
Partos Seguros
Melhorar a qualidade dos partos realizados em unidades de saúde para as mães e recém-nascidos.
Guia de Implemntação da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros: melhorar a qualidade dos partos realizados em
unidades de saúde para as mães e os recém-nascidos. [WHO safe childbirth checklist implementation guide: improving the
quality of facility-based delivery for mothers and newborns]
ISBN 978-92-4-854945-8
© Organização Mundial da Saúde 2017
Alguns direitos reservados. Este trabalho é disponibilizado sob licença de Creative Commons Attribution-NonCommercial-
ShareAlike 3.0 IGO (CC BY-NC-SA 3.0 IGO; https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/igo/).
Nos termos desta licença, é possível copiar, redistribuir e adaptar o trabalho para fins não comerciais, desde que dele se faça
a devida menção, como abaixo se indica. Em nenhuma circunstância, deve este trabalho sugerir que a OMS aprova uma
determinada organização, produtos ou serviços. O uso do logótipo da OMS não é autorizado. Para adaptação do trabalho, é
preciso obter a mesma licença de Creative Commons ou equivalente. Numa tradução deste trabalho, é necessário acrescentar
a seguinte isenção de responsabilidade, juntamente com a citação sugerida: “Esta tradução não foi criada pela Organização
Mundial da Saúde (OMS). A OMS não é responsável, nem pelo conteúdo, nem pelo rigor desta tradução. A edição original em
inglês será a única autêntica e vinculativa”.
Qualquer mediação relacionada com litígios resultantes da licença deverá ser conduzida em conformidade com o
Regulamento de Mediação da Organização Mundial da Propriedade Intelectual.
Citação sugerida. Guia de Implemntação da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros: melhorar a qualidade dos partos
realizados em unidades de saúde para as mães e os recém-nascidos. [WHO safe childbirth checklist implementation guide:
improving the quality of facility-based delivery for mothers and newborns]. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2017.
Licença: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.
Dados da catalogação na fonte (CIP). Os dados da CIP estão disponíveis em http://apps.who.int/iris/.
Vendas, direitos e licenças. Para comprar as publicações da OMS, ver http://apps.who.int/bookorders. Para apresentar pedidos
para uso comercial e esclarecer dúvidas sobre direitos e licenças, consultar http://www.who.int/about/licensing.
Materiais de partes terceiras. Para utilizar materiais desta publicação, tais como quadros, figuras ou imagens, que sejam
atribuídos a uma parte terceira, compete ao utilizador determinar se é necessária autorização para esse uso e obter a devida
autorização do titular dos direitos de autor. O risco de pedidos de indemnização resultantes de irregularidades pelo uso de
componentes da autoria de uma parte terceira é da responsabilidade exclusiva do utilizador.
Isenção geral de responsabilidade. As denominações utilizadas nesta publicação e a apresentação do material nela contido
não significam, por parte da Organização Mundial da Saúde, nenhum julgamento sobre o estatuto jurídico ou as autoridades de
qualquer país, território, cidade ou zona, nem tampouco sobre a demarcação das suas fronteiras ou limites. As linhas ponteadas
e tracejadas nos mapas representam de modo aproximativo fronteiras sobre as quais pode não existir ainda acordo total.
A menção de determinadas companhias ou do nome comercial de certos produtos não implica que a Organização Mundial
da Saúde os aprove ou recomende, dando-lhes preferência a outros análogos não mencionados. Salvo erros ou omissões, uma
letra maiúscula inicial indica que se trata dum produto de marca registado.
A OMS tomou todas as precauções razoáveis para verificar a informação contida nesta publicação. No entanto, o material
publicado é distribuído sem nenhum tipo de garantia, nem expressa nem implícita. A responsabilidade pela interpretação e
utilização deste material recai sobre o leitor. Em nenhum caso se poderá responsabilizar a OMS por qualquer prejuízo resultante
da sua utilização.
Concepção e arranjo gráfico de Complex Stories, Boston, EUA
Guia de Implementação da Lista de Verificação da OMS para
Partos SegurosMelhorar a qualidade dos partos realizados em
unidades de saúde para as mães e recém-nascidos.
CO
NT
ENTS
Introdução ao Guia de Implementação 6
20
14
Anexos 30
Glossário 46
Referências
Agradecimentos
Materiais para partos seguros
Guia para a realização de um evento de lançamento
Lista de Verificação da OMS para Partos SegurosIlustrações dos pontos de pausa
Princípios de uma tutoria eficaz
Instrumento de observação
Instrumento de tutoria
8
88
10
11
21
24
25
30
32
34
36
39
43
Antecedentes e Visão Geral da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros
Elaboração da ListaEvidências dos testes
Visão geral da Lista de Verificação da OMSSugestões para o uso da Lista de Verificação
Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros
Implementação da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros
EnvolvimentoLançamento
Apoio
46
60
61
Descrição dos itens da Lista de Verificaçãos
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 5
ANTECEDENTES E VISÃO GERAL
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 6
Em 2013, 289 000 mulheres morreram durante e após a gravidez e o parto e
2,8 milhões de recém-nascidos morreram nos 28 dias seguintes ao nascimento.
A maioria dessas mortes ocorreu em contextos de baixos rendimentos e podia ter
sido evitada.1
O parto é um processo complexo e, por isso, é essencial que esteja disponível tudo
aquilo que é necessário para garantir que, tanto a mãe como o recém-nascido,
recebam os cuidados mais seguros possíveis. As Listas de Verificação são instru-
mentos úteis para organizar esses complexos e importantes processos e são usadas
há muito tempo, para que os seus utilizadores se lembrem das tarefas que são es-
senciais, para prestarem cuidados melhores e mais seguros em diversos contextos.1,2
A Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros foi concebida como um in-
strumento para melhorar a qualidade dos cuidados prestados às mulheres que
dão à luz. A Lista de Verificação é uma lista organizada de práticas essenciais de
parto, baseadas em evidências, que visa as principais causas de morte materna, de
nados-mortos por causas intraparto e das mortes neonatais que ocorrem em uni-
dades de saúde, em todo o mundo. Cada item da Lista de Verificação é uma acção
crítica que, se não for cumprida, poderá provocar sérios danos à mãe, ao recém-na-
scido ou a ambos.
A experiência com outros instrumentos de segurança para os doentes, incluindo a
Lista de Verificação da OMS para a Segurança Cirúrgica, mostra que fornecer sim-
plesmente a Lista de Verificação a um profissional de saúde ou pedir que uma uni-
dade ou sistema usem um instrumento de segurança do doente não resulta num
uso generalizado e consistente da Lista de Verificação ou do instrumento, nem
essas estratégias conduzem a melhores cuidados para os doentes.2 Consequente-
mente, este guia foi elaborado para ajudar as parteiras e os chefes dos cuidados de
saúde a usarem correctamente a Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros.
Inspirámo-nos nas lições aprendidas por uma grande variedade de profissionais de
saúde, que testaram, usaram e defenderam a Lista de Verificação em todo o mundo.
O presente guia descreve o uso e a implementação da Lista de Verificação.
Nele se indica o modo de introduzir e assegurar o uso contínuo da Lista, envol-
vendo as partes interessadas relevantes, o modo de proceder ao seu lançamento
formal e o modo de prestar apoio, através da tutoria e partilha de dados. Os anexos
apresentam uma descrição mais pormenorizada de todos os itens da Lista de
Verificação, assim como recursos úteis para complementar a abordagem de imple-
mentação descrita.
ESTE GUIA DE IMPLEMEN-TAÇÃO E A LISTA DE VER-IFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS ESTÃO TAMBÉM DISPONÍVEIS ONLINE EM: http://www.who.int/pa-tientsafety/implementation/checklists/childbirth_portu-guese/en/
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 7
ANTECEDENTES E VISÃO GERAL
ANTECEDENTES E VISÃO GERAL
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 8
ANTECEDENTES E VISÃO GERAL
O parto é um processo complexo, com muitos passos que são necessários, mas, por vezes,
difíceis e, por vezes, complicados, para assegurar que tanto a mãe como o recém-nascido re-
ceberão os cuidados mais seguros possíveis. A maioria das pessoas considera difícil lembrar-se
simplesmente de toda a informação relevante; na verdade, cumprir todos os passos correcta-
mentee na ordem certa é um desafio ainda maior. Mas em contextos como restaurantes e es-
taleiros de obras, aviões e hospitais, os profissionais usam com sucesso as Listas de Verificação,
para organizarem e colocarem por ordem uma grande quantidade de informação complexa,
para se lembrarem de executar tarefas cruciais e para desempenharem os seus deveres com
maior eficácia, eficiência e segurança.3
Elaboração da Lista de VerificaçãoCom estas evidências em mente, a Organização Mundial da Saúde — com o contributo de en-
fermeiras, parteiras, obstetras, pediatras, clínicos gerais, especialistas em segurança dos doentes
e doentes de todo o mundo — elaborou a Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros (a
Lista de Verificação), para ajudar os profissionais de saúde a prestarem cuidados de alta quali-
dade durante os partos nas unidades de saúde, desde o momento em que a mãe chega até ao
momento em que a mãe e o seu recém-nascido deixam a unidade de saúde.3,4
A Lista de Verificação é constituída por práticas baseadas em evidências e organizada em
quatro diferentes pontos de pausa. Com base nas orientações da OMS, os itens incluídos na
Lista de Verificação ajudam a evitar as principais causas mundiais de óbitos maternos, de
nados-mortos por causas intraparto e de mortes neonatais (incluindo hemorragias, infecções,
trabalho de parto obstruido, hipertensão e complicações dos partos prematuros). Cada tarefa
da Lista de Verificação é uma acção crucial que, se não for executada, pode provocar sérios
danos à mãe, ao recém-nascido, ou a ambos.
Evidências dos testes A Organização Mundial da Saúde fez inúmeros testes à Lista de Verificação. A edição-piloto
da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros foi submetida a avaliações no terreno, em
nove países, as quais forneceram importantes informações. A OMS usou estas informações
para rever a Lista de Verificação, que foi depois testada no terreno no Estado de Karnataka, na
Índia. Observou-se que a utilização, em cada parto, das práticas essenciais de parto baseadas
em evidências aumentou, de uma média de 10 em cada 29 práticas, antes da introdução da
Lista de Verificação, para uma média de 25 em cada 29 práticas, depois da introdução da Lista
de Verificação.2
Depois deste estudo-piloto em Karnataka, foi concebido um grande ensaio de controlo ale-
atório, para seguir 116 000 partos em Uttar Pradesh, o estado mais populoso da Índia. Este en-
saio – o Programa BetterBirth (Parto Melhor) – que ainda está a decorrer, determinará o efeito
da introdução bem sucedida de uma Lista de Verificação sobre os resultados da saúde materna
e neonatal. Os resultados preliminares das primeiras cinco unidades de saúde que participaram
no programa BetterBirth são prometedores. Antes da introdução da Lista de Verificação, as uni-
dades de saúde efectuavam apenas cinco das 17 práticas de parto avaliadas no ensaio. Contu-
do, depois do programa BetterBirth ter introduzido a Lista de Verificação – usando muitos dos
instrumentos e estratégias aqui apresentadas – as parteiras das unidades de saúde passaram a
usar consistentemente 16 das práticas de parto. No Rajastão, na Índia, ao abrigo do programa
Jhpiego, a Lista de Verificação foi usada em 101 unidades públicas, com o apoio da Fundação
do Fundo de Investimento para as Crianças (CIFF) e em parceria com o Governo do Rajastão.
IMPORTÂNCIA DA LISTA DE VERIFICAÇÃO:Está comprovado que estas práticas seguras de parto reduzem os danos para as mães e os recém-nascidos.
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 9
ANTECEDENTES E VISÃO GERAL
Os primeiros resultados do programa Jhpiego demonstraram uma melhor qualidade dos cuida-
dos nas unidades do sector público e o estado de Andhra Pradesh e Gujarat já introduziram a
Lista de Verificação em várias unidades de saúde públicas.
Juntamente com estes esforços para testar a Lista de Verificação, a OMS, em parceria com os
Laboratórios Ariadne, criou a Colaboração da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros
(Colaboração da OMS), para explorar as circunstâncias que influenciam o uso da Lista de Ver-
ificação em todo o mundo. De Novembro de 2012 a Março de 2015, trinta e quatro grupos
registaram projectos com a Colaboração da OMS, abrangendo 29 países e 234 locais. Os grupos
exploraram muitas questões relativas ao modo e motivos por que algumas unidades usavam a
Lista de Verificação pronta, eficaz e consistentemente, enquanto outras não.
Para recolher e documentar as lições aprendidas por estes 34 grupos, realizou-se um inquérito
abrangente sobre a introdução e o uso da Lista de Verificação.
representando e .
registaram projectos com a Colaboração,34GRUPOS 29
PAÍSES234
LOCAIS
De Novembro de 2012 até Março de 2015, um total
de
PROCESSO DO PARTOCUIDADOSCONTINUADOS
OS MOMENTOSCERTOS PARAPARAR EVERIFICARA Lista de Verificaçãoda OMS para PartosSeguros destina-se aser usada em quatropontos de pausa,durante os partosrealizados emunidades de saúde:
PARTO ALTAADMISSÃO
PONTO DE PAUSA 1: NA ADMISSÃOÉ importante examinar a mãe no momento da admissão, para detectar e tratar compli-cações que ela já possa ter, confirmar se precisa de ser transferida para outra unidade, para a preparar, e ao seu acom-panhante, para o trabalho de parto e o parto e para os educar também sobre os sinais de perigo para os quais devem pedir ajuda.
PONTO DE PAUSA 2: ANTES DA EXPULSÃO (ou antes da cesariana)
Examinar a mãe imediatamente antes da expulsão (ou antes da cesariana) é impor-tante para detectar e tratar complicações que possam ocorrer durante o trabalho de parto e preparar para eventos de rotina e possíveis situações de crise que possam ocorrer depois do parto.
PONTO DE PAUSA 3: LOGO APÓS O NASCIMENTO (no espaço de uma hora)É importante examinar a mãe e o bebé logo a seguir ao nascimento (no espaço de 1 hora), para detectar e tratar compli-cações que possam ocorrer depois do parto e educar a mãe e o seu acompan-hante sobre os sinais de perigo para os quais devem pedir ajuda.
PONTO DE PAUSA 4: ANTES DA ALTA É importante examinar a mãe e o recém-nascidoantes da alta, para ter a certeza de que a mãe e o bebé estão saudáveis, antes da alta, que está tudo preparado para o seguimento, que as opções de planeamento familiar foram discutidas e oferecidas à mãe e ao seu acompan-hante e que a educação sobre sinais de perigo a procurar, tanto na mãe como no bebé, foi dada, para o caso de serem necessários cuidados especializados imediatos.
1 2 3 4
CHECKLISTReferralCriteria
CHECKLIST ReferralCriteria
CHECKLIST Danger Signs
CHECKLIST
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 10
ANTECEDENTES E VISÃO GERAL
Os resultados deste inquérito melhoraram muito a compreensão sobre o modo de tornar a
Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros mais eficaz, com vista a melhorar os cuida-
dos prestados às mães e aos recém-nascidos nas várias regiões do mundo. Muitas das lições
e experiências do inquérito são partilhadas neste guia.
Visão Geral da Lista de Verificação da OMS para Partos SegurosA Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros ajuda os profissionais de saúde a desem-
penharem as práticas essenciais de parto, nos momentos críticos durante o nascimento, em
todos os partos. O parto caracteriza-se por eventos que tanto são de rotina como inespera-
dos, podendo ocorrer complicações imprevisíveis para a mãe, o recém-nascido, ou ambos.
Embora não seja possível, numa única Lista de Verificação, enumerar todas as práticas que
são necessárias em cada parto, a Lista de Verificação apresenta um conjunto de práticas es-
senciais que, comprovadamente, reduzem os danos possíveis para mães e recém-nascidos.
Na elaboração da Lista de Verificação, foi considerada a sequência de rotina dos eventos e
as práticas essenciais do parto foram agrupadas em quatro secções. As quatro secções, ou
pontos de pausa, são pontos específicos no tempo em que as parteiras devem “verificar” se
aplicaram todas as práticas essenciais do parto. Estes pontos de pausa permitem às parteiras
fazer as suas “verificações” nos momentos em que podem proteger a mãe e o bebé contra
complicações perigosas, mas os pontos de pausa também se fazem quando é conveniente
que as parteiras dediquem algum tempo a fazer as verificações.
Cada ponto da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros é descrito em mais pormenor no GLOSSÁRIO.
PROCESSO DO PARTOCUIDADOSCONTINUADOS
OS MOMENTOSCERTOS PARAPARAR EVERIFICARA Lista de Verificaçãoda OMS para PartosSeguros destina-se aser usada em quatropontos de pausa,durante os partosrealizados emunidades de saúde:
PARTO ALTAADMISSÃO
PONTO DE PAUSA 1: NA ADMISSÃOÉ importante examinar a mãe no momento da admissão, para detectar e tratar compli-cações que ela já possa ter, confirmar se precisa de ser transferida para outra unidade, para a preparar, e ao seu acom-panhante, para o trabalho de parto e o parto e para os educar também sobre os sinais de perigo para os quais devem pedir ajuda.
PONTO DE PAUSA 2: ANTES DA EXPULSÃO (ou antes da cesariana)
Examinar a mãe imediatamente antes da expulsão (ou antes da cesariana) é impor-tante para detectar e tratar complicações que possam ocorrer durante o trabalho de parto e preparar para eventos de rotina e possíveis situações de crise que possam ocorrer depois do parto.
PONTO DE PAUSA 3: LOGO APÓS O NASCIMENTO (no espaço de uma hora)É importante examinar a mãe e o bebé logo a seguir ao nascimento (no espaço de 1 hora), para detectar e tratar compli-cações que possam ocorrer depois do parto e educar a mãe e o seu acompan-hante sobre os sinais de perigo para os quais devem pedir ajuda.
PONTO DE PAUSA 4: ANTES DA ALTA É importante examinar a mãe e o recém-nascidoantes da alta, para ter a certeza de que a mãe e o bebé estão saudáveis, antes da alta, que está tudo preparado para o seguimento, que as opções de planeamento familiar foram discutidas e oferecidas à mãe e ao seu acompan-hante e que a educação sobre sinais de perigo a procurar, tanto na mãe como no bebé, foi dada, para o caso de serem necessários cuidados especializados imediatos.
1 2 3 4
CHECKLISTReferralCriteria
CHECKLIST ReferralCriteria
CHECKLIST Danger Signs
CHECKLIST
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 11
ANTECEDENTES E VISÃO GERAL
Todos os itens da Lista de Verificação são importantes para todas as mães e
para todos os partos — as parteiras devem sempre consultar a Lista de Verificação
em cada ponto de pausa, mesmo que confiem nos seus conhecimentos sobre
práticas de parto
As parteiras devem usar uma Lista de Verificação para cada mãe, e essa Lista
de Verificação deve acompanhar a mãe e o bebé de local para local e de parteira
para parteira
Embora a Lista de Verificação possa, a princípio, parecer complicada e morosa,
rapidamente permitirá às parteiras executarem as práticas de parto essenciais
mais facilmente e com maior segurança
SUGESTÕES PARA O USO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
Em muitas unidades de saúde, os pontos de pausa não se realizam no mesmo local. Por
exemplo, o ponto de pausa 1 pode ter lugar na recepção, o ponto de pausa 2 pode ter lugar
na sala de partos, o ponto de pausa 3 pode ter lugar na sala de recobro e o ponto de pausa
4 pode ter lugar na enfermaria pós-parto. Nas unidades de saúde com uma única sala de
partos, todos os pontos de pausa podem ocorrer nesse local. Cada unidade de saúde deter-
mina, com base nas suas necessidades e práticas, o local onde as parteiras farão as suas ver-
ificações, durante cada um dos quatro pontos de pausa. Se os pontos de pausa se realizarem
em locais diferentes, a Lista de Verificação deve “acompanhar” a mãe e o recém-nascido,
quando eles passam de uma sala para outra. Em muitas situações, manter a Lista de Verifi-
cação juntamente com a ficha da mãe ou o registo médico permitirá à parteira encontrá-la
mais facilmente, quando dela precisar.
Sugestões para o uso da Lista de Verifi-cação da OMS para Partos Seguros As Listas de Verificação podem ser, normalmente, usadas de duas maneiras: em “Ler-Fazer,”
deve ler-se, primeiro, o item da Lista de Verificação e depois completar a tarefa. Em “Faz-
er-Confirmar”, deve completar-se a tarefa e depois ler o ponto da Lista de Verificação, para
confirmar que a tarefa foi realizada. Pode usar-se qualquer um dos métodos, embora alguns
considerem mais fácil o método ”Ler-Fazer”, especialmente quem esteja a iniciar o uso da
Lista de Verificação.
Para maior ajuda às parteiras, a Lista de Verificação inclui informação adicional à direita de
cada item. Por exemplo, para o item relacionado com o partograma, a Lista de Verificação
apresenta uma descrição do modo como se deve usar um partograma. As parteiras devem
consultar essa informação suplementar, à medida que dela necessitarem. Depois de usarem
repetidamente a Lista de Verificação, é natural que as parteiras memorizem essa informação;
no entanto, devem continuar a usar a Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros em
cada ponto de pausa, em todos os partos, para terem a certeza de que estarão sempre a
executar todas as práticas essenciais de parto.
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 12
ANTECEDENTES E VISÃO GERAL
Vários itens da Lista de Verificação requerem a administração de medicamentos, como an-
tibióticos, sulfato de magnésio, anti-hipertensivos e oxitocina. A Lista de Verificação não indi-
ca antibióticos nem anti-hipertensivos específicos, porque as orientações usadas em todo
o mundo poderão requerer fármacos diferentes em locais diferentes. Ao adaptar-se a Lista
de Verificação a uma unidade de saúde, os antibióticos devem ser seleccionados de acordo
com as orientações do país ou da OMS. Do mesmo modo, a dosagem e os tratamentos
com todos os medicamentos devem ser planeados de acordo com essas orientações.
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 13
ANTECEDENTES E VISÃO GERAL
LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
Na Admissão
LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROSANTES DO PARTO
Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros
Verificar os critérios da unidade de saúde
Pedir ajuda, se houver:• Hemorragia• Dor abdominal grave• Dor de cabeça forte ou distúrbio visual • Incapacidade de urinar• Necessidade de fazer força
Perguntar se tem alergias, antes da administração de qualquer medicamento Dar antibiótico à mãe, se:• A temperatura ≥38°C • História de corrimento vaginal fétido• Rotura de membranas >18 h
Administrar sulfato de magnésio à mãe, se: • A TA diastólica for ≥110 mmHg e proteinúria 3+ • A TA diastólica for ≥90 mmHg e proteinúria 2+ e se houver dor de cabeça
grave, distúrbio visual, dor epigástrica
Administrar anti-hipertensivo à mãe, se a TA sistólica for >160 mmHg• Objectivo: manter a TA <150/100 mmHg
A mãe tem de ser transferida? Não Sim, organizada
Partograma iniciado? Não, inicia a partir de ≥4cm Sim
A mãe precisa de tomar:
Antibióticos?Não
Sim, administrados
Sulfato de magnésio e tratamentoanti-hipertensivo?NãoSim, sulfato de magnésio administradoSim, anti-hipertensivo administrado
Confirmar se existe material para limpar as mãos e usar luvas em cada exame vaginal.
Encorajar a presença do acompanhante no parto.
Confirmar que a mãe ou o acompahante pedirão ajuda durante o parto, se necessário.
Preenchido por
Começa a registar no partograma quando o cérvix for ≥4 cm, depois o cérvix deve dilatar ≥1 cm/h• A cada 30 min: registar FC, contracções, FC fetal • A cada 2 h: registar a temperatura• A cada 4 h: registar TA
Esta Lista de Verificação não pretende ser exaustiva e não deve substituir as anotações sobre o caso ou o partograma. Acréscimos e modificações de acordo com as práticas locais são encorajadas. Para mais informações sobre recomendações para o uso da Lista de Verificação, consultar o “Guia de Implementação da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros” em: www.who.int/patientsafety.
WHO/HIS/SDS/2015.26 © Organização Mundial da Saúde 2017. Alguns direitos reservados. Este trabalho é disponibilizado sob licença de CC BY-NC-SA 3.0 IGO:https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/igo/
1
Antes da expulsão (ou antes da cesariana)
LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros
Perguntar se tem alergias, antes da administração de qualquer medicamentoAdministrar antibióticos à mãe, na presença de: • Temperatura ≥38 °C• História de corrimento vaginal fétido• Rotura de membranas >18 horas• Cesariana
Dar sulfato de magnésio à mãe, na presença de: • TA diastólica ≥110 mmHg e proteinúria 3+• TA diastólica ≥90 mmHg, proteinúria 2+,
e: forte dor de cabeça, distúrbio visual, dor epigástrica
Dar fármaco anti-hipertensivo à mãe, se TA sistólica >160 mmHg• Objectivo: manter TA <150/100 mmHg
Preparar cuidados à mãe, logo a seguir ao parto: Confirmar que só há um bebé (não mais)1. Dar oxitocina dentro de 1 minuto após o parto2. Retirar a placenta 1-3 minutos após o parto3. Massajar o útero depois da placenta sair4. Confirmar que o útero está contraído
Preparar cuidados ao bebé, logo a seguir ao parto:1. Secar o bebé e mantê-lo quente 2. Se não respirar, estimulá-lo e desobstruir vias aéreas3. Se continuar a não respirar:
• laquear e cortar o cordão• desobstruir as vias aéreas, se necessário• ventilar com balão e máscara• gritar por socorro
A mãe precisa de tomar:
Antibióticos?Não
Sim, administrados
Sulfato de magnésio e tratamento anti-hipertensivo?NãoSim, sulfato de magnésio administrado
Sim, fármaco anti-hipertensivo administrado
Confirmar que existe o material necessário ao lado da cama e preparar o parto:
Para a mãe Luvas Desinfectante de mãos à base de álcool ou
água limpa e sabão Oxitocina 10 unidades na seringa
Para o bebé Toalha limpa Lâmina/tesoura esterilizada para cortar o cordão umbilical
Dispositivo de aspiração Balão e máscara
Preenchido por
2
ANTES DO PARTO
Esta Lista de Verificação não pretende ser exaustiva e não deve substituir as anotações sobre o caso ou o partograma. Acréscimos e modificações de acordo com as práticas locais são encorajadas. Para mais informações sobre recomendações para o uso da Lista de Verificação, consultar o “Guia de Implementação da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros” em: www.who.int/patientsafety.
Assistente identificado e pronto para ajudar no parto, caso seja necessário.
Logo após o parto (no espaço de 1 hora)
Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros
A mãe tem sangramento anormal? Não Sim, pedir ajuda
A mãe precisa de tomar:Antibiotics? Não Sim, administrados
Sulfato de magnésio e tratamento anti-hipertensivo? Não Sim, sulfato de magnésio administrado Sim, fármaco anti-hipertensivo administrado
O bebé precisa de:Transferência? Não Sim, efectivada
Antibióticos? Não Sim, administrados
Cuidados especiais e monitorização? Não Sim, organizados
Amamentação e contacto pele com pele iniciados (se a mãe e o bebé estiverem bem).
Confirmar que a mãe / acompanhante pedirão ajuda, se houver sinais de perigo.
Se sangramento anormal:• Massajar o útero• Considerar mais uterotónico• Iniciar fluidos IV e manter a mãe quente• Tratar a causa: atonia uterina, placenta/fragmentos retidos, lacerações
vaginais, rotura uterina
Perguntar se tem alergias, antes da administração de qualquer medica-mento. Dar antibióticos à mãe, se a placenta for removida manualmente ou se a temperatura da mãe for ≥38 °C e se tiver:• Tremores• Corrimento vaginal fétido
Se a mãe tiver laceração do períneo de terceiro ou quarto grau, dar an-tibióticos para evitar infecção
Dar sulfato de magnésio à mãe, se tiver:• TA diastólica ≥110 mmHg e proteinúria 3+• TA diastólica ≥90 mmHg, proteinúria 2+, e: forte dor de cabeça, distúrbio
visual, dor epigástrica
Dar anti-hipertensivo à mãe, se a TA sistólica >160 mmHg• Objectivo: manter a TA <150/100 mmHg
Verificar os critérios da sua unidade de saúde.
Dar antibióticos ao bebé, se tiverem sido dados antibióticos à mãe para tratamento de uma infecção materna durante o parto ou se o bebé tiver:• Frequência respiratória >60/min ou <30/min• Retracção torácica, gemidos ou convulsões• Reacção lenta aos estímulos• Temperatura do bebé <35 °C (não subindo após aquecimento) ou temperatura do bebé ≥38°C
Prestar cuidados/monitorização especial ao bebé, se:• Prematuro de mais de um mês• Peso à nascença <2500 gramas• Precisar de antibióticos• Precisar de reanimação
Preenchido por
LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
Esta Lista de Verificação não pretende ser exaustiva e não deve substituir as anotações sobre o caso ou o partograma. Acréscimos e modificações de acordo com as práticas locais são encorajadas. Para mais informações sobre recomendações para o uso da Lista de Verificação, consultar o “Guia de Implementação da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros” em: www.who.int/patientsafety.
3
APÓS O PARTO
Antes da alta
Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros
Confirmar a permanência na unidade de saúde durante 24 horas após o parto.
A mãe precisa de tomar antibióticos?
Não Sim, administrar e adiar a alta
A tensão arterial da mãe é normal?
Não, tratar e adiar a alta Sim
A mãe tem sangramento anormal?
Não Sim, tratar e adiar a alta
O bebé precisa de tomar antibióticos?
Não Sim, dar antibióticos, adiar a alta, prestarcuidados especiais
O bebé come bem?
Não, estabelecer boas práticas de amamentação e adiar a alta Sim
Discutir e informar a mãe sobre as opções de planeamento familiar.
Marcar consulta de seguimento e confirmar que a mãe/acompanhante procurarão ajuda, se surgirem sinais de perigo após a alta.
Perguntar se tem alergias, antes da administração de qualquer medicamento.Dar antibióticos à mãe, se:• Temperatura da mãe ≥38 °C• Corrimento vaginal fétido
Dar sulfato de magnésio à mãe, se:• TA diastólica ≥110 mmHg e proteinúria 3+• TA diastólica ≥90 mmHg, proteinúria 2+ e: forte dor de cabeça, distúrbio
visual, dor epigástrica
Dar fármaco anti-hipertensivo à mãe, se TA sistólica >160 mmHg• Objectivo: manter a TA <150/100 mmHg
Se pulsação >110 batimentos por minuto e tensão arterial <90 mmHg• Dar fluidos IV e manter a mãe quente• Tratar a causa (choque hipovolémico)
Dar antibióticos ao bebé, se:• Frequência respiratória >60/min ou <30/min• Retracção torácica, gemidos ou convulsões• Reacção lenta aos estímulos• Temperatura do bebé <35°C (não subindo depois de aquecimento)
ou temperatura do bebé ≥38°C• Deixou de mamar bem• Vermelhidão do umbigo estendendo-se à pele ou deitando pus
Sinais de Perigo
A mãe tem: • Hemorrragia• Dor abdominal grave• Forte dor de cabeça ou distúrbio visual• Respiração difícil• Febre ou tremores• Dificuldade em urinar• Dor epigástrica
O bebé tem:• Respiração acelerada/difícil• Febre• Frio anormal• Falta de apetite• Menos actividade do que o normal• Amarelecimento de todo o corpo
Preenchido por
LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROSAPÓS O PARTO
Esta Lista de Verificação não pretende ser exaustiva e não deve substituir as anotações sobre o caso ou o partograma. Acréscimos e modificações de acordo com as práticas locais são encorajadas. Para mais informações sobre recomendações para o uso da Lista de Verificação, consultar o “Guia de Implementação da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros” em: www.who.int/patientsafety.
4
LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 18
Uma cópia da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros pode ser descarregada como
documento separado, podendo ser encontrada nos websites da OMS e dos Laboratórios
Ariadne.
A Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros foi elaborada de acordo com as orientações
da OMS e as normas internacionais de cuidados. No entanto, poderá ser necessário modificá-
la, de modo a que ela reflicta factores contextuais ou os protocolos e orientações nacionais.
Se for necessário efectuar mudanças, devem ser consultados os princípios orientadores da
página 23 e, para algumas adaptações específicas de contextos comuns, a página 58.
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 19
ANTECEDENTES E VISÃO GERAL
IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 20
A forma como a Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros (Lista de Verificação) é apresentada aos
profissionais de saúde é importante. A experiência com a Lista de Verificação da OMS para a Segurança
Cirúrgica, assim como outros instrumentos destinados a melhorar a segurança e a qualidade a dispensar aos
doentes em todo o mundo, demonstrou que o simples facto de se introduzir uma Lista de Verificação numa
unidade de saúde não implica uma melhoria sustentada das práticas essenciais dos cuidados de saúde 5-7.
Com base em modelos já estabelecidos de mudanças de comportamentos 5-7 em contextos de cuidados de
saúde e aproveitando as lições aprendidas com várias experiências das partes interessadas, os seguintes três
passos essenciais podem ajudar as unidades ou os sistemas de saúde a obterem os melhores resultados:
Com um envolvimento adequado, o lançamento e um apoio contínuo, a Lista de Verificação pode mudar as
práticas dos profissionais e das unidades de saúde para melhor, assim como criar melhorias e conhecimentos
em todo o sistema acerca da segurança dos doentes. Essas mudanças podem, por sua vez, levar a uma mel-
hor qualidade dos cuidados para as mães e os recém-nascidos.
A Lista de Verifi-cação, só por si, não é suficiente
O envolvimento na liderança,o lançamento da Lista de Verificação e o apoio contínuo podem ajudar a obter bons resul-tados.
ENVOLVER: CONSEGUIR ADESÃO E CRIAR UMA EQUIPA PARA APOIAR A
IMPLEMENTAÇÃO
• Assegurar a adesão e a compreensão sobre a Lista de Verificação pelas partes interessadas
• Criar uma equipa que se aproprie da Lista de Verificação
• Rever os actuais recursos e práticas, para determinar o que é necessário para o sucesso da
Lista de Verificação
• Adaptar a Lista de Verificação, de modo a cumprir as orientações e protocolos locais
LANÇAR: ORGANIZAR UM EVENTO PARA APRESENTAR A LISTA DE VERIFI-
CAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
• Lançar a Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros através de um evento ou
de uma formação oficial
• Incluir formação técnica, para colmatar as lacunas na prática
APOIAR: Encorajar o uso, através da tutoria, monitorização e avaliação
• Discutir o uso da Lista de Verificação e fazer uma demonstração numa unidade de saúde,
usando a Lista de Verificação
• Observar o uso da Lista de Verificação e usar competências de tutoria, para dar um feedback
respeitoso e construtivo que possa encorajar a mudança e motivar a adesão
• Documentar os êxitos e os problemas, recolhendo informação sobre o uso da Lista de Verifi
cação, comportamentos essenciais na prática de partos e disponibilidade de material
• Partilhar informação com regularidade, para encorajar o aperfeiçoamento do trabalho.
Depois do lançamento da Lista de Verificação, um ciclo contínuo de tutoria, a avaliação do desempenhoe a retroinformação ajudam a melhorar os padrões e a qualidade dos cuidados.
IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
LISTA DEVERIFICAÇÃO
ENVOLVER LANÇAR
APOIAR
Padrõesindividuais esistémicosreforçados
Melhorqualidade doscuidadosmaternos eneonatais
RESULTADOS
RETRO
INFO
RMAÇÃO MEDIÇÃO
TUTORIA
CONDUZEM A
NO TERRENO
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 21
IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
1 Envolver Usar correctamente a Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros em todos os partos
conduz a cuidados melhores e mais seguros às mães e aos recém-nascidos. Todavia, o uso
sistemático da Lista de Verificação só é possível, se as parteiras e os líderes dos cuidados de
saúde acreditarem e apoiarem activamente a sua implementação.
Para materializar esta convicção e obter apoio, as individualidades influentes, as instituições e
as organizações deverão unir esforços para começarem a usar a Lista de Verificação. Outros
importantes parceiros poderão ser funcionários governamentais, pessoal administrativo local
e nacional e os próprios doentes. Convencer estas partes interessadas de que a Lista de Verifi-
cação da OMS para Partos Seguros pode melhorar a qualidade dos cuidados de saúde e a se-
gurança das mães e dos recém-nascidos irá melhorar as possibilidades de êxito na introdução
da Lista de Verificação numa unidade de saúde ou no sistema de saúde.7
IDENTIFICAR QUE INDIVÍDUOS, INSTITUIÇÕES OU ORGANIIZAÇÕES DEVEM DAR
A SUA APROVAÇÃO OU APOIO AO USO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA
PARTOS SEGUROS É importante conquistar a aprovação pública das individualidades,
instituições e organizações mais importantes para assegurar a implementação eficaz da
Lista de Verificação. Éespecialmente importante o envolvimento com diferentes níveis
administrativos da saúde, para assegurar que conhecem o processo de implemen-
tação da Lista de Verificação. A aceitação pública do processo e a disponibilização dos
recursos necessários por parte destes líderes constitui um sinal importante de apoio à
adopção da Lista de Verificação, os quais, por sua vez, motivarão o pessoal de saúde
a usá-la. O primeiro passo é compreender quem deverá ser envolvido, para o êxito da
implementação da Lista de Verificação. Em muitas instituições, os médicos não são fun-
cionários, mas sim, médicos privados que trabalham nas instituições. É importante obter
a sua concordância antecipadamente, pois não é provável que uma simples directiva
para o uso da Lista de Verificação seja bem sucedida.
1. Identificar que indivíduos, instituições ou organizações deverão dar a sua aprovação ou apoio ao uso da Lista de Verificação
2. Organizar uma reunião, para descrever e explicar a Lista de Verificação
3. Constituir uma equipa constituída pelos líderes apropriados de cuidados de
saúde e parteiras, para orientar a implementação da Lista de Verificação
4. Estudar os recursos disponíveis e as práticas correntes, para determinar a melhor forma de usar a Lista de Verificação e que necessidades terão de ser
satisfeitas para assegurar o sucesso
5. Personalizar a Lista de Verificação adequadamente, para a tornar mais rele-vante para a unidade local e para o sistema de saúde
O PROCESSO DE ENVOLVIMENTO INCLUI OS CINCO PASSOS SEGUINTES8
1
A experiência com a Colaboração da OMS indica que o envolvimento da liderança foi es-sencial para que o pessoal começasse a usar a Lista de Verificação
NO TERRENO
IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 22
ORGANIZAR UMA REUNIÃO PARA DESCREVER E EXPLICAR A LISTA DE VERIFICAÇÃO
Para se conquistar o apoio dos líderes da saúde, das parteiras e de outros participantes, deve
começar-se por explicar o que é a Lista de Verificação, como funciona e por que motivo cada
item da Lista de Verificação é tão importante.
CRIAR UMA EQUIPA CONSTITUÍDA PELOS LÍDERES DA SAÚDE E PARTEIRAS PARA ORI-
ENTAR A IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO O apoio geral ao uso da Lista de
Verificação não é suficiente. É preciso também decidir quem será directamente responsável por
levar a bom porto o processo de implementação. A nível de país ou de estado, a implemen-
tação da Lista de Verificação para Partos Seguros pode ser orientada por um grupo de trabalho,
uma instituição ou organização responsável ou uma equipa. A nível da unidade de saúde,
deve seleccionar-se uma ou mais parteiras para orientar ou assumir a “defesa” do processo. Os
defensores podem ser provenientes de várias profissões da área da saúde. Os defensores devem
desempenhar um papel activo na gestão de cada passo do processo de implementação. A eq-
uipa pode beneficiar, se convidar um membro do nível administrativo seguinte, tal como uma
delegação distrital ou regional de saúde. Isso poderá ser muito útil, especialmente no início do
processo de implementação e poderá ajudar outros estabelecimentos de saúde a decidir imple-
mentar também a Lista de Verificação.
ESTUDAR OS RECURSOS DISPONÍVEIS E AS PRÁTICAS CORRENTES PARA DETERMINAR
A MELHOR FORMA DE USAR A LISTA DE VERIFICAÇÃO E QUE NECESSIDADES TERÃO DE
SER SATISFEIAS PARA ASSEGURAR O ÊXITO No início do processo de implementação, os
líderes deverão recolher dados sobre o material, orientações/políticas e questões relacionadas
com as infra-estruturas (i.e., pontos de lavagem de mãos) que estão disponíveis na unidade de
saúde e que práticas são usadas. Esses dados terão várias finalidades: revelarão de que forma a
unidade poderá melhorar os seus cuidados e ajudarão a avaliar as melhorias depois de se iniciar
o processo de implementação. Poderão também ajudar a motivar o pessoal a mudar as suas
práticas, à medida que o processo decorre. Por isso, os líderes deverão ter o máximo cuidado
na recolha dos dados, fazendo-o de uma maneira que seja compreensiva e não ameaçadora. O
pessoal deverá compreender que a finalidade é melhorar a qualidade dos cuidados dispensados
às mães e aos recém-nascidos.
Sem o material essencial, não é possível introduzir com êxito a Lista de Verificação numa uni-
dade de saúde ou no sistema de saúde. Nos Anexos está incluída uma lista do material de parto
seguro necessário para o uso bem sucedido da Lista de Verificação. Essa lista pode ser usada
para conduzir uma avaliação inicial dos recursos, assim como para a monitorização regular,
para garantir que o material necessário esteja sempre disponível. Saber que itens são ou não
executados nas unidades de saúde antes da introdução da Lista de Verificação permitirá aos
líderes dar mais apoio aos itens que dele necessitem. Uma avaliação inicial bem documentada
poderá ajudar a defender uma melhor gestão da cadeia de compras e abastecimento, a nível
nacional.
PERSONALIZAR A LISTA DE VERIFICAÇÃO APROPRIADAMENTE PARA A TORNAR MAIS
RELEVANTE PARA A UNIDADE DE SAÚDE LOCAL E PARA O SISTEMA DE SAÚDE A Lista de
Verificação foi elaborada de acordo com as orientações da OMS e as normas internacionais
sobre cuidados e, por isso, fazer-lhe grandes alterações poderá torná-la menos eficaz. Contudo,
poderá ser necessário fazer algumas alterações, de modo a que a Lista de Verificação reflicta
factores contextuais, tais como, por exemplo, a prevalência do VIH ou o risco de malária. Neste
2
3
4
5
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 23
caso, é importante que a equipa de implementação interaja com o nível nacional e defenda uma análise
nacional da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros. A Lista de Verificação poderá ser revista por
uma reunião nacional de peritos, para garantir a sua conformidade com as normas, orientações e cultura
nacionais e para fazer as alterações correspondentes.
A Lista de Verificação deve ser traduzida para as línguas locais, para facilitar o seu uso. Tal como acontece
com as alterações à Lista de Verificação, é importante coordenar as traduções a nível nacional. Isso evitará
a duplicação de trabalho, se outras unidades da região ou do país estiverem também a implementar a Lista
de Verificação.
Se for necessário modificar a Lista de Verificação, para a adaptar ao contexto local, deverá trabalhar-se
com os líderes da saúde locais, parteiras e outros colaboradores, para permitir que todos partilhem o
sucesso. Saber que a sua unidade ou os seus colegas participaram no processo de alterações à Lista de
Verificação poderá contribuir para que outros passem a ter vontade de a usar.
É preciso lembrar que as Listas de Verificação são mais úteis, quando são fáceis de usar. Se for necessário
modificar a Lista de Verificação, por exemplo, adicionando itens relacionados com o VIH ou a malária, para
tornar a Lista de Verificação mais específica para o contexto em causa, devem considerar-se os seguintes
princípios orientadores:
Usar menos itens. Muitas unidades de saúde têm a tentação de incluir demasiados itens na sua Lista de
Verificação, mas é preciso lembrar que cada novo item tornará a Lista de Verificação mais difícil de usar.
Cada item da Lista de Verificação deve corresponder, pelo menos, a uma destas declarações:8
Se for esquecido, as consequências podem ser graves
É preciso aplicá-lo, mas, normalmente, é esquecido
Melhora a comunicação entre os membros da equipa
Usar linguagem que seja clara e simples. Usar uma linguagem clara e directa que soe “bem”, quando
dita em voz alta. Quando os itens são escritos numa linguagem que não seja clara ou simples, é mais
provável que as pessoas não usem a Lista de Verificação.
Usar uma apresentação simples e fácil de ler. Usar uma formatação consistente e não usar caracteres
pequenos e amontoados. Se a Lista de Verificação não for clara e, portanto, for difícil de ler, as pessoas não
a usarão.
Modificar a Lista de Verificação
Cada membro da Colaboração da OMS que participou na avaliação e também relatou o uso corrente da Lista de Verificação, comunicou igualmente ter feito alterações à Lista de Verificação.
Algumas unidades de saúde também informaram que pediram a especialistas de obstetrícia/ginecologia dos seus respectivos países para ajudarem a adaptar a Lista de Verificação.
Alguns exemplos de modificações à Lista de Verificação são: a inserção de um espaço para o nome da mãe e para os resultados da tensão arterial e da temperatura; os critérios específicos da unidade de saúde para a transferência da mãe ou do bebé para uma unidade de cuidados do nível superior; a verificação de alergias; e actividades relacionadas com a prevenção da transmissão vertical (PTV), tais como os testes do VIH e a administração de anti-retrovirais.
NO TERRENO
IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 24
LançarÉ importante lançar a Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros através de um evento
oficial ou formação para estabelecer a importância de usar a Lista de Verificação. As princi-
pais partes interessadas a nível local podem dar formação a outros na sua unidade de saúde,
depois de terem recebido formação, através de uma formação de formadores que se realize
a um nível administrativo de saúde mais elevado.
Independentemente do tipo de formato que se escolha para o nível local, o evento pode ser
conduzido pela equipa designada para a implementação ou gestão criada na fase do “En-
volvimento”. No entanto, é encorajada a participação activa do pessoal de várias disciplinas,
incluindo os médicos. Um evento desse género pode ainda envolver pessoal dos cuidados
de saúde e administradores, constituir uma oportunidade para formação técnica suplemen-
tar sobre práticas de parto e constituir um fórum para se discutirem obstáculos e factores de
facilitação. O nível administrativo seguinte deve ser informado acerca do evento e convida-
do para ajudar a formalizar o lançamento.
O evento deverá criar uma atmosfera de entusiasmo para as parteiras e outro pessoal. Poderão
incluir-se materiais como folhetos e palestras ou fazer um vídeo instrutivo ou motivacional.
Uma componente essencial da formação e aprendizagem de adultos é a simulação prática,
usando determinados suportes ou a utilização dos participantes como doentes fictícios.
1. Fazer a apresentação do facilitador e da
equipa que orienta a implementação da
Lista de Verificação da OMS para Partos
Seguros
2. Apresentar os benefícios de usar a Lista
de VerificaçãoExplicar os quatro pontos de
pausa da Lista de Verificação da OMS para
Partos Seguros
3. Explicar os quatro pontos de pausa da
Lista de Verificação da OMS para Partos
Seguros
4. Demonstrar e explicar o uso correcto
da Lista de Verificação, usando simulações,
vídeos e outro materiais
5. Dar aos participantes a
oportunidade de praticarem, usando
a Lista de Verificação
6. Encorajar os participantes a
discutirem os potenciais desafios de
usar a Lista de Verificação
7. Convidar os participantes a
partilharem as suas ideias e senti-
mentos acerca da Lista de Verificação
e responder a perguntas que eles
possam colocar
8. Dizer aos participantes que podem
contar com todo o apoio, inclusiva-
mente da equipa, durante toda a im-
plementação da Lista de Verificação
UM LANÇAMENTO DEVE INCORPORAR OS SEGUINTES PASSOS8
Incluir sessões de formação técnica
A maioria dos mem-bros da Colaboração incluía uma formação técnica sobre temas como a higiene das mãos e o uso do partograma. As suas equipas analisaram as fontes disponíveis e as práticas usadas nas suas unidades (como descritas no processo “Envolvimento”), para decidir que formações se devem incluir nos eventos de lançamento.
Muitos locais da Co-laboração informaram que usavam a sim-ulação e procediam à formação inicial de obstetras e enfer-meiras ou parteiras séniores, para con-quistar a sua adesão e equipá-las para depois serem capazes de dar formação a outros. O programa BetterBirth usou vídeos educati-vos e motivacionais, para ensinar ao pes-soal da unidade de saúde a forma de usar a Lista de Verificação e mostrar a sua im-portância.
NO TERRENO
IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
Nos Anexos, apresenta-se um guia para os eventos de lançamento. Além disso, também pode
ser útil um conjunto de imagens que descrevam cada um dos pontos de pausa da Lista de Ver-
ificação, que também pode ser encontrado nos Anexos, para exposição e consulta durante um
evento de formação sobre o lançamento. Nos dias seguintes ao evento do lançamento, é con-
veniente que os implementadores e/ou pessoal selecionado na unidade estejam prontamente
disponíveis para esclarecer dúvidas.
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 25
Apoiar Os implementadores e os líderes das unidades são encorajados a dar o seu apoio, promovendo con-
tinuadamente a Lista de Verificação, de modo a sensibilizar e entusiasmar as pessoas para o seu uso.
Por exemplo, aproveitar reuniões regularmente agendadas é útil para salientar a importância de usar
a Lista de Verificação e discutir os progressos feitos até à data. Por outro lado, usar fotografias, vídeos
e quadros de mensagens, para mostrar as pessoas a utilizarem a Lista de Verificação, ajuda a tornar
a sua implementação mais significativa, reforçando a ideia de que está a ser conduzida localmente e
foi adaptada ao ambiente local.
Duas componentes essenciais do apoio são a tutoria de outras pessoas, de modo a encorajar a mu-
dança e o uso da monitorização e da avaliação para melhorar.
TUTORAR OUTROS PARA ENCORAJAR A MUDANÇA8
A tutoria é uma componente importante de uma implementação bem sucedida da Lista de Verifi-
cação. Ajuda a orientar as pessoas e as equipas para um melhor desempenho e ajuda a manter uma
boa utilização da Lista de Verificação ao longo do tempo. Tutorar colegas e outro pessoal sobre a uti-
lização da Lista de Verificação significa observar, encorajar e dar às pessoas um feedback respeitoso e
construtivo, para moldar novos comportamentos e melhorar o desempenho. Tutorar envolve encon-
trar as pessoas nos seus locais de trabalho e ajudá-las a melhorar. Um tutor pode ser um indivíduo ou
um grupo de indivíduos com diferentes formações clínicas e/ou administrativas, de qualquer nível da
unidade ou fora da unidade. Um tutor pode tutorar outros a tempo inteiro ou tempo parcial, além de
ter outras responsabilidades. Um tutor pode ser, embora não obrigatoriamente, um membro superior
da unidade de saúde. Um tutor pode também ser oriundo de um nível superior da administração,
para ajudar algumas unidades ou distritos na implementação da Lista de Verificação.
A tutoria envolve observar os outros durante um parto, para avaliar a adesão à Lista de Verificação.
Pode também significar examinar a Lista de Verificação preenchida, para assegurar que ela foi total
e correctamente preenchida. Dar feedback respeitoso e construtivo, tanto na observação dos partos
como no preenchimento da Lista de Verificação são componentes importantes da tutoria. Para
motivar os outros e dar feedback apropriado, é essencial uma boa comunicação. Os bons tutores
sabem como e quando escutar, falar aos outros com respeito e amabilidade e comunicar ideias com
clareza e simplicidade. Ver os Princípios para uma Tutoria Eficaz nos Anexos, para saber mais sobre as
qualidades e competências de uma tutoria eficaz e técnicas úteis de comunicação para um feedback
construtivo.
Além de ajudar a criar e a manter uma boa utilização da Lista de Verificação na unidade de saúde, a
tutoria pode ajudar a apoiar algumas melhorias:
CUIDADOS MELHORES E COORDENADOS AOS DOENTES. As equipas que funcionam bem
cuidam melhor dos doentes
MELHOR MORAL. A tutoria sobre a utilização da Lista de Verificação ajuda a reforçar as melhores
práticas que mantêm a comunicação e o trabalho de equipa a um nível elevado
DESCOBERTA DE OUTRAS OPORTUNIDADES. A tutoria pode ajudar a identificar novas oportuni
dades de aperfeiçoamento
ÊXITO A LONGO PRAZO. A tutoria pode mostrar que aquilo que as pessoas fazem é importante e
que há investimento no seu êxito contínuo
Para facilitar a mudança, um tutor deve compreender o que impede os outros de melhorarem as suas
práticas. É provável que um tutor observe três factores9 que dificultam a execução dos itens da Lista
de Verificação:
UM BOM TUTOR É AQUELE QUE É:
• Receptivo
• Respeitado
• Humilde
• Paciente
IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 26
MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO PARA APERFEIÇOAMENTO
Para estimular e ajudar continuamente as parteiras a utilizarem a Lista de Verificação da OMS
para Partos Seguros, é preciso saber quando, como e por que motivo as parteiras estão (ou
não estão) a usar as Listas de Verificação no seu trabalho. Avaliar com que frequência e com
que correcção as parteiras usam a Lista de Verificação e aplicam as práticas de parto essen-
ciais da Lista poderá dar uma indicação sobre aquilo que elas consideram difícil no seu uso,
permitindo procurar ajuda para resolver esses desafios e identificar melhorias a nível pessoal
e das unidades, que possam celebrar com a equipa e outros. É preciso lembrar que a Lista
de Verificação pode ser integrada nos processos e nos esforços de melhoria de qualidade
existentes na unidade de saúde e não tem de ser uma tarefa suplementar. É importante aval-
iar como a Lista de Verificação pode complementar ou reforçar os sistemas existentes.
Monitorizar o processo de implementação
Os tutores, supervisores e parteiras podem recolher informação sobre o uso da Lista de
Verificação e sobre a qualidade dos cuidados prestados, fazendo observações directas de
outras pessoas que realizem práticas de parto. Nos Anexos, apresenta-se um Instrumento de
Observação que poderá permitir a um observador:
Problemas com o Uso da Lista de Verificação
A avaliação da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros pela Colaboração revelou alguns prob-lemas motivacionais no uso da Lista, tais como a convicção de que a Lista de Verificação era demasiado complexa e exigia demasiado tempo. Os tutores conseguiram resolver esses problemas, conduzindo su-pervisão e formação contínua e sublinhando a importância da Lista de Verificação, através da educação e de reuniões com todo o pessoal.
Muitos locais de Colaboração da OMS também enfrentaram problemas relacionados com as competên-cias, tanto no uso da Lista de Verificação como em certas práticas de parto preconizadas na Lista. Os locais bem sucedidos levaram a cabo outros eventos de lançamento e formações técnicas, para ajudar a reforçar as competências.
Em toda a Colaboração da OMS, um desafio comum de oportunidade era a falta de material essencial. Neste caso, muitos tutores e parteiras trabalharam com os gestores das unidades, e mesmo com ad-ministradores da saúde de nível superior, para desenvolverem uma cadeia de abastecimento mais forte. Nas unidades em que as parteiras não tiveram acesso imediato a cópias da Lista de Verificação, porque a unidade não tinha impressora, os locais decidiram fazer cartazes. Cada cartaz referente aos pontos de pausa da Lista de Verificação foi colocado na sala onde os cuidados eram prestados para esse ponto de pausa. Algumas unidades criaram algumas cópias laminadas da Lista de Verificação, que podiam ser lim-pas e reutilizadas para cada parto. Para resolver a insuficiência de pessoal e o atendimento inconsistente, muitos locais dedicaram-se a políticas de atendimento e encorajaram os profissionais de saúde a usar acompanhantes de parto, para prestarem ajuda, quando necessário.
NO TERRENO
OPORTUNIDADE
Factores ambientais ou contextuais fora do controlo das pessoas
(Por exemplo: problemas de apoio da liderança, recursos humanos ou limitações de material)
MOTIVAÇÃO
Interesse ou convicção própria
CAPACIDADE
Aptidão, conhecimentos ou confiança técnica
IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 27
Documentar que práticas as parteiras executam durante cada período de observação
Decidir que práticas são mais importantes melhorar na unidade de saúde ou no sistema de saúde
Certificar-se de que todos os observadores procuram e documentam os mesmos tipos de práticas
e comportamentos
Decidir e documentar a principal razão para que uma parteira não preencha um item da
Lista de Verificação (falta de oportunidade, capacidade ou motivação)
A finalidade do Instrumento de Observação não é julgar o desempenho das parteiras e, por isso, é
preciso ter a certeza de que elas sabem que as observações se destinam apenas a recolher dados para
a tutoria e melhoria da qualidade. Por outro lado, deve evitar-se usar nomes ou outra informação que
possa identificar as parteiras ou as pacientes, nos instrumentos de observação, para reforçar a adesão
do prestador ao processo. Poderão ser incluídos neste processo supervisores do nível administrativo
seguinte, os quais poderão observar as práticas com maior objectividade e fazer observações úteis
que talvez não ocorressem ao pessoal em presença permanente na unidade. Independentemente do
instrumento de observação que se use, todos os observadores terão de concordar sobre as definições de
itens específicos da Lista de Verificação, por exemplo quando é que “a hemorragia de uma mãe está bem
controlada?”
Além do Instrumento de Observação, a própria Lista de Verificação pode ser usada para monitorizar e
documentar o tipo de cuidados oferecido pelas parteiras. Analisando as Listas de Verificação preenchi-
das, poderá observar-se se e como a qualidade dos cuidados na unidade ou no sistema de saúde está
a evoluir. Quando se discute os resultados com as parteiras e a liderança, isso deve fazer-se utilizando
os Princípios de uma Tutoria Eficaz constantes dos Anexos, para que as parteiras sintam que estão ser
apoiadas na melhoria das suas práticas e não a ser pressionadas para “assinalar a caixa”.
Uma vez que são necessários equipamento e material específicos para a execução das práticas de parto
essenciais da Lista de Verificação, torna-se importante monitorizar com regularidade a sua disponibi-
lidade na unidade de saúde. Nos Anexos, apresenta-se um exemplo de Instrumento do Material para
Partos Seguros, que pode ser usado para monitorizar o material, identificar as necessidades e as áreas a
melhorar.
Avaliação e feedback para aperfeiçoamento
Depois de se recolherem os dados sobre o uso da Lista de Verificação na unidade e sobre a qualidade
dos cuidados, é importante tomar medidas para aprender as lições retiradas dos dados e partilhá-las
com as parteiras e outras pessoas que usem a Lista de Verificação no seu trabalho. A nível do sistema
de saúde, os dados podem ser recolhidos e agregados em muitas unidades de saúde, para analisar as
tendências regionais ou nacionais da saúde materna e neonatal.
Armazenar dados em papel ou numa folha de cálculo informática permitirá organizar os dados e encon-
trar as tendências. Podem colocar-se algumas ou todas as seguintes questões:
Como é que o uso da Lista de Verificação está a mudar com o tempo?
Quais os pontos específicos da Lista de Verificação com maior probabilidade de ser cumpridos? E
com menor probabilidade?
Que material ou equipamento faltam normalmente? Porquê? Como é que o material pode estar
disponível de modo mais consistente?
Por que é que as parteiras, normalmente, não preenchem determinados itens da Lista de Verificação?
Como é que se podem ultrapassar esses problemas?
IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 28
Independentemente dos pormenores, tais como que documento se usa ou que tipo de folha
de cálculo se cria, conclui-se que o feedback e a notificação dos dados serão fundamentais
para o sucesso. Todas as pessoas que usarem a Lista de Verificação – parteiras, líderes das
unidades de saúde e profissionais de saúde e tutores – devem saber quando e como devem
fazer as mudanças destinadas a resolver os problemas correntes. Isso significa que se devem
fazer, às parteiras e aos líderes das unidades de saúde, perguntas que permitam compreender
como e por que motivo existem problemas e envolvê-los na solução dos problemas encon-
trados ao nível do sistema de saúde, assim como promover a motivação recíproca.
Por outro lado, os êxitos devem ser partilhados regularmente com todos, para os encorajar a
prosseguirem com as práticas que funcionam bem. Nos Anexos, encontra-se um Instrumento
de Tutoria, que pode ser útil para registar os êxitos e os desafios, assim como para preparar o
diálogo sobre a partilha de dados com as parteiras ou outros. Este instrumento poderá, igual-
mente, ser útil para reconhecer o pessoal que contribuiu para os êxitos ou para criar um plano
destinado a resolver problemas específicos. Muitos programas bem sucedidos de melhoria da
qualidade atribuem um reconhecimento social àqueles que são líderes positivos no processo
de implementação.
Como usar a visual-ização de dados
A experiência do ensaio BetterBirth e da Colaboração da OMS indica que a exposição visual dos dados numa unidade de saúde pode capacitar o pessoal, demonstrando onde permanecem ainda problemas com o uso da Lista de Verificação e onde a unidade de saúde está a melhorar.
EXPOSIÇÃO VISUAL DOS DADOS
GRÁFICOS DE BARRAS GRÁFICOS LINEARES
REGISTO DE COMPORTAMENTOS
OU
GRÁFICOS CIRCULARES
EXEMPLOS DE COMPORTAMENTOS 1 2OBSERVAÇÕES
3 4 5 6 7 8 9 10
1 2OBSERVAÇÕES
3 4 5 6 7 8 9 10EXEMPLOS DE COMPORTAMENTOS
Medição da tensão arterial da mãe
Oxitocina administrada 1 minuto após o nascimento
Contacto pele a pele
Sinais de perigo explicados
Medição da tensão arterial da mãe
Oxitocina administrada 1 minuto após o nascimento
Contacto pele a pele
Sinais de perigo explicados
Embora a visualização dos dados se faça, muitas vezes, através de tabelas, mapas e gráficos gerados em computador, ela
também pode ser desenhada à mão. Usar cores é uma forma simples de mostrar os progressos (vermelho para indicar
“não” ou uma tendência negativa, verde para indicar “sim” ou uma tendência positiva). Apresentam-se a seguir exemplos
de visualização de dados que ajudarão a mostrar os progressos e a contar a história do processo de implementação:
NO TERRENO
IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 29
ANTECEDENTES E VISÃO GERAL
ANEXOS
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 30
Materiais para partos seguros
Data Data Data Data Data
O QUE SÃO MATERIAIS PARA PARTOS SEGUROS?Materiais necessários para gerir com segurança e higiene o processo de trabalho de parto e o próprio parto, conforme indicados nos itens e práticas da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros.
USAR:
1. Começar na primeira coluna disponível. Escrever a data no topo da coluna.
2. Ler cada item da lista.
• Preencher o círculo “S”, se esse material, equipamento ou medicamento estiver a funcionar, não tiver expirado e esti-ver prontamente acessível às parteiras.
• Preencher o círculo “N”, se esse material, equipamento ou medicamento estiver avariado, tiver expirado ou não esti-ver disponível às parteiras.
MATERIAIS GERAIS E EQUIPAMENTOS
Corrente eléctrica S N S N S N S N S N
Água limpa S N S N S N S N S N
Sabão e desinfectante de mãos S N S N S N S N S N
Desinfectante S N S N S N S N S N
Autoclave S N S N S N S N S N
Luvas limpas S N S N S N S N S N
Estetoscópio S N S N S N S N S N
Termómetro S N S N S N S N S N
Esfigmomanómetro S N S N S N S N S N
Partograma S N S N S N S N S N
Fetoscópio/Doppler S N S N S N S N S N
MATERIAL NA SALA DE PARTOS
Dispositivo de aspiração S N S N S N S N S N
Extractor de muco S N S N S N S N S N
Bolsa Ambu Neonatal S N S N S N S N S N
Cilindro/concentrador de oxigénio S N S N S N S N S N
Balança para bebés S N S N S N S N S N
Agulha/Seringa S N S N S N S N S N
Tiras de teste de urina S N S N S N S N S N
Lâmina/tesoura esterilizada S N S N S N S N S N
Laço/pinça para o cordão umbilical S N S N S N S N S N
Compressas limpas para a mãe S N S N S N S N S N
Toalha limpa S N S N S N S N S N
MEDICAMENTOS/INJECÇÕES/GOTAS
Saco de soros/fluidos IV S N S N S N S N S N
Oxitocina injectável S N S N S N S N S N
Sulfato de magnésio injectável S N S N S N S N S N
Antibióticos para a mãe S N S N S N S N S N
Antibióticos para o bebé S N S N S N S N S N
Antihipertensivos S N S N S N S N S N
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 31
Exemplo de materiais para partos seguros
Data Data Data Data Data
O QUE SÃO MATERIAIS PARA PARTOS SEGUROS?Materiais necessários para gerir com segurança e higiene o processo de trabalho de parto e o próprio parto, conforme indicados nos itens e práticas da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros.
USAR:
1. Começar na primeira coluna disponível. Escrever a data no topo da coluna.
2. Ler cada item da lista.
• Preencher o círculo “S”, se esse material, equipamento ou medicamento estiver a funcionar, não tiver expirado e esti-ver prontamente acessível às parteiras.
• Preencher o círculo “N”, se esse material, equipamento ou medicamento estiver avariado, tiver expirado ou não esti-ver disponível às parteiras.
Jan 1 Jan 8
MATERIAIS GERAIS E EQUIPAMENTOS
Corrente eléctrica S N S N S N S N S N
Água limpa S N S N S N S N S N
Sabão e desinfectante de mãos S N S N S N S N S N
Desinfectante S N S N S N S N S N
Autoclave S N S N S N S N S N
Luvas limpas S N S N S N S N S N
Estetoscópio S N S N S N S N S N
Termómetro S N S N S N S N S N
Esfigmomanómetro S N S N S N S N S N
Partograma S N S N S N S N S N
Fetoscópio/Doppler S N S N S N S N S N
MATERIAL NA SALA DE PARTOS
Dispositivo de aspiração S N S N S N S N S N
Extractor de muco S N S N S N S N S N
Bolsa Ambu Neonatal S N S N S N S N S N
Cilindro/concentrador de oxigénio S N S N S N S N S N
Balança para bebés S N S N S N S N S N
Agulha/Seringa S N S N S N S N S N
Tiras de teste de urina S N S N S N S N S N
Lâmina/tesoura esterilizada S N S N S N S N S N
Laço/pinça para o cordão umbilical S N S N S N S N S N
Compressas limpas para a mãe S N S N S N S N S N
Toalha limpa S N S N S N S N S N
MEDICAMENTOS/INJECÇÕES/GOTAS
Saco de soros/fluidos IV S N S N S N S N S N
Oxitocina injectável S N S N S N S N S N
Sulfato de magnésio injectável S N S N S N S N S N
Antibióticos para a mãe S N S N S N S N S N
Antibióticos para o bebé S N S N S N S N S N
Antihipertensivos S N S N S N S N S N
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 32
Guia para organizar um evento de lançamento
INSTRUÇÕES Usar os seguintes temas e actividades de debate, durante um evento de lançamento da Lista de Verificação para Partos Seguros para apresentar a Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros.
1. APRESENTAR-SE A SI E À EQUIPA QUE ORIENTA A IMPLEMENTAÇÃO DALISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS.
Criar um ambiente aberto e afável em que todos os participantes se sintam à vontade para fazer perguntas e apresentar sugestões, apresentando-se a si próprio e à equipa e facilitando as apresentações entre todos os formandos presentes no evento.
2. APRESENTAR OS BENEFÍCIOS DE USAR UMA LISTA DE VERIFICAÇÃO.
Explicar os benefícios de usar uma Lista de Verificação, para ajudar as parteiras durante o parto. Apresentar uma visão geral da Lista de Verificação.
PORQUÊ USAR UMA LISTA DE VERIFICAÇÃO?
• O maior risco de morte para as mães é o primeiro dia após o parto.
• O maior risco de morte para os bebés é o primeiro dia de vida – normalmente logo após o parto.
• O parto é um processo complexo, frequentemente com consequências graves.
• Noutros processos complexos com consequências potencialmente graves (tais como, pilotar um avião ou fazer uma cirurgia), os estudos têm provado que uma Lista de Verificação pode salvar vidas e evitar danos graves.
• Como um piloto num avião ou um cirurgião num bloco operatório, uma parteira pode ter grande impacto sobre a segurança da mãe e do bebé durante o parto.
COMO FUNCIONAM AS LISTAS DE VERIFICAÇÃO?
• As Listas de Verificação não contêm novas actividades: os itens das Listas de Verificação são criadosa partir de formação, orientações e práticas já existentes.
• Os itens de uma Lista de Verificação ajudam-nos a recordar as várias práticas que temos deexecutar durante uma situação complexa.
• Podemos ser esquecidos.
• Podemos ser distraídos por situações de emergência ou outros deveres.
• Podemos deixar de comunicar informação importante aos outros.
EXEMPLO: Quando se vai às compras, uma Lista de Verificação ajuda-nos a não esquecer que temos de comprar determinados produtos, pela ordem correcta, na hora certa.
TEMA PARA DISCUSSÃO: Quais são as possíveis causas de complicações relacionadas com o parto?Uma Lista de Verificação, para ajudar a memória de uma parteira, aumentará o número de práticas de parto essenciais a executar durante os partos, o que contribuirá para melhorar a saúde das mães e dos bebés.
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 33
ANNEXES Guia para organizar um evento de lançamento
3. EXPLICAR OS QUATRO PONTOS DE PAUSA DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMSPARA PARTOS SEGUROS
Identificar cada ponto de pausa (usar as imagens correspondentes sobre o ponto de pausa para desencadear o debate). Desafiar os participantes a identificarem os objectivos dos cuidados e as principais práticas que devem aplicar em cada ponto de pausa e, em seguida, ler cada item da Lista de Verificação em voz alta e descrevê-lo em pormenor, explicando por que motivo ele é uma prática de parto essencial.
Usar as seguintes sugestões para debate sobre cada ponto de pausa, para orientar o debate com os participantes.
PONTO DE PAUSA 1: NA ADMISSÃO
• Como é que se avaliam os riscos na mãe?• Que razões nos levam a transferir as mães antes do parto?
PONTO DE PAUSA 2: ANTES DA EXPULSÃO (OU ANTES DA CESARIANA)
• Que materiais e equipamentos devem ser preparados para a mãe e o bebéantes do parto?
• Que materais devem estar prontamente disponíveis para a mãe e o bebé?Que materiais estão frequentemente (sempre ou por vezes) indisponíveis?
PONTO DE PAUSA 3: LOGO APÓS O PARTO (NO ESPAÇO DE 1 HORA)
• Como é que se encoraja a amamentação e o contacto pele com pele?• Que práticas podemos melhorar neste ponto de pausa?• Que sinais de perigo devemos procurar na mãe? E no bebé?
PONTO DE PAUSA 4: ANTES DA ALTA
• Que práticas devem ser executadas antes de a mãe e o bebé irem para casa?• Como se pode garantir que a mãe receberá informação sobre planeamento
familiar?
Lembrar aos participantes:
• Todos os itens da Lista de Verificação são importantes para todas as mães e todos os partos – asparteiras devem sempre consultar a Lista de Verificação em cada ponto de pausa, mesmo que sesintam confiantes nos seus conhecimentos sobre as práticas de parto.
• As parteiras devem usar uma Lista de Verificação para cada mãe e essa Lista deve acompanhar amãe e o bebé de local para local e de parteira para parteira.
• Embora a Lista de Verificação possa parecer complicada e morosa ao princípio, depressapermitirá às parteiras executarem práticas de parto essenciais, com maior facilidade, maissegurança e mais rapidamente.
LISTA DE VERIFICAÇÃOCritérios para
a transferência
PONTO DE PAUSA 1
PONTO DE PAUSA 2
PONTO DE PAUSA 3
PONTO DE PAUSA 4
LISTA DE VERIFICAÇÃO
LISTA DE VERIFICAÇÃO
LISTA DE VERIFICAÇÃO
Critérios paraa transferência
Sinais deperigo
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 34
1PONTO DE PAUSA:NA ADMISSÃO
Observar a mãe no momento da admissão é importante para detectar e tratar complicações que ela já possa ter, para decidir se é preciso transferi-la para outra unidade, para a preparar (e ao seu acompanhante) para o trabalho de parto e para o parto e para a informar (e ao seu acompanhante) sobre os sinais de perigo que a deverão levar a pedir ajuda.
2PONTO DE PAUSA: ANTES DA EXPULSÃO(OU ANTES DA CESARIANA)
Observar a mãe antes da expulsão (ou antes da cesariana) é importante para detectar e tratar complicações que possam ocorrer durante o trabalho de parto e para preparar os eventos de rotina e possíveis situações de crise que possam ocorrer após o parto.
Ilustrações sobre os pontos de pausa
Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros
Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros
LISTA DE VERIFICAÇÃO
PONTO DE PAUSA 1
PONTO DE PAUSA 2
LISTA DE VERIFICAÇÃO
Critérios paraa transferência
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 35
Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros
Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros
PONTO DE PAUSA 3
Critérios paraa transferência
PONTO DE PAUSA 4
Sinais deperigo
3PONTO DE PAUSA: APÓS O PARTO(NO ESPAÇO DE 1 HORA)
Observar a mãe e o recém-nascido logo após o parto (no espaço de 1 hora) é importante para detectar e tratar complicações que podem ocorrer após o parto e para informar a mãe (e o seu acompanhante) sobre os sinais de perigo que a devem levar a pedir ajuda.
LISTA DE VERIFICAÇÃO
LISTA DE VERIFICAÇÃO
4PONTO DE PAUSA:ANTES DA ALTA
Observar a mãe e o recém-nascido antes da alta é importante para ter a certeza de que a mãe e o recém-nascido estão de boa saúde antes da alta, que foi marcado o seguimento, que as opções de planeamento familiar foram discutidas e oferecidas à mãe (e ao seu acompanhante) e que também lhes foram fornecidas informações sobre os sinais de perigo a procurar, tanto na mãe como no bebé, para o caso de serem necessários cuidados especializados imediatos.
Ilustrações sobre os pontos de pausa
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 36
ANNEXES Princípios de uma tutoria eficaz
QUEM PODE SER TUTOR?
Qualquer pessoa pode ser um tutor. Poderá ser uma pessoa com formação clínica ou administrativa, de qualquer cate-
goria dentro da unidade de saúde ou de fora da unidade de saúde. A experiência adquirida com o ensaio BetterBirth
e com a Colaboração da OMS revelaram que um modelo de pares funciona melhor – por outras palavras, enfermeiros
tutorando enfermeiros e médicos tutorando médicos. Um tutor sobre a Lista de Verificação pode dar tutoria a outros a
tempo inteiro ou a tempo parcial, para além das suas outras funções. Um tutor pode ser, embora não necessariamente,
um membro superior da unidade de saúde. Qualquer que seja a formação do tutor, ele deve ter as características de
um bom tutor.
QUALIDADES DE UM BOM TUTOR
Um bom tutor é aquele que é:
• Receptivo • Respeitado • Humilde • Paciente
Um bom tutor é aquele que está receptivo, ele próprio, à tutoria, que está motivado pelo objectivo de melhorar a sua
prática, está disposto a ser observado no seu trabalho e a responder abertamente a perguntas sobre o seu próprio de-
sempenho. Uma pessoa que reage bem ao facto de estar a receber tutoria, normalmente, tem a visão, a sensibilidade e
a compreensão necessárias para dar tutoria a outros.
Embora um bom tutor não precise de ocupar um cargo de alto nível na unidade de saúde ou no sistema de saúde, ele
deverá ter a confiança e o respeito dos seus pares. Do mesmo modo, um tutor não tem de ser um clínico, mas terá
maior capacidade para despertar a confiança das parteiras, se compreender, estiver relacionado ou tiver conhecimen-
tos sobre o ambiente que rodeia os partos. No entanto, fingir que tem todas as respostas poderá destruir a confiança
que é tão vital para uma boa relação entre tutor e tutorandos. Um bom tutor reconhece que nem sempre sabe tudo.
Um tutor que seja humilde e honesto conseguirá construir um bom relacionamento com os seus colegas. Um bom tu-
tor trata as pessoas como se elas estivessem a fazer o seu melhor, para ajudar a mãe e o recém-nascido e para prestar
cuidados seguros. Com esta atitude de humildade, um tutor terá maior probabilidade de se fazer ouvir pelas parteiras
e de receber feedback. Um bom tutor reconhece a actuação positiva das parteiras e que elas estão a tentar aprender
e a fazer o melhor que sabem. Ao observar as práticas dos outros, um tutor não julga aquilo que eles fizeram, nem o
modo como fizeram.
Um tutor deve, além disso, ter a paciência e a flexibilidade para permitir que os outros aprendam, retirando as suas
próprias conclusões. Um bom tutor leva as parteiras a reflectirem sobre o que aconteceu e a identificarem, elas
próprias, os problemas e potenciais soluções para melhorarem o seu desempenho. Ao fazê-lo, o tutor está a criar
oportunidades para que os outros resolvam, por si, as suas próprias dificuldades, e não a apresentar soluções já estabe-
lecidas para problemas genéricos. Assim, o tutor não só consegue abordar melhor as preocupações das parteiras, mas
também lhes confere a possibilidade de usarem as soluções que elas próprias criaram.
Um tutor deve demonstrar flexibilidade, usando múltiplas abordagens, para ir ao encontro das necessidades dos
outros. Por exemplo, o tutor pode reunir-se com as parteiras individualmente ou em pequenos grupos. Do mesmo
modo, um tutor pode dar assistência às parteiras presencial ou remotamente (por telefone ou pela internet). O tutor
deve tomar as suas decisões sobre o modo de dar tutoria, com base naquilo que será a escolha mais adequada para
as parteiras que está a tutorar ou para a unidade de saúde, ou para o sistema de saúde, em geral, e com base naquilo
que funciona com os recursos disponíveis.
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 37
Princípios de uma tutoria eficaz
COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA A TUTORIA
Para ajudar as parteiras a melhorar as suas competências, o tutor deve usar as seguintes aptidões:
• Construir relações com base na confiança • Demonstrar curiosidade genuína • Usar uma observação eficaz e competências de comunicação
Para ajudar os outros a melhorarem as suas práticas, o tutor deve convencê-los de que as suas práticas poderão mudar
para melhor. As parteiras apenas se dedicarão a melhorar as suas práticas com um tutor que tenha conquistado a sua
confiança. Um bom tutor deverá dedicar o seu tempo a construir uma relação com os outros e a compreender as suas
perspectivas, de modo a conquistar confiança e dedicação ao aperfeiçoamento. É importante manifestar empatia, quando
for apropriado, para lançar as fundações de um forte relacionamento com os formandos. Demonstrar genuína curiosidade
ou sincero interesse ao observar e ao fazer perguntas permitirá conquistar confiança e ser bem sucedido. O tutor poderá
fazê-lo usando um tom não crítico e perguntas abertas que suscitem uma conversa e uma reflexão. Outros poderão querer
conversar e procurar apoio junto do tutor.
Por outro lado, os tutores que observem com atenção e façam as perguntas certas poderão diagnosticar com maior
rigor as causas profundas dos problemas. Ao reconhecer o melhor dos indivíduos e das equipas, o tutor que com-
preender as causas profundas está em melhor posição para facilitar soluções que sejam apropriadas e exequíveis. Por
exemplo, uma parteira poderá não ter medido a temperatura, não porque não saiba fazê-lo, mas porque não existe um
termómetro na unidade de saúde. Quando o tutor pode ajudar os outros a identificarem, eles próprios, as barreiras que
se colocam no caminho do aperfeiçoamento, isso é um factor de motivação muito mais poderoso para a mudança.
Para facilitar a mudança, o tutor deve compreender aquilo que impede os outros de melhorarem as suas práticas.
O tutor poderá testemunhar três factores que dificultam a aplicação dos itens da Lista de Verificação:
• OPORTUNIDADE – Factores ambientais ou contextuais fora do controlo das pessoas (por exemplo: problemas de apoio da liderança, recursos humanos, dificuldades de tempo ou abastecimento)
• MOTIVAÇÃO – Interesse ou convicções próprias
• CAPACIDADE – Competências, conhecimentos ou confiança técnica.
COMPETÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO ÚTEIS PARA ENCORAJAR OS PROGRESSOS
Ao discutir as práticas, dar feedback e ajudar as parteiras a identificarem problemas e soluções, um tutor deve usar boas
competências de comunicação. Um bom tutor sabe quando e como ouvir, como falar com os outros com respeito e
amabilidade e como comunicar as ideias com clareza e simplicidade.
Perguntas abertas são aquelas que não podem ser respondidas com um simples “sim” ou “não”, nem
com qualquer resposta de uma única palavra. Essas perguntas começam, normalmente, por um Porquê
ou Como. Ao usar perguntas abertas, um tutor cria uma oportunidade para que as parteiras discutam e
reflictam sobre as suas práticas e não simplesmente concordem (ou discordem) com o tutor.
Encorajando as parteiras a definirem claramente objectivos específicos e concretos, com um
calendário definido, o tutor ajuda os outros a empenharem-se na mudança das suas práticas.
O tutor não deve julgar nem envergonhar uma parteira por não ter atingido um objectivo,
mas pode ajudar, motivando a parteira a alcançar os seus próprios objectivos e discutindo formas de, em
conjunto, poderem tornar mais fácil a consecução desses objectivos.
Usar perguntasabertas
Procurarempenho
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 38
Princípios de uma tutoria eficaz
Ouvir activamente requer que o tutor participe na conversa, mesmo quando não fala, pre-
stando muita atenção a quem fala e confirmando o que ouve. O tutor pode usar lingua-
gem verbal ou não verbal, para mostrar que está interessado. Por exemplo, pode acenar
a cabeça para mostrar que está interessado e concorda com as afirmações da pessoa que
fala ou pode usar afirmações como “O que me está a dizer é que, para ter a certeza de
que recebeu a mensagem correcta.
O tutor faz as suas observações sobre as práticas de uma parteira, para ajudar essa
parteira a perceber por que motivo e como deve mudar as suas práticas para melhor. O
feedback nunca deve ser desencorajador, mas, pelo contrário, deve construir confiança
e motivação no outro, para melhorar. Por isso, o feedback deve ser dado respeitosa e
construtivamente:
• O tutor deve estabelecer o tempo e o lugar apropriados para partilhar as suas
observações. Se esperar algum tempo para dar feedback sobre uma acção ou
situação passada, as suas observações já não terão tanta força, porque a parteira
já não se lembrará bem do que aconteceu. Por outro lado, o tutor deve assegurar
que o tempo e o lugar que escolheu para o feedback não será ameaçador nem
embaraçante para a parteira.
• O tutor deve descrever e discutir factos e as suas observações e não gener-
alizar. Deve ser tão específico quanto possível e não deve expressar estereótipos
ou fazer julgamentos com base em pressupostos.
A pergunta de três partes permite ao tutor dar feedback de forma segura e produtiva, or-
ganizando o feedback e a conversa dele resultante de forma respeitosa. A Figura abaixo
mostra uma explicação e alguns exemplos da pergunta de três partes.
Estas importantes competências de comunicação requerem sempre um tom calmo, deli-
cado e interessado, com vista a evitar ofender ou irritar o ouvinte.
FORMULAR A PERGUNTA DE TRÊS PARTESA pergunta de 3 partes baseia-se numa fórmula simples:
OBJECTIVOS
• Explicar a sua observação• Ser específico e claro• Ser tão objectivo quanto possível
EXEMPLOS
OBJECTIVOS
EXEMPLOS
OBJECTIVOS
• Permitir à equipa que reflicta• Mostrar interesse genuíno no que aconteceu
EXEMPLOS
A OBSERVAÇÃO AS IDEIAS A PERGUNTA1 2 3+ +
Dizer por que motivo se está a concentrar num comporta-mento ou acto específico e explicar a sua importância.
“Eu vi...”
“Eu observei...”
“Eu assisti...”
“A equipa...”
“A equipa não...”
“Eu reparei...”
“Penso...”
“Creio...”
“É realmente importante...”
“Agrada-me que...”
“Estou preocupado com...”
“Pode ajudar-me a compreender?”
“Estou curioso, o que acha que aconteceu?”
“Qual é o seu ponto de vista?”
“Como é que sentiu isso?”
“Estou curioso por saber o que acha que aconteceu?”
Ouviractivamente
Dar feedback respeitoso e construtivo
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 39
Instrumento de observação
INSTRUÇÕES Este instrumento de observação é usado para monitorizar a aplicação das práticas essenciais durante o parto. Analisar cada pergunta e sub-pergunta e assinalar se a prática foi cumprida (S para Sim) ou não cumprida (N para Não).
Usar as seguintes categorias para identificar a razão por que determinada prática não foi cumprida: • Oportunidade – factores ambientais ou contextuais fora do controlo do indivíduo. Por exemplo, problemas com o
apoio da liderança, recursos humanos, dificuldades de tempo ou material • Capacidade – aptidões ou conhecimentos; experiência ou confiança técnica • Motivação – interesse limitado ou convicção pessoal que impede a adopção
NA ADMISSÃO
Resposta
1. É preciso transferir a mãe? S N
2. Partograma iniciado? S N
Foram medidos os sons do coração do feto? S N
3. A mãe precisa de tomar antibióticos? S N
A temperatura foi medida? S N
4. A mãe precisa de sulfato de magnésio e de
tratamento hipertensivo? S N
A tensão arterial foi medida? S N 5. Existe material disponível para limpar as mãos e
usar luvas nos exames vaginais? S N
a. As mãos foram lavadas com desinfectante ou água e sabão? S N b. Foram usadas luvas durante o exame vaginal? S N
6. Foi encorajada a presença do acompanhante no parto? S N
7. Foi dito à mãe ou ao acompanhante que devem pedir ajuda durante o trabalho de parto, se necessário? S N
Os sinais de perigo foram explicados à mãe/acompanhante? S N
1 Obstáculo Oportunidade, Capacidade, Motivação
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 40
ANTES DA EXPULSÃO (OU ANTES DA CESARIANA)
Resposta
1. A mãe precisa de tomar antibióticos? Y N
A temperatura foi medida? Y N
2. A mãe precisa de sulfato de magnésio e detratamento hipertensivo? Y N
A tensão arterial foi medida? Y N
3. Os materiais essenciais estão ao lado da cama?
Para a mãe a Luvas Y N
b. Desinfectante de mãos à base de álcool ou sabão e água limpa Y N
c. Oxitocina, 10 unidades na seringa Y N
Para o bebé a Toalha limpa Y N
b. Lâmina/tesoura esterilizada para cortar o cordão Y N
c. Dispositivo de aspiração Y N
d. Balão e máscara Y N
4. Uso correcto do material essencial:
a. As mãos foram lavadas imediatamente após o parto? Y N
b. Foram usadas luvas durante o parto? Y N
c. Foram dadas 10 unidades de oxitocina à mãe um Y N minuto após o parto?
d. A respiração do bebé foi avaliada? Y N
e. Se o bebé não respirava, tentou-se desobstruiras vias respiratórias? Y N
5. Foi identificado e disponibilizado um assistente para ajudar Y N
no parto, em caso de necessidade?
2 Obstáculo Oportunidade, Capacidade, Motivação
Instrumento de observação
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 41
LOGO APÓS O PARTO (NO ESPAÇO DE 1 HORA)
Resposta
1. A mãe tem sangramento anormal? Y N
A parteira verificou se havia hemorragia? Y N
2. A mãe precisa de tomar antibióticos? Y N
A temperatura foi medida? Y N
3. A mãe precisa de sulfato de magnésio e de tratamento hipertensivo? Y N
A tensão arterial foi medida? Y N
4. O bebé precisa de ser transferido? Y N
5. O bebé precisa de antibióticos? Y N
a. A temperatura do bebé foi medida? Y N
b. A frequência respiratória do bebé foi medida? Y N
6. O bebé precisa de cuidados especiais e de monitorização? Y N
O bebé foi pesado? Y N
7. A amamentação começou no espaço de 1 hora? Y N
8. O bebé foi colocado em contacto pele com pele no peito ou abdómen da mãe? Y N
9. Os sinais de perigo foram explicados à mãe/acompanhante? Y N
3 Obstáculo Oportunidade, Capacidade, Motivação
Instrumento de observação
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 42
ANTES DA ALTA
Resposta
1. Foi confirmado o internamento durante 24 horas após o parto? Y N
2. A tensão arterial da mãe é normal? Y N
3. A mãe tem sangramento anormal? Y N
Verificou-se se havia hemorragia? Y N
4. A mãe precisa de tomar antibióticos? Y N
A temperatura foi medida? Y N
5. O bebé precisa de tomar antibióticos? Y N
a. A temperatura do bebé foi medida? Y N
b. A frequência respiratória do bebé foi medida? Y N
6. O bebé come bem? Y N
A alimentação do bebé foi verificada? Y N
7. As opções de planeamento familiar foram discutidas e oferecidas à mãe? Y N
8. Foi marcado o seguimento e os sinais de perigo foram explicados à mãe/acompanhante? Y N
Observações gerais:
A mãe ou o bebé foram transferidos em alguma altura Y Ndurante a observação?
Foi executada cesariana em qualquer altura durante Y Na observação? A mãe morreu em qualquer altura durante a observação? Y N O bebé morreu em qualquer altura durante a observação? Y N
Comentários:
4 Obstáculo Oportunidade, Capacidade, Motivação
Instrumento de observação
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 43
INSTRUMENTO DE TUTORIA
LISTA DE PRÁTICAS DE PARTO ESSENCIAIS E DE MATERIAIS
DEFENSOR DE PARTOS DO MÊS
Áreas a melhorar
SOLUÇÃO PROPOSTAPRÁTICA DE PARTO ESSENCIAL OU PROBLEMA DE MATERIAIS
COMO USAR O INSTRUMENTO DE TUTORIA • Reportar o sucesso do desempenho das práticas de parto ou a disponibilidade e utilização dos materiais e
reconhecer as parteiras que foram responsáveis.
• Identificar problemas para as parteiras que aplicam os itens da Lista de Verificação.
• Registar as soluções e os compromissos assumidos para cada área a melhorar.
• Registar as soluções encontradas para cada problema e o profissional de saúde que assumiu o compromisso de as aplicar.
Êxitos
Exemplo de instrumento de tutoria
LISTA DE PRÁTICAS ESSENCIAIS E MATERIAIS
EXEMPLO 1 A oxitocina foi administrada correctamente a todas as mulheres 1 minuto depois do parto pra todos os partos na semana passada.
EXEMPLO 2 Os sinais de perigo foram explicados a todas as mulheres após o parto e antes da alta.
DEFENSOR DE PARTOS DO MÊS
Áreas a melhorar
SOLUÇÃO PROPOSTAPRÁTICA DE PARTO ESSENCIAL OU PROBLEMA DE MATERIAIS
EXEMPLO 1 Nem sempre há sabão disponível.
O farmacêutico fará uma encomenda de sabão esta semana. No futuro, o sabão será encomendado todos os meses, para assegurar que existirá sempre o suficiente na sala de partos.
O profissional de saúde prepara bandejas de manhã para serem usadas durante o dia.
COMO USAR O INSTRUMENTO DE TUTORIA • Reportar o sucesso do desempenho das práticas de parto ou a disponibilidade e utilização dos materiais e
reconhecer as parteiras que foram responsáveis.
• Identificar problemas para as parteiras que aplicam os itens da Lista de Verificação.
• Registar as soluções e os compromissos assumidos para cada área a melhorar.
• Registar as soluções encontradas para cada problema e o profissional de saúde que assumiu o compromisso de as aplicar.
Êxitos
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 44
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 45
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 46
GLOSSÁRIO
MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O PARTOGRAMA DISPONÍVEIS EM:http://www.glowm.com/resources/glowm/videos/safermotherhood/ Partograph%20E-tool/ Partograph_WHO.swf
SIGLAS
ARV Antirretrovirais
TARV Terapêutica Antirretroviral
DAMP Depósito de acetato de medroxiprogesterona
UCS Unidade de Cuidados de Saúde
VIH Vírus da Imunodeficiência Humana
RMM Rácio da Mortalidade Materna
TMN Taxa de Mortalidade Neonatal
PTV Prevenção da Transmissão Vertical
RPM Rotura Prematura das Membranas
OMS Organização Mundial da Saúde
Descrição dos itens da Lista de Verificação
É importante verificar a mãe no momento da admissão, para detectar e tratar complicações que ela possa eventualmente já ter e confirmar se ela precisará de ser transferida para outra unidade, para a preparar (e ao seu acompanhante) para o trabalho de parto e o próprio parto e informá-la acerca dos sinais de perigo que deverão levá-la a pedir ajuda.
É PRECISO TRANSFERIR A MÃE?
As mães com complicações, ou aquelas que estão em risco de complicações, poderão
necessitar de transferência para outra unidade, de forma a receberem cuidados seguros. O
utilizador da Lista de Verificação deverá confirmar se a mãe precisa de transferência para out-
ra unidade, analisando os critérios de transferência da unidade. Se for caso disso, o profissional
de saúde deverá tomar medidas imediatamente para organizar a sua transferência segura. O
profissionalde saúde deverá comunicar à mãe (e ao acompanhante) a causa da transferência,
assim como aos profissionais de saúde da unidade para a qual ela irá ser transferida. A afix-
ação da lista dos critérios de transferência na zona de admissão poderá ser uma útil referência
para os profissionais de saúde, ajudando-os a identificar rapidamente as mães que deverão
ser transferidas.
PARTOGRAMA INICIADO?
O partograma é um instrumento de uma página usado para avaliar os progressos no trabalho
de parto. As linhas de alerta e de acção do partograma ajuda os profissionais de saúde a
reconhecer e a actuar de forma a gerir um parto prolongado e obstruído. Alguns estudos
revelaram que o uso do partograma poderá ajudar a evitar o parto prolongado, a reduzir
intervenções operatórias e a melhorar os resultados neonatais.10 O utilizador da Lista de Verifi-
cação deverá iniciar o partograma quando a dilatação cervical da mãe for de quatro ou mais
centímetros (i.e., quando ela já estiver em trabalho de parto activo).11,12 O colo do útero da
mãe deverá então dilatar-se a uma velocidade de, pelo menos, 1 centímetro por hora. De 30
em 30 minutos, o profissional de saúde deverá registar no partograma a frequência cardíaca
da mãe, o padrão das contracções e a frequência cardíaca do feto. A temperatura da mãe
deverá ser registada de duas em duas horas e a tensão arterial de quatro em quatro horas. Se
a mãe ainda não estiver em trabalho de parto activo no momento da admissão, dever-se-á
anexar um partograma à sua ficha clínica e começar a registar quando a dilatação cervical
atingir os quatro centímetros.
PONTO DE PAUSA 1 NA ADMISSÃO
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 47
GLOSSÁRIO
A MÃE PRECISA DE INICIAR ANTIBIÓTICOS?
Os antibióticos previnem e tratam as infecções bacterianas. Se uma mulher grávida tiver
uma infecção, ou factores de risco de infecção, o tratamento com antibióticos ajudará a
evitar complicações relacionadas com a sua infecção, a do feto e do recém-nascido.13 É
importante perguntar se tem alergias, antes da administração de qualquer medicamento.
O utilizador da Lista de Verificação deverá confirmar se a mãe precisa de antibióticos no
momento da admissão e, se for o caso, os antibióticos deverão ser administrados imediata-
mente. Os antibióticos devem ser dados se a mãe tiver uma temperatura igual ou superior a
38°C, corrimento vaginal fétido, ou rotura das membranas há mais de 18 horas.11,12
A MÃE PRECISA DE INICIAR SULFATO DE MAGNÉSIO E DE TRATAMENTO ANTI-
HIPERTENSIVO?
A pré-eclâmpsia é uma forma grave de hipertensão na gravidez. A tensão arterial muito
elevada (≥160/110 mmHg) está associada a complicações para a mãe, incluindo eclâmpsia
e AVC, e morte intrauterina do bebé. O tratamento profilático das mães com pré-eclâmpsia
com sulfato de magnésio e tratamento anti-hipertensivo ajudará a evitar essas compli-
cações.
O utilizador da Lista de Verificação deverá confirmar se a mãe precisa de sulfato de magné-
sio e de tratamento anti-hipertensivo no momento da admissão. Se for esse o caso, o sulfato
de magnésio e o agente anti-hipertensivo (de acordo com o protocolo local) deverão ser
administrados urgentemente se a mãe tiver a tensão arterial diastólica igual ou superior a
110 mmHg com proteinúria 3+, ou se a sua tensão arterial diastólica for igual ou superior a
90 mmHg, com proteinúria 2+ e quaisquer sinais de pré-eclâmpsia (fortes dores de cabeças,
distúrbios da visão ou dor epigástrica).11 Se a tensão arterial sistólica for igual ou superior a
160 mmHg, usar tratamento anti-hipertensivo (de acordo com o protocolo local) para baixar
e manter a tensão arterial até imediatamente abaixo de 150/100 mmHg. A terapia anticon-
vulsiva com sulfato de magnésio deverá continuar durante 24 horas após o parto ou após a
última convulsão, conforme o último a ocorrer.11,14 A tensão arterial deverá ser confirmada
por, pelo menos, uma medição repetida.
CONFIRMAR SE HÁ MATERIAL DISPONÍVEL PARA LIMPAR AS MÃOS E USAR LUVAS NOS
EXAMES VAGINAIS
Os profissionais de saúde com mãos não desinfectadas podem transmitir infecções às mães
e aos bebés. As boas práticas de higiene das mãos ajudam a evitar as infecções. Os profis-
sionais de saúde deverão, por isso, usar um desinfectante de mãos à base de álcool, ou lavar
bem as mãos com sabão e água limpa, antes e depois, todas as vezes que tiverem contacto
com a mãe ou o recém-nascido. Sempre que os profissionais de saúde tiverem contacto
com as secreções da mãe ou do recém-nascido, por exemplo, durante os exames vaginais,
deverão lavar bem as mãos e também usar luvas limpas.11,12 Os profissionais de saúde de-
verão lavar bem as mãos antes de qualquer procedimento asséptico. Os produtos de higiene
(i.e. sabão e água corrente limpa ou desinfectante de mãos à base de álcool e luvas limpas)
deverão estar sempre rapidamente disponíveis e acessíveis para ajudar os profissionais de
saúde a adoptarem boas práticas de higiene das mãos.
AS TÉCNICAS CORREC-TAS PARA A HIGIENE DAS MÃOS, USANDO DESIN-FECTANTE DE MÃOS À BASE DE ÁLCOOL OU SABÃO E ÁGUA LIMPA ESTÃO DISPONÍVEIS EM: http://www.who.int/gpsc/5may/tools/ workplace_reminders/en/
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 48
GLOSSÁRIO
ENCORAJAR O ACOMPANHANTE A PARTICIPAR NO NASCIMENTO
Os acompanhantes dão apoio à mãe durante o período do pré-parto, do parto e do pós-par-
to. Eles podem ainda ajudar a reconhecer os sinais de perigo, alertar os profissionais de
saúde em caso de emergência e proporcionar cuidados ao bebé. São exemplos de possíveis
acompanhantes os familiares, o marido, amigos, agentes comunitários de saúde, doulas ou
membros do pessoal.
As evidências revelam que os acompanhantes no parto podem ajudar a melhorar os resul-
tados da saúde. A presença de acompanhantes durante o parto aumenta a probabilidade
da mãe ter um parto vaginal espontâneo em vez de cesariana, ou parto com ventosa ou
fórceps.11 Também tem sido demonstrado que as mães com acompanhantes ao parto têm
menos necessidade de analgésicos, ficam mais satisfeitas com a sua experiência de nasci-
mento e têm partos ligeiramente mais rápidos. Também os bebés podem beneficiar com
isso. Alguns estudos revelam que as pontuações de Apgar de 5 minutos em recém-nascidos
são melhores e que a ligação materna pós-natal é melhor quando os acompanhantes estão
presentes.11,12,15,16
Os utilizadores da Lista de Verificação deverão encorajar a presença de um acompanhante
durante o período do pré-parto, do parto, do pós-parto e pós-natal. Se estiver presente
um acompanhante no momento da admissão, então este deverá ser encorajado a ficar
presente durante todo o processo do parto. Se o acompanhante não estiver presente no
momento da admissão, a mãe deverá ser encorajada a identificar um acompanhante.
CONFIRMAR SE A MÃE OU O ACOMPANHANTE PEDIRÃO AJUDA DURANTE O
TRABALHO DE PARTO EM CASO DE NECESSIDADE
As complicações são imprevisíveis e podem ocorrer a qualquer momento durante o parto.
Geralmente, as complicações são tanto mais difíceis de gerir quanto mais tempo passarem
despercebidas e não forem tratadas. É, por isso, importante que os profissionais de saúde
detectem e tratem as complicações o mais cedo possível.
“Sinais de perigo” são sinais clínicos e sintomas que indicam que uma complicação se pode
estar a desenvolver ou que já existe. Muitas vezes, os profissionais de saúde serão capazes de
reconhecer directamente os sinais de perigo. No entanto, às vezes, os profissionais de saúde
poderão estar a assistir a outros casos ou poderão estar desatentos, por qualquer motivo, no
momento preciso em que ocorra um sinal de perigo na mãe ou no bebé. Nessa situação, é
importante que a mãe (ou o acompanhante) alertem os profissionais de saúde para a pre-
sença desses sinais de perigo. Por isso, as mães (e o acompanhante) deverão ser ensinados a
reconhecerem sinais de perigo e a alertar imediatamente o profissional de saúde, assim que
o sinal de perigo ocorra. Os profissionais de saúde são encorajados a apresentarem-se à mãe
e ao acompanhante, pois o facto de saber o seu nome ajuda por vezes a mãe e o acompan-
hante a sentirem-se mais à vontade para pedirem ajuda.
O utilizador da Lista de Verificação deverá avisar a mãe (e o acompanhante) no momen-
to da admissão para alertar imediatamente o profissional de saúde se surgir algum dos
seguintes sinais de perigos durante o trabalho de parto: sangramento, fortes dores abdom-
inais, forte dor de cabeça, distúrbio visual ou incapacidade de urinar. O utilizador da Lista
de Verificação deverá ainda dizer à mãe para alertar o profissional de saúde quando sentir
vontade de fazer força, pois isso quer provavelmente dizer que o bebé está para nascer.
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 49
GLOSSÁRIO
É importante controlar a situação da mãe imediatamente antes da expulsão (ou antes da cesariana) para detectar e tratar complicações que possam ocorrer durante o trabalho de parto e prepará-la para situações de rotina e eventuais situações de crise que possam surgir após o parto.
A MÃE PRECISA DE TOMAR ANTIBIÓTICOS?
Como acima se afirmou, os antibióticos previnem e tratam as infecções bacterianas. Se uma
parturiente tiver uma infecção, ou tiver factores de risco de infecção, o tratamento com an-
tibiótico ajudará a evitar complicações correlacionadas, em si, no feto e no recém-nascido.13
É importante perguntar se tem alergias, antes da administração de qualquer medicamento.
O utilizador da Lista de Verificação deverá confirmar se a mãe precisa de antibióticos no
momento do período de expulsão, caso em que estes deverão ser imediatamente admin-
istrados. Os antibióticos deverão ser administrados se a mãe tiver uma temperatura igual
ou superior a 38°C, corrimento vaginal fétido ou rotura do saco amniótico há mais de 18
horas.11,12 Também devem ser administrados antibióticos se a mãe tiver que fazer cesariana.13
A MÃE PRECISARÁ DE RECEBER SULFATO DE MAGNÉSIO OU DE TRATAMENTO ANTI-
HIPERTENSIVO?
Como acima ficou dito, a pré-eclâmpsia é uma forma de hipertensão na gravidez. O
tratamento profilático das mães que tenham pré-eclâmpsia com sulfato de magnésio e
medicamentos anti-hipertensivos ajudarão a evitar as complicações relacionadas com a
hipertensão da mulher (especificamente, convulsões ou sezões eclâmpticas e AVC) e do
seu bebé. O utilizador da Lista de Verificação deverá confirmar se a mãe precisa de sulfato
de magnésio e de tratamento anti-hipertensivo no momento em que começar o período
de expulsão e, se necessário, administrar imediatamente sulfato de magnésio, baixando a
tensão arterial com anti-hipertensivos. O sulfato de magnésio deverá ser administrado se a
mãe tiver a tensão diastólica igual ou superior a 110 mmHg, com 3+ de proteinúria ou se a
tensão arterial diastólica for igual ou superior a 90 mmHg, com proteinúria 2+ e quaisquer
sinais de pré-eclâmpsia (forte dor de cabeça, distúrbio visual ou dor epigástrica).11,14
A tensão arterial alta deverá ser confirmada por, pelo menos, duas medições.
Se a tensão arterial sistólica for igual ou superior a 160 mmHg, usar anti-hipertensivos (se-
gundo o protocolo local) para baixar e manter a tensão arterial abaixo de 150/100 mmHg. A
terapia anticonvulsiva com sulfato de magnésio deverá continuar por 24 horas após o parto
ou 24 horas após a última convulsão, conforme o último a ocorrer.
CONFIRMAR SE HÁ MATERIAL NECESSÁRIO ACESSÍVEL E PREPARAR PARA O PARTO
O momento do nascimento e os primeiros minutos que se seguem após o parto são os
períodos de maior risco de complicações para a mãe e o seu bebé. As situações de crise
podem evoluir muito rapidamente e pôr a mãe e o bebé em grande risco de complicações
e até de morte. Geralmente, os profissionais de saúde não têm tempo suficiente para se
prepararem quando surge uma situação de crise; por essa razão, em todos os partos, eles
deverão preparar-se antecipadamente para ambas as situações: de rotina ou de potencial
crise, de modo a garantirem a segurança da mãe e do bebé.
PONTO DE PAUSA 2 ANTES DA EXPULSÃO (OU ANTES DA CESARIANA)
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 50
GLOSSÁRIO
Há duas maneiras dos profissionais de saúde se prepararem para o momento do nascimen-
to. Especificamente, os profissionais de saúde deverão ter à mão os materiais essenciais e
preparem-se eles próprios para tomar acções imediatas. Os materiais essenciais deverão
estar sempre limpos, funcionais e prontos a usar, antes do nascimento. As acções deverão
ser tomadas de imediato ou as complicações podem evoluir rapidamente. Os profissionais
de saúde deverão, por isso, lembrar-se das acções essenciais anteriores ao parto, de forma
a poderem completá-las rapidamente no momento do nascimento e nos primeiros minutos
que se seguem.
Para a mãe: No início da expulsão, ou antes da Cesariana, os profissionais de saúde deverão
confirmar a disponibilidade dos seguintes produtos essenciais ao lado da mãe e prontos a
usar no momento do nascimento: Luvas, sabão e água limpa com toalhas descartáveis ou
desinfectante de mãos à base de álcool e oxitocina (10 unidades internacionais numa seringa).
O uso de luvas, sabão, água limpa e toalhas descartáveis, bem como desinfectante de mãos
à base de álcool destina-se a garantir uma boa prática de higiene das mãos durante o parto
para evitar a infecção da mãe e do bebé. O uso de oxitocina é para ajudar na contracção do
útero e evitar uma eventual hemorragia pós-parto.
No início da expulsão, os profissionais de saúde deverão ainda rever os passos envolvidos
nos cuidados à mãe imediatamente após o parto. Essas acções essenciais para a mãe ime-
diatamente após o parto ajudá-la-ão a garantir uma expulsão segura da placenta e a evitar
uma hemorragia pós-parto. O primeiro passo é assegurar-se de que não há mais bebés para
nascer. O segundo passo é administrar 10 IU de oxitocina intramuscular à mãe no espaço de
1 minuto após o parto.
O terceiro passo é laquear e cortar o cordão umbilical, garantindo a expulsão completa da
placenta. O quarto passo é massajar o útero imediatamente após a saída da placenta. Esta
técnica ajuda a contrair o útero, evitando assim uma hemorragia. Finalmente, o profissional
de saúde deverá palpar o útero para se assegurar de que este continua contraído.
Para o bebé: No início da expulsão ou antes da cesariana, os profissionais de saúde deverão
confirmar se estão disponíveis os seguintes produtos para o bebé, junto à mãe e prontos a
usar no momento do parto: toalhas limpas, uma lâmina/tesoura esterilizada para cortar o
cordão umbilical, um dispositivo de aspiração e balão e máscara.
O uso de uma toalha limpa para secar o bebé imediatamente após o parto ajudará a man-
tê-lo quente, uma vez que o líquido amniótico e vaginal na pele do bebé poderá arrefecê-lo
perigosamente à medida que o líquido se evapora.11,17 Este processo de secagem do bebé
também provoca a sua estimulação o que o ajudará a chorar ou a respirar.
O uso de uma lâmina/tesoura esterilizada para cortar o cordão umbilical ajudará a evitar uma
infecção no recém-nascido (as lâminas não esterilizadas podem transmitir uma infecção ao
bebé).11,17 Deverá laquear-se o cordão, atando com um nó ou uma pinça antes de o cortar
para evitar a hemorragia.11,17 As evidências sugerem que o melhor momento para laquear e
cortar o cordão é 1-3 minutos após o nascimento.18 Este período de tempo permite que
entre na circulação do bebé a quantidade de sangue correcta.
MAIS INFORMAÇÕES SOBRE CUIDADOS NO MOMENTO DO NASCI-MENTO DISPONÍVEIS EM:http://www.who.int/ma-ternal_child_adolescent/documents/imca-essen-tial-practice-guide/en/
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 51
GLOSSÁRIO
O uso de um dispositivo de aspiração para expulsar as secreções da boca e nariz do bebé
será importante se as vias respiratórias do bebé estiverem obstruídas e o bebé não con-
seguir chorar nem respirar de imediato após nascer. O uso de um balão e máscara será
importante se o bebé precisar de reanimação, para ajudá-lo a chorar ou a respirar.18
No início do período de expulsão, os profissionais de saúde deverão também rever os passos
necessários ao bebé imediatamente após o parto. Essas acções essenciais ao bebé imedia-
tamente após o parto ajudá-lo-ão numa transição bem sucedida para a vida extra-uterina.
O período de um minuto que se segue ao nascimento é chamado “minuto de ouro” para
o bebé, pois este, para sobreviver, deverá começar a chorar ou a respirar aproximadamente
no espaço de um minuto.18 Se o bebé não gritar nem respirar espontaneamente nesse
espaço de tempo, os profissionais de saúde deverão então prestar-lhe rapidamente a devida
assistência.
O primeiro passo após o parto, é secar imediatamente o bebé e mantê-lo quente. Para o
manter quente, pode-se colocar o recém-nascido contra a pele da mãe ou cobri-lo com
uma manta seca e quente. Se o bebé chorar e parecer saudável, poder-se-á então dispen-
sar-lhe os cuidados de rotina. Caso o bebé não chore nem respire, o profissionalde saúde
deverá estimulá-lo, esfregando-lhe as costas. Se, mesmo assim, o bebé ainda não chorar
nem respirar, então o profissional de saúde deverá rapidamente laquear e cortar o cordão
umbilical, limpar ou aspirar a boca e o nariz do bebé se estiverem obstruídos, ventilar o bebé
com um balão e máscara e pedir urgentemente ajuda.
A maioria dos bebés que não gritam nem respiram ao nascer fá-lo-ão se forem estimulados.
Os bebés que não respondem ao estímulo começarão quase sempre a chorar ou respirar
quando uma pressão de ventilação positiva for adequadamente aplicada com balão e más-
cara.11,17,18,19
FOI IDENTIFICADO UM ASSISTENTE PRONTO PARA AJUDAR NO PARTO SE
NECESSÁRIO?
Como acima se disse, o momento do nascimento e os primeiros minutos após o parto
são o período de maior risco de complicações para a mãe e o bebé e a sua preparação é
fundamental. Os profissionais de saúde deverão preparar-se antecipadamente para eventuais
situações de crise durante o parto, de forma a garantir a segurança da mãe e do bebé. A
disponibilidade de um assistente durante o evento se ocorrer uma situação de crise é im-
portante. Este poderá executar várias tarefas complementares, incluindo avaliar a mãe ou o
bebé, iniciar fluido IV, administrar medicamentos, organizar transferências e pedir mais ajuda.
No início do período de expulsão, os profissionais de saúde deverão identificar um assistente
que esteja informado da iminência do nascimento, e que se mantenha por perto e pronto
para ajudar, se necessário, durante o parto. O assistente poderá ser outro profissional de
saúde ou, onde a escassez de pessoal for grande, o assistente poderá ser o acompanhante
ou mesmo um leigo (neste caso, o assistente não será solicitado a executar tarefas médicas
como iniciar fluido IV ou administrar medicamentos, mas poderá ajudar a entregar o materi-
al, pedir mais ajuda ou outras tarefas simples mas importantes).11,14
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 52
GLOSSÁRIO
É importante observar a mãe e o bebé logo após o parto (no espaço de uma hora) para detectar e tratar eventuais complicações que ocorram e ensinar à mãe (e ao seu acompanhante) quais são os sinais de perigo para que deverá pedir ajuda.
A MÃE TEM ALGUMA HEMORRAGIA ANORMAL?
A hemorragia pós-parto anormal é uma grande complicação que deverá ser detectada e
tratada o mais cedo possível. A hemorragia pós-parto pode ocorrer devido a várias razões,
incluindo atonia uterina, retenção da placenta ou fragmentos da placenta, laceração vagi-
nal ou rotura uterina. Uma hemorragia anormal define-se como uma perda de 500 ml de
sangue ou mais, ou qualquer perda de sangue em que a condição da mãe se deteriore,
especialmente se ela for anémica (se a mãe tiver anemia grave, o limite para iniciar a acção
poderá ser muito inferior a 500 ml).20,21
O utilizador da Lista de Verificação deverá avaliar a mãe relativamente a hemorragia anormal
logo após o parto (espaço de uma hora) e levar a cabo as seguintes acções se a mãe estiver
a perder muito sangue: massajar o útero, considerar a administração de mais uterotónicos
como a oxitocina, canalizar a veia e administrar fluidos IV, e tratar as causas específicas da
hemorragia anormal. 14,16,18,20,22 É ainda importante medir a pulsação da mãe: uma taxa cres-
cente de batimentos cardíacos é um aviso precoce de choque hipovolémico, uma vez que é
evidente que a pulsação aumenta antes de surgirem outros sinais de choque.11
A MÃE PRECISA DE TOMAR ANTIBIÓTICOS?
Como acima se afirmou, os antibióticos evitam e tratam as infecções bacterianas. Se a mãe
tiver uma infecção pós-parto, ou tiver factores de risco de infecção, então o tratamento
com antibióticos ajudará a evitar complicações relacionadas com a infecção7. É importante
perguntar se tem alergias, antes da administração de qualquer medicamento. O utilizador
da Lista de Verificação deverá confirmar se a mãe precisa de antibióticos logo após o parto
(dentro de uma hora) e, se for caso disso, os antibióticos deverão ser administrados imedia-
tamente. Os antibióticos deverão ser administrados se a placenta da mãe tiver sido retirada
manualmente, se ela tiver sofrido umalaceração do perineo de terceiro ou quarto grau ou se
a sua temperatura for de 38°C ou mais, e tiver tremores ou corrimento vaginal fétido.11,12,16,21,23
A MÃE PRECISA DE INICIAR O SULFATO DE MAGNÉSIO E DE TRATAMENTO ANTI-
HIPERTENSIVO?
Como acima se afirmou, a pré-eclâmpsia é uma forma grave de hipertensão na gravi-
dez. O tratamento profiláctico das mães com pré-eclâmpsia com sulfato de magnésio
e medicamentos anti-hipertensivos ajuda a prevenir complicações relacionadas com a
hipertensão (especificamente, crises e convulsões da eclâmpsia). A hipertensão durante
a gravidez pode ainda ser um problema após o nascimento do bebé: até um terço das
convulsões da eclâmpsia ocorre após o parto. O utilizador da Lista de Verificação deverá
confirmar se a mãe precisa de sulfato de magnésio e de tratamento anti-hipertensivo
logo após o parto (no espaço de uma hora) e, se for esse o caso, o sulfato de magnésio
deverá ser administrado imediatamente. O sulfato de magnésio deverá ser administrado
PONTO DE PAUSA 3 IMEDIATAMENTE APÓS O PARTO (NO ESPAÇO DE UMA HORA)
MAIS INFORMAÇÕES SOBRE GESTÃO DA HEMORRAGIA PÓS-PARTO DISPONÍVEL EM:http://www.who.int/reproductivehealth/publications/maternal_perinatal_health/9789241548502/en/
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 53
GLOSSÁRIO
se a tensão arterial diastólica da mãe for igual ou superior a 110 mmHg com proteinúria
3+ ou se a tensão arterial diastólica for igual ou superior a 90 mmHg com proteinúria 2+
ou mais, e tiver qualquer sinal de pré-eclâmpsia (forte dor de cabeça, distúrbio visual ou
dor epigástrica).11,14 A tensão arterial elevada deverá ser confirmada por, pelo menos, duas
medições.
Se a tensão arterial sistólica for superior a 160 mmHg, dar fármacos anti-hipertensivos para
baixar e manter a tensão arterial diastólica imediatamente abaixo de 150/100 mmHg. A tera-
pia anticonvulsiva com sulfato de magnésio deverá continuar durante 24 horas após o parto
ou durante 24 horas após a última convulsão, conforme o último a ocorrer.
O BEBÉ PRECISA DE SER TRANSFERIDO?
Os bebés com complicações podem necessitar de transferência para outra unidade de
modo a garantir que recebem cuidados seguros.11,17,20,22 O utilizador da Lista de Verificação
deverá confirmar se o bebé precisa de ser transferido para outra unidade, analisando os
critérios da unidade para transferência. Se a transferência for indicada, o profissional de saúde
deverá agir de imediato para organizar uma transferência segura o profissional de saúde
deverá comunicar as razões da transferência à mãe e aos profissionais de saúde da unidade
para onde o bebé está a ser transferido. A afixação de uma lista dos critérios de transferência
na área pos-parto e pos-natal poderá ser uma boa referência para os profissionais de saúde
e ajudá-los a identificar rapidamente os bebés que precisam de ser transferidos.
O BEBÉ PRECISA DE ANTIBIÓTICOS?
Como acima se explicou, os antibióticos evitam e tratam as infecções bacterianas. Se um
bebé tiver uma infecção ou estiver em risco disso, o tratamento antibiótico ajudará a evitar
complicações relacionadas com a infecção13. Os bebés são particularmente susceptíveis
a infecções porque o seu sistema imunitário é relativamente frágil. É urgente que os bebés
com uma infecção ou em risco disso sejam tratados de imediato. O utilizador da Lista de
Verificação deverá confirmar se o bebé precisa de antibióticos logo após o parto (no espaço
de uma hora) e, se for caso disso, os antibióticos deverão ser administrados de imediato. O
bebé precisará de antibióticos se a mãe estiver a tomá-los, ou se tiver uma das seguintes
condições: frequência respiratória >60 por minuto ou <30 por minuto; retracção toráxica,
gemidos ou convulsões; reacção lenta aos estímulos; ou temperatura <35°C (que não sobe
após aquecimento) ou temperatura ≥38°C.11,16,24
O BEBÉ PRECISA DE CUIDADOS ESPECIAIS OU DE MONITORIZAÇÃO?
Alguns bebés poderão ter factores de risco que não cumprem os critérios de transferência,
mas que necessitam, no entanto, de cuidados especiais ou de monitorização, para garantir
a sua estabilidade. Por exemplo, alguns bebés pequenos ou prematuros podem parecer
saudáveis, mas eles são efectivamente muito mais susceptíveis a complicações nas pri-
meiras horas e dias após o parto. O utilizador da Lista de Verificação deverá confirmar se o
bebé precisa de cuidados especiais ou de monitorização logo após o parto (no espaço de
uma hora) e, se necessário, deverá proceder de imediato a cuidados especiais ou de moni-
torização. Os cuidados especiais ou monitorização deverão ser proporcionados ao bebé se
este tiver nascido mais de um mês antes do final da gestação, se tiver um peso à nascença
de <2500 gramas, se precisar de antibióticos, ou exigir reanimação para o ajudar a chorar ou
respirar à nascença.11,18,22,25,26
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 54
GLOSSÁRIO
INICIAR A AMAMENTAÇÃO E O CONTACTO COM A PELE DA MÃE (SE A MÃE E O BEBÉ
ESTIVEREM BEM)
A amamentação precoce é salutar tanto para os bebés como para as mães. As evidências
sugerem que a amamentação no espaço de uma hora após o nascimento ajuda o bebé
a estabelecer uma boa ligação à mãe. A amamentação precoce pode ainda estimular a
contracção uterina da mãe através das hormonas maternas libertadas e ajuda a evitar a
hemorragia vaginal pós-parto.24,27,28
Os bebés são particularmente sensíveis ao stress do frio. Podem surgir rapidamente compli-
cações se a temperatura corporal do bebé descer abaixo do limite normal. O contacto com
a pele da mãe é o melhor método para manter o bebé quente. Para isso, o bebé deverá ser
colocado contra a pele da mãe e, em seguida, deverão ser ambos embrulhados num tecido
ou manta limpa. Este contacto imediato pele com pele após o nascimento ajuda ainda a pro-
mover a ligação entre o bebé e a mãe.11,17,28,22,24,26
Se tanto a mãe como o bebé estiverem bem, o utilizador da Lista de Verificação deverá con-
firmar que foram iniciadas a amamentação e o contacto pele com pele logo após o parto
(no espaço de uma hora).
CONFIRMAR SE A MÃE/ACOMPANHANTE PEDIRÃO AJUDA SE HOUVER ALGUM SINAL
DE PERIGO
Como acima se descreveu, as complicações são imprevisíveis e podem surgir a qualquer
momento durante o processo do nascimento. Isto tanto é verdade para as mães como para
os bebés. As mães (e acompanhantes) podem ser ensinados a reconhecer os sinais de peri-
go e a alertar a agente de cuidados de saúde de imediato, caso esses sinais ocorram.
O utilizador da Lista de Verificação deverá dizer à mãe (e acompanhante) logo após o parto
(no espaço de uma hora) para alertar o profissional de saúde imediatamente se ocorrer
algum dos seguintes sinais de perigo que a mãe possa desenvolver no período pós-parto:
hemorragia, forte dor abdominal, forte dor de cabeça ou distúrbio visual, respiração difícil,
febre e calafrios ou dificuldade em urinar. 11,17,18,22,24
O utilizador da Lista de Verificação deverá dizer também à mãe (e acompanhante) logo após
o parto (no espaço de uma hora) para alertar o profissional de saúde imediatamente, se
ocorrer algum dos seguintes sinais de perigo para o bebé no período pós-natal: respiração
ofegante ou respiração difícil, febre, frio inexplicável, parar de mamar bem, menor actividade
do que normalmente ou corpo amarelecido.11,17,18,24
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 55
GLOSSÁRIO
PONTO DE PAUSA 4 ANTES DA ALTA
É importante verificar se a mãe e o bebé estão de boa saúde antes de terem alta, que foi marcada uma consulta de seguimento, que foram debatidas e di-sponibilizadas as opções de planeamento familiar e que foi ensinado à mãe (e acompanhante) a reconhecer os sinais de perigo que exigem cuidados de saúde imediatamente.
CONFIRMAR O INTERNAMENTO NA UNIDADE DURANTE 24 HORAS APÓS O PARTO
Metade de todas as mortes maternas e 40% das mortes neonatais ocorrem durante as
primeiras 24 horas após o parto. Assim, a OMS recomenda que a mãe e o recém-nascido
sejam observados na unidade de saúde durante, pelo menos, 24 horas antes de terem
alta.29,30,31
A TENSÃO ARTERIAL DA MÃE É NORMAL?
Antes da alta da mãe, o utilizador da Lista de Verificação deverá medir a tensão arterial e o
pulso, certificando-se de que a tensão arterial está normal, uma vez que a pré-eclâmpsia
pode surgir após o nascimento e um terço de todas as convulsões eclâmpticas aparecem
durante o período pós-parto. Para além disso, se a mãe tiver tido uma hemorragia pós-parto,
é importante saber se a sua tensão arterial e as pulsações estão normais. Para mais infor-
mações, consultar as recomendações da OMS para a prevenção e tratamento de hemorra-
gia pós-parto.20
A MÃE TEM SANGRAMENTO ANORMAL?
Como foi dito, o sangramento anormal pós-parto é uma grave complicação que deverá ser
detectada e tratada o mais cedo possível. O utilizador da Lista de Verificação deverá confir-
mar se o sangramento da mãe está controlado antes dela ter alta e se o pulso está normal.
Isto pode conseguir-se perguntando à mãe acerca das suas perdas de sangue e fazendo-lhe
um exame. O profissional de saúde deverá examinar o abdómen da mãe, para se certificar
se o útero está contraído e verificar a perda de sangue na vagina15. O profissional de saúde
deverá ainda verificar outros sinais ou sintomas como falta de ar, fraqueza ou demasiado
cansaço para sair da cama11. Se a hemorragia da mãe não for controlada ou se o pulso
estiver demasiado acelerado, a mãe deverá ser tratada e a sua alta deverá ser adiada. Em
nenhuma situação a mãe deverá ter alta se a sua hemorragia não estiver controlada.
A MÃE PRECISA DE TOMAR ANTIBIÓTICOS?
Os antibióticos são necessários para tratar as infecções que podem ocorrer na mãe no
período pós-parto. A sepse puerperal é uma importante causa de infecção materna após
o parto. Outras eventuais infecções são a mastite e a infecção da ferida após uma cesar-
iana. Estas condições poderão não surgir no momento da alta, mas deverá ser pedido às
mulheres que voltem a unidade de saúde se estes problemas surgirem posteriormente. É
importante perguntar se tem alergias, antes da administração de qualquer medicamento. O
utilizador da Lista de Verificação deverá confirmar se a mãe precisa de antibióticos antes da
alta e, se for esse o caso, os antibióticos deverão ser administrados imediatamente e a alta
adiada. Também deverão ser administrados antibióticos e a alta adiada se a mãe tiver febre
de 38°C ou mais, arrepios ou corrimento vaginal fétido.11,12,16,21
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 56
GLOSSÁRIO
O BEBÉ PRECISA DE TOMAR ANTIBIÓTICOS?
Os antibióticos são necessários para tratar as infecções que surjam no bebé no período
pós-natal. A sepsis bacteriana é uma importante causa de morte nos bebés recém-nasci-
dos28. O utilizador da Lista de Verificação deverá confirmar se o bebé precisa de antibióticos
antes da alta e, se for caso disso, os antibióticos deverão ser administrados imediatamente, a
alta deverá ser adiada e deverão ser prestados cuidados especiais ou monitorização. O bebé
irá precisar de antibióticos se surgir alguma das seguintes situações: frequência respiratória
>60 por minuto ou <30 por minuto; retracção toráxica, gemidos ou convulsões; reacção
lenta aos estímulos; temperatura <35°C (não subindo após aquecimento) ou temperatura
≥38°C; deixou de mamar bem; ou vermelhidão do umbigo estendendo-se à pele ou deitan-
do pus.11,17,24
O BEBÉ ESTÁ A MAMAR BEM?
O utilizador da Lista de Verificação deverá confirmar que se iniciou uma amamentação
adequada antes da alta da mãe e do bebé da unidade de saúde. Na eventualidade de não
ser possível a amamentação, então o utilizador da Lista de Verificação deverá confirmar se
o bebé está a ser alimentado adequadamente a biberão. Os sinais de uma boa alimentação
do bebé são a amamentação activa entre 1-3 horas com urina ou fezes frequentes.11,18,22,24
Se o bebé não se alimentar bem, dever-se-á prestar ajuda à mãe e ao bebé para uma boa
amamentação, devendo adiar-se a alta.
DEBATER E OFERECER OPÇÕES DE PLANEAMENTO FAMILIAR À MÃE
O planeamento familiar poderá ajudar a evitar gravidezes não desejadas e ajudar a mãe no
futuro. O utilizador da Lista de Verificação deverá confirmar que as opções de planeamento
familiar foram oferecidas e debatidas com a mãe antes da alta. Em condições ideais, as mães
deveriam receber, no mínimo, duas opções de planeamento familiar. As opções de planea-
mento familiar poderão incluir preservativos, DIU, implante contraceptivo (SIU), progesterona
injectável de longa acção (DMPA), contraceptivos orais e ainda a laqueação das trompas.
Os dispositivos intrauterinos podem ser inseridos imediatamente após parto ou seis
semanas pós-parto. Em termos ideais, a inserção de um dispositivo intrauterino deverá
efectuar-se no espaço de 10 minutos após a extracção da placenta, mas também pode
fazer-se até as 48 horas após o parto com baixos níveis de expulsão.32 Os dispositivos
implantáveis (Norplant, Implanon) podem ser inseridos imediatamente após o parto ou seis
semanas após o parto.
O uso de métodos só de progesterona, à excepção do DIU contendo levonorgestrel, não
são normalmente recomendados para mães com menos de seis semanas de pós-parto e a
amamentar, a menos que não existam ou sejam inaceitáveis outros métodos mais apropri-
ados. Depois das seis semanas pós-parto, não há restrições ao uso de métodos contracepti-
vos só de progesterona para mães que estão a amamentar. O DIU contendo levonorgestrel
não é habitualmente recomendado nas primeiras quatro semanas do pós-parto, a menos
que não existam ou sejam inaceitáveis outros métodos mais apropriados. Depois das quatro
semanas pós-parto, não há restrições ao seu uso.33
PARA MAIS INFOR-MAÇÕES SOBRE OPÇÕES PÓS-PARTO, ACEDER AOS MAIS RECENTES CRITÉRIOS MÉDICOS DE ELEGIBILIDADE DA OMS EM: http://www.who.int/reproductivehealth/publi-cations/family_planning/MEC-5/en/
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 57
GLOSSÁRIO
Os contraceptivos hormonais combinados contendo estrogénio devem ser evitados nos
primeiros 21 dias após o parto. Além disso, as mães que estão a amamentar ou que tenham
outros factores de risco de trombo-embolismo venoso não deverão usá-los nos primeiros
21 dias após o parto.34 Entre os 21 e os 42 dias do pós-parto, os contraceptivos hormonais
combinados podem ser, na generalidade, usados, embora para algumas mães com outros
factores de risco de trombo-embolismo, estes métodos não devam ser aplicados, a menos
que não haja outros métodos disponíveis apropriados. As mães que amamentam não de-
verão usar, por princípio, contraceptivos hormonais combinados antes dos seis meses após
o parto.34
Se a mãe quiser fazer a laqueação das trompas, poderá ter vantagem marcar este procedi-
mento antes de ter alta.
O utilizador da Lista de Verificação deverá aproveitar a oportunidade antes da mãe ter
alta de debater o melhor espaçamento dos nascimentos. Após um nado-vivo, o intervalo
recomendado antes da gravidez seguinte é de, pelo menos, 24 meses, de modo a reduzir o
risco de resultados perinatais adversos na mãe e no bebé.11,17,35
COMBINAR SEGUIMENTO E CONFIRMAR SE A MÃE/ACOMPANHANTE PROCURARÃO
AJUDA SE APARECEREM SINAIS DE PERIGO APÓS A ALTA
Mesmo que a mãe e o bebé pareçam de boa saúde no momento da alta, podem ocorrer
complicações após o retorno de ambos a casa. É necessário um seguimento de rotina tanto
para a mãe como para o bebé, para que os profissionais de saúde possam detectar precoce-
mente quaisquer complicações.
A mãe (e acompanhante) deverão ser ensinados a reconhecerem eles próprios os sinais
de perigo que devem levar a pedir ajuda especializada após a alta. O utilizador da Lista de
Verificação deverá avisar a mãe (e o acompanhante) antes da alta para alertar o profissional
de saúde imediatamente se ocorrerem alguns dos seguintes sinais de perigo na mãe: hem-
orragia, forte dor abdominal, forte dor de cabeça ou distúrbio visual, dificuldade em respirar,
febre ou arrepios, ou ainda dificuldade em urinar. 11,17,18,22,24
Antes da alta, o utilizador da Lista de Verificação deverá dizer à mãe (e acompanhante) para
alertar imediatamente o profissional de saúde se ocorrerem alguns dos seguintes sinais
de perigo no bebé: respiração acelerada ou dificuldade em respirar, febre, frio sem razão
aparente, parar de mamar, menor actividade do que a normal, ou amarelecimento de todo o
corpo.17,18,22,24
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 58
GLOSSÁRIO
Adaptações opcionais específicas do con-texto para a Lista de Verificação
Existem adaptações opcionais diferentes baseadas em evidências para a Lista de Verificação
que são específicas do contexto. Algumas delas incluem: antirretrovirais (ARV) em zonas onde
a prevalência do VIH é alta; teste da malária em zonas de alto risco; e gestão de partos pre-
maturos em unidades com recursos e possibilidades de oferecerem os cuidados necessários.
VIH E ANTIRRETROVIRAIS
Ponto de pausa 1: A mãe precisa de tomar antirretrovirais?
As mães com teste positivo do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) podem ficar muito
doentes, podendo passar o VIH aos seus bebés. Se uma mulher grávida tiver VIH, o tratamen-
to antirretroviral vitalício (TARV) ajudará a evitar as complicações relacionadas com a infecção
para ela, o feto e para o recém-nascido. Reduzirá ainda o risco de transmissão ao bebé. A
profilaxia com antirretrovirais das mães elegíveis para a TARV ajudará a prevenir a transmissão
do vírus aos recém-nascidos. O utilizador da Lista de Verificação deverá confirmar se a mãe
precisa de antirretrovirais (TARV ou profilaxia) no momento da admissão e, se for caso disso,
os antirretrovirais deverão ser administrados de imediato.
Desde 2013, a OMS recomenda a Opção B e B+ como protocolos de tratamento do VIH36
. Cada país decide que protocolo adoptar, consoante o seu estado em termos da epidemia,
prioridades e implicações nos custos. Se uma mulher grávida for seropositiva e elegível para
TARV, então os medicamentos antirretrovirais deverão ser ministrados de acordo com o pro-
tocolo nacional.
De acordo com o protocolo B do tratamento, as mães seropositivas deverão receber um
tratamento triplo de ARV durante toda a gravidez, parto e amamentação. O tratamento só será
vitalício se ela cumprir os critérios de elegibilidade da contagem de células CD4, de menos de
500 células /mm3 ou estádio clínico 3 e 4. A opção do protocolo B+ para o tratamento do VIH
implica um tratamento vitalício triplo com ARV durante a gravidez, parto, amamentação e daí
em diante, independentemente da contagem CD4 ou do estádio clínico.
Se uma mulher grávida for seropositiva e elegível para TARV, então os medicamentos antir-
retrovirais deverão ser ministrados de acordo com o protocolo nacional. As mães seroposi-
tivas que precisam de TARV deverão continuar o tratamento durante o trabalho de parto, o
nascimento, a amamentação e por aí em diante. O tratamento deverá ser iniciado assim que
possível após a confirmação da situação do VIH, devendo ser prestado o aconselhamento e
as explicações apropriadas.
Se for desconhecida a situação da mãe relativamente ao VIH no momento da admissão,
deverá ser feito logo que possível o teste do VIH, de acordo com as práticas localmente
recomendadas. O estado de VIH de todas as mães deverá ser documentado no seu registo
clínico. É importante que outros profissionais de saúde que tratam da mãe e do bebé con-
heçam a situação da mãe relativamente ao VIH, para poderem assegurar uma gestão adequa-
da após o parto.
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 59
GLOSSÁRIO
Ponto de pausa 3: O bebé precisa de antirretrovirais?
A infecção pelo VIH pode ser transmitida aos bebés pelas mães seropositivas. A adminis-
tração de profilaxia antirretroviral aos bebés imediatamente após o parto e durante o período
da amamentação poderá ajudar a diminuir o risco de transmissão do VIH37,38. O utilizador
da Lista de Verificação deverá confirmar antes do parto se o bebé precisa de profilaxia antir-
retroviral e, se for caso disso, ele deverá recebê-la o mais cedo possível (no espaço de 4-6
horas). A partir daí, se a mãe for seropositiva, a profilaxia antirretroviral deverá ser administra-
da de acordo com as orientações locais.
Ponto de pausa 4: Se a mãe for seropositiva, a mãe e o bebé deverão tomar ARV durante
seis semanas
O utilizador da Lista de Verificação deverá ter já confirmado se a mãe é ou não seropositiva
e se o tratamento ou profilaxia antirretroviral são indicados de acordo com as orientações
locais. Se a mãe for seropositiva, deverá ser disponibilizado um fornecimento de antirretro-
virais para seis semanas à mãe e ao bebé, devendo ser combinado um seguimento para um
tratamento continuado do VIH.36,37
MALÁRIA
Pontos de pausa 1, 2, 3 e 4: As mães com febre (≥38°C) deverão fazer testes de diagnóstico
rápido (TDR) da malária e serem tratadas de acordo com as orientações nacionais exis-
tentes. Se o tratamento for ministrado antes do nascimento do bebé, é importante lembrar
que alguns tratamentos podem afectar o recém-nascido: por exemplo, a hipoglicemia,
quando tratados com quinino.39
GESTÃO DE UM PARTO PRÉ-TERMO
A gestão de um parto pré-termo é uma adaptação opcional para a Lista de Verificação e
apenas para unidades de saúde que têm recursos e possibilidades de oferecerem cuidados
adequados à mãe e ao recém-nascido.
A gestão de um parto pré-termo com corticosteróides pré-natais para maturação dos
pulmões é recomendada para um tempo de gestação entre as 24-34 semanas, mães com
rotura prematura das membranas (RPM), mães com distúrbios hipertensivos e diabetes,
assim como gravidezes com restrição do crescimento do feto. Há no entanto critérios que
deverão ser cumpridos antes de se decidir administrar corticosteróides pré-natais, tais como
uma rigorosa avaliação do tempo de gestação, iminência do parto, garantir que as infecções
maternas foram excluídas e que a unidade de cuidados de saúde pode oferecer um nível
adequado de cuidados num parto pré-termo à mãe e ao seu bebé.40
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 60
Referências1 WHO. Media Center, Maternal mortality Fact sheet N°348, 2014
2 Spector JM et al. Improving Quality of Care for Maternal and Newborn Health: Prospective Pilot Study of the WHO Safe Childbirth Checklist Program. PLoS ONE, 2012, 7(4): e35151.
3 Gawande, A. The checklist manifesto: How to get things right. New York: Metropolitan Books, 2010
4 Pronovost P et al. An Intervention to Decrease Catheter-Related Bloodstream Infections in the ICU. The New England Journal of Medicine, 2006,355(26): 2725–32
5 Pronovost PJ et al. Creating high reliability in health care organizations. Health Services Research, 2006,41(4 Pt 2): 1599-617.
6 King HB et al. TeamSTEPPSTM: Team Strategies and Tools to Enhance Performance and Patient Safety. In: Henriksen Ket al (editors). Advances in Patient Safety: New Directions and Alternative Approaches (Vol 3: Performance and Tools). Rockville, MD, Agency for Healthcare Research and Quality, 2008.
7 Pronovost PJ, Berenholtz SM, Needham DM. Translating evidence into practice: a model for large scale knowledge translation. Bmj, 2008,337:a1714
8 Safe Surgery Checklist Implementation Guide. Boston MA: Ariadne Labs; 2015. Available on www.SafeSurgery2015.org
9 Rothschild, M. Carrots, sticks and promises: a conceptual framework for the management of public health and social issues behavior. Journal of Marketing, 1999, 63 (1), 24–37
10 WHO. World Health Organization partograph in management of labour. Lancet, 1994, 343:1399-404
11 Pregnancy, Childbirth, Postpartum and Newborn Care: A guide for essential practice. Geneva, World Health Organization, 2015.
12 Managing prolonged and obstructed labour. Geneva, World Health Organization, 2008.
13 WHO Guidelines for Safe Surgery. Geneva, World Health Organization, 2009.
14 WHO recommendations for Prevention and treatment of pre-eclampsia and eclampsia. Geneva, World Health Organization, 2011.
15 Hodnett ED et al. Continuous support for women during childbirth. The Cochrane Database of Systematic Reviews, 2007, (3):CD003766.
16 Managing Complications in Pregnancy and Childbirth: A guide for midwives and doctors. Geneva, World Health Organization, 2007.
17 WHO Pocket book of hospital care for children: guidelines for the management of common illnesses with limited resources. Geneva, World Health Organization, 2005.
18 WHO Guidelines on basic newborn resuscitation. Geneva,World Health Organization, 2012.
19 Singhal N et al. Helping Babies Breathe: Global neonatal resuscitation program development and formative educational evaluation. Resuscitation, 2011.
20 WHO recommendations for the prevention and treatment of postpartum haemorrhage. Geneva, World Health Organization, 2012.
21 Education material for teachers of midwifery. Midwifery education modules — second edition. Managing postpartum haemorrhage. Geneva, World Health Organization, 2008.
22 Managing Newborn Problems: A guide for doctors, nurses, and midwives. Geneva, World Health Organization, 2003
23 WHO recommendations on postnatal care of the mother and newborn. Geneva, World Health Organization, 2013
24 Recommendations for management of common childhood conditions. Geneva, World Health Organization, 2012.
25 WHO and UNICEF. Integrated Management of Childhood Illness: Caring for Newborns and Children in the Community. Geneva, World Health Organization, 2011.
26 Thermal Protection of the Newborn: A practical guide. Geneva, World Health Organization,1997.
27 Infant and young child feeding: Model Chapter for textbooks for medical students and allied health professionals. Geneva, World Health Organization, 2009.
28 The World Health Report 2005: Make every mother and child count. Geneva, World Health Organization, 2005
29 WHO Technical Consultation on Postpartum and Postnatal Care. Geneva, World Health Organization, 2008.
30 WHO recommendations on postnatal care of the mother and newborn. Geneva, World Health Organization, 2013.
31 Recommendations on maternal and perinatal health. Geneva, World Health Organization, 2013
32 Medical eligibility criteria for contraceptive use, 4th ed: A WHO family planning cornerstone. Geneva, World Health Organization, 2010.
33 UNDP/UNFPA/WHO/World Bank Special Programme of Re- search, Development and Research Training in Human Reproduction (HRP). Progestogen-only contraceptive use during lactation and its effects on the neonate. Geneva, World Health Organization, 2008 (Statement).
34 Combined hormonal contraceptive use during the postpartum period. Geneva, World Health Organization, 2010 (Statement).
35 Mother-Baby Package: Implementing safe motherhood in countries. Geneva, World Health Organization,1996.
36 Consolidated guidelines on the use of antiretroviral drugs for treating and preventing HIV infection. Geneva, The World Health Organization, 2013.
37 Antiretroviral drugs for treating pregnant women and preventing HIV infection in infants: recommendations for a public health approach. Geneva,World Health Organization, 2010.
38 WHO, UNAIDS, UNFPA and UNICEF. Guidelines on HIV and infant feeding: principles and recommendations for infant feeding in the context of HIV and a summary of evidence. Geneva, World Health Organization, 2010.
39 Guidelines for the treatment of malaria, Third edition. Geneva, World Health Organization, 2015
40 WHO recommendations on interventions to improve preterm birth outcomes. Geneva, World Health Organization, 2015.
GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA OMS PARA PARTOS SEGUROS 61
A elaboração do Guia de Implementação da Lista de
Verificação da OMS para Partos Seguros só foi possível,
graças ao generoso financiamento da Fundação Bill &
Melinda Gates e da Fundação John D. and Catherine
T. MacArthur. A Organização Mundial da Saúde e
os Laboratórios Ariadne gostariam igualmente de
manifestar a sua gratidão a todos aqueles que apoiaram
a elaboração e os testes à Lista de Verificação da OMS
para Partos Seguros e contribuíram ou reviram o Guia
de Implementação da Lista de Verificação da OMS para
Partos Seguros.
Grupo de Elaboração do Guia de Implementação da
Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros:
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE: Sepideh Bagheri
Nejad, Gheorghe Banica, Neelam Dhingra-Kumar,
Armorel Duncan, Metin Gülmezoglu, Edward Kelley,
Marie-Paule Kieny, Itziar Larizgoitia, Elisabeth Mason,
Matthews Mathai, Irina Nozdrina, Olufemi Taiwa
Oladapo, Laura Pearson, William Perry, Severin Ritter von
Xylander, Nathalie Roos, Marleen Temmerman, Karolina
Tuomisto, and Regina Ungerer.
ARIADNE LABS: Chris Barnes, William Berry,
Lizzie Edmonson, Atul Gawande, Lisa Hirschhorn,
Amanda Jurczak, Nabihah Kara, Ami Karlage, and
Katherine Semrau.
Guia de Elaboração da Lista de Verificação da OMS
para Partos Seguros:
Rajiv Bahl, Gerald Dziekan, Atul Gawande, Itziar
Larizgoitia, Angela Lashoher, Matthews Mathai, Mario
Merialdi and Jonathan Spector.
Teste da Lista de Verificação da OMS para Partos
Seguros e Grupo de Redacção do Manual: Priya
Agrawal, Atte Aitkoski, Sabaratnam Arulkumaran, Mavis
Asiedu-Asamoah, Angela Bader, Mohamed Bassiouny, B
Benachinamaradi, William Berry, Shereen Bhutta, Zulfiqar
Bhutta, Ann Blanc, Dan Boorman, Waldemar Carlo, Susan
Crowther, Gary Darmstadt, Louise Day, Mark Dybul, Lizzie
Edmonson, Barbara Farlow, Zhao Gengli, Kathleen Hill,
Elizabeth Hizza, Justus Hofmeyr, Narayan Honnungar,
Julia Hussein, Atanu Kamar Jana, Cate Kamau, Khalid
Khan, Grace Kodindo, Bhala Kodkany, Barbara Kwast, Tina
Lavender, Claire Lemer, Bridget Lynch, Rashad Massoud,
Jane Machira, Claudia Morrissey, Elizabeth Morse, Susan
Niermeyer, Leonard Okoko, Vinod Paul, Parmanaban
Packirisamy, Robert Pattinson, Amit Revankar, Craig
Rubens, Zakari Saley, Harshad Sanghvi, Susan Sheridan,
Youssef Tawfik, PhommadyVesaphong, Jean-José
Wolomby-Molondo, Linda Wright, Blair Wylie, Juliana
Yartey, Jing Yuan.
Colaboração da Lista de Verificação da OMS para
Partos Seguros:
Malik Abdo, Mahi Al Tehewy, Sara Albolino, Ana Carolina
Amaya Arias, Naheed Bano, Lopa Basu, Letícia Becker
Vieira, Maina Boucar, Mahuina Campos, Joyce Chen,
Astou Coly, Giulia Dagliana, Blami Dao, Rozita Davoodi,
Houleyemata Diarra, Nora Espiritu, Maria Fernandez
Elorriaga, Ciro Franco, Nihal Hanafi, Kathleen Hill, Evelyn
Kamgang, Lana Keusch, Lalitha Krishnan, Jana Kuhnt,
Somesh Kumar, Maria Cristina Medina Pflucker, Jose
Mendez, Jolene Moore, Herfina Nababan, Sasyoud
Obeid, Rosemary Ogu, Cecilia Pacchiotti, Malitha
Patabendige, Antonio Paya, Diego Peláez Mejía, Lisa
Pelcovist, John Pollock, Sabina Faiz Rashid, Regina
Rigatto Witt, Rita Rodrigues, Javier Rodríguez-Suárez,
Ariel Iván Ruíz Parra, Mónica Chirinos Muñoz, Veronica
Sabio Paz, Sonia Sachs, Maurizio Salvatico, Joanne Grace
Santos, Pedro Saturno, Hemantha Senanayake, Aminur
Shaheen, Muhadili Shemsanga, Habibatou Diallo Sylla,
Ayda Taha, Riccardo Tartaglia, Joycelyn Thomas, Bintou
Traore, Maria Aparecida Traverzim, Jorge Valverde,
Sebastian Vollmer, Mina Whyte, Xu-Chun Ye.
Equipa dos Laboratórios Ariadne:
Shehnaz Alidina, Emily Benotti, Jeff Durney, Grace
Galvin, Jonathon Gass, Joanna Paladino, Natalie
Panariello,Megan Marx Delaney, Emily George, Caroline
Grogan, Khaleel Seecharan, Luca Koritsanszky, Joshua
Lakin, Robbie Singal, Danielle Tuller.
Population Service International, parceiro de
implementação do Programa BetterBirth: Rebecca
Firestone, Anup Mankar, Pritpal Marjara, Atul
Kapoor,George Philip, Rajiv Saurastri, Narendra Sharma,
Sandhya Gupta, Tapan Kalita, Pinky Maji, Vinay Singh,
Manisha Tripathi.
Internos e voluntários da Organização Mundial da
Saúde:
Natalia Abadia, Elisa Albuquerque, Marion Chapuis,
Michelle Costello, Blanca Obón, Maria Mercedes Perez
Gonzalez, Ignacio Rebollo, Sarah Rostom.
Revisores externos: Sara Albolino, Ana Carolina Amaya
Arias, Giulia Dagliana, Clarissa Fabre, Leonard Kabongo,
Shafika Nasser, Manasa Patna, Shelley Ross, Ayda Taha, e
Joycelyn Thomas.
Agradecimentos
Organização Mundial da Saúde20 Avenue Appia CH-1211 Geneva 27Switzerland
Ariadne Labs 401 Park Drive Boston MA 02215
Visite-nos em: www.who.int/patientsafety/
Visite-nos em: www.ariadnelabs.org